Você está na página 1de 80

A vida no Planeta Saturno

Introdução
Desejo dizer algumas palavras aos leitores deste pequeno livro ditado pelo Espírito da Excelsa Mãe
de Jesus, justificando o seu aparecimento após a publicação de o COROLARIUM, considerado a
obra mediúnica mais importante aparecida na Terra neste século findante. Saturno vem sendo
observado e estudado há muitos séculos por diversos cientistas da astronomia, porém, devido a
sua posição longínqua do nosso pequeno mundo terreno, muito pouco ou quase nada se sabe a
respeito da sua população, nível espiritual, hábitos e costumes, dados realmente impossíveis de
desvendar à simples observação telescópica.
As primeiras informações concretas difundidas na Terra são as que constam do COROLARIUM,
ditado pela Excelsa Mãe de Jesus, editado pela Freitas Bastos em maio deste ano de 1969. Desse
livro extraordinário constam alguns capítulos em que a Autora nos relata em resumo as
observações realizadas em Saturno por uma caravana de almas terrenas enviadas àquele gigante
do espaço pelo Divino Mestre Jesus, com o objetivo de estudarem in loco os melhoramentos nele
existentes, condições de vida e o mais que as componentes da caravana ali pudessem observar.
São estas em verdade as primeiras informações conhecidas na Terra acerca do planeta Saturno,
que alguns astrônomos, observando-o a tão grande distância, consideram uns, um planeta morto,
outros um planeta ainda em formação.
Desejando contribuir na medida do possível para o maior conhecimento da vida e costumes dos
habitantes de Saturno, eu pedi ao querido Irmão Thomé para consultar a Excelsa Mãe de Jesus,
sobre se lhe seria possível obter maiores informes acerca da vida em Saturno, com o fim de
editarmos um pequeno volume inteiramente dedicado à divulgação um pequeno volume
inteiramente dedicado àquele grandioso planeta. Reuniríamos então os dados publicados no
COROLARIUM em nova disposição, juntamente com aqueles que Nossa Senhora pudesse colher
a respeito, no plano espiritual. com grande alegria para mim, o Irmão Thomé informava-me, dois
dias após a minha consulta que Nossa senhora recebera também com alegria e a aprovara
imediatamente, dispondo-se desde logo a pesquisar nos arquivos do mundo espiritual o que neles
houvesse em torno da vida em Saturno e logo iniciaria o ditado nesse sentido.
Assim, no domingo, 24 de agosto deste ano, Maria Santíssima iniciava o ditado do segundo
trabalho a respeito de Saturno, tendo-me distinguido ao final da tarefa com o seguinte bilhete:
“Estamos iniciando um segundo trabalho a respeito de Saturno para
juntares ao que escrevi antes. Hoje psicografamos uma boa tarefa. No
próximo sábado e no domingo eu continuarei a ditar os dados que estou
pesquisando no Alto. Creio que poderemos então preestabelecer uma tarefa
igual a de hoje — 14 laudas — o que faremos durante talvez o mês de
setembro. Depois colherás os dados científicos que tiveres à mão e estará
terminado mais o assunto Saturno.”
Maria
Transcrevo com vivo prazer outros bilhetes redigidos por Maria Santíssima por considerá-los de
interesse também para os leitores. Assim, no sábado dia 30 de agosto, a Excelsa Mãe de Jesus ditava
o seguinte bilhete:
Estou muito contente com o nosso trabalho de hoje. Estamos divulgando
informações e detalhes que poderão contribuir para o adiantamento das
instituições terrenas, sobretudo no aspecto político. Tenho um bom volume
de outras informações e detalhes que darei nos capítulos seguintes, os
quais, reunidos ao que consta do COROLAEIUM, darão um volume
interessante sobre a vida em Saturno, uma ideia tua que eu muito apreciei.
2
A vida no Planeta Saturno

E no dia seguinte, domingo, 31 de agosto:


Embora com alguma dificuldade no começo, concluímos mais uma
importante tarefa no dia de hoje. Como vês, eu desejo dar ao nosso próximo
livro sobre a VIDA EM SATURNO, um sentido de utilidade para as almas
encarnadas na Terra, mediante os elementos que estou reunindo a
respeito daquele grande planeta, bem mais adiantado do que a Terra. É
natural que vaciles ao receber a minha inspiração sobre assunto que
desconheces. Mas logo recebeste o assunto e o grafaste com toda a
segurança. Já vi o desenho do planeta Saturno que possuis naquele livro. O
mesmo ficará muito bem como ilustração de capa deste nosso livro, onde
produzirá um bom efeito.
Maria
Eu acredito que os leitores hão de apreciar como eu próprio, as palavras que Nossa Senhora escrevia
ao fim de cada uma das nossas tarefas. Assim divulgarei mais alguns dos seus muito estimados
bilhetes. No sábado 6 de setembro a Autora escrevia:
Acompanhei ontem à noite o teu belo trabalho, copiando o texto do
Corolarium sobre Saturno. A disposição que lhe dás vai tornar o assunto
muito interessante e diferente da apresentação no Corolarium. Acredito que
será um livro bastante procurado pelo que vai revelar sobre a vida em
Saturno.
Hoje acrescentamos novos detalhes à matéria, detalhes que, por
desconhecidos, hão de agradar bastante. Ainda tenho bastante matéria a
ditar, o que farei no decorrer deste mês. É tempo que terás concluído a
transcrição do Corolarium e depressa concluirás o trabalho. Eu estou muito
contente com a tua ideia e te agradeço mais essa oportunidade de oferecer
mais um trabalho às almas terrenas.
Domingo, 7 de setembro de 1969:
O nosso assunto de hoje, por ser variado, foi um pouco mais difícil de grafar.
Caminharemos um pouco mais lentamente, mas chegaremos ao fim
o assunto, entretanto, é bom e muito interessante para os leitores.
Prosseguiremos na próxima semana,
Maria
O meu trabalho era em verdade um pouco mais difícil em face dos dados que me eram inspirados,
e surgia em minha mente a dúvida em grafá-los. Pacientemente, porém, o nosso trabalho
prosseguia. Ainda, no sábado 13 de setembro, Nossa Senhora escrevia no seu bilhete habitual:
Avançamos mais um pouquinho no nosso trabalho de hoje. Assim, aos
poucos iremos chegando ao fim. A dor que sentiste foi proveniente de uma
vibração negativa que aqui penetrou, mas foi eliminada com a graça do
Senhor, e a dor passou.
Maria
Recordo que nesse dia apenas iniciei o meu trabalho, comecei a sentir uma dor muito forte na
região renal, a qual me impossibilitava de trabalhar. Apelei a Maria Santíssima e em pouco a dor
cessava inteiramente, com a graça do Senhor.
Domingo, 14 de setembro:

3
A vida no Planeta Saturno

Tivemos hoje uma tarefa das mais importantes para o nosso livro. Eu
concordo que a sugestão aos proprietários das grandes áreas há de
produzir resultado. Estaremos assim cooperando para a solução do
problema dos alimentos. Na próxima semana eu darei informações sobre
os dias e a noites saturninas.
Sábado, 20 de setembro:
Já verifiquei o teu trabalho de máquina, confeccionando o original definitivo
deste livro, e achei-o muito bom. A ordem que resolveste dar aos assuntos
é ótima, para melhor apreciação dos leitores. E com isso o nosso livro vai
ficar magnífico. Como vês, eu vou trazendo assuntos novos, os quais
eu aproveito para sugerir coisas às almas terrenas. Amanhã falaremos sobre
a duração dos dias saturninos e outros assuntos.
Maria
Domingo, 21 de setembro:
Registramos hoje os horários de Saturno quanto à duração dos seus dias
e noites. Dada a diferença entre Saturno e a Terra, as diferenças variam
bastante. Para informação, porém, dos terrenos, os dados apresentados
são oportunos. Estou prestes a encerrar os dados de que disponho sobre
Saturno. Creio mesmo que ha próxima semana os esgotarei. Tu concluirás
o livro com os dados que tiveres, e o livro estará pronto.
Maria
Sábado, 27 de setembro:
Caminhamos hoje, direi, maravilhosamente. Oferecemos naqueles nomes
de países e cidades, elementos que os leitores muito irão apreciar, e que
não encontrarão jamais em outros autores. Ficará então o teu nome ligado
a conhecimentos e informações realmente originais na Terra.
Amanhã pretendo encerrar este trabalho, porque não há mais o que dizer a
respeito de Saturno. Estou apreciando os títulos que tens aí para a matéria
do livro. Acho-os muito bons. Ficará um livro diferente do Corolarium.
No domingo, 28 de setembro, o ditado deste livro chegava ao fim, conforme a Autora prometera
na véspera, ditando ao final do trabalho o seguinte e último bilhete:
Eis-nos chegados ao fim deste livro a ser intitulado A Vida em Saturno, o
qual eu espero ser bem apreciado por todos os leitores. Os nomes
dos países apresentados conforme os dividistes ficarão bem,
considerando que cada idioma tem a sua maneira de grafar seus nomes.
Na Terra mesmo temos o japonês e o chinês que são também
originais. Estou de acordo com a ideia que tiveste. Agora só falta
apanhares os dados científicos que julgares necessários, e concluirás este
volume que é único no mundo. Os próprios astrônomos que o lerem, hão
de apreciar os dados que dele constam.
Maria
Eis as palavras que eu desejava dizer aos leitores à guisa de Introdução a este livro, único em todo
o mundo a respeito da vida em Saturno. Transcrevendo as palavras semanais da Autora, eu quis
que os leitores também guardassem esses detalhes agora incorporados à história deste livro.

4
A vida no Planeta Saturno

Rio de janeiro, outubro de 1969.


Diamantino Coelho Fernandes

5
A vida no Planeta Saturno
Índice

1. SATURNO ............................................................................................................................................................................................. 7
2. CARAVANA DE ALMAS ESTUDANTES ................................................................................................................................... 8
3. OS ANÉIS ............................................................................................................................................................................................... 9
4. TRANSPORTES URBANOS ......................................................................................................................................................... 10
5. ALMAS SATURNINAS ....................................................................................................................................................................11
6. UNIVERSIDADES .............................................................................................................................................................................. 12
7. ALIMENTAÇÃO ................................................................................................................................................................................ 13
8. TEMPLOS RELIGIOSOS ................................................................................................................................................................ 14
9. INSTRUÇÃO PRIMARIA................................................................................................................................................................ 15
10. SERVIÇOS ASSISTENCIAIS......................................................................................................................................................... 16
11. DURAÇAO DA VIDA ........................................................................................................................................................................ 18
12. NECESSIDADE DA INSTRUÇÃO ................................................................................................................................................ 19
13. NÍVEL EVOLUTIVO ........................................................................................................................................................................ 20
14. O PROBLEMA DA VELHICE ........................................................................................................................................................ 21
15. SOBRE ELEIÇÕES ............................................................................................................................................................................ 22
16. INTERCÂMBIO ESPIRITUAL ...................................................................................................................................................... 24
17. NECESSIDADE DA ALFABETIZAÇÃO...................................................................................................................................... 25
18. SERVIÇO AÉREOS ........................................................................................................................................................................... 26
19. O PROCESSO RELIGIOSO ............................................................................................................................................................ 30
20. NAVEGAÇÃO MARÍTIMA............................................................................................................................................................. 33
21. UM FESTIVAL DE MÚSICA......................................................................................................................................................... 34
22. CONVITE À REENCARNAÇAO ................................................................................................................................................... 37
23. INDÚSTRIAS ...................................................................................................................................................................................... 38
24. INSTRUÇÃO ....................................................................................................................................................................................... 39
25. COSTUMES E HÁBITOS ............................................................................................................................................................... 40
26. PROFESSORES ................................................................................................................................................................................. 41
27. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................................................................................... 42
28. HARMONIA DE VIDA ...................................................................................................................................................................... 43
29. MEIOS DE TRANSPORTE ............................................................................................................................................................. 44
30. AVIAÇÃO ............................................................................................................................................................................................. 46
31. O PROCESSO POLÍTICO ............................................................................................................................................................... 47
32. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ............................................................................................................................................................ 48
33. ANIMAIS SATURNINOS................................................................................................................................................................ 49
34. AUSÊNCIA DE CEMITÉRIOS ....................................................................................................................................................... 51
35. CASAMENTOS .................................................................................................................................................................................. 52
36. DIVISÃO TERRITORIAL ................................................................................................................................................................ 53
37. PÃO SATURNINO ............................................................................................................................................................................ 54
38. DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA ..................................................................................................................................................... 56
39. ESCOLA SUPERIOR ........................................................................................................................................................................ 57
40. INDUMENTÁRIA ............................................................................................................................................................................... 59
41. BRILHANTES ..................................................................................................................................................................................... 60
42. FRATERNIDADE................................................................................................................................................................................ 61
43. CONVÍVIO SOCIAL .......................................................................................................................................................................... 63
44. DIVERSÕES ......................................................................................................................................................................................... 64
45. PRODUÇÃO AGRÍCOLA ................................................................................................................................................................ 65
46. EDUCAÇAO ......................................................................................................................................................................................... 67
47. INTERCÂMBIO ESPIRITUAL ...................................................................................................................................................... 69
48. UM HABITO AGRADAVEL........................................................................................................................................................... 71
49. DURAÇÃO DOS DIAS ...................................................................................................................................................................... 73
50. ANSIA DE SABER ............................................................................................................................................................................. 75
51. DIVISÃO GEOGRÁFICA.................................................................................................................................................................. 77
52. GEOGRAFIA E IDIOMAS ................................................................................................................................................................ 79

6
A vida no Planeta Saturno

1. SATURNO
Saturno é um dos planetas mais evoluídos do nosso sistema solar, abrigando uma população de
almas encarnadas calculada em cerca de sessenta bilhões. Dizendo almas encarnadas, eu desejo
esclarecer que se trata de corpos físicos muito semelhantes aos da Terra, apenas um pouco mais
leves, porque constituídos de matéria mais rarefeita. As almas encarnadas em Saturno possuem
hábitos muito semelhantes aos da Terra, sendo, porém, mais refinados em face de sua alimentação
de produtos do solo, como vegetais, feculosos, legumes e frutos. Existe entre as almas encarnadas
em Saturno um grande espírito de solidariedade, uma vez que todas se consideram irmãs, por
serem filhas do mesmo Pai Celestial que é Deus, venerado ali com devoção muito maior do que na
Terra. Existe ali, por conseguinte, um sentimento perfeito de solidariedade que é inato em todos
os seres humanos saturninos, os quais se amam e estimam verdadeiramente. Todos os saturninos
são evoluídos espiritualmente, possuindo várias faculdades mediúnicas bastante desenvolvidas,
por meio das quais eles se comunicam diariamente com seus mentores e Guias espirituais, quer
nos templos em sua visita diária, quer na própria residência ou nos locais de trabalho quando
sentem necessidade de algum conselho ou orientação.

7
A vida no Planeta Saturno

2. CARAVANA DE ALMAS ESTUDANTES


Em seguida eu relatarei alguns detalhes de uma das visitas de estudo ao planeta Saturno por uma
caravana de almas estudantes do Além. A partida fora marcada para as primeiras horas de um dia
primaveril, que os temos muito lindos no Alto. Compunha-se a caravana de cinquenta estudantes
sob a direção de seus professores, numa caravana igual a muitas outras organizadas anteriormente.
Tudo pronto para partir, munidos os chefes da necessária permissão dos Dirigentes espirituais do
planeta a visitar, foi a viagem iniciada sob uma certa emoção das almas que assim viajavam pela
primeira vez. Eram visíveis as preocupações de algumas delas sobre aquela partida para um planeta
desconhecido, longínquo, ao qual só conseguiriam chegar algumas horas depois E indagavam-se
então, intimamente: chegaremos lá? não poderá dar-se que ocorra algum desastre com o nosso
veículo? Mas logo se tranquilizavam em face das recomendações dos chefes: não se preocupem;
mantenham-se absolutamente tranquilas para chegarmos mais depressa. Isto serviu para abrandar
o sistema vibratório e emocional das almas presentes, e a viagem se iniciou. Desejo dizer algumas
palavras sobre o espetáculo maravilhoso observado pelas almas presentes ao se afastarem do ciclo
da Terra para entrarem no chamado espaço cósmico, onde o silêncio se pode dizer absoluto. Nesse
espaço imensurável porque infinito, toda a vibração se confina as batidas do próprio coração, e
apenas o pensamento se conserva alerta, atuante, conduzindo a caravana na direção certa,
premeditada e conscientemente dirigida. O viajante tem a impressão nítida de que se encontra
estacionado no espaço, e o seu objetivo é que corre ao seu encontro, vindo de muito longe. Esta
era a impressão das almas componentes da caravana estudantil. Saturno, o planeta em mira, vinha
vindo de muito longe, primeiramente quase irreconhecível de tão pequeno, e agora crescendo em
proporções gigantescas ao encontro da caravana emocionada ante o fenômeno. Dentro em
pouco, porém, graças à perfeita direção do timoneiro, o barco da caravana ancorava tranquilamente
entre as nuvens de Saturno, cujas dimensões excediam a toda expectativa da caravana. O
estacionamento processou-se^ muito suavemente num local predeterminado, onde uma luzida
Delegação de Entidades saturninas aguardava a caravana oriunda do ciclo terreno. A satisfação
entre os elementos terrenos foi indescritível, por haverem atingido tão rápida e facilmente o
gigantesco planeta dos anéis luminosos. Este pareceu desde logo às almas estudantes, de uma
dimensão muitas vezes a da Terra, tal a expressão de sua conformação gigantesca.

8
A vida no Planeta Saturno

3. OS ANÉIS
Observaram as almas estudantes que os chamados anéis do grande planeta eram constituídos por
largos círculos luminosos, resultantes da projeção da luz solar sobre as espessas camadas de
bruma que envolvem o planeta. Vistos assim de perto, verificava-se que essas luminosidades se
mantinham a milhares de quilômetros de distância do respectivo centro geográfico, e não como
lhes eram conhecidos formando círculos concêntricos em torno do planeta. Esta foi, por
conseguinte, a primeira observação das almas estudantes em torno dos chamados anéis de
Saturno.
Feitas as necessárias apresentações pelos chefes da caravana à Delegação da Cúpula de Saturno, as
almas terrícolas, assim designadas pelos saturninos, foram convidadas a pousar no solo e a
percorrê-lo com a mesma liberdade como se na Terra estivessem. Manifestaram então os chefes
terrícolas o desejo de visitarem algumas universidades saturninas, e assistir a algumas aulas na
condição de incógnitas, para melhor as apreciarem. A Delegação presente colocou-se desde logo à
disposição da caravana para esse fim, e sugeriu, inicialmente, uma visita geral aos grandes atrativos
locais, o que foi prontamente aceito pelas terrícolas, designação que ficou prevalecendo para todas
as caravaneiras.

9
A vida no Planeta Saturno

4. TRANSPORTES URBANOS
O primeiro ponto visitado foi então uma bela cidade, na qual as almas terrícolas muito apreciaram
o sistema de transportes urbanos, inteiramente suspensos do solo mediante um princípio
pneumático, deixando a superfície inteiramente livre ao uso dos pedestres. Se estes necessitam de
tomar condução para qualquer ponto da cidade, bastar-lhes-á galgar poucos degraus marginais e
aí aguardarem a condução que desejarem. Os veículos coletivos sucedem-se à margem das grandes
vias públicas numa sequência que da ideia de autênticos comboios intermináveis. Estacionam em
determinados pontos o tempo suficiente para receberem os passageiros e deixarem outros, com
uma regularidade perfeita, e numa harmonia e tranquilidade admiráveis. Não se ouve nenhum
ruído de motores, visto como todos eles se movimentam à base eletrônica. Esta foi uma das
primeiras observações de algumas almas que foram engenheiros na Terra, e que muito apreciaram
o princípio em uso nos transportes de Saturno. Tomaram, pois, os seus apontamentos a
respeito, com vistas à sua implantação proximamente na esfera terrestre.
O tipo de veículo que puderam observar também agradou aos antigos engenheiros da Terra.
Verificaram a maleabilidade da estrutura dos coletivos usados no planeta visitado, e a grande
comodidade oferecida aos respectivos usuários. Eles se deslocam e param de maneira
absolutamente suave, graças aos dispositivos propulsores de que são dotados, que diríamos, um
copo d’água não transbordaria se conduzido por algum passageiro. Esta imagem eu a apresento
para dar ideia da suavidade com que partem e se movimentam os coletivos de Saturno. O que ali
puderam observar e anotar as almas terrícolas é de natureza a abranger vários capítulos deste livro.
Eu pretendo anotar o que puder com a maior clareza que me for possível, por ser de grande
interesse para todas vós, almas queridas. Assim eu vos convido a prosseguirdes nesta leitura.

10
A vida no Planeta Saturno

5. ALMAS SATURNINAS
A chegada da caravana ao solo de Saturno constituiu motivo da maior curiosidade e alegria para
as almas componentes da mesma, como era de esperar. Embora no Alto se conheçam em detalhe
numerosos fatos relacionados com a vida em vários outros planetas, as almas estudantes visitavam
aquele planeta gigantesco pela primeira vez em viagem de estudos e observações. A curiosidade
das caravaneiras estava também em conhecerem o tipo de almas saturninas, em confronto com
elas próprias. Constataram então logo de início não existir grande diferença entre o tipo espiritual
de Saturno e as almas terrenas, uma vez que umas e outras são unicamente Espíritos. Verificaram
inclusive que o tipo humano propriamente dito pouco difere dos seres humanos que vivem na
Terra, sendo apenas menos desenvolvidos que os da Terra os corpos físicos dos seres saturninos.
Uma outra constatação igualmente feita pelas almas terrícolas, e esta com bastante alegria, foi a
facilidade de entendimento e comunicação com as almas locais, visto como a linguagem
do pensamento, sendo de caráter universal, permite às almas de qualquer planeta se comunicarem
com as de outros, usando para isso a linguagem mental. Desta maneira foram iniciados os diálogos
entre as almas visitantes e as locais com grande facilidade de comunicação.

11
A vida no Planeta Saturno

6. UNIVERSIDADES
Sendo um dos objetivos da caravana visitar algumas universidades de Saturno, foi este objetivo
realizado no primeiro dia de sua chegada por Nímia, gentileza da Delegação saturnina colocada à
sua disposição. Impressionou muito agradavelmente as almas visitantes a suntuosidade do edifício
da primeira Universidade visitada, pela imponência de suas linhas arquitetônicas e sua
grandiosidade. Não era a bem dizer um edifício apenas, mas uma série deles que se erguiam
simetricamente numa área extensa, dando a impressão de uma cidade de proporções regulares. O
edifício central, no qual se situa a administração-geral da Universidade, impressiona duplamente
pela suntuosidade e beleza. Deduzia-se desse fato o gosto e interesse dos saturninos pela instrução
e cultura dos jovens, numa preparação cuidadosa dos seus maiores para o dia de amanhã. Os
demais edifícios da cidade universitária eram ocupados pelos cursos numerosos ali ministrados,
abrangendo todas as especialidades científicas.
As almas terrenas admiraram, maravilhadas, a atenção dispensada pelos Dirigentes saturninos à
instrução e cultura dos seus filhos, a quem vai cabendo, de geração em geração, o Governo do
próprio planeta. Os cursos são frequentados pelos dois sexos, como acontece na Terra desde alguns
anos. apenas se constatou que em Saturno o número de alunos do sexo feminino nos cursos
universitários supera os do outro sexo. O fato causou certa estranheza às almas terrenas, tendo-
lhes sido explicado que havendo no planeta um número muito maior de almas encarnadas em
corpos femininos, elas preponderam em todos os setores de atividade, inclusive nas universidades.
E explicou ainda o informante que esta preponderância feminina resulta em grande benefício para
a vida do planeta, visto como, sendo as almas femininas dotadas de sentimentos mais pacíficos e
harmoniosos do que as do sexo oposto, existe por isso maior harmonia e entendimento entre as
populações saturninas, donde as guerras foram de todo banidas.
Outro fato que muito impressionou as almas visitantes, ao assistirem à primeira aula da
Universidade saturnina, foi o belo hábito de se iniciarem todas as aulas com uma saudação elevada
ao Criador pelas classes de pé, numa atitude de sincera humildade e veneração às Forças Superiores
do seu mundo espiritual, buscando inspiração e ajuda no cumprimento de suas tarefas. Este fato
impressionou muito agradavelmente as almas terrenas, por assim poderem constatar o espírito
religioso predominante na população daquele grande planeta, ensinado e cultivado desde os
primeiros passos dados pelas suas crianças.
Puderam verificar as almas caravaneiras que esta cerimônia, presidida em cada departamento de
ensino pelo professor mais antigo, reúne a totalidade da classe, de pé, numa atitude de grande
respeito ao ato, em virtude do qual uma belíssima aura se forma em torno da sala de aula, donde
se irradiará a todos os alunos presentes. Terminada a saudação assim elevada pela classe, têm início
as aulas num ambiente de pura harmonia de pensamentos de estudo emitidos pelas mentes de
todos os alunos, em meio ao qual são-lhes ministradas as matérias do curso. Constataram as almas
visitantes com alegria, o índice de pureza das vibrações emitidas pelas mentes dos alunos nestas
circunstâncias, permitindo-lhes uma rápida assimilação das matérias do curso. Isto resulta,
naturalmente do grau de adiantamento espiritual da grande maioria das almas encarnadas em
Saturno, considerado o planeta mais evoluído do nosso sistema. Desse planeta estão chegando à
Terra algumas almas especialmente convidadas pelo Senhor Jesus, a fim de aqui implantarem
alguns dos elementos de progresso existentes no seu mundo de origem. Estas almas cedo se
revelarão à população terrena pelas suas atividades e descobertas, que muito hão de contribuir para
o aceleramento do progresso do mundo terreno. Certos melhoramentos que em breve conhecereis
nos meios de condução e transportes aéreos, assim como nas especialidades relacionadas com a
eletrônica, serão resultantes do estudo e preocupação das almas provenientes daquele planeta
gigantesco, com o objetivo de ajudar o progresso do mundo terreno.

