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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

GESTÃO AMBIENTAL

3º Ano
Disciplina: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Código: ISCED31-ECOLCFE001
Total Horas/2o Semestre:125
Créditos (SNATCA): 5
Número de Temas: 5

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e


contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos judiciais
em vigor no País.

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Cel: +258 82 3055839
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Website:www.isced.ac.mz

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Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Msc. Eng. Alberto Bento Charrua

Coordenação Direcção Académica do ISCED


Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)
Revisão Científica Dra. Teresa Saugina Arnaldo Rungo
Revisão Linguística XXXXX
Ano de Publicação ISCED – BEIRA
Local de Publicação XXXXX

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ÍNDICE GERAL
Visão Geral --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
Objectivos do Módulo----------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Quem deveria estudar este módulo ----------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Como está estruturado este módulo ---------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Ícones de actividade ------------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Habilidades de estudo ---------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Precisa de apoio? ----------------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ---------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
Avaliação --------------------------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.

TEMA – 1: RESÍDUOS SÓLIDOS ------------------------------------------------------ Erro! Marcador não definido.


UNIDADE Temática 1.1. Introdução, definições, caracterização e classificação resíduos sólidos --- Erro!
Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.2. Acondicionamento ------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.3. Colecta e transporte ----------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.4. Tratamento de resíduos sólidos: compostagem Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.5. Tratamento de resíduos sólidos: incineração --- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.6. Disposição final dos resíduos sólidos: aterro sanitário, aterro controlado e
lixões -------------------------------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.7. Minimização de Resíduos: Reduzir, Reutilização e Reciclagem - 3R’s Panorama
em Moçambique e nos países da SADC------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 1.8. EXERCÍCIOS deste tema ------------------------------- Erro! Marcador não definido.

TEMA – 2: COOPERATIVISMO ------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.


UNIDADE Temática 2.1.Introdução, Cooperativismo: Cooperativa de Catadores de Materiais
Recicláveis e Cooperativa de Reciclagem.---------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 2.2. EXERCÍCIOS deste tema ------------------------------- Erro! Marcador não definido.

TEMA – 3: ARTE-EDUCAÇÃO --------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.


UNIDADE Temática 3.1. Introdução, Arte-educação: O que é arte-educação. O que é arte.--------- Erro!
Marcador não definido.
UNIDADE Temática 3.2. EXERCÍCIOS deste tema ------------------------------- Erro! Marcador não definido.

TEMA – 4: ECONOMIA SOLIDÁRIA ------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.


UNIDADE Temática 4.1.Introdução, Economia Solidária: o que é, como funciona e como promover a
economia solidária em Moçambique. Consumo Justo: Conceitos e exemplos de consumo justo/ fair
trade em todo o mundo. ------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 4.2. EXERCÍCIOS deste tema ------------------------------- Erro! Marcador não definido.

TEMA – 5: LEGISLAÇÃO AMBIENTAL----------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.


UNIDADE Temática 5.1.Introdução, Legislação Ambiental: Leis, Decretos e Resoluções Ambientais que
definem, classificam e indicam como destinar e gerenciar resíduos sólidos. Leis, Decretos e Resoluções
Ambientais relacionadas ao Cooperativismo. ----------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 5.2. EXERCÍCIOS deste tema ------------------------------- Erro! Marcador não definido.
UNIDADE Temática 6. EXERCÍCIOS do fim do módulo------------------------- Erro! Marcador não definido.

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BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------------------------- Erro! Marcador não definido.

Visão geral

Bem - vindo à Disciplina/Módulo de Gestão de


Resíduos Sólidos

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Gestão de Resíduos Sólidos


deverá ser capaz de: conhecer os tipos de resíduos sólidos, assim
como, sua classificação e técnicas de tratamento e/ou disposição
gerados nos vários sectores da sociedade e analisar a arte-
educação, cooperativismo e gestão de resíduos sólidos urbanos.

 Entender a legislação ambiental específica sobre resíduos;


 Obter conhecimentos referentes à gestão dos resíduos sólidos;
 Compreender as etapas da gestão de resíduos sólidos;
Objectivos Específicos  Mostrar a importância da gestão de resíduos no sector público e
privado;
 Introduzir, aprimorar e trocar conceitos sobre arte-educação,
cooperativismo, gestão de resíduos sólidos, economia solidária
e consumo consciente;
 Realizar intervenções locais para a percepção da realidade local
e divulgação dos conceitos estudados;
 Entender as leis, normas, resoluções e decretos relacionados aos
temas;
 Identificar tendências para a gestão dos resíduos sólidos
domiciliários no intuito de elaborar possíveis cenários futuros.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de


licenciatura em Gestão Ambiental do ISCED. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual, com a permissão do ISCED.

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Como está estruturado este módulo

Este módulo de Gestão dos Resíduos Sólidos, para estudantes do 3º


ano do curso de licenciatura em Gestão Ambiental, à semelhança
dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue:
Páginas introdutórias

 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina/módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e algumas
actividades práticas incluído estudo de caso.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,


num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as
possibilidades dos seus estudos.

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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.
Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar.

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Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro


estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação


crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as


de estudo de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à
noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana?
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada
hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e


estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos
de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das
actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Porque o estudante acumula um elevado volume

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de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando


interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando
a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se

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torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante


– CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor,
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

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Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) testes
e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

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TEMA – I: RESÍDUOS SÓLIDOS.


UNIDADE Temática 1.1. Introdução, definições, caracterização e
classificação resíduos sólidos
UNIDADE Temática 1.2. Acondicionamento
UNIDADE Temática 1.3. Colecta e transporte
UNIDADE Temática 1.4. Tratamento de resíduos sólidos: compostagem
UNIDADE Temática 1.5. Tratamento de resíduos sólidos: incineração
UNIDADE Temática 1.6. Disposição final dos resíduos sólidos: aterro
sanitário, aterro controlado e lixões
UNIDADE Temática 1.7. Minimização de Resíduos: Reduzir, Reutilização
e Reciclagem - 3R’s Panorama em Moçambique e nos países da SADC
UNIDADE Temática 1.8. EXERCÍCIOS deste tema

UNIDADE Temática 1.1. Introdução, definições, caracterização e classificação


resíduos sólidos

Introdução

Em muitos países do mundo incluindo Moçambique, os resíduos sólidos


são dispostos sem nenhum controle, o que traz graves consequências:
contaminação do ar, do solo, das águas superficiais e subterrâneas,
criação de focos de organismos patogénicos, vectores de transmissão
de doenças, entre outros impactos negativos na saúde pública. O
quadro vem se agravando com a presença de resíduos industriais e de
serviços de saúde em muitos depósitos de resíduos domiciliares, e, não
raramente, com pontos de descargas clandestinas.
Nota-se que, na maioria dos municípios moçambicanos, o circuito dos
resíduos sólidos apresenta características muito semelhantes, desde a
geração até a disposição final, envolvendo apenas as actividades de
colecta regular, transporte e descarga final, em locais quase sempre
seleccionados em função da disponibilidade de áreas e pela distância
em relação ao centro urbano e às vias de acesso (por exemplo: o
“aterro” da Munhava na Cidade da Beira), ocorrendo a céu aberto.
O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera
desperdícios, contribui de forma importante à manutenção das
desigualdades sociais, constitui ameaça constante à saúde pública e
agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida
das populações, especialmente nos centros urbanos de médio e grande
porte.
A situação evidencia a urgência em se adoptar um sistema de manejo
adequado dos resíduos, definindo uma política para a gestão, que
assegure a melhoria da continuidade do nível de qualidade de vida,
promovendo práticas recomendadas para a saúde pública e que proteja

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o meio ambiente contra as fontes poluidoras.


É consenso entre os especialistas na área de resíduos sólidos a urgência
em equacionar o problema do tratamento e da destinação final do lixo
no mundo e nas Cidades Moçambicanas em particular. Na verdade, não
há de facto o tratamento dos resíduos sólidos, que em geral são apenas
depositados em "lixões".
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Organizar um sistema de controlo adequado na Gestão dos Resíduos Sólidos;


 Conhecer a classificação e caracterização de resíduos sólidos;
Objectivos
específicos

DESENVOLVIMENTO
Vários os conceitos de resíduos sólidos trazidos por vários autores,
entre eles: o decreto nº 13/2006 de 15 de Junho, do regulamento
moçambicano sobre a gestão de resíduos, designa-se por resíduo
“substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a intenção de
eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminar, também designados
por lixos”. Portanto, resíduo sólido pela definição do Banco Mundial, é
o material inútil ou indesejável, cuja a composição ou quantidade de
líquido não permite que escoe livremente (Nuvolari, 2013).

Continuando na senda dos conceitos, resíduo sólido também é definido


como: "resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de
actividades da comunidade de origem: industrial, comercial, agrícola,
doméstica, etc. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes
de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos
e instalações de controlo de poluição, bem como determinados líquidos
cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública
de esgoto ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível"
(ABNT 1987, p 1-2).

De qualquer modo, os resíduos constituem, em todas as definições,


subprodutos da actividade humana com características específicas,
definidas geralmente pelo processo que os gerou. Do ponto de vista
da sociedade, materiais descartados que são aproveitados deixam de
ser resíduos, constituindo-se as matérias-primas secundárias. Em
particular, são denominadas rejeitos todos os resíduos que não tem
aproveitamento económico por nenhum processo tecnológico
disponível e acessível.

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Tendência mundial
Hoje, a tendência mundial, em especial nos países altamente
industrializados, está baseada em:
 Redução da geração na fonte:
Geração zero ou minimização, pode variar desde a alteração de
prática operacionais até alterações tecnológicas no processo
produtivo.
 Reutilização de resíduos pode variar da simples utilização dos
dois lados da folha de papel, passando pela reutilização de peças
e componentes usados de produtos até profundas alterações no
processo produtivo (garras, bidões de plásticos, bolsas de
plásticos, recipientes de metálicos, etc.
 Reciclagem de resíduos: pode ser dividida em reciclagem interna
e externa onde a primeira utiliza os resíduos como matéria-
prima em outro processo produtivo e a segunda, além desta
utilização, pode aproveitar os materiais contidos nos resíduos e
transformá-los em outro produto.
 Incineração de resíduos com aproveitamento de calor: visa
redução de volume e toxicidade dos resíduos, bem como pode
ser dirigida a recuperação energética dos materiais contidos no
resíduo.
 Implantação de monitoramento nos locais de deposição de
resíduos: prevenção e controle da poluição ambiental,
destacando se os aterros sanitários controlados com finalidades
de produção de biogás que contém um teor elevado de metano
o qual constitui fonte energia calorífica.

Caracterização dos resíduos sólidos


As características dos resíduos sólidos determinam a classificação dos
resíduos e, consequentemente, a forma de manuseio e operação. As
características do lixo podem variar em função de aspectos sociais,
económicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos
factores que também diferenciam as comunidades entre si e as próprias
cidades. A análise do lixo pode ser realizada segundo suas
características físicas, químicas e biológicas.

(1) Características físicas


As principais características físicas dos resíduos sólidos são: geração per
capita, composição gravimétrica, peso específico aparente, teor de
humidade e compressibilidade.
a) Geração per capita: relaciona a quantidade de resíduos sólidos
gerados diariamente num determinado local/região e o número
de habitantes dessa respectiva região.

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b) Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada


componente em relação ao peso total da amostra de lixo.
c) Peso específico aparente: é o peso do lixo solto em função do
volume ocupado livremente, sem qualquer compactação,
expresso em kg/m3. Sua determinação é fundamental para o
dimensionamento de equipamentos e instalações. Na ausência
de dados mais precisos, podem-se utilizar os valores de
230kg/m3 para o peso específico do lixo domiciliar, de
280kg/m3 para o peso específico dos resíduos de serviços de
saúde e de 1.300kg/m3 para o peso específico de entulho de
obras.
d) Teor de humidade: representa a quantidade de água presente
no lixo, medida em percentual do seu peso. Este parâmetro se
altera em função das estações do ano e da incidência de chuvas,
podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno de
40 a 60%.
e) Compressividade: é o grau de compactação ou a redução do
volume que uma massa de lixo pode sofrer quando compactada.
Submetido a uma pressão de 4kg/cm², o volume do lixo pode ser
reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume
original.

(2) Características químicas


Corresponde a quantificação dos elementos químicos presentes ou
comportamento do resíduo submetido a testes químicos, como
lixiviação, solubilização e combustão. Algumas das características
químicas dos resíduos sólidos incluem as seguintes: poder calorífico,
potencial hidrogeniônico (pH), composição química e relação
carbono/nitrogênio (C:N).
a) Poder calorífico: esta característica química indica a capacidade
potencial de um material desprender determinada quantidade
de calor quando submetido à queima. O poder calorífico médio
do lixo domiciliar se situa na faixa de 5000kcal/kg.
b) Potencial hidrogeniônico (pH): indica o teor de acidez ou
alcalinidade dos resíduos. Em geral, situa-se na faixa de 5 a 7.
c) Composição química: consiste na determinação dos teores de
cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogénio, potássio, cálcio,
fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e
gorduras.
d) Relação carbono/nitrogénio (C:N): indica o grau de
decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de
tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se
na ordem de 35/1 a 20/1.

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(3) Características biológicas


As características biológicas do lixo são aquelas determinadas pela
população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo que,
ao lado das suas características químicas, permitem que sejam
seleccionados os métodos de tratamento e disposição final mais
adequados. O conhecimento das características biológicas dos resíduos
tem sido muito utilizado no desenvolvimento de inibidores de cheiro e
de retardadores/aceleradores da decomposição da matéria orgânica,
normalmente aplicados no interior de veículos de colecta para evitar ou
minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos
veículos. Da mesma forma, estão em desenvolvimento processos de
destinação final e de recuperação de áreas degradadas com base nas
características biológicas dos resíduos.

Factores que influenciam as características dos resíduos sólidos


É fácil imaginar que em época de chuvas fortes o teor de humidade no
lixo cresce e que há um aumento do percentual de alumínio (latas de
cerveja e de refrigerantes) no carnaval e no verão. Assim, é preciso
tomar cuidado com os valores que traduzem as características dos
resíduos, principalmente no que concerne às características físicas, pois
os mesmos são muito influenciados por factores sazonais, que podem
conduzir o projectista a conclusões equivocadas. Os principais factores
que exercem forte influência sobre as características dos resíduos estão
apresentados na tabela 1:

Tabela 1: Principais factores que exercem forte influência sobre as


características dos resíduos

FACTORES INFLUENCIA
Climáticos (chuvas, Aumento do teor de humidade, aumento do teor
verão, etc) de embalagens de bebidas (latas, vidros e
plásticos rígidos)
Demográficos Quanto maior a população urbana, maior a
(população urbana) geração per capita
Socioeconómicos  Quanto maior o nível cultural, maior a
(nível cultural, nível incidência de materiais recicláveis e menor a
educacional, poder incidência de matéria orgânica
aquisitivo,  Quanto maior o nível educacional, menor a
Desenvolvimento incidência de matéria orgânica
Tecnológico, etc)  Quanto maior o poder aquisitivo, maior a
incidência de materiais recicláveis e menor a
incidência de matéria orgânica
 Introdução de materiais cada vez mais leves,
reduzindo o valor do peso específico
aparente dos resíduos aumento de bagagens

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Épocas especiais  Aumento de embalagens (papel/papelão,


(natal/ano novo/ plásticos maleáveis e metais)
páscoa, carnaval,  Aumento de matéria orgânica
etc)  Aumento do teor de embalagens de bebidas
(latas, vidros e plásticos rígidos)

Classificação dos resíduos sólidos


Os resíduos sólidos, podem ser classificados quanto a periculosidade,
quanto a origem, biodegradabilidade, tipo de resíduo e composição
química.
1. Periculosidade

A periculosidade é uma característica apresentada por um resíduo que,


em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-
contagiosas, pode apresentar:

 Risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma


significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de
doenças, e/ou

 Risco ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou


destinado de forma inadequada.

Em função da periculosidade oferecida, os resíduos sólidos podem ser


classificados em três classes:

a) Perigosos (Classe I) – aqueles que, em função de suas


características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade,
reactividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à
saúde pública por meio do aumento da mortalidade ou da
morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio
ambiente quando manuseados ou dispostos de forma
inadequada.Ex: Lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias e
resíduos contaminados produtos químicos.

b) Não-inertes (Classe II) – são aqueles resíduos que não são


enquadrados nem como resíduos perigosos (Classe I) e nem
como resíduos inertes (Classe III), podendo apresentar
propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água”. Ex: matérias orgânicas, papéis, lodos,
entre outros.

c) Inertes (Classe III) – são resíduos que se amostrados de forma


representativa através da NBR 10.007 (Estabelece o
procedimento para obtenção de extracto solubilizado de

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

resíduos sólidos) e submetidos a um contacto dinâmico e


estático com água destilada ou desionizada, á temperatura
ambiente, de acordo com a NBR 10.006 (Estabelece o
procedimento para obtenção de extracto solubilizado de
resíduos sólidos), não tiverem nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade de água, exceptuando-se o aspecto cor, turbidez,
dureza e sabor”. Ex: entulhos, vidros, materiais e construção e
tijolos.

Duma forma geral, quanto aos resíduos da classe III pode-se


dizer o seguinte: não são solúveis, nem inflamáveis, não sofrem
qualquer tipo de reacção física ou química, nem afectam
negativamente outras substâncias que entrem em contacto com
esse tipo de resíduo. Estes resíduos não se degradam ou não se
decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito
lentamente).

2. Quanto a Origem
Os resíduos sólidos são classificados quanto a origem nas seguintes
categorias:
a) Resíduos sólidos domiciliares: são os resíduos gerados das
actividades diária nas residências com 50% a 60% de
composição orgânica, constituído por restos de alimentos
(cascas de frutas, verduras e sobras, etc.), e o restante é
formado por embalagens em geral, jornais e revistas, garrafas,
latas, vidros, papel higiénico, fraldas descartáveis e uma grande
variedade de outros itens. A taxa média diária de geração de
resíduos domiciliares por habitante em áreas urbanas varia em
função do local e de pessoa para pessoa cidadão, dependendo
do poder aquisitivo da população, nível educacional, hábitos e
costumes.

b) Resíduos sólidos industriais e de serviços: Resíduos sólidos


comerciais: variam de acordo com a actividade dos
estabelecimentos comerciais e de serviço. No caso de
restaurantes, bares e hotéis predominam os resíduos orgânicos,
já os escritórios, bancos e lojas os resíduos predominantes são
o papel, plástico, vidro entre outros. Os resíduos comerciais
podem ser divididos em dois grupos dependendo da sua
quantidade gerada por dia. O pequeno gerador de resíduos
pode ser considerado como o estabelecimento que gera até 120
litros por dia, o grande gerador é o estabelecimento que gera
um volume superior a esse limite.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

c) Resíduos sólidos de saúde: são os resíduos gerados pelas


actividades industriais, tais como metalúrgica, química,
petroquímica, papelaria, alimentícia, entre outras. São resíduos
muito variados que apresentam características diversificadas,
podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos
alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha,
metal, escórias, vidros, cerâmicas etc. Nesta categoria também,
inclui a grande maioria dos resíduos considerados tóxicos.

d) Resíduos sólidos de serviços de saúde (RSS): são aqueles


provenientes de actividades de estabelecimentos prestadores
de serviços de saúde, tais como hospitais, clínicas médicas,
clínicas odontológicas, clínicas veterinárias, farmácias,
laboratórios de análises e demais estabelecimentos congéneres.
Devido à patogenicidade, os RSS são classificados como classe I.

e) Resíduos sólidos de serviços de transporte: são originários de


portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e
ferroviários e passagens de fronteira.

f) Resíduos sólidos de construção civil: Os resíduos da construção


civil são uma mistura de materiais inertes provenientes de
construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil, os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, solos, rochas,
metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação eléctrica etc., frequentemente chamados de
entulhos de obras.

3. Biodegradabilidade
Os resíduos sólidos urbanos são, também, classificados de acordo com
seus diferentes graus de biodegradabilidade, em:
a) Facilmente degradáveis: materiais de origem biogénica;
b) Moderadamente degradáveis: papel, papelão e outros produtos
celulósicos;
c) Dificilmente degradáveis: couro (tratado), borracha e madeira;
d) Não-degradáveis: vidros, metal, plástico.

4. Tipo de resíduo
a) Resíduo Reciclável: papel, plástico, metal, alumínio, vidro, etc.
b) Resíduo Não Reciclável ou Rejeito: resíduos que não são
recicláveis, ou resíduos recicláveis contaminados;

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5. Composição química
a) Orgânicos: restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos,
esterco, papel, madeira, etc.
b) Inorgânicos: vidros, plásticos, borrachas, etc.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

Indique com “V” as afirmações verdadeiras e com “F” as falsas:

1. Sobre o conceito de resíduos sólidos, indique com “V” as


verdadeiras e “F” as falsas:
(a) Substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a
intenção de eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminar,
também designados por lixos contagiosos;
(b) Resíduo sólido pela definição do Banco Mundial, é o material
inútil ou indesejável, cuja a composição ou quantidade de
líquido não permite que escoe livremente;
(c) Resíduo sólido é todo material inerte nos estados sólidos e
semi-sólidos, que resultam de actividades da comunidade de
origem: industrial, comercial, agrícola, doméstica, etc;
(d) Substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a
intenção de eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminar,
também designados por lixos.

2. Sobre as características dos resíduos sólidos pode-se dizer:


(a) As características dos resíduos sólidos determinam a sua
classificação e, consequentemente, a forma de manuseio e
operação;
(b) As características do resíduo sólido pode variar em função de
aspectos sociais, económicos, culturais, geográficos e
climáticos, ou seja, os mesmos factores que também
diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades;
(c) As características físicas dos resíduos sólidos são as mais
importantes para a caracterização dos resíduos sólidos
urbanos.
(d) Todas estão certas

3. Composição gravimétrica está relacionada com (indique a


opção mais correcta):
(a) Percentual de cada componente em relação ao peso total da
amostra de lixo

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(b) Percentual da componente perigosa em relação ao peso total


da amostra de lixo
(c) Percentual de componente mineral em relação ao peso total
da amostra de lixo
(d) Nenhuma das opções

4. Constituem características biológicas do lixo são aquelas


determinadas pelo(a):
(a) População microbiana e dos agentes patogénicos
(b) População microbiana , dos agentes patogénicos e a
compressividade
(c) Peso, cheiro e retardadores/aceleradores da decomposição da
matéria orgânica
(d) As alíneas “a” e “b” estão correctas

5. Os resíduos sólidos, podem ser classificados quanto a:

a) Periculosidade, origem, biodegradabilidade, tipo de resíduo e


composição química.
b) Periculosidade, estilo, origem, biodegradabilidade, tipo de
resíduo e composição química.
c) Periculosidade, origem, biodegradabilidade, tipo de resíduo e
d) composição elementar.
e) As alíneas “b” e “c” são as mais correctas

Respostas:
1. a) F;
b) V;
c) F;
d) V;
2. a) V;
b)V;
c) F;
d) F

3. Alínea correcta: a)
4. Alínea correcta: a)
5. Alínea correcta: a)

Exercícios de AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)


1. 1. Peso específico aparente é uma característica física dos
resíduos sólidos descrito como:

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a) O peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente,


sem qualquer compactação, expresso em kg/m3;
b) O peso do lixo compacto em função do volume ocupado
livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3;
c) O peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente,
sem qualquer compactação, expresso em W/m3;
d) O peso do líquido solto em função do volume ocupado
livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3.

2. O teor de humidade do resíduo


a) Representa a quantidade de água presente no lixo, medida em
percentual do seu peso;
b) Representa a quantidade de resíduo sólido presente no lixo,
medida em percentual do seu peso;
c) É um parâmetro independente das estações do ano e da
incidência de chuvas;
d) Tem um teor de acima de 100%.

3. O poder calorífico é:
a) Uma característica química que indica a capacidade potencial de
um material desprender determinada quantidade de calor
quando submetido à queima
b) Uma característica física que indica a capacidade potencial de
um material desprender determinada quantidade de calor
quando submetido à queima

c) Uma característica físico-química que indica a capacidade


potencial de um material desprender determinada quantidade
de calor quando submetido à queima
d) Uma característica biológica que indica a capacidade potencial
de um material desprender determinada quantidade de calor
quando submetido à queima.

4. Em função da periculosidade oferecida, os resíduos sólidos


podem ser classificados em:
a) Perigosos (Classe I), não-inertes (Classe II) e Inertes (Classe III);
b) Não perigosos (Classe I), não-inertes (Classe II) e Inertes (Classe
III);
c) Extremamente perigosos (Classe I), não-inertes (Classe II) e
Inertes (Classe III);
d) Perigosos (Classe I), não-inertes (Classe II) e Inertes (Classe III);

5. Os resíduos sólidos são classificados quanto a origem nas


seguintes categorias:

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a) Resíduos sólidos domiciliares; resíduos sólidos industriais;


resíduos sólidos comerciais; resíduos sólidos de saúde; resíduos
sólidos de serviços de transporte e resíduos sólidos de
construção civil;
b) Resíduos sólidos liquefeitos; resíduos sólidos industriais;
resíduos sólidos comerciais; resíduos sólidos de saúde; resíduos
sólidos de serviços de transporte e resíduos sólidos de
construção civil;
c) Resíduos sólidos domiciliares; resíduos sólidos industriais;
resíduos sólidos comerciais; resíduos sólidos de saúde; resíduos
sólidos de serviços de transporte e resíduos sólidos de
construção civil e resíduos pessoais;
d) Resíduos sólidos humanos e animais.

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UNIDADE Temática 1.2. Acondicionamento

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


O termo gestão de resíduos sólidos refere-se aos aspectos tecnológicos
e operacionais da questão, envolvendo factores administrativos,
gerenciais, económicos, ambientais e de desempenho (produtividade e
qualidade).

