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REVISTA ELETRÔNICA DE TRABALHOS ACADÊMICOS - UNIVERSO/GOIÂNIA

ANO 7/ Nº1/ 2020 - ÁREA DA SAÚDE

FATORES QUE LEVAM ADOLESCENTES A COMETEREM ATOS


INFRACIONAIS: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA

FACTORS THAT LEAD ADOLESCENTS TO COMMIT INFRATIONAL


ACTS: A SYSTEMATIC REVIEW STUDY OF THE LITERATURE

Anny Caroliny Ferrari Guilherme1


Lucélia Pires do Prado Lavrinha2
Maria Claudia Vieira3
Drª Andrea Batista Magalhães4
Drª Janete Capel Hernandes5

Resumo: Introdução - É preocupante o número crescente de adolescentes que


cometem atos infracionais, e compreender as causas e os aspectos que os
influenciam é fundamental para ter um maior entendimento sobre os atos em si.
Objetivo - Identificar os fatores que levam os adolescentes a cometerem atos
infracionais. Métodos - Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se o metodo
qualitativo e bibliográfico, servindo-se da base de dados: Biblioteca Digital Brasileira
de Teses e Dissertações (BDTD), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica
(MEDLINE) e Base Multidisciplinar da Elsevier disponível no portal capes
(SCOPUS). Resultados - Foram apresentados fatores indicativos que podem
contribuir para a ocorrência do ato infracional, tais como aspectos familiares,
educação, fatores socioeconômicos, comunidade, fatores psicossociais, políticas
públicas, uso de substâncias e transtornos mentais. Conclusão - Os resultados
obtidos se relacionam com os fatores analisados. A partir deste estudo pode-se
compreender os desafios que os adolescentes enfrentam dependendo dos aspectos
estudados. Analisado todo o contexto entende-se a necessidade de serem
realizadas mais pesquisas dentro desse campo vasto do adolescente autor de ato
infracional, observando a problemática em todos os âmbitos, tanto social, familiar e
nas políticas públicas do adolescente infrator, quanto nos ambientes clínicos com
intervenções eficazes e planejamento de sustentação dos comportamentos atípicos
destes adolescentes. Registro de revisão sistemática: PROSPERO (Esses
registros foram submetidos para publicação e estão sendo avaliados pela equipe
editorial).

Palavras-chave: Adolescente. Criminalidade. Medida socioeducativa.


1 Discente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Autor do artigo.
2 Discente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Autor do artigo.
3 Discente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Autor do artigo.
4 Docente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Orientadora do artigo.
5 Docente do Curso de Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira. Coorientadora do artigo.
2

Abstract: Introduction - It is worrying the growing number of adolescents who


commit infractions, and understanding the causes and the aspects that influence
them is essential to have a better understanding of the acts themselves. Objective -
To identify the factors that lead adolescents to commit infractions. Methods - For the
development of this research, the qualitative and bibliographic method was used.
Using the database: Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD),
Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), Online
Medical Literature Search and Analysis System (MEDLINE) and Elsevier's
Multidisciplinary Base available at capes portal (SCOPUS). Results - Indicative
factors that may contribute to the occurrence of the infraction are presented, such as
family aspects, education, socioeconomic factors, community, psychosocial factors,
public policies, substance use and mental disorders. Conclusion - The results
obtained are related to the factors analyzed. From this study, it is possible to
understand the challenges that adolescents face depending on the aspects studied.
Analyzing the entire context, it is understood the need to carry out more research
within this vast field of the adolescent author of an infraction, observing the problem
in all areas, both social, family and public policies of the adolescent offender, as well
as in clinical settings with effective interventions and planning to support the atypical
behavior of these adolescents. Systematic review record: PROSPERO (These
records have been submitted for publication and are being evaluated by the editorial
team).

Keywords: Teenager. Crime. Socieducative measure.

1 Introdução

Este estudo busca investigar os fatores que levam os adolescentes a cometer


atos infracionais. De acordo com o art. 2º do Estatuto da criança e do adolescente,
(Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990): “Considera-se criança, para efeitos desta lei,
pessoa até doze anos incompletos, e adolescente entre doze e dezoito anos
incompletos” (BRASIL,1990, p. 11).
Alguns fatores podem influenciar para que o adolescente recorra ao uso de
drogas e facilitar o envolvimento com a criminalidade. A baixa escolaridade, a falta
de apoio familiar e políticas públicas precárias fazem parte desses fatores.
Este assunto é relevante tanto para as pesquisadoras, quanto para a
sociedade, pois se percebe a falta de discussão, de iniciativas e um descaso com
esses adolescentes que se encontram à margem. Toda pessoa nasce com um
potencial e tem direito de desenvolvê-lo. Para desenvolver seu potencial as pessoas
precisam de oportunidades. O que uma pessoa se torna ao longo da vida depende
de duas coisas: as oportunidades que tem e as escolhas que fez. Além de ter
3

oportunidades, as pessoas precisam estar preparadas para fazer escolhas (BRASIL,


2006, p. 52).
Verifica-se que há artigos suficientes para dar sequência às discussões já
iniciadas neste trabalho.
De acordo com Alves (2008) a adolescência é caracterizada por conflitos
internos, desenvolvimento físico, biológico e cognitivo, fase da construção da
maturidade e tomada de decisões próprias. Pode-se caracterizá-la como um período
de transição da infância para a juventude. O jovem possui direitos como citados no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no artigo Art. 4º (Lei n.8.069, de 13 de
julho de 1990, p. 11).
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária
(BRASIL, 1990, p. 11).
Esse período pode ser bastante conturbado, principalmente se não houver um
apoio familiar, da sociedade ou vínculos de amizades saudáveis. Algo que pode-se
colocar em análise seria quando o adolescente comete o ato infracional. Geralmente
o indivíduo recebe a atenção com a qual não está acostumado. Passa de um
momento que não é notado ou compreendido, para outro em que tem direitos e um
olhar da sociedade para ele. São ouvidos pela autoridade judiciária, defendidos por
um advogado, atendidos por técnicos, um psicólogo atento à sua história, ou seja,
passam a ser vistos pelo sistema que os reconhece e supostamente tenta ajudá-los
a sair dessa situação. Nesse momento, parecem encontrar um sentido, um direito de
existir socialmente, passam a ser vistos como indivíduos. Porém, não se pode
relacionar a adolescência apenas como um período de conflito, mas também com
um período de descobertas, de criatividade, de amadurecimento, momento de
construção da identidade, busca pela autonomia, escolhas profissionais,
transformações para a chegada da vida adulta (ALVES, 2008).
A adolescência também é caracterizada por um momento de vivências
associadas a profundas transformações físicas e psíquicas. Segundo Ferreira et al.
(2007) essa fase é muito importante na vida do adolescente, pois ele adquire
subsídios como os princípios, seus valores e crenças, atitudes e vontades e,
também, irá descobrir o seu papel na sociedade e definir sua personalidade.
4