12
A vida no Planeta Saturno

7. ALIMENTAÇÃO
Há um setor na vida terrestre no qual a influência e colaboração das nossas irmãs saturninas que
estão chegando à Terra, em breve se evidenciarão, que é o setor da alimentação. Partindo do
princípio de que a alimentação carnívora não existe no seu planeta de origem, as almas que entre
vós se encontram, originárias de Saturno, hão de apresentar-vos interessantes processos
alimentares com exclusão total significar com isto que não animais em Saturno, porque em
verdade eles lá existem das mais variadas espécies, porém, vivendo cada qual a sua própria vida
evolutiva como seres animais. Os animais que vivem em Saturno, em sua maioria prestam serviços
relevantes aos seres humanos que lhes retribuem com farta alimentação e tratamento amigo. Eles
vivem e trabalham segundo as suas possibilidades, enquanto vão adquirindo novos elementos de
progresso evolutivo em sua respectiva escala. Eles ficariam profundamente impressionados se
alguém lhes dissesse que os seus irmãos que nasceram na Terra se destinam à alimentação do
homem, tendo seus despojos expostos em muitas lojas das grandes cidades à espera de
compradores.
Isto, minhas almas queridas, se contado fosse aos nossos irmãos saturninos, decerto os estarreceria
pela barbaridade que ainda representa. O organismo humano não necessita absolutamente do
alimento animal para viver, porquanto a Divina Providência dotou este planeta de um solo fértil e
de elementos vegetais de grande teor alimentício, suficientes' para proporcionar aos seres humanos
todos os elementos nutritivos de que os mesmos possam necessitar. Não estranheis então o
aparecimento em breve entre vós de variados artigos de origem vegetal destinados à vossa
alimentação, capazes de vos fazer esquecer totalmente a carne como meio de nutrição.
A eliminação da carne como meio de alimentação contribuirá em boa parte para a eliminação de
numerosas bebidas alcoólicas, tão prejudiciais à saúde e bem-estar dos seres humanos. Esse fato
porá fim, por sua vez, a determinadas enfermidades que tanto têm contribuído para o
encurtamento da vida humana. As doenças do coração, por exemplo, têm origem, em regra, nestes
dois elementos do consumo humano: a carne e o álcool. Eliminados estes dois elementos do vosso
consumo, vereis como desaparecerão as enfermidades do aparelho digestivo, as úlceras de vários
tipos, as infecções, inclusive as doenças do coração. A causa principal das enfermidades reside no
tipo de alimentação tão usado entre vós, consequência lógica do grau inferior dos habitantes atuais
da Terra, que ainda aceitam alimentar-se dos despojos de outros seres, seus irmãos inferiores, para
se nutrirem.
A chegada, porém, ao solo terreno, de almas originárias de Saturno a convite do Senhor Jesus, deve
começar a produzir determinadas mudanças no processo atual da alimentação humana, já bastante
evoluída a partir dos últimos milênios. Haveis de ter tido notícias através da história, de que ainda
em tempos recentes os homens utilizavam a alimentação carnívora ao vivo, como ainda o fazem
os animais selvagens. A civilização dos dois últimos milênios, contudo, e a evolução das almas que
hoje vivem na Terra, muito contribuíram para os passos dados pelo homem no sentido de maior
refinamento moral, e na eliminação dos antigos costumes. Um novo passo está então para ser dado
no processo alimentar da asseguro.

13
A vida no Planeta Saturno

8. TEMPLOS RELIGIOSOS
Voltando a tratar da visita da caravana de almas terrestres ao planeta Saturno, eu desejo registrar
ainda outras observações interessantes a respeito dos usos e costumes das populações que nele
vivem. Uma delas refere-se aos templos religiosos erigidos à fé das almas saturninas, mantidos
e visitados pelos habitantes daquele planeta gigantesco com grande empenho e devoção. Puderam
as caravaneiras constatar que os templos religiosos como que permanecem repletos 0 dia inteiro, o
que não se dá na Terra nem mesmo no Alto deste ciclo terreno. Observando atentamente o fato,
as almas caravaneiras puderam constatar que existe nesse planeta, nas suas cidades
principalmente, uma espécie de horário de frequência ao Templo pela respectiva população, com
ofícios religiosos realizados cada sessenta minutos da medida do tempo existente na Terra. A
frequência ao Templo inicia-se com o aparecimento do Sol pelas quatro horas da manhã e se
estende até as vinte e quatro horas, diariamente. O horário existente foi elaborado de maneira a
repartir a frequência por todas as classes da população, e tão bem foi isto feito, que não se registram
as aglomerações conhecidas na Terra em certos dias da semana. Em princípio, todos os
saturninos encontram lugar para sentar e orar tranquilamente, qualquer que seja o horário em que
devam comparecer. Eles também só comparecem no seu horário, disciplinadamente. Observando
atentamente este ponto, puderam as almas terrenas constatar a perfeita distribuição do horário
entre a população, segundo as respectivas idades. Assim, deverão comparecer em seu horário as
pessoas de determinadas idades em determinadas horas, a seguir comparecerão as pessoas
incluídas na categoria imediata, incluindo, em regra, três a quatro anos de idade. As pessoas mais
velhas, de ambos os sexos, estão programadas para frequentar o Templo entre as vinte e as vinte
e quatro horas, diariamente. Sendo o mesmo o serviço religioso em todos os horários, essa
distribuição de frequência muito facilita a presença de todas as categorias de viventes no Templo,
onde as mesmas encontram o conforto e comodidade relativos.
Não existem imagens, alegorias, nem estátuas nos templos de Saturno. Seus interiores muito
amplos, refletindo austeridade, proporcionam às pessoas presentes um ambiente de bem-estar e
repouso espiritual admiráveis. Isto sucede ainda por outro motivo bem fácil de identificar.
Tratando-se de um lugar destinado à oração e à meditação, estas elevadas vibrações ali emitidas
têm o mérito de manter o ambiente delas impregnado e a tal ponto, que apenas acomodadas
as criaturas no seu interior, logo passam a sentir-se envolvidas por essas agradáveis vibrações. Isto
sucede em menor escala também em certos templos da Terra, como já tereis talvez constatado vós
mesmas, como resultado das orações neles elevadas a Deus, a Jesus e às Forças Superiores. Estas
orações têm 0 mérito de purificar o próprio ar respirado pelos seus frequentadores, produzindo
efeitos repousantes e confortadores em todas as pessoas que os visitam.
O assunto religião e sua prática pelos saturninos foi talvez dos mais interessantes para as
caravaneiras. Elas puderam observar com alegria como o espírito religioso se encontra ali tão
difundido na população, face à frequência das pessoas de todas as idades aos templos, que são
muitos, para poderem atender a toda a população. Verificaram as almas caravaneiras que naquele
planeta gigantesco, o culto religioso é o culto do Espírito, iniciado nos lares e realizado nos templos,
cientes todos os saturninos de que são realmente Espíritos revestidos de matéria densa durante sua
existência no plano físico, onde foram, como acontece aos terrenos, em busca de mais luz para o
engrandecimento dos respectivos diademas.

14
A vida no Planeta Saturno

9. INSTRUÇÃO PRIMARIA
Encerrada a visita aos templos religiosos, nos quais a frequência é a mesma o dia todo, as almas
visitantes desejaram conhecer algo sobre os ensinamentos ministrados às classes infantis de
Saturno em suas escolas primárias. Esta curiosidade foi-lhes satisfeita pelas almas saturninas à
sua disposição, sendo os membros da caravana terrícola conduzidos a um belo edifício de apenas
dois pavimentos, mas de grande extensão, que nós costumamos denominar grupo escolar. Foi
então explicado às almas visitantes, que os dois pavimentos eram ali adotados para poupar às
crianças maior esforço para galgarem outros pavimentos. Com esse propósito foi que se
construíram os grupos escolares assim bastante amplos, podendo comportar até cinco mil crianças
nos dois pavimentos de tão larga extensão. Indagadas as almas saturninas sobre a percentagem de
analfabetos no seu grande planeta, se, como sucede na Terra, essa percentagem também existia,
elas sorriram bondosamente para responder que tal fato não existe em Saturno, acrescentando:
Os dirigentes do planeta, isto é, os governos de todas as regiões, são constituídos de pessoas da
maior elevação espiritual, para saber que a alfabetização das almas que baixam ao solo de Saturno
é-lhes imprescindível, pois que o fazem com o único objetivo de desenvolver
conhecimentos iniciados no passado, para o que se lhes torna indispensável o conhecimento do
alfabeto como roteiro necessário à aquisição de novos e maiores conhecimentos. Por que motivo
todas as crianças se iniciam na escola tão logo possam entender as palavras. Concluída a fase do
ensino primário, segue-se o imediato, igualmente frequentado pela totalidade da população infantil,
como base necessária ao seu desenvolvimento intelectual. Este segundo curso ministrado aos filhos
de saturo consiste de matérias muito práticas e sobretudo objetivas, destinadas ao desenvolvimento
do raciocínio dos alunos. Em todo o curso, porém, existe fundamentalmente o ensino religioso à
base da filiação divina de todas as almas, esclarecendo-as acerca dos objetivos da sua vinda ao
planeta. Explica-se nesses ensinamentos que todas as criaturas humanas são Espíritos em busca
de novos índices de progresso espiritual, e que terminada a vida do corpo eles regressarão
aos planos do Espírito existentes no próprio ciclo do planeta no qual se encontram.
Uma observação igualmente feita pelas almas terrícolas, a qual muito apreciaram, foi a forma de
tratamento usado pela população saturnina, de uma grande reverência para com as pessoas idosas,
e particular cordialidade entre si próprias. Sentiram as caravaneiras um permanente estado
de tranquilidade e bom-humor existente na população, e desejaram conhecer as razões do
fenômeno, interrogando a respeito as almas saturninas. Estas o explicaram da seguinte maneira:
— Isto que para vós é motivo de curiosidade, para nós é um fato absolutamente normal. A vida
neste planeta desenvolve-se tranquila, harmoniosa e feliz. Todas as pessoas aqui se consideram
irmãs por sua filiação divina, e por isso se empenham em servir e ajudar-se mutuamente quando
necessário, para que nenhuma criatura se sinta desditosa. Todas nós sabemos desde o Mundo de
Deus, a nossa morada eterna, que enquanto houver uma alma desditosa neste planeta, não poderá
existir felicidade, e citou a seguinte imagem: — Poderíeis vós sentir-vos ditosas se um dedo das
vossas mãos estivesse enfermo ou dando-vos sérios cuidados? É evidente que não. Vós tudo faríeis
para curá-lo até vos esquecerdes dele, não é exato? Pois assim vivemos nós neste grandioso
planeta. Todas possuímos a consciência de sermos realmente irmãs por nossa filiação divina, e por
isso nos empenhamos em que nenhum membro de nossa grande família sofra seja o que for.

15
A vida no Planeta Saturno

10. SERVIÇOS ASSISTENCIAIS


A explicação agradou sobremodo às almas visitantes, pelo sentimento de fraternidade que ficaram
conhecendo entre as almas viventes em Saturno. Sua curiosidade, porém, desejou abordar outro
setor da vida saturnina, e indagaram das almas amigas que as acompanhavam, como se
desenvolviam naquele planeta os serviços assistenciais no campo da medicina, principalmente.
Obtiveram a respeito o seguinte esclarecimento das almas saturninas:
— Esses serviços funcionam entre nós desde séculos e séculos com perfeita regularidade. Os
serviços médicos neste planeta funcionam, a bem dizer, como se fizessem parte da Natureza. Em
princípio, as enfermidades que se registram aqui são mínimas, em face dos conhecimentos
difundidos na população acerca dos meios sadios de viver. Se, entretanto, um ser saturnino
necessita de médico ou internação, tudo isto lhe está facultado em face dos seus direitos de cidadão
e nada lhe custa. O governo de todas as regiões do planeta mantém estabelecimentos modelares
para atender às pessoas dele carecentes, por maior que o seu número seja. Se houver necessidade
de internação ou de serviços cirúrgicos, tudo será feito com a maior dedicação, sem nenhuma
retribuição por parte dos beneficiados.
E esclareceram mais as almas saturninas:
— A consciência que preside entre nós à vivência de todos os seres é a de que é necessário socorrer
a qualquer criatura que por desdouro seu venha a contrair enfermidade que a impeça de trabalhar
e viver a sua vida. Nestes casos, que sucedem frequentemente, é à comunidade que mais interessa
salvar uma vida enferma, proporcionando-lhe os meios necessários para sobreviver. Eu vos
apresentarei a seguinte imagem, queridas irmãs terrícolas, para melhor me compreenderdes.
Quando uma criança adoece no vosso mundo, não se lhe pergunta, certamente, o de que carece
para curar-se, tal como entre nós, naturalmente. Os pais a tomam nos braços e vão procurar
socorro onde o encontrem, não é assim? E isto acontece por ser aos pais que a cura da criança
mais interessa, como um rebento que é da sua família. Aqui a vida está situada dentro desse mesmo
princípio: toda a população saturnina constitui uma grande família. Se um de seus membros cai
enfermo, todo socorro lhe é proporcionado para que rapidamente se recupere para alegria da
comunidade.
— Este princípio é realmente esplêndido, almas amigas — disseram as almas terrícolas. Quer isto
dizer, então, que todo o custeio dos serviços assistenciais do planeta cabe unicamente aos
governos, que tudo providenciam e dirigem?
— Sim, almas terrícolas. A organização deste planeta está baseada no atendimento a todas as
necessidades da população. Esta vive e trabalha para o engrandecimento do planeta em todos os
sentidos. Do seu trabalho cada indivíduo entrega ao governo a sua contribuição maior ou
menor, segundo as suas possibilidades. E isso lhe confere o direito a toda assistência de que
porventura necessite. Sabendo-se que pessoa alguma adoece por vontade própria, é
necessário socorrê-la se isso lhe acontecer.
— Uma pergunta ainda, queridas almas saturninas. É a respeito da medicina neste planeta. Como
se processa a retribuição do trabalho dos médicos nas organizações assistenciais; podereis dizer-
no-lo?
— Perfeitamente, irmãs terrícolas, e com grande alegria. Partindo do princípio generalizado neste
planeta, de que nenhuma criatura veio a ele para entesourar fortuna, mas sim e unicamente para
nele viver e progredir moralmente, as almas que aqui se dedicam à prática da medicina
nas organizações assistenciais são recompensadas dos seus serviços pela autoridade do governo, e
de tal maneira que se sentem imensamente felizes no desempenho da sua profissão. Em geral, as
almas que aqui se encaminham para o campo diversas especialidades, já se identifique a sua
16
A vida no Planeta Saturno

grandeza espiritual, e só aspiram acrescentar sua própria luz em virtude do seu empenho em
salvar as almas enfermas. Mas recebem, ainda, uma outra forma de recompensa, que é a seguinte:
os filhos destas almas devotadas à prática da medicina nas organizações assistenciais, têm
prioridade em suas aspirações a igual posto de serviço, se o desejarem, ou a outras atividades nos
serviços da respectiva região. Esta circunstância muito contribui então para que as organizações
assistenciais possam dispor de um quadro de técnicos até superior às suas necessidades de
atendimento. Isto, contudo, não impede que haja também médicos particulares para quantos os
procurem, porque muitas pessoas de grandes recursos os preferem. Este é, de modo geral, o
aspecto assistencial neste planeta que ora visitais.
— Muito vos agradecemos, almas saturninas, a gentileza da vossa inteligente explicação. Muito
estamos aprendendo convosco nesta visita para nós tão agradável.

17
A vida no Planeta Saturno

11. DURAÇAO DA VIDA


Uma pergunta que desejaríamos fazer-vos, também, é quanto à duração da vida humana neste
planeta; podereis esclarecer-nos?
— Com muito gosto, almas terrícolas. A média da duração da vida humana em Saturno ultrapassa
bastante de um século do vosso calendário. Falo desta maneira para melhor entenderdes a
resposta, uma vez que o nosso calendário registra os períodos anuais menores que os da
Terra. Ficareis sabendo, então, que. feitas as devidas comparações, as pessoas vivem neste grande
planeta um período médio de vida de cento e vinte a cento e cinquenta anos, contados pelo
calendário terreno. Isto porque, sendo muito mais veloz que a da Terra a rotação de Saturno,
podemos dar-vos esta medida de tempo de vosso mundo para a média da duração da vida humana
neste planeta.
— Estamos verdadeiramente encantadas, almas saturninas, com a vossa explicação. Encantadas e
agradecidas pela gentileza e fraternidade com que nos tratais. Em retribuição gostaríamos de poder
receber-vos algum dia no nosso plano espiritual, a fim de podermos servir-vos também.
— Almas terrícolas, que tão amáveis sois, eu vou fazer-vos agora uma revelação que certamente
vos surpreenderá. Eu mesma já vivi milênios no vosso pequeno mundo terreno, antes de vir para
aqui. Recordo por isso ainda uma grande parte dos sofrimentos que defrontei na Terra em épocas
que bem longe vão. Após cumprir no vosso planeta o meu aprendizado, obtive do vosso e meu
querido Jesus a necessária permissão para me transferir para este planeta, onde consegui aprimorar
quanto aprendi na Terra. Ingressando no ciclo de Saturno com a alma assaz purificada das
maldades que defrontei na Terra, aqui fui acolhida com cativantes demonstrações de fraternidade
e amor por parte das almas saturninas, em cujo ciclo estou vivendo há perto de dois milênios. Mas
eu não vim só, almas terrícolas; viemos um grupo de mais de mil almas para um estágio de
promoção e aperfeiçoamento técnico e, espiritual. Vedes que vos falo citando detalhes da vida e do
calendário terreno, porque de fato os conheço bem. Nós nos encontramos em Saturno, não como
incorporadas à vida e comunidade deste grande planeta, como talvez possais imaginar. Mas não,
almas terrícolas que eu passarei a chamar irmãs queridas; nós não viemos aqui para ficar, mas para
aprendermos do progresso saturnino aquilo que ainda falta na Terra. Eu acrescentarei que deverei
reencarnar no vosso e meu mundo terreno dentro de poucos anos, em companhia de muitas outras
almas, com a missão de continuarmos a servir ao nosso inesquecível Senhor Jesus. Efetivamente,
eu e outras almas vindas da Terra.-Aqui nos especializamos em vários ramos de refinamento
científico, com o objetivo de levarmos àquele querido mundo terreno os adiantamentos de que está
necessitando. Estamos, portanto, eu e minhas companheiras planetárias, em vias de retornarmos
à Terra ainda neste século que estais comemorando, e com que alegria o faremos!

18
A vida no Planeta Saturno

12. NECESSIDADE DA INSTRUÇÃO


As observações recolhidas pelas almas em caravana ao planeta Saturno muito lhes hão de servir
na oportunidade de sua volta à Terra, permitindo-lhes oferecer algumas ideias construtivas da
maior felicidade para os habitantes deste pequeno mundo. Tanto no campo religioso como no da
instrução, muito há o que fazer na Terra. No da instrução, então, é da maior urgência a construção
de escolas suficientes para abrigar a totalidade das almas infantis que vão aparecendo no mundo e
necessitam de desenvolver a inteligência como todos os demais seres humanos. Como são difíceis
as reencarnações na Terra pela falta de lares suficientes para receber todas as almas que necessitam
de reencarnar uma vez mais, há necessidade de proporcionar àquelas que conseguem a sua
oportunidade toda a instrução possível para o desenvolvimento da sua inteligência. De modo geral
poderemos comparar a totalidade das almas infantis com gemas preciosas capazes de ostentar um
brilho notável depois de convenientemente lapidadas. Se isto não acontecer pela falta da necessária
instrução, essa quantidade enorme de almas privadas do alfabeto perde por assim dizer a
encarnação, regressando ao Alto como veio à Terra, porque não conseguiu desenvolver a
inteligência. Há, por conseguinte, necessidade dos dirigentes deste pequeno mundo, cada qual na
sua esfera de ação, se empenharem em proporcionar a instrução necessária a todas as criaturas sob
sua direção, para que possam elas contribuir com sua parcela para o adiantamento do progresso
geral deste planeta.

19
A vida no Planeta Saturno

13. NÍVEL EVOLUTIVO


Isto posto, vamos ocupar-nos novamente da visita das nossas irmãs ao gigantesco Saturno, quase
dez vezes maior do que a Terra, habitado por uma população de seres humanos bastante mais
evoluídos que os terrenos. De um modo geral poderemos estabelecer entre o nível evolutivo dos
saturninos e os terrenos, uma diferença semelhante à que existe entre a escola primária e o curso
secundário adiantado. Os habitantes de Saturno se distinguem sobremodo por sua alta
compreensão dos problemas humanos, adotando normas de vida que os situam entre os seres
mais evoluídos do nosso sistema planetário.
Já verificamos como os saturninos compreendem e praticam a solidariedade humana, possuindo
para isso organizações modelares destinadas a atender à população em todas as emergências. Para
usar da linguagem familiar da Terra, poderemos dizer que o Estado se constitui naquele
planeta imenso, no grande protetor das populações. Cada indivíduo que ali vive sabe que para
poder gozar dos direitos de assistência que o Estado confere a todos, lhe compete contribuir para
isso na medida das suas possibilidades, entregando ao Estado a parcela que lhe couber, e que é
sempre equitativa com os seus ganhos. Desta maneira todos os habitantes contribuem para a
manutenção dos serviços assistenciais, e todos se beneficiam desses serviços em perfeita igualdade.
Desta perfeita organização assistencial resulta em boa parte a alegria, tranquilidade e bom humor
da população saturnina, a sua felicidade enfim.

20
A vida no Planeta Saturno

14. O PROBLEMA DA VELHICE


Uma observação igualmente anotada pelas almas visitantes e que muito deve interessar aos
terrenos é quanto ao tratamento das pessoas idosas sem meios próprios de subsistência.
Considerando-se a longevidade naquele planeta, onde muitas e muitas criaturas ultrapassam os
cento e cinquenta anos do calentário terreno, surgiu a curiosidade de as almas visitantes
conhecerem a maneira pela qual o problema da velhice é ali solucionado. Indagadas então as almas
saturninas à sua disposição, foi-lhes oferecido o seguinte esclarecimento:
— Aqui em Saturno, irmãs terrícolas, o problema da assistência à velhice não existe, em face das
leis que regem a vida humana neste planeta. As pessoas que vão atingindo a velhice e que não
possuam recursos próprios para se manterem com 0 necessário conforto são recebidas e
acomodadas em belas propriedades que existem por toda parte, onde passam a viver como se nos
próprios lares estivessem. A velhice é considerada entre nós com o máximo respeito, devido ao seu
longo tempo de trabalho pelo engrandecimento do planeta, durante cujo período muito contribuiu
para a manutenção das nossas organizações assistenciais. Assim, atingindo uma criatura a velhice
e não possuindo meios próprios de subsistência, ela passa a pensionista do Estado em propriedades
bastante amplas, especialmente nas zonas rurais, onde encontra vários meios de ocupação ou
distração. Essas propriedades são visitadas semanalmente por muitas pessoas, parentes ou não dos
pensionistas, dado o espírito de solidariedade tão radicado neste planeta. Nessas propriedades
rurais os pensionistas encontram vários motivos de atração no cultivo de algum setor de sua
preferência, podendo à noite participar de apropriados programas artísticos, onde se destacam
números de canto e música. Há frequentemente pensionistas que escrevem livros e impressões das
mais interessantes, os quais, após devidamente apreciados, são impressos e divulgados cá
fora. Podemos dizer então, minhas queridas terrícolas, que a velhice possui o seu capítulo nas leis
sociais deste planeta, a ninguém causando temor a circunstância de atingir esse avançado estágio
da vida.
— Muito interessante o vosso esclarecimento, almas saturninas, o qual nós muito apreciamos.
Desejávamos apenas conhecer esse detalhe: dissestes que as pessoas idosas, a velhice, são
recebidas nas propriedades rurais. Nós desejávamos saber se não existem órgãos assistenciais para
esse fim na zona urbana; podereis esclarecer-nos?
— Com muito gosto, irmãs terrícolas. O fato de existirem acomodações para a velhice nas zonas
rurais e não na zona urbana, decorre do desejo de hospedar essas pessoas em regiões mais
saudáveis, de clima ameno e altitudes razoáveis, visando-se sobretudo ao seu maior bem-estar. E
como ao redor das cidades tão movimentadas como são as nossas não seria fácil encontrar o
ambiente, o clima, e demais condições desejadas, optou-se pela sua instalação na zona rural, onde
as pessoas internadas podem viver melhor. Isto não quer dizer, porém, que não vivam pessoas
idosas também nas cidades, pois que milhares delas aqui vivem realmente, umas em suas próprias
residências, outras hospedadas em instituições particulares, onde contribuem com recursos
próprios. Nas organizações do Estado, entretanto, a hospedagem nada lhes custa.

21
A vida no Planeta Saturno

15. SOBRE ELEIÇÕES


— Obrigadas queridas irmãs saturninas. Estamos satisfeitas com mais este esclarecimento, e
também em podermos saber como tudo está tão perfeitamente organizado no vosso grande
planeta. Se nos permitis uma nova indagação, nós vos pediríamos nos dissésseis qual a maneira
pela qual são escolhidos os governos do vosso planeta: existem eleições para esse fim, disputadas
por diversos candidatos, ou adota-se aqui processo diferente?
— Aqui não há propriamente eleições para o exercício das funções do governo. Nós diremos que
em Saturno são escolhidas pela população as pessoas consideradas dignas desse alto posto,
algumas vezes contra a própria vontade. Nas proximidades do término de um mandato de
governo, os cidadãos mais capazes, residentes em todas as localidades, reúnem-se para escolher o
elemento que a seu ver ofereça condições de poder governar a região. Essas condições,
assim julgadas pelos cidadãos, consistem em regra na retidão de caráter do escolhido, na sua
elevação moral comprovada em atos públicos, e na capacidade de compreensão e administração
dos problemas humanos. Assim após se reunirem os cidadãos das diversas cidades, se o problema
for de ordem geral, realiza-se uma reunião de todos eles para selecionar aquele que for considerado
o melhor. A escolha definitiva, entretanto, só será conhecida após a aclamação em praça pública da
figura que for escolhida em definitivo. Sucede algumas vezes a figura escolhida apresentar escusas
ao posto de governo, e só após bastante solicitada aceitá-lo, ou haver necessidade de escolher-se
outra. Isto acontece pela razão de que os postos de governo neste planeta são postos de grandes
trabalhos e até de sacrifício. A pessoa responsável pelo governo de qualquer região de Saturno tem
honras de verdadeiro pai (ou de mãe quando mulher) e a ela recorrem todos os cidadãos em casos
de necessidade. A elevação espiritual destas criaturas na chefia dos postos de governo torna-as
sobremodo acessíveis a todos os governados. Existem necessariamente gabinetes com pessoas
intermediárias, é claro; os chefes, contudo, jamais se recusam a receber os cidadãos que tentem
apelar para eles, numa espécie de última instância. Daí a pouca sedução que os postos de governo
exercem junto às personalidades mais destacadas. Este processo de escolha dos governantes leva
invariavelmente a esses postos as pessoas em condições de proporcionarem a felicidade e o bem-
estar aos seus concidadãos. Uma condição aceita por todos os governados é a de que, uma vez
escolhida determinada personalidade para exercer as funções de governo, todos a aceitam e lhe
prestam obediência. Esta função, absolutamente gratuita neste planeta, é considerada como
prestação de serviço à comunidade, tornando essa criatura benemérita em todos os corações.
— Estamos satisfeitas, almas saturninas, e muito agradecidas a mais este importante
esclarecimento. Vemos que o processo da substituição dos governantes neste planeta difere muito
daquele que é adotado no nosso mundo terreno. Lá os homens disputam os postos de governo
com todas as forças, pela só ambição de se tornarem os chefes dos seus concidadãos.
— Eu conheço bem esse problema, queridas irmãs terrenas, visto ter vivido milênios no vosso
planeta. Com o evoluir dos tempos, porém, eu acredito que se institua na Terra um processo
semelhante ao usado neste planeta, do qual resulta uma grande harmonia entre os cidadãos, e
maior felicidade para a região. O governante de qualquer fração regional de Saturno capacita-se de
estar exercendo uma autêntica missão divina junto aos seus contemporâneos, e por isso se esmera
em praticar somente os atos que em sã consciência julga contribuírem para a maior felicidade e
bem estar da coletividade. O governante de qualquer região deste planeta tem a perfeita consciência
de estar exercendo uma missão divina no solo saturnino, da qual resulta ser considerado, por isso,
a segunda pessoa do Criador junto aos seus governados. E sendo realmente a segunda pessoa do
Criador no solo saturnino, ele medita seriamente sobre as medidas a adotar em sua administração,
sempre com vistas à maior felicidade dos seus governados. Mas, minhas queridas irmãs terrícolas,
há ainda outra explicação para a grande preocupação dos nossos governantes em se

22
A vida no Planeta Saturno

desempenharem sempre com a maior elevação moral em todos os seus atos. A explicação agora é
de caráter subjetivo, que é a seguinte:
— É crença geral entre a população saturnina, desde longuíssimos milênios, que a escolha dos
governantes por aclamação na praça pública é resultante de uma inspiração do Criador, como
tarefa imposta à criatura escolhida. Daí a crença generalizada de que a criatura escolhida passe a
ser em verdade a segunda pessoa do Criador. Se, por conseguinte, essa alma conseguir praticar
somente atos bons no desempenho do mandato assim recebido, ao desencarnar e regressar ao seu
plano espiritual será a mesma recebida, cumprimentada e regiamente recompensada pelo
Criador. A alma assim agraciada passará a exercer o cargo de assessor-conselheiro do Criador,
encerrando o ciclo de encarnações no solo de Saturno. Isto é o que se conhece através da
tradição saturnina. Agora o reverso da medalha, como costumais dizer no vosso mundo. Se, em
vez de uma sábia administração à frente do governo a alma prevaricar, seja por ignorância ou má
fé, e desse ato ou atos resultar sofrimento ou prejuízo para os governados de qualquer região
saturnina, neste caso, ao regressar ao ciclo espiritual que lhe pertencer, essa alma irá purgar
duramente os males causados à comunidade, por um prazo aqui desconhecido mas que se atribui
muito longo. Esse é talvez o motivo principal da recusa de certas criaturas em aceitarem postos de
governo neste planeta. Sendo realmente postos que exigem capacidade e muito
discernimento, temem essas criaturas incorrer em fracasso ou deslize, e assim procuram furtar-se
à sua indicação para o posto.
— Uma bela explicação nos destes, queridas irmãs saturninas. Isto nos induz a concluir que as
populações saturninas estejam também bastante elevadas espiritualmente, para acreditarem na
sobrevivência das almas ao se despedirem do corpo.

