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Matéria: DIREITO ELEITORAL

Professora: PATRÍCIA G S GRECO


Direito Eleitoral
Prof.ª. Patrícia G S Greco

APRESENTAÇÃO

Olá, amigos!

É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e


competente do Curso Exponencial!
Já estive na posição de vocês há alguns anos, estudando
alucinadamente todos os (bons) materiais que via pela frente, “dando o
sangue” para alcançar o objetivo de ser aprovada no concurso para Analista
Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Felizmente, os
esforços foram coroados e fui aprovada em segundo lugar no polo de
Maringá, aos 25 anos!
Após poucos dias de minha nomeação e posse, fui designada como
Chefe de Cartório, função esta que desempenho até os dias atuais, há quase
onze anos.
Todavia, longe de me acomodar no cargo obtido, venho,
constantemente, atualizando-me e aprimorando meus estudos, a fim de que
as minirreformas e as modificações legais sejam acompanhadas bem de perto,
no cartório que gerencio.
Confesso que a escolha pelo eleitoral foi uma espécie de desafio para
mim, vez que o concurso do TRE/PR ocorreu um dia após minha colação de
grau, no curso de Direito, na Universidade Estadual de Maringá – UEM, logo,
tive pouco tempo para assimilar a matéria, vez que nunca a tive na grade
curricular da universidade.
Com isto, pude desenvolver uma técnica que facilita bastante a
apreensão de tantos conceitos e permite, ainda, interligá-los, de modo que
fica muito mais fácil a compreensão de um conteúdo tão vasto.
Muito embora alguns conceitos sejam vistos em outros ramos de
estudo, tais como o Direito Constitucional e a Ciência Política, o fato é que
algumas terminologias podem confundir àqueles que analisam esta matéria.
Some-se a isto que, não raras vezes, algumas “lendas urbanas”, qual a da
anulação de uma eleição por maioria de votos anulados pelo eleitor geraria
novo pleito, acaba fazendo um verdadeiro desserviço no descortinar dos
assuntos.
Nossa missão é oferecer um material completo com a máxima
objetividade, ou, em outras palavras, vamos direto ao ponto! No curso de
Direito Eleitoral estudaremos os principais pontos da teoria, sempre
tentando trazer o conteúdo de forma esquematizada e sinalizando as
pegadinhas mais comuns. Teoria e exercícios se complementam em nossa
aula. Alguns tópicos específicos, mas não menos importantes, serão

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abordados diretamente nas questões, então fique de olho e estude todo o


material. Fique certo de que já fizemos o esforço da objetividade por vocês!
Nesta primeira aula abordaremos os conceitos basilares do Direito
Eleitoral e que servirão de base para a compreensão de tantos outros temas
vindouros. Portanto, não se preocupe tanto com os detalhes nesse momento.
Você verá que logo estará familiarizado com os termos específicos da nossa
disciplina. Mas, em caso de dúvidas, não se acanhe: estarei à disposição no
fórum para esclarecer qualquer ponto que não tenha ficado muito claro.
Acredito que percorremos três passos em nosso estudo (qualquer
estudo):

Conhecimento Assimilação Domínio

Para chegar ao último estágio precisamos de 2 Ps: PACIÊNCIA e


PERSISTÊNCIA. No primeiro contato com alguma matéria, somos
apresentados a ela. Não conseguimos assimilar todo o conteúdo. Por isso,
precisamos fazer uma boa revisão em um prazo não tão longo – para não
correr o risco de esquecermos tudo e termos que recomeçar do zero.
Finalmente, devemos fazer muitos exercícios para adquirir o domínio da
matéria e seguir uma rotina de revisão para manter esse domínio.
Cada matéria é um mundo novo que a gente desbrava. Se você estiver
de coração aberto, conseguirá desfrutar dessa aventura e sentirá até um
grande prazer em adquirir novos conhecimentos. Busque esse gostinho e verá
que ficará bem mais leve essa vida de tanta renúncia e privação que todo
concurseiro dedicado vive.

Contem comigo nessa jornada! Estarei à disposição no Fórum tira-


dúvidas.

Histórico e análise das provas


Direito Eleitoral

Engana-se quem pensa que Direito Eleitoral é matéria afeta apenas aos
Tribunais Regional Eleitorais, em verdade é matéria obrigatória nos concursos
da magistratura estadual, do Ministério Público estadual e Federal! Além das
questões de múltipla escolha, ainda há as questões dissertativas, o que

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demanda aprofundamento nos conceitos deste importante ramo do Direito.


Logo, o custo-benefício de se estudar muito bem essa matéria é imenso!
Apenas para se ter uma ideia da quantidade de questões de Direito
Eleitoral nos últimos concursos, separadas por assuntos:

PROVAS QUE COBRAM DIREITO


ELEITORAL
(Quantidade de questões objetivas por
assunto)
ASSUNTO
MAGIS- TRE-
TRATU- TO
MPF
RA SP (CESP Total
(2016)
(Vunesp E -
-2017 2017)
Ação de Impugnação de
1      1
Mandado Eletivo

Alistamento Eleitoral     2  2

Anulação de votação     1  1

Arrecadação de Recursos   1    1

Cancelamento de título eleitoral     1  1

Competência dos Tribunais     1  1

Cômputo de votos     1  1

Condições de elegibilidade 1      1

Condutas vedadas 1 1    2

Crimes Eleitorais 2      2

Filiação partidária 1 1 1  3

Função de Justiça Eleitoral     1  1

Inelegibilidades   1    1

Infidelidade partidária e
1      1
competência de processamento

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Órgãos da Justiça Eleitoral     1  1

Partidos Políticos     1  1

Propaganda Eleitoral   1    1

Registro de Candidatura 1      1

Sistemas Eleitorais     1  1

Suspensão de Direitos Políticos 1      1

Transferência de título eleitoral     1  1

No quadro abaixo segue o programa do nosso curso. Os temas são


apresentados conforme os editais dos últimos concursos, aí considerados os de
analista dos Tribunais Regionais Eleitorais, de Magistratura Estadual, Ministério
Público Estadual e Federal, mas em ordem diferente, com objetivos didáticos.

Aul Conteúdo
a
00 Direitos políticos: fundamentais e direitos políticos e a Privação dos
Direitos Políticos. Direito Eleitoral: conceito, fundamentos, fontes e
princípios.
01 Poder representativo: sufrágio, natureza, extensão do sufrágio, valor,
modo e formas de sufrágio. Organização Eleitoral: distribuição
territorial e sistemas eleitorais. Justiça Eleitoral: características
institucionais, órgãos e composições, diversificação funcional das
atividades da Justiça Eleitoral e competências da Justiça Eleitoral.
02 Ministério Público Eleitoral: composição, atribuições e a lisura do
processo eleitoral. Capacidade Eleitoral: requisitos e limitações
decorrentes do dever eleitoral – Inelegibilidades e Suspensões.
03 Alistamento eleitoral: ato de alistar, fases, efeitos, cancelamento,
exclusão, revisão do eleitorado. Elegibilidade: registro de
candidatura, convenção partidária, coligação partidária, processo de
registro de candidatura e impugnações ao registro.

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04 Partidos Políticos: sistemas partidários, criação, fusão e extinção,


órgãos partidários, filiação partidária, fidelidade partidárias,
financiamento dos partidos políticos, cláusula de barreira, controle de
arrecadação e prestação de contas. Garantias eleitorais: liberdade de
escolha, proteção jurisdicional contra a violência atentatória à
liberdade de voto, contenção ao poder econômico e ao desvio e abuso
de poder político, transporte de eleitores das zonas rurais.
05 Campanha eleitoral: financiamento de campanha eleitoral e prestação
de contas, modelo brasileiro de financiamento de campanha eleitoral.
Propaganda eleitoral: conceito, pesquisas e testes pré-eleitorais,
propaganda em geral, em outdoor, na internet, na imprensa, gratuita
no rádio e na televisão, direito de resposta, permissões e vedações
no dia da eleição.
06 Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais,
captação irregular de sufrágio. Atos preparatórios à votação. Processo
de votação. Apuração eleitoral: diplomação, candidato com registro
sub judice e realização de eleição suplementar.
07 Ações judiciais eleitorais: ação de impugnação de registro de
candidatura, representações por propaganda ilícita ou irregular, ação
de impugnação de registro ou divulgação de pesquisa eleitoral, ação
de investigação judicial eleitoral por abuso de poder de autoridade,
político e econômico; ação por captação ilícita de sufrágio; ação por
conduta vedada a agentes públicos; ação por captação ou gasto ilícito
de recursos para fins eleitorais; Ação de Impugnação de Mandado
Eletivo; Ação por doação acima dos limites legais; Recursos contra a
expedição de diploma. Recursos eleitorais. Perda do mandado eletivo
e eleições suplementares.
08 Crimes eleitorais: princípios constitucionais aplicáveis aos crimes
eleitorais, crimes eleitorais puros ou específicos, crimes eleitorais
acidentais, crimes cometidos no alistamento eleitoral, crimes
cometidos no alistamento partidário, crimes eleitorais em matéria de
inelegibilidades, crimes eleitorais na propaganda eleitoral, corrupção
eleitoral, coação eleitoral, crimes eleitorais na votação, crimes
eleitorais na apuração, crimes eleitorais no funcionamento do serviço
eleitoral, crimes eleitorais que podem ser cometidos em qualquer fase
do processo eleitoral, crimes eleitorais e sanções penais. Processo
penal eleitoral. Prisão e período eleitoral: competência, conexão e
continência e medidas despenalizadoras.
*Confira o cronograma de liberação das aulas no site do Exponencial,
na página do curso.
Finalmente, hora de nos aventurarmos! Tenha uma boa aula! 

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Aula – Direitos políticos: fundamentais e direitos políticos e a


Privação dos Direitos Políticos. Direito Eleitoral: conceito,
fundamentos, fontes e princípios.

Sumário
1- O QUE SÃO DIREITOS POLÍTICOS?..................................................8
2- O QUE SÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS?........................................10
2.1- Características dos Direitos Fundamentais.........................................11
2.2- Eficácia dos direitos fundamentais....................................................13
2.3- Gerações ou Dimensões dos Direitos Fundamentais............................15
3- QUAIS SÃO AS LIMITAÇÕES DOS DIREITOS POLÍTICOS?..............18
3.1- INELEGIBILIDADES........................................................................18
3.2- CANCELAMENTOS..........................................................................21
3.3- SUSPENSÕES................................................................................26
4- O QUE É DIREITO ELEITORAL? QUAL SEU CONCEITO?...................31
5- FUNDAMENTOS DO DIREITO ELEITORAL.......................................31
5.1- SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNIO.....................................................32
5.2- ESPÉCIES DE DEMOCRACIA............................................................34
5.3- PLEBISCITO, REFERENDO, INICIATIVA POPULAR E RECALL.................34
6- FONTES DO DIREITO ELEITORAL...................................................36
6.1- FONTES MATERIAIS.......................................................................37
6.2- FONTES FORMAIS DIRETAS.............................................................37
6.3- FONTES FORMAIS INDIRETAS.........................................................40
6.4- FONTES INFORMAIS.......................................................................41
7- PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL............................................42
7.1- PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE ELEITORAL..............44
7.2- PRINCÍPIO DA CAUTELA / LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES....................46
7.3- PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES..............................................46
7.4- PRINCÍPIO DA MORALIDADE ELEITORAL...........................................47
7.5- PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E PERDA DO
MANDATO ELETIVO ou PRINCÍPIO DA CELERIDADE...................................49
7.6- PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA.........................................50
7.7- PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS..............................51
7.8- PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO......................................51

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7.9- PRINCÍPIO DA IMPERSONALIDADE...................................................52


7.10- PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA...............................53
8- QUESTÕES COMENTADAS..............................................................55
9- LISTA DE EXERCÍCIOS...................................................................66
10- GABARITO...................................................................................76
11- REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO...................................................77

1- O QUE SÃO DIREITOS POLÍTICOS?

Há muita confusão em se falando destes dois institutos: direitos


políticos e direitos eleitorais, como se fossem a mesma face de uma moeda.
Em verdade, os direitos políticos fazem parte de um subsistema que englobam
os direitos eleitorais e se demonstram, basicamente, em cinco vertentes.
A primeira diz respeito às garantias constitucionais de livre
manifestação do pensamento político e está prevista, especialmente, no
artigo 5°, inciso IV e artigo 220, ambos da Constituição Federal. Em tais
artigos, resguardadas as ressalvas constitucionais, é direito do cidadão
livremente expor seu pensamento. Este direito é de tal monta relevante que
está albergado em cláusula pétrea e não pode ser extinto de nossa
Constituição.
Outro aspecto a ser considerado acerca dos direitos políticos recai no
direito igualmente constitucional de livre associação política. Esta previsão
tem base constitucional, mais precisamente em seu artigo 17, o qual
estabelece os preceitos para a criação, incorporação, fusão e extinção do
partidos políticos, sempre resguardando: a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana,
o caráter nacional (veda-se, assim partidos políticos de abrangência regional
ou municipal), proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade
ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes, prestação de contas à
Justiça Eleitoral e um funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Vale,
também, destacar o que diz o artigo 1° da Lei dos Partidos Políticos, o qual diz
que “O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição
Federal”. Acerca dos partidos políticos, falar-se-á com maiores detalhes em
momento oportuno.
A ocupação de cargo não eletivo também é uma das formas de
direito político, porquanto permite que pessoas investidas em certos cargos
possam participar das instituições do Estado. Um exemplo a ser citado é a
nomeação de um ministro.

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Com relação à participação ativa e passiva no processo eleitoral,


temos mais uma espécie de direitos políticos. A primeira modalidade de
participação (ativa) diz respeito ao direito e dever do cidadão de votar, ou
seja, direito eleitoral de ser eleitor, já a segunda modalidade recai na
possibilidade de o cidadão ser votado (passiva) desde que preencha certos
requisitos de elegibilidade e não recai em nenhuma hipótese de
inelegibilidade. Acerca deste direito político que é a espécie eleitoral, ainda há
a consequente atribuição de mandato eletivo e a consulta popular, seja por
meio de plebiscito ou de referendo. Todos estes conceitos serão vistos mais à
frente.
Finalmente, a última espécie de direito político reveste-se na
participação direta popular (o voto atual, no Brasil, é uma manifestação
indireta) e que se dá, sobretudo, por meio de projetos de iniciativa popular ou
de ações civis públicas.
Vamos deixar tudo mais simplificado? Vejamos o quadro abaixo!

Garantia constitucional de manifestação do pensamento político


Cláusula pétrea que resguarda a livre manifestação do pensamento,
ressalvadas algumas limitações constitucionais.

Garantia constitucional de livre associação para fins políticos


A associação para fins políticos se dá por meio dos partidos políticos (art.
17 CF/88)

Direitos eleitorais propriamente ditos


Direito ativo de Votar (elegível e inelegível)
Direito passivo de ser votado (atribuição de mandato)
Participação em consulta popular (plebiscito e referendo)

Ocupação de cargo não elegível


Investidura em cargo numa instituição do Estado

Exercício direto da soberania pela sociedade


Iniciativas populares
Ações civis públicas

Compreendidas as diferenças, fica mais fácil constatar que os direitos


eleitorais são, em verdade, uma espécie do gênero direitos políticos.

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2- O QUE SÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS?

A conceituação de direitos fundamentais é tarefa bastante árdua,


porquanto sua abrangência é bastante elastecida e a doutrina ora toma por
base um critério de definição e ora toma outro, não havendo pleno consenso
do que seja um direito fundamental.
Colocada de lado esta dificuldade definicional, podemos conceber que há
certa diferenciação entre o que seja direito fundamental e direitos
humanos, tantas vezes usados, equivocadamente, como sinônimos, haja
vista que os direitos humanos, não raras vezes, carecem de positivação ou,
em ela existindo, encontra-se em tratados internacionais que o Brasil seja
signatário, porquanto os direitos fundamentais são cogentes e têm lastro
constitucional.
A ideia de direitos fundamentais veio a partir do Bill of Rights da
Declaração de Virgínia, em 1776 e da Declaração Francesa de Direitos do
Homem, de 1789. É neste momento que ideais jusnaturalistas de direitos
naturais inerentes ao ser humano toma corpo no juspositivismo,
vertente jusfilosófica dominante, e tais direitos intrínsecos à qualidade
humana passam a ser previstos constitucionalmente.
Deste modo, os ordenamentos passam a ser preocupar com a defesa da
dignidade da pessoa humana, sobretudo após a segunda guerra mundial,
elevando a defesa da ética e da moral como norte do ordenamento jurídico.
Os direitos fundamentais, por sua vez, não se confundem com as
garantias fundamentais: enquanto os primeiros se traduzem na existência
legal de um direito reconhecido e ao qual correspondem deveres (p. ex.
direito à liberdade e dever de não escravizar ninguém), os segundos são a
possibilidade dos cidadãos exigirem a proteção de seus direitos,
possuindo caráter assecuratório de limitar abusos de poder, tais como os
princípios e preceitos constitucionais (ex. Princípio da Legalidade), ou caráter
instrumental de viabilizar o exercício de direitos (ex. habeas corpus, habeas
data e mandado de segurança).
Os destinatários destes direitos estão previstos no caput do artigo 5°
de nossa Constituição Federal, quais sejam, todos os brasileiros e
estrangeiros residentes no país. Muito embora o artigo 5° seja referência
em questão de direitos fundamentais, a matéria não se esgota neste artigo,
havendo direitos fundamentais por toda a Constituição Federal.
Os direitos fundamentais têm, também, força irradiante, o que
implica em trazer um valor intrínseco o qual guiará todo o ordenamento
brasileiro. Em outras palavras, sempre que uma questão esbarrar em um
direito fundamental, ela deverá ser resolvida de modo a salvaguardar este
direito, ainda que de forma indireta.

