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Microestruturas de pêlos de pequenos mamíferos

não-voadores: chave para identificação de espécies de


agroecossistemas do estado de São Paulo, Brasil
Martin, P.S. et al.

Biota Neotrop. 2009, 9(1): 233-241.

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Data Received/ Recebido em 06/02/08 -


Revised/ Versão reformulada recebida em 02/12/08 - Accepted/ Publicado em 03/02/09

ISSN 1676-0603 (on-line)

Biota Neotropica is an electronic, peer-reviewed journal edited by the Program BIOTA/FAPESP:


The Virtual Institute of Biodiversity. This journal’s aim is to disseminate the results of original research work,
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use of biodiversity within the Neotropical region.

Biota Neotropica é uma revista do Programa BIOTA/FAPESP - O Instituto Virtual da Biodiversidade,


que publica resultados de pesquisa original, vinculada ou não ao programa, que abordem a temática
caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade na região Neotropical.

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Biota Neotrop., vol. 9, no. 1, Jan./Mar. 2009

Microestruturas de pêlos de pequenos mamíferos não-voadores: chave para


identificação de espécies de agroecossistemas do estado de São Paulo, Brasil

Paula Sanches Martin1, Carla Gheler-Costa1,2 & Luciano Martins Verdade1

Laboratório de Ecologia Animal,


1

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ,


Universidade de São Paulo – USP,
CP 09, CEP 13418-900, Piracicaba, SP, Brasil
2
Autor para correspondência: Carla Gheler-Costa, e-mail: cgcosta@esalq.usp.br

MARTIN, P.S., GHELER-COSTA, C. & VERDADE, L.M. 2009. Microstructures of the hair of non-volant
small mammals: key to the identification of species from agroecosystems of the State of São Paulo, Brazil.
Biota Neotrop. 9(1): http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/en/abstract?identification-key+bn01509012009.

Abstract: Hair microstructure characteristics have been used for species identification in taxonomic, ecological,
paleontological, archeological and forensic research. This study aims to describe the hair structure from small
mammals commonly found in agroecosystems of the São Paulo State. The hairs were collected from the dorsal
region of previously identified specimens collected in agricultural areas (sugar-cane plantations), pasture areas,
silviculture areas (eucalyptus plantation) and fragments of native vegetation (semideciduos Atlantic Forest and
Cerrado). Optic microscope was not effective for describing the form and the border of scales, which were
described using scanning electronic microscope. A dichotomic key of identification is presented for 11 species
of non-volant small mammals (seven rodents and four marsupials).
Keywords: cuticle, guard-hairs, medulla, small mammals, tricology.

MARTIN, P.S., GHELER-COSTA, C. & VERDADE, L.M. 2009. Microestruturas de pêlos de pequenos
mamíferos não-voadores: chave para identificação de espécies de agroecossistemas do estado de São
Paulo, Brasil. Biota Neotrop. 9(1): http://www.biotaneotropica.org.br/v9n1/pt/abstract?­identification-
key+bn01509012009.

Resumo: Características microestruturais dos pêlos vêm sendo usadas para identificação de espécies em pesquisas
taxonômicas, ecológicas, paleontológicas, arqueológicas e forenses. Este estudo tem como objetivo a descrição
da estrutura dos pêlos de algumas espécies de pequenos mamíferos não-voadores comumente encontrados
em agroecossistemas do Estado de São Paulo. Os pêlos foram coletados do dorso de espécimes previamente
identificados coletados em áreas de agricultura (canavial), pastagens, silvicultura (plantio de eucalipto) e fragmentos
de vegetação nativa (floresta semidecídua e cerrado). O microscópio óptico apresentou limitações para a descrição
do formato e borda das escamas, os quais foram descritos através do uso de microscópio eletrônico de varredura.
Uma chave de identificação dicotômica é apresentada para 11 espécies de pequenos mamíferos não-voadores
(sete roedores e quatro marsupiais).
Palavras-chave: cutícula, medula, pêlos-guardas, pequenos mamíferos, tricologia.

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Martin, P.S. et al.

