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APOSTILA DE IED - COMPLETA

CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS

Professor: Pós-graduado - Luiz Carlos Arpini

Aos Meus Queridos e Amados Discentes, uma retrospectiva da matéria para gravar melhor,
bom Estudo.

Estas respostas foram retiradas do livro de Miguel Reale. Noções preliminares de Direito

Resumo da matéria Introdução ao estudo do Direito.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

1 – Defina “Direito”.
Conjunto de regras obrigatórias que garantem a convivência social graças ao estabelecimento
de limites à ação de cada um dos seus membros.

2 – Qual a etimologia da palavra Lei?

Lei refere-se à ligação, laço, relação, o que se completa com o sentido nuclear “jus”, que
invoca idéia de jungir, unir, ordenar, coordenar.

3 – Correlacione Direito como fato social e Direito como ciência.

O Direito é um fato ou fenômeno social porque quando há relações intersubjetivas (relações


que envolvem dois ou mais sujeitos), existe uma sociedade. Não é concebível admitir que
exista sociedade sem um mínimo de ordem, de direção, de solidariedade e garantia jurídica.

À medida que a conscientização da civilização evoluiu, no sentido de que as regras jurídicas


adquirissem estrutura e valor próprios, a humanidade passou a considerar o Direito como algo
merecedor de estudos autônomos. Podendo-se dizer que a conscientização do Direito é a
semente da ciência do Direito.

4 – De uma forma objetiva, como se divide o Direito?

Direito Privado (predomínio do interesse particular) e Direito Público (predomínio do


interesse público).

5 – Caracterize a unidade e a multiplicidade do Direito.

Como primeira finalidade, o direito procura oferecer uma visão unitária e panorâmica dos
diversos campos em que se desdobra à conduta humana. A unidade do Direito pode ser
caracterizada pela função deste ser um “manto protetor” de organização e de direção dos
comportamentos sociais. Para que essa garantia seja possível é que existem as regras, as
normas de direito como salvaguarda e amparo da convivência social. A multiplicidade do
Direito fica evidenciada nas tantas espécies de normas e regras jurídicas quantos são os
possíveis comportamentos de atitudes humanas.

6 – O Direito possui linguagem própria?


Onde quer que exista uma ciência, existe uma linguagem correspondente. No Direito, algumas
expressões correntes, de uso comum do povo, adquirem, no mundo jurídico, um sentido
técnico especial, por exemplo: a palavra “competência” – adjetivo: competente, juridicamente
é a “medida ou a extensão da jurisdição”.

7 – Qual a natureza da Introdução ao Estudo do Direito?

A introdução ao Estudo do Direito é um sistema de conhecimentos, recebidos de múltiplas


fontes de informação, destinado a oferecer os elementos essenciais ao estudo do Direito, em
termos de linguagem e de método, com uma visão preliminar das partes que o compõem e de
sua complementariedade, bem como de sua situação na história da cultura.

8 – Estabeleça a relação entre Sociedade e Direito.

O ser humano é gregário por natureza, não só pelo instinto sociável, mas também por força da
sua inteligência, que lhe demonstra que é melhor viver em sociedade para atingir seus
objetivos. Com isso, é levado a formar grupos sociais, família, escola, etc. Como conseqüência,
surgem relações de coordenação, subordinação, integração e delimitação, relações essas que
não se dão sem o aparecimento de normas de organização de conduta social.

SOCIEDADE → NORMAS → EQUILÍBRIO SOCIAL

O Direito e a Sociedade são entidades congênitas (geradas ao mesmo tempo) e que se


pressupõem. O Direito não tem existência em si próprio. O Direito existe na sociedade e sua
causa material está nas relações de vida. O Direito não representa somente um instrumento
de disciplinamento social. A sua missão não é apenas a de garantir a segurança do homem,
mas também de promover o bem comum que implica justiça, segurança, bem estar e
progresso.

9 – De que forma o Direito pretende obter o equilíbrio social?

Mediante normas, impedindo a desordem e os delitos, procurando proteger a saúde e a moral


pública, resguardando os direitos e a liberdade das pessoas.

10 – Faça um breve comentário sobre a conhecida imagem da justiça.


A venda nos olhos caracteriza a imparcialidade (a justiça é cega). Numa das mãos a justiça
sustenta a balança em que pesa o direito e na outra a espada de que serve para defender. A
espada sem a balança é a força brutal, a balança sem a espada é a impotência do Direito.

11 – Diferencie mundo natural e mundo cultural.

Mundo Natural é o mundo da natureza. É constituído pelos reinos animal, vegetal e mineral. O
homem forma com os demais seres uma só unidade, no entanto, o fato do homem ser dotado
de qualidades biopsíquicas o faz dominador da natureza. Já o Mundo Cultural caracteriza-se
pelo fruto da inteligência e do trabalho do homem (produção de bens para suprir
necessidades).

12 – Cite características que estabelecem o homem como animal gregário.

- Dotado de sentimento e razão.

- Precisa se relacionar.

- Permuta experiências.

- Produz bem para si e para outrem.

- Está vinculado a dois mundos (natural e cultural).

13 – Caracterize Ordenamento Social.

