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MAR

2021
UFJF VISÕES
SOBRE
ÁFRICA
HISTORIOGRAFIA
DO CONTINENTE

RELIGIÃO
RESISTÊNCIA,
TRANSFORMAÇÃO
E SINCRETISMO

TRADIÇÃO
ORAL
CONHEÇA OS
CHIMAMANDA
NGOZI ADICHIE GUARDIÕES
ESCRITORA NIGERIANA DA MEMÓRIA
AFRICANA

AFRIKAS
ÁFRICA EM FOCO
AFRIKAS
ÁFRICA EM FOCO

VISÕES SOBRE ÁFRICA


BERNARDO CHAVES RENHE RAMOS 3

ESCRAVIDÃO E OS NAVIOS NEGREIROS


JULIANA ALEXANDRE DA SILVA 5

A FORÇA DA TRADIÇÃO
JULIANA ALEXANDRE DA SILVA 7

RELIGIÃO EM ÁFRICA
ISABELA GUSMÃO CARDOSO 8

ÁFRICA NO PÓS-INDEPENDÊNCIA
BERNARDO CHAVES RENHE RAMOS 10

RESENHA: O MUNDO SE DESPEDAÇA


ISABELA GUSMÃO CARDOSO 11

ESPECIAL
PALAVRAS CRUZADAS 12

Esta revista é uma realização dos alunos do curso de História


da Universidade Federal de Juiz de Fora, sob orientação da
Professora Dra. Fernanda do Nascimento Thomaz.
VISÕES SOBRE
ÁFRICA BERNARDO CHAVES
RENHE RAMOS

Mapa-mundi com destaque para a Europa no centro.

O imaginário racista
sobre o continente
Para o filósofo Hegel, a Europa era o
local considerado como berço da
civilização, pois foi lá o lugar de origem
de diversas civilizações e religiões
monoteístas. Nessa época, existia uma
hierarquização relacionada ao
desenvolvimento dos continentes. A
Europa tida como a terra da
racionalidade e que dominava a
natureza, a Ásia como um intermediário
dessas condições e por fim a África,
irracional e de caráter de espirito Imaginário europeu sobre os habitantes do continente africano.
animalesco.

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VISÕES SOBRE ÁFRICA BERNARDO CHAVES RENHE RAMOS

O contexto que levou a Europa a esse imaginário sobre a


África tem início no século XVIII com a disputa entre duas
correntes teóricas de pensamento: a monogenista e a
poligenista. Os primeiros, ancorados no Velho Testamento,
dizem que a humanidade tem uma origem única, mas se
desenvolvem de maneiras diferentes. Já a segunda, prega
que eram grandes as diferenças entre as raças e que por
isso, era impossível haver uma origem em comum a todas.
A partir do século XIX, a segunda passa a ser
predominante, nesse momento, surgem obras como Lições
sobre a Filosofia da História Universal de Hegel, A origem
das Espécies de Darwin e Princípios de Sociologia de
Herbert Spencer. Em 1860 surge a escola evolucionista na
Antropologia e com isso ideias como o desenvolvimento
humano ligado ao progresso linear e necessário, seria uma
concepção ligada a técnica/ tecnologia. Outra ideia que se
popularizou neste século foi que as características
biológicas do individuo determinariam o comportamento e
Racismo científico. a inteligência, uma ideia surgida do darwinismo social.

Historiografia africana
A histografia africana procura se livrar do
eurocentrismo presente logo após os processos de
independência, os historiadores da época fazem isso
se livrando dos pensamentos eurocentristas. No
campo ideológico, o rompimento é a curto prazo, já
no campo epistemológico (do conhecimento) a longo
prazo.
A primeira geração de historiadores africanos era
conhecida como historiadores da pirâmide invertida,
defendiam que a África também possuía História.
Tinham os europeus como referência, sua civilização,
escrita, razão, etc. A produção de sua história era
voltada a grandes figuras e monumentos. Pregavam
a harmonia africana em oposição a barbárie até
então entendida como realidade no continente.
A segunda geração de historiadores era
desencantada com relação a questões nacionais,
perceberam os problemas econômicos, políticos e
Joseph Ki-Zerbo, considerado pai da Historiografia
sociais. Percebe-se novos sujeitos históricos, de africana.
heróis políticos a resistentes camponeses, da História
política à História econômica.

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ESCRAVIDÃO E OS
NAVIOS NEGREIROS
JULIANA ALEXANDRE DA SILVA

“Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!


Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!”

- Castro Alves, 1870

Ilustração de um navio negreiro.

Navio Negreiro, do pintor alemão Johann Moritz Rugendas, 1830.

