Você está na página 1de 15

Resumo do

Curso de Psicologia
AULA #3 23/01/2020
Sobre
Resumo do programa Super Live Series – Psicologia – Aula #3, transmitido ao vivo em
23 de janeiro de 2020, no canal Italo Marsili no Youtube (http://youtube.com/italomarsili).

Material não oficial do programa Super Live Series - do Dr. Italo Marsili.

Índice
Símbolo x Analogia _____________________________________ 2

Características Simbólicas ______________________________ 3

O Tarô ___________________________________________________ 4

A Papisa _________________________________________________ 5

A Tiara da Papisa _______________________________________ 6

Pomba x Serpente _______________________________________ 8

Polir o olhar da alma ____________________________________ 11

Mística __________________________________________________ 11

Gnose ___________________________________________________ 12

Mágica __________________________________________________ 13
Símbolo x Analogia
Analogia

É quando eu posso, a partir da observação e do intelecto, projetar uma série de símbolos.

Exemplo:
Quadros (pinturas) - Registram algo que está na cabeça do artista.
Intuição do que o autor estava vendo na realidade. Ele viu o mundo de certo modo e
registrou aquilo ali. Nosso olhar bate no mesmo que o autor estava olhando. Por isso, só
de olharmos as obras de arte, podemos ficar mais inteligentes. Olhando com o olho do
pintor. Fração da realidade. Fração da inteligência do pintor, escultor, artista. Manifestação
projetiva (homem concreto, artista → projetam algo).

A arte como um todo é, em regra, analógica – fração da realidade, fração capturada pela
inteligência de um homem concreto. Alegoria.

Símbolo

Não é a projeção do intelecto humano em uma manifestação artística. É o contrário.


O tarô, por exemplo, é simbólico (mas diferente do simbolismo astrológico).

Simbolismo natural:
mar (presença de um ir e vir infinito), rio (Heráclito: “Ninguém se banha duas vezes no
mesmo rio, porque tanto a água quanto o homem mudam incessantemente.”; “Tudo flui e
nada permanece”), Lua (presença de uma inconstância que te orienta) etc

Percepção de presença. No exemplo do rio, presença de fluidez que permanece.

Não é uma projeção, tem uma característica intensiva, ele sai de si e penetra na gente. E
penetrando na gente nos dá uma visão mais ampla, abre na gente uma visão mais ampla.
O símbolo abre uma percepção a mais, abre nosso horizonte de consciência.

Tudo o que É, é simbólico.


Tudo que existe, é simbólico.

Diferente de materialismo. O homem é presença de alguma coisa. Não podemos perder


esse olhar simbólico em relação ao materialista.

Presença de algo → realidade simbólica da coisa

Da simbólica nascem as filosofias e as religiões.

2
Características Simbólicas

Característica simbólica simples e fácil:

Os astros – Presentes a milênios, todas as civilizações viram os astros. Estão sempre do


mesmo jeito sendo presença de algo. É fácil olhar para os astros e ver que ele é símbolo. É
fácil pois não degeneram, não decompõe. Lua, estrelas, planetas (incluindo Sol e Lua) -
sempre iguais.

Os quatro elementos (terra, água, fogo e ar) – todas as civilizações viram do mesmo modo;
falam igual do fogo, falam igual da água etc

Característica simbólica simples e difícil:

É mutável, mais difícil de pegar; corruptível.


Exemplo: Um coelho / leão. Difícil pois cada coelho/leão é de um jeito. O coelho pode ser
rápido ou devagar, bom para comer ou bom para cuidar. O leão pode ser imponente ou
magrinho e com sarna. Simples porque eles sozinho são presença. Ele sozinho é presença.

E se eu quiser fazer o simbolismo de realidades complexas?

Por exemplo, tudo o que a gente faz tem um Início (início é uma presença)
Dificuldade é uma presença. Essas coisas existem, tem presença.

Mas é uma presença igual da Lua ou de um coelho? Não.

Como faço uma simbólica de uma realidade chamada início, dificuldade, intensidade,
energia, generosidade etc?

O tarô conta a narrativa simbólica dessas realidades mais complexas.

3
O tarô
O tarô não é alegoria, é a simbólica dessas realidades. O tarô é complexo. Está falando
dessas coisas que não estamos vendo. Realidades mais difíceis. Está falando da densidade
do real. Por isso muita gente entende o tarô como a projeção do homem.

Quem inventou o tarô?

Ninguém, não foi inventado → ele é a cristalização simbólica desse tipo de realidade.

