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MATEMÁTICA
INTERMEDIÁRIA

Material elaborado por Sandra Leme Forster


2014
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Seja bem-vindo à UNISA. É um prazer ter você como aluno(a)!

Saiba que a Universidade de Santo Amaro (UNISA) atua com um modelo de ensino
diferenciado, que estimula a prática por meio de atividades de responsabilidade social, com
forte atuação em projetos de pesquisa e extensão. Atualmente, são oferecidos cursos de
graduação, pós-graduação e extensão.

Dentro da oferta de cursos de extensão, a UNISA dispõe disciplinas gratuitas, via web,
para os alunos das graduações presencial e a distância, que buscam atualização de
conhecimentos em diversas áreas, e também para estudantes do ensino médio, de escolas
públicas e privadas, que estão na fase de se preparar para vestibulares e/ou no Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Nas próximas páginas, você acompanhará um vasto conteúdo, elaborado


cuidadosamente por nossos professores, com subsídios teóricos consistentes para auxiliá-
lo(a) em sua progressão nos estudos.

Mais sobre a UNISA

Fundada em 1968, a UNISA iniciou suas atividades com o funcionamento dos cursos
de Medicina, Letras, Pedagogia, Matemática e Física. Em 2005, foi transmitida a sua primeira
aula via satélite, dando início, de forma pioneira, a oferta de cursos na modalidade de
educação a distância (EaD). A instituição está presente em todo o território nacional, com
três Campi na cidade de São Paulo e polos educacionais em Alagoas, Bahia, Distrito Federal,
Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.

Visite nosso site: www.unisa.br

Bons estudos!
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1. Capítulo 1 Intervalo numérico....................................................................................................2


1.1. Intervalo numérico...............................................................................................................2
1.2. Generalizando e exemplificando o intervalo numérico.......................................................3
1.3. Algumas operações com intervalos numéricos....................................................................5
2. Capítulo 2 Função polinomial do 1º Grau.................................................................................10
2.1. Conjuntos...........................................................................................................................10
2.2. Conjuntos numéricos.........................................................................................................11
2.3. Correspondência................................................................................................................12
2.4. Função................................................................................................................................13
2.5. Função polinomial do 1º Grau...........................................................................................14
2.6. Zero ou raiz da função polinomial do 1º Grau...................................................................16
2.7. Estudo do sinal da função polinomial do 1º Grau..............................................................16
2.8. Aplicação da função polinomial do 1º Grau.......................................................................18
2.9. Função constante...............................................................................................................19
3. Capítulo 3 Função poligonal do 2º Grau...................................................................................23
3.1. Definição............................................................................................................................24
3.2. Zero ou raízes da função polinomial do 2º Grau................................................................24
3.3. Gráfico da função polinomial do2º Grau (com tabela)......................................................27
3.4. Gráfico da função polinomial do 2º Grau (com os pontos principais)...............................28
3.5. Sinal da função polinomial do 2º Grau...............................................................................31
3.6. Monotonicidade da função polinomial do 2º Grau............................................................33
3.7. Aplicação da função polinomial do 2º Grau.......................................................................35
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4. Capítulo 4 Funções: Exponencial e Logarítmica.......................................................................40


4.1. Função exponencial...........................................................................................................40
4.2. Gráfico da função exponencial...........................................................................................42
4.3. Aplicação da função exponencial.......................................................................................45
4.4. Logarítmo...........................................................................................................................46
4.5. Função logarítmica e seu gráfico........................................................................................47
4.6. Aplicação da função logarítmica........................................................................................50
5. Capítulo 5 Inequações do 1º e 2º Graus..................................................................................54
5.1. Inequação do 1º Grau........................................................................................................56
5.2. Inequação do 2º Grau........................................................................................................59
6. Capítulo 6 Inequações produto e quociente.............................................................................64
6.1. Inequação produto.............................................................................................................65
6.2. Inequação quociente..........................................................................................................66
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Introdução
Caro leitor,

Nessa apostila estão alguns conteúdos intermediário da matemática, do ensino médio.


Os tópicos, aqui a apresentados, fazem parte de um grupo de requisitos necessários à ascensão
em diversos cursos universitários.

Com esse material você poderá estudar no capítulo 1, o intervalo numérico, que será
aplicado nos estudos das funções e das inequações que também serão aqui apresentadas. Nos
capítulos 2 e 3 são apresentadas as funções polinomiais do 1º e 2º graus, com definições e
estudos completos, como determinação de raízes, crescimento, decrescimento e estudo do
sinal, itens importantíssimos para se entender algumas aplicações cotidianas e não cotidianas.
Ainda sobre funções, no capítulo 4 serão abordadas de forma objetiva as funções exponenciais e
logarítmicas, seus gráficos e aplicações. Nos dois últimos capítulos são apresentadas as
inequações do 1º e 2º graus e as inequações produto e quociente.

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1 INTERVALO NUMÉRICO

Prezado(a) Aluno(a),

essa aula texto é uma oportunidade para você revisar o que é e como se opera com os
intervalos numéricos.
Você se lembra o que é isso?
Vamos pensar na seguinte situação cotidiana: “Em uma
Temp. Máxima: 32°C
determinada cidade, no 2 de setembro de 2012, a
Temp. Mínima: 20°C
temperatura máxima registrada foi de 32ºC e a mínima for
de 20ºC. Qual foi a variação da temperatura nessa cidade nesse dia?
Bom, podemos notar que essa variação foi de 12ºC. Sendo T uma temperatura registrada
em um momento qualquer do dia, podemos dizer que T está dentro do intervalo de 20ºC a 32ºC
e representar essa variação por 20ºC ≤ T ≤ 32ºC. Essa notação de intervalo é utilizada, pois não
podemos enumerar todos os valores que estão entre 20 e 32 visto que são infinitos.
Esse é apenas um, entre milhares de exemplos de aplicações cotidianas e não cotidianas
sobre o uso do intervalo numérico. Já que o intervalo numérico tem tantas aplicações, então
vamos estudá-lo um pouquinho, não é?

1.1 INTERVALO NUMÉRICO

O intervalo numérico é um subconjunto do conjunto dos números reais, porém se trata


de um subconjunto contínuo. O que significa isso?
Bom, vamos supor que seja pedido para você fazer a representação do intervalo
numérico do 3 ao 10 incluindo esses. Quais números estão contidos nesse intervalo? Se você
respondeu apenas os números 3, 4, 5, 5, 7, 8, 9 e 10 você errou! Sabe o por quê?

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Em um intervalo numérico, como já foi escrito acima, se tem um conjunto contínuo de


valores da reta real e isso significa que para o intervalo pedido os valores serão todos os
números reais do 3 ao 10, incluindo o 3 e o 10. Quantos são esses valores? Agora sim, se você
respondeu “não sei”, então você acertou, pois não dá para contar esses elementos, pois são de
quantidade infinita. Por esse motivo, ao fazer a representação gráfica desse conjunto, pintamos
uma linha contínua entre do 3 ao 10 e incluímos esses dois valores, veja:

3 10

Essa linha contínua nos informa que qualquer número do 3 ao 10 é um elemento desse
intervalo, ou seja, pertence a esse intervalo.
Uma forma de representar esse intervalo é usar a notação [3,10], a qual estudaremos
com mais detalhe em um próximo tópico.
Logo, podemos fazer algumas afirmações:
a) 3  [3,10]; b) 3,1  [3,10] (note que aí temos o número 3 inteiros e um décimo);
c) 7  [3,10]; d) 9/2  [3,10] (pois 9/2 é igual a 4,5)
e) {3,4,5}  [3,10] (note que aí os 3 números forma um conjunto, portanto se diz que “o
conjunto formado pelos números 3, 4 e 5 está contido no intervalo [3,10]).
Ainda falando desse intervalo [3,10], ele também pode ser representado em forma de
conjunto, veja:
{x  R / 3 ≤ x ≤ 10}
(x pertence ao conjunto dos números reais tal que 3 é menor ou igual a x e x é menor ou igual a
10)

1.2 GENERALIZANDO E EXEMPLIFICANDO O


INTERVALO NUMÉRICO

Os intervalos podem ser classificados por suas características, como: aberto, fechado,
semiaberto (fechado à direita e aberto à esquerda ou vice versa) e ilimitado (fechado ou aberto
em uma das extremidades e na outra é infinito).
3
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Para representar um intervalo por símbolo se usa a notação de colchetes, que podem ser:
[ ]  colchetes fechados, indica que o intervalo é fechado e que as extremidades serão
incluídas como elementos do conjunto.
] [  colchetes abertos, indica que o intervalo é aberto e que as extremidades não serão
incluídas como elementos do conjunto.
[ [ ou ] ]  colchetes aberto e fechado ou fechado e aberto, indica que o intervalo é
semiaberto e que uma das extremidades está incluída como elemento do conjunto e a outra
não. Essa notação também é utilizada nos intervalos ilimitados.
Veja a seguir as generalizações e exemplos dos tipos de intervalo

1 4
Intervalo aberto a b
E

X
(a, b) = ]a, b[ {x   | a  x  b} (1, 4) = ]1, 4[ {x   | 1  x  4}
E

M
Intervalo fechado a P 4 4
b
L

[a, b] {x   | a  x  b} O [1, 4] {x   | 1  x  4}

b
Intervalo Ilimitado

(- , b) = ] - , b[ {x   | x  b}

b 6
Intervalo Ilimitado E

X (6, ) = ] b, [ {x   | x  6}
(- , b] = ] - , b] {x   | x  b} E

M 9
b
P
Intervalo Ilimitado
L

{x   | x  b} (- , 9] = ] - , b] {x   | x  9}
(- , b) = ] - , b[ O

b
Intervalo Ilimitado

(- , b] = ] - , b] {x   | x  b} 4
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2
Intervalo semiaberto a b E
3
à direita
{x   | a  x  b}
X [2, 3) = [2, 3[ {x   | 2  x  3}
[a, b) = [a, b[
E

Intervalo semiaberto P 2 3
a b
à esquerda L
(2, 3] = ]2, 3] {x   | 2  x  3}
(a, b] = ]a, b] {x   | a  x  b} O
Sejam “a” e “b” dois números

1.3 ALGUMAS OPERAÇÕES COM INTERVALOS


NUMÉRICOS

As operações com intervalos numéricos são: União, intersecção e diferença. Nessa aula
texto estudaremos apenas as duas primeiras.

a) Operação da União
O conjunto união ou reunião de A com B (notação A  B) é o conjunto formado por todos
os elementos que pertencem a A ou a B.

A  B = { x / x  A ou x  B}

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Exemplos

1) Seja A = [-2,1] e B = [1,4[, determine A  B

-2 1

1 4

-2 4

A  B = [-2, 4[

2) Seja A = [-2,1] e B = [2,4[, determine A  B

-2 1

2 4

-2 1 2 4

A  B = [-2, 1] ou [2, 4[

3) Seja A = [-2,1] e B = [1,4[, determine A  B

-2 1

Veja que o único


elemento 1 4
comum aos dois
conjuntos é o 1.

