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Nº 41 - Dezembro 2007 (1ª Quinzena)

A tecnologia na promoção das inteligências múltiplas


de Gardner
Em 1983, Howard Gardner apresentava no seu livro “Frames of
Mind” as sete dimensões da inteligência do ser humano:
inteligência visual / espacial, inteligência musical, inteligência
verbal, inteligência lógica e matemática, inteligência interpessoal,
inteligência intrapessoal e inteligência corporal/cinestética. Desde
a publicação do lvro, Gardner propôs duas novas dimensões: a
inteligência naturalista e a inteligência existencialista. Anos mais
tarde, Dee Dickinson, psicóloga americana, publicou um artigo no
qual se propôs verificar de que forma as novas tecnologias podem
contribuir para o desenvolvimento de cada um dessas formas de
inteligência.

Verbal/linguística (isto é, relacionada com a palavra, fala, escrita, poesia, narrativa,


ortografia, gramática, línguas estrangeiras, conversas, diálogo, debates).

Graças ao computador, ao software, à Internet, toda a informação


está acessível como nunca o esteve na História. Mesmo as
crianças que ainda não sabem ler podem “ler” e contar histórias.
Software com sintetizador de voz e com possibilidade de
associação de símbolos, abrem novas possibilidades de
desenvolvimento desta forma de inteligência. Outros programas
permitem escrever textos em diversos formatos, com efeitos, com
som, animações, etc. Além disso, a Internet possibilita o acesso a
documentos de todo o mundo, textos de autores de todos os
países, que podem ser lidos, impressos, trabalhados. Os alunos
podem guardar informações, notas, bibliografias, trocar informações com outros. Além dos
tradicionais processadores de texto, o software adequado pode ainda ajudar os alunos a rever
os seus trabalhos, reescrever as suas composições, ganhar mais fluência na sua forma de
escrever. A possibilidade de ver depois o seu trabalho impresso, apresentar a um público ou
divulgar na net também estimula a produção de mais trabalhos. A tecnologia de comunicação,
como o telemóvel, os sistemas de conversação on line também estimulam e facilitam a
comunicação, o discurso oral, a troca e discussão de ideias. (Exemplos, Imagina, Aventuras 2 e
Escrita com Símbolos)

Lógica / matemática (Razão, lógica dedutiva e indutiva, fatos, dados, informação,


listas, bases de dados, sequências, organização, análise, provas, conclusões,
avaliações e asserções).

A inteligências Lógica / matemática pode ser exercitada e


desenvolvida através de inúmeros recursos multimédia, sobretudo
quando se trata de software que possibilita o feedback imediato, a
repetição de exercícios práticos. Além disso, muitos programas
permitem compreender facilmente conceitos complexos e
abstractos, realizar contagens, analisar padrões, explorar formas, números, resolver problemas,
trabalhar em geometria e estatística, etc. O software deverá também estar focalizado no
desenvolvimento o pensamento crítico e criativo e estimular a realização de projectos, lidando
com o erro como algo natural que ajuda a aprender e tentar novamente. (Exemplos: Imagina,

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Sopa Decimal, Explorador de Sólidos 3D)

Corporal/Cinestésica (arte, actividade, acção, experiência, manual, tentar, fazer,


desporto, manipular, trocar, sentir, aprofundar, participar)

A maioria dos softwares e jogos de computadores envolve uma coordenação olho-mão, para
poder lidar com teclado/rato e ecrã ao mesmo tempo. Esta actividade cinestésica reforça a
aprendizagem e torna o aluno mais participante no ser processo de aprender. Além disso, é
requerida uma capacidade de decisão rápida. Outros programas, que envolvem simulações e
experiências virtuais, conduzem também à sua aplicação posterior noutros tipos de materiais e
tecnologias. A tecnologia multimédia também envolve muita actividade física tal como a recolha
de informação, de livros, de fotografias e vídeos, etc. Enquanto que, por um lado, a tecnologia
pode fazer dos utilizadores simples observadores passivos, também é capaz de os envolver em
actividades físicas diversas. (exemplos: Já Está, Dragões & Companhia, Tobias, o Palhaço)

Visual/espacial (Imagens, gráficos, desenhos, mapas, esboços, quadros, figuras,


orientação espacial, imaginação, visualização, sonhos, pesadelos, filmes, vídeos)

