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Direito Administrativo

Controle da Administração Pública - II

Apresentação
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Meu nome é Leonardo Torres, sou advogado, especialista em Direito Público


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Sumário
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..................................................................................2

Questões Comentadas...................................................................................................................9

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Direito Administrativo
Controle da Administração Pública - II

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, Órgãos, departamentos,


sistemas etc., para que tais atividades não se desviem dos padrões e das normas preestabelecidas,
e para que alcancem os resultados desejados.

Hely Lopes Meirelles, em uma definição abrangente, porém concisa,


leciona que “controle, em tema de Administração Pública, é a facul-
dade de vigilância, orientação e correção que um poder, Órgão ou
autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro”

Controle Administrativo Exercício:

• Prévio = preventivo;
• Concomitante = durante;
• Posterior = corretivo.
Trata-se, portanto, de controle interno, exercido pelo Poder Executivo e pelos Órgãos admi-
nistrativos dos Poderes Legislativo e Judiciário sobre suas próprias atividades administrativas.
Os controles internos administrativos s„o inerentes as atividades de uma organização, cons-
tituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os níveis, desde a alta direção até os
escalões operacionais.

Controle Interno (quanto ao alcance)


É embasado no poder/dever.
Controle Hierárquico (autotutela) – próprio e impróprio.
Controle Finalístico.
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.”
Em seu parágrafo primeiro, fica estabelecido que “Os responsáveis pelo controle interno, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária”. Ou seja, se torna obrigatório a denúncia
de qualquer irregularidade encontrada para o TCU.

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Controle Externo (quanto ao alcance)


Tem previsão constitucional.
Controle fiscal orçamentário (art. 70, CF)
Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda,
ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Controle externo popular


Já que a administração sempre atua visando o interesse público, é necessário a existência de
mecanismos que possibilitem a verificação da regularidade da atuação da administração por parte
dos administrados, impedindo a prática de atos ilegítimos, lesivos tanto ao indivíduo como à cole-
tividade, e que também seja possível a reparação de danos caso estes atos de fato se consumem.
O exemplo mais comum de controle externo popular é o previsto no artigo 31, §3º, da Cons-
tituição Federal, que determina que as contas dos Municípios fiquem, durante sessenta dias, anual-
mente, à disposição de qualquer

Controle Hierárquico Próprio


Quando o órgão superior controla órgãos inferiores ou quando chefias disciplinam os seus
subordinados.
Não necessita de previsão legal.

Controle Hierárquico Impróprio


Quando tem órgãos especializados no julgamento de recursos.
Não existe subordinação.
Necessita de previsão legal.

Controle de legalidade ou legitimidade


Verifica se o ato foi praticado em conformidade com a lei; nas palavras de Hely Lopes Meirel-
les, “é o que objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do procedimento administrativo
com as normas legais que o regem”.
O controle de legalidade e legitimidade não só verifica apenas a compatibilidade entre o ato
e o disposto na norma legal positivada, mas também deverá ser apreciado os aspectos relativos à
observância obrigatória da dos princípios administrativos.
Poderá ser exercido tanto pela própria administração que praticou o ato (que configurará um
controle interno de legalidade) quanto pelo Poder Judiciário, no exercício de sua função jurisdicional,
ou pelo Poder Legislativo em casos previstos na Constituição.
O ato será declarado nulo nos casos em que existir ilegalidade neste, e poderá ser feita pela
própria Administração, ou pelo Poder Judiciário. A anulação terá efeito retroativo, desfazendo as
relações resultantes dele.
Com a edição da Lei nº 9.784/99, além de um ato poder ser válido ou nulo, passou a ser
admitida a convalidação do ato administrativo defeituoso, quando este não acarretar lesão ao in-
teresse público ou a terceiros.

