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1. Introdução
No que tange o mercado alimentício de Campo Grande, há uma ampla variedade de
empreendimentos que utilizam aplicativos e sistemas online para pedidos. Dentre os
aplicativos, o que tem ganhado maior destaque nas redes sociais é o iFood, consorciado,
obviamente, por outras formas de articulação online para solicitação de pedidos e
fechamento de negócios.
Diante dessa situação, percebemos a importância de se debruçar sobre tal assunto
que de certa forma, em Campo Grande-MS, não há produções suficiente tanto sobre o
consumo no ambiente eletrônico, quanto sobre os serviços de delivery que atuam na cidade.
Em pesquisa realizada pelo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
Estatística) no ano de 2016, constatou-se que 56% dos brasileiros, consomem comida de
delivery semanalmente. Os horários de maior pedido são o jantar no final de semana que
representa 67% dos pedidos feitos. Na pesquisa observa-se também que a região de maior
demanda é a sudeste, seguida pelo nordeste, centro oeste, norte e sul.
Como já havia sido mencionado por Mattos (1992, p. 149), as novas tecnologias
impulsionaram a mundialização de todas as formas. Dessa maneira, a inter-relação entre o
comércio eletrônico com o setor alimentício representa assim uma estratégia de acumulação
de capital, gerando uma dinamização dentro do espaço no qual ocorre a atividade de
serviço delivery.
2. Objetivo
Compreender as formas eletrônicas de consumo do segmento gastronômico em Campo
Grande, tendo em vista, as múltiplas relações estabelecidas em um contexto em que a
informação ganha destaque, na articulação da produção do espaço geográfico e da
reprodução do capital.
3. Metodologia
a) Levantamento, revisão bibliográfica e pesquisas em empresas ligadas ao tema do
trabalho;
b) Coleta de dados em sites, como do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) e outros com vistas
a compreender o cenário de delivery e afins, no contexto do segmento eletrônico;
c) Aplicação de questionários de cunho amostral na Praça Ary Coelho, localizada no
centro de Campo Grande (MS);
d) Aplicação de questionários de cunho amostral na Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, localizada em Campo Grande (MS);
e) Tabulação dos dados estatísticos e qualitativos obtidos por meio da construção da
pesquisa;
f) Organização dos dados e informações obtidas, ao longo do trabalho na forma de
texto científico;
4. Resultados
Para o estudo foi definido um total de 100 questionários, para serem aplicados em dois
pontos da cidade, na praça Ary Coelho, localizada no centro da cidade, e na Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), localizada no bairro Pioneiros, ficou, portanto, 50
questionários para cada ponto.
A intenção foi comparar os dois públicos, que no primeiro caso, seria a população em
geral, que circulam no centro da cidade, já no segundo caso, temos um público específico,
que são os universitários. Para realizar a comparação, analisamos se há uma diferença de
faixa etária, e se isso implica ou não no uso dos aplicativos de delivery, também analisamos
a renda, para saber se isso interfere ou não, no uso dos aplicativos de delivery, e por fim,
analisamos se o uso de internet garante ou não, em sua maioria, que os usuários também
visitem aplicativos de delivery.
Nos questionários, foi inserido também, uma questão que diz respeito aos pedidos de
delivery que são dirigidos aos estabelecimentos do corredor gastronômico da Avenida Bom
Pastor, com vistas, a identificar se os estabelecimentos presentes ali têm ou não demanda
por delivery.
Os tópicos a seguir, irão trazer os resultados obtidos dos questionários, apresentando
gráficos, quadros e as conclusões tiradas em ambas situações. Foram destacadas no
2
Sim
Não
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1 Salário 2 Salários 3 Salários 4 Salários Sem Renda
Feminino Colunas1
Sobre a renda dos entrevistados, a maioria possui um salário mínimo, sendo que grande
Página
Sábado e Domingo
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sim
Não
6
5
4
3
2
1
0
Até 30 min 1 hora 2 horas
Feminino Colunas1
6
5
4
3
2
1
0
Até 30 reais Até 50 reais Mais de 50 reais
Feminino Série 3
Dinheiro
Débito
Crédito
Sim
Não
30
25
20
15
10
5
0
1 Salário 2 Salários 3 Salários 4 Salários Sem Renda
Feminino Colunas1
Sábado e Domingo
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
cozinhar.