Entretanto, a adolescência é fortemente definida também por processos biológicos e


psicossociais.
As mudanças pelas quais os adolescentes passam também se originam de
movimentos particulares do processo do pertencimento familiar.
O ECA (1990) prediz que os indivíduos menores de idade são considerados
irresponsáveis e constata a prática de atos infracionais poderão ser aplicadas dentro
das medicas socioeducativas como: advertência, a obrigação de reparação do dano,
a prestação de serviços comunitários, a liberdade assistida e entre outras medidas
prévias em lei. (NJAINE e MINAYO, 2002).
Para Alvarenga et al. (2005 apud SILVA et al., 2008) o conceito de
comportamento do ato infracional do adolescente se refere ao comportamento
antissociais, o mesmo alega que a delinquência praticada pelo adolescente pode
constituir-se no agravamento de um padrão antissocial que se iniciou na infância e
envolve outros tipos de comportamentos atípicos e atos ilegais que inclui roubos,
assalto, vandalismos e uso de drogas.
Já para Volpi (1997 apud SILVA et al., 2008), conceitua adolescente infrator
aquele adolescente sofre alguma intervenção perante a lei, caso contrario o
adolescente é considerado como delinquente, que é uma combinação que pode
envolver vários comportamentos atípicos, ditos como antissociais, nos quais são
passiveis de intervenção, nem sempre estão sob a intervenção da justiça.

NJAINE, K.; MINAYO, M. C. S. Análise do discurso da imprensa sobre


rebeliões de jovens infratores em regime de privação de liberdade. Ciênc. Saúde
Coletiva, v. 7, n. 2, p. 285-297, 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/
csc/v7n2/10248.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2009.

SILVA, M. D. F. D. T. et al. Adversidade familiar e problemas comportamentais


entre adolescentes infratores e não-infratores. Psicologia em Estudo, Maringá, v.
13, n. 4, 2008. Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2009.

1.1 Fatores de riscos e/ou proteção aos atos infracionais

O significado que valida fatores de risco denomina a condições ou variáveis


associadas à possibilidade de fatores de repostas negativas para a saúde, o bem-
5

estar e o desempenho social. (Newcomb et al., 1986; Jessor, 1991; Jessor et al.,
1995).
Alguns desses fatores são mencionados as características da personalidade das
pessoas; outros, ao seu meio microssocial e outros, ainda, a condições básicas e
socioculturais mais amplas. (Zweig et al., 2002).
Zweig et al., (2002) afirma que geralmente, estão combinados quando uma
situação considerada biopsicossocial perigosa se concretiza. Por exemplo, no caso
do uso de drogas: ao fumar maconha, o adolescente pode alargar a chance de
desenvolver uma patologia pulmonar, e também sofrer consequências psicossociais
ou sanções legais, conflitos com os pais, perda de interesse na escola ou culpa e
ansiedade.
Dentro das ideias iniciais de proteção, uma das atividades de quem atua na
atenção aos adolescentes que usam drogas é determinar que fatores podem ser
evidenciados pela ténica e experiencia como relevantes para promover seu
crescimento saudável e evitar que corram riscos de dependências e de acirramento
de problemas sociais. (Hawkins et al., 1992; Coie et al., 1993; Jessor et al., 1995;
Pettit et al., 1997).
Jessor et al., (1995) resulta que os fatores de risco e de proteção devem ser
tratados como variáveis independentes, pois não podem afetar o comportamento
que haja necessariamente, uma complementaridade entre eles.
No entanto, ambos fatores não devem ser considerados uma sentença, no qual
tal evento seja de risco ou de proteção para todos os indivíduos. Deve ser analisado
o contexto no qual a pessoa está inserida para compreender se tal evento
caracteriza-se como de risco ou de proteção para se propor estratégias de
intervenção (PERES, MERCANTE & NASELLO, 2005).

Newcomb MD, Maddahian E & Bentler PM 1986. Risk factors for drug use among
adolescents: concurrent and longitudinal analyses. American Journal of Public
Health 76(5):525-531.  

Jessor R, Bos JV, Vanderryn J, Costa FM & Turbin MS 1995. Protective factors
in adolescent problem behavior: moderator effects and developmental
change. Developmental Psychology 31(6):923-933.   
     
Zweig JM, Phillips BS & Lindberg LD 2002. Predicting adolescent profiles of risk:
looking beyond demographics. Journal of Adolescent Health 31:343-353.  
      
6

Coie JD, Watt NF, West SG, Hawkins JD, Asarnow JR et al. 1993. The science of
prevention. A conceptual framework and some directions for a national research
program. American Psychologist 48(10):1013-1022.     

Pettit GS, Bates JE & Dodge KA 1997. Supportive parenting, ecological context,
and children’s adjustement: a seven-year longitudinal study.  Child
Development 68(5):908-923.       
 
PERES, J. F. P., MERCANTE, J. P. P., NASELLO, A. G. Promovendo
resiliência em vítimas de trauma psicológico. Revista de Psiquiatria do Rio
Grande do Sul, v. 27, n. 2, p. 131-138, 2005.

1.1.1 Família

A família tem extrema importância para o adolescente nesse momento de


mudança de percepções, de inserção de princípios e valores, de formulação de
crenças. Carter e Mcgoldrick (2008) relatam que todas essas mudanças geram
transformações significativas na estrutura e no funcionamento da família, já que
nessa fase ocorre uma renegociação dos papéis e da autoridade parental. O
conceito de família muda seu significado passado que era visto como membros com
origem sanguínea com um núcleo de pai, mãe e filhos e cede o espaço para que
novas configurações familiares surjam.
Para Biasioli-Alves (2004), o grupo familiar também é fundamental para a
organização e a construção da personalidade, além de influenciar de maneira
bastante significativa o comportamento individual, através de regras e políticas
adotadas pela família. A dinâmica familiar e suas práticas educativas são
determinantes no comportamento de crianças e adolescentes, além do exemplo que
é transmitido nesse ambiente familiar. Ela possui o papel de preservar sobrevivência
da espécie, propiciar o suporte emocional e afetivo, dispor de ambiente adequado à
aprendizagem e educação e disseminar os valores culturais da sociedade situada.
As relações estabelecidas nesse ambiente são determinantes de comportamentos
futuros de seus membros (PRATTA; SANTOS, 2007).
Entretanto, apesar da família ser fundamental na orientação, no
desenvolvimento desse adolescente e possuir deveres para com este, nem sempre
seus direitos são garantidos. Lopes, Delfino e Rodrigues (2008) expõem o elevado
índice de menores expostos e desacolhidos à margem, privados da convivência
familiar ou com uma precária convivência com exemplos nocivos e prejudiciais, ou
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até mesmo habitando viadutos e ruas. Isso deixa evidente o grau de discrepância
entre o que é previsto pela lei e o que realmente acontece.
A questão da violência e agressividade dentro da família também precisa ser
considerada. Lopes, Delfino e Rodrigues (2008) indicam para o fato de que
interações familiares autoritárias, abusivas e repressivas são determinadas por uma
constante troca de respostas aversivas verbais e físicas, por pelo menos um
integrante do grupo familiar, e que tais respostas aversivas são modeladas,
amplificadas e mantidas, em parte, por contingências sociais. A questão de o
adolescente não dar importância ou sua devida atenção às regras e comando à
autoridade parental, pode ser um ponto primordial nas trocas coercitivas. Nas
famílias com adolescentes agressivos, tanto os pais quanto os filhos usam respostas
aversivas como artifícios para lidar com os conflitos e desentendimentos.
Adolescentes de qualquer classe social estão expostos à violência doméstica,
embora as famílias com poder aquisitivo maior, ou seja, famílias mais favorecidas
economicamente, tenham mais facilidade de esconder seus comportamentos
abusivos. Crianças e adolescentes expostos ao abandono, morte, doença dos pais,
submetidos à intensa ansiedade gerada pelo ambiente das ruas ou extrema
dificuldade financeira no âmbito familiar, podem apresentar conduta agressiva em
suas relações familiares, escolares e sociais (MENEGHEL; GIUGLIANI; FALCETO,
1998).

