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Informação e Conhecimento
Maria Cristina GOBBI
Maria Teresa Miceli KERBAUY
(orgs.)
TELEVISÃO DIGITAL
CONSELHO EDITORIAL ACADÊMICO
Responsável pela publicação desta obra
TELEVISÃO DIGITAL
INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
© 2010 Editora UNESP
Cultura Acadêmica
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T272
Televisão digital: informação e conhecimento / Maria Cristina Gobbi e
Maria Teresa Miceli Kerbauy (orgs.). – São Paulo : Cultura Acadêmica, 2010.
il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7983-101-0
1. Televisão digital. 2. Televisão digital – Aspectos digitais. 3. Tecnologia
da informação. 4. Comunicações digitais. I. Gobbi, Maria Cristina, 1959-.
II. Kerbauy, Maria Teresa Miceli.
10-0124. CDD: 302.231
CDU: 316.772.5
Editora afiliada:
SUMÁRIO
Prefácio 9
Juliano Mauricio de Carvalho
Apresentação 15
Maria Cristina Gobbi
Maria Teresa Miceli Kerbauy
Referência bibliográfica
Introdução
Entretanto, mais do que qualquer outra coisa, foi o impacto de uma revolução
nas comunicações – a ascensão da televisão – que moldou essa geração e seu
mundo” (Tapscott, 1999, p.17). Em linhas gerais podemos dizer que essa
geração tinha como característica marcante a forte tendência ao trabalho e
perfeitos seguidores de normas hierárquicas (no trabalho e na família).
4 Programas de perguntas muito populares dos EUA, mostrados no filme Quiz
Show como o resultado de perguntas e combinações prévias.
5 Vale mencionar que primeira telenovela brasileira foi Sua vida me pertence,
de Walter Foster, que estreou na extinta Rede Tupi de São Paulo, em 1951.
Embora com somente 20, a telenovela era exibida ao vivo, no horário das 20h,
duas vezes por semana, com capítulos de cerca de 15 minutos cada; capítu-
los. O primeiro beijo da televisão brasileira aconteceu nessa novela entre os
protagonistas.
6 Embora tenha estreado em julho de 1963, inicialmente era apresentada as se-
gundas, as quartas e as sextas feiras, pela TV Excelsior de São Paulo. Somente
quando da adaptação para a língua portuguesa, pois o autor era o argentino
Alberto Migre, foi que a TV Excelsior do Rio de Janeiro, em setembro de
1963, passou a exibir a telenovela diariamente.
TELEVISÃO DIGITAL 27
Até bem pouco tempo, ser adolescente era somente uma fase de
transição vivida apressadamente em direção do ser maduro, adulto,
aceito pelo sistema social. Hoje ser jovem é algo a ser preservado e
até prolongado. “Os adolescentes são exaltados por todas as insti-
tuições sociais: partidos políticos, escolas, igrejas e meios de comu-
nicação.” (Becker, 1985, p.58).
Esta onda de juventude coincide com aquilo que chamamos
de revolução digital e tem ajudado a transformar toda a sociedade.
E neste cenário de mudanças e experimentações surge a geração
atual, chamada Geração Tecnológica-Digital ou simplesmente de
Nativos Digitais.
Esses jovens fazem uso dos dois recursos utilizados pelas gera-
ções anteriores. A televisão e a interatividade – propiciada inicial-
mente pela internet –, muito antes do letramento (alfabetização). É
a geração que associa o divertimento, a tecnologia; que aos três anos
de idade tem aulas de computação e aos 5 procura vídeos no YouTu-
be; brinca com Nintendo Wii, tem blogs e fotologs, diário digital e
faz compras virtualmente; além de estar inserido em comunidades
virtuais e redes de relacionamento, nos mais variados ambientes
interativos.
Também é a geração que odeia a unidirecionalidade da tele-
visão, a hierarquia, a inflexibilidade, a centralidade e, principal-
mente, administrar que tudo isso está sob o controle adulto. Estes
jovens estão acostumados com a interatividade, na acepção correta
do termo. Também estão sendo criados para assumir o comando,
desde muito cedo.
Vale lembrar que há um colapso do conceito de autoridade e
hierarquia na sociedade atual, pois estes estão baseados somente na
experiência. E como contrapor esta autoridade com o comando dos
Nativos Digitais?
