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Caracterização da faixa etária dos 3/4 anos

Desenvolvimento Cognitivo

 O pensamento de uma criança a partir desta idade e até aos sete anos é

concreto e ligado à realidade e a cada objecto. Não sabe abstrair as

qualidades gerais das que a rodeiam

 O seu pensamento é mais objectivo e realista

 A criança pensa de modo egocêntrico. Pode dizer-nos que tem um irmão,

mas se lhe perguntar-mos quantos irmãos tem o seu irmão, responde-nos

que nenhum. É incapaz de pensar no ponto de vista do irmão

 Possui um pensamento estático que se centra num só pormenor de cada

vez, o que o leva a cometer muitos erros

 A criança faz traços desajeitados no papel

 Pode contar até 10 e começa a compreender as adições e as subtracções,

desde que sejam com números pequenos

 Manifesta uma maior capacidade de atenção

 Tem mais facilidade em resolver problemas e fazer comparações

 Explora a utilidade dos objectos de uso mais comum

 A sua memória desenvolve-se muito

 Tem a noção de cor, forma e espaço

 Começa a aperceber-se da noção de quantidade

 Ainda considera o mundo através dos seus olhos

 No desenho faz o seu primeiro esboço da figura humana

 Período do pensamento simbólico

 Começa a incluir-se a imaginação

 Usam a imaginação para combater as barreiras do tempo, espaço e das

forças reais – transformam-se em super-heróis


 Forma de pensamento similar, com pequenas variações

 O que aprende nesta idade é imprescindível e irrecuperável

 Pede coisas simples

 Diz o seu próprio nome

 Todas as coisa assumem um comportamento humano, por ex. quando vai

contra a mesa, crê que foi a mesa que lhe bateu de propósito

 Imita o pai e a mãe, na capacidade de adaptar-se e desenvolver ideias e

aptidão para a resolução de problemas. Recorre à memória, o que atesta

o grande avanço intelectual

Desenvolvimento Sócio-afectivo

 Responde não por oposição, transmitindo auto-afirmação e independência

 Através da representação a criança esconde-se por falta de afecto,

atenção, respeito, espaço, liberdade ou tempo para brincar

 A imaginação tem forte ligação com as emoções despertadas nele pelas

pessoas com quem convive

 O amigo imaginário começa a fazer parte da sua vida, representando

alguém com quem conversa, brinca e discute

 Surgem os pesadelos e os receios

 Há uma organização das emoções

 Brincam desabafando as angústias, medos, raivas e dúvidas

 Fase de rebeldia, que surge como uma forma de marcar a sua

individualidade

 Mostra um certo egoísmo, em relação aos brinquedos

 Fase de afirmação, fazendo escândalos e mostrando-se rebelde

 Surge o sentimento de posse. Começa quando tem consciência de si como

uma pessoa independente da mãe, separada


 Brinca só

 O pai é favorito

 É muito afectuosa com a mãe e mostra-lhe o seu afecto não somente

através de beijos mas também de palavras

 Gosta que ela lhe preste igualmente a sua ternura-

 Põe-se também a dar ordens: de deixar brincar no quarto e comer só

 Só quer a mãe quando tem algum problema ou se estiver cansada à noite

ou acorde durante a mesma

 Patenteia todo o seu carinho e afecto pelos pais, especialmente antes de

se ir deitar

 Tem por vezes dificuldade em suportar estar ao mesmo tempo com o pai

e com a mãe

 Interessa-se pouco pelos irmãos ou irmãs

 Já é capaz de se comparar com outra criança ou adulto

 É ainda muito egocêntrica. Tem tendência para interpretar tudo em

função de si própria

 Expressa fortemente as suas preferências

 Manifesta confiança nas suas próprias realizações e orgulho nas vitórias

ou sucessos

 Valoriza muito as coisas que lhe pertencem

 Começa a perceber que existe outro mundo além do seu circulo familiar

 Início da descoberta de diferenciação sexual

 Começa a brincar com as outras crianças, embora brinque em paralelo

 As brincadeiras funcionais vão dando lugar às simbólicas e de expressão.

