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Direito Tributário

Imposto de Renda – IR

Sua grande característica é possuir um ciclo, que começa dia 01 de janeiro e se encerra
dia 31 de dezembro, não sendo instantâneo seu fato gerador.

 Dispositivos Constitucionais: O imposto de renda pode ser cobrado tanto de


pessoa física quanto de pessoa jurídica (abrangência subjetiva), este é o chamado
Critério da Generalidade; Temos também o Critério da Universalidade, que
consiste em o Imposto de Renda incidir sobre todos os proventos e rendas
obtidos no Brasil e no exterior (abrangência objetiva); Por ultimo o Critério da
Progressividade, que significa que quanto maior a base de cálculo, maior a
alíquota; No caso de pessoa jurídica a alíquota é única, 15%, já para pessoa
física temos 4 alíquotas progressivas (Vide Tabela apostila).
o No caso de renda ou provento obtido no exterior, deve-se observar se há
acordo internacional Sobre Tributação entre o pais de origem das rendas
ou proventos e o Brasil. Caso haja acordo, no Brasil apenas se
completará o pagamento (Ex: R$100,00. Pais Estrangeiro,alíquota 20%,
Brasil, alíquota 27,5%. Aqui apenas completarão valor referente a 7,5%).
Caso não haja acordo, se paga o percentual do que entrar no Brasil em
sua totalidade (Ex: R$100,00. Pais Estrangeiro, alíquota 20%, após pago
restará R$80,00; No Brasil se tributara sobre os R$80,00), ainda que o
percentual estrangeiro seja maior q o Brasileiro.

Como nos demonstra o Art.145,§1º da CF, o IR possui caráter pessoal, sendo estipulado
de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.

Fato Gerador do Imposto de Renda:

Art. 43 CTN. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de


qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação


de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos


patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

É fato gerador do IR a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de rendas e


proventos de qualquer natureza; isso não engloba indenizações ou recomposições (Tudo
é tributado, menos verbas indenizatórias e pagamentos sobre férias e licença premio não
gozadas por necessidade de trabalho e por adesão ao programa de demissão voluntaria.
Sumulas125, 136 e 215 STJ).

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 Aquisição e disponibilidade econômica é a obtenção de usar, gozar e dispor de
dinheiro ou de coisa nele conversível.
 Aquisição e disponibilidade jurídica é a obtenção de direitos de credito, não
sujeitos a condição suspensiva.
 Produto do Capital: Rendimentos de alugueis, aplicações financeiras, juros,
lucros, participação nos lucros, bonificações e rendimentos de partes
beneficiarias.
 Produto do Trabalho: Salários, honorários, retirados pró-labore e comissões.
 Produto da Capital e Trabalho (combinação de ambos): Lucros (quotas) ou
dividendos (ações); salário.
 Proventos: De aposentadorias e pensão.
 Outros Proventos: Ganho de capital (Ex: venda de imóvel), acréscimos cujo a
origem não é identificada ou comprovada, ganhos ilícitos (salvo tóxicos),
prêmios de loterias, recompensas e doações.

Percepção Cumulativa de Valores: A percepção de valores cumulativos deve ser


considerada, para efeitos de fixação de alíquotas, presentes, individualmente, os
exercícios envolvidos, ou seja, o valor cumulativo deve ser dissolvido nos
respectivos exercícios envolvidos, sendo cobrado em regime de competência e não
de caixa.

Isenções: São isentos de IR verbas indenizatórias e pagamentos sobre férias e


licença premio não gozadas por necessidade de trabalho, e indenização por adesão
ao programa de demissão voluntaria. Também fica isento de IR o ganho auferido
por pessoa física residente no pais com a venda de imóvel residencial, desde que o
alienante em 180 dias da celebração do contrato aplique o produto na aquisição em
outro imóvel residencial localizado no Brasil, ou seja, brasileiro vender imóvel
residencial no Brasil e comprar outro no Brasil em 180 dias da celebração do
contrato. Se o novo imóvel tiver valor menor que o alienado, incidirá IR sobre a
diferença

 Art.42 Lei 9.430/96: Caracterizam-se também omissão de receita ou de


rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento
mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa
física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante
documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas
operações. Ou seja, qualquer dinheiro que entre na sua conta, caso você seja
in/timado e não comprovar a origem caracteriza omissão de receita.
o Não serão computados os depósitos de valor individual de pessoa
física igual ou inferior a R$12.000,00, desde que seu somatório
dentro do exercício não ultrapasse o valor de R$80.000,00.