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O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná já pôde se debruçar sobre


tema de aplicação de direitos fundamentais em matéria eleitoral, por
meio do acórdão n°37220, de 06/08/2009, da lavra da desembargadora
Regina Afonso Portes, onde se debateu, em sede de Habeas Corpus de
Recurso Criminal (n° 202) a inaplicabilidade do artigo 337 do Código
Eleitoral, o qual não fora recepcionado pela nossa Constituição Federal
por punir a participação de cidadãos que não estivessem em pleno gozo
dos direitos políticos em agremiação política. A relatora defendeu e a
corte acatou por unanimidade que este crime atentava contra um direito
fundamental de livre associação, previsto constitucionalmente.

2.1- Características dos Direitos Fundamentais

Os direitos fundamentais possuem, basicamente, as seguintes


características:
a) Relatividade: Muito embora tais direitos sejam de extrema
importância, em verdade, eles não são absolutos e podem sofrer
relativização, sobretudo se houver choque entre eles. Um exemplo a
ser citado recai no direito fundamental de proteção à vida que pode
ser relativizado caso estejamos falando da pena de morte, em caso
de guerra declarada e traição à pátria.

b) Universalidade: são direitos que se destinam à proteção da dignidade


da pessoa humana, não havendo, portanto, distinção quanto aos
seus tutelados. Todavia, muito embora qualquer pessoa possa ser
seu titular, nem todos serão de seu interesse, como, por exemplo, os
direitos fundamentais relativos ao trabalho, cujo destinatário pode
ou não deles fazer uso.

c) Indivisibilidade: eles compõem um único feixe de direitos, não se


admitindo a proteção de apenas um ou outro aspecto, mas sim de
todo o conjunto que garante a proteção à dignidade da pessoa
humana;

d) Interdependência: são direitos de se imiscuem uns nos outros,


garantindo que o cumprimento de um leve ao cumprimento dos

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demais. Um exemplo para melhor ilustrar é o direito à liberdade que


pode ser garantido por meio de habeas corpus e este, por sua vez, é
garantido por meio do devido processo legal.

e) Interrelacionalidade: diz respeito ao âmbito de abrangência destes


direitos, os quais devem ser tutelados tanto em nível mundial,
quanto regional. Deste modo, seu titular pode verificar em qual
destes níveis quer ver valer o seu direito, vez que as esferas estão
inter-relacionadas.

f) Imprescritibilidade: Via de regra, os direitos fundamentais não se


perdem pela sua não utilização no tempo e espaço, porém, há de se
ressalvar alguns deles, os quais o desuso pode gerar restrições, qual
é o caso do direito à propriedade que, senão avocado em seu tempo,
pode gerar a usucapião.

g) Inalienabilidade: A grande maioria dos direitos fundamentais, por


salvaguardarem a autodeterminação humana, não são passíveis de
alienação, de modo que a condição humana não pode ser
economicamente disposta. Uma exceção a esta característica é,
novamente, o direito à propriedade.

h) Historicidade: Os direitos fundamentais são fruto de uma construção


histórica contínua, não estando prontos e acabados, sempre
recebendo novas tutelas ante novas situações vivenciadas pela
humanidade ao longo do tempo.

i) Irrenunciabilidade: Os direitos fundamentais, usualmente, não são


renunciáveis, vez que emanam da materialidade fundamental da
condição humana, entretanto, há decisões no sentido de qual alguns
deles podem ser renunciados, qual é o caso do direito à intimidade e
à privacidade, porém, mesmo nestes casos, deve-se verificar se não
há lesões a outros direitos fundamentais.

j) Aplicabilidade imediata: são direitos que independem de normativas


infraconstitucionais para sua aplicação, podendo ser exigidos de
pronto e não sendo meros objetivos a serem alcançados algum dia.

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k) Vedação ao retrocesso: a construção dos direitos fundamentais, por


ser histórica, não admite retrocesso com relação aos direitos já
conquistados, servindo, assim, de limitação ao próprio poder
constituinte originário, o qual não poderá extirpar do ordenamento
nenhum daqueles já conquistados, apenas acrescendo novos ao rol
já existente.

Relatividade

Vedação ao
retrocesso Universalidade

Aplicabilidade
Indivisibilidade
imediata

Irrenunciabilidade Interdependência

Interrelacionali
Historicidade
dade

Inalienabilidade Imprescritibilidade

2.2- Eficácia dos direitos fundamentais

Há três tipos de eficácia dos direitos fundamentais:

a) Vertical: é a que se dá entre o cidadão e o Estado, sendo esta


eficácia inegável e defendida pela Escola da eficácia direta, imediata ou
vertical. Os direitos fundamentais, portanto, são limitações ao poder de agir
estatal, permitindo que a pessoa humana tenha resguardado os seus direitos
ante esta atuação.

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b) Horizontal: esta eficácia deriva de construções teóricas da


Escola da eficácia mediata, indireta ou horizontal, a qual acredita que os
direitos fundamentais não se aplicam apenas na relação pessoa e Estado, mas,
também, entre pessoas, na seara privativista. Há de se salientar que, para
esta escola, a aplicação se dá de modo mediato ou indireto, vez que sua
aplicação neste âmbito estaria limitando a autonomia das vontades –
característica máxime das relações privadas. Há respaldo jurisprudencial que
garante a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas, como
exemplo, cita-se: STF, RE 201.819/RJ, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma.

c) Diagonal: esta eficácia também é aplicada nas relações entre


particulares, porém, uma das partes se encontra em estado de
desigualdade (hipossuficiência). Esta eficácia é bastante utilizada na seara
trabalhista e já vem contando com várias decisões neste sentido (ex: TRT-1 -
RO: 7524420125010342 RJ, Relator: Bruno Losada Albuquerque Lopes, Data
de Julgamento: 09/09/2013, Sétima Turma, Data de Publicação: 16-09-2013).

EFICÁCIA EFICÁCIA EFICÁCIA


VERTICAL HORIZONTAL DIAGONAL

Aplicam-se Aplicam-se Aplicam-se


imediatamen mediata e nas relações
te os direitos indiretament entre
fundamentais e os direitos indivíduos,
na relação fundamentais porém, um
entre o ser- nas relações deles se
humano e o privadas encontra em
Estado estado de
hipossuficiên
cia

Para facilitar a visualização, de cada caso de eficácia:

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Estado

Individuos Individuos

individuo em
hipossuficiência

2.3- Gerações ou Dimensões dos Direitos Fundamentais

Como são fruto de construção histórica, os direitos fundamentais foram


sendo garantidos em gerações ou dimensões, favorecendo uma criação
ilimitada deles.
A primeira geração de direitos, também chamada de geração
inaugural ou geração da LIBERDADE, adveio dos ideais iluministas e se
tratavam de prestações negativas para a atuação estatal, ou seja, eram
limitações ao agir do Estado com relação aos direitos mais basilares do ser
humano, referentes às liberdades públicas e aos direitos políticos. Entre
eles cita-se o direito à liberdade, à propriedade, ao devido processo legal, à
livre manifestação e expressão, etc.
Após esta geração, adveio a segunda geração de direitos
fundamentais ou geração da IGUALDADE, inspirada pela Constituição
Mexicana de 1917, pela Declaração Soviética dos Direitos do Povo Trabalhador
e Explorado (1918) e a Constituição de Weimar (1919), diplomas estes que
traziam proteção aos direitos sociais, econômicos e culturais e uma
atuação estatal positiva, em que o Estado intervém em situações em que
estes direitos se encontrem ameaçados. Como exemplos de direitos desta
geração, temos: direito à saúde, ao trabalho, à assistência social, educação e
o direito dos trabalhadores.
Com o fim da Segunda Grande Guerra Mundial, surgiu a terceira
geração de direitos fundamentais ou geração da FRATERNIDADE, os
quais visavam o resguardo de uma sociedade moderna e organizada, com
ênfase nas relações decorrentes da industrialização e da densa
urbanização, em outras palavras, são direitos cuja titularidade se
volta mais à coletividade que ao indivíduo. São exemplos destes direitos
o relativo ao desenvolvimento, à paz e ao meio-ambiente ecologicamente
equilibrado.

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Com relação aos direitos de quarta, quinta e sexta gerações, há


certa celeuma doutrinária, porquanto, dependendo do doutrinador, elas ora se
misturam, ora derivam das gerações anteriores. De um modo geral, para
Paulo Bonavides, o direito de quarta geração diria respeito à
globalização dos direitos fundamentais, tornando-os universais no
campo institucional, bem como uma proteção da vida a partir de uma
abordagem genética. Dentre eles, cite-se o direito à informação, o
pluralismo e à democracia direta.
Já os direitos de quinta geração, para alguns doutrinadores,
diriam respeito à evolução da cibernética e de tecnologias como a
realidade virtual e a Internet.
Para os que defendem a sexta geração, ela seria a garantia à água
potável e se destaca da terceira geração, a qual defende um meio ambiente
equilibrado, exatamente pelo ganho de importância que este recurso tem
angariado ultimamente.

Os direitos fundamentais e suas gerações são, constantemente,


cobrados em questões de concurso público, portanto, aí vai um quadro que
resume as principais características de cada geração ou dimensão deles:

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1ª GERAÇÃO (LIBERDADE)

Revolução Francesa e ideários iluministas


Liberdades públicas e direitos políticos
Atuação negativa ao agir do Estado (limitações a este)
Direito à vida, liberdade, propriedade, manifestação, expressão,
voto e devido processo legal

2ª GERAÇÃO (IGUALDADE)

Constituição Mexicana de 1917, Declaração Soviética dos Direitos


do Povo Trabalhador e Explorado de 1918 e a Constituição de
Weimar de 1919
Direitos sociais, econômicos e culturais
Atuação Positiva estatal (intervencionismo deste)
Direito à saúde, ao trabalho, à assistência social, à educação e os
direitos do trabalhador

3ª GERAÇÃO (FRATERNIDADE)

Término da Segunda Grande Guerra Mundial


Direitos da comunidade (transindividuais)
Direito à paz e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

4ª GERAÇÃO

Globalização dos direitos fundamentais


Campo institucional e de abordagem genética
Direito à informação, pluralismo e à democracia direta

5ª GERAÇÃO

Direitos da evolução cibernética e de tecnologias como a realidade


virtual e a internet

6ª GERAÇÃO

Direito à água potável

Este tema acerca das gerações/dimensões dos direitos fundamentais é


bastante recorrente em provas de concursos. Vejamos, a seguir, alguns
exemplos de como ele é cobrado:
1) (FCM – Prefeitura de Barbacena-MG/2016 – Agente
Administrativo). Em relação à ética no serviço público e aos direitos
fundamentais expostos por Freire e Motta (2010), associe as classificações às
respectivas características:

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1. Direitos de Primeira Geração


2. Direitos de Segunda Geração
3. Direitos de Terceira Geração
4. Direitos de Quarta Geração
5. Direitos de Quinta Geração
( ) Representa os direitos que discutem assuntos sobre a vida e a morte, tal
como a manipulação genética.
( ) Representa os direitos individuais que consagram as liberdades individuais
e impõem limitações ao poder de legislar do Estado.
( ) Representa os direitos sociais, culturais e econômicos e exige do Estado
uma postura mais ativa no sentido de possibilitar conquistas nessas esferas.
( ) Representa os direitos provenientes da realidade virtual, o que demonstra
certa preocupação com a difusão e o desenvolvimento cibernético.
( ) Representa os direitos fundamentais preocupados com o futuro da
humanidade, a proteção do meio ambiente, o desenvolvimento econômico e a
defesa do consumidor.
A sequência correta é
a) 1, 3, 5, 2, 4.
b) 2, 5, 3, 4, 1.
c) 3, 2, 4, 1, 5.
d) 4, 1, 2, 5, 3.
Comentário:
Os direitos relativos à abordagem genética são os de quarta geração. Os
direitos individuais oponíveis ao Estado, numa limitação à atuação deste, em
nome da liberdade individual são os de primeira geração. Os direitos sociais,
que dependem de uma atuação positiva do Estado, ou seja, de uma
intervenção deste, são os de segunda geração. Os direitos decorrentes da
evolução cibernética e das tecnologias virtuais de comunicação, são
classificados como de quinta geração. Finalmente, direitos transindividuais,
como os relacionados à proteção do meio ambiente ecologicamente
equilibrado, são direitos de terceira geração.
Gabarito 1: D

3- QUAIS SÃO AS LIMITAÇÕES DOS DIREITOS POLÍTICOS?

Pudemos expor, em linhas anteriores, que direitos eleitorais são uma


espécie do gênero direitos políticos, todavia, as privações dos direitos políticos

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são, em sua grande maioria, relativos aos direitos eleitorais, vez que as
demais modalidades não podem ser privadas, apenas regulamentadas e nos
termos da Constituição Federal.
Deste modo, ninguém pode ser privado do direito de livre manifestação
que estiver nos ditames legais, de igual modo ocorre com o direito de livre
associação política, com a ocupação de cargo não eletivo e do exercício da
soberania popular.
Já com os direitos políticos há duas espécies de limitações que
podem privar seu exercício, seja na modalidade ativa (perda do direito de
votar), seja na passiva (perda do direito de ser votado) e são elas:
inelegibilidade (perda do direito passivo) ou cancelamento (perda da
modalidade ativa e passiva).
Na última modalidade (cancelamento) ainda se destaca, dentre as
várias causas as quais iremos tratar individualmente, a suspensão que, dada
a sua importância, veremos em tópico separado.
Vejamos cada uma delas com mais pormenores.

3.1- INELEGIBILIDADES

Acerca deste tema, haverá aula específica, todavia, em termos gerais,


inelegibilidades são restrições ao direito passivo de ser votado e podem ser
absolutas ou relativas.
Inelegibilidades absolutas estão previstas taxativamente no artigo
14, §4° de nossa Constituição Federal e ditam que não podem concorrer a
nenhum cargo político de nosso país:
a) Os inalistáveis: conscritos e estrangeiros
b) Os analfabetos

Inelegibilidades relativas estão previstas, em termos gerais, na


Constituição Federal, em seu artigo 14, §§5° e 6°, bem como na Lei
Complementar 64/90), elas podem ser:
a) Vedação à reeleição pela segunda vez (art. 14, §5° da CF)
b) Desincompatibilização dos chefes do executivo para concorrerem
a outro cargo (art. 14, §6° da CF)
c) Inelegibilidade reflexa, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e parentes consanguíneos ou afins até segundo grau ou por
adoção, bem como daqueles que os substituíram, com relação aos
chefes do Executivo, nas três esferas, dentro do período de 06 (seis)

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meses anteriores ao pleito, salvo se já for titular (art. 14, §7º da


CF).

Inelegibilidades infraconstitucionais estão previstas, basicamente,


na Lei Complementar 64/90, cujo rol pode ser elastecido, conforme permite o
artigo 14, §9° da Constituição Federal, o qual dita que “Lei complementar
estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso
do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta”.
Ressalte-se que as inelegibilidades não afastam o direito ativo que recai,
igualmente, no dever de votar, de modo que um inelegível permanece com
seu direito e dever de voto.

Quanto à aplicação da penalidade administrativa de declaração de


inelegibilidade, merece destaque a Súmula nº 41 do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) que diz que “Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o
acerto ou desacerto das decisões proferidas por outros órgãos do
Judiciário ou dos tribunais de contas que configurem causa de
inelegibilidade”, ou, em outras palavras, uma vez aplicada a penalidade
administrativa de inelegibilidade, esta deve ser anotada pela Justiça
Eleitoral, sem apreciação de seu cabimento ou não.

Outra súmula de extrema importância é a Súmula Vinculante de n° 18


do STF a qual diz que “a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal,
no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no §7º do
art. 14 da Constituição Federal” o que implica dizer que, mesmo com o
divórcio, ou com o término da união estável, a inelegibilidade reflexa
permanece.

2) (Juiz, TJ-MA, 2013, CESPE). Considerando os casos de inelegibilidade


previstos em lei, assinale a opção correta.

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A) A jurisprudência do TSE veda a candidatura de pai e filho, em uma mesma


chapa, para os cargos de prefeito e vice-prefeito, por tal situação configurar
nepotismo.
B) Secretário da administração estadual não está obrigado a afastar-se de seu
cargo para candidatar-se a cargo eletivo em âmbito federal.
C) Governador de estado pode manter-se no cargo para candidatar-se à
reeleição.
D) Considere que Maria mantenha um relacionamento homoafetivo com a
atual prefeita do munícipio X. Nessa situação, a companheira da prefeita
poderá candidatar-se a cargo eletivo nesse munícipio
A alternativa “A” está errada pois não se fala em nepotismo para cargos
eletivos. A alternativa “B” está errada pois é uma das hipóteses de
desincompatibilização. A alternativa “D”, conforme entendimento pacificado no
TSE, para uniões homoafetivas, aplicam-se as mesmas hipóteses de
inelegibilidades das uniões heteroafetivas. A alternativa “C” é a única certa
exatamente porque, em caso de reeleição para o mesmo cargo não há
necessidade de desincompatibilização.
Gabarito 2: C

Segue quadro com resumo geral acerca das inelegibilidades, as quais


são uma das modalidades de limitação aos direitos políticos. Sobre cada uma
destas hipóteses debruçar-se-á, com mais pormenores, em aula específica e
futura.

