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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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PROJETO A VEZ DO MESTRE

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O PERFIL DO EMPREENDEDOR NO MEIO EMPRESARIAL
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Por: Danielle Gonçalves de Sousa Praxedes


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Orientador
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Prof. Mario Luiz


U
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Rio de Janeiro

2016
2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PERFIL DO EMPREENDEDOR NO MEIO EMPRESARIAL

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre


- Universidade Candido Mendes como requisito parcial
para obtenção do Grau de MBA em Gestão Empresarial.

Por: Danielle Gonçalves de Sousa Praxedes


3

AGRADECIMENTOS

A Deus por mais um objetivo


alcançado;

Ao meu esposo Ribai Praxedes e


minha filha Laura Praxedes pela
compreensão e companheirismo;

E a todos os meus professores,


parentes e amigos que contribuíram de
alguma forma para a realização deste
sonho.
4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Antônio Sousa e Dilma


Sousa pelo incentivo que me
proporcionaram durante essa trajetória
e que estarão sempre presentes em
minha vida como exemplos.
5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................06

CAPÍTULO I – CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO E SUAS BASES


HITÓRICAS.......................................................................................................07

1.1 Origem do empreendedorismo..................................................................09

1.2 A evolução do empreendedorismo durante os séculos ...........................10

1.3 A importância do empreendedorismo........................................................13

CAPÍTULO II – O AVANÇO DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL..........14

2.1 Brasil um país empreendedor em meio a crise ........................................14

2.2 Programas de incentivo.. ..........................................................................15

2.3 As vantagens e desvantagens de empreender.........................................18

CAPÍTULO III – PERFIL DO EMPREENDEDOR..............................................20

3.1 As características do empreendedor........................................................21

3.2 Diferenças entre empreendedor e empresário.........................................22

CAPÍTULO IV – TIPOS DE EMPREENDEDORISMO.......................................24

CAPÍTULO V- EMPREENDEDORES DE SUCESSO NO BRASIL..................30

5.1 Empreendedores das grandes empresas.................................................31

5.2 Empreendedores das pequenas empresas..............................................35

CONCLUSÃO....................................................................................................38

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................39
6

INTRODUÇÃO
7

CAPÍTULO I

CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO E SUAS BASES


HITÓRICAS

O tema empreendedorismo é secular, achar obras sobre o tema não é


uma tarefa difícil, aliás, é natural já que se trata de um tema tão popular e
antigo, segundo Dolabela (2006, p.10) o empreendedorismo não é um tema
novo ou modismo: existe desde sempre, desde a primeira ação humana
inovadora, com o objetivo de melhorar as relações do homem com os outros e
com a natureza.

Um conceito interessante é a de Schumpeter (citado por FILION,1999)


onde expõe que empreendedorismo está na percepção e aproveitamento das
novas oportunidades no âmbito dos negócios, sempre tem a ver com criar uma
nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de
seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações.

A partir dessas noções, Schumpeter introduz o conceito de


empreendimento como sendo a realização de novas combinações, sendo o
empreendedor o indivíduo cuja função é realizá-lo. Para se entender o conceito
de Schumpeter sobre o empreendedorismo é preciso considerar que este
visualizava o mesmo como uma função econômica, cujo centro é a inovação.

Para Angelo (2003, p.16), empreendedorismo é a criação de valor por


pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma ideia por
meio da aplicação de criatividade, capacidade de transformar e o desejo de
tomar aquilo que comumente se chamaria de risco.

Segundo definição de Barreto (1998, p.30), empreendedorismo é a


habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou
quase nada, assim Barretos enfatiza a grande importância do trabalho, além da
capacidade de maximizar recursos.
8

Segundo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e


Pequenas Empresas [SEBRAE], 2009, o empreendedor tem
como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele
está constantemente buscando novos caminhos e novas
soluções, sempre tendo em vista as necessidades das
pessoas. A essência do empreendedor de sucesso é a busca
de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre
presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte
das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e
insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o
sucesso, apesar das dificuldades.

Segundo Timmons (citado por DOLABELA, 2006, p.35), o


empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século 21
mais do que a revolução industrial foi para o século 20, ao comparar com a
revolução industrial, a grande responsável por radicais mudanças no século 20,
demonstra o grau de importância para a sociedade do tema
empreendedorismo.

Para Drucker(1974,p.20), “empreendedorismo é


prática, visão de mercado, evolução, e diz o trabalho específico
do empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os
negócios de hoje serem capazes de fazer o futuro,
transformando-se em um negócio diferente.”
Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte é uma prática.

Para Menezes (2007, p.15), o empreendedorismo é aprendizado


pessoal, que impulsionado pela motivação, criatividade e iniciativa, busca a
descoberta vocacional, a percepção de oportunidades e a construção de um
projeto de vida ideal. Robert Menezes faz o seguinte comentário: "Ser
empreendedor é preparar-se emocionalmente para o cultivo de atitudes
positivas no planejamento da vida.” Buscar o equilíbrio nas realizações
considerando as possibilidades de erros como um processo de aprendizado e
melhoramento é perfil de um empreendedor de sucesso . Ser empreendedor é
criar ambientes mentais criativos, transformando sonhos em riqueza.

Eder Luiz Bolson (2003), autor do livro Tchau, Patrão! (Editora SENAC):
"empreendedorismo é um movimento educacional que visa desenvolver
pessoas dotadas de atitudes empreendedoras e mentes planejadoras".

Na visão de Robert D. Hisrich, empreendedorismo é o processo de


criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários,
9

assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e


recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.
Já para Dornelas (2008, p.15) “empreendedorismo é o envolvimento de
pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em
oportunidades”, enfatiza assim de forma mais geral o real objetivo do
empreendedorismo, que é gerar oportunidades.
Existem vários conceitos sobre empreendedorismo, as definições do
tema são as mais diversas, mas a grande maioria converge no mesmo ponto, a
inovação, aliada a força de vontade, e a grande busca de resultados. Todas
estas definições exprimem de forma muito clara o que vem a ser o tema
empreendedorismo.

Na prática o empreendedorismo costuma ser definido como o processo


pelo qual as pessoas iniciam e desenvolvem seus negócios. É um fenômeno
complexo, no qual envolve o empreendedor, a empresa e o cliente, que fazem
parte deste processo. Segundo a definição de Dolabela (1999, p.25),
“empreendedorismo envolve qualquer forma de inovação que tenha uma
relação com a prosperidade da empresa”. O que se destaca dentro dessa
definição é que o empreendedorismo (nos casos de empresas novas ou das já
há algum tempo estabelecidas) torna-se fator primordial, fazendo com que os
negócios sobrevivam e prosperem num ambiente econômico e de mudanças
sejam elas: culturais, sociais ou geográficas.

1.1 ORIGEM DO EMPREENDEDORISMO

Desde a época primitiva, se considerar a evolução humana, pode - se


dizer que o homem primitivo já tinha atitudes empreendedoras à medida que
precisava, para sobreviver, inovar na construção de diversas ferramentas para
agilizar a caça de animais.

Empreendedorismo é um termo derivado da palavra entrepreneurship e


utilizado para designar estudos relativos ao empreendedor, seu perfil e
universo de atuação. A palavra entrepreneuer é de origem francesa e foi usada
com diferentes significados por vários autores, até chegar a concepção que
permanece até hoje que define o empreendedor como alguém que assume
risco e inova e é agente de mudanças.
10

1.2 A EVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO DURANTE OS


SÉCULOS

Richard Cantillon (1680-1734), escritor e economista francês do


século XVII, é considerado como um dos criadores do termo
empreendedorismo. Cantillon foi um dos primeiros a diferenciar o
empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista (aquele que fornecia
o capital).