Em função do desenvolvimento cultural do homem, surgiram os primeiros problemas


resultantes da divergência de interesses por um mesmo bem. Surge então, a necessidade de
normas a serem obedecidas por todos, enquadrando o indivíduo no quadro social a que
pertence.

Quando a conduta coletiva segue uma mesma diretriz traçada, atinge-se um perfeito
ordenamento social. Contudo, numa coletividade nem sempre isso acontece. Praticando o
anti-social. O ordenamento social exerce através de normas um amplo e sistemático controle
social.

14 – Estabeleça uma relação entre conduta e norma.

Conduta e Norma realizam o “dever ser”. A norma estabelece a conduta. Podemos considerar
como conduta o procedimento moral, que pode ser bom ou mau comportamento e norma
como sendo regra, modelo, forma ou tudo que se estabelece em lei ou regulamento para
servir de pauta ou padrão na maneira de agir.

15 – Quais as formas de controle de conduta? Diferencie-as.

As Normas Técnicas e as Normas Éticas. As Normas Técnicas determinam o modo pelo qual
tem de ser feita às coisas para atingir um resultado perfeito, visando à obtenção de melhores
condições de segurança e de conforto. Estão vinculadas à engenharia, medicina, economia,
educação, etc. e indicam como executar um objetivo pretendido. Estas normas são
estabelecidas pela ABNT (associação brasileira de normas técnicas). As Normas Éticas são
reguladoras do inter-relacionamento humano que estabelecem deveres, obrigações para
garantirem direitos. São normas éticas as normas de religião, moral e direito.

16 – Dê um exemplo prático de normas técnicas e normas éticas.

A utilização de explosivos, por exemplo, pode ser para eliminar obstáculos e propiciar a
construção de estradas, mas, também podem ser utilizados para fins criminosos. Neste caso,
as normas técnicas estabeleceram como lidar com os explosivos para obter o resultado
desejável e as normas éticas indicarão quais os fins lícitos e justos que admitem a utilização
dos explosivos, bem como indicarão quais os fins ilícitos e injustos que tornam punível a sua
utilização.

17 – Correlacione Direito como Norma, Direito como Ciência e Direito como Ideal de Justiça.

Direito como Norma é o conjunto de regras jurídicas (código civil, código penal, CLT, etc.).
Entende-se como ciência o saber que se adquire através do conhecimento e Direito como
Ciência como sendo a ciência jurídica estudando o conhecimento. Já o Direito como Ideal de
Justiça é a teoria crítica dos conceitos de valores, sobretudo, morais e éticos.

18 – Caracterize Direito como Faculdade.

É a capacidade de exigir o seu direito, podendo “abrir mão” dele (“facultas agendi” – direito
subjetivo). A “norma agendi” (direito positivo) assegura a “facultas agendi” (direito subjetivo).
19 – Conceitue Direito Subjetivo e Direito Positivo.

Entende-se por Direito Subjetivo o poder de ação assegurada legalmente para defesa e
proteção de toda e qualquer espécie de bens materiais ou imateriais, do qual decorre a
faculdade de exigir a prestação ou abstenção dos atos, ou o cumprimento da obrigação, a que
outrem esteja sujeito. Direito Positivo é o conjunto de regras jurídicas que se impõe às pessoas
sob a coação ou sanção da força pública em qualquer dos aspectos que se manifeste.

20 – Caracterize Direito como Fenômeno Social.

Estudo objetivo das relações sociais (pessoas) em uma determinada sociedade. Ex.: o Direito
Contemporâneo é totalmente diferente do Direito Imperial.

21 – Especifique a Teoria Tridimensional do Direito.

- Aspecto Normativo – O Direito como ordenamento e sua respectiva ciência.

- Aspecto Fático – O Direito como fato.

- Aspecto Axiológico – O Direito como valor de justiça.

O Direito se caracteriza por sua estrutura tridimensional na qual fatos e valores dialetizam, ou
seja, obedecem a um processo dinâmico.

NORMA ↔ VALOR ↔ FATO

22 – Faça um comentário sobre a existência, validade e eficácia da norma.

- Existência: a lei passa a existir (“nasce”) com a sanção (“regra”).

- Validade: indica relação de correspondência entre a constituição e os atos que encontram


seu fundamento de validade na mesma.

- Eficácia: a) jurídica – aptidão para incidir nos casos concretos, potencialmente, pode ser
aplicada regularmente. b) social – indica se a norma é ou não efetivamente utilizada pela
sociedade.

23 – Diferencie Direito Natural e Direito Positivo.


Direito Natural é aquele que fixa regras de validade universal, não consubstanciadas em
regras impostas ao indivíduo pelo Estado. Ele se impõe a todos os povos pela própria força dos
princípios supremos dos quais resulta, constituído pela própria natureza e não pela criação dos
homens. Ex.: direito de reproduzir, direito de viver.

Direito Positivo é o conjunto de regras estabelecidas pelo poder político em vigor num
determinado país e em uma determinada época. Objetivamente estabelecido é encontrado
em leis, códigos, decretos, etc.

É importante destacar que para alguns autores, a existência do Direito Natural é um


complemento do Direito Positivo, ambos constituem uma só unidade para integração Direito
vigente.

24 – Estabeleça um quadro comparativo entre as características do Direito Natural e do


Direito Positivo.

