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Always

Sinopse: Isa Marie e Jake Black eram os jovens astros do Brasil. Lindos, Ricos e
Famosos, tinham tudo e todos aos seus pés. Mas eles não souberam lidar com a fama
e acabaram se envolvendo em uma grande tragédia. Dos queridinhos do Brasil
passaram a ser decepção. Cinco ano se passaram e Isa nunca esqueceu por um dia se
quer aquela terrível noite, ela carrega no corpo e na alma as marcas daquela noite. O
que ela mais quer é um pouco de paz, mais no Brasil isso é impossível, tudo relembra
o seu passado. Isa resolve ir para os Estados Unidos, um lugar onde os paparazzis não
vão lhe perseguir, um lugar onde ninguém vai lhe apontar o dedo lhe acusando, um
lugar onde ela pode começar de novo, onde ela deixa de ser Isa Marie e passa a ser
Bella Swan, uma nova pessoa.
Capítulo 1- Prólogo

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...


Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o


estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma
presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...


Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...


Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!


William Shakespeare
Capítulo 2 - Tchau Família

–Vamos Bella, você vai perder o voo!!! Minha mãe gritava, enquanto eu dava
uma ultima olhada no meu quarto e me perguntava se não estava esquecendo de nada.

–Mãe ainda falta uma hora para o voo, e o aeroporto fica a 15 minutos daqui.

–Eu sei Bella mais você é toda atrapalhada e é melhor ter um tempo extra, para
você tropeçar a vontade.

Nisso Renée tem razão, meu esporte preferido é tropeçar, principalmente


quando eu estou sem tempo.

–Tudo bem mãe, então eu vou nessa.

–Você tem certeza mesmo que quer ir para tão longe?

–Mãe nós já conversamos sobre isso.

–Mas lá eles nem falam nossa língua, é um lugar desconhecido, longe de casa,
e alem de tudo eles comem bacon em pleno café da manhã.

–Eu falo a língua deles mãe, esqueceu? E Alice já se prontificou a me ajudar


com qual quer coisa que eu precise. E quanto aos bacons, eu acho que posso me
acostumar com eles.

–Alice é aquela menina que você fala pela eb, web, web...

–Web can, mãe. Sim é própria, ela vai estar me esperando no aeroporto.

–E é essa que vai dividir o apartamento com você?

–Ahan

–Como mesmo você conheceu essa Alice?


–Através de uma coisa chamada internet.

–Essa tal de internet é muito estranha mesmo.

–ISAAAAAAAA – Meu pai começou a gritar lá fora.

–Mãe preciso ir. - Renée começou a choramingar.

–Vou sentir muitas saudades, se cuida filha, não faça nada daquelas coisas
grotescas, eu te amo muito.

–Ei não precisa chorar, eu nunca mais vou te decepcionar mãe, eu prometo. No
Natal eu venho fazer uma visita.

–Bella, fique longe de qual quer problema ok? E mande emails pelo menos
duas vezes por semana, e se for a Vegas não beba, porque você pode acabar casada.

–Entendido capitã, e quanto ao casamento fique tranquila, não me caso nem


bebendo todas as bebidas alcoólicas de Vegas.

–Mais arrumar um namorado você pode. - Disse ela séria

–Você sabe que isso não vai acontecer.

–Já se passaram seis anos, você deveria voltar a viver Bella.

–Eu estou vivendo – Disse dando um suspiro cansado.

–Você é triste.

–Eu nunca disse isso.

–Mais seus olhos dizem.


–Er... Olha mãe, dê tempo ao tempo ok?

–Lhe dê uma nova chance Bella, você me...

–ISAAAAAAAAA VOCÊ DESISTIU DA VIAGEM? – Salva pelo gongo, ou


melhor pelo Charlie impaciente.

–Ok mãe, tenho que ir. Tem certeza que não quer me acompanhar até o
aeroporto?

–Tenho, eu tenho pavor daqueles aviões, principalmente quando minha filha


está dentro de um deles, prefiro me despedir aqui. Essa era a desculpa que Reneé me
dava, mais com certeza ela não queria me acompanhar, por causa daqueles paparazzis
escrotos, que nos seguiam em qualquer lugar, eles faziam um inferno na vida de
nossa família.

–Ok Mãe, se cuida – Disse entrando no carro. Ela tentava disfarçar as lágrimas
com um sorriso amarelo enquanto Charlie dava a partida.

–O que vocês tanto conversavam lá dentro? _ Charlie estava um tanto irritado.

–Estávamos nos despedindo pai.

–De novo? Vocês estão se despendido desde semana passada...

–Você sabe, mamãe é muito sensível.

–E você muito insensível.

–Como é que é?

–É isso mesmo, você é muito insensível.

–Posso saber o motivo?

–Bom, tem muitos, mais o principal é que você está nos abandonando por 4
anos.

–Não estou abandonando, e eu vou vir no Natais.

–Claro nos Natais, como se o Natal fosse uma vez por mês – Charlie falou
fazendo bico.

–Você sabe que eu preciso desse tempo fora, não sabe?

–Eu sei Isa, é claro que eu sei, só prometa que vai se cuidar, e se alguma coisa
der errado você vai voltar correndo pra casa.

–Não posso voltar correndo, mais eu prometo que volto de avião – Ele me
olhou meio irritado.

–Por favor Isa, não perca o controle das coisas, eu não preciso te lembrar o que
acontece, você, você fica maluca Isa, eu não gosto nem de pensar a ultima vez que eu
encontrei você daquele jeito, aquela não era a minha garota, não podia ser a minha
garota – Charlie estava se controlando pra não chorar.

–Isa, você sabe que eu só concordei com essa ideia maluca de faculdade nos
Estados Unidos, porque eu acho que é a melhor forma de te manter longe daquele
delinquente que quase te colocou em um caminho sem volta – Charlie disse
apertando o volante.

–Não culpe só a ele pai, você sabe muito bem que eu também fui culpada.

–Mais foi ele quem te lev... – Não deixei ele terminar a frase

–Ele não me levou para caminho nenhum Charlie, eu fiz o que fiz porque eu
quis, ele não me obrigou a nada, por favor não tente me eximir de culpa.

–E Aquele maldito dia Isabella? Vai tentar livrar ele disso também?

–Você não acha que ele já está pagando pelo que fez? Você não acha que ele se
sente culpado?
–Por que você sempre defende ele? Você ainda o ama não é Isabella? Depois
de tudo que aconteceu você ainda consegue o amar.

–CHEGA. EU NÃO AMO NINGUÉM. EU NUNCA MAIS VOU AMAR


NINGUÉM. EU TE AMO É UMA PALAVRA QUE EU EXCLUÍ DA MINHA
VIDA, E POR FAVOR PARE DE ME ATORMENTAR. Sim eu estava berrando, e
Charlie parecia assustado, mais ele sabia que eu não gostava de falar sobre esse
assunto.

–Ok, me desculpe por isso.

–Tudo bem.

Quando chegamos no aeroporto os abutres começaram a sessão de fotos,


rapidamente coloquei minha toca e os meus óculos escuros, tentando me esconder um
pouco, Charlie me abraçou e caminhamos rápido para dentro do aeroporto, lá eles não
podiam fotografar.

–Será que um dia eles vão desistir? - Murmurei

–Acho difícil – Respondeu Charlie

–Eles sabem para onde estou indo?

–Com certeza não, só quem sabe é a sua mãe e eu.

–Comigo fora, quem sabe eles deixem você e a mamãe mais sossegados. -
Charlie começou a rir.

–Você se acha em Isabella Marie Swan, esqueceu que a grande estrela é sua
mãe? - Falou com falso deboche.

–Eu também já tive meus momentos, ou você esqueceu que eu era a promessa
dos novos tempos?

–Você ainda pode ser, você pode ser melhor que seus avós, melhor que sua mãe
– Falou sério.

–Não atuando, eu não quero mais isso, quero deixar isso no passado. - Disse
convicta.

–Entendo, mais e a música? É para isso que você vai estudar não é? Você não
pretende gravar algum álbum?

–Eu penso em compor músicas para outras pessoas e viver no anonimato.

–E se você mudar de ideia?

–Não pensei muito sobre esse assunto ainda, mas se eu mudar de ideia, as
coisas não vão mudar muito, os abutres vão continuar me fotografando, os sites de
fofoca vão continuar falando de mim e a vida vai seguindo.

–É, tem razão. - Charlie sorriu e me levou para tomar um café, ficamos
jogando conversa fora e nem percebemos o tempo passar, foi então que chamaram
meu voo.

–Então é isso Charlie, nos vemos no Natal. - Ele me puxou para um abraço
apertado.

–Ah minha garota, eu te amo tanto, se cuida por favor, eu não viveria sem
você.

–Eu sei pai, cuida da mamãe, e abra os e-mails para ela, eu prometo me cuidar.

–Deixa comigo garota. Adeus! - Charlie gosta de se fazer de durão, mais é o


mais sensível da família.

–Hei Charlie pare com isso, imagina se alguém fotografa o ministro da defesa
do país choramingando – Ele esboçou um sorriso.

–Não estou chorando, foi só um cisco que caiu em meus olhos. Adeus Isa.

–Adeus não Charlie, até mais – Disse sorrindo e me virando para ir embora.
Na viagem fiquei pensando na conversa que tive no carro com Charlie,
pensando nas pessoas que eu decepcionei, nas pessoas que eu perdi, na minha tia com
quem eu não tive mais coragem de falar, na minha mãe em estado de choque me
vendo naquele estado deplorável, e no meu pai sem saber o que fazer e como agir, me
olhando perdido, tentando achar algum sinal do que era sua filha.

Ah, a minha vida, como ela era tranquila até os 16 anos antes de Jacob e eu nos
metermos em uma furada.
Jake e eu fomos amigos desde sempre, era sempre eu e ele contra o mundo.
Quando éramos crianças nunca fomos castigados, pois um sempre acobertava o outro,
e nossos pais não sabiam qual dos dois tinha sido o culpado.

Jacob também foi meu primeiro amor, meu primeiro homem, me ensinou a
amar, a desejar, a me sentir completa. Ele era o garoto por quem todas as garotas
eram apaixonadas, moreno, alto, corpo atlético, simpático, feliz e prestativo. Com
Jake não tinha tempo ruim, mais o que eu mais amava nele era o seu sorriso, eu me
perdia naquele sorriso, era um sorriso contagiante.

–Como será que você está agora? Como a gente foi se meter naquilo?

–Falou comigo? - Perguntou o garoto sentado ao meu lado.

–Oh não, desculpe, só estava pensando alto – O garoto me olhou de canto,


provavelmente pensado que eu era maluca, eu tinha que parar de falar sozinha, isso as
vezes assustava as pessoas. Achei melhor começar a ler meu livro, antes que voltasse
a falar sozinha.

Quando desembarquei, comecei a procurar Alice, ela prometeu que estaria me


esperando, já que eu não fazia a mínima ideia de como chegar em nosso apartamento.
Mas não encontrava ninguém que se parecesse com ela, resolvi sentar e espera um
pouco, se passou 15 minutos e nada de Alice. Ai meu Deus e agora? Comecei a
zanzar de um lado pro outro, quando percebi já estava fora do aeroporto. Foi ai que
eu vi uma baixinha de cabelo espetado do outro lado da rua, parecia com Alice, mas
eu não tinha certeza, afinal nós nunca nos vimos pessoalmente, resolvi então ir até lá.
Eu estava tão concentrada para não perder de vista a suposta Alice que eu nem
lembrei de olhar antes de atravessar a rua, quando eu percebi já era tarde de mais.

–CUIDADOO – Alguém gritou, e tudo se apagou.


Capítulo 3 - A desastrada

–ISAAAA, corre aqui, preciso que você veja uma coisa, mais tem que ser
agora – Jake gritou eufórico.
–Que foi Jake? Vai tirar o pai da forca é? - Perguntei curiosa. Senti um par
de mãos tampando meus olhos.
–Adivinha quem é? - Ela disse rindo.
–Jane? É você? Você voltou? AAAHHHHHH eu não acredito, que saudades.
- tirei suas mãos do meus rosto e a abracei apertado – Porque não avisou que
voltaria? Nós teríamos ido te buscar no aeroporto. - Falei ainda abraçada a ela.
– Ah Isa, você sabe, eu não gosto desses paparazzis, se vocês fossem me
buscar, teria pelo menos uns 15 deles por lá, então resolvi fazer surpresa. - O sorriso
de Jane era radiante. - Estava morrendo de saudades Isa. - Disse me abraçando de
novo.
– E do irmão? Não sentiu saudades de mim não? - Jake estava enciumado.
–Claro que senti. Irmão ciumento. Vem cá. Tá na hora do abraço triplo.
– Adoro abraço triplo.- Disse ele esmagando nós duas em um abraço. -
Agora está na hora do, MONTINHO NA JANEEEE - Ele pulou em cima dela,
derrubando ela no sofá e eu pulei em cima dele. Estávamos os três gargalhando.
– Isso não vale Jake. Eu vou contar para a mamãe.
– Ah você vai contar pra mamãe é? - Ele começou a fazer cócegas nela. - Vai
contar agora? - Ela gargalhava e Jake continuava o ataque.
– Socorro Isa, me ajuda - Falou em meio as gargalhadas.
– Para Jake, ela está ficando sem ar. - Tirei ele de cima dela.
– Tá vendo o que acontece se você falar pra mamãe? - Falou rindo.
– Idiota - E uma almofada voou na cabeça dele. Jake deu um beijo na testa
da irmã.
– Vou buscar uma cerveja.
– Jane? - Ela olhou pra mim. Seus olhos azuis brilhava de felicidade. Eu a
abracei de novo.
– Oi.
– Me promete uma coisa? - Pedi.
– Que coisa?
– Promete que você nunca mais vai ficar tanto tempo fora? - Então seus
olhos perderam o brilho.
– Eu não posso Isa. - Disse se desfazendo do abraço. - Eu preciso ir embora.
- A voz dela ficou triste.
– Não Jane, não vá, fique aqui conosco. - Implorei.
– Você sabe que eu não posso – Ela começou a se afastar.
– Por favor, fique aqui, NÃO VÀ!
– Adeus Isa, sinto sua falta.
– VOLTA JANE, NÃOOO!
– Hei garota, calma, calma, ta tudo bem, você só teve um pesadelo. - Alguém
afagava meus cabelos.
Minha cabeça estava doendo muito, e eu não sabia onde estava. Eu ainda
conseguia ver Jane diante de mim. Mais ela se foi de novo, como sempre acontecia.
– Você pode me ouvir? Por favor abra os olhos – Sua voz era meio rouca
e preocupada. Eu obedeci e abri os olhos, e dei de cara com um par de olhos verdes
que mais pareciam esmeraldas, me olhando atentamente. Ele parecia um anjo, estava
vestido de branco, era alto, pele bem branca, cabelos bagunçados e em um tom de
bronze que eu nunca tinha visto. Ele sorriu pra mim, seu sorriso era lindo, ele poderia
fazer propaganda de creme dental.
– Oi – Era ele o dono da voz rouca que estava falando comigo.
– Oi.
– Como se sente? Você estava tendo um pesadelo. - Jane não era um pesadelo,
pesadelo era ter que acordar.
–Só estou um pouco tonta e com dor de cabeça. Aonde eu estou? - Quis saber.
– No hospital, você foi atropelada e teve que vir pra cá. Mais não foi nada
muito grave, você só teve um corte na testa e precisou levar alguns pontos, mais fique
tranquila, não ficará marca. - Disse sério. Passei a mão em minha testa e senti o
machucado.
–Como eu fui atropelada?
– Você não lembra?
– Lembro de estar no aeroporto procurando Alice, eu acho q vi ela do outro
lado da rua e...
– E você atravessou na frente do meu carro. Eu freei mais tava muito em
cima, então acabei te atropelando. - Falou em um tom de desculpas. Sorri sem humor.
Já consegui me meter em encrenca no primeiro dia.
– Claro, bem meu tipo. - Murmurei. - Então, você é médico?
– Não, porque? - Questionou levantando uma sobrancelha.
– É que você está todo de branco, e estamos no hospital... - Ele sorriu.
–Ah, é que sou um quase veterinário, me formo daqui 2 anos, estou
fazendo estágio. Não tive tempo de trocar de roupa. - Com certeza por minha culpa,
se eu não fosse tão desastrada, ele poderia estar em casa.
– Sinto muito ter te causado problemas.
– Tá tudo bem Bella, o importante é que você não se machucou muito. - Ele
deu uma espécie de sorriso torto que me deixo meio sem ar. Mais como ele sabia meu
nome?
– Como você sabe meu nome? - Perguntei confusa.
– Bem, parece que você é a amiga da minha irmã. Ela se atrasou para chegar
no aeroporto, porque ficou sem carro. Eu tive que levá-la, mais tinha que acabar de
assistir uma cirurgia.
– Você é o irmão da Alice? - Ele esboço um sorriso.
– É o que meus pais dizem. Edward Cullen, prazer. - Disse estendendo a mão.
Eu sorri.
– Bella Swan. A desastrada. Me desculpe de novo pelo transtorno - Apertei a
mão dele, e senti algo como uma corrente elétrica percorrer o meu corpo.
– Essas coisas acontecem, não se preocupe. Só tome mais cuidado ao
atravessar a rua. - Ele ainda segurava minha mão.
– Vou cuidar. - Os olhos de Edward eram lindos, tinha algo neles que me
hipnotizava e eu não conseguia desviar o olhar.
–Rum, rum... - Alguém coçou a garganta. Quebrando a hipnose.
– Vejo que já se conheceram. - E lá estava ela, pequena, magra, cabelos
espetados e olhos verdes, parecidos com os de Edward. Ela estava abraçada a um
homem lindo, ele parecia uma estrela de cinema, alto, loiro, olhos azuis, e um sorriso
maravilhoso, com certeza ele poderia participar com Edward do comercial de creme
dental.
– Estávamos nos conhecendo. - Disse Edward. Só então eu percebi que as
nossas mãos ainda estavam juntas. Corei violentamente, e tratei de nos separar. O
homem que estava com Alice riu.
– Bella, você me assustou sabia? Como você faz uma coisa dessas? Você
precisa olhar para os lados antes de atravessar as ruas. E se Edward não conseguisse
frear antes? Você estaria em pedacinhos. E se no lugar de um carro fosse um
caminhão? Você já pensou nisso? - Alice falava tudo muito rápido e parecia nem
respirar.
– Alice, você está assustando a garota – O loiro gato falou.
– Desculpe Alice, é que como você não apareceu lá, eu resolvi te procurar, eu
acabei não percebendo a rua, e aconteceu. Desculpe, por causar esse transtorno.
– Ta tudo bem Bella, não está causando transtorno nenhum, você só me
assustou. - Ela me deu um abraço apertado. Instantaneamente eu lembrei do sonho
com Jane. - Só tome mais cuidado ok?
– Ok. Eu prometo.
– Agora deixa eu te apresentar esse gatão aqui. - Disse apontando para o loiro.
- Bella, esse é Carlisle, o pai médico mais gostoso do mundo. O homem ficou
vermelho.
– Pai, essa é a Bella, a garota que vai dividir o apartamento comigo.
– Alice sempre muito exagerada. Prazer Bella, seja bem vinda aos Estados
Unidos, e a família Cullen, conte conosco para qual quer coisa. - Disse Carlisle
apertando a minha mão. - Se você precisar, nós podemos te dar algumas aulas de
transito. Eu fiquei vermelha, e os três caíram na gargalhada.
– Er... Obrigada Senhor Cullen, mais vou dispensar as aulas por enquanto. -
Eles continuaram rindo.
– Ele veio aqui só para te ver Bella. - Só para me ver? Porque? Será que ele
queria se certificar que eu não era uma serial killer?. Ele percebeu que eu não tinha
entendido e logo se pronunciou.
– Eu sou médico. - Médico? Médicos não usam branco? - Na verdade eu não
estou de branco, porque eu não trabalho aqui. - Meu Deus, ele lê mentes? - Alice me
ligou contando o que aconteceu, então eu vim dar uma olhada em você.
– Desculpe incomodá-lo Senhor Cullen.
– Não é incomodo algum. Estou passando as férias aqui em Malibu - Disse
encarando Edward, que desviou o olhar rapidamente. - Não custava nada vir até aqui.
– Então vamos logo pai. - Alice falou.
– Ok, enquanto eu examino ela vocês podem ir até a farmácia, comprem esses
remédios, são para tirar a dor no corpo. - Ele rabiscou alguma coisa em um papel e
entregou para Edward.
– Ok, já voltamos Bella. - Alice arrancou a receita das mãos de Edward, e ele
foi atrás dela reclamando. Carlisle e eu rimos da cena.
– Alice é uma figura. - Falou rindo. Então ele começou a fazer alguns exames
rápidos, para testar meus reflexos, por último ele pegou meu pulso, a fim de medir a
pulsação, de repente sua expressão ficou séria, logo percebi do que se tratava. Então
seu olhar se voltou para o meu outro pulso.
– Bonitas, suas cicatrizes.
– Obrigada. - Disse envergonhada. Então um silencio terrível invadiu o
quarto. Com certeza ele deveria estar pensando que o acidente tinha sido proposital -
Olha, eu sei que você deve estar pensando, que eu me joguei na frente do carro de
propósito, mais eu juro q...
– Eu acredito em você Bella. – Disse olhando em meus olhos, transparecendo
toda sinceridade do mundo. Eu acredito em você. Era a primeira vez em 6 anos que
alguém me dizia isso. Um sorriso bobo nasceu em minha face.
– Obrigada. Isso – Disse olhando para o meu pulso. - Aconteceu dia 13 de
setembro de 2005, dia do meu aniversario de 18 anos. Sabe qual era meu desejo de
aniversario? - Ele balançou a cabeça dizendo que não. - Meu desejo era morrer, era
tudo que eu queria, morrer, era esse o jeito que eu via pra me livrar da dor, que se
apossou de mim.
Aquele dia a noite, eu fui até a cozinha, peguei uma faca e me tranquei no
banheiro, lá eu sentei no chão e cortei um pulso e logo depois o outro. O mais
engraçado disso é que eu não senti dor. - Disse em um sorriso sarcástico. - Eu senti
felicidade, eu senti a paz chegando. Mais meu pai, arrombo a porta do banheiro e a
ultima coisa que eu me lembro é de pedir pra ele me deixar morrer, me deixar ter paz.
Como você pode ver, ele não atendeu meu pedido. Acordei dois dias depois no
hospital, e naquele dia eu percebi que eu não poderia morrer, que o meu castigo era
viver, viver cada miserável dia atormentada com meus erros do passado. - Ele passou
a mão nos meus cabelos.
– Você parece ter uma história e tanto.
– Nem me fale. - Murmurei.
– Você poderia estar morta. Mais não está. Você poderia ter morrido hoje.
Mais não morreu. Não acho que você esteja sendo castigada, pelo contrário, acho que
você está tendo mais uma chance. Nós não podemos escolher como ou quando vamos
morrer. Mais podemos escolher como viver. Escolha viver feliz. Porque, por mais que
você queira, você não pode mudar o passado. Você só tem o hoje, se permita
viver hoje. - Ele sorriu.
– Acredite, eu estou tentando, mas...
– Vamos Bella? Alice está esperando no carro. - Edward disse interrompendo
a conversa.
– Posso ir? - Perguntei a Carlisle.
– Pode. - Estava descendo da cama, quando senti uma tontura, tinha certeza
que iria dar com a cara no chão, mais um par de braços fortes me seguraram e eu
voltei a sentir aquela corrente elétrica. Edward me olhou preocupado.
– Tá tudo bem Bella? Você ta sentindo alguma coisa? –Ele estava me
segurando e nossos rostos estavam bem próximos. E seus olhos voltaram a me
hipnotizar, ele não desviava seus olhos dos meus e por mais que eu quisesse também
não conseguia desviar meus olhos dos dele.
– Vocês dois estão bem? - A hipnose se quebrou, e eu consegui desviar meu
olhar. Carlisle parecia segurar uma risada.
– Eu estou ótimo - Edward disse me soltando dos seus braços. Com certeza eu
estava vermelha.
– Eu também, só levantei um pouco rápido e isso me fez ficar tonta.
– Sei...
–Er... Então é melhor nós irmos né Bella?
– É, claro, é melhor nós irmos. - Carlisle nos olhava com olhar de deboche.
– Então vamos né?
– É vamos. - Uma gargalhada ecou no quarto, deixando eu e Edward ainda
mais sem graça.
– Do que você está rindo pai?
– Nada não, só me lembrei de uma piada.
– Ok. Então tchau pai. Obrigado por vir até aqui atender a Bella.
– Que é isso filho, você sabe que pode sempre contar comigo – Disse
abraçando Edward. - E você também Bella, conte comigo para qual quer coisa – Ele
me abraçou.
– Obrigada, obrigada por tudo. E quanto a conversa de hoje, será que você
pode manter segredo? - Murmurei perto do seu ouvido.
– Humm... Não me lembro de nenhuma conversa.- Eu ri
– Obrigada.
– O que vocês dois tanto murmuram ai em? - Edward parecia curioso.
– Está com ciúmes Edward? - Ha, essa é boa. Edward com ciúmes, em que
mundo paralelo Carlisle vivia?
–Er... Claro que não, só curioso. Vem Bella, vamos. - Edward me rebocava do
quarto. E Carlisle ria.
– Hei garotos!!! - Nos viramos, para vê-lo. Agora sua expressão estava séria.
– Nunca se esqueçam que Viver é desenhar sem borracha. - Edward coçou a
cabeça, não entendendo nada. Mas Carlisle estava falando aquilo pra mim,
reforçando o que ele tinha me dito minutos atrás, "você não pode mudar o passado,
escolha viver o hoje", eu assenti pra ele, e ele sorriu.
– Você bebeu pai?
– Não, só estou filosofo. - Ele piscou para mim.
– Ok, vamos Bella. - Ele me puxou pela mão, e de novo senti aquela sensação
estranha.
– E Bella? - Carlisle chamou de novo.
– Sim?
– Meu filho é um bom partido. - Eu fiquei roxa e pude perceber que Edward
também. Já Carlisle caiu na gargalhada.
– Tchau PAI. - Saímos do quarto constrangidos, enquanto Carlisle ainda ria.

~~*~~

– Edward, o que aconteceu com minhas malas e meu violão? Eu preciso


daquele violão - Disse preocupada, enquanto caminhávamos para fora do hospital.
– Você está mais preocupada com o violão, do que com as malas? Suas roupas
não estão nas malas? - Ele parecia confuso.
– Tudo bem se eu perder as malas, eu posso comprar outras roupas.
– Não pode comprar outro violão?
– Não, aquele é único. Não pode ser outro. - Eu disse nervosa. O último
presente que Jane me deu foi aquele violão, ela trouxe de Londres. Era um Gibson
Chet Atkins preto.
– Tem um valor sentimental?
– Você nem imagina quanto.
– Ganhou do namorado? - Sorri sem humor.
– Não. - Disse simplesmente. Ele ficou quieto provavelmente pensando que
eu não falaria mais nada. - Ganhei da irmã dele. - Edward parou de andar e me
encarou sério.
– Não se preocupe, seu violão e suas malas estão no carro. - Ele disse um
tanto seco e voltou a caminhar.
O carro de Edward era uma Range Rover prata, nada modesta, em pensar que
aquilo me atropelou e eu só ganhei um corte na testa, realmente eu tinha sorte. Como
já era 3:30 e não tínhamos almoçado, resolvemos parar no McDonald's para fazer um
lanche, depois dali seguimos pra casa.
Alice foi falando a viagem inteira, graças a isso eu fiquei sabendo que ela e
Edward tinham outro irmão chamado Emmett. Emmett era namorado de Rosalie
Hale, que por sua vez era irmã de Jasper, namorado da Alice.
Emmett e Edward estavam dividindo um apartamento ao lado do nosso. Já
Rosalie e Jasper tinham cada um o seu apartamento que ficava em um prédio em
frente ao nosso.
– Edward estava estranhamente quieto, só falava quando necessário.
Uns 45 minutos depois, paramos em frente a um imenso portão branco, nele
estava escrito THE SUMMER HAUSE, Edward abriu a janela e digitou alguns
números em um painel ao seu lado, e o portão começou a abrir e então minha boca se
escancarou. Aquele lugar não podia existir, ou melhor, só exista nos filmes, a entrada
era toda arborizada, as arvores formavam um túnel, por onde passava os carros, o
caminho dos carros era feito de asfalto e o resto era tudo grama, quando o túnel
chegou ao fim, passamos ao lado de uma gigante área de esportes, pude ver três
quadras de tênis, um campo de futebol de areia e um de grama sintética, uma quadra
de basquete, uma piscina enorme e um campo de basebol. Ainda estava abismada
com o tamanho da área de esportes, quando passamos em frente a uma enorme
academia de três andares, ao lado da academia tinha um cinema, e ao lado do cinema
uma praça de alimentação. Aquilo não podia ser real, no mínimo eu estava delirando,
deve ter sido por causa do atropelamento hoje cedo. Eu devo ter batido muito forte
com a cabeça. Estava tentando me convencer que aquilo não era real, quando de
repente a grama foi acabado e dando lugar para areia fina, e mais a frente pude avistar
uma praia artificial, com muitos coqueiro, sombreiros e bares espalhados perto da
gigantesca piscina com ondas artificiais.
–Bella, Bella, Hei Bella, BELLA FALA COMIGO!!! – Senti alguém me
chacolhar fortemente.
–Er... Alice, que... que... que lugar é esse?
–É o nosso residencial Bella, por que?
-Nosso? Você quer dizer, dos seus pais? - Estava confusa.
–Não. Quero dizer de Edward, Emmett, Rosalie, Jasper, meu e agora seu.
-U A U, Alice, você ta brincando comigo? Quanto vai custar o aluguel desse
lugar? Meu pai vai ter um treco quando eu falar pra ele que isso vai custar 20 vezes
mais que o combinado.
–Não faça drama Bella, não vai custar 20 vezes mais que o combinado, e não
vai custar nem o combinado. Na realidade eu esqueci de falar sobre isso com você,
mais não vai custar absolutamente nada.
–Como? Acho que não entendi direito.
– Exatamente isso que você ouviu, não vai custar nada, o pai de Jasper é o
dono da construtora que fez toda essa belezinha, e ele possui 5 prédios desses, cada
prédio tem 25 andares, ele deu um prédio para o Jasper e um para
Rosalie. Quando falei para Jasper que iria transferir meu curso pra Malibu e dividiria
um apartamento com você, ele me intimou para que morássemos aqui.
– Alice, eu não sei o que dizer. Tudo bem você não pagar nada, a final vocês
são namorados, mais eu tenho que pagar alguma coisa, ele nem me conhece e...
– A qual é Bella, eu também moro aqui e não pago nada, Rosalie também
“doou” um apartamento pro Emmett e eu vim de brinde – Edward resolveu voltar a
falar.
– Mais vocês são amigos.
–Você também é nossa amiga. Olha a Alice falou tanto de você que todo
mundo já te “conhece”, só está faltando a apresentação pessoal.
– É Bella, todos já sabem de você, só está faltando mesmo a apresentação
pessoal, então resolvi fazer uma festinha de boas vindas pra você, assim todos ficam
se conhecendo.- Alice estava dando pulinho?
– Festinha pra mim? - A recordação da última festa que eu fui, veio
instantaneamente a minha cabeça. - Nem pensar Alice. Tô fora.- Disse séria.
– Por que nem pensar? - Ela murchou.
– Porque eu não gosto de festas. - Disse chacoalhando a cabeça, tentando
apagar as lembranças que vinham em minha memória.
– Por favor Bella!!! É só uma festinha. Por favor, por favor. - Ela
estava implorando, com uma cara de cachorro que caiu da mudança. Pra não ceder eu
resolvi ficar quieta.
– Vamos Bella, vai ser divertido, e Alice não vai desistir até te convencer.
Aceita logo vai. - Disse Edward dando um sorriso torto de tirar o folego. - Ok.
Percebi que não ia adiantar insistir, era bem provável eu ser amarrada e levada a força
se não aceitasse.
– Ok, vocês ganharam. - Disse vencida. Alice começou a saltitar e bater
palmas.
– Obrigada Bella, você vai amar. Agora eu preciso ir, tenho um milhão de
coisas pra organizar, tem que ficar tudo perfeito. Ah Bella acho que não vai dar tempo
de passar em casa, mais o Edward acompanha você até a festa, tudo bem? - Os olhos
da garota brilhavam de excitação.
– Alice, eu nem sei onde fica nosso prédio, e nem as chaves eu tenho.
– As chaves estão aqui – Disse ela me entregando um chaveiro com 5 chaves
coloridas. - A Amarela é pra você entrar no prédio, a Azul é para entrar no
apartamento, a Vermelha é do quarto de hospedes, Rosa é do meu quarto e a Roxa é a
do seu quarto. Ah!!! e esse número que esta gravado no chaveiro é a senha que você
digita la fora pra entrar no condomínio. O Edward te leva até o nosso apartamento,
ele é nosso vizinho, agora eu preciso ir. Encontro vocês lá as 21:00. - Alice saiu
correndo.
– Ela é sempre assim?
– Hoje ela está light, você não viu nada ainda.
– Fico com a versão light então, não precisa me mostrar a outra. - Ele riu.
– Vem. Vou te mostrar seu novo lar – Disse me puxando pela mão. Estava
começando a achar que ele dava choque..
– Cara, isso é muito estranho – Murmurei.
– Como?
– Nada não. Qual o nosso andar? - Perguntei mudando de assunto.
– 15º – Edward falou apertando o botão do elevador.
– Então Bella, Er.. seu, seu namorado, ele, é, ele não reclamou de você ficar
um tempo longe? - Edward estava gaguejando?
– Eu não tenho namorado.
– Mais você disse lá no hospital que...
– Eu nunca terminei com ele, ele nunca terminou comigo, mais os
acontecimentos terminaram por nós dois. Não era preciso dizer nada. Nós sabíamos
que tinha acabado. - Disse olhando em seus olhos, Edward não disse nada, ficamos
apenas nos olhando.

Caminhamos até a porta do apartamento no mais profundo silencio, eu


demorei um pouco para lembrar qual das chaves que eu precisava usar para abri-lo.
Quando eu consegui abrir meu queixo caiu.
– Nossa!
– Essa é a sala, e ali fica a cozinha, gostou?
– Muito – A sala era enorme, suas paredes brancas, a porta que dava para a
sacada era de vidro e gigante, deixando o lugar bem claro, dois sofás pretos enormes,
e quatro pufes gigantes também pretos, uma TV de 42 polegas fixada na parede, e um
home theater com muitas caixinhas. Uma estante preta, com um play station 3, um X-
Box e um Wi em cima. As gavetas da estante eram de vidro, e pude ver centena de
dvds lá dentro, no chão tinha duas guitarras e uma bateria que faziam parte de algum
daqueles vídeo games.
A cozinha ficava no canto esquerdo, perto da porta de entrada, um grande
balção de mármore, à dividia da sala, tudo quanto é eletrodomésticos tinha ali,
refrigerador duplex de inox, fogão embutido, maquina de lavar louça, triturador,
micro-ondas, forno, sanduicheira, máquina de fazer pão, cafeteira, máquina de fazer
suco.
As paredes eram contornadas por um armário preto que também possuía as
portas de vidro. No canto direito ficava uma mesa de 4 lugares, e mais 5 banquetas
espalhadas no lado do balção.
–Fecha a boca Bella e vem comigo...
–Pra onde? – Perguntei ainda embabacada com o meu.... novo lar?
– Pra sacada, quero te mostrar a vista desse lugar. - Disse me rebocando para
sacada. Meu queixo caiu de novo.
–Fala sério, esse lugar não existe – Aquele residencial era bem maior do que
eu pensei, da sacada eu podia ver um campo de golf, e a praia artificial se estendia
por quilômetros, tinha também uma outra piscina muito grande com um bar gigante
no meio. Mais o que mais me chamou atenção foi que existia uma praia de verdade.
– Ficou de cara com a praia né? É uma praia particular, os muros vão até onde
começa o mar, só quem mora aqui é que pode usufruir dela.
– Nossa, eu realmente não sei o que dizer...
–Não diga nada, eu também tive essa reação quando vi esse lugar. Vem quero
te mostrar sua suíte.
A minha suíte, era linda como o resto do condomínio, as paredes roxas, uma
cama king size, um guarda roupas brancos com as portas de vidro, uma mesa para
colocar o note book e uma TV 32 polegas fixada na parede. O banheiro era todo
branco e tinha uma enorme banheira, onde caberia tranquilamente duas Bellas dentro.
Edward também me mostrou o quarto de Alice que era bem parecido com o
meu, só que na cor rosa pink. E tinha um terceiro quarto, que segundo Edward era
usado por ele, quando Emmett e Rosalie resolviam fazer sexo no ultimo volume.
– Pronto, agora você já conhece tudo.
– É, obrigada pelo tour.
– Disponha. - Aquele sorriso torto dele era o máximo. - Está se sentindo bem?
Sua testa não está doendo? - Perguntou passando os dedos no meu machucado.
Instantaneamente eu fechei meus olhos, e aquela corrente elétrica insistente apareceu
de novo.
– Estou bem, nem lembrava mais que tinha uma machucado. - Disse ainda de
olhos fechado. - O silêncio pairo no ar, e as mãos de Edward passaram a afagar meus
cabelos, pude sentir sua respiração bem perto do meu rosto, mais não ousei abrir os
olhos.
Foi ai que seu celular começou a tocar, abri os olhos no mesmo momento, ele
bufou e tirou o celular do bolso. Quando ele olhou o visor, sua expressão mudou, e
um sorriso nasceu em seu rosto.
– Preciso ir. Você vai ficar bem?
– Claro.
– Passo aqui as 21:00 horas. Se sentir alguma dor tome o remédio que Carlisle
receitou.
– Deixa comigo.
– Qualquer coisa me chame, você sabe, eu moro aqui no lado. - O celular
parou de tocar.
– Ok, se eu precisar eu te chamo.
– Chama mesmo ok? - Ele não parecia querer ir embora. O celular começou a
tocar novamente.
– Vá logo Edward. - Disse dando um falso soco em seu braço.
– Ok, até depois. - Disse se virando para ir embora e atendendo o telefone. -
Fala meu xuxuzinho, que saudades de você. - Foi o que eu consegui ouvir antes de
ele sair e fechar a porta atrás de si.
Xuxuzinho? Edward tem namorada? Será? De qualquer jeito isso não me
interessa.
Capítulo 4 - A Festa

Depois que Edward saiu, eu enchi minha, nada modesta banheira e fui tomar
banho, tentei relaxar um pouco, mais logo as lembranças do meu passado começaram
a me assombrar, então resolvi sair do banho. Vesti uma roupa bem confortável, calça
jeans azul marinho, blusa e jaqueta preta e um all star vermelho e penteei meus
cabelos com os dedos. Era assim que eu iria na festa, que segundo Alice, era uma
festinha, sendo assim, não precisava de roupa e calçado desconfortável.
Sentei no sofá esperando o tempo passar, quando vi o guitar hero olhando
para mim, como não tinha mais nada para fazer, resolvi jogar. O jogo era tão viciante
que eu nem percebi o tempo passar, quando resolvi dar uma olhada no relógio já eram
20:45, desleguei o vídeo game e fui para a varanda fumar e admirar aquele lugar.
Aquilo era realmente incrível, o lugar mais surreal que eu já tinha visto, acho que
nunca iria cansar de admirá-lo.
Estava tão distraída pensando na reação de Renée quando visse o lugar, que
levei um baita susto quando a campainha tocou.
– Ai que susto Ed.. - disse abrindo a porta. - ward. Minha boca se escancarou.
Ele estava, simplesmente INCRÍVEL. Calça jeans preta, um blusa branca, uma
gravata fininha preta e um paletó também preto, seu tênis era um all star branco,
combinando com a blusa e seus cabelos estavam cuidadosamente bagunçados.
Aquele seu sorriso torto também estava lá presente.
– Algum problema Bella? - Sussurrou, o que me fez ficar arrepiada..
– Er.. Na.. Não, eu, eu preciso, você, você está... - Balancei a cabeça tentando
sair do transe.
– Lindo? - Peguntou, sorrindo debochado. Corei.
– Eu iria dizer outra coisa, mais sim, você está lindo. E convencido. - Ele
gargalhou.
– Então, o que você ia dizer? - Ele se encostou na parede e cruzou os braços, e
aquele sorriso torto continuava ali, tentando tirar minha atenção, eu sacudi a cabeça
de novo, e respondi.
– Eu ia dizer que, que eu preciso trocar de roupa, Alice disse uma festinha
então eu ia assim mesmo, mas pelas suas roupas, parece que é uma festa mais..
– Essa é a sua festa, nada mais justo do que você se sentir a vontade, e você
está linda assim.
– É feio mentir - Murmurei entre os dentes, mais parece que ele escutou.
–É sério Bella, você está linda, na verdade você é linda. - Corei
violentamente.
– Er... Obrigada..
– E fica mais linda ainda quando está com vergonha. - Agora eu deveria estar
um tom roxo avermelhado.
– Ok, você está me deixando sem jeito. Vou me trocar, já volto. - Disse, me
virando para entrar, mais quando dei o primeiro passo, senti sua mão segurando o
meu braço, e aquela estranha corrente elétrica passando pelo meu corpo de novo.
Aquilo estava ficando cada vez mais estranho.
– Não faça isso Bella, é sério, não precisa trocar de roupa por minha causa. -
Ele fez uma cara de pidão.
– Mas Edwa...
– Já sei!!! - Ele disse, como se acabasse de ter uma grande idéia. - Me espera
aqui, 5 minutos, eu vou ali em casa e já volto, não troque de roupa. Fique parada ai
onde está. - Ele me deu um beijo na testa e correu até seu apartamento.
– O que esse maluco está aprontando? - Falei com os meus botões. Essa festa
que Alice inventou estava me dando calafrios. Não estava parecendo que iria ser só
uma "festinha" como ela disse. Acendi outro cigarro pra relaxar, enquanto Edward
não vinha.
Fechei os olhos fechados, imaginando que ficar em casa seria muito mais
interessante do que qualquer festa.
– Dormindo em pé? - Sussurrou em meu ouvido - Eu dei um pulo.
Não acreditei. Ele havia trocado de roupa, e por minha causa. Subiu no meio
conceito, não que eu tivesse algum. Edward colocou um bermudão jeans escuro um
moletom de touca preto e um tênis também preto. Continuava incrivelmente lindo. -
Encarei ele por alguns segundos.
– Você me assustou - Disse dando uma tragada no meu cigarro, não desviando
meu olhar.
– Não acredito que você fuma - Fez uma cara de desaprovação.
– É, fumo. - Dei um meio sorriso, e soltei a fumaça.
– Por que? - Era só o que me faltava, ter que escutar a mesma ladainha,
"Cigarro mata", "Você tem grandes chances de ter câncer", "Você não vê o que está
escrito na caixa do cigarro?" Dei de ombros..
– Porque me ajuda a relaxar.
– Ok. Vamos? - Ok. Vamos? Agora era para ser a hora do sermão.
– Ok? - Perguntei não acreditando.
– Ok. - Ele disse simplesmente. Eu olhei pra ele incrédula.
– Essa não era a hora, que você me fala de todos os malefícios do cigarro? -
Ele gargalhou.
– Não. Eu tenho certeza que muitas pessoas já te falaram isso, e com certeza
você deve achar chiclé, sempre ouvir a mesma coisa. Além de tudo você deve saber o
que é melhor pra você. Mais se um dia você quiser largar, pode contar comigo. -
Ok. Edward me surpreendeu, ele não fez um daqueles discursos moralistas, ele
simplesmente aceitou.
– Acho que você não existe. - Falei embasbacada. Ele riu. - Peraí, me lembrei
de uma coisa.
– O que? - Perguntou erguendo a sobrancelha.
– Não acredito que você trocou de roupa. - Tentei imitar seu tom de voz. Ele
gargalhou com minha tentativa frustrada.
– Vamos Maria fumaça, já estamos atrasados. - Falou me rebocando até o
Elevador.
5 minutos depois estávamos na frente da Summer House Dance, a boate que
ficava no nosso condomínio. Boate no condomínio? Eu ia demorar a me acostumar
com isso.
Ela ficava bem perto do nosso prédio, mais Edward quis vir de carro.
– Edward, não acredito que viemos de carro.
– Ah qual é Bella, eu sou Americano, tenho que manter a fama de sedentário e
tudo mais. - disse sarcástico.
– Ok, se ficar obeso não reclame.
– Você não vai mais ser minha amiga? - Peguntou levantando uma
sobrancelha. Acho que isso era seu cacoete. Fingi pensar um pouco e fiz cara de
indecisa.
– Claro que vou, a final eu não sou preconceituosa, Fofão - Apertei suas
bochechas, ele riu.
– Podemos formar uma dupla country, pensa comigo, Maria fumaça e Fofão, a
dupla que vai entrar em seu coração. - Disse ele, enquadrando as letras invisíveis com
as mãos. Olhei séria para ele por alguns segundos e depois caímos na gargalhada.
– Peça já no camelozão - Disse no meio das rizadas.
– Aproveite, está na promoção - E mais gargalhadas.
– Você precisa ter esse cdzão - Já estava sem ar de tanto rir e Edward estava
chorando.
– Eu não acredito nisso. - Uma vozinha atras de nós falou. Era Alice de braços
cruzados, com uma cara de poucos amigos olhando pra nós.
– Alice, nós vamos formar uma dupla. - Ele colocou o braço no meu ombro,
ainda rindo. E de novo senti aquela corrente.
– Eu ouvi - Alice estava batendo os pezinhos, impacientemente no chão.
– Qual o problema Alice? - Edward questionou.
– O PROBLEMA? O PROBLEMA É QUE VOCÊS ESTÃO
ATRASADOS. EU LIGUEI PRO SEU CELULAR 20 VEZES E VOCÊ NÃO
ATENDEU! ESTAVA PREOCUPADA ACHANDO QUE TINHA ACONTECIDO
ALGUMA COISA, CHEGO AQUI NA RUA E VOCÊS ESTÃO FAZENDO
PIADINHA. E POR ÚLTIMO MAIS NÃO MENOS IMPORTANTE, QUE ROUPAS
SÃO ESSAS? - A baixinha estava muito irritada, se fosse um pouco mais alta eu
realmente iria sentir medo.
– Desculpe Alice, mais como você disse que era uma festinha eu não me
preocupei com a roupa, e a culpa da roupa do Edward também é minha. - Falei séria.
– Sua? - Ela fez cara de interrogação.
– É, ele estava bem apresentável, mais trocou de roupa para me acompanhar
assim.
– É isso mesmo Alice, Bella ia trocar de roupa, mas eu não deixei. A festa é
pra ela, então ela vem do jeito que ela gosta e se sente bem. - Edward me defendeu.
– Eu não acredito Edward Cullen, vocês estão parecendo dois
mulambentos torcedores do red sox, ainda bem que deixei minha carteira no carro. E
eu posso saber onde está seu celular? - Disse apontando para Edward.
– Esqueci no carro.
– Edward. Querido irmãozinho, eu já te disse um milhão de vezes - Alice
estava falando tranquilamente, tentando arrumar o cabelo do irmão. - Que você
NÃO.PODE.ANDAR.SEM.O.CELULAR. TÁ.ME.ETENDENDO? - Ela berrou no
seu ouvido essa última parte. - Ela já me ligou três vezes, querendo falar com você. -
Ela? Ela quem?
– OK, eu vou lá no carro buscar o celular e retornar a ligação. Vejo vocês lá
dentro. - Disse ele meio sem jeito.
– Vamos Bella. - Alice me puxou pelo braço. - Tem uma festa esperando por
você.
A boate, estava lotada, tocava um flash dance e a galera já dançava animada.
Aquele lugar era animal, as luzes vermelhas e azul gigantes de led no teto,
faziam um efeito incrível, guitarras penduradas nas paredes, e muitos quados de
bandas famosas também enfeitava o lugar. No final da pista, tinha um enorme palco,
onde pelo visto iria tocar uma banda mais tarde. No canto direito, tinha um enorme
bar, onde os bar mans faziam malabarismo com os litros de bebidas. No segundo
andar estava a cabine do Dj. E de frente pra ela os camarotes com um Banner gigante
escrito: Bem vinda a Malibu Bella.
– Alice, você não disse que era uma, festinha?
– E é Bella, ta gostando? - Perguntou animada
– Essa boate ta lotada, você é maluca Alice. - Sabia que não deveria ter vindo.
– É a sua festa Bella, relaxa e aproveita. - Alice já dançava no ritmo da
música. - Vem, quero te apresentar o pessoal. - Disse me puxando.
Quando chegamos ao camarote todos os olhos se voltaram para mim. - E eu
agradeci que todas as luzes estavam apagadas, pois certamente eu fiquei roxa.
–Pessoal, essa é a Bella. - Falou Alice. Eu sorri envergonhada, e todos vieram
em minha direção, exceto uma garota que com certeza era modelo, alta, corpo
escultural, loira de cabelos ondulados e olhos azuis. Ela era linda, qualquer outra
garota perderia a autoestima perto dela. Ela me encarava incrédula, como se estivesse
vendo um fantasma. Teria ela me reconhecido? Será? Fui tirada dos meus
pensamentos quando alguém me tirou do chão.
– Até que em fim te conheci Bella, já estava começando a imaginar que você
era fruto da imaginação de Alice - Disse um gigante lindo, musculoso, de cabelos
curtos e escuros, com lindas covinhas e olhos azuis. - Eu sou Emmett – Disse me
colocando chão. - Conte comigo para qualquer coisa, se algum marmanjo te
incomodar você me chama que eu do um jeito nele. - Ele disse bastante
sério. Gargalhei. Emmett parecia o irmão mais velho querendo defender a irmãzinha
desprotegida.
– Ok. Obrigada Emmett, quando eu precisar eu vou te chamar em. - Disse
ainda rindo.
– Me chame mesmo ok? Fique com o meu cartão. - Ele tirou um cartãozinho
do bolso e me entregou. - É para qualquer emergência. Você sabe. - Disse ele olhando
orgulhoso para os músculos. - Os marmanjos sentem medo do papai aqui. - Eu voltei
a gargalhar.
– Pare de exibir seus músculos e deixe eu me apresentar Emmett - Disse
sorrindo um garoto alto, magro, de cabelos cor de mel e olhos castanhos expressivos.
Ele era muito bonito, assim como o resto dos Cullens, pareciam uma fábrica de
modelos. - Não ligue para as besteiras de Emmett, ele tem muitos músculos e pouco
cérebro. - O garoto disse rindo.
– Você deve ser Jasper?
– Como adivinhou?
– Bom, já conheci Edward, Carlisle e Emmett, então, só falta você.
– Você é esperta. É um prazer conhecê-la Bella - Ele me deu um beijo no
rosto.
– É um prazer conhecê-lo também Jasper. Temos que conversar sobre o
apartamento.
– Ah por favor Bella, não temos nada o que conversar sobre isso. Eu quero
que você aceite, e quando você for uma cantora famosa você me da um camarote
vitalício e fica tudo certo.- Percebi que ele não iria ceder.
– Ok então, estou te devendo todos os shows da minha futura carreira.
– Você também vai descolar uns camarotes pra mim não vai? E também vai
me apresentar para aquelas cantoras gostosas, não é mesmo? - Disse o grandão.
– Deixa só minha irmã ouvir isso - Jasper ameaçou.
– Isso o que? - Ele fez cara de confuso.
– Isso que você acabou de dizer.
– Eu? Eu nem disse nada. Você ouviu alguma coisa Bella? - Perguntou
segurando o riso.
– Não, não ouvi nada. - E nós três começamos a rir.
– Do que você estão rindo em? - Alice apareceu com a garota que me olhava
estranho.
– Piada particular amor - Jasper abraçou Alice por trás e lhe deu um beijo na
nuca. Ela pareceu arfar.
– Bella, essa é Rose, namorada do meu irmão cabeçudo e irmã desse gostosão
aqui. - A garota nada disse, continuou me encarando como se pudesse ver minha
alma. Eu tive certeza que ela sabia quem eu era.
– É um prazer conhecê-la - Disse eu, estendendo a mão e dando um sorriso
nervoso. Ela então foi se aproximando de mim e me abraçou.
– É um prazer conhecê-la pessoalmente Bella. Ou deveria dizer, Isa Marie? -
Ela sussurrou em meu ouvido abraçada a mim. Senti minhas pernas tremerem e
comecei a suar frio.
Claro que isso iria acontecer. Quem eu queria enganar? Sair do país e tentar
uma vida nova? Ideia idiota. Para qualquer lugar que eu fosse meu passado iria estar
lá, me perseguindo.
Agora a garota iria abrir a boca, e minha festa de boas vindas iria se tornar
festa de despedida.
E que mais me entristecia era pensar na decepção de Alice, Carlisle e Edward,
eu podia ver os olhos verdes dele me acusando.
– Não vai falar nada? - Perguntou.
– Vá em frente. Conte a eles - Disse ainda abraçada a ela.
– Por que você não falou a verdade para eles? - Sussurrou. Ri sem humor
– Porque? Porque eu queria esquecer por uma hora quem eu sou e o que eu
fiz. Porque eu queria poder deitar na cama uma única noite e conseguir dormir. Mas o
máximo que eu consigo dormir são 3 horas, depois eu acordo com todos aqueles
pesadelos horríveis. Porque eu quero tentar viver e não só existir. Porque eu quero ter
amigos.
Você acha que eles seriam meus amigos se soubessem? Olhe só pra você,
você nunca falou comigo, você não sabe o que eu sinto, você não tem noção do meu
tormento e já esta me acusando. Acha que com eles seria diferente? - Ela se soltou do
abraço, e por um minutos eu pude ver um olhar de solidariedade nos seus olhos. -
Conte a eles, eu não vou culpá-la por isso, a única culpada aqui sou eu. - Ela
continuava perto de mim me encarando, tentando decidir o que fazer. Então ela
suspirou.
– Eu não vou fazer isso. Mais a primeira pisada na bola que você der, eu abro
a boca e conto tudo. Essa família é a minha família e ela já sofreu demais, eu não vou
permitir que isso aconteça de novo. Estou de olho em você. - Senti um alívio no
peito. Pude ver que ela estava sendo sincera e realmente não iria falar nada. Ela
estava me dando uma chance. Ela sabia de tudo e estava me dando uma chance. Um
pequeno sorriso nasceu em meus lábios.
– Obrigada. Eu não vou decepcioná-la. - Disse tocando sua mão. Acho que
um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, mais não tenho certeza.
– Sinto muito Emm, mais acho que você perdeu sua namorada para a Bella. -
Falou a baixinha, fazendo Jasper gargalhar. Rosalie lhe lançou um olhar mortal.
– Está com ciúmes Alice? - Ela mostrou a língua.
– O que vocês estavam cochichando em ursinha? Conta aqui pro seu Ursão. -
Rosalie rolou os olhos, ergueu as mão pro céus, parecendo fazer uma prece
silenciosamente e puxou Emmett pela mão.
– Nada demais Emm. Vem, vamos buscar uma cerveja.
– Minha irmã é um bom partido Bella. – Disse Jasper ainda rindo.
– Rá Rá Rá, muito engraçado você.
– Olá garotos. - Disse uma voz conhecida atrás de mim. - Esse lugar está
bombando em?
– Carlisle e Esme por aqui? Isso só pode ser uma miragem. - Disse Alice
caminhado na direção deles. - Mãe que saudades. - Disse abraçando a mulher de
cabelo marrom caramelado e com um rosto arredondado em forma de coração, com
covinhas assim como as de Emmett.
– Eu também estava morrendo de saudades. Estamos aqui perto, porque você
não foi nos ver? - Ela disse alisando os cabelos de Alice.
– Essa semana foi muito corrida e acabei ficando sem carro, mais eu iria
passar por lá amanhã, para dar um cheiro em vocês.
– Então é essa a garota? - Pergunto Esme sorrindo para mim.
– A própria- Respondeu Carlisle me dando um abraço. - Olá de novo Bella,
como está se sentindo? Tomou os remédios?
– Olá senhor Cullen. Estou me sentindo bem, às vezes eu até esqueço que
tenho um machucado. Tomei um remédio hoje a tarde.
– Ok. Se sentir alguma coisa me avise, segunda-feira já podemos tirar os
pontos. - Eu assenti. - Agora deixe-me apresentar minha esposa. - Disse segurando a
mão da mulher.
– Bella, essa é Esme a mulher da minha vida.
– E a causa dos seus cabelos brancos. - Jasper falou e todos começaram a rir.
Esme me abraçou.
– Fico feliz em conhecê-la querida, você nos assustou hoje a tarde.
– Me desculpe, é que sou meio desastrada. - Disse encabulada.
– Edward, papai e eu, vamos ensinar algumas lições de trânsito para ela. -
Eles gargalharam.
– Não ligue pra eles Bella. - Disse Esme. - Então, falando em Edward por
onde ele anda? E Emmett e Rosalie.
– Edward foi retornar uma ligação, se é que você me entende. - Alice disse
séria, olhando para os pais. - Já Emm e Rose, saíram daqui com propósito de pegar
uma cerveja, mais se eu bem conheço eles, eles devem estar em algum banheiro ou
algum canto bem escuro se com...
– Ok Alice, nós já entendemos, poupe-nos dos detalhes sórdidos. - Carlisle
disse meio envergonhado. - Bella, nós lhe trouxemos um presente.
– Presente pra mim? Porque?
– É um presente de boa vindas. - Disse Esme sorrindo.
– Gente, assim vocês me deixam sem graça. Não quero nenhum presente ok?
Alice já me deu essa festa.
– Deixa de frescura Bella, é um presente dos Cullens, vou lá no carro buscar. -
Falou Carlisle.
– Eu vou com você papai. - Ela fez alguma mimica com as mãos pra ele. Ele
respondeu piscando um olho. De repente ela começou a saltitar. Com certeza ela
estava aprontando alguma, e para o meu próprio bem, achei melhor nem saber o que
era. - Vem conosco Jasper.
– Pelo jeito eu também vou. Não chorem ok? Eu já volto. - Disse indo atrás
deles, me deixando sozinha com Esme.
Esme começou a falar dos seus filhos, Emmett era o mais velho com 26 anos,
namorava Rosalie desde o primário, ele estava cursando direito e faltava um ano para
se formar.
Já Edward tinha 25 anos, e resolveu cursar veterinária. Quando era
adolescente, seu cachorro morreu porque a doença foi diagnosticada muito tarde, e
desde então ele resolvera que seria veterinário.
Alice tinha acabado de completar 23 na última terça-feira. Ela cursava moda
em uma Universidade da Califórnia, mas acabou acontecendo um sério problema
pessoal, o que deixo Alice com um profunda depressão, que a fez trancar a matrícula
para se tratar. Agora que ela já estava curada, resolveu então transferir a faculdade
para cá.
Esme iria me falar de alguém chamada Mary quando Carlisle voltou.
– Sabe Bella, antes de querer me torna médico, eu queria ser um grande
guitarrista e ter uma banda mundialmente conhecida. Eu viva cantando as músicas do
Elvis e dizia que queria ser igual a ele, eu tinha até um topete parecido. - Ele disse
rindo. - Todo santo dia, antes de meu pai ir trabalhar, eu pedia para ele me trazer uma
guitarra, ele dizia que tinha que encomendar com o papai noel.
Então em uma manha de Natal, eu acordei e lá estava ela, dentro de um case
aberto. Eu me senti o garoto mais feliz do mundo. Fiquei aquele dia todo tentando
tocar, mas a única coisa que eu consegui, foi fazer um barulho desgraçado. - Nós
rimos. -Naquela noite minha mãe ficou muito doente, e meu pai teve que chamar um
médico. Eu me lembro que estava chorando, no lado da cama da minha mãe quando
ele chegou, vestido de branco e com olhos azuis brilhantes, ele me disse “não se
preocupe garoto, sua mãe vai ficar bem”, ele à medicou e no outro dia ela já estava
muito melhor. Aquilo me deixou fascinado.
Então eu decidi, iria ser médico, eu queria aliviar sofrimentos, curar feridas,
ajudar uma nova vida a vir ao mundo, eu queria infundir confiança nas pessoas.
Resumindo, abandonei minha carreira de guitarrista naquele mesmo dia, aposentei
minha guitarra com um dia de uso.
E aqui está ela, tem 43 anos, mais praticamente é uma recém nascida. - Disse
estendendo o case para mim. - Levei na loja hoje, para fazer um check up. Me
disseram que está inteirona, só foi preciso trocar as cordas. - Fiquei muda olhando
pro case, sem saber o que dizer. - Pega logo Bella, está pesada.
– Carlisle, er eu, eu não sei o que dizer, eu, eu, não posso aceitar. Foi seu pai
quem lhe deu, é um presente de família. - Gaguejei.
– Bella, como você acha que meu pai ficou, vendo a guitarra pegando poeira
sem ser usada? Ele ficaria feliz de ver que finalmente ela vai ter serventia. Pegue
Bella, é sua. - Eu exitei.
– Aceite Bella, essa guitarra está lá em casa só ocupando espaço, ninguém
usa. Pega logo, não faça essa desfeita. - Esme falou. Então eu peguei o case. Coloquei
no chão e destravei, quando o abri dei de cara com uma Gibson Melody Maker SG
1967, branca. Meu queixo caiu.
– Vocês só podem estar brincando comigo. Carlisle, isso é uma Melody Maker
67. - Eu fiz cara de espanto e ele parecia confuso.
– É isso mesmo. O cara da loja fez a mesma cara de espanto, é tão ruim
assim? - Eu ri.
– Ruim? Carlisle, essa guitarra é uma raridade. - Disse ainda não acreditando
no que os meus olhos viam.
– Uma raridade boa ou ruim? - Perguntou ainda com dúvidas.
– Uma raridade ÓTIMA. - Meu sorriso ia de orelha a orelha. Carlisle relaxou.
- Você tem certeza que quer me dar ela? Essa é uma guitarra de colecionador, pense
bem. - Ele gargalhou.
– Bella, eu tenho cara de colecionador? Ela é sua. Tenho certeza que está em
boas mãos. Você falou que ela é uma das melhores, inspire-se nela, quero que você
também se torne uma das melhores. - Carlisle era uma pessoa magnífica, não fazia
um dia que tínhamos nos conhecido, mais parecia que ele me conhecia a anos, tentou
me ajudar desde o primeiro minuto que me viu, não só fisicamente mais também
piscicologicamente. Não sabia como, mas acho que ele também sabia do meu
passado.
Eu sorri para ele e o abracei.
– Obrigada por tudo, pela guitarra, por ter ido me ver no hospital, mas
principalmente pelas palavras, obrigada por acreditar em mim. Olha, eu te conheci
hoje, mais você já é muito importante para mim. Prometo fazer de tudo para não
decepcioná-lo. - Estava emocionada, com certeza eu estaria chorando se eu
conseguisse.
– Não quero que me prometa nada Bella, só quero que você se sinta feliz. -
Disse dando um beijo em minha testa.
– É muito estranho dizer isso depois de tanto tempo, mais, eu acho que estou
momentaneamente feliz. - Ele sorriu.
– Isso já é um bom começo. - Esme acompanhava tudo sorrindo.
– ATENÇÃO, TESTE, 1, 2, TESTE, SOM – Aquela voz, só poderia ser de
Alice, me virei para ver o palco e lá estava ela, com Jasper ao seu lado. Mas o que
aquela maluca estava fazendo? - Pessoal, como todos vocês já sabem. - Jasper puxou
o microfone das mãos dela.
– Ou deveriam saber. - Disse ele. Ela rolou os olhos e pegou o microfone.
– Está é uma festa de boas vindas a nossa amiga Bella. - Todos começaram
assoviar e bater palmas, e eu resolvi sair dali imediatamente. Mas Esme me abraçou
de um lado e Carlisle do outro.
– Nem pense em fugir Bella.
– E como todos sabem – Continuou Alice, e de novo Jasper puxou o
microfone.
– Ou deveriam saber – Disse ele devolvendo o microfone pra baixinha.
– Ela veio para os Estados Unidos estudar música. Em breve teremos uma
grande cantora estourando nas paradas. - Quem disse para Alice que eu seria cantora?
– Não esquece Bella, você me deve um camarote vitalício. - Jasper tinha
roubado de novo o microfone. Eu estava procurando um buraco para me enfiar. -
Então nada mais justo... - Continuou ele, mais Alice voltou a pegar o microfone.
– Do que seu primeiro show, ser aqui e agora. - Disse Alice batendo palmas e
dando pulinhos. Eu fiquei apavorada, minha mente tentava achar algum plano de
fulga. Jasper voltou ao microfone.
– Nem pense em fugir Bella, estamos aqui esperando. - Alice começou a gritar
meu nome, o que logo foi imitado por todo o pessoal. Todos gritavam meu nome em
coro. E eu fui ficando cada vez mais apavorada. - Por favor sogrão, traga ela até aqui.
- Pediu Jasper.
– Vamos lá Bella, estão chamando por você.
– Carlisle, eu, eu não posso fazer isso. - Comecei a gaguejar. Ele ergueu a
sobrancelha, igualzinho a Edward, isso deveria ser um cacoete de família.
– Eu não vou conseguir, eu nunca fiz isso antes. - Tá certo que eu atuei em
algumas novelas, mas, atuar em novela é bem diferente de cantar em público, para
uma multidão de gente gritando seu nome.
– Bella.- Disse Esme. - Essa guitarra está a 43 anos parada pegando poeira.
agora ela é sua. Eu não entendo nada de guitarras, mas você disse que ela é uma das
melhores. O que você vai fazer com ela? Deixar mais 43 anos pegando poeira? Vai
tocar para as paredes? Vá até lá, e mostre do que você é capaz, mostre como sua
guitarra é boa e mostre que você é tão boa quanto ela. - Esme despertou o meu ego. E
eu decidi ir, afinal, eu sabia como tocar, não cantava muito mal, eles poderiam me
vaiar e isso era o máximo que aconteceria.
– É, você tem razão.
– Anda Bella, não temos a noite toda. - Falou uma Alice já impaciente.
– Vamos lá Bella, eu e Esme te escoltamos até no palco. - Carlisle carregou o
case para mim, e Esme me entregou outro presente, uma correia preta, com Bella
Swan bordado em branco, e uma caixinha de palhetas, também pretas, com o meu
nome em branco. - Vai lá garota, acredito em você. - Essa era a segunda vez no dia
que Carlisle me dizia isso. Não pude deixar de sorrir.
Subi na parte de traz do palco e Jasper rapidamente me apresentou a banda
The Siblings, que iria me acompanhar, combinamos de eu cantar 3 músicas e depois
eles continuariam o show.
Ajeitei a guitarra, e fui para frente do palco, e de novo o pessoal começou a
gritar meu nome. Com certeza, Alice deve ter liberado bebida para eles. Arrumei o
microfone na minha altura, fechei os olhos e respirei fundo 3 vezes.
–Boa noite pessoal. - Disse nervosamente. Esme e Carlisle estavam bem na
frente do palco sorrindo para mim. Eu procurava Alice e Jasper com os olhos, mas
eles haviam desaparecido de repente. - Bem, como vocês todos sabem. Ou deveriam
saber. - Eles gargalharam. - Eu sou Bella Swan. E graças a minha super amiga Alice,
eu vou cantar para vocês hoje. - Eles bateram palmas. - Antes eu gostaria de fazer
alguns agradecimentos.
Obrigada Alice e Jasper, eu não faço ideia de onde vocês se meteram, mas,
com amigos como vocês eu nem preciso de inimigos. - Todos riram. - Gostaria de
convidar os dois para virem até aqui em cima, vocês serão meus dançarinos. Eu sei
que vocês estão me escutando e se vocês não subirem até aqui, eu não vou cantar. - O
pessoal começou a gritar o nome deles, 5 minutos depois eles apareceram no palco
um pouco encabulados. Cada um tinha uma camiseta preta com a frase Let's Go
Bella, em branco. Alice me surpreendia a cada minuto. - Bem, agora que estamos
todos aqui.- Disse olhando para os dois. - Posso continuar meus agradecimentos.
Obrigada Carlisle – Disse olhando para ele - Por ter me atendido no hospital hoje.
Mesmo não sendo o hospital que você trabalha, mesmo estando de férias e mesmo
não me conhecendo, você se preocupou comigo. - Ele sorriu. - Obrigada também pela
Guitarra, prometo tomar conta dela. Não tenho dúvidas que você seria um mega rock
star, assim como você é um mega médico. E obrigada mesmo, por acreditar em mim.
Obrigada. - Todos aplaudiram e começaram a gritar o nome dele.
– Obrigada a você também Esme, por ter me feito subir nesse palco. - Agora
todos gritavam o nome dela, ela escondeu a cabeça no peito de Carlisle. Quando
pensei que tinha terminado meus agradecimentos, vi Edward chegar na frente do
palco, junto com Emmett e Rosalie, os três faziam companhia para Esme e Carlisle.
Ele Estava com uma camisa igual a de Alice e Jasper por cima do moletom. Segurava
um copo de bebida na mão e mantinha um grande sorriso no rosto olhando para mim,
quando percebi estava sorrindo bobamente.
– Obrigada para você também Edward, por ter trocado de roupa por minha
causa, eu sei que ser chamado de torcedor mulambento do red sox não deve ser uma
coisa muito boa. - O pessoal caiu na gargalhada. - E não se preocupe, a nossa dupla
ainda está de pé. - Pude perceber que ele gargalhou.
– Então, chega de conversa, vamos para as músicas. - O pessoal gritou
empolgado. - Eu amo Rock, e para mim, não existe não melhor do que Rock and Roll
das antigas. Quando eu vi Marty McFly tocando Jonnhy B.Good em “De Volta Para o
Futuro”. Eu pensei, “ Cara, eu quero ser assim quando crescer”, bem, como vocês
podem ver, eu não cresci muito, nem toco tão bem quanto McFlay, mais, eu aprendi a
tocar.
– Preparados dançarinos? - Eles balançaram a cabeça dizendo que sim. -
Então vamos lá. - Olhei para banda, contei até 3 e comecei a introdução que era só
com a guitarra. As pessoas pareciam gostar. E eu comecei a cantar.
http://letras.terra.com.br/chuck-berry/3832/traducao.html
Deep down in Louisiana close to New Orleans
Way back up in the woods among the evergreens
There stood a log cabin made of earth and wood
Where lived a country boy named Johnny B. Goode
Who never ever learned to read or write so well
But he could play a guitar just like a-ringin' a bell

Alice e Jasper estavam dando um show de dança, parecia que vinham direto
dos anos 60, o pessoal estava curtindo. Alguns cantavam, outros tentavam imitar
Alice e Jasper e outros faziam as duas coisas.

Go, go, go Johnny go


Go, go Johnny go
Go, go Johnny go
Go, go Johnny go
Go Johnny B. Goode
He used to carry his guitar in a gunny sack
Go sit beneath the tree by the railroad track
Oh! The engineers would see him sittin' in the shade
Strummin' with the rhythm that the drivers made
People passing by they would stop and say
Oh, my but that little country boy can play

Rosalie e Emmett, também usavam camisetas escrito Let's go Bella. Eles


também davam um show de dança. Gostaria de saber onde eles aprenderam a dançar
assim, pareciam profissionais. Fiz uma nota metal de perguntar isso para Alice
depois.

Go, go, go Johnny go


Go, go Johnny go
Go, go Johnny go
Go, go Johnny go
Go Johnny B. Goode
Carlisle tocava uma guitarra invisível de olhes fechados, fazendo caras e
bocas, enquanto Esme fazia o mesmo, só que com um piano invisível.
His mama told him some day you will be a man
And you will be the leader of a big old band
Many people comin' from miles around
To hear you play your music ‘till the sun go down
Maybe someday your name will be in lights
Sayin' Johnny B. Goode tonight
Edward dançava sozinho com o copo na mão, sorrindo para mim, e de novo
me peguei sorrindo para ele.
Go, go, go Johnny go
Go, go, go Johnny go
Go, go, go Johnny go
Go, go, go Johnny go
Go, Johnny B. Goode

Emendei as notas e já comecei outra música.


http://vagalume.uol.com.br/the-beatles/twist-and-shout.html
Well, shake it up baby now
Twist and shout
Come on, come on, come, come on baby now
Come on and work it on out
Well work it on out, honey
You know you look so good
You know you got me goin' now
Just like I knew you would

O pessoal foi a loucura, todos cantavam comigo e se requebravam de um lado


para o outro.
Até a banda parecia empolgada.
Well, shake it up baby now
Twist and shout
Come on, come on, come, come on baby now
Come on and work it on out
You know you twist, little girl
You know you twist so fine
Come on and twist a little closer now
And let me know that you're mine, woo
Emmett e Rosalie se empolgaram tanto, que subiram no palco, fazendo
companhia a Alice e Jasper.
Carlisle continuava tocando sua guitarra invisível, enquanto Esme dançava
com Edward e seu inseparável copo.
Ah, ah, ah, ah
Yeah, shake it up baby now
Twist and shout
Come on, come on, come, come on baby now
Come on and work it on out
You know you twist, little girl
You know you twist so fine
Come on and twist a little closer now
And let me know that you're mine
Well shake it, shake it, shake it, baby now
Well shake it, shake it, shake it, baby now
Well shake it, shake it, shake it, baby now
Ah, ah, ah, ah
– Pessoal, espero que vocês tenham gostado. Agora vamos para a última
música. - Todos começaram a reclamar soltando um AHHH.... Eu ri. - Sério galera,
eu fui pega de surpresa, eu e a banda estamos nos conhecendo agora, está saindo tudo
no improviso. Então essa vai ser a última música, depois volta o vocalista da banda.
–Vamos lá, essa é para os apaixonados.
Assim que a música começou, os casais começaram a se formar.

http://www.youtube.com/watch?v=ESOVrc4K3CQ
It's hard for me to say the things
É difícil para mim dizer as coisas
I want to say sometimes
Que às vezes quero dizer
There's no one here but you and me
Não há ninguém aqui, a não ser você e eu
And that broken old street light
E aquela velha lâmpada de poste quebrada
Lock the doors
Tranque as portas
leave the world outside
Vamos deixar o mundo lá fora
All I've got to give to you
Tudo que tenho para te dar
Are these five words tonight
São estas cinco palavras esta noite...
Rosalie e Emmett começaram o maior amasso no canto do palco. Isso fez com
que uma galera gritasse, mais eles nem se importaram, ou não estavam ouvindo.

Thank you for loving me


Obrigado por me amar
For being my eyes
Por ser meus olhos
When I couldn't see
Quando não podia enxergar
For parting my lips
Por ser parte de meus lábios
When I couldn't breathe
Quando não pude respirar
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
I never knew I had a dream
Eu nunca soube que tinha um sonho
Until that dream was you
Até que esse sonho era: você
When I look into your eyes
Quando olho dentro de seus olhos
The sky's a different blue
O céu tem um tom diferente de azul
Cross my heart
Cruza meu coração
I wear no disguise
Eu não usarei disfarce
If I tried, you'd make believe
Se eu tentasse, você faria de conta
That you believed my lies
Que acreditou em minhas mentiras

Alice dançava com a cabeça encostada no peito de Jasper, que á abraçava


forte de olhos fechados.
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
For being my eyes
Por ser meus olhos
When I couldn't see
Quando não podia enxergar
For parting my lips
Por ser parte de meus lábios
When I couldn't breathe
Quando não pude respirar
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
Esme e Carlisle tinham desaparecido. Olhei para todos os lados tentando
achá-los, foi quando vi Edward dançando com uma loira alta e de cabelos compridos,
que usava um vestido vermelho um tanto quanto vulgar. Talvez fosse com ela que
Edward estava falando no telefone a tarde. Eu não sei por que, mais, eu não consegui
tirar meus olhos dos dois.

You pick me up when I fall down


Você me levanta quando estou caído
You ring the bell before they count me out
Você soa o alarme antes que eu fique fora
If I was drowning you would part the sea
Se eu estivesse me afogando você separaria o mar
And risk your own life to rescue me
E arriscaria sua própria vida para me resgatar
Lock the doors
Tranque as portas
leave the world outside
Vamos deixar o mundo lá fora
All I've got to give to you
Tudo que tenho para te dar
Are these five words tonight
São estas cinco palavras esta noite
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
For being my eyes
Por ser meus olhos
When I couldn't see
Quando não podia enxergar
For parting my lips
Por ser parte de meus lábios
When I couldn't breathe
Quando não pude respirar

A música estava perto do fim, quando os olhos de Edward encontraram os


meus, ele parou de dançar e sorriu para mim, eu retribui o sorriso mostrando meus 32
dentes. Cantei as últimas estrofes sem nunca desviar do seu olhar. A garota que estava
com ele se virou para ver o que ele estava olhando, então desviei o olhar.
Meus olhos não acreditaram no que estavam vendo. Carlisle estava prensando
Esme em uma parede no canto da boate, suas mãos estavam nas coxas dela, eles se
beijavam com voracidade. As mão de Esme estavam dentro da camisa de Carlisle,
estavam tão colados que pareciam um só.

Thank you for loving me


Obrigado por me amar
When I couldn't fly
Quando não pude voar
Oh, you gave me wings
Oh, você me deu asas
You parted my lips
Você partilhou meus lábios
When I couldn't breathe
Quando não conseguia respirar
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
Thank you for loving me
Obrigado por me amar
Oh, for loving me.
Oh, por me amar.
A música chegou ao fim, e eu só percebi quando as pessoas começaram a
aplaudir e gritar meu nome.
– Obrigada pessoal, muito obrigada, espero que vocês tenham gostado. Essa
foi a primeira vez que eu toquei assim em público, e não poderia ter sido melhor,
vocês são de mais. - Eles começaram a assoviar e bater palmas. Emmett puxou o
microfone da minha mão.
– Pessoal vocês curtiram? - Perguntou Emmett todo empolgado. Todos
ecoaram um sim, e alguns voltaram a gritar meu nome. - Eu também curti. E quem
estiver a fim de um show completo, entre em contato comigo, eu sou o empresário
dela. - Emmett meu empresário? Aquilo só poderia ser piada. Nem cantora eu era.
– Empresário Emmett?
– É Bella, empresário, você toca, canta e eu ganho dinheiro. Saca? - Todos
começaram a rir.
– Emmett eu não po...
– Deixa comigo Bella, eu cuido de toda parte burocrática. Agora vai, toma
uma água, descaça, que eu preciso tratar dos nossos negócios. - Resolvi não
contrariá-lo, ninguém iria levar aquele maluco a sério mesmo. Enquanto eu descia do
palco ele passava o telefone de contato e o e-mail.
– BELLAAAAAAA você foi demais. - Alice me abraçou e tentou pular
comigo. - Você precisa me dar um autógrafo eu sou sua fã. - Disse bastante
empolgada.
– Para que autógrafo Alice? Nós vamos morar juntas esqueceu? E eu quero te
matar por ter me metido nessa.
– Bella, você deveria nos agradecer. - Disse Jasper me abraçando. - O pessoal
foi ao delírio, você coloco o McFlay no chinelo. Eu também já sou seu fã.
– Você realmente foi incrível. - Disse Rosalie. Esboçando um sorriso. - Ok.
Por essa eu não esperava. Rosalie me elogiando?
– Obrigada gente, mais tenho certeza que vocês estão exagerando.
– Parabéns Bella. - Disse uma voz extremamente sexy atrás de mim. No
mesmo tempo Alice, Rose e Jasper, fecharam a cara.
– Você tem muito talento. - Me virei e dei de cara com um garoto de estatura
mediana, lábios carnudos, olhos verdes e cabelo escuro na frente dos olhos. Ele era
muito bonito.
– Com licença. Preciso sair daqui, de repente o ar ficou escaço. - Disse
Rosalie lançando um olhar de fúria para o garoto e caminhando para longe de nós.
– Alec, o que você esta fazendo aqui? - Jasper perguntou, irritadíssimo.
– Como você sabe. Ou deveria saber, vim dar boas vindas a Bella. - O garoto
disse sarcasticamente.
– Como você conseguiu entrar aqui Alec? - Perguntou Alice lhe lançando um
olhar furioso.
– Tenho minhas fontes, já que você esqueceu do amigo. - Disse debochado.
– VOCÊ NÃO É MEU AMIGO. - Alice berrou furiosa, e saiu correndo dali.
Jasper o pegou pela camisa.
– Fique longe da minha família Alec, não ouse se aproximar de nenhum deles.
Você não sabe do que eu sou capaz. - Jasper lhe deu um empurrão e marchou atrás de
Alice.
Os olhos do garoto se entristeceram e seu sorriso sumiu. Ele parecia sofrer.
Mas o que ele poderia ter aprontado para despertar tal ira nos Cullens?
–Você está bem?
– Vou sobreviver. - Respondeu tristemente.
– O que você fez para despertar tanta fúria?
– Nada. - Ele sorriu sem humor. - Pelo menos, nada do que eles me acusam.
– E do que eles te acusam?
– É uma longa história, eu não gosto de falar sobre isso. Mas posso te afirmar
que eu perdi tanto quanto eles. Eu já fiz muitas coisas erradas sabe? Mas não o que
eles me acusam, eu só era um cara errado e estava no lugar errado, mas naquele dia
eu estava totalmente sobre controle. Nós eramos todos amigos, - Sorriu tristemente,
parecendo relembrar - Eles nunca quiseram me ouvir, simplesmente juntaram alguns
fatos com o que os jornais diziam e resolveram que eu era culpado. - Disse mais pra
si mesmo. - É tão estranho. De repente não ter mais amigos, sabe? Não ter uma
pessoa que acredite em você. Todos me viraram as costas, sem nem mesmos me
escutar, ou saber o que eu sinto.
Eu entendia perfeitamente o que Alec dizia, ele parecia estar descrevendo os
meus sentimentos. Eu sabia exatamente o que era não ter amigos. Sabia como era se
sentir rejeitada. Nunca ninguém preguntou como eu me sentia, nunca quiseram saber
dos pesadelos que me atormentavam, ou da insônia que me acompanhava por todos
esses anos. Todos eram muito bons para apontar o dedo. Carlisle foi o primeiro que,
mesmo vendo meus pulsos cortados, não me julgou.
– Eu acredito em você Alec. - Ele me olhou nos olhos e abriu um lindo
sorriso.
– Obrigado. Eu não escutava isso a muito tempo. - Com certeza tínhamos
muito em comum. - Posso te pagar uma cerveja? - Perguntou com um sorriso bobo.
– Não estou bebendo. - Seu sorriso se desfez. - Mas, você pode me pagar uma
água.
– Água é uma boa pedida. - Nos encostamos no bar, e Alec começo a contar
sobre a vida dele.
Ele tinha 26 anos, era fotografo profissional a acabara de voltar de Dubai.
Sempre morou em Malibu, foi através deles que os Cullens conheceram o lugar e se
apaixonaram. Jasper então convenceu seu pai a investir no lugar.
Descobri que ele também iria cursar música, o que me deixou feliz, pois
certamente seriamos colegas de classe. Alec tocava bateria, foi por isso que ele
conseguiu um convite para minha festa, o baterista da The Siblings estava saindo da
banda, e ele foi convidado para substitui-lo, então ele começou a acompanhar alguns
shows com a banda.
Ele me elogiou muito, disse que há tempos não via alguém que tocava e
cantava tão bem, sem nem ter ensaiado com a banda, e que com certeza eu teria um
futuro brilhante. Eu o agradeci e disse que ele estava exagerando.
A conversa com Alec surgia fácil, conversamos por mais de uma hora sobre os
mais variados assuntos, estava contando para Alec como eu tinha conseguido aqueles
pontos na testa, ele ria descaradamente, não acreditando que eu era tão desastrada.
Foi quando eu vi Edward marchando até nós com uma cara furiosa.
– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM ELA? - Gritou Edward furioso.
– Relaxa cara, só estamos conversando.
– FIQUE LONGE DELA, EU NÃO QUERO VOCÊ PERTO DELA. - Disse
apontando o dedo na cara de Alec.
– Eu só vou ficar longe dela, se ela me pedir. Eu tô cansado de você e dos
seus amigos Cullen. Vocês me culpam, mais vocês nunca quiseram me ouvi. Sabe por
que ela estava lá? Porque você brigou com ela, por que você só sabia acusar em vez
de ajudar. ENTÃO A CULPA NÃO É SUA TAMBÉM CULLEN? - Edward acertou
um soco no rosto de Alec, o que o fez cair no chão.
– Eu vou acabar com você seu miserável. - Edward partiu pra cima dele. Eu
me abracei a ele tentando o impedir. E todos em volta começaram a olhar.
– Edward para com isso. Você está fora de si. Nós só estávamos conversando.
- Disse abraçada a ele.
– Ele quer acabar com você também Bella. Eu não vou deixar que isso
aconteça, eu acabado com ele antes. - Pude sentir um forte cheiro de álcool saindo de
seu hálito. Ele tentou se desvencilhar do meu abraço. - Me solta Bella eu vou acabar
com ele. Alec já estava de pé, com o canto da boca sangrando.
– POR DEUS EDWARD. QUAL É O SEU PROBLEMA? Você não vai
acabar com ninguém, Alec é meu amigo e nós estávamos apenas bebendo uma água e
conversando, ao contrário de você que está cheirando a álcool. - Ele consegui se
soltar do meu abraço, e me olhou com desaprovação.
– Você sabe o que ele fez Bella?
– Não. Eu não sei, mais me parece que você também não sabe, já que nunca
deixou ele explicar. - Edward me olhava magoado. Os seguranças chegaram e Alec
disse que foi um mal entendido mais já estava tudo bem.
– Ótimo, fique com ele, vejo que vocês se merecem. - Ele virou as costas e
saiu andando.
– Edward, Edward, volte aqui, vamos conversar. - Ele me ignorou. - Droga,
droga, droga Bella. Pensei em ir atrás dele, mas Alec estava machucado e precisava
de minha ajuda.
– Ele gosta de você. - Disse Alec limpando o sangue da boca.
– Eu também gosto dele, nós somos amigos, ou pelo menos eramos. Você está
bem?
– Nunca estive melhor. - Disse sorrindo. - Ele não gosta de você só como
amiga Bella. Ele está a fim de você.
– Acho que o soco que ele te deu afetou seu cérebro. - Ele riu.
– Vá atras dele Bella.
– Não, você precisa de ajuda.
– Foi só um soco Bella, eu sei me cuidar. Agora vá.
– Ok, nos vemos na segunda então. - Disse dando um beijo em seu rosto e
saindo apressada. - Acho que eu ouvi ele gritar, “você também é a fim dele”, mas
deve ter sido só imaginação. Eu a fim de Edward? Claro que não, tudo que eu menos
queria era um relacionamento.
Andei a boate toda atrás dele, mas não o encontrei, o camarote estava vazio,
Edward havia sumido, assim como resto dos Cullens.
Resolvi sair da boate, pela saída alternativa que dava de cara com a praia, e lá
estava ele, sentado em um murinho com uma garrafa de whisk na mão, olhando para
o mar. Caminhei até ele.
– O que você está fazendo aqui Bella? - Perguntou ressentido.
– Hei, como você sabe que sou eu? Tem olhos nas costas?
– Eu sinto o seu cheiro. - Aquilo fez meu coração bater mais rápido. Me sentei
ao seu lado, ele continuava olhando pro mar, eu o imitei e ficamos alguns minutos em
silencio.
– Me desculpe Edward, eu não queria magoá-lo. - Ele deu um grande gole em
sua bebida e voltou a fitar o mar, sem nada dizer. Eu já estava ficando aborrecida, eu
estava ali, pedindo desculpas e ele me ignorava. Me levantei para ir embora, ele me
puxou pelo o braço.
– Fique aqui comigo. - Seus olhos verdes estavam marejados, ele parecia
sofrer e isso me dava um nó na garganta, quando percebi eu estava o abraçando.
Edward me apertou em seus braços, como se tivesse medo que eu escapasse. Eu me
sentia bem assim, abraçada a ele, me sentia segura e protegida. Não sei por quanto
tempo ficamos abraçados, mas fomos trazidos para realidade quando o celular de
Edward tocou. Ele respirou fundo.
– É a segunda vez que esse celular me atrapalha hoje. - Disse ainda abraçado
a mim.
– Melhor você atender. - Me soltei dos seus braços. Ele bufou, mas resolveu
atender.
– O que você quer Alice? - Perguntou um pouco bravo. - Sim ela está comigo.
- Alice falou algo que Edward não gostou. - Não enche Alice. - Disse irritado. - Ok.
Eu aviso. - E desligou o celular na cara dela, pelo que me pareceu.
– Alice e o pessoal já estão em casa, ela pediu para te avisar que Emmett
levou sua guitarra.
– Sinto muito, ter estragado a festa.
– A culpa não foi sua Bella, e com certeza Alice foi embora antes da briga.
Você não estragou nada. -Disse dando outro gole no whisk. - A propósito, você deu
um show hoje.
– Obrigada. Mas você não acha que já bebeu demais por hoje? - Ele olhou
para a garrafa que já estava pela metade.
– Acho que não. - Respondeu com dúvida.
– Ok. Edward. Dá essa garrafa pra mim. - Estendi a mão para pegá-la.
– Por que? - Perguntou erguendo a sobrancelha.
– Porque você já passou da conta hoje. Amanhã você vai acordar com uma
ressaca das bravas. Vai, me da a garrafa. - Ele fez beicinho, mas me entregou a
garrafa.
– Tá bom, mais só porque você está pedindo.
– Bom garoto. Agora temos que ir para casa a pé.
– Não, vamos comigo, meu carro está logo ali. - Ele disse levantando, para
logo cair na areia. - Eu gargalhei.
– Você não consegue nem fica em pé Edward.
– Claro que consigo, eu só levantei rápido demais e fiquei tonto, mas se você
quiser eu deixo você dirigir.
– Ok. Mas temos mesmo que ir a pé, eu não dirijo.
– Não? Eu posso te ensinar. - Ele se levantando meio torto.
– E quem disse que eu não sei? - Ele me olhou confuso. - Eu só não gosto de
dirigir, eu meio que tenho um trauma. - Disse lembrando do acidente.
– Nós podemos tentar matar esse seu trauma. - Ele me estendendo a chave do
carro. Eu á peguei.
– Hoje não, quem sabe outro dia. Agora deixe de ser sedentário, vamos, você
tem que me mostrar o caminho. Ele pegou minha mão, a corrente elétrica continuava
lá presente.
– Vamos pela praia.
A praia estava deserta, só a lua cheia e o vento frio nos faziam companhia,
Edward andava fazendo zig-zag, sem nunca soltar a minha mão. Eu me perguntei, o
que será tinha acontecido, para fazer os Cullens odiarem tanto Alec. Sobre quem sera
que Alec estava falando, quando disse que Edward era tão culpado quanto ele.
– Bella? - Resmungou Edward, me tirando dos pensamentos.
– Oi.
– Sabe no que eu estou pensando?
– Não. O Que?
– Nós poderíamos brincar de pega pega. - Eu ri.
– Quantos anos você tem Edward? - Ele pensou um pouco para responder.
– 25. Por que? - Eu ri.
– Porque você não tem mais idade para brincar de pega pega.
– Tá com medo de perder?
– Edward, você mal consegue andar, imagina correr.
– Tá com medo, tá com medinho. A Bella tá com medo! - Edward parecia
uma criança de 5 anos, irritando a irmã mais velha.
– Ok Edward. Vamos brincar. Te peguei – Encostei em seu braço e sai
correndo. Ele tentava correr atrás de mim, mas o álcool em seu sangue não ajudava
muito.
– Isso não vale Bella, volta aqui. - Dizia correndo. - Vem aqui, você está
roubando. - Ele disse ofegante.
– Edward está com medo. Está com medinho. Você não é de nada. Eu
ganhei... - Ok eu também voltei a ter 5 anos. Confesso que estava me divertindo
muito.
– Você me paga Bella, eu vou te pegar. - Ele tropeçou nos próprios pés e
caiu. - Eu gargalhei muito, mais fiquei preocupada, quando notei que ele continuava
caído sem se mexer. Corri até ele.
– Edward? Edward levanta. Edward, você está bem? - Eu estava me
abaixando para ver o que tinha acontecido, quando em um segundo ele pulou ficando
em pé, e me pegando no colo. Eu bufei. - AHHH eu não acredito, você me assustou
Edward, isso não vale, você roubou.
– Quem é que está com medinho agora Bella? - Ele ria. Caminhando comigo
no colo em direção do mar. - Vamos tomar um banho.
– Não Edward por favor, a água deve estar um gelo, vamos ficar resfriados. -
Ele continuava rindo. - Edward você ganhou, você é o melhor, sou eu quem está com
medinho - Então ele parou de caminhar.
– Ganhei? - Perguntou erguendo a sobrancelha.
– Ganhou, você é o melhor Edward. Agora já pode me soltar. - Ele não soltou,
mas mostrou um sorriso lindo.
– Uhuulllll, eu ganhei, eu sou o melhor. - Disse girando comigo. Mas ele
acabou tropeçando de novo, e acabamos caindo, eu fiquei por cima dele.
Gargalhamos feito duas crianças. Até que nossos olhos se encontraram. E todo aquele
magnetismo voltou, meu coração começou a bater acelerado. Edward colocou uma
mexa do meu cabelo para atrás da orelha, e começou a acariciar meu rosto com os
dedos. Fechei meus olhos, curtindo aquele carinho, até que seus dedos contornaram
minha boca. Aquilo me deixou arrepiada e fez com que meu coração batesse ainda
mais forte.
– Você é linda. - Ele sussurrou, e logo em seguida inverteu nossas posições.
Agora era ele que estava por cima de mim. Nossos rostos estavam a centímetros de
distância, eu podia sentir seu hálito quente , seus olhos verdes brilhavam mais do que
nunca. Ele aproximou seu rosto ainda mais, acabando com o espaço que havia entre
nós. Estava me sentindo uma adolescente que estava prestes a dar seu primeiro beijo,
meu coração parecia querer sair pela boca. - Você me atrai Bella, de uma maneira
única, é uma atração diferente de todas as que eu já senti, é uma coisa que eu não
consigo explicar, eu tenho medo de ficar louco. - Disse olhando em meus olhos, e
logo em seguida juntou nossos lábios.
Capítulo 5 - Nascer do sol

Nossos lábios permaneceram colados sem se mexer por alguns segundos. E


como se estivessem sincronizados, começaram a se mover ao mesmo tempo. Edward
mordia e sugava o meu lábio inferior e eu fazia o mesmo com seu lábio superior.
Minhas mãos se enroscaram em seus cabelos, tentando o trazer ainda mais para perto.
A língua de Edward invadiu a minha boca encontrando-se com a minha, começando
então uma feroz batalha. Eu podia sentir aquela corrente elétrica cada vez mais forte.
Uma pequena parte de mim, gritava para eu parar e me perguntava o que eu
estava fazendo. Mas a parte maior, mandava a outra calar a boca e me dizia para
continuar.
Eu me sentia extasiada. Eu nunca tinha experimentando algo assim, meu
coração batia alucinado, de um jeito que nunca bateu antes, nem mesmos por Jake.
O ar estava ficando escaço, mas não ousávamos nos separar, Edward soltou
um gemido involuntário, o que fez meu sangue ferver ainda mais, minhas mãos foram
para dentro do seu moletom, meus dedos percorriam suas costas, deixando-o
arrepiado. Em fração de segundos Edward se livrou do moletom e inverteu de novo
nossas posições, agora eu estava em cima de seu peito nu, ele atacou meu pescoço,
beijando, mordendo e sugando, me deixando ainda mais maluca. Uma de suas mãos
estava na minha bunda, e a outra já por dentro do meu moletom, alisava minhas
costas, deixando um rastro de fogo por onde passava, sua boca voltou a encontrar a
minha, ele me pressionava cada vez mais contra seu corpo, eu podia sentir sua ereção
cada vez maior, o que me fez soltar um gemido. O que pareceu estimular ainda mais
Edward, que imediatamente tirou meu moletom.
Eu não tinha mais noção de tempo ou lugar, eu nem se quer lembrava meu
nome, tudo que eu sentia era meu coração descompassado, e aquela corrente elétrica
percorrendo meu corpo.
– Por onde você andou esse tempo todo Bella? - Edward sussurrou com uma
voz rouca e sexy no meu ouvido.
Um fio de consciência voltou a minha mente. O que eu estava fazendo? Eu
estava semi nua, no meio de uma praia, que, apesar de parecer deserta, não era, quase
cometendo um atentado ao pudor, com uma pessoa que eu conheci em menos de 24
horas, e que ainda por cima estava bêbado. Além de atentado ao pudor eu estava
abusando de um bêbado.
Edward ergueu uma sobrancelha, percebendo que eu não o correspondia mais.
- O que ouve Bella? - Perguntou bastante confuso e ofegante. Eu sai de cima
dele, e me sentei na areia ao seu lado, percebi que a areia estava úmida, o que com
certeza nos renderia uma gripe.
– Er... Edward, eu, eu, não posso, nós não podemos. - Disse mais para mim.
– Bella, não me diga que você é, é...
– Oh, não, não, eu não sou, já faz um bom tempo. - Eu disso muito sem jeito.
– Você não quer, é isso? - Perguntou sereno, me analisando. Sim, eu quero, eu
quero muito, cada célula do meu corpo quer, eu estou me controlando para não me
enlaçar em você novamente. Era isso que o meu cérebro gritava. Edward me encarava
procurando uma resposta.
– Eu, eu... - Simplesmente não conseguia dizer que não queria, um sorriso
nasceu em seus lábios, e ele foi se aproximando perigosamente de mim. - Você está
bêbado Edward, nós estamos no meio de uma praia, e eu não quero ser acusada de
atentado ao pudor e muito menos abusar de um bêbado. - Disse me levantando e indo
em direção ao meu moletom. Ele gargalhou.
– Perigoso é sempre mais gostoso Bella, e quem disse que eu estou bêbado? -
Perguntou enquanto eu me enfiava dentro do moletom.
– Você está exalando álcool Edward, e não consegue dar 4 passos em linha
reta.
– Eu não ouvi você reclamando que eu estava exalando álcool, quando
estávamos nos beijando. - E como eu poderia? O hálito de Edward era maravilhoso,
algo meio adocicado, e mesmo misturado com o álcool era ótimo. Mas é claro que eu
não diria isso para ele. Resolvi mudar de assunto, antes que a tentação me dominasse
de novo, e ai só Deus sabe o que poderia acontecer.
– Levante-se dessa areia úmida, limpe suas costas e vista esse casaco. - Disse
segurando o moletom. - Com certeza acordaremos com uma gripe. - Ele me olhou
sério e por fim estendeu a mão.
– Uma ajudinha para um pobre bêbado por favor? - Eu estendi minha mão
para ele, e o ajudei a levantar, mas quando ele ficou de pé, ele me puxou para um
abraço. Edward tentava destruir o que tinha sobrado do meu auto controle. Eu
suspirei.
– Por favor Edward, vista seu moletom. - Disse abraçada a ele. Ele nada disse,
só continuou ali, abraçado comigo, eu não tinha força e eu não queria, me livrar de
seus braços, então ficamos ali abraçados, sem nada dizer. Minha cabeça estava
encostada em seu peito, e eu sentia seu coração bater, alto e calmo. Fui invadida por
uma sensação de paz, que pensei nunca voltaria a sentir. Eu fechei meus olhos, me
entregando de vez aquela sensação. Não conseguia pensar em nada, nem me
preocupar com nada, era como se o mundo tivesse parado de existir, e só restasse nós
dois ali. Não sei por quanto tempo ficamos ali, minutos ou horas? Realmente eu não
sabia, mais nós tinhas que ir embora, Edward precisava colocar seu moletom, e pelo
que me parecia o dia não demoraria a nascer.
– Edward? - Chamei. Eu não fazia a minima ideia se ele ainda estava
acordado.
– Hum? - Disse com uma voz baixa e rouca. Aquele hum soou extremamente
sexy.
– Vista seu moletom, precisamos ir para casa. - Disse me soltando dos seus
braços. Ele me lançou um sorriso torto, e com a voz ainda baixa e rouca me
respondeu.
– Como quiser capitã. - Ele bateu uma continência, me fazendo rir.
– Muito abusado você. - Falei enquanto ele se enfiava dentro do moletom.
– Você acha? - Disse erguendo a sobrancelha de uma forma sexy, e foi se
aproximando perigosamente de mim.
– Ach... - Eu não consegui terminar de falar, sua boca já estava colada na
minha, e minha boca, já respondia a dele sem eu nem perceber. Minhas mãos foram
para o seu cabelo,e as mãos dele apertavam forte o meu quadril. Nossas línguas
sempre em sincronia perfeita. Uma de suas mãos foram para minha nuca, me
pressionando ainda mais contra si. Meu coração batia desgovernado. A mão que
estava em meu quadril, foi para o meu moletom, tentando tirá-lo. Resolvi parar
enquanto ainda conseguia.
– Você, é um perigo... - Falei entre os beijos. - Para o meu auto controle. -
Disse terminando o beijo com um selinho. Ele abriu os olhos lentamente, e fixou
aquele par de esmeraldas em mim.
– Seu auto controle que é um perigo para mim. - Ele rolou os olhos, fazendo
um drama.
– Ok senhor drama, vamos embora, já vai amanhecer.
– Se você não se importar, eu gostaria que assistíssemos o sol nascer. - Essa
me pareceu uma boa ideia, fazia anos que eu não assistia o sol nascer, mesmo
acordando muito antes dele.
– Você não tem que trabalhar daqui a pouco?
– Não, hoje eu só vou a tarde.
– Ok. Então vamos esperar o sol. - Nos sentamos na areia, Edward passou seu
braço ao redor da minha cintura, me trazendo para perto dele, eu encostei minha
cabeça em seu ombro e ficamos ali em silencio olhando o horizonte.
Não demorou muito para os primeiros raios de sol apareceram, fazendo com
que a noite fosse lentamente embora, trazendo um novo amanhecer, mais um dia
começava. Fechei os olhos sentindo o sol bater no meu rosto.
Eu sabia que nada mudaria o passado, onde quer que eu fosse, eu responderia
por ele o resto da minha vida. O passado que me atormentava com lembranças
terríveis, era o mesmo que trazia os melhores momentos da minha vida. Jane e Laura,
era por elas que eu precisava recomeçar, era por elas que eu precisava voltar a viver,
eu devia isso a elas.
Os Estados Unidos, parecia um bom lugar para um recomeço, as pessoas ali,
pareciam gostar de mim.
Alice me lembrava Jane, feliz, saltitante, exalando vida, algo me dizia que
seriamos ótimas amigas.
Jasper e Emmett, duas figuras engraçadas e brincalhonas, que transpareciam
sinceridade.
Rosalie era a mais durona, ela defendia aquela família com unhas e dentes, eu
realmente fiquei muito agradecida por ela não ter me dedado.
Esme transparecia bondade e inocência o que me fazia lembrar Renée.
Carlisle era o mais sábio de todos, eu mau o conhecia, mais já o tinha como
um segundo pai, podia-se notar sinceridade em seus olhos, quando ele falava com as
pessoas. Eu podia ver que era a mais pura verdade, quando ele dizia que acreditava e
confiava em mim.
Edward, foi o primeiro dos Cullens que eu vi, tinha os olhos verdes mais
lindos do mundo.
Ele fazia meu coração disparar toda vez que se aproximava perigosamente,
me tirava o raciocínio quando levantava uma das sobrancelhas ou quando me lançava
um sorriso torto. Era o único que me fazia sentir aquela corrente elétrica, ele
conseguia me tirar de orbita com seus beijos, o meu juízo se perdia perto dele.
Edward era uma pessoa fácil de se gostar, ele transparecia uma sensação de calma.
Acho que Alec era a única pessoa capaz de tirá-lo do sério. Não só Edward, como
todos os outros Cullens.
Alec era uma pessoa muito legal e engraçada. E pelo que me pareceu ele era
incompreendido, algo que aconteceu fez com que os Cullens o odiassem, algo que ele
não quis me contar, mais eu podia ver que todos eles sofriam ao lembrem. Talvez eu
não fosse a única a ter problemas, talvez os Cullens também estavam tentando
recomeçar.
Então eu pedi ao sol que nos ajudasse a recomeçar, assim como ele, que
recomeçava todos os dias, e pedi para que todos reencontrassem a felicidade.
– Bella, você está dormindo? - Perguntou Edward baixinho. Eu abri meus
olhos.
– Não. Só estava fazendo um pedido.
– Um pedido pra quem? - Questionou.
– Pro Sol - Disse simplesmente.
– Não se deveria fazer pedidos para a estrela cadente? - Perguntou coçando a
cabeça em sinal de dúvida. Eu sorri.
– Em falta de estrela cadente, eu peço para o sol. - Ele sorrio e fechou os
olhos.
– Vou fazer um pedido também.
–Ok. - Disse, voltando a colocar a cabeça em seu ombro e fitando o horizonte.
– Você sabia que o sol tem uma história de amor? - Perguntou alguns minutos
depois.
– Sou toda ouvidos. - Respondi sem me mexer.
– Quando a mundo foi criado, Deus criou dois seres. Um completava o outro.
O primeiro foi criado quando ele estava se divertindo, criando assim um ser alegre,
que emanava uma aura cálida. O segundo foi criado quando ele estava cansado e
fechou seus olhos, criando um ser frio.
Um deles traria a luz para o mundo, as plantas se alimentariam de sua
bondade e de suas gentilezas. Os animais sairiam para passear, os humanos poderiam
viver com os as plantas que eram alimentadas pela sua luz. Ele traria um novo
amanhecer para cada dia, mostrando que a vida continua apesar de todos os
problemas. Ele se chamava sol.
Quando se sentia cansado era vez da sua prima assumir...
Ela aparecia de noite com seus mistérios. Trazendo seres que adoravam sua
companhia. Ela faria com que o sol descansasse de seu trabalho diurno. Apesar de
solitária ela era cultuada como inspiração para os casais apaixonados. Ela era a lua. -
Edward fez uma pausa, para que eu deitasse a cabeça em seu colo.
O sol e a lua eram primos.
O sol com sua magnitude, seus raios, e sua candura.
A lua com seus mistérios, com sua face séria e com sua frieza.
Mas um não vivia sem o outro, sem a lua, o sol não descansaria. E sem o sol,
a lua não sobreviveria. A lua gostava do brilho ardente do sol. E o sol gostava do
brilho tímido da lua.
Ambos cumpriam seus papeis: O Sol iluminava e dava vida .
E a Lua continuava a inspirar os casais e deixando o sol descansar.
Mas, algo aconteceu. O Sol se apaixonou pela Lua.
Todo dia antes de se recolher o sol observava a lua, durava poucos segundos,
mas o suficiente para que ele pudesse sorrir para ela, fazendo o coração da Lua se
incandescer.
Estava criado o Pôr-do-sol.
A lua, olhando a bondade do sol começou a invejá-lo "Porque o sol possui
tanto brilho, se sou eu que os humanos idolatram em seus versos?" Se perguntava a
Lua. Mas bastava um sorriso do Sol, que a Lua esquecia todos seus pensamentos
egoístas.
A lua se apaixonou pelo Sol.
Eles esconderam de Deus esse amor. Trocavam singelos olhares e sorrisos nos
poucos minutos que se viam. Mas o Sol e a Lua não podiam se tocar. Quando o Sol
aparecia a Lua sumia. Quando a lua tentava tocar o sol ele se dissolvia. Porque o
Brilho do Sol ofusca a Lua.
O Sol triste com seu destino, chorou dias, os humanos sofreram, o Sol não
aparecia mais e as plantas começaram a morrer. Só aparecia as doces lágrimas do sol.
Assim nasceu a chuva...
E os pequenos soluços do sol se transformaram em um forte barulho
acompanhado a chuva.
Aqueles seriam os Trovões...
A lua ficou triste, seu precioso primo Sol não mais sorria iluminando o mundo
com seus raios.
A lua se entristeceu. Nasceria dali a névoa que é a tristeza da Lua.
Todos sofriam...
Deus não entendia a tristeza de suas criações. Perguntou para o Sol, mas ele
sorriu tristemente e respondeu-lhe: "O que eu quero é impossível"
Não satisfeito perguntou para a Lua que com muito pesar respondeu:
"Nascemos para não podermos nos tocar" Então Deus percebeu que ali havia um
sentimento.
O amor, um ser invisível, incontrolável... Que aparece em diferentes formas.
Então Deus decidiu: "Nenhum amor deste mundo será de todo impossível,
nem mesmo da Lua e Sol" Nasceria naquele dia o Eclipse...
Quando olharmos para o céu agora, e virmos a Lua encobrindo o Sol ...
É porque o Sol e a Lua estão se amando. - Edward terminou sua história
mirando o horizonte.
– Essa é uma tipica história de amor impossível.
– Não é totalmente impossível.
– Eles não combinam em nada. O claro e o escuro, o calor e o frio, a alegria e
a tristeza.
O sol fornece calor, deixa as pessoas alegres, o dia bonito, todos os seres
vivos o idolatram.
Já a lua, apesar de ser linda, é fria, solitária e triste.
Como ela poderia ser feliz, sendo tão solitária? Quando ela aparece, a maioria
das pessoas está indo dormir.
Se a lua der lugar a chuva por uma semana, poucos vão reclamar sua falta, a
maioria das pessoas adora dormir com o barulhinho da chuva, então irão até acabar
gostando.
Se o sol der lugar a chuva por uma semana, as pessoas vão entrar em
desespero.
Consegue perceber o quão diferente eles são? De tão solitária a lua se tornou
impopular, se ela some por um tempo, poucos percebem. O sol com toda sua energia
e magnitude, tornou-se o mais popular do universo, se ele não aparecer por um único
dia, as pessoas já começam a reclamar. - Edward me olhava atento.
– Mas quando os dois se encontram, todas essas diferenças são anuladas. O
amor que um sente pelo o outro destrói tudo isso.
– O amor é o sentimento mais cruel que eu conheço, ele tira mais do que ele
dá, as vezes ele tira mais do que você pode suportar. As pessoas sofreriam menos se
não existisse o amor.
Eu aboli essa palavra da minha vida. Nunca mais vou me apaixonar. Nunca
mais vou amar ninguém. Prefiro morrer sozinha do que amar alguém. - Disse com um
pouco de raiva.
– Nossa, parece que você realmente odeia o amor.
– Esse sentimento transformou minha vida em um inferno. Me diga Edward,
você já amou? - Ele soltou um sorriso triste, seguido de um suspiro.
– Já.
– E vocês ainda estão juntos? - Ele sorriu irônico.
– Não Bella. Isso é mais impossível do que o amor do sol e da lua.
– Quando vocês terminaram, foi ruim para você? - Edward parecia distante.
– Você não faz ideia. Nosso relacionamento era bem conturbado. Certas
atitudes dela, me deixavam muito irado, ela não me deixava ajudar, as brigas foram
se tornando cada vez piores. Eu já não sabia até quando conseguiria aguentar. -
Edward fez uma pausa, parecendo relembrar algo.
– Quando ela se foi, uma dor enorme se instalou em meu peito, era uma dor
quase impossível de suportar. Eu prometi a mim mesmo, nunca mais sofrer por
mulher nenhuma, resumindo eu prometi não mais amar. - Os olhos de Edward
estavam tristes e sem brilho, e isso me fez odiar ainda mais o amor.
– É isso que o amor causa nas pessoas. Sofrimento. - Murmurei. Suas obres
verdes me encararam.
– O tempo passou, e aqui estou eu cumprindo com a minha promessa. Nunca
mais tive algo sério. Mas as vezes quando eu olho para Alice e Jasper ou Rose e
Emm, me bate uma pontada de inveja sabe? É tão bom ter alguém que te ama, é tão
bom ter alguém para você cuidar, para você zelar. Alguém te esperando quando você
chega em casa. Alguém que fique ao seu lado.
– Não se pode ter tudo não é mesmo? Mas quando você estiver num desses
momentos emo, lembre-se, você foi o primeiro espermatozoide a chegar ao óvulo. -
Edward soltou uma alta gargalhada.
– Você é absurda Bella. - Disse ele em meio as gargalhadas. - Sabe de uma
coisa?
– O que?
– Eu sinto que não vou conseguir levar essa promessa adiante por muito
tempo. - Disse, colocando uma mecha do meu cabelo para trás.
– Bem, quando você arrumar uma namorada e começarem as famosas DR,
lembre-se que eu posso ser sua psicóloga. - Ele continuo alisando meus cabelos.
– Claro, não pode existir melhor pessoa para essa função. - Nossos olhos se
conectaram, e de repente estávamos nos beijando. Esse beijo estava sendo diferente
dos últimos dois, era um beijo calmo e terno, nossos lábios se acariciavam sem pressa
nenhuma, eles se encaixavam de uma forma perfeita, como se fossem feitos um para
o outro. Cedo demais o ar faltou, fazendo com que nos separássemos. Nossos olhos
continuaram fechados, e nossas testas unidas. Senti Edward suspirar.
– Vamos embora Edward, você precisa dormir. - Murmurei para ele.
Chegamos em casa 7:53, Edward se despediu de mim com um longo abraço,
dizendo que adorou a madrugada e que precisávamos assistir o nascer do sol mais
vezes.
Quando entrei em casa, dei de cara com uma Alice hiperirritadíssima, sentada
no sofá, batendo seus pés freneticamente no chão. Ela estava com olheiras profundas,
certamente ainda não tinha dormido. Eu não fazia ideia do que tinha acontecido, mas
coisa boa não era.
– Bom dia Alice... - Disse simplesmente.
– Mal dia Bella - Ela respondeu seca.
– Brigou com Jasper?
– Não, Jasper e eu estamos bem obrigada.
– Então qual o problema? - Alice estava mesmo irritada.
– Bella, você sabe que horas são? - Perguntou ríspida. Eu olhei para meu
relógio.
– 7:57. Tem algum compromisso?
– Eu cheguei em casa 3:23. Liguei para Edward as 4:06, e pelo que me
pareceu vocês já estavam vindo, eu disse para ele que ia te esperar acordada, mandei
o Jasper dormi, dizendo que no máximo em 30 minutos eu me juntaria a ele. Passou
esses 30 minutos, passou uma hora, duas horas. Eu liguei pro celular daquele
cabeçudo mais de 50 vezes, e ninguém atendeu.
Eu estava me descabelando Bella, todas as possibilidades passaram pela
minha cabeça, assalto, sequestro, morte. Me lembrei de como você é desastrada, e
pensei que tinha sido atropelada de novo. Eu liguei pro hospital sabia? Mas não tinha
nenhuma Bella Swan por lá. Eu estava esperando dar 8:00 horas para ligar para
Carlisle. E de repente você entra tranquila por aquela porta.
Não que isso não tenha me deixado aliviada, pelo contrário estou muito
aliviada. Mas por onde cargas d'água você andou Bella? E porque não me avisou que
ia demorar? - Alice fala tudo, sem nem ao menos respirar.
Eu me senti culpada de te-la deixado assim, tão preocupada. Se ela tivesse
avisado aos Cullens, certamente Rosalie pensaria que eu estava fazendo algo errado e
contaria tudo.
– Desculpe-me Alice. - Disse sincera. - Desculpe-me por ter te deixado tão
preocupada, por ter feito você ficar até agora acordada. Edward não me disse que
você estaria esperando.
– Não disse? - Seu semblante que já estava mais calmo, ficou raivoso de
novo. - O que Edward tem na cabeça?
– Hei, não fique brava com ele ok? Ele só estava nervoso e um pouco bêbado.
– Nervoso?
– É, ele me viu conversando com Alec, e acabou dando um soco na cara do
garoto. - Alice parecia incrédula.
– Você estava conversando com Alec? Qual o seu problema Bella? -
Perguntou brava.
– Meu problema? Vocês todos dão um piti e viraram as costas, me deixando
ali com o garoto, e eu que tenho problema? Alice, eu não sei o que aconteceu, não sei
porque todo esse ódio. Ele não quis me contar o motivo.
Ele me disse que já fez muitas coisas erradas, mais não fez nada do que vocês
o acusam. E que vocês nunca quiseram ouvir o que ele tinha para dizer.
– Não temos nada para ouvir, não acredite nele Bella. - Ela disse seca.
– Toda aquela máscara de sarcasmo que ele tinha enquanto falava com vocês,
desapareceu, assim que vocês saíram, dando lugar a um rosto triste. Alec me parece
ser uma pessoa legal, e ele gosta muito de vocês, ele me contou muitas coisas que
vocês aprontavam juntos. - Talvez eu tenha visto um principio de sorriso nos lábios
de Alice.
– Não acredite em tudo que ele diz Bella. - Ela disse séria.
– Alice, ele também vai cursar música, provavelmente vai estudar comigo. Eu
gosto dele, eu me identifico com ele de uma certa forma. Eu não queria que você
implicasse em eu ter uma amizade com ele. - Ela parecia chateada.
– Você não pode ser nossa amiga, e amiga dele ao mesmo tempo Bella. - Ela
disse bastante séria. - A escolha é sua.
– Por favor Alice. Não faça isso. Não existe escolha, eu estou com vocês. È
tão estranho, porque nos conhecemos a tão pouco tempo, mais eu tenho a sensação
que nos conhecemos desde sempre. Vocês são como minha família Alice.
Mais eu sinto que o Alec precisa de um amigo. Assim como eu estava
precisando quando encontrei você, e você me ajudou, mesmo sem me conhecer,
lembra? - Ela afirmou com a cabeça. - Então, deixe eu o ajudar também. - O silencio
impero na sala por longos minutos, Alice não cederia. - Ok, esquece isso. De
qualquer maneira eu escolho vocês. - Murmurei caminhando em direção ao quarto.
– Espera Bella. - Eu parei onde estava, e me voltei para ela.
– Não me peça para falar com ele. - Aquilo seria um sim? - Por favor, evite de
o trazer aqui, e não converse sobre ele comigo. - Um grande sorriso se instalou em
meu rosto.
– Ahhh Alice, você é a melhor. - Corri em sua direção e a abracei, acabamos
caindo no sofá.
– MALUCA BELLA, você está me sufocando. - Ela disse no meio das
gargalhadas, eu sai de cima dela e sentei no sofá.
– Obrigada Alice, não vou lhe causar problemas. Prometo. - Sua expressão
ficou séria novamente.
– Avise Alec, que se eu notar alguma diferença no seu comportamento, ou se
você voltar para casa com um arranhãozinho, eu juro que o faço sofrer bastante, antes
de matá-lo com as minhas próprias mãos. - As palavras de Alice me deixaram
arrepiada. Alice falou aquilo com tanta determinação e certeza, que convenceria
qualquer um.
– Você está me assustando.
– Eu só não quero que percamos você - Ela murmurou. Me perder? Eu não
entendia. Ficou bem claro que não tinha escolha alguma, eu disse para Alice que eu
ficaria com os Cullens. Sera que ela não entendeu?
– Não seja boba Alice, isso não vai acontecer.
– Vou cuidar para que não. - Disse abrindo um sorriso. - Agora me conta, onde
você estava até agora? Edward estava junto?
– Estava na praia, e sim Edward estava junto. - Alice me lançou um olhar
cheio de dúvidas.
– E o que vocês estavam fazendo na praia? Pela hora, tenho certeza que não
estavam pegando sol.
– Estávamos esperando o nascer do sol. - A duvida aumentou em seu olhar.
– Sei... E enquanto o sol não nascia o que vocês fizeram?
– Bem, seu irmão me fez brincar de pega pega. - Ela pareceu surpresa.
– Edward brincou de pega pega? - Eu ri lembrando da brincadeira.
– Sim, foi muito engraçado, porque ele estava bêbado, então corria todo tordo.
– Edward não corre, desde, sempre. Ele sempre me dizia "Para que correr
Alice? Se eu posso andar" - Alice parecia abismada.
– Sempre existe uma primeira vez certo?
– É parece que sim. Então... vocês brincaram de pegar a madrugada toda?
– Não, menos de 20 minutos eu acho. - Porque Alice era tão curiosa? E por
que ela estava me olhando com desconfiança?
– E depois, o que fizeram? - Agora eu começava a entender onde Alice queria
chegar.
– Depois, nós, nós... - Caímos na areia e nos beijamos, meu coração quis
saltar do meu peito e quase cometemos um atentado ao pudor, meu cérebro traidor
pensou.
– AHH EU NÃO ACREDITO.... - O gritinho de Alice, me trouxe de volta a
realidade. Os olhos dela brilhavam de felicidade. - Tava na cara que ele estava a fim
de você. Como foi? Você gostou? Foi lá na praia mesmo? Ninguém viu? Ah meu
Deus, vocês podiam ter sido presos. - Alice falava tudo sem respirar.
– Alice, calma, não aconteceu nada disso que você está pensando.
– Não tente me enganar sua bandida, tá na cara que vocês estavam no bem
bom, por isso não atendiam o celular.
– Alice, o celular tocou uma única vez, quando estávamos fora da boate, e
Edward atendeu, era o seu telefonema. Depois disso ele não tocou mais, eu posso
jurar para você. - Ela ainda me olhava desconfiada.
– Mais eu liguei uma 50 vezes.
– Talvez ele tenha perdido em uma das vezes que caiu na areia.
– Edward caiu?
– 3 vezes, uma vez ele me levou junto - Disse rindo.
– Como?
– Ele me pegou no colo, tropeçou e caímos. - O olhar totalmente suspeito
ressurgiu no seu rosto.
– O que você estava fazendo no colo dele? - Mas uma rodada de perguntas
estava começando.
– Nada demais Alice, ele estava bêbado me pegou no colo dizendo que iria me
jogar na água. Ele nos girou e acabou tropeçando nos próprios pés o que fez com que
caíssemos.
– E então??? - Perguntou curiosa, levantando uma sobrancelha, igual Edward
fazia. Senti meu rosto corar.
– E então, então nada ué. - Disse desviando o olhar. - Ela gargalhou.
– Fala logo Bella, você não sabe mentir. - Suspirei vencida.
– Nós acabamos nos beijando, e quase aconteceu, mais eu consegui parar
antes. - Alice parecia que iria explodir de empolgação, pulava feito canguru e batia
palmas.
– Que lindo Bella, nós vamos ser cunhadas, espera até Jasper saber disso. - O
que aquela maluca estava falando?
– Alice, senta essa bunda no sofá e me escuta. - Disse alto. - Nós não vamos
ser cunhadas porra nenhuma, entendeu? E você não vai falar nada pro Jasper e nem
pra ninguém. - Ela me olhou assustada. Suspirei tentando me controlar. - Olha Alice,
foram só alguns beijos, foi ótimo, mais só. Nós não estamos ficando, e eu não
pretendo que isso aconteça de novo. Eu adoro seu irmão, mas como amigo, nada além
disso, sinceramente, eu nem sei porque nos beijamos.
Tudo o que eu menos quero para minha vida é um relacionamento.
Então por favor Alice, esquece essa história. Eu não posso ser sua cunhada,
mas eu posso ser sua amiga pra sempre, mesmo que você me chute, eu não vou te
deixar. - Ela abriu um sorriso, e me abraçou.
– Me desculpe Bella, é que as vezes eu me empolgo de mais. Prometo que não
vou mais tocar nesse assunto.
– Tudo bem, me desculpe se fui grossa. - Falei em meio a um bocejo.
– Nossa Bella, faz quanto tempo que você não dorme? Vocês está com
olheiras terríveis.
– Acho que faz um pouco mais de 30 horas. - Alice me olhou com espanto.
– Você é alguma especie de vampiro? Se for, por favor não me morda, eu
tenho irmãos e namorado, morda eles.
– Talvez eu comece por Jasper então. - Ela me mostrou a língua. - Mas isso
fica para depois. Agora eu preciso do meu caixão. - Ela riu. - Boa noite Alice. - Disse
me encaminhado para o quarto.
– Bom dia né Bella? - Ela disse parando em frente ao seu quarto.
– Tanto faz. Agora vá dormir, suas olheiras também não estão nada bem.
Tomei um banho quente e cai na cama, dormindo instantaneamente, e por
mais anormal que possa ser, consegui dormir 8 horas naquele dia e não tive sonhos de
espécie nenhuma. Acordei tremendo que nem vara verde, minha cabeça parecia que
explodiria a qualquer momento e para piorar a situação estava com uma tosse de cão.
Fui até a cozinha pegar algum remédio, quando Alice me viu. Ela fez um
escândalo dizendo que eu estava mais branca que papel, e que eu precisava de um
médico. Eu tentei argumentar, mais Alice me mandou calar a boca e deitar no sofá.
Enquanto isso ela ligava para Carlisle, e como sempre falava sem respirar.
Jasper surgiu do nada entregando minhas cobertas, ligou a TV em um canal de
desenho, me deu beijo na testa e foi para junto de Alice. Eu estava me sentindo uma
recém nascida, com tantos cuidados.
Carlisle chegou 5 minutos depois, com Emmett a tira colo. Eu me perguntei
mentalmente como ele conseguiu chegar tão rápido. E como se pudesse ler meus
pensamentos, ele respondeu que estava cuidando de Edward, que também estava
gripado, e que o mesmo me mandou melhoras.
Carlisle constatou que eu estava com 40 graus de febre, e que minha garganta
estava inflamada. Os mesmos sintomas de Edward, segundo doutor Cullen.
Jasper disse que esses eram alguns dos sintomas da gripe suína, isso fez com
que Emmett se assustasse, e logo em seguida ele me perguntou se eu convivia com
algum porco no Brasil. O que fez todos caíssem na gargalhada. Carlisle receitou
alguns medicamentos e os dois foram até a farmácia buscar.
Assim que eles saíram, Alice começou a resmungar coisas que eu não
conseguia ouvir, com seu pai. Eles soltavam algumas risadinhas e olhavam para mim,
que fazia estar prestando atenção na TV.
Algum tempo depois Jasper e Emmett voltaram, cada um usando uma
máscara branca, com a estampa de um porco estampada em preto e com os seguintes
dizeres No Pig. Jasper trouxe uma igual para Alice só que na cor rosa, ela deu
pulinhos de felicidade, fazendo com que Carlisle revirasse os olhos.
Eu ganhei 5 tipos diferentes de remédios para tomar, e segundo Carlisle
precisavam ser tomados na hora certa, ou o caso podia se agravar. Alice se
prontificou a me dar os remédios na hora certa, eu falei que podia tomá-los sozinha,
Alice respondeu dizendo que não tinha perguntado minha opinião.
Carlisle se despediu dizendo que tinha que dar mais uma olhada em Edward,
eu pedi para Carlisle lhe desejar melhoras.
Alice acampou no meu quarto, por conta dos medicamentos que eu precisava
tomar.
Aqueles remédios me drogaram de uma tal maneira que eu só tinha vontade
de dormir, naquela noite os pesadelos voltaram a me fazer companhia, acordei
gritando e Alice disse que estava tudo bem, e que provavelmente eu estava tendo
alucinações por causa da febre.
No outro dia Carlisle veio me ver, e eu não sei se era real ou uma alucinação,
mais eu vi uma menininha sentada na minha cama, seus olhos eram idênticos aos de
Edward, quando ela encontrou meus olhos, abriu um sorriso, mostrando uma
janelinha na frente. Eu tentei falar alguma coisa, mais meus olhos se fecharam de
novo.
Depois de incontáveis pesadelos, e Alice sempre ali me acalmando,
finalmente chegara sexta-feira, eu já estava praticamente curada, já que fiquei quatro
dias trancada no quarto.
Alice só me deixava levantar da cama para tomar banho, ela me proibiu de
tudo. Eu não podia me aproximar da janela, porque segundo ela o ar estava frio, eu
não podia comer na cozinha, porque lá estava úmido de mais, meu banho não podia
durar mais de 10 minutos, e eu só pude lavar os cabelos na quinta feira, e assim que
eu pus os pés para fora do banheiro, Alice já estava com o secador na mão.
Até as visitas ela proibiu, pois segundo ela, o meu organismo estava fraco,
fazendo com que eu pudesse pegar outro vírus facilmente.
Carlisle era o único com entrada livre, ele vinha me ver todos os dias de
manhã, a menina de olhos verdes não apareceu mais, o que me levou a crer que
aquilo foi realmente uma alucinação.
De todas as proibições de Alice, o cigarro era o que mais me fazia falta,
quando eu falei em fumar, Alice quase me agrediu, a falta da nicotina estava me
deixando maluca eu não sabia quanto tempo mais aguentaria.
O nome tortura poderia muito bem ser rebatizado para Alice Cullen.
Até o e-mail para Charlie e Renée, foi ela quem escreveu, pois é segundo ela,
eu tinha que evitar qualquer cansaço.
Só o que me restou então, foi ouvi-la falar, coisa que acontecia o dia todo, e
uma parte da noite, Alice falava sem parar, eu cheguei a cogitar que ela era algum
tipo de androide, por que não era normal uma pessoa falar tanto.
O assunto preferido dela, era sobre uma fraternidade de nome estranho, na
qual ela foi convidada a participar. Ela falava sobre isso com excitação, planejando
uma festa a fantasia que aconteceria dali a uma semana. Ela passava horas com uma
tal Jéssica no telefone, discutindo o lugar da festa, a decoração, DJ, banda e fantasia.
Eu ainda estava pensando qual seria a diferença do vermelho sangue para o vermelho
ketchup, quando Alice desligou o telefone.
O quarto permaneceu em silêncio por mais ou menos 5 segundos, depois disso
Alice voltou com o falatório, eu me sentia um ser inanimado perto dela, e as vezes eu
me perguntava se ela me via ali. Fui tirada dos meus devaneios quando ela falou algo
do tipo, Bella, entrar e fraternidade. Minha resposta veio imediatamente, em um alto
e sonoro NÃO. Ela fingiu não me ouvir e continuou o monologo.
Resolvi desligar completamente minha mente dela.
Edward logo povoou meus pensamentos, será que ele estaria melhor? Todos
os dias eu me perguntava isso, até pensei em perguntar para Alice, mais com certeza
ela voltaria com aquele papo de cunhada.
Não sei de onde Alice tira tanta criatividade. Eu com um relacionamento
sério? Acho mais fácil um meteoro destruir a terra antes. Eu não teria mais
relacionamentos sério, esse era um acordo que eu não pretendia quebrar comigo
mesmo. E além de tudo, eu não era a garota certa pra Edward, ele era bom de mais. E
eu, tinha problemas demais, um passado assustador e uma doença que me
acompanharia até o fim, mesmo estando tudo sobre controle eu sabia muito bem que
recaídas poderiam acontecer. De qualquer forma eu gostava muito de Edward, como
amigo, e nada mais. Tá certo que atração física entre nós dois, era grande e inegável,
mas não passava disso.
Como amiga, eu estava preocupada com Edward, Alice não tocou no nome
dele ao longo desses dias, e algo me dizia que estava fazendo isso de propósito, mas
eu não cairia em sua armadilha.
Jasper finalmente consegui convencer Alice de sair. Isso deixava o caminho
livre para mim. Eu tinha planos de fumar e visitar Edward, ambos sem ela saber é
claro.
Já passava das 19:00 quando ela finalmente saiu do meu quarto. Finalmente,
depois de longos dias, eu consegui ficar sozinha. Estava na hora de colocar meu
plano em pratica. Comecei então uma busca minuciosa pela minha caixa de cigarros,
deixei o quarto de perna pra cima, mais não encontrei nenhum vestígio. Esperei uns
20 minutos para ter certeza que Alice já tinha saindo, e então sai da minha prisão, era
tão bom ver que o mundo ainda existia, depois da porta do meu quarto. Agora eu
imaginava como Jake deveria se sentir.
Recomecei minha busca pelo quarto de Alice, mas também não encontrei
nada lá, o mesmo aconteceu no quarto de hóspedes, na cozinha e na sala. Alice
provavelmente tinha queimado todos os meus cigarros, isso me deixou
verdadeiramente brava. Ela estava indo longe de mais, não poderia ter se desfeito
assim dos meus cigarros, sem ao menos me comunicar.
Estava na sacada, respirando um ar puro, quando percebi que pisava em
alguma coisa. Foi então que eu o vi, tão pequeno e frágil, caído no chão. Lá estava o
resto do cigarro que eu tinha fumado na segunda feira, me agarrei a ele como se a
minha vida dependesse daquilo. Cuidadosamente eu o limpei, e fui até o fogão para
acendê-lo, já que até meu esqueiro tinha sumido.
Cedo demais o pitoco do cigarro acabou, ao contrário da minha vontade, que
só fez aumentar, a sorte de Alice é que ela não estava em casa, com a raiva que eu
estava podia muito bem machucá-la. Então uma luz se fez em minha cabeça. A
pessoa que me fazia de prisioneira, não estava em casa, logo, o caminho estava livre.
EU poderia ir até a lanchonete e voltar em menos de 15 minutos. Alice nem ficaria
sabendo.
Corri até meu quarto, substitui a calça do pijama por uma calça jeans, e sem
muito tempo, coloquei uma jaqueta por cima da blusa do pijama, amarrei meus
cabelos de qualquer jeito, peguei 10 dólares, minhas chaves e me mandei.. Andava
rápido, sem olhar pra cima nem pros lados, tentando chegar o mais depressa possível
ao fim do corredor parar pegar o elevador, foi então que esbarrei em alguém.
– Desculpa - Dissemos juntos. Pera ai, eu conhecia aquela voz, olhei para
cima, e lá estava ele, tão lindo quanto da última vez q o vi.
Capítulo 6 - Fugindo de casa.

– Desculpa - Dissemos juntos. Pera ai, eu conhecia aquela voz, olhei para
cima, e lá estava ele, tão lindo quanto da ultima vez que o vi.
– Edward!
– Bella! - Dissemos
– O que você está fazendo aqui? - Continuamos a falar juntos.
– Eu moro aqui. - Respondemos
– Eu estava indo... - Ainda falávamos juntos. Aquilo estava ficando estranho.
Resolvi ficar calada, mas ele se calou no mesmo tempo, então resolvi continuar.
– Eu estava meio que fugindo para comprar cigarros.
– Eu estava indo visitar você - Aquele negocio de falar ao mesmo tempo
começou a me irritar. Edward fechou a boca, e fez trancá-la com uma chave, isso me
fez rir.
– Alice finalmente me deixou sozinha depois de 4 dias, como ela sumiu com
todos os meus cigarros e eu não posso nem falar sobre eles perto dela, resolvi dar
uma escapulida para alimentar meu vício. Eu ia passar na sua casa depois, para ver
como você estava. - Ele sorriu torto, e levantou a sobrancelha.
– Quer dizer que você me deixou em segundo plano? - Questionou.
– Não. Só quer dizer que, depois de quatro dias, eu realmente preciso de um
cigarro.
– Eu poderia te viciar em alguma coisa mais saudável, sabe? Que com certeza
me deixaria em primeiro plano. - Sua voz era rouca e baixa, cheia de segundas
intenções. Eu certamente fiquei roxa.
– Er... Acho que um vício já é mais do que suficiente. - Disse desconcertada.
Ele riu.
– Então como você está? - Ótimo, voltamos a falar junto.
– Primeiro você Bella. - Edward se apressou em dizer.
– Estou bem, ainda espirro de vez em quando, mais a febre e a tosse já se
foram. Mesmo assim, Alice ainda me mantem prisioneira. - Edward sorriu.
– Bem, acho que Alice puxou a Esme. Ela estava ficando ali em casa desde
segunda, para cuidar de mim. Imagina que nem na cozinha ela me deixava ir?
Segundo ela, a cozinha estava muito úmida.- Com certeza Alice tinha herdado a
paranoia de Esme, pelo jeito Edward ficou tão preso quanto eu. Eu ri...
– Imagino, Alice me disse a mesma coisa. Você acredita que ela não
desgrudou de mim por um segundo?
– Na verdade, ela saia quando você pegava no sono e vinha me ver, mas as
visitas duravam menos de 10 minutos.
– Oh eu não acredito que eu perdia esses 10 minutos dormindo, eu podia ter
dado uma volta pelo apartamento nesse meio tempo. - Ele gargalhou.
– Você parece que esteve tão encrencada quanto eu.
– Nem me fale. - Disse balançando a cabeça. - E você, como está?
– Muito bem. Até convenci Esme a sair e me deixar sozinho.
– Fico feliz por você. - Disse sorrindo.
– Vamos? - Ele perguntou.
– Pra onde? - Quis saber.
– Comprar seus cigarros horas, não era isso que você estava indo fazer? -
Perguntou como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
– Esme não vai brigar com você, se descobrir? - Ele revirou os olhos.
– Vamos logo Bella, eu não tenho mais 10 anos.
Edward me levou até um bar a duas quadras dali, comprei 3 carteiras de
Marlboro e um esqueiro.
Enquanto eu sentia a nicotina fazer efeito no meu corpo, Edward me relatava
sua semana, que pro sinal foi um pouco pior que a minha. Esme também acampou em
seu quarto, fazendo com que ele só tomasse sopa esses 4 dias, sua água foi substituída
por soro, e ele só pode tomar banho, quita feira de manha. Isso fez com que Alice se
tornasse uma santa para mim.
Depois de me contar seu drama, Edward acabou me convencendo a comer
uma pizza, prometendo que não demoraríamos e que eu chegaria em casa primeiro
que Alice.
Estávamos do lado de fora da pizzaria, precisava terminar meu cigarro para
podermos entrar. Edward estava me contando piadas, eu ria feito uma desvairada.
– Preocupadíssima, a loira liga para o celular do namorado:-Amorzinho, eu
tô com um problemão!

– O que houve, amor?


Eu comprei um quebra-cabeça, mas não estou conseguindo nem começar a
montar! As peças não se encaixam de jeito nenhum...

– Meu amor, eu já te ensinei a montar quebra-cabeça, né? Não lembra daquele


da Mônica que eu comprei pra você? Lembre-se, primeiro você tem que achar os
cantinhos...

– Eu sei, lembro que você disse isso, mas é que eu não consigo achar nem os
cantos... É muito difícil!

– Ok, calma, calma. Qual é a figura que você tem que montar? Deve estar
desenhado na caixa!

– É um tigre.

– Tudo bem. Eu vou passar aí pra te ajudar!

Então ele pega a chave de sua BMW, sai de seu escritório e vai para a casa
dela. Chegando lá, ela o recepciona deixando transparecer a ansiedade e apressa-se
em resolver o dilema do quebra-cabeça.

– Vem amor, me ajuda! O quebra-cabeça está lá na mesa da cozinha!

O namorado acompanha a loira até a cozinha, olha para a mesa e fica


boquiaberto por alguns segundos. Após se recompor, ele respira fundo e esbraveja:
– Quer fazer o favor de colocar os Sucrilhos de volta na caixa? - Eu já não conseguia
mais respirar direito de tanto rir.
– Ed... - Tentava tomar fôlego. - ward, desse jeito, eu não vou terminar meu
cigarro nunca.
– Tudo bem, vai, parei. - Disse ele segurando o riso, mas logo caímos na
gargalhada de novo. As pessoas nos olhavam como se fossemos loucos.
– Bella? - Uma voz, atrás de mim chamou. Eu enrijeci na hora.
– Edward? - Ele também enrijeceu. Nos encaramos por um momento, e então
nos viramos para elas.
– Alice - Dei um sorriso amarelo.
– Esme - Edward fez a mesma coisa. Elas nos encaravam furiosas.
– O que você está fazendo aqui? - As duas berraram juntas. Carlisle, Jasper,
Emmett e Rosalie, entraram logo na pizzaria, tentando não passar vergonha.
– Nós podemos explicar. - Dissemos juntos.
– Estou esperando. - As duas disseram e cruzaram os braços no mesmo
momento.
– Er... Alice, você roubou meus cigarros, eu, eu precisava muito deles, então
resolvi sair para comprá-los. - Disse nervosamente passando a mão nos cabelos.
– E eu, estava indo visitar a Bella, acabei encontrando ela no corredor... -
Edward encarava os pés, para não olhar para Esme.
– Eu contei para ele onde estava indo...
– E eu resolvi ir junto. Depois eu convidei Bella para comer uma pizza. - Ele
disse me cortando.
– Mas a culpa foi minha, eu não deveria ter aceitado que ele viesse. - Disse
olhando para Esme.
– Nada disso, a culpa foi minha, eu deveria ter vindo sozinho, eu poderia
muito bem ter comprado o cigarro para Bella. - Edward agora olhava para Alice.
– Não seja ridículo Edward. Culpem a mim, disse olhando para as duas, o
cigarro era para mim, eu deveria ter vindo sozinha.
– O que? A garota não consegue nem atravessar a rua direito. Eu não ia ficar
em casa, sabendo que ela corria sérios riscos de ser atropelada. - Ele disse, e pela
primeira vez encarou Esme. Eu fiquei abismada e brava com as palavras dele. Ela não
acreditava que eu poderia atravessar a rua sozinha? Dei uma longa tragada no meu
cigarro, me preparando para respondê-lo.
– Querem parar de defender um ao outro? - Alice estava bufando. Esme nada
disse. - Bella, você ficou doente a semana toda, tossindo que nem mula. O que você
pensa que está fazendo com esse cigarro? - Ela puxou o cigarro da minha mão, jogou
no chão e pisou em cima. - Você sabe que essa porcaria mata não sabe Bella? Você já
olhou as fotos atrás da carteira do cigarro? Você quer morrer de câncer é isso? Ou,
quer ter problemas respiratórios? Essa porcaria está te matando todo dia, lentamente
Bella. O pior é que você está pagando para que isso aconteça.
E você em Edward, a incentivando? O que está acontecendo com você? Vai
começar a fumar agora também? - Alice estava alterada, as pessoas começaram a
olhar, e eu só queria um buraco para me enfiar dentro.
– CHEGA ALICE. - Gritou Edward. Nisso Carlisle apareceu. - Pare com isso,
a culpa de estarmos aqui é sua. - Ele dizia em um tom ríspido, porém mais baixo. -
Bella já deve ter escutado esse seu sermão barato pelo menos umas 10 vezes. Você
acha que é assim vai convencê-la a alguma coisa? Você sabe que não.
Quem é você para falar alguma coisa? Você mais do que ninguém, deveria
saber que as coisas não são tão simples assim não é mesmo? - Agora a voz de Edward
soava sarcástica. Algo que ele disse fez com que ela começasse chorar. Carlisle
resolveu interferir.
– Chega Edward, nós estamos na rua. - Disse colocando a mão no ombro do
filho. Alice saiu correndo, e atravessou a rua feito uma maluca.
– ALICE ME ESPERA. EU SINTO MUITO. - Gritei, mas ela nem olhou para
trás. Quando eu ia dar o primeiro passo para ir atrás dela, Carlisle segurou meu braço.
– Calma Bella, de um tempo a ela.
– Mais ela estava chorando, e ... - Disse nervosa.
– Ela vai voltar. Só precisa de um tempo sozinha. - Carlisle disse seguro.
– E se ela não voltar? A culpa é minha, eu não deveria ter saído de c...
– Se ela não voltar, você vai atrás dela Bella. Agora se acalme. - Esme se
pronunciou. - E você Edward não deveria ter dito isso.
– Mãe, me desculpe, mais a paranóia de vocês duas me tirou do sério. - Ele
olhou para Esme. - Olha mãe, eu agradeço muito esses dias que você ficou cuidando
de mim. Mas já chega. Nós já não somos mas crianças mãe. Por quanto tempo mais
queriam nos manter trancados? Olhe para nós e me responda. Parecemos doentes?
– Não. - Ela murmurou envergonhada.
– Então mãe... Porque tanto escandá-lo? Eu não aguentava mais ficar
trancado. Eu precisava sair, você não me deixava nem sair do quarto, nem Emmett
que mora comigo eu podia ver. Eu não aguento mais comer sopa mãe.
Tenho certeza que o mesmo acontece com Bella. - Eu não sabia o que dizer,
mais me sentia muita mal por toda a situação, eu não queria deixar Alice triste, e
agora ela estava em algum lugar deprimida fazendo sabe-se lá Deus o que, e por
minha culpa. Eu tinha a impressão que tudo que tinha contato comigo acabava mal,
não importando o lugar que eu estivesse. Eu era um verdadeiro ima de atrair coisas
ruins, ninguém era feliz ao meu lado.
– Edward tem razão Esme, eles não tem mais nada. - Disse Carlisle com toda
calma do mundo.
– Me desculpe filho. - Disse ela se abraçando a Edward. - Você sempre vai ser
meu bebezinho indefeso.
– Tudo bem mãe. - Ele disse lhe dando um beijo na bochecha. Ela se voltou
para mim.
– Me desculpe também Bella.
– Eu que tenho que pedir desculpas, essa confusão toda é culpa minha.
Edward não estaria aqui se não fosse por mim, e Alice não teria saído daquele jeito.
– Fica quieta garota. - Edward falou. - Você tá muito convencida em, tudo tem
que ser por sua causa.- Carlisle e Esme riram.
– Acho que esse seu convencimento é contagioso. - Ele levantou uma das
sobrancelhas.
– Agora eu que sou convencido?
– Totalmente. - Sua cara tentando parecer incrédulo era totalmente hilária. - E
totalmente engraçado também.
– Eu sei. Esse é meu charme. - Disse me arrancando risos.
– Tá sendo convencido de novo.
– Desculpa, é mais forte que eu. - Um sorriso torto apareceu em seus lábios, o
que me fez perder o raciocínio por alguns segundos.
– Acho que eu posso me acostumar com isso. - Respondi ainda meio
abobalhada.
– Eu sei que pode. - Seus olhos encontraram os meus. E eu soube que estava
perdida. Eu procurava nunca olhar para os olhos de Edward, pois algo neles me
deixava hipnotizada, incapaz de desviar, e foi isso que aconteceu.
O verde encarando o verde, quando isso acontecia o mundo deixava de existir.
– Rum.. Rummm... - Alguém pigarreou, conseguindo me livrar daquele olhar.
Carlisle e Esme assistiam a tudo, com um sorrisinho de deboche. Acho que ouvi
Carlisle resmungar com Esme, algo como " Aconteceu exatamente igual no hospital",
mas não tenho certeza. A única certeza que tive, foi de ficar roxa.
– Bella. - Esme chamou, tentando segurar um risinho. - Nesses dias que você
esteve donte, você teve algum tipo de alucinação? - Hã? O que aquilo tinha haver
com a bicicleta verde?
– Acho que tive uma. - Ainda tentava entender o por que da pergunta.
– Edward teve algumas. Ele resmungava algo do tipo "por onde você andou?",
"Você me deixa louco", " Fica comi...
– Não termine essa frase. - Edward olhava bravo para Esme, além de bravo
ele parecia estar constrangido e seu tom de vermelho poderia muito bem competir
com o meu. Eu fui obrigada a rir de seu constrangimento.
– Edward Convencido Cullen, você está apaixonado? - Perguntei rindo, seu
tom de vermelho só fez aumentar. Ele continuava mudo, resolvi provocá-lo. - Quem é
a garota em? - Ele continuava mudo, enquanto Carlisle e Esme riam. - Edward tá
apaixonado, Edward ta apaixonado!!!! É loira ou morena em? Se for loira você pode
ensinar ela a montar o quebra cabeça de sucrilhos - Disse rindo. Seu olhar bravo
voltou-se para mim e meu sorriso foi se desfazendo.
– Não me faça uma pergunta, na qual você não quer saber a resposta Bella. -
Disse ríspido. Um silêncio constrangedor pairo no ar. Edward suspirou e passou as
mãos no rosto. - Me desculpe Bella, eu não quis ser grosso. É que Esme está me
enchendo a semana toda por causa dessas alucinações. Não existe garota nenhuma.
Alucinações são só alucinações, ou você já viu alguma alucinação existente? - Ele
tinha razão, eu também tinha tido uma alucinação com a garotinha de olhos verdes, e
com certeza ela não existia.
– Tem razão, me desculpe. - Murmurei
– Vamos entrar logo nessa Pizzaria. - Disse Esme. - Estou morrendo de fome.
– Ótima ideia. Jasper, Rosalie e Emmett, já devem estar jantando. - Disse
Carlisle.
– Ok, vão na frente. Vou encontra Alice antes. - Eles perceberam que eu não
desistiria de ir atrás de Alice.
– Quer que eu vá junto? - Edward perguntou.
– Não, eu vou sozinha. - Ele fez cara de coitado.
– Você ficou magoada comigo, não é mesmo? - Eu ri.
– Edward, você é muito, mais muito convencido mesmo. Não estou magoada
garoto. Só quero falar com ela sozinha, afinal se eu não tivesse saído escondida ela
não estaria desse jeito. Vá para pizzaria e guarde um lugar para nós, dentro de 20
minutos estou de volta com Alice.
– Ok. Nos encontramos lá dentro então - Disse ele.
Fiz o mesmo trajeto que Alice tinha feito alguns minutos atrás. Não demorou
muito para que eu a encontrasse, sentada no balanço de um parquinho, olhando para o
vazio. Caminhei até ela e me sentei no balanço ao seu lado. Ficamos em silêncio por
algum tempo, assim como ela, eu também olhava para o vazio.
– Meus pais não te disseram para me deixar sozinha? - Resmungou. Meu
olhar se voltou para ela, que ainda não me encarava.
– Se meus pais falassem com você por um minuto, certamente eles te diriam
que eu sou a pessoa mais teimosa do mundo. - Um pequeno sorriso nasceu em seus
lábios.
– Eu sei que exagerei Bella, me desculpe por isso. Não vou mais implicar com
seus cigarros. - Disse ainda fitando o vazio.
– Eu não deveria ter saído de casa. Entendo sua preocupação, sou uma mal
agradecida. - Ela riu sarcasticamente.
– Edward tem razão. Como uma pessoa que fumou 4 anos pode querer dar
lição de moral em alguém.
– Você fumava? - Perguntei surpresa. Realmente eu nunca pensei ouvir isso de
Alice.
– Não só cigarros normais, se é que você me entende. - Será que eu estava
ouvindo bem? Alice já fumou maconha? Alice? Aquela Alice? Mas essas coisas não
combinavam com ela. Logo Jane me veio a mente.
"– Jakeeee, cheguei. - O apartamento estava no mais profundo silêncio, mas
o cheiro de maconha denunciava que Jake estava em casa. Aquele cheiro me fez
abrir um sorriso enorme - Jakeeee, eu sei que você está ai, resolveu fumar sem mim
hoje? - Perguntei me encaminhando para sala, o cheiro ia ficando cada vez mais
forte e inebriante. - Jake, não seja egois... - Minha fala sumiu, meus olhos não
acreditavam no que estavam vendo. - Jane Volturi Blake. - Seus olhos vermelhos, que
até então miravam uma tela totalmente azul na televisão se voltaram para mim, ela
abriu um sorriso enorme. - O que você pensa que está fazendo?" - Perguntei irada.
– Isaaaa, Isinhaaa, que saudadessss... - Ela me abraçou - Que saudades de
você Isinhaa, por que demorou tanto? - Respirei fundo tentando me controlar.
– Nós nos vimos hoje de manhã Jane. Agora são 4 horas da tarde.
– 4 é? No mundo dos Dinossauros já são meia noite e três. - Ela disse
confusa.
– O que você estava fazendo Jane?
– Assistindo TV. - Disse voltando a olhar para a tela azul.
– Jane, essa tela está azul, não está passando nada ai.
– Azul bonito você não acha? - O que restava da minha paciência se esgotou.
– JANE, ME DA A PORRA DESSE CIGARRO AQUI. - Ela me olhou
assustada, mais logo sorriu.
– Calma Isinha, pega.. - Disse me estendendo o cigarro. Eu o puxei da mão
dela. - Não precisa ser egoísta Isa, eu ia deixar uns para você. - Eu apaguei o
cigarro, peguei todos os outros e fui até o banheiro. - Jane me seguia, resmungando
alguma coisa. Joguei todos os cigarros na privada e dei a descarga.
– ISABELLA, VOCÊ ESTÁ DOIDA? - Jane, correu até a privada, mas já não
tinha mais nada lá. - POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?
– EU NUNCA MAIS QUERO VER VOCÊ FUMANDO ESSA MERDA. TÁ ME
ENTENDENDO JANE? ISSO FAZ MAL. - Sacudi ela pelos ombros.
– QUEM É VOCÊ PARA FALAR ALGUMA COISA? VOCÊ E O JAKE
FUMAM ISSO TODOS OS DIAS, DE MANHÃ DE TARDE E DE NOITE. EU NÃO
SOU NENHUMA CRIANÇA, EU TENHO A MESMA IDADE DE JACOB, SEI ME
CUIDAR. - Ela gritou.
– Eu sou sua amiga Jane. Sua prima. Isso que eu penso que eu sou. - Uma
lágrima escapou dos meus olhos. - Jacob e eu estamos viciados nessa porcaria Jane,
e isso está mudando de estágio. Eu não quero que aconteça o mesmo com você Jane,
não com você. Eu jamais me perdoaria, se algo acontecesse a você. Você é a melhor
parte de nós, a parte boa. Você é meu orgulho Jane, desde que eramos crianças, você
sempre foi meu orgulho. Eu morreria por você. - As lágrimas caiam cada vez mais.
Senti seus braços me abraçando.
– Desculpa Isa, desculpa... - Ela também chorava. - Eu só estava um pouco
triste e sozinha. Então eu vi aqueles cigarros ali, e me lembrei de como você e Jake
parecem esquecer os problemas quando fumam. - Eu soluçava, e isso fez com que
Jane me apertasse mais forte. - Não chora Isa. Eu prometo não fumar mais isso. Eu
prometo. - Ela acariciava meus cabelos e prometia não fazer mais, aos poucos fui me
acalmando, até que o choro sessou. - Isa? - Ela chamou.
– Oi - Respondi rouca por causa do choro.
– Nós podemos procurar ajuda, você e Jake podem se tratar. - Ela disse
serena. - Eu sei que vocês tem experimentado pó e isso não é nada bom Isa.
– Não se preocupe comigo Jane. Eu não vou mais cheirar ok?
– Você promete? - Perguntou olhando nos meus olhos.
– Claro. - Respondi desviando o olhar. Ela beijou a minha testa. - Jane, se
acontecesse alguma coisa a você por minha culpa, eu juro que me mataria. - Ela me
olhou assustada.
– Não diga besteira Isa. Se um dia eu morrer primeiro, você vai continuar
aqui, bem vivinha, livre dessas drogas. Vai ser cantora. E vai regravar Do You
Wanna Touch me, em minha homenagem, com uma dedicatória bem bonita.
– Cala essa boca Jane, eu não vou deixar que você morra primeiro que eu.
Eu prometo. - Ela balançou a cabeça negativamente, e sorriu.
– Você não pode prometer isso Isa, isso não depende de você.
– Eu prometo e não se fala mais nisso. - Ela sorriu e me abraçou.
– Eu te amo Isa.
– Eu te amo mais.”
– Bella? Você tá me ouvindo? - Alice passava a mão na frente do meu rosto.
– Desculpe Alice, o que você falou?
– Em que mundo você estava em? - Perguntou curiosa. Eu suspirei.
– Em um mundo que não existe mais... Me responde uma coisa Alice, você
não fuma mais nenhum tipo de cigarro anormal não é mesmo? - Ela sorriu.
– Não, não fumo mais nenhuma espécie de cigarro.
– Foi difícil para você largar?
– A maconha foi bem fácil, eu só fumava quando estava muito bêbada, então
eu não sentia falta no meu dia a dia. O cigarro foi bem difícil, achei que ia ficar
maluca, meu mal humor foi a mil, Jasper chegou a dizer que me preferia de TPM.
Mas todos me deram o maior apoio e então eu consegui.
– Eu poderia apostar que você nunca experimentou um cigarro sabia?
– Você perderia. Eu fumei por 4 anos, comecei com 16. Eu tinha uma amiga,
Kate, ela era tão linda quanto Rosalie, seus cabelos loiros chegavam quase na cintura,
seus olhos azuis sempre tão vivos, ela tinha 1,73 de altura e era bem bronzeada, os
garotos babavam por ela. - Os olhos de Alice brilhavam, ao lembrar da amiga. - Nós
eramos melhores amigas. Fomos a uma festa uma vez, Kate acabou pisando em cima
de uma carteira de cigarros. Ela juntou, e vimos que a caixa estava quase cheia, e
tinha um esqueiro ali dentro também. Acho que tivemos a ideia no mesmo instante,
acendemos dois cigarros e começamos a fumar, nos afogamos nas primeiras tragadas,
mais depois nos acostumamos, aquela sensação relaxante era tão boa.
Acabamos com aquela caixa na mesma noite, no outro dia compramos outra e
quando percebi já era uma verdadeira fumante.
– Sua amiga também ficou viciada? - Alice sorriu sarcasticamente.
– Mais do que você possa imaginar.
– Ela também largou? - Alice pareceu pensar.
– É, agora ela não fuma mais.
– Por que você não me apresentou sua melhor amiga? Ela estava na minha
festa? - Os olhos de Alice se entristeceram.
– Não, não estava. Eu não posso te apresentar ela Bella.
– E por que não? Ela viajou?
– Ela está morta. - Alice murmurou. Morta? A melhor amiga de Alice estava
morta?
– Eu sinto muito Alice, me desculpe, eu não queria, eu...
– Calma Bella, está tudo bem, não se preocupe. Isso já aconteceu a 4 anos, e
apesar de sentir muita saudade dela. - As lágrimas vieram nos olhos de Alice, mas ela
respirou fundo e consegui controlar. - Eu acho que ela está melhor lá no céu. - Eu
permaneci em silêncio, era incrível como as nossas vidas se pareciam. - E você Bella,
como começou a fumar?
– Meus pesadelos, aqueles que você presenciou essa semana. - Ela assentiu. -
Faz cinco anos que eu os tenho, cada vez piores e mais vividos. Eu durmo em média
3, 4 horas por dia, depois eu acordo apavorada. O cigarro me ajuda a relaxar, a me
acalmar.
– Seus pesadelos, eles são muito ruins? - Eu me levantei e tirei minha jaqueta,
Alice parecia confusa.
– O que você está fazendo? - Subi as mangas do meu pijama e estendi meus
pulsos para Alice. Seu olhar congelou em meus cortes.
– Eles me levaram a fazer isso. - Alice ficou em silêncio, vidrada nos cortes
por algum tempo.
– As suas são mais bonitas. - Ela subiu a manga do seu casaco e me me
estendeu o pulso esquerdo me mostrando um longo corte. - Depressão profunda. - Ela
disse simplesmente, eu recoloquei minha jaquete e não pude deixar de sorrir.
– Claro, Bella Swan não acharia graça nenhuma ter amigos sem problemas. -
Alice sorriu.
– Alice Cullen, com certeza acharia isso entediante de mais. - Gargalhamos
juntas. Mas Alice voltou a ficar séria. - Você sempre chama por duas pessoas em seus
sonhos. - Eu suspirei.
– Acredito que você imagine o que aconteceu. - Ela assentiu.
– Nossas histórias são parecidas. - Murmurou Alice.
– Até de mais, diria eu. Agora vamos, estão todos esperando por nós na
pizzaria. - Alice levantou-se.
– Edward está bravo comigo?
– Não, ele não está bravo.
Capítulo 7- Bebedeira Part.1

Quando chegamos na pizzaria eles já estavam comendo, assim que nos viram
fizeram a maior algazarra. Alice sentou-se ao lado de Jasper, deixando só o lugar ao
lado de Edward vazio. Os dois se desculparam pela discussão mais cedo, e tudo ficou
bem.
Edward estava feliz da vida por ter ganho 50 dólares. Ele apostou com os
outros que, eu não levaria mais de 30 minutos para trazer Alice de volta.
Jasper perguntou como eu tinha conseguido tal feito, e pediu que eu passasse
a receita.
Já Emmett disse que nós tínhamos combinado tudo, e que certamente Edward
dividiria o dinheiro depois. Ele também disse que estava feliz em me ver de volta e
que precisávamos tratar de alguns assuntos, eu revirei os olhos tentando imaginar os
assuntos e disse que depois do jantar nós conversaríamos.
Rosalie nada falou, mas assim como Carlisle e Esme, ela sorriu, parecendo
feliz por todos estarem juntos.
Todos acabaram de jantar e só estavam esperando por mim, eu estava
devorando a sobremesa, Jasper começou a implicar comigo, dizendo que eu era
magra de ruim. Eu estava sempre de boca cheia para responder alguma coisa.
– Bella, chegou hoje para você. - Alice me estendeu uma envelope preto. - Ia
te entregar quando chegasse em casa, mas já que você veio até aqui.
– O que é isso? - Perguntei de boca cheia, pegando o envelope. Alice rolou os
olhos.
– Eu não abri Bella. - Deixe meus talheres de lado, e dei atenção ao envelope
todo preto, escrito Bella Swan em branco. Com todo cuidado tirei a fita preta, que
mais parecia fita isolante e abri o envelope. Peguei a carta também preta e comecei a
ler, "Saudações caloura. Você foi convocada para ingressar a escuridão. Bem vinda a
fraternidade Dark side of the girls. Sua convocação não tem volta. Reunião na
próxima quarta-feira, as 19:42 no mesmo lugar de sempre. Não toleramos atrasos.
Ass: Jéssica Stanley." Com certeza eu mataria Alice, lentamente para ela sofrer
bastante. Eu respirei fundo umas 5 vezes, e estendi o maldito papel para ela. A mesma
fez cara de desentendida.
– Eu te disse que eu não queria entrar Alice. - Ela pegou o papel. Conforme ia
lendo, seu sorriso crescia.
– Ahh Bella, você foi convocada, você foi convocada. - Eu olhei irada para
ela.
– Por que você fez isso? - Os outros olhavam e não entendiam nada.
– O que você fez Alice? - Perguntou Edward. - Bella foi convocada para que?
– Para a fraternidade Dark side of the girls. - Ela disse animadíssima. - Mas
não foi eu quem fez isso, eu nem cheguei a tocar no seu nome Bella, eu só fui
convocada essa semana, e eu não sai do seu lado, lembra? As conversas que eu tive
com Jéssica foram por telefone e você ouviu todas. - O que Alice dizia, fazia sentido,
ela falava durante horas no telefone com a tal Jéssica, mais meu nome nunca foi
mencionado. Não que eu me lembre.
– Mas se não foi você, quem foi? - Edward, tirou as palavras da minha boca.
– Foi eu. - Todos da mesa olharam em direção ao dono da voz.
– Você? - Todos perguntaram juntos e com cara de interrogação.
– Ah qual é gente. - Ele disse meio sem jeito.
– Por que você fez isso Emmett? - Perguntei bufando.
– Ah Bella, todo mundo da redondeza conhece essa fraternidade. Ela é
responsável pelas melhores festa da região. Eu vi uma boa oportunidade pra nós.
Temos que investir. - Ok Emmett, tinha pirado de vez.
– Investir? Você está louco? Investir em uma fraternidade? Para que?
– Não Bella, investir em você. Pensa comigo, a fraternidade é responsável
pelas melhores festa certo? - Eu assenti. - Essas festas lotam, os ingressos são
limitados e caríssimos. Só dá a nata, as pessoas vem de longe só para essas festas.
– Emmett, eu não estou interessada em nenhum tipo de nata, eu prefiro
margarina. - Emmett rolou os olhos.
– Posso continuar Bella? - Eu dei de ombros. - Nós vamos usar essa festa... -
Eu comecei a bebericar minha coca. - Para te promover como cantora, você vai ser
uma das grandes Bella, e vai começar por essas festas. - Eu me afoguei e acabei
cuspindo toda a coca que ainda não tinha engolido. Emmett tomou um verdadeiro
banho, e eu não conseguia parar de tossir. Edward começou a dar tapinhas nas minhas
costas.
– Levanta os braços Bella. - Edward disse assutado, eu o obedeci, enquanto
isso Emmett tentava se limpar com o guardanapo. O resto do pessoal ria sem parar,
até mesmo Rosalie, ela chorava de rir. Edward chegou seu rosto bem perto do meu e
soprou.
– Melhorou? - Eu assenti.
– Obrigada. - Seu sorriso torto se abriu me desnorteando.
– Disponha. - Aquele sorriso era perfeito, aqueles dentes brancos, aquela boca
macia, me lembrei como era bom beijá-lo.
– Você em Bella? Vou descontar esse banho do seu próximo show. - Emmett
disse arrenegado, me trazendo de volta para realidade.
– Emmett, você tá maluco? Que história é essa de me promover como cantora,
pirou de vez? - Ele me olhou sério.
– Você não lembra que eu sou seu empresário Bella? Eu já mandei fazer os
cartões de contato, já mandei fazer seu site e camisetas. - Eu o olhei incrédula.
– Emmett, eu não sou cantora, coloca isso na sua cabeça. É melhor você
cancelar todas essas coisas que mandou fazer. - Disse bufando, mais ele não se
alterou.
– Não é cantora não? Então que era aquela que estava cantando lá no Summer
Hause? Quem era aquela que levantou o pessoal com apenas 3 músicas? Por que você
está fazendo fazendo faculdade de música, se não é isso que quer? Você é tão boa
cantora que Jéssica mesmo sem te conhecer pessoalmente, não pensou nem duas
vezes antes de te colocar para dentro dessa fraternidade. - Emmett falava aquilo de
uma maneira tão séria, que quem o visse, não seria capaz de dizer que ele era um
palhaço.
– Emmett tem razão Bella. - Alice disse. - Você tem talento para música, isso
é uma coisa inegável.
– Concordo em gênero número e grau. - Jasper disse firme.
– Você fez Carlisle dançar Bella. - Esme sorriu. - Acredite, isso é quase um
milagre.
– Esse é simplesmente seu dom Bella. - Carlisle falou.
– Tenho que concordar com eles. -Rosalie murmurou.
– Bella, você tinha que se ver em cima daquele palco - Edward disse com os
olhos brilhando. - Você domina, você consegue prender a atenção de todos. Você
parece tão viva quando esta cantando. Você nasceu para isso Bella.
Todos estavam unidos para me convencer, as palavras deles ecoavam na
minha mente, mas a que mais martelava era a de Edward " Você parece tão viva
quando está cantando", e logo em seguida as palavras de Jane vieram a mente, "Você
vai ser cantora. E vai regravar Do You Wanna Touch me, em minha homenagem".
– Me explique melhor esse seu plano Emmett. - Acho que consegui ver todos
os sues dentes.
– Simples, você vai cantar nas 3 festas restantes da fraternidade esse ano. A
festa a fantasia, na semana que vem. Festa de Halloween, e a festa de encerramento
do ano, que acontece no último dia de aula.
Você vai tocar por uma hora, e com a parceria dos The Siblings, já que você
precisa de uma banda para te acompanhar. Eles vão ficar com a maior parte da grana.
Como você faz parte da fraternidade, elas só vão te pagar só 50% do exigido, ou seja
700 dólares por festa, os outros 700 ficam para a fraternidade. Mas isso compensa,
levando em consideração o público que vai estar te assistindo. - Emmett explicava
tudo com calma, e eu tinha que admitir que ele levava jeito para coisa.
– Ok, mais algo que eu deva saber? - Perguntei
– Sim. Você e a banda precisam ensaiar juntos, como uma das festas já é no
sábado que vem, vocês precisam ensaiar a semana toda, começando segunda as
17:30, lá no Summer Hause.
Eu fui até a Pepperdine hoje e peguei os seus horários, terças e quintas você
só tem aulas de manhã. Segundas, quartas e sextas as aulas vão até as 16:40. Como
todas as minhas aulas vão só até as 16:20 eu posso te dar carona. Você tem cerca de
30 minutos para matar um rango e se arrumar. Depois eu vou com você até o ensaio.
Só essa semana que vai ser assim puxado, mas depois fica tranquilo, com só um
ensaio por semana. - Eu estava de queixo caído com Emmett, assim como os outros.
Ele estava se mostrando totalmente competente.
– Acho que é isso. Você tem alguma dúvida?
– Quantas horas de ensaio por dia?
– Das 17:30 as 20:30, três horinhas. Não se preocupe, vou estar lá com você,
você não vai ficar sozinha com aquele marmanjos. - Revirei os olhos.
– Não estou preocupada em ficar sozinha com eles Emmett. - Quando disse
isso, Edward resmungou alguma coisa. - Quarta-feira vou precisar sair mais cedo,
tenho a tal reunião da fraternidade.
– Ok, quarta-feira até as 19:20 então. Mais alguma coisa?
– Estava pensando em comprar um amplificador, assim posso ensaiar terça e
quinta a tarde em casa.
– Boa ideia. Como eu não pensei nisso? - Perguntou bravo consigo mesmo.
– Você não pode pensar em tudo não é mesmo? Segunda a gente resolve isso.
Você me leva em alguma loja de música e eu compro.
– Tudo bem então. Quanto ao dinheiro, você só vai receber depois do show.
– Cuide do dinheiro Emmett, e de toda parte burocrática, por favor. Só me
informe os dias que eu preciso tocar, o resto é com você.
– Você não quer receber?
– Não. Prefiro que você cuide. Guarde ou invista, tanto faz, faça o que você
achar melhor. - Ele sorriu brilhantemente.
– Obrigado pela confiança Bella. Vou fazer uma conta no seu nome para ir
guardando o dinheiro lá depois a gente pode investir em uma banda só sua e... - Os
olhos de Emmett brilhavam de empolgação. Ele realmente acreditava que eu podia
me tornar famosa.
– Emmett!!! - Ele parou de falar. - Não esqueça da sua parte ok? Fique com
metade.
– O que? Você está maluca? - Ele parecia surpreso. - Bella, eu não quero nada
agora no começo, só vamos investir ok? Quando a coisa começar a engrenar
voltamos a falar sobre isso.
– Sem chances Emmett, eu quero que você fique com a metade, desde agora,
ou então nada feito. - Ele parecia cada vez mas surpreso, assim como os outros que
assistiam a tudo calados.
– Já que você insiste, eu fico com a metade. Vou investir esse dinheiro em
você.
– Péssima maneira de gastar seu dinheiro. - Os outros riram.
– Podemos ir embora agora? - Jasper peguntou, agoniado.
– Só mais uma coisa. - Eu disse. Jasper praguejou alguma coisa. - Você acha
que pode me arrumar um camarote para essas festas Emmett?
– Acho que sim, por que? - Perguntou confuso.
– Então me arrume um, e coloque no nome de Jasper, com muita bebida
liberada. - Jasper abriu um largo sorriso, ele ia falar alguma coisa, mais eu não deixei.
- Promessa é dívida Jasper. - Ele olhou para Emmett.
– Acho melhor você fazer o que ela diz. - Todos riram.
– Ah Bella.. - Emmett chamou.
– Ah para a palhaçada cara, vamos embora, vocês são vizinhos, você fala com
ela em casa. - Resmungou Jasper.
– Tá de carona mané, senta ai e espera. - Emmett disse meio bravo.
– Vamos logo Emm, eu também não aguento mais ficar aqui. - Alice pediu.
– Bella, você precisa de uma fantasia, acho melhor você procurar uma
amanhã. Porque semana que vem você não vai ter tempo.
– Fantasia?
– Claro, você precisa de uma. - Ele respondeu como se fosse a coisa mais
óbvia do mundo. Eu protestei.
– Mas eu vou tocar.
– Sim. Vai tocar, cantar, dançar e tudo mais, fantasiada, como o resto da
banda. - Eu bufei.
– Deixa ela comigo Emmett, amanhã nós vamos procurar as fantasias. Agora
por favor, vamos embora.
Finalmente depois de 2 horas, deixamos a pizzaria, Carlisle e Esme se
despediram lá mesmo e rumaram para casa. Eu e Edward pegamos uma carona com
Emmett e Rosalie, assim como Jasper e Alice.
Eu resmunguei o caminho todo, pensando que teria que tocar fantasiada, isso
não tinha cabimento, eu iria estar lá para tocar e cantar, e não para imitar o palhaço
Bozo. Por que eu não podia ir de jeans, camiseta e tênis?
Para piorar mais a situação, Alice que iria me ajudar a escolher a fantasia, e
com certeza, por livre espontânea pressão eu acabaria escolhendo alguma fantasia do
tipo Penélope charmosa, pantera cor de rosa ou alguma coisa bem rosa desse tipo.
Todos acabaram indo lá para casa, e continuaram falando sobre a tal festa com
entusiasmo, eles conversavam sobre que fantasia usar, resolvi sair dali antes que
começassem a fantasiar a minha fantasia. Me levantei dizendo que ia fazer
brigadeiro. Todos fizeram cara de interrogação e me perguntaram o que significava
brigadeiro. Eu não consegui traduzir ao pé da letra o significado, mas expliquei que,
brigadeiro não poderia faltar em uma festa de aniversário, e as pessoas depressivas
adoravam se empaturrar com ele assistindo filmes de romance. Emmett disse que nos
Estados Unidos isso se chamava pipoca. Já Jasper disse que o nome que eles usavam
era sorvete. Eu revirei os olhos e fui para cozinha.
No meio de tantos queijos, presuntos, ovos, bacons, ketchups, maioneses,
mostardas e muitas caixas de leite, eu encontrei uma solitária lata de leite
condensado.
Perguntei para Alice onde estavam as comidas saudáveis, ela me mandou abrir
o congelador. Eu nunca vi tanto hambúrguer reunido na minha vida, aquilo tava
parecendo uma franquia do McDonalds. Como alguém sobrevivia só de sanduíches?
Quando abri o armário procurando o nescau, dei de cara com umas 15 caixas de
sucrilhos. Ok, como alguém sobrevivia só de sanduíches e sucrilhos? Precisávamos
fazer compras urgentemente.
Foi muita sorte achar uma late de leite condensado por ali, fiquei com medo
de achar um mini hambúrguer dentro da lata. Quando em fim o brigadeiro ficou
pronto, todos o olharam com cara de nojo. Ninguém quis ser o primeiro a
experimentar, dei de ombros e comecei a comer, os 5 me observavam sem nada dizer.
Depois da minha sétima colherada, Edward tomou coragem pegou uma colher,
juntando-se a mim. Ele comeu uma colherada, duas, três, enquanto os outros
esperavam ele dizer alguma coisa.
– Bella, esse tal de brigadeiro é a melhor coisa que eu comi na minha vida. -
Ele disse de boca cheia, depois disso os outros atacaram. Em menos de 5 minutos
acabaram com tudo. Todos adoraram o desconhecido brigadeiro. Jasper disse que se
meu futuro não fosse com música, certamente seria como brigadeirista.
Alice disse que nunca mas poderia faltar doce de leite em casa. Ótimo, agora
sobreviveríamos de Sanduíches, Sucrilhos e Brigadeiros. Disse para ela que
precisávamos fazer compras, depois de irmos a loja de fantasias, ela me chamou de
louca e disse que a geladeira estava cheia, mais acabou concordando depois que eu
disse que ela ficaria obesa se continuasse comendo só aqueles sanduíches calóricos.
Emmett se convidou para o almoço do dia seguinte, já que iriamos comer algo
diferente de hambúrguer. Jasper gostou da ideia e disse que também viria. Acabou
que todos viriam para o tal almoço.
Montamos uma bandinha e fomos jogar rock band, Jasper ficou com a bateria,
Alice com o baixo, Edward com a guitarra, eu no vocal e Emmett e Rosalie
começaram a se pegar, por ali mesmo, ignorando a plateia. Era 2:35 quando os dois
finalmente resolveram terminar o serviço em casa. Edward resolveu ficar mais um
pouco, já que seu apartamento estava sendo indevidamente usado. Joguei mais uma
meia hora, depois fui para o meu quarto, Alice finalmente voltaria para o seu e eu
voltaria a ter privacidade. Me joguei na cama e liguei a TV, de todos aqueles 88
canais não teve nenhum que me interessou. Bufei de tédio, estava levantando para
voltar pra sala, quando meus olhos encontraram o violão. Sorri com a dedicatória que
estava escrita nele, eu o peguei.
– Te amo mais, sinto tanto sua falta. Essa sempre vai ser para você. - Fechei
os olhos e comecei as primeiras notas da música. Sorri ao lembrar de como ela
dançaria e gritaria o refrão. A melodia já tomava conta do ambiente, comecei a cantar.
We've been here too long
Tryin' to get along
Pretendin' that you're oh so shy
I'm a natural ma'am
Doin' all I can
My temperature is runnin' high

Cry at night
No one in sight
An' we got so much to share
Talking's fine
If you got the time
But I ain't got the time to spare
Yeah

Do you wanna touch (Yeah)


Do you wanna touch (Yeah)
Do you wanna touch me there, where
Do you wanna touch (Yeah)
Do you wanna touch (Yeah)
Do you wanna touch me there, where
There, yeah

Yeah, oh yeah, oh yeah

Every girl an' boy


Needs a little joy
All you do is sit an' stare
Beggin' on my knees
Baby, won't you please
Run your fingers through my hair

My, my, my
Whiskey and rye
Don't it make you feel so fine
Right or wrong
Don't it turn you on
Can't you see we're wastin' time, yeah

Do you wanna touch (Yeah)


Do you wanna touch (Yeah)
Do you wanna touch me there, where
Do you wanna touch (Yeah)
Do you wanna touch (Yeah)
Do you wanna touch me there, where
There, yeah.
Permaneci de olhos fechados quando a música chegou ao fim, mas eu sabia
que já não estava mais sozinha, eu podia sentir sua presença ali, seu cheiro, seu
perfume.
– Espiando escondido Edward? - Abri meus olhos, e o vi, encostado na
parede.
– Estava vindo me despedir e escutei você, a porta estava entre aberta, acabei
entrando. Eu deveria ter batido. - Disse em tom de desculpas.
– Tudo bem, eu não vou chamar a polícia por causa disso.
– Obrigado. - Ele puxou a cadeira da mesinha do computador e sentou-se de
frente para mim. - O que está escrito ai? - Apontou para a dedicatória no violão. - Eu
só consigo entender, do you wanna touch me, e a data. - Eu suspirei.
– Você é a melhor Bella, nem Joan Jett canta do you wanna touch me, como
você. Não esqueça “ Se você obedece todas as regras, acaba perdendo toda a
diversão.”
Do you wanna touch yeahh, do you wanna touch me, there... Essa vai ser
sempre minha ok?
Te amo para sempre...
Jane Volturi Blake - 11/09/2005
É isso que está escrito. - Murmurei encarando aquelas palavras.
– O que ela quer dizer com, se você obedece todas as regras, acaba perdendo
toda a diversão? - Perguntou. Eu passei meus dedos pelos cabelos.
– Minha família sempre viveu no meio da alta sociedade... Mas eu nunca fui
uma pessoa muito social, vamos dizer assim. Nunca fui muito comportada. Nunca fui
uma garotinha de porcelana. Nunca sorri para agradar alguém. Nunca fui puxa saco.
Nunca fui de falar muito, mas sempre falei o que penso, isso as vezes não agradava as
pessoas.
Eu não gosto de roupas desconfortáveis... Não gosto de rosa... Odeio salto
alto, você não imagina a concentração que preciso ter para me manter em cima deles.
- Ele sorriu. - Eu amo minhas calças jeans, minhas camiseta e meus tênis. Gosto do
meu cabelo bagunçado, gosto de fumar, falo palavrões.
Eu trocaria sem nem pensar, uma festa da alta sociedade, regada a champanhe
e caviar, por uma noitada em um bar imundo, com doritos, cerveja barata e músicas
depressivas.
Eu sou assim.
Quando eu tinha 10 anos, eu achei um violão no porão lá de casa, e comecei a
fazer um barulho desgraçado com ele, tentando imitar o Mcflay do “De Volta Para O
Futuro”. Meu pai não aguentando mais, arrumou um amigo para me ensinar. Minha
mãe dizia que seria perda de tempo, que na segunda aula eu já não iria mais querer
saber. Dois anos depois eu tocava praticamente tudo, comecei a ter aulas de guitarra
para aprender a parte dos solos e tudo mais.
Meu tio, pai de Jane, tinha uma coleção enorme de discos, que nós vivíamos
escutando. Certo dia encontramos o disco da Joan Jett, que tinha essa musica, do you
wanna touch me, Jane amou a música, me fez escutar centena de vezes, até que eu
soubesse tocá-la.
Foi por causa dessa música que eu aprendi inglês, segundo Jane, além de
tocar, eu precisava cantar a música com perfeição, então ela nos matriculou em um
curso de inglês. Desde então Jane encasquetou que eu seria cantora.
Eu tentava convencê-la que eu não servia para isso, eu não saberia como
agradar as pessoas, nem conseguiria sorrir o tempo todo, e não conseguiria usar salto
alto e nem roupa colada ao corpo toda vez que fosse catar, resumindo, não saberia me
comportar. Eu não era nem um tipo de miss simpatia.
Foi ai que ela apareceu com essa frase, "Se você obedece todas as regras,
acaba perdendo toda a diversão".
Essa frase na verdade era um lembrete, Jane não queria que eu mudasse para
me tornar uma cantora, ela não queria que eu seguisse regras, pelo contrário, ela
queria que eu continuasse exatamente igual. Ela vivia me dizendo, "Bella, esse seu
jeito fechado e misterioso fascina as pessoas." - Sorri com a lembrança. - A garota
estava me deixando maluca com essa história. - Edward abriu um sorriso.
– Ela deve estar feliz por ter te convencido. - Suspirei
– Deve estar... - Disse olhando para o chão. Edward se aproximou mais de
mim, e levantou meu queixo, estudando meus olhos.
– Qual o problema Bella? As vezes eu me pergunto porque seus olhos são tão
sem brilho. - Eu continuei o encarando.
– O problema é que ela não está aqui, ela não vai me ver tocando semana que
vem e nem nas próximas festas.
– Ela não vai poder vir? - Eu balancei a cabeça dizendo que não. - Nós
podemos filmar e depois fazemos um DVD e enviamos para ela, Jasper tem uma
câmera de alta reso... - Eu desviei meus olhos dos dele.
– Ela está morta Edward, morta... - O quarto permaneceu no mais profundo
silêncio por alguns minutos, até Edward me abraçar.
– Eu sinto muito Bella, muito mesmo. - Eu o abracei apertado.
– Eu sinto tanto a falta dela, cada dia parece pior.
– Eu sei, você sabe que pode contar sempre comigo, não sabe? - Perguntou
ainda abraçado a mim. Eu afirmei. Ele beijou o topo da minha cabeça. Ficamos
abraçados sem nada dizer, até Alice entrar no quarto com o celular, dizendo que a Jú
precisava falar com ele. Ele saiu do quarto para atender, Alice me olhou com cara de
desconfiança, mas não falou nada. Edward voltou alguns minutos depois, dizendo
que precisava ir. Será que ele iria encontrar com a garota aquela hora da madrugada?
– Homens... - Murmurei para mim mesmo. Fumei mais um cigarro e fui
dormir.
Acordei 7:20 com um daqueles pesadelos. Tomei um banho demorado,
coloquei uma roupa qualquer, e fui até a cozinha. Acabei comendo cereais, já que eu
não tinha muitas opções. Me arrastei até o sofá, acendi um cigarro e fiquei olhando a
TV apagada.
– Você realmente não dorme. Já viu o tamanho de suas olheiras? - Alice
apareceu com seu pijama rosa pink, que fazia meus olhos doerem, seu cabelo estava
totalmente bagunçado, e eu podia jurar que seus olhos ainda estava fechados.
– Dormi umas três horas e quinze minutos, já esta de bom tamanho. Dormir
de mais é improdutivo. - Ela fez cara de espanto.
– Já procurou ajuda, para se livrar desses pesadelos? - Perguntou bocejando
de novo.
– Vai passar, quando tiver que passar. Não se preocupe. - Ela não disse mais
nada, certamente tinha caído no sono. Mais de repente ela se sentou e ligou a TV.
– Que horas a gente vai procurar as fantasias? Não podemos sair muito tarde,
ainda temos que passar no mercado. - Alice deu um pulo do sofá.
– Tem razão, vou tomar banho e ligar para Rose. Já volto é super rapidinho.
Uma hora e 53 minutos depois, estávamos saindo de casa. Saímos no
Hummer H2 18, dourado de Alice, que tinha voltado do conserto. Aquele carro mais
parecia um tanque de guerra, e eu me perguntei como Alice conseguiu o estragar.
Rosalie já estava esperando na frente do seus prédio, com seu óculos escuro e
sua cara de poucos amigos. Linda como sempre, mesmo usando jeans e camiseta. Eu
me sentia uma mendiga perto dela. Ela me deu um bom dia, o que parecia uma
grande evolução, depois disso resmungou com Alice por tê-la feito esperar.
Alice era completamente insana no volante, ela não obedecia nenhuma placa
de trânsito. Eu perdi a conta de quantas lombadas nós pulamos. Quanto mais eu pedia
para ela diminuir a velocidade, mais ela aumentava, as minhas mãos suavam de
nervoso. Rosalie nada dizia, para ela aquele jeito de dirigir de Alice, parecia a coisa
mais normal do mundo. Ao chegarmos ao shopping, Alice simplesmente, sem aviso
algum, puxou o freio de mão, girou o volante algumas vezes, fazendo um cavalo de
pau com aquele tanque enorme, e pronto, o carro estava estacionado. Quando sai do
carro, percebi que minhas pernas tremiam. A garota ainda teve coragem de perguntar,
por que eu estava tão branca. Minha vontade era de xingá-la de todos os palavrões
existentes, mais eu respirei fundo algumas vezes, a ignorei, e marchei para dentro do
shopping.
A loja de fantasias era enorme, toda divida em setores, começamos pelos setor
anos 60/70/80, mas não achamos nada de interessante. Também não encontramos
nada que nos agradasse, nos setores de super heróis e vilões, piratas, e muito menos
no mexicano. Até que no setor Deuses, Rosalie encontrou algo que gostou, a fantasia
se chamava Deusa grega. Era uma fantasia simples, um vestido branco com decote
em v, bem curtinho, com uma tirinha dourada, que fazia voltas ao redor da cintura.
Rosalie conseguiu ficar ainda mais linda com aquela fantasia, tenho certeza que
nenhuma outra Deusa grega chegaria ao seus pés. Ela prendeu os cabelos, deixando
algumas mechas caídas, depois colocou um arquinho com flores. Uma sandália
dourada e altíssima, completava seu figurino.
Alice disse que a amiga estava muito gata, que ela iria arrasar, que os garotos
iam babar, e que Emmett entraria em erupção vendo-a assim. Segundo ela, Edward
teria que dormir lá em casa, porque Emmett faria do apartamento deles, o templo do
sexo.
Rosalie ficou vermelha, e para mudar de assunto, perguntou o que eu tinha
achado da fantasia. "Ela foi feita para você", foi o que eu respondi. Ela se olhou mais
algumas vezes no espelho e decidiu ficar com a fantasia.
Alice provou várias fantasias, joaninha, abelhinha, chiquinha, coelhinha, tudo
quanto é inha a criatura já tinha provado. Já estava pensando em fugir dali, quando
ela encontrou uma fantasia de marinheira, um vestido azul escuro, com detalhes
brancos, era uns 3 centímetros maior do que o de Rose, uma boina branca com
detalhe em azul, e um scarpin branco, completavam o traje. A fantasia ficou perfeita
em Alice, aquele tom de azul caia muito bem nela. E por incrível que pareça, ela
também gostou. Rosalie disse que Edward e eu, acabaríamos dormindo na rua,
segundo ela, nosso apartamento também viraria um templo. Alice me disse para ficar
tranquila, já que ela dormiria no apartamento de Jasper.
Só faltava a minha fantasia, eu já tinha provado algumas, mas nenhuma ficou
legal. Rosalie tinha sumido, e Alice trazia fantasias para mim provar de 5 em 5
minutos, eu já tinha provado fantasia de gangster, branca de neve, penélope
charmosa, mulher maravilha, caça fantasmas. Já não aguentava mais. A última que
coloquei foi de policial, e de todas as que eu provei, foi a única que eu gostei, Alice
também gostou, eu já estava decidida quando Rosalie chegou com outra fantasia e me
mandou por.
A fantasia era perfeita, eu me adorei dentro dela.
– U.A.U - Foi o que Alice disse.
– Sabia que ficaria bem em você. - Rosalie falou.
Depois de duas horas, finalmente conseguimos sair da loja. Fomos direto para
o supermercado.
Eu me encarreguei de comprar as comidas saudáveis, Alice ficou com a parte
dos doces e Rosalie com a parte das bebidas. Comprei carne, frango, ovos, arroz,
macarrão, feijão, frutas, verduras e legumes. Alice por sua vez comprou umas 10 latas
de leite condensado e mais algumas caixas de sucrilhos. Rosalie comprou cervejas e
refrigerantes e dois litros de tequila. Quando estávamos saindo do mercado
encontramos com a tal de Jéssica, que conseguia falar mais do que Alice, elas ficaram
conversando por uma meia hora. Rosalie estava bufando. Como elas conseguiam
falar tanto? Como elas conseguiam diferenciar tantas tonalidades de vermelho? Por
que Jéssica chamava Edward de Edzinho? Foi minha vez de bufar, disse para Alice
que estava indo embora a pé, Rosalie falou que iria comigo. Alice pareceu não
acreditar.
Andamos duas quadra em um silencio total, então o tanque de Alice parou do
nosso lado, com Jéssica a tira colo. Alice pediu desculpas, e implorou para que
entrássemos no carro, Rosalie e eu bufamos ao mesmo tempo, mais acabamos
entrando. Jéssica também almoçaria lá em casa, e as duas continuaram a tagarelar
pelo resto do caminho.
Já era quase uma hora da tarde quando chegamos em casa, os garotos já
estavam lá, jogando vídeo game. Jéssica pulou nos braços de Edward, dizendo que
ele não tinha mais ligado e que estava com saudades do Tigrão. Respirei fundo e
entrei na cozinha.
Estava pensando no que preparar, acabei resolvendo fazer mignon na
manteiga, arroz e salada.
Procurava por tudo que eu iria precisar, nas sacolas que Emmett trouxe para
cozinha, quando Edward apareceu com uma budweiser na mão.
– Você passou que nem uma faísca, nem me disse oi. - Se fez de ofendido.
– Oi Edward. - Disse procurando pelo mignon.
– Só assim? Oi Edward? Poxa assim você magoa meus sentimentos. - Eu
revirei os olhos.
– Edward, você está muito sentimental hoje. Eu preciso fazer o almoço, e já
estou atrasada. Você não viu o mignon não?
– Ele estava surfando hoje de manhã. - Eu o ignorei e continuei
procurando a mal dita carne. - Sabe Bella... - Disse ele mexendo em uma das sacolas.
- É bom procurar primeiro na sacola dos frio. - Ele retirou o mignon da sacola. Eu
bufei. Por que não tinha pensado nisso antes? Puxei das mãos dele.
– Obrigada. - Resmunguei, e fui até a pia, ele me puxou fazendo com que
ficasse de frente pra ele.
– Qual o seu problema hoje em? O que eu fiz? - Agora ele parecia magoado
de verdade. Eu suspirei.
– Desculpe. Você não fez nada. Só estou um pouco irritada, fiquei duas horas
no shopping procurando uma fantasia, depois tive que esperar Alice e Jéssica
conversarem por mais de meia hora, para depois elas resolverem que Jéssica
almoçaria aqui. Porra, porque ficaram conversando tanto tempo lá, se a garota viria
almoçar aqui? - Ele sorriu.
– Você fica linda assim brava. - Tentei controlar ao máximo, mas mesmo
assim, acabei ficando vermelha.
– Vá amolar a Jéssica.
– Oh não, por favor, deixe-me ficar aqui. Eu posso ser seu assistente. - Pediu
com os olhos suplicantes.
– Tá fugindo da garota?
– Você não tem noção, quando ela gruda é pior que chicletes. Eu sei que uma
noite com Edward Cullen é inesquecível, mais, ela precisa entender que é uma noite e
nada mais. Tá certo que ela faz um bo...
– Edward, poupe-me dos detalhes sórdidos ok? E pelo amor de Deus, pare de
ser convencido. - Ele começou a rir.
– Tudo bem. Prometo me comportar.
– Ok. Em quanto eu preparo o arroz, você pega a manteiga, mostarda, leite,
sal e limão.
– Sim senhora, senhora capitã. - Eu o olhei de canto. - Relaxa Bella, vai, toma
um gole dessa cerveja. - Ele me estendeu a budweiser que estava pela metade. Era só
uma cerveja certo? Não iria me fazer mal. Suspirei e peguei a cerveja da mão dele,
tomei tudo em uma virada só, e lhe devolvi a garrafa vazia, ele me olhou com
espanto.
– Que foi? - Perguntei
– Como você conseguiu virar tudo de uma vez só? - Eu ri da cara de espanto
dele.
– Anos de prática. Agora mãos a obra, se não vamos acabar almoçando no
jantar.
Edward era um bom ajudante, ele separou tudo que eu pedi. Depois foi fazer a
salada. Ele me contou suas experiencias culinárias, pelo que pude perceber, ele era
um ótimo piloto de micro-ondas, achei um milagre ele saber fazer uma salada.
Eu fritava os mignos e bebia cerveja. Como não estava mais acostumada a
beber, duas cervejas já me deixaram alegrinha, tudo que Edward me falava eu achava
engraçado.
– Bellaaa, não esquece o brigadeirooo. - Alice gritou lá da sala. Encarreguei
Edward dessa função enquanto eu acabava de fritar os últimos bifes. Ele colocou tudo
em uma panela, e começou a mexer, ordenei que ele nunca parasse de mexer até o
fundo da panela aparecer. Quando acabei com os bifes, Edward já estava raspando a
panela do brigadeiro. Parecia uma criança com a boca suja de chocolate.
– Bella, você precisa experimentar isso, ficou quase melhor que o seu.
– Depois eu experimento, primeiro o salgado. - Falei emborcando o resto da
cerveja.
– Experimenta vai Bella, só um pouquinho.
– Nã... - Eu não consegui acabar de falar, Edward lambuzou meu rosto com o
brigadeiro. Ele gargalhava da minha cara.
Capítulo 8 - Bebedeira Part.2

– Isso não vai ficar assim. - Peguei o pouco que ainda restava na panela, parti
para cima dele, como ele era bem mais forte que eu, segurava meus braços com
facilidade. - Me larga Edward, isso não vale. - Ele levou minhas mãos até bem perto
de sua boca, e começou a lamber meus dedos. No começo eu tentei me soltar, mas
quando eu vi seus lábios em meus dedos, desisti completamente da ideia. Edward
fazia aquilo de uma maneira totalmente sexy. Eu estava ficando excitada com aquilo,
imaginando seus lábios por todo meu corpo. Pela primeira vez em anos eu começava
a sentia falta de sexo. Cedo de mais ele acabou, e para me deixar ainda com mais
vontade, ele soltou uma daqueles sorrisos torto.
– Como eu disse, está delicioso. - Falou com a voz rouca e baixa. Eu
continuei parada, o encarando, incapaz de me mover. Ele foi se aproximando
lentamente do meu rosto. - Aqui tem mais um pouco... - Murmurou, e então passou a
língua no canto da minha boca. Eu hiperventilei. O que diabos ele estava fazendo?
Beije-o, beije-o agora, dizia uma parte do meu cérebro. Não se atreva a fazer isso,
berrava a outra parte. Só então percebi que estava de olhos fechados, e ele continuava
ali, agora ele lambia e mordia meu queixo. Quanto tempo mais eu conseguiria
aguentar?
– Não se mova. - Sussurrou em meus ouvidos, então se afastou. Continuei ali
parada e de olhos fechados. Senti ele se aproximando de novo. Senti a ponta dos seus
dedos em meus lábios. Ele espalhou brigadeiro na parte de baixo e depois na parte de
cima, como se fosse batom. Eu sorri. - Não é quem tem um pouco em seus lábios
também? - Ele lambeu meus lábios, e eu não aguentei mais, minhas mãos foram para
seus cabelos, e minha língua invadiu sua boca, ele correspondeu imediatamente.
Nossas bocas se devoravam, os lábios de Edward misturados com o brigadeiro, era de
longe a melhor coisa que eu já havia experimentado. Joguei minhas pernas em cima
dele, entrelaçando sua cintura, instantaneamente ele me segurou, e me carregou até na
mesa, me sentando lá, acabamos derrubando duas garrafas de cerveja, mais isso não
tirou nossa concentração. Nossos beijos ficavam cada vez mais quentes e urgentes.
Suas mãos já estavam dentro da minha camisa, tentando desatacar meu sutiã.
– Edward, que barulho foi e..., OH MY GOD. - a voz de Rosalie, me trouxe
de volta para terra. O que eu estava fazendo? Me pegando com Edward, e ainda por
cima na cozinha? O que está acontecendo comigo?. Eu o empurrei e desci da mesa,
arrumei minha camisa que estava quase no pescoço, passei as mãos nervosamente
pelos cabelos, e arrisquei uma olhada para Rosalie. Ela nos olhava um pouco
surpresa, mais do noda começou a rir. Edward e eu nos olhamos sem entender nada.
– Não acredito... Se eu tivesse chego 15 minutos depois, eu tinha pego vocês
dois tra...
– Não é nada disso que você está pensando. - Edward se apresou em dizer, eu
ainda tentava recuperar minha voz. - Er... Eu, eu... - Ele começou a gaguejar, fazendo
com que Rosalie risse mais ainda - Eu só queria que Bella experimentasse o
brigadeiro que eu fiz, e então...
– Tudo bem Edward, não tente explicar, vai ficar cada vez pior. - Ela disse em
meio as risadas. - Mais se vocês não querem ser descobertos, é melhor fazerem isso
em outro lugar, a sala é logo aqui do lado, e a cozinha é completamente aberta,
então...
– Isso não vai mais acontecer. Nem aqui, nem em outro lugar. - Disse
firmemente, encarando Rosalie e depois Edward.
– Ok. - Ela respondeu. - Vim até aqui porque ouvi o barulho de algo
quebrando, mais já percebi que não foi nada demais. - Disse olhando para os cacos
das garrafas de cerveja. - Então, como está o almoço?
– Pronto. Só falta por a mesa. - Respondi.
– Eu posso fazer isso. Em quanto isso, você pode dar um jeito no seu rosto,
ele está meio marcado de chocolate, e bem, seus lábios... É melhor você dar uma
olhada. - Eu estava desconcertada. Consenti e fui voando pro meu quarto, escutei
Emmett berrando se eu iria tirar o pai da forca.
Quando me olhei no espelho, não acreditei no que via, eu estava
completamente descabelada, meu rosto estava vermelho e com vestígios de chocolate
por todas as partes, lavei ele com bastante sabonete, removendo todo o chocolate,
quando terminei, voltei a me olhar no espelho, só então percebi meus lábios, bem
inchados, e no meio do lábio inferior, tinha um roxo gigante. Oh céus, onde eu estava
com a cabeça? Como Edward conseguia me desestabilizar desse jeito? No começo de
meu relacionamento com Jake, nós parecíamos pegar fogo, mas eu nunca senti tanto
desejo de arrancar suas roupa, com senti de arrancar as de Edward. Eu nunca senti
tanto tesão, eu nunca me senti tão molhada. Realmente, se Rosalie não tivesse
aparecido, teria acontecido ali, sinceramente eu não sei se aguentaria até o fim. O que
você está pensando idiota? Isso não deve mais acontecer. Minha consciência impôs.
Encarei minha imagem no espelho.
– Nada de relacionamentos Bella, nem mesmo para saciar suas vontades. -
Disse para mim mesmo. Quando sai do banheiro, encontrei Edward sentado na minha
cama.
– Me desculpe... - Pediu. Eu suspirei
– Tudo bem, a culpa foi minha, foi eu quem te beijou.
– Foi eu quem provocou.
– Olha Edward, esquece isso ok? Esquece que Rosalie viu, esquece que nos
beijamos. - Ele murmurou algo que não consegui escutar.. - De qualquer forma isso
não pode e não vai mais acontecer.
– Por que não?
– Porque eu não quero nenhum tipo de relacionamento.
– E quem disse que eu quero? Foram só uns beijos sem compromisso Bella,
eu não pedi você em casamento. - Vendo desse ponto, ele estava certo, beijo sem
compromisso, eu bem que podia me aproveitar do seu corpo, sem nenhum
compromisso, só por uma noite, tenho certeza que Edward seria um ótimo amante..
Qual a parte do não se envolva você não entendeu? Minha consciência se meteu de
novo.
– É melhor sermos somente amigos que não se beijam. Ok? - Ele rolou os
olhos.
– Se você acha melhor assim.
– Acho. - Respondi não muito convicta. - Agora vamos almoçar.
Quando chegamos na cozinha, todos já tinham começado a comer, Alice,
Rosalie e inclusive Jéssica, nos olhavam com desconfiança. Fiz meu prato e sentei
bem longe delas, Edward sentou-se ao lado de Jéssica,
que não parava de falar gracinhas para ele.
Emmett, elogiou muito a minha comida, disse que eu era melhor do que
Esme, e que todos os sábados ele viria comer ali em casa. Jasper concordou e
perguntou onde eu tinha aprendido a cozinhar tão bem. Todos me olharam querendo
saber a mesma coisa. Dei de ombros.
– Morei 2 anos com meu namorado, aprendi a me virar. - Foi a minha
resposta.
– Você tem namorado? - Jéssica parecia interessada.
– Não, não estamos mais juntos faz 5 anos. - Respondi enfiando um pedaço de
carne na boca.
– Quantos anos você tem? - Jasper perguntou surpreso. Quando levantei meu
olhar para respondê-lo, todos me olhavam com a mesma cara, menos Rosalie.
– 23.
– Com quantos anos você foi morar com se namorado? - Agora era Alice
quem me interrogava.
– Comecei a namorar com ele, quando tinha 15 anos, quando completei 16
decidimos morar juntos. - Eles me olhavam cada vez mais espantados.
– Como seus pais permitiram isso? - Perguntou Emmett. - Você ainda era uma
criança.
– Eu e Jake nos conhecemos desde sempre, nossas mães são irmãs, ele é 5
meses mais velho do que eu.
Meu pai detestou a ideia de morarmos juntos, ele dizia que ainda eramos
muito jovens e acabaríamos nos magoando. - Sorri tristemente, se eu tivesse ouvido
Charlie, talvez não teríamos chego aquele ponto. - De qualquer forma ele nada pode
fazer. - Edward bufou.
– Eu teria te trancado dentro do guarda roupas. - Eu sorri.
– Então... Como acabou? - Questionou Jasper. Rosalie me olhou tensa.
– Meu pai tinha razão, eramos jovens demais. Imaturos demais, e muito
irresponsáveis. Como ele previu acabamos nos magoando da pior forma possível. -
Disse melancólica, brincando com a comida.
– Você ainda gosta dele não é? - Alice questionou. Como eu poderia deixar de
gostar? Nós crescemos juntos. Jane e eu sempre fomos suas protegidas, suas
queridinhas. Ele sempre fazia nossas vontades, por mais absurdas que fossem.
Sempre nos defendia de qualquer coisa. Jake nunca deixava um garoto se aproximar,
desde o jardim de infância até a adolescência. "Fique longe da minha irmã e da minha
prima" ele dizia para os que tentavam uma aproximação. Meu primeiro beijo foi com
ele, aos 13 anos, quando estávamos gravando uma novela, era para ter sido um beijo
técnico. Foi uma coisa verdadeiramente tensa, primeiro porque era meu primeiro
beijo, segundo porque eu considerava Jacob praticamente um irmão. De qualquer
forma, foi o beijo mais melecado da minha vida, não foi um primeiro beijo nada bom,
tinha muita saliva, e eu me perguntava o que a língua dele estava fazendo na minha
boca. Resumindo, tivemos que refazer a cena diversas vezes. Jane que acompanhava
tudo, não conseguia parar de rir, desde então ela começou com papo de cunhada, o
que me fazia revirar os olhos.
Meu segundo beijo foi em outra novela, e não foi com Jacob. James era lindo,
continuamos nos beijando, mesmo depois de o diretor mandar parar. Aquele beijo foi
muito, muito melhor que o primeiro. O garoto me chamou para ir ao cinema, mas
Jake deu um jeito de embaçar o encontro. Ele sempre fazia isso, sempre dava um jeito
de atrapalhar, eu já não aguentava mais, eu queria beijar alguém de verdade, não um
personagem. Foi dia 13 de setembro de 2002, eu estava completando 15 anos. Ainda
era de manhã, eu estava no estúdio com Jake, gravando uma outra novela. A novela
que nos tornou os queridinhos. Jacob era de novo meu par romântico, e de novo
teríamos que nos beijar. Eu estava muito brava com ele, já que ele tinha estragado um
outro encontro.
– O que você tem hoje em Isa? - Perguntou, se fazendo de desentendido.
– O que eu tenho? Qual o seu problema Jacob? Por que você se mete tanto
na minha vida? Por que não me deixa ter um encontro? Você pode ter as garotas que
quiser, Fernanda, Amanda, Roberta, Bruna, Grazi, Beta, e por ai segue. Cada dia
você fica com uma diferente. Parece um gigolô adolescente. Então, por que eu não
posso ficar com um garoto? Por que? - Perguntei irada.
– Você está com ciúmes? - Perguntou hesitante. Sorri irônica.
– Ah, faça-me o favor. Ciúmes de você? Há Há Há.
– Pessoal, vamos gravar. Todos em seus lugares. - O diretor avisou. Nos
encaminhamos para nossos lugares ainda discutindo.
– Eu só estou cuidando de você. Eles não são garotos para você Isa. - Meu
sangue ferveu, eu estava prestes a gritar.
– Jacob, você parece mais preocupado comigo do que com Jane. Você não
deixa nenhum garoto se aproximar de mim. Me diz, existe garoto certo para mim? -
Ele abriu e fechou a boca algumas vezes.
– Atenção, se preparem. 10 segundos. Vamos lá Isa, hoje é o seu aniversário,
tente sorrir. Gravando. Jacob ainda me encarava, o estúdio estava no mais profundo
silêncio. Eu espera pela fala dele.
– Será que você não percebe Isa? - Isso não estava no script. Ok, ele
continuaria, com a nossa conversa na frente de todos, ótimo. - Eles não querem nada
sério com você, eles só querem te usar, só querem você para beijar e dar alguns
amassos. - Ele estava indo longe demais, minha paciência chegou ao fim.
– E DAI JACOB? O QUE VOCÊ TEM COM ISSO? E SE EU QUISER DAR
SÓ UNS BEIJOS E UNS AMASSOS TAMBÉM? QUAL O PROBLEMA?
ADOLESCENTES FICAM, MAS GRAÇAS A VOCÊ, OS ÚNICOS BEIJOS QUE EU
JÁ CONSEGUI DAR, FORAM EM CENAS DE NOVELA. - O silêncio reinava no
estúdio. Jacob pareceu se irritar com o que eu disse.
– BEIJAR E DAR AMASSOS, ENTÃO É ISSO QUE VOCÊ QUER? -
Perguntou se aproximando de mim, eu bufei.
– É, é isso que eu quero. - Assim que terminei de falar, Jacob me puxou pela
cintura, e quando eu pensei em perguntar o que ele estava fazendo, seus lábios já
estavam colados nos meus. Ele não foi nada carinhoso, nem cuidadoso, ele me
beijava com voracidade, as mordidas que ele dava em meus lábios, certamente
deixariam marcas, sua língua invadiu minha boca sem a menor cerimônia, uma de
suas mãos segurava forte meus cabelos, e a outra que estava em minha cintura, me
prensava mais contra ele. Só então eu percebi que eu o correspondia, eu o beijava da
mesma maneira, com a mesma voracidade, minhas mãos puxavam seu rosto mais pra
perto, minha língua trabalhava junto com a sua. Eu me sentia quente, muito quente.
Esse beijo não lembrava em nada, aquele primeiro beijo. Não era um beijo ruim,
pelo contrário, era um beijo bom, muito bom, naquele momento eu não ligava que
eramos primos, eu não tinha a mínima vontade de parar aquele beijo.
– Isa e Jake, vocês tem todo o meu apoio, mas vocês podem deixar para fazer
isso mais tarde? Todas as pessoas do estúdio estão assistindo isso. - Jane disse,
segurando o riso. Continuamos nos beijando, sem ligar para o que ela dizia. -
Isabella, o tio Charlie está aqui do meu lado, ele nem se quer pisca. Você por um
acaso quer que ele morra infartado no dia do seu aniversário? - As palavras dela
fizeram com que Jake e eu nos separássemos instantaneamente. Por que diabos
Charlie resolveu aparecer no estúdio? Ele nunca fez isso. Eu encarei Jacob
totalmente sem graça.
– Eu posso lhe dar beijos e amassos, se é isso que você quer. - Ele
murmurava. - Mas eu quero mais que isso, eu quero ser mais que do que seu primo,
mais do que seu amigo. Você é muito mais do que isso para mim. Você é diferente das
outras garotas, só você faz meu coração disparar, só seu perfume me deixa louco.
Quando eu ouço os outros garotos elogiando você, querendo se aproximar de você,
eu fico possesso Isa, eu tenho vontade de socá-los. - Ele suspirou, e tocou meu rosto,
me fazendo encará-lo. - Eu nunca senti isso antes, mas eu acho que isso só pode ser
amor. - Seus olhos castanhos brilhavam intensamente, eles transpareciam uma
sinceridade inquestionável. - Eu planejava te falar isso hoje a noite,na sua festa. Na
verdade eu queria te pedir em namoro. - Jake falava cada vez mais baixinho. Eu
estava abismada. Namoro? Isso foi um pedido de namoro? Jacob estava se
declarando? Desde quando ele gostava de mim? Como isso foi acontecer? Jane
sabia? Por que ela não me falou? Jake e eu? Não seria errado? Mais aquele beijo
não foi nada errado, foi extremamente certo, eu me senti muito bem beijando-o. Meu
cérebro trabalhava a mil, tentando processar tudo o que foi dito.
– Uou Jake... - Passei as mãos pelos cabelos, bastante nervosa. - Er...eu, eu,
eu não sei o que dizer...
– Não diga nada agora, apenas pense sobre isso, talvez você sinta o mesmo,
só não percebeu ainda. De qual quer forma, eu não vou mais falar sobre isso, está
nas suas mãos, se hoje a noite você não voltar a tocar nesse assunto, eu vou
entender, e continuaremos sendo amigos, eu prometo parar de me meter na sua vida.
- Eu não consegui dizer nada, só assenti. - Agora vá falar com tio Charlie, antes que
ele me mande para febem, por beijar sua filhinha inocente, que só pensa em dar
beijos e amassos. Eu sorri e soquei seu braço.
– Bellaaaaaa... Terra chamando. - Emmett passava a mão na frente do meu
rosto. - Você tá me ouvindo? Fala comigo garota.
– Hei... - Respondi.
– Finalmente, tudo bem? - Perguntou um pouco preocupado.
– Tudo. O que vocês estavam falando?
– Alice tinha perguntado se você ainda gosta do seu ex. Então você paralisou.
- Jéssica falou.
– Deixem a garota em paz. Ela parece estar em um interrogatório. De quem
ela gosta ou deixa de gostar é um problema dela. - Rosalie intercedeu. Eu olhei para
ela agradecida.
– Rosalie tem razão. Deixem Bella almoçar sossegada. - Edward falou.
Ninguém mais tocou no assunto, todos terminaram de almoçar em silêncio.
Depois Alice e Jéssica lavaram a louça e arrumaram a cozinha, enquanto Rosalie e os
garotos estavam jogando baralho, eu me sentei ao lado deles, tentando ligar para
Charlie, do celular que Alice me emprestou. Depois da tentativa numero 33, eu em
fim consegui. Estava chamando.
– Oi? - Disse a voz paternal que eu tanto gostava. Só então me dei conta de
como eu já sentia saudades. Charlie era o melhor pai do mundo, eu não poderia negar
isso. Um outro pai já teria me internado no hospício.
– Alô??? - Disse já impaciente.
– Hei ministro. Ainda lembra da sua filha problemática? - Ele demorou um
pouco para responder.
– Isa??? É você? - Perguntou entusiasmado. Eu sorri.
– Por um acaso você tem outra filha problemática Charlie?
– Não tenho filha problemática. Pare de me chamar de Charlie. Por que você
não respondeu mais os e-mails? Você nem se quer me passou o seu telefone de
contato naquele e-mail que você me mandou. Quer me matar de preocupação?
– Pai, não fui eu quem escreveu o e-mail, foi Alice, na verdade eu nem sei
como ficou esse e-mail, já que ela passava tudo para o tradutor online.
– Pensei que você já estava desaprendendo o português,” Aqui estar todo
bom”, foi uma das coisas que você escreveu. - Eu gargalhei. Percebi que Jasper,
Emmett e Edward, me olhavam sem entender nada. Claro, eles não entendiam
português. Rosalie tinha um pequeno sorriso escondido. Será que ela entendia? - Isa,
você ainda está ai?
– Eu estava doente pai, peguei uma gripe federal. Alice não me deixou fazer
absolutamente nada. Ela me fez ditar o e-mail, enquanto ela colocava no tradutor.
Fiquei refém dela por quatro dias. Ontem que Edward conseguiu nos libertar.
– Você estava doente? Como não me avisam isso? Como você está agora Isa?
Você foi ao médico? Está tomando remédios? É só uma gripe mesmo?
– Calma senhor ministro, está tudo bem, o pai de Alice é médico, veio me ver
todos esses dias. Já estou curada.
– Tem certeza? - Perguntou preocupado.
– Tenho Charlie. - Ele suspirou.
– Esse Edward é o pai de Alice? - Eu sorri.
– Não. O pai de Alice se chama Carlisle. - Ele demorou um pouco para
responder.
– Hum... Quem é Edward então?
– Edward é um amigo pai. Irmão de Alice, ele também estava com gripe. -
Respondi olhando para Edward, que me olhava sério, provavelmente tentando
entender por que eu estava falando dele.
– Ahh tá. Foi ele quem te passo a gripe então? - Por que todos gostavam de
me interrogar?
– Não Charlie. Acho que pegamos a gripe no mesmo dia, ou algo assim. - Foi
praticamente impossível não lembrar o motivo pelo qual pegamos a gripe. Eu sorri
encarando Edward, ele retribuiu o sorriso, mesmo não entendendo o motivo.
– Mesmo dia é? Coincidência então?
– Pois é...
– Acho que eles estão falando de você. - Emmett disse para Edward.
– O que eles estão falando em Rose? - Jasper perguntou a irmã, acabando com
o resto da minha dúvida. Ela realmente entendia português.
– Isa, quem está ai com você? - Perguntou curioso.
– Os irmãos de Alice, seu namorado e sua cunhada.
– Sei... Edward está ai? - Por que meu pai teimou com Edward?
– Sim, está aqui na minha frente.
– Ele é bonito? - Charlie queria saber se Edward era bonito?
– Que pergunta é essa agora pai? Não me diga que não gosta mais de mulher.
- Fingi indignação.
– Há há há... Seu senso de humor está ótimo. Não vai responder a minha
pergunta não?
– Sim pai, ele é muito bonito. - Rosalie riu, e eu fiquei vermelha. Edward
continuava com cara de paisagem.
– Hum... Ele tem namorada? - Agora eu começava a entender onde Charlie
queria chegar.
– Eu não acredito que vamos falar sobre isso. - Disse alterada. - Não é porque
eu mudei de país que eu mudei de ideia ok? Nunca mais é nunca mais. Por que você e
a mamãe ainda insistem nisso?
– Nunca mais é muito tempo. - Ele resmungou.
– Ótimo. Então eu vou ficar muito tempo sozinha. - Charlie bufou irritado.
– Tudo por culpa daquele a... - Eu me irritei profundamente.
– CHEGA!!! NÂO TERMINE A DROGA DESSA FRASE. - Eu praticamente
gritei. Só então percebi que todos estavam me assistindo, inclusive Alice e Jéssica.
Respirei fundo algumas vezes. - Olha eu preciso desligar, eu mando notícias ok?
– Não Isa, não desligue. Me desculpe, me desculpe. Prometo tentar não falar
mais sobre isso.
– Tudo bem... Mas eu preciso desligar mesmo, esse telefone não é meu, e
ligação para o Brasil custa caro.
– Certo... - Charlie respondeu um pouco triste, me deixado triste também. Por
que as coisas tinham que ser tão difíceis? - Responda os e-mails, principalmente os de
sua mãe. Você sabe que ela se faz de forte, mais no fundo é toda sentimental.
– Vou responder ainda hoje. Diz para ela que eu mandei um beijão. Não se
preocupem comigo, está tudo sobre controle.
– Ok... Isa?
– Sim...
– Bernardo tem perguntado por você. Ele sente sua falta. - Suspirei.
– Também sinto a falta dele... Você sabe que eu gosto dele, mesmo não
demonstrando isso não sabe? - Murmurei. Charlie estava fungando.
– Sei. Sua mãe também sabe, não se preocupe com isso... - Permanecemos em
silencio por alguns segundos. Eu podia ouvir Charlie chorando. Me sentia terrível,
por fazê-lo sofrer. Me sentia terrível por não conseguir me aproximar de Bernardo.
Terrível por ter destruído nossa família. As vezes eu queria conseguir chorar, quem
sabe esse peso que eu sito diminui-se, mais nem lágrimas eu tinha mais. - É difícil
para você não é? - Demorei um pouco a responder.
– Eles teriam a mesma idade. - O choro de Charile pareceu aumentar. - Não
chora pai, por favor, não chora. - Implorei. Ele fungou mais algumas vezes.
– Quem disse que eu estou chorando? - Perguntou fazendo uma voz grossa.
– Você é um péssimo ator. - Ele riu.
– Pelo menos eu tentei certo?
– Continue tentando... Pai, eu preciso mesmo desligar. Cuide de todos por ai,
e por favor pare de chorar. Apesar da saudade de vocês, eu estou gostando desse
lugar, aqui eu me sinto melhor... Não esqueça do beijo na mamãe, de um no Bernardo
também.
– Prometo cuidar de todos. Cuide-se também Isa. Qualquer problema, por
menor que for, não hesite em me ligar. Tá me ouvindo?
– Deixa comigo. Vou tentar comprar um telefone semana que vem, se eu
conseguir eu ligo. Enquanto isso eu continuo com os e-mails.
– Ok. Tchau garota. Te amo.
– Tchau ministro. - Disse encerrando a ligação. Todos disfarçaram estar
fazendo alguma coisa, menos Edward, ele continuava olhando para mim, como se
soubesse de tudo, como se soubesse o que eu sentia, como se conseguisse ver minha
alma, se é que eu ainda tinha uma. Tentei sorrir para ele, mais foi uma tentativa
fracassada, desviei meu olhar e encostei a cabeça no sofá, mirando o teto. Será que
um dia as coisas ficariam um pouco menos complicadas? Por que eu tinha que
magoar minha família? Por que eu não conseguia mais dizer, eu te amo para eles.?
Mesmo eu os amando. Eu amava muito, os três, mesmo não conseguindo demonstrar.
Eram os únicos que eu amaria para o resto da vida. Só eles, mais ninguém. Fui tirada
dos meus pensamentos, quando Alice sugeriu jogar verdade ou desafio, todos
pareceram gostar, eu os olhei de canto e perguntei quantos anos eles tinham. Eles
insistiram diversas vezes para eu jogar, mas eu recusei todas as vezes. No fim
acabaram desistindo de me convencer e foram para a mesa da cozinha. Eu continuei
no sofá, sem me mover, agora de olhos fechados. Fique assim por um bom tempo,
pensando em como a minha vida era uma merda, até que senti Edward sentar ao meu
lado, me fazendo companhia em silêncio.
– Cansou da brincadeira? - Perguntei ainda com os olhos fechados.
– Eu acho que eles tem no máximo 15 anos. - Disse, me fazendo sorrir.
– Alice tem 13.
– Certo. Alice tem 13. - Concordou. O silêncio se fez presente de novo. - Você
quer dormir? - Abri meus olhos.
– Não. Eu não consigo. - Murmurei. Ele arqueou a sobrancelha.
– Não?
– Não. Eu tenho insônia, ou algo do tipo. - Disse me virando para ele, foi ai
que eu percebi que ele estava com uma garrafa de tequila nas mãos. - Você não sabe
beber com moderação não?
– Na verdade, não é só para mim. É para você também? - Edward queria me
embebedar?
– Sinto muito, mas não quero conversar com o Hugo hoje. E você não deveria
beber tanto, a não ser que tenha um fígado reserva. - Ele sorriu.
– Infelizmente eu não tenho. - Ele me olhou sério. - Eu quero lhe propor um
jogo.
– Que tipo de jogo? - Não consegui lembrar de nenhum jogo que envolvia
tanta cachaça.
– Eu te faço uma pergunta, se você não quiser responder você toma uma dose
de tequila. A mesma coisa acontece comigo, você pergunta, se eu não quiser
responder eu bebo. - Eu rolei os olhos.
– Você também tem 15 anos. Isso é praticamente o mesmo jogo que eles estão
jogando na cozinha.
– É, mais o único desafio é beber uma dose, e o resto do pessoal não vai
brincar. - Claro, ai sobra mais bebida para nós.
– Por que eu brincaria disso?
– Porque você não tem mais nada para fazer, porque você não consegue
dormir, porque você está triste e isso seria uma distração, porque você não negaria
isso para um garoto de 15 anos, e o mais importante, porque você vai ficar sabendo
mais sobre mim.
– Você está cada dia mais convencido. - Resmunguei.
– Isso é um sim? - Eu acho que sim, quer dizer, eu poderia brincar, quando eu
percebesse que estava ficando bêbada eu parava e pronto. Realmente eu estava
precisando me distrair.
– Qual sua cor preferida? - Ele abriu um sorriso gigantesco, quando percebeu
que aceitei.
– Azul. E a sua?
– Preto. Você sempre morou em Malibu?
– Não. Morava em Forks, quando acabei o colegial fui para Los Angels, eu
moro aqui a uns 3 anos. Aonde você morava lá no Brasil?
– Copacabana, Rio de Janeiro. Pra que time você torce?
– Los Angeles Dodgers. O que levou você a querer vir para cá? - Eu peguei a
tequila, e dei um gole. Senti o líquido descer queimando. Não consegui conter a cara
feia, Edward riu.
– Por que decidiu sair de Los Angeles? - Agora foi ele quem deu um gole na
tequila, mais ao contrário de mim, não fez cara feia. As perguntas prosseguiram,
respondíamos a maioria das perguntas, e estávamos empatados nas doses de tequilas.
Edward não quis responder, por que eles não gostava de Alec. Se a depressão que
Alice teve, tinha algo haver com o garoto. Se algum Cullen ainda falava com ele. Por
que eles não tentavam conversar. Mas não teve jeito, Edward se recusava a falar qual
quer coisa sobre o assunto.
Edward me perguntou, o que eu fazia no Brasil. Por que eu fiquei triste depois
de falar com meu pai no telefone. O que eu falei sobre ele no telefone. E por que as
vezes eu parecia tão distante. Também não respondi nenhuma dessas perguntas. Então
estava 5x5, e eu já sentia os efeitos da tequila em meu corpo, já me sentia mais leve e
solta.
– Você e o seu ex, ainda se falam? - As perguntas estavam ficando difíceis.
– Não, não nos falamos desde o termino. Com quantos anos foi seu primeiro
beijo?
– 14. Por que não se falam mais?
– Digamos que meu pai, deu um jeito para que isso acontecesse. Foi com
alguém que você gostava?
– Foi com uma amiga de Alice. Por que seu pai, não deu um jeito de impedi-la
de morar com o garoto?
– Por que sou emancipada. Você beija todas as amigas de Alice?
– Não. Só beijei duas até hoje. Como seu pai conseguiu que isso acontecesse
agora? - Tomei uma outra dose de tequila. Eu já não fazia mais cara feia, e não sentia
mais meu corpo queimar.
– Não ficou com Jéssica então? - Agora foi a vez dele beber.
– Se seu pai permitisse, você falaria com ele? - Virei outra dose.
– Quem era a garota das alucinações que Esme falou? - Ele virou mais uma.
– Por que vocês terminaram? - Estava tomando a oitava dose, meus olhos já
estavam pequenos, meu corpo dormente, e talvez o mundo estivesse girando. - Por
que tanta pergunta sobre Jacob?
– Curiosidade. Você ainda o ama? Prometo que essa é a última pergunta sobre
esse assunto.
– Eu gosto dele, não consigo odiá-lo, ele vai ser sempre uma parte da minha
vida. Mas amor de homem e mulher não, isso já não existe mais, talvez nem tenha
existido. - Edward sorrio torto. - Você sabia que esse seu sorriso é hipnotizante?
– Não. Você gostou de me beijar?
– Sim... E você, gostou de me beijar?
– Foi a melhor boca que eu já beije. Foi o melhor beijo que eu já provei. - As
palavras de Edward ativaram meu modo camaleão. Ele riu. - Se gostou, por que não
quer mais então?
– Não disse que não quero. Só disse que é melhor sermos somente amigos.
Amigos não se beijam certo?
– Acho que as vezes eles abrem uma exceção. Se eu te beijasse agora, você
retribuiria?
– Seria um último beijo? - Ele já estava colado em mim.
– Último de hoje. - Falou já com os lábios já colados nos meus.

~~*~~

Assim que acordei, tive que correr até a privada, Hugo estava com pressa em
me ver. Tinha quase certeza que minha cabeça explodiria. Me arrastei até o chuveiro
e abri na água mais gelada possível, me meti debaixo com pijama e tudo. Minhas
pernas tremiam, elas não estavam conseguindo me manter de pé, então eu sentei,
baixei a cabeça e deixei a água bater. Algumas lembranças do que tinha acontecido
vieram a minha cabeça. Edward e eu jogando e bebendo, disso eu lembrava bem.
Beijos, muitos beijos, e mais bebida, risadas, tudo muito vago e pela metade. A
verdade é que eu não fazia ideia do que aconteceu. Como eu parei na minha cama?
Como eu coloquei o pijama? A bebedeira foi tão forte, que nem pesadelos eu tive.
Com muito custo consegui sair do banho, vesti meu roupão e fui para cozinha. Alice
já estava lá, ela segurava uma risada, mais não falou nada, só me deu alguns remédios
para amenizar a ressaca. Ficamos em silêncio por um bom tempo, até que eu resolvi
perguntar o que tinha acontecido. A garota caiu na gargalhada e começou a falar.
Já era noite quando eles estavam acabando de brincar, Rosalie se levantou
para ir ao banheiro e não voltou mais, Alice então, resolveu ir atrás, foi quando ela
viu Rosalie furiosa, tentando ajeitar minha roupa e mandando Edward colocar a
blusa. Segundo ela, Rosalie não contou o que tinha visto, mas o roxo no meu pescoço
deixava tudo bem claro. Alice disse que só percebeu que estávamos bêbados, quando
eu contei uma piada totalmente sem graça, e Edward caiu na gargalhada. Ela
encontrou um litro vazio de tequila em cima da mesinha da sala, e outro pela metade.
Quando eu pensei que nada poderia ter sido pior, ela me conta que, Emmett, Jasper e
Jéssica apareceram na sala também, e que eu e Edward riamos descaradamente da
cara da garota, que foi embora furiosíssima. Nós não nos beijamos na frente de
ninguém, mas ficamos o tempo todo abraçados. Alice não sabia me dizer, como eu fui
parar na cama, já que ela tentou me levar, mas Edward não deixou, e eu não queria ir.
“Eu tenho uma proposta para fazer pra Bella” segundo ela, Edward dizia isso.
Proposta? Não lembro de proposta nenhuma, com certeza ele estava tão louco quando
disse isso. De qualquer forma, eu estava morrendo de vergonha, e não queria o ver
tão cedo, nem ele, muito menos Emmett e Jasper. Só gostaria de agradecer Rosalie,
com certeza ela inventou essa história de banheiro só para ver o que se passava na
sala, graças a ela, não fomos pegos por todos os Cullens.
O dia passou se arrastando, Carlisle veio tirar meus pontos, Alice contou para
ele da minha ressaca, eu não aguentava mas ouvi-la falando sobre isso, então me
refugiei no meu quarto e fiquei lá o resto do dia.
Pepperdine University Malibu era para lá que estávamos nos dirigindo. Alice
dirigia seu tanque tranquilamente, graças aos meus milhares de pedidos, o som estava
no último volume com alguma música do Black eyed peas, eu acho. Alice cantava
sem parar, e mexia uma das mãos para cima e para baixo freneticamente, com certeza
se achando uma happer, eu rolei os olhos com aquela cena e agradeci aos céus por o
vidro do carro ser bem escuro.
Estávamos nos encaminhando para o estacionamento no meu bloco, Alice
insistia em me ajudar a procurar minha sala, ela estava procurando um lugar para
estacionar quando vimos Alec. Ele estava fumando um cigarro, encostado em uma
Ferrari vermelha, de óculos escuro e braços cruzados, com uma expressão séria.
Quando ele viu o carro de Alice ele abriu um sorriso, eu também sorri ao vê-lo
sorrindo. Já Alice fechou a cara.
Capítulo 9 - A proposta Part.1

- Ele está esperando por você. - Alice apertou forte o volante.