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INELEGIBILIDADES
CONSTITUCIONAIS INFRACONSTI-
TUCIONAIS

ABSOLUTAS RELATIVAS LC 64/90

INALISTÁ- ANALFA- DESINCOM- INELEGIBILI-


SEGUNDA
PATIBILIZA- DADE
VEIS BETOS REELEIÇÃO ÇÃO REFLEXA

3.2- CANCELAMENTOS

Havendo irregularidades no processo de alistamento, ou, ainda, caso


haja alguma infração à legislação eleitoral, o título eleitoral poderá ser
cancelado e o eleitor será excluído do cadastro.
São legitimados para requererem o cancelamento do título (artigo
71, §1° do Código Eleitoral):
a) Qualquer eleitor
b) Ministério Público
c) Partidos políticos
d) O próprio juiz de ofício

Em questão do concurso para o cargo de Analista Judiciário – área


judiciária, do TRE/AC, em 2010, pela FCC, foi considerada errada a seguinte
alternativa “A exclusão do eleitor não pode ser determinada ex officio pelo Juiz
Eleitoral, dependendo de requerimento de partido ou candidato”. Como vimos,

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o juiz eleitoral pode sim requerer de ofício o cancelamento e a exclusão do


título eleitoral.
Com relação às causas motivantes de um cancelamento da inscrição
eleitoral são:
a) Suspensão dos direitos políticos
b) Infração às regras do domicílio eleitoral;
c) Pluralidade de inscrições
d) Falecimento do eleitor
e) Falta injustificada a três eleições consecutivas, sem o pagamento da
multa.

processo de alistamento
Irregularidades
infração à legislaçaõ eleitoral

Título eleitoral PODE ser cancelado e leitor excluído

Qualquer Eleitor

Legitimados MP
para
Cancelamentos requererem Partidos Políticos

Próprio juiz de ofício

Suspensão dos direitos políticos

Infração às regras do domicílio


eleitoral

Causas Pluralidade de inscrições


motivantes
Falecimento do eleitor

Falta injustificada a três eleições


consecutivas, sem o pagamento da
multa

Quanto às suspensões, vê-las-emos em tópico específico e vindouro.


No tocante à infração de regras de domicílio eleitoral, sua previsão
está no Código Eleitoral, artigo 42, parágrafo único, combinado com o artigo

RITO DO CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO ELEITORAL

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71, inciso I, do mesmo códex, e determina que o eleitor, no ato de


alistamento, demonstre seu vínculo com o município no qual está promovendo
o dito alistamento. Havendo indícios de irregularidade neste quesito, pode-se
instaurar um procedimento de cancelamento da inscrição, o qual observa o
rito do artigo 77 do Código Eleitoral.

Edital é
Instauraçã publicado
para ser
o contestado
em 5 dias

Dilação de 5 a 10
probatória dias

Decisão em 5 dias

Em 3 dias e sem
efeito suspensivo
Pode ser inter-
posto tanto pelo
Recurso eleitor, quanto por
partido político que
tome a defesa do
eleitor

Este rito do cancelamento de inscrição já caiu em provas de concurso,


portanto, bastante atenção a ele! Vejamos como foi cobrado!
Em questão do concurso para o cargo de Analista Judiciário – área
judiciária, do TRE/PI, em 2009, pela FCC, foi considerada errada a seguinte
alternativa “caberá recurso interposto por qualquer delegado de partido, no
prazo de 15 dias contados da publicação da listagem, do despacho que
indeferir o requerimento de inscrição”. Conforme vimos, o prazo recursal é de
três dias e não de quinze, como afirmava a alternativa.
Quanto à pluralidade de inscrições (artigo 71, inciso III do Código
Eleitoral), normalmente, mantém-se uma delas válida (normalmente a mais
recente), embora poderá haver casos em que ambas sejam canceladas, ou até
haja mais de dois cancelamentos, caso a pluralidade recaia em três inscrições
eleitorais ou mais.

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Veja-se que a cada eleitor só pode corresponder um único título e


se a feitura de um segundo ou mais títulos forem constatados, a partir de ação
criminal dolosa, poderá recair em um dos tipos penais eleitorais, os quais
veremos em aula específica.
O falecimento do eleitor (artigo 71, inciso IV do Código Eleitoral) é
comunicado pelo cartório do registro de pessoas naturais à Justiça Eleitoral, a
qual providenciará o cancelamento do título e a exclusão do eleitor do
cadastro.
A Falta injustificada a três eleições consecutivas, sem o
pagamento da multa é o último caso para cancelamento da inscrição
eleitoral (artigo 71, inciso V do Código Eleitoral). Ao eleitor que deixar de
votar cabe ou a justificativa no prazo de sessenta dias a contar do pleito, ou,
não promovendo a justificativa em tempo hábil, deverá pagar uma multa.
O valor da multa por ausência às urnas é calculada com base no artigo
7°, caput; artigo 11, §1º e artigo 367, §2°. A saber:
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz
eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na
multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região,
imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. 
(...) Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se
encontrar fora de sua zona e necessitar documento de quitação com a
Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o Juízo da zona
em que estiver.
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser
aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite informações
sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição.
Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo no caso
das condenações criminais, obedecerão às seguintes normas:
(...) § 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se o juiz, ou
Tribunal considerar que, em virtude da situação econômica do infrator,
é ineficaz, embora aplicada no máximo.

Veja-se que o artigo 7°, caput fala em 30 (trinta) dias, porém, a


Resolução nº 21.538/2003-TSE, em seu artigo 81, §1º, trouxe-lhe nova
redação, elastecendo este prazo para sessenta dias:
Art. 80. O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz
eleitoral até 60 dias após a realização da eleição incorrerá em multa
imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista nos arts. 7º e
367 do Código Eleitoral, no que couber, e 85 desta resolução.

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Há de se salientar, ainda, que, para eleitores que estejam fora do país,


este prazo é contado de modo diverso, devendo a justificativa ser apresentada
no prazo de 30 (trinta) dias de seu ingresso em território nacional, conforme
dispõe o artigo 81, §1° da Resolução nº 21.538/2003-TSE:
§ 1º Para eleitor que se encontrar no exterior na data do pleito, o prazo
de que trata o caput será de 30 dias, contados do seu retorno ao país.

Não há quantidade máxima de justificativas, podendo o eleitor


fazê-las tantas vezes quantas forem necessárias, desde que tempestivas. E
quais são as consequências ao eleitor que não vota e não justifica? Deve pagar
a multa, mas sempre tomando cuidado para não acumular três eleições
consecutivas, fato este que gerará o cancelamento de sua inscrição, conforme
dispõe o artigo 80, §6° da Resolução nº 21.538/03-TSE:
§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em
três eleições consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa
para a falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando excluídos do
cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, não
estejam obrigados ao exercício do voto (suprimido).

E o que acontece ao eleitor que tiver o título cancelado? O eleitor


poderá exercer sem restrições o exercício do voto até o momento em que
for proferida a decisão definitiva de cancelamento no cadastro
informatizado, após este marco, ele não mais poderá votar e terá anotação no
caderno de votação que informe o cancelamento.

3) (Técnico Judiciário – área judiciária, TRE/TO, em 2017, CESPE).


O cancelamento de título eleitoral será promovido no caso de o cidadão:
a) Completar setenta anos de idade
b) Registrar a sua candidatura a qualquer cargo
c) Perder seus direitos políticos
d) Deixar de exercer seu direito a voto por dois pleitos consecutivos
e) Ter pluralidade de domicílios eleitorais
Comentários:
A alternativa “a” está errada porque com setenta anos o que ocorre é a
facultatividade do voto, conforme o artigo 14, §1º, inciso II, alínea “b” da
Constituição Federal e não o seu cancelamento de inscrição. A alternativa “b”
não tem previsão legal alguma. A alternativa “d” erra na quantidade de

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pleitos, os quais são três e não dois e a alternativa “e” está errada porque a
legislação fala em “pluralidade de inscrições” como causa de cancelamento e
não em “pluralidade de domicílios eleitorais”.
Gabarito 3: C

3.3- SUSPENSÕES

Ainda sobre as limitações aos poderes políticos, temos as suspensões.


Estas, diferentemente das inelegibilidades que afetam apenas os direitos
políticos passivos, afetam, ainda, o direito político-eleitoral ativo, igualmente,
de modo que o cidadão não apenas ficará vedado de ser votado, como,
também, de votar.
A Constituição Federal, em seu artigo 15, veda a cassação dos direitos
políticos, estabelecendo, todavia, as hipóteses de suspensão dos direitos
políticos, que são:
a) Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
b) Incapacidade civil absoluta (como veremos, esta hipótese foi
modificada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência);
c) Condenação criminal transitada em julgado e enquanto durarem seus
efeitos
d) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do artigo 5°, inciso VIII e
e) Improbidade administrativa, nos termos do artigo 37, §4° da CF

passivo (ser votado)


Direitos
Políticos
ativo (votar)

CF veda cassação dos direitos

Cancelamento da naturalização
Suspensão
(transitado julgado)

Incapacidade civil absoluta

Condenação criminal
Hipóteses (transitado julgado enquanto durarem os
efeitos)

Recusa de cumprir obrigação a


todos imposta ou prestação
alternativa

Improbidade administrativa

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A primeira hipótese – cancelamento da naturalização – é, em


verdade, a única hipótese de perda dos direitos políticos possível em nosso
ordenamento, haja vista que com este tipo de ação perde-se a qualidade de
“brasileiro”, voltando-se a ser estrangeiro e, portanto, não sendo mais
portador de direitos políticos no sentido eleitoral (votar e ser votado).
Já a hipótese de incapacidade civil absoluta sofreu considerável
modificação com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n° 13.146/2015)
pois este diploma alterou substancialmente a definição de “incapacidade civil
absoluta” do Código Civil.
Antes deste estatuto, o Código Civil previa, em seu artigo 3º, que eram
absolutamente incapazes os menores de dezesseis anos; os que por
enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento
para a prática desses atos e os que por causa transitória não puderem
exprimir a sua vontade. Com a novel legislação, este rol resumiu-se apenas à
primeira hipótese, ou seja, só são absolutamente incapazes, doravante, os
menores de dezesseis anos e estes, por sua vez, ainda não são detentores de
direitos políticos, de modo que pessoas com enfermidade física ou mental,
com ou sem discernimento, permanecem regularmente com seus direitos
políticos.
Quanto à condenação criminal, a pessoa que se encontra cumprindo
pena, seja ela de que natureza for (restritiva de liberdade, de direitos ou de
multa), durante este período, terá seus direitos políticos suspensos. Há
de atentar, neste aspecto, à diferenciação entre suspensão dos direitos
políticos – o que ocorre tão somente com o trânsito em julgado da condenação
– com o instituto da inelegibilidade, a qual pode ser aplicada com uma
condenação de colegiado, ou de segunda instância, antes mesmo do trânsito
em julgado.

Qual a extensão dos efeitos da condenação, ou, em outras palavras, até


quando dura a suspensão dos direitos políticos? A Súmula de n°09 do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responde, ao dizer que “A suspensão
de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada
em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena,
independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos”.
Com isto espancou-se uma dúvida que pairava há tempos em nosso
ordenamento, vez que não havia um marco final com relação a duração
aos efeitos da condenação e, portanto, ao marco final da suspensão dos
direitos políticos.

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E com relação à condenação em contravenções penais? Estariam elas,


também, suscetíveis à suspensão dos direitos políticos? Para responder a esta
pergunta há duas correntes possíveis:
a) Interpretação literal da Constituição Federal, a qual diz apenas de
condenação por crimes e
b) Interpretação conforme a intenção da lei em aplicar o instituto da
suspensão, a qual recairia em casos de indignidade penal.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotou a segunda corrente em
julgado de 1996 (Ac. 13.027, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 18/09/1996) e
entendeu que condenação por contravenção penal, após o trânsito em julgado,
gera a suspensão de direitos políticos.
A suspensão dos direitos políticos persiste na sursis processual
(suspensão condicional da pena), porém, não existe na suspensão condicional
do processo, porquanto, neste último caso, não houve uma condenação
transitada em julgado.
Com relação ao cumprimento de obrigação a todos imposta ou
cumprimento de prestação alternativa, antes da atual Constituição, as
anteriores previam a possibilidade da perda (penalidade de caráter perpétuo)
dos direitos políticos a quem, por exemplo, se recusasse a comparecer à
convocação do júri (Código de Processo Penal, artigo 438, antiga redação).
Como nosso ordenamento não coaduna com penas de caráter perpétuo,
não se fala mais em perda dos direitos políticos, mas, sim, em suspensão
destes, razão pela qual a recusa a obrigação a todos imposta suspende os
direitos políticos daquele que não a cumpre. Obviamente que a imposição de
tal penalidade necessita de um devido processo legal em que sejam
assegurados os mais amplos meios de defesa ao acusado.
No tocante à suspensão de direitos políticos por improbidade
administrativa, a Lei nº 8429/1992 dita que constitui ato desta natureza
aqueles que importem em enriquecimento ilícito, ou que causem prejuízo ao
erário ou, ainda, que atentem contra os princípios da administração pública.
Cuida-se de processo de competência da justiça comum e que prevê,
além de outras sanções, de suspensão dos direitos políticos pelo período de
três a dez anos, dependendo da hipótese de incidência de um de seus incisos,
devendo constar expressamente na sentença condenatória de cunho
administrativo e que transitar em julgado.
Todavia, em julgados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (ex.
Ac. de 27.11.2014 no RO nº 44853, rel. Min. Gilmar Mendes), os ministros
têm entendido que, para haver a suspensão dos direitos políticos, em
decorrência de improbidade administrativa, devem-se cumular os seguintes
requisitos:

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i) decisão transitada ou proferida por órgão colegiado do Poder


Judiciário;
ii) condenação por improbidade administrativa na modalidade dolosa;
iii) conduta ímproba que acarrete dano ao erário E enriquecimento
ilícito;
iv) suspensão dos direitos políticos;
v) prazo de inelegibilidade não exaurido.

TSE
Suspensão dos direitos políticos em decorrência de improbidade administrativa

Devem-se cumular

decisão condenação
transitada ou por conduta ímproba
suspensão prazo de
proferida por improbidade que acarrete
dos inelegibilida-
órgão administrativ dano ao erário E
direitos de não
colegiado do a na enriquecimento
políticos exaurido
Poder modalidade ilícito
Judiciário dolosa

Assim, numa nova interpretação da Lei de Ficha Limpa, os ministros


entenderam que a simples improbidade por ofensa aos princípios da
Administração Pública, mas que não acarretem, cumulativamente, dano ao
erário e enriquecimento ilícito, não há de se falar em inelegibilidade.

4) (Procurador da República, PGR, 2015, PGR) Condenação a


suspensão dos direitos políticos em razão de improbidade administrativa por
ofensa a princípios da Administração Pública, de acordo com a jurisprudência
do Tribunal Superior Eleitoral:
A) implica inelegibilidade por oito anos;
B) não gera inelegibilidade, por não se tratar de hipótese de lesão ao
patrimônio público e enriquecimento ilícito;
C) não gera, por si mesma, a inelegibilidade, que pode, todavia, ser
apurada em ação de Impugnação de Mandato Eletivo;
D) gerará inelegibilidade se houver expressa menção na decisão
condenatória.
Comentários:
Conforme pudemos expor, a jurisprudência do TSE aponta no sentido de que a
mera condenação por improbidade administrativa por ofensa a princípios da

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Administração Pública não gera, por si mesma, a inelegibilidade, vez que não
há a cumulação de dois importantes requisitos: a lesão ao patrimônio público
e o enriquecimento ilícito.
Gabarito 4: B
Para melhor fixar o conteúdo relativo às limitações aos direitos políticos,
segue um esquema que resume todos os pontos vistos.

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LIMITAÇÕES
AOS Constitucionais Absolutas
DIREITOS
POLITICOS Inalistáveis
Analfabetos

Relativas
INELEGIBILIDADES Segunda reeleição
Desincompatibilização
Inelegibilidade reflexa

Infraconstitucionais

LC 64/90

CANCELAMENTOS Infrações às
regras do
domicílio
eleitoral

Pluralidade de
Inscrições

Falecimento do
eleitor

Falta
injustificada a 3
eleições
consecutivas

Suspensão dos cancelamento da naturalização


direitos políticos condenação criminal transitada
em julgado
recusa de cumprir obrigação a
todos imposta ou prestação
alternativa
improbidade administrativa

4- O QUE É DIREITO ELEITORAL? QUAL SEU CONCEITO?

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De uma maneira geral, o Direito Eleitoral é ramo do direito que se


ocupa de regras e princípios afetos aos direitos políticos e às eleições,
garantindo o direito de sufrágio em todas as suas etapas e fases, a fim de que
os cidadãos possam exercer o seu direito de escolha de seus representantes.
O Direito Eleitoral tem por objetivo garantir a normalidade e a
legitimidade de sufrágio popular. O objeto de estudo do Direito Eleitoral é
todo o processo eleitoral que se inicia com o alistamento eleitoral e finda na
diplomação dos eleitos.
Indaga-se se os partidos políticos seriam objeto do Direito Eleitoral e,
para responder, temos que expor os pensamentos de duas correntes diversas:
a) Corrente que entende que os partidos políticos fazem parte do
objeto de estudo do Direito Eleitoral: para eles os partidos políticos
trazem questões afetas à competência da Justiça Eleitoral (ex.
prestações de contas) e, portanto, são objeto de estudo deste ramo do
Direito;
b) Corrente que entende que os partidos políticos não fazem parte do
objeto de estudo do Direito Eleitoral (corrente mais moderna): para eles
os partidos políticos fazem parte de outro ramo autônomo do Direito – o
Direito Partidário.