Direito Natural

Direito Positivo

- Inerente à natureza

- Não escrito

- Não formulado pelo Estado

- Direito espontâneo

- Atua além das normas jurídicas

- Independe da vontade humana

- Institucionalizado pelo Estado

- Pode ser escrito ou não

- Abrange, além do Direito vigente e legislado, o Direito histórico e costumeiro.

- É ordem jurídica obrigatória em determinado tempo e espaço.


25 – Caracterize a teoria jus naturalista do Estoicismo.

Teoria inerente à antiguidade caracterizada pela consideração do problema moral,


constituindo a ataraxia (serenidade). Nela está inserida a divisão tricotômica do Direito: a) jus
civile (direito civil) – Direito privativo dos Romanos; b) jus gentium (direito das gentes) –
extensivo aos estrangeiros; c) jus naturale (direito natural) – princípios norteadores colocados
acima do arbítrio do homem.

26 – Caracterize a teoria jus naturalista do Teolismo.

Sob a influência da Igreja católica durante toda a Idade Média, prevaleceu a idéia de que os
princípios componentes do Direito Natural decorreriam da inteligência e da vontade divina, ou
seja, tais princípios eram atribuídos a Deus (lei eterna).

27 – Caracterize a teoria jusnaturalista do Racionalismo.

De origem contemporânea, admite que o Direito Natural não decorra da vontade divina, mas
sim da razão humana. Estabelece a relação Direito x Moral. Por Direito entende-se o conjunto
de regras jurídicas que disciplinam as relações humanas na sociedade. Encara o
comportamento humano sob o ponto de vista externo de o seu agir. Por Moral entende-se o
conjunto de regras de condutas consideradas como válidas, quer de modo absoluto para
qualquer tempo ou lugar. Visa o comportamento humano sob o ponto de vista interno de o
seu atuar.

Comando Maior

Os princípios são, dentre as formulações deônticas de todo sistema jurídico, os mais


importantes a serem considerados não só pelo aplicador do Direito, mas por todos aqueles
que, de alguma forma, ao sistema jurídico se dirigiram. Assim, estudantes, professores,
cientistas, operadores do Direito – advogados, juízes, promotores públicos etc. - , todos têm
que, em primeiro lugar, levar em consideração os princípios norteadores das demais normas
jurídicas existentes.

Nos sistemas jurídicos em geral e no sistema jurídico brasileiro em particular, os


princípios jurídicos fundamentais são aqueles instituídos no sistema constitucional, isto é, os
firmados no texto da Constituição Federal. São os princípios constitucionais os mais
importantes do arcabouço jurídico nacional.

Os princípios Constitucionais

São os pontos mais importantes do sistema normativo, pois, dão estrutura e coesão ao
edifício jurídico. Assim, devem ser estritamente obedecidos, sob pena de todo o ordenamento
jurídico se corromper, porque violar um princípio é muito mais grava que transgredir uma
norma qualquer.

Princípios são regras-mestras dentro do sistema positivo, cabendo ao intérprete buscar


identificar as estruturas básicas, os fundamentos, os alicerces do sistema em análise: Os
princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem
jurídica.

Soberania

A soberania de um Estado implica a sua autodeterminação com independência


territorial, de tal modo que pode, por isso, pôr e impor normas jurídicas na órbita interna e
relacionar-se com os demais Estados do planeta na ordem internacional.

Dignidade da pessoa humana

É ela, a dignidade, o último arcabouço da guarida dos direitos individuais e o primeiro


fundamento de todo o sistema constitucional. A isonomia, essencial também, servirá para
gerar equilíbrio real visando concretizar o direito à dignidade. Mas antes há que se levar em
consideração o sentido da dignidade.

Os Princípios legais

São os aspectos mais importantes da lei posta, especialmente quando ela instaura um
subsistema normativo próprio dentro do grande sistema constitucional, como ocorre, por
exemplo, com o subsistema do Código de Processo Civil ou do Código de Defesa do
Consumidor.

Tais princípios, uma vez inseridos no subsistema normativo, funcionam como


verdadeiras vigas-mestras, alicerces sobre os quais as demais regras da lei se devem assentar.
Eles dão estrutura e coesão ao subsistema legal, influindo diretamente no conteúdo de cada
uma das demais normas estatuídas.

As Normas Jurídicas

A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos – e das


pessoas jurídicas e demais entes. É uma regra de conduta social; sua finalidade é regular as
atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou
comportamento a alguém, que é seu destinatário.

Pertencendo ao mundo da ética, daquilo que “deve ser” – o mundo das normas -, a
norma jurídica opera com modais deônticos.

Tais modais são basicamente três: proibição, de obrigatoriedade e de permissão.

O MUNDO ÉTICO: NORMA JURÍDICA, NORMA MORAL E NORMA SOCIAL

NORMA SOCIAL – São normas impostas pela sociedade à qual eu tenho que me
submeter mesmo que no íntimo eu não concorde com determinada regra, mas tenho que
obedecer porque posso sofrer a sanção da própria sociedade que convivo. Ex: Em
Pirassununga ninguém anda de sunga pelas ruas, se eu andar de sunga pelas ruas estou
infringindo uma norma social local, mesmo que eu não concorde tenho que andar com trajes
que sejam de acordo com as normas sociais, ou seja, não posso andar de sunga pelas ruas da
cidade.