Durante um ponto na história da escravidão, surgiu a prática de comercialização dos povos


africanos, que eram tratados como uma mercadoria qualquer, sendo vendidos e transportados
como objetos num porão de navio. Os navios negreiros, como eram conhecidos os barcos
responsáveis pelo transporte desses povos para as américas, levavam os escravos dentro dos
porões acorrentados em condições insalubres, sem roupa, sem alimentação adequada,
espremidos e acorrentados.
Em média, eram levados por navio cerca de 300 a 500 escravos, divididos por sexo, sendo as
mulheres frequentemente abusadas pela tripulação do navio, que também era responsável por
humilhar os escravos por mero entretenimento. Eles eram levados nessas condições por semanas
até o destino, o que fazia com que muitos não sobrevivessem devido às condições extremamente
precárias, propícias para desenvolver doenças, majoritariamente as do tipo gastrointestinais,
causando a morte de muitos escravos que tinham seus corpos jogados ao mar.
5
ESCRAVIDÃO E OS NAVIOS NEGREIROS JULIANA ALEXANDRE DA SILVA

Diante dessa situação os escravos


muitas vezes se rebelaram, e a
tripulação os castigava com
agressões na frente de todos os
outros na finalidade de coibir atos
rebeldes. A revolta mais conhecida
foi a do navio chamado La Amistad,
que se tornou um filme dirigido por
Steven Spielberg. O filme conta a
história de escravos que se
rebelaram contra sua tripulação na Desenho de navio inglês e como
Costa de Cuba, com o intuito de os escravos seriam comportados no porão.
voltar para a África e reencontrar
seus familiares.
Após séculos da existência do tráfico
de escravos em navios negreiros, a
Inglaterra, maior potência na prática
foi também a responsável por iniciar
o processo que tornou de fato essa
atividade crime de tráfico,
fiscalizando as rotas e capturando
todos os navios responsáveis.

Cena do filme norte-americano Amistad, de 1997.

Saiba mais
A ESCRAVIDÃO JÁ EXISTIA DESDE A ANTIGUIDADE, INCLUSIVE NO
PRÓPRIO CONTINENTE AFRICANO. PORÉM, ISSO NÃO JUSTIFICA O QUE
ACONTECEU NO BRASIL E EM OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA.
EM ÁFRICA, UM INDIVÍDUO SE TORNAVA ESCRAVO EM DECORRÊNCIA
DE DERROTAS NAS GUERRAS OU DE DÍVIDAS. HAVIA TAMBÉM O
MOTIVO RELIGIOSO, QUANDO OS MUÇULMANOS ESCRAVIZAVAM
QUEM RESISTIA À CONVERSÃO COMO FORMA DE PURIFICAÇÃO.
A PARTIR DO SÉCULO XVI, OS EUROPEUS PASSARAM A ESCRAVIZAR OS
POVOS INDÍGENAS E AFRICANOS, EMPREGANDO SUA MÃO-DE-OBRA
NAS COLÔNIAS AMERICANAS. PELA PRIMEIRA VEZ, APARECEU O
ELEMENTO DA RACIALIZAÇÃO, OU SEJA, OS EUROPEUS DIZIAM QUE OS
INDÍGENAS E NEGROS ERAM "RAÇAS INFERIORES" E ISSO JUSTIFICAVA
SEREM ESCRAVIZADOS. NESSE CASO A ESCRAVIDÃO FORMAVA A BASE
DO SISTEMA ECONÔMICO, E FOI ATRAVÉS DA EXPLORAÇÃO DOS
POVOS RACIALIZADOS QUE AS ELITES ENRIQUECERAM.
OUTRA CARACTERÍSTICA QUE DIFERENCIA A ESCRAVIDÃO MODERNA
DAQUELA QUE EXISTIA NO CONTINENTE AFRICANO É O FATO DOS
NEGROS SEREM DESUMANIZADOS E TRATADOS COMO PROPRIEDADE E
MERCADORIA, QUE PODERIA SER COMERCIALIZADA PELOS BRANCOS.

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A FORÇA DA TRADIÇÃO
JULIANA ALEXANDRE DA SILVA

Griots musicistas no continente africano.

Por muito tempo, acreditou-se que só possuía


conhecimento e cultura aquela civilização que
dominava a escrita, porém os povos africanos
tradicionalistas provaram o contrário.
A tradição oral é aquela que é passada de geração
em geração através da fala, transmitindo
conhecimento, cultura, técnicas e muito mais.
Neste espaço falaremos um pouco sobre os griots.
Conhecidos como contadores de histórias, os griots
eram divididos de três formas: os músicos, os
cortesãos e os historiadores, genealogistas e
poetas. Essa tradição tem uma força tão grande que
ultrapassou as barreiras territoriais e linguísticas, Pedagogia griô: ensino através da prática da
oralidade.
chegando ao Brasil com o nome griôs, tendo seu
significado expandido para a arte de praticar outros
ofícios além dos originalmente propostos, como
danças e dramatizações, porém sem perder sua
característica principal: a oralidade.
Em 2008 foi criada uma ação para a implementação
da chamada Lei Griô, um projeto que surgiu de um
grupo chamado Ação Griô, dialogando a educação
formal com a tradição oral. A criação dessa lei nos
mostra a importância de preservar tradições e
adicionar elementos que se adequam à nossa
realidade, valorizando o trabalho de nossos Oficina de dança e teatro do programa de
ancestrais. formação de jovens do Grãos de Luz e Griô.