A gestão dos resíduos sólidos deve sempre estar em consonância com


os princípios estabelecidos pela Agenda 21, bem como em atendimento
às exigências legais de cada país. Independentemente da sua origem, os
resíduos sólidos devem passar por uma série de operações para que
tenham manejo e destino ambiental e sanitário seguro. Eis as etapas
para o manejo dos resíduos sólidos: (1) Acondicionamento e
armazenamento, (2) Colecta e Transporte, (3) Tratamento e (4)
disposição final.

1. Acondicionamento e armazenamento

Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa prepará-los para


a colecta de forma sanitariamente adequada, como ainda compatível
com o tipo e a quantidade de resíduos. É a etapa de preparação dos
resíduos para a colecta adequada de acordo com o tipo e quantidade
gerada. Os resíduos são acondicionados em recipientes próprios e
mantidos até o momento em que são colectados e transportados ao
aterro sanitário ou outra forma de destinação final. Destaca-se que o
acondicionamento dos resíduos deve ser realizado de forma a evitar
acidentes e proliferação de vectores.

Assim, esta etapa pode ser considerada temporária, mas, sem dúvida,
fundamental para o êxito dos programas de gestão de resíduo sólidos,
pois pode facilitar a colecta dos resíduos. Para o acondicionamento
temporário de resíduos, podem ser utilizadas caçambas, contêineres e
lixeiras destinadas à colecta de resíduos recicláveis (colecta selectiva),
dependendo do tipo de resíduo. Cabe destacar que é fundamental a

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identificação dos recipientes onde os resíduos serão acondicionados,


identificando com figuras (cores) e dizeres qual é o tipo de resíduos que
corresponde àquele recipiente, visando facilitar o correcto descarte de
resíduos. A escolha do tipo de recipiente mais adequado
deve ser orientada em função: das características do lixo, da geração do
lixo, da frequência da colecta, do preço do recipiente, etc.

A forma de acondicionamento dos resíduos deve obedecer normas


específicas, tais como tipo de embalagem, horário e quantidade
máxima estipuladas pela regulamentação local/municipal. Deve,
também, ser estabelecida de modo a facilitar a colecta e o transporte.
Nos locais onde não é possível o acesso de veículos de colecta, devem
ser instaladas lixeiras colectivas em pontos estratégicos, onde o veículo
possa a chegar e a população concentre o despejo do lixo.

A importância do acondicionamento adequado está em: evitar


acidentes, evitar a proliferação de vectores, minimizar o impacto visual
e olfactivo, reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver
colecta selectiva) e facilitar a realização da etapa da colecta.

Infelizmente, o que se verifica em muitas cidades é o surgimento


espontâneo de pontos de acumulação de lixo domiciliar a céu aberto,
expostos indevidamente ou espalhados nos passeios, prejudicando o
ambiente e arriscando a saúde pública.

Os resíduos de domiciliares especiais incluem: resíduos da construção


civil, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus. O
acondicionamento desses resíduos deve respeitar o seguinte:

 Resíduos da construção civil:


Por causa de seu elevado peso específico aparente, o entulho de obras
é acondicionado, normalmente, em contêineres metálicos
estacionários de 4 ou 5m3, similares aos utilizados no
acondicionamento do lixo público. O grande problema do entulho está
relacionado ao seu acondicionamento, pois os contêineres metálicos
utilizados atrapalham a passagem de pedestres e/ou o trânsito, bem
como o estacionamento de veículos. Além disso, o entulho de obra
também consome muito espaço nos aterros, espaço este que poderia
estar sendo utilizado para a destinação de outros tipos de resíduos não
passíveis de reciclagem.

 Pilhas e baterias
As baterias que não estiverem totalmente descarregadas devem ser
estocadas de forma que seus eletrodos não entrem em contacto com
os eléctrodos das outras baterias ou com um objecto de metal, por

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exemplo, a parte de dentro de um tambor de metal. As baterias de


níquel-cádmio que não estiverem totalmente descarregadas deverão
ser colocadas, individualmente, em sacos plásticos antes de serem
colocadas junto com outras baterias de Ni-Cd. Os contêineres com as
baterias estocadas devem ser selados ou vedados para se evitar
liberação do gás hidrogénio, que é explosivo em contacto com o ar,
devendo ficar sobre estrados ou pallets para que as baterias se
mantenham secas. O armazenamento dos contêineres deve ser feito
em local arejado e protegido de sol e chuva.

 Lâmpadas fluorescentes
Os procedimentos para o manuseio de lâmpadas que contêm mercúrio
incluem as seguintes exigências:
(1) Acondicionar as lâmpadas que não estejam quebradas em uma área
reservada, em caixas, de preferência em uma bombona plástica para
evitar que se quebrem;
(2) Rotular todos as caixas ou bombonas;
(3) Não quebrar ou tentar mudar a forma física das lâmpadas;
(4) Quando houver quantidade suficiente de lâmpadas, enviá-las
para reciclagem, acompanhadas das seguintes informações: nome do
fornecedor (nome e endereço da empresa ou instituição), da
transportadora e do reciclador; número de lâmpadas enviadas; a data
do carregamento; manter os registros dessas notas por três anos, no
mínimo;
(5) No caso de quebra de alguma lâmpada, os cacos de vidro
devem ser removidos e a área deve ser lavada;
(6) Armazenar as lâmpadas quebradas em contêineres selados e
rotulados da seguinte forma: "Lâmpadas Fluorescentes quebradas –
Contém Mercúrio".

 Pneus
Por causa dos problemas relacionados à destinação inadequada dos
pneus. Um dos maiores problemas encontrados no armazenamento de
pneus para a coleta ou reciclagem está no fato de propiciar o acúmulo
de água quando depositados em áreas sujeitas a intempéries. Este
cenário facilitará a criação de vectores causadores de doenças. Nesse
sentido, recomenda-se que o acondicionamento de pneus para a
colecta siga as seguintes recomendações: nunca acumule pneus,
dispondo-os para a coleta assim que se tornem sucata; se precisar
guardá-los, faça-o em ambientes cobertos e protegidos das intempéries
e jamais os queime.

Os resíduos sólidos industriais, resíduos radioativos, resíduos de portos


e aeroportos e resíduos de serviços de saúde são considerados resíduos
de fontes especiais. Portanto, o seu acondicionamento deve obedecer

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os seguintes procedimentos:

 Resíduos sólidos industriais


As formas mais usuais de se acondicionar os resíduos sólidos industriais
são: tambores metálicos de 200 litros para resíduos sólidos sem
características corrosivas; bombonas plásticas de 200 ou 300 litros para
resíduos sólidos com características corrosivas ou semi-sólidos em
geral; big-bags plásticos, que são sacos, normalmente de
polipropileno trançado, de grande capacidade de armazenamento,
quase sempre superior a 1m3; contêineres plásticos, padronizados nos
volumes de 120, 240, 360, 750, 1.100 e 1.600 litros, para resíduos que
permitem o retorno da embalagem; caixas de papelão, de porte médio,
até 50 litros, para resíduos a serem incinerados.

 Resíduos radioactivos
O manuseio e o acondicionamento dos resíduos radioactivos deve
atender às seguintes características: o manuseio deve ser feito somente
com o uso de equipamentos de protecção individual – EPI – mínimos
exigidos, tais como aventais de chumbo, sapatos, luvas, máscara e
óculos adequados; os recipientes devem ser confeccionados com
material à prova de radiação (chumbo, concreto e outros).

 Resíduos de portos e aeroportos


O manuseio e o acondicionamento desses resíduos segue as mesmas
rotinas e se utiliza dos mesmos recipientes empregados no
acondicionamento do lixo domiciliar, a não ser em caso de alerta de
quarentena, quando cuidados especiais são tomados com os resíduos
das pessoas ou com as cargas provenientes de países em situação
epidémica.

 Resíduos de serviços de saúde


O manuseio de resíduos de serviços de saúde deve estar de acordo com
a legislação nacional e em pleno respeito pelos padrões
internacionalmente aceites. Portanto, compreende os cuidados que se
deve ter para segregar os resíduos na fonte e para lidar com os resíduos
perigosos. Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados
directamente nos sacos plásticos e, a posterior, devem ser colocados
em contêineres que permitam o fácil deslocamento dos resíduos para
abrigos temporários. Esses contêineres devem ser brancos para o
transporte do lixo infectante e de qualquer outra cor para o transporte
do lixo comum. O manuseio dos resíduos infectantes devem ser
utilizados os seguintes equipamentos de protecção individual (EPI):
avental plástico; luvas plásticas; bota de PVC (por ocasião de lavagens)
ou sapato fechado; óculos e máscara.

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa (escolha


a alternativa mais correcta):
a) Preparação dos resíduos para a reciclagem de forma
sanitariamente adequada de acordo com o tipo e quantidade
gerada;
b) Preparação dos resíduos para a colecta de forma sanitariamente
adequada de acordo com o tipo e quantidade gerada;
c) Separação dos resíduos em lixões de acordo com o tipo e
quantidade gerada;
d) Evitar acidentes causados por resíduos sólidos.

2. A escolha do tipo de recipiente mais adequado para o


acondicionamento deve ser orientada em função (escolha a
alternativa mais correcta):
a) Do local de proveniência do lixo;
b) Do tipo de resíduos que corresponde àquele recipiente;
c) Das características do lixo, da geração do lixo, da frequência da
colecta, do preço do recipiente, etc;
d) Da forma de acondicionamento proposto.

3. A forma de acondicionamento dos resíduos deve obedecer:


a) Hábitos de cada família em relação ao acondicionamento mais
fácil;
b) Normas específicas, tais como tipo de embalagem, horário e
quantidade máxima estipuladas pela regulamentação
local/municipal.
c) Tratamento que o resíduo vai ser dado na fonte geradora;
d) Todas opções estão erradas

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4. Constitui importância do acondicionamento adequado do


resíduo sólido o seguinte:
a) Evitar acidentes, evitar a proliferação de vectores, minimizar o
impacto visual e olfactivo, reduzir a heterogeneidade dos
resíduos (no caso de haver colecta selectiva) e facilitar a
realização da etapa da colecta;
b) Evitar acidentes, evitar a proliferação de vectores, minimizar o
impacto visual e olfactivo, reduzir a heterogeneidade dos
resíduos (no caso de haver colecta selectiva) e facilitar a
realização da aterragem;
c) Facilitar a venda do resíduo pelos catadores de lixo;
d) Eliminar o hábito de queima do lixo na fonte geradora.

5. Constituem resíduos de domiciliares especiais os seguintes:


resíduos da construção civil, pilhas e baterias, lâmpadas
fluorescentes e pneus. Portanto, o acondicionamento das
pilhas e baterias deve respeitar o seguinte:
a) As baterias que não estiverem totalmente descarregadas devem
ser acondicionadas de forma que seus eletrodos não entrem em
contacto com os eléctrodos das outras baterias ou com um
objecto de metal;

b) As baterias de níquel-cádmio que não estiverem totalmente


descarregadas deverão ser colocadas em conjunto, em sacos
plásticos depois colocadas junto com outras baterias de Ni-Cd
Resíduos sólidos humanos e animais;
c) O armazenamento dos contêineres de baterias deve ser feito em
local arejado, exposto ao sol e chuva;
d) Os contêineres com as baterias acondicionadas devem ser
selados ou vedados para se evitar liberação do oxigénio.

Respostas

1. Alínea correcta: b)
2. Alínea correcta: c)
3. Alínea correcta: b)
4. Alínea correcta: a)
5. Alínea correcta: a)

Exercícios de AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)

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1. Os resíduos sólidos industriais, resíduos radioactivos, resíduos


de portos e aeroportos e resíduos de serviços de saúde são
considerados resíduos de fontes especiais. Portanto, o
manuseio e acondicionamento de resíduos radioactivos deve:
a) Ser feito somente com o uso de EPIs;
b) Ser feito pelos trabalhadores do local de produção do resíduo;
c) Ser feito por indivíduos externos a empresa de produção do
resíduo;
d) Nenhuma das opções está correcta

2. Escolhe a melhor alternativa de acondicionamento de


resíduos sólidos urbanos que vai de acordo com a gestão
optimizada e/ou racional de resíduos. Justifique a razão da sua
escolha:
a) Depósito de todo tipo de resíduo num único contentor.
b) Depósito de pilhas não-alcalinas, plásticos e vidro num único
contentor e matéria orgânica no noutro contentor.
c) Depósito de pilhas não-alcalinas, plásticos, vidro, e matéria
orgânica em contentores diferentes.
d) Depósito de pilhas não-alcalinas, plásticos, vidro e matéria
orgânica em contentores diferentes, mas todo resíduo é
transportado junto num único camião compactador.

3. Constituem resíduos de domiciliares especiais os seguintes:


resíduos da construção civil, pilhas e baterias, lâmpadas
fluorescentes e pneus. Portanto, o acondicionamento
lâmpadas fluorescentes deve respeitar o seguinte:
a) Acondicionar as lâmpadas que não estejam quebradas em uma
área reservada, em caixas, de preferência em uma bombona
plástica para evitar que se quebrem;
b) Rasurar todos as caixas ou bombonas;
c) Não quebrar ou tentar mudar a forma biológica das lâmpadas;
d) Todas as opções estão certas

4. Constituem problemas relacionados com o acondicionamento


inadequado dos pneus os seguintes:
a) Acúmulo de água quando depositados em áreas sujeitas a
intempéries;
b) Criação de vectores causadores de doenças como cólera e
tuberculose
c) Impactos negativos sobre o ambiente, com maior ênfase na
emissão/suspensão de particulados;
d) Nenhuma das opções está correcta.

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5. Os resíduos de construção civil são normalmente


acondicionados em:
e) Contêineres plásticos;
f) Contêineres metálicos estacionários por causa de seu elevado
peso específico aparente;
g) Sacos plásticos preto;
h) Nenhuma das opções está correcta

UNIDADE Temática 1.3. Colecta e transporte

Colecta e Transporte
Colectar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o
produz para encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma
possível estação de transferência, a um eventual tratamento e à
disposição final. A colecta e o transporte do lixo municipal produzido
em imóveis residenciais, em estabelecimentos públicos e no pequeno
comércio são, em geral, efectuados pelo órgão municipal encarregado
da limpeza urbana.

A colecta do lixo domiciliar deve ser efectuada em cada imóvel, sempre


nos mesmos dias e horários, regularmente. Somente assim os cidadãos
habituar-se-ão e serão condicionados a colocar os recipientes ou
embalagens do lixo nos passeios, em frente aos imóveis, sempre nos
dias e horários em que o veículo colector irá passar. A regularidade da
colecta é, portanto, um dos mais importantes atributos do serviço.

Por razões climáticas, em Moçambique, o tempo decorrido entre a


geração do lixo domiciliar e seu destino final não deve exceder uma
semana para evitar proliferação de moscas, aumento do mau cheiro e
a atractividade que o lixo exerce sobre roedores, insectos e outros
animais.

As viaturas de colecta e transporte de lixo domiciliar podem ser de dois


tipos: compactadoras e sem compactação. Um bom veículo de colecta
de lixo urbano deve possuir as seguintes características:
 Não permitir derramamento do lixo ou do chorume na via
pública;
 Apresentar taxa de compactação de pelo menos 3:1, ou seja,
cada 3m3 de resíduos ficarão reduzidos, por compactação, a
1m3;

30
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

 Apresentar altura de carregamento na linha de cintura dos garis,


ou seja, no máximo a 1,20 m de altura em relação ao solo;
 Possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois
recipientes por vez;
 Possuir carregamento traseiro, de preferência.

O expedidor de resíduos ou produtos perigosos é a pessoa jurídica


responsável pela contratação do transporte. O expedidor tem por
obrigação, antes de efectuar o embarque da carga:
 Certificar-se de que o motorista possua o devido Treinamento;
 Certificar-se das boas condições do veículo;
 Verificar a existência dos equipamentos para situações de
emergência e de protecção individual;
 Avaliar a compatibilidade dos resíduos;
 Avaliar o acondicionamento, a distribuição dos resíduos no
veículo e a correcta colocação dos rótulos de risco e painéis de
segurança;
 Fornecer a ficha de emergência e o envelope do transporte;
 Colocar na nota fiscal o nome e o número do resíduo, classe de
risco e declaração sobre o acondicionamento da carga.

Os itinerários de colecta devem ser projectados de maneira a minimizar


os percursos improdutivos, isto é, ao longo dos quais não há colecta.
Costuma-se traçar os itinerários de colecta pelo método dito
"heurístico", levando-se em conta o sentido do tráfego, as declividades
acentuadas e a possibilidade de acesso e manobra dos veículos.

 Colecta de resíduos sólidos locais de construção desordenada


As construções desordenadas é um fenómeno comum nas cidades
moçambicanas e, em relação à colecta do lixo domiciliar, se
caracterizam por: dificuldade de acesso para caminhão;
acondicionamento do lixo precário ou inexistente e tendência dos
moradores a livrar-se dos resíduos logo que gerados. Esses factores
devem ser levados em conta para que não ocorra acumulação de lixo a
céu aberto, com graves consequências para a saúde pública, para o
meio ambiente e para o aspecto estético da comunidade. Para
contornar as dificuldades de acesso nesses locais, em geral estreitas ou
íngremes, devem-se utilizar veículos especiais, de pequena largura, boa
capacidade de manobra e capacidade de vencer aclives: microtratores
ou tratores agrícolas rebocando carretas ou pequenos veículos
colectores, com ou sem compactação.

 Colecta de resíduos de serviços de saúde


A higiene ambiental dos estabelecimentos assistenciais à saúde – EAS,
ou simplesmente serviços de saúde (hospitais, clínicas, postos de saúde,

31
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

clínicas veterinárias etc.), é fundamental para a redução de infecções,


pois remove a poeira, os fluidos corporais e qualquer resíduo dos
diversos equipamentos, dos pisos, paredes, tetos e mobiliário, por
acção mecânica e com soluções germicidas. O transporte interno dos
resíduos, o correcto armazenamento e a posterior coleta e transporte
completam as providências para a redução das infecções.

 Colecta separada de resíduos comuns, infectantes e especiais

Os resíduos infectantes e especiais devem ser colectados


separadamente dos resíduos comuns. Os resíduos radioactivos devem
ser geridos em concordância com os dispositivos legais nacionais e
internacionais. Os resíduos infectantes e parte dos resíduos especiais
devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos leitosos e
colocados em contêineres basculáveis mecanicamente em caminhões
especiais para colecta de resíduos de serviços de saúde. Caso não exista
segregação do lixo infectante e especial, os resíduos produzidos devem
ser acondicionados, armazenados, colectados e dispostos como
infectantes e especiais.

Colecta selectiva
O processo de recuperação dos materiais recicláveis presentes nos
resíduos sólidos inicia-se com a colecta selectiva. A colecta selectiva
pode ser definida como etapa de colecta de materiais recicláveis
presentes nos resíduos sólidos urbanos, após sua separação na própria
fonte geradora, seguido do seu acondicionamento e apresentação para
colecta em dias e horários pré-determinados, ou mediante entrega em
postos de entrega voluntaria, em postos de troca, a catadores, a
sucateiros ou a entidades beneficentes (Bringhenti, 2004).

É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis: papéis,


plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte
geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. A colecta selectiva
funciona, também, como um processo de educação ambiental na
medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do
desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.

As operações de colecta selectiva de recicláveis presentes no resíduo


sólido visam a intercepção do seu ciclo tradicional de maneio, evitando
que estes materiais venham a se integrar ao conjunto e desuniforme

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

em que consiste o lixo, dando ganhos para a sociedade e ao meio


ambiente, destacando-se entre eles:
 Diminui a exploração de recursos naturais;
 Reduz o consumo de energia;
 Diminui a poluição do solo, da água e do ar;
 Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;
 Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo;

 Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de


recicláveis pelas indústrias;
 Diminui o desperdício;
 Racionalização e optimização dos equipamentos, sistemas e
métodos de colecta e disposição final (diminui os gastos com a
limpeza urbana);
 Cria oportunidade de fortalecer organizações comunitárias;
 Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.

Ao ser descartado junto aos resíduos sólidos urbanos, o material


reciclável perde qualidade, em função da contaminação oriunda de
outros componentes do lixo (materiais orgânicos e inorgânicos), o que
contribui para reduzir o seu potencial de recuperação. Dependendo da
estratégia do programa de colecta selectiva, o acondicionamento dos
materiais recicláveis poderá ser distinto para cada material
componente dos resíduos sólidos, ou poderá ser único para todo
material reciclável, também denominado lixo reciclável e,
inapropriadamente, lixo seco.

A terminologia lixo seco, quando adoptada para denominar o grupo de


material reciclável a ser separado para colecta selectiva e, fazer a sua
distinção da parcela do lixo domiciliar que é composta de meteria
orgânica (lixo húmido), pode resultar no entendimento, por parte da
população alvo do programa, de que todos os resíduos secos devam ser
separados para a colecta selectiva.

Observa-se três modalidades de colecta selectiva de resíduos sólidos


urbanos que têm sido utilizados com frequência nos diferentes
programas de colecta selectiva, a saber:
 Colecta selectiva em postos de entrega voluntária (PEV) – na
qual o próprio gerador desloca-se até um posto de entrega
voluntária e deposita o material reciclável, previamente triado,
em recipientes para resíduos diferenciados por tipos de
materiais.
 Colecta selectiva porta a porta – na qual o material reciclável
segregado por tipo ou não, acondicionado e apresentado a
colecta pelo gerador é colectado por veículos dimensionados
para

33
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

realizar tal tarefa, ainda, na porta da residência do contribuinte.


Este sistema traz maior comodidade aos cidadãos.
 Colecta selectiva por trabalhadores autónomos da reciclagem –
na qual um grupo de trabalhadores autónomos, em geral
apoiado e/ou geridos por alguma organização de carácter social,
com ou sem apoio logístico, recolhe o material disposto em via
publica, oriundo de domicílios, ou gerado em estabelecimentos
comerciais, de serviços ou em industrias, previamente
segregado.
A tabela 2 apresenta aspectos positivos e negativos das principais
modalidades de colecta selectiva.

Tabela 2: aspectos positivos e negativos das principais modalidades de


colecta selectiva
Modalidade Aspectos positivos Aspectos negativos
de colecta
selectiva
Porta a  Geralmente, os Exigem maior infra-
porta recicláveis são agrupados estrutura de colecta,
visando facilitar a sua representada pelo
separação na fonte aumento da frota de
geradora e posterior veículos e recursos
disposição nos passeios humanos;
do contribuinte;  Tende a representar
 Dispensa o deslocamento custos mais altos de colecta
do cidadão até ao PEV, e transporte comparado
influindo positivamente com outras;
quanto a participação na  Atrai a presença de
colecta selectiva; maior número de catadores
 Permite mensurar a na região onde está
participação da implantada (questão social).
população no programa
pela facilidade de se
identificar os domicílios e
estabelecimento
participantes
Posto de  Maior facilidade e  Requer maior
entrega menor custo de colecta; disponibilidade da
voluntária  Possibilita a redução de população, que deverá se
(PEV) custos de colecta e deslocar até um PEV;
transporte, com  Susceptível de
optimização de percursos vandalismo;
e frequências,  Exige manutenção e
especialmente em bairros limpeza periódica;
com população esparsa;

34
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

 Permite a exploração do  Necessita, em alguns


espaço do PEV com casos, de equipamento
publicidade e eventual especial para colecta;
obtenção de patrocínio;  Não possibilita a
 Em função do tipo de identificação dos domicílios
recipiente e estímulo e estabelecimentos
educativo adoptados, participantes;
permite a separação e o  Dificulta a avaliação
descarte de recicláveis, da adesão da comunidade
por tipos, facilitando a ao programa.
triagem posterior

Trabalhador  Promove a inclusão  Está direccionado


es social; para materiais com maior
autónomos  Gera emprego e valor de mercado;
da renda;  Apresenta elevado
reciclagem  Reduz o custo de risco de acidentes,
colecta, transporte, principalmente, quando
triagem e destino final de trabalhadores actuam sem
resíduos sólidos urbanos equipamentos de
para a administração sinalização de trânsito e
municipal; protecção individual;
 Em relação as  Dificulta a
demais modalidades de mensuração da participação
colecta selectiva, apresenta da população;
maior independência e  Contribui
menor vulnerabilidade as negativamente para a
descontinuidades das manutenção da limpeza
administrações municipais. urbana, da saúde pública,
uma vez que são danificadas
embalagens de lixo devido a
procura de materiais
recicláveis, promovendo o
seu espalhamento nas áreas
públicas;
 Em alguns casos, é
explorada a mão-de-obra do
trabalhador e/ou o trabalho
infantil

Fonte: Modificado de Grimberg e Blauth (1998)

Dependendo da estratégia do programa de colecta selectiva, a


população pode ser orientada a segregar o resíduo na fonte,
acondicionando em separado para cada tipo de material ou grupo de

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materiais (papeis, plásticos, metais, vidros e outros) ou a agrupar seus


resíduos em dois grupos: material reciclável e os demais resíduos
incluído a matéria orgânica.

Segundo Monteiro et al. (2001), a implantação da colecta selectiva é um


processo contínuo que é ampliado gradativamente. O primeiro passo,
diz respeito à realização de campanhas informativas de
consciencialização junto à população, convencendo-a da importância
da reciclagem e orientando-a para que separe o lixo em recipientes para
cada tipo de material. Posteriormente, deve-se elaborar um plano de
colecta, definindo equipamentos, veículos, áreas e a periodicidade de
colecta dos resíduos. Finalmente, é necessária a instalação de unidades
de triagem para limpeza e separação dos resíduos e acondicionamento
para a venda do material a ser reciclado.