Introdução sistemas do Estado de São Paulo, por meio da elaboração de uma


chave de identificação, baseada na microestrutura dos pêlos, para
Desde o início do século passado, pesquisadores já tinham servir como subsidio a pesquisas relacionadas à dieta de carnívoros
conhecimento de que a superfície externa dos pêlos apresenta es- em agroecossistemas.
trutura e forma variáveis. Hausman (1920) deu início ao estudo da
estrutura dos pêlos como caráter diferencial entre as espécies de Material e Métodos
mamíferos e publicou uma série de trabalhos propondo nomenclatura,
classificações e técnicas, que serviram de subsídio para pesquisas
1. Áreas de estudo
na área, que passou a ser chamada de tricologia. Posteriormente
vários trabalhos contribuíram para seu desenvolvimento (Carter & As amostras de pêlos do presente estudo são provenientes de
Dilworth 1971, Weingart 1973, Keller 1980, Teerink 1991, Quadros espécimes capturados nas seguintes áreas de estudo: Bacia do rio
1998, Quadros & Monteiro-Filho 1998a, 1998b, Broeck et al. 2000, Passa-Cinco (53º 45’ 50” O e 22º 15’ 52” S) (municípios de Itirapina
Chernova 2002, Meyer et al. 2000, 2002, Porta & Llanesa 2001, e Ipeúna), Fazendas Ibiti (49º 16’ 52” O e 24º 9’ 50” S) (município
Hoey et al. 2004). Atualmente a tricologia tem sido utilizada como de Itararé) e Santa Isabel (49º 5’ 54” O e 24º 10’ 20” S) (município
base para estudos aplicados em paleontologia (Meng & Wiss, 1997), de Itapeva). A bacia do rio Passa-Cinco possui 52.757,60 ha, que
sistemática (Mathiak 1938, Nason 1948, Mayer 1952, Keller 1980, compõe juntamente com outras quatro sub-bacias a Bacia do Rio
Teerink 1991, Broeck et al. 2000, Anderson 2001, Porta & Llanesa Corumbataí, na região central do Estado de São Paulo. A região
2001, Andruskiw 2003, Ingberman & Monteiro-Filho 2006), ecologia apresenta um mosaico de ambientes, caracterizando-se como um
(Hilton & Kutscha 1978, Cypher 1993a, 1993b, Quadros 1998) e agroecossistema, sendo a matriz composta por pastagens (51,72%),
ciência forense (Houck 2002). além de áreas com plantação de cana-de-açúcar (14,1%), florestas
Teerink (1991) sugere que os pêlos sejam divididos em duas gran- plantadas de Eucalipto (10,75%) e fragmentos florestais nativos
des categorias: pêlos-guardas (“overhair”) e subpêlos (“underhair”). (15,67%), tanto de cerrado, como de floresta estacional semidecidual
Os pêlos-guardas são mais longos, mais numerosos, grossos, (Koffler 1993, Valente 2001).
sobressaindo-se (Brunner & Coman 1974) e produzindo o padrão As fazendas Ibiti (11.300 ha) e Santa Isabel (5840 ha) destinam-se
geral de coloração da pelagem (Quadros 1998), apresentando função à produção silvicultural com plantios de eucalipto e localizam-se na
mecanorreceptora e dissimuladora no ambiente. Os subpêlos são mais região sudoeste do Estado de São Paulo. A região caracteriza-se por
curtos, mais finos, ondulados e numerosos (Brunner & Coman 1974), ser uma zona de transição entre os seguintes sistemas fisionômico-
contribuindo para a termorregulação e proteção (Mathiak 1938). ecológicos: floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila densa
A cutícula, a medula e o córtex dos pêlos-guardas apresentam montana e cerrado.
padrões morfológicos que, combinados entre si, conferem a uma
determinada espécie características únicas e definidas, que podem
2. Coleta de dados
ser utilizadas em identificação taxonômica (Hausman 1920, Keller Na Bacia do Passa-Cinco, utilizaram-se armadilhas do tipo
1980, Meyer 2002, Ingberman & Monteiro-Filho 2006, Quadro Sherman distribuídas em 16 sítios de amostragem, igualmente