Base de Calculo: Temos três tipos de base de calculo

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 Montante Real: Consideram-se todos os ganhos e gastos para saber se
houve lucro ou prejuízo; Havendo prejuízo, não tem que pagar IR,pois este
incide sobre o lucro. Aqui trabalhamos com o Lucro Real; Quem pode usar
este tipo de base de calculo? Todos, porem é obrigatório para alguns:
Empresas que faturam mais de R$78.000.000,00 por ano, Bancos em gerais,
Empresas com Rendimentos (Lucros, rendimentos ou ganho de capital) no
exterior, Empresas que usufruam de benefícios fiscais (isenção ou redução
de impostos), Empresas que no ano-calendário tenham efetuado pagamento
mensal pelo regime de estimativa e Empresas que explorem as atividades de
securitização de creditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.
 Montante Presumido: Contabiliza-se a receita bruta da empresa, ou seja,
contabilizam-se apenas as entradas, não os gastos, pois a lei presume que se
gasta determinado valor (Art.15 Lei 9.249/95): No caso de revenda de
combustível, a presunção é de que se ganha 1,6%, transporte 16%,
Transporte de Carga 8%, Prestador de Serviços 32% e geral 8% (Demais
hipóteses). Aqui trabalharemos com o Lucro Presumido, que será o montante
determinado pela soma das parcelas: Valor resultante da parcela dos
percentuais acima mencionados sobre a receita bruta.
o OBS I: Empresas possuem alíquota fixa de 15%. (Receita Bruta
(ganho) x Percentual = Base de Calculo, Aplica alíquota = Valor a
ser tributado).
o OBS II: Posto de Combustível que preste outros serviços como
borracharia. Neste caso deve-se provar a origem da parte referente a
revenda de combustível, caso contrario o fiscal pode arbitrar pelo
maior índice/percentual.
 Montante Arbitrado: Ocorre quando a autoridade fiscal determina no caso
de o sujeito passivo não der as informações necessárias a Fazenda Publica ou
as fazer de maneira não merecedora de credibilidade. Aqui trabalharemos
com o Lucro Arbitrado, que possui duas fases: Na primeira fase ocorre a
troca de informações pelo sujeito passivo, e ate anos o sujeito ativo deve
homologar caso estiver correto. No caso de erro, o fiscal deve utilizar o
procedimento de lucro presumido, que será determinado mediante a
aplicação sobre a receita bruta, quando conhecida dos percentuais do Art.15
Lei 9.249/95, acrescido de 20%.

Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza – ISSQN

O ISSQN na realidade deveria ser ISS, pois não abrange serviços de qualquer natureza;
Temos três serviços tributados por ICMS (Competência Estadual): Serviço de
Comunicação, Serviço de Transporte Interestadual e Serviço de Transporte
Intermunicipal. Os serviços de qualquer natureza devem ser definidos em lei
complementar (Lei Complementar 116/03). A LC 116/03 nos traz uma lista com esses
serviços, portanto não são serviços de qualquer natureza. Essa lista é taxativa e se o
serviço não se encontrar lista nela, não pode ser tributado pelo ISSQN.

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Cada município tem que ter sua Lei Ordinária de ISSQN com uma lista de
serviços, que devem estar no rol taxativo da LC 116/03, não podendo o município
inovar, criando serviços que não estão na Lei Complementar. O Fato Gerador

A maioria dos serviços da lista envolvem mercadorias, ou seja, para se prestar o serviço,
usa-se alguma mercadoria/material. Como fica a tributação dessa material/mercadoria?
No caso de omissão legal, será tudo tributado pelo ISSQN (serviço + Mercadoria); já se
houver lei que diga que a mercadoria deve ser tributada por ICMS, assim deve ser feito
(Ex: 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que
ficam sujeitas ao ICMS), tributando a mercadoria por ICMS e somente o valor do
serviço por ISSQN.

 OBS:Locação de bens moveis/equipamentos não há prestação serviço, apenas


cessão de objeto, e embora esteja na lista não pode ser tributado por ISSQN por
falta de obrigação de fazer coisa. Esse é o entendimento do STF.