Realidade que estão dentro de uma tradição simbólica: toda civilização viu inícios,
generosidade, traição, recomeço etc

Lâmina (carta) do tarô: Representação alegórica de uma realidade simbólica.

Densidade de realidade, densidade de presença, densidade do real. Lembrando que o real


tem presença. Não são subjetivos, nem abstratos, são símbolos cristalizados.

Quando você bate o olho na lâmina, tua inteligência se expande, ela aumenta. Você é
penetrado por aquilo.

O que está presente na lâmina? → Toda a realidade. É presença do símbolo.

O que não é recomendado é usar o tarô para adivinhar as coisas. Querer uma resposta
fechada para um problema que você já tem. Determinismo pode ser um problema.
Adivinhar em si não é o problema, viver é adivinhar, utilizamos sempre nosso senso de
adivinhação. Por exemplo, inícios de relacionamentos, inícios de namoro, estamos sempre
tentando adivinhar o gosto do outro.

4
A Papisa

2ª lâmina do tarô: A Papisa

2ª lâmina do tarô: A Papisa.

A Papisa, feminino de Papa, é uma moça/senhora, as vezes representada grávida (gestando


algo). Ela está sentada e possui três círculos no chapéu (chamado de tiara, coroa)
O olho da Papisa se direciona para o livro, para baixo.

Abaixo da Tiara tem o livro

5
A Tiara da Papisa

A Tiara (a coroa da Papisa, a tríplice coroa) é símbolo de 3 sentidos que precisamos


desenvolver:

• Místico
• Gnóstico
• Mágico

Tríplice coroa: coroado em 3 domínios.


Os reis estavam coroados em um domínio só – o poder temporal.

A última vez que essa Tiara foi usada, foi em 1963. Uma pessoa usava as três coroas em
uma só: Paulo VI (o Papa). Essa tradição vinha desde o sec. XIII até Paulo VI, o último a usar
a coroa. O sucessor, João Paulo I, já não usou a tiara. Exceção: o Papa Bento XVI, não na
posse, chegou a usar a tiara - mas renunciou.

Por que não se pode falar em gnose no nosso tempo?


Porque o Papa tirou a coroa → saiu dos 3 domínios para o domínio do livro.

Para onde a Igreja católica foi desde a década de 60? O que aconteceu?
Abismo atrás de abismo. Quem olha hoje para um católico falando do que a Igreja ensina e
leva aquilo a sério?

A Igreja abdicou dos 3 sentidos → místico, gnóstico e mágico


A Igreja foi para o domínio do livro. O lugar no qual os protestantes já estavam. Nenhum
sujeito protestante usou a coroa.

6
O que é o Livro?
É o conhecimento filosófico da coisa. É um tipo de conhecimento específico. Não precisa
do preparo dos olhos, do olhar.

O que é a Tiara?
A Tiara é um domínio no espírito vertical.
É a hierarquia no domínio de cima. É uma coroa hierarquizada. Três círculos postos sobre
você, apontando para o alto. O livro está embaixo, abaixo dos seus olhos. A Tiara está
acima dos seus olhos.

Domínio espiritual → Cultivar o olhar


Quando você tira a Tiara, você corta aquilo que tem de mais próprio para ser humano, que
é a conexão dele com a Causa Eficiente. A atividade mística, gnóstica e mágica, são própria
do ser humano. Um Santo é uma hierarquia na intimidade com a mística; da mesma forma
que existem os mais velozes, os mais belos, existem os mais íntimos.

Os Olhos
Os olhos são essa faculdade que fazem com que a gente enxergue.
Simbolicamente falando, o olhar do homem tem uma característica dupla.
O homem tem dois olhos, portanto deveria cultivar dois tipos de olhar.

Os olhos são a janela da alma


As coisas sempre entram pelo olho. Se você limpa seu olho, você também fica mais limpo.

Técnica da ascensão da Tiara


Você limpa e teu olho vai refletir a presença que vem do alto. Refletir a presença do ente
superior.

7
Pomba x Serpente

Cristo Pantocrator, o mais antigo ícone conhecido de Cristo.

O quadro Pantocrator, vemos um Cristo com dois olhos bastante diferentes.

Tem um olhar calmo, manso, bondoso, delicado, suave - o olho que está a esquerda de
quem olha; e um olho que parece agressivo, duro, julgando, condenando - o olho que
está a direita de quem olha.

8
O olhar de pomba e o olhar de serpente

Existe uma dupla natureza no olhar humano que deve ser cultivada para você poder
ascender ao domínio da Tiara. É o olhar de pomba e o olhar de serpente. A pomba e a
serpente são dois símbolos sempre presentes.