Conforme SEBRAE (2007), um exemplo inicial da primeira definição


de empreender como intermediário é a de Marco Polo que tentou estabelecer
rotas comerciais para o Extremo Oriente. Como intermediário Marco Polo
assumia o papel de empreendedor, pois assinava um contrato como uma
pessoa de recursos, onde o capitalista investia e corria riscos pacificamente
enquanto o mesmo corria os demais riscos, como físicos e emocionais. O
primeiro uso do termo empreendedorismo surgiu quando Marco Polo, tentou
estabelecer uma rota comercial para o Oriente a fim de vender as mercadorias
de um homem (capitalista). Com isso, Marco Polo ficou conhecido como “o
aventureiro empreendedor”. Correndo riscos físicos e emocionais a fim de
vender as mercadorias (DORNELAS, 2008, p.14).

Na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para aquele


que gerenciava grandes projetos de produção. Sendo que este não assumia
grandes riscos, apenas gerenciava os projetos através da utilização dos
recursos disponíveis, quase sempre oriundos do governo em questão.

Um típico empreendedor da Idade Média era o clérigo – pessoa


encarregada de obras arquitetônicas, como castelos e fortificações, prédios
públicos, abadias e catedrais.

No século XVI, movidos pela efervescência das feiras internacionais


da época, os europeus desbravaram o mundo, época esta que ficou
conhecida como o período das grandes navegações. Holandeses, ingleses,
portugueses e espanhóis são os grandes representantes desse movimento,
expandindo suas missões empreendedoras as demais continentes do mundo.

No século XVII o empreendedor era aquele que firmava um


acordo contratual com o governo para fornecer serviços ou produtos
11

estipulados, sendo qualquer lucro ou prejuízo assumido pelo empreendedor.


Foi neste século que Richard Cantillon desenvolveu uma das primeiras teorias
do empreendedor, sendo considerado por alguns o criador do termo. De acordo
com SEBRAE (2007), ele viu o empreendedor como alguém que corria riscos,
observando que os comerciantes, fazendeiros, artesãos e outros proprietários
individuais compram a um preço certo e vendem a um preço incerto, portanto
operam com risco.

No século XVIII, veio a diferenciação entre o investidor de capital


e o empreendedor. Uma das causas dessa evolução foi a industrialização,
onde muitas coisas estavam sendo inventadas, como por exemplo, Eli Whitney
com a invenção do descaroçador de algodão e Thomas Edison com a
eletricidade. Os dois empreenderam com seus estudos, porém para colocar em
prática, necessitavam de capital, o capital era financiado pelos investidores.

No final do século XIX e no início do século XX, a definição do


empreendedor passou a ser vista por perspectiva econômica. Dito deste modo
prevê, o empreendedor organiza e opera uma empresa para lucro pessoal.
Paga os preços atuais pelos materiais consumidos no negócio, pelo uso da
terra, pelo serviço de pessoas que emprega e pelo capital de que necessita
contribuindo com sua própria iniciativa, habilidade e engenhosidade no
planejamento, organização e administração da empresa. Também assume a
possibilidade de prejuízo e de lucro em consequência de circunstâncias
imprevistas e incontroláveis.

O resíduo líquido das receitas anuais do empreendimento, após o


pagamento de todos os custos, são retidos pelo empreendedor. (ELY e RESS,
1937, p. 488.).

Milhares de anos se passaram e um importante salto para o


empreendedorismo ocorreu com as grandes civilizações antigas. Um bom
exemplo são os egípcios, famosos por suas pirâmides. Para construir uma
dessas maravilhas, estima-se que eram necessários 30 mil homens e 20 anos
de trabalho. Descobertas, conquistas e invenções não são fatos casuais, mas
resultados de visões, sonhos planejamentos e determinismos sempre seguidos
de provações e sofrimentos, antes da chegada da glória e do reconhecimento.
12

1.3 A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo é uma ferramenta essencial no gerenciamento


de qualquer setor. É muito mais amplo que uma simples ideia de abrir negócio.
Drucker(1987, p.18) fala sobre a importância de se transformar a sociedade
atual em uma sociedade empreendedora, na qual todos os segmentos, tenham
o compromisso permanente com a inovação e o empreendedorismo como
forma de se mudar o mundo e o meio em que vivemos. Nada acontece sem
pessoas com atitudes empreendedoras, com visão e disposição para mudar as
coisas.

Atitudes empreendedoras também podem produzir bem-estar social,


apresentando solução para muitas mazelas, podem estar ligadas à ideia de
encontrar soluções para problemas de uma sociedade. Essas atitudes podem
partir tanto das empresas através de suas políticas de responsabilidade social
quanto da sociedade civil com a criação de instituições com objetivos sociais.

A presença do empreendedor torna-se cada vez mais fundamental para


as organizações, quando as mesmas avaliam a necessidade cotidiana de
criatividade, do trabalho eficiente, da inserção de novas possibilidades, da
criação de uma nova postura de trabalho, fazendo com que a empresa tenha
um centro espontaneamente criativo, gerando soluções rápidas, constantes e
funcionais a estas organizações.

Por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do


empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando
barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e
renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e
novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade.

Rodrigues (2004,p.13), afirma que


empreendedorismo é a capacidade de transforar uma ideia em
uma realidade seja ela inovadora ou não. Ser empreendedor é
ser capaz de identificar oportunidades, desenvolver uma visão
do ambiente; ser capaz de contagiar pessoas com suas ideias;
é estar pronto para assumir riscos e aprender como os erros; é
ser um profundo conhecedor do todo e não só de algumas
partes; é dentre outras atribuições ser capaz de utilizar essas
informações para seu próprio aperfeiçoamento.
13

CAPÍTULO II

O AVANÇO DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

O movimento do empreendedorismo tem sido muito difundido no


Brasil nos últimos anos. Um dos órgãos mais conhecido do pequeno
empresário, o SEBRAE, que atua desde 1972, tem trabalhado para estimular o
empreendedorismo e possibilitar a competitividade e a sustentabilidade dos
empreendimentos de micro e pequeno porte.

Desde a antiguidade até os dias atuais, a história brasileira tem


presenciado a acrescente busca pelo autoemprego, caracterizado pelo
surgimento de empreendedores involuntários, representados principalmente
por recém-formados e por trabalhadores demitidos de sua empresas.

Em recente pesquisa da GEM(Global Entrepreneurship Monitor), feita


no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade
(IBQP), em dez anos, a taxa total de empreendedorismo no Brasil aumentou de
23%, em 2004, para 34,5% no ano passado. Metade desses empreendedores
abriu seus negócios há menos de três anos e meio. Ainda de acordo com a
pesquisa, ter o próprio negócio é o terceiro maior sonho do brasileiro, atrás de
comprar a casa própria e viajar pelo país. O número de pessoas que almejam
se tornar o seu próprio chefe é de 31%, praticamente o dobro das que desejam
fazer carreira numa empresa (16%). Ainda de acordo com a pesquisa, ter o
próprio negócio é o terceiro maior sonho do brasileiro, atrás de comprar a casa
própria e viajar pelo país. O número de pessoas que almejam se tornar o seu
próprio chefe é de 31%, praticamente o dobro das que desejam fazer carreira
numa empresa (16%). (Fonte: Exame, São Paulo- março de 2015).

Três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma


empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. O
reconhecimento da importância da atividade empreendedora no
desenvolvimento econômico tem levado cada vez mais o Brasil a promover
iniciativas públicas ou privadas no sentido de melhorar o contexto no qual
o empreendedor surge, cresce e se desenvolve de forma sustentável.
14

Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, o recorde de


empreendedores no Brasil é consequência do aumento do número de
formalizações nos últimos anos e da melhoria do ambiente legal, com a criação
e ampliação do Supersimples - regime simplificado de cobrança de tributos
para empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões. Por esse regime,
pequenas e médias empresas têm a cobrança de oito impostos federais,
estaduais e municipais reunida num só boleto. Para a maioria dos casos, a
carga de impostos é 40% menor do que no regime tributário convencional. De
cada 100 brasileiros que começam um negócio próprio, 71 são motivados por
uma oportunidade de negócio e não pela necessidade. Barretos diz que esse
índice, que implica diretamente a qualidade do empreendedorismo, vem se
mantendo estável nos últimos anos.

