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Infarto do Miocárdio

Sinônimos:

Ataque do coração, doença isquêmica do coração.

O que é infarto do miocárdio?

O infarto é definido como uma lesão isquêmica do músculo cardíaco (miocárdio), que deve-se à falta de
oxigênio e nutrientes. Os vasos sangüíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar
depósito de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração. As placas de
gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos,
formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem suprimento de sangue. É assim que
ocorre o infarto do miocárdio. Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação
inflamatória local.

O infarto também pode ocorrer em vasos coronarianos normais quando as artérias coronárias apresentam um
espasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no suprimento de sangue ao
músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído.

Quais são os sintomas?

O sintoma clássico é uma dor em aperto no lado esquerdo ou no centro do peito podendo irradiar para o
pescoço ou para o braço esquerdo, porém em cerca de 15% dos casos, o sintoma pode ser atípico com dor no
lado direito do peito, suor, enjôo, vômitos, dor no estômago, falta de ar, tonteira ou palpitações.

Esta dor tem duração maior que 10 minutos, pode ter diferentes intensidades ou ainda sumir e voltar
espontaneamente.

Infelizmente, nem todos os pacientes têm este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um infarto sem
apresentar dor.

Quais são as causas?

O infarto está mais freqüentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sangüíneo
para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável por sua
irrigação. O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo
de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral. Esta, quando bastante extensa, é capaz de
impedir a instalação de infarto, mesmo em casos de obstrução total da coronária.

Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado ao aumento da pressão arterial.

Quais são os fatores de risco associados ao infarto do miocárdio?

 Colesterol alto
 Sedentarismo
 Tabagismo
 Hipertensão arterial
 Menopausa
 Estresse
 Excesso de peso
 Diabetes mellitus
 História familiar ou predisposisão genética
 Idade
 Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.

O que fazer quando estou sentindo os sintomas que podem ser de um infarto do miocárdio?

Diante de uma dor suspeita, devemos nos dirigir o mais rápido possível a um pronto-atendimento - de
preferência em um pronto-socorro equipado com uma unidade coronariana - para confirmar ou excluir o
diagnóstico. Caso seja confirmado o infarto, quanto mais rápido o tratamento, melhor será a recuperação do
seu coração.

 
Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é baseado na tríade: quadro clínico, alterações no ECG (eletrocardiograma) e na dosagem de


enzimas cardíacas que se alteram no infarto do miocárdio.

Escolha sempre um médico da sua confiança para tratar os seus sintomas e para lhe auxiliar na prevenção de
doenças cardiovasculares.

Quais as opções de tratamento disponíveis?

Qualquer que seja o tratamento escolhido pelo médico que vai prestar assistência ao paciente infartado, o ideal
é que ele comece dentro das primeiras 6 horas após o início da dor. Quanto mais precoce, maior é a chance de
ser restabelecido o fluxo sangüíneo e de oxigênio nas artérias coronárias, evitando as complicações decorrentes
da necrose do músculo cardíaco.

Pontos importantes do tratamento são: alívio da dor, repouso para reduzir o trabalho cardíaco e administração
de agentes trombolíticos para melhorar o fluxo sangüíneo.

A administração de oxigênio em fluxo contínuo nas primeiras seis horas, reduz a dor associada à baixa
concentração de oxigênio circulante. O uso de drogas que reduzem o uso de oxigênio pelo coração faz com que
o músculo cardíaco sofra menos isquemia (ausência de sangue).

A permanência na Unidade Coronariana deve se restringir ao período crítico, no mínimo 72 horas, pois a
incidência de complicações neste período justifica a monitorização contínua.

Superada esta fase, o paciente é encaminhado a um quarto privativo, restringindo-se o número de visitas.
Progressivamente, ele pode sentar-se durante breves períodos, começa a deambular por volta do quarto ou
quinto dia. Esta mobilização precoce melhora sensivelmente o bem-estar, além de reduzir a incidência de
tromboembolia. Mas o paciente deve ser acompanhado de perto para detectar possíveis alterações
conseqüentes a esta atividade física.

A dieta será liberada à medida que as condições clínicas permitirem, devendo ser hipocalórica e hipossódica
(com pouco sal).

As evacuações não devem significar esforço para o paciente, usando, se necessário, laxantes suaves.

Os tranqüilizantes podem ser utilizados para amenizar a angústia de alguns pacientes, mas com muito critério,
já que esses medicamentos podem aumentar a freqüência cardíaca e a pressão sistólica.

Quais são as complicações da doença?

As principais complicações do infarto são: arritmia cardíaca, choque cardiogênico, insuficiência respiratória,
insuficiência renal ou parada cardiorespiratória.

As complicações mais letais são as arritmias, que podem ocorrer, mais comumente, nas primeiras 24 horas
após o infarto. Por isso, é importante que, idealmente por pelo menos 72 horas, os pacientes fiquem sob
cuidados médicos em unidades de tratamento intensivo coronariano, lá eles recebem todos os cuidados
necessários para detectar precocemente e tratar essas arritmias, através de uma monitorização contínua das
complicações do infarto.

Quais as opções para prevenir esta doença?

Um estilo de vida saudável ajuda a diminuir a mortalidade nos casos de infarto.

Alguns pontos importantes na prevenção:

 Ter uma dieta equilibrada, reduzindo a ingestão de gorduras saturadas e aumentando as fibras,
frutas, vegetais e cereais.
 Prática regular de atividades físicas.
 Manter o peso ideal, com índice de massa corporal abaixo de 25 kg/m², evitando a obesidade e seus
danos à saúde.
 Dosar os níveis de colesterol e triglicérides pelo menos a cada 5 anos a partir dos 35 anos.
 Acompanhar a glicemia nas pessoas com mais de 45 anos, para detecção precoce de diabetes
mellitus.
 Medir a pressão arterial a cada 2 anos ou em todas as consultas médicas para evitar os danos
causados pela hipertensão arterial não controlada.
 Abandonar o cigarro para prevenir o infarto do miocárdio e outras doenças como o câncer de pulmão
e a doença pulmonar obstrutiva crônica.
 Procurar reduzir o estresse com massagens, ioga, exercícios físicos em geral e meditação.

 
Perguntas que você pode fazer ao seu médico:

- Qual o risco que eu tenho de sofrer um infarto? Isto pode ser calculado?
- Minha família tem história de doenças do coração. Como isto influencia minha saúde?
- O que mais eu posso fazer para reduzir meu risco de sofrer um ataque cardíaco?
- Quando devo fazer exames de prevenção para evitar as doenças do coração?
- Se eu parar de fumar, quanto tempo demora para reduzir meu risco cardiovascular?
- Depois de ter tido um infarto, qual o tipo de dieta que devo seguir?

Fontes:

III Diretriz sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio


Universal Definition of Myocardial Infarction - ESC/ACCF/AHA/WHF Expert Consensus Document
Heart Information Series – British Heart Foundation
American Heart Association

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