Após colectados, os resíduos devem ser transportados para uma


unidade de triagem, equipada com lugares para catação, para que seja
feita uma separação mais criteriosa dos materiais visando à
comercialização deles. É importante que a população seja devidamente
orientada para que somente separe como lixo seco os materiais que
possam ser comercializados, evitando-se despesas adicionais com o
transporte e manuseio de rejeitos, que certamente são produzidos
durante o processo de selecção por tipo de material e no enfardamento
(Monteiro et al., 2001). Após a implantação da colecta selectiva, o poder
público deve manter a população permanentemente mobilizada por
meio de campanhas de sensibilização e de educação ambiental.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. O processo de recuperação dos materiais recicláveis presentes


nos resíduos sólidos inicia-se com (escolha a alternativa mais
correcta):
a) Colecta selectiva;
b) Acondicionamento;
c) Tratamento adequado do resíduo;
d) Disposição final

2. O ideal é que a colecta selectiva inicie com (escolha a


alternativa mais correcta):
a) Separação de materiais não recicláveis na fonte geradora;
b) Separação de materiais recicláveis no local de
acondicionamento;

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c) Separação de materiais recicláveis e não reciclável no local de


disposição final.
d) Separação de materiais recicláveis na fonte geradora;

3. A colecta selectiva de resíduos sólidos nas comunidades


geralmente funciona, também, como um processo:
a) Educação ambiental formal;
b) Educação ambiental informal;
c) Educação ambiental formal e informal;;
d) Todas opções estão erradas

4. A colecta selectiva de resíduos sólidos tem as seguintes


desvantagens:
a) Diminui a exploração de recursos naturais
b) Reduz o consumo de energia;
c) Diminui a poluição do solo, da água e do ar;
d) Nenhuma das opções.

5. A colecta selectiva tem como foco principal:


a) Matéria orgânica;
b) Matéria inorgânica;
c) Material reciclável;
d) Material reciclável e não reciclável.

Respostas

1. Alínea correcta: a)
2. Alínea correcta: d)
3. Alínea correcta: b)
4. Alínea correcta: d)
5. Alínea correcta: c)

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)


1. O descarte misturado do resíduo sólido contribui para:
a) A perda de qualidade do material reciclável;
b) A valorização do material não reciclável;
c) Descontaminação do material reciclável;
d) Nenhuma das opções está correcta.

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2. Das três modalidades de colecta selectiva de resíduos sólidos


urbanos que têm sido utilizados com frequência nos diferentes
programas de colecta selectiva, a(s) mais importante(s) é/são:
a) Colecta selectiva em postos de entrega voluntária (PEV);
b) Colecta selectiva porta a porta;
c) Colecta selectiva por trabalhadores autónomos da reciclagem;
d) PEV e colecta selectiva por trabalhadores autónomos da
reciclagem;
e) Nenhuma das opções está correcta.

3. O ideal é que os veículos de colecta e transporte de lixo de lixo:


a) Não permita o derramamento do lixo ou do chorume na via
pública e impossibilita o descarregamento traseiro;
b) Possibilitar esvaziamento simultâneo de pelo menos dois a sete
recipientes por vez;
c) Possuir carregamento frontal e traseiro, de preferência;
d) Não permita o derramamento do lixo ou do chorume na via
pública e possua carregamento traseiro (de preferência).

4. Para um eficiente processo de colecta e transporte de resíduos


sólidos urbanos e consequente criação de hábito de
regularidade no horário de acondicionamento do lixo por parte
dos cidadãos, o ideal seria:
a) As entidades de tutela estabelecem e cumprisse
escrupulosamente com a regularidade (dias e horas) de colecta
do lixo;
b) Melhoria do sistema de transporte;
c) Colecta de resíduos em locais considerados críticos;
d) Realizar a colecta de acordo com as condicoes atmosféricas.

5. O expedidor de resíduos perigosos, antes de efectuar o


embarque, tem por obrigação:
a) Certificar-se de que o motorista e os catadores (no local de
deposição) possuem o devido treinamento em matéria se
resíduos sólidos perigosos e não perigosos;
b) Avaliar o acondicionamento, a distribuição dos resíduos no
veículo e a correcta colocação dos rótulos de risco e painéis de
segurança;
c) Colocar na nota fiscal o nome e o número do resíduo, classe de
risco e declaração sobre o acondicionamento da carga;
d) Somente as alíneas “b” e “c” estão correctas.

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UNIDADE Temática 1.4. Tratamento de resíduos sólidos: compostagem

Tratamento de Resíduos Sólidos


São processos que alteram as características, a composição e as
propriedades dos resíduos. Esta etapa tem por objectivo reduzir a
quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, impedindo o
descarte inadequado deles no meio ambiente, transformando-os em
material inerte ou biologicamente estável. Para os resíduos orgânicos,
uma alternativa sustentável é a compostagem.

Existem várias formas de se tratar um resíduo: convertendo


constituintes agressivos em formas menos perigosas ou insolúveis;
alterando a estrutura química de determinados produtos, tornando
mais fácil sua assimilação pelo meio ambiente; destruindo
quimicamente produtos indesejáveis e separando da massa de resíduos
os constituintes perigosos, com a consequente redução do volume e
periculosidade.

Tipos de Tratamento
Existem vários tipos de tratamento de resíduos, que podem ser
divididos da seguinte forma:

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

i. Tratamento físico: separação e redução de volume. Ex.:


adensamento, desaguamento, secagem, filtração,
centrifugação, adsorção, etc.
ii. Tratamento Físico-químico: inertização e redução de volume e
toxicidade. Ex.: encapsulamento e neutralização.
iii. Tratamento químico: separação e redução de volume e
toxicidade. Ex.: incineração, oxidação, co-processamento,
recuperação electrolítica, gaseificação, etc.
iv. Tratamento Biológico: redução da toxicidade. Ex.: land-farming,
digestão anaeróbica, compostagem, uso de plantas enraizadas,
etc.

Neste módulo, não serão esgotadas com detalhes todas os tipos de


tratamentos de resíduos sólidos acima apresentados. Portando, foram
seleccionados a compostagem e incineração pelo facto de serem os
mais comuns e mais vulgares em Moçambique.

Compostagem
O termo compostagem está associado ao processo de tratamento dos
resíduos orgânicos sejam eles de origem urbana, industrial, agrícola,
florestal, etc. A palavra compostagem é de origem inglesa, compost,
para designar o fertilizante orgânico obtido pelo processo de
compostagem, a partir de restos de vegetais e animais. A compostagem
pode ser definida como processo natural de decomposição biológica
(controlada) de materiais orgânicos, de origem animal e vegetal, pela
acção de microrganismos (Philippi Jr., 2005). Para os autores a
compostagem é um processo de oxidação biológica através do qual os
microrganismos decompõem os compostos constituintes dos materiais
liberando dióxido de carbono e vapor de água.

Apesar de ser considerado pela maioria de autores como um processo


aeróbio, a compostagem é também referida como um processo
biológico de decomposição aeróbia e anaeróbia, sendo realizada em
sua quase totalidade por processos aeróbios.

Kiehl (1998) relata que durante o processo de compostagem é possível


observar três fases: uma primeira inicial e rápida de fitotoxicidade ou
de composto cru ou imaturo, seguida de uma segunda fase de semi-
cura ou bioestabilização, para atingir finalmente a terceira fase, a
humificação, acompanhada da mineralização de determinados
componentes da matéria orgânica. Como mostrado na figura 1, as fases
da compostagem relacionando a temperatura do composto no tempo.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Figura 1: Fases da compostagem

Segundo Kiehl (1998), a maturidade do composto ocorre quando a


decomposição microbiológica se completa e a matéria orgânica é
transformada em húmus. Esse produto final da decomposição (húmus)
é comumente utilizado para fins agrícolas, devendo deter de
características físicas e químicas que facilitem o seu uso como
fertilizante e/ou condicionador de solos, não podendo conter
contaminação com metais pesados ou patógenos, uma vez que,
havendo tais contaminantes, somente poderá ser empregado na
adubação de plantas ornamentais e flores.

Os principais factores que influenciam o processo de compostagem são:

 Características dos resíduos: granulometria, constituição


inicial, relação C/N, etc,
 Microorganismos: indígenas ou necessidades de
inoculação,
 Humidade: natural ou forçada,
 Processo utilizado.

Segundo Russo (2003), o processo da compostagem é um processo


onde microrganismos diversificados são responsáveis pela degradação
da matéria orgânica. Assim sendo, os factores que afectam o processo
são os que determinam a existência duma população diversificada de
microrganismos necessários para completar a degradação, como sejam:
o oxigénio para suprir a demanda biológica, a temperatura que afecta a
velocidade das reacções bioquímicas, e a água (expressa em termos de
humidade), sem a qualnão se processam as actividades metabólicas.

Além destes factores ambientais, também é preciso nutrientes


balanceados, expressos pela relação C/N, em quantidade adequadas
para que os microrganismos possam exercer a sua actividade. Outro
factor

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

que afecta o processo é de ordem operacional, o tamanho das


partículas, ou seja, a granulometria que influencia o arejamento e a
estabilidade geométrica das pilhas ou leiras.

Arejamento da massa em compostagem: O ar contido nos interstícios


da massa de material em compostagem é importante para o
metabolismo e tipo de microrganismos envolvidos no processo. O
dióxido de carbono aumenta gradualmente enquanto o oxigénio vai
diminuindo. Em média a constituição de CO2 + O2 nos interstícios é de
cerca de 20%; a concentração em oxigénio é de 15 a 20% e a do CO2 é
de 0.5 a 5%. Quando o oxigénio cai abaixo deste nível os
microrganismos aeróbios começam a rarear e aparecem os anaeróbios,
processando-se, como consequência desta nova colonização, a
respiração anaeróbia e a fermentação, que não caracterizam a
compostagem. O arejamento da massa em compostagem deve ser
constante para que não se alterem as actividades metabólicas dos
microrganismos e o processo de degradação da matéria orgânica seja
mais rápido por via da oxidação de moléculas orgânicas presentes na
massa. O arejamento é o factor mais importante para o controlo de
diversos parâmetros da compostagem, dadas as funções de:
suprimento de oxigénio para os microrganismos, por forma a que este
nunca seja inferior ao mínimo exigido aerobicamente; factor de
controlo da temperatura, evitando o excesso de temperatura e de
humidade no processo de compostagem; e remoção de odores (Epstein
et al., 1976; Pereira Neto, 1986 citados por Russo 2003).

Níveis inadequados de oxigenação podem levar ao crescimento de


microrganismos anaeróbios, causando assim emanação de gases de
cheiro desagradável. Ao contrário, uma oxigenação adequada minimiza
este inconveniente. Deve realçar-se que num sistema de compostagem
é muito difícil eliminar completamente cheiros desagradáveis, mesmo
com uma boa operação do sistema. Com efeito, a heterogeneidade dos
materiais que aparecem na corrente dos resíduos potenciam o
aparecimento de bolsões anaeróbios nas leiras em compostagem,
potenciando o aparecimento de gases como a amónia. Deste modo, não
dispensam um sistema de prevenção de odores, como filtros biológicos.

Temperatura: altas temperaturas têm sido consideradas necessárias


para uma boa compostagem. No entanto, há limites a controlar, porque
temperatura excessiva (80ºC) por longos períodos é prejudicial ao
processo devido à inibição do crescimento e mesmo à morte de
microrganismos não termo tolerantes, reduzindo deste modo a taxa de
decomposição. Não há consenso e provavelmente não poderá haver
uma uniformização de um valor óptimo de temperatura devido aos
restantes factores que influenciam igualmente a degradação. Alguns

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

estudos revelam parametros optimos entre 50 a 55 (Finstein, 1982) e


outros indicam 45 a 70 (Waskman, 1939). A manutenção de
temperaturas termófilas na fase de degradação activa, acelera a
decomposição da matéria orgânica, promove a eliminação de
microrganismos patogénicos e elimina ovos de helmintos, ovos de
insectos e sementes de ervas daninhas. Numa leira ou pilha em
compostagem, as temperaturas desenvolvem-se do interior para o
exterior de forma decrescente, quando aeróbias.

Teor de Humidade: a humidade é um dos factores cujo controlo é da


máxima importância nos processos de compostagem. Teoricamente
deveria ser de 100%, para fornecimento de água necessária aos
microrganismos para a degradação da matéria orgânica, porém,
factores operacionais limitam este teor em torno de 45 a 60 % (Golueke,
1977). Há estudos que indicam que 60% é um valor aconselhável e que
teor de humidade inferior a 30% inibe a actividade microbiana
tornando-se este um limitante do processo (Pereira Neto et al, 1986).

Relação C/N: decorre da própria definição de compostagem, como


processo biológico, que os elementos C e N são fundamentais, pois
constituem elementos presentes nas células microbianas presentes no
processo, em que C representa em média 50% e N de 2 a 8%. A relação
C/N depende do microrganismo e do meio de crescimento, onde 2/3 do
carbono se perde como CO2 e 1/3 se combina com o azoto nas reacções
celulares. O carbono tem 3 funções fisiológicas principais: a) é
constituinte do material celular; b) funciona como electrão dador em
metabolismos energéticos (respiração de substratos orgânicos e
fermentação); c) funciona como electrão receptor em reacções
metabólicas de energia (fermentação, redução do CO2 em CH4). Por seu
lado, o azoto: a) é constituinte de proteínas, ácido nucleíco, co-enzimas
e aminoácidos; b) funciona como electrão dador em reacções
metabólicas de energia de certas bactérias; c) na forma de nitrito e de
nitrato actua como electrão receptor em reacções metabólicas de
energia da bactéria da desnitrificação sob condições anaeróbias. A
disponibilidade de C é a maior fonte de energia para os microrganismos,
porém a sua eficiência não é 100% e a demanda de C é maior que a do
N. Apesar da grande diferença de demandas, a carência de N é limitante
no processo, por ser essencial para o crescimento e reprodução celular.
A adição de um composto de elevada C/N ao solo, conduz à competição
pelo azoto disponível, entre microrganismos e plantas, enquanto que
uma relação baixa pode favorecer o desenvolvimento das plantas.

Granulometria do Material: o tamanho das partículas tem importância


na oxigenação da massa em compostagem. Sendo demasiado finas, <2
mm, o arejamento é mais difícil, enquanto que acima de 16 mm facilita
o

43
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

arejamento natural, sem revolvimentos constantes. Por outro lado,


quanto menor forem as partículas, maior será a área de ataque pelos
microrganismos (Bertoldi et al., 1982). Deste modo, deve procurar-se
um compromisso entre necessidades de arejamento e área exposta a
ataque por microrganismos. Para compostagem de resíduos orgânicos
de origem urbana, Pereira Neto (1989) recomenda uma granulometria
de 20 até 50 mm, por facilitar a oxigenação ao formar uma massa
porosa por onde passa o ar rico em oxigénio. Deste modo, a
granulometria influi em diversos parâmetros da compostagem (Kiehl,
1993), designadamente a oxigenação, a humidade e a temperatura.

pH : a matéria orgânica com valores de pH próximos da neutralidade


(5.5 a 8) são considerados os melhores porque é nesta faixa que
osmicrorganismos melhor se adaptam. As bactérias preferem
ambientes neutros, enquanto os fungos desenvolvem-se melhor em
ambientes completamente ácidos. Em termos práticos, o pH de uma
pilha ou leira não pode ser alterado por factores externos operacionais,
pelo menos com facilidade. Geralmente inicia-se o processo de
compostagem com o pH a cair para valores baixos, próprios da acção
das bactérias formadoras de ácidos na decomposição de material
carbonáceo complexo em ácidos orgânicos complexos.

O avanço na tecnologia, associado as mudanças económicas e sociais,


tem proporcionado o aprimoramento e a racionalização dos processos
de compostagem, visando, principalmente, a diminuição do tempo de
estabilização e a garantia da qualidade do produto obtido.
Actualmente, existem diversos sistemas de compostagem com várias
denominações, entretanto, diferem muito pouco entre si, quando
analisados em sua essência. Para Kiehl (1998), actualmente, existem
dois métodos principais de compostagem: o natural e acelerado.

 Compostagem Natural
Embora existam várias denominações para este processo.
Baseia-se em promover a triagem prévia dos materiais a serem
compostados, onde os resíduos orgânicos são triturados,
peneirados e conduzidos a compostagem em áreas abertas. Os
resíduos são empilhados em leiras e revolvidos periodicamente,
manual ou mecanicamente. Após a formação das leiras, os
procedimentos são semelhantes aos descritos no sistema
Chinês, porém as leiras não são recobertas. Este processo é
largamente utilizado em unidades de processamento de lixo
doméstico.

 Compostagem Acelerada

44
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Os principais processos de compostagem acelerada são:


compostagem em digestor e compostagem em leiras fechadas
com injecção forçada de ar.

Compostagem em digestores: O processo de compostagem é


conduzido em um equipamento adaptado para promover uma
homogeneização adequada dos materiais a serem
compostados, através da uniformização do tamanho dos
materiais, da humidade e da temperatura da massa.
O objectivo desse sistema é acelerar o processo de
compostagem, sendo recomendado para cidades com mais de
200 mil habitantes.

Compostagem em leiras aeradas (insufladasou ventiladas de ar):


Consiste, basicamente, em colocar os resíduos em uma célula,
cujo piso contenha uma tubulação de drenagem e uma
tubulação para a injecção do ar. Após o prenchimento, a célula
é recoberta por uma massa semi-permeável especial, cujo
objectivo é favorecer a perda de humidade da mistura, na forma
de vapor de água e impedir a entrada de humidade do ambiente
externo. O fornecimento de ar é garantido por ventiladores,
instalados na parte externa da célula. O sistema ainda permite
que apenas a primeira fase da compostagem seja conduzida
nessas células, sendo o processo finalizado em área abertas. A
grande vantagem está em acelerar a fase inicial, sem a geração
de odores, diminuindo o tempo total da compostagem.

A compostagem pode constituir um processo de tratamento dos


resíduos sólidos integrado num sistema de reciclagem de materiais ou
como único sistema de tratamento da fracção orgânica dos resíduos.

Entre as principais vantagens dos sistemas de compostagem podemos


citar:
 Rápida decomposição microbiana e oxidação da matéria
orgânica tornando-a estável com mínima produção de odores;
 Higienização do material devido às reacções exotérmicas de
decomposição;
 A maior parte dos sistemas usam pouca quantidade de energia
externa para funcionar, comparando com outros sistemas de
tratamento (Pereira Neto, 1987);
 Produção de fertilizantes naturais não contaminantes das águas
subterrâneas ou superficiais, como acontece com os
fertilizantes minerais (químicos, que lixiviam);
 Grande flexibilidade em escala de operação;

45
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

 Tratamento menos caro que os outros tipos de tratamento,


quando se entra em consideração com os ganhos ambientais
resultantes.

Como limitações ou desvantagens são citadas a necessidade de maior


área de terreno disponível que outros processos de tratamento e maior
utilização de mão-de-obra (em certas circunstâncias poderá não ser
uma desvantagem, mas exactamente o contrário, por absorver mão-
deobra, quase sempre não especializada).

A compostagem apresenta algumas vantagens, a saber:


 "Melhora da saúde do solo”. A matéria orgânica composta se
liga às partículas (areia, limo e argila), ajudando na retenção e
drenagem do solo melhorando sua aeração;
 Aumenta a capacidade de infiltração de água, reduzindo a
erosão;
 Dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas
invasoras;
 Aumenta o número de minhocas, insectos e microrganismos
desejáveis, devido a presença de matéria orgânica, reduzindo a
incidência de doenças de plantas;
 Mantêm a temperatura e os níveis de acidez do solo;
 Activa a vida do solo, favorecendo a reprodução de
microrganismos benéficos às culturas agrícolas;
 Aproveitamento agrícola da matéria orgânica;
 Processo ambientalmente seguro;
 Eliminação de patógenos;
 Economia de tratamento de efluentes.
 Redução do odor

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. O tratamento de resíduos sólidos pode ser entendido como:


i) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades químicas dos resíduos;
j) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades dos resíduos;
k) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades físicas dos resíduos;
l) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades biológicas dos resíduos.

46
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

2. O tratamento de resíduos sólidos tem como objectivo:


f) Impedindo o descarte inadequado dos resíduos sólidos no
meio ambiente natural;
g) Transformar o resíduo em material inerte ou biologicamente
instável;
h) Reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos
sólidos;
i) Obter matéria prima para o processo de compostagem;

3. Existem vários tipos de tratamento de resíduos sólidos, a


saber: tratamento físico, tratamento químico, tratamento
biológico e fisio-químico. Portanto, a secagem do resíduo é
um tratamento:
e) Físico;
f) Químico;
g) Biológico;
h) Fisico-químico

4. O termo compostagem pode ser considerado como um


processo de:
a) Reciclagem de restos de vegetais, inorgânicos e animais;
b) Oxidação biológica através do qual os microrganismos
decompõem os compostos constituintes dos materiais
orgânicos liberando monóxido de carbono e vapor de água;
c) Decomposição biológica (controlada) e artificial de materiais
orgânicos;
d) Tratamento de matéria orgânica.

5. Durante o processo de compostagem é possível observar três


fases:
a) Reciclagem de restos de vegetais, inorgânicos e animais;
b) Oxidação biológica através do qual os microrganismos
decompõem os compostos constituintes dos materiais
orgânicos liberando monóxido de carbono e vapor de água;
c) Decomposição biológica (controlada) e artificial de materiais
orgânicos;
d) Tratamento de matéria orgânica.

Respostas

1. Alínea correcta:b)
2. Alínea correcta: c)
3. Alínea correcta: a)

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

4. Alínea correcta: d)
5. Alínea correcta: d)

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)

1. O termo compostagem pode ser considerado como um


processo de:
a) Reciclagem de matéria orgânica;
b) Reutilização de matéria orgânica;
c) Redução de matéria orgânica;
d) Repensar na utilização da matéria orgânica
e) Recusar a utilização irracional de matéria orgânica

2. No processo de compostagem, as reações bioquímicas mais


intensas:
a) Ocorrem durante a bioestabilizacão e são predominantemente
termofílicas;
b) Ocorrem durante a humificacão e são predominantemente
termofílicas;
c) Ocorrem durante a bioestabilizacão e produzem composto
curado;
d) Ocorrem durante a humificacão e produzem compostosemi
curado;

3. No processo de compostagem, a maturidade do composto


ocorre quando:
a) A decomposição macrobiológica se completa e a matéria
orgânica é transformada em húmus;
b) A decomposição inorganica por acção de microbiológica se
completa e a matéria orgânica é transformada em húmus;
c) A decomposição microbiológica se completa e a matéria
orgânica é transformada em húmus;
d) A decomposição microbiológica se completa e a matéria
orgânica é transformada em húmus na fase de
bioestabilizacao.

4. Os principais factores que influenciam o processo de


compostagem são:

48
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) Características dos resíduos; matéria orgânica, humidade e


processo utilizado;
b) Características dos resíduos; microrganismos, humidade e
processo utilizado;
c) Características dos resíduos; matéria inorgânica, humidade e
processo utilizado;
d) Características dos resíduos; macrorganismos, humidade e
processo utilizado;

5. Das afirmações abaixo indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas
a) O ar contido nos interstícios da massa de material em
compostagem é importante para o metabolismo e tipo de
macrorganismos envolvidos no processo;
b) Durante a compostagem, o dióxido de carbono aumenta
gradualmente enquanto o oxigénio vai diminuindo os
interstícios da massa de material em compostagem;
c) Durante a compostagem, quando o oxigénio cai abaixo do nível
mínimo recomendável os microrganismos aeróbios começam a
rarear e aparecem os anaeróbios;
d) Níveis inadequados de oxigenação podem levar ao decréscimo
de microrganismos anaeróbios, causando assim emanação de
gases de cheiro desagradável.

UNIDADE Temática 1.5. Tratamento de resíduos sólidos: incineração

Incineração
É uma das tecnologias térmicas existentes para tratamento de resíduos.
Incineração é a queima de materiais em alta temperatura (geralmente
acima de 900ºC), em mistura com uma quantidade apropriada de ar e
durante um tempo pré-determinado, transformando o resíduo em
dióxido de carbono, vapor de água e cinza. A incineração é também um

49
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

tratamento eficaz para reduzir a quantidade e volume de resíduos, bem


como a sua toxicidade, tornando o resíduo absolutamente inerte em
pouco tempo. Essa combustão acontece numa instalação, usualmente
denominada usina de incineração, projectada para esse fim. No
entanto, gera o problema da geração de material residual (cinza, gases
gerados, escórias e lodos) após a queima, a qual ainda necessita de um
destino final adequado. Praticamente todos os tipos de resíduos podem
ser incinerados, com excepção dos resíduos da construção civil.

É uma das tecnologias utilizadas para tratamento dos resíduos sólidos,


tanto urbanos como industriais, utilizada em especial nos países
nórdicos, devido à necessidade de diversificação das fontes energéticas
para aquecimento, à densidade populacional elevada e devido à falta
de terrenos apropriados para outras soluções. Para o tratamento dos
resíduos hospitalares perigosos para a saúde e certos resíduos
industriais perigosos é, porventura um dos métodos mais seguros.

A incineração apresenta as seguintes vantagens:

 Redução drástica do volume a ser descartado


 Redução do impacto ambiental, destoxifição
 Eliminação de resíduos patogénicos e tóxicos
 Recuperação de energia e/ou produção de energia sob a
forma de electricidade ou de vapor de água

As desvantagens são:

 Elevado custo de investimento e de manutenção


 Necessidade de mão-de-obra qualificada
 Problemas operacionais
 Emissão de substâncias perigosas como dioxinas, furanos,
gases de mercúrio e ácidos, bem como elevado teor em
metais pesados nas cinzas produzidas pela combustão do
processo.

A tecnologia de Incineração hoje empregada no mundo incorpora além


dos mecanismos de aproveitamento da energia térmica, o
desenvolvimento de sistemas de tratamento e depuração de gases,
capazes de controlar, significativamente, a emissão de poluentes
atmosféricos, e satisfazer, em geral, aos padrões ambientais de emissão
vigentes.

Em função da tecnologia de Incineração inicialmente empregada no


mundo, a partir do início do século passado, não contemplar o controle
da emissão de gases poluentes, problemas ambientais relacionados à
poluição do ar foram de fato a ela associados, influenciando,
negativamente, seu maior desenvolvimento. Observa-se que em todo o

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

mundo, e inclusive em Moçambique, o imaginário popular sobre a


tecnologia de Incineração sempre a associou, e continua a associando a
uma fonte de emissão de gases poluentes.