A Geração Tecnológica-Digital quer maleabilidade, distribui-
ção de controle, neutralidade e cada vez mais esses jovens “são
donos do ambiente interativo e de seu próprio destino nele. Como
a Internet é a antítese da TV”, a Geração Tecnológica-Digital,
32 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
11 Vale fazer uma observação de que Tapscott no livro Geração digital trata os
N-Gens e a Geração Digital como representantes de uma mesma geração. No
nosso caso, consideramos a Geração Tecnológica-Digital como aquela nascida
a partir da última década do século XX.
TELEVISÃO DIGITAL 33
Como bem definiu Tapscott (1999, p.26), somos nós que mu-
daremos esses cenários. Você poderá vegetar diante da tela da sua
televisão, mas também poderá participar de um debate público,
consultar seu médico, explorar a Amazônia, visitar seu filho na
faculdade etc. É uma nova forma de narrar o presente, mediado por
tecnologia digital. Sairemos da imposição para aquilo que os espe-
cialistas chamam de escolha. E isso se constitui em um dos grandes
desafios da Televisão Digital e todas as suas possibilidades.
16 Termo utilizado nos séculos XIV e XV, para designar a parcela da população
formada por comerciantes que tinham como objetivo principal o lucro, através
do comércio de especiarias vindas do Oriente. Esse segmento da sociedade
conquistou novos espaços sociais e econômicos (Brandão, 1996, p.10).
17 Adorno e Horkheimer cunharam o termo indústria cultural, “conceito que, na
tradição da Escola de Frankfurt, implica na noção de uma empresa capitalista
produtora de mercadorias e reprodutora de capital” (Elias, 1995, p.14).
18 O adjetivo teen-age significa adolescente, teen-ager, substantivo moço (para
masculino) e moça (para feminino), na idade entre 13 e 19 anos. (Michaelis,
1978, p.338). Literalmente, adolescência (latim, adolescência, ad: a, para a +
olescere: forma incoativa de olere, crescer) significa a condição ou o processo
de crescimento. (Michaelis, 1978, p.420). O termo, de acordo com A. Aberas-
tury e M. Knobel, aplica-se especificamente ao período da vida compreendido
entre a “puberdade e o desenvolvimento completo do corpo, cujos limites se
fixam, geralmente, entre os 13 e os 23 anos no homem, podendo estender-se
até os 27 anos. Embora se costume incluir ambos os sexos no período com-
preendido entre os 13 e os 21 anos, os fatos indicam que nas adolescentes se
estende dos 12 aos 21 anos, e nos rapazes dos 14 aos 25 anos em termos gerais”.
(Aberastury e Knobel, 1992, p.89). O termo adolescente surge basicamente
no início do século, em 1904, na obra Adolescenci, escrita pelo psicólogo G.
Stanley Hall, que buscou caracterizar o adolescente americano (Becker, 1985).
42 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Esta surgindo uma nova cultura jovem, que envolve muito mais
do que simplesmente cultura de música pop, MTV e filmes + in-
ternet. É uma nova cultura no sentido mais amplo, definida como
os padrões socialmente transmitidos e compartilhados de compor-
tamento, costumes, atitudes e códigos tácitos, crenças e valores, ar-
tes, conhecimento e formas sociais. Esta nova cultura está arraigada
na experiência de ser jovem e também de fazer parte da maior ge-
ração de todos os tempos. Porém, mais importante, é a cultura que
está se originando do uso da mídia digital interativa por parte dos
N-Gens e da “geração tecnológica-digital”. Devemos ficar atentos,
porque a cultura que flui dessas experiências no ciberespaço pre-
nuncia a cultura que criará futuros líderes no mercado de trabalho e
na sociedade. (Tapscott, 1999, p.53)
ANALÓGICAS DIGITAIS
Projeção de luz
face a face Ambiente de
Textos CAI convencional aprendizado
Vídeo
Instrução Construção/descoberta
Aprendizado Transmitido
Aprendizado Interativo
Escolar Vitalício
[...] zonas mais amplas de uma autêntica cultura digital. (...) Isso
tem alimentado muitas fantasias e gerado grandes expectativas
sobre a cultura digital nascente. São visíveis as inúmeras modifi-
cações presenciadas na esfera do trabalho, que tem seu dia-a-dia
marcado cada vez mais pela forte presença dos computadores, da
Internet e dos telefones celulares. No âmbito da educação, milhares
de pesquisadores, professores e estudantes de todo o planeta apos-
tam na Internet, enxergando-a como fator tecnológico principal na
evolução do ensino à distância e presencial.