– Como sabe? Virou vidente? - Tentei fazer uma piadinha.
– Por quem mais ele estaria esperando? - Disse já com o carro estacionado.
Ela o fuzilava com o olhar.
– Sei lá, algum outro amigo. - Ela me encarou, e sorriu sarcasticamente.
– Ele não tem amigos. - Respondeu, abrindo a porta do carro. Eu a puxei pelo
braço.
– Alice é melhor você ir para a sua sala. Eu vou ficar bem. - Ela estava séria,
como aquele dia da boate.
– Eu vou, só preciso dar o recado que certamente você não daria a Alec. -
Falou se desvencilhando do meu braço e saindo do carro. Eu tirei meu cinto, e fui
correndo atrás dela. Ela marchava rápido em direção a Alec. Quando ele viu Alice se
aproximar, ele apagou o cigarro.
– Tire os óculos. - Ela ordenou.
– O que? - Perguntou sem entender nada.
– Alice por favor, hoje é meu primeiro dia aqui, você não vai querer arrumar
nenhuma confusão. Vai? - Perguntei. Ela bufou.
– Cala a boca Bella. Tire os olhos Alec, quero falar com você, olhando nos
seus olhos. - Ele tirou os óculos, sem dizer mas nada. Ela respirou fundo. - Eu não sei
por que, mas Bella teima em ser sua amiga. Fazê-la escolher entre nós e você, não
parece justo para ela, então vamos tentar. - Ele assentiu. - Eu pedi para ela lhe dar um
recado, que com certeza ela não daria, estou aqui para isso.
Se eu notar algum comportamento diferente em Bella, por mínimo que seja,
ou se ela chegar com um arranhãozinho em casa depois de ter te encontrado, eu juro
Alec, juro, que dessa vez eu te mato.
– Não vai acontecer nada com ela Alice. Eu te dou a minha palavra. - Mas que
diabos poderia acontecer comigo? O que realmente tinha acontecido entre eles? O
ódio de Alice parecia cada dia pior. Por que ninguém me falava nada a respeito disso?
– Sua palavra não tem valor nenhum para mim. - Disse seca, o olhando
friamente.
– Se vocês ao menos me escutassem. Alice, eu juro para vo... - Ela irritou-se
ainda mais.
– CHEGA....Eu não quero ouvir nada Alec. Você sempre mentiu, você nem
sabe o significado da palavra verdade, não teria mudado do dia para noite. O que eu
tinha para falar com você eu já falei. - Ela voltou o olhar para mim. - Vou para minha
sala, aparentemente você não precisa da minha ajuda para chegar na sua. - Disse já se
afastando.
– Alice, espera. ALICE. - Ela nem olhou para trás. - DROGA, DROGA,
DROGA. - Disse socando o ar.
– Bella... - Alec chamou. - Eu entenderia se você desistisse de ser minha
amiga.
– O que? - Perguntei irritada.
– As coisas seriam mais fáceis se não fossemos amigos. Eles me odeiam
Bella, eles não vão concordar com a nossa amizade. Seria bem mais simples não
sermos amigos...
– Ótimo, você não que mais ser meu amigo? Tudo bem então. Tchau Alec. -
Disse marchando para dentro da universidade. - Ele veio logo atrás de mim, e me
puxou pelo braço.
– Espera Bella. Me desculpe Ok? Não foi isso que eu disse. É óbvio que eu
quero ser seu amigo, tudo que eu quero é ter um amigo. Eu disse que seria melhor
para você, nós não sermos amigos. Para você, só para você.
– Você me ouviu reclamando de alguma coisa? Viu eu dizendo para não
sermos amigos?
– Não. Mas eu vi você socando o ar, e vi como você ficou quando Alice te deu
as costas.
– Como você ficaria se seus amigos se odiassem, e você não soubesse nem o
motivo? Por que vocês não me dizem o que aconteceu? Por que tanto ódio? O que
você fez de tão errado? - Ele suspirou.
– Sabe que eu não entendo. Seria mais óbvio se você me odiasse também.
Você mora com os Cullen, eles com certeza já te falaram para ficar longe de mim, e
você está aqui comigo, brava por eu ter dito que seria melhor PARA VOCÊ, nós não
sermos amigos.
– Pelo que eu me lembro, você me disse lá na boate que não era culpado do
que eles te acusavam. Mentiu para mim então?
– Não. Juro por Deus que não. Eu não fiz aquilo, eu nunca faria nada contra...
- Ele desistiu do que ia dizer. - Olha Bella, eu nunca fui bonzinho, pelo contrário, eu
sempre fui o malvado da turma. Alice falou a verdade quando disse que eu mentia. Eu
mentia muito, eu manipulava as pessoas. Bella, eu venho tentando ser uma pessoa
melhor, eu estou tentando mudar, eu não quero ser mais aquele Alec, eu tenho nojo do
que eu era Bella, eu não quero voltar a ser aquilo.
As vezes é tão difícil sabe? Seguir em frente, quando todas as pessoas estão
contra você, eu não tenho amigos. Todos que se aproximam de mim é por que tem
algum interesse. Os únicos que ainda me dão um pouco de crédito, são meus pais. -
Alec parecia falar sobre mim, quando relatava aquilo. Sim eu entendia muito bem o
que ele dizia. - Mas mesmo que eles me odeiem pelo resto da vida, eu quero mudar
por eles, eu quero ser uma pessoa melhor por eles, mesmo que eles nunca venham a
acreditar em mim.
– Acredite, eu entendo você.
– Eu considero isso um milagre. Então nós somos amigos certo? - Eu fingi
pensar.
– Pensei que não quisesse ser meu amigo. - Ele rolou os olhos.
– Você é teimosa, se faz de desentendida e ainda por cima tem um gênio
difícil, sabia? - Eu ri.
– Meu pai já me disse algo desse tipo. Vamos logo para sala, não é legal
chegarmos atrasados já no primeiro dia.
– Certo... - Ele passou o braço ao redor dos meus ombros.
– Só para você saber, a sala fica para o outro lado. Você estava indo pelo
caminho errado. - Passei meu braço em volta da sua cintura, e fomos em direção da
sala.
– Eu sei... Só queria saber se você também sabia. - Ele riu.
– Também acredito em papai Noel.
Chegamos na sala antes do professor, nos sentamos juntos na primeira fila.
Tinha umas 30 pessoas na classe, a maioria homens, alguns cochicharam alguma
coisa quando viram Alec e eu entrando na sala. O professor apareceu alguns minutos
depois. Senhor Joe, um homem que aparentava uns 50 e poucos anos, cabelos
compridos e brancos, alto, magro e muito divertido. História da música, era a matéria
que ele ensinaria. Tivemos que apresentar nossos colegas, eu apresentei Alec, e Alec
me apresentou, assim que soube que eu era Brasileira, Senhor Joe passou a me
chamar de estrangeira. Sua aula era ótima, então o tempo passou voando.
Nossa segunda aula foi de introdução a música, com a senhora Summer, ela
era um tanto espevitada. Baixinha, seus cabelos eram azuis e iam até a cintura. Ela
dispensou as apresentações, já que segundo ela, meio minuto depois ela não
lembraria o nome de ninguém. Sua aula também era muito boa, ela nos fazia rir o
tempo todo, e quando percebi já era hora do almoço.
Alec me levou até o refeitório, pegamos nossas comidas e sentamos isolados
dos outros.
– Então o que está achando? - Perguntou dando uma mordida em seu
sanduíche.
– Estou pensando em pintar meus cabelos no mesmo tom de azul da Senhora
Summer. - Falei com a boca cheia de pizza. - Alec riu.
– Os cabelos do Senhor Joe também não são nada mal. - Enfiei outro pedaço
de pizza na boca.
– Você ficaria um gatão de cabelos brancos e compridos.
– Eu sei. Fico gatão de qual quer jeito. - Eu revirei meus olhos.
– Mais um convencido não. Isso já é castigo.
– Quem mais é convencido? - Perguntou curioso.
– Edward... Assim como você, ele se acha o gás da coca cola. - Ele riu.
– Falando em Edward... Você o encontrou aquele dia?
– Sim. Ele estava do lado de fora, com uma garrafa de whisky pela metade
olhando o mar. Acabamos tendo que voltar para casa a pé, e pegamos uma gripe
desgraçada.
– Gripe pode ter ido para casa a pé? Qual é Bella, não da nem 15 minutos, da
Summer House até onde vocês moram.
– Na verdade, quando nós chegamos em casa já era de manhã. - Me arrependi
profundamente de ter dito isso, Alec me olhava com desconfiança.
– Sei... E por um acaso, o que fizeram até de manhã?
– Nada. Brincamos de pegar, conversamos, vimos o sol nascer.
– Claro. Tudo super normal então... - Ele disse debochado. - E não aconteceu
nada? - Senti um calor invadir meu rosto. - Alec riu.
– Uns dois ou três beijos talvez... Mas ele estava bêbado...
– Que vergonha... Você se aproveitou de um bêbado? - Ele se fez de
indignado.
– Cala boca Alec. - Ele riu.
– Depois desse dia não teve mais beijos?
– Não. Respondi muito rápido, e sem olhar para ele.
– Você mente muito mal. - Eu suspirei.
– Ok. Se eu contar você promete não rir de mim? Se você rir, eu não te conto
mais nada.
– Não vou rir.
Contei para ele todo o acontecimento de sábado, a história do brigadeiro, da
brincadeira e da bebedeira, e tudo que Alice me falou que aconteceu. Contei que eu
não fazia a mínima ideia de com fui parar na cama e de pijama.
Ele cumpriu o trato de rir, isso não foi nada fácil para ele, era perceptível que
ele segurava o riso. Quando acabei meu relato, fomos para sala em silêncio, Alec não
falou nada desde então, pois se ele abrisse a boca, sairia uma gargalhada.
Quando entramos na sala, todos os garotos tinha a atenção voltada para a
frente. Uma mulher que aparentava ter no máximo 30 anos, estava lá. Alta, corpo
esbelto, cabelos pretos e ondulados até a cintura e olhos verdes. Sua boca parecia ter
algum tipo de enchimento, ou talvez ela tivesse levado algum soco. Sua roupa era um
tanto vulgar, uma calça de couro preta colada no corpo, me fazia pensar em como ela
tiraria aquilo depois. Um colete de couro preto, com um decote enorme, e bem colado
ao corpo, talvez fosse possível ver seu útero. Ela usava uma bota preta altíssima de
salto fino, que ia até o joelho.
De duas uma, ou ela não tinha noção do ridículo, ou ela era muito fã da
mulher gato. De qualquer forma os garotos estavam babando horrores. Homens
certo? 99% do tempo, eles pensam com a cabeça de baixo.
Mary Ford era o nome da vadia, digo, da professora. Introdução a pesquisa
em música, era essa a aula que ela daria. Ela se apresentou durante 15 minutos, era
tanta futilidade, que eu nem parei para prestar atenção. Pelo menos ela dispensou
nossas apresentações.
– Oh Deus, dai-me força. - Alec murmurou do meu lado.
– Que foi, ta babando também? - Ele fez cara de nojo.
– Tá maluca? Ela me da nojo. - Eu franzi o cenho.
– Ok. Você me surpreendeu.
– Por que? - Perguntou curioso.
– Sei lá. Esse não é o tipo de mulher que os homens gostam? Só falta ela
escrever na testa “ME COMA.” - Ele riu, fazendo ela nos lançar um olhar de
advertência.
– Não faz meu tipo. - Murmurou ainda mais baixinho. - Aposto que tem corpo
de mais e cérebro de menos. - Agora foi minha vez de rir.
– Querem dividir com o resto da sala, o motivo de tanta graça? - Ela
perguntou com sua voz fina e irritante. Eu não sabia o que falar.
– Estava comentando com Bella, que sua matéria vai ser inesquecível. - Alec
falou com uma voz determinada, a fitando com seus incríveis olhos verdes, e no fim
lançou um sorriso para ela. A mulher pareceu perder o raciocínio por alguns
segundos. Por fim lhe lançou um sorriso cheio de segundas, terceiras, intenções. Eu
tive que rir de novo, o que a fez me encarar, me analisando de cima a baixo. Depois
ela fez uma cara de nojo e voltou a falar.
Aquela aula, sem dúvida nenhuma era a pior que eu já tive na minha vida.
Aposto que ela tinha decorado todo o assunto e agora falava roboticamente para nós.
Os minutos pareciam horas, faziam só 25 minutos que a aula tinha começado, mas
parecia fazer séculos. Bufei impaciente, alguém bateu na porta na mesma hora, e
graças a Deus ela saiu para atender.
– Não sei se consigo aguentar por muito tempo. - Falei para Alec, que estava
tão entediado quanto eu.
– Ela fala tudo decorado. Aposto que tirou toda a matéria de algum livro, e
agora tá ditando.
– Bem que poderia acontecer um milagre, pra eu me livrar dessa aula. - Nesse
exato momento ela voltou para sala.
– Quem é Bella Swan? - Eu? Meio que levantei o braço.
– Sou eu. - Ela me olhou com indiferença.
– Tem alguém ali fora querendo falar com você. - Comigo? Quem poderia
ser? Todos que eu conhecia deveriam estar em aula. Talvez fosse Alice querendo
conversar sobre o que tinha acontecido de manhã. De qualquer forma eu só saberia se
fosse lá ver. Mary me olhava impaciente.
– Seu santo é forte em. Eis ai o seu milagre. - Murmuro Alec, quando eu
estava levando. Eu sorri para ele, e me encaminhei para fora.
Talvez eu quisesse ter ficado na sala. Edward estava lá, me esperando. Eu
ainda não estava preparada para encará-lo. Não depois da bebedeira, não depois de
não saber como eu fui parar na cama, não depois de lembrar de alguns beijos, que eu
tinha quase certeza que não eram frutos da minha imaginação. Certamente eu estava
corada. Ele parecia um pouco encabulado.
– Oi... - Falei olhando para os meus pés.
– Oi... - Respondeu simplesmente.
– Você não deveria estar na aula? - Perguntei timidamente, ainda com
vergonha para encará-lo.
– As vezes é bom matar as aulas insuportáveis. - Lembrei de Mary, e tive que
concordar.
– Certo... - E o assunto morreu.
– Como você está? Soube que ficou de ressaca ontem. - Alice e sua terrível
boca grande.
– Recuperada. Obrigada pela preocupação.
– Seus tênis estão com algum problema? - Hã? Eu estava olhando para eles,
mas não prestava atenção. Os examinei com mais cuidado.
– Acho que não. Por que?
– Bom, desde que saiu da sala, está olhando para eles. - Seus dedos longos e
quentes tocaram meu queixo, levantando minha cabeça para que eu o olhasse. - Está
brava comigo pela bebedeira, não está?
– Envergonhada, é a palavra certa. - Murmurei. - Eu não consigo me lembrar
de muitas coisas. Por mais que eu tente, eu não consigo, é como se não tivesse
existido. Eu tenho alguns flashes, só que são muito vagos. - Ele sorriu.
– Do que você não lembra?
– De como bebemos o resto daquela garrafa, e como conseguimos beber a
metade da outra. Do que aconteceu depois do jogo. Como eu fui parar na cama e de
pijamas. - Suspirei. - Fico frustrada tentando arrancar alguma coisa da minha
memória.
– Como você não pode lembrar da nossa noite. - Ela falou sério. Eu engoli em
seco.
– Er... No, nossa noite? Eu, eu, eu e você? Nós, nós dois? - Agora eu
gaguejava horrores. Ele continuava sério.
– Sim. Você e eu. Nós dois. Foi incrível. E nossa, você é insaciável. - Eu
baixei a cabeça de novo, ficando mais vermelha que pimentão. - Foi uma das minhas
melhores transa. Aposto que Alice não dormiu a noite toda. Ela não te disse nada? -
Nós dois, incrível, insaciável, oh god. Bebida estúpida, como eu encararia Alice
agora? Sabendo que ela ouviu, sei lá o que, mais com certeza não eram palavra de
carinho. O pior de tudo era não lembrar. Como alguém não se lembra de uma noite
com Edward? A não ser que não tenha sido tão bom assim, de qualquer formar eu não
saberia se valeu a pena.
– Não, ela não disse nada. - Murmurei olhando para baixo de novo, eu não
sabia o que dizer, na verdade eu queria um buraco bem grande.
Edward começou a gargalhar do nada, me deixando sem entender. Ele ria
tanto que chegava a chorar. Eu não entendia se ele ria de mim, para mim, ou talvez de
algo que eu tenha feito.
– Bella, você é absurda. - Falou em meio as risadas. Esperei pacientemente
ele acabar de rir. - Não aconteceu nada Bella. Você acha mesmo que tínhamos
condições para fazer alguma coisa? - Uma sensação de alívio me invadiu. - Não
posso negar que queria que isso acontecesse, mas não daquele jeito, não quero que
estejamos bêbados quando isso acontecer. - Em? Ele ainda estava bêbado? Quando
isso acontecer? Isso não iria acontecer. Iria? Claro que não sua idiota. Minha
consciência resolveu dar sinal de vida, pensei que ela tinha morrido afogada pela
tequila.
– Não teve a menor graça. - Falei um pouco chateada. Estava mais chateada
comigo do que com ele. Eu sabia que não podia beber daquele jeito, sabia que não
podia perder o controle da situação por um minuto que fosse. Ele me analisou por um
tempo.
– Me desculpe, eu não queria que acabássemos bêbedos daquele jeito. Posso
lhe garantir que não aconteceu nada além de beijos. - Falou sério.
– Lembre-me de não brincar mais desse jogo idiota. - Ele sorriu torto, e eu
tratei logo de desviar meu olhar.
– Foi divertido, eu fiquei sabendo mais sobre você.
– Não acho divertido, não lembrar do que aconteceu. - Respondi. Ele encostou
na parede e cruzou os braços.
– Você quer que eu te lembre? - Seu olhar parecia ter terceiras intenções.
– Por que rimos de Jéssica? Alice disse que ela foi embora irritada. - Ele
balançou a cabeça negativamente.
– Tanta coisa mais interessante para mim te lembrar, e você pergunta
justamente isso. - A voz dele estava baixa e rouca, e meus olhos traidores não
conseguiram desviar da boca dele. Oh Deus o que estava acontecendo comigo? Por
que eu me sentia tão atraída por aquele homem? Sacudi a cabeça tentando limpar
minha mente. - Tudo bem? - Ele perguntou arqueando uma sobrancelha.
– Ahan, só estava lembrando que eu preciso, eu preciso... comprar cigarros.
Então, por que riamos de Jéssica? - Perguntei, antes que ele falasse mais uma
gracinha.
– Ela apareceu na sala junto com Emmett e Jasper... Rosalie e Alice tinham
aparecido antes... eu acho. Eu e você estávamos abraçados. Assim que você bateu os
olhos nela, você cochichou em meu ouvido que iria deixá-la com ciúmes, então você
mordiscou a ponta da minha orelha depois beijou o meu pescoço, e bem, eu não sou
de ferro. Digamos que acabei entrando na brincadeira, nos derrubei no sofá, e
começamos a rir, eu cai meio que por cima de você e aconteceram mais algumas
mordidas, e beijos no pescoço de ambas as partes. - Por que diabos eu queria saber o
que aconteceu? As coisas estavam ficando cada vez mais vergonhosas. Eu tinha quase
certeza que nunca mais voltaria a minha cor normal. - Depois disso nós olhamos para
a garota que mais parecia uma estatua nos encarando de boca aberta. Caímos na
gargalhada e não paramos mais.
– Não quero saber de mais nada. - Murmurei. - Por que eu fui beber tanto? -
Perguntei brava comigo.
– Calma Bella, não aconteceu nada. - Ele falou tranquilamente, quase rindo.
Eu o fuzilei com o olhar. - Olha, eu trouxe um presente para me redimir. - Disse me
entregando uma caixa, com um embrulho vermelho. - Me desculpe por tê-la feito
beber. Não peguei a caixa.
– Não precisa de presente nenhum. Eu bebi porque quis. Você não precisa me
dar presente por causa disso. - Ele fechou a cara.
– Por que você está brava? Eu já te pedi desculpas, o que mais quer que eu
faça? - Suspirei.
– Não estou brava com você, ok? Estou brava comigo por ter bebido tanto,
por ter perdido o controle. Eu não posso ficar desse jeito, quando eu fico assim,
coisas podem acontecer. Olha, você não precisa me dar um presente por causa disso,
você não teve culpa, em nenhum momento você me obrigou a beber.
– Ok. Você bebeu, eu bebi, nós enchemos a cara e está feito. Não adianta ficar
brava, nem bater o pé por causa disso. O que está feito está feito.
Agora deixa de ser irritante e pega logo esse presente. - Disse estendendo a
caixa. Acabei pegando a tal caixa, não adiantava discutir com ele mesmo.
– Se você fumasse eu poderia ter esperança que fosse algumas carteiras de
cigarro. - Ele riu.
– Sua viciada. Não acredito que já fumou aquelas 3 carteiras em dois dias. -
Dei de ombros e me concentrei em abrir o presente, tentei ser gentil com o embrulho,
mas como não funcionou, meti a mão e rasguei tudo.
Era um IPhone preto.
– Fala sério!!! Você me comprou um celular? - Disse tirando ele da caixa.
– Não é só um celular, ele pode ser mp3, você pode assistir filmes e vídeos, a
câmera é de alta resolução, e o acesso a internet é super rápido. Ele só não voa, acho
que Stive Jobs não viu utilidades em fazê-lo voar. - Ele falava tudo com muita
empolgação.
– Ok. Mais tarde acho que vou espremer umas laranjas nele.
– Você as vezes é tão desagradável. - Ele murmuro me fazendo rir.
– Estou brincando. Obrigada, eu adorei. Você não precisava ter feito isso.
– Estava comprando um para mim, já que eu perdi o meu aquele dia lá na
praia. Lembrei que você também precisava de um. O seu número está atrás da caixa.
Eu meio que já liguei ele e coloquei meu número ai. Qualquer coisa você pode me
ligar. - Eu ri.
– Edward, seu apartamento é na frente do meu, qualquer coisa eu posso dar
uns 20 passos e ir até lá.
– Eu sei, mas e se eu não estiver em casa? E se você não estiver em casa? De
qualquer forma você nunca foi até lá. - Eu rolei os olhos.
– Ok, Ok, senhor drama. Qual quer dia eu faço uma visita para você e pro
Emmett. - Ele sorriu torto e eu desviei olhar de novo. Aquele olhar era muito
perigoso.
– Tudo bem. Agora você já pode me agradecer.
– Eu já não agradeci? - Perguntei confusa.
– Não, não agradeceu direito... - Eu ergui uma sobrancelha, não entendendo
nada. - Como você é lerda Bella. Você disse obrigada, mas faltou o beijo e o abraço. -
Disse abrindo os braços. Eu fiquei meio receosa, mas por fim o abracei.
– Obrigada Edward. - Ele me apertou retribuindo o abraço e me levantou do
chão. Nos fazendo ficar do mesmo tamanho. Seu rosto ficou bem próximo ao meu, eu
podia ver minha imagem em seus olhos. Ele sorriu torto de novo, e dessa vez eu não
consegui fugir.
– Faltou o beijo Bella. - Ele murmurou, nunca desviando seus olhos dos meus.
Não sei o que deu em mim, com certeza eu estava ficando louca, ou meus neurônios
não aguentaram a ressaca e morreram. Só sei que coloquei um fim na pequena
distância que separava nossas bocas, e o beijei, calmamente. Seus lábios sempre tão
macios e convidativos. Aquela corrente elétrica sempre presente e cada vez mais
forte. É com certeza eu tinha perdido o resto do meu juízo. Ouvi alguns passos pelo
corredor e nos separei.
– Obrigada. - Falei em seu ouvido com a voz rouca, isso o fez ficar arrepiado.
- Ele me deu um selinho e me colocou no chão.
– Bella, eu quero conversar com você, tenho uma proposta a fazer. - Eu franzi
o cenho, e logo me lembrei que Alice me falou de uma tal proposta. Quando abri a
boca para perguntar que proposta era essa, a porta da sala se abriu e Alec apareceu.
Ele pareceu surpreso ao ver Edward, e Edward fechou a cara ao vê-lo.
– Bella, você não vai mais entrar? - Alec parecia um pouco nervoso com a
presença de Edward.
– O que esse cara faz aqui? - Edward perguntou bravo.
– Ele estuda comigo Edward.
– Eu não posso acreditar nisso, só pode ser uma brincadeira de muito mal
gosto. Até aqui você persegue? Fique longe dela, tá me entendendo? Fique bem longe
dela, se você fizer algo com ela, eu acabo com você, seu miserável. - A ira
transparecia em sua voz, ele se aproximou perigosamente de Alec. Eu fiquei com
medo que Edward batesse no garoto de novo e me meti no meio dos dois.
– Mais ameaças. - Alec provocou. - Edward deu mais um passo em sua
direção.
– Chega Edward. - Falei séria. - Alec é meu amigo, quer você queira quer não.
- Ele parecia não acreditar no que eu dizia. - Alec, por favor entre, eu já vou entrar. -
Ele assentiu e voltou para sala. Respirei fundo tentando me controlar. - Edward, eu
não preciso de um protetor, nem nada do tipo. Fique tranquilo, eu sei me cuidar. - Ele
pareceu não me ouvir.
– Eu não acredito que você quer ser amiga dele. Você não pode fazer isso. -
Eu bufei e cruzei os braços.
– Me diga por que eu não posso.
– Bella, por favor, confie em mim. Se afaste dele. - Ele quase implorou. Eu já
estava ficando irritada com essa história, todos queriam que eu ficasse longe de Alec,
mais ninguém queria me dizer o motivo.
– Eu não vou me afastar de ninguém. Você quer que eu confie em você, mas
você não confia em mim. Vocês não confiam em mim. Eu não vou deixar de ser
amiga dele, eu não tenho motivo para isso. Agora se você me der licença eu vou
voltar para aula. - Falei irritada, me virando para entrar, mais ele segurou meu braço.
– Eu confio em você... - Me virei para encará-lo, e dei de cara com um
semblante triste. - Falar sobre isso exige mais do que eu consigo aguentar. - Ele
murmurou triste. - É terrível ter que lembrar dessa história Bella, sempre que eu vejo
Alec é como se eu revivesse tudo de novo. E quando eu te vejo com ele é um inferno.
Eu não suportaria se acontecesse tudo de novo Bella. Não com você. - Sua voz era de
uma tristeza sem fim, ele fechou os olhos e respirou fundo. Eu nunca tinha o visto
assim, tão triste, tão indefeso. O Edward que eu conhecia não estava ali. Vê-lo assim
me deixava angustiada, quando percebi eu já o tinha abraçado, ele me apertou forte.
– Não com você Bella, não com você... - Ele repetiu e me apertou ainda mais
em seus braços. Não comigo o que? Era isso que eu desejava perguntar, eu sabia que
essa pergunta o deixaria mais triste, e isso era tudo que eu não queria que
acontecesse, então continuei ali abraçada com ele sem nada dizer.
Algum tempo depois ele se acalmou, mas não me deixava livre do abraço. As
pessoas que passavam pelo corredor nos olhavam esquisito.
– Edward eu preciso entrar. - Murmurei.
– Não entre, fique aqui comigo. Eu ainda preciso falar com você. - Seus
braços eram tão reconfortantes que eu não tinha vontade de me mexer. Mas eu
precisava entrar, Mary Vaca Ford estava na sala, e talvez não ficasse feliz de eu já
estar matando sua aula no primeiro dia.
– Eu tenho que entrar, minhas coisas estão lá dentro. E Mary não foi com a
minha cara. - Ele deu uma risada fraca.
– Mary Ford? - Eu assenti. - Eu entro com você e pego suas coisas. Mary não
é problema, eu falo com ela.
– Você conhece ela?
– É, digamos que sim. Já tive uma aula particular. - Não acreditei. Nem Mary,
escapava das garras de Edward Cullen.
– Até a vaca da Mary? Meu Deus você é impossível. Eu me pergunto se tem
alguém que já conseguiu escapar de você. - Ele me liberou do abraço e me olhou
malicioso. Só então me dei conta do que tinha dito. Ruborizei na hora. - Esquece isso.
- Ele riu.
– Vou esquecer só se você vier comigo. - A proposta era tentadora, ele me
livraria de uma aula chata. E pelo jeito ele não iria desistir mesmo, melhor concordar
de uma vez.
– Onde vamos? - Perguntei vencida.
– Primeiro vamos comprar seus cigarros. Você precisa estar relaxada para
ouvir o que eu tenho a propor. - Cada vez mais, eu sentia medo dessa tal proposta. O
que esse maluco queria me propor afinal?
– Ok, vamos logo com isso. Você fala com Mary. - Ele concordou e bateu na
porta, ela logo abriu. Quando viu que era Edward ela mostrou todos os dentes, mas
assim que me viu, seu sorriso murcho. Eu sorri cínica para ela.
– Mary, Bella e eu estamos com um problema em casa, precisamos resolver
imediatamente. É uma coisa que não da para esperar, você pode liberá-la?- Ele lançou
aquele sorriso torto para ela. Edward tinha enlouquecido de vez? Bella e eu estamos
com problema em casa? Desde quando tínhamos uma casa juntos? Eu o olhei de
canto. Mary me olhou de cima abaixo de novo.
– Vocês moram juntos? - Ela perguntou
– Não.
– Sim. - Falamos juntos. Sim? Qual era o problema dele afinal? - Mary
entendia menos que eu.
– Sim ou não? - Resolvi ficar calada, porque se não eu teria que espancá-lo.
– Sim. Mas oficialmente não. As vezes eu fico na casa dela, as vezes ela fica
lá em casa, as vezes cada um fica na sua. - Oh minha santa periquita, dai-me força.
– Vocês são namorados? - Eu estava pensando uma forma de matá-lo bem
lentamente.
– Não, nós só tr...
– Vou buscar minhas coisas. - Falei antes que ele terminasse a frase e eu o
matasse ali mesmo.
Cheguei na sala bufando. O que ele tinha na cabeça?
– Qual o problema? - Alec perguntou.
– Vou embora. - Respondi brava.
– Vai embora por que? Por que está irritada? - Ele parecia preocupado.
– Se Edward aparecer morto, pode mandar a polícia atrás de mim. Eu vou
matá-lo.
– O que aconteceu?
– Ele quer conversar comigo, me propor alguma coisa. Pediu para Mary me
liberar, porque estamos com um problema em casa. - Ele riu.
– Já estão morando juntos? - Eu o fuzilei com o olhar. - Ok, quem sabe
comecem a morar depois da proposta dele.
– Cala a sua boca Alec. - Eu estava prestes a explodir. - Você tem cigarro ai?
Estou precisando de um urgente. - Ele me entregou a carteira.
– Fique com os que estão ai, o isqueiro também está ai dentro.
– Obrigada e tchau.
– Nos vemos de noite. - Franzi o cenho não entendendo. - A banda, eu aceitei.
- Eu fiquei feliz por ele, mas estava muito irritada para demonstrar.
– Ok. Até depois então. - Me virei caminhando para fora.
– Até Cullen. - Meu sangue ferveu, eu virei para trás, e levantei meu dedo do
meio.
– VAI TOMAR NO CÚ ALEC. - A sala toda se voltou para mim, eu marchei
pra fora.
Mary e Edward ainda conversavam, ela estava cheia de sorrisinhos para cima
dele. Acendi um cigarro ali mesmo, dei uma tragada bem grande, e soprei na cara
dela. Ela me lançou um olhar furioso.
– É proibido fumar aqui. - Eu dei outra tragada.
– Por isso que estou indo embora. Dei as costas para ela. - Anda logo Edward,
antes que nossa casa desmorone. - Falei o puxando pela mão. Ele me seguiu,
deixando Mary no vácuo, tentei soltar nossas mãos, mas ele não deixou. Andamos de
mãos dadas até o estacionamento, como se fossemos, se fossemos, sei lá o que. As
garotas o cumprimentavam e me analisavam como Mary fez.
– Seus cigarros não tinha acabado?
– Edward, pro seu próprio bem, não fale comigo, eu estou irritadíssima. É
melhor irmos sei lá para onde em silêncio ok? - Ele destravou o carro e eu me joguei
dentro, batendo a porta com força.
– Você se incomoda de não fumar aqui dentro? - Paciência Bella, paciência.
– Me incomodo. - Falei soltando a fumaça na sua cara.
Capítulo 10 - A proposta Part.2

– Me incomodo. - Falei soltando a fumaça na sua cara. - Ele ligou o carro e


deu a partida sem falar mas nada. Liguei seu som. Estava tocando Acdc - long way to
the top (if you wanna rock 'n' roll), coloquei quase no último volume. Encostei minha
cabeça no banco, coloquei minhas pernas em cima do painel, ele me olhou de canto,
sem dizer nada. Fechei os olhos e comecei a cantarolar, acabando com todas as
possibilidades de diálogo. Foi assim todo o percurso, cantei junto com Acdc de olhos
fechados, só soube que chegamos quando ele baixou o som e me avisou.
Estávamos em um mirante, onde dava de ver toda a cidade, era uma vista
incrível, me arrependi de não ter ficado de olhos abertos para ver o quanto subimos,
não me parecia um lugar de fácil acesso. A estrada era de terra, de um lado era
cercada por muito mato, e do outro tinha um muro que deveria ter no máximo, 1
metro de altura, e depois um penhasco enorme. Edward desceu do carro sem dizer
nada. Eu já não estava mais tão irritada, acabei indo atrás dele. Ele sentou-se no
muro, virando as pernas para o penhasco. O meu lado covarde me fez analisar se era
seguro sentar ali, quando coloquei minha cabeça para ver como era depois do muro,
percebi que era tranquilo, ainda tinha uns bons 10 metros de terra, antes do penhasco.
Me sentei ao lado dele, analisando o lugar detalhadamente.
Estava completamente vazio, podia ouvir o barulho dos passarinhos, e do
vento. O lugar a noite deveria ser sinistro, já que não tinha nenhum poste por ali. Se
Edward resolvesse me matar ali, nunca mais achariam meu corpo.
Ele estava quieto, olhando para o horizonte, parecia longe dali.
– Não me trouxe até aqui para me matar não né? - Perguntei de brincadeira.
– Você anda com Alec, e está com medo de mim? - Respondeu sério, ainda
fitando o horizonte. Parei para analisar o que ele disse. Ele falou como se Alec já
tivesse machucado alguém. Será? Será que ele era mesmo perigoso? Mas se Alec já
tivesse machucado alguém, algum Cullen já teria me contado. Edward só estava
sendo exagerado, já que ele queria que eu me afastasse do garoto. Não Alec não era
perigoso, ele parecia uma pessoa bem controlada, ele só era sozinho e precisava de
amigos.
– Já esta falando comigo de novo? - Edward me tirou dos meus devaneios.
– Estou... - Respondi simplesmente.
– Posso saber o que eu te fiz, pra você ficar brava? - Ele me encarou.
– Posso saber por que você disse para Mary que estávamos com problemas
em casa? Desde quando dividimos uma casa? Desde quando você fica na minha casa
e eu na sua? Desde quando temos uma relação sexual?
– E por isso você precisa ficar irritada? Qual o problema afinal? Você não tem
nenhum compromisso eu também não. Somos livres.
– Você chegou no ponto. Eu não tenho nenhum compromisso e nem quero ter,
mesmo que esse compromisso tenha sido inventado pra fugir da aula.
– Por que você tem tanta aversão a mim? - Ele parecia magoado. Eu respirei
fundo.
– De onde você tirou essa ideia Edward? - Ele deu de ombros.
– Pra você ter ficado tão irritada.
– Olha Edward, o problema não é você. Eu só não quero um compromisso,
por mais falso que ele seja. Hoje você disse isso para Mary, com certeza ela vai dizer
para alguém, que vai contar para outro alguém e assim por diante. Daqui a pouco
todos vão estar falando, que nós estamos, estamos... - Eu não conseguia dizer a
palavra.
– Namorando... - Ele completou.
– É. Que seja isso. Mas nós dois sabemos que isso não é verdade.
– Pensei ter ouvido você falar, que sempre foi o que quis ser, que não ligava
para o que os outros diziam. - Ponto para ele.
– Eu disse. Só não entendo por que eu tenho que concordar com essa mentira.
Nós não temos nada, além de amizade. - Ele desceu do muro, ficando do lado de
dentro do penhasco. Me estendeu a mão para que eu também descesse, pensei em
argumentar, mas sabia que acabaria descendo, então resolvi descer de uma vez.
Foi impossível não sentir aquela corrente elétrica quando toquei sua mão.
Ficamos um de frente para o outro.
– Você acha que não temos nada? - Disse muito perto de mim, não me
deixando formular uma resposta coerente.
– Ahan. - Foi o que consegui responder. Ele me prensou no muro, e meu
coração traíra já batia descompassado, era quase vergonhoso a forma como ele batia.
– Não faça isso. - Falei completamente sem vontade, desejando que ele não
me ouvisse.
E foi isso que ele fez, sua boca foi se aproximando lentamente da minha,
meus olhos se fecharam e minha boca ficou entre aberta, em antecipação, mas para
minha surpresa, ele não a beijou. Ele afastou meus cabelos do pescoço e lentamente
encostou seus lábios lá. Meu corpo se arrepiou. Seus lábios se moviam lentamente no
meu pescoço. Senti meu ar faltar, só então percebi que tinha trancado a respiração.
Seus lábios macios percorriam todo meu pescoço, me fazendo arfar, mas eu
continuava imóvel, lutando contra mim, para não correspondê-lo. Só que ele
mordiscou o lóbulo da minha orelha, e aquilo foi demais para mim. Minhas mãos
foram para seus cabelos, e os puxaram com força, fazendo ele me olhar.
– Você não deveria me provocar Edward. - Falei com a voz baixa e rouca,
agora foi a vez dele ficar arrepiado.
– Não? - Murmurou. Seus olhos estavam escuros, e sua respiração um pouco
acelerada.
– Não. - Respondi, indo em direção a sua boca, mas quando cheguei bem
perto desviei, assim como ele tinha feito comigo. Mordisquei seu queixo. - Fazendo o
arfar. Eu sorri, percebendo que eu também conseguia mexer com ele. Subi um pouco
até o canto da sua boca, depositei uns beijos lá, ele virou o rosto em direção a minha
boca, mas eu desviei, e ataquei seu pescoço, do mesmo jeito que ele tinha feito
comigo. - Ele prensou ainda mais seu corpo no meu. Pude sentir sua ereção, o que me
deixou ainda mas excitada.
– Você vai me deixar louco Swan. - Murmurou com a voz rouca. Swan, ele
nunca tinha me chamado assim, mas eu gostei. Meu sobrenome ficou extremamente
sexy dito por ele. Minha boca foi até sua orelha.
– Eu disse para não me provocar, Cullen. - Murmurei e mordi seu lóbulo. Ele
meio que gemeu meu nome, me deixando muito molhada. Oh Deus esse homem era
minha perdição. Sua boca procurou a minha, e dessa vez eu não resisti. Nossas bocas
meio que se devoravam, nossas línguas se entrelaçavam, o calor cada vez maior, suas
mãos deixavam rastros de fogo, por onde passavam. Senti o seu corpo se arrepiar de
novo, quando minhas mão foram para debaixo de sua camiseta. Para minha surpresa
ele me freou, tirando minhas mãos de lá, o beijo que era urgente foi ficando calmo e
por fim ele me deu um selinho e saiu de perto de mim. Me deixando sem entender
nada. O que diabos tinha acontecido? Será que eu o machuquei? Dei um passo em
sua direção e ele se afastou novamente.
– Me de um momento, por favor. - Falou ainda sem fôlego. Qual era a dele
afinal? Primeiro ele me provoca, depois se afasta? Ele só poderia estar querendo me
deixar louca. Me encostei de novo no muro, tentando acalmar os batimentos do meu
coração insano. Edward se aproximou de novo.
– Você quase me fez perder o controle das coisas. - Falou.
– Ótimo. - Disse chateada. Tentando ainda entender qual era a dele.
– Eu queria mostrar para você, como é forte nossa atração física. - Disse
tentando se explicar.
– Parabéns, você me mostrou.
– As vezes você é tão irritante, sabia? - Eu era a irritante?
– As vezes você é tão sem noção, sabia? - Ele sorriu.
– Bella, se continuássemos com aqueles beijos e com aquelas carícias por
mais um minuto, eu não conseguiria mais parar. Era isso que você queria? Que
tivéssemos continuado? Que tivéssemos ido até o final, aqui mesmo? - Seria uma
experiência interessante. A parte pervertida do meu cérebro comentou.
– Na verdade eu queria entender, pra que isso tudo? Eu sei que temos uma
atração física, você não precisava ter me beijado para que eu concordasse, era só ter
me perguntado. - Ele ficou quieto por alguns minutos.
– É ai que entra a minha proposta. - Falou um pouco hesitante.
– Prossiga.
– Você concorda que temos atração física certo? - Eu assenti. Ele me analisou.
- Minha proposta é que devemos ficar, quando tivermos vontade. - Oh Deus, eu não
estava ouvindo aquilo. - Seria uma coisa totalmente sem compromisso, não
deveríamos nada um para o outro. Você poderia ficar com quem quisesse, e a mesma
coisa aconteceria comigo. Só ficaríamos juntos quando estivéssemos com vontade. -
Eu podia esperar por qualquer proposta insana, menos por aquela que eu acabara de
ouvir. Ele me olhava apreensivo.
– Eu não acredito que era essa sua proposta.
– Por que? - Perguntou, talvez um pouco preocupado.
– Isso é uma proposta de sex buddy.
– Não exatamente, já que ainda não teve o sexo. - Sorri completamente sem
graça.
– Isso é loucura. É completamente insano.
– Você ainda não me respondeu por que.
– Porque somos amigos.
– Por isso se chama sex buddy.
– Pensei ter ouvido você dizer que não era sex buddy.
– Não é, ainda. Já que não fomos até o final. Mas, se você aceitar, futuramente
vai ser. - Eu olhei para ele, tentado descobrir se era algum tipo de brincadeira, alguma
pegadinha, mas ele me encarava sério, e ansioso, sem vestígios de brincadeira.
– Eu não acredito que você esteja falando sério.
– Você pode me dizer qual o problema tem nisso? Você diz que não quer um
relacionamento sério. Eu também não quero. Então por que não nos aproveitamos?
Seria uma coisa completamente física. Sem nenhum romantismo, ou coisas do tipo.
Você me usa, eu uso você, e pronto. - Por mais que eu me recusasse a pensar em
aceitar, as palavras dele começaram a martelar na minha cabeça. Que mal teria, nós
nos usarmos afinal? As pessoas seriam bem mais felizes, se seus relacionamentos
fossem desse tipo.
Não ouse em aceitar. - Minha consciência impôs.
– O que aconteceu com o Edward Convencido Cullen, que diz não pegar
figurinhas repetidas? - Ele ficou na minha frente de nove, e muito próximo pro meu
controle, senti meu coração aceleram de novo.
– Quando a figurinha, deixa ele louco com um simples sussurrar no ouvido,
ou com um simples toque... - Ele se aproximava do meu rosto. - Não existe nada mais
justo do que ele abrir uma exceção. Não acha? - Ele ia me beijar, mas o último fio de
consciência que eu tinha, me fez ser mais rápida e me desvencilhar dali.
– Talvez... - Ele veio ao meu encontro de novo.
– Fugindo de mim? - Dei um passo para trás.
– Que eu me lembre você fugiu de mim primeiro. - Ele riu.
– Só não queria que a nossa primeira vez fosse aqui. - Ele andava muito
convencido. Abri e fechei a boca, umas três vezes.
– Quem disse que teremos uma primeira vez? - Falei por fim. Ele arqueou a
sobrancelha.
– Não teremos? - Eu vacilei, e ele já estava muito próximo, quando pensei em
fugir, suas mãos já seguravam minha cintura. Como eu poderia pensar em algo
coerente com aquele corpo tão próximo do meu? Oh Jesus, eu precisava
urgentemente descarregar a bateria, e Edward, estava ali, se oferecendo para fazer
isso.
– Não, não sei... - Ele sorriu torto, eu estava perdida.
– Promete que vai pensar sobre o assunto? - Murmurou próximo ao meu
ouvido.
– Huhum... - Foi o que consegui murmurar, antes de sua boca encontrar a
minha de novo. Deus, eu estava perdida.
Depois de eu prometer pensar na proposta de Edward, o único barulho que
podia se ouvir era o barulho dos beijos, e das respirações ofegantes.
Beijar Edward me fazia perder a noção do tempo. Quando percebi já passava
da minha hora. Emmett com certeza já estava me esperando. Peguei o número do
telefone dele com Edward, e liguei, avisando que iria me atrasar. Ele fez dezenas de
perguntas diferentes, desliguei sem responder nenhuma.
Não conversamos durante a volta, depois que nos beijávamos as coisas
ficavam meio constrangedoras, pelo menos para mim. Imaginei como o meu
constrangimento seria maior, quando finalmente chegássemos ao finalmente. Não que
isso realmente fosse acontecer, mas se acontecesse.
Estava ficando louca, comecei a acreditar que o anjinho e o diabinho
realmente existiam, e eles estavam ali, um de cada lado, unidos para me deixarem
maluca. "Não, isso não vai acontecer." "Por que não? Ele é gostoso e ta te dando
mole." "Nada de relacionamentos, nada de relacionamentos." "Isso passa longe de
ser um relacionamento. É só sex buddy. Quando um outro gostosão vai se
oferecer para isso?" "É errado, vocês são amigos." "Por isso é sex buddy. Melhor
com um amigo do que com um desconhecido." "Melhor continuar do jeito que
tá." "A qualé? nunca mais vai desenferrujar então? Você está mais na seca do
que o nordeste brasileiro." Sacudi a cabeça freneticamente, tentando me livrar
daquilo. Edward me olhou de canto, mas não disse nada.
Por fim chegamos a Pepperdine, 20 minutos atrasados. Emmett esperava
impaciente, em frente a uma Land Rover LRX branca, na entrada do estacionamento.
Uau, aquele carro quase me fez babar. Me despedi de Edward sem tocá-lo, era mais
fácil assim.
Fui em direção a Emmett, sem nunca tirar os olhos do seu carro. Eu já tinha
visto aquele carro em fotos, mas pessoalmente ele era ainda mais impressionante.
Era um pouco menor e mais curto do que um Freelander. Largo, teto baixo
que ia descendo até a traseira, os faróis invadiam as laterais do carro o deixando com
a maior cara de mau.
Emmett resmungava alguma coisa comigo, mas eu não conseguia ouvi-lo,
meus olhos ainda não conseguiam desviar do carro.
– Emmett, como você conseguiu esse carro? Ele deveria entrar no mercado só
em 2011? - Acho que ouvi ele rindo.
– Eu tenho minhas fontes. Tudo é questão de conhecer a pessoa certa. Você
gostou?
– Tá brincando? Esse carro é tudo. - Podia apostar que meus olhos estavam
brilhando. - Ele é mesmo hibrido?
– É.
– Quando ele fica parado no trânsito, o motor desliga mesmo né?
– Desliga. Quando eu volto a acelerar ele volta a funcionar.
– É eu sei...
– Como você entende de carros? - Perguntou admirado.
– Meu pai. Ele ama carros, só assiste programas relacionados a isso. Acho que
de tanto assistir com ele eu aprendi um pouco.
– Você é surpreendente. - Respondeu rindo. - É melhor irmos. Quer dirigir
ele? - Ele estendeu as chaves pra mim. Uau, essa era uma proposta e tanto, pena que
eu não conseguia.
– Não. Gostaria, mas não dá. - Ele franziu o cenho.
– Não sabe dirigir? É automático, vai ser facilzinho.
– Sei. - Ele me olhava não entendendo. - Eu meio que tenho um trauma, eu
não consigo, eu travo e não saio do lugar.
– Ok. Outro dia, quando tivermos tempo sobrando, nós tentamos então. - Eu
sorri.
– Podemos tentar.
– Vamos nessa então, já estamos atrasados. Você ainda precisa ver o interior. -
Disse destravando o carro. Eu logo me joguei para dentro, e nossa, aquele carro era
desumano. Ele era forrado de couro marrom, e os acabamentos eram cromados, atrás
do volante tinha o painel eletrônico de LCD, para saber qualquer informação era só
tocar na tela e pronto.
Segundo Emmett, o motor funcionava de três modos diferentes, e as luzes
internas do carro, funcionavam de acordo com isso. No modo econômico as luzes
ficavam verdes. No modo esportivo, elas ficavam vermelhas. No modo normal
ficavam azuis.
No console central tinha um lugar para encaixar o IPhone, a temperatura
interna, o ajuste dos bancos e óbvio as músicas, poderiam ser controladas por ele.
Eu não tinha palavras, talvez eu estivesse dentro de uma nave espacial.
– Eu também fiquei assim, quando vi pela primeira vez. - Emmett falou rindo.
- Agora mudando completamente de assunto... Vi você saindo do carro de Edward,
aonde vocês estavam?
– Em um mirante. - Respondi tentando parecer tranquila.
– Vocês não perdem tempo em... Cunhadinha. - Eu bufei. Era exatamente por
esse motivo que eu não poderia aceitar a proposta de Edward.
– Não diga besteira Emmett.
– Vai dizer que vocês não tem nada? Eu vi o jeito de vocês no sábado,
estavam na maior pegação, só faltou mesmo o beijo.
– Nós não temos nada. - Falei séria.
– Mas vo... - Lancei um olhar irritado para ele.
– Emmett, eu não quero falar sobre isso.
– Ok. Ok. Você é muito irritadinha. Cunhadinha.
– Cunhadinha é a sua vozinha Emmett. - Ele riu, mas não disse mais nada.
Chegamos atrasados no ensaio, já que passamos em uma loja de instrumentos
musicais para comprar meu amplificador, e depois tive que ir em casa para pegar a
guitarra.
Emmett não gostou nada, nada, de saber que Alec agora fazia parte da banda.
Ele o ignorou de todas as maneiras possíveis, fazendo de conta que o garoto não
estava lá.
Eu me desculpei por tê-lo mandado tomar no cu, ele riu e disse que eu era
muito irritadinha. Aquilo só podia ser um complô, primeiro Edward, depois Emmett,
agora Alec. Eu não era uma pessoa irritada, eles que me deixavam assim.
Emmett me apresentou ao resto da banda. Mike era o garoto do contra baixo.
Loiro de olhos azuis, cabelos compridos, uma bandana vermelha na cabeça, uma
calça de couro colada, quase igual a da professora Mary. Uma regata branca do
Mickey, com certeza ele era fã de Axl Rose.
O guitarrista Fred, era quase a cópia do Fred Mercury, com o mesmo bigode
característico o mesmo corte de cabelo, uma calça jeans vermelha que começava no
umbigo e uma regata preta, coladinha no corpo. Ah, ele também tinha o mesmo jeito,
digamos, não muito másculo.
Bem, Alec e eu, éramos um pouco menos estranhos. Alec ficaria com a
bateria, e eu faria a guitarra base. Não fazia a mínima noção do que iria sair dali, mas
não custava tentar, não é verdade?
Nossos estilos musicais eram diferentes, o meu era rock, o deles era pop.
Como eu iria tocar só uma hora, depois eles assumiriam, tocaríamos essa uma hora de
rock.
O ensaio foi até as 22:30, depois Emmett me levou para casa. Volta e meia eu
me lembrava da tal proposta de Edward. A maior parte do tempo eu pensava em
negar, mais algumas vezes aqueles beijos me vinhas a cabeça e eu imaginava como
seria o resto.
O apartamento estava vazio, não tinha nem sombra de Alice, talvez ela
estivesse brava comigo. Eu estava um pouco cansada, e queria poder dormir a noite
toda, talvez eu conseguisse, se tomasse todos os dias um litro de tequila, mas eu não
sabia o que era pior, não dormir ou ter ressaca.
Me joguei no sofá da sala e liguei a televisão, não encontrei nada que me
interessasse. Não queria ir dormir porque ainda era muito cedo, e com certeza as 3 da
manhã eu já estaria acordada.
Peguei minhas chaves, meus cigarros e fui para a praia, sentei de frente pro
mar, e encostei em uma casinha de salva vidas, aparentemente abandonada. Apesar de
ser verão, a noite estava um pouco fria.
A lua estava cheia e o céu estrelado, o silêncio só era quebrado pelo barulho
das ondas estourando. Acendi um cigarro e procurei relaxar. Olhei para lua,
lembrando da história que Edward me contou.
– As vezes é um saco ser tão sozinha. - Murmurei olhando para ela. - Vamos
nos fazer companhia essa noite. - Ótimo, agora eu falava com a lua, talvez eu
estivesse precisando de ajuda. Fiquei lá até o sol nascer de manhã, tentando não
pensar em nada.
A praia estava ficando habitada, vi alguns surfistas se encaminhando para o
mar, e senti uma enorme saudade de surfar, e de repente eu queria surfar. Fui até em
casa pegar dinheiro, e fui na loja de surf que ficava ao lado do nosso prédio.
Comprei uma prancha longbord, já que eu estava muito enferrujada, comprei
parafina e comprei uma roupa de neoprene também, já que a água devia ser um gelo.
Tive que subir centenas de escadas, porque a prancha era muito comprida, e
não cabia dentro do elevador.
Quando finalmente cheguei ao nosso andar, eu ofegava, talvez eu tivesse que
diminuir o uso do cigarro.
Depois de muitas tentativas, eu consegui passar com a prancha, e sacola, pela
porta.
Alice, Emmett, Jasper e Edward estavam lá parados olhando para mim. Eu
franzi o cenho.
– Algum problema? - Perguntei
– Você não dormiu em casa. Aonde você estava? - Alice perguntou primeiro.
– Você sabe surfar? - Emmett emendou.
– Você toca guitarra, canta, faz uma comida ótima, sabe surfar. Você é um
androide? O que mais você sabe fazer? - Jasper perguntou.
– Há quanto tempo você não dorme? - Agora era a vez de Edward. Encostei a
prancha na parede e coloquei a sacola no chão.
– Vamos por partes. - Respondi. - Eu não dormi aqui, e nem em lugar
nenhum. Eu estava na praia e depois fui a loja de surf.
– Emmett, quando eu tinha 16 eu surfava todos os dias, espero ainda saber
alguma coisa.
– Eu não sou um androide Jasper. Eu não sei fazer mais nada além dessas
coisas.
– Nem baseball? - Ele perguntou, me fazendo rir.
– Eu não tenho nem ideia de como se joga baseball.
– Mas ela entende de carros. - Emmett falou. Jasper me olhou com espanto.
– Quanto a sua pergunta Edward, eu não durmo desde ontem.
– Aonde passou a noite? - Alice perguntou.
– Na praia.
– A noite toda? - Agora era a vez de Edward.
– A noite toda.
– Sozinha? - Ele continuou.
– Sim.
– O que você foi fazer na praia a noite? - Emmett continuou. Talvez eu
estivesse ficando irritada.
– Nada Emmett, nada. Você me deixou em casa, não tinha ninguém, eu não
queria dormir porque ainda era muito cedo, e com certeza eu acordaria de madrugada.
Peguei minhas chaves, meus cigarros e sai. Acabei parando na praia e fiquei por lá. Vi
o sol nascer, e a praia ficar movimentada, quando eu vi alguns surfistas entrando no
mar, eu senti saudades de surfar, vim em casa, peguei dinheiro e fui na loja aqui do
lado comprar essa prancha. - Apontei para prancha. - E essa roupa de neoprene. -
apontei para sacola.
– Por que você acordaria de madrugada? - Jasper parecia confuso.
– Ela tem algum tipo de insônia. - Alice respondeu por mim.
– Ok. Agora que acabou o interrogatório eu vou para o meu quarto, preciso
tomar banho. Alice você me espera? 15 minutos eu estou pronta. - Ela assentiu.
Quando olhei para maça na mão de Edward, eu me lembrei que estava com
fome. Olhei para fruteira, mas ele tinha pego a ultima fruta. Peguei a maça da mão
dele e mordi. - Isso tá muito bom. - Falei de boca cheia. - Você se importa de eu ficar
com ela? - Ele riu, e os outros nos observavam.
– Não, claro que não.
– Obrigada. - Falei mordendo outro pedaço. - Já volto Alice.
– Você não vai dormir não? - Jasper perguntou.
– Agora não. Preciso ir para aula.
– Tenho quase certeza que você é um alienígena em forma de gente. - Eu ri.
– Eu gosto mais da teoria da Alice. - Falei saindo da cozinha.
– Qual sua teoria? - Ouvi ele perguntando pra ela.
– Talvez ela seja uma vampira. - Foi tudo que eu consegui ouvir.
12 minutos depois eu estava pronta. Como estávamos atrasadas, Alice voltou
a dirigir feito uma alucinada. Agradeci a Deus por o tanque dela possuir airbags até
nos lados.
Fiquei feito um zumbi a manhã toda, mal conseguia ouvir o que os
professores falavam, com certeza não foi uma boa ideia ficar acordada a noite toda.
Alec me levou para casa, eu me despedi dele com um bocejo enorme, acho
que ele ficou com medo que eu fosse o engolir.
Me joguei de tênis e tudo na cama, fechei os olhos e apaguei.
Em uma galáxia muito distante Led Zeppelin começou a tocar uma música
que eu não lembrava o nome, a música se repetia e ficava cada vez mais alta. Um
tempo depois, eu acordei com meu celular tocando. Fiz um esforço danado para
levantar e ir até ele.
– Oi... - Falei tão baixo, que talvez eu não tenha falado.
– Bella? - Era Emmett.
– Hum? - Mergulhei na cama.
– Você está bem? - Ele parecia preocupado.
– Huhum... - Afirmei
– Tem certeza?
– Sim. - Minha voz saiu muito rouca. - Só estava dormindo. - Falei em meio a
um bocejo. - Ele riu.
– Se você continuar bocejando desse jeito, vai acabar engolindo o celular.
– Ha Ha. - Foi o que consegui responder.
– Você parece estar com muito sono.
– Muito.
– Quem mandou tomar um banho de lua. - Eu rolei os olhos.
– Que horas são em?
– Faltam 15 minutos para o ensaio. Dei um pulo da cama.
– Aonde você está?
– Na frente da porta do seu apartamento.
– Ok. Me de 5 minutos. - Desliguei sem esperar por resposta. Peguei a
guitarra, uma caixa de cereais para comer no caminho e me mandei.
E assim foi a semana, uma verdadeira correria, aula e ensaio, a noite eu ia
para praia e ficava algumas horas por lá. Como não tinha aula quinta de tarde, eu
finalmente fui surfar. Surfar era um calmante, e eu me perguntei como consegui ficar
tanto tempo sem. Fui na tal reunião da fraternidade na quarta, Jéssica só dirigiu a
palavra a mim quando eu me desculpei e disse que Edward estava tentando deixá-la
com ciúme. Sim eu podia ser muito má se fosse preciso. Depois disso a garota voltou
a falar comigo, na verdade ela não parava de falar comigo, me arrependi
profundamente de ter dito tal coisa.
A reunião era para apresentar os novos membros, e para falar sobre os últimos
detalhes da festa. Alice começou a falar sobre a decoração e não parou mais,
resultado, chegamos em casa passando de meia noite.
Finalmente era sexta feira, isso me deixava feliz e apavorada ao mesmo
tempo. Feliz porque a maratona estava chegando ao fim, apavorada porque a hora de
tocar estava cada vez mais perto.
Estava no estacionamento esperando por Emmett, quando Rosalie chegou
com sua Mercedes SLR McLaren prata. Os carros daquela família ainda iriam me
causar um enfarte. Não teve uma pessoa que não parou para olhá-las, ela e a
Mercedes. Ela parou bem ao meu lado.
– Bella, hoje eu vou levar você, Emmett teve um contra tempo. - Rosalie e eu
sozinhas? Isso me assustava.
– Ok. - Disse entrando no carro. Eu precisava agradecê-la por sábado, pelo
jeito se não fosse por ela, Edward e eu teríamos, é teríamos. De qualquer jeito eu não
sabia como tocar no assunto, Rosalie era tão intimidadora, que eu simplesmente não
conseguia falar. Ela olhava toda vida para frente, parecendo nem perceber minha
presença ali. Já estávamos quase chegando em casa e nenhuma das duas tinha se
pronunciado.
– Como você está? - Ela perguntou. Ela tinha mesmo falado comigo?
Capítulo 11- A proposta Part.3

– Bem. Eu, eu queria te agradecer por domingo, eu não sei direito o que
aconteceu, mas Alice disse que você me ajudou. Obrigada.
– Não acredite em tudo que Alice diz.
– Certo. - Murmurei.
– Você bebe sempre assim? - Perguntou me olhando de canto.
– Não. Nem lembro a última vez que tinha bebido.
– Ainda usa drogas?
– Não. Depois da overdose e da tentativa de suicídio, eu voltei para a clínica
de reabilitação e desde então eu estou limpa. - Ela ficou um tempo em silêncio, eu
pensei que a conversa tinha acabado.
– Por mais que eu tente, eu não consigo entender, você tinha tudo. - Ela falou
com tom de decepção.
– Eu sei, não tenho uma explicação para isso. Jacob e eu começamos a morar
juntos e íamos em várias festas, lá eles nos ofereceram maconha e acabamos
aceitando. No começo só usávamos quando íamos em festas, depois começamos a
usar para relaxar depois das gravações, e depois já usávamos de manhã, meio dia, a
tarde, a noite. Até que já não fazia mais tanto efeito.
Foi em uma outra festa que começamos a usar cocaína, a partir dai as coisas
foram ficando piores.
– Você parou por um tempo não parou? Quando você es...
– Parei. - Falei, não deixando ela terminar a frase. Eu não queria ouvir o final
daquela frase. - Você não tem ideia de como foi difícil, eu estava muito dependente
da droga. Mas quando eu descobri, na mesma hora eu fui procurar ajuda.
Jane se tornou a pessoa mais feliz do mundo ao saber da novidade, e ao saber
que eu queria ajuda. No mesmo dia ela me arrumou uma clínica de reabilitação, e foi
junto comigo conversar com meu pai. Essa foi a parte mais difícil, falar com ele, ver
a decepção nos olhos dele. Embora as revistas sempre falassem que Jacob e eu
éramos usuários de drogas, ele nunca acreditou. Mas ele me deu todo apoio, e
também ficou feliz de saber da notícia boa.
– E Jacob? - Já tínhamos chego, Rosalie estacionou na frente do prédio e
continuamos a conversar.
– Jacob... - Suspirei. - Jacob ficou feliz com a notícia. Ele cheirou um carreiro
de cocaína para comemorar.
Jane e eu tentamos convencê-lo de ir para a reabilitação também, mas ele se
negou.
– Jane e Jacob eram irmãos certo? - Estávamos viradas uma para outra.
Aquilo era um pouco estranho, eu nunca tinha falado sobre essa história com
ninguém, mas eu realmente não me importava de falar sobre isso com ela.
– Eram gêmeos. - Sorri ao lembrar. - Era tão estranho, eles eram tão
diferentes. Jacob era moreno e tinha olhos escuros e uma personalidade forte. Jane
era branquela, e seus olhos eram azuis, ela ficava irritada uma vez por ano eu acho. -
Rosalie sorriu também.
– Você sente muita falta dela?
– A saudade aumenta a cada dia. - Sorri amargurada. - Sabe o que é pior? -
Rosalie negou com a cabeça. - Eu prometi a ela, que eu cuidaria dela, e que ela não
morreria antes de mim... Ela morreu nos meus braços, por culpa minha, e aqui estou
eu. As vezes eu acho que Deus não existe, ou ele está me castigando. Eu já tive uma
overdose, eu já cortei meus dois pulsos... e continuo viva.
– Não acho que a culpa tinha sido sua. Você estava limpa certo? - Afirmei
com a cabeça. - E pelo que eu sei você tentou evitar. Se tem algum culpado esse
alguém é Jacob.
– Eu tenho tanta culpa quanto ele, nós estávamos nisso juntos, começamos a
usar drogas juntos. Eu devia tê-lo forçado a se tratar, mais eu só propus, ele disse que
não e eu aceitei. Quando eu voltei da reabilitação e fui passar um tempo com meus
pais, ele pirou, ele achou que eu o tinha abandonado, o que só o fez usar mais drogas.
Aquela noite ele estava muito, muito doido, ele não faria o que fez se tivesse um
pingo de consciência, Jacob as amava tanto quanto eu.
– Como foi tudo?
– Jane sangrava muito, tinha um corte enorme na sua testa. Sua cabeça
também estava machucada, seus cabelos loiros, tornaram-se vermelhos por causa do
sangue. Ela estava toda machucada. Apesar disso ela aguentou firme até meia noite,
quando me desejou feliz aniversário... - Uma angustia tomava conta de mim ao
lembrar de tudo.
– Tudo bem Bella, não precisa falar. - Rosalie disse solidária, tocando minha
mão.
– Tá tudo bem. Acho que preciso mesmo desabafar com alguém. - Puxei o ar
lentamente. - Jane me desejou feliz aniversário. Disse que cuidaria de mim e pediu
que eu não chorasse. “Amo você”, foram as últimas palavras que ela disse... Seus
olhos perderam o foco e eu percebi...
– Ela estava morta.
– É... O desespero tomou conta de mim, eu me lembro que chorava muito. Eu
gritava com ela, mandando ela falar comigo, olhar para mim. Depois eu desmaiei.
Acordei uma semana depois no hospital, eu tinha esperança que tudo não
tivesse passado de um pesadelo, mas veio a confirmação. Depois de me confirmarem
a morte de Jane, me deram a segunda notícia.
O mundo para mim tinha acabado, eu não encontrava mais motivo para viver,
eu queria fechar os olhos e não abri-los mais. Eu rezava para Deus, eu rezava e pedia
para morrer. Eu só falava quando me perguntavam alguma coisa. Eu me recusa a
comer e beber, tiveram que me colocar no soro, fiquei quase um mês no hospital. Eu
não queria ir embora de lá, eu não tinha mais nada para fazer lá fora, eu não tinha
mais nada para fazer no mundo.
Então eu decidi me matar. Quando saímos do hospital eu pedi para minha mãe
parar no prédio que eu morava com Jacob, porque eu precisava pegar alguma coisa.
Ela quis subir até lá comigo, mas eu acabei a convencendo de subir sozinha.
Fui direto na gaveta que Jacob guardava as drogas, e lá encontrei um saquinho
com pó, não era muito, mas era o suficiente para o que eu precisava. Peguei um
espelhinho que ficava na mesma gaveta e fiz o primeiro carreiro. Eu hesitei por um
momento, mas me lembrei de Jane, seus olhos azuis sempre tão cheios de vida, e logo
em seguida a imagem dela toda ensanguentada morrendo nos meus braços veio em
minha mente. Cheirei aquele carreiro, já preparando outro.
Lembrei do dia que fui buscar o teste, e da felicidade que senti ao ver o
positivo escrito lá. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, e eu cheirei o
outro. A cocaína já fazia efeito, eu comecei a ouvir alguém me chamando, fiz mais
um carreiro.
Não faça isso Isa. - Era a voz de Jane, eu a procurava por todos os cantos
mas ela não aparecia. - Por que você esta fazendo isso?
– Jane? Cadê você? Aparece.
– Larga isso Isabella. Você não pode fazer isso. - Eu sorri alucinada.
– Não posso? Então observe. - Cheirei o outro carreiro.
– Você não vai morrer tá ouvindo? - A voz dela disse irritada. Meu ar
começou a faltar. Eu sorri feliz, sabendo que estava funcionando.
– Desculpe Jane, eu não posso mais. Eu morri quando vocês morreram, só
meu corpo que teima em continuar vivo.
– Isa? Isa? A meu Deus Isabella, você não fez isso. - Eu ouvia a voz da minha
mãe distante, e eu acho que consegui vê-la também, mas a voz e a imagem foram se
afastando cada vez mais.
Bom, como você pode ver, eu não morri. Só passei mais uma temporada no
hospital. Eu não me arrependia da tentativa, pelo contrário eu estava arquitetando um
plano para uma nova tentativa.
– A de cortar os pulsos. - Rosalie deduziu.
– Exato. Também não deu certo, meu pai chegou antes. Tudo que eu consegui
fui mais um tempo no hospital e uma temporada na clínica de reabilitação. De
qualquer forma eu percebi que não morreria tão fácil, e acabei desistindo. Deduzi que
eu precisava sofrer pelos meus atos, e que eu só poderia sofrer vivendo. E aqui estou
eu com minha miserável vida. - Rosalie me olhou por um bom tempo, sem nada
dizer.
– Eu não sei o que dizer... Eu não sabia de toda história, na verdade eu não
sabia nem da metade. - Uma curiosidade me invadiu.
– Você sabe bastante sobre mim. Eu me pergunto como você sabe tanto? - Ela
sorriu.
– Eu assistia novelas, na verdade eu ainda assisto. As novelas dos Estados
Unidos nunca foram boas, elas são muito desconexas, por isso não fazem sucesso
aqui. Um dia sem querer, eu achei um canal brasileiro e estava passando uma novela.
Foi a primeira vez que eu vi você. Você era tão pirralha quanto eu, não devia ter mais
de 10 anos. Eu simpatizei com você, você tinha um ar misterioso, eu achava linda a
cor de seus olhos, na verdade eu ainda acho. - Eu sorri. - A partir daquele dia eu
comecei a assistir essa novela. A parte ruim é que eu não entendia nada. Convenci
meu pai a me matricular em um curso para aprender português, foi difícil encontrar
um professor. Quando a novela chegou ao fim eu já entendia alguma coisa.
Comecei a pesquisar sobre você na internet. Todas as revistas brasileiras que
tinha algo sobre você eu dava um jeito de comprar. Sabe aquela frase “Você é meu
herói?”, era isso que você era para mim. Eu queria ser exatamente como você. - As
palavras dela me deixaram surpresa, Rosalie Hale a pessoa mais bonita de todo o
universo, que com certeza poderia ter tudo e todos aos seus pés, queria ser igual a
mim? Aprender português, comprar revistas brasileiras só para saber sobre mim? Ela
só podia estar brincando.
– Uns anos depois, você fez uma novela com Jacob, e naquele tempo eu já
entendia praticamente tudo, depois teve outra novela, James era seu par romântico,
nossa ele era lindo. No ano seguinte teve a outra novela com Jacob. Depois disso
você fez um filme e por último outra novela. - Acho que meu queixo caiu.
– Uau, você tem a minha ficha completa. - Ela sorriu.
– Você era a melhor... Eu era sua fã.
– Sinto muito ter decepcionado você. - Murmurei.
– Quando eu vi você lá na boate eu fiquei em choque, porque eu nunca
imaginei ver você, falar com você, aquilo era tão surreal, eu queria te abraçar e pedir
para tirar uma foto, e queria brigar com você também. Então Alice disse que você era
a Bella, a garota do Brasil, que ela falou sem parar por quase um mês. A raiva tomou
conta de mim, você não era Bella, você era a Isa Marie, e estava obviamente
enganando a todos, não sei como consegui não gritar para todos quem você realmente
era. Eu estava disposta a fazer isso, mas primeiro queria mostrar a você que eu sabia.
Foi quando Alice me carregou para te apresentar. Eu avisei você que sabia de tudo e
que contaria para todos. Você me surpreendeu quando me mandou ir em frente e
contar tudo, eu não esperava por aquilo, eu esperava que você pedisse, implorasse
para mim ficar quieta. Depois você me disse, "Olhe só pra você, você nunca falou
comigo, você não sabe o que eu sinto, você não tem noção do meu tormento e já está
me apontando o dedo." – Ela repetiu as palavras que eu falei aquele dia. - Aquela
frase começou a martelar na minha cabeça. Eu sempre quis que você se recuperasse e
desse a volta por cima. Percebi que eu poderia ajudar você, mas estava fazendo
exatamente o contrário, eu não estava te dando a chance de um recomeço, eu estava
te ajudando a se prender ao passado. Foi ai que eu decidi te dar um voto de confiança.
- Nunca pensei que fosse ter uma conversa tão franca com Rosalie, nunca imaginei
que um dia conversaríamos assim. - Eu falei sério quando disse que se você pisar na
bola, eu conto tudo. Os Cullen também já sofreram muito Bella. É incrível como sua
história é tão parecida com a nossa, eu estava pensando sobre isso nesses dias, isso
realmente é muito estranho. - O que minha história tinha de parecido com a deles?
Será que tinha algum ex viciado entre os Cullen? Será que isso tinha alguma coisa
haver com Alec?
– Rosalie, por que vocês odeiam o Alec? Eu sei que vocês eram todos amigos,
mas aconteceu alguma coisa, alguma coisa de muito ruim, que fez vocês brigarem.
Eu já perguntei para Alice, Edward e Alec, todos se recusam a falar sobre o assunto. -
Falei um pouco hesitante. Ela ficou em silencio por um bom tempo, eu pensei que ela
não fosse me responder.
– Você já ouviu falar em Kate? - Logo me lembrei de Alice falando na amiga
que morreu.
– A amiga de Alice que faleceu?
– Exatamente. Não só de Alice, era amiga de nós todos. - Falou um pouco
triste. - Kate e Alec eram irmãos. - Meu queixo caiu. - Kate gostava de viver a vida
intensamente, como ela mesmo dizia. Ela e Alice eram inseparáveis.
Não sei direito como aconteceu, mas elas começaram a fumar. Alec também
fumava, mas não fumava só cigarros normais, ele também fumava maconha. Acabou
que Kate também começou a fumar, Alice também fumava, mais só quando estava
bêbada. - Eu começava a entender o que aconteceu.
– Eles não pararam na maconha... - Eu deduzi. Rosalie assentiu.
– Não. Um tempo depois eles partiram para cocaína. Por sorte Alice não
aceitou usar, ela tentou convencer Kate a não fazer isso, mas não teve jeito. Dali em
diante as coisas foram decaindo, eles não conseguiam ficar mais um dia sem usar.
Um ano, talvez um pouco mais, foi o tempo que ela aguentou. - Era realmente
impressionante como nossas histórias eram parecidas. Agora eu entendia porque eles
odiavam Alec, eles o culpavam, como me culpariam se soubessem da minha história.
– Foi overdose? - Perguntei.
– Não. Eu acho que não posso te contar essa parte, ela não pertence a mim. Só
posso te dizer que não foi overdose, foi acidente. Ela estava fora de si, e acabou
batendo de frente com um caminhão. - Falou tristemente.
– Eu sinto muito. - Ela me encarou.
– Eu também sinto muito por você. Eu imagino com deve ser difícil.
– Sabe o que é pior?
– O que?
– Se eu contar toda a verdade para os Cullen, eles vão me odiar, assim como
odeiam Alec. Acho estranho você falar comigo. - Ela riu.
– Eu não sei como seria a reação deles Bella, talvez eles se importassem,
talvez não. De qualquer jeito nós não odiamos Alec por isso.
– Não?
– Não. Alec apresentou a maconha para Kate, mais a cocaína eles conheceram
juntos. Ela poderia ter negado, como Alice negou. - Franzi o cenho, não entendendo
mais nada.
– Então por que vocês o odeiam?
– Essa é a parte que não me pertence. Não sou eu quem tem que lhe contar
isso.
– Quem então? - Por que ela não podia me contar? Eu nunca fui uma pessoa
curiosa, só que dessa vez a curiosidade tomava conta de mim.
– Alice ou... - Ela desistiu do que ia dizer. - Se você quiser saber a versão de
Alec, tem que perguntar a ele.
– Alice foge desse assunto. E Alec não gosta de falar sobre isso... - Murmurei.
– Alec é perigoso Bella, você deveria se afastar dele. Ele se tratou, mas eu não
sei, talvez ele ainda use.
– Rosalie, eu não sei porque vocês o odeiam. Mas pessoas mudam. Demorou,
mas eu consegui mudar. As vezes eu sinto uma falta desgraçada daquela porcaria,
mas a falta que eu sinto delas, é infinitamente maior, e se não fosse por essa maldita
droga, elas estariam aqui. É nisso que eu penso quando eu sinto vontade de usar. Eu
penso nelas, eu devo isso a elas. Eu penso nos meus pais também, eles já sofreram
tanto, eu não quero mais magoá-los. Alec pode ter mudado também, pela irmã, pelos
pais, por vocês. É difícil explicar isso, para quem nunca usou. Me diga uma coisa da
qual você não vive sem?
– Café, eu sou verdadeiramente viciada em café. - Ela respondeu sem pensar
muito.
– Certo. Você é viciada em café, não vive sem café. Agora imagine se o café
começasse a destruir sua vida. As pessoas começassem a falar que o café mataria
você, se você não o deixasse. Você o deixaria?
– Tentaria, mas acho que seria difícil.
– Ok. Agora imagine Emmett, você o ama certo?
– Mais que tudo. - Eu sorri, com a declaração dela.
– Emmett está correndo perigo por causa do seu café, você não está colocando
só sua vida em jogo, a dele também está em jogo. Ele não toma café, ele detesta café,
ele já lhe te falou tudo o que acontece com quem toma café. Mesmo sabendo que isso
faz mal, ele não te abandona, ele continua ali ao seu lado, ele recusa-se a deixar você.
Então um dia Emmett se machuca por causa do seu café. Ele que nunca tomou café,
que sempre quis que você parasse com o café. O que você faria, vendo que ele estava
pagando por um erro seu?
– Procuraria ajuda para me livrar do café.
– Essa é a chave de tudo. A gente só para quando perde, ou quando toma um
susto muito grande. Alec, perdeu a irmã, talvez ele não queira perder seus pais, e seus
ex amigos.
– Você parou antes de perder alguém.
– Sim, mas só porque eu tinha ganho alguém. Alguém que dependia de mim,
que morreria se eu continuasse. Ironia ou não, não deu certo. Pense sobre isso. Você
me deu uma chance, sabia de toda minha história e da complexabilidade dela, e
mesmo assim você me deu essa chance. Por que não pode dar a mesma chance para
Alec? - Ela ficou em silêncio por um tempo.
– Acho melhor você subir e pegar sua guitarra, estamos 10 minutos atrasadas,
Emmett vai brigar comigo se souber que eu deixei você se atrasar. - Eu estava tão
envolvida na conversa que nem percebi o tempo passar. Corri até lá dentro peguei a
guitarra e uma caixa de cereais, e voltei pro carro. Rosalie achou engraçado eu
devorando a caixa de cereais.
– Como vão as coisas com Edward? - Ela perguntou de supetão.
– Eu não sei... - Murmurei.
– Não sabe? - Ela não parecia convencida.
– Não sei se você vai entender. É estranho...
– Tente. Eu sou loira, mais prometo me esforçar. - Eu ri.
– Edward me fez uma proposta. - Disse olhando para minhas mãos, já
sentindo meu rosto corar. - Tipo um... sex buddy...
– Uou... - Foi o que Rosalie respondeu, me fazendo ficar ainda mais
constrangida. - Você aceitou?
– Ele me pediu para pensar sobre o assunto. Já decidi não aceitar. - Ela ergueu
uma sobrancelha.
– Por que não? Vocês tem uma química forte.
– Eu não quero nenhum tipo de compromisso. E Edward é bom, ele não deve
perder o tempo dele comigo.
– Sex buddy não é nenhum compromisso Bella, é uma coisa causal, quando os
dois estão carentes ou algo assim. Tanto Edward, quanto você, vão poder se
relacionar com outras pessoas. Ele não vai estar preso a você ou coisa assim. -
Rosalie estava a favor disso? Por essa eu não esperava.
– É, eu sei... Só não acho isso uma boa ideia.
– Pelo que eu vi sábado, você parecia bem empolgada com ele. - Modo
camaleão ativar.
– Eu estava bêbada.
– Na cozinha também? - Oh Deus.
– Não, na cozinha não. Ok, eu não posso negar para você que temos química,
Edward desperta meus desejos mais selvagens, que eu nem sabia que existiam.
Quando ele se aproxima de mais, meus pensamentos somem, eu não tenho controle
de mim. Eu não sei. É uma coisa estranha. - Rosalie me analisou por um momento,
não prestando atenção na estrada. - Rosalie, você pode dirigir olhando para frente por
favor? - Ela voltou o olhar para estrada.
– Você tem medo de se apaixonar? - Ela perguntou.
– Não, claro que não. Isso é impossível, jamais aconteceria.
– Então qual o problema? Aproveite. - Ela estacionou na frente do Summer
House, e o assunto morreu.
Ensaiamos até tarde aquela noite, já que era o último ensaio. Rosalie ficou até
o final, ela cumprimentou Alec, o que o deixou surpreendido e muito feliz. Rosalie
era uma boa pessoa, e acho que agora éramos amigas.
Eu já me sentia a vontade com o pessoal da banda, e eles pareciam também se
sentir bem comigo, no final do ensaio começamos a tocar algumas músicas bem
velhas para brincar. Até Rosalie entrou na brincadeira, ela cantou blue sued shoes do
Elvis, seu timbre era bom, tentamos convencê-la de dar uma palha no show, mais ela
não gostou da ideia.
Depois do ensaio fomos na pizzaria. Rosalie era muito engraçada, por traz
daquela fachada dura, tinha uma pessoa bondosa e compreensiva. Falamos em
português boa parte do tempo, já que Rose queria praticar. Ela falava muito bem,
entendia tudo, só tinha um pequeno sotaque. Não voltamos a conversar sobre o
passado, nem sobre Edward. Eu falei para ela sobre minha primeira semana de aula,
falei sobre os professores legais e sobre a professora Mary Vaca.
Descobri que Rosalie não estudava, já que o pai dela queria que ela cursasse
engenharia, ou administração, e sua mãe queria que ela curasse moda. Rose tinha
planos bem diferentes, ela queria cursar psicologia, mas seus pais implicavam com
isso. A incentivei a fazer aquilo que ela gostava, já que não era sues pais que iam
trabalhar por ela.
Cheguei em casa depois da meia noite, estava começando a ficar nervosa,
pensando se tudo daria certo no tal show, Alice não estava em casa, então eu me
mandei para praia, dessa vez levei comigo o violão. Estava virando um ritual ficar na
praia a noite, era uma espécie de meditação, onde eu não me permitia pensar em
nada.
Mesmo sendo verão, eu nunca encontrei ninguém lá a noite.
Comecei com uma melodia que não levava a música nenhuma, e fiz uma nota
mental, de levar um caderno da próxima vez.
Lembrei que estava com saudades da música do blitz, a dois passos do
paraíso, comecei a cantarolar ela, realmente eu gostava daquele ritmo, não pulei nem
a parte do Arlindo Orlando.
As vezes eu tinha a impressão de estar sendo observada, olhava para todos os
lados, nunca encontrando ninguém.
Cheguei em casa de manhã, já bastante nervosa com a festa de mais tarde. Só
de me imaginar tocando com aquela fantasia, já sentia calafrios. Tomei um banho e
fui dormir. Precisava estar descansada.
Capítulo 12 - She's Got the Jack Part.1

http://www.youtube.com/watch?v=NXbYj9WOBHY

O som do AC/DC pairava pelo ar. Eu estava largada no sofá, meus pés se
mexiam freneticamente. O cinzeiro ao meu lado, já estava cheio, eu tinha fumado
quase duas carteiras, em menos de uma hora e meia.
O relógio já marcava 22:30, a hora parecia voar.
Alice já tinha ido para o local da festa as 20:00, já que ela precisava checar
tudo. Resumindo eu estava sozinha e apavorada. Talvez eu devesse desistir enquanto
ainda dava tempo.
Meu celular começou a tocar, era Emmett, fiquei em dúvida de atender ou
não. Respirei fundo, me xingando mentalmente de covarde, e atendi.
– Oi?
– Bella? Onde você está? Que barulho é esse?
– Em casa Emmett, isso que você chama de barulho é AC/DC, tenha mais
respeito. - Ele riu.
– Claro, claro. Você está pronta? - Olhei para minha roupa. Um camisete
branco, com detalhes em vermelho. Que deixava uma parte da minha barriga de fora.
Uma saia curtíssima xadrez, vermelha. Uma mini gravata combinando com a saia.
Uma meia branca e uma sandália vermelha alta de mais para o meu gosto. Sim eu
estava pronta, pronta para ir para a escola. Se bem que a saia estava muito indecente
para ir para a escola.
– Estou. - Murmurei sem vontade.
– Ótimo, então vem aqui. Vamos brindar antes de sair.
– Brindar?
– É, é um tipo de tradição. Sempre brindamos antes de sair para uma festa. -
Revirei os olhos.
– Emmett eu não estou a fim de brindar.
– Vamos lá Bella, é um brinde de boa sorte. - Será que todos os integrantes
daquela família eram teimosos?
– Me dê 5 minutos.
– Essa é minha garota. - Falou empolgado.
– Tchau Emmett. - Desliguei o telefone, e fui até meu quarto pegar minha
guitarra.
A porta do apartamento de Emmett, estava entre aberta, fui entrando sem me
anunciar, mas me arrependi profundamente disso, já que dei de cara com um sultão
dando uns bons amassos em uma Deusa grega no meio da sala.
– Rum, Rum... - Fiz coçar a garganta. Eles imediatamente se separaram.
Rosalie sorriu sem graça, e Emmett me olhou com espanto.
– Bella? - Ele estava com dúvidas?
– Não, o chapeuzinho vermelho. - Rosalie murmurou.
– Você está tão, tão, tão...
– Gostosa. - Completou Rosalie. Me deixando sem graça.
– É, você está gostosa. Mas não era isso que eu ia dizer.
– O que você ia dizer então? - Rosalie questionou.
– Ok. Vocês estão me deixando com vergonha.
– Você está, tão diferente. Era isso que eu ia dizer.
– Eu não posso andar todo dia por ai, fantasiada de estudante Emmett.
– Mas não é só a fantasia. Você está maquiada, de salto, e até batom você está
usando.
– Os sapatos fazem parte da fantasia, estou pensando seriamente em trocá-los
por um par de all star.
– Nem pense nisso. - Rosalie se impôs. - Você vai arrasar desse jeito.
– Edward se deu bem. Pena ele já ter saído. - Emmett murmurou.
– Eu vou dar um soco na sua cara, se você não parar com isso.
– Ah, qual é cunhadinha? Eu saquei muito bem o jeito de vocês no sábado.
Fora que na segunda você matou aula para sair com ele.
– Sábado estávamos completamente bêbados. Segunda não aconteceu nada
demais.
– Só a bebida liberta Bella. Graças a ela vocês fizeram coisas que queriam
fazer mas não tinham coragem. - Juro que estava prestes a socar Emmett.
– Cala boca Emmett, você não tem nada com a vida dos dois. - Rosalie
interferiu.
– Mas oncinha...
– Sem mas, Emmett. Pega logo o champanhe. - Ele abriu a boca para falar
algo, mas Rosalie foi mais rápida. - Anda logo Emmett. Bella não pode se atrasar. -
Ele obedeceu.
– Obrigada. - Murmurei. Ela sorriu.
– Ok. Vamos brindar ao que? - Emmett voltou, com 3 taças e a garrafa do
champanhe.
– Cada um faz um brinde. - Sugeriu Rose, pegando as teças da mão de
Emmett.
– Tudo bem por mim. - Emmett respondeu, abrindo cuidadosamente a garrafa
para não esparramar. Dei de ombros, e estiquei meu braço, para ele encher meu copo.
– Por mim também.
– Eu começo. - Emmett pediu. - Cada brinde nós bebemos uma taça ok? -
Claro, quem sabe bêbada, meu nervosismo passasse.
– Bella precisa tocar depois Emmett. - Rosalie respondeu.
– É só champanhe, Rose. Três taças não fazem nem cócegas.
– Ok. Ok. Eu bebo. Vamos logo com isso. - Emmett sorriu.
– Ao seu primeiro show Bella. Ao primeiro de muitos que estão por vir. -
Revirei os olhos. Emmett conseguia ficar bêbado só com o cheiro da bebida?
Batemos as taças e viramos.
– Agora minha vez. - Rosalie disse, enquanto Emmett reabastecia.
– Vá em frente.
– A noite que nos aguarda. - Batemos as taças e viramos de novo.
– Bom eu tenho dois brindes.
– Mais duas taças então. - Emmett respondeu. Eu e Rosalie reviramos os
olhos.
– Ok. O primeiro é a uma pessoa que infelizmente já não está mais aqui. Se
não fosse por ela, essa loucura toda, não estaria acontecendo. - Ergui minha taça. -
Jane, onde quer que você esteja, espero que me assista essa noite. - Emmett e Rosalie
juntaram suas taças a minha sem nada dizer e viramos.
– Tudo bem, agora o último brinde. Depois chega, você não pode ficar bêbada
antes de tocar. - Assenti com a cabeça.
– Aos Cullens, pela amizade e confiança. - Eles sorriram e batemos as taças.
Já tinha um movimento grande quando chegamos na Summer Hause. Alice
caprichou na decoração, certamente ela tinha se inspirado nos anos 60. Ao lado da
entrada, tinha um cadillac 1955 conversível, rosa, e dentro dele, um boneco do Elvis.
O teto da Summer estava totalmente coberto por baloes brancos e pretos,
algumas paredes brancas pareciam estar com catapora de bolinhas pretas, outras
tinham sombras de pessoas dançando.
Imagens do Elvis e companhia limitada em tamanho real, estavam espalhadas
por todo salão. Alice realmente levava jeito para a coisa.
Emmett me deixou em uma espécie de camarim, e depois foi deixar Rose no
camarote de Jasper. O champanhe que eu bebi, já fazia efeito, dissipando um pouco
do meu nervosismo.
Mike estava um clone de Axl Rose, assim como Fred estava um clone de
Freddie Mercury. Eles saíram apressados do camarim, dizendo que precisavam
resolver um assunto urgente.
Alec estava uma mistura de bad boy anos 60 com cabelo Elvis Presley. Ele me
olhava da cabeça aos pés, de um jeito muito esquisito.
– Hey Elvis, o que aconteceu com seu cabelo?
– Bella? - De novo não. Revirei os olhos.
– Não. Na verdade eu sou um alienígena, disfarçado.
– Uau, você está absolutamente sexy. - Senti meu rosto ganhar cor.
– Você também não está nada mal, com essa baby look coladinha e essa
jaqueta de couro. Só precisamos arrumar seu topete.
– Impossível, usei quase um pote de gel e não funciona. - Eu sorri
– Você não conhece meus dotes de cabeleireira. Tudo que precisamos é uma
escova, um secador e um pouco de fixador.
– Mike usou isso tudo no cabelo dele, acho que ele podemos pegar
emprestado.
Realmente, Mike tinha tudo o que precisávamos. Não foi difícil arrumar os
cabelos de Alec. Um secador e uma escova fazem milagres, se soubermos como
utilizar.
– Prontinho. Agora sim, um topete digno de Elvis. - Disse quando terminei de
por o fixador.
– Como você conseguiu? - Mike perguntou admirado, se olhando no espelho.
– Não precisa ser nenhuma expert para conseguir fazer isso. - Ele ficou me
analisando através do espelho por algum tempo, com uma cara estranha. - Que foi?
– Você é inteligente, divertida, teimosa, linda, humilde e minha amiga. Com
certeza você é fruto da minha imaginação. - Aposto que aquilo tudo era por causa da
minha fantasia de estudante.
– Você está me deixando sem graça. - Ele riu. E virou sua cadeira para mim.
– Ah, e tímida. Você também é tímida. - Senti meu rosto vermelho.
– Pois é. Pessoas tímidas não se dão bem com elogios. - Alec levantou-se da
cadeira e ficou de frente para mim.
– Você fica tão linda envergonhada. - Ele levantou meu queixo para que eu o
encarasse. Seus olhos verdes me olhavam com serenidade. Seu rosto era lindo. Sua
barba perfeitamente feita. Sua pele não tinha nenhuma marca de espinha, ou algo
parecido. Senti vontade de tocar seu rosto para ver se sua pele era tão lisa quanto
parecia. - Você é incrível Bella. - Por que ele estava falando aquelas coisas? Ele se
aproximou perigosamente de mim, e eu não fazia nada para afastá-lo. Não sei como,
mas minhas mãos foram parar no seu rosto. A medida que ele foi se aproximando,
meus olhos foram se fechado. Suas mãos me puxaram de encontro ao seu corpo. Eu
não senti nenhum tipo de corrente elétrica, como sentia com Edward. Menos mal, o
problema elétrico devia ser de Edward.
– Bella? - Ouvi uma voz irritadíssima atrás de mim. Eu não precisava me virar
para ver quem era. Meu corpo se afastou de Alec no mesmo instante.
– Edward... - Uau... Ele estava lindo, maravilhoso. Ele estava com uma calça
social preta, com uma camisa também social branca, e um colete vermelho por cima.
Uma capa vermelha do lado de dentro e preta do lado de fora, completava seu traje de
vampiro. Seu rosto estava super pálido, graças a alguma maquiagem. E seus olhos
estavam um vermelho sangue. Seus cabelos como sempre, totalmente bagunçados.
Ele estava de braços cruzados, lançando um olhar que amedrontaria qualquer um.
Mas naquele momento eu não conseguia sentir nenhum medo, tudo que eu sentia era
um calor. Edward ficava extremamente sexy, com aquela fantasia de vampiro.
– Vocês dois estão ficando? - Perguntou indignado, me trazendo de volta a
realidade.
– Não. - Respondi imediatamente. Ele riu sarcasticamente.
– Não claro que não. Se eu não tivesse interrompido, a essas horas vocês
estariam no maior amasso. - Falou com nojo. Eu não tinha o que dizer.
– E o que você tem haver com isso? - Alec o desafiou. Edward se aproximou.
– Eu não quero você perto dela. - Foi a vez de Alec se aproximar. Eles
estavam frente a frente. Se encarando, feito dois lutadores de boxe.
– E desde quando ela é propriedade sua? - Edward o socou no estômago,
deixando o garoto sem ar. Ele daria outro soco mas eu o puxei.
– Você está louco? Qual seu problema Edward? - Perguntei com a voz
alterada.
– VOCÊ. - Ele gritou. - Você é meu problema. Esse cara Bella? - Ele apontou
para Alec, que aos poucos recuperava o ar. - VOCÊ IA BEIJAR ESSE CARA. - Falou
com nojo.
– PROVAVELMENTE IRIA. E ISSO NÃO DIZ RESPEITO A VOCÊ. -
Edward tinha me irritado. Sua cara de nojo, se transformou em uma mascara dura e
fria, que não transparecia sentimento nenhum.
– Ótimo. Provavelmente vocês se merecem. Vou torcer para que ele não te
mate também. - Não sei em que momento Alec se recuperou e partiu para cima de
Edward.
– Eu não matei ela seu cretino. - Disse acertando o estômago de Edward. Eu
estava começando a entrar em desespero.
– ALEC, POR FAVOR CHEGA. - Ele me encarou e se afastou de Edward.
– Quer saber? Kate estava cansada de você. Você nunca disse alguma palavra
de confiança, pelo contrário, você jogava na cara dela todas as suas desconfianças.
Ela não aguentava mais, não aguentava mais você berrando, você xingando, você
desconfiando. - Edward, tentava manter sua máscara de indiferença, mas aos poucos
ela ia desaparecendo e dando lugar a uma expressão triste e de dor.
– Que amor era esse Cullen? Um amor egoísta. Você só pensava em si
mesmo, no seu sofrimento.
Você me culpa, para não se culpar. Você me culpa por não querer enxergar.
Por que você não foi atrás dela, naquela noite Cullen? Você simplesmente a deixou ir.
- Meu cérebro tentava assimilar todas aquelas informações. Kate e Edward eram
namorados? Lembrei do dia em que estávamos na praia. "Nosso relacionamento era
bem conturbado. Certas atitudes dela, me deixavam muito irado, ela precisava
de ajuda, mas não aceitava isso, e as discussões foram se tornando cada vez
piores. Eu já não sabia até quando conseguiria aguentar." "Quando ela se foi,
uma dor enorme se instalou em meu peito, era uma dor quase impossível de
suportar." Sim, só podia ser Kate a quem ele se referia. Edward namorava a irmã de
Alec, e por algum motivo ele o acusa de tê-la matado.
Assim como Alec o acusava de tê-la deixado sair. Edward não a impediu de
sair e ela morreu.
A dor nos seus olhos parecia cada vez maior, Alec acertou seu ponto fraco.
Era visível que Edward também se sentia culpado pela morte da garota. Agora eu
entendia por que ele não queria tocar no assunto. Com certeza era horrível para ele
reviver isso tudo.
Uma lágrima escapou dos seus olhos. Eu tive vontade de correr em sua
direção e abraçá-lo, confortá-lo. Dizer que ia ficar tudo bem. Que eu entendia a dor
que ele sentia.
– Você é covarde. É tão covarde que até sua própria...
– Cala sua boca Alec. Cala agora sua boca agora. - Edward falou com a voz
embargada se virando para ir embora. Alec não disse mais nada.
– Edward, espera. - Eu não queria que ele saísse assim. Ele parou, mas
continuou de costas.
– Boa sorte no show Bella. Vim até aqui te desejar isso. - Ele caminhou para
fora, me deixando ali sem reação. Meu cérebro me mandava ir atrás dele, mas minhas
pernas não obedeciam. Alec encostou no meu ombro.
– Você está bem?
– Kate, sua irmã, melhor amiga de Alice, era namorada de Edward?
– Sim. Acho que eles eram mais do que namorados. - Eu fiquei de frente para
ele.
– Alec, nós não podemos ser nada além de amigos normais. Amigos que não
se beijam. - Ele riu.
– Ok. Vamos ser amigos normais. - Eu assenti.
– Preciso ir atrás de Edward.
– Eu me pergunto quando você vai entender. - Franzi o cenho.
– Entender o que? - Eu não tinha tempo para entender nada naquele momento.
- Depois você me explica. Preciso ir atrás dele, ele não está bem. - Emmett, Mike e
Fred, apareceram antes que eu conseguisse sair.
– Bella, ajuste sua guitarra. Vamos começar em 5 minutos. - Emmett falou,
olhando Alec de cara feia. - Tudo bem Bella?
– Emmett, eu preciso falar com Edward. - Emmett sorriu sacana.
– Primeiro o trabalho, depois a diversão Bella. Depois você e Edward matam
a saudade ok? - Eu bufei, sem muita paciência.
– Emmett, Edward esteve aqui, ele e Alec discutiram. Edward, saiu daqui
nada bem. - Emmett lançou um olhar irado para Alec. Interferi antes que houvesse
outra briga. - Emmett, não quero saber de brigas. Eu preciso encontrar Edward.
– Bella, não temos tempo.
– Vai lá Bella. Nós tocamos as primeiras músicas sem você, e depois você
entra. - Alec sugeriu. Emmett teve que dar o braço a torcer.
– 5 minutos Bella, esse é seu tempo. Você sabe para onde ele foi?
– Tenho uma ideia. - Gritei já fora do camarim.
A boate estava lotada, tinha gente saindo pelas janelas, se eu não estivesse tão
preocupada com Edward, certamente estaria suando pelos cotovelos, de nervosismo.
O segurança não queria me deixar sair, só consegui depois de convencê-lo que
eu era da banda e que precisava chamar o último integrante.
Edward estava lá sentadinho, no mesmo lugar que eu o encontrei da outra vez.
Mas agora eu não tinha tempo de ser paciente. Corri até ele. Ele me lançou um olhar
triste. Eu não sabia o que falar. Então o abracei. No começo ele ficou imóvel, mas
depois ele encostou sua cabeça em meu ombro e retribuiu o abraço.
– Desculpe. - Murmuramos juntos.
– Você não tem que se desculpar Bella. Você não fez nada de errado. Mesmo
não gostando de Alec, eu não tenho direito de me meter na sua vida pessoal.
– Aquilo não vai mais acontecer. - Respondi.
– Não importa Bella. Se acontecer ou não. Isso é decisão sua, e eu tenho que
aceitar. Se você quiser ficar com ele, vá em frente, não se prenda por mim.
– Deixa de ser idiota e convencido Edward, eu não quero ficar com ele e isso
não é por sua causa. Eu não quero me envolver com ninguém, ao menos que role uma
atração física forte, muito forte. Alec, é lindo, mas não rola isso. - Edward arrumou
sua postura e me encarou.
– Já encontrou alguém, com quem role essa tal atração? - Talvez o humor dele
estivesse voltando.
– Bom, existe um cara... Um vampiro... Marrento, brigão, convencido e dono
de uma proposta indecente e muito tentadora. - Ele sorriu.
– Acho que conheço esse vampiro. Ele é um cara gente boa. - Ele se
aproximou do meu ouvido, isso fez com que meu coração causasse uma revolução. -
Quer saber de um segredo? - Murmurou. Em?
– Sim... - Foi o que eu consegui responder.
– Fiquei sabendo, que uma garota... Uma estudante... Extremamente linda,
sexy e gostosa, faz o tipo desse tal vampiro. - Oh god. Eu iria enfartar, Edward
sussurrando aquilo no meu ouvido, era minha perdição. A minha vontade era de
mandar esse tal show se explodir e carregar Edward lá pra casa, pro meu quarto. E
deixar ele me morder.
– Faz é?
– Faz. Foi para ela que ele fez a tal proposta. Ele me confidenciou que está
ansioso, esperando uma resposta. - Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. Aquilo só
podia ser um teste para cardíacos.
– Ela... - Eu arfei. - Ela está pensando seriamente em aceitar, mesmo sua
consciência mandando ela negar.
– Talvez... - Ele disse se aproximando da minha boca. - Essa consciência
precise de uma amostra. - Sem nenhum aviso prévio ele atacou minha boca.
Por que os beijos de Edward, eram tão diferente dos outros? Por que meu
coração ficava tão descontrolado? Por que Edward dava choque? As coisas com ele
eram tão diferentes. Ele me fazia perder a noção de tudo, quanto estava assim
próximo de mim.
– Rum, Rum... - Alguém coçou a garganta. Edward e eu nos separamos.
Rosalie estava ali parada, olhando para nós e sorrindo feito uma tola.
– Rose, você está ficando profissional em chegar em momentos inoportunos. -
Edward reclamou.
– Desculpem, mas vocês precisam deixar isso pra depois. Bella, Emmett tá
doido atrás de você. A banda já começou. - A banda, a festa, tocar, cantar. Oh god,
Edward me deixava insana.
– A banda. - Falei alarmada. - Preciso ir. - Edward pegou meu braço.
– Eu te acompanho até lá. - Rosalie riu.
– Arrumou um segurança particular Bella? - Eu rolei os olhos.
– Ignore ela Bella. - Edward falou, me puxando pela mão. Ótimo, lá íamos
nós, de mãos dadas de novo, Edward ia na frente abrindo caminho. Enquanto Rosalie
vinha atrás, achando tudo muito engraçado.
Edward me levou até o camarim, onde Emmett estava bufando. Me ajudou a
colocar a guitarra e me levou até as escadas do palco.
Eu voltei a ficar uma pilha de nervos, minha vontade era de sair correndo pra
bem longe dali. Minhas mãos suavam frio.
– Fica calma Bella, vai dar tudo certo. Não tem porque ficar nervosa, você
sabe o que tem que fazer. - Claro, claro. Falar era muito fácil. Queria ver ele lá em
cima. Respirei fundo.
– Ok. Me deseje sorte. - Ele me puxou pela cintura, ficando bem perto de
mim.
– Boa sorte. Volte logo, vou estar esperando por você, precisamos resolver um
assunto inacabado... Ele me roubou um selinho. - Oh céus, agora meu coração
martelava o triplo.
– Bella, o que você ainda faz aqui em baixo? - As vezes Emmett era um
empresário muito exigente.
– Estou indo, estou indo. - Respirei fundo, e subi pro palco.
Eles estavam no meio de uma música, sweet child o'mine do guns. Comecei a
acompanhá-los na guitarra. Mike fazia uma performance digna de Axl Rose. Já que a
guitarrista base tinha chego, Freddie Mercury pode fazer o solo. Aqueles dois eram
muito bizarros. Olhei para trás procurando Alec, ele ria abertamente dos nossos
companheiros de banda. Ele fez sinal com a cabeça para que eu me aproximasse.
– Pelo tempo que demorou, presumo que tenha encontrado Edward. - Ele
berrou. Assenti com a cabeça. Alec riu e não falou mais nada. A música chegou ao
fim, o que me deixou mais nervosa.
– Boa noite galera. - A voz de Mike parecia a de um locutor de rádio. - É um
prazer estar tocando na 25ª festa a fantasia da fraternidade das garotas. Estamos
muito felizes por estarmos tocando aqui hoje. Eu sou Mike, o cara do contra baixo.
Esse do meu lado direito é o Fred, o cara que faz os solos. O da bateria é o nosso
mais novo integrante, ele está fazendo sua estreia hoje, palmas para o Alec por favor.
As garotas capricharam nas palmas, Alec levantou um pouco constrangido e deu um
tchauzinho, o que me fez gargalhar.
– Ela não é uma integrante da banda, mas estamos fazendo uma parceira. Na
guitarra base e vocal, também fazendo sua estreia hoje, Bella Swan. - Também teve
palmas para mim, acho que meu rosto iria explodir. Alguns engraçadinho começaram
com o couro de gostosa, tudo que eu mais desejava era achar um buraco. Agora era a
vez de Alec gargalhar.
– Nós compartilhamos da mesma opinião de vocês. - Mike falou. - Bella, você
quer dizer alguma coisa? - Eu não era nada boa com palavras em público, mas de
qualquer jeito era melhor falar alguma coisa e começar logo com as músicas. Me
aproximei do microfone.
– Boa noite pessoal... - Outro engraçadinho gritou gostosa. - Obrigada. -
Respondi, arrancando algumas risadas. - Bom, tudo que eu posso falar é que estou
nervosa ao extremo, e isso me deixa impossibilitada de falar algo muito coerente.
Então vamos as músicas, espero que vocês curtam um bom e velho rock and roll. -
Pude ouvir uns gritinhos e uhull, e muitas mãos levantas com um chifrinho.
Como estávamos falando de Rock and Roll, nada melhor do que começar com
AC/DC.
http://www.youtube.com/watch?v=jFlNo1NjAEQ
idin' down the highway
Dirigindo rodovia abaixo
Goin' to a show
Indo para um show
Stop in all the byways
Paro em todos os acostamentos
Playin' rock 'n' roll
Para tocar rock n'roll
Gettin' robbed
Sendo roubado
Gettin' stoned
Sendo apedrejado
Gettin' beat up
Sendo ultrapassado
Broken boned
Com os ossos quebrados
Gettin' had
Sendo possuído
Gettin' took
Sendo tomado
I tell you folks
Eu digo a vocês amigos
It's harder than it looks
É mais difícil do que parece
As pessoas pareciam animadas, cantavam junto comigo. Aos poucos fui me
acalmando.
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
Se você quer rock n' roll
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
Se você quer rock n' roll
If you think it's easy doin' one night stands
Se você acha que é fácil tocar por uma noite inteira
Try playin' in a rock roll band
Tente tocar em uma banda de rock
It's a long way to the top if you wanna rock 'n' roll
É um longo caminho ao topo se você quer rock n' roll
Hotel motel
Hotel, motel
Make you wanna cry
Fazem você ter vontade de chorar
Lady do the hard sell
Dama, faça a sua difícil venda
Know the reason why
Você sabe porque
Gettin' old
Ficando velho
Gettin' grey
Ficando grisalho
Gettin' ripped off
Sendo enterrado
Under-paid
Mal pago
Gettin' sold
Sendo vendido
Second hand
Em segunda mão
That's how it goes
É assim que funciona
Playin' in a band
Tocando em uma banda
Alice, Jasper, Rosalie e Edward acompanhavam tudo do camarote. Jasper
estava fantasiado de pirata com direito a tapa olho espada e tudo mais, só faltava
mesmo o papagaio.
Quando meus olhos paravam em Edward, eles se perdiam por um tempo.
Como ele podia ficar ainda mais gostoso fantasiado de vampiro?
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
se você quer rock n'roll
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
se você quer rock n'roll
If you wanna be a star of stage and screen
Se você quer ser uma estrela de palco e tela
Look out it's rough and mean
Tome cuidado, isso é duro e perverso
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
Se você quer rock n'roll
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
Se você quer rock n'roll
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
Se você quer rock n'roll
It's a long way to the top
É um longo caminho ao topo
if you wanna rock 'n' roll
Se você quer rock n'roll
Well it's a long way
Bem, é um longo caminho
It's a long way, you should've told me
É um longo caminho, você deveria ter me avisado
It's a long way, such a long way
É um longo caminho, tão longo
Não deixei a música acabar e já emendei Satisfaction dos Rolling Stones.
Ver todas aquelas pessoas cantando comigo me deixa realmente contente.
Meu nervosismo estava completamente dissipado, eu até arriscava uns passinhos de
vez em quando.
Depois dos Stones, toquei I love rock and roll da Joan Jett, seguido de Losing
my Religion do R.E.M, It´s my life do Bon Jovi, depois puxei uma sequência de anos
60, Johnny B.Goode e Roll Over Beethoven do Chuck Berry, Please Mr.Postman do
The Carpenters, Blue sued shoes e Tutti Frutti do Elvis e Hippy Hippy Shake e Twist
and Shout dos Beatles.
Meu tempo estava acabando, as músicas anos 60 empolgaram as pessoas de
uma forma indescritível, acho que não tinha uma pessoas imóvel no lugar.
Talvez eu levasse mesmo jeito pra coisa.
– Bom pessoal, essa vai ser a última música. - Ouvi um couro reclamando, o
que me fez sorrir. - Não se preocupem, a banda The Siblings vai continuar. Foi muito
legal tocar para vocês hoje, eu curti muito. Espero que vocês tenham curtido também.
- O pessoal começou a aplaudir e assoviar.
– Então essa última música eu quero oferecer para uma pessoa que já não vive
entre nós. É por causa dela, que eu estou aqui em cima desse palco hoje.
Onde quer que você esteja Jane, essa vai ser pra sempre sua.
As pessoas me olhavam sem entender nada, menos Alice, Rosalie e Edward,
eles sorriam para mim, me apoiando. Iniciei os meus tão conhecidos acordes, fechei
os olhos e dei início a música.
We've been here too long
Tryin' to get along
Pretendin' that you're oh so shy
I'm a natural ma'am
Doin' all I can
My temperature is runnin' high
Cry at night
No one in sight
An' we got so much to share
Talking's fine
If you got the time
But I ain't got the time to spare
Yeah
Era incrível como aquela música trazia as memórias de Jane, era como se ela
estivesse ali.
Do you wanna touch
Do you wanna touch
Do you wanna touch me there, where
Do you wanna touch
Do you wanna touch
Do you wanna touch me there, where
There, yeah
Yeah, oh yeah, oh yeah
Every girl an' boy
Needs a little joy
All you do is sit an' stare
Beggin' on my knees
Baby, won't you please
Run your fingers through my hair
My, my, my
Whiskey and rye
Don't it make you feel so fine
Right or wrong
Don't it turn you on
Can't you see we're wastin' time, yeah
Do you wanna touch
Do you wanna touch
Do you wanna touch me there, where
Do you wanna touch
Do you wanna touch
Do you wanna touch me there, where
There, yeah
A música chegou ao fim, eu tive que deixar as lembranças de lado e abrir
meus olhos.
– É isso pessoal. Por hoje é só, The Siblings assume daqui. - Houve outra
salva de palmas, aparentemente eles tinham gostado.
Pelos gestos de Jasper pude perceber que ele assoviava, Rosalie e Alice
gritavam aplaudiam e pulavam, tudo ao mesmo tempo. Edward aplaudia com um
sorriso bobo na cara. Sorri para eles e caminhei para fora do palco.
Capítulo 13 - She's Got the Jack Part.2

– Essa é a minha garota. Você foi demais. - Emmett me abraçou me tirando do


chão e me fazendo rodar.
– Deixa só Rose ouvir você falando isso. - Ameacei.
– Ela já sabe. Sabe que eu acho que ela é sua fã? Ela nunca admitiria isso, mas
o jeito que ela olha para você, é diferente.
Uma semana atrás ela te olhava como se desconfiasse de alguma coisa, como
se você tivesse feito algo pra ela. Mas de uns dias para cá, ela te olha meio esquisito,
como se passasse a te admirar, ou algo assim. - Desde quando Emmett tinha se
tornado tão perceptível? Eu precisava mudar de assunto, tudo que eu menos queria é
que eles descobrissem quem eu era.
– Bateu com a cabeça aonde Emmett? Você fantasia muito as coisas. Rosalie e
eu nos tornamos mais próximas, só isso. - Ele ficou um pouco pensativo.
– As vezes eu acho que te conheço. - Quais eram as chances de Emmett
assistir novelas brasileiras com Rosalie? Eu não sabia o que dizer. - Provavelmente eu
sonhei com você, antes de nos conhecermos. - As vezes Emmett era tão Emmett, e
isso me deixava animava.
– Provavelmente é isso. - Disse com um sorriso amarelo. - Então, acho que já
podemos ir pro camarote.
– Você pode ir. Eu ainda preciso dar uns recados, telefone de contato, e-mail e
essas coisas. - Rolei os olhos, por que Emmett levava aquilo tão a sério?
– Hum... Ok então. Não demore muito, os gatinhos estão soltos, e sua Deusa
grega está lá sozinha. - Uma ruga de preocupação nasceu em sua testa.
– Fala para ela que daqui 15 minutos eu já estou lá.
– Ok. - Ele andou em direção a saída do camarim. - Ah Emmett?
– Oi? - Falou virando-se para mim.
– Por favor, não me envergonhe. - Ele gargalhou e saiu. Respirei fundo e sai
atrás dele.
Bom, eu precisava atravessar aquela multidão de pessoas para chegar até o
camarote.
Fred estava cantando YMCA, o God, aquilo era tão gay e tão engraçado.
Algumas pessoas me pararam no caminho, para me parabenizar, dizer que eu fui
demais e coisas do tipo. Esses elogios me deixavam animada.
– E ai galera. - Não, não podia ser, me virei para ter certeza. Sim era ele, o
sultão cheio de músculos, que atendia por nome de Emmett, cortou totalmente a
performance de Fred. - Como muito de vocês sabem, eu sou Emmett Cullen. Me
desculpem por ter atrapalhado a música da banda, mas eu preciso fazer meu trabalho
rapidão e ir correndo lá pra cima. - Emmett apontou para o camarote. - Minha deusa
me espera. Te amo amor... - Ri da declaração dele.
Então, eu sou o empresário da Bella. A garota é ou não é rock n´roll? - ouvi
um couro de yeah. - Eu sei, ela é demais, por isso estou aqui.
Quem quiser contratá-la é só acessar nosso site www.bellaswanisrock.com -
Eu tinha um site? Por que sempre era a última a saber? - Lá tem nossos e-mails e
telefones de contato. E não esqueçam se vocês querem rock. Bella Swan is rock. -
Que? E-mails, telefones de contato, e que slogan era aquele?
Emmett as vezes me envergonhava, resolvi parar de ouvi-lo e continuar meu
caminho.
O camarote de Jasper estava um pouco cheio, quando eles me viram, vieram
ao meu encontro, todos me abraçaram ao mesmo tempo, tinha braços de tudo quanto
é lado, eles começaram a pular e gritar Bella is rock, Bella is rock, para não cair tive
que ficar pulando também. As vezes eu tinha vontade de matar Emmett.
Quando acabaram de pular eles foram se soltando do abraço coletivo, então
veio um por um, me cumprimentar. Eu não conhecia nem metade daquelas pessoas, e
não me sentia muito a vontade os abraçando, mas não reclamei. Depois de abraçar
mais de 10 desconhecidos, vieram os conhecidos.
– Você foi demais Bellita. Você arrasou... Ahhhh que bom que somos assim
amigas. - Claro, claro, eu e Jéssica eramos melhores amigas. Ela me abraçava e
mexia comigo de um lado para o outro.
– Obrigada Jéssica. - Respondi tentando ser gentil e me desvencilhando do
abraço. Jasper era o próximo.
– Bellão, você simplesmente detonou. Já vou fazer minhas malas, porque
desse jeito vou conhecer todos os camarotes ao redor do mundo. Ah, e antes que eu
me esqueça, você fica muito, muito, hot, com essa fantasia.
– Você é a pessoa mais exagerada que eu conheço Jasper. Você ficou bem
assim de pirata, vai sequestrar a marinheira essa noite? - Alice me abraçou não
deixando ele responder.
– Eu vou sequestrar ele. - Hã? Se ela sequestrar ele, aonde eu vou dormir? -
Bella, você foi simplesmente incrível. Eu lembro que você arrasou na primeira vez,
mas hoje você humilhou.
– Vocês são muito exagerados... Alice, o que você quer dizer com, eu vou
sequestrar ele? Vocês vão ficar lá em casa? E eu? Vou ficar onde? - Ela gargalhou.
– Digamos que se você não descobrir isso até o final da festa, eu te dou uma
pista. - Hã?
– Alice...
– Bella, você nasceu para música. - Rosalie me abraçou, cortando meu papo
com Alice. - Você é perfeita para isso.
– Por que vocês são assim exagerados?
– Não é exagero. - Opa, aquela voz era de Edward, me soltei do abraço de
Rosalie.
– É sim. - Ele se aproximou mais de mim, e abriu aquele sorriso torto,
exclusivo dele.
– Vou filmar da próxima vez e te mostrar como você é perfeita, sua teimosa.
– Hey, eu não sou teimosa. - Protestei. Ele rolou os olhos.
– Ok, você não é teimosa. - Ele foi aproximando seu rosto do meu. Ele iria me
beijar. Virei meu rosto no momento certo e o abracei. - Algum problema? - Perguntou
confuso.
– Aqui não Edward. - Respondi tentando convencer eu mesma.
– E por que não? - Por que não? Por que não? Vamos cérebro me ajuda. Olhei
em minha volta e vi 4 pessoa petrificadas assistindo a nossa cena.
– Porque Alice, Rose, Jasper e Jéssica estão olhando. Porque eu não quero
magoar Jéssica. Porque eu não quero escutar piadinhas do Jasper depois. Porque eu
não quero ter que ficar explicando para Alice que eu não vou ser sua cunhada só
porque eu te beijei.
E porque eu estou com sede. O que tem para beber? - Me soltei do abraço e o
encarei. Sua expressão estava insondável, não transparecia nada.
– Champanhe, você quer? - Sua voz parecia uma pouco chateada.
– Quero.
– Vou buscar então. - Falou me dando as costas.
– O que aconteceu? - Rosalie veio me perguntar.
– Nada.
– Jurava que iam se beijar.
– Não aqui, na frente de todos. - Ela pareceu não entender.
– E por que não?
– É complicado Rose. Eu não sei ainda se vou aceitar essa proposta, e eu não
quero ficar me pegando com ele na frente dos outros, eles podem interpretar uma
coisa que não é.
– Você já aceitou Bella. Se você fosse negar já teria feito isso. E desde quando
importa para você o que os outros pensam?
– Não importa, é que eu não sei, eu preciso pensar. Não sei se é uma boa
ideia.
– Você está com medo?
– Medo? Medo de que?
– Você sabe, sempre existe o risco de se apaixonar. - De novo aquele assunto?
– Eu não tenho medo de uma coisa que jamais aconteceria. - Ela parecia
trancar o riso.
– Ok. Então eu definitivamente não entendo.
– Edward era namorado de Kate. - Rosalie me olhou surpresa. - Ele e Alec
discutiram mais cedo. As coisas não acabaram bem. Alec acusou Edward de ser
egoísta e só pensar em se próprio e de deixá-la sair.
Ouvir aquilo magoou Edward, mais do que ele deixou transparecer.
Tenho muitos problemas na minha vida Rosalie, na verdade eu acho que os
problemas tem atração por mim. Pelo jeito Edward também teve muitos problemas.
Eu posso conviver com meus problemas, mas eu não posso causar problemas
para Edward, isso é inaceitável. Eu não conseguiria viver com mais esse fardo.
– Bella, se você aceitar essa proposta, você não vai aceitar se casar com ele,
ou namorar com ele, vai ser uma coisa física.
Vocês vão continuar sendo amigos mas com algo a mais.
Edward sofreu muito com toda a história da Kate, mas ele tá tentando seguir
em frente, você deveria fazer o mesmo. - Como? Eu bem que queria poder seguir em
frente, mas os pesadelos me traziam o passado de volta todos os dias.
– Hey garotas. - Emmett chegou por trás de Rosalie a assustando. - Calma
amor, sou eu.
– Você me assustou tigrão. Adorei sua declaração... - Ela falou se virando para
ele.
– Adorou foi? Então acho que mereço muitos beijinhos. - Emmett parecia
estar falando com uma criança, acho que eu precisava vomitar.
– Bella, sua bebida. - Edward voltou a tempo de eu não precisar ouvir mais
daquilo.
– Então, o casal 20 já se assumiu? - Peguei a taça da mão de Edward e virei,
eu não ia abrir minha boca para responder as provocações de Emmett.
– Ed... - Jéssica estava chamando Edward.
– Não temos nada para assumir. - Edward falou e saiu indo em direção a
Jéssica.
– O que deu nele em? - Emmett perguntou. Peguei a taça cheia da mão dele e
lhe entreguei a minha vazia.
– Nada. - Respondi e virei a bebida.
Não sei quanto tempo se passou, uma hora, ou duas, mas eu já tinha fumado
uma carteira de cigarro e bebido no mínimo umas 15 taças de champanhe, e me sentia
alegrinha.
Alice e Jasper estavam na bolha particular deles, já Rose as vezes tentava me
fazer companhia, mas Emmett era muito possessivo.
Edward estava no maior papo com Jéssica, tudo que me restou foi me
enturmar com os solteiros desconhecidos.
Demetri, Tânia, Elizabeth, James, Matt e Tom. Todos estavam felizes e
desinibidos demais, graças as bebidas, um deles tinha me dado um Ray ban aviator, o
qual eu me recusava a devolver.
Riamos de tudo, trocávamos telefone e combinávamos festas que eu tinha
quase certeza que jamais aconteceriam. Batemos trocentas fotos de mil formas
diferentes, tenho certeza que meu sorriso ficou enorme e meus olhos brilhando em
todas as fotos, graças ao champanhe.
A banda continuava a todo vapor, e eu já até arriscava alguns passinhos, a
bebida me deixava leve e solta.
Elizabeth e Tom, não deixavam faltar bebida, estavam sempre de prontidão
enchendo nossos copos. Eu comecei a me perguntar se era possível ficar bêbada com
champanhe.
– Edward está de olho em você. - Beth falou.
– Em?
– Edward... - Ela apontou o dedo na direção dele. - Está de olho em você. - Eu
me virei para olhá-lo, mas ele desviou o olhar.
– Ele está com Jéssica.
– Mas parece que é em você que ele está interessado. - Ele me parecia muito a
vontade com Jéssica. Ele estava interessado em qualquer garota que lhe desse mole.
– Ele se interessa por todas. - Disse cínica.
– Ele não olha para todas do mesmo jeito que ele olha pra você. - Ok,
Elizabeth já tinha bebido demais.
– E como ele me olha?
– Como se fosse despir suas roupas e te devorar aqui mesmo. - Eu gargalhei.
– É melhor você parar com a bebida.
– É melhor você parar com a bebida, acho que já está afetando sua visão. E se
eu fosse você, não perderia tempo. Quem me dera se Edward gostosão Cullen me
olhasse dessa maneira. Eu já estaria lá, com a minha boca grudada na dele. - Estava
abrindo a boca para responder, mas então Fred começou com a música all the single
ladys da byonce, eu não acreditei que ele estava imitando Beyoncé, Elizabeth foi a
loucura e me puxou pela mão. - Eu AMO essa música. - Eu ri.
– Onde você está me levando sua maluca?
– Vamos dançar. - Eu travei na mesma hora.
– Nem pensar. Eu não sei dançar isso. - Ela revirou os olhos.
– Deixa de ser boba, vem comigo eu te mostro os passos, é só me imitar. - Se
eu estivesse sã, com certeza eu negaria até a morte, mas como dizem, só a bebida
liberta, e foi isso que ela fez comigo. Segui Elizabeth, até um espaço mais livre e
começamos a dançar, Alice, Rosalie e Tânia se juntaram a nós.
Eu não fazia ideia que sabia rebolar e mexer minha cintura daquele jeito, e
jamais imaginava que sabia cantar e dançar aquela música. Eu estava me divertindo,
uma coisa que eu achava impossível de acontecer, mas estava acontecendo.
Meu corpo acompanhava as batidas da música sem nenhum esforço.
– Hei você disse que não sabia dançar. - Elizabeth indagou.
– Eu não sei.
– Você com certeza sabe Bella. - Nós gargalhamos juntas, feitos duas malucas
e voltamos a nos concentrar na dança.
Quando a música chegou ao fim, continuamos ali dançando, queimando o
álcool que habitava nossos corpos.
Jasper e Emmett pareciam dois seguranças cuidando de suas namoradas.
Demetri, Matt e Tom se aproximaram de nós e começaram a dançar junto.
Matt com Tânia, Demetri com Elizabeth e Tom comigo.
Tom as vezes tentava colar seu corpo no meu, mas eu o afastava. Não posso
dizer o mesmo de Tânia que já estava no maior amasso com Matt.
– Você sabe como hipnotizar os homens. - Tom se aproximou de novo. Sorri e
dei um passo para trás, sem dizer nada. - Me dá uma chance vai. Me diz o que você
quer. - O garoto era insistente. Ele não era de se jogar fora, na verdade ele era um filé.
Moreno, alto, estava só de calça social e uma gravata borboleta sem camisa, o que
deixava seu tanquinho totalmente definido a amostra, seus cabelo preto era tão
bagunçados quanto os de Edward, e seus olhos preto transpareciam luxuria. Qualquer
garota em sã consciência não desperdiçaria aquele pedaço de mal caminho, mas eu
não estava interessada.
A maioria das vezes meus olhos traidores paravam na figura de um vampiro
que conversava com uma menina super poderosa que atendia pelo nome de Jéssica.
Talvez eu devesse beijar Tom, ou talvez não. Bom, ele continuava parado esperando
uma resposta.
– Mais uma taça de champanhe, eu quero mais uma taça. - Falei entregando
minha taça vazia para ele. Ele abriu um sorriso lindo,que mais parecia de comercial
de creme dental. Ele se aproximou de novo, e dessa vez eu não me afastei.
– É pra já madame. - Falou perto do meu ouvido. Assim que ele se afastou
Elizabeth me puxou pelo braço.
– Garota me diz que mel é esse que você tem. Uau, primeiro Edward Cullen,
agora Tomas Smith.
– Elizabeth em que mundo paralelo você vive? Edward está com Jéssica e
Tom está bêbado.
– Você vai pegar o Tom não vai?
– Provavelmente não. - Ela me olhou como se eu fosse uma maluca.
– Qual é seu problema em? - Meus olhos procuraram Edward de novo, e dessa
vez o peguei olhando para mim, ambos ficamos nos encarando sem desviar o olhar. -
Bella? Estou falando com você. - De alguma forma ela percebeu onde meus olhos
estavam presos. - Ah é isso, você decidiu pelo Cullen. Consegui desviar o olhar de
Edward.
– Você é louca.
– Ou você faz alguma coisa, ou Jéssica vai levar. Conselho de uma louca. -
Quando percebeu Tom se aproximando Elizabeth saiu.
– Sua bebida.
– Obrigada. - Não tinha muito empenho para ficar bebericando champanhe
então eu virava tudo de uma única vez.
Mike teve a infeliz ideia de tocar uma música romântica, o que fez Tom me
chamar para dançar, acabei aceitando, pelo que parecia ele continuaria insistindo. Ele
colou totalmente seu corpo másculo no meu, nos balançávamos lentamente para lá e
para cá. Ele tentava de todas as formas aproximar seu rosto do meu, mas eu sempre
dava um jeito de desviar. Para piorar a situação a banda resolveu emendar outra
musica romântica e não tinha jeito de Tom me largar. Eu estava perdida.
– Podemos trocar de par? - Edward? Sim, ele estava ali do nosso lado, com
Jéssica grudada no seu pescoço. Tom olhou para Jéssica e sorriu sacana.
– Minha noite está salva. - Falou me largando.
Edward se aproximou sem dizer nada, ele me trouxe lentamente para junto de
seu corpo, despertando aquela corrente elétrica. Era interessante como meu corpo
parecia se encaixar perfeitamente no dele, encostei minha cabeça no seu ombro e
começamos a nos mover.
http://www.youtube.com/watch?v=UWgJVgnsR7U

Would you dance


Você dançaria
If I asked you to dance?
Se eu te pedisse pra dançar?
Would you run
Você correria
And never look back?
E nunca mais olharia para trás?
Would you cry
Você choraria
If you saw me cryin'
Se me visse chorando?
Would you save my soul tonight?
Você salvaria a minha alma hoje a noite?
Edward cantava baixinho no meu ouvido com a voz rouca, me causando
arrepios.
Would you tremble
Você tremeria
If I touched your lips?
Se eu tocasse seus lábios?
Would you laugh?
Você sorriria?
Oh please tell me this.
Oh por favor me diga isso!
Now would you die
Agora você morreria
For the one you love?
Pela pessoa que você ama?
Hold me in your arms tonight.
Agarre me em seus braços esta noite!
Eu me sentia bem assim, em seus braços, me sentia confortável e segura.
Edward me passava uma sensação de paz que eu pensava que jamais voltaria a sentir.
Eu poderia ficar o resto da noite ali abraçada a ele, escutando sua voz, sem reclamar.
I can be your hero, baby.
Eu posso ser o seu herói, baby
I can kiss away the pain.
Eu posso te beijar e a dor ir embora
I will stand by you forever.
Eu vou esperar por você para sempre
You can take my breath away.
Você pode tirar o meu fôlego.
Meus olhos estavam fechados, e minha mente se concentrava em sua voz, nas
palavras que ele dizia.
De um certo modo a letra daquela música fazia sentido.
Edward era o único que me deixava daquele jeito, era o único que conseguia
me fazer esquecer de tudo e de todos o único que tirava o meu fôlego daquele jeito, o
único que me passava tranquilidade.
Would you swear
Você juraria
That you'll always be mine?
Que você vai ser sempre minha?
Would you lie?
Você mentiria?
Would you rub in mind?
Passaria na sua mente?
Have I gone too deep?
Eu estou ficando profundo?
Have I lost my mind?
Eu tenho perdido minha mente?
Well,I don't care you're here tonight.
Bem, eu não me importo, você está aqui esta noite.
Por que não aceitar sua proposta? Se era isso que meu corpo queria, que meu
corpo clamava. Se eu me sentia bem perto dele.
Não seria um compromisso. Por que não aceitar? Talvez Rosalie estivesse
certa, já estava aceito. Só não sabia disso ainda. Sim eu aceitei, no momento em que
eu continuei lá no mirante com ele depois da tal proposta e depois quando eu fui atrás
dele depois da briga com Alec.
I can be your hero baby.
Eu posso ser o seu herói, baby.
I can kiss away the pain.
Eu posso te beijar e a dor ir embora.
I will stand by you forever.
Eu vou esperar por você para sempre.
You can take my breath away.
Você pode me deixar sem fôlego.
You can take my breath away.
Você pode me deixar sem fôlego.
I can be your hero.
Eu posso ser seu herói.
A música acabou e continuamos abraçado, a única diferença é que não nos
mexíamos mais. Edward suspirou e se afastou um pouco de mim, para olhar nos
meus olhos. Seus olhos verdes brilhavam feito um par de esmeraldas, não sei em que
momento ele se livros das lentes vermelhas.
Continuamos em silêncio só nos olhando. Ele me olhava de uma maneira
diferente, eu desejei saber o que passava pela mente dele. Um sorriso nasceu em seus
lábios. O que me fez sorrir também, as coisas eram tão simples com ele. Eu gostava
de Edward daquela maneira, eu gostava daquele Edward. Alegre, sorridente, fácil de
lhe dar. Eu odiava vê-lo sofrendo e eu sabia que ele sofria, mesmo não demonstrando
ele ainda sofria.
Suas mãos tocaram meu rosto, eu não impediria que ele me beijasse, era isso
que eu também queria. Estava pouco me importando para as piadinhas que Jasper e
Emmett fariam depois. Para a encheção de saco que Alice faria, ou para a cara feia de
Jéssica. Tudo que eu queria era terminar a noite com ele, e era isso que eu faria.
– Bella... Eu, eu... - Desde quando ele gaguejava? - Eu vou buscar bebida para
nós. - Hã? Edward saiu me deixando sem entender nada. Será que eu tinha feito algo
errado? Aquilo foi uma provocação ou o que? A atitude dele me deixou um pouco
irritada, e nada melhor que um cigarro para acalmar os nervos. Foi isso que fiz,
acendi um cigarro e fui para frente do camarote assistir a banda que já tocava as
músicas finais. Acho que Alec olhava em minha direção, eu sorri e acenei para ele.
Capítulo 14 - She's got the Jack Part.3

– Hey, você ainda está ai. - Ele falou no microfone assim que a música que
eles estavam tocando acabou. Levantei meu polegar. - Como eu sei que você adora
AC/DC a próxima música vai para você. Fiz um chifrinho com as mãos em sinal de
agradecimento e eles começaram a tocar.
The Jack era a música, levantei os braços fechei os olhos e comecei a me
mexer no ritmo dela. Cara, eu não sabia como eu tinha passado tanto tempo sem
saber que eu sabia mexer meus quadris daquele jeito.
http://www.youtube.com/watch?v=RW2heKjzjIA
She gave me the Queen
Ela me deu a Rainha
She gave me the King
Ela me deu o Rei
She was wheelin' and dealin'
Ela foi rodando e apostando
Just doin' her thing
Apenas fazendo seu jogo
She was holdin' a pair
Ela tinha um par
But I had to try
Mas eu tinha que tentar
Her Deuce was wild
Seu dois foi selvagem
But my Ace was high
Mas meu ás foi alto
But how was I to know
Mas como eu saberia
That she'd been dealt with before
Que ela já havia sido carteada antes
Said she'd never had a Full House
Disse que nunca tirou um Full House
But I should have known
Mas eu deveria saber
From the tattoo on her left leg
Pela tatuagem na perna esquerda dela
And the garter on her right
e pela liga na direita
She'd have the card to bring me down
Que ela tem a carta para me derrubar
If she played it right
Se ela jogar certo
Senti alguém chegando por trás de mim, e colando seu corpo no meu, não
precisava abrir meus olhos para saber que era Edward. Ele acompanhava meus
movimentos, se mexendo junto comigo, pudia sentir sua ereção toda vez que
subíamos e descíamos conforme a música. Tinha certeza que aquela cena vista de
fora, era completamente imoral e sem vergonha, mas eu não estava ligando.
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, jack, jack, jack, jack, jack, jack
Ela tem o valete, valete, valete, valete, valete, valete, valete
She's got the jack
Ela tem o valete
Edward cantava o refrão no meu ouvido. Me virei, ficando de frente para ele,
coloquei o cigarro na boca, para ficar com as mãos livres, e comecei a passar elas
pelo seu corpo, de acordo com a música.
Poker face was her name
Poker era a cara dela
Poker face was her nature
Poker era a natureza dela
Poker straight was her game
Poker direto era seu jogo
If she knew she could get you
Se ela sabia que ela poderia pegar você
She played 'em fast
Ela jogava rápido
And she played 'em hard
E ela jogava duro
She could close her eyes
Ela poderia fechar os olhos
And feel every card
E sentir cada carta
But how was I to know
Mas como eu poderia saber
That she'd been shuffled before
Que ela tinha "sido embaralhada" antes
Said she'd never had a Royal Flush
Disse que nunca tirou um "Royal Flush"
But I should have known
Mas eu devia saber
That all the cards were comin'
Que todas as cartas vinham
From the bottom of the pack
Do fundo do monte
And if I'd known what she was dealin' out
E se eu soubesse que ela estava blefando
I'd have dealt it back
Eu teria apostado de volta
– Assim, eu não vou consegui aguentar Bella. - Ele sussurrou, me fazendo rir.
Eu me encostei na sacada do camarote e ele logo se encostou ao meu lado. Dei uma
tragada bem grande no meu cigarro, tentando controlar meus hormônios, que também
estavam prestes a explodir.
– Esse cigarro parece extremamente convidativo sendo tragado por você. Eu
desencostei da sacada e me posicionei de frente para ele, ficando no meio de suas
pernas.
– Quer experimentar? - Ele estendeu a mão, para que eu passasse o cigarro.
Eu não podia ver minha cara, mas com certeza era uma expressão muito safada. - Não
desse jeito Edward... - Ele franziu o cenho, tentando entender. Eu sorri e dei mais
uma tragada no cigarro. Fui me aproximando lentamente da sua boca, ele pareceu
entender o que eu faria e entreabriu a boca, fiquei a milímetros de distância e soltei a
fumaça lentamente, dentro de sua boca, mas sem encostá-las uma na outra.
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, and who knows what else?
Ela tem o valete, e quem sabe o que mais?
She's got the jack, yeah, yeah
Ela tem o valete, yeah, yeah
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, Ela tem o valete
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, Ela tem o valete
She's got the jack, jack, jack, jack, jack, jack, jack
Ela tem o valete, Valete, valete, valete, valete, valete, valete
She's got the jack
Ela tem o valete.
Fui me afastando lentamente, mas ele me puxou pela gravata.
– Se você não quer beijos, não deveria me provocar desse jeito. - Ele
protestou.
– Talvez eu tenha mudado de ideia. - Ele arqueou uma sobrancelha,
duvidando, mas sem soltar minha gravata. - Eu aceito, aceito sua proposta. - Ele me
puxou para mais para perto.
– Tem certeza?
– 90%
– Ok. - Ele murmuro, com a boca já quase encostada na minha. - Isso já é o
suficiente. - E nossas bocas se uniram, Edward mordeu meus lábios com força e eu
fiz o mesmo com os dele, nossas línguas trabalhavam juntas, de uma forma suja,
vulgar, sacana e totalmente deliciosa. Deveria ser totalmente proibido beijar daquela
forma em público.
A música estava quase no fim, voltamos a dançar sem nunca se desfazer do
beijo.
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
Ooh, It was a bad deal, Jack
Ooh, foi um mau negócio, valete
She gave me the Jack, hey
Ela me deu o valete, hey
She's got the Jack, she's got the Jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the Jack, ooh can't you tell
Ela tem o valete, ooh você não pode dizer
She's got the Jack, jack, jack, jack, jack, jack, jack, jack
Ela tem o valete, valete, valete, valete, valete, valete, valete, valete
She's got the jack, she's got the Jack
ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, she's got the Jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack, you never know!
Ela tem o valete, você nunca sabe!
She's got the jack, she's got the jack
Ela tem o valete, ela tem o valete
She's got the jack
Ela tem o valete
She's got the jack, and it hurts!
Ela tem o valete, e isso machuca!
She's got the jack
Ela pegou o valete
She's got the jack, jack, jack, jack, jack, jack, jack
Ela tem o Valete, Valete, Valete, Valete, Valete, Valete, Valete
She's got the jack
Ela tem o Valete
A música acabou, a banda se despediu o som eletrônico começou a tocar, e eu
e Edward ainda nos beijávamos, nos amassávamos.
– Vocês dois querem parar com essa pouca vergonha? - Era a voz de Emmett,
ele estava separando nossas cabeças.
– Procurem um quarto, um motel ou um banheiro. - Jasper estava com ele.
Edward bufou.
– Vocês não tem mais nada para fazer? - Perguntou bravo.
– Cara, ta todo mundo olhando, vocês estavam quase partindo para os
finalmentes. - Olhei ao meu redor, e realmente as pessoas que restavam ali, estavam
todas nos olhando. Elizabeth, Rose e Alice riam. Jéssica me lançava um olhar furioso
e Tom estava tão bêbado que talvez só estivesse olhando para um ponto fixo. De
qualquer jeito eu fiquei com vergonha e escondi o rosto no peito de Edward.
– Obrigado pelo aviso. Agora vocês podem nos dar licença? - Edward pediu
ainda um pouco bravo.
– Ok. - Emmett disse sem se mexer. - Se deu bem em irmãozinho.
– Não esqueçam a camisinha. - Jasper emendou. Edward lançou um olhar
furioso para eles, isso fez com que eles saíssem.
– Sempre aparece alguém para atrapalhar. - Murmurou, beijando o topo da
minha cabeça.
– Que vergonha. - Falei escondendo ainda mais meu rosto em seu peito. Ele
riu e me apertou em seus braços.
– Quer sair daqui? - Meu coração acelerou com a proposta.
– Aonde vamos?
– Lá em casa. Você é uma péssima vizinha, mora do lado e você nunca foi me
visitar. - Eu olhei divertida para ele.
– Você vai me apresentar a sua casa?
– Eu gostaria de apresentar meu quarto, mas se você quiser eu posso mostrar
os outros cômodos primeiro. - Oh god, porque ele falava aquilo de um jeito tão
indecente?
– Primeiro o quarto então. - Falei corando no mesmo instante. Ele sorriu e me
beijou, foi um beijo curto, mas o suficiente para fazer meu corpo arder de novo. - Já
te disse o quanto você fica sexy, assim fantasiado de vampiro? - Murmurei em sua
orelha, o fazendo arrepiar.
– Não, acho que não. - Murmurou.
– Você... - Falei beijando seu pescoço. - Fica extramente... - Continuei
investindo no pescoço, o fazendo arfar. Sexy... - Falei por fim, mordiscando o lóbulo
de sua orelha. Suas mãos apertaram forte minha cintura.
– Bella, vamos embora. - Ele separou nossos corpos e me puxou pela mão,
seus olhos estavam escuros e brilhavam.
Paramos para nos despedir do pessoal. Acho que Alice estava fazendo um
grande esforço para não começar a pular e bater palmas, Elizabeth me abraçou e me
mandou usufruir muito daquele corpo até eu não aguentar mais. Rosalie também me
abraçou.
– Resolveu aceitar? - Perguntou baixinho.
– Você tinha razão, eu já tinha aceito. - Ela riu.
– Vão ficar onde?
– Na casa dele, se não tiver problema para vocês. - Falei lembrando que
Emmett também morava lá.
– Sem problemas, Emmett e eu ficamos lá em casa. Afinal, não é todo dia que
Edward leva uma garota para dormir na sua própria casa. Acho que essa é a primeira
vez. - Não? Edward não levava nenhuma mulher para casa? Por que estava me
levando então?
– Irmãzinha, você quer largar Bella? Edward está prestes a entrar em erupção
e você ai, segurando a garota. - Jasper falou, fazendo os outros rirem e eu ficar
vermelha. Rosalie me soltou.
– É toda sua Edward. - Rose disse rindo. Edward passou seu braço em volta
dos meus ombros e me puxou para junto de si.
– Estamos indo. - Ele olhou para Emmett. - Hoje a casa é minha. - Tenho
certeza que Emmett diria alguma piadinha, mas conseguiu segurar. Antes de por os
pés para fora do camarote pude ouvir os gritinhos de Alice.
Quando chegamos no apartamento meu coração disparou. Estávamos prestes
a por em pratica todas as etapas do acordo. Minhas mãos começaram a suar, eu não
sabia se eu ainda sabia como fazer. Eu nem sequer sabia se eu era boa naquilo, Jake e
eu já tínhamos feito incontáveis vezes, mas Jake foi até então meu único parceiro.
Uma vez ouvi falar que fazer sexo era igual andar de bicicleta, a gente nunca
desaprende, eu rezava para que aquilo fosse verdade.
Edward saiu do carro e veio abrir a porta para mim.
– Vamos? - Disse me estendendo a mão. Assim que toquei sua mão, aquele
choque insistente, percorreu meu corpo. Edward fechou a porta, e seguimos para o
elevador de mãos dadas.
Meu coração aumentava os batimentos a cada andar que o elevador ia
subindo. Edward estava estranhamente quieto, já eu não conseguia pronunciar nada
coerente.
– Chegamos. - Murmurou abrindo a porta do apartamento. - Essa é minha
casa. - Ele me puxou para dentro. - A sala e a cozinha são idênticas a de vocês. Coisas
de Esme.
– É, percebi quando vim aqui mais cedo. - Falei lentamente, tentando respirar
normalmente.
– Você veio aqui? - Perguntou surpreso.
– Sim. Emmett me ligou, e pediu que eu viesse aqui, porque precisávamos
brindar antes de sair de casa. Ele me disse que é uma tradição ou algo assim. - Sentei
no sofá e tirei meus sapatos, sentindo um alívio imediato. Acho que nunca me
acostumaria com salto alto.
– Sempre brindamos antes de ir a uma festa. - Ele falou. - Droga, você nunca
vem aqui, quando vem eu não estou em casa. - Disse se lamentando.
– Foi ajudar Alice nos preparativos?
– Não. Tive que ir na casa dos meus pais resolver uns problemas. - Ele sentou-
se ao meu lado.
– Esme e Carlisle estão bem? - Perguntei preocupada.
– Estão ótimos. - Então o problema não era com eles, mas Edward não ia falar
sobre o assunto. - Ainda não acredito que você veio aqui e eu não estava. - Virei
minha cabeça para o lado, para olhá-lo. - Ele era lindo, sua pele pálida, fazia contraste
com seus lábios vermelhos. Era um perfeito vampiro. Eu sempre me perdia quando
olhava diretamente para seus olhos, talvez ele fosse realmente um vampiro, e tivesse
o poder de hipnotizar as pessoas. Sorri com o meu pensamento, fazendo o erguer uma
sobrancelha. - Aquilo me deixava maluca. - Tá rindo do que? - Perguntou.
– Eu estou na sua casa agora. Com você. - Não precisou de mais nada, para o
vampiro agarrar sua presa.
Capítulo 15 - Sex on Fire

Edward veio para cima de mim, me prensando no sofá e me beijando


vorazmente. Nossas línguas se acariciavam de uma forma depravada. Suas mãos
percorriam minhas pernas, quando elas chegaram na parte que estava coberta pelas
meias, ele logo tratou de se livrar.
Já minhas mãos desfaziam o laço de sua capa. Assim que me livrei da capa,
comecei a desabotoar o colete, teria sido muito fácil, se eu não estivesse nervosa.
Edward teve que me ajudar com os últimos botoes. Em seguida trabalhamos juntos,
desabotoando sua camisa social. Assim que desataquei o último botão, minhas mãos
apressadas trataram de se desfazer logo da camisa.
Edward saiu de cima de mim e levantou-se do sofá. Não tive tempo de
perguntar o que ele estava fazendo, pois logo estava em seu colo.
– Primeiro o quarto. Lembra? - Falou com a voz baixa e rouca. Eu tentei achar
minha voz, mas ela não saia, então só pude afirmar com a cabeça.
Não pude ver como era seu quarto, ou de que cor era, pois meus olhos não
perdiam um movimento dele.
Ele me deitou lentamente na cama, em seguida se livrou dos sapatos e meias e
veio para cima de mim.
Deus, meu coração acabaria explodindo. Suas mãos eram habilidosas e logo
ele se livrou da minha gravata. Em seguida ele desabotoava minha blusa, enquanto
minhas mãos percorriam suas costas. Assim que se livrou da blusa, as mãos de
Edward se concentraram nos meus seios, que ainda estavam coberto por um sutiã
vermelho.
Para facilitar as coisas para ele, o sutiã desatacava na frente, mas ao contrário
do que eu pensei, ele não destacou. Sua boca procurou pela minha novamente. Outro
beijo voraz aconteceu, em seguida ele beijou meu pescoço, primeiro de um lado,
depois do outro, eram beijos ardente e demorados, o que me fazia arfar cada vez
mais. Talvez meu ar fosse acabar, mas quem ligava para isso.
Seus beijos se mesclavam com mordidas, com certeza meu corpo ganharia
alguns hematomas, sua boca foi descendo lentamente, beijando toda região da
clavícula, depois as costelas de ambos os lados, logo em seguida partiu para o
abdômen, beijando toda a extensão, sua língua contornou meu umbigo, me deixando
ainda mais arrepiada.
Ele só podia estar me castigando, Edward parecia não ter pressa nenhuma,
enquanto todo meu corpo clamava para se encaixar no dele.
– Edwa..rd.. - Consegui pronunciar. - Por.. POR que... judiar taNTO? - O ar
estava cada vez mais difícil. Suas mãos encontraram o feixe lateral da minha saia.
– Calma Bella... - Ele abriu o zíper da saia. Oh God, aquela voz rouca deixava
até minha vozinha molhada. - Temos tempo. Eu quero decorar cada centímetro do seu
corpo. - Falou, descendo minha saia.
Calcinha e sutiã, eram essas as peças que me livravam da nudez. Edward
parou por um momento, olhando meu corpo com cobiça, com os olhos ainda mais
escuros.
– Você é gostosa de todas as formas possíveis. - Eu sei que já estava
vermelha, pelos beijos, pela falta de ar e tudo mais, mas seu elogio me deixou ainda
mais vermelha. - Eu gosto de vermelho, combina muito com você... Mas com certeza,
fica muito melhor sem nada. - Ele voltou aos beijos, começando pelos pés e indo até
a parte interna da coxa, fazendo o mesmo procedimento com a outra perna. Ele só
podia estar tentando me matar.
Quando terminou os beijos, mordidas e apertões, ele subiu de novo. Suas
mãos desatacaram meu sutiã, fazendo meu coração disparar ainda mais. Me inclinei
um pouco para que ele pudesse se livrar daquela peça, e foi o que ele fez.
Ele abriu um largo sorriso, quando viu meus seios descobertos. Suas mãos
logo estavam os massageando. Um gemido involuntário escapou dos meus lábios, o
que pareceu o estimulá-lo ainda mais.
– Perfeitos... Foram feitos para mim, para minhas mãos... - Sua boca encostou
ma minha pele. - Para minha boca. - Falou mordiscando meu mamilo, me fazendo
soltar outro gemino.
Ele mordeu, lambeu, sugou fez tudo o que tinha direito. Enquanto a boca
estava ocupada com um dos seios, sua mão massageava o outro.
Eu não conseguia pensar, provavelmente eu não saberia dizer mas nem meu
nome. Tudo que eu conseguia era sentir, sentir os prazeres que Edward proporcionava
ao meu corpo.
A boca e as mãos dele partiram para a única peça que cobria meu corpo. Seus
dedos contornavam as laterais da minha calcinha, meus dedos se agarraram ao lençol
da cama e meus olhos se fecharam. Edward foi retirando lentamente, ergui meus
quadris, para que ele pudesse retirá-la com mais facilidade.
Seus dedos voltaram a passear pelo meu corpo, sem pressa alguma. Sua boca
seguiu o mesmo caminho, sentia sua respiração forte próxima ao meu rosto.
– Abre os olhos Bella. - Murmurou rouco. - Não me prive de ver seus olhos. -
O obedeci e abri meus olhos. Ele estava com o corpo apoiado sobre os braços, para
que seu peso não caísse sobre mim, seus cabelos batiam na minha testa, seus olhos
não se perdiam do meu. - Adoro a cor dos seus olhos, adoro ver como a cor varia de
acordo com seu humor. Agora por exemplo, ele esta verde forte, e com um brilho que
eu nunca tinha visto. - Minhas mãos agarraram seus cabelos.
– Cala boca Edward. - Falei puxando sua boca de encontro a minha. Ele
obedeceu prontamente, e mais um beijo sem nenhuma decência aconteceu. Quando o
ar faltou Edward se afastou um pouco e sua mão foi lentamente de encontro ao meu
sexo, gemi em antecedência. Senti seu dedo me invadir, me fazendo gemer de novo,
meus olhos não conseguiam se manter abetos, e minhas mãos queriam rasgar o
lençol, ele pôs outro dedo.
– Ohh céus - Gemi, enquanto seus dedos me exploravam, as vezes de vagar as
vezes rápido. Quando eu estava perto do ápice Edward parava, me fazendo bufar em
protesto. Aquela tortura continuou por algum tempo, até que senti sua respiração
batendo no meu sexo.
– Deixe os olhos abertos Bella. - Falou me fazendo abri-los novamente.
Edward estava com a cabeça quase encostada no me sexo, ele tirou seus dedos
de dentro de mim e os levou até sua boca, os sugando de uma forma depravada e
completamente sexy. Sentia meu sexo escorrer.
– Gostoso, saboroso. Digno da dona. - Dito isso, seus dedos voltaram ao
trabalho e sua boca foi de encontro ao meu clítoris, me fazendo gemer alto. Arqueei
meus quadris, para que Edward tivesse um melhor acesso. Seus dedos deram lugar
para sua língua, e suas mãos se ocuparam me ajeitando e me segurando de uma
forma, que fosse melhor para sua boca.
Sua língua trabalhava freneticamente, lambendo, sugando, indo de um lado
para o outro, as vezes mordiscando, me deixando completamente insana. Seus
movimentos se alternavam, as vezes de vagar as vezes rápido.
Senti o orgasmo se aproximando, minha mão voou para sua cabeça, com
medo que ele fosse sair dali, mas ele não saiu, ele aumentou a velocidade, senti meus
músculos se contraírem, meus dedos dos pés se fecharam, e meus batimentos
cardíacos aumentaram ainda mais.
– CÉUS... ED..ward, eu... - Não consegui terminar a frase. Eu tinha alcançado
o ápice. Edward continuava lá, sugando o líquido que saía de mim. Quando ele se deu
por satisfeito, sua boca veio de encontro a minha. Sentir o meu gosto em sua boca era
tudo. Ele parecia fora de si.
– Gostosa, gostosa. - Ele falava contra minha boca.
Aquela transa estava sendo de longe a melhor transa da minha vida. Tinha
medo que aquilo não fosse real, e que eu fosse acordar a qualquer momento. Dei um
jeito de inverter nossas posições e fiquei por cima dele.
– Minha vez owboy. - Sussurrei na sua orelha, o senti arrepiar. Suas mão
foram em direção a minha cintura, mas eu as segurei. - Nada disso. - Fiz ele colocar
as mãos atrás da cabeça. - Não tire as mãos dai. - Sussurrei em seu ouvido, mordendo
o lóbulo de sua orelha. Ele arfou, mas me obedeceu. Comecei a beijar seu corpo,
lentamente como ele tinha feito comigo, beijos ardentes e molhados. Sua respiração
aumentava cada vez mais, a medida que minha boca ia se aproximando de sua calça.
Minha mão foi parar em seu membro, o acariciando por cima da calça. E nossa, pelo
que eu podia sentir, o brinquedo era intimidador, meu sexo queimava de novo.
– Olá garoto. Que tal soltarmos você? - Enquanto uma das minhas mãos
desatacava sua calça a outra continuava o acariciando.
– Bella... - Edward gemeu. - Isso é tortura. Eu sorri sacana para ele, sem
responder nada.
Minhas mãos logo se livraram de sua calça. Seu membro pulsava
freneticamente dentro daquela cueca boxer vermelha. Sorri, vendo que nossas roupas
íntimas estavam combinando.
– O vermelho também cai bem em você. - Aposto que a minha cara era a mais
safada possível. Logo me livrei de sua boxer também, libertando o brinquedo de
Edward. Era realmente intimidador, mas do que imaginava. Eu o peguei com cobiça,
e comecei a movimentá-lo para cima e para baixo, fazendo Edward gemer meu nome.
Ouvir meu nome saindo da boca de Edward daquela maneira era extremamente
prazeroso, mordi os lábios involuntariamente, isso foi a gota d'água para ele. Em
questão de segundos, ele agarrou minhas mãos e voltou a me deitar na cama. Ele
levantou-se e foi em direção da sua calça que estava jogada no chão, lá ele pegou sua
carteira e retirou um preservativo. As respirações ofegantes e o som do preservativo
sendo aberto, eram os únicos barulhos presentes. Edward colocou o preservativo e
veio em minha direção. Ele se posicionou em cima de mim, eu afastei minhas pernas.
Seu rosto se aproximou do meu.
– Pronta? - Perguntou, me olhando com intensidade.
– Pronta. - Falei convicta. Sem mais esperas, ele me penetrou.
Foi um pouco desconfortável e dolorido. Edward ficou parado por um tempo,
esperando que eu me acostumasse. Rapidamente o desconforto foi sumindo, dando
lugar a ansiedade que ele se movesse. - Tudo bem? - Perguntou receoso.
– Quando você começar a se mover, vai ficar. - Ele sorriu torto, e começou os
movimentos lentamente, entrando e saindo. Minhas mãos puxaram seu rosto para
perto. Edward mordia os lábios, seu olhar transparecia toda a luxúria e prazer que ele
estava sentindo, ver ele daquela forma me excitava cada vez mais.
– Ah Bella... Tão gostosa, tão apertadinha. - Deus, eu seria capas de gozar de
novo, só com ele falando aquelas coisas no meu ouvido. Minhas mãos o trouxeram
mais para perto e minha boca atacou a sua. Suas investidas estavam ficando mais
rápidas, mas quando ele estava perto do ápice ele diminuía e parava de se mexer por
alguns segundos, me deixando impaciente. Comecei a rebolar embaixo dele, e isso o
deixou ainda mas louco.
Edward saiu de dentro de mim, me deixando sem entender. Ele sentou-se na
cama, e fez sinal com dedo, me chamando para ir até ele, me fazendo entender o que
ele queria. Engatinhei até ele, e mais um beijo tórrido aconteceu, ele nos encaixou de
volta, me fazendo soltar um gemido alto. Eu estava sentada com as pernas abertas,
sobre seu quadril. Aquela posição era muito mais prazerosa. Passei meus braços ao
redor do seu pescoço e apoiei minha cabeça em seu ombro, começando a me mover,
arrancando gemidos de Edward.
Eu não sabia se existia céu, e muito menos se um dia eu iria parar lá, mas eu
trocaria qualquer céu pelo prazer que Edward estava me proporcionando. Aumentei o
ritmo dos meus movimentos, sentia o ápice se aproximando, as mãos firmes de
Edward seguravam meus quadris, ajudando no movimento. Nossos suores se
mesclavam, meus batimentos cardíacos aumentaram, aumentando também a
velocidade dos movimentos.
– Goza comigo Bella, junto comigo. - Edward falava em meio aos gemidos.
– Oh céus Edward. - Nossos gemidos se mesclavam, palavras incoerentes
saiam de nossas bocas e por fim chegamos juntos ao ápice.
Permanecemos unidos, minha cabeça caída sobre seu ombro. Tentava aos
poucos acalmar minha respiração, o mesmo acontecia com ele. Seus dedos brincavam
com as minhas costas.
– Estou sem palavras, para descrever o que aconteceu. - Ele murmurou
ofegante.
– Isso foi... - Eu também não tinha palavras para descrever. - Foi mais que
incrível. - Ele me apertou em seus braços.
– Muito, muito mais que incrível. Tenho certeza que seu corpo foi feito sobre
medidas para o meu. É incrível como eles se encaixam perfeitamente. - Sutilmente eu
me desencaixei dele, e deitei na cama. Ele se desfez do preservativo e logo deitou-se
ao meu lado, uma de suas mãos segurava sua cabeça e a outra brincava com minha
barriga. Eu sorri.
– Preciso concordar com isso. - Ele me olhava de um jeito estranho.
– Que foi?
– Você me deixa louco, me faz perder a noção. - Eu sorri. Ele também me
deixa louca e sem noção, mas ele não precisava saber disso.
– Isso é ruim? - Seus olhos se prenderam nos meus e ficamos nos encarando
por algum tempo. Edward era lindo de todas as formas possíveis, talvez eu fosse uma
pessoa de sorte. Ele abriu um sorriso e se aproximou de mim.
– Seria... Se não fosse com você. - Sua boca veio de encontro a minha, e um
beijo que se iniciou calmo, se tornou urgente, fazendo meu corpo pedir por mais,
assim como o de Edward.
Ele levantou-se indo em busca de um novo preservativo e rapidamente estava
de volta, já preparado, deitou-se na cama e me puxou para cima dele, comecei a
encaixiar nossos corpos lentamente, o deixando agoniado.
– Não maltrata Bella. - Ele falou, nos conectando completamente, me fazendo
gemer.
Comecei a rebolar lentamente em cima dele, eu podia ver o desejo em seus
olhos, ele me olhava como se eu realmente fosse uma presa, aqueles olhos famintos
me deixavam louca, me faziam querer arrancar gemidos de sua boca.
Meus movimentos aumentavam cada vez mais, Edward mordia seus próprios
lábios, isso fez com que eu ficasse com uma vontade imensa de beijá-lo, e foi o que
eu fiz, deitei em cima de seu peito e o beijei de uma forma voraz. Suas mãos
agarraram com força minha cintura, me movendo para cima e para baixo cada vez
mais rápido, nosso beijo abafavam os gemidos, uma onda de prazer cada vez mais
forte se apossava do meu corpo, sentia que o mesmo acontecia com Edward, meus
batimentos cardíacos estavam fora de controle, comecei a me mover mais rápido e
aconteceu. Meu corpo estremeceu, junto com o de Edward, foi como se minha alma
tivesse deixado meu corpo por alguns segundos, minhas pernas estavam dormentes e
minha mente estava limpa, nenhum pensamento habitava ali, meu corpo caiu sobre o
de Edward.
Aos poucos fui voltando ao normal, mas ainda não conseguia me mover, as
mãos dele alisavam minhas costas.
– Bella? - Edward chamou.
– Hum?
– Tudo Bem? - Suas mãos agora alisavam meus cabelos.
– Acho que não consigo me mover. - Ele riu.
– Quer ajuda? - Sua voz melódica e rouca, fazia meu corpo começar a dar
sinal de vida de novo. Oh Deus, aquele corpo seria meu fim.
– Por favor. - Sutilmente ele saiu de dentro de mim. Mas, não me tirou de
cima do seu corpo.
– Quer saber de um segredo? - Perguntou baixinho.
– Quero.
– Nenhuma outra mulher, me proporcionou tanto prazer como você acabou de
proporcionar. - Será que ouvi direito? Edward Cullen, estava insinuando que eu tinha
sido a melhor?
– É feio mentir. - Murmurei.
– Não tenho porque mentir. - Abri um sorriso bobo, me achando a última
bolacha do pacote. Ficamos um tempo em silêncio, talvez ele tivesse pego no sono.
– Você foi a melhor transa da minha vida. - Murmurei.
– Sério? - Droga, ele estava acordado.
– Sério.
– Melhor que Jacob? - Por que Edward insistia tanto em perguntar por Jacob?
– Só teve ele e agora você, então sim. Melhor que Jacob.
– Eu sou seu segundo cara? - Sua voz era um misto de surpresa com
felicidade talvez.
– É. - Disse simplesmente. - As coisas entre Jacob e eu não terminaram bem.
Foram anos difíceis. Sexo era a última coisa que se passava pela minha cabeça. Eu
nunca senti falta... Até você aparecer. - Edward me apertou em seus braços. - Você é
um perigo para minha sanidade. - Sem nenhum aviso ele inverteu nossas posições,
ficando por cima de mim. Meu coração começou a martelar.
– Ótimo. Porque você também é um perigo para minha sanidade. - Ele
sussurrou em meu ouvido. - Para o meu corpo. Para minha alma. - Ele mordeu o
lóbulo da minha orelha, me fazendo arfar.
Eu me perguntava como ele conseguia fazer meu corpo arder daquele jeito.
Suas mãos passeavam pelo meu corpo e a luxúria tinha voltado para seus olhos, e
outra vez nos entregamos aos prazeres da carne.
A madrugada foi intensa, a sede que Edward e eu tínhamos um pelo outro
parecia nunca sessar. Ouve ainda uma quarta vez, antes de eu cair quase desmaiada
em cima dele, a última coisa que vi foi o relógio em cima de uma mesinha, marcava
6:30 da manhã, depois tudo se apagou.
Em uma galáxia muito, muito distante, onde aparentemente só existia
escuridão, comecei a sentir algo, talvez fosse uma formiga, caminhando pelas minhas
costas, aquela sensação era boa. Sorri para formiga, em sinal de agradecimento.
Então ela beijou meu pescoço.
Desde quando formiga beija? Outro beijo aconteceu.
– Acorda dorminhoca. - Uma voz rouca e preguiçosa falou no meu ouvido.
Aos poucos fui retomando a consciência, meu corpo estava completamente dolorido.
Oh céus, que noite foi aquela? Eu nunca tinha me sentido daquele jeito, nunca
tinha me sentido tão desejada, e nunca tinha desejado tanto. Nunca tinha sentido tanta
vontade, tanto calor, tanta luxúria e tanto prazer.
Minhas noites de amor com Jacob não chegavam perto da noite que tive com
Edward.
Passou longe de ser uma noite de amor, com certeza aquilo não foi amor, não.
Foi muito melhor que amor, foi sem medo, sem compromisso. Foi uma diversão, uma
brincadeira de adultos. Foi o mais puro e intenso sexo.
Eu peguei fogo, Edward pegou fogo, um fogo que ainda insistia em arder.
Ainda de olhos fechados, me virei para Edward. Sua mão tirava meus cabelos
da frente do meu rosto.
Abri os olhos lentamente, e encontrei um par de olhos verdes brilhantes,
olhando para mim, ele abriu um sorriso torto.
– Bom dia. - Falou, sem tirar o sorriso do rosto.
– Bom dia. - Minha voz saiu completamente rouca.
– Dormiu bem?
– Acho que desmaiei, você me nocauteou. - Ele gargalhou.
– Acho que empatamos então, porque eu também desmaiei.
– Ok, empatamos então. - A minha preguiça era tanta, que até falar dava
trabalho. Eu ainda sentia sono, com certeza não tinha dormido minhas 3 horas e meia.
- Que horas são em?
– 15:45 - 15:45? Ele só podia estar de brincadeira.
– Fala sério... Que horas são? - Perguntei de novo.
– 15:45. Se não acredita olha para o relógio que está em cima da mesinha do
computador. - Me virei para checar e meu queixo caiu, quando vi que o relógio
marcava 15:45.
– Isso é inacreditável. - Disse me virando de novo para Edward. - Eu dormi
muito mais de 3 horas e meia, sem ajuda de medicamento e sem estar bêbeda. Eu não
tive pesadelos. - Eu tive que sorrir, aquilo era demais.
– Disponha sempre que precisar. - Edward disse, com um sorriso convencido.
– Convencido. - Provoquei.
– Gostosa. - Senti meu rosto ficar vermelho. Edward riu, e me puxou para
seus braços.
– Como se sente?
– Com preguiça, e com muita, muita fome.
– Que tal um banho para espantar a preguiça e hambúrguer para matar a
fome? - Meu estômago roncou com a palavra hambúrguer.
– Boa ideia. - Eu sentei na cama, me cobrindo com a ajuda do lençol. - Vou
até em casa, tomo um banho e depois você vai lá, eu preparo os hambúrgueres. -
Edward sentou-se rapidamente ao meu lado.
– Não. - Disse rapidamente. Arqueei uma sobrancelha não entendendo. -
Bella, quando eu sugeri um banho, eu quis dizer você e eu. - Tomar banho com
Edward? Por que aquela ideia fazia meu coração disparar? - Ele aproveitou meu
momento de distração e me empurrou, fazendo que eu deitasse de novo, ele se
posicionou em cima de mim e prendeu meus pulsos com suas mãos.
As vezes ele fazia com que eu esquecesse de respirar. Ele encostou sua testa
na minha. - Então o que você me diz?
– É uma proposta tentadora, mas eu não tenho roupas aqui. - Ele sorriu.
– Eu posso te emprestar uma camiseta. - Como eu poderia negar? Com ele
sussurrando aquilo, com a boca a poucos centímetros da minha.
– Ok. - Murmurei completamente vencida. Ele beijou meus lábios.
– Ok? - Perguntou entre os beijos.
– Ok. - Edward libertou minhas mãos, que foram de encontro aos seus
cabelos, o puxando para mais perto de mim. Meu estõmago protestou de fome, nos
fazendo rir. - O banho. - Murmurei. Ele beijou meu pescoço me arrancando um
suspiro, e saiu de cima de mim e deitando-se ao meu lado.
– Você vai na frente, enquanto isso eu pego as toalhas e me acalmo um pouco.
- Falou olhando para sua ereção. - Eu precisava ir logo pro banho, antes que mudasse
de ideia e passasse o resto do dia na cama com Edward. Passei as mãos pelos cabelos,
tentando acalmar meus hormônios.
– Ok. Você pode me emprestar uma camiseta então? - Eu não queria me
levantar peladona. Edward riu.
– Bella, você está com vergonha? - Meu rosto ganhou cor, o fazendo rir ainda
mais. - Você sabe que não tem nada ai que eu não tenha visto.
– Por favor. - Eu pedi. Ele levantou-se e foi até o armário. Céus, aquele corpo
era muito perfeito, aquela bunda era uma perdição. Suas costas tinham marcas das
minhas unhas. Já sentia meu corpo quente outra vez, eu me perguntava por que que a
minha vontade por ele parecia aumentar cada vez mais. Ele pegou uma camiseta
vermelha e veio em minha direção. Acho que por vingança ele deixou a camiseta na
frente de seu sexo.
– Pode ser essa? - Perguntou sentando-se na cama. Sentei ao seu lado, me
cobrindo com o lençol.
– Claro, combina perfeitamente com minha calcinha. - Ele riu.
– Você não deveria falar essas coisas para uma pessoa que está tentando se
controlar. - Foi minha vez de rir.
– Desculpe. - Estendi meu braço, pedindo a camiseta. - Me empresta?
Prometo que devolvo. - Ele a estendeu para mim. Quando minha mão pegou a
camiseta ele segurou me pulso. Seus olhos estavam em minha cicatriz. Ele puxou
meu outro pulso, vendo a outra cicatriz. O silêncio no quarto era desconfortável.
– Isso foi um momento emo. - Murmurei, sem encará-lo. Ele suspirou.
– Bella, olha para mim. - Ele pediu, levantando meu queixo para que eu o
encara-se. - Eu já tinha visto isso lá no hospital, quando você ainda estava desmaiada.
Você não precisa me contar o que aconteceu ou como aconteceu. Eu só quero que
você me prometa, que nunca, nunca mais você vai fazer isso. - Ele falava bastante
sério e sua expressão parecia preocupada. - Por favor. - Pediu suplicante.
– Não se preocupe, isso não vai voltar a acontecer.
– Por favor, prometa. - Pediu sem largar meus pulsos. Eu suspirei.
– Eu prometo Edward. Prometo que vou me comportar bem, não vou mais
tentar isso. - Falei olhando nos seus olhos. Aquilo era verdade, eu não queria mais me
matar. Ele bijou meus dois pulsos, um de cada vez. Me deixando confusa, as vezes
ele era tão intenso. Ele sorriu.
– Hora do banho então? - Eu coloquei sua camiseta, que em mim ficava um
vestido e saltei da cama.
– Te encontro lá. - Falei andando em direção do banheiro.
Entrei no box e liguei a ducha na água quente. Era muito boa a sensação da
água quente batendo em meus músculos doloridos. Fiquei um tempo de olhos
fechados só deixando a água bater. Mas, minha consciência me alertou que eu não
deveria ficar gastando água assim, então expulsei a preguiça e peguei um shampoo
que tinha ali no box.
Aquele shampoo tinha exatamente o cheiro de Edward, era um cheiro de
hortelã maravilhoso.
Depois de usá-lo para meus cabelos, eu acabei usando para o resto do corpo
também, era exitante ter o cheiro dele em mim.
Meu banho já estava completo e Edward ainda não tinha aparecido com as
tolhas, isso me deixou um pouco preocupada, talvez tivesse acontecido alguma coisa.
Quando pensei em fechar o chuveiro e ir checar o que tinha acontecido, ouvi o box
sendo aberto.
Senti suas mãos acariciando minhas costas, me virei para ele, prendendo os
braços em seu pescoço.
– Você demorou. - Murmurei. Ele me puxou, para que meu corpo ficasse
colado ao dele.
– Estava no telefone, tentando falar com seu pai. - Hã? Me afastei dele.
– Meu pai? Você estava falando com meu pai? Como assim? - Ele riu da
minha histeria.
– Seu telefone tocou e eu atendi. Era seu pai, o inglês dele não é um dos
melhores, então demoramos um pouco para nos entender. - Eu estava sem palavras,
Edward e meu pai? Qual a desculpa que Edward deu para ele?
– O que você falou para ele?
– Pedi para ele ligar mais tarde, porque agora você não podia atender. Falei
para ele que tivemos uma madrugada de sexo incrível, e que você estava esperando
por mim no banho. - Edward falou sério. Acho que eu estava em estado de choque.
Ele percebendo meu jeito começou a gargalhar. - Claro que eu não disse isso Bella,
você acha que eu sou louco? - Senti um alívio no meu peito. - Eu disse que você tinha
saído para ir no mercado com Alice e que acabou esquecendo o telefone em casa. Ele
pediu para você retornar a ligação quando puder. - Droga, já faziam 5 dias que eu não
dava mais sinal de vida, Charlie com certeza estava uma fera.
– Acho melhor eu ir lá ligar para ele. - Falei tentando passar por Edward, mas
seus braços me prenderam.
– Depois você liga. - Suas mãos foram para meus quadris, o que me fez deixar
a ligação para depois.
– Ok. - Fechei os olhos, sentindo seus lábios tocarem nos meus. Edward me
encostou na parede, o gelado fazendo meu corpo se arrepiar. Seus beijos foram
descendo pelo meu pescoço até chegarem nos seios, onde ele mordiscou e sugou, me
fazendo gemer. Minhas mãos foram até sua bunda, apertando com vontade. Sentia
seus membro cada vez mais pulsante, contra a minha pele.
Edward voltou a beijar minha boca, e sua mão foi em direção ao meu sexo, o
acariciando, sem invadi-lo, eu arfava em antecedência.
– Você me deixa louca. - Falei ente os beijos. Isso pareceu estimulá-lo, suas
mãos agarraram meus quadris e ele me tirou do chão. Minhas pernas enlaçaram sua
cintura e ele nos encaixou. Me fazendo soltar um longo gemido. Edward começou a
se mover, me fazendo cravar as unhas em suas costas. A água que batia em nossos
corpos, parecia deixar tudo ainda mais excitante. Nossas bocas se devoravam,
loucamente de uma forma selvagem. Edward entravam em mim, profundamente, me
tirando completamente a razão. Eu já podia sentir os espasmos. As investidas estavam
cada vez mais rápidas, Edward também estava perto. Senti meu corpo se contrair, eu
mordi seus lábios com força e sentei meu orgasmo chegar, junto com o dele. Céus,
aquilo me roubava completamente os pensamentos. Meu corpo estava mole, senti
Edward me segurando com força. Ele nos sentou no chão, sem nos desconectar. A
água que agora batia na minha cabeça, parecia trazer de volta meus sentidos. Ficamos
algum tempo em silêncio, recuperando nossas respirações. Por que Edward me
deixava daquela maneira? Como ele conseguia me proporcionar momentos de tanto
prazer.
– Por que as coisas com você são muito mais prazerosas? - Ele murmurou,
ainda ofegante.
– Eu estava me perguntando a mesma coisa sobre você. - Respondi. - Você vai
acabar me matando de prazer. - Senti ele rindo.
– Acho que você me mata antes.
Ficamos mais algum tempo debaixo do chuveiro, mas quando nossos beijos
começaram a ficar perigosos achei melhor sair, Edward ficou mais um tempo.
Coloquei a blusa que ele me deu, e sai em busca da minha calcinha, ela estava
em baixo das calças dele. Sorri me lembrando da madrugada intensa.
Meu celular começou a tocar, me tirando dos pensamentos pervertidos, era
meu pai de novo, ele deveria estar preocupado.
– Hey ministro. - Atendi entusiasmada.
– Você ainda lembra que tem uma família? - Ele parecia aborrecido.
– Pai me desculpe, é que essa semana foi corrida. Faculdade e ensaios a
semana toda. Hoje é que estou tendo uma folga.
– Ensaios? Ensaios do que? - Pqp, me esqueci completamente de falar sobre
isso com Charlie.
– Eu estou tocando. Ontem teve uma festa a fantasia, de uma fraternidade da
qual eu faço parte. Eu meio que fui contratada para tocar. Fiz parceria com uma
banda, tivemos que ensaiar a semana toda.
– Você tocou em uma festa? - Ele parecia processar todas as informações.
– Toquei, foi muito legal. O pessoal pareceu curtir. - Charlie ficou em silêncio
por algum tempo, cheguei a pensar que tinha caído a ligação.
– Você bebeu nessa festa? - Claro, tinha que aparecer a desconfiança.
– Bebi algumas taças de champanhe. Não se preocupe, não passou disso. Pode
ligar para Alice e perguntar se quiser.
– Me desculpe Bella, eu não quis dizer isso.
– Tudo bem. Você tem seus motivos, não é mesmo?
– Então quer dizer, que resolveu ser cantora? - Perguntou, mudando de
assunto.
– Pois é. Os Cullens acham que eu levo jeito para coisa.
– Hei, eu já tinha te dito isso. - Protestou.
– Não acredito. Você está com ciúmes?
– Não é isso. - Ele se defendeu. - Mas parece que desde que você chegou ai,
você esqueceu que nós existimos.
– Pai, por favor não repita isso. Você sabe que isso é mentira. Eu sinto muito
sua falta. Sinto falta das nossas conversas e dos seus cafunés. Sinto falta da Renée
falando pelos cotovelos. Eu queria que vocês pudessem ter me visto ontem. - Ele riu.
– Eu não preciso dizer o quanto sentimos sua falta não é mesmo? As vezes eu
tenho vontade de pegar o primeiro avião e ir ai, te buscar. Te trazer de volta para casa.
– Eu gosto daqui pai. Eu gosto da tranquilidade que eu tenho aqui. Eu posso
sair normalmente, não tem paparazzis atrás de mim. As pessoas, elas parecem gostar
e confiar em mim.
– Isso me deixa feliz e preocupado ao mesmo tempo.
– Preocupando com o que?
– Talvez você não queira mais voltar.
– Eu sempre vou voltar por você.
– Mas só para visitas. Certo? - Perguntou um pouco triste. Eu não respondi
nada, e o silêncio se fez presente por alguns segundos. - E então, quando você vai
tocar de novo? - Charlie sabia como mudar de assunto.
– Dia 31 de outubro, em uma festa de halloween, você poderia convencer
Renée a entrar em um avião, assim vocês poderiam me ver.
– Convencer sua mãe? Isso me parece uma tarefa difícil. - Eu ri.
– Eu sei que você consegue, você tem praticamente 2 meses para isso.
– Vou tentar, mas não lhe prometo.
– Você vai comer o melhor hambúrguer da sua vida. - Edward falou, saindo
do banheiro.
– Que está ai? - Charlie perguntou.
– Edward.
– Edward. Falei com ele hoje mais cedo. Vocês são muito amigos? - Você não
imagina o quanto pai.
– Somos amigos. - Edward foi até o guarda roupas e vestiu uma boxer preta.
– Sei... Ele pareceu ser uma boa pessoa. - Completamente. Edward colocou
uma bermuda azul marinho, e veio em minha direção, secando os cabelos com a
toalha. Céus, aquela visão me dava coisas.
– Ele é incrível. - Respondi Charlie, encarando Edward. Ouvi uma risadinha
de Charlie.
– Realmente, eu preciso visitar você, e conhecer seus amigos.
– Claro, claro. - Respondi sem ter certeza do que Charlie estava falando.
Edward me olhava sem entender nada. - Pai, eu preciso desligar, Edward está aqui e
nós vamos fazer hambúrgueres. - Charlie continuou rindo.
– Tudo bem. Me liga ok?
– Certo, vou ligar. Da um abraço na mamãe e em Bernardo por mim.
– Deixa comigo. Se cuida garota, eu te amo.
– Beijos pai. - Falei desligando o telefone.
– Eu gostaria de entender português. - Edward falou.
– Curioso. - Ele riu.
– Não gosto de não entender o que você fala. - Eu ri.
– Disse que precisava desligar porque você estava aqui e iriamos fazer
hambúrgueres. E mandei um beijo para minha mãe e meu irmão. - Ele me olhou
surpreso.
– Você tem um irmão?
– Tenho. Bernardo, ele vai fazer 5 anos em setembro.
– Interessante. - Ele respondeu. - Por que você nunca me disse isso?
– Porque você nunca me perguntou. - Ele riu.
– Parece justo. - Respondeu me abraçando.
– Vamos logo para a cozinha. - Ele beijou meu pescoço.
– Eu gosto do quarto. - Eu suspirei. Se eu ficasse mais um minuto ali, meu
lanche já era. Lutei com todas as minhas forças e me levantei da cama.
– Quem chegar por último lava a louça. Falei e sai correndo em direção a
cozinha. Mas suas mãos me alcançaram na metade do caminho. Ele me prensou na
parede do corredor.
– Você é uma garota muito má. Merece ser castigada. - Falou roçando seus
lábios nos meus.
– E que castigo seria esse? - Murmurei.
– Ficar trancada no quarto comigo por muito, muito tempo. - Isso passaria
longe de ser um castigo. Tava mais perto de ser uma recompensa. Passei meus braços
em volta de seu pescoço e ele me beijou vorazmente, com certeza voltaríamos para o
quarto.
– Rum, Rum, Rum... - Edward e eu nos separamos imediatamente e ao
mesmo tempo olhamos em direção da sala. Emmett, Rosalie, Jasper, Alice e Carlisle
nos olhavam prendendo o riso.
Capítulo 16 - Os estraga prazeres

– Você é uma garota muito má. Merece ser castigada. - Falou roçando seus
lábios nos meus.
– E que castigo seria esse? - Murmurei.
– Ficar trancada no quarto comigo por muito, muito tempo. - Isso passaria
longe de ser um castigo. Tava mais perto de ser uma recompensa. Passei meus braços
em volta de seu pescoço e ele me beijou vorazmente, com certeza voltaríamos para o
quarto.
– Rum, Rum, Rum... - Edward e eu nos separamos imediatamente e ao
mesmo tempo olhamos em direção da sala. Emmett, Rosalie, Jasper, Alice e Carlisle
nos olhavam prendendo o riso.
Eu paralisei, fiquei sem reação, aquilo era constrangedor demais.
A família de Edward, estava prestes a cair na gargalhada a qualquer momento.
Edward estava tão constrangido e paralisado quanto eu.
– Oi garotos. - Carlisle disse, quebrando o silêncio. Edward pareceu retomar a
consciência.
– O que vocês estão fazendo aqui? - Perguntou bravo.
– Cara, eu moro aqui. - Emmett tentou se defender. - E você já viu que horas
são? Eu não imaginei que vocês ainda estivessem na atividade. Meu Deus, vocês tem
algum parentesco com os coelhos. - A risada que todos seguravam explodiu. Eu tentei
me esconder atrás de Edward, desejando que aquilo fosse uma alucinação.
– Você não acha que comprou uma camiseta muito grande para o seu tamanho
Bella? - Jasper perguntou em meio as risadas. Eu levantei meu dedo do meio e
mostrei para ele. - E você Edward? Não tem camiseta não?
– Vá para o inferno Jasper. - Falei.
– Por que vocês não somem daqui em? - Edward estava muito irritado.
– Parece que os coelhos querem privacidade, acho que eles não estavam nem
perto do fim. - Agora era vez de Alice soltar uma piadinha.
– Tá com inveja Alice? Se Jasper não aguenta o tranco você deveria procurar
ajuda fora. - Edward falou, fazendo todos os sorrisos desaparecerem.
– Calma Edward. - Pediu Carlisle.
– Calma? Eu estava calmo, até vocês invadirem minha casa sem avisar. Por
que não ligaram?
– Eu tentei, mas você não atendeu. - Rosalie murmurou para Edward.
Provavelmente foi quando estávamos no banho.
– Por que não bateram na porta do quarto?
– Eu também tentei isso, mas ninguém me respondeu. - Rosalie ainda
murmurava. Com certeza estávamos no banho. Aquilo estava ficando cada vez mais
constrangedor.
– O que vocês querem afinal?
– Papai estava procurando por Bella. - Alice respondeu. Procurando por mim?
O que eu fiz? - Estávamos todos lá em casa, exceto vocês.
– Falamos que Bella foi visitar Edward. - Jasper continuou.
– Mas não falamos que vocês estavam tre... - Emmett olhou para Edward
antes de terminar a frase e resolveu se calar. - É estavam...
– Não se preocupem com isso, eu não vi e não sei de nada. - Carlisle falou,
tentando parecer sério.
– Pelo menos você achou a Bella. - Jasper disse para Carlisle.
– Então pai, o que você quer? - Edward perguntou.
– Vim até aqui, porque eu tenho um convite para Bella. - Carlisle falou.
– Convite para mim? - Perguntei surpresa. Carlisle sorriu.
– Pelo jeito ninguém te falou. - Falou o que?
– Papai tá de aniversário sexta feira. Vai rolar uma festa. - Alice se apressou
em dizer. Carlisle a olhou de canto.
– Além de ser a festa do meu aniversário, também vamos inaugurar a casa.
Esme e eu resolvemos nos mudar para Malibu, assim podemos ficar mais perto da
família. - Carlisle falou, encarando Edward.
– Aniversário...Inauguração... - Murmurei. - Festa... Sua casa... - Eu ainda
estava muito encabulada, meu cérebro ainda não conseguia processar as coisas
direito. Com certeza o tom da minha pele, nunca mais deixaria de ser vermelho.
– Sexta Bella tem ensaio. - Emmett se meteu.
– Ela pode ir depois do ensaio. - Rosalie disse. - Todos olhavam para mim
esperando uma resposta.
– Claro, estarei lá. - Carlisle sorriu satisfeito, tive quase certeza que ele me
abraçaria, mas parou no meio do caminho, parecendo lembrar que eu estava só de
camiseta.
– Mais algum recado? - Edward perguntou. Emmett abriu a boca para falar
algo, mas Edward lhe lançou um olhar nada amigável. - Ok. Então estamos indo para
cozinha preparar alguns hambúrgueres. - Edward me puxou pela mão, mas eu
continuei parada. Ele virou-se para mim.
– Preciso ir em casa colocar uma roupa. - Murmurei para ele. Ele parecia
muito aborrecido com a presença de sua família.
– Me desculpe por isso. - Pediu sem jeito. Conversávamos através de
sussurros.
– Não se preocupe, eu me recupero. - Ele sorriu.
– Quer que eu vá até lá com você? - Se ele fosse comigo, provavelmente não
voltaríamos, e adeus comida.
– Melhor não. Você fica e vai fazendo a comida.
– Ok. - Ele me puxou para junto de si. - Não demore. - Falou beijando o topo
da minha cabeça. Pude ouvir os risinhos dos outros.
– Alice, você tem as chaves do apartamento ai? Não sei onde estão as minhas.
– Provavelmente no quarto de Edward, ou na sala, junto com algumas peças
de roupa. - Eu não tinha o que falar, a única coisa que eu conseguia fazer era ficar
cada vez mais vermelha.
Alice jogou as chaves na minha direção, eu até tentei pegar, mas a gravidade e
eu nunca nos demos bem, então as chaves acabaram indo de encontro ao chão.
Edward lançou um olhar furioso para Alice e juntou as chaves para mim, eu peguei
da mão dele e sai dali o mais rápido que pude, aquele momento foi o mais
vergonhoso de toda minha vida.
Depois de decentemente vestida, fui até a sala, onde tinha deixado uma
carteira de cigarros, eu estava precisando urgentemente de um.
Fiquei sentada no sofá meditando sobre as ultimas 24 horas, a festa, Edward,
eu, sexo, sexo e mais sexo e por último mas não menos importante os Cullens. Tá
certo que eles sabiam o que aconteceria quando deixamos a festa, mas saber é uma
coisa e quase flagrar é outra. E Carlisle, ele não estava sabendo de nada, e de repente
nos pega no maior amasso.
– Pensando na vida? - Tomei um susto enorme. Carlisle estava parado, de pé
ao meu lado, e eu não tinha percebido.
– Que susto. - Murmurei o fazendo rir.
– Posso me sentar? - Perguntou apontando com a cabeça para o lugar ao meu
lado.
– Claro. - Tirei meu cinzeiro dali. - Se importa se eu continuar fumando?
– Por mim tudo bem. - Falou sorrindo. Permanecemos em silêncio por um
bom tempo.
– Então, como vão as coisas?
– Bem... No geral vão bem.
– Fiquei sabendo que você arrasou ontem. - Rolei os olhos.
– Seus filhos são muito exagerados.
– E você é muito modesta.
– Por que você e Esme não apareceram?
– Nós íamos, mas acabamos tendo alguns problemas.
–Hum...
–Então... - Carlisle murmurou. - Você e Edward? - Oh God, era extremamente
vergonhoso falar sobre aquilo com Carlisle.
– Er... Somos apenas amigos. - Falei encarando o chão.
– Amigos? - Ele coçou a cabeça. - Mas vocês estavam...
– Amigos, essa é a definição do nosso relacionamento. Não que nós tenhamos
algum relacionamento. - Arrisquei uma olhada para ele, que me olhava cada vez mais
confuso. - Em fim, amigos, essa é a definição. Não somos nada além de amigos. E
nunca vamos ser. - Carlisle permaneceu um tempo em silêncio, tentando absorver as
informações, até que ele pareceu entender, do que se tratava.
– Meu Deus. Vocês, vocês... - Eu sentia meu rosto queimar, provavelmente
estava mais roxa que uma beterraba.
– Por favor Carlisle... É extremamente vergonhoso para mim, falar sobre sexo
com você. Ainda mais quando isso envolve seu filho. Olhe para mim, estou sentindo
meu rosto queimar. - Ele sorriu.
– Posso fazer só mais uma pergunta? - Olhei suplicante para ele. - Não é uma
pergunta constrangedora.
– Ok. - Murmurei.
– Vocês estão apaixonados ou algo assim? - Eu gargalhei.
– Não, não. Claro que não. Não se preocupe, não tem a menor chance de eu
me casar com seu filho ou algo assim. Nós não estamos apaixonados, nós não somos
um casal, nem temos planos para o futuro. - Ele me olhou esquisito.
– Ficaria feliz se vocês se casassem. - Carlisle disse esboçando um sorriso.
Ele só podia ser maluco.
– Não diga besteira. Edward merece uma pessoa boa.
– Como você. - Sorri sarcasticamente.
– Você não diria isso, se me conhecesse melhor. - Seus olhos azuis me
encararam profundamente, como se ele pudesse ver minha alma.
– Tenho certeza que diria. - Nos encaramos em silêncio. Algo nos olhos de
Carlisle me dizia que ele sabia, sabia sobre tudo. - Preciso de sua ajuda.
– Minha ajuda? - Perguntei surpresa.
– Além de ser meu aniversario, sexta-feira eu e Esme completamos 28 anos de
casados.
– Uou, isso é muito tempo, acho que vocês merecem um prêmio.
– Meu prêmio é acordar ao lado dela todos os dias. - Ok, cade meu balde?
Preciso vomitar. Carlisle arqueou uma sobrancelha, provavelmente não entendendo
minha careta.
– Desculpe acho que preciso vomitar. - Ele riu. - Para que você precisa da
minha ajuda?
– Queria fazer uma homenagem para ela. Cantar uma música. Pensei que
talvez você pudesse me ajudar. Você toca violão e me ajuda a cantar. - Oh God, lá ia
eu atacar de cantora de novo.
– Qual vai ser a música? - Ele sorriu agradecido, vendo que eu tinha aceito.
– Não sei ainda. Você conhece alguma música romântica?
– Highway to hell?
– Meu Deus Bella, sera que você não é nem um pouco romântica? Eu sei que
você conhece músicas românticas, eu me lembro que você tocou uma na Summer.
Vamos me ajude. Eu sei que ainda bate um coração dentro dos muros de aço que você
construiu para ele. - Carlisle estava muito sentimental, pensei em rebater suas
afirmações, mas ele era pai de Edward. Pai de mulinha, mula é, então melhor não
discutir.
– Always do Bon Jovi. É a minha preferida.
– Eu conheço? - Perguntou tentando lembrar.
– Provavelmente. É um clássico. Espere ai, vou pegar o violão. - Carlisle
pareceu se empolgar.
– Estou esperando. - Peguei meu violão e voltei para sala.
– O que vai ser? - Perguntei para Carlisle, sentado ao seu lado.
– Comece com Always.
– Ok. Fiz uma pequena introdução e comecei a cantar. Era muito estranha
tocar uma música romântica para Carlisle, ri com meu pensamento.

This Romeo is bleeding


But you can't see his blood
It's nothing but some feelings
That this old dog kicked up.
It's been raining since you left me
Now I'm drowning in the flood
You see I've always been a fighter
But without you I give up.
Now I can't sing a love song
Like the way it's meant to be
Well I guess I'm not that good anymore
But baby that's just me.
And I will love you baby always
And I'll be there forever and a day always
I'll be there till the stars don't shine
Till the heavens burst and the words don't rhyme
And I know when I die you'll be on my mind
And I'll love you always.
Now your pictures that you left behind
Are just memories of a different life
Some that made us laugh
Some that made us cry
One that made you have to say good bye.
What I'd give to run my fingers through your hair
To touch your lips to hold you near
When you say your prayers try to understand
I've made mistakes I'm just a man.
When he holds you close
When he pulls you near
When he says the words
You've been needing to hear
I'll wish I was him with those words of mine
To say to you till the end of time.
And I will love you baby always
And I'll be there forever and a day always
If you told me to cry for you I could
If you told me to die for you I would
Take a look at my face
There's no price I won't pay
To say these words to you.
Well there ain't no luck in these loaded dices
But baby if you give me just one more try
We can pack up our old dreams and our old lives
We'll find a place where the sun still shines.
And I will love you baby always
And I'll be there forever and a day always
I'll be there till the stars don't shine
Till the heavens burst and the words don't rhyme
And I know when I die you'll be on my mind
And I'll love you always.

Quando terminei a música Carlisle me olhava abobalhado.


– Isso foi fantástico. Garota, você está cantando cada dia melhor.
– A sua família é completamente exagerada.
– Bella, acredite em mim. Você nasceu para isso.
– Ok. - Murmurei. - O que achou da música? - Perguntei tentando mudar de
assunto.
– Realmente eu já conhecia, é muito bonita, um bom pedido de desculpas.
– É... Sempre que eu ouço, eu me pergunto o que esse cara fez. Acho que foi
algo realmente muito grave.
– Acho que ele partiu o coraçãozinho, da pobre garota indefesa. - Carlisle fez
piada.
– E agora como um bom cafajeste, ele está tentando consertar. - Eu entrei na
brincadeira.
– Se você fosse a pobre garota, o perdoaria?
– Se fosse eu Bella não, porque eu não o amaria. Mas, se eu fosse a garota e
se eu realmente o amasse. Se meu amor fosse maior que a minha magoa, talvez eu
perdoasse.
Ah, e claro, ele teria que se ajoelhar e me trazer flores. Muitas flores,
dependendo do mal que ele me causou. Isso me faria pensar a respeito.
– Hey, isso é romântico. - Eu ri.
– É, acho que é. Não conte para ninguém...
– Bella? - Edward chamou atrás de mim. - Carlisle e eu nos viramos, ele
estava encostado na porta da entrada, com uma bandeja nas mãos . Estava nos
espiando.
– Oi.
– Edward, você estava ai a muito tempo? - Carlisle perguntou.
– Não, acabei de chegar. Vim trazer seu lanche Bella. Vão formar uma dupla?
- Perguntou se aproximando de nós.
– Na verdade, estamos procurando uma musica, para eu cantar para sua mãe.
– Vamos ter homenagens sexta? - Edward perguntou divertido. Ele me
entregou a bandeja. Eu literalmente ataquei um dos dois lanches que ali estavam,
fazendo Carlisle rir.
– Parece que tem alguém com muita fome. - Falou debochado. Para logo
encarar Edward. - 28 anos, merece uma homenagem.
– Tem razão. - Edward concordou. - Que música vai ser? - Perguntou para
mim.
– Ainda não sabemos. - Falei de boca cheia, fazendo os dois rirem. Aquele
lanche estava saboroso. Edward sentou-se ao meu lado.
– Tá sujo aqui. - Ele colocou o dedo no canto da minha boca. - Acho que era
queijo. - Murmurou. Eu o encarei. Ele estava tão perto de mim, meu corpo insano
pedia para eu acabar com a pouca distância entre nós.
– Obrigada. - Respondi sem desviar meus olhos dos dele.
– Er... Vocês lembram de mim? - Carlisle perguntou, me trazendo de volta a
terra. Ele ria descaradamente de nós.
– Então Carlisle, Always é uma música bem legal, mas não acho que vá
combinar com a ocasião. - Falei mudando de assunto. -Não precisamos de uma
música com pedidos de desculpa. Precisamos de uma com declarações ou algo
meloso desse tipo. - Dei outra mordida gigante no meu lanche.
– Concordo. - Carlisle disse. - Não consigo lembrar de nenhuma música legal.
– I don't wanna miss a thing. - Edward falou. - É do Aerosmith, acho uma
música legal. - Falou um pouco constrangido.
– Acho que eu não conheço essa. - Falei de boca cheia, sem saber se eles
tinham entendido.
– Cante um pedaço Edward. - Carlisle pediu.
– Ah qual é. Eu não vou cantar isso, sou muito desafinado.
– Por favor filho. Só estamos nós aqui.
– Sem chance. - Falou convicto.
– Por favor Edward. - Pedi. Ele me encarou e suspirou vencido.
– Não deem risadas.
– Ok. - Carlisle e eu respondemos juntos. Ele coçou a garganta e passou os
dedos pelos cabelos. Me deixando com vontade de rir. - Sem risadas Bella. - Enfiei
outro pedaço de pão na boca e assenti com a cabeça.
– Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos
I don't wanna fall asleep
Eu não quero pegar no sono
'Cause I'd miss you baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada
'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você
The sweetest dream would never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
I'd still miss you baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

Ele cantou sem desviar seus olhos dos meus, a cada palavra dita ele parecia me
olhar com mais intensidade. E nossa, ele cantava muito bem. Edward não desafinou
nem um pouquinho, sua voz já era uma perfeita melodia. Assim que acabou o trecho
da música ele continuou prendendo meus olhos nos dele. Era impossível eu desviar.
– Gostou? - Ele perguntou.
– Sim... - Foi tudo que eu consegui responder.
– Eu também gostei, a propósito. - Carlisle falou rindo. - Bella. - Ele colocou
a mão no meu ombro, me desconectando dos olhos de Edward. - Vamos ficar com
essa música. Vou treinar em casa, quem sabe eu não consiga hipnotizar Esme.
Edward, você bem que pode me dar umas dicas em? - Edward e eu ficamos sem jeito.
Carlisle levantou do sofá. - Vou deixar vocês a sós, preciso falar com Alice. Que dia
podemos ensaiar Bella?
– Er... terça e quinta eu tenho a tarde livre. E qualquer dia a noite. - Murmurei
envergonhada.
– Ok. Terça eu apareço. Devo telefonar antes? - Ele lançou um olhar divertido
para Edward.
– Não precisa. Se você usar a campainha, já esta de bom tamanho. - Murmurei
o fazendo rir.
– Ok. Até terça. - Falou já caminhando em direção da saída. - Ah garotos? -
Ele chamou, nos fazendo olhar para trás. - Divirtam-se e protejam-se. - Carlisle
fechou a porta me deixando vermelha e sem reação.
– Que vergonha. - Falei, colocando as mãos na frente do rosto.
– Me desculpe. - Edward falou, puxando minhas mãos para baixo. - Me
desculpe, minha família é um pouco anormal. As vezes é impossível controlá-los.
Ainda não acredito que eles nos atrapalharam. Me desculpe. - Edward se lamentava.
– Tudo bem. Eu acho que vou sobreviver. - Ele sorriu e me puxou para seus
braços. Estávamos abraçados e praticamente deitados no sofá.
– Então, como estava o hambúrguer? - Meu estômago roncou.
– Muito, muito bom. Na verdade eu estava me perguntando... Você vai querer
esse que esta sobrando?
– Hum... - Ele pareceu pensar. - Eu já comi uns lá em casa. Estou cheio na
verdade. Mas eu conseguiria comer mais um. - Eu olhei para ele com cara de
cachorro que caiu da mudança. - Mas eu posso negociar.
– Ok. - Falei aproximando meu rosto do dele. - Estou ouvindo. Qual sua
proposta?
– O hambúrguer em troca de alguns beijos. - Seus braços trataram de colar
ainda mais nossos corpos.
– Me parece justo. - Falei antes de unir minha boca a dele.
E assim foi o final de tarde, beijos e mais beijos, quando as coisas começaram
a esquentar os parentes de Edward ressurgiram, acabando com todo o clima de novo.
Eles trouxeram um filme para assistirmos. Diário de uma paixão, era o nome
do filme, eu não consegui assistir muita coisa. Quando Emmett apagou as luzes,
Edward me atacou. Ele sabia como me deixar sem ar.
Jasper resmungou que estávamos pior que Emmett e Rosalie. Alice concordou
com ele, eu estava muito ocupada para falar alguma coisa.
Assim que resolvemos ir para o quarto o telefone de Edward começou a tocar.
Ele ignorou completamente, fazendo Alice o olhar de cara feia. Ele levantou-se indo
em direção ao quarto. Tentei acalmar um pouco meus batimentos cardíacos e me
levantei para ir atrás dele. O telefone de Alice tocou. Ela atendeu com uma voz gentil
e carinhosa. A pessoa que estava falando com ela, na verdade queria falar com
Edward.
– Bella, entrega para Edward. - Ela pediu me estendendo o celular. Eu o levei
até meu quarto, minha curiosidade me fez olhar o display do celular. Onde marcava o
nome Jully. Edward estava deitado na minha cama, aquilo me fez ficar com uma
vontade imensa de desligar o telefone.
– É para você... - Falei estendendo o celular.
– Você atendeu? - Sua expressão parecia preocupada.
– Alice atendeu. - Ele pegou o celular da minha mão.
– Oi? - Edward atendeu com uma voz carinhosa. - Ela está aqui. - Edward
falou olhando para mim. - Humm... Acho que ela não lembra. - Por que ele parecia
falar de mim? - Agora? Carlisle não pode fazer isso para você? - Não que eu estivesse
curiosa, mas quem diabos era Jully? - No banheiro? Eu não posso falar com ele pelo
telefone? - Cada vez eu entendia menos. Edward sorriu vendo minha cara de confusa.
- Ok. Estou indo... Vou mandar... Beijos bonequinha. Edward desligou o telefone e
me lançou um olhar de coitado.
– Tudo bem? - Perguntei em dúvida. Ele suspirou.
– Eu preciso ir. - Claro, a bonequinha estava esperando.
– Ok. - Ele me abraçou e me apertou em seus braços.
– Eu não quero ir. - Murmurou.
– Se precisa ir, é melhor ir. - Ele se soltou do abraço para que pudesse me
olhar nos olhos. Seu sorriso torto estava lá.
– Vou tentar voltar rápido. Prometo. - Eu sorri sem graça.
– Oh não, não, não. Por favor não. Você não precisa e não deve me prometer
nada Edward. Nós não temos nada lembra? - Ele abriu a boca para falar algo, mas
acabou desistindo.
– Ok. Até mais então? - Perguntou sério me fazendo sorrir.
– Até mais.
– Então tchau.
– Tchau. - Ele caminho até a porta, mas algo o fez parar.
– Que tal um beijo de tchau, totalmente sem compromisso? - Eu fiz pensar.
– Me parece justo. - Ele veio ao meu encontro. Ele me jogou na cama e ficou
por cima de mim. Meus braços entrelaçaram seu pescoço. Seus olhos se prenderam
nos meus por alguns segundos e em seguida ele me beijou. Começou com um beijo
calmo, mas foi se tornando quente e perigoso. As mãos de Edward já percorriam meu
corpo, me fazendo arfar. Quando sua boca se afastou da minha procurando por ar, eu
lembrei que ele precisava ir.
– Edward... - Falei arfando. - Você precisa ir, lembra? - Ele deixou seu peso
cair em cima de mim, e suspirou. Sua boca procurou pela minha novamente, ele me
deu um selinho e levantou-se. Suas bochechas estavam vermelhas, e tenho certeza
que não era vergonha.
– Ok, eu volto. - Falou um pouco sem ar. - E isso não é uma promessa. - Eu
assenti e ele virou-se para ir embora. Eu continuei deitada, tentando acalmar minha
respiração. - Ah Bella. - Ele chamou segurado a porta.
– Oi? - Falei com a voz rouca.
– Jully mandou um oi...
– Quem? - Ele sorriu e fechou a porta, me deixando sozinha. Quem era Jully
afinal? Eu não conhecia nenhuma Jully. Conhecia? Levantei rapidamente e corri atrás
dele. Ele já estava abrindo a porta para sair do Apartamento.
– Edward? - Ele olhou para mim. - Quem é Jully? - Ele voltou a sorrir.
– Qualquer dia eu te apresento. - Falou fechando a porta e me deixando ali
sozinha sem entender nada. Me virei para voltar pro meu quarto, quando dei de cara
com quatro estatuas me olhando.
– Algum problema? - Perguntei.
– Nenhum. - Alice se apressou em dizer.
– Claro que não. - Jasper disse em seguida.
– Problema algum. - Emmett continuou. Ok, com certeza tinha um problema.
Rosalie foi a única não falar nada.
– Quem é Jully? - Perguntei para eles.
– Jully? - Emmett se fez de desentendido.
– Não conheço ninguém com esse nome. - Agora era vez de Jasper.
– Eu também não. - Alice prosseguiu. Com certeza eles queriam me enganar.
– Você atendeu ela no telefone Alice.
– Er... Eu, eu.. é... - Alice Cullen gaguejando? Com certeza a coisa era grave. -
Ah Bella, eu não sei. Deve ser alguma dessas garotas de Edward. São tantas que as
vezes eu não lembro mais. - Rosalie lançou um olhar furioso para Alice.
Aquilo até que fazia sentido. Edward era um galinha, provavelmente era uma
garota atrás dos serviços dele. Eu só não entendida o porque ela me mandou um Oi.
– Bella, senta aqui, vamos acabar de assistir o filme. - Rosalie falou.
Caminhei até o sofá, ainda tentando entender as coisas. Mas quanto mais eu pensava
menos eu entendia. Me sentei ao lado de Rosalie. Jasper tirou o filme do pause.
Resolvi parar de pensar a respeito dessa tal Jully e prestar atenção no filme.
Ei, eu conhecia aquele simpático casal de velhinhos e a conturbada juventude
deles.
– Eu já vi esse filme. - Falei.
– Já? - Emmett perguntou.
– Já. Ela tem Alzheimer e ele tem que lembrá-la todos os dias da história de
amor dos dois.
– Obrigada por contar o filme Bella. - Jasper falou.
– Disponha Jasper. Ah, no final os dois morrem. - Jasper tacou um almofada
em mim, me fazendo rir.
– Bella, sua estraga prazeres. - Alice falou.
– Posso dizer o mesmo de vocês. - Resmunguei baixinho, mas Rosalie acabou
ouvindo e começou a rir.
– Quer conversar sobre isso? - Ela perguntou baixinho.
– Estou no meu quarto. - Falei levantando e indo em direção ao quarto.
Alguns minutos depois Rosalie apareceu, ela sentou-se ao meu lado.
– Me desculpe por mais cedo. Eu juro para você que tentei avisar. Carlisle
queria falar com você, eu disse que você estava na casa de Edward assistindo filme, e
que deveríamos deixar vocês dois sozinhos. Mas ele queria muito falar com você e
não quis esperar. - Falou se desculpando.
– Tá tudo bem, eu sobrevivi. - Falei lembrando da cena. - Carlisle quer que eu
ajude ele em uma homenagem para Esme. Eu vou tocar violão e ele vai cantar, e
declarar todo seu amor.
– Hey, isso é romântico. - Ela disse empolgada.
– Muito. Talvez eu leve um balde para vomitar dentro. - Falei, fazendo-a
gargalhar.
– Um pouco de romantismo não faz mal a ninguém.
– Sei... - Resmunguei, discordando totalmente dela. Romantismo? Ui.. Isso
deixava as pessoas meio lesadas.
– Como foi? - Ela perguntou me tirando dos meus devaneios...
– Como foi o que? - Ela rolou os olhos.
– Você e Edward. Como foi? - Era vergonhoso falar sobre aquilo.
– Foi... foi bom... - Murmurei envergonhada, olhando para minhas mãos.
Rosalie riu.
– Não acredito que você está com vergonha. - Falou, me deixando com mais
vergonha ainda.- Hey, você está vermelha. - Disse rindo, com certeza me deixando
roxa. - Calma Bella, só estamos nós aqui. Depois da pegação de ontem lá na summer
hause e do flagra de hoje, você não deveria ficar com vergonha só por causa de uma
pergunta. - Ela estava certa. Ficar com vergonha de responder como foi? Ela nos viu
na maior pegação, hoje mais cedo. Me viu só com uma blusa e Edward sem camisa.
Falar como foi seria bem menos vergonhoso do que o flagra deles. Eu a encarei.
– Foi ótimo... Incrível, diria eu. Edward é um ótimo amante. Ele me faz
querer sempre mais. É cada vez melhor. - Passei as mãos pelos cabelos. - É tão
estranho, parece que o desejo que sentimos um pelo outro aumenta cada vez mais. É,
sei lá, cada vez que fizemos a vontade parece aumentar. Edward me faz perder a
noção de tudo, ele consegue roubar minha mente. E me faz parecer uma maníaca
compulsiva por sexo. - Rosalie estava de queixo caído.
– Bella, talvez, talvez você...
– Oi crianças. - Esme entrou no meu quarto, não deixando Rosalie terminar a
frase.
Ok, aquele estava sendo o dia das visitas inesperadas.
– Oi Esme. - Ela veio até mim e beijou meu rosto, fazendo o mesmo com
Rosalie que parecia ainda estar em estado de choque. Eu me perguntei o que eu tinha
dito de tão grave.
– O que vocês duas estavam cochichando em? - Alice também apareceu no
quarto.
– Nada. - Eu e Rosalie respondemos juntas.
– Por que vocês me excluem? - Ela perguntou chateada.
– Sem cenas Alice. - Pediu Rosalie.
– Não estamos te excluindo de nada. Só vim para o quarto porque já assisti
aquele filme.
– Eu também. - Rosalie se defendeu.
– Sei. Vocês também estavam de segredinhos la na Summer. - Alice parecia
uma criança emburrada.
– Meu Deus, como essa minha filha é ciumenta. - Esme disse abraçando
Alice.
– Possessiva, diria eu. - Falei fazendo Esme e Rosalie rir.
– Alice, você mora com ela. Para de ser ciumenta.
– Moro, mas ela não conversa assim comigo.
– Alice, eu estou aqui a duas semanas. Uma eu passei inteira com você, aqui
nesse quarto. A outra eu estava estudando de manhã e a tarde. Depois eu ia ensaiar, e
quando eu chegava em casa você não estava ou estava com Jasper.
– Você e meu irmão não se desgrudam. - Acrescentou Rosalie.
– Filha. Eu não posso acreditar que você realmente está com ciúme. Quantos
anos você tem Alice? Você já não é mais uma adolescente. Você já é adulta. - Esme
falou séria, dando uma dura na filha. Alice sentou-se na cama, entre Rosalie e eu.
– Me desculpem. - Ela pediu. - Prometo tirar um tempo pra nós 3. - Rosalie e
eu a abraçamos, uma de cada lado. E acabamos caindo na cama.
– Muito bem, agora que as mocinhas já se resolveram, acho que é minha vez.
- Esme falou. Nos sentamos na cama novamente.
– Então mãe, o que é que manda? - Alice questionou.
– Bella, eu preciso de sua ajuda. - Eu já tinha ouvido aquela frase antes.
– Minha ajuda?
– Carlisle te convidou para a festa de aniversário dele que vai ter lá em casa
sexta, certo? - Oh céus, ela queria a minha ajuda para a mesma coisa? Eu assenti. -
Além de ser aniversário dele é nosso aniversário de casamento. Eu estava pensando
em lhe fazer uma homenagem.
– Você quer minha ajuda para tocar uma música para ele.... - Falei sem deixar
ela concluir seu pensamento.
– Como você sabe? - Perguntou. Alice e Rosalie me lançaram um olhar que
amedrontaria qualquer um.
– Ah... você sabe, é que pensei que isso seria muito romântico, e que Carlisle
amaria, afinal são muitos anos de casados. Isso merece uma homenagem. - As vezes
era ótimo saber interpretar, acho que até Alice eu convenci.
– Exatamente isso que eu pensei. - Esme falou. Rosalie segurou o riso.
– Então, você tem alguma música em mente?
– A nossa música. - Eu fiz cara de interrogação. Eles tinham uma música? -
Stand by me. Essa era a nossa trilha sonora, Carlisle eu eu namorávamos ao som
dessa música. Ouvíamos essa música na noite em que Edward foi feito. - Oh Deus, eu
não queria saber dos detalhes.
– Por favor mãe, isso é nojento. Não me lembre que você e papai fazem sexo
ok? Prefiro pensar que viemos da cegonha. - Alice falou, nos fazendo rir.
– Ok. - Esme ficou vermelha.
– Essa música é bem fácil de tocar Esme. Só precisamos ensaiar para ver
como você se sai cantando.
– Boa sorte com isso Bella. - Alice falou.
– Hey, eu não sou tão ruim assim.... Bella, - Esme voltou seu olhar para mim.
- Que dia podemos... - Ela ficou paralisada olhando para mim, sem falar mais nada.
– Você está bem? - Perguntei preocupada. Ela sorriu.
– Vocês estão dormindo com a janela aberta?
– Não, por que? - Esme bateu com a cabeça?
– Porque o mesmo vampiro que pegou você, também pegou Edward. - Em?
Cada vez eu entendia menos.
– Seu pescoço. - Falou Rosalie.
– Tem um roxo. - Alice completou.
– Err... É... am... Foi...- Eu estava vermelha. Esme ria, acompanhada de Alice
e Rose.
– Tudo bem, não precisa explicar. Vocês dois não perdem tempo em...
– Por favor. Não vamos falar sobre isso. - Eu pedi.
– É melhor mudarmos de assunto, ela tá roxa mãe. - Alice falou.
– Ok. Vamos deixar os vampiros para lá então. Quando eu posso vir ensaiar?
– Terça e quinta na parte da tarde eu não tenho aula. Mas tenho compromisso
com Car... - Rosalie me cutucou antes que eu estragasse tudo. - Compromisso com
Carlinhos.
– Quem é Carlinhos? - Esme e Alice perguntaram. As vezes Alice era tão
lerda.
– Um amigo da faculdade. Vou ensiná-lo a surfar. De qualquer jeito eu posso
todos os dias a noite.
– Ok.. - Falou um pouco pensativa. - O que você acha de eu vir das 19:00 até
as 20:00?
– Tudo bem por mim.
– Certo. Ah isso é segredo. - Falou olhando para nós três. - Emmett e Jasper
entraram no quarto com os olhos vermelho e inchados.
– Emm, aconteceu alguma coisa? - Esme perguntou preocupada.
– Jasper o que vocês tem? - Alice também parecia preocupada.
– Nada. - Jasper respondeu com a voz embargada.
– Tem alguns ciscos nos meus olhos. - Emmett parecia segurar o choro. -
Rosalie levantou-se da cama e foi até ele. Ele a abraçou e escondeu o rosto em seus
cabelos. Aquela cena era quase engraçada, Emmett um monstro enorme, quase
chorando nos braços de Rose.
– Fala pra mim ursão. O que aconteceu? - Emmett não aguentou e começou a
chorar, seguido por Jasper, fazendo Alice correr até ele.
– É tão triste. Por que a vida é assim? Ele tinha que lembrá-la por que ela
esquecia. Ele a amava e ela nem lembrava disso. E no final eles morreram. - Eu cai
na gargalhada. Eu não podia acreditar naquilo. Emmett e Jasper estavam chorando
por causa de um filme? Eu não conseguia parar de rir. Enquanto isso Rose e Esme
consolavam Emmett e Alice consolava Jasper.
– Você é insensível. - Protestou Jasper apontando para mim. O que me fez rir
mais alto ainda.
– Desculpe. - Falei tentando parar de rir. - Desculpe mas isso é muito
engraçado. - Falei gargalhando de novo.
– Não vejo motivo de graça. - Emmett reclamou.
– Olha o tamanho de vocês dois. Você é enorme Emmett, e está chorando por
causa de um filme? Nem nos meus sonhos mais insanos eu poderia imaginar isso... E
além de tudo, eu contei para vocês dois o final.
– Eu não acreditei. - Ele respondeu. - E mesmo assim é triste. Imagina que
você é aquele cara, e Edward é a mulher. O que você faria se ele esquecesse a história
de vocês dois? Se você tivesse que lembrá-lo todo dia? Porque você continuava
sabendo todos os dias que o amava, mas ele simplesmente esquecia. - O sorriso que
estava no meu rosto desapareceu.
– Além de tudo você bebeu? Edward e eu não temos história nenhuma. Eu não
o amo ele não me ama e eu nunca vou precisar lembrá-lo de coisas desse tipo.
– Tem certeza? - Jasper perguntou.
– Nunca tive tanta certeza em toda minha vida.
– Ah qual é cunhadinha. Tá na cara de vocês dois que vocês se amam.
– Emmett e Jasper, eu adoraria espalhar para as pessoas da faculdade, que os
dois bebês choram com filmes românticos. - Eles ficaram sérios e secaram as
lágrimas que ainda rolavam.
– Você não faria isso. - Emmett falou.
– Paga pra ver? - Perguntei desafiando-os.
– Ela ta falando sério cara. - Jasper falou.
– Vou ficar quieta, se vocês pararem de implicar comigo e Edward. Ah, e
claro, se vocês esquecerem a cena de hoje mais cedo.
– Que cena? - Esme perguntou.
– Nenhuma. - Os dois responderam juntos. Sorri satisfeita, sabia que eles não
abririam a boca tão cedo.
– Que cena em? - Esme olhou para Rosalie e Alice, mas as duas deram de
ombro. - Ninguém vai me falar nada?
– Esme, que tal começarmos com o ensaio hoje? Carlisle merece uma coisa
digna. Quanto mais ensaio melhor.
– Você acha? - As vezes eu sabia distrair as pessoas.
– Claro. Emmett, você pode me passar o violão? - Ele fungou mais algumas
vezes e pegou o violão para mim.
– Você é muito chantagista para o seu tamanho. - Eu o olhei o ameaçando.
– Disse alguma coisa Emmett? - Ele coçou a cabeça.
– Queria saber se por um acaso você gostaria de tomar uma pepsi. - Era tão
bom ter ele e Jasper nas minhas mãos.
– Pode ser. - Respondi segurando o riso.

E assim meu domingo foi embora. Esme ficou lá em casa até as 10 da noite.
Ela não era uma das pessoas mais afinadas que eu conhecia, mas com um pouco de
ensaio a música sairia bem. Rosalie e Alice permaneceram no quarto conosco. Em
quanto Jasper e Emmett foram jogar vídeo game, eles olhavam envergonhados para
mim. E toda vez que eu os encarava eu sentia vontade de rir.

Minha segunda-feira não foi uma das melhores, quando estava indo com Alice
para faculdade, tive que relatar minha madrugada com Edward. Alice fazia uma
perguntas descabidas que eu não responderia nem para mim em voz alta. Aquela
baixinha era uma pessoa muito pervertida, eu me perguntava o que ela fazia com
Jasper. O coitado com certeza não tinha sossego.
Depois do interrogatório de Alice, tive que encarar Alec. Ele sismava em me
chamar de Cullen, e isso me deixava profundamente irritada. Ele conseguiu ver
Edward e eu nos pegando enquanto ainda estava tocando. E disse que eu deveria
agradecê-lo por ele ter puxado aquela música. Eu o olhei de canto e lhe mostrei meu
dedo do meio.
Elizabeth veio me visitar no intervalo, e eu tive que relatar tudo de novo para
ela. Ela era tão pervertida ou mais que Alice. Eu só precisava de um buraco para me
esconder dentro. O que interessava ela saber as posições as vezes e as palavras
incoerentes que saiam de nossas bocas? Alec gargalhava das perguntas dela, enquanto
eu ficava vermelha e me esquivava de todas.
Bom, pelo menos os dois ficaram amigo, eles até faziam piadinhas sobre meu
pescoço roxo.
Acabamos formado um grupinho, Elizabeth combinou de nos encontrar no
intervalo todos os dias.
Quando eu pensei que a segunda-feira não podia ficar pior, Mary vaca me fez
explicar uma parte do livro para todos da sala.
Quando as aulas chegaram ao fim, eu quase sai correndo, tudo que eu queria
era chegar em casa, antes que algo pior acontecesse.
Rosalie estava me esperando. Ela finalmente decidiu se matricular em
psicologia e começaria no próximo dia. Fomos até o Mc Donalds encher a pança para
comemorar, Alice também foi junto. Acho que estávamos tendo o resto do dia das
garotas.

Os ensaios durante a semana foram divertidos, Carlisle não se contentou só


com aulas na terça e quinta, e resolveu ir todos os dias. Quando ele estava saindo,
Esme estava quase chegando. Aquilo era perigoso e divertido, e eu não fazia a
minima ideia do que faríamos se os dois se encontrassem.
Eles estavam indo bem nos ensaios, era visível o quanto se esforçavam para
tudo sair perfeito. Carlisle tinha um vozeirão, ele mandava muito bem.
Esme já cantava bonitinho não desafinava mais. Eu estava feliz com a
evolução dos meus... alunos? Eu com alunos? Aquilo era realmente estranho.
Eu não vi e nem me comuniquei com Edward o resto da semana. Ele parecia
ter sumido do mapa. Talvez aquele negócio de figurinha repetida fosse sério. Mas
quem ligava? Eu que não.
Com aulas, momento das garotas, ensaios e pesadelos a semana passou
voando e quando percebi já era sexta.
Depois do ensaio da banda, Alec me deixou em casa. Já passavam das 22:00 a
casa estava deserta, Alice como sempre foi mais cedo para verificar a organização.
Corri para o meu quarto para me arrumar, e me deparei com um vestido
vermelho com detalhes pretos e um cinto também preto, em cima da minha cama.
Tinha um bilhete em cima dele.
"Bella, estava passeando no shopping e vi esse vestido, na hora lembrei de
você, ele é a sua cara. Você poderia usar ele com um scarpin, mas como eu sei que
você detesta salto, eu não me importo se você colocar um dos seus tênis. Ass: Alice."
Alice me surpreendia cada dia mais. Só o que me faltava ela começar a
comprar roupas para mim. Bom, pelo menos o vestido era legal. Realmente ele
combinava comigo. E claro que eu iria de tênis.
Tomei um banho de 15 minutos, sequei um pouco meus cabelos, coloquei o
vestido o tênis e fiz uma mini maquiagem, deixando meus olhos em evidência.
Já estava com o caze na mão me encaminhando para sala, quando lembrei que
não tinha como ir. Como eu não tinha pensado nisso antes?
Quando peguei meu celular para ligar para Alice, ele começou a tocar. Era
Edward, meu coração acelerou assim que viu aquele nome gravado no celular.
Respirei fundo e atendi.
– Oi?
– Bella? - Aquela voz rouca e extremamente sexy chamou.
– Oi. - Murmurei, acho que ele riu.
– Você está pronta?
– Sim, mas não tenho como ir. Peça para Alice vir me buscar.
– Alice não pode ir, ela está ocupada no momento. Posso ir no lugar dela? -
Aposto que ele estava sorrindo torto.
– Claro, pode ser qualquer um de vocês. - Ele demorou um tempo para
responder.
– Ok... Então abra a porta, estou esperando do lado de fora. - Ele estava ali
fora? Assim perto? Por que me coração insistia em bater mais forte?
– Estou abrindo. - Deixei meu caze na sala em fui em direção a porta.
Encostei meu corpo na porta por alguns segundos, respirei fundo, duas ou seis
vezes e a abri.
Lá estava ele, parado com um sorriso torto olhando para mim.
Capítulo 17 - Mr. & Mrs.Cullen

Encostei meu corpo na porta por alguns segundos, respirei fundo, duas ou seis
vezes e a abri.
Lá estava ele, parado com um sorriso torto olhando para mim. Eu me
perguntava como ele conseguia ficar cada dia mais bonito. Ele usava uma calça social
preta, com uma blusa social também preta, com um paletó azul por cima. Sua barba
estava por fazer e seus cabelos bagunçados como sempre. O cheiro de hortelã que
vinha dele, fazia meu corpo se animar. Ficamos parados nos encarando por algum
tempo.
– Oi. - Ele disse meio desnorteado.
– Oi. - Respondi abobalhada.
– Você está incrível...
– Obrigada. - Disse meio encabulada, olhando para minha roupa. - Foi um
presente de Alice. Menos o tênis. - Ele sorriu. - Você também está... muito bonito.
– Também foi um presente de Alice. Menos o tênis também. - Falou olhando
para o nike preto em seus pés. Então o assunto acabou e o silêncio pairou no ar.
Era meio constrangedor encará-lo quando em minha mente vinham cenas de
nossos momentos íntimos, e pela cara dele ele pensava a mesma coisa.
– É melhor irmos. - Falei.
– Claro, tem razão. - Falou sem se mexer. Eu precisava reagir, se não
ficaríamos ali a noite toda. Desviei meus olhos dos seus e fui até a sala pegar meu
violão. Já do lado de fora eu tranquei a porta enquanto Edward chamava o elevador.
O elevador só podia estar de sacanagem, já que demorou uns bons 5 minutos
até chegar.
– Primeiro as mulheres. - Edward falou me deixando passar em sua frente. Ele
pegou o caze da minha mão. - Deixa que eu levo isso.
O caminho até o térreo estava longe demais, Edward e eu estávamos perto
demais. Ele roçou sua mão na minha, me fazendo sentir aquele choque estranho. Eu
olhei para cima e respirei fundo, tentando controlar meus malditos hormônios.
Agradeci aos céus quando o elevador chegou no térreo, tudo que eu queria era
sair dali, mas a mão de Edward me puxou, me colando em seu corpo.
– Desculpe, mas eu não vou consegui aguentar a noite inteira sem isso. - Ele
me beijo, sem nenhum aviso prévio, ali mesmo com o elevador aberto. Minhas mãos
criaram vida própria e puxaram seu rosto para mais perto. Minha boca devorava a
dele, com vontade, como se a minha vida dependesse daquele beijo. Edward me
prensou em uma daquelas paredes e suas mãos fora para minhas pernas.
Já as minhas mãos foram para dentro do seu paletó e se livraram dele. Deus,
aquele homem me tirava completamente a razão.
– Senhor Cullen? - Alguém chamou. Me escondi atrás de Edward, me
perguntando qual era o meu problema.
– Sim? - Edward respondeu completamente rouco e sem ar.
– Desculpe atrapalhá-los, mas é que temos câmera no elevador, e bem... Não é
permitido sexo dentro dele, e pelo que pude ver, talvez as coisas terminariam é... - O
homem parecia tão constrangido quanto eu. - O senhor sabe... - Alguém me arruma
um buraco? Meu rosto vermelho ou talvez roxo, estava completamente escondido nas
costas de Edward.
– Compreendo, me desculpe senhor Harrison.
– Tenha uma boa noite senhor Cullen. E use o quarto, é muito mais
confortável.
– Ok. Obrigado pela dica. - Ouvi os passos do porteiro se afastarem, tomei
coragem e sai de trás de Edward.
– Por que isso só acontece conosco? - Perguntou um pouco chateado.
– Você vai me deixar maluca Edward, maluca... - Falei ainda sem fôlego.
Tratei logo de sair dali, antes que ele me dominasse de novo.
Demoramos uns 15 minutos até chegarmos a casa dos Cullens. Para minha
sorte, ou azar, Edward não voltou a me agarrar. Ele me contou como sua semana foi
corrida. A clínica veterinária ocupou totalmente seu tempo. Ele operou 4 cachorros 2
gatos e cuidou de um cachorro que foi atropelado. Era engraçado ouvi-lo falar sobre
seu trabalho, eu não o imaginava cuidado de animais.
Depois de ele ter me contado sua semana, eu fiz um breve resumo da minha, e
quando percebi já tínhamos chego.
Edward parou em frente a um portão enorme, que logo me fez lembrar nosso
modesto condomínio. Ele deu faróis altos para o portão e o mesmo começou a se
abrir.
Eu não conseguia ver muitos detalhes, já que estava de noite, mas o caminho
que o carro fazia era todo iluminado por um tipo de lampiões elétricos, pendurados
em mini postes. Mais à frente eu já conseguia avistar uma casa de dois andares
bastante iluminada. Passamos pela casa até chegar na parte de trás dela. Lá tinha um
gigantesco salão de festas.
A música alta, tomava conta do ambiente e pela quantidade de carros que lá
estavam, a festa parecia estar bombando. Edward procurava um lugar para estacionar,
enquanto eu babava por muitos daqueles carros.
–Uau... Quantas pessoas seus pais convidaram para essa festa?
– Acho que umas 300. - 300? Eu ia tocar para 300 pessoas? Aquilo não me
deixava animada.
– Não se preocupe, vai dar tudo certo. - Edward lia pensamentos? Ele
desligou o carro.
– Tomara. - Respondi. Ele tirou o cinto e veio para cima de mim. - Edward,
melhor não. - Falei enquanto ainda conseguia. - Quando começamos, não
conseguimos parar. - Ele se afastou uns 15 centímetros.
– Vai me dar o prazer de sua companhia essa noite? - Sussurrou perto de mim.
Como eu poderia negar, como ele falando daquele jeito?
– Vou. - Respondi olhando para aquela boca carnuda. Ele se aproximou mais.
– E depois da festa também? - Roçou seus lábios nos meus.
– Também. - Murmurei quase sem voz. E nossas bocas já estavam unidas de
novo.
– Você não faz ideia de como seu corpo me faz falta. - Falou entre os beijos.
Eu poderia dizer a mesma coisa se achasse minha voz. Eu arfei, e talvez por um
milagre ou coisa do tipo, eu consegui afastá-lo.
– Depois da festa. - Falei completamente sem ar. Ele abriu aquele sorriso torto
e saiu do carro, vindo abrir a porta para mim. Minhas pernas estavam fracas e se seus
braços fortes não me segurassem, certamente eu teria caído.
Assim que se certificou que eu não cairia mais, Edward pegou o caze e
trancou o carro.
Segurando o caze em uma mão e minhã mão em outra, partimos para o local
da festa.
Na entrada do salão de festas, tinha uma mulher e alguns fotógrafos.
– Bom noite. - Ela parecia ser simpática.
– Boa noite. - Falamos jutos.
– Sejam bem vindos, sintam-se a vontade. Estamos aqui para qualquer coisa. -
Eu estava em uma festa ou em um hotel?
– Obrigado. - Edward disse simpático.
– Que tal uma foto do casal? - Ela pediu. Casal? Que casal? Olhei para trás
para ver com que ela estava falando.
– Claro. Por que não? - Edward respondeu. Eramos nós o casal? Nós não
eramos casal porra nenhuma. Ia abrir minha boca para falar, mas Edward me
repreendeu com um olhar. E quando percebi já estávamos abraçados fazendo poses
para as fotos.
– Vocês formam um lindo casal. - Ela falou, assim que a sessão de fotos
acabou. Edward agradeceu e eu continuei muda. Pelo menos ela nos liberou para
entrar.
– Por que todos insistem que somos um casal? - Perguntei emburrada,
fazendo Edward rolar os olhos.
– – Bella, você sabe que isso não é verdade certo? - Eu assenti. - Então
relaxa e que se dane os outros. - É talvez ele tivesse razão.
O caminho até o salão, era todo iluminado com os mesmos lampiões da
entrada. O salão de festas era feito de algum tipo de madeira, e suas paredes eram
todas de vidro. Grandes refletores no chão estavam virados em direção ao lugar, o
que o deixava com um efeito incrível.
– Me responde uma coisa. - Edward tirou minha concentração. - Qual
desculpa para você trazer o violão?
– Seu pai disse a Esme que Emmett me ofereceu para tocar. Isso resolveu o
problema dos dois lados. - Edward sorriu.
– Meu velho é bem inteligente. - Carlisle e Esme, esperavam os convidados
na porta do lugar. Assim que nos viram abriram um sorriso.
– Você pode largar minha mão? - Murmurei para Edward.
– Não. - Ele respondeu. Não pude falar mais nada, já estávamos cara a cara
com eles.
– Oi garotos. - Esme olhou para nossas mãos entrelaçadas e sorriu mais ainda.
– Esme, esse lugar é incrível. - Falei, largando minha mão da de Edward e a
abraçando.
– Obrigada. - Ela respondeu. - Vai dar tudo certo não vai? - Ela cochichou em
meu ouvido enquanto estava abraçada a mim.
– Claro que vai. Tente relaxar ok? Esta tudo sobre controle.
– Ok. - Falou se soltando de mim.
– Hey garota. Você está linda. - Carlisle me abraçou.
– Parabéns Doutor Carlisle. Quero que você seja muito feliz todos os dias da
sua vida. Você é uma das pessoas mais magníficas que eu conheço. Quero que saiba
que pode contar comigo a qualquer hora. - Ele me apertou.
– Obrigado Bella, você é uma pessoa maravilhosa. Nunca pense ao contrário.
- Dei um beijo em seu rosto e me soltei do abraço. - Eu tenho você como uma filha
Bella, e qualquer pai fica feliz em ver seus filhos felizes.
– Eu sinto que estou progredindo. - Falei fazendo-o abrir um enorme sorriso.
–Eu sei que está. - Esme sorriu satisfeita e Edward pareceu não entender nada.

–Vai roubar meu pai Bella? - Edward fez piada.

– Edward Cullen, você está com ciúmes? - Fiz cara de incrédula. Carlisle
gargalhou.

– Não se preocupe filho, você sempre vai ser nosso bebezão. - Carlisle o
abraçou e beijou. Bebezão? Eu precisava fazer piada com aquilo.

– Ok. Eu divido meu pai com você. - Falou sorrindo para mim. - Mas só
porque é você. - Eu me aproximei dele e apartei suas bochechas.

- Obrigada bebezão. Isso é muito gentil da sua parte. Gutchi Gutchi. - Esme e
Carlisle riram.
– Você me paga. - Falou me lançando um olhar diabólico, aquele olhar que fazia
meu corpo sentir coisas e me tirava o ar.

-Mal posso esperar... - Murmurei sem desviar meus olhos dos dele.

– Acho que somos inocentes demais para ouvir esse tipo de conversa. - Carlisle
falou para Esme, nos deixando completamente sem graça. Esme ao perceber isso,
mudou de assunto.

– Que tal uma foto? - Perguntou empolgada, fazendo sinal com as mãos para
que o fotógrafo se aproximasse. - Ah não, mais fotos não.
– Ótima ideia. - Carlisle concordou, e mais uma seção de fotos começou.
Emmett, Rosalie, Alice e Jasper, logo apareceram por ali, cheguei a pensar que
ficaríamos o resto da noite sendo fotografados.

Depois de meia hora eu consegui me livrar das fotos e finalmente pude entrar no
salão de festas. O lugar era grande, e as luzes que vinham de fora o iluminavam. No
canto direito tinha uma enorme mesa de buffet, meu estômago rouco quando eu vi
aquilo.

Tinham muitas mesas, espalhadas pelo lugar, as toalhas das mesas eram azuis,
parecidas com a cor do paletó de Edward. Eu ri e o chamei de garçom, o fazendo
murmurar algo entendível.
Na frente tinha um mini palco, na parede atrás dele, tinha uma painel gigante
com duas fotos enormes, uma era Carlisle vestido de médico, sorrindo para uma
garotinha sentada em cima de sua mesa. Eu tinha quase certeza que conhecia aquela
garota. A outra era ele e Esme se divertindo na neve.
No palco estava um Dj, tocando músicas calmas, que chegavam a me dar sono.
Edward me acompanhou até no palco, onde eu tirei meu violão do caze e o
coloquei no pedestal, ajustei o som e chequei se o violão não tinha desafinado.
Depois disso nos juntamos aos Cullens, que tinham conseguido uma mesa bem em
frente ao palco. Emmett inventou de brindar, só que dessa vez era com whisky.
Brindamos quatro vezes. Uma Carlisle, outra a Esme, outra aos dois e por último
brindamos a festa, que segundo eles prometia. De qualquer forma, quatro doses de
whisky me deixaram animada, não só eu, mas todos os outros. Jasper começou a
analisar a roupa das pessoas, e seus comentários nos faziam rir como idiotas.