Os alunos de hoje cresceram a ver televisão e estão muito bem


preparados para a aprendizagem visual. Quando os sistemas
interactivos estão integrados no processo de aprendizagem, os
alunos passam de observadores passivos a pensadores activos.
Muitos software permitem também a realização de variadíssimos
tipos de desenhos, trabalhos gráficos, com materiais diversos,
reais e virtuais, com recurso a imagem, som e vídeo, com efeitos
especiais e com animações. A disponibilidade de câmaras de
vídeo, inclusive no telemóvel, permite aos alunos produzir os seus
próprios filmes. Também os alunos com necessidades educativas
especiais podem ser muito apoiados por instrumentos de
aprendizagem visuais e sonoros. (Exemplos: Já Está, Explorador
de Sólidos 3D)

Musical/mística (Música, ritmo, batida, melodia, tons, timbre, sinfonia, coro, ritmo,
blues, jazz, clássico, folclórica, sons repetitivos).

O desenvolvimento da inteligência musical pode ser enriquecido pela


tecnologia da mesma forma que a fluência verbal pode ser enriquecida
por um processador de texto. Existem muitos software que permitem a
composição, orquestração, mistura, etc de músicas de todo o tipo, com
todos os instrumentos possíveis. Podem ser trabalhados os conceitos de
harmonia, ritmo, tempos, etc. O sucesso é tão fácil de obter que estimula
mais ainda os alunos para a produção de novos trabalhos e
aprendizagens. Com a ajuda de tecnologia de video, os alunos podem
também gravar os seus próprios videoclips musicais. A possibilidade de
gravar um CD e de o divulgar ou publicar os trabalhos musicais na
Internet é tão acessível, que incentiva também a um maior envolvimento
dos alunos. (Exemplos:Imagina)

Interpessoal/Social (Interagir, comunicar, convergir, empatia, simpatizar, alcançar,


cuidar, falar, rir, chorar, socializar, encontrar, conduzir, seguir, grupos, clubes,
carismas, multidões, reuniões, pares)

Muitos alunos utilizam os computadores sozinhos. Mas a maior


parte dos estudos dizem que quando trabalham em pares ou
pequenos grupos, a compreensão e a aprendizagem são
facilitadas e aceleradas. Com as TIC os alunos têm grandes
oportunidades para partilhar, trabalhar colaborativamente,
comunicar em vários formatos, com pessoas próximas ou no
outro canto do mundo. Uma forma de desenvolver este tipo de

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inteligência pode ser a gravação de apresentações dos alunos,


para depois serem analisadas e reflectidas (expressões faciais, reacções, etc). Também são
promovidas pelas TIC as discussões em turma, análise de diferentes pontos de vista, na procura
de um consenso. (Exemplo: quadro interactivo ebeam)

Intrapessoal/introspectiva (Self, solidão, meditação, pensar, criar, ponderar,


reflectir, vigorar, estar consigo, objectivo, planos, sonhos, escrever, ficção,
não-ficção, poesia, líricas, canções, peças de teatro, comentários, introspecção)

O desenvolvimento deste tipo de inteligência pode ser facilitado pela tecnologia na medida em
que este permite explorar e expandir a mente humana. Assim como permite perseguir uma
linha de pensamento em profundidade, também permite aceder ao acaso a ideias divergentes.
Os alunos aumentam assim as suas opções de escolhas. Os softwares podem também ajudar a
desenvolver níveis de pensamento mais elevados, a criar modelos mentais que ajudam a
visualizar ligações entre ideias e conceitos.

Natural (Natureza, natural, ambiente, ouvir, observar, classificar, fazer longos


passeios, subir, pescar, caçar, mergulhar, fotografar, árvores, folhas, animais, flora,
fauna, ecossistema, céu, grama, montanhas, lagos, rios).

As tecnologias não substituem as interacções humanas nem as


experiências no mundo natural. São, no entanto, excelentes
ferramentas que facilitam a investigação científica, a exploração,
que ajudam a entender melhor o mundo onde vivemos e a
conhecer os efeitos das nossas acções sobre o ambiente. Além
disso, pela Internet, alunos de todo o mundo podem “visitar” e
conhecer a natureza de regiões distantes, a fauna, a flora, etc,
às quais dificilmente teria acesso de outra forma. As “paredes da sala de aula” são como que
derrubadas dando lugar a um mundo inteiro de informação e aprendizagem a professores e
alunos, que podem, assim, tornar-se parceiros juntamente com cientistas, exploradores, na
descoberta e construção do conhecimento acerca do nosso planetas e dos seus habitantes.

Fonte: http://www.america-tomorrow.com/ati/nhl80402.htm
Teresa Pinto

Endereço Internet: http://bica.cnotinfor.pt/noticia.php?lng=pt&nt=696


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