O “faz-de-conta” adquire um tom afectivo e imaginário cada vez mais

rico

 Gradualmente vai canalizando as suas atitudes agressivas para

actividades mais construtivas


 Gosta do adulto ao seu lado e consegue partilhá-lo melhor

 Mostra um desejo forte de independência nas suas actividades

 Experimenta os seus limites em situações que envolvem outras pessoas

 Experimenta o adulto

 Demonstra maior facilidade em aceitar substituições para aquilo que não

pode Ter ou fazer

 Gosta de experimentar as actividades do adulto, principalmente em casa

 Faz pequenos recados e tarefas

 Respeita e obedece às regras

 Despe roupa simples já desabotoada

 Veste o casaco mas não abotoa os botões

 Calça os sapatos mas não os amarra

 É capaz de comer sozinha

 Controla os esfíncteres, durante o dia

 com incentivo e ajuda do adulto arruma os brinquedos da sala

 Sabe o lugar das coisas

 Freud caracteriza esta fase na vida da criança, como a fase anal. Esta

caracteriza-se por uma organização da libido na evacuação e na

excitação da mucosa anal. Isto significa, que a zona erógena dominante é

a região anal, pelo qual a criança sente prazer nas defecções, em mexer

nas mesmas e também em rete-las. Assim as excitações resultam tanto

dos esforços de retenção como de expulsão

 Erikson denomina esta fase da vida da criança, que vai dos dois aos três

anos de vida de autonomia versus vergonha, caracterizada pela formação

de autonomia ou pelo aparecimento de dúvida e de vergonha. A criança

adquire novas capacidades: andar, comer por si própria, falar, agarrar e

largar através da maturação da massa muscular. Estas novas capacidades

fazem com que a criança sinta necessidade de controlar o exterior, de


firmeza de carácter que por sua vez permitirá o desenvolvimento da

autonomia. O caminho de experimentação emocional testada pela criança

leva-a por vezes à vergonha pessoal. Quando exposta a estímulos

negativos este sentimento pode evoluir e originar dúvida à cerca das

capacidades próprias. Desta crise resulta força de vontade e o

autocontrole

 Olha para a sua imagem no espelho e faz caretas – auto-reconhecimento

no espelho

 Começam a insistir a fazer as coisas sozinhas e manifestam uma nova

atitude de proprietários em relação aos brinquedos – “meu” – ou outros

objectos

 Aprendem rótulos verbais que diferenciam o sexo masculino de feminino

 Adquire a identidade do género

 Os comportamentos de apego são visíveis, dado preferirem ficar com os

pais

 O equilíbrio afectivo é melhor

 É a idade dos caprichos voltados para a mãe

 A criança mostra o seu afecto para com a mãe ao se deitar

 A sua voz pode tomar entoações diferentes e traduzir a doçura e a

ternura

 Está agarrado ao que é seu, mas não inveja ainda os outros

 Sente-se orgulhosa quando tem um vestuário novo

 Aprende a compreender o humor e gosta de grosserias

 Brinca ao agarra

 Designa os órgãos sexuais com o nome que dá à micção

 Destingue os rapazes das raparigas, pelo corte de cabelo e pelo

vestuário

 Por volta dos dois anos e meio, torna-se egoísta e exigente


 Diz :”eu” e “tu”. Chama aos homens e às mulheres “senhor” e “senhora”.

Gosta de brincar aos bebés e diz: “eu preciso, não gosto”

 Exprime o seu afecto pelo gesto convencional do beijo

 Sente-se muito contente com as suas realizações

 A agressividade diminui

 É agressiva para com as outras crianças. Por exemplo, parte os objectos

para as lançar sobre os outros, para “fazer mal”

 Tem consciência dos seus órgãos sexuais

 Põe perguntas à mãe sobre os seus seios

 Sabe agora que existe uma diferença entre os dois sexos

 Interessa-se particularmente pela posição diferente que tomam os

rapazes e as raparigas para urinar

 Os rapazes têm ainda uma preferência pelos brinquedos das raparigas

mas dizem: “eu não sou uma menina”, e as raparigas dizem o inverso

 Prende-se à mãe a propósito das práticas da vida quotidiana

 Os ritos do deitar são ainda longos. Se sente infeliz, tem vontade de que

a mãe venha junto dela

 Sabe diferenciar bem as actividades do pai e da mãe. Sabe o que deve

esperar de cada um deles

 Pode ser muito expansiva para com o pai e pode também tornar-se de

repente extremamente susceptível a rejeitá-lo

 Não sabe partilhar nem esperar pela sua vez, o que provoca dificuldades

 Exprime um certo ciúme para com os mais novos

 Os sustos estão sempre essencialmente em relação com os barulhos;

aparece o medo visual: camiões, cores sombrias, comboios, obscuridade,

grandes edifícios. Começa também a Ter medo espacial: os objectos

deslocados, as mudanças de casa, tem medo de descer do autocarro.