NORMA MORAL – São normas de foro íntimo, ou seja, vem do interior de cada
indivíduo, seus pensamentos, suas atitudes particulares sem envolver o todo que é a
sociedade, ou o “social”. Ex: eu não ando de sunga para não agredir a norma social, mas no
meu íntimo eu adoraria andar de sunga , que vem a ser a norma moral. Eu obedeço porém não
concordo, porque minha normal moral é só minha, pessoal e intransferível.

NORMA JURÍDICA – Existe a possibilidade de aplicação forçada da sanção ou o uso da


força para obrigar alguém ao cumprimento da norma ou à reparação do dano e pagamento de
certa pena. Leva-se em conta a violação, como elemento interno ou externo ou ambos, ou
seja, o foro íntimo e o social, juntos, porém, com discrição no ordenamento jurídico, podendo
desta maneira se aplicada a pena (sanção), caso que as duas normas anteriores não possui
esse poder.

SANÇÃO, COERÇÃO E COAÇÃO

Sanção – É o ato de punir por uma norma infringida, quem não obedece ao comando
primário das normas jurídicas.

Coerção – É o efeito psicológico da sanção e que tem função preventiva. Age sobre o
destinatário como um aviso: se ele não cumprir a norma jurídica, poderá sofrer os efeitos
concretos da sanção. Ex: negar-se a depor.

Coação – É o último estágio da aplicação da sanção: é a sua aplicação forçada, contra a


vontade do agente que descumpriu a norma.

A COERÇÃO E A COAÇÃO ESTÃO DIRETAMENTE LIGADAS COM A SANÇÃO , POIS, AMBAS


VISAM , NO SEU INTERIM , A PUNIÇÃO, A APLICAÇÃO DE UMA PENA PARA QUEM DESCUMPRE
“ORDENS”.

NORMA JURÍDICA E SUA FORMULAÇÃO LÓGICA

A norma jurídica em si constitui sempre um comando, ordem, prescrição. A natureza da


norma jurídica é um “dever-ser”, um mandamento dirigido a certo destinatário, proibindo,
impondo ou permitindo determinada ação ou conduta.

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS

Hierarquia

a) Normas constitucionais
b) Leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções,
medidas provisórias.

c) Decretos regulamentares.

d) Outras normas de hierarquia inferior, tais como portarias, circulares , etc.

QUANTO A NATUREZA DE SUAS DISPOSIÇÕES

a) Normas jurídicas substantivas

b) Normas jurídicas adjetivas

QUANTO À APLICABILIDADE

a) Normas jurídicas auto-aplicáveis

b) Normas jurídicas dependentes de complementação

c) Normas jurídicas dependentes de regulamentação

QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO

a) constitucionais

b) codificadas

c) esparsas

d) consolidadas
QUANTO À OBRIGATORIEDADE

a) Normas de ordem pública

b) Normas de ordem privada

QUANTO À ESFERA DO PODER PÚBLICO

a) federais

b) estaduais

c) municipais

VALIDADE DA NORMA JURÍDICA

A questão da validade da norma jurídica tem sido motivo de profundas controvérsias na


doutrina.

No primeiro, fala-se de a norma jurídica ser válida quando criada segundo os critérios já
estabelecidos no sistema jurídico: respeito à hierarquia, que tem como ponto hierárquico
superior a Constituição Federal; aprovação e promulgação pela autoridade competente;
respeito a prazos e quorum; conteúdo de acordo com as designações de competências para
legislar.

No outro caso, fala-se do fundamento axiológico, cuja incidência ética seria a condição
que daria legitimidade à norma jurídica, tornando-a válida.

A INTERPRETAÇÃO JURÍDICA
A distinção da tradição jurídica consiste no seguinte:

a) A interpretação é um trabalho prático elaborado pelo operador do Direito, através do


qual ele busca fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas ou das “expressões do Direito.”

b) A Hermenêutica é a Teoria Científica da Interpretação, que busca construir um sistema


que propicie a fixação do sentido e alcance das normas jurídicas.

O objeto da Hermenêutica é, então, o próprio ato interpretativo, a interpretação em si.

O PROBLEMA DA LINGUAGEM

A linguagem é um componente importante de qualquer escola ou ciência. Quando se examina


a linguagem utilizada pelas várias ciências, percebe-se que existe uma tentativa de postular
para cada ramo científico uma linguagem própria, técnica , construída com o propósito de
eliminar as ambiguidades que tem a linguagem natural, de uso comum da sociedade.

A linguagem natural emana do povo, da própria sociedade em que vive. É fruto da própria
formação histórica do povo

Para escapar disso, os cientistas buscam uma linguagem mais apurada, técnica e científica,
usando de terminologia científica. A transmissão de informações de cientista para cientista se
dá através dessa linguagem científica exata.

Para a ciência dogmática do Direito e seus métodos de interpretação não só descrevem as


normas jurídicas como prescrevem ações e condutas, influindo no meio social.

DA INTERPRETAÇÃO “IN CLARIS CESSAT INTERPRETATIO” E A “MENS LEGIS” OU “ MENS


LEGISLATORIS”

A interpretação seria uma espécie de tradução, através da qual o intérprete colocaria em nova
roupagem aquilo que já estava escrito na norma jurídica.