& Monteiro-Filho 2006a) e estudos sobre ecologia alimentar de distribuídos entre fragmentos de floresta semidecídua, plantios de
carnívoros (Mathiak 1938, Nason 1948, Mayer 1952, Teerink 1991, eucalipto, pastagens e canaviais (Gheler-Costa 2006). Nas Fazendas
Fernández & Rossi 1998, Quadros 1998, Andruskiw 2003). Ibiti e Santa Isabel, utilizaram-se armadilhas de interceptação e queda
Estudos sobre pêlos de mamíferos sul-americanos são escassos (pitfall) distribuídas em 9 sítios de amostragem, sendo 6 áreas de
(Piantanida & Petriella 1976, Chehébar & Martín 1989, Muller 1989, eucalipto (borda e interior), 2 fragmentos de floresta semidecídua e
Quadros & Monteiro-Filho 1998a, 1998b, 2006a, 2006b, Fernandez & 1 fragmento de cerrado.
Rossi 1998, Vázquez et al 2000, Ingberman & Monteiro-Filho 2006), Os pêlos foram coletados na região de intersecção da linha
sendo a maioria dos trabalhos de tricologia referentes a mamíferos mediana com a linha escapular no dorso de espécimes vivos. Um
da América do Norte (Mathiak 1938, Nason 1948, Mayer 1952, pequeno tufo de pêlos foi arrancado manualmente para a conservação
Hilton & Kutscha 1978, Andruskiw 2003), Europa (Hausman 1920, do bulbo e ápice dos pêlos. As amostras foram então armazenadas
Keller 1980, Teerink 1991, Broeck et al. 2000, Porta & Llanesa 2001, em tubos plásticos identificados (Quadros & Monteiro-Filho 2006a).
González-Esteban et al. 2006, Marinis & Asprea 2006), e Oceania Os espécimes foram identificados através de análises morfológicas
(Brunner & Coman 1974). de crânios depositados no Museu de Zoologia da Universidade de
Os trabalhos referentes à tricologia no Brasil foram desenvolvidos São Paulo (MZUSP).
com amostras provenientes de animais vivos e/ou taxidermizados Foram analisados os pêlos de 11 espécies, quatro marsupiais e sete
(Muller 1989, Quadros & Monteiro-Filho 1998a, 1998b, 2006a, roedores (Tabela 1). Apenas as características da cutícula e da medula
2006b, Ingberman & Monteiro-Filho 2006). Estes trabalhos foram dos pêlos-guardas foram descritas, por apresentarem similaridade para
aplicados para identificação de presas e/ou predadores de áreas indivíduos de uma mesma espécie e diferenças entre as espécies. A
florestadas e conservadas. Estudos referentes a pequenos mamíferos nomenclatura utilizada foi descrita por Quadros & Monteiro-Filho
em agroecossistemas são insipientes (Barros-Batesti et al. 2000, (2006b). Para uma descrição mais detalhada do formato das escamas
Bonvicino et al. 2002, Bush et al. 2001, Gheler-Costa et al. 2002, foi necessária uma combinação entre a nomenclatura proposta por
Gheler-Costa 2006), se considerarmos agroecossistema como um Hausman (1920) e Quadros & Monteiro-Filho (2006b), por descre-
conjunto que compreende ecossistemas naturais e ambientes modi- verem padrões de pêlos de espécies brasileiras.
ficados pelo homem (Odum et al. 1988). A grande parte dos estudos Foram utilizados 10 pêlos de quatro indivíduos diferentes para
de ecologia de pequenos foram realizados em áreas conservadas ou cada espécie coletada. A limpeza dos pêlos foi realizada em álcool e a
com porcentagem de vegetação natural acima de 20% (Castro & secagem em papel absorvente. Na obtenção de impressões cuticulares,
Fernandez 2004, Fonseca & Robinson 1990, Pardini 2004, Pardini lâminas foram montadas através da adição de uma fina camada de
et al. 2005, Pires et al. 2002, Pires et al. 2005). esmalte incolor para unhas. Após secagem de 20 minutos, as lâminas
O presente estudo visa ampliar o conhecimento sobre a tricologia com os pêlos foram colocados e prensados entre dois pedaços de
de mamíferos de pequeno porte não voadores que habitam agroecos- madeira em uma pequena morsa. Após a secagem total do esmalte,

