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COMUNICAÇÃO

E
EXPRESSÃO
Profª Ma. Tacia Rocha | Aula 07 de maio
de 2021.
VOLTANDO
AOS TEXTOS
01
e às diretrizes de leitura
DIRETRIZES DE LEITURA
1. Qual acontecimento discursivo que possibilitou o
aparecimento o aparecimento da discussão acerca da
discriminação do sotaque, do reginalismo, da
linguagem e dos costumes culturais?
ALGUNS ACONTECIMENTOS

1 2

REDES SOCIAIS IMIGRANTES EUROPEUS


Pessoas que antes não Como a noção de
tinham voz, passam a brasileiro é constituída a
trazer outras pautas a partir de uma visão
tona. 3 eurocêntrica
T
PANDEMIA
O tempo para a TV ficou
FICÇÃO
maior, mais pessoas de Os filmes constroem imagens
diferentes regiões do país e o imaginário de que o
puderam assistir e colocar Nordeste só tem aridez e
suas opiniões. pessoas sem instrução.
EXISTEM OUTROS ACONTECIMENTOS
QUE PERMITIRAM COLOCAR EM
QUESTIONAMENTO O DISCURSO
PRECONCEITO SOFRIDO PELA
PARAIBANA JULIETTE?
DIRETRIZES DE LEITURA
1. Qual acontecimento discursivo que possibilitou o
aparecimento o aparecimento da discussão acerca da
discriminação do sotaque, do reginalismo, da
linguagem e dos costumes culturais?
2. Quais condições sociais, políticas, econômicas e
culturais, circunscritas à historicidade deste vídeo da
Juliette?
DIRETRIZES DE LEITURA
3. Qual “verdade” é estabelecida no vídeo em que
Juliette diz estar sofrendo discriminação? E o vídeo da
Karol Conka em que ela se diz curitibana, qual é a
“verdade” que constitui o seu discurso?
4. Quem é a Juliette (seu lugar de fala)? E a Karol Conka?
QUAIS SÃO OS MODOS DE
DISCRIMINAÇÃO DO FALAR DE
JULIETTE?
“Eu sou uma pessoa estudada e tal, mas onde eu
chego as pessoas me tratam como analfabeta. Me
tratam como matuta, como burra. É sim! Em muitos
lugares porque eu frequento lugares da alta
sociedade. Em São Paulo, Rio, Brasília, esses lugares
as pessoas que no Nordeste é mato, seca, jumento e
analfabeto…
E a nossa cultura é rica. A nossa cultura é linda…
Eu tenho amigos de São Paulo que tentam me
trolar… até hoje, pessoas estudadas, mestrado e
doutorado, fazem piada com coisas arcaicas. …
Tentam me chamar de paraíba” (FREIRE, 2021).
“Eu sou uma pessoa estudada e tal, mas onde eu
chego as pessoas me tratam como analfabeta. Me
tratam como matuta, como burra. É sim! Em muitos
lugares, porque eu frequento lugares da alta
sociedade: em São Paulo, Rio, Brasília, esses lugares
as pessoas que no Nordeste é mato, seca, jumento e
analfabeto…
E a nossa cultura é rica. A nossa cultura é linda…
Eu tenho amigos de São Paulo que tentam me
trolar… até hoje, pessoas estudadas, mestrado e
doutorado, fazem piada com coisas arcaicas. …
Tentam me chamar de paraíba” (FREIRE, 2021).
“Porque lá na terra dessa pessoa é normal falar
assim. Eu: ‘ah tá… eu sou de Curitiba, entendeu?’. É
uma cidade muito reservadinha… tudo por mais que
eu sou artista e rodo o mundo, eu tenho os meus
costumes. Eu tenho educação” (CONKA, 2021).
“Porque lá na terra dessa pessoa é normal falar
assim. Eu: ‘ah tá… eu sou de Curitiba, entendeu?’. É
uma cidade muito reservadinha… tudo por mais que
eu sou artista e rodo o mundo, eu tenho os meus
costumes. Eu tenho educação” (CONKA, 2021).
OUTROS
TEXTOS
02
no discurso do regionalismo nordestino
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Preconceito linguístico pode ser explicado como qualquer
tipo de atitude que leve uma pessoa a discriminar a
outra por conta do modo como ela fala. A camada de
pessoas mais letradas da sociedade espera que as outras
falem de determinada forma que coincide com a dela. Se a
pessoa não usa aquele vocabulário ou tem outra
pronúncia, ela é taxada como errada.
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Bagno diz que se trata de um preconceito social. O Brasil é
marcado por uma hierarquização social muito forte, na
qual determina que deterninadas categorias sofram
grande discriminação: mulheres, pobres, negros,
homossexuais. As elites que estão no topo da hierarquia,
econômicas e culturais, querem manter esse status
privilegiado construindo um distanciamento.
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
A linguagem é uma das formas, constituindo como um
arame farpado que afasta do centro quem não faz parte
daquele grupo. Ou seja, preconceito linguístico é mais
uma forma de discriminação e exclusão social, bastante
naturalizado. Você já viu movimentos contra a
discriminação pela linguagem?
PRECONCEITO É DIFERENTE DE
DISCRIMINAÇÃO
Preconceito é uma atitude subjetiva: olhar para uma
pessoa e ver o que não gosta, mas guardar para si. Já a
discriminação é colocar em prática os pré julgamentos,
uma ação efetiva.
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
O preconceito lingüístico está ligado, em boa medida, à
confusão que foi criada, no curso da história, entre língua
e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é
desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um
bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um
mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é
a língua.
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do
tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever
apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma
culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos,
mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não
pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da
língua — afinal, a ponta do iceberg que emerge representa
apenas um quinto do seu volume total.
POR QUE EXISTE VARIANTE LINGUÍSTICA?
"As línguas têm formas variáveis porque as sociedades são
divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos,
os que habitam uma região ou outra, os que têm esta ou
aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social
e assim por diante. O uso de determinada variedade
linguística serve para marcar a inclusão em um desses
grupos, dá uma identidade para seus membros" (SAVIOLI;
FIORIN, 2006, p. 110-111).
FORMAS DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
As formas mais perceptíveis da variação linguística são a
pronúncia e o vocabulário. Há também outros exemplos
no nível dos sons, no nível da morfologia, no nível da
sintaxe e no nível do léxico. As variações de uma região
para outra são chamadas variantes diatrópicas. As
variações de um grupo social para outro são as variantes
diastráticas. As variações de uma situação de comunicação
para outra são denominadas variantes diafásicas.
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Muitas pessoas poderiam dizer que na escrita pode-se
tolerar variações léxicas. No entanto, na escrita substitui-se
o conceito de erro pelo de adequação. "Na escrita,
usam-se as variedades não aleatoriamente, mas no
processo de criação das personagens.
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Por isso, a variante linguística utilizada tem que ser
adequada à identidade da personagem e à situação de
comunicação. Como cada variante cria um dado efeito de
sentido, cada uma delas é adequada a um lugar, um
tempo, uma situação de interlocução e um grupo social"
(SAVIOLI; FIORIN, 2006, p. 116).
PRECONCEITO
LINGUÍSTICO, QUAL A SUA
HISTÓRIA?
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
No Brasil, a questão do preconceito lingüístico é
manifestada em vários contextos. A crença na
superioridade de determinados comportamentos
lingüísticos face aos demais está na origem da própria
sociedade brasileira e sua híbrida formação étnico-cultural;
está nas profundas distinções socioeconômicas que nos
caracterizam; está na diversidade geográfica nacional, com
suas cores locais e dialetos;
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
está na presença de estrangeirismos, como marcas da
globalização, enfim, está por toda parte.
A história do preconceito lingüístico no Brasil remonta e
coincide com a implantação da língua portuguesa em solo
nacional, de forma cabal e definitiva, a partir de 1758, com
a Lei do Diretório dos Índios. A partir dessa medida,
Portugal expulsa os jesuítas do país, praticamente silencia
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
a língua geral, ou tupi da Costa, a língua veicular de índios,
brancos e negros até então, e impõe efetivamente o
português. Nesse processo, há registros de lutas e
chacinas, que não fazem parte das páginas da história
oficial do país.
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Essa trajetória de imposição lingüística assume requintes
igualmente cruéis no século XX, mais especificamente
entre 1941 e 1945, durante o Estado Novo de Getúlio
Vargas. Registram-se nesses anos, segundo Oliveira (2000),
o fechamento de gráficas, a ocupação de escolas
comunitárias, além de perseguições e torturas. O governo
Vargas, em nome do purismo e da homogeneização
ESCRITA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
lingüística, empreende ferrenha perseguição aos usos das
comunidades de imigração estrangeira, notadamente na
região Sul do país. Assim, a população de origem européia,
sobretudo alemães, italianos e seus descendentes, estava
proibida, por força de lei, de se expressar, em qualquer
lugar, hora e condição, por outra língua que não fosse a
portuguesa.
É PRECONCEITO
LINGUÍSTICO OU NÃO?
TAREFA
Assistir ao vídeo do Marcos Bagno e ler o livro “Preconceito linguístico” -
passarei a parte que é para ser lida
O PERCURSO DE LEITURA>>>