23
A vida no Planeta Saturno

16. INTERCÂMBIO ESPIRITUAL


— E a propósito, surge-nos o desejo de saber se neste planeta se pratica o intercâmbio espiritual;
podereis informar-nos, queridas irmãs saturninas?
— Será um grande prazer para nos falar de tão belo assunto. Para começar vos diremos que de
um modo geral todas as pessoas neste planeta possuem estas duas importantes faculdades
mediúnicas: a vidência e a audiência. Estas faculdades já constituem um índice do progresso
espiritual dos saturninos, mediante as quais eles se comunicam com seus parentes e Protetores do
mundo espiritual. Este é ainda um dos motivos do interesse de todos em sua afluência diária aos
templos, onde têm oportunidade de receber instruções, notícias e ensinamentos de que possam
carecer para solucionar problemas da vida. E como todas as criaturas possuem destes problemas,
elas sabem que comparecendo aos templos para orar diariamente, recebem aí, dos seus
entes desencarnados como dos seus Protetores espirituais, os conselhos e sugestões que muito as
ajudarão. Se, entretanto, alguma criatura necessitar de ouvir seus Protetores ou amigos espirituais
em outras oportunidades, ela terá apenas que se recolher ao seu quarto de oração, que existe em
todos os lares, e aí convocará a sua Entidade amiga, de quem receberá a instrução ou conselho
desejado. Vedes pelo que acabamos de dizer, que o culto do Espírito, bem como o
intercâmbio espiritual, se encontram bastante desenvolvidos neste grandioso planeta.
— Gratíssimas, queridas irmãs saturninas, por mais este importante esclarecimento acerca do culto
do Espírito no vosso planeta, que tanto admiramos. Nós estamos anotando com o maior interesse
os vossos amáveis esclarecimentos, que pretendemos divulgar oportunamente no nosso
pequeno mundo terreno.

24
A vida no Planeta Saturno

17. NECESSIDADE DA ALFABETIZAÇÃO


As observações colhidas pelas almas visitantes de Saturno, uma vez regressadas estas ao nosso
plano espiritual, foram devidamente selecionadas e anotadas para a eventualidade de serem
oportunamente trazidas à Terra no melhoramento de vários serviços aqui existentes. Os
melhoramentos que em breve conhecereis neste vosso mundo já serão em parte o resultado das
observações colhidas pelas nossas caravaneiras em Saturno e muito hão de contribuir para p
progresso geral deste pequeno planeta. Algumas daquelas observações requerem mesmo certa
urgência em sua aplicação neste mundo terreno, como meio de ajudar as almas encarnadas a
adquirir mais rápida evolução. O problema da instrução, por exemplo, necessita de solução pronta
e eficiente, para atender, a essa população enorme de crianças difundida pelas regiões do interior
de muitos países, ainda privadas de escolas. A simples alfabetização da criança já lhe proporciona
oportunidades de progresso através da leitura de obras espiritualistas, que de outra maneira
desconheceria. Da leitura das boas obras espiritualistas, novos horizontes se abrem à compreensão
e desenvolvimento espiritual dessas almas encarnadas, permitindo-lhes o regresso ao seu plano no
Além, já portadoras de novas luzes. Porque, segundo vem ocorrendo desde muito, a passagem de
uma alma pela Terra privada do alfabeto, em nada ou muito pouco contribui para o
seu desenvolvimento espiritual.
Há necessidade, por conseguinte, de os governantes de todos os países da Terra se devotarem mais
à difusão do ensino, na certeza de que isso redundará na sua maior iluminação espiritual ao
regressarem da Terra. Alfabetizar uma criança significa acender uma luz onde existe a
escuridão, possibilitando à criança conduzir-se na vida com maior acerto em suas atividades
materiais, e obter maior volume de luzes para o Espírito. Firmai-vos, pois, neste princípio,
todos vós que tiverdes uma parcela de responsabilidade na administração de qualquer fração do
território terreno, e estareis prestando ao mesmo tempo um belo serviço ao Senhor Jesus. A luz
decorrente da alfabetização das crianças e adultos tem o mérito de acender por sua vez a luz
espiritual nessas criaturas, o que as mesmas agradecerão reconhecidas, a vida inteira.

25
A vida no Planeta Saturno

18. SERVIÇO AÉREOS


Voltemos, porém, ao contato com as almas visitantes do grandioso Saturno, para colhermos
também algumas observações importantes. Vencidos os primeiros três dias de visita àquele
planeta, durante os quais várias observações foram colhidas e cuidadosamente anotadas, desejaram
as caravaneiras conhecer um pouco dos serviços aéreos de transporte, tão intensos e silenciosos.
Indagaram por isso das almas saturninas como se processavam tais serviços e com tanta
segurança, ao que as mesas responderam da seguinte maneira:
— Estes serviços são aqui importantes e funcionam maravilhosamente. Em afirmação disto,
diremos que muitos poucos acidentes aqui se registram, graças ao adiantado processo aqui usado.
Os aviões que vedes cruzar os ares tão intensamente prestam grandes serviços à população, dada
a extensão do nosso planeta. O fato de funcionarem assim tão silenciosamente, resulta do tipo de
seus motores movidos eletronicamente, não necessitando de outro combustível. São assim tão
seguros que podem inclusive fazer paradas no ar quando haja necessidade sem o risco de caírem.
— Mas isto é realmente extraordinário, queridas irmãs saturninas! No nosso mundo terreno isto é
absolutamente impossível! Não só os aviões fazem um enorme ruído com seus motores, como se
precipitam frequentemente ao solo, vitimando todos os passageiros e tripulantes. Vemos, assim] 0
grande progresso em que se encontra a vossa aviação!
— Sim, queridas terrícolas; a nossa aviação é absolutamente segura. Sem poder exprimir-nos em
termos técnicos, vamos contudo tentar explicar a razão disso. Diremos então que os nossos aviões
dividem-se tecnicamente em duas partes: a primeira é constituída do elemento de segurança,
que os sustenta no ar com todos os passageiros. Trata-se de uma bela descoberta dos nossos
técnicos, e já em uso há mais de um século. É um tipo de gás contido em vários tubos segundo o
peso calculado de cada aparelho, suficiente para mantê-lo no ar em quaisquer circunstâncias. Daí a
segurança de todos os nossos aviões. A segunda razão consiste em serem os motores por sua vez
alimentados eletronicamente, e nunca falham, porque os há também de reserva, e assim vedes
como cruzam os espaços constantemente. Há, entretanto, um dispositivo bastante recente, o qual,
colocado em todos os aviões, impede que eles se choquem no espaço, terminando assim com o
único motivo de acidentes que até então se registravam. O funcionamento deste dispositivo é
bastante curioso, e admira realmente como foi descoberto. Ele age à base da repulsão. Assim, se
dois aparelhos estiverem voando na mesma linha, por exemplo, mas em sentido contrário, o
dispositivo de repulsão entra imediatamente em funcionamento, e desvia os dois aparelhos o
bastante para não se chocarem. Esta descoberta serviu para evitar muitos desastres por toda parte.
Colocados na posição desejada, eles agem a uma grande distância, desviando os aparelhos em
sua rota para não se encontrarem. A este dispositivo foi dado pela população o apelido de piloto
invisível, de tão eficiente que é. Graças a ele cessaram os desastres aéreos em Saturno.
— É esplêndido, esse vosso piloto invisível! Gostaríamos de conhecê-lo de perto, queridas irmãs
saturninas, uma vez que trazemos em nossa caravana almas que foram engenheiros na Terra.
Muito bem, queridas terrícolas. Vamos combinar então uma visita ao centro de aviação mais
próximo, onde podereis examinar de perto esse dispositivo. Iremos lá amanhã se estiverdes de
acordo.
— Perfeitamente, queridas irmãs saturninas. Muito vos agradecemos mais esta gentileza.
No dia imediato toda a caravana se achava em visita ao centro de aviação em companhia da
Comissão de almas saturninas, que se esmeraram em apresentar às visitantes tudo o que pudesse
interessar-lhes nesse setor. Oito almas de engenheiros incumbiram-se de examinar em detalhe o
que mais pudesse interessar em relação a estes dois princípios instituídos na aviação saturnina: o
da sustentação permanente dos aviões no ar, e aquele que efetua o desvio dos aparelhos quando

26
A vida no Planeta Saturno

se encontrem na mesma linha em sentido contrário, o chamado piloto invisível. Quanto a este,
verificaram os engenheiros terrenos basear-se o seu funcionamento no princípio do radar. Sua
maior utilidade está então em que por si próprios, isto é, automaticamente, os dois pilotos invisíveis
imprimem o desvio necessário às duas naves para que não se choquem em sua rota. E mais ainda:
passado o momento do cruzamento das duas naves, o movimento se desfaz e elas retornam à sua
rota. Vê-se por esta simples explicação, toda a importância do piloto invisível na aviação hodierna.
As almas de engenheiros terrenos tiveram permissão inclusive para levantar esquemas sobre
quanto desejassem nesse setor, e elas 0 fizeram com empenho, visando à oportunidade de
trazerem esse e outros melhoramentos para a Terra bem proximamente. Podeis contar então com
esses novos melhoramentos a enriquecerem a vossa aviação, tão progredida, aliás, nestes últimos
tempos.
Encerrada a visita ao centro de aviação, a caravana repousou o resto do dia, para o que se recolheu
a um dos templos da cidade, onde todas as almas renderam graças ao Senhor Jesus pela
oportunidade que o Senhor lhes concedera de visitar Saturno, onde muito haviam aprendido e
anotado Foi durante a sua tarde de repouso no Templo que este fato as surpreendeu: havendo
mentalizado o Senhor Jesus em suas preces de agradecimento, aproximou-se delas reunidas, uma
figura de idade mais que várias vezes centenária, uma Entidade do mundo espiritual de Saturno, a
qual as saudou com grande reverência. Dirigindo-lhes o seu amável cumprimento, disse-lhes a
Entidade saturnina:
— Queridas filhas do mundo terreno! Como me sinto ditosa em vos encontrar neste local! O que
fazeis porventura: emigrastes para aqui, ou encontrai-vos em vilegiatura? Querida e venerável
Entidade! Nós nos encontramos aqui em viagem de estudos e observações, Estamos cursando a
Universidade espiritual do mundo terreno, e viemos até aqui na graça e permissão de Jesus, Nosso
Senhor.
— Jesus, Nosso Senhor! Como me enchem das mais caras recordações estas três palavras! Estas
palavras emocionam-me profundamente, almas queridas! Eu, como vós, também me acostumei a
amar o Senhor Jesus de todo o meu coração, desde quando tive a felicidade de ser por Ele recebida
e admitida a viver no solo terreno. Isto aconteceu há muitos, muitos séculos, e eu recordo
constantemente em minhas meditações aquele pequenino mundo dos mares salgados e
profundos. Vendo-vos agora neste Templo orando a Jesus, Nosso Senhor, eu apressei-me em
juntar às vossas a minha prece, numa recordação muito grata para o meu pobre coração. O
vosso Jesus é o próprio Amor personificado. Felizes as almas e os seres que evoluem sob a graça e
proteção de tão luminosa Entidade! Creio não exagerar em vos dizer que o vosso e meu j;. querido
Jesus é o filho mais querido do Pai Celestial! Eu peço-vos então, almas queridas, levardes a Jesus,
Nosso Senhor, as vibrações mais puras do meu coração agradecido.
—Nós o faremos com todo o gosto, venerável Entidade. Gostaríamos de saber o vosso nome para
melhor nos desempenharmos do vosso pedido junto ao Senhor.
— Dizei-Lhe que foi Zarziel que isto vos pediu, e o Senhor Jesus logo se recordará de mim.
— Se nos permitis uma indagação, venerável Entidade, nos pediríamos que nos dissésseis algo
mais sobre vós própria, e como. viestes para este grande planeta. Será isto possível?
— É perfeitamente possível, minhas filhas. A minha história e muito longa mas eu procurarei
resumi-la. Fazem já vários milênios que eu e muitas outras almas fomos entregues aos cuidados
do Senhor Jesus, numa grande assembleia realizada num planeta deste mesmo sistema. Eu fazia
parte do grupo de almas que tal assembleia decidiu entregar aos cuidados do Senhor Jesus, para
nascerem no solo terreno. Foi então um perfeito ato de caridade do Grande Jesus, minhas filhas.
Fomos todas para a Terra, um mundo bastante atrasado para nós que procedíamos de outro bem

27
A vida no Planeta Saturno

mais evoluído. Nossa tristeza era então imensa. O povo não nos compreendia, se bem tivéssemos
nascido no mesmo ambiente. É que nossos Espíritos recordavam a todo instante o paraíso que
deixáramos em algum ponto do Universo, e se mantinham tristonhos. Estou bem lembrada de que
a região em que fomos nascer ficava situada ao Norte do continente africano, onde lutamos e
sofremos demasiadamente. Nós éramos então um povo desconhecido e hostilizado pelos terrenos,
embora tivéssemos passado a ser terrenos também. Como possuíamos conhecimentos bastante
mais adiantados que os outros povos, nós fomos à guerra com eles e os vencemos em toda parte.
Tanto lutamos e tanto vencemos que cansamos também. O nosso Espírito vivia voltado para a
nossa antiga morada, e não se conformava em viver num mundo quase primitivo. Mas fomo-nos
conformando pouco a pouco. A nossa situação só encontrava alternativa na morte, porém
esta tardava a chegar. Mais conformadas com a nossa desdita, decidimos perpetuar nossa estada
na Terra com alguns monumentos graníticos que então erigimos, alguns dos quais lá permanecem
ainda em forma de pirâmides no antigo Egito. Estes monumentos serviram para assinalar a
nossa estada no vosso pequeno mundo. Com o tempo, como disse, muitas de nós se afeiçoaram a
Jesus Nosso Senhor, e voltaram à Terra algumas vezes. Eu fui uma dessas almas. Tornei-me
missionária do Senhor, e cumpri algumas missões do serviço divino, num preito de minha eterna
gratidão por me haver recebido tão carinhosamente. Na Terra fui então várias coisas: fui guerreiro,
lavrador e por fim pastor de almas. Varei diversos países do Oriente na pregação da doce doutrina
de Jesus, conquistando novos fiéis para o Cristianismo. Muitos séculos eu vivi assim ao serviço de
Jesus, Nosso Senhor. Por fim, disse-me um dia o vosso e meu Jesus:
— Querido Zarziel: muito tenho apreciado a tua fiel dedicação ao meu serviço na Terra. Eu me
congratulo contigo e de coração te agradeço o muito que fizeste pela minha doutrina da
fraternidade e do amor. Recebe, pois, mais este galardão, o mais belo que possuímos para
recompensar dedicações como a tua. Mas eu vou precisar ainda de um novo serviço teu. Necessito
que vás estudar num planeta mais adiantado os melhoramentos lá existentes, a fim de os
aplicarmos no nosso pequeno mundo. Quero, pois, que viajes a Saturno por um prazo de cem a
duzentos anos, após o qual regressarás a este plano. Posso contar contigo, querido Zarziel?
— A minha única resposta, Amado Jesus — disse-Lhe eu — é perguntar quando devo partir.
Desempenharei mais essa missão possuído da maior alegria.
— Esta foi a minha resposta ao Senhor Jesus, e aqui me encontro ao seu serviço. Tenho estudado
a fundo a vida e os costumes desse grande povo de Saturno, almas bastante evoluídas, com as
quais muito tenho aprendido. Neste momento eu estou vivendo o intervalo de uma encarnação.
Percebendo luminosidades estranhas no Templo, produzidas pelas vossas preces, vim juntar às
vossas a minha própria ao Senhor Jesus, que eu amo e venero em meu coração. Creio demorar
por aqui mais algum tempo, até quando o Senhor me chamar de volta. Possuo comigo um precioso
tesouro de estudos e observações sobre a vida e costumes deste grande povo, e também sobre os
numerosos serviços e organizações deste grande planeta. Peço-vos, então, no vosso regresso
levardes 0 meu nome ao Senhor Jesus, de quem jamais me esquecerei em minhas meditações
diárias.
— Foi para nós uma grande alegria haver-vos encontrado, Entidade venerável, e um grande prazer
conhecermos os detalhes da vossa passagem pelo nosso pequeno mundo. Conhecemos a tradição
das pirâmides do Egito, e sabíamos haverem sido construídas por um povo muito adiantado
que fora entregue ao Senhor Jesus para evoluir na Terra. Na realidade, porém, aquele povo era já
bem mais adiantado do que os terrenos. Ficamos sabendo agora que vós. Entidade venerável,
fazíeis parte daquele povo adiantado. Nós nos felicitamos então por haver-vos encontrado neste
grandioso planeta, e com todo o gosto levaremos as vossas palavras ao Senhor Jesus. Mas
esperamos ver-vos algumas vezes mais antes de regressarmos. Viremos então diariamente a

28
A vida no Planeta Saturno

este Templo, que ficará sendo o nosso ponto de encontro. Prosseguiremos em companhia das
almas que visitam o grande Saturno, o gigante do espaço infinito, onde vivem e evoluem muitos
milhões de milhões de almas num estado bem mais adiantado do que as que vivem na Terra.
Acompanhando em pensamento aquelas almas caravaneiras desejamos conhecer desde logo
observações de interesse para a vida terrena. Voltemos então a Saturno para alunas dias mais de
estudo e observação. As almas-engenheiros da caravana mostraram-se satisfeitíssimas com as
observações realizadas no centro de aviação, e durante o resto do dia continuaram estudando
os esquemas que puderam levantar em torno dos melhoramentos existentes na aviação saturnina,
A maior dificuldade para as almas-engenheiros estava em poderem gravar devidamente no próprio
subconsciente àqueles melhoramentos para os trazerem à Terra em breves anos. Isto, porém,
acontecerá com a ajuda das Forças Superiores, atentas ao progresso da vida terrena.

29
A vida no Planeta Saturno

19. O PROCESSO RELIGIOSO


Depois de conhecerem os modernos processos de segurança na aviação saturnina, desejaram. ás
caravaneiras conhecer o sistema religioso ou crenças religiosas existentes no gigantesco planeta, e
nesse propósito se dirigiram às almas saturninas nos seguintes termos:
— Queridas irmãs saturninas: antes de encerrarmos esta nossa tão agradável visita ao vosso
grande, e belo planeta, ainda gostaríamos de conhecer o processo religioso dá população saturnina.
E então perguntamos: existe. aqui um sistema religioso adotado por toda a população, que procede
cada qual nesse terreno segundo a própria crença? Podereis esclarecer-nos?
— Com muito gosto o faremos, irmãs terrícolas. Para começar diremos que não existe aqui um
processo religioso abrangendo toda a população saturnina. Sendo a população calculada em mais
de sessenta bilhões de almas, seja lealmente impossível a filiação de todas a um único
sistema religioso. Existem assim vários sistemas abrangendo cada qual um número avultado de
almas, e numerosos princípios filosóficos, segundo a região em que vivem as almas. Poderemos
dizer,, contudo, que todos os sistemas aqui existentes e praticados com verdadeira devoção pelos
respectivos adeptos, baseiam-se na sobrevivência das almas após o decesso do corpo, e na sua
evolução em vidas sucessivas^ Cultua-se então neste planeta e com grande fervor a existência de
um Ser Supremo a dirigir as pessoas ... físico, acompanhando-lhes os passos e os atos para um
julgamento futuro. Esta filosofia é que aproxima e mantém unidas as almas encarnadas, desejosas
de poderem merecer as graças daquele Ser Supremo quando tiverem de encerrar sua existência
no planeta. Sucede, porém, que o estado evoluído dos habitantes de Saturno já lhes permite a
compreensão da necessidade que existe para todas as criaturas se manterem unidas no mesmo
pensamento de harmonia e felicidade, ajudando-se mutuamente sempre que houver oportunidade.
Este é o pensamento fundamental de todos os credos existentes neste planeta.
— Estamos verdadeiramente encantadas, queridas irmãs saturninas, com a vossa descrição.
Concluímos, então, que a própria índole do povo saturnino já o conduz a esse estado de
fraternidade. Um ponto ainda gostaríamos de esclarecer, que é o seguinte: há aqui mentores ou
sacerdotes, incumbidos' de orientar ou conduzir as almas no campo religioso?
— Sim, queridas irmãs terrícolas. Existem neste planeta algumas organizações religiosas para esse
fim, e muito importantes. Falaremos em primeiro lugar de três destas organizações, dirigidas,
segundo a crença geral, por seres espirituais, incumbidos de difundir o espírito de fraternidade entre
os seres viventes. Estas organizações são inacessíveis às criaturas humanas, situando-se também,
segundo a crença, nos três pontos mais elevados do planeta. Diz-se que esses três pontos se
comunicam frequentemente com a Corte do Ser Supremo que dirige o planeta, e dela recebem
instruções e avisos a serem divulgados entre a população. Não existem propriamente construções
materiais nos três pontos elevados nos quais devem residir as Entidades a quem nos
referimos. Alguém, contudo, que tentou aproximar-se de um desses lugares, declarou sentir-se de
tal maneira ofuscado pelas claridades recebidas que resolveu desistir de o conhecer mais de perto
e retornou à planície. O que todos aceitam, porém, é que esses três lugares privilegiados do planeta
recebem do mundo espiritual de Saturno quanto se torne necessário difundir no solo saturnino.
Vem depois um segundo estágio ou categoria de mentores, constituída de homens possuidores de
grandes conhecimentos e reconhecidas virtudes, os quais, segundo a crença, entram em contato
mental ou telepático com os dirigentes espirituais dos três pontos já citados. Segundo a crença
generalizada, estes homens virtuosos, também chamados Sacerdotes Maiores, em certas ocasiões
passam dias inteiros entregues a profunda meditação, durante a qual se comunicam com os pontos
privilegiados, e deles recebem informações e advertências que devem difundir entre a população.
Estes Sacerdotes Maiores, assim designados pela população, vivem quase isolados em castelos
situados nas montanhas, e muito dificilmente são vistos na planície. Vem depois, finalmente, a
30
A vida no Planeta Saturno

terceira categoria de mentores religiosos, designados Sacerdotes Menores, cuja função é manter-
se em contato com a população nos templos, auscultando suas necessidades e problemas, e
transmitir-lhe conselhos e advertências recebidos do estágio superior. Esta categoria de sacerdotes
conserva-se presente o dia inteiro nos templos, prontificando-se a ouvir e atender qualquer
membro da população que necessite de falar-lhes. Bem recentemente, sucedeu desenvolver-se em
certas regiões deste planeta uma epidemia terrível, que mais tarde se soube oriunda de uma onda
atmosférica impregnada de germens terrivelmente maléficos. Os dirigentes espirituais daqueles três
pontos mais elevados, cientes da aproximação daquela onda maléfica, agiram com tal eficiência
nos avisos transmitidos aos Sacerdotes Maiores e estes aos Menores, que toda a população se
preparou para resistir a essa epidemia. Com tudo isso, a mortandade ainda foi grande, sobretudo
entre as pessoas desidiosas. Pela violência com que a epidemia se apresentou, não fossem as
providências e precauções tomadas, uma boa parte da população saturnina teria regressado ao
mundo espiritual. Isto que acabamos de dizer pode dar-vos uma ideia aproximada de como
funcionam neste planeta as organizações incumbidas do processo religioso. Deveremos
acrescentar, entretanto, que toda a população se entrega diariamente à prática religiosa, seja no
comparecimento aos templos espalhados por todas as cidades, seja no próprio culto nos lares, onde
existe sempre o chamado quarto de oração. Neste local a família se reúne diariamente para dar
graças ao Criador pelo dia findante, e rogar novas graças para o dia seguinte. Neste detalhe
podeis bem avaliar o que vem a ser o espírito religioso dos saturninos.
— Ficamos maravilhadas com mais esta exposição acerca no espírito e das práticas religiosas do
vosso grande e belo planeta. Sobretudo, impressionou-nos muito agradavelmente o conhecimento
de que o próprio Criador, o Ser Supremo, dispõe em Saturno de pelo menos três postos de serviço
ou de comunicação. Isto é belo e bem reflete o estado de adiantamento espiritual da população
saturnina. E ficamos então a imaginar quando poderá contar a Terra, aquele pequenino ponto
luminoso que vemos tão distante de Saturno, com um posto de serviço semelhante a estes que
existem no vosso planeta gigantesco. Recebei, pois, os nossos sinceros agradecimentos, almas
saturninas, a quem tanto queremos, pela gentileza com que nos distinguis.
Esta era uma observação das mais importantes para as almas caravaneiras: conhecerem algo a
respeito do processo religioso de Saturno. Ficaram então muito satisfeitas em conhecê-los através
das três categorias de mentores religiosos ali existentes. Um detalhe que certamente as
caravaneiras desconheciam, é que também existe na Terra um posto de serviço espirital
relacionado com o Mundo Superior, e em funcionamento permanente. Seu dirigente poucas vézes
é visto, e isto mesmo quando necessita de ajudar ou socorrer alguém no solo terreno. Este posto
de serviço espiritual funciona há vários séculos no Himalaia, cujo dirigente, de tão antigo, já não
possui o corpo físico, mas o reintegra quando necessário. Seu nome é Babaji, um grande servidor
e amigo do Senhor Jesus. Sua permanência naquela Montanha Sagrada permite ao Senhor Jesus
enviar à Terra intensas vibrações de amor e fraternidade, que o iluminado Espírito de Babaji se
incumbe de difundir por toda a superfície do planeta. É este um fato que bem poucas pessoas
conhecem, graças ao qual muitas e grandes ideias estão sendo irradiadas a tpdos os recantos do
planeta. A partir deste século os serviços executados até agora exclusivamente pelo Grande
Espírito Babaji estão sendo ampliados com a vinda de mais duas grandes Entidades, uma vez que,
crescendo a população terrena, Jaz-se necessária também maior assistência. Passados então os
trabalhos de reestruturação em curso na superfície terrena, tempo será de reorganizar o sistema de
comunicação entre o mundo espiritual e o mundo terreno, visando a uma maior presença do
mundo espiritual no vosso mundo. Babaji contará então com dois novos companheiros em suas
atividades incansáveis naquela Montanha Sagrada, se a mesma continuar de pé, ou, em caso
contrário onde melhor convier. Não vos admireis em eu assim me referir à Montanha Sagrada do
Oriente, uma vez que existem possibilidades de vir a mesma a ser demolida no desenvolvimento

31
A vida no Planeta Saturno

do processo transformatório da Terra. Se tal suceder, bem possível será pensar o Senhor Jesus
neste continente sul americano para instalação de seus serviços na Terra.