Nesse trabalho e interpretação, ela fixa o sentido e o alcance da norma jurídica, isto é, ele
traduz a norma jurídica apresentando seu sentido e alcance.
Pode suceder que o intérprete nada tenha para interpretar relativamente à fixação de sentido
e alcance, como ocorre quando não se precisa traduzir algo.

O SISTEMA JURIDICO

A maneira pela qual o sistema jurídico é encarado, suas qualidades, suas características são
fundamentais para a elaboração do trabalho de interpretação.

A idéia de sistema está presente em todo o pensamento jurídico dogmático, nos princípios e
valores dos quais ele parte e na gênese do processo interpretativo, quer o argumento da
utilização do sistema seja apresentado, quer não.

Sua influência é tão profunda e constante que muitas vezes não aparece explicitamente no
trabalho do operador do Direito – qualquer que seja o trabalho e o operador - , mas está, pelo
menos, sempre subentendido.

AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

Não são só o instrumental através do qual o estudioso do Direito põe em funcionamento seu
trabalho de intérprete, mas também – conforme já dissemos – o meio mediante o qual ele
apreende e compreende o sistema jurídico e seu funcionamento.

A INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL

Trata-se da interpretação exclusivamente do modo como está a lei posta, analisando os verbos
e a forma ideal ao qual o legislador colocar no ordenamento jurídico a sua proposta.

A INTERPRETAÇÃO LÓGICA

Leva em consideração os instrumentos fornecidos pela lógica para o ato de intelecção, que,
naturalmente, estão presentes no trabalho interpretativo.
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA

Cabe ao intérprete levar em conta a norma jurídica inserida no contexto maior de


ordenamento ou sistema jurídico.

A INTERPETAÇÃO TELEOLÓGICA

Encontrar o fim da norma, que é cobrar sem excessos, falando a verdade. A interpretação
quando considera os fins aos quais a norma jurídica se dirige.

A INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA

Se preocupa em investigar os antecedentes da norma: como ela surgiu; por que surgiu; quais
eram as condições sociais do momento em que ela foi criada; quais eram as justificativas do
projeto; que motivos políticos levaram à sua aprovação, etc.

A INTERPRETAÇÃO DECLARATIVA OU ESPECIFICADORA

É aquela em que o intérprete se limita a declarar o sentido da norma jurídica interpretada, sem
amplia-la nem restringi-la.

A INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA

É a que restringe o sentido e o alcance apresentado pela expressão literal da norma jurídica.

A INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA

Amplia o sentido e o alcance apresentado pelo que dispõe literalmente o texto da norma
jurídica.

MEIOS DE INTEGRAÇÃO
A chamada integração é o meio através do qual o intérprete colmata a lacuna encontrada. Ela
pressupõe, portanto, que o intérprete haja lançado mão de todas as regras de interpretação à
sua disposição, e ainda assim não tenha conseguido detectar norma jurídica aplicável ao caso
que ele está examinando.

IDEOLOGIA, ESTADO E DIREITO.

•–> As ideologias não são superficiais, irrelevantes ou nefastas. Ela é uma ilusão mítica
(modelos de realidades), uma pseuda verdade, como tem sido os demais mitos de
fundamentação (justificação nossa origem-filosófica social e jurídica, doutrinas políticas e
seitas religiosas) criados pelo homem. Essa representação se faz necessária à medida que
oferecem um sentido a existência e a explicação ao problema da própria realidade material.

•–> Sua função é projetar algo que renove esses mitos e religiões, garantindo a construção de
um modelo que designa o saber dominante e as posições sociais ao mesmo tempo em que as
justifica.

•–>A idéia de verdade cientifica adotada é de ocultar a real justificação de um sistema


racionalizado pelas formas de legitimação do capitalismo pós-moderno.

•–>O paradigma central da ideologia é que mesmo depois da ruptura ou do corte


epistemológico, não vai desvincular-se de sua condição de ortodoxia integradora (única
opinião correta que todos devem seguir).

•–> O autor rejeita a idéia de que as ideologias estão em declínio, pois o enfraquecimento de
experiências históricas, como o fascismo e o nazismo, não determinou a extinção das
ideologias e pelo contrario elas continuam mais vivas do que nunca e fortalecidas. Nas
sociedades globalizadas na esfera das relações internacionais é mais do que comum à explosão
de agrupamentos ideológicos.

•–> O fenômeno ideológico é essencial como fonte explicativa de situações e movimentos


sóciopolíticos, mas no caso do pensamento político brasileiro tem sido mínimo a relevância do
campo ideológico.

•–> Desde a nossa independência surgiu um pensamento político brasileiro, constituído por
categorias ideológicas que ou são constantes e estáveis ou retornam periodicamente. As
correntes são o liberalismo conservador e o autoritarismo modernizante que vem exercendo
alternativamente a hegemonia, mas o problema está que ainda não se conseguiu identificar
cientificamente o perfil dessas correntes, pois são inúmeras as variantes interpretativas. Assim
adotando a estratégia de conciliação: um instrumento eficaz usados pelas elites hegemônicas
na sua trajetória historia do poder, onde é essencialmente um compromisso entre iguais.