-2 4

AB={1}

6
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4) Seja A = [-2,1] e B = ]1,4[, determine A  B

-2 1

Veja que não


existe elemento 1 4
comum aos dois
conjuntos.

-2 4

AB={ }

5) Seja A = [-2,1] e B = ]-1,+[, Determine A  B

-2 1

Os pontos
comuns são -1
aqueles que
estão ao mesmo
tempo em cada
uma das retas.

A  B =]-1, 1]

Curiosidade
Você tem idéia o por quê da importância de estudar intervalos numéricos?
Vamos pontuar algumas delas:
 Entender os resultados das inequações e saber representá-los;
 Resolver inequações produto e quociente;
 Analisar funções diversas em diferentes intervalos para seus domínios;
 Aplicar em problemas relacionados a diversas áreas

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Dica

www.cdb.br/prof/arquivos/75086_20090324082957.pps
Nesse endereço você poderá baixar uma apresentação em .PPT de uma aula sobre intervalos
numéricos e suas operações. Vale a pena ver!

http://www.youtube.com/watch?v=q6xQv0lXB_Q
Se trata de uma aula que apresenta as operações dos intervalos numéricos e a resolução de
alguns testes. Tem até a resolução de inequações e sua representação em um intervalo
numérico, tema que será tratado também nesse curso. Muito bom para estudos sobre o
1.tema. (9’55”).
5 EXPLORE SEU CONHECIMENTO

Explore seu Conhecimento

1) A quais dos intervalos abaixo pertence 2 ? Justifique sua resposta.


a) ]0; 1,41] b) ]0; 1,41[ c) ]0; 1,42[ d) ]1,41; 1,42[

2) Represente na reta real e em forma de conjunto os intervalos a seguir.


a) [-4, 7] b) ]-6, -2] c) ] -∞, 3] d) ]3, ∞[

3) Represente na reta real e em forma de intervalo os conjuntos a seguir.


a) {x  R / x > 2} b) {x  R / x ≤ 6} c) {x  R / -2 < x ≤ 10} d) {x  R / -2 ≤ x < 10}

4) Dados os intervalos A = [-4, 7]; B = ]-6, -2]; C = [-2, 7[; D = ] -∞, 3]; E = [3, ∞[, determine:
a) A  B b) A  C c) A  D d) B  C e) B  E f) C  D g) D  E
h) A  B i) A  C j) A  D k) B  C l) B  E m) C  D n) D  E

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o) A  B  C p) B  C  E q) B  C  E r) B  C  E s) B  C  A

5) Quais são as dimensões possíveis do lado de um quadrado para que sua área varie de 16 cm²
a 100 cm²? Explique.

RESPOSTAS COMENTADAS

1) 2 é aproximadamente 1,42, um pouquinho menor, então a resposta correta é a (d).

2) a) { x  R / -4  x 7}; b) { x  R / -6 < x  -2}; c) { x  R / x  3 }; d) { x  R / x > 3 }

3) a) [2, ∞[ b) ] -∞, 6] c) ] -2, 10] d) [-2, 10 [

4)
a) A  B = ]-6, 7] b) A  C = [-4, 7] c) A  D = ] -∞, 7] d) B  C = ]-6, 7[ e) B  E = ]-
6, ∞[ f) C  D = ] -∞, 7[ g) D  E = ] -∞, ∞[
h) A  B = [-4, -2] i) A  C = [-2, 7[ j) A  D = [-4, 3] k) B  C = {-2}
l) B  E =  m) C  D = [2,3] n) D  E = {3}
o) A  B  C = [-6, 7] p) B  C  E = ]-6, ∞[ q) B  C  E = [3, 7[
r) B  C  E =  s) B  C  A = {-2}

5) 4 cm ≤ x ≤ 10 cm. Raiz quadrada de 16 é 4 e raiz quadrada de 100 é 10.

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FUNÇÃO POLINOMIAL DO
1º GRAU
Prezado(a) Aluno(a),

Nesse capítulo estudaremos a função polinomial do 1º grau, sua definição,


monotonicidade, sinal e aplicações. Antes de iniciarmos este tema, relembraremos um pouco
sobre conjuntos numéricos, pois o estudo que faremos sobre as funções terá como conjunto os
números reais.

2.1 CONJUNTOS

É o agrupamento de elementos que possuem características semelhantes.


Os conjuntos são formados por elementos, os quais podem ser objetos, pessoas e
números, entre outras coisas. No momento, o que nos interessa são os conjuntos numéricos.

Alguns conjuntos são classificados como especiais, como é o caso do conjunto vazio e do
conjunto universo. Mas o que é um conjunto universo? Bom, isso daí dependerá do que se trata
o assunto. Por exemplo, se o tema a ser analisado for a probabilidade de um político A ou B
vencer uma eleição, o conjunto universo se dará pelos eleitores. Se o tema for sobre as medidas
de terrenos a serem ofertados em uma determinada região de uma cidade, o conjunto universo
se dará pelos números inteiros positivos ou se preferir, pelos números naturais. Se o tema for
sobre o conjunto solução da resolução de uma equação do 2º grau, o conjunto universo poderá
ser os números reais. Viu? O conjunto universo é formado por todos os elementos do estudo em
questão!

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2.2 CONJUNTOS NUMÉRICOS

Tenho certeza que você já estudou todos os conjuntos numéricos que colocarei em
resumo a seguir, aliás, você também já deve ter estudado inclusive o conjunto que não será foco
de nossas aulas em matemática intermediária, que é o conjunto dos números complexos.
Gosto sempre de ao menos citá-lo, pois muitas pessoas ao estudarem até o conjunto dos
números reais acreditam que esse é o conjunto formado por todos os números do universo e
ficam resistentes em acreditar, que além dos números reais existam outros. Existe, sim, mas
poderá ser assunto para um outro curso.
Os conjuntos que nos interessam no momento são: dos números naturais, inteiros,
racionais, irracionais e reais. Em resumo, a figura a seguir mostra um pouquinho de cada um
desses conjuntos.

Números inteiros (Z)


Números naturais (IN) Z = {... -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}
Inteiros não negativos
Números irracionais (I)
Dizimas não periódicas, “”

Números reais (IR)


Números racionais (Q) Soma dos conjuntos dos
a/b, a e b  Z, b0 números racionais e irracionais.
www.matematiques.com.br

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2.3 CORRESPONDÊNCIA

Você já ouviu falar sobre correspondência entre conjuntos? A correspondência entre dois
conjuntos forma um conjunto de pares ordenados onde o primeiro elemento de cada par
ordenado é formado por elementos do primeiro conjunto e o segundo elemento do par de dá
por elementos do segundo conjunto.
Exemplo: dados os conjuntos A={1,2,3} e B={1,2,3,4,5,6} uma das correspondências de A
em B, tal que cada elemento do conjunto A se associa a um elemento no conjunto B, pode ser
dada pelo conjunto de pares ordenados {(1,2)(2,3)(3,4)}. Veja, aqui é apenas uma de várias
possibilidades de formar pares ordenados de A em B. Você poderia fornecer mais alguns
exemplos? Tente!
A correspondência de A em B formada por todos os elementos de A em B também é
chamada de produto cartesiano de A em B e representada por AXB. Para esses dois conjuntos
AXB = {(1,1); (1,2); (1,3); (1,4); (1,5); (1,6); (2,1); (2,2); (2,3); (2,4); (2,5); (2,6); (3,1); (3,2); (3,3);
(3,4); (3,5); (3,6)}.
Qualquer conjunto de correspondência desses conjuntos A e B será um subconjunto do
AXB.
Essas inúmeras correspondências são denominadas também de relação de A em B e cada
uma dessas relações são dadas por leis de formação, por exemplo, a relação dada por R 1 = {(x,y)/
y = 2x} será dada pelo conjunto R1 = {(1,2); (2,4); (3,6)}. Note que os primeiros elementos de cada
para ordenado são elementos do A e o segundo elemento de cada um desses pares é o dobro do
primeiro elemento, ou seja, y = 2x e estão no conjunto B.
E se fosse pedida uma correspondência de B e A, alguma coisa mudaria?

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2.4 FUNÇÃO

Uma função é uma relação especial que dados os conjuntos A e B, se a função estiver
definida de A em B, todos os elementos do conjunto A deverão ter um correspondente em B e
esse correspondente deverá ser único.
Por exemplo, em relação aos conjuntos A e B estudados anteriormente e a relação R 1 =
{(x,y)/ y = 2x}. Pode-se afirmar que essa relação é uma função, pois a R1 = {(1,2); (2,4); (3,6)},
obedece à definição de função. Já, a R2 = {(x,y)/ y = 3x} é dada por R2 = {(1,3); (2,6)}. Você
consegue perceber por que que a R2 não é uma função? Se você observou que o x = 3 do
conjunto A, quando multiplicado por 3 resulta em y = 9 e que 9 não existe no conjunto B, então
viu que não existe o par ordenado (3,9) e que nessas condições, nem todos os elementos do A
tem correspondente em B.
Agora, pense mais um pouquinho e tente escrever relações para os conjuntos A e B em
questão, de forma que algumas sejam funções e outras não.
Ao estudar funções é importante entender o que é um conjunto domínio e um conjunto
imagem. De forma bem resumida, o domínio de uma função de A em B são os elemento do
conjunto A e a imagem são os resultados obtidos a partir da lei de formação e que pertence ao
conjunto B.

Dica
Para saber um pouco mais sobre função sugiro que assista ao vídeo relacionados no site a
seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=AZapJ-AVAe4
Nesse endereço, poderá entender a definição de uma função, o que é domínio, imagem e
algumas aplicações de funções (14’15”).

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Agora que você já entendeu o que é uma função, podemos dar início ao estudo de uma
das funções mais estudadas no ensino médio, a função polinomial do 1º grau.

2.5 FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1º GRAU

Como vimos anteriormente, toda função é definida por uma lei de formação e no caso da
função polinomial do 1º grau essa lei é dada por:
f: A B/ f(x) = ax + b, onde “a  R e a 0” e “b  R”.

A representação gráfica de uma função do 1º grau é uma reta. Analisando a lei de


formação y = ax + b, notamos a dependência entre x e y, e identificamos dois números: a e b.
Eles são os coeficientes da função, o valor de a indica se a função é crescente ou decrescente e o
valor de b indica o ponto de intersecção da função com o eixo y no plano cartesiano.
Para esboçar o gráfico de uma função do 1º grau e de qualquer outro tipo de função
pode-se utilizar o recurso de uma tabela, onde são dados os valores para o x de acordo com o
domínio da função e são determinados o valor de y, de acordo com a lei de formação da função.
Em especial, na função do 1º grau, se forem atribuídos apenas dois valores para o x para
se determinar o y já é o suficiente, já que o gráfico é uma reta e uma reta pode ser definida por
apenas dois pontos, mas inicialmente esboçaremos os gráficos da função do 1º grau com mais
de dois pontos, pois dessa forma será possível observar não apenas por meio do gráfico, mas
também por meio dos resultados numéricos o crescimento e o decrescimento da função.