Quando o pessoal do buffet, começou a passar com a comida meu estômago se


alvoraçou. Mas ele precisava se aquietar, primeiro tinha a parte das homenagens e
depois a comida.
O lugar estava cheio, todas as mesas estavam ocupadas, as pessoas pareciam
estar se divertindo. Os pais de Rose e Jasper foram até nossa mesa, só para me
conhecer. Emmett parecia um homem completamente sério perto dos dois, ele fez
beber refrigerante os 10 minutos que seus futuros sogros passaram ali. Aquilo me
deixou com uma vontade imensa de rir, eu me perguntei qual seria a reação de
Emmett, se eu contasse que ele chora assistindo filmes de romance.
Não demorou muito para Carlisle disfarçar e vir me chamar. Estava na minha hora, e
graças aos brindes de Emmett eu não estava nem um pouco nervosa.
– Pessoas me desejem sorte, aqui vou eu. - Falei rindo.

–Vai lá Bellão, arrasa. - Jasper quase gritou.

– Detona lá Bella. E volta logo pra gente toma mais umas. - Alice fez um
chifrinho com as mãos. Seus olhos já brilhavam demais.

– Mostra pra eles quem você é Bella. - Emmett falou empolgado e um tanto alto
demais.
– Bella is roooooock. Uhuullll.... - Rosalie gritou. Oh my god ela estava
bêbada.

– Boa sorte. - Edward inclinou seu rosto para que ficasse bem perto do meu.
Ele sorriu torto e quando percebi minha boca já estava na dele.

– HUMMMMMMMMMMM.... - Ouvi um couro fazendo gracinha conosco,


eu sorri e me separei dele, levantei e fui em direção ao palco.
Enquanto o Dj tocava a última música eu ajeitava minhas coisas. Liguei o violão no
amplificador, ajustei o microfone na minha altura, coloquei o violão e ajustei a
correia. O tempo parecia ter sido cronometrado assim que acabei de arrumar minhas
coisas a música chegou ao fim, e alguém acendeu as luzes do lugar, deixando tudo
ainda mais iluminado. Todos fizeram silêncio e voltaram seus olhares para mim, eu
fiz uma nota metal de agradecer a Emmett por ele ter nos feito brindar com whisky.

– Boa noite a todos. - O que eu falo agora? Meu cérebro se perguntava. - É...
Eu sou Bella a propósito. - Falei fazendo algumas pessoas rirem. - Bom isso não
impota agora. - Murmurei arrancando mais risadas. Respira e se concentra Bella. - O
que realmente importa é que estamos hoje aqui reunidos para celebrar o aniversário
de Carlisle.
– MEU PAI... - Alice levantou-se da cadeira e berrou empolgado, saltitando e
batendo as mãos...

– É... O pai de Alice, Emmett e Edward. Acho que eles já sabem disso Alice... -
Falei coçando a cabeça.
– Eu conheço Carlisle a pouco tempo, 3 semanas para ser mais exata. - Dei
uma pausa para organizar meus pensamento. - Eu não sou uma das pessoas mais
cordeadas do mundo, na verdade essa tal de gravidade provavelmente me odeia...
Quando desembarquei nos Estados Unidos e sai do aeroporto tentando achar Alice,
Edward acabou me atropelando...Acho que aqui é uma maneira de dizer “Hey, seja
bem vinda.” - As pessoas começaram a rir. - Acabei desmaiando e acordei no
hospital.
Alice logo apareceu abraçada com um homem alto, loiro e de olhos azuis, que
mais parecia ter saído de algum comercial de TV. Esse homem era Carlisle e ele
estava lá para me examinar. Carlisle não trabalhava naquele hospital, ele não tinha
nenhum compromisso com aquele hospital. Na verdade ele estava de férias. Ele nem
me conhecia... Não tinha nenhuma obrigação de ter ido até o hospital, outro médico
podia ter me atendido e constatado que eu precisava de aulas sobre o trânsito. - Pude
ver Carlisle rindo. Olhei diretamente para ele. - Mas você se importou, você me
ajudou, não foi só com o corte em minha testa, você sabe disso. Depois do meu
desastre no trânsito, nada melhor que uma gripe bem forte, para me deixar de cama
certo? - Agora foi a vez de Edward rir. - E lá estava você de novo. Você me medicou
e foi me ver todos os dias. Mesmo Emmett e Jasper falando que eu estava com gripe
suína. Mas você não teve medo. Você e sua fiel enfermeira Alice. De qualquer jeito,
eu ferrei com suas férias... Fiquei sabendo que você combinou com Esme de passar as
próximas férias bem longe de mim. - As pessoas riram.
– Eu me sinto lisonjeada de ter conhecido você, de ter tido a testa remendada
por você. Me sinto lisonjeada por você ter entrado na minha vida. Eu tenho orgulho
de você, orgulho de conhecer você, de falar com você. Assim como eu tenho certeza
que seus filhos também se orgulham. Seus olhos transmitem uma sinceridade
inquestionável. Você é uma pessoa do bem, está sempre disposto a ajudar, a melhorar,
a estender a mão. Você sabe exatamente o que significa ser humano... Conheço
poucas pessoas assim.
Parabéns Carlisle, obrigada pela confiança, e pelas palavras sábias. Eu sou sua
fã e tenho certeza que todos os seus amigos e familiares também são, você é um
exemplo de pessoa. - O salão ficou no mais puro silêncio. Carlisle veio andando ao
meu encontro. Alguém puxou uma salva de palmas, desencadeando todo o resto, logo
em seguida alguém puxou o parabéns.
– Que tal um abraço? - Carlisle falou já do meu lado. Eu tirei o violão e o
encarei.

– Você está chorando? - Ele sorriu com os olhos brilhando pelas lágrimas.

– Talvez um pouco... - Eu o abracei, assim como eu abraçava meu pai. Eu sentia


por ele o mesmo carinho.
–Obrigada por tudo. - Murmurei.
– Você é uma pessoa magnifica Bella, nunca pense ao contrário. Você merece ser
feliz, e eu sei que você vai ser, eu sinto isso.

– Hey, nós também queremos um abraço. - Emmett falou se abraçando a nós e


quando percebi todos estavam envolvidos no abraço.
Assim que nos desfazemos do abraço coletivo, foi um a um abraçar Carlisle.
Eu também fui abraçada, e não era só Carlisle o chorão, todos da família estavam
com lágrimas nos olho.
– Você é surpreendente. - Edward falou me abraçando.
– Sou? - Ele me olhou com os olhos verdes cheios de lágrimas.
– É... - Disse esboçando um sorriso. Meus dedos secaram uma lágrima que
estava prestes a rolar.

– Não chore... Não gosto de ver você com os olhos marejados.

– Você se importa?

– Me importo. - Ele limpou os olhos com a manga do paletó.

– Por que? - Eu sorri.

– Não sei, mas eu me importo. - Ele me puxou para outro abraço, um abraço
quase esmagador. Ele beijou o topo da minha cabeça e em seguida me tirou do chão. -
Edward me coloca no chão, as pessoas estão olhando.

– E quem liga? O que você acha de girar? - Ele só podia estar de brincadeira.

– Péssima ideia. Edward me coloca no chão.

– Eu sei que você gosta de girar Bella. Esquece as pessoas, se concentre em


nós. - Ele murmuro perto do meu ouvido, e quando me dei conta já estávamos
girando. Edward ria feito uma criança, e o pior de tudo é que eu ria também.

– Edward, eu vou cair. - Falei entre os risos.

– Eu nunca vou deixar você cair Bella. - Falou me segurando mais forte. Não
demorou para ele ficar tonto e parar com a brincadeira. Assim que ele me botou no
chão eu o encarei séria.

– Isso vai ter volta. - Não consegui conter o riso e acabamos rindo juntos.

– Essa é minha família. - Carlisle falou orgulhoso, olhando para nós dois, nos
trazendo de volta realidade, mas pela primeira vez eu não me senti encabulada
envergonhada ou coisa assim.

As pessoas nos olhavam sem entender muita coisa, e isso tornava as coisas
engraçadas.
A família de Carlisle voltou para seu lugar e assim progredimos com a
homenagem, eu recoloquei o violão e voltei para meu lugar. Carlisle ajeitou seu
microfone do meu lado.
– Obrigada pelas palavras Bella, você é uma garota incrível. Tenho você
como minha caçula, já que chegou por último. Eu que me sinto orgulhoso de ter você
nas nossas vidas, na vida dos meus filhos. A felicidade está voltando para nossa
família, e foi você que a trouxe de volta. - Eu sorri para ele sem saber o que dizer. -
Ok. Vamos prosseguir com as coisas, porque eu estou com fome. - Carlisle falou
arrancando risas.

– Eu estou com muita fome também. Meu estômago resmunga toda vez que eu
penso em comida. - Falei arrancando mais risadas.

– Ela é magra de ruim... - Ele falou apontando para mim. - Vamos logo com
isso então...

16 de Julho... Essa é uma data importante para mim. E não é uma data
importante por ser meu aniversário, não, longe disso.
Não é importante porque o Apolo 11 foi lançado no espaço, nem porque
aconteceu a primeira explosão atômica. - Carlisle olhou para mim. - E nem porque o
Brasil perdeu a copa do mundo pro Uruguai com o maracanã lotado.
– Isso foi trágico cara. Poderíamos ser Hexa. - As pessoas riram.

– Eu sinto muito. - Falou debochado. - Emfim 16 de Julho é uma data


importante, porque foi o dia que eu me casei com Esme, o amor da minha vida. A
razão da minha existência. - Ok, alguém me empresta um balde que eu vou vomitar. -
Eu sabia que seria ela, assim que meus olhos encontram com os dela. Nesse mesmo
segundo eu percebi que estava perdido, que meu coração já não era mais meu.
Hoje faz 28 anos que nos casamos. - Ele olhava para ela com ternura. - E querida,
quanto mais o tempo passa mais eu te amo. Meu coração continua batendo acelerado,
as borboletas ainda estão no meu estômago, meus olhos ainda se prendem em você, o
seu cheiro continua me deixando louco e eu ainda sinto aquela eletricidade. - Estava
explicado, Edward tinha herdado de Esme a tal corrente elétrica.
Eu ainda me sinto como se fosse a primeira vez, o primeiro beijo, o primeiro
toque. O meu coração quase explode cada vez que você diz que me ama.
Você é minha amiga, companheira, minha amante a mãe dos meus filhos. Quando
você entrou naquela igreja a 28 anos atrás, você me tornou o homem mais realizado
do mundo. Nossos filhos são a prova desse amor. - Ele olhou para mesa onde estavam
seus filhos. - Nunca duvidem, vocês nasceram do mais puro e verdadeiro amor. O
meu amor por vocês é imensurável, ele é tão grande quanto meu amor por Esme, eu
não tenho como descrever, não há descrição para isso. Eu ficaria a noite toda aqui
falando sobre o amor da minha vida, e ainda faltaria tempo, mas Bella está com fome,
então vamos apressar um pouco as coisas.
Esme, eu te amo, e vou te amar para sempre, até mesmo quando meu coração
parar de bater. - Ele olhou para mim. - Tudo pronto?
–Quando você quiser.

– Vamos lá então.- Dei introdução a música. - Tentando me lembrar aonde eu já


tinha ouvido aquela última frase que Carlisle falou. Ele começou a cantar.
http://www.youtube.com/watch?v=Vo_0UXRY_rY

I could stay awake just to hear you breathing


Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirando
Watch you smile while you are sleeping
Observar você sorrir enquanto está dormindo
While you're far away and dreaming
Enquanto você está longe e sonhando
I could spend my life in this sweet surrender
Eu poderia passar minha vida nessa doce rendição
I could stay lost in this moment forever
Eu poderia continuar perdido neste momento para sempre
Every moment spent with you
Todo momento que eu passo com você
Is a moment I treasure
É um momento que eu valorizo

Don't wanna close my eyes


Não quero fechar meus olhos
I don't wanna fall asleep
Eu não quero pegar no sono
'Cause I'd miss you baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada
'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você
The sweetest dream would never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
I'd still miss you baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

Esme se derretia enquanto Carlisle cantava, ele não desviava os olhos dela por
um segundo sequer. Era estranho, mas eu entendia a profundidade daquele
sentimento.

Laying close to you


Repousando perto de você
Feeling your heart beating
Sentindo o seu coração bater
And I'm wondering what you're dreaming
E imaginando o que você está sonhando
Wondering if it's me you're seeing
Imaginando se sou eu quem você está vendo
Then I kiss your eyes and thank God we're together
Então eu beijo seus olhos e agradeço a Deus por estarmos juntos
I just want to stay with you
Eu só quero ficar com você
In this moment forever, forever and ever
Neste momento para sempre, sempre e sempre

Don't wanna close my eyes


Não quero fechar meus olhos
I don't wanna fall asleep
Eu não quero pegar no sono
'Cause I'd miss you, baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada
'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você
The sweetest dream will never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
I'd still miss you, baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

I don't wanna miss one smile


Não quero perder um sorriso
I don't wanna miss one kiss
Não quero perder um beijo
I just wanna be with you
Eu só quero ficar com você
Right here with you, just like this
Bem aqui com você, apenas assim
I just wanna hold you close
Eu só quero te abraçar forte
Feel your heart so close to mine
Sentir seu coração tão perto do meu
And just stay here in this moment
E só ficar aqui neste momento
For all the rest of time
Por todo o resto dos tempos
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah!

Tive que ajudar Carliale nas partes altas, já que ele não alcançava os tons.
Rosalie Alice também estavam chorando e eu era capaz de apostar que Emmett e
Jasper faziam o mesmo. Edward estava abraçado a mãe, secando suas lágrimas.

Don't wanna close my eyes


Não quero fechar meus olhos
I don't wanna fall a sleep
Eu não quero pegar no sono
'Cause I'd miss you, baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada
'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você
The sweetest dream will never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
I'd still miss you, baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada
Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos
I don't wanna fall a sleep
Eu não quero pegar no sono
'Cause I'd miss you, baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada
'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você
The sweetest dream will never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
I'd still miss you, baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby
And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

Don't wanna close my eyes


Não quero fechar meus olhos
Don't wanna fall asleep, yeah
Eu não quero pegar no sono
I don't want to miss a thing
E eu não quero perder nada

Assim que a música acabou Esme quase correu na direção de Carlisle, ela
priticamente se jogou em seus braços e o beijou fervorosamente. Eu me sentia a
maior vela do mundo ali bem no lado dos dois. Alguém começou a aplaudir e logo
todos aplaudiam. Assim que eles se largaram os aplausos sessaram. Meu estômago na
parava de resmungar com fome, eu precisava apressar as coisa.
– Eu acho que isso foi muito romântico. - Falei com um pouco de incerteza,
coçando a cabeça. As pessoas riram. - Esme você gostaria de falar alguma coisa? -
Faltava a homenagem dela. Ela caminhou até o microfone ao meu lado e secou umas
lágrimas que ainda caiam.
– Acho que você falou tudo sobre Carlisle ainda a pouco. Eu amo você
Carlisle! Eu agradeço a Deus todos os dias por ter te posto na minha vida. Por você
ser o pai dos meus filhos. Por ser essa pessoa boa, essa pessoa humana, como Bella
disse. Quando resolvemos nos casar, eu lembro que muitos nos chamaram de loucos,
por casar tão cedo. Eu não tive dúvida em nenhum momento, eu teria me casado com
você no mesmo dia que eu te conheci. Eu sempre soube que era pra sempre. - Esme
falou ainda emocionada. - Eu queria fazer uma homenagem para você hoje. Você teve
a mesma ideia. - Ela olhou para mim. - E a mesma cúmplice. - Eu sorri. - Lembra da
música que tocava sempre que estávamos namorando no carro? - Ela levantou o
polegar para mim, isso significava que eu podia começar e foi o que eu fiz.
http://www.youtube.com/watch?v=6TfVJBOju10

When the night has come


Quando a noite chegar
And the land is dark
E a terra ficar escura
And the moon is the only light we'll see
E o luar for a única luz que se vê
No I won't be afraid, no I won't be afraid
Não, não vou ter medo, não, não vou ter medo
Just as long as you stand, stand by me
Enquanto você ficar, ficar Comigo
And darling, darling, stand by me, stand by me
E querido, querido, Fique comigo, fique comigo
Stand by me, stand by me
Fique comigo, fique comigo

Esme conseguiu cantar até o refrão da música, depois disso Carlisle a agarrou e
eu tive que continuar sozinha.

If the sky that we look upon


Se o céu que contemplamos
Should tumble and fall
Despencar e cair
And the mountains should crumble to the sea
E a montanha se desmoronar para o mar
I won't cry, I won't cry, no I won't shed a tear
Não vou chorar, não vou chorar ,não, não vou derramar uma lágrima
Just as long as you stand, stand by me
Enquanto você ficar, ficar comigo
And darling, darling, stand by me, stand by me
E querido, querido, fique comigo, fique comigo
Stand by me, stand by me
Fique comigo, fique comigo
Whenever you're in trouble won't you stand by me
Enquanto tiveres problemas não terás, se estiveres comigo
Stand by me, stand by me
Fique comigo, fique comigo
Darling, darling, stand by me, stand by me
Querido, querido, fique comigo, fique comigo
Stand by me, stand by me.
Fique comigo, fique comigo

Eu terminei a música e eles ainda continuavam se beijando, como se ninguém


existisse, realmente aquilo devia ser amor. Me restou tocar outra música, seria
constrangedor ficarmos esperando eles terminarem.
Uma música que minha mãe cantarolava muito, me veio a cabeça. Na verdade
era uma música americana que alguém abrasileirou.
– Hey Rose, você pode vir aqui? - Ela me lançou um olhar completamente
confuso, mas veio ao meu encontro. - Você conhece a música don´t worry, be happy?
– Acho que sim. Por que? - Comecei a tocar.

– Porque você vai cantar comigo. - Não deixei nem ela pensar sobre o assunto
e já comecei.
http://www.youtube.com/watch?v=OdEDjHcVjfU&feature=related

Tô indo lá pros States


Diretamente
Da Vila Isabel

As pessoas me olhavam sem entender bulhufas das palavras que eu cantava em


português.

Here's
A little song
I wrote
You might want
To sing it
Note for note
Don't worry
Be happy

Cantei a primeira estrofe e fiz sinal para que Rosalie continuasse. Ela pareceu
entender o ritmo.

In every life
We have some trouble
But when you worry
You make it double
Don't worry, be happy

Ela começou um pouco tímida, mas aos poucos foi se soltando. Eu cuidava dos
Ooo e lá, lá lás..
Oo, ooo
Lá, lá, lá
Oo, ooo
Lá, lá, lá

Ain't got no place


To lay your head
Somebody came
And took your bed
Don't worry
Be happy

The land-lord say


Your rent is late
He may have
To litigate
Don't worry
Be happy

Deixei as partes em inglês para Rosalie e fiquei com as partes em português.

Don't worry
Pra não
Se estressar
Be happy
Pra se alegrar
Relax
Que tudo
Fica diferente

Stress faz adoecer


Amor rejuvenescer
Sorria mais
E leve a vida
Simplesmente

Ain't got no cash


Ain't got no style
Ain't got no girl
To make you smile
Liga não
Be happy

'Cause when you worry


Your face will frown
And that will bring
Everybody down
Don't worry
Deixa pra lá
Be happy

As pessoas pareciam gostar, Jasper até arriscou uma dancinha me arrancando


uma risada.

Oo, ooo
Lá, lá, lá
Olha a gentileza
Olha a gentileza
Oo, ooo
Lá, lá, lá
Simbora
Don't worry
Oo, ooo
Lá, lá, lá
Oo, ooo
Lá, lá, lá
Deixa pra lá
Vem pra cá
O que é que tem?
Oo, ooo
Lá, lá, lá
Oo, ooo
Lá, lá, lá

Fomos aplaudidas quando chegamos ao fim, e Esme e Carlisle já não trocavam


mais saliva, na verdade eles também tentavam dançar. Carlisle pegou o microfone
animado.
– Essas minhas nora... Quer dizer essa minha nora e Bella são um sucesso.
Arrasou em Rose... - Ele elogiou deixando a garota sem jeito. - E Bella é um gênio no
violão e na guitarra, e ela canta maravilhosamente bem, como vocês viram. Essa
garota promete.
– Carlisle você está me envergonhando. - Falei encabulada, fazendo ele rir.
–Ela é um pouco tímida. - Pude ouvir a risada de Edward. Eu o lancei um olhar
furioso, isso fez com que ele me mandasse um beijinho. - Quem quiser contratá-la é
só falar com Emmett, ele é o empresário dela. - Emmett levantou-se e subiu em cima
de uma cadeira.

– É isso ai. Eu sou o empresário dela. Se vocês querem rock, Bella Swan is
rock. Interessados me procurem.

– Chega de conversa mole. - Carlisle falou. - Vamos ao que interessa. A


comida.

– Graças a Deus. - Murmurei muito perto do microfone e todos acabaram


ouvindo e rindo.

– Vocês não tem noção do quanto que essa garota come. - Carlisle falou rindo. -
Bella, por favor, quero que você faça as honras. - Falou apontando para a comida.

– Já que você insiste... - Falei me livrando do violão e indo em direção a


comida. Ouvi muitas risadas, mas com o tamanha da minha fome tudo que eu mais
queria era comida. E nossa, aquela comida estava muito, muito, boa, enquanto as
pessoas falavam eu comia.
Depois de uns bons 40 minutos, Alice e Emmett foram até a mesa dos pais de
Rose e Jasper. Edward foi ao banheiro e eu continuei comendo. Quando finalmente
me dei por satisfeita, e me vi abandonada, resolvi ir até rua para um cigarro de
sobremesa. Eu descobri que tinha uma piscina gigante lá fora. Me acomodei em uma
das espreguiçadeiras ao lado da piscina e fechei os olhos tentando relaxar
completamente.
– Então você é a Bella. - Uma voz angelical falou, me fazendo abrir os olhos.
Quando eu vi o tamanho da pessoa, tratei logo de me desfazer do cigarro. E me voltei
para ela. Hey, eu conhecia aquele pingo de gente, era a garotinha da foto com
Carlisle.

– Então... Eu sou a Bella. - Falei sorrindo. - E você quem é? - Ela estendeu a


mão.

– Jully Cullen, prazer. Já ouvi muito falar de você.


Capítulo 18 - Jully Cullen

– Jully Cullen, prazer. Já ouvi muito falar de você. - Jully Cullen? Jully? A
garota do telefone? A garota de Edward? Era ela? Ela era um nisco de gente, seus
olhos extremamente verdes e seus cabelos eram meio acobreados, parecidos com os
de Edward. Seria ela prima de Edward?
Estendi a mão para ela, tentando organizar meus pensamentos.
– Tudo bem? - Ela perguntou, provavelmente notando minha cara de confusão.
–Tudo. Só pensei que você fosse uns 20 anos mais velha. - Agora era ela quem
parecia não entender. - Esquece isso. - Ela sorriu, mostrando uma janelinha na frente.
Pera ai, eu conhecia aquela garotinha e não era só da foto com Carlisle. Era ela, a
alucinação que eu tive quando estava doente, era a mesma garotinha.
– Por um acaso você já foi lá em casa?
– Já, quando você estava doente. Eu não consegui te ver direito.
– Eu lembro de você. - Ela sorriu e sentou-se ao meu lado.
– Você é tão linda.- Eu sorri.
– Você também é linda e muito simpática. Quantos anos você tem?
– 4, vou fazer 5. - Ela e Bernardo tinham quase a mesma idade.
– Eu tenho um irmão da sua idade sabia?
– E como é o nome dele? - Perguntou Curiosa.
– Bernardo.
– Ele mora na Brasil? - Ela falava corretamente. Seu inglês era perfeito, talvez
melhor que o meu.
– Mora. - Respondi.
– Ele fala inglês? - Perguntou.
– Está aprendendo.
– É difícil falar português?
– Não. Pelo menos eu acho que não.
– Você sabe falar mais alguma língua? - Ri com a quantidade de perguntas da
garota.
– Não. Só Inglês e Português. Você faz muitas perguntas sabia? - Ela sorriu.
– Edward diz a mesma coisa.
– Diz é? Ele também me faz muitas perguntas.
– Ele vive falando de você. - Em um gesto impensado eu a puxei e a sentei no
meu colo.
– Espero que ele fale bem. - Ela encostou a cabeça no meu peito.
– Você precisa ver a cara de bobo que ele faz. Ele me disse que você é a
garota mais linda e legal que ele conhece. Vocês são namorados? - A pergunta dela
me pegou de surpresa.
– Não. Somos bons amigos. - Bota bons nisso.
– Meus pais e meus tios dizem que vocês são namorados.
– Eu conheço seus pais e seus tios?
– Conhece. Carlisle e Esme. Tio Emm e tia Rose. Dinda Ali e dindo Jasper. -
Oh my god... Carlisle e Esme tinham mais uma filha? Por que ninguém me disse
isso? Por que eles se esquivaram quando eu perguntei quem era Jully? E por que ela
chamava os irmãos de Tios?
– Eu não sabia que Carlisle e Esme tinham uma pequena. - Falei passando a
mão em seus cabelos. Ela ficou em silêncio por um tempo.
– Eles não são meus pais de verdade... Eles não me encomendaram com a
cegonha. Ainda não entendo direito isso, mas são eles que cuidam de mim. - Ela era
adotada? Que criatura em sã consciência daria aquele anjinho para a adoção?
– Eles podem não ter encomendado você. Mas eles são seus pais de verdade,
nunca pense ao contrário, tenho certeza que eles te amam do mesmo jeito que amam
Emmett, Alice e Edward.
– Você acha? - Ela perguntou incerta.
– Tenho certeza.
– Eu também amo muito eles. Amo Edward também. - Eu sorri.
– Posso apostar que ama. - Ela se ajeitou melhor em meu colo.
– Um dia você me ensina a tocar violão? - Ela resolveu mudar de assunto.
– Ensino.
– Você toca muito bem. - Minha mão passeava pelo seu cabelo.
– Obrigada.
– Seu violão é muito bonito. Quer dar ele pra mim? - Sorri.
– Eu não posso dar aquele ali, porque ganhei de uma pessoa muito especial.
Mas posso comprar um pra você.
– De quem você ganhou? - Ela quis saber.
– Jane. Ela era minha prima.
– Ela também mora no Brasil? - A garotinha era uma máquina de fazer
perguntas.
– Na verdade agora ela mora no céu.
– Ela morreu? - Ela parecia surpresa.
– Morreu.
– Minha outra mãe também mora no céu. Será que ela conhece sua prima? -
Ela conhecia a mãe biológica? O que tinha de errado com a história daquela garota?
– Quem era sua outra mãe?
– Ai está você. - Edward apareceu acabando com nossa conversa. Jully sorriu
para ele.
– Hey Edward, Bella é mesmo muito linda, muito mais do que eu lembrava.
Sabia que ela vai me ensinar a tocar violão? - Ele olhou preocupado para mim, mas
sorriu assim que me viu sorrindo.
– É mesmo? - Perguntou se aproximando de nós.
– É. Ela tem um irmão chamado Bernardo, ele tem a minha idade e está
aprendendo a falar inglês. - Edward achou graça.
– Parece que você conseguiu arrancar mais coisas dela do que eu. - Eu ri.
– Ela é uma máquina de fazer perguntas.
– Será que tem um lugar ai pra mim? - Edward perguntou.
- Claro, deita aqui no lado da Bella. - Jully falou, não me deixando muitas
opções. Foi isso que Edward fez, deitou-se ao meu lado, com Jully deitada em cima
de mim. Ela estendeu a mãozinha para que ele segurasse. Quando eu percebi estava
sorrindo.
– Bella, você quer namorar com Edward? - Eu gargalhei e Edward ficou
constrangido.
– Não, eu não quero. - Ela pegou minha mão e juntou com a dele.
– Por quê? - Eu tinha muitas respostas para isso, mas nenhuma que eu pudesse
explicar para ela.
– Porque não.
– Dinda Ali diz que porque não, não é resposta. - Eu olhei para Edward
pedindo ajuda, mas ele fez não entender.
– Ok. Eu vou pensar em um motivo depois eu te digo.
– Você pode pensar sobre ser namorada dele também. - Edward sorriu, e
entrelaçou nossos dedos.
– Ok. - Foi tudo que respondi. Conversamos sobre várias coisas, na verdade
tive que prometer ensiná-la a falar português, e levá-la para conhecer o Brasil. Ela
também pediu que eu convencesse Edward a levá-la a Disney. Me fez relatar como
era o Brasil, como era Bernardo, meu pai e minha mãe. Me perguntou como se falava
várias palavras em português. Me perguntou se eu sabia nadar, e quando eu falei que
sabia surfar ela ficou extremamente empolgada, e me pediu para ensiná-la isso
também. Edward aproveitava algumas respostas para emendar mais perguntas. Eles
deram risadas de mim quando falei que não entendia nada sobre futebol americano e
hóquei no gelo. Jully pediu a Edward que me levasse em algum jogo e ele prometeu
fazer isso.
As vezes eu pegava Edward olhando para nós duas de um jeito estranho, seus
olhos brilhavam mais do que de costume, e ele escondia um sorrisinho bobo quando
nos encarava.
Não sei em que ponto da conversa Jully dormiu, só sei que acabei dormindo
também. Só que alguns clarões começaram a bater nos meus olhos, acordei assustada,
dando de cara com dois fotógrafos quase em cima de nós.
– Mas que porra é essa? - Perguntei brava e assustada. Edward que parecia
estar dormindo também acordou.
– O que vocês estão fazendo? - Ele meio que berrou, acordado sua irmã.
– Acho que estão nos fotografando. - Ela murmurou em meio a um bocejo.
– Já chega. - Aquela voz só podia ser de Alice. Pelo menos ela fez com que eles
parassem. Olhei para trás acompanhando Edward. Alice, Carlisle e Esme estavam lá,
nos olhando com a mesma cara, que Edward olhava Jully e eu. Qual era o problema
afinal?
– O que foi? - Perguntei confusa e ainda irritada. Esme estava chorando? Eles
aos poucos foram se aproximando. Carlisle ajoelhou ao nosso lado, sua mão acariciou
os cabelos de Jully.
– Vejo que finalmente se conheceram. - Falou ternamente.
– É. Bella é muito, muito mais legal. E é a garota mais linda que eu conheço. -
Ela falou com a voz sonolenta. Carlisle sorriu.
– Você está exagerando. - Falei para ela. Ela levantou a cabeça procurando me
olhar.
– Não estou não. - Ela me olhou um tempo sem dizer nada e de repente sorriu.
–O que foi? - Perguntei.
– Eu gosto da cor dos seus olhos, são como os de Edward e como os meus
também.
– É, são bastante parecidos. - Era impossível não sorrir para ela.
– Acho que está na hora de dormir mocinha. - Carlisle falou.
– Ah papai, nós estávamos conversando. - Ela protestou.
–Hum... Acho que vocês estavam dormindo. Os três.
– Tenho que concordar com seu pai. Estávamos quase roncando. - Ela riu. -
Melhor você dormir, já está tarde. - Ela sentou-se para que pudesse olhar diretamente
para mim.
–Você vai dormir aqui?
–Hum... Não. Vou dormir em casa.
–Dorme aqui. Nós temos muitos quartos vagos, e se você quiser, você pode
dormir no quarto de Edward. - Todos começaram a rir.
– Eu não trouxe pijamas e... - Ela não me deixou falar.
– Mamãe pode te emprestar um. Você empresta né mamãe? - Pediu olhando
para Esme, que ainda enxugava as lágrimas. Será que ela ainda estava emocionada
com a homenagem?
–Claro querida. - Esme esboçou um sorriso.
– Tá vendo. - Falou me olhando com cara de cachorro que caiu da mudança. -
Por favor. Por favor. - Seus olhos verdes brilhavam, e aquilo acabava com qualquer
defesa. - Por favor?
– Ok, ok. Eu durmo. - Ela abriu um sorriso de orelha a orelha e me abraçou.
– Obrigada, obrigada. Amanhã nós vamos nadar, tocar violão, falar português.
Nós podemos ir a praia também, você pode me ensinar a surfar... Edward nós
podemos levar Bella em um jogo de hóquei e depois nós podemos comer cachorro
quente. - Jully falava sem respirar, idêntico a Alice.
– Jully, assim você assusta Bella. - Edward falou carinhosamente com ela. Ela
olhou para mim preocupada.
– Eu assusto você? - Eu sorri com a preocupação dela.
- Não vejo jeito disso acontecer. - Ela sorriu torto, igualzinho a Edward.
– Agora que está tudo combinado, já podemos ir? - Carlisle perguntou a ela.
– Ok. Por que todos estão olhado? - Ela murmurou a pergunta para Carlisle.
– Essa é uma boa pergunta. - Eu também murmurei. Por que diabos eles
olhavam daquele jeito para nós?
–Achamos bonitinho vocês três dormindo juntos. - Ela sorriu, e deitou-se de
novo no meu colo. Resolvi ajudar Carlisle. Me impulsione para levantar, só então
percebi que minha mão ainda estava unida com a de Edward, ele pareceu perceber
isso também. Ele sorriu torto para mim, e eu retribui o sorriso e me soltei dele. Os
Cullens continuavam nos olhando estranho e aquilo estava começando a me
incomodar, ajeitei Jully em meus braços e nos levantei. Ela passou os bracinhos em
volta do meu pescoço e me olhou com uma certa ternura.
Foi impossível não pensar em como ela seria. Teriam quase a mesma idade.
– O que foi? - Jully me perguntou.
– Você me lembra uma pessoa que eu nem cheguei a ver. Ela colocou a
mãozinha no meu rosto.
– Você é tão linda. - Eu sorri.
– Você é muito, muito mais linda. - Falei lhe enchendo de beijos, a fazendo
sorrir. - Agora é melhor você ir dormi. Parece que teremos um dia longo amanhã. Ela
beijou minha bochecha.
– Boa noite.
– Boa noite. Sonhe com os anjos. - Falei a entregando para Carlisle.
– Até amanhã. Ela disse.
– Até amanhã. Respondi.
– Pera ai. - Alice finalmente voltou a falar. - Você não vai fazê-la prometer que
vai ficar aqui? - Ela perguntou para Jully.
– Não precisa, eu sei que ela vai ficar. - Todos riram e Alice realmente parecia
incrédula. - Boa noite Edward, amo você. - Ela falando aquilo era tão fofo.
– Boa noite princesa. Também te amo. Durma bem. - Falou jogando um beijo
para ela.
– Já volto crianças. - Carlisle falou.
– Por que ninguém nunca me falou sobre ela?
– Edward pode lhe explicar isso. - Por que Edward? Carlisle deixou a resposta
no ar e se foi, acompanhado de Esme. olhei para Alice procurando por uma resposta.
– Vou acompanhar papai e colocar Jully para dormir. - Disse saindo dali.
Acabou sobrando Edward e eu.
– Então?. - Ele levantou-se e foi até onde eu estava. Suas mãos agarram minha
cintura, transmitindo aquele choque. Aquilo nublou meus pensamentos, ele encostou
sua testa na minha.
– Eu posso explicar isso para você, mas não agora. - Respondeu.
–Por que não agora? - Murmurei, nem sabendo mais o que eu queria saber.
– Porque agora tenho outros planos. - Murmurou. Passei meus braços em volta
do seu pescoço.
–E que planos seriam esses?
–Ficar com você. - Disse com a boca já encostada na minha.
– Isso me parece uma boa ideia... - Falei o beijando. O que esta acontecendo
com você? Minha consciência berrava, mas os beijos de Edward se livravam dela
facilmente.
– Hey casal... - Para variar alguém chegou na hora errada, e esse alguém
atendia pelo nome de Emmett. Parei de beijar Edward e encostei minha cabeça em
seu peito.
–Fala sério, vocês só podem combinar. - Edward protestou, fazendo Emmett
rolar os olhos.
– Edward irmãozinho, deixa eu te dizer uma coisa. - Falou serio. - O mundo
não gira em torno de vocês dois. - Eu ri.
– O que você quer Emmett? - Perguntei. - Vim chamar vocês para se juntarem
ao resto dos mortais. - Não sei se aquilo me parecia uma boa ideia, ali fora estava tão
bom. Emmett pareceu perceber isso.
– Vamos lá Bella, afinal temos que comemorar.
– Comemorar? Já não estamos comemorando? - Emmett rolou os olhos de
novo.
– Comemorar sua contratação Bella. - Eu estava cada vez mais confusa.
–Que contratação? - Edward também parecia confuso.
– O pai de Rose, gostou do que viu e ouviu ainda pouco. Ele vai inaugurar um
hotel em Vegas. Abri do ano que vem, e adivinha quem vai tocar?
– Bella? - Edward perguntou?
– Bingo. - Eu? Hotel? Vegas?
– Oh my god... - Foi tudo que consegui dizer. Quando percebi já não estava
mais no chão, Edward tinha me levantado e girava.
– Isso é de mais... - Falou rindo.
– É, muito... Oh my god Vegass.. - Falei rindo, abraçada a Edward.
- Vegasss - Ele repitiu. - Vegass...
- Eu já entendi, parem de repetir Vegas. Edward coloca Bella no chão. -
Emmett pediu.
- Depois vocês dois comemoram particularmente, mas agora pode ser conosco?
Rosalie está tão eufórica quanto vocês dois.
- Ok. vamos lá então. - Falei ainda sem acreditar. Edward não me soltou.
- Emmett, 5 minutos e já estamos indo.
- Cara você está monopolizando. - Emmett reclamou. - 5 minutos ok? - Falou e
se foi nos deixando sozinhos.
Edward me abraçou, sem dizer nada, não entendi direito, mas retribui. Ele me
apertava como se a qualquer momento eu fosse fugir.
- Que foi? - Perguntei.
- Eu não quero que você vá embora. - Falou sem afrouxar o abraço.
– Eu não vou embora. Só vou ali dentro e você vai junto. - Ele riu e não disse
nada por algum tempo, só continuou abraçado a mim, e o pior de tudo é que eu
gostava daquilo.
Gostava de estar abraçada a ele, gostava da sensação de proteção que ele me
transmitia. Eu me sentia segura li, segura e confortável, como se nada pudesse me
atingir. Edward suspirou me trazendo de volta a terra.
- Acho q os 5 minutos já se foram, daqui a pouco Emmett volta. - Murmurei.
Ele me soltou, e me encarou.
- O que foi? - Perguntei.
- Obrigado. - Falou sorrindo torto.
- Por o que?
- Por ter vindo para os Estados Unidos. Por ter entrado na minha vida. Por estar
aqui. Estou feliz, por tudo isso ter acontecido. - Meu coração acelerou ouvindo
aquilo, e eu não tinha a mínima ideia do por que, assim como eu também não sabia o
motivo de estar sorrindo feito uma idiota.
- Também fico feliz de estar aqui, acho que essa foi a melhor ideia que já tive.
Me sinto bem melhor aqui. - Ele sorriu e eu o beijei.
- Eu não acredito que tive que voltar aqui. - Emmett parecia bravo. Dessa vez
eu consegui me largar de Edward caminhei em direção a Emmett, puxando Edward
pela mão.
- Estamos bem atrás de você Emmett. - Falei. Lá dentro a festa rolava solta. As
pessoas dançavam, gargalhavam e bebiam. As luzes estavam apagadas de novo, e
Rosalie e Jasper, estavam beem felizes. Assim que me viu, Rosalie veio correndo ao
meu encontro e pulou em cima de mim quase nos derrubando. Dei risada com a
empolgação dela.
- Vegass baby... - Ela estava bebaça...
- Isso não é incrível? - Perguntei empolgada.
- Vamos bater uma foto, você precisa me dar um autógrafo. - Falou em
português.
- Não seja absurda, eu não preciso te dar autógrafo.
- Eu sou sua fã cara, sempre quis um autógrafo seu. - Eu rolei os olhos.
- Rose, você não precisa de um autógrafo meu, nós somos amigas e nos
falamos praticamente todos os dias. - Ela abriu um gigantesco sorriso.
- Nós somos amigas.. Essa é a primeira vez que você diz isso. - Eu gargalhei.
- É isso que nós somo, não é?
- Claro que é. - Ela me abraçou de novo. - Eu sou sua fã amiga. Nossa isso é
demais. - Ela berrou. Eu não sabia o que era mais engraçado, a bebedeira de Rose ou
a cara de Jasper, Emmett e Edward, que não intendiam nada do que estávamos
falando.
- Heyyy fotografo - Rosalie gritou para o dito cujo que estava a meio metro de
nós. - Acho que ele é surdo. - Ela resmungou quando ele não olhou para ela.
- Rose, você tem que chamá-lo em inglês, acho que ele não entende português.
- Ela sorriu.
- Essa é uma boa ideia.
- Pelo amor de Deus. - Edward protestou. - Voltem a falar inglês...
- Ok. - Rose falou. - Heeeey fotografo. - Ela gritou de novo, só que dessa vez
em inglês, ele olhou instantaneamente. -Venha aqui, precisamos de umas fotos. -
Aquela com certeza era a noite das fotos e elas saíram de todos os tipos possíveis.
Depois de outra seção fotos, me juntei a eles, Esme, Carlisle e Alice, já tinha
voltado, eles pareciam extremamente felizes. Edward apareceu com outra garrafa de
whisky e ficamos ali bebendo e jogando conversa fora.
Lá pelas duas da manhã todos nós já estávamos bêbados, e os convidados já
tinham ido embora. Só sobrou os Cullens e eu. Carlisle e Esme também resolveram
se retirar.
Os outros resolveram que eu tinha que tocar violão para eles cantarem. Assim
fizemos, caminhei até o palco acompanhada de Emmett, a primeira música foi dele.
Ele cantou YMCA e dançou também, aquilo era muito hilário, aquele monte de
músculos rebolando daquele jeito, além de tudo ele era muito desafinado. Depois foi
a vez de Jasper, dando continuidade as musicas gays ele cantou its raining men, e se
ele e Alice não fossem tão apaixonados eu diria que ele nasceu para aquilo.
Alice e Rosalie foram as seguintes, e minha nossa senhora da periquita, elas
só cantaram Spice Girls, e o pior de tudo é que eu estava colaborando com aquilo.
Depois de cantarem umas seis músicas, se é que aquilo poderia ser chamado de
música, Rosalie pareceu se cansar.
- Agora é Edward - Ela falou.
- Vem aqui gostosão. - Alice o chamou. - Você não acha ele gostoso Bella? -
Ela perguntou. Eu o encarei e ele ergueu uma sobrancelha esperando pela resposta.
- Acho. - Falei, fazendo-o sorrir.
- Anda logo Edward, tira essa bunda da cadeira e vem aqui, você vai cantar
uma música para Bella. - Rosalie impôs.
- Vai? - Eu perguntei.
- Vai. - Alice respondeu. - Anda Edward. - Ela chamou de novo. Eu voltei a
encará-lo.
- Estou esperando. - Falei rindo. Ele levantou-se e veio, pegou o microfone das
mãos de Alice e voltou seu olhar para mim.
- O que quer que eu cante?
- Uma música para ela horas. - Rosalie falou.
- Ok. Eu começo e você me acompanha.
- Ok.
- Espera, espera. - Rosalie interferiu. - Eu vou fazer a abertura. - Céus,
estávamos todos bêbados.
- Vai lá. - Edward falou.
- De Edward para Bella, com muito amor e carinho. - Eu ri. - Pode começar
agora. Presta atenção Bella. - Ela falou.
Wise men say only fools rush in
Homens sábios dizem que só os tolos se apaixonam
Uau, ele estava cantando Elvis, para mim? E nossa aquele vozeirão faria até
minha vozinha sentir coisas.
But I can't help falling in love with you
Mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você
Shall I stay would it be a sin
Eu deveria resistir? Seria um pecado
If I can't help falling in love with you
Se eu não consigo evitar de me apaixonar por você
Like a river flows surely to the sea
Como um rio que corre naturalmente para o mar
Darling so it goes some things are meant to be
Querida, desta mesma forma algumas coisas estão destinadas a acontecer
Take my hand take my whole life too
Tome minha mão, tome minha vida inteira também
For I can't help falling in love with you
Já que eu não consigo evitar de me apaixonar por você

Eu nem cheguei a acompanhá-lo no violão, eu estava completamente


paralisada o admirando.

Like a river flows surely to the sea


Como um rio que corre naturalmente para o mar
Darling so it goes some things are meant to be
Querida, desta mesma forma algumas coisas estão destinadas a acontecer
Take my hand take my whole life too
Tome minha mão, tome minha vida inteira também
For I can't help falling in love with you
Já que eu não consigo evitar de me apaixonar por você
For I can't help falling in love with you
Já que eu não consigo evitar de me apaixonar por você

Seu olhar não se desviou do meu por um segundo sequer, e mesmo que eu
tentasse eu não conseguia não encará-lo. Era algo mais forte que eu, mais forte que
tudo. A música que ele cantou me atordoou de um jeito que eu não conseguia
explicar, e meu coração, meu estúpido coração estava acelerado com aquilo tudo. Eu
me perguntava, eu berrava para mim, o que diabos estava acontecendo comigo. O
silêncio tomou conta do lugar, eu ainda estava paralisada tentando entender como
existia uma atração física tão forte, tão poderosa como aquela. Talvez fosse o whisky.
-Gostou? - Perguntou com os olhos ansiosos em busca de uma resposta.
Alguma parte irritante do meu ser, queria pular em seus braços e beijá-lo até faltar o
ar, arrancar suas roupas e fazer tudo ali mesmo. Mas a parte precavida me mandava
fugir o quanto antes, sair logo dali, ficar o mais distante possível de Edward. Foi isso
que eu fiz, tirei o violão, dei as costas para ele e fui para parte da piscina.
- Desculpe, preciso de um cigarro. - Murmurei antes de sair. Não sei por quanto
tempo fiquei por lá, deitada fumando, e pensando naquela coisa esquisita que eu
sentia quando estava muito perto de Edward. Consegui fumar metade da carteira de
cigarros e não cheguei a conclusão nenhuma.
Jully também me veio a cabeça, a garotinha era adorável e linda. Seus olhos
eram idênticos aos de Edward, e ela sorria torto igualzinho a ele. Se eles fossem
irmãos legítimos não se pareceriam tanto. A garota era adorável, ela conquistava
qualquer um só com um olhar. Era impossível negar algum pedido seu, aposto que ela
conseguia tudo o que queria. Isso me fez rir, e lembrar meus tempos de criança.
Quando eu queria uma coisa, fazia uma cara de cachorro que caiu da mudança que
convencia todo mundo, principalmente meu pai.
- Pensando na vida? - Edward me fez levar um susto tremendo.
- Pesando nos meus tempos de criança.
- Você era levada?
- Minha mãe diz que sim. Mas eu acho que era desastrada. Quebrei o braço
uma vez, quando Jacob, Jane e eu fizemos uma rampa para saltar de bicicleta. Outra
vez quebrei o pé direito quando Jane inventou que precisávamos aprender manobras
de skate. Queimei meu braço esquerdo com bom-bril quando tinha uns 6 anos, foi no
reveillon, eu queria imitar Jake a fazer faísca. - Olhei para o braço em procura da
cicatriz mas já não existia mais. - A cicatriz sumiu. - Ah, mas teve outra vez, que
estávamos brincando de esconder, e eu sai correndo atrás de Jake porque os
esconderijos dele eram sempre os melhores.
Ele pulou um muro com facilidade, e como eu era menor, não enxergava as
coisas muito altas, apoiei meu braço no muro para conseguir tomar impulso e pular,
só percebi que o muro era repleto de cacos de vidro quando meu braço já estava
enterrado em um. - Olha, esse eu ainda tenho a marca. - Falei mostrando meu
antebraço direito. Edward se aproximou e levou o rosto bem perto do meu braço, mas
não me tocou.
- Nossa, seu pai deve ter gasto uma fortuna com você no hospital. - Falou sério
me fazendo rir.
- É. Acho que sim. - Falei baixando o braço. - O pior é que só eu me
machucava, Jake e Jane não levavam nem um arranhão. - Edward riu.
- Você é desastrada desde criança, é um milagre não ter morrido.
- É. - Concordei e o assunto morreu. Edward sentou-se ao meu lado, só que no
chão.
- E por que você estava pensando sobre isso agora?
- Por que eu estava pensando em Jully. Ela deve conseguir tudo que quer com
aquela carinha de pidona e aqueles olhinhos verdes brilhantes. Eu fazia a mesma cara
de cão sem dono quando queria alguma coisa.. - Edward sorriu.
- É, é difícil negar algo a ela. Assim como é difícil negar algo a você. Vocês
são inegáveis.
- Por que você nunca me falou que ela era sua irmã?
- Pensou que ela fosse quem? Uma loira peituda? - Edward brincou.
- É... loira peituda, com roupas extremamente grudadas ao corpo, cara de vaca
e louca para dar. - Edward gargalhou.
- Que ideia você tem de mim.
- Foi você quem me passou isso.
- Eu não sou o monstro que você pinta. - Eu sorri. - De qual quer forma Jully
não é minha irmã.
-Pare de ser preconceituoso Edward. Só porque ela é adotada não significa que
não seja sua irmã. - Ele riu de alguma coisa que eu não entendi.
- Bella... - Ele murmurou e olhou para mim. - Eu quero contar para você a
história da Jully, quero contar tudo. Mas, não hoje. - Por que ele não desembuchava
tudo de uma vez?
- Quando então?
- Amanhã, no final do dia. Prometo que te conto tudo.
- Ok. - Sorri pensando no dia que viria, seria um longo dia. - Se Jully não
acabar comigo antes. - Edward também riu. - Teremos um longo dia. Que tal piscina
de tarde, depois vamos ao parque de diversões e por último cachorro quente?
- Me parece uma boa ideia. E de manhã? Ela dorme até muito tarde?
- Não, ela não. Mas de manha vamos estar ocupados.
- O que vamos fazer? - Perguntei o encarando sem entender. Mas quando vi sua
expressão, a ficha caiu.
- Você quer mesmo que eu te diga? - Perguntou levantando-se do chão.
- Não. - Respondi um pouco sem graça. Sem nenhum aviso ele me pegou no
colo.
- Ótimo - Falou.
- O que você esta fazendo? - Ele caminho em direção a piscina.
- Vamos nadar... - Meus olhos se arregalaram e eu tentei me livrar dele.
- Edward nããã - Eu já estava submersa. - O. - Terminei a palavra quando voltei
a superfície. - Seu maluco. - Falei muito brava. - Qual seu problema? Arrgg quer ficar
doente de novo quer? - Ele começou a rir da minha cara, me deixando mais furiosa.
Eu fui pra cima dele e comecei a socá-lo irada. Na terceira tentativa de soco ele
segurou meus braços.
- Não bate que eu gamo. - Murmurou perto do meu ouvido. Tentei me livrar
dos seus braços, mas ele me encostou em um dos cantos da piscina e começou a me
beijar. Eu ainda tentava me soltar, mas era impossível, ele era mais forte.
Resolvi ficar parada sem correspondê-lo. Ele beijava meu pescoço, mordia
meu queixo, e eu tentava pensar na tabuada de 9 para não correspondê-lo. Suas mão
apertavam com força minha cintura, me fazendo começar a tabuada de novo. Meu
corpo estava todo arrepiado eu não sabia se de frio ou por causa de Edward.
-Vamos lá Bella. Para de birra, deixe-se levar. - Ele murmurou no meu ouvido,
me fazendo fechar os olhos e as mãos para não agarrá-lo. Ele mordeu o lóbulo da
minha orelha me fazendo arfar. - Vamos Bella, não seja mau. Seu corpo é como um
combustível pro meu, e só você faz ele arder assim, só você faz ele queimar desse
jeito. - Oh God, aquele homem sussurrando aquelas palavras no meu ouvido, acabava
com toda minha resistência. Suspirei e minhas mãos agarraram com força seus
cabelos molhados, meus olhos continuaram fechados. Sua boca não demorou a
encontrar a minha, eram beijos quentes, sem pudor, sem vergonha e eu torcia para
ninguém atrapalhar aquele momento. Foi difícil livrar Edward daquela camisa, mas
não impossível. As mão habilidosas de Edward percorram minhas pernas, e foram
para debaixo do meu vestido me fazendo arfar em antecipação. Uma delas afastou
minha calcinha, abrindo espaço para seus dedos. Eles me invadiram me fazendo
gemer alto.
- Ah Bella, sempre tão pronta para mim... - Céus, eu acabaria morrendo,
morrendo de prazer.. Os dedos de Edward trabalhavam hora de vagar hora rápido, e
sua boca só desgrudava da minha para gemer palavras que me deixavam cada vez
mais louca.
Edward era o rei da tortura, quando ele percebia que eu estava quase
alcançando o ápice ele diminuía os movimentos. Me desvencilhei de seus beijos e o
encarei.
- Não me torture mais, eu não posso mais aguentar. - Ele sorriu torto e voltou a
me beijar. Seus movimentos aumentaram e eu sabia que ele não ia parar. Sentia meus
batimentos cardíacos cada vez mais rápido e minha alma abandou meu corpo.
Nenhum pensamento habitava mais ali. Deus, o que aquele homem fazia comigo?
Senti suas mãos me segurando forte, para que eu não afunda-se.
- Abre os olhos Bella. - Só então percebi que eles ainda estavam fechados. Eu
os abri e encontrei com os olhos dele, eles estavam tão escuros quanto da última vez,
eles exalavam toda a luxúria de Edward, e aquilo me excitava de todas as maneiras
possíveis.
- Eu quero você Edward. Quero sentir você em mim.. - Os olhos dele
pareceram escurecer ainda mais.
- Bella... eu estou tão... - Ele pareceu se esforçar para achar uma palavra. -
Duro.. que seria capaz de gozar só com suas palavras.. - Eu sorri sacana e me apoiei
nas minhas próprias pernas, sem ajuda de Edward. Minhas mãos desatacaram seu
sinto e abriram sua calça rapidamente. Uma de minhas mãos começou a acariciar seu
membro por cima da cueca e a outa puxou com força seus cabelos. Encostei minha
boca em seu ouvido.
- Então goza Edward. Goza para mim. Goza, eu quero ver você gozar. -
Murmurei em sua orelha, ele puxou o ar forte. Minha mão foi para dentro de sua
cueca e no primeiro movimento que ela fez, ele a puxou para fora e gemeu alto. Ele
estava gozando. Sorri satisfeita enquanto ele continha os gemidos beijando meu
pescoço.
Edward me abraçou forte, enquanto tentava controlar sua respiração. Minhas
mãos brincavam com seus cabelos.
-Você rouba todos os meus pensamentos. - Isso era bom, já que ele também
roubava os meus.
- Me parece justo, já que você faz a mesma coisa comigo.
- Eu não sei o que dizer. - Ele falou.
- Não pense que acabou. - Murmurei.
- Ainda nem começamos Bella. - Falou me beijando e atacando a calça. Assim
que fez isso ele me pegou no colo e começou a caminhar comigo.
- Aonde vamos?
- Ali dentro, preciso do meu paletó. - Falou subindo as escadas da piscina, sem
me soltar.
- Você tá com frio? - Ele riu.
- Não, claro que não. Mas meus preservativos estão lá dentro.
- Ah.. - Foi o que eu disse. O salão estava vazio, iluminado pelas luzes que
vinham de fora. O Paletó de Edward estava em cima da mesa que estávamos com
seus irmãos. Ele me sentou na mesa e ficou entre as minhas pernas.
– Se você quiser, não precisamos usar. - Claro, claro, já podia até imaginar
nós dois com uma penca de filhos.
– Quero que use, comecei a tomar anticoncepcional agora. Melhor não
arriscarmos.
– Ok. - Falou tirando dois pacotes de camisinha do paletó. Jesus, ali tinham
seis preservativos, ele queria me matar?
- Você sempre sai assim preparado? - Perguntei.
- Só quando eu saio com você. - Eu ri.
- Comigo e com a torcida do flamengo né? - Ele pareceu não entender.
- Quem é flamengo?
- Um time de futebol do Brasil, que tem a maior torcida. Qual a maior torcida
dos Estados Unidos?
- Dos Yankees, eu acho. - Ele parecia pensar.
- Então, comigo e com a torcida dos Yankees.
- Não. - Ele falou me beijando. - Só com você. Eu quero que se dane a torcida
dos Yankees, que se dane todas as torcidas do mundo, eu não me importo com elas,
só me importo com você. - Não pude falar nada, minha boca já estava muito ocupada.
Edward e eu passamos o resto da noite literalmente unidos. Depois de termos
feito loucuras no salão de festas, seguimos para o quarto. A parte mais engraçada,
divertida e perigosa da noite, foi quando entramos pelados dentro de casa, claro que
as roupas molhadas cobriam as partes estratégicas, e a casa estava um completo breu,
mas mesmo assim, se alguém nos pegasse seria muito, muito constrangedor. Por um
milagre divino isso não aconteceu. Acabei parando no quarto de Edward, as coisas
não saíram do jeito que planejei, e quando percebi já era dia. Não tive forças de me
arrastar até o "meu quarto", que eu não fazia a mínima ideia de onde ficava. De
qualquer forma, eu estava nocauteada, não conseguiria dar dois passos, a última coisa
que lembro é de Edward me puxar para seus braços.

~~*~~
Algum barulho chato e insistente me tirou do sono profundo, e aos poucos fui
abrindo os olhos. Eu e e Edward estávamos completamente abraçados, não pude
deixar de sorrir ao lembrar da madrugada.
O barulho insistente continuava, depois de algum tempo percebi que batiam
na porta do quarto. Lentamente levantei para atender, mas quando estava com a mão
na maçaneta, lembrei que estava completamente nua. Chamei Edward muitas vezes,
mas ele parecia estar em coma profundo, cocei a cabeça pensando no que fazer,
quando vi de relance o guarda-roupas. Eu sabia que era feio mexer nas coisas dos
outros, mas era uma emergência, já que o barulho insistente não sessava.
O guarda-roupas de Edward era cheio, como se ele morasse lá. Peguei uma
camiseta regata branca e um shorts amarelo de elástico. Céus eu parecia um cantora
de hip-hop. Antes de abrir a porta, cobri Edward, e escondi nossas roupas molhadas.
Me perguntei aonde era o incêndio aquelas horas da manhã, para baterem
tanto na porta. Não sabia que horas eram, mas sabia que era cedo. Abri a porta e
encontrei um pingo de gente com um sorriso enorme, e Esme que me parecia ter
chego ali naquele instante.
-Bom Diaa.. - Falou empolgada, abraçando as minhas pernas. Não pude deixar
de sorrir.
- Hey.. - Minha voz ainda não saia direito. Eu precisava me livrar daquela
preguiça, porque teríamos um longo dia.
Capítulo 19 – Revelações

– Você ainda estava dormindo?

– Estava. - Falei bocejando.

– No quarto de Edward? - Por que ela tinha que perguntar sobre aquilo?

– Acho que quando Bella veio dormir ontem, as luzes estavam apagadas e ela
só acho esse quarto. - Esme falou me ajudando.

– É, foi isso.

– Por isso que você está com as roupas dele? - Ela era esperta.

– Na verdade, eu tomei banho de piscina ontem a noite. Edward teve que me


emprestas as roupas dele, já que as minhas estão molhadas. - Ela balançou a cabeça
negativamente.

– Você tomou banho de piscina a noite e de roupa?


-Foi...

– Vamos deixar Bella dormir amor. Ela esta cansada, e precisa descansar para
vocês brincarem depois. Bella me desculpe eu me distraí e ela correu para cá. - Os
olhos da garotinha se entristeceram. Quem conseguia resistir a ela?

– Tudo bem Esme, não vou mais dormir. - O sorriso dela voltou. - Eu só
preciso tomar um banho para espantar a preguiça e ir em casa pegar uma roupa.

– Nós compramos roupas para você. - Oh god, uma Alice em miniatura.

– Alice já te deixou viciada em compras? - Ela riu.

– Não foi minha dinda. Papai, mamãe e eu, acordamos cedo e fomos as
compras...
– Vocês não precisavam ter feito isso. Mas, obrigada.

– Não tem de que. Papai está demorando com as sacolas, vou lá apresá-lo. -
Falou correndo pelo corredor, me deixando sozinha com Esme.
Esme era a única dos Cullens que ainda não tinha pego eu Edward nos
amassos, mas isso já não era necessário, eu no quarto dele e com as roupas dele já
diziam tudo.

-Tem certeza que não quer voltar a dormir? - Ela perguntou.

– Tenho, só preciso de um banho.


- Jully está empolgadíssima com o dia de hoje, me desculpe ela ter acordado
você.

– Ela é encantadora. Não entendendo porque nunca me falaram sobre ela. -


Esme ficou em silêncio por um tempo, quando abriu a boca para falar algo, Jully
voltou com Carlisle.

– Voltamos. - Falou empolgada.

– Bom dia Bella. - Carlisle falou. - Roupa maneira essa sua, com alguns
cordões e um boné, você vai ficar idêntica a um cantor de hip-hop.

– Não viaja papai, essas são as roupas de Edward. - Jully fez com que rissemos. -
Falando em Edward, ele ainda esta dormindo? - Ela quis saber.

– Ahan, babando eu acho. - Ela riu.

– Ai dentro?
-É.

– Vocês dormiram juntos? - Céus, quanto tempo será que duraria a fase das
peguntas?
– Err... É, a cama é grande coube nós dois. - Carlisle me olhou com deboche.

– Vamos acordar ele? - Ela perguntou empolgada.

– Nãoo. - Eu quase berrei.. - Não, não podemos. Ele está, é, está com, com
muita, muita dor de cabeça. Vamos deixá-lo dormir.

– Amor, vamos deixar Bella tomar banho, enquanto isso preparamos um café
da manhã para ela. - Esme falou rindo.

– Você está com fome?

– Muita fome. Acho que comeria um boi. - Ela deu risada.

– Papai você tem razão, Bella é mesmo gulosa. - Carlisle riu.

– Acho que ela anda se exercitando demais. - Falou me deixando vermelha.

– Bella, você gosta de bacons no café da manhã?

– Acho que gosto. - Disse rindo, lembrando de minha mãe.

– Tá rindo do que? - Ela perguntou.

– Você me fez lembrar da minha mãe. Ela acha estranho comer bacon no café
da manhã.

– Acha?

– Acha, acha muito estranho.


- Por que?

– Hum... Porque no Brasil é estranho comer isso no café da manhã.

– Vamos deixar Bella tomar banho. - Carlisle falou me entregando as sacolas.


– É, vamos logo preparar esse café. - Esme emendou. Rebocando a garota dali.

Tomar banho nas casa de Edward era bom, porque eu podia usar seu shampoo.
Eu adorava o aroma daquele shampoo, ele era o cheiro de Edward. Como da última
vez, também o usei como sabonete. Quando desliguei o chuveiro percebi que não
fazia ideia de onde acharia uma toalha. Assim que abri o box para ir atrás de uma, dei
de cara com Edward, nu, com a maior cara de sono, e segurando uma toalha.
-Procurando por isso? - Perguntou sonolento. Estique meu braço para pegar a
toalha, mas ele me puxou, e beijou minha testa. Eu o abracei o molhando.

– Bom dia, dorminhoco.

– Você sabe que horas fomos dormir?- Neguei com a cabeça. - 7:07 e agora são
10:30. Isso não dá nem 4 horas de sono.

– Eu durmo em media isso por dia e não estou reclamando.

– Mas comigo você dorme muito mais. - Falou convencido. E o pior é que era
verdade, ele me cansava de um jeito que nem pesadelos eu tinha.
Ele me encostou na parede gelada fazendo meu corpo arrepiar.
-Bom dia. - Murmurou beijando minha boca. - Toma banho comigo? - Falou
enquanto me beijava. Parei de beijá-lo enquanto ainda conseguia.

– É uma proposta para lá de tentadora, mas sua irmã está lá em baixo me


esperando. Ela está empolgadíssima com o dia de hoje.

– Ela gostou mesmo de você. - Falou todo bobo. Aproveitei para pegar a toalha
de suas mãos.

– Eu não sei, se sei agir com crianças, meu irmão tem a mesma idade mas
nunca fomos muito próximos.

– Não se preocupe, ela gosta de você exatamente do jeito que você é. - Eu


sorri.

– Ok. Melhor eu descer antes que ela volte aqui e nos pegue pelados.
– Espere por mim, tomo banho rapidinho.

– Certo. - Ele voltou a me beijar. - Vai logo pro banho Edward. - Falei o
empurrando e rindo. Parecíamos dois pervertidos sedentos por sexo.

Jully me comprou diversas camisetas de bandas. A maioria muiitoo colorida para


meu gosto, rosa pink, verde limão, azul piscina e amarelo fluorescente. Talvez ela
quisesse me transformar em uma emo. Pelo menos ela trouxe uma preta com a
estampa dos beatles e uma branca com a bandeira do Brasil. Ganhei também dois
shorts, que mais pareciam as cuecas de Edward, de tão curtos. Graças a Deus, eles
não eram coloridos, um era preto e o outro branco. Ganhei também duas calças jeans
convencionais. E dois pares de all star, um vermelho e outro branco. Até uma havaina
tinha por lá. Ela também lembrou de comprar calcinha e sutiã, apesar da cor verde
limão, eu agradeci aos céus ela não ter esquecido aqueles itens. Ainda encontrei uma
sacola menor, onde tinha um biquíni rosa fluorecente, um óculos escuro e protetor
solar.
Coloquei o biquíni, dando risada da minha cara, e imaginando o que Jane iria
falar me vendo com um biquíni rosa e ainda por cima, fluorescente.
Coloque o shorts preto por cima e a blusa do Brasil. Prendi os cabelos bem pra cima e
coloquei os óculos estilosos, cheguei a conclusão que precisava urgentemente pegar
sol.

Edward saiu do banheiro vestido com a roupa que eu tinha usado, ele me
examinou de cima a baixo e me atacou, me derrubando na cama, consegui me livrar
dele o fazendo cócegas.
– Você não me pega. - Falei e sai correndo, ele vinha rápido atrás de mim,
mas eu era fera em descer escadas correndo e consegui chegar na cozinha primeiro.

– Ganhei. - Falei com as mãos apoiadas nas pernas tentando respirar.

– Eu deixei. - Ele falou totalmente sem ar.

– Nem vem. Eu ganhei porque sou mais rápida. Seu perdedor. - Carlisle, Esme
e Jully riam.

-Você pode me dizer como consegue fazer Edward correr? - Carlisle perguntou.
– Essa é uma boa pergunta. - Esme emendou.

- Edward nunca, nunca corre. - Jully disse.


– Tenho meus truques. - Falei ainda sem ar.

– Acho que não queremos saber sobre isso. - Carlisle falou, me deixando sem
graça.

Jully correu em direção de Edward e pulou em seu colo. Ele sorriu e a encheu de
beijos, me peguei rindo daquele momento fofo. O café da manha estava caprichado,
tinha bacons, ovos, panquecas, weffles, bagel, e mais algumas gostosuras. Acho que
comi de tudo um pouco, Edward, Jully e Carlisle faziam piadinha de mim e diziam
que eu acabaria me tornando uma baleia. Carlisle disse que nem mulher grávida
comia assim, me fazendo o olhar de canto. Depois de satisfeita e de ter tomado um
banho de protetor solar, Edward, Jully e eu fomos para piscina. Quer dizer, Edward e
Jully foram para piscina, já eu deitei em uma daquelas espreguiçadeiras para pegar
um sol.
Jully me pedia de 5 em 5 minutos para entrar, assim como Edward. Depois de
um tempo eles cochicharam algo e pareceram desistir.
Aquele sol estava tão bom que talvez eu fosse capaz de dormir de novo, virei
de bruços tentando ficar mais confortável, o óculos foi uma boa ideia, livrava meus
olhos da claridade, fechei os olhos por uns minutos, mas voltei a abri-los quando
senti gostas caindo nas minhas costas. Olhei para cima e encontrei com Edward. Era
tarde para fugir, ele me pegou no colo, e segundos depois eu já estava dentro da
piscina.
Jully ria acompanhada de Edward, dessa vez não fiquei brava, mas resolvi
provocar Edward. O abracei por trás e encostei minha boca em sua orelha.

– Isso me faz lembrar a noite passada. Pena que não estamos sozinhos,
poderíamos repetir. - Murmurei o fazendo enrijecer, ri e fui para perto de Jully.
– O que ele tem? - Ela perguntou um pouco preocupada.
– Nada. Gostei dessa sua boia, como é o nome desse pato?
– Bill, pato Bill. - Falou beijando a cabeça do pato. Edward, chegou por trás
de mim e me abraçou, me fazendo sentir o quanto seu amigo estava animado. Ele não
tinha noção do perigo?
– Bill é um nome legal, você não acha Bella? - Perguntou para logo em
seguida beijar o meu pescoço. O que ele queria a final? Me deixar louca?
– Muito legal. - Falei suspirando. A garota riu.
– Tem certeza que vocês não são namorados? - Ela perguntou.
– Certeza absoluta. - Respondi.
– Parece que são? - Edward me apertou mais. – Parece? - Ele perguntou.
– Parece. Bella dormiu no seu quarto, na mesma cama que você, e vocês estão
abraçados e se olham com cara de bobos. - Disse rindo.
– Sei... E é isso que os namorados fazem? Se abraçam, dormem na mesma
cama e se olham feito bobos? - Perguntei para ela, a fazendo coçar a cabeça.
– Acho que é. Papai e mamãe fazem isso, eles também se beijam quando eu
faço que estou dormindo. - Não consegui conter a gargalhada.
– Jully, você faz que está dormindo, só para ver eles se beijarem? - Edward
parecia incrédulo, a garota fez cara de nojo.
– Uuuuiii, não. Eca, eca, é nojento. Faço que estou dormindo para eles me
carregarem para cama.
– Você é esperta. Sabe que eu também fazia isso.
– Vocês duas são um perigo. - Edward protestou nos fazendo rir. - Jully, você
não deve ficar espiando assim, é feio.
– É feio beijar na boca? - Ela perguntou. Eu ri, esperando a resposta de
Edward.
– Na sua idade é. Não é para você ver essas coisas e nem pensar sobre isso,
beijo na boca é coisa de adultos. - Ele lhe explicava calmamente.
– Eu nunca vi você beijando ninguém. - Ela parecia pensar. - Você já beijou? -
Tranquei o riso.
– Já.
– E foi nojento?
– Não. Foi maravilhoso, foi como se o mundo e as pessoas, tivessem deixado
de existir. Só restando aquele momento. - Ele respondia a pergunta de Jully olhando
para mim. - Foi como se ela tivesse roubado meus sentidos, tudo que eu conseguia
pensar, era nela. Na sua pele, no seu toque, nos seus lábios, no seu rosto corado, sua
respiração descompassada. Eu poderia beijá-la para sempre e mesmo assim seria
pouco. - Os olhos dele não se desviavam dos meus.
– Não entendi nada. - Jully reclamou nos fazendo sorrir.
– Quando você tiver seus 20 anos e der seu primeiro beijo, talvez você
entenda. - Ele explicou.
– 20 anos? - Perguntei rindo. - Você quer que ela case virgem também?
– De preferência. - Ele respondeu sério.
– O que é virgem? - Ela perguntou.
– Um signo do zodíaco princesa.
– Seu irmão é muito ciumento, estou muito impressionada. Chocada, para ser
mais exata.- Falei ainda rindo.
– Ele não é meu irmão. - Ela murmurou. Não acreditei que ele era assim
preconceituoso, ele tinha convencido a garota que não eram irmãos.
– Chega de conversa de adultos, vamos brincar de melhor salto na piscina? -
Edward mudou de assunto. Jully se empolgou com a ideia da brincadeira, e não tive
mais como tocar no assunto de irmãos.
Depois de melhor salto, veio quem aguentava mais tempo debaixo d'água, e
em seguida fizemos vários penteados nos cabelos de Edward, já passava das 14:00
quando Carlisle nos chamou para almoçar. O coitado acabou parando dentro da
piscina também, contra sua vontade. Jully só o liberou depois que fizemos um
moicano em seus cabelos.
Quando acabamos de almoçar, seguimos para sala, para assistir TV, meio
minuto depois, Edward e Jully estavam roncando, como eu não tinha paciência para
TV, voltei para área da piscina, era uma boa hora para fumar já que a garota estava
dormindo.
Sentei com os pés para dentro da piscina e fiquei lá fazendo nada, Carlisle
apareceu um tempo depois e sentou-se ao meu lado.
– Está um belo dia de verão. - Ele falou.
– Verdade. - Concordei.
– Preciso dar um mergulho, se não vou derreter. - Falou entrando na piscina.
– Você nunca pode visitar o Rio no verão.
– Por que? Eu sempre quis visitar o Rio.
– 40 graus na sombra. - Ele pareceu se assustar. - Meu pai não bota o nariz
para fora de casa o verão inteiro, não sei o que seria dele se não existisse ar-
condicionado.
– E você, enfrentava o calor?
– Eu não tinha paciência para ficar trancada o dia todo dentro de casa. Eu
ficava na praia surfando ou na piscina, e a noite eu sentava na areia para sentir o
vento bater.
No Rio não tem inverno, inverno. Você pode sair de shorts, regata e sandália o
ano todo, eu adoro isso.
– Você sente saudades de lá? - Ele quis saber.
– Não, do lugar não. Só da minha família. - Edward apareceu, cortando nossa
conversa.
– Você fugiu. - Ele murmurou.
– Você dormiu. - Me defendi.
– Dormi nada, só fechei os olhos um pouquinho. - Eu ri.
– Tá bom, acredito.
– Do que estavam falando? - Ele quis saber.
– Bella estava me falando sobre o Brasil. - Edward sentou-se ao meu lado.
– Meu pai tem fascinação pelo Brasil. Todo ano ele e Esme combinam de ir,
mas nunca acabam indo.
– É mesmo? Isso é bom... Edward, você pode pegar um envelope lá dentro do
meu case? - Ele não entendeu direito mas foi. Carlisle ficou com a mesma cara de
dúvida. Edward voltou com o envelope e me entregou.
– Espero que você se divirta no Brasil. - Falei lhe dando o envelope. Ele abriu
rapidamente, parecendo ansioso.
– Eu não acredito. - Falou abrindo um enorme sorriso.
– O que é? - Edward perguntou.
– Passagens aéreas para o Brasil e três semanas de hospedagens na pousada
dos meus pais, em Buzios.
- Seus pais tem pousada?
– Herança de família, era dos pais do meu pai.
– Você só pode estar brincando. - Carlisle ainda não acreditava.
– É seu presente de casamento. Me avise quando quer ir, eu ajeito tudo com
meu pai. - Esme apareceu por lá também.
– O que foi? - Ela perguntou ao ver Carlisle sorrindo feito um bobo.
– Querida, nós vamos para o Brasil. Rio de Janeiro. - Gargalhei ao ouvi-lo
falar Rio de Janeiro.
– Vamos? - Ela perguntou, e Carlisle lhe entregou o envelope.
– Uau, esse lugar parece lindo. - Ela folheava o panfleto.
– É dos pais de Bella. - Edward falou olhando com Esme.
– Bella nos deu de presente de aniversário de casamento. - Carlisle estava
empolgado.
– Hey, você não precisava ter feito isso. - Ela falou me abraçando.
– Depois de atrapalhar as férias de vocês, isso era o mínimo que eu podia ter
feito. - Falei rindo abraçada a ela.
– Isso vai ser demais. - Ela falou empolgada. - Quando vamos? - Quis saber.
– Quando quiserem ir, me avisem para que eu deixe tudo certo.
– Daqui um mês, um mês e meio. - Carlisle falou - Precismos tirar visto, você,
Jully e eu.
– Isso é praticamente uma lua de mel, vão levar Jully? - Edward perguntou.
– Tem ideia melhor? - Agora era vez de Esme perguntar.
– Deixem ela. Eu cuido dela, e Bella pode me ajudar. - Que? Eu? Eu mal e
mal sabia cuidar de mim. - Mesmo? - Carlisle se surpreendeu.
– Er.. Eu não sei se eu sei como cuidar de uma criança. - Murmurei para
Edward.
– Não se preocupe, daremos um jeito nisso.
– Ok. - Murmurei sem ter certeza.
– Converse com ela primeiro. - Carlisle meio que impôs.
– Vou fazer isso, hoje a noite. - Por que a noite não chegava logo?
– Teremos três semanas de Bella e Edward. - Esme brincou.
– E eles terão três semanas de Carlisle e Esme. - Era ali que morava o perigo.
E a faculdade? E os ensaios? Como cuidaríamos de uma criança, com tantos
afazeres? Edward sorria tranquilo e eu sorria de nervosa, pensando sobre o assunto.
O resto da tarde passou rápido, Edward e eu jogamos vídeo game até as
17:30, quando Jully acordou.
Nos arrumamos e fomos para o parque de diversões.
Jully estava elétrica, ela praticamente corria, arrastando Edward e eu pela
mão.
Fomos no carrocel, em um aviãozinho que subia e descia conforme
apertávamos um botão, no minhocão, na roda gigante e todos os brinquedos possíveis
para crianças daquele tamanho.
Eles também foram no carrinho de choque, mas nesse eu fiquei de fora, tinha
pavor de carros se colidindo, mesmo que fosse de brincadeira.
Comemos algodão doce, pipoca e tomamos sorvete. O passeio estava sendo
divertido.
Edward ganhou um kung fu panda de pelúcia, no tiro ao alvo e o deu para
Jully, e ganhou um Garfield para mim.
Eu não era nada boa em tiro ao alvo, acabei levando o prêmio de consolação,
que era um ursinho de colocar na caneta. Ele segurava um coraçãozinho, escrito você
me faz sorri. Dei de presente para Edward, para agradecer o que eu ganhei.
Jully fez Edward sentar no alvo da piscina de bolinhas, nós duas tentávamos
acertar o alvo para derrubá-lo, depois de umas 20 tentativas eu consegui. O ruim foi
que acabei sendo o próximo alvo, e ele acertou de primeira.
Jully comprou balões de gás para nós 3, o de Edward era de coração, igual ao
meu, já o da garotinha era da Minnie.
Os dois também me comprar um boné dos Yankees e outro do Los Angeles
Dodgers . Jully torcia pro Yankees, segundo Edward por má influencia de Carlisle.
Edward torcia pro Los Angeles Dodgers. Jully disse que ele era o único do contra na
família. Para não me meter em confusão eu disse que torcia para o flamengo.
Já passava das 22:00 quando resolvemos comer o tal cachorro quente. O de
Edward e Jully, tinha mais mostarda do que pão e salsicha, os dois eram
parecidíssimos, tinham até os mesmos gostos. Depois de se lambuzar e comer as
sobras do cachorro quente de Edward, o sono pareceu pegá-la de novo, ela deitou a
cabeça em minhas pernas e acabou dormindo.
Edward a carregou no colo, enquanto eu carregava todas as bugigangas, nos
direcionávamos para o carro, mas ele empacou na frente da roda gigante.
– Que foi? - Perguntei olhando para as coisas que eu carregava, vendo se não
tinha esquecido de nada.
– Vamos dar uma volta na roda gigante.
– Nós já fizemos isso hoje.
– Não do jeito certo. - Falou já andando em direção ao lugar.
– Qual é o jeito certo? Edward vamos embora, Jully esta dormindo. - Ele não
me escutou e murmurou algo com o garoto que cuidava do brinquedo. A criatura era
teimosa, não tinha como argumentar. Bufei e acabei entrando no brinquedo.
http://www.youtube.com/watch?v=ifm00JEjSeo
O parque estava praticamente vazio, já deveria estar fechando. Nós estávamos
subindo, com Jully adormecida, encostada em seu peito. Quando estávamos bem no
topo, a roda gigante parou, olhei para baixo procurando o motivo, mas aparentemente
ninguém iria entrar.
– Esse é o jeito certo. - Edward falou.
– Por que paramos? - Quis saber.
– Olhe a sua volta, podemos ver a cidade toda. - A vista era realmente linda,
eu não tinha notado aquilo antes. A cidade estava toda iluminada, aonde acabam as
luzes, começava o mar.
– Olhe a lua, ela esta sorrindo para nós. - Sorri, ela realmente parecia sorrir, e
o céu estava repleto de estrelas, aquilo estava parecendo cenário de filme.
-É mesmo tudo muito lindo. - Falei admirando. Sua mão livre me puxou mais
para perto. Meus olhos encontraram com os dele, e ficamos nos olhando por algum
tempo, em silêncio. Ele sorriu, me fazendo sorrir também. Sua mão colocou os fios
de cabelo que batiam no meu rosto para trás.
– Nada é mais lindo que você. - Ele falou, sem desviar os olhos dos meus.
– Nada é mais lindo que você. - Eu murmurei.
– Bella, eu... - Ele parecia procurar a palava certa. - Você... - Ele estava me
deixando ansiosa.
– Me beija? - Pediu me fazendo sorrir novamente. Aproximei meu rosto do
dele lentamente, e encostei meus lábios nos dele, os movimentando sem pressa,
sentindo todo aquele magnetismo que saia de nós. Era um beijo calmo, terno, um
beijo que transmitia coisas que eu não entendia, mas que faziam meu coração
acelerar, querer sair do peito, e me faziam sentir vontade de parar o tempo ali, de ficar
assim para sempre. Mas a roda voltou a se movimentar, trazendo consigo o mundo
real. Encostei minha cabeça no ombro de Edward, tentando entender aquela confusão
que se fazia dentro de mim.
Fomos para casa em silêncio, a mão de Edward só soltava da minha, quando
precisava trocar de marcha, tocava never say goodbye do Bon Jovi no som do seu
carro.
Quando cegamos em casa, Edward não me deixou sair do carro, antes de mais
um beijo daqueles. Encostei minha testa na sua, sentindo sua respiração no meu rosto,
eu precisava sair dali.
– Jully. - Resmunguei, tentando voltar a ter domínio de mim.
– Esta dormindo. - Ele falou baixinho. Abri meus olhos percebendo que os
dele ainda estava fechados.
– Melhor a levarmos para dentro. - Falei tentando convencer a mim mesmo.
Seus olhos se abriram.
– Não tenha medo de mim Bella. - Arrumei minha posição e abri a porta do
carro. - Bella? - Ele chamou me fazendo voltar a encará-lo.
– Precisamos conversar, sobre Jully. Lembra?
– Sim...
– Eu levo ela e você traz as bugigangas. - Ele falou.
Carlisle e Esme estavam na sala, assistindo TV, e quando nos viram vieram
ajudar. Esme pegou as sacolas das minhas mãos e disse que levava pra cima, e
Carlisle foi na ferente para abrir a porta do quarto, acabei ficando sozinha na sala.
Edward voltou uns 10 minutos depois, sozinho e com um porta retratos na
mão. Ele sentou-se ao me lado.
– Carlisle e Esme não vão mais descer? - Perguntei.
– Não, eles sabem que preciso falar com você. - Por que eles não podia ouvir?
– Vamos lá então... - Falei cruzando os braços. - Sou toda ouvidos. - Ele sorriu
nervoso e me estendeu o porta retratos.
Peguei meio sem entender, e olhei para foto. Era Edward, alguns anos mais
novo, ele ainda tinha cara de adolescente, ao seu lado tinha uma garota muito bonita,
loira da pele dourada, seus olhos era azuis e seu sorriso era lindo, ela segurava uma
criança, aparentemente recém nascida.
– Quantos anos você tinha nessa foto? - Perguntei.
– 20 eu acho.
– E a garota, quem é? - Ele ficou sério.
– Kate. - Uau, então aquela era Kate? Ela era mesmo muito linda. Ela e
Edward pareciam um desses casais famosos de Hollywood. Quando meus olhos se
desprenderam dos dois e foram para criança, tudo pareceu se encaixar.
– Oh My God... - murmurei atordoada. - "Minha outra mãe também mora no
céu. Será que ela conhece sua prima?" "Eu também amo muito eles. Amo Edward
também." "Tio Emm e tia Rose. Dinda Ali e dindo Jasper" "Eu gosto da cor dos seus
olhos, são como os de Edward e como os meus também." "Edward pode lhe explicar
isso." "Jully não é minha irmã." "Ele não é meu irmão." Deus, estava tudo tão claro,
como eu não percebi antes?
Jully era filha de Kate e Edward, aquilo era a coisa mais óbvia do mundo,
estava na cara para quem quisesse ver. Mas algo não fazia sentido.
– Por que? Por que ela mora com seus pais? Por que ela chama eles de papai e
mamãe? Por que diabos você não cuida dela Edward? - Murmurei as perguntas.
– Vou tentar explicar para você. Tudo, toda a história.
– Estou esperando.
– Kate e Alec, sempre foram muito próximos de nós, desde crianças. Nossos
pais eram bem amigos e isso fez com que nos tornássemos muito amigos também.
Estudamos todos no mesmo colégio, eramos uma turminha fechada. Os
Cullens, os Hale e os Thompsons. CHT, era assim que eramos conhecidos no colégio.
Aprontamos todas juntos quando eramos crianças e o mesmo aconteceu na
adolescência.
Alice sempre foi apaixonada por Jasper. Mas acredite, ela não tinha coragem
de se declarar. Rosalie veio com a ideia dos tal sete minutos no paraíso. Estava tudo
armado para que Alice e Jasper se trancassem dentro do guarda roupas. Mas não sei
por que diabos, todos tínhamos que participar. Menos Alec, ele se recusou a brincar
daquilo, ele dizia que os pares já estavam todos formados e que não iria se meter.
Eu tinha dezesseis anos nessa época, já tinha beijado algumas garotas, mas
nunca tinha transado. Já tinham pintado oportunidades, mas sei lá. Eu queria que
minha primeira vez fosse com alguém especial, de quem eu realmente gostasse.
Acabei parando dentro do guarda roupas com Kate, e naquela noite tivemos
nosso primeiro beijo e nossa primeira vez. Isso se repetiu de novo e de novo.
Ficávamos juntos nas festas, em casa, na escola. Acabei descobrindo que
estava amando, pelo menos eu pensa que fosse amor. Como ela também.
Eramos um casal feliz, quase nunca brigávamos, e as coisas se tornaram
sérias, começamos a namorar de verdade.
Um dia teve uma certa festa, dessas de encerramento do ano letivo. Eu tinha
feito ma operação para extrair o dente do ciso, e fiquei com muita febre, acabei não
podendo ir na festa.
Kate foi com Alice, eu não me importei, queria que ela fosse se divertir.
Maldito seja aquele dia, porque naquele dia ela começou a fumar maconha.
No começo eu não dei muita importância, Alice também dava uns tragos, quando
estava bêbada. Só que demorei para perceber que Kate não fazia isso só quando
estava bêbada, ela estava fumando aquilo todos os dias. Tentei fazê-la parar, ela
prometia que iria parar. Mas ao contrário de parar, ela evoluiu.
Alec levava cocaína pra casa, para casa deles. Eles acabaram viciados naquela
porcaria, não adiantava falar, pedir, implorar, não adiantava nada.
Foi nessa confusão toda que ela descobriu que estava grávida. E mesmo assim
ela não parou. Bella, ela não parou, ela continuou usando. Quantas vezes eu tive que
levá-la para o hospital, com princípio de aborto. Ninguém acreditava que aquela
criança chegaria a nascer. Mas nasceu, e graças a Deus, por um milagre de Deus, ela
nasceu saudável. Prematura mais saudável. - Aquela história era uma loucura, aquela
mulher era louca.
Edward, não conseguia mais conter as lágrimas, eu tentava processar tudo
aquilo, toda aquela história maluca, que cismava em se parecer com a minha.
– No dia em que Jully nasceu, eu intimei Kate. Ou ela parava e procurava
ajuda, ou eu pediria a guarda de Jully, e sumiria no mundo com a garota e ela nunca
mais botaria os olhos em nós. Aquilo pareceu assustá-la, ela percebeu que eu falava
sério, e prometeu, me jurou que ia parar. Mas ela não quis ir para uma clínica de
reabilitação, ela disse que conseguiria sozinha, com a ajuda dos amigos. Nessa época
nós morávamos em Los Angeles, ela foi morar comigo e com meus pais.
As três primeiras semanas as coisas foram bem, ela parecia ter largado
daquela porcaria mesmo, e parecia feliz.
Só que quando ela começou a se recuperar do parto, ela começou a sair de
manhã e voltar a noite. Enquanto eu estava estudando, ela aproveitava para escapar.
Jully acabava sempre ficando com minha mãe. Esme me escondia as escapulidas de
Kate, para não arrumar briga. Mas teve um dia que eu cheguei em casa, já era noite e
ela não estava. Tentava ligar no seu celular, mas caia sempre na caixa, já passava das
10 da noite, sendo que ela saiu de manhã.
Sai feito louco atrás dela, fui na casa de seus pais, das suas amigas,
conhecidas. Ninguém sabia, ninguém tinha visto. Até que encontrei um amigo
drogado de Alec, ele me indicou um beco, aonde eles iam para usar drogas. Fui até lá,
rezando para não encontrá-la, e adivinha?
– Ela estava lá. - Murmurei.
– Claro que estava, junto com Alec. Louca, ela estava louca,completamente
louca. A raiva tomou conta de mim, eu a puxei pelo braço e a joguei dentro do carro,
Alec disse que eu estava sendo grosso, quis brigar comigo. Foi a gota d'água, parti
para cima dele, eu estava completamente fora de mim. Se não me tirassem de cima
dele eu o tinha matado.
Eu ainda posso ouvir a voz desesperada de Kate, implorando que eu parasse.
Gritando que eu ia matá-lo.
Acabei tendo que dormi na cadeia naquela noite. Quando voltei para casa ela
ainda estava lá. Eu não dirigia a palavra a ela, eu a excluía, fazia de conta que ela não
existia. Segui com minha vida, como se ela não morasse lá, mesmo tendo que
esbarrar com ela todos os dias.
Esme me dizia que ela estava se comportando e que não saia mais de casa, só
que eu não queria mais saber. Eu estava cansado daquilo.
Teve uma festa na faculdade, festa dos calouros da minha turma, foi durante a
tarde, em um dia de semana, em frente ao nosso campus. Acabei bebendo demais, e
meio que fui agarrado por uma garota de lá, e não fiz nada para impedi-la.
Quando eu cheguei em casa, Kate me atirou, todos os objetos que estavam na
sua frente. Ela me xingava de traidor e infiel. Me acusava de estar acabando com o
nosso relacionamento. Me chamou de mesquinho, e disse que eu só pensava em mim
mesmo.
Não aguentei aquilo quieto, disse tudo que eu pensava sobre ela. A chamei de
doente, drogada, mentirosa e disse que nunca mais voltaria a confiar nela. - As
lágrimas de Edward não cessavam mais.
– Disse que minha vida seria muito melhor sem ela. Ela ficou alguns
segundos sem reação e então ameaçou ir embora. "Vai tarde" Essas foram as ultimas
palavras que eu disse para ela.
Ela pegou as chaves do meu carro e saiu cantando pneus.
Duas horas depois recebemos a ligação de que ela havia sofrido um acidente e
não resistiu. - Edward chorava feito criança ao meu lado, eu não sabia o que dizer.
Aquela história era tão horrível quanto a minha. Ele se sentia culpado, aquilo estava
óbvio, eu queria consolá-lo, mas o que eu poderia dizer? Tudo que fiz foi secar suas
lágrimas sem dizer mais nada.
– Eu fiquei maluco, não conseguia acreditar naquilo. Era culpa minha, eu a
deixei ir, eu quis que ela fosse.
Sai dirigindo feito um louco, sem direção, mas acabei na nossa antiga casa de
Forks.
Não vi o corpo dela, não participei do velório nem do enterro. Fiquei em
Forks por um ano. Só meu pai sabia aonde eu estava.
Resolvi voltar depois que ele me enviou uma foto de Jully. Ela estava
crescendo rápido, enquanto eu me escondia de mim mesmo. Percebi que precisava
voltar, Jully não tinha nada haver com nossas irresponsabilidades.
Quando eu voltei ela já falava algumas palavras. Papai e mamãe, era assim
que ela chamava meus pais. Fiquei morando um tempo com eles, mas naquela casa,
eu não conseguia.
Rose falou de morar em Malibu, no condomínio que seu pai estava acabando
de construir. Ela convenceu Emmett, eles me convidaram, Carlisle e Esme se
ofereceram para cuidar de Jully, e acabei vindo para cá com eles.
Jully sabe que eu sou pai dela, mas ela nunca me perguntou sobre isso. Não é
incrível? Ela adora fazer perguntas, mas nunca tocou nesse assunto. Para ela eu sou
Edward e ponto. Acho que fiquei feliz por meus pais terem ficado com ela. Por que
sempre que eu a olhava, Kate vinha na minha memória. O olhar, o olhar dela é
idêntico ao de Kate, posso ver Kate no olhar de Jully, e isso acabava comigo.
Mas agora, agora é diferente, eu já não me sinto mais assim. Eu gosto de
passar meu tempo com ela, gosto de fazê-la sorrir. É como se a prisão que me
prendesse já não existisse. Me sinto bem com ela.
– Ela é linda Edward, é a sua cara. - Murmurei. - Só eu para não ter percebido
isso. Vocês tem os mesmos olhos, o mesmo tom de cabelo, o mesmo sorriso. E vocês
adoram fazer perguntas. - Falei o fazendo rir.. - Ela é sua filha, não finja que não é.
Cuide dela, a ame. Ela precisa de você. Ela é um pedaço de Kate que continua vivo.
Ela poderia nem ter nascido, mas nasceu, nasceu perfeita, é uma pequena guerreira,
não merece sofrer a ausência do seu verdadeiro pai.
Aproveite enquanto ainda dá tempo, enquanto ela ainda é criança. Imagina o
que ela vai pensar quando crescer. Seu pai, o homem que convive com ela, nunca fez
questão de ser seu pai. Você não tem Kate, mas tem Jully. - Ele sorriu, fazendo com
que mais lágrimas escorressem.
– Eu sei, estou tentando consertar isso. - Murmurou.
– É por isso que você odeia Alec? - Ele secou as lágrimas com a camisa.
– Alec levou Kate até a minha festa da faculdade, eles ficaram lá me
observando a tarde toda. Depois que ela saiu lá de casa, em vez dele a ajudá-la ele a
drogou. E quando ela estava bem doida ele a deixou sair. - Alec fez aquilo?
– Ele é um doente drogado - Edward continuou. - Ele me da nojo. Todos esses
malditos drogados me dão nojo. - Eu não gostei de ouvir aquilo.
– Ele se tratou, não é mais um drogado. - Edward sorriu sarcástico.
– Ah, qual é Bella. Não existe ex drogado, não existe ex puta, não existe ex
padre. Ele é um drogado nojento e asqueroso, pode até estar um tempo sem usar
drogas, mas vai voltar a usar, eu sei que vai. São todos assim. - As palavras de
Edward me irritaram profundamente, quem ele pensava que era? O dono da verdade?
– Não fale do que você não sabe. As pessoas podem parar é uma questão de
vontade. - Tentei ficar calma.
– Pode até ser, mas o problema é que a vontade delas não dura para sempre.
São todas idiotas, viciadas, que mais cedo ou mais tarde voltam a usar aquela
porcaria.
– Não é assim. - Murmurei.
– Claro que é, você não conhece esse tipo de gente. Eles mentem, eles
manipulam, eles são falsos, fazem de tudo para conseguir a maldita droga. - Eu não
conhecia? Eu era uma daquelas pessoas que ele xingava. Eu sabia que não era assim,
que podia ser diferente.
– E se eu fosse uma drogada? - Ele deu risada.
– Você não é isso Bella. - Foi minha vez de rir.
– E se eu fosse? Me diz Edward, se eu fosse? Era isso que você ia pensar
sobre mim? Que eu era uma falsa, mentirosa, manipuladora, louca por drogas? Que
nunca largaria? - Ele ficou um tempo quieto.
– Sim. Era exatamente isso que eu pensaria. - Ouvir aquilo doeu, foi pior que
uma porrada, doeu muito. Eu fiquei completamente sem reação, sem saber o que
fazer o que dizer. Aquelas palavras ecoavam na minha mente. Quando ele soubesse
de tudo, ele iria me odiar. Tanto quanto odiava Alec. Ele jamais acreditaria em mim.
Senti sua mão tocar meu rosto.
– Não toque em mim. - Murmurei.
– Bella. - Ele falou.
– NÂO TOQUE EM MIM. TIRE AS SUAS MALDITAS MÃOS DE MIM. -
Eu gritei. Ele pareceu ficar assustado.
– Cama Bella.
– CALMA BELLA? CALMA O CARALHO. - Fechei os olhos e respirei
fundo tentando me controlar. - Você não sabe nada sobre a vida. Você é um homem...
Não, você não é um homem. Você é um garotinho mimado, que se esconde com
medo de enfrentar a vida.
Você já parou para pensar em Alec? Ou em qualquer outra pessoa usuária de
drogas? Se ele fez o que você disse que ele fez, você acha o que? Não acha que ele se
sente culpado?
Pelo amor de Deus Edward, eles eram irmãos. As pessoas mudam, elas
mudam. Quando elas querem eu sei que mudam, não tente me convencer do
contrário. - Falei dando as costas para ele. - E cuide da sua filha, se não quiser fazer
isso por você, faça por ela. - Falei antes de começar a caminhar para fora.
– Aonde você vai? - Ele parecia atordoado.
– Para casa.
– O que? Você ficou assim por causa de Alec? Eu não posso acreditar nisso
Bella. - Não respondi nada. - Vai embora como posso saber?
– A pé se for preciso.
– Não será. Eu levo você. - Carlisle falou descendo as escadas.
– O que? - Edward pareceu se enfurecer. - Você sabe por que ela está brava?
– Tenho ideia. - Carlisle falou. - Fique em casa Edward, não venha atrás de
nós. - Ele pediu antes de sairmos de dento de casa.
Capítulo 20 – Desculpa...

O caminho foi feito em silêncio. Carlisle não dizia e nem perguntava nada.
Eu olhava para fora da janela, vendo as coisas passarem rápido por mim, as
palavas de Edward não me deixavam em paz, elas martelavam na minha cabeça, eu
ainda podia o ouvir falando.
Drogada. Uma merda de uma drogada sem cura, era isso que eu era para ele.
Era isso que ele pensava sobre todos, não lhe interessava saber quanto tempo a pessoa
já não consumia mais drogas, ou quão grande era vontade dela de não usar mais
aquilo.
Não, nada disso importava para ele, porque para ele todos eram iguais, para
ele era uma questão de tempo até a pessoa voltar a usar.
Ele não sabia, não fazia a mínima ideia de como eu me esforcei dia após dia
naquela maldita clínica de reabilitação. Ele não tinha noção da maldita fase de
desintoxicação, das alucinações quando a droga começava a fazer falta, da
agressividade que isso causava, das convulsões, ansiedade e pânico. Ele não tinha
ideia do que significava estar em uma clínica de reabilitação, não fazia ideia do
inferno que era preciso enfrentar para se livrar daquela merda.
E mesmo assim ele julgava, de uma forma mesquinha, como se só existisse os
seus sentimentos, como se um viciado não tivesse sentimentos. Para ele não existia ex
viciados.
Mas eu sabia que existia, e não era Edward que me convenceria do contrário,
eu lutei, gritei, xinguei Deus e todo mundo, mas eu consegui. Eu estava limpa, a
quase cinco anos e não voltaria a usar aquilo.
Edward me odiaria quando soubesse de toda a verdade, ele teria nojo de mim,
e aquilo me magoava, porque eu tinha certeza que ele não ouviria minha história, não
teria a mínima vontade de me ouvir quando soubesse. Um dia ele acabaria
descobrindo e me odiando para sempre.
Carlisle desligou o carro quando parou na frente de nosso prédio.
– Quer conversar? - Perguntou calmamente. Me virei para ele e o encarei.
– Eu já usei drogas. - Murmurei. - Maconha e cocaína. Sou uma viciada,
mesmo não usando mais, continuo sendo uma viciada, segundo seu filho. Vou ser isso
até a morte. - Ele riu.
– Você é uma ex viciada Bella. Eu sei. Sempre soube. - Como eu imaginava,
ele já sabia, de algum jeito ele sabia.
– Meu pai?
– Sua mãe na verdade. Ela me ligou alguns dias antes de você vir. Ela tinha
muito medo que descobríssemos e acabássemos te expulsando. Ela tinha medo que
você não aguentasse mais isso. Ela me contou tudo. Sua prima, seu namorado, como
ficaram viciados, porque você quis parar, falou sobre o acidente, sobre a overdose.
Sobre os pulsos ela não falou. Eu lembro exatamente de uma frase que ela me disse,
"A vida vem sendo muito injusta com Isa. Acredite ela é uma garota incrível, só
precisa de uma chance para voltar a ser feliz."
Na hora eu não soube o que dizer, já tínhamos passado por problemas com
drogas na família, que teve um fim tão trágico quanto o seu. Disse para sua mãe que
pensaria sobre aquilo tudo e que voltaria a ligar.
Graças ao youtube eu conheci você, vi alguns vídeos de você atuando em
novelas e dando algumas entrevistas. Você começou cedo, vi vídeos que você ainda
era uma criança, achei engraçado que você não parecia uma criança metida, dessas
que se acham o máximo por estar na TV.
Achei engraçado que você atuava tão bem, mas na hora das entrevistas você
engasgava e ficava sem jeito, você parecia não gostar de estar ali falando sobre você.
E eu gostei de você, do seu jeito misterioso e tímido. Do jeito que você sorria
quando estava com seus amigos e da cara feia que fazia para os paparazzis.
Acabei abrindo um vídeo onde aparecia fotos de um carro capotado, muito
sangue e cacos de vidro pela estrada, e logo depois dois velórios, algumas fotos da
garota que morreu, de vocês três juntos, e por último você saindo do hospital.
Aquela pessoa era tão diferente da que eu tinha visto nos vídeos anteriores.
Era como se você fosse um robô, como se sua mente não estivesse mais ali. Você
estava funcionando fisicamente, mas era nítido que psicologicamente não tinha
restado muita coisa.
– Eu queria morrer.
– Eu sei. Era visível. Eu resolvi ajudar. Você era uma boa pessoa, tinha certeza
que era. Só um pouco imatura, mas com aquela idade quem não seria? Quando eu vi
você daquele jeito, tão sem vontade de viver, tive vontade de atravessar a tela e te
abraçar e dizer que tudo ficaria bem. A vida foi realmente injusta com você Bella,
você não merecia.
Você é bem diferente de Kate, procurou ajuda quando descobriu que uma vida
dependia de você. E conseguiu, você teve força de vontade.
– Não adiantou de nada. - Murmurei. Carlisle tocou meu rosto e fez com que
eu o encara-se.
– Não se culpe pelo acidente. Não foi culpa sua. O rapaz estava fora de
controle, você não podia fazer nada.
– Eu não o ajudei, eu fui embora. Ele pensou que eu o tinha abandonado. Eu
deveria tê-lo abrigado a se tratar.
– Você acha que se o obrigasse daria certo? A vontade de se tratar tinha que
partir dele e não de você Bella. Você não poderia fazer isso por ele. Se ele fosse
contra a sua própria vontade, acabaria fugindo ou daria um jeito de burlar alguma
regra.
– Pelo menos eu saberia que tentei ajudá-lo. - Carlisle sorriu.
– Não vou discutir isso com uma cabeça dura. - Ele disse me fazendo rir. - De
qualquer forma, quando eu vi você pela primeira vez lá no hospital, você não estava
muito diferente do que vi no vídeo, continuava parecendo uma morta viva.
Mas agora, agora você parece diferente, seus olhos já tem brilho, não como
antes, mas algo me diz que aquele brilho vai voltar. E você sorri, você canta, faz
piada, beija o meu filho e está disposta a ajudar. Posso dizer que você está voltando a
viver, que você está começando a sentir vontade de viver novamente. - Sorri com o
que Carlisle disse, eu realmente me sentia melhor ali, me sentia viva, eu gostava
daquelas pessoas, elas eram divertidas, e também pareciam gostar de mim, ninguém
me olhava atravessado. Carlisle talvez estivesse certo, talvez eu estivesse voltando a
viver, talvez eles estivessem me ensinando isso. Me ensinando como voltar a sorrir,
como voltar a me divertir, a cantar, brincar, a me sentir bem.
– E além disso, você está nos ajudando. Edward tinha um certo receio, ou
angustia, de se aproximar de Jully, mas desde que você chegou, vejo que as coisas
estão evoluindo entre os dois. Parece que com a sua chegada, as coisas estão voltando
para seus devidos lugares.
Acho que você pode ajudar Edward. - Sorri sarcástica
– Sem chances. Ele odeia pessoas do meu tipo. - Carlisle balançou a cabeça
negativamente.
– Ele só tem medo. Medo de se envolver e sofrer de novo. Medo de passar por
tudo outra vez. Brigas, mentiras, promessas. Edward foge de tudo que ele pensa que
pode ser perigoso. As coisas não foram fáceis para ele também.
– Ótimo, espero que fique bem longe de mim.
– Vejo que ficou mesmo magoada.
– Edward parece não ter noção do que é isso, para ele não existe meio termo.
Ou você nunca usou drogas e é uma pessoa boa. Ou você é um maldito drogado,
manipulador e mentiroso que nunca vai conseguir abandonar as drogas. Eu nunca
menti para ele. - Bufei irritada.
– Mas, não disse a verdade. - Ele continuou.
– Ele vai me odiar. - Falei, pensando em sua cara de ódio toda vez que
tocávamos no nome de Alec.
– Acho difícil isso acontecer. Mostre para ele que pode ser diferente e depois
conte a verdade. - Eu estava com raiva, não conseguia nem pensar em chegar perto
dele.
– Vou me manter distante, é isso que vou fazer. É melhor para nós dois.
– Você quem sabe. - Carlisle não insistiu.
– Vou entrar, obrigada pela carona. E obrigada pela confiança mesmo não me
conhecendo - Ele sorriu e me abraçou.
– Obrigado a você, por fazer parte das nossas vidas. Vai dar tudo certo garota,
tenho certeza disso. As coisas vão se ajeitar. Seremos felizes. Conte comigo sempre
que precisar. - Fiquei um tempo abraçada a ele, desejando que o que ele acabará de
falar fosse verdade.
– Diga a Jully que precisei ir embora. - Disse me soltando do abraço.
– Direi.
– E faça o cabeça dura do seu filho agir como um pai.
– Acredite, estou tentando. - Eu sorri e sai do carro.
– Boa noite Carlisle. - Disse fechando a porta.
Quando cheguei em casa dei de cara com os Cullens jogando vídeo game, eles
tentaram me chamar, mas passei reto sem dirigir a palavra a eles e bati forte a porta
do meu quarto.
Me tranquei lá e liguei a TV no último volume, tentando não ouvir as batidas
insistentes na porta e os pedidos para abri-la. Todos tentaram exceto Rosalie.
Precisava ficar sozinha não queria descontar minha raiva em ninguém.
Quem Edward Cullen pensava que era? O dono da verdade? Ele não sabia
nada sobre mim, nada sobre o meu passado. Como ele ousava falar aquilo sobre
pessoas que ele não conhecia? Mas eu ia mostrar para ele que eu não era assim, que
eu não era a viciada que ele falava. Edward ia ter que engolir tudo que disse, eu o
faria fazer isso.
Troquei todos os canais da TV, mudei diversas vezes de posição, ouvi música,
tomei banho, voltei a ouvir música, mas o sono não aparecia. Eu acompanhava os
minutos trocarem no relógio da TV. Eram 4:15 da manha, quado alguém voltou a
bater na porta.
– Bella, abre sou eu. - Era voz de Rosalie.
– Só me deixe sozinha ok? Estou bem.
– Bella, abre, prometo ficar calada. - Acabei abrindo. Rosalie me abraçou, e
ficamos ali abraçadas por um tempo.
– Carlisle não quis falar para Alice, mas falou para mim. - Ela murmurou.
– Ele me odeia. Sem saber, mas odeia. - Ela riu de algo.
– Com certeza ele não te odeia Bella. O sentimento dele é o reverso de ódio. -
Não falei mais nada, não queria mais discutir. - Posso fazer companhia para você, se
quiser.
– Você ronca? - Ela sorriu.
– Não, acho que não.
– Sinta-se a vontade. - Falei caindo na cama. - E não se assuste se eu gritar,
são só pesadelos.
– Ok.
Continuei olhando a hora enquanto Rosalie babava, ela conversou comigo
durante uma meia hora, tentou me animar, disse que Edward era cabeça dura, mas
que no fundo tinha um bom coração, só tinha medo de sair magoado de novo.
Quando Rose, percebeu que estava falando sozinha resolveu ficar quieta e 5 minutos
depois caiu no sono.
Não sei por quanto tempo fiquei acordada, mas lembro de ser 5:43 da manhã
quando fechei os olhos.
Os pesadelos vieram com força total. O pesadelo do dia do acidente, Jane
ensanguentada, toda machucada, tentando manter os olhos abertos, mas Jane se
transformava em Kate, e Edward aparecia dizendo que eu era a culapada. Ele me
acusava, gritava comigo me chamava de viciada e dizia que eu era a culpada.
Acordei gritando muito, Rosalie parecia muito assustada. Ela falava que
estava tetando me acordar, mas não conseguia. Tive que tranquilizá-la ao invés de ser
ao contrário.
Passavam-se 5 minutos das 8 horas, sabia que não dormiria mais, quando
fechava os olhos via a imagem de Kate, pelo jeito agora ela fazia parte dos meus
pesadelos.
O resto de mês de julho passou voando, eu estava tocando todas as quintas
com a a banda de Alec em um barzinho na cidade. Nossos ensaios tinha passado para
terças, e quartas tínhamos as reuniões da fraternidade.
Edward, me mandou muitas mensagens querendo conversar, me ligou todos
os dias, por duas semanas a fio, mas não atendi nenhuma ligação, e quando ele estava
por perto eu ficava o mais longe possível.
Os Cullens nunca me perguntaram sobre aquela noite, e eu agradecia a Deus,
Carlisle e Rosalie por isso.
Tentava manter minha mente sempre ocupada, meti minha cara nos livros,
mas eu sempre me flagrava pensando nos beijos de Edward, nos sorrisos de Edward,
no corpo de Edward, mas por fim eu lembrava dele falando todas aquelas coisas, e
me convencia a continuar longe. Eu já não estava mais magoada, mas era melhor
continuar distante.
Jully também me ligava todos os dias, ficávamos horas no telefone, ela
insistia em saber porque eu não tinha ido mais lá, e todos os dias me pedia para ir vê-
la. Carlisle levou ela lá em casa uma vez, mas ela insistia para que chamássemos
Edward, acabando com qualquer chance de diálogo.
Kate agora fazia parte dos meus pesadelos e eu não tinha conseguido dormir
mais do que as minhas habituais 3 horas.
Nunca toquei sobre aquele assunto com Alec, nunca lhe questionei nada, eu
não queria saber demais nada daquela história, queria me manter distante. Ele
percebeu que eu não falava mais de Edward, chegou até a me questionar, mas pareceu
entender meu silêncio e minha atenção na aula de Mary Vaca.
Agora eu era uma aluna participativa nas suas aulas, eu sabia o livro sobre a
matéria de trás para frente, não só o de Mary, mas todos os outros.
Rose, Alice, Elizabeth e eu, tínhamos a noite das garotas as sexta-feiras depois
da aula, aonde a maioria das vezes íamos ao cinema ou ao boliche, e sempre
parávamos na pizzaria. Depois acabávamos indo para casa de Rose comer brigadeiro
e jogar conversa fora, antes de ir para casa eu sempre passava na praia e ficava por lá
até amanhecer.
Estava sozinha em casa, sábado a tarde, quando a campainha tocou. Alice
tinha acabado de sair, ela ia em uma festa na casa dos pais de Jasper, não só ela, como
todos os Cullens, também fui convidada, mas tinha marcado de sair com Alec. A
campainha tocava insistentemente e podia apostar que era Alice, ela vivia esquecendo
as chaves.
– Já vou Alice. - Berrei, levantando do sofá, mas a campainha continuou.
– Calma porra, vai tirar o pai da forca? - Perguntei abrindo a porta.
Não era Alice, antes fosse Alice, era Edward.
Meu coração acelerou feito louco e minhas pernas bambearam.
– Oi... - Falou sério. Acho que minha voz tinha sumido.
– Er.. Alice saiu. - Consegui murmurar.
– Eu sei. Vim falar com você.
– Acho que não temos o que conversar. - Falei.
– Por favor Bella, é rápido. Prometo.
– Ok. Vá em frente. - Falei cruzando os braços.
– Bella, isso está acabando comigo, você não responde minhas mensagens,
não atende minhas ligações, não dirige a palavra a mim, fica o mais distante possível.
- Ele tentou me tocar mas me afastei. - Olha, me desculpe ok? Sinto muito por tudo
aquilo que eu falei.
Olha, se você fosse...se você realmente fosse uma viciada, eu arrumaria um
jeito de confiar em você. Juro que arrumaria, acredite em mim.
Posso até tentar ser educado com Alec e prometo não falar mal dele na sua
frente. Só não posso ser amigo dele.
Tudo bem que nosso trato foi por água a baixo, que você não queira mais ficar
comigo, mas por favor volte a falar comigo. - Ele praticamente implorava, seus olhos
me olhavam ansiosos esperando uma resposta. Ele realmente parecia arrependido, e
se ofereceu até para falar com Alec, aquilo era realmente inacreditável. - Por favor? -
Pediu de novo, era visível a sinceridade em seus olhos. Suspirei e descruzei os
braços.
– Tente ser menos preconceituoso. Acredite Edward, as pessoas podem mudar,
se realmente quiserem isso. Não importa se são viciadas, condenadas,
preconceituosas, ou qualquer outra coisa.
– As que não amam também? - Sorri.
– Essas talvez não.
– Amigos então? - Ele estendeu a mão
– Amigos. - Falei apertando sua mão e sentindo aquela corrente que algum
tempo não sentia. Ele sorriu, e acho que pude ver todos os seus dentes.
– Trouxe uma surpresa para você. Na verdade era meu segundo plano, caso
você não aceitasse minhas desculpas. - Ergui as sobrancelhas tentando imaginar do
que se tratava.
– O que é? Comida? - Ele riu.
– Pode vir agora. - Berrou, e a porta do seu apartamento se abriu. O pingo de
gente veio correndo em minha direção. Me ajoelhei para ficar do seu tamanho, mas
ela pulou em meus braços e acabou me derrubando, caindo em cima de mim.
– Que saudades. - Ela falou sem me largar.
– Também estava com saudades. - Falei estirada no chão - Muita saudade para
falar a verdade. - Ela saiu de cima de mim e eu pude me sentar.
– Você e Edward já tão de bem? - Perguntou olhando Edward de canto, me
fazendo rir.
– Já. Edward admitiu que é um bocó. - Ela riu. - Por falar nisso, eu tenho uma
pergunta para você. - Ela me olhou séria.
– Para mim?
–É. Para você Jully Cullen.
– E o que é?
– Por que você não chama Edward de pai? É isso que ele é não é? Seu outro
pai? - A garota corou violentamente, acho que ela podia ficar mais roxa que eu.
Edward sorriu vendo a vergonha dela, fazendo com que ela escondesse o rosto no
meu pescoço.
– Eu não sei, acho que ele não gosta de ser papai. - Ela murmurou. Edward
sentou-se no chão, de frente para nós duas, o rosto dela ainda estava escondido, ele a
puxou para seus braços.
– Você está com vergonha de mim? - Perguntou carinhosamente para ela, que
voltou a esconder o rosto só que agora em seu peito. - Jully, você é maravilhosa, é a
garotinha que todo pai gostaria de ter. Me desculpe se as vezes eu não pareço seu pai,
prometo que vou melhorar. Eu tenho muito, muito, muito orgulho de ser seu pai. O
dia que você me chamar de pai, acho que vou ser o cara mais feliz do mundo. - Ela o
abraçou.
– As vezes quando você dorme lá em casa, e vai no meu quarto desejar boa
noite, eu respondo boa noite papai, quando você sai do quarto. - Edward sorriu
emocionado.
– Eu amo você pequena, amo ser seu pai. Você não precisa ter vergonha de
mim, podemos conversar sobre qualquer coisa. Eu quero que sejamos amigos. Ok?
Você pode me perguntar tudo que quiser a respeito de qualquer coisa. Nunca sinta
vergonha de mim.
– Eu também amo você. Muito, muito. Amo quando você vai lá em casa
espantar os monstros do banheiro e fica dormindo comigo. - Eu sorri, e graças a Deus
eu não sabia mais como chorar, porque se não estaria chorando com aquela cena.
Meu celular começou a tocar, desmanchando o momento fofura, passei
trabalho para tirá-lo do bolso.
– Hey, já estou descendo. - Murmurei desligando o telefone. Edward e Jully
olhavam para mim. - Er... É, eu preciso ir. Alec e eu vamos pegar um cinema.
– Tio Alec? - Jully falou empolgada me fazendo rir.
– O próprio. - Me toquei que nunca tinha conversado sobre Jully com Alec.
Edward ficou sério.
– Eu adorooo o tio Alec. - Edward estava mesmo ferrado. - Podemos ir junto?
- Ela pediu.
– Jully... - Edward murmurou. - Talvez os dois queiram ir sozinhos. -
Colocaria Edward a prova. Ele não disse que trataria Alec melhor?
– Por mim tudo bem. - A garota pulo empolgada.
– Vamos Edward, por favor vamos... - Eu ergui minhas sobrancelhas para ele
e me levantei do chão. - Por favor, por favor, por favor.
– Ok. - Edward levantou as mãos rendido. - Nós vamos. - Ela pulou, pulou,
pulou e pulou de novo. Aquilo era uma Alice em miniatura. O celular começou a
tocar de novo.
– Saiam dai, quero fechar a porta. - Falei os fazendo sair do meio do caminho,
Edward rebocou Jully até o elevador.
Ahh o elevador e Edward ali dentro me lembravam coisas.
– Por que vocês estão tão quietos? - Jully perguntou.
– Não temos o que falar. - Edward respondeu.
– Por que não descemos pelas escadas?
– Por que seu pai é sedentário. - Ele me olhou fingindo estar ofendido.
– O que é sedentário? - Ela gostava mesmo de perguntar.
– Uma pessoa que não faz exercícios físicos. - Respondi. Ela ficou 10
segundos quieta.
– Por que você nunca me disse que era amiga de tio Alec?
– Por que você nunca me perguntou. - Ela abriu a boca para fazer outra
pergunta quando o elevador nos deixou no térreo. Antes que ela perguntasse eu a
ataquei fazendo cócegas.
– Por que? Por que? Por que? - Falei, enquanto ela gargalhava e tentava fugir
de mim. Ela correu em direção a rua, mas antes que pudesse sair eu a peguei.
Saímos do Edifício gargalhando, Alec estava com sua Ferrari estacionada bem
lá na frente. Ele nos olhou surpreso e meio incrédulo, achei engraçado ele tirar os
óculos escuro, para checar se era aquilo mesmo.
Mas acabou abrindo um enorme sorriso, quando nos viu sorrindo para ele.
Coloquei Jully no chão e ela correu em direção a Alec.
– Tio Alec... - Ela adorava se jogar em cima das pessoas, ele a pegou
facilmente e a abraçou.
– Que saudades garota. Por que não foi lá em casa essa semana?
– Edward e eu estávamos muito ocupados essa semana. - Ele voltou a parecer
surpreso e a colocou no chão.
– Não me diga? - Eu dei risada.
– Oi para você também Alec. - Falei o abraçando.
– Você precisa me explicar isso depois. - Ele pediu.
– Ok.
– Que filme vamos ver? - Ela perguntou.
– Você vai junto? - Alec perguntou.
– Na verdade, nós vamos juntos. - Edward falou caminhando em nossa
direção. Alec olhava para, mim tentando entender alguma coisa. - Como vai Alec? -
Estávamos todos meios tensos, só Jully parecia se divertir.
– Bem. - Ele respondeu, sem ter certeza.
– Que bom. - Edward até tentou sorrir. Ok aquilo realmente era estranho.
– É melhor irmos então. - Falei.
– Qual é o cinema? - Edward perguntou.
– Malibu Movie. - Alec respondeu.
– Nos encontramos lá então. - Falou puxando Jully.
– Por que não vamos todos juntos? - Jully e seus por quês.
– Alec e eu veríamos outro filme, mas agora vamos ver um que você possa
assistir. Depois nós dois vamos assistir ao outro, por isso temos que ir em dois carros.
- Ela concordou e foi com Edward para o carro, enquanto eu, entrei na Ferrari de
Alec.
Tive que explicar para ele sobre eu ter conhecido Jully, ele ficou um tempo
mudo quando eu disse que Edward me contou tudo, depois ele tentou falar sua
versão, mas eu disse que não queria saber mais nada sobre aquela história.
Ele também quis saber por que eu e Edward tínhamos brigado, mas eu não
quis responder, quando ele viu que não arrancaria nada de mim, resolveu mudar de
assunto, mas antes disso quis saber se eu continuaria me envolvendo com Edward,
um alto e sonoro não foi a resposta.
Jully escolheu assistir meu malvado favorito, ela fez Edward comprar um
pacote gigante de pipoca salgada para ela, e doce para mim, além de coca cola. Alec
comprou só um refrigerante e chocolate. Acabei sentando entre Edward e Alec, Jully
sentou-se ao lado do pai.
A garota era a única que parecia realmente assistir o filme, Alec ficava me
falando piadinhas não me deixando prestar atenção na tela, já Edward ficava bufando
por alguma coisa.
– Quer chocolate? - Alec perguntou.
– Guarde um pedaço para mim, quando terminar com a pipoca eu pego. -
Falei enfiando um monte de pipocas na boca.
– Acho que você não tem fundo. - Ele fez graça.
– Ha ha ha. Quer pipoca? - Ofereci.
– Não gosto de pipoca doce. - Peguei um punhado de pipocas.
– Você é muito enjoado. Abre a boca. - Pedi com as pipocas perto de sua boca.
Ele negou com a cabeça. - Anda, seja um bom menino e abre a boca. - Ele riu,
aproveitei para enfiar as pipocas em sua boca. - Bom garoto, agora mastiga. - Falei
rindo.
– Até que não é tão ruim. - Falou de boca cheia. - Se você der na minha boca
eu posso comer mais. Edward levantou-se rapidamente.
– Hey. - Chamei, o fazendo olhar para mim - Aonde você vai?
– Tomar um ar. - Falou rapidamente. - Você pode ficar de olho em Jully?
– Claro. Você está bem?
– Não se preocupe comigo Bella. - Falou saindo dali.
O filme já estava perto do fim e Edward, ainda não tinha aparecido, me
deixando preocupada, talvez ele estivesse passando mal. Alec murmurava alguma
coisa comigo, que eu não fazia a mínima ideia do que era. Senti a garota chacolhar
minhas pernas, me tirando do transe.
– Que foi? - Ela riu de mim.
– Vamos?
– Onde?
– Sair, o filme já acabou. - Disse como se fosse óbvio. - Você tava com uma
cara engraçada.
– Ela deve ter comigo pipoca estragada. - Alec falou fazendo a garota rir.
– Vamos logo, precisamos encontrar Edward. - Fale séria, fazendo os dois me
obedecerem.
Edward estava sentado em um banquinho perto do banheiro, sua cabeça
estava encostada na parede e seus olhos fechados, quando eu toquei nele para
perguntar se estava tudo bem, seus olhos se prenderam nos meus por segundos, então
ele disse que precisava ir e se afastou de mim.
Jully pediu que eles ficassem mais um pouco, mas concordou em ir quando
ele disse que estava com muita dor de cabeça.
Alec e eu encaramos mais uma sessão de cinema, fomos ver um filme com a
musa inspiradora dele, Angelina Jolie, ele não desprendeu os olhos do filme, já eu,
estava preocupada com a dor de cabeça de Edward, ele não parecia bem.
Depois do cinema fomos ao boliche, eu era muito ruim, Alec me detonou, foi
vergonhoso e humilhante, minhas bolas sempre caiam antes de chegar nos pinos.
Quando ele percebeu que não tinha graça nenhuma jogar comigo, ele desistiu.
Acabamos parando em um barzinho perto do meu condomínio, o lugar estava
lotado. Ficamos la até umas onze da noite, bebendo, fumando e jogando conversa
fora. Quando estava alegre demais para o meu gosto, pedi que Alec me levasse para
casa.
Ele dirigiu até o condomínio ouvindo hip hop, além de tudo ele cantava
aquela coisa, me fazendo rir.
– Essa música é horrível.
– Eu sei, sempre acabo ouvindo isso quando bebo a mais. - Ele parou o carro
na frente do meu edifício. - I melt in your mouth girl, not in your hands hahaha. - Ele
cantou acompanhando a música. Eu gargalhei e roubei o boné de sua cabeça. O
colocando na minha.
– Girl what we do - Entrei na brincadeira e cantarolei o refrão da música
– (what we do) - Alec fazia a segunda voz.
– And where we do
– (and where we do)
– The things we do
– (things we do)
– Are just between me and you
– (oh yeah) - Caímos os dois na gargalhada, céus estávamos bêbados. Eu
precisava entrar.
– Vá pra casa ok? A gente se fala segunda. - Ele baixou o som do carro.
– Ok, comandante. - Eu sorri e me aproximei dele para me despedir.
– Boa noite. - Minha intenção era beijar seu rosto, mas ele virou e acabei
beijando sua boca. Ele tentou dar continuidade no beijo, mas eu me afastei. - Não
faça isso Alec. - Murmurei.
– Por que? - Ele quis saber.
– Até segunda. - Falei escapulindo do carro.
Eu não queria ter algum tipo de relação com Alec que não fosse só amizade.
Ele era ótimo, mas como amigo, nada além disso. Edward era um exemplo de que
amizade colorida não dava certo, e além de tudo talvez ele não gostasse de me ver
com Alec, não que isso fosse do interesse dele, mas de qualquer forma já existia
conflitos demais entre os dois, e quanto menos eu atrapalhasse melhor seria. E eu
estava um pouco bêbada para pensar a respeito daquilo naquele momento, tudo que
eu queria era pensar em nada, ou em coisas inúteis como, o que leva uma pessoa a
escrever a música que estávamos ouvido.
Peguei o elevador e comecei a cantarolar aquela música idiota.
Girl what we do what we do
And where we do and where we do
The things we do things we do
Are just between me and you oh yeah
Mexia minhas mãos para cima e para baixo, e minhas pernas se
movimentavam de acordo com o som que tocava na minha cabeça. Quando olhei
minha imagem refletida no espelho não pude deixar de gargalhar. O boné de Alec
estava virado para trás, eu parecia um mano.
– Você tem que parar com a bebida. Olha o que ela faz com você. - Falei para
minha imagem.
Sai do elevador assoviando e ainda mexendo as mãos, mas quando olhei para
minha porta parei em seco. Meu sorriso se desfez e meu coração parecia querer sair
pela boca.
Edward estava no chão, suas pernas estavam esticadas, e a porta segurava sua
cabeça que pendia para trás, ele estava desacordado.
Corri até ele e me atirei no chão ao seu lado.
– Edward? Edward, fala comigo por favor. - Pedi o chacoalhando
desesperada.
Capítulo 21- Resista...

Sai do elevador assoviando e ainda mexendo as mãos, mas quando olhei para
minha porta parei em seco. Meu sorriso se desfez e meu coração parecia querer sair
pela boca.
Edward estava no chão, suas pernas estavam esticadas, e a porta segurava sua
cabeça que pendia para trás, ele estava desacordado.
Corri até ele e me atirei no chão ao seu lado.
– Edward? Edward, fala comigo por favor. - Pedi o chacoalhando
desesperada. Ele abriu os olhos lentamente. - Você está bem? Tá sentindo alguma
coisa? Onde dói? - Eu não sabia o que fazer.
– Calma Bella, está tudo bem. Não dói nada. - Respirei um pouco mais
aliviada.
– Então o que você está fazendo ai, e desse jeito?
– Estava esperando você, e acabei caindo no sono. - Ele falou bocejando.
– Você tem noção do susto que me deu? - Falei brava.
– Desculpe, não foi minha intenção. - Seus olhos verdes pareciam tristes,
acabando com minhas defesas.
– Me esperando? Para que?
– Jully me pediu pra ficar na casa dos avós maternos, Carlisle a deixo lá e eu
vim pra casa. Pensei que talvez você já estivesse chego, e quem sabe você também
estivesse fazendo nada como eu. Resolvi vir até aqui para quem sabe fazermos nada
juntos. Toquei a campainha mais ninguém atendeu, resolvi esperar um pouquinho,
quem sabe você aparecesse. - Eu não podia estar ouvindo aquilo.
– Um pouquinho? Desde que horas você está aqui?
– Umas 7 eu acho. - Falou coçando a cabeça.
– São 11:15 Edward, você está ficando louco. - Ele suspirou mas não disse
nada. - Levante-se, vamos entrar, disse também levantando.
Eu não tinha a mínima noção de como era fazer nada com Edward. Quer
dizer, a gente nunca ficou sem fazer nada, desde o primeiro dia. Cocei a cabeça e fui
em direção do sofá, me estiquei lá e liguei a TV. Edward sentou-se do meu lado.
– E agora? - Eu perguntei.
– Não sei, isso é estranho. - Ele murmurou.
– Completamente. - Resmunguei.
– Procure um filme na TV, vou fazer um brigadeiro. - Ele disse se levantado.
E foi isso que fizemos, não demorei a achar um filme, dali 10 minutos
começaria “Top Gun”, e eu descobri que nunca tinha visto aquele filme.
Deixei naquele canal e fui por meu pijama. Na verdade não era bem um
pijama, era uma blusa gigante e poida do pink floyd e um shorts velho. Quando voltei
para sala Edward já me esperava com o pote de brigadeiro na mão e a colher na boca.
Aquela cena fez meu corpo se assanhar. Ele ficou paralisado quando me viu.
– Tudo bem? - Quis saber.
– Tudo. - Falou em meio a um suspiro. - Só preciso me controlar. -
Murmurou. Eramos dois, porque eu também precisava de controle. Me sentei ao lado
dele e ataquei o brigadeiro o fazendo rir. Quando o filme começou e ele me olhou de
canto. - Top gun?
– Eu nunca assisti esse. - Me defendi.
– Sua sem cultura. - Provocou.
– Cala boca Edward. - Falei prendendo o riso.
O filme estava indo muito bem, até Tom Cruise e a mulherzinha se beijarem e
acabarem na cama. Seria normal, se Edward não estivesse a centímetros de mim, se
não estivéssemos sozinhos, se as luzes não estivessem apagadas, se a sua mão não
estivesse tocando minha, se minha mão não estivesse retribuindo, e se meu coração
não estivesse acelerado, como o coração de uma adolescente de 13 anos.
Meus olhos tentavam não desviar da televisão, porque eu sabia que os olhos
dele estavam em mim, ele chegou ainda mais perto e sua mão tocou meu rosto, me
forçando a olhá-lo. Por que aquela música romântica idiota ainda tocava na TV?
– Eu me sinto um adolescente inexperiente, tendo seu primeiro encontro. - Ele
murmurou. Continuava em silêncio, incapaz de me pronunciar. - Você destrói todas as
minhas defesas Bella. - E ele fazia o que com as minhas? Seu rosto estava a
centímetros do meu. Reaja Isabella, reaja. Meu cérebro mandava.
– Adolescentes inexperientes, no máximo pegam na mão no primeiro
encontro. - Murmurei, o fazendo sorrir torto.
-Nada de beijos? - Perguntou sem se afastar.
- Não. Isso é coisa de encontros futuros.
– Nem selinho? - Eu vacilei por alguns segundos, foi suficiente para ele
encostrar os lábios nos meus. Você sabe o que ele pensa sobre pessoas como você.
Minha consciência alertava, fazendo com que eu me afastasse.
– Você ainda não me perdoou. - Ele murmurou cabisbaixo.
– Não é isso. - Falei. - Er... Eu fiquei, muito, muito irritada e magoada com
você naquele dia. Minha vontade era socar sua cara para você deixar de ser tão
preconceituoso. Mas, com o tempo a raiva e a magoa se dissiparam.
Só não sei se é certo continuarmos com isso Edward. Eu não quero.. Nós
somos.. Nossos pensamentos são completamente diferentes. Pude perceber o quanto
somos diferentes, nossas realidades são diferentes.
– Bella, você não ouviu o que eu disse mais cedo? Eu prometi a você que vou
tentar mudar.
Quando você foi embora aquele dia, eu vi como fui idiota. Você tem razão, eu
sou preconceituoso. Mas estou disposto a mudar isso.
Olha, essas semanas que ficamos afastado, eu fui até um desses encontros de
ex viciados, para ver como tudo funciona. Ouvi depoimentos incríveis, existem
pessoas que estão afastada das drogas a mais 30 anos. Isso não é incrível? Muitas
daquelas histórias são uma lição de vida.
Nunca pensei que diria isso, mas acho que se Alec tiver vontade, ele pode
mesmo conseguir. - Alec, ele falava de Alec, queria ver sua reação se soubesse de
mim, mas ele estava tentando, era nítido que estava.
– Tenho certeza que pode. Qualquer um pode. - Disse sorrindo. - Não vamos
precipitar as coisas dessa vez Edward, vamos com calma ok?
– Ok. - Murmurou vencido. Mas me puxou para seus braços. - Abraços são
coisas de primeiro encontro. - Falou me fazendo sorrir.
Voltamos a assistir o filme, só que deitados e completamente abraçados.
Depois de Top Gun, começou Doce Novembro, mas não assisti muito daquilo,
meus olhos ficaram pesados e acabei adormecendo.
Um cheiro de comida invadia meu sono, mas eu não tinha força para abrir os
olhos e acabava dormindo de novo, mas algum tempo depois uma luz filha da mãe
invadiu a escuridão do meu sono e me acordou.
Demorei um tempo para saber aonde eu estava, comecei a ouvir conversas, e
uma risada estrondosa que só podia ser de Emmett. Aos poucos fui abrindo os olhos,
tinha um braço me segurando forte e meu braço estava em volta de alguma coisa.
Senti uma respiração batendo em minha testa e olhei para cima. Ele também
estava abrindo os olhos. Tínhamos adormecido no sofá, e pelo jeito já era dia.
Edward sorriu sem forças para falar, e seus braços me apertaram ainda mais.
– Boa tarde garotos. - A voz vinha da janela, Edward e eu olhamos em direção
dela, encontrado Carlisle com um sorrisinho tolo. Pelo jeito foi ele que me tirou da
profundeza do sono em que eu estava. Edward e eu continuávamos mudos. - Vejo que
fizeram as pazes. - Ele disse.
– Pois é. - Murmurei quase sem voz.
– Somos amigos. - Edward também murmurou. Carlisle gargalhou.
– Amigos, claro. - Falou sarcástico. - Estou vendo. - Pensei em rebater sua
gracinha mas estava sem forças.
– Que horas são em? - Perguntei.
– 14:30 - Que?
– Como você faz isso? - Perguntei para Edward. Ele franziu o cenho não
entendendo.
– Isso o que?
– Isso. Você, faz meus pesadelos sumirem e eu consigo dormir.
– Eu não sei, eu só...
– Até que em fim acordaram. - Alice apareceu não sei de onde e se jogou em
cima de nós dois. Quando eu ia abrir minha boca para xingá-la, ouvi Emmett gritando
montinho e se atirou em cima de nós também, seguido de Jasper e Rosalie, com
certeza eu não sobreviveria.
Enquanto eles riam eu tentava respirar.
– Vocês vão machucar Bella. - Edward disse bravo. Isso fez com que eles
fossem saindo de cima. Me sentei no sofá buscando ar.
– Vocês são loucos. - Reclamei.
– Pensei que fossem dormir para sempre. - Emmett disse rindo. - Pareciam a
Bella e o Bello adormecido. - Levantei meu dedo do meio para ele.
– Ainda bem que estão de roupa. - Jasper continuou.
– Sexo de reconciliação é o máximo não é? - Alice perguntou empolgada.
– Já estão namorando agora? - Jasper voltou a perguntar.
– Eu e Rose vamos ser padrinhos. - Emmett disse.
– Da pra vocês calarem a boca? - Edward pediu. - Qual o problema de vocês?
– Não vão responder nossas perguntas? - Jasper perguntou de novo.
– Não Jasper. A resposta é não, para todas as suas perguntas. Não teve sexo e
não estamos namorando. - Respondi.
– E se um dia isso acontecer, você e Emmett não seriam padrinhos de nada. -
Edward continuou.
– Mal humor em. - Rose disse rindo.
– Tenho certeza que não fizeram nada mesmo. Quando os dois transam o
humor deles vai a mil. Riem de tudo, fazem piadinha de tudo. Para o nosso próprio
bem, vocês deveriam transar sempre. - Alice esbravejou. Céus aquilo era castigo. Só
podia ser. Por que eu tinha que ouvir aquilo? E ainda por cima na frente de Carlisle.
– Chega Alice. - Carlisle disse rindo. - Você está os envergonhado.
– O almoço está pronto. - Esme gritou la da cozinha.
– Esme também veio? - Perguntei. - A final, porque estão todos aqui? -
Emendei a pergunta.
– Bella cabeção. Esse é o último final de semana de papai e mamãe aqui,
depois eles vão para as férias no Brasil.
– Ahh.. - Foi o que respondi. Tinha me esquecido completamente, isso porque
eu ajeitei tudo a uma semana atras. Como eu podia ser tão esquecida? Precisava ligar
para meu pai depois e ver se estava tudo em ordem.
– Resolvemos fazer um almoço para juntar a família. Só não sabia onde vocês
dois estavam. Esme teve um palpite que estariam aqui, então viemos todos para cá. -
Carlisle falou.
Depois que Esme falou a palavra almoço, o cheiro de comida voltou a possuir
meu nariz, meu estomago, todo meu ser.
– Eu estou com fome. - Falei.
– Novidade. - Eles falaram todos juntos.
O almoço foi engraçado e agitado. Os Cullens me fizeram muitas perguntas
sobre o Brasil. Emmett quis saber se lá era sempre calor, se tinha carnaval o ano
inteiro e se eu conhecia o Ronaldinho Gaúcho. Jasper perguntou qual era o maior
time de futebol, como era o maracanã, se macacos andavam pelas ruas, e se Carlisle e
Esme não correriam risco de serem assaltados. Alice perguntou sobre o cristo
redentor, o pão de açúcar, as praias, as baladas e se caipirinha era mesmo bom.
Rosalie me perguntou como funcionavam as aulas, se eram em tempo integral,
quantos anos iam até terminar o colegial, e se as pessoas aprendiam inglês no colégio.
Edward, Esme e Carlisle ouviram e deram muitas risadas com as perguntas e
respostas, mas não questionaram nada.
Depois de todos os questionamentos vieram os pedidos para Esme e Carlisle.
Emmett pediu um macaco de rua. Me fazendo dar um tapa em sua cabeça. Eu
não podia acreditar que ele realmente pensava quem existiam macacos a solta pelas
ruas.
Alice pediu um biquíni fio dental, segundo ela ninguém batia os biquínis das
brasileiras.
Jasper pediu um CD de samba.
Rosalie pediu algum livro do Paulo Coelho.
Edward pediu uma camisa do flamengo, me fazendo sorrir.
Depois dos pedidos, tive que prometer que um dia levaria todos eles para lá, e
que seria a guia turística. Ri imaginando o que os jornais de la iam falar sobre meus
amigos estrangeiros, eles não nos dariam um minuto de paz.
Para o mesmo não acontecer com Esme e Carlisle, eu tinha combinado tudo
com meu pai. Os seguranças iam os buscar a paisana e os levariam direto para
Búzios, onde os paparazzis não tinham acesso. Depois meu pai daria um jeito de
mostrar os pontos turísticos a eles, sem serem notados.
Quando acabei de ajeitar a cozinha, junto com Rose, nos dirigimos para a
varanda onde estavam todos os outros. Fazia muito calor em Malibu ultimamente.
Emmett convidou Rose para irem para praia, acabei me escalando para ir
junto, eu estava a fim de surfar. Acabou que todos os Cullens resolveram ir. Coloquei
meu biquíni rosa pink e minha roupa de neoprene por cima, deixei meu rosto branco
de protetor e sentei no sofá para esperar os outros. Emmett, também estava com uma
roupa de neoprene que destacava todos os seus músculo.
Rose colocou um biquíni tomara que caia vermelho, que deixava suas curvas
em evidência, e fazia Emmett cochichar no seu ouvido frenquentemente.
Jasper estava com um shorts preto, que contrastava com sua cor quase
transparente.
Emmett, Rose e eu, resolvemos descer na frente, já que iriamos pela escada
por causa das pranchas. Combinamos com Jasper de nos encontrar na praia, já que os
outros ainda estavam se arrumando. Enquanto Rose, estendia as toalhas na areia,
Emmett e eu nos alongávamos, e os outros ainda não tinham aparecido.
Rosalie percebendo nossa agonia, nos mandou logo para água e disse que
podia muito bem ficar sozinha por alguns minutos. Concordamos sem reclamar e
caímos na água, que apesar do calor estava um gelo.
Nadamos até aonde as ondas começavam a se formar. Sentei na prancha e
olhei para areia, os Cullens estavam chegando. Alice abanou a mão, nos fazendo
acenar de volta.
Iniciamos a maratona de ondas, eu levava uma vantagem, já que minha
prancha era maior, era bem mais simples entrar nas ondas. Mas Emmett, eram muito
habilidoso e não ficava para trás.
Dávamos risadas uns do outro, quando caíamos ou quando perdíamos uma
onda fácil.
Eram provocaçõezinhas bobas e engraçadas. Emmett me apelidou de surfista
de rio, enquanto eu o chamava de surfista de lagoa.
Depois de mais de uma hora de vai e volta eu estava exausta e resolvi
descaçar um pouco, nadei até onde não tinham mais ondas e fiquei la descansando,
Emmett fez a mesma coisa.
– Hey surfista de rio, você até que mandou bem. - Dei risada.
– Você também, mandou muito bem.
– Eu gosto de surfar. Sempre que estou bravo, ou preciso de um tempo
sozinho eu venho surfar.
– Essa é uma boa terapia. - Falei
– É, realmente muito boa. - Disse sorrindo.
– Mas eu não imagino o que pode te chatear. Perder o desenho animado?? -
Perguntei rindo, o fazendo rir também.
– Os pais de Rose, não gostam muito do nosso relacionamento. - Falou um
pouco incomodado.
– Sério? - Perguntei surpresa.
– Sério. Rose nega, tenta desconversar, mas uma vez eu ouvi o pai dela
dizendo que eu tinha músculos de mais e cérebro de menos. E que ela acabaria, com
três filhos pequenos tendo que cuidar da casa, e das contas, enquanto eu estaria
contando piadas idiotas. - Falou sentido.
– Que cara idiota. - Murmurei brava. Quem aquele homem pensava que era
para pisar nas pessoas daquele jeito? - Por isso você fica tão sério na frente deles?
– Sim, tento mostrar que não sou o idiota que ele pensa. A primeira vez que
ele concordou comigo, foi na festa dos meus pais, quando eu disse que você tinha um
talento incrível. Ele ficou surpreso de eu levar esse negócio de empresário a sério, e
mais surpreso ainda quando eu falei do projeto que tenho para você. Ele até nos
contratou.
– Que se dane ele Emmett, nós não precisamos fazer isso, para provar nada a
ele. Ele não sabe a pessoa magnifica que você é. Posso apostar que você é muito mais
inteligente que ele.
– Não quero fazer isso para mostrar a ele, quero fazer porque é algo que
realmente gosto. É divertido fazer isso. Arrumar lugares para você tocar, brigar por
preços, mostrar seu material. Eu gosto disso, você ainda vai ser famosa, tenho
certeza. - Rolei os olhos.
– Caso isso não aconteça, é melhor você ter um plano B. - Falei séria.
– Eu já tenho, já sou quase um advogado. - Falou fazendo cara feia.
– Isso é bom. - Falei e o assunto morreu. Ficamos em silêncio por algum
tempo.
– Edward é um cara bom. - Ele falou olhando para mim.
– Sei que é. - Respondi.
– Depois que Kate morreu, eu nunca mais tinha o visto com uma mesma
mulher, todas pareciam descartáveis para ele. Até você aparecer. O cara ficou fora de
órbita esse tempo que você deu um gelo nele.
– Nós não temos nada Emmett.
– E os beijos que presenciei?
– Foram apenas beijos, sem compromisso, e isso não voltou a acontecer
ontem.
– Sei... E não vai mais voltar a acontecer? - Ele tentava me por contra a
parede.
– Sinceramente, eu não sei. Vamos voltar para a praia, seus pais já estão indo
embora. - Murmurei, nadando para pegar uma onda e fugindo dali.
Esme e Carlisle estavam levantando acampamento, e Alice e Jasper estavam
indo junto.
Alice pegaria Jully na casa dos pais de Alec, e depois a levaria até a casa dos
pais.
Me despedi dos dois, já que não poderia acompanhá-los até o aeroporto no dia
seguinte. Desejei-lhes boa viagem e disse para não esquecerem o protetor.
Rose, Emmett, Edward e eu, continuamos na praia.
– Rose, você pode abrir aqui atrás para mim? - Mostrei o zíper da minha
roupa.
– Edward faz isso para você. Emmett amor, você pode me ensinar a surfar? -
Ela deu as costas para mim, me deixando completamente no vácuo.
– Claro ursona, tudo que você quiser. - Os dois caminharam para o mar me
deixando sozinha com Edward. Ele levantou-se e se aproximou de mim.
– Eu abro para você.
– Ok. Falei virando e colocando meus cabelos para frente. Senti suas mãos
abrindo o zíper, e era impossível não lembrar de suas mãos me despindo. Ele colocou
as mãos dentro da roupa, para me ajudar a tirá-la, e aquela corrente elétrica acabou
aparecendo de novo.
Me deitei de bruços em uma daquelas toalhas, Edward deitou-se ao meu lado,
se virando para mim.
– Você dormiu na metade do filme. - Eu sorri.
– Desculpe. Cerveja me deixa com sono.
– Você bebeu?
– Alec e eu fomos naquele barzinho aqui perto, acabamos bebendo umas
cervejas a mais. - Ele permaneceu um tempo em silêncio.
– Vocês estão saindo? - Murmurou a pergunta.
– Em que sentido?
– Ficando?
– Oh não, somos amigos normais. Do tipo que não fica.
– Sei... - Ele não parecia convencido. - Ele nunca tentou te beijar?
-Tentou. Ontem quando me deixou em casa, ele me roubou um beijo. - Edward
fechou os olhos e respirou fundo, tive vontade de rir. - Mas eu não retribui. - Falei
fazendo ele voltar a abrir os olhos.
- Por que não? - Ele quis saber.
– Não sei. Nós não temos nada além de amizade, é estranho beijá-lo. - Seus
olhos prenderam os meus.
– E nós? Temos algo além de amizade? - Eu queria que não. Mas quem eu
queria enganar? Se meu corpo ardia só de estar perto do seu. Se meu coração idiota
batia mais forte quando ele chegava perto.
– Er... Eu não sei... - Ele sorriu e pegou minha mão, a levando até seu peito.
Senti seu coração bater tão desconsertado quando o meu.
– Só você faz isso comigo. - Sorri e peguei sua mão, imitando seu gesto.
– Posso dizer a mesma coisa sobre você. - Ele sorriu feito um bobo. Sua mão
foi para meu rosto o acariciando e me fazendo fechar os olhos.
– Me fala sobre você. - Ele pediu.
– O que quer saber? - Ele pareceu pensar um pouco.
– O que gosta de fazer no inverno?
– Hum... Onde eu morava não tínhamos muito inverno. Mas, sempre
tirávamos dias de folga e íamos para Parati. Eu gostava de me enfiar debaixo das
cobertas e assistir filmes velhos, tomando chocolate quente. E você?
– Gosto de enrolar 10 minutos a mais na cama, gosto de tomar um banho bem
quente, e gosto de sentir a fumaça da comida batendo no rosto. A noite gosto de
passear na praia, sentir o vento frio bater no rosto. As noites de inverno são lindas.
– Isso me parece ser bom.
– E é, podemos fazer isso juntos se você quiser.
– Eu aceito. - Murmurei bocejando.
– Parece que tem alguém com sono. - Abri os olhos antes que acabasse
dormindo.
– Acho que o surf me deixou cansada. - Ele sorriu.
– Quer ir pra casa tomar banho e assistir mais algum filme velho?
– Quero. Poderíamos colocar o colchão no chão.
– Como quiser madame.
Demos tchau para Emmett e Rose que se agarravam dentro do mar e seguimos
para casa. Edward me fez vestir sua camiseta e carregou minha prancha. Ele largou
ela lá em casa, e foi para sua casa tomar banho, eu fiz o mesmo.
Quando sai do banho ele já estava lá em casa, enchendo um colchão inflável.
Fui para cozinha e fiz uma macarronada, quando eu voltei o colchão já estava cheio,
tinha dois travesseiros e uma coberta sobre ele. Devoramos a macarronada e bebemos
2 litros de refrigerante, acabamos dormindo por ali de novo, e de novo sem pesadelos.
Alice teve que nos acordar no outro dia de manhã, e perguntou o que
tínhamos contra a cama. Tomamos um café da manha super rápido, já que os dois
tinham que ir para o aeroporto, e me deixarem na faculdade antes.
Quando as aulas chegaram ao fim, eu sai de lá sem saber como iria para casa.
Alec saiu mais cedo e os Cullens não deram sinal de vida. Encarei a estrada e resolvi
ir a pé.
Estava quase saindo da faculdade quando ouvi uma buzina atrás de mim.
– Quer carona gata? - Sorri e virei para trás, era Jully junto com Edward.
– Essa é uma proposta bem tentadora. - Respondi. Edward baixou o vidro da
frente, e levantou um saco com lanche do McDonald's.
– E o que acha da proposta de Jully, junto com a minha proposta? - Perguntou
balançando o saco com o lanche. Abri a porta do carro e me joguei para dentro.
– Uma proposta irrecusável. - Falei os fazendo gargalhar.
Edward dirigia, eu comia e Jully cantarolava. Aquele lanche estava realmente
muito bom.
– É verdade que você vai ficar lá em casa com Edward cuidando de mim? -
Eu tossi meu lanche e tive que beber muito refrigerante para desafogar.
– Quem disse isso? - Perguntei depois de desengasgar.
– Eu sei que ficamos um tempo sem nos falarmos, mas tínhamos meio que
combinado lembra? - Claro que eu lembrava, mas eu torcia para que ele não
lembrasse. Três semanas sozinha com Edward, em uma casa sem mais ninguém, isso
não podia dar certo.
– Você vai? Vai? Vai? - A garota não parava de perguntar. Céus e agora, o que
eu faria?
Capítulo 22 - Tem um monstro no meu quarto

– Tudo bem se não quiser, posso me virar sozinho. - Edward falou.


– Preciso passar em casa antes, e pegar minhas coisas. - Jully gritava de
felicidade e Edward escondia um sorriso bobo.
~~*~~
... Enquanto eu arrumava as coisas, Jully pulava freneticamente em cima da
cama, tinha quase certeza que existia uma bateria embutida nela.
Edward me ajudou, pegando o notebook e o carregador, a guitarra e o violão.
Enquanto isso, eu arrumava as roupas.
– Não esquece o carregador do celular. - Pedi.
– Onde está?
– Acho que dentro da gaveta dessa mesa ai.
Ele abriu e ficou um tempo olhando para dentro da gaveta, até que tirou uma
foto de lá.
– Jane, Jacob e eu. - Respondi, já sabendo do que se tratava.
– Você está diferente aqui.
– Já tive meus tempos de rebelde sem causa.
– Deixa eu ver, deixa eu ver, deixa eu ver. - A garota estava a mil.
Edward sentou-se na cama e ela sentou-se ao seu lado, analisando a foto.
- Eu gosto mais dos seus cabelos agora. - Falou, me fazendo rir. - Essa é sua
prima que foi pro céu?
- É. - Me sentei ao lado dos dois.
– Ela era muito linda. - Jully murmurou admirando. - E esse garoto quem é? -
Ela quis saber.
– Jacob, irmão de Jane.
– Eles não são parecidos.
– Acredite, são irmãos gêmeos. - Ela os olhou confusa.
– Por que você esta sentada no colo dele? E por que ele esta beijando seu
rosto?
– Ele era meu namorado. - Pude ver o queixo da garota cair.
– Ele é muito bonito. - Ela falou.
– É, é sim. - Edward estava mudo.
– Mas Edward é mais. - Dei risada, Edward tinha arrumado uma bela cabo
eleitoral.
– Por onde anda Jacob? - Edward resolveu voltar a falar.
– Longa história. - Falei puxando a foto da mão dele.
– Eu gosto de longas histórias. - Levantei e devolvi a foto para gaveta.
– Outro dia. - Ele levantou-se e ficou de frente para mim, me analisando.
– Ele vai voltar? - Perguntou segurando meu rosto.
– Não para minha vida. - O ouvi suspirar.
– Eu não sei... Não gosto desse cara.- Falou ele.
– Oh é mesmo Charlie? - Perguntei fazendo graça, mas ele não entendeu. -
Charlie, meu pai. Ele também não gosta desse cara.
– Diz para Charlie que eu posso proteger você das garras desse Jacob. - Falou
me puxando pela cintura. Aquilo me tirou completamente o pensamento.
– Pode é? - Ele aproximou o rosto do meu.
– Posso. - Sua boca estava muito próxima da minha.
– Hey, hey, hey... - Jully gritou, nos fazendo separar. - Eu estou aqui
esqueceram? Vocês iam se beijar? Eca, como adultos são nojentos. - Fiquei
agradecida por ela ter interrompido o momento. Eu ainda não sabia se queria voltar a
ficar com Edward.
–Vamos embora - Falei sem graça.
– Vocês iam se beijar? - Ela perguntou.
– Não - Respondi.
– Tem certeza?
– Tenho.
– Mesmo? - Olhei para Edward pedindo ajuda.
– Jully, desse jeito ela vai acabar desistindo de ficar lá em casa.
– Prometo ficar quietinha. - Falou com medo. Fechei minha mochila. Peguei
dois livros em cima do criado mudo e entreguei a ela.
– Vamos matraca, vamos para sua casa.
Alice gostou da ideia de eu ficar com os dois, e disse que nos visitaria nos
finais de semana. Jasper resmungo algo com coelho para Edward, e Jully fofocou
alguma coisa no ouvido de Rose a fazendo rir.
Emmett ajudou a descer com as coisas, assim não precisamos subir de novo.
Já na casa dos Cullens descobri que Jully tinha uma babá, e ela quem ficaria
com a garota quando estivéssemos ocupados.
Carlisle ligou as 21:00 dizendo que a viagem foi tranquila, e que eles já
estavam na pousada dos meus pais. Disse que tudo era lindo e que estava tomando
uma caipirinha, observando o fim de tarde.
Depois de falar com ele, foi a vez de Edward, e depois Jully, a garota parecia
não querer mais sair do telefone, mas Edward acabou a convencendo.
Ele a pôs para dormir, quando a viu cochilando no sofá.
Fiquei no quarto mais distante do dela, para não assustá-la com minha gritaria
a noite.
Fui cedo para meu quarto, e senti uma vontade imensa de ter notícias de
Jacob, a minha única fonte não restrita era a internet. Liguei meu notebook e acessei
os sites de fofocas do Brasil.
Cliquei no nome do famoso que eu procurava, Jake Black. Mas acabou
aparecendo mais informações sobre Isa Marie do que sobre ele.
"Isa Marie, sumiu do mapa, fontes dizem que ela está em uma clínica de
rehab, na Austrália"
"Ninguém sabe, ninguém viu!!! Por onde anda nossa queridinha
problemática?"
"Renée se esquiva quando o assunto é sua filha desaparecida".
"O pequeno Bernardo Swan, aprendeu rápido os péssimos costumes da irmã"
Ri com a foto dele mostrando o dedo do meio para os paparazzis.
"Billy Black é flagrado visitando o filho, e logo em seguida o túmulo da filha"
Abri aquela notícia, apareceu uma foto de Jake e Jane abraçados.
"Billy Black foi flagrado visitando o filho na manhã deste domingo (21/08).
Com as mãos cheias de sacola e uma cara de poucos amigos, ele permaneceu no
lugar por cerca de uma hora. Aparentemente abatido ao sair dali, ele dirigiu até o
cemitério, onde provavelmente foi visitar o túmulo de Jane a gêmea de Jake, que
morreu em um trágico acidente de carro.
Billy ficou pouco mais de meia hora por lá e saiu secando as lágrimas.
E Isa Swan? Por onde anda a ex namorada de Black em tempos tão difíceis?"
Por que mesmo eu queria saber notícias de Jacob? Aquilo acabou com meu
humor. Fechei aquela página e acabei abrindo alguns vídeos caseiros.
Era no meu aniversário de 17 anos, Jane vivia filmando esses momentos,
acabei abrindo aquele vídeo.
– 17 em? Como se sente? - Jane perguntou animada.
– Feliz? - Perguntei bêbada. Eu vivia bêbada ou drogada.
– Ah Isa, larga esse copo e fala alguma coisa. - Jane também estava bêbada
naquele dia.
Abandonei meu copo e olhei para câmera com a maior cara de pinguça.
– Me sinto igual. E feliz por estar aqui com vocês. Obrigada Jane. Por ser
minha amiga e me aturar, sei que as vezes não é fácil. Espero passar muitos
aniversários com você.
E seu um dia eu tiver uma banda de Rock and Roll, como você insiste que vou
ter. Você vai ser a vocalista.
Nós vamos ser milionárias, vamos ter uma mansão com 15 suítes, e uma
piscina gigante. Vamos tomar champanhe no café da manhã, e vamos viajar muito.
Vou visitar muito a Bolívia, lá é o canal.
– Você precisa é visitar outra coisa.
– Não enche Jane, hoje é meu aniversário. Diz alguma coisa para mim. -
Peguei a câmera e comecei a filmá-la. Como eu sentia falta daqueles olhos azuis, tão
cheios de vida, tão confiantes. Os olhos de Jane eram sua alma.
– Parabéns Isa, eu quero que você seja muito, muito feliz.
Desejo que volte a ser a Isa saudável de antes. Que odiava tudo, que agora não
vive sem. A Isa que amava viver bem.
Eu não posso ser vocalista da sua banda de rock, porque você faz isso melhor
que eu. Você nasceu para cantar, você nasceu para música.
Posso ser sua segurança, vou me certificar que você vai ficar só no sexo e no
rock and roll, sem drogas.
Também desejo que você encontre um amor de verdade.
– Hey, Jacob é meu amor de verdade. - Protestei, a fazendo rir.
– Por um bom tempo eu pensei que fosse, mas não é.
Isso foi uma coisa boba de adolescentes, o amor de vocês é amor de família.
Quero que você encontre alguém que te faça perder as estribeiras. Que faça
seu coração acelerar, suas pernas tremerem, seus pensamentos sumirem. Que cuide de
você, que ouça seus problemas ou que só fique ali juntinho quando você precisar.
– Acho que vou vomitar. - Murmurei.
– Vou dar muita risada da suas cara, quando você encontrar esse cara, sua
insensível.
– Eu amo Jacob, Jane. E ele não vai ficar feliz em saber que esta fazendo
propaganda contra.
– Sei que ama, mas não do jeito que uma mulher ama um homem. Fala sério
Isa, duvido que ainda pense nele com cara de boba, ou que sinta falta dele quando ele
chega em casa tarde.
O namoro de vocês foi uma coisa de adolescentes. Primeiro amor ou algo do
tipo. Dizem que o primeiro a gente nunca esquece, acho que é porque a gente fica
com trauma. Meu primeiro beijo foi horrível, assim como a primeira transa. Fala
sério você precisa experimentar outros caras.
De qualquer forma, feliz aniversário Isa, muitos e muitos anos de vida, e que
venham anos melhores e mais sóbrios. Nunca vou abandonar você, vai ter que me
aturar pro resto da sua vida. - A tela ficou preta, mostrando o fim do vídeo.
Conseguia ver Edward pela tela. Bati minha cabeça no teclado e fiquei assim
por um algum tempo, até que senti sua mão no meu ombro.
– Por que? Por que as pessoas morrem cedo?
– Eu não sei. - Ele murmurou. - Infelizmente não sei. - Ele suspirou. - Vem
aqui. - Falou puxando meu corpo. - Vai ficar tudo bem, eu prometo.
Eu o abracei com força. Desejando que suas palavras fossem verdade, que
tudo ficasse bem. Ficamos ali abraçados no meio do quarto por um bom tempo.
– Você pode dormir no meu quarto? - Pedi, desejando que meus pesadelos não
viessem.
– Posso. Sempre que você quiser. Para o que você quiser.
Edward dormiu comigo aquela noite, e as outras que se sucederam, de alguma
maneira inexplicável, ele consegue manter longe meus pesadelos.
Aquela semana foi bem corrida, íamos juntos para faculdade. Ele estava
almoçando com Elizabeth, Alec e eu. Na terça e quinta almoçamos com Jully, já que
eu não tinha aulas a tarde.
Eu ficava a tarde toda com ela nesses dias, dispensando a babá. Jogávamos
vídeo game ou ficávamos na piscina, a maior parte do tempo. Jully já não me fazia
mais tantas perguntas. Só é claro, se eu já tinha pensado sobre o assunto de namorar
Edward.
Ela e Edward foram ao meu ensaio na terça-feira, e quarta eu acabei a levando
na reunião da fraternidade. Para que Edward pudesse estudar.
As garotas a amaram, e ficaram pasmas ao saber que Edward tinha uma filha.
Pelo visto, não era só eu a desinformada. Jéssica parecia me evitar cada vez mais, e
fazia o mesmo com Jully, estava meio irritada até com Alice, e eu me perguntava se
aquilo tudo era por causa de Edward.
Edward por sinal estava sendo meu chofer. Ele me levava e buscava em todos
os lugares, acordou as 2:00 da madrugada na quinta, só para ir me buscar, aonde eu
estava tocando. Até tentava argumentar, dizia que poderia pegar uma carona com
Alec, mas não tinha jeito.
Alec, estava pasmo por Edward o cumprimentar de vez em quando e por não
xingá-lo toda vez que o via, mas não parecia muito feliz por eu estar passando uns
dias lá. Todo santo dia ele perguntava se eu e Edward tínhamos voltado as boas, e
parecia aliviado quando eu dizia que não.
Já Elizabeth me xingava muito. Ela vivia me perguntando que mulher em sã
consciência ficaria semanas na casa de Edward sem se aproveitar sexualmente dele.
Isso porque ela não sabia que dormíamos na mesma cama todos os dias.
Carlisle e Esme ligavam todos os dias, e era visível a saudade que eles
sentiam da garota.
Eu aproveitava as ligações para falar com meu pai. Ele parecia estar se
divertindo com Carlisle e Esme, eu me perguntava como eles faziam para se entender.
Charlie acabou descobrindo que eu estava passando aquele tempo com
Edward e Jully. Sim, ele sabia quem era Jully, ela tentava falar com ele as vezes. De
qualquer forma, ele estava irritantemente feliz por eu estar passando um tempo com
aqueles dois.
Sexta-feira chegou rápido, e depois das aulas Edward me deixou em casa, e
voltou a clínica que trabalhava, uma cachorrinha resolveu entrar em trabalho de parto
bem aquela hora. E ainda por cima ela estava passando muito mal.
Jully que tinha plano para nós três, teve que se contentar só comigo. Eram
planos bons, comer e assistir Shrek.
A sentei na pia do banheiro, enquanto eu tomava banho. Ela me relatou todo
seu dia, e depois quis saber do meu.
Depois de ter tomado banho, e dado um banho nela, seguimos para cozinha.
Fritei alguns hambúrgueres e um saco de batatas. Jully pegou o ketchup,
mostarda e o refringente. Devoramos aquilo rapidinho, e em seguida fiz um
brigadeiro de sobremesa. Eu acabaria coma uma americana obesa, tinha certeza.
Me estiquei no sofá e Jully deitou-se por cima de mim.
Vimos o Shrek um, dois e estávamos na metade do três quando Edward
apareceu.
A garota que estava quase dormindo, pareceu acordar completamente quando
o viu, e correu ao seu encontro. Ele a girou, abraçou a beijou a fazendo gargalhar
muito. Depois veio ao meu encontro e beijou minha testa. Ele parecia exausto.
Tomou um banho e devorou o resto do nosso calórico jantar. Edward tomou
praticamente um litro de refrigerante sozinho, o que me fez rir e pensar que não seria
só eu a ficar gorda.
Jully acabou dormindo enquanto ele jantava, o fazendo a carregar para o
quarto.
Me joguei no sofá a fim de assistir o final do filme. Pensei que Edward não
desceria mais, já que fazia 20 minutos que subiu para deixar Jully. Mas voltou, e
deitou-se em cima de mim me fazendo protestar.
– Você á me esmagando Edward.
– Você tá me esmagando Edward. - Ele me imitou e começou a me fazer
cócegas. Em uma das tentativas de me proteger acabei acertando meu joelho em seu
companheiro.
Isso fez com que as cócegas acabassem e com que ele caísse nocauteado no
chão.
– Me desculpe. - Falei tentando segurar a risada. Ele se contorcia no chão.
– Quer acabar com a chance de termos filhos Bella? - Perguntou num
resmungo de dor.
– A joelhada afetou seu cérebro também Edward? - Dei risada, o fazendo me
olhar de cara feia.
– Você é mau.
– Já pedi desculpas. E foi você quem começou, agora não reclama. - Ele ficou
em silêncio. - Como está a cachorrinha? - Questionei.
– Bem, mas os filhotes estão mortos. Ela pegou cria de um cachorro maior, e
acabou não conseguindo aguentar o tempo de gestação. Ou tirávamos os filhotes ou
ela morreria.
– Oh, coitada.
– É, mas ela vai ficar bem. Está dopada, só vai acordar amanhã. Acabamos
cedo a operação, mas Mary ficou me prendendo lá.
– Mary? Mary Vaca? - Perguntei o fazendo rir.
– É. A cachorra era dela. É nossa cliente antiga. - Por que eu não gostava nada
daquilo?
– Sei... Foi assim que conheceu ela?
– Foi. - Não sei porque mas aquilo me irritou. Aposto que Edward saia com
todas as clientes. Claro deve ter sido esse o motivo dele querer se tornar veterinário.
Bufei brava.
– Que foi? - Ele perguntou.
– Você tem muitas clientes mulheres? - Ele pereceu pensar.
– É. Acho que mais de 90% são mulheres. - Acabei bufando de novo sem
entender direito o motivo. Ele me olhou rindo.
– Por que esta bufando? E por que quer saber sobre isso? - Ótimas perguntas,
eu também queria saber aquelas respostas.
– Por nada. - Murmurei.
Ele puxou meu braço me fazendo cair em cima dele.
– Elas são muito fúteis e frescas. Prefiro as revoltadas, que usam all star,
camisetas, tocam guitarra e cantam rock. Além de serem muito gulosas. - Falou me
fazendo sorrir. Eu adorava quando ele murmurava coisas para mim com a voz suave e
rouca.
– Sei... - Murmurei passando a mão em seus cabelos. Seus olhos pareciam me
olhar com devoção. Sabia que não aguentaria mais, não por não poder. Mas sim por
não querer. Eu não queria mais recuar.
– É bom que saiba. - Sua mão tocou meu rosto. - Sinto falta dos seus beijos,
do seu corpo, do prazer que me proporciona. Você é diferente de todas as outras,
soube disso desde o primeiro dia. Quando te vi desacorda lá no chão. - Ele tocou a
pequena cicatriz na minha testa. - Sua desastrada. - Disse sorrindo. - E lá no hospital,
quando você abriu os olhos, eu senti uma vontade imensa de te beijar. Mas eu sabia
que você não era o tipo de garota com que eu estava acostumado a lhe dar. Eu
precisava de um plano.
Então Alice falou da festa e me pareceu uma ótima oportunidade. Fiquei
preocupado quando você se negou a ir, e ajudei Alice a te convencer. Arquitetei
vários planos de como chegar em você. Passei a tarde toda fazendo isso.
Te vi sozinha lá no bar e resolvi por meu plano em prática, mas percebi que
você estava com Alec e acabei perdendo as estribeiras.
Sabia que tinha estragado tudo, pelo que eu disse a vocês. Sabia que não viria
atrás de mim. Mas veio e me abraçou. Então eu tive a certeza que você era realmente
diferente.
Meu plano não era nada parecido com o que acabou acontecendo. Mas foi
ótimo, não poderia ter sido melhor. Penso naquela noite todos os dias. A noite em que
tive o melhor beijo da minha vida. Eu me sentia em êxtase só de beijar você. Não
existe boca, nem gosto igual. Não existe nada que possa se comparar aos seus beijos
Bella. Nada.
Mas eu estraguei tudo, e não tenho mais planos. Está nas suas mãos, eu estou
rendido.
Todos os dias que chego em casa e encontro você, tenho uma enorme vontade
de te beijar. De sentir seus lábios nos meus, sua língua brincando com a minha. Sua
respiração ofegante.
Aquela vontade que senti no primeiro dia, só fez aumentar depois que nos
beijamos. Parece cada dia maior. - O que Edward falava fazia meu coração bater
freneticamente, eu me sentia uma boba, uma completa idiota feliz, muito feliz. Botei
minha mão em sua boca, para que ele parasse de falar.
– Não diga mais nada, apenas beije-me. - Murmurei. Ele abriu um largo
sorriso, e inverteu nossas posições.
– Você é linda, linda. - Murmurou antes de encostar a boca na minha. - A
minha irritante consciência tentou se impor, mas eu a mandei para longe, bem longe
dali.
Percebi quanto senti falta dos seus lábios nos meus.
Seus movimentos eram sutis, e sem pressa alguma. Sua língua procurou pela
minha, e elas começaram a se movimentar lentamente, como se estivessem se
redescobrindo. As mãos dele me apertavam forte, como se quisessem se assegurar
que eu não escaparia dali. Aquela descarga elétrica parecia muito mais forte.
Sim eu senti muita falta daquilo tudo. Daqueles beijos, daqueles toques,
daquelas sensações tão estranhas, mas tão boas.
Quando o ar faltou, Edward separou minimante sua boca da minha.
– Você não faz ideia de como senti falta disso.
– Pode apostar que faço. - Ele voltou a me beijar. Só que dessa vez, foi um
beijo nervoso, tenso, nada ingênuo. Um beijo com indecentes intenções. Sua boca
parecia querer devorar a minha, e suas mãos pareciam querer arrancar as roupas do
meu corpo. Ele arfava palavras incoerentes no meu pescoço, me levando a loucura, a
insanidade.
Só não entendi porque ele parou de repente.
– O que foi? - Perguntei ofegante.
– Estou no meu limite, se continuarmos... - Sorri, eu podia muito bem sentir
sua ereção.
– Parece que não causei nenhum dano ao seu amigo. - Murmurei em sua
orelha, enquanto minha mão alisava o garoto. Edward deixou escapar um gemido.
– Não diria que ele está bem, apertado desse jeito. - Sorri sacana.
– Acho que podemos dar um jeito nisso, lá no quarto. - Seu sorriso torto
apareceu. Em questão de segundos ele se pôs de pé e me pegou no colo, me
carregando até o quarto.
Edward me deitou na cama, e se livrou da parte de cima do pijama, antes de
vir para cima de mim. Seus beijos faziam meu sangue ferver. Deus como aquele
homem me fez falta.
Sentia um rastro de fogo por onde sua boca passava, ele mordia meu pescoço
com força, o que com certeza acabaria em marcas. Suas mãos se livraram rápido da
minha camiseta, e ele passou a beijar toda a parte que antes ela cobria. Ele parecia
fora de si, completamente fora de si e aquilo só servia para me deixar ainda mais
excitada. Suas mãos foram para a parte de baixo do eu pijama.
Minha cabeça paranoica pensou em ter ouvido um barulho vindo de fora. Mas
os beijos de Edward me livraram daquela maluquice.
– Edward. - Talvez estivessem mesmo o chamando.
– Ed... Edward. - Falei arfando. - Estão chamando você. Ele voltou a beijar a
minha boca, parecendo nem ouvir o que falei. Os barulhos aumentaram, com certeza
tinha algum batendo na porta.
– EDWARDDD - Era Jully.
Edward parou com os beijos mas não saiu de cima de mim, na esperança que
ela desistisse.
– Diz que isso não está acontecendo. - Ele disse arfando. Mas, mais batidas
vieram.
– Melhor vermos o que ela quer. - Murmurei.
– Edward caiu do meu lado. - Ele não parecia ter condições de ver alguma
coisa.
Sentei na cama, tentando acalmar minha respiração.
– Abre Edward. - Ela pediu chorosa. Levantei e abri a porta.
– Hey Jully, o que está acontecendo? - Perguntei buscando ar. Ela agarrou-se
em minhas pernas.
– Tem um monstro no meu quarto. - Falou apavorada.
Céus, um monstro? Bem aquela hora? Ah, como eu odiava monstros. Sim, eu
os odiava muito.
Me abaixei para ficar do seu tamanho.
– Jully, monstros não existem. - Falei secando suas lágrimas.
– Existem sim, são verdes como o Shrek. - Maldito Shrek, maldito Shrek. -
Ele está lá no banheiro. - Eu levantei e puxei para meu colo.
– Vamos lá ver então. Esses monstros acabam comigo. - Murmurei,
caminhando em direção do quarto dela.
– Não é melhor Edward vir junto? - Acabei sorrindo daquilo tudo.
– Não, eu posso fazer isso sozinha.
A porta do quarto estava aberta, quando chegamos perto do banheiro ela
apertou o braço em meu pescoço e escondeu o rosto ali. O tal monstro que ela dizia,
era uma toalha verde caída no chão, que com certeza o vento derrubou.
Era o próprio vento que batia na janela, fazendo barulho.
– Olha o monstro ali no chão. - Disse rindo. - É só um toalha.
Ela afrouxou meu pescoço e espiou. Caminhei até a janela.
– E o barulho, é só vento batendo na janela. - Falei a fechando. - Monstros
não existem pequena.
– Obrigada. - Falou beijando meu rosto.
– De nada. - Respondi, retribuindo o beijo.
– Que tal voltar a dormir?
– Ok. - Murmurou um pouco descontente. A coloquei de volta na cama, mas
ela me olhava com olhinhos tristonhos.
– O que foi?
– Por que você estava no quarto de Edward? - Essa era uma resposta
imprópria para aquela idade.
– Estávamos conversando e acabei adormecendo lá.
– Posso adormecer lá com vocês? - Não, não, não. Meu cérebro pervertido
gritava. - Por favor? - Aquela garota era um perigo. Seria possível dizer não para ela?
– Ok. Vamos lá. Ela pulou nos meus braços e voltamos para o quarto de
Edward.
A cara dele não foi uma das mais felizes, quando viu que Jully e seu
travesseiro voltaram comigo. Ele ainda estava sem camisa, com certeza esperava que
voltasse sozinha. Dei de ombros tentando me desculpar.
– Não era um monstro era só uma toalha e o vento. - Ela explicou para
Edward.
– E por que não voltou a dormir lá? - Ele perguntou.
– Bella me deixou vir. - Ele ergueu as sobrancelhas para mim.
– Vamos dormir. - Murmurei.
– Por que vocês dois estão com as bochechas vermelhas? Porque Edward tá
sem camisa? E onde machucou o pescoço? - Ela disparou as perguntas. Edward
sentou-se na cama.
– Estou com calor isso explica as bochechas vermelhas e eu estar sem camisa.
E o roxo eu devo ter batido em algum lugar. Agora preciso ir no banheiro. - Ele
enfatizou a palavra preciso e banheiro, olhando diretamente para mim, me deixando
com uma imensa vontade de rir.
– Acho que ele está com dor de barriga. - A garota murmurou.
Tinha certeza que não se tratava de dor de barriga. Ele demorou uns bons 10
minutos por lá.
– Você ainda me mata. - Resmungou para mim quando voltou.
Edward deitou-se entre nós duas. Ligou o ar- condicionado na temperatura
mais fria e nos tapou até as orelhas.
– Boa noite princesa. - Falou beijando a cabeça de Jully.
– Boa noite. - Ela respondeu em um bocejo.
– Boa noite princesa. - Ele murmurou para mim. Seu braço fez com que eu
chegasse mais perto, e ele me beijou.
– Ecaa. - A garota protestou. - Tá escurou mais eu consigo ver e posso
ouvir. - Falou nos fazendo rir.
- Pode nada. - Respondi.
– Posso sim. Já estão namorando agora? - Por que ela insistia com aquilo?
– Boa noite Jully. - Falei terminando com o assunto.
... Acordei com uma mãozinha acariciando meu rosto, seus dedinhos
contornavam minha boca, meu nariz, minhas sobrancelhas. Abri os olhos lentamente,
e encontrei com seu rosto bem próximo ao meu. Ela sorriu ao ver que tinha acordado.
– Quando eu crescer, quero ser igual a você. - Falou séria.
– Essa não é uma boa ideia. - Murmurei. - Tenho certeza que vai ser muito
melhor que eu.
Estávamos deitas sobre o peito de Edward, uma de cada lado.
– Eu sonhei com você. - Ela disse.
– E como foi? - Quis saber.
– Nós estávamos em uma casa gigante, toda feita de madeira. Parecida com o
nosso salão de festas. Ficava na beira da praia. Você e Edward moravam lá. Eu
morava lá com vocês.
E tinha um garotinho, com os olhos verdes como os nossos. O cabelo dele, era
igual ao de Edward, da mesma cor e com a mesma bagunça. E meu pai... Edward, -
Ela corou quando percebeu que chamou Edward de pai. – Ele segurava um
bebezinho, acho que era uma menina.
Acho que vocês eram casados e aquelas crianças eram meus irmãos. - Falou
sorrindo. Aquilo não parecia muito um sonho, estava mais para pesadelo. Edward e
eu casados, com filhos e morando na beira da praia, aquilo não fazia o menor sentido.
– E como se chamavam essas crianças? - A voz sonolenta de Edward
perguntou. Jully sorriu ao vê-lo acordado.
– Humm, eu não sei, esqueci de perguntar. - Disse se lamentando.
– Não se preocupe, foi só um sonho. - Falei.
– Pare de cortar o barato da garota Bella. - Fiz língua para ele e sentei na
cama, estiquei meus braços me despreguiçando.
– Que horas são em?
– Meio dia. - Edward respondeu olhando no seu celular.
– Vocês dormem em?- Bocejei a frase. - Vou tomar banho pra sumir com a
preguiça.
– Vamos sair hoje? - Jully quis saber.
– Podemos almoçar no shopping. - Edward respondeu, deixando a garota
animada.
– Podemos ir a um jogo de beisebol depois? - Ela quis saber.
– Acho que podemos. - Edward respondeu.
– Ok garotos, vou para o banho então. - Jully estava encolhidinha abraçada a
Edward. Aquilo era tão fofo que me deu vontade de apertá-la. - Bom dia princesa. -
Dei um beijo estalado em seu rosto. Seus braços entrelaçaram meu pescoço.
– Bom dia. - Ela retribui o beijo.
– E eu? Não ganho beijo? - Edward se fez de sentido.
– Você acha que ele merece? - Perguntei para Jully.
– Acho que sim. Acordei com ele murmurando seu nome hoje. - Olhei para
ele, arqueando uma sobrancelha. Ele pareceu envergonhado.
– É mesmo? - Tentei trancar a risada.
– Mesmo. Ele dizia, Bella, Bella, por que você faz isso comigo? Você me
deixa louco.
O que você fez para deixá-lo louco? - Perguntou inocente, não consegui mais
conter a risada.
– Sabe que eu não faço ideia. O que eu fiz para deixar você louco Edward? -
Ele estava realente envergonhado. Pegou meu travesseiro e cobriu o rosto.
– Estou criando dois monstros. - Respondeu.
– Tire o travesseiro do seu rosto. - Falei me aproximando. - Você também
merece um beijo. Me livrei do travesseiro e beijei sua testa. Seus braços me
seguraram para que eu não fugisse.
– Estava pensando em um outro tipo de beijo. - Ele murmurou.
– Nem pense nisso. - Tentei escapulir.
– Jully, você pode fechar os olhos? - Ela obedeceu, colocou as mãos na frente
do rosto, mas espiava pelas fendas dos dedos.
Virei meu rosto, tentando arrumar uma saída, mas ele ficou por cima de mim
e segurou meu rosto.
– Bom dia princesa. - Falou antes de me beijar. Pensei até em resistir, mas
aqueles lábios, aquele toque, eram minha perdição. Em vez de sair dali, entrelacei
meus braços em seu pescoço.
– Esse barulho é meio engraçado. - Jully murmurou rindo.
– Edward, ela está olhando. - Falei com a boca na dele. Ele parou o beijo, e
encostou a boca em minha orelha.
– Você sabe que está me devendo uma noite, não sabe? - Murmurou baixinho,
me deixando arrepiada.
– Sei. - Respondi respirando fundo. - Não hesite em cobrar juros. - Ele me deu
um beijo no pescoço e me libertou.
– O que estavam cochichando? O rosto de vocês está vermelho de novo. - Que
bom que ela só conseguia saber do rosto, porque meu corpo estava queimando.
Levantei rápido dali.
– Um dia, quando você tiver uns 12 anos a mais, eu posso te explicar. Agora
eu vou tomar banho. - Falei saindo do quarto. Ainda pude ouvir ela perguntando a
Edward, porque só daqui 12 anos.
Dei risada de toda aquela loucura. O que diabos estava acontecendo comigo?
Eu realmente estava me sentindo feliz, feliz de verdade. Sorria feito idiota,
pensando naquelas duas criaturas. Eles eram tão parecidos, em tantos sentidos
diferentes, só mesmo uma idiota como eu para não ter percebido que eram pai e filha.
... O final de semana foi embora rápido, acabei indo no tal jogo de beisebol
com os dois. Era um jogo estadual, Malibu e sei lá quem. Torcíamos para Malibu, os
dois tiveram que me narrar o jogo, já que eu não fazia a mínima ideia de quando
fazíamos pontos.
Edward agora me beijava na frente da garota, que de vez em quando
perguntava se já estávamos namorando. Ela acabou dormindo conosco o resto do
final de semana e na segunda-feira também. Edward estava impaciente, e os únicos
momentos que podíamos dar uns amassos era no carro antes das aulas, e no final
também. Ele viva me enchendo de propostas indecentes, como ir para um lugar
deserto onde não passavam carros, ou nos trancarmos no banheiro da faculdade.
Eram propostas tentadoras, mas realmente não tínhamos tempo.
Elizabeth, Rose e Alice deram risadas, quando falei do monstro que
atrapalhou nossa quase transa e que ela agora dormia conosco.
Alec não disse nada, na verdade ele andava quieto, mas nunca me dizia qual o
problema. Quarta depois da aula eu teria que ir até a casa dele, precisávamos fazer
um trabalho.
Jully não ficaria em casa terça a noite, ela iria a uma festa com os avós
maternos e dormiria por lá. Edward não gostou muito da ideia mais acabou aceitando
quando ela disse que gostaria de ir.
Terça a tarde acabei tendo que ir a faculdade para terminar um outro trabalho.
Peguei carona com Emmett para voltar para casa, e dei de cara com uma
limousine preta brilhosa na frente de casa. Emmett murmurou algo e disse que tinha
que ir.
Sai do carro tentando enxergar quem estava dentro daquele modesto carro, foi
quando vi Jully sair de dentro de casa.
Ela veio correndo ao meu encontro, joguei a mochila no chão, me preparando
para segurá-la.
– Bellaaa. - Falou animada, saltando nos meus braços.
– Oii princesa.
– Pensei que você não chegaria a tempo de dizer tchau.
– Então vai para balada em plena terça-feira? - Ela riu.
– É. Mas amanhã eu volto.
– Se cuida mocinha, e qualquer coisa me liga.
– Tá. Vovô tá esperando. - Falou olhando para limusine. Uau, o vovô dela era
o dono da limusine? Me virei para tal limousine que estava com o vidro aberto.
Um homem, que aparentava uns 60 anos, com cabelos grisalhos, olhos azuis e
um sorriso simpático nos olhava atentamente.
– Vamos até lá então. - Falei caminhando com ela.
– Oi vovô.
– Oi meu amor. - Ele sorriu para ela.
– Essa é a Bella, que eu falei para você.
– Até que em fim conheci você Bella. - Falou sorrindo. - Jully e Alec vivem
falando sobre você.
– Espero que falem bem. - Quando olhei para dentro da limusine percebi que
Alec também estava ali.
– Hey, matou a aula hoje, que coisa mais feia.
– Culpe meu pai. Perdi alguma coisa?
– Nada importante. Tive que ficar hoje a tarde lá, terminando o trabalho que
precisamos entregar amanhã. - Alec bateu na testa.
– Esqueci completamente disso.
– Cabeção. - Jully falou nos fazendo rir.
– Está pronta mocinha? Precisamos ir.
– Estou, só preciso pegar minha mochila com Edward.
– Bem aqui princesa. - Edward apareceu do meu lado, me pegando de
surpresa.
O pai de Alec abriu a porta do carro e saiu de lá.
– Tchau Bella, até amanhã. - Ela me abraçou e beijos meu rosto.
– Tchau garota, cuide-se ok. Não beba muito refrigerante, se não vai ter
vontade de fazer xixi no meio da noite? E feche a porta do banheiro para o vento não
assustar você. Monstros não existem.
– Se eu tiver medo, eu chamo você e Edward para dormir comigo. - Edward
riu.
– Esme não vai gostar nada de saber que estamos dormindo com você. -
Edward tentou parecer sério.
– Não precisamos contar para ela. - Foi a vez do pai de Alec rir.
– Eu posso dormir com você caso seja a necessário. - Ele disse.
– Meu beijo? - Edward a tirou do meu colo. Ela o abraçou e o beijou como
tinha feito comigo.
– Amo você. - Ela murmurou o fazendo sorrir todo bobo.
– Eu também amo você, muito. - Ele a pôs no chão, e ela pulo para dentro do
carro.
– Cuide dela senhor Thompson. - Falou pra o pai de Alec.
– Não se preocupe Edward. - O homem o encarou por alguns segundo. - Bom
ver você, apareça lá em casa, Ange sente saudades.
– Qualquer dia eu apareço.
– Você fala isso a 5 anos Edward. - O homem respondeu deixando Edward
quieto.
– Tchau Bella, foi um prazer conhecê-la. - Sorri.
– Prazer em conhecê-lo senhor Thompson. Cuide da garota, e qualquer coisa
nos ligue. Feche as janelas quando ela for dormir. - Ele sorriu e olhou para Edward,
para mim e sorriu de novo.
– Deixa comigo. Até mais. - Falou entrando na limousine
– Emfim sós. - Edward murmurou no meu ouvido, me fazendo virar para ele.
– Não se anime.
– Porque?
– Porque hoje estou impossibilita. Sabe aqueles dias? - Vi o sorriso dele
murchar.
– É muito azar. - Dei risada da cara dele. - Não tem graça. - Ele protestou.
Passei meu braço em volta do seu pescoço.
– Eu acho que tem. - Respondi rindo.
... Ficamos na sala assistindo TV, quer dizer, a TV, estava ligada, mas Edward
estava em cima de mim, com a boca grudada na minha, me tirando completamente o
ar, então não estávamos assistindo TV. Eu me perguntava se aquilo era bom ou ruim,
já que não poderíamos passar dos beijos e das mãos bobas. Quando Edward pareceu
chegar no seu limite, ele teve que subir e tomar um banho frio.
A medida que a temperatura do meu corpo começou a baixar, comecei a sentir
aquelas malditas cólicas. Eu odiava profundamente ter cólica, e além de tudo esqueci
meu remédio em casa.
Me encolhi no sofá tentando amenizar a dor, quando Edward voltou ele me
olhou assustado.
– Bella, o que você tem? - Ele sentou-se ao meu lado.
– Cólica. - Resmunguei.
– Você está branca. - Suas mãos alisavam meus cabelos.
– Estranho, pensei que eu fosse pink. - Tentei fazer piada.
– Ha Ha. Você estava bem a 10 minutos atrás. - Ele parecia não entender.
– Você teve sorte de nascer homem. - Murmurei
– O que eu posso fazer?
– Ligue para Alice, e pergunte o nome estranho daquele remédio que ela toma
para cólica. Depois você pode comprar para mim.
Ele não disse mais nada, pegou o telefone e falou rapidamente com Alice, ela
pareceu lhe perguntar muitas coisas. Mas a única coisa que ele respondeu foi ,depois
Alice.
– Eu já volto. - Falou me dando um beijo antes de sair.
– Não demore. - Pedi, sem ter certeza de que ele ouviu. Ele foi realmente
rápido, demorou menos de 10 minutos.
Me deu o remédio, me carregou para cama, tirou meus tênis e virou de costas
para eu colocar meu pijama. De 5 em 5 minutos ele me perguntava se eu já me sentia
melhor.
Quando a dor amenizou eu consegui dormir, com a contribuição de Edward
que ficou me fazendo cafuné.
Acabei acordando no outro dia ao meio dia, com a ligação de Alec,
perguntando se eu não iria para aula, e me lembrando da prova com Mary. Edward
ainda roncava ao meu lado, ele não pôs o celular para despertar.
O chocalhei até conseguir acordá-lo. Ele disse que eu resmunguei a noite
toda, e que achou melhor não me acordar de manhã e ficou dormindo comigo. Aquilo
era muito simpático da parte dele, mas eu não podia perder a aula com Mary Vaca.
Nos arrumamos em 10 minutos e eu fiz Edward voar para faculdade, ele ria
do meu desespero quando eu falava de Mary. Assim que ele parou o carro eu saltei.
– Hey Bella. - Ele abriu a janela e gritou.
– Oi...
– Nos encontramos aqui no final da aula.
– Esqueci de te falar, vou na casa de Alec hoje, precisamos terminar um
trabalho. Se você quiser Jully pode voltar comigo. - O humor dele pareceu mudar.
– Até que horas você acha que vai?
– No máximo até as 21:00.
– Ok. Espero vocês em casa. Qualquer coisa me ligue.
– Ok, Tchau. - Respondi e comecei a correr em direção a sala.
Consegui chegar uns 5 minutos antes de Mary, sentei ao lado de Alec tentando
recuperar meu ar. Ele me olhou sério.
– Que foi? - Perguntei, vendo se não tinha posto a camisa do avesso.
– Parece que sua noite foi agitada. - Eu ri.
– Claro. Se você acha que ter cólica é ter uma noite agitada, então foi super
agitada.
– Ahan... - Murmurou, não acreditando. - Por isso chegou 4 horas atrasada.
– Alec, não que seja da sua conta. Mas eu tive cólica ontem a noite, e não
dormi direito. Edward disse que resmunguei a noite toda. Ele acabou me deixando
dormir de manhã.
– Sei... Então vocês dormiram juntos. - Eu o olhei já sem paciência.
– Dormimos, no sentido literário de dormir.
– Mas, só porque você não podia fazer outra coisa. - Ele murmurou. Bufei
irritada.
– Exatamente por isso. - Ele não disse mais nada.
Mary vaca, conversava com um homem do lado de fora da sala, e parecia ter
esquecido da aula.
– E Jully? Como está?
– Bem. O assunto preferido dela agora é Bella e Edward. Bella e Edward me
levaram no parque, Bella e Edward assistiram esse filme comigo, Bella e Edward
dormem comigo. - Ri, imaginado ela falar.
– Ela é uma figurinha. - Alec me analisou por algum tempo.
– Acho que ela vai acabar te adotando como mãe.
– Não diga besteira Alec. - Ele queria mesmo testar minha paciência.
– É serio. Ela está fascinada por você. Ela me perguntou se você está
namorando o pai dela. Agora ela o chama de pai. - Ele bufou a última frase.
– É isso que ele é dela não é?
– É, quase 5 anos depois, parece que ele resolveu ser.
– As coisas não foram fáceis para ele.
– Acha que foram para nós?
– Eu não quero discutir com você Alec. - Ele ficou quieto e pensei que o
assunto tinha acabado.
– Sabe... Vocês formam uma família muito bonita. Minha irmã ficaria feliz. -
Falou com deboche. Bati minhas mãos na mesa e me virei completamente para ele.
– O que você quer? Tirou o dia para me azucrinar? Te fiz alguma coisa? Eu
não pude conhecer sua irmã. Mas tenho certeza que ela ficaria feliz em ver Edward e
a filha se dando bem.
Ela esta morta Alec. Edward esta vivo, é bonito, simpático, posso lhe afirmar
que um dia ele vai formar um família.
Mary finalmente resolveu dar aula, na verdade ela estava parada prestando
atenção em nós dois.
– Algum problema? - Perguntei irritada. Ela pareceu voltar ao normal.
Ela distribuiu as provas rapidamente e foi liberando quem terminava. Aquela
prova esta muito fácil. Mas qualquer um concordaria comigo, se tivesse lido aquela
apostila 20 vezes, como eu li.
Fui a primeira a acabar antes de sair da sala resolvi provocá-la um pouco.
– Edward me falou sobre os filhotes de sua cachorra, eu sinto muito. -
Murmurei.
– Vocês ainda estão juntos? - Perguntou não acreditando.
– Pois é. Estou passando uns dias na casa dele. Você sabe, assim não
precisamos usar os banheiros da faculdade. - O queixo dela caiu, a vaca demorou
alguns segundos para se recompor. - Tenha um bom dia Mary. - Falei saindo dali.
... Sentei em baixo de uma daquelas árvores gigantes e acendi um cigarro,
sorri ao lembrar que aquilo parecia mesmo com os filmes americanos, que eu assistia
quando adolescente.
Alec veio caminhando lentamente ao meu encontro, eu não sabia que bicho
tinha o mordido mas ele estava um porre.
– Me desculpe ok? Estou de mal humor hoje. - Eu não respondi nada,
continuei fumando. Ele se sentou ao meu lado. - Eu e minha mãe acabamos
discutindo hoje de manhã, e isso me deixou irritado. Me desculpe se descontei em
você. - Pediu. Soltei a fumaça do meu cigarro e o encarei.
– Eu tinha um namorado. Jacob, as vezes tinha essas crises de irritação.
Nós morávamos juntos, ele tinha um saco desses de boxe, em um dos quartos
vazios da nossa casa. Quando ele se irritava profundamente com alguma coisa, ele ia
até lá, e descontava todo o stress naquele saco. Ele não usava nenhum tipo de
proteção, as vezes ele batia tanto que suas mãos sangravam. Mas funcionava, ele saia
de lá muito melhor.
O ruim era quando não estávamos em casa. Ele ficava completamente mudo,
e quando eu tentava falar com ele, ele dizia: Agora não Is... Bella. Assim eu sabia que
ele estava nervoso e não falava com ele.
– É uma boa técnica. - Alec falou.
– É, costumava dar certo. Só falhou uma vez.
– E o que aconteceu? - Ele quis saber.
– Que horas vamos para a sua casa? - Ele percebeu que o assunto acabou ali.
– Podemos ir agora. - Apaguei meu cigarro e levantei dali.
– Vamos então.
... A casa de Alec era uma mansão, tipo aquelas de cinema. Tinha até um
campo de golf. E uma piscina que acho que era olímpica. Além de uma quadra de
tênis.
– Sua casa é um monstro. Você já se perdeu ali dentro? - Ele riu.
– Já, quando era menor.
– Quantos quartos tem?
– 15 suítes eu acho. - Uau. Ele abandou o carro na frente da entrada da casa. -
Minha mãe, costuma não ser muito simpática com a pessoas. Então se ela não falar
com você, não se preocupe. Ela mal fala comigo e com meu pai. A única exceção é
Jully. - Porque mesmo eu estava lá?
– Ok.
Ele saiu do carro e abiu a porta para mim. A entrada da casa era um corredor
gigante, repleto de fotos. Alec, seu pai, uma mulher que provavelmente era sua mãe,
Edward, e todos os Cullen. E muitas, muitas fotos da Kate e Jully.
O corredor dava em uma sala imensa, com um lareira gigante, uma televisão
de mutas polegas e um piano de calda bem no meio do lugar.
– Você toca piano?
– Minha irmã tocava e agora meu pai toca. Edward também costumava tocar.
– Edward sabe tocar piano? - Por essa não esperava.
– Ele tocava, não sei se ainda toca.
– Cadê Jully? - Eu quis saber.
– Ela não esta na sala, então deve ter saído com minha mãe. Vem vamos subir,
o quarto da bagunça é la em cima.
A parte de cima da casa me lembrava um hotel, com várias portas uma ao lado
da outra. Passamos pela porta Jully, pela porta Alec, e por muitas sem nome, até
chegarmos na porta música.
Alec abriu a porta e meu queixo caiu. Ele tinha uma sala de ensaio gigante em
casa.
Uma bateria enorme, algumas guitarras, baixos e um teclado. E pela
quantidade de amplificadores dava pra fazer um barulho ensurdecedor.
– Ta de sacanagem comigo. - Murmurei.
– É minha sala de ensaio. A maior parte do tempo eu passo aqui. Coloquei um
sofá confortável. Acabo deitando ali para ler e muitas vezes pego no sono.
Caminhei em direção a Gibson Les Paul, acabei quase babando em cima da
guitarra.
– Cara, isso é surreal.
– Põe a guitarra. - Falou sentando-se na bateria. - Vamos tocar.
– Tem certeza? - Ele rolou os olhos.
– Claro, anda põe logo isso. - Coloquei a guitarra, peguei uma palheta e ajeitei
o microfone.
– Certo. Vamos tocar o que?
– Algo que tenha um solo de guitarra. - Pensei por uns 10 segundos. E
comecei a música breaking de law, do Judas Priest. Aquele começo dispensava
qualquer aviso, sobre o nome da música. Tocamos aquela, e fomos puxando outras.
Alec pediu que eu tocasse Johnny B. Good e imitasse o Mcflay, do “De Volta
Para O Futuro”.
Eu me neguei a imitá-lo, mas depois de muita insistência e de ele prometer
que não riria eu aceitei. Me virei para ele e comecei a performasse, na parte do solo
eu pulei com um pé só, e depois me arrastei no chão, e tentei escorregar.
Acabamos dando muitas gargalhadas quando a música chegou ao fim. Mas
uma salva de palmas vindo da porta fez com que minha risada sumisse.
Capítulo 23 - Eu amo você

– Muito, muito bom, eu gostei disso. - Era o pai de Alec, junto com Jully que
batia palmas empolgada. Tinha uma mulher junto com eles, alta e muito magra, a pele
bronzeada, olhos azuis e cabelos loiros. Ela olhava bem séria para mim, deveria ser
ela a mãe de Alec.
A vergonha me fez ficar muito vermelha. Alec dava muitas risadas.
– Obrigado fãs, obrigado, muito obrigado. - Ele disse no microfone.
Jully correu ao meu encontro e me abraçou, já que eu ainda estava de joelhos
no chão.
– Bella, isso foi incrível, você precisa me ensinar como faz.
– Uma outra hora quem sabe. - Murmurei envergonhada.
– Você canta muito bem garota. - Senhor Thompson falou.
– Obrigada. - Sorri sincera.
– Bella, essa é minha mãe, Angelina. - A mulher continuava me olhando séria,
me deixando ainda mais sem jeito.
– Prazer em conhecê-la. - Acabei falando, já que ninguém dizia nada.
– Igualmente. - Ela se limitou a dizer.
– Olha só, comprei um tênis igual ao seu. - Jully apontou para o all star
vermelho em seus pés.
Tirei a guitarra e a coloquei no chão.
– Que bacana, é de botinha. - Ela sorriu. - Mas vou lhe contar um segredo,
senta aqui. - Ela sentou-se de frente para mim.
– O que é?
– Eu nunca amarro meus tênis.
– Não? Mas se não amarrar vou cair. - Eu ri.
– Olha o meu. - Nossos tênis realmente eram iguais.
– Você escondeu o cadarço. - Ela tentava entender. Desamarrei o tênis e tirei
do pé dela.
– Você tem que deixar bastante folga no cadarço, quando passa ele nessas
casinhas. - Ela olhava atentamente, eu afrouxando o cadarço. - Isso diminui o
tamanho dele. Tá vendo? - Ela confirmou com a cabeça. Eu coloquei de novo o tênis
no seu pé, e peguei o outro, fazendo o mesmo procedimento. - Se o que sobrar ficar
curtinho, você pode deixar assim mesmo, mas se sobrar um pedaço maior você
esconde ele dentro do tênis igual ao meu. O seu ficou bom desse jeito, não precisa
por para dentro. - Ela olhou admirada e em seguida sorriu.
– Obrigada. - Seus olhos ainda estavam nos tênis.
– Não acha que mereço um beijo? - Em questão de segundos ela se pôs de pé
me abraçou e me beijou. Além de me derrubar e subir para cima de mim.
– Viu, fiz igualzinho Edward. - Dei risada. Eu avisei ele para não fazer certas
coisas na frente dela.
– Como foi a balada ontem? - Pela careta nela, nada boa.
– Não muito boa. Não tinha nenhuma criança e a música era muito ruim. O tio
Alec não quis tocar rock and roll.. - Alec e seu pai darem risada.
– Você é muito mau tio Alec. - Peguei no pé dele.
– Sou nada, fiz companhia para ela a festa toda, essa mal agradecida. - Alec se
fez de ofendido.
– Podemos tocar rock and roll agora. - Senhor Thompson saiu da porta e
entrou no quarto, indo em direção ao contra baixo.
– Vamos descer Jully, eles vão fazer barulho. - A mulher realmente não
parecia ter paciência.
– A não vovó, quero ficar aqui com eles.
– Desça comigo, nós podemos jogar vídeo game. - Ela insistiu.
– Não, quero ficar aqui. - Ela não convenceria Jully.
– Deixa ela Angelina. - O homem impôs, a fazendo bufar. O barulho
ensurdecedor que ela fez ao fechar a porta, mostrava que ela não deveria estar nada
feliz.
– Ela é um pouco estressada. - Disse em tom de desculpas.
– Vamos tocar rock and roll. - Jully vibrou descontraindo o clima.
– Claro, assim que você sair de cima de mim, nós podemos começar. - Ela riu
e se impulsionou para levantar, mas aparentemente algo em mim, chamou sua
atenção.
– Que foi? - Quis saber.
–Você e Edward são muito desastrados. - Ela me deixou sem entender.
– Por que?
– Você andou batendo o pescoço, igualzinho a ele. - O pai de Alec caiu na
gargalhada. - Aonde você bateu? - Ela continuou.
– Não lembro. - Com certeza eu estava vermelha.
– Como vocês se machucam desse jeito e não lembram? Já viu o tamanho
disso? - Ela me deixava cada vez mais sem jeito.
– Jully? - Alec chamou, a fazendo o olhar. - O rcok and roll lembra? - Graças
a Alec ela pareceu esquecer do meu pescoço, e saiu de cima de mim. Murmurei um
obrigada para ele o fazendo sorrir.
Tocamos uma meia hora, o pai de Alec era um ótimo baixista e cantava muito
bem também.
Jully tocava uma guitarra desligada, e fazia muitas caras e bocas, nos fazendo
rir a todo momento. Combinamos de tocarmos juntos mais vezes, antes de desligar os
instrumentos para começar o trabalho.
Senhor Thompson, ou melhor Tyler, como ele quase me obrigou a chamá-lo,
nos deixou sozinhos e disse que cuidaria do jantar.
Acabamos tudo perto das 21:00 e fomos para cozinha, pelo cheiro que vinha
de lá, só podia estar rolando um cachorro quente.
Acho que comi uns 3 ou 4. A tal Angelina ficou na cozinha conosco mas não
falou nenhuma palavra. As vezes ela olhava como se quisesse me bater e aquilo me
assustava. Fiquei aliviada quando o interfone tocou e ela foi ver quem era. Bom, não
tinha a mínima ideia de quem poderia ser o santo, mas a fez sorrir e nos deixar
sozinhos.
Ficamos conversando sobre antigas bandas de rock, e o declínio da música.
Jully prestava atenção em cada palavra dita, como se entendesse absolutamente tudo
sobre o assunto.
Uns 10 minutos depois a mulher voltou fazendo Jully correr, pensei que fosse
para ela, mas quando a garota berrou Edward, soube que ele estava ali, me virei para
vê-lo.
– Boa noite. - Ele parecia um pouco acuado.
– Deus do céu, tenho medo que o mundo despenque na minha cabeça. - Tyler
disse, e levantou-se para cumprimentá-lo. Já Alec, murmurou um boa noite e
continuou comendo.
– Eu disse que qualquer dia aparecia não disse? - Falou, apertando a mão do
homem.
– Edward querido, quer comer? - Nossa, ela sabia como ser simpática e
educada.
– Não Ange, obrigado.
– O que veio fazer aqui? - Jully era direta. Ele sorriu para ela e olhou para
mim.
– Essa é fácil. Vim buscar minhas garotas - Acabei sorrindo para ele. - Se
sente melhor Bella?
– Sim. Não senti mais nada hoje. - Foi a vez dele sorrir.
– Bella estava doente? - A garota quis saber.
– Estava. Coisas de mulher, um dia você vai saber. - Edward explicou.
– Dinda Ali, diz que essas coisas de mulheres não são nada boas. - Todos nós
gargalhamos.
– Ela está completamente certa. - Concordei. Ela me olhou séria.
– Já sarou? - Perguntou preocupada. - Nós podemos ligar para o papai, ele nos
diz um remedinho. - Sorri com sua preocupação, não existia criança mais fofa.
– Já sarou princesa. Seu papai Edward me deu um remedinho. - As bochechas
dela ficaram vermelhas e ele a beijou.
– Vamos embora? - Ele convidou.
– O que vamos fazer hoje? - Ela estava com a corda toda.
– Dormir. - A ideia não pareceu animá-la.
– Posso dormir com vocês?
– Podemos negociar... - Ele respondeu olhando para mim.
– Por favor, eu prometo não falar nada quando vocês se beijarem. - O pai de
Alec voltou a rir, e eu a ficar vermelha.
– Ok, vamos embora. - Falei levantando da mesa. Edward também ria. Já a
mulher me olhava com a cara cada vez mais feia.
– Onde estão suas coisas? - Edward perguntou a Jully.
– Lá no meu quarto. - Ele a pôs no chão.
– Corre lá então, para podermos ir.
– Eu vou com você querida. - Angelina disse. - Não quer subir Edward?
– Hoje não Ange, vamos esperar na sala.
– Ok. - Ela parecia outra pessoas com Edward. Completamente simpática e
sorridente.
– Bella é uma ótima música. - Tyler disse para ele.
– É, eu sei que é.
– Sempre tão exagerado. - Falei olhando para ele.
– Vamos embora. Boa noite Tyler, obrigado por cuidar de Jully. - Edward
apertou a mão do homem de novo.
– Bom saber que você está voltando. A vida segue rapaz. - Falou para Edward
que sorriu sincero.
– Boa noite Alec. - Edward murmurou.
– Boa noite. - Alec respondeu meio a contra gosto.
– Tchau Tyler, apareça nos nossos ensaios, vamos tocar mais juntos.
– Vou aparecer lá com Alec, pode ter certeza.
Corri até Alec e beijei seu rosto o fazendo sorrir. - Até amanhã tio Alec.
– Até, tente não chegar tarde. - Fiz prestar continência.
– Entendido capitão.
Edward me puxou pela mão até na sala, os dois ficaram lá na cozinha.
Jully ainda não tinha decido. Olhei para o piano e lembrei do que Alec tinha
me dito.
– Fiquei sabendo que sabe tocar piano. - Ele me olhou meio surpreso.
– É, eu tocava. Não toco mais.
– Toca para mim? - Pedi.
– Não Bella, peça qualquer outra coisa, menos isso.
– Por favor Edward. Eu quero muito ver você tocando. Por favor, faz isso por
mim. Por favor? - Lhe lancei um olhar pidão, como Jully fazia.
– Você está ficando perigosa igualzinho a Jully. - Ele murmurou.
– Isso é um sim? - Ele me olhou por um tempo e me puxou para o piano, me
sentei ao seu lado.
– Vamos ver se o livro ainda é o mesmo. - Ele foleava o tal livro a procura de
uma música. Assim que a encontrou ele arrumou certinho a partitura, esticou e
estralou os dedos e tocou em algumas teclas do piano.
Parou por um tempo e olhou para mim, depois fechou os olhos.
http://www.youtube.com/watch?v=rxHlo9TmRQc&feature=fvsr
I was a quick wet boy
Ele cantou a primeira frase da música e em seguida começou a tocar o piano.
Diving too deep for coins
All of your straight blind eyes
Wide on my plastic toys
And when the cops closed the fair
I cut my long baby hair
Stole me a dog-eared map
And called for you everywhere
Have I found you?
Flightless bird, jealous, weeping
Or lost you?
American mouth
Big bill looming
Now I'm a fat house cat
Cursing my sore blunt tongue
Watching the warm poison rats
Curl through the wide/white fence cracks
Kissing on magazine photos
Those fishing lures thrown in the cold and clean
Blood of Christ mountain stream
Edward ficava divino daquele jeito, naquele piano. Ele não abriu os olhos por
um segundo se quer, e eu desejei muito saber o que se passava na sua cabeça.
Have I found you?
Flightless bird, climbing, bleeding
Or lost you?
American mouth
Big bill, stuck going down
Só quando o silêncio voltou a reinar na sala foi que ele abriu os olhos, e os
fixou em mim.
– Gostou? - Uma mecha de seus cabelos caiu sobre seus olhos. Passei minha
mão por ali, para ajeitar.
– Muito. Você parece alguma espécie de anjo quando está tocando. - Ele me
escorregou para mais perto. Sua mão tocou meu rosto me fazendo fechar os olhos,
senti sua respiração batendo no meu rosto.
– Bella. - Ele murmurou. - Eu a..
– Por favor, não façam isso aqui. - Era a voz de Angelina e ela parecia
implorar. Levantei de onde estava, me distanciando de Edward.
– Eles fazem isso o tempo todo. - Jully murmurou.
– Pelo amor de Deus Angelina. - Tyler apareceu por ali, pelo jeito ele estava
nos espiando. - Kate está morta.
– Vocês nem parecem lembrar que um dia ela existiu. - A mulher disse brava.
– Ok. - Cochichei para Edward. - Vou esperar lá fora.
– Essazinha ai, está querendo roubar o lugar dela. - Apontou o dedo me
acusando, meu sangue ferveu.
– Não fala assim de Bella. - Edward ordenou. Eu a encarei séria.
– Eu não estou querendo roubar o lugar de ninguém, até mesmo porque, pelo
que eu sei, sua filha está morta. Mas não se preocupe comigo, Edward e eu não temos
nada, fique tranquila.
– Você não deve explicações Bella. - Alec apareceu ali também.
– Bella, Bella, Bella eu não posso mais escutar falar de você. É Jully, Alec e
agora Edward e parece que Tyler também vai entrar na onda. - A mulher estava
descontrolada.
– Não brigue com ela vovó. - Jully pediu. Eu estava prestes a explodir.
– Espero vocês do lado de fora. - Falei saindo dali.
Aquela mulher era maluca, descontrolada e neurótica. Quem ela pensava que
era para falar de mim daquele jeito?
Acendi um cigarro e chutei muitas vezes o pneu do carro de Edward.
– Inferno, inferno, inferno. - Murmurei ainda batendo no pneu.
– Você está brava? - Ouvi a voz de Jully tristonha.
– Não princesa. - Respondi respirando fundo.
– Parece. - Falou se sentando na escada e apoiando a cabeça sobre os braços.
– Estou nervosa, mas não é com você.
– Vovó diz que você quer roubar o lugar da minha mãe. - Ela estava realmente
triste.
– É, eu ouvi. - Murmurei.
– E você quer? Quer ser minha mãe? - Ela murmurou. Maldita Angelina, a
mulher queria por a garota contra mim.
– Não Jully. Sua vó, não sabe o que diz. Eu não quero roubar o lugar de sua
mãe, nem nada disso. - Pela primeira vez, desde que a conheci, ela ficou quieta. Eu
voltei a fumar meu cigarro, mas eu a ouvi chorrar. Ela estava com a cabeça escondida
entre as pernas. Joguei fora o cigarro e fui até ela.
– Hey princesa, o que foi? Porque está chorando - A aninhei no meu colo, ela
escondeu o rosto com as mãos.
– Papai diz que eu sou uma boa garota, mas eu não sei. Edward não gostava
de ser meu pai. E você, você ficou brava quando vovó disse que você pegaria o lugar
de minha mãe. - Céus, eu a tinha magoado. Para ela, era uma coisa boa, a mulher ter
me acusado de querer pegar o lugar de sua mãe. Pelo que entendi ela queria que eu
fizesse isso.
Tirei suas mãozinhas da frente do seu rosto e enxuguei suas lágrimas.
– Hey, não foi isso que eu quis dizer. Você é uma ótima garota, a garota mais
esperta, linda e carinhosa que eu conheço. Ficaria feliz de ter uma filha assim.
– Você não está mentindo? - Perguntou com mais lágrimas nos olhos. Aquilo
me angustiava. Como eu pude ter a deixado daquele jeito.
– Não, claro que não. Olha, vou lhe contar um segredo, eu nunca contei isso
para ninguém, porque é uma coisa que me deixa muito, muito triste.
– O que é? - Perguntou secando as lágrimas.
– Uma vez... A algum tempo atrás, eu encomendei um bebê. - Ela arregalou os
olhinhos.
– Sua barriga cresceu? - Eu ri.
– Cresceu, cresceu muito. Mas, um dia eu bati de carro, e o bebê acabou
morrendo, junto com a minha prima que eu disse para você que mora no céu.
Lembra? - Ela balançou a cabeça afirmando.
Eu não pude ver esse neném, porque fiquei algum tempo no hospital, e
quando acordei, já não estava mais na minha barriga. Mas, eu soube que era uma
garotinha.
Antes de conhecer você, sempre que eu pensava nela, eu não tinha uma
imagem formada na minha cabeça, de como ela seria. Mas agora, quando eu penso
sobre isso, quando ela me vem a cabeça eu a imagino assim, parecida com você. - A
garotinha sorriu.
– Você está triste agora?
– Um pouquinho, mas se você me abraçar, passa. - Ela ficou de pé e me
abraçou. Não me dei conta de em que momento meus olhos tinham se fechado, mas
eu abraçava apertado, matando a saudades de alguém que eu nem conheci mas que
sentia tanta falta.
– Amo você. - Ela falou sem me largar. Eu sorri largo.
– Eu também amo você. - Murmurei. Me dei conta do que eu tinha acabado de
dizer. Aquilo tinha saído da minha boca? Finalmente, eu pude dizer aquela frase?
Sim, eu tinha conseguido. Comecei a rir alto. - Amo você, eu amo você, amo você. -
Murmurava rindo sem parar, fazendo ela rir junto comigo.
– Hey Edward, você estava ai. - Jully o chamou, me fazendo enrijecer. Teria
ele ouvido nossa conversa?
-Estava. - Ele sentou-se ao meu lado e buscou insistentemente meus olhos,
mas eu não o encarava.
- Podemos ir embora agora? - Perguntei querendo sair dali.
– Bella, olha para mim. - Ele pediu, eu continuei sem encará-lo mas suas
mãos seguraram meu rosto para que eu o olhasse. - Está tudo bem. Me conte quando
você se sentir a vontade para contar.
– Ok. - Murmurei.
– Contar o que em? - Jully perguntou.
– Você anda querendo saber demais garota. Vem aqui.- Ele a tirou dos meus
braços e a sentou do seu lado. - Esse é aquele momento em que você tem que fechar
os olhos. - A garota colocou as mãos na frente dos olhos e Edward aproximou seu
rosto do meu.
– Não vamos fazer isso a... - É, eu não terminei a frase, ele já estava me
beijando.
– Arrrgg.. O que a sua língua tá fazendo na boca dela? - Minha gargalhada
interrompeu completante o beijo.
– Que coisa menina, não disse para fechar os olhos? - Edward tentava parecer
sério.
– Disse, mas esses barulhos me deixam curiosa. - Continuei rindo, enquanto
Edward visivelmente tentava parecer sério.
– Agradeça sua curiosidade por ter que dormir no seu quarto hoje. - Ela o
olhou apavorada.
– Ah não, ah não Edward. Por favor não. Eu prometo não espiar mais, vou
ficar quietinha quando vocês fizerem essas coisas nojentas. Eu prometo, prometo.
– Tarde demais. - A garota veio até onde eu estava e segurou minhas mãos.
– Por favor Bella, pede para ele. Prometo ser boazinha, vou me comportar. -
Ela quase suplicava. Tentei parar de rir e olhei para Edward.
– A culpa é sua, já disse para não fazer isso na frente dela. - Ele me olhou
incrédulo. - Não se preocupe princesa, se Edward não deixar você dormir no quarto
dele, eu durmo com você.
– O que é isso? Estão armando um complô? - A garota estava abraçada a mim,
e escondeu o rosto.
– Mulheres unidas, jamais serão vencidas meu caro. - Levantei dali com ela
no colo.
– Agora vamos, quero todo mundo no banho antes de dormir. - Jully deu
risada.
– Você tá parecendo minha mamãe Esme. Ela é assim mandona. - Edward
levantou-se também.
– Melhor obedecermos o capitão. - Ele tirou ela dos meus braços e a levou
para o carro.
– Fique ai quietinha, e nada de espiar. - Pude ouvi-lo murmurar.
Depois disso ele voltou-se para mim.
– Como sou o segundo no comando também posso dar ordens. - Eu ri. Ele me
puxou pelo braço e me prensou na caminhonete. - Adoro quando fica mandona sabia?
- Seus lábios no meu pescoço me fizeram ficar arrepiada.
– A garota está no carro Edward. - Falei enquanto ainda era possível.
– Os vidros são pretos, e suas costas são a única coisa que ela pode ver. -
Ronronou no meu ouvido me fazendo suspirar. - Não parece tão mandona quando eu
estou tão perto de você. - Ele provocou.
– Não me provoque. - Ele sorriu e voltou a beijar meu pescoço.
– Céus Edward, o que está fazendo? - Falei soltando o ar.
– Sabe quanto tempo faz que não sinto seu corpo junto ao meu? Quase dois
meses Bella. Não imagina como eu sinto falta. - Sim, eu sabia. Todas as malditas
noite eu pensava sobre aquilo. Sobre a falta que me fazia.
– Eu posso imaginar. - Ele trilhou um caminho de beijos e mordidas do
pescoço até meu ouvido, me fazendo arfar.
– Quando meus pais voltarem de viagem, eu vou te sequestrar por um final de
semana. Vou te levar para longe daqui. Um lugar onde só exista nós dois, e nenhum
Cullen para nos atrapalhar.
Eu vou te despir lentamente, e em seguida vou beijar, morder e lamber todo o
seu corpo. - Aquilo era tortura, só podia ser. Meu cérebro pervertido imaginava tudo
aquilo. - Depois de fazer isso, eu vou me deliciar com seu gosto. Ah o seu gosto, você
não tem ideia de como ele me deixa insano. - Minha respiração estava forte, e meu
coração martelava freneticamente, Edward me enlouqueceria, eu tinha certeza que me
enlouqueceria. - Você gosta quando eu faço isso?
– É. - Foi o que consegui murmurar.
– É o que? - Ele mordiscou o lóbulo da minha orelha. E minhas mãos
agarraram seu cabelo.
– Céus Edward. - Disse soltando o ar. - Sim, eu gosto, muito.
– Que bom. - Sorriu sacana, com os olhos cheios de desejo. - Depois de fazer
isso tudo, eu vou me unir a você, lentamente. E nós vamos fazer isso de vagar, como
nunca fizemos antes. Um olhando nos olhos do outro. Quero olhar nos seus olhos
quando você estiver alcançando o ápice, eu quero chegar junto com você. - Deus, eu
acabaria o agarrando ali mesmo. O que ele estava pensando? Aquela voz rouca e
baixa, junto com aquele monte de sacanagem, deixaria até minha vozinha molhada.
– Você quer fazer isso Bella? - Minha respiração não poderia ficar mais
irregular.
– Quero. - Ele sorriu e eu não aguentei mais, o beijei, com todo desejo e
vontade existentes no meu corpo, mas ele se separou de mim rapidamente.
– Calma Bella, calma. Isso não vai ser hoje. Primeiro porque Jully está no
carro, segundo porque você está temporariamente indisponível. - Ele sorriu sarcástico
enquanto eu tentava controlar minha respiração.
– Seu filho da mãe. - Disse arfando o fazendo rir.
– Um banho frio vai te ajudar. - Falou antes de se virar e ir para dentro do
carro. - O que ele fez comigo? Ou melhor o que ele fazia comigo? Como me deixava
naquele estado. Eu arfava como se tivesse corrido meia maratona.
Esperei alguns minutos para tentar me controlar antes de entrar no carro.
Quando me senti menos quente eu entrei. Edward ria como um idiota.
– Você me paga Cullen, não deveria mexer com quem está quieto. - Disse
bastante séria e ele parou de sorrir.
– Isso é uma amostra de como me sinto todos os dias, quando sua pele encosta
na minha. E eu não estava brincando quando falei de um final de semana só nosso. -
Ele cochichou para que a garota não ouvisse. - Aliás, eu não estava brincando em
nada que disse. - Falou com um sorriso sacana.
– Por que cochicham tanto? - A garota quis saber.
– Coisas de adultos querida. - Edward respondeu. Eu ainda estava me
recuperando para poder falar alguma coisa.
– Saco, tudo é coisa de adultos. - Ela se lamentou nos fazendo rir.
Eu realmente precisei de um banho frio quando cheguei em casa.
... As semanas com aqueles dois passavam voando, e quando dei por mim, já
estávamos na nossa última sexta-feira.
Edward e eu não evoluímos em nada no quesito finalmente, já que a garota
dormiu todos os dias conosco. Era tão frustrante dormir com ele todas as noites sem
poder tirar casquinha.
Isso era motivo de muita zoação das minhas queridas amigas. Alice, Rose e
Elizabeth, elas viviam fazendo piadas, e tudo que eu podia fazer era rir junto. Ficou
pior quando Emmett e Jasper descobriram, Edward também não teve mais paz.
Tirando nossas frustrações sexuais, aquelas semanas foram o máximo, nós
três fizemos muitas coisas juntos e demos muitas risadas.
Edward as vezes era mais infantil do que Jully, sobrando para mim a função
de ser a adulta da casa. Ele não apagava as luzes ao sair dos cômodos, deixava a
toalha molhada em cima da cama, assim como as roupas sujas. Reclamava quando eu
pedia para ele levantar do sofá e ir lavar a louça. Me imitava quando eu dava alguma
ordem, e fazia planos contra mim.
Eu era constante vítima de guerras de travesseiro e ataque de cócegas. Jully
até tentava me defender, mas Edward podia com nós duas sem muito esforço.
Sempre que eu pedia para ele desligar a TV e ir dormir ele resmungava, mas
assim que eu virava as costas ele já estava atrás de mim me paparicando.
Jully e eu estávamos cada vez mais unidas, e isso muitas vezes deixava
Edward com ciúmes.
Ela me abraçava, beijava e dizia coisas fofas o tempo todo. E sempre brigava
com Edward quando ele me atacava. Nós duas éramos um time. E quando queríamos
alguma coisa, Edward não deveria nem pensar em nos negar, já que como castigo nós
os excluíamos de nossas conversas.
Ele vivia resmungando algo como, "Imagina quando Jully crescer e vocês
duas ficarem de TPM, o que vai ser de mim?"
Alec me deixou em casa sexta a noite. Tivemos que ensaiar depois da aula, já
que no dia que era para termos feito isso, eu estava na casa dele, fazendo trabalho e
escutando baboseiras de sua mãe alucinada.
Os Cullens iriam passar aquele final de semana conosco, e pelo barulho que
eu podia ouvir lá de fora, já estavam todos ali. Acho que a risada de Emmett podia se
propagar por quilômetros.
– Olá crianças. - Disse aparecendo na sala, onde estavam quase todos.
Jully que estava sentada no sofá aparentemente tentando socar Emmett,
levantou-se e veio correndo ao meu encontro. Nessas três semanas aprendi como
pegá-la sem me desequilibrar.
– Você demorou. - Protestou no colo.
– Desculpe. Assim que o ensaio acabou eu vim, não fiquei de papo nem um
minutinho. - Dei um beijo estalado em sua bochecha.
– Cadê meu beijo? - Pedi, ela me beijou imediatamente. - Como foi seu dia? -
Eu quis saber.
– Não muito bom, você e Edward demoraram hoje. E faz pouco tempo que
todo mundo resolveu aparecer.
Sabia que meu dindo e o tio Emmett estão cozinhando? - Nem ela parecia
acreditar.
– Acho isso altamente perigoso. - Ela deu risada. Percebi que todos estavam
parados nos assistindo.
– Por que eles vivem fazendo isso? - Jully pareceu perceber a mesma coisa.
– Boa pergunta. Também gostaria de saber. - Odiava quando eles faziam
aquilo. Era como se nós duas fossemos alguma espécie de ET. Coloquei ela no chão e
caminhamos até onde eles estavam. Me joguei no sofá ao lado de Emmett, e Jully
sentou no colo de Alice. Eles voltaram a prestar atenção na TV.
– O que estão assistindo? - Perguntei.
– Um especial sobre vampiros na Discovery. - Emmett parecia empolgado.
– Vampiros? Tá passando isso de novo? Vocês realmente não tem nada para
fazer não é? - Disse zoando.
– Eles matam pessoas e bebem o sangue delas. E os olhos deles são
vermelhos, e a pele é gelada. - Jully relatou assutada.
– Eles não existem pequena, são só mitos bobos. Inventaram um monte de
histórias bobas, dizem que eles dormem em caixões e não podem sair na luz do dia.
Mas são tudo coisas de Hollywood para ganhar dinheiro. - Ela sorriu.
– Igual ao Shrek? - A garota era esperta.
– Exatamente.
– Bella, você está desatualizada. Agora eles não dormem mais, eles não
podem fazer isso. - Alice contou.
– E além de tudo, eles podem sair na luz do dia, sendo que não tenha sol. -
Rose continuou.
Eu dei risada. Que espécie de vampiros eram aqueles? Seria aquilo uma
evolução?
– Só falta vocês me dizerem que eles não matam mais pessoas, e sim animais.
- Falei sarcástica.
– Quem não mata mais pessoas? - Edward estava descendo as escadas. Ele
passava as mãos nos cabelos molhados, para deixá-los bagunçados. Céus aquele
homem me tirava o ar.
– Vampiros. - Murmurei desviando meus olhos do corpo dele.
– Mas eles não existem, são só invenções de Hollywood para ganhar dinheiro.
- Jully contou a ele, fazendo todos rirem.
– Não acredito que estão assistindo o especial sobre isso na Discovery. Eu não
sabia que iria reprisar. Tentei ver essa semana, mas Bella me mandou dormir. - Mais
risadas vieram, só então Edward se deu conta do que falou.
– É isso ai Bella, manda quem pode obedece quem tem juízo. - Rose disse
rindo.
– As mulheres mandam maninho, aprenda isso. Acho que já aprendeu. - Alice
continuo a zoação.
– Já está assim mandadinho Edward? - Emmett deu gargalhada.
Olhei para Edward prendendo o riso.
– Se entregou sozinho. - Murmurei levantando do sofá e indo de encontro a
ele.
Enquanto os outros riam e continuavam com as piadinhas, Edward aproveitou
para conversar comigo.
– Como foi seu dia?
– Cansativo, acho que preciso de férias. - Ele sorriu.
– Meus pais estão chegando, vou te levar para um final de semana de férias. -
Sorri sacana.
– Não pretendo descansar nesse tal final de semana. - Foi a a vez dele sorrir. -
Vou tomar um banho, não deixe eles destruírem a casa.
Ah, pelo jeito Jasper está na cozinha, cuide para que nada pegue fogo. - Antes
que eu pudesse subir as escadas ele me puxou e me deu um selinho.
– Huuummmm... - Ouviu um couro atrás de nós, o que me faz rir.
– Presentem atenção nos vampiros crianças e nos deixem em paz. - Disse
subindo as escadas.
Enchi a modesta banheira do "meu quarto" e tomei um banho demorado, e
relaxante. A única coisa que estava para fora da espuma era o cigarro que eu fumava.
Quando me senti completamente relaxada sai dali. Coloquei meu pijama,
penteei meus cabelos e desci.
Já estavam todos na cozinha jantando. Jasper fez o macarrão e Emmett o
molho. Ficou uma macarronada meio grudenta, mas aquilo não me importou, com a
fome que eu estava seria capaz de comer tudo sozinha.
Como cheguei por ultimo e terminei por último, a louça acabou sobrando para
mim. Enquanto isso eles voltaram para sala para assistir o monstro que eu mais
odiava, que atendia pelo nome de Shrek.
Lavei tudo tranquilamente e depois fiz uma panela enorme de brigadeiro,
dividi em 4 tigelinhas. Quando voltei para sala, estavam todos deitados em colchões
de ar, que eu não fazia a mínima ideia de onde tinham surgido.
Distribui as tigelinhas e me estiquei no sofá, que era o único lugar vago.
Emmett ria alto com o burro, e aquilo me fazia rir também. Não do burro, mas
sim das risadas de Emmett, ele parecia uma criança grande.
Jully que estava deitada em cima de Edward, murmurou algo com ele e com
Rose, que estava do seu lado. O cochicho dos três mobilizou todos dali, pelo jeito
estavam arrumando um lugar para mim.
– Vem aqui do nosso ladinho. - Ela pediu. Não existia criança mais fofa no
mundo. Levantei com preguiça e tentei não pisar em cima dos outros.
Edward esticou o braço para que eu deitasse minha cabeça.
A garota pegou minha mão e juntou as deles, como tinha feito no dia que nos
conhecemos. Sorri com a lembrança, e pelo jeito Edward também lembrou. Ele
beijou minha mão e em seguida a cabeça da garota, e voltamos a prestar atenção no
monstro idiota.
O filme não estava nem na metade quando Jasper começou a roncar, nos
fazendo rir. Emmett tentou fazer uma gracinha, mas Alice não deixou.
Eu também já estava quase dormindo, resolvi levantar e ir deitar na cama.
– Gente eu vou dormir. - Anunciei me sentando .
– Acho que é uma boa ideia. - Edward bocejou a frase.
– Então eu também vou. - Concluiu a garota. Rose deu risada.
– Jully, fica aqui com a tia mais um pouquinho. - Ela pediu, mas a garota
balançou a cabeça negativamente.
– Vou com eles.
– Ah Jully, fica só um pouquinho. Tenha dó dos seu pai, ele está necessitado. -
Emmett falou, me fazendo lançar um olhar de repreensão.
– Do que você está necessitado Edward? - Ela quis saber.
– De uma noite de loucuras. Olha para ele, o coitado só fica na vontade. -
Emmett continuou. Rose o bateu.
– Vontade de que? - Bufei irritada olhando para Emmett.
– Parabéns Emmett, agora responda todas as perguntas dela. - Falei brava.
– Seu pai é um homem, e sua quase mãe é uma mulher. Quando eles estão
perto demais, ou se beijando eles sentem vontade de... - Eu não podia acreditar
naquilo.
– Pelo amor de Deus Emmett, cala essa boca. Você não vai dizer isso para
uma criança de 4 anos. - Levantei brava dali. O outros ainda estavam incrédulos com
o que ele iria falar. - Ficou maluco? Perdeu de vez o juízo? - Eu estava indignada.
– Por que está brava? Eu não estou entendendo nada. - A garota reclamou.
– Seu tio tem alguns parafuso a menos. - Edward também parecia aborrecido.
– Não vão me contar o que acontece? - Lancei outro olhar raivoso para
Emmett.
– Não acontece nada. - Respirei fundo tentando me controlar. - Jully, isso é
um assunto de adultos, eu não posso te explicar.
– Não pode me explicar por que beija Edward na boca se não são
namorados? - Eu mataria Emmett.
- As pessoas se beijam na boca, quando se gostam. - Rose ajudou.
– Então você gosta de Edward? - Ela quis saber.
– De uma certa forma, gosto.
– Então por que não namoram? - Ah Emmett, vou fazer você em pedacinhos.
– Porque não é a forma certa de gostar, para namorar. Eu gosto dele, mas não
da forma que Rose gosta desse sem miolo, por exemplo. - Ela coçou a cabeça.
– Não consigo entender.
– Você vai entender, quando for maior. Prometo te explicar melhor, quando
tiver idade para isso. Por enquanto não se preocupe com isso ok? E nem dê ouvidos
para Emmett, ele não sabe o que fala. - Ela levantou-se e caminhou até onde eu
estava.
– Você promete que um dia me conta? - Pediu me fazendo sorrir.
– Prometo. - A peguei no colo. - Agora vamos dormir? - Ela concordou e
deitou a cabeça em meu ombro.
– Você não vem Edward? - Jully quis saber.
– Que Edward o que garota? Chame ele de pai. - Alice a deixou constrangida.
– Preciso concordar com sua dinda, nunca vai chamá-lo de pai? - Perguntei
baixinho.
– É estranho chamá-lo assim. - Ela respondeu escondendo mais o rosto.
– É só até você se acostumar, depois fica fácil. As vezes você chama que eu
ouço. Não precisa ficar com vergonha. - Murmurei tentando olhar para ela.
– Jully, qualquer garota ficaria com inveja de você, vendo o pai bonitão que
você tem. - Rose falou. A garota não disse mais nada, continuou escondendo o rosto
no meu ombro.
– Vamos subir. - Olhei para Edward. - Te encontro lá me cima. - Ele sorriu um
pouco triste.
– Já estou subindo.
Subimos as escadas em silêncio, já que a garota parecia acuada. A levei para
por o pijama e escovar os dentes, e por incrível que pareça fizemos isso em silêncio.
Da última vez que ela ficou tanto tempo em silêncio acabou chorando.
A coloquei na cama e apaguei a luz, depois me deitei ao seu lado. Ela suspirou
e deitou-se em cima de mim.
– Quer conversar? - Perguntei.
– Acha que eu sou mau? - Ela quis saber.
– Não. Tenho certeza que não é mal. Acho que é a criança mais maravilhosa
do mundo.
– Então por que tenho vergonha de chamar Edward de papai? - Ela se
lamentou.
– Porque não está acostumada. - Minhas mãos alisavam seus cabelos.
Quando você nasceu, Edward teve que ficar um tempo longe. Você conviveu
esse tempo com Carlisle e Esme. Como ouvia Emmett e Alice, os chamando de pai e
mãe, você aprendeu a chamá-los assim também.
E é por esse mesmo motivo que chama Edward de Edward, as pessoas o
chamavam assim e você aprendeu.
– Por que ele ficou um tempo longe?
– Por que quando sua mãe morreu, ele ficou muito, muito triste. Sem saber o
que fazer, acho que ele não sabia como seguir em frente.
– Mas por você eu resolvi voltar. - Edward nos surpreendeu ao entrar no
quarto. - Mesmo sem saber o que fazer, eu voltei. - Ele deitou-se ao nosso lado. -
Porque de uma coisa eu tinha certeza, não poderia abandonar você. Você é o que eu
tenho de mais valioso no mundo.
Eu queria explicar muitas coisas para você, mas são coisas que você não
entenderia agora, ainda é muito pequena para toda essa história.
– Por que nunca me falou sobre minha mãe?
– O que quer saber sobre ela? - Edward tentava parecer tranquilo, mas eu
sabia que não estava.
– Meu vô sempre me diz que meu sorriso é igual ao dela. É verdade?
– É. - Ele sorriu. - É verdade sim, é inevitável ver você sorrindo e não lembrar
da Kate. Seu nariz meio empinadinho também é parecido com o dela, o jeito que coça
a cabeça.
– Ela era legal?
– Era. Adorava contar piadas. A maioria não tinha graça nenhuma, mas ela
sempre arrumava um jeito de fazer todo mundo rir. E dançar, ela amava dançar. Não
podia ouvir uma música que já começava a se mexer.
Foi ela que escolheu o seu nome, desde que éramos crianças ela sempre dizia
que sua filha se chamaria Jully.
– Você gosta do meu nome? - Perguntou um pouco preocupada. Eu me sentia
uma intrusa ouvindo a conversa dos dois.
– Amo. É o nome da princesa mais linda e carinhosa do mundo. Eu amo tudo
em você, você é o meu milagre Jully. Meu pequeno milagre.
Eu tenho plena certeza que Deus existe quando eu olho para você, e lembro de
todos os problemas que você teve que enfrentar mesmo antes de nascer. Sim ele
existe, e me deixou ficar com você. - Eu não precisava enxergar direito para saber
que Edward estava chorando.
Peço que me desculpe, porque sei que não sou um pai legal. Eu não cuido de
você como você merece. Sei que sou um babaca. - As lágrimas da garota, também
caiam, molhando minha camiseta. - Mas eu amo você, acredite em mim. Eu amo
muito você. Me desculpe se algum dia eu fiz você pensar ao contrário. Eu agradeço a
Deus todos os dias por ele ter me deixado ficar com você.
E não importa se algum dia você vai começar a me chamar de pai ou não. Eu
sei que sou seu pai e isso basta, vou continuar amando você do mesmo jeito.
Não importa o lugar que eu esteja. Perto ou longe de você, vou sempre
carregar você comigo, na minha memória e no meu coração. - Ele terminou
fungando.
Aquelas palavras eram tão simples mas tão profundas. Os dois estavam
chorando, uma em cima de mim, e o outro do meu lado. Eu queria abraçá-los e dizer
alguma coisa, mas sabia que nem deveria estar ali.
A garota saiu de cima de mim e se jogou nos braços de Edward. E tudo que eu
ouvi por algum tempo foram soluços de ambas as partes. Aquela era uma cena
comovente, tinha certeza que se conseguisse chorar estaria fazendo. Edward
finalmente acertou os ponteiros com a filha, aquilo era óbvio. Um abraço tão simples,
mas que ao mesmo tempo dizia tantas coisas. Um abraço que eu muitas vezes sonhei
ganhar, mas que sequer recebi um.
– Eu te amo papai, você é o melhor pai do mundo. - A garota falou em meio
aos soluços. - Sorri com tudo aquilo. Edward era um cara de muita sorte. Ele a podia
abraçar, beijar, conversar sobre seu dia, e antes de dormir ele sempre ouviria aquelas
palavras.
– Eu também te amo Jully. - Ele falou ainda abraçado a ela. Eu sabia o quanto
aquelas palavras era verdadeiras. Não existe amor maior do que o de pai e mãe.
Quando eu era adolescente e deixava meu pai preocupado ele sempre me dizia
"Você um dia vai ter filhos, e vai ver como é." Ele tinha razão. Eu nunca cheguei a
vê-la, mas só de saber que estava lá, dentro de mim, dependendo de mim,
transformou completamente minha vida.
Ela passou a ser minha prioridade, eu não pensava mais em mim, e sim nela.
O que seria melhor para ela.
Talvez só quem fosse pai e mãe, ou quem chegou perto disso, entendesse esse
amor que Edward declarava a filha. Com certeza esse era o amor maior do mundo
que Roberto Carlos cantarolava em uma de suas músicas.
Aos poucos os dois foram se acalmando e voltando ao normal. Edward
aninhou Jully em seu peito e secou suas lágrimas. Os dois olharam para mim no
mesmo instante.
– Essa foi a coisa mais fofa que eu já presenciei. - Falei, fazendo os dois
sorrirem.
– Eu amo você também. - Ela me disse, me fazendo sorrir.
– Também te amo Jully Cullen. - Edward me puxou para junto deles.
– Vocês são as minhas garotas. Só minhas, demais ninguém. E eu me orgulho
muito de ter as duas. - Ele murmurou beijando o topo de minha cabeça. Passei meu
braço em volta dos dois e fechei os olhos com um sorriso no rosto. Eu também me
orgulhava muito daqueles dois.
Adormecemos os três bem abraçadinhos.
... Quando acordei com o sol batendo no meu rosto, Jully não estava mais na
cama. O que era muito estranho, já que quando ela acordava primeiro, ficava deitada
nos observando dormir. Fui até o banheiro procurar por ela, mas não estava lá, o que
me deixo preocupada. Já estava saindo do quarto quando coloquei meu pé em cima
de um bilhete que tinha meu nome.
"Bella/Edward, passei por aqui mais cedo, Jully estava acordada observando
vocês dois dormirem, consegui a convencer de ir para piscina conosco. Aproveitem e
divirtam-se. E a propósito De nada. Beijos Alice."
Ahh, eu adorava Alice, ela merecia uma medalha.
Tranquei a porta do quarto e fui até o banheiro, escovei os dentes e voltei para
cama.
Edward dormia de bruços abraçado ao travesseiro. E graças a Deus já estava
sem camiseta. Comecei a distribuir beijos por suas costas largas, o deixando
arrepiado. Quando cheguei no seu pescoço o ouvi suspirar.
– Esse é um ótimo jeito de me acordar. - Murmurou quase sem voz. Cheguei
minha boca perto de sua orelha.
– Bom dia, Edward. - Murmurei para logo em seguida mordê-lo.
Aquilo pareceu despertá-lo. Seus braços me derrubaram e ele veio para cima
de mim.
– Jully? - Perguntou beijando meu pescoço.
– Alice passou por aqui enquanto dormíamos e a carregou para piscina. -
Edward abriu um enorme sorriso.
– Lembre-me de agradecê-la depois. - Falou antes de beijar minha boca.
Eu estava com pressa, muita pressa. Não aguentava mais aquela longa espera
de semanas. Tirei ele de cima de mim para que pudesse me livrar da minha camiseta.
– Com pressa? - Perguntou.
– Com a sorte que temos, melhor apressar tudo. - Murmurei jogando a
camiseta no chão. - Ele voltou a vir para cima de mim. Beijou meu pescoço, e foi até
a clavícula. Aqueles lábios pareciam rastos de fogo, faziam meu corpo arder. Seus
beijos foram descendo por todo meu corpo desnudo, ele ia de vagar para me torturar
mais. Suas mãos brincavam com o cós do meu shorts, sem pressa alguma. Bufei em
agonia o fazendo rir.
– Apressada. - Murmurou descendo meus shorts.
Ao me ver só de calcinha ele parou de me beijar e ficou me olhando por
algum tempo.
– Eu não me canso de admirar você. Suas medidas são perfeitas, cada vez
mais tenho a certeza que foi feita para mim. - Eu me sentei na cama e ataquei sua
boca. Tudo que ele falava me deixava ainda mais louca, com mais vontade.
– Bella? Papai? - Jully de novo não, não. Não podia ser. - Continuamos nos
beijando, torcendo para que ela desistisse. - Já acordaram? Por que a porta está
trancada? - Ela não desistiria.
– Não pode ser verdade. - Murmurei na boca de Edward.
– Gente é sério, precisam abrir a porta. - Rosalie? Aquela traidora também
estava ali? - Não viria aqui se não fosse necessário. - Edward caiu para trás, bufando.
– Rosalie - Disse arfando. - Para o seu próprio bem, espero que o mundo
esteja acabado. - Disse alto. Sai a procura da minha roupa. Primeiro coloquei o shorts
e catei meu sutiã no banheiro
– Ataca para mim Edward. - Pedi o fazendo sentar. Ele atacou e logo em
seguida voltou a beijar meu pescoço, e meu coração que estava se acalmando voltou a
acelerar. Me virei lentamente e encontrei sua boca. Puxei seus cabelos com desejo
vontade, ele me puxou para cima de si, me fazendo esquecer de tudo.
– O que estão fazendo? - A garota voltou a falar. Me soltei de Edward fazendo
um enorme esforço e alcancei minha camiseta, respirei fundo umas 3 ou 7 vezes e
abri a porta.
– Aonde é o incêndio? - Perguntei a Rosalie.
– Pelo jeito é aqui. - Carlisle apareceu na minha frente com Jully no colo.
Passei as mãos no cabelo tentando me controlar.
– Carlisle, você não voltaria só amanhã? - Protestei e ele riu. - Cada dia mais,
eu me convenço que o mundo é cruel. - Murmurei o fazendo rir mais.
– Desculpe, me desculpe. Não era minha intenção. Edward deve estar uma
fera. - Não respondi nada.
– Por que está tão vermelha e sem ar? E por que que trancaram a porta? -
Perguntas naquele momento não eram uma boa ideia.
– Por alguns motivos que você não deve saber. Mas de qualquer forma culpe
os hormônios.
– Quem? - Carlisle riu alto.
– Eles queiram ficar sozinhos querida. - Ele explicou.
– Ela não parece bem. Olha só como está vermelha e parece que estava
correndo. - Ótimo, agora eu era motivo de risada.
– É porque ela está com calor, quando o corpo dela esfriar ela vai melhorar. -
Ela me olhou procurando uma confirmação.
– Exatamente isso. Acordei com calor sabe?
– E Edward? - Ela pôs a cabeça dentro do quarto para procurá-lo.
– Provavelmente está no banho. - Ah, eu não podia pensar em Edward. Céus
era muito azar.
– Eu vou descer. - Rose tentava prender o riso. - Vejo vocês lá em baixo. - Ela
me lançou um olhar de desculpas. - Coloque o biquíni Bella, e pule na piscina vai
melhorar. - Não respondi nada, ainda estava tentando entender tanto azar.
– Você precisa ir lá embaixo ver o presente que papai trouxe para você. - Jully
disse empolgada.
– Presente? Agora? - Carlisle podia me dar de presente uma voltinha com
Jully para longe dali.
– É, tá lá embaixo. - Ela continuava empolgada.
– Não gastou dinheiro comigo gastou? - Ele sorriu e não disse nada.
– Você vai gostar. - A garota falou.
– E o que é? - Um Edward sozinho em uma praia deserta?
– É surpresa, tem que ir lá embaixo ver.
– Sem pista? Ah, me dá uma pista vai. - Entrei na brincadeira da garota, já que
não tinha mais jeito mesmo.
– É grande. - Poderia mesmo ser Edward.
– Não consigo pensar em nada. - Carlisle me olhou uma cara de por que será?
– Vamos lá, sei que vai gostar. - Ela insistiu. Era melhor ir de uma vez.
– Ok, deixa eu por meu biquíni então. - Entrei no quarto e lembrei que minhas
roupas não estavam lá. - Lá no outro quarto. - Murmurei. Os dois riram e vieram atrás
de mim.
Como eles não tinha semancol ficaram sentados na minha cama, tive que me
trocar no banheiro. Coloquei meu biquíni rosa pink e meu micro shorts, passei muito
protetor e coloquei meu óculos de sol.
Edward já estava ali com eles, com um shorts de banho e sem camisa para
meu delírio. Ele me lançou um olhar de cobiça, e tenho certeza que fiz o mesmo com
ele.
– Pelo amor de Deus. - Carlisle resmungou.
– Então, vamos ver meu presente. - Murmurei desviando os olhos de Edward.
– Estou tão curioso quanto você, já que não me disseram o que é. Tomara que
seja algo muito, muito bom. - Edward disse olhando para o pai.
– É, Bella vai amar. - Carlisle respondeu. Ok, era tanto suspense que
realmente estava ficando curiosa.
Jully me puxou pela mão me rebocando dali. Ela praticamente me fez descer
as escadas correndo, acabei a pegando no colo para andarmos mais rápido. Quando
chegamos na piscina onde estavam todos, eu parei em seco ao ver meu presente.
Coloquei a garota no chão e tirei o óculos para ter certeza do que eu estava
vendo.
Capítulo 24 - A melhor surpresa do mundo

Assim que me viu, ele parou de conversar com Esme e virou-se para mim. Um
enorme sorriso nasceu em seu rosto. Ele esticou os braços, me esperando. Forcei
minhas pernas a se movimentarem e corri até ele.