32
A vida no Planeta Saturno

20. NAVEGAÇÃO MARÍTIMA


Acompanhemos, novamente, as nossas irmãs caravaneiras em suas observações. Satisfeitas com
a informação recebida acerca do processo religioso e seus mentores em Saturno, as caravaneiras,
prestes a encerrar a visita ao grande e adiantado planeta, ainda desejavam conhecer algo a respeito
da navegação marítima ali praticada, e neste sentido dirigiram sua indagação às bondosas almas
saturninas. Estas, com. a sua proverbial gentileza e boa vontade, assim se manifestaram:
— A navegação marítima entre nós, cremos ter atingido à perfeição. Sendo imensamente extenso
o nosso planeta, não lhe basta a negação aérea somada aos transportes de superfície, que também
são intensos. Os nossos mares fornecem então um admirável campo de comunicações que a
população utiliza na maior escala possível. Isto é se faz por meio de transportes que poderemos
dizer gigantescos, de outros menores, e de inúmeros outros, individuais. Falaremos destes últimos
em primeiro lugar. Os transportes individuais são pequenas embarcações que se deslocam sobre o
mar apenas; em sua partida e chegada. Durante o percurso elas se mantém cerca de um a dois
metros acima do nível, graças ao seu tipo de motores de aviação. Seus motores acionam à
embarcação pelo mesmo processo dos aviões, não necessitando de hélice marítima. Alcançam
grandes velocidades e podem conduzir até dez pessoas. Sendo propriedade particular, nós
as consideramos transportes individuais. Este tipo de embarcações é aqui bastante usado para
transportes e passeios, e são absolutamente seguras. Possuem todas aquele mesmo dispositivo que
já conheceis pelo nome de piloto invisível, que contribui decisivamente para a ausência também
de acidentes rio mar. Falaremos agora dos grandes transportes de passageiros que trafegam entre
uma e outra cidades marítimas com toda a regularidade. Estes transportes, também chamados
saturninos, são tão confortáveis que seus usuários sentem-se como em seus próprios lares. Há tudo
neles para tornar viagens excepcionalmente agradáveis: jardins, parques de diversões, cachoeiras,
salões belamente iluminados, música e toda a sorte de diversões se encontram nestes grandes
transportes. Suas máquinas moderníssimas não oferecem o menor ruído e, o que é mais
importante, possuem um dispositivo que os torna absolutamente serenos, nos mares
permanentemente encapelados de Saturno. Sim. queridas irmãs terrícolas; os nossos mares
apresentam-se permanentemente perigosos, de tal modo encapelados, que os transportes tiveram
de proteger-se contra os naufrágios, que eram muitos antigamente. Agora não; com o tipo de asas
flutuantes os transportes marítimos singram os mares na maior segurança e tranquilidade dos
passageiros.
— Asas flutuantes, vós dissestes, queridas irmãs, poderíeis dizer como funcionam? Pelo que
ouvimos trata-se de um grande invento para proteger a navegação marítima.
— Sim, queridas terrícolas; as asas flutuantes são uma espécie de flutuadores longitudinais
aplicados aos transportes, com a missão de amortecer o impacto tremendo das ondas quando estas
se apresentam terrivelmente violentas. Estas asas flutuantes recebem o impacto e se contraem,
amortecendo a violência continuada do mar. Os passageiros apenas apreciam o fenômeno mas não
o sentem.
— Belo dispositivo esse, queridas irmãs! Gostaríamos de poder apreciá-lo de perto. Poderá ser
amanhã?
— Estamos às vossas ordens, queridas irmãs.
A visita feita ao planeta Saturno pela caravana de almas do ciclo terreno atingiu os principais
objetivos do programa estabelecido no Alto. As observações e informações recolhidas no grande
planeta hão de servir, e muito, para a implantação na Terra de vários melhoramentos tão
necessários à vivência das almas aqui encarnadas. As próprias almas caravaneiras se incumbirão
de apresentar aqueles melhoramentos uma vez aqui reencarnadas, o que se dará ainda neste século

33
A vida no Planeta Saturno

findante. Vamos então retornar àquele gigantesco planeta. As almas que foram engenheiros na
Terra desejaram conhecer de perto o funcionamento das asas flutuantes, e nesse desejo oram
gentilmente atendidas pelas almas saturninas, que as acompanharam ao centro de navegação
marítima, o local onde se reuniam os maiores transportes de passageiros. Era um local bastante
amplo, protegido contra a fúria das ondas, uma espécie de docas de longa extensão e capacidade
de ancoramento. Ali chegadas, as caravaneiras iniciaram o exame do interessante dispositivo
protetor dos transportes, e verificaram então tratar-se de invenção bastante curiosa, assim a
descrevendo em seus relatórios: “as asas flutuantes da navegação saturnina consistem da junção
de seis tubos longitudinais a vácuo, instalados de cada lado dos navios de grande calado, separados
entre si por um jogo de molas destinadas a amortecer o impacto das ondas contra o navio. Os jogos
de molas são vários de cada lado, colocados a uma distância de três a quatro metros uns dos outros.
Enquanto os navios estiverem ancorados, eles podem recolher ou suspender o conjunto das asas
flutuantes, apenas as arriando no momento de se movimentarem novamente. Embora de
grande eficiência nos mares de Saturno, permanentemente agitados e muito perigosos, as asas
flutuantes não terão utilidade nos mares terrenos, mansos e pacíficos em todas as épocas do ano”.
Entretanto, a observação feita pelas almas caravaneiras registrou a novidade e a incluiu em seus
relatórios de volta à Universidade do nosso mundo espiritual.
21. UM FESTIVAL DE MÚSICA
Terminada a visita ao centro de navegação, que ocupou uma manhã inteira, as caravaneiras
regressaram ao Templo para repousar um pouco e pôr em ordem as observações recolhidas nos
quase oito dias da visita a Saturno. Tendo sido convidadas pelas almas saturninas para assistir na
noite desse dia a um festival de música num dos grandes teatros daquele planeta, as caravaneiras
concluíram que aquele festival de música seria o suficiente para encerrarem a visita de estudos e
observações que estavam realizando. Assim ocupadas na ordenação de suas notas e observações,
foram surpreendidas muito agradavelmente pela presença de Zarziel, desejosa de novo contato
com as almas terrenas para uma pequena palestra.
— Bem-vinda sejais bela alma Zarziel!
— Benditas sejais vós todas, queridas almas terrícolas, neste planeta tão distante do vosso e
também meu. Minha vinda aqui nesta tarde tem o objetivo de dar-vos conhecimento de uma
grande notícia, que é a seguinte: o meu e vosso querido Jesus acaba de me chamar de regresso ao
ciclo espiritual da Terra, assim que me for possível. Ora, como me encontro presentemente
desencarnada após uma vivência de cento e sessenta anos na carne, eu vou aproveitar a
vossa caravana e regressaremos juntas. Que me dizeis a respeito?
— Oh! estimada Zarziel! Nossa alegria é grande em vos termos em nossa companhia, de regresso
ao nosso mundo espiritual. Nós estamos em vésperas de encerrar a nossa visita tão rica de
observações e estudos, contando podermos regressar dentro de mais dois a três dias.
— Muito bem, então, queridas irmãs; eu estarei pronta para regressar convosco. Minhas longas
observações e experiência adquiridas neste lapso de tempo muito hão de contribuir para o
conjunto de estudos que juntas apresentaremos ao Senhor Jesus.
Informada Zarziel do festival de música daquela noite, prontificou-se a comparecer também,
adiantando que tal festival seria muito apreciado pelas caravaneiras por sua grande beleza e
emoção. Na hora marcada apresentaram-se no Templo as almas saturninas que vieram buscar as
caravaneiras, sendo-lhes então apresentada Zarziel, alma já possuidora de grande luminosidade,
considerada a mais radiosa do grupo. As saturninas cumprimentaram Zarziel com grande
reverencia, manifestando-se felizes em tê-la em sua companhia no festival daquela noite. E todas
partiram^ então em direção ao teatro sede do festival. Ali chegadas, todas se acomodaram, reunidas

34
A vida no Planeta Saturno

as almas habitantes da Terra e de Saturno num entendimento da maior harmonia, das quais se
irradiavam apenas vibrações do mais puro amor e fraternidade.
O festival não demorou a iniciar-se. Tratava-se de certame periódico, segundo explicavam as almas
saturninas. Havendo ali muito gosto pela música em todas as classes sociais, realizavam-se aquelas
festividades anualmente, sempre divididas em duas partes musicais. Na primeira parte eram
reproduzidas as composições musicais que maior êxito alcançaram desde o último festival, numa
autêntica consagração dos respectivos autores e intérpretes. Na segunda parte eram então
apresentadas as músicas e composições, por assim dizer, inéditas, para a apreciação e julgamento
do público. E como eram estas em número assaz avultado, excedendo algumas vezes a mil, sucedia
prolongar-se o festival por uma, duas e mais semanas, até que fossem executadas todas as
composições. O público saturnino era apreciador fervoroso da boa música, e ali comparecia atento,
quantas noites durasse o festival, para ouvir, apreciar e apontar a sua composição preferida. O
julgamento era procedido da seguinte maneira:
— Todas as pessoas presentes ao espetáculo estavam munidas de um voto que as mesmas iam
depositando na urna correspondente à composição escolhida cada noite. No término do festival,
apuravam-se os votos e eram então proclamadas as composições vencedoras.
Coisa muito semelhante vem sendo realizada nesta cidade brasileira (Rio de Janeiro) na qual estou
ditando este livro. Pelo menos a dois espetáculos eu assisti, em parte bem semelhantes aos
realizados em Saturno. A diferença que encontrei consiste apenas no processo de julgamento.
Enquanto aqui se institui um tribunal julgador das composições apresentadas, em Saturno o
julgamento é feito pelo público presente por maioria de votos. Aplica-se em Saturno aquele sábio
princípio de que “Vox populi, Vox Dei”, todos aceitando o julgamento do público em seu apurado
gosto pela música.
Compareceram assim as caravaneiras durante três noites seguidas, tendo oportunidade de apreciar
os fundamentos e a beleza da música saturnina, em seus aspectos seculares — clássica — e
atualizada. Apenas não puderam apreciar as conclusões da festividade, a qual durou cerca de dez
dias saturninos, como sói acontecer anualmente. Zarziel, que acompanhou as caravaneiras nas três
noites em que compareceram, referiu episódios das festividades anteriores a que sempre
comparecia quando no corpo, festividades que empolgavam verdadeiramente a população local.
Referiu, inclusive, não ser aquele o único festival de música assim realizado, mas apenas um entre
centenas de outros realizados nas demais regiões do planeta, despertando cada qual um
interesse semelhante na população regional.
Desta maneira as almas caravaneiras apresentaram fraternais despedidas às suas irmãs saturninas,
expressando às mesmas o seu reconhecimento e profunda gratidão, por sua extrema gentileza e
inesquecíveis demonstrações de fraternidade e amor, durante tão alegre e feliz permanência
naquele grande planeta. Convidaram por fim as queridas almas saturninas a uma visita ao ciclo
espiritual da Terra, mostrando-lhes aquele ponto luminoso tão distante no infinito, desejosas de as
receber e homenagear condignamente. Este convite, de execução assaz difícil para as almas
saturninas, foi contudo aceito com alegria para quando se oferecer oportunidade. Concluídos assim
os passos necessários a uma despedida condigna pelas almas caravaneiras, quiseram dirigir-se
ao Templo para orar ao Senhor Jesus pela última vez em território saturnino, e empreender a
viagem de regresso ao ciclo espiritual da Terra. Haviam permanecido quatorze dias em observação
e estudos naquele planeta dos mares tempestuosos, e muitos apontamentos, estudos e observações
haviam realizado naquele período, reunindo material para uma exposição demorada em sua
Universidade no mundo espiritual. Como haviam adotado de início o método de cada alma tomar
os seus apontamentos sobre quanto pudessem observar, uma vez regressadas ao respectivo plano
espiritual, haviam de confrontar os apontamentos levantados pela caravana, e deles redigir o relato

35
A vida no Planeta Saturno

final sobre cada um dos fatos por todas apreciados. Pareceu-lhes ser este o melhor meio de não
perderem detalhes de quanto tiveram oportunidade de observar em Saturno.
Era ainda madrugada nos céus saturninos quando a caravana se fez ao Espaço rumo à Terra,
conduzindo alunas e professores da nossa Universidade espiritual, e agora mais o Espírito de
Zarziel, após haver encerrado um estágio de quase duzentos anos em Saturno. Uma concentração
mental foi sugerida pelo chefe da caravana, para melhor poder a mesma vencer a densidade da
bruma que envolve aquele planeta desde grande distância, e juntamente com a concentração, todas
emitiram uma poderosa vibração dirigida à Terra, na mentalização do Senhor Jesus. Do mundo
espiritual da Terra, a torre de projeção e vigilância emitia vibrações semelhantes em direção à
caravana, orientando-a na linha espacial em que deveria manter-se com toda a segurança. Tendo
partido de Saturno pela madrugada, gastando algumas horas no percurso, a caravana pousou no
plano espiritual da Terra na mesma, madrugada, o que é realmente curioso. O fato explica-se,
entretanto, face à velocidade da caravana ser algumas vezes superior à rotação da
Terra, alcançando assim o nosso plano espiritual bastante antes deste planeta receber a
luminosidade solar.
Descrever então a alegria despertada em nosso plano pela feliz chegada da caravana de almas de
regresso de sua visita a Saturno, é tarefa bastante complexa pelo sucesso que o fato produziu.
Avisadas as almas do momento aproximado do regresso da caravana, um só pensamento ocorria
a todas as almas do plano: trazerem uma bela flor para oferecer às caravaneiras. E assim aconteceu.
Tantas foram as flores trazidas ao aeroporto, destinadas às caravaneiras, que impossível se tornou
às mesmas recebê-las, tendo sido então deliberado pela Comissão de recepção depositar o enorme
volume de flores na praça fronteira, onde as mesmas representariam a homenagem dos habitantes
do plano às almas que correram o risco de ir tão longe da Terra em busca de novos conhecimentos.
E assim se fez. Todas as flores foram depositadas na praça fronteira ao nosso aeroporto em forma
ornamental, por onde haviam de passar as caravaneiras, e aspirar o seu delicioso perfume.
Uma vez desembarcadas da sua condução, as almas recém-chegadas dirigiram-se ao Templo ali
em frente ao ponto de desembarque, onde elevaram uma prece silenciosa ao Criador, pela
segurança e felicidade concedida às mesmas no seu trajeto ao longínquo Saturno. A prece, que vem
de longos e longos milênios, servindo aos seres espirituais e humanos como o meio mais eficaz de
pedir e agradecer favores e graças, a prece é utilizada a cada momento pelas almas do Além, em
seus momentos de pedido e agradecimento. Saber pedir por meio da prece é uma grande felicidade,
minhas filhas e filhos queridos; mas, sobretudo, saber agradecer pela prece as graças e favores
recebidos do Criador, ou das Forças Superiores, é uma felicidade bem maior porque representa
nestes casos o pagamento de uma dívida. Aquele, por conseguinte, que já adquiriu o conhecimento
do valor da prece e a utiliza em suas necessidades de auxílio do mundo espiritual, e a seu tempo
se serve igualmente da prece para agradecer os favores recebidos, esse pode ter a certeza
mais absoluta de que o mundo superior está à sua inteira disposição para fornecer novos favores
solicitados por meio da prece. Tomai bem nota disto minhas almas queridas, e utilizai esse meio
sempre que precisardes de ajuda espiritual.

36
A vida no Planeta Saturno

22. CONVITE À REENCARNAÇAO


O regresso das almas caravaneiras ao nosso plano espiritual constituiu um êxito extraordinário, e
uma grande emoção em todos os corações. Não sendo embora a primeira caravana de almas a
outro planeta, aquela foi, entretanto, a que mais longe se dirigiu, deslizando pelo espaço infinito até
o gigantesco Saturno. Seu regresso nas condições em que se realizou , após uma estada de duas
semanas de estudos e observações em Saturno, causou grande emoção, como disse, em todas as
almas do nosso plano espiritual. Sua primeira visita foi feita ao Senhor Jesus, que muito feliz se
mostrou pelo êxito alcançado pelas almas caravaneiras em sua excursão. Manifestou-lhes então o
Senhor Jesus os seus agradecimentos pelo volume de observações e estudos alcançados pelas
caravaneiras, dizendo-lhes:
— De posse de tão belos conhecimentos e das observações conseguidas, minhas almas queridas,
eu vos convido a que vos prepareis para descer à Terra, a fim de lá implantardes os melhoramentos
observados em Saturno, dos quais o nosso planeta está necessitando. Firmai o melhor possível em
vossas mentes os projetos do que pretenderdes realizar no solo terreno, e preparai-vos para descer
o quanto antes para a vivência de uma nova encarnação. Daqui, deste plano, nós faremos a nossa
parte, inspirando-vos, ajudando-vos e protegendo os vossos passos na Terra para que bem vos
desempenheis das vossas tarefas. E considerai-vos desde este momento, emissários meus ao solo
terreno. Eu vos abençoo a todas e vos envolvo no amor e na graça do Nosso Pai Celestial.
As almas caravaneiras profundamente tocadas em seu coração pela palavra do Senhor,
despediram-se emocionadas, e trataram de seus preparativos para nova descida à Terra a serviço
do Senhor. Numa solenidade que lhes foi preparada pela direção da Universidade espiritual, o chefe
da caravana apresentou longo relatório da excursão a Saturno, o qual foi arquivado nos anais da
Universidade. Este relatório tem sido procurado por grande número de almas desejosas de
conhecer detalhes e informações nele contidos, tendo sido então deliberado pela direção da
Universidade imprimi-lo para distribuição às almas interessadas.
A esse importante relatório eu me reporto para oferecer mais algumas informações que sei de
antemão muito hão de agradar aos meus estimados leitores e leitoras, visto como nada ou muito
pouco se sabe na Terra a respeito do grande planeta Saturno. Eis, pois, o que poderei dizer em
aditamento ao que antes escrevi.

37
A vida no Planeta Saturno

23. INDÚSTRIAS
Existem em Saturno indústrias em tudo semelhantes às Terra, produzindo os artigos necessários
às atividades do seu povo. As indústrias metalúrgicas, por exemplo, produzem toda a sorte de
utensílios, máquinas e aparelhos de uso doméstico, nos campos e nos serviços de transportes,
usando produtos minerais encontrados em diversas regiões do planeta. As industrias contam,
portanto, com suprimentos abundantes de aço, cobre, alumínio, estanho, enxofre. Tungstênio,
mica e quantos outros mais que lhes permitem fabricar os mais variados de uso e consumo de sua
enorme população. Há um produto em Saturno destinado à aviação, o qual ainda está para ser
descoberto ou produzido na Terra, de cujo uso resultou a perfeita estabilidade e segurança aos
transportes aéreos. Trata-se de um tipo de gás usado em tubos longitudinais na fuselagem dos
aviões em proporção ao peso de cada nave, do qual resulta a perfeita estabilidade do avião com
a respectiva carga. A ação suspensiva do tipo de gás usado pelos aviões de Saturno é tão poderosa
que lhes permite planar no espaço se algo de anormal ocorrer nos motores. Isto acabou com os
desastre aéreos naquele planeta. É este, pois, um problema a ser solucionado pela engenharia
terrena para beneficiar também os transportes aéreos terrestres.

38
A vida no Planeta Saturno

24. INSTRUÇÃO
Já falamos em capítulo anterior sobre a instrução em Saturno, um assunto tratado ali com grande
carinho pelos governantes de todas as suas regiões geográficas. As crianças começam a frequentar
as escolas aos cinco anos de idade, a não ser que por conveniência dos pais elas se matriculem mais
cedo. Um detalhe muito interessante acerca da instrução em Saturno é o que se refere à promoção
dos alunos dos cursos inferiores aos mais adiantados e aos superiores. Os exames procedidos
anualmente pelos alunos, se aprovados, permitem-lhes o ingresso direto nos cursos imediatos, mas
a todos os alunos que desejarem prosseguir, independentemente de quaisquer outras provas. Não
existem naquele planeta gigantesco as barreiras que impedem na Terra grande número de alunos
ingressarem nas universidades sob a alegação de falta de vagas. Em face da organização existente
em Saturno em matéria de instrução , apenas deixam de ingressar nas universidades as pessoas
que se derem por satisfeitas com a aquisição dos cursos básicos para se dedicarem desde logo ao
trabalho. Estas pessoas assim satisfeitas com os cursos básicos representam em regra sessenta
por cento dos alunos desses cursos. Quer isto dizer que os restantes quarenta por cento que seguem
os cursos universitários, mais da metade é constituída de pessoas do sexo feminino, o que se torna
realmente curioso. Por tal motivo é que se encontram numerosas mulheres em postos de governo
no planeta Saturno, imprimindo grande eficiência à administração a seu cargo.

39
A vida no Planeta Saturno

25. COSTUMES E HÁBITOS


Direi em seguida alguma cousa sobre os costumes e hábitos dos saturninos em sua vivência
tradicional. Por exemplo, a questão matrimonial. Existe em todas as almas encarnadas em Saturno
o sentimento da necessidade do matrimônio de todas as pessoas em condições de o
realizarem, com a finalidade precípua de oferecerem corpos ao grande número de outras almas que
necessitam de vir também ao plano físico em busca de aprimoramento moral e novas luzes para
si próprias. Desta forma os jovens de Saturno sentem esta necessidade matrimonial da mesma
maneira que os irracionais a sentem instintivamente e se acasalam e fecundam em determinadas
épocas do ano. Tornam-se assim os casamentos das almas encarnadas em Saturno como que
um dever de fornecerem corpos às almas que necessitam de reencarnar, e que por isso aguardam
a constituição dos lares saturninos para neles reencarnarem. Há em todos os casais que neste
sentido se constituem em Saturno o objetivo de colaborar com a Divina Providência, que a tudo
assiste e preside no planeta, cobrindo de proteção e de bênçãos todos os lares abertos ao
recebimento de outras almas como filhos. Em face desta convicção generalizada em Saturno é que
lá existem proles numerosas em todas as regiões, numa média de vinte a trinta descendentes por
família. Nem por isso as virtuosas mães de proles tão numerosas se sentem ou apresentam abatidas
ou desgastadas. Até pelo contrário, elas se apresentam alegres e bem dispostas em consequência
das bênçãos conquistadas com o lançamento no mundo de cada um dos seus rebentos. É a Lei
Divina da Recompensa em seu funcionamento ininterrupto, levando a cada lar saturnino a justa
recompensa em saúde, bênçãos e prosperidade, por sua esplêndida cooperação com as almas neles
reencarnadas busca de novo e maior progresso espiritual. Esta é a concepção arraigada em toda a
população saturnina, a de que as almas que ficaram nos planos espirituais apenas aguardam
oportunidades de descerem também ao plano físico para progredirem, e só necessitam de novos
lares onde possam nascer como filhos. Cumpre-se dessa maneira o ciclo evolutivo de todas as
almas. Nascem no solo saturnino, crescem e constituem novos lares para receberem outras
almas irmãs. As almas que tais lares constituíram, regressarão a seu tempo aos planos espirituais
aureoladas de luzes conquistadas nessa etapa de vida, para aguardarem novas oportunidades no
planeta Saturno, e toda a sua população o aceita e pratica como um autêntico preceito de sua
adiantada religião.
Daqui se conclui ser o grau evolutivo das almas viventes no gigantesco planeta bastante mais
adiantado que o da maioria dos viventes terrenos, onde o conceito do matrimônio ainda não
alcançou a sua verdadeira finalidade. A isso se deve debitar o grande número de insucessos
verificados por toda parte, e bastante lamentáveis por todos nós que tanto nos empenhamos em
implantar a felicidade, a paz e o bem-estar no coração de todos os filhos e filhas da Terra. A maneira
de corrigir ou de prevenir tais insucessos depende menos das leis terrenas do que do conhecimento
das leis espirituais que são sábias e perfeitas. Procurem as almas terrenas conhecer melhor estas
leis e praticá-las fielmente, e certamente um melhor entendimento surgirá entre os casais que se
forem constituindo sob a égide e proteção da Divina Providência, que nada mais deseja do que a
felicidade e o progresso de todas as almas viventes na Terra.