 Tem sempre medo de que a mãe se vá embora e aguarda com ansiedade a

hora do deitar

 Não gosta do vento nem da trovoada

 Alguns gritos de animais aterrorizam-na

 Tem medo das diferenças de orientação

 Qualquer pessoa que entre em casa de modo não habitual, uma mudança

de itinerário de automóvel, desconcertam-na muito

Desenvolvimento da Linguagem

 Os progressos são muito rápidos

 Produz-se uma verdadeira explosão da linguagem

 A linguagem desempenha um papel crítico na aquisição de certos

conceitos e habilidades cognitivas

 Contribui para o seu entendimento dos conceitos que não se baseiam nas

propriedades físicas dos objectos

 A palavra liberta-se da percepção

 Já não é necessária a presença dos objectos para serem evocados, nem a

dos adultos para que as frases das crianças sejam compreendidas

 Adquire a capacidade de representação

 Por volta dos 24 meses compreende 100 a 200 palavras e pelos 30

meses, 200 a 1000 palavras, sobretudo substantivos concretos

 Começa a usar os artigos e os pronomes e os primeiros adjectivos

(pequeno/grande)

 Compreende e repete tudo o que se diz

 Por volta dos 3 anos diz o seu nome e apelido. Descreve uma imagem e

faz perguntas(quando, como e porquê)


 Usa a linguagem como forma de comunicar o que pensa, para representar

as suas ideias e desenvolver relações sociais

 Tem satisfação em se expressar e ser compreendida

 A sua linguagem tem defeitos na articulação das palavras

 A palraria normalmente desaparece, mas pode misturar-se com as

palavras, quando a criança se encontra mais excitada

 Começa a identificar as coisas ao ouvir o seu nome, ou a vê-las

desenhadas

 Os verbos são sobretudo empregados no infinitivo

 A negação pode ser feita com o acrescento do verbo

 Aparecem os determinantes(artigos)

 A criança identifica pela imagem objectos correntes

 Confunde pessoais e possessivos

 A linguagem é simbólica acompanhada por toda a actividade da criança

 As aquisições morfológicas estão baseadas sobre a determinação pela

criança de cortar regularidades nas formas que ela ouve e que generaliza

para outros casos semelhantes, por analogia

Desenvolvimento Físico-motor

 A marcha torna-se mais firme e os braços já pendem aos lados do corpo

 Tenta subir escadas só

 Equilibra-se quando se dobra para apanhar qualquer coisa

 Oito dentes no maxilar superior e no maxilar inferior

 Rompem os últimos dentes de leite

 Ainda não caminha numa posição erecta – cotovelos e joelhos dobrados e

costas encurvadas

 Anda com os braços de fora e para trás


 ainda se inclina para a frente quando vai a correr

 Corre bastante bem

 Para se levantar, quando está sentado, ergue primeiro as nádegas e

depois a cabeça

 Sobe e desce escadas avançando sempre o mesmo pé, mas colocando

sempre ambos os pés sobre um degrau, antes de passar ao outro

 Gosta de correr, arrastar, empurrar, puxar, meter e tirar

 Gosta de encaixar formas simples

 Gosta de desmanchar coisas e de voltar a armar

 Os músculos dos olhos e do rosto são mais hábeis

 Gosta de correr atrás dos outros

 Segura a colher entre o polegar e o indicador

 Controla a bexiga durante o dia e dá provas de iniciativa, sabe tirar as

cuecas e procura sozinho o bacio

 Dá pontapés numa bola sem cair

 Põe as luvas, chinelos ou sapatos

 Roda o cotovelo e conseguirá abrir uma porta ou desenroscar uma tampa

 Faz desenhos com lápis e canetas

 Dez dentes no maxilar superior e no maxilar inferior

 Dorme treze horas diárias

 Tem 110 pulsações por minuto que corresponde entre 80-130 oscilações

normais

 Lava e limpa as mãos

 Lava os dentes com ajuda

 Pernas compridas em comparação com o resto do corpo

 É ágil

 Anda sobre as pontas dos pés e calcanhares

 Sabe saltar no mesmo sítio


 Aprende a pedalar um triciclo

 Coloca os dois pés em cada degrau

 Capaz de gerir a maçaneta da porta

 Corre bastante bem

 Come sozinha com a colher

 Encaixa formas simples

 Constrói torres de sete a oito cubos

 Fase dos movimentos básicos, tal como saltar, andar, etc.

 Adquire maturidade neurológica, sendo mais fácil a urina às fezes

 Tira sozinho as calças e as cuecas

 Enfia contas num cordão

 Aperta botões

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