-Paiii! - Me joguei em seu colo, exatamente como Jully fazia comigo. Seus
braços firmes me seguraram forte. Fechei meus olhos e deitei minha cabeça em seu
ombro, como eu fazia quando era pequena.

Por algum tempo ficamos ali daquele jeito. Abraçados sem dizer nada, só
matando a saudade. Aquele sentimento tomava conta de mim, junto com um sorriso
enorme que eu não conseguia desfazer. Me dei conta de como senti falta dele,
daquele abraço, dos seus braços protetores, do seu cheiro tão familiar.

Depois de Jane, meu pai era meu melhor amigo. Foi ele quem me criou,
enquanto minha estava ocupada trabalhando. Tínhamos algum tipo de ligação que
dispensavam palavras. Ele sempre sabia o que eu sentia, mesmo eu não dizendo nada.
Desde que eu era criança, sempre foi assim. E eu com o tempo aprendi a saber o que
ele sentia sem precisar perguntar nada também.

- Que saudades pai. - Murmurei sem desgrudar dele.

- Você no faz ideia do tamanho dela Isa. - Sua voz embargada, denunciou que
estava chorando. Desenlacei minhas pernas dele, para poder ficar de pé.

Eu o observei atentamente. Ele estava com uma aparência cansada, talvez pela
viagem. Estavam começando a aparecer alguns cabelos brancos, e aquilo o deixava
mais charmoso. Sua barba para fazer, como sempre. Sua roupa era bem casual, calça
jeans, camiseta e tênis. Sorri ainda tentando acreditar que ele estava ali. Levei minha
mão ao seu rosto, o fazendo fechar os olhos. Sequei suas lágrimas que ainda insistiam
em cair.

- Chorão. - Murmurei o fazendo sorrir e me puxar para mais um abraço. Dessa


vez ele me levantou e girou comigo, parecido com o que Edward fazia.

- Você faz tanta falta pequena. Tanta falta. Eu não estava aguentando mais.
Céus, você cresceu. - Eu dei risada.

- Pai eu no cresço mais desde os 16. Continuo com os mesmo 1,67. - Deitei
minha cabeça em seu peito, e seus braços passaram em volta de mim. Ele beijou o
topo da minha cabeça.

- E Reneé? No conseguiu convencê-la? - Eu também sentia muita falta da


minha mãe destrambelhada.

Charlie suspirou, e aquilo não era nada bom. Não entendia o que estava
acontecendo entre eles, mas não vinham bem à algum tempo. Depois do acidente,
minha me pareceu se distanciar.

Ele nunca quis conversar comigo a respeito. Sempre mudava de assunto


quando eu tentava perguntar, mas eu tinha certeza que aquilo o magoava muito.

- Não podê vir. Trabalho sabe? Sem falar do pavor que sente de aviões. Mas
mandou dizer que te ama, sente sua falta, e está contando os dias para dezembro. -
Ele murmurou triste, inclinei minha cabeça para cima, para poder vê-lo.

- Vamos conversar sobre isso mais tarde. Precisa me contar o que está
acontecendo. - Ele me encarou por algum tempo, e abriu um meio sorriso.

- Nem eu sei o que está acontecendo. - Sim, ele estava triste.

- E Bernardo? - Eu também sentia falta do meu irmão nerd, que passava a


maior parte do dia na frente do computador. Ele era mais envergonhado que eu.
Odiava ser paparicado pelas amigas da minha mãe.

Quando elas chegavam lá em casa, ele se refugiava no meu quarto. Mas, nunca
falávamos nada, eu não dava papo para ele, e muito menos brincava com ele. Sempre
foi assim. Provavelmente porque ele nasceu no mesmo dia de toda aquela tragédia, ou
porque ele teria a mesma idade da minha filha. Ou porque olhando para ele eu
lembrava de tudo. Não sabia ao certo, mas nunca me aproximei. Ele era um garoto
adorável, as vezes eu chegava em casa e o encontrava dormindo no sofá, abraçado ao
meu pai, exatamente como eu fazia.

Quando soube que eu vinha para os Estados Unidos, ele ficou umas três
semanas me rodeando, até me dizer o que queria.

- O Que quer Bernardo? - Eu estava assistindo TV, e ele já estava parado, me


olhando a um bom tempo.

- Vai para os Estados Unidos mesmo? - Perguntou meio receoso, mexendo os


pés.

- Eu vou. - Respondi e voltei minha atenção para TV novamente.

- Você pode me trazer um Play Station 3, no dia que voltar? - Ele murmurou a
pergunta. Era visível que ele tinha medo de mim, mesmo eu nunca tendo brigado
com ele. Era um pouco grossa as vezes, mas nunca brava. Desliguei a TV e sentei no
sofá. Seus olhos verdes me observavam atentamente.
- Posso. - Ele sorriu de canto. Me fazendo me odiar ainda mais, ele era só uma
criança, que nunca fez nada para mim.- Quer mais alguma coisa?- Ele pareceu
surpreso com minha pergunta. E balançou a cabeça, afirmando que queria. - E o quê
?

- Papai disse que você precisa ir, porque pode melhorar. - Ele murmurou
olhando para o chão. - Quero que melhore. Vi umas fotos suas, de quando não era
assim. Você parecia ser legal, até sorria. - Murmurou bem baixinho, sem nunca olhar
para mim.

Fiquei perplexa por até o garoto notar meu estado. Ele deu as costas para sair
da sala.

- Bernardo espera. - Ele parou, mas não se virou para mim. - Vem aqui. - Acho
que o medo o impediu de se mexer. - Não precisa ter medo de mim, fala sério eu
nunca te fiz nada. - Parece que minhas palavras fizeram efeito, pois ele resolveu
caminhar até onde eu estava. Ele ficou de frente para mim, e me arriscou uma
olhada.

- Olha só, não se preocupe com isso ok? Papai fala demais, eu não tenho
problema algum. Cuide dele enquanto eu estiver fora, e se um dia você o ver triste,
apenas o abrace e fique um tempo com ele.

- E o que eu faço com a mamãe? - Ele quis saber.

- Você sabe lhe dar melhor com ela do que eu. Vocês são mais unidos, tenho
certeza que vai saber o que fazer. E largue um pouco o computador garoto, pratique
algum esporte, ou sei lá, algo que não envolva computador. Aprenda alguma coisa
nova. Combinado? - Estendi a mão para ele, que me olhou por algum tempo.

- Combinado. - Em vez de apertar minha mão, ele subiu em cima do sofá e me


abraçou. No começo fiquei parada, sem reação. Nunca tínhamos nos abraçado, o
máximo que eu tinha feito era segurar sua mão.

Depois do choque inicial, fui voltando ao normal e retribui seu abraço. O


abracei apertado, como nunca tinha feito. Ficamos daquele jeito até meu pai chegar
em casa e o barulho da porta fazer com que nos separássemos.

- Bernardo está bem. Jogando futebol, acredita? E estudando inglês, ele quer
que você se orgulhe dele. - Eu ri. - Ele queria vir junto comigo, mas Reneé, achou
melhor não. - Charlie parecia mesmo magoado com minha mãe. - Mas ele te mandou
um abraço, e pediu para não esquecer o vídeo game dele. Ah e ele falou em um tal
guitar, guitar...

- Hero. - Concluí. - Guitar hero.


- Isso. Ele está cada dia mais parecido com você. sua cópia. - Charlie parecia
orgulhoso.

- Deve ser porque é meu irmão. Somos filhos dos mesmo pais. Isso ajuda
bastante sabe? - Ele sorriu.

- Sei. Mas não só fisicamente. Mas guloso, marrento, tímido, desastrado e vive
no mundo da lua. Você sabe, eu conheço uma pessoa assim. Sem falar que ele tá ou é
mais teimoso que você. Acredita que nesses dias mostrou o dedo do meio para os
paparazzis? - Me lembrei da foto que vi, mas claro que meu pai não podia nem
sonhar, que eu andava procurando notícias. Então eu ri.

Queria muito ter estado junto para ajudá-lo. Já que eu que fiz aquela moda.

- Imagino.

- Não entendo nada do que estão conversando, sabia? - Jully, estava a poucos
metros de nós. No colo de Esme, que conversava com Edward. Mas a atenção da
garota, estava em nós.

- Que garota curiosa. - Brinquei. - Conhece Jully, certo pai? - Ele sorriu feito
bobo para a garota.

- Conversamos no telefone. E nos vimos quando cheguei. a garotinha mais


encantadora que conheço. - Ela ficou vermelha e deitou a cabeça no ombro de Esme,
que se voltou para nós.

- Gostou da surpresa Bella? - Ela sorria.

- Não existiria surpresa melhor. Obrigada. - Eu não desgrudaria de Charlie tão


cedo.

- Ele não parou de perguntar por você. - Carlisle se aproximou abraçado a


Alice. - Um pai coruja.

- O melhor pai do mundo. - Todos riram.

- Ahh, foi tão lindo vocês dois se abraçando. Pena eu não estar com a câmera
na hora. Ficaria uma linda foto. Talvez depois vocês possam fazer isso de novo. -
Alice começou a tagarelar, Charlie olhou para mim, arqueando as sobrancelhas, me
fazendo rir.

- Conheceu Alice pai? a pessoa mais empolgada que eu conheço. - Os Cullens


deram risada.
- Conheci. Conheci quase todos, menos o rapaz. - Disse olhando para Edward.
Alice e Carlisle prenderam o riso.

- Esse é Edward, irmão de Alice e Emmett e meu amigo. - Alice riu, me


fazendo a fuzilar com o olhar. Edward estava visivelmente sem jeito. Eu daria muita
risada da cara dele, se não estivesse igual.

- O famoso Edward? - Meu pai perguntou, e estendeu a mão para ele. - Prazer
em finalmente conhecê-lo rapaz. Espero que nos entendamos melhor ao vivo, porque
por telefone foi feio. - Edward sorriu e apertou a mão de Charlie.

- Prazer. - Foi tudo que ele disse.

- Já se falaram? - Alice quis saber. Edward tentou se comunicar por olhar com a
irmã, que o ignorou.

- Já. Liguei para falar com Bella e ele atendeu. Bella tinha ido ao mercado com
você, ou algo assim. Pelo menos foi o que eu entendi.- Alice tentava visivelmente no
rir.

- Ah sei, nós costumamos ir muito ao mercado. Principalmente nos dias


seguintes a festas. - Respirei fundo, Alice me pagaria. Eu contava as coisas par ela e
era assim que ela retribuía.

- Bella tinha tocado em uma festa na noite anterior. Faz algum tempo, acho que
foi a primeira festa que ela tocou aqui. - Edward e eu nos olhamos cúmplices. Carlisle
deu as cosas para nós, para não rir, com certeza. Alice continuou seu teatro.

- A festa a fantasia foi ótima. Foi bem produtiva diria eu. Aconteceu a maior
pegação sabe? As músicas pareciam animar as pessoas. Fazê-las dançar coladinhas e
se beijarem quase pornograficamente. - Meu pai não era burro, e aquelas alturas do
campeonato ele já tinha entendido. Ele olhou para mim parecendo surpreso.

- Mesmo? - Perguntou de olho em mim.

- Mesmo. - Ela continuou.

- Bella e Edward se beijam sem música. - Jully soltou. Carlisle gargalhou,


assim como Alice e até Esme. Edward ficou muito vermelho, e eu escondi minha
cabeça no peito de Charlie, que começou a rir.

- Se beijam no rosto? - Ele quis saber.

- Ah por favor pai. - Murmurei.


- Não. Na boca. Eca é nojento. Mas faz barulho engraçado. Acredita que nesses
dias Edward pôs a língua na boca de Bella?

Tudo que eu podia ouvir, eram gargalhadas. Eu não queria desenterrar minha
cabeça do peito de Charlie nunca mais.

- Amizade interessante essa de vocês dois. - Ele murmurou na minha orelha.

- Jully, olha a cor do seu pai. Nunca, ninguém conseguiu o deixar assim
vermelho. - Alice disse em meio aos risos.

- Querida você está envergonhando os dois. - Esme explicou. Ah, eu desejava


um buraco enorme para por minha cabeça dentro.

Eu já imaginava as perguntas de Charlie. Imagina o que ele estava pensando, e


o que ele estava pensando, não era o que acontecia. E eu teria que explicar tudo.

- Por quê? - Ela quis saber.

- Imagina quando você arrumar alguém para beijar na boca, e alguma pessoa
contar isso para Edward, ou Carlisle na sua frente. - Alice explicou ainda rindo. -
Acho que vai ficar com vergonha.

- Eca, beijar é nojento. Não vou fazer isso. - Meu pai deu risada.

- Bella dizia a mesma coisa. - Minha cabeça continuava escondida.

- Alice também. - Esme contou.

- Edward e Emmett, também. Acho que todos são assim. - Carlisle comentou
rindo. - Pena que as crianças crescem.

- Principalmente as garotas. - Charlie meio que se lamentou.

- Bela, você tá escondida por que? - A garota me perguntou.

- Porque você meio que acabou comigo. - As risadas recomeçaram.

- Vamos lá Bella. Olhe para mim. - Meu pai pediu. Eu neguei com a cabeça. -
Não acredito que está com vergonha, como se eu nunca te visse beijando.

- Você já viu ela beijando? - Jully questionou. - Quem ela beijou?

- Já, o infeliz do ex namorado dela. - Respondeu entre dentes. - Ele se declarou


para ela, na frente de muitas pessoas, eu estava entre elas. E depois ele a beijou. Não,
primeiro ele beijou e depois se declarou. - Ele disse bufando.

- O garoto bonito da foto? - A garota quis saber. Levantei meu polegar


afirmando.

- Vamos Isa, olhe para mim. - Ele cochichou em meu ouvido em português.
Suspirei e levantei minha cabeça o encarando. Ele abriu um sorriso.

- Não é nada disso que está pensando. - Respondi também em português.

- Não estou pensando nada. - Ele levantou as mãos se defendendo.

- ótimo, e não pense. Não temos e não teremos nada demais. - Falei
rapidamente, para que ele nem começasse o interrogatório. Charlie só sorriu e beijou
minha testa.

- Ok. - Respondeu simplesmente. Ok? Ele disse Ok? Só ok e sem perguntas?


Estaria ele bem?

- Não estou entendendo nada de novo. - A garota reclamou com Esme. Eu me


virei para ela, que me analisava.

- Sua dedo duro. Como me dedura assim?- Ela ficou séria.

- Me desculpe. Não sabia que era segredo. - Pediu. Tentei me manter séria.

- Ah Jully, isso no se faz. E a nossa amizade? Você me detonou. - A garota fez


um biquinho.

- Desculpa. - Murmurou de novo. Não aguentei mais ficar séria. Sorri e a


beijei.

- Não está brava? - Ela ainda parecia incerta e esticou os braços para que eu a
pegasse.

- Não, claro que não. - Esme me entregou ela e eu a beijei de novo. -


impossível ficar brava com você. Mesmo sendo dedo duro. - Ela me abraçou e me
beijou.

- Prometo que no vou contar para mais ninguém. - Todos começaram a rir de
novo.

- Ainda vai me matar de vergonha Jully. - Edward estava voltando a sua cor
normal. Mas não ousávamos a nos encarar.
- Desculpa papai. - Ela pediu, deitando a cabeça no meu ombro. Fazendo todos
sorrirem. Edward se aproximou de nós.

- Vem comigo, vamos deixar a Bella matar a saudades do pai dela.

- Sabe que a culpa é sua não sabe? - Perguntei em um cochicho enquanto ele a
pegava.

- Sei. - Respondeu sorrindo. - Mas no me contenho. - Foi minha vez de sorrir.

- Estamos aqui. - Alice murmurou fazendo Edward se afastar. Charlie olhava


de Edward para mim, nos analisando.

- Vamos deixá-los a sós. - Carlisle disse. - Enquanto conversam subimos com


as coisas. - Meu pai concordou com a cabeça.

- Vamos entrar na piscina Edward. - Alice o convidou e eles se foram.

Charlie se esticou em uma das espreguiçadeiras que estava na sombra, me


deitei ao seu lado. Acendi um cigarro, o fazendo me lanar um olhar de censura, mas
pelo menos no disse nada a respeito.

- Você está diferente. Parece bem. - Falou sorrindo.

- Eu me sinto bem. - Respondi também sorrindo. - Me sinto incrivelmente bem.

- Parece viva de novo. - Concluiu, fazendo meu sorriso aumentar.

- Me sinto viva de novo. Não esqueci o passado, e sei que nunca vou esquecer,
ainda penso sobre isso todos os dias. Mas acho que estou aprendendo a lhe dar com
isso. Estou começando a entender o significado de, "a vida segue." Não vai ser como
era antes, mas não pode continuar como estava sendo. - Terminei meu pensamento, e
traguei meu cigarro.

- Não sabe como eu fico feliz em ouvir isso. Em te ver assim. Te ver sorrindo
de verdade. Te ver prestando atenção nas conversas, nas pessoas. As vezes eu
chegava a pensar que não tinha mais jeito, que sempre teríamos você daquele jeito.
Viva. Sem nenhum problema aparente, saudável. Mas completamente sem vida por
dentro. - Ele sabia exatamente como eu me sentia. Tinha descrito exatamente o que
eu pensava.

Uma frase qualquer que um dia ouvi em algum lugar, resumia exatamente o
que Charlie disse. "Embora quem quasse morre esteja vivo, quem quase vive já
morreu." Era assim que eu me sentia, morta, com um corpo vivo. E poderia apostar
que seria assim para o resto da minha vida. Mas aquilo mudou, no pouco tempo que
eu estava ali.

- Eles são ótimos. - Disse olhando para aquela família que dava risadas na
piscina.

- A história deles se parece com a nossa. - Charlie também voltou o olhar para
eles.

- Carlisle me contou. O garoto sofreu um bocado. - Charlie se referia a Edward.

- Ele sofreu. - Disse soltando fumaça. - Mas as coisas estão melhorando, ontem
ele e Jully, meio que acertaram os ponteiros sabe? Foi meio intenso, vê-los abraçados
soluçando, declarando o amor que um sente pelo o outro. - Meu pai sorriu e voltou a
olhar para mim.

- Estão ajudando um ao outro. - Talvez fosse aquilo. Por isso sentia tantas
coisas confusas por Edward. Por sua história ser parecida com a minha.

- Acho que estamos. Ele é incrível. - Charlie sorriu e eu olhei de canto. - Não é
no sentido que está pensando pai. Somos grandes amigos, em primeiro lugar.
Escutamos um ao outro e nos consolamos.

- Ele sabe? - Edward não poderia saber, sempre que pensava sobre isso
chegava a essa conclusão. A noite que ele me falou sobre Kate. Sua cara de ódio, ao
falar sobre os usuários de drogas.

- Não. Ele meio que odeia gente do meu tipo. - Charlie me olhou sem entender.
- Algo que Kate fez, o levou a acreditar, que no existem ex viciados. Não existe meio
termo. - Charlie fechou a cara.

- Isso no verdade. Quem esse garoto pensa que é? Eu mesmo conheço pessoas
que estão longe das drogas uma vida inteira. - Droga, por que fui abrir minha boca
grande? Tudo que eu menos queria era que Charlie ficasse de cara feia com Edward.

- Calma ministro. Edward está tentando mudar seus conceitos. Me disse que
foi em reuniões de ex viciados, e que talvez eles possam mesmo se manter afastados.
Dê um tempo para ele ok? Ele sofreu um bocado com isso. A mulher dele, não parou
de usar drogas na gravidez.
A garota ter nascido e perfeita foi praticamente um milagre. E depois de tudo,
ela continuou usando. O que quer que ele pense?

- Garota irresponsável. - Charlie resmungou.

- Não fale assim. Sabe o quanto difícil. Se não tivesse procurado ajuda,
também não teria conseguido. E mesmo lá dentro, eu tive muita, muita vontade de
usar. As primeiras semanas foram o verdadeiro inferno. - Charlie bufou.

- Maldito Jacob. - O repreendi com o olhar. E o que quer que ele iria dizer, ele
engoliu. - Ainda sente falta? - Ele me perguntou, me fazendo desviar o olhar.

- As vezes. Quando acordo de um pesadelo no meio da madrugada. -


Murmurei. Era terrível ter que admitir aquilo, mas era a pura verdade. - Mas ai eu
lembro de todos os problemas e sofrimento que essas malditas coisas nos causaram e
a vontade some.

- No conheço Edward. Mas acho que nunca teria de volta sua confiança se um
dia voltasse a usar. - Balancei a cabeça concordando.

- Eu sei. Não se preocupe pai. Não vou voltar a fazer isso. Por Jane, por Laura,
por você, Reneé e pela garota. - Falei me referindo a Jully. - E para provar a Edward
que é possível ser um ex viciado.

- Claro que é possível. Se não tivesse tentado aquela idiotice, estaria a mais de
5 anos limpa. - A idiotice que ele se referia, era a tentativa de suicídio. Aquilo ainda o
machucava, era visível quando ele se expressava.

- Eu te magoei tanto, de tantas maneira diferentes. Me desculpe pai, me


desculpe por ter sido to egoísta. - Charlie me abraçou.

- Não sei o que teira acontecido comigo, se eu te perdesse. Nunca deixei de


agradecer a Deus, por ter te deixado comigo. - Ele falou me apertando e me fazendo
sorrir.

- Diga para ele que eu estou feliz, por ele ter feito isso. - Murmurei.

- Por que você no faz isso? - Deus. Eu tinha brigado feio com ele. Eu o acusei,
eu cheguei a xingá-lo e duvidava de sua existência. Há tempos eu não rezava mais.
Há tempos tinha me esquecido dele.

- Eu no sei se ele realmente existe. E se existe, eu ainda não consigo aceitar


tudo que aconteceu, para poder agradecê-lo por algo.

- Não diga isso Isabella. - Meu pai me repreendeu. - Claro que existe. Tenha fé.
Acha que esse tipo de coisa só aconteceu com nossa família? Deus existe sim, e ele
gosta muito de você. Porque te deu 3 chances. Tem noção que renasceu de novo por 3
vezes? E duas foram tentativas de suicídio. Ele gosta muito, muito de você. Porque
quem se suicida, vai para longe de Deus. - Não sabia como meu pai tinha certeza
sobre aquelas coisas. Resolvi não contrariá-lo e terminar aquele assunto ali. Ficamos
alguns minutos em silêncio.
- E tio Billy? - Perguntei de novo sem encará-lo.

- Está bem. - Respondeu simplesmente.

- Sabemos que isso não é verdade. Jane está morta e Jacob... - Meu pai bufou.

- Aonde está querendo chegar?

- Sabe que ele não pode ficar lá para sempre. - Charlie se irritou.

- Não vou discutir isso com você. Enquanto eu puder deixá-lo lá, lá que ele vai
ficar. - Foi minha vez de fechar a cara.

- Você rancoroso pai. rancoroso. Se odeia Jacob ok. Mas se ponha no lugar de
tio Billy, ou da tia Júlia. - Charlie fez n;ao me ouvir e olhou para frente, fazendo
prestar atenção nos Cullens que estavam na piscina. - Ótimo me ignore.

- Não vou fazer o que quer. - Resmungou ainda olhando para piscina. Bufei
irritada, era impossível conversar sobre aquele assunto com ele.

Ele odiava Jacob, odiava com todas as forças, nunca vi um ódio daquele tipo.
Não disse mais nada. Meus pensamentos se voltaram para Jacob, fariam 5 anos que
eu não o via. Como será que ele estaria? Seria ainda forte? E será que ainda matinha
aquele corpo bronzeado? E seu sorriso, que eu amava, ser que ainda sorria daquele
jeito?

- Do que está rindo? - Charlie quis saber. - Não vai querer saber. - Ele bufou e
voltou a olhar para frente.

- Está pensando nele. - Concluiu.

-Ele não é mais um adolescente. Como está agora? Continua forte e


bronzeado? - Charlie bufou de novo. - Vamos pai, no custa me responder isso.

- Continua. - Disse de mal gosto.

- Sinto falta dele. Das nossas risadas e brincadeiras.

- Por favor Isabella. Quer que eu te lembre o que ele fez? - Voltei a ficar séria.
Realmente era impossível levar aquele assunto a diante. Foi minha vez de olhar para
frente.

- Me responda sinceramente, ainda o ama? - Aquela era a pergunta mais


absurda que Charlie já me fez.
- Não pai, eu não o amo. Não seja absurdo. Só porque sinto falta dele, não
significa que eu o ame. Caso não se lembre, fomos criados juntos, nós 3. Éramos
amigos antes de mais nada. Jane, eu nunca mais vou ver, e pelo jeito Jacob também
não. Deveria deixá-lo voltar a ter uma vida, acha mesmo que ele não sofre? Acha que
ele não se sente culpado? Pelo amor de Deus pai. Jane era irmã dele, e Laura sua
filha. Posso apostar que isso martela na cabeça dele todos os dias, como martela na
minha.

Ele deve socar o saco de boxe o dia todo. Me lembro de Jacob, quando éramos
pirralhos. Ele abraçava Jane e eu, e dizia para você. "Pode deixar tio Charlie, eu tomo
conta delas. Vou ficar de olho em todos os garotos." - Charlie deixou escapar um
sorriso. - Ele sempre dividia as suas coisas. Jane era tão gulosa quanto eu, nunca
dividamos nossos chocolates.

Jake era o único a fazer isso, tudo que ele ganhava, divida em três partes iguais.
Ele vivia fazendo nossas vontades, por mais absurdas que fossem. Mesmo depois de
crescidos ele continuava assim, dividindo, paparicando, fazendo tudo que pedíamos.
Sempre com aquele sorriso gigante no rosto.

Jacob é bom pai, sabe que jamais teria feito aquilo, se no estivesse drogado.
Ele errou, assim como eu errei, fomos responsáveis por isso tudo. Nem por isso você
me mantem trancada. Aposto que ele se sente 100 vezes pior, do que eu me sentia.

Dê uma chance a ele pai. Se não quer fazer isso por ele, faça por mim, por tio
Billy e tia Júlia. - Charlie permaneceu em silêncio por um bom tempo, desisti de vez.

Ele vivia me chamando de teimosa, pelo visto eu tinha a quem puxar. Acendi
outro cigarro o fazendo me olhar torto de novo.

- E se eu fizer o que quer, e ele vir atrás de você? - Teria eu ouvido certo? Abri
um sorriso enorme.

- Não sou mais aquela garotinha pai. Eu sei me cuidar, e ele não vai vir atrás de
mim. Seria estranho Jake e eu sermos amigos como antes. Eu só quero que ele possa
recomeçar.

- Vou pensar a respeito. - Meu sorriso aumentou. - Não se anime, disse que vou
pensar. Não gosto nada dessa ideia. E caso eu aceite e ele se aproxime, eu o mando de
volta para onde está.

- Ah pai, você o melhor. - Beijei sua bochecha o fazendo sorrir.

- Está cheirando a cigarro filha.

- Não me irritaria com sua implicância. Olha, vou até apagar o cigarro. - Falei
dando uma última tragada e o jogando fora. Charlie sorriu.

- Não acreditaria, se a meses atrás me dissessem que você estaria desse jeito
hoje. - Ele me puxou para seus braços. - A minha pequena está voltando. - Sorri e me
ajeitei melhor. em seus braços.

- Agora vamos falar sobre você. O que está acontecendo realmente entre você e
Reneé. Não me diga que nada. Você no me engana. - Ele suspirou.

- Eu não sei. E quer saber? Desisti de querer saber, estou cansado. Não sei o
que eu fiz, desde que tudo aconteceu ela vem se distanciando. Eu costumava
perguntar qual o problema, ela me encara com aqueles olhos verdes, e eu sabia que
ali tinha algo. Mas ela respondia que estava tudo bem, me dava um beijo e passava.

Minha última tentativa foi mês passado. Bernardo estava no futebol, e eu


estava em casa sozinho quando ela chegou. A segui até o quarto e tranquei a porta.
Disse que não a deixaria sair de lá, sem me dizer o que estava acontecendo. Ela disse
que nada, tentou me convencer, e quando viu que que não tinha me convencido, se
abraçou a mim e começou a chorar.

Ela chorou, e chorou por um bom tempo. Quando se acalmou disse que me
amava e não queria me perder. Me pediu desculpas, não faço ideia do porquê. Ela me
beijou e acabamos, você sabe. - Ele disse desconfortável.

- Eu imagino. - Respondi sorrindo.

- Fazia mais de um ano, que não ficávamos juntos. Pensei que talvez as coisas
estivessem voltado ao normal. Mas percebi que não, quando acordei e encontrei
aquele mesmo olhar. As coisas só ficaram piores. Acho que ela nem me enxerga mais.
Quando ela chega em casa, estou deitado assistindo a TV, ela vai para o banheiro
toma banho, deita-se de costas para mim, apaga o abajur e dorme. Resolvi dormir no
seu quarto agora.

Quando ficamos na pousada, junto com Esme e Carlisle, acabei dormindo


todos os dias no quarto de Bernardo. E ele na cama com Reneé. - Charlie terminou o
relato completamente deprimido. Ele no merecia aquilo, ele amava minha mãe como
ninguém.

As mulheres caim aos seus pés, literalmente se jogavam para cima dele, desde
que eu me conhecia por gente. Mas elas pareciam invisíveis para ele. Charlie só tinha
olhas para Reneé, ele a olhava com admiração, respeito, carinho. Bastava olhar para
Charlie quando ele estava junto com Reneé, para notar o quanto ele a amava.

- Eu sinto muito pai, sinto muito mesmo. Talvez ela só precise de descanso,
talvez esteja estressada. - Ele sorriu fraco.
- Está tentando enganar quem Isa? Você, ou eu? Ela arruma todos os trabalhos
possíveis para ficar fora de casa. - Aquilo era um pouco estranho.

Reneé, também amava Charlie, do jeito destrambelhado dela, mas amava. Eu


tinha certeza daquilo, quando a ouvia falar sobe ele. Era tão melosa as vezes, que eu
sentia vontade de vomitar. Ela também tinha muitos pretendentes, mas assim como
meu pai, não tinha olhos para mais ninguém.

- O que pretende fazer? - Murmurei, já imaginando a resposta.

- Você sabe. - Ele concluiu. - Do jeito que está não da mais. Estou no meu
limite. Ela finge que eu não existo e isso me machuca.

- Tá saindo com outra pessoa? - Ele desviou o olhar do meu. Sim ele estava. -
Ela sabe?

- Saí para espairecer a cabeça um dia desses. Bebi demais, e uma dessas
garotinhas se jogou para cima de mim. Eu estava bêbado, magoado, não entedia
porque sua mãe me rejeitava. Fomos fotografados saindo juntos do bar.

- Entendi pai, não preciso saber detalhes. - Saber que meu pai traiu minha me
mãe deixou triste, nenhum filho gostaria de ouvir aquilo.

- As fotos só mostravam que estávamos de mãos dadas, e entrando no meu


carro. Tive a chance de comprá-las antes de todo mundo, mas eu no quis. Queria que
ela se sentisse tão magoada quanto eu. Pareceu funcionar, já que ela jogou o jornal na
minha cara, e gritou que me odiava. Sem falar que fez picadinho da minha camiseta. -
As coisas realmente estavam terríveis.

Aquilo aconteceu bem debaixo do meu nariz, e eu era tão egoísta que não
queria saber mais de ninguém, além do meu próprio sentimento.

- Não deveria ter feito isso. - Ele sorriu cínico.

- Não se preocupe, ela se vingou no melhor estilo. Foi a uma festa com o
Mayer, ficaram de cochichos e risadinhas a noite toda. Já passava das 3:00 quando ela
chegou em casa. - Balancei a cabeça negativamente.

- O que deu em vocês dois? Não quero nem imaginar o bafafa que está dando
isso. Se perderam o respeito um pelo o outro, eu sinto muito. Mas pensem em
Bernardo, o garoto é uma criança. O que vão falar quando ele for para a escola? Vão
rir da cara dele. E os paparazzis? Eles sempre soltam gracinhas você sabe. Pelo amor
de Deus pai, vocês dois tem uma família, pense em Bernardo. - Ele suspirou vencido.

- Sei que está certa. Vou por um fim nisso, enquanto ainda nos sobra um pouco
de dignidade. Tentei conversar com ela, disse que iria sair de casa. Ela me pediu que
esperasse até o início do ano, não sei porque, mas acabei concordando.

Ela pediu que eu tentasse não ser fotografado, ao sair por ai com mulheres.
Falou tudo isso com lágrima nos olhos, eu via a Reneé pela qual me apaixonei lá. Eu
podia ver seus sentimentos naqueles olhos. Mas quando eu perguntei o por que dela
ter se afastado, ela voltou a por a máscara.

- O que pode ter acontecido de tão grave? Mamãe sempre foi tão feliz, tão para
cima. Não imagino o que possa a estar sufocando.

- Eu também não. Mas desisti. Não tenho mais forças. Amo sua mãe, e sei que
vou amar para sempre. Mas não dá mais. Vamos passar nosso último Natal e réveillon
juntos, nós 4. Não sei como vai ser isso, mas com você e Bernardo lá, ela vai se
comportar. Depois disso eu vou procurar um lugar para morar. Graças a Deus esse
ano eu me livro da política. Vou começar uma vida nova.

- Sinto muito por tudo. Não queria que isso estivesse acontecendo. E se vai
mesmo trair ela, tente ao menos ser discreto. - Charlie balançou a cabeça,
concordando comigo e não disse mais nada.

Ficamos quietos por um bom tempo. Um filme te todos nossos momentos


juntos se passava por minha cabeça. Aquilo era minha culpa, eu só trouxe problemas
e mais problemas para a vida dos dois. Não haveria casal no mundo que aguentasse
aquilo.

- Eu não quero, e não permito que se sinta culpada Isabella. Você esát me
ouvido? Se fizer isso eu nunca mais conto nada para você. - Charlie me conhecia
como ninguém. - A culpa não é sua. Não tente se culpar por isso também. Reneé só
pode estar ficando maluca, ou ter outro cara. Vou ficar muito bravo se resolver se
culpar por isso. - Ele disse sério, segurando meu rosto para que eu o encarasse. - Se
fosse por esses motivos, que aposto que está pensando, Billy e Júlia estariam
separados há tempos. Mas, pelo contrário, estão cada vez mais unidos. E a situção
deles é milhares de vezes pior que a nossa. Perderam uma filha, uma neta, e Jacob
continua lá.

Mais uma vez resolvi ficar quieta e não contrariá-lo. Voltei meus pensamentos
para meus tios, eu tinha saudades deles, não tive mais coragem de vê-los depois de
tudo. Quando eles apareciam lá em casa eu me trancafiava no meu quarto. Charlie
vinha me avisar quando eles se iam.

- Com estão meus tios? - Ele sorriu.

- Vivem perguntando sobre você. Eles sentem sua falta querida, por que faz
isso com eles? Eles não estão bravos, nem tem culpam por nada. Júlia nesses dias me
disse, que queira ver você e te abraçar, quem sabe assim diminuísse a saudade que ela
sente de Jane.

- Também sinto falta deles. Só não sei, como seria. Não saberia o que falar e
como agir. - Meu pai sorriu.

- Apenas seja você, como sempre foi. Vai saber o que fazer, na hora certa.

- Talvez tenha razão. Talvez possamos passar o réveillon juntos, como sempre
fazíamos. - Charlie voltou a sorrir.

- Ela vai ficar muito feliz ao saber que disse isso. - Estava na hora de começar a
encarar as coisas de frente. E nada melhor do que começar por meus tios e meu
irmão.

- O que está acontecendo entre você e o rapaz? Seus olhos sempre param nele,
e ele olha de 5 em 5 minutos para cá. - Por que meu pai era tão observador?

- Jully não deixou isso claro para você? - Ele sorriu.

- Mais ou menos. - Respondeu ainda rindo.

- Somos amigos, como te falei. Mas, sei lá, sempre acabamos ficando. Um tipo
de atração física que não consigo explicar. Edward me faz sentir coisas estranhas. -
Charlie arqueou as sobrancelhas.

- Coisas estranhas?

- Sei lá uma mistura de sentimentos. Ele me faz sorrir quando estou para baixo.
Quando ele me abraça é com se me livrasse de todos os problemas, como se o mundo
parasse de existir. Ele me faz sentir protegida e segura. E quando ele se aproxima,
meu coração dispara feito um maluco. Quando cochicha no meu ouvido minhas
pernas ficam bambas e meu corpo arrepia. Mas o mais estranho, quando nos tocamos,
eu sinto uma espécie de descarga elétrica percorrer todo meu corpo. - Charlie ouvia
tudo atentamente, de uma maneira insondável.

- Não sabe o que é isso? - Perguntou.

- Algum tipo de atração física forte, eu acho. - Ele balançou a cabeça


negativamente. - Tenho quase certeza que você sabe que não é isso. Tem medo de
saber o que significa não tem? Porque se descobrir, sabe que todas as suas promessas
absurdas vão por água a baixo. - Voltei meu olhar para Edward.

- Não seja absurdo pai. Eu não tenho medo de nada. E não sinto o que está
pensando.
- Está mais envolvida do que imagina. E mais do que queria estar não ? - Sim,
mas eu não admitira para Charlie. Eu realmente estava mais envolvida do que queria
estar. Mas aquilo não significava, o que Charlie estava pensando. - Aposto que pensa
nele quando estão separados, e que quando estão juntos você sente o tempo voar. Ele
te faz sorrir por qualquer bobagem não faz? - Meu pai estava atacando de me Dina, e
aquilo me incomodava.

- Chega pai, eu não quero mais ouvir. - Ele gargalhou. - Pare com essas
coisinhas, pelo amor de Deus. Não estou apaixonada nem algo do tipo. Só somos
bons juntos, nos fazemos bem. Não significa que vamos nos envolver amorosamente.
Nosso relacionamento se resumi a sexo.

- Ah Isabella, por favor, poupe-me dos detalhes. - Foi minha vez de rir.

- Você provocou, agora aguenta.

- Eu não gosto nem de pensar sobre isso. Um marmanjo pondo as mãos na


minha filha. - Charlie fechou os olhos e bufou. - Fico ruim só de imaginar. - Eu ri
mais.

- A garotinha que você pegou para descontar sua frustração sexual, também
tem pai. E você é um pouco mais velho que ela, acho que o pai dela deve querer
matar você. - Ele ficou sério.

- Fala sério, ela se jogou para cima de mim. Só faltou tirar as roupas lá mesmo.
Você fez isso com Edward? - Ri ao lembrar da noite que ficamos.

- Não. Edward bebeu um pouco a mais e eu estava de carona com ele. Fomos a
para casa, caminhando pela praia. Acabamos brincando de pegar, ele me pegou no
colo, tropeou nos próprios pés e caiu. Cai por cima dele, e acabamos nos beijando.
Ficamos de novo na festa que eu toquei, e aconteceu.

- Você não estava no supermercado com Alice. - Concluiu em um resmungo.

- Não, eu não estava. Estava no banho. - Não contaria para ele sobre nosso
acordo, seria demais para um pai ouvir aquilo.

- Não gosto nem de pensar no que aconteceu depois que desliguei o telefone. -
Ele bufou me fazendo rir de novo.

- No pense pai, no pense. - Edward levantou a mão na piscina quando viu que
eu estava olhando. Dei um tchauzinho discreto.

- No vai entrar? - Ele perguntou.


- Agora não. Quem sabe depois. Eu não estava muito a fim de me molhar.

- Já passou o calor Bella? - Emmett perguntou fazendo todos eles rirem.

- Já. - Respondi sem jeito.

- Então não chegue perto de Edward, para não ter perigo de esquentar de novo.
- Levantei meu dedo do meio para Jasper, e não disse mais nada.

- O que quiseram dizer com isso? - Olhei incrédula para Charlie.

- Não quer mesmo que te responda isso.

- Não vão ficar se amassando na minha frente vão? - Eu ri.

- Não pai, não se preocupe. Costumamos fazer isso quando estamos a sós. Só
que sempre aparece um Cullen para atrapalhar.

Jully saiu da piscina e veio correndo até nós. Carlisle vinha atrás com duas
cervejas.

- Vamos lá Bella. - A garota pediu. - Eles querem fazer competição de derrubar,


e Edward está sem par. - Eu ri.

- Sempre me machuco quando brinco disso. - Respondi.

- Claro, porque você se recusa a ser derrubada. - Charlie se meteu. Carlisle


chegou até nós.

- Uma cerveja para refrescar? - Ele entregou uma budweiser ao meu pai que
sorriu, como se tivesse encontrado água no deserto.

- Faz tempo que não bebo dessas. - Rolei os olhos. - Vai lá com eles Bella, vou
ficar bem aqui.

- Ah, até porque eu estou aqui fazendo companhia para ele. Você sabe, minha
companhia é ótima. - Carlisle se achou a última bolacha do pacote.

- Ok, senhor eu me acho. Se é assim eu vou. - Eles riram. Tirei os tênis e as


meias de Charlie. Lhe entreguei meu shorts minúsculo e pus meus óculos nele. - Se
tirar a camiseta, não esqueça do protetor. - Recomendei lhe dando um beijo e
levantando dali.

- Vamos mergulhar? - Jully perguntou empolgada pegando minha mão.


- Vamos. Hey Emmett cabeçudo. - Eu chamei. - Abre espaço ai, vamos pular.

- Calma, espera. - Alice pediu. Ela pegou a câmera na beira da piscina. Me


fazendo revirar os olhos. - Agora sim. Podem vir.

- Esqueci o pato Bill. - A garota falou.

- Joga o pato Bill Jasper. - Pedi, e ele milagrosamente me obedeceu, sem dizer
nenhuma gracinha. Coloquei o pato na cintura da garota. - Agora sim. No três a gente
corre ok?

- Eu conto. - Ela pediu. - Ummmm, doiss, trêss e jã. - Ela começou a correr me
puxando pela mão. Respingamos áua em todos os Cullens da piscina.

Emergi dando risada. Jully ria de Emmett, que fazia careta e limpava os olhos.

- Para o tamanho de vocês duas, até que conseguiram fazer um estrago em. -
Jasper resmungou também limpando os olhos.

- Essa foto ficou demais. Podemos fazer um quadro depois.

- Deixa eu ver. - Agarota pediu, se pendurando em Alice. Edward me puxou


para junto dele.

- O que seu pai falou sobre nós? - Ele perguntou baixinho.

- Nada. Eu meio que expliquei algumas coisas. Fique frio Cullen, ele não vai
mandar te prender. - Edward riu.

- Casal vinte. O pai de Bela tá de olho. - Emmett avisou. - Acho que ele quer
ver um beijo. - Eu ri e me virei para eles. Edward me abraçou por trás.

- Se ele quer ver, vai ficar querendo Emmett.

- Fala sério, ele já sabe mesmo. Jully deixou tudo bem explicado. - Alice falou.
Edward beijou meu rosto.

- Pronto, nos beijamos. - Rose e eu demos risada.

- Assim não vale. - Jully reclamou fazendo todos rirem.

- Claro que vale. - Respondi rindo.

- Não vale não. - Alice respondeu.


- Ok Alice. - Edward disse divertido. - Carlisle está ali com Charlie nos
assistindo. Se você der um beijo desentupidor de pia em Jasper, eu e Bella nos
beijamos. - Ela parou de sorri e Jasper também.

- Sabe que papai não gosta de ver isso. Ele fica magoado. - Ela se defendeu.

- Parabéns Alice. Você desvendou o segredo dos pais. - Eu disse rindo. - Eles
são ciumentos e possessivos sabe? Odeiam ver essas cenas, por mais que saibam o
que acontece. Preferem não ver.

- Preciso concordar com Bella, meu pai também é assim. - Rose nos ajudou.

- Ok, vocês venceram. - Ela admitiu.

- Nós sempre vencemos. - Disse convencida. - Por isso estou aqui, para
brincarmos da tal guerrinha que Jully falou. - Emmett não me deixou terminar de
falar, e já subiu Rose em seus ombros.

Jasper fez o mesmo com Alice e Edward comigo. Prendi meus pés nas costas
dele, para me equilibrar melhor.

- Ok, Jully, você é a juíza. Vai dizer quem caiu primeiro. - Ela concordou
empolgada.

Não demorou muito para Alice cair, e Rose também não era uma das melhores,
na terceira tentativa eu a derrubei. E ainda estava sem nenhum arranhão nos braços.

- Para os vencedores o prêmio. - Falei com os braços para cima comemorando.


Jully batia palmas feliz por termos ganho.

Emmett não nos deu tempo e já pôs Rose em seus ombros de novo.

- Nem pensem que acabou. - Pelo visto ele odiava perder. Ganhamos todas as
10 vezes que brincamos, deixando Emmett furioso. Quanto mais ele reclamava mais
eu ria.

Edward já deveria estar cansado de me segurar, isso fez com que eu desistisse
da brincadeira. Meus braços receberam alguns arranhões, mas nada demais. Depois
disso Jully decidiu que tínhamos que fazer penteados nos garotos, e foi o que
fizemos. Emmett tinha muita cabeça e pouco cabelo, então não deu de fazer nada de
revolucionário, mas Jasper e Edward ficaram engraçados.

Alice tirou centenas de fotos deles, nossas, de todos juntos, do meu pai e do
dela conversando. Tudo que ela via se mexendo ela fotogravava. Carlisle trouxe uma
caixa de isopor cheia de cervejas para onde Charlie estava e pelas latas no chão, eles
já deveriam estar alegres demais. Confirmei isso, quando os dois se levantaram
empolgados e disseram que iriam preparar um churrasco.

Carlisle pediu o CD de samba que trouxe de presente para Jasper emprestado.


E eu tinha certeza que aquilo no acabaria bem. Emmett se empolgou com os dois e
foi atrás deles, assim como Jasper e Edward. Até Jully se empolgou com o churrasco
e o samba, e nos abandonou.

Rose, Alice e eu saímos da piscina e resolvemos pegar um sol. Quando


percebeu que estávamos sozinhas Alice soltou um gritinho histérico.

- O que foi? - Rose quis saber.

- Bella, por que nunca me contou que seu pai um Deus grego? Gente que
homem era aquele? Passa George Clooney para trás. Viram o sorriso dele? E aquele
olhar sério, o que é aquilo? E me Deus que homem cheiroso. Quando ele me abraçou,
quase tive um treco. Ele é completamente charmoso, e pude perceber que não tem
nenhuma barriguinha. - Rose e eu olhamos uma para outra e caímos na gargalhada.

- Que empolgação toda é essa Alice? Você tem namorado. - Disse em meio as
risadas.

- Só porque tenho namorado não posso achar um homem bonito? Fala sério, ele
é muito gato. Falo mesmo.

- Alice tem razão Bella. - Rose tentava parar de rir. - Seu pai é o quarentão
mais lindo que já vi. O que são os braços daquele homem? - Sorrir orgulhosa.

- Ele é considerado um dos quarentões mais bonitos do Brasil. As garotinhas,


são malucas por ele.

- Imagino. - Alice só faltava babar.

- Sua mãe não tem ciúmes não? - Rose quis saber. Aquela era uma ótima
pergunta, eu j[a não sabia demais nada.

- Eu no sei. Acho que não são mais um casal de verdade, estão vivendo de
aparências. - Murmurei me lamentando.

- Por quê? Ele é infiel? - A curiosidade de Alice estava a mil. Meu silêncio a
fez tirar suas próprias conclusões.

- Minha mãe trabalha muito, e em vez de diminuir o ritmo ela aumentou nesses
últimos anos. E ele trabalha em Brasília, as vezes fica a semana toda por lá. Sei lá,
acho que quase não se veem, e pelo jeito quando se veem eles brigam. Meus pais são
queridos no Brasil, são como Angelina Jolie e Brad Pitt aqui. As pessoas gostam
deles.

- Que máximo. - Alice bateu palmas e Rose rolou os olhos.

- Não acho o máximo viver de aparências. - Rose murmurou.

- Sua mãe deve ser maluca. Não é qualquer uma que tem a sorte de ter um
Deus grego desses em casa. Na cama.

- Arrg Alice, isso é nojento. É meu pai. Chega desse assunto. - Rose riu e Alice
pegou o celular.

- Vou ligar para Elizabeth, ela vai babar litros pelo seu pai. - Eu a olhei de
canto, mas ela pareceu no se importar.

Elizabeth, chegou 20 minutos depois, Alice foi recebê-la, e Rose e eu nos


juntamos aos outros, que estavam na churrasqueira. Emmett e Jasper saíram para
comprar cerveja e mais algumas coias. Carlisle deixou Jully ir junto. Eu me
perguntava se era confiável, deixar a garota sair com aqueles dois lunáticos. As vezes
ela parecia mais adulta que eles.

Como eu estava na sombra e ainda no estava seca, senti um friozinho e acabei


sequestrando a camiseta de Edward, que estava por ali dando sopa. Rose fez a mesma
coisa com a de Emmett. Charlie e Carlisle pegaram no nosso pé, dizendo que
parecíamos cantoras de Hip Hop, e só estava faltando o boné. Edward que tinha ido
até o sistema central de som para por o CD, voltou e colocou seu boné dos LA
Dodgers na minha cabeça.

- Agora no falta mais. - Ele respondeu nos fazendo rir.

- Esse já tem a aba quebrada, precisava ser reta. - Meu pai disse.

- Desse jeito ela está parecendo uma torcedora mulambenta dos Dodgers. -
Carlisle continuou e foi apoiado por Rose.

- Epa, não ofendam assim meu time. - Eu pedi. Carlisle ficou indignado.

- Não acredito que ele te convenceu. - Edward deu risada.

- Os Yankees são incontáveis vezes melhor que esse timezinho. - Ele provocou.

- Os Yankees são de Nova York Carlisle, eu moro na Califórnia sabe? - Edward


sorriu orgulhoso.
- Não estou mais sozinho. - Ele comemorou. Meu pai não parecia estar
entendendo muita coisa. Esme juntou-se a nós também.

- Céus, Edward te contaminou. - Disse vendo meu boné. - Acredito que a


camiseta de time que trouxemos para ele do Brasil, a do seu time.

- Claro, do melhor time do mundo. - Meu pai sorriu.

- Preciso concordar com Bella. Viram como fica o maracanã, em dia de jogo
né? - Os dois balançaram a cabeça afirmando.

- Edward, você precisa assistir a um jogo de futebol lá. O lugar chega a tremer.
- Carlisle falou admirado.

- Verdadeiramente incrível. Cheguei a ficar arrepiado. - Edward parecia


empolgado.

- Te levo lá um dia. - Disse a ele, que sorriu.

- Hey eu também quero. - Rose impôs.

- Eu levo você também loira. - Passei o braço em volta de seus ombros. -


Vamos precisar de mais cadeiras vips Charlie.

- Isso não é problema. - Respondeu sorrindo. Alice apareceu rebocando


Elizabeth, que estava um pouco envergonhada.

- Pai, mãe, Charlie, essa Elizabeth, uma amiga nossa.- Esme a beijou e
abraçou, seguida de Carlisle e por último meu pai. Ela até tentou disfarçar, mas olhou
mais para Charlie do que realmente era necessário. Edward riu e me cutucou ao
perceber isso. Alice e Rose também riram.

- Quer beber alguma coisa? - Carlisle perguntou.

- Uma cerveja. - Ela pediu. Charlie tirou uma cerveja do isopor gigante deles, e
até abriu para a garota. Ela sorriu abobalhada, quando ele lhe entregou a bebida.
Esme pareceu perceber também e resmungou algo para Alice.

Elizabeth pareceu sair do transe quando percebeu que estavam todos em


silêncio, ela se voltou para mim e Rose, que nos apoiávamos umas nas outras. Ela
abraçou e beijou Rose, e apertou a mão de Edward, e na minha vez me puxou pela
mão e me rebocou para longe deles.

- Tá brincando que aquele gostoso ali é seu pai? - Dei risada.


- Sim meu pai. Pelo menos o que diz na minha certidão de nascimento.

- Bella, ele é lindo. Mais que George Clooney. - Eu já tinha ouvido aquilo de
Alice. - As mulheres devem babar por ele. - Eu também já tinha ouvido aquilo.

- É , elas babam.

- E nossa, que homem cheiroso? Jesus, que homem é esse? - Por que ela
perguntava as mesmas coisas que Alice?

- Comporte-se Elizabeth. - Pedi tentando não rir. - Ele ainda é casado com
minha mãe, e você poderia ser filha dele. Então aquiete a piriquita.

- Vou tentar me comportar por sua mãe. Não pela idade, toda mulher deveria
experimentar um homem mais velho. Fala sério Bella, vai me dizer que você nunca
teve uma quedinha por um homem mais velho? - Eu não precisei pensar muito para
lhe responder.

- Richard Gere, quando eu vi uma linda mulher pela primeira vez. Eu me


apaixonei. Ele foi até meus 15 anos, meu sonho de consumo. - Elizabeth gargalhou. -
Mas já passou, ainda o acho um velho bonito, mas não é mais meu sonho de
consumo. - Ela riu de novo.

- Claro, com Edward Cullen, quem vai pensar em outro homem? - Sorri
abobalhada.

- É, o Cullen satisfaz meus desejos. - Ela mirou Edward.

- Posso apostar que satisfaz. - Rolei os olhos.

- Elizabeth, tire os olhos. Estou usando por tempo indeterminado. - Ordenei. -


Agora vamos voltar lá com eles. E comportasse. - Ela concordou e voltamos para
dentro.

Jasper, Emmett e Jully não demoraram muito a voltar. Os dois trouxeram mais
5 caixas de cerveja. Com certeza as coisas não acabariam bem. Meu pai estava
empolgado na churrasqueira. Ele fez alguns pãozinho de alho como petisco e o
pessoal avançou.

Esme e Carlisle contavam tudo que lembravam sobre sua viagem. No fim do
relato, falaram que caipirinha era uma delícia. Meu querido pai, disse que eu fazia
uma caipirinha como ninguém, então eu fui sorteada para fazer isso para a turma.

Em falta de cachaça fiz com vodka mesmo. Eles realmente gostaram da bebida,
e o pior que estavam misturando tudo. Eu era a única sóbria do lugar, os outros já
estavam para lá de felizes.

Jully parecia não entender muito bem, por que eles riam de tudo que ela falava,
mas achava engraçado. Já passava das das 17:00 quando tudo ficou pronto. Todo
mundo almoçou largado em qualquer canto. Emmett trouxe prato e copos plásticos, e
aquilo facilitou as coisa.

Alimentei Jully primeiro, já quem nem Esme parecia sã para fazer aquilo.
Depois fiz meu prato. Não comi muito, já que lambisquei todo tempo. Charlie,
Elizabeth, Carlisle e Jasper eram os mais alterados. Eu estava de olho em Charlie que
conversava animadamente com Elizabeth, e eles se tocavam a toda hora.

O sono pareceu pegar Jully, depois do almoço. Ela me pediu colo e deitou-se
em meu ombro.

- Que tal se eu te por para dormir um pouquinho? - Perguntei.

- No sofá? - Perguntou em um bocejo.

- Pode ser. Eu ligo a TV para você.

- Tá. - Levantei com ela no colo e fomos até na sala, tirei suas sandálias e
peguei algumas almofadas para ela abraçar. Liguei a TV, em um canal de desenho.

- Durma um pouquinho. Venho te ver daqui a pouco. - Eu estava sentada ao


lado dela.

- Por que eles não param de rir? - Ela quis saber.

- Eles beberam um pouquinho demais. Acho que precisam dormir também. -


Ela não falou mais nada, o sono estava a dominando mesmo. Dei um beijo em sua
bochecha e voltei para nossa mini festa. Edward me puxou pela cintura e me encostou
na parede. Ele também parecia bêbado.

- Não querendo ser chata. Mas já sendo. Pare por favor de beber. - Ele riu.

- Eu gosto de caipirinha. Você fica tão gostosa com minha camiseta sabe? Eu te
imagino sem nada por baixo dela. - Foi minha vez de rir.

- Sei que meu pai está olhando, e suas mãos descerem mais cinco centímetros
ele não vai ficar feliz.

As mãos de Edward, que estavam quase no fim da camiseta subiram um pouco.

- Pare de beber, por favor? Vou precisar de sua ajuda para lhe dar com eles.
Estão todos bêbados. - Seus olhos que brilhavam pela bebida me analisaram um
tempo.

- Tá. Vou beber um refrigerante para ver se melhoro. - Ele no parecia com
vontade de sair do lugar que estava.

- Ok. Vou buscar para você. - O isopor estava do lado do meu pai, e ele me
olhou de canto quando peguei uma coca.

- Diga para o rapaz que eu sou ciumento. - Resmungou.

- Estou de olho em você pai. - Falei perto do seu ouvido. - Em você e


Elizabeth. - Não deixei ele responder e sai dali. Entreguei a coca a Edward que estava
sentado em uma das cadeiras.

Emmett achou um baralho, não sei aonde e decidiu que deveríamos jogar truco.
Eu bem que tentei negar, mas todos sem exceções me mandaram parar de ser chata.
Então formei dupla com Edward.

Éramos ele e eu contra Emmett e Rose. Não foi difícil ganhar de dois bêbados,
acho que eles nem sabiam o que estavam fazendo. Alice e Jasper não estavam muito
diferente, e Carlisle e Esme também não. Não sei exatamente quantas partidas
jogamos, mas todas que jogamos ganhamos.

Emmett estava furioso, e ele quase nos expulsou da mesa, dizendo que
estávamos roubando. Resolvemos dar uma chance para eles, e abandonamos o jogo.
Edward já não estava mais tão bêbado. Nos sentamos na beira da piscina, com os pés
para dentro da água. Já era bem noite, e as luzes que vinham de dentro da piscina
deixava nossos pés azuis. Eu conseguia ter uma visão de todos do lugar que eu
estava.

- Como se sente? - Perguntei a ele.

- Melhor. Acho que já náo estou mais muito bêbado. - Eu sorri. - Seu pai e
Elizabeth, parecem íntimos. - Ele observava os dois, meus olhos também estavam
neles.

- É, eu sei. íntimos demais. - Murmurei.- O casamento dele, está acabado, vão


se separar no começo do ano. - Contei para Edward. Ele me puxou para perto.

- Sinto muito. - Disse voltado o olhar para mim.

- Eu também. - Ele tirou uma mecha dos meus cabelos que estavam na frente
dos meus olhos. Sorri, percebi que nossos rostos estavam completamente perto.
Fechei meus olhos esperando o beijo. Mas meu celular tocou. - Minha mãe parece ter
um sexto sentido. - Murmurei para ele, que sorriu e beijou minha testa.

- Quer que eu saia? - Eu ri.

- Não, fique aqui. Você não vai entender nada de qualquer jeito. - Ele
concordou. - Oi Reneé, lembrou que tem uma filha? - Perguntei fazendo graça.

- Ha ha, muito engraçado. - Ela resmungou. - Como vai pequena? - Desviei os


olhos do meu pai e respirei fundo.

- Bem, e você? - Ela demorou um tempo para me responder.

- Ótima. - Pena que ela não conseguia me enganar.

- Não minta para mim. O que está acontecendo com vocês mãe? - A ouvi
suspirar.

- Ele te contou?

- Contou. Mas ele não entende. Você não o ama mais é isso? - Ela demorou um
tempo para responder.

- Amo, muito. Vou amar para sempre. Ele me deu o melhor presente do mundo.
- Ela vivia me dizendo aquilo. Eu era o melhor presente do mundo. Pelo menos para
ela. - Só que as vezes você faz coisas, das quais não pode voltar atrás. E isso começa
a atormentar você, eu no consigo mais olhar nos olhos dele.

- Céus mãe. O que você fez? Conte para ele, tenho certeza que ele vai te
perdoar. - Talvez ela estivesse chorando.

- Eu no posso. Não se trata s dele Isa. Vocês me odiariam para sempre. - Eu no


imaginava o que Reneé poderia ter feito de tão grave. Tinha certeza que não se
tratava de traição.

- O que quer que seja o problema, daremos um jeito. Mas você precisa nos
dizer o que é.

- Não Isa, vocês não entenderiam. - Ela falou bastante séria. - Não vamos falar
sobre isso ok? Coisa minha, deixe estar. Como estão as coisas ai? Me desculpe náo
ter ido. Só acho que não tem clima nenhum. Mas estou morrendo de saudades,
acredite. Não vejo a hora de dezembro chegar. Quero abraçar você, te beijar e te
paparicar muito. Eu te amo tanto Isa, jamais faria algo para te magoar, jamais. -
Porque ela estava falando aquilo afinal? Eu estava triste com a situção dos dois, mas
não estava magoada com nenhum deles.
- Eu sei mãe, eu sei. As coisas estão bem por aqui. Tá ouvindo o samba? Meu
pai e Carlisle, estão fazendo um churrasco, com direito a caipirinha e tudo. Quase me
sinto no Brasil. - Reneé riu.

- Como ele está? Como realmente está? - Olhei de novo direto para onde ele
estava, mas para minha surpresa, já no estava mais lá. - No exato momento bêbado.
Acho que tem haver com a briga de vocês sabe? Ele tenta não demostrar mais isso
está acabando com ele.

- Ele não parecia nada acabado quando foi fotografado saindo de um bar com
uma garota.

- E você parecia quando saiu com Mayer? - Ela pareceu se surpreender com
minha pergunta e ficou muda algum tempo.

- Preciso desligar, Bernardo está me chamando. - Reneé terminou


completamente o assunto.

- Pense em Bernardo mãe. Vocês não estão só se expondo, estão expondo ele
também. - Ela voltou a ficar muda. - Diga a ele que mandei um beijo. E que no final
do ano, vou mostrar para ele como se joga Guitar Hero. - Ela começou a chorar.
Realmente ela não estava bem. - Ah, por favor mãe, pare com isso. Sabe que se
contar tudo para Charlie ele vai te entender. Ele é caidinho por você.

- Preciso mesmo desligar. - Ela sabia se fechar como ninguém. - Pode deixar
que dou o recado para Bernardo. Cuide-se Isa, não faça nenhuma besteira.

- Não vou fazer. - Ela talvez fosse a mãe mais destrambelhada do mundo, mas
eu sabia que se preocupava comigo. - Beijos mãe. - Falei antes de desligar o telefone.

Suspirei fundo e encostei minha cabeça no ombro de Edward.

- Se quer fazer algo, faça agora, porque se Charlie e Elizabeth foram lá para
trás do salão, com certeza não foram brincar de esconder.

Levantei rápido dali e caminhei em passos largos até o lugar, que estava
completamente escuro. Eles estavam tão bêbados que não nos perceberam chegando.

Fiquei muito irritada quando os vi daquele jeito.


Capítulo 25 - Você é importante para mim

Eu preciso muito, muito de você. Eu quero muito, muito você aqui de vez
em quando, nem que seja muito de vez em quando... você nem precisa trazer
maçãs, nem perguntar se estou melhor... você não precisa trazer nada, só você
mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone, basta ligar e eu fico
ouvindo o seu silêncio... juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado
da linha, ou do outro lado da porta, ou do outro lado do muro... "Mas eu preciso
muito, muito de você."
Caio F. Abreu

Elizabeth estava encostada na parede com os braços entrelaçados no pescoço


de Charlie, ele a prensava contra parede, e cochichava coisas no ouvido ela. Suas
mãos seguravam com força as coxas da garota. Me forcei a olhar bem para ver se era
aquilo mesmo, para ter certeza que meu pai estava a prestes de fazer sei lá o que com
Elizabeth.
Eles sorriam de algo, e Charlie foi aproximando sua boca da boca dela.
– O que vai fazer pai? - Ele parou, o que quer que ia fazer, e olhou sorridente
para mim.
– Elizabeth é tão legal. - Era perceptível o quanto estava bêbado.
– E por isso você vai beijá-la? - Perguntei enfurecida. - Você ainda é casado.
Respeite minha mãe, pelo menos quando eu estiver por perto. - Eu estava prestes a
explodir, Charlie tinha perdido completamente a razão.
– Claro, porque ela me respeita, muito. - Sua voz soava sarcástica.
– VEIO PARA CÁ, PARA ME PERTURBAR, É ISSO? PERCEBEU QUE
EU ESTAVA BEM E RESOLVEU TIRAR MINHA PAZ? - Eu cuspi as palavras. O
sorriso em seus lábios se desfez e suas mãos largaram as coxas da garota. -
PARABÉNS, ESTÁ CONSEGUINDO. - Respirei fundo e tentei me controlar, afinal
eu não estava em casa. - Se queria me perturbar conseguiu. - Lhe lancei um olhar de
indiferença.
– Bella... - Elizabeth começou. Levantei a mão a fazendo parar.
– Agora não Elizabeth, se eu falar com você agora, vou dizer coisas das quais
talvez eu me arrependa depois. - Ela ficou quieta.
Edward estava ao meu lado, assistindo a tudo, mudo. Dei as costas para os
dois e sai de lá, marchando para dentro de casa. Mas Emmett me chamou e disse
alguma gracinha, que me irritou ainda mais. Parei aonde estava e apontei o dedo para
ele.
– Pelo amor de Deus parem de beber. Tem uma criança dormindo lá dentro.
Antes de dormir ela me perguntou por que vocês estão desse jeito patético. Então se
contenham. - Eu ordenei e voltei a marchar para dentro de casa, com Edward atrás de
mim. Ele era esperto, e sabia que não era hora de dizer nada.
– Traga Jully para cima, vou tomar um banho e tentar esfriar a cabeça. -
Murmurei antes de subir as escadas.
Demorei um bom tempo no banho, tentando me acalmar.
O que tinha dado em Charlie afinal? Ele parecia um adolesceste, quando
descobre que pode ser o maior pegador da turma. Nunca o tinha visto assim, ele
sempre foi um homem sério, mesmo bêbado, nunca ficou de gracinha com mulher
nenhuma. E agora estava visivelmente querendo pegar minha amiga.
E Renée? Qual diabos era o problema dela? Eu me perguntava o que de tão
agrave ela tinha feito, para não querer contar. Não imaginava o que poderia ser. Mas
Charlie era completamente apaixonado por ela, pelo menos eu achava. Ele a
perdoaria, mesmo que ela tivesse matado uma pessoa.
Teria uma conversa bem séria com ela quando chegasse no Brasil.
Coloquei meu pijama que já estava no banheiro, e voltei para o quarto. Abri
bem a janela e acendi um cigarro. Eu precisava muito relaxar. Acho que fumei uns 5
em menos de meia hora.
Edward apareceu por lá um tempo depois, já de banho tomado também.
– Vim aqui te fazer companhia, porque sei que quando fica nervosa, fuma
muito mais do que deveria. - O olhei de canto soltando fumaça.
– Eles pareceram ter medo de você. Bem, pelo menos o que disse os fez
desligar o som. E quando estava vindo para seu quarto, encontrei uma comitiva
subindo as escadas, bem sérios. - Edward continuou o monólogo. - Dá a caixa dos
seus cigarros para mim? - Pediu estendendo a mão. - Por favor? - Bufei, mas acabei
lhe entregando. - Obrigado. Seu corpo agradece. - Acabei quase sorrindo da gracinha
dele. - Por que não fala mais? - Ele parecia Alice, conversando sozinho. Soltei
lentamente a fumaça e olhei em seus olhos.
– Aprendi com Jacob. Quando ele ficava furioso, parava de falar até se
acalmar. Ele tinha um saco de boxe também o que seria muito útil agora. - Respondi.
Ele encostou-se do lado da janela, virado para mim.
– Um abraço as vezes ajuda a acalmar. - Murmurou. Acabei sorrindo e
apagando o cigarro. Suspirei e me aproximei. Ele me puxou para seus braços e
ficamos ali por algum tempo. Os abraços de Edward pareciam milagrosos, eles me
acalmavam, de alguma maneira que eu não sabia como explicar.
Alguém bateu na porta, que estava entre aberta e nós nos separamos. Era
Charlie.
– Desculpe atrapalhá-los. - Nossa, agora ele olhava para o chão, como se
fosse o homem mais envergonhado do mundo. - Podemos conversar Bella? - Ele
pediu sem me olhar. Edward sorriu e beijou minha testa.
– Vou deixá-los a sós. Estou no meu quarto com Jully. - Disse para mim. -
Melhor irmos embora só amanha, ninguém parece em condições hoje. - Concordei
com a cabeça.
– Encontro com vocês depois. - Ele sorriu e se foi.
Sentei na cama, dando as costas para Charlie. Ficamos em silêncio por alguns
minutos, até que eu o ouvi se aproximar. Ele sentou-se ao meu lado e tentou olhar
para mim, mas eu cravei meus olhos em um quadro da parede, para não fazer o
mesmo.
– Desculpe. - Murmurou - Me desculpe Isa.
– Pelo o que? - Perguntei bastante séria.
– Por tudo. Por ter traído sua mãe, pelo o que viu, por ter bebido tanto, e por
tudo que possa ter magoado você. Acho que deveria ter ficado no Brasil. - Suspirei, e
fiquei em silêncio por um tempo.
– Fico feliz que tenha vindo. Só não me peça para aceitar aquilo.
Você é meu pai, e estava se esfregando na minha amiga, que tem a minha
idade. Enquanto eu estava no telefone falando com a minha mãe, que chorava por seu
casamento estar acabando.
Não sei se ela sai, ou não sai com outro homem. Mas tenho certeza que não
faria isso na minha frente, e com um amigo meu, que teria idade para ser seu filho.
– Tem razão, sobre tudo. Eu sou um verdadeiro idiota.
– Ficou com ela? - O silêncio dele disse tudo. Suspirei, e balancei a cabeça
negativamente. - Não acredito. - Murmurei.
Como Edward tinha raptado meus cigarros, tive que abrir uma caixa nova,
que ficava no meu criado mudo. Acendi o cigarro e voltei para janela.
– Ela me atacou quando você saiu de lá.
– Claro, porque era impossível se desvincilhar dela.
– Ah por favor Isa, estamos bêbados, isso não significou nada. - O lancei um
olhar furioso.
– Se não significou nada, se sabia que não iria significar nada, me responde
por que a beijou?
– Se não significa nada para você ficar com Edward, então por que fica? -
Respondeu minha pergunta com outra pergunta e ainda envolveu Edward. Ele queria
mesmo começar uma briga.
– Não meta Edward no meio dessa conversa. Edward e eu, não temos nenhum
compromisso com alguém, somos livres e desimpedidos. AO CONTRÁRIO DE
VOCÊ. - Acendi outro cigarro.
– Pare de fumar assim. Você não sabe fumar moderadamente? Por que tudo
para você tem que ser em doses altas? Por que não tenta manter o controle antes que
precise de ajuda para se livrar disso também? - Ele não estava mesmo me dizendo
aquilo. Charlie estava jogando baixo.
– Claro, sou eu que estou exalando álcool. Mas essa é uma boa ideia, sabe.
Vou descer lá e pegar aquele litro de vodka que está pela metade e vou me
embebedar.
Eu gosto de muito cigarro, de muita bebida, quem sabe eu volte para cocaína,
eu também gostava muito de cocaína. - Charlie segurou meu braço com força.
– Não repita isso. Nunca mais. - Finalmente eu tinha conseguido o irritar.
– Largue o meu braço. - Ele não me obedeceu, e com a mão livre pegou meu
cigarro e o jogou fora. Aquilo fez com que o pouco da paciência que tinha restado se
esgotasse. Eu lancei um olhar raivoso para Charlie. E quando ele me soltou e eu
comecei a socá-lo.
– Qual o seu problema em? Qual a PORRA DO SEU PROBLEMA? - Eu
perguntava o socando, ele não fazia nada para impedir. - Você não era assim. O que
está acontecendo? Você não era assim. - Eu me lamentava. Charlie me abraçou
apertado, me impedindo de socá-lo mais. - O que está acontecendo? - Murmurei já
sem forçar. Encostando minha cabeça em seu peito.
– Desculpa, desculpa. Eu sou um idiota. Queria vir fazer uma surpresa, e não
acabar com sua paz. Me desculpa Isa. - Ele pedia, me apertando mais em seus braços.
Ele não parava de murmurar a palavra desculpa.
Aos poucos fui me acalmando, e ele também, até o silêncio se fazer presente
entre nós. Tudo que ouvia era o coração de Charlie bater acelerado. Ele foi
afrouxando o abraço, provavelmente se certificando que eu não teria outro ataque de
raiva.
Ele segurou meu queixo e levantou para que eu o encarasse.
– Desculpa Isa, não vou mais fazer isso, não vou mais ser assim. Por favor me
desculpe. - Suspirei cansada.
– Tome um banho Charlie. Depois descanse, vai se sentir melhor amanhã. -
Desviei meu olhar do dele. Finalmente ele me soltou.
– Está magoada. - Aquilo não era uma pergunta.
– Tem toalhas no banheiro. Vou ver onde estão suas coisas e pegar seu pijama,
não tranque a porta.
Não esperei resposta, sai dali o deixando sozinho.
Encontrei Esme no andar de baixo bebendo água, ela se desculpou por ter
bebido demais. Disse que foi irresponsável, e que não deveria ter bebido assim, com
Jully em casa.
Respondi que estava tudo bem, e que aquilo acontecia nas melhores famílias.
Ela me abraçou se desculpou de novo, agradeceu por eu ter posto ordem na casa.
– Você é uma mulher extraordinária. - Ela disse antes de sair.
Segundo Esme, as coisas do meu pai estavam no quarto de hóspedes que
ficava em frente ao meu. Peguei um copo de água e subi, catei seu pijama e deixei lá
no banheiro.
Liguei a TV e me joguei na cama, meus olhos estavam pregados na TV, mas
meus pensamentos não estavam lá.
Resolvi sair dali, antes que Charlie saísse do banho. Acabei indo para o quarto
de Edward.
Ele assistia TV, praticamente no mudo, enquanto Jully, dormia em cima do
seu peito. Ele sorriu ao me ver, soltei um enorme suspiro. Sentei na cama, virada para
ele. Edward tirou Jully de cima de si com cuidado, e a deitou do seu outro lado.
Depois disso me puxou para seus braços, me agarrei a ele, como uma criança se
agarrava ao pai, quando sentia medo.
As palavras naquele momento eram completamente dispensáveis. Eu não
precisava dizer nada, para ele saber que eu não estava legal. E ele não precisava dizer
nada, para eu saber que ele estaria ali comigo, para o que desse e viesse. Suas mãos
começaram a acariciar meus cabelos, e aquilo logo me fez dormir.
Tive uma espécie de sonho estranho naquela noite. Isso envolvia Charlie e
Edward, eu não os via, mas ouvia.
– Obrigado. - A voz de Charlie parecia distante.
– Pelo o que? - Edward falava baixo.
– Por isso, olhe para ela, parece tranquila. Ninguém consegue acalmá-la assim
tão rápido. - Talvez Charlie estivesse sorrindo. - Quando ela era criança, e acordava
de noite, chorando com medo do escurou, eu ia até lá, e ela se abraçava em mim, do
mesmo jeito que está com você agora.
Há tempos não a vejo dormir tão tranquilamente.
– Ela consegue dormir quando estamos juntos. - A voz de Edward também
parecia ficar distante.
– É difícil não é?
– O que? - Edward quis saber.
– Está escrito na sua testa garoto. Está perdido. -Edward suspirou.
– É, eu estou. Talvez seja uma causa perdida. - Ele parecia se lamentar.
– Posso estar redondamente enganado, mas acho que ela sente o mesmo.
Ela te olha com a mesma cara de abobada, os olhos dela sempre acabam em
você. Nunca deixou alguém se aproximar tanto. Nem mesmo eu ou Renée.
Bella sofreu demais, e tem medo que isso aconteça de novo. Então ela se
fechou em um mundo só seu. Um mundo onde a palavra amor é proibida. Mas parece
que você e a garotinha conseguiram de alguma forma entrar.
Tenha paciência, ela vai precisar admitir o que sente para si primeiro. Teimosa
do jeito que ela é, talvez possa demorar um pouco.
– Não tenho presa. Sou um cara paciente. - Charlie riu.
– Eu gosto de você. Cuide dela. - Aquele sonho era o mais sem noção que eu
já tinha sonhado. Tentei abrir meus olhos e acordar daquela loucura, mas o sono era
mais forte do que eu. - Sabe onde fica meu quarto?
– No lado do de Bella.
– Ok. Não a acorde, e não tente... Você sabe. - Edward riu.
– Fique tranquilo Charlie, vamos só dormir, até mesmo porque Jully está aqui.
Vou me comportar. Você deveria fazer o mesmo, vê-lo com outra garota, fez
Bella quase devorar a caixa de cigarros.
– É, foi uma estupidez. Não conte isso para ela, mas a garota é legal. De
qualquer jeito vou ficar longe, não quero problemas com Bella.
– Eu não sei o que dizer. - A voz de Edward parecia surpresa.
– Boa noite garoto. - Depois daquilo, as vozes desapareceram, dando lugar
para o mais puro silêncio.
Acordei cedo no outro dia, e Jully já estava conversando com Edward.
Nós três conversamos sobre Edward e eu termos que voltar para casa.
A garota não parecia nada feliz com aquilo, tive que fazer várias promessas
para que ela concordasse.
Eu sentiria falta dela, de acordar e encontrar com seus olhos extremamente
verdes me analisando. Do seu sorriso ao me ver abrir os olhos. Do nosso momento de
preguiça, no sofá da sala. Dela deitando por cima de mim, quando queria tirar um
cochilo. Acho que até das incontáveis perguntas eu sentiria falta.
Combinamos de ficarmos os três juntos nos finais de semana, e nos dias de
semana eu iria vê-la junto com Edward.
Encontrei meu pai tomando café, e ele ficou extremamente envergonhado
quando me viu. Ele e Carlisle estavam com dor de cabeça, por motivos óbvios.
Esme se desculpou de novo.
Alice também se desculpou, ela se sentiu culpada por Elizabeth.
Eu tinha recebido pelo menos umas 10 mensagens da garota, se desculpando
também.
Rose, Emmett e Jasper eram os únicos que estavam de boa, não se sentindo
culpados por nada. Charlie até tentou conversar comigo, mas eu tinha resolvido
deixá-lo no vácuo mais um tempo.
Jully sentou-se no meu colo, e eu sabia que perguntas viriam.
– Por que está todo mundo com essa cara? - Ela cochichou a pegunta no meu
ouvido, me fazendo rir.
– Porque não se comportaram direito ontem. - Ela olhou para eles e balançou
a cabeça negativamente.
– Que coisa mais feia. Vocês não são mais crianças. - O que ela disse fez
todos darem risada. E aquilo descontraiu um pouco o clima. - Ix, começaram com as
risadas de novo. - Ela continuou.
– Hey, eu e Rose nos comportamos bem. - Emmett defendeu os dois.
– Você riu quando eu disse que meu quarto era rosa. - Ri ao lembrar que ele
tinha mesmo rido, e o pior é que ele sabia que o quarto da garota era rosa. Mas a
palavra rosa para ele, parecia uma piada muito engraçada.
– O dindo Jazz estava convidando a dinda Ali para irem até o quarto, fazer
uma coisa de nome esquisito. - Jasper pareceu se engasgar com a comida e Alice
ficou roxa. Tudo que eu pude fazer foi rir alto, acompanhada de Edward, Emmett e
Rose.
– Mamãe e papai também estavam estranhos. Só ficavam de segredinho e
risadinhas. E ecaa, eles se beijaram mais do que... - Ela percebeu o que iria falar e
parou. Fazendo todos rirem de novo.
– Eu não sabia que sua amiga era namorada do seu pai. - Ela disse olhando
para mim, como se pedisse uma explicação. O clima ficou tenso e ninguém ousou
falar nada.
– Eu também não. - Respondi séria.
– Edward também estava meio doido, ele estava tentando me explicar por que
o céu é azul. E por que os pássaros cantam. - Ela me relatava tudo. Tentando buscar
uma explicação para tanta maluquice.
– Estavam todos alterados, beberam algumas cervejas a mais. Agora já
voltaram ao normal. - Expliquei.
– Você não estava alterada. Me deu comidinha e me pôs para dormir. - Eu
sorri.
– Alguém tem cuidar de você, não é? - Ela sorriu e encostou a cabeça no meu
peito.
– Você deveria deixá-los de castigo. - Ela sugeriu, fazendo todos voltarem a
rir.
– Acho que a consciência é o maior castigo de alguns. - Olhei diretamente
para meu pai. - E outros não fizeram nada demais. Só quiseram ver o mundo girar.
Acontece com todo mundo.
– Você já ficou assim? - Ela quis saber.
– Já. Eu fui uma adolescente rebelde. - Muito rebelde, aquela festinha teria
sido só o esquenta para mim.
– Quando você tinha os cabelos iguais os da foto? - Eu ri, ela lembrava de
tudo.
– Exatamente naquele tempo.
– Jane e Jacob também eram rebeldes? - Meu pai sorriu de canto.
– Jacob era. Jane era a pessoa que tinha juízo. Com certeza ela teria me
ajudado a cuidar de todo mundo ontem. Ela era bem mais calma do que eu sou, então
não teria dado bronca em ninguém. Provavelmente levaria todo mundo para cama,
rindo por estarem alterados.
– E Jacob? - Ela quis saber.
– Não sei agora, mas se fosse a alguns anos atras, teria bebido todas, junto
com os outros. - Além de cheirar muita cocaína é claro. Mas isso eles não precisavam
saber.
– Aonde ele está agora? - As perguntas difíceis começaram, e o pior é que
todos prestavam atenção.
– Você faz muitas perguntas garota. Essa eu vou ficar te devendo a resposta.
– Alguém me passa a manteiga. - Rose pediu, me ajudando a mudar de
assunto.
As conversas foram fluindo aos poucos, depois de Jully dedar todos, eles não
pareciam mais tão constrangidos.
Aquele café da manhã estava mais para um almoço, já que já passava muito
do meio dia.
As garotas foram para a piscina, depois de tomarem um banho de protetor.
Jully e Esme se juntaram a elas. Eu fiquei jogando vídeo game com Emmett e Jasper.
Edward, Carlisle e meu pai, estavam conversando sobre cilindros, e óleo de
carro.
Emmett me humilhava no jogo de luta, ele não me deixava nem respirar, era
questão de segundos para acabar comigo. Isso o fazia dar altas gargalhadas, tinha
certeza que estava se vingando pelo dia anterior.
Quando me dei por vencida, os deixei ali e fui para frente da casa, fumar meu
café da manhã, não demorou muito para Charlie aparecer.
– Dormiu bem? - Demorei um pouco a responder.
– Dormi - Murmurei de mal gosto.
– Por favor Isa, não me trate com indiferença. Isso acaba comigo. Me xingue,
me bata, diga que me odeia. Só não faça isso.
– Eu já te bati ontem, e pode ter certeza que xinguei também. E não posso
dizer que odeio você.
– Sinto muito por tudo. Sei que fui um canalha. Posso colocar a culpa na
bebida, mas sei que não foi só isso. Isso não vai mais acontecer. Tem minha palavra.
– Ok. - Murmurei ainda indiferente. Aquilo realmente parecia o machucar.
– Quer que eu vá embora? Acho melhor voltar para o Brasil, tem razão
quando disse que só te trouxe problemas. Não queria fazer isso. Só vim até aqui,
porque a saudade de você estava me matando. - Tudo que eu mesmo queria é que ele
fosse embora.
– Não quero que vá. Só não faça mais isso ok? Isso machuca pai, ver você
com outra mulher, enquanto ainda é casado.
Essa aliança gigante no seu dodo, mostra que ainda é casado. O nome de
Renée está gravado nela. Respeite.
– Está certa Isa. Completamente certa. Só posso lhe pedir desculpas. -
Suspirei e me voltei para ele.
– Tudo bem. Me desculpe por ter te socado ontem a noite.
– Eu mereci. - Ele esboço um sorriso. - Estou orgulhoso de você, por ter posto
ordem na casa. - Eu sorri.
– Vamos para casa pai, quero que conheça o lugar que estou morando.
Charlie ficou tão, ou mais bestificado do que eu fiquei, quando vi o
condomínio pela primeira vez.
Ele parecia não acreditar no que via. Demorou uns bons 10 minutos para
voltar a falar conosco.
Disse que nunca tinha visto nada igual, a não ser em filmes. Edward riu e
disse que fiquei do mesmo jeito.
Aproveitei para contar sobre meu atropelamento, meu pai balançou a cabeça
negativamente, e me mandou tomar mais cuidado e olhar para os lados, antes de
atravessar a rua.
Contou diversos acidentes meus, que aconteceram por desatenção ou por eu
ser simplesmente descoordenada. As histórias faziam Edward rir muito.
Charlie continuou boquiaberto quando entrou no apartamento, ele estava
maravilhado com tudo.
Ficou indignado quando disse que ainda não tinha aproveitado nada dali.
Segundo ele aproveitaríamos a semana que passaria ali, na rua daquele lugar. Piscina,
caminhada, tênis, restaurante. Ele queria me deixar moída. Edward que detestava
exercícios físicos, fez nem ouvir nossa conversa.
Alice e Jasper não demoraram a chegar, os dois passaram o resto da tarde
conversando animadamente com meu pai. Eles pareciam muito empolgados em
conhecer o Brasil, quanto mais meu pai falava, mais ele se empolgavam.
Fui para varanda pegar um vento e fumar um cigarro, acompanhada de
Edward, que ficou lá comigo em silêncio. Não era um silêncio desconfortável, era um
silêncio bom, eu sabia que ele estava ali comigo, e aquilo me tranquilizava, me
deixava leve.
– Sempre que vejo você fumando, me da vontade de fumar. - Ele falou.
– Não quero que faça isso. - Murmurei soltando fumaça. - Isso faz mal, você é
completamente sedentário, e além do mais tem Jully. Nem pense em fumar. - Disse
me virando para ele, que tentava esconder um sorrisinho.
– Você não tem ideia de como isso fica convidativo na sua boca. É impossível
não lembrar da nossa primeira noite. - Ele suspirou. - Estou a meses sem você Bella.
A meses só na saudade.
– Tá querendo me dizer que não pegou ninguém nesse tempo?
– Ninguém. - Falou sério. Aquilo não podia ser sério, Edward sem sexo a
meses? Esperei ele rir e desmentir mas ele não fez isso.
– Oh my god. - Murmurei incrédula. Ele riu.
– Mary tentou me agarrar aquele dia na clínica. - Uma raiva desconhecida
tomou conta de mim e minha mão apertou forte a proteção da sacada. - Ela
literalmente se jogou para cima de mim, e tentou me convencer a dar uma volta no
seu carro. - Bufei irritada. - Disse para ela esquecer e fui embora. - Terminei de fumar
em silêncio sem dizer nada. Estava com uma raiva, que não fazia sentido.
– Não se prenda por mim. - Murmurei. - Jamais faça isso.
– Tá me dizendo para transar com Mary? - Ele quis saber.
– Estou dizendo para você transar com quem tiver vontade. - Falei irritada.
– Então você vai ter muito trabalho, porque a minha vontade é única e
exclusivamente de você. Eu não sei o que você fez comigo, mas eu não desejo mais
mulher nenhuma, desde que meus olhos viram você.
Você consegue entender isso Bella? É como se você me completasse, é a
primeira vez que me sinto assim. - Sim, eu entendia perfeitamente, eu me sentia do
mesmo jeito. Algo em Edward me tirava completamente a razão. Mas ele não deveria
saber sobre aquilo.
– Não, eu não entendo. - Resmunguei.
– Hey garotos. - Meu pai chegou, pondo fim a conversa. - Alice pediu pizza,
vocês já estão com fome? - Edward parecia não prestar atenção em meu pai, seus
olhos me analisavam, eu só pensava em sair dali.
– Vou entrar. - Murmurei dando as costas para os dois. Pude ouvir Charlie
perguntando a Edward o que eu tinha.
Emmett e Rose também apareceram para pizza, devoramos 6 pizzas gigantes.
Eu tinha que parar de comer tanto, acho que eu sozinha comi uma inteira.
Charlie gostou de Emmett, eles pareciam melhores amigos, e não paravam de
conversar. Emmett lhe explicava os planos que tinha para mim. Contou que eu estava
tocando todas as quintas, falou das festas famosas da fraternidade, e do hotel que eu
tocaria em Vegas.
Charlie estava admirado com todo planejamento de Emmett. E super
empolgado, deu algumas ideias, alimentando aquela insanidade.
Depois de jantar Edward foi para casa, ele pareceu ter ficado magoado
comigo, e aquilo me angustiava. Minha vontade era correr até ele e impedi-lo de sair
dali, mas assisti ele fechando a porta sem fazer nada.
Não demorou muita para Charlie ir dormir, a ressaca tomava conta dele. O
levei até seu quarto e o desejei boa noite, o fazendo rir dos papeis invertidos.
Me juntei com os outros na sala, mas resolvi me retirar quando eles
começaram com a melação na minha presença.
Não larguei meu celular por um segundo se quer, desde que Edward saiu. O
verificava de 5 em 5 minuto, esperando que talvez ele me mandasse uma mensagem.
Mas eu quem pisei na bola, eu que deveria me desculpar. Acabei digitando
uma mensagem com a palavra desculpa, e enviei para ele. Um minuto depois meu
celular apitou com a mensagem recebida.
“Desculpa pelo que?”– Ele perguntou.
“Sei lá. Sei que ficou magoado”.– Respondi.
“Você só foi sincera.” - Respondeu segundos depois. Eu passei longe de ser
sincera.
“Você é importante para mim”.– Enviei. Segundos depois o telefone
começou a tocar, não era mensagem, era ele ligando. Demorei um tempo até atender.
– Oi.. - Murmurei.
– Melhor assim, escrever dá muito trabalho. - Falou, me fazendo rir. - Sobre o
que estávamos falando mesmo?
– Você sabe. - Protestei.
– Quero ouvir você falar. - Fiquei um tempo muda.
– Eu estava pedindo desculpas por ter magoado você.
– E mais o que? - Podia apostar que ele estava rindo.
– Edward, você não imagina o quanto é difícil para mim dizer essas coisas.
– Ok, você não precisa dizer isso. Vou desligar. - Suspirei, tomando coragem.
– Você é importante para mim. - Murmurei. - Eu me importo com você. E isso
vai contra meus princípios.
– Isso é ruim? - Ele quis saber.
– Talvez. Eu prometi para mim mesma, nunca mais me importar com
ninguém. Mas eu não consigo controlar, simplesmente me importo.
Edward, seria mesquinho da minha parte prender você. Mesmo que sinta tudo
que neguei ainda a pouco. Porque nada vai me fazer mudar de ideia sobre
relacionamentos.
– Bella, não se preocupe comigo ok? Não sou criança, sei o que estou
fazendo. E lembro do que você disse, não se preocupe com isso.
– Estou desculpada então? - Ele fez pensar.
– Em parte sim, falta um beijo.
– Sinta-se beijado. - Ele riu
– Assim não vale. - Foi minha vez de rir.
– Então ponha na conta.
– Você me deve muito, cada dia sua divida aumenta. - Voltei a rir.
– Pagarei tudo, com juros e correção monetária. Agora vá dormir.
– Vou sentir falta de você, dormindo comigo. - Aquele assunto meloso, me
fazia sentir coisas.
– Também vou sentir sua falta. Afinal você é meu remédio para dormir.
– Quer que eu vá ai? - Era uma proposta tentadora, mas eu não poderia me
acostumar daquele jeito.
– Seu eu precisar eu berro. - Falei
– Ok. Boa noite.
– Boa noite. - Disse desligando o telefone.
Meus pesadelos voltaram, e infelizmente meu pai dormia no quarto ao lado,
ele veio correndo me abraçar. Ele me olhava sem saber o que dizer. No começo ele
dizia que era apenas um pesadelo e que ia passar, mas parou de dizer isso com o
passar dos anos. Agora ele não falava mais nada, só me abraçava e ficava comigo até
eu me acalmar.
Foi assim toda a semana que ele ficou ali, a mesma historia todos os dias.
Ainda tentava entender porque quando Edward estava comigo aquilo não acontecida.
Charlie aproveitou bem a estadia dele ali, terça a tarde ele me carregou para
piscina, almoçamos no bar flutuante e depois tive que correr com ele. Quer dizer
tentar correr, o máximo que consegui acho que foi 500 metros depois tive que andar.
Charlie dizia que o cigarro estava acabando com minha força física, me fazendo o
olhar de canto.
Ele também tentou, só tentou conversar comigo sobre meu aniversário, que
ele insistia em dizer que era na próxima segunda, mas eu não dei chance de diálogo.
Meu aniversário mudou de dia, na noite daquele maldito acidente. Agora eu contava
meus anos, de acordo com a mudança de ano. E não adiantaria de nada, ele insistir
naquilo.
Carlisle e Emmett, fizeram companhia para ele, toda a semana. O levaram
para cima e para baixo, em lugares que nem eu tinha ido.
As noites ele preparava o jantar para Alice, eu, e as vezes Jasper.
Alice era outra que o tinha conquistado, os dois eram cheios de gracinhas e
piadinhas, pareciam velhos amigos.
Só soube que Edward também tinha entrado naquela lista de amigos, quando
os dois apareceram juntos, sexta-feira na faculdade. Estavam me esperando ao lado
da minha sala, e riam de alguma coisa que não quiseram me contar.
Jully estava junto, pulou no meu colo e não quis mais sair de lá. Meu pai
estava apaixonado pela garota, e sorria feito bobo quando via eu e ela de segredinhos
e carinhos.
Edward era outro que parecia estar participando da mesma propaganda de
creme dental que meu pai.
No final de semana ouve outro churrasco americano na casa dos Cullens, só
que dessa vez todos se comportaram, e Elizabeth não foi convidada.
Charlie resolveu ir embora só na segunda, já que insistia em dizer que não iria
embora um dia antes do aniversário de sua filha. Fiz ele prometer que não contaria
aquilo para ninguém, e que não me desejaria felicidades. Ele só prometeu que não
contaria a ninguém.
O domingo passou rápido, e eu nem tentei dormir aquela noite. Foi naquela
data que tudo aconteceu. Mesmo eu tentando não pensar sobre aquilo, não conseguia.
As imagens vinham em minha cabeça feito um pesadelo, mas acordada.
– Eu preciso falar com você. - Jacob disse segurando meu braço. Ele estava
visivelmente drogado.
– Céus Jacob, você vive drogado agora? - Ele apertou meu braço com força.
– Não mude de assunto. Quero falar com você.
– Jacob, você está me machucando. Vou chamar os seguranças.
– Agora é assim? Vai chamar os seguranças? Você está carregando um filho
meu. Não pense que vai sumir assim. Você me abandonou, foi embora lá de casa, e
não fala mais direito comigo.
– Você vive drogado Jacob. Eu não te abandonei, só não quero correr o risco
de voltar a usar aquela porcaria. Olha. - Peguei a mão dele e coloquei na minha
imensa barriga. - Sua filha, ou seu filho, como você mesmo disse. Depende de mim,
quer que ele nasça bem não quer? - Ele retomou o controle por um momento e alisou
minha bariga.
– Volta para casa Isa.
– Desculpe Jacob, agora não dá. - Murmurei o deixando sozinho.
Acabei esbarrando com Jane e Nando, no meio da boate. Ela finalmente
tinha admitido seus sentimentos por ele, e eles estavam namorado.
– Hey, estou indo embora. - Falei para os dois.
– Por que? A festa mal começou. - Jane disse.
– Minhas costas estão me matando, e meus pés pedem por descanso. Os
últimos meses de gravidez são terríveis.
– Mal posso esperar o final desse mês, finalmente vou conhecer minha
afilhada ou afilhado. - Ela abaixou para falar com a minha barriga.
– A dinda está louca para ver essa pessoinha, para beijar, esmagar, apertar. -
Falava com as mãos na minha barriga.
Coloquei a mão na barriga também, sorrindo orgulhosa.
- Estamos todos ansiosos, né amor?
– Ok. Parem de conversar com a barriga. - Nando pediu.
– Que dindo bobo né amor? - Jane disse, e beijou minha barriga.
– Até amanhã então?
– Claro Isa. Amanhã você completa a maior idade.
– Já pode ser presa. - Nando fez graça.
– E dirigir. - Jane emendou.
– Já dirijo. - Disse, balançado as chaves do carro que tinha ganho de Renée.
– Isso é ilegal. - Nando protestou.
– Tio Charlie também acha, mas você conhece tia Renée.
– Eu já sei dirigir desde os 13 gente, só falta mesmo a carteira. Agora chega
de conversa fiada, deixem eu ir.
– Você vai para casa comigo. - Jacob voltou ainda mais alucinado.
– Jake por favor controle-se. Falo com você amanhã, quando estiver melhor.
- Disse tentando sair dali, mas ele me puxou com força. - Você está me machucando.
– Larga ela Jacob. - Jane interferiu, empurrando o irmão.
– Não encoste as mãos em mim. - Ele berrou, partindo para cima dela.
– Para com isso Jake. - Nando o segurou. - Para cara, ela é sua irmã e Isa é
sua namorada, você quer mesmo machucá-las? Pelo amor de Deus Jacob, isso vai
acabar te matando cara. - Jacob tentava se soltar dos braços de Nando.
– Vamos Isa, eu vou com você. - Jane me puxou para que eu a seguisse.
– Nando, cuide desse descontrolado. Ligo para você mais tarde. - Nando
assentiu e saímos dali, indo de encontro a morte.
– Bella, hey, Bella? Terra chamando. - Alice estava na minha frente estalando
os dedos.
– Como? - Perguntei desorientada.
– Você está bem? Cheguei em casa, e tomei um susto. Tudo apagado, e você
ai sentada feito um fantasma, encarando a TV desligada. Te chamei, chamei, mas
você parecia desligada.
– Tudo bem Alice. - Disse não convencendo nem eu mesma.
– Quer mesmo que eu acredite nisso? - Suspirei vencida.
– Você pode me contar algo? Me distrair? Cinco anos é um bom tempo não é?
- Perguntei, a deixando sem entender nada. Ela sentou-se no sofá ao meu lado.
– É, um tempo considerável. Por que?
– Cinco anos atrás, por essas horas Jane vivia seus últimos momentos. Me
lembro perfeitamente de como ela estava naquela noite.
Um vestido preto tomara que caia, que realçava sua pele branca e seus olhos
azuis, e um scarpin altíssimo também preto. Seus cabelos loiros, sempre lisinhos que
chegavam na cintura, e seu ar elegante que acho que nasceu com ela. Uma sombra
preta, que realçava ainda mais seus olhos.
Faziam duas semanas que ela tinha voltado da Inglaterra, e resolveu assumir o
namoro com Nando, foi difícil. Ela dizia que se apaixonar era para os fracos. Mas ele
conseguiu conquistá-la com muita paciência. Eles eram um casal lindo, era nítido que
se gostavam muito. Acho que ainda estariam juntos, se ela não estivesse morta. -
Murmurei. Alice alisava meus cabelos.
– Sinto muito Bella. Muito mesmo, eu sei como é passar por isso.
– Você acha que existe mesmo essa coisa de céu e inferno? Ou algo do tipo?
Que quando as pessoas morrem, elas vão mesmo para outro lugar. Que não acaba
tudo aqui?
– Acho. Tenho certeza, que não termina aqui. A terra é só uma passagem
Bella. A morte não é um final, é um começo.
– Espero poder vê-la por uma última vez. Já que eu não vou para o mesmo
lugar que ela.
– Não diga besteira Bella. Você é ótima e com certeza vai sim para o mesmo
lugar que ela.
– Eu tentei me matar Alice, por duas vezes. E a culpa de estarem mortas é
minha. Não mereço nenhum lugar bom.
– Também já tentei me matar, mas me arrependo. Foi a pior burrada que já fiz,
me matar não ajudaria em nada. Só pioraria as coisas, só pensei em mim quando
tentei isso.
– Eu também. - Ficamos um tempo em silêncio.
– Quem é a outra garota? A que você chama nos pesadelos?
– Minha filha. - Alice pareceu se espantar. - Estava grávida de 8 meses,
quando aconteceu o acidente. Fui a única naquele carro a sobreviver.
– Céus Bella, eu, eu não sei o que dizer. - Disse se lamentando. - Por que
nunca me disse isso? - Ela ainda parecia incrédula.
– Eu não gosto de tocar nesse assunto. É doloroso demais. - Alice me puxou e
fez com que eu deitasse a cabeça em suas pernas. - Eu não cheguei a vê-la, já que eu
estava no hospital em coma induzido, não participei dos velórios.
Nunca quis saber como era seu rosto, seu tamanhinho, suas feições. Mas
agora, sempre que penso nela, imagino Jully. Nesses dias ela me abraçou apertado e
disse que me amava. Aquilo foi tão mágico, quando percebi eu estava quase a
esmagando em meus braços, e repetindo, eu amo você diversas vezes.
– Você se sente melhor, aqui conosco?
– Muito, muito melhor. Vocês estão me ensinando a voltar a viver. - Alice
sorriu.
– E você trouxe a felicidade de volta, como meu pai disse. - Eu sorri e não
disse mais nada.
– Ainda quer que eu te distraia?
– Por favor. - Pedi.
– Jasper quer casar.
– Jasper o que? - Só podia ter ouvido errado.
– Quer casar.
– Casar? Céus, você está gravida? - Ela riu.
– Claro que não. Ele inventou essas historia de casamento e ninguém tira da
cabeça dele. - Jasper tinha sérios problemas, não tinha mais duvida sobre aquilo.
Casar com aquela idade? Nem formado eles eram.
– Isso é insano. - Murmurei. - E você aceitou?
– Não, não, claro que não. Amo Jasper e tenho certeza que um dia vou casar
com ele, mas não agora. Daqui uns 5 anos quem sabe, e quero me formar primeiro,
ter meu próprio negócio, amadurecer. Ele precisa disso também.
– Graças a Deus você tem juízo. Vai por mim, casar novo é um erro,
experiência própria.
– Pois é, mas ele ficou magoadíssimo. Me acusou de não amá-lo, e disse que
eu tinha outro. - Eu ri.
– Jasper é cego.
– Totalmente. Eu não sei o que fazer.
– Fique noiva. Isso vai mostrar para ele que você quer casar, mas não agora. -
O olhar dela pareceu se iluminar.
– Noiva? - Murmurou pensando. - Me parece um ótima ideia.
– Disponha. - Falei rindo.
– Precisamos organizar uma big festa. Uma data, o local, a decoração, a
comida... - Pronto, Alice falaria sobre aquilo por horas. Dei asas a sua imaginação. -
Você pode tocar com sua banda o que acha?
– A banda não é minha Alice. Mas sim, podemos tocar, só preciso saber o dia.
– Eu gosto do Natal.
– Desculpe, esse dia estarei no Brasil. Dia 23 de dezembro eu me mando.
Também tenho família lembra? Mas você pode conseguir outras bandas não se
preocupe com isso. - Ela pareceu incrédula.
– Acha mesmo que vou fazer uma festa de noivado sem você? Surtou garota?
Pensarei em outro dia.
Ai Bella, vai ser tão lindo. Eu posso.. - Ela começou com seu monólogo e eu
tentei mesmo prestar atenção, a garota falou por mais de uma hora sem parar.
Depois disso ela disse que precisava falar com Jasper, fez uma ligação rápida
mandando ele ir até lá e desligou. Dois minutos depois a campainha tocou. Jasper
estava rápido, ela berrou para que ele entrasse. Me surpreendi ao ver Edward.
– Você demorou. - Ela protestou.
– Faz dois minutos que me ligou Alice. - Edward respondeu. Ela o rebocou
até sofá, e o fez sentar ao meu lado.
– Oi. - Murmurou beijando minha testa.
– Oi. - Falei sorrindo.
– Bom, agora que Edward chegou eu posso sair. Cuide dela tá ouvindo
Edward? E não sai dai para nada, a distraia e faça companhia. - Edward a olhou sem
entender. - Me obedeça e não pergunte.
– Ok. - Falou rindo.
– Até depois criança. Talvez só volte amanhã, tenho uma festa de noivado
para resolver. - Falou já quase fora de casa.
Edward me olhou procurando respostas.
– Alice vai noivar. - Ele arregalou os olhos.
– Como? - Perguntou perplexo.
– Jasper a pediu em casamento, ela disse que não por motivos óbvios. Ele
ficou magoado pensando que ela tem outro e coisas do tipo, então ela vai noivar para
mostrar que o ama. Mas o casamento só daqui uns 5 anos.
– Carlisle vai surtar ao saber disso. Alice é o bebezinho dele. - Edward estava
achando graça.
– Acho que ele ficaria pior se ela aceitasse o pedido de casamento. - Edward
concordou.
– Cadê seu pai? - Ele quis saber, com olhos de segundas intenções.
– Dormindo.
– Já?
– É, temos problemas com a data de hoje. - Murmurei. - Ele gosta de dormir,
para passar logo a noite.
– Problemas? - Ele parecia muito curioso.
– Você ouviu minha conversa com Jully não ouviu? Quando disse que estava
grávida? - Ele afirmou com a cabeça. - Perdi em um acidente de carro, no mesmo dia
e no mesmo acidente que Jane morreu.
Aconteceu na noite do dia 12, mas quando Jane deu seus últimos suspiros já
era dia 13.
– Bella, eu não sei o que dizer. Sinto muito, muito mesmo. Imagino como é
difícil.
Me diga o que eu posso fazer? - Perguntou ansioso, querendo me ajudar.
– Só fique aqui, abraçado comigo. - Ele levantou-se do sofá e me pegou no
colo, caminhou comigo até meu quarto e me deitou em cima dele. - Eu sinto muito
querida. - Murmurou beijando minha cabeça.
– É por isso que não dirijo mais, e foi por isso que cortei os pulsos.
– Você estava dirigindo? - Ele quis saber.
– Sim. Um C4 novinho em folha, vermelho, que ganhei de presente de
aniversário, naquele mesmo dia.
Estava saindo de uma festa, indo para casa. Mas Jacob estava bravo comigo e
estava completamente louco, fora de si. Ele tinha uma L200, bateu atrás de mim,
tentando me fazer parar o carro. Mas não tinha acostamento, ao invés de parar eu
acelerei. Ele acelerou mais, ficando do meu lado, ele me fechou uma vez, consegui
não bater. Mas a segunda não consegui recuperar o controle. O carro capotou, e
desceu um barranco rolando.
Ele parou de cabeça para baixo, não sei se fiquei desacordada muito tempo,
mas quando dei por mim, e vi o que tinha acontecido fiquei desesperada. Olhei para o
lado mas Jane não estava, só quando olhei para frente foi que a vi. Estava a uns 100
metros distantes do carro.
Demorei para conseguir sair de lá, eu tinha muitos machucados, havia muito
sangue. Mas me rastejei até ela.
Deitei a cabeça dela nas minhas pernas e a chocalhei, ela abriu os olhos e
conversou comigo por uns 10 minutos, e então morreu em meus braços.
Chorei desesperada querendo que aquilo fosse um pesadelo, e desmaiei.
– Jacob fez isso? - Edward parecia bravo. - Ele praticamente empurrou vocês
para morte. Ele é um assassino. - Sim ele estava bravo.
– Não fale assim dele. Ele jamais faria isso se estivesse em sã consciência. - O
defendi.
– Bella, você se culpa por ele? Não tinha nada que você pudesse fazer.
– Ele precisava de ajuda. Ele só queria conversar e eu o deixei.
– Isso não faz sentido, se cada vez que um casal discutisse ou terminasse isso
acontecesse a humanidade estaria extinta. Bella esse cara é perigoso.
– Você parece meu pai falando. Não se preocupe, ele está impossibilitado de
todas as formas de me ver.
– Ele morreu?
– Está preso. Meu pai moveu céu e terra para que ele ficasse lá. Todas as
vezes que tentam soltá-lo ele da um jeito de reverter a situação. Charlie prefere ver o
diabo a ver Jacob.
– Fico feliz por isso. Esse homem é doente Bella.
– Não fale dele Edward, você não o conhece. Eu não quero brigar com você,
então por favor não vamos falar sobre isso.
– Você ainda o ama? - Perguntou em um fio de voz.
– Já te respondi isso uma vez. Eu não o amo Edward, só não gosto que o
julguem, principalmente sem ter o conhecido. Jacob foi uma paixão de adolescente,
ou aquela história de primeiro amor, tanto faz.
Daquela que a gente pensa que é para sempre, como contos de fada, ou filmes
bobos de romance. Mas ai vem a vida e te esfrega a realidade na cara, e você começa
a crescer, amadurecer, conhecer pessoas.
Abandona a adolescência, e vê que muito dos sonhos que você tinha, eram
bobos e sem sentido. E que aquele amor que você jurava que seria eterno, era só
empolgação de principiante.
Você pensa nas juras de amor e chega a conclusão, "Céus como eu era melosa.
Como eu disse aquilo?"
Como diria Jully Eca... - Edward riu.
– Acho que ninguém deveria namorar até pelo menos os 18 anos, as pessoas
deveriam curtir primeiro a vida. Beijar, abraçar, ficar, fazer loucuras boas. Se
conhecer, conhecer pessoas, viajar.
Depois sim, namorar.
Adolescência é tempo de cometer erros, de se conhecer.
Jane viveu 18 anos, e tenho certeza que aproveitou muito mais que eu.
Ela não tinha nenhum tipo de vício, viajou, beijou caras diferentes, conheceu
pessoas diferentes, se perdeu, se sentiu livre. Sabe como é?
Eramos todos adolescentes, a diferença é que Jane era livre.
Jacob e eu já constituíamos família. Não fique grávida porque planejei, mas
não me arrependo por um segundo. Eu já amava tanto, sem nunca ter a visto. Acho
que eu era a pessoa mais feliz do mundo quando descobri.
Essa criança me trouxe responsabilidade, me mostrou que eu precisava mudar.
Não sei se estaria viva se não tivesse ficado grávida. Eu era tão imatura, tão
irresponsável. - Edward alisava meus cabelos em silêncio.
– Adolescentes são assim Bella. Quero que acredite em mim, você não foi
culpada. Você precisa deixar isso para trás, para se livrar de vez dessas algemas.
– Eu sei. - Murmurei. - Só não sei como fazer isso.
– Aposto que nunca visitou o túmulo de Jane e nem da garotinha, não é
mesmo?
– Como sabe? - Sera que meu pai tinha dito algo?
– Fiz o mesmo com Kate.
Quando você brigou comigo aquele dia a noite lá em casa, e disse para mim
ser um pai de verdade, eu pensei sobre aquilo a noite toda. Sobre tudo, e vi que você
tinha razão. Não adiantaria nada eu ficar me culpando. Kate está morta, me culpar
não a trara de volta.
Domingo bem cedo eu passei na floricultura comprei algumas flores, e fui
fazer uma coisa que nunca tinha feito. Visitar o túmulo de Kate. Quem me viu lá,
deveria pensar no mínimo que eu era esquizofrênico, já que falava com o a imagem
dela na lápide.
Eu me desculpei, contei de como Jully havia crescido, de como me sentia
culpado. Pedi desculpas e disse que finalmente queria seguir em frente.
Parece estranho, mas sai de lá mais leve, como se as algemas que me
prendiam tivessem sido abertas.
– Eu já tentei ir lá algumas vezes, mas sempre desisto no meio do caminho.
Não participei do velório, não vi os caixões. Não sei, é como se eu tivesse esperança
disso tudo não ser verdade, delas aparecerem de repente sorrindo, dizendo que foi só
uma brincadeira sem graça.
Se eu for no cemitério, vou ver que isso é uma ilusão minha, vou ver que elas
realmente estão mortas.
Ir lá é ter a confirmação de uma coisa que eu já sei, mas não quero aceitar.
– Entendo. Mas você deveria encarar essa, tenho certeza que se sentiria
melhor.
– É, pode ser. - Murmurei. Sai de cima dele e me deitei ao seu lado. Ficamos
virados um para o outro.
– Hoje é seu aniversário? - Ele quis saber.
– Se já for meia noite... - Ele sorriu. - Não me de parabéns ok? Eu não
comemoro essa data. Passei a mudar de idade quando o ano muda. - Ele me olhou
estranho.
– Você tem 22?
– Não prestou atenção? Mudo de idade quando o ano muda, tenho 23 desde
01/01/10.
– Não minta para si mesma. Você sabe que isso não é verdade. Não me
impeça de lhe desejar parabéns.
– Não existem motivos para você me felicitar. Eu odeio esse dia. -
Argumentei.
– Existe sim. Você está viva.
– Não importa. - Ele tapou minha boca com a mão.
– Não diga isso. Importa sim, importa muito. Importa para mim. - Ele colou
seu corpo no meu. E sua mão acariciou meu rosto. - Você não tem noção do quanto
importa Bella. - Murmurou. - Obrigada por existir. - Seus olhos não largavam dos
meus, e sua boca estava quase na minha. - Feliz aniversário princesa. - Eu sorri, e ele
acabou com a pouca distância existente.
Ele me beijou calma e demoradamente, seus lábios não tinham pressa alguma,
eram suaves e gentis, os meus imitavam os dele, curtindo aquela sensação boa que só
Edward conseguia transmitir.
Sua mão continuava acariciando meu rosto. Quando ele terminou o beijo,
encostou sua testa na minha. Seus olhos brilhavam como nunca.
– Desejo que possa seguir em frente e ser feliz. Que volte a amar e reencontre
a felicidade. Você merece muito. - Sua voz baixa e carinhosa, deixava tudo mais
intenso.
– Obrigada. - Murmurei, com os olhos conectados nos dele.
– Conte comigo sempre, para qualquer coisa. Eu posso ser o que você quiser.
Amigo, ouvinte, conselheiro, palhaço, posso cantar, contar piada, e até correr. - Eu ri.
- É só você me dizer o que quer.
– No momento, quero que me faça esquecer que existe algo no mundo além
de nós dois. - Ele sorriu torto, do jeito que eu adorava.
– Me dê um minuto. - Falou, levantando apressado e indo em direção da
porta, a trancando.
Depois ele foi até meu som, e colocou para tocar, o cd que tinha lá por perto.
Pela música que começou a tocar, percebi que era Eric Clapton.

http://www.youtube.com/watch?v=vUSzL2leaFM&ob=av3n
Edward se livrou da camisa, sapatos, e meias, e em seguida, veio em minha
direção. Ele estendeu a mão querendo que eu levanta-se.
– Dança comigo? - Eu ri.
– Por que? - Quis saber.
– Porque é seu aniversário, e eu gosto de dançar com você. - Rolei os olhos
mas acabei pegando sua mão e levantando.
Capítulo 26 - Feliz Aniversário

Passei meus braços ao redor do seu pescoço e começamos a nos mover


lentamente. Meu corpo arrepiava a cada palavra que ele sussurrava no meu ouvido.
Consegui aguentar até mais ou menos a metade da música, depois eu o
ataquei.
Minha boca foi de encontro a sua, como se precisasse dela para sobreviver.
Minhas mãos seguravam firme seus cabelos, assegurando-se de que ele não sairia
dali.
Edward me empurrou até a parede e me prensou lá. Seu corpo completamente
colado no meu, me mostrava o tamanho de sua empolgação.
Ele livrou-se facilmente da minha camiseta poida do pink floyd. Prendeu
meus pulsos, e os levou a cima da minha cabeça.
– Não os tire dai. - Murmurou, com a boca em meu pescoço.
Sua boca ia descendo lentamente, beijando, mordiscando. Suas mãos iam na
frente alisando todo meu corpo. Elas logo se livraram do meu sutiã.
Edward se demorou por ali, enquanto sua mão trabalhava em um dos meus
seios, sua boca tomava conta do outro.
Meus pensamentos estavam completamente nublados, eu só consegui sentir o
prazer que ele estava me proporcionando.
Sua boca resolveu seguir caminho, me fazendo suspirar, cada vez que ela
descia mais. Quando sua língua contornou meu umbigo, eu não consegui conter um
gemido, fazendo Edward sorrir sacana.
Suas mãos seguraram firme o cós da minha calça, o puxando para baixo,
levando junto minha calcinha.
Ele sentou-se no chão, e suas mãos afastaram minhas pernas. Edward
distribuiu beijos molhados e demorados, nas partes internas das minhas coxas, me
fazendo gemer de novo.
Quando ele se deu por satisfeito com toda aquela tortura, sua mão foi
lentamente de encontro ao meu sexo, me fazendo arfar em antecedência. Ele brincou
com os dedos por ali, com certeza para me provocar, antes de me invadir.
Quando seus dedos me penetraram, eu não pude mais manter minhas mãos a
cima da cabeça, elas agarram com força os cabelos de Edward, e meus dentes
rangiam tentando evitar gemidos altos.
Quando senti sua língua me tocando, fechei os olhos e joguei a cabeça para
trás.
Meu coração parecia querer saltar pela boca, e minhas mãos se asseguravam
que ele não sairia dali.
– Não para. - Resmunguei arfando. O que pareceu o incentivar a aumentar a
velocidade dos movimentos.
Eu sentia as primeiras contrações. Meu coração batia cada vez mais
alucinado, meus dedos dos pés se contrairiam, minhas pernas estavam bambas, eu
perdi a noção de tudo ao meu redor por alguns segundos.
As mãos de Edward agarraram minha cintura para que eu não caísse. Ele
continuou lá, até sugar a última gota.
Quando se deu por satisfeito ele se pôs de pé, e eu o ataquei, o beijei ser pudor
algum, sentindo meu gosto na boca dele.
Minhas mãos conseguiram desatacar rápido sua bermuda, logo se livrando
dela.
Podia sentir o membro pulsante de Edward contra minha pele.
Meus olhos olhavam com cobiça, para o que a Calvin Klain azul escondia.
Eu nunca tinha feito aquilo com Jacob, mas sentia uma vontade imensa de
fazer com Edward. Me ajoelhei, e desci sua cueca.
– Você não tem que fazer isso. - Edward falou puxando o ar.
– Eu quero muito fazer isso. - Falei, passando minha língua em seu membro.
Edward arfou.
– Céus. - Ele murmurou. - Bella, quero que pare quando eu pedir ok? -
Afirmei com a cabeça e o abocanhei. Edward tentava conter os gemidos.
Sua mão foi para minha cabeça, ditando os movimentos que o satisfazia. O
gosto de Edward era perfeito, indescritível, acho que era o melhor gosto do mundo.
Sempre que tentava aumentar o ritmo dos movimentos, ele me freava. Tirei
sua mão de trás da minha cabeça e a segurei. Então pude aumentar os movimentos,
sua respiração era cada vez mais forte. Eu sabia que ele estava quase lá, eu queria
senti-lo se liberar em mim, queria o experimentar por completo. Mas ele tinha mais
força, se livrou das minhas mãos e me freou.
– Chega Bella. - Falou me levantando do chão e me rebocando para cama.
Ele se posicionou em cima de mim e eu afastei minhas pernas.
– Eu não tenho camisinha. - Falou para mim.
– Dana-se. - Murmurei, fazendo o sorrir, e se encaixar em mim.
Aquilo foi mais do que perfeito. Sentir Edward por completo em mim, sem
nenhum pedaço de plástico idiota. Céus, nós nos encaixávamos perfeitamente.
Edward encostou a testa na minha.
– Não feche os olhos. Quero que fiquei comigo, olhando para mim, sentindo
todo esse nosso magnetismo. Vamos fazer isso devagar, sutilmente. Pode fazer isso?
– Sim. - Murmurei, sem desviar o olhar. Isso fez com que ele começasse a se
mover. Lentamente, sem desprender os olhos dos meus.
Seus olhos pareciam querer dizer coisas que eu não entendia. Mas eu entendia
do tal magnetismo que ele falava. Sentia a descarga elétrica cada vez que ele me
tocava. Sentia o mundo desaparecer, cada vez que ele me beijava. Meu coração
acelerar, cada vez que ele se aproximava. Uma felicidade estranha sempre que ele me
dizia alguma gracinha, ou quando ele aparecia de surpresa. Uma ansiedade estranha
quando ele demorava.
Eu não entendia o que significava tantos sentimentos, mas eu não podia negar,
eramos perfeitos juntos.
Nunca tínhamos feito assim devagar e sutilmente, como estávamos fazendo.
Mas aquilo era incrível, era ainda melhor, e era intenso.
Sentimentos estavam presentes ali, sentimentos conhecidos, sentimentos
desconhecido. Sentimentos que eu tinha certeza que não deveriam existir, mas
insistiam em estar ali.
Meus olhos não o abandonavam, eles o admiravam, o idolatravam.
– Você é lindo. - Me vi murmurando. - Ele sorriu torto, do jeito que eu
adorava. Do jeito que me tirava o ar, do jeito que só ele sabia sorrir.
– Você é perfeita. Eu queria poder te dizer tantas coisas. - Depois de dizer tais
palavras, ele aumentou a velocidade dos movimentos.
O prazer fazia com que eu não conseguisse formular frase alguma.
As investidas fortes dele, estavam me roubando o raciocínio.
– O que quer dizer? - Perguntei enlouquecida. Ele sorriu e não disse nada.
Edward voltou a colar a testa na minha, seus movimentos se intensificaram
ainda mais.
Meus olhos se fecharam, quando senti que estava quase.
– Abre os olhos Bella. - Ele impôs. - Quero que façamos isso nos olhando nos
olhos. - Eu o obedeci. Segundos depois o senti se liberar dentro de mim, junto
comigo.
Seus olhos brilhavam como nunca tinha visto antes. Era um brilho de cobiça,
de prazer, e talvez de mais alguma coisa que eu não conseguia decifrar.
Ele voltou a me beijar, só que dessa vez, calmamente, curtindo aquele
momento.
– É uma pena eu ter que conter meus gemidos. - Murmurou, me fazendo
sorrir. - Você é maravilhosa. - Ele desencaixou-se de mim e foi para meu lado.
Eu ainda estava fora de mim para poder falar alguma coisa.
Edward foi até o banheiro, e trouxe uma toalha para nos limparmos.
Quando ele voltou a deitar-se a meu lado eu deitei minha cabeça em seu peito.
– Você me faz perder a razão. - Murmurei de olhos fechados. Senti suas mãos
alisarem meus cabelos.
– Que coincidência. - Falou com a voz bem baixa, ou talvez eu já estivesse
quase dormindo.
– Como se sente?
– Ótima. - Respondi sonolenta. - Incrivelmente ótima. - Ele riu.
– Está com sono? - Perguntou.
– Estou. Fica aqui comigo? - Pedi.
– Sempre que você quiser, quando você quiser. - Sua voz estava quase
sumido.
– Edward. - Murmurei, enquanto ainda conseguia. - Obrigada, essa foi a
melhor transa da minha vida. Você se superou.
No meu sonho completamente insano e escuro, acho que ouvi Edward
falando, "Eu não transei Bella, eu fiz amor. O mais sincero amor."
Era realmente um sonho sem noção. Assim como sua voz surgiu de repente,
ela desapareceu de repente, dando lugar só a escuridão.
~~*~~
Charlie passou trabalho para me acordar no outro dia. Quando abri a porta, ele
estava prestes a arrombar, pensando que algo tinha acontecido.
– Calma pai.- Murmurei, abrindo só um pedaço da porta, e pondo minha
cabeça para fora. - Eu só estava dormindo. - Ele me olhou incrédulo.
– Dormindo? Que horas foi dormir? - Fiz cara de dúvida.
– Sei lá. Umas 2 da manhã. - Ele pareceu ainda mais espantado.
– Sem pesadelo? - Perguntou franzido o cenho.
– Sem pesadelos. - Ele tentou espiar por entre o espaço aberto da porta. Eu sai
dali e fechei a porta.
– Você não vai querer entrar pai. - Adverti envergonhada, e as coisas
pareceram fazer sentido para ele.
Ele apontou para porta, abriu e fechou a boca umas três vezes e depois passo a
mão nos cabelos.
– Edward está ai dentro. - Ele concluiu. Arquei as sobrancelha meio que
confirmando. - Por isso a porta estava trancada. - Continuou com as conclusões. - E
com certeza não trancaram só para dormir.
– Ok. Vou tomar banho. Que horas são em?
– 9:30. - Falou ainda pensando sobre o assunto.
– Não temos muito tempo, melhor me apresar para você não perder o voo. -
Falei, querendo fugir dali.
– Você vai me deixar te dar um abraço e desejar feliz aniversário não vai? -
Me abraçar? O cheiro de Edward estava em mim, eu cheirava a sexo, e não queria
que meu pai sentisse isso.
– Pode ser depois do banho? - - Ele pareceu entender o porque e começou a
rir.
– Ok. Mas não pense em escapar. Vou preparar um café rápido.
– Certo. - Concordei.
– Vejo que começou bem seu dia hoje. - Ele fez graça.
– Você não imagina quanto. - Murmurei entrando no quarto. Mas pela sua
risada, acho que ele pôde ouvir.
Nem tentei acordar Edward antes do banho, porque se isso acontecesse,
certamente Charlie perderia o voo. Tomei um banho super rápido. Coloquei o shorts
piriguete preto, que tinha ganho de Jully, uma regata branca e um par de tênis preto.
Depois de pronta abri a janela para que o ar, levasse o cheiro de sexo embora.
Finalmente parti para árdua batalha de acordar Edward. Me sentei ao seu lado
e o chocalhei, não obtendo sucesso.
Minhas mãos foram para seus cabelos, os desalinhando. Sua respiração estava
tão calma e tranquila. Meu dedos começaram a traçar seu rosto. Ele era incrivelmente
lindo. Seu rosto lisinho, suas sobrancelhas grossas, a barba perfeitamente feita, a boca
avermelhada. Sorri, pensando em como um homem daquele estava lá, na minha
cama, podendo ter a mulher que quisesse. Me aproximei dele e beijei sua boca. O
fazendo sorrir.
– Acho que arrumei um jeito de acordar você. - Murmurei. Seu braço
envolveu minha cintura e me puxou para ele.
– Essa é a melhor forma de acordar. - Murmurou quase sem voz.
– Você tem que levantar. Precisamos levar meu pai.
– Qual seu plano para hoje? - Meu plano?
– Levar meu pai ao aeroporto e ir para aula, como sempre. - Ele abriu os
olhos.
– Hoje é seu aniversário, vamos fazer alguma coisa. - O olhei de canto.
– Ninguém sabe que é hoje, e quero que continue assim. Por favor Edward,
não tenho o que comemorar.
– Vamos aproveitar que vamos até LA deixar seu pai no aeroporto, e vamos
passar o dia lá. Só eu e você.
– Temos aula. - Falei pensando na proposta tentadora.
Nunca tinha ido passear em LA, isso porque estava morando a 3 meses na
Califórnia.
– Nós mata hoje. Vejo no seu rosto que você que ir. Você está morando na
Califórnia e nunca foi a LA, é como ir a Roma e não ver o papa.
Vamos Bella, Los Angeles, Hollywood, Bervely Hills, calçada da fama.
– Ok. Você me convenceu. - Ele me abraçou empolgado. - Agora já para o
banho, antes que Charlie venha até aqui de novo.
– Charlie veio até o quarto? - Perguntou preocupado. Afirmei com a cabeça. -
Você precisa me contar isso depois.
Edward colocou as roupas e foi para casa tomar banho, e ajeitar algumas
coisas para viagem.
Ele ficou totalmente constrangido, quando deu de cara com meu pai na sala.
Alice cuspiu todo seu suco, rindo da cena.
Eu sabia que Charlie estava feliz por eu ter conseguido dormir e tudo mais,
mas outra parte dele estava se roendo, afinal ele era pai. E não deveria ser nada fácil
para ele, pensar no que eu estava fazendo com Edward, no quarto ao lado do seu.
Comi uma caixa de cereal e algumas torradas, e tomei um café preto, junto
com Charlie.
Alice me abraçou e disse que queria que eu fosse feliz, sem motivo algum,
isso me fez olhar Charlie de canto, podia apostar que ele abriu a boca.
Quando Edward voltou Alice cochichou algo com ele e disse que ligava mais
tarde, se despediu de Charlie por uns bons 15 minutos e depois se mandou para aula.
Edward tomou um copaço de suco e pegou uma maça, e seguimos para o
Aeroporto, um silêncio constrangedor tomava conta do carro. Percebendo isso
aumentei o volume do som, e comecei a cantarolar com Aerosmith.
Edward me olhou por cima de seu ray ban e começou a rir, me fazendo rir
também.
Quando saímos do estacionamento para entrar no aeroporto, Edward passou
os braço ao redor do meu pescoço dizendo que só estava tomando cuidado para eu
não ser atropelada. Eu o xinguei o fazendo rir.
Meu pai observa tudo com um sorrisinho disfarçado. Chegamos em cima da
hora, já estavam chamando seu voo, fomos com ele até onde era permitido.
– Ok. Então é isso. - Ele murmurou.
– Faça uma boa viagem senhor Swan. - Edward desejou.
– Foi bom conhecer você rapaz. - Disse estendendo a mão para Edward.
– Posso dizer o mesmo. - Eles apertaram as mãos.
– Fique de olho nela para mim ok? Não a magoe, o último engraçadinho que
ousou fazer isso, está na cadeia até hoje. - O sorriso de Edward desapareceu.
– Pai. - O reprimi.
– Vou cuidar, não se preocupe. - Edward disse firme, e soltou sua mão.
– Não preciso que cuidem de mim. Posso fazer isso sozinha. - Protestei.
– Uhum. - Os dois murmuraram.
– Vem aqui. - Meu pai falou abrindo os braços. Eu me joguei nele e o abracei
apertado. - Parabéns meu amor, que esse ano seja o ínicio de vida nova. Deixe o
passado de lado, não se atormente mais. Isso só trara sofrimento.
– Estou tentando pai. - Murmurei de olhos fechados.
– É nítido que está conseguindo, vejo que é feliz aqui, ao lado dessas pessoas.
Feliz aniversário pequena.
– Obrigada pai. Você é o melhor pai do mundo.
– Cuide-se ok? Amo você.
– Deixa comigo. - Falei me soltando dele.
– Nos vemos em dezembro então? - Charlie parecia com sérias dúvidas.
– Claro pai. No máximo dia 23 estou por lá.
– Certo. - Ele voltou o olhar para Edward. - Apareça por lá garoto. Renée
ficaria feliz em conhecê-lo.
– No Natal é difícil para mim, mas vou pensar em algo. - Edward disse todo
bobo.
Fizeram a última chamada do voo de Charlie
– Tchau crianças. - Charlie não parecia querer ir embora.
– Pai, diga a Bernardo que mandei feliz aniversário. - Charlie sorriu. Eu nunca
tinha desejado feliz aniversário para Bernardo. Eu saía de casa nos seus aniversários,
e só voltava quando não tinha mais nenhum vestígio de festas. Não entendia por que
comemoravam aquela data.
– Direi. - Falou, antes de se virar para ir embora.
Vê-lo partindo me deixou deprimida, eu só o veria de novo em dezembro.
– Hey pai? - Ele virou-se para mim. - Eu te amo. - Falei alto e claro. Acho que
pude ver todos os dentes dele, e lágrimas em seus olhos.
– É, eu sempre tive essa desconfiança. - Ele nos deu as costas, e eu abracei
Edward o vendo ir.
– Seu irmão nasceu no mesmo dia que você? - Edward quis saber.
– Sim. Enquanto eu estava no hospital apagada, minha mãe estava na ala da
maternidade, tendo Bernardo. Tudo no mesmo dia e no mesmo ano.
– Não deve ser fácil para sua família. - Ele murmurou.
– Não é. - Como de costume, ele me abraçou me tirando do chão.
– Chega de conversas pesadas, vamos curtir LA baby. O lugar em que
futuramente você vai morar, já que será uma rock star. - Eu gargalhei.
– Pegou a doença de Emmett foi? - Ele riu, e rumamos para fora do aeroporto.
Edward sintonizou o som o carro em uma estação de rádio local. Onde a
maioria das músicas falavam sobre a califórnia. Ele ficou totalmente empolgado,
quando soube que os Dodgers iriam jogar naquele dia. Edward me olhou com cara de
pidão me fazendo gargalhar.
Já tínhamos planos para o final da tarde, assistir o tal jogo de beisebol.
O primeiro ponto turístico que Edward me levou foi ao Cahuenga Peak, o
lugar que tinha o famoso letreiro HOLLYWOOD.
– Queria poder subir lá em cima. - Edward riu.
– Foi proibido depois que uma atriz se suicidou, pulando da letra H. - Era
ótimo ter um guia turístico só para mim. - Foi montado em 1923, e estava escrito
HOLLYWOODLAND, depois resolveram encurtar, deixando só Hollywood.
– Acho que até os extra terrestres conhecem esse letreiro. - Ele deu risada. -
Vamos bater umas fotos, vai. Eu sempre quis vir aqui.
Batemos muitas fotos lá, a maioria abraçados, ou nos beijando.
Depois Edward me levou para almoçar em um restaurante chamado Spago,
em Bervely Hills.
Eu tinha quase certeza que, a patricinha que almoçava na mesa ao lado da
nossa, e não parava de olhar par Edward, era Paris Hilton.
Edward parecia não notar as olhadas que ela lhe dava, mas aquilo estava me
irritando. Pedi para que ele sentasse ao meu lado, ele obedeceu mesmo sem entender.
Eu ataquei sua boca, ali mesmo, de olhos abertos, olhando para aquela metida.
Quando nos separamos, sorri sarcástica para ela, que virou a cara.
Depois de termos almoçado, e de Edward ter pago uma nota, por aqueles
mignons ao molho de mostarda, caminhamos até uma sorveteria. Lá eu devorei um
milk shake e um petit gateau, Edward preferiu um picolé.
As pessoas daquele lugar, pareciam produzidas demais, chiques demais, elas
saim maquiadas para passear com os cachorros. Até os cachorros do lugar pareciam
chiques.
A maioria olhava para Edward e eu, como se fossemos dois mendigos, nos
fazendo rir e fazer piadas sobre eles.
Depois do sorvete, fomos a Hollywood Boulevard, aonde fica a famosa
Hollywood Walk of Fame (calçada da fama). Demoramos um tempo por lá, já que a
calçada tinha quilômetros. Todas as celebridades da TV ou da música tinham o nome
gravado lá, Edward disse que ainda tinha espaço para minha estrela, o que me faz rir.
Por fim passamos na frente da Universal estúdios, Edward disse que
voltaríamos em breve, e passaríamos o dia ali.
Eu estava encanta com LA, tinha de tudo naquele lugar, era ali a fábrica dos
sonhos.
Ali eram fabricados sonhos. Sonhos de conhecer lugares, pessoas. Sonhos de
aprender coisas absurdas para ser igual ao artista favorito. Sonhos de aprender outras
línguas. Tive a certeza que era ali que tudo começava.
Eram quase 17 horas, quando chegamos no tal local do jogo. Edward me
comprou uma camiseta dos Dodgers que ficava quase um vestido, e outro boné, já eu
o que ele tinha me dado, ficou em casa. Ele também comprou as mesmas coisas para
ele.
Pelo que eu pude entender, Edward era sócio ou algo assim, já que mostrou a
carteirinha e fomos parar em um lugar vip.
Aquele lugar estava cheio, em plena segunda-feira a tarde, eu me perguntei se
ninguém trabalhava ou estudava em Los Angeles.
Nossos lugares eram uma espécie de camarote onde era possível ver tudo. As
líderes de torcida animavam as pessoas, virando aqueles mortais, duplo twist carpado,
piruetas, e sei lá mais o que.
Edward disse que precisava ir ao banheiro, e me abandou por uns bos 20
minutos. O jogo tinha acabado de começar quando ele voltou. Ele me trouxe cachorro
quente e coca cola. Enquanto ele assistia o jogo, eu comia. Não entendia nada sobre
beisebol, mas pela empolgação de Edward e das pessoas do nosso lado, estávamos
ganhando. Aquele jogo estranho tinha até intervalo.
Nickelback começou a tocar rock star no intervalo, me eixando animada.
Comecei a balançar minha cabeça e cantar junto, fazendo Edward rir.
– Você está no telão. - Falou apontando para frente, olhei para o tal telão e
paralisei.
Eu estava mesmo lá, a imagem estava fechada em mim e um happy birthday
Bella, piscava na tela. As pessoas da área vip, que estavam ao nosso lado, viram que
se tratava de mim e começaram a cantar parabéns.
Tapei meu rosto o máximo que pude bom o boné, e escondi o resto do corpo
em Edward que gargalhava.
– Me diz que você não fez isso. - Murmurei para ele.
– Desculpe não posso dizer isso. - Falou em meio a risadas. - Olha para o
telão Bella, paguei 50 dólares por isso.
– Edward, eu nunca mais conto nada para você. - Disse brava. - Eu pedi para
não contar para ninguém, e não me desejar parabéns. Você contou para o estado todo.
Eu odeio essa data, isso não tem graça. - Ele tirou o boné da minha cabeça, e forçou
meu queixo para cima, para que eu pudesse olhá-lo.
– Me desculpe. - Falou sincero. - Só estou tentando te ajudar a se soltar dessas
amarras. - Eu suspirei e ele me beijou.
Acabei retribuindo, e pude ouvir o estádio todo gritar, me toquei que ainda
estávamos sendo filmados, Edward pôs o boné na frente de nossos rostos me fazendo
rir.
– Não faça mais isso, ta todo mundo olhando para mim. - Murmurei na sua
boca e me separei.
Olhei para minha imagem completamente vermelha no telão, e dei um
tchauzinho tímido. Funcionou, depois disso eles procuraram outra vítima.
Já era noite, quando o jogo terminou, ganhamos a tal partida, sei lá de
quantos.
Edward atendeu um telefonema estranho, falou um 3 sim, e uns 2 entendi e
desligou.
– Vamos ao Hard Rock Café, agora. Você vai amar o lugar. - Olhei para as
nossas roupas.
– Vamos lá vestidos assim? - Ele riu.
– Qual o problema? Está aqui a menos de 12 horas e já quer virar madame? -
Eu soquei seu braço e não disse mais nada.
A guitarra gigante no hard rock me deixou empolgada. Puxei Edward pela
mão, o apressando para entrarmos. Queria logo ver o lugar por dentro. Mas ele me
segurou pela cintura, e me fez encará-lo.
– Antes demais nada, eu estou muito feliz por a noite de ontem e o dia de
hoje.
– Eu também. Agora podemos entrar? - Falei voltando a caminhar.
– Oi, sou Edward Cullen. - Ele falou para o segurança que ao mesmo tempo
nos abriu passagem. Nossa eu tinha que aprender a fazer aquilo, só falar meu nome e
pronto as coisas aconteciam. Edward me puxou de novo. - Não fique brava comigo,
fui cúmplice mas não foi ideia minha. - Franzi o cenho sem entender absolutamente
nada.
– Bateu com a cabeça? Cúmplice de que? - O lugar estava um completo breu,
será que ali não tinha luz?
– Por isso - Ele murmurou antes de ligar algo, que parecia um interruptor.
– SURPRESAAA. - Um verdadeiro coral gritou, quando as luzes se
acenderam.
A banda da qual eu fazia parte começou a tocar parabéns e todos catavam
empolgado.
Eu estava completamente imóvel, pensando em quem eu iria matar primeiro.
Me perguntava qual a parte de não comemorar aniversário que não ficou bem clara.
Alice me abraçou antes do final dos parabéns, me tirando do transe.
– Por que estão fazendo isso? - Perguntei bastante brava.
– Porque é seu aniversário. E se não fosse pelo seu pai, não ficaríamos nem
sabendo. - Meu pai, aquele traidor. Ele sabia, sabia muito bem o quanto eu detestava
aquilo. Eu simplesmente desaparecia no dia do meu aniversário, para não ter que ver
sorrisinhos e felicitações.
– Eu odeio comemorar esse dia Alice. Por favor acabe com isso. - Pedi séria. -
Por que você colaborou com isso? - Perguntei a Edward, que estava mudo ao meu
lado.
– Você conhece Alice. - Ele se defendeu. - Eu disse que viríamos para cá. Ela
disse que seria melhor ainda, já que faz anos que ela não fecha o hard rock para uma
festa particular.
– Você deveria ter me contado. - Eu estava muito brava.
– Eu pedi, quase implorei que não contasse. - Alice o defendeu. - A qual é
Bella? Estão todos aqui por sua causa. Olha até Alec, Rose convidou. - Ela
murmurou.
– Eu não pedi por isso. Não quero isso. - O parabéns tinha cego ao fim, e
estavam todos quietos assistindo minha discussão quasse silenciosa com Alice.
– Você está brava conosco? - Jully apareceu, abraçando minhas pernas. Me
abaixei para ficar na sua altura.
– Não amorzinho, não com você. - Expliquei.
– Você não gosta de festa? - Ela quis saber.
– Gosto, só não no dia de hoje.
– Mas temos muitas comidas, como você gosta. Você vai ganhar muitos
presentes, eu trouxe um para você. - Acabei sorrindo, assim como Alice e Edward. -
Você não vai embora não né? - Pediu com aquela cara que convenceria até o papa.
Suspirei vencida, a garota conseguia me dobrar.
– Não, eu não vou, mas só porque você está pedindo. - Murmurei, olhando
Alice e Edward de cara feia.
– Obrigada. - Seus braços se entrelaçaram no meu pescoço. - Feliz
aniversário.- Sorri com abraço apertado da garota.
– Obrigada. - Disse a levantado do chão. As pessoas olhavam para nós, sem
dizer nada, me deixando sem graça.
– Discurso, discurso. - O cabeçudo do Emmett puxou, me deixando
completamente envergonhada.
– Acho que querem que você fale. - Jully murmurou.
– Vem aqui Bella. - Fredy chamou, apontando para o microfone. Acho que eu
não tinha saída.
– Vamos lá? - Jully parecia empolgada.
– Vamos. - Falei caminhando com ela até o palco. Todos fizeram silêncio de
novo. - Você segura o microfone para mim. - Entreguei o microfone para ela.
– Er... - Não gagueje. Ordenei a mim mesma. - Como alguns perceberam, eu
não gosto muito de festas de aniversário. Principalmente surpresa. - Murmurei. - Eu
sei que alguns devem estar murmurando, que pessoa estranha e mal agradecida.
Mas a exatos cinco anos, eu perdi duas pessoas muito importantes. Foi um
acidente horrível, onde só eu sobrevivi.
Ainda não consegui superar isso. Esses últimos anos foram muito difíceis, eu
desejei muitas vezes morrer.
Meu pai abriu a boca sobre ser meu aniversário para Alice, e como todos
sabem, o sobrenome dela deveria ser festa. - As pessoas riram. - Resumindo estamos
todos aqui. Peço desculpas se alguém se sentiu ofendido, quando disse para Alice que
não convidei ninguém para estar aqui hoje.
Peço que entendam que é um problema pessoal meu, não tem nada haver com
vocês. Mas já que estamos aqui, vamos aproveitar a festa.
Fiquem a vontade, e por favor, coloquem tudo na conta da Alice. - Falei, os
fazendo rir.
– Ah. - Disse quando olhei para Edward. - Você me paga Cullen. - Ele
gargalhou, e acabei sorrindo também.
– Acabou? - Jully perguntou.
– Acabei, a não ser que queira falar algo.
– Você quer ver seu presente? - Ela perguntou, fazendo todos rirem.
– Quero. - Ela olhou para Alice.
– Dinda você trás aqui? - Pediu para Alice, que foi saltitante até uma mesa
cheia de presentes.
Alice voltou logo e entregou o embrulho verde limão nas mãos de Jully.
– Abra para mim. - Pedi, e ela rasgou tudo rapidinho e e me entrou um porta
retrato.
Tinha duas fotos. Uma, ela, Edward e eu, debaixo d'água. Dado tchau para
câmera.
Outra, ela dormindo em cima de mim, no sofá da casa dos Cullen. Me
perguntei quando Edward tinha tirado aquela foto.
O porta retrato era todo decorado com coraçõezinhos, e tinha um I love you
como ima . Sorri olhando para aquelas imagens.
– Obrigada. Eu adorei. - Ela sorriu e beijou meu rosto.
– Amo você. - Falou contente, me fazendo sorrir.
– Também amo você.
– O presente de Edward é parecido com o meu. Eu achei lindo. - Ela falou.
Edward chegou a nosso lado rapidamente, e a atirou do meu colo.
– Jully isso é segredo lembra? Vamos deixar os outros cumprimentarem Bella.
– E rápido. - Ela exigiu. - Porque Bella está com fome. - Todos caíram na
gargalhada.
– Bella. - Emmett falou, me tirando do chão e me esmagando. - Te desejo
todas as felicidades do mundo, você merece.
– Obrigada Emmett. - Ele me pôs no chão.
– Alguém por favor pode arrumar uma camiseta e um boné descente para essa
mulher. - Emmett gritou, arrancando risadas.
– Hey, não fale assim dos Dodgers, ganhamos hoje dos Red, baby. - Defendi,
fazendo Edward rir.
– Meu Deus, você criou um monstro. - Alice reclamou com Edward.
– Go dodgers go. - Eu e Edward dissemos juntos.
– Edward não está lhe ensinando coisas boas. - Carlisle disse antes me
abraçar. - Você deveria conhecer os Yankees, antes de mais nada. - Eu ri.
– Já te disse, eu moro na Califórnia, não em Nova York.
– Essa é minha garota. - Edward disse orgulhoso, fazendo Carlisle rir.
– Feliz aniversário garota, muita saúde e paz. E por favor, comece a olhar para
os lados, antes de atravessaras ruas. - Sorri. - Tenho certeza que esse ano vai ser bem
diferente dos outros, e ano que vem, você vai organizar sua festa. - Eu ri da ideia
insana dele. - A sua vida precisa seguir Bella, nos deixe te ajudar com isso. Só
desejamos o seu bem, queremos que seja feliz.
– É, eu sei. - Murmurei, ainda abraçada a ele.
– Você é parte da nossa família. Tenho muito orgulho de você garota.
– Obrigada, por tudo. Pela confiança desde o primeiro dia. - Ele beijou meu
rosto, e me largou.
Logo em seguida vieram Jasper, Emmett, Rose, Esme, Tyler, Alec e o pessoal
da banda. Elizabeth ficou por último, e veio bem constrangida, ao meu encontro.
– Não sabia se deveria vir ou não, mas você não responde minhas mensagens,
então resolvi vir e te pedir desculpas pessoalmente. Eu não queria magoar você Bella,
só estava um pouco bêbada, e a verdade é que a culpa não foi só da bebida.
Na verdade eu fui uma vaca, vou entender se me odiar para sempre. - Ela
murmurou triste, mas era perceptível que falava a verdade. Eu sorri e a abracei.
– Tudo bem Liz, só por favor, nunca mais faça isso. - Ela me apertou.
– Eu não vou fazer, juro pelo o que você quiser. Me desculpe mesmo. -
Elizabeth estava quase me sufocando.
– Ok. - Murmurei rindo.
– Feliz aniversário Bella, muita saúde, e Edward Cullen para te deixar sempre
de bom humor. - Ela me fez rir de novo.
– Obrigada, sua perigosa. - Rimos abraçadas.
Recebi parabéns de muitas pessoas desconhecidas, que provavelmente eram
amigas de Alice.
Os pais de Rose também estavam por lá. Graças a Deus, a mãe de Alec, ou
não foi convidada ou não apareceu.
Depois de muitos parabéns, finalmente partimos para a comida, muita comida.
Quando estava satisfeita, começaram a me enjoar para que eu subisse no palco
e tocasse algumas músicas. Até minha guitarra estava por lá, graças a Emmett.
Acabei fazendo a vontade de todos e me juntei com a banda.
– Isso é injusto, me dão uma festa e me fazem tocar. - Reclamei no microfone.
O pessoal deu risada. - Vão ser poucas ok? Ainda não comi a sobremesa. - Eles
continuaram rindo.
– Vou começar com uma de uma banda Brasileira, chamada barão
vermelho. - Anunciei, e me voltei para a banda. - Não é difícil, começamos em lá,
depois dó, ré, e volta para o lá, ok? É só me me seguir. - Eles concordaram e eu dei
início a música.
http://www.youtube.com/watch?v=y3veK2Lvw7k
Mais uma dose? É claro!
É claro que eu tô a fim
A noite nunca tem fim
Por que quê a gente é assim?
Agora fica comigo
E não, não
Não desgruda de mim
Vê se ao menos me engole
Não me mastigue assim...
Canibais de nós mesmos
Antes que a terra nos coma
Cem gramas, sem dramas
Por que quê a gente é assim?
O mais engraçado de cantar em português, era que todo mundo olhava para
mim, sem entender bulhufas, com exceção de Rose. Os outros ficaram paradinhos,
tentando capitar alguma coisa do que eu cantava.
Mais uma dose? É claro!
É claro que eu tô a fim
A noite nunca tem fim
Por que quê a gente é assim?
Você tem exatamente
Três mil horas
Prá parar de me beijar
Meu bem, você tem tudo
Tudo prá me conquistar...
Você tem apenas um segundo
Um segundo
Prá aprender a me amar
Você tem a vida inteira
Baby!
A vida inteira
Prá me devorar...
Agora fica comigo
E não, não
Não desgruda de mim
Vê se ao menos me engole
Não me mastigue assim...
Você tem exatamente
Três mil horas
Prá parar de me beijar
Meu bem, você tem tudo
Tudo prá me conquistar...
Você tem apenas um segundo
Um segundo
Prá aprender a me amar
Você tem a vida inteira
A vida inteira
Prá me devorar...
Depois do barão vermelho, toquei alguns anos 80, guns, the cure, A-ha, Bon
Jovi.
O pessoal estava animado para uma segunda-feira a noite, eles iam até no
palco me pedir as músicas que queriam, e a maioria estava dançando.
Eu não queria tocar a noite toda, nem a festa eu queria. Imagina cantar, como
se fosse um dia feliz, normal.
– Só mais duas e pronto. - Anunciei, fazendo a maioria reclamar.
– A maioria das canções tristes, são sobre amores perdidos, traições ou coisas
bobas desse tipo.
Mas existem duas que eu gosto muito, são sobre corações partidos também,
mas não partidos pelo amor e sim pela morte.
Entendo perfeitamente o que Eric Clapton quis dizer quando escreveu essa
música.
Como Emmett esqueceu meu violão, vou tentar tocar na guitarra. - Anunciei e
dei inicio aos acordes.
Would you know my name
Você saberia meu nome
If I saw you in Heaven?
Se eu a visse no paraíso?
Will you be the same
Seria a mesmo
If I saw you in Heaven?
Se eu a visse no paraíso?
I must be strong
Eu devo ser forte
And carry on
e seguir em frente
'Cause I know I don't belong
Porque eu sei que não pertenço
Here in Heaven
Aqui ao paraíso.
Would you hold my hand
Você seguraria minha mão
If I saw you in Heaven?
Se eu o visse no paraíso?
Would you help me stand
Você me ajudaria a ficar em pé
If I saw you in Heaven?
Se eu o visse no paraíso?
I'll find my way
Encontrarei meu caminho
Through night and day
Pela noite e pelo dia
'Cause I know I just can't stay
Porque eu sei que não posso ficar
Here in Heaven
Aqui ao paraíso.
Time can bring you down
O tempo pode te derrubar
Time can bend your knees
O tempo pode te fazer ajoelhar
Time can break your heart
O tempo pode quebrar seu coração
Have you begging please
você implora por favor
Begging please
implora por favor.
Beyond the door
Além da porta
There's peace
Existe paz
I'm sure
Tenho certeza
And I know there'll be no more
E eu sei que não haverá mais
Tears in Heaven
Lágrimas no paraíso.
Would you know my name
Você saberia meu nome
If I saw you in Heaven?
Se eu o visse no paraíso?
Will you be the same
Você seria o mesmo
If I saw you in Heaven?
Se eu o visse no paraíso?
I must be strong and carry on
Eu devo ser forte e seguir em frente
'Cause I know I don't belong
Porque eu sei que não pertenço
Here in Heaven
Aqui ao paraíso.
Quando a música chegou ao fim, eu abri meus olhos, todos naquele lugar
olhavam para mim, e o silêncio imperava.
– A outra fala sobre o mesmo assunto, só que é em português, provavelmente
só Rose vai entender. O ritmo é um pouco mais animado, mas não posso dizer o
mesmo sobre a letra.
Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou na minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...
E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...
O silêncio permanecia no lugar, talvez meu momento emo, tenha afetado a
todos, me livrei da guitarra rapidamente, querendo acabar com a depressão do lugar.
Afinal eles estavam em uma festa, e não tinham nada haver com minha depressão
momentânea.
– Agora chega. - Murmurei no microfone. - Toquem anos 60, e ACDC
rapazes, eu gosto disso. - Pedi para eles, e sai do palco.
Alec puxou um Johnny B Ggod, e a animação voltou ao lugar.
Edward veio todo animado me puxando para dançar, era difícil resistir a ele,
assim como era difícil resistir a Jully, então acabei indo dançar. Ficamos um bom
tempo dançando anos 60, assim como quase todos que estavam ali.
Acabei bebendo umas 5 ou 7 cervejas junto com Edward, e já sorria por nada.
Estava indo tudo muito bem, até Mike começar a tocar Sex On Fire, e Edward me
puxar para um canto mais escuro.
- Essa música me da vontade de você. - Murmurou, mordendo o lóbulo da
minha orelha.
– É uma pena que você tenha concordado com essa festa. Poderíamos estar
em casa, nus e unidos. - Dei um beijo molhado em seu pescoço, o fazendo arfar. Ele
me prensou na parede e quase colou sua boca na minha.
– Temos a noite toda. Reservei uma suíte no Sunset Tower para nós dois. -
Teria eu ouvido direito? Sunset Tower? Aquele chique?
– Tá brincando? Aquele Sunset, da Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor?
– O próprio. E não, não estou. Tem uma garrafa de champanhe laá, esperando
por nós. - Sorri sem saber o que dizer.
– Temos aula amanhã. - Lembrei desse pequeno detalhe.
– Você só tem de manhã. Larga mão de ser cdf. Afinal você está me devendo
muito ainda. - Ele me beijou, sem me dar chance de resposta.
Minhas mão envolveram seu pescoço, e ele colou seu corpo no meu. Suas
mãos apertavam com força minhas pernas desnudas, e ele prensava cada vez mais,
seu corpo contra o meu. Eu arfava contra a boca de Edward.
Suas mãos passeavam pelas minhas costas, por baixo da camiseta dos
Dodgers, e as minhas faziam a mesma coisa com ele.
– Terminem isso em casa crianças. - A voz de Carlisle fez com que nos
separássemos. Eu estava totalmente sem ar para falar alguma coisa, assim como
Edward. - Seus irmãos me mandaram aqui, já que tinham medo de vocês os
expulsarem. - Carlisle ria abertamente.
– Obrigado por atrapalhar pai. - Edward bufou, tentando retomar o controle.
– Eu sei que isso é horrível. Mas você estão chamando atenção sabe.
Suas mãos dentro da camiseta de Bella, não ajudou em nada. Não viria até
aqui se só os adultos estivessem observando, mas Jully não tira os olhos de você dois.
Ela queria saber por que você estava prensando Bella contra parede, e por que
suas mãos estavam dentro da camiseta dela. - Arrisquei uma olhada para cima, e
realmente, muitas pessoas olhavam para nós inclusive Jully.
– Céus Edward. - Falei ainda um pouco sem ar. - Você vai acabar me
enlouquecendo. - Carlisle riu.
– Esse é um legítimo Cullen. - Ele parecia orgulhoso.
Para piorar a situação, Fredy começou a tocar She's Got The Jack, a música da
festa a fantasia, a dança indecente, os beijos, nossa primeira vez. Tudo veio na minha
cabeça, e pelo jeito não só na minha, como na de Edward também. Ele sorriu sacana
para mim, eu retribui da mesma forma.
– Estão rindo de que? - Carlisle perguntou.
– Melhor irmos embora. - Edward pegou minha mão.
– Concordo plenamente. - Respondi.
– Ok, entendi. Hormônios são uma coisa séria.
– Completamente. - Edward e eu respondemos juntos.
– Saiam pela entrada, eu dou cobertura. Do jeito que estão, nem é bom perder
tempo se despedindo.
– Leve meus presentes para casa. - Pedi. Ele riu.
– Eu cuido disso. Deveria ter te dado uma camiseta dos Yankees. - Juntei meu
boné do chão, e pus na cabeça dele. - Lets go dodgers. - Disse o fazendo rir.
– Não perca meu boné.
– Não vou perder. Tenham uma boa noite e protejam-se, a menos que...
– Ok pai, nós sabemos, filhos não veem da cegonha. Boa noite. - Edward não
esperou resposta e me rebocou dali, bastante apressado.
A música estava no final, quando chegamos no carro. Ele travou as portas e
partiu para cima de mim, dando continuidade no que Carlisle atrapalhou. Acho que
estava começando a entender porque os homens daquela família gostavam tanto de
carros grandes e espaçosos.
Capítulo 27 - Halloween Party

– Vamos embora? A noite esta só começando. Temos uma suíte nos


esperando, com champanhe, morangos e chantily. - Ouvir aquilo fez meu corpo dar
sinais de vida novamente. - Saí de cima de Edward e voltei para meu acento.
Coloquei meu shorts enquanto ele subia a bermuda, nós realmente eramos
pervertidos.
Edward me fez esquecer completamente os acontecimentos daquela data,
desde a madrugada, ele preenchia minha mente, ele me livrava de todos os
pensamentos ruins. Não tinha espaço para nenhum outro pensamento quando ele
estava comigo.
– Obrigada. - Agradeci o dando um selinho.
– Pelo que? - Peguntou sorrindo.
– Por me fazer esquecer. Hoje foi um dia maravilhoso, graças a você.
– Eu te disse ontem, vou estar com você sempre que quiser. - Eu sorri.
– Eu não vou esquecer disso. - Ele veio para cima de mim de novo.
– Espero que nunca esqueça. - Falou beijando minha boca e acariciando meu
rosto.
Alguém começou a balançar a caminhonete nos fazendo separar. Claro, só
podia ser Emmett. Edward baixou o vidro.
– Seus pervertidos, céus vocês dois só pensam em sexo é? O que foi aquilo lá
dentro? Vieram terminar o serviço aqui? - Eu dei risada, meu humor estava a mil.
– Sim Emmett. Sim para todas as suas perguntas. - Disse ainda rindo. - Sim,
somos pervertidos. Aquilo na boate eram nossos hormônios em ação. E sim viemos
terminar o serviço dentro do carro, e vamos continuar no hotel. - Emmett me olhou
espantado, não esperando por aquelas respostas. Rosalie e Edward gargalharam junto
comigo.
– Você não precisava ter sido tão sincera. - Ele murmurou envergonhado.
Emmett Cullen estava envergonhado, isso me fez rir ainda mais.
– Você não precisava ter feito tantas perguntas. - Rose concluiu. - Vamos
embora ursão, deixa os dois em paz. - Falou querendo rebocar ele dali.
– Vaza Emmett. - Edward disse sorrindo.
– Seus pervertidos.
– Você nos acha pervertido Edward? - Perguntei me aproximando dele,
beijando seu pescoço.
Ele segurou meu rosto e beijou minha boca.
– Não, nem um pouco. - Murmurou contra ela.
– Eu vou embora, vocês deveriam fazer o mesmo. Coelhos. - Emmett
murmurou antes de sair dali.
– Vamos logo embora. - Edward deu a partida no carro.
Sunset hotel, com Edward, o cara mais lindo do mundo. Eu estava me
sentindo a verdadeira Júlia Roberts, em uma linda mulher.
– Tá rindo do que? - Edward quis saber.
– Já assistiu uma linda mulher? - Ele riu.
– Claro, todo mundo já assistiu esse filme.
– Seu nome é o mesmo do gostosão Richard Gere no filme, estamos em Los
Angeles, indo para um hotel todo chique, é impossível não lembrar do filme.
– Então o Richard Gere é gostosão? - Perguntou franzido o cenho.
– É, não tanto quanto você. - Ele riu.
– Eu quero ir para o Sunset hotel, você pode me dizer o caminho? - Eu ri,
vendo que ele imitava a fala do filme.
– Posso, 5 pratas. - Gargalhamos.
– Se você tivesse um terno nós poderíamos fazer isso. - Pensei alto.
– Não seja por isso. - Falou fazendo um retorno.
Edward nos levou até uma galeira 24 horas, onde tinha lojas de tudo quanto
era coisas.
Ele comprou um terno todo preto, com uma gravata dourada e uma pasta de
couro.
Comprei uma bota de salto altíssimo, e com cano longo como a de Júlia
Roberts. Uma mini saia de couro preta, e um top também preto, que mal tapava meus
seios. Comprei também um lápis de olho e um batom vermelho.
Edward e eu nos dirigimos para os banheiros do lugar, para nos trocarmos. Me
vesti rapidamente dando risada de nossa insanidade. Cai na gargalhada quando vi
minha imagem no espelho, eu estava quase mais vaca que Mary.
Marquei meus olhos bem forte e passei o batom.
Edward estava me esperando do lado de fora, ele ficava extremamente sexy
vestido daquele jeito. Ele caminho até meu encontro sem nunca tirar os olhos dos
meus.
– Olá baby. - Cumprimentei com cara de safada. Ele me abraçou e pôs a mão
na minha bunda.
– Vamos logo para o hotel, antes que eu acabe preso por atentado ao pudor. -
Resolvi provocá-lo e cheguei minha boca bem peto de seu ouvido.
– Você fica muito sexy vestido assim, baby. Isso me deixa molhada. - Por fim
mordisque o lóbulo da sua orelha o fazendo arfar.
Ele me puxou pela mão me rebocando rápido dali.
Edward parecia com sérios problemas para prestar atenção na estrada, seus
olhos sempre acabavam nas minhas pernas, me fazendo rir.
Quando chegamos ao hotel, o manobrista que veio abrir a porta para mim,
tentava a todo custo não prestar atenção em mim. Edward veio rápido para meu lado
e lhe entregou a chaves do carro.
– Vamos baby.
Os homens que abriram as portas do hotel para nós, também me deram uma
boa conferida, fazendo Edward os lançar um olhar nada agradável.
O lugar era imenso e lindo. As paredes eram brancas, e tinham vários quadros,
com certeza nada baratos pendurados nela. Um enorme lustre de cristal no centro, do
lugar. Sofás que pareciam bem confortáveis, e um tapete vermelho que nos levava até
o balção de atendimento.
Caminhamos de mãos dadas, até a recepcionista, arrancamos muitos olhares
curiosos, as pessoas cochichavam quando nos viam.
– Boa noite. - Edward disse a recepcionista. - Sou Edward Cullen, tenho uma
reserva aqui. - A mulher parecia hipnotizada com ele.
Eu me aproximei, beijando seu pescoço o fazendo apertar as mãos em minha
cintura. Bom, aquilo funcionou, porque a mulher pareceu voltar a realidade e
entregou a Edward o cartão magnético.
– Er.. Tenha uma boa noite. - Ela murmurou para ele. Sorri cínica.
– Pode ter certeza que ele terá querida. Uma ótima, e prazerosa noite. -
Edward riu e beijou meu pescoço. A mulher ficou de boca aberta. Puxei Edward pela
mão em direção ao elevador, eu rebolava o máximo possível.
– Não rebola querida. - Ele falava. O cara que cuidava do elevador, não
conseguia desviar os olhos de nós, que falávamos gracinhas um no ouvido do outro.
– Qual andar? - Ele perguntou.
– 15º. - Edward falou com a boca no meu pescoço.
O carinha fez menção de entrar no elevador para nos acompanhar. Mas
Edward colocou a mão no bolso e tirou de lá 50 dólares entregando para ele.
– Sua gorjeta. Não precisa nos acompanhar. Pago para irmos sozinhos.
– Co, Co, Como quiser senhor. - Falou antes de sair do elevador. - Ataquei a
boca de Edward, achando aquela situação a mais excitante possível.
Suas mãos apertavam com força minhas pernas, e as minhas faziam o mesmo
com sua bunda.
Saímos do elevador aos beijos, não nos importando com nada. Botei a mão
dentro do bolso de Edward procurando pela chave, mas foi impossível não acariciá-lo
por um tempo.
– Sempre empolgado. - Falei sem ar, puxando o cartão do seu bolso. Edward
estava completamente vermelho por causa do meu batom.
– Queria o que? Você me deixa maluco, não só eu como todos os outros caras.
Essa sua pouca roupa e rebolando desse jeito. - Falou sem me largar.
– Vamos entrar. - Disse lhe entregando o cartão.
Edward passou trabalho para abrir a porta, mas acabou conseguindo. Assim
que fechei a porta atrás de nós parti para cima dele, mas ele me segurou.
– Espera, calma. - Falou arfando. Franzi o o cenho sem entender. - Espera,
quero te dar uma coisa antes. - Eu continuei sem entender. - Seu presente de
aniversário. - Falou tentando se controlar.
– Edward - Falei também buscando ar. - Sem presentes ok? Você já me trouxe
para LA, pagou o almoço a sobremesa, me levou o jogo de futebol, em uma festa,
comprou essas roupas, e tenho certeza que esse hotel não é nada barato.
Você ter me feito esquecer o dia de hoje, é o maior presente que poderia me
dar.
– Pare de drama. - Ele tirou um pacotinho do bolso. - Vi no shopping um
tempo atrás, não tive tempo de ir ontem, pedi a Alice que comprasse para mim. - Ele
me entregou o pacotinho azul. Rolei os olhos e o peguei.
– Obrigada, mas sabe que não precisava. - Abri rapidamente o pequeno
pacote, dando de cara com uma caixinha preta. - Não é um anel de noivado não né? -
Perguntei brincando o fazendo rir.
– Não, ainda não. - Falou, me fazendo olhar de canto.
Abri a caixinha e encontrei uma corrente de ouro, parecia um escapulário,
mas no lugar de santos tinha um coração em cada ponta. O peguei para poder ver
mais de perto. Em um dos corações tinha uma foto de Jully e Edward, e o outro
estava vazio.
– Para você nunca esquecer de nós dois. - Ele murmurou vendo que eu estava
muda. - O outro está sem foto, o dia que você encontrar alguém que conquiste seu
coração você põe ai. - Eu sorri.
– Obrigada é muito lindo. - Entreguei a corrente para ele. - Coloca para mim.
- Ele sorriu torto e pegou a corrente, coloquei meus cabelos para frente. Senti meu
corpo arrepiar quando sua mão tocou meu pescoço. Ele beijou meu pescoço e me
abraçou por trás.
– Pronto, agora você sempre nos carregará com você. - Me virei para encará-
lo
– Isso sempre vai acontecer, com ou sem corrente. Eu amo essa garotinha
Edward.
– E quanto ao pai dela? - Eu sorri e passei meu braço em volta do seu
pescoço.
– É o melhor amigo que alguém poderia ter. Melhor amigo, parceiro, melhor
companhia, melhor amante, melhor empresário. - Ele riu e me puxou para perto.
– Quanto você quer para fica a semana toda? - Dei risada.
– Você não poderia pagar. - Ele arqueou a sobrancelha.
– Tente. - Falou beijando meu pescoço.
– Quero muita, muita comida. Quero que me faça sorrir quando estiver triste,
que me faça esquecer do mundo enquanto estivermos juntos, que me faça dormir e
suma com meus pesadelos, que me abrace apertado quando eu sentir medo, e que
nunca discorde de mim.
– Eu topo. Prometo servidão eterna. - Eu me livrei do seu paleto.
– Ok. Agora eu quero tirar suas roupas, e depois quero que você faça o mesmo
com as minhas. Depois nós vamos para banheira e vamos ficar juntos lá, em seguida
na sala, e por último no quarto.
– Você manda, eu obedeço. - Falou me pegando no colo e seguindo em
direção do banheiro.
~~*~~
Acordei no outro dia com o cheiro de comida, que deixava meu estômago
louco. Apalpei o cama do meu lado, procurando por Edward mas ele não estava lá.
Céus o que foi aquela noite?
Meu corpo estava dolorido, e poderia apostar que tinha algumas marcas, mas
mesmo assim ele se arrepiava só de pensar naqueles momentos. Tomamos uma
garrafa de champanhe e pedimos uma outra. Os morangos também acabaram e só de
pensar no chantily eu sentia vergonha.
Abri os olhos e me espreguicei, sorrindo com as lembranças. Eu estava
cheirando a Edward e aquilo me excitava, olhei para o lado e vi minha roupa lá
jogada.
Sentei lentamente e observei meu corpo complemente nu. Eu tinha marcas
roxas nas coxas no abdômen e eu nem queria ver meu pescoço. Alcancei a camiseta e
a coloquei, depois fui em direção do cheiro de comida, com certeza acharia Edward
por lá também.
As costas dele tinham muitas marcas de unhas, me aproximei sorrateiramente
e o abracei por trás.
– Que covardia, tomando café sozinho. - Ele se virou para mim sorrindo.
– Só cumprindo com minhas promessas. Estava fazendo um pão para você,
recheado com doce de leite, como você gosta. Ia te levar na cama.
– Oh droga, se eu soubesse não teria levantado. - Lamentei.
– Faça assim, volte para cama e faça estar dormindo. Já, já eu vou te acordar. -
Eu ri.
– Ok, leve muitos pães e panquecas se tiver. Suco de laranja também. - Ele
riu.
– Ok sem fundo. - Eu corri feito uma criança que apronta uma arte, me cobri
com lençol e fingir dormi.
Edward não demorou para chegar. O senti deitando ao meu lado, e sua boca
tocou o vão do meu pescoço me fazendo arrepiar.
– Bom dia dorminhoca, hora de acordar. - Falou com a voz rouca e baixa. Me
virei para ele, mas continuei de olhos fechados. Sua boca encostou na minha e ele
distribuiu vários beijinhos.
Sorri e abri os olhos.
– Bom dia baby. Dormiu bem? - Ele riu.
– Muito bem. Já são 15:00 horas. - Me espantei por ter dormido tanto. - Você
acabou comigo. - Eu ri e me sentei.
Edward pôs a bandeja na cama, ataquei o pão o fazendo rir.
– Você grávida deve comer de hora em hora. - Ele murmurou, meio que
pensando alto.
– Nossa, eu comia muito, você se assustaria. Eu tinha cada desejo maluco no
meio da madrugada. - Disse lembrando.
– Imagino. - Falou rindo. Ficamos um tempo em silêncio. - Não fomos
cuidadosos algumas vezes ontem e antes de ontem. - Falou me olhando.
– Não se preocupe. Não parei de tomar anticoncepcionais no tempo que
ficamos afastados. Acho que estamos seguros. - Ele riu.
– Não seria a pior coisa do mundo se tivéssemos um filho. - Eu engasguei
com meu pão, tive que tomar quase um copo de suco para desafogar.
– Tá maluco? Claro que seria. Não acredito que disse isso.
– Claro que não seria. Imagina, teria os seus cabelos o seu sorriso, seus olhos,
e seu jeito esquentadinha. - Rolei os olhos.
– Não seria uma garota, seria um garoto. Com os seus cabelos e seu sorriso
torto que deixaria as garotas loucas, os olhos seriam nossos, já que são praticamente
da mesma cor, mas teria o brilho dos seus. - Edward riu. - Céus o que estou dizendo,
eu não quero filhos. E você já tem uma. Por que estamos falando sobre isso?
– Relaxa Bella, é só uma conversa boba. E de qualquer forma seria uma
garota. - Enfiei mais um pedaço de pão na boca e peguei o prato com a panqueca.
– Não vou discutir isso com você. Tenho certeza que seria um garoto.
E você estaria ferrado, porque mesmo não sendo um casal, eu te ligaria toda
madrugada pedindo por comida. - Ele riu.
– Você acha o que? Que depois de acabar com minha virtude, não seriamos
um casal? Meu pai obrigaria você a se casar comigo. - Gargalhei.
– Seu pai não me deixaria saída, eu voltaria para o Brasil e criaria meu filho
sozinha. - O sorriso de Edward se desmanchou.
– Tudo isso só para não casar?
– Edward, estamos falando de duas coisas completamente impossíveis. Filhos
e casamento.
Eu não quero filhos, mas se um dia acontecer, eu não vou me casar por isso.
Não me casaria só por ficar grávida.
– E se você amasse o cara? - Ele quis saber.
– Eu não amo caras Edward. Eu não consigo amar mais desse jeito. Eu não
consigo mais me envolver desse jeito. Você ama, você perde, você sofre.
Você ama, começa a viver em função dessa pessoa, e um dia vocês se
machucam de uma forma impossível de explicar. Então você fica muito, muito
magoado, porque esse amor não feriu só vocês.
Por que eu viveria essa loucura outra vez? Não vale a pena. Seu pai diz que
construí muros em volta do meu coração. Talvez ele tenha razão. Eu não quero, e não
posso mais sofrer daquele jeito de novo, e a melhor forma de evitar sofrimento, é não
se dar nem a chance de sofrer.
Isso inclui não se apaixonar.
– Bella, - Ele murmurou. - Nem todos são como Jacob, não significa que vai
sofrer de novo porque isso aconteceu uma vez. Eu nem conheço esse cara, mas sinto
raiva dele, raiva mesmo.
Uma raiva gigante, porque ele fez isso com você Bella, ele te deixou assim.
Com medo, medo de se envolver, de se apaixonar, de dizer o que sente, o que pensa.
Medo de viver.
Para não sofrer você, vive pela metade. Eu queria ter te conhecido naquele
tempo. - Falou se lamentando. Sorri triste.
– Queria que você tivesse me conhecido naquele tempo. - Murmurei. - Na
minha festa de de 15 anos. Talvez você pudesse ter me salvo.
– Estou aqui agora. - Murmurou.
– Eu sei... Mas aquela Bella, sonhadora não está mais. Ela morreu, isso é tudo
que sobrou agora. Nem chorar mais eu consigo, não por falta de vontade, mas porque
as lágrimas não saem. Você acha isso normal? Claro que não. - Respondi minha
pergunta.
– Você está errada. Você ama, esse sentimento vive ai. - Falou tocando meu
coração. - Eu pude ver ele quando você se jogou nos braços de seu pai e ficou
agarrada com ele, quando disse que o amava. Quando abraçou Jully e contou da filha
que perdeu, e logo em seguida você disse que a amava.
Quando falou aquelas palavras para o meu pai no aniversário dele.
Quando se preocupou com Alec e aceitou ser amiga dele.
Quando se preocupa com problemas que não são seus. Isso tudo é amor Bella,
isso se chama amor.
– Eu sei, mas não é amor de homem mulher. - Edward riu.
– Todos os tipos de amor, envolvem confiança, amizade, companheirismo.
Isso é amor, tenho certeza que quando você puder se livrar dos fantasmas do passado,
quando você conseguir seguir em frente, vai poder amar. Você não vai ficar sozinha
para sempre, tenho certeza. Vai casar e ter filhos. - Ele olhava profundamente em
meus olhos.
– Eu não vou discutir isso com você. - Murmurei atordoada desviando o olhar.
Eu não queria e não podia me apaixonar, aquilo estava abolido da minha vida.
Nem sabia mais o que era aquilo, amar era correr riscos. E eu já corria alguns, porque
estava completamente envolvida com aquela família, eu gostava deles, os amava com
se fossem minha família. E aquele amor já estava de bom tamanho, não precisava de
mais um.
E Edward já me dava o que eu precisava, e me fazia sentir bem e viva. Fazia
meu coração parecer um idiota acelerado, fazia meu corpo se arrepiar com seu toque,
e fazia sentir uma corrente elétrica estranha, mas ótima. Me fazia sorrir quando falava
alguma gracinha.
Eu conseguia dormir em seus braços, além disso, ele me proporcionava um
prazer indescritível.
Para que eu iria querer arrumar alguém? Para que iria querer me apaixonar,
amar e sei lá mais o que? Enquanto Edward estivesse ali comigo, eu nem sequer
sentiria falta de uma paixão.
– Teimosa. - Murmurou, me fazendo levar o garfo até sua boca para que ele
engoli-se um pedaço de panqueca. Nós rimos e mudamos de assunto.
Depois do café da manha, voltamos a ficar juntos. Talvez eu estivesse virando
uma maníaca compulsiva por sexo.
... Saímos do hotel pelas 6 da tarde, os funcionários de lá nos olhavam e
cochichavam. Já tínhamos posto nossas roupas normais, mas pelo jeito, o estado que
tínhamos chego la no dia anterior, pareceu se espalhar.
Chegamos em casa já de noite, Edward foi para sua casa fazer ligações para
seu trabalho e terminar algo para faculdade, e eu fui para casa abrir meus presente.
Alice estava lá, tagarelando sem parar sobre seu noivado com Rose e Jasper.
Eles pararam de falar quando me viram entrar cantarolando.
– Boa noite. - Falei para eles.
– Até que enfim apareceu. - Alice comentou.
– Estava quase apostando que ficariam por lá o resto da semana. - Foi a vez de
Jasper falar.
– Que botas são essas? - Rose perguntou, olhando para as botas em minhas
mãos.
– Er... Edward e eu acabamos nos lembrando do filme uma linda mulher...
Nós meio que resolvemos encenar.
Ele comprou um terno, e eu uma mini saia e um top, além das botas. - Rose
deu risada e Jasper estava boquiaberto. Alice parecia processar o que eu disse.
– Tá me dizendo que vocês se fantasiaram, e você entrou em um hotel se
fingindo de... - Alice pensava alto.
– Prostituta. - Rose concluiu, em meio as risadas.
– Exatamente. Com direito a rebolada e tudo. - Falei, a fazendo rir ainda mais.
– Edward aceitou fazer isso? - Jasper pareceu sair do transe.
– Claro. Foi excitante. Você sabe, era para ser uma brincadeira, mas
começamos a nos pegar no saguão do hotel. Edward acabou comprando o elevador
para subirmos sozinhos. - Rose talvez morresse por falta de ar. Os outros dois ainda
pareciam não acreditar.
– Por que está contando isso? - Jasper quis saber.
– Porque está me perguntando. - Dei risada da cara dele. - A qual é, vocês
deveriam fazer isso, é ótimo.
– Da onde surgem essas suas ideias em? - Alice agora sorria, parecendo
finalmente sair do transe. - Primeiro foi aquela cena lá na boate, você estava fumando
e soprou na boca dele, de uma maneira totalmente provocante. Eu nunca tinha
pensado em nada parecido quando fumava.
Agora você me vem com essa. Imagina a cara de Edward, ele deve ter ficado
maluco, e você deve ter passado trabalho para domá-lo depois.
– É, desmaiamos depois da quinta vez. - Murmurei. Jasper arregalou ainda
mais os olhos, e talvez o queixo de Alice estivesse caído.
– 5 vezes? - Jasper perguntou incrédulo.
– Você está contando com a vez do estacionamento? - Rose perguntou.
– Ah é, 6 vezes então.
– Tá de brincadeira comigo. Vocês fizeram isso no estacionamento também?
Céus seus pervertidos, coelhos. - Alice falou ainda mais incrédula.
– Não sejam dramáticos crianças. - Falei dando de ombros. - Vou para meu
quarto, quero abrir meus presentes. - Anunciei saindo dali.
– Espera Bella. - Rose levantou do sofá. - Vou com você. - Eu a esperei e
passei meu braço ao redor do seu pescoço sorrindo.
– Hey Bella. - Jasper chamou, me fazendo olhar para trás. - Se Edward
aparecer em uma limousine branca, gritando por seu nome o que dizemos? - Eu ri.
– Que estou no meu quarto.
– Me conta, como foi? - Rose perguntou curiosa, me joguei na cama e sorri
feito uma idiota.
– I N C R Í V E L. Perfeito, Edward é ótimo. Ele me tira de órbita, eu não sei
explicar direito, mas nunca senti isso. Ele me deixa extasiada, me faz perder os
sentidos. Quando ele me abraça eu me sinto protegida, como se nada pudesse me
atingir. Quando ele está próximo demais meu coração acelera e quando me toca, meu
corpo se arrepia.
As vezes eu me pego sorrindo pensando em nós, e quando ele me olha nos
olhos quando estamos... você sabe... - Ela confirmou com a cabeça. - Eu sinto uma
coisa diferente, eu não sei, uma emoção, uma mistura de sentimentos, eu não sei dizer
o que é isso. - Murmurei, Rosalie riu.
– Você vai descobrir sozinha, tenho certeza que vai. Talvez até já saiba, mas
admitir é outra coisa. - Rosalie disse um monte de coisas, mas acabou não me
dizendo nada.
– O que quer dizer com isso?
– Nada Bella, nada. Vamos abrir seus presentes.
Ela levantou da cama e pegou um embrulho vermelho. - Toma esse é meu e de
Emmett.
Abri encontrando uma coleção de livros sobre vampiros, um par de alll star
preto sem cadarço, um pacotinho cheio de palhetas personalizadas com meu nome de
um lado, e do outro estava escrito Bella Swan is rock. Dei risada com aquilo.
Alice e Jasper me deram 3 vestidos de grife, que com certeza custaram os
olhos da cara. Eram maravilhosos, mas talvez eu não tivesse aonde usar.
Alec e Tyler me deram uma guitarra, idêntica a que eu estava tocando na casa
deles, mas da cor preta. Era uma Gibson Les Paul.
Ganhei alguns CDs e DVDs também, pena que eu nem sabia quem tinha me
presenteado, mas fiquei feliz eram de bandas que eu amava.
Pensei que já tinha aberto todos os presentes, mas Rose disse que faltava o de
Esme e Carlisle. Corri meus olhos procurando outro embrulho mais não achei nada.
– Na verdade seu presente está lá em baixo. - Rose falou.
Minha curiosidade foi a mil e praticamente corri até o elevador para ver o tal
presente. Rose me levou até a garagem dizendo que ele estava por lá, mas quando
chegamos lá, tudo que vi foi o tanque de Alice ao lado do carro de Emmett e Edward.
– Ta dentro de algum desse carros? - Perguntei sem entender. Rosalie me
entregou uma chave pequena, me deixando mais confusa.
– Olhe no lado do carro de Emmett. - Caminhei até lá, e escondida do lado do
carro de Emmett, tinha uma mid night star preta, sem placa.
– Tem uma moto. - Falei para Rose.
– Parabéns você encontrou. - Em? Ela só podia estar de sacanagem. Aquela
moto era para mim? Carlisle era maluco? Ele tinha batido com a cabeça? Aquilo só
poderia ser piada deles.
– Tá de sacanagem comigo Rose? Por que estamos aqui? - Perguntei
– Claro que não, por que estaria de sacanagem? Se não acredita põe a chave
na ignição. - Foi o que fiz, e a chave se encaixou perfeitamente.
– Tá com seu telefone ai? - Perguntei incrédula, ela sorriu e me entregou.
Achei Carlisle na discagem rápida e fiz a ligação, no segundo toque ele me atendeu.
– Fala Rose. - Ele atendeu feliz.
– É Bella. - Disse
– Bella, já voltaram? - Perguntou rindo. - Emmett me contou que encontrou
certas pessoas em um carro, e que pelo jeito não voltariam tão cedo.
– Carlisle, que moto é essa aqui na nossa garagem, que Rose insiste em dizer
que é presente seu? - Fui direto ao ponto o fazendo rir.
– Seu presente de aniversário.
– Você é maluco? Não sei quanto custou isso, mas tenho certeza que não foi
barato.
– Gostou? - Ele não tava me ouvindo. - Seu pai me falou sobre seu trauma
com carros, mas disse também que você dirigia motos, e talvez você não tivesse
trauma delas. Na verdade é presente meu e dele, meio a meio. - Não bastava um
maluco? Precisava ter dois?
– Isso não daria certo, vocês dois são impossíveis. Devolva a moto e pegue
seu dinheiro de volta, e a parte do meu pai dê para alguma instituição de caridade.
– Tente. - Falou bastante sério.
– Não daria certo.
– Não diga isso antes de tentar. Eu quero que você tente. - Ele meio que
ordenou, me fazendo rolar os olhos.
– Ok. Vou tentar, mas não vai dar certo. Mande alguém buscar isso amanhã.
– Conversamos depois que tentar. Preciso desligar, ligo depois para ver como
foi. - Disse desligando.
Rose me olhava apreensiva. Devolvi o telefone para ela, respirei fundo e subi
na moto.
Girei a chave e apertei a embreagem e o freio, e com o polegar apertei o botão
da partida elétrica. Fechei os olhos ouvindo o barulho do motor embaixo de mim.
Quanto tempo eu não ligava uma moto? Foi meu pai que me ensinou a dirigir,
uma DT velha que tínhamos no sitio em Paraty.
"Você sabe aonde é a marcha certo? Charlie perguntou. Confirmei, pondo
meu pé em cima.
– Certo então põe na primeira. - Obedeci batendo meu pé na marcha,
empurrando para baixo.
– Agora bem lentamente comece a soltar a embreagem e acelere
minimamente. - Soltei a embreagem muito rápido, a moto deu um solavanco para
frente e morreu. Charlie segurou forte a moto, me ajudando a não cair.
– Vamos tentar de novo. - Falei pondo no ponto morto e batendo meu pé com
força no pedal para que ela ligasse novamente.
– Coloque na primeira de novo. Solte devagar, bem devagar. E use o freio da
mão, não use o do pé ainda.
– Ok. - Voltei a me concentrar. Soltei a embreagem bem devagar, e dei uma
pequena acelerada, fazendo a moto começar a se movimentar."
– Bella? - Rosalie chamou me fazendo abrir os olhos.
– Não seja covarde, você consegue. - Murmurei para mim mesma. Respirei
fundo. Segurei firme a embreagem e coloquei na primeira. - Você consegue Bella,
não tenha medo. - Murmurei.
– Sei que vai conseguir, acredito em você. - Rose incentivou.
Soltei a embreagem lentamente, e acelerei sentindo a moto andar.
Estava funcionando, eu estava conseguindo. Nenhum acidente vinha a minha
memória.
Tudo que eu queria era sair da garagem e ir para rua, acelerar, sentir as
marchas trocando e o vento batendo em meu rosto. Parei a moto sorrindo e olhei para
Rose.
– Queria o controle para abrir o portão e uma jaqueta. Rose sorria feito uma
criança.
– Vou pegar lá em cima. - Falou correndo para fora dali.
Ela não demorou muito a voltar, e trouxe junto Alice e Jasper, eles pareciam
empolgados por eu ter conseguido, e esperavam eu sair dali. Coloquei minha Jaqueta
e abri o portão. Ignorei a partida elétrica e liguei a moto manualmente batendo o pé
no pedal.
– Aonde vai? - Alice quis saber.
– Não sei, sentir o vento bater. - Respondi antes de sair.
Era indescritível aquela sensação, ouvir o ronco do motor, sentir o trocar das
marchas, sentir o vento bater, soprando meus cabelos para trás. Meu coração
acelerava junto com a moto.
Saí do condomínio e peguei a auto estrada, decidi ir até a casa d Carlisle. A
moto chegava aos 150 sem eu nem precisar acelerar muito, mas eu precisaria de um
capacete para poder acelerar mais.
Eu me sentia em um daqueles filmes americanos, uma motoqueira.
Quando cheguei na casa de Carlisle, tive que sair da moto para apertar o
interfone e dar um tchauzinho para câmera. Esme logo abriu o portão.
Carlisle já me esperava na rua junto com Jully, eles sorriam empolgados. Parei
a moto ao lado dos dois.
– Resmungando antes de tentar. - Carlisle concluiu com sorriso gigantesco.
Pulei da moto e o abracei.
– Obrigada. Isso foi demais, indescritível. Há tempos não sentia essa
sensação. - Ele deu uma de Emmett e me tirou do chão.
– Sabia que iria conseguir. - Depois de me girar, ele me pôs no chão.
– Nossa cara, você imagina a quanto tempo que eu nem chegava perto de algo
para dirigir? - Ele gargalhou.
– Imagino cara.
– Eu que escolhi a cor. - Jully disse. Eu sorri e a peguei no colo.
– Foi você? - Perguntei dando um beijo estalado em sua bochecha. - Por isso a
moto é assim tão linda. - Ela riu toda boba.
– É linda como você. - Falou me abraçando. Carlisle sorriu com a cena.
– Não, é linda como você.
– É linda como vocês duas. - Carlisle falou.
– Por que você e Edward fugiram de mim ontem? - Ela ficou séria.
– Não fugimos de você princesa. Só precisávamos resolver umas coisas.
– Que coisas? - E agora?
– Sabe aquelas coisas que só vou poder te explicar quando você for maior? -
Ela afirmou com a cabeça. - Pois então, essa é uma daquelas coisas..
– Por que vocês fazem isso comigo? Eu já sou crescida. - Carlisle e eu
gargalhamos.
– Prometo para você, que quando tiver uns 15, 16 anos eu explico, tem minha
palavra. - Falei a olhando nos olhos. - Acredite em mim, não fugimos de você, nunca
faríamos isso. Você acredita?
– Sim. - Respondeu. - Você não mente. - Ela acrescentou, deitando a cabeça
no meu ombro. Já era tarde a garota deveria estar com sono.
– Preciso ir embora. Só vim mostrar que consegui. - Falei.
– Ah não. Fica mais um pouquinho por favor. Mamãe fez macarronada, ficou
boa, mas a sua é melhor. - Carlisle deu risada.
– Imagina se ela ouve isso.
– É só você não contar. - Ela concluiu nos fazendo rir de novo. - Só mais um
pouquinho, depois você vai. Você come primeiro, sei que tem fome, você sempre tem
fome. - A garota era impossível.
– Ok. Alguém já disse não para você? . - Ela brincava com o cordão da toca
do meu casaco.
– As vezes, papai e mamãe me dizem, quando eu peço para dormir com eles. -
Carlisle me lançou um olhar questionador.
– Gostaria de saber quem acostumou ela a dormir com outras pessoas. -
Comecei a andar para dentro de casa.
– Não me olhe assim, ela me olhava com cara de cão que caiu da mudança.
Impossível negar. - Carlisle riu.
– Você vai deixar ela mimada. Precisa impor limites.
– Desculpe, não queria lhe causar problemas. - Falei sincera o fazendo rir.
– Não está causando problemas para mim, mas para você futuramente. -
Franzi o cenho não entendendo.
– Olha quem apareceu de moto nova e tudo. - Carlisle anunciou, parando na
sala, onde Esme conversava para meu azar, com a mãe de Alec. Esme sorriu e veio
em minha direção.
– Bella, gostou da moto? Não é perigoso demais para você? - Perguntou
beijando minha bochecha.
– Gostei, adorei. Eu costumava andar bastante um tempo trás, não acho que
seja perigoso, mas de toda forma só vou andar sozinha, caronas estão excluídos.
– Ange. Essa é Bella, amiga de Alice que veio do Brasil. - Esme falou.
– Nos conhecemos algumas semanas atrás. Bella é amiga de Alec e estava lá
em casa com ele. - A mulher falou para Esme, então seu olhar se voltou para mim e
tudo que desejava era sair dali.
– Como vai Bella? - Dava de ver que estava falando comigo por obrigação.
– Bem, obrigada.
– Hey. - Jully falou empolgada e levantou a cabeça do meu ombro. Sua mão
foi para dentro da minha jaqueta, e puxou a corrente que Edward me deu.
– Esse foi o presente de Edward. - Disse sorrindo, olhando para o cordão que
tinha a foto dos dois. - Você gostou?
– Gostei, é lindo.
– Edward disse que é para você nunca esquecer de nós dois. - Carlisle riu, e
Angelina me lançava um olhar raivoso.
– Nunca vou esquecer, independente da corrente.
– Aonde vocês dois foram ontem? - Não, ela não podia perguntar aquilo ali.
Todos ficamos constrangidos, Esme Carlisle e eu. - Por que Edward estava
empurrando você na parede? Ele te apertava tanto que nem dava de ver você. E as
mãos dele, por que estavam dentro da sua camiseta? - Eu acabaria morta se ela ão
parasse com as perguntas.
– Er.. Jully, e aquele macarrão que você falou para mim? Meu estômago está
roncando. - Precisava urgente mudar de assunto.
– Vamos lá na cozinha Bella, eu sirvo você. - Carlisle parecia tão empenhado
em mudar de assunto quanto eu.
– Oi família. - A voz de Edward vinha da entrada. Claro desgraça pouca é
bobagem. Ouvi os passos largos e firmes dele se aproximando. Jully se jogou em seus
braços e o beijos.
– Oi Edward, pai, Edward. - Ela não sabia do que chamá-lo, nos fazendo rir.
– Oi filha. - Disse beijando seu rosto. - Pai, mãe. - Ele olhou para o sofá. -
Angelina. - Ela sorriu para ele.
– Olá Edward, como está?
– Ótimo. - Respondeu olhando para mim. - Passei por cima de uma moto lá na
frente. - Me provocou.
– Você não se atreveria. - Ele riu.
– Vai me dar carona para faculdade agora?
– Sem caronas.
– É melhor eu continuar te dando caronas, pensando bem. Eu prefiro carros
sabe? - Porque aquilo saiu totalmente com segundas intenções.
Edward piscou para mim, e tudo que pude fazer foi rir do porque ele preferia
carros. Ele sustentava meu olhar, e eu não tinha a mínima vontade de desvir.
– Vocês dois são as pessoas mais desastras que eu conheço. - Jully falou,
analisando Edward. - Bateu com o pescoço de novo e Bella também, vocês não
olham por onde andam não? - Ela tinha tirado o dia para me por em más situações.
– Er.. O macarrão Carlisle? - Olhei pedindo ajuda, ele tentava a todo custo não
rir.
– Venha comigo.
– Macarrão? To dentro. - Edward disse fazendo Jully rir.
– Me devolve para Bella? - Ela pediu e ele fez parecer incrédulo.
– É assim? Me trocando por Bella? - A garota riu.
– Eu gosto do colinho dela. - Sorri feito uma idiota. - É quentinho, fofinho e
ela é tão cheirosa. - Talvez eu nunca mais parasse de sorrir.
– Eu não sou cheiroso? - Edward se fez de ofendido.
– É muito, eu também gosto do seu colinho. Mas o de Bella é diferente. - Eu a
peguei dos braços dele, e ela voltou a deitar a cabeça em meu ombro. - Perdeu play
boy.
– Falei fazendo Esme e Carlisle rirem.
– Parece que Esme e eu também perdemos. - Carlisle disse rindo.
A mulher me olhava cada vez com mais raiva, saí dali antes que ela
literalmente avançasse em mim. O macarrão de Esme estava realmente muito bom.
Edward e eu repetimos 2 vezes, e brigamos por o restinho da panela, fazendo Jully e
Carlisle rirem.
Esme veio chamar Jully para se despedir da tal Angelina quando a mulher
resolveu ir embora. E depois as duas voltaram cochichando para cozinha. A garota
veio agarrada nas pernas de Esme, quando ela olhava para mãe, seus olhinhos
brilhavam, era possível ver todo o amor que ela tinha por Esme.
Ela sentou-se ao lado de Carlisle e a garota sentou-se em seu colo, deitando a
cabeça em seu peito.
– O que ela queria? - Edward perguntou a Esme.
– Conversar, disse que estava se sentindo sozinha e resolveu vir aqui. Não
sabia que se conheciam. - Esme disse para mim.
– Pois é. Fui fazer um trabalho na casa de Alec e acabamos nos conhecendo.
– Foi bem legal aquele dia. Bella e tio Alec tocaram, eu e vovô também.
Vamos fazer uma banda. - Jully disse a Esme.
– Oh, é mesmo? - Perguntou a filha.
– Ahan. Até Edward tocou piano. Você sabia que ele sabe tocar?
– Você foi a casa dos Thompson? - Carlisle perguntou.
– Tocou piano? - Esme também parecia bastante surpresa.
– Tocou, as luzes estavam apagadas, e Bella estava sentada ao lado dele.
Quando ele acabou de tocar, ficou olhando Bella com cara engraçada e quase beijou
ela. - Passei as mãos pelos cabelos, fingindo nem estar ali. - Mas vovó disse para eles
não fazerem aquilo ali e brigou com Bella. - Os olhares de Esme e Carlisle se
voltaram para mim.
– Sério? - Carlisle quis saber.
– Ahan. Disse que Bella queria roubar o lugar da minha mamãe que morreu.
Mas a Bella disse que não queria fazer isso, e saiu bufando de dentro de casa, eu fui
com ela. Edward ficou lá dentro, ele não estava com cara de feliz. - Esme e Carlisle
ouviam tudo boquiabertos.
– O que disse para ela? - Esme quis saber.
– Verdades. Kate está morta, a vida segue. E exigi que ela não ousasse colocar
Jully contra Bella, e que se isso acontecesse, daria um jeito de fazer Jully nunca mais
por os pés lá.
– Fez bem. - Carlisle resmungou.
– Angelina está fora de controle. - Esme pareceu pensar alto. - Não dê ouvidos
para ela. - Falou olhando para mim.
– Bella ficou muito braba, acendeu um cigarro, chutou o pneu do carro de
Edward e bufou um monte.
Não sei porque minha vovó acha ruim, Bella ser minha outra mamãe, eu acho
legal.
Nós teríamos uma casa igual a do meu sonho, na praia. Bella me ensinaria um
monte de coisas legais, iria até o banheiro comigo para mostrar que não existe
monstro. E me colocaria para dormir em cima dela, igual fazíamos quando ela ficava
aqui. - Não sei em que parte daquela maluquisse eu comecei a sorrir, mas eu estava
sorrindo. Minha mente imaginava tudo que ela dizia. - Edward tomaria conta de nós
duas, nos levaria para a escola, para passear, me carregaria para o quarto e me daria
muitos beijos de boa noite. E eu teria um irmãozinho, parecido com Edward, igual ao
meu sonho.
– Eu gosto de garotos. - Céus, o que eu tinha acabado de dizer? Aquilo saiu da
minha boca? Eu me deixei levar pela imaginação de Jully, vi tudo o que ela falava, e
ainda por cima aquele pensamento idiota saiu da minha boca. Os quatro olhavam para
mim sorrindo.
– Preciso ir embora. - Disse séria me levantando da cadeira. - Obrigada pela
comida, estava ótima.
– Já vai? Por que não fica mais? - A garota quis saber. Porque eu não podia
ficar, porque ficar era perigoso, porque ficar traria o inesperado. Ficar traria o
desconhecido. E eu evitava o desconhecido.
– Porque não posso. Eu não posso. - Disse séria para mim mesma.
– Bella tem aula amanhã cedo. - Carlisle disse para a garota.
– É, preciso acordar cedo. - Murmurei. - Obrigada pelo presente, pelo
macarrão e por tudo. Até mais. - Falei me virando para ir embora.
– Bella? - Jully chamou me fazendo virar para trás. Ela desceu do colo de
Esme. - Você não vai me dar um beijo? - Ela me analisava um pouco preocupada e
caminhou exitante até onde eu estava.
Eu não poderia fugir dela, era só uma criança e eu amava aquela criança. Os
outros podiam entender o que se passava pela minha cabeça, mas ela não. Eu não
podia magoá-la.
Me ajoelhei para ficar do seu tamanho, e abri os braços ela se agarrou a mim
instantaneamente. Eu a apertei em meus braços e meus olhos se fecharam.
– Você está brava? - Ela fez a pergunta em um murmurio.
– Não.
– Por que ia embora sem me dar um beijinho? - Ela parecia magoada.
– Porque eu sou idiota. Será que você pode me desculpar? - Jully afrouxou o
abraço do meu pescoço e eu a soltei, e abri meu olhos. Ela me analisava séria, mas
por fim sorriu, me fazendo sorrir também. Eu podia me ver, refletida nos olhos dela.
Suas mãos tocaram meu rosto, me fazendo fechar os olhos de novo. Elas o alisavam
tranquilamente, contornando meus lábios.
– Eu gosto quando sorri. - Murmurou me fazendo sorrir.
– Você me faz sorrir. - Senti seus lábios na minha testa. - Eu amo você. E
queria que meu sonho fosse verdade. Dai você poderia ser minha mãe. - Eu a puxei
para meus braços e a apertei de novo.
– Eu também amo você, muito, muito. Você não tem ideia do que me faz
sentir, quando diz que me ama, quando diz que queria que eu fosse sua mãe. Ou
quando me abraça assim.
Você me faz sentir tão bem, tão em paz. Você é meu milagre pessoal Jully
Cullen, talvez Deus exista mesmo. - A segurei forte e nos levantei.
– Não entendi. - Falou me fazendo sorrir.
– Um dia vai entender. - Beijei sua bochecha. - Agora preciso mesmo ir
embora, estou cansada e amanhã tenho aula o dia inteirinho. Hoje faltei ao ensaio, seu
tio Alec vai querer meu couro.
– Vai voltar amanhã? - Perguntou preocupada.
– Hum... amanhã é um dia bem corrido, não sei se consigo. Mas prometo vir
quinta a tarde, para tomarmos banho de piscina. - Ela abriu um gigantesco sorriso.
– Tá, vou esperar por você.
– Pode esperar. - Me dei conta que tínhamos uma pequena plateia nos
assistindo. Por que Esme era tão chorona? Carlisle e Edward fingiram conversar
quando me viram olhando. Caminhei até os dois.
– Um beijo? - Pedi para ela, que no mesmo segundo me beijou. - Boa noite
amorzinho.
– Boa noite. - A entreguei para Carlisle.
– Boa noite gente, obrigada de novo. - Disse e rumei para rua.
Já estava em cima da moto quando Edward apareceu.
– Espera. - Ele pediu, me fazendo desligar a moto. Ele não disse mais nada, só
se aproximou de mim e me beijou, mesmo não entendendo nada, minhas mãos
agarraram seus cabelos o puxando mais para perto.
Nos separamos quando o ar faltou. Edward não explicou o motivo daquele
beijo, só sorriu.
– Quer companhia essa noite?
– Desde que seja só para dormir. - Ele riu.
– Dispensando meus serviços?
– Estou exausta, tudo que desejo é chegar em casa tomar um banho, cair na
cama e poder dormir até amanhã. Dormir até amanhã, de algum jeito envolve você.
– Ok. Me convenceu. Vai na frente, daqui uns 10 minutos eu vou para lá. - Dei
partida na moto. - Tome cuidado com isso, é 100 vezes mais pesado que você. - Dei
risada.
– Certo mamãe. Te vejo em casa. - Ele se aproximou e me deu um selinho.
– Pode apostar que sim.
Edward ficou aquela noite, assim como ficou a maioria das outras noites de
setembro, outubro, os meses pareciam voar.
Eu parecia cada vez mais ocupada, tocava constantemente nos finais de
semana nas cidades vizinhas. Algumas pessoas da faculdade me reconheciam e me
cumprimentavam, eu nem sequer sabia que já tinha as visto, mas achava engraçado.
A faculdade estava uma correria, muitos trabalhos e provas, mas eu estava
bem, e praticamente passada.
Os ensaios da banda tinham passado para as segundas-feiras, já que
estávamos tocando as terças também.
As tardes das terças, assim como as das quintas eram exclusivas de Jully,
ficávamos a tarde toda juntas. Assistindo TV, fazendo bolo, jogando vídeo game ou
algo do tipo.
Ela estava aprendendo português também, a garota aprendia com facilidade,
era incrível como ela não esquecia das coisas, já sabia falar muitas coisas, deixando
todos boquiabertos. Eu estava cada vez mais apegada aquela garotinha, não conseguia
passar um dia sem pelo menos passar na casa dos Cullen, para lhe dar um beijo. Ela
nunca voltou a perguntar sobre eu namorar Edward, ou morarmos juntos, e eu tinha
certeza que tinha um dedo de Carlisle por ali.
Carlisle e Edward pareceram se empolgar com o português e se matricularam
em um curso também, eles viviam pedindo minha ajuda para as tarefas. Eu dava
muita risada do sotaque de Edward, e aquilo o deixava envergonhado.
Carlisle andava resmungão, conforme os dias do noivado de Alice iam se
aproximando. Ele viva suspirando pelos cantos e resmungando coisas como: "a gente
cria os filhos com tanto amor, para os marmanjos levarem assim." Eu ria com seus
murmúrios, ele parecia meu pai.
Alice estava frenética, ela respirava noivado. Tudo para ela terminava naquele
assunto, tinha quase certeza que ela deixaria Jasper completamente maluco até a data.
O local do tal noivado já tinha mudado umas 5 vezes, assim como o bufe e a
decoração. A única coisa que ela não mudava era, eu ter que tocar. Tentei convencê-la
a contratar outra pessoa para que eu pudesse aproveitar a festa, mas não teve jeito,
seria eu e The Siblings.
Emmett estava cada vez mais empolgado com a história de empresário, e
tenho que admitir ele sabia lhe dar com aquilo. Eu tinha site, camisetas e até meias,
ele distribuía em todos os lugares que eu tocava. Bella Swan is rock ficou mesmo o
slogan, as vezes encontrava malucos na faculdade com aquelas camisetas, inclusive
os Cullen. Até Alice, que só vestia roupas de marca, as vezes aparecia com uma
camiseta.
Rose estava tão empolgada quanto Emmett, ela dizia para todo mundo que eu
tocaria em Vegas, e que eu seria famosa, as vezes ela me envergonhava na frente das
pessoas.
Rosalie e eu nos tornamos grandes amigas, não passávamos um dia sem nos
falarmos, as vezes ela me ligava só para dizer que não sabia onde tinha enfiado a
bolsa. Nós não tínhamos mais segredos, Rosalie sabia tudo sobre minha vida, e me
contou tudo sobre a dela.
Realmente os pai dela não ia muito com cara de Emmett, o achavam palhaço
demais e sem futuro. Rose disse que brigavam constantemente por causa dele, mas
que preferia abandonar o pai do que Emmett.
O pai dela era extremamente rico, milionário. Ele era formado em engenharia
e advocacia, construiu um pequeno império, tinha propriedades em todos os cantos
dos Estados Unidos.
Ele não era o único dono da empresa, Carlisle e senhor Thopson tinham 25%
cada um, e pelo que Rose disse, eles eram muito amigos, desde que se conheceram na
faculdade não se separaram mais.
Rose não entendia porque seu pai pegava tanto no pé de Emmett e aquilo a
deixava frustrada, disse que acabaria fugindo para Vegas e casando por lá.
Alec, Elizabeth e eu, tínhamos realmente construído uma amizade, Rose
também acabou entrando para o grupo, ela era a única Cullen que falava com Alec.
Nós riamos o intervalo todo, só saía besteira da nossa boca quando estávamos juntos.
Alec e Elizabeth as vezes ficavam de segredinhos e eu tinha certeza que
alguma coisa rolava ali, apesar de, de vez em quando Alec ainda me falar gracinhas e
coisas com segundas intenções, mas acho que ele começou a perceber que não
teríamos nada além de amizade. Não só ele, como quase toda as pessoas da
faculdade, sabiam que meu negócio tinha nome e sobrenome.
Edward Cullen. Segundo Rosalie, Alice e Elizabeth, as garotas me
condenavam por ter tirado Edward do mercado negro, elas queriam saber o que eu
tinha, e o que eu fiz para deixar Edward daquele jeito. Apesar de ser livre para ter
quem quisesse, Edward parecia se contentar só comigo. Não posso negar que o
mesmo acontecia comigo.
Com essa história de banda, tocar em lugares todos os finais de semana,
acabavam aparecendo muitos gatos interessados, mas eu não sentia a mínima vontade
de ficar com eles.
A única boca que sentia necessidade de beijar, o único suor que tinha
necessidade de sentir se misturando com o meu, o único braço que eu gostava de
sentir em volta do meu corpo nu, o único peito que gostava de deitar minha cabeça e
poder dormi, o único que fazia meu coração acelerar e minhas pernas bambearem, era
Edward.
Ele praticamente estava morando lá em casa, era raro um dia que ele não
aparecia lá para dormir, bom a maioria dos dias não dormíamos muito, mas com toda
certeza dormíamos bem. Pelo menos eu, desmaiava.
Edward era o fã numero 1 da banda, ele não perdia nenhuma tocada nossa,
compareceu em todas, e ficava até o fim me esperando, ele sabia nosso repertorio na
ponta da língua, de trás para frente. Ele sempre ficava na frente do palco, e não perdia
seus olhos dos meus. Eu sentia ele me olhar mesmo quando estava de costas.
Seu sorriso bobo quando eu oferecia todas as músicas para ele, era muito
engraçado.
As coisas estavam tão perfeitas entre nós, que eu tinha medo que fosse acabar.
Sempre que pensava sobre isso, o dia em sua casa, em que ele disse odiar todos os
viciados e ex, vinha a minha cabeça. Eu precisava contar, mas parecia cada vez mais
difícil. Porque era cada vez mais difícil pensar que ele podia não aceitar, e era cada
vez mais difícil me imaginar sem Edward. Então eu tratava de abominar esses
pensamentos.
Novembro finalmente estava na porta, e eu já sentia muito, muito frio, me
empacotei de roupas, praticamente todo o mês de outubro e mesmo assim meus pés e
mãos nunca ficavam quentes. Edward protestava quando eu colocava as mãos por
debaixo de suas roupas para esquentá-las em seu corpo, ou quando eu colocava meus
pés gelados nas suas pernas. Ele reclamava, reclamava, mas nunca fazia nada para
impedir. Ele ria de mim e dizia que eu só podia ter parentesco com algum vampiro.
Estava em casa dia 31 de outubro, às 23:00 da noite, usava uma calça jeans
preta cheia de rasgos, uma regata preta, e um sobre tudo preto e quentinho por cima.
Meu rosto estava pálido, como o de um difunto, e a maquiagem me ajudou um pouco
a fazer olheiras, mas não precisou de muito esforço, já que Edward estava a 5 dias
fora, e minha insônia estava com força total.
Eu estava a verdadeira morte, só faltava a foice, mas de qualquer jeito era
para me parecer com uma vampira. Me recusei de colocar as lentes de contato
vermelhas que Alice me deu. Não entendia para que lentes vermelhas. Os vampiros
que eu via nos filmes de antigamente, tinham olhos claros, azuis ou verdes bem
brilhantes, e não olhos vermelhos, a não ser que fosse um vampiro maconheiro.
Estava pronta para tocar na festa de halloween da fraternidade. Alice como
sempre já estava no local da festa, e eu estava sozinha.
Aquela semana não foi uma das melhores, meu humor estava péssimo, e
bastava uma piadinha, para eu olhar qualquer um de canto, ou bufar. Todos insistiam
em dizer que era FDEC, falta de Edward Cullen, eu negava até a morte e dizia que só
não estava conseguindo dormir direito. Mas no fundo, muito lá no fundo, a minha
consciência idiota dizia que eles estavam todos certos, e que realmente eu sentia falta
dele.
Edward estava em Santa Barbara, com a turma da faculdade, foram em uma
convenção que tinha por lá, e ficariam a semana toda. Ele voltaria só na terça,
resumindo não viria para a festa.
Eu não estava com a minima vontade de sair de casa, só queria que terça
chegasse depressa.
A campainha tocou, me trazendo de volta a terra, com certeza era Emmett.
– A PORTA ESTÁ ABERTA. - Berrei de mal humor. Pude ouvir as risadas
dele e de Rose.
Provavelmente viram meus pés balançando no sofá, e vieram até onde eu
estava.
Emmett, estava praticamente igual a Edward na festa a fantasia, fantasiado de
conde Drácula, só que menos gostoso é claro.
Rose estava uma vampira magnífica, o que não era uma novidade, ela ficaria
magnífica até fantasiada de bananas de pijama. Ela estava de vestido preto tomara
que caia, curtíssimo, e bem colado ao corpo, o que me fez perguntar mentalmente,
por que só eu sentia frio ali. Uma meia arrastão preta, e um scarpin preto altíssimo.
Seus olhos eram vermelhos vivos, provavelmente como os que Alice me deu. Sua
pele estava tão pálida quanto a minha, mas minhas olheiras eram mais profundas.
– Estão atrasados. - Murmurei.
– Edward, por favor volta logo. - Emmett falou alto, como se fizesse uma
prece.
– Vá se danar Emmett. - Resmunguei.
– Bella, você está muito, mas muito rabugenta essa semana. Se é ou não por
Edward eu não sei, mas poxa, por favor volte ao normal. - Rose pediu.
– Não é por causa de Edward. - Protestei levantando. - Só não dormi direito
essa semana, e a TPM também ajuda. Me desculpem ok? - Pedi a abraçando.
– Se você diz. De qualquer jeito, terça Edward está ai, e você vai poder
dormir de novo. - Disse beijando minha cabeça.
– Quer que eu te abrace também? - Emmett perguntou abrindo os braços.
Sorri e me joguei nos braços dele.
– Quero. Desculpe por todas as vezes que te xinguei essa semana. - Ele riu e
me apertou.
– Vamos logo, o lado negro nos espera. - Rose e eu rimos.
– E o brinde amor? - Emmett bateu com a mão na testa.
– Esqueci completamente de comprar champanhe.
– Hey, temos meio litro de tequila aqui em casa. - Eu os lembrei, os dois
sorriram animados.
– Vou buscar. - Corri para cozinha e peguei o meio litro e 3 copinhos.
Teriam que ser três brindes, Emmett encheu os copos.
– Ao halloween, cara, eu amo essa data. - Ele disse empolgado, rimos e
viramos.
Rose foi a próxima.
– A esse ano, que nos trouxe Bella. Esse é o melhor ano de todos. - Rose
também parecia empolgada. Bridamos e viramos.
Tequila me deixava feliz quase que imediatamente, e comecei a pensar
seriamente em por meus olhos vermelhos, assim ninguém perceberia quando eu
estivesse bêbada.
Emmett encheu nossos copos rapidamente.
– A vocês dois, suas pragas que eu aprendi a amar. Cara, eu amo vocês tá
ligado? - Falei a última frase em português, fazendo Emmett franzir o cenho e Rose
rir. - Sabem quanto tempo demorei para voltar a dizer isso? - Continuei em português.
- Eu amo vocês, amo, eu amo. - Rose ria cada vez mais.
-Pelo amor de Deus, eu não estou entendendo. - Dei risada de Emmett.
- Eu disse que amo vocês, amo. - Voltei a falar em inglês. - Bota Jully nesse
brinde ai também. Foi ela que conseguiu me fazer desembuchar essa frase. - Estendi
meu copo de novo. - A Jully Cullen, e a todos vocês, que estão me ensinando a viver
de novo. - Disse sorrindo os dois bateram o copo no meu e viramos.
– Agora vamos garotas, a noite nos aguarda. - Emmett disse nos abraçando,
uma de cada lado. - Hoje eu estou podendo, os manés vão ficar só na inveja. - Rose e
eu rimos.
– Eu divido ele com você essa noite Bella. - Rose disse.
– Vamos cuidar de você para Edward. - Emmett emendou.
– Claro, claro. Pode me dizer quem está cuidando dele para mim?
– Ninguém, não precisa, ele só enxerga você. - Emmett concluiu. - Nesses
dias eu presenciei uma cena hilária.
Edward estava saindo da faculdade, e uma garota fingiu tropeçar e caiu por
cima dele. Ele a segurou e olhou para ela bem irritado dizendo: olha por onde anda
garota.
Ela ficou de cara, sem reação, e ele saiu bufando. - Emmett contou dando
risada.
– Ah, eu também vi uma engraçada quando fui buscar Mimi no pet shop.
– Quem diabos é Mimi? - Peguntei.
– A labradora da minha mãe. - Falou como se fosse óbvio. - Mary estava lá, e
Edward falava com você no telefone, ele queria sair dali, acho que ia te pegar em
algum lugar.
Assim que desligou o telefone, ele me cumprimentou e já saiu em direção a
rua. Mary o chamou quando ele já estava na porta.
Ela pediu que ele examinasse a cachorrinha dela, segundo a vaca, o outro
veterinário não sabia fazer direito. Edward deu as costas para ela, sem ao menos
responder. Fui obrigada a rir na cara dela. - Sorri imaginando a cena, e por Edward ter
dispensado duas vacas. Mas a insegurança voltou a me dominar.
– Só porque ele dispensou duas, não significa que ele esteja sozinho agora. -
Falei.
– Provavelmente ele está no banheiro pensando em você. Se é que me
entende. - O olhei de canto.
– Ele não me ligou hoje.
– Ohhh... - Os dois disseram juntos.
– Não ligou hoje não foi? - Emmett continuou.
– Ele te ligou a semana toda, ao meio dia e de noite Bella. Não sei de onde
arrumam tanto assunto. - Rose disse rindo.
– Só pode rolar sexo por telefone. - Emmett disse.
– Eu não vou responder isso. - Murmurei baixinho, pensando na noite
anterior. Eles acabaram ouvindo meu murmurio.
– Oh my god. - Rose gargalhou.
– Vamos logo, e parem de se meter na minha vida sexual. - Falei os rebocando
para fora.
A Summer Hause estava bombando, o lugar estava macabro. Não imaginava
de onde Alice arrumou caixões de verdade para decorar o lugar. O teto estava repleto
de teias de aranha, parecendo um daqueles castelos mal assombrados.
Estatuas macabras, com olhares assustadores, se mexiam, o que acabou me
rendendo um susto.
Parecia que todos os vampiros do mundo tinham se juntado ali para uma
reunião.
Fiquei tentando entender, como Alice colocou um chafariz no meio do palco
que eu tocaria. Um líquido vermelho e grosso jorrava de dentro dele, e aquilo me
lembrava sangue. Pela a fumaça que também saía de lá, tinha muito gelo seco lá
dentro.
O lugar estava sinistro, no telão atrás do palco, passava um filme, que
provavelmente era o exorcista.
Estava me sentindo no castelo do conde Drácula, e a falta de iluminação me
deixava um pouco nervosa.
Fui com Emmett deixar Rose no camarote, lá encontrei com todo o pessoal da
última vez. Todos me cumprimentar e pediram algumas músicas. Jéssica foi a única a
fazer que eu não estava lá.
Jasper vestido de Vampiro era realmente assustador, ele olhava de um jeito
que metia medo em qualquer um, já Alice, não tinha nascido para vampira, mesmo
com a pele pálida, olhos vermelhos e tudo mais, ela ainda parecia a Alice inofensiva.
Acabei tomando mais uma dose de tequila la com eles, antes de descer.
Alec também tinha entrado na onda dos olhos vermelhos, uma capa preta
enorme tapava toda sua roupa, sua pele estava bem pálida, e as olheiras tão profundas
quanto as minhas. Ele também poderia assustar qualquer um com aquela cara de mal.
Fredy e Mike só estavam de preto, sem olhos vermelhos, assim como eu.
Subimos no palco pelas 12:30, estava relaxada graças as tequilas, me sentia
até bem para falar em público.
Ajeitei minha guitarra que tinha ganho de Alec, e que combinava com o
pretume da noite. Fiz sinal de positivo para que o DJ trancasse o som, me aproximei
do microfone, e acenei para os Cullen que mandavam tchau do camarote.
– Boa noite criaturas das trevas. - Falei empolgada. - Ou deveria desejar, Mal
noite?
– Mal noite combina mais com hoje. - Mike falou em seu microfone.
– Então, mal noite criatura das trevas. - Pude ouvir muitos uhuulss.
– Finalmente chegou o tão falando halloween, as pessoas estavam eufóricas
essa semana, falando sem parar sobre essa data.
Encontrei com muitas abóboras, antes de chegar aqui. Só lá em casa, tem uma
em cada comodo, não sei da onde Alice arrumou sabonetes em forma de aboboras. -
Meu comentário os fez rir.
– Bom essa é a primeira festa de halloween que participo. Aonde eu morava,
não comemorávamos muito essa data, então tudo para mim aqui é novo.
Eu estou tipo assim Uauu, me sentindo no castelo do Drácula.
Bom, de uma coisa eu tenho certeza, criaturas das trevas amam rock and roll.
- Os uhuls aumentaram, e mãos com o famoso chifrinho surgiram pelo lugar.
– Então aproveitem porque a noite é nossa, e segundo os livros vampirescos
de hoje em dia, os dias também. - Comecei com os acordes, deixando alguns malucos
insanos, ao perceberem que música se tratava.
– Todas as músicas de hoje vão parra os Cullens, que aturaram meu mal
humor durante a semana. - Disse olhando para o camarote deles.
http://www.youtube.com/watchv=2Kjh9lQXLWk&feature=player_embedded
I'm rolling thunder, pouring rain
I'm coming on like a hurricane
My lightning's flashing across the sky
You're only young but you're gonna die
I won't take no prisoners won't spare no lives
Nobody's putting up a fight
I got my bell I'm gonna take you to hell
I'm gonna get ya, satan get ya
Hells bells
Hells bells, you got me ringing
Hells bells, my temperature's high
Hells bells
I'll give you black sensations up and down your spine
If you're into evil, you're a friend of mine
See the white light flashing as I split the night
Cos if good's on the left then I'm sticking to the right
I won't take no prisoners won't spare no lives
Nobody's puttin' up a fight
I got my bell I'm gonna take you to hell
I'm gonna get ya satan get ya
Hells bells
Hells bells, you got me ringing
Hells bells, my temperature's high
Hells bells
Hells bells, satan's coming to you
Hells bells, he's ringing them now
Those hells bells, the temperature's high
Hells bells, across the sky
Hells bells, they're taking you down
Hells bells, they're dragging you down
Hells bells, gonna split the night
Hells bells, there's no way to fight
Hells bells
As pessoas pareceram se animar, alguns malucos se amontoaram na frente do
palco, e me surpreendi ao ver que os Cullen também estavam ali no gargarejo.
Tocamos muito AACD, Alice Copper, Motorhead, Iron Maiden, e muito rock que
falava do inferno, do diabo, e das criaturas do mal.
Quando passou minha uma hora, tinham muitas pessoas ali na frente.
– Hey, valeu galera. - Alice e Rose junto com Elizabeth começaram com
"Bella Swan is rock" e muitos as ajudaram. Quase todos ali, entraram na onda, me
deixando sem saber o que dizer.
– Obrigada, obrigada mesmo. Eu não sei o que dizer.
Vocês são tão rock quanto eu, por isso estão aqui hoje. Curtindo rock, não o
deixando morrer. É por pessoas assim que o rock vive, ele é eterno como as criaturas
do mal, ele jamais vai morrer.
Eu amo rock and roll, os solos das guitarras me deixam em êxtase, é um
sentimento inexplicável. - Eles continuavam gritando uhuul. - Então essa é a última
música. É do Brasil, minha terra, lá também tem rock, e pessoas que o amam como
vocês.
Se chama verme, de uma banda chamada garotos podres. Obrigada a todos
por comparecerem, pelo apoio, e nos vemos de novo em dezembro no encerramento
do ano.
Eu sou o verme
Que vai te comer
No seu caixão,
Espero que sua carne
Seja bem macia
Pra mim não ter
Nenhuma azia!
O seu sangue é tão gostoso
Vou chupar ele todinho
Vai ficar mais saboroso
Se eu chupar de canudinho!
Nesta escuridão
Do meio dos destroços
Vou comer sua carne
E vou roer seus ossos!
Não agüento mais
Essa podridão
Esse cheiro horrível
Sua decomposição!
– É isso ai galera, valeu, valeu. - Alec ainda continuava fazendo barulho com
a bateria, me fazendo rir. - Fiquem agora com The siblings. - Dei risada de uns
vampiros meio bêbados fazendo coraçõezinhos para mim.
Dei as costas pra multidão e caminhei para fora dali, antes passei por Alec, e
baguncei seus cabelos.
Emmett me esperava no camarim eufórico, ele me levantou e girou comigo
muitas vezes.
– Seu maluco, estou ficando tonta. - Protestei rindo o fazendo parar.
– Bella, isso foi demais. Você viu? Eles gritaram Bella Swan is rock, quase
todo mundo aqui gritou, eu filmei isso. - Dei risada.
– Eu ouvi Emmett, eu ouvi.
– Ah, vamos ficar famosos. - Rolei os olhos.
– Claro, claro. Nem que seja em sonhos. Agora pega essa guitarra e vamos
logo para festa. Chega de trabalho. - Emmett, guardou minha guitarra e saiu junto
comigo, cheio de camisetas nas mãos. Muitas pessoas me cumprimentavam, e
Emmett ia distribuindo as camisetas. Estava me sentindo uma política em tempo de
eleições.
Rose, Alice e Jasper ainda estavam na frente do palco, pelo que Emmett podia
ver. Quando os alcançamos eles me abraçaram, e foram exagerados como sempre.
– Hey Bella. - Um desconhecido me chamou.
– Eu?
– Eu sou seu fã cara. Você toca muito bem e canta também, além de ser autos
gostosa. - Dei risada.
– Também sou seu fã. - Outro maluco ao lado dele falou.
– Obrigada. Dá uma camiseta para eles Emmett. - Pedi.
Os caras pareciam ter ganho um bilhete premiado, ri muito da felicidade deles
por uma camiseta, deveriam estar para lá de Bagdá.
– Você tira uma foto com a gente? - Ele pediu.
– Claro. - Respondi me aproximando.
Os dois me abraçaram um de cada lado e fizeram chifrinhos com a mão livre.
Pensei que fosse só uma foto, mas outros amigos dos dois apareceram por ali
e acabamos batendo muitas fotos. Quando enfim nos livramos deles, pude continuar
meu caminho para o camarote, tive que bater mais algumas fotos até finalmente
consegui chegar lá.
Elizabeth quando me viu se jogou para cima de mim eufórica como os outros.
Jasper nos fez brindar com tequila de novo, e foram uns 5 brindes, nós riamos e
falávamos alto.
Quando Mike começou a tocar Thriller do Michael Jackson, todos que
estavam no camarote fizeram a coreografia tão conhecida.
Acho que não tinha nenhum Cullen em sã consciência, e eu era a mais fora,
junto com Rose e Elizabeth.
– Não posso acreditar que cheguei tarde. - Ouvi Carlisle falar atrás de mim.
Virei para ele com aquele sorriso de bêbada e o abracei.
– Carlisle você veio cara. - Os cabelos loiros dele estava lambidos de gel, sua
pele também estava pálida e seus olhos vermelhos. - Você fica muito bem de
vampiro. - Disse rindo.
– Parece que alguém que bebeu de mais. - Disse rindo
– Não sou eu, estou bem, sério. - Falei séria, fazendo ele rir alto. - Hey Rose,
seu sogro chegou. - Rosalie também se abraçou a ele.
– Tá gatão em sogrinho. - Ela beijou as bochechas dele.
– Elizabeth. - Rose chamou a garota que prestava atenção na banda. Quando
ela ouviu veio andando meio torta até nós. - Esse é Carlisle, lembra dele? Nosso
sogrinho. - Rose disse rindo, olhando diretamente para mim.
– Seu sogrinho. - Corrigi rindo.
– Pai de Edward, certo? - Ela não tirava os olhos de Carlisle.
– É, e de Emmett. - Rose disse.
– Então é seu sogrinho também Bella.
– Não. - Fiz birra igual a criança.
– Prazer em revelo Carlisle. - Elizabeth se aproximou e beijou o roso dele, o
deixando sem graça. - Vejo que os namorados dessas duas puxaram a você. - Aquilo
era uma cantada.
– Hey, hey. O gostosão aqui é comprometido. - Disse o abraçando mais. -
Esme não veio?
– Não, ficou com Jully. O que você três beberam em? - Perguntou nos
olhando incrédulo.
– Umas 5 ou 10 doses de tequila. - Rose respondeu.
– Cara, eu amo tequila. - Falei. - Poderíamos ir para o México um dia,
Tijuana, e beber muita tequila. - Rose e Elizabeth acharam a ideia demais.
– Bella, essa é a melhor ideia que já teve. Precisamos combinar, vamos hoje
depois daqui? - Rose convidou empolgada.
– Vamos. - Eu e Elizabeth respondemos. Carlisle gargalhou.
– Vocês não vão beber mais nada hoje entenderam? Suas pinguças, estão
completamente bêbadas.
– Não estou bêbada. - Protestei.
– Tá sim. Parem de beber ok? Vou ali falar com Alice e Jasper, estou de olho
em vocês.
– Tá. Eu cuido dela doutor gostosão. - Carlisle riu e balançou a cabeça
negativamente com o que Elizabeth disse.
– Gente que homem é esse? Pedaço de mal caminho. - Ela continuou quando
ele saiu.
– É ele realmente é gostoso. - Rose continuou.
– Hey vocês duas. Ele é seu sogro Rose, gente ele é casado. Nem pense nisso
Elizabeth, não quer que eu te lembre de nada, quer?
– Desculpe. - Ela pediu.
– É, ele é casado. - Rose teve alguns segundos de sanidade.
– A mulher dele não deveria deixá-lo sair sozinho. - Elizabeth comentou.
– Esqueça isso Elizabeth. - Falei terminando o assunto.
Voltamos a dançar e rir por tudo, Carlisle estava mesmo de olho em nós, mas
quando ele se desconcentrava por alguns minutos voltávamos a virar tequila.
Emmett se juntou a nós, depois de ter fechado mais um contrato que eu não
entendia direito quando aonde e porque, mas pela empolgação dele, parecia ser bom.
Ele até trouxe um litro só para nós.
Alice e Jasper acabaram indo embora cedo, eles até me falaram o motivo, mas
eu não lembrava. Carlisle permaneceu lá, pelo jeito por pura preocupação com nós 4.
Elizabeth se jogou para cima dele incontáveis vezes, e Rose, Emmett e eu,
riamos da cara de Carlisle que desvia sempre dela quando ela chegava muito perto.
– Rose. - Chamei.
– Eu?
– É, vocês tinham razão. - Ela deu risada.
– Sempre tenho razão, mas do que está falando?
– Estava estressada essa semana, porque sentia e sinto muita falta de Edward.
– É, eu sei. Todo mundo sabe. - Disse rindo. - Vocês se amam. - Dei risada.
– Não. - Disse balançando o dedo. - Ui, eca. Claro que não.
– Então você não sente nada por ele?
– Eu gosto dele um pouquinho. Sinto falta e meu coração parece apertado. E
eu não vejo a hora de chegar terça. Quando ele me liga eu fico super feliz, e quando
desliga fico não muito feliz. - Rose deu risada.
– Sei... Mas você não o ama...
– Não. Não amo.
– Ok, não se preocupe ele vai voltar. - Ela disse me abraçando. Eu não quis
mas largá-la, fazendo Emmett protestar.
Não sei quanto tempo fiquei abraçada a ela, mas a larguei quando senti uma
mão nas minhas costas.
Capítulo 28 - A bebida e suas verdades.