1.1.2 Fator socioeconômico

No nível social existem algumas hipóteses com o intuito de explicar as causas


do comportamento infrator. O fator econômico é considerado uma ameaça se for
levada em conta a primordialidade da sobrevivência. O adolescente, seja por
abandono ou por pobreza extrema, segue pelo caminho da infração como esforço de
sobrevivência e de aumento da renda familiar. Nesta perspectiva, o desnivelamento
econômico e o desemprego, realidades que são presentes nessa sociedade,
também possui real reforço para o aumento do ato infracional (FEIJÓ; ASSIS, 2004).
Foi realizado um estudo no estado de Goiás, mais precisamente nas unidades
de atendimento socioeducativo do estado em 2009, no qual se buscou obter um
quadro mais detalhado sobre informações desses adolescentes que praticaram atos
infracionais e estão privados de liberdade cumprindo medida socioeducativa. Um dos
indicadores investigados foi o poder aquisitivo das famílias dos adolescentes, como
8

mostra a figura abaixo. Essas famílias são, em sua grande maioria, de baixo poder
aquisitivo: 70,29% têm renda de até dois salários mínimos.

Figura 1: Estado de Goiás: adolescentes em medida socioeducativa, por renda familiar Fonte:
Souza (2013, p. 20).

Não se pode afirmar que não há adolescentes das classes média e alta que
praticam atos infracionais, no entanto, o que se percebe é que os adolescentes que
estão cumprindo medidas socioeducativas, sobretudo de internação, em sua maioria
vivenciam realidades nas quais se experienciam o corte de desigualdade social que
promove a exclusão, a privação de bens e de consumo, de oportunidades de estudo
ou boa qualidade de educação e acesso a uma profissionalização. Eles vivenciam
uma pobreza real, concreta, uma segregação da escola, da comunidade, da
sociedade e, por vezes, da família (SARTÓRIO, 2007).

1.1.3 Educação

Observa-se, até então, que há uma complexidade quando se tenta


compreender os fatores que levam o adolescente a cometer o ato infracional, pois se
trata de uma multidiciplidade, e a educação entra em questão, pois observa-se a
qualidade, a continuidade do processo escolar, o olhar humanizado para as relações
no ambiente escolar e a questão da evasão desses adolescentes que cometem o ato
infracional. O que se percebe sobre a cultura educacional vigente nas escolas, de
acordo com Oliveira (2005), é de uma pedagogia “seriada, seletiva e classificatória”.
Conforme Freire (1996), o aprender, o qual decorre do ensinar, deveria não
somente ser para a adaptação do ser humano, mas, sobretudo, como um processo
de construção e recriação do conhecimento, para assim se intervir e transformar a
9

realidade. De modo geral, os adolescentes em conflito com a lei apresentam baixo


desempenho e interesse pela escola e sua educação e possui elevadas taxas de
evasão escolar.
Não são levados em consideração os diversos entraves que os adolescentes
com baixas condições financeiras devem superar para seguir estudando. Pode-se
mencionar a fome ou a alimentação empobrecida, a falta de recursos financeiros
para adquirir material escolar, a falta de local apropriado para estudar em casa, a
falta de incentivo dos pais ou responsáveis para que o adolescente permaneça na
escola e desenvolva sua educação, ou quando a dinâmica familiar leva o
adolescente a trabalham para auxiliar na manutenção e sobrevivência daquele
grupo, aliados à precária oferta de educação pública (OLIVEIRA, 2005).

1.1.4 Uso de drogas

O problema das drogas precisa ser mais bem abordado. Mesmo não havendo
predominância nos tipos de infrações cometidas, o consumo e o tráfico parecem ser
banais no cotidiano dos adolescentes infratores. No Brasil, o álcool, o tabaco e a
maconha são as drogas mais usadas pelos adolescentes (MINAYO, 2007).
O estudo, que foi realizado no estado de Goiás, nas unidades de atendimento
socioeducativo do estado em 2009, mostra a incidência desse consumo, como é
mostrado na figura a seguir.

Figura 2: Adolescentes em medida socioeducativa, por uso de drogas (antes da medida).


Fonte: Souza (2013, p. 29).
10

Adolescentes infratores manifestam uma vulnerabilidade na maioria de suas


famílias que vivem em situação precária ou de poder aquisitivo baixo. De acordo
com Feijó e Assis (2004), essa situação pode se refletir em instabilidades
emocionais em virtude da ausência de alguma figura parental, por separação ou
abandono, o que contribui para a falta de modelo social apropriado e pode acarretar
ao sujeito uma fragilidade. Os fatores que levam um adolescente a se relacionar com
as drogas são variados e vale destacar os seguintes fatores parentais de risco:
enfraquecimento dos vínculos que unem pais e filhos; falta de envolvimento materno;
práticas abusivas e violentas; dificuldades de estabelecer limites aos
comportamentos infantis e juvenis e tendência à superproteção e falta de regras e
limites (SCHENKER; CAVALCANTE, 2007).

1.1.5. Políticas públicas

O propósito das políticas públicas é compreender e buscar soluções para


determinados tipos de impasses enfrentados pela população de uma determinada
zona, calhando ao setor público elaborar, planejar e executar tais políticas.
Entretanto, em muitas situações, elas não são planejadas e efetuadas de forma
sistemática, pois os interesses das classes envolvidas são desconformes. Uma
situação importante referente às políticas públicas é que elas não são executadas
apenas e somente pelo Estado, mas também por organizações voluntárias, sem fins
lucrativos e organizações não-governamentais, pois entende-se que a administração
de políticas públicas é um dever de toda uma sociedade (FREITAS; RAMIRES,
2010).