Segundo entendimento do STJ o ISSQN pertence ao município em cujo território


ocorreu o fato gerador, ou seja, a prestação do serviço; Porem o Art.4 do Decreto Lei
406/68 considera o local da prestação de serviços o estabelecimento prestador (sede).
No meio desse conflito, para evitar transtornos, aconselha-se a abrir filial em localidade
diversa da sede, para que seja tributado na filial, pois a lei não faz distinção desta com
aquela. Hoje em dia, se o serviço prestado for de construção civil (obra), deve se tributar
na localidade da prestação do serviço, outros serviços serão tributados na sede, salvo
haver filial no local da prestação de serviços, mas isso ainda ira gerar conflito. Para
evitar transtornos, aconselha-se utilizar o Art.164 do CTN, fazendo uma consignação
em pagamento, ode se deposita o valor (se houver diferença de cidade para cidade, o
maior valor deve ser depositado), chama os dois municípios a lide e o judiciário decide
quem receberá o tributo. OBS: A tendência é o entendimento do STJ.

O Art.12-A e B do Decreto Lei 406/68 foram revogados pela Lei Complementar


116/03, mas o Art.9º não, devendo ser observado. O Art. 9º trata da base de calculo do
trabalhador pessoal (liberal), que é o preço do serviço. Em seu §1º, trata do trabalho
pessoal do próprio contribuinte, sendo tributado por valor fixo e anual; esse valor é
fixado pelo município. No §3º tratamos das sociedades de trabalhadores pessoais (Ex:
escritório de advocacia), nestes casos segue-se a forma do §1º, calculando o valor fixo e
anual em relação a cada profissional.

OBS: O Decreto Lei 406/68 foi recepcionado como Lei Complementar e possui status
de tal.

Suspensão do Credito Tributário

Considerações Preliminares

Quando o fiscal da receita por algum motivo não homologar o lançamento, ele
ira autuar a infração ou notificar o lançamento; qualquer destes atos possuem presunção
de certeza (por ser baseado em lei), liquidez (sabe-se o principal, multa e juros) e

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exigibilidade (pode ser cobrado). Ocorrendo o auto de infração ou notificação do
lançamento (deve-se pagar ou impugnar em 30 dias), pode-se questionar tal ato de
maneira que pode suspender a sua exigibilidade. Suspensa a exigibilidade, o sujeito que
possui uma certidão de debito positiva, consegue retirar uma certidão de debito positiva
com efeitos de negativa, sendo que esta é emitida pelo ente credor; A certidão negativa
com efeitos de positiva deve ser emitida no prazo de até 10 dias da entrada do
requerimento na repartição. (parágrafo Único do Art.205 CTN)

Suspensão do Credito Tributário: Art. 151 CTN. Suspendem a exigibilidade do


crédito tributário:

Os incisos I, III e VI são atos administrativos, enquanto que os incisos IV e V


são atos judiciais.

I – moratória;

É a dilação, a prorrogação do prazo para pagamento; Concedida pelo ente


credor, sendo um ato administrativo (da União, Estados, DF e Municípios). Não pode
ser requerido ao judiciário.

II - o depósito do seu montante integral.

O depósito deve ser integral, em dinheiro e atualizado, podendo ser um depósito


judicial ou administrativo, e deve ser acompanhado de defesa judicial ou administrativa,
pois o depósito suspende a exigibilidade, mas sem defesa é entendido como pagamento.

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;

Este inciso trata de leis, pois cada ente (União, Estados, DF e Municípios) possui
uma lei própria que trata do processo tributário administrativo; A lei da União que trata
desse assunto é o Decreto 70.235/72, que foi recepcionado pela Constituição de 88
como lei, e possui status de tal. Aqui basta protocolar a reclamação ou recurso no prazo
para suspender a exigibilidade do credito tributário.

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

Requisitos do Mandado de Segurança:

 Prazo de 120 dias (do ato impugnado) para ser impetrado;


 Não há dilação probatória, ou seja, as provas são produzidas previamente no ato,
não posteriormente, pois não há momento para produção de provas. A prova é
documental e deve ser pré-constituída.
 Fumus Boni Iuris, a fumaça do bom direito, Argumentos relevantes, tese boa.
 Periculum in Mora, que é o risco, a urgência, o perigo de dano.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação


judicial;

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Recorre-se a esta hipótese se esgotado o prazo do item IV, ou se o advogado
tiver certeza da sua tese, pois aqui há honorários de sucumbência, enquanto que no
mandado de segurança não há.