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Microestrutura de pêlos de pequenos mamíferos

Tabela 1. Tipo de ambiente e local de coleta das espécies de pequenos mamíferos não-voadores analisados no presente estudo.
Table 1. Type of environment and collection locality of the non-volant small mammals analyzed in this study.
Ordem Família Espécie Tipo de ambiente Local
Didelphimorphia Didelphidae Didelphis albiventris (Lund, 1840) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
Semidecídua e Plantio Itapeva e Itararé, SP
de ­Eucalipto
Monodelphis americana (Muller, 1776) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco, SP
­Semidecídua
Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
­Semidecídua e Plantio Itapeva e Itararé, SP
de Eucalipto
Gracilinanus microtarsus (Wagner, 1842) Plantio de Eucalipto Itapeva e Itararé, SP
Rodentia Cricetidae Rhipidomys mastacalis (Lund, 1840) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
­Semidecídua e Plantio Itapeva e Itararé, SP
de Eucalipto
Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
­Semidecídua, Plantio Itapeva e Itararé, SP
de ­Eucalipto e Canavial
Calomys tener (Winge, 1837) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
­Semidecídua, ­Cerrado, Itapeva e Itararé, SP
­Plantio de Eucalipto,
­Canavial e ­Pastagem
Akodon montensis (Thomas, 1913) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
­Semidecídua, Cerrado, Itapeva e Itararé, SP
­Canavial e Pastagem
Necromys lasiurus (Lund, 1841) Fragmento de Floresta Bacia do Rio Passa-Cinco,
­Semidecídua, Cerrado, Itapeva e Itararé, SP
Plantio de Eucalipto e
Canavial
Bibimys labiosus (Winge, 1887) Plantio de Eucalipto Itapeva, SP
Echimyidae Kannabateomys amblyonix Plantio de Eucalipto Itapeva, SP
(Wagner, 1845)

os pêlos foram retirados da lâmina. Para a observação da medula, todas as amostras ocupando toda a extensão do pêlo com arranjos
os pêlos foram expostos à água oxigenada cremosa 30 volumes por celulares dispostos em uma ou mais fileiras, nas formas: a) isolada,
80 minutos para descolorir, sendo em seguida lavados em água e secos quando se apresentou um espaço preenchido por córtex entre as cé-
com papel absorvente (Quadros & Monteiro-Filho 2006a). lulas individualizando-as (Figura 1a); ou, b) anastomosada, quando
As lâminas foram preparadas utilizando-se do meio de montagem havia fusões entre as células formando arranjos bem diversificados
Entellan®. Todas as amostras foram observadas em microscópio óptico que delimitavam os espaços do córtex (Figuras 1b, c, d). Os formatos
modelo LEICA BM E, visualizadas no aumento 400x. Imagens de encontrados foram os mais variados: a) escalariforme, onde havia
microscopia óptica foram obtidas a partir do software Image-pro plus, apenas uma única fileira de células aproximadamente retangulares
da media cybernetics - 1993-97 versão 3.0.00.00 para win 95/NT, e transversais em relação ao maior eixo do pêlo (Figura 1a); b) al-
câmera Sony CCD-IRIS modelo DXC-107-A, acoplada a microscópio veolar, quando a medula apresentou várias células fundidas em sua
de contraste de fase (LEICA BM E), aumento de 400x. largura, delimitando espaços como cavidades ou alvéolos entre si
Para a observação da cutícula em microscópio eletrônico de (Figura 1b); c) listrada, quando as cavidades apresentaram-se fun-
varredura, as amostras passaram por um processo de deposição me- didas e alinhadas em filas transversais em relação ao maior eixo do
tálica para evitar um efeito conhecido como carga “charging”, que pêlo, formando barras transversais, delimitando espaços contínuos
é caracterizado pelo aparecimento de porções da superfície que se com grânulos de pigmento (Figura 1c); d) crivada, quando a medula
tornam intensamente brilhantes (Kitajima & Leite 1999). Esta depo- apresentou mais que uma fileira de células, anastomosadas umas
sição foi efetuada em um sistema conhecido como “sputtering”. As com as outras, circunscrevendo espaços com ausência de pigmento
amostras foram montadas em “stubs” ou porta espécimes e inseridas em seu interior (Figura 1d). O padrão medular de cada espécie está
no metalizador MED 010 da Balzer. Após este preparo as amostras descrito na Tabela 2.
foram analisadas em microscópio eletrônico de varredura DSM 900 A maior variação do padrão cuticular foi verificada na região
da Zeiss. As observações da cutícula foram feitas nos aumentos proximal do pêlo através de imagens provenientes dos microscópios
1000x, 2000x e 3000x.
ótico e de varredura. Os arranjos das escamas encontrados foram:
a)  imbricado, com escamas dispostas com a borda livre (distal)
Resultados dirigida para o ápice do pêlo (Figura 2a, b e c, 3a, b, c, d) e b) pavi-
A medula apresentou-se de forma contínua e com maior variação mentosa, com escamas não apresentando bordas livres e sobreposição
entre as espécies na sua região distal. A medula foi identificada em entre suas bordas adjacentes, assemelhando-se a azulejos na parede