CONCEITO OBJETO OBJETIVOS

Ramo do direito Regulamentação Garantia da


público que permite por meio de normas normalidade e
e viabiliza o exercício e princípios de todo o legitimidade de
do direito de sufrágio processo eleitoral, sufrágio popular
popular, que se inicia no
concretizando, assim, alistamento e finda
a democracia na diplomação

5- FUNDAMENTOS DO DIREITO ELEITORAL

Para melhor compreender este ramo do direito é importante destrinchar


alguns conceitos que, equivocadamente, são utilizados ora como sinônimos,
ora com a conotação errada.

5.1- SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTÍNIO

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A primeira diferenciação recai no que seja sufrágio, voto e escrutínio.


Sufrágio é o direito de votar e ser votado, já o voto é a forma de
exercer o sufrágio e escrutínio é a forma de como se pratica o voto, ou
seja, é o seu procedimento.
A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal, conforme dita o
artigo 14, caput, de nossa Constituição Federal. Há outras modalidades de
sufrágio, tais como:

SUFRÁGIO CENSITÁRIO
era o sistema adotado no Brasil durante o império, vez que apenas
pessoas com certo grau de riqueza poderiam ter o direito ao voto;

SUFRÁGIO CAPACITÁRIO
limita o exercício ao voto de acordo com o grau de instrução do
eleitor;

SUFRÁGIO RACIAL
era a forma de sufrágio adotada pela África do sul, durante o
regime de Apartheid, vez que somente pessoas de certa etnia
podiam votar;

SUFRÁGIO POR GÊNERO


foi o sistema adotado até 1932, no Brasil, vez que proibia o voto
feminino até então;

SUFRÁGIO RELIGIOSO
leva em conta o credo do cidadão.

Já o voto, em nosso ordenamento, é direto, secreto, de igual valor,


obrigatório, universal e periódico. Tais características implicam dizer:

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DIRETO
o eleitor o exerce diretamente, sem a presença de representantes
para seu exercício

SECRETO
Não se pode identificar o voto do eleitor (resguardo de sigilo)

DE IGUAL VALOR
Cada voto possui o mesmo peso

OBRIGATÓRIO
Excetuando-se os analfabetos, os maiores de setenta anos e os
menores de dezoito anos, todos são obrigados a votar

UNIVERSAL
Excetuando-se os que têm os direitos políticos cancelados ou
suspensos, todos têm o direito e dever de votar

PERIÓDICO
O voto é exercido a cada pleito

Veja-se que nossa Constituição Federal, em seu artigo 60, §4°, inciso II,
diz que não será objeto de emendas: “o voto direto, secreto, universal e
periódico”, mas não diz nada a respeito de sua obrigatoriedade, o que
autoriza a doutrina a asseverar que a facultatividade do voto pode ser objeto
de emenda constitucional, vez que não estaria limitando o exercício do voto,
mas, sim, facultando-lhe o exercício àqueles que realmente queiram votar.

5) (Titular de Serviços de Notas e Registros, TJ/MG, 2012,


FUMARC) O voto, que será exercido de forma direta, apresenta as seguintes
características:
a) personalidade, publicidade, eficácia, igualdade e periodicidade.
b) personalidade, publicidade, competência, liberdade e periodicidade.
c) personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade, igualdade e
periodicidade.
d) personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade, publicidade e
periodicidade.

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Comentários:
A alternativa “a” está errada pois o voto não é público, a alternativa “b” está
errado pois não há nem o critério competência e nem a publicidade. Já a
alternativa “d” está errada pois também afirma acerca da publicidade.
Gabarito 5: C

5.2- ESPÉCIES DE DEMOCRACIA

Como vimos, o Direito Eleitoral visa viabilizar a democracia, todavia,


esta, possui espécies, vejamo-las:

DEMOCRACIA DIRETA
É o modelo grego de democracia, vez que os cidadãos a
exercem de modo direto, sem a necessidade de representantes.
Hoje, é utilizada em poucos países, tais como alguns cantões da
Suíça, dada a dificuldade territorial e populacional para fazê-la
valer.

DEMOCRACIA INDIRETA (representativa)


Surgiu com o modelo democrático proposto na Revolução
Francesa e consiste na substituição da atuação do povo pela de
seus representantes. Com a crise econômica de 1929, este
modelo foi modificado a fim de atender mais eficientemente as
demandas populares, cedendo espaço às democracia semidiretas

DEMOCRACIA SEMIDIRETA (participativa)


É o modelo de democracia dominante no mundo moderno
e se caracteriza pela mescla entre o modelo representativo, ao
eleger seus representantes, com o modelo direto, em que os
cidadãos têm mecanismos para atuarem diretamente na vida
política (plebiscito, referendo e iniciativa popular)

O Brasil adota, em sua atual constituição, o modelo democrático


semidireto.

5.3- PLEBISCITO, REFERENDO, INICIATIVA POPULAR E


RECALL

As definições do que são plebiscito e referendo são encontradas no


artigo 2º da Lei n° 9.709/1998, que fala:

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Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para


que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza
constitucional, legislativa ou administrativa.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou
administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que
lhe tenha sido submetido.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou
administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

Se a consulta for
prévia ao ato -
Se a conduta for
PLEBISCITO
posterior ao ato -
REFERENDO

Atente-se ao que diz o artigo 9° da Lei n° 9.709/98:


“Art. 9º Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida
administrativa não efetivada, cujas matérias constituam objeto da
consulta popular, terá sustada sua tramitação, até que o
resultado das urnas seja proclamado.”

A iniciativa popular, por sua vez, ainda de acordo com a Lei 9.709/98,
consiste em:
“Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de
projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles.”

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1% do eleitorado nacional

distribuído em 5 estados
Iniciativa
Popular
três décimos dos eleitores de cada um dos cinco
estados

Iniciativa iniciada na Câmara

Recall é instituto de participação direta popular que assegura à


população consulta acerca da destituição de cargo ou mandato de
representante público. Este instituto é bem parecido com o nosso
impeachment, todavia é realizado diretamente pela população e não por seus
representantes, qual acontece neste último.

6) (Analista Judiciário – área judiciária, TRE/AM, 2014, IBFC). Com


relação aos instrumentos de democracia semidireta ou participativa, analise o
seguinte o enunciado, a seguir, e assinale a alternativa a que se refere à
seguinte assertiva: “é convocado(a) com anterioridade a ato legislativo ou
administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe
tenha sido submetido”.
a) Lei de iniciativa popular.
b) Referendo.
c) Recall.
d) Plebiscito.
Comentários:
A alternativa “a” está errada porque, na iniciativa popular, o ato legislativo
parte do próprio povo; já a alternativa “b” está errada pois o referendo é uma
consulta posterior ao ato legislativo e a alternativa “c” está errada pois o recall
é uma consulta popular para destituição do mandatário.
Gabarito 6: D

6- FONTES DO DIREITO ELEITORAL

Há, basicamente, três espécies de fontes do Direito Eleitoral:

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Fontes do Direito Eleitora

Fontes Materiais Fontes Formais Fontes Informais

Diretas

Indiretas

6.1- FONTES MATERIAIS

Compete privativamente à União legislar sobre matéria eleitoral,


conforme prescreve o artigo 22, inciso I, da Constituição Federal:
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;”

A fonte material é a origem, a criação do Direito Eleitoral. Há


doutrinadores que aceitam a doutrina como fonte material, vez que ela pode
ser utilizada para expedição de resoluções pela Justiça Eleitoral.

6.2- FONTES FORMAIS DIRETAS

A primeira fonte formal direta é, sem dúvidas, a nossa Constituição


Federal. Nela temos desde o estabelecimento dos direitos políticos (artigos 14
ao 16), passando pelos partidos políticos (artigo 17), nacionalidade (artigo
12), competência para legislar em matéria eleitoral (artigo 22, inciso I),
duração de mandato de deputados estaduais (artigo 27, §1°), duração de
mandato de senadores (artigo 46, §1°), duração de mandato de presidente da
república (artigo 82), duração de mandato de governador (artigo 28), duração
de mandato de prefeito e vereadores (artigo 29, inciso I), perda de mandato
de deputado ou senador (artigo 55, inciso V), vedação de medida provisória
em matéria eleitoral (artigo 62, inciso I, alínea “a”) e organização da justiça
eleitoral (artigos 118 a 121) dentre outros temas afetos.
Além da Constituição Federal, há as leis eleitorais
infraconstitucionais, as quais podem ser divididas em:
a) próprias, ou seja, tratam de temas eleitorais específicos, tais como
o Código Eleitoral (Lei 4.737/65), a Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar

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64/90), a Lei das Eleições (Lei 9.504/97) e a Lei dos Partidos Políticos (Lei
9.095/95)
b) impróprias, as quais emprestam regras, princípios e institutos ao
Direito Eleitoral, que é o caso do Código Civil, do Código de Processo Civil, do
Código Penal, do Código de Processo Penal, a Lei dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais (Lei 9.099/95), lei de execução fiscal (Lei 6.830/80), etc.
Veja-se que há matérias eleitorais que só podem ser efetuadas por
meio de Leis Complementares, não se admitindo, portanto, sua feitura
mediante lei ordinária. Isto ocorre com a organização da Justiça Eleitoral
(artigo 121 da Constituição Federal) e com as Inelegibilidades (artigo 14, §9°
da Constituição Federal).
Tendo em vista que parte da organização da Justiça Eleitoral se
encontra no Código Eleitoral, esta regulamentação em específica foi
recepcionada pelo nosso ordenamento como sendo uma Lei Complementar,
mantendo-se o restante deste código como lei ordinária, daí seu caráter
misto de possuir tanto o viés de Lei Complementar, quanto o de
ordinária, dependendo do assunto que tratar.
Nossa Constituição Federal veda, ainda, a Lei delegada para tratar de
matéria eleitoral, em seu artigo 68, §1°, inciso II.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva
do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
(...)
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

Outra fonte formal direta são as resoluções e instruções da Justiça


Eleitoral. Elas servem para regulamentar as disposições legais (e jamais para
criar novos direitos), conforme autoriza o Código Eleitoral, em seu artigo 1°
parágrafo único e artigo 23, inciso IX.
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a
organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar
e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para
sua fiel execução.
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:

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IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste


Código;

A Lei das Eleições, por sua vez, determina que até o dia 5 (cinco) de
março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das
previstas naquela lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua
fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou
representantes dos partidos políticos.
Por meio das resoluções, o Tribunal Superior Eleitoral atua secundum
e praeter legem, permitindo, ainda, que os Tribunais Regionais Eleitorais
regulamentem a matéria dentro de seu âmbito e conforme as diretrizes por ele
repassadas.
Estas resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, conforme vem decidindo
esta corte, têm força de lei ordinária, embora sejam passíveis de controle de
constitucionalidade por parte do Supremo Tribunal Federal.
A doutrina ainda classifica as resoluções em:
a) De cunho meramente interpretativo, sendo atos normativos
secundários e de caráter infralegal. Servem para interpretar a legislação,
possuindo, portanto, efeitos erga omnes e vinculantes ao magistrado (ex.
resolução que entende que eleitor que complete dezesseis anos até a data da
eleição pode se alistar);
b) De cunho regulamentar, sendo ato normativo primário e de caráter
de lei ordinária. Servem para regulamentar a legislação, possuindo, de igual
modo, efeitos erga omnes e vinculantes aos magistrados e, ainda, podendo
sofrer controle concentrado de constitucionalidade (por meio de ADI, ADC e
ADPF). Um exemplo deste tipo de resolução são as que regulamentam as
eleições.

As resoluções ainda podem ser temporárias, como por exemplo as que


trazem o calendário eleitoral de certa eleição, ou de caráter permanente,
quando não há prazo pré-determinado para sua validade e vigência.
Veja-se que o poder regulamentar vai até os Tribunais Regionais
Eleitorais, cujas resoluções também tem força normativa federal, todavia, este
poder regulamentar não se estende aos juízes eleitorais.
Os Estatutos dos partidos políticos também são fontes do Direito
Eleitoral, porquanto suas questões interna corporis são tratadas neste diploma
normativo e põem trazer reflexos que afetem, por exemplo, questões como a
fidelidade partidária, coligações, etc.

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Os Princípios jurídicos, tanto do Direito Eleitoral (os quais serão


vistos mais adiante), quanto de outros ramos, também se revestem em
fontes do Direito Eleitoral.

7) (Técnico Judiciário – área judiciária, TRE/SP, 2017, FCC). Acerca


das fontes de Direito Eleitoral:
a) a função normativa da Justiça Eleitoral autoriza que sejam editadas
Resoluções Normativas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de
criar direitos e estabelecer sanções, possibilitando a revogação de leis
anteriores que disponham sobre o mesmo objeto da Resolução Normativa.
b) as normas eleitorais devem ser interpretadas em conjunto com o restante
do sistema normativo brasileiro, admitindo-se a celebração de termos de
ajustamento de conduta, previstos na Lei n° 7.346/85, que disciplina a Ação
Civil Pública, desde que os partidos políticos transijam, exclusivamente, sobre
as prerrogativas que lhes sejam asseguradas.
c) o Código Eleitoral define a organização e a competência da Justiça Eleitoral,
podendo ser aplicado apesar de a Constituição Federal prever a necessidade
de lei complementar para tanto.
d) as Resoluções Normativas do TSE, as respostas às Consultas e as decisões
do Tribunal Superior Eleitoral são fontes de Direito Eleitoral de natureza
exclusivamente jurisdicional e aplicáveis apenas ao caso concreto dos quais
emanam.
e) o Código Eleitoral, a Lei de Inelegibilidades, a Lei dos Partidos Políticos, a
Lei das Eleições, as Resoluções Normativas do TSE e as respostas a Consultas
são fontes de Direito Eleitoral de mesma estatura, hierarquia e abrangência,
podendo ser revogadas umas pelas outras.
Comentários:
A alternativa “a” está errada porque as resoluções do TSE têm função
regulamentar, ou seja, não podem criar obrigações, nem restringir direitos. A
alternativa “b” está errada porque, de acordo com a jurisprudência do TSE não
se admitem Compromissos de Ajustes de Condutas na Justiça Eleitoral.
Firmou-se o entendimento de que esse instrumento tratado pela Lei da Ação
Civil Pública não é compatível com a Justiça Eleitoral (Respe 32231, TSE). A
alternativa “d”, por sua vez, está errada exatamente porque o poder
regulamentar e consultivo do TSE são exceções ao seu poder jurisdicional,
sendo funções, respectivamente, regulamentares e consultivas. Por fim, a
alternativa “e” está errada porque algumas resoluções e as consultas não são
fontes primárias e hierarquicamente iguais às Leis Complementares e
Ordinárias, sendo, portanto, fontes secundárias.

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Gabarito 7: C

6.3- FONTES FORMAIS INDIRETAS

Como fontes formais indiretas, temos a jurisprudência eleitoral e as


consultas. A jurisprudência, como todo e qualquer ramos de direito, ganhou
ainda mais relevância com o Novo Código de Processo Civil, o qual institui
mecanismos de uniformização jurisprudencial em nosso ordenamento jurídico,
tais como o incidente de demandas repetitivas.
Por sua vez, as consultas são respostas formuladas pelo Tribunal
Superior Eleitoral ou pelos Tribunais Regionais Eleitorais para casos em
abstrato, não podendo ser dirigidas consultas a casos concretos e sem
caráter vinculante e nem efeitos erga omnes.
Os legitimados a realizarem estas consultas são, respectivamente:
a) No TSE: Autoridade de jurisdição federal e órgão nacional de
partido político (art. 23, inciso XII, do Código Eleitoral);
b) Nos TRE’s: Autoridade pública e partido político (art. 30, inciso
VIII, do Código Eleitoral).

Os Tribunais Regionais Federais se qualificam como autoridade de


jurisdição federal e, portanto, teriam legitimidade para formular consultas no
Tribunal Superior Eleitoral? A resposta para esta pergunta é sim! Os TRE's são
consideradas autoridades públicas federais e, portanto, têm legitimidade para
formular consultas no TSE, um exemplo disto são as consultas.

Em questão do concurso para o cargo de Analista Judiciário – área


judiciária, do TRE/MS, em 2013, pela CESPE, a seguinte alternativa foi
considerada como errada: “Compete privativamente ao TSE responder às
consultas sobre matéria eleitoral que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político”, haja vista, conforme dito, estes são os legitimados
para apresentarem consulta nos TRE’s e não no TSE.
Por sua vez, a alternativa estaria correta se apresentasse como
legitimados as autoridades de jurisdição federal e órgão nacional de partido
político.

6.4- FONTES INFORMAIS

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Além das fontes formais diretas e indiretas, ainda há fontes informais,


as quais podem ser utilizadas, sobretudo, para colmatação de lacunas legais
ou para melhor aplicar o direito em harmonia com todas as suas fontes.
Neste aspecto, a doutrina é uma fonte informal, embora seja
considerada por alguns doutrinadores como fonte material.
Outra fonte informal é a analogia, que se constitui, em verdade, em
método de integração da norma, a qual será aplicada em casos semelhantes e
quando não houver regra específica para aquele caso.
Finalmente, os costumes lato sensu também são fontes, em especial
para completar a aplicação da lei em situações bastante específicas.