Requisitos:

 Fumus Boni Iuris, a fumaça do bom direito, Argumentos relevantes, tese boa.
 Periculum in Mora, que é o risco, a urgência, o perigo de dano.
 Apesar de não constar no CTN, deve-se obrigatoriamente para utilizar este item
impetrar Ação Anulatória de Lançamento Fiscal.

Deve-se propor medida cautelar preparatória da Ação Anulatória de Lançamento Fiscal,


pedido a suspensão da exigibilidade do credito tributário. Após a medida cautelar, se
tem 30 dias para impetrar a ação principal, sob pena de perda de eficácia da liminar.

A medida cautelar pode ser incidental a ação anulatória de Lançamento fiscal, pedido a
suspensão da exigibilidade do credito tributário. Essa hipótese é utilizada quando não há
risco, impetrando a ação anulatória de Lançamento fiscal, e quando o risco surgir, pede-
se incidentalmente a medida cautelar.

VI – o parcelamento.

É concedido pelo ente credor, sendo um ato administrativo (da União, Estados,
DF e Municípios). Não pode ser requerido ao judiciário.

Extinção do Credito Tributário

Temos Auto de Infração Ou Notificação de Lançamento – ART.156 CTN. Não há


Suspensão eterna, é sempre provisória; ou seja, o Art. 151 é sempre provisório.

Um credito que estava suspenso pelo Art.151 CTN será extinto pelo Art.156 CTN.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

Integral. No caso de parcelamento, ao pagar a ultima parcela extingue.

II - a compensação;

III - a transação;

Transação é acordo, mas o Direito Tributário não faz acordo por falta de
regulamentação legal.

IV - remissão;

Auto de Infração = Principal + Multa + Juros. Não compensa pra Receita


executar o valor, então a União extingue o credito pela Remissão, por meio de uma Lei.

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Hoje a Receita não faz mais remissão, deixando acumular juros (cuidado com a
prescrição). A Remissão engloba principal, multas e juros. Remissão = Perdoar.

 ART. 175, I e 180 CTN: Anistia: Aqui paga-se o principal, mas não se paga
multa e juros; Ou seja, a anistia refere-se a penalidades. De acordo com a
maneira de pagamento (A vista, parcelado em 3 vezes ou mais) se tem o perdão
total ou parcial (Equitativamente). As penalidades perdoadas são as anteriores a
Lei.
 Isenção Art.178 CTN: A isenção é sempre referente ao principal, e referente ao
futuro (lei de hoje que regula fato futuro). A isenção pode ser modificada por lei,
salvo se for por prazo determinado e em função de determinadas condições. Não
havendo prazo e condição, a isenção pode ser revogada ou modificada a
qualquer tempo. EX: em MG taxistas não pagam IPVA. No Art. 178 o legislador
fala de

V - a prescrição e a decadência;

VI - a conversão de depósito em renda;

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do


disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

Aplicável aos casos de Lançamento por Homologação. A homologação pode ser


expressa ou tacita.

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

No caso de duvida quanto a quem se pagar. Ex: ISSQN, prestação de serviço.

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita


administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

Ganhar a ação administrativa tributária.

X - a decisão judicial passada em julgado.

Ganhar mandado de segurança e ação anulatória de lançamento fiscal.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas


em lei.

A primeira condição para isso ocorrer é que haja interesse do Estado (União,
Estados, DF ou Município) pelo imóvel. Não basta o sujeito querer pagar o credito
tributário com um imóvel, para se pagar o credito tributário com um imóvel, o Estado
deve ter interesse por esse imóvel.

Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do
crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o
disposto nos artigos 144 e 149.

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OBS: Cuidado, o legislador não é bom com nomenclatura, e pode ser que se refira a
remissão ou isenção ou anistia apenas por anistia.

Prescrição e Decadência

Decadência Art’s 173 e 150 CTN: Ocorrido o fato gerador, deve se fazer o lançamento
para constituir o credito tributário (Auto de infração ou Notificação de lançamento). Se
o credito tributário não for constituído pela administração publica no prazo, ocorre a
decadência; Esse prazo é de 5 anos, definido por lei complementar, no caso o CTN. O
prazo decadencial de 5 anos conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia (devia) ter sido efetuado; ou seja, o termo inicial é o primeiro
dia do exercício financeiro subsequente ao que o lançamento poderia (devia) ter sido
efetuado; Ex: contribuinte não registra, não lança e não paga.