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Martin, P.S. et al.

a b

c d

Figura 1. Padrão medular dos pêlos-guardas, em microscopia ótica aumento de 400x, das espécies de pequenos mamíferos não-voadores de agroecossistemas
do Estado de São Paulo. a) medula contínua, unisseriada e escalariforme de Gracilinanus agilis; b) medula contínua, multisseriada, com células isoladas em
forma de alvéolos de Akodon montensis; c) medula contínua, multisseriada, com células anastomosadas em forma de listras de Oligoryzomys nigripes; e
d) medula contínua, multisseriada, com células anastomosadas de forma crivada de Didelphis albiventris.
Figure 1. Medullar pattern of guard hairs in optical microscope amplified 400x of non-volant small mammal from agroecosystems of São Paulo State.
a) continuous, uniseriate and scalariform medulla of Gracilinanus agilis; b) continuous, multiseriate medulla with isolated alveoli-shaped cells of ­Akodon
montensis; c) continuous, multiseriate medulla with grafted strip-shaped cells of Oligoryzomys nigripes; and d) continuous, multiseriate medulla with grafted
riddle-shaped cells of Didelphis albiventris.

(­Figuras 2d, e, f). Em relação à orientação, os padrões identificados c) alongada, onde as escamas apresentam seu eixo vertical como o
foram: a) transversal, com escamas dispostas transversalmente mais longo (comprimento), quando comparados com o seu eixo ho-
em relação ao eixo longitudinal do pêlo (Figura 2e), b) oblíqua rizontal (largura) (Figura 2c) e d) acuminada, onde o ápice da escama
simples, com escamas inclinadas apenas para um lado em relação se afunila formando uma ponta (Figura 3d). O padrão cuticular de
ao eixo longitudinal do pêlo, com ausência de uma linha central cada espécie está descrito na Tabela 3.
de divergência (Figura 2d) e c) obliqua dupla, quando as escamas As 11 espécies analisadas foram classificadas com base nos
dispuseram-se inclinadas para os dois lados opostos, em relação ao padrões medular e cuticular de pêlos-guarda, de acordo com a chave
eixo longitudinal (Figura 2f). Foram encontradas as seguintes formas dicotômica de 11 etapas (Tabela 4).
de escamas: a) folidácea, onde a superfície do pêlo assemelha-se à
pele de uma cobra (Figuras 2b, c e 3a, b, c, d), e b) conoidal, onde Discussão
cada escama envolve todo o perímetro do pêlo, formando um cone
(Figura 2a). As escamas de forma folidácea foram diferenciadas em A seleção de pêlos-guardas para a análise deve-se às diferenças
quatro sub-tipos: a) ovalada, onde o ápice da escama apresenta forma encontradas entre o padrão medular de um pêlo-guarda e um subpêlo
ovalada (Figura 2b, 3a e 3c), b) forma de telhas, onde a superfície do sugeridas por Quadros & Monteiro-Filho (2006a). Teerink (1991),
pêlo assemelha-se ao arranjo de telhas em um telhado (Figura 3b), constatou que na grande maioria dos casos, os subpêlos são inúteis

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Microestrutura de pêlos de pequenos mamíferos

Tabela 2. Padrão medular (continuidade, tipo de fileira, disposição e forma das células) dos pêlos-guardas das espécies de pequenos mamíferos não-voadores
de agroecossistemas do Estado de São Paulo.
Table 2. Medullar pattern (continuity, type of row, disposition and shape of cells) of guard hairs of non-volant small mammals from agroecosystems of São
Paulo State.
Espécie Continuidade da medula Fileira de células Disposição das células Forma das células
Didelphis albiventris Contínua Multisseriada Anastomosadas Crivada
Monodelphis americana Contínua Unisseriada - Escalariforme
Gracilinanus agilis Contínua Unisseriada - Escalariforme
Gracilinanus microtarsus Contínua Unisseriada - Escalariforme
Calomys tener Contínua Multisseriada Anastomosadas Alveolar
Necromys lasiurus Contínua Multisseriada Anastomosadas Alveolar
Rhipidomys mastacalis Contínua Multisseriada Anastomosadas Alveolar
Bibimys labiosus Contínua Multisseriada Anastomosadas Alveolar
Oligorizomys nigripes Contínua Multisseriada Anastomosadas Listrada
Kannabateomys amblyonyx Contínua Multisseriada Anastomosadas Crivada
Akodon montensis Contínua Multisseriada Isoladas Alveolar