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Exemplos de funções do 1º grau, gráfico e monotonicidade (crescimento e decrescimento):

1) y = 3x - 1
1º Passo: Atribuir valores para “x” (crescentes);
2º Passo: Calcular cada valor de “y” (equação);
3º Passo: Colocar os valores de “y” na tabela;
4º Passo: Verificar a variação dos valores de “y”.

x -3 -2 -1 0 1 2 3
y -10 -7 -4 -1 2 5 8

 Conforme os valores de “x” aumentam, os valores correspondentes de “y” aumentam.


Conclusão: A função y = 3x - 1 é estritamente crescente. Isso poderia ser observado por meio
do coeficiente angular a = 3>0.

2) y = -2x + 1

x -3 -2 -1 0 1 2 3
y 7 5 3 1 -1 -3 -5

 Conforme os valores de “x” aumentam, os valores correspondentes de “y” diminuem.


Conclusão: A função y = -2x + 1 é estritamente decrescente. Isso poderia ser observado por
meio do coeficiente angular a = -2<0.

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2.6 ZERO OU RAIZ DA FUNÇÃO POLINOMIAL


DO 1º GRAU
2.6

Zero, ou raiz de qualquer função é o valor do domínio que torna essa função nula, ou
seja, que torna a função igual a zero. Então, determinar esse valor é determinar para qual ou
quais valores do x pertencente ao domínio o y que se refere a imagem seja igual a zero.
Nos dois exemplos acima, note que a reta interceptou o eixo Ox. O ponto de intersecção
da reta co o eixo Ox é dado pela abscissa “x” e pela ordenada “y = 0”. Para determinar esse
valor, basta igualar a função a zero. A resolução da equação fornecerá o zero da função.

Exemplos:

1) y = 3x - 1
3x – 1 = 0  3x = 1  x = 1/3, ou seja, o x = 1/3 é o zero da função. Note que se substituir o 1/3
no lugar do x e resolver 3.(1/3) -1 o resultado é zero.
2) y = -2x + 1
-2x + 1 = 0  -2x = -1  x = 1/2, ou seja, o x = 1/2 é o zero da função. Note que se substituir o
1/2 no lugar do x e resolver -2.(1/2) +1 o resultado é zero.

2.7 ESTUDO DO SINAL DA FUNÇÃO


POLINOMIAL DO 1º GRAU

Estudar o sinal de uma função, implica em analisar para quais valores do domínio a
função é positiva, é negativa e também igual a zero. Essa análise pode ser feita por meio da
observação do gráfico, ou por um esboço de gráfico bem mais simples, do que o gráfico original
ou ainda por outros meios, que sejam mais fáceis para quem está em busca dessa resposta.
Vamos estudar o sinal das funções dos exemplos anteriores.

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Exemplos:

1) y = 3x - 1
queremos saber para quais valores do x essa função é igual a zero, maior que zero e menor que
zero. Então, é aconselhável, primeiro saber para quais ou qual valor é igual a zero. Isso foi
determinado no zero da função, você se lembra?
Então, já sabemos que para x = 1/3 o valor da f(x) = 0.
Outra sugestão é que a partir desse valor, traça-se o eixo Ox, coloca-se esse valor no eixo Oy e
por esse valor esboça-se a reta crescente, pois o “a>0”.

+++++++
-------
1/3

Ao colocar a reta, será possível observar que para os valores do x menores que 1/3 os resultados
da função estão abaixo do eixo Ox, ou seja, são negativos e para os valores do x maiores que o
1/3 os resultados estão acima do eixo Ox, ou seja, são positivos. Em resumo, fica assim:
Para x < 1/3 a f(x) < 0 e para x > 1/3 a f(x) > 0.

Existem outras formas para fazer essa análise: umas dessas formas é:
1º Passo: observar o coeficiente angular;
2º Passo: determinar o zero da função
3º Passo: se a > 0, o sinal da função terá o mesmo sinal do “a” à direita do zero da função e sinal
contrário ao “a” à esquerda do zero da função.
Se a < 0, o sinal da função terá o mesmo sinal do “a” à esquerda do zero da função e sinal
contrário ao “a” à direita do zero da função.

m.a
+++++++
-------
c.a 1/3

17
--------- ________________________________________________________________

onde, “m.a” significa, mesmo sinal do “a” (coeficiente angular) e “c.a” significa, sinal contrário
do “a”.

Atenção
Estudar uma função do 1º grau é, no mínimo, apontar sua raiz (ou zero), verificar se a função
é crescente ou decrescente e escrever para qual intervalo a função é positiva e negativa.
Para estudarmos o sinal da função, inicialmente a igualamos a zero. Quando igualamos a zero
a função y = f (x) para determinar sua raiz (interseção da reta com o eixo x), passamos a ter
uma equação do 1º grau na incógnita x, a qual queremos determinar. Ao conhecermos essa
raiz, fica fácil fazer o estudo do sinal.

2.8 APLICAÇÃO DA FUNÇÃO POLINOMIAL DO


1º GRAU

(Modelo ENEM) – Uma produtora de bolos para festa de aniversário deseja ampliar seus
negócios e, para isso elaborou a tabela a seguir:

Salário da auxiliar R$ 500,00 Utilizando os dados da tabela, a


Energia Elétrica e água R$ 50,00 relação entre o custo C e o número

Impostos R$ 120,00 de bolos N produzidos


mensalmente pode ser
Combustível R$ 80,00
estabelecido por qual sentença
Embalagem de um bolo R$ 0,50
matemática?
Custo de um bolo R$ 28,50

Solução:
O custo C para produzir N bolos é dado por:
18
--------- ________________________________________________________________

C = 500 + 50 + 120 + 80 + 0,50N + 28,50N


C = 750 + 29N

Dica
Para saber um pouco mais sobre funções sugiro que assista aos vídeos nos site a seguir:
http://www.youtube.com/watch?v=xsh6RnWuROY
Nesse endereço, você poderá assistir a aula 30 do Novo Telecurso – Ensino Médio – com
foco nas aplicações da função do 1º grau (12’).
http://www.youtube.com/watch?v=CLXZJ6naxjA
Nessa aula você poderá aprender como se determina uma função do 1º grau a partir de
dois pontos dados, esboçar o gráfico dessa função.

2.9 FUNÇÃO CONSTANTE

Se, na função y = f (x) = ax + b, definida de A em B tivermos a = 0, ela será uma


função constante. Essa função associa a cada elemento x do domínio A sempre ao mesmo
elemento b no conjunto B.
Em resumo, essa função será dada por : f(x) = b, com bR.

O gráfico dessa função, como o próprio nome da função diz, será uma constante, ou seja,
é uma reta paralela ao eixo x, passando pelo ponto (0, b).

Exemplo:

19
--------- ________________________________________________________________

Esboce o gráfico da função f(x) = 7


Para qualquer valor de “x” o valor correspondente “y” é 7.

x -3 -2 -1 0 1 2 3
y 7 7 7 7 7 7 7
 Conforme os valores de “x” aumentam, os valores correspondentes de “y” são constantes.

Conclusão: A função y = 7 é constante

EXPLORE SEU CONHECIMENTO

Vamos praticar um pouquinho?

1) Analise o gráfico da função f:RR, com f(x) = 3x + 12 e responda as questões.


y
 a) Essa função é estritamente _________.

 b) O zero dessa função é dado por x = ___.

c) O conjunto solução da equação f(x) = 0 ou

 3x + 12 = 0 é V = ______.


d) Para quais valores do x essa função é positiva?
 ________

 e) O conjunto solução da inequação f(x) > 0 ou 3x +
 x
12 > 0 é ______________.
   f) Para quais valores do x essa função é negativa?
________

20
--------- ________________________________________________________________

2) (Modelo ENEM) - Um grande poluente produzido pela queima de combustíveis fósseis é o SO 2


(dióxido de enxofre). Uma pesquisa realizada na Noruega e publicada na revista "Science" em
1972 concluiu que o número (N) de mortes por semana, causadas pela inalação de SO2, estava
relacionado com a concentração média (C), em mg/m3 , do SO2 conforme o gráfico a seguir: os
pontos (C, N) dessa relação estão sobre o segmento de reta da figura. Com base nos dados
apresentados, a relação entre N e C (100
≤ C ≤ 700) pode ser dada por:

a) N = 100 - 700 C b) N = 94 + 0,03 C c) N


= 97 + 0,03 C
d) N = 115 - 94 C e) N = 97 + 600 C

3) Complete a cruzada com as afirmações e


questões a seguir.

Horizontal
1) É o nome da função f(x) = ax + b, com a = 0.
2) É o valor da f(x) = 4x – 12, para x = 4.
3) É o nome do “a” e do “b” na função do 1º grau.
4) É a raiz da função f(x) = -2x + 22.
5) Na função f(x) = 2x + 3, o “3” é o coeficiente _______.
Vertical
1) É o sinal do coeficiente angular de uma função do 1º grau decrescente.
2) É a representação de uma função do 1º grau.
3) É o sinal da f(x) = 3x – 15, para x > 5.
21
--------- ________________________________________________________________

4) É o zero da função f(x) = 10x – 5.

4) Seja g:RR dada por g(x) = -3x + 5, complete a tabela e esboce o gráfico.

y
x f(x) 


0

1 


x
 




RESPOSTAS COMENTADAS

1) a) crescente; b) x = - 4; c) V = {-4} (note que esse item é igual ao “b”, questionado de forma
diferente); d) x > - 4; e) 3x + 12 > 0  3x > -12  x = -12 : 3  x > - 4 (note que esse item é igual
ao “d”, questionado de forma diferente); f) x < - 4

2) Alternativa (b). O gráfico representa uma função do 1º grau do tipo N = a.C+b, passando pelos
pontos (100, 97) e (700, 115), então:
 97  a  100  b  97  a  100  b  18  600a a  0,03
   
115  a  700  b  115  a  700  b 115  700  a  b  b  94
Portanto, a relação N e C é N = 0,03.C + 94.

22
--------- ________________________________________________________________

3)

4) y

x f(x) 


0 5

x
1 2
 




FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU

Prezado(a) Aluno(a),

Nesse capítulo estudaremos a função polinomial do 2º grau, sua definição,


monotonicidade, sinal e aplicações. Você se lembra dessa função e o quanto ela aparece em

23
--------- ________________________________________________________________

diversas situações matemáticas e também cotidianas? Bom, caso tenha alguma dúvida sobre
esse assunto, tenho certeza que será um bom momento para relembrá-lo. Vamos, lá?