Apesar destes avanços, ainda existem algumas limitações e áreas


como a legislação, impostos e a obtenção de recursos para quem quer
começar suas atividades. Apesar destas dificuldades , o cenário brasileiro
demostrou avanços significativos que diminuem o risco de quem quer começar
um negócio. A capacidade de organizar uma ideia, reunir os recursos
necessários e executá-la são os primeiros passos de uma carreira que pode
ser promissora. Não podemos ignorar que existem vários empreendedores,
que tocam os seus negócios de forma bem sucedida bem antes de qualquer
tipo de programas existentes.

2.1 BRASIL UM PAÍS EMPRENDEDOR EM MEIO A CRISE

Mesmo em um ano de crise econômica severa, o País tem se


destacado no quesito empreender, muitos brasileiros diante da adversidade,
tem realizado o sonho de colocar suas ideias em praticas e virar dono do seu
próprio negócio. Antes havia mais empreendedores de necessidade que de
oportunidade. Os novos empreendedores de oportunidade tem identificado
uma lacuna no mercado e criado uma empresa para atender um determinado
nicho mal atendido.

kirzner (1973 apud DORNELAS, 2005, p.39), menciona


uma abordagem que não é semelhante a nenhum dos autores
citados, empreendedor para ele, é aquele que cria equilíbrio,
encontrando uma posição esclarecedora e boa em um
15

ambiente de grande desordem e turbulência, e ainda identifica


oportunidades mediante a este tipo de situação.

Empreender é parte do espírito do brasileiro e acreditar que ter o


seu próprio negócio estão entre os principais motivos que levam a fazer com
que o número do negócios próprios (formais e informais) cresçam a cada dia.
Evidente que o surgimento de novas empresas é saudável para economia, e
mesmo os negócios informais tem o seu papel no crescimento de renda das
famílias, e sabemos que grande parte dos negócios surgem de maneira
informal, e os motivos para isso são os mais variados, que vão desde alta
carga tributária até o alto grau de burocracia existente no Brasil para que se
constitua uma empresa. Para se ter ideia do quanto se empreende, no ano de
2014, de acordo com o Indicador Serasa Experian, foram criadas 1.865.183
novas empresas no Brasil. Ou seja, mais de 5.100 novas empresas por dia.

Infelizmente muitas empresa surgem, mas não conseguem


permanecer vivas após os primeiros anos. Muitas empresas brasileiras
fracassam, nos primeiros 3 anos de vida, muitas das vezes por má
administração, segundo o Sebrae, por exemplo 39% não sabiam qual era o
capital de giro necessário para abrir o negócio, 61% não procuraram ajuda de
pessoas ou instituições para a abertura, 50% não determinaram o valor do
lucro pretendido, 42% não calcularam o nível de vendas para cobrir custos e
gerar o lucro pretendido, enfim, informações imprescindíveis para alguém que
quer empreender.

Para que um empreendimento possa prosperar mesmo num cenário


adverso, o empreendedor precisa se qualificar, pois o negócio terá o modelo
mental do empreendedor e durante muito tempo todas as decisões serão
tomadas por ele. Num cenário de crise apenas os organismos mais
qualificados tendem a permanecer enquanto que os menos qualificados são
facilmente levados pela crise.

Sonho para muitos ou sinônimo de liberdade e conquista pessoal para


tantos outros, a possibilidade de iniciar um negócio próprio em tempo de crise
pode parecer desestimulador, mas muitos negócios se iniciam diante da
adversidade econômica. Tentar ser original, procurar ser um diferencial é um
bom começo para um empreendimento de sucesso.
16

Ainda tem muito trabalho a fazer, nossos empreendedores ainda


investem pouco em inovação. Os empreendedores são o motor do
desenvolvimento econômico. Inovando mais, temos todas as condições de
voltar a crescer. E isso que o país precisa no momento atual.

l e o mundo. Por isso, queremos que cada vez mais r


2.2 PROGRAMAS DE INCENTIVO

Antigamente, as universidades e outros órgãos ainda não viam o


empreendedorismo como uma matéria a ser explorada. Era difícil encontrar
bons cursos, livros e até profissionais dispostos a ensinar como se “forma” um
empreendedor. Com o crescimento do número de pequenas e médias
empresas, houve também o aumento no número de facilitadores de conteúdo
sobre empreendedorismo. Dessa forma, com o apoio de instituições de ensino,
é mais fácil empreender no Brasil hoje. Há mais livros específicos sobre o
assunto, mais pessoas disponíveis para contar suas experiências e até
graduações inteiras voltadas a empreendedorismo. Isso demonstra um
amadurecimento de todo o ecossistema empreendedor, não apenas das
empresas.

Para Dornelas, (2013, p.8), o crédito cresceu, as


oportunidades também e o empreendedor pode ter problemas
justamente para se apoderar de todas as informações
disponíveis. Talvez o que precisa ser feito agora é mostrar para
o empreendedor brasileiro que isso está disponível e ele
precisa utilizar dessas fontes de recursos. Uma coisa é
dinheiro, a outra coisa é você fazer uma transferência, um
contato mais próximo do empreendedor brasileiro com centros
de pesquisa das universidades, onde há bastante
conhecimento sendo gerado e às vezes esse conhecimento
não é transferido para a iniciativa privada.

O Brasil é famoso por dificultar a criação de novas empresas.


Nossas leis exigem um número sem fim de documentos e a burocracia retarda
e inibe novos negócios. Até por isso que muitos empreendedores ainda
trabalham sem registro algum. Porém, nos últimos anos, o governo tem tentado
mudar esse cenário através de novas políticas de incentivo, como a Lei do
Microempreendedor Individual, o Simples e o recente programa Startup Brasil.

A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições


especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um
17

MEI ( Microempreendedor Individual) legalizado. Entre as vantagens oferecidas


por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de pessoas Jurídicas ( CNPJ).
O empreendedor brasileiro que opta se tornar MEI, passa a ter direito a alguns
benefícios, como aposentadoria, auxílio reclusão e pensão por morte, além da
facilidade para comprovar renda e poder ter acesso facilitado aos serviços
bancários, também pode ter um empregado contratado que receba o salário
mínimo ou o piso da categoria. Poderá emitir notas fiscais em menos de cinco
minutos e pela internet o que pode ser decisivo para alguém contratar ou não.

O Startup, começou durante a época que chamamos de bolha da


Internet, entre 1996 e 2001. Apesar de usado nos EUA há várias décadas, só
recentemente o termo startup começou a ser usado por aqui. Significa um
grupo de pessoas trabalhando com uma ideia diferente que, aparentemente,
poderia fazer dinheiro. Startup sempre foi sinônimo de iniciar uma empresa e
colocá-la em funcionamento. Muitas pessoas dizem que qualquer pequena
empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros
defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito
baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez
maiores.

Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos


especialistas e investidores, uma startup é um grupo de pessoas à procura de
um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de
extrema incerteza. Mas o Startup Brasil não é para todos. A escolha de
projetos acontece via concurso onde as empresas iniciantes, mais consistentes
e os trabalhos com maior possibilidade de dar certo e somar à sociedade são
selecionadas.

O Sebrae tem ajudado diversas pessoas com o Programa


Nacional de Educação Empreendedora, que tem o objetivo de ampliar,
promover e disseminar a educação empreendedora nas instituições de ensino
por meio da oferta de conteúdos de empreendedorismo nos currículos, com o
propósito de consolidar a cultura empreendedora na educação.