No caso de lançamento por homologação, e o contribuinte registrar, lança e pagar, se


espera a homologação em 5 anos. Neste caso, se aplica o Art.150 CTN. Os 5 anos serão
do fato gerador. Havendo erro, a fazendo tem 5 anos do fato gerador para lavrar auto de
infração e cobrar a diferença, não fazendo isso dentro do prazo, haverá homologação
tácita, pela decadência.

OBS: No caso de tributo mensal, se lança o respectivo mês no próximo, começando o


prazo de 5 anos (decadencial) do mês em que ocorreu o fato gerador; No caso de falta
de registro, lançamento e pagamento, se usa a regra do Art. 173, ou seja, conta-se os 5
anos do primeiro dia do exercício financeiro subsequente ao que o lançamento poderia
(devia) ser efetuado.

O prazo decadencial é sempre de 5 anos, independente de se utilizar o Art. 150 ou o Art.


173. O prazo de decadência é para se lavrar o auto de infração ou notificação de
lançamento.

Ou Seja: Registrou, lançou e pagou = 5 anos do fato gerador; Não registrou, não lançou
e não pagou = 5 anos do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o
lançamento poderia (devia) ser efetuado.

SÚMULA (Vigente) Nº 153 – Do extinto TFR: Constituído, no quinquênio, através de


auto de infração ou notificação de lançamento, o crédito tributário, não há falar em
decadência, fluindo, a partir daí, em princípio, o prazo prescricional, que, todavia, fica
em suspenso, até que sejam decididos os recursos administrativos.

 O prazo prescricional só começa a correr após a constituição do credito


tributário, antes disso, trata-se de decadência.
 Enquanto o credito tributário estiver suspenso não se fala em decadência, e após
o fim da suspensão começa a correr o prazo decadencial.

Prescrição: É a perda da possibilidade da Fazenda Publica entrar com o processo de


execução fiscal. Segundo o Art.174 CTN o prazo prescricional é de 5 anos da
constituição definitiva do credito tributário.

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Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos,
contados da data da sua constituição definitiva.

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em


reconhecimento do débito pelo devedor.

No caso de interrupção da prescrição, se começa a contar o prazo de 5 anos novamente.

Os incisos de I, II e III tratam de atos judiciais de iniciativa do Procurador da Fazenda,


enquanto que o inciso IV se trata de um ato extrajudicial de iniciativa do contribuinte.

A constituição definitiva do credito tributário ocorre quando não há suspensão ( ou seja,


quando não houver nenhum inciso do Art.151 CTN), contando do termino da suspensão
(Art.151 CTN).

Não havendo pagamento ou impugnação no respectivo prazo (30 dias do auto de


infração ou notificação de lançamento) ocorre a constituição definitiva do credito
tributário.

Súmula 436/STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal


constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

Ou seja, no caso de declaração (registro ou lançamento) do contribuinte que


reconheça o debito fiscal, constitui o credito tributário definitivamente, começando a
correr o prazo prescricional.

Sumula 106 STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da
arguição de prescrição ou decadência.

Desta sumula podemos extrair que proposta a ação no prazo, não ocorre
prescrição ou decadência por falha do poder judiciário na citação.

OBS: Decadência é um ato administrativo enquanto que prescrição é um ato judicial.

OBS: Lei municipal não pode dispor sobre prescrição e decadência, pois compete a Lei
Complementar, no caso, o CTN.

OBS: Inscrição em divida ativa não é marco para prazo nenhum.

Prescrição Intercorrente: Quanto os autos permanecerem paralisados por mais de 5


anos por inércia da Fazenda Publica. Esse prazo é contado do ultimo ato.

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EX: Arquivamento do processo por mais de 5 anos. Endereço para citação incorreto que
não é ratificado.

OBS: Sumula 248 TFR: O prazo da prescrição interrompido pela confissão e


parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia que o devedor deixa de cumprir o
acordo celebrado.

Execução Fiscal

A única maneira que a Fazenda Publica tem para cobrar tributos é a execução
fiscal, que ocorre sempre via poder judiciário.

A Fazenda Publica não deve fechar o empreendimento devedor; Deve inscrevê-


lo na divida ativa (CDA). Sumula 70,323 e 547 STF.