1.1.6 Medidas socioeducativas

O Estatuto da Criança e do Adolescente foi elaborado como uma Lei


complementar, que compreende a necessidade que a Constituição Federal de 88
previu para regimentar a matéria em questão. O ECA se baseia no princípio da
Prioridade Absoluta, estabelecido no Artigo 227 da Carta Magna de 1988 e se
estrutura a partir de três grandes sistemas de garantias: - Sistema Primário,
estabelecendo políticas públicas de atendimento a crianças e adolescentes (artigos
04 e 87) reconhecidos em sua peculiar condição de criança em desenvolvimento.
Este sistema dá conta das Políticas Públicas de Atendimento a Crianças e
11

Adolescentes de caráter universal, visando toda população infanto-juvenil brasileira; -


Sistema Secundário, tratando das Medidas de Proteção dirigidas a criança e
adolescente em situação de risco pessoal e social (artigos 98 e 101); - e o Sistema
Terciário, tratando das medidas socioeducativas aplicáveis aos adolescentes em
conflito com a Lei, autores dos atos infracionais (BRASIL, 2006, p. 5).
Por medidas socioeducativas compreende-se etapas que serão aplicadas
dependendo do ato infracional cometido. Em 1ª medida existe a advertência que
resumir-se-á em repreensão verbal, que será reduzida a termo e assinada. Em 2ª
medida a obrigação de reparar o dano, a autoridade poderá determinar que o
adolescente restitua a coisa, providencie o ressarcimento do dano, ou, por outra
forma, compense o prejuízo da vítima.
A 3ª medida consiste na prestação de serviços à comunidade. Trata-se de
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período que não exceda a seis
meses, que poderá ser em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos similares, bem como em programas comunitários ou
governamentais. Na 4ª medida se encontra a liberdade assistida que será adotada
sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar
e orientar o adolescente. Na 5ª medida encontra-se a inserção em regime de
semiliberdade: pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição
para o meio aberto, proporcionando a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial. Por último, a 6ª medida se trata da
Internação, que constitui na privação da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar da pessoa em
desenvolvimento.

1.2 Papel do psicólogo e o adolescente infrator

O profissional da Psicologia atua nas medidas socioeducativas,


desenvolvendo práticas que colaboram para a produção de políticas públicas que
unem ao Estado, a família e a sociedade, tendo como finalidade pesquisar e
diagnosticar junto aos profissionais que trabalham na área de medidas
socioeducativas, a responsabilidade e compromissos éticos com o futuro e o
presente de novas gerações (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2016).
O papel do psicólogo não se limita apenas a avaliações, relatórios e laudos.
Algumas de suas atribuições são desempenhar atividades psicoterapêuticas como
12

terapias de grupo, apoio psicoterapêutico individual, fazer mediação com a família do


infrator, e trabalhar e intervir de forma multidisciplinar com outros profissionais.
Compreende-se que o momento do atendimento psicológico ao adolescente é
de acolhimento e escuta. O psicólogo precisa considerar o ato infracional dentro de
um contexto complexo, no qual a medida socioeducativa possa restaurar a
responsabilidade do adolescente, faze-lo compreender seus atos e promover a
atitude de mudança subjetiva (SANTOS, 2004).
Acolher é papel de toda equipe. Disso decorre que todos os profissionais que
entrarem em contato com o adolescente devem ser capazes de sensibilizar-se com
este momento difícil, que é o da entrada do adolescente em um estabelecimento de
privação de liberdade (PARANÁ, 2006, p. 58).
Para Chaves (2016) o desenvolvimento do trabalho do psicólogo junto aos
adolescentes inclui trabalhar com grupos psicoterapêuticos com a abordagem de
uma questão em cada encontro que possa envolver os amigos, a sociedade e
família, caracterizando que esse adolescente tem direitos e deveres; fazendo com
que esse jovem reflita sobre seu futuro e analise expectativas de trabalho e futuro.
O objetivo geral deste trabalho é identificar os fatores que levam adolescentes
a cometerem atos infracionais. Quanto aos objetivos específicos, este trabalho
buscou: analisar a influência do papel familiar para que o adolescente cometa o ato
infracional; identificar os fatores de proteção do adolescente infrator; verificar a
existência de transtorno psicológico no adolescente infrator.

2. Métodos

Revisão sistemática, cujo protocolo será publicado no site de registro


prospectivo internacional de revisões sistemáticas – PROSPERO (Esses registros
foram submetidos para publicação e estão sendo avaliados pela equipe editorial).
Estruturada de acordo com as diretrizes da lista de verificação Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews e Meta-Analyzes - PRISMA (2009),
conforme Anexo 1.

2.1 Critérios de elegibilidade:


Estudos foram selecionados de acordo com os critérios:
2.1.1 Participantes (Population): Adolescente de 12 a 18 anos incompletos, de
ambos os sexos.
13

2.1.2 Intervenção ou Exposição (Intervention or Exposure): adolescentes que


são autores de atos infracionais.
2.1.3 Comparação ou grupo controle (Comparison or control group): Grupo
controle com ou sem comparação.
2.1.4 Resultados (Outcomes): Fatores geradores dos atos infracionais.
2.1.5 Desenho do estudo (Study design): Qualitativa e estudo de caso.

2.2 Estratégia de busca:

A busca dos estudos foi realizada em BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de


Teses e Dissertações, CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior, MEDLINE - Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica,
SCOPUS – Base Multidisciplinar da Elsevier disponível no portal, Capes. Foram
utilizadas na estratégia de busca as seguintes palavras-chave ou descritores:
adolescente, criminalidade, medida socioeducativa.
A busca foi realizada de acordo com as orientações de cada base de dados,
biblioteca ou portal de periódicos conforme está na estratégia de busca que consta
na Tabela 1.

Tabela 1: Estratégia de busca


Base de dados Descritores Resultados
157

“teenager AND criminality AND socioeducational measure”


MEDLINE/Pubmed
CAPES 4
“teenager AND criminality AND socioeducational measure”
Scopus “teenager AND criminality AND socioeducational measure” 259

BDTD “ADOLESCENTE; CRIMINALIDADE; MEDIDA SOCIO 3


EDUCATIVA”
Total 423

2.3 Seleção e extração dos dados:


14

Três pesquisadores realizaram a busca e selecionaram os estudos de forma


independente, com a utilização de um software específico de gerenciamento de
referências (EndNote Web).
A seleção ocorreu em quatro fases e após cada uma delas, os pesquisadores
verificaram inclusões e exclusões, buscando consenso entre os resultados; sendo
necessária, a atuação de um revisor para resolver divergências.
Na fase 1 (Identificação) foi realizada a busca dos estudos e verificado por
meio do software EndNote, quais eram os duplicados e foram removidos; na fase 2
(Triagem) feita a leitura dos títulos e dos resumos dos artigos e foram aplicados os
critérios de exclusão; na fase 3 (Elegibilidade) foi feita a busca manual e leitura dos
artigos completos, com a seleção dos que atenderem a todos os critérios de
elegibilidade (Participantes, Intervenção, Comparação, Resultados, Desenho do
estudo); na fase 4 (Inclusão), foi construída uma tabela com identificação, objetivos,
método, resultados e conclusões com posterior síntese qualitativa dos estudos.
Nenhum dos autores da revisão foi cego aos títulos das revistas ou nomes dos
autores ou das instituições financiadoras ou apoiadoras das pesquisas. Foi
desenvolvido um Diagrama de Fluxo (modelo PRISMA), que contém as fases de
identificação, triagem, elegibilidade e inclusão com quantidades e uma declaração
explicativa dos motivos de exclusão dos artigos, conforme Figura 3, que está na
seção dos resultados.