Tecnologias de Incineração

A incineração utiliza-se processos que geram elevadas temperaturas


quando da queima de resíduo sólido urbano (RSU) combustíveis em
fornos na presença de oxigénio em excesso. Tem-se a geração de cinzas
(materiais inorgânicos), com algum material carbonáceo residual como
principal resíduo do processo.

Actualmente, as técnicas de incineração mais utilizadas são o Mass


Burning e o Refuse-derived Fuel. Na modalidade Mass Burning, os
resíduos são incinerados de forma bruta, sem qualquer pré-tratamento,
exceptuando a remoção de partes de grandes dimensões. Por outro
lado, na modalidade Refuse-derived Fuel, os resíduos são previamente
processados, de forma a remover materiais recicláveis e minimizar a
heterogeneidade da massa a ser efectivamente incinerada. Por não
requerer a etapa prévia de processamento, a técnica Mass Burning é a
mais frequentemente utilizada.

Materiais e parâmetros utilizados tanto no projeto como também na


construção do incinerador – como queimadores, sopradores, material
refratário, isolante térmico, interface refratário-aço, e a sincronia entre
as câmaras – também são pontos primordiais para minimizar a
quantidade de combustível auxiliar necessária a ser utilizada. Existem
hoje no mercado, incineradores com baixo teor de emissões, alta
eficiência de queima e baixo consumo de combustível.

Questões Ambientais

As emissões atmosféricas provenientes da queima de RSU


correspondem ao impacto ambiental mais importante da incineração.
Essas são constituídas principalmente por gás carbônico (CO2), óxidos
de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), nitrogênio (N2) e material
particulado. Em menores concentrações, pode também ocorrer a

51
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

emissão de gases ácidos clorídrico (HCl) e fluorídrico (HF). Associados à


combustão incompleta, há ainda a produção de monóxido de carbono
(CO), hidrocarbonetos, dioxinas, e furanos; e associados ao material
particulado, a emissão de metais pesados.

As dioxinas e furanos são substâncias organocloradas que podem estar


presentes nos RSU, ou serem formadas sob temperaturas em torno de
300oC, durante a etapa de resfriamento dos gases, após a incineração.
Classificados como Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)
apresentam elevado potencial tóxico e danoso à saúde humana. O
maior risco de contaminação por dioxinas ocorre em função de sua
deposição e diluição na água.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. O termo incineração pode ser considerado como:
a) É uma das tecnologias térmicas existentes para tratamento de
resíduos líquidos;
b) Queima de materiais em alta temperatura transformando o
resíduo em dióxido de carbono, vapor de água e cinza;
c) Queima de materiais em alta temperatura transformando o
resíduo em dióxido de carbono, vapor de água e metano;
d) A incineração é também um tratamento eficaz para reduzir a
quantidade e volume de resíduos, bem como a sua toxicidade,
tornando o resíduo absolutamente solúvel em pouco tempo.

2. É ideal que a incineração ocorra em:


a) Usina de incineração
b) Usina eléctricoquimica;
c) Usina de etanol
d) Estufas

3. Assinale com “V” as verdadeiras e com “F” as falsas:


a) A incineração é considerada tecnologia limpa e não material
residual;
b) O material residual da incineração necessita de um destino final
adequado;
c) Praticamente todos os tipos de resíduos podem ser incinerados,
sem excepção;
d) Nalguns países, a incineração tem sido vista como solução para
a diversificação das fontes energéticas para aquecimento, à
densidade populacional elevada e devido à falta de terrenos

52
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

apropriados para disposição final e adequada dos resíduos


sólidos urbanos.

4. A incineração é uma tecnologia considerada mais segura para:


a) Resíduos hospitalares e industriais perigosos
b) Resíduos da construção civil e domésticos
c) Resíduos industriais e comerciais
d) Resíduos de serviços de transportes e resíduos hospitalares

5. Constituem vantagens da incineração dos resíduos sólidos as


seguintes Assinale com “V” as verdadeiras e com “F” as falsas):
a) Redução drástica do volume a ser descartado
b) Eliminação de resíduos patogénicos e tóxicos
c) Redução do impacto ambiental, destoxifição
d) Menor custo de investimento

Respostas

1. Alínea correcta: b)
2. Alínea correcta: a)
3. Alínea correcta: a) F, b) V, c) F, d) V
4. Alínea correcta: a)
5. Alínea correcta: a) V, b) V, c) V, d) F

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)

1. Constituem desvantagens da incineração dos resíduos sólidos


as seguintes Assinale com “V” as verdadeiras e com “F” as
falsas):
a) Elevado custo de investimento e de manutenção
b) Mão-de-obra barata
c) Emissão de substâncias perigosas
d) Menor custo de investimento

2. Actualmente, as técnicas de incineração mais utilizadas são o


Mass Burning e o Refuse-derived Fuel. Portanto, na
modalidade Mass Burning:

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) Os resíduos são incinerados de forma bruta, sem qualquer pré-


tratamento
b) Faz-se a adição de resíduos de grandes dimensões
c) Os resíduos são incinerados de forma bruta, com um prévio pré-
tratamento
d) Nenhuma das opções está correcta

3. Assinale com “V” afirmações as verdadeiras e com “F” as


falsas:
a) A técnica Mass Burning é a mais frequentemente utilizada por
não requerer a etapa prévia de processamento
b) A técnica Refuse-derived é a mais frequentemente utilizada por
não requerer a etapa prévia de processamento
c) A técnica Refuse-derived é onerosa se comparada com a Mass
Burning
d) Menor custo de investimento

4. As emissões atmosféricas provenientes da queima de RSU, são


constituídas principalmente por:
a) Gás carbônico (CO2), óxidos de enxofre (SOx), óxidos de
nitrogênio (NOx), nitrogênio (N2) e ácido fluorídrico (HF);
b) Gás carbônico (CO2), óxidos de enxofre (SOx), óxidos de
nitrogênio (NOx), nitrogênio (N2), ácidos clorídrico (HCl) e etanol;
c) Gás 54 arbónico (CO2), óxidos de enxofre (SOx), óxidos de
nitrogênio (NOx), nitrogênio (N2) e material particulado
d) Metais pesados, Metano, óxidos de nitrogênio (NOx), nitrogênio
(N2) e ácido clorídrico (HCl);

5. As emissões atmosféricas provenientes da queima de RSU,


estão no estado:
a) Líquido
b) Sólido
c) Gasoso
d) As três opções juntas estão correctas

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

UNIDADE Temática 1.6. Disposição final dos resíduos sólidos: aterro sanitário, aterro controlado
e lixões
A última etapa do plano de gestão de resíduos sólidos refere-se à
destinação final dos resíduos, configurando-se como um grande desafio
para as cidades em virtude da grande quantidade de resíduos gerada.
Como alternativas de disposição final podem ser citadas:
aterro sanitário, aterro controlado e lixões.

Aterro Sanitário
Aterro sanitário é um sistema devidamente preparado para a deposição
dos resíduos sólidos, agregando, determinados componentes e práticas
operacionais, como por exemplo, divisão em células, compactação dos
resíduos, cobertura, sistema de impermeabilização, sistemas de
drenagem e tratamento para líquidos e gases, monitoramento
geotécnico e ambiental, entre outros (BOSCOV, 2008, p.95) (Fig. 2). O
aterro sanitário é a forma de por o lixo sobre o solo, compactando-o
com tractor, reduzindo-o ao menor volume permissível e recobrindo-o
com camada de terra compactada, na frequência necessária de modo a
ocupar a menor área possível”.

Os principais subprodutos de um aterro sanitário são: chorume, águas


percoladas e os gases. Portanto, as principais características do aterro
sanitário são:

 Impermeabilização da base do aterro - evitando o contato do


chorume com as águas subterrâneas, podendo ser com
geomenbranas sintéticas;

 Instalação de drenos de gás - constituindo-se como um canal de


saída do gás metano do interior do aterro para a atmosfera. Esse
gás pode ser apenas queimado e transformado em gás
carbônico ou pode ser recolhido para o aproveitamento
energético;

 Sistema de colecta de chorume - por meio de drenos que


coletam o líquido decorrente da decomposição da matéria
orgânica. Este líquido coletado é enviado para sistema de
tratamento de efluentes.

 Sistema de tratamento de chorume - onde o mesmo é coletado


e encaminhado para um sistema de tratamento para posterior
descarte em um curso hídrico. O tratamento pode ser feito no
próprio local ou o chorume coletado pode ser transportado para
um local apropriado (geralmente uma Estação de Tratamento
de
55
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Esgotos). O tipo de tratamento varia, podendo ser utilizados


tratamentos mais convencionais por meio da utilização de
lagoas anaeróbias, aeróbias e lagoas de estabilização ou
também mediante a adição de substâncias químicas ao
chorume.

 Sistema de drenagem de águas pluviais - evitando que as águas


se juntem ao chorume. Esse sistema de captação e drenagem de
águas de chuva tem por objetivo drenar a água por locais
apropriados para evitar a infiltração e contato com o chorume,
minimizando o volume a ser tratado.

No aterro sanitário, as operações devem incluir a compactação do lixo


e cobertura diária dos resíduos com terra, o que ajuda a evitar a
emanação de maus odores e o crescimento de vectores. Alem disso, o
aterro sanitário precisa ser cercado para evitar actividade de catadores.

Quando a capacidade do aterro se esgota, a área deve ser recuperada


do ponto de vista paisagístico e de utilização pela sociedade,
respeitando-se as limitações técnicas inerentes as características do
terreno aterrado com resíduo. Entre as soluções sanitárias e
ambientalmente adequadas, os aterros sanitários são considerados a
forma mais recomendada para solucionar a problemática dos resíduos
sólidos domésticos em cidades médias e grandes.

Fig. 2: Aterro Sanitário

Aterro controlado (“Aterro incompleto”)

56
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Para situações intermediárias entre os lixões e aterros sanitários,


propõe-se a utilização da expressão aterros incompletos em
substituição a expressão usualmente usada aterro controlado. Ao
contrário do aterro sanitário, aterro controlado visa apenas à cobertura
dos resíduos com uma camada de terra, evitando a proliferação de
vectores e o seu carreamento pelas águas pluviais, não dispondo de
área impermeabilizada, nem drenagem/tratamento de líquidos e gases.
Essa forma de disposição é preferível ao lixão, mas ainda não é
considerada a melhor forma, pois ela apenas minimiza os impactos
ambientais e não previne a poluição ambiental.

Lixões (“Aterros comuns”)


É uma forma de disposição de resíduos sólidos nas quais não há
quaisquer cuidados para a redução dos impactos ambientais e a saúde
pública. São caracterizados pela simples descarga de lixo sem qualquer
tratamento e critérios de disposição. Alguns autores defendem que os
lixões não podem, a rigor, ser considerados forma de disposição final,
já que dispor significa colocar de forma ordenada (Nuvolari, 2013). Do
ponto de vista social os lixões acabam refletindo a miséria encontrada
na região, porque são fontes de renda e alimento dos catadores. Os
lixões são a forma mais numerosa de locais de destinação final de
resíduos sólidos em Moçambique. Portanto, os lixões são inadequados
do ponto de vista sanitário pelas seguintes razões:

 Proliferação de vectores e aparecimento de doenças;


 Poluição do solo, águas, ar, entre outros problemas ambientais;
 Poluição de áreas superficiais das vizinhanças.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Do ponto de vista social, sobre os lixões/lixão pode-se


afirmar:
a) Acabam reflectindo a miséria encontrada na região/local,
porque são fontes de renda e alimento dos catadores;
b) Ineficiência e ineficácia das entidades que zelam pela gestão dos
resíduos sólidos;
c) É a forma mais numerosa de locais de destinação final de
resíduos sólidos em Moçambique e noutros países
desenvolvidos;
d) Nenhuma das opcões.

57
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

2. A última etapa do plano de gestão de resíduos sólidos refere-


se à:
a) Reciclagem;
b) Acondicionamento;
c) Tratamento térmico;
d) Destinação final dos resíduos

3. Os principais subprodutos de um aterro sanitário são:


a) Chorume, águas percoladas e os gases;
b) Chorume, águas percoladas e os particulados mal cheirosos;
c) Restos minerais, águas percoladas e os gases;
d) Matéria orgânica, águas percoladas e os gases.

4. Entre as soluções sanitárias e ambientalmente adequadas


para a disposição final dos resíduos sólidos, o enfoque vai
para:
a) Aterros controlados
b) Lixões;
c) Aterros sanitários;
d) Todas as opções estão correctas.

5. Ao contrário do aterro sanitário, aterro controlado visa


apenas à:
a) Cobertura dos resíduos com uma camada de argila, evitando a
proliferação de vectores e o seu carreamento pelas águas
pluviais, não dispondo de área impermeabilizada, nem
drenagem/tratamento de líquidos e gases;
b) Cobertura dos resíduos com uma camada de terra, evitando a
proliferação de vectores e o seu carreamento pelas águas
pluviais, não dispondo de área impermeabilizada, nem
drenagem/tratamento de líquidos e gases;
c) Cobertura dos resíduos com uma camada de terra, estimulando
a proliferação de vectores e o seu carreamento pelas águas
pluviais, não dispondo de área impermeabilizada, nem
drenagem/tratamento de líquidos e gases;
d) Cobertura dos resíduos com uma camada de terra, evitando a
proliferação de vectores e o seu carreamento pelas águas
pluviais, dispondo de área impermeabilizada e
drenagem/tratamento de líquidos e gases;

Respostas

1. Alínea correcta: a)
2. Alínea correcta: d)
3. Alínea correcta: a)
4. Alínea correcta: c)

58
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

5. Alínea correcta: b)

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)


1. Como alternativas de disposição final podem ser citadas:
a) Aterro sanitário;
b) Aterro controlado;
c) Lixões;
d) Todas opções acima estão correctas.

2. As principais características do aterro sanitário são:


a) Impermeabilização da base do aterro, instalação de drenos de
gás, sistema de colecta de chorume, sistema de tratamento de
chorume e sistema de drenagem de águas pluviais;
b) Permeabilização da base do aterro, instalação de drenos de gás,
sistema de colecta de chorume, sistema de tratamento de
chorume e sistema de drenagem de águas pluviais;
c) Impermeabilização da base do aterro, instalação de drenos de
particulados, sistema de colecta de chorume, sistema de
tratamento de chorume e sistema de drenagem de águas
pluviais;
d) Impermeabilização da base do aterro, instalação de drenos de
gás, sistema de colecta de chorume, sistema de tratamento de
chorume e sistema de drenagem de águas fluviais.
.
3. No aterro sanitário, as operações devem incluir a
compactação do lixo e cobertura diária dos resíduos com
terra, com o fim de:
a) Evitar a dispersão do chorume e o crescimento de vectores
b) Evitar a emanação de maus odores e o crescimento de vectores;
c) Evitar a emanação de maus odores e o desperdício de matéria
orgânica útil ao solo;
d) Evitar a contaminação do solo e águas bem como o crescimento
de vectores.

4. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas::
a) Ainda não é considerada a melhor forma, o aterro controlado
minimiza os impactos ambientais e não previne a poluição
ambiental, isto se comparado ao lixão;
b) Dentre o aterro controlado e lixão é preferivel o aterro
controlado por ser uma das formas mais baratas;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

c) O lixão é uma forma de disposição de resíduos sólidos nas quais


não há quaisquer cuidados para a redução dos impactos
ambientais e a saúde pública;
d) O aterro controlado tal como aterro sanitário são caracterizados
pela simples descarga de lixo sem qualquer tratamento e
critérios de disposição.

5. Os lixões são inadequados do ponto de vista sanitário pelas


seguintes razões:
a) Proliferação de vectores e aparecimento de doenças;
b) Poluição do solo, águas, ar, entre outros problemas ambientais;
c) Poluição de áreas superficiais das vizinhanças;
d) Todas as opções acima estão correctas.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

UNIDADE Temática 1.7. Minimização de Resíduos: Reduzir, Reutilização e Reciclagem - 3R’s


Panorama em Moçambique e nos países da SADC

A minimização da produção de resíduos é uma tarefa gigantesca que


pressupõe a consciencialização dos agentes políticos e económicos e
das populações em geral para que todos se sintam responsáveis pela
implementação de medidas tendentes à redução dos resíduos. A
educação ambiental tem se mostrado a chave fundamental para o
sucesso dos programas de minimização de resíduos, pois propicia a
aprendizagem do cidadão sobre o seu papel como gerador de resíduos,
atingindo escolas, repartições públicas, residências, escritórios,
fábricas, lojas, enfim, todos os locais onde os cidadãos geram resíduos.
Um dos princípios básicos da educação ambiental visando as mudanças
de padrão de consumo, é por meio da priorização dos 3R’s (reduzir,
reutilizar e reciclar).

Reduzir: significa estabelecer padrões de consumo que diminuam a


produção de resíduos sólidos nas fontes geradoras. A redução dos
resíduos sólidos tem efeito directo nos custos de colecta e de disposição
final de resíduos. Eis alguns exemplos de redução de resíduos sólidos:
 Imprimir trabalhos de computador somente quando necessário;
 Preferir correio electrónico em vez de papel para
correspond6encias;
 Preferir produtos mais duráveis;
 Concertar e/ou actualizar tecnologicamente equipamentos
antigos em vez de comprar novos;

Reutilizar: significa utilizar o produto novamente, para a mesma


finalidade ou para a outra, sem necessidade de transformação do
material. A reciclagem amplia a “vida” do material. Exemplos:
 Utilização da face em branco de papeis já utilizado de um lado;
 Utilização de garrafas retornáveis/reutilizáveis;
 Reutilizar sacolas plásticas para novas compras ou para colocar
resíduos;
 Utilizar embalagens diversas (caixas de sapatos, caixas de
chocolates, copos de iogurte, latas de refrigerante, etc.) para
guardar pequenos objectos (canetas, clips, etc.)

Reciclagem ou recuperação do material: a reciclagem é um processo


no qual os resíduos são reaproveitados para um novo produto,
economizando matéria-prima que seria necessária para a produção
destes novos produtos. A reciclagem envolve a colecta de resíduos e
seu subsequente processamento em novos produtos. Na reciclagem, o

61
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

resíduo é usado como matéria-prima para produção de um novo


material. Exemplos:
 Transformar latas de alumínio usadas em novas latas de
alumínio;
 A compostagem é uma forma de reciclagem do resíduo
orgânico.

A reciclagem é facilitada pelo correcto acondicionamento dos resíduos,


por meio da realização da colecta selectiva. Cabe destacar que as
associações dos catadores também contribuem para a reciclagem, uma
vez que eles realizam a colecta dos resíduos e posteriormente efectuam
a venda para as recicladoras, aumentando o índice de separação de
materiais para a reciclagem.

Panorama em Moçambique e nos países da SADC


Com o objectivo de organizar as linhas gerais observadas nos modelos
de gestão de resíduos dos países da SADC, alguns aspectos
fundamentais serão retomados. Todos os países da SADC assumem
como metas prioritárias: a prevenção, através da redução do volume de
resíduos na fonte (com ênfase no desenvolvimento de tecnologias
limpas nas linhas de produção e análise do ciclo de vida de novos
produtos a serem colocados no mercado); a reciclagem e a reutilização
dos resíduos; a transformação através de tratamentos físicos, químicos
e biológicos, enfatizando a incineração com aproveitamento de energia,
como forma de redução do volume de resíduos, aumentando o período
de vida útil dos aterros sanitários. Recomenda-se também a disposição
final somente dos "resíduos últimos", isto é, aqueles que já passaram
por alguma forma de tratamento e não são passíveis de reutilização.
Além disso, a reabilitação das áreas contaminadas por antigas descargas
de

resíduos, enquadra-se nas prioridades.

Prevenção e/ou controlo da poluição ambiental


Poluição ambiental é a adição ou lançamento de qualquer substância
ou forma de energia (luz, calor, som), no meio ambiente, em
quantidades que resulte em concentrações maiores do que as
naturalmente encontradas. Os tipos de poluição são classificados em
relação a componente ambiental afectado (poluição do ar, água e solo),
a natureza do poluente lançado (poluição química, térmica, sonora,
visual,radioactiva) ou tipo de actividade poluidora (poluição industrial,
agrícola, etc) (Nuvolari, 2013).Poluição ambiental também pode ser
definida como degradação ambiental, resultante de actividades que,
directa ou indirectamente: a) Prejudiquem a saúde, a segurança, e o
bem-estar da população, b) criem condições adversas as actividades

62
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

sociais e económicas, c) afectem as condições estéticas ou sanitárias do


meio ambiente; d) lancem materiais ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos. A seguir analisamos algumas formas
de poluição ambiental:

 Poluição hídrica: é qualquer alteração de suas propriedades


físicas, químicas ou biológicas, que possa importar em prejuízo
à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causar
dano à flora e à fauna, ou comprometer o seu uso para fins
sociais e económicos. Quando se fala em poluição das
águas,devem ser abrangidas não só as águas superficiais como
também as subterrâneas. Uma das principais fontes de poluição
das águas são os resíduos urbanos, tanto os industriais quanto
os rurais, que são despejados voluntária ou involuntariamente.
Algumas medidas de prevenção e controle da poluição das
águas incluem: a) sistema adequado de recolha e remoção de
resíduos sólidos e líquidos, b) estacão apropriadas para
tratamento de resíduos e c) controlo dos aterros sanitários
evitando que os resíduos atinjam os recursos hídricos.

 Poluição atmosférica: pode ser definida como a modificação da


sua composição química do ar atmosférico, seja pelo
desequilíbrio dos seus elementos constitutivos, seja pela
presença de elemento químico estranho, que venha causar
prejuízo ao equilíbrio do meio ambiente e, consequentemente,
à saúde dos seres vivos.Dentre várias fontes deste tipo de
poluição, importa mencionar: incineração de lixo e perdas por
evaporação, meios de transporte e sistemas de aquecimento
com combustíveis.

Eis algumas medidas de prevenção e controle da poluição do ar:


abolição da incineração de resíduos domésticos e controlo da sua
queima.

 Poluição do solo: poluição do solo e do subsolo consiste na


deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação,
injeção ou enterramento no solo ou no subsolo de substâncias
ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido ou gasoso. A
contaminação dos solos dá-se principalmente por resíduos
sólidos e líquidos, águas contaminadas, efluentes sólidos e
líquidos, efluentes provenientes de actividades agrícolas,
etc.Algumas medidas genéricas de prevenção e controlo da
poluição do solo incluem: a) Prática adequadas de remoção e

63
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

eliminação dos resíduos sólidos; b) Afastamento conveniente


entre as zonas de aterro sanitários e os recursos hídricos, c)
Controlo de eventuais sistemas de tratamento de esgotos que
utilizem processos de disposição no solo, d) controlo na
aplicação de pesticidas, entre outras.

 Poluição sonora: é a produção de sons, ruídos ou vibrações em


desacordo com as precauções legais, podendo acarretar
problemas auditivos irreversíveis, perturbar o sossego e a
tranquilidade alheias”. A poluição sonora pode causar ainda
mau humor, doenças cardíacas e, consequentemente, queda na
produtividade física e mental. Esse tipo de poluição tem como
causas principalmente o barulho de automóveis, aviões, obras,
gritarias, etc., podendo ser mais ou menos nociva, conforme sua
duração, repetição e intensidade (em decibéis). A prevenção e
controlo da poluição acústica pode ser feita através do controlo
da emissão e propagação de ruídos (restrição legal,
aperfeiçoamento dos equipamentos, uso de isolantes em
pavimentos, paredes, etc).

 Poluição visual: trata-se de poluição visual a degradação do


ambiente natural ou artificial que provoca incómodo visual. O
excesso de resíduos mal acondicionado, outdoors, propagandas,
cartazes, etc., faz com que a cidade fique visualmente poluída,
pois estes além de deixarem a cidade feia, ainda a torna cada
vez mais suja, devido aos papéis que são jogados na rua.A
poluição visual pode ser evitada através de controlo na fonte do
risco, controlo na trajectória do risco (entre a fonte e o receptor)
e controlo no receptor. Estas medidas podem ser reforçadas
com a consciencialização de todos em matéria de gestão
sustentável de resíduos sólidos.

 Poluição radioactiva: radiação é o efeito químico proveniente de


ondas e energia calorífera, luminosa, etc. Existem três tipos de
radiação: raios alfa e raios beta, que têm a absorção mais fácil,
e raios gama, que são muito mais penetrantes que os primeiros,
já que se tratam de ondas electromagnéticas. O contacto
contínuo à radiação causa danos aos tecidos vivos,
tendo como principais efeitos a leucemia, tumores, queda de
cabelo, diminuição da expectativa de vida, mutações genéticas,
lesões a vários órgãos etc.

Assim, poluição radioactiva é o aumento dos níveis naturais de


radiação por meio da utilização de substâncias radioactivas

64
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

naturais ou artificiais. A poluição radioactiva tem como fontes


as substâncias radioactivas naturais que são as substâncias que
se encontram no subsolo, e que acompanham alguns materiais
de interesse económico, como petróleo e carvão, que são
trazidas para a superfície e espalhadas no meio ambiente por
meio de actividades das mineradoras, principalmente. E as
substâncias radioactivas artificiais, as que não são radioactivas,
mas que nos reactores ou aceleradores de partículas são
“provocadas”. Os resíduos radioactivos constituem potencial
fonte de poluição radioactiva nos locais em que se muito se usa
ou produzem matérias que são fontes das substâncias
radioactivas. Portanto, o controlo deste tipo de poluição começa
na fonte geradora do resíduo, garantindo o acondicionamento,
transporte e tratamento adequado.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Constituem exemplo de reciclagem de resíduos sólidos o


seguintes:
a) A compostagem;
b) A incineração;
c) A padronização;
d) Nenhuma das opções.

2. No âmbito do panorama de gestão de resíduos sólidos em


Moçambique e nos países da SADC, todos os países da SADC
assumem como metas prioritárias:
a) Prevenção;
b) Reciclagem;

c) Reutilização;
d) Transformação
e) Todas opções estão correctas

3. A gestão incorrecta dos resíduos sólidos tem sido um dos


principais motivos da poluição ambiental. Esta, é definida
como:
a) Adição ou lançamento de qualquer substância ou forma de
energia (luz, calor, som), no meio ambiente, em quantidades

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

que resulte em concentrações maiores do que as naturalmente


encontradas;
b) Adição ou lançamento de qualquer substância ou forma de
energia (luz, calor, som), no meio ambiente, em quantidades
que resulte em concentrações menores do que as naturalmente
encontradas;
c) Alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
ambiente, donde a propriedade biológica é a mais importante;
d) Nenhuma das opções.