São progressos que incentivam o surgimento de novos


empresários que criarão mais empregos e soluções para um país ainda carente
18

em diversas áreas. Com isso, além de arrecadar mais impostos, o governo


auxilia essa nova classe de empreendedores.

É claro que ainda temos muito o que conquistar. Nossas leis ainda
emperram muitas ideias, o acesso ao dinheiro poderia ser facilitado, as
universidades poderiam focar ainda mais em formar empreendedores. Esses
pontos ainda precisam melhorar. Porém, estamos em franco desenvolvimento
de um país empreendedor. De um país onde não queremos mais ser
dependentes de produtos e serviços estrangeiros. Basta continuar trabalhando.

Segundo Costa (2009, p.35), sem dúvida o Brasil


depende muito de sua população empreendedora. E é preciso
dar suporte para que essas empresas possam crescer com
consistências e oferecer mais oportunidades de trabalho. O
grande desafio para o governo é trazer para a formalidade
grande parte dessas empresas, para isso terá que diminuir
impostos e oferecer certas garantias para esses empresários.

2.3 AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DE EMPREENDER

Não é um caminho fácil, como relatam vários empreendedores.


A estrada percorrida pelo empreendedor é longa, sinuosa e repleta de
buracos, mas a jornada compensa o risco. Afinal, qualquer empresário bem-
sucedido não hesitará em confirmar que faria tudo de novo. Por outro lado, se
fosse fácil, simples, qualquer um o seria. O empreendedor precisa de um
estímulo inicial, enorme força de vontade e uma certa coragem para enfrentar
os riscos, os quais de uma forma ou de outra certamente acontecerão na vida
de quem empreende.

A vantagem de ser o criador aquele que dá forma as ideias, que


transforma conceitos imaginários em realidade, que dá vida aos sonhos, ver
que isso tem um potencial é extremamente gratificante. “Todos os seres
humanos, precisam de algo que satisfaça suas necessidades de autoestima e
autorrealização.” (Maslow apud Hoffman, 1999, p.50)

A partir do momento que você se identifica como empreendedor, a


sua autoestima já se eleva automaticamente porque você passa a acreditar
que se pode fazer algo grandioso com suas próprias mãos. A satisfação de ter
crédito por algum negócio já é em si um alimento para a autoestima.
19

Uma outra vantagem de empreender é a possibilidade de deixar um


legado. De não ser apenas mais uma pessoa que nasce, cresce, se
desenvolve, reproduz e morre, mas sim ser alguém que acredita em seu
potencial e na sua capacidade de mudar a realidade das coisas. Ser lembrado
depois da morte, como alguém que fez a diferença e influenciou pessoas é
algo formidável.

Ter liberdade para desenvolver um trabalho, com serenidade é algo


a se comemorar, ser livre para realizar coisas que não poderia caso fosse
apenas um empregado de uma empresa qualquer. Embora seja difícil ter a
responsabilidade de um negócio, a escolha de empreender já é em si um
grande passo rumo a sua realização como ser humano. “Mas a maior
vantagem de ser empreendedor é ter autonomia e liberdade para tomar
decisões.” ( Maximiano, 2007, p.45)

As desvantagens de ser um empreendedor enquadra-se o sacrifício


pessoal, normalmente trabalha longas horas e com frequência, sete dias por
semana. Contudo, quase não há tempo para a família e há um alto nível de
pressão. Sobrecarga de responsabilidade e pequena margem de erro também
são desvantagens, pois o empreendedor tem uma carga de trabalho e
responsabilidade diferentes dos empregados assalariados. Existe a
insegurança pessoal e financeira, o rendimento não cai certinho todos os
meses na conta. A imprevisibilidade e o risco são a única certeza que se tem.
Sim, nem tudo são rosas. Aliás, o que não falta são espinhos e momentos
difíceis e desafios a superar. “O empreendedor sabe que está sozinho no topo
e que não há ninguém no empreendimento que tenha, como ele, apostado
todas as fichas. Em um negócio uma decisão errada pode resultar em falência.”
(MAXIMIANO, 2007, p.47)
20

CAPÍTULO III

PERFIL DO EMPREENDEDOR

Ser empreendedor significa ser motivado pela autorrealização, pelo


desejo de assumir responsabilidades e ser independente. Existem pesquisas
no mundo todo para identificar características em pessoas de sucesso, e a
mais básica de todas é o desejo de realização. Tal desejo que leva as pessoas
a acreditarem e serem apaixonadas pelo que fazem. Os empreendedores
estão sempre preocupados em melhorar nas habilidades menos desenvolvidas
e se aprimorar nas mais fortes.
O perfil do empreendedor é baseado num conjunto de fatores de
comportamentos e atitudes que contribuem para o sucesso. Estes conjuntos
podem variar e a identificação do perfil do empreendedor é feita para que se
possa aprender a agir, adotando comportamentos e atitudes adequadas.
O que diferencia o empreendedor das outras pessoas é a maneira
de como percebe a mudança e lida com as oportunidades tendo iniciativa para
gerar um novo negócio, assumindo riscos calculados, criando sempre valor
para a sociedade. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar
apenas dificuldade e insucessos, o empreendedor é otimista e busca o
sucesso, a despeito das dificuldades.
O empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e
pesquisador, através do qual mantém constante busca por novos caminhos e
novas soluções, sempre amparada na identificação das necessidades das
pessoas. Na verdade ninguém nasce empreendedor, a participação da família,
a vivência com os amigos de escola, de trabalho, o relacionamento com a
sociedade vai favorecendo o desenvolvimento desse perfil.

De acordo com Dolabela (2006, p.20), o empreendedor


é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em
descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os
outros. É alguém que prefere seguir caminhos não percorridos,
que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem
gerar consequências.
21

3.1 AS CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR

Para Sergio Diniz, consultor do Sebrae-SP, o empreendedorismo é um


conjunto de comportamentos e hábitos. "Antigamente, imaginávamos que
o empreendedor nascia empreendedor, mas hoje sabemos que as
características de um líder de sucesso podem ser adquiridas com capacitação
adequada."

Segundo Leite, (2002, p.55), ser empreendedor


significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para
conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade
para transformá-las em uma oportunidade de negócio,
motivação para pensar conceitualmente e a capacidade para
ver, perceber a mudança como uma oportunidade.

São várias as características que fazem parte do perfil de uma pessoa


empreendedora dentre elas podemos citar:

1. Autoconfiança- Sentir-se seguro em relação aos seus propósitos, ao seu


projeto. Mesmo tendo muitas opiniões contrárias podendo agir com
firmeza e determinação para atingir o seu objetivo.

2. Automotivação- Não necessita do “empurrão” de outros para se animar.


Encontra forças em si mesmo diante dos desafios. Mesmo diante de
algum fracasso encontra sempre um motivo para recomeçar.

3. Criatividade- Capacidade de encontrar soluções viáveis para solução de


problemas. Capacidade de criar novos produtos e serviços. Capacidade
de encontrar novos caminhos, novos processos.

4. Flexibilidade- Pessoas inflexíveis têm muitos problemas para o


recomeço quando necessário. A flexibilidade habilita para rever
posições, assumir o novo, ceder quando preciso.

5. Energia- Que tem seu negócio próprio, dificilmente trabalhará oito horas
por dia. Serão doze, senão catorze horas de trabalho diariamente. É
preciso ter “pique”, muita energia até o negócio poder caminhar.
22

6. Iniciativa- Capacidade para agir de maneira oportuna e adequada sobre


a realidade, apresentando soluções, influenciando acontecimentos e se
antecipando às situações.

7. Perseverança- Capacidade de manter-se firme e constante em seus


propósitos, porém, sem perder a objetividade e clareza frente às
situações (saber perceber limites).

8. Resistência à frustração- Este é um item de muita importância no perfil


do empreendedor. Não são poucos que abrem um negócio que não tem
vida longa. Há sempre um recomeço. Este item está muito ligado à
perseverança e a motivação.