– Então é assim, eu saio por uns dias e você resolve agarrar Rose. - Era a
voz dele, eu sorri largo, e me virei para ele o abraçando apertado.

– Você voltou! - Minha voz não poderia ter saído mais feliz. - Você voltou! -
Ele riu alto.

– É, peguei um táxi e cheguei agora. - Disse me tirando do chão. - Você cheira


a bebida, quanto bebeu?

- Não sei, muitas tequilas. Mas não estou bêbada. - Ele voltou a gargalhar.

– Sei, acredito. - Eu me soltei dele, ele pegou meu rosto, e aproximou sua boca
da minha.

– Quer que escove os dentes, antes de me beijar?

– Não, não é necessário. Quero me embebedar na sua boca. - Eu sorri e ele me


beijou. O beijou começou calmo, mas eu tratei de fazê-lo ficar urgente, empurrei
Edward contra a parede e me joguei para cima dele.

– Bella. - Falou contra minha boca. - Calma, calma. - Ele se afastou


minimamente. - Céus, você está trêbada. - Ele ria. - Vamos para casa precisa tomar
um banho, e precisa de algum remédio para não ter uma ressaca amanhã.

– Não quero ir. - Protestei. - Por que não quer me beijar?

– Eu quero, mas pode ser em casa? Estou cansado, acordei cedo e viajei até
aqui só para ver você.

– Já me viu, agora pode ir embora, já que não quer me beijar. - Não entendida de
onde ele achava tanta graça.
– Deus do céu, que mulher dramática. Se não quiser vir comigo, vou te botar
nas costas e te arrastar. Eu viajei a essas horas só para ficar com você Bella, não acha
que eu mereço?

– Não. - Respondi emburrada cruzando os braços. - Não parece que quer ficar
comigo, nem me beijar você quer. - Reclamei. Ele passou o braço em volta do meu
pescoço.

– Vamos falar com Carlisle e ir para casa. - Ele me rebocou dali.

– Passando trabalho pai? - Edward perguntou divertido, ao ver que Elizabeth


não desgrudava de Carlisle.

– Arrumou um motivo para voltar mais cedo? - Perguntou sorrindo.

– Pode apostar que sim.

– Edward, você está vendo o mundo girar? - Eu estava.

– Claro Bella, claro. - Ele me segurou mais forte, e eu acabei deitando minha
cabeça em seu peito. - Estamos indo, Bella bebeu demais por hoje. - Falou à Carlisle

– Eu não estou bêbada. - Protestei.

– Estão todos assim Edward, Rosalie e Emmett estão piores eu acho. Fiquem lá
em casa, vou levar Rose e Emmett pra lá também.

– Não sei, acho melhor ficarmos em casa. - Edward disse pensativo.

– Pelo amor de Deus filho, olhe o estado dela. Não está pensando em fazer
nada com ela desse jeito, está?
– Fa, fazeeer nada. Seu pai quer dizer, sexo? Claaro que está pensando em
fazer, não está? Eu estou. - Edward gargalhou.

– Eu vou ri muito de você amanhã. - Falou beijando minha testa. - Vamos ficar
na casa de Carlisle. Precisamos de carona, porque vim de táxi. Carlisle jogou as
chaves do carro.

– Vai com o meu, eu levo Emmett e Rose. E temos que deixar a garota em casa.
- Disse apontando para Elizabeth.

– Abre os olhos em. Esme não ficaria nada feliz ao saber que foi cantado a
noite toda. - Edward disse rindo.

– Não é fácil ser gostoso. - Carlisle entrou na brincadeira.

– Hey, Hey, Heeeeyyyy. I cant get know, satisfaction, I cant get knowww. -
Resolvi cantar com a banda, o papo dos dois estava chato.

– Quem é você? E o que fez com Bella? - Edward perguntou.

– Você não ficaria naaada feliz, se soubesse quem eu sou. - Falei o fazendo me
encarar.

– Leve ela para casa Edward, ela já não diz coisa com coisa. - Carlisle olhou
sério para mim, e eu sabia que aquilo significava, cale a boca.

– Ok. Boa noite então.

– Tchau Rooose gatona. - Gritei para ela, que estava agarrada a Emmett.
Quando ela me ouviu, largou de Emmett.
– Ahhh Bella, está indo tirar o atraso né amiga? Essa é das minhas, não perde
tempo. Tá feliz agora?

– Estou.

– Você não sabe o estresse dessa pessoa durante a semana, se você ficar um
mês fora, teremos que nos mudar para o Alasca.

– Cala a boca Rose. - Edward riu.

- Você tem razão, eu sinto falta de Edward. - Ela parecia me imitar.

– Rosalie para com isso. - Falei brava. - Eu vou embora. - Disse saindo dali.
Edward me alcançou beijou minha cabeça mais não disse nada.

A viagem de carro estava me deixando enjoada, ao perceber isso Edward abriu


os vidros, ele ria da minha cara, e voltava a dirigir. Quando chegamos na casa de
Carlisle ele tirou meus sapatos e meu casaco, me fazendo resmungar de frio. Para que
eu não fizesse barulho ele resolveu me carregar.

Edward me abandonou na cama e saiu em direção do banheiro. Voltou 5


minutos depois e começou a tirar minhas roupas.

– Vamos transar? - Perguntei animada, levando minha mão até seu casaco. Ele
sorriu e tirou minha mão de lá.

– Não, vamos tomar banho. Vem, levanta. - Ele me ajudou a ficar de pé, e me
rebocou para o banheiro. Entrou comigo dentro do box e me pôs debaixo da água fria.

– AHHH TÁ GEELADO EDWARD, TÁ GELADO, TIRA, TIRA, EU


QUERO SAIR. - Ele riu e tapou minha boca.
– Xiii, quer acordar Jully? Quer que ela veja você bêbada?

– Não. Não quero que ela me veja assim. - Murmurei. - Prometo ficar
quietinha. - Disse me sentando no piso frio e deixando a água bater. Fechei os olhos e
me encolhi, abraçando minhas pernas.

Eu tremia feito vara verde, e queria gritar para ele me tirar dali, mas não queria
acordar ninguém, e não conseguiria sair sozinha dali. Senti as mãos de Edward nos
meus cabelos, os penteando para trás.

Eu não entendia porque ele estava ali, cuidando de mim. Não entendia porque
parecia se preocupar, aquilo era estranho para mim.

– Por que está fazendo isso? - Meus dentes batiam pelo frio.

– Me desculpe, mas você precisa desse banho frio para melhorar. - Ele não
entendeu minha pergunta.

– Não falo do banho. - Voltei a abrir os olhos e o encontrei sentado ao meu


lado, completamente molhado. - Por que está cuidando de mim? - Ele sorriu.

– Porque me importo com você. - Disse simplesmente.

– Por que se importa comigo? - Voltei a questionar. Edward suspirou e me


encarou por alguns segundos.

– Porque eu, eu. - Ele fez mais uma pausa. - Porque eu gosto de você. - Eu
sorri, e encostei a cabeça em seu braço.

– Eu também gosto de você. - Murmurei, ficamos em silêncio por alguns


minutos. Os únicos barulhos presentes, eram os dos meus dentes batendo e da água
caindo.
– Jacob nunca cuidou de mim, ele sempre estava pior que eu. - Pensei alto.

Edward levantou-se e desligou o chuveiro, depois me ajudou a levantar.

– Graças a Deus, eu não sou Jacob. - Ele passou a toalha nos meus cabelos, e
depois secou meu corpo. - Só um cara idiota para não cuidar da melhor mulher do
mundo. - Acho que ele enfiou uma de suas camisetas em mim, depois me carregou
para cama. Fechei os olhos no mesmo segundo que deitei.

– Eu não sou a melhor mulher do mundo. - Falei.

– Para mim você é, e não discuta comigo. - Eu sorri.

– Obrigada. - Murmurei depois de algum tempo. - Você é o cara mais legal que
eu conheço. - Ele me fez sentar e engolir uns remédios.

– Sou é? - Eu não conseguia deixar meus olhos abertos.

– É, e o mais lindo também. - Ele riu.

– Sentiu minha falta? - Voltei a deitar, e o senti deitar ao meu lado.

– Muita falta. Muita, muita.

– Acho que isso é papo de bêbado. - Ele provocou.

– Bêbado só diz a verdade, nunca ouviu falar?

– Já. - Senti suas mãos os meus cabelos. - Por que que bebeu tanto Bella?
– Porque precisava ir naquela festa tocar, e não tinha um pingo de vontade de
sair de dentro de casa. Tudo que conseguia fazer era pensar em você. No seu sorriso,
no seu abraço, na sua voz, nos seus beijos, no seu corpo, no seu toque, no seu
carinho, na sua risada. Em você Edward. Céus, o que você está fazendo comigo?

– Me parece que o mesmo que você está fazendo comigo. É tão difícil saber o
que se passa dentro de você, você esconde seus sentimento tão bem. Eu nunca sei o
que pensa, o que sente, o que quer. - Sentia o sono tomar conta de mim. - Me diz, o
que sente por mim Bella?

– Muitas coisas estranhas. Me sinto feliz, segura, e completa quando estamos


juntos. Tenho medo de perder você. Mas você nem é meu. Eu não quero te perder
nunca, o que acha de estendermos nosso acordo até o fim de nossas vidas? - Pude o
ouvir sorrir.

– Acho uma ótima proposta, podemos falar sobre isso caso lembre amanhã. E
eu só não sou assumidamente seu, porque você não quer. Mas de qualquer jeito, meu
coração já é seu, desde que ficamos juntos, naquela festa a fantasia. - Ele me fez
sorrir.

– Edward, sei que estou um pouquinho bêbada, mas quero que saiba, que eu
nunca faria nada para te magoar. Você é muito importante para mim.

– Eu sei Bella. - A voz dele estava ficando para trás.

– O que você sente por mim? - Fiz a mesma pergunta que ele tinha me feito. Mas não
pude ouvir a resposta, o sono me tomou completamente.

~~*~~

Acordei com um gosto horrível na boca, o mundo dava voltas, meu corpo doía
e eu precisava vomitar.

Demorei para saber aonde eu estava. Não tinha a mínima noção de como fui parar na
casa de Carlisle. Corri para o banheiro e vomitei toda a tequila da noite anterior.
Senti as mãos de Edward segurando meus cabelos. Então aquilo era real,
Edward apareceu mesmo lá, eu me lembrava de algo assim.

Eu não queria que ele me visse vomitando, aquilo era totalmente vergonhoso,
além de ser nojento.

– Por favor Edward, me deixa sozinha, quero morrer em paz. - Resmunguei


antes de vomitar de novo.

– Não vou te deixar sozinha. Não se preocupe comigo, já fiz isso muitas vezes.
- Disse rindo, enquanto eu vomitava mais.

Depois de ficar uma meia hora abraçada a privada, levantei e fui até a pia.

– Preciso de uma escova de dentes. - Ele me entregou uma que só podia ser
dele.

- Te compro outra depois. - Murmurei. Acho que escovei os dentes umas 5


vezes, e aquele gosto horrível não me abandonava.

A pessoa que refletia no espelho estava acabada, mais branca que uma folha de
A4, com uma cara terrível.

Olhei para camiseta de Edward em mim, e uma calcinha que eu tinha certeza
que não era a que usava na noite anterior. Me perguntei como estava daquele jeito.

– Como vim parar aqui? - Perguntei para ele quando sai do banheiro.

– Eu te trouxe, te dei banho, remédio e te coloquei para dormir. Não lembra de


nada não é mesmo? - Porque ele parecia um pouco infeliz?

– Não. - Falei sentando ao lado dele. - Do começo da festa eu lembro, acho que
da metade também, mas o final são só flashs. Carlisle nos mandou parar de beber,
Emmett estava feliz por sei lá o que, e nos trouxe mais um litro de tequila, você
apareceu e só. Por que que fui beber tanto? Não posso perder o controle desse jeito.

– Cheguei a tempo de cuidar de você. - Falou me puxando para seus braços.

– Minha cabeça dói, meu estômago dói, meu corpo dói. Nem sei se já estou
completamente sã. - Reclamei.

– Vai passar. - Falou beijando minha cabeça.

Só então me dei conta que Edward tinha voltado, ele estava de volta, sorri com
aquilo.

– Senti sua falta. - Murmurei o fazendo sorrir.

– É, você me disse isso ontem. E eu respondi que também senti a sua. Por isso
peguei um táxi ontem a noite e me joguei para cá. Mas você estava bêbassa, tive que
ameaçar te colocar no meu ombro e te arrastar de lá, para você aceitar vir para casa.

– Sério?

– Seríssimo. - Respondeu rindo.

– Que vergonha. - Murmurei.

– Não se preocupe, todos estavam bêbados, exceto Carlisle. A noite de Emmett


e Rose também não deve ter sido fácil. - Vem. - Ele levantou. - Vamos tomar café. -
Meu estômago embrulhou com aquela palavra.

– Eca, não posso nem ouvir falar em comida. - Ele riu.

– Negando comida? Você está mesmo ruim. - Eu sorri fraco. - Só um café


preto, vai te ajudar a melhorar.

– Não vou descer desse jeito. - Eu estava só de camiseta. Ele sorriu e foi até o
guarda roupas, jogou uma calça minha que estava por lá.

– Ficou aqui, acho que esqueceu no tempo que passou aqui. - Vesti a calça e
descemos.

Ouvia barulho de desenho animado na sala. Jully estava vidrada nas meninas
super poderosas, mas quando me viu pareceu esquecer a TV.

– Vocês também dormiram aqui? - Perguntou empolgada, antes que ela pulasse
nos meus braço e eu acabasse caindo de fraca, me joguei no sofá.

– Dormimos. - Murmurei beijado seu rosto, e deitei minha cabeça em suas


pernas.

– Você está bem? - Perguntou me analisando.

– Nem um pouco. Minha cabeça dói e meu estomago também. - Ela alisou
meus cabelos parecendo preocupada.

– Quer um remedinho? Você também comeu algo estragado? Tio Emm, e tia
Rose também estão assim. Tio Emm disse que comeu camarão estragado. - Sorri
vendo a inocência da garota.

– É, eu também comi. - Edward gargalhou.

– Você não? - Ela perguntou para ele.

– Não eu não. Quando cheguei, já tinham comido tudo. Não vai me dar um
beijo e um abraço não? Não sentiu minha falta? - Ela sorriu.
– Senti, um montão.

Tirei minha cabeça de cima das pernas dela, para que pudesse sair. - Ela correu
até Edward, ele a levantou e a jogou para cima a fazendo rir. Depois a encheu de
beijos. Sorri vendo aquilo, os dois ficavam lindos juntos.

– Vamos Bella, um café vai te ajudar. - Edward me chamou, sentei no sofá e


senti o mundo girar.

– Ela tem que tomar um remedinho. - Jully disse a Edward.

– É, vamos resolver isso lá na cozinha. - Fiquei de pé e me agarrei no braço de


Edward para que não caísse. Ele passou Jully para um braço e o outro passou ao redor
do meu pescoço, nos encaminhando para cozinha.

– Viu, comer demais fica ruim. - Ela me deu uma bronca fazendo Edward rir.

– Muito ruim. - Murmurei. - Acho que quero a minha mãe. - Ela riu.

– Eu cuido de você. - Falou me fazendo sorrir.

– Cuida do tio Emm também? - Emmett pediu ouvindo nossa conversa.

Rose estava sentada ao lado dele, Carlisle e Esme estavam fazendo suco e me
olhavam tentando não rir.

– Bom dia. - Murmurei envergonhada, e me sentei ao lado de Rose.

– Mal dia. - Ela respondeu.


– Como se sente? - Emmett perguntou. Os dois pareciam tão ruim quanto eu.

– Péssima. Acho que a morte seria menos doloroso. - Carlisle e Esme riram.

– Vocês três estão de castigo. - Carlisle tentou parecer sério.

– Por que? - Jully quis saber. Edward sentou-se com a garota, de frente para
mim.

– Porque ficaram ruim e me deram trabalho. - Ele respondeu.

– Não briga com eles papai, eles tem cara de coitadinhos. - A garota pediu
fazendo todos rirem. Encostei minha cabeça no ombro de Rosalie.

– Estou acabada loira. - Falei em português. - Odeio quando o Hugo aparece.

– Eu também. - Falou deitando a cabeça na minha.

– Odeio quando falam coisas que não entendo. - Emmett protestou.

– Acho que vou deitar de novo. - Voltei para o inglês.


Jully desceu do colo de Edward e correu até Carlisle.

– Tadinha papai, você precisa dar um remedinho para ela. - Ele pediu
preocupada.

– Um café bem forte vai ajudar. - Esme se pronunciou. E tirou a jarro da


cafeteira, levando até meu copo na mesa. - Beba tudo, e não coloque açúcar.

– Obrigada. - Murmurei. Quando peguei o copo, percebi que minhas mãos tremiam.
Tomei tudo sem protestar, eu me sentia tão fraca, um verdadeiro zumbi. Senti Jully
segurando minha mão.

– Você vai melhorar, não vai? - Era incrível a preocupação dela.

– Claro que vou. Amanhã vou estar bem, só preciso descaçar um pouquinho. -
Ela me olhava analisando se eu dizia a verdade.

– Quer deitar no sofá? - Ela convidou.

– Quero. - Falei levantando. Ela segurou forte a minha mão, como se pudesse
evitar de eu cair. Me atirei no sofá e fechei os olhos.

– O que mais você quer? - Ela quis saber. Abri os olhos e a puxei para cima de
mim.

– Que fique aqui, abraçadinha comigo.

– Tá. - Concordou imediatamente. - Seus dedinhos passeavam por minha mão,


e não demorou muito para que eu voltasse a dormir.

Quando voltei a abrir os olhos já era escuro, sentia as mãozinhas de Jully


abraçadas a mim, ela dormia tranquilamente. Beijei o topo de sua cabeça e comecei a
alisar seus cabelos.

– É um amor mútuo, não é? - Só então percebi Carlisle, sentando no sofá ao


lado.

– É. Você sabe que é. - Murmurei para não acordá-la.

– Ela está cada dia mais apegada a você.

– Eu não consigo mais ficar um dia sem vir vê-la, é como se faltasse uma parte
de mim. Amo quando ela agarra minhas pernas, quando ela me olha nos olhos,
transparecendo toda a verdade e inocência, quando diz que me ama, quando se
preocupa comigo. - Carlisle sorriu.

– Você sabe que ela sabe que você e Edward tem algo. Vocês se beijam na
frente dela, isso é coisa de casais. Na cabeça dela, Edward é seu pai, e você como par
dele... - Ele não completou a frase. - Essa é imagem que ela tem de você. Não é difícil
perceber isso, só basta ver o jeito que ela te trata.

Ela se preocupa com você, ela fica irritada quando você demora a aparecer, e a
maioria do tempo o assunto é você. - Ele suspirou. - Uma coisa é bem óbvia para ela,
se Edward é o seu outro pai, você é a outra mãe.

– Eu não posso ser mãe de ninguém Carlisle. Eu não sei ser isso, não sei nem
cuidar de mim. - Murmurei.

– Você sabe que isso é mentira. Você só tem medo Bella, mas já está
visivelmente envolvida. Não sinta medo dela, posso jurar para você que ela seria a
última pessoa a te magoar. - A garota suspirou, e se arrumou em meu colo, me
abraçando ainda mais. - Você abriu um caminho para ela entrar, nesse coração de
pedra. Ela está ai agora, dá para perceber isso quando você olha para ela.

– Eu teria uma filha com essa idade, é impossível não lembrar dela olhando
para Jully. Quando ela me abraça, me beija, diz que me ama. Eu sinto coisas que não
sei explicar. É difícil não imaginar como seria entende? As coisas seriam assim,
simples, mas tão intensas. Não seriam?

– Sim. Os momentos simples sempre são os melhores. Me lembro de todos os


três, quatro. - Disse olhando Jully. - As primeiras palavras, os primeiro passos, o
primeiro dia na escola. E quando crescem e inventam de namorar? É horrível, ganhei
alguns cabelos brancos com isso. Principalmente com Alice, é difícil saber que um
marmanjo está sindo com sua menina.

– É, meu pai não dormiu por uma semana, quando Jake me deixou em casa um
dia de manhã, sendo que tínhamos saído a noite. Ele ligou as coisas rapidinho.

– Está rindo porque é mulher. Esme passou pelo mesmo problema com os
garotos. - Ficamos em silêncio por alguns minutos. - Jully está no começo, você pode
acompanhar e fazer parte de toda a evolução dela. Só depende de você. - Permaneci
em silêncio, só observando sua respiração calma, minha mente traidora imaginou,
imaginou aquilo tudo.

Imaginou eu a buscando no colégio, a ensinando escrever, explicando que


matemática era sim útil, e que bebês não vinham da cegonha. Imaginou como seria
dali a alguns anos, quando ela finalmente compreendesse que beijos não eram
nojentos. Nossas conversas sobre garotos.

Imaginou ela chegando em casa, depois de ter ido a sua primeira festa. Ela
deitaria a cabeça em minhas pernas, e conversaríamos o resto da noite, enquanto
comíamos brigadeiro.

Eu imaginava aquilo tudo, e de uma certa forma desejava aquilo.

Ela abriu os olhos e ficou me observando, assim como eu a observava.

– Que soninho né? - Ela sorriu coçando os olhos.

– Ainda dói? - Perguntou com a voz rouca.

– Não, esse nosso soninho fez a dor ir embora. - Ela voltou a sorrir.

– Cade Edward? - Ela quis saber.

– Hum... Não faço ideia. - Murmurei.

– Na cozinha com Esme. - Carlisle respondeu, Jully sorriu ouvindo sua voz.

– O que está fazendo papai? - Perguntou sem se mover.

– Estava assistindo as duas preguiças dormirem. Vocês ficam fofinhas juntas. -


Ela sorriu e olhou para mim.

– Tá com fome? - Isso era uma pergunta com intenções de ir para cozinha.

– Não sei, talvez se eu ver alguma comida eu me anime. Quer ir na cozinha?

– Você vai também?

– Vou. - Ela rolou para o lado de dentro do sofá. para que eu pudesse levantar.

Me estiquei tentando afastar a preguiça levantei.

– Vamos. - Disse estendendo o braço para que ela pulasse.

– Quer que eu vá andando? - Ri com a preocupação dela.

– Não, eu posso com você seu nisco de gente. - Disse a pegando.

- Você vem papai? - Perguntou para Carlisle, que sorria com cara de bobo.

– Estou logo atrás de vocês. - Ao nos aproximarmos da cozinha senti uma


cheiro hipnotizante de bolo de chocolate. Jully lambeu os lábios me fazendo rir. A
conversa por lá parecia animada, ouvia Edward rindo alto.

– Cara, esse cheiro é tudo. - Anunciei sorrindo, quando alcançamos a cozinha,


mas meu sorriso se desmanchou, assim que eu vi, quem estava por ali.
Capítulo 29 - More than words

– Cara, esse cheiro é tudo. - Anunciei sorrindo, quando alcançamos a cozinha,


mas meu sorriso se desmanchou, assim que eu vi quem estava por ali. Angelina que
parecia sorrir de alguma coisa, assim que me viu fechou a cara, desejei não ter aberto
a boca, assim poderia ter voltado para a sala sem ser percebida.
– Olá. - Murmurei para ela.
– Oi. - Era visível para qualquer um, que não nos gostávamos.
- Até que em fim as Bellas adormecidas resolveram acordar. - Esme tentou
amenizar o clima. - Como se sente? - Emendou.
- Melhor, só o gosto ruim da boca que ainda não saiu. - Edward disfarçou a
risada, mas podia apostar que estava pensando sobre eu abraçada com a privada.
– Oi vovó. - Jully sorriu para a mulher, e eu tive vontade de rolar os olhos.
– Oi querida, não vai vir me dar um beijo? - A garota olhou para mulher e
depois para mim, tentando decidir o que fazer. Sorri e a coloquei no chão, antes de
correr até Angelina ela me abraçou e beijou, me fazendo sorrir largo. Pensei em sair
dali enquanto elas conversavam, mas Edward fez sinal com o dedo para que eu fosse
até ele, suspirei fundo e fui.
Meu estômago se animou ao ver que Edward tinha uma panela com as sobras
da cobertura do bolo. Puxei a panela das mãos dele e coloquei no nosso meio. Meti
meus dedos lá dentro e trouxe a cobertura até a boca. Suspirei sentindo aquele gosto
delicioso.
– Cara, isso está maravilhoso, muito bom. - Falei metendo a mão dentro da
panela de novo. - Edward estava parado me observando.
– Que foi? - perguntei de boca cheia.
– Bella está de volta. - Ele respondeu dando risada.
Esfreguei minha mão suja no rosto dele, o fazendo fazer cara de perplexo.
Carlisle, Esme e Jully deram risada, assim como eu.
– A vingança tarda mais não falha. Você já fez isso comigo, lembra?
– Vai fazer o que eu fiz depois de ter te sujado? - Ele questionou cheio de
segundas intenções. Senti meu rosto ficar quente, coloquei mais chocolate na boca e
fiz nem ouvir o que ele disse.
– O que você fez depois? - Jully parecia antenada na nossa conversa, e eu
temia que não fosse não só ela.
– Me ajudou a tirar o chocolate, com uma toalha. - Respondi antes que ele me
envergonhasse. A garota veio até nós, Edward a tirou do chão e sentou em cima do
balcão. Passei meu dedo na ponta do nariz dela sujando também.
Edward me abraçou por trás segurou minhas mãos.
– Acho que Bella anda muito saidinha. Que tal nos vingarmos? - Ele deu ideia
para a Jully. Ela sorriu e pôs a mão dentro da panela.
– Você não vai fazer isso comigo vai? Vai ajudar Edward? Foi ele quem
começou. Ele me sujou primeiro eu só revidei. - Ela riu mais ainda e sua mão suja de
chocolate estava quase no meu rosto. A garota ria sem parar. Fechei meus olhos para
protegê-los do ataque, mas não senti suas mãos me tocarem, e pelo resmungo de
Edward, ela fez outra vítima.
– Sua bandida, já estão assim? Fazendo complô contra minha pessoa? - Dei
risada da cara dele que estava completamente suja.
– Mulheres unidas, jamais serão vencidas, meu caro. - Respondi em meio a
risadas.
Esme e Carlisle riam, já Angelina com toda certeza não achava nada
engraçado.
Edward sujou a mão.
– Vamos lá Bella, você está precisando de glicose.
– Não ous... - Meu rosto também estava sujo.
– Você é mal Edward. Como ousa fazer isso com uma pessoa em
recuperação? Nem forças para me defender eu tenho. - Eles riram. - É sacanagem viu.
– Acho que Jully é a mais adulta dos três. - Carlisle comentou.
– É, acho que Edward e Bella são alguns anos mais novos do que ela. - Esme
continuou. Ao olhar para eles, meus olhos acabaram encontrado com os da mulher,
que me olhava furiosa.
– Lavem o rosto crianças e venham comer o bolo. - Esme ainda ria.
– Esse seu bolo trouxe minha fome de volta. - Disse a Esme.
– Ainda bem que o bolo é grande. - Edward provocou.
– Sabe, acho que poderíamos passa no McDonald's quando estivermos indo
para casa. Uns dois big macs cairiam muito bem.
– Você não pode estar falando sério. - Esme parecia abismada.
– Acredite, ela está. - Edward respondeu. - Esses dias ela comeu dois big macs
e ficou de olho no meu, tive lhe dar um pedaço.
– Você não está gravida está? - Carlisle parecia sério. Rolei os olhos.
– Não, eu não estou. Posso me submeter a teste se vocês quiserem. Sou gulosa
por natureza mesmo. Se eu estivesse, com certeza você saberia, porque comeria três
vezes mais do que o normal. Comeria de hora em hora. - Carlisle riu.
– Tem mesmo certeza que não vou ser avô? - Acho que ouvi Angelina bufar.
– Certeza absoluta.
– Se você estiver grávida, é um irmãozinho para mim? - Jully estava
interessada. Edward sorriu feito um idiota.
– Obrigada. - Disse os olhando séria. - Muito amigos vocês. Jully, isso não é
verdade princesa. Se depender de mim, você nunca vai ter irmãos.
– Bella está grávida? - Emmett apareceu na cozinha junto com Rose. - Eu
bufei e os outros riram.
– Claro Emmett. Nasci dia 30 de fevereiro. - Saí dali bufando, e fui pra o
banheiro lavar o rosto. Não demorou para Edward aparecer atrás de mim.
– Nosso filho ainda nem nasceu e já está estressada. - O olhei de canto e
continuei lavando o rosto, sem respondê-lo. Ele puxou a toalha do rosto na hora que
eu ia pegá-la.
– Por favor! Edward a toalha. - Eu estava bufando e ele dava risada me
deixando ainda mais irritada.
– Calma amor! Isso faz mal para o bebê.
– Eu não sou o seu amor. - Falei pausadamente. - Me da á porra da toalha
Edward. - Pedi esticando o braço. Ele puxou meu braço, levando meu copo de
encontro ao seu.
– Já disse que adoro te ver assim estressadinha? Você não tem noção de como
fica sexy. - Murmurou na minha orelha, mas continuei irredutível, eu realmente
estava irritada.
– A toalha Edward. - Pedi com a voz firme.
– Por que o assunto você, e seu futuro te perturbam tanto? - Eu bufei.
– Só me perturbam quando são coisas sem sentido. Você sabe o que temos.
Isso ficou claro desde o início. Não somos um casal apaixonado ou algo do tipo. Nós
soubemos que era brincadeira o que estavam falando lá na cozinha, mas a garota não
sabe. Não dê esperanças inexistentes a ela. - Minhas palavras fizeram com que ele me
soltasse. Tentei encará-lo, mas ele desviava os olhos dos meus. Ele me entregou a
toalha e saiu do banheiro sem dizer mais nada.
Fiquei sem entender porra nenhuma. Qual o problema dele afinal? O que eu
tinha dito para ele ficar daquele jeito? Não falei nada demais, só verdades que ele já
estava cansado de saber. Busquei em minha mente algo que poderia ter dito para
deixá-lo daquele jeito, mas não encontrei nada.
Edward estava emburrado comigo e eu nem sabia o motivo, e aquilo serviu
para me deixar ainda mais irritada.
Saí bufando do banheiro e voltei para a cozinha. Graças a Deus aquela mulher
já tinha ido.
Sentei ao lado de Rose que já devorava um pedaço de bolo. Ela abriu a boca
para provavelmente fazer uma piadinha, mas ao ver minha feição mudou de ideia.
Edward chegou em seguida e sentou-se bem distante de mim, puxou um
assunto com Emmett e fingia que eu não estava ali.
– Por que brigaram? - Rosalie era esperta, ou aquilo estava óbvio demais.
Coloquei um enorme pedaço de bolo no meu prato, e enfiei um pedaço na boca antes
de respondê-la.
– Sei lá. Não sei o que eu disse demais para deixá-lo assim. - Murmurei de
boca cheia.
– Algo haver com a piada da gravidez? - Confirmei com a cabeça, e coloquei
outro pedaço de bolo na boca.
– Disse para ele parar com esse tipo de brincadeira. Isso só vai deixar a garota
com esperanças inexistentes. Ele sabe o que temos, sabe que isso passa longe de ser
amor. - Cochichei para Rose.
– Disse isso a ele? - Ela parecia incrédula.
– Foi. - Aquele bolo estava realmente muito bom.
– E não sabe porquê ele ficou assim? - Sim, ela estava incrédula.
– Não. Você sabe? - Cortei outro pedaço de bolo.
– Pelo amor de Deus Bella, qual seu problema?
– Não sei, sempre fui assim gulosa. - Quase cuspi em Rose, quando falei de
boca cheia. Ela rolou os olhos.
– Não estou falando de comida. Estou falando de Edward. - Parei de comer e
a encarei.
– Se sabe o que ele tem, por que não desembucha de uma vez? O que eu fiz? -
Ela deu um sorriso indignado.
– Eu me recuso a dizer isso para você. Quando vai se dar conta? - Arqueei
uma sobrancelha.
– Dar conta de que? - Ela suspirou e encheu a boca de bolo.
– Deveria pedir desculpas a ele. - Sorri sarcástica.
– Claro. Pedir desculpa pelo o que? Nem sei o que eu fiz.
– Ele está aqui, deveria vir só na terça. Por que acha que ele apareceu ontem?
O cara chegou ontem, e nem foi em casa, foi direto para a festa.
Cuidou de você, te deu remédio, aposto que te deu banho também, e segurou
seus cabelos quando estava vomitando. Você passou mal, dormiu a tarde inteira,
vomitou no banheiro dele, e sabe-se lá mais o que, e o cara continuou ali, sem
reclamar.
O que você disse para ele o magoou, espero que em breve descubra o por quê.
Até porque dou minha cara à tapa se você não sente a mesma coisa. Mas isso são
coisas futuras.
O que custa pedir desculpas para o cara? Olha ali a cara de babaca dele.
Emmett e Carlisle estão falando e aposto que ele nem sabe do que. - Olhando por
aquele lado, ela realmente tinha razão.
Nunca foi fácil cuidar de um bêbado. Ele veio mais cedo só para me ver, e eu
estava naquele estado deplorável, e mesmo assim, pelo que eu lembrava, ele não
reclamou por um segundo sequer.
Talvez eu tenha sido um pouco grossa com ele no banheiro, meus olhos
encontraram com os seus, mas ele logo tratou de desviá-los, me fazendo bufar.
Não demoramos muito a ir embora, prometi a Jully que voltaria no outro dia,
para lhe ensinar português, e aquilo lhe deixou animada.
Pelo jeito não foi só Rose que percebeu que Edward e eu tínhamos discutido,
já que todos murmuravam coisas no ouvido dele.
O carro dele estava ali, o que me fez deduzir que enquanto eu dormia, ele foi
até em casa buscá-lo.
Nos direcionávamos para o carro no maior silêncio.
– Quer que eu vá com Emmett? - Perguntei.
– Não. - Respondeu sem olhar para mim.
Ele me levou até o McDonald's como tinha prometido, saiu do carro, e sentou-
se ao meu lado, mas sempre em silêncio.
Comi meus dois big macs e uma casquinha de sobremesa, e Edward
continuava mudo, e aquilo estava me deixando muito, muito irritada.
Bati a porta do carro com força e bufei, ele ligou o carro sem sequer me olhar.
– Pelo amor de Deus, você quer fazer o favor de me dizer qual é o seu
problema? - Pedi tentando manter a calma. Ele desligou o carro, mas continuou
quieto.
– O que eu te fiz Edward? Por que está desse jeito? - Ele bateu com a cabeça
no volante, e suspirou.
– O problema não é você Bella, sou eu. - Murmurou.
– O que isso significa? - Perguntei.
– Significa que eu descumpri as regras que criei. - Cada vez eu entendia
menos.
– Pode ser mais claro?
– O pior é que você já sabe. - Ele sorriu triste. - Só não quer perceber. Está
escrito na minha testa, para quem quiser ver. - Ele voltou a bater a cabeça no volante.
– Isso não foi nada claro. - Ele me analisou por um tempo.
– O que quer que eu diga? - Aquilo não era óbvio?
– Por que está magoado? O que eu fiz?
– Deixa para lá ok? Eu só esperava chegar ontem e poder te beijar, te levar
para casa e conversar com você. Droga Bella, eu já sinto sua falta e você ainda está
aqui. Não teve um dia longe de você, que eu não pensei em nós. Tive oportunidade de
vir ontem nem pensei duas vezes. Eu estava decidido a te falar tudo. Mas você estava
fora de si, não falava coisa com coisa.
– Me desculpe. - Murmurei. - Não sabia que viria. Eu não estava com a
mínima vontade de sair de casa, acabei bebendo para sei lá... - Esquecer você, meu
cérebro murmurou. - Só precisava sentir um pouco de vontade de sair.
– É você me disse isso ontem, só que não com essas palavras.
– Disse? - Perguntei tentando lembrar.
– Disse. - Ele suspirou. - Queria que se lembrasse de algumas coisas.
– Tipo quais? - "Não pergunte" Meu cérebro voltou a murmurar.
– Quando você me disse que sentiu minha falta. Ou na boate quando pulou em
mim, me beijou e não queria mais me largar. Ou quando disse que eu era o cara mais
legal que você conhecia. - Eu odiava ver Edward triste, e odiava ainda mais, ser eu o
motivo da tristeza. Aproximei dele e segurei seu rosto para que ele me olhasse.
– Não preciso estar bêbada para dizer que senti sua falta. Me desculpe se
magoei você, desculpe por eu ter bebido tanto, por ter vomitado no seu banheiro, e
por qualquer outra coisa que possa ter magoado você.
Me desculpe pela irritação com você no banheiro, só não acho justo meter
Jully nessa história, eu não posso explicar para ela o que temos, e isso me deixa de
mãos atadas.
– Não se preocupe, ela vai crescer e entender. - Ele continuava triste. Suspirei
e passei minhas pernas para cima das suas, me sentando em seu colo. Suas mãos
estavam imóveis, sem esboçar nenhuma reação. Beijei sua testa o fazendo fechar os
olhos e suspirar. Beijei seu nariz, e em seguida seu queixo. Sentia sua respiração
mudar.
– Me desculpa? - Murmurei mordiscando seu queixo. Suas mãos agiram por
conta própria e foram parar em minha cintura.
– Eu não tenho o que desculpar.
– Então sorria não gosto quando você fica assim sério. - Ele sorriu totalmente
falso. - Não assim Edward, sorria de verdade.
– Me faça sorrir de verdade. - Pediu com a boca em meu pescoço.
– Talvez eu saiba um jeito de fazer isso, mas você me viu chamar o Hugo hoje
de manhã. Tá certo que escovei os dentes pelo menos 10 vezes depois disso, mas eu
comi bolo, big mac, e sorvete. - Ele sorriu e dessa vez foi sincero.
– Eu não me importo. - Respondeu me encarando. Edward escondia algo por
trás daquele olhar, algo que eu não sabia o que era.
– Senti sua falta. - Disse colando minha testa na dele.
– Sabe que eu também senti a sua. - Acabei com a pouca distância que ainda
existia e o beijei. Foi um beijo calmo, cheio de saudades. Nossos lábios se moviam
sem pressa alguma. Edward me apertava como se eu pudesse fugir dali, e eu gostava
cada vez mais, das sensações que ele me proporcionava.
Ficamos um bom tempo curtindo aquele momento, aqueles carinhos, aquelas
sensações, até que o ar faltou e nos separamos. Ele sorriu, não era exatamente o
sorriso que eu queria, mas já não parecia mais triste.
– Fica comigo essa noite, lá em casa? - Nós só tínhamos ficado juntos uma
vez na casa dele, foi na nossa primeira vez. Ele sempre acabava vindo ao meu
encontro depois, então nunca mais tínhamos ficado lá.
– Fico aonde você quiser. - Voltei para o meu lugar e Edward deu a partida no
carro. Ele finalmente voltou a falar e me contou como tinha sido sua semana longe de
mim, eu fiz o mesmo depois. Sua mão não largou mais da minha, e de vez em quando
ele me olhava com o canto do olho me fazendo sorrir.
O humor dele parecia estar de volta, até me deixou abrir o vidro para fumar.
Ele odiava que eu fumasse dentro do carro.
Antes de ir até sua casa, passamos primeiro na minha, escovei os dentes mais
umas duas vezes e peguei meu pijama, não que eu fosse usar, mas se caso algum
Cullen nos pegasse de surpresa eu estaria preparada.
Edward me tirava à concentração enquanto eu tentava fechar a porta. Seus
beijos me deixavam completamente maluca.
– Deixa fechar a porta, ou eu desisto e vamos acabar por aqui mesmo. -
Protestei, e ele se afastou minimamente.
– Aqui nesse corredor não seria nada mal. - Falou com voz de safado.
– Claro, a gente grava e ganha um dinheiro. - Finalmente consegui trancar.
– Me usando para fins lucrativos? - Entrelacei meus braços em seu pescoço.
– Não, para fins sexuais somente. - Murmurei beijando sua boca, com
vontade. Ele pareceu se empolgar e foi me empurrando pelo corredor até chegarmos a
sua porta. Não sei como ele conseguiu abri-la sem parar de me beijar, mas ele
conseguiu.
Assim que a porta se abriu eu pulei em seu colo, abraçando sua cintura com as
pernas. Suas mãos firmes seguravam com força minhas coxas, para não ter perigo de
eu cair. Edward fechou a porta com força fazendo um estrondo.
– Você me deve 50 dólares. - Ouvi a voz de Rosalie, e escondi minha cabeça
no ombro de Edward.
– O que fazem ai? - Edward perguntou ofegante.
– Moro aqui. - Emmett se defendeu.
– Você poderia dormir na casa de Rose hoje. - Ele pediu.
– Já estamos saindo. - Ouvi Rose dizer. Comecei a beijar e mordiscar o
pescoço de Edward.
– Cara perdi 50 dólares por culpa de vocês.
– Por quê? - Edward murmurou a pergunta, não muito concentrado nela.
– Pensei que quebrariam o maior pau a noite toda, e de repente aparecem
assim. - Mordisquei a orelha de Edward, fazendo com que suas mãos me apertassem.
Ele caminhou até a parede e me encostou lá.
– Vaza Emmett. - Murmurei antes de atacar sua boca.
– Vocês estão cada dia mais pervertidos. Nós estamos olhando, vão fazer aqui
mesmo? - Ouvi a gargalhada de Rose e a porta ao nosso lado sendo fechada.
– Enfim sós. - Murmurou, me carregando para o quarto...
Não dormimos a noite toda, e não tivemos pressa, as coisas estavam ficando
cada vez mais intensas cada dia parecia mais perfeito. Vimos o sol nascer, pela janela
do quarto de Edward e ficamos conversando sobre as coisas que tínhamos em
comum.
Quase acabei desistindo de ir para a faculdade, mas o barulho de portas
batendo deixava claro que Emmett estava em casa. Edward foi para o banho e eu fui
até minha casa para fazer o mesmo, graças a Deus não encontrei com Emmett.
Quando saí do banho ele já estava lá em casa me esperando.
– Vocês dois estão com cara de acabados. - Alice comentou. Caminhei até
Edward e o abracei sendo retribuída.
– E, eu me sinto acabada. - Falei encostando a cabeça no peito de Edward.
– Eu também me sinto assim. - Falou em um bocejo. Alice nos lançou um
olhar questionador.
– Estão brincando comigo? - Não respondemos nada. - Nem dormiram? -
Continuamos em silêncio. - Meu Deus, seus doentes.
– Bom dia pessoas. - Rose e Emmett apareceram.
– Bom dia. - Falei bocejando.
– Seus pervertidos. - Emmett murmurou. - Ontem esses dois chegaram em
casa se pegando, sabe que se não tivéssemos saído teriam transando bem na nossa
frente? - O queixo de Alice caiu.
– Não sei o que dizer. - Ela comentou, fazendo Edward rir.
– Merecemos um prêmio, nunca antes na história desse país, alguém deixou
Alice Cullen sem palavras. - Ela pareceu ainda mais surpresa.
– Não vão nem negar? Então é sério?
– Para que negar Alice, se eles estão falando que viram. - Respondi
bocejando. - Vamos logo antes que eu desista. - Falei para Edward.
– Espera ai. - Ele me largou e foi até Emmett e Rose. Puxou as canecas de
café das mãos deles. - Devolvemos isso depois. - Ele me entregou uma caneca e me
puxou pela mão para irmos embora.
– Tenham um bom dia garotos. - Bocejei de novo antes de sair de casa.
Foi um verdadeiro sacrifício permanecer acordada durante as aulas. Tive que
puxar assunto com Alec para não dormir. Ele não me perguntou o motivo por eu estar
daquele jeito, mas com certeza ele sabia. Assim como Elizabeth que na hora do
intervalo me fez várias perguntas indecentes.
Mas ela também não escapou das minhas, eu me lembrava muito bem dela dar
em cima de Carlisle, a garota ficou extremamente vermelha quando Rose e eu
tocamos no assunto, e Alec de vez enquanto a olhava de canto.
– Então, o que vocês dois tem? - Perguntei.
– Nada Bella, eu só estava bêbeda. Pelo amor de Deus, o homem é casado.
– Não você e Carlisle cara pálida. - Rose acrescentou.
– Então quem?
– Você e Alec. - Respondi fazendo Alec se afogar com a água. Rosalie e eu
caímos na gargalhada e Elizabeth ficou ainda mais vermelha.
– De onde você tirou isso? - Ela perguntou.
– Das olhadas e gracinhas de vocês dois. - Rose respondeu. - Admitam. -
Elizabeth levantou-se apresada.
– Preciso chegar na sala mais cedo hoje. - Disse nos dando as costas. Rose e
eu continuamos a rir e Alec continuava constrangido.
– Desde quando é envergonhado Alec? - Perguntei.
– Desde quando sou pego de surpresa.
– Desembucha ai. - Rose pediu.
– Nós, nós não temos nada. Só ficamos de vez em quando.
– Iiiix Maria. Bella e Edward vivem uma história parecida sabe? São simples
amigos. - Dei um soco no braço de Rose.
– O caso da Bella é diferente. - Ele respondeu um pouco sério. - Não me
encaixo nesses quesitos. - Não sei o que ele quis dizer com aquilo, mas Rosalie
pareceu entender e deu risada.
– Ok, desde quando o assunto virou Bella em? - Perguntei bocejando. - Sobra
sempre para mim. - Falei ainda bocejando. - Ai gente que sono.
– Aposto que não dormiu. - Alec murmurou.
– Nem 5 minutos. - Respondi. Rose riu.
– Como foi? - Ela quis saber.
– Incrível como sempre. - Levantei dali. - Tá na nossa hora. - Alec levantou-se
também. - Te vejo em casa loira. - Encostei minha cabeça no ombro de Alec e ele me
abraçou.
– Hey Bella. - Rose chamou rindo.
– Manda.
– Edward pode não gostar de ver isso. - Falou para o jeito que Alec e eu
estávamos.
– Tchau Rosalie. - Murmurei antes de sair dali.
As aulas de Mary sempre foram chatas, mas aquela, estava insuportável,
como ela percebia que eu não estava prestando atenção, ela fazia questão de me
perguntar as coisas. Mas eu até me saía bem. Estava com a cabeça no ombro de Alec,
quando meu telefone vibrou com uma mensagem.
"Estou quase dormindo sentado, vamos embora?" - Era Edward. Me
arrumei na carteira e respondi.
"Sofro do mesmo mal, mas estou na aula com Mary"
"Mary não é problema. Te espero no lado de fora daqui 10 minutos.
Beijos gostosa" - Eu ri.
Edward pensava que mandava.
– Vou embora. - Murmurei para Alec. Ele me olhou de canto.
– Vocês poderiam fazer isso depois da aula, sabe? - Eu ri.
– Não vou fazer nada. Só dormir, não sei se é meu sono, mas hoje a aula está
pior. - Ele riu.
– Acho que vou cair fora também.
– Claro, manda uma mensagem para Elizabeth, ela topa. - Ele riu sem graça.
– Já que você não topa, preciso arrumar alguém que faça isso. - Não respondi
as provocações de Alec, só guardei meu material e esperei os 10 minutos passarem.
– Eu saio primeiro, daqui alguns minutos você sai.
– Ok. - Ele respondeu. Lhe dei um beijo e saí. Mary vaca me acompanhou
com olhar até na porta.
Assim que fechei a porta atrás de mim, encontrei Edward conversando com
uma loira toda cheia de sorrisos, ela estava com a mão no ombro de Edward, e ele
sorria de alguma idiotice dela.
Bufei e fechei a cara, antes de caminhar até os dois.
– Hey. - Murmurei quando cheguei neles. Ele sorriu ainda mais ao me ver.
– Lisa essa é Bella, a garota que te falei. - Bella, essa é Lisa. Estudamos
juntos. - De repente eu fiquei de muito mau humor, e não sabia o motivo para tantos
sorrisinhos.
– Prazer em conhecê-la Bella. - Ela disse estendendo a mão. Prazer em
conhecê-la Bella é o caralho. Continuei séria e apertei a mão dela com força.
– Oi. - Foi o que eu disse e larguei a mão dela.
– Tudo bem? - Edward perguntou me analisando.
– Ótimo. - Respondi tirando o maço de cigarros de dentro do meu bolso.
– Você fuma? - A anta perguntou. Sorri sarcástica, me controlando para não
ser mal educada. Coloquei o cigarro na boca e acendi. Dei uma longa tragada,
tentando fazer com que a nicotina me acalma-se.
– Fumo. - Respondi soltando fumaça.
– É uma Maria fumaça. - Edward riu, e tentou bagunçar meus cabelos. Eu o
olhei de canto fazendo parar com a brincadeira.
– Você não fala muito. - Ela me disse. Antes de eu dar qualquer resposta nada
educada, Alec saiu da sala, e eu fui até ele, deixando os dois no vácuo.
– Não pode fumar aqui dentro, sabia? - Ele me repreendeu.
– Foda - se. - Ele me analisou por alguns segundos e sorriu não sei do que.
– Quanto mal humor. - Disse rindo. - Está com ciúmes?
– O que? Pirou de vez? Ciúmes do que?
– Talvez do cara, que está de papo com a loira, a uns 5 metros de nós. - Bufei
alto, então eles ainda estavam conversando.
– Não seja idiota, não estou com ciúmes de porra nenhuma. - Ele gargalhou.
– Então por que está irritada e falando palavrões?
– Estou com sono, isso me deixa de mal humor. - Ele continuou rindo, puxou
o cigarro da minha boca e o jogou no lixo, ao nosso lado.
– Vou lhe ajudar. - Não entendi nada. Mas ele me puxou para perto, e me
abraçou.
– O que está fazendo? - Não entendi nada.
– Não quer que Edward pare de conversar com a garota? - Que se dane
Edward e a garota.
– Eu não me importo.- Respondi dando de ombros.
– Dizem que a pior mentira é quando você mente para si mesmo. Acredite
Bella, queria que não se importasse, mas é obvio que se importa. - É obvio que eu
não me importava. Porque eu me importaria? Não tínhamos nada, ele era livre para
conversar, beijar, e tudo mais. Ele era livre.
– O que a loira diz, quando você pergunta se o pisca-pisca está funcionando? -
Alec me perguntou.
– O que? Tá maluco garoto? - Ele riu.
– É uma piada, me responda. - Dei de ombros.
– Não tenho ideia.
-Tá! Não tá! Tá! Não tá! - Caí na gargalhada com a piada infame de Alec. -
Está funcionando. - Ele disse, me deixando sem entender.
– Oi Alec. - Ouvi a voz grossa de Edward, atrás de mim.
– E ai cara? - Alec respondeu sorridente.
– Essa é Lisa, minha colega de classe. - Me recusava a olhar para os dois,
continuei com a cabeça deitada no peito de Alec.
– Prazer em conhecê-la Lisa. - Alec disse sem soltar as mãos de mim.
– Prazer é todo meu. - Ela respondeu animada d mais.
– Alec, será que você pode me emprestar Bella, por alguns minutos? - Eu
olhei para cima, para que ele não me largasse.
– Claro. - Respondeu e Edward me puxou pelo braço.
– Está me machucando. - Protestei enquanto ele me puxava.
– Por que estava deitada no peito de Alec, e qual o motivo de tanta graça? -
Ele quis saber. Cruzei os braços e encostei na parede.
– Por que estava todo sorrisinhos com a tal Lisa? E por que ela tem que tocar
em você cada vez que fala? - Ele me olhou incrédulo.
– Ela é só minha amiga. - Protestou.
– Ele é só meu amigo. - Fiz o mesmo.
– Sei que é diferente. Alec está esperando um deslize para cair matando.
– Como se essas suas amiguinhas, que te lançam olhares e sorrisos bobos, não
estivessem fazendo o mesmo. - Edward me olhou irritado e se aproximou de mim,
colocando os braços rente a minha cabeça, para que eu não escapasse.
– O que pensa que está fazendo? - Perguntei irritada. Ele encostou a testa na
minha.
– Você cala a boca, e parar de dizer besteiras. - Disse antes de me beijar.
Fiquei alguns segundos imóvel tentando fazer com que aquele idiota parasse. Mas sua
mão pegou minha nuca e me puxou para mais perto. Acabei entrelaçando os braços
em seu pescoço e retribuindo aquele beijo desesperado.
As pessoas que passavam por aquele corredor assoviavam, e outras nos
mandavam procurar um quarto. Quando o ar faltou, Edward se afastou minimamente
de mim.
– Você é só minha, entendeu? - Eu estava ofegante, e tentava me manter de
pé.
– Sendo que você também seja só meu. - Respondi buscando ar.
– Certo. Vamos mudar uma claúsula do nosso acordo então. Somos amigos
que se usam, e não usam mais ninguém. - Dei de ombros.
– Por mim tudo bem.
– Ótimo, agora diga que eu quero ouvir. De quem você é? - Eu o olhei
indignada.
– Não quer mesmo que eu diga isso. - Ele beijou meu pescoço, me fazendo
arfar.
– De quem você é Swan? Me diga. - Murmurou na minha orelha.
– Não. - Respondi quase vencida. - Ele mordiscou o lóbulo da minha orelha. -
Diga, eu quero ouvir, me diga. - Murmurou com a voz baixa, rouca e extremamente
sexy, me fazendo agarrar seus cabelos. - Só diga. - Puxei o ar novamente.
– Droga Edward. - Murmurei. - Sua, eu sou sua Edward Cullen. - Ele
procurou por meus olhos e sorriu feito um idiota, para depois voltar a me beijar. Eu
sabia que estávamos no corredor da faculdade e que provavelmente tinham pessoas
olhando, mas não conseguia me importar com aquilo.
– Vamos acabar isso em casa. - Ele murmurou na minha boca.
– Ótima ideia. - Falei me soltando dele.
Foi ai que eu vi que tinha um amontoado de garotas nos olhando. A maioria
de queixo caído, olhei para Edward sem saber o que fazer. Ele sorriu.
– Minha garota. - Falou alto olhando para mim. Aquelas pessoas retomaram a
consciência e começaram a sair dali, exceto por uma garota que estava com a
camiseta, Bella Swan is Rock, ela estava parada, olhando para mim.
– Oi. - Murmurou, abrindo um sorriso.
– Hey... - Disse envergonhada. Ela não disse mais nada, continuou parada me
olhando. Edward me puxou para que saíssemos dali.
– Bella - Ela chamou, me fazendo virar. - Será que podemos bater uma foto?
– Como? - Perguntei sem entender.
– Er.. Eu meio que sou sua fã sabe? Sempre que posso, vou ver vocês tocarem
as terças e quintas. E fui na festa Halloween. Nossa foi demais, você está cada dia
melhor. - Edward sorriu orgulhoso.
– Obrigada. - Murmurei um pouco envergonhada, nunca fui boa em receber
elogios. - Qual o seu nome?
– Emilly.
– Então Emilly, vou colocar seu nome na lista dos bares que eu toco as terças
e quintas, assim você entra de graça. - Ela abriu um sorriso gigantesco, me fazendo
sorrir também.
– Mesmo? É sério? - Edward riu.
– Claro que é.
– Cara, isso é demais. - Aquilo era engraçado, ela estava empolgada daquele
jeito só por poder me ver cantar? - Podemos bater a foto? - Perguntou com o celular
não mão.
– Claro. - Eu ainda ria daquela maluquice. - Edward faz isso para gente. - Ela
estendeu o celular para ele.
Pendurei meu braço no ombro da garota, e sorri do mesmo jeito que fazia
sempre com fãs lá no Brasil. Edward bateu uma ou duas fotos, e devolveu o celular
para a garota.
– Obrigada. - Ela disse feliz.
– Não por isso. - Respondi. Edward pegou minha mão, e aquilo significava
vamos embora. - Tchau Emilly, vejo você por ai.
– Com certeza. .
Saímos dali abraçados indo em direção ao carro.
– É engraçado, você parece já tão familiarizada com esse negócio de fãs, fotos
e essas coisas. Parece que já fez isso antes. - Eu poderia contar para ele, mas correria
o risco dele querer pesquisar, e acabar descobrindo tudo. Aquilo me lembrava que o
tempo estava passando, e que eu precisava contar, e quanto mais o tempo passava
pior se tornava.
– Você sabe que minha mãe é atriz certo? - Ele afirmou com a cabeça. - Meus
avós maternos também eram desse ramo.
Nossa família é bem conhecida no Brasil.
– Então você é famosa por lá. - Ele concluiu. Eu não queria mentir, mas
também não queria contar a verdade.
– Edward, tem uma parte da minha vida que eu não me orgulho em nada. Eu
preciso contar para você, eu quero contar para você, mas não me sinto preparada para
isso. - Murmurei sem encará-lo. Ele tocou meu rosto, para que eu o olhasse.
– Não se preocupe com isso agora, quando estiver preparada você me conta. -
Falou olhando nos meus olhos. Eu queria contar, mas tinha quase certeza que se ele
soubesse, uma avalanche viria. Por isso eu evitava, por isso procurava nem pensar
sobre aquilo.
– Ok. - Respondi terminando aquele assunto...
Acabamos ficando na casa de Edward de novo, e antes de dormirmos,
acabamos ficando juntos de novo.
Conseguimos dormir até a manhã do dia seguinte.
Fiquei na casa dele mais duas semanas, já que minha casa estava lotada de
coisas para o noivado de Alice, a garota estava frenética, ela respirava, almoçava,
lanchava, jantava e dormia noivado.
Acho que nem Jasper agüentava mais aquele assunto.
Edward e eu acabamos ficando com o apartamento só para nós, já que
Emmett foi para o apartamento de Rose, ele nos achava muito pervertidos, para ficar
por ali.
No último sábado de novembro, fui cedo até a casa dos Cullen. Alice decidiu
fazer a festa no salão da casa dos pais. Não sei como, mas ela deu um jeito de
aumentar o palco. Passamos o som no começo da tarde, e depois cada um foi para sua
casa, exceto eu que já ficaria por ali.
Como nada era perfeito, Alice foi quem escolheu minha roupa. Um mini
vestido prata com dourado da Dolce e Gabbana, com um cinto preto. As sandálias
também eram pretas, e altíssimas.
Ela também arrumou uma cabeleireira e um maquiador, para as mulheres da
casa.
Enquanto eu era maquiada pela bicha louca, a cabeleireira fazia os cabelos de
Rose, e depois trocamos.
Acabei com um rabo de cavalo simples, mas estiloso. Quando acabei de
atacar a sandália e me vi no espelho quase não me reconheci, tinha que concordar
com o maquiador bicha louca, eu estava pegável. Assim como Rose e Esme.
Rose estava com um vestido tomara que caia curtíssimo e vermelho, suas
sandálias também altíssimas, eram prata, combinando com os assessórios. Rose fez
um coque falso, e sua franja estava solta, caída sobre o rosto.
Esme estava em um tomara que caia preto, chiquérrimo. Suas sandálias eram
douradas. Seus cabelos também estavam presos em um coque, deixando só a franja
solta.
Mas meu queixo caiu quando vi Alice, seus cabelos estava longos e
ondulados.
A parte de cima do mini vestido dela era preto rendado, e a parte de baixo era
branca, e tinha um nó como detalhe. Nos pés ela usava um scarpin preto, que a
deixava uns 13 centímetros maior. Alice estava um mulherão dentro daquela roupa.
Eu assoviei quando a vi, fazendo as outras rirem.
– Cadê Alice em? - Perguntei, ela me mostrou a língua.
– O que acharam?
– Que Jasper vai ter sérios problemas para se controlar. - Respondi arrancando
mais risos.
– Gostaram do aplique?
– Ta gata amiga. - Rose respondeu.
– Maravilhosa filha. - Esme emendou.
– Estou entrando. - Carlisle avisou batendo na porta. - Vocês sabem a quanto
tempo estão.. - Ele olhou para cima, e quando nos viu seu queixo caiu. - Desculpe
senhoritas, acho que entrei no quarto errado. - Carlisle estava perfeito, dentro de um
Armani completamente preto, só sua gravata era dourada.
– Desculpado, já que também não conhecemos você. - Respondi o fazendo
sorrir.
– Vocês estão mais lindas do que nunca. - Disse inflando nosso ego. Ele
caminhou até Alice e a puxou para junto de si.
– Você está linda pequena, tem mesmo certeza que quer fazer isso?
– Não seja ciumento pai, você sabe que amo Jasper. Não estou casando só
noivando. Falta muito tempo até o casamento, fique tranquilo. - Ele suspirou e beijou
sua testa.
– Meus filhos são adultos, e estão começando a me abandonar. - Pai mesmo
era tudo igual, só mudava o endereço. Por que eram assim tão dramáticos? Como se
nunca mais fossem nos ver, quando deixamos de ser dependentes.
– Não faça drama pai. Vai continuar tudo igual, a única coisa que vai mudar é
que vai ter um anel no meu dedo. - Ele a largou.
– Sabe que pode contar comigo para qualquer coisa não sabe?
– Sei seu ciumento. Eu te amo pai.
– Eu também amo você pequena.
– Eu também amos vocês dois. - Esme os abraçou.
– Acho que é nessa hora que eu vomito. - Murmurei para Rose, mas eles
acabaram ouvindo e rindo.
– Tem um cara lá embaixo, esperando ansioso por você. Até parece ser ele o
noivo. Uma garotinha está lá junto com ele, também muito ansiosa. - Por que mesmo
eu sorri ouvindo aquilo?
– Já posso descer Alice? - Ela deu risada.
– Sabe papai, acho que breve, breve, você vai perder todos os seus filhos,
incluído Jully. - O que Alice insinuou com aquilo? - Vai lá Bella, você está gata
amiga.
– Te vejo lá em baixo. - Murmurei. - Vem também Rose, não vamos atrapalhar
o momento família. - Disse a puxando pela mão e a carregando comigo.
Edward, Emmett e Jully estavam de pé, bem no final das escadas. Emmett
falava algo que fazia Jully rir feito uma maluca. A garotinha estava linda. Com um
vestidinho verde, da cor de seus olhos, seus cabelos ondulados estavam soltos, e seu
par de all star preto, me fizeram sorrir.
Emmett também estava em um terno preto parecido com o de Carlisle, a única
diferença é que sua camisa social era branca, e sua gravata vermelha.
Meus olhos esqueceram de tudo, quando se prenderam em Edward. Ele estava
sorrindo da graça de Emmett. Ele também vestia um terno preto, mas sua camisa
social era cinza, e ele não usava gravata, os primeiros botões da camisa estavam
abertos. Talvez eu estivesse sem fôlego.
– Respira Bella. - Rose murmurou me fazendo voltar para terra.
Demos o primeiro passo para descer as escadas, e eles finalmente nos viram.
Emmett começou a subir as escadas imediatamente, e eu me concentrei nos
olhos de Edward e comecei a descê-las. Seu sorriso parecia maior á medida que eu
me aproximava.
Quando cheguei ao último degrau, Jully acabou sendo mais rápida, e
literalmente se jogou nos meus braços. Passei certo trabalho para desviar meus olhos
dos de Edward, e me concentrar na garota.
– Você está lindona. - Ela falou empolgada.
– Obrigada, mas você está muito mais lindona. Vai deixar os garotos babando.
- Ela riu.
– Garotos são chatos. - Resmungou me fazendo rir.
– Vai mudar de ideia quando crescer. Sabe que meu irmão é um bom partido?
Só é um pouco nerd. - Ela voltou a rir.
– Ele é bonito?
– É, lindão. - Bernardo realmente era o garoto muito bonito.
– Como ele é? - Ri com o interesse da garota.
– Dizem que se parece comigo. É um pouco maior que você, tem os olhos da
cor dos meus, e os cabelos são negros e escorridos.
– Se parece com você, ele é lindo. - Ela me fez gargalhar.
– Um dia te apresento ele, e você tira suas próprias conclusões.
– Daqui uns 15 anos, quando Jully for um pouquinho mais velha vocês
conversam sobre isso. Por enquanto é melhor deixar seu irmão longe. - Edward disse,
me fazendo sorrir e voltar a encará-lo.
– Você está linda. - Ele falou se aproximando.
– Você também está lindo. - Murmurei o encarando. Ele passou o braço ao
redor da minha cintura e aproximou a boca da minha.
– Ela está de batom. - Jully falou baixinho, me fazendo gargalhar junto com
Edward.
– Você é uma legítima Cullen né? Adora atrapalhar o clima do seu pai. -
Edward a tirou dos meus braços, beijou seu rosto e a pôs no chão. - Me ajuda um
pouquinho, e nos dê um tempinho sozinhos ? - Ele pediu.
– Por que? - Ela quis saber.
– Coisas de adultos. Por favor? - Ele fez o mesmo jogo dela e pareceu
funcionar.
– Tá bom. Vou lá em cima ver se a mamãe está pronta. - Disse subindo as
escadas a contra gosto.
Quando ela já estava lá em cima, Edward me puxou pela cintura de novo.
Passei meus braços ao redor de seu pescoço.
– Você está muito, mas muito gostosa. Tem noção da concentração que
preciso para não te agarrar aqui mesmo? - Murmurou no meu ouvido, me deixando
arrepiada.
– Tenho Cullen. Porque eu preciso dessa mesma concentração.
Já disse que você fica totalmente gostoso dentro de um social? - Ele respirou
fundo e voltou a me encarar.
– Que tipo de batom é esse? - Eu sorri.
– Do tipo que sai sem nenhum esforço. - Sua mão tocou minha nuca.
– Acho que depois pode retocar então... - Sugeriu.
– Tenho certeza que posso. - Não precisei dizer mais nada para ele encostar a
boca na minha. Enquanto uma de suas mãos segurava minha nuca, a outra estava na
minha cintura, me puxando mais para perto. Seus lábios não eram nada gentis, eles
me mostravam toda a vontade reprimida de Edward.
– Isso é meloso demais, acho que vou vomitar. - A voz de Carlisle vinha da
parte de cima, e nosso pequeno momento acabou. Larguei de Edward, e limpei sua
boca com meus dedos. Ele sorriu e fez o mesmo comigo.
– Eu disse que ele queria um momento sozinho. - Ouvi Jully dizer, quando me
virei para eles, percebi que tínhamos uma plateia. Todos estavam ali, exceto Jasper.
– Ainda bem que a biba ainda não foi embora. - Alice sorria. - Sobe lá Bella e
pede para ele retocar. - Com todos eles nos olhando, eu não tinha o que dizer, aquilo
ainda me envergonhava. Subis as escadas olhando para o chão.
– Papai, vocês conheceram Bernardo? - Jully perguntou a Carlisle.
– Conhecemos, é um garoto adorável.
– E lindo. - Esme emendou.
– É a cara de Bella. - Carlisle continuou. - Os olhos são idênticos, o nariz em
pé. São teimosos e fechados igual. E o jeito que sorriem também é o mesmo.
– E a timidez. - Esme continuou. - A única diferença é que os cabelos dele são
escuros.
– Eu disse para você que ele era um gato. - Disse quando parei ao lado deles.
– Quer me levar para o Brasil com você? - Todos gargalharam.
– Resolvemos isso depois. Agora vou lá falar com a bicha louca. - Beijei a
bochecha dela e saí.
O Biba ficou louco quando contei para ele, como perdi meu batom. Ele disse
que eu era uma mocreia de muita sorte, e que desejava ter Edward na casa dele só por
uma noite. Eu o olhei de canto, mas ele aprecia não ter semancol.
Quando voltei para sala, estavam todos me esperando para tirarmos fotos.
Aquela família amava fotos.
Tirei fotos com Edward e Jully, só com Jully, só com Edward, com Rose,
Alice, até com Carlisle eu bati fotos. E claro, batemos muitas fotos todos juntos,
fazendo diversas caras e bocas.
Depois disso, fomos liberados para finalmente irmos para a festa, que pelo
jeito já estava animada.
O lugar estava repleto de fotos com os noivos, e seus amigos. Até eu estava
por lá, em muitas fotos para falar a verdade, fotos que eu não fazia noção que
existiam.
Jully ficou esperando por Esme e Carlisle, e Edward e eu seguimos para festa.
Para minha total falta de sorte, as primeiras pessoas que encontramos lá
dentro, foram Angelina e Tyler. Eu adorava Tyler, só não poderia dizer o mesmo
sobre sua esposa.
Pensei que Edward, não iria me rebocar até lá com ele, mas para meu azar, ele
me rebocou.
Angelina me analisou de cima a baixo, na verdade ela não tirava os olhos de
mim.
– Boa noite. - Edward e sua educação. O senhor Tyler levantou-se e apertou a
mão de Edward.
– Como vai Edward? - Por que ele era tão diferente da mulher? Ele era tão
educado, enquanto ela...
– Bem, muito bem. - Ele respondeu, fazendo o homem sorrir.
– Posso apostar que sim. - O olhar do homem voltou-se para mim. - E você
Bella? Está ainda mais maravilhosa hoje. Como vai querida? - Eu sorri e o
cumprimentei.
– Bem, também. Só um pouco nervosa, vamos tocar daqui a pouco. - Ele
sorriu.
– Não se preocupe, vai dar tudo certo.
– Tomara. Se ficar até mais tarde, chamo o senhor para dar uma palha. - Ele
sorriu.
– Tyler, chame-me só de Tyler por favor.
– Tyler. - Falei tentando memorizar.
– E você Ange, como está? - Por que Edward tinha que falar com ela?
– Bem querido, bem. Então, Alice e Jasper vão mesmo fazer isso. - Ela meio
que concluiu.
– É, vão sim.
– Se as coisas tivessem tomado outro rumo, quem sabe seria você e Kate. -
Ela disse, olhando diretamente para mim, fazendo meu sangue ferver. - Vocês eram
tão felizes, se amavam tanto. - Respirei fundo e procurei algo que pudesse me
entreter para não prestar atenção na mulher. Edward parecia incomodado.
– Já vivíamos como casados Ange. Talvez se ela não fosse uma drogada sem
recursos, que se recusava a procurar ajuda.
– Não fale assim Edward. - Pedi apertando sua mão. A mulher parecia em
choque com as palavras dele, e Tyler também.
– Me desculpem. - Pediu para eles. - Me desculpa. - Voltou a pedir, dessa vez
olhando para mim. - Kate era uma pessoa maravilhosa quando estava sobre controle,
mas não teria dado certo. Era um namoro de adolescentes, não sabíamos o que era
amor. - Falou mais concentrado.
– Nossa, que mulher é essa? - Alec chegou por trás e beijou meu rosto,
fazendo Edward o olhar de canto. Soltei a mão de Edward para poder abraçá-lo.
– Hey você está gatão. - Ele sorriu largo.
– E você está maravilhosa. Precisamos de uma foto. - Falou já com a câmera
virada para nossos rostos, eu fiz língua e ele fotografou.
– Ah, que coisa, não faça língua. Vamos lá de novo. - Ele entregou a câmera
para Tyler. - Faz isso para nós pai.
Pendurei meu braço em seu pescoço e coloquei a outra mão na cintura.
– Não feche os olhos Alec. - Tyler pediu, antes de disparar o flash. –
Prontinho, vocês formam um belo casal. - Ele disse sorrindo, mas a cara de bravo de
Edward o deixou sem jeito. - Quer dizer er.. é... - Alec riu.
– Não precisa dizer nada pai. Nós entendemos. Bella, Rose pediu para vocês
pegarem uma mesa bem na frente do palco.
– Ok, vamos lá então. Até daqui a pouco gato. - Beijei a bochecha de Alec, e
Edward puxou minha mão.
– Com licença. - Com licença ele pediu, me rebocando de lá. Ele passou o
braço em volta da minha cintura e me conduziu até a mesa que ficava de frente para o
palco.
– É triste ter que admitir, mas Alec me livrou de uma discussão. - Ele disse
dando um grande gole no whisky.
– Se acalme ok? Não deveria ter dito aquilo Edward. Eles são pais dela, ela
está morta. Se é difícil para você, imagina como é para eles. Filho é filho. Pode ter 5
olhos, 7 bocas, os pais não se importam com isso. - Ele virou o resto do whisky que
tinha no copo.
– É, eu sei. Mas ela gosta de provocar você. - Eu ri.
– Se nem eu estou assim, por que você está? Ignore-a é isso que eu faço. E por
favor, vá com calma na bebida ok? Jully está aqui. É a festa de noivado da sua irmã,
não quer encher a cara, quer? - Ele riu.
– Não mamãe, eu não quero. Só se você encher também.
– Não, já dei vexame na última festa, hoje vou ficar só na água. Espero que
você também, porque gostaria muito de usar você depois da festa. - Ele gargalhou.
–Meu Deus, eu realmente criei um mostro. - Eu dei risada.
– Hey casal 20, o que está pegando? - Emmett apareceu com Rose.
– Estamos conversando sobre ficarmos sóbrios hoje. - Contei aos dois, Rose
sentou-se ao meu lado.
– Estou com vocês. - Ela disse. - Ainda não me recuperei do trauma do
halloween.
– Desculpem, mas não vou passar a noite toda sem beber nada. - Emmett
disse virando Johnnie Black dentro do copo. Edward estendeu o copo para que
Emmett enchesse o dele também, me fazendo o olhar de canto.
– O último, prometo. - Murmurou para mim.
– É isso ai Bella, mostra quem manda. - Rose fez piada, nos fazendo rir.
– E Jasper por onde anda? - Edward quis saber.
– Acabou de chegar com meus pais. Deve estar lá dentro com Alice agora.
Carlisle ainda não se conforma.
– Alice é a garotinha dele. - Emmett defendeu. - Olhe para trás e me diga, seu
pai está me vendo beber? - Rose rolou os olhos.
– Que se dane meu pai Emmett.
– Por favor ursona, olha e me diz. - Pediu.
– Aonde ele está sentado? - Perguntei.
– Com os Thompsons. - Eu faria o sacrifício de olhar para aquela mesa, por
Emmett. Virei meu pescoço para olhá-los ao mesmo tempo que Rose. E sim, estavam
todos olhando para nossa mesa.
– Minha mãe quer conhecer você. - Rose falou, fazendo sinal com a mão, para
que sua mãe viesse até ela.
– Me diz que ela não é como Angelina. - Rose riu.
– Fica fria, minha velha é gente boa. - A mulher levantou-se e veio ao nosso
encontro, junto com o pai de Rose. Emmett tratou de esvaziar o copo rapidinho.
– Boa noite crianças. - A mulher falou com uma voz gentil, seu sorriso era
sincero. Ela era muitíssimo parecida com Rose, poderia dizer que as duas eram irmãs.
– Oi garotos. - O homem falou sério demais. Ele não era nada parecido com
Rose.
– Boa noite. - Todos nós respondemos juntos
– Mãe, essa é Bella. - Rosalie disse empolgada. Me levantei para
cumprimentá-la, e todos os outro fizeram o mesmo.
– Nós a vimos na festa de Carlisle. - A mulher disse sorridente. - Você é linda
Bella, e canta muito bem.
– Obrigada. A senhora também é linda. Vocês duas parecem irmãs. - Ela sorriu
com o elogio.
– Esse é meu pai, Thomas. - Rose não sorriu muito para o pai. O homem
estendeu a mão.
– Prazer em conhecê-la pessoalmente Bella, você tem talento garota. - Sorri
envergonhada.
– Obrigada senhor Thomas.
– Fez ótima escolha garoto. - Ele disse batendo no ombro de Edward.
– Obrigado Thomas. - Edward estava sorrindo? E todo bobo?
– Bom, vamos voltar para nossa mesa. Aproveitem a festa garotos. - Ele disse.
– Apareça lá em casa Bella. - Foi á vez de mulher dizer.
– Qualquer dia apareço por lá com Rose. - Ela sorriu e os dois se foram.
Carlisle, Esme, e Jully, não demoraram a aparecer, e juntarem-se a nossa
mesa.
O papo estava animado, e Carlisle dava sinais que beberia todas, para
esquecer o noivado.
Alice e Jasper apareceram em seguida. Jasper estava muito bonito em um
terno azul marinho, com uma gravata branca. Seus cabelos estavam tão bagunçados
quanto os de Edward.
Eles conversaram algum segundos com os pais de Jasper, e cumprimentaram
algumas pessoas que foram até os dois, depois fora para o palco.
O DJ desligou o som, e todos ficaram em silêncio no mesmo segundo.
– Boa noite. - Jasper disse cheio de certeza. - Como sabem, estamos reunidos
hoje, porque alguns meses atrás, eu pedi Alice em casamento, e ela não aceitou. - O
pessoal caiu na gargalhada. - Mas, teve uma pessoinha que vivemos atrapalhando... -
Ele disse olhando para mim. - Que deu a ideia do noivado. - Levantei meus polegares
para ele, e Carlisle me olhou como se eu tivesse o traído. - Não vamos casar esse ano,
nem ano que vem. Não se preocupe Carlisle.
Só estamos dando mais um passo, nos comprometendo ainda mais, porque
sabemos que no final, ficaremos juntos.
Nós já sabíamos lá atrás, desde o primeiro beijo, não é mesmo? - Ele
perguntou para ela. O telão gigante atrás dos dois, acendeu. Mostrando uma foto,
deles adolescentes.
Estavam todos lá, Jasper, Alice, Emmett, Rose, Edward e Kate. Eles não
deveriam ter mais de 15 anos.
As lágrimas vieram aos olhos de Alice, ao ver a foto. Percebi com o canto do
olho, Edward sorrir.
– Foi nessa noite, que tudo começou. O famoso 7 minutos no paraíso. Essa foi
uma das melhores noites da minha vida. Foi ali que percebi que queria você para
sempre. - Outra foto surgiu, com todos eles de novo, só que com toquinhas de papai
noel, debaixo de uma gigantesca arvore de natal.
– Nosso primeiro natal como namorados. Não só nosso como dos seus irmãos
também. - Jasper apontou para nossa mesa. Esme segurou a mão de Edward.
– E depois o ano novo. - Falou trocando de Slide, e outra foto dos casais
surgiu. Me parecia o ano novo em Nova York.
– Meu desejo de ano novo, foi nunca perder você. Porque eu não saberia mais
como sobreviver. - Alice chorava com as fotos e palavras de Jasper.
– Durante esse tempo juntos, o que mais fizemos foram festas. - Muitas
imagens dos dois fantasiados e bem arrumados foram surgindo, era perceptível a
mudança deles com a passagem dos anos.
– E viagens, muitas viagens. - Mais fotos surgiram, eu reconheci Paris e
Veneza, entre aquelas fotos.
– E o dia que descobrimos que seriamos padrinhos, você lembra? - Uma
imagem de Alice beijando a barriga inexistente de Kate apareceu. - Você estava ali
pequena. - Jasper disse, olhando para Jully. A garota sorriu e escondeu o rosto no
peito de Carlisle.
– E olha só aos 7 meses. - Uma foto de todos eles beijando a grande barriga
de Kate apareceu. Jully desencostou de Carlisle para espiar.
– Alguns dias depois você nasceu. - Apareceu uma foto de Alice na UTI, com
roupa, máscara e touca, azul. Ela estava em uma encubadora, aonde tinha um
nisquinho de gente.
Alice sorria entre as lágrimas. Senti a mão de Edward suada, e a apertei com
força, ele olhou para mim e sorriu.
Outra foto apareceu, Alice, Jasper e Kate, a foto levou Rose as lágrimas.
– Nossa última foto juntos. Só Deus sabe o quanto foi difícil.
Eu vi nossas famílias desmoronarem. Eu quase perdi você, nunca senti tanto
medo quanto nessa época. Muitas vezes eu adormecia ajoelhado, por estar rezando.
Pedindo a Deus, que ajeitasse as coisas. Passamos um período longe um do outro
nessa época. Eu senti muito sua falta, mas tudo que desejava era que você voltasse
bem.
Não voltou muito bem, mas voltou. - Apareceram outras fotos dos dois, o
sorriso de Alice não parecia nada feliz e o de Jasper também não era um dos
melhores.
– Mas continuei rezando, e olha quem apareceu. - Uma foto minha com um
curativo na testa, tocando guitarra no primeiro dia que cheguei, apareceu.
Rose me abraçou e beijou meu rosto.
– Desde que Bella apareceu, as coisas começaram a melhorar. A velha Alice
parece estar de volta.
Ás vezes até sente um ciúme bobo de Rose, quando Bella fica muito no
telefone com ela. - Eu dei risada, acompanhada das duas.
Apareceu uma foto de nós 3 no baile a fantasia, nos fazendo sorrir.
– Elas inventaram até uma tal de sexta-feira das garotas, nos excluíndo
completamente. - Emmett e Edward gargalharam. - Nesses dias Alice me perguntou o
que fazíamos enquanto elas estavam reunidas. - Uma foto dos três com a maior cara
de desanimo olhando para TV, apareceu.
– A resposta é, morremos de tédio. - Nós três voltamos a gargalhar.
As coisas funcionam bem quando estamos todos juntos. - Como para os
Cullens, tudo era motivo de fotos, eu tinha muitas fotos com eles.
Estava indo tudo muito bem, até parar em uma foto, na noite da festa a
fantasia. Edward e eu aparecemos completamente grudados, no maior amassando.
Alice e Jasper apareciam sorrindo e apontando para nós. Escondi minha cabeça no
ombro de Edward.
– Oh my god. - Murmurei o fazendo rir. Ele me abraçou e beijou minha
cabeça.
– O casal do ano. - Jasper se divertia e fazia todos rirem. Alice puxou o
microfone das mãos dele.
– Eles são só amigos amor. - Disse arrancando risada dos Cullen.
– Ok, já conseguiram me envergonhar. - Murmurei levantando o polegar.
Jasper voltou a ter domínio do microfone.
– Olha que fofura de amigos. - A foto de Edward, Jully e eu dormindo na
espreguiçadeira, no dia do aniversário de Carlisle, apareceu. Aquela foto arrancou um
ooooh, das pessoas. Tinha que concordar era uma foto fofa. Jully sorriu e olhou para
nós dois. Joguei um beijo para ela a fazendo retribuir. - Jasper se voltou para Alice e a
olhou nos olhos.
– As coisas estão voltando ao normal agora. Nesses dias pensando sobre tudo
que passamos juntos, resolvi que queria casar logo com você. Porque eu sei que é isso
que quero para minha vida. Me casar com você. Não existe nada que eu queira mais
que isso. Eu quero isso todo dia, todas as horas, todos os minutos.
Então Alice Cullen. - Ele tirou uma caixa do bolso, pegou o microfone e se
ajoelhou. - Aqui diante de nossas famílias e nossos amigos, eu lhe pergunto: Aceita se
casar comigo, daqui alguns anos? Prometo todo o amor do mundo, e servidão eterna.
Prometo te amar e respeitar, para sempre. - Alice sorriu e mais lágrimas caíram. Ela
pegou o microfone das mãos dele.
– Aceito. Aceito Jasper Hale, eu aceito me casar com você. - Ele abriu um
enorme sorriso e levantou-se, tirou o anel da caixa e deslizou para o dedo dela.
Jasper beijou sua mão, e logo em seguida sua boca. Palmas surgiram de todo
salão. Uma foto dos dois de mãos dadas, quando crianças apareceu no telão, fazendo
todos sorrirem.
O DJ ligou o som enquanto eles ainda se beijavam. Percebi que todos os
Cullens estavam com lágrimas nos olhos.
– O povo chorão. - Disse passando os dedos nos cantos dos olhos de Edward.
- Ele sorriu e me puxou para um abraço.
– O mulher durona. - Ele disse rindo, beijei seu rosto e me soltei. Jully correu
até nós dois.
– Papai disse que ficamos fofinhos juntos. Por isso todo mundo fez oooh. -
Edward e eu rimos. Eu a puxei para meu colo.
– Sabe que também acho que ficamos fofinhos juntos? - Ela sorriu.
– É, eu também acho. - Edward concordou.
– Podemos bater mais fotos? - Ela pediu me fazendo sorrir.
– Já batemos muitas lá dentro.
– Só mais umas. - Ela insistiu. Edward levantou-se do seu lugar.
– Hey amigo. - Ele chamou o fotografo que estava ali perto. - Precisamos de
algumas fotos.
Nós três batemos muitas fotos juntos. Nós duas beijando as bochechas de
Edward, uma de cada lado. Os dois me beijando. Edward e eu a beijando. Ela nos
abraçando, e vice e versa.
Quando Jully se deu por satisfeita, fomos até Jasper e Alice os cumprimentar.
Alice tirou a garota dos meus braços a abraçou e rodou com ela. Depois
cochichou coisas no ouvido da garota, pareciam ser coisas boas, já que ela sorria.
– Parabéns Jasper. - Eu o abracei. - E eu vou matar você por aquela foto. - Ele
deu risada.
– Acostume com os paparazzis Bella. Ser celebridade não é fácil. - Eu sorri,
sim sabia daquilo.
– Você sabe que não nos conhecemos a muito tempo. Mas eu gosto de vocês,
como se fossem meus irmãos. Quero que sejam muito felizes, vocês merecem muito.
- Falei ainda abraçada a ele.
– Obrigado. Por tudo Bella, você pode não saber, mas recuperou essa família.
– Você pode não saber. Mas essa família está me recuperando. - Disse antes de
me soltar dele.
Alice pôs Jully no chão para que eu pudesse a abraçar.
– Felicidades futura senhora Hale. - Ela se jogou em meus braços me
apertando. - Você é a pessoa mais espevitada, faladeira, fashion, sem noção, e criativa
que eu conheço. Não sou boa em demonstrar meus sentimentos, mas eu amo você
Alice. Quero muito que você seja feliz.
Muito obrigada por tudo que fez por mim, você abriu os braços para mim,
sem ao menos me conhecer, e ao fazer isso, você me salvou de mim mesma. Eu
nunca vou esquecer o que fez por mim Alice, obrigada por tudo.
– Bella, eu não quero mais chorar, então não diga mais nada. - Falou com a
voz embargada. - Eu também amo você. - Murmurou sem me largar, ficamos
abraçadas em silêncio, até Edward aparecer.
– Alice, se você continuar chorando, vai estragar a maquiagem. - Edward
disse rindo, e a tirou dos meus braços. - Vem aqui pentelha, me da um abraço. - Ela se
jogou nos braços dele, me fazendo sorrir.
Jully e Jasper conversavam animadamente sobre as fotos que ele tinha, e pelo
jeito ele teria que dar muitas delas para a garota.
– Volta lá com sua mã... - Jasper parou a palavra no meio do caminho, quando
percebeu o que iria dizer. - Com a Bella. O dindo precisa dar alguns recados. - Ele me
devolveu a garota e voltou para o palco.
– Pessoal, agora vamos jantar, porque Bella deve estar com fome. - Jully deu
risada.
– Sobra tudo para mim. - Resmunguei.
– Eu também estou com fome. - Ela me disse.
– Ah é mesmo? Então vamos ser as primeiras da fila, vou fazer um prato para
você. Está com fome de que? - Perguntei caminhando com ela em direção a comida.
– De carninha e salada, babata frita, macarrão. - Dei risada com a quantidade
de coisas.
– Hey, onde pensam que vão sem minha presença? - Edward nos alcançou.
– Jantar, estamos com fome. - Jully respondeu.
– Por que não me chamaram? - Ele quis saber.
– Por que você estava abraçado com Alice, não quis atrapalhá-los. - Respondi.
– Só estávamos trocando algumas ideias de irmãos. É triste admitir, mas Alice
me conhece como ninguém. - Sorri.
– Estavam falando sobre o que? - Jully quis saber.
– Que filha curiosa eu tenho. Sobre passado, e principalmente sobre o futuro.
Nada que precise se preocupar. - Fiquei um pouco curiosa com aquilo, mas não
demonstrei.
– Segure ela, e esse prato. - Entregando os dois para Edward. - Vou passando
e você me diz o que quer. Tá bom? - Ela concordou com a cabeça.
A garota estava mesmo com fome, seu prato ficou forradinho, e ela comeu
tudo. Eu também fiz isso, só que duas vezes, precisava descobrir quem fazia a comida
dos Cullens, porque era tudo tão delicioso.
Quando Jasper percebeu que eu estava satisfeita, ele chamou a banda, que se
encaminhou para o palco. Em seguida ele me rebocou até lá.
Jully insistiu em ir junto, ela não queria me largar por nada. Edward teve que
levar uma cadeira até o meio do palco, para a garota sentar.
– Depois da comida, e da sobremesa, acho que Bella já se sente bem para
tocar, não é? - Perguntou para mim. Me aproximei do microfone.
– É injusto isso, assim não posso aproveitar a festa. - Protestei.
– Pode deixar, se você se comportar, eu te libero meia hora antes. Assim você
pode dançar algumas músicas com Edward. - Jasper adorava me deixar sem jeito.
– Obrigada capitão, isso é muito generoso de sua parte. - Algumas pessoas
deram risada.
– Ok pessoal, fiquem agora com Bella e The Siblings, são eles os
responsáveis por animar nossa noite. - Depois de dizer aquelas palavras, ele pulou
para fora do palco.
Coloquei minha guitarra, e deixei a palheta cair. - Jully correu e juntou para
mim.
– Obrigada princesa. - Ela sorriu.
– Bom, essa noite temos uma participação especial. - Falei no microfone. -
Jully Cullen, nossa mais nova integrante. - Os Cullen bateram palmas e assoviaram,
deixando a garota constrangida.
– Quer dizer alguma coisa Jully? - Perguntei, mas ela negou com a cabeça. -
Quer pedir alguma música? - Ela afirmou. Tirei o microfone para que ela pudesse
falar. O que quer ouvir?
– Aquela música que tem uma dança engraçada, que você e tio Alec tocaram
na casa do vovô. - Alec gargalhou.
– Eu não vou dançar hoje Jully. Imagina o mico, estão todos olhando, e
minhas roupas não são apropriadas. Olha o salto que sua dinda me fez usar. Mal
consigo caminhar com isso. - As pessoas deram risada.
– Eu comprei um tênis novo para você. Tá lá no meu quarto, quer que eu
busque? - Aquela proposta era tentadora, eu não aguentaria mais de uma hora em pé,
se ficasse em cima daqueles saltos.
– Você senta ali. Edward pega lá para mim. - Ela concordou e foi sentar, vi
Edward caminhando para fora do lugar.
– Isso ai Bella, mostra quem manda. - Alice gritou, arrancando risadas.
– É aquele velho ditado. - Mike disse. - Manda quem pode, obedece quem tem
juízo. - As pessoas voltaram a rir.
– Ok, vamos começar então. - Mudei de assunto. - Alice e Jasper, tenham as
honras, ensaiei uma música completamente melosa para vocês. Foi Alice quem
escolheu, e agora vejo que faz sentido com tudo que Jasper disse. Mas mesmo assim,
quero ver quem vai pagar a conta dos remédios que eu tive que tomar, para não
vomitar.
http://www.youtube.com/watch?v=pCbbvZWzYW0&feature=player_embedded

What you got if you aint got love? The kind that you just wanna give away It's
okay to open up Go ahead and let the light shine through I know it's hard on a rainy
day You wanna shut the world out And just be left alone Don't run out on your faith
Sometimes that mountain you've been climbing Is just a grain of sand What
you've been out there searching for forever, Is in your hands When you figure out
love is all that matters, after all It sure makes everything else Seem so small
So easy to get lost inside A problem that seems so big, at the time It's like a
river that's so wide And swallows you whole While you sittin round thinking about
what you can't change And worryin' about all the wrong things Time's flying by,
moving so fast Better make it count, cause you can't get it back
Sometimes that mountain you've been climbing Is just a grain of sand What
you've been out there searchin for forever Is in your hands Oh, When you figure out
love is all that matters after all It sure makes everything else Seem so small
Sometimes that mountain you've been climbing Is just a grain of sand What
you've been out there searchin for forever Is in your hands Oh, When you figure out
love is all that matters after all It sure makes everything else Oh it sure makes
eveyrthing else Seem so small
http://letras.terra.com.br/carrie-underwood/1049337/ (tradução da música)
Edward voltou com meus tênis quando eu tocava os últimos acordes da
música. Ele parou na frente do palco com os tênis nas mãos. Aquilo o deixava tão
sexy. Quando a música acabou, coloquei minha guitarra no pedestal, e pedi que
continuassem, enquanto eu trocava de sapato.
Caminhei em sua direção e tentei pegar os tênis de suas mãos, mas ele não
deixou.
– Eu coloco para você Cinderela. - Ele me puxou pelas mãos e me levou até a
mesa que estávamos, só que ela estava vazia, aparentemente todos os casais
dançavam as músicas românticas.
Ele tirou minhas sandálias me fazendo sentir alívio imediato nos pés. Logo
em seguida colocou os tênis.
– Coube perfeitamente, acho que encontrei minha princesa. - Eu sorri.
– Príncipe, você não tem ideia de como está sexy essa noite. – Foi a vez dele
sorrir. - Mas agora preciso voltar para o palco. - Disse me pondo de pé. Ele levantou-
se rapidamente, e me puxou pela cintura.
– Vai mesmo dançar uma música comigo depois? - Dei risada.
– Claro que vou. Espere por mim. - Ele me deu um selinho.
– Estou esperando a algum tempo. - Ele sorriu e me largou. Antes de ir eu o
dei outro selinho.
– Não beba. - Ele bateu uma continência me fazendo rir.
Voltei para guitarra, me sentindo zilhares de vezes mais confortável.
Tocamos mais 2 músicas melosas e depois começamos o rock and roll, a
pedido dos noivos, não tocaríamos só rock, o pop também iria ter vez. Essas eram por
conta de Mike e Fredy, eu só os acompanhava na guitarra.
Jully ficou um bom tempo lá sentada na cadeirinha nos observando, mas com
o passar das horas o sono pareceu dominá-la. Fiz sinal com a cabeça para que Edward
a pegasse, e foi isso que ele fez. Ficou na frente do palco e abriu os braços, ela
caminhou lentamente até ele, e deitou em seu ombro. Ele a pegou e caminhou com
ela para fora dali. O mais patético foi eu rindo da cena fofa.
Já eram quase três da manha quando Jasper fez sinal de positivo com o
polegar, me liberando da função.
O lugar ainda estava bem cheio, as pessoas estavam bêbadas e empolgadas.
Algumas me cumprimentaram quando desci dali.
–Muito bom Bell, Bellazinha, muitooooo bom, muito bom... Uhuuulll. -
Carlisle estava completamente bêbado.
– Céus Carlisle, o que aconteceu com você? - Perguntei incrédula.
– É aquela... aquela... aquela o que mesmo? - Perguntou se apoiando em mim.
- Ahhhhh lembrei, lembrei, lembrei, euu lembrei. - Eu não conseguia parar de rir. -
Pretensão, aquela velha hissstória, quem não bebe, não vê o mundo girarrr. - Carlisle
completamente bêbedo deveria ser registrado.
– Me da esse copo aqui, você vai é ver o mundo girar quando acordar de
ressaca. - Confisquei o copo da mão dele. - Onde está Esme? - Pela cara dele, ele mal
sabia quem era Esme.
– Esme. - Ele sorriu feito bobo. - É uma gracinha não é não? Aquela
mulheerrr me dá coisas. - Ele estava apoiado em mim, e eu sentia o cheiro de álcool
vindo do seu hálito.
– Sei, por isso são casados certo? - Ele fez cara de triste.
– Não me fale em casamento, a minha menina está noiva, noiva. Aquele
marmanjo queerr tiraarr ela de mim. Meu Deusss, meu Deuus, que mundo injusto. -
Ele se lamentava. Graças ao bom Deus, Edward apareceu. - É muita injustiça, muita.
Ai como eu sofro. - Edward lançou um olhar incrédulo para a figura do pai.
– Manguaça das fortes em velho. - Edward tentava não rir.
– Edddw arrd... - Ele voltou a sorrir. - Meu filho é tão lindo, você não acha
Bella? - As bochechas de Edward foram apertadas, me fazendo gargalhar.
– Acho, realmente ele é lindo. - Um sorriso bobo, nasceu em Edward.
– Vocês dois, vocês doiss, abraça ela, abraça. - Carlisle se desapoiou de mim
para que Edward pudesse me abraçar. - Olha que casal lindo, vocês dois sim podem
casar. Eu pago tudo, pago, pago, podem casar que eu pago. Euu não me importo. -
Edward e eu tínhamos sérios problemas para parar de rir.
– Vocês querem casar? Eu faço a cerimônia, eu faço. Vamos fazer isso agora. -
As vezes ele pendia para o lado, mas conseguia se equilibrar antes de cair.
– Hoje não Carlisle, vamos você precisa deitar. - As pessoas estavam
começando a olhar. - Onde está Esme? - Perguntei a Edward.
– Encontrei com ela lá dentro de casa, ela me mandou vir aqui dar um jeito
nele. Está possessa. - Ele murmurou para mim.
– IIIIrrmãos, estamos aqui, reunidos no dia de hoje, paaara celebrar o
casamento desses dois cristãos. - Eu agradecia tanto o som ainda estar alto.
– Edward Cullen, você aceita Bella Swan, como sua legítima esposa, e
promete amá-la, respeitá-la, pagar as contas de água, luz, telefone, cartão de crédito,
supermercado, cabeleireiro, manicure, pedicure, viagens e tudo mais que for
necessário, por todos os dias da sua vida? - Edward riu alto. - Anda meu filho, não
tenho a noite toda. Responde logo, aceita ou não?
– Sim, prometo e aceito tudo. - Não estávamos fazendo aquilo.
– Bella Swan. - Falou tentando olhar para mim. - Você aceita Edward Cullen,
esse meu filho lindo. - Carlisle voltou a puxar as bochechas do filho. - Como seu
legiíimo esposo, promete amá-lo, respeitá-lo, aturar seus pitis de vez enquanto, lavar
as cuecas dele, fazer comida, cuidar da casa, cuidar de Jully, cuidar dos outros futuros
filhos, e torrar a grana de Edward, por todos os dias da sua vida? - Já tínhamos
alguma plateia. Jasper, Alice, Rose e Emmett eram parte dela. - Anda logo, eu sei que
você o ama, aceita de uma vez. Minhas horas são caras. - Rolei os olhos.
– Tá, tá, eu aceito. Mas Edward cuida do supermercado e do banho das
crianças.
– É, acho que ele pode fazer isso.
Enntãooo eu Carlisssle, em nome de Deus, e dos Estadosss Unidoss da
América, os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. - Disse sorridente
– Ok, agora que somos casados, você vai para cama Carlisle. - Ele tentou
fazer que não com o dedo.
– Primeiro o beijo, acha que vou sair daqui sem ver isso? - Suspirei e virei
para dar um selinho em Edward.
– Pronto, beijei agora vamos.
– Você tá de sacanagem comigo? Isso foi uma bitoca muito mal dada. Eu digo
beijo assim ó. - Ele arrumou uma mulher invisível, fez segurá-la e beijá-la. Ainda
bem que ela não exista, porque se não, seu rosto estaria lavado. Não tinha ninguém da
nossa pequena plateia que não desse risada. - Vamos lá, sei que vocês conseguem. -
Suspirei vencida e passei meus braços na cintura de Edward. Ele olhou par mim e
sorriu. Suas mãos me puxaram mais para perto.
– Nosso primeiro beijo depois de casados, senhora Cullen. - Não sei se foi
aquele sorriso radiante, ou o senhora Cullen, ou os dois juntos, mas aquilo fez minhas
pernas ficarem bambas e meu coração disparar.
Edward quebrou a pouca distância entre nós lentamente, e por fim me beijou.
Começamos com um beijo calmo, mas a medida que Edward ia sumindo com
meus pensamentos, o beijo ia ficando mais urgente.
– Tá bom, tá bom, tá bom, já chega. - Carlisle nos separou. - A lua de mel é no
quarto.- Edward me lançou um sorriso de orelha a orelha, que foi igualmente
retribuído. - Ahh, o amoorrr é lindo. Adoro ver um casal apaixonado. - Me perguntei
quanto Carlisle tinha bebido, para estar daquele jeito.
– Ok, agora você vai para casa. Vai ficar quietinho e dormir. Esme está uma
fera, e se você começar a falar besteirinhas, vai acabar dormindo no sofá. - Cochichei
em seu ouvido.
– Esme está uma fera? - Ele parecia com medo.
– Sim, Carlisle não acredito que bebeu tanto.
– Não foi tanto, foi só um litro de Black, que estava solitário na nossa mesa. -
Nossa, um litro de whisky. Eu o abracei de um lado.
– Ajuda aqui Edward, vamos levá-lo para dentro. - Edward o abraçou do outro
lado, e caminhamos para fora com Carlisle, que ia cantarolando a música que a banda
estava tocando.
– Querem que eu pague a lua de mel de vocês dois? Eu pago. Que tal Paris?
Veneza também é romântico. - Ele foi falando sozinho até chegarmos no quarto. Tirei
seus sapatos o terno a gravata e a camiseta.
– Agora é com você Edward, de um banho nele, vou lá em baixo pegar um
remédio.
– Ok, me dê 10 minutos.
Esme estava uma fera lá na cozinha, ela não podia acreditar que Carlisle tinha
bebido tanto. Segundo ela, isso só tinha acontecido uma vez, e foi na festa de
formatura. Carlisle ficou tão bêbado que vomitou todo o banheiro masculino e acabou
dormindo em cima do palco da banda.
Alice e Rose tentavam deixá-la calma, enquanto eu voltei lá para cima com
água e remédio.
– Agora que são casados, quando vão me dar outro neto? Dessa vez eu quero
um garotinho. - Ele falava para Edward.
– Não sei pai, prefiro garotas, mas Bella também prefere menino. - Edward
estava dando trela para o homem. Continuei encostada na porta, ouvindo.
– Menino, menino. Eu posso ensinar muitas coisas para ele.
Imagina como ele seria lindo. Olhos claros, nariz meio em pé como o de
Bella, e com a cor dos cabelos dela.
A cor dos cabelos dela, é uma cor bonita, não é não?
– É pai, Bella é linda, perfeita. - Eu sorri feito uma idiota.
– Então, com a cor dos cabelos dela, mas seriam bagunçados como os seus, e
ele sorria assim do jeito que você sorri. Bella quase baba quando você sorri. - Tive
que segurar a risada. - Seria, ou não seria lindo?
– Seria pai, seria. Agora tente dormir. - Edward pareceu voltar a si.
– Edward, não importa o que aconteça, Bella é uma pessoa boa, nunca duvide
disso. - Edward pareceu não entender.
– Por que eu duvidaria disso? - Resolvi entrar no quarto, antes que Carlisle
desse com a boca nos dentes.
– Então, o banho ajudou?
– Não muito. - Edward respondeu. Sentei na beira da cama e lhe entreguei o
copo de água e um comprimido.
– Toma Carlisle, e sem reclamar. Você tem que melhorar, Esme não está nada
feliz. - Ele sentou e me obedeceu sem dizer nada. Depois ele voltou a deitar e se
tapou até as orelhas.
– O mundo está girando, não está não? - Ele quis saber.
– Feche os olhos e durma pai. Infelizmente, amanhã vai se sentir pior.
– Ok, boa noite. Apaguem as luzes para mim. E curtam a lua de mel no
Caribe. Eu amo o Caribe... - Ele continuou murmurando coisas incoerentes até
sairmos do quarto.
– Tá vendo o que um noivado faz com um pai? - Edward me parecia meio
preocupado, o que me fez rir.
– Não se preocupe, ainda faltam muitos anos para você pensar sobre isso. - O
tranquilizei.
– Vamos voltar para a festa, você me deve uma dança. Principalmente agora,
que é minha mulher.
– Estava mesmo precisando de um dinheiro extra para minha viagem. - Tentei
parecer séria, mas o olhar de incrédulo que ele me lançou, me fez gargalhar.
– Já pensando no divórcio? - Perguntei. Ele me abraçou.
– Não, estava pensando em que banco pediria um empréstimo...
Quando voltamos para o salão, a festa já estava terminando. Ainda tinha uma
meia duzia de gatos pingados, tão bêbados quanto Carlisle. Provavelmente a banda
estava nas últimas músicas.
Fredy se revelava cantando um dance music.
Edward me abraço e eu descansei minha cabeça em seu peito, ficamos um
tempo assim, na frente do palco, dando um apoio moral a banda. Quando a música
acabou, Mike foi até o microfone.
– Vocês também estão bêbados? - Perguntou a nós dois.
– Completamente sóbrios, Edward respondeu.
– OK. Então essa é a ultima, e é para vocês dois. O casal do ano, segundo
Jasper. - Era melhor eu não contratirar, quem sabe se eu concordasse eles parariam de
pegar no nosso pé.
Como já estávamos abraçados, só começamos a nos mover lentamente,
conforme a música.
– Se eu cantar essa música para você, corre o risco de você fugir de novo? -
Murmurou a pergunta no meu ouvido.
– Não. Da última vez que fugi, você me jogou na piscina. - Ele riu, e em
seguida começou a cantarolar a música.
http://www.youtube.com/watch?v=UrIiLvg58SY&feature=player_embedded

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, quando me


permitia pensar sobre aquilo, chegava a conclusão que talvez fosse enlouquecer.
Edward me fazia sentir coisas estranhas, coisas que eu não conseguia
entender. Tudo com ele era tão simples, tão fácil, mas também estava se tornando
intenso.
Mesmo eu tentando negar, eu sabia que estava me tornando dependente dele,
dependente daquele jogo. E uma angustia inexplicável tomava conta de mim, quando
eu lembrava que toda aquela nossa loucura, um dia acabaria.
Mais cedo ou mais tarde, Edward encontraria alguém, e então, adeus Bella.
Tudo que nos restaria, seria amizade. Amizade da forma correta.
Talvez uma coisa ainda pior pudesse acontecer, como Edward descobrir toda a
verdade, ficar possesso, me acusar e nunca mais olhar na minha cara.
Eu abominava aquela ideia, abominava aqueles pensamentos. Ambos me
deixavam angustiada, pensar em sua reação ao descobrir a verdade, e pensar em
Edward com outra mulher.
Todos aqueles pensamentos, me fizeram abraçar Edward com força, como se
aquilo pudesse impedi-lo de sair.
Fechei meus olhos, e desejei parar o tempo, desejei transformar aquele
momento em eterno. Desejei sem ao menos saber o motivo, mas desejei.
Mas infelizmente a música chegou ao fim, me mostrando que desejos eram
coisas de conto de fadas, e minha vida não tinha nada haver com um conto de fadas.
Continuamos abraçados, só que paramos de nos mover. Deixei escapar um
longo suspiro.
– Tudo bem? - Murmurou levantando meu rosto para me analisar. Eu
continuava de olhos fechados.
– Acho que eu já te disse isso, mas não custa dizer de novo. Você é o cara
mais legal que eu já conheci. - Murmurei. Senti sua testa encostando na minha, e sua
respiração batendo no meu rosto. Eu adorava quando ele fazia aquilo.
Mesmo de olhos fechados, eu sabia que os olhos dele também estavam
fechados, e que ele estava sorrindo. Suas mãos acariciavam meu rosto, me fazendo
sorrir também.
– E você, é a mulher mais incrível que eu já conheci. - Murmurou baixinho. -
Acho que Jasper tem razão quando diz que foi Deus quem mandou você.
– Se ele fez mesmo isso, fez porque sabia que eu encontraria você. Eu
precisava encontrar você.
– E agora que me encontrou, o que pretende fazer? - Eu não tinha uma
resposta para aquela pergunta, então respondi o que me veio na cabeça.
– Aproveitar cada minuto... - Os lábios de Edward, tocaram os meus
calmamente, e a intensidade daquele momento foi gigantesca. Aquela descarga
elétrica sem sentido, surgiu com força total.
Minhas mãos voltaram a abraçar Edward com força, certificando-se que ele
não sairia dali, e pelo jeito que ele me segurava, também parecia querer o mesmo.
Eu sentia muitas coisas naquele momento, mas acho que o sentimento
predominante era medo.
Medo de acabar. Medo de não saber lhe dar com aquilo, caso acontecesse.
Medo de perder a amizade de Edward. De perder seu companheirismo, perder sua
atenção.
E eu sabia que aqueles medos só existiam, porque me envolvi mais do que
deveria. Se eu fosse uma mulher inteligente, colocaria um fim naquela história, ali
mesmo. Mas eu não queria, não queria por um fim naquilo, não tinha vontade
suficiente para parar.
Nos separamos minimamente, quando o ar faltou. Os olhos de Edward
brilhavam, me fazendo sorrir.
– Você vai ficar comigo para sempre, não vai? - Ele questionou, me fazendo
sorrir ainda mais.
– Enquanto me quiser, vou estar aqui. - Seu sorriso torto apareceu.
– Então reserve os próximos 200 anos para mim. - Murmurou antes de voltar
a me beijar. - Vamos para casa? - Convidou.
– Minha ou sua? - Questionei e ele sorriu.
– Acho que não existe mais, minha ou sua. Nos últimos meses, praticamente
moramos juntos. Então são nossas. - Sorri, aquilo realmente era verdade. Eram raros
os dias em que não ficávamos juntos.
– Certo, me deixe refazer a pergunta. A casa que dividimos com Alice, ou a
casa que dividimos com Emmett? - Ele pensou por alguns segundos.
– A que dividimos com Alice, já que hoje Jasper vai levar a patroa para um
hotel luxuoso. - Beijei o pescoço dele.
– Eu gosto quando temos a casa só para nós. - Murmurei enquanto continuava
com os beijos. As mãos dele apertaram minha cintura.
– Eu também gosto, gosto muito para falar a verdade. Por onde vamos
começar hoje? - Sempre que Edward murmurava em meu ouvido, ele fazia meu
corpo arrepiar, e minha respiração acelerar.
– Pelo sofá da sala, já que existem câmeras no elevador. - Ele riu.
– Um dia vou dar um jeito nessas câmeras, sabe? E vou nos trancar lá dentro,
espero que você não seja claustrofóbica. - Foi minha vez de rir.
– Não baby, não tenho problema com lugares fechados, ou apertados. Quer
dizer... - Deslizei minha mão pelo seu abdômen, até chegar em seu fiel escudeiro. -
Existe um amigo nosso, eu realmente não aguento o ver trancado, ou apertado. -
Edward puxou o ar com força, quando minha mão o acariciou.
– Você adora me deixar louco. Tem noção do que suas mãos me causam? -
Sorri sacana.
– Se for o mesmo que as suas mãos me causam, eu tenho sim ideia. - Ele
deixou escapar um alto suspiro, e tirou minha mão de lá.
– Vamos para casa. - Edward já me arrastava para fora do lugar...
Depois do noivado de Alice, as coisas voltaram ao normal. Alice voltou a falar
sobre outros assuntos, e voltou a ficar em casa. Nossas sextas-feiras das garotas
voltaram, mas acabávamos ficando em casa mesmo, devido ao maldito frio que
acabava comigo.
Eu sentia muito, muito frio, vivia empacotada e meu nariz vivia vermelho.
Enquanto os outros andavam só com uma blusinha e um casaco, eu colocava pelo
menos umas três blusas e dois casacos. Alice viva dizendo que eu precisava sentir o
frio de Nova York, e eu respondia que já estava para lá de satisfeita com o frio que
fazia ali.
Carlisle me pediu desculpas pela bebedeira do noivado, e me agradeceu por
ter cuidado dele. Segundo Esme ele passou o outro dia, abraçado a privada.
Os dois fizeram as pazes depois que ele prometeu não beber mais daquele
jeito, e claro, prometeu levá-la para passar o réveillon em Vegas.
Estavam todos animados com o tal réveillon em Vegas, pelo jeito Carlisle
levaria a família na bagagem. Eles insistiam muito para que eu fosse também, mas
meu réveillon já estava mais que programado, seria no Rio de Janeiro, com minha
família.
Já passava da metade do mês de dezembro, era meu último dia em Malibu, já
estava com a passagem comprada e a mala arrumada. Só de pensar no calor que me
esperava, eu sorria.
O semestre estava terminando, aquele seria o último dia, eu estava
praticamente aprovada, até Mary vaca, não teria como me reprovar.
O último dia de aula, no qual todas as turmas, teriam uma prova sobre todas
as matérias do semestre, coincidiu com o aniversário de Jully, e minha vida virou um
completo caos.
Depois da prova eu tinha que tocar, e depois de tocar, eu tinha que correr para
o aniversário da garota.
A prova começaria as 14:00, eu tocaria as 16:00, na mesma hora em que a
festa de Jully estaria começando.
Estavam montando um enorme palco, aonde normalmente era o
estacionamento, muitas bandas tocariam depois da prova, e por sorte a minha seria a
segunda, se tudo desse certo, eu chegaria só uma hora atrasada no aniversário.
Não demorei mais de uma hora para acabar a tal prova, que foi
consideravelmente fácil. Difícil foi sair para rua e encarar o frio. Cada dia que
passava, o frio parecia aumentar. Se não existisse Edward para me esquentar a noite,
com certeza eu teria morrido congelada.
Assim que saí da sala, encontrei com Edward. Ele estava me esperando, com
seu moletom preto, com o slogan "Bella Swan is Rock." Emmett fez muitos moletons
iguais aquele, ele viva distribuindo por tudo quanto era lugar. Cada Cullen tinha o
seu.
Eu fui a única a não ganhar, isso porque, eu era a tal da Bella Swan.
– Que frio. - Reclamei com Edward, e me abracei a ele. Ele riu e beijou o topo
da minha cabeça.
– Que mulher mais friorenta. Tenho medo que congele, caso um dia formos ao
Canadá. - Sempre que eu reclamava de frio para alguém, me respondiam a mesma
coisa. "Tenho medo que congele, caso um dia formos..." A frase era sempre a mesma,
só mudavam os lugares. E todos os lugares que me falavam, eu fazia uma anotação
mental de não visitar no inverno.
– Graças a Deus, amanhã vou me livrar de todo esse frio. Vou por uma regata,
um shorts, vou andar descalço. Quando fecho os olhos, é isso que eu imagino. Como
diria uma música de lá: Estou a dois passos, do paraíso. - Edward riu.
– Não vai sentir nem um pouco de falta daqui? - Mesmo fazendo a pergunta
em tom de brincadeira, eu sabia que tinha um fundo de verdade.
– Do frio não. Mas vou sentir falta das pessoas, dos seus irmãos malucos, de
Rose, Jasper, seus pais, e sua filha. Vou sentir muita falta da garota, se eu pudesse eu
levaria ela junto. - Ele ficou em silêncio e eu ri. - Mas a falta que vou mais sentir, é a
sua. Dos seus beijos, seus abraços e carinhos. - Por que mesmo eu estava admitindo
aquilo para ele? Edward suspirou.
– Duas semanas é tempo demais. Não gosto nem de pensar sobre isso.
Quem vai por os pés gelados nos meus a noite? - Eu gargalhei. - E quem vai
ficar toda encolhidinha, agarrada em mim?
– Mulheres é o que não faltam. - Murmurei.
– Não seja absurda. Jamais seria a mesma coisa, jamais seria você. Então não
teria graça, e nós mudamos uma clausula do nosso acordo, lembra? - Edward estava
ficando intenso, e quando aquilo acontecia, era hora de mudar de assunto. Desde o
noivado de Alice eu me obriguei a não pensar mais em qualquer um dos meus
sentimentos.
– Já acabaram de montar o palco? - Questionei. Ele sorriu vendo o que eu
tinha feito.
– Já sim. Katy Perry, estava tocando no som mecânico.
– Hey gente bonita. - Elizabeth nos encontrou, ela tinha um moletom idêntico
ao de Edward.
– Olá. - Edward e eu dissemos juntos, a fazendo rir.
– Ah Bella, você tem que usar um moletom igual ao nosso. - Reclamou.
– Não me culpe, Emmett vive distribuindo para as pessoas, mas esquece de
mim. - Me defendi.
– Não conte para ele, mas acho que posso te arrumar um. - Edward sorriu
como se estivesse aprontado uma arte. Ele colocou a mochila no chão e abriu, tirando
de lá um daqueles moletons. Eu sorri grande.
– Você é demais. - Disse puxando o moletom para mim. Como era bem
grandinho, não tive trabalho de por por cima das minhas três blusas. Aquilo fez os
dois darem risada.
– Obrigada. - Tentei lhe dar um selinho, mas ele quis um beijo, daqueles que
continuavam me tirando de orbita.
– Gente, estamos no meio do corredor. - Elizabeth murmurou. - Vocês são o
casal mais grudento que eu conheço. - Rimos e nos separamos.
Puxei Edward pela mão, e caminhamos os três para fora.
– Não somos um casal. - Minha resposta fez Elizabeth rolar os olhos.
– Se não são um casal, não imagino quem seja um. - Edward riu e passou o
braço em volta da minha cintura.
– Um dia ela acaba me pedindo em casamento. - Eu o olhei de canto.
– Sonha Edward, sonha. - Respondi rindo.
Assim que alcançamos a rua coloquei minha toquinha, e tirei o cigarro do
bolso. Elizabeth me olhou de canto, e Edward, Edward não disse nada. Era por isso
que eu gostava dele, ele só reclamava quando eu fumava demais.
Encontramos com meu empresário Emmett, já na frente do palco, Alice
parecia estar com frio, já que estava encolhidinha nos braços de Emmett.
Enquanto eles conversavam sobre as provas, eu aproveitava para fumar.
Alice tagarelava sem parar, sobre uma questão que estava em duvida, e estava
com medo de não tirar 10. Emmett a chamou de cdf, e eu tive que concordar.
Elizabeth, assim como Emmett, estava com medo de rodar em uma matéria.
Os únicos tranquilos eramos eu e Edward.
Quando terminei meu cigarro ele me puxou para longe deles, e tentou me
beijar, mas não deixei.
– Acabei de fumar. Não vai gostar de me beijar. - Ele riu.
– Já colocou fumaça em minha boca, caso não se lembre. Se fizesse isso
sempre, seria completamente viciado em cigarros. - Eu ri.
– É verdade, eu fiz isso. - Sorri ao lembrar. - Que horas vai para festa? Você é
o pai, não deve se atrasar.
– É eu sei. Vou ver você tocar as primeiras, e depois vou.
– Ela deve estar mais ativa que ontem. - Lembrei do dia passado, passamos
trabalho com a garota. Ela parecia Alice, não conseguia parar de falar sobre a festa, a
decoração, comida, os presentes, e tudo mais.
Jully não ficou nada feliz quando soube que me atrasaria para o aniversário, e
disse que se eu não fosse, não teria mais festa.
– Verdade. Carlisle e Esme devem estar pirando. - Ele riu. - Sabe que ela não
vai sossegar enquanto você não chegar, não sabe? - Confirmei com a cabeça.
– Sei. Mas ela sabe que eu vou. - Ele sorriu e voltou a me puxar para perto.
– Agora chega de papo familiar. Me da um beijo, você nem foi ainda, e já
estou com saudades. - O obedeci sem problema algum...
Conseguimos ficar meia hora sem sermos atrapalhados, mas quando as
pessoas começaram a se aglomerar, tivemos que nos juntar aos outros.
Jasper e Rose já estavam por ali também, e eles continuavam falando sobre a
prova.
A primeira banda começou a tocar, animando o pessoal, e fazendo todos se
mexerem, tentando espantar o frio.
Quando faltava dez minutos para eles terminarem, fui para trás do palco, me
juntar aos meus companheiro de banda.
Emmett e Edward me acompanharam, me fazendo rir, eles olhavam para as
pessoas, bastante sérios, até pareciam meus seguranças.
Emmett tinha evoluído com Alec, eles já se falavam, não eram amigos, mas se
falavam. Alec até iria no aniversário de Jully, era o primeiro aniversário que ele
compareceria, e estava um pouco nervoso com aquilo. Alice ainda o odiava, Edward
também, mas conseguia disfarçar.
Nós dois iriamos juntos para a festa, já que precisávamos tocar antes.
Eu estava um pouco nervosa, por tocar para toda a faculdade, tinha muitas
pessoas ali, o campus estava lotado.
A banda se despediu e Fredy pulou empolgado, para cima do palco.
– Nossa vez. - Mike o seguiu.
– Vamos? - Alec me chamou. Fiz menção de me soltar de Edward, mas ele
não deixou. Me puxou para mais um beijo.
– Boa sorte. Não que você precise disso. - Murmurou nos meus lábios. Ouvi
Alec bufar.
– Obrigada. - Disse sem me afastar. - Vou tocar uma para você. - Ele abriu um
enorme sorriso.
– Vou esperar ansioso. - Falou antes de voltar a me beijar.
– Se isso não terminar em casamento, não sei o que termina. - Emmett
resmungou. - Anda casal 20, vamos logo. Temos um aniversário ainda. - Dei mais um
beijo em Edward e me afastei. Alec rolou os olhos mas não disse nada.
Um pavor tomou conta de mim, quando coloquei minha guitarra e fui para
frente do palco. Tinha muito, mas muito mais pessoas do que eu imaginava. Senti
minhas mãos suarem, e desejei sumir dali. Foi quando Edward apareceu no meu
campo de visão. Ele abriu o sorriso torto que eu tanto adorava, e apontou com os
dedos para os dizeres do moletom. Sorri e respirei fundo.
– Você pode fazer isso Bella. - Murmurei para mim mesma.
Caminhei até o microfone, nunca desviando meus olhos dos dele.
– Hey galera... - Murmurei. - Eu sabia que muitas pessoas estudavam aqui.
Mas agora eu tenho a verdadeira noção de quantas. Eu estou aterrorizada. - Edward
sorriu.
– Vai lá Bellaaa. - Alice gritou, ela estava bem ao lado de Edward, junto com
todos os outros. Sorri para todos eles.
Os amigos que eu tinha feito durante a metade daquele ano. Eram verdadeiros
amigos. Sabia que eles se importavam comigo, como eu me importava com eles.
– Como vocês devem ter percebido pelo sotaque, eu não sou americana... Sou
brasileira, vim para cá na metade do ano, para estudar. Essa foi a melhor ideia que eu
tive na vida. Graças a isso, conheci os melhores amigos que alguém poderia ter.
Esse amontoadinho ali, todo de preto. - Apontei para os Cullens e Elizabeth. -
E Alec, o cara da bateria.
Obrigada a todos vocês, vocês me ajudaram a reencontrar minha vida.
Todos vocês, não importa o que venha a acontecer, vão seguir na minha
memoria até o fim.
E você. - Disse olhando para Edward. - Obrigada, por tudo. Não preciso dizer
o quanto é importante para mim. - Alice puxou um hummm, que se espalhou por todo
o lugar, me deixando vermelha.
– Ok, vamos lá. - Para não passar vergonha de novo, abandonei o microfone e
fui até a beirada do palco, chegando perto dos Cullens, Edward sorria bobamente. -
São todas para você. - Falei alto para que ele pudesse ouvir. Seu sorriso aumentou
ainda mais, me fazendo concluir que ele ouviu.
Dei início a melodia da música. As pessoas se animaram com nosso som, e
começaram a se movimentar, e cantar conosco.
http://www.youtube.com/watch?v=EdDl7MSFYuQ&feature=fvst

Os Cullens nos abandonaram 15 minutos depois. Edward foi arrastado por


Alice, mas me mandou um discreto beijo, que eu retribui com uma piscadinha.
Tocamos meia hora a mais que o planejado, já que alguém da direção da
faculdade pediu por isso. Pelo que eu entendi, todos estavam gostando muito, e não
queriam que parássemos.
Quando a meia hora a mais, chegou ao fim, o pessoal gritou querendo ainda
mais, mas eu precisava ir. Tirei a guitarra, os fazendo fazer um couro de: Ahhhh.
– Gente, estou atrasada mais de uma hora e meia para um compromisso. E
vocês não tem noção do tamanho da encrenca que vou me meter se me atrasar mais. -
Alec deu risada, deixando o outros com cara de paisagem.
– Feliz natal, e ano novo para todos. Nos vemos ano que vem. - O pessoal
começou a aplaudir enquanto saímos do palco.
Alec e eu passamos trabalho até conseguirmos chegar no carro. O pessoal
começou a nos cumprimentar a alguns pediram fotos, me fazendo rir.
O presente da garota estava no carro de Alec, que começava a suar a medida
que nos aproximávamos da festa. Ele parou o carro ao lado do de Edward, e respirou
fundo algumas vezes.
– Hey Alec, vai dar tudo certo ok? Fala sério, ninguém vai te dizer nada. Alice
e Edward veem você sempre comigo, e não pegam mais no seu pé. E você até veio no
noivado de Alice.
– Vim no noivado porque faço parte da banda, e vocês não aceitaram que o
baterista fosse substituído. É a primeira vez que venho por ser convidado. - Eu peguei
a mão dele, que estava suada.
– Relaxa, vai dar tudo certo. - Ele respirou fundo.
– Certo. - Murmurou.
Peguei o presente de Jully em uma mão, e minha guitarra em outra. Alec
caminhava ao meu lado.
Não tinha noção de onde surgiram tantas crianças, mas elas corriam de um
lado para o outro, estava uma gritaria total. A música infantil animava o lugar, junto
com um pessoal fantasiado de palhaço. O tema da festa foi feito em cima do rock and
roll, escolhido por Jully. Então tinham muitos instrumentos musicais feito de isopor,
espalhados pelo o lugar. As cores das toalhas, e balões eram preto e branco.
Os primeiros conhecido que tivemos a sorte de encontrar foram os pais de
Alec, cumprimentei o senhor Tyler e murmurei um oi para Angelina.
Carlisle pareceu sorrir aliviado quando me viu, e veio imediatante ao meu
encontro.
– Graças a Deus chegaram. - Falou apresado. - Jully está emburrada lá dentro.
Ela diz que não vai ter aniversário nenhum antes de você chegar. As pessoas devem
estar com fome, mas não tem jeito. - Tyler e Alec deram risada.
– Acho que na teimosia ela puxou Kate. - Tyler comentou sorrindo.
– Ok, vamos lá então. - Carlisle pegou minha guitarra.
– Cuido disso para você. Jully está dentro do salão de festa, sentada perto do
bolo. - Sorri e saí dali.
Ela estava sentada de costas para entrada, Edward, Alice e Esme estavam
ajoelhados ao seu redor, conversando com ela. Alice e Edward perceberam minha
presença e sorriram. Pedi silêncio com a mão, para que ela não me percebesse.
– Jully, está todo mundo ai, esperando para cantar os parabéns, as crianças
com fome. Vamos filha, não podemos ficar aqui o dia todo.
– Não, eu não quero. Se Bella não vier, não tem festa. - Eu ri da birra da
garota.
– Podemos comer isso tudo sozinhas depois? - Perguntei a fazendo se
voltar para mim.
Capítulo 30 - Voltando para casa

Ela abriu um enorme sorriso e seus olhos pareceram se iluminar. A garota


pulou da cadeira e correu até aonde estava, e abraçou minhas pernas como costumava
fazer. Sorri ao ver sua roupa. Uma calça jeans rasgada e um moletom idêntico ao
nosso, mas em miniatura. Seus tênis eram os mesmos que os meus. Alice deveria
estar bufando muito.
– Você demorou. - Ela reclamou. Me ajoelhei ficando do seu tamanho.
– Me desculpe por isso. - Pedi. - Tivemos que tocar meia hora a mais. Mas eu
trouxe uma coisa para você. - Lhe entrei uma caixa quase maior que ela.
– O que é? - Perguntou olhando para o tamanho da caixa.
– Vamos saber quando abrir. - Ela meteu a mão no embrulho e rasgou tudo,
me fazendo rir. Quando viu um case pequeno mas igual ao meu seu sorriso aumentou.
Ela colocou no chão com cuidado e destravou rapidinho, encontrando o violão. Preto,
da mesma marca do meu, mas menor.
– Um violão, igual ao seu. - Os olhos dela brilhavam olhando para o presente.
Aquilo me fez sorrir ainda mais.
– Igual, só que menor. Como prometi quando nos conhecemos. - Ela jogou os
braços em meu pescoço e me apertou.
– Obrigada. É o presente mais legal que ganhei. Eu amo você, muito, muito. -
Ela murmurou grudada em mim, era impossível parar de sorrir.
– Também amo muito, muito, você. Quero que seja muito feliz. Conte comigo
para qualquer coisa. Eu posso espantar qualquer monstro para você, posso fazer
hambúrgueres, batatas fritas e brigadeiro. Assistir Shrek, e dormir com você. O que
quiser, quando quiser. É só me chamar. Você mora no meu coração pequena - Ela me
abraçou ainda mais, beijou meu rosto e deitou a cabeça no meu ombro.
– Não quero que vá para o Brasil. - Ela pediu baixinho.
– Eu preciso ir princesa. Estou com saudades deles, e eles tem saudades de
mim também. São só duas semanas. Prometo te ligar todo dia.
– Mesmo? - Ela parecia incerta.
– Mesmo. - Os Cullens nos olhavam abobalhados, me fazendo revirar os
olhos. Me larguei de Jully e levantei. A garota estendeu os braços para que eu a
pegasse.
– Daqui três anos, não vai mais puder pedir colo. - Alice implicou com a
garota, que mostrou língua e voltou a deitar no meu ombro. Edward juntou o violão
do chão e o pôs junto com os outro presentes.
– Agora que Bella chegou, podemos cantar os parabéns? - Carlisle pediu para
ela.
– Você está com fome? - Ela me perguntou os fazendo rir.
– Morrendo de fome. Não almocei hoje.
– Vou chamar o pessoal para cá. - Esme saiu, chamando todos que via.
– Vai lá Bella, você e Edward, com a garota. - Carlisle apontou com a cabeça
para o centro da mesa, onde estava um grande e gigante bolo.
– Não, Esme faz isso. - Falei.
– Você vai. E você. - Falou a Carlisle. - Edward e minha mamãe também. -
Ela nos ordenou.
– Ok, você manda hoje. - Falei beijando sua bochecha.
Nos encaminhamos para a mesa e esperamos os outros chegarem.
O salão de festa dos Cullens, parecia um jardim de infância, acho que todas as
crianças de Malibu estavam ali. Jully não quis sair do meu colo, então acabei no
meio, com ela. Esme e Carlisle ficaram de um lado e Edward do outro.
A mãe de Alec me odiava cada dia mais, eu tinha certeza daquilo, toda vez
que encontrava com ela, seus olhar de ódio parecia maior, e as vezes aquilo me
incomodava.
Começaram o tal do parabéns e depois ela fez nós 4 soprarmos as velinhas
com ela.
– Faça um pedido. - Murmurei, ela fechou os olhos, e juntou as mãos, como
se estivesse fazendo uma prece, em seguida ela sorriu, abriu os olhos e sopramos as
velas. Pronto, a comida estava liberada.
Depois de batermos algumas fotos, eu a entreguei para Esme e fiz o que mais
adorava, comi. Muito, mas do que o necessário. Tive que socializar com as crianças
que estavam ao redor da mesa, fiquei amiga de muitas, já que passei um bom tempo
ali comendo.
Jully pareceu ficar com ciúme das crianças e grudou em mim, sentou-se no
meu colo e não saiu dali para nada. As crianças gostaram de mim, acho que pela
minha gulodice, e por falar de boca cheia as fazendo rir.
– Hey tia, você já acabou? - Seth, um garoto loiro de olhos azuis, e com
covinhas adoráveis, me questionou.
– Acho que eu poderia comer mais alguns doces. - Respondi dando uma
olhada pela mesa.
– Você é engraçada. - Cathy, a irmã gêmea de Seth, praticamente igual a ele,
mas de cabelos compridos, comentou.
– Sou nada. - Murmurei de boca cheia, os fazendo rir.
– Conta uma piada pra gente tia. - Outro garoto pediu. Edward apareceu por
ali, e sentou-se ao meu lado.
– Não sei contar piada. - Aquele bolo estava delicioso, eu não conseguia parar
de comer.
– Pede para ela Jully. - Mary, pediu.
– Só uma piadinha Bella. - Eu rolei os olhos, tentando procurar alguma piada
em minha mente. - Pede para ela pai. - Jully recorreu a Edward, que ria de tudo.
– Vamos lá Bella, não acabe com a diversão das crianças. - Edward disse
rindo. Enfiei o último pedaço de bolo na boca, e coloquei meu prato de lado. Tomei
uns goles de refrigerante para empurrar o bolo, e bati minhas mãos uma na outra, as
limpando de qualquer coisa.
– Muito bem. - Falei, ainda um pouco embuchada, e precisei de mais
refrigerante. Aquilo fez todos rirem de novo. Para que contratar palhaço, se eu estava
por lá, certo? As crianças pareciam mais entretidas em mim, do que em outra coisa. -
Muito bem, vamos lá então. - Eu cocei a garganta e elas riram de novo.
– Era uma vez... - Não acredito que vai contar essa piada ridícula, meu
cérebro protestou. - Um pintinho que se chamava Relam... - Fiz mais uma pausa para
terminar o resto do refrigerante. - Toda vez que chovia, Relam piava. - Acho que ouve
um minuto de silêncio, até Edward cair na gargalhada. Ele ria muito, me fazendo rir
de suas risadas, as crianças ainda continuavam sem entender.
– O que deu nele? - Carlisle e Emmett se aproximaram para tentar entender o
ataque de riso de Edward.
– Bella contou uma piada e ele está assim. - Jully explicou.
– Que piada é essa? Bella você não está ensinando nada para as crianças, está?
- Emmett me fez rolar os olhos.
– Por algum acaso eu me chamo Emmett? - Respondi sua pergunta com outra
pergunta.
– Essa foi ótima Bella. - Edward conseguiu dizer entre as risadas.
– Me conte, fiquei curioso. - Carlisle pediu eu rolei os olhos.
– Ok, mas não tem graça. Olha nenhuma criança riu. - Me defendi antes de
contar.
– Conte mesmo assim. - Ele incentivou.
– Era uma vez, um pintinho chamado Relam... Toda vez que chovia, Relam
piava. - Edward riu alto de novo, e Carlisle o seguiu.
– Eu não entendi. - Emmett coçava a cabeça tentando entender, e aquilo fez
com que todos rissem, inclusive eu.
Depois que todos pararam de rir, e uma criança explicou a piada para Emmett,
ele finalmente gargalhou, me fazendo voltar a rir.
– Tia Bella, agora você já acabou? - Seth voltou a perguntar.
– Acabei. - Respondi não muito convicta.
– Então podemos ir no pula-pula? - Ele pediu.
– Ah primeiro na piscina de bolinhas tia. - Outra criança pediu.
– Ah não, primeiro no pula-pula. - Jully exigiu olhando para mim.
– Estou vendo que não vou ter nem chance antes do final dessa festa. -
Edward murmurou baixinho. Suspirei e levantei, minhas mãos foram agarradas, por
umas 6 crianças. Jully também parecia não gostar daquilo.
– Caso eu não sobreviva, fique sabendo que foi um prazer conhecer você. -
Murmurei o fazendo rir e saí dali rodeada de crianças.
Eu estava exausta quando a festa acabou, aquelas miniaturas de gente davam
uma trabalheira danada. No fim, eu estava deitada dentro da piscina de bolinhas, sem
força para me levantar.
Jully tinha ido ver seus presentes e eu fiquei por ali. Edward apareceu um
tempo depois e deitou-se ao meu lado.
– As crianças gostam de você. - Comentou rindo.
– É, percebi. Só não tenho noção do porque. Quer dizer, eu sou chata.
Bernardo tem medo de mim.
– Talvez ele deva conhecer essa sua nova versão. - Ele apoiou cabeça nos
pulsos, para poder olhar para mim.
– É. Amanhã ele conhece. - O sorriso de Edward murchou.
– Esse relógio está de mal comigo. As horas estão voando, e amanhã de
manhá quem vai voar é você. - Gargalhei.
– São só duas semanas, 14 dias, não demora muito. - Eu tentava me convencer
também.
– Não vai arrumar um brasileiro e resolver não voltar, não é? - Ri alto.
– Não seja absurdo Edward. Claro que não. Eu prefiro os americanos sabe? -
Ele sorriu.
– Ótimo, porque eu prefiro as brasileiras. - Sorri e passei as mãos em seu
cabelo.
– É uma pena não passarem o réveillon lá. Seria incrível. Eu te compraria um
bermudão jeans branco, uma regata também branca e havaianas. Com esses cabelos, e
esses olhos verdes de tirar o fôlego, você ficaria idêntico a um anjo. - Ele sorriu largo.
– Também queria muito estar lá com você. Só não vou por causa de Jully, se
não, estaria lá. Pode ter certeza. - O assunto acabou e ele me beijou. Um beijo calmo
no começo, mas que foi ficando intenso, como sempre acabava acontecendo. Ele
afundou nas bolinhas e me puxou para cima dele. A minha quantidade de roupas, não
eram problema para suas mãos habilidosas.
– O que quer Edward? - Perguntei sem para de beijá-lo.
– Você sabe o que eu quero. O que eu sempre quero. - Respondeu do mesmo
jeito. O pior é que eu estava gostando daquilo.
– Estamos em uma piscina de bolinhas, em uma festa de criança e em pleno o
inverno. - Murmurei, tentando me convencer a não fazer aquela loucura.
– As piscinas de bolinhas nunca mais serão as mesma depois de hoje. - Suas
mãos puxaram meu primeiro moletom para cima, se livrando dele.
Ouvimos passos se aproximando e nos separamos. Edward me rolou para o
lado me deixando sem entender.
– Espera, vou dar um jeito de não sermos incomodados. - Eu ri de toda aquela
loucura. Ele engatinhou até a portinha e só colocou a cabeça para fora.
– Hey Rose. - Ele cochichou. A ouvi rindo.
– O que está fazendo ai Edward? Não me diga que realizando seu sonho de
infância. - Perguntou, aquilo me fez rir.
– Xiiii...Fala baixo - Ele tentava gritar murmurando. - Vem aqui. - Edward
voltou para dentro. Rose, colocou a cabeça dentro do lugar.
– Oh my God. - Murmurou. Ela colocou a mão na boca, para abafar o riso.
– Para eu realizar esse sonho de criança, precisamos ficar algum tempo
sozinhos, se é que me entende... - Ele contou. - E você cara amiga, foi sorteada para
dar um jeito que ninguém apareça. Principalmente Jully, a mantenha longe, ou será
culpada por tirar a inocência de uma criança. - Rosalie parecia não estar acreditando
no que ouvia.
– Vocês, vocês, vocês. Gente é uma piscina de bolinhas e está frio. - Ficamos
sérios a encarando. - Céus, seus pervertidos. - Ela deu risada.- Vou mantê-los longe.
Se um adulto tentar se aproximar eu não vou mentir, mas deixem a garota comigo.
Edward não esperou Rose sair dali para voltar a me beijar, ele me derrubou e
veio para cima.
– Pervertidos. - A ouvi dizer antes de sair.
Edward foi rápido ao arrancar minhas roupas e rápido com as dele também,
provavelmente tinha medo que eu congelasse. Mas ele não teve a mesma pressa
quando estávamos unidos. Ele manteve os olhos nos meus, como costumava fazer a
algum tempo. Eu não sentia frio ou calor, eu só sentia ele. Seu toque, sua pele, seus
lábios, seu corpo unido ao meu, e aquilo fazia com que o mundo deixasse de existir.
Chegamos ao fim juntos, como a maioria das vezes acontecia. Geralmente eu
costumava retomar o meu juízo, a medida que meu corpo ia se acalmando. Comecei a
rir debaixo dele, o que o fez me olhar sem entender.
– O que foi? - Murmurou com a voz rouca.
– Somos loucos e pervertidos. - Ele riu junto comigo.
– Não somos nem uma coisa, nem outras. Um dia te conto o que somos. - Ele
beijou a ponta do meu nariz e saiu de cima de mim. Tratei logo de por minhas roupas,
antes que alguém aparecesse por ali. Edward também se vestiu rápido. Ele me puxou
pela mão e saímos dali, rindo feito duas crianças pequenas, que tinham acabado de
aprontar uma arte.
Encontramos com os Cullens na sala, todos esticados no sofá. Carlisle sabia,
percebi pelo sorrisinho que tentou esconder. Os outros com certeza imaginavam.
– Do que vocês dois estão rindo? - Jully questionou, percebendo que Edward
e eu entramos rindo e cheios de segredinhos.
– Edward ainda está rindo daquela piada. - Contei, ela rolou os olhos e
balançou a cabeça negativamente, olhando para o pai.
– Onde estavam? - Voltou a questionar.
– Lá fora. - Edward respondeu.
– Fazendo o que? - Emmett gargalhou e os outros o acompanharam.
– Nada garota. - Disse também rindo. Me sentei no chão ao lado dela. - Só
tomando um ar. Seus amiguinhos acabaram comigo. - Ela deitou a cabeça em minhas
pernas.
– Ahan, os amiguinhos... - Alice jogou no ar. Eu a ignorei.
– Ganhou muitos presentes? - Ela sorriu.
– Muitos. Precisa me ensinar a tocar violão. - Falou empolgada.
– Vamos fazer isso, ano que vem quando eu voltar. - Ela fechou a cara.
– Tem mesmo que ir? - Balancei a cabeça afirmando.
– Tenho. Estou morrendo de saudades da minha mãe. - Ela voltou a sorrir.
– E do seu irmão? - Os Cullens começaram a pegar no pé dela, eles sempre
faziam isso quando ela perguntava por Bernardo. A garota ficou com as bochechas
vermelhas.
– Também estou com saudades dele. Estou com saudades de todos. Minha
mãe, meu pai, meu irmão, do calor, meus shorts, minhas regatas, do suor, do Brasil,
do Rio, das praias de lá. Estou com saudades de muita coisa.
Ah gente, eu não sou acostumada com esse frio em pleno Natal, sou
acostumada a ver o papai noel se fod... - Consegui frear a palavra. - se ferrando,
passando calor dentro daquela roupa. - Dei risada lembrando. - E o ano novo. Sou
acostumada a vestir um vestidinho branco, e depois tomar banho de mar. Se eu fizer
isso aqui, com certeza morro de hipotermia.
– Pobre papai Noel. - Emmett concluiu me fazendo rir.
– Também queria passar o réveillon no rio. - Rose pensou alto.
– Ano que vem ursona, prometo para você que vamos. Vamos com Bella.
– Podemos ir todos. - Alice sugeriu.
– Eu tenho um presente para vocês, amanhã antes de sair eu dou.
– Por que não me leva com você? - A garota perguntou fazendo todos rirem.
– Vai me deixar assim? - Esme questionou, deixando a garota sem resposta.
– Um dia eu te levo comigo. Nas férias do meio do ano. Se, seus pais
deixarem. - Ela sorriu.
– Promete? - Eu ri.
– Prometo princesa, eu prometo. - Disse beijando sua testa.
– Quer ver meus presentes? Estão lá em cima.
– Quero, ganhou algo comestível? - Ela deu risada e ficou de pé, estendeu a
mão para mim, tentado me levantar.
– Comestível acho que não. - Levante e a peguei no colo. - Você vem pai? -
Perguntou para Edward, que sorriu todo bobo.
– Estou bem atrás de vocês.
A garota mostrou a infinidade de brinquedos que ganhou, e nos fez jogar um
jogo de tabuleiros. Ela dormiu na metade, Edward e eu jogamos até o fim e
implicávamos um com o outro, feito duas crianças.
Quando acabamos fomos para o quarto dele. Eu ficaria ali aquela noite,
minhas coisas já estavam ali desde o dia anterior, no outro dia de manhã iria direto
para o aeroporto.
Acordei as 7 da manhã, com o despertador tocando. Minhas pernas estavam
por cima das de Edward, nossos corpos estava completamente nus e colados. Sorri ao
me lembrar da madrugada intensa, eu não deveria ter dormido mais de 3 horas, mas
me sentia maravilhosamente bem.
Movi meu braço lentamente até o criado mudo, aonde estava o celular,
fazendo um barulho chato. Apertei qualquer botão e fechei os olhos mais alguns
minutinhos.
Edward me puxou ainda mais para perto. Sua respiração no meu pescoço me
fazia arrepiar e seus lábios no meu pescoço, me faziam acreditar que eu estava me
tornando, uma maníaca compulsiva por sexo.
Suas mãos começaram a passear lentamente pelo meu corpo, o que fez meu
coração começar com sua insanidade. Me virei para ele, que não hesitou em atacar
minha boca. Para minha perdição, Edward acordou empolgadíssimo. Afastei minha
boca da dele, com dificuldade.
– Fizemos isso praticamente a noite toda. - Minha voz quase não saía.
– Não foi o suficiente. - Eu adorava a voz de sono dele. Ele não esperou
resposta e me atacou de novo. Se eu me deixasse levar, adeus voo, adeus Brasil.
– Preciso levantar, tomar uma ducha e correr para o aeroporto.- Ele não me
deu ouvidos, eu podia sentir sua vontade. - Edward, por favor, eu preciso mesmo ir.
Se você continuar com essas caricias, eu vou ficar. Isso deixaria meu pai magoado,
minha mãe triste, e provavelmente eu ficaria irritada. - Pareceu funcionar, ele parou
com os beijos e suas mãos se aquietaram.
– Vou ficar maluco longe de você. - Reclamou. Sorri e beijei a ponta do seu
nariz.
– Nos falamos pelo telefone, e pela webcam. - As vezes eu tinha que me
consolar.
– Vai falar comigo todos os dias, não vai? - Edward parecia Jully, quando
queria alguma coisa.
– Vou. Sabe que vou. - Ele sorriu. - Agora vou para o banho, seja um garoto
bonzinho e fique aqui.
– Ok, vou tomar banho no outro quarto. Depois te encontro aqui. - Concordei
com a cabeça, catei meu moletom jogado no chão e fui para o banho.
Edward já estava vestido e com os cabelos escorridos quando saí do banheiro.
Coloquei uma regata e uma jaqueta quente por cima. Edward as vezes me olhava
triste, como se nunca mais fosse me ver, ou como se eu fosse fugir, era impossível
não querer beijá-lo o vendo daquele jeito.
– Não me olhe assim. Eu preciso ir Edward. - Ele abriu um sorriso.
– Me desculpe. - Ele veio ao meu encontro. - Olha, eu tenho uma coisa para
você, é de Natal. - Ele tirou um pacotinho do bolso e eu o lancei um olhar de censura.
– Não acredito, vocês querem por favor parar de me dar presente? Já não
basta os de aniversário? - Ele sorriu.
– Esse é de Natal. Papai Noel pediu para te entregar, já que foi uma boa
menina durante o ano. - Dei risada e peguei o pacotinho de suas mãos.
Rasguei rápido, e encontrei uma caixinha de joia. Se Edward continuasse
assim, iria a falência cedo, cedo. Abri a caixinha e encontrei uma pulseirinha de prata,
cheia de coraçõezinhos que imitavam diamantes, pelo menos eu torcia para que
imitassem.
– É linda. - Murmurei admirando.
– É uma tornozeleira. Já que no Brasil é verão, eu acho bonito. - Explicou, me
fazendo sorrir. Tirei ela de dentro da caixa.
– Sabe que não deveria ter feito isso. - Ele rolou os olhos.
– De nada Bella. - Dei rizada.
– Ataca aqui no meu braço, quando eu chegar no Brasil e por um shorts eu
passo para o tornozelo. - Pedi lhe entregando a tornozeleira. E assim ele fez, colocou
no meu braço direito, em seguida me puxou para um beijo.
– Também tenho uma coisa para você. - Murmurei me afastando dele, ele me
lançou um olhar de curiosidade. Fui até minha mochila e peguei a caixinha, caminhei
até ele e lhe estendi o presente.
– O que é? - Eu ri.
– Abre. - Ele não teve muita paciência com o papel de presente. Edward abriu
um largo sorriso ao ver do que se tratava.
– É para você nunca esquecer de nós duas. O outro está sem foto, o dia que
você encontrar alguém que conquiste seu coração, você põe ai. - Foi exatamente
aquilo que ele me disse, quando me deu a corrente.
– É igual ao seu. - Disse tocando na minha correntinha. Eu sorri.
– Um pouco diferente, o seu é mais envelhecido. - Ele não me deixou
terminar de falar e me atacou. Me beijou fervorosamente e eu esqueci qualquer coisa
que estava falando.
– Obrigado. - Murmurou entre os beijos. - Obrigado, é o melhor presente que
já ganhei. - Eu ri.
– Exagerado. - Falei o abraçando.
– Agora você tem que atacar para mim. - Eu peguei a corrente das mãos dele e
o mandei sentar na cama. Ele me obedeceu, e depois ficou um tempo olhando para a
foto da corrente, sorrindo feito bobo.
Peguei minha mochila, minha mala e meu violão, dei mais um beijo em
Edward e descemos.
A casa dos Cullens, estava tão decorada para o natal que eu até me sentia no
polo norte. Eles estavam todos na cozinha, preparando alguma coisa. Era incrível
todos estarem de pé aquelas horas da manhã.
Todos pararam o que estavam fazendo ao me ver.
Peguei uma maça e olhei no celular, vendo que não daria tempo para um café.
– Então é isso pessoal, vejo vocês ano que vem. - Murmurei e eles se
enfileiraram para me abraçar. Me desejaram feliz natal, e me entregaram presentes,
além de perguntarem mais um vez se eu não queria ficar.
A única pessoa que não se aproximou foi Jully, ela brincava com o cereal do
prato sem olhar para nós.
– Obrigada pelos presentes de natal, mas uma vez não precisava. Como eu sou
zero em criatividade de presentes, eu comprei a mesma coisa para todos. - Tirei um
pacote amarelo de papel de dentro da mochila e entreguei a Carlisle. - São as
passagens aéreas de todos vocês para o Brasil, e as hospedagens são por minha conta.
Expira em março, então não demorem a se organizar. - Eles começaram com uma
falaçada sem fim, me abraçaram de novo e me agradeceram, e de novo me
abraçaram. Acabei perdendo mais cinco minutos ali.
Jully não ousava se aproximar. Enquanto eles tagarelavam empolgados vendo
os folders do hotel, eu fui até ela. Me ajoelhei ao lado de sua cadeira, mas ela
continuava olhando para frente.
– Não vi me dizer tchau? - Perguntei e não obtive resposta. - Sabe que eu
preciso ir não sabe? - Ela confirmou com a cabeça. Dei um beijo em seu rosto, e as
lágrimas começaram a escorrer.
– Hey não chore. - Ela se abraçou a mim e eu levantei dali com ela no colo.
Ela escondeu o rosto nos meus cabelos e só o que eu ouvia eram seu soluços. Aquilo
acabava comigo. - Por favor Jully, não faça isso. Eu preciso ir querida.
– E se você não voltar? E se quiser ficar por lá? Lá é sua casa não é? - Ela
dizia em meio a soluços e lágrimas. A essas alturas todos nos assistiam.
– Eu vou voltar. Lá não é minha casa, é a casa dos meus pais. São só duas
semanas. Eu prometo. - Ela apertava os braços em meu pescoço.
– Mas eu vou sentir sua falta. Falta do seu colinho. - Ela dizia me apertando
cada vez mais. Jully conseguia me deixar sem defesa alguma.
– Também vou senti sua falta. Mas podemos nos falar pelo telefone e vamos
nos ver pela webcam. - Ela não parecia nada empolgada. - São só duas semanas eu
prometo a você. Olha, eu comprei um presente para você, presente de natal.
– Eu não quero presente. Só quero que você fique. Por favor. - Eu não tinha
mas o que dizer, ver Jully chorando me deixava sem saber o que fazer. Mas eu teria
que negar aquilo.
– Eu não posso princesa. Preciso ver minha mãe, meu pai, meu irmão. Eu
sinto falta deles. Por favor Jully, me deixe ir, não faça isso comigo. Te ver desse jeito
parte meu coração. Vou ficar triste, se eu for embora com você desse jeito. - Ela foi se
acalmando aos poucos, seus soluços fora diminuindo até passarem completamente.
Ela soltou um suspiro, e levantou a cabeça para me olhar. Seus olhos estavam
vermelhos, assim como seu nariz, uma lágrima solitária ainda rolou. Limpei com meu
dedo e beijei sua testa.
– Vai voltar mesmo, não vai? - Perguntou fazendo biquinho para chorar de
novo.
– Claro que vou. Tenho faculdade para continuar, lugares para tocar, reuniões
da fraternidade, ensaios da banda. E o mais importante, você. Você está aqui, então
com certeza vou voltar. - Ela tentou sorrir. - Olha, para que acredite em mim, vou
deixar meu violão.
– O que ganhou da sua prima? - Ela quis saber.
– É, esse mesmo. Sempre carrego ele comigo, ele é muito importante. Lembra
que já te disse isso? - Ela confirmou. - Então, vou deixar aqui com você, o dia que eu
voltar, você me devolve. Combinado? - Ela afirmou com a cabeça outra vez.
– Combinado. - Beijei seu rosto.
– Agora eu vou então. Seu presente está de baixo da árvore, você abre no
natal. Certo?
– Certo. - Eu via lágrimas contidas em seus olhos.
– Então me da um beijo. - Ela beijou meu rosto, suspirou e me abraçou de
novo.
– Eu amo você. - Murmurou me fazendo sorrir.
– Sabe que eu também amo você, não sabe?
– Uhum. - Murmurou com a voz embargada.
– Não faria nada para te magoar pequena, nada. Meu coração vai ficar aqui
com você. - Murmurei, para que só ela ouvisse. Carlisle se aproximou, sorrindo de
toda a cena.
– Vem Jully, Bella precisa ir. Ela vai voltar querida, tenho certeza que vai. -
Carlisle explicou. Ela se soltou do abraço e foi com Carlisle. Dei um beijo em sua
testa e sequei outra lágrima.
– Tchau. - Falei esboçando um sorriso.
– Tchau. - Ela também tentou sorrir.
O pessoal ainda continuava parado nos observando. Suspirei fundo, peguei
minhas coisas e dei as costas para eles. Eu odiava despedidas, principalmente por
deixar a garota triste. Eu daria tudo para não vê-la daquele jeito. Aquilo também
acabava me deixando triste. Eu queria voltar lá para dentro a abraçar e trazê-la
comigo, mas sabia que não podia, afinal ela também tinha uma família.
Entrei no carro sem dizer nada. Edward segurou meu queixo e me fez encará-
lo.
– Não se preocupe, ela vai ficar bem. - Concordei com a cabeça.
Chegamos no aeroporto em cima da hora, já estavam chamando pelo meu
voo. Apressamos os passos, Edward segurava minha mala e uma mão, e minha mão
em outra.
Peguei meu mp3 dentro da mochila e meus óculos, já pesando na chegada.
– Agora é comigo. - Murmurei. Ele me puxou para um abraço.
– Se eu chorar como Jully, você fica? - Eu ri.
– Não, eu preciso ir. Pare com isso, você me faz sentir mal. - Ele beijou o topo
da minha cabeça.
– Certo, vou ser um bom menino. - Edward tentou sorri. - Eu já sinto sua
falta.
– 14 dias Edward, precisamos ser fortes. Falo com você por telefone. Cuide
da garota ok?
– Entendido capitão. Vou cuidar dela, não se preocupe conosco. - Levantei
meus pé para poder alcançar sua boca e o beijei. Ouvi chamarem o voo de novo.
– Se cuida Cullen. Vejo você em janeiro. - Eu me afastei e ele me puxou para
mais um beijo.
– Não vá arrumar um brasileiro. - Não sei se disse brincado, ou não.
– Nem você uma americana. - Suspirei e larguei sua mão. - A gente se fala
Cullen... - Eu queria ter dito muitas cosas, algumas completamente sem cabimento,
que me faziam me perguntar, qual era meu problema. Então acabei não dizendo nada.
Sorri e dei as costas para ele. Eu não quis olhar para trás, porque aquilo seria
horrível. Eu tinha que me convencer toda hora que seriam só duas semanas, que tudo
ficaria bem e que eu não sentiria tanta falta dele assim. Mas uma parte irritante da
minha consciência, berrava que aquilo não era verdade. Estava cada dia mais difícil
ignorá-la, e não pensar sobre tudo, mas eu ainda conseguia.
A maior parte do voo eu passei lendo, ganhei alguns livros e estava os
devorando, era a melhor forma de passar o tempo. Eu não entendia porque os Cullens
gostavam tanto de vampiro, Emmett me deu uma coleção sobre aquilo. Academia de
vampiro era o nome, e eu estava completamente viciada. Lia aquilo sem parar,
quando tinha um tempinho. Resumindo, quando Edward não estava por perto.
Quando acabei de ler o livro, me xinguei mentalmente, por não ter posto os
outros na mochila, graças a isso eu estava sem nada para fazer. Resolvi fechar os
olhos e tentar relaxar um pouco.
Depois do que me pareceu uma eternidade, finalmente estava apertando os
cintos para aterrissar.
Meu coração começou a acelerar conforme o avião descia. Eu estava em casa,
e aquilo era bom e estranho.
Tirei meu casaco antes de descer e o pendurei na cintura. Coloquei meus
óculos e me espreguicei.
Já estava anoitecendo no Brasil, senti o calor familiar ao colocar meus pés
para fora do avião. Sim com toda certeza, eu estava em casa e aquilo me fez sorrir.
Estiquei os braços sentindo os raios de sol que ainda restavam, depois
caminhei tranquilamente até o saguão e de longe avistei Charlie e Bernardo.
Charlie correu ao meu encontro, me abraçou e me girou, me fazendo sorrir.
Depois de me largar, ele voltou a me abraçar, e me encheu de beijos.
Quando desviei meus olhos para Bernardo vi que ele sorria. Me larguei de
Charlie e fui até ele, me abaixando para ficar da sua altura, do mesmo jeito que fazia
com Jully.
– Hey garoto, você parece ter crescido. - Ele sorriu e eu sorri junto. Meu
sorriso pareceu ter o deixado admirado.
– Senti sua falta. - Ele murmurou envergonhado. Eu o puxei para mim e o
abracei, aquele estava sendo nosso segundo abraço.
– Também senti sua falta. Trouxe algumas coisas para você. - Acho que por
impulso ele beijou meu rosto, logo em seguida ele enrijeceu, me fazendo gargalhar.
Aquilo pareceu surpreendê-lo ainda mais, ele me encarou, para ter certeza que a
risada tinha mesmo saído de mim. Acabei rindo ainda mais e em seguida beijei seu
rosto. Tudo o que eu fazia parecia o surpreender.
Levantei do chão e peguei sua mão. Charlie observava tudo sorrindo, quase
emocionado. Ele pegou minha mala com uma mão, e a outra ele segurou a minha
mão..
– Vamos para casa. - Disse nos rebocando de lá.
Charlie contava sobre os preparativos para o natal e parecia animado. Quando
saímos da parte segura, dois paparazzis apareceram. Peguei Bernardo no colo, para
andarmos mais rápido.
– Olá Isa, sentiu nossa falta? - Um dele me perguntou, acabei sorrindo.
– Não, eu não senti. - Respondi.
– Nós sentimos a sua. - Outro cara falou e eu ri de novo.
– Posso apostar que sentiram.
– Aonde você estava?
– Por ai. - Eles estavam cada vez mais perto, o que fazia Charlie resmungar.
– Está no Brasil a passeio ou voltou?
– Estava mesmo em uma clinica de reabilitação?
– Conseguiu finalmente se livrar das drogas?
– Vai visitar Jake na prisão? - Eles eram dois, mas perguntavam por dez. As
perguntas iam sendo jogadas sem pausa. As câmeras deles, estavam quase no meu
rosto, e eles tiveram sorte, por eu estar de bom humor.
– Por favor gente, só me deixem entrar no carro ok? - Pedi. Milagrosamente
eles pararam aonde estavam, e nos deixaram ir, me joguei para dentro da BMW junto
com Bernardo, que estava de cara fechada. Charlie entrou em seguida e sentou-se na
frente.
– Olá Paulo. - Cumprimentei o motorista.
– Oi Isa, senti sua falta garota. - Eu gostava de Paulo, era o único que me
deixava em paz, não tentava puxar assunto, nem me agradar. Ele deixou eu curtir
minha depressão em paz.
– Também senti a sua Paulo. - O vi sorrindo pelo retrovisor.
– Paulo, nós vamos passar em Copacabana, antes de seguir para Búzios. -
Charlie avisou.
Contei para ele como foi o resto do meu ano nos Estados Unidos. Da minha
festa de aniversário, da festa halloween, do noivado de Alice e do porre de Carlisle. O
último dia de aula e o aniversário de Jully. Bernardo prestava atenção em tudo.
Estava contando sobre como foi difícil ter deixado a garota chorando, quando
chegamos em casa. Meu coração bateu forte ao pensar em Renée.
– Ela sabe que foram me buscar? - Perguntei a Charlie.
– Quando saí ela não estava em casa. Acho que ela pensa que você só chega
mais tarde. - Murmurou de mal gosto.
– Ok, me deixem ir na frente. - Eles concordaram. Paulo abriu o portão e
estacionou, mas os três ficaram dentro do carro. Eu saí e corri até a porta. Bati muitas
vezes, insistentemente, e bem forte. Já estava quase desistindo de bater, talvez ela não
estivesse em casa. Mas eu ouvi algum resmungo, o que me fez voltar a bater e mais
forte.
– Charlie, acha que eu sou surda? - Eu ri, a ouvindo destravar a porta.
– Esqueceu a cha... - Quando ela me viu, sua frase morreu e seus olhos se
encheram de lágrimas.
Renée literalmente se jogou em meus braços e começou a chorar. Eu a
abraçava forte, de olhos fechados, matando a saudade.
– Deus do céu, como senti sua falta. - Ela murmurava sem parar e sem me
largar.
– Também senti muito sua falta mãe. Muita. - Murmurei. Ela não conseguia
parar de chorar, ficamos uns bom cinco minutos abraçadas.
– Deixa eu olhar pra você. - Ela se afastou minimamente. Abri os braços junto
com um sorriso.
– Você cresceu. Tem se alimentado direito? - Dei uma gargalhada e aquilo
pareceu assustá-la.
– Eu não cresci mãe, eu não cresço mais. Só se for para os lados. E sim, tenho
me alimentado muito bem.
– Você gargalhou? Céus, eu estou sonhando? - Eu ri de novo.
– Sim eu gargalhei. E não, acho que não está sonhando. Se está sonhando
estamos no mesmo sonho. - Ela me abraçou de novo e começou a distribuir beijos
pelo meu rosto.
– Não tenho como explicar o tamanho da falta que me fez. - Eu sorri e beijei
seu rosto.
Charlie e Bernardo apareceram, Renée se recusava a me largar.
– Quer pegar alguma coisa Isa, ou já podemos ir para Búzios? - Me soltei do
abraço de Renée e me voltei para Charlie. Analisei os dois, que nem se encaravam.
– Só meu violão velho. Deixe o outro com Jully. - Charlie pareceu não
entender. - Ela estava desesperada pensando que não votaria. Tive que deixá-lo como
garantia. - Charlie sorriu.
– Certo. Corre lá e pega ele então. E você Bernardo? Não quer pegar nada? -
Charlie perguntou.
– Não, já está tudo lá. - Tirei de dentro da mochila, o o boné que Edward
mandou para ele.
– Olha, Edward mandou para você. - Coloquei o boné dos Dodgers na cabeça
do garoto. - É de um time de beisebol. - Ele sorriu e pegou o boné para analisá-lo.
– Obrigado. - Ele abraçou minhas pernas, me lembrando Jully.
– Agradeça Edward, meu presente ainda não te dei. Só amanhã. - Ele sorriu, já
sabendo do que se ratava. - Agora me deixa pegar o violão. - Renée ainda secava as
lágrimas me fazendo sorrir, dei mais um beijo nela e segui para dentro de casa.
Meu quarto estava exatamente do jeito que deixe, nada fora do lugar. A
primeira coisa que vi, foi o quadro gigante de Jane e eu, quando eramos crianças.
Sorri e caminhei até ele, parando na sua frente. Suspirei e acabei sorrindo. Era
impossível entrar naquele quarto e não lembrar dela, meu quarto era nosso refugio.
– Olá Jannie, estou de volta. - Murmurei para a foto.
– Aonde quer que ela esteja, ela sabe. - Renée entrou no quarto, me
surpreendendo. Voltei a suspirar e tirei meus olhos do quadro.
– É, espero que saiba. - Murmurei, e fui de encontro ao painel de fotos.
Toda nossa evolução estava no meu painel de fotos. Nós duas bebês, crianças,
no primeiro dia de aula.
Sorri ao ver uma foto em que mostrávamos um sorriso meio banguela.
Continuei a analisar as fotos. Nós duas em várias festas, com amigos, na
praia, tocando violão. Meus olhos acabaram em uma de quando eu estava grávida.
Peguei aquela foto do painel. Jane e Nando beijavam minha barriga, enquanto
eu sorria gigante.
A vida era uma coisa realmente inacreditável. Como as coisas podiam acabar
assim? Da noite pra o dia? Tinham quatro vidas ali naquela foto e de repente restaram
duas.
Suspirei e caminhei até a agaveta, abri e joguei aquela foto lá dentro. Ouvia
Renée chorando.
– Qual seu problema mãe? - Me virei para ela que instantaneamente me
abraçou.
– Me desculpe, eu sinto muito. - Ela realmente estava com problemas. Se
desculpando comigo?
– Sente muito pelo que? Não entendo. - Passei a mão em seus cabelos.
– Por tudo. Pelo acidente, pela criança, por tudo. Me desculpe.
– Fica calma mãe, você não tem culpa de nada. Para com isso.
– Eu vi você tentar suicídio por duas vezes. Vi você se atormentando todos os
dias. Seus pesadelos e insônias. Vi e não fiz nada, não faço nada. - Eu entendia cada
vez menos. Renée não dizia coisa com coisa. Ela deveria estar daquele jeito, por
causa da separação. Era a única resposta lógica.
– Mãe, por favor para com isso. Você não podia fazer nada. Charlie não podia
fazer nada. Dependia de mim.
Olha, eu já estou melhor. Os pesadelos ainda continuam, mas de resto, eu já
me sinto outra pessoa. E não se preocupe quanto ao suicído, isso não vai mais
acontecer, eu te prometo.
Agora para de chorar, Jully já chorou quase me impedindo de vir. Agora
chego aqui e você fica assim. Pensei que ficaria feliz e não que cairia no choro. - Ela
finalmente começou a se acalmar e secou as lágrimas.
– Estou muito feliz. Acredite. - Eu sorri, e sequei uma lágrima que ainda caía.
Beijei seu rosto e me afastei. Peguei meu violão e a puxei pela mão.
– Agora vamos. Sinto falta de Búzios. E comportem-se, você e Charlie.
Vamos ter um natal e ano novo em paz, certo? - Ela sorriu concordando.
Charlie e Bernardo nos esperavam impacientes no sofá da sala. Quando viu
que Renée tinha chorado, Bernardo se jogou no colo dela, o que fez ela quase chorar
de novo. Charlie e eu suspiramos juntos.
– Vamos? -`Perguntei.
– Sim. Vamos ser rápidos ok? Tem uns 5 idiotas com câmeras nas mãos,
grudados no nosso portão. Parece que a notícia que está de volta se alastrou. - Eu
sorri.
– Por isso que amo os Estados Unidos.
Entramos rapidamente no carro. Charlie foi na frente com Paulo, enquanto
nós 3 fomos atrás.
Renée sentada no meio, abraçada comigo e Bernardo. Os fotógrafos se
amontoaram quando o carro saiu de casa.
– Os Swan estão completos. - Minha mãe murmurou. Eu sorri.
– É, estou tão feliz por isso, que seria capaz de baixar o vidro e falar com eles.
- Paulo riu e meu pai não acreditou. O que me fez mesmo baixar o vidro. Renée me
olhava incrédula.
– Isa, Isa, como se sente estando de volta? - Eu sorri de novo.
– Bem.
– Você prece feliz. - Outro gritou.
– É, eu estou feliz.
– Vão passar as festas em Búzios?
– Claro, tudo para ficar longe de vocês. - Eu disse rindo e eles me
acompanharam.
– Voltou para ficar, ou está de passagem?
– Passagem. - O carro, já estava em movimento.
– E Jacob? Vai visitá-lo na cadeia? - Meu humor acabou.
– Pergunta errada amigo. - Murmurei antes de fechar o vidro.
Paulo acelerou e o silêncio se fez presente, como sempre acontecia quando o
nome Jacob, era mencionado. Bufei e passei os dedos pelos cabelos. Renée puxou
meu braço, e seus olhos pararam no presente que Edward me deu.
– É linda, aonde comprou? - Perguntando analisando mais de perto.
–Na verdade não comprei. Ganhei de Edward. - Ela sorriu. - Presente de natal.
- Ela continuou sorrindo. - E é uma tornozeleira, quando me livrar dessa calça e
desses tênis eu ponho.
– É linda.
– É, eu sei. - Renée me olhava analisando e aquilo me deixa sem jeito.
– E o que de para ele? - Perguntou por fim.
– Uma corrente igual a minha. - Tirei de dentro da regata e mostrei a Renée.
Como ela era brasileira, não se contentou em ver, teve que puxar da minha mão, me
fazendo sorrir. O sorriso dela também apareceu.
– Essa é Jully? - Eu sorri.
– É. Precisa conhecê-la mãe, você vai se apaixonar. Ela é um amor. - O sorriso
de Renée cresceu.
– E esse bonitão aqui, ninguém mais deve ser do que Edward, certo? - Voltei a
sorrir.
– Exatamente. Ele me deu no meu aniversário. - Ela voltou a me analisar e
sorrir. Não gostei nada, nada, daquele sorriso e daquele olhar. Resolvi esclarecer as
coisas, antes de ouvir besteiras.
– Não é o que está pensando. Não se anime, não fale besteiras, não comece a
sorrir e não me olhe assim. Somos só amigos.
– Amigos... - Ela repetiu, não acreditando.
– Exatamente. Nada mais que isso. - Era visível que ela não acreditava
naquilo. Resolvi mudar de assunto antes que viessem perguntas.
– Hey Paulo e seu Botafogo? Como se saiu esse ano? - Perguntei. Charlie deu
risada, percebendo o que eu fiz. Mas acabou entrando na conversa também, falamos
sobre futebol, boa parte do trajeto. Descobri que falando sobre esse assunto, minha
mãe e meu pai interagiam. Muitas vezes concordavam, como era antigamente. Só que
agora, ele não a abraçava e nem falava nada carinhoso, quando discordavam de algo.
Já era noite quando chegamos em Búzios, a recepção da pousada estava toda
iluminada com os pisca-piscas. Renée me fez sair do carro, e ir até a recepção
cumprimentar Helena, a gerente da pousada. Acho que nos conhecíamos desde
quando eu me entendia por gente. Depois disso voltamos para o carro, e Paulo nos
levou até nossa casa, que ficava em um espaço separado, longe dos outros
chalezinhos.
Era uma casa grande, de dois pavimentos, e feita de madeira, que lhe dava um
ar rústico. Os quartos ficavam na parte de cima, eram quatro suítes e a minha ficava
de frente para o mar. Embaixo tinha uma espaçosa cozinha, e uma sala enorme.
Ao ver a casa de longe, eu acabei lembrando do sonho de Jully e tive que
sorrir.
Assim que entrei em casa, fui direto para o banho. Coloquei um shorts, uma
regata, prendi meus cabelos e passei minha tornozeleira, para o tornozelo. Dispensei
qualquer chinelo, eu adorava andar descalço no verão. Depois fui para cozinha,
precisava alimentar meu estômago.
Charlie estava preparando um peixe grelhado, e Renée cuidando dos
acompanhamentos. Percebi que aquilo ainda demoraria um tempo, então ataquei a
geladeira.
Comi quatro sanduíches, como muito queijo e presunto. Renée fez suco de
maracujá, e eu acabei quase tomando toda a jarra.
– Parece que tem alguém com muita fome. - Ela comentou rindo.
– Muita. Nem tomei café da manha hoje, só lambisquei alguma coisa no
avião, mas nada que realmente sustentasse meu estômago guloso. - Bernardo foi se
chegando aos pouco e sentou-se ao meu lado. Acho que ele ainda não tinha se
acostumado comigo sorridente e falante.
– Eles sabem falar português? - Se referiu aos Cullens.
– Rose sabe, ela fala muito bem. Carlisle, Edward e Jully estão aprendendo. A
garota é esperta, rapidinho vai aprender. E você? Como vai no inglês?
– Acho que bem. - Respondeu incerto me fazendo sorrir.
– Mais tarde vou falar com eles na web, você pode me acompanhar e ver o
quanto entende. - Ele pareceu animado.
– Vai se demais.- Eu sorri.
– É, pode apostar. Jully pareceu interessada em conhecer você, quando disse
que você era um gatão. - Bernardo ficou vermelho.
– Você me acha um gatão? - Ele não tinha certeza, se eu disse aquilo. Dei uma
alta gargalhada.
– Acho, claro que acho. Vivem dizendo que você é minha cópia, tirando esses
seus cabelos escuros é claro. Mas de qualquer forma, eu sou gatona, então você é
gatão. - Foi a vez dele sorrir.
– Você se acha garota. - Murmurou me fazendo rir de novo.
– Me diga Isa, como estão todos por lá? - Charlie apareceu na cozinha com
uma cerveja na mão. Eu me perguntava se o todos que ele queria dizer, tinha algo
haver com Elizabeth.
– Estão bem. Vão passar o réveillon em Vegas e o natal vão ficar por Malibu
mesmo. - Respondi sem dar mais detalhes.
Conversamos sobre muitas coisas diferentes, Renée e Charlie me atualizaram
sobre a vida política, social e artística do país. Era increível como muitas coisas
mudavam em seis meses.
Chegamos no assunto sobre o natal que seria no dia seguinte. Tio Billy e tia
Júlia viriam para o natal e aquilo me deixava um pouco nervosa. Até meus avós
maternos apareceriam, aquilo era realmente incrível, já que viviam viajando e quase
não paravam mais no Brasil.
Já que os pais da minha mãe viriam, os do meu pai provavelmente não viram.
Eu não sabia exatamente porque, mas eles não se davam bem. Na verdade eu até
imagina o porque, mas nunca me meti no assunto.
Já passava das 22:00 quando começamos a jantar. O peixe de Charlie ficou da
hora, tive que repetir duas vezes. Foi inevitável não lembrar o que os Cullens diriam
me vendo devorar a comida daquele jeito.
Ajudei Renée com a louça depois do jantar e em seguida rumei para meu
quarto.
Já deveria ser 18:00 na Califórnia, liguei meu computador e conectei a
internet, Edward e Jully já me esperavam.
Be apareceu no meu quarto, Jully e Edward, comentaram que ele era a minha
cara. Bernardo parecia vidrado na garota, os dois conversaram timidamente, as vezes
se entendiam as vezes não, eu servia de interprete para os três.
Conversamos por uns vinte minutos, até Renée chegar com o sorvete, que
tinha ido buscar. Nos despedimos dos Cullens, e eu prometi ligar para eles no dia
seguinte, caso não aparecesse pela internet.
Arrastei Bernardo pela mão até a cozinha, já que ele continuava parado na
frente do computador, fazendo Edward gargalhar.
Charlie e Renée estavam na cozinha em um silêncio profundo. Ele fingia
prestar atenção na TV e ela tentava abrir o pote de sorvete.
– Então mãe. - Tentei puxar um assunto. - Quando acaba de gravar a novela?
– Fevereiro ou março. - Contou ainda concentrada no pote.
– E depois? Vai tirar férias? - Charlie deu uma risada cínica a fazendo bufar.
– Acho que sim. Quem sabe eu não vá te visitar nos Estados Unidos. - Ela
estava provocando Charlie, ele bufou. Nós sabíamos que ela odiava avião e os evitava
ao máximo.
– Seria legal. - Falei sincera.
– Talvez você possa levar o Mayer. - Charlie murmurou e ela de algum jeito
acabou se cortando com o plastico.
– Claro, enquanto isso você fica por aqui com alguma garotinha do colegial. -
Ela respondeu.
– Parem os dois. - Ordenei e puxei a mão dela. - Deixa eu ver esse dedo. -
Liguei a torneira da pia. - Como conseguiu se cortar assim Renée? - Pela primeira vez
Charlie desviou o olhar da TV, e se virou para nós. Botei a mão dela de baixo d'água.
– Pega um band-aid para mim pai. - Ele obedeceu prontamente e menos de
meio minuto depois, apareceu com mertiolate e band-aid. - Ele me entregou e ficou
por perto. Desliguei a água e me afastei um pouco.
– Faça isso você. - Falei para Charlie. - Sabe que não gosto muito de
machucados. - Só porque eu cortei meus pulsos, não significava que eu adorava
machucados. Sempre sentia uma tontura quando via algo assim.
– Deixa que eu faço. - Ela murmurou, mas Charlie segurou sua mão e a
encarou por alguns segundos, até ela desviar o olhar.
– Acho que já sei quem você puxou tão desastrada. - Ele falou com ternura
enquanto cuidava do dedo dela. Aquilo nos fez sorrir. Era perceptível que eles ainda
se gostavam e muito. Eu via isso, sabia que estaria fazendo uma burrada com essa
história de separação.
Renée estava sofrendo, nunca a tinha visto daquele jeito, chorando por nada,
provocando meu pai. Ela só precisava se abrir com ele e o teria de volta, era óbvio.
Ele tratava lentamente do dedo dela, e eu sabia exatamente o porque. Aquele
era o único momento que conseguia uma aproximação.
Ele finalmente colocou o band-aid mas continuou segurando sua mão, ela
estava rendida, era visível. Mas foi só Bernardo dizer que queria sorvete que os dois
voltaram ao normal. A mão dela logo largou a de Charlie. Ele guardou tudo e voltou
para a TV.
Levei o pote de sorvete e eu mesmo abri e servi Bernardo. Renée pareceu
desistir do sorvete e foi para o quarto, meu irmão estava morrendo de vontade de ir
atrás dela, era nítido.
– Vá lá. - Murmurei para ele, que foi correndo. Já eu sentei ao lado de Charlie.
– Realmente as baleias em extinção são um assunto muito interessante. -
Murmurei para ele, que voltou o olhar para mim.
– Como? - Eu ri.
– O que você está assistindo na TV. As baleias em extinção - Ele sorriu.
– Sabe que não estou prestando atenção.
– Anda pegando mais garotinhas? - Ele deitou a cabeça em minhas pernas,
como Jully fazia, só que ele não era uma criança.
– Não. Aquele dia nos Cullens foi a última vez. - Passei minha mão em seus
cabelos.
– A garotinha que quer, parece que se perdeu de você, não é mesmo? - Ele
afirmou com a cabeça e uma lágrima acabou escapulindo.
– Eu a amo tanto. - Se lamentou.
– Sei que ama. Sei também que ela ama você, mas realmente esconde algo.
– Acho que ela prefere morrer a dizer qualquer coisa. Eu não tenho mais
forças Isa - Outa lágrima escapou dos seus olhos. Beijei sua testa e continuei
acariciando seus cabelos.
– Descanse pai, vamos pensar em alguma coisa. - Ele fechou os olhos e eu
continuei com o cafuné, minutos depois ele ressonava, me fazendo sorrir.
Mudei o canal da TV e acabou parando em um de fofocas do Brasil, minha
foto estava por lá, atrás de um apresentador babaca. Fotos de mais cedo começaram a
aparecer na tela.
"Ela voltou, Isa Marie, está de volta. Foi fotografada deixando o aeroporto
internacional Antônio Carlos Jobim, na tarde de hoje.
Sorridente como a muito tempo não se via, ela foi simpática com os
paparazzis, mas não quis dizer aonde estava.
Charlie Swan e o pequeno Bernardo a acompanhavam. O trio seguiu para a
casa em Copacabana, aonde encontraram com Renée Swan e logo seguiram para
Búzios.
Surpreendentemente, Isa baixou o vidro do carro e voltou a ser simpática
com os paparazzis. Mas o nome Jacob, fez com que ela fechasse a cara e o vidro
rapidinho.
A família Swan passará as festas em Búzios, onde estão livre de assédios da
imprensa. O comentário que existe por ai, é que será o último natal e réveillon da
família Swan, unida, já que Charlie e Renée, estão cada vez mais distantes."
Mudei de canal, não queria mais ouvi sobre aquilo. O relacionamento de
meus pais estava na mídia, na boca de todo o Brasil, eu odiava aquilo. Por isso odiava
ser famosa, as pessoas perdiam completamente a privacidade.
Os dois não mereciam aquilo, as coisas já estavam bem ruins em casa, e
aquelas fofocas só faziam piorar tudo. Coloquei em um canal da TV a cabo, aonde
com certeza ninguém nem imaginava quem era a família Swan.
Acabei parando na discovery, aonde passava o especial sobre vampiros de
novo, sorri e resolvi assistir aquilo.
Depois da discovery, vi um filme e depois outro filme, já estava quase
amanhecendo quando resolvi ir dormir.
Acordei Charlie e fui abraçada com ele até seu novo quarto, o de hospedes.
Tirei seus sapatos e meias, sua camiseta e coloquei seu pijama. Liguei o ar e o tapei.
Sorri ao me dar conta que eu parecia a mãe. Depois de beijar sua testa fui para
meu quarto.
Dei uma espiada na webcam que deixei ligada, como Edward pediu. Mas
estava tudo escuro, o que significava que ele estava dormindo.
Tomei um banho rápido, coloquei uma camiseta e caí exausta na cama. Acho
que já passavam das 9 quando acordei gritando e Renée veio correndo. Ela me
abraçou, beijou e disse que estava tudo bem, eu não disse nada, só me desvencilhei
dos seus braços e levantei.
Bernardo espiava tudo pela porta, que estava entre aberta. Passei por ele
bocejando e lhe desejei bom dia.
Fui até a cozinha em busca de um copo d'água e encontrei Charlie que se
preparava para ir surfar, o convenci a esperar por mim.
Coloquei um biquíni e me enchi de protetor.
Peguei uma banana, dei um beijo em Renée, baguncei os cabelos de Bernardo
e saí com Charlie.
Nas praias não tínhamos como evitar os flashs. Charlie dirigiu até Geribá,
uma praia de surfistas. A primeira coisa que aconteceu quando saímos do carro, foi
um flash. Não respondi mais as perguntas deles, mas também não estava de mal
humor, pegamos nossas pranchas e fomos para beira do mar. Depois dos
alongamentos caímos na água.
Surfamos muito, por horas a fio. Charlie explodia de rir com meus caldos, de
vez em quando perguntava se eu tinha desaprendido, mas eu o ignorava.
Já passava das 14:00 quando saímos da água. Ele me levou para almoçar em
um restaurante ali perto, tomamos uma ducha e eu coloque uma camiseta por cima,
para poder entrar no restaurante.
Comemos muitos frutos do amar, acho que comer daquele jeito era até
pecado. Charlie e eu estávamos nos divertindo e eu acabava até esquecendo que
estava sendo fotografada.
Depois do almoço, ficamos no barzinho ali do lado. Tomamos alguns choops,
e conversamos sobre minha moto. Ele estava feliz por eu ter conseguido dirigir a
moto.
Acho que demorou até sermos reconhecidos, ou até Charlie ser reconhecido,
mas quando isso aconteceu, não paramos mais de tirar fotos. até autógrafos tive que
dar.
Me espantei quando vi no relógio que já eram 19:00 horas. Em plena véspera
de natal, Renée deveria estar bufando em casa. Charlie pagou a conta rapidamente e
seguimos para casa.
Fomos salvos pelos meus avós que já estavam por lá. Minha mãe nos olhou de
canto e nos mandou para o banho. Mas Glória Volturi, minha avó, não queria me
largar. Ela insistia em dizer que eu tinha crescido e que eu estava magra demais.
Victor, meu avô teve que me puxar dos braços dela, para poder me abraçar.
Ele disse que eu estava linda daquele jeito e que meu sorriso estava de volta. Disse
também que estava na hora de eu arrumar um namorado, me fazendo rolar os olhos.
Quando eles me liberaram, saí cantarolando indo em direção ao quarto.
– He jacked a little bitty baby, The man has got to be insane. - Eu cantava de
olhos fechados, e estalava nos dedos. - They say the spell that he was under, the
lightning and the thunder knew that someone had to stop the rain... - Quando abri
meus olhos eu petrifiquei e qualquer cantoria sumiu, talvez eu não soubesse mais
como falar.
Tia Júlia estava saindo do meu quarto. Ela sorria gigante, provavelmente com
minha cantoria. Já eu, não conseguia me mover. Eu sabia que ela viria, mas não sabia
que já estava ali, eu ainda não estava preparada.
– Isa, você cresceu. - Ao ver que eu estava muda, ela se pronunciou.
– Acho que não cresço mais faz algum tempo. - Consegui murmurar. Ela
sorriu ainda mais e abriu os braços. Os olhos dela eram tão azuis, quanto os de Jane.
– Vamos Isa, sou só eu. Não me castigue mais. - Eu hesitei.
– Er.. Eu estava surfando. Estou salgada. - Murmurei.
– Eu não me importo. - Ela insistiu. Me aproximei lentamente, ainda sem
saber o que fazer. Quando eu estava relativamente perto ela, me puxou e me abraço.
Fiquei imóvel no começo, mas ela suspirou e eu pude a ouvir chorar. Meus
braços então a apertaram, eu fechei meus olhos e deitei minha cabeça em seu ombro.
Tudo que eu podia ouvir era seu choro, não sei por quanto tempo ficamos
abraçadas, mas quando ela se acalmou resolvi falar.
– Eu sinto muito tia. Me desculpe, me desculpe. Acredite, eu trocaria minha
vida por a dela, juro para você que faria isso.
– Xiii... Não foi culpa sua querida. Pare de se atormentar, todos sabemos que
não foi culpa sua. - Falou com a voz embargada. - Você não imagina como me sinto
assim, abraçada com você. É como se abraçasse Jane - Eu a apertei mais.
– Sinto muito tia. Eu não consegui mantê-la acordada, eu pedi, implorei para
que ela falasse comigo, mas ela não quis me obedecer, ela não quis. Queria tanto
poder mudar tudo isso. - O choro recomeçou.
– Não se atormente mais. Sei que faria qualquer coisa por Jane, sei que daria
sua vida no lugar da dela. Mas está feito querida. Jane está morta. - O choro
aumentou na última frase. Ficamos mais alguns minutos em silêncio até ela se
acalmar. Quando isso aconteceu, nos soltamos do abraço e ela me encarou.
– Não podemos mais fazer nada quanto a isso. Jane amava você Isa, acha que
ela gostaria de te ver assim? Se atormentando, se culpado? Se fosse ao contrário você
certamente não gostaria.
Viva bem sua vida, não tente mais nenhuma besteira. Viva por você e por
Jane, faça sua vida valer a pena. Jane pode ver tudo isso, sei que pode. Ela vai ficar
feliz, se você ficar feliz. - Sorri fraco e passei meu dedo no rosto dela, tirando a
última lágrima que caía.
– Estou tentando tia. - Ela sorriu, do mesmo jeito que Jane sorria. Ouvi
alguém me chamar no computador.
– Senti sua falta. - Murmurei para ela, que sorriu ainda mais.
– Também senti a sua. Você se escondia para não nos ver. - Sorri
envergonhada.
– Só não sabia como agir. - Alguém estava impaciente querendo falar comigo.
– Desde quando você precisou saber como agir, Isabella Swan? - Eu ri.
– É, eu sou uma idiota. - Meu celular começou a tocar e tia Júlia abriu espaço
para que entrasse. Atendi sem ver quem era.
– Oi?
– Esqueceu de mim? - Era Edward acabei sorrindo.
– Não, claro que não. Só estava surfando, depois eu e Charlie fomos almoçar
por lá, em seguida paramos em um barzinho e quando vi já eram 19:00. E você o que
fez?
– Aqui está um tédio sem você. Dormi toda a manhã. De tarde fui dar uma
volta com Jully no shopping. Ela me fez bater foto com o papai Noel, acredita? - Eu
dei risada, imaginando a cena.
– Tentando convencer o papai Noel a té dar um presente? Você foi um bom
menino esse ano?
– Me diz você, eu fui? - Sorri pensando em como ele foi bonzinho.
– Foi, foi muito. - Esqueci que eu não estava sozinha no quarto e que tia Júlia
entendia perfeitamente inglês.
– Então, preciso tomar banho. Te ligo mais tarde, pode ser? - Ele suspirou.
– Mal foi embora e já esta me despachando. - Ri do drama dele.
– Oh por favor. Não faça drama. Sabe que não é isso. - Ele soltou uma
risadinha.
– Sente minha falta?
– É. - Murmurei baixinho.
– É o que? - Eu suspirei. - Tá vendo, já nem lembra mais de mim. - Rolei os
olhos.
– É Edward, eu sinto sua falta. - Rezei para que ela não estivesse ouvindo.
– Ótimo, porque também sinto a sua. - Sorri feito boba.
– Isso é muito bom. Agora me deixe ir tomar banho. Prometo que te ligo em
seguida.
– Ok, vou esperar. - Ele parecia Jully, as vezes. - Um beijo bem demorado
nessa sua boca. - Porque ele falava aquilo? A minha imaginação era fértil demais.
– Outro. Tchau. - Desliguei o telefone sorrindo e me virei para tia Júlia.
– Namorado novo? - Ela perguntou sorrindo, me deixando sem jeito.
– Não. Só um amigo. - Sorri amarelo. - Nada de namorado, isso é uma coisa
que exclui da minha vida. - Murmurei sem encará-la.
– Nem todos são iguais Isa. - Eu não queria falar sobre aquilo com ela. Até
porque seu filho era meu ex namorado, e estava preso por minha causa.
– Não vamos falar sobre isso tia. De qualquer forma, não ter namorado não
significa que eu não vá... você sabe. - Ela gargalhou.
– Sim eu sei. Vou deixar você tomar banho. Afinal, pelo que eu entendi o
rapaz está esperando uma ligação. - Sorri e ela se retirou.
Demorei um bom tempo no banho, para me livrar do sal da areia. Percebi que
meu corpo era tão branquelo que até com aquele monte de protetor, ainda fiquei um
pouco vermelha.
Meus pensamentos se mesclavam entre a conversa com minha tia e os beijos
demorados de Edward. Tinha certeza que no final dessas duas semanas, eu acabaria
maluca.
Liguei para ele quando saí do banho, como tinha prometido. Ficamos quase
uma hora no celular, e só desligamos porque Carlisle estava por lá, resmungando algo
com Edward.
Falei rapidamente com ele também, lhe desejei feliz natal e depois falei com
Jully, também não demorou muito.
Edward disse que voltaria a me ligar quando fosse meia noite no Brasil eu ri e
desliguei.
Enquanto eu estava no banho, uma roupa apareceu em cima de minha cama.
Era um vestido perola, tomaram que caia e bem curtinho. Uma sandália da mesma
cor cheia de strass, acompanhava o vestido. Aquilo só poderia ser obra de Renée, já
que Alice estava nos Estados Unidos.
Como era natal, resolvi fazer a vontade dela e por aquilo tudo. Fiz uma
escova, maquiagem e por fim saí do quarto.
A conversa rolava animada na sala. Um casal amigo dos meus pais, também
tinham vindo. Eles conversavam com Charlie.
Ao me ver, Charlie assoviou e foi ao meu encontro.
– Está linda. - Ela disse sorrindo.
– Você também não está nada mal. - Beijei seu rosto. Ele passou o braço em
volta de minha cintura e me acompanhou até os outros. Comprimente Fernanda e
Carlos, meus avós voltaram a me beijar e por último, parei na frente do meu tio. Tudo
que fizemos foi nos abraçar por um bom tempo. Dessa vez, palavras não foram
necessárias.
– Você está linda. - Ele murmurou com a voz embargada. - Cresceu. - Acabei
sorrindo. Acho que todos tinham combinado de dizer aquilo.
– Acho que são as sandálias. - Respondi me soltando dos seus braços.- Sinto
muito tio. - Murmurei o encarando. Ele balançou a cabeça negativamente.
– Não vamos nem falar sobre isso. Você não teve culpa garota. - Charlie me
puxou para seus braços.
– Ela insiste em dizer que não cresceu. - Ele mudou de assunto.
– Sei que não cresci pai. Não cresço desde os 16. Sou capaz de apostar que
ainda tenho os mesmo 1,67.
– Você era uma garotinha, me lembro quando era do tamanho de Bernardo. -
Carlos, amigo dos meus pai comentou.
– Ah sim, eu vivia cheia de remendos. - Charlie deu risada.
– O hospital ganhou algum dinheiro com Bella. - Sorri ao ver que ele me
chamou de Bella. - Um dia era o pé, o outro era o joelho, o braço. - Renée também
riu. Tio Billy me roubos dos braços de Charlie e me puxou para os seus braços.
– Quase fiquei maluca, quando ela queimou o braço com bom-bril. - Eu
estava começando a ficar constrangida.
– Ok, ok. Todos sabem que eu sempre fui descoordenada e que meu corpo tem
atração por machucados.
A primeira coisa que aconteceu quando cheguei nos Estados Unidos, foi eu
ser atropelada.
– Tá brincando? - Tia Júlia tentava não rir.
– Pior que não. Estava saindo do aeroporto, procurando Alice e nem percebi
que estava no meio da rua. Edward me atropelou. Acordei no hospital, com um corte
na testa. Ainda tem uma marca.
Tio Billy analisou minha testa e sorriu.
– Verdade. Sua desastrada. - Ele beijou ali.
Suspirei pensando em Jacob, enquanto estávamos ali, ele estava na prisão,
sozinho. Minha tia capturou meu olhar, percebi que ela pensava o mesmo. Pedi
licença e fui até a varanda. As luzes de natal, deixavam a pousada mais bonita.
– Vamos visitá-lo amanhã. - Ela apareceu ao meu lado. Continuei mirando o
horizonte por algum tempo.
– Como ele está? - Perguntei.
– Largou as drogas naquele mesmo dia, e vem se culpando. Tem depressão,
vive se metendo em brigas, não quer receber visitas, briga conosco quando vamos lá
e as vezes pergunta por você. - Eu imaginava que ele estava péssimo.
– Charlie surta se eu falar em ir vê-lo.
– É, eu sei. Charlie está magoado e eu não o culpo. Ele quase perdeu você.
– Eu pedi para ele deixá-lo livre. Acho que ele vai ceder. - Tia Júlia sorriu
gigante.
– Fez isso? Céus Isa, obrigada. Eu sei que ele foi errado em muitas coisas,
mas é meu filho e eu o amo. - Acendi um cigarro e traguei lentamente.
– Eu sei tia, eu sei. - Ela parecia querer me perguntar algo, esperei
pacientemente por alguns minutos, enquanto ficávamos em silêncio, eu fumava.
– Não o ama mais, não é mesmo? - Sorri, talvez cínica.
– Não, eu não o amo. Eramos só adolescentes, não estaríamos mais juntos
hoje, tenho certeza disso. - Ela sorriu.
– Jane vivia me dizendo isso. Ela me dizia que um dia você encontraria
alguém que te fizesse perder as estribeiras. - Sorri também.
– É, ela me dizia isso também. - Aproveitei o finalzinho do cigarro ainda
aceso, e acendi outro.
– A quanto tempo está fumando? - Ela perguntou ao ver minha manobra.
– Desde a segunda vez que estive na reabilitação. Eu acordava a noite com
pesadelos, um dia vi alguém fumando e aquilo parecia relaxante. Comecei também.
– Não pensa em largar? - Mais uma.
– Não, sinceramente não. Eu já nem fumo tanto. Quando estou com Jully eu
praticamente não fumo. - Ela me olhou sem entender. - Jully é a filha de Edward, um
amigo meu dos Estados Unidos. Ela em 4 anos, 5 anos, fez cinco antes de ontem.
De qualquer forma, eu evito fumar quando estou perto dela e como passo um
bom tempo perto dela, eu quase não fumo. Vou aproveitar essas duas semanas.
– Jully é a garotinha daquele casal que esteve aqui esse ano? - Claro, ela
deveria os ter conhecido.
– Esme e Carlisle. É neta filha, ou algo assim. É uma história complicada. -
Ela assentiu. - É a criança mais fofa do mundo. - Meu sorriso era bobo. Lembrei que
tinha a corrente. - Aqui. - Eu mostrei. - Essa é Jully. - Ela se aproximou e segurou o
pingente.
– É linda. - Falou admirando. - Muito linda.
– É sim. E esperta. - Júlia sorriu e soltou a corrente.
– E o rapaz, é Edward?
– É. - Respondi simplesmente.
– Ele também é muito bonito. - Eu sorri boba, Edward não era bonito, ele era
praticamente um Deus.
– É, ele é. - Foi a vez dela sorrir, me deixando sem entender. - O que foi? - Ela
riu mais.
– Nada Isa, nada.
Dei de ombros e continuei fumando, ela ficou ali comigo em silêncio. Pensei
que ela pudesse saber o porque de Renée estar daquele jeito.
– Tia, você sabe o que existe de errado com minha mãe? - Ela desviou o olhar
rapidamente, sim ela sabia. - É você sabe. - Eu murmurei e ela continuou em silêncio.
- Charlie está sofrendo sabe? - Soltei no ar, junto com a fumaça.
– É, eu vejo. - Ela murmurou. - Ela também está, acredite.
– Eu não entendo, Charlie a perdoaria por qualquer coisa. Ontem a noite ele
deitou a cabeça no meu colo, como Jully faz quando se sente desprotegida, e dormiu
ali. Os papeis estavam invertidos. E o pior é que eu tentava o consolar, por algo que
nem sabemos o que é.
– Acredite Isa, seria pior se vocês soubessem. Renée não suportaria. - Eu
estava cada vez mais intrigada, por que não abriam a boca de uma vez. O que poderia
existir de tão grave? Será que minha mãe tinha matado alguém?
– Você acha que não devemos saber então? Somos a família dela, não
deveríamos mesmo saber? - Ela desviou o olhar e talvez um sorriso sarcástico tenha
aparecido.
– Vou entrar, preciso falar com papai, ele está torrando a paciência do seu pai.
- Ela mudou de assunto e me deixou sozinha. Eu descobriria o que elas escondiam, ah
eu descobriria.
Tia Júlia realmente salvou Charlie e ele rapidamente se juntou na varanda
comigo, aquilo me fez parar de fumar. Ficamos ali só observado as coisas, as
conversas as pessoas.
Fernanda e Carlos se juntaram a nós ali, e engatamos um papo sobre viagens
que rendeu um bom tempo. Renée ficou com sua família na sala, seu olhar sempre
acabava parando, hora em Charlie, hora em mim. Quando era em mim ela sorria e
quando em Charlie ela desviava o olhar.
O jantar saiu perto das 23:00, como de costume era um peru. Um não, dois.
Graças a Deus, assim eu poderia comer mais. Tio Billy pegou no meu pé, e disse que
eu continuava a mesma gulosa de sempre.
Ele e Júlia faziam de tudo para confraternizar com todos ali, para ficarem
presentes ali, mas as vezes seus olhares perdidos, denunciavam aonde realmente
estavam, e aquilo me deixava mal.
Jacob era a única coisa que tinha restado para eles. Era até engraçado eles
estarem comemorando o natal com nossa família, já que meu pai era o maior
responsável por ele ainda estar preso. Certo dia ouvi Renée comentar com Fernanda,
que tio Billy queria muito ver Jacob solto, mas que tinha medo que ele voltasse para
aquela vida insana. Então não culpava meu pai por deixá-lo lá.
Depois de toda a comilança, aconteceu a troca de presentes, perto da grande
árvore que estava na sala.
O patriarca da família, Victor Volturi, começou a distribuir seus presentes. Por
praticamente um milagre até Charlie ganhou algo.
Como ele disse que não sabia dos meus gostos, me deu cinco mil reais,
segundo ele era para dar uma voltinha por ai. Meu avô era insano.
Meus tios também presentearam todos. Ganhei todos os vinis que eram de
Jane. Tia Júlia foi as lágrimas ao me entregar o presente e lembrar de como ouvíamos
aqueles vinis todo santo dia. Aquele presente tinha sido de longe, melhor do que o
dinheiro do meu avô. Tinha um alto valor sentimental. Agradeci muito ela e ficamos
abraçadas, enquanto Carlos e Fernanda presenteavam meus pais.
Renée também distribui presente para todos. Bernardo ganhou um helicóptero
de controle remoto.
Eu ganhei um violão acústico e uma caixa para ligá-lo, além de roupas e tênis.
Renée sempre seira exagerada.
Charlie ganhou um relógio rolex que eu tinha certeza que não foi comprado
em nenhum camelô. Além do relógio, ele ganhou um abraço tímido, que o fez sorrir.
Charlie tinha presente para quase todo mundo, menos para meu avô.
Bernardo ganhou uma bicicleta, além do uniforme completo do flamengo.
Eu ganhei uma câmera digital, seguido de "agora você pode fotografar os
paparazzis" A gracinha dele, fez com que todos rissem. Ganhei também algumas
camisetas vintages, que Charlie sabia que eu amava.
Renée, ganhou um enorme quadro, onde haviam várias fotos nossas. Os dois
comigo na maternidade. Renée e Be na praia. Eu dormindo em cima de Charlie
quando era criança. Bernardo e eu no natal passado. Bernardo no futebol e eu tocando
guitarra nos Estados Unidos. A maior que ficava no meio, era de nós quatro, também
no natal passado. Percebi como meu sorriso era forçado e como os olhos de Benardo
era parecidos com os meus.
Renée sorriu emocionada e se jogou nos braços dele. Aquela sim era minha
mãe, a que estava abraçada a Charlie, ela estava ali. Os dois ficaram daquele jeito por
alguns minutos, mas ela voltou a ser a outra Renée e se afastou sem dizer nada.
Só faltava eu e eu só tinha presente para meus pais e irmão.
Minha falta de criatividade para presentes, me fez comprar para eles o mesmo
que comprei para Edward, só que com fotos diferentes é claro. Em um pingente era a
foto dos dois abraçados e no outro era foto de Bernardo e eu.
– São iguais. - Murmurei ao lhes entregar o pacotinho.
Charlie sorriu e pendurou a corrente, já Renée chorou, e se jogou em meus
braços. Ela ficou uns bons cinco minutos ali, chorando abraçada a mim e aquilo me
deixav cada vez mais intrigada. Quando a crise de choro passou ela me soltou.
Os presentes que sobraram ao lado da árvore era os de Bernardo. Olhei para
ele que esperava ansioso e sorri.
– Bom os outros são todos seus, divirta-se. - Ele me olhou espantado.
– Isso tudo? - Ele olhava para os pacotes com os olhos brilhando.
– É. Isso tudo. - Disse dando risada. Ele continuava imóvel. - Anda garoto,
não vai abrir? - Perguntei. Ele literalmente se jogou ao lado da árvore.
Tinha um play station 3, um wii, guitar hero, muitos jogos e um note book, já
que seu computador estava horrível. Ele não sabia para qual olhar primeiro.
– É mesmo tudo meu? - Ele ainda não acreditava, fazendo todos rirem.
– É mesmo tudo seu. Vou te dar uma surra no guitar hero em, por isso comprei
duas guitarras. - Ele sorriu e correu até onde eu estava, seus braços abraçaram minhas
pernas.
– Obrigado. - Eu sorri e o puxei para meu colo.
– De nada. - Beijei sua bochecha. Isso fez com que ele me abraçasse. - Tem
que me prometer que não vai ficar tempo demais na frente dessas coisas.
– Prometo. - Murmurou. Eu não sei por que todo mundo ficava parado
olhando para mim, quando eu ficava assim com uma criança, mas eu não gostava
daquilo.
– Acho que deveríamos bater uma foto de vocês dois. - Renée resmungou
chorando. Balancei a abeça concordando. Bernardo se arrumou melhor em meu colo
e passou um braço ao redor do meu pescoço.
Meu pai pegou minha câmera para inaugurá-la.
– Digam CH crianças. - Nós dois rimos e ele aproveitou para fotografar. Uma
não foi suficiente, foram umas 3 ou 7.
– Céus Isa, ele é sua cópia. - Fernanda murmurou.
– É, por isso eu sou gatão. - Falou meio envergonhado nos fazendo rir, eu
ataquei sua bochecha com muitos beijos e pude perceber mais flashs.
– Renée vai passar trabalho com esse gatão. - Falei rindo, mas ela continuava
chorando e tia Júlia estava prestes a fazer o mesmo.
– Pare de chorar mãe, céus porque está assim? - Reclamei, ela tentou sorriu e
secou as lágrimas. - Anda vem aqui, vamos tirar uma foto nós quatro juntos. - Ela
secou as lágrimas e veio até nós.
Charlie entregou a câmera para tio Billy, para que ele fotografasse. Bernardo e
eu, ficamos entre os dois. Aquela era a primeira foto de natal em que eu sorria de
verdade, desde a existência de Bernardo. Depois disso eu coloquei o garoto no chão,
que correu direto para aquele monte de eletrônicos.
Carlos pegou meu violão e começaram a cantarolar músicas de natal. Me
sentei ao lado de Charlie e encostei a cabeça em seu ombro. O sono queria me
derrubar, mas eu sabia que não conseguiria dormir muito.
Meus pensamentos voaram para Edward, como eu já sentia falta dele. Eu
desejava que ele pudesse estar ali conosco, rindo da quantidade de comida que eu
ingeria. A cara de paisagem dele, ao ver os outros falando português. Depois
caminharíamos pela praia e terminaríamos a noite da melhor maneira possível. No
outro dia acordaria abraçada a ele, depois de uma boa noite de sono.
– Você está nos Estados Unidos, ou ele está qui? - Charlie cochichou a
pergunta no meu ouvido. Ele me conhecia, me conhecia como ninguém, as vezes eu
pensava que ele podia ler pensamentos.
– Adivinha? - Ele sorriu.
– Ele está aqui. - Balancei a cabeça afirmando e sorri. Passei meus braços em
volta de Charlie e encostei a cabeça em seu peito.
– As vezes você é muito chato pai. Nem pensar mais eu posso. - Ele deu
risada e alisou meus cabelos.
Tio Billy apareceu com taças e champagne, já era meia noite, então era natal.
Ele passava distribuindo as taças, foi nesse momento que meu celular tocou. Sorri ao
ver quem era e caminhei em direção a varanda.
– Olá... - Falei animada.
– Meia noite, certo? - Perguntou divertido.
– Certo. Meu tio acabou de distribuir as taças para o brinde. - Contei.
– Feliz Natal Bella.- Eu sorri.
– Obrigada, para você também Cullen. - Ele riu.
– Aqui ainda não é natal Swan, mas mesmo assim obrigado.
– Queria que estivesse aqui. - Murmurei.
– Eu queria estar ai. - Ele também murmurou.
– Só mais 13 dias. - Tentei parecer animada.
– Não é muito. - Ele parecia tentar se convencer. - Preciso desligar, os pais da
minha mãe passaram por aqui, vou lá da um abraço neles.
– Ok, feliz natal então. Falo com você amanhã?
– Quando acabar sua comemoração e se não estiver com sono, passa na web.
Quero muito ver você. - Eu ri.
– Certo eu também quero muito ver você. - Minha cara com certeza era de
boba. - Beijos Edward.
– Beijos Bella, um milhão deles. - Falou antes de desligar. Soltei um longo
suspiro e voltei para sala, onde todos estavam me esperando. Charlie riu
disfarçadamente de mim, que estava sorrindo a toa.
Fizemos o tal brinde de natal, e e depois nos abraçamos desejando feliz natal,
e todas aquelas coisas que eram ditas naquele dia.
Depois disso os outros não demoraram muito a ir embora, só ficando nós
quatro. Bernardo foi para o quarto, de onde eu apostava que ele não sairia tão cedo.
Eu estava no violão, enquanto Charlie cantava suas músicas sertanejas
favoritas. Acho que até minha avó, era mais jovem do que aquelas músicas. Explodi
de rir quando ele puxou a boate azul, mas o pior foi que acabei cantando junto, talvez
tivéssemos bebido champanhe de mais.
Quando pensei que o repertorio não poderia piorar, ele puxou a dama de
vermelho. Na parte que eu sabia cantar, ele aproveitava para encher nossas taças e
bebericar.
Depois de não ter mais nada mesmo o que fazer, Renée se juntou a nós.
Quando a música acabou, aproveitei para fazer um brinde a qualquer coisa com
Charlie e tomamos mais uma taça.
– Não acham que já beberam demais? - Renée nos repreendeu.
– Não. - Respondemos os dois juntos, antes de cairmos na gargalhada. Ela
continuou séria. - Ah, qual é mãe? É natal, você sempre me dizia isso quando eu
sentava na sala e fixava o olhar na TV. Decida quer que eu fique feliz ou triste?
– Feliz é claro e sem bebida.
– É só champanhe. - Charlie me defendeu.
– É, e tem álcool. - Ela protestou.
– Vamos lá, peça uma música e beba conosco. - Sugeri.
– Eu não gosto de sertanejo, gosto de samba. - Charlie rolou os olhos.
– Peça um samba então. Vamos lá, eu toco para você. - Ela sorriu.
– Toca “Filho Único”, então.
E foi o que eu fiz, na hora do quas, quas, quaas, quas, nós três praticamente
berrávamos, o que nos fazia rir. Renée puxou mais uns três ou quatro sambas, que
cantamos também juntos. Estávamos nos divertindo juntos, como há tempos, não
fazíamos. Ela e Charlie estavam sentados um ao lado do outro e até falvaam
piadinhas nos intervalos. Renée não poderia desistir daquilo, eles eram perfeitos
juntos.
Ignorei mais pedidos de música e toquei uma que eu queria. Lenta e melosa,
digna do Roberto Carlos e eu sabia que os dois amavam.
http://www.youtube.com/watch?
v=3fuzoSGTNOo&feature=player_embedded
Senti a tenção dos dois a medida que eu cantava a música. Charlie testou uma
aproximação maior, e Renée não recuou. Sorri o incentivando. Isso fez com que ele
passasse o braço em volta dos ombros dela, Renée deitou a cabeça no peito de
Charlie, sem nenhuma resistência.
Sorri satisfeita quando a música chegou ao fim. Um silêncio se instalou entre
nós, eles olhavam para mim, pareciam perdidos feito adolescentes. Tive que sorrir
com aquilo.
– Eu amo vocês dois. - Disse alto e claro. Renée pareceu espantada, ao me
ouvir dizer aquela frase, depois de tanto tempo. Já Charlie só sorriu, ele já tinha
ouvido aquilo no aeroporto.
– Nós também amamos você. - Renée consegui finalmente dizer algo sem
chorar. - Eu sorri.
– É, eu sei quem amam. - Levantei dali e guardei o violão na capa.
– Aonde vai? - Ela quis saber.
– Deixá-los a sós, vocês sabem eu sou alérgica a coisas melosas. - Charlie riu
e Renée tentou voltar ao seu normal. - Então... Não me perguntem como eu sei isso
mas... as vezes você pode se relacionar com uma pessoa, meio que só fisicamente.
Não precisam contar segredos, ou qualquer coisa do tipo. Só precisam estar
conectadas uma na outra. - Charlie sorriu porque sabia do que eu estava falando.
– Obrigado pela dica. - Ele puxou Renée mais para perto.
– Aproveitem a noite, e tentem não fazer barulho. Seria nojento. Ah e não
esqueçam, usem o quarto e tranquem a porta. - Renée ficou vermelha, dei as costas
para os dois e saí dali.
Estava indo para meu quarto, mas a porta do quarto de Bernardo estava
aberta, ele estava jogando algo. Acho que foi a primeira vez que entrei no quarto dele.
As paredes eram azuis e sua cama era um carro gigante da hot wills, era um quarto
bem organizado, mais do que o meu. Ele sorriu ao me ver entrando e pausou o jogo.
Encostei meu violão na parede e me joguei em um dos puffes gigantes do chão.
– Maneiro seu quarto. - Disse ainda analisando.
– Precisa ver o lá de casa. - Eu também nuca tinha visto o da nossa casa. - Por
que nunca veio no meu quarto? - Ele murmurou a pergunta.
– Eu não sei. Talvez por motivos que você não entenderia agora. - Ele parecia
confuso. - Mas estou aqui agora. Antes tarde do que mais tarde ainda. Certo? - Ele
sorriu e concordou.
– Você está diferente. É como nas fotos que vi. Gosto do seu sorriso. - Eu sorri
de novo.
– É, eu me sinto bem agora.
– Mas você ainda grita de noite. - Claro que ele ouvia, qualquer um dentro
daquela casa ouviria.
– Desculpe, são pesadelos. Não tenho como evitar. - Murmurei. Ficamos em
silêncio por algum tempo.
– Quer jogar vídeo game? - Perguntou me analisado. Tirei as sandálias e
levantei, acho que ele pensou que eu iria embora.
– Se prepare Bernardo, porque vou te mostrar como se joga vídeo game. -
Caminhei até uma das guitarras. Ele pulou empolgado e pegou a outra guitarra.
Nós jogamos muito, até as 5 da manhã, jogamos guitar hero e todos os outros
jogos que eu trouxe, no final eu já estava quase dormindo sentada, então resolvi ir
deitar de vez. O garoto ainda ficou lá pendurado, me disse que desligaria em breve.
Eu lhe desejei boa noite e caminhei para fora do quarto.
Fui até a cozinha, pegar um copo d'água, o ruim é que para chegar na cozinha,
precisava passar pela sala, foi ai que eu me deparei com Charlie e Renée no maior
amasso no sofá. Ver meus pais nus, ecá, não foi nada nada agradável.
– Deus, que nojo. - Soltei, tapando os olhos com as mãos. Eles me
perceberam ali e ficaram completamente envergonhados, sem saber o que fazer. - Por
que não vão para o quarto? - Eu também estava envergonhada com aquilo. - Gente,
eca, acho que perdi meu sono. E se fosse Bernardo?
– O que faz aqui? - Charlie pareceu recuperar a voz.
– Estava jogando vídeo game e resolvi ir dormir, mas antes queria um copo
d'água. Céus pai, vocês não estão sozinhos em casa. - Eu realmente estava muito
constrangida.- Vou pegar minha água. - Murmurei sem olhar para eles.
Enquanto a geladeira cuspia minha água, eu ria incrédula, realmente eu não
tinha sorte.
Graças a Deus eles não estavam mais na sala, quando voltei. O quarto de
hospedes estava com a porta aberta, então eles ainda estavam juntos. Larguei meu
copo d'água no criado mudo, fechei a porta do quarto e me despi. Andei para lá e para
cá, a procura do meu pijama. Quando olhei para mesa do computador, percebi que a
webcam ainda estava ligada e Edward estava lá parado, me olhando.
Puxei a coberta para me cobrir.
– Epa. - Murmurei envergonhada. - Não espie. - Ele gargalhou. Virei meu
notebook para a parede o fazendo protestar muito.
– Não faça isso Bella. Por que nunca te vi nesse vestido? Se bem que eu
prefiro você assim, sem nada. Céus, você está cada dia mais gostosa. - Eu sorri ao
ouvir aquilo tudo. - Sabe como eu estou aqui, não sabe? - Edward ativou minha
luxúria com aquelas palavras.
Continuei envolvida no lençol mas puxei o notebook para mim.
– Não, eu não sei. Mas você pode me mostrar. - No começo ele pareceu
surpreso, mas depois sorriu sacana do jeito que me deixava louca.
– O que quer que eu mostre? - Foi minha vez de sorrir sacana.
É, eu estava com toda a certeza, me tornando a pessoa mais pervertida do
mundo. Edward e eu as vezes... Eu me surpreendia. Muitas coisas que eu fazia com
ele eram inéditas para mim e só quando tudo terminava, eu percebia o que tinha feito.
Depois de toda a loucura, nós desligamos a web e fomos dormir, pelo menos
ele foi dormir, eu ainda pensava sobre o ocorrido.
A porta do meu quarto ficou destravada o tempo todo, imagina se por algum
acaso Charlie, Renée ou até mesmo Bernardo tivessem entrado ali. Acho que eu teria
morrido, ou nunca mais conseguiria os encarar.
Mas obedecer as ordens de Edward, foi extremamente prazeroso e pelo que
percebi eu também sabia dar ordens muito bem dadas.
Não sei em que parte do meu pensamento pervertido eu adormeci, mas
adormeci. Acho que já eram dez da manhã, quando meu pesadelo me fez acordar.
Dessa vez foi Bernardo que apareceu, ele não perguntou nada, como os outros
insistiam em fazer, nem me disse que ficaria tudo bem. Só foi até onde eu estava e
sentou-se ao meu lado e depois deitou-se. Fez sinal com a mão para que eu voltasse a
deitar. Sorri e acabei me deitando ao seu lado, suas mãos alisavam meu cabelo e aos
poucos o sono foi voltando.
Voltei a acordar as quatro da tarde, mas normalmente, sem pesadelos. O
garoto ainda dormia, segurando minha mão. Sorri ao ver aquilo, fiquei um bom
tempo o admirando, ele realmente era um garoto lindo. Sua pele era bem branquinha,
fazendo contraste com seus cabelos negros. Seu nariz era meio em pé, como o meu.
Seus cílios eram longos e sua boca era coradinha e meio carnudinha. Ele era perfeito,
beijei seu rosto, e aquilo o fez sorrir.
Me perguntei porque eu conseguia dormir com crianças e com Edward?
Aquilo não fazia sentido, mas pelo menos eu tinha conseguido.
O garoto abriu os olhos, provavelmente quando eu me espreguicei, me mexi
demais e ele acordou.
– Boa tarde. - Murmurei com a voz rouca, ele sorriu.
– Já é de tarde? - Afirmei com a cabeça.
– Já são quatro da tarde, dormimos para burro. - Ele deu risada.
– Não teve mais sonho ruim? - Fiz que não com cabeça. - Com que você
sonha? - Ele emendou.
– Com um acidente de carro, que aconteceu na noite em que você nasceu.
– Papai já me explicou sobre esse acidente. - Seus olhos vedes me analisavam.
- Ele disse que eu teria uma sobrinha. - Eu não gostava de falar sobre aquilo.
– É verdade, mas não vamos falar sobre isso ok? - Ele concordou. Meu
estômago roncou o fazendo rir. - Estou com muita fome, acho que comeria uma caixa
de cereal. - O garoto fez cara feia.
– Eca, cereal é ruim. Prefiro dois copos de nescau com três pãezinhos. - Dei
risada, é ele também era guloso. Levantei da cama e estendi a mão para ele.
– Vamos lá então, faço isso para você. - Ele segurou minha mão e pulou da
cama.
Não encontramos ninguém na cozinha, o lugar estava deserto. Provavelmente
Charlie teria ido para algum lugar e Renée para outro e nem um bilhetinho deixaram.
Fiz os pães e o nescau de Bernardo e peguei uma caixa de cereal para mim, me sentei
ainda sonolenta ao lado dele.
– Não vai nem colocar no prato? - Perguntou incrédulo, ao me ver abrir a boca
e despejar direto da caixa.
– Não, assim é mais gostoso. - Ele riu. - Me da um pouco desse nescau vai. -
Ele riu e empurrou para mim, precisei fazer outro para ele já que tomei tudo.
Sem que eu esperasse, Charlie apareceu na cozinha com a maior cara de sono
e só de bermuda. Aquilo fez meu queixo quase cair.
– Bom dia crianças. - Falou desnorteado.
– Bom dia? Já passa das 16:00 murmurei ante de engolir mais cereais,
Bernardo riu.
– Cadê mamãe? - Ele quis saber e eu também precisava tirar essa duvida
então fiquei na expectativa.
– Dormindo. - Arqueei as duas sobrancelhas, e um sorriso sacana escapou de
mim. Charlie ignorou.
– Dormiram no mesmo quarto? - O garoto estava incrédulo.
– Na verdade, acho que fizeram qualquer coisa menos dormir. - Conclui.
Charlie me repreendeu. Renée não demorou muito para dar o ar da graça também. Ela
estava de camisola vermelha, e Charlie não disfarçou a conferida que deu nela.
– A noite foi quente. - Murmurei ao vê-la. Ela me olhou séria e eu caí na
gargalhada.
– Não ligaram o ar? - O garoto quis saber e eu ri mais alto. Ele olhou para
mim de repente. - Por falar nisso, eu passei frio. Você deixa o ar na temperatura mais
fria e roubou toda a coberta. Tive que buscar uma para mim.
– Desculpe, deveria ter me acordado. - Ele negou sorrindo.
– Não, era só pegar outra coberta. Você sorria enquanto dormia, acho que
estava sonhando. - Eu?
– Dormiram juntos? - Charlie roubou um cereal da minha caixa.
– Isa teve outro sonho ruim, eu fui no quarto dela e dormimos. - Ele explicou.
– Ta brincando? - Charlie perguntou.
– Não. - Respondi. - Acabamos de acordar também. - Charlie e Renée
sorriram.
– Acho que vai ter que dormir com ela sempre então. - Renée estava
completamente sem voz.
– Até Edward aparecer, é claro. - Charlie estava se vingando. Renée olhou
dele para mim tentando pescar algo.
– Ha Ha, muito engraçado você. - Murmurei, o fazendo rir.
– Edward também dorme com você? - Bernardo quis saber.
– Não, claro que não. Charlie está inventado. - Falei tudo rápido demais,
talvez o garoto tenha acreditado. Acho difícil Renée ter feito o mesmo, até porque ela
escondeu um sorrisinho.
– Que tal sairmos para almoçar? - Meu pai sugeriu.
– To dentro. - Respondi imediatamente.
– Carne, carne eu quero carne. - Bernardo quase exigiu.
– Preciso de 15 minutos. - Renée resmungou.
– Ok. Todos para o banho então. Quero todo mundo aqui, dentro de 15
minutos. - Charlie estava empolgadíssimo, eu nem precisava perguntar como foi a
noite, os olhos dele diziam.
Comi o restinho dos cereais que ainda sobravam na caixa e levantei.
– Como quiser ministro. - Prestei uma continência, fazendo Renée e Bernardo
darem risada.
– Ex ministro meu bem. Agora sou uma pessoa desocupada. - Ele pôs o braço
atrás da cabeça.
– Folgado. - Reclamei antes de ir para o banho. Meu quarto me fazia lembrar
de Edward e da madrugada, balancei a cabeça negativamente me chamando de
pervertida.
Coloquei o micro shorts que tinha ganho de Renée e uma regata branca,
acompanhado de minhas havaianas. Era impossível deixar os cabelos soltos com
aquele calor, então os prendi bem no alto e coloquei os óculos que ganhei de Jully.
Renée já esperava na sala, só faltavam os garotos. Ela desviou o olhar quando
comecei a rir.
– Sem comentários Isa. - Eu vi o sangue em seu rosto. - Sem cometários.
– Voltaram ao normal hoje? Ou ainda estão ficando? - Eu quis saber.
– Acho que ainda estamos ficando. - Eu sorri. - Mas não se anime, só estamos
ficando e nada a mais. - Hey, quem dizia aquilo era eu e não ela. - Resolvemos seguir
seu conselho. - Pelo visto ao pé da letra. Pensei com meus botões. Bernardo e Charlie
apareceram 5 minutos depois.
– Estão 5 minutos atrasados. - Reclamei levantando dali. Charlie passou o
braço em volta do pescoço de Renée e beijou sua cabeça.
– Vamos logo. - Ele murmurou.
Paulo estava de folga por causa do natal, então meu pai era o motorista.
Fomos em sua range rover nova, era bem parecida com a de Edward, só parecia ter
alguns acessórios a mais.
Demoramos um pouco mais de meia hora para chegar na churrascaria de
Bernardo. O paparazzi que nos perseguia de moto, estacionou primeiro que nós e
quando saímos do carro, ele já estava fotografando.
– Oi Isa. - Eles me amavam.
– Oi. - Respondi.
– Como está sendo seu natal. - Suspirei.
– Ótimo. Obrigada.
– Já foi ver Jacob? Relembrar os velhos tempos talvez? - Eu bufei irritada.
– Vá para o inferno. - Bernardo que estava de mão dadas comigo também
bufou.
– Idiota. - O garoto murmurou e eu acabei rindo.
– Boca suja feito a irmã. - Mostrei meu dedo para ele.
– Deixe meus filhos em paz. - Meu pai pediu e Renée chamou os seguranças
que cuidavam do restaurante. Eles deram um jeito de tirá-lo dali.
Renée passou o braço em volta do meu pescoço e sorriu, sorriu de verdade.
– Eles amam esse seu dedo. - Acabei rindo junto com ela.
Charlie e Renée pareciam mesmo estar ficando, não pararam com os beijinhos
e segredinhos dentro do restaurante. As pessoas pareciam ter nos dado folga naquele
dia, muitos nos reconheceram, mas ninguém se aproximou pedindo foto.
Comemos muita carne como Bernardo queria, além de queijo e abacaxi.
Pensei que iria explodi quando levantei para ir embora.
Não tinha mais um paparazzi na saída, tinham três. Reconheci dois, um por
incrível que pareça era legal, e não me enchia a paciência, ele não se aproximava
tanto quanto os outros.
Bernardo e eu esperávamos do lado de fora enquanto Charlie e Renée pagava
a conta. Aonde estávamos, só podíamos ser fotografados de longe, então não me
importei.
– Eu não gosto deles. - O garoto murmurou, me fazendo rir.
– Eu também não. Mas se você mostrar o dedo para eles, eles vão pegar muito
no seu pé.
– É, mas eles enchem papai e mamãe de perguntas. Por que eles dizem que os
dois vão se separar? - Ele me perguntou, eu não sabia como responder aquilo.
– Não dê ouvidos a eles. Só querem vender jornais.- Ele pôs as mãos no bolso
e bufo, aquilo me lembrou Jacob de imediato, ele fazia a mesma coisa quando estava
bravo.
– Porque está rindo? - Ele quis saber.
– Você me lembrou alguém que eu conheço. Com as mãos assim no bolso e
com esse biquinho. - Ele sorriu.
– Quem? - Charlie apareceu na porta bem na hora.
– Deixa para lá.
Assim que botamos os pés para fora da área do restaurante, eles vieram para
cima de novo.
– Renée você e Charlie fizeram as pazes?
– Você perdoou ele? - Outro quis saber.
– E você Charlie, perdoou a traição com Mayer? - Nosso silêncio parecia os
irritar.
– Isa,o que pensa sobre isso?
– É natal vocês poderiam sorrir.
– Bernardo o que ganhou de natal?
– Isa, por onde andou nos últimos meses? - Charlie destravou o carro e
apressamos os passos, nos jogamos rápido para dentro.
– Como vocês podem aguentar isso todos os dias em? - Eu perguntei bufando.
Os flashs do lado de fora continuavam.
– É porque sabem que está de volta, a quantidade deles aumenta
consideravelmente. - Rolei meus olhos.
– Acho que deveríamos evitar seu restaurante por algum tempo Bernardo. -
Charlie sugeriu e o garoto concordou.
Antes de chegarmos em casa o celular de Renée tocou, ela falava coisas que
eu não conseguia ouvir de onde eu estava. Uns cinco minutos depois ela desligou e se
virou para trás, especificamente para mim.
– Ligaram da emissora, querem uma entrevista com você. - Ri sarcástica.
– Não vou dar nenhuma entrevista. - Falei entre dentes.
– Mandaram te oferecer 50 mil. - Charlie assoviou.
– Nem por 100. Não vou dar entrevista. - Renée abriu a boca para dizer algo
mais . - Eu não vou dar entrevista nenhuma. Não insista.
Diga para eles que eu desejo que se explodam todos, e que me deixem em
paz. - Renée desistiu do que ia dizer e aceitou.
Nossa semana passou assim, evitamos sair da pousada por causa dos
paparazzis, a menos que fosse para surfar. Charlie e eu estávamos fazendo aquilo
todo dia.
Bernardo sempre vinha dormir comigo quando me ouvia gritando e sempre
acabávamos dormindo até tarde. Quando eu acordava ele sempre estava agarrado em
mim, por causa do gelo que era meu quarto. Nós estávamos nos tornando bons
amigos, e eu me sentia feliz com aquilo, me perguntei como passei tanto tempo longe
do garoto, ele era uma criança adorável.
Charlie e Renée, continuaram fingindo que estavam ficando, aquilo parecia
estar funcionado, eu me perguntava por quanto tempo.
A emissora de Renée também pediu para tia Júlia tentar me convencer, mas
aquilo foi um esforço em vão, eu não daria nenhum tipo de entrevista.
Falei com Edward e Jully até 3 dias depois do natal, quando foram para Vegas
então quase não conseguíamos mais nos falar.
Eu estava ficando verdadeiramente irritada, pela falta que ele fazia. Estava
bufando por tudo e não achava nenhuma das piadinhas dos meus pais engraçada.
Dia 31 fiquei praticamente o dia todo, trancada em meu quarto. Já que meu
pai tinha sumido, sabia-se lá Deus para onde e levou Bernardo junto.
Renée estava muito ocupada com os preparativo da festa que ela e tia Júlia
dariam na pousada.
Joguei um pouco de videogame, mas não estava concentrada para aquilo, e
nem para ler.
Tentei ligar para Edward mais de dez vezes, mas sempre caía. Liguei para
Alice, para quem sabe conseguir falar com ele, mas ela não sabia o paradeiro de
Edward.
Então fiquei quase uma hora com Jully no telefone, ela estava amando Vegas
e disse que eu precisava ir lá com ela e Edward. Ela também não sabia dele, ou se
sabia não queria me contar.
Depois de colocarmos todo o assunto em dia resolvi desligar, já era noite e
pelo barulho, Renée e Júlia estavam em casa. Caminhei desanimada até elas.
– Finalmente apareceu. - Resmunguei de mal humor.
– Disse para você que estaria fora. - Renée estava sorrindo.
– Mas não o dia todo. Cade Charlie? Vocês desapareceram o dia todo. Fala
sério nem me falaram anda. - Falei brava, ela sorriu.
– Temos alguém irritada hoje. - Tia Júlia murmurou.
– Está piorando cada dia mais. Tenho uma leve impressão do que seja isso. -
Olhei de canto, para ela nem começar.
– Aonde está Charlie? E Bernardo, porque ele saiu também? - Perguntei de
novo.
– Foram na casa de um conhecido nosso. - Bufei.
– O dia todo? Por que eles não me chamaram para ir junto? - Tia Júlia riu.
– Céus Isa, está de TPM?
– Pior, ela está SEC. - Tia Júlia e eu não entendemos. - Sem Edward Cullen. -
Eu bufei irritada.
– Não começa mãe. O que Charlie andou te falando em? Seja o que for não
acredite e não meta Edward na nossa conversa. - Ela e minha tia começaram a ri.
Peguei meu cigarro que estava em cima da mesa e bufei até a varanda.
Fumei muitos cigarros tentando imaginar aonde Edward tinha se metido, com
certeza deveria estar com outra, por algum hotel luxuoso de Vegas, e eu estava lá
bufando feito uma idiota.
Depois que fumei o último cigarro e percebi que estava sem, resolvi tomar um
banho bem demorado para ver se relaxava, mas não funcionou, eu continuava
irritada.
Coloquei um vestido branco curtíssimo, outro presente de Renée. O sol que
peguei a semana toda me deixou meio morena meio vermelha, e até que não estava
tão mal. Tinha uma sandália prata altíssima por ali também, mas como resolvi sair
para comprar cigarros, coloquei uma rasteira mesmo.
Caminhei até o restaurante da pousada lentamente, o sol já estava se pondo e
estava um pouco menos calor. Comprei três carteiras de cigarro, e quando estava
saindo dali acabei esbarrando em algum infeliz.
– Desculpa. - Murmuramos juntos. Acho que meu coração falhou uma batida.
Eu reconhecia aquela voz, nunca esqueceria dela. Forcei minha cabeça a olhar
para cima. Eu conhecia aquelas mãos morenas e aquele peito largo. Meu coração
começou a martelar forte e finalmente meus olhos encontraram com seu rosto.
Ele continuava igual, talvez um pouco mais forte e maior. Mas os cabelos
negros e escorridos continuavam os mesmos. Os olhos pareciam tristes e surpresos.
Jacob, estava parado na minha frente, me analisando do mesmo jeito que eu
fazia com ele.
Capítulo 31- Feliz ano novo, Cullen...