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Controle de mérito
Tem como objetivo a verificação da eficiência, da oportunidade, da conveniência e do re-
sultado do ato controlado. Conforme Hely Lopes Meirelles, “a eficiência é comprovada em face do
desenvolvimento da atividade programada pela Administração e da produtividade de seus servidores”.
Ele normalmente é de competência do próprio Poder que editou o ato. Todavia, existem casos
expressos na Constituição em que o Poder Legislativo deverá exercer controle de mérito sobre atos
que o Poder Executivo praticou, caso este previsto no artigo 49, inciso X:
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Execu-
tivo, incluídos os da administração indireta;”
Segundo grande parte da doutrina, não cabe ao Poder Judiciário exercer esta revisão, para
não violar o princípio de separação dos poderes. Quando o Poder Judiciário exerce controle sobre
atos do Executivo, o controle será sempre de legalidade ou legitimidade.
Entretanto, pelo fortalecimento dos princípios fundamentais da administração como o da
moralidade e eficiência, e os princípios constitucionais implícitos da razoabilidade e da proporcio-
nalidade, existe atualmente, nas palavras de Alexandrino e Paulo, “uma nítida tendência à atenuação
dessa vedação ao exercício, pelo Poder Judiciário, do controle de determinados aspectos de alguns
atos administrativos, que costumavam ser encobertos pelo conceito vago de ‘mérito administrativo’”.
Portanto, hoje em dia o Poder Judiciário pode invalidar um ato administrativo de aplicação
de uma penalidade disciplinar, por considerar a sanção desproporcional ao motivo que a causou,
por exemplo. Quando o Judiciário se utiliza do controle de mérito, ele está declarando ilegal um ato
que estará ferindo os princípios jurídicos básicos, como no exemplo acima, o da razoabilidade. Cabe
também lembrar que o Judiciário não poderá revogar o ato administrativo, e sim apenas anulá-lo.
Analisa a compatibilidade da atuação administrativa com o ordenamento jurídico (legalidade) ou
quanto a sua conveniência e oportunidade (mérito).

Controle prévio ou preventivo (a priori) (momento do exercício)


Chama-se prévio o controle exercido antes do início ou da conclusão do ato, sendo um requi-
sito para sua eficácia e validade. É exemplo de controle prévio quando o Senado Federal autoriza a
União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios a contrair empréstimos externos. Outro exem-
plo apresentado por Hely Lopes Meirelles é o da liquidação da despesa para oportuno pagamento.

Controle concomitante (momento do exercício)


É o controle exercido durante o ato, acompanhando a sua realização, com o intento de verifi-
car a regularidade de sua formação. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo expõem como exemplos
do controle concomitante a fiscalização da execução de um contrato administrativo e a realização
de uma auditoria durante a execução do orçamento, entre outros.

Controle subsequente ou corretivo (a posteriori) (momento do exercício)


Considera-se subsequente ou corretivo, o controle exercido após a conclusão do ato, tendo
como intenção, segundo Fernanda Marinela, “corrigir eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou
dar-lhe eficácia, a exemplo da homologação na licitação”. Alexandrino e Paulo ainda constatam que
o controle judicial dos atos administrativos, por via de regra é um controle subsequente

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Controle finalístico
É o controle que é exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes
da Administração Indireta. É um controle que depende de lei que o estabeleça, determine os meios
de controle, as autoridades responsáveis pela sua realização, bem como as suas finalidades.
Em casos excepcionais (casos de descalabro administrativo), poderá a Administração Direta
controlar a indireta independentemente de regulamentação legal. É a chamada tutela extraordinária.
Ele não se submete a hierarquia, visto que não há subordinação entre a entidade controlada
e a autoridade ou o órgão controlador. Segundo Hely Lopes Meirelles, “é um controle teleológico, de
verificação do enquadramento da instituição no programa geral no Governo e de seu acompanha-
mento dos atos de seus dirigentes no desempenho de suas funções estatuárias, para o atingimento
das finalidades da entidade controlada”.

CONTROLE ADMINSTRATIVO
“É o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública
exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e
mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação”.

Em regra, tal controle pode ser exercido por meio da fiscalização hierárquica ou em razão
da apresentação de recursos administrativos.

Fiscalização hierárquica:
É aquele exercido pelos órgãos superiores sobre os órgãos inferiores da mesma Adminis-
tração, visando coordenar, orientar e corrigir suas atividades e agentes;

Recursos administrativos:
São os meios pelos quais se estimula a Administração Pública a reexaminar o ato por ela
praticado.

CONTROLE LEGISLATIVO
O controle legislativo sobre os outros poderes do Estado se restringe ao que vem previsto
e delimitado na Constituição Federal, pois significa uma exceção à regra da separação e indepen-
dência entre eles.
Tal controle poderá ser político ou financeiro.
Controle Político: pode abranger aspectos de legalidade ou de mérito. São exemplos a auto-
rização dada pelo Congresso Nacional ao presidente para se ausentar do país, quando a ausência
exceder a 15 dias (art. 49, III, CF/88) e o poder de apurar irregularidades por meio das CPIs (Comis-
sões Parlamentares de Inquérito), que têm poderes de investigação próprios das autoridades judi-
ciais, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas a Ministério Público, para que promova
a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (art. 58, § 3º, CF/88).
Controle Financeiro: Cuida da fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das entidades da Administração Direta
e Indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas (arts. 70, caput, e 75 da CF/88).

