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MINISTRATIV.

Nos termos da jurisprudência do STJ, a


Associação, na qualidade
de substituto processual, detém legitimidade para atuar
judicialmente na defesa dos interesses coletivos de toda a
categoria
que representa, sendo prescindível a relação nominal dos
filiados e
suas respectivas autorizações, razão pela qual a coisa
julgada
advinda da Ação Coletiva, oriunda do Mandado de
Segurança Coletivo
acima referido, deverá alcançar todos os integrantes da
categoria.
Pecedentes: AgInt no AREsp 1.304.797/RJ, Rel. Ministro
Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 26/9/2018;
AgInt no REsp
1.892.824/SP, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda
Turma, DJe
18/12/2020; e AgInt no AREsp 1.254.080/RJ, Rel. Ministro
Gurgel de
Faria, Primeira Turma, DJe de 7/2/2019.
3. Relativamente à prescrição, o Tribunal de origem está
em sintonia
com o entendimento do STJ de que a impetração do
Mandado de
Segurança interrompe a fluência do prazo prescricional, o
qual volta
a fluir somente com o trânsito em julgado do mandamus,
para fins de
cobrança das parcelas referentes ao quinquênio que
antecedeu sua
propositura. Nessa linha: AgRg no AREsp 122.727/MG, Rel.
Ministro
Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 11/9/2012.
4. No que diz respeito à alegada violação à Lei
11.960/2009, o
entendimento firmado pela Primeira Seção do STJ, em
Recurso
Representativo da Controvérsia, é o de que "as
condenações judiciais
referentes a servidores e empregados públicos, sujeitam-se
aos
seguintes encargos: (a) até julho/2001: juros de mora: 1%
ao mês
(capitalização simples); correção monetária: índices
previstos no
Manual de Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a
incidência do IPCA-E a partir de janeiro/2001; (b)
agosto/2001 a
junho/2009: juros de mora: 0,5% ao mês; correção
monetária: IPCA-E;
(c) a partir de julho/2009: juros de mora: remuneração
oficial da
caderneta de poupança; correção monetária: IPCA-E."
(REsp
1.495.144/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Primeira Seção,
DJe de 20/3/2018). Logo, o entendimento exarado no
acórdão recorrido
não merece reparos.
5. Por fim, quanto à apontada contrariedade aos arts. 2ª-B
da Lei
9.494/97, e 313, V, "a", do CPC/2015, aplica-se o teor da
Súmula 284
do STF, tendo em vista que a parte recorrente não
desenvolveu, nas
razões do Recurso Especial, argumentos para demonstrar
de que modo
tais dispositivos foram violados.
RECURSO ESPECIAL DOS PARTICULARES
6. Quanto ao termo inicial dos juros de mora, o acórdão
recorrido
encontra-se em desacordo com a jurisprudência do
Superior Tribunal
de Justiça, que firmou entendimento de que o termo inicial
dos juros
de mora da ação de cobrança, lastreada no direito
reconhecido na via
mandamental, deve ser fixado na data da notificação da
autoridade
coatora no writ, pois é o momento em que, nos termos do
art. 219 do
CPC/1973, ocorrem a interrupção do prazo prescricional e a
constituição em mora do devedor. A propósito: AgInt no
REsp
1.850.054/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira
Turma, DJe
18/11/2020; REsp 1.778.798/SP, Rel. Ministro Og
Fernandes, Segunda
Turma, DJe de 21/2/2019; e REsp 1.773.922/SP, Rel.
Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe de 19/12/2018.
CONCLUSÃO
7. Agravo conhecido para conhecer parcialmente do
Recurso Especial
interposto pela Fazenda Pública do Estado de São Paulo e
pela São
Paulo Previdência, e, nessa extensão, negar-lhe
provimento. Recurso
Especial dos particulares provido, para fixar como termo
inicial dos
juros de mora a data da notificação da autoridade coatora
no Mandado
de Segurança Coletivo.
Acórdão

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