9. Disposição para assumir riscos- São muitos os riscos que o


empreendedor assume ao criar seu negócio. Risco do abandono do
emprego, riscos financeiros, riscos psicológicos pela possibilidade de
fracassar.

Em qualquer empreendimento é necessário ter perseverança,


vontade de trabalhar e liderança. Nenhum empreendedor é completo, mas
as deficiências de cada um podem ser compensadas pelas qualidades de
outra pessoa da equipe.

3.2 DIFERENÇA ENTRE EMPREENDEDOR E EMPRESÁRIO

Apesar de normalmente serem palavras associadas à mesma coisa, na


prática, há uma grande diferença entre esses dois perfis. Basicamente, ser
empresário é uma profissão, enquanto ser empreendedor está muito mais
ligado a uma postura, uma forma de ver o mundo.

Em termos gerais, o empresário é aquele que possui um ótimo


conhecimento em técnicas de administração como planejamento e controle
financeiro, marketing, vendas e gestão de pessoas. Porém, existem várias
empresas que estão estagnadas há muito tempo, sem nenhuma perspectiva de
crescimento. Quando essa situação acontece e não existe a vontade de fazer
algo novo, focando em gerar novas oportunidades, podemos dizer que o
23

empresário não está sendo empreendedor. Por outro lado, é comum vermos
pessoas fazendo a diferença, mesmo não tendo fundado a instituição que
trabalham. Um ótimo caso é a história dos origami de toalha presentes em
diversos cruzeiros pelo mundo.

Segundo a lenda (não há uma fonte oficial sobre essa história),


enquanto todos da tripulação descansavam em uma das paradas do navio,
uma camareira decidiu aproveitar a estadia e fazer um curso de como fazer
animais de papel, através das técnicas de origami. Quanto voltou ao navio, ela
decidiu aplicar essas técnicas nas toalhas que deixava na cama dos hóspedes
e passou a deixá-las dobradas no formato de diversos animais como: cisnes,
macacos, cachorros, etc. Surpresos com o simpático animal ao invés das
tradicionais toalhas dobradas, os hóspedes acabavam deixando uma gorjeta
muito maior para essa moça em comparação à média. Com o tempo, ela
ensinou a técnica para as outras camareiras, que ensinaram para outras e hoje
em dia essa é uma prática bem comum nesses navios de entretenimento. Essa
camareira teve um comportamento empreendedor.

Na verdade, o empreendedor é muito mais do que isso,


mas, muitas vezes, nem precisa ser isso. De um modo geral,
considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou de serviços. O empreendedor não precisa abrir seu
próprio negócio. Ele pode participar do negócio de outras
pessoas, mas de uma forma proativa e, antes de tudo, deve
sentir-se realizado por assim proceder. (Fonte: Sebrae, SC)
24

CAPÍTULO IV

TIPOS DE EMPREENDEDORISMO

Não existe um único tipo de empreendedorismo ou um modelo-


padrão que possa ser identificado, como o melhor ou o pior, apesar de várias
pesquisas existentes sobre o tema terem como objetivo encontrar um
estereótipo universal. Por isso é difícil rotulá-lo. Por outro lado, esse fato
mostra que tornar-se empreendedor é algo que pode acontecer a qualquer um.
“Os indivíduos são atraídos para o empreendimento por inúmeros incentivos
prazerosos ou recompensas”. (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 2004, p.6).

Empreendedores são diferentes uns dos outros. A única coisa em


comum, na maioria das vezes, é o desejo de colocar suas ideias em prática e
trabalhar com liberdade. Degen (1989) tem uma visão critica sobre o assunto,
para ele empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de realizar
coisas novas, por em prática ideias próprias, característica de personalidade e
comportamento que nem sempre é fácil de encontrar.

É bastante comum uma pessoa, ao ser solicitada a dar um exemplo


de empreendedor, lembrar-se daqueles mais famosos, que têm exposição na
mídia, que lideram grandes empresas e que geralmente são bem sucedidos
financeiramente. Mas a questão é se eles são natos ou se podem se preparar
para serem empreendedores. E, depois, se são influenciados pela família, se
atuam no mundo corporativo, se são empreendedores sociais etc.

Segundo Menezes (2003, p.54) o empreendedor é o


indivíduo de iniciativa que promove o empreendimento a partir
de um comportamento criativo e inovador, que sabe
transformar contextos, estimular a colaboração, criar
relacionamentos pessoais, gerar resultados, fazendo o que
gosta de fazer, com entusiasmo, dedicação, autoconfiança,
otimismo e necessidade de realização.

A seguir são apresentados e definidos vários tipos de


empreendedores.

1- O Empreendedor Nato- Geralmente são os mais conhecidos e


aclamados. Suas histórias são brilhantes e, muitas vezes,
25

começaram do nada e criam grandes impérios. Começam a


trabalhar muito jovens e adquirem habilidade. Em países
ocidentais, esses empreendedores natos são, em sua maioria,
imigrantes ou seus pais e avós o foram. São visionários, otimistas,
estão à frente do seu tempo e comprometem-se 100% para realizar
seus sonhos. Suas referências e exemplos a seguir são os valores
familiares e religiosos, e eles mesmos acabam por se tornar uma
grande referência. Se você perguntar a um empreendedor nato
quem ele admira será comum lembrar da figura paterna/materna ou
algum familiar mais próximo ou, em alguns casos, não haver algum
exemplo específico para citar.

2- O Empreendedor que Aprende- Este tipo de empreendedor tem


sido muito comum. É normalmente uma pessoa que, quando
menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e
tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao
negócio próprio. É o caso clássico de quando a oportunidade bate
à porta. É uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor,
que antes de se tornar um via a alternativa de carreira em grandes
empresas como a única possível. O momento de disparo ou de
tomada de decisão ocorre quando alguém o convida para fazer
parte de uma sociedade ou ainda quando ele próprio percebe que
pode criar um negócio próprio. Geralmente demora um pouco para
tomar a decisão de mudar de carreira, a não ser que esteja em
situação de perder o emprego ou já tenha sido demitido. Antes de
se tornar empreendedor, acreditava que não gostava de assumir
riscos. Tem de aprender a lidar com as novas situações e se
envolver em todas as atividades de um negócio próprio.

3- O Empreendedor Serial- O empreendedor serial é aquele


apaixonado não apenas pelas empresas que cria, mas
principalmente pelo ato de empreender. É uma pessoa que não se
contenta em criar um negócio e ficar à frente dele até que se torne
26

uma grande corporação. Como geralmente é uma pessoa


dinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos na criação.
Normalmente está atento a tudo o que ocorre ao seu redor e adora
conversar com as pessoas, participar de eventos, associações,
fazer networking. Para esse tipo de empreendedor, a expressão
“tempo é dinheiro” cai como uma luva. Geralmente tem uma
habilidade incrível de montar equipes, motivar o time, captar
recursos para o início do negócio e colocar a empresa em
funcionamento. Sua habilidade maior é acreditar nas oportunidades
e não descansar enquanto não as vir implementadas. Ao concluir
um desafio, precisa de outros para se manter motivado. Às vezes
se envolve em vários negócios ao mesmo tempo e não é incomum
ter várias histórias de fracasso. Mas estas servem de estímulo para
a superação do próximo desafio.

