Imposto de Renda – IR
Sua grande característica é possuir um ciclo, que começa dia 01 de janeiro e se encerra
dia 31 de dezembro, não sendo instantâneo seu fato gerador.
Como nos demonstra o Art.145,§1º da CF, o IR possui caráter pessoal, sendo estipulado
de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.
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Aquisição e disponibilidade econômica é a obtenção de usar, gozar e dispor de
dinheiro ou de coisa nele conversível.
Aquisição e disponibilidade jurídica é a obtenção de direitos de credito, não
sujeitos a condição suspensiva.
Produto do Capital: Rendimentos de alugueis, aplicações financeiras, juros,
lucros, participação nos lucros, bonificações e rendimentos de partes
beneficiarias.
Produto do Trabalho: Salários, honorários, retirados pró-labore e comissões.
Produto da Capital e Trabalho (combinação de ambos): Lucros (quotas) ou
dividendos (ações); salário.
Proventos: De aposentadorias e pensão.
Outros Proventos: Ganho de capital (Ex: venda de imóvel), acréscimos cujo a
origem não é identificada ou comprovada, ganhos ilícitos (salvo tóxicos),
prêmios de loterias, recompensas e doações.
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Montante Real: Consideram-se todos os ganhos e gastos para saber se
houve lucro ou prejuízo; Havendo prejuízo, não tem que pagar IR,pois este
incide sobre o lucro. Aqui trabalhamos com o Lucro Real; Quem pode usar
este tipo de base de calculo? Todos, porem é obrigatório para alguns:
Empresas que faturam mais de R$78.000.000,00 por ano, Bancos em gerais,
Empresas com Rendimentos (Lucros, rendimentos ou ganho de capital) no
exterior, Empresas que usufruam de benefícios fiscais (isenção ou redução
de impostos), Empresas que no ano-calendário tenham efetuado pagamento
mensal pelo regime de estimativa e Empresas que explorem as atividades de
securitização de creditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.
Montante Presumido: Contabiliza-se a receita bruta da empresa, ou seja,
contabilizam-se apenas as entradas, não os gastos, pois a lei presume que se
gasta determinado valor (Art.15 Lei 9.249/95): No caso de revenda de
combustível, a presunção é de que se ganha 1,6%, transporte 16%,
Transporte de Carga 8%, Prestador de Serviços 32% e geral 8% (Demais
hipóteses). Aqui trabalharemos com o Lucro Presumido, que será o montante
determinado pela soma das parcelas: Valor resultante da parcela dos
percentuais acima mencionados sobre a receita bruta.
o OBS I: Empresas possuem alíquota fixa de 15%. (Receita Bruta
(ganho) x Percentual = Base de Calculo, Aplica alíquota = Valor a
ser tributado).
o OBS II: Posto de Combustível que preste outros serviços como
borracharia. Neste caso deve-se provar a origem da parte referente a
revenda de combustível, caso contrario o fiscal pode arbitrar pelo
maior índice/percentual.
Montante Arbitrado: Ocorre quando a autoridade fiscal determina no caso
de o sujeito passivo não der as informações necessárias a Fazenda Publica ou
as fazer de maneira não merecedora de credibilidade. Aqui trabalharemos
com o Lucro Arbitrado, que possui duas fases: Na primeira fase ocorre a
troca de informações pelo sujeito passivo, e ate anos o sujeito ativo deve
homologar caso estiver correto. No caso de erro, o fiscal deve utilizar o
procedimento de lucro presumido, que será determinado mediante a
aplicação sobre a receita bruta, quando conhecida dos percentuais do Art.15
Lei 9.249/95, acrescido de 20%.
O ISSQN na realidade deveria ser ISS, pois não abrange serviços de qualquer natureza;
Temos três serviços tributados por ICMS (Competência Estadual): Serviço de
Comunicação, Serviço de Transporte Interestadual e Serviço de Transporte
Intermunicipal. Os serviços de qualquer natureza devem ser definidos em lei
complementar (Lei Complementar 116/03). A LC 116/03 nos traz uma lista com esses
serviços, portanto não são serviços de qualquer natureza. Essa lista é taxativa e se o
serviço não se encontrar lista nela, não pode ser tributado pelo ISSQN.
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Cada município tem que ter sua Lei Ordinária de ISSQN com uma lista de
serviços, que devem estar no rol taxativo da LC 116/03, não podendo o município
inovar, criando serviços que não estão na Lei Complementar. O Fato Gerador
A maioria dos serviços da lista envolvem mercadorias, ou seja, para se prestar o serviço,
usa-se alguma mercadoria/material. Como fica a tributação dessa material/mercadoria?
No caso de omissão legal, será tudo tributado pelo ISSQN (serviço + Mercadoria); já se
houver lei que diga que a mercadoria deve ser tributada por ICMS, assim deve ser feito
(Ex: 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que
ficam sujeitas ao ICMS), tributando a mercadoria por ICMS e somente o valor do
serviço por ISSQN.