•–> Helgio Trindade concluiu que o pensamento político brasileiro é uma persistente hibridez
ideológica, combinando estruturas e praticas políticas autoritárias e liberais frustrados
geralmente por crises políticas e instabilidades cíclicas, assim é nessas combinações que se
encontra o segredo da dialética dos sistemas político brasileiro no passado (fase colonial) e no
presente.

•–> A nossa cultura política foi sempre marcada pelo liberalismo conservador (elite no poder),
este fenômeno tem inviabilizado a práxis histórica de instituições justas sólidas e eficazes,
impossibilitando o processo de democracia popular participativa.
•–> Michel Foucault acredita que os interesses econômicos, sociais e políticos são
assegurados e garantidos por formas articuladas e variadas de poder, o poder não se constitui
no Estado, e sim através de aparelhos ou formas que se inserem e se reproduzem na
sociedade como um todo, que é a então ordem jurídica. Assim o direito nem sempre tem sido
um fator de harmonização e equilíbrio de interesses divergentes e nos conflitos na estrutura
sócio político. O direito enquanto instrumentalização ideológica do poder pode ser visto como
forma de coerção, opressão e violência.

•–> Marilena Chauí reconhece que é através do Estado que a classe dominante monta um
aparelho de coerção e de repressão social que lhe permite exercer o poder sobre toda a
sociedade, fazendo-a submeter-se às regras políticas. O grande instrumento do Estado é o
direito, estabelecendo das leis que regulam as relações sociais o proveito dos dominantes.
Através do Direto, o Estado (que tem suas ações dentro da lei), aparece como legal, ou seja,
como ”Estado de Direito”. E essas ações vistas como legais e não violentas devem ser aceitas.
A LEI É DIREITO PARA O DOMINANTE E DEVER PARA O DOMINADO. Desta forma se o Estado e
o Direito não fossem vistos como tais, isto é, como instrumentos coercitivos, ambos não
seriam respeitados e os dominados se revoltariam. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA vem para
substituir na idéia do Estado a dominação de uma classe dominante pela idéia de interesse
geral encarnado pelo Estado, e na idéia de Direito a dominação de uma classe por meio das
leis pela representação ou idéias dessas leis como legitimas, justas, boas e validas para todos
(o que é enganador porque, por exemplo ”todos são iguais perante a lei” esta na constituição
mais não é verdade, isto é uma forma de apenas se livrar da consciência pesada).

•–> A lei enquanto veículo de um sistema jurídico determinado tende a oficializar a ideologia
dominante, pois ela aparace como identificação necessária de um Estado que deve ter uma
autonomia relativa em relação a uma fração do poder, através das formas de legislações
repressivas, sendo fechadas e conservadoras. A lei, portanto é a extensão da própria violência
e coerções manipuladas pelo Estado e não a forma regulamentadoras, organizadora social ou
limite da violência.

•–> É necessário então uma nova concepção de Direito que não incida nem sobre o
jusnaturalismo ou sobre o positivismo, mas na elaboração de uma proposta jurídica
alternativas que ofereça uma estratégia democrática de participação e de emancipação. O
papel de interpretação desta proposta é que acredita que as pessoas para conseguirem as
coisas, o que querem tem que se agrupar em torno de seus interesses.

•–> Naturalmente ganha outro problema o da interpretação do fenômeno jurídico, como


tarefa cientifica tem que ser uma hermenêutica critica:

- não pode ser escondida e sim revelar seus pressupostos

- não pode ter uma neutralidade axiológica

- saber crítico (questionando o postulado da ciência e da filosofia, demonstrando a distorção


da aparência e da realidade jurídica).

- projeto de juridicidade emancipadora (um projeto pedagógico capaz de conscientizar e


mobilizar as pessoas)

•–> Ademais, a ocupação de espaços democráticos, no âmbito da ossificada cultura jurídica


positivada, cria condições para forjar uma práxis diferenciada do direito, ou seja, uma proposta
que viabiliza explorar as lacunas da lei, as antinomias jurídicas e a reforma do sistema político.
•–> Então o Direito vai ter o papel de também auxiliar no processo de emancipação.

•–> Em suma, um projeto emancipador que torne possível um pluralismo comunitário-


parcipativo (judiciário ouvir outras fontes diferentes da lei, em especial a vontade geral)
fundado na legitimidade de novos sujeitos coletivos. Pretende então superar o capitalismo,
optando pelo socialismo.

•–> Impõe-se a formação de uma Ética da alteridade latino-americana, ou seja, a originalidade


de uma direção comunitária que revele nossa própria identidade histórica, social cultura e
política.

–> RESUMINDO: o que importa no desenvolvimento democrático das instituições latino-


americanas, é a articulação de um novo projeto pluralista embasado na legitimidade de novos
sujeitos coletivos, na implementação de um sistema justo de satisfação das necessidades
(básicas), na descentralização de um publico participativo, no direcionamento pedagógico para
uma ética de alteridade (ficar muito tempo no poder) e na consolidação de processos
conducentes a uma racionalidade emancipatória. Um discurso democrático e socialista.

•–> Não basta mudar as instituições, os modelos políticos e econômicos, bem como a
liderança e os homens que a governam, para mudar a sociedade é necessário, antes de tudo,
mudar o homem!

•–> A verdadeira revolução só será possível pela libertação totalizadora do homem, uma
revolução cultural nos diversos segmentos da realidade socioeconômica, politico-juridica e
psicofilosófica, com objetivos de transformação critica e emancipadora, já que fazer e refazer o
homem é uma tarefa sem fim.