Podemos, resumidamente, esquematizar as fontes do Direito Eleitoral


conforme o quadro que segue.
CF art.22,
Material
inc. I

CF

Leis Cód. ELEIT (parte)


complement
ares Lc 64/90
Cód. Eleit
Leis Lei dos partidos
ordinárias políticos
Lei das eleições
Direta Cc

Fontes do Cpc
direito Subsidiárias Cp
eleitoral
Cpp
Resoluções
tse/tre Lei 9.099/95
Formal
Estatutos
partidos pol.

Princípios

Jurisprudencia
Indireta
Consulta
Doutrina

Informal Analogia

Costumes

7- PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL

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Antes de adentrarmos nos princípios em espécie, os quais, conforme já


vimos, tratam-se de fonte formal direta do Direito Eleitoral, é bastante
importante que tracemos as diferenças entre estes e as regras.
As regras são disposições normativas de grau de abstratividade
relativamente reduzido já que visam, sobretudo, disciplinar situações
específicas. Possuem força cogente, são dotadas de um mínimo ético-social
e podem conflitar entre si em um ordenamento, situação esta denominada de
antinomia, sendo que, para solucionar este impasse, uma ou outra deve ser
aplicada, abstendo-se de uma aplicar uma das regras.
Já os princípios tratam-se de normas jurídicas impositivas com
elevado grau de abstratividade já que visam nortear a aplicação das regras.
Possuem, igualmente, força cogente e, caso haja um aparente conflito entre
princípios, admite-se a ponderação entre estes, aplicando-se lhes
consecutiva e conjuntamente as orientações.
Deste modo, enquanto uma regra existe para disciplinar certa situação
específica, um princípio serve para nortear a aplicação de um sem número de
regras.

REGRAS PRINCÍPIOS

Baixo grau de abstratividade Elevado grau de abstratividade


Força cogente Força Cogente
Mínimo ético-social Pura ética-social
Em caso de antinomia, aplica-se Em caso de aparente conflito,
uma regra em detrimento da aplicam-se os princípios pelo
outra método da ponderação

8) (Delegado de Polícia – 2ª Prova, PC-GO, 2013, UEG). No âmbito


constitucional, a distinção entre regra e princípio tem relevância prática, dada
a influência das ideias advindas do neoconstitucionalismo na construção do
sentido normativo, pelo judiciário. Entende-se que, nesse âmbito:
a) os princípios têm o caráter concreto, enquanto as regras são abstratas.
b) as regras são normas jurídicas, enquanto os princípios não têm essa
natureza.
c) as regras são standards com caráter vinculante, enquanto os princípios não
vinculam.

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d) os princípios têm o caráter fundamental e função fundante em relação às


regras.
Comentários:
A alternativa “a” está errada pois os princípios têm elevado grau de
abstratividade, muito maior que o das regras. A alternativa “b” está errada
porque os princípios também têm caráter normativo. A alternativa “c” está
errada porque os princípios também têm caráter vinculante.
Gabarito 8: D

REFORÇANDO: Ainda é importante ressaltar que, muito embora os


princípios tragam elevado conteúdo ético e moral, têm a mesma carga
cogente que as regras e vinculam a aplicação destas às suas
orientações.
Isto posto, vejamos quais são os princípios específicos do Direito Eleitoral.

7.1- PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE


ELEITORAL

O artigo 16 de nossa Constituição Federal disciplina que:


“Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência.”

Com isto, veda-se que qualquer lei que altere o processo eleitoral seja
aplicada a menos de ano e dia de uma eleição, mantendo-se a
estabilidade do pleito.
Este princípio está insculpido em cláusula pétrea, vez que se trata de
garantia individual e, conforme determina o artigo 60 da Carta Magna, em
seu §4º, inciso IV, não se podem ter emendas constitucionais tendentes a
abolir os direitos e garantias individuais.

Em questão do concurso para o cargo de Juiz Substituto, do DF, em


2016, pelo CESPE, foi considerada falsa a seguinte afirmativa: “O princípio da
anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC”.
COMENTÁRIOS: Conforme vimos, por ser um princípio que reveste uma
garantia individual, de que o processo eleitoral não será modificado antes de
ano e dia do pleito, garantindo a estabilidade deste, não pode ser suprimido
por emendas constitucionais.

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Quando a Lei Complementar nº 35/2010 foi publicada, houve grande


celeuma acerca de sua aplicação já no pleito daquele mesmo ano (2010), eis
que a discussão recaía no caso concreto de registro de candidatura negado ao
deputado estadual de Minas Gerais – Leonídio Correa Bouças (Recurso
Extraordinário 633703), o qual teve provimento por seis votos a cinco,
votação esta apertada, mas que entendeu pela aplicação do Princípio da
Anualidade, não devendo ser negado registro com base em Lei
Complementar publicada a menos de ano e dia da data da eleição.
A Lei Complementar nº 135/2010, também chamada de Lei de Ficha
Limpa, alterou substancialmente a Lei das Inelegibilidades (LC 64/90),
trazendo maior prazo de inelegibilidade (de três para oito anos), aplicação a
partir de condenação por colegiado (e não com o trânsito em julgado) e um rol
maior de crimes passíveis de gerarem inelegibilidade.
Veja-se que houve questionamento acerca da constitucionalidade da Lei
de Ficha Limpa, exatamente porque o Tribunal Superior Eleitoral havia
firmado o entendimento de que ela seria aplicada a fatos anteriores à
sua vigência, o que, para alguns, seria uma espécie de retroatividade em
prejuízo do candidato, ou, ainda, porque com o marco inicial sendo uma
condenação por colegiado e não a partir do trânsito em julgado, estar-
se-ia prejudicando a presunção de inocência. Todavia, o STF, por maioria de
votos, na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADCs 29 e 30) e na Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº 4578, deixou prevalecer o entendimento em
favor da constitucionalidade da lei, a qual pôde ser aplicada nas eleições de
2012, alcançando atos e fatos ocorridos antes de sua vigência.
O princípio da anualidade serve, em resumo, para evitar desigualdade e
deformidade nas eleições, o que afetaria o processo eleitoral como um todo,
porém, alterações meramente instrumentais, que não comprometam esta
igualdade de participação dos partidos e candidatos, não afetam este
princípio, qual foi o caso da Lei 10.408/2002 a qual dispunha sobre a
fiscalização e segurança do voto eletrônico e que já foi aplicada no pleito de
2002.
Com relação ao que se pode compreender por “processo eleitoral”,
não há unanimidade doutrinária ou jurisprudencial, de modo que se toma por
base o potencial de afetação do mencionado equilíbrio na participação
do pleito como fundamento para sua aplicação, ou não, no caso concreto.

A lei que altera o processo eleitoral tem VIGOR IMEDIATO,


porém a sua APLICAÇÃO é que fica para a próxima eleição.

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9) (Promotor de Justiça, MPE/PB, 2011, MPE/PB). Pelo princípio da


antinomia ou anualidade eleitoral, é correto afirmar:
a) Toda lei que alterar o processo eleitoral tem vigência imediata à data de
sua publicação.
b) Aplica-se a vacatio legis à norma que disciplinar o processo eleitoral.
c) Aplica-se em relação às resoluções normativas sobre o registro de
candidatos.
d) Aplica-se, apenas, às resoluções normativas referentes a propaganda
eleitoral.
Comentários:
A alternativa “b” está errada porque a vigência da lei que alterar o processo
eleitoral é imediata, apenas postergando a sua aplicação à eleição que ocorra
até um ano da data de sua vigência. A alternativa “c” está errada porque
normas de caráter instrumental não se submetem a este princípio e a
alternativa “d” está errada porque, além de as resoluções serem normas de
caráter instrumental e, portanto, não se submeterem a este princípio, ainda
podem ser publicadas até o dia 05 de março do ano eleitoral (artigo 105 da Lei
9.504/97: “Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal
Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos
ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas
as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em
audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos”).
Gabarito 9: A

7.2- PRINCÍPIO DA CAUTELA / LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES

Este princípio é destacado da redação do artigo 14, §9º da


Constituição Federal e que diz:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
(...) § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade
e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do

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exercício de função, cargo ou emprego na administração direta


ou indireta.

Qualquer legislação que trate sobre inelegibilidades deve ser por


meio de Lei Complementar e jamais por meio de lei ordinária e isto visa
manter a legitimidade das eleições, resguardando-a de influência do poder
econômico ou abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta.
Este dispositivo constitucional consagra um princípio o qual permite a
criação de novas hipóteses de inelegibilidade, desde que sirvam para manter a
legitimidade do pleito, livrando-o de influências e abusos.

7.3- PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES

Este princípio está insculpido no artigo 23, da Lei Complementar


64/90, ou seja, a Lei das Inelegibilidades:
“Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação
dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova
produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não
indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o
interesse público de lisura eleitoral.”

O Princípio da Lisura das Eleições permite que o julgador busque a


verdade real dos fatos, a fim de dar, como diz seu nome, lisura ao pleito, de
modo que pode, inclusive, produzir provas de ofício, no processo eleitoral,
a fim de formar seu conhecimento.

Há de se destacar, todavia, que este princípio encontra algumas


limitações, qual é o caso da Súmula nº 18 do TSE, que, por sua vez, dita:

Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz


eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de
impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo
com a Lei nº 9.504/97.

Contudo, uma vez instaurado o procedimento por um de seus


legitimados, poderá o juiz se fazer valer deste princípio e aprofundar a

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produção probatória, desde que em consonância com os desideratos de


manter a lisura do pleito e atendendo ao interesse público.

7.4- PRINCÍPIO DA MORALIDADE ELEITORAL

Conforme pudemos explicitar no Princípio da Cautela ou da Legitimidade


das eleições, a Constituição Federal, em seu artigo 14, §9º, determina que lei
complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação a fim de proteger, entre outras coisas, a moralidade para o
exercício de mandato considerada a vida pregressa do candidato.
Ocorre que é de suma importância traçarmos um pequeno apanhado
histórico a fim de entender a extensão e alcance deste princípio nos dias de
hoje.
Antes de nossa atual constituição, a Lei Complementar 05/70, com
fulcro na constituição de sua época (CF 67/69) entendia que a mera
instauração de processo criminal contra candidato era motivo suficiente para
lhe macular a moralidade, afastando-lhe do processo eletivo.
Com o advento da atual Constituição (1988), o princípio da presunção
de inocência regrou como nunca antes as relações jurídicas, tanto que se
encontra em cláusula pétrea, no artigo 5º, inciso LVII, de modo que apenas
com uma condenação com trânsito em julgado poder-se-ia haver a mácula da
moralidade de modo a comprometer a moralidade para exercício do mandato,
considerando-se esta condenação transitada em julgado como hábil a afetar a
vida pregressa do candidato.
O Tribunal Superior Eleitoral, entretanto, enfrentou vários julgados que
levaram ao questionamento deste princípio da presunção da inocência, o qual
se revestia de estratagema jurídico para acabar não dando efetividade ao
disposto no artigo 14, §9º de nossa Constituição, dispositivo este que primava
por candidatos que possuíssem bons antecedentes e moralidade pública.
Dentre estes julgados, cite-se o icônico caso de Eurico Miranda (RO 1069), o
qual trazia o candidato detentor de oito processos criminais ainda não
transitados em julgado.
Frente ao constante questionamento se o artigo 14, §9º da CF era ou
não autoaplicável, a Associação dos Magistrados Brasileiros ajuizou a Arguição
de Descumprimento de Preceito Fundamental n° 144, no Supremo Tribunal
Federal, demandando da mais alta corte brasileira um posicionamento que
primasse pela proteção do Princípio da Moralidade Eleitoral e o
consubstanciando na exigência de uma vida pregressa do candidato sem que
tivesse condenações por colegiado. O STF entendeu pela primazia do Princípio
da Presunção da Inocência, negando o pleito formulado pela AMB e mantendo
o entendimento sustentado, até então, pelo TSE, de que a Lei Complementar

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64/90 deveria ser cumprida em sua íntegra, exigindo-se o trânsito em julgado


da condenação para considerar maculada a vida pregressa do candidato.
A solução para este impasse, que viria dar aplicabilidade ao artigo 14,
§9º de nossa Constituição Federal adveio com a Lei Complementar n°
135/2010, de iniciativa popular, contando com mais de um milhão e meio de
assinaturas de eleitores de todo o Brasil.
A Lei de Ficha Limpa, conforme ficou conhecida, feita por meio de Lei
Complementar, conforme determina nossa Constituição Federal, mitigou o
Princípio da Presunção da Inocência dando maior relevo à primazia do
Princípio da Moralidade Eleitoral, vez que entendeu que candidatos que
não tivessem a vida pregressa impoluta não portariam a moralidade
necessária para o exercício do mandato.

Em questão do concurso para o cargo de Juiz Substituto, do TJ/RN, em


2013, pelo CESPE, foi considerada certa a seguinte alternativa: “A condenação
por órgão colegiado, na hipótese de crime contra a administração pública,
implica inelegibilidade, ainda que o processo não tenha transitado em
julgado”.
Vê-se, portanto, que não se exige mais o trânsito em julgado para ser
considerada maculada a vida pregressa do candidato, mas e tão somente, a
condenação por órgão colegiado.

7.5- PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E


PERDA DO MANDATO ELETIVO ou PRINCÍPIO DA CELERIDADE

A constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXXVIII (mais


uma cláusula pétrea), dita que “a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação”. Esta disposição, em verdade,
garante, indistintamente, que qualquer litigante ou litigado tenha um processo
com duração razoável, seja ele judicial ou administrativo.
Neste mesmo espírito, o Novo Código de Processo Civil (Lei
13.105/2015), trouxe disposição análoga, em seu artigo 4°, ao dizer que “As
partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa”, reafirmando não apenas o Princípio da
duração razoável do Processo como, ainda, trazendo seu princípio corolário – o
da Primazia do Julgamento de Mérito, evitando-se, assim, que demandas
sejam extintas sem dar oportunidade de resolução de seu mérito.

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O próprio novel código de processo civil tem expressa disposição para


sua aplicabilidade no campo eleitoral, mais propriamente com o disposto
no seu artigo 15:
“Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”

Ocorre que, na seara eleitoral, além da expressa previsão constitucional


e processual civil, ainda há regramento na lei das eleições (Lei 9.504/97) a
qual traz em seu artigo 97-A o que se entende por “duração razoável
do processo” em se falando de ações que possam importar em perda
do mandato eletivo:
“Art. 97-A.  Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5o da
Constituição Federal, considera-se duração razoável do processo
que possa resultar em perda de mandato eletivo o período
máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça
Eleitoral.
§ 1º A duração do processo de que trata o caput abrange a
tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral.
§ 2º Vencido o prazo de que trata o caput, será aplicável o
disposto no art. 97, sem prejuízo de representação ao Conselho
Nacional de Justiça.”

Este dispositivo, em verdade, reafirma o Princípio da Duração Razoável


do Processo, regulamentando o que se entende como sendo “duração
razoável” nas ações cuja decisão possa implicar em perda do mandato eletivo.
Veja-se que o prazo de duração de um ano abrange a tramitação em
todas as instâncias da Justiça Eleitoral, devendo o julgador ser
responsabilizado, mediante representação no Conselho Nacional de Justiça,
caso este prazo não seja observado por descumprimento ou se o magistrado
der causa ao descumprimento (artigo 97 da Lei das Eleições).
Além deste dispositivo legal, há outro que garante a imediata
execução de qualquer acórdão, o que reforça o Princípio da Celeridade,
o qual é intimamente ligado ao mencionado Princípio da Duração Razoável do
Processo. Este dispositivo se encontra no artigo 257, §1° do Código Eleitoral:
“§ 1º A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente,
através de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos
especiais, a critério do presidente do Tribunal, através de cópia
do acórdão.”

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Assim, dado o curto lapso temporal que as ações tipicamente eleitorais


têm para serem processadas, normalmente menos de seis meses (período
este que vai do registro de candidatura à diplomação dos eleitos), os Princípios
da Celeridade e da Duração Razoável do Processo são de suma importância a
fim de possibilitar o efetivo exercício democrático, do contrário, decisões
morosas poderiam comprometer o andamento das eleições e, até mesmo,
tornar inócuos os resultados dos escrutínios, fragilizando o processo
democrático de escolha.

7.6- PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA

Como as atividades no dia da votação se desenvolvem com extrema


rapidez, não se pode permitir que fatos não impugnados no momento sejam
levantados posteriormente, permitindo-se, caso não se adotasse o Princípio
da Preclusão Instantânea, uma instabilidade no processo eleitoral.
Deste modo, o Código Eleitoral, em seu artigo 147, §1° determina que
“A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da mesa,
fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada
verbalmente ou por escrito, antes de ser o mesmo admito a votar”.
Isso ocorre porque, após o eleitor ser liberado para votar, não mais será
admitido recurso contra esta votação, precluindo-se instantaneamente o
direito à impugnação, conforme dita o artigo 149 do mesmo códex:
“Art. 149. Não será admito recurso contra votação, se não tiver
havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação,
contra as nulidades arguidas”

Ainda na mesma esteira, primando pela preclusão instantânea é o


disposto no artigo 223 do CE:
“Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício
pela Junta, só poderá ser arguida quando da sua prática, não
podendo mais ser alegada, salvo se a arguição se basear em
motivo superveniente ou de ordem constitucional”

E de outro modo não poderia ser, pois imaginemos que este princípio
não existisse no Direito Eleitoral e após dias, semanas, ou até meses do pleito,
viesse uma impugnação de identidade de eleitor com pedido de anulação do
voto e com o fito de modificar, quiçá, uma diplomação. Não haveria
estabilidade na proclamação dos eleitos e os oponentes do vencedor poderiam
utilizar deste estratagema para pleitear nova votação ou cassação de diploma,
gerando descrença no processo eleitoral.