2.4 Risco de viés (Risk of Bias - RoB)

Para avaliar o risco de viés dos estudos selecionados, serão utilizadas as


ferramentas do Instituto Joana Briggs.

Tabela 2: Risco de viés dos estudos selecionados


Estudos / Questões Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 %
COELHO, Bianca Izoton; ROSA,
Edinete Maria. 2013. Estudo
Qualitativo. Brasil S S S S S N/C N S S S 80
15

VARGAS, Fernanda. 2012. Estudo de


Caso/ Qualitativo. Brasil S S S S S N/C N S S S 80

ANDRADE, Renata. 2011. Estudo


Qualitativo. Brasil S S S S S N/C N S S S 80

Legenda: S: Sim/ N:Não/ NC: Não esta claro / NA: Não se Aplica.

Analisando os resultados desta tabela acima podemos identificar um baixo


risco de viés, portanto uma alta qualidade nos artigos estudados, o que favorece o
nível de qualidade desse artigo. Relacionando com essa revisão sistemática,
observa-se resultados que se complementam mostrando um bom aporte teórico.

2.5 Síntese das evidências

A síntese das evidências será demostrada na Tabela 3 com as seguintes


informações: objetivo, o método, os resultados e as conclusões dos estudos
selecionados, com posterior análise qualitativa dos mesmos e análise.

3. Resultados
3.1 Seleção dos estudos

Identificou-se inicialmente 423 registros nas bases de dados. Houve a


exclusão de 1 duplicado, ficando 422 para a próxima fase. Na fase de leitura dos
títulos foram excluídos 387 e 6 na leitura dos resumos por não atenderem aos
critérios de inclusão, ficando 29 registros. Foram encontrados 29 registros na busca
manual, totalizando 29 para leitura do texto completo. Com a leitura dos estudos
completos, foram excluídos 25 registros por não se adequarem aos padrões
exigidos. Por não terem o foco que procuramos. Foram selecionados 4 estudos para
síntese qualitativa dos dados, conforme Fig. 1.
16

Registros identificados por meio


Identificação de pesquisa no banco de dados

(n = 423)

Registros
duplicados
(n = 1)

Registros selecionados

leitura dos títulos e


Triagem

resumos Registros excluídos


(n = 422)
(N = 393)

Leitura de títulos = 387


Leitura de resumos = 6
17

Registros para leitura Registros excluídos


completa (n = 25)
Elegibilidade

(n = 29)
Foram excluídos por não
se adequarem aos
padrões exigidos. Por
não terem o foco que
procuramos.
Artigos completos
avaliados para
elegibilidade

(n =29)
Incluído

Artigos incluídos na
síntese qualitativa
(n = 3)

Figura 3: Diagrama de fluxo (PRISMA)


18

3.2 Síntese descritiva dos estudos incluídos

Tabela 2 Síntese descritiva dos estudos incluídos

Autores/Ano/ Objetivo Método Resultados Conclusões


Desenho do estudo/
País Tamanho da Problemática Instrumentos
amostra / Idade
Média

COELHO, Bianca Verificar as Participaram da Adolescentes em Os dados foram A compor o núcleo central das Observa-se que as representações
Izoton; ROSA, representações pesquisa conflito com a lei que coletados, por meio de representações sociais, têm-se sociais de ato infracional
Edinete Maria. Ato sociais de ato quarenta e seis estavam cumprindo entrevistas Individuais, as palavras cadeia, crime, mencionadas pelos adolescentes
infracional e medida infracional e Adolescentes há mais de três com um roteiro drogas, homicídio, roubo e entrevistados reproduzem as
socioeducativa: medida de faixa etária meses a medida semiestruturado, tráfico como aquelas representações que nossa
representações de socioeducativa de 15 a 18 anos socioeducativa de registradas por meio de consideradas mais significativas sociedade atual também possui com
em adolescentes e pertencentes
adolescentes em Liberdade Assistida um gravador. quando referentes ao termo ato relação a esse ato. Por outro lado,
em conflito com ao sexo
L.A. Psicologia e relativa aos atos infracional. Nota-se também o percebe-se a existência de alguns
a lei. masculino.
sociedade, Belo infracionais. apontamento das palavras elementos das representações
Horizonte, v. 25, n. sofrimento, culpa e revolta como sociais dos adolescentes que
1, p. 163-173, 2013. termos relacionados à prática cometeram ato infracional que
de atos infracionais. Referente a apontam para um novo
Qualitativo medida socioeducativa entendimento desse ato, pois
observam-se as representações envolvem seus sentimentos, ou seja,
Brasil.
sociais. As palavras a culpa, a revolta, o sofrimento. No
consideradas mais significativas que se refere às representações
foram aprendizagem, sociais de medida socioeducativa, é
atividades, educação e demonstrado que, apesar da medida
mudança. atuar como instrumento
sancionatório, também é um objeto
de esperança e mudança na vida
desses adolescentes.
19

VARGAS, Identificar os Três Adolescentes que Foi utilizado como Quanto ao nível da pessoa, foi Alguns microssistemas foram
Fernanda. Fatores fatores de risco adolescentes, se encontravam instrumento de possível identificar a presença identificados como fatores de risco
de risco e fatores familiares e a dois do sexo cumprindo Pesquisa, o de características como: nos casos dos participantes, como:
de proteção: um presença de masculino e Medida Questionário da impulsividade, pouca empatia, escola, grupo de amigos,
estudo de caso com fatores de uma do sexo socioeducativa Juventude Brasileira. ansiedade, baixa autoestima comunidades em que residiam,
adolescentes em de Liberdade entre outros. Além disso, foi possível
proteção na vida feminino, com agressividade e baixa tolerância
cumprimento de Assistida (LA) identificar também fatores de risco
destes jovens idades entre 13 em uma ONG na a frustrações nos três casos.
medidas no nível pessoal, como: baixa
presentes ao e 16 anos de cidade de Santa Foi possível identificar nos três
socioeducativas. autoestima e problemas quanto ao
longo do idade. Maria. casos a presença de conflitos temperamento (baixa tolerância à
Monografia do
desenvolvimento familiares, baixa coesão familiar frustração, falta de controle dos
Curso de
de adolescentes e um ambiente violento, além impulsos etc.)
Especialização em
Saúde Comunitária em conflito com a da presença de outro familiar Neste estudo foi possível identificar
da Universidade lei. envolvido com delitos ou abuso fatores de proteção como: melhora
Federal do Rio de substâncias. Outra dos atributos pessoais de
Grande do Sul, problemática identificada se autoestima e controle da
2012. refere às dificuldades impulsividade; a presença de
financeiras que as famílias dos sistemas externos de apoio, como
três casos estudados por exemplo, o conselho tutelar,
Estudo de professores das escolas, fazenda
apresentaram.
caso terapêutica, madrinha e
Brasil principalmente o vínculo
estabelecido com a ONG em que os
adolescentes cumprem medida
socioeducativa.