1º 2º 3º 4º

IRRUPÇÃO HISTORICIDADE VERDADE SUJEITO


Partimos do pressuposto Examinamos os fatos e a Qual é a verdade
que o texto parte de uma historicidade, puxando instaurada no Quem fala, de
vontade de verdade, outras construções de discurso dos onde fala e sobre
situada num período discursos em outras sujeitos que o que fala?
histórico e tentamos materialidades: música, falam?
estabelecer um ponto de filme, símbolos de
partida para o surgimento cultura, etc.
dessa verdade.
DIRETRIZES DE LEITURA
Vamos ser mais específicos/as?
1º passo
a) Quais as condições de produção desse texto?
b) Onde o texto foi publicado?
c) Quem escreveu/falou o texto?
d) Quando o texto foi publicado?
e) Qual o gênero textual?
f) Qual interlocutor/público-alvo provável leitor/a?
DIRETRIZES DE LEITURA
2º passo
a) Como é o gesto de escrita do autor?
b) No trabalho de interpretação precisamos ser
observadores, desconfiados, detalhistas!
c) O título já diz alguma coisa? Já há um
encaminhamento, um recorte, uma polêmica escrita
nele?
d) Como você organiza esse texto com base no
movimento do autor?
DIRETRIZES DE LEITURA
e) Você consegue identificar a descrição de um problema
no começo do texto?
f) Há relações de causa e consequência?
g) Elas são explícitas ou implícitas?
h) Há exemplificação?
i) Ele adjetiva? Ele é positivo em relação a quê? Ele é
negativo em relação a quê?
j) Ele faz comparações?
DIRETRIZES DE LEITURA
k) Ele recorre a dados estatísticos, pesquisas?
l) Há marcadores para gesto de escrita que você
identificou?
3º passo
a) Quais as possibilidades de sentido desse texto?

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