Referências bibliográficas
Introdução
Sociedade da informação
Considerações finais
Referências bibliográficas
Introdução
para todos (Bizelli; Alves, 2007), ou seja, o direito à vida que se re-
produz na cidade; aos objetos, tecnologias e serviços que são produ-
zidos e consumidos na cidade; às relações afetivas, organizacionais
e de trabalho que cristalizam as desigualdades na malha urbana; ao
universo simbólico que entrecruza culturas, mitos, religiosidades,
crenças e saberes.
A Cidade tradicional dá lugar à Cidade Digital. Ao lado dos di-
reitos consagrados pelo welfare state keynesiano – Saúde, Educação,
Desenvolvimento Social e Humano, Cultura, Esporte e Lazer –,
surgem novos direitos como a inclusão digital que pode ser propor-
cionada por um middleware aberto em Sistema de TV Digital – por
exemplo, o Ginga no Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) –
o qual conecta conteúdos e cidadão. Expandem-se os horizontes na
direção de permitir que as Tecnologias de Informação e Comunica-
ção (TICs) revolucionem até mesmo a forma de garantir os direitos
sociais keynesianos através de um sistema integrado de gestão – En-
terprise Resource Planning (ERP) – de políticas públicas.
A Cidade Digital abre novos caminhos para uma Educação in-
clusiva. Não só permite que os cidadãos em idade escolar possam
ser atravessados por saberes globais, mas incentiva o resgate daque-
les que foram colocados para fora do sistema tradicional de ensino.
Permite também, a formação continuada para o trabalho dos ges-
tores que planejam estrategicamente a Cidade, possibilitando uma
administração que incorpore no processo decisório os cidadãos,
dando concretude à participação popular no governo.
Delineia-se um papel forte para o setor público: reintegrar o ci-
dadão excluído da sociedade de consumo, através das TICs. Cons-
trói-se o ambiente para o governo eletrônico que se utiliza da TV
Digital Interativa.
Governo eletrônico que encontra na literatura várias definições,
conforme exposto por Alves (2006) e aqui resumido: 1) Utilização
da Internet e da web para ofertar informações e serviços governa-
mentais aos cidadãos (ONU & ASPA); 2) Uso de novas tecnologias
de informação e comunicação, especialmente a Internet, como uma
ferramenta para melhorar o governo (OECD); 3) O termo governo
TELEVISÃO DIGITAL 69
Conclusão
Referências bibliográficas
Introdução
4 Outros autores têm tratado sobre essa separação dos saberes, entre eles Hilton
Jiapiassu (1991) e Maria Cândida Moraes (1997) .
TELEVISÃO DIGITAL 91
Em um mundo de hipertelas
Para finalizar
9 Projeto deste tipo vem sendo desenvolvido desde metade de 2009 no laborató-
rio do professor Luis Fernando Gomes, localizado na PUC/RJ.
106 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Referências bibliográficas
CASTRO, C. “La televisión como rito de pasaje del mudo analógico para el
digital”. In: Revista Tramas. Buenos Aires: Universidad La Plata , 2009a.
. “La comunicación digital y las posibilidades de inclusión a partir
del uso de las tecnologías digitales”. In Revista Disertaciones. Caracas,
2009b.
. “Industrias de contenidos y medios digitales – entre la teoría y la
práctica: la creación de centros para producción de contenidos digitales”.
In: Revista Diálogos. Lima: Univ. de Lima, 2008a.
. “La televisión figital en Brasil y las posibilidades de inclusión di-
gital”. Revista SET (edición especial em castellano). Ano XIX, n.1. São
Paulo: Ed. Embrasec, abril 2009.
JENSEN, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
LIPOVETSKY, G.; SERROY, J. La pantalla global. Cultura mediática y
cine en la era hipermoderna. Barcelona: Anagrama, 2009.
REVISTA CHASQUI. Especial sobre Jesús Martín-Barbero. Quito:
Ciespal, 2009.
SCOLARI, C. Hipermediaciones: elementos de uma teoria de la comuni-
cación digital Interactiva. Barcelona: Gedisa, 2008.
SOMMERMANN, A. Inter ou Transdisciplinaridade? São Paulo: Paulus,
2006 (Col. Questões Fundamentais na Educação).