Senti minhas pernas tremerem, comecei a suar frio e meu coração parecia
querer sair do peito.
Estava completamente sem reação, e ele parecia da mesma forma. Nossos
olhos não se desgrudavam.
– Acho que ainda se conhecem certo? - Tio Billy me fez voltar a respirar e me
trouxe de volta para a terra. Ele estava parado atrás de Jacob.
– Oi. - Depois de cinco anos, eu voltei a ouvir a voz de Jacob. Aquela voz
grossa e firme.
– Oi. - Acho que eu falei. Meu coração continuava frenético, talvez eu não
conseguisse mais me mover. Estávamos na porta do restaurante, atrapalhando a
entrada das pessoas. Puxei o ar com força e me obriguei a reagir, eu não podia ficar
ali parada feito uma estatua. Eu precisava ir.
– Preciso ir. - Murmurei baixando. Voltei a respirar fundo e forcei minhas
pernas a se moverem, saindo dali.
Eu andava desnorteada, sem saber para que direção estava indo. Mil coisas
passavam na minha cabeça, mil lembranças. Meu coração estava a mil, e talvez eu
nunca mais parasse de tremer. Foi inevitável acender um cigarro.
Jacob estava ali. Jacob, meu primo, meu ex namorado, o pai da minha filha.
O que ele estava fazendo ali? Não deveria estar preso?
Eu queria dizer tantas coisas, mas simplesmente não consegui dizer nada. Eu
não tinha me preparado para aquilo. Por que não me avisaram que ele viria?
– Isa espera. - Ouvi ele me chamando e parei no mesmo momento. Não
consegui me virar para ele, mas ouvia seus passos se aproximando. Jacob passou por
mim e parou na minha frente.
Nossos olhos voltaram a se medir.
– Você cresceu. - Falou depois de alguns segundos.
– É, você também. - Foi o que consegui murmurar. Lágrimas começaram a
cair dos olhos dele, me deixando ainda mais sem reação.
– Me desculpe. - Ele se atirou em meus pés. - Me desculpe, eu acabei com a
vida delas. - Jacob já soluçava. Fechei os olhos e respirei fundo, sentindo um nó na
garganta. -Eu sou um miserável assassino, eu acabei com elas. - Eu desejava que
aquele momento, fosse só outro pesadelo. Porque eu não tinha ideia do que fazer. -
Eu fui cruel, mesquinho, eu sou um monstro. - Ele continuava se lamentando,
enquanto eu puxava o ar cada vez mais forte. Eu não queria abrir meus olhos. - Eu
matei Jane, matei nossa filha Isa, eu matei. - A angustia tomou conta de mim e o nó
na garganta se tornou insuportável.
O que eu pensei que jamais fosse voltar a acontecer, estava prestes a
acontecer, eu tentava me controlar, mas sabia que seria impossível.
– Eu sei que acabei com você também Isa. Eu também matei você. - Senti as
lágrimas escorrem pelo meu rosto, como há tempos não sentia. Eu não conseguia
mais evitar, elas estavam rolando. - Eu matei você, sei que matei. Eu acompanhei
tudo, do jeito que eu podia.
Eu desejava morrer, cada vez que via você sem vida. Então eu me metia em
brigas e apanhava muito, até desmaiar. Porque eu queria apanhar muito, eu queria
sofrer muito. Eu quero isso todo dia, eu mereço sofrer muito. - Eu ouvia os soluços
vindos de mim e não conseguia fazer nada para detê-los. Deixei meu cigarro cair no
chão. Jacob agarrou minhas mãos.
– Sei que vai me odiar para sempre, mas mesmo assim, quero que saiba que
sinto muito Isa. Muito, todos os dias, minutos e horas. Trocaria minha miserável vida
por a delas, juro para você. Eu só não me matei ainda, porque eu sei que eu não
mereço a morte.
Não, eu não mereço isso. A morte seria boa demais para mim, e eu não
mereço coisas boas. Eu mereço sofrer bastante Isa, é isso que eu mereço. - Abri meus
olhos lentamente, as lágrimas deixam a imagem de Jacob embaralhada.
– Para Jake, não diga isso. Levanta. - Consegui murmurar. Minhas mãos
largaram as dele, e puxaram sua camisa, para que ele levantasse, e assim ele fez.
– Eu sinto muito Isa, eu sinto muito. - Ele não parava de murmurar.
Me joguei nos braços dele. Jacob me abraçou apertado, e eu fiz o mesmo com
ele.
Choramos juntos, como deveríamos ter feito alguns anos atrás. Eu chorava
por tantas coisas, por tantos motivos. Por nossas irresponsabilidades, por nossa filha,
por Jane, por nossa família, por tudo ter terminado mal, por saber que por mais que
sentíssemos muito, nada as traria de volta.
Ficamos abraçados daquele jeito, até tio Billy aparece. Ele colocou as mãos
em nossos ombros.
– Que tal conversarem lá dentro? - Ele também estava chorando.
Me dei conta que estávamos no meio da rua, e com certeza sendo assistidos.
Jacob e eu nos largamos lentamente. Nós ainda chorávamos. Seus dedos
tetavam secar as lágrimas que caiam dos meus olhos.
– Pensei que nunca mais voltaria a chorar. - Murmurei tentando sorrir.
– Eu só te fiz sofrer Isa. - Balancei a cabeça negativamente.
– Erramos nós dois. Eramos adolescentes, imaturos e drogados. - Continuei
murmurei.
– Não, você não era mais isso. Eu era, eu estraguei tudo, eu ferrei com todo
mundo.
– Aquele não era você. Você não é daquele jeito. - As lágrimas não me
abandonavam mais.
– Por favor, pare com isso. Não tente me defender quero que me xingue, me
bata, diga que eu sou o culpado por tudo.
– Desculpe, mas não vou dizer isso.
– Vamos entrar garotos. - Tio Billy chamou de novo.
Caminhei até minha casa chorando e fumando.
Quando abri a porta de casa dei de cara com Charlie que estava sorrindo, mas
quando me viu daquele jeito, assumiu um semblante preocupado.
– Isa, por que está chorando? O que aconteceu? - Renée e tia Júlia,
apareceram também. Olhei para os três e entrei em casa, abrindo espaço para Jacob,
que entrou hesitante.
Tia Júlia praticamente pulo em seus braços. Eu fiz a mesma coisa com
Charlie, para que ele não pulasse no pescoço de Jacob. Renée também veio me
abraçar.
– O QUE ESSE MARGINAL ESTÁ FAZENDO AQUI? - Meu pai exigia
uma resposta. - O que ele te fez Isa? Ele machucou você?
– Não fala assim pai. - Respondi chorando. - Ele não me fez nada, pare com
isso. Nós só nos encontramos.
– Ainda não me explicaram o que ele faz aqui. - Ele disparou de novo.
– Jacob ganhou liberdade para o réveillon, tem que voltar amanhã até meio
dia. - Tio Billy explicou.
– E por que o trouxe aqui? - Me segurava forte em Charlie, para que ele não
avançasse em Jacob.
– Júlia estava aqui, o trouxe para vê-la, ia deixar Jacob lá no restaurante, mas
Isa pareceu por lá e eles se esbarram na saída.
– Ótimo, que ótimo final de ano. - Charlie se lamentou bufando. Limpei
minhas lágrimas com o braço e o encarei.
– Pai, para com isso. Deixe Jacob ficar, está tudo bem ok? Eu quero que ele
fique, deixe ele ficar conosco. - Ele negou. - Por favor pai. - Pedi deixando escapar
mais algumas lágrimas. - Por mim, por favor? - Tentei fazer a cara que Jully fazia,
quando queria muito alguma coisa.
Charlie me olhou nos olhos por alguns segundos e suspirou, aparentemente
vencido.
– Só hoje. Nunca mais me peça isso. Só hoje, entendeu? - Afirmei. - E eu não
preciso nem dizer que estou de olho - Ele falou olhando com fúria para Jacob. - Não
tente nenhuma gracinha, para seu próprio bem. - Jacob concordou e baixo a cabeça.
Me assegurei que Charlie estava bem, e fui até Jacob de novo, ele voltou a me
abraçar.
– Obrigado. - Murmurou. Sorri e beijei seu rosto.
– Senti muito a sua falta Jake. - Foi a vez dele beijar meu rosto.
– Eu também senti muito a sua Isa. Você está mais linda do que nunca. - Eu
sorri.
– Ah é, você também continua bonitão. - Nós dois acabamos sorrindo e o
clima se amenizou.
O puxei pela mão para sentarmos no sofá. Charlie acompanhava tudo bem de
perto.
Bernardo apareceu por lá, acho que pelo barulho. Ele se aproximou de nós
lentamente e olhou atentamente para Jacob.
– Esse é Bernardo, meu irmão. - Falei o puxando para perto de mim.
– Oi garoto. - Bernardo sentou-se no meu colo e me abraçou.
– Oi. - Ele respondeu sério e talvez um pouco bravo. Jacob esboçou um
sorriso.
– Ele se parece com você. - Acho que Bernardo rolou os olhos ao mesmo
tempo que eu, por que Jacob riu.
– Todo mundo fala isso. - Expliquei.
– Como vai? - Bernardo cruzou os braços e bufou.
– Eu sei quem você é, e eu não gosto de você. Isa tem pesadelos a noite, e eu
sei que a culpa é sua. - As palavras do garoto me surpreenderam, e me deixaram meio
sem reação.
– Bernardo, peça desculpas. Você não sabe de nada. - Falei um pouco brava,
Jacob sorriu.
– Tudo bem, deixa o garoto Isa. - Jacob encarou o garoto. - Temos algo em
comum Bernardo, porque eu também não gosto de mim. - Ele disse, e o pior é que ele
parecia sincero.
Nossa família nos observava atentamente, parece que o nosso choro contagiou
Renée e tia Júlia também.
Bernardo se soltou dos meus braços e se juntou a Charlie e os dois ficaram
nos vigiando.
Jacob voltou a se desculpar, ele fez isso por mais de meia hora, tive que
ameaçar não falar mais com ele para que parasse com aquilo.
Depois ele me contou de todo o tempo que passou na prisão, das brigas e
encrencas que arrumava por lá e do tempo que estava livre das drogas.
Quando Charlie teve que sair dali para trocar de roupar, deixou Bernardo no
seu lugar. O garoto sentou-se ao meu lado, e olhava Jake de cara feia.
Quando já eram quase 22:00, deixei Jake conversando com tia Júlia e fui
acabar de me arrumar.
Tirei o vestido e coloquei meu biquíni branco, já pensando no banho de mar,
depois recoloquei o vestido. Coloquei as sandálias altas, que Renée me deu. Ajeitei
meu cabelo, e fiz uma maquiagem leve. Sorri ao perceber que meu rosto já não estava
mais inchado.
Tentei de novo ligar para Edward e não obtive sucesso. Resolvi deixar uma
mensagem no correio de voz.
– Er... Oi Edward, sou eu, Bella. Não que seja da minha conta, mas aonde
você se meteu? Liguei para te desejar feliz ano novo, e dizer um olá...
Quando puder me liga, tenho novidades... Então é isso... Feliz ano novo, da
um beijo em Jully. Beijo para você também, e... é... eu sinto sua falta. - Murmurei
antes de desligar. Suspirei olhando para o celular e saí do quarto.
Todos já me esperavam na sala, Jacob sorriu a o me ver, 13 centímetros mais
alta e maquiada.
– Está linda. - Ele elogiou já ao meu lado.
– Ah você sabe, nada que muito reboco não dê jeito. - Ele riu.
– Você é linda ao natural Isa. Não precisa usar nenhum tipo de maquiagem. -
Sorri sem saber o que dizer, e Charlie apareceu por ali.
– Tenho um presente para você. - Charlie murmurou em meu ouvido.
– E o que é?
– Vem comigo, já, já vai saber. - Seguimos em comboio, para o salão de festas
da pousada.
A piscina estava coberta de balões brancos. Tocava um samba animado, ouvia
risadas e muitas conversas. Os amigos de Renée se misturavam com os hóspedes da
pousada. Com certeza, mais de 200 pessoas estavam ali. Os garçons circulavam com
diversas bebidas, aquilo me lembrava os velhos tempos.
Charlie me rebocou até o final da piscina e os outros vieram atrás. Ele parou
bruscamente.
– É todo seu. - Sorri para ele não entendendo. Mas seus dedos apontaram para
alguns metros a frente. E quando meus olhos bateram nele, não consegui ver mais
ninguém.
Abri um sorriso gigantesco, tentando acreditar no que meus olhos viam.
Edward estava ali, lindo como sempre. Ele estava com um bermudão branco e
uma regata também branca, seus pés estavam dentro de uma havaianas. Ele estava
exatamente do jeito que eu imaginei, quando estávamos na piscina de bolinhas.
Suas mãos estavam no bolso e ele me lançava um sorriso lindo.
Pela segunda vez naquele dia, meu coração disparou. Só que não do mesmo
jeito que disparou ao ver Jacob, era um jeito diferente, melhor, que me fazia sentir
vontade de sorrir.
Tive vontade de correr, mas como estava de saltos, acabei só caminhando.
Me joguei em seus braços e ele me abraçou apertado e girou comigo me
fazendo sorrir ainda mais.
– Não acredito que me enganou Cullen. - Ele gargalhou.
– Surpresa. Céus mulher, você é muito cheirosa.
– Olha quem fala. - Murmurei sorrindo. - Edward, se eu não tivesse tão feliz
por te ver aqui, eu te espancaria. Você não tem noção de quanto eu te liguei hoje?
Alice sabia? Eu vou matar aquela bandida. - Ele voltou a gargalhar.
– Pedi que não falassem nada. - Me soltei do abraço e beijei seu rosto, fui
retribuída no mesmo segundo.
– Vem, quero te apresentar minha família. - Eu o puxei pela mão, ele passou o
braço pelo meu pescoço.
– Não imagina o quanto está gostosa dentro desse vestido indecente. -
Cochichou no meu ouvido me fazendo rir.
– Comporte-se. - Murmurei antes de alcançarmos os outros.
– Mãe, Bernardo. Esse é Edward. - Bernardo sorriu para ele, e então eu
lembrei que aquele bandido em miniatura, com certeza também fazia parte da
gangue.
– Oi cara. - Edward riu e se abaixou.
–E ai cara? Viu? Ela nem ficou brava. - Eu ri.
– Mamãe disse que ela resmungou a tarde toda. - Bernardo me fez gargalhar,
acho que Edward não entendeu direito o que ele disse.
– Ok, depois vocês dois tentam conversar. - Falei. - Edward, essa é minha
mãe, Renée. - Renée estava atrás de Bernardo, Edward levantou-se e apertou a mão
dela.
– É um prazer conhecê-lo, famoso Edward. - Ele sorriu meio encabulado, eu
achei aquilo engraçado.
– O prazer é meu. - Ela sorriu encantada.
– Meu pai e você são cúmplices, então já se cumprimentaram certo? - Ele riu.
– Estávamos juntos a tarde toda. - Olhei incrédula para Charlie.
– Você me paga pai. - Charlie deu risada.
– Então, esse é meu tio Billy. - Os dois apertaram a mão firmemente.
– Minha tia Júlia. - Tia Júlia era como Jane, gostava de abraçar as pessoas.
– Você é cheiroso. - As palavras dela o deixaram com vergonha e me fizeram
rir.
– Obrigado. - Murmurou.
– E esse, é Jacob. - O sorriso de Edward se desfez, ele fechou a cara legal.
Jacob estava tranquilo, nem feliz nem triste. Ele estendeu a mão primeiro.
– E ai cara? - Falou um pouco sério demais. Edward demorou mas apertou sua
mão.
– E ai. - Foi tudo que respondeu. E o silêncio se fez, deixando um clima chato
no ar. Charlie percebendo isso interferiu.
– Quer beber alguma coisa Edward? - Ele estava extremamente simpático
com Edward.
– Whisky. - Respondeu simplesmente. Um garçom que passava por ali, nos
deixou algumas bebidas.
– Vamos logo lá para dentro então. - Tia Júlia convidou e todos seguimos para
dentro.
Já como a festa era da nossa família, Renée praticamente me obrigou a bater
algumas fotos para a coluna social. Tia Júlia fez o mesmo com Jacob. O problema é
que não era um fotógrafo, eram pelo menos uns treze.
Jacob e eu fomos os mais fotografados, eles pediam por fotos só nossas.
Depois de muita insistência, e de percebermos que quanto mais cedo cedêssemos,
mais cedo seriamos liberados. Nós nos juntamos, e os flashs vieram de todos os
lados.
– Como nos velhos tempos. - Ele murmurou em meu ouvido.
– Pensa no falatório que isso vai dar amanhã. - Respondi e ele abriu um
sorriso.
– Isa Marie, e Jake Black estão de volta. - Ele enquadrou uma manchete
inexistente com as mãos, me fazendo rir. - Seu amigo está com ciúmes. - Jake voltou
a murmurar, desviei meus olhos para Edward, que conversava com Charlie, mas com
os olhos em nós.
Ele não estava nem um pouco sorridente, e pelo que me pareceu estava na
segunda dose de whisky.
– Está indo rápido demais com a bebida. - Murmurei. - Ele não pode ficar
bêbado. - Tinha planos para aquela noite. Planos em que Edward estava
completamente sã, planos de nós dois pelados.
– Por que? - Jake quis saber. Abri um sorrisinho sacana, e ele me olhou
surpreso. - Ok, não me responda isso. - Edward pegou um novo copo do garçom que
passava por ali.
– Ok, chega de fotos. Vou salvar a minha noite. - Beijei a bochecha de Jake e
fui em direção de Edward. Puxei o copo de sua mão e me abracei a Charlie.
– Não pretende mesmo ficar bêbado, pretende? - Perguntei.
– Não. - Foi tudo que respondeu. Charlie sorriu.
– Isa, querem que você bata foto com o gatão ai. - Renée apareceu
cochichando no meu ouvido. Eu sorri e ecarei Edward, que tinha cara de poucos
amigos.
– Por que não? - Puxei ele pela mão, que ficou sem entender nada. Paramos
na frete dos fotógrafos. Abracei ele e sorri.
– Sorria. - Sugeri.
– Não estou entendendo nada. - Falou me puxando mais para perto.
– Minha mãe é famosa lembra? - Ele afirmou. - Minha tia também é. Elas
estão dando a festa. É a primeira festa desde que tudo aconteceu. Tem muitos
fotógrafos de várias revistas aqui. E agora fica essa chatice, Renée não quer me
liberar. - Cochichei em seu ouvido.
– Estou me sentindo uma celebridade. - Nós conversávamos entre sussurros e
aquilo me fazia rir.
– Não diga seu nome para eles. - Ele não entendeu. - Se dizer, vão inventar
trocentas mil coisas sobre nós.
– É seu namorado? - Um fotografo perguntou.
– Não, meu amigo. - Respondi sorrindo. Era engraçado ver que ele não
entendia nada, mas acabava sorrindo para as fotos.
– Como é o nome dele?
– De onde ele é?
– Onde vocês se conheceram?
– Quantos anos eles tem? - As perguntas foram disparadas, estava na hora de
parar com as fotos.
– Desculpa gente, não vou responder essas coisas. - Reboquei Edward dali,
para longe deles.
Renée e Charlie estavam conversando com Bernardo.
– Muitas perguntas? - Charlie questionou rindo.
– Muitas. - Edward continuava em entender.
– Pelo amor de Deus, o que está acontecendo? - Perguntou um pouco
assustado nos fazendo rir.
– Com o tempo você se acostuma. Aqui as coisas são sempre assim. Renée é
uma pessoa pública, e isso acaba afetando todos nós. - Charlie explicou.
– Viram a quantidade de fotógrafos? Nunca fui tão fotografado.
– Por isso que eu odeio essas festas. - Expliquei para ele. - Olha só minha
roupa, minhas sandálias. Eu queria estar descalço agora. - Ele me analisou da cabeças
aos pés e sorriu.
– Eu gosto de você assim. - Renée e Charlie riram e fiquei sem graça.
– Por que não trouxe Jully junto? - Bernardo perguntou. Edward sorriu.
– Bella, esse garoto é a sua cara.
– É por isso eu sou gatão. - Ele respondeu, fazendo Edward cair na
gargalhada.
– Jully vai vir, amanhã ela está ai. - Ele explicou, aquilo me surpreendeu.
– Sério? - Perguntei animada.
– Sim, resolveram vir todos. Estão super animados.
– Isso é ótimo. - Edward conseguiu me deixar ainda mais animada.
– Renée... - Tia Júlia chamou. - Querem fotos da família agora. - Olhei de
canto para minha mãe.
– Eu não quero fazer isso de novo. Por favor mãe. - Ela me abraçou e me
rebocou de lá. Lancei um olhar de desculpas para Edward, que também parecia não
gostar daquilo tudo.
– Só mais umas. Depois você aproveita seu gatão. - Murmurou no meu
ouvido.
– Não é meu gatão, é só meu amigo. - Ela sorriu.
– Okay. - Charlie apareceu cm Bernardo no colo e mais fotos recomeçaram.
Jake e seus pais também entraram para as fotos, eles de novo, pediram para
deixar Jacob e eu juntos. O que fez Charlie resmungar.
Jacob falava coisas engraçadas sobre os fotógrafos no meu ouvido, sempre me
fazendo rir. Aquilo fazia alegria dos fotógrafos, não era sempre que eu estava
sorrindo daquele jeito. Ficamos uns bons dez minutos ali,quando procurei Edward,
ele já não estava mais onde eu o deixei.
Fiquei conversando com Jake, sobre as coisas que eu andava fazendo. Ele não
era mas o velho Jacob, seu sorriso não era sincero, parecia forçado. Seus olhos não
brilhavam mais do jeito que que gostava, e as vezes, eu podia jurar que ele não
prestava atenção no que eu dizia.
Ele me deixou falando sozinha por algum motivo que só fui entender, quando
Nando apareceu na minha frente e me abraçou.
Ele estava tão diferente, parecia ter crescido. Estava mais alto, forte,
bronzeado e seus cabelos apreciam os de Edward, só que loiros.
Conversamos por um bom tempo, ele me contou que morava no Canadá,
cursava engenharia e estava solteiro.
Conversamos sobre Jane, sobre a saudades que sentíamos. Ele contou como
foi difícil superar, e que ainda não tinha feito isso completamente. Eu tentei me
desculpar com ele, mas ele disse que nem queria ouvir, sabia que a culpa não era
minha.
Meus olhos as vezes procuravam por Edward, mas continuavam sem
encontrá-lo. A banda tocava um samba que deixava o pessoal animado.
Como não encontrei Edward, puxei Nando pelas mãos e o levei até o local da
comida.
Lá eu fiz meu pequeno prato e procuramos uma mesa vaga, continuamos com
a conversa enquanto comíamos. Faltavam quinze para meia noite, quando acabei de
jantar.
– Quem você tanto procura garota? - Nando perguntou.
– Edward, um amigo meu. Sumiu faz quase uma hora. - Murmurei ainda
procurando.
– Seu namorado? - Eu ri.
– Não. Ficamos de vez em quando. Quer dizer, quase sempre. - Ele riu. - Mas
não é meu namorado.
– Por que? - Ele quis saber.
– Porque eu exclui relacionamentos amorosos da minha vida. - Ele voltou a
rir.
– Claro, por isso está tão preocupada em encontrá-lo. - Não respondi nada. -
Vai logo atrás dele garota. Se não esta aqui dento, só pode estar lá fora, observando os
fogos que já estão rolando. - Eu levantei apressada dali.
– Okay. Você não vem?
– Tenho cara de vela? - Eu ri e fui.
Passei no bar antes e peguei uma garrafa de champanhe, uma não, duas. Sei
que fui fotografada com elas, mas não me importei.
Já tinha um pessoal aglomerado lá fora, mas acabei encontrando Edward, no
mirante que ficava perto da piscina. Ele estava lá com o resto da minha família, mas
um pouco mais afastado.
– Até que enfim. - Charlie bufou. - Aonde estava?
– Jacob está aqui pai, então não se preocupe. Eu estava com Nando.
– Olha ali o garoto. Ele não parece nada feliz, você some e o larga assim. -
Bufei fui até Edward.
– Te encontrei a tempo. - Murmurei me aproximando. Ele se encostou na
proteção do mirante e não me respondeu nada. Parecia magoado. - Desculpe. -
Murmurei me aproximando mais.
– Tudo bem, acho que não deveria ter vido. - Ele cruzou os braços e não
olhava para mim. Odiei ouvir aquilo. Ele tinha mesmo se arrependido de ter vindo? -
Você é uma pessoa assediada aqui. - Tentou se defender. - Eu não entendo nada do
que dizem. - Suspirei vendo como eu estava sendo idiota. Ele estava ali por mim, e eu
o largava para fotos, ficava de papo, e o deixava de lado.
– Me desculpe. - Pedi. - Fui uma completa idiota.
– Só está matando a saudade dos seus amigos. - Ele enfatizou os amigos e
olhou para Jake. - Eu não sabia que esse cara viria.
– Nem eu. Conseguiu liberdade para o ano novo.
– Já são amigos de novo? - Ele quis saber.
– É, nós somos. - Ele bufou.
– Não gosto desse cara. - Rolei os olhos. Era tão ótimo começar uma
discussão com Edward, faltando alguns minutos para o ano novo.
– Você não o conhece. - Defendi.
– Você fica cheia de sorrisinhos quando está com ele. - Edward estava com
ciúmes ou o que?
– Pare com isso. Estou aqui com você não estou? - Ele sorriu cínico.
– Não, eu estou aqui com você. - Comecei a ficar sem paciência. - Eu sou só
seu amigo idiota, que veio de longe para te ver. É isso que disse para eles não é?
Porque o máximo que fez foi me dar um abraço e um beijo no rosto. Eu ainda me
pergunto porque não pode me beijar? - Alguém começou a contagem regressiva,
enquanto ainda discutíamos.
– O que é essa cena toda afinal? Tudo isso por causa de um beijo? Ou por
causa de Jacob?
– Tudo isso porque você quase nunca se permite ser você. Está mais
preocupada com que eles vão pensar. - Ele também parecia irritado.
– Eu não me importo com o que eles pensam. - Falei irritada me aproximando
ainda mais dele.
– CINCO. - Algum infeliz berrou perto da na minha orelha.
– Ah não? - Ele arqueou a sobrancelha e descruzou os braços.
– QUATRO. - Porque precisavam berrar?
– Mas é claro que não.
– TRÊS.
Edward suspirou e me puxou para junto dele.
– DOIS.
– Então prove.
– UM.
Eu olhei em seus olhos, e me perdi ali, eles brilhavam refletindo a minha
imagem. E dai que todos iriam ver? Quem ligava? Eu sorri e passei os braços em
volta de seu pescoço.
– Feliz ano novo, Cullen. - Disse antes de beijá-lo.
Capítulo 32 - Eu te adoro cada vez mais... Part1

Até tentei começar um beijo calmo, mas percebendo que aquilo não seria
possível, fiz uma pequena pausa, para colocar as garrafas no chão. Depois com as
mãos livres, eu voltei a beijá-lo.
Eu beijava Edward com vontade, quase sem pudor, sem dar o mínimo de
atenção para o que acontecia ao nosso redor. Uma de suas mãos segurava minha
cintura me trazendo mais para perto, enquanto a outra estava na minha nuca.
Minhas mãos afundaram em seus cabelos, tentando o puxar ainda mais para
perto.
Algumas pessoas ali perto de nós, cantavam Adeus ano velho, junto com a
banda. Gotas de champanhe que alguém estourou ali por perto, nos molhavam, me
fazendo sorrir e meu coração batia acelerado, achando aquilo tudo o máximo.
Nossas respirações estavam ofegantes, mas não ousávamos nos separar.
Percebi o quanto eu senti falta daqueles lábios daquelas mãos, daqueles toques.
Daquele homem, que estava ali, única e exclusivamente por mim. Sorri ainda mais ao
pensar sobre aquilo e me afastei minimamente dele.
Edward abriu o sorriso que eu adorava.
– Talvez eu devesse mesmo ter vindo. - Falou alto, por conta dos fogos e da
música. Foi minha vez de sorri.
– Feliz ano novo Bella. O ano que acabou de ficar para trás, foi o melhor ano
da minha vida, porque ele me trouxe você. - Ele murmurou em meu ouvido me
fazendo sorrir largo, feito idiota.
– Com certeza foi o melhor da minha também. Porque ao me levar até você,
ele me devolveu a vida. - Nos abraçamos apertado.
– Não sei, mas algo me diz, que o ano que começou agora, será ainda melhor.
- Eu não imaginava como poderia ficar melhor do que estava, mas Edward estava
dizendo e eu nunca duvidava de suas palavras. Ele se soltou do abraço e me encarou
sorrindo. Sorri também ao voltar a me ver refletida em seus olhos.
– Bella... - Ele murmurou, sem desviar os olhos dos meus. Edward me
analisava e parecia se decidir entre dizer algo, ou não. Ele respirou fundo parecendo
tomar coragem. - Bella, eu...
– Me deixe lhes desejar feliz ano novo, antes que eu tenha que chamar os
bombeiros. - Renée interrompeu Edward. Ela me puxou para si e me abraçou
apertado.
– Feliz ano novo meu amor, que esse ano seja repleto de felicidades, porque
você merece, merece muito. Tenho certeza que vai ser um dos melhores anos de sua
vida, até porque já começou muito bem. - Eu sorri.
– Obrigada mãe. Feliz ano novo, espero que você e Charlie tomem juízo e se
resolvam de vez. Eu amo você.
– Eu também amo você pequena. Jamais faria algo para te fazer sofrer. - Ela
murmurou e antes que eu pudesse dizer algo, Charlie me puxou para ele. Renée foi
abraçar Edward.
– Finalmente saiu um beijo. - Eu ri. - Continuo sendo ciumento, mas vou abrir
uma exceção hoje. - Eu o abracei apertado. - Feliz ano novo Isa. Liberte-se de vez, de
tudo o que aconteceu. Sei que uma vida maravilhosa está esperando por você, não
tenha medo, a agarre logo. Sei que ainda vai ser muito feliz, minha garotinha. - Ele
me fez sorrir e quase chorar.
– Obrigada pai. Feliz ano novo. Desejo que você e Renée se acertem. Mas
acima de tudo, quero que sejam muito felizes. Quero que você seja muito feliz. Eu te
amo pai, você é meu herói. - Falei com a voz embargada, ele se soltou do abraço e me
encarou, seus olhos estavam marejados.
– Eu também amo você. Conte comigo sempre, para qualquer coisa. - Eu
assenti e voltei a lhe abraçar, até que senti minhas pernas sendo abraçadas e tive que
sorrir.
– Hey garoto. - Puxei Bernardo para meu colo e logo ele se agarrou em meu
pescoço.
– Feliz ano novo Isa. - Eu sorri.
– Feliz ano novo para você também, gatão. Sei que eu não fui uma boa irmã
durante todo esse tempo, mas eu prometo para você que as coisas vão melhorar, vou
compensar o tempo perdido.
Eu amo você Bê, você é um garoto incrível. O garoto mais amável e
carinhoso que eu conheço, me desculpe ter ficado tanto tempo afastada.
– Eu também amo você Isa. Vou cuidar de você para o papai e Edward. - Eu
ri, ele se recusava a afrouxar os braços do meu pescoço. - Não vou deixar esse tal
Jacob, te fazer triste de novo, eu prometo. - Falou sério e eu acabei sorrindo. - Você é
a melhor irmã do mundo. - Eu quase o esmaguei em meus braços, o garoto era muito
fofo e me fazia sentir muito bem. Me xinguei mentalmente por os anos que fique
longe dele, mesmo estando tão perto.
Charlie acabou o tirando dos meus braços e eu fui abraçar o resto a minha
família.
Desejei feliz ano novo para tia Júlia, tio Billy e Jake, antes de voltar para
Edward.
Peguei as garrafas de champanhe que estavam perto dos pés dele e lhe
entreguei uma.
– Jane e eu, costumávamos não usar taças. - Ele sorriu e se livrou de todos os
apetrechos da garrafa, a estourando em seguida. Fiz o mesmo com a minha.
– Para que taças? - Eu ri e ergui minha garrafa.
– Feliz ano novo, Cullen. Que esse ano seja ainda melhor, se é que é possível.
- Ele sorriu e bateu sua garrafa na minha.
– Feliz ano novo e que você seja minha por completo, Swan. - Eu já não era?
Depois de darmos alguns goles na bebida, voltamos a nos beijar.
– Vamos para praia. - Murmurei em sua boca. - Quero tomar um banho de
mar. - Ele parou de me beijar e me fitou.
– O que? - Eu ri.
– É um costume. Dizem que o mar revigora as pessoas. Você toma um banho,
deixa todas as coisas negativas ali e começa um ano novo revigorado. - Ele sorriu.
– Ok, então vamos. - Entreguei minha garrafa para ele e me livrei das
sandálias. Voltei a pegar minha garrafa e dei outro gole, puxei Edward pela mão e
caminhamos até minha família.
– Vamos até a praia. - Comuniquei. Tia Júlia sorriu.
– Tomar banho de mar? - Foi minha vez de sorri.
– Exatamente.
– Posso ir junto? - Bernardo pediu.
– Ah cara, dessa vez vou ter que te negar. - Respondi fazendo todos rirem.
– Ahh, por que? - Por que crianças gostavam de perguntar coisas, das quais
não podiam saber a resposta?
– Acho que eles querem ficar sozinhos. - Renée ajudou. Beijei a bochecha do
garoto.
– Vamos fazer assim, hoje eu vou com Edward, amanhã combinamos um dia
para irmos os três.
– Mesmo?
– Mesmo. Combinamos tudo amanhã, agora me deixa ir. - Ele sorriu. - Até
mais pequeno.
– Até amanhã. - Meus olhos acabaram parando em Jacob, que assistia a tudo
um pouco sério.
Com certeza quando eu voltasse ele não estaria mais ali. Fui até ele e o
abracei.
– Tchau Jake. - Murmurei para que só ele ouvisse. - Vou tirar você de lá.
Prometo que vou. Aguenta só mais um pouquinho.
– Não se preocupe comigo Isa. - Murmurou retribuindo o abraço.
– Um por todos, todos por um. Lembra? - Jake, Jane e eu, sempre usávamos
aquela frase dos três mosqueteiros. Era assim que as coisas eram entre nós. Sempre
ajudávamos uns aos outros. Jake sorriu mais não disse nada. - Não desista de você
Jake. Por favor não faça isso. - Ele soltou-se do abraço e me encarou.
– Divirta-se Isa. - Ele tentou sorrir, lhe lancei um último sorriso e voltei para
Edward.
– Tchau família. - Falei antes de sairmos.
– Previnam-se. - Tio Billy gritou fazendo piada. Levantei meu polegar sem
olhar para trás. Edward me abraçou, e caminhamos em direção a praia.
Paramos várias vezes no meio do caminho, hora para nos beijarmos, hora
apara assistir aos fogos que ainda rolavam, hora para beber champanhe e hora para
nos beijarmos novamente.
Quando finalmente chegamos na praia, aconteceu um beijo fervoroso,
daqueles que me tiravam completamente de órbita.
– Desculpe. - Disse ofegante. - Me desculpe por ter dado mais atenção a eles
do que você. - Ele sorriu.
– Tudo bem, está compensando agora. - Sorri e dei mais um gole no meu
champanhe.
– Estou muito, muito feliz mesmo, por você ter vindo. - Ele me puxou para
mais um beijo.
– Estou feliz de ter vindo. - Murmurou contra minha boca. - Não aguentava
mais de saudades.
– É, eu também não. Hoje a tarde, eu pensei que fosse enlouquecer. Seu
celular caía sempre na caixa postal. Eu fiquei muito irritada, não faça mais isso
garoto. - Ele deu risada.
– Surpresa é surpresa. - Rolei os olhos.
– Sei... Vem, vamos entrar na água. - O puxei pela mão e caminhamos em
direção ao mar.
– Tá gelada. - Ele reclamou.
– Tá nada, não seja covarde. - Ele parou de andar e me lançou um olhar
incrédulo.
– Ah eu sou covarde? - Eu adorava quando ele arqueava as sobrancelhas.
– É. - Assim que respondi, ele me pegou no colo e começou a caminhar
comigo, para dentro da água. - Me põe no chão Edward, não vai me jogar. Preciso me
acostumar com a água primeiro, não me jogue assim direto. - Quase implorei,
enquanto ele dava risada. Ele já estava com água pela cintura, as ondas que
estouravam e respingavam em mim, me deixavam arrepiada.
– Quem mesmo é covarde? - Não tive tempo de responder, porque ele me
jogou. Senti a água gelada me encobrir.
Voltei para superfície bufando. A primeira coisa que fiz, foi tentar socá-lo.
Quando abri a boca para dizer algo, ele me puxou e me beijou. Tudo que me restou,
foi descontar minha raiva no beijo.
Eu mordi seus lábios com força, minha boca parecia querer devorar a dele.
Suas mãos estavam em minhas pernas, as apertando com força. Graças a Deus a água
nos encobria, porque meu vestido já não cobria mais a parte de baixo.
Edward atacou meu pescoço, quando seu ar acabou e aquilo estava me
deixando insana. Se ele continuasse daquele jeito, eu teria um momento Cicarelli e
abriria as pernas ali mesmo.
– Não vamos fazer isso aqui. - Murmurei. Ele me prensou contra seu corpo,
me fazendo soltar um longo suspiro, quando senti o tamanho de sua empolgação.
Seus beijos continuavam, ele pareceu não me ouvir. Me agarrei ao último fio de
consciência que ainda me restava e me afastei um pouco. Ele ficou sem entender.
– Vamos para casa. - Falei tentando respirar. Edward caiu de costas na água,
me fazendo sorrir. Ele levantou-se logo e sem paciência para muito esperar, eu o
puxei pela mão. Ajeitei o máximo que pude, me vestido antes de sair dali.
Edward foi me beijando, provocando e falando coisinhas no meu ouvido, todo
o percurso.
A casa estava aparentemente vazia. Ele esperou exatamente o tempo de eu
fechar a porta e voltou a me atacar.
Estávamos pingando e salgados, mas aquilo não nos importava. Ele mordeu
minha boca com força e me prensou na porta que eu tinha acabado de fechar. Minhas
mãos não foram nada delicadas ao puxarem seus cabelos. Suas mãos deslizaram até
minhas pernas, e me levantaram. Eu as prendi em sua cintura e ele me carregou até o
balcão da cozinha, me sentando lá.
Passei algum trabalho para me livrar de sua camiseta molhada. Já ele era mais
habilidoso e não pareceu ter dificuldade para me deixar só de biquíni.
Minhas pernas continuavam o abraçando, para que ele não se afastasse nem
um milimetro.
– Céus mulher, como você é gostosa. - Murmurou na minha boca, me
deixando ainda mais insana.
– Você me deixa louca Edward. Completamente maluca. - Respondi arfando.
– Deus do céu, vocês não deveriam estar na praia? - A voz de Charlie fez com
que nos separássemos.
Rapidamente peguei a camiseta de Edward, que estava ao meu lado e me
cobri. Respirei fundo muitas vezes e arrisquei uma olhada para ele.
Charlie estava com Bernardo no colo, que dormia tranquilo. Renée, trancava a
risada para não acordar o garoto.
Edward estava petrificado com o flagra, eu sinceramente não sabia o que
fazer.
O olhar que Charlie lançou para nós, não foi nada feliz, ele caminhou para
dentro, para por Bernardo no quarto, e com certeza voltaria.
Aproveitei para descer do balcão e por a camiseta, meu corpo ainda
queimava, e meu coração continuava frenético.
Minha mãe não aguentou mais e caiu na gargalhada. Isso fez com que Edward
voltasse a se mover, ele me olhou procurando ajuda, sem saber o que fazer.
– Fique calmo. - Murmurei. Por motivos óbvios ele continuou virado para o
balção.
Charlie voltou para a cozinha e nos encarou por um tempo.
– Réveillon é meu carma. - Ele murmurou e acabei rindo. Edward não
entendeu. - Já pensaram se chegássemos dez minutos depois? - Perguntou para nós
dois.
– Desculpe, fomos irresponsáveis. - A respiração de Edward estava
completamente irregular, assim como sua voz.
– Pai, eu flagrei você e Renée em situação pior. E vocês sabiam que
estávamos em casa. - Ele ficou sem resposta.
– Seu pai só está sendo ciumento amor, dê um tempo a ele. - Renée o
defendeu. Eu também ainda estava ofegante, Edward olhava para o chão
envergonhado. Acabei rindo daquilo tudo.
– Ok. Vou para o quarto então. - Charlie me olhou ainda mais sério.
– Sozinha? - Renée riu e eu também. Aquilo era uma resposta. - Maravilha. -
Murmurou.
– Podemos ficar onde eu estou. - Edward murmurou. Aquela era uma ótima
ideia, me perguntei porque não tinha pensado naquilo antes.
– Ótima ideia. - O puxei pelas mãos.- Até amanhã gente. - Beijei minha mãe e
Charlie.
– Vai sair desse jeito? - Ele apontou para a camiseta de Edward que cobria
meu corpo.
– Estou de biquíni por baixo e é só até o chalé de Edward. - Dei de ombros. -
Boa noite pai, divirtam-se e não esqueçam que Bernardo está em casa. - Não esperei
por resposta, puxei Edward para fora e gargalhei alto.
– Meu Deus Bella, viu o jeito que ele olhou para mim? Sério, estava pensando
em sair correndo. - Ri ainda mais alto.
– Que homem medroso. Eu defenderia você. - Edward acabou rindo também.
– Por que ele disse que réveillon é um carma?
– Porque minha primeira vez foi em uma noite de réveillon. Saí com Jake e
Jane para um banho de mar e acabei chegando em casa no outro dia, as seis da
manhã. Charlie estava esperando no meu quarto, ele viu Jacob me deixando na porta
de casa, com certeza viu os amassos, e viu também que estávamos sozinhos. - Sorri
ao lembrar. - Nossa, ele ficou quase um mês de bico comigo.
– Hum... - Esse foi o comentário de Edward.
O chalé de Edward ficava depois do salão de festas. Tentamos passar
despercebidos por ali, mas com certeza fomos fotografados. Até mesmo porque fui
até o bar pegar outra garrafa de champanhe e taças. Depois disso seguimos para seu
chalé.
Me toquei que nunca tinha visto como eram os chalés da nossa pousada, a
única coisa que conhecia era nossa casa. Eu gostei do chalé, tinha uma cozinha, uma
sala e um banheiro na parte de baixo e em cima era o quarto, uma suíte, segundo
Edward..
Ele trancou a porta e puxou a garrafa da minha mão.
– Vou tomar um banho. - Avisei, mas ele me puxou pelo braço.
– Não, vamos continuar de onde paramos. - Era uma ótima proposta, mas eu
me sentia grudada com a água do mar secando.
– Deixa eu tomar um banho, estou grudando, depois podemos fazer o que
quiser. - Mordisquei sua orelha.
– Você está ferrada. - Ameaçou com um sorriso sacana.
– Ótimo. Adoro estar ferrada, sendo que seja com você. - Me livrei de sua
camiseta e subi as escadas. Ele não tirou os olhos de mim. - Tome um banho também.
- Pedi.
Não demorei muito no banho, afinal tinha um Deus grego me esperando no
andar de baixo. Sequei um pouco meus cabelos com a toalha, me enrolei na mesma e
desci.
Ele também já tinha saído do banho, a toalha branca em volta de sua cintura
me deixava louca.
Edward era perfeito, seu abdômen era perfeito, seus braços, pernas, o corpo
inteiro. Ele sorriu ao perceber que eu estava praticamente o secando.
– Algum problema? - Perguntou com um sorriso safado. Ele enchia as taças de
champanhe. Me aproximei lentamente.
– Na verdade... - Murmurei encostando meu corpo no dele. - Tem um
problema sim... - Murmurei, ele pareceu curioso.
– E o que é? - Sorri e peguei uma taça.
– Essa sua toalha, ela está atrapalhando minha visão. - Ele sorriu.
– A sua está fazendo a mesma coisa comigo. - Deus, só Edward sabia falar
baixo e rouco daquele jeito. Sua mão, desatou o nó da minha toalha a fazendo cair.
Seus olhos famintos me devoravam.
Eu também me desfiz de sua toalha e era capaz de apostar que meus olhos
estavam tão cheios de luxúria quanto os dele. Ele estendeu sua taça e sorriu.
– A você, Bella Swan, que me faz o homem, mais completo do mundo. - Eu
sorri e encostei minha taça na dele.
– A você Edward Cullen, que faz o mundo desaparecer, quando estamos
juntos. - Nós brindamos e viramos. Logo em seguida ele me puxou para um beijo
avassalador. Quando o ar faltou ele se afastou minimamente, aproveitei para largar
minha taça em qualquer lugar. Ele pegou a garrafa de champanhe e me puxou para o
sofá, me derrubando lá.
Um sofá enorme, e confortável, agradeci aos céus, por Renée, nunca
economizar quando comprava algo. Edward sentou-se no cão, virado para mim.
– É uma pena não termos morango. - Murmurou antes de derrama champanhe
em no meu corpo. Ele me deu um verdadeiro banho de champanhe, quando se deu
por satisfeito se ajoelhou e começou a sugar todo líquido.
Eu sempre gostei de champanhe, mas depois daquele dia, champanhe tinha se
tornado minha bebida preferida...
Eu não sabia exatamente quantas vezes ficamos juntos aquela noite, quando
eu cochilava, os beijos de Edward já estavam lá me acordando de novo. Quando já
estava amanhecendo, ele me carregou para o quarto e antes que eu caísse desmaiada,
nós voltamos a nos unir. Não sei se ele tentou mais alguma coisa depois daquilo, mas
se tentou eu estava completamente inconsciente. Edward esgotou com todas as
minhas energias, eu não podia mais nem com o peso das minhas pálpebras, o dia já
estava claro quando fechei os olhos.
Quando acordei ele ainda dormia, suas pernas estavam entrelaçadas na minhas
e seu braço por cima do meu corpo. Meus joelhos doíam horrores, graças ao chão da
sala, que não tinha nenhum tapete. Eu não sabia se tinha força para me mexer, mas
meu estômago roncava exigindo comida, muita comida. Minha mente era povoada
por imagens da madrugada. Céus, eramos completamente insanos, Talvez Edward
tivesse um kamasutra em casa. Aqueles pensamentos faziam meu corpo pervertido
querer dar sinal de vida.
Saí dali sem acordá-lo e fui para o banho. Quer dizer, me arrastei para o
banho, lá eu percebi que meus joelhos estavam meio roxos e meu corpo tinha alguns
hematomas. Preferi nem pensar sobre meu pescoço.
Coloquei meu biquíni que já havia secado e fui até a mala de Edward,
roubando outra camiseta. Penteei meus cabelos, escovei os dentes e fui para missão
quase impossível, acordá-lo.
Nem meus beijos o fizeram se mexer, aquilo me fez sorrir, Edward parecia tão
acabado quanto eu.
– Hey, bicho preguiça, acorde. - Murmurei em sua orelha. - Vamos, eu estou
com fome. Muita fome na verdade, acho que comeria um javali. - Voltei a murmurar.
Vi um pequeno sorriso em seus lábios e aquilo me animou. - Acorda preguiçoso. -
Murmurei de novo. Ele abraçou o travesseiro e deitou-se de bruços, me deixando a
vista suas costas arranhadas pelas minhas unhas. Ri daquilo, precisávamos parar de
nos marcar, aquilo era feio.
Comecei a beijar suas costas o que o fez suspirar, sim ele estava acordado.
– Já são seis da tarde, dormimos um monte. - Continuei meu monólogo. - Eu
tenho fome, muita fome, você quase me matou. - O ouvi rindo preguiçosamente.
– Não sei se consigo me levantar. - Por fim ele falou. Sua voz estava muito
rouca e preguiçosa.
– Sei que consegue, deve estar com fome também. - Eu quase implorava, ele
voltou a se virar para mim, e abriu os olhos lentamente. Ele sorriu ao me ver, e
ficamos nos encarando sem dizer nada. Quer dizer, não dizíamos uma palavra, mas
nossos olhos se diziam muitas coisas.
– Ok, vou para o banho. - Murmurou me puxando para um beijo. Um beijo
calmo e terno. Mas meu estômago não queria saber de nenhum tipo de beijo, ele
queria era saber de comida e deixou isso muito claro num resmungo, fazendo Edward
rir. - Que mulher gulosa essa. - Murmurou antes de sentar-se. - Separe uma roupa
para mim, não demoro. - Ele me deu um selinho e levantou-se indo para o banho.
Peguei uma bermuda jeans azul e uma regata azul clarinho, e uma Calvin
Klein branca.
Quando ele voltou completamente nu e secando os cabelos com a toalha, tive
que me afastar, para evitar possíveis ataques.
Quando estávamos devidamente prontos, ou melhor, ele estava pronto. Eu
ainda precisava de um shorts. Saímos em busca de comida.
O sol fez meus olhos quase se fecharem, estava um dia lindo na rua, encostei
minha cabeça no peito de Edward e ele passou o braço em volta de meus ombros,
caminhamos assim. Pessoas que estavam hospedadas ali e que me reconheceram,
tiraram algumas fotos de nós dois, que com certeza seriam vendidas para revistas.
Mas eu não estava ligando, meu humor estava a mil e não haveria foto que o roubaria
de mim.
– Vamos almoçar no restaurante da pousada. - Ele concordou. - Só preciso ir
em casa antes e colocar um shorts.
– Seu pai provavelmente quer me mata. - Disse temoroso me fazendo rir.
– Não se preocupe, ele gosta de você. E você não é Jacob, então ele não quer
te matar. - Respondi simplesmente.
– Agora que Jacob parece estar de volta, o que pretende fazer? - Ele perguntou
receoso.
– Me casar com ele, ter vários filhos e formar uma família feliz. - Falei rindo,
fazendo Edward revirar os olhos.
– Boba. - Respondeu.
– Não vou fazer nada ué. Vou voltar com você para os Estados Unidos e ele
vai seguir a vida dele. - Ele ficou pensativo e não disse mais nada.
Antes de entramos na minha casa ele respirou fundo me fazendo rir.
Charlie estava deitado no sofá e Renée abraçada a ele. Com certeza Bernardo
estava no vídeo game.
– Oi gente. - Murmurei os fazendo voltar o olhar par mim.
– Se não é a minha filha. - Renée estava sorrindo. Já Charlie, estava de cara
feia. Caminhei até eles e me abaixe para beijar Renée, depois fiz a mesma coisa com
Charlie que ficou imóvel.
– Vim por um shorts, e estou indo almoçar. - Charlie bufou alto e Renée o
cutucou.
– Ok, pendurem lá no restaurante. - Pendurem lá no restaurante, significava,
que ninguém precisaria pagar.
– Certo. Ahh, peguei uma garrafa de champanhe ontem no bar. - Avisei. Tudo
que eu falava parecia fazer Charlie bufar.
– Certo. - Respondeu rindo. Edward continuava imóvel no lado da porta.
Bernardo deve ter me ouvido falar e apareceu por lá.
– Hey Edward, quer jogar vídeo game? - Por que ele gostava tanto de
Edward?
– Vamos almoçar primeiro. - Respondeu e se abaixou, para ficar do tamanho
de Bernardo.
– Almoçar? - Ele perguntou para mim em português. - Mas já é quase noite. -
Eu ri e fui até os dois.
– Dormimos até tarde pentelho, quer ir conosco? - Ele pareceu se empolgar.
– Eu posso?
– Claro que pode, só deixa eu por um shorts. - Baguncei os cabelos dele e
segui para meu quarto. Botei um shorts que tinha ganho de Renée, onde apareciam os
bolso e fiz um nó na camiseta de Edward, para ficar mais justa no corpo. Peguei os
óculos que tinha ganho de Jully e coloquei uma havaiana. Pensei em prender os
cabelos, mas meu pescoço roxo não permitiu.
Edward já estava sentado no sofá conversando com Renée e Bernardo estava
sentado em suas pernas.
– Vamos garotos? - Minha mãe sorria abobadamente para nós três.
Os dois levantaram rapidamente, cada um me deu uma mão me fazendo rir.
Charlie desviava os olhos sempre que acabavam em mim.
– Algum plano para noite? - Questionei.
– Seus avós querem pegar Bê, para ficar com eles hoje a noite. Se seu pai
voltar a falar, podemos ir para alguma balada. - Meu queixo quase caiu, Renée queria
ir em uma balada? Aquilo acontecia poucas vezes na vida.
– Estamos dentro. Agora eu vou, estou faminta. - Ela até pensou em fazer um
comentário, mas evitou, com certeza por Charlie.
Nosso almoço foi bem engraçado, Bernardo e Edward tentavam se comunicar,
horas em português, horas em inglês e de algum jeito estranho acabavam se
entendendo.
Comemos duas porções de camarões, e um peixei grelhado, limpamos tudo,
não sobrou nem um bago de arroz. Edward parecia tão faminto quanto eu, e aquilo
me fazia rir.
De sobremesa pedimos petit gateau.
– Ô Isa, precisamos levar Edward no Cristo, no pão de açúcar e no maracanã.
- Bernardo estava empolgado. Mas só de pensar no calor que enfrentaríamos eu
desanimava.
– Vamos esperar o resto da família dele chegar, assim fazemos isso só uma
vez. - Ele assentiu.
– Hã? - Edward não entendia nada, nos fazendo rir.
– Estamos conversando sobre levar você e sua família nos pontos turísticos do
Rio. - Ele sorriu.
– Eu quero conhecer o Cristo Redentor. - Edward falou Cristo Redentor em
português, seu sotaque fez com que Bernardo e eu garalhássemos, o deixando sem
graça.
– Você fica muito fofo com esse sotaque. - Falei enquanto lhe apertava as
bochechas.
– Vocês dois são namorados? - Bernardo questionou.
– Amigos. - Era bom Edward não entender português, as vezes.
– Uhum... - Aquela miniatura estava insinuando que eu mentia. - Eu vi você
beijando ele ontem. Eca. Amigos não beijam na boca. - Ele fazia cara de nojo e eu
acabei rindo.
– É que depende do tipo de amizade, existem as amizades normais, aonde os
amigos não se beijam. E existe a amizade do tipo colorida, aonde os amigos se
beijam. - Ele coçou a cabeça.
– Mas vocês não usam calças coloridas. - Eu gargalhei alto.
– Claro que não. Já me imaginou de calça colorida, Bernardo? - Ele riu e
balançou a cabeça negativamente. - Não falo sobre as roupas. O nome da amizade é
colorida, mas não precisamos ser emo para isso.
– Então amizade colorida é tipo namoro, mas tem outro nome. - Ele concluiu.
Edward já estava impaciente sem entender nada.
– É, mas não é. Ahh garoto, eu não posso te explicar isso, você é muito jovem
para essas coisas. Esquece isso, um dia eu te explico. - Limpei o canto da boca dele,
que estava sujo de chocolate, aquilo o fez sorrir. Bernardo pegou minha mão e
entrelaçou seus dedos nos meus, fazendo Edward e eu sorrirmos. Acabei o beijando e
puxando para meu colo.
Ficamos mais um tempo por ali, só conversando, ou tentando isso. Tinha
quase certeza que Bê e Edward acabariam inventando uma língua nova, Portuglês, ou
algo assim. Eu me divertia com as tentativas de diálogos dos dois.
Quando voltamos para casa, Renée e Charlie continuavam no sofá, um virado
para o outro, aparentemente conversando. Me sentei no sofá vizinho junto com
Edward e Bernardo. Suspirei e olhei para Charlie que voltou a desviar o olhar.
– Que tal você mostrar seus jogos para Edward e para mim, Bê? - Renée
obviamente queria nos deixar a sós. O garoto aceito sem dificuldade, Edward também
entendeu e foi sem reclamar.
Charlie fazia prestar atenção na TV, suspirei e me joguei no seu sofá. Ele
continuou me ignorando, me abracei a ele, assim com Renée fazia minutos antes.
– Para com isso pai. Você não viu nada demais. - Ele suspirou.
– Não, só minha filha quase nua, em cima do balcão da cozinha, se pegando
com um rapaz quase nu também. - Falou entre dentes.
– Você e a mamãe estavam literalmente se pegando, quando flagrei vocês. E
nem vou falar nada sobre o episódio dos Estados Unidos.
– É diferente. - Protestou. - Você é minha filha, ainda é minha criança. Não
gosto de pensar que faz essas coisa, imagina então ver você quase... - Ele não
continuou. - Tive insônia a noite toda. Uma coisa é você saber que sua filha tem uma
vida sexual ativa, outra bem diferente é quase ver acontecendo. - Eu ri do drama dele.
– Desculpe, não sabia que chegariam tão cedo. Não planejamos, só aconteceu.
Edward está com medo de você. - Charlie suspirou.
– Tirando a parte do que eu vi e ouvi. Ele é uma boa pessoa. - Sorri.
– É, é sim.
– Quando viu ele, até largou Jacob falando sozinho. - Revirei os olhos.
– Não comece pai. Jacob e Edward, não tem nada haver um com o outro. Vai
deixar Jake livre, não vai? - Ele não respondeu de imediato.
– Talvez, mas não agora. Só quando eu souber que já aterrizou nos Estados
Unidos. - Rolei os olhos.
– Foi bom revelo, abraçá-lo. - Ele olhou para mim.
– Ele não tentou nenhuma gracinha para cima de você, tentou?
– Não, claro que não. Por que tentaria? - Ele rolou os olhos como se fosse
óbvio.
– A cara de pateta apaixonado dele, ainda é a mesma. Se ele tentasse algo,
você... - Não deixe ele acabar a frase.
– Claro que não. Não seja ridículo, não sinto mas nada por ele, nesse sentido.
– Santo Edward. - Murmurou e não satisfeito emendou uma pergunta. - E por
Edward, já descobriu o que sente? - Eu não gostava de pensar, nem falar sobre aquilo,
eu preferia excluir aquele assunto da minha mente. Não conversava sobre aquilo nem
comigo mesma.
– Vamos aonde hoje a noite? - Mudei completamente o assunto, aqui fez
Charlie rir.
– Em um barzinho ou boate, lá na rua das pedras. Sua mãe pegou um
camarote para nós.
– Vamos cair na noite então. - Ele sorriu.
– Acho que o motorista precisa nos levar, nada de ser o motorista da rodada
hoje. - Pelo jeito a noite seria agitada.
– Os Swan, estão de volta. - Falei animada o fazendo gargalhar...
Não estava a fim de colocar salto e roupa bonitinha para sair, então só
coloquei um tênis e fui do jeito que estava.
Edward fez o mesmo. Com certeza Alice nos chamaria de mulambentos se
nos visse daquele jeito.
O lugar já estava cheio quando chegamos, e foi impossível não sermos
fotografados na entrada. Bati algumas fotos até chegar ao camarote, que ficava no
andar de cima.
Uma bandinha tocava MPB, e as pessoas conversavam animadas, Os garçons
carregavam muito chopp para tudo quanto era lado.
Tia Júlia e Tio Billy estavam por lá. O garçom trouxe chopp para todo
mundo, menos para Edward que pediu uma caipirinha. Charlie e tio Billy
sequestraram Edward de mim e eu me juntei com as mulheres.
Tia Júlia contou que a banda que tocava era de um conhecido seu, e sugeriu
que eu desse uma canja, mas mudei de assunto.
Um tempo depois, Nando acabou aparecendo por lá também. Ele e meus
familiares tinha se encontrado na noite anterior e agora pareciam matar a saudade.
Depois que ganhei uma câmera, eu estava praticamente uma paparazzi,
fotografava todos, fazendo Charlie resmungar, e o traidor do meu amigo colorido,
concordava com meu pai.
Nando e eu engatamos uma conversa sobre músicas e estilos. Com quatro
chopps na cabeça, já começávamos a achar graça de tudo.
Entre dez frases que Nando dizia, seis eram sobre Edward estar olhando para
nós. Pelo jeito aquilo era verdade, ele não tirava os olhos de nós. Me dei conta que
Edward não tinha a mínima noção de quem era Nando. Quando fui até ele para levá-
lo até Nando, ele me encostou na parede e me beijou. Acabei esquecendo o que fui
fazer e me perdi no beijo, até Charlie começar a tossir perto de nós.
Lembrei do que tinha ido fazer e reboquei Edward até Nando que gargalhava.
– Edward, esse é Nando. Ele era o namorado de Jane. - Tive que quase gritar,
por a música estar alta.
Edward pareceu relaxar e sorriu sincero para o garoto.
– Nando, esse é Edward. - Eles pareceram se gostar e apertam as mãos.
Tio Billy voltou a puxar Edward para a conversa deles e dessa vez ele pareceu
não se importar em me deixar sozinha com Nando.
– Quando vai ser o casamento? - Perguntou no meu ouvido, eu dei risada.
– Casamento? De que casamento estamos falando? - Eu quis saber.
– Do de vocês dois.
– Não viaja garoto. Edward e eu não temos nada. Nos usamos para fins
sexuais. Sabe, isso é ótimo. Todas as pessoas deveriam fazer isso. - Ele gargalhou.
– Vocês estão apaixonados Isa, isso está mais na cara do que nariz. - Nando
bebeu demais, já estava afetando seu cérebro.
– Não viaja. Não estamos apaixonados, só estamos nos curtindo. - Ele sorriu,
mas não voltou a insistir.
A banda parou, e minha tia estava por lá, suspirei já sabendo o que vinha pela
frente. Ela pegou o microfone e foi para frente do palco.
– Oi gente, boa noite. - As pessoas a amavam, do mesmo jeito que amavam
minha mãe. - Como muitos sabem eu sou Júlia Volturi. - Alguns berraram gostosa,
me fazendo rir. Edward se aproximou de mim e comecei a traduzir para ele.
– Acho que a maioria de vocês, já conhece minha família também. - Ela
apontou para nosso camarote. Renée, e Charlie. Meu marido Billy gostosão Black.
Nando e Edward, são agregados. - Ela me fez rolar os olhos. - E Bella, ou Isa, como
preferirem. - As pessoas davam tchauzinho para nós, e sorriam.
– Seu nome é Isa? - Edward quis saber. Era só um nome, e eu não tinha como
esconder.
– Isabella. Meus familiares me chamam de Isa, mas eu prefiro Bella. -
Realmente passei a preferir Bella.
– Por que nunca me disse que se chamava Isabella? - Desviei meus olhos dele.
– Odeio que me chamem de Isabella. Só não mudo no cartório porque não dá.
E eu gosto que me chamem de Bella. - Ele sorriu convencido.
– Ok Isa... - Era estranho o ouvir me chamando assim. - Bella. - Ele pareceu
também achar estranho. Eu sorri e ele me abraço.
Tinha me desligado completamente do papo de minha tia, mas percebi que
todos continuavam olhando para cima.
– Vamos lá Isa, estamos esperando por você. - O que eu temia aconteceu,
queriam que eu tocasse. Edward não tinha entendido.
– Tenho que descer lá, querem que eu toque. - Ele sorriu e me largou, não
antes de beijar minha testa.
– Hey Nando. - Eu o chamei, ele veio rápido.
– Fique aqui com Edward e traduza para ele ok? - Ele riu.
– Deixa comigo patroa. - Soquei seu braço e fiquei na ponta dos pés para
alcançar o ouvido de Edward.
– A primeira vou tocar para você. - Ele sorriu e eu desci.
As pessoas me fotografavam muito, passei algum trabalho para chegar no
palco. Cumprimentei a banda e peguei um violão que me emprestaram. Sentei em um
banquinho e ajeitei o microfone.
Todos estavam quietos para me ouvir, eu não fala em público desde todo
aquele acontecimento. Fiquei um pouco nervosa com os olhares deles, mas encontrei
com os olhares confiantes da minha família e o sorriso bobo de Edward.
– Boa noite pessoal. - Murmurei. - Obrigada tia Júlia por me meter em uma
encrenca. - Ela riu, acompanhada de algumas pessoas. Eu não fazia a mínima ideia do
que pensavam de mim, mas muitos com certeza me odiavam.
– Bom, eu gosto mesmo é de rock and roll, mas tem algumas mpbs que eu
curto muito. Então vamos lá, essa vai para o pessoal lá de cima. - Olhei para nosso
camarote encontrando com Edward, ele sorriu me incentivando e eu comecei.
http://www.youtube.com/watch?
v=9WAc1aZO_58&feature=player_embedded

Eu só quero que você saiba


Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz
Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás
Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
E que eu te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem
Toquei a música toda sem desviar meus olhos de Edward. Pelo tanto que
Nando cochichava no seu ouvido, era perceptível que ele estava traduzindo. Edward
sorria largo, me fazendo sorrir também.
Quando dedilhei a última nota os aplausos começaram, as pessoas assoviam e
aplaudiam, me fazendo sorrir agradecida.
Toquei mais uma música mpb e a última decidi que seria do biquíni cavadão,
uma das bandas brasileiras, preferidas de Jane.
– Bom para a última música, eu gostaria de convidar Nando para me
acompanhar. - Falei sorrindo, olhando para o camarote. Ele parecia surpreso. - Vamos
lá Luiz Fernando, estou te esperando. - Jane dizia a mesma coisa, quando queria algo.
Ele murmurou algo com Edward, o fazendo o seguir. Cinco minutos depois Nando
subia ao palco, já Edward ficou na frente do mesmo me fazendo sorrir.
– Eu vou matar você. - Nando murmurou no meu ouvido, me fazendo
gargalhar.
– Vocês podem me emprestar uma guitarra e um baixo para o Nando? - Pedi
ao pessoal da banda.
– Tocar não Isa, eu não faço isso desde... - Ele não terminou. Apareceram com
o baixo e a guitarra.
– Vamos lá Nando, nós podemos fazer isso. - Eu lhe estendi o baixo, ele
suspirou e pegou. Fui até o microfone, o ajustando.
– Nando e eu meio que temos uma banda. - Contei o fazendo rir.
– Uma banda que nunca se apresentou. Acho que essa é nossa primeira
apresentação. - Ele disse, fazendo as pessoas rirem.
– Então você canta. - Ele balançou a cabeça negando.
– Você canta Isa, esqueceu? Você é a vocalista. Dois votos a um. - Ri ao
lembrar.
– Não vale, você foi subornado.
– Não, eu não fui. Conversamos sobre isso nos bastidores. - Balancei a cabeça
sorrindo e comecei os acordes.
Meus olhos encontrar com os de Edward de novo, que estava a metros de
mim. Ele sorriu e eu retribui, antes de começar a cantar.
http://www.youtube.com/watch?v=0oHuaJ5dr8s&feature=related
Tudo bem
Quando termina bem
Os seus olhos
E os seus olhos
Não estão rasos d'água
Mas eu sei que no coração
Ficaram muitas palavras
Um vocabulário inteiro
De ilusão...
Tudo que viceja
Também pode agonizar
E perder seu brilho
Em poucas semanas
E não podemos evitar
Que a vida trabalhe
Com o seu relógio invisível
Tirando o tempo de tudo
Que é perecível...
Oh, oh, oh!
É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...
Tudo que morre
Fica vivo na lembrança
Como é difícil viver
Carregando um cemitério na cabeça
Mas antes que eu me esqueça
Antes que tudo se acabe
Eu preciso
Eu preciso, dizer a verdade...
É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...
É impossível...
É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...
Tudo que morre
Fica vivo na lembrança
Como é difícil viver
Carregando um cemitério na cabeça
Mas antes que eu me esqueça
Antes que eu me esqueça
Antes que tudo se acabe
Eu preciso
Eu preciso, dizer a verdade...
Oh, Oh!
É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...
É impossível...
É impossível, é impossível
Esquecer você
É impossível
Esquecer o que vivi
É impossível
Esquecer, o que senti...
Nando cantava o refrão, sempre de olhos fechados, com certeza tentando
conter a emoção, quando a música acabou, eu ouvi uma salva de palmas invadir o
lugar, junto com assovios. O lugar permaneceu daquele jeito por alguns minutos.
Agradeci, tirei a guitarra e abracei Nando, que estava um pouco emocionado.
Não dissemos nada, só ficamos um tempo abraçados. Tia Júlia transformou o
abraço em abraço triplo, ela dizia palavras confortadoras para Nando. Suspirei e me
larguei deles, os beijei e saí dali, indo encontrar Edward. Ele me abraçou apertado e
por algum tempo não disse nada.
– Obrigada por existir. - Murmurei perto de seu ouvido.
– Adorei a música. - Murmurou antes de me largar. Olhei em seus olhos e o
puxei pela mão.
– Vamos voltar lá para cima. - Ele passou o braço pelo meu pescoço e
subimos.
Quando eu estava entrando no camarote, Renée estava saindo e me convidou
para ir no banheiro com ela, e assim eu fiz. Edward ficou por ali com Charlie.
Quando saí do banheiro, ela já não estava mais lá, provavelmente estava me
esperando do lado de fora.
Assim que coloquei os pés para fora do lugar, tive o desprazer de encontrar
com Mayer, conversando com Renée, aquilo fez com que eu fechasse a cara
instantaneamente. Percebi o desconforto de Renée.
– Hey Isa você cresceu. - Continuei séria.
– Não eu não cresci. - Respondi quase irritada.
– Vejo que continua temperamental. - Sorri sarcástica.
– Vejo que continua o mesmo idiota, se achando a última bolacha do pacote. -
Ele ficou sério, parecia incrédulo com o que eu falei.
– Vamos voltar para lá Isa. - Renée interferiu e me puxou pela mão.
– Te vejo daqui algumas semanas Renée. - Só faltou ele se jogar para cima
dela. Eu bufei e voltei a me aproximar dele.
– Fique longe dela. - Falei entre dentes.
– Ou vai fazer o que? Me convidar para um passeio e capotar o carro, como
fez com sua prima? - Eu o lancei um olhar furioso, fechei os olhos para me controlar,
mas o barulho do tapa que Renée deu em sua cara me fez abrir os olhos novamente.
Ela estava furiosa como nunca tinha visto.
– Não fale assim do que não sabe. Você é nojento Mayer. - Ela disparou, ele
voltou a sorrir cínico.
– Não foi isso que gemeu no meu ouvido nesses dias. - Fechei a mão em
punho, e quando vi, já tinha socado seu nariz.
Meu pai vivia me ensinando como socar alguém, caso um dia precisasse, pois
bem, aquele dia tinha chego. Minha mão ardia horrores, mas o nariz dele parecia bem
pior, já que sangrava. Por quase um milagre, ninguém passava por ali.
Ele olhava irritadíssimo para o sangue em suas mãos e para mim.
– Fique longe. - Disse com muita raiva. - Charlie com certeza pode bater mais
forte. - Me virei para sair dali, mas lembrei de algo.
– Ah, agora temos uma Range Rover, já viu como é grande? Acho que uma
pessoa atropelada por uma daquelas, dificilmente sobreviveria. Ou quem sabe eu
posso convidar seu filho para darmos uma volta. Se bem me lembro, ele também
amava cocaína, é do meu tempo sabe? E sinceramente? Eu não tenho mais nada a
perder. - A minha voz soava tão ameaçadora, que nem eu me reconhecia. Ele me
olhava incrédulo, espantado e talvez com medo também, além de raiva.
– Não chegue perto de minha família. - Esbravejou, me fazendo sorrir cínica.
– Não vou chegar, é só você não se aproximar da minha. - Renée assistia tudo
sem saber o que dizer. Depois de dar meu aviso, a reboquei dali, direto para nosso
camarote.
Peguei uma garrafa d'água e entreguei para ela.
Edward e Charlie estavam vindo até onde eu estava, mas fiz sinal para que
esperassem. Renée estava sentada no sofá e parecia em choque.
– Tudo bem mãe? Você está bem? - Ela voltou o olhar para mim lentamente.
– Como aprendeu a socar daquele jeito? Como sabe do filho do Mayer?
Aquelas ameaças não eram sérias, eram? Pelo amor de deus Isa, seu olhar, o jeito
com que disse aquilo me apavoraram. - Acabei sorrindo.
– Bom, teoricamente eu sabia socar. Charlie me deu muitas aulas de auto
defesa, lembra?
Para segunda pergunta o filho dele era nosso amigo, e era tão drogado quanto
nós. Talvez ele ainda seja. E eu não estava falando sério sobre atropelar ele e muito
menso sobre chamar o filho dele para uma volta de carro. Só quis assustá-lo. Beba
água. - Entreguei a garrafa para ela.
Minha mão estava vermelha e um pouco inchada pelo soco. Renée acabou
rindo.
– Seu pai ficaria orgulho. - Eu ri, mas ela voltou a ficar séria. - Nunca mais
fale sobre drogas Isa, não sabe o que isso causa em mim, só de pensar eu me sinto... -
Ela fechou os olhos, tentando se controlar. - Céus, o dia que eu te encontrei quase
morta... - De novo ela fez uma pausa para não chorar. - Não sei o que teria feito. - Eu
a abracei e ficamos assim por um tempo.
– Nunca mais mãe, eu prometo para você. Nunca mais. - Charlie percebeu que
tinha algo de errado e se aproximou.
– O que está acontecendo? - Eu não sabia se deveria contar ou não, então
fiquei quieta. Renée levantou-se e o abraçou.
– Isa socou o nariz de Mayer, talvez tenha quebrado. - A expressão de Charlie
foi muito engraçada. Ele arregalou os olhos não acreditando e abriu a boca para falar
algo, mas não disse nada. Aquilo me fez rir.
– Aonde viram ele? - Ele conseguiu perguntar.
– Estávamos no banheiro, quando encontramos com ele. Eu não fui simpática,
ele não gostou e tentou me ofender. Renée acertou um tapa na cara dele, ele a
ofendeu e eu o soquei. Fim.
– O que ele disse a vocês? - Charlie ficou visivelmente bravo.
– Nada pai, deixa pra lá. Não vamos arrumar mais encrenca ok? Ele não vai
mais mexer conosco, tenho certeza. Relaxa. - Renée o olhou dizendo a mesma coisa
com o olhar. Ele pareceu relaxar um pouco.
– Fez do jeito que eu te ensinei? - Eu ri.
– Fiz, agora preciso de um gelo na mão. - Beijei os dois e fui até Nando e
Edward, que conversavam animados.
Nando estava tomando whisky, peguei umas pedras de dentro do seu balde e
pus na mão.
– O que aconteceu? - Os dois quiseram saber.
– Vocês não acreditariam. - Eles pareceram mais curiosos. - Soquei a cara de
um babaca que estava se metendo a besta com Renée. - Nando caiu na gargalhada e
Edward me olhou incrédulo.
– Tá me dizendo que bateu na cara de um homem? - Eu ri e confirmei com a
cabeça. - Será que um dia vai parar de me surpreender? - Ele continuava incrédulo e
eu rindo.
– Quem sabe? - O garçom apareceu com mais uma caipirinha para Edward, e
alguém fez a bondade de pedir um chopp para mim.
Nós três nos sentamos no sofá e engatamos uma longa conversa. Batemos
muitas fotos, quer dizer eu bati muitas fotos nossa. Conforme íamos ingerindo
bebida, as risadas das coisas sem graça iam aumentando.
Ficamos um bom tempo conversando e bebendo, horas talvez.
Renée e Charlie pareciam não terem sido afetados por Mayer ter aparecido, já
que se beijavam pornograficamente na frente de todos.
Tia Júlia e tio Billy também pareciam empolgados, eles parecia disputar, qual
o beijo mais safado.
O som mecânico já estava tocando algum tempo, eles estavam dançando.
Nós três riamos daquilo. Parecíamos nós os pais e eles os filhos.
Nando se retirou para ir no banheiro e Edward eu ficamos sozinhos. Ele me
encostou no canto do sofá e veio para cima de mim.
– Já disse que adorei a música que cantou para mim? - Eu sorri.
– Já, mas já faz muito tempo. - Falei fazendo charme.
– Eu adorei a música que cantou para mim. - Sorri feito uma idiota.
– Tem que aprender português rápido, para não precisar mais de tradutor. - Ele
concordou com a cabeça e me beijou. Ficamos alguns minutos nos amaçando no sofá,
até que o DJ, começou a tocar uma música velha que eu amava. Consegui me afastar
um pouco de Edward.
http://www.youtube.com/watch?v=G0M703prHw4
http://letras.terra.com.br/lasgo/22334/traducao.html
– Vamos dançar, adoro essa música. - Ele sorriu e saiu de cima de mim,
ficando de pé e me ajudando a ficar de pé também.
Era uma musica eletrônica, só que mais lenta do que as de costume. Passei
meus braços em volta do pescoço de Edward e comecei a cantarolar a música. Sentia
meu corpo completamente solto, graças aos chopps, já Edward dançava bem por
natureza.
Nossos corpos sempre em sintonia, dançavam perfeitamente. Ele sorria e não
desgrudava os olhos dos meus, enquanto eu, cantava a música empolgada. Seu sorriso
torto, me tirou completamente o pensamento o que me fez parar de cantar e dança.
Fiquei só o encarando. Sua mão tocou minha nuca, me trazendo mais para perto.
– Essa música chega a ser irônica. - Murmurou com a boca perto na minha.
Arqueei a sobrancelha não entendendo.
– Por que irônica? - Ele revirou os olhos.
– Preste atenção na letra. Não pode ver em meus olhos? - Não tive nem tempo
de pensar sobre aquilo, porque sua boca já estava na minha.
Ele fez com que voltássemos a nos mexer, mas agora nos beijando.
Acho que nunca entenderia o motivo daquela descarga elétrica toda vez que
nos tocávamos, e muito menos porque ela parecia cada vez mais forte.
Não demorou muito para meu corpo pedir por bem mais do que só beijos, e
pelo que sentia, o de Edward desejava a mesma coisa..
– Pervertidos, procurem um quarto. - Nando murmurou ao passar por nós, me
fazendo sorrir. Aquilo me fez ter uma ideia. Me separei de Edward e sorri sacana.
– O que foi? - Perguntou meio ofegante.
– Vem comigo. - Disse o rebocando dali. Charlie me olhou de canto quando
viu que eu sairia, mas Renée tratou de tirar sua atenção de nós, lhe tascando um beijo.
– Espere aqui. - Falei ao lado da entrada do banheiro.
Entrei lá e me certifiquei que não tinha ninguém, assim como me certifique se
não havia nenhuma câmera. Depois de averiguar tudo fui até a porta e puxei Edward
para dentro.
Algum esperto deixou a chave na porta e não foi difícil ficar com todo o
banheiro só para nós.
Ele me olhava meio incrédulo, mas não escondia o sorriso sacana.
Não o deixei falar nada, ataquei sua boca, com vontade. Minhas mãos
conseguiram desatacar com facilidade seu shorts. Ele sorriu em minha boca e desceu
as mãos até o meu shorts, fazendo a mesma coisa. Junto com o shorts, ele baixou
minha calcinha. Em seguida me levantou, me fazendo sentar na pia. Minhas mãos
estavam ágeis e baixaram sua cueca rapidamente. Ele pegou a carteira e tirou um
preservativo de lá.
– Eu nunca fiz isso, sabia? - Me confidenciou, me fazendo sorrir.
– Dizem que a primeira vez, a gente nunca esquece. - Murmurei o encarando,
ele puxou minha cintura mais para perto e nos encaixou, sem prévio aviso, me
arrancando um gemido.
– Você já fez isso antes? - Perguntou, enquanto se movia dentro de mim. Eu
mal conseguia respirar direito, imagina responder algo. - Já fez? - Questionou de
novo.
– Já. - Respondi soltando o ar.
–Vou fazer você esquecer isso. - É, eu podia apostar que ele faria.
As investidas dele ficaram profundas, me arrancando mais gemidos. Meu
corpo se apoiava sobre minhas mãos, minha cabeça pendia para trás.
– Me diz Bella, eu te proporciono prazer? - Deus do céu, Por que Edward não
calava a boca? Eu provavelmente não saberia nem dizer meu nome, imagina
responder perguntas. - Responde Bella. - Ele pediu, aumentando o ritmo dos
movimentos.
– Proporciona. - Murmurei.
– Não ouvi. - Ele estava de sacanagem comigo, só podia ser.
– Céus, Edward. - Falei soltando o ar. - Por que não cala a boca? - Ele sorriu
sacana e diminui o ritmo, me fazendo bufar.
– Então me diz, a quem você pertence? - Neguei com a cabeça. - Me diz. -
Continuei negando. Ele saiu de dentro de mim, e entrou lentamente. Um dia ele
acabaria me matando. - Diz Bella. - Sua voz rouca e sacana me deixavam ainda mais
excitada - Me diz. - Diz logo, meu cérebro pervertido berrava. Olhei para ele, e
suspirei. Seus olhos estavam conectados nos meus.
– A você Edward, pertenço a você. - Ele sorriu e me beijou fervorosamente.
As investidas rápidas voltaram, me deixando insana.
– Pertenço a você. - Eu murmurava contra a boca dele, sentindo os primeiros
espasmos. Quando dei por mim, eu não não murmurava, eu gritava.
Meu corpo estava caído sobre seus ombros, ele me abraçava forte. Ficamos
daquele jeito até eu acalmar minha respiração, meus batimentos cardíacos e minha
sanidade. Com certeza eu enlouqueceria. Não pude acreditar no que estava berrando.
Quando retomei o controle, arrumei minha postura e ele saiu de dentro de
mim. Logo se desfez do preservativo e o jogou no lixo.
Enquanto ele arrumava suas roupas, eu desci de onde estava e arrumei a
minha também.
Olhei para meu rosto vermelho e suado no espelho, o lavei, tentando me
refrescar um pouco.
Edward me puxou para seus braço e beijou o topo de minha cabeça.
– Vai me deixar louca. - Resmunguei.
– Eu também pertenço a você. - Suas voz continuava rouca, mas não mais
safada e sim carinhosa.
Eu sorri e o abracei, sem dizer nada. Eu também pertenço a você, eu gostei de
ouvir aquilo.
– Vamos dar o fora daqui. - Sorri e me soltei dele. Ao abrir a porta do
banheiro, demos de cara com minha tia, que aparentemente estava tentando entrar.
Ela olhou para nós, e tentou falar alguma coisa, mas a única coisa que conseguiu, foi
cair na gargalhada, nos deixando envergonhados.
– Seus pervertidos. - Disse em meio as risadas.
– Você não viu nada e não sabe de nada, tia Júlia. - Disse antes de rebocar
Edward dali.
Entramos no camarote dando risada do acontecido. Nos juntamos a Nando de
novo, que também nos chamou de pervertidos.
O som mecânico foi substituído por uma banda de samba. Renée estava
empolgadíssima. Charlie como de gingado e carioca não tinha nada, tentava em vão
se mexer me fazendo rir muito, deixei Edward conversando com Nando e me juntei a
ele.
– Pai você não foi jeito para o samba. - Ele me abraçou.
– É eu sei. - Falou desistindo.
– Te entendo perfeitamente. - Olhamos para Renée que sambava empolgada. -
Me diz, como Renée consegue fazer isso? Para mim é humanamente impossível.
– Concordo. - O garçom apareceu com mais copos de chopps. Peguei um,
beijei a bochecha de Charlie e voltei para junto dos garotos.
– Você não samba mais tem que aplaudir... - Eu meio que berrei a música pros
dois, que começaram a rir.
– Não entendi nada. - Edward disse rindo, passando o braço em volta da
minha cintura.
– Bella está cantando samba, junto com a banda. - Nando explicou. - Cara,
você precisa aprender português. - Ele emendou.
– É, eu estou tentando. Carlisle e eu nos matriculamos, mas é difícil. - Nós
rimos.
– Se dedique mais. - Sugeri.
– Me diga o que já sabe falar? - Nando questionou. Ele pensou alguns
segundo.
– Oi, como vai? - Ri do sotaque puxado dele, o deixando sem graça. Apertei
suas bochechas, como fiz no restaurante.
– Eu estou bem, e você?
– Bem obrigado. - Edward falando português era engraçado.
– Você fica tão fofo, falando assim. - Nando riu.
– Céus Isa, você está melosa. - Edward não entendeu nada.
– Não enche garoto. - Ele riu.
– Acho que nunca vou aprender essa língua. - Edward bufou, quando viu que
falávamos em português.
– Claro que vai. Vou te ajudar com isso, mas tem que começar a fazer suas
tarefas sem minha ajuda. - Ele concordou.
– Tudo bem. - falou de novo em português. Achei fofo e lhe dei um selinho.
– Ah, vocês estão fazendo a alegria das pessoas desocupadas lá de baixo. -
Nando murmurou. - Estão fotografando aqui em cima sem pausa.
– Dane-se. - Murmurei e beijei Edward de novo.
Nando deu risada e foi até a mesa que estavam nossos pertences, e pegou
minha câmera lá de cima.
– Tudo bem, agora se beijem.
– Ah Nando, para com isso. - Protestei cruzando os braços.
– Beije ela Edward. - Ele pediu rindo.
Edward me puxou pela cintura, aproximou lentamente o rosto do meu. Olhou
em meus olhos e sorriu, antes de me beijar. No começo eu permaneci imóvel, mas
Edward era Edward. Era impossível permanecer imóvel por muito tempo. Então
puxei seu rosto mais para perto e nos beijamos até faltar o ar. Enquanto isso, Nando
ria e filmava.
– Ficou um filme muito bom, aposto que posso conseguir uma grana legal. -
Ele provocou.
– Pena que a proprietária da câmera sou eu, logo, você não vai fazer nada.
Eu também já presenciei muitas cenas suas, lembra? - Ele sorriu saudoso.
– Lembro, todos os dias. - Meu sorriso se desfez. Me desgrudei de Edward e
abracei Nando.
– Se ela não tivesse ido comigo, nada teria acontecido. Desculpe Nando. -
Murmurei.
– Pare de se culpar Isa. Quem poderia imaginar que aquele boçal faria o que
fez? Eu o odeio Isa, como nunca imaginei um dia odiar alguém. Como você consegue
falar com ele depois de tudo? - Nando tinha frieza na voz.
– Não vamos falar sobre isso. - Me larguei do abraço e beijei sua bochecha. -
Estou feliz de te rever depois de anos, você está diferente. Mais alto, forte e maduro. -
Ele sorriu.
– Você também está diferente. Continua a mesma magrela de sempre, mas
agora você é mais segura de si. Você cresceu Isa, não fisicamente se é que me
entende. Você é uma mulher independente, forte. A vida te ensinou a ser forte. E sei
que ela vai te ensinar a se render, as vezes é preciso se render há coisas que são mais
fortes que nós. Faça isso Isa, você vai ser muito feliz, tenho certeza que vai.
– Você também vai Nando. Porque você merece muito. - Ele assentiu e sorriu.
- Não podemos mais perder contato, você mora no país vizinho ao meu.
– Não vamos mais perder contato, vamos combinar umas festanças nos
Estado Unidos, quero ver você tocando, o próximo show me avise.
– Deixa comigo. - Edward nos olhava com cara de paisagem o que nos fez rir.
– Definitivamente, eu preciso aprender urgentemente português. - Murmurou
dando um gole enorme em sua caipirinha.
Tia Júlia aproximou-se de nós e pediu que Edward tirasse uma foto de nós
três. Ela, Nando e eu. O que era para ser uma foto, virou várias, já que tio Billy
também quis participar. Assim como Renée e Charlie. Edward também entrou na
roda, e o garçom virou fotógrafo.
Saímos daquele lugar as cinco da manhã, todos bêbados. Paulo estava
roncando dentro do carro, o que nos fez rir. Aquelas horas, nem mais os paparazzis
estavam na rua.
Nos jogamos para dentro do carro rindo de algo que em nem lembro mais.
Edward me prensou contra porta e me beijou. Ele não pareceu se importar
com Renée ao nosso lado.
Charlie acho que nem viu o que estava acontecendo, já que não disse nada.
Renée tentou nos ignorar, e começou a falar com Paulo e Charlie.
Provavelmente Paulo via o que acontecia pelo retrovisor, já que quando Charlie
ficava quieto, ele puxava imediatamente um assunto.
Por pedido de Renée, Paulo parou o carro na frente do chalé de Edward para
que descêssemos.
Foi inevitável meu pai olhar para trás naquele momento. Ele nos pegou no
maior amasso.
– ISABELLA. - Falou bravo, me fazendo rir e separar de Edward.
– Já chegamos? - Quis saber. Renée e Paulo deram risada.
– Pelo amor de Deus Isabella, perderam de vez o respeito, foi? - Apesar de
não entender, Edward sabia que estávamos levando bronca.
– Desculpe. - Pedi tentando não rir. - Boa noite mãe. - Edward estava no meio,
então não consegui beijá-la.
– Boa noite querida, durma bem. - Eu ri.
– Vou dormir, pode ter certeza. - Charlie lançou um olhar de repreensão de
novo. - Boa noite Charlie. - Mandei um beijo para ele, o fazendo rolar os olhos. - Boa
noite Paulo.
– Boa noite garota. - Ele olhava pelo retrovisor trancando a risada.
– Vamos Edward, diga boa noite para eles. Em português, sei que aprendeu
isso. - Ele riu. Estávamos todos tão bêbados.
– Boa noite Renée. - O sotaque dele era muito fofo, Renée riu.
– Boa noite Edward.
– Boa noite Charlie. - Charlie bufou.
– Boa noite. - Resmungou de mau gosto me fazendo rir.
– Boa noite Paulo - Paulo riu, provavelmente de tudo.
– Boa noite garoto, cuide bem dela. - Acho que Edward não entendeu a última
parte.
De qualquer jeito ele abriu a porta do carro e escapulimos dali.
Ficamos uns bons dez minutos na rua, até Edward encontrar as chaves.
Cambaleamos para dentro de casa e nos jogamos no sofá.
– Estou acabada. - Ele bocejou sem dizer nada. - Vamos dormir e amanhã
tentamos levantar cedo para pegar uma praia, você precisa passar calor.
Reboquei ele até o andar de cima. Edward ficou só de cueca e caiu na cama,
me fazendo gargalhar, eu ainda tomei um banho antes de dormir.
Conseguimos acordar consideravelmente cedo no outro dia, quer dizer, eu
consegui. As onze eu estava de pé, fui até minha casa, coloquei meu biquíni tomei
café, falei com Charlie que estava de bom humor e depois voltei para acordar
Edward.
Não foi muito difícil acordar ele, difícil foi fugir de toda sua empolgação.
Edward acordava sempre pronto, mas se eu me entregasse a ele, adeus praia pelo
resto do dia. Depois dele tomar um banho de protetor assim como eu, fomos até
minha casa, iriamos surfar com Charlie, quer dizer, eu iria, Edward não sabia surfar.
Bernardo já estava de volta e iria junto com Renée.
Como os paparazzis sabiam que aquela era nossa praia preferida, já estavam
por lá nos esperando.
Edward ajudou Renée com as cadeiras, e guarda sóis. enquanto Charlie e eu,
carregamos nossas pranchas.
– Isa, de onde é seu namorado?
– Está namorando a quanto tempo?
– Aonde se conheceram?
– Renée o que você achou do novo relacionamento de sua filha?
– Esse você aprova Charlie? - Caminhamos até a praia sem responder nada.
Os cinco minutos que estávamos fora do carro, foram suficientes para Edward
suar até pelo cotovelos, me fazendo rir. Ele e Charlie montaram os três guarda sóis, e
Renée abriu as cadeiras.
Bernardo também tinha uma prancha só que de bodybord, depois de escutar
mil e uma recomendações de Renée, ele finalmente pode ir para o mar.
Charlie e eu nos alongamos bem, antes de fazer a mesma coisa.
Edward sentou-se ao lado de Renée. Entreguei meus óculos para ele que
sorriu.
– Vai ficar bem ai? - Ele confirmou com a cabeça. - Não dê ouvido para
Renée, ela as vezes é louca.
– Eu estou ouvindo Isa. - Ela murmurou me fazendo rir.
– Ok, daqui uns cinco minutos quando você não aguentar mais de calor, você
vai até nós.
– Deixa comigo princesa. - Falou divertido.
– Vai logo Isa. - Minha mãe me expulsou. Rolei os olhos e alcancei Charlie.
Passamos por Bernardo que insistia em querer nos acompanhar, mas ele era
bem obediente a Charlie e mesmo fazendo bico ficou lá.
Nadamos até um pouco depois das arrebentações. Sentei na prancha para
observar a praia, que estava lotada. Edward ainda estava lá sentado ao lado de Renée,
graças ao seu shorts amarelo, ele ficava visível a metros de distância.
– Então, está namorando e não pretendia me contar. - Rolei os olhos.
– Você sabe que não estou. - Ele riu.
– E por que não?
– Já conversamos sobre isso pai. Eu não gosto de Edward do jeito certo, para
namorar. E aposto que ele sente o mesmo. - Charlie parecia incrédulo com algo que
eu disse.
– Qual é o jeito certo? - Qual o jeito certo? Me vi procurando uma resposta
para aquilo.
– O jeito certo, não é o nosso jeito. - Disse antes de dar umas braçadas e pegar
uma onda.
Edward demorou mais do que os cinco minutos que eu previa, para se juntar a
nós. Na verdade ele ficou lá torrando por mais de meia hora. Depois veio com
Bernardo sentado em seus ombros, ao nosso encontro.
O garoto segurava seus cabelos com força, provavelmente com medo de cair.
Charlie e eu nadamos um pouco mais para o raso, para alcançarmos eles.
– Aqui é fundo. - Falou assutado.
– Segura firme ai cara. - Eu não sabia como os dois faziam para se entender,
mas eles pareciam se entender perfeitamente.
– Vejo que vocês dois se deram bem. - O comentário foi com Edward, já que
foi feito em inglês.
– É, nos demos sim.
– Pretende ter mais filhos? - Aff, que conversa de mulherzinha era aquela?
– Pai. - O adverti fazendo Edward rir.
– Por que não? Mais uma garota e talvez um garoto. - Sim, aquele papo era
mesmo de mulherzinha.
– Credo Edward, filhos dão trabalho sabia? - Ele voltou a sorrir.
– Você cuidaria bem deles. - Oh claro, desde quando eu teria filhos com
Edward, e ainda por cima dois?
– Claro, claro, lá no mundo paralelo que você mora quem sabe. Caso eu
morasse nesse mundo paralelo também, o que e impossível, mas caso eu morasse.
Você teria que se contentar com só um filho, e filho homem. - Charlie escondeu um
sorrisinho, me fazendo revirar os olhos.
– Ok, está bom para começo de conversa. - Balancei a cabeça não acreditando
que estávamos falando sobre aquilo.
– Vocês são loucos. - Bernardo acompanhava toda a conversa tentando
entender alguma coisa.
– Vem - Estiquei os braços para pegá-lo. - Te coloco em cima da prancha. -
Ele se jogou nos meus braços instantaneamente.
– Você poderia me ensinar a surfar. - Pediu. O deitei na prancha e me pendurei
ao seu lado.
– Primeiro precisa saber nadar. - Arrumava seus cabelos para trás. - Por que
não faz natação? - Ele pareceu gostar da ideia.
– Acho que no clube tem aulas de natação. - Ele contou para mim, olhando
para Charlie que confirmou.
– Então fechou. Você aprende durante esse ano e ano que vem eu te ensino -
Ele sorriu concordando.
– Vocês são muito parecidos. - Edward resmungou. - Até o sorriso. Bella, ele é
você de cabelos escuros. - Sorri e olhei para Bernardo. Talvez fossemos realmente
parecidos.
– Tô com frio. - O garoto reclamou.
– Frio Bernardo? O dia ta de escaldar. - Ele não concordou.
– Tem vento e eu to molhado, tenho frio. - Eu sorri e peguei ele.
– Que coisa moleque, é um homem ou um saco de batatas?
– Sou um menino. - Charlie riu e eu também.
– Ok, vamos aproveitar esse período sem ondas e vamos para areia. - Tirei o
cordão da prancha do meu pé entreguei pra Edward. - Não vá surfar muito para não
se cansar. - Fiz piada o fazendo rir. - Pai, coloca Bernardo nos meus ombros. - Charlie
o fez, e fomos para a areia.
Renée estava de bruços e acho que dormindo, quando nos aproximamos dela.
Os pingo gelados a fizeram pular.
– Isa e Bê. - Ela brigou, nos fazendo rir.
– O mãe, da dinheiro para um milho? - Ele pediu. Ela sentou-se e nos encarou
por algum tempo.
– Que foi? - Perguntei, ela sorriu e voltou a se movimentar.
– Vocês dois ficam lindos juntos. - Tirei Bernardo dos meus ombros e o
coloquei no chão.
– A gente já sabe mãe, todo mundo diz isso. - Ele respondeu. Ela sorriu e
catou a carteira na bolsa.
– Quer milho também Isa? - Desde quando eu negava comida?
– Quero.
– Comprem um para mim também. - Falou me entregando o dinheiro.
Bernardo pegou minha mão e praticamente me rebocou até o carrinho do milho.
A tia que vendia o milho nos reconheceu, e acabamos ganhando os milhos em
troca de uma foto.
Bernardo balançava a cabeça negativamente, não acreditando naquilo e tudo
que eu fiz foi rir.
Renée estendeu uma toalha gigante na sombra e nos sentamos lá. Ela riu ao
contarmos que trocamos três milhos por uma foto, e disse que eu deveria ter deixado
o dinheiro com a mulher.
Depois de comer o milho, Bernardo deitou com a cabeça em minhas pernas,
aparentemente com sono. Ele pegou minha mão que estava em seus cabelos e
analisou meu pulso, passando os dedos em cima da cicatriz. Com certeza ele já a
tinha notado a muito tempo.
– Dói? - Perguntou sem tirar os olhos dali.
– Não, é só uma cicatriz. - Expliquei.
– Tá meio roxo e é gigante. - Continuava analisando.
– Meio roxo por causa da água e o vento. Seus lábios também estão roxos.
– Como você machucou? - É, ele também gostava de perguntas.
– Um dia eu te explico. - Bernardo pareceu satisfeito com a resposta e levou
minha mão até seus cabelos, para que eu mexesse. - Que garoto preguiçoso. -
Brinquei o fazendo sorrir.
Penteei seus cabelos para trás, com meus dedos.
– Parece que pinta os cabelos, de tão negros. - Comentei.
– Vi uma foto sua, que seus cabelos também eram pretos. - Contou.
– É, mas eram pintados. - Ele sorriu e olhou para mim.
– Gosto mais do jeito que são agora. - Retribui seu sorriso.
– É, acho que eu também.
– Eu gosto quando você sorri. Seu sorriso é lindo. - Murmurou.
– Também gosto quando você sorri.
– Eu gosto quando os dois sorriem. - Renée que até então estava quieta, se
pronunciou.
– Ô mãe, nós poderíamos morar nos Estados Unidos junto com a Isa. - O
garoto sugeriu.
– Não dá Bê. Tenho compromissos aqui.
– Quando eu crescer, você deixa eu morar lá com ela? - Renée demorou um
bom tempo para responder.
– Deixo, claro que deixo. - A voz dela parecia embargada.
– Você deixa eu morar com você? - Ele voltou o olhar para mim.
– Deixo, você e Jully formariam uma dupla imbatível. Tenho pena dos
vizinhos. - Ele sorriu largo, provavelmente imaginando.
– Eu poderia ir com você na semana que vem. - Eu ri, ele realmente estava
empolgado.
– Ahan, vai aguentar quanto tempo longe de Renée? Vocês dois são grudados
ao extremo.
– Eu telefono, e você cuida de mim. Papai cuida dela.
– Bê, você disse quando crescer. Já quer me abandonar também? - Renée
questionou.
– E quando eu vou poder ir? - Ele insistia no assunto.
– Quando for maior. - Ele rolou os olhos procurando uma resposta mais
concreta.
– Com sete anos eu já sou maior. Pode ser?
– Pode Bernardo, até lá conversamos. - Eu ri.
– Só faltam mais dois anos. - Disse empolgado, olhando para mim.
– Quero só ver, vai ter que saber falar inglês direitinho. - Entrei na
empolgação dele. - Você amaria a Califórnia.
– Vou aprender, até final do ano vou ficar fera, você vai ver só. - Eu gargalhei.
Renée passaria trabalho para tirar aquela ideia da cabeça do garoto. Ela
acompanhava nossa conversa estranhamente quieta. As vezes sorria, as vezes ficavas
séria e as vezes prestava atenção no mar.
Almoçamos em um restaurante ali na beira da praia. Bernardo contava
empolgado para Edward sobre morar nos Estados Unidos, e do jeito estranho deles, a
conversa fluía.
Chegamos em casa as 15:00, tomamos um banho rápido já que precisávamos
ir para o aeroporto.
Charlie alugou uma van, me fazendo gargalhar. A parte boa é que ninguém
soube que estávamos lá dentro, então estávamos livre de qualquer assédio. O
aeroporto também estava livre dos paparazzis, e isso me deixava animada.
Bernardo parecia ansioso com a chegada dos Cullen, e me perguntava de
cinco em cinco minutos a hora.
O voo chegou 20 minutos atrasado. Abri um sorriso ao ver aquela família, já
Bernardo se agarrou as minhas pernas com vergonha.
Esme abraçou Edward, como se não o visse há tempos. Carlisle veio ao meu
encontro.
– Hey, você pegou um bronze. - Eu ri e o abracei.
– Acho que peguei. - Murmurei sorrindo. - Feliz ano novo Carlisle.
– Feliz ano novo querida. Tenho certeza que esse vai ser muito mais feliz que
o outro, para todos nós. - Concordei e ele me largou.
Alice se jogou em meus braços me fazendo gargalhar.
– Ahh Bella, que saudade. Gostou da surpresa de ano novo? Céus mulher,
você está bronzeada. Quero ficar assim também. - Eu ri.
– Feliz ano novo para você também Alice. Vamos conversar melhor lá em
casa, sua bandida, você me paga. - Disse beijando sua bochecha e a largando.
– Oi Belão, você está aproveitando em. Tá até com a marquinha. Edward, que
não abra os olhos, não. - Eu ri e abracei Jasper.
– É, estou aproveitando. - Emmett nos separou e me abraçou, me tirando do
chão como era de costume.
– Feliz ano novo Bella, precisamos falar sobre negócios depois. - Eu ri.
– Estou de férias Emmett, por favor. - Beijei seu rosto e ele me soltou.
– Você acha que eu consigo descolar algum macaco de rua? - Rolei os olhos e
soquei o braço dele, antes de abraçar Rose.
Nos mexemos de um lado para outro durante algum tempo.
– Senti sua falta loira.
– Também senti sua falta morena. Morena e bronzeada, também quero ficar
assim. - Eu ri. - Nem acredito que estou no Brasil.
– Pode acreditar - Ela me largou e olhou para Bernardo.
– Você com certeza é Bernardo. - Ele se escondeu atrás de mim me fazendo
rir. O peguei no colo. Ele olhou envergonhado para Rose.
– Deus Bella, ele é sua cara. - Ela falou em português o surpreendendo.
– Você fala português? - Ela sorriu.
– Falo gatão, e você não fala inglês? - Ele negou com a cabeça.
– Não muito. - Edward se aproximou com Jully no colo. Ela olhou para mim
mostrando todos os dentes. Era óbvio que queria se jogar em meu colo, mas Bernardo
estava nele.
– Vai com a Rose um pouco Bê, deixa eu matar a saudade dessa gata. - Ele foi
meio a contra gosto e Jully pulou em meu colo, me abraçando apertado.
– Olá amorzinho, senti muita a sua falta. - Ela não disse nada por um tempo.
– Não quero mais que fique longe tanto tempo. - Ela murmurou sem me
largar. Eu ri.
– Vou voltar com você, prometo. - Disse beijando sua bochecha. - Cuidou
bem do seu pai lá em Vegas?
– Sem você ele fica muito chato, não quer fazer nada e resmunga muito. - Dei
risada.
– Mesmo? - Ela balançou a cabeça afirmando.
– Mesmo, e de noite ele sonhava com você. - Ela pareceu lembrar e riu. - Ele
dizia: Ah Bella, Bella. Minha Bella, sinto tanto sua falta. - Eu gargalhei, já Edward
parecia constrangido, isso me fez mudar de assunto.
– Então, quer conhecer meu irmão? - Ela levantou a cabeça rapidamente.
Bernardo pareceu gostar de Rose, já que conversavam empolgados.
– Hey Bê. - Chamei o fazendo virar-se para nós. - Lembra da gatona aqui? -
Os dois pareciam ter ficado com vergonha.
– Oi. - Ela tomou iniciativa.
– Oi. - Ele respondeu com o rosto vermelho. Emmett riu alto.
– Bella, esse garoto é a sua cara, e é envergonhado como você.
– Também acho. - Alice concordou.
– Certo, vamos embora, antes que os fotógrafos apareçam. - Charlie convidou.
– Fotógrafos? - Jasper indagou.
– Que fotógrafos? - Alice quis saber.
– Longa história, depois eu explico. - Murmurei.
Dei um abraço em Esme e seguimos para fora do aeroporto.
Foi engraçado aquele bando de Cullens, saindo do aeroporto, fazendo a maior
algazarra.
Todos couberam na vã e sobraram alguns lugares. O pessoal colou o rosto nos
vidros pretos para conhecerem o Rio. Os únicos a não fazer isso, fomos eu, Bernardo,
Charlie e Jully.
– Então você fez aniversário semana passada? - Charlie falava com ela.
– Foi, ganhei um violão igual ao de Bella.
– É, mesmo? - A garota deixava Charlie encantado.
– É. Quando crescer vou ser igual a ela. - Charlie riu e eu balancei a cabeça
negativamente.
– Não diga isso garota. Vai ser muito melhor que eu.
– Então vai para a escola esse ano? - Ela o olhou desanimada.
– Parece que vou. - Falou completamente desanimada.
– Isso é legal, vai conhecer um monte e crianças da sua idade e aprender sobre
muitas coisa. - Tentei animá-la.
– Eu sei, mas quando vou ver vocês? Você ia me ver a tarde. - Eu ri.
– Depois da aula. Posso ir na sua casa depois da aula, isso não é problema.
– Tá né. - Resmungo nos fazendo rir.
Estava anoitecendo quando nossa excursão chegou em Búzios. Os Cullen
iriam ser vizinhos de Edward. O motorista parou a van na frente dos aposentos deles,
para que tirassem as malas, que por sinal eram muitas.
Eles iriam jantar na nossa casa, Edward e eu combinamos de ir buscá-los mais
tarde e seguimos para casa, junto com Bernardo, Charlie e Jully. Ela ainda se negava
a me largar.
Meus tios estavam lá em casa de novo, e a festa já parecia ter começado, pelo
samba que ouvíamos fora de casa.
– Voltamos. - Charlie anunciou e foi de encontro a Renée. Jully observava a
todos timidamente, me fazendo sorrir.
– Olá garota. - Tia Júlia foi a primeira a se aproximar. - Você é linda. - Ela
sorriu envergonhada, e deitou a cabeça em meu ombro.
– Obrigada. - Murmurou. - Você é a mãe da Bella? - Tia Júlia olhava
encantada para ela.
– Não, sou tia. - Respondeu sorrindo. Renée assistia tudo de longe e se
aproximou lentamente.
– Essa é minha mãe. - Disse quando ela nos alcançou.
– Você é ainda mais linda, ao vivo. - Renée se derreteu. Jully arrumou a
postura e a encarou.
– Você sabia que Bella é gulosa? - Perguntou bastante séria, levando todos a
gargalhada.
– Sabia. Ela se alimentou direitinho lá?
– Sim, tio Emmett, diz que ela faz pratos de caminhoneiro. - Mais risadas
vieram.
– Vocês são tão sem graça. - Murmurei.
– O dindo Jazz, disse para meu pai que ele vai ter trabalho quando você ficar
grávida. - Rolei os olhos imaginando quantas besteiras ela tinha ouvido naquela
semana que eu estava fora.
– Seu dindo Jazz, tem problemas mentais, não dê ouvido a ele. - Expliquei.
– Você não vai ficar mais gulosa, quando isso acontecer? - Aiai, as vezes eu
amava tanto o dindo Jazz e companhia limitada.
– Não, porque isso não vai acontecer. - Eu afogaria Jasper na piscina. - Agora
que tal você brincar com Bernardo? Vocês pareciam empolgados quando se falaram
na web. - Bernardo estava no chão assistindo tudo, sem entender muita coisa.
– Ok, se sair você me avisa? - Ri da preocupação dela.
– Aviso. - Falei a pondo no chão. - Acha que conseguem se entender? -
Perguntei para Bernardo, que se aproximou timidamente.
– Acho. - Murmurou. Jully olhava para ele, tentando decifrar o que dizia.
– Ótimo. Joguem videogame e não feche a porta do quarto. Nos juntamos a
vocês daqui a pouco. - Ele concordou com a cabeça.
– Vai com ele, vão jogar videogame. - Expliquei para ela.
Ela beijou meu rosto e se voltou para ele, que de algum jeito a olhou e ela
entendeu que era para segui-lo.
Levantei dali e olhei todos de canto, que ainda riam de mim.
– Fico uma semana fora, e seus irmãos já enchem a cabeça da garota. -
Reclamei com Edward.
– Ah é. Já estão fazendo apostas sobre os filhos que iremos ter. Alice apostou
em uma garota. Emmett e Rose em um garoto. Já Jasper diz que serão gêmeos, um
casal. - Balancei a cabeça negativamente.
– Eu tive gêmeos. - Tia Júlia se meteu. - Há uma possibilidade disso
acontecer. - Rolei os olhos e bufei.
– Pelo amor de Deus, vamos voltar a realidade. Nada de filhos, isso não da
certo para mim. - Murmurei.
– Não é o que parece. Você e a garota se dão muito bem. - Renée comentou.
– Prestem atenção. Em primeiro lugar, eu não quero ter filhos. Segundo lugar,
eu tenho só 23 anos. Terceiro lugar, Edward e eu não somos um casal. Pelo menos
não do jeito que vocês pensam e não do jeito para ter filhos. Quarto lugar, não deu
certo da primeira vez, não quero tentar uma segunda. - Murmurei a última parte, e
todos ficaram silêncio. - Droga. - Voltei a murmurar. - Tão vendo porque não gosto de
falar sobre esse assunto? - Peguei minha caixa de cigarros em cima da mesa e
marchei para varanda. Edward não demorou para aparecer, ele encostou-se na parede
e olhou para mim, mas eu continuava olhando para frente.
– Desculpe. - Murmurou.
– Tudo bem, você não tem culpa dos meus parentes serem loucos e nem dos
seus. - Ele sorriu
– Eu teria um filho com você. - Murmurou, fiquei em silêncio por algum
tempo.
– Por que? - Perguntei me voltando para ele.
– Porque você é linda e teimosa. Porque é gulosa, porque me ensinou a gostar
de brigadeiro, porque só você me surpreende. Porque me faz sorrir e sonhar, porque
quando estou com você, eu me sinto o homem mais feliz e completo do mundo.
Porque não existiria uma mãe para meus filhos, melhor do que você Bella. Você é
perfeita. E eu adoraria ter uma filha assim, idêntica a você, completamente igual a
você, não só fisicamente, gostaria que ela herdasse até sua teimosia, muitas vezes
irritante. - Por que mesmo eu estava sorrindo feito uma idiota?
– Um filho Cullen, já disse para você que seria um filho. - Ele sorriu. - E ele
teria exatamente essa cor estranha dos seus cabelos, e sorriria torto, assim como você.
- Ele me puxou pela cintura e quase colou nossos rostos.
– Mas dai, eu teria que dividir você com outro homem. - Dei risada.
– Seria seu filho, não vejo problema nisso.
– Eu vejo, porque dai você faria todas as vontades dele e me deixaria de lado.
- O olhei incrédula.
– Ciúmes Edward? Que coisa feia. - Murmurei antes de beijar sua boca.
Quando ele se empolgou com o beijo eu parei e o puxei pela mão.
– Vamos ver o que aqueles dois estão aprontando. - Murmurei.
Os ois estavam jogando videogame, e falavam uma mistura de português com
inglês que nos fez dar muitas risadas. Nos deitamos na cama de Bê, e ficamos os
assistindo, acho que um tempo depois eles nem percebiam mais nossa presença ali.
Bernardo era paciente com a garota, e explicava, ou tentava explicar tudo com
muita calma. Quando ela desistia de um jogo ele colocava outro sem reclamar. Na
verdade os dois mais tentavam conversar do que jogar. Bernardo contava para a
garota, que iria morar comigo nos Estados Unidos, me fazendo sorrir.
Os planos dos dois era muitos, um inclusive, incluía nós quatro morarmos
juntos. Jully, Bernardo, Edward e eu. E o pior disso tudo? Eu sorri ao imaginar a
cena.
Acabei dormindo no meio da conversa dos dois, e só voltei a acordar quando
meu celular começou a vibrar em um dos bolsos do meu shorts. Me virei para pegá-lo
e acabei caindo da cama. O que fez Edward, Jully e Bernardo caírem na gargalhada.
Bufei e atendi o celular, sem abrir os olhos.
– Oi. - Eu bocejei.
– Dormindo a essas horas? - Era Emmett. - Não me diga que atrapalhei
alguma coisa. - Rolei os olhos.
– Não Emmett, não atrapalhou nada. Só estava assistindo os garotos jogarem
videogame e peguei no sono.
– Sei... - Ele não parecia convencido, mas não disse mais nada. - Estamos
prontos. - Avisou.
– Certo, estou indo. - Desliguei o telefone e abri os olhos, dando de cara com
os três, bem próximos de mim, me analisando.
– Tudo bem? - Edward prendia o riso.
– Se machucou? - Bernardo também tinha dificuldades para não rir
– Ta doendo alguma coisa? - Até Jully estava no time deles. Resolvi pregar
uma peça nos três.
– Na verdade, eu não me sinto muito bem. - Fiz cara e voz de dor. Os três de
repente ficaram sérios. - Por que o quarto está girando? - Edward, desceu rápido da
cama e se jogou ao meu lado.
– O que tá sentindo Bella? - Perguntou preocupado.
– Por que está ficando tudo escuro? - Minha voz era de pavor. Depois disso
fiz desmaiar e me concentrei para não rir.
– Chama o papai, chama o papai. - Jully dizia alarmada.
– Bella, Bella. - Edward estava ainda mais nervoso. - Fala comigo. - Ele dava
tapinhas em meu rosto.
– Vou chamar meu pai. - Bernardo estava tão assustado quanto os dois. Não
aguentei mais ficar séria e caí na gargalhada. Eu ri muito, até ficar sem ar.
Os três me olhavam incrédulos, e diria eu um pouco bravos. Eu sentei e
continuei rindo.
– Enganei os três, lélu, lélu. - Disse em meio a risadas.
– Não teve graça. - Bernardo murmurou.
– Sabe que me assustou? - Edward me repreendia.
– Me assustou também. - A garota também não parecia feliz.
– Quer dizer, que vocês podem rir de mim, e eu não posso fazer uma
gracinha?
– Não fizemos gracinha, foi você que caiu. - Edward discordou.
– Não fizemos gracinha, foi você que caiu. - Tentei o imitar e levantei em um
pulo.
– Acho que você merecia um ataque de cócegas para aprender. - Ele também
levantou.
– Também acho. - Jully o incentivou, me fando lhe lançar um olhar incrédulo.
– Vão ter que me pegar primeiro. - Anunciei antes de sair correndo.
Capítulo 33 -Eu te adoro cada vez mais... Part2

Os três vieram correndo atáas de mim, só que eu era mais rápida. Eu teria
conseguido me safar se, Charlie não estivesse entrando em casa, quando eu estava
saindo, aquilo acabou com meus planos. Edward me pegou pelo braço e me derrubou
no chão. Ele e Jully, vieram para cima de mim e as cócegas começaram.
– Pai, me ajuda. - Pedi entre as risadas. - Por favor pai. - Eu tentei dizer. -
Chega, eu não consigo respirar. - Pedi em vão. Minhas risadas, pareceram chamar
atenção, já que Renée e meus tios vieram ver o que acontecia.
– Ela está ficando sem ar. - Tia Júlia os adivertiu, e as cócegas sessaram.
Fiquei um tempo de olhos fechados, tentando controlar minha respiração. Eles
me fizeram rir tanto, que até chorei.
– Eu não acredito que fizeram isso. - Protestei. - Quase me mataram. - Disse
séria, abrindo os olhos.
– E você pai, ia deixar eles acabarem comigo. - Ele riu.
– Acho que nunca riu tanto em toda sua vida. Eu estava espantado. - Bufei.
– Estou de mal com vocês três. Isso não vale. - Jully e Bernardo ficaram
sérios.
– Eu não fiz cócegas em você. - O garoto se defendeu.
– Mas não me ajudou. Poxa, eles quase acabaram comigo. - Eu parecia uma
criança magoada.
Ainda não tinha forças para levantar do chão.
– Me desculpa. Não vou fazer mais isso. - A garota pediu.
– Você quase ajudou seu pai a me matar. - Reclamei. Ela se jogou em cima de
mim sem nenhum aviso. Deitou a cabeça em meu peito e me abraçou.
– Desculpa. - Murmurou de novo.- Não vou mais fazer isso, não fique brava
comigo. - Acabei sorrindo e passei meus braços em volta dela.
– Certo. Dessa vez passa. - Falei alisando seus cabelos.
Bernardo observava tudo de perto, ele parecia triste por eu não ter o
desculpado, sorri e abri os braços para ele.
- Vem aqui você também. - Ele sorriu e também se jogou em cima de mim. Nós
três rimos.
– Vocês deveriam me ajudar e não ajudar ele.
– Mas eu não ajudei ele, garota teimosa. - Bernardo me fez rir.
– Sei... Me dá um beijo, vai. - Pedi. Ele prontamente me atendeu, Jully fez o
mesmo. Nosso momento fofura, foi interrompido por meu celular, que começou a
tocar de novo.
– Ok. saiam de cima de mim, precisamos pegar seus parentes. Deve ser
Emmett. - Falei para Jully, que logo levantou. Bê pareceu entender e fez o mesmo.
Eles estenderam a mão para me ajudar a levantar.
Minha família assistia aquilo tudo, com um sorrisinho bobo, me fazendo
revirar os olhos.
Edward também levantou e me lançou um olhar de desculpas. Resolvi deixá-
lo de castigo.
–Espere ai, já voltamos. - Ordenei, e dei as costas para ele.
Caminhamos os três de mãos dadas, até os chalés dos Cullens. Assim que nos
viram eles vieram nos encontrar.
Alice puxou Bernardo da minha mão e o pegou no colo, o deixando
envergonhado.
– Esse seu irmão é muito gato Bella. - Ela o encheu de beijos. Sorri vendo a
cara de assustado do garoto.
– É, ele é sim. - Jully se soltou da minha mão e foi até Esme, pelas risadinhas
de Esme, a garota estava fofocando alguma coisa.
Apoiei meus braços nos ombros de Rose, que sorriu.
– Vou falar só português enquanto estiver aqui. - Falou animada.
– Acho que os Cullens não vão gostar disso. - Respondi também em
português.
– Pronto, começaram. - Emmett protestou nos fazendo rir.
– Ok, vamos andando. - Falei em português, eles me olhavam com cara de
paisagem.
– Ela disse, vamos. - Rose traduziu.
O caminho que eu demorava no máximo dez minutos para fazer, fizemos em
vinte, já que eles paravam para bater foto de tudo.
Quando chegamos, Charlie, tio Billy e Edward já estava na churrasqueira.
Rindo e bebendo cerveja.
Esme e Carlisle se juntaram a eles, e os outro foram para dentro de casa
comigo, conhecer Renée. Ela e tia Júlia vieram ao nosso encontro sorridente. Como
eu continuava apoiada em Rose, comecei por ela.
– Mãe, tia Júlia, essa é Rose, a loira mais gata do mundo. - Rosalie pareceu
ficar constrangida.
– E Bella, é a pessoa mais exagerada do mundo. - Elas ficaram surpresas, ao
ver Rose falando português.
– Como foi aprender português? - Renée perguntou abraçada a ela. Eu ri.
– Você vai querer saber dessa história mãe.
– Eu gostaria muito de um autógrafo seu. - Rose pediu envergonhada, se
soltando do abraço. Renée e tia Júlia pareciam ainda mais surpresas. - E seu também.
- Ela falou indo abraçar tia Júlia. Renée me olhou querendo respostas, lhe lancei um
olhar junto com palavra depois.
– E essa baixinha aqui é Alice. - A garota me lançou um olhar nada amigável,
pela palavra baixinha. - Ela consegue falar mais do que você, eu acho, e adora uma
festa. Tenho certeza que vocês duas vão se dar muito bem. - As duas sorriam e se
abraçaram. Cochicharam algo sobre a minha pessoa, que preferi nem ouvir.
– Esse branquelo aqui é Jasper. Irmão de Rose e noivo de Alice. - Achei
engraçado, Jasper parecia tímido com quem ele não conhecia. Cumprimentou Renée
e tia Júlia sem falar nenhuma gracinha.
– Eu sou Emmett. - O grandão nem me deixou falar. Abraçou Renée e a tirou
do chão, como sempre fazia comigo. - Com todo respeito, você é gatona. - Todos nós
rimos e Renée ficou sem jeito.
– Emmett é o namorado de Rose. - Falei rindo.
– Relaxa, ele é assim mesmo. - Rose falou envergonhada.
Depois de por Renée no chão, ele fez a mesma coisa com tia Júlia e disse que
ela dava um caldo, a fazendo gargalhar, assim como todos nós.
– Vem cá dona Renée, a senhora pode me dizer aonde eu encontro um macaco
de rua, Bella está escondendo o jogo. - Renée deu risada, com certeza pensando ser
uma brincadeira de Emmett.
– Emmett, eu sinto partir seu frágil coraçãozinho, mas aqui não existe
macacos soltos pelas ruas. - Murmurei.
– Mas eu vi nos Simpsons. - Jasper parecia envergonhado pelo cunhado.
– Não liguem para ele. - Jasper se pronunciou. - Quando ele nasceu, Carlisle
bateu na cabeça, pesando que era bunda. Então, ele se tornou isso. - Todos deram
risada.
Carlisle e Esme apareceram para cumprimentar minha mãe e tia Júlia. Carlisle
passou um tempo tentando explicar para Emmett, que os produtores dos Simposon só
tentaram ser sarcásticos, e que realmente não existiam macacos de rua no Brasil. A
mula não pareceu muito convencida, vendo que não teria jeito mesmo, eu resolvi não
falar mais sobre aquilo e reboquei todos para a churrasqueira.
Edward me puxou para junto dele, para saber se eu estava brava pela
brincadeira. Depois de lhe garantir que não e lhe dar alguns beijinhos, ele pareceu
convencido e me liberou.
Minha tia conversava animada com Esme e Alice, enquanto Renée conversava
com Rose, me juntei as duas, e o assunto morreu.
– Estavam falando mal de mim? - Quis saber.
– Não. - Responderam juntas e muito rápido para meu gosto.
– Estavam sim. - Rose riu.
– Claro que não. Estava contando para sua mãe porque falo português e tudo
mais. - Aquilo era meia verdade, sabia que me escondiam algo.
– Sei... - Renée rolou os olhos.
– Fique a vontade querida. - Renée falou a Rose e se junto a Alice e Esme, nos
deixando o sozinhas.
Rose se apoiou em mim.
– Como foi seu réveillon?
– Foi... - Eu procurava uma palavra e Rose ria. - Produtivo, diria eu. - Ela
gargalhou. - Acredita que Charlie e Renée quase nos pegaram no flagra? Estávamos
tirando as roupas, no balcão da cozinha quando eles apareceram. - Rose riu mais alto.
– Bella, você dois são muito azarados. E dai o que aconteceu?
– Bom, graças aos céus eles chegaram antes. Edward petrificou, não sabia o
que fazer. Charlie subiu com Bê, e depois voltou todo bravo. Acabamos dormindo no
Chalé de Edward. - Eu estava rindo, lembando da cena. - Charlie ficou bicudo até no
outro dia.
– Imagino. - Rose ainda ria, fazendo as garotas nos olharem.
– E o seu, como foi?
– Foi em Vegas, então foi ótimo. Tequila, Emmett e eu pelados. - Franzi o
cenho.
– Ok, entendi. - Ela voltou a sorrir.
– Hey Isa. - Charlie veio até nós. - Que tal você fazer algumas caipirinhas? -
Eu o lancei um olhar, de advertência. Da última vez que misturaram cerveja e
caipirinha, Charlie e Elizabeth se pegaram.
– Tudo bem Bella, acho que dessa vez vai dar certo. - Rose pareceu ler mus
pensamentos.
– Ok. Mas quero que se comporte. - Murmurei para Charlie, ele sorriu
assentindo.
Fui para pia ao lado da churrasqueira e comecei a fazer as caipirinhas. Edward
era meu ajudante e tratava de experimentar e distribuir, quando ficavam prontos.
Depois de um tempo fazendo e vendo que eles bebiam feito água. Fui até o
restaurante da pousada e peguei emprestado, uma panela gigante, daquelas de sopa.
Fiz uma big caipirinha. Coloquie uma concha lá dentro e Edward, levou até o balção.
Quando voltei a me juntar a Rose, ela já ria sem motivos.
– Quantas já bebeu loira? - Ela riu da minha pergunta.
– Duas ou quatro. - Balancei a cabeça negativamente.
– Vai de vagar, está de estômago vazio. Não quer capotar quer?
– Acho que não. - Respondeu, antes de virar o resto que tinha no copo. Tia
Júlia deu risada. - Bella deu bronca geral, na casa dos Cullens, ano passado. Estavam
todos bebaços, menos ela.
Ela falou umas duas ou três frases, e a festa acabou dois minutos depois.
– Isa, sempre foi mais temperamental. Ela brigava por Jane no colégio.
Enquanto Jane chorava, Isa tirava satisfação.
– Você fazia isso? - Rose parecia surpresa.
– Não mecha com minha família. - Ela gargalhou.
– Não sabia desse seu lado brigão.
– Ela surpreende. - Tia Júlia comentou. Rose voltou a se pendurar em mim.
– É, sei que é. Além de tudo, Bella é a única mulher no mundo, que fica linda
de jeans, camiseta e tênis. - Balancei a cabeça discordando.
– Fala sério loira. Já se viu no espelho? Você fica bem, até de mendigo.
– As duas são lindas. - Minha tia se meteu.
– Então, o que fez na semana que passou longe de Edward? - Rosalie
questionou. - Não está com saudades do frio?
– Não, nem um pouco, adoro minha pouca roupa. Então, eu cheguei já era
quase noite, passei em Copacabana, e logo em seguida vim para cá. No outo dia já era
véspera de natal. Fui surfar com Charlie e nos desligamos do mundo. Era quase noite
quando chegamos em casa.
Meus avós maternos vieram para o natal. Ah você precisa conhecer meu vô,
as vezes ele é insano.
Meus tios também vieram, junto com um casal de amigos dos meus pais. Tive
um natal feliz, como algum tempo eu não tinha.
O resto da semana eu meio que passei surfando com Charlie . Menos dia 31,
nesse dia Charlie me deixou dormindo e roubou Bernardo, os dois fugiram me
deixando irritadíssima. E você sabe, quando eu estou irritadíssima, eu fumo muito.
Foi isso que fiz, fumei até meus cigarros acabarem.
– Não acredito que ainda está os devorando desse jeito, tem que parar com
isso. - Rolei os olhos e tia Júlia riu. - Tá, continua.
– Fui comprar cigarros e quando estava saindo do restaurante, esbarrei com
Jacob. - Murmurei a última parte. Rose arqueou as sobrancelhas, e ficou um tempo
quieta. Com certeza, para não dizer besteiras na frente da minha tia.
– Jacob, Jacob? - Eu ri.
– É, Jacob, Jacob. Jake.
– Oh, my God. - Murmurou. - E o que aconteceu? Edward já estava aqui? O
que você fez? - Eu ri do turbilhão de peguntas.
– Calma loira. Edward ainda não estava aqui, quer dizer, deveria estar, mas
meu pai quis fazer surpresa.
Nós conversamos e ele passou o réveillon conosco. - Ela me olhou incrédula.
– Conversaram, tipo de boa? - Dei de ombros.
– É. - Ela balançou cabeça, reprovando.
– Sabe o que penso sobre isso.
– Sei, e você também sabe o que eu penso sobre isso.
– Então ele está solto? - Tia Júlia fazia não prestar atenção na conversa.
– Não, só conseguiu liberdade pro réveillon, mas Charlie me prometeu que
quando meu voo aterrizar nos Estados Unidos, ele dá um jeito de libertá-lo. - Contei
sorrindo.
– Hum... - Ela deu um gole na caipirinha. - E Edward? O que achou disso? -
Sorri lembrando.
– Acho que ficou meio que com ciúmes, sei lá. Ele perguntou bem sério:
Vocês já são amigos de novo? - Tentei imitar a voz de Edward, Rose gargalhou, assim
como minha tia.
– Imagino, ele tem ciúmes até da sua sombra, imagina de Jacob. Quando eu
digo que isso ainda acaba em casamento. - Rolei os olhos.
– Não viaja Rose. E posso saber, que história é essa que estão apostando sobre
eu ter filhos. - Ela gargalhou.
– Culpe Jully, ela disse que quer um irmão. Apostei em um garoto, não me
decepcione. - A olhei de canto.
– Sonha Rosalie, sonha.
– Vai me chamar para madrinha, não vai? - Fiz nem ouvir aquele absurdo. Dei
um gole na cerveja. - Estou falando Bella, não faz que não está ouvindo. - Continuei
em silêncio. Ela me chocalhou. - Fala comigo mulher. - Tia Júlia riu.
– O que quer? - Perguntei tentado não rir.
– Perguntei se eu vou ser madrinha do seu filho.
– Eu não vou ter filhos. - Foi a vez dela rolar os olhos.
– Mas se tiver. - Suspirei e resolvi responder de uma vez.
– SE acontecer um descuido, e isso acontece... É praticamente impossível,
mas SE acontecer... Sim Rosalie, eu chamo você para madrinha. - Ela me abraçou.
– Ahhhh, que lindo. Você também vai ser madrinha do meu filho. - Acabei
rindo e retribuindo o abraço.
– Sua maluca. - Disse dando risada. Tia Júlia sorria com os olhos cheios de
lágrimas, me desprendi de Rose..
– O que foi tia? - Ela secou as lágrimas com os dedos.
– Nada. Lembrei quando Jane fazia o mesmo com você. Te abraçava depois
de você ceder alguma coisa. E você falava o mesmo "Sua maluca". - Sorri lembrado
daquilo.
– Verdade, Jane sempre acabava me convencendo.
– Fico feliz por ter arrumado uma amiga, com quem voltou a se abrir. Muito
feliz. - Sorri e a abracei.
– Eu não sei o que dizer tia. Se houvesse um forma...
– Xii.. Não diga nada, só fique um pouquinho abraçada comigo - Concordei.
Rose sorriu com a cena e foi encher seu copo.
– Jane é insubstituível tia. - Murmurei.
– Assim como Rosalie.
– Exatamente. Rose se tornou uma grande amiga. Ela me ajudou, acabamos
criando uma amizade forte. Isso me assusta um pouco, eu não quero mais perder
ninguém.
– Não vai perder querida, tenho certeza que não vai. Se permita viver, e sentir
tudo que sente. Amar nem sempre é sofrer. - Não disse nada, só continuei abraçada
com ela por mais um tempo, até meu pai colocar um samba para tocar, e minha mãe
vir buscá-la para ensinar Alice a sambar.
Me juntei a Edward, Emmett e Rose, que assistiam tudo dando risada. Eles já
tinham bebido bem mais que o suficiente , todos eles, e o pior é que implicavam
comigo, por eu não estar mais bebendo.
Charlie disse que eu estava me tornando chata. Logo Charlie que não gostava
que eu bebesse. Talvez eu estivesse mesmo me tornando chata, mas se eu ficasse
bêbada, quem cuidaria das crianças?
Enquanto eles riam de coisas sem graça eu só observava. Rosalie e Esme não
demoraram muito para tentarem cair no samba também, até Jasper e Emmett tentam
uma sambadinha.
Carlisle e Charlie falavam sobre um filme da época da minha vozinha, tio
Billy parecia não entender direito, mas dava seus pitacos.
Já Edward estava bêbado de mais, para fazer alguma coisa, então ele só estava
apoiado na parede, e eu encostada ao seu lado.
Eu tinha certeza que o churrasco sairia torrado, e fiquei feliz por estar
praticamente satisfeita, já que me empaturrei de pão, linguicinha, corações e tudo
mais. Lembrei de alimentar Bernardo e Jully também, que não desgrudavam mais do
videogame, que agora estava na sala. Eles com certeza também estavam satisfeitos.
Uma hora depois Jully apareceu na varada, observou que todos falavam alto e
davam risada demais. Ela me procurou, estava bocejando e esfregando os olhos. Sorri
e a peguei no colo.
– Eles estão estranhos de novo?
– Estão, acho que estão pior do que aquele dia.
– Nossa. - O comentário espantado dela, me fez rir.
– Tá com sono? - Ela afirmou com a cabeça. - Quer dormir?
– Aonde? Minha casa é mais pra lá.
– Mas a minha é aqui, pode dormir no meu quarto. Eu te levo lá. Cadê
Bernardo? - Ela deitou cabeça no meu ombro.
– Acabando de jogar.
– Vamos lá então. - Murmurei caminhando com ela no colo.
– Aonde vão? - Minha mãe quis saber.
– Jully está com sono, vou levá-la para dormir. - Ela sorriu grande.
– Você é uma ótima mãe. - Eu rolei os olhos e saí.
Encontramos Bernardo no corredor, e ele se juntou a nós. Tirei os sapatos da
garota, e de Bernardo e acabei deitando na cama, no meio dos dois. O silêncio as
vezes era ótimo.
– Está com sono também? - Jully quis saber.
– Estou cansada. - Bernardo começou mexer no meu cabelos.
– Então dorme, eu fico aqui com vocês. - Ele disse, me fazendo sorrir.
Nós três ficamos quietos e acabei adormecendo.
Alguém mexendo nos meus pés me acordou. Abri os olhos lentamente, e
encontrei meu pai, tirando meus tênis, Carlisle estava mais atrás sorrindo.
Sentei na cama com todo cuidado e levantei, saindo do quarto.
– Que horas são? - Perguntei sem noção de tempo.
– Quatro da manhã. - Charlie respondeu, ele não parecia mais muito bêbado.
– Nossa, eu dormi.
– Estávamos procurando você. - Carlisle também parecia já bem.
– Jully estava com sono, Bernardo e eu nos deitamos um pouquinho com ela,
e acabamos dormindo os três. Cadê Edward? - Carlisle riu.
– Capotado no sofá. Ele murmurou muito por você, até eu conseguir o arrastar
para o sofá. Prometi que te buscaria, meio segundo depois ele estava roncando. - Eu
ri.
– Você perdeu. Ele perguntava de você para todo mundo, e falava muitas
coisas. - Charlie emendou. Eu bocejei.
– Ok, melhor conversarmos sobre isso amanhã. Vou buscar Edward e trazê-lo
pro quarto de hóspedes. Depois deixo Bernardo no quarto dele. E vocês, tratem de
dormir seus pinguços, e não façam barulho. - Eles sorriram para mim de um jeito
estranho. - Qual o problema de vocês em? - Perguntei, os fazendo andar.
Carlisle arrastou Esme que também estava acabada, para casa. Os outros já
tinham ido, me sentei no sofá, e comecei a chocalhar Edward.
– Edward, acorda. - Murmurei perto do seu ouvido.- Acorda vamos para
cama. Vai acordar com dor no corpo se dormir ai. - Ele suspirou e abriu os olhos.
– Bella, você voltou. - Ele sorriu e me puxando para um abraço, me fazendo
rir. - Aonde estava? Por que me deixou? Eu estava preocupado. - Gargalhei.
– Eu está dormindo Edward. Jully estava com sono.
– Jully, nossa filha. - Eu rolei os olhos, ele estava trebado. - Nossa filha mais
velha, ela ama tanto você.
– Eu também amo ela, agora vamos para cama, você precisa dormir. Senta. -
Eu o puxei ajudando a sentar. Ele voltou a sorrir para mim. - Você é linda, amor. Meu
amor...
Capítulo 34 - Sentimentos estranhos

Certas palavras podem dizer muitas coisas;


Certos olhares podem valer mais do que mil palavras;
Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora;
Certos gestos, parecem sinais guiando-nos pelo caminho;
Certos toques parecem estremecer todo nosso coração;
Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais.
Vinícius de Morais.

– Você é linda, amor. Meu amor. - Franzi o cenho o ouvido me chamar de


amor.
– Jesus você bebeu todas. - Falei rindo da cara de manguaça dele. - Não está
mais falando coisa com coisa. - Levantei e estendi a mão para ele. - Consegue
levantar? Me dê a mão. - Ele me obedeceu e levantou todo torto. Passou o braço em
volta do meu pescoço e começamos a caminhar.
– Bella, Bella, você é o amor, que em mim impera. - Eu gargalhei, alto.
– Quanto você bebeu Edward? Isso deveria ser filmado.
– Acho que umas duas ou oito caipirinhas e talvez algumas cervejas. - Ele
parecia pensar.
Charlie acabou aparecendo por ali, Edward sorriu, ou tentou sorrir para ele. -
Hey sogrão, já vai surfar? - Meu pai riu e eu tive que acompanhá-lo.
– Sogrão é? - Questionou olhando para mim.
– Pelo amor pai, ele está bêbado. - Edward levantou o dedo e fez que não.
– Nãnãnãoo. Tô nada bêbado. Ele é meu sogrão, não é? - Me questionou.
Eu nem tentaria discutir com um bêbado.
– É, é, claro que é. - Meu pai gargalhou.
– Sempre soube disso, só faltava mesmo você admitir. - Charlie não perdia
oportunidade.
– Amor, eu não me lembro direito do nosso casamento. - Edward só podia ter
bebido chá de cogumelo. - Você lembra?
– Ai Deus, eu não mereço. - Murmurei.
– Que? - Ele não entendeu. Charlie não conseguia parar de rir.
– Lembro Edward. - Falei em um suspiro. - É claro que eu lembro.
– Por que não está me chamando de amor? Está brava comigo? Me chama de
amor. - Não, eu não faria aquilo, seria demais.
– Quer saber como foi nosso casamento, ou não?
– Quero, quero. - Ele tentou sorrir de novo.
– Foi no noivado da sua irmã. Seu pai estava trebado, um pouquinho pior do
que você está agora. Então ele teve a ideia de nos casar.
Você prometeu pagar a conta de água, luz, telefone, meus cartões de crédito,
cuidar do supermercado, dar banho nas crianças e tudo mais. - Ele coçou a cabeça em
sinal de preocupação.
– Vou precisar trabalhar muito para pagar tantas coisas, é melhor cortarmos
seus cartões de crédito. Cartões de crédito são armas letais nas mãos das mulheres. -
Eu gargalhei.
– Eu não tenho um, não se preocupe. - Ele sorriu.
– E você prometeu o que?
– Prometi aturar seus pitis de vez em quando, cuidar da casa, cozinhar, passar,
e cuidar dos nossos filhos.
– Quantos filhos nós temos mesmo, princesa? - Meu pai voltou a gargalhar.
– Meia duzia deles, estou esperando o sétimo. Você não me da descanso. - Ele
me olhou espantado.
– Isso tudo? Meu Deus amor, temos que usar camisinha e comprar uma
televisão. Deus do céu, sete filhos? Como vou conseguir sustentar tudo isso? Preciso
arrumar um segundo emprego. - Gargalhei alto, Edward parecia para lá de
preocupado.
– Se vira, eu não os fiz sozinha. - Ele me encarou e sorriu.
– Aposto que são todos lindos, assim como a mãe deles. - Ele me fez sorrir. -
Quero vê-los, aonde eles estão, amor? - Meu pai ria, cada vez que ele me chamava de
amor.
– Amanhã você vê Edward, agora eles estão dormindo, e você vai fazer isso
também. Chega de papo, vamos para o quarto.
– Como quiser patroa, sou seu escravo amada ama. - Enquanto eu passava
trabalho para subir as escadas com ele, Charlie ria sem parar.
Edward se jogou na cama. Ficou para mim a missão de tirar seu tênis, meias e
camiseta.
Liguei o ar e o tapei.
– Amor, deita aqui comigo, um pouquinho. - Ele pediu. Estava tão bêbado que
mal conseguia abrir os olhos. Balancei a cabeça negativamente mas acabei fazendo o
que ele pedia.
– Por que não tenta dormir? - Murmurei olhando para o teto.
– Porque prefiro ficar acordado, conversando com você. - Ele tentou me
puxar. Me virei, ficando de lado, ele fez o mesmo.
– Sobre o que quer conversar? - Edward exalava álcool.
– Pode apagar a luz? Prefiro conversar no escuro. - Não entendi, mas vai
questionar bêbado. Levantei e fiz o que ele queria, e logo voltei para o lado dele. Ele
afagou meus cabelos.
– Por que casou comigo? - Murmurou a pergunta me fazendo sorrir.
– Porque seu pai estava bêbado, e meio que nos obrigou a fazer isso.
– E por que mais?
– Sei lá Edward. Porque você é um cara legal o mais legal que já conheci.
– Você me ama? - Mesmo ele estando bêbado completamente fora da casinha,
eu não esperava por aquela pergunta, e ela me fez ficar em silêncio.
– O meu coração dispara cada vez que você chega perto. E meus olhos, eles
não veem mais ninguém quado encontram você. Seus abraços, eles são únicos, é só
eles que meus braços querem. Eu não sei direito explicar direito.
Diz para mim amor, diz que também sente a mesma coisa. - Eu sabia que ele
estava delirando, que ele jamais diria aquilo em sã consciência, mas ouvir aquilo
dele, fez meu coração bater feito doido, e me fez sorrir. - Diz? - Pediu tocando meu
rosto. Fechei os olhos sentido sua mão me alisar.
– Eu sinto Edward, sinto a mesma coisa. Mesmo não devendo sentir, eu sinto.
- Murmurei. Não disse aquilo só para ele, não, eu disse para mim também.
– Diz que me ama? - O sono já o tinha pego, era visível por sua voz. Suspirei
e me sentei na cama. Alisei seus cabelos por alguns segundos e levantei.
– Desculpe, mas eu não posso dizer isso. Eu não posso amar você. - Murmurei
antes de sair do quarto.
Depois de passar na cozinha e pegar um copo d'água para deixar na cabeceira
da cama para Edward, eu fui dormir. Ele já roncava quando passei por lá.
Sorri ao ver como ele dormia tranquilo e ao lembrar da conversa de bêbado
dele, lhe dei um beijo na testa e fui para meu quarto.
Era Bernardo quem dormia na minha cama e não Jully, com certeza Charlie
lembrou que eu conseguia dormir com o garoto e o deixou lá. Voltei a sorrir ao ver
que ele também dormia tranquilamente e com um sorrisinho no rosto. Me sentei ao
seu lado e alisei seus cabelos até meu sono voltar.
Acordei relativamente cedo no outro dia, ainda não passavam das dez,
procurei fazer o mínimo de barulho para não acordar Bernardo.
Ao acabar de descer as escadas, percebi que Edward já estava acordado.
Debruçado sobre a mesa vencido pela ressaca. Eu ri e me aproximei.
– Ressaca de cão em. - Falei ao me aproximar.
– Minha cabeça dói. - Ele reclamou manhoso, me fazendo sorrir.
Fui até ele e o abracei, ele encostou a cabeça em meu peito.
– Vou pegar um remédio para você. Tomou a água que deixei para você?
– Tomei. - Beijei o topo de sua cabeça, e fui até o armário aonde Renée
guardava os comprimidos. Depois peguei um copo d'água, me sentei ao lado dele.
– Toma tudo bonitinho, sem fazer cara feia. - Ele me obedeceu sem dizer
nada. Depois me puxou, me fazendo levantar da cadeira e sentar em suas pernas.
– Como fui parar naquele quarto? - Eu ri.
– Você estava muito alucinado. Não dizia coisa com coisa. Te arrastei para o
quarto e você desmaiou lá.
– Fiz alguma vergonha? - Ele estava preocupado.
– Vomitou toda a sala, tive que passar a madrugada limpando. - Edward me
encarou com os olhos arregalados, me fazendo gargalhar. - Besteira, a única amiga do
Hugo aqui, sou eu.
Você me perguntou como foi nosso casamento, e quantos filhos tínhamos. -
Ele sorriu.
– E disse mais alguma coisa? - Talvez a voz dele estivesse um pouco
preocupada.
Claro, você me pediu para te chamar de amor, e pediu para dizer que eu te
amo. Além de ter revelado que sente as mesmas coisas estranhas que eu. Era isso que
eu deveria dizer.
– Não, mais nada. - Foi isso que eu disse.
– Alguém viu eu te perguntar sobre o casamento e os filhos? - Por ironia
Charlie chegou na cozinha naquele momento. Ele olhou para nós dois e riu.
– Bom dia. - Eu sorri.
– Bom dia pai.
– Bom dia. - Edward murmurou meio sem jeito.
– Posso saber que história é essa que se casaram no noivado de Alice? - Eu
gargalhei.
– Ele ouviu? - Murmurou a pergunta. Balancei a cabeça afirmando. - O que
ele ouviu?
– Você me perguntando pelo nosso casamento e pelos nossos filho. Você é tão
insensível Edward, que nem lembrava como tinha sido nosso casamento. Poxa, assim
você fere meus sentimentos. - Falei dando risada. Ele estava mesmo sem jeito.
– Fiquei sabendo que tenho seis netos e Bella espera o sétimo. Nos Estados
Unidos não tem televisão, não? - Charlie perguntou e de novo eu gargalhei.
– Ok, ok. Acho que não quero mais ouvir nada. - Ele resmungou
envergonhado.
Renée apareceu na cozinha, estava tão pálida quanto Edward. Nos murmurou
um bom dia, e foi até a caixa de remédios, fez o mesmo procedimento que Edward
tinha feito minutos antes. Depois juntou-se a nós.
– Se não sabem beber porque bebem? - Impliquei com os dois. Charlie riu.
– Aprendeu a beber depois do halloween? - Edward de ressaca parecia ter mal
humor.
– Irritadinho? - Impliquei o fazendo bufar. - O Edward tá irritadinho, Edward
tá irritadinho. - Peguei no seu pé, como uma criança.
– Para com isso. Eu não te encho o saco quando bebe. - Eu ri.
– Ok. Melhor você voltar para a cama, até curar essa ressaca e esse mal
humor. - Sugeri. - Surf hoje pai? -Charlie sorriu.
– Te encontro lá fora em dez minutos. - Assenti. Edward não pareceu gostar
da minha ideia.
– Ah Edward, cuide bem dos meus netos. - Charlie disse ao levantar. Renée o
olhou sem entender.
– Bella e Edward tem quase sete filhos. - Ele explicou e caminhou para rua.
Renée sorriu para nós dois.
– Vou colocar o biquíni então. Cuide de Jully e de Bê, te vejo mais tarde. -
Levantei e beijei o topo da cabeça dele. Catei uma maçã e corri para subir as escadas.
Coloquei meu biquíni e quando desci pedi ajuda a Renée para passar o
protetor.
Encontrei Edward na rua com Charlie, que prendia as pranchas no carro,
enquanto Edward assistia tudo de cara amarrada.
– Eu não quero que você vá. - Ele murmurou me puxando para perto.
– Vem comigo então. - Sugeri.
– Eu não quero ir. - Edward parecia ter regredido uns dez anos, estava quase
pior do que os aborrecentes de hoje em dia.
– Você tá chato sabia? Não sabia que ficava assim quando tem ressaca. - Lhe
dei uma bronca. - Você tem duas escolhas. A primeira é: ficar em casa e descansar
para se livra desse mal humor. E a segunda é: Vir conosco, e também se livra desse
mal humor. - Ele percebeu que eu estava ficando brava e suspirou.
– Então eu vou. Só preciso por um shorts e por meus óculos.
– Certo, vamos lá então. - O puxei pela mão. - Pai, nos pegue na frente do
chalé de Edward, ele resolveu ir junto.
Ah, e avise Renée para ficar de olho nas crianças. - Charlie sorriu e assentiu.
O bandido quis me enganar, ao chegar no chalé, ele jogou-se no sofá.
Esperei dois minutos e disse que estava indo, aquilo o fez levantar em um
pulo. Ele logo trocou de shorts. Passei protetor em suas costas e rosto e nós fomos.
Ao abrir a porta do chalé, encontramos com Emmett e Alice, que estavam
conversando com Charlie.
– Hey Cullens, estão de ressaca também? - Perguntei.
– Ressaca é coisa de gente fraca. - Alice falou. - Eu não tenho isso. - Eu ri.
– Eu lembrei de tomar muita água ontem antes de dormir, então estou zerado.
- Emmett contou.
Eu lancei um olhar de, viu? Para Edward que desviou os olhos.
– Querem ir conosco? - Charlie convidou.
– Tipo na praia? - Alice perguntou, me fazendo rolar os olhos.
– -Meio óbvio né? - Minha resposta fez ela mostrar a língua.
– Claro que queremos, só preciso por protetor. - Emmett se empolgou. Ele já
até estava vestido para praia, assim como Alice.
– Então vamos, tem um tubo de protetor dentro do carro - Charlie abriu a
porta da Range Rover, ao mesmo tempo que Rose abriu a porta de sua casa. Percebi
que ela era do clube dos com ressaca.
– Vem Rose, vamos. - Eu chamei.
– Aonde? - Ela questionou.
– Vem logo. - Chamei de novo. - Emmett você é o maior, vai na frente com
Charlie. - Ele concordou.
Edward, Alice, Rose e eu, nos esmagamos atrás.
Meu querido amigo colorido continuava de mal humor, Rose parecia igual. Já
Emmett conversava animadamente com Charlie, e Alice comigo.
– Vocês duas querem fazer o favor de ficarem quietas? - Edward pediu
bufando, me fazendo bufar também.
– Conheceu Edward de ressaca Bella? Ele fica assim chato. - Alice implicou.
– Estou vendo, e estou quase perdendo a paciência.
– Vocês falam demais. - Reclamou de novo.
– Se não queria ouvir vozes, deveria ter ficado em casa, como eu disse. Agora
aguenta e pare de reclamar, você está me irritando. - Ele bufou e eu resolvi ignorá-lo.
– O que vamos fazer a noite? - Alice também o ignorou.
– Não sei, o que quer fazer?
– Ah nós podemos cair na noite, em alguma boate. - Eu ri.
– Acho melhor fazermos algo mais light hoje, parece que foram poucos os
sobreviventes de ontem. - Ela riu.
– Jasper, quase morreu. Passou mal a noite toda, acho que conseguiu dormir
só agora de manhã. - Ela contou.
– Coitado. - Murmurei.
– Ele supera. - Ela disse rindo. - Então, que tal fazermos um luau na beira da
piscina? - Sugeriu.
– Boa ideia. - Rose finalmente resolveu falar. - Bella toca. - Sempre sobrava
para coitada da Bella.
– Ok. Então vamos fazer isso.
– Vamos ficar em casa hoje. - Edward murmurou, e eu fiz não ouvi-lo.
Assim que chegamos na praia, três paparazzis se aproximaram. Alice estava
assutada, não entendendo nada.
– Quem é essa gente? - Ela questionou.
– Paparazzis. - Resmunguei. Edward abriu a porta do carro e saiu.
– Por que eles estão fotografando Edward? - Rose riu.
– Porque no Brasil, eu sou meio que famosa. Eles pensam que Edward é meu
namorado. - Expliquei antes de descer do carro.
Edward parecia explicar a mesma coisa para Emmett, que também olhava
meio assustado.
Enquanto Charlie tirava as pranchas de cima do carro, eu pegava a bolsa cheia
de bugigangas.
Alice veio para meu lado sem entender muita coisa.
– Eles estão falando conosco. - Ela murmurou.
– Ignore-os. Não sorria, não acene, não seja simpática, não diga nada. -
Edward pegou minha prancha, já Emmett se encarregou dos guarda-sóis, Alice e
Rose das cadeiras.
Foram Charlie e Emmett quem montaram os guarda-sóis. Estendi uma toalha
grande na sombra e Edward se jogou lá.
– Vai me dar um autógrafo quando? - Alice questionou. - E por que você é
famosa? - Rosalie me olhou por alguns segundos.
– Minha mãe é atriz, minha tia, meus avós. Meu pai foi até ano passado uma
pessoa pública. Eu já te disse isso uma vez.
– Não me disse que eles perseguiam você. A maioria das fotos foram feitas em
cima de você e Edward.
– Eu odeio isso Alice. Odeio isso tudo. As câmeras, os paparazzis, jornais,
revista, TV, internet. O assunto em si me irrita, não vamos falar sobre isso.
– Ok. - Murmurou, desistindo da conversa.
– Não sei quanto a vocês, mas eu vou cair na água. O calor está de matar. -
Emmett suava muito.
– Eu também vou. - Rose murmurou.
– Eu também. Se for pegar sol agora, não vou conseguir ficar nem cinco
minutos, preciso me molhar antes. - Eles caminharam para o mar.
– Vamos cair também Isa? - Charlie convidou. Olhei para Edward jogado na
toalha.
– Vá indo, eu já vou. - Charlie sorriu e foi.
Suspirei e caí ao lado daquele homem marrento. Tirei meus óculos para
observá-lo. Ele estava de cara fechada, resolvi nem dizer nada. Quando pensei em
levantar, ele passou o braço ao redor de minha cintura e me puxou para perto.
– Fica um pouquinho aqui comigo. - Pediu manhoso.
– Passou a tica?
– Desculpe, sei que estou chato. Mas é que minha cabeça ainda dói. - Acabei
levando minha mão até seus cabelos.
– Por que não ficou em casa, como eu disse?
– Porque em casa não teria você. - Ele me fez sorrir.
– Ok, essa foi uma boa resposta de desculpa. - Ele sorriu e tirou os óculos,
seus olhos estavam quase fechados pela claridade, assim como os meus.
– Então estou desculpado?
– Está. - Ele me puxou ainda mais para perto.
– E os paparazzis vão ao delírio. - Comentei rindo o fazendo rir também.
– E se eu te beijar?
– Eles vão ficar ainda mais felizes, assim como eu. - Edward sorriu e me
beijou. Calmamente, um beijo preguiçoso. Suas mãos não saíram de minha cintura.
– Que tal um banho de mar, para espantar essa sua ressaca? - Murmurei contra
sua boca.
– Está tão longe. - Eu ri.
– Vamos, eu vou com você. - Ele parou de me beijar.
– Sem prancha? - Perguntou pedindo.
– Sem prancha. - Respondi. Como percebi que ele não se moveria eu levantei
e estendia a mão para ele. - Vem. - Ele sorriu e pegou minha mão, levantou rápido e
de algum jeito me pegou no colo.
– Edward, assim você coopera e muito com os paparazzis. - Disse rindo.
– Fodam-se os paparazzis. - Ele respondeu levantando o dedo do meio, me
fazendo rir ainda mais.
– Ok. Agora me põe no chão, não quero que me jogue. - Por alguma espécie
de milagre eu fui obedecida.
Ele pegou minha mão, e caminhamos para dentro do mar, indo de encontro a
Alice, Rose e Emmett.
– Vamos mergulhar. - Avisei, antes de largar de sua mão e dar um mergulho.
Assim que emergi, ele fez o mesmo. Chocalhei a cabeça fazendo meus
cabelos voarem, e respingar água em todos.
– Ahh Bella. - Alice que ainda não tinha mergulhado reclamou, me fazendo
rir.
– Deixa de ser fresca e mergulha de uma vez garota. Mete essa cabeça na
água. - Impliquei.
– Esses caras batendo foto estão me incomodando. - Ela reclamou.
– Eu tenho uma irmã fresca. - Edward murmurou. - Ignore eles. - Alice riu.
– Edward esta se sentindo uma celebridade. - Emmett disse rindo.
– Ha ha ha.
– Eles estavam se divertindo com vocês dois lá na areia. - Rosalie comentou.
– Deixem eles para lá, vamos nos divertir. Alice se você não por essa cabeça
dentro d'água, eu mesmo vou tratar de fazer você fazer isso. - Ameacei.
– Você não ousaria. - Ela não estava convicta.
– Mas eu ousaria. - Edward a pegou no colo, e em seguida caiu para trás, com
ela junto. Aquilo nos fez gargalhar.
Quando ele emergiu, ela voltou agarrada em seu pescoço, e pelo jeito tinha se
afogado, já que tossia.
– Edward Cullen, eu vou matar você. - Ela esbravejou tirando a água dos
olhos.
– Edward Cullen, eu vou matar você. - Emmett tentou a imitar, nos fazendo rir
mais ainda.
– Vocês são dois chatos. - Reclamou saindo de perto de Edward.
– Oh, vai contar para mamãe, vai? - Emmett continuava com a implicância.
– Para o papai. Você está ferrado Emmett, e você também Edward. - Edward
gargalhou.
– Ela dizia a mesma coisa quando era menor. Quer dizer, menor ela sempre
foi. Quando era criança. - Ela socou o braço de Edward.
– Eu não sou pequena. - Ela reclamou.
– Nããããão, que é isso? - Resolvi entrar na brincadeira. - Só é desprovida de
altura. - Os outros riram, e ela me mostrou a língua.
– Você também não é muito grande. - Se defendeu.
– Tenho 1,67 e você? - Silêncio, silêncio e muita risada.
– Ahh, vocês não são mais meus amiguinhos, estou de mal com todos vocês. -
Ela disse rindo nos fazendo rir mais. - Ok, agora chega de pegar no meu pé. Vamos
pegar no pé de Edward, que estava de mal humor até alguns minutos atrás.
– Boa ideia. - Rose concordou.
– Duas coisas deixam Edward de mal humor. A primeira é: ficar longe de
Bella. E a segunda é: ressaca. - Alice comentou.
– Bella, você não imagina como ele ficou insuportável na semana em que
passou longe de você. - Foi a vez de Rose dizer.
– No final mesmo, ele estava dando patada em todo mundo. - Emmett ajudou.
Encarei Edward que estava sem jeito.
-Então Carlisle disse: Edward meu filho, pegue essa passagem e vá, vá com
Deus, te vemos dia dois. - Eu ri e me abracei a ele.
– Que feio Edward, ficou de mal humor, foi? - Peguei no seu pé. Os Cullens,
riram.
– Fiquei de muito, muito mau humor. - Admitiu. - Senti muito a falta do meu
freezer. - Eu sorri toda boba.
– Ohhhh.... - Os Cullens pegaram no nosso pé.
– Sentiu mesmo? - Murmurei, passando meus braços em volta do seu
pescoço. Ele aproximou o rosto do meu e seu nariz brincou com o meu.
– Senti. Senti muita. - Murmurou antes de me beijar.
Minhas mãos agarram seus cabelos molhados. Edward me puxou mais para
perto a fim de tornar o beijo mais íntimo.
– Gente, vocês não estão em casa. E tipo, estão sendo fotografados. - Alice
murmurou me fazendo rir e frear o beijo.
– Também senti muito a sua falta. - Murmurei antes de me voltar para os
Cullen.
– Já que estávamos falando de Edward, me contem, o que ele aprontou em
Vegas? - Os três começaram a rir. Edward me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
– Ahh o ciúme. - Alice pegou no meu pé.
– Ciúme é mesmo uma coisa terrível. - Rose comentou.
– Ei, ei, não tem nada haver com ciúme. - Me defendi. - Só questionei o que
ele fez, isso não é ser ciumenta. Eu não tenho ciúmes de Edward. - Me perguntei por
que estava dando tantas desculpas e porque eles riam tanto.
– Edward saiu com umas gatas loiras e peitudas. Sabe que eu não tive paz
uma noite? Nós éramos vizinhos de quarto e vinham gritos altos do quarto dele. - Eu
fechei a cara e me virei para Edward. Ele ria abertamente. Rosalie e Alice
gargalhavam.
– É mentira Bella. - Rosalie respondeu, e acho talvez eu tenha sentido um
alívio imediato.
– Edward não fez praticamente nada. Estava tão chato e irritante que
praticamente não saiu do quarto. - Alice continuou, me fazendo sorrir.
– Por que vocês não namoram de uma vez em? - A baixinha quis saber. Rolei
os olhos indignada.
– Tá maluca garota? - Perguntei em português fazendo Rose gargalhar e Alice
me olhar com cara de paisagem.
– Ela perguntou se você está maluca. - Rose fez a tradução.
– Maluca é você. - Falou rolando os olhos. - Maluca e cega.
– Cega por que? - Quis saber. Minha pergunta a fez rolar os olhos novamente.
– Não ligue para Alice. - Edward respondeu. - Ela realmente, tá maluca
garota. - Tá maluca garota, ele disse em português me fazendo gargalhar.
– Você não tem noção do quanto fica fofo falando português. - Os Cullens
voltaram a pegar no meu pé. Mas eu os ignorei completamente. - Fala garota de novo.
– Garota. - Ele falou sorrindo, seu sotaque me fez suspirar e em seguida beijá-
lo.
Os Cullens continuaram pegando no nosso pé, o que nos fez voltar para a
areia, e abandoná-los lá.
Emmett e Alice ficaram treinando a palavra garota, Rose ficou de professora.
Emm acabou desistindo minutos depois e veio até a areia pedir minha prancha
emprestada, como eu não estava mais a fim de surfar eu emprestei.
Edward e eu nos deitamos na toalha que estava debaixo do guarda-sol, e acho
que acabamos dormindo, já que quando voltei abrir os olhos, todos estavam por ali.
Inclusive Charlie que bebia uma água de coco.
– Que horas são em? - Questionei meio perdida.
– Passa das duas. Sua mãe ligou, eles estão na praia da pousada, que tal
almoçarmos e irmos para lá? Teremos mais privacidade. - Assenti e sentei.
– Hey Rose, acorda Alice, vamos embora. Cadê Emmett? - Ela apontou para
frente e eu o vi, caminhando até nós, com minha prancha entre o braço.
– Cara, peguei muitas ondas, essa praia é demais, é perfeita. - Ele estava
empolgado.
– Ok cara, combinamos de voltar amanhã. Agora vamos embora. - Abri a
bolsa para pegar uma camiseta e o óculos, e acabei encontrando minha câmera.
– Espera, espera, não larga a prancha. Deixa eu bater uma foto. Faz um hang
lose.
Emmett fez caras e bocas, e muitos hang loses. E o pior? Eu me juntei a ele.
Na verdade quase todos fizemos isso, até Charlie entrou na farra. Edward
acordou com nosso barulho, e logo pôs os óculos.
– Melhorou? - Questionei me aproximando.
– Pronto para outra. - Ele sentou-se.
– Nada de outra, garoto. - O garoto em português o fez rir.
– Tudo bem, garota. - Eu ri.
– Ah Bella, bate uma foto com Edward. - Alice estava com a câmera nas
mãos. Me sentei entre as pernas de Edward e sorri para a câmera. Ela bateu uma ou
duas fotos.
– Agora beija ele. - Rolei os olhos, mas acabei indo para o lado dele e beijei
seu rosto.- Na boca né Bella. - Ela disse como se fosse óbvio. Ri e balancei a cabeça
negando. - Edward querido e irritante irmão, é com você. - Ele sorriu e puxou meu
rosto, me beijando. Acabamos caindo deitados na toalha.
– Chega gente. Eu disse beijar, não fazer um filme pornô. - Eu dei risada e me
separei de Edward. Levantei e ele logo fez o mesmo.
– Vamos? - Charlie e Emmett tinham ido até o carro prender as pranchas e
estavam de volta.
Guardamos tudo rapinho e seguimos para o carro. Todos no mais profundo
silêncio.
Edward segurava minha mão, deixando os paparazzis ao êxtase. Eles fizeram
muitas perguntas e não obtiveram nenhuma resposta, aquilo os irritou. Teve um que
chegou bem perto de mim, Edward acabou o empurrando. E a confusão estava feita.
Charlie logo veio ao nosso encontro, antes que começassem uma briga.
– Qual o seu problema cara? - O empurrado perguntou irritado, quase indo
para cima de Edward.
– Qual o seu problema? - Charlie rebateu irritado. - Você estava com a sua
câmera, quase encostada no rosto da minha filha. Fique longe rapaz, bem mais longe.
- Charlie ordenou, enquanto os outros dois aproveitavam para fotografar.
– Entrem. - Charlie voltou a ordenar, dessa vez para nós. Imediatamente
fizemos o que ele disse e nos jogamos para dentro do carro.
– Ô povinho abusado. - Esbravejei bufando. - E você Johnny bravo, não
deveria ter empurrado ele.
– Você viu como ele estava perto? Faltou só fazer você engolir a câmera. -
Edward também estava bravo.
– Eu podia dar um jeito nesses caras. - Emmett os fuzilava com o olhar.
– Hey gente, fiquem calmos. Fala sério, eles são assim mesmo. Olha Bella,
você tem sorte. Se fosse nos Estados Unidos, não seriam três, seriam no mínimo uns
dez, e tão mal educados quanto esses. - Alice tentava nos acalmar.
Charlie continuava conversando com os três idiotas, enquanto nós assistíamos
bufando.
Dez minutos depois ele entrou no carro.
– Pronto. Apagaram as fotos do empurrão e do príncipio de briga. - Ele
comentou. Me perguntei quanto custou para que eles fizessem aquilo.
– Vamos embora. - Ele murmurou.
Pelas devidas circunstâncias, resolvemos ir direto para casa e almoçar no
restaurante da pousada.
Entramos no mesmo em comboio, chamando atenção das pessoas.
A outra parte dos Cullens, junto com Bernardo e Renée estavam almoçando lá
também.
Ao me ver, Jully correu em minha direção e atirou-se em meu colo.
– Você fugiu hoje de manhã. - Foi a primeira coisa que disse. Sorri e beijei seu
rosto.
– Fugi nada. Você estava rocando na cama do Bê. Dormia tão bonitinho, que
fiquei com pena de te acordar.
– Sei... - Murmurou me fazendo rir.
– Foi na praia? - Ela sorriu.
– Fui. Eu e o Bê, construímos um castelinho, mas a água levou. - Ela se
lamentou.
– Que água malvada. - Ela concordou com a cabeça.
Caminhei até o único lugar vago, que era ao lado de Edward. A garota se
acomodou em meu colo.
– Você também fugiu de mim. - Ela reclamou com Edward.
– Culpe Bella, ela não quis ficar em casa dormindo. - Eu o olhei de canto.
– Por um acaso você nasceu grudado comigo? - Minha pergunta fez a garota
rir.
– Infelizmente não, mas agora que eu te encontrei, melhor não desgrudar, para
não ter perigo de perder. - A resposta dele junto com seu sorriso torto, me deixou sem
resposta.
Edward acabou falando aquilo alto demais, e gerou um couro de humm... por
toda nossa mesa.
Desviei meus olhos dos dele e acabei sorrindo.
Depois de almoçarmos, e de comer muito sorvete como sobremesa,
resolvemos voltar para a praia. A praia que ficava nas dependências da posada, aonde
não tinham ondas e nem paparazzis.
Renée tinha deixado uma tenda armada lá, e muitas toalhas estendidas no
chão. Me joguei em uma delas, Bernardo e Jully se jogaram lá também, um de cada
lado.
– Estou tão cheia. Acho que comer tanto assim é até pecado. - Comentei os
fazendo rir.
– Você é gulosa garota. - Bernardo implicou.
– Olha quem fala. Você tem menos da metade do meu tamanho, e só no café
da manhã consegue comer três pães franceses e tomar dois copaços de nescau. - Ele
riu.
Edward chegou e deitou-se ao lado de Jully.
– Gente, vocês estão monopolizando as toalhas. - Jasper reclamou. Ele tinha
chego no restaurante quando estávamos acabando de almoçar. Jasper estava com uma
cara de acabado de dar dó. Com certeza foi o que mais sofreu com a ressaca.
– Vem aqui Jully. - Edward puxou a filha e a deitou em cima de seu peito.
Fiz o mesmo com Bernardo. Isso fez com que nós quatro, ocupássemos só
duas toalhas.
– Por que nós quatro não fazemos um castelinho? - Jully sugeriu.
– Porque a água derruba. - Edward respondeu.
– Acho que ele está com preguiça. - Bernardo me fez rir.
– Alice, você é dinda da minha filha, faz alguma coisa pela vida. Levante-se
dai e vá construir um castelinho com os dois. - Edward disse para irmã, que estava
deitada ao lado dele.
– Você é o pai. Para de ser preguiçoso Edward e vá você, ou peça para
Emmett, eu não vou fazer isso. - Os dois eram preguiçosos.
– Por que vocês dois não fazem um buraquinho na areia, para enterrar Alice? -
Emmett deu ideia. Ri alto por ele ter sugerido um buraquinho. - Não é preciso cavar
muito, no máximo três cavadas e pronto. - Ele continuou, dessa vez Jully, Bernardo e
Edward me acompanharam na gargalhada.
– Papai...Emmett e Edward, estão implicando comigo. - Alice reclamou com
Carlisle, nos fazendo rir mais.
– Agora você tem um noivo, peça que ele te defenda. - Carlisle respondeu,
fazendo os irmãos pegarem muito no seu pé.
– É assim que você me trata? - Ela se fez de ofendida. - Jasper faça alguma
coisa. - Ela esbravejou.
– Alice, a única coisa que posso fazer agora, é vomitar. - Ele murmurou. -
Edward e Emmett, vocês dois já estão bem crescidinhos, parem de implicar com a
menina, ou vão se ver comigo quando eu me senti melhor. - Jasper nem se mexia. Eu
estava me divertindo com eles.
– Isa? - Bernardo tirou minha atenção deles.
– Oi. - Respondi afagando os cabelos dele.
– Tenho sono, e a mamãe está conversando com a tia Esme. - Aquilo nada
mais era do que uma indireta.
Edward tinha conseguido um aliado.
– Quer ir para casa? - Ele balançou a cabeça afirmando.
– Edward. - Chamei o fazendo virar a cabeça para mim. - Você ainda quer ir
para casa? - Ele sorriu.
– Quero, muito. - Acabei sorrindo também.
– Então vamos, Bê está com sono. - Algo me dizia, que Edward pensava que
seria só nós dois.
– Hey, se vocês vão, eu também vou. - Jully logo disse.
– Então vamos. - Edward disse rápido, com medo que mudássemos de ideia.
As crianças saíram de cima de nós, para que pudéssemos levantar.
Jully não deu chance para Bernardo e logo jogou-se em meu colo, fazendo
Edward rir.
– Vem aqui garoto. - Ele pegou Bernardo e o colocou em seus ombros.
Fomos até Renée e Charlie que conversavam com tia Esme e tio Carlisle.
– Estamos indo. Bernardo e Edward, estão com sono. - Anunciei. Carlisle
sorriu.
– As roupas de Jully estão no nosso chalé, precisam das chaves. - Esme
também sorria.
– Não se preocupe, eu coloco nela alguma roupa de Bê.
– Hey, ele é menino. - Ela protestou nos fazendo rir.
– Você pode usar meu pijama. Ele é branco, branco também é de menina. - O
garoto sugeriu.
– Se você não quiser o pijama de Bê, eu te empresto uma camiseta minha. É
só para dormir, depois você troca.
– Tá. - Ela por fim concordou.
– A casa está aberta. - Renée comunicou. Assenti e fomos.
Assim que chegamos, coloquei Jully no chão e fui até o quarto de Bernardo.
Peguei duas toalhas, e dois pijamas.
Entreguei os de Jully para Edward.
– Dê banho nela no meu quarto, é o último, no fim do corredor. Assim que eu
acabar com Bê, encontramos vocês lá.
Puxei Bernardo pela mão até o seu banheiro.
– Eu posso tomar banho sozinho. - Ele murmurou.
– Tá com vergonha de mim garoto? - Suas bochechas ganharam cor.
– Não. - Eu ri.
– Então se livra logo dessa sunga molhada, vou ligar o chuveiro.
Liguei o chuveiro, e o esperei dentro do box, mas ele não apareceu. Tive que
ir atrás dele.
– Anda Bê, vem. - Ele não se moveu. - Não acredito que tem vergonha de
mim.
– Mas eu não gosto de ficar pelado na frente dos outros. - Dei risada.
– Sou sua irmã, qual o problema?
– Só mamãe me vê sem roupas. - Suspirei.
– Ok, então faça de conta que eu sou ela. - Ele riu. - O que foi?
– Você seria uma mãe gata. - Acabei rindo também.
– E você seria o filho mais gato do mundo. - O puxei pela mão. - Vamos logo.
Você tira a sunga debaixo do chuveiro.
Ele me obedeceu, mesmo um pouco envergonhado. Eu procurava sempre um
assunto para não constrangê-lo, enquanto o lavava.
Percebi que ele tinha um grande sinal, idêntico ao meu, um pouco abaixo da
axila direita. Acabei rindo daquilo.
– Que foi? - Ele questionou. Levantei meu braço direito e apontei para o sinal.
– Idênticos. - Ele sorriu.
– Eu sempre penso que é sugeria. - Eu ri.
– É, eu também pensava assim. - Desliguei o chuveiro e o sequei. Ele não quis
ajuda para por o pijama.
– Agora faz um favor para mim. Vá até o quarto de Charlie e pegue uma
bermuda, daquelas que tem elástico, e leve para Edward. Pode ser qualquer uma, é só
para ele dormir. E diz para ele pegar uma toalha dentro do meu armário.
Depois disso, pegue uma roupa para mim e deixe em cima da sua cama.
Enquanto isso eu tomo banho. Pode ser?
– Pode, já volto. - Ele beijou meu rosto e foi.
Menos de cinco minutos depois, o ouvi berrando que a roupa estava em cima
da cama, e que ele estaria no meu quarto. Assim que saí do banho, fui para lá
também.
Jully analisava meu quarto junto com Edward. Já Bernardo estava deitado. Me
deitei ao lado dele.
– De quem é esses dois violões? - A garota questionou.
– São meus. Um é bem velhinho, o outro ganhei no natal. Minha mãe me deu.
– Legal... - Ela ainda os admirava.
– Quem é esse pessoal da foto? - Edward apontou para o mural de fotos.
– Turma do colégio, foi na nossa formatura.
– Jacob está aqui. - Ele murmurou de mal gosto.
– Jacob, Jane, Nando e eu. Estudávamos juntos.
– Jacob é seu primo bonitão, não é? - Jully caminhou até a cama e eu a ajudei
a subir.
– Sim. O próprio. - Ela sorriu, já Bernado e Edward bufaram.
– Eu não gosto desse cara. - Bernardo murmurou entre dentes.
– Bernardo. - O repreendi. Edward sorriu e vei até nós.
– Eu também não gosto desse cara. - Os dois sorriram um para o outro e
Edward deitou-se conosco.
– Edward, consegue alcançar meu celular? - Ele estava na ponta da cama.
Meu celular em cima da mesa do computador. Ele esticou-se todo e conseguiu.
– Obrigada. - Agradeci procurando um número na minha agenda.
– Tá ligando para quem? - Bernardo fez a pergunta que Edward parecia querer
fazer. Quando abri a boca para responder, Nando atendeu.
– Alô? - A voz dele era de quem estava dormindo.
– Não acredito que ainda está dormindo. - Me fiz de indignada.
– Já passava das oito da manhã quando fui dormir. - Ele murmurou.
– A balada foi comprida. - Conclui.
– A balada mais ou menos, já o pós balada. - Eu ri.
– Oh my God. Acho que eu não quero ouvir isso. - O ouvi rindo.
– Não se preocupe, eu não lembro da metade das coisas, eu acho. Estou em
um quarto desconhecido, reunindo forças para procurar minhas roupas. - Ele me fez
rir alto.
– Ok, não me diga mais nada. - Edward passou o braço por cima de mim
pegando Jully, a garota começou a rir por sentir cócegas, e eu acabei rindo também.
– Quem está ai? - Nando questionou.
– Jully, a filha de Edward. Nós três e Bernardo estamos de pernas para o ar.
– Ensaiando para ser mãe? - Ele provocou.
– Claro Luiz Fernando, claro. - Ele riu. - Presta atenção. Liguei para você para
dizer que a noite vai ter festa aqui.
Alice, a irmã de Edward quer fazer um luau perto da piscina, e eu fui
escolhida para tocar. - Ele voltou a rir. - Mas sozinha não tem graça. É nessa parte
que entra você. Ainda tem aquele contra baixo? - Ele suspirou.
– Tenho.
– Consegue me arrumar uma guitarra, e uma bateria junto com o baterista? Ah
e caixas de som também.
– Consigo.
– Ótimo, estejam aqui antes das dez então. E nem pense em me negar. Se
quiser pode trazer a garota do quarto misterioso junto. - Ele riu.
– Vou sozinho. Te ligo quando estiver chegando.
– Ok. Até mais então. Ah e Nando, espero mesmo que seja uma garota. -
Provoquei rindo.
– Você merecia uma resposta, mas vou deixar passar. Até mais magrela.
Devolvi meu celular para Edward sorrindo, ele me olhava sem entender nada.
– Nando acordou em um quarto desconhecido. - Expliquei o fazendo rir.
– Por que ligou para ele?
– Para ele me arrumar uma guitarra, trazer o baixo, e um cara com uma
bateria, para tocarmos a noite.
– Vai ter festa de novo? - Jully questionou.
– Vai, lá perto da piscina. - Expliquei.
– Baladeira. - Bernardo murmurou em um bocejo e aquilo me contagiou.
– Ok, vamos dormir e nos preparar para a noite.
Os três cochicharam mais algumas gracinhas, mas aos poucos foram ficando
quietos, e minutos depois apagamos.
Quando acordamos já passava das nove da noite, ao descer as escadas o
cheiro de cachorro quente me hipnotizou. Renée fazia o melhor cachorro quente do
mundo, e de novo eu fiz pecado ao comer quatro. Bernardo e Edward ficaram em
segundo lugar com três, Jully só comeu dois.
Depois de alimentados, Edward, Jully e Bernardo foram até a casa da garota,
para que ela trocasse de roupa, já eu fui encontrar com Nando que tinha acabado de
me ligar.
– Luiz Fernando, vejo que conseguiu fugir do quarto da donzela. - Falei ao
alcançá-lo.
– Aproveitei que ela estava no banho e fugi. - Eu dei risada.
– Você não era assim ligeiro. - Foi a vez dele sorrir.
– Pois é, mas você sabe, as pessoas evoluem. - Balancei a cabeça
negativamente.
– Estou vendo. - Ele pôs a mão na cintura e riu de algo.
– Aquele não é Edward? - Ele apontou, me virei para olhar na direção.
Ri ao ver Edward tentando pegar Jully e Bernardo, eles passavam por ele
facilmente.
– É. - Respondi rindo. - OLÉÉÉ. - Gritei para que ele ouvisse. Os três pararam
por alguns segundos e olharam para mim.
– QUEM CHEGAR NA BELLA TÁ SALVO. - Jully gritou e começou a
correr em minha direção.
– Oouu.. - Nando murmurou, ao ver os três vindo em minha direção.
Firmei bem os meus pés no chão para não ter perigo de ser derrubada.
Era humilhante para Edward perder a corrida para duas crianças. Jully e
Bernardo disputavam entre eles, para ver quem chegaria primeiro, já Edward estava
metros atrás deles, aquilo me fazia gargalhar.
Bernardo que estava na frente diminuiu os passos, deixando óbvio que
deixaria a garota ganhar. Ela se jogou em meus braços e eu a levantei. Bernardo
grudou nas minhas pernas.
– O seu pai não tem jeito mesmo. - Comentei rindo.
– Ele não é de nada. - Ela falou arfando. Ri alto ao ver Edward se jogando no
chão para descaçar.
– Quem é ele? - Jully murmurou a pergunta para mim, eu voltei a me virar
para Nando.
– Ele é um amigo meu. Se chama Nando. - Ele olhava encantado para ela,
como acontecia com todos. - Essa é Jully, filha de Edward.
– Você é linda Jully. - Ele a elogiou a deixando sem jeito. - Quantos anos tem?
– Cinco. - Murmurou levantando a mão. Nando tirou os olhos dela e me
encarou, eu sabia exatamente o que ele estava pensando.
– Você teria uma afilhada desse tamanho. - Murmurei e o silêncio se instalou
entre nós.
– Isa, você precisa brincar conosco, com Edward não tem graça. - Bernardo
pediu me fazendo voltar a sorrir.
– Conhece Bernardo, meu irmão? - Nando sorriu para ele e estendeu a mão.
– E ai cara, como vai? - Bernardo sorriu tímido e apertou a mão de Nando.
– Bem, e você?
– Bem também. - Nando me encarou. - Nos conhecemos na festa de réveillon.
Ele é a sua cara Isa, acho que se fosse sue filho não seriam tão parecidos.
– Ah você sabe, poucas pessoas tem a sorte de serem assim, lindas como eu. -
Nando gargalhou.
– Humildade zero.
– Ok, chega de papo. Trouxe tudo?
– Sim já montamos. - Ele apontou para o lugar e eu pude ver. - Estou indo
para casa tomar banho.
– Você pode fazer isso depois, agora vamos brincar de pegar. - Ele franziu o
cenho. Coloquei Jully no chão e comecei a me aquecer.
– Quantos anos você tem Isabella? - Eu ri.
– Acho que uns quatorze no máximo.
– E ai cara? - Edward conseguiu recuperar o fôlego e veio até nós.
– Cara você corre muito bem, já pensou em participar de alguma maratona? -
Nando me fez rir alto.
– Não teve graça. - Ele murmurou envergonhado.
– Já vamos brincar agora? - Jully quis saber.
– Vamos. - Falei empolgada, dando pulinhos. - Edward, corre, corre o máximo
que conseguir, tem trinta segundos para isso. - Ele pensou em reclamar. - Um...
Dois... - Ele puxou o ar e começou a correr. - Agora vocês dois, corram. - Os dois me
obedeceram sem reclamar.
– Vai pegar quem? - Nando questionou me fazendo rir.
– Eu ninguém. Está com você. - Cutuquei nele e saí correndo.
– Assim não vale Isabella. - O ouvi reclamar enquanto saía correndo atrás de
mim.
Nossa brincadeira durou um bom tempo. Emmett e Rose entraram nela
também, e como Edward sempre era pego, ele acabou virando café com leite.
Eu fui a única a não ser pega nenhuma vez, segundo Emmett minhas pernas
magrelas e cumpridas, e a minha falta de gordura me ajudavam.
No final Rose desistiu e foi até minha casa dar água para as crianças.
Sobrou Emmett, Nando e eu. Os dois se juntaram e fizeram um complô contra
a minha pessoa. Caça a Bella era o nome da brincadeira.
Edward não tinha mais fôlego nem para andar, então ficou assistindo a tudo
perto da piscina, junto com Carlisle. Eu tinha uma séria desconfiança que ele torcia
para que eles me pegassem.
Nando e Emmett armaram um plano para me encurralar, o que me fez ter que
correr para o outro lado, indo em direção a piscina.
– Segura ela Edward. - Emmett pediu arfando, enquanto eu ria e corria.
– Não faça isso. - Eu pedi, mas o sorriso safado dele, dizia que ele não me
obedeceria.
– Sai Edward, você não está mais brincando. - Eu berrava enquanto
continuava correndo naquela direção.
Como vi que não teria jeito eu resolvi fazer uma arte. Parei de correr e esperei
eles chegarem perto, quando eles estavam quase me alcançando eu voltei a correr,
quando estávamos a centímetros da piscina, eles colocaram as mãos em mim, eu
segurei no braço deles, e dei mais alguns passos a frente, levado os dois para água
junto comigo.
Emergi rindo, já os outros dois reclamando. Meu plano tinha dado certo, já
que além de levar os dois comigo, consegui dar um banho em Edward e Carlisle.
– Ahh sua bandida, eu vou matar você. - Nando reclamou empurrando minha
cabeça para debaixo d'água. Emergi rindo mais ainda.
– E a vencedora, o prêmio. - Disse levantando as mãos. Nesse exato momento
Edward caiu na piscina.
– Todo seu. - Carlisle fez todos darem risada. Quando Edward emergiu ele
chocalhou os cabelos, nos fazendo reclamar.
– Pode me dizer como consegue correr tanto? - Ele me questionou.
– Conseguindo horas. - Disse dando de ombros. - Não é uma coisa difícil de
se fazer, você só precisa correr.
– Você está acabando com toda a resistência dele, Bella. - Nando tinha que
fazer um comentário maldoso.
– Também falta fôlego na cama, irmãozinho? - Foi a vez de Emmett.
– Eu respondo, ou você responde? - Edward perguntou me abraçando por trás.
– Seu irmão é insaciável querido empresário. Ele pode não ser bom em correr,
mas na cama, na sala, no sofá, no chão, banheira, carro, piscina, banheiro de boate,
ele é imbatível. - Ouve uns bons trinta segundos de silêncio, nem eu acreditei no que
tinha acabado de dizer.
– Acho que eu prefira quando você era envergonhada. - Emmett murmurou,
arrancando risadas.
– É como eu sempre digo, para que gastar energia a toa? - Edward soltou.
– O papo de vocês está muito interessante... - Carlisle ria, me lembrando que
infelizmente ele estava ali. - É muito bom saber que Edward comparece desse jeito.
Você é meu orgulho filho. - O comentário dele me deixou vermelha. - Mas acontece
que Charlie está vindo, e eu tenho certeza que ao contrário de mim, ele não vai ficar
nada feliz ao ouvir isso.
– Hora de mudar de assunto. - Murmurei os fazendo rir. - Emmett não esqueça
que eu ainda lembro que você chora sabe com o que. - Ele logo ficou sério. - E você
Luiz Fernando, uma vez eu já salvei sua vida, quando tio Billy queria entrar no quarto
de Jane, com vocês... você sabe.
– Minha boca é um túmulo. - Ele murmurou.
– A minha também. - Emmett disse em seguida. Charlie chegou nesse
momento. O silêncio tinha dominado o lugar.
– Então... - Ele disse desconfiado. - Sobre o que estavam falando?
– Sobre como sua filha é resistente. - A resposta de Emmett teve total duplo
sentido. Nando mergulho para não rir. Charlie talvez tenha entendido a piada.
– Ela corre sem parar, parece nunca se cansar. - Edward se apressou em dizer.
– Nós dois corríamos sempre. Dos 13 aos 15, Bella correu quase todos os
dias. Agora já não aguenta mais o tranco. Tentamos correr nos Estados Unidos, mas
não teve nem graça.
– Hey, você queria que eu corresse quatro quilômetros. - Protestei.
– Nós corríamos cinco.
– Claro, mas isso a oito anos atrás. Eu estou ficando velha pai, e além disso eu
não pratico mais.
– Além de fumar, é claro. - Ele não perdia uma oportunidade.
– Se fumando nós não conseguimos pegá-la, imagina se não fumasse. -
Emmett comentou.
– Você deveria ver Charlie correndo, eu nunca consegui ganhar dele.
– Fico com a sua versão mesmo. - Eu ri.
– Que horas são em? - Nando questionou do outro lado da piscina.
– Dez. - Charlie respondeu. - Seu amigo já voltou. - Ele apontou mais a frente,
aonde um garoto ajeitava a bateria.
– Preciso ir embora. Tomar um banho. Isa, sua brincadeira me fez perder a
noção da hora. - Eu ri.
– Ah, vamos tocar assim mesmo. Está calor e daqui a pouco estamos secos.
– Não sei se é uma boa ideia. - Ele reclamou.
– Deixa de ser fresco garoto. Eu vou ficar molhada, Edward vai ficar
molhado, Emmett também, olha até Carlisle está molhado. - Apontei para Carlisle
que abriu os braços, querendo dizer: fazer o que.
– Tudo bem. - Ele se rendeu. - Então vamos lá passar o som e combinar as
músicas. - Ele tomou impulso e saiu da piscina. Já eu nadei até as escadas.
– Coloque uma sandália Isa, para evitar qualquer choque. - Pais, todos são
iguais.
– Ah pai, eu abandonei as minhas em algum lugar, não sei aonde estão. - Ele
rolou os olhos e tirou as dele.
– Coloque as minhas. - Foi minha vez de rolar os olhos, mas o obedeci.
– Feliz? - Perguntei.
– Boa menina. - Foi o que ele respondeu. Eu o abracei fazendo reclamar.
– Ah Isabella, você está molhada. - Carlisle riu.
– Depois seca pai. - Eu beijei a bochecha dele. - Te amo. - Ele sorriu.
– Eu também te amo.
– Quer um abraço também Carlisle? - Ele abriu os braços.
– Já me molhou mesmo. Acho que vou cair na piscina também. - Eu ri e o
abracei.
– Cuide para não se molhar. - Ele começou a rir.
– Seu senso de humor anda incrível. - Falou quando nos soltamos.
– Hey vocês dois. - Chamei Emmett e Edward que se implicavam. - Vocês não
vem?
– Que tal uma aposta para ver quem chega primeiro? - Emmett sugeriu.
– Tô fora. - Edward logo tratou de dizer. - Vou andando.
– Está muito perto Emmett, não tem nem graça.
– Nós começamos uns 100 metros mais para trás, mergulhamos na piscina,
saímos e corremos o restinho. - Emmett adorava um desafio.
– Sei, e eu seu ganhar, o que eu ganho?
– Edward. - Eu ri.
– Eu já ganhei ele ainda a pouco, não vale o mesmo prêmio.
– Ok. Se você ganhar, eu paro de pegar no seu pé e no de Edward por seis
meses. - Aquilo me pareceu razoável.
– Não vai poder nos inventar apelidos e nem pegar um pouquinho que seja no
nosso pé.
– Combinado.
– Agora se eu ganhar, vocês não vão ter mais descanso.
– Fechado. - Emmett saiu da piscina e Edward fez o mesmo.
– Não me decepcione. - Esse era o incentivo de Charlie.
– Nunca mais pai. Eu já te prometi isso. - Ele sorriu.
– Aposto em você. - Edward sussurrou em meu ouvido.
– Me espere na chegada Cullen. - Entreguei as sandálias para ele e corri até
Emmett.
Carlisle seria o juiz e daria a partida.
– Muito bem, aquele que tentar roubar será imediatamente desclassificado. -
Nós dois assentimos.
– Vamos lá. Um... - Eu dei pulinho e chocalhei os ombros.
– Dois... - Nós dois nos agachamos, que nem os corredores faziam.
– Três... - Suspirei e arrumei meus pés.
– Já. - Corri o máximo que pude, sem olhar para os lados, sempre olhando
para frente.
Consegui chegar na piscina primeiro que Emmett, mas as braçadas dele, eram
maiores que as minhas, então ele saiu na frente.
Vi Edward me esperando com os braços abertos, e forcei minhas pernas a
correm tudo aquilo que conseguiam. Passei por Emmett pouco menos de um metro
para o final. Me impulsionei e me joguei para cima de Edward que me segurou firme.
– Você ganhou. - Ele disse rindo, já eu não tinha ar para dizer nada. Só
levantei os braços em sinal de comemoração.
– DROGA. - Emmett esbravejou.
Ouvi palmas, e olhei trás. Charlie aplaudia orgulhoso, eu só consegui sorrir.
Depois de recuperar o fôlego, nós passamos o som, e começamos a tocar. O
resto do pessoal não demorou para chegar, e ao ver que estávamos molhados, a
maioria caiu na piscina também de roupa e tudo. Até Alice Cullen fez isso.
Tocamos muito, todos os tipos de música, rock, pop, sertanejo e até pagode.
Todo mundo cantou, e dançou. Tive certeza de que se Carlisle aprendesse português,
ele e Charlie formariam uma dupla sertaneja.
Como a piscina era uma área de lazer da pousada, os hóspedes também
acabaram aparecendo. Sorte do bar, ou seja de Renée, que lucrou bastante aquela
noite.
Azar dos garçons que tiveram que fazer serão.
Não fazia ideia de onde tinham surgido, pandeiros, cavaquinhos, surdos,
tamborins e cuícas, mas estavam lá, e quando acabamos de tocar, um verdadeiro
carnaval começou. Só estava faltando mesmo a rainha da bateria.
Peguei uma água no bar e fui até Edward, que pelo que eu vi enquanto tocava,
estava já bem feliz.
– As crianças? - Perguntei. Ele me puxou pela cintura.
– Dormindo com Jasper. O cara não melhorou da ressaca. Jully, Bernardo e
ele foram jogar videogame já faz um tempão. Fui até lá ainda pouco e os três estava
babando. Jully em um sofá, Bernardo em outro e Jasper no chão. - Eu ri.
– Preciso ver isso depois. - Edward balançava as pernas empolgado, com o
barulho ritmado da bateria que se aquecia.
– Se treinar direitinho, acho que pode ser um mestre-sala. - Ele me olhou com
cara de interrogação.
– Mestre o que? - Eu dei risada.
– Mestre-sala, porta-bandeira. Eles desfilam em uma escola de samba. A
porta-bandeira obviamente, com a bandeira da escola, e o mestre-sala é o par dela, ele
a conduz pela avenida.
– Então você é a porta-bandeira? - Eu ri alto.
– Não. Eu sou horrível no samba, não tenho gingado. Nem parece que eu sou
filha de uma carioca.
– Alô, um, dois, teste. - Charlie estava bêbado, e aquilo significava que, ele
iria cantar. - Tá funcionando? - Ele perguntou olhando para mim. - Levantei o polegar
em sinal de positivo.
– Certo. Então boa noite, boa madrugada, para os que aqui ainda estão, nessa
bela noite de janeiro. - Eu dei risada. - Bom, como minha filha desistiu de tocar, tive
que arrumar outra banda para a festa continuar.
Não é bem uma banda é uma bateira. Como o neguinho da beija-flor não pôde
vir, temos nós mesmos que cantar. - Voltei a rir alto.
– Eu queria entender o que ele está dizendo. - Edward estava frustrado.
– Não, acho que você não queria.
– Isa, Bella, vamos começar puxando um samba, você e eu. - Eu? Puxando
um samba? Meu pai estava trebado. Fiz sinal de não com o dedo. - Não me faça ir até
ai.
– VAI LÁ BELLA. UHUUULL... - Rose que estava a poucos metros de nós
gritou. - BELLA, BELLA, BELLA. - Os Cullens até podiam não entender português,
mas entendiam meu nome, e entenderam o que se passava, e junto com Rosalie
começaram a gritar meu nome, até Edward entrou no jogo.
– Eu não vou pagar esse mico sozinha. - Eu o puxei pela mão. - Você vem
junto. - Ele me obedeceu e foi comigo.
– O que vai ser? - Charlie me entregou um dos microfones. Peguei a cerveja
da mão dele e virei, eu precisava me transformar, para fazer aquilo.
– ALÔ, ALÔ, MINHA COMUNIDADEEE. - Pois é, encarnaria um puxador
de samba. Ouvi minha mãe e minha tia que também estava por lá, darem risada e
gritaram. - EU NÃO OUVI... ALÔ COMMUNIDADEE. - Elas gritaram mais alto.
As duas rebocaram Alice, Esme e Rose, e foram para frente do palco improvisado.
Emmett e Carlisle acabaram indo também.
– Vamos fazer isso direito. - Falava no microfone, eles também pagariam
um mico. - Renée, você foi escolhida como porta-bandeira. - Ela deu risada. -
Edward, hoje você vai fazer sua estreia como mestre-sala. - Expliquei em inglês. -
Você e minha mãe. Vem aqui com ela. - Renée riu ainda mais. - Tia Júlia, você vai ser
a rainha da bateira. Ma Oe, Vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá. - Até o Sílvio Santos
eu estava imitando.
– Cullens, vocês vão ser os passistas. - Olhei para frente, e para os lados,
vendo as outras pessoas que ali estavam. - Vocês também, venham todos para cá.
Vamos lá, todo mundo aqui na frente. - A maioria das pessoas me obedeceu, levantou
e juntou-se a nós.
– Tio Billy e Nando, vocês também. Vocês vão ajudar Charlie e eu a cantarem
o samba. - Eles deram muita risada mas acabaram vindo.
Me virei e combinei a música com o pessoal da bateria.
Além de Charlie ter arrumado uma bandeira do Flamengo para Renée e
Edward, ele também nos arrumou aqueles chapéus de malandro.
– AGORA SIM, ALÔÔÔ MINHA COMUIDADEE... - Todos que estavam na
brincadeira gritaram alto. - Como uma boa flamenguista, a minha escola de samba só
poderia ser qual?
– MANGUEIRAA. - Meus parantes gritaram me fazendo rir.
– ME LEVA QUE EU VOU, SONHO MEU ... - Comecei a aquecer, aquele
sempre foi nosso grito de guerra.
Estiquei o microfone para que as pessoas na minha frente me ajudasse.
– ATRÁS DA VERDE E ROSA SÓ NÃO VAI QUEM JÁ MORREU... - Eles
continuaram, e a bateria começou. Tive que rir de toda aquela maluquice.
– ARREBENTA MANGUEIRA. - Charlie se empolgou.
– Vamos lá bateria. Essa eu acho que é do nosso último campeonato, e por
coincidência a última vez que estive no sambódromo.
http://www.youtube.com/watch?v=aLyrFNHf14E
Enquanto Charlie, Nando, tio Billy e eu, puxávamos o samba, os outros
dançavam.
Eles não se importavam se sabiam ou não sambar, eles só se deixavam levar
pelo som contagiante da bateria. Assim como nós fazíamos. Não que eu estivesse
sambando, mas também não estava parada, eu tentava me mexer no ritmo da música,
e percebi o quanto senti falta daquilo. Daquela alegria contagiante, daquele som, de
ver as pessoas sorrindo, sorrindo por coisas simples como aquela.
Meu sorriso se alargou quando percebi o quanto eu estava me divertindo. Sim,
eu estava me divertindo muito, como a tempos não fazia ali, na minha terra, com a
minha família.
E eu já não tinha só mais uma família, eu tinha duas. Porque eu tinha os
Cullen como minha família, eu pensava neles como minha família, foi o que eles se
tornaram em meio ano para mim, minha segunda família.
A meio ano atrás, se alguma pessoa me falasse, que eu voltaria a ser feliz,
voltaria a sorrir, eu com certeza a chamaria de louca. Eu jamais imaginei que voltaria
a viver de novo, jamais imaginei que pudesse voltar a sorrir, a me sentir bem.
E eu me sentia...Me sentia viva, completamente viva e sentia uma vontade
enorme de continuar vivendo.
Me sentia também estupida, por um dia ter tentado acabar com a vida. Essa
talvez tenha sido a maior estupidez que eu fiz, tentar acabar com a vida. Se eu tivesse
conseguido tal feito, eu jamais teria conhecido aquelas pessoas, jamais teria
conhecido Edward. E jamais teria descoberto o significado da palavra completa.
Era assim que eu me sentia quando estava com ele, completa. Edward me
completava e aquilo era algo inegável.
Só ele sabia como me tocar, como me abraçar, como me beijar. Ele sabia
como me acalmar, e também como me irritar. Sabia quando eu estava brava, triste e
quando eu estava feliz. Ele sabia me ouvir, e jamais deixou de expressar sua opinião,
mesmo quando era totalmente diferente da minha.
Por esses motivos e outros desconhecidos, os meus olhos estavam nele, que
todo atrapalhado tentava sambar com Renée. Como se ele soubesse que eu estava o
olhando, seus olhos acabaram parando em mim.
Ele sorriu meio envergonhado e abriu os braços, como se quisesse dizer: É o
melhor que eu posso fazer.
Larguei o microfone ali e fui até ele, com um sorriso de orelha a orelha.
– Ele tem gingado. - Renée meio que gritou em meu ouvido, por a música
estar alta.
– É, eu sei que tem. - Respondi sem tirar os olhos dele.
– Ok, entendi. Essa é a hora que eu vou no banheiro. - Ela disse sorrindo. -
Pegue a bandeira, e me substitua. - Ela colocou a bandeira em meus ombros e se foi.
– Vai ser a porta-bandeira agora? - Perguntou em meu ouvido. Passei os
braços em volta de seu pescoço.
– Se é isso que quer que eu seja, eu posso tentar ser. - Foi o que respondi.
– Hum... Acho que primeiro eu quero uns beijos. - Ele respondeu fungando
meu pescoço.
– Só uns beijos? - Murmurei, levantando os pés para beijar seu pescoço.
– Acho que deveríamos ir embora. Meu chalé está lá, abandonado a quase
dois dias. - Foi a resposta dele.
– Acho muito justo. - Sussurrei ao beijá-lo. Ele prendeu os braços em minhas
costas e me tirou do chão, me fazendo sorrir.
– Vamos dançar. - Murmurou contra minha boca, e então começou a se mover,
comigo lá, pendida. Aquilo me fez gargalhar.
– Me põe no chão. Vamos falar com seus pais e vamos embora. - Ele me
obedeceu e seguimos até Esme e Carlisle.
Esme estava empolgadíssima com o samba a caipirinha e tudo mais, e nem
nos percebeu, então só restou Carlisle.
– Estamos indo. - Edward avisou.
– Vocês dois não tem mais jeito mesmo. - Foi o que ele respondeu.
– Pare de pensar besteira Carlisle. Na minha opinião, daqui a pouco vocês
deveriam fazer o mesmo, porque amanhã é o dia de visitar os pontos turísticos, e eu
não quero ouvir ninguém reclamando.
– Amanhã? Por que amanhã? - Perguntou reclamando.
– Porque sexta a noite Bella e eu estaremos voltando para os Estados Unidos.
- Edward respondeu. - Segunda começam as aulas, então melhor chegar no sábado
para voltarmos ao fuso horário de lá.
– Faz sentindo. - Carlisle murmurou. - Seus irmãos vão ficar até semana que
vem.
– Infelizmente eu não posso fazer isso. Perder a primeira semana de aula, não
vai me ajudar. Os últimos semestres são os piores.
– Sei... - Ele disse desconfiado. - Vocês querem é ficar sozinhos. - Eu rolei os
olhos.
– Não viaja Carlisle. - Respondi. - Olha estamos indo. Jully está lá em casa.
Segundo Edward, dormindo com Jasper e Bernardo, se quiserem deixar ela lá, não
tem problema algum. Peça para Charlie a carregar para o meu quarto.
– Ok. Eu costumava cuidar dela, antes de você aparecer. Então não se
preocupe, acho que ainda consigo fazer isso. - Eu ri.
– Certo, então boa noite e até daqui a pouco. - Ele nos olhou de um jeito
estranho.
– O que foi? - Edward questionou.
– Vocês, vocês... - Pelo jeito que ele procurava as palavras, tive certeza que
viria besteira. - Estão sendo cuidadosos?
– Oh god. - Murmurei olhando para longe dali.
– Pai. - Edward o repreendeu.
– Não perguntei nada demais. Só que pelo o que eu ouvi mais cedo a vida
sexual de vocês... - Resolvi responder logo.
– Não se preocupe Carlisle, eu tomo anticoncepcional, não esqueço um dia
sequer. Posso te garantir, que seu próximo neto, não será meu filho. - Ele riu.
– Não diga coisas, que você não pode prever Bella. - Foi a resposta dele. - E
isso está longe de ser uma preocupação, é só uma curiosidade. Talvez esteja na hora
de eu ganhar outro neto. - Suspirei e rolei os olhos.
– Ok. Pare de beber e vá dormir. Boa noite. - Não esperei resposta, puxei
Edward e fomos embora dali.