4. No âmbito da minimização da produção de resíduos, um dos


princípios básicos da educação ambiental visando as mudanças
de padrão de consumo é por meio da priorização de:
a) Reduzir e reciclar;
b) Reduzir e reutilizar;
c) Reutilizar e reciclar;
d) Reduzir, reutilizar e reciclar.

5. Constituem exemplo de redução de resíduos sólidos o


seguintes:
a) Comprar produtos internacionais.
b) Imprimir trabalhos de computador somente quando necessário;
c) Fazer fotocopias de trabalhos a cor;
d) Preferir produtos descartáveis;

Respostas

1. Alínea correcta: a)
2. Alínea correcta: e)
3. Alínea correcta: a)
4. Alínea correcta: d)
5. Alínea correcta: b)

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)


1. A minimização da produção de resíduos é uma tarefa
gigantesca que pressupõe:
a) Consciencialização dos agentes políticos e económicos e das
populações em geral para que todos se sintam responsáveis pela
implementação de medidas tendentes à redução dos resíduos;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

b) Só e somente a consciencialização da comunidade local para que


sintam-se responsáveis pela implementação de medidas
tendentes à redução dos resíduos;
c) Reutilização dos resíduos, usando-os como matéria prima para
produção de novos produtos;
d) 5R’s visando alteração das características, a composição e as
propriedades dos resíduos.

2. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas:
a) A educação ambiental tem se mostrado a chave fundamental
para o sucesso dos programas de minimização de resíduos;
b) Um dos princípios básicos da educação ambiental visando as
mudanças de padrão de consumo, é por meio da priorização dos
3 Rs;
c) Reduzir significa estabelecer padrões de consumo que
diminuam a produção de resíduos sólidos nas fontes geradoras;
d) A redução dos resíduos sólidos tem efeito directo no aumento
dos custos de colecta e de disposição final de resíduos.

3. Constituem exemplo de reutilização de resíduos sólidos o


seguintes:
a) Utilização da face em branco de papeis já utilizado de um lado;
b) Utilizar sacolas plásticas para novas compras ou para colocar
resíduos;
c) Utilizar embalagens de vidro;
d) Nenhuma das opções.

4. A reciclagem é um processo no qual:


a) Os resíduos são reaproveitados para um novo produto;
b) A matéria prima é de proveniência endógena;
c) Envolve a colecta de resíduos e seu subsequente processamento
em produtos inacabados;
d) Todas opções acima mencionadas estão correctas.

5. Não é comum que os resíduos domésticos causem os seguintes


tipos de poluicão;
a) Hídrica e atmosférica;
b) Hídrica e do solo;
c) Solo e visual
d) Radioactiva e sonora

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

UNIDADE Temática 1.8. EXERCÍCIOS deste tema

1. Transporte de resíduos sólidos pode ser considerado como


(escolha a opcão mais correcta:
a) A transferência física dos resíduos coletados até uma unidade
de tratamento ou disposição final, mediante o uso de veículos
apropriados;
b) A transferência física dos resíduos coletados até uma unidade
de tratamento formal;
c) A transferência física dos resíduos coletados até aos lixões,
mediante o uso de veículos apropriados;
d) Fisico-químico

2. As altas temperaturas têm sido consideradas necessárias para


uma boa compostagem. Portanto:
a) Numa leira ou pilha em compostagem, as temperaturas
desenvolvem-se do interior para o exterior de forma
decrescente, quando anaeróbica;
b) Numa leira ou pilha em compostagem, as temperaturas
desenvolvem-se do exterior para o interior de forma
decrescente, quando aeróbias;
c) Numa leira ou pilha em compostagem, as temperaturas
desenvolvem-se do interior para o exterior de forma
decrescente, quando aeróbias;
d) Numa leira ou pilha em compostagem, as temperaturas
desenvolvem-se do interior para o exterior de forma crescente,
quando aeróbias.

3. Durante a compostagem, como processo biológico, os


elementos C e N são fundamentais. Portanto (assinale com
“V” as verdadeiras e com “F” as falsas);

a) A relação C/N depende do microrganismo e do meio de


crescimento ;

68
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

b) A disponibilidade de C é a maior fonte de energia para os


microrganismos ;
c) A carência de N é limitante no processo, por ser essencial para
o crescimento e reprodução celular;
d) A adição de um composto de elevada C/N ao solo, conduz à
competição pelo azoto disponível.

4. Com o objectivo de organizar as linhas gerais observadas nos


modelos de gestão de resíduos dos países da SADC. Todos os
países da SADC assumem como metas prioritárias. Indique a
alínea correcta.
a) A prevenção, a reciclagem, a deposição e a reutilização;
b) A prevenção, a cristalização e a reutilização;
c) A prevenção, a reciclagem, a reutilização, a reabilitação e a
transformação.
d) A prevenção, a reciclagem, a reutilização e a transformação.

5. A maioria das cidades Moçambicanas não adopta soluções


correctas para o destino final do lixo produzido, o que gera
muitos inconvenientes para a saúde da população. É comum a
disposição dos resíduos a céu aberto, o que certamente agrava
os problemas ecológicos nos grandes centros. Com relação aos
diferentes métodos de tratamento de resíduos sólidos
urbanos, é correcto afirmar:
a) A incineração tem como vantagens baixo custo de operação,
manutenção e investimento.
b) A incineração é uma técnica alternativa indicada para o
tratamento de material com elevado teor de humidade.
c) A grande vantagem de um aterro sanitário é que o chorume
percola no solo, evitando contaminação de águas superficiais e
subterrâneas.
d) A decomposição aeróbia da matéria orgânica no aterro sanitário
resulta em elevada produção de metano.
e) A combustão do lixo em incineradores ocorre a temperaturas
entre 800 e 1.000°C.

6. Existem vários tipos de tratamento de resíduos, que podem ser


divididos de várias formas, dependendo da disposição final.
Indique, entre as opções abaixo, a alternativa correcta de tipos
de tratamentos.
I. Tratamento físico: separação e redução de volume.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

II. Tratamento Físico-químico: inertização e redução de volume


e toxicidade.
III. Tratamento químico: separação e redução de volume e
toxicidade
IV.
7. Quanto a Origem os resíduos sólidos são classificados nas
seguintes categorias:
a) Resíduos sólidos domiciliares;
b) Resíduos sólidos industriais;
c) Resíduos sólidos comerciais;
d) Resíduos sólidos de saúde;
e) Resíduos sólidos de serviços de transporte;
f) Resíduos sólidos de construção civil.
g) Todas opções estão correctas

8. As características dos resíduos sólidos determinam a


classificação dos resíduos e, consequentemente, a forma de
manuseio e operação. Assinale a opção correcta.
a) Densidade aparente, medida em humidade de massa por
unidade de volume;
b) Humidade, em percentagem de massa;
c) Composição qualitativa, que corresponde a lista dos materiais e
substâncias de interesse presente nos resíduos;
d) Composição quantitativa, que corresponde a quantidade
percentual dos materiais ou a quantidade massa/massa de
substância de interesse;
e) Caracterização química, que corresponde a quantificação dos
elementos químicos presentes ou comportamento do resíduo
submetido a testes químicos, como lixiviação, solubilização e
combustão.

9. O tratamento de resíduos sólidos pode ser entendido como:


a) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades químicas dos resíduos;
b) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades dos resíduos;
c) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades físicas dos resíduos;
d) Processos que alteram as características, a composição e as
propriedades biológicas dos resíduos.

10. O tratamento de resíduos sólidos tem como objectivo:


a) Impedindo o descarte inadequado dos resíduos sólidos no
meio ambiente natural;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

b) Transformar o resíduo em material inerte ou biologicamente


instável;
c) Reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos
sólidos;
d) Obter matéria-prima para o processo de compostagem;

TEMA – II: COOPERATIVISMO


UNIDADE Temática 2.1. Introdução, Cooperativismo: Cooperativa de
Catadores de Materiais Recicláveis e Cooperativa de Reciclagem.
UNIDADE Temática 2.2. EXERCÍCIOS deste tema

UNIDADE Temática 2.1.Introdução, Cooperativismo: Cooperativa de Catadores


de Materiais Recicláveis e Cooperativa de Reciclagem.

Introdução
A história da humanidade relata que o ser humano pratica a união há
milhares de anos, pois há exemplos dos egípcios, gregos, romanos e,
mais recentemente, dos incas, maias e astecas, que se valiam da união
na arte de caçar, de pescar, de construir e de cultivar a terra. Também
praticavam a cooperação no desenvolvimento da cultura, da
arquitectura, da medicina e outras.

O Cooperativismo é uma doutrina que considera as cooperativas como


forma ideal de organização da humanidade, baseado na democracia,
participação, direito e deveres iguais para todos, sem discriminação de
qualquer natureza, para todos os sócios.

O cooperativismo como conhecemos hoje, tem suas origens na


Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra do século 18, época em que
a mão-de-obra perdeu grande poder de troca. Os baixos salários e a
longa jornada de trabalho trouxeram muitas dificuldades
socioeconómicas para a população. Diante desta crise surgiram, entre a
classe operária, lideranças que criaram associações de carácter
assistencial, no entanto, a experiência não teve resultado positivo.

71
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A partir dessa experiência inicial os trabalhadores buscaram novas


formas de superar as dificuldades que assolavam a população frente ao
severo capitalismo que avançava a cada dia. Surgiu então, a ideia de
criar uma organização formal chamada de cooperativa, onde regras,
normas e princípios próprios seriam praticados com o intuito de
respeitar os valores do ser humano.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a actuação do poder público e da


Objectivos iniciativa privada;
específicos  Entender e aplicar na prática o cooperativismo dos
Materiais Recicláveis;

Cooperativismo é a doutrina que preconiza a colaboração e a


associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses, a fim de
obter vantagens comuns em suas actividades económicas.
O associativismo cooperativista tem por fundamento o progresso
social da cooperação e do auxílio mútuo segundo o qual aqueles que se
encontram na mesma situação desvantajosa de competição
conseguem, pela soma de esforços, garantir a sobrevivência. Como
facto económico, o cooperativismo actua no sentido de reduzir os
custos de produção, obter melhores condições de prazo e preço,
edificar instalações de uso comum, enfim, interferir no sistema em vigor
à procura de alternativas a seus métodos e soluções.

CATADORES DE LIXO vs COOPERATIVAS DE RECICLAGEM DE LIXO

O catador de materiais recicláveis é uma modernização da figura do


"velho garrafeiro" do início do século XX. Actualmente, os catadores de
lixo são trabalhadores informais que colectam grande quantidade de
materiais recicláveis nos centros urbanos e os revendem a
intermediários (Abreu, 2001).

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

As cooperativas de catadores de lixo são formadas, em geral, por


pessoas desempregadas que moram no entorno de onde a cooperativa
é/será instalada, além de prestadores de serviços e outras pessoas que
agregam seus conhecimentos a estas organizações.

As cooperativas de colecta e reciclagem de lixo já existem nalgumas


cidades do país em número considerável. Porém esta iniciativa ainda
mostra-se tímida frente ao potencial da reciclagem, considerando-se o
número de pessoas envolvidas neste tipo de trabalho.

Abreu (2001) afirma que as cooperativas exercem uma função social


importante à medida que proporciona a estruturação do trabalho dos
catadores e ajuda na inserção dos mesmos na sociedade como
profissionais e cidadãos ajudando a resolver o problema do
desemprego e da miséria nas cidades.

Os catadores de lixo cooperativados, assim como outros cooperados,


trabalham em prol dos mesmos ideais e unidos pelos mesmos
objectivos. Assim direccionam suas actividades para a satisfação das
suas necessidades financeiras e pessoais através da produtividade e da
valorização do trabalho e não da exploração da força de trabalho.

Estas cooperativas têm também importante função económica e


ambiental. Além disso, geram trabalho e renda com a venda de
materiais recicláveis, por permitirem um reaproveitamento dos
recursos naturais.

A organização do trabalho dos catadores de lixo em cooperativas é um


facto ainda recente. Até pouco tempo atrás a colecta informal de lixo
era feita nas ruas e lixões por catadores que além de fazer o trabalho
sem orientação quanto aos cuidados necessários para a saúde, vendiam
isoladamente o material recolhido, o que tornava o trabalho menos
produtivo e rentável.

Organizados através do sistema de cooperativas o trabalho dos


catadores de lixo consiste em recolher papel, plástico, latas de alumínio,
ferro e vidro, preferencialmente e levar todo o material recolhido para
a cooperativa.

A cooperativa de catadores possui a função de actuar na negociação e


venda do material recolhido para os consumidores de lixo seleccionado.
Esta negociação mais estruturada permite a negociação de um preço
mais justo e permite também que grandes compradores como fábricas
tenham fácil acesso a este material, o que possibilita que possam o
utilizar como matéria-prima para seus produtos de maneira rentável e
ainda agregar aos seus produtos o valor social.

73
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O principal objectivo destas cooperativas consiste na colecta racional


do lixo somada à geração de renda para a população de menor
qualificação profissional. Estas características formam a base do
sistema de cooperativas.

Esta organização, ao reunir objectivos comuns, como a expansão de


práticas solidárias e ecológicas em projectos que geram e distribuem
renda para comunidades carentes, cumpre também um papel
fundamental no combate ao desemprego. Cada vez mais surgem grupos
de trabalhadores que se unem para actuar na área de uma forma
organizada.

ACTUAÇÃO DO PODER PÚBLICO E DA INICIATIVA PRIVADA

Segundo Almeida e Vilhena (2000), a colecta e a destinação do lixo é de


responsabilidade do poder municipal, o que tem sido encarado como
mais uma despesa pública.

Porém, actualmente a parceria junto às cooperativas de catadores de


lixo e/ou empresas privadas (tal como acontece nalgumas cidades
moçambicanas) tem sido uma eficiente medida para redução do
volume do lixo e a geração de emprego local.

O trabalho das cooperativas favorece também a diminuição dos gastos


públicos com métodos tradicionais de destinação do lixo e uma das
razões é que quando bem organizados e actuando em parcerias com o
município, os catadores colectam os materiais recicláveis antes do
caminhão de recolha de lixo passar.

O poder municipal em muitas cidades moçambicanas, tem apoiado esta


actividade porque além dos benefícios já citados, a integração de
catadores às cooperativas de lixo possibilita-lhes resgatar a cidadania
através de um trabalho socialmente relevante. A constituição da
cooperativa também é uma alternativa para minimizar o problema do
desemprego e contribuição para o desenvolvimento do município.
Apoiar estes projectos contribui para a imagem do município como
instituição que preserva o meio ambiente e valoriza a comunidade.

Cabe ressaltar que o planeamento da colecta selectiva está,


principalmente, a cargo dos municípios e da entidade responsável pelo
meio ambiente, inclusive constitui um dever destas instâncias reforçar

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

junto à população as vantagens do acondicionamento separado dos


lixos orgânico e reciclável.

Todavia, as medidas adoptadas pelo governo ainda são incipientes, e há


sobretudo, a necessidade de políticas de redução da quantidade de lixo
produzida considerando todo o ciclo do produto. Torna-se necessária à
adopção de medidas que levem os produtores a receberem de volta
embalagens e sucatas, contribuindo assim para a redução do consumo
de recursos naturais e políticas que punam a produção e destinação
inadequada de resíduos perigosos.

O empresariado pode oferecer apoio bastante relevante para o


desenvolvimento das cooperativas de catadores de lixo. Pode propiciar
o recolhimento do material directamente nas fábricas assim como pode
apoiar sua estruturação do trabalho cedendo, balança, prensa e
carrinhos de mão para actuar na capacitação dos catadores, actuando
na orientação quanto à separação do lixo e quanto à preservação da
saúde, entre outras possibilidades.

A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE PARCERIAS

É necessário que as cooperativas de lixo reciclável estabeleçam


parcerias com a comunidade local, empresariado e poder público como
municípios, ONGs, empresas, escolas, condomínios, escritórios,

entre outros, além de comprar material de catadores não associados.


Estas parcerias são fundamentais para a negociação de preços e outros
benefícios.

A parceria com outras cooperativas também é incentivada. A acção


cooperativada consiste na acção entre duas ou mais cooperativas
associadas ou não, e representa uma possibilidade de fortalecimento
do sistema cooperativo no mercado.

Cumpre ressaltar a importância da função social associada ao trabalho


dos catadores. Eles passam a ter uma condição melhor de vida e de
cidadania, além de conviver com outros colegas em torno de uma
actividade produtiva. Passam também a ter a possibilidade de interagir
com outros tipos de profissionais que trabalham na cooperativa. Esse
tipo de relação pode ser a ponte para ele conseguir a inclusão social.

O FUNCIONAMENTO DAS COOPERATIVAS

As cooperativas podem ser de produção industrial, de produção


agrícola, de crédito, de compras em comum, de consumo ou ainda
cooperativas de cooperativas. As cooperativas de crédito, de consumo
e de produção agrícola são as mais encontradas.

75
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo Bulgarelli (1998), considerando que o interesse da cooperativa


na prestação do serviço se identifica com o interesse dos sócios. As
relações entre o cooperado e a cooperativa realizam-se sob o princípio
de identidade. O objectivo da cooperativa, teoricamente, sempre
coincide com o objectivo do sócio na realização dos negócios internos
desenvolvidos entre ambos.

Os sócio-cooperados antes de tudo, precisam aprender a trabalhar em


equipa. Isto significa, muitas vezes, renunciar a certas coisas em prol de
todos, eliminando a expressão ‘eu ganho’ e adoptando o ‘nós
ganhamos’.

O sistema cooperativo tem suas operações realizadas em forma própria


de organização empresarial, cujo gerenciamento é feito pelos próprios
cooperados. Para fins sociais, a cooperativa e seus cooperados operam
em conformidade com a legislação própria ou entre cooperativas de
catadores de lixo associadas.

CONSIDERAÇÕES BREVES SOBRE O COOPERATIVISMO

O cooperativismo é um sistema de trabalho e produção baseado nos


valores de auto-ajuda, eqüidade, igualdade, responsabilidade, respeito,
solidariedade, cidadania e nos princípios mundiais da cooperação
(descritos abaixo). Nas formas de produção do sistema cooperativista,
o trabalho e a posse dos meios de produção não são separados assim
como acontece na empresa capitalista. Isso significa
que a cooperativa é um empreendimento socialmente responsável de
propriedade coletiva dos seus sócios-cooperados. Segundo Singer
(2000), a cooperativa diferencia-se da empresa capitalista da seguinte
maneira:

“A empresa solidária é basicamente de trabalhadores, que apenas


secundariamente são seus proprietários. Por isso sua finalidade básica
não é maximizar o lucro, mas a quantidade e a qualidade do trabalho.
Na realidade, na empresa solidária não há lucro, porque nenhuma parte
de sua receita é distribuída em proporção às cotas de capital. Ela pode
tomar empréstimos dos próprios sócios ou de terceiros e procura pagar
os menores juros do mercado aos credores (internos e externos)”.

Nos empreendimentos socialmente responsáveis (como são as


cooperativas) os sócios-cooperados são mais do que sócios-
proprietários, são seus principais investidores, seus usuários, pois
integralizam um capital. A cooperativa é constituída para atender às
necessidades de seus sócios que são proprietários do empreendimento
coletivo e também dos prestadores de serviços, pois são os cooperados

76
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

que, ao mesmo tempo, executam os trabalhos e vendem os produtos


da cooperativa.

A integralização da cota-capital, o aceite do estatuto e do regimento


interno da cooperativa dão a característica do sócio-cooperado, que
passará a ter direito a votar e ser votado e também participar de todas
as decisões da cooperativa por meio das assembléias, pois tem direito
a um voto.

A cooperativa não aufere lucros ou prejuízo. Os cooperados participam


do rateio das despesas e na apuração do balanço anual, momento em
que são auferidas sobras ou déficit, que serão levados para a assembléia
geral ordinária para deliberação pelos sócios-cooperados, podendo até
serem rateadas proporcionalmente à participação de seus sócios. A
primeira cooperativa moderna de consumo, os Pioneiros de Rochdale,
fundada na Inglaterra em 1844, foi responsável pela concepção dos
valores e princípios norteadores do cooperativismo. Esses princípios,
revistos em diversos congressos
da Aliança Cooperativa Internacional, fazem parte do estatuto das
cooperativas do mundo todo. São eles:

1. Adesão livre e voluntária (dos seus associados);


2. Participação activa e democrática (todos participam e se
encarregam da gestão e da produção e o resultado das
actividades é distribuído proporcionalmente à
participação de cada cooperado);
3. Educação, formação e informação (para os seus
associados);
4. Participação económica dos membros (na integralização
do capital e na cobertura do déficit, se houver);
5. Autonomia e independência (com relação ao governo,
empresas ou outras organizações);
6. Intercooperação (entre empreendimentos solidários,
eliminando os grupos intermediários que fazem a
distribuição dos produtos e ficam com grande parte dos
rendimentos. É alcançada por meio do próprio ato
cooperativo).
7. Interesse pela comunidade (sendo o sócio-cooperado
considerado a primeira comunidade, a segunda é a
família dos sócios, a terceira é a comunidade onde está
a cooperativa, a quarta a região, a quinta a cidade e
assim por diante).

O cooperativismo, como motor central da economia solidária, é uma


forma de recuperar a autonomia do trabalhador perdida no modo de

77
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

produção capitalista, desde os primórdios do processo de


industrialização. A autogestão é a condição essencial para o
funcionamento de empreendimentos socialmente responsáveis e pode
ser entendida como a participação colectiva no planeamento, na
produção, na execução e nas decisões estratégicas do empreendimento
colectivo. Assim, a cooperativa, actuando de forma autogestionária, é
entendida, por diversos autores, como o elemento-chave de uma nova
economia solidária.

O princípio democrático é outra condição fundamental na construção


da economia solidária. Isto porque, quando uma pessoa entra numa
cooperativa, ela integraliza o capital social da mesma, o que lhe dá os
mesmos direitos e deveres dos demais por meio do voto. Isso significa
que o poder de decisão é distribuído de forma igualitária. A parte
executiva é realizada, em geral, por sócios eleitos que devem acatar as
decisões tomadas em assembléias gerais. É importante ressaltar que,
na prática, é extremamente difícil levar o processo de democracia
interna ao seu limite máximo, pois, muitas vezes, o empreendimento
corre o risco de tornar-se vagaroso. De forma geral, o empreendimento
autogestionário procura um equilíbrio das iniciativas de gestão
colectiva para que não enfraqueçam a organização com um
“assembleísmo” excessivo. O processo democrático traz dificuldades e
desafios, mas é essencial o avanço nesse aspecto, pois proporciona aos
catadores, organizados em cooperativas, um primeiro contacto com o
exercício da construção da cidadania e o aumento da auto-estima e do
sentido de inclusão social associada à emancipação social.

Apesar das virtudes e do potencial do cooperativismo, as iniciativas


locais populares desenvolvidas sob a forma associativista, apresentam,
em geral, características como fragilidade económica e informalidade.
Esses elementos dificultam bastante a fase inicial dos
empreendimentos, o que faz com que o sucesso das iniciativas dependa
da capacidade de integrar dinâmicas não económicas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Indique, entre as opções abaixo, a alternativa que melhor


define o Cooperativismo.

a) É uma doutrina que considera as cooperativas como forma


falsa

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

de organização da humanidade, baseado na democracia,


para todos os sócios.
b) É uma falsa doutrina que considera as cooperativas como
forma ideal de organização da humanidade, baseado no
direito e deveres iguais para todos.
c) É uma doutrina que considera as cooperativas como forma
ideal de organização da humanidade, baseado na
democracia, participação, direito e deveres iguais para
todos, sem discriminação de qualquer natureza, para todos
os sócios.

2. O cooperativismo como conhecemos hoje, teve suas origens a


milhões de anos atrás. Acerca desse assunto, assinale a opção
correcta.

a) Teve a sua origem na Revolução Industrial ocorrida na


Inglaterra do século 18, época em que a mão-de-obra
perdeu grande poder de troca.
b) Os baixos salários e a longa jornada de trabalho trouxeram
muitas dificuldades socioeconómicas para a população.
c) Teve sua origem através da incineração por ser uma
tecnologia que consiste no tratamento térmico do resíduo à
temperatura máxima de 100 ºC.

3. Analise as alternativas sobre aspectos relacionados ao


cooperativismo e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as
falsas.
a) A colecta e a destinação do lixo é de responsabilidade do poder
municipal, o que tem sido encarado como mais uma despesa
pública.
b) Actualmente a parceria junto às cooperativas de catadores de
lixo e/ou empresas privadas (tal como acontece nalgumas
cidades moçambicanas) tem sido uma eficiente medida para
redução do volume do lixo e a geração de emprego local.
c) A destinação inadequada do lixo pode desencadear vários
problemas socioambientais, como, por exemplo, poluição do
solo, entupimento de bueiros e poluição visual.
d) A produção de lixo não é tão prejudicial ao meio ambiente, visto
que em todas as cidades Moçambicanas ocorrem a colecta e o
tratamento adequado desse material.

4. Analise as alternativas sobre aspectos relacionados a


importância da criação de parcerias e marque (V) para as
verdadeiras e (F) para as falsas.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) É necessário que as cooperativas de lixo reciclável não


estabeleçam parcerias com a comunidade local, empresariado e
poder público como municípios, ONGs, empresas, escolas,
condomínios, escritórios, entre outros, por forma a garantir a
sua maior consolidação.

b) As parcerias são fundamentais para a negociação de preços e


outros benefícios.

c) A parceria com outras cooperativas também é incentivada. A


acção cooperativa da consiste na acção entre duas ou mais
cooperativas associadas ou não, e representa uma possibilidade
de fortalecimento do sistema cooperativo no mercado.

d) Cumpre ressaltar a importância da função social associada ao


trabalho dos catadores.