a b c

d e f

Figura 2. Padrão cuticular dos pêlos-guardas, em microscopia ótica aumento de 400x, das espécies de pequenos mamíferos não-voadores de agroecossistemas
do Estado de São Paulo. a) cutícula imbricada com escamas em formato conoidal simples de Gracilinanus agilis; b) cutícula imbricada com escamas em forma
de folhas ovaladas de Calomys tener; c) cutícula imbricada com escamas em forma de folhas alongadas de Rhipidomys mastacalis; d) cutícula pavimentosa,
com escamas ondeadas, orientadas de forma oblíqua simples e bordas lisas de Necromys lasiurus; e) cutícula pavimentosa, com escamas ondeadas, lisas,
orientadas de forma transversal e bordas descontínuas de Didelphis albiventris; e f) cutícula pavimentosa, com escamas ondeadas, orientadas de forma oblíqua
dupla de Kannabateomys amblyonyx.
Figure 2. Cuticle pattern of guard hairs in optical microscope amplified 400x of non-volant small mammals from agroecosystems of São Paulo State. a) im-
bricate cuticle with simple conoidal scales of Gracilinanus agilis; b) imbricate cuticle with oval leaf-shaped scales of Calomys tener; c) imbricate cuticle with
long leaf-shaped scales of Rhipidomys mastacalis; d) pared cuticle with simple oblique smoothly bordered wave-shaped scales of Necromys lasiurus; e) pared
cuticle with transversal discontinuously bordered wave-shaped scales of Didelphis albiventris, and f) pared cuticle of double oblique wave-shaped scales of
Kannabateomys amblyonyx.

na identificação de amostras desconhecidas, pois são semelhantes & Monteiro-Filho (2006b). Estes mesmos autores apresentam um
entre espécies aparentadas. caráter descontínuo para medula, que não foi detectado neste estudo.
Dentre os pêlos analisados, a medula apresentou caráter con- Caso fosse possível detectar a descontinuidade da medula, Brunner &
tínuo de acordo com Hausman (1920), Teerink (1991) e Quadros Coman (1974) diferenciam este caráter em dois subtipos “­fragmental”

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Martin, P.S. et al.

a b

c d

Figura 3. Padrão cuticular dos pêlos-guardas, em microscopia eletrônica de varredura aumento 2000x, das espécies de pequenos mamíferos não-voadores de
agroecossistemas do Estado de São Paulo. a) cutícula imbricada com escamas em forma de folhas ovaladas de Monodelphis americana; b) cutícula imbricada,
com escamas em formato de telhas de Gracilinanus microtarsus, c) cutícula imbricada com escamas em forma de folhas ovaladas de Calomys tener; e d) cutícula
imbricada com escamas em forma de folhas acuminadas de Bibimys labiosus.
Figure 3. Cuticle pattern of guard hairs in electronic microscope amplified 2000x of non-volant small mammal from agroecosystems of São Paulo State. a) im-
bricate cuticle with oval leaf-shaped scales of Monodelphis americana; b) imbricate cuticle with roof-shaped scales of Gracilinanus microtarsus; c) imbricate
cuticle with oval leaf-shaped scales of Calomys tener; and d) imbricate cuticle with acuminate leaf-shaped scales of Bibimys labiosus.