4- O Empreendedor Corporativo- O empreendedor corporativo tem


ficado mais em evidência nos últimos anos, devido à necessidade
das grandes organizações de se renovar, inovar e criar novos
negócios. São geralmente executivos muito competentes, com
capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas
administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no
mundo corporativo. Assumem riscos e têm o desafio de lidar com a
falta de autonomia, já que nunca terão o caminho 100% livre para
agir. Isso faz com que desenvolvam estratégias avançadas de
negociação. São hábeis comunicadores e vendedores de suas
ideias. Desenvolvem seu networking dentro e fora da organização.
Convencem as pessoas a fazerem parte de seu time, mas sabem
reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover e são
ambiciosos. Não se contentam em ganhar o que ganham e adoram
planos com metas ousadas e recompensas variáveis. Se saírem da
corporação para criar o próprio negócio podem ter problemas no
início, já que estão acostumados com as regalias e o acesso a
recursos do mundo corporativo.
27

5- O Empreendedor Social- O empreendedor social tem como


missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas.
Envolve-se em causas humanitárias com comprometimento
singular. Tem um desejo imenso de mudar o mundo. Suas
características são similares às dos demais empreendedores, mas
a diferença é que se realizam vendo seus projetos trazerem
resultados para os outros e não para si próprios. Os
empreendedores sociais são um fenômeno mundial e,
principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, têm
um papel social extremamente importante, já que através de suas
ações e das organizações que criam preenchem lacunas deixadas
pelo poder público. De todos os tipos de empreendedores é o único
que não busca desenvolver um patrimônio financeiro, ou seja, não
tem como um de seus objetivos ganharem dinheiro. Prefere
compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento das
pessoas.

6- O Empreendedor por Necessidade- O empreendedor por


necessidade cria o próprio negócio porque não tem alternativa.
Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalho ou foi
demitido. Não resta outra opção a não ser trabalhar por conta
própria. Geralmente se envolve em negócios informais,
desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo
como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema
social para os países em desenvolvimento, pois apesar de ter
iniciativa, trabalhar arduamente e buscar de todas as formas a sua
subsistência e a dos seus familiares, não contribui para o
desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedores por
necessidade são vítimas do modelo capitalista atual, pois não têm
acesso a recursos, à educação e às mínimas condições para
empreender de maneira estruturada. Suas iniciativas
empreendedoras são simples, pouco inovadoras, geralmente não
contribuem com impostos e outras taxas, e acabam por inflar as
estatísticas empreendedoras de países em desenvolvimento, como
28

o Brasil. Sua existência em grande quantidade é um problema


social que, no caso brasileiro, ainda está longe de ser resolvido.

7- O Empreendedor Herdeiro- O empreendedor herdeiro recebe logo


cedo a missão de levar à frente o legado de sua família. Empresas
familiares fazem parte da estrutura empresarial de todos os países,
e muitos impérios. Mais recentemente, porém, tem ocorrido a
chamada profissionalização da gestão de empresas familiares,
através da contratação de executivos de mercado para a
administração da empresa e da criação de uma estrutura de
governança corporativa, com os herdeiros opinando no conselho de
administração e não necessariamente assumindo cargos
executivos na empresa. O desafio do empreendedor herdeiro é
multiplicar o patrimônio recebido. Isso tem sido cada vez mais
difícil. O empreendedor herdeiro aprende a arte de empreender
com exemplos da família, e geralmente segue seus passos. Muitos
começam bem cedo a entender como o negócio funciona e a
assumir responsabilidades na organização, e acabam por assumir
cargos de direção ainda jovens. Alguns têm senso de
independência e desejo de inovar, de mudar as regras do jogo.
Outros são conservadores e preferem não mexer no que tem dado
certo. Esses extremos, na verdade, mostram que existem variações
no perfil do empreendedor herdeiro. Mais recentemente, os
próprios herdeiros e suas famílias, preocupados com o futuro de
seus negócios, têm optado por buscar mais apoio externo, através
de cursos de especialização, MBA, programas especiais voltados
para empresas familiares, com o objetivo de não tomar decisões
apenas com base na experiência e na história de sucesso das
gerações anteriores.

8- O Empreendedor Normal- Toda teoria sobre o empreendedor de


sucesso sempre apresenta o planejamento como uma das mais
importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E
isso tem sido comprovado nos últimos anos, já que o planejamento
29

aumenta a probabilidade de um negócio ser bem sucedido e, em


consequência, leva mais empreendedor a usarem essa técnica
para garantir melhores resultados. O empreendedor que “faz a lição
de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os
próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e
que trabalha em função de metas é o empreendedor definido como
o normal ou planejado. Normal do ponto de vista do que se espera
de um empreendedor, mas não necessariamente do que se
encontra nas estatísticas gerais sobre a criação de negócios.

Então, o empreendedor normal seria o mais completo do ponto de


vista da definição de empreendedor e o que a teria como referência
a ser seguida, mas que na prática ainda não representa uma
quantidade considerável de empreendedores. No entanto, ao se
analisar apenas empreendedores bem sucedidos, o planejamento
aparece como uma atividade bem comum nesse universo
específico, apesar de muitos dos bem-sucedidos também não se
encaixarem nessa realidade.

Para Dolabela, ( 1999, p.61), “O empreendedor é um


trabalhador incansável. Como gosta do que faz, trabalha a noite, em
finais de semana. Mas ele tem consciência da qualidade que deve
impor às suas tarefas, ou seja, visa sempre os resultados, e não ao
trabalho em si.”
30

CAPÍTULO V

EMPREENDEDORES DE SUCESSO NO BRASIL

O brasileiro é sem dúvida, um dos povos mais empreendedores do


mundo. Dentre os grandes cientistas, pensadores, empresários, educadores e
esportistas estão os brasileiros. A força do povo é imensurável. O ponto de
partida para todo empreendedor é desenvolver a capacidade de antecipar o
futuro. Sem uma visão clara de como um negócio transformará o mercado
aonde atua, dificilmente se criará algo grandioso. Quem quer abrir seu próprio
negócio deve ter paixão e estar ciente de que os riscos são muitos, mas o
retorno vale a pena. É preciso coragem e objetivos claros para transformar a
ideia em uma empresa de sucesso. E ganhar dinheiro, claro.

Não há limites para o sonho de melhorar, aperfeiçoar e


conquistar ainda mais experiência, a confiança e o carinho dos
consumidores. Tem uma frase bem interessante que me inspira
muito: 'Nunca deixe que as suas memórias sejam maiores do
que os seus sonhos', diz Miguel Krigsner, fundador do grupo O
Boticário
.

A livre circulação de ideias, a troca de experiências e a possibilidade de


aprender uns com os outros fortalece mutuamente e cria um ambiente onde
todos podem crescer, fortalecendo o empreendedorismo no Brasil. Manter o
desejo por aprender cada vez mais e se inspirar cada vez mais com
empreendedores que chegaram onde se deseja chegar é fundamental. Uma
das características mais importantes do empreendedor é saber aprender com
seus mestres, com pessoas que lhe inspiram, absorver o melhor de cada
história e aplicar de forma prática em suas vidas, projetos e com isso fazer sua
própria história de sucesso.

O Brasil está um pouco melhor para os empreendedores do que no


ano passado. Mas ainda há muito a melhorar. Essa é a conclusão do Global
Entrepreneurship Index (GEI) 2016, um estudo para identificar as
oportunidades e gargalos de cada país para o desenvolvimento
do empreendedorismo.
31

5.1 Empreendedores das grandes empresas

Qualquer profissional que pretenda ter sucesso necessita de


acompanhar constantemente outras pessoas que tenham atingido patamares
mais elevados. No Brasil existem vários empreendedores de sucesso tanto de
grandes e de pequenas empresas. No entanto, alguns desses nomes são
esquecidos por parte do grande público, que tem tendência para considerar
que “o que vem de fora é melhor”.