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7.7- PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS

Com raras exceções, tais como as ações penais eleitorais, os recursos


deste ramo do direito possuem, em regra, apenas o efeito devolutivo.
Um exemplo prático deste princípio recai na disciplina imposta pelo artigo 216
do Código Eleitoral, o qual estabelece que “Enquanto o Tribunal Superior não
decidir o recurso interposto contra a expedição do diploma, poderá o
diplomado exercer mandato em toda a sua plenitude”.
Ademais, o artigo 15 da Lei Complementar 64/90 reafirma este princípio
ao determinar que “O registro de candidatura inelegível só será cancelado
após o trânsito em julgado da decisão, ou seja, enquanto pender recurso do
candidato, este poderá participar do pleito e até ser diplomado, se eleito”.
Caso a parte queira em seu recurso o efeito suspensivo, deverá pleiteá-
lo por meio de medida cautelar.

7.8- PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO

Num paralelo ao Princípio do Direito Penal do in dubio pro reo, no


âmbito eleitoral poderíamos dizer que temos um in dubio pro voto, haja
vista que para haver anulação de voto tem que ter demonstração de prejuízo,
conforme estabelece o artigo 219 do Código Eleitoral.
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos
fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar
nulidades sem demonstração de prejuízo.
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser
requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar.

Neste mesmo espírito, disciplina o artigo 149 deste códex, o qual dita
que:
Artigo 149. Não será admitido recurso contra votação, se não
tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da
votação, contra as nulidades arguidas”

Trata-se, portanto, de uma verdadeira extensão do Princípio da


Preclusão Imediata, aliada ao Aproveitamento do Voto haja vista que, em não

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havendo impugnação imediata em relação às nulidade arguidas, estes votos


serão aproveitados e contabilizados.
Não obstante a necessidade de comprovação de prejuízo, deve-se
sempre primar pela mantença dos votos, separando os nulos daqueles que
não foram fraudados.
É importante, ainda, antecipar um pouco um assunto que será visto
mais adiante, porém, que mantém pontos de contato com este princípio e
acabou gerando bastante polêmica nas redes sociais e para o público em geral
e consiste no mito de que, se mais de cinquenta por cento dos eleitores
anularem seu voto, haverá nova eleição. Tal equívoco se deve a uma
interpretação equivocada do artigo 224 do Código Eleitoral, que diz:
Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do
país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e
estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão
prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para
nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.

Todavia, a nulidade mencionada neste artigo deriva de decisão da Junta


Eleitoral em relação à irregularidades apuradas e não porque o eleitor, livre e
espontaneamente anulou o seu voto, neste caso, somente os votos válidos
serão contabilizados e o candidato vencedor será proclamado e diplomado.

7.9- PRINCÍPIO DA IMPERSONALIDADE

Emerson Garcia defende o Princípio da Impersonalidade, que consiste


na responsabilização do candidato, com sua cassação do registro de
candidatura e, até mesmo, declaração de inelegibilidade, ainda que ele não
seja autor do ato de abuso de poder, mas que deste ato tenha se
beneficiado, desequilibrando o pleito.
Com este princípio, não se estabelece a necessidade de atuação direta
ou indireta do candidato em ação lastreada em abuso de poder, basta que ele
tenha colhido algum benefício desta ação e que ela tenha o condão de
desestabilizar a concorrência entre os candidatos.
Nossa legislação eleitoral recepcionou essa tese, por meio da Lei
Complementar nº 64/90 (Lei das Inelegibilidades), a qual, em seu art. 22,
inciso XIV, traz o seguinte texto:
“Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou
Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral,
diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e
indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de

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investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso


do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização
indevida de veículos ou meios de comunicação social, em
benefício de candidato ou de partido político, obedecido o
seguinte rito:

(...)
XIV - julgada procedente a representação, o Tribunal declarará a
inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído
para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade
para as eleições a se realizarem nos 3 (três) anos subseqüentes à
eleição em que se verificou, além da cassação do registro do
candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder
econômico e pelo desvio ou abuso do poder de autoridade,
determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral,
para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e
processo-crime, ordenando quaisquer outras providências que a
espécie comportar”

Tal princípio visa manter a paridade entre os candidatos,


responsabilizando-os por qualquer vantagem indevida que altere o equilíbrio
entre os participantes do pleito, comprometendo, assim, a lisura deste e
ferindo o regime democrático.

7.10- PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Este princípio está consagrado no artigo 241 do Código Eleitoral, que


dita o seguinte:
“Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a
responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-
lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus
candidatos e adeptos.
Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita
aos candidatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros
partidos, mesmo quando integrantes de uma mesma coligação.
(Incluído pela Lei nº 12 .891, de 2013).”

Com isto, evita-se que o candidato atribuísse a responsabilidade de


excessos cometidos ao candidato e este, por sua vez, atribuísse-a ao partido,
de modo que nenhum dos dois acabasse sendo responsabilizado.

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Veja-se que esta responsabilidade é cível, penal e


administrativa.
Além deste dispositivo legal, há, ainda, a expressa previsão na Lei das
Eleições (Lei nº 9.504/97), em seus artigos 17 e 38, caput, os quais estendem
esta responsabilidade solidária para a prestação de contas e edição de
impressos de campanha:
“Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob
a responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e
financiadas na forma desta Lei.
Art. 38. Independe da obtenção de licença municipal e de
autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda
eleitoral pela distribuição de folhetos, adesivos, volantes e outros
impressos, os quais devem ser editados sob a responsabilidade
do partido, coligação ou candidato. (Redação dada pela Lei nº
12 .891, de 2013).”

Em 2015, por meio da Lei n° 13.165/2015, vieram várias alterações


significativas a este princípio, vez que o artigo 96, §11 da Lei das Eleições (Lei
n° 9.504/97) trouxe uma vedação da aplicação indistinta deste princípio a
qualquer situação, senão vejamos:
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta lei, as
reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento
podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou
candidato, e devem dirigir-se: 
(...)
§ 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do
descumprimento de disposições desta lei não se estendem ao
respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado
da conduta, salvo quando comprovada a sua participação.

Todavia, esta vedação da solidariedade não se aplica a qualquer caso,


apenas àqueles de condutas de ordem geral, permanecendo, portanto, os
demais casos específicos previstos na própria lei das eleições, a exemplo do
disposto no artigo 73, §8º, que continuam com este princípio vigorando.
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as
seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de
oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
(...)

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§ 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a


suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e
sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil
Ufirs.
(...)
§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos
responsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e
candidatos que delas se beneficiarem.

Já há decisões do Tribunal Superior Eleitoral aplicando o Princípio da


Solidariedade para previsões específicas, afastando, portanto, a previsão de
não incidência genérica do artigo 61, §11, a exemplo do Recurso Especial
Eleitoral nº 29727, Relator Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJE
14/12/2017).
Mais um destaque jurisprudencial é o Ac.-TSE, de 21.6.2016, no REspe
nº 84356, o qual diz que : “a partir das eleições de 2016, o litisconsórcio
passivo necessário entre o candidato beneficiário e o responsável pela prática
de abuso do poder político passa a ser obrigatório nas ações de investigação
judicial eleitoral”.

Segue um resumo dos princípios analisados:

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Princípio da Anualidade ou Anterioridade Eleitoral

Base Constitucional (art. 16 CF)


Vigor imediato, mas aplicação para a eleição que estiver a mais de ano e dia
Conceito de "processo eleitoral" não engloba regras instrumentais
Regras instrumentais são aplicadas imediatamente
Não tem vacatio legis

Princípio da Cautela / Legitimidade das Eleições

Previsão constitucional (art. 14, §9º CF)


Se o assunto for inelegibilidade só pode ser por meio de LC

Princípio da lisura das eleições

Base legal - art. 23 LC 64/90


Julgador deve buscar a verdade real dos fatos
Súmula 18 TSE - juiz não instaura de ofício procedimento para impor multa de
propaganda eleitoral em desacordo com a Lei das Eleições

Princípio da Moralidade Eleitoral

Na CF de 67/69 qualquer instauração de processo criminal permitia a "ficha suja"


Na CF de 88 consagrou-se o Princípio da Presunção da Inocência e a LC 64/90 só admitia
a mácula da vida pregressa com condenação transitada em julgado
Artigo 14, §9º da CF/88 - previsão da moralidade como orientadora da vida pregressa do candidato
LC 135/2010 - Lei de Ficha Limpa, mitigou a presunção da inocência e deu aplicablidade
ao disposto no artigo 14, §9º da CF/88
Princípio da Duração razoável do Processo e Perda do Mandato Eletivo e o Princípio da
Celeridade
art. 5º, inc. LXXVIII CF/88 - duração razoável a todos
NCPC arts. 4° e 15
Art. 97-A da Lei 9.504/97 - duração de um ano em todas as esferas
Responsabilização do magistrado - Representação n CNJ

Princípio da Preclusão Instantânea

Impugnação imediata à identidade do eleitor


Arguição imediata da nulidade sob pena de preclusão
Visa dar estabilidade ao pleito

Princípio da devolutividade dos Recursos

Regra: efeito devolutivo


Se quiser duplo efeito: cautelar

Princípio do Aproveitamento do voto

In dubio pro voto


Necessidade de comprovação do prejuízo
Aproveitamento de votos, separando-os dos nulos

Princípio da Impersonalidade

Candidato que se beneficiar de ato feito com abuso de poder, por ele responde, tendo
participado dele ou não
Art. 22, inc. XIV DA lc 64/90
Visa estabelecer equilíbrio entre os participantes do pleito

Princípio da Responsabilidade Solidária

Visa responsabilizar candidatos e partidos políticos por propagandas e prestações de


contas
Art. 241 CE e arts. 17 e 38, caput, da Lei das Eleições

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8- QUESTÕES COMENTADAS

10) (Analista Judiciário –Área Judiciária, 2011, FCC, TRE-AP) A perda


dos direitos políticos:
a) não impede a filiação partidária, mas apenas a votação em convenções.
b) não impede a filiação partidária, mas apenas a disputa de cargo eletivo.
c) impede a filiação partidária.
d) só impede a filiação partidária se houver prévia decisão nesse sentido
dos órgãos de direção do partido.
e) só impede a filiação partidária se houver dispositivo expresso nesse
sentido no estatuto do partido.
Resolução:
De acordo com o artigo 22 da Lei dos Partidos Políticos, inciso II, a perda dos
direitos políticos cancela imediatamente a filiação partidária. (Art. 22, II, Lei
9.096/95 - Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se
nos casos de: I - morte; II - perda dos direitos políticos).

Gabarito 10: C

11) (Promotor de Justiça Substituto, MPE-RR, 2017, CESPE) A


suspensão de direitos políticos:
A) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará com o
cumprimento da pena, sendo indispensável a prova de reparação dos danos,
se for o caso.
B) não ocorre em relação ao beneficiado pela suspensão condicional do
processo.
C) não é penalidade prevista para aquele que se recusar a prestar serviço
no júri popular e a cumprir o serviço alternativo, mesmo que a recusa deva-se
a escusa de consciência.
D) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará
quando a pena privativa de liberdade for substituída por restritiva de direitos.
Resolução:
A alternativa A está errada porque, de acordo com a Súmula 9/TSE, a
suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada
em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo
de reabilitação ou de prova de reparação de danos.

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A alternativa B está certa de acordo com o entendimento jurisprudencial do


TSE, em que somente a sentença penal condenatória é que pode induzir à
inelegibilidade, de modo que a suspensão condicional do processo não afasta a
presunção de inocência.
A alternativa C está errada porque a recusa de cumprir obrigação a todos
imposta ou prestação alternativa é caso de suspensão dos direitos políticos,
nos termos do artigo 15, inciso IV da CF/88.
A alternativa D está errada porque a suspensão dos direitos políticos
permanece enquanto durarem seus efeitos, ainda que a pena tenha sido
substituída por restritiva de direitos.
Gabarito 11: B

12) (Atividade técnica – Direito, Administração, Ciências Contábeis e


Economia, MPOG, 2015, FUNCAB) Os direitos fundamentais:
A) estão integralmente arrolados no artigo 5o da Constituição Federal.
B) tem como titulares exclusivos as pessoas físicas ou naturais.
C) não possuem a qualidade de direitos subjetivos.
D) não estão necessariamente expressos no texto constitucional, como o
direito ao nome.
E) possuem eficácia apenas vertical, ou seja, na relação entre pessoa e
Estado.
Resolução:
A alternativa A está errada porque o próprio artigo 5º, §2° da CF/88 diz que
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
A alternativa B está errada porque são titulares de direitos políticos qualquer
pessoa que se encontre no território nacional, estrangeiros residentes ou não
no Brasil, pessoas jurídicas e, até mesmo, o próprio Estado.
A alternativa C está errada porque os direitos fundamentais possuem
qualidades de direitos objetivos e subjetivos.
A alternativa D está correta.
A alternativa E está errada porque, conforme vimos, os direitos fundamentais
têm eficácia vertical, horizontal e diagonal.
Gabarito 12: D

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13) (Defensor público, DPE-SP, 2009, FCC, enunciado adaptado)


Sobre direitos políticos é correto afirmar:

A) Percebe-se que o sufrágio universal, o voto e o escrutínio são sinônimos


que integram a teoria dos direitos políticos positivos e a ideia nuclear da
democracia.
B) É condição de elegibilidade dos parlamentares possuir nacionalidade
brasileira e nesse caso tanto faz ser brasileiro nato ou naturalizado.
C) As inelegibilidades possuem justificativa de ordem ética, daí porque,
segundo a Constituição Federal são inelegíveis o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o 2o grau ou por adoção dos senadores e
deputados federais.
D) Dar-se-á a suspensão dos direitos políticos para os condenados criminais
com sentença transitada em julgado cujo gozo pleno se restabelecerá após
a reabilitação criminal.
E) A cassação dos direitos políticos pode ocorrer, dentre outros casos, quando
ocorrer a incapacidade civil absoluta como na interdição.
Comentários:
A alternativa A está errada porque, conforme vimos, sufrágio é o direito
público subjetivo de participar na condução política do Estado, já o voto é um
dos meios pelo qual se exerce o direito ao sufrágio e escrutínio é o método de
votação, logo, não são sinônimos.
A alternativa B está correta, muito embora haja alguns cargos que são
privativos de brasileiro nato, mas são exceções.
A alternativa C está errada porque a inelegibilidade reflexa recai apenas aos
parentes e cônjuges dos chefes do Executivo e não para os representantes do
legislativo (art. 14, §7° da CF/88).
A alternativa D está errada porque, de acordo com a Súmula 9 do TSE, a
suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada
em jugado cessa como cumprimento da pena ou com sua extinção,
independentemente de reabilitação ou e prova de reparação de danos.
Já a alternativa E está errada porque é vedada a cassação de direitos políticos,
conforme caput do artigo 15 da CF/88.
Gabarito 13: B

14) (Procurador da República, PGR, 2008, PGR) A justiça eleitoral:

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A) É organismo judiciário especializado em direito eleitoral, havendo reserva


de jurisdição em matéria eleitoral típica, cabendo-lhe julgar e processar os
litígios entre candidatos e os crimes de natureza eleitoral, respeitando-se a
competência por prerrogativa de função, fixada na Constituição Federal.
B) Tem competência para administrar as eleições, desde o alistamento
{ inscrição, exclusão e transferência de eleitores) até a apuração eletrônica
de votos, podendo requisitar servidores e responder consultas sobre casos
concretos, através do Tribunal Superior Eleitoral e dos tribunais regionais.
C) Processa e julga o recurso contra a expedição de diploma, através do TSE,
nas eleições para Presidente e Vice da República; dos Tribunais Regionais
Eleitorais, para Governador e dos juizes eleitorais, para Prefeito.
D) Se organiza em zonas eleitorais, as quais correspondem a cada município
integrante da Federação, e seções eleitorais com atribuições
administrativas.
Comentários:
A alternativa A está correta (A Constituição Federal disciplina em seus artigos
104 a 117 e artigos 122 a 124 as competências dos demais órgãos da Justiça,
sendo a competência da Justiça Eleitoral residual e prevista nos artigos 118 a
121).
A alternativa B está errada porque a Justiça Eleitoral tem competência durante
todo o processo eleitoral, o qual não se encerra na apuração eletrônica, mas,
sim, com a diplomação.
A alternativa C está errada porque não há previsão legal de Recurso Contra
Expedição de Diploma (RCED) contra diplomação do presidente e deu vice.
A alternativa D está errada pois não há esta equivalência entre zona eleitoral e
município, eis que pode haver várias zonas eleitorais em um único município
(Ex. Curitiba que tem dez zonas eleitorais) e vários municípios em uma única
zona eleitoral.
Gabarito 14: A

15) (Técnico Judiciário – TRE/RO, 2013, FCC). Não se incluem, dentre


as fontes do Direito Eleitoral as:
A) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
B) decisões jurisprudenciais.
C) leis estaduais.
D) normas da Constituição Federal.
E) leis federais.
Comentários:

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As alternativas A, B, C e D estão erradas porque todas são fontes do Direito


Eleitoral, apenas a alternativa E está certa porque leis estaduais não podem
disciplinar sobre matéria eleitoral, a qual é de competência privativa da União
(art. 22, inciso I, CF/88 - Art. 22. Compete privativamente à União legislar
sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho).
Gabarito 15: E

16) (Juiz, TJ-PR, 2012, UFPR) No que consiste o princípio da anualidade


eleitoral?