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De acordo com a Constituição, prestará contas toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária
(artigo 70, parágrafo único da CF/88), sendo que tal fiscalização é exercida pelo Congresso Nacio-
nal, mediante controle externo (com o auxílio do Tribunal de Contas da União), e pelo sistema de
controle interno de cada poder.
Em relação aos atos que fiscaliza, o controle financeiro verifica sua legalidade, sua legiti-
midade (ex.: se a despesa atendeu à ordem de prioridade estabelecida pelo Plano Plurianual), sua
economicidade (respeito à relação custo-benefício na aplicação da despesa pública), a fidelidade
funcional dos agentes públicos responsáveis por bens e valores públicos e os resultados de cum-
primento de metas e programas de trabalho.

Controle Judiciário (ou judicial, ou ainda jurisdicional)


De acordo com a Constituição Federal, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
nenhuma lesão ou ameaça a direito” (art. 5º, XXXV da CF/88).
Desta forma, tal regra permite ao Poder Judiciário analisar todos os atos da Administração,
quando provocado por meio de ações judiciais, como o mandado de segurança.
Vale destacar, que tal controle deve ater-se à verificação de conformidade do ato com a
norma legal (legalidade), não lhe cabendo analisar o mérito (oportunidade e conveniência) dos atos
da Administração Pública.

Observações:
a. Não há necessidade de prévio esgotamento da instância administrativa (contencioso
administrativo), em decorrência do princípio da inafastabilidade de apreciação do Poder
Judiciário (artigo 5o, inciso XXXV, da CF);
b. Caso o Poder Judiciário anule o ato administrativo, a Administração poderá sofrer obri-
gações de fazer, de deixar de fazer, de pagar e ainda de indenizar.

O Princípio da Inafastabilidade da
Jurisdição não é absoluto!

MEIOS DE CONTROLE JUDICIÁRIO


De acordo com Hely Lopes Meirelles, os meios de controle judiciário “são as vias proces-
suais de procedimento ordinário, sumaríssimo ou especial de que dispõe o titular do direito lesado
ou ameaçado de lesão para obter a anulação do ilegal em ação contra a Administração Pública”.

Habeas corpus
O habeas corpus tem como objetivo proteger o direito de locomoção. Gustavo Mello ensina
que este “será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

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Este instrumento poderá ser impetrado por qualquer pessoa (não necessita de advogado)
quando seu direito de ir, vir e ficar for prejudicado por alguém, tanto uma autoridade pública quanto
um particular estranho à Administração. Ele é gratuito, conforme disposto no artigo 5º, inciso LXXVII
e se encontra previsto no inciso LXVIII deste mesmo artigo:
“LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;”

Habeas data
O habeas data é o instrumento constitucional que será concedido para assegurar à pessoa
física ou jurídica o conhecimento de informações contidas em registros concernentes ao postulan-
te e constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, ou para retificação
de dados pessoais. A Lei nº 9.507/97, acrescentou mais uma hipótese em seu artigo 7º, inciso III,
garantindo também “para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou ex-
plicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável”.
Deve-se lembrar de que esse remédio constitucional tem como objetivo garantir que a pessoa
tenha conhecimento de quais informações sobre sua própria pessoa constam de algum banco de
dados, bem como para retificá-las, caso tenha interesse.
O habeas data não serve para garantir o direito de obter uma informação qualquer, mesmo
sendo de seu interesse particular, mas que não se refira à sua vida pessoal.
O habeas data será cabível, conforme o STJ consagrou em sua Súmula nº 2, após a recusa
por parte da autoridade administrativa em fornecer a informação indesejada.