5
REGULAÇÃO E TV DIGITAL:
ACESSO REQUER POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO
PARA A MÍDIA
Alexandra Bujokas de Siqueira1
Danilo Rothberg2
Introdução3
6 Disponível em http://www.bbc.co.uk/bbctrust/assets/files/pdf/about/
ofcom_trust_mou.pdf . Acesso em 21 outubro 2009.
TELEVISÃO DIGITAL 121
7 http://www.medialiteracymatters.net/
8 As falas dos conferencistas estão disponíveis no canal do Ofcom no YouTube:
http://www.youtube.com/user/ofcom. Acesso 21 outubro 2009.
122 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Referências bibliográficas
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BUCKINGHAM, D. Media education – literacy, learning and contemporary
culture. Cambridge: Polity Press, 2000.
COLLINS, R. The media, technology and social change. In: COLLINS,
R.; EVANS, J. (eds.). Media Technologies, markets and regulation. Milton
Keynes: Open University, 2006.
126 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Introdução
3 Embora tenha lançado esse produto em julho de 2009, a Bus Mídia passou a
veicular continuamente o conteúdo da TV Globo somente no final de agosto
desse ano, porque teve que recorrer judicialmente para garantir que essas
transmissões pudessem ser feitas.
130 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Procedimentos metodológicos
Considerações finais
Referências bibliográficas
O grande desafio
– banda larga;
– tecnologia sem fio;
– buscadores;
– redes.
7 Custo por mil é o valor que se obtém da divisão do preço de uma inserção em
uma publicação ou emissora pelo total de sua audiência expressa em números
absolutos, em milhares. Quanto maior a audiência e menor o preço de sua
inserção, menor é o custo por mil.
156 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Conclusão
Referências bibliográficas
Sites pesquisados
Preambulações...
Inquietações...
Referências bibliográficas
O sistema público de TV
Digitalização e democratização
Cenários e desafios
Multiprogramação
Convergência tecnológica
Considerações finais
Referências bibliográficas
ABTU. Folder da Associação Brasileira de TVs Universitárias. s. l., maio
2009.
AMADEU DA SILVEIRA, S. Convergência como mudança cultural. Líbero,
Ano IX, n. 18, dez. 2006, p.149-150.
ARNANZ, C. M. Negocios de Televisión. Barcelona: Gedisa Editorial, 2002.
BRASIL. Ministério das Comunicações. Decreto 4.901 de 26 de novembro
de 2003. Institui o Sistema Brasileiro de Televisão Digital – SBTVD, e
198 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Introdução
como resultado de uma construção geopolítica, que ganha energia nos séculos
XVII e XVIII, apesar de na época não se ter claramente a noção de informação
na língua e na cultura da modernidade. Vivendo um momento em que a ma-
terialização da língua dos cálculos era intensa, a Revolução Francesa faz dela
o modelo de igualdade cidadã e dos valores do universalismo. Castells (2000)
afirma que na sociedade da informação os meios de produção são influencia-
dos ou tomados pela generalização ou pelo fluxo de informações, trocadas
pelos meios de comunicação de massa e, principalmente, pela rede mundial de
computadores, a internet. Há, todavia, exagero no trato da informação como
objeto de importância superior, inclusive à do trabalho. Apesar de ser domi-
nante e essencial, seu valor e poder são referenciais, não absolutos. A infor-
mação tem serventia somente quando possui algum grau de aplicabilidade –
e esse aspecto, as diversas aplicabilidades da informação, é o que tem passado
por grandes revoluções nos últimos tempos.
204 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Desafios brasileiros
Considerações finais
Referências bibliográficas
[...] uma coisa é certa: vivemos hoje uma destas épocas limítrofes
na qual toda a antiga ordem dos saberes oscila para dar lugar a
imaginários, modos de conhecimentos e estilos de regulação social,
ainda pouco estabilizado. Vivemos um destes raros momentos em
que, a partir de uma nova configuração técnica, quer dizer, de uma
nova relação com o cosmo, um novo estilo de humanidade é in-
ventado. Nenhuma reflexão séria sobre o devir da cultura contem-
porânea pode ignorar a enorme incidência das mídias eletrônicas.
(Levy,1993, p.17)
Referências bibliográficas
Uma nova era tem início no Pará3. Assim foi anunciada a chegada
da TV Digital no Estado pela imprensa local. No início do segundo
semestre de 2009, três emissoras de televisão da capital paraense,
TV Liberal (afiliada à Rede Globo), Rede Record Belém (afiliada
à Rede Record) e Rede Brasil Amazônia de Comunicação (afiliada à
Rede Bandeirantes), assinaram a consignação do sinal digital.