OBS: O Decreto Lei 406/68 foi recepcionado como Lei Complementar e possui status
de tal.
Considerações Preliminares
Quando o fiscal da receita por algum motivo não homologar o lançamento, ele
ira autuar a infração ou notificar o lançamento; qualquer destes atos possuem presunção
de certeza (por ser baseado em lei), liquidez (sabe-se o principal, multa e juros) e
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exigibilidade (pode ser cobrado). Ocorrendo o auto de infração ou notificação do
lançamento (deve-se pagar ou impugnar em 30 dias), pode-se questionar tal ato de
maneira que pode suspender a sua exigibilidade. Suspensa a exigibilidade, o sujeito que
possui uma certidão de debito positiva, consegue retirar uma certidão de debito positiva
com efeitos de negativa, sendo que esta é emitida pelo ente credor; A certidão negativa
com efeitos de positiva deve ser emitida no prazo de até 10 dias da entrada do
requerimento na repartição. (parágrafo Único do Art.205 CTN)
I – moratória;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
Este inciso trata de leis, pois cada ente (União, Estados, DF e Municípios) possui
uma lei própria que trata do processo tributário administrativo; A lei da União que trata
desse assunto é o Decreto 70.235/72, que foi recepcionado pela Constituição de 88
como lei, e possui status de tal. Aqui basta protocolar a reclamação ou recurso no prazo
para suspender a exigibilidade do credito tributário.
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Recorre-se a esta hipótese se esgotado o prazo do item IV, ou se o advogado
tiver certeza da sua tese, pois aqui há honorários de sucumbência, enquanto que no
mandado de segurança não há.
Requisitos:
Fumus Boni Iuris, a fumaça do bom direito, Argumentos relevantes, tese boa.
Periculum in Mora, que é o risco, a urgência, o perigo de dano.
Apesar de não constar no CTN, deve-se obrigatoriamente para utilizar este item
impetrar Ação Anulatória de Lançamento Fiscal.
A medida cautelar pode ser incidental a ação anulatória de Lançamento fiscal, pedido a
suspensão da exigibilidade do credito tributário. Essa hipótese é utilizada quando não há
risco, impetrando a ação anulatória de Lançamento fiscal, e quando o risco surgir, pede-
se incidentalmente a medida cautelar.
VI – o parcelamento.
É concedido pelo ente credor, sendo um ato administrativo (da União, Estados,
DF e Municípios). Não pode ser requerido ao judiciário.
Um credito que estava suspenso pelo Art.151 CTN será extinto pelo Art.156 CTN.
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
Transação é acordo, mas o Direito Tributário não faz acordo por falta de
regulamentação legal.
IV - remissão;
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Hoje a Receita não faz mais remissão, deixando acumular juros (cuidado com a
prescrição). A Remissão engloba principal, multas e juros. Remissão = Perdoar.
ART. 175, I e 180 CTN: Anistia: Aqui paga-se o principal, mas não se paga
multa e juros; Ou seja, a anistia refere-se a penalidades. De acordo com a
maneira de pagamento (A vista, parcelado em 3 vezes ou mais) se tem o perdão
total ou parcial (Equitativamente). As penalidades perdoadas são as anteriores a
Lei.
Isenção Art.178 CTN: A isenção é sempre referente ao principal, e referente ao
futuro (lei de hoje que regula fato futuro). A isenção pode ser modificada por lei,
salvo se for por prazo determinado e em função de determinadas condições. Não
havendo prazo e condição, a isenção pode ser revogada ou modificada a
qualquer tempo. EX: em MG taxistas não pagam IPVA. No Art. 178 o legislador
fala de
V - a prescrição e a decadência;
A primeira condição para isso ocorrer é que haja interesse do Estado (União,
Estados, DF ou Município) pelo imóvel. Não basta o sujeito querer pagar o credito
tributário com um imóvel, para se pagar o credito tributário com um imóvel, o Estado
deve ter interesse por esse imóvel.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do
crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o
disposto nos artigos 144 e 149.
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OBS: Cuidado, o legislador não é bom com nomenclatura, e pode ser que se refira a
remissão ou isenção ou anistia apenas por anistia.
Prescrição e Decadência
Decadência Art’s 173 e 150 CTN: Ocorrido o fato gerador, deve se fazer o lançamento
para constituir o credito tributário (Auto de infração ou Notificação de lançamento). Se
o credito tributário não for constituído pela administração publica no prazo, ocorre a
decadência; Esse prazo é de 5 anos, definido por lei complementar, no caso o CTN. O
prazo decadencial de 5 anos conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia (devia) ter sido efetuado; ou seja, o termo inicial é o primeiro
dia do exercício financeiro subsequente ao que o lançamento poderia (devia) ter sido
efetuado; Ex: contribuinte não registra, não lança e não paga.
Ou Seja: Registrou, lançou e pagou = 5 anos do fato gerador; Não registrou, não lançou
e não pagou = 5 anos do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o
lançamento poderia (devia) ser efetuado.