Tabela 3. Padrão cuticular (imbricamento, forma, orientação, ornamentação e continuidade das bordas das escamas) dos pêlos-guardas das espécies de pequenos
mamíferos não-voadores de agroecossistemas do Estado de São Paulo.
Table 3. Cuticle pattern (imbrication, shape, orientation, ornamentation and continuity of the border of scales) of guard hairs of non-volant small mammals
from agroecosystems of São Paulo State.
Espécie Imbricamento Forma das escamas Orientação das Ornamentação e continuidade
escamas das bordas das escamas
Didelphis albiventris Pavimentosa Ondeada Transversal Lisa e descontínua
Monodelphis americana Imbricada Folidácea ovalada ­­- -
Gracilinanus agilis Imbricada Conoidal simples - -
Gracilinanus microtarsus Imbricada Folidácea em forma de “telhas” - -
Calomys tener Imbricada Folidácea ovalada - -
Oligorizomys nigripes Imbricada Folidácea alongada - -
Bibimys labiosus Imbricada Folidácea acuminada - -
Rhipidomys mastacalis Imbricada Folidácea alongada - -
Akodon montensis Imbricada Folidácea ovalada - -
Necromys lasiurus Pavimentosa Ondeada Oblíqua simples Lisa
Kannabateomys amblyonyx Pavimentosa Ondeada Oblíqua dupla -

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Microestrutura de pêlos de pequenos mamíferos

Tabela 4. Chave dicotômica de identificação de espécies de pequenos mamíferos não-voadores de agroecossistemas do Estado de São Paulo, a partir de cara-
cterísticas da medula e cutícula de pêlos-guarda.
Table 4. Dichotomous key for the identification of non-volant small mammal species from agroecosystems of São Paulo State, based on medullar and cuticle
characteristics of guard hairs.
1 Medula com células unisseriadas escalariformes (Figura 2a) 2
1’ Medula com células multisseriadas 4
2 Cutícula com escamas folídaceas 3
2’ Cutícula com escamas conoidais (Figura 3a) Gracilinanus agilis
3 Cutícula com escamas ovaladas (Figura 4a) Monodelphis americana
3’ Cutícula com escamas em forma de telhas (Figura 4b) Gracilinanus microtarsus
4 Células da medula com disposição isolada (Figura 2b) Akodon montensis
4’ Células da medula com disposição não isolada 5
5 Células da medula anastomosadas em forma de alvéolos 6
5’ Células da medula anastomosadas com formato não alveolar 7
6 Cutícula imbricada com escamas folidáceas 9
6’ Cutícula pavimentosa (Figura 3d) Necromys lasiurus
7 Células da medula apresentando forma listrada (Figura 2c) Oligoryzomys nigripes
7’ Células da medula apresentando forma crivada (Figura 2d) 8
8 Orientação das escamas da cutícula tipo transversal (Figura 3e) Didelphis albiventris
8’ Orientação das escamas da cutícula tipo oblíqua dupla (Figura 3f) Kannabateomys amblyonyx
9 Escamas da cutícula em formato ovalado (Figuras 3b e 4c) Calomys tener
9’ Escamas da cutícula em formato não ovalado 10
10 Escamas da cutícula em forma alongada (Figura 3c) Rhipidomys mastacalis
10’ Escamas da cutícula em forma acuminada (Figura 4d) Bibimys labiosus