Na verdade, existem pessoas com muito valor no Brasil e temos de


dar ainda mais valor a esses empreendedores. Conhecer as histórias desses
visionários brasileiros bem sucedidos nos enche de esperança, porque grande
parte começou em famílias humildades e foram construindo os seus impérios,
sendo neste momento pessoas de renome na economia nacional. Neste
capítulo abordarei alguns empreendedores de grandes empresas que sofreram
alguns arranhões, mas decidiram seguir em frente e mudaram o seu destino e
de muitas outras pessoas. Segue a lista:

1- Flávio Augusto- Em 1995, com apenas 23 anos, decidiu lançar a


empresa Wise Up, um projeto inovador que tinha como objetivo ajudar
adultos que quisessem aprender a língua inglesa. “Revolucionamos o
ensino do inglês no Brasil”, referiu o empresário. Mas nem tudo foi fácil
ao início. Para conseguir financiamento, ele utilizou 20 mil reais do seu
cheque especial com juros de 12% ao mês. Flávio Augusto veio de uma
família de classe média da zona oeste do Rio de Janeiro. Casado e pai
de 3 filhos, ele divide o tempo que investe nos seus negócios com outro
projeto: a Geração de Valor. Todos os dias ele partilha informação no
Facebook, Twitter e Youtube, tendo já milhões de seguidores em todo o
mundo. Atualmente nos Estados Unidos, Flávio Augusto partilha
mensagens com o intuito de motivar o povo brasileiro para a mudança
de mentalidade, muito ao estilo de Richard Branson. “É preciso abrir a
mente do jovem e encorajá-lo a criar seu próprio negócio”.
32

2- Sílvio Santos- Qual brasileiro nunca ouviu falar de Silvio Santos? Um


dos rostos mais conhecidos do país, o carismático apresentador é tão
popular que já esteve prestes a se candidatar à presidência. A simpatia,
no entanto, está longe de ser o único trunfo de um dos homens mais
ricos do Brasil. Por trás do sorriso que alegra as tardes de domingo de
milhões de brasileiros está um dos mais talentosos empreendedores da
história do país, que soube como poucos, explorar o potencial da
economia popular e dos meios de comunicação de massa para criar um
império empresarial que vai muito além do SBT. Filho de dois imigrantes
judeus nascidos no antigo Império Otomano (seu pai, Alberto, era de
uma região que hoje pertence à Grécia, enquanto sua mãe, Rebecca,
era de uma cidade que atualmente fica na Turquia), Senor Abravanel,
nome de batismo de Silvio Santos, nasceu em 12 de dezembro de 1930,
no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.

3- Abilio Diniz- Hoje, aos 78 anos, ele continua fazendo planos: quer ajudar
a recuperar o brilho da filial brasileira do Carrefour, que esteve perto de
fechar as portas. A capacidade de se reinventar talvez seja um dos
traços mais marcantes da trajetória de Abilio Diniz. Foi essa
determinação que o levou, ao longo de seis décadas de carreira, a
transformar o Pão de Açúcar numa potência nacional. Quando o Pão de
Açúcar estava à beira da falência, nos anos 90, assumiu o controle da
empresa e conseguiu recuperá-la, graças a um corte drástico de custos
Ao longo dos anos, Abilio Diniz desenvolveu uma versão particular do
“campo de distorção da realidade”. Em grande medida, a sua obstinação
e persistência fizeram do Pão de Açúcar uma empresa vencedora,
capaz de crescer mais rápido que as rivais estrangeiras. Vários
executivos que trabalharam com ele (inclusive alguns que se
desentenderam com o empresário) mencionam seu “poder de sedução”
e sua capacidade de persuasão. Essas armas, porém, não funcionaram
na disputa com os franceses do Casino – a primeira grande derrota de
Abilio. As vitórias conquistadas com ferrenha determinação, não raro
polêmicas, desde sempre deram o tom na vida de Abilio dos Santos
33

Diniz, que nasceu em 28 de dezembro de 1936. Atual presidente do


conselho da BRF, acionista e conselheiro do Carrefour e dono do fundo
de investimentos Península Participações. Poucos brasileiros tem tanto
gabarito quanto ele para apontar o que uma empresa precisa ter para
conseguir destaque no mercado. A frase “Quero ser melhor amanhã do
que fui hoje” sempre segue esse grande empreendedor.

4- Luiza Helena Trajano- Ela a nasceu e foi criada no interior de São Paulo,
em Franca. Filha e sobrinha única, aprendeu a inteligência emocional
com a mãe, e o empreendedorismo e o espírito de vendedora com a tia,
também Luiza. Somando valores como honestidade, sonho grande,
generosidade e aprendizado constante, transformou a loja fundada pelos
tios em um dos maiores varejistas do país: o Magazine Luiza. Eu sou
vendedora. A minha família é vendedora. Eu não tenho vergonha de
dizer isso. Comecei a trabalhar no varejo aos 12 anos porque queria
comprar presente de Natal para as pessoas que eu gostava. Com o
dinheiro das comissões eu consegui. Todo mundo que trabalha vende
algo para alguém. No Magazine Luiza, durante cinco anos, todo mundo
tinha o cargo de vendedor no crachá. Isso é motivo de orgulho e não de
vergonha. Empreendedorismo, é fazer acontecer, independentemente
do cenário, das opiniões ou das estatísticas. É ousar, fazer diferente,
correr riscos, acreditar no seu ideal e na sua missão. É propor ideias
criativas seguidas de ação, é ter a capacidade de envolver a equipe, de
buscar oportunidades, ter visão global e de resultados e trabalhar com
foco nas soluções rápidas. Mas cada um desenvolve seu próprio estilo,
não existe uma receita pronta.

5- Antonio Luiz Seabra- Começou a trabalhar quando tinha 15 anos. Era


calculista de custo indireto na Gráfica Siqueira, empresa onde meu pai
trabalhava. Depois recebi uma proposta para ser trainee no
departamento pessoal da Remington onde, com 19 anos, já era chefe e,
aos 21, superintendente. Quando saiu da Remington, foi trabalhar em
um pequeno laboratório de cosmética, época em que surgiu a paixão
pela área cosmética. Depois de três anos nessa empresa, se associou
34

com um dos herdeiros para fundar, em 1969, o que é hoje a Natura. No


começo o capital era equivalente ao valor de um carro popular e os
primeiros anos foram totalmente voltados para a sobrevivência. Só em
1975 que começou a ver os resultados de tanto trabalho. Desde o
começo era movido por duas paixões: os cosméticos e os clientes. O
dinheiro sempre faltava, mas a vontade e a ousadia fazia crescer. A
confiança na qualidade dos produtos e na força de valores, que são
baseados no humanismo, na criatividade, no equilíbrio e na
transparência - são as bases até hoje. Antonio Luiz Seabra, é um
homem que conseguiu construir seu sonho em cima das coisas que
mais acreditava.

6- Heloisa Assis- Não era uma boa aluna de química no colégio. Diz que
não gostava de jeito nenhum da matéria e que só tirava nota baixa.
Mesmo assim, ela conseguiu desenvolver sozinha uma fórmula de
alisamento para cabelos que a deixou milionária. Dona da rede de
cabeleireiros Instituto Beleza Natural, a carioca foi eleita pela revista
Forbes uma das 10 mulheres mais poderosas do Brasil. Não é à toa. Ex-
empregada doméstica, ela fundou um negócio que faturou R$ 140
milhões no ano passado e que acaba de receber um aporte de R$ 70
milhões do fundo GP Investments. Zica, como Heloísa gosta de ser
chamada, diz que tudo começou com um sonho. Faz parte do espírito de
qualquer empreendedor acreditar muito em um sonho. Tem gente que
aposta tanto numa ideia que vende o carro pede ajuda para toda a
família, começa a dormir no próprio escritório, faz o impossível para
juntar dinheiro, investir no negócio e vê-lo prosperar. No caso dela não
foi diferente. A empresária chegou a colocar sua própria cabeça, e a de
seu irmão, à disposição de um objetivo: encontrar um produto capaz de
tratar cabelos crespos e cacheados. . Até 2018, o plano é abrir 120 lojas
no Brasil inteiro. "Agora estou aqui, pronta para abrir um salão em
Campos. Fico até emocionada quando me lembro de toda a história que
passei para chegar até aqui. Foi muito trabalho, muito esforço, mas
valeu muito a pena", diz Zica. "Eu acredito muito no sonho e sabia que
35

realizar o meu sonho poderia ajudar muita gente. Por isso, tinha essa
certeza inexplicável de que ia dar certo".