A execução fiscal para cobrança de divida ativa da União, Estados, DF e Municípios é


Regida pela Lei 6.830/80 e subsidiariamente pelo CPC.

Segundo a Lei 6.830/80, quando se inscreve na divida ativa, suspende a prescrição por
180 dias, porem esta é uma lei ordinária, e segundo a Constituição Federal, prescrição e
decadência de tributos são regidas por lei complementar, no caso o CTN, ou seja, essa
norma não se aplica ao direito tributário, devendo aplicar normalmente o Art.174 do
CTN. Devemos nos atentar que na execução fiscal se pode cobrar dividas tributárias e
dividas não tributárias, não se tratando de dividas tributárias, a inscrição na divida ativa
suspende a prescrição por 180 dias.

A divida ativa da União será inscrita pela Procuradoria Da Fazenda Nacional, A


divida ativa dos Estados será inscrita pela Procuradoria da Fazendo do respectivo
Estado, tratando de divida ativa do Município, esta será inscrita pela Procuradoria do
Município, se for divida ativa de autarquia, esta será inscrita pela procuradoria da
autarquia.

Antes do julgamento em primeira instancia, a certidão de divida ativa pode ser


corrigida (emendada ou substituída), no caso de falta de requisitos – Art. 203 CTN
(Requisitos Art. 202, §5º CTN).

Sumula 392 STJ: Tratando-se de erro formal ou material, a CDA pode ser substituída,
sendo vedada a alteração do sujeito passivo.

OBS: O juiz jamais reforma lançamento fiscal, isso compete à autoridade


administrativa.

Art. 3º LEF - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e


liquidez.

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Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser
ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.

A divida ativa goza de presunção de certeza e liquidez, mas essa presunção é relativa.

Responsabilidade Tributária

Art. 146 CF. Cabe à lei complementar:

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente


sobre:

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

A CF nos traz que a responsabilidade tributária é atribuída por meio de lei


complementar, diferente dos demais ramos do direito, onde isso ocorre por meio de lei
ordinária.

A Responsabilidade tributária de sócio esta no Art.135 do CTN.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos:

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

A responsabilidade é do sócio gerente, embora a fazenda irá entrar com execução contra
todos os sócios.

OBS: A seguinte decisão do STJ é bastante elucidativa, enumerando as três hipóteses


que podem ocorrer:

a) se a execução fiscal foi promovida apenas contra a pessoa jurídica e, posteriormente,


foi redirecionada contra sócio-gerente cujo nome não consta da Certidão de Dívida
Ativa, cabe ao Fisco comprovar que o sócio agiu com excesso de poderes ou infração de
lei, contrato social ou estatuto, nos termos do art. 135 do CTN;

b) se a execução fiscal foi promovida contra a pessoa jurídica e o sócio-gerente, cabe a


este (sócio gerente) o ônus probatório de demonstrar que não incorreu em nenhuma das
hipóteses previstas no mencionado art. 135;

c) se a execução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio
consta da CDA, o ônus da prova também compete ao sócio, em face da presunção juris
tantum (Relativa) de liquidez e certeza da referida certidão.

Sumula 435 STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

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O que esta sumula nos traz é que a empresa ao fechar deve notificar os órgãos
competentes, para que o sócio gerente não seja responsabilizado na esfera tributária.
Não havendo notificação aos órgãos competentes, a execução será redirecionada ao
sócio gerente.

OBS: Decorridos mais de 5 anos entre a citação da empresa e a citação pessoal do


sócio, impõe-se o reconhecimento da prescrição.

Isso é importante ao que tange ao redirecionamento da execução, que não pode ocorrer
a qualquer tempo; Deve respeitar o prazo de 5 anos da citação da pessoa jurídica.

Art. 8º LEF- O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida
com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou
garantir a execução...

O executado será citado para pagar ou dar garantia a execução em 5 dias. Como se
garante a execução?

Art. 9º LEF - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora
e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:

I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de


crédito, que assegure atualização monetária;

II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia

III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou

IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda


Pública. (Terceiro garante a execução de outro com seus próprios bens)

§ 1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à penhora


com o consentimento expresso do respectivo cônjuge.

Em relação a nomeação de bens a penhora, deve ser observado o Art.11.

Art. 11 LEF - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:

I - dinheiro;

II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em
bolsa;

III - pedras e metais preciosos;

IV - imóveis;

V - navios e aeronaves;

VI - veículos;

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VII - móveis ou semoventes; e

VIII - direitos e ações.