ANDRADE, O objetivo é Sexo feminino de A amostra foi obtida Entrevista Como resultados alta O estudo aponta para a
Renata et al. avaliar a idades na única instituição semiestruturada. prevalência de transtornos necessidade de proteger
Prevalência de prevalência de entre 12 e 21 governamental para psiquiátricos entre adolescentes adolescentes da exposição precoce
transtornos transtornos anos. detenção em regime infratores, sendo os mais ao álcool, e sua vulnerabilidade é
psiquiátricos em mentais em fechado do estado prevalentes: transtorno de mais uma vez demonstrada neste
jovens infratores na adolescentes do Rio de Janeiro. déficit de atenção com estudo, que corrobora a literatura.
cidade do Rio de Os dados sugerem às autoridades
sob medida hiperatividade (33%), transtorno
Janeiro (RJ, em saúde pública que tanto a
socioeducativa da conduta (77%), transtorno
Brasil): estudo de detecção quanto o tratamento
. desafiador opositivo (50%), precoce de transtornos psiquiátricos
gênero e relação
com a gravidade transtornos de ansiedade na infância podem ajudar na
do delito. Ciência (70%), transtorno depressivo prevenção de atos infratores.
& Saúde (50%), abuso de drogas ilícitas Sugerem também que o tratamento
Coletiva, Porto (70%) e abuso de álcool (52%). em saúde mental dos jovens sob
Alegre, v. 16, n. O abuso de álcool aumentou custódia da lei deve ser parte
4, p. 2179-2188 em 2,4 vezes a chance de um fundamental da recuperação e da
2011. adolescente cometer delito ressocialização deles.
Qualitativo, violento.

Brasil
20
21

Foram utilizados 3 estudos que são homogêneos, pois todos foram realizados
no Brasil e os estudos analisaram adolescentes infratores que estavam cumprindo a
medida socioeducativa de liberdade assistida. Os tipos de estudo são heterogêneos,
pois são dois qualitativos e 1 estudo de caso, totalizando 96 alunos nos 3 estudos
analisados. Os instrumentos utilizados foram entrevistas semiestruturadas e 1
questionário da juventude brasileira.
Com base nos estudos é possível verificar que os adolescentes foram
influenciados com fatores que antecedem o ato infracional, como os fatores de risco
e proteção, tais como família, comunidade, grupo de amigos e as suas
representações sociais relacionadas a criminalidade, roubo, justiça, aprendizagem e
mudança que levam a sentimentos como revolta, tristeza e esperança. Além desses
fatores externos e psicossociais foi possível analisar a influência de transtornos
psiquiátricos que levariam esse adolescente a cometer o ato infracional, tais como
déficit de atenção com hiperatividade, transtorno da conduta, transtorno desafiador
opositivo, transtorno de ansiedade, transtorno depressivo e abuso de drogas ilícitas.

4. Discussão

O primeiro objetivo deste artigo consiste em analisar a influência do papel


familiar que colabora com o ato infracional do adolescente. De acordo com os
estudos aqui discutidos observa-se que existe uma relação com os conflitos
familiares, baixa coesão familiar, e essa falta de uma estrutura familiar tem uma
relevância no comportamento desse adolescente infrator. Segundo Meneghel,
Giugliani e Falceto (1998) as crianças e adolescentes que estão expostos ao
abandono, morte, doença dos pais, submetidos à intensa ansiedade gerada pelo
ambiente das ruas ou extrema dificuldade financeira no âmbito familiar, podem
apresentar conduta agressiva em suas relações familiares, escolares e sociais. Feijó
e Assis (2004) verificam que adolescentes infratores manifestam uma
vulnerabilidade na maioria de suas famílias que vivem em situação precária ou de
poder aquisitivo baixo.
O segundo objetivo seria identificar os fatores de proteção do adolescente
infrator que consiste em melhora dos atributos pessoais de autoestima e controle da
impulsividade; a presença de sistemas externos de apoio, como por exemplo, o
22

conselho tutelar, família, professores das escolas, fazenda terapêutica, madrinha,


comunidade e o vínculo estabelecido com a ONG em que os adolescentes cumprem
medida socioeducativa. Uma situação importante referente às políticas públicas é
que elas não são executadas apenas e somente pelo Estado, mas também por
organizações voluntárias, sem fins lucrativos e organizações não-governamentais,
pois entende-se que políticas públicas é um dever de toda uma sociedade
(FREITAS; RAMIRES, 2010).
O terceiro objetivo deste artigo propõe verificar a existência de transtorno
psicológico, resultando nos mais prevalentes como transtorno de déficit de atenção
com hiperatividade, transtorno da conduta, transtorno opositivo desafiador,
transtornos de ansiedade, transtorno depressivo, abuso de drogas ilícitas e abuso de
álcool. No Brasil, o álcool, o tabaco e a maconha são as drogas mais usadas pelos
adolescentes (SCHENKER; MINAYO, 2005).

5. Pontos fortes e limitações

Foram encontrados pontos fortes como revisão sistemática e amostras


representativas, que contribuíram na composição e no embasamento da pesquisa, o
que a tornou mais concreta, além de um baixo risco de viés, o que significa uma alta
qualidade nos artigos analisados. A limitação deste estudo seria de poucos estudos
em língua estrangeira encontrados, o que pode dificultar para desenvolver um
resultado e uma conclusão viável.

6. Conclusão

Os fatores que levam adolescentes a cometerem atos infracionais são


condições socioculturais, como por exemplo: viver em condições de pobreza, em
comunidades sem lazer, nível baixo de escolaridade, sem uma perspectiva futura de
trabalho, podendo associar-se ao envolvimento com colegas agressivos, que por sua
vez poderão levar à prática infracional, pais agressivos e negligentes e o uso de
substâncias como o álcool.
Analisado todo o contexto entende-se a necessidade de serem realizadas
mais pesquisas dentro desse campo vasto do adolescente autor de ato infracional,
23

observando a problemática em todos os âmbitos, tanto social, familiar e nas políticas


públicas do adolescente infrator, quanto nos ambientes clínicos com intervenções
eficazes e planejamento de sustentação dos comportamentos atípicos destes
adolescentes.