5. Analise as alternativas sobre aspectos relacionados ao


funcionamento das cooperativas e marque (V) para as
verdadeiras e (F) para as falsas.

a) As cooperativas podem ser de produção industrial, de


produção agrícola, de crédito, de compras em comum, de
consumo ou ainda cooperativas de cooperativas.

b) As cooperativas de crédito, de consumo e de produção


agrícola são as muito comuns em Moçambique.

c) O interesse da cooperativa na prestação do serviço se


identifica com o interesse dos sócios. As relações entre o
cooperado e a cooperativa realizam-se sob o princípio de
identidade. O objectivo da cooperativa, teoricamente, sempre
coincide com o objectivo do sócio na realização dos negócios
internos desenvolvidos entre ambos.

c) Os sócio-cooperados antes de tudo, precisam aprender a


trabalhar em equipa. Isto significa, muitas vezes, renunciar a
certas coisas em prol de todos, eliminando a expressão ‘eu
ganho’ e adoptando o ‘nós ganhamos’.

d) O sistema cooperativo tem suas operações realizadas em


forma própria de organização empresarial, cujo gerenciamento
é feito pelos próprios cooperados. Para fins sociais, a
cooperativa e seus cooperados operam em conformidade com a
legislação própria ou entre cooperativas de catadores de lixo
associadas.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Respostas:
1. Alínea correcta: c).
2. Alínea correcta: a).
3. a) V c) V
b) V d) F
4. a) F c) V
b) V d) V
5. a) V c) V
b) V d) V

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)


1. Indique, entre as opções abaixo, a alternativa que melhor define
o cooperativismo.

a) É uma doutrina que considera as cooperativas como forma


falsa de organização da humanidade, baseado na
democracia, para todos os sócios.
b) É uma falsa doutrina que considera as cooperativas como
forma ideal de organização da humanidade, baseado no
direito e deveres iguais para todos.
c) É uma doutrina que considera as cooperativas como forma
ideal de organização da humanidade, baseado na
democracia, participação, direito e deveres iguais para
todos, sem discriminação de qualquer natureza, para todos
os sócios.

2. O associativismo cooperativista tem como foco:


a) Reduzir os custos de produção;
b) Obter melhores condições de prazo e preço;
c) Edificar instalações de uso comum;
d) Garantir a sobrevivência dos desfavorecidos;
e) As alíneas a, b, c e d estão erradas;
f) As alíneas a, b, c e d estão certas.

3. As cooperativas de catadores de lixo são formadas, em geral,


por:

81
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) Pessoas desempregadas que moram no entorno de onde a


cooperativa é/será instalada;
b) Pessoas empregadas que moram no entorno de onde a
cooperativa é/será instalada;
c) Pessoas empregadas que moram distante de onde a
cooperativa é/será instalada;
d) Pessoas desempregadas que moram distante de onde a
cooperativa é/será instalada.

4. As cooperativas de catadores de lixo ajudam na implementação


dos 3R’s, com maior enfoque a (escolha somente uma opção):
a) Redução
b) Reutilização
c) Reciclagem
d) Todas opções estão certas.

5. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas:
a) As cooperativas de catadores tem um papel fundamental no
combate ao desemprego;
b) As cooperativas de catadores tem um papel fundamental na
educação ambiental informal;
c) Parceria junto às cooperativas de catadores de lixo e/ou
empresas privadas tem sido uma eficiente medida para
redução do volume do lixo e a geração de emprego local;
d) O trabalho das cooperativas dos catadores favorece também a
diminuição dos gastos públicos.

UNIDADE Temática 2.2. EXERCÍCIOS deste tema

1. O empresariado pode oferecer apoio bastante relevante para o


desenvolvimento das cooperativas de catadores de lixo, através de
(indique com “V” as verdadeiras e com “F” as falsas):

a) Propiciar o recolhimento do material directamente nas fábricas;


b) Apoio na sua estruturação do trabalho cedendo, balança, prensa
e carrinhos de mão para actuar na capacitação dos catadores;
c) Propiciar o acolhimento do material directamente nas fábricas;
d) Apoio na sua desestruturação do trabalho cedendo;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

2. A Cooperativa distribui resultados e sobras a seus


cooperados:
a) Proporcional às cotas
b) Proporcional à remuneração recebida nas atividades de coleta,
triagem e outras
c) Igualmente a todos os cooperados
d) Em funcão formas definidas em Assembléia

3. A cooperativa mantém relações comerciais de venda dos


materiais reciclados com:
a) Indústrias
b) Intermediários
c) Ambos (a e b)

4. É possível o fortalecimento do sistema cooperativo no


mercado através de:
a) Acção cooperativa entre duas ou mais cooperativas associadas
ou não;
b) Acção individualizada das cooperativas;
c) Somente com a acção cooperativa entre cooperativas nacionais
e estrangeiras;
d) Nenhuma das opções;

5. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas
a) A organização do trabalho dos catadores de lixo em
cooperativas é um fato ainda recente;
b) Até pouco tempo atrás a coleta informal de lixo era feita nas
ruas e lixões por catadores que além de fazer o trabalho sem
orientação quanto aos cuidados necessários para a saúde,
vendiam isoladamente o material recolhido, o que tornava o
trabalho menos produtivo e menos rentável;
c) Organizados através do sistema de cooperativas o trabalho dos
catadores de lixo consiste em recolher papel, plástico, latas de
alumínio, ferro e vidro, preferencialmente e levar todo o
material recolhido para a cooperativa;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

d) O principal objetivo destas cooperativas consiste na colecta


racional do lixo somada à geração de renda para a população de
menor qualificação profissional;

6. A cooperativa de catadores possui a função de:


a) Actuar na negociação e venda do material recolhido para os
consumidores de lixo seleccionado;
b) Actuar na negociação e compra do material recolhido para os
consumidores de lixo seleccionado;
c) Negociar um preço mais justo e permitir também que grandes
compradores como fábricas tenham fácil acesso a este material
que é utilizado como matéria-prima para seus produtos de
maneira rentável e ainda agregar aos seus produtos o valor
social;
d) As alineas a e c são as mais correctas.

7. Constitui um dos princípios do cooperativismo, o seguinte:


a) Adesão compulsiva;
b) Gestão autoritária;
c) Auntonomia e dependencia;
d) Preocupacão com a comunidade.

8. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas
a) Havendo necessidade a cooperativa é autorizada a
contratar serviços especializados, de acordo com a
quantidade e a complexidade dos negócios;
b) A cooperativa nunca de forma alguma contratar
qualquer que seja servicos
c) A “acumulação de capital”, no cooperativismo, pode-se
proceder através do trabalho dos sócios, e para os
sócios, respeitando a proporção do esforço do trabalho,
de cada um, dispendido nos contratos

9. No sistema de cooperativas:
a) Lucro não é a principal e única finalidade
b) Lucro é a principal e única finalidade

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

c) Não há lucro
d) Há lucros

10. A organização cooperativista valoriza:


a) O sentido humano do trabalho, não se perdendo do objetivo
de produtividade;
b) O sentido humano do trabalho, perdendo-se do objetivo de
produtividade;
c) Exclusivamente o lado comercial;
d) Nenhuma das opcoes acima está correcta

TEMA – III: ARTE-EDUCAÇÃO.


UNIDADE Temática 3.1. Introdução, Arte-educação: O que é arte-
educação. O que é arte.
UNIDADE Temática 3.2. EXERCÍCIOS deste tema

Introdução
A arte-educação se constitui num campo de estudos específicos e não
apenas em meia actividade. A arte-educação é epistemologia da arte e,
portanto, é a investigação dos modos como se aprende arte na
educação infantil, no ensino fundamental e médio e no ensino superior.
Talvez seja necessário para vencer o preconceito sacrificarmos a própria
expressão arte-educação que serviu para identificar uma posição e
vanguarda do ensino da arte contra o oficialismo da educação artística
dos anos 1970 e 1980.

85
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A arte é um importante trabalho educativo, pois procura, através das


tendências individuais, amadurecer a formação do gosto, estimular a
inteligência e contribuir para a formação da personalidade do indivíduo,
sem ter como preocupação única e mais importante a
formação de artistas. No seu trabalho criador, o indivíduo utiliza e
aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a imaginação, a
observação e o raciocínio. No processo de criação, ele pesquisa a
própria emoção, liberta-se da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos,
sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho.

Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento


de cidadãos, nada melhor que por aí se dê o contacto sistematizado
com o universo artístico e suas diferentes linguagens: arte cênica,
cinema, desenho, escultura, pintura, literatura, teatro, dança, música,
etc. No entanto, a contemplação e a criatividade nas artes devem
transcender o ambiente escolar. Além da expansão dos espaços
culturais é importante que, em cada um deles, haja de forma
permanente um espaço reservado para as crianças provido de material
visual, ferramentas de interactividade, oficinas de pintura, artesanato,
música, etc.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer características fundamentais das diferentes artes do País;


 Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicospara
adquirir e construir conhecimentos artísticos;
Objectivos
 Entender e aplicar na prática a contribuição da arte-educação na gestão de
específicos
resíduos sólidos;

Desenvolvimento
A arte pode ser entendida como a actividade humana ligada às
manifestações de ordem estética ou comutativa, realizada por meio de
uma grande variedade de linguagens, tais como: arquitectura, desenho,
escultura, pintura, escrita, musica, dança e cinema.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A educação em arte propícia o desenvolvimento do pensamento


artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às
experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade,
a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve,
basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e reflectir sobre eles.
Envolve, também, conhecer, apreciar e reflectir sobre as formas da
natureza e sobre as produções artísticas individuais e colectivas de
distintas culturas e épocas.
A arte-educação tem um objectivo maior que a formação
de profissionais dedicados a esta área de conhecimento: no âmbito da
escola regular, busca oferecer, aos indivíduos, condições para que ele
compreenda o que ocorre nos planos da expressão e do significado ao
interagir com as artes, permitindo, dessa forma, sua inserção social de
maneira mais ampla.
Nesse sentido, os museus são uma ferramenta muito útil para a
observação de uma forma mais condensada e intensidade diversas
manifestações artísticas - sejam elas da contemporaneidade ou não.
De acordo com os parâmetros curriculares nacionais, a educação em
arte propícia o desenvolvimento do pensamento artístico e da
percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e
dar sentido à experiência humana: através da educação em arte, o
aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao
realizar formas artísticas quanto na acção de apreciar e conhecer as
formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e pelas
diferentes culturas.
É importante salientar que tais orientações trouxeram uma
contribuição inegável no sentido da valorização da produção criadora
da criança, o que não ocorria na escola tradicional. Mas o princípio
revolucionário que advogava a todos, independentemente de talentos
especiais, a necessidade e a capacidade da expressão artística foi aos
poucos sendo enquadrado em palavras de ordem, como, por exemplo,
“o que importa é o processo criador da criança e não o produto que
realiza” e “aprender a fazer, fazendo”; estes e muitos outros lemas
foram aplicados mecanicamente nas escolas, gerando deformações e
simplificações na ideia original, o que redundou na banalização do
“deixar fazer” - ou seja, deixar a criança fazer arte, sem nenhum tipo de
intervenção.

Na entrada da década de 60, arte-educadores, principalmente


americanos, lançaram as bases para uma nova mudança de foco dentro
do ensino de Arte, questionando basicamente a ideia do
desenvolvimento espontâneo da expressão artística da criança e
procurando definir a contribuição específica da arte para a educação do

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

ser humano.

A reflexão que inaugurou uma nova tendência, cujo objectivo era


precisar o fenómeno artístico como conteúdo curricular, articulou-se
num duplo movimento: de um lado, a revisão crítica da livre expressão;
de outro, a investigação da natureza da arte como forma de
conhecimento.

Como em todos os momentos históricos, o pensamento produzido por


esses autores estava estreitamente vinculado às tendências do
conhecimento da época, manifestadas principalmente na linguística
estrutural, na estética, na pedagogia, na psicologia cognitivista, na
própria produção artística, entre outras.

As tendências que se manifestaram no ensino de Arte a partir dessas


perguntas geraram as condições para o estabelecimento de um quadro
de referências conceituais solidamente fundamentado dentro do
currículo escolar, focalizando a especificidade da área e definindo seus
contornos com base nas características inerentes ao fenómeno
artístico.

A partir desse novo foco de atenção, desenvolveram-se muitas


pesquisas, dentre as quais se ressaltaram as que investigam o modo de
aprender dos artistas. Tais trabalhos trouxeram dados importantes para
as propostas pedagógicas, que consideram tanto os conteúdos a serem
ensinados quanto os processos de aprendizagem dos alunos.

Arte-Educação e gestão de resíduos sólidos

As artes têm a capacidade de favorecer as habilidades dos educandos,


pois desenvolvem seu quadro cognitivo, suas relações socioafetivas, sua
criatividade, sua imaginação e aprimora sua coordenação motora. O
uso de certos resíduos no contexto das artes pode ser reaproveitado
com criatividade na construção de jogos, brinquedos e materiais
pedagógicos. O brinquedo feito com certos materiais aparentemente
inútil (resíduo) pode provocar na criança uma imaginação sem
tamanho, faz com que ela se identifique a partir do brinquedo que será
construído por ela mesma.

Ao produzir seu próprio brinquedo, a criança aprende a trabalhar e a


transformar materiais cujo destino era o lixo, além de perceber que a
sua imaginação não tem limite. É preciso descobrir o encanto nas coisas
simples e reaproveitáveis. É uma proposta de mudança na forma de ver
as coisas, permite que a criança descubra as diferentes propriedades e
características do lixo. Assim, ela terá consciência da importância disso
para a preservação do meio ambiente. Não se deve usar o lixo em
actividades educativas somente para fazer economia; deve-se ter em
mente o valor do trabalho. Usar o lixo seco como actividade educativa

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

deve ser uma maneira de transformar aquilo que incomoda em algo que
contribui para transformar a realidade. A criança gosta de brinquedos e
de brincar e não se importa de onde vem o brinquedo, o importante é
que ele possa ser manuseado por ela mesma; resta ao professor
incentivar essa prática.

Sumário

Nesta Unidade temática 3.1 estudamos e discutimos


fundamentalmente:

1. Conceito de arte-educação;
2. Objectivos e;
3. Importância na gestão de resíduos sólidos.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Sem respostas)


1. A arte pode ser entendida como a actividade humana ligada às
manifestações de ordem estética ou comutativa, realizada por meio
de uma grande variedade de linguagens. Indique, entre as opções
abaixo, a alternativa com a ordem completa das variedades de
linguagens.
A. Arquitectura, desenho, escultura, pintura, escrita, musica, dança
e cinema.
B. Desenho, escultura, pintura, escrita, musica, dança e cinema.
C. Combustão, desenvolvimento, escultura, pintura, escrita e
Arquitectura.

2. Escolha a opção correcta.


a) A arte-educação tem um objectivo maior que a formação
de profissionais dedicados a esta área de conhecimento no
âmbito da escola regular, busca oferecer, aos indivíduos,
condições para que ele compreenda o que ocorre nos planos
da expressão e do significado ao interagir com as artes,
permitindo, dessa forma, sua inserção social de maneira mais
ampla;
b) A arte-educação tem um objectivo maior que a não formação
de profissionais dedicados a esta área de conhecimento no
âmbito da escola irregular.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

c) A arte-educação tem como maior princípio a formação


de profissionais dedicados a esta área de comércio no âmbito
da escola regular.
3. É correcto afirmar que:
a) Os museus são uma ferramenta muito útil para a observação de
uma forma mais condensada e intensa de diversas
manifestações artísticas - sejam elas da contemporaneidade ou
não.
b) B. Os museus são monumentos muito úteis para a observação
de uma forma mais condensada e intensa de diversas manifestações
artísticas.
4. É correcto afirmar que:
a) O uso de certos resíduos no contexto das artes pode ser
reaproveitado com criatividade na construção de jogos, brinquedos e
materiais pedagógicos;
b) O uso de certos resíduos no contexto das artes não pode ser
reaproveitado com criatividade na construção de jogos e materiais
pedagógicos.
5. É correcto afirmar que:
a) Não se deve usar o lixo em actividades educativas somente para fazer
economia;
b) Deve usar o lixo em actividades educativas somente para fazer
economia.

Respostas:
1. Alternativa correcta: a)
2. a) V
b) F
c) F
3. Alternativa correcta: a)
4. Alínea correcta: a)
5. Alínea correcta: b)

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)


1. A arte-educação é epistemologia da arte e, portanto, é a
investigação dos modos como se aprende arte na:

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) Educação infantil;
b) Ensino fundamental e médio;
c) ensino superior;
d) Todas opções estão correctas.

2. A arte é um importante trabalho educativo, pois procura,


através das tendências individuais:
a) Amadurecer a formação do gosto;
b) Estimular a inteligência;
c) Contribuir para a formação da personalidade do indivíduo;
d) Todas opções estão correctas.

3. No seu trabalho criador, o indivíduo utiliza e aperfeiçoa


processos que desenvolvem:
a) Percepção;
b) Imaginação;
c) Observação;
d) Raciocínio
e) Todas opções estão correctas.

4. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas:
a) No processo de criação, a arte-educação pesquisa a própria
emoção, liberta-se da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos,
sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho;
b) No processo de criação, a arte-educação pesquisa somente as
sensações e forma hábitos de trabalho;
c) A expressão arte-educação que serviu para identificar uma
posição e vanguarda do ensino da arte contra o oficialismo da
educação artística dos anos 1970 e 1980;
d) A expressão arte-educação que serviu para identificar uma
posição e vanguarda do ensino da arte contra o oficialismo da
educação artística dos anos 1950.

5. Constitui o universo artístico e suas diferentes linguagens:


a) Arte cênica;
b) Cinema;
c) Desenho;
d) Escultura
e) Todas opções estão correctas.

UNIDADE Temática 3.2. EXERCÍCIOS deste tema

91
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

1. Indique, entre as opções abaixo, a alternativa que melhor


define a arte.

a) Actividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou


comutativa, realizada por meio de uma grande variedade de
linguagens, tais como: arquitectura, desenho, escultura, pintura,
escrita, musica, dança e cinema.
b) Actividade humana e não só ligada às manifestações de ordem
estética ou comutativa, realizada por meio de uma grande
variedade de linguagens, tais como: arquitectura, desenho,
escultura, pintura, escrita, musica, dança e cinema.
c) .Actividade humana de produção de arquitectura e cinema.
d) Actividade humana ligada às manifestações de ordem estética.

2. A educação em arte propícia o desenvolvimento do


pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de
dar sentido às experiências das pessoas:
a) Por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade;
b) Percepção;
c) Reflexão;
d) Imaginação;
e) As alíneas a, b, c e d estão erradas;
f) As alíneas a, b, c e d estão certas.

3. De acordo com os parâmetros curriculares nacionais, a


educação em arte propícia:
a) Desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção
estética;
b) Saber ser e estar;
c) Bem estar social
d) As alíneas a, b, e c estão certas.

4. Indique, entre as opções abaixo, a alternativa que melhor


define a arte.

a) Na entrada da década de 60, arte-educadores, principalmente


americanos, lançaram as bases para uma nova mudança de foco
dentro do ensino de Arte;
b) No final da década de 60, arte-educadores, principalmente
americanos, lançaram as bases para uma nova mudança de foco
dentro do ensino de Arte;
c) Na entrada da década de 70, arte-educadores, principalmente
americanos, lançaram as bases para uma nova mudança de foco
dentro do ensino de Arte As alíneas a, b, e c estão certas;

92
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

d) Na entrada da década de 60, arte-educadores, principalmente


Ingleses, lançaram as bases para uma nova mudança de foco
dentro do ensino de Arte

5. As bases para uma nova mudança de foco dentro do ensino de


arte, questionou basicamente:

a) A ideia do desenvolvimento espontâneo da expressão artística


da criança;
b) A qualidade artística contemporânea;
c) A contribuição específica da arte para a educação do ser
humano e não humano
d) As alíneas a, b, e c estão certas.

6. As artes têm a capacidade de favorecer as habilidades dos


educandos, pois desenvolvem:

a) Seu quadro cognitivo;


b) Suas relações socioafetivas;
c) Sua criatividade
d) Sua imaginação e aprimora sua coordenação motora
e) As alíneas a, b, c e d estão certas.

7. O uso de certos resíduos no contexto das artes pode ser


reaproveitado com criatividade na construção de:
a) Jogos;
b) Brinquedos;
c) Material pedagógico
d) As alíneas a, b, e c estão certas.
e) As alíneas a, b e c estão erradas.

8. A criança ao produzir seu próprio brinquedo a partir de resíduo


sólido (indique com “V” as verdadeiras e com “F” as falsas):
a) Aprende a trabalhar e a transformar materiais cujo destino era
o lixo;
b) Passa a detestar a trabalhar e a transformar materiais cujo
destino era o lixo;
c) Perceber que a sua imaginação não tem limite
d) Descobrir o encanto nas coisas simples e reaproveitáveis.

9. A arte-educação na gestão de resíduos sólidos permite que


(indique com “V” as verdadeiras e com “F” as falsas):
a) A criança descubra as diferentes propriedades e características
do lixo;
b) A criança tenha consciência da importância da arte-educação
para a preservação do meio ambiente;
c) A criança aprenda conservar a água.

93
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

10. A criança gosta de brinquedos e de brincar e não se importa de


onde vem o brinquedo, o importante é que:
a) O brinquedo possa ser manuseado por ela mesma e resta ao
professor incentivar essa prática;
b) O brinquedo possa ser comprado por ela mesma e resta ao
professor incentivar essa prática;
c) A criança aprenda conservar o solo.

TEMA – IV: ECONOMIA SOLIDÁRIA.


UNIDADE Temática 4.1. Introdução, Economia Solidária: o que é, como
funciona e como promover a economia solidária em Moçambique.
Consumo Justo: Conceitos e exemplos de consumo justo/fair trade em
todo o mundo.

UNIDADE Temática 4.2. EXERCÍCIOS deste tema

94
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

UNIDADE Temática 4.1.Introdução, Economia Solidária: o que é, como funciona e


como promover a economia solidária em Moçambique. Consumo Justo: Conceitos
e exemplos de consumo justo/ fair trade em todo o mundo.

Introdução

A Economia Social e Solidária é um fenómeno que tem ganhado


crescente visibilidade económica, social e política nos últimos tempos.
Actualmente, em vários países, sob diferentes denominações, constata-
se o crescimento de iniciativas de produção e de prestação de serviços
sociais e pessoais, organizados com base na livre associação e nos
princípios de cooperação e autogestão. No entanto, a Economia Social
e Solidária ganhou grande expressão e espaço social nas últimas
décadas, devido a um vasto campo de experiências e iniciativas de
produção e reprodução dos meios de vida, com base na propriedade
colectiva dos meios de produção, na autogestão, na solidariedade e no
colectivismo.

De facto, a presença e a progressiva amplitude deste campo de práticas


suscitaram programas e acções, de variadas organizações dos sectores
público e privado, no sentido de promovê-las como opção de trabalho,
emprego e renda. É, portanto, um tema relevante e pertinente,
sobretudo nestes tempos em que pairam a incerteza e a nebulosidade
no ambiente económico global.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Sabera importância da Economia Solidária;


Objectivos  Entendere aplicar na práticaos seus segmentos;
específicos

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Desenvolvimento
Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e
trocar o que é preciso para viver. Portanto, economia Solidária é um
modo de produção que se caracteriza pela igualdade. Sem explorar nos
outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente.
Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos
e no próprio bem.
A economia solidária vem se apresentando, nos últimos anos, como
inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a
favor da inclusão social. Compreende uma diversidade de práticas
económicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas,
associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de
cooperação, entre outras, que realizam actividades de produção de
bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo
e consumo solidário.
Nesse sentido, compreende-se por economia solidária o conjunto de
actividades económicas de produção, distribuição, consumo, poupança
e crédito, organizadas sob a forma de autogestão.
A economia solidária utiliza o poder de articulação coletiva dos indiví-
duos a partir de suas trajetórias mais ou menos compartilhadas; parte
de um referencial teórico e prático longamente acumulado na história
das classes trabalhadoras; reconhece que sua força está na participação
e na comunicação; necessita estar integrada ao território e às redes de
informação; usa de pressão coletiva para organizar apoio político e para
ganhar no mercado; e necessita ter a capacidade de articular potenciais
humanos e sociais como uma componente estratégica de
transformação e de realização de seus objetivos.
A Economia Solidária, ao tratar de iniciativas de organizações colectivas
e solidárias para superar dificuldades estruturais locais, carrega em si
dois termos que são noções historicamente dissociadas (iniciativa
econômica e solidariedade) que acabam se incorporando, colocando a
solidariedade na elaboração de atividades econômicas coletivas locais
(FRANÇA FILHO, 2002). Segundo relações de solidariedade,
reciprocidade e igualdade. As três formas principais dessa Economia são
as cooperativas, as mutualidades e as associações. Segundo o MTE
(2009, p. 17), ela é organizada em quatro pilares: cooperação,
autogestão, viabilidade econômica e solidariedade.
A cooperação é definida como a “existência de interesses e objetivos
comuns, união dos esforços e capacidades, propriedade coletiva parcial
ou total de bens, partilha dos resultados e responsabilidade solidária
diante das dificuldades”

96
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A autogestão, nos termos de Verardo (2005), é uma forma de gestão


que implica na autonomia do colectivo dos trabalhadores e na
autodeterminação de todos os envolvidos no trabalho. Afirma,
também, que a “autogestão requer o desenvolvimento de práticas
adequadas para a superação da lógica tradicional de dominação e
exclusão”
A viabilidade económica, no movimento do desenvolvimento solidário,
é o fomento de novas forças produtivas e de relações de produção, para
promover um processo sustentável de crescimento económico, onde o
lucro não é o principal objectivo (Singer, 2004). Lequeux (2005, p. 100-
101) chama solidariedade de “a consciência de classe”, como uma
educação popular e sua devida formação, que desestruturam a
passividade e permite que os envolvidos descubram que: “o que os une
é mais importante daquilo que os divide”. Para o MTE (2009, p. 17) a
“Solidariedade é a preocupação permanente com a justa distribuição
dos resultados e a melhoria das condições de vida dos participantes.
Comprometimento com o meio ambiente saudável e com o bem-estar
de trabalhadores e consumidores”. O carácter de solidariedade nos
empreendimentos é expresso em diferentes dimensões: na justa
distribuição dos resultados alcançados; nas oportunidades que levam
ao desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de
vida dos participantes; no compromisso com um meio ambiente
saudável; nas relações que se estabelecem com a comunidade local; na
participação activa nos processos de desenvolvimento sustentável de
base territorial, regional e nacional; nas relações com os outros
movimentos sociais e populares de carácter emancipatório; na
preocupação com o bem estar dos trabalhadores e consumidores; e no
respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Considerando
essas características, a economia solidária aponta para uma nova lógica
de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição
de renda, mediante um crescimento económico com protecção dos
ecossistemas. Seus resultados económicos, políticos e culturais são
compartilhados pelos participantes, sem distinção de género, idade e
raça. Implica na reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração
do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua
integralidade como sujeito e finalidade da actividade económica.