3.1 DEFINIÇÃO

Como vimos anteriormente, toda função é definida por uma lei de formação e no caso da
função polinomial do 2º grau essa lei é dada por:
F: A B/ f(x) = ax² + bx + c, onde “a  R e a 0”; “b  R” e “c  R”.
Note, que nessa função a variável x com maior expoente é o “2” e é esse expoente que
indica se tratar de uma função do 2º grau.
A representação gráfica de uma função do 2º grau é uma parábola. Analisando a lei de
formação y = ax² + bx + c, notamos a dependência entre x e y, e identificamos três números: a, b
e c, que são denominados coeficientes da função. O valor de a indica se a parábola tem
concavidade para baixo ou para cima e o valor de c indica o ponto de intersecção do gráfico da
função com o eixo y no plano cartesiano.
Para esboçar o gráfico da função do 2º grau pode-se utilizar o recurso da tabela, onde são
dados os valores para o x de acordo com o domínio da função e são determinados o valor de y,
de acordo com a lei de formação da função. Também existe outra forma mais segura de fazer
isso, mas veremos mais adiante. Tudo bem?
Uma função do 2º grau pode ser completa, ou incompleta, veja:
a) f(x) = ax² + bx + c, com (a, b, c  0)  a função é completa.
b) f(x) = ax² + bx, com (a, b  0 e c = 0)  a função é incompleta.
c) f(x) = ax² + c, com (a, c  0) e b = 0  a função é incompleta.
d) f(x) = ax², com (a  0 e b,c = 0)  a função é incompleta.

3.2 ZEROS OU RAÍZES DA FUNÇÃO


POLINOMIAL DO 2º GRAU

24
--------- ________________________________________________________________

Se você entendeu direitinho o que é a raiz de uma função, ao estudar a função do 1º


grau, com certeza entenderá aqui também, pois o conceito é o mesmo.
Só para relembrar, zeros de uma função são os valores da variável x do domínio, que
tornam a função igual a zero, ou seja, são os valores de x, que tornam f(x) = 0.

Exemplo:
Determine os zeros (ou raízes) da função em cada uma dos casos.

a) f(x) = x²
Como f(x) = 0  x² = 0  x = 0. Nesse caso o zero da função é o próprio zero, ou seja x = 0.

b) f(x) = x² - 16

Como f(x) = 0  x² - 16 = 0  x² = 16  x² = 16  x² =  4 Nesse caso os zeros da função são


os valores x = -4 e x = 4.

c) f(x) = x² - 4x
Como f(x) = 0  x² - 4x = 0 . Note que se trata de uma equação do 2º grau incompleta e que
pode ser resolvida por fatoração.
 x² - 4x = 0  x(x – 4) = 0  x = 0 ou x – 4 = 0  x = 0 ou x = 4. Então, os zeros da função são
os valores x = 0 e x = 4.

d) f(x) = x² - 5x + 6
Como f(x) = 0  x² - 5x + 6 = 0. Note que se trata de uma equação do 2º grau completa e,
lembre-se, que uma das formas de resolver essa equação é usando a fórmula de Bhascara.

b 
  b2  4  a  c e x  .
2a
Para aplicar essa fórmula, observe a equação x² - 5x + 6 = 0 e seus coeficientes (a = 1; b = -5 e c =
6). Substituindo esses valores nas fórmulas, vem que:

25
--------- ________________________________________________________________

  (5) 2  4  1  6    25  24    1 e

5 1
 (5)  1 x1  3
x  2
2 1 5 1
x2  2
2
Então, os zeros da função são os valores x = 2 e x = 3.

e) f(x) = x² + 8x + 16
Como f(x) = 0  x² + 8x + 16 = 0. Note que se trata de uma equação do 2º grau completa , então
usaremos a fórmula de Bhascara para determinar as raízes.

  (8) 2  4  1  16    64  64    0 e

8
 (8)  0 x1   4
x  2
2 1 8
x2   4
2
Então, o zero da função é x = -4

f) f(x) = x² + 8x + 16
Como f(x) = 0  x² + 8x + 20 = 0. Note que se trata de uma equação do 2º grau completa , então
usaremos a fórmula de Bhascara para determinar as raízes.

  (8) 2  4  1  20    64  80    16 e

 (8)   16
x . Como não é possível resolver a raiz quadrada de um número negativo em R,
2 1
essa equação não tem solução em R, ou seja, a função f(x) = x² + 8x + 16 não tem raízes

26
--------- ________________________________________________________________

Atenção
A função polinomial do 2º grau tem no máximo duas raízes, mas conforme pôde ser
observado nos exemplos anteriores ela pode ter:
2 raízes se  > 0
1 raíz (ou duas raízes reais iguais) se o  = 0
Nenhuma raiz real se o  < 0

3.3 GRÁFICO DA FUNÇÃO POLINOMIAL DO


2º GRAU (com tabela)

Já sabemos que o gráfico dessa função é uma parábola e que uma das formas de esboçá-
lo por meio de uma tabela.

Exemplos:

1) esboce o gráfico de f: RR/ f(x) = x2.


1º passo: Construir a tabela (mínimo 5 elementos):
x -2 -1 0 1 2
y 4 1 0 1 4

2º passo: Identificar os pontos no plano cartesiano;


3º passo: Esboçar o gráfico.

27
--------- ________________________________________________________________
 y

2) esboce o gráfico de f: RR/ f(x) = x2 – 5x + 6 
1º passo: Construir a tabela (mínimo 5 elementos): 

x -2 -1 0 1 2 3 4 

y 20 12 6 2 0 0 2


2º passo: Identificar os pontos no plano cartesiano; 

3º passo: Esboçar o gráfico 


x
   

Note, que com os 5 primeiros pontos descritos na tabela não será tão confortável
esboçar o gráfico dessa função e por esse motivo mais dois pontos foram colocados. Note
também que os valores atribuídos em x para se determinar o y são valores inteiros. Você sabe
por que esses valores são inteiros? Apenas por comodidade Para fazer a conta, pois poderia ter
sido atribuído qualquer valor real, pois o domínio da função do 2º grau é o conjunto dos
números reais.
Nesse exemplo demos sorte de conseguir esboçar o gráfico com o acréscimo de apenas
dois pontos. As vezes são necessários vários outros.
O que fazer para não ter que fazer uma tabela com muitos valores em qualquer função
do 2º grau no momento de esboçar o gráfico? Isso é o que poserá ser estudasdo no próximo
tópico.

3.4 GRÁFICO DA FUNÇÃO POLINOMIAL DO


2º GRAU (com os pontos principais)

Os pontos principais de uma parábola são: zeros da função, ponto que a parábola
intercepta o eixo Ou, o vértice das parábola e além desses, ainda é importante, antes de esboçar
o gráfico, saber responder se a parábola tem concavidade para baixo ou para cima. Nesse
capítulo, só não escrevemos ainda sobre o vértice da parábola, mas passaremos aqui por todos

28
--------- ________________________________________________________________

esses itens, chamando-os de passos para esboçar o gráfico de uma função do 2º grau. Não é
necessário seguir a mesma ordem dada a seguir, podendo ser da forma que você determinar.

1º passo: Verificar se a parábola tem concavidade para baixo ou para cima.


O que é mesmo que define a concavidade de uma parábola? Isso mesmo! O sinal do coeficiente
“a”, ou seja, do número que multiplica o x².
Como você poderá observar na ilustração a seguir, se o “a > 0” a parábola tem
concavidade para cima e terá um ponto de mínimo e se o “a < 0” a parábola tem concavidade
para baixo e terá um ponto de máximo.

O ponto de máximo e de mínimo de uma parábola é o vértice da parábola.

2º Passo: Determinar o vértice da parábola.


Para determinar as coordenadas do vértice de uma parábola pode-se usar as fórmulas:
b 
xv  e yv  , onde “a” e “b” são os coeficientes da função f(x) = ax² + bx + c
2a 4a

e o  é dado por   b 2  4.a.c .

3º Passo: Determinar as raízes da função.


Já estudamos com detalhes no item 3.2, mas reforçando o que vimos, o número de raízes
dependerá do valor do discriminante delta “  ”.

29
--------- ________________________________________________________________

> = <
0 0 0

a>
0

y
y y x
x
1 x
a< x x x
0 1 2

4º Passo: Determinar o ponto que a parábola intercepta o eixo Oy.


Uma curva intercepta o eixo Oy no ponto de abscissa x = 0, então para determinar esse
ponto, basta determinar o f(0). Como f(x) = ax² + bx + c,
 f(0) = a.0² + b.0 + c  f(0) = c. Resumindo:
o ponto que a parábola intercepta o eixo Oy é o P(0,c).

Exemplo:

Usando os 4 passos, esboce o gráfico de f: RR/ f(x) = x² - 5x + 6.

 y
1º passo: a parábola tem concavidade para cima, pois “a =
1 > 0”.

2º Passo: vértice da parábola.


 (5) 5
xv    2,5 
2 1 2

30x
 
--------- ________________________________________________________________


yv     (5) 2  4.1.6  1
4a
1 1
 yv     0,25
4 1 4
5 1
Portanto V   ,  ou V  (2,5;0,25)
2 4

3ºPasso: As raízes já foram determinadas no item 3.2.


x1 = 2 e x2 = 3

4ºpasso: a parábola intercepta o eixo Oy em f(0) = 0 + 0 + 6 = 6  P(0,6).

3.5 SINAL DA FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU

Estudar o sinal da função, como já vimos é analisar para quais valores x do domínio da
função essa função é positiva, é negativa e é igual a zero. Lembrou disso? Então vamos ver como
ficam esses sinais para cada um dos casos:

1º caso:  < 0  já vimos que a equação ax2 + bx + c = 0 não apresenta raízes reais  a
parábola não corta o eixo dos x.

a) a > 0 b) a < 0

y
y
m/a
+ + + + + + m/a
+ x ---------
f (x) > 0 x
f (x) < 0 x

31
--------- ________________________________________________________________

b
2º caso:  = 0  a equação ax2 + bx + c = 0 apresenta duas raízes reais e iguais: x1 = x2 = 
2a
 a parábola tangencia o eixo dos x.

a) a > 0 b) a < 0

y
m/a m/a y m/a
-_ _ _ _ _m/a
_
++++ +++++ _
f (x) = 0 x
x1 = x2 x x x1 = x2
f (x) = 0 f (x) < 0 f (x) < 0 f (x) = 0

f (x) > 0 f (x) > 0


f (x) = 0 x

3º caso:  > 0  a equação ax2 + bx + c = 0 apresenta duas raízes reais e distintas

 b Δ
 x1 
 2a
  a parábola corta o eixo dos x em dois pontos
 x  b Δ
 2 2a

a) a > 0 b) a < 0

y y

f (x) = 0 f (x) > 0 f (x) = 0


x
f (x) > 0 f (x) > 0
f (x) < 0 f (x) < 0
f (x) = 0 f (x) = 0 x
f (x) < 0

m/a c/a m/a m/a c/a m/a


+ f (x) = 0 _ f (x) = 0 + _ f (x) = 0 + f (x) = 0 _
x1 x2 x x1 x2 x

32
--------- ________________________________________________________________

Exemplo:

Estude o sinal função f(x) = x² - 5x + 6.