7. Abreviaturas

SCOPUS - Base Multidisciplinar da Elsevier


BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
ECA - Estatuto da criança e do adolescente
LA - Liberdade Assistida
ONG - Organização não governamental
K-SADS-PL - Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School Age
Children, Present and Lifetime
MEDLIN - Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica.

8. Declarações:

a. Aprovação ética e consentimento para participar: Não aplicável b.


Consentimento para publicação: Não aplicável
c. Disponibilidade de dados e material: Os conjuntos de dados gerados e/ou
analisados durante o estudo atual estão disponíveis no autor correspondente
mediante solicitação razoável.
d. Interesses competitivos: Os autores declaram que não têm interesses
concorrentes.
e. Financiamento: Esta revisão sistemática é financiada por recursos próprios
dos seus revisores.
f. Contribuições dos autores:
g. Reconhecimentos: Não aplicável
h. Informação dos autores (opcional): Não aplicável
24

9 Referências
ALVES, Gabriela. A construção da identidade do adolescente e a influência dos
rótulos na mesma. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) -
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, Santa Catarina, Brasil, 2008.
Disponível em: http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/GabrielaMacileAlves.pdf. Acesso em:
10 out. 2019.

ANDRADE, Renata Candido de et al. Prevalência de transtornos psiquiátricos em


jovens infratores na cidade do Rio de Janeiro (RJ, Brasil): estudo de gênero e
relação com a gravidade do delito. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n.
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BIASOLI-ALVES, Zélia Maria Mendes. Pesquisando e intervindo com famílias de


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livro, 2004.

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atendimento socioeducativo SINASE. BRASILIA: CONANDA, 2006. Disponível
em: http://www.conselhodacrianca.al.gov.br/saladeimprensa/publicacoes/sinas
e.pdf . Acesso em: 9 out. 2019.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e


do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em:
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nte_9ed.pdf. Acesso em: 24 out. 2019.

CARTER, Bety; MCGOLDRICK, Mônica. As mudanças no ciclo de vida da família:


uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre: editora Artmed, 2008.

CHAVES, Karine Belmont. O trabalho do/a psicólogo/a no sistema prisional: o


resgate das relações interpessoais no processo de reintegração social também por
meio de grupo. Brasília, 2016. Disponível em:
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COELHO, Bianca Izoton; ROSA, Edinete Maria. Ato infracional e medida


socioeducativa: representações de adolescentes em L.A. Psicol. Soc., Belo
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de psicólogos no âmbito das medidas socioeducativas em unidades de
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script=sci_abstract&pid=S1413-
294X2004000100017&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 03 nov. 2019.

FERREIRA, Márcia de Assunção et al. Saberes de adolescentes: estilo de vida e


cuidado à saúde. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 217- 224,
jun. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a02v16n2.pdf. Acesso
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.


São Paulo: editora paz e terra, 1996.

FREITAS, Oracilda; RAMIRES, Júlio Cesar. Jovens Infratores e Políticas


Públicas: Reflexões acerca do Centro Socioeducativo de Uberlândia, 2010.

LOPES, Kelen Cristina; DELFINO, Paula Campos; RODRIGUES, Thalita. O menor


infrator e a relação familiar. Redepsi, 2008. Disponivel em:
https://www.redepsi.com.br/2008/06/23/o-menor-infrator-e-a-rela-o-
familiar/#:~:text=Segundo%20a%20Lei%20n%C2%BA%208.069,pessoas%20depen
dentes%20de%20subst%C3%A2ncias%20entorpecentes. Acesso em: 09 out. 2019.

MENEGHEL, Stela Nazareth; GIUGLIANI, Elsa J.; FALCETO, Olga. Relações entre
violência doméstica e agressividade na adolescência. Caderno de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 327-335, abr. 1998. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0110.pdf. Acesso em: 03 nov. 2019.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a


violência faz mal à saúde. In: NJAINE, Kathie; ASSIS, Simone Gonçalves de;
CONSTANTINO, Patrícia. Impactos da Violência na Saúde [online]. Rio de Janeiro:
Editora FIOCRUZ, 2007. p. 21-42. Disponível em:
http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_mulher/capacitaca
o_rede%20/modulo_2/205631-conceitos_teorias_tipologias_violencia.pdf. Acesso
em: 10 out. 2019.

OLIVEIRA, Dalila Andrade. Regulação das políticas educacionais na América Latina


e suas conseqüências para os trabalhadores docentes. Educ. Soc., Campinas, v.
26, n. 92, p. 753-775, out. 2005. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a03.pdf. Acesso em: 03 nov. 2019.

PARANÁ. Instituto de Ação Social do Paraná. Cadernos do IASP: Gestão de


Centros de Socioeducação. Curitiba, 2006.

PRATTA, Elisângela Maria Machado; SANTOS, Manoel Antonio dos. Família e


adolescência: a influência do contexto familiar no desenvolvimento psicológico de
seus membros. Psicol. estud., Maringá, v. 12, n. 2, p. 256, 2007. Disponível em:
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a05.pdf. Acesso em: 03 nov.
2019.

SANTOS, Érika Piedade da Silva. (Des)construindo a 'menoridade': uma análise


crítica sobre o papel da Psicologia na produção da categoria "menor". In:
26

GONÇALVES, H. S.; BRANDÃO, E. P. (org.). Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de


Janeiro: NAU. (2004).

SARTORIO, Alexsandra. Adolescente em conflito com a lei: uma análise dos


discursos dos operadores jurídico sociais em processos judiciais. Dissertação
(Mestrado em Política Social) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitoria,
Espírito Santo, Brasil, 2007. p. 31. Disponível em:
http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_635_.pdf. Acesso em: 24 out. 2019.

SCHENKER, M.; CAVALCANTE, F. G. Violência, família e sociedade. In: NJAINE,


Kathie; ASSIS, Simone Gonçalves de; CONSTANTINO, Patrícia. Impactos da
Violência na Saúde [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2007. p. 57-77.

SOUZA, Sônia M. Adolescentes autores de atos infracionais: estudos


psicossociais. Goiânia: Editora PUC Goiás, 2013.

VARGAS, Fernanda de. Fatores de risco e fatores de proteção: um estudo de


caso com adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Monografia
(Especialização em Saúde Comunitária) - Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegra, Rio Grande do Sul, Brasil, 2012. Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/40122/000826808.pdf?sequence=1&isA
llowed=y. Acesso em: 20 dez. 2019.

ANEXOS
Anexo 1
Quadro S1. Itens do checklist a serem incluídos no relato de revisão
sistemática ou meta-análise

Seção/tópico N. Item do checklist Relatado na


página nº

TÍTULO
27

Título 1 Identifique o artigo como uma revisão sistemática, meta-análise, ou


ambos.
RESUMO

Resumo 2 Apresente um resumo estruturado incluindo, se aplicável: referencial


estruturado teórico; objetivos; fonte de dados; critérios de elegibilidade;
participantes e intervenções; avaliação do estudo e síntese dos
métodos; resultados; limitações; conclusões e implicações dos
achados principais; número de registro da revisão sistemática.
INTRODUÇÃO

Racional 3 Descreva a justificativa da revisão no contexto do que já é conhecido.