•–> JUSNATURALISMO: é uma doutrina a qual pode ser conhecido um direito natural (XVII e
XVIII), um fundamento de validade, ou seja, um sistema de normas de conduta intersubjetivas
diverso do sistema constituído pelos normas fixadas pelo Estado (positivista). Esse direito
natural tem validade em si, é anterior e superior ao direito positivo (que está imerso na moral)
e em caso de conflito é ele que deve prevalecer, pois Moral e Direito natural tem uma relação
de união. Assim o jusnaturalismo é uma doutrina oposta ao positivismo (pois nele só há um
direito o estabelecido pelo estado, cuja validade independe de qualquer referencia a valores
éticos, a moral e o direito formam uma relação de intersecção, assim o direito não tem
nenhuma obrigatoriedade de proteger a moral e nem que seu direito tenha valor moral).

•–> Jusnaturalismo é uma expressão equívoca (2 significados), tanto filosófico como político.

•–> Na filosofia política há três versões fundamentais:

- estabelecida pela vontade da divindade

- instintivos (já nasce sabendo)

- razão (o homem encontra autonomamente dentro de si)

•–> Todas, porém, partem de um sistemas de normas eternas (sempre existirá), imutáveis
(perfeitas) e universais.
Resumo IED – 1º Bimestre

Professor: Luiz Carlos Arpini

- Senso comum é um tipo de conhecimento prático e assimétrico, através da base das


evidencias das ações diárias. O senso comum então retira sua veracidade através de um
consenso de opiniões.

- A coincidência do senso comum e o método empirista é que o sujeito observa o objeto,


registra os fatos sem nada lhe acrescentar, sem colocar sua opinião (subjetividade).

- Opinião é assistemática (não relaciona um conhecimento com outro), ambígua, empírica (não
ter experiência) e casual.

- ‘’Não basta, com efeito, uma sistematização do senso comum para termos uma ciência’’ -> A
ciência difere-se do senso comum por ter estudos profundos e retificáveis e não uma simples
reflexão dos fatos, assim uma organização desses reflexos não torna ciência, apenas o senso
comum.

- ‘’ As teorias científicas resultam sempre de um processo de construção’’ -> As ciências se


baseiam em provas, o senso comum se baseia em evidencias, o dado, portanto, a ciência
trabalha contra essas evidencias do senso comum em um processo de construção de uma
prova.

- ‘’Na verdade, é para o real que, em ultima instancia, se dirigem as teorias científicas’’ ->
Termos a necessidade de explicar o mundo o tempo todo!

- ‘’ Todo dado é construído’’ -> o dado é uma mera informação, dessa forma começa construí-
lo para chegar em um determinado resultado.

-A ciência através do dado traz estruturas teóricas que sobre ele agem e transformam, não
fazendo apenas uma cópia desse dado. Mostrando então ser operativo (transforma) e não
contemplativo.

- A idéia de verdade para o autor (Agostinho Ramalho) é retificável (sempre melhorando as


respostas, pesquisando sempre) e refutável (rebate, nega para que tenha resposta).
- O conhecimento cientifico é retificável e a busca pela ciência é pela verdade, há um
paradoxo, pois não há verdade absoluta, é sempre aproximada, assim sempre há novas
pesquisas não para fazer das anteriores afirmações falsas, mas para ter uma maior prova
ainda, ou seja, sempre em busca da verdade.

- O corte epistemológico é escolher um determinado objeto do conhecimento, fazendo cortes


e chegando a uma escolha. Ruptura é quando tem uma idéia nova e descarta a anterior

- Os três axiomas de Bachelard são:

• só ganha sentido se houver o erro para que haja polêmica

• intuições devem ser destruídas, dando lugar ao construído e ao dado como resposta.

• o objeto como perspectiva das ideias, o pensamento vai ao real e não parte dele.

- ‘’ a ciência é essencialmente teórica’’ -> pois a teoria é testada na prática e a ciência é vista
como um estudo na prática.

- Teoria e prática são complementares, pois a teoria sem a prática se torna vazia, sem utilidade
e a prática sem a teoria se torna assistemática, ineficaz. O conhecimento se aperfeiçoa quando
se alia a teoria com a prática.

- A ciência pura é essencialmente teórica ao passo que a ciência aplicada é objeto da prática. O
autor discorda, pois nos leva a pensar que são distintas e ambíguas, só que na verdade são
complementares uma depende da outra. Não existe teoria sem uma prática imediata e não
existe uma prática sem ser organizada ou estruturada por uma teoria.

- A distinção entre ciência e técnica é que a primeira é procedimento teórico que visa a criação
do saber, construindo e retificando conceitos. Já a técnica é a aplicação prática e concreta
dessas teorias -> ciência realizada.

- O positivismo tem uma forte carga ideológica devida a três crenças:


• transparência de dados: ciência capta a realidade como é, resultando na supervalorização do
conhecimento científico.

• lei dos três estados: teológico inicial, metafísico intermediário e positivismo.

• poder da ciência: fé excessiva e um tanto ingênuo.