16 Professores que não possuem formação acadêmica para atuar na rede pública
de ensino, e em muitos casos, não concluíram nem mesmo o Ensino Funda-
mental.
17 A televisão está presente em 88,62% dos domicílios particulares permanentes
no Estado do Pará. (Fonte: PNAD 2008)
248 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Referências bibliográficas
Referências eletrônicas
Introdução
Perspectivas
Fonte: http://www.dtv.org.br
Considerações finais
Referências bibliográficas
com alto teor tecnológico (Toffler, 1997, p.28). Pode-se dizer, en-
tretanto, que a Internet, aliada aos telefones celulares, a TV Digital,
a TV a Cabo estejam no limiar da terceira onda devido à grande
transformação que causaram na comunicação e na troca de infor-
mações entre as pessoas, antes analógica e agora digital.
Para compreendermos melhor essas mudanças, propõe-se nes-
te trabalho voltarmos às origens dos termos analógico e digital,
compreendendo-os a partir do viés semiótico.
Semiótica
(significado) Pensamento ou
referência
Re elaçõ
ca uma
fer es
r
al
e-s ca
us
aç iza
e a usa
rel bol
ou is
ão
Sim
tra
s
Símbolo Referente
(Palavra) Represenata uma (Objeto)
relação atribuída
2 Becker e Montez (2005, p.61) explicam que o sinal “é a medida de uma gran-
deza de natureza física – seja acústica, ótica ou elétrica – que veicula algum
tipo de informação. Um sinal sonoro, por exemplo, corresponde a uma onda
sonora, que veicula informações sobre a voz de um locutor, uma música[...]”.
TELEVISÃO DIGITAL 277
Amplitude
Tempo
Amplitude
Tempo
Figura 3 – Digitalização do sinal analógico para digital representado por onda de áudio.
Convergência tecnológica
Considerações finais
a ser sentido por quem tem acesso a essa tecnologia, mas a promessa
é que sejam introduzidas ferramentas de interatividade ao usuário.
A convergência tecnológica é a responsável pela transformação
do telespectador passivo em alguém que possa contribuir com o
conteúdo, interagir com o meio, assim como é hoje a Internet.
Referências bibliográficas
As disparidades na Europa
A desinformação no Brasil
A falta de debate
há muito a ser dito, uma vez que o tema é mais complexo do que
foi apresentado. Entre as questões a serem discutidas, temos: o
potencial de inclusão social; as implicações da implantação de um
sistema em longo prazo, considerando o baixo poder de compra da
população brasileira; os investimentos necessários à digitalização e
como estes serão divididos entre concessionárias, indústrias e con-
sumidor. A discussão tecnológica conseguiu mostrar-se e firmar-se
como relevante diante da emergente necessidade da implantação da
TV Digital no Brasil, mas ela, em si, é insuficiente para satisfazer o
debate (Omena, 2006; 2007; 2009).
A urgência com que o assunto foi tratado era um dos pontos
defendidos pelo lobby da radiodifusão. De acordo com o Coletivo
Intervozes (2006a, p.23), a Rede Globo aproveitou “o poder de
pressão que possui sobre o governo em momentos eleitorais para
emplacar aquilo que é melhor para seus negócios”. Isso ocorreu
também no governo anterior, porém, optou-se por prorrogar a de-
cisão para depois das eleições. Na Comissão Geral que ocorreu
na Câmara dos Deputados, alguns representantes de emissoras
chegaram a afirmar: “Somos nós que veiculamos o horário eleitoral
gratuito”, o que revela o quanto está em jogo na condução desse
processo em um período pré-eleitoral.
Assim, percebe-se que a digitalização foi apresentada, pela
maior parte dos vários segmentos envolvidos no debate, como algo
simples, para o qual bastava uma escolha entre três possibilidades
técnicas. Até o momento, o debate ainda não se aprofundou em
questões como modelo de negócios, política industrial, produção de
conteúdo e características da digitalização no Brasil, considerando
os avanços obtidos com as pesquisas nacionais. Os resultados des-
sas pesquisas atenderam aos indicativos do decreto presidencial de
2003 e apresentaram nível de qualidade compatível aos padrões que
disputavam entre si pela escolha brasileira. Apesar de constar entre
os assuntos não abordados, o padrão de modulação desenvolvido
pelos pesquisadores brasileiros também permite transmissão para
recepção móvel, até então tida como exclusiva do sistema japonês.