5.2 Empreendedores das pequenas empresas

Os empreendedores das pequenas empresas, tem um papel


fundamental para alavancar o crescimento do País. Os pequenos negócios são
de suma importância para fomentar o desenvolvimento e contribuir com o
avanço do Brasil. O principal requisito para o sucesso dessas empresas é a
presença de uma conduta empreendedora.

De acordo com SEBRAE (2007), os proprietários de pequenas


empresas precisam ser versáteis, pois precisam dominar os elementos básicos
de gerenciamento, além de ser capazes de resolver problemas e tomar
decisões rápidas. Superar desafios está no sangue dos empreendedores. Não
são raros os casos em que a falência de uma empresa não os faz desistir.
Trata-se de um obstáculo, mas não do fim da linha. E há quem tire da
experiência de fechar as portas lições fundamentais para a hora de tentar de
novo.

“O empreendedor de sucesso traz consigo uma característica


singular, que é o fato de conhecer como poucos o negócio em que atua o que
leva tempo e requer experiência (DORNELAS, 2008, p. 35)”. Neste contexto a
característica de ser incansável se aplica também a busca constante de
conhecimentos, empreendedores de sucesso acumulam habilidades
relevantes, experiências que serão de extrema importância para o sucesso do
empreendimento.

A pequena empresa geralmente é um reflexo da personalidade do


empreendedor, suas características e atitudes irão transparecer na empresa
por ele conduzida, se as características e atitudes que levam um
empreendedor a obter sucesso transparecerem no seu empreendimento é
muito provável que estas empresas não sofrerá o fracasso que rodeia a maioria
das pequenas empresas.
Esses empreendedores das pequenas empresas, tem mudado a
economia da região onde atuam. Comprar de um pequeno negócio no bairro de
36

origem contribui para a geração de renda e cria oportunidades para a abertura


de novos negócios nos arredores.
O Sebrae lançou um movimento Compre do Pequeno Negócio. O
objetivo é conscientizar a população sobre a importância de escolher micro e
pequenas empresas na hora de consumir. As vantagens são inúmeras para a
sociedade e para os empreendedores. Hoje, as pequenas empresas
empregam 52% da população que tem carteira assinada e respondem por 27%
do PIB nacional. Para Luiz Barretto, presidente do Sebrae, comprar do
pequeno negócio é um ato cidadão porque movimenta o dinheiro na região
onde o consumidor mora ou trabalha. “A circulação de pessoas e dinheiro no
bairro aumenta, gerando possibilidade de ganhos para outros negócios já
instalados ou mesmo para a abertura de novas empresas”, diz Barretto.

Além de ajudar a fortalecer a economia, evita a perda de tempo


com deslocamentos por conta da proximidade do negócio e contribui para a
geração de oportunidades de emprego. Os pequenos negócios podem
contribuir decisivamente para a recuperação e a valorização de espaços
urbanos. Uma padaria que fica famosa pelo sabor e qualidade dos pães, uma
mercearia que visa ser completa para a satisfação do cliente, uma oficina
mecânica que se destaca pelo atendimento de qualidade e pela relação de
confiança com seus clientes, um salão de beleza que lança um pacote
promocional diferenciado: tudo isso tem potencial para modificar a vida de uma
comunidade.
A circulação de pessoas e dinheiro no bairro aumenta, gerando
possibilidade de ganhos para outros negócios já instalados ou mesmo para a
abertura de novas empresas. Muita gente não imagina que comprar de uma
pequena empresa contribui para a recuperação da economia. Os 10 milhões de
pequenos negócios representam mais de 95% do total de empresas brasileiras
e são responsáveis por 27% do PIB e mais da metade dos empregos formais
do país. Eles garantem o salário de 17 milhões de trabalhadores com carteira
assinada. Mesmo em um ano difícil como este, os pequenos negócios
continuam gerando empregos. No primeiro semestre, foram 116,5 mil novas
vagas nos mercadinhos, cafeterias, pet shops e outros comércios e serviços.
Quanto mais consumidores optarem pelas pequenas empresas,
37

mais elas terão condições de seguir no ritmo de geração de empregos e de


renda.
Segundo o Sebrae a ideia é conscientizar a sociedade de que comprar
do pequeno negócio é um ato cidadão, transformador, porque movimenta o
dinheiro na região onde o consumidor mora ou trabalha. Isso gera novas
oportunidades de desenvolvimento local e contribui para a abertura de novas
vagas de trabalho e aumento da renda.
Comprar de empresas perto de casa ou do trabalho facilita a vida do
consumidor. Sabemos que em grandes cidades o trânsito é um problema.
Quanto mais o consumidor puder diminuir o tempo de deslocamento diário,
maior a qualidade de vida, sem contar os custos evitados com estacionamento
ou combustível. Os pequenos negócios estão perto da casa ou do trabalho de
todos nós. Com mais clientes, as pequenas empresas podem investir mais na
inovação e na qualidade de seus produtos e serviços e se fortalecerem no
mercado, ficando mais aptas a gerar ainda mais ganhos para a economia local.
É muito importante valorizar e reconhecer o empreendedor de pequenas
empresas, pois eles facilitam muito a vida da sociedade no dia a dia.
38

CONCLUSÃO

O homem já empreende a muito tempo, apesar da palavra


empreendedorismo encontrar-se em plena evolução. Tem sido um termo muito
usado no âmbito empresarial e muitas vezes está relacionado com a criação
de empresas ou produtos novos. Existem vários conceitos sobre
empreendedorismo, as definições do tema são as mais diversas, mas a grande
maioria converge no mesmo ponto, a inovação, aliada a força de vontade, e a
grande busca de resultados. Essa palavra empreendedorismo faz parte do
espírito do brasileiro, acreditar que ter o seu próprio negócio estão entre os
principais motivos que levam a fazer com que o número do negócios próprios
(formais e informais) cresçam a cada dia. Apesar do Brasil ser um país
empreendedor, ainda temos um grande caminho a percorrer. Nossa lei precisa
de ajuste e uma melhor obtenção de recurso para quem quer começar suas
atividades. O Sebrae tem ajudado muitas pessoas com diversos programas
de empreendedorismo. São programas que incentivam o surgimento de novos
empresários que criarão mais empregos e soluções para um país ainda carente
em diversas áreas. Nada acontece sem pessoas com atitudes
empreendedoras, com visão e disposição para mudar as coisas. No nosso país
existem pessoas com muito valor nessa área e temos que aprender com as
histórias desses visionários brasileiros bem sucedidos, que nos enche de
esperança, porque grande parte começou em famílias humildades e foram
construindo os seus impérios, sendo neste momento pessoas de renome na
economia nacional. Empreendedorismo significa empreender, resolver um
problema ou situação difícil. Empreender é também agregar valor,
saber identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo.
Empreendedor é um indivíduo que não espera as coisas acontecerem,
mas é uma pessoa proativa, ou seja, faz as coisas acontecerem. Está sempre
altamente motivado, tem boas ideias e sabe como implementá-las de forma a
alcançar os seus objetivos. Não existe um único tipo de empreendedorismo ou
um modelo-padrão que possa ser identificado, como o melhor ou o pior, apesar
de várias pesquisas existentes sobre o tema terem como objetivo encontrar um
estereótipo universal. Por isso é difícil rotulá-lo. Por outro lado, esse fato
mostra que tornar-se empreendedor é algo que pode acontecer a qualquer um.
Ser empreendedor está ligado a uma postura, uma forma de ver o mundo.
Além disso, o empreendedor sabe que um fracasso é apenas uma
oportunidade de aprender e ser melhor, e não se deixa abalar com isso.
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