A pomba é um bicho tonto, dócil, volta pro mesmo lugar. As pombas são inocentes. O
olhar da inocência que é fundamental você cultivar dentro da realidade. Um olhar sem o
qual você não pode ficar presente neste mundo. O olha próprio para se relacionar com sua
esposa, parentes próximos; olhar passivo, doce, olhar da contemplação amorosa.
Abordar o mundo deste modo, calmo.

Existe também o olhar agudo, penetrante, esperto, astuto, com um certo ardil, que é o
olhar da serpente. O olhar da serpente é necessário também.

Por que choramos?

Toda realidade é uma articulação de tensões.


Desenvolver um olho para perceber a tensão da realidade.
Quando você chora, você excedeu a uma dessas tensões.

Os dois olhares têm que estar articulados.


Essa é primeira causa do pranto das pessoas. As pessoas choram quando elas fazem uma
cisão dos olhares. Choram quando estão olhando para a realidade só como um pombo.
São inocentes. Exemplo: Choram porque foram traídas, não imaginavam que alguém
poderia fazer isso com elas.

Se a pessoa está chorando por inveja, raiva, ódio, ela tem um olhar de serpente
desenvolvido. Faltou um olhar de pombo, passividade, inocência, docilidade.

O choro é um tipo de água


Águas que a gente põe para fora → suor e choro. Ambos são sempre símbolo de limpeza.

Quando você serve, se esforça, você sua → você se limpa do egoísmo. Simbolo do esforço.

Fazer o pão com o suor do seu rosto.


O suor do rosto é o pranto.

9
O mundo tem natureza dupla: natureza de pombo e de serpente, tem natureza angélica e
demoníaca, o mundo é símbolo do Espirito Santo e do demônio ao mesmo tempo.

Se você não cultiva o duplo olhar em você, você não está orientado nesse mundo.
O mundo está organizado assim.

Exemplo: os prantos de Pedro e Caifás (escrituras)

A dupla natureza do olho também poder ser encontrada nas escrituras → um olhar de dois
personagens que aparecem ao mesmo tempo, na mesma cena, e são rigorosamente
distintos: Pedro e Caifás. São dois olhares para a mesma realidade.

No momento da condenação de Cristo, quando a Verdade estava sendo rasgada,


sangrando, destruída e para morrer, dois olhares bateram na Verdade: um olho de pomba
(Pedro) e um de serpente (Caifás).
Quando a Verdade aparece, ela mobiliza ambos.

Cena seguinte, a Verdade para ser crucificada, Pedro chora (pranto que limpa) e volta
arrependido. Caifás tem o choro falso (ele rasga as vestes) – choro seco, choro da terra,
choro de serpente.

Quando Pedro volta arrependido, existe um ápice do reflexo indicando essa tríplice
natureza da Tiara.

A Verdade reaparece viva (ressuscita) e anda por aqui. Esse olho de pomba tem a notícia
do reaparecimento da Verdade, a procura e não encontra.
Duas aves voam para ver a Verdade. João (águia) chegou primeiro que Pedro (pomba).
A Verdade reaparece na beira da praia, eles estão pescando, a pomba se joga no mar
(tonto, inocente) para ir mais rápido.

Diálogo central de todo o texto, quando a pomba ganha o segundo olhar, o olhar da
serpente ajustado. Quando a Verdade pergunta para a pomba, tu me amas? (3x)
“Tu sabes que eu te amo”. Os dois olhares polidos. A pomba e a serpente.
Agora você pode refletir.

Então vai a apascenta minhas ovelhas! (enxerga as ovelhas e os lobos)


Alquimia perfeita, termina de polir o olho. Ascendeu na escala.
Pedro recebe uma Tiara, ele se transforma no Papa.
(ovelha e lobo: simboliza o mundo / pomba e serpente: o olhar - ele tem que capturar
ambos)

10
Polir o olhar da alma
O polimento do olhar ocorre quando você articula esses dois olhares: o da pomba e o da
serpente. Quando você limpa o olho, aí começa o processo da Papisa.

Quando você limpa a superfície (olho), você começa a perceber as realidades superiores,
perceber as realidades de cima da Tiara.
Quando você poliu seu olhar, você está neste mundo.
As coisas começam a bater em você e você reflete.

A atividade reflexiva começa aí.

Espelho – uma superfície perfeitamente polida. Ele é polido, ele reflete.


Cristo falou, você precisa limpar seus olhos. Se seus olhos não estão limpos, tudo o que
você leva dentro também não está limpo.