Se considerado o padrão chinês como possibilidade, a proposta
290 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
isso, até o momento, não se ouve falar nada sobre a prometida fá-
brica de semicondutores, decisiva no processo de escolha do padrão
japonês, e uma leitura mais atenta do acordo bilateral assinado
não expressa nenhuma obrigação do Japão nesse sentido. Tal fato
evidencia que “o Brasil talvez tenha cedido na negociação de forma
excessivamente servil, sem ter garantido o financiamento e aporte
de capital necessário para a implantação do padrão” (Shirahata,
2008, p.55).
A ausência do debate ou a política da desinformação, a política
do não dito, interessa, ainda hoje, a apenas alguns atores sociais.
Afinal, sem debate, a opinião é pública, mas discutível, permite
discordância, expressa juízos de valor e, por vezes, não coincide
com a verdade, justamente por ser opinião individual e estar sujeita
à esfera pública midiatizada. Neste sentido, muito do que é e foi
dito apenas confunde ou desinforma e não alerta sobre os reais im-
pactos da digitalização na vida de todos os brasileiros. O resultado
da desinformação da sociedade sobre o assunto tem influenciado
o processo de implantação da TV digital no país, uma vez que a
maior parte dos indivíduos não se sente informada o suficiente para
realizar as ações necessárias para a transição.
5 Até abril de 2008, somente 25.854 conversores foram feitos no Amazonas, que
abastece quase todo o mercado (Muniz, 2008).
294 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
A desinformação da população:
exemplo de Uberlândia (MG)
6 As cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Goi-
ânia (GO), Campinas (SP), Uberlândia (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre
(RS), Salvador (BA), Cuiabá (MT), Aracaju (SE), Florianópolis (SC), Vitória
(ES), São José do Rio Preto (|SP), Teresina (PI), Santos (SP) e Campo Grande
(MS).
TELEVISÃO DIGITAL 295
7 Os estabelecimentos 5 e 6, 7 e 8, 9 e 10 são pares de filiais ou matrizes de uma mesma empresa, sendo 5, 7 e 9 lojas localizadas em um
shopping e 6, 8 e 10 lojas localizadas no centro da cidade.
Tabela 1 – Informações sobre televisores e conversores próprios para TV digital
Estabele- Preços dos Conversor não Preços dos
Tipos de televisores oferecidos Observações
cimento televisores embutido conversores
6 Todos sem conversor integrado, – Não havia dis- – Vendedor realizou mau atendimento e
entre 30 e 40 polegadas, Full HD ponível na loja, não se dispôs a dar mais informações.
apenas pelo site
7 Todos em LCD, com entrada Entre Disponível, po- R$ 449 Vendedor demonstrou conhecimento
HDMI, entre 32 e 42 polegadas, R$ 1.449 e rém, sem oferecer sobre TV digital e disse que, no
com e sem conversor integrado, R$ 2.499 interatividade momento, a única vantagem é
algumas Full HD melhoria na qualidade da imagem.
8 Todos em LCD, com entrada Entre Disponível R$ 399 Vendedor recomendou que seria
HDMI, 32 polegadas, sem con- R$ 1.449 e melhor esperar que os preços caíssem
versor integrado R$ 2.499 e que, no momento, não compensa
pagar tão caro para ter acesso a apenas
alguns programas em HDTV.
9 Todos em LCD, com entrada Entre Não havia R$ 300 Quando questionado sobre TV digital,
HDMI, entre 32 e 42 polegadas, R$ 2.699 e disponível no (quando tinha o vendedor disse que nem a emissora
com e sem conversor integrado R$ 3.299 momento na loja) local sabia explicar o que era e ele
também não. Enfatizou que cobriria
preços de outras lojas.
10 Todos em LCD, com entrada Entre Disponível e R$ 499 Vendedores diferentes da mesma loja
HDMI, entre 32 e 42 polegadas, R$ 1.399 e proporciona se contradisseram, pois um disse que
TELEVISÃO DIGITAL
com e sem conversor integrado, R$ 6.999 interatividade não vendiam conversor e outro disse
algumas Full HD que vendiam.
297
298 MARIA CRISTINA GOBBI • MARIA TERESA MICELI KERBAUY
Referências bibliográficas
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
Coordenação Geral
Marcos Keith Takahashi