Já trabalhamos com essa função nos exemplos dos tópicos 3.2 e 3.4 e vimos que essa
função tem  > 0 , portanto tem duas raízes, que são x1 = 2 e x2 = 3. Como essa função tem a = 1
> 0, então tem parábola com concavidade para cima. Então, para estudar o sinal dessa função é
possível utilizar o recurso do esboço do gráfico ou o recurso da reta com as demarcações dos
sinais (mesmo de “a” e contrário de “a”), ou seja, :
m/a c/a m/a
+ f (x) = 0 _ f (x) = 0 +
x1 x2 x

Bom, aqui eu vou resolver das duas formas, mas é claro que você deverá optar pela forma que
mais agrade, tudo bem? Ah, e se descobrir outras formas, também pode fazer uso delas.

f (x) > 0 f (x) > 0


+ _ +
x
2 3 x 3 m/a
f (x) < 0 m/a 2 c/a
Conclusão:
Para x = 2 ou x = 3 a f(x) = 0
Para x < 2 ou x > 3 a f(x) > 0 a f(x) > 0
Para 2 < x < 3 a f(x) < 0

3.6 MONOTONICIDADE DA FUNÇÃO POLINOMIAL


DO 2º GRAU (CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO)

33
--------- ________________________________________________________________

Você já deve ter observado que o gráfico de uma função do 2º grau, ora cresce e ora
decresce, ou seja, não é possível afirmar que a função do 2º grau seja crescente ou decrescente,
pois ela é as duas “coisas”. Talvez você esteja se perguntando; como assim as duas “coisas”?
Então, veja as duas situações:

y
y

x
x

O primeiro gráfico é a representação de uma função do 2º grau, com a > 0, portanto tem
concavidade para cima e o vértice é o ponto de mínimo, logo, à esquerda do vértice essa função
é decrescente e a direita do vértice a função é crescente.
O segundo gráfico é a representação de uma função do 2º grau, com a < 0, portanto tem
concavidade para baixo e o vértice é o ponto de máximo, logo, à esquerda do vértice essa
função é crescente e a direita do vértice a função é decrescente.
Bom, com isso é possível perceber que para analisar o crescimento e decrescimento de
uma função é necessário dividir o seu domínio em dois intervalos, que são: intervalo dos valores
menores que o x do vértice e o intervalo de valores maiores que o x do vértice.

Exemplo:

Determine qual é o intervalo de crescimento e de decrescimento da


f: RR/ f(x) = x² - 5x + 6.

1º passo: Determine o valor da abscissa do vértice.


 (5) 5
xv    2,5
2 1 2
2º Passo: observe se o vértice é ponto de máximo ou mínimo.

34
--------- ________________________________________________________________

Como o a > 0, a concavidade da parábola é para cima, então o vértice é ponto de mínimo. Sendo
assim, essa função é decrescente para valores à direita do vértice e crescente para valores à
direita do vértice.

2,5 ou 5/2 Conclusão:

x Para x < 5/2 a f(x) é decrescente;


Para x > 5/2 a f(x) é crescente.
Vértice

3.7 APLICAÇÃO DA FUNÇÃO POLINOMIAL DO


2º GRAU

São inúmeras as aplicações da função do 2º grau, elas se aplica na Biologia, na


Administração, na Contabilidade, na Engenharia, na Física, entre outras ciências e situações
cotidianas.
Vamos estudar a seguir, um exemplo de aplicação na Física.

Exemplo:

(MODELO – ENEM) - Pretende-se fazer, numa chácara, um jardim na forma de um quadrado


ABCD de 15 m de lado, como mostra a figura.
A área hachurada representa o lugar onde se pretende
plantar flores capestres e o quadrado EFGH é o local destinado ao
plantio de grama. Tem-se, em metros,
AE = BF = CG = DH = x.

35
--------- ________________________________________________________________

Determine a função em x, para 0  x  15, que permite calcular a área A(x), em metros
quadrados, em que será plantada as flores campestres.

Solução:
x  (10  x)
A área do triângulo retângulo FBG é . A área reservada ao plantio de grama é
2
x  (10  x)
A( x)  4  = 2x(10 – x) = 20x – 2x2.
2

EXPLORE SEU CONHECIMENTO

Vamos exercitar mais um pouquinho?

1) Determine o valor máximo ou o valor mínimo e o ponto de máximo ou o ponto de mínimo da


função f:RR/ y = 4x2 – 8x + 4, ou seja, determine o vértice dessa função.

2) Faça o estudo completo da função f:RR/ f(x) = x2 – 2x + 1.

3) (ENEM – 2013) A parte interior de uma taça foi gerada pela rotação de uma parábola em
torno de um eixo z, conforme mostra a figura.

A função que expressa a parábola, no plano cartesiano da


3 2
figura, é dada pela lei f(x) = x – 6x + C, onde C é a medida
2
da altura do líquido contido na taça, em centímetros. Sabe-
se que o ponto V, na figura, representa o vértice da
parábola, localizado sobre o eixo x.

36
--------- ________________________________________________________________

Nessas condições, a altura do líquido contido na taça, em centímetros, é:

a) 1 b) 2 c) 4 d) 5 e) 6

4) Complete a cruzada.

1) É o sinal da função f(x) = x² - 12x +


20 para x < 2 ou x > 10.
2) Também é conhecido como zero
de uma função.
3) É a abscissa do vértice da função
f(x) = x² - 8x + 12.
4) É o sinal da f(x) = x² - 10x + 18 para
2 < x < 9.
5) Foi o matemático que demonstrou
a fórmula de resolução da equação do 2º grau.
6) É uma das raízes da função f(x) = x² - 81.
7) A ordenada do ponto de máximo do gráfico de uma função também é denominada de
________ de máximo.
8) Uma parábola com concavidade para baixo tem o seu vértice como ponto de _____.

RESPOSTAS COMENTADAS

Δ
1) y = 4x2 – 8x + 4; a = 4 > 0  y =  é o valor mínimo da função, no ponto de mínimo x =
4a
b
 .
2a
 = b2 – 4ac   = (-8)2 – 4 . 4 . 4   = 64 – 64 = 0
Portanto, o valor mínimo da função é ym = 0 e o ponto de mínimo da função é:
37
--------- ________________________________________________________________

b 8
xm =  =  1. Logo, o vértice é o ponto V = (1, 0).
2a 8

2) Fazer um estudo completo é determinar as raízes, o vértice da parábola, estudar o sinal,


estudar a monotonicidade e esboçar o gráfico da função.
f (x) = x2 – 2x + 1; a = 1 > 0  a parábola tem a concavidade voltada para cima.
Vamos achar as raízes da função. Para isso, fazemos f (x) = 0 e obtemos a seguinte equação na
incógnita x:
x2 – 2x + 1 = 0
 = b2 – 4ac   = (-2)2 – 4 . 1 . 1   = 4 – 4 = 0, 

temos, portanto, duas raízes reais e iguais:

b 2
x1 = x2 =   1 
2a 2 
Portanto, a parábola tangencia o eixo x.
      
Sinal: 

Para x < 1  f (x) > 0; para x = 1  f (x) = 0; para x > 1  f
(x) > 0.
b Δ
Vértice: V = (  , ) = (1, 0)  ponto de mínimo da função.
2a 4a

3 2
3) A função do segundo grau f(x) = x – 6x + C apresenta duas raízes reais iguais, visto que seu
2
gráfico corta o eixo x em um único ponto. A condição para que isso aconteça é que o
discriminante (∆ = b2 – 4ac) dessa função do segundo grau seja igual à zero. Logo, ∆ = b 2 – 4ac =
(-6)2-4.32.C = 36 – 6C = 0; C=6. Resposta (e).

4)

38
--------- ________________________________________________________________

Dica
Para saber um pouco mais sobre funções do 2º grau sugiro que assista aos vídeos nos sites a
seguir:
http://www.youtube.com/watch?v=83g2LhTqpjQ
Nesse endereço, você poderá assistir a aula 31 do Novo Telecurso – Ensino Médio – com
foco nas aplicações da função do 2º grau, esboço do gráfico, raízes da função, vértice da
parábola. (11’44).
http://www.youtube.com/watch?v=6Ox-0-NXffk
Nessa aula você poderá aprender como se determina máximos e mínimos usando a
função do 2º grau e a parábola. (11’46”)

39
--------- ________________________________________________________________

FUNÇÕES: EXPONENCIAL E
LOGARÍTMICA
Prezado(a) Aluno(a),
Nesse capítulo serão apresentadas as duas funções, a exponencial e a logarítmica, além
de algumas propriedades e aplicações.

4.1 FUNÇÃO EXPONENCIAL

Chama-se função exponencial de base a, com a R, a > 0 e a ≠ 1, a função

f: R  R / f(x)  ax .
Observações:
 a = 1, gera uma função constante.
 a < 0, imagem não pertence aos reais.
 x = 0 o f(0) = 1.

Pense nessas três observações e tente explicar cada uma delas. Entenda que ao ler um
texto matemático, assim como qualquer outro, é necessário refletir sobre as afirmações, pois ao
contrário correrá o risco de terminar a leitura sem ter compreendido os pontos principais do
tema.
E, então, já pensou o que significa cada uma das observações?
Note que se a = 1, como x  R, ao atribuir qualquer valor real ao x e resolver o 1x o
resultado será sempre 1.
1
Já, se a < 0, como x  R, em algum momento o x poderá ser ½, então teremos (a ) 2 .
Como toda potência de expoente fracionário também é escrita em forma de raiz, nesse caso
40
--------- ________________________________________________________________

1
vamos ter (a) 2  a . Como o “a < 0”, então teremos a raiz quadrada de um número negativo,
o que é impossível no conjunto dos números reais, pois não existem dois números reais
idênticos, que multiplicados resulte um número negativo.
E a terceira observação é mais simples. Tenho certeza que por diversas vezes você ouviu
que “todo número elevado a zero, com exceção do próprio zero, é igual a 1. Mas você sabe
explicar o por quê? Bom, essa vou deixar para você pensar mais um pouquinho.

Dica
Se você não conseguiu responder a questão acima, assista ao vídeo indicado no link a
seguir.
https://www.youtube.com/watch?v=O5YteuwyUi4
Nesse vídeo “Aula do Guto” esse assunto é explicado com o uso das propriedades de
potência. (5’44”).