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RELIGIÃO EM ÁFRICA
RESISTÊNCIA, TRANSFORMAÇÃO E SINCRETISMO

Mulheres africanas celebrando ritos tradicionais.

As religiões tradicionais
As crenças tradicionais africanas são inseparáveis dos
Você sabia? modos de vida, pois tudo é atravessado pela
espiritualidade.
O CANDOMBLÉ É UMA Acredita-se que existe um deus criador e logo abaixo
RELIGIÃO BRASILEIRA dele estão os antepassados e diversos outros deuses,
DERIVADA DE CULTOS que interagem com o mundo material em uma relação de
TRADICIONAIS
AFRICANOS. mão dupla. De acordo com essas crenças, ser humano
A UMBANDA, POR SUA significa viver em comunidade, portanto valoriza-se
VEZ, NASCEU DO muito a harmonia entre a sociedade, a natureza e o
SINCRETISMO ENTRE
mundo espiritual.
CRENÇAS AFRICANAS,
INDÍGENAS E CRISTÃS. Os colonizadores europeus tentaram destruir essa visão
de mundo para impor os seus próprios costumes, mas não
conseguiram, e as religiões tradicionais existem e são
praticadas até os dias de hoje.
É importante destacar que a tradição não é estática, ou
seja, ela não permanece sempre igual. As mudanças são
comuns e as novas gerações costumam acrescentar novas
crenças, mas sempre respeitando os principais valores
africanos. 8
RELIGIÃO EM ÁFRICA ISABELA GUSMÃO CARDOSO

O islamismo
Antes da dominação colonial, o continente africano
já havia vivido a expansão islâmica, desde o século
VII. A disseminação do islão em África se deu tanto
pela força militar quanto pelas relações comerciais,
e os muçulmanos chegaram a formar grandes
reinos no continente.
Os adeptos dessa religião acreditam que existe um
único Deus, que Maomé foi Seu último profeta e Mesquita de Abuja, na Nigéria. As mesquitas
que toda a verdade está revelada no livro sagrado são os templos sagrados do islamismo.

chamado Alcorão. Todo muçulmano deve seguir


cinco pilares: aceitar e recitar a crença, orar cinco
vezes ao dia, pagar esmola, jejuar no mês do
Ramadão e fazer a peregrinação a Meca. Existe
também a lei islâmica, que diz respeito a todos os
aspectos da vida em sociedade.
Quando o islão chegou em África, ele sofreu várias
transformações, pois os africanos convertidos
incorporaram muitos traços de sua cultura
tradicional à nova religião.
Muçulmanos africanos orando na mesquita.

O cristianismo
A partir do século XIX, os missionários europeus
avançaram para o interior do continente africano,
levando o cristianismo para onde ele ainda não havia se
estabelecido. As reações dos povos africanos foram
diversas. Muitos resistiram à conversão, continuando
a praticar seus ritos aberta ou clandestinamente, ou
mesmo recorrendo à magia, aos antepassados e aos
deuses para combater a opressão colonial. Já os párias
Culto em Igreja Metodista na Costa do Marfim. aceitaram o cristianismo, integrando muitas de suas
crenças tradicionais à nova fé. E houve ainda a criação
de igrejas africanas independentes, onde o
cristianismo e as religiões tradicionais se
complementavam para dar respostas aos problemas
cotidianos. O cristianismo africano reconhecia a
existência da magia e dos espíritos malignos, e
afirmava o poder de Deus sobre eles, para curar e
proteger os fiéis.
Hoje, existem cristãos de muitas denominações em
África, incluindo o catolicismo, o protestantismo e o
cristianismo africano.
Missa católica sendo celebrada em África. 9
ÁFRICA NO
PÓS-INDEPENDÊNCIA
BERNARDO CHAVES RENHE RAMOS

Diferença entre as divisões étnicas e políticas em África, mostrando


que as fronteiras entre os Estados foram criadas artificialmente.