Mandado de segurança individual


O mandado de segurança é o meio constitucional que será concedido sempre para proteger
um direito líquido e certo, que não seja amparado por habeas corpus e habeas data, lesado ou amea-
çado de lesão por ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público. Segundo Hely Lopes Meirelles, “Destina-se a coibir atos ilegais de autoridade que
lesam direito subjetivo, líquido e certo, do impetrante”.
O prazo para impetrar o mandado de segurança é de 120 dias contados após o conhecimento
do ato a ser impugnado. É um prazo decadencial, onde não se admite interrupção nem suspensão.
Este meio constitucional não será cabível nas hipóteses de: direitos amparados pelo habeas corpus
e habeas data; para corrigir lesão decorrente de lei em tese (conforme preceitua a Súmula nº 266
do STF); ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução;
decisão judicial que caiba recurso com efeito suspensivo; e de decisão judicial transitada em julgado.
Esse remédio constitucional admite a suspensão liminar do ato, e a ordem, quando concedida,
tem efeito mandamental e imediato, não podendo ser impedida sua execução por nenhum recurso
comum, exceto pelo Presidente do Tribunal competente para apreciar a decisão inferior.

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Mandado de segurança coletivo


Esse tipo de mandado de segurança surgiu com a Constituição Federal de 88, em seu artigo
5º, inciso LXX, que determina:
“LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a. partido político com representação no Congresso Nacional;
b. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;”
De acordo com Gustavo Mello, “cabe ressaltar que as entidades relacionadas na alínea b só
podem defender os interesses de seus ‘membros ou associados’, enquanto os partidos políticos
defendem os interesses da população.”

Ação popular
A ação popular é um instrumento de defesa dos interesses da coletividade. Ela é utilizável
por qualquer de seus membros, exercendo seus direitos cívicos e políticos.
Não tem como intenção proteger direito próprio do autor, mas sim interesses de toda a co-
munidade. Ela poderá ser utilizada de forma preventiva ou de forma repressiva contra a atividade
administrativa lesiva do patrimônio público.
Ela poderá ser proposta por qualquer cidadão, ou seja, o brasileiro nato ou naturalizado, que
está no gozo de seus direitos políticos, apto a votar e ser votado.
Caso derrotado na ação, o autor não será obrigado a pagar custas judiciais ou indenizar a
parte contraria, visto que a ação visa proteger um interesse público, e não o seu interesse individual,
salvo se o autor houver movido a ação de má-fé.
A ação popular se encontra prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal:
“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”;

Em caso de desistência da ação por parte do autor, como esta se trata de um interesse pú-
blico, poderá haver o prosseguimento da ação pelo Ministério Público ou por outro cidadão.

Ação civil pública


Nas palavras de Alexandrino e Paulo “a ação civil pública visa reprimir ou impedir lesão a
interesses difusos e coletivos, como os relacionados à proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente, do consumidor, etc.”. Ela nunca deverá ser proposta para defesa de direitos in-
dividuais, e não se destina a reparar prejuízos causados a particulares pela conduta comissiva ou
omissiva do réu.
O doutrinador Gustavo Mello considera que essa ação “não é especificamente uma forma de
controle da Administração, vez que tem como sujeito passivo qualquer pessoa, pública ou privada,
que cause o referido dano; eventualmente, essa pessoa poderá ser da Administração Pública”.

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Questões
Comentadas

1. (Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Serrana - SP Prova: VUNESP - 2019 - Câmara de
Serrana - SP - Analista Legislativo) A respeito do controle judicial dos atos administrativos, é
correto afirmar:
a) ele tem por finalidade principal avaliar e controlar o mérito do ato discricionário.
b) ocorre nas situações em que o ato poderia ter sido revogado pela Administração, mas esta
não o fez.
c) muitas vezes precede a edição do ato maculado de vício.
d) pode invalidá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
e) atua para revogação dos atos ilegais.

Gabaritos e comentários
1. C

Na maioria dos casos, tal controle, por ser de legalidade ou legitimidade, é feito a posteriori, tendo em vista que o seu
objetivo é a correção de defeitos, a declaração de sua nulidade, ou, ainda, a concessão de eficácia.

Todavia, nem sempre o controle do Poder Judiciário será posterior à edição do ato. Cite-se como exemplo o mandado
de segurança preventivo, a ação civil pública e a ação popular, cujo ajuizamento muitas vezes precede a edição do
ato maculado de vício.

A = ERRADO: O Poder Judiciário não tem competência para realizar o controle do mérito do ato, ele só pode questionar
quanto a legalidade do ato.

B = ERRADO: O Judiciário não pode revogar ato administrativo, apenas anulá-lo.

D = ERRADO: 1º erro: por motivos de conveniência ou oportunidade se revoga, não se invalida; 2º erro: O Judiciário
não pode revogar ato administrativo, apenas anulá-lo.

E = ERRADO: O Poder Judiciário atua para anular dos atos ilegais.

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