Atenção
É importante diferenciar rapidamente a função potência e polinomial de grau “n” da função
exponencial.
Na função exponencial f(x), a base é um número real e o expoente é a variável;
já na função polinomial g(x), o expoente é um número inteiro.
Veja a diferença:

f (x)  a x g( x )  x n
Expoente é
uma constante
Atenção
Base, com n Z
Com a  R  1
O expoente é
A base é variável
variável

41
--------- ________________________________________________________________

4.2 GRÁFICO DA FUNÇÃO EXPONENCIAL

Já vimos nas funções do 1º grau e do 2º grau que os gráficos podem ser obtidos por meio

de uma tabela numérica. Para a função exponencial, usaremos no mínimo 5 pontos. Como a
função exponencial tem como domínio os valores reais, ou seja, qualquer x real, ao fazer a
tabela, na coluna do x colocaremos ao menos 5 valores conveniente. O que será que significa
valores convenientes? São valores que não ofereçam muitas dificuldade na hora de resolver a
conta “ax”.

Exemplos

Construa os gráficos das funções exponenciais f :    definidas por f(x)  2x e

1
g(x)  ( ) x e, em seguida, comparando-os, escreva algumas conclusões.
2

42
--------- ________________________________________________________________

x y  f(x)  2 x

1 1
-3 2 3  
23 8

1 1
y
2
-2 2  2  
2 4

1
-1 21  
2

0 20  1  f(x)

1 21  2

x
2 2 4
2
      

3 2 8
3


43
--------- ________________________________________________________________

1
x y  g(x)  ( ) x
2

1
-3 ( )3  23  8
2 y

1
-2 ( ) 2  2 2  4
2 


1
-1 ( )1  21  2
2 

 g(x)
1
0 ( )0  1
2 


1 1 x
1 ( )1 
2 2
      

1 1
2 ( )2  
2 4

1 1
3 ( )3 
2 8

Conclusões:

a) O gráfico da função exponencial está sempre acima do eixo Ox, pois a x  0 , x  R ;


b) O gráfico da função exponencial sempre intercepta o eixo Oy no ponto (0,1), pois;

a0  1, , a  R* ;

c) Se a > 1, a função exponencial é estritamente crescente , então a x  a x  x1  x 2 ;


1 2

d) Se 0 < a < 1, a função exponencial é estritamente decrescente, então ax1  ax2  x1  x 2 .

Observação: Todas essas observações são válidas desde que não seja somada uma constante
real e diferente de zero à função exponencial e, também, desde que essa mesma função não
seja multiplicada por um número negativo.
44
--------- ________________________________________________________________

Saiba Mais
Vamos relembrar as propriedades de propriedades de potência, pois serão úteis para
alguns cálculos nas funções exponenciais e também em suas aplicações.

1) a x  a y  a x  y  produto de mesma base, permanece a base e soma os expoentes.

2) a x : a y  a x  y  quociente de mesma base, permanece a base e subtrai os expoentes.

3) a x : a y  a x  y  potência de potência, permanece a base e multiplica os expoentes.

4) a x  b x  (ab) x  produto de mesmo expoente, multiplica as bases e mantém o


expoente.

5) a x : b x  (a b) x  quociente de mesmo expoente, divide as bases e mantém o


expoente.
x
y
6) (a) y
 a x  potência de expoente fracionário é uma raiz.

4.3 APLICAÇÃO DA FUNÇÃO EXPONENCIAL

Montante “M” é a quantia que uma pessoa deve receber após aplicar um capital “C”, a
juros compostos, a uma taxa “i” durante um tempo “t”. O montante é calculado pela fórmula M
= C(1+i)t. Supondo que o capital é de R$ 20.000,00 a uma taxa de 12% ao ano, durante 3 anos,
qual o montante final da aplicação?

45
--------- ________________________________________________________________

Solução:
C= 20.000,00 i= 12% ao ano t= 3

M = C(1+i)t
M=20.000,00(1+0,12)3  M=20.000,00(1,12)3
M=20.000,00 x 1,4049  M= 28.098,56

O montante será de R$ 28.098,56.

4.4 LOGARITMO

Antes de estudarmos a função logarítmica vamos relembrar a definição de logaritmo.

log a b  x  b  a x , com a > 0 e a≠1 e b>0.

(lê-se: logaritmo de b na base a  log a b ), onde: b é o logaritmando; a é a base do logaritmo; x é

o logaritmo.

Exemplos:
x
a) log 2 128  x  128  2  27  2 x  x7
x
b) log 1000  x  1000  10  103  10 x  x3
4
c) log 3 b  4  b  3  b  81
3
d) log a 125  3  125  a  53  a3  a5

46
--------- ________________________________________________________________

Dica
Para saber um pouco mais sobre logarítmo sugiro que assista aos vídeos nos site a
seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=6WRj3Mtgx0A
Nesta teleaula de nº 59, do Novo Telecurso você aprenderá o significado de
logaritmo, conhecerá a representação dos números positivos como potências de base e
saberá como calcular as potências relativas e números compostos. (6’04”).
https://www.youtube.com/watch?v=jzqcU6M1opU
Nesta teleaula de nº 60, do Novo Telecurso, é apresentada a tábua de logaritmo, o
surgimento do log., propriedades e definição dos logaritmos.(5’44”)
https://www.youtube.com/watch?v=F5cv3Iz3ZHg
Nessa teleaula de nº 61, do Novo Telecurso pode ser visto a utilização do logaritmo
para cálculos complexos, como usar a tábua de log, aplicação das propriedades
de log. E identificar quando é apropriado usar o log.(5’30”)

4.5 FUNÇÃO LOGARÍTMICA E SEU GRÁFICO

Denomina-se função logarítmica, qualquer função f : R*  R , dada por uma lei da

forma y  log a x , em que a  R* com a  1 .

Para construir o gráfico da função logarítmica é necessário atribuir alguns valores


conveniente para a variável x e calcularmos os valores correspondentes para a variável y. Os
pares ordenados obtidos corresponderão a alguns pontos do gráfico.

Exemplos:

47
--------- ________________________________________________________________

Construa os gráficos das funções f : R*  R definidas por f (x)  log 2 x e

g (x)  log 1 x e, em seguida, comparando-os, escreva algumas conclusões.


2

x y  f (x)  log 2 x  y

1 1
log 2 ( )  log 2 (2 3 )  3 
8 8

1 1 
log 2 ( )  log 2 (2-2 )  2
4 4
x
1 1    
log 2 ( )  log 2 (2 -1 )  1
2 2


1 log 2 1  0


2 log 2 (2)  log 2 (21)  1


2
4 log 2 4  log 2 2  2

48
--------- ________________________________________________________________

y  g ( x)  log 1 x
x  y
2

1 1 1
log 1 ( )  log 1 ( )3  3 
8 2
8 2 2


1 1 1
log 1 ( )  log 1 ( )2  2
4 2
4 2 2
x
   
1 1 1
log 1 ( )  log 1 ( )1  1
2 2
2 2 2


log 1 1  0
1
2 

1 -1
2 log 1 (2)  log (2 )  1
2
2 

1
4 log 1 4  log 1 ( )-2  2
2
2 2

Conclusões:

a) O gráfico da função logarítmica está sempre à direita do eixo Oy, pois seu domínio é R ;

b) O gráfico da função logarítmica sempre intercepta o eixo Ox no ponto (1,0), pois

log a 1  0, a  R  1;

c) Se a > 1, a função logarítmica é estritamente crescente;

d) Se 0 < a < 1, a função logarítmica é estritamente decrescente;

49
--------- ________________________________________________________________

e) A função exponencial de R em R* e a função logarítmica de R* em R são inversas uma

da outra. De fato: f (x)  a x  y  ax .

Trocando-se x por y e vice-versa, vem: x  a y . Isolando-se y, temos: y  log a x .

 f (x)  ax  f 1 (x)  log a x

f) Por serem inversas uma da outra, o gráfico da função exponencial e o gráfico da função
logarítmica são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares, que é a reta de
equação y = x. Veja:

y y

 

x x
   

 

4.6 APLICAÇÃO DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA

A altura média do tronco de uma espécie de árvore usada para extração de madeira,
cresce seguindo o modelo matemático h(t) = 1,5 + log3 (t+1), em que h(t) em metros e “t” em
anos. Se uma árvore dessas for cortada ao atingir 3,5m de altura, quanto tempo se passou do
plantio até o corte.

50
--------- ________________________________________________________________

Solução:
h(t) = 1,5 + log3 (t+1)
3,5 = 1,5 + log3 (t+1)  3,5 – 1,5 = log3 (t+1)  2 = log3 (t+1)
 (t+1) = 32  t+1 = 9  t = 9-1  t = 8 anos

Do plantio até o corte passaram-se 8 anos.

4.7 EXPLORE SEU CONHECIMENTO

1) Assinale a alternativa que representa o gráfico de uma função exponencial com a > 1.

a) b) c) d) e)

2) Suponha que, em 2015, o PIB (Produto Interno Bruto) de um país seja de 400 bilhões de
dólares. Se o PIB crescer 2,5% ao ano, de forma cumulativa, qual será o PIB do país em 2020,
dado em bilhões de dólares?

3) (ENEM – 2011) A Escala de Magnitude de Momento (abreviada como MMS e denotada como
MW), introduzida em 1979 por Thomas Haks e Hiroo Kanamori, substituiu a Escala de Richter
para medir a magnitude dos terremotos em termos de energia liberada. Menos conhecida pelo
público, a MMS é, no entanto, a escala usada para estimar as magnitudes de todos os grandes
terremotos da atualidade. Assim como a escala Richter, a MMS é uma escala logarítmica.

51
--------- ________________________________________________________________

MW=−10,7+(2/3)log10(Mo)
Onde Mo é o momento sísmico (usualmente estimado a partir dos registros de movimento da
superfície, através dos sismogramas), cuja unidade é o dina × cm.
O terremoto de Kobe, acontecido no dia 17 de janeiro de 1995, foi um dos terremotos que
causaram maior impacto no Japão e na comunidade científica internacional. Teve magnitude
MW=7,3.

U.S. GEOLOGICAL SURVEY. Historic Earthquakes.


Disponível em: http://earthquake.usgs.gov. Acesso em: 1 maio 2010 (adaptado).
U.S. GEOLOGICAL SURVEY. USGS Earthquake Magnitude Policy.
Disponível em: http://earthquake.usgs.gov. Acesso em: 1 maio 2010 (adaptado).

Mostrando que é possível determinar a medida por meio de conhecimentos matemáticos, qual
foi o momento sísmico Mo do terremoto de Kobe (em dina × cm)?

a) 10–5,10 b) 10–0,73 c) 1012,00 d) 1021,65 e) 1027,00

4) Complete a cruzada a seguir:

1) É a função inversa a função


exponencial.
2) Valor do p em log 3 729  p.