A) As leis eleitorais têm validade de apenas 01 (hum) ano a partir de sua


publicação, razão pela qual existem as Resoluções do TSE a cada eleição.
B) As leis eleitorais valem apenas para o ano da eleição para a qual foram
editadas e publicadas e são complementadas pelas Resoluções do TSE.
C) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral somente entram em vigor
01 (hum) ano depois da eleição para a qual foi publicada.
D) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral entram em vigor na data
de sua publicação e não se aplicam à eleição que ocorra até 01 (hum) ano
da data de sua vigência.
Comentários:
A alternativa A está errada porque as leis eleitorais não tem validade de
apenas um ano.
A alternativa B está errada pelo mesmo motivo que a alternativa anterior
também está, pois as leis eleitorais não têm validade por tempo determinado.
A alternativa C está errada pois as leis eleitorais têm vigor imediato, ficando
postergada sua aplicação à eleição posterior caso seja publicada a menos de
ano e dia desta.
A alternativa D está correta pois se trata de letra de lei (art. 16, CF/88 – “Art.
16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)).
Gabarito 16: D

17) (Analista Legislativo, Câmara dos Deputados, 2014, CESPE).


Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir:

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“Entre os princípios norteadores do direito eleitoral brasileiro incluem-se o


princípio da igualdade, o princípio do devido processo legal, o princípio da
publicidade e o princípio da preclusão ou da eventualidade”.
A) Certo
B) Errado
Comentários:
A alternativa A está certa porque, além dos princípios típicos do Direito
Eleitoral que vimos, há, ainda, princípios tomados de outros ramos, os quais
são fontes formais diretas e subsidiárias do eleitoral, de modo que seus
princípios, qual o da igualdade, do devido processo legal e da publicidade são,
igualmente, aplicados em âmbito eleitoral.
Gabarito 17: A

18) (Defensor Público Federal, DPU, 2017, CESPE). Acerca dos


princípios do direito eleitoral e dos direitos políticos, julgue o item a seguir:
“No texto constitucional, os direitos políticos estão vinculados ao exercício da
soberania popular, restritos, portanto, aos direitos de votar e de ser votado”.
A) Certo
B) Errado
Comentários:
A alternativa A está errada porque os direitos políticos não se resumem ao
direito de votar e ser votado, como, ainda, abarcam o plebiscito, o referendo,
a iniciativa popular, a ação popular e a participação em partidos políticos.
Gabarito 18: B

19) (Analista Legislativo, Prefeitura de Balneário Camboriú-SC,


2015, FEPESE). Assinale a alternativa que indica corretamente o princípio
eleitoral em que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência:
A) Princípio da legalidade eleitoral
B) Princípio da celeridade eleitoral
C) Princípio da anualidade eleitoral
D) Princípio da democracia representativa
E) Princípio da irrecorribilidade das decisões eleitorais
Comentários:

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De acordo com o artigo 16 da CF/88 (Art. 16. A lei que alterar o processo
eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 4, de 1993)), este princípio equivale ao Princípio da
Anualidade Eleitoral, estando, portanto, correta a alternativa C.
Gabarito 19: C

20) (Juiz de Direito, TJ/MG, 2014, FUNDEP). Analise as afirmativas


seguintes.
I. Independente e próprio, com autonomia científica e didática, o Direito
Eleitoral está encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e
o processo eleitoral, cujo conjunto de normas destina-se a assegurar a
organização e o exercício de direitos políticos, especialmente os que envolvam
votar e ser votado
II. A Lei Eleitoral é exclusivamente federal por força do Artigo 22, I, da
Constituição Federal, podendo, no entanto, os Estados e Municípios disporem
de regras de cunho eleitoral supletivamente.
III. As Medidas Provisórias podem conter disposições com conteúdo eleitoral.
IV. Vigora no Direito Eleitoral o princípio da anterioridade, ou seja, embora em
vigor na data de sua publicação, a lei somente será aplicada se a eleição
acontecer após um ano da data de sua vigência.
A partir da análise, conclui-se que estão CORRETAS.
A) I e II apenas.
B) I e III apenas.
C) II e III apenas.
D) I e IV apenas.
Comentários:
As assertivas I e II estão corretas, muito embora esta última, para ficar mais
completa, deveria trazer que o princípio da anterioridade ou da anualidade se
aplica às leis que alterem o processo eleitoral e não a qualquer lei.
Já as assertivas II e III estão erradas porque, a primeira traz a possibilidade
de haver lei eleitoral supletiva, o que é vedado por nossa Constituição (art.
22, I - “art. 22, inciso I, CF/88 - Art. 22. Compete privativamente à União
legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”), e a segunda porque é vedado
ter medida provisória disciplinando matéria eleitoral (artigo 62, inciso I, alínea
“a”, CF/88 – “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (...)I – relativa a: a)

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nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito


eleitoral”).
Gabarito 20: D

21) (Analista Legislativo, Câmara dos Deputados, 2014, CESPE).


Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir.
Introduzida no texto constitucional por meio de emenda, a nova redação do
dispositivo que consagra princípio da anualidade da lei eleitoral aperfeiçoou a
redação do texto constitucional, ao igualar os conceitos de vigência ou
aplicação e de eficácia.
A) Certo
B) Errado
Comentários: Conforme pudemos ver, o artigo 16 da Constituição Federal
(Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência) dissocia, separa, os conceitos de vigência – a qual é imediata, do
conceito de aplicação – o qual pode ser postergado para aproxima eleição,
caso a alteração do processo eleitoral se dê a menos de ano e dia do pleito.
Gabarito 21: B

22) (Analista Judiciário – Taquigrafia, TRE-PA, 2014, IADES). A


respeito dos princípios constitucionais eleitorais, assinale a alternativa correta.
A) Pelo princípio da elegibilidade, são inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
B) Em rol exaustivo, são condições de elegibilidade: nacionalidade
brasileira, alistamento eleitoral e pleno exercício dos direitos políticos.
C) O presidente da República, os governadores de estado e do Distrito
Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso
dos mandatos não poderão ser reeleitos para novo período subsequente.
D) Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os
governadores e prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
três meses antes do pleito.
E) No território de jurisdição do titular, os cônjuges dos governadores
são elegíveis, sem exceção.
Comentários: A alternativa A está certa e corresponde ao artigo 14, §4º da
CF/88 (§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos).
A alternativa B está errada porque não se trata de rol exaustivo, pois há
outros requisitos, conforme artigo 14, §3° da CF/88 (§ 3º São condições de

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elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno


exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio
eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a)
trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador).
A alternativa C está errada porque o candidato titular de cargo eletivo e que
estiver tentando a reeleição, pode fazê-lo para um único período subsequente
(art. 14, §5° da CF/88: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subseqüente”).
A alternativa D está errada porque o prazo é de seis meses e não de três,
como diz o enunciado (Art. 14, §6°, CF/88 “§ 6º Para concorrerem a outros
cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito).
A alternativa E está errada porque tais parentes são inelegíveis, conforme art.
14, §7° da CF/88 (“§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.”).

Gabarito 22: A

23) (Analista Judiciário – Área Judiciária, TER-SE, 2007, FCC). É certo


que no sistema eleitoral brasileiro:
A) o sufrágio não é universal, é indireto e o voto só é obrigatório para
Presidente da República.
B) adotar-se-á o princípio da representação proporcional para o Senado
Federal.
C) a eleição para a Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas
obedecerá o princípio majoritário.
D) o eleitor, no caso de comprovado e justificado impedimento, poderá
votar por procuração.
E) nas eleições presidenciais, a circunscrição será o País; nas eleições
federais e estaduais, o Estado; e nas municipais, o respectivo Município.

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Comentários: A alternativa A está errada porque o sufrágio é universal,


direto e o voto obrigatório para todos os cargos (Art. 14, caput e §1°, inc. I,
da CF/88- “Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante” e “§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os
maiores de dezoito anos”).
A alternativa B está errado pois a representação para o Senado é majoritária
(Art. 46, caput, da CF/88 “Art. 46. O Senado Federal compõe-se de
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
majoritário”).
A alternativa C está errada pois a eleição para a Câmara dos Deputados e
Assembleias Legislativas obedecerá o princípio proporcional (Art. 45, caput,
CF/88 – “Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do
povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e
no Distrito Federal” e Art. 84, do Código Eleitoral – “Art. 84. A eleição para a
Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais,
obedecerá ao princípio da representação proporcional na forma desta lei”).
A alternativa D está errado pois o voto é personalíssimo, direto e secreto, não
se podendo delegar a terceiros (Art. 14, caput, CF/88 “Art. 14. A soberania
popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:”).
A alternativa E está correta (Art. 86, Código Eleitoral – “Art. 86. Nas eleições
presidenciais, a circunscrição serão País; nas eleições federais e estaduais, o
Estado; e nas municipais, o respectivo município.”).
Gabarito 23: E

24) (Técnico Judiciário – área Judiciária, TRE-RO, 2013, FCC). Legislar


sobre Direito Eleitoral é competência.
A) privativa da União.
B) exclusiva da União, permitida a delegação para os Estados e para o
Distrito Federal mediante autorização expressa do Senado Federal.
C) comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
D) concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal.
E) comum da União, dos Estados e do Distrito Federal, apenas.
Comentários: A única alternativa correta é a A, pois se trata de lei seca,
conforme artigo 22, inciso I, da CF/88: “Art. 22. Compete privativamente à
União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”.
Gabarito 24: A

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25) (Técnico Legislativo, Câmara de Taquatinga-SP, 2016, Vunesp,


ADAPTADA). A Constituição Federal de 1988 prevê que a lei que alterar o
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Tal
previsão constitucional é considerada uma pedra angular do direito eleitoral e
conhecida como princípio da:
A) anualidade eleitoral. 
B) periodicidade eleitoral.
C) segurança jurídico-eleitoral.
D) estrita legalidade eleitoral.
Comentários: A única alternativa que atende ao enunciado é a letra A, eis
que o artigo 16 da CF/88 dita que: “Art. 16. A lei que alterar o processo
eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”, consagrando, assim,
o Princípio da Anualidade Eleitoral. O mencionado Princípio da Periodicidade
(alternativa B) não é existente, os princípios da Segurança-Jurídica e Estrita
Legalidade não são exclusivos da seara eleitoral, sendo “emprestados” de
outros ramos do Direito, além de não se relacionarem com o enunciado.
Gabarito 25: A

26) (Analista Judiciário – área judiciária – execução de mandados,


TRT-PI, 2010, FCC). O sufrágio é um direito:
A) público objetivo de natureza política.
B) público subjetivo de natureza política.
C) privado objetivo de natureza nacional.
D) privado objetivo ilimitado.
E) público objetivo ilimitado.
Comentários: A única alternativa cabível é a B eis que o direito ao sufrágio
diz respeito ao sujeito, à pessoa, sendo, portanto, um direito SUBJETIVO,
mesmo porque seu detentor deve preencher certos requisitos para exercê-lo,
como a idade, por exemplo. Ademais, ele é público e não privado e tem
natureza política, por se revestir numa das formas de direito político.
Gabarito 26: B

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27) (Técnico Judiciário – Área Administrativa, TRE-BA, 2003, FCC).


Na Teoria Geral do Direito Eleitoral, tecnicamente, sufrágio é o:
A) documento oficial onde se assinala a escolha de um candidato.
B) instrumento por meio do qual se escolhe um candidato.
C) modo de externar à Justiça Eleitoral a preferência por um candidato.
D) poder ou direito de se escolher um candidato.
E) ato de digitar na urna eletrônica o número do candidato escolhido.
Comentários: A alternativa A está errada pois o nome deste documento é
CÉDULA DE VOTAÇÃO.
A alternativa B está errada pois o nome deste instrumento é VOTO.
A alternativa C está errada pois o nome deste meio é ESCRUTÍNIO.
A alternativa D está certa.
A alternativa E está errada pois o nome deste ato é VOTAÇÃO.
Gabarito 27: D

28) (Técnico Judiciário – Área Administrativa, TRF – 4ª Região,


2004, FCC). No que se refere ao exercício do voto, considere:
I. Consulta posterior sobre determinado ato governamental para ratificá-lo, ou
no sentido de conceder-lhe eficácia, ou, ainda, para retirar-lhe a eficácia.
II. Consulta prévia que se faz aos cidadãos no gozo de seus direitos políticos,
sobre determinada matéria a ser posteriormente discutida pelo Congresso
Nacional.
Essas consultas dizem respeito, respectivamente, às formas de
A) plebiscito e referendo
B) sufrágio direto e pesquisa eleitoral.
C) referendo e plebiscito.
D) censo eleitoral e sufrágio indireto.
E) plebiscito e análise política.
Comentários: A única alternativa possível é a letra C pois, de acordo com o
artigo 2º da Lei 9709/98: “Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas
formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância,
de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. § 1o O plebiscito é
convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao
povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. § 2o O
referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição”.

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A alternativa A está errada pois trocou a ordem dos institutos.


A alternativa B está errada pois o sufrágio é o poder de escolha de seus
representantes e a pesquisa eleitoral é um instituto usado em período eleitoral
para informar à população as intenções de voto.
A alternativa D está errada pois O censo eleitoral não existe e o sufrágio
indireto é uma das formas de sufrágio (veja comentários da alternativa
anterior).
A alternativa E está errada pois o plebiscito é um consulta prévia e a análise
política também não existe.
Gabarito 28: C

29) (Analista Judiciário – Psicologia, TRT-1ª Região, 2011, FCC). A


capacidade eleitoral passiva consistente na possibilidade de o cidadão pleitear
determinados mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que
preenchidos certos requisitos, conceitua-se em:
A) alistamento eleitoral.
B) direito de voto.
C) direito de sufrágio.
D) elegibilidade.
E) dever sociopolítico.
Comentários: A alternativa A está errada pois o alistamento eleitoral diz
respeito à capacidade eleitoral ativa – a de votar.
A alternativa B está errada pois o direito ao voto consiste no sufrágio.
A alternativa C está errada pois o direito de sufrágio diz respeito ao poder de
escolha de seus representantes.
A alternativa D está certa pois a capacidade de exercer o direito eleitoral
passivo diz respeito à capacidade de ser elegível e, portanto, diz respeito à
elegibilidade.
A alternativa E está errada pois tal dever não existe em âmbito legal.
Gabarito 29: D

30) (Titular de Serviços de Notas e de Registros – Critérios de


Remoção, TJ-MG, 2012, FUMARC). São direitos políticos do cidadão em
geral, EXCETO:
A) alistabilidade.
B) direito de sufrágio.

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C) imunidade parlamentar.
D) organização e participação de partidos políticos.
Comentários: As alternativas A, B e D estão erradas pois consistem em
direitos políticos, apenas a alternativa C não contempla um destes direitos,
sendo uma prerrogativa da função parlamentar.
Gabarito 30: C

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9- LISTA DE EXERCÍCIOS

1) (FCM – Prefeitura de Barbacena-MG/2016 – Agente


Administrativo). Em relação à ética no serviço público e aos direitos
fundamentais expostos por Freire e Motta (2010), associe as classificações às
respectivas características:
6. Direitos de Primeira Geração
7. Direitos de Segunda Geração
8. Direitos de Terceira Geração
9. Direitos de Quarta Geração
10. Direitos de Quinta Geração
( ) Representa os direitos que discutem assuntos sobre a vida e a morte, tal
como a manipulação genética.
( ) Representa os direitos individuais que consagram as liberdades individuais
e impõem limitações ao poder de legislar do Estado.
( ) Representa os direitos sociais, culturais e econômicos e exige do Estado
uma postura mais ativa no sentido de possibilitar conquistas nessas esferas.
( ) Representa os direitos provenientes da realidade virtual, o que demonstra
certa preocupação com a difusão e o desenvolvimento cibernético.
( ) Representa os direitos fundamentais preocupados com o futuro da
humanidade, a proteção do meio ambiente, o desenvolvimento econômico e a
defesa do consumidor.
A sequência correta é
a) 1, 3, 5, 2, 4.
b) 2, 5, 3, 4, 1.
c) 3, 2, 4, 1, 5.
d) 4, 1, 2, 5, 3.

2) (Juiz, TJ-MA, 2013, CESPE). Considerando os casos de inelegibilidade


previstos em lei, assinale a opção correta.
A) A jurisprudência do TSE veda a candidatura de pai e filho, em uma mesma
chapa, para os cargos de prefeito e vice-prefeito, por tal situação configurar
nepotismo.
B) Secretário da administração estadual não está obrigado a afastar-se de seu
cargo para candidatar-se a cargo eletivo em âmbito federal.
C) Governador de estado pode manter-se no cargo para candidatar-se à
reeleição.

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D) Considere que Maria mantenha um relacionamento homoafetivo com a


atual prefeita do munícipio X. Nessa situação, a companheira da prefeita
poderá candidatar-se a cargo eletivo nesse munícipio

3) (Técnico Judiciário – área judiciária, TRE/TO, em 2017, CESPE).