No dia seguinte, os Cullen conheceram o Rio de Janeiro. Em meio a muito


calor, muvuca, autógrafos e fotos, Charlie, Renée e eu, conseguimos apresentar os
pontos turísticos para eles.
O tour começou no final da manhã e terminou já de noite. Muitos deles,
ganharam um sapeco, por terem esquecido o protetor. Eu evitava olhar para Jasper e
Alice, porque quando isso acontecia eu ria muito, já que eles ficaram com a marca
dos óculos de sol.
Não tenho ideia de onde os Cullen tiravam tanta energia, mas a noite em vez
de descansar, eles quiseram sair para alguma balada, e lá fomos nós de novo.
E assim foram os dias seguintes, muita agitação, festa, e bebedeira.
No nosso último dia ali, fomos até um barracão de uma escola de samba.
Aquilo deixou a família de Edward em êxtase. As vezes eu tinha sérias duvidas, se
eles voltariam para os Estados Unidos. Aqueles eram os gringos mais brasileiros que
eu conhecia.
Minha mala e a de Edward, estavam no carro, do barração seguiríamos para o
aeroporto.
Quando vi no relógio que faltava uma hora para o voo, comecei a me despedir
das pessoas. Para os Cullens, foi só um abraço e te vejo semana que vem.
Para meus tios além de um longo abraço, eu prometi que no dia seguinte
Jacob estaria livre, além de prometer voltar na metade do ano.
Já Renée se debulhou em lágrimas quando eu a abracei e disse que estava
indo. Fiquei uns bons cinco minutos abraçada a ela, só a ouvindo chorar. Quando ela
se acalmou e me encarou, ela me desejou boa viagem, me mandou ter juízo, e me fez
prometer que viria no meio do ano. Depois de eu prometer tal coisa ela sorriu, e me
disse que sentia muito por tudo, me deixando sem entender.
– Espero que você e Charlie conversem e tomem juízo. - Eu murmurei para
ela, que sorriu triste.
– A nossa diversão, acaba daqui sete dias. - Foi a resposta dela, me fazendo
suspirar. Eu entendi perfeitamente o ela quis dizer com aquilo.
Charlie, Carlisle, Bernardo e Jully, foram nos levar no aeroporto, eles foram
falando palhaçadas e fazendo gracinhas durante todo o percurso, já eu não conseguia
esquecer as palavras de Renée.
Já no aeroporto, as últimas despedidas começaram. O primeiro que abracei foi
Carlisle.
– Tchau doutor, espero te ver em breve nos Estados Unidos, mas caso resolva
virar carioca, eu te vejo na metade do ano. - Ele riu.
– A vontade é grande, mas nos vemos em breve. No final de janeiro estamos
de volta. Jully vai com os outros na semana que vem. Acha que conseguem cuidar
dela? - Eu me larguei dele e sorri.
– Claro, já fizemos isso uma vez.
– Ok. Como você sabe, ela não está nada empolgada com o jardim de
infância, mas a levem, nem que seja com ela amarrada. - Eu ri.
– Pode deixar comigo. - Respondi olhando para ela, que prestava atenção na
nossa conversa. Me abaixei para ficar da sua altura.
– Meu abraço? - Ela sorriu e me abraçou. - Até semana que vem pequena.
– Vou sentir sua falta. - Ela murmurou, me fazendo a apertar mais.
– Também vou sentir a sua. Cuide-se ouviu? Não vá no sol sem passar
protetor, não fiquem muito tempo no videogame e nem fique perto da piscina, se não
estiver com o colete. Promete fazer isso?
– Prometo. - Sorri satisfeita e a soltei.
– Então me dá um beijo. - Ela sorriu e deu um beijo estalado em minha
bochecha.
– Que beijo mais gostoso. - Retribui o beijo e levantei.
– Até mais, ex ministro. - Charlie me puxou para seus braços.
– Até pequena. Se cuide, não vá beber muito, se alimente direito, tente largar
o cigarro, e você sabe, previna-se. - Eu ri, com todas as recomendações.
– Ok. Prometo dar o melhor de mim.
Pai, o que quer que venha acontecer, entre você e Renée, quero que saiba que
eu desejo que você seja muito feliz. E se não for mais possível serem felizes juntos...
- Eu não terminei a frase. Charlie suspirou.
– Eu sei. Não se preocupe conosco.
– Eu amo você pai. - Murmurei o apertando.
– Eu também amo você pequena. - Suspirei o beijei e me larguei dele. - Não
esqueça de Jacob. - Murmurei antes de me voltar para Bernardo, ele assitia a tudo
calado. Sorri e voltei a me abaixar.
– Até mais então? - Estiquei minha mão para que ele batesse, mas ao invés
disso ele me abraçou.
– Tem mesmo que ir? - A voz dele era triste.
– Tenho. - Respondi soltando o ar. - As aulas começam na segunda. Mas eu
prometo voltar na metade do ano.
– Vou sentir sua falta. Eu amo você Isa. - Ele me fez sorrir.
– Eu também te amo Bê, e também vou sentir muito a sua falta.
Olha só, continue estudando inglês, se você ficar fera, eu tento convencer
Renée a te deixar ir passar uma semana comigo nos Estados Unidos.
– Você promete? - O tom de voz dele, estava melhor.
– Prometo. Na metade do ano, quando eu vir, conversamos com Renée, e você
fica uma semana lá comigo. Podemos combinar de ir na Disney.
– Tá, eu vou me esforçar. - Sorri e afrouxei o abraço. Nós nos encaramos e
sorrimos ao mesmo tempo.
– Tchau. - Ele murmurou e beijou meu rosto.
– Tchau. - Respondi fazendo o mesmo. - Ah e Bê? - Chamei quando já estava
de pé.
– Oi? - Eu sorri.
– Alguém já te disse que você se parece muito comigo? - O sorriso dele
cresceu e ele balançou a cabeça negativamente.
– Sua boba. - Mandei um beijo para ele e dei a mão para Edward.
– Vamos, estão chamando? - Respirei fundo e o encarei.
– Estou bem ao seu lado, Cullen. - Nós demos as costas para eles, e seguimos,
rumo a minha segunda casa.
Capítulo 35 - Enxergando a verdade... Part 1

– Lar, doce lar. - Edward esticou os braços ao abrir a porta de casa, para que
eu entrasse primeiro.
– Frio, nada doce frio. - Reclamei o fazendo rir.
– Vou esquentar você, eu prometo. - Eu sorri.
Estacionei minha mala ao lado da porta de entrada e caminhei até a porta da
sacada. Abri para o ar entrar e tirar o cheiro de casa fechada.
– Depois de amanhã, começa tudo de novo. Aquela correria. - Suspirei,
pensando nas aulas que me aguardavam.
– Minhas tardes são quase todas livres. Graças a Deus falta pouco. - Senti um
pouco de inveja dele. Enquanto para ele faltava só aquele ano, para mim faltavam,
mais três.
– Conseguiu me deixar com inveja. - Caminhei atrás dele, indo em direção ao
sofá.
– Inveja nada. Daqui duas semanas, começo a trabalhar. - Edward me fez
lembrar de algo, que eu sempre esquecia de comentar com ele.
– Sabe que eu nunca fui no seu trabalho. - Eu não sabia nem o local exato.
– Sei, você deveria se envergonhar disso. Eu sempre vou no seu. - Eu ri.
– Admita, o meu é mais divertido.
– O seu é divertido. Mas eu prefiro o meu.
– Ok. Com certeza operar cachorros, não é melhor que tocar e cantar, mas não
vamos discutir sobre isso. - Joguei os pés em cima do pufe e deitei minha cabeça no
ombro dele.
Edward ligou a TV, e segundos depois estava rindo de um desenho que
passava.
– Tenho um presente para você. - Murmurei sem me mover.
– Um presente? - Ele tirou os olhos da TV.
– Sim.
– E o que é? - Desencostei dele e levantei.
– Vem comigo. - Estendi a mão. Ele me olhou desconfiado, mas segurou a
minha mão e levantou-se.
– Feche os olhos. - Pedi quando paramos em frente ao quarto hospedes. O
olhar de desconfiança dele aumentou. - Anda Edward, confie em mim. - Ele sorriu e
me obedeceu. - Só abra quando eu disser para abrir.
– Ok. - Murmurou sorrindo. Abri a porta do quarto e o puxei pela mão.
– Não abra ainda. - Murmurei enquanto o puxava para frente do presente.
– Agora pode abrir. - Ele riu.
– Tem certeza?
– Tenho. Abra. - Ele abriu e ficou alguns segundos em silêncio, olhando para
o piano negro em sua frente. Depois ele me encarou e ergueu a sobrancelha.
– Um piano... - Concluiu.
– Um piano. - Repeti o que ele disse. Ele sentou-se ali e me puxou para seu
lado.
– O que isso significa? Quer me contratar como seu pianista particular?
Minhas horas são caras, e a forma de pagamento não é dinheiro. - Eu dei risada.
– Isso é bom, adoro a forma de suas cobranças. - Disse junto com um sorriso
sacana. - Você toca muito bem, gostaria de ouvi-lo tocar mais vezes, você fica
perfeito, concentrado no piano.
E além de tudo, eu meio que preciso da sua ajuda. - Ele voltou a erguer a
sobrancelha. - Na semana que eu fiquei no Brasil sem você, eu escrevi alguns
rascunhos de músicas. Não ficaram muito bons.
Fiz as melodias também, só que sei lá, parece que falta algo. Com o som do
piano a melodia sairia mais cheia, mais completa. - Ele sorriu torto.
– Isso é uma indireta? - Eu ri.
– É mais ou menos isso. Mas o piano eu comprei antes de escrever e fazer
qualquer coisa. Eu realmente adoro ver você tocando.
Queria ter te dado junto com o outro presente de natal, mas não tínhamos
tempo de vir até aqui. Então é um presente de ano novo. - Seus braços me puxaram
mais para perto.
– Quando eu penso que não existe mais formas de você me surpreender, você
me aparece com essa. Obrigado. Eu adorei. - Ele me fez sorri.
– Vamos tocar então. - Ele passou os dedos pelas teclas e pareceu lembrar de
algo. - Só uma dúvida, a cama e o guarda roupas que estavam aqui? - Aquela era uma
boa pergunta.
– Não sei. Eu falei para Alice sobre minha ideia, e no outro dia, quando
cheguei em casa, o quarto já estava deserto.
Foi ela também quem cuidou da entrada do piano. Juro para você que não
tenho noção de como o colocaram ele aqui. - Edward deu risada.
– Nunca duvide de Alice Cullen. - Falou antes de começar uma melodia.
Naquele dia até eu acabei tocando piano, mas de uma forma diferente, bem
diferente, aonde sons nada melódicos saim.
Passamos o resto do fim de semana, todo dentro de casa, já que eu não tinha
vontade de enfrentar o frio.
Como tínhamos uma semana só nossa, montamos um acampamento na sala,
sem nos preocupar com qualquer intervenção.
Domingo a noite, eu fui dormir, literalmente dormir, bem cedo. Já que era
bom ir ao primeiro dia de aula, bem disposta. Mas não deu muito certo, o celular não
despertou, e quando Edward me deixou em frente ao meu bloco, já estava na hora do
intervalo.
Como eu não fazia ideia de onde seria minha próxima aula, e odiava ficar
procurando naquele quadro que sempre me deixava confusa, resolvi ir até o
refeitório.
Sorri ao ver que Alec estava por lá. Ele e Elizabeth conversavam
animadamente, e não perceberam minha presença.
– Olá estranhos, lembram de mim? - Falei ao sentar ao lado de Elizabeth, que
instantaneamente me abraçou.
– Bella!!! Que saudades mulher. Alec disse que você ainda não tinha
aparecido. Já estávamos bolando um plano de ir até o Brasil te sequestrar. - Dei
risada.
– Estou nos Estados Unidos desde sábado. O celular de Edward não despertou
e acabamos perdendo a hora. - Expliquei.
– Já começou o ano bem, sua safada. - Eu a larguei e sorri.
– Feliz ano novo Elizabeth. - Desejei e beijei seu rosto.
– Feliz ano novo Bella. Muita saúde, muita paz e muito, muito sexo. - Depois
eu quem era a safada.
– Para você também. - Levantei e fui até o outro lado. Alec nem esperou eu
chegar, veio ao meu encontro.
– Feliz ano novo Alec. - Murmurei enquanto era esmagada por seus braços.
– Feliz ano novo Bella, que seus sonhos se realizem. - Ficamos mais um
tempo abraçados, até ele resolver me soltar. Alec beijou meu rosto e eu retribui da
mesma forma.
– Então quais as novidades? - Me sentei de frente para Elizabeth, Alec sentou-
se ao meu lado.
– Alec está apaixonado. - A garota falou empolgada.
– Hummm... Isso é muito bom. - Disse rindo, olhando para ele. - E que é ela?
Eu conheço? - Ele desviou os olhos dos meus.
– Ele prefere morrer a dizer o nome da pessoa. - Elizabeth comentou.
– Ok, vamos por partes. Me atualizem, porque até aonde eu sei vocês estavam
de rolo.
– Nós ficamos duas ou três vezes Bella. Depois acabou a empolgação e fim. -
Ela explicou tranquilamente.
– Simplesmente acabou? Mas assim tão rápido? - Os dois deram risada da
minha pessoa.
– Nós não estávamos apaixonados Bella. - Alec explicou ainda rindo. - Deixa
para lá, você não entende o que é isso. - Resolvi nem questionar o que ele estava
querendo insinuar.
– Desembucha logo garoto. Que é ela? - Ele voltou a desviar os olhos.
– Melhor irmos para sala. Está na nossa hora. Já não veio no primeiro período,
não vai querer chegar atrasada agora, vai? - Ele levantou-se rapidamente.
Elizabeth e eu trocamos um olhar cúmplice, que nada mais significava do que:
Quando você descobrir, me conta.
– Você pode correr Alec, mas não pode se esconder. - Ele deu risada da minha
frase.
– Gente, que tal um happy hour depois da aula? - Elizabeth sugeriu. - Bella
precisa nos contar das férias no Brasil.
– Por mim, tudo bem. - Alec concordo.
– Estou dentro, só preciso avisar Edward.
– É sempre bom avisar o namorado. - Levantei meu dedo do meio para
Elizabeth.
– Nos encontramos no bloco B, certo? - Bloco B, significava: Boteco. Ele
ficava logo em frente ao nosso campus.
– Certo. Quem chegar primeiro já pede um litro de whisky. Eu pago. - Alec
estava empolgado para o primeiro dia do ano.
– Vamos começar bem. - Elizabeth comentou antes de seguir caminho.
Engatei no braço de Alec e fizemos o mesmo.
– Vai me falar agora? - Ele fez não me ouvir. - Ela é casada tem namorado ou
algo assim?
– Não. - Ele murmurou.
– Você não confia em mim?
– Confio Bella. - Ele suspirou. - Eu só não sei como te contar isso. É estranho
até para mim, imagina o que você vai pensar.
– Ah meu Deus, ela tem treze anos... - Aquilo realmente era estranho. Alec se
apaixonar por uma criança, chegava a ser nojento.
– Vinte três. - A resposta dele me deixou aliviada.
– Não é casada, não é criança. É banguela? - Perguntei arqueando a
sobrancelha, aquilo o fez gargalhar.
– Não.
– Prostituta? - Eu estava parecendo o Kiko, só faltava brincar com o nariz de
Alec.
– Acho que minha mãe aceitaria melhor, se fosse isso. - Suspirei vencida.
– Desisto. Odeio mistérios e charadas. E o que quer que ela seja, não é motivo
para você esconder dos amigos. - Ele me encarou e suspirou.
– Experimente trocar o ela, por ele. - Ele murmurou desviando o olhar.
Eu parei de andar, petrifiquei.
– Oh my God. - Teria eu entendido direito? Ele me disse aquilo mesmo? Alec,
meu amigo Alec, estava apaixonado por um homem? - Mas você, você... - Eu estava
tão surpresa que nem conseguia formular uma frase.
– Sou hétero. - Ele murmurou. - Quer dizer, até aonde eu sabia eu era. - Ele
suspirou de novo. - A verdade é que minha vida virou do avesso. Eu passei a metade
do ano apaixonado por você. - A confissão dele, me deixou ainda mais surpresa. - Um
amor impossível.
Você e Edward, vocês simplesmente nasceram para ser um do outro. Até um
cego vê isso.
No réveillon, eu estava sem nada para fazer. Curtindo a minha fossa,
lembrando dos nossos melhores momentos como amigos, quando o Freddy me ligou,
e convidou para ir em um bar.
Eu fui, já que minha mãe odeia réveillon e meu pai já tinha ido dormir.
Cheguei lá e Freddy me apresentou os primos deles.
Jack e eu conversamos a noite toda, bebemos muita vodka com coca cola, e
no final da noite, quando eu fui deixá-lo em casa, ele partiu para cima de mim, me
atacou e eu não fiz nada para impedi-lo.
Quando eu acordei e lembrei do ocorrido, coloquei a culpa na bebida, eu tive
nojo de mim, queria lavar minha boca com cloro.
Só que ele me ligou, me chamou para sair e ao invés de negar, dizer que foi
tudo um mal ocorrido, eu aceitei sair com ele. Simplesmente não consegui negar. - Eu
continuava imóvel, processando tudo aquilo.
– Isso é nojento, eu sei. Eu estou tão confuso. - Eu não estava com nojo,
jamais teria nojo de Alec, mesmo que ele saísse com três homens por vez, estava
apenas surpresa.
Eu o encarei e o abracei apertado.
– Isso não é nojento Alec. Não pense desse jeito.
– Claro que é nojento, o que os outros vão pensar? - Murmurou.
– Não, não é. Não tenha medo e nem vergonha de ser você Alec, não se
reprima por outras pessoas.
Muitas pessoas não vivem para si, elas vivem para os outros.
Elas não são o que gostariam de ser, por medo de enfrentar o mundo, a
sociedade.
A verdade é que é muito bom falar da vida alheia, discutir a vida dos outros. É
impressionante como as pessoas gostam de discutir sobre a vida do vizinho, dos
amigos. Mas quando é para falar de si mesmo, todo mundo se esquiva e se fecha.
Todos nós temos teto de vidro. Todo mundo já varreu uma sujeirinha para
debaixo do tapete.
Não Alec eu não tenho nojo de você. Eu tenho orgulho, orgulho de você ter
admitido para si mesmo. Orgulho por você ter sido sincero com você mesmo.
Muitas pessoas vivem 60, 70, 80 anos e morrem, sem terem descoberto quem
elas realmente eram, apenas por medo de enfrentar.
Conte comigo para qualquer coisa. Estou nesse barco com você. E jamais
sinta vergonha da sua felicidade. Se é feliz assim, que se dane o mundo. - Depois de
murmurar tudo na orelha dele, eu nos soltei. Ele sorriu para mim.
– Obrigado Bella, obrigado mesmo. Obrigado por ouvir, por entender e por
não julgar. Eu me sinto mais leve, me sinto muito mais leve, eu precisava desabafar
com alguém - Sorri e beijei o rosto dele.
– Bella... - Aquela voz era de Edward, me desencostei de Alec e me virei para
ele.
– Ciúmes a vista. - Alec murmurou. - É nessa hora que eu dou o fora.
A nossa sala é a última do lado esquerdo desse corredor. Te espero lá. - Ele
nem esperou resposta e foi logo saindo.
– Edward... - Sorri me aproximando dele.
– Por que você e Alec estavam abraçados e o que cochichavam tanto? - A voz
dele não era nada feliz.
– Porque estávamos conversando. - Respondi simplesmente.
– E desde quando você abraça as pessoas daquele jeito para conversar com
elas?
– Desde quando o assunto é particular.
– E que assunto particular seria esse? - Rolei os olhos pelo interrogatório.
– Edward, presta atenção. A única coisa que posso te contar é que, Alec está
apaixonado e não, não é por mim. - Edward que já abria a boca, para com certeza
lançar mais uma pergunta, a fechou, quando entendeu o que eu disse. - Era sobre isso
que conversávamos. - Eu não posso dizer por quem ele está apaixonado, então não
me pergunte.
Agora eu vou para minha sala, que já passa da hora. - Edward sorriu, e não era
qualquer sorriso, era um sorriso largo. Acabei sorrindo também, depois de rolar os
olhos.
– Ok. Boa aula. - Ele beijou minha testa. - A minha já acabou, vou indo para
casa. Venho te pegar mais tarde.
– Na verdade, combinei um happy hour, com Elizabeth e Alec, vai ser ali no
bloco B. Você vem?
– Claro. Esperem por mim. - Nos despedimos e cada um seguiu seu caminho.
Alec e eu trocamos bilhetinho, durante todas as aulas. Fiquei por dentro de
toda a história, menos a parte pornográfica, é claro.
No fim da aula seguimos a pé para o bloco b. Elizabeth já estava lá, e pela
alegria com que nos recebeu, percebi que ela já tinha começado a festa sem nossa
presença.
A bebida a ajudou a esquecer sobre o misterioso amor de Alec, para alívio
dele.
Conversamos boa parte do tempo sobre minhas férias no Brasil. Tudo que eu
contava parecia os deixar animados. Os dois começaram a fazer planos para todos
passarem as férias do meio do ano por lá.
Edward chegou tarde, já passava das 21:00. O bar estava lotado, e aquilo fez
com que ele demorasse a nos encontrar. Eu ria ao ver ele levantando os pés para olhar
por cima das pessoas. Por fim Alec balançou as mãos e ele nos encontrou.
– Boa noite. - Ele estava simpático. - E ai cara? - Meu queixo quase caiu,
quando além de sorrir sincero para Alec, ele estendeu a mão. Alec demorou alguns
segundo para processar o acontecimento. Quando se recuperou da surpresa, ele
retribuiu o sorriso e apertou a mão de Edward.
– Tudo bem? - Edward sorriu ainda mais.
– Tudo ótimo. - Ok, ele não estava bem. - Como vai Elizabeth? - Elizabeth
além de um aperto de mão ganhou um beijo no rosto.
– Bem, obrigada. - Ele sorriu e sentou-se ao meu lado.
– Tem gente que vai reclamar de dor de cabeça depois. - Ele pegou no meu pé,
olhando para meu copo de whisky. Não tive tempo de responder nada, já que ele me
beijou.
– Você demorou. - Comentei quando nos separamos.
– Dei uma passada na clínica antes. - Explicou.
– Uhum... Sei.. - Alec acabou rindo do que eu disse, assim como Edward. - O
que foi? - Questionei sem entender.
– Kate, você me lembrou ela agora. - Alec explicou. - Uhum... sei... Ela
sempre dizia isso, quando Edward se atrasava.
– Hum... - Foi meu comentário.
– Você não sente ciúmes dela? - Elizabeth me questionou.
– De Kate? - Arqueei a sobrancelha. Ela balançou a cabeça afirmando. - Não.
Por que eu sentiria?
– Porque ela e Edward eram um casal...
– Edward tem o passado dele, assim como eu tenho o meu. Kate vai fazer
parte da vida dele para sempre, mas só isso. Com todo respeito mas, ela não vai
voltar.
– E se ela estivesse viva? - Bêbados gostavam de filosofar.
– Bom, dai eles estariam juntos e nós seriamos amigos convencionais.
– Se ela estivesse viva, eles estariam separados. - Alec entrou na conversa.
– Como sabe? - Elizabeth questionou.
– Porque quando você encontra o chinelo certo para seu pé cansado, todo os
outros chinelos, parecem perder o sentido. - Ok. Falar em código com pessoas que já
tinham bebido, não era lá grande ideia. - Kate não era o chinelo de Edward.
– Gente, isso está ficando profundo demais. - Comentei. - O que não falta na
vida de Edward é chinelo, só no Brasil ele comprou dois pares. - Eles gargalharam.
– E você Edward, o que me diz sobre isso? Você e Kate estaria juntos?
– Não, com certeza não. Já não estávamos mais juntos... - Ele não acabou a
frase.
– Bella, eu acho que ela odiaria você. - Elizabeth começou a fazer teorias.
– Tá brincando? - Alec falou. - Kate adoraria Bella. Eu consigo imaginar as
duas fumando juntas, conversando sobre bandas de rock. - Edward riu.
– E sobre as maluquices de Alice. - Ele completou.
– Estão me deixando com vontade de falar com a garota. - Os dois deram
risada.
– Ok. Chega de papo furado, vocês três estão meio alterados. Vamos embora
Bella? - Edward convidou.
– Vamos, mas antes eu quero passar no burguer king.
– Por que eu já tinha essa desconfiança? - Edward fez os outros rirem.
– Vai ver, você lê meus pensamentos. - Ele sorriu.
– Só pode ser isso. - Nos despedimos dos dois e fomos embora.
A semana com Edward e com as aulas, passou voando. Posso dizer que nós
aproveitamos e muito, nossas noites completamente sozinhos, e graças a isso eu
cheguei quase todas as manhãs atrasada na aula. As vezes por acordar tarde, as vezes
por acordar cedo e Edward querer aproveitar os minutos de sobra. Só que os minutos
de sobra, nunca eram suficientes, e isso gerava mais atraso. E a sexta-feira, acabou
chegando rápido demais.
Na sexta a tarde, resolvi fazer uma surpresa para Edward, assim que saí da
aula.
Ele resolveu voltar a trabalhar mais cedo, já que reclamava que as tardes sem
minha presença eram muito tediosas.
Como a aula já tinha chego ao fim e ele não apareceu para me buscar, resolvi
pegar uma carona com Alec e ir até a clínica que Edward trabalhava, lhe fazer uma
surpresa.
– Vocês não tem mais jeito mesmo em. Quando sai o casamento? - Ele pegou
no meu pé.
– Deixa eu ver. - Fiz pensar. - Dia trinta, trinta de fevereiro. - Ele deu risada.
– Sei, me engana que eu gosto. Acho que não passa desse ano. - Eu o encarei
para ver se estava brincando, mas falava sério demais.
– Eu não acredito que está falando sério. - Disse indignada.
– Seríssimo. Ah Bella, por favor vocês são um casal, daqueles de filmes de
romance. Apaixonados ao extremo.
– Você bebeu? Claro que não somos isso. Deixa só sua mãe ouvir isso. - Ele
deu risada.
– Minha mãe, ela só tem ciúmes. Ela se tornou uma mulher amarga depois da
morte de Kate. - Ele voltou a ficar sério. - Para ela, ver todos dando atenção para
você, é sei lá. Minha mãe pensa que você fez com que todos esquecessem Kate.
Entende?
– Entendo. Mas isso não é verdade. Isso não vai acontecer. Kate preencheu
um espaço na vida deles, do qual eu nunca vou me apossar. - Eu sorri.- Edward e
Jully as vezes conversam sobre ela. Sua mãe deveria ver o jeito carinhoso, com o qual
ele fala sobre ela. E deveria, ver como os olhos de Jully brilham ao ouvir tudo.
– Jully ama você. - Eu sorri.
– Também amo ela. - Alec estacionou o carro na frente da clínica.
– Acho que ele já foi. Pode me esperar? Vou até ali, perguntar. - Pedi.
– Claro madame, para isso servem os chofers. - Ri e saí do carro.
Uma garota que aparentava ter uns dezoito, com um sorriso simpático, veio
me atender.
– Boa tarde.
– Boa tarde. Edward ainda está por ai? - Ela sorriu.
– Não. Edward ainda não apareceu esse ano. - Ok, eu não gostei e nada de
ouvir aquilo. Uma raiva começou a crescer dentro de mim. - Ele está de férias, com a
namorada no Brasil. - Franzi o cenho.
– Namorada? - Ela riu.
– Pois é, ele foi fisgado. Você não tem noção da quantidade de mulheres que
aparecem aqui atrás dele, mas ele está dispensando todas faz meses.
– Ele disse para você que está namorando? - Ela riu. Com certeza imaginando
que eu fosse uma das vacas atrás dele.
– Não, isso não foi preciso. Uma pessoa que fica meses a fio, com uma
mesma mulher. Passa os dias de folga com ela, e vai para o Brasil para ficar com ela,
devem ser o que, além de namorados? - Deve ser uma completa idiota e burra,
acreditando que ele estava trabalhando a semana toda.
Edward deveria estar se encontrando com outra por ai. E de noite ainda tinha
coragem de me tocar, a eu estava possessa, iria fazer pedacinhos daquele mentiroso.
– Certo. Então eu vou indo. Até mais. - Murmurei e dei as costas para garota.
– Quer deixar recado? - Eu me virei para ela.
– Diga que Isabella apareceu. - Ela sorriu assentindo.
Bati a porta do carro de Alec com tanta força que ele assustou-se.
– Hey, o que foi? Deixe a a porta do carro ai.
– Aquele mentiroso, ele me paga. Eu vou torcer aquele pescocinho. -
Murmurei entre dentes, torcendo um pescoço invisível.
– O que foi? Por que está assim possessa? - Eu o encarei furiosa.
– Edward, ele não aparece aqui, desde o ano passado. Ele mentiu para mim
durante toda essa semana. Ah que ódio, ele vai ver só. - Eu queria socar alguma coisa.
– Eu não sei o que dizer. - Alec murmurou pensativo.
– Ele me paga, aquele cretino me paga. - Falei soltando o ar. - Me leva para
casa. - Alec aprendeu a não tentar um dialogo, quando eu estava brava. No meio do
caminho meu celular tocou, era o cretino.
– Alô... - Me concentrei para dizer alô, ao invés de: vai tomar no cu.
– Bella, aonde você está? - A voz dele soava tranquila.
– Indo para casa. - Já a minha, soava cada vez pior.
– Desculpe eu me atrasei. - Claro, porque para Edward sempre existia tempo
para uma rapidinha.
– Não se preocupe, em primeiro lugar vem o trabalho, certo? - Minha voz saiu
acida.
– Você está brava? - Furiosa era a palavra certa.
– Conversamos em casa. Tchau. - Não esperei resposta, desliguei na cara dele.
– Obrigada pela carona, falo com você amanhã. - Murmurei para Alec antes
de abrir a porta.
– Bella, tente ficar calma. Você não sabe o que aconteceu. - O ignorei e fui
embora.
Cheguei em casa e me joguei no sofá. Fechei os olhos massageando minhas
têmporas.
O cretino não demorou a chegar.
– Oi? - Ele me fez abrir os olhos. Eu não o respondi.
– Como foi seu dia? - Perguntou se jogando no sofá ao meu lado.
– Bom. E você, trabalhou muito?
– Muito. - Ele respondeu. Aquilo foi o fim. A cara de mentiroso dele me levou
ao extremo.
– Mentiroso, você é um filho da mãe mentiroso. - Esbravejei e levantei do
sofá.
– O que? - Ele se fez de desentendido.
– Sabe quanto tempo você não vai na clínica? Desde dezembro.
Por que? Por que mentiu para mim? Era mais fácil dizer, Bella eu não quero
mais, estou saindo com outra. Mas não, tinha que ser cretino ao ponto de mentir.
Homens, eles são todos, todos iguais. - Ele sorriu e se aproximou, me fazendo afastar.
– Ok, eu menti que estava trabalhando na clínica. Não estava trabalhando lá,
mas estava trabalhando. - Ele tentou se aproximar de novo.
– Pare de mentir, não minta, não seja covarde. - Eu me controlava para não
berrar.
– Não é mentira, eu posso te provar. Pode vir comigo por cinco minutos?
Cinco minutos, se você não se convencer, então me esculacha, me bate, me morde,
faz o que quiser, mas de o benefício da dúvida por cinco minutos. - Ele pediu, me
fazendo bufar. - Por favor Bella, cinco minutos? - Disse de novo estendendo a mão.
– Cinco minutos. - Murmurei. - Eu te sigo, não preciso da sua mão. - Ele
sorriu e seguiu em frente. Parando na frente do ex quarto de hospedes.
– Foi o melhor que consegui fazer. - Murmurou abrindo a porta.
Meu queixo meio que caiu.
As paredes estavam isoladas com isopor, para que o som não fugisse dali. O
teto estava repleto de bandeiras, de países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália,
Brasil e uma bandeira dos confederados.
E as paredes, elas tinham muitos quadros de bandas de rock, assim como
cartazes dos lugares em que eu toquei.
O piano estava mais para o canto, e caixas de som e amplificadores mais
potentes tinham ali.
Em um canto da parede tinham cabides, aonde estavam pendurados meus
violões e minhas guitarras.
– Faz quinze minutos que acabei. - Ele murmurou me trazendo de volta a
realidade.
Depois de me recuperar da surpresa, me xinguei milhões de vezes de idiota.
Eu tinha o acusado, queria o matar sem ao menos ouvir o que tinha a dizer.
Era óbvio que ele trabalhou muito para fazer aquilo em uma semana e como
eu passava o dia fora e a noite ele não me dava folga, eu nem passei perto do quarto
durante a semana.
Tirei os olhos do lugar e me voltei para ele.
– Desculpe. - Foi o que eu murmurei. - Desculpe, fui uma idiota. - Ele me
abraçou.
– Eu menti então, teve motivos para desconfiar. - Ele ria. - Gostei de te ver
irritadinha, pensando que eu estava te traindo. - Ri e deitei minha cabeça em seu
peito.
– Obrigada, eu adorei. Você é o melhor Edward. - Ele sorriu e me encarou.
– Quem disse que acabou. Olhe o que tem em cima do banco do piano. - O
encarei por alguns segundo e sorri antes de ir até lá.
Encontrei uma Gibson Lucille, preta, com uma laço de presente cor de rosa,
no braço.
Balancei a cabeça negativamente, sorrindo.
– Não acredito que fez isso. Que fez tudo isso. Quanto gastou com tudo? -
Perguntei sem tirar os olhos da guitarra.
– Aposto que menos do que você gastou com o piano. - Peguei a guitarra e
arrumei a correia para colocá-la. Voltei a sorrir ao ver que tinha meu nome estampado
nela.
– Achei esse modelo bonito. - Ele murmurou conçando a cabeça. Tirei o laço
cor de rosa de lá.
– Sabe por que esse modelo chama-se Lucille? - Ele balançou a cabeça
negando. - Porque é o nome da mulher do BB King. Foi uma homenagem a ela.
– Hum isso é interessante... O dia que for famosa e a Gibson te deixar por um
nome em uma guitarra. Vai por qual? - Eu ri e fui até ele, o puxei para dentro da sala
e fechei a porta.
– Cullen. Esse vai ser o nome da minha guitarra. Cullen, em homenagem a
Edward Cullen. - Ele abriu um sorriso enorme e me puxou para junto de si, me
beijando. Ri ao lembrar de algo.
– Sabia que as pessoas acham que somos namorados? - Murmurei me
afastando um pouco.
– É eu sei. Você se importa com isso? - Voltei a beijá-lo.
– Nem um pouco. - Murmurei contra sua boca.
Bom, nós inauguramos a sala de música, de um jeito diferente que a maioria
das pessoas inaugurariam. Mas com certeza, do jeito mais prazeroso existente,
Sábado de manhã, arrumamos nossas coisas e resolvemos que ficaríamos a
próxima semana no aparamento de Edward.
Depois de me ajudar com as coisas, ele resolveu ir até a clínica, dessa vez de
verdade. Queria ver como estavam as coisas por lá, eu fiquei em casa, na preguiça,
tapada até as orelhas, assistindo um episódio reprisado da Oprah.
Já era quase meio dia quando Edward voltou e eu estava quase cochilando.
– Feche os olhos. - Foi a primeira coisa que me pediu.
– Hum? - Eu estava meio sonolenta.
– Feche os olhos, trouxe algo para você. Quer dizer, para nós. - Franzi o
cenho.
– Comida? - Ele riu.
– Não gulosa. Não é comida. Anda, fecha os olhos que vou buscar. - Ele tinha
um sorriso travesso.
– Ok. - Eu também já sorria. Fechei os olhos como ele pediu. Ele foi e voltou
correndo.
– Abra as mãos, mas mantenha os olhos fechados. - O obedeci.
– O que é ? - Questionei sorrindo. O senti sentando perto de mim.
Algo peludo e que se mexia foi colocado em minhas mãos. Eu sorri e abri os
olhos.
– Ahhhh é lindo, que fofo Edward. - Eu me empolguei, minha reação foi
quase como as de Alice, quando via algo que amava.
Tinha um filhote de Yorkshine em minhas mãos, pretinho, com os pelos lisos,
e lindo, lindo ao extremo. Eu não conseguia parar de sorrir.
– Linda, é uma cachorra. - Respondeu rindo, passando a mão nos pelos do
bicho.
– Ahh que fofura, tenho vontade de esmagá-la. Hey, hey garota, você é muito,
muito linda e fofa. - Eu a segurava pelas patas da frente, a encarando.- Qual é o seu
nome em? Você tem um nome fofura? - Eu me concentrava para não atacar de Felícia
e a esmagar em meus braços.
– Não. Nós temos que colocar um. Vamos lá, já que você é a mãe, você
escolhe. - Eu ri.
– Ah eu não sei. Queria um nome diferente. - Cocei a cabeça pensando em um
nome e meus olhos acabaram na TV.
– Oprah. - Edward olhou para TV.
– O que tem ela? - Eu ri.
– Vai ser o nome dassa gostosura aqui. Oprah. - Ele franziu o cenho.
– Oprah que nem a Oprah, da TV?
– É. - Disse simplesmente. - Hey, Oprah. - A coloquei no chão e bati nas
pernas. - Oprah, você gosta desse nome? Oprah, Oprah. - A cachorra pulou em
minhas pernas e soltou um latidinho me fazendo rir.
– Viu só, ela disse que gostou. - Edward gargalhou.
– E desde quando entende cachorrês? - Dei de ombros.
– Desde sempre horas. Você não entende não? Au au au, au au a au. - Ele riu
muito ao me ver falando cachorrês.
– E o que significa isso? - Questionou rindo.
– Significa, adorei nosso presente. Obrigada. - Ele se aproximou.
– Au au. - Murmurou perto da minha boca.
– Tenho quase certeza que sei o que isso significa. - Comentei antes de beijá-
lo. Oprah latiu, e voltou a pular em minhas pernas, pedindo atenção e me fazendo rir.
– Sua filha está reclamando por atenção. - Disse ao me afastar e pegar a
cachorra.
O novo membro de nossa "família" era hiperativo. Oprah não nos deixava em
paz, ela queria brincar. Ela só queria brincar. Quando não recebia atenção ela comia
meus cabelos, e lambia o rosto de Edward. Ela com certeza tinha alguma bateria
embutida, só podia ter. Sábado a noite mesmo, ela estava impossível.
– Tenho medo que ela não nos deixe dormir a noite. - Comentei com Edward.
– Vamos dar um cansaço nela, o que acha? - Ele levantou-se do sofá.
– Como fazemos isso?
– Vamos até a praia, correr com ela. - Ele me estendeu a mão. Eu estava tão
quentinha embrulhada na coberta, assistindo TV.
– Mas aqui está tão quentinho. E você nem gosta de correr. - Protestei o
fazendo rir.
– O que adianta estar quentinho e não poder dormir? - Suspirei, vendo que ele
tinha razão, então eu levantei.
Coloquei minha outra jaqueta e um cachecol, junto com um gorro preto, e
depois um par de tênis e então descemos com aquele nisquinho hiperativo.
Depois que Edward colocou uma coleira nela, ela empacou e se recusava
andar. Enquanto isso eu dava pulinhos para tentar não congelar de frio. Comecei a rir
muito, já que Edward não conseguia progresso e a cachorra continuava lá, nada afim
de se mover.
– Oprah, obedeça seu pai garota. - Disse entre as risadas.
– Tá rindo é, então por que não tenta? - Ele questionou me entregando a guia.
Peguei um chocolate que estava no bolso do casaco e abri. Em seguida botei
perto do nariz dela, que se animou. Dei um passo a frente, e mostrei de novo o
chocolate a fazendo andar, e assim caminhamos até a praia.
– Assim não vale. - Ele protestou. - Está a comprando pelo estômago.
– Vale sim, ela andou. E agora nem mais de chocolate ela precisa. - Ele passou
o braço em volta do meu pescoço.
– Não deixe ela comer isso. Faz mal, não podemos a acostumar com essas
comidas não caninas.
– Certo Doutor. Até porque eu jamais dividiria um chocolate com um animal.
- Ele riu.
– Gulosa. - Acabei caminhando até a casinha de salva vidas abandonada e me
sentei lá.
– Costumava vir aqui, nas primeiras semanas que cheguei. Antes de não nos
envolvermos. - Contei.- Quando eu tinha insônia. Eu sentava aqui, e passava parte da
noite. - Ele sorriu e sentou-se ao meu lado.
– Então era aqui que se escondia. - Foi minha vez de sorrir. Acabei olhando
para lua.
– Era. Sempre acabava lembrando história que em contou sobre a lua e o sol. -
Ele sorriu e também encarou a lua que estava cheia.
– Tantas coisa já aconteceram daquele dia para cá. - Ele pareceu pensar alto.
– Verdade. - Eu também murmurei, pensando sobre o assunto.
– O pedido que fez naquele dia, se realizou? - Ele questionou voltando os
olhos para mim. Eu sorri.
– É, ele se realizou. E o seu? - Ele sorriu torto.
– Acho que está no caminho para a realização. - Murmurou. Quando nossas
bocas estavam quase unidas, a cachorra latiu, nos fazendo rir.
– Nova Cullen. - Murmurei levantando. - Então Oprah, vamos ver quem é que
se cansa primeiro.
Olha que eu era acostumada a correr em. Fazia isso todos os dias com seu
avô. - Ela balançava a calda e prestava atenção em mim. - Vamos brincar de pegar.
Seu pai pega. - Falei tocando em Edward e saí correndo. A cachorra veio correndo
atrás de mim, assim como Edward.
– Quem disse que eu começo? - Ele falou arfando, enquanto eu corria e ria.
– Eu disse. - Respondi.
Sem que ele esperasse eu parei em seco e lhe dei um olé, isso o fez tropeçar
nos pés e cair. Me fazendo gargalhar alto.
– Quando eu juntar forças para levantar daqui, você me paga Isabella. - Ele
falava com dificuldade.
– Você não é de nada Cullen. - Provoquei, chegando perto de onde ele estava
caído. - O Cullen não é de nada, o Cullen não é de nada - Ah é, eu tinha voltado os
dez anos de idade. Só faltava ficar saltitando. Ele esticou o braço e agarrou meu pé.
– Peguei. - Murmurou. Ele levantou, me pegando no colo, como tinha feito
meses atrás.
– Quem não é de nada? - Ele tentava me por medo e aquilo me fez rir mais.
– Você.
- Não tem medo de cair no mar, não? - Dei risada.
– Tenho, muito. Assim como você tem medo de pegar outra gripe, daquelas. -
Ele sorriu, e girou comigo. Acabamos caindo, não sei se de proposto ou não.
Acabei Ficando por cima dele. Ríamos que nem duas crianças, até nossos
olhos se encontrarem. Ele levou sua mão até meus cabelos, os colocando para trás.
- Nós estamos fazendo. - Murmurou com a voz baixa, sem desviar os olhos
dos meus.
– Fazendo o que? - Murmurei também.
– Passeando na praia, em uma noite de inverno. Como combinamos que
faríamos. Estamos fazendo. - Sorri, assim como ele.
– É, nós estamos fazendo. - Concordei, para em seguida beijá-lo.
Eu me sentia absurdamente feliz, me sentia tão bem, tão em paz, tão
completa.
Nosso beijo foi interrompido por patas, e uma língua que lambia nossos
rostos. Ri e me desgrudei de Edward.
– Oprah, isso é nojento. - Reclamei limpando o rosto. A cachorra latiu me
fazendo rir.
– Ok, vamos brincar. - Eu me pus de pé, e toquei Edward que ainda estava
deitado.
– Peguei. - Murmurei e saí correndo. Garalhei ao ouvi-lo reclamar.
– Isso não vale. Eu estava de figa, volta aqui Isabella, você está roubando. -
Era o que ele gritava enquanto corria atrás de mim.
Nossa brincadeira na praia foi até de madrugada. Aquela noite eu conclui que
Edward definitivamente, não nasceu para correr. Ele foi humilhado, no fim eu fiquei
com pena e o deixe me pegar.
Conseguimos alcançar nosso objetivo, quando a cachorra chegou em casa, ela
bebeu muita água e em seguida, caiu exausta em sua caminha.
Depois de tomarmos banho, Edward e eu fizemos o mesmo.
Acordamos cedo no domingo, nem tomamos café, fomos direto para o
aeroporto, buscar Jully.
Jully voltou com um bronzeado de dar inveja a qualquer um, sua pele morena
contrastava com seus olhos claros a deixando ainda mais linda.
Ao contrário de Jully, Alice, Jasper e Emmett voltaram em um tom vermelho
vibrante, o que me deixou em duvidas se eu deveria rir ou sentir pena. Rose foi a
única dos adultos que conseguiu uma corzinha, não ficou tão bronzeada quanto Jully,
mas ganhou uma cor.
Depois de pegar Jully e suas bagagens e fazer algumas piadas com os
camarões, nós três seguimos para casa. A garota ficou saltitante ao conhecer Oprah, e
as vezes eu temia pela saúde da cachorra.
– Imagino que essas horas de voo devem ter deixado você com muita fome, a
que a comida do avião nunca é muito boa. Vou fazer uns sanduíches, enquanto isso
seu pai te dá um banho. - Ela olhou para ele que riu.
– Começou a mandar. - Edward implicou comigo, rolei os olhos e fui para
cozinha.
Depois de dar banho em Jully e literalmente tomar um banho. Edward
apareceu com a garota na cozinha, enquanto eu ainda acabava de fritar os
hambúrgueres.
– Hummm esse cheiro é muito bom. - Ela disse de olhos fechados passando a
mão na barriga. Aquilo me fez rir.
– Hambúrguer e batata frita, do jeito que você gosta.
– E Ketchup, muito ketchup. - Ela comentou. Levei os lanches para a mesa, e
me sentei ao lado dela.
– Cuidado, está quente. - Avisei beijando sua cabeça.
Comemos boa parte dos lanches em silêncio, até Jully acabar o dela e nos
encarar. Ela olhava de Edward para mim. Nós dois nos olhamos sabendo que viria
coisa.
– O que foi? - Edward questionou.
– Gosto da comida de Bella, e gosto quando meu pai me dá banho e me leva
pra cama. Gosto de quando Bella meche nos meus cabelos e quando me coloca para
dormir em cima dela. E gosto quando nós três assistimos TV juntos. Até um cachorro
temos agora. Gosto de nós três morando juntos. - Eu estava sorrindo.
– Eu também gosto, gosto muito. - Minha resposta a fez sorrir ainda mais.
– Eu concordo com as duas, e acho que deveríamos fazer isso mais vezes.
– Concordo. - Falei de boca cheia.
– Uhuu. - Ela comemorou levantando os braços.
– Quero ver toda essa empolgação amanhã no jardim. - O sorriso dela
murchou.
– Eu não gosto dessa ideia. - Ela reclamou. - Eu não quero ir.
– Mas você vai. - Edward impôs. O olhei de canto e a encarei.
– Precisa ir, precisa aprender. Escrever, ler, fazer contas, saber mais sobre os
Estados Unidos, vai aprender muitas coisas sobre seu país.
– Vocês dois vão me levar?
– Claro. Seu pai precisa falar com a diretora.
– E você?
– Vou junto, como prometi a Carlisle. - Ela olhou para cima me encarando.
– Até na sala?
– Até na sala. Conhecer a professora. Depois é com você.
– Ok. - Ela suspirou. - O que você aprendeu sobre os Estados Unidos? - Eu ri.
– No Brasil, nós aprendemos sobre o Brasil. Tudo que eu ouvia sobre os
Estados Unidos, é que eram porcos capitalistas. - Edward deu risada.
– Sabem que eu não entendo esse negócio do dia da ação de graças? E aquele
tal de black friday? Quando eu descobri já era tarde. - Jully e Edward gargalharam.
– Eu gosto do dia do San Patrick's. - Ela comentou.
– O que diabos é esse dia? - Os dois voltaram a rir.
– Explica para ela pai. - A garota disse rindo.
– Eu não, explica você. Eu explico o valentine's day...
Fomos dormir tarde aquela noite. Eles me botaram a par de todos os feriados e
datas festivas do país. E graças aquilo fiquei sabendo que a próxima grande data
festiva, seria o tal valentine's day também conhecido como dia dos namorados, que
para eles acontecia em fevereiro...
Edward caminhava a passos largos com a garota no colo, sua mão livre
segurava a minha e minha mão livre segurava a mochila dela.
A secretária ia na frente, nos levando até a sala da diretora. Depois de nos
anunciar ela se foi.
A diretora era uma mulher de estatura mediana, morena, meio cheiinha e com
alguns cabelos brancos. Ela nos olhou por cima dos óculos, sorriu, e nos apontou as
cadeiras.
– Bom dia. - Ela disse sorridente.
– Bom dia. - Edward e eu respondemos juntos.
– Então essa é a garota fujona, que resolveu esticar as férias por uma semana?
- Jully escondeu a cabeça nos ombros de Edward.
– A própria. - Edward respondeu.
– Você é Carlisle? - Ela questionou.
– Não, sou Edward. Filho de Carlisle, pai de Jully.
– Certo. - Ela murmurou parecendo confusa. - E você? É a mãe da garota... -
Ela concluiu me deixando meio sem jeito.
– Não. Sou...
– Namorada do rapaz.. - Ela podia esperar a resposta em vez de ficar
imaginando. Abri a boca para responder mais ele foi mais rápido.
– Algo do tipo. - Pela primeira vez eu concordei com o que ele disse. Melhor
dizer aquilo do que dizer para diretora da escola de sua filha, que apenas nos
usávamos para fins sexuais.
A mulher sorriu para nós dois.
– Ela parece com vocês dois. - Vi de canto de olho a garota sorrir
envergonhada.
– Acha que ela precisa repor as aulas que perdeu? - Edward questionou.
– Acho que não terá necessidade, mas vamos ficar atentos.
– Certo. - Ela estendeu uma folha para ele.
– Uma lista dos materiais letivos que ela vai precisar. É melhor já trazer algo
amanhã. - Olhei o tamanho da lista e me assustei. Eu já disse que ter filhos custa
caro?
– Amanhã ela trará. - Ele respondeu sorridente.
– Ok. Então vamos lá. Vem comigo Jully, vamos conhecer sua professora e
seus colegas. - Jully pulou do colo de Edward e se jogou no meu.
– Você prometeu que iria até lá comigo. - Ela me murmurou me fazendo
sorrir.
Levantei com ela no colo.
– Tem algum problema acompanharmos vocês até na sala? - Questionei, a
mulher sorriu.
– Claro que não. Primeiro dia de aula é assim mesmo. Me sigam.
A coloquei no chão e dei a mão para ela. Edward fez o mesmo.
Quando Jully ficava muito tempo em silêncio significava encrenca.
– Vai ser legal, vai ver só. - Murmurei com medo que ela caísse no choro. -
Vai conhecer um monte de crianças legais, vai aprender a escrever, dai vou poder te
ensinar a escrever em português.
Ah, e vai aprender umas musiquinhas legais. - Eu continuava com meu
monólogo enquanto cruzávamos o corredor.
A diretora parou na frente da porta, e Jully apertou minha mão. Eu estava tão
nervosa quanto a garota, já que ela parecia não querer ficar.
– Não se preocupe, o primeiro dia é assim mesmo. - Ela repetiu o que tinha
dito na diretoria, deu três batidas na porta e entrou na sala. Edward Jully e eu a
seguimos.
Todos se voltaram para nós, e qualquer mínimo barulho acabou.
– Bom dia crianças. Bom dia professora Nora. - A mulher sorriu.
– Bom dia. - Aquele bando de crianças respondeu em couro.
– Essa é Jully Cullen, a aluna que estava faltado. - A última parte ela disse
olhando para professora. - Ela estava viajando por isso se atrasou. Digam oi para
Jully.
– Oiii Jully. - Eles voltaram a falar em couro. Acabei sorrindo.
– Vem Jully, eu ajudo você a encontrar um lugar. - A professora foi até nós e
estendeu a mão para ela. A garota soltou a mão de Edward e grudou na minha perna.
Me abaixei e ela imediatamente me abraçou.
– Hey amorzinho, precisa ficar. - Murmurei baixinho.
– Eu não quero, por favor não me deixa aqui. - Sua voz era de desespero.
– Jully, eles são legais, você vai ver só. Vão ser todos seus amiguinhos.
Precisa ficar, precisa aprender. - Ela continuou agarrada a mim, e eu sentia as
lágrimas dela no meu pescoço. Edward abaixou-se também.
– Filha, que feio, está todo mundo olhando. Quer que digam que é chorona? -
As palavras dele, fizeram o choro dela aumentar, e eu o olhar de canto.
– Jully, você precisa ficar. - Edward disse sério, mas não bravo e nem alto. -
Bella e eu temos aula também, tem que ficar.
– Não. - Murmurou chorando. - Não me deixem aqui sozinha. - Pediu. Ela me
largou e segurou meu rosto. Seus olhos brilhavam pelas lágrimas. - Fica aqui comigo
então. - Me pediu.
Suspirei e limpei as lágrimas dela.
– Se eu ficar, vai ser só hoje. - Edward me repreendeu com o olhar, mas eu
não conseguia dizer não para ela.
– Só hoje, prometo. - Mais lágrimas caíram.
– Promete mesmo? Só hoje, amanhã eu vou para minha aula e você para sua. -
Ela balançou a cabeça concordando.
– Prometo. - Olhei para Edward, que balançou a cabela negativamente.
Levantei dali, seguida dele.
– Tem algum problema se eu ficar hoje? - Perguntei a diretora, que sorriu.
– Tudo bem, sendo que seja só hoje. - Assenti.
– Só hoje. Nós prometemos, não é Jully? - Ela balançou a cabeça afirmando.
Encarei Edward que acabou sorrindo.
– Minha mochila está no seu carro.
– Eu pego para você. - Concordei com a cabeça e ele saiu, seguindo a
diretora.
Jully e eu continuamos no meio da sala.
– Então crianças, digam oi para a tia, tia? - Nora me questionou.
– Bella. - Respondi rindo.
– Para tia Bella.
– Oiii tia Bella. - Aquele momento jamais passou pela minha cabeça. Eu no
jardim de infância, com a filha de Edward. Sorri e puxei Jully pela mão, procurando
um lugar vago.
Acabamos sentando atrás, ao lado de uma garotinha ruiva, que sorriu tímida
para nós.
Alguém bateu na porta minutos depois, aquilo só me fez constatar que só
podia ser Edward.
– É seu pai. Vou pegar minha mochila e já volto. Prometo. - Disse a olhando
nos olhos. Ela assentiu e eu fui.
Ele sorriu e me puxou para fora da sala.
– Já fazem parte da turminha do mal, que senta nos fundos? - Eu ri.
– Vamos montar uma gangue. Vou ensiná-los a colar chicletes debaixo das
carteiras, colocar taxinhas na cadeira da professora, fazer aviõezinhos de papel e
jogar pela sala, e matar tempo quando forem ao banheiro. - Ele deu risada.
Me encostei na parede ao lado da porta.
– Ah se eu não te conhecesse. - Foi o comentário dele. - Venho buscar vocês,
as cinco. Vou sair mais cedo e comprar esses materiais. Você viu quantos? Será que
vão usar isso tudo mesmo? - Eu ri.
– Provavelmente. Matricula a filha em colégio particular, e não quer gastar
dinheiro? - Ele riu.
– Carlisle fez isso, ele é o cara do dinheiro. - Peguei minha mochila.
– Deixa eu entrar, antes que ela apareça aqui. - Ele me prensou na parede do
corredor. - Edward, é um jardim de infância, pare com isso. - Murmurei, mas não
tentei me afastar.
– Isso é bom. Assim esses moleques aprendem como se faz. - Dei risada.
– Ahan. Já pensou que podem usar sua filha de cobaia? - Ele parou de sorrir.
– Coitado do moleque que se atrever a fazer isso. - Voltei a dar risada. - Fique
de olho em, qualquer coisa me diga.
– Uhum, assim que você me deixar entrar, eu fico. - Ele sorriu e me beijou.
– Eu nunca fiz isso nos meus tempos de colégio. - Murmurou contra minha
boca. - E você?
– Fiz. Mas não no jardim de infância. - Levantei meus pés para ficar do seu
tamanho, e mergulhei minhas mãos em seus cabelos. Não dissemos mais nada, só
demos continuidade do beijo.
Se alguma criança aparecesse, seriamos culpados, por tirar dela a inocência, e
como nos Estados Unidos eles eram meio neuróticos, tinha certeza que acabaríamos
na prisão.
As mãos de Edward, nunca se contentavam em ficar por cima das minhas
roupas.
– Rum, Rum. - Pois é, a professora nos pegou no flagra me deixando muito
sem graça.
– Acho que vou ter que deixar vocês dois no cantinho do pensamento, para
refletirem sobre isso que estão fazendo. - Ela até tentou parecer séria no começo.
– Nós estávamos... - Edward começou.
– Descobrindo novas línguas. Sei como é. - Ela não nos deu chances. - É
extremamente proibido beijos nos corredores, ou em qualquer parte da escola. - Eu
cocei a cabeça olhando para longe dali.
– Me desculpe, a culpa foi minha. - Edward parecia tão constrangido quanto
eu. A mulher riu.
– Bella, sua filha levantou a mão e me pediu para vir me certificar que você
ainda está aqui. - Filha? Por algum motivo, eu não disse que não era mãe da garota.
Edward sorriu gigantesco.
– Venho buscar vocês, as cinco. Diga para nossa filha que vamos conversar
sobre a ceninha dela em casa. - Ele murmurou para mim, me fazendo sorrir.
– Vou dizer. - Respondi sorrindo. Ele beijou minha testa e se afastou.
– Tchau. - Murmurou caminhando de costas, para não tirar os olhos de mim.
– Vai logo Edward. - Respondi rindo, ele mandou um beijo e foi. Acabei
suspirando.
– Crianças, quando elas descobrem o amor. - A mulher sorriu e abriu a porta,
esticando o braço para que eu entrasse primeiro e foi o que eu fiz.
Larguei minha mochila em cima da mini carteira e sorrindo beijei o rosto de
Jully, que mesmo sem entender sorriu.
A professora deu continuidade na aula, eles estavam aprendendo o abcedário,
e uma musiquinha ajudava eles, uma musiquinha que eu tinha certeza que não sairia
tão cedo de minha cabeça.
Eu fazia prestar atenção na aula, para que a garota nem pensasse em
conversar. As vezes eu a olhava com o canto dos olhos, e sorria satisfeita ao perceber
que ela prestava atenção.
No intervalo, as crianças foram para a rua, pelo menos a maioria dela. A
garotinha que estava perto de nós ficou ali, lambiscando uma bolachinha. Jully as
vezes olhava para ela, mas não sabia como puxar um assunto.
– Então, qual o seu nome? - Eu perguntei, a deixando vermelha.
– É Victória. - Eu sorri.
– Bonito nome Victória, tão bonito quanto a dona. - Ela sorriu.
– Obrigada, você também é linda. - Eu sorri.
– Você gosta de vir para aula? - Jully perguntou, a voz da garota a deixou um
tempo sem responder.
– No primeiro dia não é muito bom, mas minha mãe disse que a gente se
acostuma. - Eu ri.
– Tomara. - Ela murmurou.
– Por que só veio hoje?
– Porque estava de férias no Brasil. - Ela contou, a garotinha pareceu se
interessar.
– Sério, você viu muitos macacos? - Por que todos insistiam em perguntar
aquele absurdo? - Jully riu.
– Claro que não. Vi muitas praias, e o Cristo Redentor. Lá é calor, tomei muito
banho de mar. - A menina ficou mesmo interessada.
– Calor? Mas é inverno. - Ela não entendia.
– No Brasil é verão. E quando aqui é verão lá é inverno. - Eu expliquei.
– Legal. - Ela murmurou. - Querem uma bolachinha? - Ofereceu.
– Não obrigada. - Eu realmente não estava com fome, e Jully ainda não a
conhecia direito, o que a fez negar.
As duas engataram um papo sobre a Disney, aonde Victória foi no final do
ano.
Fiquei boa parte do tempo em silêncio para que as duas interagissem e Jully
fizesse amizade com a menininha.
Depois do intervalo a professora fez todos dizerem de onde eram. A timidez
de Jully, fez com que ela ficasse por último. Sua mão suada de nervosa, segurava a
minha. Quando ficaram em silêncio ela me olhou e eu assenti para que falasse.
– Eu morava em Los Angeles, mas ano passado me mudei para cá. Agora eu
moro durante a semana na rua do centro e muitos finais de semana no condomínio
Summer Hause. - As bochechas dela estavam vermelhas, ela olhava pro chão, mas
falou bonitinho, me fazendo sorrir.
– Muito bem Jully. - A professora elogiou, e ela sorriu envergonhada. Um
garoto virou para trás e olhou para mim.
– E você tia? - Eu ri,
– Eu morava no Brasil. - Eles começaram a cochichar. - Agora eu moro no
Summer Hause, estudo na Pepperdine, faço música.
– Você morava mesmo no Brasil? - Outro garoto perguntou admirado.
– Viu, eu disse que o sotaque dela não era daqui. - Outro falou.
– É, ainda passo trabalho para falar garota e mundo. Eita palavrinhas difíceis
viu? - A professora riu.
– Mundo é a palavra que é considerada mais difícil, para os estrangeiros
conseguirem pronunciar correto.
– Posso apostar que é.
– Você poderia se apresentar em português. - Uma garota sugeriu. A
professora assentiu e eu fiz. No final estavam boquiabertos, me fazendo rir.
– Cara, isso é demais. - Um garoto por fim disse, me arrancando risos.
– Hey, não é no Brasil que tem aquela estatua gigante de braços abertos? - A
sala toda parecia interessada no Brasil.
– É o Cristo Redentor. - Jully explicou. - É enorme. - Ela continuou o
comentário.
– Maior que a estatua da liberdade? - Outro quis saber.
– Não sei. Nunca vi a estatua da liberdade de perto. Mais o Cristo é muito
gigante, você precisa esticar todo o pescoço para vê-lo completamente.
Muitas perguntas vieram depois daquela, deixei Jully responder e só me metia
quando ela não sabia a resposta. No final da aula ela já tinha feito muitos amigos, e
até ensinava palavras em português para alguns.
Edward ficou orgulhosa em saber daquilo, e aquela conversa que eles teriam
acabou nem acontecendo.
Jully foi para aula no dia seguinte sozinha, só precisei levá-la até a sala.
Cumprimentei meus novos amigos pentelhos e voltei para o carro, podendo voltar
para minha aula.
Os amiguinhos dela também pareciam estar convencidos que eu era mãe da
garota, e todos os dias eu os ouvia gritando "Jully sua mãe chegou", eu até pensei em
dizer para eles que eu não era mãe dela, mas fiquei com medo que aquilo a magoasse.
Ela nunca falou sobre aquele assunto comigo, nem eu com ela, então as coisas
continuava assim.
Esme e Carlisle voltaram no último dia de Janeiro e nós nos dividíamos entre
levar e buscar Jully no jardim. Eles levavam e nós buscávamos, e aquilo parecia
funcionar bem para todos.
E os três primeiros meses do ano passaram assim. Eles pareciam passar
voando, ou era eu que andava muito ocupada.
Eram raros meus finais de semana a noite serem livres, Emmett me pôs para
trabalhar legal, eu já tinha tocado em toda redondeza, até em Los Angeles eu toquei.
Edward meu fiel escudeiro, sempre estava junto.
Nos finais de semana na parte do dia, nos dedicávamos a Jully e Oprah.
Oprah, estava devorando o apartamento, ela comeu três tênis meus, com
cadarço e tudo, e os sapatos de Edward, ela tinha adoração por eles. Os bichos de
borracha eram altamente descartáveis para ela, e aquilo começava a me assustar.
Edward e eu conseguimos ensaiar a música que eu fiz quando estava no
Brasil, e com o piano dele ela tinha ficado boa.
Como tocaríamos na festa em Vegas eu o convenci a tocar conosco, e então
fizemos alguns ensaios lá em casa, ele a banda e eu.
Abril já era um mês considerável, bem menos frio. Aquilo fez todos nós
cairmos na piscina térmica e coberta, do hotel que estávamos em Vegas.
Estávamos hospedados em um hotel luxuoso, de cinco estrelas, éramos
hospedes exclusivos, já que ele só inauguraria a noite. O pai de Rose fez questão de
bancar tudo.
O lugar era enorme, mas parecia um condomínio do que um simples hotel.
Tinha boate, muitos bares, piscinas cobertas, não cobertas, com ondas e normais.
Cassino, e até uma daquelas capelinhas que realizam casamento.
– O que acham de irmos para boate depois de Bella se apresentar? - Emmett
convidou. Não só os Cullen, como o resto da banda que estava na piscina conosco,
incluindo Alec.
– To dentro. - Rose foi a primeira.
– Nós também. - Alice falou.
– Contem comigo. - Freddy parecia empolgado.
– E comigo também, vai ter muita mulher a solta por lá. - Foi o comentário de
Mike.
– Também vou. - Alec comentou.
– E você Bella? - Emmett perguntou.
– Tenho que confirmar com Edward. - Malditas foram minhas palavras,
porque começaram a pegar no meu pé.
– Isso porque elas não são namorados. - Mike começou.
– Não, imagina, são pior que isso. - Alice continuou.
– Eles são tipo marido e mulher, moram juntos desde o final do ano passado e
até um cachorro arrumaram. - Jasper se meteu.
– Por que vocês não vão encher a paciência de outro em? - Esbravejei.
– Por que os outros admitem que são namorados. Menos vocês. - Freddy
respondeu.
– Nós não somos.
– Por isso estão dividindo o mesmo quarto de hotel. - Alice comentou.
– Ok, criaturas irritantes. - Murmurei. - Vocês sabem que nós dois não somos
exatamente amigos. Todo mundo sabe disso. Mas não, nós não somos namorados.
– Edward é mole em, ele já deveria ter pedido. - Até Alec estava na
brincadeira.
– Se ele pedir você aceita? - Alice, sim Alice Cullen, estava unida a Alec.
Todos contra minha pessoa.
– Não estamos mesmo falando disso. - Balancei a cabeça negativamente.
– Tem duvidas que ela aceita? Olhe na cara dela. Bella ama Edward. - Mike
estava com sérios problemas mentais.
– Tá maluco garoto? De onde vocês tiram esses absurdos? - Eles estavam
quase conseguindo me irritar.
– Ah pelo amor de Deus Bella. - Emmett resolveu falar. - Você só pode ser
cega, ou não quer ver. Está na cara, na cara de vocês dois.
Vamos combinar Bella, não é só sexo. Acho que nunca foi só sexo. - Ele
continuou, e o pior? Nunca o vi tão sério. - O jeito como se olham, como se
entendem. Quando estão juntos, vocês simplesmente não conseguem ficar longe um
do outro. Vocês se atraem. São feito imãs. Vocês são grudentos, defendem um ao
outro. Quando você sorri, ele sorri e vice e versa.
Edward tenta demonstrar isso de todas as formas possíveis, só você não vê.
E eu nem vou falar sobre o relacionamento de vocês dois com Jully. Acha
mesmo que se fosse só sexo você se envolveria tanto? Pelo amor de Deus, você a
trata como filha, está tão na cara. - Eu buscava em meu cérebro resposta para aquilo
tudo, para dizer que ele estava enganado. Mas desisti.
Emmett estava me acusando de amar Edward, aquilo era absurdo demais. E
eu estava disposta a não ouvir mais aquilo, eu não queria ouvir tamanha besteira. Eu
bufei irritada e nadei até as escadas.
– Loucos, vocês são loucos. - Murmurei antes de sair dali.
Quando eu cheguei no meu quarto dei de cara com Edward vindo do
banheiro, ele estava só de cueca, como eu tinha o deixado quando saí. Ele sorriu para
mim, eu até pensei em retribuir o sorriso, mas lembrei das palavras do idiota do
Emmett.
– Oi. - Foi isso que murmurei e de muito mal gosto.
– Tudo bem? - Ele questionou ao perceber meu oi.
– Claro. - Disse dando de ombros. Ele voltou a sorrir e se aproximar.
– Senti sua falta. - Ele murmurou e me abraçou. "Edward tenta demonstrar
isso de todas as formas possíveis, só você não vê" As palavras de Emmett ecoaram na
minha cabeça.
Não, Edward não era aquele tipo de pessoa, ele não se apaixonava. Ele me
encarou percebendo que eu não retribui seu abraço.
– O que aconteceu Bella? - Ele ergueu meu queixo para que eu o encarasse.
– Nada, só estou cansada. Vou tomar um banho, depois preciso me arrumar. -
Me larguei dele e fui para o banheiro, segundos depois ele estava atrás de mim.
– Por que está mentindo? - Eu bufei irritada.
– DROGA EDWARD. - É eu gritei. Fechei os olhos e busquei me controlar. -
Por que, por que me conhece tão bem?
– Por que você me conhece tão bem? - Respondeu minha pergunta com outra.
– Eu não sei. Na verdade acho prefiro não saber. Seus irmãos, eles eles estão,
estão me acusando de amar você. Eles dizem que nós nos amamos. E nada do que eu
diga vai fazê-los mudar de ideia.
– Está brava por que eles estão errados, ou por que está com medo que seja
verdade? - Ele se aproximou de mim. O encarei por um tempo.
– Isso é um absurdo. - Murmurei, mas por algum motivo não conseguir
manter meus olhos nos dele.
– Ok, então não tem porque estar assim. - Ele colocou os braços rente a minha
cabeça, me impedindo de fugir. Eu suspirei.
– O que você acha disso? - Ouve um tempo de silêncio.
– O que você acha? - Eu odiava quando ele devolvia minhas perguntas com
mais perguntas.
– Acho que eles são uns idiotas. - Murmurei voltando a encará-lo. Ele me
analisou por um bom tempo. As vezes eu achava que ele diria algo, mas por fim
sorriu.
– Ótimo. Então eles são uns idiotas. - Murmurou antes de me beijar. Respirei
aliviada ao ouvir aquilo dele, aquilo nada mais era uma confirmação que aqueles
lunáticos tinham problemas. Me livrei daqueles pensamentos, assim como me livrei
da cueca dele, para em seguida entrarmos no banho.
Depois da terapia intensiva com Edward eu relaxei, e me sentia bem melhor.
Já era noite, quando ficamos prontos. Alice me fez colocar um vestido que ela
me deu de natal, junto com um salto altíssimo, e disse para eu nem reclamar, já que
era um evento chique.
Por isso eu estava dentro de um vestido branco, com a manga comprida de um
lado e o outro sem, manga. Ele era curto, como todos os outros vestidos que Alice me
dava. O scarpin também era branco e muito, muito alto, ele me deixava poucos
centímetros menor que Edward.
Além de tudo, ela me fez um coque e até a maquiagem foi feita por ela.
Foi Alice também quem escolheu a roupa de Edward, na qual eu não podia
reclamar nada, nada. Ele estava para lá de gostoso dentro de um terno vinho, camisa
social branca, e uma gravata preta.
Quando Alice finalmente se foi, eu pensei em tirar uma casquinha de Edward,
mas Emmett abriu a porta do nosso aposento e praticamente gritou que estava na
hora. Ele exigiu que eu estivesse lá em baixo em cinco minutos e se foi.
Edward e eu o obedecemos e seguimos até o salão central do hotel, que para
minha surpresa estava cheio, e sim Alice tinha razão, todos estavam muito bem
arrumados, eu estava devendo uma para a baixinha.
Meus olhos não acreditaram ao ver Tom Cruise, Katie Holmes e Vin Diesel
por lá, eu travei por alguns minutos e meus olhos não desgrudavam dos três, que
tiravam fotos juntos.
– É, é... - Eu disse olhando na direção deles. - Cara, eu amo o Tom Cruise. -
Foi o que eu consegui dizer.
– Eu não. - Edward murmurou.
– Até que em fim apareceram. - Rose chegou por ali, linda e alta. - Bella, está
na hora. - Ela avisou, mas eu ainda não conseguia tirar os olhos daquele trio.
– É o Tom Cruise. - Ele falei para ela.
– Sim, ele a Katie e o Vin, tiramos fotos com eles ainda a pouco. Estão
cobrando os olhos da cara para estarem por aqui hoje. Segundo meu pai, George
Clooney também vem. - Meu coração bateu forte.
– Ahh, é sério? - Eu quase gritei de empolgação, fazendo Rose me olhar
espantada.
– O que deu nela? Nunca a vi assim. - Ela perguntou a Edward.
– Nem eu. - Ele deu de ombros bufando.
– Ah gente, pelo amor de Deus. Eu sempre via eles por filme, e agora estão a
metros de mim. Vocês não tão empolgados não?
– Não sou fã de nenhum dos três. - Rose deu de ombros.
– Nem eu. Prefiro a Megan fox. - Eu odiava a Megan Fox, e as palavras de
Edward me fizeram a odiar ainda mais.
– Eu vou lá pedir um autógrafo. - Disse decida, já começando a andar, mas
Rose segurou meu braço.
– Nada disso, nem caneta você tem. Primeiro você vai lá em cima, aonde já se
encontra o resto da banda.
Vai cantar bonitinho, como você sempre faz. Depois eu te prometo, que vou
com você até eles e peço para fotografarem com você. - Eu gostei de ouvir aquilo.
– Promete? - Ela deu risada.
– Prometo Jully Cullen, agora se manda. - Eu sorri ainda de olho nos três.
– Eu levo ela. - Edward me rebocou dali.
Quando eu tirei os olhos deles e comecei a andar ao lado de Edward, eu fiquei
nervosa o extremo, por me dar conta que iria tocar para meus ídolos. Percebi que
minhas mãos tremiam.
A primeira coisa que fiz ao ver Alec, foi pedir um cigarro, que eu fumei em
menos de dois minutos, em seguida fumei outro, me fazendo Edward olhar feio.
– Uaaauu... você está gatona. - Emmett finalmente resolveu reaparecer. Eu
rolei os olhos.
– Você já tinha me visto lá em cima. - Ele sorriu.
– Mas você estava muito junto a Edward pare eu ter te visto por completo. -
Ele encarou Edward. - Vai passar trabalho hoje irmãozinho. - Era o esporte preferido
de Emmett implicar conosco. A aposta que ganhei não adiantou em nada.
– Vá se foder Emmett. - Murmurei. Quando eu ficava nervosa eu ficava muito
sem paciência.
– Calma esquentadinha. - Ele ligou uma câmera que tinha nas mãos e a
apontou para mim. - Hoje eu vou filmar. - Ele estava muito empolgado.
– Baixa essa porra Emmett. - Desviei meus olhos da câmera.
– Ah vamos lá Bella, diga suas últimas palavras como uma pessoa
desconhecida. - Eu bufei e voltei a olhar para a câmera. Levantei meu dedo do meio.
– Va.Se.Foder.Emmett. - Falei pausadamente, e aquilo o fez gargalhar.
– Ok, depois quando você estiver mais calma você fala alguma coisa. - Ele
não desligava a merda da câmera. - Agora vamos lá, está na hora. Meu querido sogro
detesta atrasos. - Jasper apareceu não sei de onde, e nem me importei em saber. Tudo
que eu fiz foi pegar o copo de whisky da mão dele e virar tudo de uma vez só.
Respirei fundo e coloquei a guitarra, depois disso me voltei para Edward.
– Você fica por perto, na última eu te chamo para tocarmos juntos. - Ele me
puxou e me deu um beijo.
- Entendido capitão. Você está com um gosto ótimo de whisky. - Eu rolei os
olhos - Boa sorte baby, não se preocupe, vai dar tudo certo. - Acabei sorrindo.
Graças aos meus saltos eu nem precisei levantar os pés para lhe dar um selinho.
Emmett riu daquilo, aquele ser irritante continuava me filmando, e antes que ele
falasse mais alguma gracinha eu saí dali, e subi as escadas do palco. Assim que
caminhei para frente do mesmo, uma luz gigante e forte, fechou em mim. Conforme
eu ia andando, a luz me seguia, aquilo só servia para me deixar ainda mais
desconfortável.
Freddy afinava tranquilamente a guitarra dele, chamando atenção par nós. Me
perguntei mentalmente o motivo dele não ter feito aquilo antes, quando todos nós
fizemos.
Respirei fundo e conectei minha guitarra a caixa de som, quando levantei a
cabeça, percebi que Alec ria de mim e eu caminhei até ele.
– Ta rindo de que palhaço? - Perguntei irritadíssima, o fazendo rir ainda mais.
– Você fica linda nervosa. E isso não é uma cantada. - Rolei os olhos e respirei
fundo, tentando me acalmar.
– Bom você é lindo de qualquer jeito, e isso também não é uma cantada. - Ele
voltou a rir.
– Eu sei, você só tem olhos para Edward. - Mesmo falando de brincadeira, eu
sabia que ele falava sério. Tudo que eu fiz foi levantar meu dedo do meio para ele e
saí dali.
– Tudo pronto? - Senhor Hale, o pai de Rose me questionou. Seria ele que
anunciaria o início da festa.
– É, eu posso fazer isso. - Murmurei mais para mim do que outra coisa, mas
ele acabou ouvindo.
– Então vamos lá. - Ele caminho tranquilamente até o microfone.
– Boa noite senhoras e senhores. Fico feliz por vocês estarem aqui comigo
hoje, inaugurando mais um hotel. Carlisle um dos meus sócios, infelizmente não pode
vir, mas Tyler, meu outro sócio está aqui. - Ele apontou para baixo, indicando o
senhor Tyler. - Ele é meio tímido, por isso não quis subir. - Acabei sorrindo, assim
como outras pessoas. - Mas nós três estamos muito felizes, por mais essa conquista, e
queremos dividir essa felicidade com vocês, por isso além da inauguração formal,
daremos uma festa, que não tem hora para acabar, e não tem nada melhor do que
começar com um bom e velho rock and roll.
Meu amigos sabem, que eu nunca fui um cara muito fã de pop, reggae, dance,
hip hop, ou coisas do tipo.
Eu gosto mesmo é de rock and roll, e encontrei nessa garota ao meu lado,
muito, mais muito rock and roll.
Por isso ela está aqui. Presentem atenção nela, ela tem um talento incrível,
tanto para cantar, como para tocar.
Ahh, e quem quiser contratá-la é só falar com Emmett meu genro. - Emmett e
Rose devem ter ficado tão surpresos quanto eu ao ouvir a palavra genro sair da boca
do homem, aquilo me fez sorrir. - Agora chega de delongas, deixo vocês com Bella
Swan e a banda The Siblings. Tenham uma boa noite e aproveitem.
Eu estava muito nervosa para falar qualquer coisa, então comecei logo os
acordes da primeira música. Achei legal começar com a música de Jane, então foi o
que eu fiz.
http://www.youtube.com/watch?v=pdLPJDYDJ_c
Tocar conseguia acalmar meus nervos e aos poucos eu fui me acalmando,
quando a música chegou ao fim, eu já me sentia segura, para me pronunciar.
– Boa noite senhoras e senhores, garotos e garotas, meninos e meninas. -
Meus olhos encontram com os de Edward, que estava bem em frente ao palco. Ele ria
da minha graça o que me fez sorrir. - Eu sou Bella Swan e essa é a banda The
Siblings, como o senhor Hale falou. A banda e eu tocamos em parceira desde o ano
passado, na verdade acho que já somos uma coisa só.
– Ou algo assim. - Mike falou.
– Ou algo assim. - Eu sorri. - Senhor Hale. - O homem já estava embaixo do
palco, junto com Edward e Tyler. - Se rock and roll é o que o senhor quer, rock and
roll é o que irá ter. Não se preocupe com isso.
Foi tudo o que disse antes de começar outra música, que foi seguida de muitas
outras. Tocamos mais de duas hora e meia, sem parar.
A medida que as músicas iam passando, eu ia me sentindo cada vez mais a
vontade, então as gracinhas que os integrantes da banda e eu fazíamos, iam
aparecendo.
O combinado era tocarmos somente duas horas, mas senhor Hale pediu a
Emmett por mais, já que as pessoas estavam gostando. E a medida que a bebida
alcoólica entrava na corrente sanguínea deles, mais empolgados eles ficavam.
Quando começamos com anos 60, a pista ficou pequena. Toda aquela gente chique,
resolveu se requebrar, mas claro, sem nunca perderam o glamour.
Tom Cruise e sua mulher, ficaram todo o tempo na frente do palco nos
assistindo e as vezes dançando, mas eu nunca concentrava meus olhos nos dois,
porque aquilo trazia meu nervoso de novo.
Meia hora depois, quando finalmente tínhamos chego a três horas de música,
e o repertório estava para lá de escasso, nós resolvemos encerrar. Não sem antes,
Edward participar. Assim que Freddy acabou o solo da última música eu voltei ao
microfone.
– A próxima é a última música.
– AAAHHH... - Fique feliz ao ouvir aquelas pessoas reclamando.
– Não fiquem tristes, depois temos DJ, música eletrônica e tal. - Eles
continuaram reclamando, me fazendo rir.
– Então, vocês devem ter se perguntado, o que diabos um piano faz aqui no
meio palco, já que ninguém usou para nada. Na verdade era pra eu sentar, quando
estivesse cansada. - Alec riu alto, algumas pessoas o acompanharam.
– Seu senso de humor está ótimo Bella. - Alec comentou no microfone.
– É que agora vou finalmente beber algumas tequilas. Fico até com água na
boca, vendo o garçom passar para lá e para cá com essas bebidas. - As pessoas dessa
vez riram. - Mas como diz a velha frase: Primeiro o trabalho. Ok, chega de filosofia. -
Ouvi a risada de Tom Cruise. -Então, o piano não está aqui a toa. Está qui porque
nessa última música, teremos uma participação especial.
É uma música própria, eu compus quando estava no Brasil. A música deixa
bem claro, como eu me sentia a algum tempo atrás. - Filosofei. - Edward me ajudou
na melodia. E é o próprio Edward que subirá aqui em cima, e tocará conosco. -
Edward já tinha saído da frente do palco fazia algum tempo.- Edward, aonde quer que
você esteja, apareça homem. - Pedi, fazendo as pessoas rirem.
Ele não demorou para aparecer. Meio encabulado, e sem jeito, por ver aquele
aglomerado de pessoas de cima. Ele respirou fundo, sorriu para mim e foi até o piano.
Levei meu microfone até perto dele, o coloquei aonde eu pudesse ver o
público e Edward.
– Podemos? - Perguntei longe o microfone. Ele suspirou.
– Podemos. - Respondeu estralando os dedos.
– É com você então. - Era ele quem começava. Segundos depois o som do
piano invadiu o local.
http://www.youtube.com/watch?v=3LKD-XQjEHs
http://letras.terra.com.br/aerosmith/109/traducao.html
I kept the right ones out
And let the wrong ones in
Had an angel of mercy to see me through all my sins
There were times in my life
When I was goin' insane
Tryin' to walk through
The pain
When I lost my grip
And I hit the floor
Yeah, I thought I could leave, but couldn't get out the door
I was so sick and tired
Of livin' a lie
I was wishin' that I
Would die
It's amazing
With the blink of an eye you finally see the light
It's amazing
When the moment arrives that you know you'll be alright
It's amazing
And I'm sayin' a prayer for the desperate hearts tonight
That one last shot's a permanent vacation
And how high can you fly with broken wings?
Life's a journey not a destination
And I just can't tell just what tomorrow brings
You have to learn to crawl
Before you learn to walk
But I just couldn't listen to all that righteous talk
I was out on the street
Just tryin' to survive
Scratchin' to stay alive
It's amazing
With the blink of an eye you finally see the light
It's amazing
When the moment arrives that you know you'll be alright
It's amazing
And I'm sayin' a prayer for the desperate hearts tonight
Desperate hearts
Desperate hearts
Did you wanna see without and give it out now
Oh, oh
Yeah, yeah
Oh yeah, yeah ya-ka-kow, ya-ka-ka-ka-kow
Oh, it's amazing
Quando a música chegou ao fim meus olhos estavam presos nos de Edward, e
só se desprenderam dele, quando uma salva de palmas e muitos assovios, me
trouxeram de volta pro mundo para a terra. As pessoas aplaudiam e assoviam
empolgadas.
– Obrigada. - Agradeci, mas palmas não sessavam. - Obrigada mesmo, eu não
sei o que dizer. - Com certeza um Cullen puxou o Bella Swan is rock, e tudo que se
pudia ouvir no locar, era o couro de pessoas gritando aquilo. - Vocês são tão rock
quanto eu. Obrigada pessoal, espero vê-los por ai. Tenham uma boa noite, e
aproveitem hoje, que tudo é de graça. Fiquem agora com o Dj Habits.
A música eletrônica começou. Desliguei o microfone e tireia a guitarra.
Edward levantou-se do piano sorrindo.
– Arrasou am... - Ele parou no meio da palavra me fazendo franzir o cenho. -
Você é a melhor.
– Arrasamos, você tem culpa nisso. Você fica divino no piano. - Ele sorriu e
beijou o topo da minha cabeça.
– Vamos descer. - O puxei pela mão. Antes de descermos, cumprimentamos o
resto da banda, que estava tão empolgada quanto nós dois.
Os Cullens como de costume estavam me esperando ao lado do palco, e como
de costume exageraram nos elogios, e em unanimidade perguntaram pela última
música. Emmett continuava filmando tudo. E ficava pegando depoimento dos
Cullens, sobre a minha pessoa, me fazendo ignorá-lo.
Eu beijei a testa de Jasper, quando ele me apareceu com um copo de tequila
com muito gelo e umas rodelas de limão, que eu tomei em um gole só.
– Com licença. - Eu vi Tom Cruise na minha frente, falando aparentemente
comigo e aquilo me fez paralisar. O que pareceu engraçado para ele.
– Hey Tom. - Rose o cumprimentou simplesmente, como se ele fosse o João
da padaria. Como se ela o visse todos os dias.
– Olá garotas e garotos. - Todos disseram oi, menos eu, eu ainda não tinha
achado minha voz. Ele voltou o olhar para mim. - É Bella, certo? - Afirmei com a
cabeça, o fazendo rir mais.
– Qual o problema dela? - Ele perguntou.
– Não sei, ela estava falando até agora. - Alice respondeu. Ela me cutucou. -
Bella, sabe quem é esse? - Ela estava mesmo me perguntando aquilo? Quem não
mundo não sabia quem ele era?
– Cara. - Eu consegui pronunciar. - Eu, eu, eu - Respirei fundo me xingando
mentalmente por gaguejar. - Cara, eu sou muito, muito sua fã. - Desembuchei por
fim, o fazendo rir.
– Isso é bom, porque também virei seu fã. Você toca e canta muito bem.
Aquela música do final, foi você mesma quem escreveu.? - Meu coração sairia pela
boca. Tom Cruise estava conversando comigo, me dizendo que era meu fã.
– Foi sim, Edward ajudou na melodia. - Ele sorriu.
– É uma ótima música, a letra a melodia, eu fiquei arrepiado. - Ok, se fosse
um sonho eu queria continuar dormindo.
– Obrigada. - Murmurei, o fazendo rir.
– Então, com quem mesmo eu tenho que falar para te contratar para minha
festa? - Meu queixo quase foi ao chão, e voltei a perder a voz.
– Quer mesmo contratar Bella? - Edward questionou um pouco surpreso.
– Quero. Kate e eu vamos dar uma festa, daqui um mês em Los Angeles, é o
aniversário dela.
Me diz que você não tem nada agendado para dois de junho. - Eu abri a boca,
mas minha voz não saiu.
– Ela não tem nada agendado para esse dia, fique tranquilo. - Emmett falou
rapidamente, fazendo Tom rir. - Só precisa nos passar a hora e o endereço, e
estaremos lá.
– Você é o empresário? - Se eu tivesse forças eu socaria Emmett e tiraria
aquela câmera das mãos dele.
– Sou.
– Precisamos acertar tudo então. Preciso saber sobre o preço, e se vocês já
tem toda a aparelhagem, e luzes.
– Hey, antes de vocês conversarem sobre isso. - Eu me forcei a falar. - Será
que podemos tirar uma foto? - Ele deu risada.
– Claro. - Jasper estava com uma câmera na mão, e disparou vários flashes em
nossa direção.
Kate a mulher dele, chegou acompanhada de George Clooney e Vin Diesel, e
os dois deixaram Alice tão sem voz quanto eu.
– Hey garota, você toca e canta muito bem, essa última música mesmo, foi
perfeita. - George Clooney tinha me elogiado.
– Conseguiu contratar ela Tom? - Katie perguntou. Desabracei ele
envergonhada.
– Consegui, segundo o empresário dela, esse dia estão livres.
– Me convidem para essa festa em. - Vim Gigante Diesel pediu. - Você tem
futuro garota. - Ele emendou.
– Cara, isso é surreal. - Murmurei fazendo Tom gargalhar.
– Hey garoto do piano, você toca muito bem também. - Kate o elogiou.
– Obrigado. - Murmurou envergonhado. Ele veio para o meu lado, fazendo
Tom sorrir.
– São namorados? - Abrir minha boca para dizer não, mas ele foi mais rápido.
– Algo do tipo. - Olhei incrédula para ele.
– Foram um lindo casal. - Kate elogiou.
– Obrigado. - Ele agradeceu, eu o olhei de cano, e aquilo nada mais
significava do que "Você vai ver só depois"
– AHHHHHHHH, eu amo você George e você também Vin. - Alice voltou a
falar e se jogou nos baços deles.
Nossa tietagem com os famosos não agradou em nada, Jasper e Edward. Os
dois disputavam um campeonato de quem esticava um bico maior. Eles nos
arrastaram para a boate sem ao menos nos deixar nos despedirmos direito dos outros.
Enquanto Edward ficava incomunicável comigo, eu bebia muita tequila com
gelo e limão, assim como o resto dos Cullens e a banda.
Conseguimos acabar com mais de três litros de tequila em menos de uma
hora. Sim, eu estava para la de Bagdá. E quando isso acontecia eu me sentia livre,
leve e solta para dançar, e na minha cabeça de bêbada, eu fazia aquilo com perfeição.
Tentei duas vezes conversar com Edward, mas aquilo foi em vão, ele se
recusava a desemburrar. Eté Jasper já tinha desencanado e estava aos beijos com
Alice.
E como eu era ignorada, eu descontava minha frustração na tequila. Então eu
bebia e dançava e comemorava com os outros a minha contratação.
– Bella, agora você precisa dizer algo para a câmera, poxa você vai ficar
famosa, diga algo. - Emmett ainda não tinha largado a câmera.
– Olá câmera amiga, eu estou feliz por ter sido contratada por Tom Cruise e
Kate Holmes. Então um salve para os dois. Aléém de muiiitoo feliz, eu estou muitooo
bêbada, gente tequila é tudo não é não? Eu amo tequila, se eu ficar famosa como você
diz Emm, vou pedir muita tequila no meu camarim.
Outra coisa importante. - Virei o que sobrava em meu copo. - Se quando eu
for famosa, Edward esticar o bico assim por qualquer coisa. Juro que vou deixar ele
de castigo em casa, no cantinho do pensamento.
Poxa gente, todo mundo ai, se divertindo, se pegando, se beijando no maior
agarramento, e ele lá, bicudo. E quem sofre as consequências sou eu. Ô mundo cruel
viu. - Eu tinha cansado de falar para a câmera, e ao ouvir o DJ tocando Lady Gaga,
abandonei tudo e fui dançar. Eu me remexia para cima e para baixo ao som de Bad
Romance, remixado, quando senti uma mão em meu ombro.
– Oi... - Uma voz masculina falou bem próximo ao meu ouvido, me virei e o
encarei.
– Oi? - Perguntei tentando lembrar se o conhecia. Ele era loiro, alto, meio
magrelo, e eu estava alcoolizada de mais para ver a cor dos olhos dele.
– Sou Johnny, prazer. Te vi tocando lá fora, você arrasou. - Eu sorri
agradecida.
– Obrigada. Sou Bella. - Ele sorriu.
– Realmente o nome faz jus a pessoa. - Eu ri. - Está sozinha?
– Não, estou com todo esse pessoal, e isso me faz te perguntar, como
conseguiu entrar no camarote? - Ele riu.
– Isso me faz responder, que tenho meus meios. - Balancei a cabeça
concordando, enquanto tentava formular uma resposta..
– É uma boa resposta. - Ele ria demais.
– Então, além de estar com todo esse pessoal, está com alguém em especial? -
Edward.
– Comigo, para ser mais exato. - Eu tinha aberto minha boca para responder,
mas ele apareceu de repente e fez aquilo por mim. Sorri afirmando com a cabeça.
– Desculpe, eu não sabia. - Ele pediu para Edward. - Foi bom conhecer você
Bella.
– Nos vemos por ai John. - Falei alegre e ele se foi.
Quando me virei para Edward, para quem sabe beijá-lo e ir embora, ele já
tinha me dando as costas. Se eu não estivesse bêbada talvez o ignorasse, mas como eu
estava bêbada resolvi tirar satisfação e marchei atrás dele. O puxei pelo braço, até que
consegui que ele me olhasse.
– qual a porra do seu problema? - Esbravejei.
– Meu problema? Você estava toda saidinha para cima dos caras famosos, e
depois esse ai chega e você fica toda sorrisinhos.
– Você é um idiota Edward. Eu sou fã daqueles caras, e eu não me joguei para
cima de nenhum deles. Eu só os estava conhecendo, ouviu bem? E Johnny veio falar
comigo, queria que eu fizesse o que? Desse as costas e não respondesse nada? ME
RESPONDE, COM QUANTAS VADIAS VOCÊ FALA POR DIA? - Eh amigo, a
sorte é que o som da boate estava muito alto.
– Eu não gosto de te ver falando com eles. - Ao perceber o quão irritava eu
estava ele mudou o tom de voz.
– ÓTIMO. Eu não gosto de muitas coisas, mas eu tento me controlar,
principalmente quando eu vejo o quão absurda estou sendo.
– Ok me desculpe ok? Eu exagerei, mas eu não gosto de ver você falando com
outro cara. - Eu suspirei, sentindo suas mãos me puxarem para perto.
– Por que não gosta? - Questionei.
– Você está bêbada. - Ele abriu um sorrisinho.
– Não respondeu minha pergunta. - Ele suspirou.
– Porque eu sinto ciúmes. Tenho ciúmes de você. - Aquilo me fez sorrir.
– E por que tem ciúmes de mim? - Perguntei fazendo charme.
– O que você quer ouvir Bella? - Murmurou beijando o meu pescoço. Passei
meus braços em volta do pescoço dele.
– Quero ouvir, ouvir o que sente por mim.
– Se eu contar, você vai fugir. - Eu sorri.
– Não, eu não vou fazer isso. - Eu mal conseguia andar em linha reta, imagina
fugir. Eu já nem sabia direito meu nome.
– Porque acha que eu tenho ciúmes? - Ele voltou a beijar meu pescoço.
– Você gosta de mim? - Ele riu e assentiu. Eu sorri. - Muito? Tipo assim? - Eu
abri os braços mostrando o tamanho, aquilo o faz gargalhar.
– Maior, bem maior. Acho que não tem fim esse tamanho. - Meu sorriso se
alargou ainda mais.
– Você me ama? - Lembrei que alguém tinha me dito que nós nos amávamos,
então resolvi perguntar. Ele suspirou.
– Amo. - Eu senti meu coração bater forte. - Amo muito, cada dia mais.
– Mesmo? - Perguntei empolgada com um sorriso quase maior que o rosto?
– Mesmo Bella. Eu amo você. - Meu rosto estava entre suas mãos. - E é uma
pena, você estar bêbada, porque isso vai fazer com que não lembre amanhã.
– Eu não estou bêbada. Você é meu amor Edward. - Murmurei antes de
abraçá-lo.
– Diz de novo? - Ele pediu me apertando entre seus braços.
– Você é o meu amor Edward, o meu amor, só meu e de mais ninguém.
– Você também é o meu amor Bella, meu verdadeiro amor. A pessoa que me
ensinou o significado dessa palavra. - Foi isso que ele murmurou antes de me beijar.
Capítulo 36 Enxergando a verdade... Part 2

...Acordei como uma ressaca de cão, sem fazer ideia de onde estava, que dia
era, se era noite ou dia. Minha cabeça parecia que explodiria.
Abri os olhos e vi Edward dormindo ao meu lado, tranquilamente, percebi que
estávamos em nosso quarto.
Tentei lembrar de como fui parar lá, mas nada vinha em minha mente, era
com se simplesmente não tivesse existido.
Me perguntei muitas vezes o por que eu bebi tanto. Bebi como se as tequilas
estivessem extintas, e as da noite anterior fosse as últimas existentes no mundo. E por
falar em mundo, talvez o mundo estivesse girando.
Além da dor de cabeça, eu estava sentindo uma imensa vontade de chamar
meu grande amigo Hugo. Eu arrumei forças não sei da onde e levantei, cambaleei
toda torda e sem muita força até o banheiro. Quando meus olhos bateram na privada,
a minha vontade de por tudo para fora triplicou, e eu corri até ela com a mão tapando
a boca. Assim que me joguei de joelhos diante dela, o Hugo apareceu. E eu fiquei lá,
agarrada a ela por um bom tempo. Vomitei tudo e mais um pouco. Quando a ânsia
passou e percebi que não tinha mais nada para por para fora, eu literalmente me
arrastei até o chuveiro.
Me pus de pé e forcei minhas pernas trêmulas a me aguentarem, liguei a
ducha na água gelada e fique uns dez minutos lá debaixo, tentando amenizar um
pouco daquela ressaca maldita.
Depois de sair do banho eu me apoiei na pia afim de escovar os dentes. Levei
a mão até a testa, para colocar meus cabelos para trás, foi quando senti um metal
gelado na minha pele. Me olhei no espelho, e meus olhos pararam no meu dedo
anelar esquerdo, aonde se encontrava uma grossa e larga aliança de ouro.
Lentamente eu tirei os olhos do espelho e levantei a mão esquerda, não era
uma miragem, realmente tinha uma aliança lá, cravejadas de pedrinhas que se não
eram reais, eram uma imitação perfeita de diamantes.
Eu ainda não tinha começado a raciocinar sobre aquele anel, quando o
Edward apareceu no banheiro.
– Bom dia. - Ele estava todo sorridente.
Em vez de responder qualquer coisa, meus olhos foram logo para as mãos
dele, e sim ele tinha um anel aparentemente idêntico ao meu, em sue dedo anelar
esquerdo.
Não, não, não podia ser. Aquilo só poderia ser, uma brincadeira de muito,
muito mal gosto. Só podia ser aquilo, eu me recusava a pensar no que significavam
aquelas alianças em nossos dedos.
Caminhei até o quarto, completamente confusa. Me sentei na cama, eu estava
ruim, me sentia tonta, minha cabeça doía horrores, assim como meu estômago e
aqueles anéis só pioraram as coisas. Edward surgiu na minha frente, e me analisou
por um bom tempo.
– O que foi? - Eu apontei para o anel dele e mostrei o meu.
– O que aconteceu? - Eu tinha certeza que não queria saber daquilo, mas
precisava. Ele voltou a me encarar por algum tempo e por fim suspirou.
– Você bebeu demais. - Aquilo era óbvio.
– Disso eu sei, você sabe que não é sobre isso, a minha pergunta.
– Você bebeu demais, nós passamos em frente a capelinha do hotel. Alice deu
a ideia de nos casarmos, e você achou aquilo o máximo. Então casamos. - Deus,
aquilo não podia ser verdade, não podia estar acontecendo. Eu rezava para que fosse
um pesadelo, não, eu nunca iria achar a ideia de casamento o máximo.
– Isso é uma brincadeira? - Eu nem brigaria com ele se fosse, eu só respiraria
aliviada. Mas ele balançou a cabeça negando.
– Não, Emmett gravou tudo, se não acredita, pode assistir. - Ahh eu estava
acabada. Casada? Eu? Meu pai me mataria, nós precisávamos desfazer aquilo o
quanto antes.
– Você, eu não lembro de ter bebido. - Pensei alto.
– Eu não bebi. - Aquilo não fazia o menor sentido, ele não bebeu e aceitou
uma insanidade daquelas? Edward era louco?
– Por que fez isso? - Ele conseguiu me irritar. - Não acredito que aceitou isso.
Você é louco. - Esbravejei.
– Por que? Quer mesmo saber por que? - Por que ele parecia bravo? Eu que
tinha que estar brava e não ele.
– Mas é obvio que quero. - Respondi jà com a voz alterada. - Se não estava
bêbado por que diabos fez isso?
– Por que eu amo você. - Ele respondeu imediatamente. - Porque eu te amo,
eu te amo. Eu te amo Bella. - As palavras que estavam prestes a sair da minha boca,
foram esquecidas ao ouvir aquilo. O que ele tinha acabado de dizer, ecoava na minha
cabeça.
Aquilo só podia mesmo ser um pesadelo, e eu tentava a todo custo acordar.
Edward disse que me amava? Ele sabia que não podia me amar, ele não podia.
Amar mudava tudo, sentimentos mudavam tudo. Eu balançava minha cabeça
negativamente, e freneticamente, negando aquele absurdo dito por ele.
– Não. - Murmurei em um fio de voz. - Você não pode. - Continuei.
– Mas eu amo. Eu amo e não posso mais esconder isso. - Ele tentou se
aproximar, mas eu me afastei.
– Você não me ama. - Eu impus aquilo. - Você não me conhece, você não
pode me amar. - Comecei a me desesperar.
– Isso é absurdo Bella. Pare com isso e me ouça, não seja covarde. - Me virei
furiosa para ele.
– EU NÃO QUERO OUVIR. VOCÊ SABIA DESDE O COMEÇO QUE
ISSO NÃO PODIA ACONTECER. FICOU TUDO BEM CLARO, DESDE O
COMEÇO. - Ele me segurou pelos ombros e me chocalhou.
– MAS ACONTECEU E EU TE AMO. - Ele alterou a voz também. - Eu te
amo por você ser assim tão teimosa e irritante. Amo por você ser verdadeira, amo por
ser divertida, por ser gulosa, por não se importar com o que os outros pensam, por me
fazer sorrir, por amar a minha filha, por me tornar um homem melhor. Amo porque
desde que apareceu, minha vida parece ter começado a fazer sentido. Amo porque
perto de você eu me sinto feliz e completo, amo porque só você sabe me beijar e me
tocar. Amo porque te amo.
Eu não sei como aconteceu, talvez tenha te amado desde de o primeiro dia que
te vi, quando você parecia tão indefesa e triste, e eu quis te proteger. Ou desde aquele
dia na praia, quando nos beijamos, e eu percebi que não conseguiria viver mais sem
seus beijos. Ou talvez, desde a nossa primeira vez, quando eu tive certeza, que
precisaria de você para sempre.
Eu não sei ao certo desde quando, ou porque, só sei que não aguento mais
ficar com isso só para mim, é um sentimento grandioso e eu não estou conseguindo
mais escondê-lo.
Ontem quando você me propôs casamento, eu sabia que estava bêbada, eu até
tentei te convencer de não casarmos. Só que seus olhos Bella, eles se conectaram nos
meus e você me disse: “Por favor amor, eu quero tanto me casar com você." Eu
simplesmente não consegui mais negar.
Eu declarei meu amor ontem, você sorriu e me disse: “faz amor comigo
Edward.” Eu vi Bella, juro para você que eu vi amor nos seus olhos também. -
Edward ainda me segurava, eu não tinha o que dizer.
Meu cérebro processava toda aquela declaração, que ele tinha feito. Tudo
aquilo martelava na minha cabeça, que doía cada vez mais.
Edward me olhava ansioso, esperando que eu dissesse algo. Mas o que ele
queria ouvir, infelizmente eu não podia dizer. Talvez se tivéssemos nos conhecido
antes, se ele tivesse conhecido aquela outra Bella, sonhadora, ai sim. Eu tinha certeza
que daria certo, as coisas com Edward eram simples e fáceis. Ele era perfeito, mas
não podia ser.
Ele não me amaria se ele soubesse da verdade. E ele estava ali na minha
frente, era só eu abrir a boca e contar. Ser verdadeira como ele tinha sido comigo. Era
só contar e pronto, estaria tudo acabado. Mas ao invés de fazer isso, eu me afastei.
Coloquei uma roupa qualquer, peguei uma mochila e joguei meus documentos
dentro.
– Desculpe Edward, eu não posso fazer isso. - Foi tudo que eu murmurei,
antes de sair do quarto.
Andei apressada por aqueles corredores, apertei o botão do elevador
incontáveis vezes, meus pés batiam freneticamente contra o chão. As palavras de
Edward continuavam martelando na minha cabeça.
– Hey Cullen, aonde vai? - Emmett aparece não sei de onde.
– Estou voltando para Malibu, fique com Edward e leve as minhas coisas. -
Falei bem séria, como nunca tinha falado. Emmett pela primeira vez desde que o
conheci, não disse nenhuma gracinha e me observou sério.
O elevador finalmente tinha chego.
– Você também o ama. - Sorri triste e entrei no elevador.
Peguei um táxi, que me levou até o aeroporto. O próximo voo para LA, sairia
dali trinta minutos.
Eu estava me sentindo péssima. Péssima pela ressaca, péssima por Edward,
péssima pela minha maldita vida. Péssima por magoar as pessoas.
Graças a um garoto ao meu lado que me cutucou e apontou para meu celular,
que quase gritava, eu descobri que ele estava tocando. Nem me dei ao trabalho de ver
quem era, só que depois da quinta tentativa, e de ver o garoto bufando ao meu lado,
eu resolvi atender. Com certeza era Alice, e com certeza estava furiosa.
– Não me culpe ok? Já me sinto culpada suficiente.
– Mas eu só queria saber por onde anda. - Era a voz de Nando.
– Oi Nando. - Eu não tinha nem vontade de abrir a boca.
– O que aconteceu Isa? - Perguntou preocupado.
– Ah você sabe, minha vida é uma merda. Não vamos falar sobre isso. - Ele
ficou em silêncio, assim como eu.
– Está aonde? Eu estou nos Estados Unidos a passeio. Especificamente em
Los Angeles.
– Estou pegado um voo para voltar para Los Angeles, estou em Vegas agora.
Meu voo sai daqui meia hora. - Murmurei.
– Vou te esperar no aeroporto então. Você vai me contar seu problema. -
Talvez fosse bom desabafar.
– Ok. Até mais tarde. - Não esperei por respostas só desliguei o celular.
Eu não contei o tempo que demorei de Vegas a LA, na verdade eu nem sabia
se era de manhã ou de tarde. Eu me sentia meio que um zumbi, ouvi as vozes e
seguia.
Edward não saía da minha cabeça por um segundo sequer, e o problema, é que
alguns momentos que eu vivi com ele, também me invadiam.
Nando estava me esperando, como disse que ia estar, sem dizer nada eu me
joguei nos braços dele, e fiquei lá por um bom tempo.
Ele me rebocou até uma cafeteria onde tomei um café forte e preto. Lá eu
relatei o show da noite anterior, contei que tinha sido contratada por Tom Cruise, e
contei da minha bebedeira.
– E por que está com essa cara? O que aconteceu de mau? - Eu suspirei e tirei
o anel do meu bolso, entregando para Nando.
– Bebi demais e acabei casando com Edward. - Ele deu uma enorme
gargalhada, e eu assisti em silêncio.
– E por isso está assim? É só um papel Isa. - Falou, quando finalmente acabou
de rir.
– Ele disse que me ama. Edward não estava bêbado quando casamos. Ele
disse que casou comigo porque me ama.
– Continuo não vendo problema. Você também o ama. - Falou como se fosse a
coisa mais óbvia do mundo.
– Não amo. - Ele acabou de comer seu bolo tranquilamente, e então fixou seu
olha em mim.
– Acredite, não está enganado a mim. Está enganado você mesma. É óbvio
que o ama, está na sua cara.
Você o ama Isa, mas do que possa imaginar. Se não o amasse não teria se
preocupado em achá-lo antes da contagem regressiva no réveillon. Se não o amasse,
não teria ficado com ele na frente da sua família. Se não o amasse não teria se
deixado fotografar aos beijos com ele. Se não o amasse não teria cantado aquela
música melosa para ele, e muito menos teria me mandado traduzir. Se não o amasse,
não teria o deixado chegar tão perto. Se não o amasse Isa, mesmo bêbada, não teria
aceitado se casar com ele, e não teria fugido assim, como o diabo foge da cruz.
Mas você o ama, ama tanto quanto ele te ama, essa é a verdade, a verdade que
por puro medo, você não quer ver. - Neguei com a cabeça.
– Não você está errado, eu só me preocupo com ele, é diferente. - Nando
sorriu.
– Você se preocupa com ele como se preocupa com Emmett, ou Jasper?
– É diferente. Emmett e Jasper não são tão unidos a mim. - Ele voltou a sorrir.
– Vocês são um casal Isa. Vocês praticamente moram juntos, vocês não ficam
com ninguém, vocês se olham com olhares apaixonados. Você trata a filha dele, como
sua filha. Isa, Edward não é Jacob, liberte-se disso, e deixe-se viver.
– Eu sei que ele não é Jacob. E eu não tenho medo de nada, só não o amo. -
Nando bufou.
– Me responda, com que frequência pensa em Edward? - Rolei os olhos. - Me
responda. Só faça isso. - Suspirei.
– Eu não sei. Quando não estamos juntos eu penso frenquentemente, eu acho.
- Ele assentiu.
– Sente falta dele quando ele está distante? - Bufei. - Vamos Isa, seja sincera
com você.
– É, eu sinto.
– E se ele demora, você fica de mau humor?
– Fico.
– Quando vai fazer alguma coisa, a que pergunta a opinião primeiro?
– Edward.
– Quando vê ele conversando com outra mulher, o que sente? - Eu odiava vê-
lo conversando e sorrindo para outra mulher.
– Raiva.
– Quando ele se aproxima, seu coração dispara?
– É, dispara. - Céus, talvez eu estivesse ferrada.
– Quando ele te liga, você sorri feito idiota? - Balancei a cabeça afirmando. -
E quando não liga?
– Eu fico angustiada. - Murmurei, pensando sobre aquela loucura toda.
– Então pense Bella, pense, você não sentiria essas coisas, se não o amasse.
Quem senti isso por um simples relacionamento baseado a sexo? Me responda. - As
palavras de Nando faziam minha cabeça doer ainda mais. - Me responda, anda. Me
responda o que sente, não seja covarde. Responda para você mesma, você também
precisa saber da resposta. - As perguntas dele, as minhas respostas. Os sentimentos
que eu escondia de mim. Eu ficaria maluca.
– Eu não sei Nando, eu não sei. Estou confusa, minha cabeça está prestes a
explodir, não me sinto bem. Preciso pensar. - Ele suspirou e balançou a cabeça
negativamente.
– Tudo bem, vamos pegar um táxi te deixo em casa. - Ele parecia
decepcionado.
– Não. Em casa não, eu não vou ter paz. Tudo que eu preciso é me livrar dessa
dor de cabeça, e depois tentar por as coisas no lugar.
– Estou em um hotel, tem dois quartos, um está vago, se quiser pode ficar lá. -
Suspirei e o encarei.
– É, eu quero. - Nando pagou a conta e nós fomos. Antes paramos na farmácia
para comprar remédios para dor de cabeça.
Ao chegarmos no hotel, ele fechou a porta que dividia o meu quarto do dele,
travei e fui para o banho, com a cabeça a mil.
Coloquei o roupão do hotel e depois me joguei na cama, mirando o teto. A
música melosa que Nando ouvia, não contribuía em nada comigo.
http://www.youtube.com/watch?v=t5DMiz6H2no
Suspirei e fechei meus olhos, me permitindo deixar nossos momentos
invadirem minha cabeça por completo.
“Você pode me ouvir? Por favor abra os olhos.”
“Você é o irmão da Alice?”
“É o que meus pais dizem. Edward Cullen, prazer.”
“Ele gosta de você.”
“Eu também gosto dele, nós somos amigos, ou pelo menos eramos. Você está
bem?”
“Nunca estive melhor. Ele não gosta de você só como amiga Bella. Ele está a
fim de você.”
“Você é linda. Você me atrai Bella, de uma maneira única, é uma atração
diferente de todas as que eu já senti, é uma coisa que eu não consigo explicar, eu
tenho medo de ficar louco.”
“Por onde você andou esse tempo todo Bella?”
“Você sabia que o sol tem uma história de amor?”
“Eu poderia te viciar em alguma coisa mais saudável, sabe? Que com certeza
me deixaria em primeiro plano.”
“Edward Convencido Cullen, você está apaixonado? Quem é a garota em?
Edward tá apaixonado, Edward ta apaixonado!!!! É loira ou morena em? Se for
loira você pode ensinar ela a montar o quebra cabeça de sucrilhos”
“Não me faça uma pergunta, na qual você não quer saber a resposta Bella.”
“Por que eu brincaria disso?”
“Porque você não tem mais nada para fazer, porque você não consegue
dormir, porque você está triste e isso seria uma distração, porque você não negaria
isso para um garoto de 15 anos, e o mais importante, porque você vai ficar sabendo
mais sobre mim.”
“Você gostou de me beijar?”
“Sim... E você, gostou de me beijar?”
“Foi a melhor boca que eu já beije. Foi o melhor beijo que eu já provei.”
“Deixa de ser idiota e convencido Edward, eu não quero ficar com ele e isso
não é por sua causa. Eu não quero me envolver com ninguém, ao menos que role
uma atração física forte, muito forte. Alec, é lindo, mas não rola isso.”
“Já encontrou alguém, com quem role essa tal atração?”
“Bom, existe um cara... Um vampiro... Marrento, brigão, convencido e dono
de uma proposta indecente e muito tentadora.”
“Fiquei sabendo, que uma garota... Uma estudante... Extremamente linda,
sexy e gostosa, faz o tipo desse tal vampiro.”
“Edward... Está de olho em você.”
“Ele está com Jéssica.”
“Mas parece que é em você que ele está interessado.”
“Ele se interessa por todas.”
“Ele não olha para todas do mesmo jeito que ele olha pra você.”
“Se você não quer beijos, não deveria me provocar desse jeito.”
“Talvez eu tenha mudado de ideia. Eu aceito, aceito sua proposta.”
“Você me deixa louco, me faz perder a noção.”
“Isso é ruim?”
“Seria... Se não fosse com você.”
“Olha, se você fosse...se você realmente fosse uma viciada, eu arrumaria um
jeito de confiar em você. Juro que arrumaria, acredite em mim.”
“Pensei que talvez você já estivesse chego, e quem sabe você também
estivesse fazendo nada como eu. Resolvi vir até aqui para quem sabe fazermos nada
juntos.”
“Eu me sinto um adolescente inexperiente, tendo seu primeiro encontro. Você
destrói todas as minhas defesas Bella.”
“Prefiro as revoltadas, que usam all star, camisetas, tocam guitarra e cantam
rock. Além de serem muito gulosas.”
“Sinto falta dos seus beijos, do seu corpo, do prazer que me proporciona.
Você é diferente de todas as outras, soube disso desde o primeiro dia. Quando
te vi desacorda lá no chão.”
“O que veio fazer aqui?”
“Essa é fácil. Vim buscar minhas garotas”
“Edward, você não imagina o quanto é difícil para mim dizer essas coisas.”
“Ok, você não precisa dizer isso”
“Você é importante para mim. Eu me importo com você. E isso vai contra
meus princípios.”
“Isso é ruim?”
“Talvez. Eu prometi para mim mesma, nunca mais me importar com ninguém.
Mas eu não consigo controlar, simplesmente me importo.”
“Conte comigo sempre, para qualquer coisa. Eu posso ser o que você quiser.
Amigo, ouvinte, conselheiro, palhaço, posso cantar, contar piada, e até correr. É só
você me dizer o que quer.”
“Dança comigo?”
“Por que?”
“Porque é seu aniversário, e eu gosto de dançar com você.”
“Para você nunca esquecer de nós dois. O outro está sem foto, o dia que você
encontrar alguém que conquiste seu coração você põe ai.”
“Acho que eu já te disse isso, mas não custa dizer de novo. Você é o cara
mais legal que eu já conheci.”
“E você, é a mulher mais incrível que eu já conheci. Acho que Jasper tem
razão quando diz que foi Deus quem mandou você.”
“Se ele fez mesmo isso, fez porque sabia que eu encontraria você. Eu
precisava encontrar você.”
“Você vai ficar comigo para sempre, não vai?”
“Enquanto me quiser, vou estar aqui.”
“Então reserve os próximos 200 anos para mim.”
“Já disse que adorei a música que cantou para mim?”
“Já, mas já faz muito tempo.”
“Eu adorei a música que cantou para mim.”
“Eu teria um filho com você.”
“Por que?”
“Porque você é linda e teimosa. Porque é gulosa, porque me ensinou a gostar
de brigadeiro, porque só você me surpreende. Porque me faz sorrir e sonhar, porque
quando estou com você, eu me sinto o homem mais feliz e completo do mundo.
Porque não existiria uma mãe para meus filhos, melhor do que você Bella. Você é
perfeita. E eu adoraria ter uma filha assim, idêntica a você, completamente igual a
você, não só fisicamente, gostaria que ela herdasse até sua teimosia, muitas vezes
irritante.”
“Você me ama? O meu coração dispara cada vez que você chega perto. E
meus olhos, eles não veem mais ninguém quado encontram você. Seus abraços, eles
são únicos, é só eles que meus braços querem. Eu não sei explicar direito.”
“Diz para mim amor, diz que também sente a mesma coisa. Diz?”
“Eu sinto Edward, sinto a mesma coisa. Mesmo não devendo sentir, eu sinto.”
“Diz que me ama?”
Abri os olhos lentamente, mas eu já não conseguia mais enxergar o teto, as
lágrimas que rolavam, deixavam tudo embaçado. Eu sorria, sim eu sorria entre as
lágrimas, sorria por ter descoberto, e sorria de nervoso, por não saber direito o que
fazer.
– Sim Edward, eu amo você. - Murmurei tentando me livrar das lágrimas. - Só
uma imbecil como eu, para não querer enxergar, que é amor. – Eu era uma toupeira,
não até uma toupeira era mais inteligente.
Claro, tudo aquilo tinha uma explicação óbvia. A tal descarga elétrica, a
sensação de me sentir completa, a sensação de me sentir segura, os ciúmes, os beijos
e abraços e a felicidade constante.
Eu me enganei aquele tempo todo, não me permiti pensar sobre aquilo,
porque se parasse para pensar, eu chegaria a conclusão que eu o amava.
O amor que eu sentia por ele, era diferente de todos que eu senti ou sentia por
outras pessoas. Era mais forte, e se tornou gritante.
Era impossível saber quando ou como aconteceu, talvez tenha acontecido
quando ele me fez sorrir, em um momento que eu me sentia triste. Ou quando me
abraçou apertado e de algum jeito me fez sentir segura e protegida. Talvez quando
parou para me ouvir, e sofreu junto comigo. Ou quando me olhou nos olhos e me
disse que eu poderia contar com ele para qualquer coisa. Quem sabe por todos esses
motivos juntos e mais alguns.
Dizem que o amor é algo inexplicável, não dizem? Não seria eu quem tentaria
entender ou explicar como aconteceu.
O que eu prometi a mim mesma que jamais aconteceria, aconteceu. Eu o
amava, amava de diversas formas diferentes, amava e não podia fazer nada contra
aquilo. Eu brinquei com o fogo, e teria que encarar as consequências.
Edward, ele me odiaria ao saber a verdade, e a verdade precisava ser dita. Eu
não podia esconder a verdade, não da pessoa que eu amava. Só que a verdade fez
meu choro aumentar. É difícil você finalmente entender que ama uma pessoa, e ter
que perdê-la por erros que cometeu antes de conhecê-la.
Levantei dali brava, irritada comigo, com a minha vida, com a merda do meu
passado, com a minha lerdeza, com minha idiotice de ter aceitado uma proposta
daquela, e com ódio de mim por saber que eu sofreria, e muito.
Tentei abrir a porta do quarto para sair dali, mas ela não abriu. Aquilo foi
suficiente para descontar toda minha frustração, eu comecei a esmurrar a porta com
força e raiva.
– DROGA, DROGA. QUE MERDA DE VIDA É ESSA? - Eu xingava
berrando, enquanto socava e chutava a porta. - POR QUR TUDO TEM QUE SER
SEMPRE TÃO DIFÍCIL?
– Isa? - Nando chamou assustando do outro lado. - Abre a porta. - Ele pediu.
Esmurrei de novo aquela porcaria e parei.
– Essa merda não abre. - Resmunguei.
– Tente destravá-la, vai ajudar. - Claro, a idiota tinha travado. O próprio
Nando ao ouvi-la ser destravada a abriu.
Eu estava de olhos fechados, tentando controlar as lágrimas, mas era
impossível, então os abri e encarei Nando, que sorriu e me puxou para seus braços.
– Antes tarde do que mais tarde ainda. - Ele murmurou, afagando meus
cabelos. Com certeza ele concluiu que eu finalmente tinha descoberto.
Eu o abracei forte.
– Isso não podia ter acontecido. - Resmunguei.
– Era um risco que corria ao se envolver.
– E agora? - Perguntei deixando mais lágrimas escaparem.
– Bom.. - Ele suspirou. - Agora acho justo você o procurar e admitir. Acho
que ele vi ser o cara mais feliz do mundo. - Balancei a cabeça negativamente.
– Não. Ele vi me odiar, ele odeia gente do meu tipo. Ele odeia ex drogados,
ele odeia Nando, odeia muito. Eu vi nos olhos dele.
– Ele não vai te odiar Isa. Se odiar é porque ele não te conhece. Se ele fazer
isso é porque não merece seu amor.
– Ele vai me olhar com desprezo, vai sentir nojo de mim. Eu vi, vi o ódio que
se instala nele quando ele fala de pessoas que usam ou usaram drogas.
– Você não usa mais, se ele conviveu com uma pessoa que usou, ele vai ver
que você não é uma drogada Isa. - Ele se soltou do abraço e me encarou.
– Olha, você vai ter que encarar essa. Vai ter que pagar para ver, você não
pode ficar aqui trancada fazendo suposições. Faça sua parte, conte a verdade, diga o
que sente, ele merece ouvir o que você sente, ele merece ouvir a verdade.
Vocês estão se enrolando a quase um ano, mentindo para vocês mesmos. Está
na hora de colocar um ponto final nisso, ou começarem uma linha nova. Mas vocês
não podem continuar nesse impasse.
Se tem uma coisa que você nunca foi, essa coisa é covarde, não vai se
acovardar agora. Você vai até ele, de cabeça erguida e você vai contar, vai contar
tudo. - Suspirei e limpei as lágrimas com os braços. As palavras de Nando faziam
total sentido, aquilo precisava acabar, de um jeito bom ou mal, mas precisava acabar.
E era melhor eu me arrepender de ter contado tudo, do que ter ficado quieta pensando
em como poderia ser.
– Tem razão. Eu preciso falar com ele. - Nando sorriu.
– Vou chamar um táxi. - Sorri fraco.
– Vou por minhas roupas.
Quinze minutos depois eu estava dentro do táxi, torcendo para que pelo
menos uma vez na vida, a minha vida desse certo.
Já estava anoitecendo, e por incrível que pareça, não demoraria a chover, na
sempre ensolarada Califórnia.
Antes de ir até Edward, eu passei em casa, precisava pegar uma foto.
Encontrei com Alice deitada sofá.
– Bella? Pelo amor de Deus, aonde se meteu? Eu estava tão preocupada, seu
telefone só caía na caixa. - Ela tinha um semblante sério e preocupado.
– Precisava de um tempo Alice. Um tempo para pensar em tudo. - Murmurei a
encarando. Ela pareceu meio espantada quando viu meu rosto.
– Estava chorando? - Só ouvir a palavra chorando fazia eu ter vontade de
chorar de novo. Olhei para cima e pisquei para evitar que as lágrimas caíssem.
– Estava. - Murmurei com a voz embargada. Ela levantou-se do sofá e veio ao
meu encontro. Ela tentou me encarar mas desviei o olhar. Então ela só me abraçou, o
que fez minhas lágrimas voltarem. - Pode me dizer, como fui tão cega? - Murmurei a
abraçando.
– No fundo você sempre soube, só tinha medo de admitir para si mesma. - Eu
funguei e me soltei dela.
– Preciso falar com Edward. - Ela limpou minhas lágrimas.
– Ele está em casa, meio incomunicável com o mundo, se é que me entende. -
Eu imaginava. Não era todo dia que uma pessoa casava e horas depois a mulher
fugia.
– Só preciso pegar uma coisa no meu quarto, depois vou lá. - Ela assentiu. -
Alice, ligue para Rose, ligue e peça para vir aqui. Diga a ela que eu pedi, pedi para
ela te contar tudo, toda a verdade.
– Se a verdade a qual se refere é sobre seu passado, eu já sei. - Ela sorriu
fraco. - Acha mesmo que eu não me informaria por qual motivo você é tão assediada
no Brasil? - Alice me deixou sem reação.
– Acha que consegue me perdoar? - Outra lágrima escapou. Alice sorriu fraco.
– Perdoar o que Bella? Você nunca nos fez nada de mal, pelo contrário, você
fez com que nossas vidas voltassem ao normalidade. Você fez meu irmão enxergar a
filha, Bella. Você ama aquela garota, como se fosse a sua filha. Você fez o pai de
Rose, enxergar Emmett. Você arrumou uma solução para que eu não precisasse casar.
Você me fez usar uma camiseta. - Eu acabei sorrindo.
– Vocês são muito importantes para mim Alice, todos vocês, sem exceções.
Obrigada por tudo. - Ela tinha lágrimas nos olhos também.
– Vai dar tudo certo Bella. Você não é Kate, e Edward sabe disso.
Quando eu descobri tudo, eu ainda estava lá no Brasil, e eu fiquei chocada,
porque eu jamais imaginei que um dia você tinha usado drogas. Eu tive que perguntar
para o seu pai, se aquilo era realmente real. Ele me confirmou e me contou tudo.
Eu tenho orgulho de você Bella, orgulho por você ter conseguido. Eu sei que
não é fácil, todos da minha família sabem. Mas você me provou que é possível, que é
só preciso ter força de vontade. E eu me lamentei, por Kate não ter tido a vontade que
você teve. - As lágrimas dela, também caim.
– Não foi fácil. - Foi tudo que murmurei.
– Eu sei que não. Mas você conseguiu, e coitado daquele meu irmão
cabeçudo, se ele não enxergar isso. - Sorri fraco.
– Eu vou lá, acabar de vez com essa história. - Ela me deu mais um abraço e
beijou meu rosto.
– Vai dar tudo certo. - Como eu desejei ter aquela certeza. Deixei Alice na sala
e fui até meu quarto, peguei a foto que precisava, respirei fundo e fui, com a cara e
com a coragem.
A porta do apartamento dele estava entre aberta, como Alice tinha dito que ele
estava sozinho, eu entrei sem me anunciar. A TV estava ligada, e ao chegar mais perto
percebi que Edward estava deitado no sofá, já que era possível ver seus pés
balançando.
– Ah, eu estou tão feliz. - A voz de Alice, me fez olhar para a TV. Ela estava lá
saltitando com a maior cara de bêbada. - Eu te disse que você seria minha cunhada,
não disse? - Ok, se a cara de Alice era de bêbada, ainda não tinham inventado um
nome para a minha. Era o vídeo da noite anterior, acho que era o vídeo do meu
casamento.
– É, disse eu me lembro que disse. Ela disse sabia Edward? - Edward riu. Ele
estava lindo como no começo da festa, e aparentemente sóbrio, também como no
começo da festa.
– Sabia, ela me disse também. - Paramos na frente de nosso quarto. No vídeo
era só possível ver Edward, Alice e eu, mas pelas vozes Rose e Jasper estavam
presentes. Além é claro do câmera men Emmett.
– Edward, diga alguma coisa para sua mulher, antes de entrarem para noite de
núpcias. - Emmett incentivou, mas Edward nada disse.
– Vamos Edward, estou esperando. Seja romântico. - Pedi, o fazendo sorrir.
– Você é a mulher mias incrível que eu conheço. - Murmurou. - Eu sei que
essa foi a maior loucura que cometi. Não por casar com você, e sim por você estar
bêbada. Acho que amanhã vai me odiar, mas caso não me odeie eu serei o homem
mais feliz do mundo.
Eu te amo Bella, e acho que só você não enxerga isso. Eu te amo tanto, que as
vezes tenho medo de ficar louco. Eu não aguento mais esconder isso de você, não
aguento mais esconder meu amor.
Eu quero dizer todos os dias para você que eu te amo, e que eu não sei mais
viver sem você. Sem seu jeito mandão e encantador, sem seu jeito tímido e
completamente lindo. Você as vezes é minha menina e as vezes minha mulher, você
sabe as doses certas.
Se caso ao acordar e saber o que aconteceu e mesmo assim não me odiar e me
aceitar. Nós podemos nos casar com você sóbria. - No vídeo eu olhava para ele com
uma cara de boba, que agora era óbvio que era cara de pessoa apaixonada. Já ali, eu
deixei umas lágrimas caírem ao ouvir e ver o jeito carinhoso como ele falava comigo.
– Faça amor comigo Edward. - Eu pedi, e alguém desligou a câmera. Os
chiados invadiram a TV.
– Eu fiz Bella, desde seu aniversário, é isso que eu sempre faço com você. -
Ele murmurou para a TV.
Respirei fundo, buscando força e coragem.
– Eu sei. - Murmurei e fiz minhas pernas andarem até ele. Edward parecia
assustado de me ver ali. Ele sentou-se rapidamente. Parei na frente dele e o encarei. -
Agora eu sei. - Edward pareceu ter chorado tanto quanto eu. A minha vontade era me
jogar nos braços dele, e pedir desculpas por ter fugido, por ter sido idiota, declarar
meu amor e me abraçar a ele até me acalmar. Nos entreolhamos por um bom tempo
sem nada dizer.
– Bella. - Murmurou, talvez um pouco constrangido. - Você está bem?
– Acha que eu pareço bem? - Ele balançou a cabeça negando. Eu voltei a
puxar forte o ar. Me sentei na ponta do sofá, o fazendo se virar para mim. - Edward. -
Soltei o ar e voltei a encará-lo. - Nós precisamos conversar.
– Não precisa ter pena de mim Bella, eu já entendi acredite. Não estou bravo
nem magoado. Você não precisa me explicar nada.
– Por favor fique quieto e me escute, antes que eu perca a coragem e saía
daqui correndo. - Ele balançou a cabeça assentindo e não disse mais nada.
– Edward, eu amo você. - Disse em alto e bom som, sem tirar meus olhos dos
dele. Ele me encarava com uma mistura de incredulidade e surpresa.
– O que? - Perguntou em um murmurio.
– Eu amo você. Por isso... por isso que sinto um choque estranho cada vez que
você me toca. Por isso fico de mal humor quando não está por perto. Por isso meu
sorriso cresce quando aparece. Por isso sinto ciúme das outras mulheres. E por isso
eu canto para você. - Fiz uma pausa puxando o ar.
– Por esse motivo minhas pernas ficam bambas quando me toca, e por esse
motivo meu coração acelera quando você chega. E é por isso o mundo some, quando
estamos juntos.
Por isso, eu não gosto de ver você triste. Por isso, divido a mesma cama com
você quase todas as noites. E é por isso Edward, é por isso que eu consigo dormir
com você. - Eu suspirei. - E com certeza foi por isso, que aceitei essa loucura de
casamento.
Você é um homem maravilhoso, você foi meu amigo quando eu precisei que
fosse meu amigo, e foi meu amante quando precisei que fosse meu amante.
Você me fez rir quando eu estava triste, e me abraçou quando eu senti medo.
Você me ouviu, quando eu precisava desabafar. Você riu das minhas piadas sem
graça. E veio quando eu liguei.
Você ficou comigo todo esse tempo, durante quase um ano, e nunca me
cobrou nada.
Você fez amor comigo durante todo esse tempo, e conseguiu guardar isso só
pra você. Eu não sei como conseguiu, porque agora que eu sei o que eu sinto, isso é
tão gritante, tão forte, tão intenso. Eu sinto vontade de berrar para o mundo que eu
amo você Edward. - Eu já não conseguia mais conter as lágrimas, ele parecia com o
mesmo problema.
– Tenho vontade de gritar que foi você, você o responsável por me ensinar o
que é o amor, por me ensinar a amar, me ensinar a sorrir. Você é o responsável por me
trazer de volta a vida.
Você me salvou, me tirou da depressão, me deixou conhecer sua filha.
A sua filha Edward, é como se fosse minha filha. Ela é a filha que eu não tive.
E você, me deu a oportunidade de viver isso.
Sabe o que eu acho engraçado? Me lembro que no aniversário do seu pai, ele
disse que poderia ficar a noite toda falando de Esme e ainda faltaria tempo. Eu achei
aquilo absurdamente exagerado. Doce engano.
Com toda certeza do mundo, eu conseguiria ficar aqui até amanhã, falando
sobre você. Falando dos motivos pelo qual eu amo você.
É isso Edward, eu te amo, você me mostrou o que é isso, o que é amor. Eu
não consegui manter a promessa que eu me fiz. Não consegui, você é inegável, é
impossível não te amar. - Ele sorria ente as lágrimas. - Mas eu também sinto medo,
além de amor eu sinto medo, muito medo. Eu estou apavorada. - Murmurei tentando
secar as lágrimas.
– Você não precisa sentir medo. - Ele murmurou com a voz embargada, se
aproximando de mim.
– Você precisa saber da verdade Edward. É impossível esconder algo de quem
se ama. Eu não posso mais esconder de você. - Suspirei, e me afastei dele. O olhei
bem nos olhos, com o coração batendo a mil.
– Nem sempre fui essa Bella que conhece. - Comecei. Ele assentiu esperando
eu continuar. - No Brasil todos me conheciam e me conhecem por Isa Marie. Filha d
Renée Volturi e Charlie Swan. Eu era uma grande promessa para a nova geração de
atrizes. Era isso que eu era, uma atriz mirim.
Por isso os paparazzis no Brasil.
Eu fiz isso até meus dezessete anos, depois eu desisti. Eu não queria seguir os
passos de minha mãe, nem dos meus avós. Eu odiava ser perseguida, odiava a mídia,
odiava ter minha vida exposta.
– Eu não me importo, não me importo com o que tenha sido. - Ele tratou de
dizer e tentou se aproximar novamente. Mas fiz sinal com a mão para que ele
esperasse.
– Essa é parte boa da história, Edward. Precisa ouvir a ruim. - Ele me encarou
sem entender.
Lhe estendi a foto que tinha pego mais cedo. Ele pegou da minha mão, tirou
os olhos de mim e encarou a fotografia. Ele prendeu os olhos nela por um longo
tempo. Depois voltou a olhar para mim. - Incrédulo, era isso que ele parecia,
completamente incrédulo.
– Jacob também era ator. Nosso primeiro beijo foi em cena.
No dia em que eu completei quinze anos ele se declarou. Disse que me
amava, e emendou um pedido de namoro. Que foi aceito no mesmo dia.
Descobri que namorando com ele, era mais fácil de sair, ir para festas. Meus
pais tinham confiança nele. Nós nos dávamos bem, era raro quando discutíamos.
Fomos feliz por quase um ano.
Perto de completar dezesseis, nós fomos em uma festa de um amigo de Jake.
Bebemos muito aquela noite. Muito mesmo. Ficamos até o final, tentando melhorar
da bebedeira para irmos embora. Estávamos sentados no sofá, quando dois garotos
sentaram ao nosso lado e começaram a fumar maconha. Eles nos ofereceram, e nós
acabamos aceitando.
Depois daquela festa, não teve nenhuma outra, em que fomos e não fumamos.
Só que meses depois, aquilo começou a ficar estranho. Porque nós não
precisávamos mais estar bêbados para fumar. Pelo contrário, eu prefira não beber e
fumar. As vezes fumávamos quatro, cinco cigarros de maconha por noite.
As festas foram ficando cada vez mais frequentes e nós cada vez mais
viciados.
Em um dia de gravação quando demos uma pausa para o almoço, Jake me
levou para um lugar deserto, e me mostrou o cigarro que conseguiu. Daquele dia para
frente, nós passamos a não precisar mais de festas para fazer aquilo.
Foi dai que surgiu a ideia de morarmos juntos. Se morássemos, teríamos uma
casa só para nós. Ou seja, sem pai, mãe ou irmã, para desconfiar ou dizer algo. Meu
pai foi o único a ser contra.
Não foi difícil ganhar um apartamento dos pais de Jake.
Foi na festa de inauguração do apartamento que mudamos de estágio. Jake
ganhou um saquinho de pó de presente de um de seus amigos.
No final da festa, quando não tinha mais ninguém, ele me mostrou, e nós
cheiramos. Ali começou a loucura.
Dos dezesseis aos dezessete, um ano de loucura total. Eu vivia louca, drogada,
perdida no tempo.
Eu faltava a compromissos, eu não ligava para meus pais, para meus amigos,
eu não prestava mais atenção no mundo nem nas pessoas. Eu vivia para a cocaína. Eu
tinha me tornado escrava da droga, só que eu não percebia aquilo. Eu me iludia,
dizendo que quando eu tivesse vontade iria parar.
Quando meu corpo sentia falta da droga, eu ficava agressiva. Jacob e eu as
vezes nos estapeávamos por isso, fomos muitas vezes, agressivos um com o outro.
Perdi as contas de quantas vezes prometi para Jane que iria parar. Só que eu
não conseguia mais parar, não sem ajuda. E o problema é que eu não queria ser
ajudada.
E no meio dessa loucura toda eu fique grávida. - Dei uma pausa para secar as
lágrimas, eu não tinha mais coragem de olhar nos olhos de Edward, eu olhava para o
chão.
– Quando eu descobri, quando eu peguei o exame nas mãos e vi. Juro para
você, que o primeiro pensamento que veio a minha cabeça foi: Eu preciso de ajuda,
eu preciso parar agora.
Foi esse pensamento que me levou até Jane. Depois de muita gritaria e
histeria por ela saber que teria um afilhado, eu pedi, pedi para ela me ajudar.
O mais difícil foi contar para o meu pai, ver a decepção nos olhos dele.
Charlie colocava a mão no fogo por mim. Ele ficava muito possesso com o jornais,
TV e internet, quando eles diziam que eu usava drogas. Vivia falando em processar
todos.
Além de dar a notícia que eu era uma merda de uma viciada, eu dei a notícia
que ele seria avô, e que eu estava me internando para me livrar do vício.
Ele deu total apoio, mas era visível que ele só estava ali fisicamente, os
pensamentos dele estavam longe.
A reabilitação é uma coisa terrível, acho que ninguém merece aquilo. Quando
a droga começa a fazer falta e você não a ingere, você começa a delirar. Você vê
monstros, você grita, se encolhe, você treme, você chora. Você fica desorientado.
Raiva, você fica com muita raiva, você chuta tudo que vê pela frente. Por esses
motivos que te trancam em um quarto sem nada. Para você não se machucar e não
machucar alguém. Até por sabonete eu procurei para raspar e cheirar. Quando você
pensa que não pode ficar pior, você tem convulsões.
Acredite Edward, o arrependimento vem. Você se pergunta, o que eu fiz com
a minha vida?
Eu tinha uma vida ótima, sempre tive tudo que quis. Dinheiro, atenção dos
meus pais, amigos, namorado.
Você procura uma resposta do porque ter se metido naquela insanidade, e não
acha. Porque a resposta é simples, você entra naquilo por uma simples estupidez.
Empolgação do momento, se deixa levar pelos outros e usa, essa é a resposta.
Quem já esteve em uma clínica de reabilitação, sabe que nenhum momento de
alucinação, euforia e excitação, vale o seu sofrimento, o sofrimento da sua família,
das pessoas que amam você.
Depois de ter ficado em quarentena e a droga ter sido expulsa do meu corpo,
eu pude sair do quarto isolado e conviver com os outros.
Mas não é só porque a droga não está mais em seu corpo, que você não sente
mais vontade de usar. Porque você sente, as vezes eu ainda sinto. Todo o processo
demora um bom tempo.
Eu fiquei quase oito meses da minha gravidez lá dentro. E me arrependo de
não ter ficado até ter ganho a criança.
Quando eu saí Jacob estava pior do que antes . Ele ficou possesso por saber que
eu ficaria até o final da gravidez na casa dos meus pais. Ele pensou que eu estava o
abandonado. Mas eu não estava, eu só não queria correr o risco de voltar a usar a droga.
Uma vez eu li em um livro onde dizia que não existe perigo nenhum com o fogo, é só
você não chegar perto demais.

Era exatamente isso que eu estava fazendo, me mantendo afastada, assim eu


não cairia em tentação. Jacob entendeu tudo errado e na festa que me deram de
aniversário, toda a desgraça aconteceu. Ele quis que eu voltasse para casa eu neguei,
ele cheirou um carreiro de cocaína e me perseguiu de carro. E o resto você já sabe.
Foi por isso, exatamente por isso que eu fiquei possessa com você, quando
você me disse que não existe ex drogados.
Porque ao dizer aquilo, você estava me dizendo que eu um dia cairia. E estava
me dizendo que me odiava. Por tabela, mas estava.
Agora eu entendo porque fiquei tão irritada, eu fiquei daquele jeito, poque
talvez eu já amasse você Edward.
Sabe o quão horrível é, você ouvir de alguém que ama, que você não vai
conseguir? Que um dia você vai fracassar?
Sabe quão difícil é, ouvir dessa pessoa, que você é um miserável. O ouvir
dizendo que odeia pessoas do seu tipo?
Na minha primeira tentativa de suicídio, eu cheirei alguns carreiros de cocaína
e tive uma overdose. Foi assim que tentei, mas minha mãe chegou a tempo. Os pulsos
foram a segunda tentativa.
Cinco anos, estou completamente limpa, faz cinco anos. Sem maconha e sem
cocaína. Meu único vicio é o cigarro. Na clínica eu comecei a fumar, ele me ajudava
a conter a ansiedade.
E mesmo que você não acredite em mim Edward, eu quero que saiba, que eu
jamais voltarei a usar.
Posso não ter tido nenhum motivo para começa. Mas eu tenho vários motivos
para não continuar.
Jane, Laura, meu pai, minha mãe, meu irmão. Rose, Carlisle, Jully, e você. Eu
quero provar para você que é possível sim, ser um ex viciado.
Vou provar que não é você quem vai me dizer o que eu sou ou deixo de ser.
Quem diz isso sou eu. Eu quem decido minha vida, e eu decidi, e não vou voltar atrás
com minha decisão.
Sabe o que é o mais triste disso tudo Edward? O mas triste é que agora que eu
descobri que te amo, eu vou te perder.
Eu queria que existisse um jeito de mudar tudo, mas não tem, eu não posso
mudar o que eu fui, infelizmente eu não posso. - Sequei as lágrimas com os braços e
levantei dali. Meus olhos estavam sempre no chão, eu não queria ver ódio nos olhos
dele.
– Me desculpe. Desculpe por esconder a verdade, desculpe por ter aceito
aquela proposta, desculpe por ter causado uma confusão na sua vida, me desculpe por
amar você.
Você é uma pessoa maravilhosa Edward, tenho certeza que vai ser muito feliz.
Desculpe por magoá-lo. - Dei as costas para ele, forcei minhas pernas a saírem dali.
Tive um fio de esperança que ele falasse alguma coisa, que me impedisse de ir, mas
isso não aconteceu e eu não o culpava.
Capítulo 37 - Casa comigo Edward

Isabella Swan, a mulher da minha vida, a mulher que eu amo, a mulher com a
qual desejo passar o resto da minha vida.
Seu sorriso, sua timidez, sua teimosia, gula, o jeito que rola os olhos, seu
olhar, tudo naquela mulher é encantador.
Ela me deixa louco, toda vez que passa os dedos pelos cabelos, castanhos
meio avermelhados. Me deixa louco cada vez que sorri sacana, cada vez que
murmura ao pé do meu ouvido, cada vez que tira a minha camiseta e vai para o
banho.
As vezes Emmett a chama de magrela, mas não, ela não é magrela. Bella foi
feita na medida certa, ela tem as curvas certas, tudo nela é bem distribuído e
perfeitamente simétrico. Tudo nela parece se encaixar perfeitamente em mim.
Desastrada, a mulher é desastrada, ela consegue se enrolar com uma mochila
na mão, até hoje eu me pergunto como ela consegue correr, e como consegue se
manter equilibrada em cima de uma moto.
Mas qualquer timidez e descoordenação que ela possui, se perdem, quando ela
se concentra em tirar minhas roupas, ela faz isso com maestria, não só isso, como
todo o resto. De moleca ela passa a ser mulher, e meu amigo, que mulher, ela me
deixa completamente insano. Bella sabe exatamente todos os meus pontos fracos. Ela
sabe aonde beijar, onde tocar, o que sussurrar, e o mais interessante é que, ela sempre
soube, é como se ela soubesse mais de mim, do que eu mesmo.
Todo mundo sabe que sinto por ela, já passou a muito tempo de ser só desejo.
Eu a amo, amo cada vez mais e mais. Não sei desde quando, porque quando paro para
pensar, parece que sempre amei.
De qualquer jeito, isso é uma situação complicada, já que ela se dispôs a
nunca voltar a amar alguém, graças a um idiota que atende pelo nome de Jacob. Ele
não fodeu só com a vida dela, indiretamente ele fez isso com a minha também, já que
Bella, fechou-se para o amor.
Meus pais, meus irmãos e até os pais dela, me dizem que ela também me ama,
que é um sentimento mútuo, mas eu não sei.
Algumas vezes quando eu olho nos olhos dela, talvez eu também veja isso,
mas é só. Os olhos dela, são eles, a única forma de eu enxergar um pouco dos
sentimentos de Bella, é neles que eu deposito minha confiança.
Bella, sabe esconder perfeitamente seus sentimentos, ela se fecha, se esconde
dela mesma. A única maneira dela abrir a boca e dizer o que sente é quando ela está
bêbada.
E foi exatamente isso que ela resolveu fazer, depois de beber todas, junto com
Rose, Alice, Jasper, Emmett ela me chamou de amor e me pediu em casamento, e era
por esse motivo que eu estava na frente do altar, com um sorriso bobo no rosto,
esperando por minha futura esposa.
Flash back on
http://www.youtube.com/watch?v=Z4a8QtvOkBQ&feature=player_embedded#at=69
– Larga um pouco de Edward, Bella, vem dançar. - Depois de ter a ouvido me
chamar de amor, e de me sentir imensamente feliz por aquilo eu a beijei, tentando
demonstrar para uma alcoolizada, todos os sentimentos que eu sentia, mas Alice
chegou, cortando o clima.
– Mas agora que fizemos as pazes. - Ela comentou sem se afastar de mim.
– Ah, qual é Bella? Não está ouvindo? É Lady Gaga, nossa diva. - Rose se
meteu, fazendo Bella sorrir.
– Ok, vamos dançar. Eu amo você Lady Gaga, Uhulll. - Ela levantou os
braços e saiu dançando com as outras duas alucinadas, me fazendo rir.
Olhei para o sofá onde estava meu irmão, e meu aspirante a cunhado. Eles não
pareciam nada melhores que elas. Emmett não largava a tal câmera, com certeza ele
tinha algumas baterias reservas.
Peguei uma água e fui para o sofá, me sentei ao lado deles, que falavam sobre
a bolsa de valores.
– E você irmãozinho, tem ações na bolsa? - Eu sentia o hálito de álcool de
Emmett de longe.
– Não Emmett, eu não tenho. - Eu podia apostar que ele também não.
Meus olhos estavam em Bella, que provocava qualquer um, dançando quase
até o chão daquele jeito.
– Por que o galo canta de olhos fechados? - Jasper mudou completamente de
assunto ou eu não presentei atenção no final da conversa.
– Hã? - Emmett não entendeu.
– Por que o galo canta de olhos fechados? - Ele perguntou de novo.
– Porque ele não consegue cantar com olhos abertos? - Emmett respondeu
incerto.
– Não. - Jasper tentou balançar o dedo. - Por que Edward? - Minha atenção se
voltou para Jasper.
– Não sei. - Jasper caiu na gargalhada, ele ria muito nos deixando sem
entender nada.
– Porque, porque... - Ele tentava parar de rir. - Porque ele já sabe a música de
cor. - Enquanto eu rolava os olhos, Emmett ria junto com Jasper. Eles repetiam a
resposta e voltavam a gargalhar.
– Eu sei uma boa, eu sei uma boa, eu sei uma boa. - Emmett falava rindo.
– Conta, conta. - Deus, eles estavam tortos.
– O que é, que o advogado do frango, foi fazer na delegacia? - Aquela era
mais velha que minha vozinha.
– Foi soltar a franga. - Respondi de imediato. Jasper gargalhou, já Emmett
pareceu não gostar de eu ter respondido.
– Como você sabe?- Rolei os olhos.
– É uma coisa meio óbvia e velha, Emmett.
– Ok, senhor sabichão, então conta uma ai vai. - Busquei uma piada tão sem
graça quanto as deles.
– Por que a mulher do Hulk, divorciou-se dele? - Questionei, eles ficaram em
silêncio pensando.
– Amor, vem dançar junto comigo. - Bella, chegou e me puxava pela mão.
– Amor? - Jasper pareceu desistir de pensar, estava mais interessado na
palavra que Bella proferiu. - Chamou mesmo Edward de amor? - Ela sorria, assim
como eu.
– Claro, ele é meu amor. - Ela desistiu de me levantar e sentou-se em meu
colo.
– Tá filmando isso Emmett? - Jasper parecia assustado e incrédulo.
– Estou. Fala isso para a câmera Bella. - Ela riu e beijou meu rosto.
– Câmera, você é chata em, sua bateria nunca acaba não? - Ela começou. - De
qualquer jeito, eu só quero que você saiba, que Edward é meu amoor. Ahh e o Eddie
também é um amor. Geennte, o cara é valente. - Aquela última frase era a
confirmação de que Bella estava louca.
– Quem diabos é Eddie? - Jasper questionou.
Aposto que Bella sempre edita essas partes, então só para deixar esclarecido,
“Eddie” ninguém mais é do que, meu órgão sexual. Bella o batizou de Eddie.
– Bella amor, por que a mulher do Hulk divorciou-se dele? - Tratei logo de
fazer ela pensar sobre outra coisa, antes que que ela começasse a revelar nossos
apelidos sexuais para os outros.
– Angelica se separou do Hulk? Sério? Cara, eu to passada.... Mas por que?
Eles ficavam tão lindo juntos. Poxa, fiquei triste agora. - Eu não fazia a mínima ideia
de quem era Angelica.
– Hey, o nome da mulher do Hulk não é Angelica. - Jasper, começava a
cabeça pensando naquilo.
– Claro que é. Ela canta “vou de táxi, você sabe, tava morrendo de saudade”. -
Bella cantava em um microfone invisível, algo que eu não tinha noção do significado.
Ela jogava os cabelos de um lado para o outro.
– Ah, e ela e tem uma pinta aqui ó. - Ela subiu o vestido, mostrando as coxas.
Percebi que não foram só meus olhos que pararam naquele par de coxas e aquilo me
fez bufar. Tirei a mão dela de la e arrumei o vestido. Não queria saber de marmanjo
olhando para aquelas coxas.
– Amor, o Hulk do qual estamos falando, é aquele cara verde. - Expliquei
pacientemente. Aquilo fez ela cair na gargalhada, ela riu tanto que chegou a chorar.
– Ah amor, eu pensei que você estava falando do Luciano, o marido da
Angelica, fala sério. - Ela ainda ria. - Ah, eu não sei quem é a mulher do Hulk verde,
mas deve ser alguma prima da Fiona. - Ela me fez rir. - Por que ela pediu o divorcio?
– Vocês sabem? - Questionei aos outros dois.
– Não. - Eles responderam.
– Porque ela queria um cara mais maduro. - Os três começaram gargalhar, eles
riam como se fosse a coisa mais engraçada do mundo, no fim até eu estava rindo
daquela coisa sem graça.
– Eu sei uma, eu sei, eu, eu... - Bella dizia enquanto secava as lágrimas.
– Vai lá Bellão. - Jasper incentivou.
– Por que é que Hitler, perseguia os judeus? - Ela ria, esfregando as mãos,
provavelmente sabendo que não iriamos acertar.
– Porque os judeus eram ricos e estavam dominando a economia Alemã? -
Jasper questionou.
– Não.
– Porque os judeus perseguiram Jesus? - Foi a vez de Emmett.
– Não.
– Por que então? - Questionei lhe roubando um beijinho.
– Porque ele não conhecia os Argentinos. - Assim que acabou de falar, ela
começou a gargalhar. Acabei rindo junto, já os outros dois pareciam não saber da
rivalidade entre o Brasil e a Argentina.
– Qual a graça? - Emmett perguntou.
– Brasil e Argentina tem rivalidade. Tente colocar o Iraque no lugar da
Argentina, que você vai achar graça. - Expliquei. Segundos depois ele ria.
– Eu não achei graça. - Jasper comentou. - Bella, você não sabe contar piadas.
– Sei sim. - Ela parou de rir.
– Não sabe.
– Sei.
– Não.
– Seeiii... - Ela me encarou. - Edward briga com ele. - Pediu emburrada, me
fazendo rir.
– Pare de implicar com ela Jasper. Ela sabe sim contar piadas, e as suas piadas
não são nada melhores do que as dela. - Eu a defendi.
– Ai, ai. Essa doeu. - Emmett ria.
– Vou contar para Alice, que você está brigando comigo. - A bebida além de
libertar, regredia a idade das pessoas.
– Fala com a minha mão Jasper. - Bella estendeu a mão para ele me fazendo
rir.
– Há há, sem graça. Você tem um cigarro ai? - Jasper questionou, fazendo
fumar um cigarro.
– Tenho. Por que? - Ela questionou.
– Me dá um? - Bella e eu o olhamos sem acreditar.
– Tá maluco garoto? Não, é claro que não.
– Então me vende um. - Eu não estava acreditando, Jasper queria mesmo
fumar?
– Não dou, não vendo e nem empresto. Não vou ser eu a culpada por ter te
incentivado. E você não deveria fazer isso, Alice é ex fumante, vai estar a provocando
se cheirar a cigarro perto dela. - Depois de dar uma bronca em Jasper, Bella levantou-
se do meu colo e saiu.
– Ai, essa doeu. - Emmett comentou rindo.
– Ouça ela. - Eu sugeri.
– Mas esses cigarros que ela fuma são tão cheirosos. - Ele se defendeu, me
fazendo rolar os olhos.
– Isso é porque ela não encontrou os que costuma fumar, aqueles não são nada
cheirosos.
– Nunca te vi reclamando de beijar ela. - E eu poderia? Eu beijaria Bella, até
se ela fosse uma chaminé ambulante. E além de tudo, ela vivia mascando chicletes,
então a maioria das vezes, o hálito dela tinha gosto de menta ou tutti frutti.
Eu não queira dar o braço a torcer e incentivar Jasper, mas os cigarros que ela
estava fumando ultimamente tinham cheiro bom, e deixava os lábios dela com gosto
de cereja. Sempre que ela me pedia para comprar cigarros, era daqueles que eu
levava.
– Eu não me importo. - Disse levantando. - Já sou acostumado. - Afinal Kate
sempre fumou.
Meus olhos procuraram por Bella, que estava debruçada, sobre a proteção do
camarote, fumando e observando o pessoal que ainda restava lá embaixo. Sorri e fui
até ela a abraçando por trás.
– Um beijo, por seus pensamentos.
– Só um beijo? Nada feito. - Ela sorriu, antes de tragar o cigarro.
– Podemos negociar, pago quantos beijos quiser. - Beijei seu pescoço, que
estava completamente exposto, já que os cabelos dela estavam presos.
– Quero muitos beijos, pelo resto da vida. - Abri um largo sorriso ao ouvir
aquilo.
– Posso reservar todos os meus beijos só para você. Depende única e
exclusivamente de você.
– O que isso significa? - Ela acabou de fumar e virou-se para mim.
– Significa, que só depende de você sua boba. Porque eu estou rendido, de
quatro, loucamente apaixonado. Quero você para o resto da vida e até depois dela. -
Ela abriu um sorriso lindo, e conectou os olhos nos meus. Não era só pela bebida que
eles brilhavam.
– Promete que vai dar certo? - A puxei pela cintura, e levei minha mão até sua
nuca.
– Prometo, eu vou cuidar de você. Não vou deixar mais nada de ruim
acontecer.
– Eu confio em você Edward, acho que sempre confiei. - Ela respondeu antes
de juntar os lábios aos meus.
– Ô vocês dois. - Bufei irritado. Por que eles tinham sempre que nos
atrapalhar? Só podia ser de propósito.
– O que é Rosalie? - Perguntei irritado. Ela nada mais fez além de rir.
– Au au para você também Edward. Os seguranças querem fechar essa joça,
não adiantou em nada eu dizer que sou a filha do dono. Eles estão de sacanagem
comigo, só porque eu estou um pouquinho bêbada. - Uhum, um pouquinho bêbada.
Não tinha ninguém só um pouquinho bêbado ali.
Rosalie já tinha largado o copo e aderido ao gargalo, fazia tempo. Quem em
são consciência acreditaria nela?
– Então vamos, nós bebemos lá na rua. Não podem nos expulsar de lá. - Bella
pegou o litro de Rose e em três grandes goles, tomou o que restava. As duas sorriram
e se abraçaram.
– Ahh amiga eu estou tão feliz por você. - Rose comentou, balançando Bella
de um lado pro outro.
– Eu também estou feliz. Hollywood que nos aguarde babyyy. - Elas
começaram a pular graças a uma música agitada que começou.
– Vou ali pegar mais um litro de tequila e a gente pode ir. - Rose largou Bella,
mas ambas não pararam de pular.
– Pegue uma caixa de cigarros para mim. - Bella pediu. Rose assentiu e foi.
Eu rezava para música acabar logo para que ela acabasse de pular, porque até
eu já estava pulando junto.
– Não quero nem ver a sua ressaca amanhã. - Comentei a fazendo parar.
– Amanhã a gente pensa nela, se eu for pensar nisso agora, vou deprimir. - Ela
me fez rir.
– Bora? - Rose logo voltou com a bebida e os cigarros.
Meia hora depois estávamos saindo, pra não dizer, sendo expulsos da boate.
Antes de sair, Bella apertou as bochechas do segurança e o chamou de gutchi, gutchi
da titia.
– Hey, está amanhecendo. - Jasper parecia surpreso, já eu tinha certeza que
estava amanhecendo, embora eles não fizessem noção de hora, eu sabia que já eram
quase seis.
– Lembra quando esperamos o nascer do sol amor? - Me perguntei se um dia
pararia e sorrir ao ouvi-la me chamando de amor.
– Ela chamou Edward de amor? - Alice questionou Jasper, que começou a
explicar.
– Lembro, claro que eu lembro.
– Hey, desde de quando vocês se declararam que eu não estou sabendo? -
Rose berrou vindo atrás de nós.
– Desde hoje, quando Edward disse que me amava. - Bella me abraçou.
– Viu só sua teimosa, eu disse, eu disse. - Emmett comentou.
– É, você disse. - Como ela não conseguia andar sem estar apoiada em mim,
tivemos que parar para ela acender um cigarro.
– Diga alguma coisa para a câmera Bella. - De dez em dez minutos Emmett
pedia aquilo para ela, e eu era capaz de apostar que, ela só não tinha feito aquela
câmera em pedacinhos ainda, porque não lembrava que já tinha dito pelo menos umas
vinte coisas para a câmera.
Bella tragou o cigarro e olhou para trás.
– Mãeee, Paaaii, Bê, beijos gente, eu amo vocês. Tô aqui em Vegas, Tom
Cruise me contratou. Ahhh e eu amooo, amoo tequila. - Eu queria muito ver a cara
dela no outro dia, quando visse aquele vídeo.
– Heyy Charlie, Ela ama meu irmãão tambémm. - Alice e Jasper se seguravam
um no outro, para não irem ao chão.
– Ama? - Jasper perguntou confuso.
– Eu não vou responder isso para vocês, seus metidos. - Ela riu e me puxou
para que andássemos.
– Heyyy para, para, para, pode parar tudo. Para tooodo mundo. - Rose
ordenou e fez com que Bella parasse em seco. Nós nos voltamos para eles. Todos
encaravam Rosalie, esperando ela se pronunciar. Ela apontou sorrindo. - A capelinha
ainda está aberta. Alguém tem que casar hoje.
– Amorr, morzão, prestenção no seu tigrão aqui. - Rolei os olhos, ao ver como
Emmett falava com ela. - Eu quero muito, muito, casar com você. Se você quiser a
gente casa agora, mas, mas... - Ele pareceu esquecer o que ia dizer. - Lembrei, mas
esqueci a cueca da sorte em casa. - Rosalie suspirou parecendo triste.
– Ahh que droga ursão, então não dá. Sem a cueca do elefantinho, não vai ser
a mesma coisa. - Eu ri alto.
Emmett, meu irmão Emmett, tinha uma cueca de elefantinho? E além de tudo,
era da sorte? Eu pegaria muito, mais muito no pé dele no dia seguinte. Eu precisava
de uma cópia daquele DVD, ele me renderia lucros.
– Você tem uma cueca de elefantinho? - Bella também ria.
– Tenho o que que tem? - Ele perguntou na defensiva.
– Você deveria comprar uma para o Edwarrrd também Bella. Quando o
elefantinho vê a elefantinha, ele levanta o trombão. - Rosalie conseguiu arrancar
muitas gargalhadas de todos nós. Pensei que Bella fosse passar mal de tanto rir.
Já Rose e Emmett pareciam não achar nada engraçado.
– Rose... - Bella até tentou, mas voltou a rir. - Olha só, prestenção... - Ela
ainda ria. - Não daria certo para mim. A elefantinha aqui, não gosta de perder tempo
tirando as roupas do elefantinho. Então quanto menos tralha melhor. - Ela explicou
secando as lágrimas.
– Pervertidos. - Emmett reclamou.
– De qualquer jeito, nós não vamos casar, não sem a cueca. - Ela se lamentou.
– Papai me mataria, se eu casasse assim. Jasper e eu teríamos que fugir pra
sempre. - Depois de acabar de rir, Alice comentou. Fiquei feliz de ver que mesmo
bêbada ela ainda tinha juízo.
– Muito bem, então vamos embora, vocês precisam dormir. - Voltei a puxar
Bella pela mão.
– Belllllaaaaaaaaa!!! - Alice nos fez parar de novo e de novo nos voltamos
para eles.
– Hã? - Bella com certeza não sabia direito onde estava.
– Você tem que casar com Edward. - Eu tinha uma irmã insana. Nem
respondi, sabia que Bella faria aquilo.
– Tenho? - Ao olhar para ela, percebi que ela sorria, aparentemente gostando
da ideia.
– Issssooo, isso, isso. Tem que casar com Edward. - Rose concordou.
– Cara, sempre soube que você casaria primeiro. - Emmett comentou, todo
sorridente.
– Casa com ele Bellinha, casa, por favor, vai ser muito legal. - Alice tentava
pular, mas a bebida não ajudava muito.
– Vocês já se amam mesmo e praticamente moram juntos, não custa casar. -
Rose e Alice, estavam unidas naquilo.
– Casa, casa,casa... - Os quatro começaram em couro.
Bella se voltou para mim, toda sorridente, e eu não sabia se aquilo era bom ou
ruim.
– Você quer casar comigo Edward? - Ela proferiu uma frase que eu jamais
imaginei que sairia daquela boca. Eu tinha uma vontade enorme de dizer que sim.
A qualquer momento, a qualquer hora, eu faria aquilo, se ela não estivesse
trêbada. Então eu só sorri.
– Quero, quero muito. Mas não hoje. - Ela franzi o cenho.
– Por que não hoje?
– É por que não? - Alice ouvia nossa conversa..
– Porque você está bêbada Bella. - Ela bufou, rolou os olhos e cruzou os
braços, como costumava fazer quando era contrariada.
– Não estou não. Se não quer casar comigo é só dizer, não precisa mentir. -
Reclamou chateada me fazendo rir.
Tudo que eu mais queria era viver com aquela teimosa para sempre.
– Acredite Bella, eu quero muito casar com você. - Suspirei e segurei o rosto
dela entre minhas mãos. - É o que mais quero. - Murmurei a olhando nos olhos,
tentando transmitir todo o amor que eu sentia. - É o que eu mais quero, amor. - Ela
acabou sorrindo e eu beijei sua testa.
– Então vamos casar, porque eu também quero casar com você. - Ela disse
aquilo com toda seriedade que um bêbado não costumava ter.
Por mais que aquilo fosse absurdo, eu já não sabia por quanto tempo
continuaria negando.
Bella, a mulher da minha vida, estava ali na minha frente, me pedindo em
casamento. Tá certo que ela estava bêbada mas eu poderia ignorar aquilo, não
poderia?
Balancei a cabeça negando, com medo de minha voz me entregar.
– Por favor, por favor Edward. Eu não estou bêbada, e se estou, deveria
acreditar ainda mais em mim, bêbado nunca mente. Por favor amor, eu quero tanto
me casar com você. - Eu estava vencido, ela me olhava com olhos esperançosos e me
pedia por favor por uma coisa que eu é quem deveria pedir.
Eu sabia que ela continuaria insistindo e sabia que me convenceria.
- Por favor? - Pediu de novo.
Se eu fizesse aquilo, sabia que não poderia mais continuar fingindo. Quando
acordasse e se desse conta do que aconteceu, ela com certeza procuraria por
explicações.
Eu teria que encarar Bella e contar a verdade, contar que eu a amava e não
aguentava mais guardar todo aquele sentimento só para mim. Eu já não aguentava
esconder aquilo dela, já não aguentava mais tanta enrolação. Eu queria poder dizer
para todo mundo que aquela mulher era minha mulher, só minha. E ela estava ali, na
minha frente, pedindo por favor, para ser minha.
Suspirei vencido, sabendo que quando ela acordasse, não seria fácil. Não seria
nada, mais nada fácil, tinha certeza que ela iria querer me matar.
– Você vai pedir o divórcio amanhã. - Murmurei.
– Nãããoo. Casamento é pra sempre, você nunca mais vai se livrar de mim. -
Eu sorri, rezando para que aquilo fosse verdade.
– VAMOS CASARRR. - Bella levantou os braços comemorando, e todos os
outros fizeram o mesmo, já eu sorri nervoso.
Caminhamos em comboio para dentro da tal capela, todos se segurando, uns
nos outros.
– Olá, no que posso ser útil? - Um sósia nada parecido com Élvis veio nos
atender, com sorriso de orelha a o orelha, tudo porque ele ganharia uma grana.
– Bella e Edward querem casar. - Rosalie tratou de dizer logo.
– É, nós queremos. - Bella sorria.
O sorriso do homem aumentou.
– Certo, temos vários planos e preços variados.
– Hey, nada de preços, meu pai é o dono de todo esse puteiro aqui, eles vão
casar e é de graça. Até porque o pai de Edward, também é dono. - Jasper se
pronunciou.
– É isso ai. - Rosalie apoiou o irmão.
– Vocês são filhos do senhor Hale? - O sorriso de Élvis desmanchou, ele não
parecia acreditar neles.
– Somos. Jasper e Rosalie Hale, prazer. - Jasper os apresentou.
– Não vou poder casar ninguém de graça, a não ser com a própria autorização
do senhor Hale. - Era nessa hora que eu deveria puxar Bella pela mão e sair dali, mas
eu queria ficar.
– Vai me fazer ligar para meu pai a essas horas da manhã? - Rosalie bêbada
era uma figura.
– Desculpe, normas da casa. - Ela bufou e demorou um certo tempo para tirar
o celular de dentro da bolsa. Ela resmungava coisas que não eram possíveis de
entender.
– Você fala ou eu falo? - Questionou com Jasper enquanto ligava.
– Você, se for eu a essas horas, ele me deixa de castigo. - Bella riu alto.
– Castigo Jasper? Quantos anos você tem? - Ela perguntou rindo.
– Eu não gosto de desobedecer ele, tá? - Jasper se defendeu e dessa vez até eu
ri.
– Heyy velhoo!!! - Rosalie falava animada ao telefone. - Não, não. Está tudo
bem, tudo ótimo, bezelaa pura. - Pelo jeito que ela rolava os olhos, ele não gostou
nada de ser perturbado. - Eu sei, mas os seus funcionários não fazem nada sem sua
autorização. Poxa pai, nós somos seus filhos, podia nos liberar dessa chatice. - Ela
reclamou com ele. - Estamos na capelinha. - Capelinha pareceu acordar o homem,
que falava alto com ela a fazendo rir. - Pai, pai, calma, calma. Eu não vou casar, não
sou eu. - A voz do homem diminuiu. - Não, não se preocupe, Carlisle não vai matar
Jasper.
Bella e Edward é que vão casar. - Ele disse algo que faz Rose rir. - Bella não
tenho medo de Angelina pai.
Pode falar com esse Élvis falsificado e autorizar que façam o casamento de
graça? - Ele disse mais alguma coisa, ela sorriu e estendeu o telefone para o Élvis. -
Meu pai tem mau humor quando é acordado, boa sorte. - Ele sorriu meio nervoso,
pegou o celular e se afastou, para com certeza não ouvirmos a bronca. Menos de dois
minutos depois ele voltou, com o rosto meio vermelho e com um sorriso falso,
entregou o telefone para Rose e nos encarou.
– Bom, então se querem casar, vieram ao lugar certo. - Todos exceto eu,
levantaram os braços comemorando.
– Você rapaz vem comigo. Enquanto isso vocês garotas, podem escolher as
alianças, escolham a que quiserem, é por conta do senhor Hale. Entrem na segunda
porta a direita, temos um funcionário lá para lhes ajudar.
Rose e Alice arrastaram Bella. Jasper e Emmett foram ver em que lugar
ficaria melhor a filmagem. Já eu segui com Élvis.
Aquela capelinha, de inha não tinha nada, aquele lugar parecia enorme, tinha
muitas portas, que eu não tinha ideia para onde dava. Bom, pelo menos descobri que
uma levava até o escritório e a outra até as alianças.
Sentei na cadeira do escritório pensando na loucura que estava prestes a
cometer, mesmo sabendo que ela me odiaria eu não tinha forças para acabar com
aquilo.
– Então, os dois são Americanos? - Ele me tirou dos meus pensamentos.
– Não, eu sou. Bella é brasileira. - Ele me encarou com um semblante sério.
– Vão ter problemas com a imigração. Eles vão marcar entrevistas com vocês
dois, separadamente e vão perguntar sobre a vida de um para o outro.
Veja bem, muitas pessoas se casam só para conseguirem um visto permanente.
Se vocês não forem bem nessas entrevistas, ela vai ser deportada e nunca mais vai
poder por os pés nos Estados Unidos, e você vai parar na cadeia.
– Eu sei, não se preocupe com isso. - Ir para a cadeia era tudo que sempre
sonhei.
Passei alguns dados meus e dela para ele, e depois de dez minutos, ele me
levou para outro lugar, onde lá sim, tinha uma capelinha, com altar e alguns bancos.
Ele me deixou lá, dizendo que precisava chamar o juiz, que realizaria o
casamento.
– Nervoso? - Jasper apareceu.
– Nervoso vou ficar quando eu acordar.
– Hey Edward, Alice apareceu por lá e cambaleou até aonde eu estava. - Bella
perguntou o que você quer que grave na aliança dela. - Acabei sorrindo.
– O que ela mandou gravar na minha? - Ela parou para pensar um pouco.
– Um trecho da música do Bon Jovi eu acho. I'll be there for you. (Eu estarei
lá por você.) É isso, foi isso. - Meu sorriso cresceu ainda mais.
– Só a palavra always. (sempre) - Assim uma completaria a outra.
– Só a palavra always, só a palavra always, só a palavra always, só a palavra
always, só a palavra always. - Alice foi falando, certamente para não esquecer.
Depois que Alice se foi, apareceu uma mulher com alguns cravos nas mãos.
Ela pregou um em meu terno sem dizer nada.
– Quem é o padrinho? - Ela questionou com o outro cravo na mão. Eu não
tinha muitas opções, já que só tinha Jasper e Emmett ali e Emmett estava muito
ocupado filmando.
– Jasper. - Respondi.
– Está tão bêbado quanto a noiva? - Ela me questionou.
– Não, eu estou bem. - Ela riu.
– São namorados pelo menos? - Suspirei e olhei para longe dali.
– Não.
– Bom se você for assassinado, eu sei quem foi. Não se preocupe, eu aviso a
polícia. - Ela deu um tapinha em meus ombros e foi até Jasper.
– Se ajeitem, vou chamar a noiva. - Ela disse, depois de por o cravo em
Jasper.
Emmett apareceu segundos depois, ele filmava tudo que era possível.
Meu coração começou a bater forte. Mesmo Bella estando bêbada, era nosso
casamento. Eu me casaria com ela, com aquela mulher teimosa e amável.
Minha mulher, ela estava prestes a se tornar minha mulher, a se tornar a
senhora Cullen.
– Nem despedida de solteiro com umas morenas gostosas deu para fazermos. -
Emmett se lamentou.
– Eu já tenho uma morena gostosa, que dispensa qualquer outra. - Disse
sorridente.
O juiz apareceu, e se posicionou no seu lugar.
Élvis que tinha ido combinar as músicas com minha quase esposa, estava de
volta, e veio até o altar, ficando no canto direito.
Flash back off
http://www.youtube.com/watch?v=0JVUaHJcZp4
http://letras.terra.com.br/bon-jovi/4925/#traducao
Assim que meus olhos bateram nela, eu não pude fazer mais nada além de
abrir um gigantesco sorriso.
O vestido continuava branco, mas já não era mais o mesmo modelo. Ele era
frente única, uma fina alcinha o prendia no pescoço. Tinha um detalhe que parecia
uma tira larga, bem abaixo do busto e depois ele ficava meio larguinho. Não era
comprido, mas também não era muito curto, acho que ficava quatro dedos acima dos
joelhos e ele possuía um bolso em cada lateral.
O all star branco em seus pés me fez sorrir ainda mais. Mas é claro que ela
casaria de all star, se não, não seria a minha Bella.
Suas mãos seguravam um buque de cravos vermelhos.
Seus cabelos tinham sido soltos, sua franja caiu na frente dos olhos. Ela
passou os dedos por lá, a jogando para o lado, como sempre fazia.
Quando seus olhos se encontrar com os meus, ela sorriu travessa e me
mostrou a língua, em seguida começou a caminhar ao meu encontro.
Me perguntei se ela tinha ideia do que estava fazendo, e mesmo as chances
que ela soubesse fossem minúsculas, eu tentava confiar nelas.
Cada passo dado, fazia meu coração bater mais e mais forte. Meus olhos não
se desprendiam dela, não perdiam um movimento se quer. Eles não viam mais nada.
Toda minha atenção estava naquela menina mulher, que se aproximava cada
vez mais de mim.
Desci os degraus e esperei ela anular o espaço existente entre nós.
– Tem certeza? - Questionei de frente para ela.
– Essa é a maior certeza que já tive na vida. - Foi o que ela respondeu.
Eu conseguia ver amor nos olhos dela também, Os olhos dela me
demonstravam amor, eles não brilhava só pela bebida, eu tinha certeza que não.
Depois de beijar sua testa, eu estendi o braço para ela, que o pegou
determinada.
– Vamos lá então. - Murmurei, nos conduzindo para o altar.
– Bom dia. - O juiz disse sorridente.
– Dia? Boa noite você quer dizer. - Ela comentou o fazendo rir.
– Ok, boa noite, pelo que vejo ainda não dormiram. - Ele ria.
– Bom, estamos aqui reunidos para realizar o casamento de Edward Cullen e
Isabella Swan. - Ela sorriu, apertou minha mão e olhou para mim. - Eu não vou fazer
sermão porque não sou um padre. Sou um juiz e as vezes sou pastor. Mas pelo o que
vejo, muitos de vocês não entenderiam uma palavra do sermão.
– Está querendo dizer que somos burros? - Jasper perguntou.
– Não, só querendo dizer que estão alcoolizados. - Ele respondeu.
– Olha aqui... - Bella levantou o dedo indicador. - Alcoolizada é sua vozinha.
Por um acaso você estava conosco para saber se bebemos ou quanto bebemos? - Ele a
tinha irritado.
– Calma amor, calma. - Pedi a fazendo suspirar.
– Abusado. - Ela reclamou.
– Vamos logo com isso. - Ouvi o falso Élvis murmurar.
– É por livre e espontânea vontade que estão aqui hoje? - Ele nos questionou.
– Sim. - Eu respondi, já Bella me encarava.
– Senhorita Isabella. - O homem a cutucou e ela piscou para em seguida o
encarar.
– O que? - Ele riu.
– É por livre e espontânea vontade que está aqui hoje.
– Claro que é, que pergunta absurda é essa? - Eu tentei não rir já o homem
rolou os olhos.
– Ok, então então deem a mão direita uma para o outro. - Fizemos o que ele
pediu e unimos nossas mãos. - Repita comigo, Isabella.
Eu...
– Você. - Tive vontade de gargalhar. Céus, o que eu estava fazendo chegava a
ser um crime.
– Não Isabella. - Ele disse bufando. - Você precisa dizer a palavra eu. - Ela
arqueou as sobrancelhas entendendo.
– Eu. - Ela falou.
– Isabella Swan, te recebo como meu esposo Edward... - Ele continuou para
ela repetir.
– Isabella Swan, te recebo como meu esposo Edward... - Ela sorria e não
tirava os olhos de mim.
– E te prometo ser fiel, amar-te e repeitar-te... - Ela rolou os olhos.
– E te prometo ser fiel, amar-te e repeitar-te, na saúde e na doença, na alegria
e na tristeza, sendo eu milionária ou uma mendiga, se o flamengo ganhar ou se perder
e se eu estiver de TPM ou não, por todos os dias das nossas vidas, e até depois disso.
- Eu sorri, sorri enorme ouvindo o carinho com que ela falava aquilo.
– Agora você rapaz, precisa de ajuda? - O homem questionou.
– Não, posso fazer sozinho. - Bella sorria.
– Eu Edward Cullen, te recebo como minha esposa Isabella, e te prometo ser
fiel, amar-te e respeitar-te, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, em dias de
chuva ou de sol, nos Estados Unidos ou em qualquer outra parte do mundo, por todos
todos os dias da minha vida e até depois disso. - Bella sorriu enorme, aumentando
ainda mais o meu sorriso. Já eramos casados.
– Tragam as alianças agora. - Élvis voltou a cantarolar, dessa vez, “Love Me
Tender”.
Alice e Rose vinham cambaleando, uma segurando na outra. Elas tentavam
não chorar para não borrar a maquiagem.
Rose se jogou nos braços de Bella e Alice fez o mesmo comigo.
– Estou tão feliz por você. - Ela fungou.
– Obrigado, estou feliz também, apesar disso ser loucura. - Ela me largou e
beijou meu rosto.
– Ela ama você, seu bobo. - Não disse nada, só sorri.
Alice me entregou a caixa com as alianças e foi abraçar Bella, trocando com
Rose.
– Se um dia você fazer ela sofrer Edward, eu juro que mato você, ouviu bem?
- Eu ri.
– Eu não vou fazê-la sofrer Rose, jamais faria isso. - Ela me beijou e me
largou indo para o lado de Jasper, que também chorava. Alice fez o mesmo.
Entreguei a caixa com as alianças para o juiz. Ele tirou uma larga e grossa
aliança lá de dentro e entregou a Bella.
– Dê sua mão esquerda para ela. - O homem pediu. Meus olhos se
encontraram com os dela, que nunca abandonava o sorriso. Fiz o que ele disse,
estendi a mão para ela.
– Vamos lá, repita comigo Isabella. - Ele pediu calmante. - Edward, aceite
essa aliança...- Ela voltou a rolar os olhos.
– Edward, aceite essa aliança, como prova do meu amor e da minha
fidelidade. - Ela disse sem ajuda alguma, depois de escorregar a aliança para meu
dedo anelar ela beijou minha mão.
O juiz me entregou a aliança dela, que era tão larga e grossa quanto a minha, a
diferença eram os diamantes que a dela carregava. Com certeza o pai de Rose teve
uma despesa grandinha.
– Isabella, receba essa aliança, como prova do meu amor e da minha
fidelidade. - Deslizei a aliança para o seu dedo e em seguida imitei o que ela tinha
feito e beijei sua mão.
– Pelo poder em mim investido e pelos Estados Unidos da América, eu vos
declaro marido e mulher. - Ele olhou para mim. - Pode beijar a noiva.
– Eu amo você, Isabella Cullen. - Murmurei antes de beijá-la.
Um beijo calmo e terno. Meu coração batia disparado, minha mulher, ela tinha
se tornado minha mulher, eu sentia uma felicidade sem fim.
Ao perceber que ela começava a se empolgar com o beijo, eu tive que pará-lo.
Emmett entregou a câmera para Rose e veio nos abraçar, seguido por Jasper.
Depois de assinarmos alguns papeis, Alice nos rebocou para fotos. Ela estava
com sua câmera digital na bolsa, e aquilo rendeu muitas, mas muitas fotos. Bella e eu
fizemos um book.
Élvis nos deu uma garrafa de champanhe, o primeiro brinde Bella até fez com
ele, mas os outros brindes foram com tequila mesmo.
O sol já brilhava, quando saímos do lugar.
– Diz suas primeiras palavras depois de casada Bella? - Emmett parecia ter
descoberto sua verdadeira profissão.
– Eu estou muito felizz... Ahh, meu pai vai me matar quando descobrir que
casei.
– Não se preocupe, mamãe também vai matar Edward. - Alice me fez rir.
– E você Edward, o que tem a dizer?
– Eu estou muito feliz também, afinal casei com o amor da minha vida.
– Ohhh. Isso é lindo. - Rose comentou.
– Chama ele de amor Bella. - Emmett pediu.
– Edward amor... - Ela parou e me encarou. - Que tal termos a nossa lua de
mel agora? - Eu ri.
– Como quiser senhora Cullen, sou seu eterno servo.
Caminhávamos todos em comboio, indo em direção ao quarto em que Bella e
eu estávamos, lá era o fim para meus irmãos e cunhados, depois o negócio seria
comigo e com ela.
– Ah, eu estou tão feliz. - Alice quase se jogou para cima de Bella. - Eu te
disse que você seria minha cunhada, não disse?
– É, disse eu me lembro que disse. Ela disse sabia Edward? - Acabei rindo da
cara de bêbada da minha esposa.
– Sabia, ela me disse também. - Por fim, paramos na frente de nosso quarto.
– Edward, diga alguma coisa para sua mulher, antes de entrarem para noite de
núpcias. - Emmett me pediu. Tudo que eu queria era arrancar aquela porcaria das
mãos dele.
– Vamos Edward, estou esperando. Seja romântico. - Eu não falaria nada a
princípio, mas como era minha mulher que estava pedindo, eu seria romântico, como
ela queria.
– Você é a mulher mais incrível que eu conheço. - Murmurei, prendendo meus
olhos aos dela. - Eu sei que essa foi a maior loucura que cometi. Não por casar com
você, e sim por você estar bêbada. Acho que amanhã vai me odiar, mas caso não me
odeie eu serei o homem mais feliz do mundo.
Eu te amo Bella, e acho que só você não enxerga isso. Eu te amo tanto, que as
vezes tenho medo de ficar louco. Eu não aguento mais esconder isso de você, não
aguento mais esconder meu amor.
Eu quero dizer todos os dias para você que eu te amo, e que eu não sei mais
viver sem você. Sem seu jeito mandão e encantador, sem seu jeito tímido e
completamente lindo. Você as vezes é minha menina e as vezes minha mulher, você
sabe as doses certas.
Se caso ao acordar e saber o que aconteceu e mesmo assim não me odiar e me
aceitar, nós podemos nos casar com você sóbria. - Ela sorria, com os olhos brilhando,
sim, com certeza eu via amor neles.
– Faça amor comigo Edward. - Ela pediu.
– Chega. - Ouvi Rose dizendo, pelo que me pareceu, ela tinha desligado a
câmera de Emmett.
Nos despedimos deles rapidamente, e entramos para nosso quarto.
– Enfim sós. - Eu sempre quis falar aquilo. Bella riu e me rebocou até o
quarto. Lá ela tirou os tênis e jogou-se na cama, eu me sentei ao lado dela.
– Feliz? - Ela sorriu.
– Muito.
– Não vai desistir de tudo amanhã? - O dedo dela tentou fazer que não.
– Por que eu faria isso?
– Porque está bêbada. - Ela rolou os olhos.
– Já disse, bêbados sempre falam a verdade.
– Então sempre quis casar comigo? - Ela parecia pensar sobre o assunto.
– Acho que nunca pensei sobre casamento. Mas se fosse para casar com
alguém, com certeza seria você. - Meu sorriso bobo cresceu. - E você, sempre quis
casar comigo?
– Desde que me apaixonei por você. - Os olhos dela estavam pequenos, ela
parecia lutar contra o sono.
– Por que nuca disse que era apaixonado por mim?
– Porque tinha medo de você fugir.
– Bobo. - Ela sorria de olhos quase fechados.
– Bobo é? Quero só ver mais tarde, quando você acordar, acho que eu vou ter
que correr... - Sorri ao ver que já falava sozinho, ela dormia, com um sorrisinho nos
lábios.
– Dormindo na nossa manhã de núpcias Isabella? - Sorri e levantei da cama.
Tirei a roupa dela e coloquei o pijama, Bella dormia tão pesado, que qualquer
pessoa poderia colocá-la nas costas e roubá-la que ela não acordaria.
Depois de por o pijama nela, eu fiz o mesmo em mim, e me deitei ao lado
dela. Peguei sua mão, sorrindo para a aliança que tinha lá.
– Você vai me matar, tenho certeza que vai. - Fechei os olhos e antes de
dormir, pedi a Deus que me ajudasse, porque eu tinha certeza que aquele dia não seria
nada fácil, e que minha vida seria decidida dali algumas horas...
Capítulo 38 - Você é a minha felicidade...

Ao por os pés na rua percebi que realmente choveria e pelo jeito, choveria
forte. O céu estava escuro, e o vento batia forte.
Nunca, nunca mesmo, em todo o tempo que eu passei na Califórnia, tinha
chovido. Mas é claro que teria que chover naquele dia.
Caminhei lentamente em direção a praia, mais especificamente até a casa de
salva vidas abandona.
Tirei a caixa de cigarros do bolso e sentei. Senti o primeiro pingo de chuva
cair na minha testa.
Acendi um cigarro e mirei o horizonte, já era praticamente noite, e não tinha
uma alma viva por ali.
– Deus. - Eu murmurei. - Você pode me dizer o que tem contra mim? Pode me
dizer o que eu fiz de tão mau? Por que nada na minha miserável vida pode dar certo?
- Talvez minhas lágrimas nunca mais cessassem.
– POR QUE? ME RESPONDE POR QUE? - Eu esbravejei. - VOCÊ NÃO
ACHA, NÃO ACHA QUE JÁ PAGUEI PELOS MEUS ERROS? VAI ME
CASTIGAR ATÉ QUANDO? - EU continuava berrando, e como resposta a chuva
despencou.
– ÓTIMO. OBRIGADA, MUITO OBRIGADA. - Ouve um ronco de trovão. -
OBRIGADA MESMO. - O cigarro que eu estava fumando, além de ter ficado
ensopado, obviamente apagou-se. O joguei para longe, enfurecida.
Não que fosse adiantar alguma coisa, mas eu coloquei a touca da jaqueta.
Encostei minha cabeça na parede, e fiquei ali. Ali olhando para frente,
encarando o mar.
Eu não tinha mais forças para me levantar, não tinha forças para um passo se
quer. Eu estava esgotada, casada, acabada.
Eu tentava entender o motivo de tanta falta de sorte. Eu fui uma viciada, perdi
duas pessoas que eu amava, meu namorado foi preso por ter causado o acidente, eu
tentei me matar, tive depressão por anos e quando finalmente eu consegui encontrar
uma pessoa que me trouxe de volta a vida, eu simplesmente não podia ficar com ela,
por erros cometidos antes de conhecê-la.
Aquilo só podia ser um castigo, eu estava sendo castigada, por ter tentado
acabar com minha vida. Deus não gosta de pessoas que tentam suicídio, gosta?
Sempre ouvi que pessoas assim não vão para o céu, ou para sei lá onde. Pessoas que
cometem suicído o padre sequer pode fazer a missa, o corpo sequer pode entrar na
igreja.
Talvez não adiantasse de nada, mas eu me arrependia, me arrependia e muito.
De todas as estupidez que eu cometi, a do suicído foi a maior. E mesmo nunca tendo
voltado a falar com Deus desde o acidente, ele provavelmente sabia daquilo, mas
talvez ainda estivesse zangado comigo. E por que ele me ajudaria, se eu nunca me
desculpei, se nunca agradeci e se eu nunca pedia ajuda? Talvez ele estivesse certo ao
esbravejar comigo através da chuva e dos trovões. Talvez ele só estivesse querendo
me perguntar: “Fiquei visível para você agora?”
– Eu sinto muito, por tudo. - Murmurei com a voz embargada. - Gostaria que
um dia me perdoasse, mas se não o fazer, vou entender. - Ouve outro trovão, talvez
aquilo fosse uma resposta, só restava saber se boa ou ruim.
Eu tentava imaginar o que fazer. Quer dizer, eu precisava reagir. O máximo
que poderia ficar ali, era aquela noite, depois eu precisaria levantar e seguir em
frente.
Seguir em frente, sem magoas, sem ressentimentos, sem depressão, sem
drogas.
Meu choro aumentava toda vez que eu pensava que eu precisava seguir sem
ele.
Porque eu não conseguia imaginar mais nada sem ele. Edward, a algum tempo
fazia parte de todos os meus planos, de todos os meus pensamentos, de todos os meus
sonhos, e de repente não podia mais ser. Ele simplesmente ficaria para trás, ficaria ali,
naquele dia. Dali para frente eu estava sozinha.
Ele não estaria mais no estacionamento, me esperando com um sorriso aberto.
Não estaria na frente do palco, aplaudindo cada música tocada. Não me levaria para
casa, depois dos shows.
Ele não estaria mais lá quando eu precisasse de seus abraços, de suas palavras.
Não estaria mais lá, quando eu precisasse de sua voz, de suas mãos afagando meus
cabelos.
Ele não abriria mais seus braços para me acolher, assim que eu reclamasse de
frio.
Seus beijos, abraços, carinhos, já não me pertenciam mais.
Eu não saberia mais como foi seu dia. Suas provas, o dia de trabalho, os
sonhos loucos que ele tinha. Não o ouviria mais me chamando de gulosa, ao me ver
devorando os lanches do mc'donalds. Nem me chamando de freezer, como fazia
quando eu colocava os pés gelados nele.
E seu sorriso eu não veria mais o seu sorriso, aquele sorriso torto encantador,
só Edward conseguia sorrir daquele jeito, as vezes, quando eu me sentia triste, era
aquele sorriso que me fazia sorrir.
E o que eu faria ao chegar no estacionamento e ver que ele não estava lá? Ao,
ao chegar em casa e encontrá-la vazia? Para quem eu olharia enquanto estivesse
cantando? Para quem eu cantaria? Para quem eu contaria meus planos? Para quem eu
sorriria?
Todos aqueles pensamentos só serviam para me fazer chorar ainda mais.
Minhas lágrimas se misturavam com a forte chuva que caía, e meus soluços eram
abafados pela mesma.
A noite tomou conta do céu e eu continuei lá, feito uma estatua, sem me
mover, sem reagir.
Assim como eu, a chuva era teimosa, e se recusava a ir embora, pelo
contrário, ela parecia cada vez mais forte.
Eu estava ensopada, minhas roupas grudadas e pesadas, mas aquilo não me
importava.
Tirei meu tênis ensopados, e descontei minha raiva nele, o atirando
para longe, fiz o mesmo com o outro e com as meias.
Tentei a todo custo acender outro cigarro, mas era impossível, eles estavam
tão molhados quanto eu. Aquilo me enfureceu ainda mais e eu os joguei para longe
dali também.
Me encolhi ali e abracei meus joelhos. Fechei meus olhos e encostei a cabeça
nos joelhos, eu me mexia para frente e para trás, igual uma retardada.
– Vai ficar doente desse jeito. - Meu coração acelerou no mesmo segundo em
que eu ouvi aquela voz. Era a voz dele, ele estava ali.
Parei de me mexer e lentamente levantei minha cabeça a fazendo se mover na
direção em que vinha a voz. Então eu o vi, parado a poucos metros de mim. Ele
estava tão encharcado quanto eu, a única diferença é que estava sem jaqueta e seus
cabelos estavam escorridos, mas também com aquela chuva, não existiria gel no
mundo, que deixasse seus cabelos em pé.
Eu não sabia o que fazer ou o que dizer, então eu só fiquei calada,
acompanhando ele se aproximar. Edward parou na minha frente, o que fez meu
coração bater ainda mais frenético.
– Quer que Alice te deixe de castigo por uma semana, incomunicável com o
mundo? - Ele questionou alto, por conta da chuva barulhenta.
Meus olhos permaneceram nos dele por poucos segundo e pelo que eu pude
perceber, talvez ele não me odiasse.
– Tanto faz. - Murmurei desviando os olhos.
Ele deu mais alguns passos, parrando ao meu lado, em seguida abaixou-se e
sentou lá.
Naquele dia eu cheguei a conclusão que eu não tinha nenhum problema
cardíaco.
– Por que não me contou antes? - Ele olhava para mim, já eu mantinha meu
olhar no mar.
– Porque me odiaria. - Minha voz saiu embargada.
– Acha que eu odeio você? - A voz dele soava calma.
– Talvez. - Foi minha resposta.
– Acha que eu viria até aqui, se odiasse você? - Dei de ombros.
– Não sei. - Os olhos dele continuavam em mim e os meus continuavam no
mar.
– Eu não odeio você Bella. - Ao ouvir aquilo, eu senti com se tivessem tirado
um elefante das minhas costas. - Acho que jamais conseguiria odiar você. - Ele tentou
tocar minha mão, mas eu não deixei.
Tentei secar as lágrimas e chuva, sem sucesso algum.
– Edward... - Eu puxei o ar, buscando concentração. - Eu me sinto leve, muito
mais leve, agora que disse que não me odeia. Me sinto como se tivessem tirado um
fardo enorme das minhas costas.
Mas eu acho que por enquanto, nós não podemos ser amigos. Primeiro eu
preciso superar tudo isso que eu sinto por você. A verdade é que eu não quero ser só
sua amiga. Não por enquanto.
– Ouça Bella... Eu não sei direito como lidar com isso... - Suspirei.
– Você não precisa me dar explicações. É sério, eu entendo. Sei o que viveu,
sei que não é fácil. Acredite, eu entendo perfeitamente.
– Você pode ficar quieta e me ouvir? As vezes você é irritante, sabia? - Ele
disse aquilo de um jeito divertido.
– Desculpe. - Murmurei ainda de olho no mar.
– Você tem razão, eu já vivi algo assim. Conviver com uma pessoa
drogada não é fácil, não é nada fácil. Muitas vezes eu tinha vontade de espancar Kate,
e traçá-la em uma dessas clínicas, até ela se recuperar.
Eu entendo os efeitos que a droga causa. Impaciência, frustração,
comportamentos insanos, inquietação, irritabilidade, ansiedade.
Olhos sempre avermelhados, as olheiras profundas, a pele pálida, insônia, falta de
sono, falta de apetite.
Pessoas usuárias passam noites fora de casa, andam sempre com um canudo
ou espelho dentro dos bolsos, para cheirar a cocaína. - Ele fez uma pausa, puxando o
ar.
– Eu lembro, me lembro de tudo isso, e todas essas lembranças me fazem ter
certeza que você não é assim. A não ser é claro pelo seu apetite sexual, mas isso é
porque eu sou muito gostoso, fica difícil recusar.– Acabei sorrindo da gracinha dele,
e talvez um fio de esperança tenha surgido em mim.
– O que quer dizer com isso Edward? - Tirei meus olhos do mar e me voltei
para ele.
– Quero dizer, quero aprender... aprender a lidar com isso, porque eu sei que
você não é Kate.
Quero dizer que você é a mulher mias incrível que eu conheço e que passado
nenhum vai me fazer pensar diferente.
Quero dizer que eu confio em você, que eu acredito em você.
Quero dizer que você continua sendo a mãe que eu quero para meus filhos,
que você continua sendo extraordinária, que continua fazendo meu coração bater
forte.
Quando você saiu lá de casa e aquela porta se fechou eu voltei para o mundo.
Eu pensei sobre tudo, tudo que me contou. E eu percebi...percebi que não me
importava o seu passado. Percebi que eu não queria, que não podia deixar você ir.
Porque se você for Bella, vai estar levando a minha felicidade com você.
Você disse que eu te devolvi a vida, percebe que fez o mesmo comigo?
Você me devolveu a felicidade, você me fez conhecer a minha filha, você me
fez ter vontade de constituir família. Você me fez sonhar, me fez sorrir. Você me
completou Bella.
E eu não estou disposto a abrir mão disso tudo por causa do seu passado.
Você não é Kate, eu sei que não. Existe um mundo de diferença entre vocês
duas. - Apesar dele estar bem próximo de mim, eu já não o enxergava direito, as
lágrimas não me deixavam fazer aquilo.
Talvez eu fosse precisar de outro coração, porque pelo jeito que aquele batia,
ele não sobreviveria por muito tempo.
Eu sentia uma revolução no estômago, talvez aquelas fossem as tais
borboletas, das quais muitas vezes ouvi falar.
Não tinha mais espaço no rosto, para meu largo sorriso.
– Eu sonhei por muito tempo em ouvir de você, o que me disse lá dentro.
Agora que ouvi, eu seria um completo idiota se te deixasse escapar assim.
Eu quero muito Bella, quero muito fazer isso dar certo. E se você me
desculpar por eu ter te deixado sair, eu prometo que vou fazer de tudo, para te fazer a
mulher mais feliz do mundo. - A voz dele ficou embargada, o que me fez concluir que
ele também chorava.
– Está mesmo falando sério? - A minha voz estava pior do que a dele.
– Eu nunca falei tão sério em toda minha vida, princesa. - Eu não sabia o que
dizer, na verdade eu não sabia como abandonar o sorriso.
Virei meu corpo para ele e sentei sobre os joelhos, ele não tirava os olhos de
mim.
– Eu amo você Edward, amo de um jeito que eu imaginasse não existir. - Ele
sorriu ainda mais e tocou meu rosto.
– Sabe por quanto tempo eu esperei ouvir isso, saindo assim da sua boca? -
Sim ele estava chorando.
– Me desculpe. Desculpe por tê-lo abandonado em Vegas, desculpe por tê-lo
feito sofrer. - Ele não disse nada, só puxou meu rosto, levando minha boca de
encontro a dele. E eu senti todo aquele magnetismo, que só acontecia quando ele me
tocava, quando ele me beijava, quando ele me abraçava.
Demorou, mas finalmente eu entendia o significado daquilo. Tudo aquilo
tinha um nome, um nome que eu abominei por anos, mas que eu não consegui
resistir. Aquilo se chamava amor. O mais sincero e puro amor.
Ficamos por um bom tempo misturando o beijo, com lágrimas e chuva, até eu
rir ao lembrar que era casada.
Sim, a história que bêbados, sempre diziam a verdade, estava comprovada. A
Bella bêbada, a que não tinha medo, ela já sabia a muito tempo que amava Edward.
– Tá rindo do que? - Ele questionou, entre os beijos.
– Estou lembrando que sou uma mulher casada. - Respondi me afastando
minimamente.
– Noiva fujona. - Ele sorria.
Voltei a me sentar ao lado dele, ele passou os braços pelo meu ombro e deitei
minha cabeça em seu peito.
– O que vamos fazer agora? - Ele riu e beijou meu pescoço.
-Já pensando no divórcio, amor? - Ronronou em meu ouvido.
– Na verdade não. Eu não me importo de continuar casada.
– Sério? - Ele questionou com um sorriso.
– Sério. A não ser que você... - Ele tapou minha boca com os dedos.
– Você nunca mais vai se ver livre de mim Isabella, eu jamais lhe daria o
divórcio. - Eu ri.
– Como eu consegui casar com você? Quer dizer, eu sou brasileira. Não tem
todo um procedimento, para que eles tenham certeza, que eu não esteja tentando
morar aqui para sempre?
– Tem. Eles vão nos mandar uma carta, vão fazer entrevistas conosco. Vão
perguntar de você para mim e vice versa.
– E se eu não souber responder o que me perguntarem?
– Nosso casamento é desfeito, você é expulsa do país e eu vou preso. - Eu
arregalei os olhos assutada.
– Precisamos fazer questionários, e se e u não souber responder alguma coisa?
- Ele deu risada.
– Não se preocupe com isso. Carlisle tem um amigo que pode nos ajudar.
Já disse que não vai mais se livrar de mim. - Ele tirou uma mecha de cabelo
do meu rosto, deixando visível sua aliança, peguei sua mão e sorri. A admirando sem
medo, pela primeira vez.
– É linda. - Murmurei.
– Foi presente de Rose. Jogou a sua fora? - Rolei os olhos.
– Claro que não. - Enfiei a mão no bolso e a tirei de lá. - Está aqui. - Mostrei.
Quando ia por no dedo ele roubou.
– Eu faço isso, já que não lembra da noite anterior. - Eu sorri.
– Então me dê a sua? Eu também quero lembrar disso. - Ele sorriu e tirou, me
entregando.
Percebi que tinham coisas gravadas nelas. Aproximei meu rosto para analisar.
A de Edward, estava gravado I'll be there for you. Na minha estava gravado
always.
Sorri vendo que era o nome de duas letras do Bon Jovi.
– Parece que você esconde um amor platônico por Bon Jovi, escolheu a
música dele para por ai e para entrar na igreja. - Eu sorri.
– Bon Jovi é o dono das melhores músicas românticas existente. - Ele sorriu
torto.
– Ok, então vamos lá...Isabella.. - Ele começou. A chuva que não dava trégua,
o que o fazia falar alto. - Você me fez o homem mais feliz ao aceitar se casar comigo.
Você me completa de tantas formas diferentes. Você é meu primeiro
pensamento do dia e meu último pensamento da noite.
Você me tornou um cara responsável. Concordou comigo quando eu tinha
razão e me deu broca quando foi preciso. Me fez sorrir, sonhar, desejar, me fez sentir,
me fez amar.
Graças a você minha filha me chamar de pai. E você faz a melhor comida do
mundo.
Por essas e infinitas outras coisas que eu amo você.
Eu prometo para você, que vou fazer o que estiver em meu alcance para fazer
você a mulher mais feliz do mundo.
Te prometo cumprir o que está gravado nessas alianças. Eu estarei lá, estarei
em qualquer lugar, quando você precisar.
Eu sempre estarei lá. Na alegria e na tristeza. Talvez eu não possa sofrer por
você, mas pode ter certeza que vou sofrer com você. Assim como vou comemorar
cada vitória, vou sorrir cada alegria, vou sentir cada emoção.
Eu te dou meu coração, a minha alma, e o meu amor eterno. - Ele consegui
fazer com que eu voltasse a chorar.
Depois que deslizou a aliança para meu dedo, ele beijou minha mão.
– Acho que todas as lágrimas que eu tinha represado até hoje, estão indo
embora. - Murmurei o fazendo sorrir.
Tentei secar as lágrimas e a chuva do meu rosto, e respirei fundo.
– Edward... - Eu o olhei nos olhos. - Quando eu abri meus olhos, e vi você
pela primeira vez, eu pensei que você fosse um anjo. Acho que os anjos devem ser
assim, acho que eles tem o tom da sua pele, a cor do seus cabelos e o verde dos seus
olhos. A voz deles devem ser assim, melódica, como a sua, assim como devem ter
uma risada gostosa.
Quando me tocou, você me fez sentir algo diferente, você me atraiu desde o
primeiro olhar.
Quando me beijou, você fez meu mundo desaparecer. Quando me abraçou me
fez desejar nunca mais sair dos seus braços.
Desde que eu abri os olhos e vi você, a minha vida mudou. Você me
transformou, você me fez sentir vontade de viver e se hoje eu sou feliz, foi você, um
dos maiores responsáveis por isso.
Você e sua filha me fazem a mulher mais feliz do mundo. Vocês devolveram o
sorriso para o meu rosto, me devolveram a palavra amor.
Eu te amo tanto e tantas formas diferentes, sei lá, eu não sei direito como
explicar, mas tudo em você me faz te amar.
Seu sorriso torto. Quando você franzi o cenho e quando arqueia as
sobrancelhas. Quando sussurra em meu ouvido. Quando me abraça e me chama de
freezer.
A sua risada, eu amo muito a sua risada, e a sua voz, tenho certeza que nunca
vou me cansar de ouvir você falando.
Seus beijos, eles me tiram de órbita, assim como seu toque, algumas vezes
sutil, outras tão cheio de desejo.
Não importa o quão mal eu me sinta, ou o quão nervosa eu esteja, quando
você aparece, eu consigo me acalmar. Sua presença em si me acalma. Você não
precisa me dizer nada, não precisa me prometer nada, só precisa estar ali, para eu ter
certeza que tudo vai ficar bem.
Então Edward, eu prometo para você, fazer de tudo para te merecer, para
merecer essa confiança que está depositando em mim. Prometo fazer de tudo para
não decepcioná-lo.
E apesar de só hoje eu ter me dado conta do quanto eu te amo, o meu coração,
a minha alma e meu amor eterno, eles já eram seus a algum tempo. - Deslizei a
aliança para o dedo dele, e voltei a encará-lo.
– Eu te amo Cullen. - Ele sorriu e aproximou-se ainda mais.
– Não mais do que eu te amo Swan. - Murmurou antes de me beijar.
Sorri e mergulhei minhas mãos em seus cabelos molhados. Ele levantou-se
dali comigo no colo, mas sem parar de me beijar.
– Aonde vamos? - Perguntei entre os beijos.
– Tomar banho de mar. - Parei de beijá-lo e o encarei.
– Não se contenta com o banho de chuva?
– Não. Vamos fazer o que deveria ter feito naquela noite. - Sorri e não
respondi mais nada só voltei a beijá-lo.
Quando a água chegou na cintura dele, Edward me pôs no chão.
– Eu te amo, amo, amo. - Ele murmurava beijando todo meu rosto, me
fazendo sorrir. - Sabe quantas vezes eu quis dizer isso para você? Quantas vezes
desejei berrar isso?
EU AMO VOCÊ ISABELLA, EU TE AMO. - Sim ele berrou, me fazendo
sorrir ainda mais.
– EU TAMBÉM AMO VOCÊ EDWARD. - Depois de também berrar, eu caí
para trás, mergulhando no mar. Ele fez o mesmo, e veio até aonde eu estava.
Edward me puxou pela cintura me abraçando por trás. Ele beijou meu pescoço
e me fez virar para si. Sua mão foi até o zíper da minha jaqueta e o abriu. Para em
seguida tentar se livrar dela.
– O que está querendo? - Murmurei sem parar de beijá-lo.
– Tenho planos, planos para ficarmos sem roupas. - Dei risada e me separei
dele.
– Eu gosto do seu plano, mas a praia é pública, é melhor fazermos isso entre
quatro paredes. - Murmurei me largando dele.- Vamos pegar a próxima onda, aposto
que chego primeiro na areia. - O desafiei, e dei algumas braçadas pegando a onda,
que me carregou por uns bons metros.
Olhei para trás e percebi que ele estava me alcançando, o que me fez rir e
correr.
Assim que saí da água, sua mão alcançou minha jaqueta, ele me puxou e nós
acabamos caindo. Ele por cima de mim.
– Agora que você é uma cidadã norte americana, eu preciso te contar um
segredo. - A água de seus cabelos caiam em meu rosto.
– Estou ouvindo.
– Californianos tem medo de água. Eles acham que são feitos de açúcar ou
algo do tipo.
Então, quando cai uma gotinha de água, você já não encontra mais nenhum na
rua. Imagina quando cai um toró desses.
Não vai aparecer nem mosquito aqui essa noite. - Dito isso ele inverteu nossas
posições.
– Tem certeza? - Perguntei já vencida. Ele tirando minha jaqueta, já era uma
resposta.
– Absoluta. - Respondeu ao se livrar da camisa que eu tinha por baixo. - E
além do mais. - Murmurou distribuindo beijos pelo meu pescoço. - Você está me
devendo a noite de núpcias, já que dormiu na nossa. - Ele me fez rir.
– Ok, então vamos fazer isso. Vamos fazer amor...
~~*~~