e “interrupted”, de acordo com a quantidade de córtex entre um tipos de ornamentações das bordas das escamas, que foram úteis na
fragmento e outro de medula. diferenciação entre espécies. Neste estudo, não foi necessária esta
Hausman (1920), Brunner & Coman (1974), Teerink (1991) e diferenciação, pois somente foram verificadas bordas lisas.
Quadros & Monteiro-Filho (2006b), embora tenham atribuído nomes Entre os autores que fizeram descrições e sugeriram nomencla-
diferentes, dividiram os padrões medulares em duas grandes catego- turas para padrões cuticulares apenas Teerink (1991) e Quadros &
rias: medula com uma fileira, ou com duas ou mais fileiras de células. Monteiro-Filho (2006b) incluíram a orientação das escamas da cutícu-
No presente estudo, observou-se esse mesmo padrão e adotou-se la. A interpretação de Teerink (1991) sobre a orientação das escamas
essa divisão (medula unisseriada e multisseriada). O padrão medular em relação ao eixo maior do pêlo confunde-se com as dimensões
multisseriado crivado foi descrito pela primeira vez por ­Quadros & (largura e comprimento) das escamas. Quando esse autor se refere aos
Monteiro-Filho (2006b) e identificado nas espécies Didelphis estados de caráter “transversal”, “longitudinal” e “intermediate” das
­albiventris e Kannabateomys amblyonyx do presente estudo. escamas cuticulares, está fazendo menção à proporção entre a largura
Para a classificação da cutícula, foi necessária a combinação da e o comprimento das escamas, o que se reflete na sua orientação em
nomenclatura e descrição propostas por Hausman (1920) e Quadros relação ao maior eixo do pêlo. No presente trabalho, por outro lado,
& Monteiro-Filho (2006b), pois o primeiro autor define maiores os estados de caráter da orientação das escamas (transversal, oblíqua
detalhes em relação ao formato das escamas em seu trabalho. Alguns simples e oblíqua dupla) dizem respeito apenas à sua orientação em
padrões imbricados da cutícula adotados foram ilustrados por outros relação ao eixo longitudinal do pêlo, não tendo relação com as di-
autores como sendo pavimentosos (Hausman 1920, Brunner & Coman mensões das escamas e sendo aplicados apenas ao padrão ondeado,
1974, Teerink 1991). como proposto por Quadros & Monteiro-Filho (2006b).
Na análise do imbricamento da cutícula, a técnica de observação Os padrões cuticulares e medulares identificados neste trabalho
através de microscopia óptica demonstrou-se limitada, sendo neces- para Oligoryzomys nigripes, D. albiventris, e Necromys lasiurus coin-
sário recorrer à técnica de microscopia eletrônica de varredura. As cidem com o encontrado por Quadros (2002), já os padrões cuticulares
imagens obtidas pelo microscópio eletrônico de varredura proporcio- encontrados para M. americana e Gracilinanus microtarsus e medu-
naram um progresso significativo na descrição destas características lares para K. amblyonyx diferiram do descrito pela autora. ­Quadros
bem como no detalhamento do formato e das bordas das escamas, (2002) descreve a cutícula de M. americana como pavimentosa,
como demonstraram Meng & Wyss (1997), Quadros & Monteiro- sendo neste estudo descrita como imbricada, já no caso da espécie
Filho (1998a, b), Chernova (2002) e Meyer et al. (2002). A aplicação G. microtarsus a autora descreve a forma das escamas da cutícula
da técnica permitiu estabelecer padrões distintos de cutícula para como conoidal, sendo verificado neste estudo o formato folidáceo.
as espécies Monodelphis americana, Gracilinanus microtarsus e No caso da espécie K. amblyonyx o padrão cuticular coincidiu com o
Bibimys labiosus. A diferenciação entre M. americana e G. agilis, de Quadros (2002), porém o padrão das células da medula de formato
somente foi possível, analisando todo o comprimento do pêlo. crivado, detectado neste estudo, diferiu ao da autora que descreveu o
Brunner & Coman (1974) e Teerink (1991) diferenciaram até quatro formato destas células como fusiforme. Essas diferenças podem estar

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Martin, P.S. et al.

relacionadas à observação de partes distintas do pêlo, neste estudo GHELER-COSTA, C., VERDADE, L.M. & ALMEIDA, A.F., 2002.
a cutícula foi observada na sua região proximal e a medula na sua Mamíferos não-voadores do campus “Luiz de Queiroz”, Universidade de
região distal, que foram as regiões que apresentaram maior variação São Paulo, Piracicaba, Brasil. Rev. bras. zool. 19(2):203-214.
interespecífica. Quadros (2002), em seu trabalho, não especificou qual GHELER-COSTA, C. 2006. Distribuição e abundância de pequenos mamíferos
região do pêlo apresentava maior variação interespecífica. em relação à paisagem da bacia do Rio Passa-Cinco, São Paulo, Brasil.
Neste estudo, foram estabelecidos padrões para as microestrutu- Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
ras dos pêlos de Akodon montensis, Bibimys labiosus, Gracilinanus GONZÁLEZ-ESTEBAN, J., VILLATE, I. & IRIZAR, I. 2006. Differentiating
agilis, Calomys tener e Rhipidomys mastacalis, espécies para as quais hair samples of the European mink (Mustela lutreola), the American mink
não foram encontrados trabalhos anteriores na literatura. Assim, este (Mustela vison) and the European polecat (Mustela putorius) using light
estudo contribui para um maior conhecimento sobre a tricologia de microscopy. J. zool. 270(3):458-461.
mamíferos de pequeno porte não voadores que habitam agroecossis- HAUSMAN, L.A. 1920. Structural characteristics of the hair mammals. Am.
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