Os Estados e fronteiras foram mantidos pelos africanos


após a independência. A maioria manteve o idioma do
colonizador como maneira de evitar conflitos internos
entre diversos grupos. A maioria dos países adotou o
sistema de partido único, um dos argumentos foi a Imperialismo em África.
diversidade cultural, o partido único seria necessário
para construir uma identidade nacional, porém, o que
se viu foram governos autoritários, reprodutores dos
Estados coloniais e que não desejavam atender os
desejos da população. Em diversos países houve golpes
militares, corrupção e patrimonialismo por parte dos
grupos ligados ao poder. A maioria dos processos de
independência ocorreu no auge da guerra fria. A
conquista de aliados era interessante para ambos os
blocos, a URSS teve papel em vários desses processos
de independência. No período pós guerras, os países
arrasados pela guerra intensificam a exploração das
colônias e isso faz acirrar as lutas por independência.
Existiam vários setores da sociedade com diversas
reivindicações, uma elite intelectual decide unir esses
setores em um grupo de identidade nacional. É
importante frisar que, as negociações pela Frantz Fanon, filósofo e ativista político
que lutou pela independência da Argélia,
independência não foram pacíficas, houveram diversos
então colonizada pela França.
conflitos e mortes.

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INDICAÇÃO DE LEITURA

O MUNDO SE DESPEDAÇA
ISABELA GUSMÃO CARDOSO

O Mundo se Despedaça é um livro escrito pelo nigeriano


Chinua Achebe, publicado em 1958, e é considerado um
dos romances mais importantes da literatura africana
contemporânea. Ele conta a história de Okonkwo, um
guerreiro da sociedade igbo, que vê o mundo em que ele
vive mudar completamente com a chegada dos
colonizadores europeus no século XIX. A narrativa é
ficcional, mas se baseia em fatos históricos.

A primeira parte do livro é um verdadeiro mergulho na


cultura igbo, pelo olhar de Okonkwo. Através dele e de sua
família conhecemos o modo de viver dos igbos naquela
época, seus costumes, sua divisão do trabalho, sua religião,
rituais, danças, celebrações, leis, hierarquias etc.

O interessante é que o autor não julga o modo de vida dos


igbos, mas também não o idealiza. Ele mostra as
problemáticas daquela cultura e os conflitos que surgem,
como em qualquer outra sociedade. Por mais que alguns
elementos sejam chocantes para nós, é possível entender
Capa da edição da Companhia das Letras
os motivos e o sentido de cada coisa dentro daquele
contexto.
É claro que tudo se transforma a partir da
colonização. Os missionários europeus trazem o
cristianismo e tentam impor seus próprios
costumes e leis. Eles inclusive se aproveitam dos
problemas já existentes entre os igbos para dividir
e conquistar aquela sociedade, pois muitos
indivíduos marginalizados se convertem ao
cristianismo por verem na nova religião uma
chance de acolhimento. Mas, com a religião,
também vem a dominação.

Lutadores igbos competindo


Por ser um romance, conseguimos ter empatia com
os personagens e entender como o colonialismo
afetou de verdade as vidas das pessoas. Okonkwo
tenta resistir às mudanças e defender suas
tradições, mas é tarde demais e seu mundo vira de
cabeça para baixo.

Com uma linguagem fácil, que lembra muito um


contador de histórias, Chinua Achebe nos aproxima
dos igbos e nos permite conhecer uma cultura bem
diferente da nossa, além de humanizar o processo
Famíia igbo contemporânea usando roupas tradicionais histórico complexo que foi o colonialismo.
11
amplie seus conhecimentos
3 1
P
2 A
N 5
6
9 15 A
F
R
I

4 C
8 A
N 7
I
10 S

12 M
11 O

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13

1 - Ideologia política que defende a unidade do continente africano


2 - Filósofo marxista africano, autor de Condenados da Terra e Peles Negras, Máscaras Brancas
3 - Grupo etnolinguístico da África subsaariana
4 - Famosa escritora Nigeriana, Ngozi Adichie
5 - Líder político pan-africanista, nascido em Gana
6 - Personagem principal do romance O Mundo se Despedaça de Chinua Achebe
7 - Mestre tradicional responsável por preservar e transmitir a história e memória de seu povo
8 - Ativista político sul-africano que se tornou símbolo da luta contra o apartheid
9 - Religião brasileira que sintetiza elementos das religiões africanas, indígenas e cristãs
10 - Religião com o maior número de adeptos em África
11 - Estilo musical criado pelo nigeriano Fela Kuti, que funde jazz e funk com ritmos africanos
12 - Maior país do continente africano, que conquistou a independência em 1962
13 - Importante aspecto da religiosidade e cultura tradicionais africanas
14 - Primeiro país africano a se libertar do domínio colonial, em 1847
15 - Região noroeste de África, que inclui Marrocos, Argélia e Tunísia

2 - FRANTZ FANON 3 - BANTU 4 - CHIMAMANDA 5 - KWAME NKRUMAH 6 - OKONKWO 7 - GRIOT 8 - NELSON MANDELA 9 - DESCOLONIZAÇÃO 10 - ISLAMISMO 11 - AFROBEAT 12 - ARGÉLIA 13 - ANCESTRALIDADE 14 - LIBÉRIA 15 - MAGREBE

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