Página
Sim
Não
35
30
25
20
15
10
5
0
Até 30 min 1 hora 2 horas
9
Página
Feminino Série 3
25
20
15
10
0
Até 30 reais Até 50 reais Mais de 50 reais
Feminino Série 3
Dinheiro
Débito
Crédito
Finalizando aqui a discussão sobre os dados obtidos, o próximo item irá trazer as
Página
5. Conclusões
Os dados nos mostram que a inserção dessas tecnologias e o seu uso se tornam
muito mais constantes no dia a dia da sociedade, no entanto, tal comportamento não é
homogêneo, e tende a se restringir a um grupo específico.
A respeito do panorama dos serviços delivery em Campo Grande, identificamos que
o consumo e o uso de aplicativos de delivery pela população, apresenta-se mais recorrente
com o público entre 18 e 25 anos, onde não só, são eles que mais utilizam, como também,
consomem os mais diferentes produtos. O fato de grande parte serem estudantes, também
contribuem para que a frequência de uso dos aplicativos seja maior, já que muitos têm uma
rotina diferente da população mais adulta, que já são pais, ou são idosos, o que acaba
influenciando também nos hábitos alimentares.
Notamos ainda, que não há uma concorrência entre os aplicativos que atuam nos
estabelecimentos da cidade, já que foi visto, que o iFood concentra a maior demanda, o que
pode ser justificado, pela inserção tardia dos outros aplicativos, como é o caso do Uber Eats
e Rappi.
Outro aspecto que merece atenção, são os locais que não fornecem o serviço
delivery, como é o caso da Avenida Bom Pastor, onde tornou-se um espaço de circulação e
lazer, fato que acabou contribuindo para garantir o status de corredor gastronômico na
cidade.
Por fim, a pesquisa se mostra efetiva, no que se refere a análise comportamental e
comparativa entre públicos, já que nas pesquisas bibliográficas, grande parte se volta para o
estudo das tecnologias ou do consumo em si, e algumas lacunas não são preenchidas ou
não têm um aprofundamento esperado.
Por ser uma pesquisa da ciência geográfica, a ideia foi mostrar como a Geografia,
que tem a missão de estudar o espaço e suas dinâmicas, pode estar trazendo debates
como esses, para justamente, entender as inovações tecnológicas que têm interferindo nas
relações sociais, econômicas, no consumo e como o espaço geográfico reage a estes
fenômenos.
Agradecimentos: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de
Financiamento 001.
Referências
CASTELLS, M. A sociedade em rede. Trad. Roneide Venâncio Majer. 8 ed. São Paulo:
Editora Paz e Terra, 2005.
FORBES BRASIL. Mesmo com crise o setor de alimentação continua a crescer no Brasil.
Disponível em: <https://forbes.uol.com.br/negocios/2015/06/mesmo-com-crise-setor-de-alimentacao-
continua-a-crescer-no-brasil/>. Acesso em: 15 dez. 2018.
SERRANO, F. Perto de faturar R$ 1 bilhão, a Movile quer mais. In: Exame. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/revista-exame/perto-de-faturar-r-1-bilhao-a-movile-quer-mais/>. Acesso
em: 20 mar. 2018.
TRIBUNA DE JUNDIAÍ. Eleita uma das melhores empresas para trabalhar, iFood tem
vagas em Jundiaí. Disponível em: <http://tribunadejundiai.com.br/noticias/cidades/jundiai/2115-
eleita-uma-das-melhores-empresas-para-trabalhar-ifood-tem-vagas-em-jundiai>. Acesso em: 19 mar.
2018
TURBAIN, E.; KING, D. Comércio eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall,
2004.
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