O cancelamento de título eleitoral será promovido no caso de o cidadão:
a) Completar setenta anos de idade
b) Registrar a sua candidatura a qualquer cargo
c) Perder seus direitos políticos
d) Deixar de exercer seu direito a voto por dois pleitos consecutivos
e) Ter pluralidade de domicílios eleitorais

4) (Procurador da República, PGR, 2015, PGR) Condenação a


suspensão dos direitos políticos em razão de improbidade administrativa por
ofensa a princípios da Administração Pública, de acordo com a jurisprudência
do Tribunal Superior Eleitoral:
A) implica inelegibilidade por oito anos;
B) não gera inelegibilidade, por não se tratar de hipótese de lesão ao
patrimônio público e enriquecimento ilícito;
C) não gera, por si mesma, a inelegibilidade, que pode, todavia, ser
apurada em ação de Impugnação de Mandato Eletivo;
D) gerará inelegibilidade se houver expressa menção na decisão
condenatória.

5) (Titular de Serviços de Notas e Registros, TJ/MG, 2012,


FUMARC) O voto, que será exercido de forma direta, apresenta as seguintes
características:
a) personalidade, publicidade, eficácia, igualdade e periodicidade.
b) personalidade, publicidade, competência, liberdade e periodicidade.
c) personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade, igualdade e
periodicidade.
d) personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade, publicidade e
periodicidade.

6) (Analista Judiciário – área judiciária, TRE/AM, 2014, IBFC). Com


relação aos instrumentos de democracia semidireta ou participativa, analise o

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seguinte o enunciado, a seguir, e assinale a alternativa a que se refere à


seguinte assertiva: “é convocado(a) com anterioridade a ato legislativo ou
administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe
tenha sido submetido”.
a) Lei de iniciativa popular.
b) Referendo.
c) Recall.
d) Plebiscito.

7) (Técnico Judiciário – área judiciária, TRE/SP, 2017, FCC). Acerca


das fontes de Direito Eleitoral:
a) a função normativa da Justiça Eleitoral autoriza que sejam editadas
Resoluções Normativas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de
criar direitos e estabelecer sanções, possibilitando a revogação de leis
anteriores que disponham sobre o mesmo objeto da Resolução Normativa.
b) as normas eleitorais devem ser interpretadas em conjunto com o restante
do sistema normativo brasileiro, admitindo-se a celebração de termos de
ajustamento de conduta, previstos na Lei n° 7.346/85, que disciplina a Ação
Civil Pública, desde que os partidos políticos transijam, exclusivamente, sobre
as prerrogativas que lhes sejam asseguradas.
c) o Código Eleitoral define a organização e a competência da Justiça Eleitoral,
podendo ser aplicado apesar de a Constituição Federal prever a necessidade
de lei complementar para tanto.
d) as Resoluções Normativas do TSE, as respostas às Consultas e as decisões
do Tribunal Superior Eleitoral são fontes de Direito Eleitoral de natureza
exclusivamente jurisdicional e aplicáveis apenas ao caso concreto dos quais
emanam.
e) o Código Eleitoral, a Lei de Inelegibilidades, a Lei dos Partidos Políticos, a
Lei das Eleições, as Resoluções Normativas do TSE e as respostas a Consultas
são fontes de Direito Eleitoral de mesma estatura, hierarquia e abrangência,
podendo ser revogadas umas pelas outras.

8) (Delegado de Polícia – 2ª Prova, PC-GO, 2013, UEG). No âmbito


constitucional, a distinção entre regra e princípio tem relevância prática, dada
a influência das ideias advindas do neoconstitucionalismo na construção do
sentido normativo, pelo judiciário. Entende-se que, nesse âmbito:
a) os princípios têm o caráter concreto, enquanto as regras são abstratas.
b) as regras são normas jurídicas, enquanto os princípios não têm essa
natureza.

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c) as regras são standards com caráter vinculante, enquanto os princípios não


vinculam.
d) os princípios têm o caráter fundamental e função fundante em relação às
regras.

9) (Promotor de Justiça, MPE/PB, 2011, MPE/PB). Pelo princípio da


antinomia ou anualidade eleitoral, é correto afirmar:
a) Toda lei que alterar o processo eleitoral tem vigência imediata à data de
sua publicação.
b) Aplica-se a vacatio legis à norma que disciplinar o processo eleitoral.
c) Aplica-se em relação às resoluções normativas sobre o registro de
candidatos.
d) Aplica-se, apenas, às resoluções normativas referentes a propaganda
eleitoral.

10) (Analista Judiciário –Área Judiciária, 2011, FCC, TRE-AP) A perda


dos direitos políticos:
a) não impede a filiação partidária, mas apenas a votação em convenções.
b) não impede a filiação partidária, mas apenas a disputa de cargo eletivo.
c) impede a filiação partidária.
d) só impede a filiação partidária se houver prévia decisão nesse sentido
dos órgãos de direção do partido.
e) só impede a filiação partidária se houver dispositivo expresso nesse
sentido no estatuto do partido.

11) (Promotor de Justiça Substituto, MPE-RR, 2017, CESPE) A


suspensão de direitos políticos:
A) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará com o
cumprimento da pena, sendo indispensável a prova de reparação dos danos,
se for o caso.
B) não ocorre em relação ao beneficiado pela suspensão condicional do
processo.
C) não é penalidade prevista para aquele que se recusar a prestar serviço
no júri popular e a cumprir o serviço alternativo, mesmo que a recusa deva-se
a escusa de consciência.

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D) decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessará


quando a pena privativa de liberdade for substituída por restritiva de direitos.
12) (Atividade técnica – Direito, Administração, Ciências Contábeis e
Economia, MPOG, 2015, FUNCAB) Os direitos fundamentais:
A) estão integralmente arrolados no artigo 5o da Constituição Federal.
B) tem como titulares exclusivos as pessoas físicas ou naturais.
C) não possuem a qualidade de direitos subjetivos.
D) não estão necessariamente expressos no texto constitucional, como o
direito ao nome.
E) possuem eficácia apenas vertical, ou seja, na relação entre pessoa e
Estado.

13) (Defensor público, DPE-SP, 2009, FCC, enunciado adaptado)


Sobre direitos políticos é correto afirmar:
A) Percebe-se que o sufrágio universal, o voto e o escrutínio são sinônimos
que integram a teoria dos direitos políticos positivos e a ideia nuclear da
democracia.
B) É condição de elegibilidade dos parlamentares possuir nacionalidade
brasileira e nesse caso tanto faz ser brasileiro nato ou naturalizado.
C) As inelegibilidades possuem justificativa de ordem ética, daí porque,
segundo a Constituição Federal são inelegíveis o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o 2o grau ou por adoção dos senadores e
deputados federais.
D) Dar-se-á a suspensão dos direitos políticos para os condenados
criminais com sentença transitada em julgado cujo gozo pleno se
restabelecerá após a reabilitação criminal.
E) A cassação dos direitos políticos pode ocorrer, dentre outros casos,
quando ocorrer a incapacidade civil absoluta como na interdição.

14) (Procurador da República, PGR, 2008, PGR) A justiça eleitoral:


A) É organismo judiciário especializado em direito eleitoral, havendo
reserva de jurisdição em matéria eleitoral típica, cabendo-lhe julgar e
processar os litígios entre candidatos e os crimes de natureza eleitoral,
respeitando-se a competência por prerrogativa de função, fixada na
Constituição Federal.
B) Tem competência para administrar as eleições, desde o alistamento
{ inscrição, exclusão e transferência de eleitores) até a apuração eletrônica de

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votos, podendo requisitar servidores e responder consultas sobre casos


concretos, através do Tribunal Superior Eleitoral e dos tribunais regionais.
C) Processa e julga o recurso contra a expedição de diploma, através do
TSE, nas eleições para Presidente e Vice da República; dos Tribunais Regionais
Eleitorais, para Governador e dos juizes eleitorais, para Prefeito.
D) Se organiza em zonas eleitorais, as quais correspondem a cada
município integrante da Federação, e seções eleitorais com atribuições
administrativas.

15) (Técnico Judiciário – TRE/RO, 2013, FCC). Não se incluem, dentre


as fontes do Direito Eleitoral as:
A) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
B) decisões jurisprudenciais.
C) leis estaduais.
D) normas da Constituição Federal.
E) leis federais.

16) (Juiz, TJ-PR, 2012, UFPR) No que consiste o princípio da anualidade


eleitoral?

A) As leis eleitorais têm validade de apenas 01 (hum) ano a partir de sua


publicação, razão pela qual existem as Resoluções do TSE a cada eleição.
B) As leis eleitorais valem apenas para o ano da eleição para a qual foram
editadas e publicadas e são complementadas pelas Resoluções do TSE.
C) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral somente entram em
vigor 01 (hum) ano depois da eleição para a qual foi publicada.
D) As leis eleitorais que alteram o processo eleitoral entram em vigor na
data de sua publicação e não se aplicam à eleição que ocorra até 01 (hum)
ano da data de sua vigência.

17) (Analista Legislativo, Câmara dos Deputados, 2014, CESPE).


Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir:
“Entre os princípios norteadores do direito eleitoral brasileiro incluem-se o
princípio da igualdade, o princípio do devido processo legal, o princípio da
publicidade e o princípio da preclusão ou da eventualidade”.
A) Certo

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B) Errado

18) (Defensor Público Federal, DPU, 2017, CESPE). Acerca dos


princípios do direito eleitoral e dos direitos políticos, julgue o item a seguir:
“No texto constitucional, os direitos políticos estão vinculados ao exercício da
soberania popular, restritos, portanto, aos direitos de votar e de ser votado”.
A) Certo
B) Errado

19) (Analista Legislativo, Prefeitura de Balneário Camboriú-SC,


2015, FEPESE). Assinale a alternativa que indica corretamente o princípio
eleitoral em que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência:
A) Princípio da legalidade eleitoral
B) Princípio da celeridade eleitoral
C) Princípio da anualidade eleitoral
D) Princípio da democracia representativa
E) Princípio da irrecorribilidade das decisões eleitorais

20) (Juiz de Direito, TJ/MG, 2014, FUNDEP). Analise as afirmativas


seguintes.
I. Independente e próprio, com autonomia científica e didática, o Direito
Eleitoral está encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e
o processo eleitoral, cujo conjunto de normas destina-se a assegurar a
organização e o exercício de direitos políticos, especialmente os que envolvam
votar e ser votado
II. A Lei Eleitoral é exclusivamente federal por força do Artigo 22, I, da
Constituição Federal, podendo, no entanto, os Estados e Municípios disporem
de regras de cunho eleitoral supletivamente.
III. As Medidas Provisórias podem conter disposições com conteúdo eleitoral.
IV. Vigora no Direito Eleitoral o princípio da anterioridade, ou seja, embora em
vigor na data de sua publicação, a lei somente será aplicada se a eleição
acontecer após um ano da data de sua vigência.
A partir da análise, conclui-se que estão CORRETAS.
A) I e II apenas.

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B) I e III apenas.
C) II e III apenas.
D) I e IV apenas.
21) (Analista Legislativo, Câmara dos Deputados, 2014, CESPE).
Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir.
Introduzida no texto constitucional por meio de emenda, a nova redação do
dispositivo que consagra princípio da anualidade da lei eleitoral aperfeiçoou a
redação do texto constitucional, ao igualar os conceitos de vigência ou
aplicação e de eficácia.
A) Certo
B) Errado

22) (Analista Judiciário – Taquigrafia, TRE-PA, 2014, IADES). A


respeito dos princípios constitucionais eleitorais, assinale a alternativa correta.
A) Pelo princípio da elegibilidade, são inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
B) Em rol exaustivo, são condições de elegibilidade: nacionalidade
brasileira, alistamento eleitoral e pleno exercício dos direitos políticos.
C) O presidente da República, os governadores de estado e do Distrito
Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso
dos mandatos não poderão ser reeleitos para novo período subsequente.
D) Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os
governadores e prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
três meses antes do pleito.
E) No território de jurisdição do titular, os cônjuges dos governadores
são elegíveis, sem exceção.

23) (Analista Judiciário – Área Judiciária, TER-SE, 2007, FCC). É certo


que no sistema eleitoral brasileiro:
A) o sufrágio não é universal, é indireto e o voto só é obrigatório para
Presidente da República.
B) adotar-se-á o princípio da representação proporcional para o Senado
Federal.
C) a eleição para a Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas
obedecerá o princípio majoritário.
D) o eleitor, no caso de comprovado e justificado impedimento, poderá
votar por procuração.

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E) nas eleições presidenciais, a circunscrição será o País; nas eleições


federais e estaduais, o Estado; e nas municipais, o respectivo Município.

24) (Técnico Judiciário – área Judiciária, TRE-RO, 2013, FCC). Legislar


sobre Direito Eleitoral é competência.
A) privativa da União.
B) exclusiva da União, permitida a delegação para os Estados e para o
Distrito Federal mediante autorização expressa do Senado Federal.
C) comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
D) concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal.
E) comum da União, dos Estados e do Distrito Federal, apenas.

25) (Técnico Legislativo, Câmara de Taquatinga-SP, 2016, Vunesp,


ADAPTADA). A Constituição Federal de 1988 prevê que a lei que alterar o
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. Tal
previsão constitucional é considerada uma pedra angular do direito eleitoral e
conhecida como princípio da:
A) anualidade eleitoral. 
B) periodicidade eleitoral.
C) segurança jurídico-eleitoral.
D) estrita legalidade eleitoral.

26) (Analista Judiciário – área judiciária – execução de mandados,


TRT-PI, 2010, FCC). O sufrágio é um direito:
A) público objetivo de natureza política.
B) público subjetivo de natureza política.
C) privado objetivo de natureza nacional.
D) privado objetivo ilimitado.
E) público objetivo ilimitado.

27) (Técnico Judiciário – Área Administrativa, TRE-BA, 2003, FCC).


Na Teoria Geral do Direito Eleitoral, tecnicamente, sufrágio é o:
A) documento oficial onde se assinala a escolha de um candidato.
B) instrumento por meio do qual se escolhe um candidato.

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C) modo de externar à Justiça Eleitoral a preferência por um candidato.


D) poder ou direito de se escolher um candidato.
E) ato de digitar na urna eletrônica o número do candidato escolhido.
28) (Técnico Judiciário – Área Administrativa, TRF – 4ª Região,
2004, FCC). No que se refere ao exercício do voto, considere:
I. Consulta posterior sobre determinado ato governamental para ratificá-lo, ou
no sentido de conceder-lhe eficácia, ou, ainda, para retirar-lhe a eficácia.
II. Consulta prévia que se faz aos cidadãos no gozo de seus direitos políticos,
sobre determinada matéria a ser posteriormente discutida pelo Congresso
Nacional.
Essas consultas dizem respeito, respectivamente, às formas de
A) plebiscito e referendo
B) sufrágio direto e pesquisa eleitoral.
C) referendo e plebiscito.
D) censo eleitoral e sufrágio indireto.
E) plebiscito e análise política.

29) (Analista Judiciário – Psicologia, TRT-1ª Região, 2011, FCC). A


capacidade eleitoral passiva consistente na possibilidade de o cidadão pleitear
determinados mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que
preenchidos certos requisitos, conceitua-se em:
A) alistamento eleitoral.
B) direito de voto.
C) direito de sufrágio.
D) elegibilidade.
E) dever sociopolítico.

30) (Titular de Serviços de Notas e de Registros – Critérios de


Remoção, TJ-MG, 2012, FUMARC). São direitos políticos do cidadão em
geral, EXCETO:
A) alistabilidade.
B) direito de sufrágio.
C) imunidade parlamentar.
D) organização e participação de partidos políticos.

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10- GABARITO

Gabarito 1: D
Gabarito 2: C
Gabarito 3: C
Gabarito 4: B
Gabarito 5: C
Gabarito 6: D
Gabarito 7: C
Gabarito 8: D
Gabarito 9: A
Gabarito 10: C
Gabarito 11: B
Gabarito 12: D
Gabarito 13: B
Gabarito 14: A
Gabarito 15: E
Gabarito 16: D
Gabarito 17: A
Gabarito 18: B
Gabarito 19: C
Gabarito 20: D
Gabarito 21: B
Gabarito 22: A
Gabarito 23: E
Gabarito 24: A
Gabarito 25: A
Gabarito 26: B
Gabarito 27: D
Gabarito 28: C
Gabarito 29: D

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Gabarito 30: C

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11- REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ALMEIDA NETO, Manoel Carlos. Direito Eleitoral Regulador. 1ª ed. São


Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
BAHIA, Flávia. Descomplicando Direito Constitucional. 3ª edição, Recife:
Armador, 2017.
BARREIROS NETO, Jaime. Direito Eleitoral. 8ª ed. revista e atualizada,
Salvador: Juspodivm, 2018.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Sítio
do Planalto. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em 21 de maio de 2018.
_____, Código Eleitoral. Sítio do Planalto. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4737.htm>. Acesso em Acesso
em 21 de maio de 2018.
_____, Novo Código de Processo Civil. Sítio do Planalto. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>.
Acesso em 21 de maio de 2018.
DIDIER, Fred. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito
processual civil, parte geral e processo de conhecimento I. 17ª edição.
Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 7ª
edição, Slavador: Juspodivm, 2015.
REIS, Márlon; SAMPAIO JUNIOR, José Herval e MATEUS, Laudo Natel.
Processo eleitoral e o novo CPC – Aplicação Imediata. Salvador: Jus
Podivm, 2016.
ZILIO, Rodrigo López. Direito Eleitoral. 5ª ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico,
2016.

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