40
A vida no Planeta Saturno

26. PROFESSORES
Outro detalhe digno de menção verificado em Saturno é o que diz respeito à formação dos seus
professores, especialmente aqueles destinados aos cursos básicos da população. Sabendo-se que é
nestes cursos que começa a formar-se a mentalidade dos alunos, almas até então destituídas de
qualquer ideia acerca da vida, torna-se imprescindível que seus professores sejam possuidores de
aprimorada cultura filosófica ao lado dos conhecimentos didáticos necessários, para poderem
despertar no cérebro dos alunos o exato sentido da vida, e seus principais objetivos, que são em
primeiro lugar 0 seu aprimoramento moral, e a seguir a prestação de serviços à coletividade. Assim
despertado o cérebro dos alunos, o que vale dizer, a recordação da memória espiritual de cada um
deles, estará preparado o caminho que deverão seguir em sua nova etapa de vida saturnina com
real proveito para si próprios. Não basta ensinar as crianças a ler, escrever e fazer contas, mas ir
ministrando-lhes paralelamente as noções dos deveres e obrigações assumidas no mundo
espiritual para serem cumpridas no plano físico ao longo de mais uma trajetória no corpo. Desta
maneira as crianças receberão desde os cursos básicos ideias e ensinamentos que muito úteis lhes
serão quanto tiverem de assumir sua própria autonomia de vida. Isto ocorre em todo o
gigantesco Saturno com grande resultado e excelentes benefícios para a população.

41
A vida no Planeta Saturno

27. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


Agora referir-me-ei à perfeita organização do trabalho no planeta Saturno. É princípio aceito por
toda a população, que todo indivíduo de ambos os sexos tem obrigação e necessita de trabalhar. O
trabalho foi organizado no planeta, para oferecer ocupação remunerada a todos os seus habitantes.
Trabalha-se então o suficiente para viver tranquilamente em cada lar, dispondo as pessoas de horas
folgadas para estudar e se aperfeiçoarem na arte ou atividades que mais lhes interessarem. As lojas
abrem suas portas às primeiras horas da manhã, numa hora que eu julgo correspondente às sete
horas da Terra, a julgar pela claridade solar. O turno que se inicia nesse horário encerra sua
atividade ao meio dia. Dirige-se à residência para o almoço, após o qual repousa cerca de uma hora.
Em seguida passa a empregar o resto do dia naquilo que mais lhe interessar, mas principalmente no
que diga respeito ao aprimoramento dos seus conhecimentos, sua cultura ou cultivo das belas artes.
Dentre estas a música ocupa lugar de destaque entre os saturninos. Ouvem-se as mais belas
melodias, podendo mesmo dizer-se que em todos os lares a música e cultivada com grande
carinho. Vem a seguir a pintura, grandemente difundida como uma das mais belas artes. A pintura
em Saturno evidenciou-se principalmente no sentido da natureza, registrando suas mais belas
paisagens e acidentes geográficos. Em quase todos os lares mais cultos se encontram belos quadros
pintados por seus próprios filhos ou moradores, constituindo isto o seu encanto.

42
A vida no Planeta Saturno

28. HARMONIA DE VIDA


A vida em Saturno decorre em grande harmonia para a sua enorme população de almas bastante
evoluídas. Cada habitante daquele planeta gigantesco possui uma noção exata dos seus direitos e
deveres, tanto para com seus contemporâneos como para com a Divina Providência. É em virtude
deste perfeito sentido da vida de cada habitante de Saturno, que as infrações às leis divinas se
reduzem ao mínimo. Ha, certamente, em toda a superfície do planeta, discordâncias mais ou menos
sérias entre numerosas dos seus habitantes, as quais, entretanto, levadas em última instância aos
governantes da respectiva região, são logo solucionadas pelo bom senso e espírito de justiça. As
guerras, por exemplo, de há muito foram abolidas em Saturno, graças ao grau evolutivo dos seus
habitantes, todos perfeitamente capacitados de que os conflitos armados não solucionam
nenhum dos problemas relacionados com a sua felicidade. Ademais, sabem todos os governantes
ocasionais o que lhes poderia suceder no seu regresso ao mundo espiritual, se portassem na sua
consciência a responsabilidade do desencadeamento de algum morticínio. Eles sabem de ciência
própria que todos os conflitos armados são inspirados por forças negativas desejosas de promover
a confusão e a desgraça entre as almas encarnadas. O grau alcançado, porém, pelas almas que
nasceram naquele adiantado planeta, já lhes permite distinguir entre o bem e o mal e de tal maneira
que o sentido do mal porventura inspirado pelas forças negativas é imediatamente rechaçado pelas
almas encarnadas. Um outro importante fator atua decisivamente em Saturno, no sentido da
harmonia, entendimento e paz entre os seus habitantes. Este fator consiste no hábito, arraigado em
todos os habitantes, de cultivarem a oração diária ao Criador mediante o comparecimento aos
numerosos templos existentes por toda parte, é sua oração noturna que todos igualmente praticam.
O conjunto destas vibrações irradiadas pela totalidade dos saturninos produz o alto nível de
claridade em sua atmosfera, que a torna impenetrável às influências negativas que nela intentassem
penetrar.

43
A vida no Planeta Saturno

29. MEIOS DE TRANSPORTE


Falarei em seguida a respeito dos meios de transporte usados no gigantesco Saturno. Sendo tão
numerosos os seus habitantes e tão extensa a superfície do planeta, é fácil de se imaginar o volume
de transportes necessários à vida e interesses da população. Existem ali, por conseguinte,
vários meios de transporte como existem na Terra, apenas muito mais aperfeiçoados. Comecemos
pelos transportes ferroviários peculiares a cada uma de suas extensas regiões geográficas, que são,
a bem dizer, os transportes mais importantes no setor dos elementos mais pesados da indústria,
da agricultura e do comércio. O transporte ferroviário em Saturno distingue-se do existente na
Terra, por ser mais aperfeiçoa do no que diz respeito à segurança, velocidade e conforto, como às
facilidades que proporciona aos respectivos usuários! De um modo geral todas as vias férreas se
encontram e interpenetram ao longo das respectivas regiões. As pessoas que necessitam de viajar
a grandes distâncias encontram todas as facilidades em sua locomoção através de organizações
ferroviárias locais. Se pretenderem atingir regiões distantes que necessitem de vários dias e noites
de viagem, bastar-lhes-á munirem-se do respectivo bilhete e instalar-se na condução, na certeza de
atingirem o ponto de destino em dia e hora predeterminados. Nenhum cuidado necessitam de ter
com sua bagagem, porque os serviços irrepreensíveis da organização ferroviária se incumbem de
lhes entregar tudo no ponto de destino, sem maior preocupação dos passageiros. Estes serviços,
por extensa que seja a sua área, não podem atingir a superfície total do planeta. Ninguém exige
tanto, é certo; mas atendem e satisfazem de modo completo à sua enorme população.
Paralelamente aos transportes ferroviários há em Saturno os transportes marítimos cobrindo estes
toda a superfície marítima do planeta, dotados de grandes e confortáveis navios que circulam em
todas as direções e com tal frequência que não errará quem disser que aproximadamente
um vigésimo da população saturnina encontra-se permanentemente a bordo dos seus transportes
marítimos, viajando a negócios ou em férias. Os navios saturninos oferecem um nível muito alto
de conforto aos seus usuários, proporcionando-lhes, além da sua grande segurança e comodidade,
as mais variadas diversões, com o objetivo de tornar as viagens mais atrativas e confortáveis. Já
referi anterior mente, que não obstante a agitação constante dos mares de Saturno, os seus
transportes marítimos mantêm-se serenos em virtude das asas flutuantes de que são providos.
Atribui-se a agitação permanente dos mares saturninos, tornando-os constantemente encapelados,
às correntes aéreas provenientes da velocidade com que o grande planeta se movimenta em
torno do eixo. Desta grande velocidade é que resulta a formação de fortes correntes aéreas
produzindo o levantamento constante de enormes vagas nos seus mares, tornando-os de certo
modo perigosos à navegação. Descobriu-se, porém, aquele interessante dispositivo das asas
flutuantes, destinado a receber o impacto das vagas marítimas, evitando que as mesmas atinjam
violentamente o casco dos navios. Desta maneira as viagens pelos mares de Saturno tornam-se
tranquilas e serenas para o maior prazer e conforto dos viajantes Sendo extenso como é realmente
o grande planeta, ^corre frequentemente realizarem-se viagens marítimas com a duração de mais
de dois anos do calendário terreno, em navios contratados especialmente para essas excursões.
Os serviços normais, contudo, realizam-se em períodos mais curtos, dentro dos princípios
utilitários regulares.
Além dos dois tipos de transporte acima descritos, há ali o serviço pneumático, constituído de
coletivos de grande porte, servindo a todas as localidades grandes e pequenas, daquele gigante do
espaço. Este serviço atende confortavelmente à população, cobrindo por assim dizer toda a
extensão do planeta. As unidades usadas neste serviço de transportes são dotadas de motores
silenciosos e eficientes, movidos à base eletrônica, como de resto o são todos os demais transportes.
Uma observação colhida em Saturno é que não se encontram ali vestígios da utilização dos
produtos de petróleo em qualquer serviço de transportes, o que nos leva a concluir pela inexistência

44
A vida no Planeta Saturno

deste produto mineral em seu subsolo. Como já foi dito, os habitantes de uma localidade de Saturno
podem atingir qualquer outra em seus transportes coletivos, tão disseminado está este serviço
naquele planeta. Se falarmos então nos transportes individuais, os automóveis, por exemplo,
poderemos dizer que este meio já se constituiu no elemento indispensável a todos os saturninos
para a sua locomoção urbana e inter-regional. Seus meios propulsores são igualmente constituídos
pela aplicação da eletrônica. Não existe ali outra espécie de combustível, inclusive para os usos
domésticos.

45
A vida no Planeta Saturno

30. AVIAÇÃO
Além dos meios apontados acima para o transporte dos saturninos, existe lá a aviação em grande
escala, sobre a qual falei anteriormente, e de tal modo desenvolvida e eficiente que se constitui o
meio preferido por quantos necessitam de aproveitar o tempo. Graças ao dispositivo descoberto há
perto de dois séculos, o qual mantém os aviões suspensos no espaço, a aviação saturnina atingiu,
pode dizer-se, ao clímax neste particular. Os céus saturninos são riscados dia e noite pelas naves
carregadas de passageiros e bens de consumo, dirigindo-se a lugares próximos ou longínquos com
a maior eficiência. Viaja-se de avião em Saturno às maiores distâncias do planeta, e, graças à
eletrônica como meio propulsor podem seus aviões voar semanas e semanas sem reabastecimento.
Cada qual possui, além do circuito eletrônico em serviço, uns dois ou três de reserva para as
eventualidades.
Muito desejaria ver a engenharia terrestre preocupada na descoberta de tão útil aplicação aos
motores de aviação e outros, pelo conforto e segurança que a descoberta certamente trará aos seres
humanos da Terra. Já mencionei anteriormente aquele interessante dispositivo usado na
aviação saturnina, o piloto invisível, destinado a impedir os desastres aéreos pelo encontro de
aviões no espaço. Este dispositivo conseguiu eliminar, realmente, os desastres em voo, uma vez
que, à maneira do radar, denuncia e evita o encontro das duas naves. É, pois, digno da preocupação
dos engenheiros terrestres, também este dispositivo, o qual, entretanto, eu suponho prestes a ser
construído por alguma das almas que o esquematizaram em Saturno e se encaminham para a
Terra.

46
A vida no Planeta Saturno

31. O PROCESSO POLÍTICO


Um detalhe da vida em Saturno que eu julgo do interesse dos leitores deste trabalho é sem dúvida
o processo político usado naquele planeta para a votação das leis. Há ali também as casas do
parlamento constituídas de personalidades escolhidas — não eleitas — pela população para essa
finalidade. Tais personalidades reúnem-se nas casas do parlamento por períodos de
aproximadamente trinta dias em cada semestre para estudarem e fornecerem ao governo os
textos de lei porventura necessários ao bom andamento da administração pública. Seu trabalho é
considerado uma prestação de serviço à coletividade, e, portanto, nada recebem por ele aquelas
personalidades. De seis em seis meses, no primeiro mês do semestre, abrem-se as casas do
parlamento para receber as personalidades representativas da população, e durante trinta dias, da
manhã à noite, elas atendem às necessidades do governo, estudando os textos que se
fizerem necessários. Existe em toda a vida em Saturno o pensamento fundamental da prestação
de serviços à coletividade, recebendo cada indivíduo que nisso se empenha a sua recompensa de
ordem moral dispensada pelo Criador. Nada tem a receber dos cofres públicos, por conseguinte,
aquele teve a honra de ser indicado para prestar um serviço em favor do bem-estar coletivo, na
certeza que o próprio possui de prestar um serviço à coletividade equivale prestá-lo realmente à
Divindade. E nesta convicção superior nenhum ser humano em Saturno se recusa a atender ao
chamado coletivo dos seus irmãos para servi-los no parlamento ou onde se tornar necessário.
Para a função de parlamentares, ou legisladores, são indicados pelas coletividades associativas os
elementos a elas ligados ou não, considerados em condições de bem se desempenharem da função.
Para isso reúnem-se anualmente as associações representativas de todas as classes sociais e
durante uma semana escolhem por meio do processo eliminatório a personalidade que deva
participar da casa do parlamento durante o próximo ano. O exercício dessa função é, como disse,
absolutamente gratuito, granjeando apenas para 0 indicado a gratidão da coletividade que o
indicou. Nem só, porém, personalidades possuidoras do grau universitário são indicadas para a
função de legislador. Também o são personalidades que se hajam destacado pelo seu bom senso,
capacidade administrativa e espírito equilibrado, formando-se assim um conjunto do elementos
representativos da totalidade da população, conhecedores, portanto, das suas necessidades. Como
nada recebem dos cofres públicos os parlamentares de Saturno, aqueles porventura assalariados,
continuam a receber o salário das respectivas organizações.
É realmente digna de elogios a organização política do grande Saturno, pelo fato de não permitir a
existência de elementos dedicados tradicionalmente à vida política como sucede ainda neste vosso
planeta. Em Saturno o exercício de qualquer função relacionada com o interesse público
é considerado uma prestação de serviços à própria Divindade, de quem recebem aquelas criaturas
uma larga recompensa cm bênçãos e luzes para as suas almas. E não existindo ali a profissão
política, todas as almas se preocupam com outra espécie de interesses, tratando de fazer por
merecer algum dia a sua indicação para um posto de serviço prestado à própria Divindade.

47
A vida no Planeta Saturno

32. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS


Falaremos agora a respeito das organizações sociais de Saturno e do empenho de todas elas em
cultivarem o que se poderá denominar o primado espiritual em todos os seus membros. Existem
assim naquele gigante do espaço organizações constituídas de cidadãos de ambos os .sexos, com
a finalidade de aprimoramento cultural e espiritual de seus membros. Tais organizações se
reúnem semanal, quinzenal ou mensalmente, segundo os seus estatutos, para
estudarem, debaterem ou realizarem experiências de natureza psíquica entre os seus
frequentadores, objetivando o desenvolvimento das aptidões e faculdades mediúnicas de que
forem portadores Objetiva-se ainda nessas reuniões sociais o intercâmbio com os planos espirituais
saturninos, ocorrendo então receberem a visita de Entidades espirituais mais e menos evoluídas
com a finalidade de ministrarem ensinamentos de natureza espiritual às almas encarnadas ali
presentes. Tais reuniões despertam grande interesse na população saturnina, pelos ensinamentos
que proporcionam às pessoas presentes, considerados da maior utilidade para a vivência de cada
alma encarnada. Os dirigentes das reuniões sociais de Saturno são escolhidos dentre as pessoas
mais esclarecidas do seu quadro social, cuja vida e conhecimentos as distingam como elementos
dignos de orientar e dirigir os membros da organização. Trata-se em geral de homens ou mulheres
possuidores de conhecimentos aprimorados das leis divinas, através de um longo período e prática
dos seus preceitos, e por isso julgados em condições de orientar e dirigir os membros mais jovens
das respectivas organizações. Existem outros tipos de reuniões sociais em Saturno, igualmente
muito frequentadas, com a finalidade de recreamento do Espírito através de palestras culturais,
recitativos, declamações de obras poéticas, trechos literários e também audições musicais, o que os
saturninos muito apreciam. Estas reuniões são realizadas especialmente à noite e podem prolongar-
se até ao amanhecer em determinados dias. Os saturninos revelam-se particularmente afeiçoados
aos assuntos relacionados com a cultura do Espírito e muito especialmente a música, uma das
artes mais cultivadas no grande planeta. É muito comum reunirem-se pessoas aficionadas da
música, ora numa residência ora noutra, para executarem trechos e partituras musicais escolhidos,
num verdadeiro deleite espiritual. Consideram os ser a música o mais belo elemento de
comunicação entre os planos físico e espiritual através de suas melodias. Efetivamente, devemos
considerar a boa música uma das artes mais refinadas ao alcance de todas as almas, sabido como
é que existem melodias capazes de transportar por momentos os ouvintes a planos os mais
elevados. Contribui ainda a música, para a educação e refinamento das almas, despertando nelas o
sentido de sua elevação e aprimoramento psíquico.

48
A vida no Planeta Saturno

33. ANIMAIS SATURNINOS


A seguir falaremos um pouco da existência de seres animais no gigantesco Saturno. Existem
naquele planeta, pode dizer-se, todas as espécies animais que conheceis na Terra, e algumas outras
que vos são desconhecidas. Há ali os animais que prestam assinalados serviços ao homem, como
sucede no vosso planeta, os quais recebem tratamento condigno em retribuição dos serviços que
prestam, notadamente o boi e as diversas raças cavalares em tudo semelhantes às que conheceis
na Terra. Estes animais são utilizados especialmente nas grandes e pequenas áreas cultivadas nas
regiões interiores, equivalentes às chamadas fazendas terrenas. Não obstante o desenvolvimento
da energia eletrônica em todo o planeta, há pequenos serviços em que a tração animal
se recomenda pelo seu menor custo nas áreas cultivadas. Considera-se aí que sendo as várias
espécies de animais domesticados, seres em evolução, eles têm necessidade de ganhar o próprio
sustento com o trabalho, e daí as tarefas que logram desempenhar no grande Saturno. Existem
outras e muito variadas espécies animais como o carneiro e a cabra entre os domesticados em todo
o planeta, muito estimados e respeitados pelos saturninos em sua vivência de seres como eles
próprios, em busca de evolução. Mas existe também o camelo, o elefante, a corça, o tigre, o leão, o
leopardo, entre os de maior porte e numerosas espécies menores, tais como os que vivem no vosso
pequeno mundo. Podemos admitir, então, a existência das mesmas espécies animais em todos os
planetas habitados por almas encarnadas, considerando-se serem os animais outras almas em sua
fase evolutiva, e por isso necessitadas de palmilhar também os diversos mundos habitados.
Sabendo-se que a longa caminhada das almas se inicia naquele sopro divino descrito em outro
trabalho meu, e se processa ao longo de milênios de milênios, através das espécies mais ínfimas
do reino animal até ao ser humano, devemos admitir e ajudar os animais a progredir também ao
lado dos seres humanos dos mundos físicos, dando-lhes um tratamento amigo, como irmãos
inferiores que ainda são.
E quanto aos animais selvagens? — perguntareis vós. Sendo ainda selvagens, e portanto,
refratários a um tratamento amigo, a lei da sobrevivência autoriza que o homem se guarde deles e
se defenda quando atacado. Se ocorrer a morte de um deles no processo de defesa empregado
pelo homem, o duplo fluídico desse i mimai terá avançado um degrau da sua escala evolutiva, e
voltará a nascer na mesma espécie enquanto a mesma for necessária a sua
evolução. Consideremos, por exemplo, o encontro pelo homem de um leão em seu caminho, em
determinadas circunstancias. Cabe ao homem o direto de abater o leão para preservar sua
vida? Sim, esse direito tornou-se mesmo um dever em face do que lhe cabe realizar em sua
vivência. Eliminando então o leão em sua defesa, o homem apenas contribuiu para que a
fera encerre mais uma de suas vidas como tal, e avance um de“ grau a mais na sua escala. Isto não
impedirá que ela volte à mesma forma física pelo tempo necessário a permanecer nessa escala, até
que, ao fim de certo número de vindas e idas, seu duplo fluídico seja conduzido à espécie
imediata, menos feroz, certamente, e assim algo mais evoluída.
O que dizer, porém, das espécies mansas, domésticas, como o cão, o gato, a cabra e o carneiro?
Devemos considera-los na classe dos amigos do homem, em face do grau alcançado na escala
evolutiva, e tratá-los nessa qualidade. Em Saturno os dois últimos existem em muito menor
número que na Terra, em face do desinteresse dos saturninos em promover a sua multiplicação.
Do carneiro, a espécie mais numerosa, os saturninos colhem a lã de que fazem seus agasalhos,
sendo esta talvez a espécie mais numerosa em todo o planeta. A carne, entretanto, assim como a

49
A vida no Planeta Saturno

da cabra, não tem ali utilidade, deixando-se tais animais desaparecer de velhice, na ordem natural
das coisas.

50
A vida no Planeta Saturno

34. AUSÊNCIA DE CEMITÉRIOS


Uma outra observação interessante feita pela caravana de almas ao planeta Saturno refere-se ao
processo ali adotado em face das desencarnações que são muito numerosas considerando-se o
volume de sua população. Verificaram as caravaneiras que não existem cemitérios em Saturno,
semelhantes aos da Terra. O adiantamento espiritual das almas encarnadas no gigantesco planeta,
proporciona a todas elas a convicção de que, sendo o corpo apenas um veículo construído
unicamente para servir à alma durante a sua permanência no corpo, uma vez deixado este pela
alma que regressou ao seu plano espiritual, para nada mais lhe serve, não podendo também ser
conservado intacto como recordação da alma. E como terá o corpo de submeter-se à lei da
desintegração após a partida da alma que o construiu e usou, o melhor então é entregá-lo à
cremação, processo este usado em todo o planeta. São assim cremados os corpos de todas
as almas que partem do solo de Saturno, numa solenidade bastante simples, assistida apenas pela
respectiva família. E o que fazem das cinzas? — perguntareis vós. As cinzas, igualmente, para nada
servem, como é lógico. Nas cidades ã beira mar adota-se o seguinte processo como o melhor
meio de extingui-las: reúnem-se num recipiente, levam-no os parentes até à beira mar e oferecem-
nas ao mar como homenagem da alma que partiu. Despejam o recipiente sobre as águas do mar e
trazem-no de volta para casa para ser utilizado noutra oportunidade.
Tudo isto é feito com a maior naturalidade pelos saturninos, almas bastante evoluídas, e, portanto,
convictas de ser o corpo nada mais do que um veículo que deixou de servir, o qual deve então ser
destruído após a partida da alma.
O que os saturninos reverenciam, e com grande amor, são as almas de seus parentes e afins que
partiram. A essas almas prestam os saturninos as mais carinhosas homenagens em datas certas,
numa das dependências de seus lares a isso destinadas. Todas as famílias saturninas destinam
uma das peças do lar ao culto dos seus parentes que partiram, em geral nestas duas datas: aquela
em que nasceram e a em que partiram. Nessas duas datas a família se reúne e ora pelos seus entes
queridos, rogando bençãos ao Criador para suas almas. Sucede em certos lares que nessas
ocasiões as almas queridas ali comparecem, se apresentam e trocam palavras de afeto com os seus.
É esta uma prática generalizada em todo o planeta, resultando num grande conforto espiritual para
as almas que ficaram em Saturno, devendo ser igualmente grata àquelas que partiram desses lares.
Isto decorre, naturalmente, do adiantado estado evolutivo dos habitantes saturninos, conhecedores
e praticantes das leis espirituais que regem a vida em todos os planos do Universo. Sabem eles, por
conseguinte, que os seus entes queridos que partiram, apenas regressaram ao plano invisível a que
pertencem, mas que jamais se extinguiram como aconteceu ao corpo físico. Esta convicção,
resultante do seu adiantamento espiritual, proporciona-lhes uma grande tranquilidade e
uma alegria indizível ao receberem em seus lares as almas queridas que deles partiram a seu
tempo.
Com o progresso em andamento na Terra, é de esperar que os terrenos venham a adotar práticas
semelhantes, tanto na extinção dos despojos das almas que partiram, como na comemoração
daquelas datas históricas na vida de cada uma. Para as almas que regressam do solo terreno como
do solo saturnino, o fato dos seus parentes e amigos se lembrarem delas e por elas orarem, é motivo
de grande alegria em todos os planos do Além. E como o Além é o mesmo em todos os planetas,
as almas que neles vivem não contam alegrias maiores do que receberem do Criador as bençãos e
luzes pedidas pelos seus queridos que ficaram no mundo físico onde viveram.

51
A vida no Planeta Saturno

35. CASAMENTOS
Direi agora algumas palavras a respeito dos casamentos realizados em Saturno. Direi então que a
instituição do casamento naquele planeta gigantesco é uma instituição sagrada para todos os
saturninos de ambos os sexos. Existe em todas as almas ali encarnadas o sentido do casamento
como um dever espiritual de todas elas, e assim se dispõem a realizá-lo apenas atingida a sua
juventude. É quase uma regra que os jovens se casem entre os dezoito e os vinte e cinco anos, com
o objetivo do cumprimento desse dever, do qual decorre aquele outro, de proporcionar
oportunidade de reencarnarem, também, às almas que permanecem no Alto, necessitadas de
baixarem por sua vez ao solo saturnino. Os jovens que se consideram aptos ao casamento tratam
de se conhecerem e amarern com vistas a esse elevado objetivo, no que são ajudados pelos seus
maiores em condições de o fazerem. Isto não quer dizer que não existem pessoas solteiras em
Saturno, porque realmente as há de ambos os sexos. Nas mulheres este fato é mais comum,
considerando-se a superioridade numérica das pessoas do sexo feminino sobre as do outro sexo.
É por este motivo mais comum encontrar-se maior número de mulheres solteiras que de homens.
Estes, porém, são tidos pelos seus contemporâneos como pessoas pouco mais do que inúteis à
coletividade espiritual de que fazem parte, uma vez que deixaram de cumprir o sagrado dever de
contribuir para a vinda de outras almas ao solo saturnino.
Estas ligeiras palavras traduzem o elevado e nobre sentimento das almas saturninas, inteiramente
compatíveis com a enorme extensão do planeta em que nasceram e que é necessário povoar
renovadamente, pois que se trata de um enorme campo de aprimoramento do imensurável
conjunto de seres espirituais que permanecem nos planos invisíveis à espera de suas
oportunidades de reencarnar. São por tal motivo cobertos de bençãos de toda a população os
jovens que se reúnem em Saturno pelos laços matrimoniais, constituindo, pode dizer-se, a
totalidade dos lares harmoniosos e felizes disseminados por toda a extensão do gigantesco planeta.