- Responsabilidade social é que o cientista não pode ser neutro em suas pesquisas, ou seja,
não deve deixar de lado a conseqüência do seu trabalho para a sociedade. Um cientista neutro
sequer iniciaria sua pesquisa, não saberia o que escolher, além de limitar a descrição do
objeto, ou seja, de acrescentá-lo conteúdo dessa forma não sendo um verdadeiro cientista.

- ‘’ O sistema de valores ideológicos e políticos condicionam, embora nem sempre determine,


a produção de teorias científicas’’ -> Os aspectos da nossa realidade também servem como
objetos para a criação de uma teoria.

- A neutralidade axiológica (cientista ser neutro) na visão de Weber é que o cientista não deve
aproveitar sua capacidade intelectual para colocar seus pontos de vistas e até preconceitos,
em uma determinada teoria, mas também não deve ser neutro e sim ter uma participação
crítica para descobrir e construir uma explicação capaz para tais objetos.

- Mito do positivismo do cientificismo: a ciência traz o aprofundamento do assunto e a filosofia


é como se fosse um treino do cérebro, um treino crítico, que temos que incorporar, vendo o
total, tendo uma visão que incorpore algo.

- Diferença entre ciência e filosofia: A ciência realiza a parte analítica, ou seja, divide o todo
através do corte epistemológico se aprofundando em cada parte. Já a filosofia realiza a parte
sintética, fazendo o caminho de volta para ter a visão da totalidade. Por mais que realizam
papéis diferentes, elas se completam.

Resumo IED – 2º Bimestre

Professor: Luiz Carlos Arpini

MARX:
- Utiliza a dialética materialista como método

- É extremamente otimista e acredita que as coisas estão sempre mudando para melhor

- A essência do homem está no trabalho

- Não se pode estudar o direito estudando só o direito (diferente de Kelsen que acredita que
deve estudar o direito pela pureza dessa matéria)

- As condições materiais são as condições de produção, relações de produção que foram a


base econômica de uma sociedade, uma organização dos meios necessários para a
sobrevivência de uma sociedade.

- Marx critica o método idealista, que é oposto a dialética materialista de Marx. Os


contratualista baseavam sua teoria em ideias não comprovadas, geralmente mitos, enquanto
Marx busca evidencias reais e materiais para estruturar a sua teoria.

- A investigação da economia política é a sociedade e a maneira como essa se organiza nas


relações de produção e administração dos seus bens

- As relações de produção constituem a estrutura econômica da sociedade, a maneira como os


bens necessários para a sua sobrevivência são produzidos e os papeis que deverão ser
desenvolvidos, como deve ser dividido o trabalho e as classes econômicas-sociais.

- A infra-estrutura econômica é a base pelo qual a superestrutura ideológica (política e jurídica)


se firma. Nela contém as formas e meios de produção e a existência material. Já a
superestrutura é um instrumento dominador, a qual é estreitamente ligado ao poder e
legitima o sistema econômico.

- O Direito está localizado na superestrutura, ou seja, o Direito dói formado pela criação da
superestrutura pelo grupo dominante localizada na infraestrutura, que queria se manter no
privilégio, assim tornando-se dominador e legitimador.

- Cada sociedade se organiza de uma maneira diferente


- O sistema econômico que cria o direito, o estado, a arte, a religião, a ciência, para sustentar-
se e manter-se no poder.

- Os sistemas econômicos não são imutáveis, eles mudam conforme o tempo, mas demora
muito.

- A lógica do capitalismo tem por característica o acumulo de capital e nele aqueles que detém
as riquezas também detém os meios de produção e compram o trabalho daqueles que não
tem.

- O sistema econômico determina como será o Estado.

- ‘’Não é a consciência dos homens que determina seu ser: mas, ao contrário, é o seu ser social
que determina sua consciência’’ -> O ser é formado, moldado pela ideologia da infraestrutura
econômica. O ser social já nasce pré-determinado por esse sistema, onde jamais é a
consciência que determinará o que ela vai ser e sim, a classe a qual pertence.

- Todo sistema econômico traz dentro de si a semente de sua destruição. As forças produtivas
e as relações de produção funcionam em cooperação, até o momento em que surge uma
contradição com relação aos meios de produção.

- Quem nós somos na sociedade determina até onde poderemos desenvolver nossa
racionalidade

- Marx nos explica que é importante, quando há um momento de transformação na base


econômica, saiba-se diferenciar as mudanças nas condições de produção, que são de fácil
percepção e que são um fator principalmente material; e a estrutura ideológica, que contem
toda justificação de uma dada estrutura econômica, e somente com o estudo destas estruturas
ideológicas, é que se pode tomar consciência dos conflitos existentes numa base econômica, e
desta consciência, e somente dela é que se pode determinar o fim dos conflitos.

- É preciso analisar os tempos de mudança, os conflitos existentes, de maneira que se precisa


estudar o funcionamento prático deste sistema e neste estudo, entender quais são as
contradições nele existentes.

- O mundo não é um complexo de coisas acabadas, mas de processos, que passaram por uma
constante transformação, essa análise dialética das coisas precisa mais do que ser apenas
afirmada, mas aplicada na realidade.
- Para a dialética nada é absoluto, ela afirma justamente o contrário, pois tudo se encontra
num processo transitório, casa conclusão a que se chegue não é nada mais do que uma nova
teoria a ser tratada, numa ascensão sem fim.

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