Se eu não vejo e não reflito a realidade, não está em mim a imagem do Ser.
Pegar a realidade como ela é, limpa pelo pranto, pelo ajuste perfeito dos olhares - sem isso
eu não tenho notícia do Ser.
Se eu não tenho notícia do Ser, eu não tenho a experiência da primeira coroa (de cima) da
Tiara – a Mística.

Mística
O que é a experiência Mística?
É o impacto do Ser em você.

Sentido Místico – órgão para apreender o Ser. Sem esse órgão você não o conhece.
Primeiro sentido do conhecimento.
A primeira coroa da tiara (a de cima). É o reflexo do Ser.

Se você não tem gnose e prática, fica tudo preso lá em cima.

Se você tem a superfície polida, se você tem os dois olhos, você vai conseguir refletir o Ser.
Isso é a experiência mística.

A experiência mística só é feita no silêncio (silêncio do barulho de fora ou da sua agitação


mental).
Se colocar em silêncio diariamente e, pelo menos uma vez por ano, por 4 ou 5 dias.

11
A vida é um barulho e uma confusão.
O silêncio é calar a boca e a cabeça.

Adote a posição da Papisa (sentada) e não olhe para o livro – para a vida. Deixe alguma
coisa ou alguma experiência que você teve impactar em você.
Cinco, dez, trinta minutos em silêncio.

Não é atividade mental, é deixar aquilo que você leu (vivenciou, experimentou) fermentar
em você.

Quando você fica em silêncio, você começa a construir um Seleiro. O Ser está sendo
registrado ali, a experiência mística está ali. Você só vai ter personalidade de verdade com
aquilo que vai ficando acumulado em você, com consistência.

Seleiro → Repositório que abriga o que é justo e o que é injusto, o que é bom e o que é
mal, o que presta e o que não presta. O joio e o trigo.

Mística → Deixar refletir (diferente de atividade mental)

Gnose

A Gnose é a segunda etapa da tiara. Está no meio por que serve a dois senhores, a Mística
e a Mágica.

A gnose é o conhecimento do bem e do mal e sua distinção.

Joio e Trigo → deixe os dois crescerem juntos.


Quando estão crescendo, você não sabe o que é joio e o que é trigo.
Se você tentar tirar os dois juntos, você pode matar o trigo. Deixa crescer os dois. Cabe
tudo no Seleiro.

Não tem que ter medo de deixar registrado o que é mal. Porque o mal não tem substância,
o mal é a ausência de bem. No final das contas, só vai ficar registrado o que é bom em
você.

Da atividade mística não pode vir nada que é mal. Por que? Metafisicamente falando, o
mal não existe. O mal é uma ausência. Vai ficar guardado no Seleiro só o que É. E o que É é
bom. Ter Ser, tem substância.

Gnose é a tentativa de conhecer, de discernir o que é bom e o que é mal.

12
Só que a gnose serve a dois senhores, a mística e a mágica (a prática).
E é na prática que você distingue o que é bom e o que é mal. Operando desse modo no
mundo é que você vai distinguir o que é bom e o que é mal. Isso se retroalimenta, porque
você vai levar novamente para a meditação, em silêncio.

Resumindo:

Você levou a experiência para o silêncio → isso deixou o Ser ali, refletido → cresceu joio e
trigo → você pegou essas sementes e operou na prática, na magia → passou a agir com
esse conhecimento que está armazenado no Seleiro.

Fez a experiência da reflexão/silêncio (mística) → conheceu (gnose)→ praticou (mágica)

Mágica
A Mágica é a prática.

Vida → Aprendizado → Prática


A mística, a gnose e a mágica

Ciclo que se retroalimenta. Isso é a depuração da tradição, isso faz com que você entre em
uma tradição. Só depois disso tudo você pode fazer o livro.

Você pode até falar sobre essas coisas que você está fazendo. Por que essas palavras, elas
terão força, terão consistência.

Quando você tira a Tiara, a palavra não bate em lugar nenhum. Espelho quebrado.

Exemplo:

Os santos são os espelhos polidos. Eles refletem (ajuste do olhar).


A presença de um Santo → poliu, alimentou, tem reserva de trigo, tem a prática (de separar
o joio do trigo).
A vida dos santos vira livro.

13
Referências:

O dia em que Paulo VI abandonou a Tiara Papal: https://pt.aleteia.org/2018/08/20/o-dia-


em-que-paulo-vi-abandonou-a-tiara-papal/

O presente resumo foi feito por Luiz Simões, criador do canal @PitadasGW no Instagram, participante do
GuerrilhaWay desde jan/2019 e aluno do Curso Presencial para Psicólogos, Psiquiatras, Coaches e Intrometidos
– Turma Dez/2019/SP.

14

Você também pode gostar