52
A vida no Planeta Saturno

36. DIVISÃO TERRITORIAL


Falarei a seguir a respeito de outros aspectos da vida naquele grandioso planeta. Tratarei sobre a
sua divisão territorial da qual resulta a existência de mais de cinco milhares de países, aos quais me
referi anteriormente denominando-os de regiões. Existem por conseguinte em Saturno mais de
cinco mil divisões territoriais administradas por seus respectivos habitantes, formando o governo
principal e os sub-governos, que são as administrações .menores, incumbidas cada qual de
proporcionar o bem-estar dos respectivos habitantes. O processo da escolha das pessoas para os
postos de governo, tanto das grandes divisões territoriais ou países de Saturno, como das menores
ou subdivisões, é o mesmo por toda parte. Tem-se naquele grande planeta a convicção de que o
Poder Divino necessita de colaboradores idôneos para O representarem em Saturno, sendo os
escolhidos para tal fim considerados verdadeiros emissários do Criador, a quem servem em
verdade, servh.do aos seus contemporâneos. Isto verifica-se tanto nas menores como nas maiores
administrações. Em face do sentimento que em todas elas preside aos atos administrativos em todo
o planeta, existe ali um respeito que bem se poderá classificar de religioso no manejo dos recursos
fiduciários da administração, não havendo mesmo memória de que algum administrador em
qualquer tempo haja prevaricado contra os interesses da coletividade que administrou. O sentido
da honestidade, lealdade e fidelidade é praticado em Saturno como um sentido inato, e nenhum
outro interesse o suplantará. Sabem todos os saturninos, por convicção própria, que a formação de
grandes fortunas em nada pode contribuir para a sua felicidade, uma vez que ao deixarem o corpo
nada podem levar consigo além das boas obras que tiverem podido praticar. E quanto ao corpo,
esse, vestido com toda a simplicidade após a partida do Espírito, vai ser entregue à cremação para
que se extinga como veículo imprestável. Os saturninos abrigam com carinho em seus corações a
ideia de que nada mais são do que Espíritos reencarnados 0m busca de maiores luzes, a única
bagagem que podem conduzir de regresso ao seu plano espiritual após a morte do corpo. Em face
de tão bela convicção é que todos eles vivem e agem com grande desprendimento dos bens de
fortuna, certos, todos eles, de que nada lhes faltará em qualquer emergência.

53
A vida no Planeta Saturno

37. PÃO SATURNINO


É um estudo bastante agradável este que estamos fazendo em torno da vida e costumes daquele
verdadeiro gigante do espaço, onde tudo se processa sob o signo da mais perfeita harmonia de seus
habitantes. Os interiores de todas as regiões ou países de Saturno são dotados dos mais
aperfeiçoados instrumentos para o cultivo do solo, cuja produção, como é óbvio, tem de ser de
grande vulto para suprir as necessidades de sua população. Os saturninos dão sua
maior preferência aos legumes, aos tubérculos e aos frutos que são ali abundantes durante todo o
ano. Cultivam-se ali também algumas espécies de cereais das quais os saturninos fabricam um tipo
de pão bastante saboroso e rico em vitaminas. As classes menos favorecidas da fortuna alimentam-
se quase que exclusivamente desse tipo de pão, no qual se reúnem umas três espécies de cereais.
Os viandantes que se destinam a grandes distâncias conduzem habitualmente a sua provisão do
saboroso pão saturnino e dele se nutrem durante dias e dias de viagem com todo o êxito para a
sua saúde e fortaleza. Munidos da sua provisão de pão saturnino, os viandantes não têm
necessidade de despender moeda em seu percurso, uma vez que para matar a sêde eles encontram
numerosas nascentes de água pura ao longo das estradas do planeta. Existe, mesmo, a preocupação
dos engenheiros construtores das estradas em Saturno, em captar e trazer para as suas margens,
de espaço a espaço, as nascentes que houver nas proximidades e até certas distâncias para servirem
aos numerosos viandantes que delas hão de necessitar. Existem, porém, e por toda parte em
Saturno, ao longo das suas estradas, variados tipos de construções muito bem cuidadas, onde
tudo foi previsto para a comodidade e conforto dos saturninos que viajam. São variados tipos de
hospedagens desde os mais confortáveis, luxuosos, até aos mais simples, muito limpos
e destinados às pessoas de menores recursos. O alimento, porém, é o mesmo: legumes cozidos,
frutos, feculosos e outas iguarias provindas do solo saturnino para o deleite dos viajantes. Isto assim
acontece naquele gigantesco planeta, cm virtude dos hábitos das populações saturninas, que
apreciam deslocar-se frequentemente a grandes distâncias, muitas vezes a milhares de quilômetros,
em visita a amigos, parentes, ou por motivo de negócios, ou mesmo por simples prazer.
Os saturninos apreciam sobremaneira as viagens a longas distâncias, e por isso necessitam daquela
aprimorada indústria de hospedagem ao longo do suas grandes e bem conservadas estradas. Deve-
se ainda ao prazer das viagens 0 fato de os saturninos prolongarem-nas a seu bel-
prazer, estacionando dias e semanas nos lugares aprazíveis para gozarem o prazer imenso de um
ambiente que muito apreciem. É comum, por isto, encontrarem-se os viajantes saturninos
estacionados aqui e ali durante o percurso de suas excursões, acontecendo não !raro retornaram ao
ponto de partida apenas tenham atingido a meta da excursão. É que suas metas são escolhidas
frequentemente apenas como ponto culminante da excursão e não como objetivo de maior visita.
Toda a alegria de uma excursão reside muitas vezes nos vários estacionamentos do percurso, onde
as almas dos saturninos se deleitam na contemplação de paisagens muito belas, num transporte
que aí realizam, ou à sombra amiga de belas árvores floridas, ou na visita que fazem aos templos da
localidade, onde encontram ambientes novos e acolhedores. Os saturninos são essencialmente
sentimentais; e quando em contato com a Natureza fora do seu próprio ambiente, suas almas como
que se transportam aos planos a que pertencem no mundo espiritual, e neles vivem momentos
de verdadeiro encantamento. Daí o gosto tão acentuado pelas viagens e excursões interiores, as
quais os mesmos realizam muito frequentemente. A tradição criou em determinadas regiões
interiores de visitação constante dos saturninos, cercos mitos que lhes proporcionam alegrias
indescritíveis. Existem em numerosos lugares do interior servidos por boas vias de acesso, certos
ambientes que vêm sendo purificados, santificados mesmo através de gerações que neles
estacionaram e oraram fervorosamente, convictas de que a Graça e Misericórdia do Pai Celestial ali
comparecia para abençoar os peregrinos. Desta longa tradição resultou, por assim
dizer, santificação daqueles lugares, aos quais aflui constantemente uma pequena multidão de
54
A vida no Planeta Saturno

pessoas com o objetivo de santificarem também. Estabeleceu-se então a crença de que o fato de
as pessoas ali estacionarem alguns dias e orarem contritamente ao Criador, faz que recebam do
Alto tais e tantas messes de bênçãos e graças, que suas vidas aí se purificam também. Como
preceito que todos cumprem agradavelmente, somente o gostoso pão saturnino e água pura devem
constituir o alimento dos peregrinos enquanto ali permanecerem. É comum estacionarem
diariamente nesses lugares pequenas multidões de peregrinos procedentes de localidades
longínquas, com o objetivo de ali permanecerem de três a quatro dias. O fato é que, como efeito de
tantas orações reunidas nesses lugares que são numerosos em Saturno, muitas curas materiais
neles se operam. O ambiente, mediunizado pelo volume de orações elevadas em conjunto, purifica-
se a tal ponto que certos defeitos orgânicos ali se corrigem para alegria e felicidade dos seus
portadores. São os milagres que também se conhecem na Terra, produzidos em meio às grandes
concentrações religiosas. Esses milagres se operam em consequência do enorme volume de
vibrações produzidas pelas orações fervorosas das pessoas presentes, possibilitando as chamadas
curas milagrosas então verificadas.
Os saturninos, almas adiantadas que são, emprestam todo o seu apoio moral aos fenômenos do
tipo aqui apontado, e sempre se dispõem a contribuir para que os lugares que forem merecendo o
qualificativo de santificados sejam postos ao alcance fácil dos interessados. Constroem-se vias de
acesso fácil e proporcionam-se meios locais de acomodação às pessoas que aos mesmos se dirigem
em peregrinação. Isto decorre, podemos dizê-lo, da própria elevação espiritual das
almas saturninas. Para elas, uma permanência de três a quatro dias ou mais em locais
espiritualmente marcados, onde possam gozar um pouco de prazer espiritual que eleva, conforta
e redime as almas ligadas ao corpo de carne que as mantém presas ao solo, é como se
temporariamente se desligassem da matéria e fossem repousar no seu plano de vida no Além. Esta
pode ser dada como uma das acentuadas características das almas saturninas: a sua grande
elevação espiritual. E em face dessa grande elevação generalizada por todo o planeta, que a vida
em Saturno se pode comparar à vida de uma grande família harmoniosa, unida, da qual todos
os membros se empenham em contribuir para a felicidade de cada um.
Com o andar dos tempos havemos de participar também desse belo sentimento neste planeta
terreno, do qual estão sendo retirados os elementos que se revelam incompatíveis com a harmonia
e o sentimento entre os terrenos. Tudo se há de verificar a seu tempo, visto ser ainda bastante
jovem a Terra como planeta habitado. Contudo, a divulgação que ora faço destes detalhes da vida
em Saturno, há de servir para mostrar às almas terrenas a existência de outras almas mais felizes
por melhor compreenderem a necessidade da harmonia, do amor e da fraternidade como elemento
indispensável à existência da felicidade.

55
A vida no Planeta Saturno

38. DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA


Em seguida eu direi algo a respeito da maneira pela qual os saturninos procedem em relação à
distribuição da riqueza em todo o planeta. É conceito firmado entre as almas viventes em Saturno,
que a riqueza foi constituída para servir ao bem-estar de todos os habitantes do planeta, e que por
isso deve obedecer a esse princípio. Neste propósito, constitui um primeiro passo, o oferecimento
pelos habitantes de uma localidade, da residência ao casal de jovens que se unem pelos laços
matrimoniais, Uma residência confortável é-lhes oferecida até trinta dias antes do enlace, a tempo
de que os mesmos a preparem a seu gosto. Possuidor de residência própria, o jovem casal, cuja
união obedeceu ao cumprimento de um dever para com a Divina Providência, já não terá
a preocupação do aluguel mensal, como ainda sucede na Terra. Todos os seus esforços serão no
sentido da própria manutenção e demais encargos peculiares. O lar, porém, desde já lhes pertence
por oferecimento considerado como feito pela Divina Providência. O casal assim recém-formado
tem a faculdade de adquirir um lar maior, mais confortável, se as circunstâncias o exigirem, como
a vinda dos descendentes que a Divina Providência lhe confiar. Podem então desfazer-se da
primeira residência como parte da segunda se assim o entenderem. O fato de haverem recebido o
primeiro lar como oferta da Divina Providência, não quer dizer que o casal não venha a despender
de futuro o seu valor, visto como terá ensejo de contribuir para a aquisição de outros lares a serem
também oferecidos a outros jovens casais, Ê uma bela tradição existente em Saturno, esta dos
nubentes serem presenteados com um lar às vésperas de sua união matrimonial. Isto faz parte da
convicção de todas as almas saturninas ao baixarem ao solo, que é a recomendação das Forças
Superiores do mundo saturnino, de que se preparem para oferecer novos corpos físicos às almas
que a Divina Providência lhes confiar, nos lares que Ela própria lhes oferecerá, quais ninhos de
amor no solo saturnino.
Com o perpassar dos anos saturninos, aquele casal a quem a Divina Providência brindou com um
lar às vésperas do seu enlace, terá contribuído para numerosos brindes semelhantes, resultando
que aquele em que então habitar terá sido integralmente pago por meio de sua contribuição a outros
lares, levando-lhes ao coração a convicção bastante agradável de haverem retribuído
satisfatoriamente o que de presente receberam à sua vez. São pequenos detalhes que nos retratam
uma boa parcela dos hábitos e costumes da vida em Saturno, e da delicadeza de sentimentos e
solidariedade dos seus habitantes.

56
A vida no Planeta Saturno

39. ESCOLA SUPERIOR


O planeta Saturno pode ser considerado do ponto de vista evolutivo a escola imediatamente
superior à escola terrena. As almas destacadas para habitar aquele gigante do espaço devem ter
peregrinado longamente pelo solo terreno, através de numerosas encarnações de aprendizado, a
fim de poderem ser designadas a ingressar no ciclo de Saturno. Somente após se despirem de todos
os resquícios de maldades trazidas de vivências milenares nos estágios planetários inferiores à
Terra, é que as almas do ciclo terreno conseguem ver-se promovidas à vivência no ciclo de Saturno.
Sucede também, muito frequentemente aliás, retornarem ao ciclo terreno, algumas almas que se
haviam despedido da Terra por haverem nela completado o seu aprendizado. Trata-se, então, de
almas missionárias que aceitam voltar à Terra no desempenho de tarefas relacionadas com o
progresso deste pequeno planeta.
Isto acontece muito frequentemente, repito, pela necessidade de implantar no solo terreno os
melhoramentos que sua população já possa comportar, dentre os existentes em Saturno. Sabendo-
se que ninguém consegue descobrir aquilo apenas o que haja visto alhures em outros estágios de
vida 2hSr necessidade de trazer à Terra as almas portadoras de conhecimentos e experiências
adquiridas em planetas mais adiantados, no caso o gigantesco Saturno. Essas almas missionárias
reencarnam nos lares terrenos, sendo acompanhadas de perto por uma equipe de almas que
permanecem no Espaço, incumbidas de as acompanharem em todos os seus passos na Terra,
com vistas ao desempenho da que são portadoras. A equipe de almas desencarnadas acompanha,
inspira e protege as almas missionárias, de maneira a que as mesmas se encaminhem ao tipo de
conhecimentos que necessitam de adquirir para o êxito de sua missão. Só os Protetores invisíveis
daquelas almas que se incumbem, inclusive, de inspirar aos progenitores o tipo de conhecimentos
que as mesmas deverão seguir como base dos seus trabalhos futuros. Enquanto os tempos não
chegam, os Protetores espirituais daquelas almas assessoram-nas durante o sono do corpo,
recordando-lhes constantemente o objetivo de sua missão. Daí ser muito comum observar-se a
preocupação de certas criaturas na descoberta de determinado princípio ou na construção de
determinada máquina ou aparelhagem cujas linhas ou princípio elas conservam mais ou
menos nitidamente em sua memória espiritual. E tanto se preocupam com a sua máquina ou
aparelhagem, que terminam por construí-la j pô-la a funcionar como desejam. A firmeza do
pensamento destas almas no objetivo em vista, vai-lhes revelando aos poucos os detalhes daquilo
que desejam realizar, e ao cabo de algum tempo um novo invento ou descoberta surge na Terra
para benefício da coletividade. Certo é, por conseguinte, que as almas que novas descobertas
realizam no plano terreno já as traziam gravadas no subconsciente desde o mundo espiritual, onde
as deixaram plasmadas em sua memória espiritual.
Este é o processo por meio do qual surgem na Terra os novos inventos, melhor chamados de novas
descobertas, por se tratar invariavelmente de processos já existentes em outros planos de vida. Foi
assim com a descoberta da caldeira a vapor, da lâmpada elétrica, das comunicações telefônicas e
todos os demais melhoramentos realizados neste plano físico em benefício da coletividade. Outros
importantes melhoramentos se encaminham para a Terra no subconsciente de numerosas almas
em vésperas de reencarnarem, havendo já um bom número prestes a aparecer, trazidos pelas almas
que se encaminham para as universidades ou nelas já se encontram.
É por isto de toda a conveniência que os jovens deste fim, de século adquiram o hábito de orar e
meditar, durante cujo período poderão receber importantes esclarecimentos para seu maior êxito

57
A vida no Planeta Saturno

na vida. Durante o período de meditação o Espírito coloca-se num estado receptivo às grandes
ideias que flutuam no éter que circunda o globo terrestre, proporcionando oportunidades notáveis
e talvez únicas às pessoas que se entregarem à meditação. Pode dizer-se que de um modo geral
todas as grandes ideias surgidas na Terra foram captadas no estado de meditação. E se não foram
claramente recebidas nesses momentos, insinuaram-se de certa maneira a poderem ser entendidas
claramente horas ou dias após, pela mesma mente que as captara. Este é o processo Por meio
do qual são recebidas na Terra as grandes ideias que tanto tem beneficiado a coletividade
humana.

58
A vida no Planeta Saturno

40. INDUMENTÁRIA
Em seguida abordarei um novo detalhe da vida no planeta Saturno, de interesse também para as
almas que vivem na Terra. Quero tratar do que diz respeito à indumentária das pessoas de ambos
os sexos que habitam aquele planeta. São usados ali vestuários bastante simplificados,
inteiramente confeccionados com tecidos vegetais, ou produtos sintéticos, no que é fértil a indústria
saturnina. Os homens adotam um tipo de vestuário bastante prático e confortável, constituído de
duas peças, diferindo do tipo usado na Terra por ser fechado desde o pescoço à cintura, e daí para
baixo semelhante ao conhecido macacão de serviço tão usado entre vós. Não adotam os saturninos
os paletós terrenos, usando, entretanto, nos seus dias de festa ou reuniões sociais, belas capas
coloridas mas sem mangas, que emprestam ao ambiente um belo aspecto. Quanto às mulheres,
usam uma indumentária algo semelhante à dos homens, em cores, enquanto que a dos homens é
preferentemente azul. Não existem em Saturno as saias ainda tão usadas neste plano terreno. As
mulheres adotam as calças compridas muito mais práticas, permitindo-lhes a maior liberdade de
movimentos em suas atividades. Possuem também os seus trajes festivos ornados de enfeites ou
bordados, tudo, entretanto, tão simplificado que bem atesta a elevação daquelas almas. As
mulheres, principalmente, costumam usar uma ou duas joias nos dedos, representadas por
pequenas partículas de gemas ali encontradas em abundância, principalmente topázios, turquesas,
turmalinas ou rubis. Não se empresta, contudo, maior importância em Saturno ao uso de pedras
preciosas nos dedos, por estas duas principais razões: a abundância de rochas formadas por este
tipo de pedras, e a elevação das almas saturninas desprovidas de qualquer resquício de vaidade
para ostentar nos dedos qualquer espécie de anéis portando fragmentos de rochas em que é fértil
o planeta. Este tipo de rochas aparece, entretanto, por toda parte, formando as colunas laterais da
entrada de numerosas residências de alto gosto, emprestando às mesmas belíssimos reflexos à
incidência dos raios solares. Veem-se assim ladeando a entrada de certas residências à guisa
de moirões, colunas recortadas em jazidas de topázio, de turquesa, de esmeralda, de cristal, de
berilo e outros tipos conhecidos entre as semipreciosidades da Terra. Imaginai, então, quantos
fragmentos não terão sido extraídos pelo cinzelador ao confeccionar tão belos moirões, sabendo-
se quanto são apreciados na Terra esses pequenos fragmentos. Isto acontece na Terra, porém, em
face da raridade desse tipo de rochas, enquanto que no gigantesco Saturno é tal a
abundância destas rochas, que possível seria inclusive recortar paralelepípedos daquelas
semipreciosidades. Dir-se-á que a Natureza foi pródiga com aquele grande planeta, dotando-o de
tão grande volume de jazidas tão belas, enquanto na Terra elas são relativamente raras. Aí
encontraremos a razão do valor às mesmas atribuído na Terra: a sua raridade, enquanto
em Saturno, de tão abundantes, quase ninguém se dispõe a ostentá-las nos dedos.

59
A vida no Planeta Saturno

41. BRILHANTES
Eu referi apenas alguns tipos de rochas por vós consideradas semipreciosas. Há em Saturno,
porém, vários outros tipos disseminados por todo o orbe saturnino, inclusive o vosso estimado
brilhante, ali usado sobretudo como base em altares nos templos de oração, sobre os quais
aparecem belos jarros de flores naturais. É esta uma das mais comuns aplicações do vosso
apreciado brilhante, no planeta saturnino. Sendo encontrado em abundância e por toda parte,
sua aplicação não encontra nenhuma das utilidades que lhe são dadas no vosso mundo. São muito
raros em Saturno os fragmentos de brilhante ostentando o exímio trabalho de lapidação tão
comum no vosso mundo, justificado pela sua raridade, somado à vaidade das almas terrenas em
exibi-lo em incrustações custosas. À proporção, porém, em que a evolução espiritual das almas
terrenas se for acentuando, ira diminuindo também o gosto pela exibição das pedras preciosas,
pela sua nenhuma utilidade em favor da felicidade de cada uma. Isto mesmo é fácil de constatar já
nos dias que correm, em que uma infinidade de pessoas possuidoras de decursos financeiros
deixam de ostentar anéis de alto preço é' '*■' f' :l como ornamento de suas personalidades. Tal
fato representa, em grande parte, o grau evolutivo já atingido por essas criaturas.

60
A vida no Planeta Saturno

42. FRATERNIDADE
Deixando por aqui o assunto semipreciosidades, eu ocupar-me-ei de outro igualmente interessante
em relação à vida em Saturno, que é a maneira pela qual a população saturnina costuma solucionar
os seus problemas de fraternidade. Eu chamo problemas de fraternidade aos assuntos ali bastante
frequentes em que haja necessidade de atender a determinados casos de socorro fraternal a pessoas
ou famílias porventura vitimados por fenômenos telúricos, como furacões, tornados, ou mesmo
temporais demasiado violentos, deixando maior ou menor número de vítimas à sua passagem. Os
saturninos têm na mais alta conta a necessidade de prestar toda assistência às pessoas vitimadas
por tais fenômenos, considerando antes de tudo que cada qual poderia ser vítima dos mesmos
fenômenos. Daí a assistência total, completa, que todas as pessoas se sentem no dever de prestar
às almas atingidas. Constituem-se para esse fim Comissões incumbidas de orientar o angariamento
de recursos nas localidades mais próximas, ajudadas por outras Comissões menores
(subcomissões) abrangendo, por assim dizer, áreas distritais, cujos membros passam a visitar lojas,
fábricas e residências, no angariamento de fundos para a reconstrução dos lares e bens que tiveram
sido atingidos pelos fenômenos. De antemão e como primeira providência, as almas atingidas são
logo recolhidas e acomodadas confortavelmente onde convier, considerando-se cada membro da
população como se ligado estivesse por laços consanguíneos às almas atingidas. Estas
são prontamente acomodadas, atendidas e hospedadas, enquanto se providencia a reconstrução
dos respectivos lares destruídos, o que em regra é feito imediatamente após os fatos verificados.
Este procedimento da população saturnina é tão espontâneo, pronto e eficiente que os serviços de
reconstrução se iniciam apenas alguns dias após a destruição dos lares ou bens, sendo rapidamente
devolvidos aos seus proprietários. É este um assunto considerado por toda a população como se o
seu próprio fora, e daí o volume de recursos arreceados prontamente para o necessário
atendimento. É bem o espírito de fraternidade existente entre as almas saturada alma irmã como
se um dedo fora de suas próprias mãos, o qual, uma vez atingido de qualquer maneira pelo
infortúnio, é mister cuidar e tratar até ao pronto restabelecimento. É o espírito da mais perfeita
solidariedade humana o que anima aquela adiantada população de almas saturninas.
Abordarei a seguir outro aspecto da vida humana no grande Saturno, a respeito dos costumes
radicados na sua população, relativamente à maneira pela qual se conduzem as pessoas em seus
trabalhos diários. Existe em Saturno a preocupação de todas as pessoas se conduzirem com a
maior elevação em relação às demais, em obediência ao princípio de fraternidade geralmente
aceito, resultante da convicção de que todos os habitantes do grande planeta são irmãos perante o
Criador. Desta maneira as pessoas procuram esmerar-se no seu trato diário com as outras, servindo-
as e ajudando-as em tudo o que puderem. No contato diário, por exemplo, entre vendedores e
clientes nas lojas do comércio, nas oficinas, nas fábricas como nos demais ramos de atividade,
percebe-se a preocupação do bom tratamento, do tratamento gentil, bem humano, entre as partes,
jamais ou muito raramente sucedendo a altercação. Esta maneira de tratamento procede do estado
evolutivo das almas habitantes do grande planeta, sendo absolutamente espontâneo em todas elas.
É que, tendo atingido a determinado grau de adiantamento espiritual, aquelas almas já não
possuem mais os elementos negativos que tornam as criaturas irritáveis, mal humoradas e até
violentas. Esta circunstância é que determina a existência daquela harmonia, entendimento e
boa vontade permanentes, que tão bem caracterizam a população saturnina. Se, eventualmente,
um dos seus habitantes se revolta e produz algum distúrbio em detrimento dos seus semelhantes,
surgem imediatamente à sua frente pessoas dedicadas a envolvê-lo e aconselhá-lo com palavras
repassadas de fraternidade e bom senso, fazendo-o voltar à normalidade. Disto resulta que não se
registram em Saturno deslizes ainda verificados na Terra, nem as infrações ainda tão comuns aqui
praticadas contra a vida dos seres humanos. Se um caso ou outro de tal natureza se verificar em
Saturno, dever-se-á à ação de alguma influência negativa que haja conseguido infiltrar-se no
61
A vida no Planeta Saturno

ambiente de pureza e harmonia existente, levando alguma alma menos preparada à prática de atos
dos quais prontamente se arrependerá. Estes, porém, são tão raros em meio a uma população de
almas altamente evoluídas, que s6 chegarão a existir para confirmar a assertiva de que “não há
regra sem exceção”.
Verifica-se através dos informes recebidos do gigantesco Saturno, que são tão raras as infrações ali
cometidas pela sua população, que não existem locais especialmente preparados para a detenção
de pessoas que vierem a cometer infrações. Se estas existirem entre uma população composta de
mais de sessenta bilhões de almas, o que será natural que exista, o processo adotado é bem
diferente do usado na Terra. A detenção das pessoas infratoras far-se-á nos próprios lares
pelo tempo previsto em lei, submetendo-se as mesmas a um tipo de tratamento de ordem moral,
objetivando despertar nos infratores as boas qualidades e elevados sentimentos que todos possuem
e que em certo momento esqueceram. Isto quanto às infrações cometidas contra a integridade dos
semelhantes, consideradas em Saturno de natureza gravíssima para a felicidade espiritual dos
infratores. Há ali a convicção de que um atentado contra a vida de um ser humano corresponde ao
banimento da alma culpada para sempre do convívio das demais almas saturninas, por ter de
seguir para outros estágios inferiores, jamais podendo regressar a Saturno. Esta perspectiva é
considerada pela totalidade da população saturnina como uma degradação dolorosa para as suas
almas, possuidoras como já são de um elevado grau de evolução. Daí o reduzido número de
infrações desta espécie registradas naquele grandioso planeta. Quanto a outras espécies de
infrações menores, como seja a apropriação do alheio, pode dizer-se que não existem em Saturno.
A formação moral de sua população já não lhes permite certas práticas infelizmente ainda tão
comuns na Terra.
A proporção que a população terrena for sendo beneficiada com o afastamento das almas inferiores
que ainda praticam aquele tipo de infrações contra o semelhante, o que está sendo feito com
empenho pelas Forças Superiores, este pequeno planeta ingressará numa fase semelhante à de
Saturno, estabelecendo também os princípios da paz e da harmonia entre os seus habitantes.
Sabemos que as guerras, o roubo o crime, são atestados da ignorância e atraso moral das
comunidades em que existem. Uma vez escoimadas estas dos elementos ignorantes ou atrasados
que as infestam, logo surgirá a paz, a luz e a harmonia nessas comunidades,
elevando consequentemente a categoria espiritual do planeta.