Economia solidária no contexto moçambicano


As Associações, cooperativas, empresas autogestionárias, grupos de
produção; clubes de troca; grupos informais; redes e centrais; etc são
diferentes movimentos que se inserem no campo da economia solidária
e tem crescido de maneira muito rápida em diversos países do Mundo.

97
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O seu crescimento no contexto Moçambicano se deve a factores


variados, dentre os quais vale destacar a resistência de trabalhadoras e
trabalhadores à crescente exclusão, desemprego urbano e
desocupação rural resultantes da expansão agressiva dos efeitos
negativos da globalização da produção capitalista, da crise financeira
mundial, instabilidade politico-militar e impactos da divida pública
nacional segundo os relatos recentes (anos 2014-2016). Tal resistência
se manifesta primeiramente como luta pela sobrevivência, na
conformação de um mercado informal crescente, onde brotam diversas
iniciativas de economia popular, normalmente de carácter individual ou
familiar. Com a articulação de diversos actores, essa resistência
também se manifesta na forma de iniciativas associativas e solidárias
baseada em valores como a ética, a equidade e a solidariedade e não
mais no lucro e acúmulo indiscriminado.
Verifica-se em Moçambique, durante a última década, a crescente
organização da economia solidária enquanto um movimento – ou seja,
ultrapassando a dimensão de iniciativas isoladas e fragmentadas no que
diz respeito à sua inserção nas cadeias produtivas e nas articulações do
seu entorno, e orientando-se para a articulação nacional, a
configuração de redes locais e o estabelecimento de uma plataforma
comum.

Os movimentos inseridos na economia solidária em Moçambique


tendem a se consolidar cada vez mais e promovidos por diversas
entidades e/ou iniciativas quer nacionais quer estrangeiras. Por
exemplo, em Moçambique o Forum MOSEFO tem sido encarado como
um espaço privilegiado que conta com diferentes actores, entidades,
iniciativas e empreendimentos. O Fórum MOSEFO, estrutura-se de
forma a garantir a articulação entre empreendimentos solidários,
entidades de assessoria e fomento, gestores públicos, etc.

Vale citar aqui algumas formas de manifestação da Economia Solidária,


para se perceber a magnitude e heterogeneidade do segmento de
empreendimentos solidários: cooperativas, associações populares e
grupos informais (de produção, de serviços, de consumo, de
comercialização e de crédito solidário, nos âmbitos rural urbano);
empresas recuperadas de autogestão (antigas empresas capitalistas
falidas recuperadas pelos/as trabalhadores/as); agricultores familiares;
fundos solidários e rotativos de crédito (organizados sob diversas
formas jurídicas e também informalmente); clubes e grupos de trocas
solidárias (com ou sem o uso de moeda social, ou moeda
comunitária); ecovilas; redes e articulações de comercialização e de
cadeias produtivas solidárias; lojas de comércio justo; agências de
turismo solidário; entre outras. Os empreendimentos solidários

98
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

caracterizam-se por se basearem nos princípios e valores expressos na


Carta de Princípios da Economia Solidária, dos quais se destacam o
exercício da autogestão na sua organização interna e o facto de serem
supra-familiares com carácter de actividade económica.
Quando se trata de um empreendimento económico solidário de
produção, o seu capital será constituído por cotas, distribuídas por igual
entre todos membros, que desta forma, são sócios do
empreendimento. O princípio geral da autogestão é que todos os que
trabalham são donos do empreendimento e todos os que são donos
trabalham no empreendimento.

Economia Solidária e Gestão de resíduos sólidos


Com o crescimento populacional, adicionado ao desenvolvimento
tecnológico, tem contribuído para o aumento da geração dos resíduos
sólidos, assumindo proporções agravantes, frente à falta de área para
deposição dos rejeitos e seu alto potencial de contaminação do meio
ambiente. Contudo, é possível optimizar o processo de gestão integrada
de resíduos sólidos através da prática associativista que está inserida
nas premissas da economia solidária.
As Associações de Catadores de Materiais Recicláveis existentes em
muitas províncias de Moçambique é um exemplo de actividade
colectiva local, a qual ganha expressão social, económica e ambiental
dentre os empreendimentos solidários. Por meio da venda de materiais
recicláveis, os associados, demonstram resultados económicos
significativos como renda e valores solidários. Já no campo social, as
Associações de Catadores de Materiais Recicláveis ganham
importância, na medida em que proporcionam o retorno ao mercado
de trabalho para seus associados. Por fim, no aspecto ambiental, reduz
tanto o lixo dos centros urbanos quanto a utilização dos recursos
naturais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Fair Trade (Comércio Justo)


Ao se criar uma expressão como “Fair Trade” teve-se como ideia
diferenciar e estimular é uma iniciativa de comércio justo, que tem
como objectivo fornecer a garantia aos compradores de determinados
produtos de que os mesmo foram produzidos de maneira ética, levando
em conta aspectos como o bem dos produtores e dos trabalhadores,
incluindo alguns critérios sociais e ambientais. Fair Trade (Comércio
Justo) é uma abordagem alternativa ao comércio convencional e é
baseado em uma parceria entre produtores e consumidores,
oferecendo aos produtores negócios melhores e permitindo que eles
melhorem suas vidas e planejem seus futuros. Esta prática está em
plena ascensão no cenário internacional. O conceito de Fair Trade não
é um consenso.

99
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com a Fair Trade Labelling Organization International (FLO),


comércio justo é uma abordagem alternativa ao comércio convencional
e é baseado em uma parceria entre produtores e consumidores,
oferecendo aos produtores negócios melhores e permitindo que eles
melhorem suas vidas e planejem seus futuros (FLO, 2009). Na busca de
uma definição mais ampla a rede informal das quatro principais
organizações de Fair Trade (Fair Trade Labelling Association,
International Fair Trade Association, a Network European Workshops e
a European Fair Trade Association) sob o anacronismo de FINE levou ao
seguinte conceito:
“Fair Trade é uma parceria comercial, baseada em diálogo, trasparência
e respeito, que procura maior equidade no comércio internacional. Ele
contribui com o desenvolvimento sustentável oferecendo melhores
condições de comércio, e ao garantir os direitos dos produtores e
trabalhadores marginalizados” (EFTA, 2010)

O conceito de comércio justo pode ser entendido como uma forma de


empoderamento dos trabalhadores, pequenos produtores, agricultores
familiares e artesãos, entre outros, que estão em desvantagem ou
marginalizados pelo sistema convencional de comercialização. Neste
sentido, o comércio justo se consolida enquanto uma estratégia de
desenvolvimento sustentável dos territórios que tem por princípio
garantir que os trabalhadores envolvidos tenham melhores condições
de vida e bem-estar, proporcionando o desenvolvimento em suas
comunidades.

Ainda que possa denotar certa ambiguidade, pois trade também é


Mercado. Em países mais avançados nessa matéria, para acessar ao
mercado de comércio justo carece de uma certificação feita por
entidades credíveis. É importante salientar que a certificação de
comércio justo em Moçambique ainda não é uma matéria incipiente.

Sumário

Nesta Unidade temática 4.1 estudamos e discutimos


fundamentalmente a economia solidária e comércio Justo:
1. Objectivos;
2. Pilares;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas)


1. O jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é
preciso para viver. Portanto, é um modo de produção que se
caracteriza pela igualdade. A qual das alíneas abaixo corresponde com
a afirmação acima citada?
a) Economia solidária e economia comunitária;
b) Economia de negócio;
c) Economia da autogestão;
d) Economia solidária.

2. A economia solidária, ao tratar de iniciativas de organizações


colectivas e solidárias para superar dificuldades estruturais locais,
carrega em si dois termos que são noções historicamente dissociadas,
assinale a opção correcta.
A. Iniciativa económica e solidariedade;
B. Economia de autogestão e solidária;
C. Iniciativa económica social e solidariedade.

3. Segundo relações de solidariedade, reciprocidade e igualdade.


Escolha três formas principais dessa Economia.
a) Cooperativas, as mutualidades e as associações;
b) Cooperativas, autogestão e as associações;
c) Mutualidades, as associações e a económica social.

4. Economia solidária por ser um conjunto de actividades económicas


de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas
sob a forma de autogestão, assenta em quatro pilares. Escolha a opção
correcta.
A. Iniciativa económica social e solidariedade;
B. Cooperativas, autogestão e as associações;
C. Cooperação, autogestão, viabilidade económica e
solidariedade.
D. Mutualidades, as associações e a económica social.

5. O crescimento da economia solidária no contexto Moçambicano se


deve a factores variados. Dentre os factores abaixo, assinale as
melhores opções correctas.

a)A resistência de trabalhadoras e trabalhadores à crescente


exclusão; da crise financeira mundial, instabilidade político-

101
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

militar e impactos da divida pública nacional segundo os relatos


recentes (anos 2014-2016);
b) Desemprego urbano e desocupação rural resultantes da
expansão agressiva dos efeitos negativos da globalização da
produção capitalista;
c) A resistência de trabalhadoras e trabalhadores à crescente
exclusão, desemprego urbano e desocupação rural resultantes
da expansão agressiva dos efeitos negativos da globalização da
produção capitalista.

Respostas:
1. Alínea correcta: d). 4. Opção correcta: D

2. Opção correcta: A 5. Opção correcta: A

3. Opção correcta: A

AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)

1. A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalista,


institui complexas relações sociais, demonstrando que:
a) Fraternidade entre patrões e empregados, comum no
cooperativismo, tem gerado soluções criativas para o
desemprego desde o início do capitalismo.
b) A rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa
solidária mais ecologicamente sustentável que os
empreendimentos capitalistas tradicionais.
c) A prosperidade do cooperativismo, assim como a da
pirataria e das formas de economia informal, resulta dos
benefícios do não pagamento de impostos.
d) As contradições inerentes ao sistema podem resultar em
formas alternativas de produção.
e) O modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e
socialistas representa uma alternativa econômica adequada
ao capitalismo.

2. Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender,


comprar e trocar o que é preciso para viver. Portanto, a
economia Solidária é um modo de produção que se caracteriza
por:

102
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) Igualdade;
b) Desigualdade;
c) Sistema monopolista;
d) Sistema Oligopolista.

3. Economia Solidária:
a) Não explora nos outros;
b) Não querer levar vantagem;
c) Não destruir o ambiente;
d) Todas opções (a, b e c) estão certas.

4. A economia solidária vem se apresentando, nos últimos anos,


como:
a) Inovadora alternativa de geração de trabalho;
b) Inovadora alternativa de geração de renda;
c) Uma resposta a favor da inclusão social;
d) Todas opções (a, b e c) estão certas.

5. A economia solidária uma diversidade de práticas económicas


e sociais organizadas sob a forma de:
a) Cooperativas e associações;
b) Clubes de troca e empresas autogestionárias;
c) Redes de cooperação;
d) Todas opções (a, b e c) estão certas.

UNIDADE Temática 3.2. EXERCÍCIOS deste tema

1. Compreende-se por economia solidária o conjunto de


actividades económicas de:
a) Produção, distribuição, consumo, poupança e crédito,
organizadas sob a forma de autogestão;
b) Produção, anarquia, consumo, poupança e crédito, organizadas
sob a forma de autogestão;
c) Produção, distribuição, insumo, poupança e crédito,
organizadas sob a forma de autogestão;
d) Nenhuma das opções;

2. Nas afirmações abaixo, indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas:

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) A economia solidária utiliza o poder de articulação coletiva dos


indiví- duos a partir de suas trajetórias mais ou menos
compartilhadas;
b) A economia solidária reconhece que sua força está na
participação e na comunicação;
c) A economia solidária não necessita estar integrada ao território
e às redes de informação;
d) A economia solidária usa de pressão colectiva para organizar
apoio político e para ganhar no mercado.

3. Compreende-se por economia solidária o conjunto de


actividades económicas de:
a) Produção, distribuição, consumo, poupança e crédito,
organizadas sob a forma de autogestão;
b) Produção, anarquia, consumo, poupança e crédito, organizadas
sob a forma de autogestão;
c) Produção, distribuição, insumo, poupança e crédito,
organizadas sob a forma de autogestão;
d) Nenhuma das opções;

4. Segundo relações de solidariedade, reciprocidade e igualdade,


as três formas principais dessa Economia solidária são:
a) Cooperativas, as mutualidades e as associações;
b) Cooperativas, as individualidades e as associações;
c) Cooperativas e as individualidades
d) Todas opções estão correctas

5. A economia solidária está organizada pelos seguintes pilares:


a) Cooperação;
b) Autogestão;
c) Viabilidade económica
d) Solidariedade
e) Todas opções estão correctas

6. A economia solidária está organizada pelos seguintes pilares:


a) Cooperação;
b) Autogestão;
c) Viabilidade económica
d) Solidariedade
e) Todas opções estão correctas

7. A autogestão é uma forma de gestão que implica:

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

a) Autonomia do colectivo dos trabalhadores e na


autodeterminação de todos os envolvidos no trabalho
b) Falta de autonomia do colectivo dos trabalhadores e na
autodeterminação de todos os envolvidos no trabalho
c) Exclusão
d) Nenhuma das opcões;

8. O Fair Trade tem como objectivo fornecer a garantia aos


compradores de determinados produtos de que os mesmo
foram produzidos:
a) De maneira ética
b) Levando em conta aspectos como o bem dos produtores e dos
trabalhadores
c) Respeitando os critérios sociais e ambientais
d) Todas opções estão correctas;

9. O Fair Trade pode ser pode ser entendido como:


a) Uma forma de empoderamento dos trabalhadores pequenos
produtores agricultores familiares e artesãos que estão em
desvantagem;
b) Uma forma de empoderamento dos trabalhadores pequenos
produtores agricultores familiares e artesãos marginalizados
pelo sistema convencional de comercialização
c) Uma forma de exclusão dos trabalhadores ricos e pobres,
deixando simplesmente os da classe média;
d) Somente as opções das alíneas a e b estão correctas;

10. Constituem algumas formas de manifestação da economia


solidária as seguintes:
a) Cooperativas, associações populares e grupos informais;
b) Empresas recuperadas de autogestão
c) Clubes e grupos de trocas solidárias;
d) Todas opções estão correctas;

105
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

TEMA – V: LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

UNIDADE Temática 5.1. Introdução, Legislação Ambiental: Leis,


Decretos e Resoluções Ambientais que definem, classificam e indicam
como destinar e gerenciar resíduos sólidos. Leis, Decretos e Resoluções
Ambientais relacionadas ao Cooperativismo.

UNIDADE Temática 5.2. EXERCÍCIOS deste tema

UNIDADE Temática 5.1.Introdução, Legislação Ambiental: Leis, Decretos e


Resoluções Ambientais que definem, classificam e indicam como destinar e
gerenciar resíduos sólidos. Leis, Decretos e Resoluções Ambientais relacionadas ao
Cooperativismo.

Introdução

A Lei do Ambiente configura-se actualmente como uma espécie de Lei-


quadro, fixando os pilares do regime de protecção jurídico-legal do
ambiente. Segundo o respectivo artigo 2, esta Lei “tem como objecto a
definição das bases legais para uma utilização e gestão correctas do
ambiente e seus componentes, com vista à materialização de um
sistema de desenvolvimento sustentável no país”.
Assim, a Lei do Ambiente centrou-se fundamentalmente na definição
de um conjunto de conceitos e princípios fundamentais da gestão
ambiental, na fixação do quadro institucional básico de protecção do
ambiente, na eleição de uma norma geral de proibição de todas as
actividades que causem degradação ambiental para além dos limites
legalmente definidos (com destaque para a poluição), da enunciação de
normas especiais de protecção do ambiente (com especial enfoque
naprotecção da biodiversidade), na previsão de um conjunto de
instrumentos de prevenção ambiental (o licenciamento ambiental, o
processo de avaliação do impacto ambiental e a auditoria ambiental) e
na caracterização do sistema de infracções, penalidades e fiscalização.

Volvidos mais de dez anos de vigência, esta lei permanece bastante


actual e ajustada quanto à maioria dos problemasambientais do País.
Faltou, talvez, fazer menção à questão das mudanças climáticas, que
não receberam alusão directa no texto legal, salvo o facto de possuírem
relação com outros conceitos previstos, como são os casos da
desertificação e da degradação do ambiente, constantes na lista de
noções prevista no artigo 1 da Lei doAmbiente.

106
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecera lei que rege os impactos ambientais em Moçambique;


Objectivos  Acompanhar a incorporação de normas ambientais na legislação sectorial;
específicos
 Entendere aplicar na práticaas leis, normas e decretos em vigor no País, na
gestão ambiental.

Desenvolvimento
Ambiente é o meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem
entre si e com o próprio meio e inclui: o ar, a luz, a terra e a água; os
ecossistemas, a biodiversidade e as relações ecológicas; toda a matéria
orgânica e inorgânica; toas as condições sócio-culturais e económicas
que afectam a vida das comunidades.

Regulamentos da Lei do Ambiente


Em termos de regulamentação, há a destacar um assinalável esforço
por parte do Governo moçambicano, traduzido na aprovação de um
conjunto importante de regulamentos sobre os temas principais da Lei
do Ambiente. Não aludiremos aos regulamentos que digam respeito ao
quadro institucional, e que resultam dos órgãos de gestão ambiental,
os quais mereceriam melhor tratamento em sede própria.

A Lei do Ambiente versa sobre a poluição do ambiente e foi já objecto


de um assinalável esforço de regulamentação. Destacam-se o
Regulamento sobre a Gestão dos Lixos Biomédicos (aprovado pelo
Decreto n.º8/2003, de 18 de Fevereiro), o Regulamento sobre Padrões
de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (aprovado pelo
Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho, alterado pelo Decreto n.º 67/2010,
de 31 de Dezembro), o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos
(aprovado pelo Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho), o Regulamento
sobre Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e
Costeiro (aprovado pelo Decreto n. ° 45/2006, de30 de Novembro), na
parte que diz respeito à poluição, o Regulamento sobre a Gestão das
Substâncias que Destroem a Camada de Ozono (aprovado pelo Decreto
n°. 24/2008, de 1 de Julho) e o Regulamento obre o Banimento do
Amianto eseus Derivados (aprovado pelo Decreto n°. 55/2010, de 22 de
Novembro).

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Legislação ambiental complementar: incorporação de normas


ambientais na legislação sectorial
O quadro jurídico-legal do ambiente é complementado por um
conjunto de leis e regulamentos respeitantes aos diversos sectores de
actividade, designadamente de terras, águas, florestas e fauna bravia,
pescas, turismo, saúde, agro-pecuária, indústria, comércio, transportes
e comunicações, minas, petróleos (incluindo gás natural), energia,
obras públicas e cultura.

A preocupação com a protecção do ambiente tornou-se


paulatinamente presente na vasta e dispersa legislação sectorial, ainda
que o tratamento tenha sido feito de forma bastante diferenciada em
termos de profundidade, existência e alcance.

Os sectores de águas, florestas e fauna bravia, pescas, minas, petróleos


e turismo são aqueles que, no presente momento, se encontram na
dianteira em termos de desenvolvimento de normas jurídico-
ambientais, apesar de o enfoque estar na exploração do recurso e não
propriamente na questão da protecção e conservação, justificando-se
que o assento tónico seja sobre o licenciamento da actividade.

No caso das águas, veja-se a Lei das Águas (Lei n.º 16/91, de 3 de
Agosto), o Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água
e Drenagem de Águas Residuais (aprovado pelo Decreto n.º 15/2004,
de 15 de Julho), o Regulamento de Licenças e Concessões de Águas
(aprovado pelo Decreto n.º 43/2007, de 30 de Outubro), o Regulamento
de Pequenas Barragens (aprovado pelo Decreto n.º 47/2009, de 7 de
Outubro), o Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo
Humano (aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 180/2004, de 15 de
Setembro) e o Regulamento sobre a Qualidade das Águas Engarrafadas
Destinadas ao Consumo Humano (aprovado pelo Decreto n.º 39/2006,
de 27 de Setembro).

No quadro jurídico sobre florestas e fauna bravia, destaque para a Lei


n.º 10/99, de 7 de Julho (Lei de Florestas e Fauna Bravia) e respectivo
Regulamento (aprovado pelo Decreto n.º 12/2002, de 6 de Junho, com
as alterações introduzidas pelo Decreto n.º 11/2003, de 25 de Março,
pelo Diploma Ministerial n.º 57/2003, de 28 de Maio e pelo Diploma
Ministerial n.º 96/2003, de 28 de Julho), os Mecanismos de Canalização
e Utilização dos 20% do Valor das Taxas de Exploração Florestal e
Faunística (aprovados pelo Diploma Ministerial n.º 93/2005, de4 de
Maio), o Estatuto dos Fiscais de Florestas e Fauna Bravia (aprovado pelo
Diploma Ministerial n.º 128/2006, de 12 de Julho) e os Padrões de
Transformação para a transformação primária de toros de todas as
espécies florestais produtoras de madeira (aprovados pelo Diploma

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Ministerial n.º 142/2007, de 7 de Setembro). Urge ainda referir a


aprovação da Taxa de Sobrevalorização da Madeira (através da Lei n. °
7/2010, de 13 de Agosto), com o objectivo de “incentivar a protecção
do ambiente, o uso sustentável dos recursos e possibilitar a
arrecadação de receitas que possamvir a ser aplicadas no
desenvolvimento sustentável de recursos florestais, promovendo o
surgimento de novas indústrias para o aproveitamento multifacetado e
integral dos recursos florestais”.

Estrutura da Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro


É difícil referirmo-nos à Lei do Ambiente sem, antes, compreender
como esta se encontra organizada. Nesse sentido, em seguida, faremos
uma breve abordagem à sua estrutura, de forma a identificar quais as
situações que se pretendiam salvaguardar com a elaboração da mesma.
Assim:
 O Capítulo I inicia, no art.º 1.º, com a apresentação de uma série
de definições básicas, entre as quais a de ambiente, associações
de defesa do ambiente, auditoria ambiental, avaliação de
impacto ambiental, biodiversidade, componentes ambientais,
degradação do ambiente, entre outros. Estes conceitos que,
para além de auxiliarem na correcta apreensão da
mesma,constituem, na maioria dos casos, “a primeira tentativa
de descrever noções essenciais da ciência do ambiente”em
Moçambique. Em seguida, ainda no mesmo capítulo, o art.º 4.º
consagra alguns princípios fundamentais em matéria ambiental,
como são: i) o do reconhecimento e valorização das tradições e
do saber das comunidades locais; ii) o da precaução e iii) o da
responsabilização, entre outros;

 No Capítulo II, sob a epígrafe “órgãos de gestão ambiental”, que


vai do art.º 5.º ao art.º 8.º, ambos inclusive, delimita-se o campo
de actuação da administração pública e define-se o papel dos
cidadãos na protecção do ambiente;

 No Capítulo III, sob a epígrafe “Poluição do Ambiente”,


consagra-se expressamente, no art.º 9.º, a “proibição de poluir”
e impõe-se ao Estado, noart.º 10.º, a definição de padrões de
qualidade ambiental;

 No Capítulo IV, sob a epígrafe “Medidas Especiais de Protecção


do Ambiente”, que vai do art.º 11.º ao art.º 14.º, ambos
inclusive, enumeram-se algumas situações que, pelas suas
especiais características, necessitam de um tratamento diferenciado
em matéria ambiental;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

 No Capítulo V, sob a epígrafe “Prevenção de Danos Ambientais”,


que vai do art.º 15.º ao 18.º, temos a consagração de algumas
das principais formas de prevenção do dano ao dispor da
Administração Pública e, às quais,dedicaremos maior atenção
ao longo do presente trabalho;

 No Capítulo VI, sob a epígrafe “Direitos e Deveres dos Cidadãos”,


que inicia-se no art.º 19.º e vai até ao art.º 24.º,inclusive,
definem-se direitos e deveres, alguns deles já com consagração
constitucional, que são fundamentais à defesa do ambiente e à
protecção dos cidadãos;

 No Capítulo VII, sob a epígrafe “Responsabilidade, Infracções e


Sanções”, que vai do art.º 25.º ao art.º 27.º, inclusive, prevêem-
se algumas soluções de cariz civil, criminal ou contravencional,
que visam fazer face às agressões verificadas no ambiente ou
através do ambiente;

 No Capítulo VIII, sob a epígrafe “Fiscalização Ambiental”, do


art.º 28.º ao art.º 30.º, ambos inclusive, faz-se uma identificação
dos agentes responsáveis e salienta-se o papel das comunidades
na fiscalização ambiental;

 Por fim, no Capítulo IX, estipula-se a relação desta Lei com a


restante legislação sectorial, e sublinha-se a necessidade de o
Governo adoptar medidas regulamentares com vista à sua
efectivação.

Pressupostos iniciais: O que proteger? A quem se aplica? E, em que


situações?
Conhecida a Lei, importa, agora, passar para a sua análise mais
pormenorizada. Com efeito, como já referimos, esta Lei estipula as
bases do sistema de prevenção e protecção do ambiente em
Moçambique. No entanto, para a sua correcta compreensão urge
responder a algumas questões iniciais: i) a quem se aplica; ii) que tipo
de bens visa proteger; iii) que situação pretende acautelar; e iv) como
leva a cabo esta protecção.