Objetivos 4 Apresente uma afirmação explícita sobre as questões abordadas com
referência a participantes, intervenções, comparações, resultados e
desenho de estudo (PICOS).
MÉTODOS

Protocolo e 5 Indique se existe um protocolo de revisão, se e onde pode ser


registo acessado (ex. endereço eletrônico), e, se disponível, forneça
informações sobre o registro da revisão, incluindo o número de
registro.
Critérios de 6 Especifique características do estudo (ex. PICOS, extensão do
elegibilidade seguimento) e características dos relatos (ex. anos considerados,
idioma, se é publicado) usadas como critérios de elegibilidade,
apresentando justificativa.
Fontes de 7 Descreva todas as fontes de informação na busca (ex. base de dados
informação com datas de cobertura, contato com autores para identificação de
estudos adicionais) e data da última busca.
Busca 8 Apresente a estratégia completa de busca eletrônica para pelo menos
uma base de dados, incluindo os limites utilizados, de forma que possa
ser repetida.
Seleção dos 9 Apresente o processo de seleção dos estudos (isto é, busca,
estudos elegibilidade, os incluídos na revisão sistemática, e, se aplicável, os
incluídos na metaanálise).
Processo de 1 Descreva o método de extração de dados dos artigos (ex. formas para
coleta de dados 0 piloto, independente, em duplicata) e todos os processos para
obtenção e confirmação de dados dos pesquisadores.
Lista dos dados 1 Liste e defina todas as variáveis obtidas dos dados (ex. PICOS, fontes
1 de financiamento) e quaisquer referências ou simplificações
realizadas.
Risco de viés 1 Descreva os métodos usados para avaliar o risco de viés em cada
em cada estudo 2 estudo (incluindo a especificação se foi feito durante o estudo ou no
nível de resultados), e como esta informação foi usada na análise de
dados.
28

Seção/tópico N. Item do checklist Relatado na


página nº

Medidas de 1 Defina as principais medidas de sumarização dos resultados (ex. risco


sumarização 3 relativo, diferença média).
Síntese dos 1 Descreva os métodos de análise dos dados e combinação de
resultados 4 resultados dos estudos, se realizados, incluindo medidas de
consistência (por exemplo, I2) para cada meta-análise.
Risco de viés 1 Especifique qualquer avaliação do risco de viés que possa influenciar a
entre estudos 5 evidência cumulativa (ex. viés de publicação, relato seletivo nos
estudos).
Análises 1 Descreva métodos de análise adicional (ex. análise de sensibilidade ou
adicionais 6 análise de subgrupos, metarregressão), se realizados, indicando quais
foram pré-especificados.
RESULTADOS

Seleção de 1 Apresente números dos estudos rastreados, avaliados para


estudos 7 elegibilidade e incluídos na revisão, razões para exclusão em cada
estágio, preferencialmente por meio de gráfico de fluxo.
Características 1 Para cada estudo, apresente características para extração dos dados
dos estudos 8 (ex. tamanho do estudo, PICOS, período de acompanhamento) e
apresente as citações.
Risco de viés 1 Apresente dados sobre o risco de viés em cada estudo e, se
em cada estudo 9 disponível, alguma avaliação em resultados (ver item 12).

Resultados de 2 Para todos os resultados considerados (benefícios ou riscos),


estudos 0 apresente para cada estudo: (a) sumário simples de dados para cada
individuais grupo de intervenção e (b) efeitos estimados e intervalos de
confiança, preferencialmente por meio de gráficos de floresta.
Síntese dos 2 Apresente resultados para cada meta-análise feita, incluindo
resultados 1 intervalos de confiança e medidas de consistência.
Risco de viés 2 Apresente resultados da avaliação de risco de viés entre os estudos
entre estudos 2 (ver item 15).
Análises 2 Apresente resultados de análises adicionais, se realizadas (ex. análise
adicionais 3 de sensibilidade ou subgrupos, metarregressão [ver item 16]).
DISCUSSÃO

Sumário da 2 Sumarize os resultados principais, incluindo a força de evidência para


evidência 4 cada resultado; considere sua relevância para grupos-chave (ex.
profissionais da saúde, usuários e formuladores de políticas).
Limitações 2 Discuta limitações no nível dos estudos e dos desfechos (ex. risco de
5 viés) e no nível da revisão (ex. obtenção incompleta de pesquisas
identificadas, viés de relato).
Conclusões 2 Apresente a interpretação geral dos resultados no contexto de outras
6 evidências e implicações para futuras pesquisas.
FINANCIAMENTO
29

Financiamento 2 Descreva fontes de financiamento para a revisão sistemática e outros


7 suportes (ex.: suprimento de dados), papel dos financiadores na
revisão sistemática.
30

Anexo 2
JBI Critical Appraisal Checklist for Qualitative Research

Reviewer Date

Author Year Record Number


Yes No Unclear Not
applicable
Is there congruity between the stated philosophical
□ □ □ □
perspective and the research methodology?
Is there congruity between the research methodology and
□ □ □ □
the research question or objectives?
Is there congruity between the research methodology and
□ □ □ □
the methods used to collect data?
Is there congruity between the research methodology and
□ □ □ □ the
representation and analysis of data?
Is there congruity between the research methodology and
□ □ □ □ the
interpretation of results?
Is there a statement locating the researcher culturally or
□ □ □ □
theoretically?
Is the influence of the researcher on the research, and vice-
□ □ □ □
versa, addressed?
Are participants, and their voices, adequately represented? □ □ □ □
Is the research ethical according to current criteria or, for
recent studies, and is there evidence of ethical approval by □ □ □ □ an
appropriate body?
Do the conclusions drawn in the research report flow from
□ □ □ □ the
analysis, or interpretation, of the data?
Overall appraisal: Include □ Exclude □ Seek further info □

Comments (Including reason for exclusion)


31

Anexo 3 Declaração de
revisão de texto

Goiânia, 05 de outubro de 2020.

DECLARAÇÃO DE REVISÃO DE TEXTO

Declaro, para os devidos fins, que revisei o artigo FATORES QUE LEVAM ADOLESCENTES A
COMETEREM ATOS INFRACIONAIS: UM ESTUDO DE REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA, das autoras Anny

Caroliny Ferrari Guilherme, Lucélia Pires do Prado Lavrinha e Maria Claudia Vieira,
com 26 páginas, a ser apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de
Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).

Por ser verdade, assino.

Juliana Batista Magalhães Rézio


CPF: 811.905.571-34
Revisora e Preparadora de Originais
32

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