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Literatura - Larissa

Viveram dois irmãos em um a vila. Amados por uns e odiados por outros. João
era um exemplo. Enaltecia Deus como ser supremo e considerava tudo e todos
que não partilhasse essa crença, um condenado. Contudo, Jonas era o seu
oposto. Vivera profanamente, com suspeitas atitudes a praticar pecaminosos
atos. A festa fora seu trabalho; as mulheres, sua alegria e diversão.
Dividiam-se os moradores em opiniões: parte deles seguiam Jonas – os que
se identificavam com a vida livre, descrentes do pecado e da condenação
eterna; a outra – bajuladores da moral, julgadores alheios, crentes de sua vida
eterna no paraíso, de cujos poderes seriam os de rechaçar quaisquer
demônios vestidos de homem na terra; ficava com o João.
João e Jonas, tão próximo quando distante, viviam entre o bem e o mal em um
período em que o amor e ódio eram definidos pelo comportamento. E, ainda
que não houvesse um conflito físico, ficava a dúvida de seus reais sentimento,
já que, internamente, se percebiam família. E esta, sim, consideravam-na eles
grandiosa, merecedora de atenção, pois ela gritava mais forte dentro de cada
um deles.

A literatura barroca deixa claro a dualidade vivida no período seiscentista, entre


homem x Deus; o terreno e o celestial, o pecado e o perdão, a religiosidade
medieval e o paganismo renascentista, o cultismo x conceptismo, dente outras.
Contudo, no texto escrito acima existem algumas dessas características, tais
como conflito entre corpo e alma vivido pelos irmão João e Jonas, quando se
fala do comportamento de ambos (vida profana x crença em Deus; amor x
ódio); quando se faz uso de figuras de linguagens comuns no Barroco: a
antítese (tão próximo quanto distante / viviam entre o bem e o mal), a
metáfora (vida eterna no paraíso / demônios vestidos de homens) e a
prosopopeia (ela grita dentro de cada um deles) e ainda a inversão de frases
(viveram dois irmãos em uma vila. / Dividiam-se os moradores em
opiniões / ...consideravam-na eles grandiosa).

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