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Sylvie Baussier
Ilustrações Daniel Maja
Tradução Marcos Bagno
Guia de leitura
para o professor
80 páginas
A importância de se
pensar a escrita
Na sala de aula
Antes da leitura
Recomenda-se promover um breve debate para recordar a
importância da escrita com o auxílio do livro e uma explicação
básica.
Sugere-se então questionar os alunos sobre como seria o
mundo sem a escrita e sobre onde é possível ver registradas pala-
vras ou frases (em livros, revistas, jornais, cartões, placas, emba-
lagens etc). Pode-se também discutir as dificuldades enfrentadas
pelos analfabetos. Os estudantes podem listar algumas delas. Por
exemplo, como conseguem pegar o ônibus, o trem ou o metrô
correto se não são capazes de identificar aquele que vai para o
destino desejado? E o que dizer da impossibilidade de desfrutar
do prazer da leitura?
Após a leitura
a. Sugere-se propor trabalhos em grupo sobre as civilizações
abordadas no livro, especialmente a egípcia, a suméria e a
chinesa. O que os estudantes sabem sobre elas? Sabem, por
exemplo, que, por volta de 3000 a.C., os sumérios estavam
estabelecidos na parte sul da Mesopotâmia, no atual Iraque?
Como essas pessoas viviam naquela época e como vivem atual-
mente? Quais as características pelas quais essas civilizações
são conhecidas? Esses trabalhos podem ser desenvolvidos em
disciplinas afins, como história e geografia.
b. Sugere-se escrever uma frase no computador (por exemplo,
o primeiro artigo da Declaração dos Direitos do Homem ou
outra frase que possa despertar o interesse dos estudantes)
e copiá-la diversas vezes mudando apenas a tipologia (por
exemplo, Times New Roman, Garamond, Harris Brasil etc.).
Em seguida, perguntar aos estudantes se eles compreendem
o que está escrito ali. Provavelmente vão responder que sim,
embora algumas tipologias apresentem certa dificuldade de
leitura. Dessa forma, é possível explicar que a diversidade de ti-
pologias não impede a leitura quando se trata da mesma lín-
gua. Ou seja, quando se conhecem as letras (o alfabeto utili-
zado), o código, o que determina a compreensão do que está
escrito é o conhecimento da língua utilizada, que é o conjunto
desses códigos aceitos pela sociedade.
c. Uma atividade que pode complementar a anterior e demons-
trar a diferença entre a escrita adotada para certa língua e a
compreensão efetiva dessa língua é a leitura de jornais de pro-
cedência diversa. Inicia-se a atividade com a leitura de trechos
de textos de jornais brasileiros. Os estudantes compreendem
Pequena história da escrita Sylvie Baussier
Pequena história da escrita Sylvie Baussier
A escrita
A escrita é o processo de registro de caracteres com a intenção
de formar palavras ou outras construções de linguagem. Os ins-
trumentos usados para fazer esse registro são os mais variados.
Pode-se utilizar qualquer instrumento capaz de produzir marcas
numa superfície que as aceite (caneta, lápis, giz, máquina de es-
crever, computador), e essas superfícies, também chamadas su-
portes, podem ser as mais variadas (papel, couro, caco de cerâmi-
ca, parede e até grão de arroz — com lente de aumento, é possível
ver nomes, poemas ou textos religiosos escritos ali). O registro
pode durar muito tempo, como os livros escritos em pergaminho,
ou quase nada, como as tarefas registradas em quadro-negro.
Os tipos de escrita
Os caracteres variam de acordo com a língua. Além dos ideo-
gramas e dos hieróglifos, há os alfabetos (comuns a várias lín-
guas). O português, o espanhol, o francês, o italiano, o inglês, o
alemão e algumas outras línguas usam o alfabeto latino; o árabe,
o persa (Irã), o urdu (Paquistão), o pashtu (Afeganistão) e outras
línguas asiáticas e africanas usam o alfabeto árabe.
* Cesária Évora, que também é conhecida como “a diva dos pés descalços” é
a mais importante representante da música de Cabo Verde. Ela nasceu em
1941 e rapidamente foi notada pela beleza de sua voz. Conseguiu gravar o
primeiro cd somente em 1988.
Pequena história da escrita Sylvie Baussier
Os hieróglifos egípcios
Decifrar línguas antigas é um trabalho fascinante e um assunto
que pode despertar o interesse dos alunos pela história e os costu-
mes dos povos. Será interessante contar aos estudantes como os hie-
róglifos egípcios foram decifrados, e mostrar a eles como a escrita
pode guardar em si a história e o entendimento de uma época.
No final do século XVIII, Napoleão Bonaparte levou para o
Egito arqueólogos e outros eruditos para que decifrassem alguns
dos enigmas da história daquele país.
Em 1799, nas proximidades do forte Rachid (que os franceses
rebatizaram de forte Saint-Julien), próximo ao delta oeste do rio
Nilo, foi encontrado um bloco de basalto negro, com cerca de um
metro de altura, 0,70 metro de largura e 0,30 metro de profun-
didade, que ficou conhecido como “pedra de Roseta” (de Rosette,
nome dado pelos franceses). O bloco trazia na parte frontal três
inscrições: em cima, havia 14 linhas em hieróglifos egípcios, fal-
tando o início e o final de cada linha; abaixo, viam-se outras 32
linhas, em parte ilegíveis devido à ação do tempo, em escrita de-
mótica, da qual se sabia pelo estudo de papiros egípcios (mas que
não podia ser lida); e, mais abaixo ainda, havia 54 linhas em escrita
e língua gregas, metade das quais destruída na parte final.
Para dar a dimensão da relevância da pedra de Roseta, suge-
re-se contextualizar a história do Egito. Acredita-se que, alguns
milênios antes da nossa Era, havia no Egito dois grandes reinos,
que se unificaram por volta de 2850 a.C. Nessa época, iniciou-se
a primeira de uma série de trinta dinastias.
A história do Egito antigo é dividida em Antigo Império, que abran-
ge as dez primeiras dinastias (fazem parte desse período os construto-
res das pirâmides de Quéops e Quéfren); Médio Império, que abrange
da 11ª- à 16ª- dinastia e dura até o ano de 1570 a.C.; e Novo Império,
durante o qual a Palestina e a Síria formaram uma província do Egito.
Em 30 a.C., os romanos passaram a controlar o Egito.
A mais antiga forma da escrita egípcia surgiu no início do
Antigo Império e foi denominada “hieróglifo” (do grego hieros,
“sagrado”, e glyphein, “gravar”, ou seja, a “escrita dos deuses” ou
“entalhes sagrados”). Essa escrita é encontrada sobretudo em
monumentos e, normalmente, gravada em pedra.
Os hieróglifos serviam principalmente a propósitos religio-
sos, e seu conhecimento era limitado à casta dos sacerdotes, que
formava escribas em escolas próprias.
Pequena história da escrita Sylvie Baussier
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