§ 1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento comercial


(faturamento), industrial ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em
construção.

Art. 10 LEF- Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata o
artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei
declare absolutamente impenhoráveis.

Aplicar o Art.10 da LEF é uma maneira de não ser necessário respeitar a ordem do
art.11, pois é um ato do oficial, não sendo preciso respeitar a ordem do art.11; Ou seja, a
perda do prazo de 5 dias para pagar ou dar garantia a execução é uma defesa/saída para
que a penhora não siga a ordem, do art.11.

A defesa irá ocorrer após a garantia por meio de embargos a execução.

Art. 16 LEF - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:

I - do depósito;

II - da juntada da prova da fiança bancária;

II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia;

III - da intimação da penhora.

§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.

§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa,
requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a
critério do juiz, até o dobro desse limite.

OBS: Reforço de penhora (primeira penhora ser insuficiente) não é marco temporal para
nada, o marco temporal para contagem de prazo para apresentação de embargos é a
primeira intimação. A intimação é pessoal e portanto deve constar expressamente o
prazo de 30 dias, que é da intimação, e não da juntada do mandado nos autos.

A insuficiência da penhora não impede a admissibilidade dos embargos segundo o


STJ,ou seja, a garantia não precisa ser total.

Sumula 393 STJ:

“A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às


matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.”

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Dentro da execução se alerta o juiz sobre irregularidades (nulidades) de matérias
conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. Como não há dilação
probatória, a exceção de pré-executividade carece de provas pré constituídas.

É uma matéria de defesa na execução, visando impedira penhora.

Embargos do executado e exceção de pré-executividade convivem harmonicamente no


sistema processual:

 O emprego de uma das vias não exclui a outra;

 Os dois institutos podem ser manejados concomitantemente;

 Apreciada a exceção, é possível o ajuizamento dos embargos;

 Ajuizados os embargos e, julgados no mérito, é possível, ainda, intentar a


exceção para arguição de razão omissa nos embargos;

 Extemporâneos (fora do prazo) os embargos, cabível a exceção de pré-


executividade.

Art. 26 LEF - Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de Divida Ativa
for, a qualquer título, cancelada, a execução fiscal será extinta, sem qualquer ônus para
as partes (leia-se: sem sucumbência).

A Súmula 153 do STJ é matéria de defesa pra que haja possibilidade de condenação
em sucumbência, e respectivamente se receber os honorários sucumbênciais. Podemos
extrair da sumula que após oferecido os embargos, a desistência da execução pelo
exequente não o exime da sucumbência.

Sumula 153 STJ: “A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos


embargos, não exime o exequente dos encargos da sucumbência”.

No caso de uma execução que não localize bens se suspende o processo por um ano
(arquiva), findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

Art. 40 LEF- O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não
correrá o prazo de prescrição.

§ 4º Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o


juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.

Ou seja, se do arquivamento tiver ocorrido a prescrição, o juiz pode reconhecer de


oficio após ouvir a fazenda publica.

Sumula 314 STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se
o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal
intercorrente.”.

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Art. 919 CPC. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.

§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos


embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde
que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.

Segundo o STJ aplica-se o art.919 do CPC, mas para o professor Nelson não há
necessidade, pois já esta implícito na Lei de Execução Fiscal, tendo em vista o disposto
no Art.17 da respectiva lei, que diz que deve-se intimar a fazenda, mas não diz que
prossegue a execução.

Art. 17 LEF - Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda, para


impugná-los no prazo de 30 (trinta) dias, designando, em seguida, audiência de
instrução e julgamento.

Parágrafo Único - Não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre matéria de


direito, ou, sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente documental, caso em
que o Juiz proferirá a sentença no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 18 LEF - Caso não sejam oferecidos os embargos, a Fazenda Pública manifestar-
se-á sobre a garantia da execução.

Art. 24 LEF - A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:

I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou se


rejeitados os embargos;

II - findo o leilão:

a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;

Art. 32 LEF - Os depósitos judiciais em dinheiro serão obrigatoriamente feitos:

§ 2º - Após o trânsito em julgado da decisão, o depósito, monetariamente atualizado,


será devolvido ao depositante ou entregue à Fazenda Pública, mediante ordem do Juízo
competente.

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