62
A vida no Planeta Saturno

43. CONVÍVIO SOCIAL


Falemos a seguir um pouco a respeito de outro setor da vida em Saturno o setor do convívio social
das classes trabalhadoras nos diversos ramos de atividade. Neste convívio se reúnem tanto os
componentes do operariado fabril como os auxiliares do comércio com exercício nas lojas, nos
bancos e nos escritórios em geral, todos confraternizando em suas comemorações e dias festivos.
Todas as classes de trabalhadores nas cidades saturninas cumprem um horário de cinco horas
diárias, sendo sucedidos por outros trabalhadores que cumprem horário igual. Foi esta a melhor
solução encontrada pelas classes dirigentes para oferecer trabalho remunerado ao maior número
de trabalhadores, e de proporcionar a estes um bom período que eles podem utilizar para repouso
ou aperfeiçoamento de suas especialidades, artes ou cultura intelectual. Exercem então, conforme
referi anteriormente, as classes matutinas, suas atividades das sete horas da manhã até ao meio-
dia, sendo sucedidas pelas classes ditas vespertinas, que vão do meio-dia até as cinco horas da
tarde. Desta maneira um número dobrado de pessoas encontra ocupação remunerada durante
cinco horas diárias, da qual retira o suficiente para viver condignamente. No setor industrial
o horário é o mesmo. Todas as indústrias, oficinas e demais organizações, dispõem de dois
quadros de operários que satisfazem de modo completo as necessidades da produção, recebendo
uma remuneração que lhes permite viver condignamente e descansar o bastante ou aprimorar
conhecimentos que mais necessitarem. Este horário de trabalho representa 0 ideal naquele grande
planeta. Seus trabalhadores ostentam boa aparência física em face de bem se alimentarem no
domicílio nas horas convenientes, do que resulta sua boa disposição para o trabalho. Há, por
conseguinte, em Saturno, um contentamento generalizado entre as classes trabalhadoras, quais
só muito raramente se reúnem para reivindicar seja ^ que for, e quando o fazem estão de tal modo
cônscias da^ 1'âzão que lhes assiste, que invariavelmente se veem atendidas f ^ seus patrões.
Generalizou-se a propósito um costume naquele grande planeta que vem atestar o elevado
sentimento de harmonia e entendimento existente entre patrões e operários; todas as vezes em
que alguma das classes trabalhadoras se reúne para pleitear algo dos seus chefes, e que está
perfeitamente convicta das razões que lhe assistem para isso. atendimento, por sua vez, sempre
ocorre de modo satisfatório, como não podia deixar de ser. A classe em causa, em» decorrência
do atendimento recebido, faz questão de demonstrar a sua satisfação aos respectivos chefes, e
para isso promove-lhe um almoço ou jantar de homenagem e agradecimento, no qual se reafirma
a maior cordialidade existente entre os chefes e trabalhadores. Isto sucede em todas as regiões ou
países de Saturno, a atestar por sua vez o elevado espírito de harmonia e compreensão existente
entre as almas encarnadas naquele gigante do espaço. É realmente um procedimento de grande
beleza moral a reafirmar o espírito de entendimento e cordialidade das almas saturninas,
tornando-lhes a vida mais alegre e feliz como realmente deve ser.
Bom seria que o mesmo costume se estabelecesse entre patrões e operários terrenos em favor do
melhor entendimento recíproco, tal como sucede às almas saturninas. Esperemos então que isto
aconteça com o andar dos tempos, o que deverá suceder em consequência do constante
aperfeiçoamento das almas que aqui reencarnam seguidamente. O encurtamento dos horários de
trabalho na Terra, tal como sucede em Saturno, já poderá proporcionar aos trabalhadores uma
vida mais sossegada e confortável, desde que não lhes reduza paralelamente os ganhos. Tudo
dependerá, então, da maneira pela qual os industriais e chefes de empresas encararem os próprios
interesses em face da redução dos horários. E aqui cabe uma referência oportuna ao fato de que
ninguém pode conduzir parcela mínima que seja da fortuna construída na Terra, ao se despedir
do corpo para regressar ao lar espiritual. Se nisto meditarem aqueles que oferecem trabalho
remunerado na Terra, não estará longe o dia em que neste pequeno planeta se implantará horário
de trabalho semelhante ao existente em Saturno.

63
A vida no Planeta Saturno

44. DIVERSÕES
Agora direi algo sobre outro importante setor da vida saturnina, que é o que diz respeito às
diversões de sua mocidade e juventude. Lá, como na Terra, existem numerosas diversões para os
jovens de ambos os sexos, difundidas em todo o planeta. Citarei as principais relacionadas com
os exercícios esportivos do agrado especial da mocidade. As principais são o atletismo e a natação,
oferecendo interessantes atrativos, com a realização de certames anuais dos mais concorridos. A
natação em Saturno é praticada especialmente gin recintos fechados devido à sua
Impraticabilidade nas águas revoltas dos mares saturninos. Embora ali se
adotem generalizadamente os banhos de mar, em lugares protegidos contra a fúria das ondas, são
reduzidas as possibilidades da prática da natação nesses lugares. Adota-se portanto os recintos
fechados abastecidos de água do mar nas cidades marítimas, e de água doce nas localidades
afastadas do mar.
Além deste tipo de esporte, cultiva-se em Saturno com muito amor o atletismo, frequentado por
jovens e crianças de ambos os sexos como um dos melhores meios de desenvolverem os músculos
e o bom-humor que não deve jamais faltar a todo filho de Saturno. A equitação ocupa naquele
planeta um lugar de destaque, havendo entre a população numerosas criaturas aficionadas a este
tipo de esportes, do qual deriva, naturalmente, o que aqui denominais os jóqueis clubes,
muito apreciados também em Saturno por um número incontável de criaturas afeiçoadas, que
neste tipo de esporte encontram sua melhor diversão.
Direi finalmente que não se pratica naquele planeta gigantesco nada parecido com o vosso futebol
tão em moda na Terra. Ou porque seja ali desconhecido, ou porque não tenha despertado a
simpatia dos jovens saturninos, o fato é que esse violento esporte, tão apreciado no mundo
terreno, não é praticado em Saturno. De um modo geral os saturninos repudiam quaisquer tipos
de diversões que possam molestar os jovens, o que para eles deixa de ser um esporte para se
transformar num sacrifício para a juventude. Assim, pode contar o mundo terreno com a
exclusividade do violento esporte que é o chamado futebol.
Mas existem outros tipos de práticas esportivas naquele grandioso planeta, praticadas
principalmente nos rios que são muitos em todo o planeta. Esses esportes náuticos são muito
apreciados pelos saturninos, desde os constantes das embarcações a remo como os movidos a
motor e a vela, muito semelhantes aos existentes na Terra. Nos grandes rios marginais às principais
cidades saturninas, realizam-se frequentes competições entre a juventude e mocidade, visando ao
desenvolvimento muscular e esportivo de muitos milhões de jovens em todo o planeta. No capítulo
dos esportes o Planeta é riquíssimo, realizando-se concorridas competições por muito apreciadas
por toda a população saturnina.

64
A vida no Planeta Saturno

45. PRODUÇÃO AGRÍCOLA


Abordarei a seguir novo detalhe da vida humana em Saturno, agora no que diz respeito ao^ setor
da produção agrícola. Considerando-se que a produção agrícola é a base alimentar dos sessenta
bilhões de saturninos, é fácil de avaliar o enorme volume que essa produção necessita de atingir
em Saturno e o número de braços que ocupa em todo o planeta. Existem para tal fim numerosas
organizações apoiadas financeiramente pela própria população, empenhada em participar desse
importante ramo de atividade, do qual se alimenta. Tais organizações baseiam-se no princípio que
lhes permite estender ao máximo as suas atividades com proveito geral para os seus participantes.
Esse princípio consiste em contratar com os possuidores de grandes áreas cultiváveis a sua
industrialização agrária pelo prazo de cinco, dez ou vinte anos, mediante uma participação na renda
da referida área. A taxa de participação dos proprietários da área varia segundo a região e condições
climatéricas, considerando o respectivo rendimento. Em regra, porém, os proprietários das áreas
cultiváveis recebem uma taxa de participação que vai de dez a trinta e três por cento da produção
agrícola. As organizações agrícolas ocupam a parte contratada (arrendada) da propriedade,
preparam-na, cultivam-na e realizam as colheitas que são várias e em diversos períodos do
ano, dada a fertilidade do solo saturnino. Realizada cada uma das colheitas nessas áreas, é entregue
aos proprietários a sua parte, o que é feito em presença da autoridade regional, pertencendo a parte
restante à organização agrícola. A esta coube a exclusividade do trabalho de preparação do solo,
sementeira, irrigação, cuidados diversos junto à planta, e pôr fim a colheita e beneficiamento. Isto
feito, é convidada a autoridade regional a assistir ao peso geral da produção, recebendo nessa
ocasião o proprietário da respectiva área a parcela que por direito lhe pertencer, e que em regra é
suficiente para a alimentação dos seus e ainda para levar uma parte substancial ao mercado. Bem
analisada esta prática saturnina, vê-se que atende a um duplo e importante objetivo: utilizar
determinadas áreas para fornecimento de víveres à população, e cultivar diversas áreas que,
isoladas, não seriam rentáveis. Estando as organizações agrícolas suficientemente aparelhadas para
produzir nas grandes como nas pequenas áreas, fácil lhes é ampliar esse trabalho aonde houver
conveniência, dado que apenas despendem mão-de-obra para isso. O benefício deste processo de
trabalho é evidente para a coletividade, tendo-se em vista que de outra maneira não seria rentável
a numerosos proprietários aparelharem-se devidamente para cultivar suas próprias áreas.
Aí está uma fórmula que merece o estudo das almas terrena, em face da urgência de se incrementar,
multiplicar mesmo, a produção de alimentos para a população que em breve atingirá ao dobro da
atual. Há por isto necessidade da instituição das companhias destinadas à produção
agrícola, visando à utilização do maior número de propriedades aproveitáveis. A ideia é a mesma
em pleno funcionamento em Saturno. Os donos da terra contratam o seu cultivo com organizações
idôneas, devidamente aparelhadas para preparar, lavrar, semear e cuidar das sementeiras, para o
que somente necessitarão de mão-de-obra, realizando finalmente a respectiva colheita, da qual
entregarão a parcela contratada aos donos da terra, absorvendo o restante. Será esta uma operação
com a qual todos lucrarão: os donos da terra pela parte da colheita recebida sem ônus, as
organizações agrícolas com a ampliação de suas áreas de produção, e, finalmente, a coletividade
com o maior volume de alimentos vindos ao mercado. E quando um tipo de operação não
apresenta riscos de nenhuma espécie, deve ser considerado ideal. Eis aí a ideia que eu apresento
com todo o gosto às almas terrenas por me parecer digna de aplicação também na Terra. E se a
mesma procede de um planeta bastante mais evoluído que a Terra, onde é praticada com geral
agrado e satisfação, é de crer que o mesmo poderá suceder neste pequeno planeta, onde
aproximadamente quatro quintos de sua área não são cultivados.
Eu sentir-me-ei, pois, muito feliz, se tiver podido contribuir com estas informações colhidas em
Saturno pela caravana de almas que lá excursionaram, somadas às trazidas por outras almas que

65
A vida no Planeta Saturno

nele estagiaram, para a solução do grave problema da produção de alimentos no solo


terreno. Segundo ainda as mesmas informações procedentes do gigantesco Saturno, quatro são os
produtos principais cultivados empenhadamente no solo saturnino, a saber: trigo, mil o, penteio e
cevada. Estes quatro produtos formam a base alimentar dos sessenta bilhões de habitantes daquele
planeta. . Há outros de menor consumo humano mas necessários a diversos usos entre os
produtos de haste, também cultivados na Terra. Há, porém, empenho especial na produção
dos feculosos bastante conhecidos entre vós e tão úteis à alimentação, como os vários tipos de
batata cultivada em todo o vosso planeta.
Aí fica a ideia para estudo vosso. Algo terá de ser feito e com urgência para alimentar os próximos
seis bilhões de almas encarnadas que estão destinadas a povoar a Terra a partir do próximo século.
Fazei, então, a vossa parte, dirigentes e responsáveis pela função administrativa. Do Alto, as Forças
Superiores vos ajudarão no que necessário for, sempre que as invoqueis no curso dos vossos
empreendimentos.
Ocorre-me ainda um pequeno comentário que eu dirijo aos grandes proprietários da Terra. Falarei
individualmente a cada um deles. Meu amigo que herdaste ou adquiriste a grande área de que és
possuidor; o que fazes dela para beneficiar a coletividade? Bem sei; crias as tuas centenas ou
milhares de cabeças de gado para o corte, não? Ficas sabendo, porém, que essa indústria tende a
diminuir verticalmente com o progresso da coletividade humana, que passará a consumir menos
e menos carne cada dia na sua alimentação, substituindo-a por alimentos provindos do solo.
Vamos,' então, que não abandones de pronto a tua indústria de criação por antipática que ela seja,
pois que se baseia na criação para o sacrifício, de muitos milhares de seres em evolução. Que a
mesma se reduza então a certa área das tuas propriedades, e que esta seja convenientemente
cercada ou murada. Conversa então com os teus vizinhos sobre a possibilidade da organização de
uma empresa agrícola de parceria, para a produção de alimentos na parte subtraída à criação, e
inicia esta nova atividade, a produção de alimentos, que certamente compensará, e muito, a atenção
que lhe dedicares. Se não sentires disposição para a nova atividade, seja por motivo de outra
ocupação, seja por falta de ambição para tanto, toma então a deliberação de sugerir a ideia a alguém
mais ambicioso ou mais jovem, capaz de se dedicar ao assunto. A parte que por direito de contrato
vier a caber-te, há de certamente compensar largamente a redução da área de criação que antes
mantinhas. Eu falo desta maneira, não apenas a um dos grandes proprietários de terras, mas
a todos eles individualmente, com a esperança de ser ouvida e compreendida. Assegurarei a todos
e a cada um de per si que bênçãos quantos assim procederem, peça valiosa colaboração que estarão
dando à solução do problema alimentar em vias de agravar-se já no próximo século.

66
A vida no Planeta Saturno

46. EDUCAÇAO
Ora bem. Isto posto, falaremos de outro tema relacionado com a vida em Saturno. Abordarei então
o tema educação, sobre o qual muito há o que dizer em relação ao gigante espacial do qual estamos
tratando. Falámos antes da instrução e das atenções que a mesma desfruta por parte
das autoridades saturninas. Agora falaremos particularmente do tema educação, igualmente
merecedor de todas as atenções dos dirigentes e das instituições saturninas. Sendo as almas
saturninas em regra possuidoras de alto nível espiritual, por isso que mereceram das Forças
Superiores do planeta a sua designação para nele ingressarem, havemos de concluir que devem ser
também possuidoras de alto nível de educação, o que em verdade se afere do trato educado,
respeitoso e atento, demonstrado em todos os momentos de sua vida diária. É motivo de grande
alegria testemunhar-se um pequeno ou grande debate entre as almas saturninas a propósito seja
do que for, verificando-se a maneira respeitosa, cavalheiresca, com que o fazem. Em princípio todo
interlocutor é merecedor de todo o respeito e acatamento, não obstante poder-se discordar de suas
ideias. A perfeita educação saturnina faz que todo e qualquer debate de ideias ou de princípios se
realize sem sombra de melindre ao interlocutor, cujas ideias são dignas de todo respeito.
Este comportamento é o resultado, primeiro, do grau evolutivo adiantado das almas saturninas, e
em segundo lugar devido aos cursos educacionais adquiridos nas instituições culturais saturninas,
onde, conforme ficou dito, uma notável porcentagem dos alunos ingressa após a conclusão dos
cursos básicos. Os saturninos apreciam sobremaneira cursar as escolas de filosofia que existem em
grande número em todas as cidades, nas quais aprendem — ou recordam princípios e conceitos
necessários ao bom encaminhamento de suas vidas presentes. Sobretudo, o desenvolvimento
do raciocínio, muito tem a lucrar ao longo dos cursos ministrados nas escolas saturninas de
filosofia, nas quais mestres e alunos se empenham em apurar, desde as origens da vida espiritual,
sua causa primária, à melhor maneira de convivência planetária, visando à implantação das
verdades autênticas no âmago de todas as criaturas. É este um estudo deveras apaixonante das
classes mais cultas daquele grandioso planeta, constituindo verdadeiro deleite espiritual assistir-se
aos debates periódicos que ali se realizam sobre temas educacionais sob o prisma da espiritualidade
de todos os seres humanos. O assunto é recebido pelo auditório com verdadeira reverência para
ser longamente meditado, sinal evidente do elevado grau de espiritualidade peculiar a todas
as almas saturninas. Já tem sucedido durante os debates estabelecidos nas reuniões deste tipo
tornar-se o ambiente de tal maneira medianizado, que Entidades imateriais atraídas pela elevação
do tema em debate, ali se manifestam e proferem verdadeiras aulas de espiritualidade para
encantamento dos assistentes. Tantas e tantas vezes este fenômeno se tem verificado, que todos o
desejam e esperam nas reuniões realizadas, ansiosos de ouvir a palavra autorizada das Entidades
imateriais que se dignam de comparecer. Suas palavras são então escutadas em religioso silêncio,
e seus conceitos e ensinamentos recebidos como a última palavra sobre o assunto. São por isto
muito frequentes as reuniões nas altas esferas educacionais de Saturno, com real proveito para os
ouvintes, que passam por isso a considerar-se criaturas privilegiadas. Isto ocorre, como é óbvio, em
virtude do adiantamento espiritual das almas saturninas e da correção com que conduzem as suas
vidas de almas encarnadas, obedientes aos mais elevados preceitos das leis espirituais aplicadas
às almas encarnadas.
Os dias e as semanas seguintes ao tipo de reuniões filosóficas acima descrito decorrem para os
felizes assistentes em meio a constantes meditações sobre os conceitos escutados, num processo
natural de assimilação de quanto ouviram e puderam compreender. O assunto é levado para os
respectivos lares pelos ouvintes, e ali transmitido aos familiares atentos, dado que em Saturno
qualquer tema relacionado com a espiritualidade é ouvido com especial atenção por todas as almas
encarnadas. É então motivo de grande alegria para os familiares dos felizes assistentes daquelas

67
A vida no Planeta Saturno

palestras filosóficas participarem de temas tão importantes para eles, no seu desejo constante de
elevarem cada vez mais o conhecimento das leis espirituais e sua aplicação à vida saturnina.

68
A vida no Planeta Saturno

47. INTERCÂMBIO ESPIRITUAL


Os saturninos em geral, mas principalmente as classes mais cultas da população, apreciam de
modo particular o intercâmbio espiritual com seus entes queridos que partiram, e a tal ponto que
essa prática se realiza semanalmente com a presença das respectivas famílias. Constituíram-se ali
numerosas organizações associativas com. a finalidade de instruir e preparar as pessoas para esse
intercâmbio, através do qual as almas que partiram se comunicam com as que ficaram,
transmitindo a estas ensinamentos e conselhos destinados a contribuir para que possam as almas
encarnadas apurar cada vez mais as suas qualidades morais. Sendo os saturninos dotados de várias
faculdades mediúnicas inatas, eles sentem grande prazer em exercitá-las continuamente. pela
alegria de poderem comunicar-se com suas almas queridas que partiram, Tal prática eles a exercem
naturalmente, sem fanatismo, recolhendo excelentes conselhos e ensinamentos relacionados com
o seu comportamento como almas transitoriamente encarnadas. Graças ao seu
adiantamento espiritual, sabem as almas encarnadas naquele grandioso planeta que sua estada
num corpo físico representa uma nova etapa de sua existência de almas em pleno
progresso espiritual, e por isso se preocupam em viver uma vida de estudo e aprimoramento de
suas qualidades morais, no que se sentem bastante ajudadas pelos conselhos que recebem daqueles
que partiram. Independente dês te contato que eu direi familiar, entre as almas encarnadas e as
desencarnadas, registram-se em Saturno fatos bastante eloquentes no mesmo gênero de
intercâmbio espiritual. Existem várias instituições em todas as grandes e pequenas cidades
saturninas, destinadas especialmente à divulgação de elevados princípios filosóficos entre as
pessoas de nível cultural, com reuniões semanais em todas elas, frequentadas pela
melhor sociedade saturnina, vivamente interessada no conhecimento de quanto se relacione com
a sua evolução espiritual. As reuniões nestas instituições revestem-se invariavelmente de um
elevado grau de interesse para os assistentes, constando palestras e dissertações proferidas por
elementos da própria sociedade, expondo suas observações acerca da finalidade da vida. Estas
palestras raramente excedem de trinta minutos, havendo no máximo três oradores em cada
reunião, com intervalo de um número musical paia assimilação do auditório. Terminada esta
primeira parte das reuniões, ali comparecem e se apresentam duas ou três Entidades do mundo
espiritual, às quais cabe apreciar e comentar as palestras ou dissertações ali proferidas, cuja
palavra é ouvida pelo auditório com verdadeiro prazer espiritual. As Entidades designadas pelo
Alto para comparecer a estas reuniões de Saturno, são em regra Espíritos de grande evolução,
verdadeiros mestres do mundo espiritual, designados para continuar no solo saturnino os
ensinamentos por eles ministrados no Alto às mesmas almas então encarnadas. O valor destas
reuniões espirituais é devidamente apreciado pelos saturninos, que meditam e comentam o resto
da semana sobre os conceitos e revelações recebidos. Isto produz o mais belo efeito em todos os
felizes assistentes de tais reuniões, servindo para manter viva no pensamento de cada um a ideia
superior do aprimoramento espiritual que todos vieram buscar em mais uma reencarnação no solo
saturnino. O assunto divulgado, estudado ou debatido em cada uma destas reuniões espirituais de
Saturno, como que ocupa a mente dos ouvintes durante os dias que se seguem, constituindo para
todos eles um prazer e uma alegria inigualável.
Vejamos agora o que existe de semelhante na Terra. Notamos todos nós do mundo espiritual que
uma simples semente de espiritualidade existe e procura germinar em certas regiões do solo
terreno. Como simples semente que é, ainda luta contra elementos contrários que procuram sufocá-
la para que não cresça, se desenvolva e comece a dar frutos. Verificamos então com alegria a
germinação da espiritualidade em numerosos corações que procuram desenvolvê-la e transmiti-la
a outros corações já iluminados pela fé. Esse trabalho merece todo o apoio das Forças Superiores
porque é bom e digno de se estender a todas as classes. Verificamos que os homens melhor
preparados no meio terreno ainda vacilam em aderir à espiritualidade vitoriosa, temendo com isso
69
A vida no Planeta Saturno

verem-se diminuídos perante os seus pares. Puro engano o seu, porque em verdade o culto da
espiritualidade abrir-lhes-á tão belos e grandiosos horizontes de luz, paz e progresso, que todos
bendirão a decisão tomada de ingressar no culto luminoso da espiritualidade.
Congreguem-se, pois, homens cultos da Terra, e procurem atrair as Forças Superiores às suas
organizações em dias certos, para delas ouvirem o que de belo e grandioso ainda ignoram.
Preparem-se, então, todos os homens cultos da Terra para receberem do mundo espiritual a luz
maravilhosa que se projetará em sua inteligência, e os transformará de homens cultos em homens
sábios, hoje na Terra e amanhã no Alto.
Congreguem-se, pois, homens cultos da Terra! Organizem-se em instituições destinadas à cultura
espiritual e preparem-se para ouvir das Entidades iluminadas do Alto a palavra de instrução e
sabedoria que vos transformará de homens cultos em homens sábios e santos. As Forças
Superiores do mundo terreno aguardam apenas a vossa decisão; congreguem-se, pois.