3) O valor do x em log x 25  2.

4) Valor do x em 5 x 1  3125.
5) Valor do t em log t  3.
6) É o valor da expressão

log 1000  (50  2 4 ).

52
--------- ________________________________________________________________

7) Sinal do “a” em a x para que exista a função exponencial.

RESPOSTAS COMENTADAS

1) É o gráfico (d). O gráfico (a) é de uma função do 1º grau com a>0; o gráfico (b) é de uma
função do 2º grau com a>0; o gráfico (c) é da função exponencial, com 0 < a < 1 e o gráfico (e) é
o da função log com a > 1.

2) Seja P0 = 400 bilhões (PIB inicial); O PIB final será dado pela fórmula
P(x) = P0 .(1 + i)t  P(x) = 400 . (1 + 0,025)5  P(x) = 400 . (1,025)5
P(x) = 400. 1,131498 P(x) = 452,56. Portanto, o PIB do país será de R$ 425,56.

2 18.3
3) 7,3  10,7  log10 Mo   log10 Mo  Mo  10 27  alternativa (e)
3 2
4)

53
--------- ________________________________________________________________

INEQUAÇÕES DO 1º E 2º GRAUS

Prezado(a) Aluno(a),

Esse capítulo é uma oportunidade para você revisar o que é e como se resolve uma
equação do 1º grau e do 2º grau.
Vou iniciar com uma questão:
Dos retângulos a seguir, qual tem área maior?
Vamos iniciar com uma questão.....

A2 = ? 8 cm
A1 = ? 2 cm

8 cm

2 cm

Qual retângulo tem área maior?


Os dois retângulos tem a mesma área, pois tem superfícies iguais.
Se você respondeu nenhum, então você acertou! Note que o 1º retângulo tem
dimensões iguais ao 2º retângulo, ou seja 8 cm por 2 cm e como a área de uma superfície
retangular é dada pelo produto do comprimento pela largura, ou se preferir da base pela altura,
daí teremos que 8 cm x 2 cm = 2 cm x 8 cm = 16 cm².
Agora vamos pensar um pouquinho diferente. Observe os retângulos a seguir:

54
--------- ________________________________________________________________

2 cm A2 = 16 cm² 8 cm
A1 = 16 cm²

x cm

2 cm

Note que são conhecidas as áreas dos retângulos (1) e (2), ou seja área 16 cm², mas a
medida do comprimento do retângulo (1) “aparentemente” é desconhecida.
Como a área do retângulo (1) é dada por A1 = x . 2 = 16 e a área do retângulo (2) é dada
por A2 = 2 . 8 = 16 e também sabemos que A1 = A 2, então podemos fazer:
x.2 = 2.8  x.2 = 2.8  2x = 16  x = 8
Esse problema representa uma igualdade, portanto o que vemos acima é uma equação.
Equação? Mas essa aula não é sobre Inequação? Qual é a diferença? Para entender vamos
apresentar mais algumas ilustrações:

8 cm A2 8 cm
A1

8 cm x cm

Observando as duas figuras é nítido que a figura (1) tem superfície maior que a figura (2)
e, por esse motivo as áreas dessas duas figuras são desiguais. Veja:
A1 > A2  8.8 > x.8  64 > 8x ou 8x < 64
Essa sentença é denominada de inequação.

55
--------- ________________________________________________________________

Atenção
Inequação é uma sentença matemática expressa por uma desigualdade (>, <,  e ), em que
há pelo menos uma letra que representa um número desconhecido. Cada letra que representa
um número desconhecido é chamada de incógnita.

5.1 INEQUAÇÃO DO 1º GRAU

Uma inequação do 1º grau é toda inequação redutível a uma das formas seguintes:

ax + b > 0 ax + b < 0 ax + b  0 ax + b ≤ 0

Exemplos de Inequações do 1º grau e leituras

3x – 8 > 4 Lê-se: 3x menos 8 é maior que 4.

t + 13 < 2t Lê-se: t mais 12 é menor que 2t.

-4x + 1  3 Lê-se: -4x mais 1 é maior ou igual a 3.

7x + 14  7 Lê-se: 7x mais 14 é menor ou igual a 7.

7x + 14  7 Lê-se: 7x mais 14 é menor ou igual a 7.


9 27 3 9 27 3

Em uma inequação do 1º grau, os valores da variável que transforma a inequação em


uma desigualdade verdadeira recebem o nome de soluções da inequação.
O conjunto de todas as soluções de uma inequação é o conjunto solução S ou conjunto
verdade dessa inequação.

56
--------- ________________________________________________________________

O processo de resolução de uma inequação do 1º grau é similar ao processo de resolução


de uma equação do 1º grau.

Atenção
Em uma Inequação, podemos adicionar ou subtrair o mesmo número nos dois membros que a
desigualdade não se altera. O mesmo acontece quando multiplicamos ou dividimos os dois
membros por um número positivo. Quando resolvemos uma inequação, determinamos sua
solução.

Processo de resolução e “verificação” de uma


inequação do 1º grau
Resolva a inequação 3x – 8 > 4
Solução
Para x = 3
3x – 8 > 4 3.3 – 8 > 4
9–8>4
3x – 8 + 8 > 4 + 8 1>4 Para x = 4
Desigualdade Falsa
3x > 12 3.4 – 8 > 4
12 – 8 > 4
3 x > 12 Para x = 5 4>4
3 3 3.5 – 8 > 4 Desigualdade Falsa
15 – 8 > 4
x>4 7>4
Desigualdade
S = {x  R / x > 4} Verdadeira
Note que a desigualdade é verdadeira para x > 4.
Portanto, a inequação 3x – 8 > 4 é verdadeira para x > 4.

57
--------- ________________________________________________________________

Uma observação sobre desigualdades

5>4 se multiplicarmos os dois membros por (2)


10 > 8 A desigualdade permanece correta.

5>4 se multiplicarmos os dois membros por (-2)


-10 < -8 A desigualdade se altera.

7<9 se multiplicarmos os dois membros por (2)


14 < 18 A desigualdade permanece correta.

7<9 se multiplicarmos os dois membros por (-2)


-14 > -18 A desigualdade se altera.

Atenção
Quando multiplicamos ou dividimos os dois membros de uma desigualdade por um número
negativo, devemos inverter o sentido da desigualdade. Caso contrário, a desigualdade fica
falsa.
Então, se a > b e t é um número negativo, temos at < bt.

58
--------- ________________________________________________________________

Resolução e “Verificação” de mais um exemplo

Resolva a inequação 5x + 3  7x + 9
Solução

5x + 3  7x + 9
5x + 3 -3  7x + 9 - 3 Para isolar a incógnita x,
adicionamos (-3) unidades aos
5x  7x + 6 dois membros da inequação.

5x -7x  7x -7x + 6 Para isolar a incógnita x,


adicionamos (-7x) unidades aos
-2x  + 6 dois membros da inequação.

Para isolar a incógnita x,


-2 x  +6 dividimos por (-2) unidades os
-2 -2 dois membros da inequação.
x  -3
S = {x  R / x ≤ - 3}

Para x = - 4 Para x = - 2 Para x = - 3


5.(-4)+3  7.(-4)+9 5.(-2)+3  7.(-2)+9 5.(-3)+3  7.(-3)+9
-20 +3  -28 +9 -15 +3  -21 +9
-10 +3  -14 +9
-17  -21 -7  -5 -12  -12
Desigualdade Desigualdade Falsa Desigualdade
Verdadeira Verdadeira

Note que a desigualdade é verdadeira para x  - 3.


Portanto, a inequação 5x + 3  7x + 9é verdadeira para x  - 3.

Agora que já estudamos alguns exemplos de resolução da inequação do 1º grau que tal
estudarmos um pouquinho a do 2º grau? Você está preparado para isso? Então vamos a ela!

5.2 INEQUAÇÃO DO 2º GRAU

Vamos iniciar esse estudo com uma situação problema.


Imagine que de uma folha retangular de papel cartão, com X cm de largura (x > 4) e
comprimento igual ao dobro da largura, foram retirados 4 quadrados de lado 2cm. Quais são os
possíveis valores de X para os quais a área da superfície seja menor do que 184 cm²?

59
--------- ________________________________________________________________

Uma boa forma de iniciar a resolução desse problema é ilustrá-lo, ou seja, representar o
retângulo com os 4 cantos retirados. A partir da análise da ilustração podemos estruturar os
cálculos do problema. Veja:

2 cm
2 cm Área = 2X.X = 2X²

184 cm² X cm Área = 2.2 = 4 cm²

Área da Figura = A(x)


A(x) = 2X² - 4.4
2.X cm A(x) = 2X² - 16
A(x) < 184
2X² - 16 < 184
2X² - 200 < 0 Inequação do 2º grau

Note que a solução desse problema depende da resolução de uma inequeção diferente
das que resolvemos até agora. Essa é a inequação do 2º grau.

Atenção
Chama-se Inequação polinomial do 2º grau toda inequação que pode ser representada sob
uma das formas abaixo, em que ”a”, “b” e “c” são números reais e “a  0”:
ax² + bx + c > 0 ; ax² + bx + c  0
ax² + bx + c < 0 ; ax² + bx + c 0
e ax² + bx + c  0

60
--------- ________________________________________________________________

Para resolver uma inequação do 2º grau, na maioria dos casos é importante ter um
conhecimento sobre a função do 2º grau e o esboço do gráfico que a representa. No momento,
vamos fazer assim:
1º) Lembrar que o gráfico da função do 2º grau é uma parábola;
2º) Toda função do 2º grau tem a forma geral dada por f(x) = ax² + bx + c, com a ≠ 0;
3º) Essa parábola pode ter concavidade para baixo (se a < 0) ou para cima (se a > 0);
4º) A parábola intercepta o eixo Ox (das abscissas) nos zeros dessa função;
5º) para determinar os zeros da função é necessário igualá-la a zero e determinar os valores do
“x” que tornam a sentença nula;
6º) Uma vez determinado essas raízes elas devem ser colocadas em ordem crescente no eixo Ox
e por elas passar a parábola (ou com a concavidade para baixo ou para cima);
7º) Com o passo 6 já é possível estudar o sinal da função (por visualização). A parte da parábola
que está desenhada acima do eixo Ox apresenta os valores do “x” que tornam a função positiva
e a que está desenhada para baixo do eixo Ox apresenta os valores do “x” que tornam a função
negativa.

Com os passos acima podemos “arriscar” finalizar o problema proposto.

