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FECAF

ALINE RODRIGUES CAMARA – R.A. 17402

JOEL ELIAS SANCHEZ LISBOA – R.A. 16165

DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

ESTATUDO DO IDOSO

Taboão da Serra

2021
ESTATUDO DO IDOSO – ARTIGOS SELECIONADOS

CAPÍTULO I - Do direito à vida

É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,


mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. (BRASIL, 2003, Art.
9)

CAPÍTULO III - Dos alimentos

Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de


prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social. (BRASIL, 2003, Art. 14)

CAPÍTULO IX - Da Habitação

O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta,


ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda,
em instituição pública ou privada.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa
permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar,
casalar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da
família.
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de
atender toda a legislação pertinente.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter
padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como
provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas
sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei. (BRASIL, 2003,
Art. 37)

CAPÍTULO IX - Da Habitação

Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos


públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:
I - Reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades
habitacionais residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada
pela Lei nº 12.418, de 2011)
II – Implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao
idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – Critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de
aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para
atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento
térreo (BRASIL, 2003, Art. 38)
As políticas públicas são o pilar de sustentação do estatuto, e seu estabelecimento em
forma da lei é apenas o primeiro passo para garantir tais direitos, factualmente, ao idoso.
Disposto 118 artigos, que tratam, desde os direitos fundamentais, alimentos, saúde,
educação até as questões administrativas, fiscalizatória, crimes, proteção judicial, destaque-
se 4 artigos apenas para discussão.

A começar pelo art. 9º, que trata do direito a vida e um envelhecimento com dignidade, art.
14°, que refere-se ao direito dos alimentos, e assegura no caso do idoso que não tenha
condições de se auto sustentar, e ainda que sua família seja ela natural ou jurídica, também
não o possa, torna-se um dever do Estado por meio de seus órgãos públicos prover esse
recurso, por fim, art. 37º e 38º que tratam do direito à habitação;

Nota-se que, a falta de cumprimento e garantia, na pratica, de tais direitos ocorre por muitos
desafios, dado o passo de instituir o estatuto, se faz necessário promover o conhecimento
do mesmo, no artigo 9, que fala sobre a proteção da vida e saúde mediadas por políticas
sociais públicas, contudo, a desinformação se torna o maior empecilho em garantir tais
direitos, pois, mesmo que o idoso tome conhecimento superficialmente do recurso, ele aceita
as métricas estabelecidas na entidade disponível, quando a procura, seja ela, fila de espera,
perfil, disponibilidade ou região, dentre tantas outras dificuldades impostas pela entidade
para integrar um idoso naquele recurso / benefício.

No caso dos artigos 37 e 38, da habitação, são os que mais necessitam de uma
regularização, pois o artigo 37 ao qual se defende os direitos a escolha de habitação do
idoso, não se tem um amparo ao qual realmente se põe em pratica, quando de fato há este
recurso, aos que encontram, muitos idosos são postos em albergues ou simplesmente não
escolhem onde preferem residir, ainda neste artigo os parágrafos dizem a respeito as
instituição que se dedicam ao cuidado com o idoso, porém não se tem uma fiscalização
regente que realmente acompanhe se está cumprindo todos os requisitos para
funcionamento, sendo comum encontrar casas de repouso onde o idoso não tem seus
direitos de vida saudável assegurado. Quanto ao Art. 38, encontra-se a mesma dificuldade,
não havendo aplicação em prática, em muitos casos além de não ter 3% dos imóveis
reservado aos idosos, também não há uma facilitação para a aquisição do imóvel, sendo
recorrente os financiamentos solicitados por idosos que são negados.
Os dispositivos de lei, como o estatuto do idoso, existem para assegurar uma vida em
condições de dignidade ao cidadão através das políticas públicas, contudo, para torna-las
mais efetivas e atuantes, é primordial adequar o sistema, existem entidades, como o CRAS
e o CREAS que dão um suporte para que possa ser desenvolvida essa condição de
envelhecimento com dignidade, porém, o cumprimento do estatuto do idoso ainda não é
uma realidade, há muito ainda a se fazer para tornar eficiente e acessível a toda a
população tais direitos estabelecidos.

Para que se tenha uma melhor implantação na prática desses artigos, é fundamental uma
reformulação nos agentes reguladores das leis, legislar sem fiscalizar, não garante a
aplicação da lei. Instituir um órgão exclusivo de fiscalização com aplicação de penalidades
ao não cumprimento é o primeiro passo, para que se possa, de fato, usufruir dos direitos
constitucionais estabelecidos para que o idoso goze de um envelhecimento mais saudável,
como proposto no estatuto.

É fundamental ressaltar, que, garantir estes direitos é um dever de todos, a participação


social é imprescindível para se fazer cumprir o que está prescrito no estatuto.

[…] nós envelheceremos um dia, se tivermos este privilégio. Olhemos,


portanto, para as pessoas idosas como nós seremos no futuro.
Reconheçamos que as pessoas idosas são únicas, com necessidades e
talentos e capacidades individuais, e não um grupo homogêneo por causa da
idade.
Kofi Annan.

Se faz necessário a participação de toda a sociedade na propagação, acompanhamento e


fiscalização das políticas públicas, a disseminação da informação é primordial, garantindo o
direito do idoso hoje, que será o seu amanhã.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.

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