70
A vida no Planeta Saturno

48. UM HABITO AGRADAVEL


Em continuação eu referirei algo a respeito de um hábito especialmente agradável aos saturninos,
que consiste em se reunirem muito frequentemente na praça pública para render graças ao Criador,
sempre que se julguem nesse dever, Mas tanto se reúnem para agradecer como para pedir.
Compreendem as almas saturninas que o Criador, sendo como é, 0 animador de toda a criação,
bem como da vida em todos os mundos do Universo, não pode saber em muitos casos, o que
estará faltando neste ou naquele setor da vida universal. Pensando desta maneira, os saturninos
habituaram-se desde muito, de gerações em gerações, a lembrar ao Criador, primeiramente aquilo
que esteja faltando à sua vida, e em seguida a pedir-lhe com todas as suas forças mentais. Para esse
fim os saturninos adotam o hábito de se reunirem em determinados lugares ao ar livre, para,
unidos, enviarem seus pedidos ao Criador. Essas reuniões são sempre muito numerosas, visto
como os saturninos, primando pelo espírito de fraternidade, estão sempre dispostos a apoiar
toda ideia que possa beneficiar a coletividade. Se, por exemplo, uma estiagem demasiado longa
começa a preocupar as almas saturninas, com a triste expectativa da privação do precioso líquido,
um aviso é então divulgado na imprensa e afixado nos templos, designando dia e hora para a
população se dirigir ao Criador. A mentalização do pedido a ser feito no dia marcado já se inicia no
momento em que cada alma tomando conhecimento da reunião marcada. São desde logo muitos
milhares de vibrações mentais que se dirigem ao Criador, levando-lhe a ideia do que projetado está.
No dia aprazado começa a afluência de público ao local designado, desde as primeiras horas
matutinas, e em breve o trabalho começa. Os dirigentes da cidade devem presidir a reunião, e eles
o fazem recitando inicialmente uma jaculatória dirigida ao Criador, visando a chamar sua atenção
para o que se passa. Toda a assistência acompanha em silencio a jacula tória. Esta deve perdurar
por cerca de trinta minutos. Em seguida adotam recitar certos cânticos religiosos visando à união
de todas as mentes para o mesmo objetivo a ser irradiado daí a pouco. A vibração produzida pelos
cânticos religiosos recitados por todas as mentes, produz o efeito de abrir caminho no éter que
circunda o planeta, para a passagem do pedido a ser emitido pela assistência. A duração destes
cânticos é em regra de outros trinta minutos. Findos estes, os dirigentes da reunião iniciam então
o pedido coletivo ao Criador, mencionando o que desejam, fazendo-o com toda a força da fé que
lhes enche o coração, fazendo ver, em certos casos, que um atendimento urgente se faz sentir em
face do que esteja sucedendo, para evitar a calamidade. Esta rogativa feita por todos os presentes
em coro, pode durar de vinte a trinta minutos. Terminada esta, entendem os saturninos ser do seu
dever agradecer desde logo o atendimento do Criador ao seu pedido, considerando que não
o fazendo no momento, teriam de se reunir novamente para cumprir esse dever. Então, de acordo
com a tradição, agradecem imediatamente e em voz alta, ao Criador, a graça dgi seu atendimento
ao que houverem pedido.
Esta é, como disse, uma tradição da vida saturnina. E o fato é que não se registrou uma falta sequer
de atendimento por parte das Forças Superiores aos pedidos coletivos da população saturnina. Mas
o fenômeno encontra a sua explicação no funcionamento das leis mentais que regem o Universo.
A reunião de muitas mentes, muitos milhares de mentes, emitindo uma vibração coordenada, é
capaz só por si de produzir o efeito desejado. O volume produzido por um poderoso feixe de
vibrações mentais, penetra e abre caminho na atmosfera para o segundo volume que será
a essência do pedido positivado pelas mentes assim reunidas, visando ao mesmo objetivo.
Imaginemos que se trate da necessidade de chuvas abundantes. . A emissão dos dois tipos de
vibrações, um abrindo caminho na atmosfera e outro em sentido atrativo da chuva, por exemplo,
tiveram o efeito de produzir a condensação atmosférica dos trilhões de partículas liquidas em
desagregação, e atraí-las à região donde partiram tão poderosas vibrações. Condensados os
trilhões, quatrilhões ou quintilhões de partículas líquidas, o seu peso logo se tornou superior à

71
A vida no Planeta Saturno

capacidade de sustentação do plano atmosférico, e ei-las que desabam no solo em forma de


chuva mais ou menos abundante, para satisfação da população.
Dir-se-á que o Criador ouviu e atendeu o pedido coletivo. Sim, houve um pedido coletivo que
perfurou as camadas atmosféricas e se perdeu no Infinito. Porém, o que então funcionou foi a lei
mental aplicada com toda a propriedade, produzindo os efeitos que lhe são inerentes. A
população reunida produziu um poderoso volume vibratório que se projetou através do éter,
abrindo um vácuo que foi em seguida preenchido pela vibração objetiva, mentalizada em
chuva pelos milhares de mentes reunidas. Esta vibração assim objetiva produziu o efeito desejado,
condensando as partículas de chuva, ou que logo se transformaram em chuva. No final, cumpriu-
se uma lei mental criada especificamente para ser utilizada pelas mentes humanas para corrigirem
ou alcançarem seja o que for que desejem alcançar. O Criador, em tais casos, é apenas o alvo a
quem tais vibrações devem ser dirigidas, por ser, convencionalmente,, a primeira e, por
conseguinte a maior autoridade no Universo. Tomai nota disto, vós outras, almas terrenas, e aplicai
a lei mental sempre que dela necessitardes, e constatareis também o seu perfeito funcionamento.

72
A vida no Planeta Saturno

49. DURAÇÃO DOS DIAS


Outro assunto que eu considero também de grande importância para os leitores terrenos a respeito
da vida em Saturno é o que diz respeito à duração dos dias saturninos, assunto ainda mal
conhecido na Terra. Eu direi então que os dias saturninos são bem menores que os da Terra, em
virtude da velocidade de rotação daquele grande planeta. Como a duração dos dias está relacionada
com a incidência da luz solar sobre a face do planeta, temos que esta tem ali a duração de apenas
doze horas, quando essa parte do planeta penetra ha sombra da noite. As noites, contudo, não são
iguais às da Terra, visto como o planeta recebe nesse período os reflexos da luz solar nos seus oito
satélites (oito luas), ou seja um volume de luar oito vezes mais intenso do que a Terra recebe do
seu único satélite que é a Lua. A vida em Saturno está assim ajustada ao período diário da luz solar
sobre a face do planeta. As noites, entretanto, são utilizadas pela população para várias atividades,
dado que a face privada da luz solar continua sendo iluminada pelos reflexos dos satélites
de Saturno.
Durante os períodos noturnos várias atividades se prolongam em todo o planeta obscurecido. umas
por toda a duração da noite, e outras pelo espaço de algumas horas. A frequência aos templos, por
exemplo, prossegue durante o período noturno, segundo os horários estabelecidos de acordo com
as respectivas idades. Para melhor compreensão dos leitores terrenos, eu explicarei que a duração
de um dia e uma noite saturninos podem ser calculados em vinte horas da medida do tempo
terreno, visto serem as horas saturninas inferiores aos sessenta minutos da Terra. Teremos assim
a duração dos períodos diurnos em doze horas e um período noturno de oito horas, o que pelo
calendário de Saturno completa as vinte horas de um dia planetário.
É bem de ver que os relógios adotados em Saturno são diferentes dos terrenos, assim também todo
o seu padrão de medidas. É outro o seu sistema métrico, como também a sua unidade de peso,
baseada nas dimensões e outras particularidades planetárias. Não sê fala ali, por conseguinte, em
quilo, grama ou centímetro, visto serem outros os padrões peculiares ao planeta.
Em matéria de idiomas, Saturno é talvez o planeta mais rico do nosso sistema, dada a sua enorme
extensão. As almas que o visitaram em princípios deste século não tiveram dificuldade de
comunicar-se com as almas saturninas, uma vez que a linguagem do pensamento, sendo universal,
permite a comunicação das almas de qualquer planeta sem nenhuma dificuldade. Isto mesmo nós
comprovamos em nosso mundo espiritual entre almas que viveram em diversas regiões da Terra,
usando idiomas diferentes. Uma vez chegadas de regresso ao mundo espiritual onde vivem almas
originárias de todos os países da Terra, elas em breve se entendem e conversam por meio do
pensamento, qualquer que tenha sido o idioma por elas usado na Terra. Bom será, por
conseguinte, que as almas encarnadas se exercitem no uso do pensamento enquanto na Terra,
com o que muito se beneficiarão ao encerrarem a vida do corpo. Regressando ao Alto já
exercitadas no uso da linguagem mental, muito felizes se sentirão pelo a o de se fazerem entender
e entenderem as demais. Isto equivale ao aprendizado do idioma estrangeiro pelos viajantes, para
sua facilidade de comunicação com os residentes ao desembarcarem nesses países. Se não
conhecerem o idioma sentirão certas dificuldades, tendo, tomarem um intérprete. No Alto,
porém, não há intérpretes como na Terra, necessitando então as almas recém-chegadas de se
esforçarem através da mímica para se fazerem entender.
Bem; ficamos então sabendo que o planeta Saturno é um dos mais ricos em idiomas, não
possuindo nós no Alto nenhuma ideia quanto ao seu número. Considerando, porém, a extensão
do planeta e o enorme volume de sua população, poderemos imaginar a variedade dos seus
idiomas. Para ilustrar um pouco estes informes acerca da vida no gigantesco Saturno, eu gostaria
de mencionar aqui os nomes de algumas de suas divisões geográficas, os seus países, cujo número
eu já mencionei anteriormente, devendo passar de cinco mil. Estes dados estão sendo pesquisados
73
A vida no Planeta Saturno

no Alto por assessores meus, inclusive junto a algumas almas que lá estagiaram, os quais eu espero
poder incluir neste volume a título de curiosidade. Uma dificuldade eu já encontrei nos primeiros
estudos levantados, que é a apresentação daqueles nomes em vernáculo, dada a sua
impronunciabilidade neste idioma. Contudo, eu espero poder apresentar sua tradução (ou
significado) em caracteres latinos para que os leitores possam ter uma ideia a respeito das
denominações geográficas usadas em Saturno.

74
A vida no Planeta Saturno

50. ANSIA DE SABER


Em seguida eu me ocuparei de um novo setor da vida em Saturno, tão alegre e comunicativa em
todos os habitantes do grandioso planeta. Falarei então a respeito da maneira pela qual os
saturninos empregam o seu tempo disponível, as suas horas de lazer. Existe, viva, palpitante em
todas as pessoas jovens de Saturno, a preocupação de saber, aprender o máximo; preparar-se para
enfrentar os numerosos problemas da vida, a fim de alcançarem o que ali se denomina a completa
realização. Para isso os jovens e também os de meia idade, aproveitam as horas de lazer para se
instruírem na aquisição de conhecimentos julgados necessários ao seu êxito na vida, entre os quais
se incluem alguns idiomas das regiões mais desenvolvidas. Como trabalham em regra cinco
horas diárias, essas pessoas frequentam estabelecimentos de ensino apropriados aos seus
objetivos, onde permanecem de três a quatro horas diárias, num esforço apreciável de se
elevarem pelo estudo. Resulta desse grande empenho no aproveitamento do tempo disponível,
formarem-se anualmente milhares de jovens e adultos nas grandes como nas pequenas
cidades. em diversas especializações de nível superior, na satisfação de um desejo acalentado
durante certo número de anos. As pessoas assim diplomadas nas diversas especializações
vão constituir o grande número de técnicos saturninos logo absorvidos pelas grandes indústrias
locais, uns, e outros se contratarão para o desempenho de suas especialidades em vários setores.
Disto se conclui a grande aspiração dos filhos de Saturno em saber sempre mais, em preparar-se
da melhor maneira para enfrentar a vida num planeta em que se requer capacidade desenvolvida,
conhecimentos, competência técnica, para melhorar continuamente o que existe. Disto se
deduz que a grandiosidade do planeta e sua enorme população constituída de almas bastante
evoluídas, não oferece de modo algum um viver apático, mas ao contrário disto, uma preocupação
constante de melhorar, de progredir em todos os sentidos pelo aperfeiçoamento técnico dos seus
filhos. Estes, dotados de um profundo sentido de saber para progredir, empenham-se desde os
bancos escolares na aquisição de conhecimentos que lhes permitam corresponder às
necessidades e à virtuosidade do progresso do planeta em que nasceram.
Esta observação veio-nos de Saturno através de numerosas almas que acabam de encerrar seu
estágio naquele gigante espacial, para usar aqui uma linguagem atualizada. Estas almas
pertencentes ao ciclo terreno foram enviadas a Saturno pelo Senhor Jesus, com a finalidade de
estudarem in loco as peculiaridades da vida naquele grande planeta, e bem assim o que de bom e
útil pudessem trazer de volta para aplicação na vida terrena. Então, uma das observações
colhidas pelas almas estagiárias é esta da grande preocupação dos jovens e adultos saturninos em
se prepararem técnica e cientificamente para participarem do progresso planetário em todos os
setores de atividade. Começando pelo conhecimento da inexistência de analfabetos em Saturno,
desde as maiores povoações aos rincões mais longínquos, já se pode formar uma ideia da
preocupação fundamental dos saturninos em se prepararem convenientemente para a vida. Existe
em certas regiões do planeta um argumento rude de incentivo às crianças para o estudo, que é o
seguinte:
Entre um animal e um ser
humano analfabeto, a única diferença
é que este fala e o animal não.
Com tal argumento as crianças — diz a lenda — enchem-se de brios e lançam-se ao estudo. A
lenda, porém, prossegue através dos tempos, sendo conhecida e repetida pelas gerações. O fato,

75
A vida no Planeta Saturno

porém, é que as estatísticas saturninas não apresentam analfabetos maiores de sete anos, o que é
deveras apreciável e sobretudo louvável numa população tão numerosa. Daí o extraordinário
progresso verificado em todos os f setores de atividade do grande Saturno, segundo nos relatam as
nossas irmãs que ali estagiaram entre duzentos e trezentos anos do calendário terreno. Como
próximo resultado daquele estágio, a vida terrena deverá registrar muito
brevemente melhoramentos notáveis em diversos setores de atividade, com a implantação de
processos aprendidos pelas almas terrenas em Saturno. Creio mesmo que, ao contemplardes
a implantação de processos novos, mais avançados, no vosso mundo, podereis desde logo atribuí-
los às almas vindas de Saturno, embora pertencentes ao ciclo terreno. Desta maneira constatareis
ainda o interesse e a preocupação constante do Senhor Jesus em dotar o planeta sob Seu governo
de constantes melhoramentos, visando principalmente à maior comodidade das almas que aqui
vivem, tornando-lhes a vivência menos difícil, menos sofrida. Daí o envio periódico de
almas dedicadas a Saturno em busca de novos processos técnicos e científicos, vários dos quais já
implantados na Terra em tempos idos, e agora novos outros que em breve registrareis. O Senhor
agradece de todo o coração o desprendimento das almas terrenas que têm aceito missão de
aprendizado em Saturno, as quais de regresso não se cansam de elogiar o estilo superior da vida
humana naquele adiantado planeta.
Presentemente processa-se no Alto um registro bastante amplo de tudo quanto as almas terrenas
conseguiram aprender em contato com a vida saturnina: educação, tratamenta, religião e
progresso, numa preparação de projetos a serem trazidos à Terra já nestes últimos anos do século,
como parte do grande avanço a ser dado à vida e costumes da população terrena. No setor da
alimentação, por exemplo; conforme referido anteriormente, várias novidades vão aparecer na
Terra para o bem e maior felicidade das almas viventes neste plano. No setor dos transportes
terrestres, da navegação e da_aviação, são tão importantes as novidades que já estão chegando à
Terra, que todos vós as saudareis com alegria ao tomarem conhecimento delas em pleno
funcionamento. O combustível usado atualmente nos motores terrenos cairá em desuso,
mas receberá importantes utilidades no setor da química e da biologia. Por tudo isto receberá a
vida terrena tais desenvolvimentos que este pequeno mundo ascenderá já no próximo século a
categoria de autentico paraíso, aquele paraíso terrestre que tanto desejais.
Isto acontecerá inclusive pelo afastamento deste plano das almas refratárias à ordem e ao progresso
da vida terrena. mm o que se tornaram indignas de permanecer num meio ‘Harmonioso, civilizado
e feliz, como a Terra passará a ser considerada em breves anos. Vários recursos estão sendo
tentados junto às almas supramencionadas, no sentido de modificá-las; se tais recursos, porém,
não surtirem efeito, não haverá outro remédio senão retirá-las daqui por tempos que só a Divina
Providencia conhece.

76
A vida no Planeta Saturno

51. DIVISÃO GEOGRÁFICA


Falemos agora um pouco a respeito da divisão geográfica do gigantesco Saturno. Conforme escrevi
antes, seu volume planetário é calculado em cerca de dez vezes o volume da Terra, dividindo-se
em mais de cinco mil regiões geográficas ou países saturninos, subdivididos estes em frações,
possuindo cada qual o seu próprio núcleo administrativo. No desejo de satisfazer a natural
curiosidade dos leitores, eu darei a seguir não as denominações dos países saturninos, mas a
sua tradução ou significação em caracteres latinos. Temos assim um país dos mais extensos e
densamente povoado, cuja denominação pode ser dada como UM-ERTI-NOL, a significação mais
aproximada do seu nome em linguagem própria. Este grande país possui idioma próprio, como é
natural, e uma população calculada em mais de quatro bilhões de habitantes. É considerado um
dos mais importantes países de Saturno. Sua capital, precisamente onde estagiaram as almas
carayaneiras, oferece um aspecto deslumbrante pela sua topografia bastante plana, e tratamento
esmerado de sua urbe. O nome desta cidade em tradução literal para o idioma português significa
Pedra brilhante, talvez devido às grandes jazidas deste tipo de pedra (cristal de rocha) em suas
imediações. Os felizes habitantes desta grande cidade são apelidados de Brilhantinos, com cujo
apelido eles se sentem bastante felizes.
Mas referirei ainda outros nomes de países saturninos, como, por exemplo, o IGU-ALTI-ARA, o
som mais aproxima do seu designativo em Saturno, um país também muito extenso e com idioma
próprio. Sua população deve exceder de um bilhão de habitantes. Possui várias universidades e
mais de duzentas cidades importantes com diversos templos religiosos em cada uma delas para
atender à frequência diária dos seus habitantes. O nome da sua capital, vertido literalmente em
caracteres latinos pode ser dado como AB-ARCI-NA, nome que se supõe oriundo da grande
quantidade ali existente de um tipo de madeira de alto valor denominada AB-ARCI. Supõe-se que
do nome deste tipo de madeira tenha resultado o nome da sua capital. Os residentes nessa
cidade são conhecidos por Ab-arci-nos. Citarei ainda o nome de outro grande país saturnino,
segundo o seu correspondente significado em caracteres latinos. Trata-se de um país situado no
interior do planeta, sem nenhum contato com os mares de Saturno, tido, entretanto, como dos
mais ricos do planeta peia sua extensão e valor das suas numerosas jazidas de minério de
excelentes qualidades. Nele se acham instaladas grandes indústrias metalúrgicas, tornando esse
país um dos mais ricos e poderosos do grande planeta. O seu nome em versão literal em caracteres
latinos tem o som de CON-DU-MIL atribuído à sua localização geográfica, traduzida por longe do
mar, ou afastado do mar. Este país, com uma população estimada em aproximadamente dois
bilhões de habitantes espalhados em cerca de mil e quinhentas cidades e vilas, ostenta para mais
de cinco mil templos com frequência diária e umas três mil universidades. Dotado de numerosas
vias terrestres de comunicações, sobretudo importantes estradas de ferro eletrificadas, os
habitantes de CON-DU-MIL, os Condumilanos, viajam com facilidade para toda parte,
inclusive pelos seus serviços aéreos muito desenvolvidos.
Todos estes nomes e dados que aqui vos ofereço, constam dos relatórios que possuímos no Alto,
sendo uma parte deles extraída do Relatório da caravana de almas terrenas que estiveram
recentemente em Saturno, e outra parte registrada pelas almas que têm estagiado naquele planeta
gigantesco. O que de tudo se deduz é a grandiosidade e adiantamento de quanto existe em Saturno,
um planeta que alguns dos maiores astrônomos da Terra, por falta de maiores informes,
consideraram um planeta ainda em formação. Verificamos, porém, que assim não é, por ser
densamente povoado por um tipo de almas bastante mais adiantadas científica e espiritualmente
77
A vida no Planeta Saturno

que as almas terrenas do presente. Ficando Saturno tão distante da Terra, é natural que
os os astrônomos terrenos não tenham conseguido obter dados mais aproximados da realidade, o
que é perfeitamente aceitável pela impossibilidade de varar com seus limitados instrumentos tão
longa distância através do cosmo. Ficareis sabendo de agora em diante que se trata realmente de
um dos planetas mais adiantados do nosso sistema solar, para onde seguem frequentemente
numerosas almas terrenas em estágio de SL e aperfeiçoamento cientifico. Estas almas
terrenas, após um estágio mais ou menos longo, nunca inferior a cerca de duzentos anos do
calendário terreno, regressam ao ciclo terreno portando os mais variados registros de suas
observações no solo saturnino, e ei-las a reencarnar na Terra, com o objetivo de aqui implantarem
os adiantamentos constatados em Saturno.
De uma observação recentemente feita do nosso plano, temos constatado que alguns
melhoramentos existentes em Saturno já estão sendo ensaiados na Tenra, por exemplo, as asas
flutuantes, que estão sendo ensaiadas por um país da Europa, embora a relativa tranquilidade dos
mares terrenos não requeira aquele dispositivo. Em todo o caso, se aplicado nos mares terrenos,
muito contribuirá para a maior serenidade da navegação. Outro elemento do progresso
saturnino também relacionado com a navegação marítima é o tipo de barcos ditos voadores que
estão sendo construídos também em países europeus, e já em uso entre vós. Este tipo de
embarcações leves de Saturno, depois de bem estudadas para aplicação nos vossos mares, poderão
oferecer deslocamentos rápidos entre as cidades marítimas da Terra, com toda a segurança. Podeis
ficar, então, certos de que os técnicos da construção de tais embarcações são almas que viveram
em Saturno, e lá anotaram esses interessantes melhoramentos. Regressando à Terra com o apoio
do Senhor Jesus, estão procurando implantar neste pequeno mundo os melhoramentos que
puderam observar naquele verdadeiro gigante do espaço.

78
A vida no Planeta Saturno

52. GEOGRAFIA E IDIOMAS


Falaremos em seguida de outro assunto que eu desejo relatar-vos, para que melhor fiqueis
conhecendo algo a respeito do grandioso Saturno. Falarei então sobre o que diz respeito ao
interesse das almas saturninas pelo conhecimento do seu mundo. O assunto figura em todos os
livros escolares, como é natural ao início das crianças no estudo de sua geografia. Isto acontece
também na Terra e em todos os países. Em Saturno, porém, existe um grande e destacado
interesse dos adultos no conhecimento de tudo quanto se relacione com a grandiosidade do seu
mundo saturnino, e daí a existência de cursos especiais largamente frequentados, nos quais duas
matérias tem prioridade: o estudo da geografia geral e os idiomas de vários países. Consideram os
saturninos desde a juventude um prazer especial poderem debater com seus patrícios os detalhes
de outros países, localização geográfica, população e idiomas peculiares a cada um deles. Há
neste estudo, para os saturninos, um interesse objetivo e outro subjetivo, ambos considerados
igualmente importantes. O interesse objetivo decorre da possibilidade que a todos se oferece, de
poderem estreitar relações materiais, de comércio e indústria com os habitantes de outros países,
com os quais lhes seja possível manter transações. Aprendendo a geografia e o idioma desses
países, já tem aí a possibilidade de estabelecerem intercâmbio com seus habitantes. Este é o seu
interesse objetivo. Mas há também o interesse subjetivo que eu procurarei explicar.
Sabem todos os saturninos através do estudo que todos apreciara do funcionamento das leis
espirituais, que as reencarnações das almas jamais ocorrem nos mesmos países do planeta, mas
que devem verificar-se em países diferentes, a fim de que as almas possam edificar-se ao longo de
várias encarnações vividas em países diferentes. Este princípio espiritual permite às almas
reencarnadas em meios sempre diferentes aprenderem costumes, idiomas e hábitos dos meios
em que estiverem encarnadas. Sabendo disto os saturninos, eles se empenham em estudar desde
logo os costumes, idioma e hábitos dos outros países, com o fim de prepararem suas almas para a
oportunidade de virem a reencarnar num dos países estudados, na suposição de que esse estudo
possa contribuir para o seu maior êxito. Trata-se, pois, de uma convicção. E como devemos
respeitar as convicções alheias, devemos aceitar essa dos saturninos, porque, quando nada de mais
prático resulte para eles, eles adquirem dessa maneira um nível de conhecimentos que muito
beneficia sua vida presente.
De tal modo estes estudos empolgam os saturninos das classes mais preparadas, que ali se
organizam seminários periódicos para debater tais assuntos, havendo um grande prazer em
assistir aos debates neles verificados. Vem à discussão, por exemplo, levantamentos estimativos
das jazidas minerais deste e daquele país, suas estatísticas de produção com os valores
aproximados em moeda do respectivo país, com o seu correspondente em moeda local. Desejam
os estudiosos e também os curiosos saturninos debater o que é que os outros países produzem
diferente do seu próprio, no desejo que a todos anima de levantar ao máximo as suas
riquezas minerais e produção industrial. Acham os saturninos que as almas enviadas pelo Criador
a este ou àquele país de Saturno assumiram com o Criador o sagrado compromisso de se
empenharem pelo seu engrandecimento, assim como seus antecessores se empenharam em lhes
entregarem tal país dotado dos maiores índices de progresso. É esta uma filosofia das mais
interessantes, realmente, uma vez que mantém viva a chama do dever de cada alma, no sentido
de entregar a seu tempo a outras almas, em melhores condições, o país que o Criador lhes
concedera para usufruírem e melhorarem.
Eis aí uma filosofia bem digna de ser difundida entre as almas terrenas de geração em geração, pelo
incentivo que oferece às almas do presente, usufrutuárias dos melhoramentos efetuados pelas
almas do passado. Cumprir-lhes-á, por conseguinte, fazer a sua parte no presente, para
oferecerem também algo melhor às almas que vierem depois.

79
A vida no Planeta Saturno

Sobre a vida no planeta Saturno já foi dito o bastante paira firmar a verdade do seu adiantamento
em relação à Terra. Planeta bem mais antigo que a Terra, um dos mais antigos do conjunto
planetário de que faz parte, pode ser justamente considerado como a escola imediatamente
superior a esta que cursais presentemente no solo terreno. A sua longa distância no cosmo não
permitirá jamais ao homem alcançá-lo com os mesmos meios que lhe permitiram pousar na Lua;
só podendo então comprovar o que a respeito de Saturno foi dito, se algum dia obtiver permissão
do Senhor Jesus para se transferir para lá, seja em alguma nova caravana de estudo e observações,
seja em caráter de estagiário. Ficai certos então, estimados leitores, que se desejardes visitar Saturno
em qualquer das condições acima, o Senhor vos permitirá faze-lo e conceder-vos-á os meios
necessários para isso.
Os dados e informações que eu aqui vos deixo, já o disse, vós podereis apreciá-los no mundo
espiritual, nos arquivos que lá encontrareis, onde podereis aprender algo mais a respeito daquele
planeta gigantesco, das observações e registros das almas caravaneiras, e também daquelas que
nele estagiaram. Encontrareis mesmo alguma bibliografia relacionada não só com Saturno, como
com outros grandes planetas, como Júpiter, Vénus, Mercúrio, Urano, Marte e outros, sobre os
quais muito ficareis conhecendo.
Por agora, eu encerro este volume, no qual procurei registrar o suficiente para que possais ter uma
ideia muito aproximada do nível espiritual das almas saturninas, almas semelhantes às nossas,
apenas bastante mais evoluídas ao ponto de se considerarem uma só e grande família descendente
do Pai Celestial que é o mesmo em todos os planetas do Universo. Esta elevada convicção é que
leva as almas saturninas a se considerarem tão irmãs como os dedos das nossas mãos, segundo
aquela imagem que eu vos trouxe. Sobre este ponto eu vos pediria que meditásseis, almas queridas,
para que vos compenetreis daquela grande verdade de que todas nós somos realmente irmãs,
porque somos partículas de um todo que é a Divindade. Os interesses materiais é que separam por
vezes as almas encarnadas, olvidadas da sua origem divina. Uma vez desencarnadas, porém, e
regressadas aos planos do Além, aquela convicção logo retorna, e nós voltamos a considerar-nos
como realmente somos, almas absolutamente irmãs, e não primas nem aparentadas, porque filhas
do mesmo Pai Celestial que é Deus.
Ao encerrar, pois, este meu novo livro, eu vos saúdo com todas as forças do meu amor, e vos
aguardo no Alto para continuarmos as nossas palestras sobre a vida universal. Recebei então, como
fecho deste livro, as vibrações do meu coração por todos vós, leitores e leitoras a quem muito
estimo, colocando-me à vossa inteira disposição no Alto para aquilo em que possa servir-vos.
Adeus.

MARIA DE NAZARETH
Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1969

80

Você também pode gostar