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Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos,
contados da data da sua constituição definitiva.
Sumula 106 STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da
arguição de prescrição ou decadência.
Desta sumula podemos extrair que proposta a ação no prazo, não ocorre
prescrição ou decadência por falha do poder judiciário na citação.
OBS: Lei municipal não pode dispor sobre prescrição e decadência, pois compete a Lei
Complementar, no caso, o CTN.
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EX: Arquivamento do processo por mais de 5 anos. Endereço para citação incorreto que
não é ratificado.
Execução Fiscal
A única maneira que a Fazenda Publica tem para cobrar tributos é a execução
fiscal, que ocorre sempre via poder judiciário.
Segundo a Lei 6.830/80, quando se inscreve na divida ativa, suspende a prescrição por
180 dias, porem esta é uma lei ordinária, e segundo a Constituição Federal, prescrição e
decadência de tributos são regidas por lei complementar, no caso o CTN, ou seja, essa
norma não se aplica ao direito tributário, devendo aplicar normalmente o Art.174 do
CTN. Devemos nos atentar que na execução fiscal se pode cobrar dividas tributárias e
dividas não tributárias, não se tratando de dividas tributárias, a inscrição na divida ativa
suspende a prescrição por 180 dias.
Sumula 392 STJ: Tratando-se de erro formal ou material, a CDA pode ser substituída,
sendo vedada a alteração do sujeito passivo.
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Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser
ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.
A divida ativa goza de presunção de certeza e liquidez, mas essa presunção é relativa.
Responsabilidade Tributária
A responsabilidade é do sócio gerente, embora a fazenda irá entrar com execução contra
todos os sócios.
c) se a execução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio
consta da CDA, o ônus da prova também compete ao sócio, em face da presunção juris
tantum (Relativa) de liquidez e certeza da referida certidão.
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O que esta sumula nos traz é que a empresa ao fechar deve notificar os órgãos
competentes, para que o sócio gerente não seja responsabilizado na esfera tributária.
Não havendo notificação aos órgãos competentes, a execução será redirecionada ao
sócio gerente.
Isso é importante ao que tange ao redirecionamento da execução, que não pode ocorrer
a qualquer tempo; Deve respeitar o prazo de 5 anos da citação da pessoa jurídica.
Art. 8º LEF- O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida
com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou
garantir a execução...
O executado será citado para pagar ou dar garantia a execução em 5 dias. Como se
garante a execução?
Art. 9º LEF - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora
e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:
I - dinheiro;
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em
bolsa;
IV - imóveis;
V - navios e aeronaves;
VI - veículos;
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VII - móveis ou semoventes; e
Art. 10 LEF- Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata o
artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei
declare absolutamente impenhoráveis.
Aplicar o Art.10 da LEF é uma maneira de não ser necessário respeitar a ordem do
art.11, pois é um ato do oficial, não sendo preciso respeitar a ordem do art.11; Ou seja, a
perda do prazo de 5 dias para pagar ou dar garantia a execução é uma defesa/saída para
que a penhora não siga a ordem, do art.11.
I - do depósito;
§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa,
requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a
critério do juiz, até o dobro desse limite.
OBS: Reforço de penhora (primeira penhora ser insuficiente) não é marco temporal para
nada, o marco temporal para contagem de prazo para apresentação de embargos é a
primeira intimação. A intimação é pessoal e portanto deve constar expressamente o
prazo de 30 dias, que é da intimação, e não da juntada do mandado nos autos.
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Dentro da execução se alerta o juiz sobre irregularidades (nulidades) de matérias
conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. Como não há dilação
probatória, a exceção de pré-executividade carece de provas pré constituídas.
Art. 26 LEF - Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de Divida Ativa
for, a qualquer título, cancelada, a execução fiscal será extinta, sem qualquer ônus para
as partes (leia-se: sem sucumbência).
A Súmula 153 do STJ é matéria de defesa pra que haja possibilidade de condenação
em sucumbência, e respectivamente se receber os honorários sucumbênciais. Podemos
extrair da sumula que após oferecido os embargos, a desistência da execução pelo
exequente não o exime da sucumbência.
No caso de uma execução que não localize bens se suspende o processo por um ano
(arquiva), findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
Art. 40 LEF- O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não
correrá o prazo de prescrição.
Sumula 314 STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se
o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal
intercorrente.”.
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Art. 919 CPC. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
Segundo o STJ aplica-se o art.919 do CPC, mas para o professor Nelson não há
necessidade, pois já esta implícito na Lei de Execução Fiscal, tendo em vista o disposto
no Art.17 da respectiva lei, que diz que deve-se intimar a fazenda, mas não diz que
prossegue a execução.
Art. 18 LEF - Caso não sejam oferecidos os embargos, a Fazenda Pública manifestar-
se-á sobre a garantia da execução.
II - findo o leilão:
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