Na prática, verifica-se uma tendência, sobretudo por parte da


Administração Pública, para apenas impor deveres de acatamento dos
dispositivos previstos na Lei do Ambiente ao particular, isentando, de
facto, os entes públicos do ónus de a respeitar e cumprir. No entanto, a
Lei é muito clara quanto aos sujeitos abrangidos pela mesma, definindo

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expressamente, nos termos do disposto no art.º 3.º da Lei do Ambiente,


que se aplica não apenas às actividades privadas, mas também às
actividades públicas. Ou seja, tanto os particulares, como a
Administração Pública, devem pautar a sua conduta pelas normas e
princípios previstos na Lei do Ambiente.

Compreendido, então, “a quem”, importa saber “o que” está em causa.


Com efeito, como supra referido, a Lei apresenta alguns conceitos
essenciais e um deles é o de “ambiente”. Ora, Ambiente é o meio em
que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio
meio, e inclui: o ar, a luz, a terra, a água, os ecossistemas, a
biodiversidade e as relações ecológicas, toda a matéria orgânica e
inorgânica e todas as condições socioculturais e económicas que
afectam a vida das comunidades. Para além disso, o art.º 4, al. d) da Lei
do Ambiente, dispõe, relativamente ao princípio da visão global e
integral do ambiente, que este deve ser encarado como um conjunto
de ecossistemas interdependentes naturais e construídos.

Do exposto, pode-se dizer que o conceito de Ambiente adoptado pela


Lei Moçambicana é um conceito amplo, abrangendo não só os
elementos naturais, ou também designados componentes ambientais,
mas também os artificiais (como a paisagem, a cultura, o saber das
comunidades locais, entre outros). Optando, assim, algumas
considerações sobre a lei do ambiente em Moçambique por uma
integração de ambos. Posto isto, definido o bem jurídico protegido – o
Ambiente – importa saber que tipos de ofensas se encontram
abrangidas por esse dispositivo legal.

Nos termos do art.º 9.º da Lei do Ambiente, optou-se por se impor uma
proibição de poluir, prevendo, expressamente, que “não é permitida,
no território nacional, a produção, o depósito no solo e no subsolo, o
lançamento para a água ou para a atmosfera, de quaisquer substâncias
tóxicas e poluidoras, assim como a prática de actividades que acelerem
a erosão, a desertificação, o deflorestamento, ou qualquer outra forma
de degradação do ambiente, fora dos limites legalmente
estabelecidos”.

Antes de mais, por “ofensa ecológica” entende-se “todo o acto ou facto


humano, culposo ou não, que tenha como efeito a produção de um
dano nos valores ambientais protegidos por lei”. Ora, da análise do
artigo acima referido, podemos concluir que o legislador nacional optou
por apresentar uma tipificação das ofensas ecológicas que, por si,
acciona a tutela jurídica prevista no âmbito da mesma. Contudo, esta
tipificação visa, unicamente, auxiliar a identificação das situações

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

danosas ao ambiente e não limitar os casos àqueles nela expressamente


previstos.

Tanto assim é que o referido dispositivo legal prevê que estão também
proibidas “qualquer outra forma de degradação do ambiente”, que não
somente aquelas especificamente consagradas na Lei. Adopta assim,
uma cláusula geral de proibição de poluir, não obstante enunciar alguns
casos específicos de poluição.

Princípios Orientadores
Tanto assim é que, a Lei do Ambiente consagra, expressamente, no seu
art.º 4.º, alguns destes princípios fundamentais em matéria ambiental,
a saber:

(i) Princípio da utilização e gestão racional dos compostos


ambientais – Este princípio aparece no ordenamento
jurídico moçambicano, em 1995, com a aprovação da
Política Nacional do Ambiente (PNA). Nos termos da qual, “a
utilização dos recursos naturais deve ser optimizada”. Sendo
a utilização e gestão racional dos recursos naturais, ambas,
condição necessária para a melhoria da qualidade de vida
dos cidadãos, pode dizer se que mais não é do que a
concretização e densificação do princípio do
desenvolvimento sustentável no ordenamento jurídico
nacional;

(ii) Princípio do reconhecimento e valorização das tradições e


do saber das comunidades locais – Este princípio tem como
fonte de inspiração o Princípio XXII, da Declaração do Rio de
Janeiro, nos termos do qual “as populações indígenas e suas
comunidades e outras comunidades locais ese empenham
um papel vital na gestão e desenvolvimento do ambiente
devido aos conhecimentos e práticas tradicionais. Os
Estados deverão apoiar e reconhecer devidamente a sua
identidade, cultura e interesses e tornar possível a sua
participação efectiva na concretização de um
desenvolvimento sustentável”.A questão da protecção das
comunidades locais e dos seus saberes, como forma de
protecção e preservação do meio ambiente, ganha especial
relevo em Moçambique onde, apesar de a Terra ser
propriedade do Estado, é daí que há décadas, as famílias
retiram a sua maior, e muitas vezes única, fonte de sustento.
Razão pela qual, o conhecimento e o saber das comunidades
locais constituem pressuposto fundamental para uma
convivência harmoniosa com o ambiente. Contudo, para
uma

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acertada compreensão deste princípio, é essencial chamar à


colação o conceito de comunidade local apresentado em
sede de Lei de Terras(LT), nos termos da qual, entende-se
por comunidade local“o agrupamento de famílias e
indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial de nível de
localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses
comuns através da protecção de áreas habitacionais, áreas
agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sítios de
importância cultural, pastagens, fontes de água e áreas de
expansão”;

iii) Princípio da precaução – Este princípio consagra que “a


gestão ambiental deve priorizar o estabelecimento de
sistemas de prevenção de actos lesivos ao ambiente, de
modo a evitar a ocorrência de impactos ambientais
negativos significativos ou irreversíveis,
independentemente da existência de certeza jurídica sobre
a ocorrência de tais impactos”. Ora, a questão de relevo, no
que a este princípio diz respeito, é, sem dúvida, a tomada de
consciência de que é necessário actuar ainda antes de ter
ocorrido o mal, ou sequer de existir qualquer certeza
científica quanto a ocorrência do dano.

iv) Princípio da visão global e integrada do ambiente – Nos


termos deste princípio, o ambiente deve ser visto, e tratado,
como um conjunto de ecossistemas interdependentes,
naturais e construídos, que devem ser geridos de maneira a
manter o seu equilíbrio funcional sem exceder os seus
limites intrínsecos. Este princípio decorre, como refere
Carlos Serra, da alteração substancial que ocorreu no direito
internacional do ambiente no que toca ao seu objecto, uma
vez que este não é mais um qualquer dos componentes
naturais individualmente considerados – água, ar, solo,
subsolo, fauna, flora – mas sim a própria biosfera
globalmente considerada e analisada;

v) Princípio da participação dos cidadãos – Este princípio


corresponde ao entendimento segundo o qual a
participação dos cidadãos é a condição para o sucesso das
políticas de protecção e conservação ambientais. Porém,
importa realçar que não pode haver participação dos
cidadãos na definição e implementação da política
ambiental sem que haja informação cabal por parte das
entidades estatais competentes. Este princípio encontra
papel de destaque em matéria de Avaliação de Impacto

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Ambiental, nos temos do qual, a cabal participação da


comunidade é condição necessária para a atribuição da
Licença Ambiental;

vi) Princípio da igualdade – Este princípio visa garantir


oportunidades iguais de acesso e uso de recursos naturais a
homens e mulheres. Contudo, não nos parece acertado
entender este princípio de forma restritiva, apenas no que
respeita ao acesso aos recursos naturais pelos diferentes
géneros, mas sim de forma a respeitar o princípio da
igualdade previsto no art.º 35.º da Constituição da República
de Moçambique (2004), nos termos do qual “todos os
cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos
e estão sujeitos aos mesmos deveres…”.Ou seja, também
em matéria ambiental os cidadãos são todos iguais, estão
sujeitos aos mesmos deveres e têm os mesmos direitos,
nomeadamente no que respeita a acesso aos recursos
naturais.

vii) Princípio da Responsabilidade – Nos termos deste princípio,


quem polui ou de qualquer outra forma degrada o ambiente,
tem sempre a obrigação de reparar ou compensar os danos
daí decorrentes. Ora, esta responsabilidade pode ser tanto
de tipo civil, administrativa ou penal, como teremos
oportunidade de ver mais adiante no presente trabalho;

viii) Princípio da Cooperação internacional – Quanto a nós, este


princípio assume duas vertentes, uma ao constatar que os
danos provocados ao ambiente já não se cingem aos limites
territoriais de um Estado ou, como se costuma dizer, a
poluição não temfronteiras, nem respeita o sinal “proibido
ultrapassar”. Pelo que é, cada ver mais urgente, a
necessidade de encontrar soluções para os danos
transfronteiriços. Outra, ao assumir que cabe aos países
desenvolvidos apoiar os países em vias de desenvolvimento,
na adaptação e mitigação dos efeitos causados pela poluição
ambiental. Esta última vertente tem sido sobretudo
desenvolvida através das inúmeras Convenções
Internacionais celebradas em matéria ambiental. Exemplo
disto é o Protocolo de Quioto e o seu princípio orientador
das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, que mais
não é do que a constatação destes dois níveis de
responsabilidade pela poluição, dita, histórica e acumulada
ao
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longo dos anos que se seguiram à Revolução Industrial. Ora,


estes são os princípios, expressamente, consagrados como
fundamentais pela Lei do Ambiente.

Sumário

Nesta Unidade temática 5.1 estudamos e discutimos


fundamentalmente três itens em termos de considerações gerais á
disciplina de Contabilidade Geral:
1. Natureza;
2. Objectivos e;
3. Princípios

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas)

1. Analise as alternativas sobre aspectos relacionados ao ambiente e


marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. O ambiente é o
meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e
com o próprio meio e inclui:
a) O ar, a luz, a terra e água;
b) Toda a matéria orgânica e inorgânica;
c) Todas as condições sócio-culturais e económicas que afectam
a vida das comunidades;
d) Os ecossistemas, à biodiversidade e não relações ecológicas.

2. Assinale as opções correctas, sobre a incorporação de normas


ambientais na legislação sectorial.
a) O quadro jurídico-legal do ambiente é complementado por
um conjunto de leis e regulamentos respeitantes aos diversos
sectores de actividade, designadamente de terras, águas,
florestas e fauna bravia;
b) Pescas, turismo, saúde, agro-pecuária, indústria, comércio,
transportes e comunicações, fazem parte do quadro jurídico-
legal do ambiente.
c) A preocupação com a protecção do ambiente tornou-se
paulatinamente presente na vasta e dispersa legislação
sectorial, ainda que o tratamento tenha sido feito de forma
bastante diferenciada em termos de profundidade, existência
e alcance.

3. Escolha as opções correctas. A Lei do Ambiente versa sobre:

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a) A poluição do ambiente e foi já objecto de um assinalável


esforço de regulamentação;
b) Destaca do regulamento sobre a Gestão dos Lixos Biomédicos
(aprovado pelo Decreto n.º8/2003, de 18 de Fevereiro);
c) Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (aprovado pelo
Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho).
4. Conhecida a Lei do ambiente, importa-se, passar para a sua análise
mais pormenorizada. No entanto, os pressupostos iniciais respondem:
a) Em que situações? Onde aplicar? A quem se aplica?
b) A quem se aplica? E, em que situações?
c) O que proteger? A quem se aplica? E, em que situações?

5. O princípio da responsabilidade no âmbito da poluição ambiental


legitimiza que:
a) Nos termos deste princípio, quem polui ou de qualquer outra
forma degrada o ambiente, tem sempre a obrigação de reparar
ou compensar os danos daí decorrentes.
b) A responsabilidade aplicada ao cidadão pode ser tanto de tipo
civil, administrativa ou penal;
c) Nos termos deste princípio, quem polui o meio ambiente, não
tem a obrigação de compensar os danos daí decorrentes.
Respostas:
1. a) V c) V
b) V d) V
2. Opções correctas: A e C.
3. a) V
b) V c) V
4. Alínea correcta: c)
5. Alínea correcta: a)

AVALIAÇÃO
GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)
1. A Lei do Ambiente versa sobre a poluição do ambiente e foi já
objecto de um assinalável esforço de regulamentação.
Destacam-se o Regulamento sobre:
a) Gestão dos Lixos Biomédicos (aprovado pelo Decreto n.º8/2003,
de 18 de Fevereiro);
b) o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de
Emissão de Efluentes (aprovado pelo Decreto n.º 18/2004, de 2
de Junho, alterado pelo Decreto n.º 67/2010, de 31 de
Dezembro);
c) Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (aprovado pelo
Decreto n.º 13/2006, de 15 de Junho);

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d) Regulamento sobre Prevenção da Poluição e Protecção do


Ambiente Marinho e Costeiro (aprovado pelo Decreto n. °
45/2006, de30 de Novembro);
e) As alíneas a, b, c e d estão erradas;
f) As alíneas a, b, c e d estão certas.

2. O quadro jurídico-legal do ambiente é complementado por um


conjunto de leis e regulamentos respeitantes aos diversos
sectores de actividade. Eis, algumas delas:
a) Terras;
b) Águas;
c) Florestas e fauna bravia;
d) Pescas
e) As alíneas a, b, c e d estão erradas;
f) As alíneas a, b, c e d estão certas.

3. Os sectores de águas, florestas e fauna bravia, pescas, minas,


petróleos e turismo são aqueles que, no presente momento, se
encontram na dianteira em termos de desenvolvimento de
normas jurídico-ambientais. Isto deve-se grandemente a:
a) Enfoque estar na exploração do recurso e não propriamente na
questão da protecção e conservação;
b) Existência de muita floresta;
c) Existencia de muitos recursos minerais;
d) As alíneas a, b e cestão certas.
4. Uma das formas para controlar a exploração excessiva dos
recursos minerais, o quadro jurídico-ambiental nacional prevê:
a) O assento tónico seja sobre o licenciamento da actividade;
b) Proibição de qualquer que seja a exploração
c) Emissão de licenças excepcionais
d) Nenhuma das opções

5. No sector das águas(Lei n.º 16/91, de 3 de Agosto), existem os


seguintes regulamentos:
a) Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e
Drenagem de Águas Residuais (aprovado pelo Decreto n.º
15/2004, de 15 de Julho);
b) Regulamento de Licenças e Concessões de Águas (aprovado pelo
Decreto n.º 43/2007, de 30 de Outubro)
c) Regulamento de Pequenas Barragens (aprovado pelo Decreto
n.º 47/2009, de 7 de Outubro), entre outras
d) Todas opções estão certas

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UNIDADE Temática 3.2. EXERCÍCIOS deste tema


1. No quadro jurídico sobre florestas e fauna bravia (Lei n.º
10/99, de 7 de Julho), fazem parte os seguintes regulamentos:
a) Decreto n.º 11/2003, de 25 de Março;
b) Diploma Ministerial n.º 57/2003, de 28 de Maio;
c) Diploma Ministerial n.º 96/2003, de 28 de Julho;
d) As alíneas a, b e c estão erradas;
e) As alíneas a, b e cestão certas.

2. A Lei do Ambiente está estruturada em capítulos contendo


artigos diversos, portanto (indique com “V” as verdadeiras e
com “F” as falsas):
a) O Capítulo I inicia, no art.º 1.º, com a apresentação de uma série
de definições básicas, entre as quais a de ambiente;
b) O Capítulo I é conclusivo e traz todos elementos fundamentais
para a protecção ambiental;
c) No Capítulo II, sob a epígrafe “órgãos de gestão ambiental
delimita-se o campo de actuação da administração pública e
define-se o papel dos cidadãos na protecção do ambiente;
d) O Capítulo IV, sob a epígrafe “Medidas Especiais de Protecção
do Ambiente” enumeram-se algumas situações que, pelas suas
especiais características, necessitam de um tratamento
diferenciado em matéria ambiental.

3. A lei do ambiente seguintes pressupostos:


a) O que proteger?
b) A quem se aplica?
c) E, em que situações?;
d) As alíneas a, b e c estão erradas;
e) As alíneas a, b e cestão certas.

4. Sobre a Lei do Ambiente, nas afirmações abaixo indique com


“V” as verdadeiras e com “F” as falsas:
a) A Lei do Ambiente pauta pelo princípio da utilização e gestão
racional dos compostos ambientais;
b) A Lei do Ambiente pauta utilização e gestão racional somente
dos elementos bióticos;
c) Pauta pelo princípio do reconhecimento e valorização das
tradições e do saber das comunidades locais.

5. Nas afirmações abaixo indique com “V” as verdadeiras e com


“F” as falsas:

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a) O princípio da precaução prevê que a gestão ambiental deve


priorizar o estabelecimento de sistemas de prevenção de actos
lesivos ao ambiente, de modo a evitar a ocorrência de impactos
ambientais negativos significativos ou irreversíveis,
independentemente da existência de certeza jurídica sobre a
ocorrência de tais impactos;
b) O princípio da participação dos cidadãos corresponde ao
entendimento segundo o qual a participação dos cidadãos é a
condição para o sucesso das políticas de protecção e
conservação ambientais
c) O princípio da responsabilidade advoga que quem polui ou de
qualquer outra forma degrada o ambiente, tem sempre a
obrigação de reparar ou compensar os danos daí decorrentes;

6. Princípio do reconhecimento e valorização das tradições e do


saber das comunidades locais, teve como fonte de inspiração:
a) Declaração do Rio
b) Conferencia de Estocolmo
c) Rio+10
d) Nenhuma das opções

7. Princípio da visão global e integrada do ambiente prevê:


a) Visão particular da biosfera
b) Visão do ambiente no seu todo
c) Visão do ambiente na componente socioeconómica
d) Nenhuma das opções

8. O Lei Moçambicana de Ambiente, este é abordado:


a) No amplo, incluindo componentes natural e artificial;
b) No sentido restrito considerando somente componente natural;
c) No amplo, incluindo componentes natural, artificial e o Homem.
d) Nenhuma das opções
9. Na componente da responsabilidade, infracções e sanções, a
lei Moçambicana de Ambiente prevê soluções de:
a) Cariz civil;
b) Criminal;
c) Contravencional;
d) Todas opções estão certas

10. A preocupação com a protecção do ambiente tornou-se


paulatinamente presente:
e) Destruição crescente do ambiente no seu todo;
f) Destruição da camada de ozono;
g) Agravamento do efeito de estufa;

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h) Nenhuma das opções está certa

UNIDADE Temática 6. EXERCÍCIOS do fim do módulo

1. Indique, entre as opções abaixo, a alternativa com a ordem


decrescente correcta de materiais quanto ao tempo de
decomposição.
a. Papelão, sacolas plásticas, alumínio e vidro.
b. Aço, vidro, papelão e sacolas plásticas.
c. Alumínio, papelão, borracha de pneu e vidro.
d. Papelão, sacos de plástico, garrafas PET e alumínio.
e. Vidro, alumínio, sacolas plásticas e papelão.

2. Uma das tecnologias para o tratamento de resíduos sólidos


industriais é a incineração. Acerca desse assunto, assinale a
opção correcta.
a. O sistema de tratamento térmico não necessita de
equipamentos que reduzam a emissão de poluentes.
b. Durante o processo de tratamento térmico, deve ser
realizado o monitoramento de material particulado,
dioxinas e furanos.
c. Os gases gerados no processo de tratamento dos
incineradores e lançados na atmosfera, ainda que sem
tratamento, não causam impactos negativos ao meio
ambiente.
d. A incineração é uma tecnologia que consiste no
tratamento térmico do resíduo à temperatura máxima
de 100 ºC.

3. Analise as alternativas sobre aspectos relacionados ao lixo e


marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.
I. O lixo é caracterizado como tudo aquilo que não tem mais
utilidade e não apresenta nenhum valor para o homem e,
consequentemente, é jogado fora.
II. A destinação inadequada do lixo pode desencadear vários
problemas sócio ambientais, como, por exemplo, poluição do
solo, entupimento de bueiros e poluição visual.

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III. A produção de lixo não é tão prejudicial ao meio ambiente, visto


que em todas as cidades brasileiras ocorrem a colecta e o
tratamento adequado desse material.
IV. O lixo urbano recebe classificação de acordo com sua fonte
geradora e composição do material, havendo a necessidade de
tratamento específico para cada tipo de lixo.
V. A população não deve se preocupar em reduzir a produção de
lixo, pois todo esse material é reciclado, fato que fortalece a
economia local.

4. Em função da periculosidade oferecida, os resíduos sólidos


podem ser classificados em três classes. A qual classe
pertencem os resíduos considerados perigosos, ou seja,
aqueles que podem apresentar riscos à saúde pública e/ou ao
meio ambiente?

a) Classe I
b) Classe II
c) Classe III

5. O lixo tem grande influência na transmissão de doenças, já que


vectores encontram alimento, abrigo e condições adequadas
para a proliferação nele. A partir desta afirmação, numere a
coluna da direita com base na informação da coluna da
esquerda:

1. Ratos ( ) Dengue

2. Baratas ( ) Leptospirose

3. Moscas ( ) Giardíase

4. Mosquitos ( ) Febre tifóide

5. Aves ( ) Toxoplasmose

6. Acerca dos princípios de direito ambiental, assinale a


alternativa correcta.
a. O princípio da prevenção é aplicável ao risco conhecido, ou seja,
aquele que já ocorreu anteriormente ou cuja identificação é
possível por meio de pesquisas e informações ambientais.
b. O princípio da participação comunitária possui aplicabilidade
apenas na esfera administrativa, impondo a participação
popular na formulação das políticas públicas ambientais
desenvolvidas pelos órgãos governamentais.

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c. O princípio do desenvolvimento sustentável não tem carácter


constitucional, mas encontra assento em normas
infraconstitucionais que tratam da ocupação racional dos
espaços públicos.
d. O princípio do poluidor-pagador impõe ao empreendedor a
responsabilidade subjectiva, ou seja, o dever de arcar com os
prejuízos que sua actividade cause ao meio ambiente na medida
de seu envolvimento directo com o dano.
e. O princípio da precaução refere-se à necessidade de o poder
público agir de forma a evitar os riscos que são de conhecimento
geral, adoptando medidas de antecipação por meio de
instrumentos como o estudo e o relatório de impacto ambiental
(EIA/RIMA).

7. O princípio ambiental que orienta que as questões ambientais


devem ser consideradas em todas as actividades humanas é:
a. Princípio da educação ambiental;
b. Princípio da ubiquidade;
c. Princípio da função sócio ambiental;
d. Princípio da equidade.

8. Existem vários tipos de tratamento de resíduos sólidos, a


saber: tratamento físico, tratamento químico, tratamento
biológico e fisio-químico. Portanto, a secagem do resíduo é
um tratamento:
i) Físico;
j) Químico;
k) Biológico;
l) Fisico-químico

9. A minimização da produção de resíduos é uma tarefa


gigantesca que pressupõe a consciencialização dos agentes
políticos e económicos e das populações em geral para que
todos se sintam responsáveis pela implementação de medidas
tendentes à redução dos resíduos. Escolha a opção correcta.
a. Resíduos, Reduzir, Reutilização e Reciclagem - 3R’s.
b. Reduzir, Reutilização e Reciclagem - 3R’s.
c. Reduzir, Minimização e Reciclagem.

10. Assinale a alternativa falsa.

a) É correcto afirmar que são algumas medidas de prevenção e


controle da poluição do ar: abolição da incineração de resíduos
domésticos e controlo da sua queima.
b) A poluição do solo e do subsolo consiste na deposição,
disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou

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enterramento no solo ou no subsolo de substâncias ou produtos


poluentes, em estado sólido, líquido ou gasoso.
c) A poluição hídrica é qualquer alteração de suas propriedades
físicas, químicas ou biológicas, que possa importar em prejuízo
à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causar
dano à flora e à fauna, ou comprometer o seu uso para fins sociais
e económicos.
d) É correcto afirmar que, quando se fala em poluição das águas,
devem ser abrangidas não só as águas superficiais como
também as subterrâneas.

11. Na compostagem, o tamanho das partículas tem uma


influência significativa. Portanto;
a) O tamanho das partículas tem importância na oxigenação da
massa em compostagem;
b) Quanto menor forem as partículas, maior será a área de ataque
pelos microrganismos;
c) Quanto maior forem as partículas, maior será a área de ataque
pelos microrganismos;
d) A granulometria influi em diversos parâmetros da
compostagem, designadamente a oxigenação, a humidade e a
temperatura .

12. . A periculosidade é uma característica apresentada por um


resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas
ou infecto-contagiosas, pode apresentar:

a) Risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma


significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de
doenças, e/ou;
b) Risco ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou
destinado de forma inadequada.
c) Todas opções estão correctas

13. No aterro sanitário, as operações devem incluir a


compactação do lixo e cobertura diária dos resíduos com
terra, com o fim de:
a) Evitar a dispersão do chorume e o crescimento de
vectores
b) Evitar a emanação de maus odores e o crescimento de
vectores;
c) Evitar a emanação de maus odores e o desperdício de
matéria orgânica útil ao solo;

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d) Evitar a contaminação do solo e águas bem como o


crescimento de vectores.

14. Os lixões são inadequados do ponto de vista sanitário pelas


seguintes razões:
a) Proliferação de vectores e aparecimento de doenças;
b) Poluição do solo, águas, ar, entre outros problemas
ambientais;
c) Poluição de áreas superficiais das vizinhanças;
d) Todas as opções acima estão correctas.

15. Indique, entre as opções abaixo, a alternativa que melhor


define o Cooperativismo.

a) É uma doutrina que considera as cooperativas como


forma falsa de organização da humanidade, baseado na
democracia, para todos os sócios.
b) É uma falsa doutrina que considera as cooperativas
como forma ideal de organização da humanidade,
baseado no direito e deveres iguais para todos.
c) É uma doutrina que considera as cooperativas como
forma ideal de organização da humanidade, baseado na
democracia, participação, direito e deveres iguais para
todos, sem discriminação de qualquer natureza, para
todos os sócios.

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BIBLIOGRAFIA

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