61
--------- ________________________________________________________________

Você está lembrado onde parou a resolução do problema? Não? Então volte nele.
Já viu onde foi? Devemos resolver a inequação 2x² - 200 < 0. Então, seguindo os passos
apresentados anteriormente, vamos ter:

2x² - 200 < 0


Devemos estudar o sinal da função f(x) = 2x² - 200
Raízes da função: Gráfico de f:

f(x) = 2x² - 200


2x² - 200 = 0 ++++ ++++
- - - - x
2x² = 200 -10 10
x² = 100 O conjunto solução S da inequação é formado por
x =  10 todos os valores reais de X para os quais f(x) < 0,

S  { x  R /  10  x  10 }
Mas estamos em uma situação contextualizada

No enunciado, temos que x > 4

Então:

Para que a área da superfície figura seja menor que 184, temos:

que a solução do problema é dada por 4 < x < 10

Atenção
A resolução de uma Inequação polinomial do 2º grau é fundamentada no estudo da variação
de sinal de uma função quadrática, conforme foi visto no exemplo.

62
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5.3 EXPLORE SEU CONHECIMENTO

1) Resolva a inequações x + 7 > 35 b) 2(x – 3) > 3(x + 5)

2) Resolva a inequações 2(x – 3) > 3(x + 5)

3) Resolva a inequação x² + 7x – 18 < 0

4) Resolva a inequação - x² - 81 > 0

RESPOSTAS COMENTADAS

1) x > 35 - 7  x > 28

2) Aplica-se a distributiva. 2(x – 3) > 3(x + 5)  2x – 6 > 3x + 15  2x – 3x > 15 + 6  - x > 21 


x < -21

3) Determina-se as raízes do polinômio x² + 7x – 18. Para determinar as raízes iguala-se o


polinômio a zero de usa-se a fórmula de Bhascara, ou seja x² + 7x – 18 = 0.

 7  121  7  11
  7 2  4.1(18)  49  72  121.  x   , então as raízes são -9 e 2.
2.1 2
Estude o sinal da função do 2º grau dada pelo polinômio p(x) = x² + 7x – 18. Como o coeficiente
“a > 0”, em relação às raízes os sinais da função ficarão:

63
--------- ________________________________________________________________

m.a. c.a. m.a.

-9 2

Como x² + 7x – 18 < 0, então deseja-se obter os valores de x que tornam a sentença negativa.
Note que esses valores estão entre -9 e 2, onde aparece o “c.a.”

Respostas: -9 < x < 2.

4) Não tem solução real. Ao resolver pelo processo gráfico ou pelo processo do exercício
anterior, note que a parábola terá concavidade para baixo e a sentença não terá raízes, então
para qualquer valor atribuído a x essa sentença será negativa, ou seja, nenhum valor real de x a
tornará positiva.

INEQUAÇÕES PRODUTO E
QUOCIENTE
Prezado(a) Aluno(a),

Nesse capítulo serão estudas as inequações produto e quociente, ou seja, as inequações


que envolvem a multiplicação ou a divisão de duas ou mais funções. Para estudar esse assunto é
importante que você tenha conhecimento do estudo de algumas funções, principalmente das
funções polinomiais do 1º e 2º graus, com a determinação de suas raízes e estudo do sinal. Caso
você ainda não tenha aprendido esse assunto, sugiro que volte a estudar os capítulos 2 e 3 e a
assistir as aulas 2 e 3 desse curso.

64
--------- ________________________________________________________________

6.1 INEQUAÇÃO PRODUTO

Em uma inequação produto vamos resolver uma das desigualdades:

f(x).g(x)>0 f(x).g(x)<0 f(x).g(x)≥0 f(x).g(x)≤0

Exemplo:

Resolva, no conjunto dos números reais, a inequação (2x² - 5x)(2 + x – x² )  0

Solução:

Essa sentença indica que é necessário determinar os valores de “x”, para que a mesma
seja positiva ou igual a zero. Mas quais valores são esses?
Inequação Produto
Inicialmente
Resolver,estudamos a variação
no conjunto do sinal dasreais,
dos números funções:
a inequação (2x² -
5x)(2 + x – x²)0
Solução
f(x) = (2x² - 5x) e g(x) = (2 + x – x²)

Inicialmente estudamos a variação de sinal das funções f(x) =


(2x² - 5x) e g(x) = (2 + x – x²)
Raízes da função f: Gráfico de f:

(2x² - 5x)= 0
x(2x - 5)= 0
++++ ++++
x = 0 e 2x – 5 = 0 ---- x
0 5/2
e 2x = 5
x = 5/2 Estudar o
sinal,
conforme o
estudado no
capítulo 3.

65
Inequação Produto
Resolver, no conjunto dos números reais, a
--------- ________________________________________________________________
inequação (2x² - 5x)(2 + x – x²)0
Solução
Inequação Produto
Raízes da função g: b 
(2 + x – x²) = 0 x
2a
Resolver,(– no conjunto
x² +x + 2 ) = 0dos números reais, a inequação
x = -1
1  9 1  3
x 
 = +b²x- –
(2x² - 5x)(2 x²)0
4.a.c 2.(1) 2
x=2
a = -1; b = 1 e cSolução
=2 Gráfico de g:

 = 1²de- 4.(-1).2
Gráfico f: -1
++++Gráfico de g:
2
---- ---- x
=1+8=9 -1 2
++++ ++++ ++++
---- x ---- ---- x
0 5/2
-1 0 2 5/2

f + + - - +
g - - -
+ +
f.g - + - + -

S = {x  R/ -1  x  0 ou 2  x  5/2}

6.2 INEQUAÇÃO QUOCIENTE

Em uma inequação quociente vamos resolver uma das desigualdades:

f(x)/g(x)>0 f(x)/g(x)<0 f(x)/g(x)≥0 f(x)/g(x)≤0 (com g(x)  0)

Exemplo:

x 1 x  1 2x 1
Resolva, no conjunto dos números reais, a inequação:  .
x x2 x 66
--------- ________________________________________________________________

Solução:
Devemos primeiro transformar a inequação fracionária em inequação quociente.

Inequação Quociente
x 1 x  1 2x 1 ( x  1)( x  2)  x( x  1)  ( x  2)(2 x  1)
  no conjunto
Resolver,  0  dos números reais, a inequação 0
x x2 x x( x  2)
x  1 x  1 2x  1
x²  2 x  x  2  x²  x  2 x²  x 4 x  2 
x x  2 x²  x  0
x  2 0 
x( x  2) x( x  2)
Solução
Inequação Quociente
f  2x ²  x
0
g x ( x  2)
Resolver, no conjunto dos números reais, a inequação
Raízes da função f: Gráfico de f:
x  1 x  1 2x  1
 
-2x² + x=
Inequação Quociente 0 x x  2 0x
++++
1/2
---- ---- x
x(-2x +1)= 0 Solução
Resolver,
x = 0 noe fconjunto
-2x +1 =dos
0 números reais, a inequação
x  1 x  1 2x  12x ²  x f 0  2x ²  x
 e g -2x = -1x ( x x2)= 1/2 0
x x2 x g x ( x  2)
Raízes da função g: Gráfico de g:
Solução
x(x - 2)= 0 de f:
Gráfico Gráfico de g:

x = 00 e ++++ x - 21/2= 0 ++++ ++++ ++++ ++++


x ---- x
---- ---- 0 - - -2- x
0 2
x=0 x=2
0 1/2 2
f - + - -
g + - - +
f.g - - + -
S = {x  R/ < ½ e x  0 ou x > 2}

67
--------- ________________________________________________________________

Atenção
Atenção
Resolver uma inequação produto ou uma inequação quociente consiste em encontrar os
valores de x que satisfazem a condição estabelecida pela inequação. Para isso pode-se usar o
estudo do sinal de uma função.

EXPLORE SEU CONHECIMENTO

1) Resolva a inequação (x+2).(-x+ 6)  0.

2) Resolva a inequação (x² - 6x + 9).( x² - 4x – 12) < 0.

x5
3) Resolva a inequação  0.
x2

 x 2  25
4) Resolva a inequação 0
x2  x  2

68
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RESPOSTAS COMENTADAS

1) Seja f = (x+2) e g = (-x+6). As raízes de f e g são x = -2 e x = 6. Com as raízes é possível fazer o


estudo do sinal de cada uma das funções.

++++ -------
f g
------- -2 ++++ 6

A partir desse estudo é feito o quadro de sinais.

--------2 ++++++++++
f
-------
g ++++++++++
6
------- ++++ -------
f.g
-2 6

Com o quadro, fica fácil observar que o produto das duas funções é positivo ou igual a zero, no
intervalo de -2 a 6, incluindo o -2 e o 6.
S = {x  R / -2  x  6}.

2) Seja f = (x² - 6x + 9) e g = (x² - 4x – 12). As raízes de f são x = 3 e de g são x = -2 e x = 1. Com


as raízes é possível fazer o estudo do sinal de cada uma das funções.

++++
f ++++ ++++
g
++++
3 -2 ---- 6

A partir desse estudo é feito o quadro de sinais.

69
--------- ________________________________________________________________

f +++++++ +++++++
3
+++ ------ +++
g -
-2 6
------
f.g +++ +++
-
-2 6

Logo, o produto das duas funções é negativo entre o -2 e o 6.


S = {x  R / -2 < x < 6}.

3) Seja f = (x - 5) e g = (x + 2). As raízes de f e g são x = 5 e x = -2. Com as raízes é possível fazer o


estudo do sinal de cada uma das funções.

++++ ++++
f g
------- ------- -2
5

A partir desse estudo é feito o quadro de sinais.

--------2 ++++++++++
f
-------- ++++
g
-
5
++++ ------- ++++
f/g
-2 5

Logo, o quociente das duas funções é positivo ou igual a zero para valores menores que -2 ou
maiores ou igual a 5 (observação: x deve ser diferente de -2, pois para x igual a -2 o
denominador é zero.
S = {x  R / x < - 2 ou x  5}.

70
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4) Seja f = (-x² + 25) e g = (x² + x - 2). As raízes de f são x = -5 e x = 5 e de g são x = - 2 e x = 1. Com

as raízes é possível fazer o estudo do sinal de cada uma das funções.

-5 ++++ 5 ++++ ++++


f g
---- ---- ----
-2 1

A partir desse estudo é feito o quadro de sinais.


-5 5
--- ++++++++++++ ---
f
----- ++++++++
g +++++++ +
-2 1
--- ++ ----- +++ ---
f/g
-5 -2 1 5

Logo, o quociente das duas funções é negativo para valores menores que -5 ou ou entre -2 e 1
ou maiores que 5
S = {x  R / x < - 5 ou -2 < x < 1 ou x  5}.

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REFERÊNCIAS

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e aplicações. Vol 1. São Paulo: Ática, 2010.

SMOLE, Kátia Stocco e DINIZ, Maria Ignez. Matemática: ensino médio. Vol 1. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010.

REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS (exercícios)

http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/questoes/152.html

http://www.profcardy.com/exercicios/assunto.php?assunto=Logaritmos

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