… – Acho que estou começando a sentir minhas pernas de novo. - Murmurei e


o senti rindo embaixo de mim. Eu ainda não tinha forças para levantar a cabeça.
– Não tenha presa princesa. - Seus dedos alisavam minhas costas.
– Precisamos por as roupas e sair daqui, parece que a chuva deu
uma diminuída.– Murmurei sem vontade de me mover.
– Não vamos para casa. Vamos para nossa lua de mel, distante de qualquer um
que possa nos atrapalhar. Só vamos comunicar aos outros quando voltarmos. - Eu ri.
– Querendo me raptar?
– Você é minha esposa, não preciso te raptar. Agora eu mando, você obedece.
- Ele me fez rir alto.
– Ahan. Então querido... marido. - Aquela palavra soou estranha. - Me diga
como pretende ir para a aula, o que vai dizer para sua família, sua filha e no seu
trabalho.
Aproveite e diga também o que eu devo dizer.
– Simples eu armei um plano. Você vai até seu apartamento e pega algumas
roupas, lá tem roupas minhas também. Se encontrar alguém você diz....
~~*~~
Meia hora depois eu entrava em casa, pingando e deixando poças d'água por
onde ia passando.
Os Cullen estavam em peso lá, só Jully e Esme estavam faltando.
Edward lembrou que eu deveria tirar a aliança, para que ninguém descobrisse.
– Hey... - Murmurei ao perceber que todos estavam mudos, olhando para
mim.
– Meu Deus, aonde estava? - Emmett questionou sério e preocupado.
– Cade seus tênis? - Jasper emendou.
– Bella, você está bem? - Foi a vez de Carlisle.
Por que Edward tinha que ficar com a parte boa do plano, e eu tinha que
encarar sua família? Ou melhor nossa família.
– Eu estava na praia. - Apontei em direção ao mar. - Abandonei meus tênis por
lá. - Respondi Jasper e encarei Carlisle. - E sim, eu estou bem. - Segundo Edward, eu
não podia demonstrar tristeza e nem alegria.
– Está na praia desde de quando? - Alice questionou.
– Desde que eu saí daqui.
– Céus Bella, você vai ficar doente. - Rose reclamou.
– Vou tomar um banho, e arrumar uma mala. Vou ficar fora por alguns dias. -
Avisei.
– Vai embora? - Alice parecia assutada.
– Não. Só preciso de um tempo sozinha, mas não vou embora. - Voltei a andar
indo em direção ao quarto. Ninguém veio atrás de mim e aquilo me deixou aliviada.
Tomei um banho quente, coloquei roupas secas, joguei algumas roupas
minhas e de Edward para dentro de uma mala e voltei para sala.
Todos continuavam lá, murmurando coisas inaudíveis, mas se calaram ao me
ver.
– Então, eu vejo você daqui uns dias. - Murmurei.
– Vai sair como com essa chuva? Vai se molhar de novo. - Alice parecia tentar
me convencer a ficar.
– Chamei um táxi, ele já deve estar lá embaixo me esperando.
– Vai voltar mesmo, não vai? - Emmett tinha lágrimas nos olhos. Me xinguei
mentalmente por estar mentindo para eles.
– Claro que vou Emm... Temos trabalho a fazer lembra? Só cancele os dessa
semana. Prometo para você que semana que vem volto a ativa. - Ele assentiu.
– Bella.. - Rose começou.
– Olha só. - Passei a mão pelos cabelos. - Não se preocupem, eu vou ficar
bem e não vou fazer nenhuma besteira, eu prometo.
Domingo o mais tardar estou de volta, só preciso de um tempo sozinha, é só
isso. Não quero que fiquem me ligando e nem que perguntem para onde eu vou. Eu
só preciso de um tempo, só isso gente.
Como diria minha mãe, ninguém morrer por amor. Só preciso por a cabeça no
lugar, prometo voltar bem.
– Entendemos. - Jasper respondeu, me fazendo sorrir.
– Então até mais. Sem despedidas, eu volto. - Dito isso, caminhei em direção
a porta.
– Sabe parte de Edward? - Carlisle questionou.
Claro nós estávamos juntos a meia hora atrás, cometendo atentado ao pudor.
Essa era a verdade.
– Não Carlisle, eu não sei. - Disse em um suspiro. - Como deve estar sabendo,
Edward e Bella, não combinam mais em uma mesma frase. - Murmurei antes de
fechar a porta.
Tive vontade de voltar e falar a verdade para eles, porque era perceptível que
todos se preocupavam, mas em vez de fazer isso, eu só saí do elevador e caminhei até
o estacionamento, aonde Edward esperava encostado no carro.
– Trouxe tudo?
– Edward, estão todos lá. Todos preocupados, vamos subir lá e contar tudo. -
Ele sorriu e se aproximou.
– Bella, nós faremos isso quando voltarmos, prometo. Não se preocupe com
eles, todos vão sobreviver. - Eu suspirei e lhe estendi a mala.
– Suas roupas estão em cima, junto com uma toalha.
– Certo, vou trocar ali atrás. - Ele apontou para a caminhonete. - O táxi já está
nos esperando.
– Então vamos logo, antes que eu suba lá em cima e conte tudo. - Ele sorriu e
correu para trás do carro.
Escondeu suas roupas molhadas no porta malas, tirou um tênis do mesmo e
minutos depois estávamos dentro do táxi, indo para San Francisco.
– Qual a desculpa que vai dar pelo seu sumiço? - Deitei minha cabeça no
ombro dele.
– Lembra que eu tinha uma convenção na próxima semana em Santa Barbara?
– Lembra que você não ia? - Ele sorriu.
– Isso só você sabe.
– Edward, acho que você tem talento para o crime. Sério, você pensa em tudo,
nos mínimos detalhes. - Ele riu alto.
Me aconcheguei melhor em seus braços e daquele jeito, fomos até San
Francisco...
… – Acorda bicho preguiça. - Meu sorriso se fez ao ouvi-lo, e senti-lo ali. Na
verdade, meu sorriso constantemente não saía mais do meu rosto.
– Só mais cinco minutinhos. - Murmurei fazendo charme.
Ele começou com um ataque de beijos pelas minhas costas, até chegarem ao
pescoço.
– Já passa e muito, do meio dia. - Murmurou em meu ouvido. - Vou ficar com
todo esse café da manhã só para mim. - Eu abri os olhos, a palavra café da manhã,
espantou meu sono.
– Humm café. - Suspirei e me virei para ele.
Seus olhos brilhavam me encarando, e eu tinha certeza que os meus brilhavam
com a mesma intensidade.
– Bom dia dorminhoca. - Murmurou antes de me beijar.
– Você costuma dormir mais do que eu. - Comentei sem parar de beijá-lo.
– Não dormi direito. - Parei com o beijo e o encarei.
– Por que? - Ele sorriu e pôs meus cabelos para trás.
– Tenho medo de dormir e quando acordar ver que não passou de um sonho. -
Rolei os olhos e me sentei na cama.
– Não acredito. Você é absurdo Edward, eu deveria estar preocupada e não
você. - Ele colocou uma gigante bandeja cheia de gostosuras, no nosso meio.
– Por que você? Não foi eu quem te largou na manhã seguinte ao nosso
casamento. - Eu dei risada. Concentrei meus olhos na manteiga que eu passava na
torrada.
– Eu voltei e me redimi... Mas, você nunca fez nada que pudesse me
decepcionar. - Mordi a torrada, emitindo aquele som crocante.
– Você nunca me decepcionou.. Nós não nos conhecíamos. Seria estupidez
minha, te condenar por algo que você não tem como mudar. - Eu sorri, e enfiei o resto
da minha torrada na boca dele.
– Eu amo você garoto. - Disse ao beijar seu rosto.
– Acho que eu nunca vou cansar de ouvir isso. - Ele comentou de boca cheia.
– Não se preocupe, eu nunca vou cansar de dizer. - Senti um desconforto na
garganta ao ingerir o suco e levei minhas mãos até ela.
– O que foi? - Ele questionou.
– Acho que toda a chuva que tomamos ontem, vai me render uma dor de
garganta.
– Dói muito?
– Não, só um desconforto chato - Ele me beijou.
– Se piorar me fale. Emmett vai me matar se eu te devolver com a garganta
inflamada. - Eu ri.
– Pensando em me devolver Cullen? - Aquela panqueca estava deliciosa.
– Jamais, no máximo eu posso te emprestar um pouquinho, para você
trabalhar, mas eu vou junto. Principalmente nessa festa do Tom Cruise.
– Bom, agora você pode dizer para ele que somos casados. - Fiz ele abrir um
lindo sorriso.
– Senhora Cullen, sempre quis te chamar assim. - Eu ri alto.
– Senhora não Edward, credo assim eu me sinto velha.
– Mas é o que você é, senhora.
– É, é, mas eu ainda sou uma Swan. Isabella Marie Swan Cullen.
Nossa esse nome ficou comprido de mais, vou abolir o Marie. - Pensei alto.
– Tem Marie no seu nome mesmo?
– Tem. Meus pais adoram colocar um segundo nome.
– E alguém te chama assim? - Tomei alguns gole de suco, antes de responder.
– Não, só de Marie não. Mas de Isa Marie, muitas pessoas. As da TV
principalmente. - Ele riu.
– Vou procurar uns vídeos seus no you tube.
– Pelo amor de Deus, não faça isso, é vergonhoso. - Ele riu alto.
– Preciso ver, só assim vou acreditar que era atriz. Olha só para você, toda
envergonhada, não te imagino na frente de uma câmera. - Ele me deixou sem graça.
– Mas eu era, não precisa procurar.
– Eu quero ver. - Eu suspirei.
– Pode encontrar coisas, das quias não goste. - Murmurei.
Ele levantou o meu queixo e me encarou por um tempo.
– Eu confio em você Bella. - Suspirei sentindo meu coração bater forte, com a
verdade que saiu daquelas palavras.
– Eu amo você. - Ele sorriu torto, e quase passando por cima da bandeja do
café, ele me beijou ternamente.
– Eu também amo você, muito.
– Isso é bom. - Murmurei não o deixando sair dali. Ele sorriu.
– É? - Perguntou entre os beijos.
– Uhum. - Respondi.
– E o café?
– Podemos deixar para depois. - Nós riamos.
– Ok, então deixe eu colocar a bandeja ali. - Eu não o prendia, mas ele não
parava de me beijar.
– Ali onde? - Edward riu, se separou de mim, pegou a bandeja rapidinho, e a
colocou em cima do criado mudo.
– Aqui. - Respondeu e voltou a me atacar, me deitando na cama.
Nós não saímos do quarto naquele dia, nosso dia se resumiu a dormir e
exercitar-se, e comer é claro. Comer é muito importante para gerar a energia
necessária.
Os Cullen ligaram algumas vezes, mas Edward não me deixou atender, na
verdade ele sequestrou meu celular.
Ele também não atendia o seu celular, mas de tanto eu insistir ele atendeu o
telefonema de Carlisle.
Depois de atender o pai, ele desligou o celular e voltou a se dedicar a nós.
Acordei de madrugada, com a garganta doendo para valer, tentei tomar um
copo d'água para ver se melhorava, mas não teve efeito.
Edward de algum jeito acordou, e ao relatar para ele que minha garganta doía,
ele me arrastou para uma farmácia, e ligou o celular para falar com Carlisle.
– Pai, sou eu, Edward. - O homem parecia preocupado.– Não pai, não quero
saber de Bella. - Eu tive que rir. - Pai, pai, eu estou em uma convenção, com a cabeça
a mil. Quando eu voltar, eu paro para pensar sobre o assunto. - Edward não iria para
o céu, ele enganava o pai na cara dura. - Não Carlisle, não estou tendo convenção de
madrugada.
Ouça, acho que eu peguei um resfriado, minha garganta dói muito. Até para
tomar água incomoda.
Estou na farmácia agora. - Carlisle pareceu perguntar algo. - Sim, ele
examinou e disse que está inflamada. - Ouve outra pergunta. - Sim, tenho um pouco
de febre. - Mas outra pergunta veio. - Não, tosse não. Nem gripe. Só febre e garganta
inflamada. - Edward gesticulou com o farmacêutico pedindo uma caneta e um papel.
O homens com certeza estava se perguntando o porque de Edward estar
mentindo.
Depois de fazer algumas anotações ele se despediu de Carlisle e desligou.
– Vou precisar desses remédios aqui. - Ele entregou o papel para o homem,
que mesmo sem entender nada, não questionou, apenas foi buscar os remédios.
Passei os três dias seguintes praticamente dopada, o remédio da febre, me
fazia ter muito, mais muito sono mesmo.
Assim que a febre sessou eu escondi aquele remédio, porque eu não suportava
mais dormir.
Só continuava tomando os remédios para garganta, que por sinal já estava
bem melhor.
Acordei na quinta-feira com vontade de sair, não aguentava mais ver só o
quarto do hotel. Não que ele fosse só um quarto porque não era, ele era praticamente
um apartamento, mas sem a cozinha. De qualquer jeito, eu me sentia trancada e
queria sair.
Estava colocando o tênis, quando os braços de Edward me fizeram sorrir, ao
me abraçarem por trás.
– Pensando em fugir? - A voz sonolenta dele era tudo.
– Dar uma escapadinha na verdade. - Desisti do tênis, e me voltei para ele. -
Bom dia. - Murmurei lhe dando um beijinho.
– Bom dia. - Ele abriu um sorriso preguiçoso. - Aonde pensa que vai?
Não, e pior, aonde pensa que vai, sem a autorização do seu marido? - Ele me
fez rir alto.
– Estou trancada aqui dentro a três dias. Preciso por os pés lá fora, ter certeza
que o mundo continua existindo, não aguento mais ficar trancada.
– E por que não me acordou?
– Porque você estava dormindo tão bonitinho, agarrado ao meu travesseiro,
seria um pecado eu te acordar. E porque quando eu te acordo antes de por uma roupa,
você não me deixa sair. - Ele sorriu.
– E a garganta?
– Não dói mais. Depois de três dias de molho a base de remédios, e terapias
intensivas com você, não existe dor que perdure. - Minhas mãos foram para os
cabelos dele, os arrumando, ou bagunçando, se é que me entendem.
– Que carinho gostoso. - Murmurou de olhos fechados.
– Preguiçoso. - Comentei sorrindo. - Você vem comigo? Poderíamos tomar
café lá em baixo.
– Mas é claro que eu vou com você. - Ele abriu os olhos e me puxou para um
beijo.
– Edward.. - Murmurei, enquanto ele tentava me derrubar. - Agora não
Edward... - Continuei murmurando. O problema é que eu não pensava em me afastar.
- Você é incansável. - Murmurei caindo para cima dele.
– Nós somos. - Ele inverteu nossas posições ficando por cima, me deu um
beijo nada descente e levantou-se, em seguida me pegou no colo. - Vamos para
banheira Cullen. - Murmurou antes de voltar a me beijar...
… Duas horas depois, nós finalmente descemos. O problema é que o café da
manhã do hotel já tinha encerrado, o que me fez lamentar, eu estava oca de fome.
– E agora? - Edward riu.
– Agora mulher gulosa, nós tomamos café na rua. Panquecas com calda de
chocolate, o que me diz? - Meu estômago roncou ao ouvir as palavras deliciosas que
saíram da boca dele.
– Acho que já deveríamos estar lá. - Como o lugar era perto, nós fomos a pé.
Abraçadinhos e de gracinhas um com o outro.
Eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo. Sorria por nada, cantarolava, e
contava piadas constantemente. Mesmo tendo pego uma amidalite, aqueles dias
estavam sendo os mais perfeitos da minha vida, eu não os trocaria por nada.
Uma boba feliz, infinitamente feliz, era assim que eu me sentia. Se fosse
sonho, eu queria dormir para sempre, eu mataria o infeliz que ousasse me acordar.
Comi, muitas, muitas panquecas com calda de chocolate. Elas eram enormes,
e eu consegui comer cinco, e o resto da de Edward. Comer definitivamente era um
dos meus esportes prediletos.
– Estava mesmo com fome. - Ele comentou rindo, quando eu juntei os
talheres.
– Sopa não sustenta, e você me fez comer sopa nos últimos três dias.
– É, tenho que concordar... Você não comeu quase nada, nesses três dias. - Ele
pegou minha mão que estava em cima da mesa.
– Que tal conhecer São Francisco? - Sugeriu, me fazendo sorrir animada.
– Golden Gate, primeiro. - Eu sempre quis conhecer a Golden Gate.
– O dia está bonito, vai ter uma vista legal.
– Se eu fosse Magneto eu moveria ela, para irmos até alcatras. - Edward
gargalhou.
– Oh Deus, Hollywood vai deixar minhas mulheres loucas. Primeiro Jully
com medo do Shrek, e daqueles vampiros. Agora você que quer ter os poderes de
Magneto. - Eu ri.
– Ah amor, fala sério, diz que você nunca quis ter um super poder. - Ele me
olhava meio abobalhado, me deixando sem entender. - O que foi?
– Me chamou de amor e sem estar bêbada. Me chama de novo? - Ele
conseguiu me deixar sem graça.
– Amor. - Eu ri. - Ok, isso é meloso, e meio constrangedor.
– Não é não, nem uma coisa e nem outra, amor.
– Eu te amo, amor - Murmurei conectando meus olhos aos dele, que sorria
fácil.
– Eu te amo princesa. - É, e que se dane se eu estava ficando melosa, eu era a
pessoa mais melosa e feliz do mundo.
– Droga. - Edward murmurou, me deixando sem entender. - Tá, vendo,
mesmo não presente fisicamente, eles ainda atrapalham. - Ele tirou a o celular do
bolso, e desligou sem atender.
– Dessa vez era Esme. - Durante os quatro dias que estávamos lá, os Cullen,
não paravam de ligar. Eles ligavam muito e muitas vezes por dia.
O meu celular continuava sequestrado, para que eu sequer pensasse em
anteder. Já ele atedia de vez enquanto, para que ninguém desconfiasse que estávamos
juntos.
Seus familiares pegavam muito no pé dele, Alice e Rose queriam o couro dele
e Esme parecia estar entrando para o time.
Emmett ligava o chamando de cabeçudo, e dizia que se eu não voltasse ele
levaria uma surra que jamais esqueceria, até Jasper ligou o ameaçando.
Carlisle não ameaçava, só tentava conversar com Edward, mas ele sempre
fingia desinteresse e desligava.
Jully não estava ligada no que acontecia, então ela ligava, perguntando
quando ele ia voltar, e perguntando se ele sabia aonde eu estava, já que eu tinha
sumido e não atendia mais o telefone dela. Cada dia ela parecia mais triste, mas
Edward continuava irredutível e eu incomunicável com os Cullen.
– Devia me deixar fala pelo menos com a garota. Ela está triste Edward. -
Protestei.
– Hoje já é quinta, domingo a noite você fala com ela. E eu te garanto que
quando ela souber de tudo, ela vai ser a criança mais feliz do mundo. - Acabei
sorrindo e imaginando a reação dela ao saber de tudo.
O resto dos dias que passamos lá, Edward se dedicou a me apresentar San
Francisco. Fomos ao teatro, operá, cinema.
Conheci a Golden Gate, tiramos muitas fotos, e fomos a restaurantes
fantásticos.
A noite é claro, nos dedicávamos a atividades físicas e prazerosas.
Sábado a noite eu consegui convencer Edward para que fossemos embora no
outro dia de manhã.
Jully tinha ligado, ela parecia cada vez mais triste, ela estava irritada e
chorando, então nós resolvemos voltar.
Edward tinha conversado com Esme e descobriu que todos almoçariam lá, no
dia seguinte. Ele disse que talvez aparecesse para o tal almoço e pediu para que ela
fizesse lasanha.
Eu não gostava nada da parte de ter que encarar Esme e Carlisle e dizer que
Edward e eu estávamos casados. Mães sentem ciúmes dos filhos homens, não
sentem?
Minhas mãos começaram a suar frio, a medida que nos aproximávamos da
casa dos Cullen e Edward achava aquilo engraçado.
– Bella, não é como se você fosse a namorada desconhecida. Eles já
conhecem você, eles amam você e eles me enxeram a paciência a semana toda para
eu ir atrás de você. Então relaxa. - Foi o que ele disse ao desligar o carro.
– Talvez sua mãe preferisse uma namorada desconhecida, do que uma esposa
conhecida. - Edward riu alto e saiu do carro, vindo abrir a porta para mim.
Como ele viu que eu empaquei, ele pegou minha mão e praticamente me
arrastou para dentro de casa.
Pelas vozes que vinham da sala, parecia que todos estavam por lá. Tive
certeza disso ao pisar na sala.
– Então é assim, é só eu sair para resolverem fazer almoço de domingo. – A
voz dele fez com que todos olhassem para trás, nos encontrando.
Ouve um tempo de silêncio, a maioria dos olhares estavam conectados em
nossas mãos, unidas.
– Acho melhor corrermos agora. - Murmurei o fazendo rir. Ele passou o braço
ao redor do meu pescoço.
– AAhhh eu não acredito, seus dois bandidos. Eu vou matar vocês. - Alice foi
a primeira a recupera a voz, levantou-se e veio até nós.
– Foi ideia dele. -Me defendi antes que ela chegasse.
– Ah, me apunhalando assim? Somos um time agora. - Ele me fez rir. - Eu
defendo você dessa meio metro. - Assim que Alice nos alcançou ele a puxou para um
abraço, um abraço triplo.
– Vocês sabem quanto dias não dormi direito? Sabem que isso causa rugas,
tensão, ansiedade e estresse? - Eu ri
– Desculpe Alice. - Murmurei.
– Só queríamos um pouco de privacidade. - Edward continuou. Ela tentou nos
apertar.
– Ok. Eu estou bem mais feliz do que brava. Isso é o máximo. Estavam juntos
a semana inteira?
– Pois é, estávamos em lua de mel. - Murmurei, a fazendo gargalhar.
– Isso é demais.
– Alice agora é minha vez. - Rose a separou de nós e nos abraçou.
– Isabella, eu deveria te dar uns tapas. Tem noção da minha preocupação? Eu
queria espancar Edward por sua causa, só não fiz porque ele estava sumido. Acha
bonito fazer isso comigo? Eu estava preocupada, não sabia aonde você tinha se
metido, perguntei de você pra todo mundo, era como se nunca tivesse existido.
– Calma Rose, foi eu que pedi para ela não dizer nada. Precisávamos de um
momento só nosso entende? -
-Para isso serve a lua de mel, não é? - Continuei.
Ela suspirou e me beijou, depois fez o mesmo com Edward.
– Estou feliz por terem se acertado. Quando Jully souber ela vai a loucura,
acho que Esme também. - Ok, Rosalie me fez sentir mais medo, antes de nos largar.
Jasper me abraçou em seguida.
– Eu não vou beijar macho. - Foi a primeira coisa que ele disse, nos fazendo
rir.
– Bella, fico feliz por terem se acertado. Assim eu não preciso ir preso por
matar meu futuro cunhado. - Eu voltei a rir. - Quero que sejam muito felizes, vocês
mereces. - Ele beijou meu rosto e me soltou.
– Obrigada Jazz.
– Isabella Cullen, acho que deveria te matar. Se você não fosse você, e não
precisasse de sua voz eu faria isso. Não acredito que me fez chorar e que estavam
juntos. - Emmett me fez rir.
– Desculpa Emm. Desculpe tê-lo preocupado e feito você chorar. E obrigada
por se preocupar comigo. - Ele me abraçou e me beijou.
– Dessa vez passa, Cullen. Desejo toda a felicidade do mundo para o casal
mentiroso. - Ele bagunçou meus cabelos me fazendo rir.
Passei os dedos por os cabelos os arrumando. Quando senti minha mão sendo
pega.
Carlisle analisava minha aliança o que me fez concluir que ninguém tinha dito
a ele, que Edward e eu tínhamos casado. Logo, conclui também que Esme não sabia.
– Cullen? Esse costumava ser o meu sobrenome. - Ele sorriu e me fez sorrir. -
Bom, eu não tenho noção do por que não fui convidado, nem quando foi isso, mas...
Seja bem vinda a família.
Sempre soube que um dia faria parte dela, só não pensei que seria assim tão
rápido. Mas fico muito, muito feliz por terem se acertado. - Ele me abraçou.
– Desculpe. - Murmurei o apertando. - Não queria ter mentido para você.
Nem preocupado você.
E quanto ao casamento, nem eu lembro como foi, então... - Ele garalhou.
– Vegas?
– Pois é, depois de muita tequila.
– Acho que Esme vai surtar. - Comentou.
– Eu já estou assustada o suficiente, não me meta mais medo. - Ele riu.
– Jully também vai surtar, de uma forma diferente. - Eu sorri.
– Onde ela está?
– Casa dos avós. Os outros avós. - Não tive tempo de dizer mais nada, já que
Esme desmaiou...
… – Como isso foi acontecer? - Essa foi a primeira pergunta, depois de Esme
ter acordado do desmaio. - Quero os dois no escritório, agora. - Ela levantou-se do
sofá. - Você também Carlisle. - Segui para o escritório com Edward, com as mãos
suando.
Carlisle e Edward pareciam se divertir com aquilo. Os dois cochichavam e
riam.
Esme sentou-se na cadeira que era de Carlisle. Edward, Carlisle e eu, nos
sentamos de frente para ela. Fiquei aliviada sabendo que uma mesa nos separava.
Meus olhos se mantinham em meus pés, eu não ousava a encarar.
– Então, comecem... - Ela ordenou.
– Nós estávamos em Vegas e aconteceu. - Edward respondeu despreocupados.
– Estavam em Vegas e aconteceu? Simples assim. - Ela esbravejou. - Casaram
bêbados? - Ouve silêncio.
– Edward não estava bêbado. - Arrisquei murmurar.
– O que? Você não estava bêbado e casou mesmo assim? Qual o seu problema
filho?
– Mãe, eu amo Bella. - Ele ria.
– Sim, isso todos sabemos. Mas vocês poderiam ter começado com namoro,
noivado depois casamento. Pelo amor de Deus, nós nem fomos no seu casamento
Edward. Você casou sem a presença de seus pais. Quem foi que teve essa ideia
afinal?
– Fomos nós. - É parece que os outros estavam ouvindo atrás da porta, já que
entraram todos juntos.
– Nós tivemos a ideia mãe. Está tudo filmado para quem quiser ver. - Emmett
tomou frente.
– Verdade. Emmett e Rose não puderam fazer isso, porque Emm não levou a
cueca da sorte. Não me pergunte o que isso significa.
Jasper e eu eramos covardes de mais para fazer isso sem avisar você pai.
Mesmo bêbada temi por sua saúde. Só sobrou os dois, então... - Passei as mão pelos
cabelos, e em seguida a levantei.
– Foi eu. - Falei em alto e bom som. - Edward me contou toda a história.
Eles deram a ideia, mas quem insistiu foi eu. Eu o pedi em casamento. Tem
um vídeo que comprova isso. - Carlisle riu, ele parecia estar se divertindo com aquilo.
Esme o olhou de canto o fazendo ficar sério.
– Olha Esme, me desculpe, eu sei como funciona esse negócio de ciúmes de
mãe. Minha mãe morre de ciúmes de Bernardo, tenho pena do garoto quando arrumar
uma namorada. Eu sei que é totalmente louco, você saber depois de alguns dias que
seu filho casou.
A única coisa que posso lhe pedir é desculpas e lhe garantir que eu não teria
feito isso se não estivesse bêbada. - Edward me encarou.
– Não? - Eu sorri.
– Não Edward. Nós teríamos feito da maneira certa, com todos eles presentes,
e avisaríamos com antecedência.
– Hey, eu posso organizar isso. - Alice se meteu.
– Não. - Edward e eu respondemos juntos.
– Esme querida, você está fazendo uma cena exagerada. - Carlisle resolveu se
pronunciar. - Os dois praticamente moram juntos. Jully passa os finais de semana
com eles.
Querida, você assim como eu, sabe que eles já eram uma família. A única
coisa que mudou, é que agora carregam uma aliança. E Bella um sobrenome novo.
– Mas eles são tão jovens. - Em pensar que a conversa com meu pai seria
vinte vezes pior.
– Podem até ser jovens, mas com uma alta carga de experiência. Bella e
Edward já apanharam muito da vida, isso com certeza os deu muitos anos de
experiência.
– E aonde eles vão morar?
– Eles podem morar lá no nosso apartamento. Eu me mudo para o de Emmett.
- Alice sugeriu.
– E você pode decorar. - Foi Rose quem falou. A mulher parecia estar se
acalmando.
– Não, você continua no seu Alice e Emmett no dele.
Mesmo que eu não tenha sido convidado para o casamento, vou dar um
apartamento para os dois, de presente. - Eu não gostei daquilo.
– Carlisle você não pres...
– Isso é indiscutível - Ele me interrompeu. - Edward vai ganhar, assim como
os outros dois, quando casarem. - Suspirei sabendo que não adiantaria insistir.
– Casado, meu menino está casado... - Esme se lamentava.
– A qual é mãe? Você me ligou a semana toda me mandando criar juízo e ir
atrás de Bella. Nós estávamos juntos e agora qvocê fica desse jeito.
Mãe eu juro para você, eu sou o cara mais feliz do mundo, é uma felicidade
sem fim. Fique feliz por mim. - Edward conseguiu fazê-la sorrir.
– Hey, vocês estão ai. - Me virei para ver Jully, que entrou no lugar de mãos
dada com Thompson. - Por que estão todos aqui? - Ela sorriu ao me ver, largou da
mão do avô e correu até onde eu estava, se jogando em meus braços.
- Onde você estava? Por que não atendia meus telefonemas? Por que não me
ligou? Você está brava comigo? Eu estava com saudades. - Eu sorri e lhe dei um beijo
na bochecha.
– Eu estava em São Francisco. Meu celular foi raptado. - Disse olhando para
Edward. - Por isso não atendi e nem pude ligar.
Eu jamais ficaria brava com você princesa e eu também estava morrendo de
saudades. Até convenci seu pai a voltar antes.
– Vocês estavam juntos? - Ela coçava a cabeça, não entendendo nada. - Você
mentiu? - Perguntou para Edward, que sorriu.
– Menti, mas foi por uma boa causa. Tenho certeza que você vai amar. - Ela o
olhava de cara feia, por ter sido enganada.
– Estou ouvindo. - Edward e eu gargalhamos. Quem dizia aquela frase era eu.
– Ok, Bella em miniatura.
Pergunte para Bella, ela te diz. É uma coisa que você sempre quis ouvir, então
nada melhor do que ela te falar. - A garota não entendia nada. Tirou os olhos dele e os
concentrou em mim.
– Não estou entendendo nada. O que aconteceu? - Eu sorri e mostrei minha
mão esquerda para ela. Ela percebeu a aliança ali e a analisou de perto.
– É bonito. - Murmurou sem tirar os olhos dali. - Foi Edward quem te deu? -
Eu ri e puxei a mão dele.
– Olha a dele. - Respondi. Ela tirou os olhos da minha mão e os concentrou na
mão dele.
– São quase iguais. Papai e mamãe tem parecidos. Compraram um pra mim
também? - Eu voltei a sorrir e encarei Edward, que assentiu para eu continuar.
– Sabe o que significam esses anéis? - Ela me encarou.
– Não, o que?
– Significa que nós casamos. - Ouve silêncio, e mais silêncio.
Ela voltou a olhar para minha mão e depois para a de Edward, e acabou com
os olhos em mim.
– Casaram, que nem papai e mamãe fizeram uma vez? - Eu assenti. - Que nem
dinda Ali vai casar com dindo Jazz? - Sorri e voltei a assentir.
O sorriso foi nascendo em seu rosto, mostrando todos os dentes.
– Já gosta do meu pai do jeito certo agora?
– Gosto.
– Agora já pode ser minha mãe? - Perguntou me abraçando. Me fazendo sorrir
mais.
– É, eu posso. Se é isso que quer que eu seja, eu posso ser. - Ela me abraçava
apertado.
– Isso é demais. Vamos morar juntos? Vou ter um irmão? Vocês já contaram
para Oprah? - Perguntava abraçada em mim.
– Vai me abandonar? - Esme questionou.
– Nós podemos dividir os dias. - Ela falou sorrindo, fazendo todos sorrirem
também.
– Olhe para o sorriso e para os olhos dos três Esme, me diz, o que vê? -
Carlisle questionou.
– Amor, eu vejo amor. - Ela sorria, com os olhos marejados.
– Me desculpem, eu não pude deixar de ouvir. - Tyler se pronunciou e
caminho até nós. - Parabéns Edward. - Disse ao abraçar Edward que se pôs de pé. - E
cuide bem dela. - Murmurou ao soltá-lo.
Edward tirou Jully dos meus braços, para que eu pudesse levantar.
Tyler sorria para mim, já eu estava meio sem jeito.
– Não me diz que foi aquele dia em Vegas? - Eu sorri.
– Foi. - Ele riu alto.
– Lembra de alguma coisa? Você estava travada.
– Meu viu bêbada? - Eu não lembrava daquilo.
– Claro. Eu apareci na boate, vocês já estavam no terceiro litro de tequila.
Você estava magoada porque Edward, tinha parado de falar com você. Ele
estava com ciúmes de Tom Cruise, você me contou tudo, nos mínimos detalhes. Só
parava para emborcar um copo de bebida.
Depois de me relatar tudo você me disse " Eu não sei, não sei porque eu gosto
daquele traste, chato, irritante, ciumento, dono da verdade, lindo, cheiroso, gostoso."
- Todos riam inclusive eu.
– Ok Tyler, sem mais detalhes por favor. - Ele riu alto e me abraçou.
– Felicidades Bella, que Edward te faça muito feliz, você merece. E cuide
deles, eles amam você. - Eu sorri.
– Vou cuidar, prometo. - Ele me soltou depois de beijar meu rosto.
– Já pode me devolver pra ela agora? - Jully pediu a Edward.
Sorri e estiquei meus braços, ela jogou-se imediatamente, nos fazendo rir.
– Por que está chorando? - Ela questionou me fazendo olhar para Tyler, que
tinha lágrimas nos olhos.
– Imaginando como poderia ter sido. - Ele murmurou limpando as lágrimas.
– Ser o que? - A garota não entendia.
– Nada meu bem. Seu avô está ficando velho, esquece isso. Me desculpem. -
Ele tentou sorrir. - Bom, eu preciso ir, tenho compromissos inadiáveis. Mais uma vez,
felicidade aos dois. Tenho certeza que serão muito felizes. Cuidem bem de Jully.
– Cuidaremos Tyler, tenha certeza disso. - Edward o respondeu. Ele despediu-
se e se foi.
O silêncio no escritório era quase perturbador, cada um estava com seu
pensamento, com certeza imaginando o mesmo que Tyler.
– Mamãe? - Jully chamou Esme. - Bella está com fome, o estômago dela está
resmungando. - Ela me dedou, arrancando risada de todos e quebrando o clima chato.
– Ok, vamos almoçar então. - Esme levantou-se. - Vocês me contam detalhes
desse casamento no almoço.
– Ótima ideia, também quero saber sobre isso. - Fiz com que todos rissem.
– Bella e Edward são um casal moderno, nem namorar eles namoraram, foram
direto ao casamento. - Emmett arrancou mais risadas.
– Eu disse que um dia ela me pediria em casamento. - Ele comentou, sorrindo
para mim.
– É, você disse. - O respondi sorrindo...
~~*~~
… Um mês depois estávamos morando no apartamento que Carlisle nos deu.
Continuava sendo no mesmo condomínio, só não no mesmo prédio.
O apartamento era maior, com quatro quartos. Tudo foi decorado por Esme.
Depois do ataque de pelanca inicial, Esme voltou ao normal e nos deu total
apoio. Ela quase me deixou maluca enquanto decorava o apartamento, eu conheci
muitos tons de creme, rosa, azul e lilás.
Além de ver vários sofás, camas, puffs, mesas, cadeiras e eletrodomésticos.
Para não acabar maluca, pedi que ela fizesse tudo parecido com o de Alice.
Ela fez, mas mesmo assim, sempre me queria presente, para caso eu não gostasse de
alguma coisa.
Jully foi mesmo morar conosco, ela passou a me chamar de mãe, no mesmo
dia em que descobriu que Edward e eu estávamos casados. Ela e Oprah se tornaram
melhores amigas, a cachorra seguia a garota por todos os lados e sempre que
acordávamos Oprah estava lá, dormindo no pé da cama de Jully.
A função de levar e buscar ela no jardim, se tornou nossa e todos os dias
quando eu pisava para fora do carro, os amiguinhos dela gritavam “Jully é sua mãe
mais nova” e ela corria ao meu encontro.
Tinha dias em que batia a saudade em Esme e Carlisle, e eles nos ligavam
avisando que pegariam ela na escola e que ela passaria a noite por lá. Nessas ocasiões
Edward e eu aproveitávamos o máximo que podíamos, sem precisar murmurar ou
usar só o quarto.
A festa do Tom Cruise foi o máximo, eu conheci, muitos, mais muitos
famosos, aquilo chegava a ser surreal e o pior, eles vieram falar comigo depois que
acabamos de tocar, e me elogiaram.
Conheci o dono de uma gravadora lá, ele pareceu bem interessado em nosso
som. Emmett e ele conversaram por horas, ele pediu nosso telefone e disse que nos
contataria em breve.
Edward não gostou da festa, não sei como, mas os olhos dele, viam todos os
homens dando em cima de mim, o que lhe provocava bicos e resmungos sem fim.
Como eu não queria mesmo me estressar, fomos embora vinte minutos depois de eu
tocar. Mas antes Tom Cruise voltou a me contratar, dessa vez para o aniversário dele.
Brad Pitt, também parecia interessado em me contratar, mas para Brad Pitt,
Edward mal me deixou dizer oi, então ficou para Emmett a função de falar com o
homem.
Por conta de tanta correria eu me sentia cada dia menos disposta, eu sentia
tanto sono, tinha certeza que seria capaz de dormir um dia inteiro. Quanto mais eu
dormia, mas sono eu tinha. Tudo parecia tão longe e tão cansativo que me
desanimava.
No dia seguinte a festa de Tom, era dia das mães e graças aos céus eu não
tinha compromissos naquele dia. Quero dizer, eu tinha, com minha cama quentinha,
meu edredom e os carneirinhos do sonho.
Tudo estava saindo como planejado, eu estava dormindo, até Jully e Edward
começarem a conversar e aos poucos eu fui acordando.
– Por que ela dorme tanto? - A garota perguntou, enquanto alisava meus
cabelos.
– Eu não sei. Ultimamente ela está dormindo mais do que eu. - Edward
parecia pensativo.
– Será que ela etá doente? - Tinha preocupação na voz dela.
– Não, se ela estivesse doente, não comeria tanto do jeito que está comendo. -
Eu sorri e abri os olhos, me virando para os dois.
– Estão falando mal de mim? Que feio. - Murmurei.
– Estávamos falando que você anda muito preguiçosa ultimamente. Só quer
saber de dormir, e comer é claro. - Edward implicou.
– É que eu tenho tanto sono, e tanta preguiça. Tudo parece tão longe.
– Que mulher mais preguiçosa essa minha. - Edward riu e beijou meu rosto,
me fazendo sorrir.
– E você, não vai me dar um beijo, não? - A garota abriu um sorriso e jogou-
se para cima de mim, me beijando e abraçando.
– Eu tenho um presente para você. - Eu ergui a sobrancelha.
– Um presente para mim? Mas hoje não é meu aniversário. - Ela sorriu e
segundos depois já tinha descido da cama.
– Mas é dia das mãe. - Falou enquanto corria, saindo do quarto.
– Não acredito que compraram presente para mim. - Murmurei para Edward,
que sorriu.
– Mas é claro que compramos. - Ele me puxou pelo braço me fazendo sentar,
em seguida me abraçou.
– Você é tão mãe quanto qualquer outra. E segundo Jully, você e Esme são as
melhores mães do mundo. - Eu sorri. - Feliz dia das mães amor. Que você continue
sendo assim, carinhosa, atenciosa, gulosa, prestativa, divertida, a mãe que Jully
adora.
– Obrigada. - Eu sorria feito boba, me sentindo a última bolacha do pacote.
Aquilo era demais, até presente eu ganharia.
– Eu te amo princesa. - Ele nos soltou do abraço e me olhou nos olhos.
– Eu também te amo príncipe. - Depois do sorriso, ele me deu um beijo.
Quando pensei em mover meus lábios, Jully voltou. Ela trazia dois pacotes, um azul,
e o outro cor de rosa.
– Eu ajudo você. - Edward segurou a caixa para que ela subisse na cama.
– Feliz dia das mães, mãe. - A garota se jogou em meus braços. - Você é a
melhor mãe do mundo, e eu te amo muito. - Se aquilo tudo fosse um sonho, era o
sonho mais perfeito do mundo.
– Obrigada amorzinho. - Eu quase a esmagava. - Não sabe o quanto eu fico
feliz em ouvir isso.
Eu também amo você, muito, muito, muito. - Depois de me beijar, ela soltou-
se do abraço e pegou o pacote rosa das mãos de Edward.
– Esse foi eu que escolhi, o outro foi ele. - Explicou antes de me entregar.
– Quebra? - Perguntei chocalhando, o que os fez rir.
– Esse não, só o outro. - A garota respondeu.
– O que é?
– Se abrir vai ver. - Edward me fez lhe mostrar a língua.
Ao abrir o pacote eu encontrei uma calça jeans, preta. Ao desdobrá-la, vi que
ela tinha muitos, mais muitos rasgos, eles começavam nas coxas e iam descendo.
– Estava na bonequinha, a mulher tirou para eu trazer para você. - Ela me
explicou, me fazendo sorrir ainda mais.
– Jully disse para vendedora, “Essa combina com minha mãe, porque ela é
rock and roll.” - Edward contou, me fazendo gargalhar.
– Obrigada princesa. - Eu a puxei para mais um abraço. - Eu adorei. Depois
eu vou usá-la. - Edward me lançou um olhar duvidoso. Ta certo que a calça tinha
rasgos demais, mas eu não ia dizer para a garota que não usaria, e com uma camiseta
vintage e um par de tênis ficaria bom.
– Agora falta o presente de Edward. - Ela sentou-se ao meu lado e Edward me
entregou seu presente.
Depois de apanhar um pouco para o papel, eu consegui abrir e sorri ao ver o
que era.
– Ah não acredito. - O tirei rapidamente da caixa. Era um note book preto.
– Vamos combinar que o seu é arcaico, nesses dias eu tentei ligar, mas desisti,
demora muito. - Edward parecia ler meus pensamentos, eu estava a semanas
pensando em comprar um novo.
– Vocês dois são os melhores, eu amei meus presentes. - Ganhei um abraço
duplo e muitos beijos de ambas as partes. - Seus dois bandidos, quando compraram
essas coisas que eu não vi? - Os dois riram.
– Foi quarta depois da aula. Você chegou e apagou no sofá. Enquanto você
dormia, fomos as compras. - Edward explicou.
– Eu amo vocês dois, seus bandidos.
– Nós sabemos, somos pessoas amáveis. - Ele disse rindo; - Agora acho
melhor nos apresarmos, senão vamos chegar tarde no almoço. - Bati na testa
lembrando que tínhamos combinado de almoçar com a família de Edward.
Esme resolveu que queria comer frutos do mar no dia das mães. Carlisle
resolveu em que restaurante seria, assim como resolveu pagar a conta e todos os
outros resolveram ir.
– Ok, vamos levantar. Tomar banho, e por roupas bonitinhas. Precisamos estar
prontos antes do meio dia. Se não, Esme não vai ficar feliz.
– Começou a distribuir ordens. - Ele murmurou para a garota, me fazendo o
olhar de canto. - Estamos indo. - Ele me deu um beijo e levantou-se, pegando a garota
no colo.
Enquanto os dois tomavam banho, eu aproveitei para um último momento de
preguiça. O ruim foi que acabei dormindo de novo e só acordei porque eles fizeram
aquilo.
Ao contrário de mim, eles já estavam prontos.
Jully disse que escolheria a minha roupa, enquanto eu tomava banho. Quando
voltei, o vestido vermelho com detalhes pretos que usei no aniversário de Carlisle,
estava em cima da cama.
– Um vestido. - Comentei com ela.
– É. você estava com ele quando nos conhecemos. - Eu sorri ao lembrar.
– Verdade. - Fiquei de costas para garota e comecei a me vestir. - Pensei que
quisesse que eu colocasse a calça que me deu.
– Você pode usar a calça quando for tocar. O vestido é mais lindo. Quando eu
crescer você me dá? - Eu ri.
– Dou sim. Se você ainda gostar dele. - Depois de colocar vestido fui até
aonde ela estava.
Ela me estendeu o cinto.
– Obrigada. - Achei engraçado ela não perder um movimento que eu fazia.
– Então, quer que eu faça maquiagem e coloque salto também? - Ela sorriu.
– Salto não. All star. - Eu gargalhei. Fui até o armário e peguei um par de all
star preto. Quando coloquei dei um pulo e estendi as mãos a fazendo ri.
– Mas alguma coisa?
– Você pode passar aquele pretinho nos olhos. Eles ficam mais verdes, quando
passa.
– É porque realçam. Vou passar. - E eu passei, lápis, sombra e até delineador,
como ela queria. - Tá bom assim? - Perguntei a olhando pelo espelho, Ela sorriu.
– Está linda. - Saí dali e a peguei no colo lhe distribuindo beijos.
– Você também está linda assim. Seu vestido combina com o meu. - Ela
estava em um vestido vinho de alcinhas.
– E o tênis também. - Falou mostrando os pés.
– Também. Agora vamos ver o que seu pai está aprontando. Ele está quieto
faz tempo, isso é altamente perigoso. - Meu comentário a fez rir.
Caminhamos até a sala, e encontramos Edward esticado no sofá. Dei risada,
quando percebi que ele assitia um especial sobre recém nascidos.
– Edward Cullen, desde quando assiste esse programa? - Perguntei rindo.
Ele tirou os olhos da TV e os concentrou em nós. Depois de me dar uma
conferida de cima a baixo, ele sorriu e levantou-se do sofá.
– Pegando algumas dicas, para quando você me der um filho. - Ele murmurou
antes de me beijar.
– Uiii. - A garota murmurou, nos fazendo rir.
– Está linda.
– Obra de Jully. - Ele sorriu e pegou a filha no colo.
– Você também está linda. Minhas duas princesas estão maravilhosas.
– Você também está lindo príncipe. - É o amor deixa as pessoas assim,
melosas ao extremo.
Quando chegamos ao restaurante, todos já estavam por lá. Caminhamos os
três de mãos dadas até Esme. Ela levantou-se a nos ver. Edward a cumprimentou
primeiro e entregou o nosso presente. Um vidro de perfume, que segundo ele, Esme
não vivia sem.
Em seguida foi a vez de Jully, que lhe deu um quadro pintado com a imagem
das duas. Quando a garota bateu os olhos no homem que ficava pintando quadros
daquele tipo, ela nos fez ir até em casa, pegar uma foto das duas e depois voltarmos
ao shopping para que o homem fizesse.
Esme a esmagou e apertou muito. Quando se deu por satisfeita a colocou no
chão.
– Feliz dia das mães Esme. - Falei me abraçando a ela.
– Feliz dia das mães para nós. - Ela continuava abraçada a mim. - Continue
cuidando bem dos meus filhos, eles amam muito você. - Eu sorri.
– Vou continuar, prometo. Eu também os amo muito.
– Também ganhou um quadro e um perfume? - Perguntou me largando.
– Não. Ganhei uma calça e um notebook. - Ah eu estava me achando e os
Cullens riam daquilo.
– Ah eu também quero presente. - Alice reclamou.
– Faça um filho. - Esme sugeriu.
– Não. Esme, não dê esses conselhos para a menina. - Carlisle fez com que
todos rissemos.
Todos os Cullen acabaram me abraçando e desejando feliz dia das mães, e
estranho ou não, eu estava achando aquilo tudo o máximo.
Depois da sobremesa encostei a cabeça no ombro de Edward, eu já tinha sono
de novo.
– Tudo bem? - Carlisle questionou, tocando minha mão.
– Sim. Só estou com um pouco de sono.
– Estou começando a ficar preocupado com isso. Ultimamente ela tem
dormido demais. - Edward comentou com Carlisle. - Acha que pode ser alguma
coisa? - Ele nos encarou por algum tempo, e então sorriu.
– Sente mais alguma coisa além de sono?
– Me sinto cansada. Hoje no banho me senti meio tonta.
– Tem falta de apetite? - Edward riu.
– Não pai, isso não. Bella faz duas coisas ultimamente, dorme e come.
– Bom... - Carlisle voltou a sorrir. - Pode não ser nada, como pode ser
labirintite, anemia e outras coisas que prefiro falar, depois que você fizer alguns
exames.
– Ah não. Exames não, eu odeio tirar sangue. Odeio hospital. Odeio aquele
cheiro, odeio siringas. Eu tenho trauma disso. - Eles riram do meu desespero.
– Exame de sangue e urina Bella. você faz isso em uma clínica, não seja
medrosa. Vá até minha consultório, você faz uma consulta e depois podemos fazer os
exames lá.
– Ok. Se todo esse cansaço não passar eu vou, me deem uma semana ok? Esse
papo de clínica, hospital e exames até me tirou o sono. - Os dois riram e nossa
conversa foi atrapalhada por Emmett que veio correndo da rua.
– BELLA, BELLA!!! - Ele tinha um sorriso enorme. - Fomos contratados, nós
fomos contratados. - Eu dei risada.
– Tom Cruise ligou de novo? - Ele balançou a cabeça negativamente.
– O cara da gravadora. Ele quer que você grave um disco com doze músicas.
Ele quer aquela que fez com Edward, e mais duas de sua autoria, as outras podem ser
regravações. - Ele explicava tudo rápido parecendo em êxtase. Já eu estava meio sem
reação.
– Não está de sacanagem comigo, está? - Questionei.
– Não. Claro que não. Ele nos quer em LA na terça-feira de manhã. Vamos
assinar o contrato e resolver todas as burocracias. - Eu abri um sorriso enorme.
– Isso, isso é incrível. É surreal. - Foi o que eu consegui dizer.
Edward me abraçou, e depois todos acabaram fazendo o mesmo, Carlisle
pediu uma garrafa de champanhe para comemorar e acabamos sendo os últimos a
deixar o restaurante.
Esme convenceu Jully a passar a tarde com ela, o que deixou Edward e eu
com uma tarde só nossa. Com a casa só para nós, então aproveitamos para por a
“conversa” em dia.
Já passava das 21:00 quando Carlisle ligou e disse que Jully ficaria por lá
aquela noite, então nós só fomos buscar ela no outro dia, a noite.
– Mãee... - Assim que nos viu ela correu em minha direção. Abri os braços a
esperando. - Vocês demoraram. - Reclamou.
– Estávamos resolvendo alguns problemas meio atrasados.– A explicação
de Edward mim fez rir. Ao me buscar na faculdade ele não quis ir direto pegar Jully,
primeiro ele fez questão de passar em casa.
– Como foi seu dia? - Perguntei a levantando do chão.
– Legal, aprendi a contar até cinquenta. E quando cheguei em casa, mamãe,
papai e eu jogamos guitar hero. - Eu ri, ao imaginar os três jogando.
– Eu queria ter visto isso. - Edward arrancou as palavras da minha boca.
– Você não vai tocar hoje?
– Não. Hoje temos a noite livre. - Ela ficou empolgada.
– Que tal irmos no cinema? - Ela sugeriu.
– Que tal passarmos no Mc'Donalds, levar o lanche para casa, e assistirmos
um filme na TV? Deixo você ficar no nosso quarto até pegar no sono. - Edward
sugeriu.
– O que você acha? - Ela questionou comigo.
– Acho que é uma boa ideia. Estou tão cansada. - Ela alisou meu rosto e
beijou.
– Tá, nós ficamos em casa então. - Caminhei com ela até na sala. - Olha quem
chego. - Jully nos anunciou.
– Bella, Jully e eu estávamos falando de você. - Carlisle levantou do sofá, e
veio nos cumprimentar.
– Bem ou mal?
– Ela disse que você faz o melhor macarrão quatro queijos do mundo. Melhor
que o meu inclusive. - Eu ri.
– O seu também é bom, mas o da Bella realmente é melhor. - Edward disse
rindo. - Oi mãe, oi Angelina. - Esme sorriu, Angelina não.
– Oi filho. Pensei que não viriam mais hoje. - Ele riu.
– Ah você sabe, arrumei uma mulher que gosta de distribuir ordens. Não
saímos até eu por minhas roupas sujas para lavar. Essa mulher é mandona acredita?
Ela pega muito no meu pé, principalmente quando eu esqueço a toalha molhada em
cima da cama. - Esme riu.
– Isso mesmo Bella. Bota ordem na casa. Edward tem esse costume.
– Ele não pode ver uma luz apagada, passa pelo corredor acendendo todas, e
nunca, nunca mesmo, apaga. Eu tenho que passar apagando. - Jully riu.
– Verdade. - Ela concordou.
– Tirem esses costumes dele. Eu não aceito devolução. - Carlisle me fez rir.
– Eu não vou devolver, não se preocupe. - Ele sorriu.
– Ok. Bella, hoje você vai experimentar o melhor macarrão quatro queijos da
sua vida. Vou provar para você que o meu é melhor. - Carlisle parecia empolgado.
– Melhor ou pior, eu como do mesmo jeito Carlisle. - Eles riram.
– Então vamos, porque ele já está cozinhando. - Franzi o cenho.
– Você larga o macarrão sozinho e vem para sala conversar? - Ele riu.
– Não faz nem dez minutos que eu o joguei na água. Não é como se ele
pudesse fugir de lá. - Balancei a cabeça negativamente. - Fica para o jantar Angelina?
- Ela sorriu para Carlisle.
– Fico. - Que jantar agradável seria aquele.
Ficamos na cozinha com Carlisle, conversando enquanto ele cozinhava. Eu fiz
o suco e coloquei a mesa para ele, e Edward tratou de chamar sua mãe e Angelina.
Graças a Deus foi Esme quem sentou de frente pra mim. Edward de um lado e
Jully no outro.
Carlisle foi o responsável por nos servir.
– Carl, você não fez a parmigiana para mim? - Esme questionou.
– Claro que fiz. Já vou buscar madame.
Quando Carlisle voltou com a macarronada de Esme, e aquele cheiro de
tomate com queijo invadiu minhas narinas eu precisei levantar, tapar a boca com a
mão e correr até o banheiro. E todas a refeições do dia, foram embora.
– Bella? O que aconteceu? - Edward chegou no banheiro e segurou meus
cabelos, enquanto eu continuava lá, falando com a privada.
Quando me senti melhor, levantei a cabeça.
– Eu não sei. - Murmurei tentando reunir forças para levantar. - O macarrão
da sua mãe, me deixou enjoada. Eu não gosto do cheiro do macarrão a parmigiana. -
Levantei dali e fui até a pia. Lavei a boca, as mãos e o rosto, sempre com Edward ao
meu lado.
– Comeu alguma coisa estragada? - Tentei buscar algo que possa ter me feito
mal.
– Não sei... Hoje eu comi uns doces que não eram muito bons. Eles tinham
um gosto estranho.
– Por que comeu então? - Ele questionou.
– Porque tinha fome, e não queria levantar e enfrentar aquela fila enorme da
cantina, só para comer. - Ele balançou a cabeça negativamente.
– Se tivesse levantado e enfrentado a fila, não teria vomitado. - Ele deu
bronca e me rebocou para sairmos dali.
Voltamos para cozinha, onde todos os olhos se conectaram em mim. Só de
olhar o prato de Esme eu tinha vontade de vomitar de novo, então eu nem sentei, me
encostei no balcão, e bebi toda água que Edward me deu.
– O que aconteceu? Aonde você foi? - Jully questionou.
– Passei mal. - Contei. - Precisei ir até o banheiro.
– Vomitou? - Carlisle perguntou.
– Comeu algo estragado? - Esme questionou.
– Aparentemente, Bella não gosta de macarrão a parmigiana. Juntando com os
doces estragados que ela comeu hoje, deu nisso. - Edward explicou.
– O cheiro fez você vomitar? - Pela primeira vez em todo o tempo que eu
conhecia a tal Angelina, ela falou comigo, normalmente.
Demorei um tempo para processar que ela tinha mesmo dirigido a palavra a
mim, e ainda sem fazer cara feia.
– Acho que sim. - Murmurei. - Já não me sentia muito bem o dia todo. -
Continuei.
Não sei por que cargas d'água ela e Esme se entreolharam e depois voltaram a
olhar para mim. Não gostei nada daquilo.
– Eu vou deitar um pouco no sofá. Quando quiserem ir me chamem. -
Murmurei para Edward.
– Vou até lá com você.
– Sente-se e coma Edward. Eu posso ir até lá sozinha, já estou bem. Só quero
descaçar. - Ele assentiu.
– Quer que eu vá com você? - Jully questionou me analisando.
– Não princesa. Fique ai e jante. Coma um pouco por mim. - Deixe os dois na
cozinha e fui para ala. Apaguei a luz e deitei no sofá, fechando os olhos afim de
descaçar um pouco.
Não sei se eu cochilei ou algo do tipo, só sei que quando voltei a abri-los,
Angelina estava lá. Sentada na poltrona. A luz que vinha de fora e refletia nela, lhe
dava uma impressão meio fantasmagórica.
– Melhorou? - Para minhas sorte, ela conseguia ver meus olhos abertos.
– Melhorei. - Murmurei. O silêncio se fez presente, me sentei no sofá,
querendo voltar para a cozinha.
– Então, você e Edward não tinham nada. - Suspirei e a encarei.
– Por favor Angelina, será que podemos ter essa conversa outro dia? Hoje
realmente não é um bom dia.
– Você disse que estava melhor. - Ela não mudava o tom de voz.
– Ok. Edward e eu no começo não tínhamos nada mesmo. Se é a verdade que
quer saber, nós tínhamos um acordo. Nos usávamos para fins sexuais. Era para não
passar disso, mas eu acabei me apaixonando. Eu amo Edward se é isso que quer
saber.
E se te deixa feliz, isso foi contra todos os meus princípios. Me envolver, me
apaixonar, casar. - Ouve um tempo de silêncio.
– Eu sabia, sabia de toda sua vida. - Murmurou.
Aquilo me deixou surpresa e intrigada. Esperei para que ela continuasse.
– Jully me falava de você, antes mesmo de te conhecer. Ela me dizia, que
achava que Edward tinha achado uma namorada. E então começou a falar sem parar
de você. Principalmente depois que se conheceram.
Eu percebi na festa de Carlisle pelos abraços e troca de olhares de vocês dois,
que tinham alguma coisa.
Eu não gostei daquilo, simplesmente não gostei. Ver Edward com outra
mulher e ver Jully falando dela sem parar, me deixaram brava.
Foi ai que resolvi fazer uma pequena pesquisa sobre você. Eu sabia que seu
nome era Bella e um dia consegui descobrir por Alec, que o sobrenome era Swan.
Sabia que era brasileira, e aquilo foi o suficiente para eu jogar na internet.
Não achei nada sobre Bella Swan, mas ele me indicou Isabella Marie Swan, e
nossa eu achei muita coisa. Muitos vídeos, fotos, reportagens, e era você.
Passei trabalho para traduzir aquilo, o tradutor tem muitas falhas, mas eu
consegui entender muita coisa. Alguns vídeos que vi, dispensaram o entender
português.
Cheguei a conclusão é que você era tão drogada quanto meus filhos. Nem
quis ler mais nada, porque para mim, você estava enganado eles, e continuava usando
drogas.
Decidi que acabaria com sua farsa, mas para isso eu precisava de provas.
Provas que você ainda era usuária.
Contratei um detetive e coloque atrás de você. - Eu estava sem reação, aquela
mulher era louca. - Ele ficou três meses atrás de você, tentando achar provas, mas não
conseguiu nada.
As únicas provas que ele me entregou, eram a de que você e Edward, sem
dúvida nenhuma eram um casal apaixonado. E que vocês, juntos com Jully,
formavam uma bela família.
Aquilo me deixou ainda mais brava, porque você estava limpa. Eu me
perguntei, por que? Por que você conseguiu e ela não? Por que era você nas fotos
com eles e não ela? Por que ela não teve força de vontade, como você teve? - Ela se
lamentava com a voz embargada.
– Por que não contou para eles o que sabia? - Murmurei a pergunta, aquilo
não fazia sentindo.
– Poque eu amo minha neta e eu sabia que se te entregasse, ela acabaria
sofrendo. Ela sofreria com toda a história, porque corria grandes riscos deles pedirem
para você se afastar. Se você se afastasse, isso acabaria com Jully.
Então eu engoli minha raiva, e meu orgulho e resolvi ficar quieta. Resolvi
também, saber sobre o resto, saber o que te fez ficar longe das drogas, o que te
motivou a se tratar.
Ao descobrir a minha raiva de você, ela triplicou. Porque você quis fazer
aquilo e Kate não. Porque na sua gestação, você se tratou e Kate não. - Eu suspirei, e
balancei a cabeça negativamente.
– Se isso te deixa menos infeliz, não deu certo. A filha de Kate está viva, a
minha não.
– Não, isso não me deixa feliz. Eu posso não gostar de você, mas eu jamais
desejaria isso a alguém. Só Deus sabe o tamanho da dor de perder um filho.
– Por que está me contando isso agora?
– Porque você agora é a mãe da minha neta. É assim que ela te chama, mãe.
Ela ficou órfã de mãe e você de filha, e entre tantas pessoas no mundo, vocês
duas se encontram. Um oceano dividia vocês e mesmo assim se encontraram.
Acredito que essa não seja uma simples coincidência.
Eu vejo que o amor que você sente por ela é sincero, é tão grande quanto o
que ela sente por você. Vocês três agora são uma família, com certeza uma família
que vai crescer mais dia menos dia.
Eu não quero perder o amor e a atenção de Jully, e para que isso aconteça,
acho que preciso pelo menos tentar um diálogo com você de vez em quando.
Não esto dizendo para sermos amigas, estou dizendo apenas, para sermos
civilizadas uma com a outra.
– Eu nunca disse nada para você Angelina, e eu nunca falei mal de você para a
garota.
– Eu sei, mas ela é inteligente, percebe as coisas. - Aquela conversa estava
sendo surpreendente, algo que jamais imaginei acontecendo.
– Ok. Por mim nós podemos sim, conversar como pessoas civilizadas. Não
vejo problema nenhum nisso. - Acho que quase a vi sorrindo para mim.
– Obrigada. - Além de quase sorrir ela agradeceu. Passeia as mãos pelos
cabelo e levantei dali. Ela fez o mesmo. - Te acompanho até na cozinha.
– Certo. - Murmurei quase rindo daquilo tudo.
– Então, vocês estão tocando muito. - Ela puxou assunto.
– Sim. Tem semana que não temos folga, é uma correria total.
– Ah é, Alec vive reclamando que não tem mais tempo para nada.
– Eu mal consigo fazer os trabalhos. Tem dias que eu chego em casa exausta,
que caio na cama de tênis e tudo.
– Acontece o mesmo com ele. Eu é que tiro os tênis. Acho que vocês tem algo
em comum. - Ela me fez sorrir.
– Temos sim. Acho que muitas coisas. - Percebi que todos na cozinha estavam
quietos.
Quando tirei meus olhos da mulher para ver o que acontecia. Percebi que
todos, inclusive Jully, olhavam boquiabertos para nós duas.
– Tudo bem? - Murmurei para eles, que voltaram a se mover. Os três sorriram.
– Melhorou? - Jully perguntou saltando nos meus braços.
– Melhorei. - Encarei Edward que sorria. - Edward eu sei que vocês já
comeram, mas bem que poderíamos passar no drive thru do burguer king, eu estou
com fome.
– Burguer king, Bella? Você passou mal não faz nem uma hora.
– Já me recuperei, estou pronta para outra. Vai me deixar passar fome?
Carlisle, me libera vai. - Carlisle riu.
– Acho que não tem problema ela comer um hambúrguer.
– Hey é um triplo, com três hambúrgueres, três queijos, bacon, molho e muito
ketchup. - Lambi os lábios pensando no lanche. - Acho que poderia comer dois
daqueles. - Eles riram.
– Coma só um hoje, se for intoxicação alimentar, talvez volte a passar mal.
Mas não parece intoxicação, já que não sente mais nada.
– Talvez tenha sido só um mal estar. - Comentei o deixando pensativo.
– Certo, então nós vamos. Até passar no burguer king e chegarmos em casa,
da meia noite. - Edward falou.
– Hey, o nosso filme. - Jully protestou antes que ele desistisse.
– Eu vou ver cinco minutos desse filme. - Murmurei já me despedindo de
Esme.
Em seguida abracei Carlisle.
– Se passar mal de novo, me ligue. Não vou te receitar nada, porque não
sabemos o que é.
– Pode deixar que ligo. - O larguei e encarei Angelina.
– Tchau. - Falei meio sem jeito para a mulher.
– Tchau. Melhoras. - Aquilo era estranho.
– Obrigada. - Murmurei.
Eu realmente consegui comer os dois lanches aquele dia, e enquanto Jully e
Edward presavam atenção no filme eu devorava uma tigela de brigadeiro.
Não sei que horas acabou o filme, nem como Jully foi parar na cama dela.
Depois de comer e escovar os dentes eu desmaiei na cama.
Terça de manhã cedo eu estava faltando a aula, já que tinha que estar presente
em LA com Emmett. Tivemos uma reunião que levou quase o dia todo. Depois de nos
reunirmos com o dono da gravadora e assinarmos contrato, tivemos mais reuniões
para definir uma infinidade de coisas.
Emmett estava em êxtase total. Ele fez questão de ler clausula por clausula do
contrato, antes de eu assinar. E ele só me deixou assinar, quando fizeram um reajuste
de preço, no que eles pretendiam me pagar por cada CD vendido. Quando eles
voltaram com a cópia nova, Emmett releu tudo e depois sim, me liberou para assinar.
Daquele dia para frente minha vida passou a ser mais corrida do que era.
Como eu não pudia perder aulas, conseguimos fazer com que as gravações fossem a
noite. Então eu saía da faculdade e voava para Los Angeles.
A maior parte dos dias, eu chegava em casa depois da meia noite, e Jully
sempre estava dormindo.
Edward tentava disfarçar, me apoiar, mas eu sabia que aquilo estava
começando a incomodá-lo.
Foram quarenta dias daquela loucura, eu estava praticamente um zumbi, o
sono que eu sentia não passou e para piorar eu quase não dormia. Sempre que tinha
um tempinho dedicava a Jully e Edward, mesmo estando exausta.
Eu vomitei constantemente durante todo o mês de maio e continuei em junho,
só que Edward nunca esteve presente em um desses momentos, então para não ter
que encarar um médico, exames e agulhas, eu omitia aquilo dele.
Meu primeiro dia de férias da aula, coincidiu com o término da gravação do
CD, então no domingo eu fui dormi tarde, já quase de dia, já que precisei prestar
contas a Edward. Pretendia acordar muito tarde na segunda, mas acabei acordando
cedo e corri direto para o banheiro. Fiz algo com que eu já estava me acostumando,
vomitei. O problema foi que Edward viu e eu ouvi um monte. Principalmente quando
contei a ele com que frequência aquilo estava ocorrendo.
– Parece uma criança, não acredito que está desde aquele dia assim e não me
disse nada. Acha que saúde é brincadeira? - Ele esbravejava, enquanto estacionava o
carro em frente a clínica de Carlisle.
– São só enjoos, eu vomito e passa. Não precisamos fazer exames. - Eu estava
nervosa, tinha medo de agulhas.
Ele não me deu ouvidos, desligou o carro, abriu a porta, e segundos depois
estava abrindo a minha porta, me rebocando de lá.
– Quer ficar de cama? Perder o contrato com a gravadora, por ser uma mulher
teimosa?
– As gravações acabaram ontem Edward. - Eu ainda tentei. Mas ele andava
me puxando junto.
– Oi Sarah, meu pai já chegou? - Sarah era a secretária.
– Sim. Acabou de atender uma paciente, e tem meia hora livre.
– Pode por favor avisar a ele que Bella e eu estamos aqui? - Edward estava
nervoso, falava rápido demais, e me olhava preocupado.
A mulher telefonou para Carlisle, que nos mandou entrar. De novo fui
rebocada. Carlisle nos esperava na porta.
– Resolveram vir me visitar? - Perguntou me abraçando.
– Antes fosse. - Respondi respirando fundo.
– Bella é a mulher mais teimosa do mundo. - Edward fez Carlisle rir.
– Entrem, vamos conversar ali dentro. - Entrei e me sentei em uma daquelas
caideira de frente para mesa de Carlisle, Edward sentou-se na outra.
– Então, vieram me convidar para alguma coisa? - Perguntou rindo.
– Ah é, o lançamento do CD é daqui três meses, você está convidado. -
Anunciei e Edward me olhou de canto.
– Não foi isso que viemos fazer. Viemos aqui porque essa teimosa, está
passando mal desde aquele dia. Ela escondeu isso de mim acredita? Se eu não a
pegasse vomitando hoje, eu pensaria que ela estava bem. - Carlisle sorriu e arqueu a
sobrancelha para mim, que desviei os olhos.
– Não é nada, pelo amor de Deus. Eu não preciso tirar sangue só porque
vomito de vez em quando.
– Bella, o que você não pode é ficar vomitando, isso não é normal. - Carlisle
explicou pacientemente.
– Viu, viu teimosa. - Edward estava realmente bravo.
– Vamos lá Bella, conte para mim o que sente e não me omita nada, se não eu
deixo você por conta de Edward. - Carlisle acabou me fazendo sorrir.
– Começou aquele dia na sua casa, quando eu vomitei. Desde então vem
acontecendo frequentemente, tudo que tem cheiro de extrato de tomate me faz
vomitar. E sono, eu tenho muito sono, se eu pudesse acho que dormiria umas doze
horas por dia.
– Vou fazer algumas perguntas, continue sendo honesta. - Carlisle pôs os
óculos e abriu o notebook, digitou alumas coisas lá, que com certeza era meu nome,
endereço, idade.
– Quantos quilos tem? - Ele me olhava por cima dos óculos que eu nem sabia
que ele tinha.
– Cinquenta e três.
– Altura?
– Um e sessenta e sete.
– Toma algum medicamento? - Ah como eu adorava ir no médico.
– Anticoncepcional.
– Quanto tempo?
– Quase um ano.
– Tem algum caso de doença grave na sua família?
– Nenhum.
– Alguém na sua família tem problemas de estômago?
– Não. - Ele sorriu e tirou os olhos do computador, me olhando de novo por
cima dos óculos.
– Se sente tonta?
– Algumas vezes, mas são poucas. - Ele levantou-se da mesa e pegou o
aparelho medidor de pressão.
– Vem, sente-se ali. - Ele apontou para uma daquelas camas
de consultório que ficava no canto da sala.
Até pensei em dizer alguma coisa, mas a cara de Edward, me fez levantar e ir
até lá.
Carlisle colocou aquele treco no meu braço, e sorriu, seu sorriso parecia feliz.
– O que foi? - Questionei.
– Nada. Só estou feliz, eu gosto de crianças. - Franzi o cenho sem entender
nada.
– Eu também. - Disse dando de ombros.
Depois de medir a pressão, escutar meu coração, meus pulmões, e verificar se
eu tinha febre, ele me deixou voltar para meu lugar.
– Aparentemente, seu corpo está bem.
– Isso eu imaginava. - Murmurei o fazendo rir.
– Pensei que poderia ser pressão baixa a causa de sentir tanto sono e as vezes
se sentir tonta, mas sua pressão está ótima. Vamos voltar as perguntas.
– Como quiser.
– Você e Edward, vocês tem uma vida sexual ativa certo? - Ok, era
constrangedor entrar naquele assunto com Carlisle.
– Certo. - Murmurei olhando para longe dali.
– A quanto tempo? - Eu o encarei, vendo se aquilo era um tipo de pegadinha.
– Não quer mesmo saber isso. - Ele sorriu.
– Desde aquele dia que quase nos pegou no flagra junto com os outros. Uma
semana antes do seu aniversário. - Edward respondeu, fazendo Carlisle rir.
– Vocês usam algum preservativo?
– Vai responder, ou quer que eu responda? - Edward me questionou. Ele
estava totalmente sem paciência.
– Você está muito irritante hoje sabia? Garoto chato. - Reclamei. - Nós
usávamos, isso não vem acontecendo mais.
– A quanto tempo não usam mais?
– Bom, a primeira vez que não usamos foi no meu aniversário. Acabava
acontecendo de não usarmos as vezes, mas não era sempre. Mas abandonamos de
vez, a partir do nosso "casamento". A dois meses não usamos mais.
– Nunca deixou ou esqueceu de tomar anticoncepcional? - Rolei os olhos
vendo aonde ele queira chegar. Aliás vendo do que se tratava a suspeitas dele.
– Nunca, nem um dia sequer. Você sabe, no celular tem uma opção chamada
compromissos do dia. Todos os dias, ele começa a cantar as 22:00 me lembrando que
eu preciso tomar.
E de janeiro para cá, estou tomando direto, sem apusas. Então não, não é o
que está pensando. - Ele sorriu.
– Eu não estou pensando nada. Só fazendo perguntas padrões.
– Você não vai me perguntar quantas vezes ao dia transamos, vai? - Ele riu,
vendo que eu estava ficando irritada.
– Essa era minha próxima pergunta. - Eu o olhei incrédula o fazendo
gargalhar. - Brincadeirinha.
– Precisamos colher um pouco de sangue e mandar para a analise.
– Ah não. - Choraminguei me encolhendo na cadeira.
– Se te deixa mais tranquila, eu posse colher o sangue.
– E pode ser aqui mesmo? - Questionei.
– Pode. Só vou buscar uma seringa, um apoio de braço e a borracha. - Ele
disse aquilo e saiu da sala.
Comecei a suar frio, pensando na agulha, na gigante agulha entrando em meu
braço.
– Não sinta medo. Vai dar tudo certo. - Edward murmurou pegando minha
mão.
– Ah, resolveu voltar a conversar comigo? - Eu estava me sentindo um
pêssego magoado.
– Desculpe se fui grosso. Eu só me preocupo com você Bella. - Ela falava
calmamente e baixo. - Eu não quero que fique doente, não gosto de te ver vomitado.
E você anda com tanto sono. Isso me preocupa, eu não posso permitir que nada de
mal aconteça a você. - Suspirei e levantei dali, indo sentar em suas pernas. - Você me
desculpa? - Perguntou abraçando minha cintura.
– Me desculpe não ter dito nada. Eu realmente acho que não é nada, e não
queria preocupar você. - Murmurei deitando a cabeça em seu ombro.
– Não gosto quando omite essas coisas de mim Bella. Poxa somos uma
família, estamos no mesmo barco. É tipo titanic, você pula, eu pulo. - Eu ri.
– Desculpe. Prometo me comportar melhor. - Tirei minha cabeça de seu
ombro e o encarei.
– Desculpa? - Ele sorriu.
– Só se me desculpar também. - Sorri e colei minha testa na dele.
– Bobo. - Ele suspirou e fechou os olhos.
– Bobo por você. - Sorri e fechei meus olhos também.
– Eu te amo. - Murmurei.
– Eu te amo mais. - Ele respondeu.
– Ah o amor é lindo. - Pois é, Carlisle entrou na sala e nem percebemos. Abri
meus olhos e o encarei, ele sorria abertamente.
– Vem Bella, sente-se aqui. - Eu olhei para as coisas na mão dele e hesitei.
– Anda amor, se for uma boa menina, prometo te levar a um rodízio de
massas, e de sobremesa, ganha um pettie gatto. - Eu o encarei.
– Hey, isso não vale, está me comprando pelo estômago. - Ele sorriu.
– Está funcionando?
– Só se forem dois pettie gattos. - Ele fez pensar.
– Combinado, se for sem reclamar, vão ser dois. - Sorri e levantei dali,
voltando para minha cadeira. - Carlisle sorria e balançava a cabeça negativamente.
– Continua gulosa?
– Gulosa? Ela evoluiu, ela come muito em grande quantidade. Vive roendo o
tempo todo. - Edward me entregava, enquanto Carlisle apertava a borracha em meu
braço procurando a veia.
– Não tem medo de engordar, Bella? - Perguntou sem tirar os olhos do meu
braço.
– Na verdade, acho que engordei uns dois ou três quilos. - Ao ver a agulha se
aproximando, eu desviei meus olhos dali.
– Dois ou três quilos, em quanto tempo? - Senti a agulha furar minha pele.
– Em dois meses eu acho. - Murmurei, olhando para os pés.
– É sempre bom engordar uns quilinhos. - Ele comentou.
– Não sei. Acho que preciso entrar na academia. - O ouvi rindo.
– Acho que não é preciso. - Murmurou tirando a agulha do meu braço. -
Garanto que daqui um tempo, perde esses quilos. - Ele sorria. - Segure o algodão. -
Coloquei o dedo no algodão, enquanto ele transferia o sangue da agulha para um tubo
de ensaio.
– Já volto. - Murmurou nos deixando sozinhos de novo. Quando meus olhos
encontraram com os de Edward, ele me olhava de uma forma estranha, e seu sorriso
estava grande.
– O que foi? - Ele sorriu maior.
– Nada. Talvez realmente não esteja doente. - Rolei os olhos.
– Foi o que eu disse desde o começo. - Carlisle voltou sorrindo. Foi até aonde
eu estava, tirou o algodão do braço e pôs um curativo.
– Pronto. Nem doeu muito, doeu? - Era vergonhoso ser tratada como uma
criança.
– Eu fiquei quase um mês, com uma agulha enfiada no braço, recebendo soro.
Além de ter tirado muito sangue naquela época. E depois quando eu cortei os pulso,
lá eu tive que receber sangue, e também precisei de soro porque estava fraca.
Meus braços eram picados diariamente, e as vezes eles não achavam a veia.
Fiquei traumatizada. - Expliquei chateada.
– Eu compreendo. - Carlisle tentou não rir. - Bom, voltem no final da tarde. Já
teremos o resultado.
– Okay. - Edward ainda sorria. - Estava comentando com Bella, que talvez ela
realmente não esteja doente. - Carlisle sorriu.
– Tenho a mesma duvida. Vamos confirmar no final da tarde.
Nos despedimos de Carlisle e fomos almoçar, que nem Edward me prometeu.
Depois do almoço fomos para casa, e eu acabei dormindo até a hora de voltar para
ver Carlisle. Assim que nos viu Sarah nos disse que Carlisle nos aguardava ansioso.
Carlisle que sorria olhando para um papel, sorriu ainda mais ao nos ver. Ele
guardou o que via e nos encarou.
– Sentem-se crianças. - Edward me puxou pela mão e me fez sentar em suas
pernas.
– Então, quanto tempo de vida eu tenho? - Ele ficou sério, e aquilo me
assustou.
– Esqueci de fazer uma pergunta mais cedo.
– Estou ouvindo.
– Tomou algum remédio, antibiótico ou anti-inflamatório nesses últimos
meses? - Forcei minha memoria a pensar sobre o assunto.
– Tomei. Depois de ter tomado aquele banho de chuva naquele dia, eu fiquei
com dor de garganta. O farmacêutico disse que estava inflada, Edward te ligou, e
disse que era ele quem estava assim. Você indicou os medicamentos. Um era
antibiótico.
– A mentira sempre trás consequências. - Ele murmurou e então sorriu.
– Vai me dizer que estou assim pelo remédio que eu tomei a quase dois meses
atrás? - Ele sorriu ainda mais.
– Exatamente por isso.- Ele me entregou o exame que estava lendo. -
Antibióticos, alguns deles, cortam completamente os efeitos dos anticoncepcionais. -
Quando ele acabou de dizer aquilo, eu bati meus olhos na palavra positivo. - Eu sabia
que ele continuava falando, mas eu não sabia o que era, eu senti braços em mim, mas
não sabia de quem eram. Os meus olhos não saim do resultado do exame, eu estava
em choque.
Meus pensamento voltaram para cinco anos atrás.
Capítulo 39 - Você é a minha felicidade... Part2

– Isabella Swan, procure por Isabella Swan. - Eu estava meio chapada,


esperando o resultado do meu exame. O moço veio sorridente até aonde eu estava e
me estendeu o exame.
– Prontinho Isa Marie. - Ele sorriu e eu retribui seu sorriso.
– Obrigada. - Dei as costas para ele e saí. Na rua eu tirei o papel do
envelope e comecei a ler.
Meus olhos se prenderam na palavra positivo.
– Grávida... - Eu murmurei olhando para a palavra. Meu coração começou a
bater forte, e eu senti as lágrimas escorrem pelo meu rosto, e um sorriso nasceu eu
mim. - Grávida. - Eu comecei a rir. - Eu estou grávida.
– Isabella, aonde você se meteu ontem a noite? Te procurei em todos os
lugares e não te achei, estava se drogando não estava.
– Jane eu preciso falar com você. - Respondi sorrindo.
– Precisa falar o escambau, você precisa parar com isso, isso vai matar você.
- Ela esbravejou.
– Jane. - Segurei os braços dela, enquanto ela ainda falava. - Eu estou
grávida. - O que quer que fosse que ela estivesse falando, ela calou-se e me encarou.
– O que disse? - Sorri com lágrimas nos olhos e a abracei.
– O que você ouviu. Eu estou grávida, você vai ser dinda.
– Grávida Isabella? - Charlie estava em choque por tudo que já tinha ouvido.
- Está me dizendo que além de se uma viciada em cocaína, você também ficou
grávida? - Ele passava as mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo.
– Pai, essa criança, ela vai salvar a minha vida. Prometo para você que de
hoje em diante, eu jamais vou voltar a chegar perto daquilo.
Essa criança depende de mim, ela depende de mim pai. - Peguei a mão dele e
coloquei na minha barriga. - Já está aqui Charlie, seu neto ou neta, está aqui.
– Pelo menos ele ou ela, não vai nascer com cara de algodão doce. - Charlie
bocejou, já que eu o tinha acordado as três da madrugada, com desejo de algodão
doce.
– Nem de churrasco. - Murmurei de boca cheia. Churrasco tinha sido meu
desejo da madrugada anterior.
– Pai? - O chamei ao abrir meus olhos.
Me assustei ao ver tantos fios grudados ao meu corpo. Quando mexi meu
braço, percebi uma agulha grudada lá, com soro. Então as memórias da madrugada
invadiram minha mente.
Jane, Jacob, o acidente, sangue. Jane, ela não tinha me obedecido, ela não
abriu os olhos.
Meu coração começou a bater forte, lembrando de tudo. Tirei os olhos dos
apetrechos grudados a mim, e encarei Charlie. Ele chorava, e aquilo era mal sinal.
– Jane? - Minha voz saiu cortada.
Ele foi até onde eu estava e segurou minha mão, para em seguida balançar a
cabeça negativamente.
As lágrimas invadiram meu rosto, e meu desesperou aumentou, quando
toquei minha barriga e notei que não tinha mais nada lá.
– E meu filho? Cadê meu filho? Eu quero vê-lo. Vá buscá-lo para mim É um
garoto, como Jane dizia que seria? Eu quero vê-lo pai. - Eu dizia entre o choro,
Charlie já soluçava.
– Era uma garota. - Ele conseguiu dizer. - Isa, amor, você tem que ser forte. -
Ele falava entre os soluços.
Eu balançava a cabeça freneticamente negando.
– Não. É mentira, você está mentindo. - Disse em desespero, enquanto
tentava arrancar aquelas coisas de mim. Iria eu mesmo atrás da criança. - VOCÊ
ESTÁ MENTINDO, VOCÊ SÓ PODE ESTAR MENTINDO. EU QUERO A MINHA
FILHA, E EU QUERO AGORA. - Eu já estava levantando, quando enfermeiros
entraram no quarto e me agarraram. Eu me debatia e gritava. Gritava pera
deixarem eu ver minha filha, para trazerem ela para mim. Acabaram conseguindo
me aplicar uma injeção e segundos depois eu fui tomada pela escuridão.
– Bella? Bella amor? Bella fala comigo. - Edward dava tapinhas no meu rosto,
me trazendo de volta ao presente.
Ele e Carlisle me encaravam preocupados. Eu pisque e levantei do colo de
Edward.
– Você está mentindo. - Murmurei e encarei Carlisle. - Eu não quero isso. -
Disse lhe devolvendo o exame. – Isso é mentira. Não pode ser, você se enganou.
Vamos tirar sangue de novo. - Disse tudo rapidamente, passando as mãos pelos
cabelos. – Não, não pode ser, eu tomo anticoncepcional. Isso é um engano. Um
engano, está entendendo?- Carlisle não disse nada, só continuou me encarando.
– Bella. - Edward tentou me segurar, mas eu me livrei dele.
– Me diz Carlisle, me diz que está mentindo. - Pedi, já com lágrimas nos
olhos. - Por favor me diz. - Ele suspirou.
– Não é mentira Bella. Você está grávida. - Falou calmamente, fazendo
minhas lágrimas caírem.
– Não pode ser, não pode. Isso não vai dar certo, e vai acabar comigo de novo.
Isso vai me fazer ter esperança, vai me fazer imaginar todo santo dia, e de
repente quando eu abrir meus olhos, e perguntar pelo meu filho, vão me dizer que ele
morreu. - Falei desesperada, deixando mais lágrimas caírem.
– Isso não vai acontecer Bella. - Carlisle se aproximou.
– Como sabe? Como pode me garantir isso?
– Eu não posso. Assim como você não pode garanti que não vai dar certo. -
Ele parou na minha frente, e tentou me abraçar mais eu não deixei. Dei as costas para
ele e esbarrei em Edward.
– Bella, não é porque aconteceu uma vez que isso vai se repetir. Não misture o
passado com o presente.
Quais as dúvidas que tem que pode não dar certo? Olhe para você, você é uma
mãe maravilhosa. Bella... - Ele tocou meu queixo, e levantou para que eu o encarasse.
- Você não é mais uma adolescente. Você apanhou muito da vida, e você aprendeu
com ela.
Você cresceu, virou um mulher madura e responsável. Apesar da pouca idade,
você é muito mais madura do que muitas de trinta por ai.
Isa, é assim que eles te chama por lá, não é? Você não é mais a Isa, não aquela
que um dia foi.
Você é a Bella, a minha Bella, a Bella que me ganhou no primeiro dia.
E a Bella que me conquistou, ela pode ter alguns defeitos, mas ela não é
covarde. Ela não tem medo nem de socar a cara de um homem que meche com sua
mãe, e não vai ter medo de uma criança indefesa, vai?
É o nosso filho Bella. - Enquanto eu chorava ele sorria. - O nosso filho, eu
tenho certeza que foi feito com muito amor, o maior que pode existir entre um
homem e uma mulher.
Não diga que não pode ser, não diga que é mentira, não diga que é um engano,
jogue esses medos fora.
Jogue esses medos fora, e deixe-se levar. - Ele pegou minha mão e a levou até
mina barriga, fazendo com que eu chorasse ainda mais.
– Olha, ele está aqui, e depende de nós. Daqui alguns meses, vai estar te
chutando, pedindo por comida. Acho que vou passar muito trabalho, para alimentar
vocês duas. - Acabei sorrindo entre as lágrimas, imaginando junto com ele.
Minha mão junto com de Edward, acariciavam a barriga inexistente.
– Mal soube que está gravida, e já estou ansioso para ver o rostinho dela. O
formato do nariz, da boca, a cor dos cabelos. - Ele continuava me fazendo sorrir.
– Um garoto Edward, vai ser um garoto. - Minha voz quase não saía devido
ao choro. – Me promete, promete que vai estar lá comigo? Que vai ficar ao meu lado
e que vai se certificar que tudo saia bem?
– Prometo amor, eu prometo. Vamos fazer isso juntos. Vou estar em todas as
consultas, ultrassons, exames. E quando ele quiser vir ao mundo, eu vou estar lá com
você, segurando a sua mão. Vou levar uma câmera, para bater uma foto de nós três. A
primeira foto de nós três juntos. - Minhas lágrimas não sessavam.
– Eu vou estar inchada, gorda e suada. - Ele deu risada.
– E linda, você vai estar sempre linda. - Ele limpou minhas lágrimas com seus
polegares e em seguida me beijou.
– Deixem-me felicitá-los, e me felicitem também, afinal eu vou ser avô. - A
voz de Carlisle estava embargada. Quando me virei para ele, ele limpava as lágrimas.
Sorri e o abracei.
– Parabéns querida. Não tenha medo, vai ser totalmente diferente dessa vez,
você vai ver. Essa criança vai completar a sua felicidade, eu sei que vai. - Eu ainda
fungava.
– Obrigada, por tudo. Desde de sempre.
– Precisa arrumar um médico, fazer todos os exames, verificar se está tudo ok.
- Ele disse ao me largar.
– Estou na frente de um médico, não estou? - Ele riu.
– Eu sou cardiologista Bella.
– Nunca cuidou de mulheres grávidas? - Questionei secando as lágrimas.
– Já, a anos atrás. Cuidei e fiz o parto de todos os meus filhos. Acompanhei o
de Jully também. - Eu sorri.
– Ótimo. Então pode fazer isso com o seu próximo neto também. - Murmurei
afagando a barriga. - Ele sorriu e também tocou minha barriga.
– Acho que posso. - Carlisle abaixou-se. - Eu quero ser o primeiro a ver esse
garotão. - Murmurou e beijou minha barriga.
– Garota pai. - Carlisle levantou-se.
– Depois eu quem sou a teimosa. - Comentei os fazendo rir. Edward voltou a
me puxar para seus braços
– Mais calma? - Questionou.
– Acho que ainda estou surtada.
Estava na cara que eram sintomas de gravidez, mas para mim era impossível,
já que eu nunca atrasei com os anticoncepcionais. Eu não sabia que um simples
remédio para garganta, poderia me render um filho. - Edward e Carlisle riram.
– Um franciscano. - Edward me fez rir.
– Eu tomei os remédios por duas semanas. Pode muito bem ter sido feito em
casa.
– Algo me diz que não, que foi feito naquela banheira.
– Rum, Rum. - Carlisle coçou a garganta rindo.
– Discutimos sobre isso em casa. - Murmurei envergonhada.
– Bella, eu vou te passar um remédio para conter os enjoos, e outro para você
tomar se sentir tontura. E não preciso nem dizer, para não engolir mais nenhuma baga
de anticoncepcional, preciso? - Balancei a cabeça negativamente.
Ouve três batidas na porta.
– Carlisle, Sarah me disse que Edw... - Era Esme e ao nos ver lá, ela parou
com o que ia dizer. Jully estava com ela. – Vocês estavam chorando? - Tinha
preocupação na voz dela.
– Tem alguém doente? - Jully questionou se aproximando de nós. Me larguei
de Edward e sorri para ela.
– Não princesa. Ninguém. - Ela pareceu não acreditar.
– Então porque vocês estão com olhos de quem estavam chorando? - Encarei
Edward que sorriu.
– Por que você conseguiu. - Carlisle comentou.
– Sinta-se a vontade. - Edward me disse.
– Consegui o que? - Eu sentei na cadeira e a puxei para meu colo.
Peguei a mão dela e a coloquei na minha barriga.
– Seu irmão, ele está aqui dentro. Era o que queira não era? Um irmão? - Ela
tirou os olhos de mim, e os levou até minha barriga, subiu para mim de novo, e
voltou para a barriga. Sua mão alisou ali.
– É serio? - Perguntou sem tirar os olhos de lá.
– Carlisle e o exame dizem que é. - Ela sorriu grande e inclinou a cabeça para
beijar minha barriga, em seguida me abraçou.
– Eu amo vocês. Você, o papai e o menino. - Ela me fez chorar de novo.
– Eu também amo vocês. Amo muito.
– Pera ai, estou ouvindo certo? Vamos ser avós novamente? - Esme parecia
empolgada. A pergunta foi feita para Carlisle, mas ela abraçava Edward.
– Vamos. - Carlisle tinha um sorriso bobo. - Se o garoto não for apresado, em
janeiro ele está nascendo.
– Por que dizem que vai ser um garoto? Vai ser uma garota. - Edward tinha
ganho uma aliada.
Ela murmurou algumas coisas para ele o fazendo sorrir e depois veio ao meu
encontro.
– Jully, vá lá da um abraço no seu pai, e deixa eu abraçar Bella. - A garota
beijou de novo minha barriga e foi.
Eu me levantei e suspirei. Esme sorriu e me abraçou.
– Parabéns Bella. Você já é uma ótima mãe, e tenho certeza que vai continuar
sendo. Na verdade vai evoluir, isso acontece a medida, que vão nascendo mais. - Eu
ri.
– Obrigada Esme. Mas é melhor eu me concentrar só nos dois mesmo. Ficar
grávida não estava nos meu planos.
– Ah, nunca está, eu não planejei nenhum dos três. Quando é para acontecer
acontece. - Ela me beijou, e como Carlisle tinha feito ela abaixou-se.
– Hey garotinha da vovó, cientificamente, dizem que ainda não pode me
ouvir, nem sentir. Mas os cientistas, vivem arrumando desculpas para as obras de
Deus. Eu já amo você meu amor. - Ela depositou um beijo ali e levantou-se.
– Sabe que eu desconfiei aquele dia lá em casa? Enjoos no meio da refeição,
são coisas de mulheres grávidas.
– Juro para você que por mais que eu soubesse que eram sintomas de
gravidez, jamais passou pela minha cabeça que era isso. Eu não sabia que
antibióticos, eram assim poderosos.
– Eu estava com uma tosse das bravas, precisei tomar alguns remédios, entre
eles antibióticos, o resultado disso foi Emmett. - Eu ri.
– Eu tenho uma pergunta. - Jully estava empolgada.
– Pergunte, estamos ouvindo. - Respondi.
– Como é que ele foi parar ai, dentro da sua barriga? - Ela conseguiu deixar
quatro adultos em silêncio. E como se fosse combinado, começamos a rir ao mesmo
tempo, a deixando sem entender. - Eu não tô achando graça. - Protestou.
– Jully... - Murmurei tentando parar de rir. - Essa é uma daquelas perguntas,
que só vamos poder te responder quando crescer.
– Ah não, outra daquelas não. Mais essa é fácil, é só você me dizer como
colocou ele ai dentro.
– Não, não é nada simples responder isso. Não para uma criança da sua idade.
- Edward a beijou.
– Papai, você me conta? - Ela recorreu a Carlisle.
– Bella e Edward, são um casal certo? - Ele começou. Ela assentiu. - E eles se
beijam na boca, você já viu isso? - Ela voltou a assentir. Eu não sabia que rumo
aquela conversa tomaria.
– Então, para não ficar grávida, as mulheres tomam um remedinho todos os
dias. Só que aconteceu um problema com os de Bella e ele não funcionou. Os dois se
beijaram e aconteceu.- Eu tive vontade de rir, e tenho certeza que não fui a única.
– É assim que se fica grávida? - Ela questionou.
– Exatamente assim. Por isso garotas, não podem beijar nenhum garoto, até
pelo menos terem uns vinte anos. - Edward se apressou em dizer, e aquilo me fez
gargalhar.
– E se o pai for ciumento, isso sobe para pelo menos os vinte e cinco anos. -
Carlisle continuou.
– Meu pai se encaixa no muito ciumento. Eu não sabia sobre esse negócio da
idade. Acho que eu vou ficar pelo menos mais dois anos sem beijar você Edward. -
Esme riu.
– mas eu falei com seu pai, ele me deu autorização. - Eu ri.
– Ahan. Quero só ver o que ele vai dizer, quando saber que eu casei, e ainda
por cima que eu estou grávida.
Prepare seus ouvidos, principalmente quando o assunto for termos casado.
Charlie vai surtar. - Edward e eu já tínhamos conversado algumas vezes sobre aquele
assunto. Ele estava com medo, muio medo de enfrentar Charlie, isso fazia com que
ele adiasse nossa ida para o Brasil, de junho ele mudou para julho e se eu desse mole
ele adiaria até o natal.
– Vai me defender não vai? Não vai deixá-lo fazer nada contra os nossos
futuros filhos. - Eu ri.
– Com certeza eu não vou deixar, e isso não tem nada haver com os filhos. -
Ele sorriu sacana.
– Contenham-se crianças. - Carlisle murmurou.
– A minha dinda vai dar muitos pulinhos. - Jully comentou rindo.
– Também acho. - Comentei dando risada.
– Rose vai ficar histérica. Ela vivia me dizendo que quando tivéssemos um
filho, ela que seria a madrinha. - Edward comentou.
– Ela me fez prometer que seria a marinha.
– Que tal irmos? Devem estar todos na casa de Alice, e para uma segunda a
noite e de férias, com certeza está tendo pizza. - Pizza aquela palavra me provocou
fome.
– Humm pizza. Eu quero pizza de chocolate. - Eles começaram a rir.
– Edward até essa criança nascer, você vai ter que levantar muito de
madrugada. - Carlisle ria.
– Enquanto a vontade for pizza de chocolate eu fico feliz.
– Bella, amanhã você volta. Vamos fazer os exames e eu vou te passar uma
dieta. Você não pode se encher só de fast food e chocolate. Precisa de uma
alimentação saudável.
– Foram seus filhos que me viciaram em fast food. Antes eu comia verduras,
vegetais, proteínas, carboidratos e tudo mais.
– Ótimo, porque vai voltar a comer isso. - Eu sorri.
– Como quiser, doutor. Agora me deixe ir, eu realmente quero um pedaço de
pizza. Tchau Esme. - Eu já me soltava do abraço.
– Tchau Bella, cuide e alimente bem meu neto, quer dizer minha neta. - Eu ri.
– Vou fazer isso. Mas é um garoto. - Carlisle sorria abertamente.
– Nosso garoto. - Eu ri e o beijei.
– Novo torcedor dos Dodgers. - Provoquei.
– Eu vou ensinar coisas boas para ele. - Ele rebateu a provocação.
– Tchau Carlisle, mais uma vez obrigada por tudo. E desculpe por eu ter
surtado.
– Não tem o que agradecer, e eu entendo o que sentiu, mas não se preocupe,
vai ser diferente dessa vez.
– Tomara. - Murmurie largando dele.
– Hey, e eu? - Jully questionou.
– Você vem conosco, não vem? - Ela sorriu e estendeu os braços para que eu a
pegasse.
– Eu faço isso. - Edward, foi rápido e a pegou. - Melhor Bella não ficar
carregando peso. - Eu rolei os olhos.
– Edward Cullen, você não é nem maluco, de começar a não me deixar fazer
nada. - Ele olhou para Carlisle pedindo ajuda.
– Gravidez não é doença filho. Sendo que tudo seja feito em doses moderadas,
não existe problema algum.
– Ok. Vamos embora. - Ele disse bufando, Edward assim como eu odiava ser
contrariado.
Pelo o barulho que ouvíamos ainda dento do elevador, sim os Cullens estavam
reunidos, e eu podia até apostar que um pouco bêbados. Alice não costumava cantar
naquela altura, muito menos Jasper. Com certeza Emmett e Rose estavam dançando.
– Espero que não estejam aos beijos. - Edward murmurou.
– Espero que não estejam quase nos finalmentes. - Foi meu comentário.
– O que é quase nos finalmentes? - Jully vivia antenada em nossa conversa.
– Quase dormindo. - Edward tratou de dizer.
Entramos sem nos anunciarmos, e como eles faziam a maior farra, nem nos
perceberam.
Sim, Emmett e Rose estavam dançando, quase que pornograficamente.
– Dinda Alii... - Jully largou a nossa mão e correu até Alice, que abriu um
sorriso e os braços ao ver a garota. Aquilo fez com que todos prestasse atenção em
nós.
– Hey Cullens... - Os cumprimentei.
– Hey Cullens. - Emmett nos cumprimentou.
Eu ainda demoraria a me acostumar com meu novo sobrenome. Edward me
puxou pela mão e nós no sentamos no sofá. Depois de cumprimentar todos, Jully se
juntou a nós.
– Bella, adivinha o que temos? - Rosalie estava alterada.
– Olhos? - Jully riu, já Rose rolou os olhos.
– Ha ha. Também não vou te dizer. - Ela se fez de emburrada me fazendo rir.
– Bom, eu também tenho uma coisa para te dizer. Se você não me disser, eu
não te digo. - Vi curiosidade em seus olhos.
– Ela está mentindo ursona só quer enganar você. - Emmett também estava
meio bêbado.
– Não, ela não está. - Edward entrou na brincadeira.
– Não está mesmo. - Jully ria.
– Hey, seu pingo de gente, você está de complô com eles? - Alice se meteu e
sentou-se ao lado dela.
– Família unida, jamais será vencida. - Edward comentou rindo.
– Ok, ok, eu digo. - Se tinha uma coisa que Rosalie era, essa coisa era curiosa.
- Temos tequila, muita tequila, sua bebida favorita. - Se da ultima vez que eu bebi
tequila, acabei casada, me perguntei mentalmente o que aconteceria se eu bebesse de
novo. - Quer uma dose? - Edward e eu nos encaramos sorrindo e em seguida olhei
para Rose.
– Não Rose. Obrigada. - Ela me olhou sem saber o que dizer.
– O que? Está mesmo negando tequila? - Jasper estava incrédulo.
– Não que eu não queira, é que eu não posso. - Falei em um suspiro.
– Está doente? Temos show amanhã. - Emmett logo falou.
– Estávamos no consultório de Carlisle até agora. - Edward falou sério em um
suspiro e os quatro nos encararam preocupados.
– O que você tem Bella? - Foi a vez de Alice perguntar. Suspirei e encarei
Edward.
– Sua vez. - Ele sorriu e encarou os irmãos.
– Alice, Jasper, vocês vão ser tios. Emmett, Rose vocês vão ganhar uma
afilhada.
– Eu vou ganhar um irmão. - Jully comemorou levantando as mãos. Ouve
quase um minuto de silêncio.
– Ahhh, eu não acredito. - Rose foi a primeira esboçar um reação, e se jogou
para cima de mim e de Edward. - Sério mesmo?
– Seríssimo. - Eu ria.
– Ah eu estou tão feliz. Parabéns, vocês merecem. Vão ser ótimos pais, quer
dizer, já são ótimos pais. - Ela falava sem afrouxar o abraço. - Vai dar tudo ceto Bella,
ele vai ser lindo.
Você merece muito, muito mesmo. Estou muito, muito feliz por você. E por
mim também, vou mesmo ser madrinha?
– Claro que vai, como eu prometi, lembra? - Ela me largou e beijou meu
rosto, para em seguida abaixar-se e conversar com minha barriga.
– Hey garotão da dinda, oi meu amor. Eu estou tão feliz, vou mimar muito
você. Mal posso esperar para te ver, te abraçar, te encher de beijos. - Depois de afagar
minha barriga ela beijou.
– Rose, agora é minha vez. - Emmett rebocou ela dali, e me pegou pela mão
para que eu ficasse de pé. E pela primeira vez desde que nos conhecemos, ele não me
apertou no abraço, nem me tirou do chão.
– Parabéns Bella. Isso é incrível. Uau eu vou mesmo ser dindo? Eu nunca fui
dindo de ninguém. - Ele dizia sorrindo meio nervoso.
– Sempre tem uma primeira vez Emmett, você vai ser um ótimo dindo.
– Se for mesmo um garoto,eu vou ensinar muitas coisas para ele, vou dar
umas dicas com as mulheres. - Eu voltei a rir.
– Nada de dicas Emmett, ele nem nasceu e você já quer levar o garoto pra o
mau caminho. - Emmett sorriu e me largou. Ele ficou de joelhos, e segurou minha
cintura, depois deu um beijo estalado na minha barriga.
– Hey garoto, nós vamos nos divertir muito juntos. Vamos deixar sua mãe de
cabelos brancos, cedo, cedo. Prometo me esforçar para ser um dindo camarada. - Eu
não conseguia parar de rir.
– Vocês querem por favor parar de falar com a barriga de Bella, e também
parem de dizer que é um garoto. Não é como se ele estivesse entendendo alguma
coisa, e eu tenho certeza que vai ser uma garota. - Foi o que Jasper disse.
Emmett levantou-se e deu um soco no braço de Jasper, me beijou e foi
cumprimentar Edward.
– Como você é sensível Jasper. - Disse ironicamente quando ele me abraçou.
– Desculpe, mas é que ainda... - Eu ri.
– Eu sei, não se preocupe. Nando dizia a mesma coisa. Parem de conversar
com a barriga. - Lembrei rindo, eu precisava contar aquilo para ele.
– Parabéns Bella, fico muito feliz, por você e por Edward, muito feliz mesmo,
mamãe.
– Obrigada Jasper. - Ele falou dos outros, mas acabou abaixando-se também.
– Hey garota, sei que ainda não pode me ouvir, mas daqui uns cinco meses
vamos conversar. Seja bem vinda a essa família de malucos. - Ele beijou ali e
levantou-se.
Alice estava parada a poucos metros de mim. Ela me encarava com lágrimas
nos olhos. Sorri e abri os braços a esperando, e ela se jogou.
– Vocês não perdem tempo em. - Murmurou com a voz embargada.
– Nós não planejamos. Eu ainda estou muito assutada com isso. Eu surtei
quando soube.
– Não tenha medo. Vai dar tudo certo, tenho certeza que vai. Conte comigo
para qualquer coisa. E vocês vão ficar me devendo um afilhado. - Eu sorri.
– Obrigada Alice. E ponha na conta quem sabe daqui uns dez anos, eu pague.
- Ela me largou e sorriu.
– Coelho do jeito que vocês são? Dou no máximo cinco anos. - Assim como
os outros ela também abaixou-se. Tinha certeza que aquilo seria algo constante
durante os próximos meses.
– Hey princesa da tia. Eles dizem que é um garoto, mas eu sei que é uma
garotinha. Uma linda garotinha. Vou rezar para que esses meses passem logo, estou
tão ansiosa para ver você e te encher de beijo. - Ela como os outros, também beijou
minha barriga.
– Você em Edward, não perde tempo. O segundo é claro que teria que ser seu
também. - Ela implicou com o irmão.
– Estamos na atividade Alice. - Eu sorri e me sentei no colo dele.
– Coelhos do jeito que são, não sei como não aconteceu antes. - Emmett
comentou.
– Alice, Rose, jamais tomem um antibiótico, antes de falar com Carlisle.
Vocês podem acabar grávidas. - Elas riram.
– É eu sei. Mamãe vive dizendo que foi por isso que Emmett nasceu, então eu
estou ligada.
– Emmett vive me dizendo isso também, então eu já sabia. - Rose comentou.
– Ok. Por que só eu não sabia? Você podia ter me dito isso Edward. - Ele
sorriu e me abraçou.
– Bella amor, eu nunca prestei muita atenção nessas histórias. Sempre me
interessei mais na pratica do que qualquer outra coisa. - Eu ri.
– Meu Deus Edward, tenho medo que tenha filhos perdidos por ai. - Os outros
riram.
– Acha mesmo que eu teria filhos com qualquer uma? Teve Kate e depois teve
você. As outras comeram bala com plástico. - Edward arrancou muitas risadas.
– Ok Edward, me poupe, acho que não quero ouvir isso.
– Do que vocês estão falando em? Quem é que come bala com papel? Eca. -
Jully fez todos gargalharem novamente.
– Jully, um dia você vai se lembrar de todas essas perguntas feitas, e vai ver
que não precisa mais de respostas para ela. - Rose comentou.
– Sei... - Ela murmurou.
– Ok gente. Vamos parar com esse papo.
Na verdade Edward disse que segundas-feiras a noite, quando estão de férias,
vocês pedem pizza, por isso eu vim aqui.
– Você já era gulosa. Tenho pena de Edward agora, o salário dele vai todo na
comida. - Emmett me fez rir.
– Esqueceu que eu também trabalho? Deve ter algum dinheiro na minha
conta, já que nunca mexi. - Emmett pareceu surpreso.
– Nunca?
– Nem uma vezinha. Meu cartão, continua na mesma gaveta, nunca foi usado.
– Então vamos fazer a conta de quanto tem.
Ano passado você tocou de julho até dezembro, foram sessenta e três vezes.
Estávamos cobrando setecentos dólares. Trezentos eram seus, trezentos meus e cem
para despesas e investimentos. Então ano passado você ganhou dezoito e novecentos
dólares.
Esse ano, nosso preço subiu, duas vezes. Você começou o ano ganhando mil.
Quinhentos para você, trezentos para mim e duzentos para despesas e investimentos.
Você tocou cinquenta e três vezes ganhando quinhentos, isso da vinte e seis e
quinhentos.
O pai de Rose deu cinco mil só para você, e Tom Cruise mais cinco.
Bom e como você já esta fazendo um sucesso pelas redondezas da Califórnia,
e agora com a música que gravou, o preço subiu mais. Os últimos dezesseis shows,
ganhamos dois mil cada um.
Mil e duzentos para você, seiscentos para mim, e duzentos para despesas e
afins. Então você ganhou dezenove mil e duzentos. - Eu estava impressionada pela
quantidade de dinheiro e pela forma rápido em que Emmett fazia as contas.- Agora
vamos somar, dezoito e novecentos, com vinte e seis e quinhentos, mais dez mil dos
caras ricos e dezenove mil e duzentos dos últimos shows, isso dá... Setenta e quatro
mil e seiscentos dólares.
Edward assoviou, eu ainda estava surpresa por ter conseguido tanto dinheiro
só tocando.
– Amor, acho que vou me aposentar, vocês nos sustenta. - Edward me fez rir.
– Querido irmão, se esse CD, deslanchar, você pode tranquilamente fazer isso.
Bella estará milionária em menos de três anos. - Eu rolei os olhos.
– Não viaja Emm, não viaja.
– Acho que ele não está viajando. Bella, as pessoas gostam da música que fez
com Edward, as vezes na faculdade, alguns conhecidos me param, e me pedem para
conseguir um autógrafo seu. - Alice falou.
– Seus dias de anonimato nos Estados Unidos estão contados. - Jasper falou
rindo.
– E sinto lhe informar amiga, mas os paparazzis daqui são muito, mas muito
piores dos que os do Brasil. - Alice continuou.
– Vocês são loucos. Gente, nunca que uma brasileira, faria sucesso nos
Estados Unidos, imagina então ser perseguia por paparazzis. Acho que vocês
beberam muito.
– Está sendo preconceituosa amor. - Edward murmurou.
– Não, você sabe que não. Só estou sendo realista. Algumas pessoas ainda me
olham torto na faculdade, por eu não ser americana.
– Hey, você não era uma americana, se tornou ao casar-se com Edward. -
Rose lembrou.
– Ok, ok. Vamos pedir as pizzas. Essas são por minha conta, já que descobri
que tenho um dinheirinho sobrando. - Eles deram risada. E Rose foi para o telefone.
Depois de comer uma pizza e meia sozinha, nós fomos para casa. Eu segui
para o quarto, enquanto Edward foi até o de Jully a por na cama, já que ela tinha pego
sono no sofá de Alice.
Estava pondo meu pijama quando ele entrou no quarto. Ele me abraçou por
trás, e apoiou o queixo em meu ombro.
– Não está mesmo pensando em por esse pijama, está? - Eu sorri e me virei
para ele.
– Estava, mas acabo de mudar de ideia. - Murmurei ao me virar para ele. - A
porta? - Perguntei ao envolver seu pescoço com meus braços.
– Chaveada. - Respondeu beijando meu pescoço.
– Isso é bom. - Ronronei, subindo sua camiseta.
Ele me empurrou delicadamente até a cama, e foi cuidadoso ao me derrubar
na mesma.
Quando sua mão começo a deslizar pelo meu corpo e alcançou minha barriga,
ele parou de me beijar e sorriu.
– Nossa filha. - Murmurou me fazendo sorrir.
– Filho. Nosso filho.
– Teimosa. - Ele desceu a cabeça até minha barriga e colou seu ouvido lá.
– Com quantos meses da para saber o sexo? - Eu sorri.
– Acho que com quatro, não sei ao certo. Se eu pedi para não vermos, você
aceita? - Perguntei mergulhando a mão em seus cabelos.
– Quer me deixar nove meses curioso? - Eu sorri.
– Bom, tecnicamente, só faltam sete.
– Por que não quer saber? - Murmurou a pergunta.
– É meio que uma tradição da minha família, ou coisa assim. Minha vó,
minha mãe, minha tia.
Eu também, não quis saber. Soube depois de tudo, quando Charlie me disse.
– Não tinha curiosidade? - Eu ri.
– Tinha muita. Jane dizia que seria um garoto, tia Júlia também achava.
Charlie e Renée diziam que seria uma menina.
Eu meses pensava que seria um garoto, o outro que seria uma garota.
Acabou que Jane se enganou completamente, porque o da minha mãe que ela
apostava que seria uma menia, era um menino. E vice versa.
– Certo, se quiser, não precisamos saber. - Murmurou beijando minha barriga.
– O filho também é seu Edward, se você fizer questão nós vemos. Não tem
problema.
– Não. Vamos deixar para saber no dia. Janeiro está logo ali. E que graça teria,
se não deixássemos minha família curiosa. - Eu ri.
– A minha também ficou muito curiosa. Tinham dias que meu pai
enlouquecia. Ele dizia, “Vou levar vocês duas agora para o hospital e mandar baterem
as ultrassons, eu não consigo mais aguentar minha curiosidade.” - Lembrei sorrindo.
– Não deve ter sido fácil para sua mãe, quer dizer...
– Com certeza não foi. Ela deu entrada na maternidade, depois de saber do
acidente. Lhe disseram que eu estava mal, e que tanto eu quanto a criança, talvez não
sobrevivêssemos. - Fiz uma pausa para não chorar. - Ela estava no mesmo hospital
que eu, mas na ala da maternidade.
Graças a Deus, Bernardo sobreviveu. Eu nunca falei sobre isso com ela, mas
eu ouvi dizer, que o garoto não nasceu bem, e que as chances de sobreviver eram
poucas.
– O que aconteceu? - Suspirei.
– E não sei. Minha mãe tinha trinta e oito anos, a médica dela, disse que era
uma gravidez de riscos. Ela teve que ficar quase toda a gestação, sem fazer
absolutamente nada. Mas Renée, é teimosa, nos últimos meses andava para lá e para
cá, fazendo esforços e deixando Charlie de cabelo branco.
– Fico feliz que o garoto tenha conseguido. - Edward comentou.
– É, eu também. Ele é adorável, não é? - As mãos dele continuavam alisando
ternamente minha barriga.
– É, ele é sim. Ele é sua cara Bella, nunca vi dois irmãos tão parecidos. Os
olhos, a boca, o nariz meio em pé. Quando ele sorri e até quando fica emburrado. Ele
rola os olhos igualzinho a você. - Eu ri.
– É, acho que somos parecidos em muitas coisas. Acho que nossa grande
diferença é ele não gostar de sucrilhos. - Edward riu. - Eu estou com saudades dele.
Morrendo de saudades dele. Ele deve ter crescido nesses meses. Só nos falamos por
web e telefone, assim eu não posso ver o quanto cresceu.
Ah Edward, não pode mais me enrolar, eu quero ir até o Brasil. Ver meu pai,
minha mãe e Bernardo.
Meus pais estão separados desde o início do ano, isso deve estar matando
Charlie. E eu noto o garoto triste. E Renée, ela parece cada vez pior, eu quero fazê-la
desembuchar o que quer que ela esconde, nós precisamos ir até lá.
Eu casei e eles nem sabem, e agora eu estou grávida, não vou deixar para
contar só depois de ter nascido.
Por favor, vamos fazer isso. Vamos visitá-los. Tá certo que Charlie vai surtar
ao saber das novidades, mas quando saber que vai ser avô, ele vai até esquecer a
história do casamento, eu posso ver a cara de bobo dele.
Renée ela vai achar tudo o máximo, o casamento a criança. Sabe que quando
eu vim para cá, ela disse: “Isa, se for a Vegas não beba, você pode acabar casada.”
Lembro que rolei os olhos para piada dela, e olha no que deu. Ela vai dar muita risada
disso.
E Bernardo, eu quero muito ver a reação dele, ao saber que vai ser tio. -
Edward deu mais um beijo em minha barriga e voltou a deitar-se ao meu lado.
– Tudo bem, vamos fazer isso. - Meu sorriso cresceu. - Segunda-feira que
vem nós vamos.
Fale com Emmett e desmarque o que for preciso. Vou fazer o mesmo na
clínica. Vamos visitar meus sogros e meu cunhado.
– Ahh você é o máximo sabia? Por isso que eu te amo. - Ele sorriu, colou
nossas testas e olhou em meus olhos.
– Obrigado. obrigado por me fazer o cara mais feliz do mundo. - Depois disso
nós não conversamos mais, só resolvemos aproveitar enquanto eu ainda tinha total
mobilidade para qualquer coisa.
Segunda no final do dia estávamos desembarcando no Brasil. Sorri e abri os
braços, ao por os pés para fora do avião, era sempre bom estar em casa.
Fizemos surpresa com a nossa ida, só quem sabia era Bernardo e ele prometeu
não contar nada, queria pegar Charlie de surpresa, assim como Renée.
Assim que colocamos os pés para fora do aeroporto um paparazzi veio em
nossa direção. Edward pegou Jully no colo, para que pudêssemos andar o mais rápido
possível.
– De volta ao país? Dessa vez é para ficar? - Ele quis saber.
– Só a passeio. - Eu estava de bom humor naquele dia.
– Então, de onde é seu namorado? - Eu sorri e olhei para Edward, acho que
ele estava entendendo.
– Não é meu namorado, é meu marido. - Mostrei minha grossa aliança, e o vi
de queixo caído. Jully riu.
– Você é engraçado. - Ela falou em português para ele. O homem achou graça
e a fotografou.
– Então meus parabéns Isa, que seja muito feliz. - Eu ri.
– Obrigada. - Falei entrando no táxi. O tal paparazzi foi até a janela e entregou
dinheiro ao taxista.
– Essa fica por minha conta. - Sorri e balancei a cabeça negativamente.
A primeira parada foi na casa de Charlie, que era no aterro. Assim que
paramos na frente de sua casa, eu liguei para ele.
– Alô? - Pela voz que ele atendeu, percebi que ele estava dormindo.
– Oi pai, você está em casa?
– Isa? - Ele parecia surpreso. - Estou por que?
– Li na internet, sobre um eclipse ai no Brasil, isso é verdade?
– O que? - Ele parecia não entender nada. - Eu não sei Isa, só estava
dormindo. - Eu ri.
– Você pode ir na rua, e ver se é verdade. Adoro esses fenômenos, você
poderia fotografar para mim e me mandar. - Ele murmurou algo que não entendi. Nós
ainda estávamos dentro do carro.
– Ok, estou indo para rua agora. - Um minuto depois eu o avistei, de pijamas
procurando o tal eclipse. Saímos do carro e paramos na frente do portão. Charlie
olhava para o céu, procurando o eclipse.
– Isa, aonde leu isso? Não estou vendo nada.
– ESQUECE ISSO E OLHE PARA FRENTE. - Berrei, já sem o telefone.
Charlie olhou em nossa direção e sorriu incrédulo, vindo abrir o portão.
Assim que ele nos alcançou eu me joguei em seus braços e o abracei apertado.
Ficamos um bom tempo daquele jeito, até ele me beijar e me largar.
Depois dele cumprimentar Edward e Jully, nós tiramos as coisas do carro e
entramos.
Charlie tinha reformado aquela casa, e deixado bem parecida com a casa em
Búzios.
Me sentei no sofá, com Charlie sentado entre Edward e eu. Ele pegou Jully e a
sentou em suas pernas.
– Não acredito que vieram e não avisou, eu podia ter ido ao aeroporto buscar
vocês. - Ele ainda estava surpreso.
– Dai não seria surpresa pai. - Lhe dei um beijo no rosto o fazendo sorrir.
– Então, estão de férias. - Ele concluiu. - Só estão passeando agora? Vida boa.
- Jully sorriu, e se não tivesse olhado para Edward, teria contado tudo.
Edward parecia nervoso com a situação, ele nunca olhava para Charlie e seus
olhos me olhavam assustados. Eu ri e resolvi começar.
– Na verdade temos novidades. - Charlie me olhou, esperando que eu
prosseguisse.
– Não me diga que resolveram namorar? - Eu ri e levantei minha mão
esquerda.
– Na verdade, resolvemos nos casar. - Silêncio, silêncio, e mais silêncio.
Charlie parecia uma estatua olhando para meu dedo anelar. - Pai? - O chamei
preocupada.
– Como isso aconteceu? - Perguntou por fim, ainda com os olhos fixos no
anel.
– Finalmente descobri que amo Edward. - Ele tirou os olhos do anel e me
encarou incrédulo e talvez um pouco bravo.
–E por isso precisava casar? - Pelo tom de sua voz, talvez ele estivesse uma
pouco mais que bravo.
– Na verdade, eu casei antes de descobrir isso. - Charlie parecia cada vez mais
incrédulo. - Vegas, tequila, capelinha. - Murmurei, e percebi pelas suas feições que a
coisa ia ficar feia.
– Não acredito nisso. - Disse entre dentes. Ele bufou, passou a mão pelos
cabelos e me lançou um olhar irritadíssimo. Ele abriu a boca para começar com a
bronca.
– Antes de dar ataque me ouça. - Pedi rapidamente. Ele parou com o que ia
dizer e respirou fundo. - Você vai ser avô. - Charlie voltou a ficar mudo e petrificado,
ele tirou os olhos dos meus e os levou para minha barriga.
– Ele está bem? - Jully questionou preocupada.
As lágrimas que eu vi em seus olhos me fizeram ter certeza que ele ouviu o
que eu disse. Edward também parecia preocupado.
– Tudo bem. - Murmurei para os dois. Charlie provavelmente só estava
revivendo o passado, como aconteceu comigo quando descobri. .
– Sério mesmo? - Ele voltou o olhar para mim. Seus olhos estavam cheios de
lágrimas, que rolaram quando ele piscou.
– Sério mesmo. - Edward tirou Jully das pernas de Charlie para que ele
pudesse me abraçar e foi o que ele fez. Se abraçou a mim e o choro se intensificou.
– Você não imagina, o quanto pedi a Deus, para sua vida voltar ao normal,
para que conseguisse superar tudo.
Céus Isa, um filho, eu estou tão feliz por você. Tão feliz por você ter vencido
isso tudo. - Ele me largou, e acabei deixando uma lágrima escapar também. Charlie
beijou minha barriga e depois me encarou. - Não tenha medo, vai dar tudo certo. -
Assenti sem dizer nada.
– Mas você não precisava ter se casado por cauda disso. - Eu acabei rindo.
– Não foi por causa disso que eu casei pai. - Sua mão alisava minha barriga. -
Eu fiquei grávida depois do casamento. - Encarei Edward que parecia menos nervoso.
– Então se casou por que? - Ele me encarou sorrindo. Eu sabia que ele sabia o
motivo, como sabia que ele queria ouvir aquilo saindo da minha boca.
– Porque eu amo Edward. - Disse rindo. - Foi por isso que eu me casei, e é por
isso que eu faria isso de novo. - Charlie sorriu beijou meu rosto e voltou-se para
Edward.
– Então quer dizer que roubou minha menina, sem ao menos me pedir
permissão. - Eu ri do jeito encabulado de Edward.
– Ah, me desculpe. - Disse completamente sem jeito. - Eu pretendia me casar
com ela, mas pensei que ainda fosse demorar um tempo. - Continuou. - Mas ela
acabou me pendido em casamento e eu não tive como negar. - Charlie não conseguiu
se manter sério e começou a rir também.
– Talvez eu te matasse, se não soubesse que isso vai magoar Isa, e que vai ser
pai do meu neto. - Edward ficou ainda mais sem jeito.
– Pai... - O repreendi rindo. Charlie sorriu e levantou-se.
– Deixei eu felicitá-lo. - Edward pôs Jully no sofá e levantou-se. - Parabéns
garoto, cuide bem da minha filha e do meu neto. Eu confio os dois a você. - Ele disse
batendo nas costas do meu marido.
– Prometo não perder sua confiança. - Foi a resposta de Edward.
Depois disso Charlie fez milhares de recomendações a Edward, que ouvia
tudo atentamente, fazendo Jully e eu cairmos na gargalhada.
Já era noite quando Charlie saiu de casa, indo buscar Bernardo na casa de
Renée. A meu pedido, nem Charlie e nem Bernardo, contaram para ela que eu estava
no Brasil, eu queria fazer surpresa.
Estávamos assistindo minha mãe na TV, quando Charlie voltou com Bernardo
e com comida.
O garoto parou a poucos metros de nós, sorrindo envergonhado. O encarei
sorrindo e abrindo os braços.
– Você esticou. - Meu comentário o fez sorrir mais. - Vai ficar ai parado ou
vem me dar um abraço. - Ele caminhou meio envergonhado ao meu encontro.
Quando estava perto minhas mãos o alcançaram e eu o puxei para mim. - Que
saudades que eu estava de você garoto. - Ele apertou os braços em meu pescoço.
– Eu também estava com saudades. - Murmurou, sem me largar.
– Você está bem? - Questionei.
– Sim. Mas as coisas estão meio estranhas. Eles moram em casas diferentes. -
Ele murmurava confuso. Ele afrouxou os braços do meu pescoço, eu o beijei e sentei
em minhas pernas.
– Depois conversamos sobre isso. - Ele assentiu e me beijou. Em seguida
deitou a cabeça em meu ombro.
– Não lembra de nós, não? - Edward que estava sentado ao nosso lado,
questionou com ele, que sorriu envergonhado.
– Lembro. - Murmurou balançando a cabeça. Edward sorriu e estendeu a mão.
– Como vai? Você cresceu sabia?
– Eu não sei, não pareço ter crescido. - Ele nos fez rir. Sorri orgulhosa ao ver
como ele tinha evoluído no inglês.
– Hey, seu inglês melhorou. - Jully que até então estava quieta no colo de
Edward, resolveu se pronunciar. O comentário dela o deixou vermelho me fazendo
rir.
– Lembra de Jully, certo? - Charlie riu.
– E como, é o assunto preferido de Bernardo. - Aquele comentário deixou o
garoto ainda mais envergonhado, nos fazendo rir.
– Isso me preocupa, porque ele também é um dos assuntos preferidos dela. -
Edward comentou rindo.
– E agora que se encontram ficam mudos. - Eu continuei com a implicância.
– As vezes eles são chatos. - Ela murmurou envergonhada.
– É, eu sei. E fofoqueiros. - Ele emendou a fazendo rir.
– O seu time ganhou o jogo? - Ela questionou.
– Sim. Ganhamos de três a um, eu fiz um gol. - Charlie me encarou, querendo
saber como ela sabia daquilo.
– Internet. - Expliquei o fazendo rir.
– Legal. - Os dois engataram uma conversa e pareceram esquecer que
estávamos ali. Não demorou muito até Jully comentar com ele sobre o irmão que ela
ganharia.
Aquilo deixou Bernardo surpreso, ele me encarou para saber se era verdade.
Quando eu afirmei ele ficou algum tempo em silêncio, e depois voltou a falar com
Jully. Então eu não conseguir saber se ele ficou feliz ou não com a ideia de ser tio.
Jully, ele, Edward e Charlie ficaram até tarde na sala, assistindo TV e
conversando, quando o sono me pegou eu fui dormir e os deixei lá.
Quando acordei no outro dia, encontrei com meu pai na cozinha preparando o
café da manha, o cheiro de fritura me fez correr até o banheiro para vomitar. Não
demorou para Charlie ir atrás de mim. Ele segurou meus cabelos, como nos velhos
tempos e ficou lá me assistindo até eu me recuperar, para em seguida me rebocar para
o sofá. Depois de se certificar que eu estava melhor ele voltou para a cozinha, para
terminar o café.
– O que você tem? - Bernardo apareceu do meu lado e eu nem vi.
– O mundo gira e tenho gosto ruim na boca. Ai Bê, não aguento mais vomitar.
- Reclamei com ele, para em seguida deitar a cabeça em suas pernas. Senti suas mãos
alisarem meus cabelos.
– Por que não toma um remédio? - Ele murmurou enquanto me fazia cafuné.
– Porque esqueci em casa. - Ele balançou a cabeça negativamente e aquilo me
lembrou Jacob.
– Cabeção. - Eu ri e comecei a analisá-lo.
Os cabelos dele eram tão pretos, quanto os de Jacob, ele bufava e colocava as
mãos no bolso como Jacob costumava fazer. Além de balançar a cabeça
negativamente do mesmo jeito.
Sorri, ao pensar em como Charlie ficaria se eu eu dissesse, que seu filho me
lembrava Jacob.
– Que foi? - Perguntou ao me ver o analisado.
– Você as vezes me lembra uma pessoa. - Comentei.
– Bom dia mãe, bom dia Bê. - Jully veio ao nosso encontro bocejando. Ela
beijou meu rosto e em seguida se jogou no sofá.
– Bom dia dorminhoca, dormiu bem? - Ela confirmou com a cabeça.
– Bernardo seu nescau está pronto. - Charlie chamou. - Hey pequena, o que
quer para o café?
– Tem cereal? - Bernardo fez cara de nojo.
– Eca, não acredito que você também gosta dessa nojeira. - Ele comentou com
ela.
– Não é nojeira, é gostoso. - Ela defendeu. - Você quer mãe? - A pergunta de
Jully me fez sentir uma fome imensa de cereal.
– Quero. - Levantei do sofá e fomos os três para cozinha.
Devorei duas caixas de cereal e o que sobrou do prato de Jully, além de tomar
três copos de nescau, fazendo o garoto me olhar assustado. Depois do café, fomos os
quatro para a sala e ficamos lá assistindo TV.
Já era quase meio dia e Edward ainda estava dormindo, eu queria muito ir ver
Renée, o que me fez ter uma ideia.
– Hey pai, você pode chamar um táxi? Quero ir ver Renée e se esperar por
Edward não saio tão cedo. - Charlie me olhou de canto quando eu sugeri que
chamasse um táxi e disse que podia muito bem me levar.
Deixei um bilhete para Edward, para caso ele acordasse e não encostrasse
ninguém. Avisei aonde tinha ido, que as crianças estavam comigo e que Charlie
voltaria em breve. Caso ele quisesse ir aonde eu estava era só falar com meu pai.
Estava um lindo dia de sol lá fora, desejei que os dias de inverno na Califórnia
fossem tão caloroso quanto os do Rio.
– E tia Júlia? - Lembrei dela ao ver uma imagem dela em um ônibus.
– Bem, agora que o marginal está solto, ela está ótima. - Rolei os olhos com o
drama de Charlie. - Quer passar lá antes? Ela vive dizendo que está com saudades e
precisa ir visitar você. - Não era todos os dias que Charlie se oferecia para me levar
no mesmo lugar aonde Jacob estava, aquilo chegava a ser surpreendente.
– É, eu quero. - Respondi sorrindo.
A casa de tia Júlia, ficava no mesmo bairro do que a de Renée. Na verdade
não era uma casa, era um apartamento.
O porteiro nos reconheceu e nos deixou passar, sem precisar interfonar para
cima.
Charlie deixou o dedo na campainha, provavelmente os deixando irritados.
Jully e eu nos escondemos atrás dele, ao ouvirmos a porta ser destravada.
– Qual o seu probl... - Tia Júlia parou a bronca quando viu Charlie e Bernardo.
- Ficou com o dedo grudado na campainha foi? - Perguntou sorrindo.
– Trouxemos umas surpresas para você. - Ele anunciou e Jully e eu
aparecemos.
Ela nos olhou incrédula, depois sorriu e veio nos abraçar.
– Você está crescendo garota. - Jully sorriu.
– Meu pai diz que vou ser maior que minha mãe. - Levantei a mão.
– Eu sou a mãe. - Respondi sorrindo. Tia Júlia sorriu ainda mais largo.
– Então esses dois resolveram namorar? - Eu ri e Charlie balançou a cabeça
negativamente.
– Casamos. - Mostrei minha mão esquerda, a deixando boquiaberta.
– Por que não me disse isso Charlie? - Eu ria ainda mais.
– Soube ontem então... - Ela me olhou abismada.
– Vamos entrar, não vamos conversar na porta. Vocês precisam me explicar
isso melhor.
Aquela era a primeira vez que eu entrava lá depois da morte de Jane. As
coisas continuavam iguais, só os sofá pareciam ser novos, e a TV era ainda maior.
Me joguei no sofá como costumava fazer e pendurei meus pés em cima do
puff.
– Billy, Jake, venham ver quem está aqui. - Charlie fechou a cara, assim como
Bernardo. Jully esperava ansiosa, para ver Jacob.
Eles não demoraram a aparecer e assim como tia Júlia, eles pareciam
surpresos ao me verem ali.
Tio Billy, me abraçou, beijou, abraçou e beijou de novo me fazendo dar
risada. Em seguida ele fez o mesmo com Jully.
Jake se aproximou meio sem jeito, ele tinha um fone no ouvido e o outro
estava caído. Fui até ele e abri os braços.
– Qual é Jake? Está com vergonha de mim? - Ele sorriu e me abraçou.
– Que saudades Isa, - Foi a primeira coisa que ele murmurou. - Descobriu que
existe vida, além dos Estados Unidos? - Dei risada.
– Descobri. - Larguei dele, depois de beijar sua bochecha. - O que está
escutando ai? - Peguei o fone caído e coloquei no ouvido, para em seguida gargalhar.
– E pra você que ainda não está ligado, agora o Mc Leonardo um conselho vai
te dar. - Cantarolei a parte seguida do funk velho que ele ouvia, aquilo o fez sorrir.
– Pode chegar junto com sua galera, e no baile zoar a vera. - Ele continuou, e
acabei pondo as mãos nos joelhos tentando dançar, arrancando muitas risadas.
– Céus, essa música é velha. Você precisa atualizar o seu play list. - Comentei
ainda rindo.
– Ah você sabe, não fazem mais funk como antigamente. - Aquilo era
verdade. Não que eu fosse fã de funk, mas os de antigamente pelo menos eram
ouvíveis.
– E você, quem é? - Aquela pergunta foi dirigida a Jully. Jake abaixou-se para
falar com ela, que segurou minhas pernas, e sorriu timidamente.
– Jully Cullen. Você é mais bonito do que na foto. - Murmurou em inglês. O
comentário dela fez Jake gargalhar.
– Obrigado. Você também é muito linda. - Ela sorriu ainda mais
envergonhada.
– E você cara, como está? - Perguntou a Bernardo, que não fez nem menção
em se aproximar.
– Bem. - Foi tudo que respondeu. Jacob, voltou a ficar de pé e sentou-se ao
lado de tio Billy.
Me joguei novamente sofá e Jully sentou-se em meu colo.
– Então está passeando, já está de ferias? - Tio Billy quis saber.
– Estamos, pegamos semana passada. Na verdade vim contar as novidades
para Charlie e Renée.
– Novidades? - Jake questionou, tirando o outro fone.
– Isa casou. - Minha tia disse, fazendo os dois me olharem com espanto.
– Casou? - Tio Billy estava processando aquilo. - E por que não nos contou
isso Charlie? - Meu pai deu de ombros.
– Ele descobriu ontem. - Tia Júlia voltou a falar. Eles me olharam incrédulos,
esperando que eu contasse a história.
– Bê, porque você não apresenta nossa casa para Jully? Tenho certeza que
ela vai adorar o vídeo game que tem no quarto de Jane. - Aquilo me fez baixar os
olhos. Bernardo aceitou e os dois foram.
- Pronto, agora não precisa nos poupar dos detalhes. - Ela me fez rir.
– Eu toquei em uma festa em Vegas, no começo do ano. Lá eu conheci o Tom
Cruise e ele me contratou para tocar no aniversário de Katie.
– Conheceu Tom Cruise e a mulher dele? - Jake parecia não acreditar.
– Conheci. - Ele me olhava admirado me fazendo rir.
– Então, eu conheci eles nessa festa. Edward e eu fizemos uma música, ele
gostou, disse que eu levantava jeito pra coisa e me contratou.
Emmett e eu ficamos surtados, porque é tipo, Tom Cruise e ele queria que eu
tocasse em sua festa. Até hoje ainda acho isso meio surreal.
Depois do show, fomos a uma boate, que ficava ali mesmo no hotel, e
comemoramos com muita, mais muita tequila. - Charlie fechou a cara. - Todos
ficaram bêbados, exceto Edward, que estava cuidando de nós.
Segundo ele, quando estávamos indo para nossos quartos, passamos na frente
de uma dessas capelinhas, que realizam casamentos, Alice deu a ideia de nos
casarmos e eu pelo jeito achei aquilo o máximo.
Acabei convencendo Edward e nos casarmos. - Tia Júlia soltou uma enorme
gargalhada. Os outros dois, junto com Charlie me olhavam incrédulos.
– Lembrou disso no outro dia? - Ela perguntou em meio as risadas.
– Não. Acordei com uma ressaca de cão. Quando fui escovar os dentes, vi
minha aliança pelo espelho. Edward me explicou o que aconteceu, e disse que me
amava, o que me deixou completamente fora. Quer dizer, eu não queria aquilo, não
era aquele o combinado. Eu acabei fugindo para LA, fugindo daquela loucura. Eu não
queria lidar com aquilo, casamento, amor, eu tinha certeza que não o amava.
Encontrei Nando em LA, ele me pagou um café e me fez enxergar a verdade
óbvia, que sempre esteve na frente dos meus olhos. Que todos sabiam menos a anta
aqui.
– Você também o amava. - Ela concluiu e eu afirmei com a cabeça.
– Exatamente. Fui atrás dele e lhe contei tudo que eu tinha vivido e feito antes
de nos conhecermos. Apesar dele ter passado por algo semelhante e ter sofrido um
bocado por causa disso, ele me aceitou. - Sorri feito uma boba, completamente
apaixonada. - Estamos juntos desde então.
Carlisle nos deu um apartamento, Jully fica a maior parte dos dias conosco.
Quer dizer, as noites, já que de dia estamos na faculdade, e ela no jardim.
Ele vai se formar no final desse ano, e trabalha em uma clínica veterinária.
Eu estou ganhando um bom dinheiro com essa história de ser música e é isso.
Somos uma família.
– Está feliz? - Tio Billy quis saber.
– Muito, como pensei que não fosse possível voltar a ficar. - Eles sorriram.
– Jane daria muita risada, por você ter casado bêbada. - Tia Júlia comentou
saudosa.
– É, acho que sim. - Murmurei, pensado sobre o assunto.
– E estaria muito feliz por você. - Concordei com a cabeça.
– Mas alguma novidade? - Tio Billy mudou de assunto.
Charlie olhou pra mim e sorriu.
– Vá em frente pai, sei que está doido para contar. - Ele sorriu ainda mais,
deixando os outros curiosos.
– Eu vou ser avô. Isa está grávida. - Dessa vez não teve silêncio, eles
começaram a falar juntos. Meu pai comemorava com tio Billy, enquanto tia Júlia me
amassava.
– Você vai ser muito feliz querida, eu tenho certeza que vai. Você merece,
merece muito.
Esse rapaz e as crianças, vão te fazer a mulher mais feliz do mundo. Está na
hora de deixar tudo que aconteceu para trás e só olhar para frente. Agora tem uma
família, eles precisam de você por inteiro.
– Eu sei tia, eu sei. Eu sinto tanto a falta dela. - Murmurei, deixando uma
lágrima escapar.
– Todos sentimos, mas as coisas precisam seguir. Jane estaria pulando de
felicidade, por saber disso.
– Com certeza ela estaria. - Sorri e me larguei de tia Júlia.
Tio Billy também me felicitou me abraçou e beijou e me desejou muitas
felicidade.
Jacob, estava parado, sem se pronunciar, aquilo não deveria ser fácil para ele.
Afinal a anos atrás, estavam todos felizes, com a mesma notícia, só que o filho era
dele e tudo deu errado.
– Vai ser uma garota. - Charlie dizia para tio Billy.
– Sem chances pai, vai ser um garoto. - Ele me puxou e me fez sentar em seu
colo.
– Garota. - Provocou.
– Garoto, tenho certeza que vai ser um menino. - Falei alisando a barriga. - E
nós já temos uma garota. - Charlie sorriu.
– Ok, o próximo então vai ser uma garota. - Eu ri.
– Você parece Edward. Ele disse que se for um garoto, eu vou ficar devendo
uma menina, e ele vai cobrar. - Charlie e tia Júlia deram risada.
– Não importa, menino ou menina. - Tio Billy disse sorrindo. - O que importa
é que tenha saúde. - Todos concordamos com ele.
– Bom, acho melhor seguirmos caminho. Seu belo adormecido está em casa
sozinho. - Concordei e levantei dali.
– Verdade. Você chama o Bê? - Eu não queria entrar lá dentro.
– Faça isso Isa. Vá até lá. - Tia Júlia sugeriu. Jacob assentiu, me dando força,
assim como Charlie. Respirei fundo e fui.
Caminhei pelo corredor tão conhecido, e parei na frente da porta de Jane,
respirei fundo e abri.
O lugar estava vazio, Bernardo e Jully não estavam ali. O quarto estava do
mesmo jeito que Jane deixava. Passei meu dedo, pela mesa do computador, ele estava
ligado. Tinha uma foto dela e de Nando como fundo de tela.
Encontrei seu celular ali em cima, aparentemente alguém ainda o carregava.
Os posteres do ACDC, Pink Floyd, Beatles, Stones, continuavam lá,
enfeitando as paredes. Assim como a gigantesca bandeira da Inglaterra, pendurada no
teto.
Tinha uma foto nossa, em um quadro em cima do criado mudo. Caminhei até
lá e peguei, me lembrando do dia que tiramos.
– Não acredito que vou ser dinda. - Ela me abraçou pela quinquagésima vez.
- Eu vou ser dinda, não vou?
– É, claro que vai. - Falei tentando me soltar do abraço.
– Você vai para clínica hoje, vou até lá com você. Você vai ficar limpa, voltar
a ser saudável e criar esse garoto que está ai dentro. Vai ser muito feliz Isa. Tenho
certeza disso.
– Eu quero muito largar isso Jane. Quero voltar a ter uma vida normal, longe
de toda essa loucura.
– Sei que vai conseguir. Sabe que essa criança depende de você, não sabe? -
Alisei minha barriga inexistente e voltei a sorrir.
– É eu sei. Vou ser uma pessoa melhor por ela. - Ela me largou e foi até seu
armário, pegando sua câmera cor de rosa.
– Vamos bater uma foto. Sorria, essa vai ser a primeira foto do dia em que
Isabella Swan, tornou-se uma pessoa responsável.
– É difícil não é?- Jacob me trouxe de volta a atualidade.
– É. Muito. - Murmurei sentando na cama. Ele sentou-se o meu lado.
– Isa. - Jake segurou minha mão.- Eu sinto muito, muito mesmo por tudo.
Por tanta dor, tanto sofrimento. Eu nunca vou me perdoar pelo que eu fiz, fui
uma pessoa desprezível, eu sou isso.
Todo dia, eu imagino como teria sido, se eu também tivesse aceitado me
tratar. Acho que estaríamos felizes hoje.
Felizes com nossa filha, ela seria idêntica a você. Seus olhos, seus cabelos,
sua pele branca, seu jeito teimoso.
Eu a buscaria na escola, e você estaria em casa nos esperando com muitas
comidas gostosas, como só você sabe fazer.
Depois do jantar, iriamos os três para cama, daríamos risadas de coisas sem
graça, e assistiríamos desenhos.
Quando o sono a pegasse, ela imploraria a você, para que pudesse dormir
conosco e você se renderia a ela. - Jacob estava chorando e me fazia chorar com ele.
Me fez imaginar aquilo tudo, me fez imaginar que realmente seriamos felizes.
– E Jane, provavelmente ela estaria com Nando até hoje. Viria nos ver todos
os dias e mimaria a garota, de um jeito que nos daria trabalho depois. - Sorri entre as
lágrimas, imaginando aquilo. - Eu a iria provocar, e ela diria: Eu vou falar para
mamãe Jacob". - Jake, não conseguiu mais falar. Me joguei em seus braços, e
choramos por algum tempo juntos, só nos separamos quando as lágrimas sessaram.
– Talvez as coisas tivessem mesmo sido assim, ou talvez não. Talvez não
estivéssemos mais juntos Jake. Você foi meu primeiro amor, sabe? Aqueles de
adolescente, que a gente pensa que é para sempre.
Eramos praticamente crianças, brincando de ser adultos.
As coisas são diferentes agora, eu não vejo mais o mundo como via quando
tinha quinze anos. Eu não sou mais aquela rebelde sem causa.
De qualquer jeito não vai adiantar de nada pensarmos sobre isso agora Jake,
só vai trazer mais sofrimento. Está feito e eu sei que assim como eu, você daria a vida
para trazê-las de volta. Mas não é assim que as coisas funcionam.
Sei que nunca vai esquecer isso, mas tente lidar com isso, tente aceitar.
Quando conseguir aceitar vai se sentir melhor. - Ele sorriu e secou uma lágrima
minha.
– Você está tão diferente. Tão madura, tão crescida. - Ele me fez sorrir. - Eu
quero que seja muito feliz Isa, muito mesmo.
Torço muito para que esse cara te faça feliz, como eu não soube fazer. E eu sei
que ele vai fazer, ele te olha com uma cara de perdidamente apaixonado, do mesmo
jeito que você olha para ele.
A garotinha parece gostar muito de você, ela te olha com admiração. E esse
garoto, como você diz que vai ser, vai completar sua felicidade.
Não tenha medo, as coisas vão dar certo agora. Você está com o cara certo. -
Ele tentou sorrir.
– Obrigada. Espero que as coisas comecem a se ajeitar para você também.
Volte a viver Jake, se não conseguir aqui, saía do país como eu fiz, mas volte
a viver. - Ele assentiu e voltou a me abraçar.
Pelos fungos que vinha da porta, tia Júlia provavelmente assistiu uma boa
parte da conversa. Nos separamos e ela veio até nós, nos abraçando.
– Meus dois pentelhos. - Ela murmurou sorrindo entre as lágrimas.
– Você se incomoda se eu ficar com essa foto? - Perguntei apontando para a
foto que eu admirava, minutos antes.
– Não, claro que não. Leve o que quiser.
– Hey mãe, o Bernardo... - Jully parou o que queria dizer, ao ver que eu tinha
chorado. Ela correu até onde eu estava e me analisou preocupada.
– Por que está chorando? - Sorri e a sentei no meu colo.
– Porque eu sinto saudades. - Ela sorriu e secou meus olhos.
– Dela? - Perguntou para em seguida apontar para a foto.
– É. - A garota secou minhas lágrimas e beijou meu rosto.
– Ela também sente saudades, mas está feliz por você. - Não sei de onde Jully
tirou aquilo, mas me fez sorrir.
– O que ia me dizer? - Perguntei depois de beijar seu rosto.
– Que o Bernardo, está incomodando seu pai para irmos embora. Ele quer
assistir um tal de Ben 10. - Dei risada. - O que é Ben 10? Por que garotos são assim
chatos? - Tia Júlia também sorriu.
– Ben 10 é um desenho. - Ela explicou.
– E garotos são chatos, porque eles adoram atormentar garotas. - Continuei.
– Hey, nós não somos chatos. Vocês que querem que tudo seja do seu jeito.
– São chatos sim. - Ela reclamou, o que fez Jake rir. Jully o olhava meio
admirada - Você tem namorada? - Eu gargalhei, a deixando com vergonha.
– Não, eu não tenho. - Ela sorriu.
– Legal. - Murmurou, me fazendo gargalhar de novo.
– Jully Cullen, deixa só seu pai saber sobre isso. - Ela me olhou desesperada.
– Saber de que? Eu não fiz nada.
Se falar alguma coisa para ele, ele vai ficar pegando no meu pé. Não vai dizer
nada vai? - Jacob e tia Júlia riam do desespero da garota.
– Não, eu não vou. - Ela sorriu e me abraçou.
– Obrigada. - A coloquei no chão e levantei.
– Hey, um violão. É igual ao nosso. - Ela apontou para o violão, que estava no
pedestal, no canto do quarto.
– É, era de Jane, ela queria aprender, mas nunca teve paciência. - Expliquei.
– Vamos tocar? - Ela foi até o violão e o pegou, trazendo para mim. Voltei a
me sentar na cama.
– Acho que as cordas estão meio velhas, o som não vai sair legal. - Expliquei
querendo me livrar.
– Só uma musiquinha, depois nós vamos embora. - Ela me olhou com cara de
cão sem dono. - Por favorzinho? - Jake e minha tia riram.
– Ah garota, eu tenho que começar a te negar as coisas sabia? - Comentei
rindo. - O que quer que eu toque?
– Aquela que a gente viu no seriado da TV, que meu pai disse que aquela
versão era melhor que a do Bob. - Eu ri.
– Ok, vamos fazer só o refrão. Eu toco você canta. - Ela sorriu animada.
– Você começa, eu não sei o começo. - Ela pediu, eu assenti e comecei, ela
começou a se mover ao som do reggae me fazendo sorrir.
One love, one heart - Assenti para que ela continuasse.
Let's get together and feel all right - A garota era bem afinadinha, e aquilo me
orgulhava.
Hear the children crying – Ela continuou, eu fazia a segunda voz que
cantarolava o one love, one heart.
Hear the children crying
Sayin', "Give thanks and praise to the Lord and I will feel allright."
Sayin', "Let's get together and feel all right." - A última parte cantamos juntas,
e eu finalizei.
Jake e tia Júlia aplaudiram, deixando a garota envergonhada.
– Muito bom, eu gostei muito disso. Você já pode tocar com sua mãe. - Jake a
deixou ainda mais envergonhada.
Eu ri e coloquei o violão em cima da cama, para em seguida me levantar.
– Obrigada fãs, muito obrigada. Autógrafos só mais tarde. - Fiz Jully rir.
– Agora vamos embora, preciso ver Renée. - Me despedi dia tia Júlia,
enquanto Jully dava tchau para Jake. Jacob prometeu que quando ela tivesse uns doze
anos a mais, ele a pediria em namoro, o que a deixou constrangida.
Nos despedimos de todos rapidamente, combinamos de jantar todos juntos a
noite e seguimos viajem.
Charlie me deixou na frente da casa de Renée e voltou para casa, Jully acabou
indo com ele, disse que voltaria depois com Edward.
Bernardo ficou por ali comigo, já que queria assistir o tal Ben 10.
Charlie me emprestou sua antiga chave, então nós entramos pela porta da
frente, sem nos anunciar.
A gritaria que vinha da sala nos assustou. Renée e outra mulher, pareciam
discutir. Bê e eu nos entreolhamos meio assutados e caminhamos rápido e em
silêncio, em direção a gritaria.
Acabamos parando atrás da porta para ouvir a briga.
– CHEGA DE ME ESTORQUIR, EU NÃO TENHO MAIS DINHEIRO. -
Renée berrava.
– ISSO É PROBLEMA SEU. EU QUERO DEZ MIL, ATÉ AMANHÃ, OU
ABRO MINHA BOCA. - Pelo que eu ouvia, Renée estava sendo chantageada. Mas
por que? Foi o que me perguntei.
Puxei Bernardo para trás, para que elas não conseguissem nos ver.
– Por favor chega. Vai acabar comigo se falar para alguém. - Renée chorava e
implorava.
– Você é egoísta, sabia? Só pensa em você. Você acabou com sua filha.
Acabou com o que tinha sobrado dela. - A mulher disse aquilo com uma voz dura e
fria.
– Não fale assim. EU NÃO FIZ ISSO. - Uma risada sarcástica ecoou na sala.
– Ah não? Você a viu chorando, sofrendo, tentando se matar, por pensar que a
filha estava morta. Enquanto a filha na verdade era sua. - Meu coração começou a
bater freneticamente, ao ouvir o que a mulher falava. Eu me senti tonta e precisei me
sentar no chão. Bernardo olhava assutado para mim, sem saber o que fazer.
– Foi você que deu o nome ao garoto, é você quem ele chama de mãe. Você
tirou a chance dela ser mãe. Tirou dela o próprio filho. - Ela continuava a acusando,
enquanto eu sentia tudo ao meu redor girar.
– NÃO FALE ASSIM. - Renée voltou a gritar.
– NÃO GOSTA DE OUVIR A VERDADE NÃO É? MAS ESSA A
VERDADE. BERNARDO NÃO É SEU FILHO. BERNARDO É FILHO DE
ISABELLA. - Eu me lembro de não conseguir controlar mais as lágrimas, e de ter
encontrado com os olhos de Bernardo tão assustados e surpresos, quando aos meus,
antes de tudo se apagar.
Capítulo 40 - O fim de um ciclo

Quando voltei a abrir os olhos, percebi que eu estava em um quarto de


hospital olhei confusa para meu braço que recebia soro.
Meus olhos encontraram Edward, que estava ao meu lado me analisando,
antes de questioná-lo o que tinha acontecido eu vi Charlie mais a frente sentado em
uma poltrona encarando o vazio.
Foi ai que a discussão de Renée com sei lá quem, voltou a minha cabeça.
Bernardo, a mulher afirmava que ele era meu filho, ela acusava Renée de tê-lo
roubado de mim.
Bernardo era meu filho? Eu tinha mesmo um filho? A mulher que dizia ser
minha mãe teria tido coragem de fazer aquilo comigo?
Edward vendo minha mudança de humor me fez olhar para ele.
– Calma Bella, tente ficar calma. Você não pode ficar nervosa, pense no nosso
filho. - Falou calmamente alisando meus cabelos. Ao pensar na criança que eu
esperava, fiquei ainda mais nervosa. – Hey, calma, ele está bem, está tudo bem, com
vocês dois, você só desmaiou. - As vezes eu achava que Edward conseguia ler meus
pensamentos, a maior parte das vezes eu não precisava dizer nada, para ele saber o
que eu pensava ou sentia.
– Renée... - Eu balancei a cabeça negativamente, tentando processar aquilo. -
Bernardo. Pai. - Charlie estava com os olhos inchados de chorar e aquilo só parecia
confirmar as coisas.
Ele levantou-se e veio ao meu encontro.
– É verdade? - Perguntei já deixando as primeiras lágrimas caírem.
– Era isso que ela escondia Isa. - Levei as mãos a cabeça não sabendo o que
fazer.
Céus! Eu tinha um filho. Um filho que morou na mesma casa que eu, durante
quase cinco anos. Um filho que eu vi crescer de longe, que eu não me aproximava,
tentando não lembrar do meu passado.
E ele estava ali, aquele tempo todo, tão perto, mas tão longe. Tão presente,
mas tão ausente. As incontáveis noites de insônias que eu desejava tanto tê-lo
comigo, e sim ele estava lá, o problema era que eu não sabia.
Renée, ela tinha me apunhalado pelas costas, ela me roubou o que tinha me
sobrado para seguir adiante, para eu conseguir refazer a minha vida. Minha própria
mãe, ela tinha feito aquilo comigo, ela roubou o último fio de esperança que tinha
restado em mim.
Uma raiva enorme me tomou conta, uma raiva que eu nunca tinha sentido,
que eu não imaginava poder sentir.
Não, não era raiva, era pior, era ódio. Talvez eu pudesse aceitar aquilo de
qualquer pessoa, menos dela, menos da minha mãe, a mulher que dizia que me
amava, a mulher que me viu sofrendo, ano após ano. E pior, se eu não tivesse ouvido,
ela esconderia aquilo de mim para o resto da vida.
Eu sentei naquela maldita cama e puxei o soro do meu braço.
– Cadê ela? - Perguntei irritada, incrédula, possessa.
– Tem que ficar calma. - Charlie pediu.
– CALMA? VOCÊ QUER QUE EU FIQUE CALMA? ELA ROUBOU MEU
FILHO E QUER QUE EU FIQUE CALMA? - Assim que pulei da cama, Edward
veio ao meu encontro e segurou meus ombros.
– Tem toda razão Bella, mas pense no filho que espera agora. - Eu fechei os
olhos e encostei minha cabeça em seu peito, sem ter a mínima noção do que eu faria.
De como encararia o garoto, de como explicar aquela situação para ele, de como
arrumaria uma maneira dele não sofrer. Na verdade minha ficha ainda não tinha
caído, ainda era difícil de acreditar.
Enquanto Edward tentava me acalmar, Charlie falava no telefone com
alguém, segundos depois uma enfermeira estava lá.
Eles me fizeram voltar para cama, para o soro e algo que misturaram lá me
fez dormir de novo.
Acho que só acordei no outro dia. Edward continuava lá, com cara de quem
não tinha pregado os olhos a noite inteira, mas a pessoa ao lado dele não era mais
Charlie, era Renée.
A lancei um olhar frio e indiferente. Pelo jeito ela também não tinha pregado
os olhos e tinha chorado muito.
– Fique calma. - Edward pediu quando me viu acordada.
– Isa. - Ela tentou começar. Sua voz estava embargada e ela já deixava as
lágrimas caírem.
– ISA? NÃO ME CHAME DE ISA. PARA VOCÊ É ISABELLA. - Eu não
conseguia ficar calma, não tinha como eu ficar calma. Eu não tinha sangue de barata.
Apontei o dedo para ela a acusando. – VOCÊ ROUBOU MEU FILHO. - O choro
dela aumentou, ao ouvir minha voz acusadora. - VOCÊ ME VIU SOFRER RENÉE,
ME VIU TENTAR SUICÍDIO, POR DUAS VEZES.
ME VIU EXCLUIR BERNARDO. EU EXCLUÍ ELE DA MINHA VIDA,
DURANTE ESSES MALDITOS QUATRO ANOS. VOCÊ ME VIU FAZER ISSO E
NÃO FEZ NADA. - Lágrimas de indignação caiam dos meus olhos. - SABIA QUE
JANE ESTAVA MORTA, SABIA QUE AS COISAS NAO SERIAM FÁCEIS E EM
VEZ DE AJUDAR, ROUBOU A ÚNICA COISA QUE TINHA ME RESTADO.
VOCÊ ROUBOU MEU FILHO. VOCÊ ROUBOU ELE. EU AINDA NÃO
CONSIGO ACREDITAR QUE VOCÊ FEZ ISSO. VOCÊ É MÁ, É MESQUINHA,
VOCÊ NÃO TEM CORAÇÃO.
– Eu me arrependo, eu me arrependo. - Ela murmurava entre os soluços. -
Quando soube que Jane estava morta, soube que não seria fácil para você.
Bernardo, ele não nasceu nada bem por causa do acidente. Eles achavam que
ele morreria também, na verdade os médicos que cuidavam de você, pensaram que
ele nasceu morto.
Uma hora depois, eu tive a garota e ela nasceu morta. Foi então que tive a
ideia, eu não queria que você acordasse com esperanças e logo depois soubesse que
ele não sobreviveu, isso seria pior.
Então eu ofereci dinheiro, muito dinheiro para a médica que fez meu parto e
para as enfermeiras que ajudaram e que já tinha ajudado no seu.
Como eu disse, os médicos que cuidavam de você, nem se preocuparam com
a criança, porque eles tinham certeza que não sobreviveria e quando eles tiraram e ele
não chorou, eles deram ele como morto. O que fez com que eles nem prestassem
atenção no sexo do bebê.
Foi a enfermeira que estava no meu parto quem pegou ele, cuidou dele e
constatou que ele não estava morto. Então não foi difícil trocar. - Ao ouvir tudo
aquilo, toda aquela loucura, toda aquela sujeira, a raiva que eu sentia só fez crescer.
– VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO. BERNARDO NÃO MORREU,
ESTÁ VIVO E SAÚDAVEL. VOCÊ TEM PROBLEMA, SÓ PODE TER
PROBLEMA.
POR QUE NÃO DISSE TUDO QUANDO VIU QUE ELE ESTAVA BEM?
POR QUE NÃO ME DISSE NA PRIMEIRA VEZ QUE ME VIU TENTAR
SUICÍDIO? POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO? POR QUE? O QUE EU FIZ
DE MAU PARA VOCÊ?
– Você não fez nada Isa, pelo amor de Deus, eu amo você.
Eu só não tive mais coragem de desfazer. Sabia que iria me odiar se soubesse.
- Ela tentava explicar uma coisa, que não tinha explicação, jamais teria uma
explicação. Eu lhe lancei um olhar de indiferença.
– Você me ama? - Eu sorri sarcástica. - Se me ama e fez isso comigo, eu não
quero nem imaginar o que faria se me odiasse.
Você tem noção do que fez? Tem a mínima noção do que fez? É difícil de
acreditar, que minha própria mãe fez isso comigo. - Minha voz soava cada vez mais
fria.
Eu estava me contendo para não pular no pescoço da minha própria mãe.
– E agora Renée, como vai ser? Vai me devolver os anos que eu fiquei ausente
dele, mesmo estando tão perto? Vai ensiná-lo a me chamar de mãe? Vai fazer o que
para ele não sofrer? Como eu vou chegar nele agora?
ME DIZ RENÉE, O QUE EU VOU FAZER? - As lágrimas não cessavam, eu
chorava por raiva e por desespero. Por estar completamente perdida e não saber o que
fazer.
– Me desculpe Isa, me desculpe por tudo. - Ela também chorava muito, ela
soluçava.
– NÃO, EU NÃO TE DESCULPO, MESMO SE EU QUISESSE, ISSO É
IMPERDOÁVEL, INACEITÁVEL.
Se eu não tivesse ouvido, eu nunca saberia, você esconderia meu filho de
mim, pelo resto da vida. - Só de pensar sobre aquilo, meu ódio se multiplicava.– EU
MORRERIA SEM SABER QUE TINHA UM FILHO.
– Isa... - Eu não queria mais ouvir, não queria mais ouvir uma palavra que saía
da boca daquela mulher. Cada vez que ela me contava um fato novo, o ódio dentro de
mim crescia.
– CHEGA. EU NÃO QUERO MAIS OUVIR. NADA DO QUE ME FALAR
VAI FAZER EU TE DESCULPAR. NADA.
AGORA SAI DAQUI. - Exigi, mas ela não se moveu. -SAI AGORA. VAI
EMBORA. - Apontei para porta, praticamente a enxotando. Ela me lançou um último
olhar e saiu.
Edward ouviu tudo aquilo quieto, ele não precisava entender português para
saber o que aconteceu. Ele foi ao meu encontro e me abraçou, o que fez minhas
lágrimas aumentarem.
Fiquei abraçada com ele por um bom tempo, sem dizer nada. Ele também não
dizia nada, só alisava meus cabelos, e aquilo já era suficiente, Não era preciso dizer
nada, aquele era um dos momentos em que palavras eram completamente
dispensáveis.
Quando minhas lágrimas cessaram e eu me sentia um pouco mais calma eu
levantei a cabeça e o encarei.
– E agora? - Murmurei quase sem voz. - O que eu faço agora? Meu Deus, eu
não tenho noção do que fazer. - Ao pensar sobre aquilo, eu tinha vontade de chorar de
novo.
Edward suspirou e tentou secar minhas lágrimas com seus polegares.
– Primeiro tente ficar calma, se não, não vai ganhar alta. - Ele colocou uma
mecha dos meus cabelos para trás. – Depois vai ter que encarar essa de frente. Precisa
falar com o garoto, ele está tão assustado quanto você. Vamos resolver isso juntos -
Me abracei ainda mais a ele e voltei a chorar. - Sei que foi um choque descobrir isso
assim, sei que está desesperada por não saber o que fazer. Mas tente ver o lado
positivo, o lado bom. Seu filho está vivo, ele está vivo Bella, nada do que fez por ele
foi em vão.
Quando voltar a olhar para ele, lembre-se que ele é seu. O seu filho, e é
perfeitamente saudável.
Você conseguiu querida, você lutou e você venceu as drogas, você fez isso por
ele. - Um sorriso nasceu em meio as minhas lágrimas pensando sobre aquilo,
pensando sobre o garoto, sobre o meu filho.
Sorri ainda mais ao lembrar que no final das contas, Jane esteve sempre certa,
era mesmo um garoto, como ela sempre dizia. O meu pequeno milagre, ele estava
vivo.
Ganhei alta na tarde seguinte. Charlie veio me buscar. Segundo ele, Bernardo
e Jully estavam na casa dele e Bernardo estava trancafiado no quarto, mudo e não
abria para ninguém.
Tive que tranquilizar Jully, antes de ir até o quarto, tentar falar com ele.
Meu coração batia a mil enquanto eu me dirigia até o quarto. A verdade é que
eu não tinha a mínima noção do que fazer ou o que falar. Eu sabia que seria difícil
para ele, mais do que para mim.
– Bernardo. - O chamei mais não obtive resposta. - Abre a porta para mim? -
Mais um tempo se passou e eu continuei sem resposta.
Encostei minha cabeça na porta e deixei meu corpo escorregar, sentando no
chão.
– Por favor Bernardo, acredite em mim, eu estou tão assustada quanto você. -
Murmurei com a voz embargada.
Alguns minutos depois ouvi a porta sendo destravada, me desencostei antes
de ele abrir.
O garoto me encarava com os olhos inchados e assustados, e eu podia apostar
que os meus estavam iguais. Mas acabei sorrindo, ao vê-lo ali, de pé, diante de mim,
aquela era a primeira vez que eu o via como meu filho.
Minhas mãos alcançaram os braços dele e o puxaram para mim. O abracei
apertado, para que ele nunca mais escapasse, e acabei deixando as lágrimas caírem,
silenciosamente ele me acompanhava.
Ele me abraçava apertado, com certeza completamente assustado, tentando
entender toda aquela loucura.
– Eu te amo, te amo tanto. - Murmurava em meio aos soluços.
Acho que só Deus sabe como eu desejei, como sonhei em abraçar meu filho,
em beijar, aninhar em meus braços, sentir seu cheiro. Era aquilo que eu imaginava
nas noites insones, só que sempre me imaginava fazendo aquilo com uma menina.
Não teve uma maldita noite que passei acordada, em que não me atormentei,
em que não me odiei, pela morte de Jane e pela morte da criança.
Eu briguei com Deus, eu duvidei de sua existência, eu cortei relações com ele.
Por muito tempo eu acreditei que ele não existia.
Mais uma vez ele estava me provando que sim, ele existia. Deus existia e ele
foi generoso comigo. Ele deixou meu filho, para que eu pudesse continuar, para que
eu pudesse seguir em frente. E ele não tinha culpa nenhuma por eu ter uma mãe
louca.
Eu teria que tentar consertar aquilo, não conseguiria recuperar o tempo
passado, mas começaria dali para frente. Faria de tudo para ser uma boa mãe, e quem
sabe um dia eu o ouviria me chamando assim. Me chamando de Mãe.
Quando me acalmei consideravelmente eu o soltei. Bernardo sentou-se de
frente para mim, mas não tinha coragem de me olhar nos olhos.
– O que vai acontecer agora? - Perguntou com voz chorosa.
– Eu não sei direito. - Funguei e tentei me livrar das lágrimas. - Precisamos
rever seus documentos, certidão de nascimento e tentar mudar isso. Depois, vamos
fazer seu visto e vamos voltar para os Estados Unidos. - Ele chorava silenciosamente
ouvindo aquilo.
– E minha mãe? - Suspirei tentando não pensar nela.
– Eu não sei. - Murmurei. - Falou com ela? - Ele afirmou com a cabeça,
deixando mais lágrimas escaparem.
– Ela me contou a mesma história que ouvimos. Que eu nasci de você.
Ela me mostrou fotos suas, de quando estava grávida. Ela disse que a filha
dela nasceu morta. E que algumas coisas eu só entenderia quando fosse maior. - As
lágrimas não abandonavam o rosto dele. - Por que isso está acontecendo?
– Porque ela mentiu e a mentira sempre é descoberta, mais cedo ou mais
tarde. - Tentei explicar algo que não tinha explicação.
– Vai me querer levar com você, não vai? - Ele arriscou uma olhada para mim.
– Vou. Claro que vou.
– Mas agora você vai ter outro filho. Por que não me deixa ficar com ela? - As
lágrimas dele não paravam de cair, e o biquinho que ele fazia, me deixavam com
vontade de chorar de novo.
– Porque você é meu filho, independente dos outros que eu terei. Você não
sabe como eu sofri, pensando que estava morto Bernardo.
Era por isso que eu não me aproximava de você, porque quando eu olhava
para você, eu lembrava que era para eu também ter uma criança. E era você, meu
Deus, você esteve tão perto o tempo todo.
Eu não posso te deixar aqui Bê. Eu quero muito você comigo, já passamos
tempo demais separados. Eu não posso e não quero, abrir mão de você. - Ele não
disse nada só voltou a me abraçar.
– Eu não quero que Jacob seja meu pai. - Murmurou.
Com toda aquela loucura eu ainda não tinha pensado sobre Jacob, me
perguntei se ele já estava sabendo.
– Ele é seu pai, pelo menos é seu pai biológico. Mas Charlie e Renée, nunca
deixaram de ser seus pais, se é assim que você os enxerga.
– Quero que eles continuem sendo meus pais. - Tudo que eu me perguntava
era por que? Por que Renée tinha feito aquilo comigo?
– Tudo bem, mas você vai vir comigo. - Murmurei afagando seus cabelos e o
silêncio se fez presente.
Jully e Edward apareceram por ali um tempo depois, eles se sentaram ao
nosso lado.
Edward sorriu fraco e beijou minha testa. Suspirei e encostei minha cabeça
em seu ombro.
Jully afagou os cabelos do garoto, que estava com a cabeça deitada em
minhas pernas.
Acabei sorrindo ao perceber, que aquela era a minha família, agora ela estava
completa. Bom, faltava o pequeno, mas tecnicamente ele estava ali presente.
– Tá passando Ben 10 na TV, quer assistir? - A garota o convidou, mas ele
balançou a cabeça negando. – Ele não é mais seu irmão? - Ela também parecia bem
confusa.
– É meu filho. - Ela e Edward sorriram.
– Você vai morar conosco? - Jully até tentava conversar com ele, mas tudo
que ele fazia era balançar a cabeça, negando ou afirmando.
– Por que ele não fala? - Ela quis saber.
– Porque ele está triste. - Edward respondeu.
Não sei por quanto tempo ficamos ali sentados no chão em silêncio, mas um
tempo depois Charlie apareceu.
– Isa, precisa se alimentar. - Era nítido que ele sofria tanto quanto eu, ou
talvez mais.
Bernardo ouviu sua voz e rapidamente se pôs de pé, para em seguida se jogar
nos braços de Charlie, e recomeçar a chorar.
Eu não tinha forças, nem vontade de levantar dali.
Eu tentava buscar alguma saída, para não deixá-los triste, uma maneira de
evitar o sofrimento do garoto e de Charlie, mas não achava nada.
Teríamos que ser fortes e lidar com aquilo, não existia outra saída.
Edward me rebocou do chão e me levou até a cozinha. Me sentou lá, enquanto
preparava o jantar.
Ele fez lasanha, que ultimamente estava sendo minha comida preferida.
Edward estava aprendendo a cozinhar por minha causa, mas eu estava totalmente sem
fome, e nem toquei na comida.
– Precisa comer Isa. - Meu pai murmurou, sentando-se ao meu lado.
– Não tenho fome. - Murmurei.
– Quer voltar para o hospital? - Eram dois me repreendendo.
– Não comer não vai ajudar. Você precisa ser forte, Bernardo está assustado,
vai precisar de você.
– Sabe que eu vou levá-lo, não sabe? - Charlie olhou para longe dali.
– Sei. Liguei para o advogado hoje de manhã. Ele já está resolvendo os
papéis. Tenho um amigo no consulado americano, ele vai agilizar as coisas por lá.
Tudo fica mais fácil, já que é casada com um americano.
– Quanto tempo? - Eu só queria ir embora dali o quanto antes. Acho que só
voltaria a me sentir bem, quando estivesse longe dali.
– Um mês, um mês e meio no máximo. - Balancei a cabeça concordando.
– Eu sinto muito pai. - Deixei escapar uma lágrima.
– No final das contas, Jane sempre teve razão. Era um garoto. - Tentei sorrir.
– Pois é... - Foi tudo que respondi.
– Então, agora que já tem um garoto, pode ter uma garota. - Edward pareceu
gostar da ideia de Charlie.
– Eu também já tenho uma garota pai. Já disse para vocês que vai ser um
menino.
– Teimosa. - Charlie esboçou um sorriso.
– Ahh não, quase nada. Teimoso é que teima com ela. - O tom com que
Edward disse aquilo, acabou me fazendo sorrir. Nós três acabamos sorrindo.
Os dois conseguiram me fazer engolir quase a metade daquela lasanha, e de
quebra ganhei uma jarra de suco de maracujá. Acho que tomei quase um litro, o que
acabou me deixando sonolenta.
Jully, tentou, tentou e tentou de novo, até que conseguiu conversar com o
garoto. Conseguiu o fazer falar e até conseguiu o fazer sorrir. Ele parecia se distrair
com ela e pelo que eu consegui ouvir, eles até pareciam fazer planos para quando
estivessem nos Estados Unidos. Jully falava sobre a Disney para o garoto e sobre a
promessa que Edward fez, de levá-la lá, e pelo que eu pude ouvir, Bernardo era o
mais novo membro daquela excursão.
Eu já tinha perdido a conta de quantas vezes Renée tinha ligado no meu
celular, ou ligado para casa, não atendi nenhuma delas e Charlie só atendeu para pedir
que ela parasse de ligar. Caso quiséssemos falar com ela, nós ligaríamos, foi isso que
ele disse a ela.
Mesmo tendo tomado uma jarra de suco de maracujá, mesmo estando com
sono e mesmo Edward estando ali comigo, eu não consegui pregar os olhos a noite.
Me virei de todos os lados possíveis, contei carneirinhos e o escambau, mas
simplesmente não conseguia.
Bufei irritada e levantei, resolvi ir até a cozinha tomar uma água. Mas eu
tomei foi um enorme susto quando encontrei Bernardo na sala escura, fungando, e
encarando a TV desligada.
Caminhei até ele e me sentei ao seu lado.
– Espero que não herde minhas paranoias. - Murmurei.
– O que é isso? - Perguntou secando as lágrimas.
– É isso, que estamos fazendo agora. Estamos na sala da TV, no escuro, em
plena madrugada, em vez de estarmos dormindo. - Ele acabou sorrindo.
– Você faz bastante isso? - Eu fiz aquilo por anos a fio.
– Costumava fazer todos os dias. Quando acordava dos pesadelos, ou quando
nem tentava dormir. As coisas melhoraram um pouco quando conheci Edward. Eu
consigo dormir com ele, assim como consigo dormir com você.
– Me acha parecido com Jacob? - A pergunta dele soou preocupada, o que me
fez sorrir.
– Não. Você realmente se parece comigo. Só seus cabelos se parecem com os
de Jake. E seus jeitos, quando você bufa, o jeito de por as mãos no bolso, quando
você fica irritadinho. - Eu o puxei para perto de mim. - Por que não gosta dele?
– Por que eu ouço o que falam, o que ele fez para você. Eu já ouvi papai
conversar sobre isso com tio Billy, e com minha mãe. Já ouvi várias pessoas falando
sobre isso.
Ele bateu no seu carro, e você capotou, Jane morreu, e... - Ele viu que uma
parte da história não era verdade, já que estava vivo. - E se isso não tivesse
acontecido, eu seria seu filho. E você não ficaria triste, do jeito que era. - Tinha um
pouco de raiva na voz dele.
– Você só sabe o final da história Bê. Olha, aconteceram muitas coisas que só
vou poder te explicar, quando for maior, agora você não entenderia. Mas você não
deveria falar assim de Jake, você nem o conhece, eu posso garantir para você que ele
é um cara muito legal. - Ele rolou os olhos me fazendo sorrir. - Tá vendo rola os olhos
igual a ele.
Ele deitou-se no sofá, e eu o imitei, ficamos um de frente para o outro.
– Seu inglês está bom? Vai precisar ir para o colégio lá. - Ele suspirou e
abraçou meu pescoço.
– Não sei se sei muitas coisas. Eu consigo falar com Jully, mas quando você e
Edward conversam, não consigo acompanhar. - Murmurou preocupado.
– Vamos dar um jeito, Rose pode ajudar e podemos contratar alguns
professores. - Ele não parecia nada animado. – Lembra quando pediu para ir morar
nos Estados Unidos comigo? Você parecia empolgado, vai ser legal. Vai ter Jully para
brincar. Eu posso te matricular em uma escolinha de futebol por lá e na natação
também. Tenho certeza que vai adorar a Califórnia, tirando o frio, mas isso alguns
casacos resolvem.
– Mas e a mamãe? - Suspirei.
– Quando viermos visitar Charlie você vê ela. Pode telefonar quando quiser.
– Você está brava com ela?
– Se ela não tivesse feito isso, você não estaria sofrendo. Não acha? - Ele não
respondeu nada, só ajeitou-se um pouco melhor no sofá e abraçou-se ainda mais a
mim. Um tempo depois acabou adormecendo, não demorei muito para fazer o
mesmo.
Quando eu acordei, ele já estava acordado me observando, não tive tempo de
dizer nada, já que o cheiro de bacon me embrulhava o estômago. Tudo que pude fazer
foi tampar a boca com a mão e correr para o banheiro.
Eram as mãos dele que seguravam meus cabelos. Ele me olhava preocupado,
enquanto eu escovava os dentes.
– Comeu algo estragado? - Perguntou meio preocupado.
– Não. Mulheres grávidas, tem enjoos frequentes nos primeiros meses. Seu
irmão já esta me dando trabalho. - Ele escondeu um sorrisinho.
– Eu também fazia você vomitar? - Sorri pelo jeito tímido com que ele me
perguntou.
– Fazia, muito. E quando estava quase nascendo, me chutava sem parar.
Pensei que estava tocando bateria aqui dentro. - Alisei minha barriga, o que o fez
sorrir abertamente.
– E mais o que? - Sorri e o peguei no colo, saindo com ele para fora do
banheiro. Nos sentamos no sofá, aonde meu pai já estava.
– Mais o que? Você me fazia sentir desejos absurdos. Tipo, sentir fome de
algodão doce no meio da madrugada. - Charlie sorriu, provavelmente lembrando.
– Tive que recorrer a internet, e procurar a receita para fazer em casa, já que
não encontraria algodão doce as quatro da madrugada. - Bernardo deu risada.
– E o dia que eu te fiz fazer churrasco as duas da manhã? - Charlie riu, e
Bernardo balançou a cabeça não acreditando.
– Verdade, eu tive que fazer. Churrasco, arroz e maionese. - Ele me ajudava a
contar.
– Eu gosto de algodão doce, churrasco, arroz e maionese. - O sorriso dele nos
fazia sorrir também.
– Eu também gosto muito dessas coisas. - Edward e Jully que também já
estavam de pé, apareceram na sala.
– Fiz bacons e ovos mexidos. - Eu não podia lembrar nem do cheiro de fritura.
– Bella vomitou, com o cheiro de sua comida. - Bernardo contou.
– Viu, eu disse que era melhor ela comer cereal. - Jully deu bronca em
Edward, me fazendo rir.
– Você comia cereal quando estava grávida de mim? - A cara de nojo com a
qual Bernardo me questionou aquilo, me fez rir alto.
– Não. Na verdade, como cereal desde que fui pros Estados Unidos. Era meu
café da manhã de todos os dias. Alice mantinha um estoque enorme em casa.
Eu fiquei altamente viciada, tem um estoque lá em casa também, mas agora
que estou grávida, Carlisle está meio que cuidando da minha alimentação.
– Hum, menos mal. - Murmurou ainda desconfiado. – Vou buscar aquela coisa
nojenta para você. - Ele pulou do sofá e correu para a cozinha, com Jully atrás de si.
Edward caiu do meu lado, roubando o lugar do garoto.
– Precisamos comprar remédios para conter esses enjoos. - Deitei minha
cabeça em seu ombro e bocejei. - Como está hoje? Você me abandonou essa noite.
– Melhor, aos poucos vamos nos acertando. Vim na cozinha beber água e
encontrei com ele na sala escura chorando. - Charlie riu.
– Até nisso são iguais. Ah, eu tenho vontade de esganar Renée. - Ele disse
com raiva.
– Arrume um jeito dela não ser presa e nem passar pela polícia. - Pedi. - Tudo
que quero é paz. - Charlie não disse nada, já que os garotos estavam de volta, com
minha caixa de cereal.
Jake me ligou naquele mesmo dia, assim como todos nós, ele estava chocado
pela descoberta, e estava chateado com a mãe dele, que pelo jeito era cúmplice da
minha. Mas apesar de magoado, era perceptível a felicidade na voz dele, eu não
ouvia aquela voz animada há anos. Conversamos dez minutos por telefone, e ele
combinou de ir na minha casa, naquela mesma noite.
Quando Bernardo soube da visita, ele foi para seu quarto, e trancou a porta
para que nem tentássemos nos aproximar, acho que Edward não fez o mesmo para
não me magoar, mas só o nome Jacob o deixava de cara amarrada, mesmo ele
tentando disfarçar.
Charlie que era o presidente daquele clube, era o mais tranquilo dos três,
mesmo ele não querendo, Jacob era o pai do garoto, e para Bernardo ir para os
Estados Unidos comigo, Jake tinha que concordar.
Assim que a noite chegou, Edward ganhou uma dor de cabeça e disse que
precisava deitar, murmurou um boa noite de mal gosto e se retirou, levando Jully
consigo. Sobrou só Charlie e eu na sala, ficamos assistindo TV, pelo menos nossos
olhos estavam nela.
– Como você está pai? Como realmente você está? - Tirei os olhos da TV e o
encarei.
– Acho que não tenho uma palavra para definir como eu estou. - Ele
murmurou ainda de olho na TV. - Tudo em que eu acreditava era mentira. Meu filho
transformou-se em meu neto, minha filha morreu como minha neta, e quem fez todo
esse rolo foi a mulher em quem eu mais confiava. A mulher que eu escolhi para viver,
para dividir uma vida, para ter filhos. - Ele deixou as lágrimas caírem. - Juro para
você Isa, juro que eu tento entender, eu queria entender, mas eu não consigo, não tem
explicação. Por que? É essa a pergunta que martela constantemente na minha cabeça.
Ela não podia ter feito isso comigo, muito menos com você. Ela sabe o quanto
você sofreu. Meu Deus, ela viu você tentar suicídio, viu isso por duas vezes. Ela
presenciava seus pesadelos, os seus gritos no meio da noite. Ela via você sem vida,
dia após dia, ano após ano e nunca fez nada.
Eu não gosto mais nem de olhar para ela, cada vez que eu faço isso, o ódio
que eu sinto aumenta. Ela me enganou esse tempo todo, a minha filha está morta, o
meu filho não é meu filho. A minha vida se tornou uma enganação, uma enorme
mentira. Tudo que eu acreditava ser verdade, de repente não é mais. - Tinha raiva e
tristeza na voz de Charlie, eu não disse nada, só o abracei.
Eu não podia lhe dizer palavras de conforto, tão pouco dizer que com o tempo
aquele ódio que ele estava tendo dela, passaria, porque na verdade eu não sabia se
passaria, pelo menos da minha parte, eu achava difícil de acontecer.
Eu não fazia ideia se um dia conseguiria perdoar Renée, se um dia conseguiria
voltar a olhar para ela e levar tudo numa boa. Ela não causou só sofrimento a mim,
ela fez isso com Charlie também, e com Bernardo. E mesmo tentando acreditar que
ela não queria causar nenhum mal, eu não conseguia, a mágoa era maior do que
qualquer outra coisa.
Meu telefone começou a tocar, fazendo com que eu largasse Charlie, para
atender.
– Oi... - Murmurei sem vontade.
– Hey Isa sou eu. - Jacob. - Estou na frente da sua casa, será que pode abrir?
– Claro. - Caminhei rapidamente até o aparelho. - Abriu?
– Sim. - Ele deu um tchauzinho para a câmera de segurança, me fazendo
sorrir.
– Vou abrir a porta dos fundos, tem muitos idiotas ai fora? - Os paparazzis
estavam loucos, desde que tudo foi descoberto.
A mídia descobriu tudo no mesmo dia que eu, e o Brasil, caiu matando em
cima de Renée e minha tia, sua cúmplice.
Jornais, revistas, televisão internet, aquilo tudo ficou proibido lá em casa, para
poupar Bernardo.
– Muitos. - Ouve três batidas na porta. Antes de abrir espiei pelo olho mágico,
só para ter certeza que era ele, ao me certificar que sim, eu abri.
Nós nos entreolhamos por alguns segundos antes de eu o puxar para dentro e
o abraçar.
– Jane tinha razão, era um menino. - Ele murmurou me apertando. - O nosso
menino Isa.
Céus!!! Eu não tenho palavras para dizer como eu me sinto. - Nos últimos
dias eu andava uma manteiga derretida, qualquer coisa me fazia chorar, por aquele
motivo eu já chorava.
– Por que elas fizeram isso conosco Jake? Pode me dizer por que? -
Questionei com a voz embargada.
– Eu não sei, por mais que eu tente achar uma resposta, eu não acho. - Meu
choro contagiou Jacob. - Mas apesar de estar possesso com minha mãe, eu estou
muito feliz Isa. Meu Deus, o nosso filho sobreviveu. Você não sabe o quanto eu já
agradeci a Deus por isso. Vivo e saudável. - Jake me soltou e me encarou sorrindo
entre as lágrimas. - Ele é lindo Isa, é a sua cara, é praticamente a sua cópia. - Eu
acabei sorrindo também.
– Os cabelos são seus. E você precisa ver quando ele bufa e põe as mãos nos
bolsos. Jake, eu vejo você quando ele faz isso. - Jacob abriu um sorriso largo, um
sorriso que faziam anos que eu não via.
– Vem, vamos sentar. - O puxei pela mão e o reboquei até o sofá. Charlie não
estava mais lá, pelo jeito resolveu nos dar privacidade.
– Como ele está? - Jacob questionou me fazendo soltar um longo suspiro.
– Assustado, com medo, confuso. Tentando entender toda essa loucura. Ele
está quieto, quase não fala, Jully é quem consegue arrancar mais palavras da boca
dele.
– Dê um tempo a ele Isa. Se já foi um baque para nós, imagina para ele. Você
era a irmã dele e de um dia para o outro virou a mãe.
– Queria arrumar uma maneira de evitar que ele sofresse, mas é inevitável,
por mais que eu pense não acho uma solução para isso. Eu não quero dar o nosso
filho para minha mãe Jake, não quero, não posso e não consigo fazer isso.
– Hey... - Ele segurou minhas mãos. - Você não vai fazer isso. Isa, no começo
vai ser difícil, seria para qualquer um, mas depois ele vai se acostumar.
Você não vai poder evitar que ele sofra Isa, a vida é assim e você sabe disso.
Mesmo querendo, você não vai conseguir evitar que ele se machuque.
É natural que ele queira ficar com a sua mãe. Se coloque no lugar dele, já
pensou você ouvir que Charlie não é seu pai, que seu pai na verdade é o meu pai?
Mesmo gostando do meu pai, você não vai querer trocar de pai. Mas depois de um
certo tempo, você vai conhecer melhor meu pai, vai conviver mais com ele, e seu
carinho por ele vai crescer. Mesmo não esquecendo de Charlie, você vai começar a
aceitar Billy como seu pai também.
E você ainda tem a vantagem de que o garoto é pequeno, quando ele tiver
quinze ele já não vai lembrar de muitas coisas de agora.
Não dou meio ano para ele se adaptar com você e aceitar isso tudo. - Os
pensamentos de Jake até que faziam um certo sentindo e eu torcia para que ele
estivesse certo.
– Jake, eu quero levá-lo comigo. - Murmurei o encarando. Ele sorriu e com o
polegar limpou uma lágrima solitária.
– Isa, de uma certa forma, toda essa confusão se fez por minha culpa.
Se não tivesse existido o acidente, o garoto não teria nascido naquele dia, tudo
teria saído bem, sem confusões e sem morte. Bernardo estaria ai te chamando de mãe,
e Jane, ela estaria conosco. - Ele suspirou. - Mas por egoísmo meu, tudo isso
aconteceu. Por eu não querer te libertar, por não ter te deixado ir.
Eu jamais cometeria o mesmo erro de novo. Tenho certeza que vai cuidar bem
do nosso filho, certeza que vai ajudá-lo a ser um homem maravilhoso, responsável e
feliz.
Me mande uns postais de vez em quando, me dizendo como ele está, o quanto
cresceu e se puder me ligar as vezes... - Eu sorri e o abracei.
– Obrigada Jake, eu prometo que vou cuidar dele e vou fazer o que estiver ao
meu alcance para que ele não cometa os mesmos erros que nós cometemos.
Vou ligar sim, pode ter certeza que vou, e quando quiser aparecer para vê-lo, é
só me ligar. Prometo que vamos vir para cá, pelo menos uma vez por ano.
– Apenas cuide dele Isa, faça isso. O torne um homem melhor que eu, isso
basta. - Ele murmurou ainda abraçado a mim.
– Vamos mudar os documentos dele, Charlie já falou com o advogado, eles
estão trabalhando nisso. Agora ele vai ser Bernardo Swan Black. - Jake nos soltou do
abraço e abriu um largo sorriso.
– Meu Deus, eu tenho um filho. - A empolgação e felicidade com que ele
disse aquilo me fez sorrir também.
– Nós temos Jake, nós temos. - Jacob não demorou muito a ir embora, ele
resolveu nem tentar falar com Bernardo aquele dia, não queria forçar as coisas e
deixar o garoto ainda mais assustado do que estava.
Conversamos por no máximo meia hora. Charlie acabou aparecendo na sala, e
pela primeira vez desde o acidente, dirigiu a palavra a Jacob e não foi para xingá-lo.
Ele explicou sobre os novos documentos do garoto e disse que precisaria das nossas
assinaturas. Depois das explicações, Jake se foi.
Assim que entrei no quarto, tive plena certeza que Edward não estava
dormindo, assim como tinha certeza que não existia dor de cabeça alguma. Sentei ao
lado dele, e fiquei o encarando por uns bons cinco minutos, esperando que ele abrisse
os olhos, mas ele não abria.
– Você sabe que eu sei que não está dormindo. - Murmurei esperando que ele
abrisse os olhos, ele continuou fingindo. - Tem certeza que não quer conversar? -
Esperei mais um tempo, mas não obtive respostas.
Suspirei e resolvi levantar, já ele resolveu abrir os olhos. Nos encaramos por
um tempo sem nada dizer.
– Tudo o que eu sinto por você, não chega nem aos pés do que um dia eu senti
por Jacob.
É você que me completa Edward e se não for com você, não vai ser com mais
ninguém. - Ele soltou um longo suspiro.
– Me desculpe, eu sou um idiota, ciumento. É que eu... sei lá... - Ele desviou
os olhos dos meus. - Agora ele tem um filho seu. - Balancei a cabeça negativamente e
me deitei ao lado dele.
– Bom, eu tenho Jully que é sua filha, e agora estou esperando outro. Nada vai
mudar Edward, nada do que eu sinto por você mudou e não mudaria mesmo que eu
compartilhasse dez filhos com Jacob.
Eu adoro Jacob, mas como meu primo, meu amigo. Só isso, nada além disso.
Tudo que eu tive com ele acabou faz muito tempo. Quando eu paro para pensar, eu
chego a conclusão que eu não o amava, eu só era uma criança encantada com a
possibilidade do amor.
Foi você quem me ensinou esse sentimento, quem me mostrou o significado
dessa palavra.
Você Edward Ciumento Cullen é o homem da minha vida, nunca duvide disso
por um segundo sequer. - Ele suspirou e me puxou para perto.
– Sou um idiota, não sou? - Eu sorri e levei minha mão até seus cabelos.
– Não, só é um ciumento bobinho, que inventa dor de cabeça para fugir para o
quarto. - Ele sorriu e me beijou.
– Verdade eu não sou idiota. Sou muito idiota, eu te deixei sozinha com o
lobo. - Ele me fez gargalhar.
– Edward, se eu fosse ter ciúmes de todas as mulheres que você teve, acho
que eu só não sentiria ciúmes da sua mãe, sua irmã e Jully. - Ele se fez de indignado.
– Que ideia é essa que você tem de mim Isabella? - Eu ri.
– Edward, até hoje muitas garotas da faculdade me olham atravessado e
cochicham quando eu passo, e é seu nome que eu ouço. Você já ficou com a Jéssica,
Mary, Tânia, sabe que as vezes eu acho que até Elizabeth você pegou? - Ele sorriu e
beijou meu pescoço.
– Não, eu e Elizabeth nunca nos envolvemos. Antes dela conhecer você, até
ensaiamos uma conversa, mas depois, ela nem chegou mais perto. Elizabeth pode ser
meio ligeira, mas ela é realmente sua amiga.
– Eu adoro aquela destrambelhada. Acredita que quando eu contei para ela
que estava grávida, ela subiu em cima da mesa do bar e berrou para todo mundo? -
Edward gargalhou.
– Queria ter visto sua cara. Deve ter ficado vermelhinha.
– Mais orgulhosa do que vermelhinha. Agora chega de papo garoto ciumento,
me dá um beijo vai, estou com saudades de você...
Passamos o mês trancafiados na casa de Charlie, esperando os documentos de
Bernardo ficarem prontos, para que conseguíssemos voltar para os Estados Unidos.
Os Cullens, estavam ansiosos por nossa volta, na verdade eles fizeram um
mutirão por lá, para ajeitarem as coisas para Bernardo.
Alice e Esme tinham invadido nossa casa, e estavam trabalhando a todo vapor
no quarto do garoto. Rose e Emmett estavam atrás de uma boa professora particular
para ele. Carlisle ficou responsável por matricular o garoto no jardim de infância, o
mesmo de Jully e de preferencia na mesma turma. Já Jasper estava atrás de uma
escolinha de futebol. As vezes eu achava que aquela família não existia, que era um
sonho, que eles eram perfeitos demais.
Renée continuava tentando falar comigo todos os dias, mas eu continuava sem
um pingo de vontade de fazer aquilo. Já Bernardo falava todos os dias com ela o que
sempre acabava o fazendo chorar. Principalmente no dia de nossa volta, ele ficou
inconsolável, chorou o dia toda, nem Jully conseguiu animá-lo.
Charlie o levou até Renée, para que eles se despedissem. Deixou ele lá e
marcou de buscá-lo dali uma hora. Eu estava em casa angustiada, mil possibilidades
passavam pela minha cabeça, se ela foi maluca de roubá-lo uma vez, quem me
garantia que não seria maluca para um segunda?
Para eu não acabar maluca, decidi sair. Precisava fazer algo antes de voltar
para casa, algo que eu já deveria ter feito a anos atrás, mas que nunca tive coragem
suficiente.
– Pare de andar para lá e para cá. - Edward pediu nervoso, por eu estar
nervosa.
– Vou sair. - Ele me olhou como se eu fosse louca.
– Tá maluca? Vai aonde? Viu a quantidade de paparazzis lá fora?
– Vou no cemitério, eu preciso fazer isso antes de irmos para casa. - Ele
suspirou e levantou-se.
– Vou com você.
– Hey, eu também vou. - Jully que estava quase cochilando pareceu acordar.
– Ok, mas vão ficar no carro, os dois. Preciso fazer isso sozinha. - Eles
concordaram sem nem reclamar.
– Eu levo vocês. - Charlie se pôs de pé, ele acabou sorrindo para mim,
assentindo, me dando força.
Vinte minutos depois, estávamos na frente do cemitério, o problema é que os
paparazzis nos seguiram, e tinham três deles por lá.
– Você parece a Angelina Jolie. - Jully acabou me fazendo rir.
– Tudo bem, fiquem aqui. Não vou demorar. - Murmurei em inglês para os
dois.
Charlie foi comigo, para me mostrar aonde ficava o túmulo. Ele caminhou ao
meu lado sem dizer nada. Quando chegamos perto do túmulo ele parou, e apontou o
dedo.
– É ali. Te espero na saída. - Assenti e ele se foi.
Meus olhos lacrimejaram, quando vi o nome dela lá gravado, junto com a data
de nascimento e óbito. Tinha uma foto dela toda sorridente lá. Suspirei e sentei na
grama, de frente para a lápide.
– Olá Jannie... - Levantei a cabeça e encarei a foto. - Faz algum tempo não é
mesmo? Me desculpe, mas só hoje eu me senti bem para fazer isso, só hoje tive
coragem de vir.
Vir até aqui, é aceitar o que aconteceu, é aceitar que você não vai mais voltar,
aceitar que essa parte da vida terminou. Por isso eu não quis e não consegui vir antes,
eu não queria aceitar que acabou.
Eu tinha uma esperança idiota, que um dia, sem que eu menos esperasse, você
apareceria, com seus cabelos loiros esvoaçantes, seus olhos azuis sempre tão cheios
de vida e seu sorriso largo, que ocupava quase todo seu rosto. Você me abraçaria
apertado e se desculparia por ter feito uma brincadeira de tão mal gosto.
Se eu viesse até aqui, eu iria me deparar com a verdade, e a verdade é muitas
vezes cruel, por isso a gente se engana.
Mas eu decidi que chega disso. Chega de mentiras, ilusões, enganações, eu
não posso mais fazer isso, eu não quero mais fazer isso.
Quando eu penso nesses últimos anos, eu vejo tudo como um borrão,
sinceramente eu não consigo lembrar de algo que eu tenha feito nos quatro anos
seguintes a sua morte. Acho que a maior parte do tempo eu passei sentada, olhando
para o vazio, esperando pela morte.
A verdade é que minha vida se tornou patética, um verdadeiro, desastre. Era
como se eu estivesse em alto mar, em meio a uma tempestade, me afogando, e
mesmo estando rodeada de botes salva-vidas, para me ajudar, eu me recusava a me
agarrar a um.
Mas teve um dia que Charlie chegou em casa com um videogame, e um jogo
chamado guitar hero. Ele falou, falou, falou e para ele parar de falar eu resolvi montar
e jogar. Aquela foi a primeira vez em quatro anos que eu me interessei por algo. Era
um jogo viciante, altamente viciante.
Isso me levou a internet, eu queria saber se tinham mais jogos daquele, porque
eu tinha terminado em um dia e queria outro.
Entrei na rede social, aonde muitas pessoas falavam sobre o assunto, além de
falarem sobre música também. Estavam falando de músicas depressivas e eu acabei
entrando na conversa e disse que black era uma das minhas músicas depressivas
favoritas.
Foi quando uma garota chamada Alice, disse que aquela era a música
depressiva favorita dela, depois de trocarmos mais algumas mensagens ali, acabamos
trocando msn.
Nossa Jane, você precisava ter conhecido Alice, ela fala até pelos cotovelos.
Eu ficava horas lendo o que ela escrevia no msn. Foi em uma dessas conversas, ou
monólogos, que ela me convidou para ir morar nos Estados Unidos, me falou de
Malibu e disse que queria alguém para dividir o apartamento.
Eu fui, fui tentar ter pelo menos um pouco de paz, pensei que seria mais fácil
lá, já que ninguém sabia quem diabos era Isa Marie.
Foi lá que eu conheci Edward, e desde então eu voltei a prestar atenção na
vida, nos momentos, nos detalhes. Foi com ele que eu aprendi a viver de novo,
mesmo sem perceber eu me agarrei a ele e deixei que me ajudasse. Ele me salvou
Jane, me salvou de mim.
E nossa, eu sinto um turbilhão de coisas por ele, algumas tão patéticas que as
vezes eu até me envergonho. Arrg... eu me tornei tão... melosa. - Sorri envergonhada
ao admitir aquilo.
– Me casei com ele, em Vegas, eu estava trêbada quando isso aconteceu.
Quando eu vejo o vídeo do nosso casamento eu ainda não acredito em algumas
coisas. Acho que eu dei um certo trabalho para o juiz. - Ri lembrando do vídeo
absurdo que as vezes eu assistia com Edward, não teve uma vez que eu vi, e não caí
na gargalhada.
– Eu lembro quando você dizia que um dia eu me apaixonaria de verdade, que
encontraria alguém que me faria ficar de quatro. Eu encontrei, é ele. As coisas que
sinto por ele, são diferentes das que eu sentia por Jake. São mais fortes, mais intensas,
mais saudáveis.
Edward me completa de corpo e alma. É, eu sei que é no mínimo estanho
ouvir essas palavras saindo da minha boca, mas é a mais pura verdade.
Ele tem uma filha, Jully, você se apaixonaria por ela a primeira vista. A garota
é um amor, é impossível negar algo a ela. Acho que ela é a criança mais carinhosa
que eu conheço, ela me enche de beijos e abraços todos os dias. Acredita que ela me
chama de mãe?
Até presente no dia das mães eu ganhei, eu me senti a última bolacha do
pacote.
Você não tem noção do quão inteligente a garota é, ela aprende tudo com tanta
facilidade. Ela praticamente fala português, e quase sem sotaque. E o violão, ela toca
com perfeição todos os acordes básicos, já consegue tocar muitas musiquinhas, e
você precisava ver o quão afinada ela é. Segundo Edward, ela puxou a mãe.
Dois meses depois de me casar com Edward, eu descobri que estava grávida.
E nossa, eu praticamente surtei com a notícia, foi impossível não lembrar de tudo,
impossível não ter medo, receio. Acho que acabei assustando Edward e o pai dele,
mas eles me fizeram ver que poderia ser diferente e que dessa vez daria certo. E hoje
eu tenho certeza que vai dar, tenho certeza absoluta disso.
Nasce em janeiro, isso se ele não quiser apressar as coisas. Tenho certeza que
vai ser um menino, e que vai ser a cara do pai. Sabe que as vezes eu imagino aquele
embrulhinho em meus braços, com os olhinhos verdes e os cabelos bagunçados. -
Acabei rindo da minha imaginação. - Sério, eu não consigo imaginar um filho de
Edward, sem os cabelos bagunçados, mesmo que seja um recém nascido. Mas fique
tranquila, é só imaginação, ele não vai conhecer gel assim tão cedo.
Por causa do casamento, da gravidez e também da saudade, resolvemos vir
para o Brasil, contar as novidades e matar as saudades.
Foi fazendo uma visita surpresa para Renée que eu descobri mais um filho.
Um filho de cinco anos, que dormiu quatro anos no quarto ao lado do meu. Um filho
que eu praticamente exclui por essas anos.
A criança não morreu no acidente Jane, a menina não era minha, era de
Renée.
É um garoto como você sempre disse que seria, o nosso garoto. Ele
sobreviveu, ele conseguiu. Bernardo não é meu irmão, ele é meu filho, filho que a
minha mãe escondeu de mim. Ela fez com que eles trocassem as crianças, ela acabou
enganando a todos nós.
O mais afetado com toda essa loucura é ele, o garoto está tão assustado. É
uma história muito complicada para ele entender, eu ainda não posso explicar para ele
como tudo aconteceu, e tão pouco posso explicar o motivo de Renée ter feito isso,
porque sinceramente eu acho que não existe explicação para isso.
Acho que a primeira coisa que aprendi com a maternidade, é que eu não posso
evitar que meus filhos sofram. Infelizmente eu não posso evitar isso, o máximo que
eu posso fazer é sofrer com eles, mas infelizmente não posso sofrer por eles.
Infelizmente eu não posso evitar a tristeza de Bernardo, me parte o coração
cada vez que eu levanto de madrugada e encontro ele acordado, chorando na sala
escura.
As vezes eu penso em dar o braço a torcer e fazer a vontade dele, deixá-lo
com Renée. É isso que os pais fazem não é? Se sacrificam pelos filhos. Mas Edward
me diz para não desistir, não antes de tentar. Ele diz que Bernardo só precisa de
tempo para digerir isso tudo e que é questão de meses até ele se acostumar com a
nova vida, e família.
Acho que ele pode ter razão, então eu não vou desistir, não sem antes tentar.
Por isso hoje, daqui a algumas horas, estaremos partindo para os Estados Unidos,
voltando para casa. É por isso também que estou aqui hoje.
Quero sair do avião e pisar nos Estados Unidos, tendo a certeza que eu resolvi
todas as pendencias do passado.
Eu recuperei minha vida, falei com seus pais, me acertei com Jake e até um
filho eu achei. Então só estava faltando eu fazer isso. Vir até aqui e me despedir de
você. Libertar você e me libertar.
Sabe Jane, eu fiz as pazes com Deus, eu parei de fingir que ele não existia,
parei de exclui-lo, e eu peço desculpas todos os dias por tê-lo ignorado, assim como
peço desculpas por ter tentado suicídio. Tirando os pedidos de desculpa, eu o
agradeço.
Ele foi muito generoso comigo, ele deixou meu filho, me levou até Edward,
Jully e uma família de americanos maluca que me faz muito feliz. Além de ter
mandado o presente que eu estou esperando.
E eu agradeço as chances que ele me deu, as três chances que ele me deu.
Demorou até eu perceber, até eu cair na real, mas hoje eu agradeço por ele ter me
deixado viver, por ele praticamente ter me devolvido a vida, todas as três vezes que a
morte esteve tão próxima.
Eu amo a minha vida Jane, eu amo viver, amo me sentir viva. Sentir o vento
frio do inverno bater nos meus cabelos, e sentir os raios de sol tentando me esquentar.
Sentir o ar puro entrando em meus pulmões, sentir meu corpo trabalhar.
Sentir meu coração bater acelerado cada vez que Edward abre a porta de casa,
ou cada vez que ele olha nos meus olhos e diz que me ama.
Me sentir orgulhosa cada vez que Jully diz "aprendi com a minha mãe", ou
me sentir a Mulher Maravilha, toda vez que ela acorda a noite e vai até meu quarto
para que eu espante os monstros que não deixam ela dormir.
Sentir esperança, toda vez que Bernardo chega em mim e me perguntar como
era quando eu estava grávida dele. O que eu comia ou deixava de comer, os desejos
estranhos que eu tinha. Quando ele me pede para ver fotos minhas grávida e presta
atenção em cada palavra das histórias que eu conto. Ou quando ele deita e se abraça a
mim e por fim consegue dormir.
E sentir a vida que cresce aqui... - Eu alisei minha barriga. - Dentro de mim,
todos os dias. E que tanto depende de mim.
Se tem uma coisa, uma única coisa que eu peço a Deus, que eu ouso pedir a
ele, é que ele me deixe viver pelo menos até os cem anos. Eu sei que eu ainda tenho
muitas coisas para viver, muitos sentimentos para sentir, muitas coisas a fazer.
Eu quero ficar bem velhinha ao lado de Edward, ver nossos filhos crescerem,
e abrirem as asas para o mundo. Conhecer meus netos e por que não bisnetos?
Quero conhecer o inverno do Canadá e o de Nova York. Quero ir a Londres e
conhecer o tal bar que os Beatlles tocavam. Conhecer Berlim, Amsterdã, Roma,
Veneza, Paris e o Caribe.
Quero conhecer a Disney também, e que Edward não ouça isso, porque se
não, ele vai pegar muito no meu pé.
Quero dar um jeito de enganar as câmeras de segurança do elevador do nosso
prédio, para que Edward e eu possamos fazer mau uso dele. Quero continuar usando
as piscinas de bolinhas com ele, depois do aniversário das crianças. Quero namorar
mais na chuva e fazer mais amor na praia.
Eu quero tantas coisas que seria capaz de ficar aqui falando sobre elas até
amanhã de manhã e tenho certeza que ainda não falaria tudo.
O que eu mais quero é fazer valer a pena. Você praticamente deu a sua vida
por mim Jane, e eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para merecer tudo,
tudo o que você já fez por mim. Eu quero merecer você ter entrado naquele carro
comigo naquela noite, merecer esse último sacrifício que você fez por mim.
Quando eu fechar meus olhos pela última vez, eu quero fechá-los sabendo que
eu mereci, que eu vivi muito, intensamente, por mim e por você. Espero que você
esteja esperando por mim quando isso acontecer.
Agora eu entendo que a morte não é o fim de tudo. Tudo que nós vivemos
permanece aqui, intocável, na minha memória e vai permanecer nela para sempre.
As brincadeira, as risadas, as conversas no meio da madrugada, seus
conselhos, seus puxões de orelha, nada sumiu Jane, estão todos aqui comigo, vão
seguir comigo até o fim. E eu sei que você também está aqui. Eu só não posso ver
você, mas você continua e continuará existindo.
Sei que quando eu menos esperar, você vai aparecer. Depois de esmagar você
em meus braços e matar toda a saudade que eu sinto, espero ouvir você dizendo que
eu fui uma boa mãe, uma boa esposa, uma boa amiga, e que eu mereci tudo que você
fez por mim. - Limpei minhas lágrimas e levantei de lá.
– Adeus Jane e obrigada por tudo, desde sempre. Eu amo você, mas você já
sabe disso. - Eu dei as costas para ir embora, mas acabei lembrando de algo.
– Quase que eu esqueço, eu gravei um CD. Não, a capa dele não é toda preta
como você gostaria que fosse, isso seria muito sem graça.
Lembra quando tínhamos seis anos e tia Júlia nos arrastou para um estúdio de
fotos e nos fez fazer um book?
Aquela foto que estamos fantasiadas de roqueiras, meio abraçadas, com os
cabelos bagunçados, os olhos pintados de preto, fazendo chifrinho com as mãos e
mostrando a língua, essa é a capa do CD.
Tem uma dedicatória na contra capa, uma dedicatória para você, que sempre
insistiu nessa história de música. Tocar virou meio que uma terapia sabe? Me faz
quase tão bem quanto Edward. Eu realmente gosto disso e pretendo continuar
trabalhando com isso.
Bom, eu não sei se esse CD vai dar certo ou não, mas quero que saiba que me
dediquei o máximo possível, dei o melhor de mim. Sempre que eu errava alguma
coisa, sua voz me enchendo o saco vinha a minha cabeça e eu repetia o seu "Vamos
fazer de novo." Graças a isso, fiquei com fama de perfeccionista.
Então é isso, agora eu preciso ir mesmo, tenho um avião para pegar e Edward
e Jully estão esperando por mim lá fora, e os paparazzis chatos também, eles estão
malucos com os últimos acontecimentos.
Até um dia Jane, continue olhando por mim, como eu sei que você faz.
Ah e por favor, consiga um Habeas-corpus com Deus para mim, para que eu
possa ficar por aqui até pelo menos os cem anos.
http://www.youtube.com/watch?v=dulOh4u-Lwc

A gente se vê, Jannie. - Dessa vez eu dei as costas para a lápide e não voltei a
olhar para trás.
Acho que eu me sentia uns cem quilos mais leves, me sentia como se algo
muito pesado que estava preso em mim, tivesse sido solto.
Caminhava em passos largos e decididos para fora daquele lugar. O vento
batendo forte no meu rosto, me fez abrir um largo sorriso.
Aquele era o fim de um ciclo, um ciclo que me fez sofrer e quase desistir, mas
um ciclo que também me levou até as pessoas mais importantes da minha vida, que
me ajudaram a me reerguer.
Um ciclo de perdas e ganhos, tristezas e alegrias, saudades e esperanças,
medos e confianças. Um ciclo de aprendizagens que me fez crescer, que me fez
aprender com os erros, que me fez ver que a até a pessoa mais infeliz do mundo, pode
ser feliz se desejar ser feliz.
Posso dizer que a maior lição que eu tirei desse ciclo, é que você sempre pode
recomeçar, independente dos erros que cometeu, tudo e todos podem ter um
recomeço. Basta só você querer, desejar, erguer a cabeça e encarar de frente. Não é
fácil, mas a vida não é fácil, talvez por isso ela seja tão interessante.
Talvez você tropece e caia no meio do caminho, mas esses tropeços vão servir
para fazer você se levantar mais forte e mais determinado.
Talvez em uma dessas quedas, você perca completamente a vontade de
levantar, mas vai encontrar pessoas que vão te estender a mão, vão ajudar você a se
por de pé, vão cuidar dos seus machucados e vão seguir caminho com você.
Por fim, quando você se der conta, vai ver que conseguiu, vai ver que venceu,
que se reergueu. E quando olhar para trás, vai perceber que todos os obstáculos
tortuosos, o transformaram em uma pessoa melhor, mais responsável e madura.
Com certeza você vai continuar errando, isso é inevitável, todo mundo erra,
mas com certeza também, você vai continuar aprendendo com seus erros.
Não importa o que você queira, nem o quão difícil seja para você conseguir,
porque se você quiser mesmo, se desejar de verdade, vai conseguir, vai vencer.
É como diz uma conhecida letra de Raul Seixas "Queira, basta ser sincero e
desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo, tente outra vez."
Eu quis, eu tentei e eu consegui, hoje eu posso bater no peito e dizer de
cabeça erguida...
– Eu tenho orgulho de ser Isabella Swan...
Capítulo 41- Sentidos para a vida... Part1

– Bom dia mãe. - Jully me abraçou e beijou me fazendo sorrir.


– Hum... É ótimo acordar assim. - Minha voz quase não saia.
– Você estava dormindo que nem um anjinho, até sorria. - Ela me fez sorrir de
novo. Ao olhar para o lado dela, encontrei Bernardo que escondia um sorrisinho.
– Está bravo comigo? - Ele balançou a cabeça negando.
Tínhamos chegado do Brasil no dia anterior e eu passei um certo trabalho para
trazer Bernardo. Ele bateu o pé, implorou, chorou, e por fim disse que eu nunca seria
mãe dele, tudo isso para me convencer a deixá-lo no Brasil. Charlie, de alguma
forma, o convenceu a vir comigo e fez ele parar de chorar, mas ele ficou de bico
comigo o resto do dia.
– Então que tal, eu ganhar um beijo e um abraço também? - Jully acomodou-
se ao meu lado e o garoto hesitou por alguns segundos, antes de me abraçar.
– Vamos superar isso tudo Bê, eu te prometo. - Murmurei enquanto ele
apertava os braços em meu pescoço.
– Eu tenho medo. - Ele murmurou.
– Eu sei, mas vamos superar isso juntos, só preciso que confie em mim.
– Eu confio. - Ele deitou a cabeça no vão do meu pescoço me fazendo sorrir.
– Minha mulher dorminhoca resolveu acordar? - Edward adentrou no quarto
com uma bandeja cheia de gostosuras.
– Hum... Marido prestativo, você fez o café? - Ele sorriu torto.
– Fiz. Torradas, suco de laranja, ovos mexidos e panquecas do jeito que gosta.
- Eu sorri.
– Andou aprendendo a cozinhar Edward?
– Algo assim. Vocês são meio que minhas cobaias. - Ele colocou a bandeja na
cama e sentou-se ao meu lado. - Hey, seus dois folgados, larguem a minha mulher. -
O protesto dele fez Jully rir.
– Ela não é só sua. É nossa também. - Edward riu.
– Sua até pode ser, mas eu não vou dividir ela com esse marmanjo não.
– Eu conheço ela há mais tempo. - Bernardo murmurou me fazendo rir.
– Verdade Edward, você perdeu. - Edward sorriu.
– Perdi nada, ganhei foi mais um filho. - Bernardo enrijeceu ao ouvir aquilo.
Ele não se sentia nem um pouco a vontade com aquele assunto.
– Ok crianças. Levantem-se. Vamos experimentar esse café. - Jully sentou-se
primeiro. Bernardo suspirou e fez o mesmo, eu logo os imitei. Nós quatro faríamos
um piquenique em cima da cama.
– Pai, eu quero uma torrada com manteiga e café. - Jully pediu a Edward.
– E você Bê, o que quer? - Ele olhou para aquelas comidas e me
encarou franzindo o cenho.
– Isso é mesmo comida de café da manhã? Bacons e ovos. - Ele me fez rir
alto.
– O café da manhã deles é bem reforçado, tipo nosso almoço, e no meio dia,
eles comem só uma coisinha, tipo um sanduíche ou algo assim. É estranho no
começo, mas depois você se acostuma. - Ele deu de ombros.
– Acho que quero só uma torrada com manteiga também e suco de laranja. -
Fiz o que ele pediu e depois de servi-lo, eu ataquei a comida.
Também comecei pelas torradas, fiz três, depois eu comi três pães com bacon
e ovos mexidos. Aquilo fez Bernardo me encarar assustado.
– O que foi? - Perguntei de boca cheia.
– É normal ter tanta fome? - Ele questionou meio incrédulo, nos fazendo rir.
– É, eu já tenho muita fome normalmente, imagina esperando um filho. -
Tomei um gole de suco e entreguei o fim do pão para ele.
– Experimenta vai, sei que vai gostar. - Ele olhou para o pão, para mim e para
o pão de novo e por fim pegou.
Ele comia aquele enquanto eu fazia outro.
– É bom. - Falou de boca cheia.
– Viu, eu disse. Quer um? - Ele levantou o polegar afirmando. Edward deu
risada.
– Sem sombra de duvidas, ele é seu filho.
– O que nós vamos fazer hoje em? - Jully questionou.
– Não tenho ideia, o que você tem em mente? - Questionei com ela, que
pensou por alguns segundos.
– Nós podemos ir no parque de diversões, lembram quando fomos aquele dia?
- Os olhos dela brilhavam de empolgação.
– Por mim tudo bem. - Edward comentou de boca cheia.
– Tô dentro.– Murmurei antes de enfiar um pedaço de pão na boca.
– E você Bê? - Jully o questionou.
– Eu, o que? - Bernardo também estava de boca cheia.
– Concorda? - Ele tomou um pouco de suco para desembuchar e depois a
encarou.
– Concordo. - Foi tudo o que ele disse, antes de enfiar mais um pedaço de pão
na boca.
Já era praticamente noite quando chegamos no tal parque de diversões. Jully e
Bernardo praticamente nos arrastavam pela mão.
– Isa, eu quero ir no bate bate, na roda gigante, no carrocel, no pula pula, você
vai no trem fantasma comigo? - Ele estava muito empolgado, como não o via
desde que descobrimos a verdade.
– Vou. Mas tenha calma, um de cada vez, vamos comprar os ingressos
primeiro. - Respondi rindo.
– Depois você me da um balão?
– Dou, um balão, um cachorro quente, algodão doce e refrigerante, está bom
assim? - Contive minha vontade de tirá-lo do chão e amassá-lo.
– Está.
– Aonde vamos primeiro? - Jully perguntou para ele, enquanto Edward
comprava os ingressos.
– No bate bate. Eu vou no carrinho azul.
– Mas nossos pés não alcançam no acelerador. - A garota o lembrou.
– Você vai com Edward e eu vou com a Isa. - Ele deu a solução, o que ele não
sabia é que nem o bate bate, eu dirigia mais.
– Bê, essa eu vou ficar devendo para você. Eu não vou no bate bate. - Ele me
encarou sério e arqueou as sobrancelhas.
– Por que não?
– Porque eu não gosto quando os carrinhos batem. - Ele me analisou por um
tempo, parecendo decidir se falava ou não.
– Nós não vamos bater. - Murmurou por fim.
– Você vai com Jully e Edward, eu fico assistindo. Vamos juntos no trem
fantasma. - Ele desviou os olhos dos meus e não insistiu mais, Edward logo voltou
com um bolo de ingressos.
– Primeiro no bate bate. - Jully o avisou e nós quatro seguimos para o tal
carrinho de choque.
O parque estava quase deserto, não tinha ninguém no bate bate além deles.
Soltei a mão de Bernardo para que ele entrasse no brinquedo, mas ele não soltou a
minha.
– Edward não vai bater em nós Isa. Não tem graça só um carrinho. - Ele
insistiu de novo. Vendo que eu não respondi, ele largou minha mão e andou
tranquilamente para dentro do brinquedo. Suspirei vendo os três se ajeitarem no
carrinho.
– Não seja covarde Isabella. - Murmurei para mim mesma. Respirei fundo,
puxando coragem junto com o ar e corri até a entrada. O rapaz que estava cuidando
do brinquedo, já estava o ligando.
– Espera. - Murmurei quando o alcancei. Lhe entreguei o meu ingresso e
entrei. Aquilo fez os três sorrirem.
– Carrinho azul, certo? - O garoto abriu um sorriso enorme e pulou para fora
do carrinho em que estava com Edward.
– Certo. - Respondeu correndo para o carrinho.
Me sentei lá e coloquei o cinto. Respirei fundo quando ligaram o brinquedo.
– Precisa acelerar Isa. - Bernardo murmurou.
Colei minhas duas mãos no volante e meus dedos se fecharam um a um.
– Certo, vamos lá. - Acelerei lentamente e depois de cinco anos, lá estava eu,
dirigindo um carro. Tá certo que era de brinquedo, mas pelo menos era um.
– Não deixa eles nos pegarem. - O garoto pediu animado, enquanto eu
manobrava, sorrindo feito uma idiota.
– Não vou deixar. - Murmurei enquanto fazia a volta, vendo Edward vir atrás
de mim.
Além de tomar cuidado com Edward, tinha que tomar cuidado com os
carrinhos parados. Às vezes, ele nos encurralava entre eles, mas nunca chocava o
carrinho no nosso e, as vezes, nós fazíamos o mesmo.
Fizemos uma pausa para trocar de duplas. Bernardo com Edward e Jully
comigo, quando o brinquedo finalmente parou eu ria feito criança.
– Ganhamos. - Edward colocou Bernardo em seus ombros e pulava com ele,
comemorando. Me fazendo rir ainda mais.
– Ganharam nada, nós ganhamos. - Eu protestei.
– Vocês duas perderam. - Bernardo implicou.
– Não perdemos não. Vocês não deixavam nós sairmos, daí não vale. Não
sabem brincar então não brinquem. - Eu dei risada da irritação da garota.
– Não dê ouvido para os dois Jully, nós ganhamos, eles roubaram.
– Garotas são muito chatas. - Bernardo resmungou rolando os olhos, me
fazendo rir.
– E garotos são muito teimosos. - O provoquei. - Vamos para o outro
brinquedo, perdedores. - Jully e eu corremos na frente, indo para roda gigante.
– Você quer parar de correr? - Edward estava ofegante.
– Por que? - Questionei, entregando o meu ingresso e o de Jully, para em
seguida entrar na roda gigante.
– Porque pode cair. - Ele sentou Bernardo ao seu lado.
– Desculpe, fui irresponsável. - Realmente ele tinha razão, andar era infinitas
vezes mais seguro a uma grávida do que correr.
– Ah qual é pai, meu irmão deve gostar de correr. - Jully também estava meio
ofegante.
– Que irmão garota? É uma irmã. - Edward implicou.
– Seu pai é teimoso Jully, não dê ouvidos para ele.
– Não sou não. O que acha que é Bernardo, um menino ou uma menina? - O
garoto parou para pensar, olhou para mim, para minha barriga, e depois para Edward.
– Uma menina. - Estava na cara que aquele bandido em miniatura, estava do
lado de Edward, contra nós duas. Edward riu e ensinou um toque de mão ao garoto.
– Estão enganados, os dois. Vai ser um menino, vai ter os cabelos cobre, os
olhos verdes, e um sorriso safado igual ao do pai. – É, eu me derreti.
– Vai ter os cabelos castanhos e revoltados, os olhos verdes, o nariz meio em
pé e a boca carnudinha igual a da mãe. - Ele respondeu.
– Como ele ou ela vai se chamar? - Jully questionou.
– Rum, essa é uma boa pergunta. - Murmurei pensando sobre o assunto.
– Eu gosto de Robert, vi um moço na TV nesses dias, ele era bem parecido
com meu pai e se chamava Robert. É o homem mais lindo que eu já vi. - A garota
disse com os olhos brilhando.
– Hey, assanhada. Você não tem idade para achar homens lindos. - Edward
pegou no pé dela.
– Mas ele é horas!!! - Ela o respondeu rolando os olhos.
– Eu sei quem é. Já vi alguns filmes com ele. Ele realmente é parecido com
você amor. É um pedaço de mau caminho. - Edward franziu o cenho.
– Não gostei desse cara. - Eu ri.
– Robert é um nome legal, eu gostei. O que acha? - Perguntei a Edward.
– Robert Cullen... - Ele murmurou pensando. - Não sei, acho que falta o nome
do meio. - Pensando por aquele lado, realmente parecia faltar um nome.
– Bê, o que você acha? - O garoto pensou por um tempo.
– Acho que Antony, é legal. - Murmurou dando de ombros.
– Antony... Também viu na TV? - Edward o questionou.
– Em um filme eu acho.
– Robert Antony Cullen... - Pensei alto, antes de abrir um sorriso. - Tá ai, eu
gostei desse nome.
– Sabe que eu também? - Edward também abriu um sorriso. – Vamos botar ele
na lista de primeiro nome. - Ele sugeriu e eu concordei.
– E se for menina? - Bernardo questionou.
– Eu gosto de Jane. - Murmurei olhando para longe dali. Ouve um momento
de silêncio.
– Eu também gosto de Jane. - Edward comentou. - Jane Cullen, nem precisa
nome do meio. Fica perfeito assim - Eu sorri e o encarei.
– Eu já disse que te amo? - Questionei o fazendo abrir um sorriso bobo.
– Não, hoje você ainda não disse.
– Eu amo você Edward Cullen, você é o melhor marido do mundo. - Ele
sorriu ainda mais largo.
– Eu também amo você Isabella Marie Swan Cullen e você é a melhor esposa
do mundo.
– Começaram. - Jully murmurou para Bernardo e aquilo nos fez rir. – Então se
for menino vai ser Robert e se for menina Jane. Já posso contar para dinda Ali? - Eu
ri pela empolgação da garota.
– Pode, mas ainda não temos certeza se vão ser mesmo esses os nomes. -
Avisei, mas acho que ela nem ouviu.
– Você quem escolheu meu nome? - Bernardo perguntou de repente.
– Não. - respondi em um suspiro. - Foi Renée. - Ele me olho nos olhos.
– E você tinha um nome para mim? - Balancei a cabeça afirmando.
– Patrick, seria Patrick Black.
– É um nome legal. - Ele disse com um sorrisinho.
– Bernardo também é. - Respondi com o mesmo sorriso.
E o tempo passou voando e junto com ele minha barriga cresceu, eu ganhei
quilos, minhas pernas incharam e eu só conseguia dormir de barriga para cima.
Edward coitado! Ele teve que levantar muitas vezes na madrugada durante
aquele ano, os meus desejos eram insanos e ele penava para conseguir o que eu
queria. E pior, conforme os meses foram passando, eu fui ficando de mal humor e
descontava nele.
Era horrível não poder abaixar, horrível ver suas roupas no guarda-roupas e
não entrar mais nelas, horrível chorar por qualquer motivo e horrível não conseguir
mais enxergar os próprios pés.
Bernardo levou umas duas semanas até se adaptar a escola e depois que
conseguiu, não me deu mais trabalho algum.
Estávamos em dezembro e faziam cinco meses que ele não via mais Renée,
eles se falavam bastante por telefone, mas eu sabia que não era igual.
As vezes, eu acordava à noite e ele estava na sala, olhando para a TV apagada.
Sempre acabava o levando para meu quarto e ele dormia esmagadinho entre Edward
e eu.
As aulas já tinham acabado e eu tinha completado o terceiro semestre. Só
começaria o quarto na metade do outro ano, já que em janeiro, meu filho ou filha
nasceria.
Os Cullen estavam muito curiosos com o sexo da criança, as apostas estavam
grandes, tinham até aposta de gêmeos, pelo tamanho da minha barriga e os nomes
estavam mesmo definidos. Aquele dia no parque nós os escolhemos e nome nenhum
nos fez mudar de ideia.
Lancei o CD, em agosto, e ele estava fazendo sucesso na Califórnia. Na
primeira semana que foi lançado e tocou em uma rádio local, Edward não desgrudou
os ouvidos do rádio. Certa vez, ele me acordou de madrugada para dizer que minha
música estava tocando. Graças ao sucesso da tal música, a procura por os shows
aumentou e muito, assim como o preço por eles. Emmett estava fazendo um ótimo
trabalho e eu começava a acreditar que realmente aquilo poderia dar certo.
Frequentemente, eu era parada na faculdade para bater fotos com as pessoas,
até um professor me pediu uma foto.
O último show do ano foi, dia 23 de dezembro, na faculdade, como aconteceu
no ano anterior. Dessa vez, eu consegui ser a primeira e não me atrasei para o
aniversário de Jully. A garota estava cada dia mais esperta e comunicativa, nós duas
conversávamos horas a fio sobre diversificados assuntos. Ela ficou fera no português,
estava praticamente falando tudo. Ela, Bernardo, Rose e eu, às vezes, irritávamos o
resto dos Cullens quando resolvíamos não falar a língua deles.
Graças aos acontecimentos do ano, eu não viajaria para o Brasil, passaria o
natal nos Estados Unidos, na casa dos Cullens, com a minha nova família. Até porque
uma viajem longa para uma grávida de quase nove meses não era aconselhável.
Dia 24 de dezembro tinha chego, eu estava com os Cullens na casa de
Carlisle, na tão esperada ceia de natal.
– Quer mais um pedaço de peru amor? - Edward questionou, pondo um
pedaço no prato dele.
– Não obrigada. - Murmurei juntando os talheres.
– O que tem hoje? Parece tão desanimada. - Eu suspirei.
– Estou lembrando do ano passado.
– Saudades de casa?
– Mais ou menos isso. - Levantei dali, o cheiro de comida começava a me
enjoar. - Vou lá na rua pegar um ar. - Ele assentiu.
– E o frio? - Emmett que ouvia nossa conversa questionou.
– Não sou mais magrela, então não tenho mais tanto frio. - Ele riu e eu fui.
Abri a porta da sala e saí para a rua. Estava frio lá, olhei para o céu vendo
uma noite linda, repleta de estrelas e o céu estava limpo. Sorri ao sentir minha barriga
sendo chutada. Coloquei as mãos lá e acariciei.
– Hey apressado, segura firme ai, só mais duas semanas. Mamãe também está
ansiosa, doidinha para ver você. Pelo tanto que me cutuca, acho que vai ser um
baterista. Um lindo baterista, acho que vai me dar muito trabalho sabia? As garotas
são perigosas. - Quando eu conversava e alisava a barriga as cutucadas sessavam.
– Você gosta disso não é? Gosta de conversar. É, eu sei que gosta. - Assim que
tirei os olhos da barriga, percebi que Bernardo estava ali ao meu lado.
– Hey Bê, cansou de jogar vídeo game? - Ele pôs as mãos no bolso,
igualzinho Jacob fazia, e se aproximou de mim.
– Cansei. - Disse em um suspiro.
– Gostou dos presentes?
– Gostei, mas não tem espaço em casa pra andar de bicicleta. - Eu sorri.
– Edward desce com vocês até o playgroud. Assim você pode fazer seu avião
voar, sem quebrar nada dentro de casa. - Ele sorriu.
– Eu gostei da lanchinha de controle.
– Fico feliz que tenha gostado. - Nós dois ficamos em silêncio e eu voltei
alisar a barriga.
– Não está com frio? - Questionou.
– Um pouquinho, mas não muito. Olha como o céu está lindo. - Ele olhou
para o céu e sorriu.
– Verdade. Elas são enormes, você sabia? - Ele falava das estrelas.
– Sei... A lua está linda também, assim cheia. Parece comigo. - Ele riu.
– Por que vocês conversam tanto com sua barriga? - Ele tirou os olhos da lua
e voltou-se para mim.
– Não é com minha barriga, é com seu irmão. - Ele franziu o cenho.
– Mas ele está ai dentro, não consegue ouvir. - Eu ri.
– Consegue sim. Quando ele está agitando, me cutucando, eu passo minhas
mãos assim e converso com ele, então ele se acalma.
– E para de chutar?
– Para.
– Isso é estranho. - Ele coçou a cabeça.
– Estranho nada. - Sorri e o puxei para perto de mim. Ele ficou na minha
frente e abraçou minha barriga, deitando a cabeça ali e minhas mãos foram para os
cabelos negros dele.
– Você também era agitado e, também, ficava quieto quando eu passava a mão
pela barriga e conversava. Ficava horas conversando com você.
– Eu não lembro. - Ele murmurou. - Eu queria lembrar. - Eu sorri.
– Ninguém consegue lembrar dessas coisas. - Ele suspirou e eu imaginava o
que se passava pela cabeça do garoto. Ele era tão novo para tanta confusão. Às vezes,
eu achava que estava sendo egoísta com ele, o tirando de quem ele realmente amava.
– Isa? - Ele chamou.
– Oi. - Murmurei com a voz embargada.
– Eu amo você. - Eu sorri e sequei qualquer princípio de lágrima que
ameaçava cair.
– Eu também amo você filho e eu sinto muito por tudo.
– Eu também. - Murmurou. Ajeitando melhor a cabeça na minha barriga.
– Eu tenho saudades de casa. - Confidenciou baixinho.
– É, eu sei. Eu também tenho. Eu tenho um presente para você Bê.
– Você já me deu um presente Isa. - Ele falava baixinho.
– É um presente que tenho certeza que vai gostar e vai te fazer esquecer
qualquer outro.
– E o que é? - Perguntou sem se mover.
– Ainda não é natal, só vou te dar depois. Presente meu e do papai noel.
– Os garotos lá da escola dizem que ele não existe. - Ele contou.
– Mas é claro que existe. Esses garotos são bobos. Como podem dizer
uma coisa dessa? - Eu realmente estava indignada, como os pais contam tão cedo
para os filhos que papai noel não existe? Eu acreditei nele até os nove anos. - Existe
sim, quando você receber o presente que ele mandou, vai ter certeza que ele existe.
– Se você diz. - Ele respondeu sorrindo. Senti minha barriga mexer. - Hey. -
Ele levantou a cabeça sorrindo. - Ele chutou. - Ele olhava para a barriga sorrindo.
– Acho que te chutou por você ser um garoto bobo que não acredita em papai
noel.
– Será? - Eu ri e coloquei a mão dele na minha barriga que estava sendo
chutada novamente.
– De novo... - Para ele, aquilo era o máximo.
– Converse com ele, quem sabe ele pare. - Ele me olhou meio envergonhado.
– Conversar? - Assenti sorrindo.
Ele voltou a deitar a cabeça na minha barriga e passava as mãos por lá.
– Hey Rob ou Jane. Edward diz que Isa é teimosa, por isso nós ainda não
sabemos como devemos chamar você. - Ele murmurou baixinho me fazendo rir. - A
Isa disse que você pode me ouvir, mas eu não sei se você entende português ou
inglês, isso é meio confuso. Acho que vai ter que aprender os dois também.
Eu amo você e espero que consiga entender isso. - Dito isso ele beijou minha
barriga e a mãe, Maria mole, começou a chorar.
– Ah vocês dois estão aí. - Carlisle nos encontrou. Nos viramos para ele. -
Venham é natal, vamos brindar. - Bernardo estendeu a mão para mim, me fazendo
sorrir.
– Como conheceu o papai Noel? - Ele me fez rir.
– Quando eu era criança. Tinha a sua idade, eu costumava ser uma boa garota.
Então, nós nos conhecemos. - Carlisle riu e passou o braço pelos meu ombros,
caminhamos os três para dentro de casa.
– Você ainda é uma boa garota. - Carlisle comentou.
– Você também conhece o papai noel? - Perguntei a Carlisle.
– Claro que conheço. Acho que ele vem aqui hoje. - O garoto parou de andar e
encarou Carlisle.
– Sério?
– Seríssimo.
– Eu não sabia disso. - Comentei.
– Eu também não.
– Surpresa. - Ele sorriu e me largou, indo ajudar Esme a encher as taças.
Edward veio até aonde estávamos e me entregou uma taça.
– Para a madame, um gostosíssimo suco de maçã. - Eu dei risada.
– Se for feito de água com gás fica idêntico a champanhe. - Debochei o
fazendo rir.
– Eu adoro seu sorriso amor. - Ele beijou meu rosto.
– Depois eu volto. - Bernardo murmurou ao ver que Edward estava
tomando posse. Ele largou minha mão e foi falar com Jully.
– Estou ficando cada dia mais ansioso, faltam só duas semanas. - Sorri
pensando sobre o assunto.
– Estou um porre, não estou? Me desculpe por tratá-lo mal às vezes.
– Tudo bem Bella, eu entendo. Carlisle já me explicou que mulheres ficam
assim meio estressadinhas, durante a gravidez.
– Acho que você não existe Edward. - Ele sorriu e me beijou.
– Amo você, estressadinha.
– Vamos lá, todo mundo aqui. - Carlisle chamou e todos nós nos
aproximamos, fazendo um círculo. – Vamos fazer uma oração e depois brindamos.
Vamos agradecer a Deus por mais um ano, um ano de saúde, de paz, de amor
e descobertas. Um ano que nos deu dois novos integrantes e que fez germinar mais
um. - Eu sorri passando a mão na barriga.
Acabamos tendo que largar as taças para juntar as mãos e rezar. Depois de
rezar e Emmett ter nos feito cantar jingle bells, nós finalmente brindamos e
desejamos feliz natal.
Depois disso, a cantoria de Emmett começou e Carlisle anunciou que papai
Noel estava a caminho. Me perguntei qual dos Cullens se fantasiaria, já que todos
pareciam muito a vontade para fazer aquilo.
Edward foi até à cozinha pegar a sobremesa e eu aproveite para entregar o
presente a Bernardo.
– Vem garoto, quero te dar uma coisa. - Ele me estendeu a mão e fomos até a
árvore.
– Não consigo abaixar, mas o seu é o desse pacote azul. - Ele olhou para o
embrulho que era quase do seu tamanho. - Rasga ai. - Ele soltou-se da minha mão e
se jogou ao lado do presente, rasgando o pacote azul.
– Uma mala? - Perguntou sem entender.
– De rodinhas. - Disse sorrindo. - Vem, vamos até o sofá, traga a mala, quero
ver se sabe manuseá-la. - Ele puxou a alça a fazendo crescer, e puxou a mala até o
sofá. Peguei a mala e a coloquei do meu lado.
– Procure dentro da mala. - Ele entendia cada vez menos, mas abriu o zíper.
Eu ri do seu olhar ao pegar um envelope.
– É dinheiro?
– Não, não é dinheiro. - Ele me estendeu o envelope.
– Então lê para mim, eu não consigo fazer isso direito. - Coloquei a mala no
chão e bati com a mão no sofá para que ele sentasse ao meu lado.
– É uma passagem, uma passagem de avião para o Brasil. - Sorri e tirei a
passagem do envelope lhe entregando.
– Nós vamos para o Brasil? - Perguntou incerto pegando a passagem.
– Não. Você vai. - Ele me encarou.
– Porquê? - Eu sorri.
– Porque eu sei que você sente saudades de Renée. - Ele desviou os olhos. - E
sei, também, que queria estar lá com ela agora, passando o natal. Mas eu não podia
abrir mão de você no natal e no réveillon, então você vai depois de amanhã e passa o
réveillon lá com ela.
– Sério? - Um sorriso começou a nascer nos lábios dele.
– Sério. Charlie vem depois de amanhã, vem só para pegar você. Ele vai te
levar e depois te trazer de volta. Presta atenção Bê, eu sei que é difícil para você, não
é fácil descobrir que sua mãe não é quem você pensava que era. Eu sei que você ama
ela, sente falta dela e queria estar lá com ela, mas eu não posso e não quero abrir mão
de você Bernardo. Eu não quero te dar para ela.
Você vai, porque eu sei que está sofrendo, mas eu quero que volte sem
reclamar, sem bater os pés, sem chorar e sem fazer escandá-lo. Por favor filho, não
me faça ir até o Brasil buscar você. Você sabe que eu já não posso ficar viajando.
Estou confiando em você, confiando que vai ser um bom garoto. Vai fazer isso? - Seu
sorriso parecia cada vez maior.
– Vou. Eu prometo Isa, prometo que vou voltar. - Sorri vendo a felicidade nos
olhos dele.
– Certo e não esqueça de me ligar.
– Prometo ligar todo dia. Obrigado Isa, você é a melhor. - Ele disse me
abraçando.
– E seja obediente, obedeça Charlie e Renée também. - Murmurei a última
parte.
– Quer que eu traga algo de lá para você? - Eu sorri.
– Não, só quero que volte. Que volte para casa. - Nossa conversa foi
interrompida por alguém que tocou a campainha.
– Eu abro! Deve ser o papai Noel. - Carlisle comunicou enquanto corria até a
porta. Bernardo me olhou entusiasmado e segundos depois Jully e Edward sentaram-
se ao meu outro lado.
– Quem é? - Murmurei a pergunta para Edward. Ele deu de ombros.
– Ho Ho Ho Ho... - Eu conheci aquela voz, não precisava de mais nada para
saber quem era.
Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver o meu Papai Noel, entrando pela
sala, tocando o sininho. Dei risada ao vê-lo dentro daquelas roupas, com aquela barba
e barriga falsas. Percebi os olhos dele marejados ao encontrarem comigo e Bernardo.
– Vamos papai Noel, sente-se na poltrona. - Carlisle falou voltando a fazer
Charlie se mexer. Ele colocou o saco no chão e abriu os braços.
– Vocês dois, não vem dar um abraço no papai Noel? - Ele perguntou para
Jully e Bernardo.
– Vai lá Bê, o papai Noel é o cara mais legal que eu conheço. - Bernardo
parecia em duvida.
– Vamos Bernardo. - Jully se empolgou e pulou do sofá. Bernado ainda olhava
para mim. - Sorri e assenti.
– Vai lá. Ele te mandou muitos presentes. - Ele suspirou e foi junto com Jully.
Como Jully foi a primeira a chegar, foi a primeira a ganhar um abraço do
papai Noel. Os dois cochichavam, então não sabia do que falavam, mas parecia
divertido já que ela ria.
Quando ele colocou a garota no chão, ele abriu os braços para Bernardo que
foi hesitante. Assim que ele o abraçou, minhas lágrimas caíram.
Edward me puxou para seus braços e secou minhas lágrimas.
Quando se deu por satisfeito, Charlie sentou Bernardo em uma perna e Jully
em outra.
– Então me digam. - Ele falou com a voz embargada. - Se comportaram bem
esse ano?
– Eu me comportei. - A garota disse empolgada.
– E você garoto? - Bernardo coçou a cabeça e olhou para mim.
– Acho que teve um dia em que eu magoei a Isa. - Sorri pelo jeito
envergonhado com que ele disse aquilo.
– Você não me magoou Bê. Você só estava assutado.
Sim papai Noel, ele foi um bom garoto. Um garoto exemplar. - Eu não olhava
diretamente pra o papai Noel, porque se não me levantaria daquele sofá e iria até ele.
– Bom, fico feliz que tenham se comportado. Eu trouxe presentes para vocês.
- Charlie puxou o saco e abaixou-se, puxando algo que pela aparência deveria ser um
violão pequeno.
– Jully, eu sei que esse ano você aprendeu algumas coisas. Sabe falar
português e aprendeu violão, certo?
– Foi, minha mãe me ensinou. - Ela sorriu e apontou para mim. Charlie abriu
um largo sorriso.
– Soube também que quer aprender a tocar guitarra para acompanhar sua mãe.
- Ela balançou a cabeça afirmando.
– Verdade.
– Então fique de pé para pegar seu presente. - Ela logo pulou da perna dele.
– Feliz natal querida e continue assim, sendo uma boa garota. - Ele lhe deu
um beijo e lhe entregou o presente.
– É pesado. - Eu ri.
– Vai lá Edward, ajuda ela. - Pedi. Edward levantou-se do sofá e foi.
Edward sentou-se no chão depois de cumprimentar o papai Noel e ajudou
Jully a abrir. Ela pulou animada ao ver que era uma guitarra.
– Mãe é preta, igual a sua. - A empolgação dela me fez rir ainda mais.
– Isso é muito bom. Quando seu irmão nascer e eu consegui voltar a tocar, nós
vamos fazer alguns solos juntas.
– Uhuulll. - Ela comemorou levantando os braços. - Rock and roll baby. -
Jully fez todos gargalharem.
– O que anda ensinando à menina? - Papai Noel perguntou para mim.
– Juro que sou inocente. - Ele sorriu e voltou-se para Bernardo.
– E você garoto, me dá mais um abraço aqui? - Bernardo sorriu, o abraçou e
beijou. Em seguida, Charlie o pôs no chão.
– Você não gosta de guitarras? - Ele balançou a cabeça negando.
– Não. Só de rock and roll. - Eu ri.
– Justo, com certeza puxou a sua mãe. Bom, eu passei trabalho para arrumar
um presente para você. Já que tem três vídeo games, um computador, bicicleta e
carros de controle, mas meus elfos estudaram melhor o seu caso e eu fiquei sabendo
que, no ano passado, você queria muito aprender a surfar, isso é verdade?
– Ahan, Isa ia me ensinar nesse verão. Quer dizer, lá no Brasil é verão. - Ele
explicou.
– Muito bem. O seu presente você só vai poder usar daqui a seis meses, mas
eu achei que iria gostar. Sua mãe, com certeza, vai lhe ensinar como fazer isso.
Ajudante de papai Noel. - Charlie disse olhando para Carlisle, o que fez todos
rirmos. - O presente do garoto não coube dentro do saco, então eu deixe lá na rua ao
lado da porta. Pode, por favor, pegar para mim? - Carlisle prestou continência.
– É para já papai Noel.
Alguns minutos depois Carlisle voltou com uma prancha debaixo dos braços,
entregando a Charlie.
– Feliz natal filho. - Ele murmurou ao entregar a prancha para Bernardo.
Não era uma prancha de adultos, mas mesmo assim era quase o dobro do
garoto. - Ele sorriu, murmurou um obrigado e veio ao meu encontro.
– Já temos o que fazer nas férias de junho então? - Perguntei o fazendo sorrir.
– Vai me ensinar?
– Claro que vou.
– Ela é surfista de rio. Deixa que eu ensino você. - Emmett que até então
estava quieto falou.
– Surfista de rio é você. Emm, vai ver só quando eu puder surfar. - Rebati a
provocação.
– Vai levar muitos caldos e eu vou rir muito.
– Ela surfa melhor do que você cara. - Bernardo se meteu, me defendendo.
– Viu? Bem feito. - Impliquei mostrando a língua.
– Está falando assim, só porque ela é sua mãe. - A garoto ficou com as
bochechas vermelhas ao ouvir aquilo.
– Não dê ouvidos para esse cabeçudo Bê. Pode deixar que vou ensinar você
sim. Você vai surfar melhor que Emmett. - Ele sorriu.
– Obrigado.
– Hey mocinha, falta você. - Papai Noel apontou para mim.
– Eu? - Questionei sorrindo.
– Soube que teve um comportamento exemplar esse ano. Tirando a parte
do casamento é claro. - Eu gargalhei pelo tom ciumento com que ele falou
aquilo.Charlie sorriu e abriu os braços.
– Vamos, venha aqui. - Sorri e Edward me ajudou a levantar.
Queria correr até Charlie, mas tive que me contentar em andar e em passos
lentos. Ao me aproximar ele bateu com a mão nas pernas.
– Sente-se aqui. - E foi o que eu fiz. Eu sentei e o abracei, abracei apertado
matando as saudades do meu bom velhinho e nós dois choramos juntos.
– Que saudade pai. - Consegui murmurar.
– Você está linda filha, está maravilhosa. - Murmurou me apertando ainda
mais.
– Eu estou gorda.
– Não dou até março para voltar a ser magrela. - Eu ri.
– Por que não me disse que viria? - Eu afrouxei os braços de seu pescoço.
– Resolvi de última hora e quis fazer surpresa. - Suspirei e o encarei.
Acabamos limpamos as lágrimas um do outro.
– Eu te amo meu velhinho. - Falei para ele.
– Eu também amo você, minha menininha. Levante-se, deixa eu ver essa
garota que está ai dentro. - Eu sorri e levantei.
– É um garoto. - Charlie sorriu e alisou minha barriga.
– Hey, amorzinho, pode me ouvir? Pode me sentir? Pode, eu sei que pode.
Eu não estive muito presente em pessoa nos últimos meses, mas meus
pensamentos estão sempre com você. Quero que saiba que eu já te amo muito, muito,
muito. - Depois de me fazer chorar de novo ele beijou minha barriga.
– Também trouxe um presente para você. - Sorri e sequei as lágrimas.
– É mesmo? E o que seria? - Ele sorriu e puxou seu saco.
– Esse é seu. - Ele me entregou, algo que parecia um quadro. Ao abrir
encontrei uma foto de Bernardo sendo atacado por muitos beijos meus, no natal
passado. Aquela foto me fez sorrir.
– Obrigada pai. - Murmurei para que só ele ouvisse.
– Olha Bê. - Mostrei para ele. - Viu como papai noel existe? Ele até sabe
da existência dessa foto. - Bernardo sorriu envergonhado.
– Agora só falta o da garotinha ou garotinho. - Ele me entregou um pacote
verde.
– Segura o quadro para mim, papai noel. - Pedi lhe entregando.
Ao abrir e ver do que se tratava o presente, acabei abrindo um sorriso enorme.
Tirei do pacote e mostrei para Edward.
– Flamenguista já antes de nascer. - Edward sorriu. - Você é o melhor papai
noel, eu te amo tanto, tanto. - Eu me abracei a ele de novo.
– Eu também te amo, tanto, tanto pequena. - Eu podia ser tudo menos
pequena. Estava longe de ser pequena.
– Então papai noel, você conhece meu pai? - Ele riu.
– Conheço, ele é muito bonito, simpático e cheiroso, um homem gente boa. -
Charlie fez todos rirem.
– Vocês dois tem uma coisa em comum sabe? - Resolvi pegar no pé dele.
– O que?
– O sotaque, nada americano. - Todos voltaram a rir.
– Vou pegar seus presentes de volta. - Eu dei risada.
– Desculpe. Na verdade, eu quero saber se não viu meu pai por aí. Ele vem
buscar Bernardo, pensei que talvez ele já pudesse estar pelos Estados Unidos. -
Bernardo pulou do sofá e veio até nós, dando a mão para mim.
– Você viu ele? - Perguntou com entusiasmo.
– Vi, vi ele sim. Quando eu estava passando na redondeza o encontrei perdido.
Ele estava procurando a casa dos... dos... Cullen. - Eu ri.
– É aqui. Essa é a casa dos Cullens. - O garoto parecia cada vez mais
empolgado.
– Oh, eu não sabia. Com essa tecnologia de hoje em dia, eu acabo esquecendo
o endereço e sobrenome das pessoas. Agora meus ajudantes só colocam o endereço
no GPS e pronto, isso está me ajudando a ficar esquecido. Mas eu estou indo embora,
se eu encontrar com ele, eu digo o caminho para ele. Combinado? – Ele estendeu a
mão para Bernardo.
– Combinado. - O garoto soltou com um um suspiro.
– Certo. Então, eu vou indo, preciso ir para China agora. Continue sendo um
bom garoto, obedeça sua mãe e os ajude a cuidar do bebezinho. - Bernardo assentiu.
Papai Noel deu mais um beijo e abraço nas crianças, cumprimentou os
adultos, distribuiu balas e depois se foi. Meu sorriso não poderia estar maior. Voltei a
sentar no sofá, ansiosa para o ver sem as roupas de papai Noel.
Quinze minutos depois a campainha voltou a tocar. Bernardo olhou para mim
com os olhos brilhando.
– Será que é o papai? - Eu sorri.
– Não sei, se você for abrir a porta vai descobrir. - Ele pulou do sofá e correu
até a porta.
– Ele vai surtar. - Edward comentou sorrindo. Deitei minha cabeça em seu
ombro, para assistir a cena.
Assim que Bernardo abriu a porta e viu quem era, ele se jogou de imediato,
pulando no colo de Charlie. Charlie rodou com o garoto nos braços e o beijou muito.
Eles murmuraram muitas coisas até Charlie voltar a por o garoto no chão.
Ele passou, cumprimentando todos de novo e desejando feliz natal um a um,
até chegar no sofá em que Edward e eu estávamos. Edward sorriu para ele e levantou-
se.
– Cuidando bem da minha filha e minha neta, rapaz? - Questionou ao estender
a mão.
– Estou dando o melhor de mim. - Edward respondeu e aquele aperto de mão
acabou se transformando em um abraço.
Depois de Edward foi minha vez, ele abriu um sorriso e me estendeu a mão,
para me ajudar a levantar.
– Feliz natal filha. - Eu sorri e nós nos abraçamos do jeito que foi possível, já
que a barriga, não ajudava em abraços.
– Feliz natal pai. Obrigada por ter vindo, não sabe o quanto estou feliz. -
Ficamos um tempo abraçados sem nada dizer.
– Charlie, eu acredito que você não tenha jantado. - Esme se pronunciou.
Beijei o rosto dele e nos separei. Ele rapidamente agarrou minha mão, para que eu
não fugisse.
– Está certa. Estou morrendo de fome. - Afinal ele era um Swan.
– É por isso que minha mãe é gulosa. Ela puxou a você. - Jully nos fez rir.
– Isa continua gulosa? - Ele questionou com ela.
– Muito. Teve um dia de madrugada que meu pai estava fazendo panquecas de
chocolate. - Charlie deu risada.
– E teve outro que ela comeu dois pratos cheios de macarrão e depois uma
tigelada com brigadeiro. - Bernardo também entrou para o time.
– Por isso ela está assim fofinha. - Jasper provocou.
– Fofinha é a sua vozinha Jasper. - Resmunguei os fazendo rir.
– Tá linda assim, amor. - Edward tentou me animar.
– Não, eu não estou linda assim. Edward, nós temos espelho em casa. - Eles
voltaram a rir.
– Para uma mulher grávida, você está linda sim Bella. - Alice deu sua opinião.
– E são só mais duas semanas. - Rose continuou.
– Depois você entra na academia e pronto. Já contratei o personal trainer. -
Emmett comentou.
– Personal trainer? - Ainda bem que Emmett sempre me deixa a par das
coisas.
– Sim. Ele vai te ajudar a entrar em forma rapidinho.
– Ele? - Edward pareceu não gostar. - Descontrate e arrume uma mulher. - Ele
me fez rolar os olhos e fez os outros darem risada.
– Não descontrate. Pelo amor de Deus Edward, não confia em mim ou o que?
- Eu não sabia se ria ou se ficava incrédula.
– Em você eu confio, não confio é nesse personal trainer. Eles são safados
sabia? - A ruga de preocupação na testa dele me fez constatar que ele falava mesmo
sério.
– Querido irmão, ele é casado. Não se preocupe. - Emmett comentou ainda
rindo.
– É casado, mas não está morto. - Eu o olhei perplexa, arqueando as
sobrancelhas.
– Ah é? O que exatamente significa isso? Porque você também é casado, quer
dizer que anda de olho nas mulheres por aí?
– Iiiiiiiiiii... - Todos começaram a pegar no pé dele. O que o fez fechar a cara.
– Não Bella, você sabe que não. Não tente virar o jogo contra mim. - Falou
aborrecido.
– Eu não sei de nada. Você sai de manhã, volta ao meio dia e depois só volta
as 19:00. Como é casado mas não está morto, pode muito bem estar fazendo um serão
extra. - Todos riram da nossa pequena DR em público.
Edward estava a quase três meses na vontade. Depois do sétimo mês de
gravidez, eu desisti de qualquer coisa, já que nada em meu corpo ajudava e aquilo me
irritava, então quando ele chegava perto, eu fingia dormir. Às vezes, ele bufava em
frustração e o pior ainda estava por vir, já que ele ainda teria que esperar todo o
resguardo. Ele podia, muito bem, estar procurando ajuda fora.
– Eu não acredito que está dizendo isso Isabella. - Pelo jeito, ele tinha ficado
magoado de verdade. - Isso é inacreditável, você está impossível. A culpa é sempre
minha. Claro, eu tenho mil amantes, nem que seja na sua cabeça, mas eu tenho. -
Depois de esbravejar comigo, ele deu as costas para todos e foi para rua.
– Eu tenho um filho dramático. - Como ninguém dizia nada, Carlisle resolveu
dizer e arrancou muitas risadas.
– Vem Charlie, sobrou muita coisa do jantar, sua filha não comeu nem
metade. - Esme fez piada.
Charlie, Bernardo e eu seguimos ela e Carlisle até a cozinha. Nunca entendi
porque os Cullens tinham uma sala de jantar enorme e faziam todas a refeições na
cozinha, mas enfim, nunca questionei.
Ficamos mais de uma hora lá, conversando, matando a saudade, nos
atualizando. Charlie me fez relatar muito daqueles oito meses de gravidez. Sua mão
constantemente alisava minha barriga e sempre sorria quando sentia a criança chutar.
Ele prometeu que traria Bernardo de volta dia dois e ficaria por lá até meu filho
nascer. Segundo ele, não perderia aquele momento por nada.
Resolvi deixar ele conversando com Carlisle, Esme, Emmett e Bernardo e fui
atrás do meu marido ciumento. Fui até a sala, mas ele não estava por lá, então eu
coloquei um casaco e fui para rua.
Sorri ao abri a porta e encontrá-lo deitado com Jully em cima de si. Os dois
não notaram minha presença.
– Dinda Ali diz que mulheres grávidas não tem muita paciência com os
maridos. - A garota parecia consolar Edward e eu tive que segurar a risada.
– É, eu sei. Bella até que se comporta bem, sua mãe não me deixava nem
chegar perto. - Ele comentou.
– Então, por que está reclamando? - Ela parecia não entender.
– Porque eu não gosto quando ela faz isso. Odeio quando ela desconfia de
mim. Nunca dei motivos para que duvidasse. Aquela mulher boba está cansada de
saber que eu só tenho olhos para ela. - Sorri, ao ouvi-lo reclamando como uma
criança. - E também, ela beija todo mundo. Vive beijando você e Bernardo. Em mim,
ela mal dá um selinho. Eu estou subindo pelas paredes.
– O que significa isso? - A garota quis saber e de novo eu prendi o riso.
– Coisas que não deve saber. - Murmurou em um suspiro.
Caminhei lentamente até eles, os fazendo me notar.
– Hey mãe, estava aí? - Jully questionou despreocupada.
– Não, cheguei agora. Estava procurando seu pai ciumento. - Ela sorriu e saiu
de cima dele.
– Vão precisar daqueles minutos sozinhos? - Aquela garota era meu orgulho,
ela estava cada dia mais esperta.
– Vamos sim. - Ela voltou a sorrir beijou minha barriga e correu para dentro.
Caminhei até as escadas e me ajeitei para sentar lá. Edward levantou-se antes
que eu tentasse qualquer coisa.
– Não senta aí Bella, vai acabar com suas costas. - Ele murmurou segurando
meu braço.
– Me ajude a sentar, são só alguns minutos. - Pedi e ele me obedeceu, para em
seguida sentar-se ao meu lado.
– Está magoado? - Questionei olhando as estrelas.
– Só um pouquinho, daqui a pouco passa.
– Sei que não tenho sido uma pessoa fácil de se conviver nos últimos
meses. Às vezes, nem eu me aguento! Me desculpe se desconto em você. - Tirei os
olhos do céu e me voltei para ele. - Edward, eu confio plenamente em você, só estava
pegando no seu pé.
Eu confio em você de olhos fechados, como pensei que nunca voltaria a
confiar em alguém.
Acha que eu gosto de ver aquelas suas clientes todas frescas, peitudas e
magras, cheias de sorrisinhos e indiretas para cima de você? Sei que se você quisesse
seria fácil, assim como sei que não quer.
Eu confio em você e você tem que confiar em mim. E o que tem se o personal
trainer é casado, separado, solteiro, divorciado ou sei lá o que? Para mim, ele vai ser
só o personal trainer, nada mais que isso.
O mesmo acontece com os caras da banda, com os que me pedem por fotos,
com os colegas de classe e com todos os homens que não sejam você.
Quando eu digo, todos os dias, que eu te amo, acredite, não é da boca para
fora. Eu já te disse isso uma vez e vou dizer de novo, se não for com você Edward,
pode ter certeza que não vai ser com mais ninguém. - Ele suspirou e deitou a cabeça
no meu ombro.
– Eu também amo você Bella, às vezes me pergunto como é possível amar
alguém assim.
Eu sei que esse negócio de gravidez é complicado, mas as vezes eu me
pergunto se depois dessa criança nascer você vai voltar a ser a Bella de antes ou vai
continuar me deixando de lado. - Acabei sorrindo da preocupação dele.
– Eu prometo para você que eu vou voltar a ser a Bella que conheceu, talvez
alguns quilos mais gorda.
Sei que está carente e está tendo que se virar sozinho, mas eu te prometo que
vamos compensar todo esse tempo perdido. - Ele levantou a cabeça e me encarou.
– Mesmo? - Perguntou com um sorrisinho bobo.
– Mesmo. Você vai ser meu personal trainer a noite. - O sorriso dele cresceu.
– Mas meus exercícios são exclusivos, você só pode fazer comigo. - Eu sorri.
– Não teria o menor sentindo fazer com outra pessoa. - Suas mãos tocaram
meu rosto e ele chegou mais perto.
– Posso te beijar? - Com aquela eu tive que rir.
– Edward, eu amo beijar você, só estou evitando isso por sua causa, para não
te frustrar ainda mais. -Seu nariz brincou com o meu.
– Não se preocupe comigo Bella, eu me viro depois. - Sorri e o beijei. Beijei
com vontade, um beijo daqueles que me faziam lembrar de coisas, sacanagens que
fazíamos quando eu tinha total mobilidade. Meus pensamentos perversos foram
interrompidos por uma cutucada na minha barriga, o que me fez rir e perder a
concentração.
– Seu filho está reclamando. - Expliquei para ele que sorriu e levou a mão até
lá.
– Aposto que ela está dizendo:
– Eca. - Falamos juntos, antes de começarmos a rir.
Ficamos aquela noite na casa dos Cullesa, dia 26 de manhã levamos Charlie e
Bernardo ao aeroporto. Acompanhei o garoto partir com o coração apertado, não era
bom ter que ficar longe dele, por menor que fosse o tempo e era extremamente
horrível vê-lo dando as costas e caminhando para longe de mim. Ele me prometeu
que voltaria sem problema algum e que me ligaria todos os dias, mas mesmo assim,
eu ainda me preocupava.
A semana longe dele custou a passar, as vezes eu tinha vontade de pegar um
avião e ir até o Brasil buscá-lo, mas Edward sempre me acalmava, dizia que primeiro,
eu não poderia viajar de avião e segundo Bernardo estava ligando todos os dias como
prometeu e todos os dias dizia que dia três estaria de volta. E eles acabavam me
convencendo.
Dia trinta e um, eu estava completamente indisposta, minha bariga estava
baixa e segundo Esme era sinal de que não faltava muito.
Fiquei deitada até quase meia noite, quando Edward e Jully me rebocaram
para a sacada. Teria queima de fogos.
Era engraçado ver que a única de branco por lá era eu. Americanos não
tinham aquela tradição.
– Esme acha que dessa semana não passa. - Rose comentou, alisando minha
barriga.
– Estou começando a ficar apavorada. Quer dizer, parto normal. Isso me
assusta. - Ela riu.
– O meu filho vai ter parto de cesária. - Alice comentou. - Tenho medo de não
aguentar o normal. - Ao ouvir aquilo eu sorri meio nervosa.
– O meu parto vai ser normal também. Pode ser que seja uma dor grande, mas
como todos dizem, só dói até nascer e depois pronto. - Rose me deu confiança.
– Normal? Ele vai nascer com cara de joelho. - Emmett era sempre tão
sincero, principalmente quando já estava bêbado.
– Sério gente, porque dizem que recém nascidos são bonitinhos? Eles nascem
amassados com cara de joelho e vermelhos, meio roxos. - Ele continuou filosofando.
– Os de parto normal são assim. E eles são lindos, não seja incessível Emm. -
Rose deu bronca.
– Ah ursona, eles parecem aqueles cachorros amassadinhos.
– Também caro cunhado, já viu por onde eles tem que passar? - O comentário
de Jasper fez todos darem risada.
– Tá insinuando que seu afilhado vai ter cara de cachorro Emmett? - Peguei
no pé dele.
– Só nos primeiros dias. - Rosalie o socou, me fazendo rir.
– Vai ser o neném mais lindo do mundo. - Ela se derreteu.
– Algo me diz que muito em breve, nós a veremos. - Esme comentou com um
sorriso enorme.
– Gente, vocês não têm noção de como eu estou ansiosa e ao mesmo tempo
nervosa. - meu comentário os fez rir.
– Vem amor, falta um minuto. - Edward chegou acabando com a conversa. Ele
me rebocou dali, me levando para frente da sacada. Fiquei entre ele e Carlisle e sorri
ao lembrar do réveillon passado. Me voltei para ele e o encarei.
– Acho que não deveria ter vindo. - Ele abriu um sorriso largo.
– O que? - Carlisle questionou, mas nós meio que o ignoramos.
– Acho que deveria ter vindo a mais tempo. - Foi a resposta dele.
– Será que seria assim perfeito se eu tivesse vindo a mais tempo?
– Com você? Sempre seria perfeito. - Ele me fez sorrir igual uma idiota.
Enquanto isso, os Cullens começaram a contagem.
– Você imaginou, naquela noite, que estaríamos casados e esperando por um
filho? - Questionei.
– Imaginei que estaríamos felizes, mas não imaginei que seria uma felicidade
tão grande como essa. - A contagem tinha chego ao fim e o primeiro fogo iluminou o
céu.
– Feliz ano novo Cullen. - Ele sorriu e me beijou com a mesma intensidade e
vontade que tinha feito hà um ano atrás. Sorrimos juntos quando nossas pernas foram
abraçadas. Edward separou-se minimante de mim.
– Feliz ano novo, amores. Meus amores. - Ele me deu mais um beijinho para
depois beijar minha barriga. Em seguida pegou Jully no colo. - Eles se abraçaram e
cochicharam por alguns segundos.
– Feliz ano novo mãe. - Ela continuava no colo de Edward, mas seus braços
abraçavam o meu pescoço.
– Feliz ano novo princesa. Repleto de felicidades, saúde e paz. E que seus
sonhos se realizem, todos eles. - Eu beijei o rosto dela e ela fez o mesmo comigo.
– Eles já se realizaram. - Foi a resposta que ela me deu, me fazendo sorrir
ainda mais.
Depois de desejar a todos um feliz ano novo eu me recolhi. Dormi
tranquilamente até quase de manhã, quando acordei sentindo uma dor que talvez
fosse uma contração. Aquilo fez meu coração bater rápido.
Capítulo 42 - Sentidos para a vida... Part2

– Não quer mesmo se adiantar, quer? - Murmurei alisando a barriga. - Vamos


dormir, precisa esperar pelo menos mais quatro dias, apressadinho. - Ouve um chute
de reposta me fazendo sorrir. Suspirei aliviada ao não sentir mais nada e minutos
depois, eu voltei a dormir.
Algumas horas depois eu voltei a acordar, sentindo de novo, e sim, aquela dor
só podia ser contrações.
Abri os olhos e percebi que já era dia. Olhei para o relógio do celular e
mostrava que já era quase dez.
Respirei fundo tentando me manter calma, voltei a alisar a barriga e de novo
não senti mais nada. Quando estava quase voltando a dormir, outra contração veio.
Meu coração batia frenético, pelo jeito, eu teria um filho apressado.
– Tinha que ser no primeiro dia do ano, não tinha? - Murmurei sorrindo,
nervosa e, com alguma dificuldade, eu sentei. Bom, se eu já estava nervosa pelas
contrações, tudo piorou quando senti a cama molhada, o que me fez deduzir que a
bolsa tinha rompido.
– Respira Isabella, respira. - Eu tentava me manter calma.
Preguei os olhos no relógio e esperei por outra contração para marcar o tal
tempo.
Dez minutos era o intervalo entre elas e aquela dor, que me fazia ter vontade
de gritar, durava vinte segundos. Conclui que ainda daria tempo para um banho.
Respirei fundo e cutuquei Edward que praticamente babava ao meu lado.
– Edward, acorda. - Murmurei enquanto o chocalhava. - Edward. -Chamei de
novo. - Vamos, você precisa acordar. - Ele finalmente abiu os olhos.
– O que foi? Está com fome? - Questionou antes de voltar a fechar os olhos.
– Você pode me ajudar no banho e depois precisa ligar para Carlisle. - Ele
abriu os olhos imediatamente.
– Se sente mal? - Qualquer vestígio de sono que ele tinha desapareceu.
– A bolsa estourou, seu filho resolveu apressar as coisas. - Fechei os olhos,
sentindo a maldita dor de novo e só voltei a abri-los quando a dor me deu uma trégua.
Edward já estava de pé com o telefone na orelha.
Quando Carlisle atendeu, ele disse tudo tão rápido que eu não consegui
entender nada.
– Qual o intervalo Bella? - Me questionou, enquanto tentava arrancar os
cabelos, o que me fez rir.
– Dez minutos. Estão durando vinte segundos. - Ele voltou a falar na
velocidade da luz. Enquanto eu levantei e fui até o guarda-roupas, pegando um dos
meus lindos vestidos de grávida.
– Fique calma Bella, tente ficar clama. Carlisle já está indo para o hospital,
vai dar tudo certo, só fique calma. - Ele disse nervoso depois de desligar o telefone e
eu voltei a rir.
– Edward, você precisa ficar calmo. Respire. - Ele fechou os olhos e fez o que
eu disse. - Vamos fazer assim, enquanto eu tomo um banho rápido, você liga para
Rose e Emmett e pede para eles ficarem com Jully.
– Banho Bella? Vamos logo para o hospital. - Edward estava incontáveis
vezes mais nervoso que eu.
– Você sabe que ainda não está na hora. Quando o intervalo for de quase cinco
minutos nós vamos. Agora me obedeça. - Ele suspirou mas resolveu não discordar,
pegou o celular e me acompanhou até o banheiro, o que me fez rir de novo.
Meu banho não demorou mais que dez minutos, mas o intervalo das
contrações tinham diminuído e elas estavam cada vez maiores, o que estava
apavorando Edward.
– A bolsa Edward. - Murmurei em um resmungo de dor, o lembrando de pegá-
la. Por prevenção, eu tinha arrumado dois dias antes.
Eu não fazia ideia de como ele conseguiu pegar a bolsa e voltar em menos de
cinco segundos, mas ele conseguiu.
Me sentei no sofá de olhos fechados já pensando na próxima contração que
viria, enquanto Edward foi acordar Jully. Eu estava tendo outra contração, quando
ouvi os dois se aproximando.
– Tá doendo? - Senti a mão da garota em meu rosto e abri os olhos. Tentei
sorrir.
– Está, um pouquinho. - Murmurei entre dentes. - Você vai ficar com tio
Emm... - Falei puxando o ar. - Depois você vai com ele nos ver. - Ela me olhava
assutada e acho que aquilo não a deixava falar, então ela só assentiu e depois beijou
minha testa, foi quando a campainha tocou.
– É o Emmett. - Dava para sentir todo o nervosismo de Edward só pelo tom
da voz dele.
Sem que eu esperasse ele me pegou no colo e caminhou comigo para fora,
Jully correu na frente e abriu a porta. Emmett e Rose estavam lá.
– Força mulher, trás logo meu afilhado para o mundo. - Emmett murmurou
passando a mão pelos meus cabelos já suados. Eu só tentei sorrir.
– Emm cuida de Jully, ligue para Alice, quando nascer eu te ligo. - Pelo jeito
Rosalie ia junto. - O elevador chegou. - Ela também parecia nervosa.
– Feche a porta para mim. - Edward pediu, antes de caminhar comigo até o
elevador.
– Apressadinho esse afilhado. - Rose comentou enquanto descíamos.
– Nem me fale. - Consegui murmurar, já que as contrações tinha me dado uma
chance.
A maternidade sempre me pareceu ser tão perto de casa, mas naquele dia eu
cheguei a conclusão que talvez fosse mais rápido chegar no Brasil do que na
maternidade.
– Céus Edward, anda logo com isso. - Esbravejei.
– Respira amor, respiração cachorrinho, que nem Carlisle ensinou. - Ahan,
senta lá Cláudia, queria ver ele lembrar daquilo se estivesse no meu lugar.
Rose me estendeu a mão e por mais que eu quisesse, eu não conseguia não
apertar com força.
Ao finalmente chegarmos na maternidade, já tinha uma maca me esperando.
Não tenho a mínima noção de quem me tirou do carro e me pôs lá. Eu deixava meus
olhos fechados, me concentrando para não gritar.
– Edward. - O chamei, segundos depois senti as suas mãos segurando a
minha.
– Aqui. Estou aqui. - Ele falou. Puxei o ar com força e abri os olhos.
– Eu estou com medo. - Confessei.
– Vai dar tudo certo, eu vou ficar com você. - Ao entrarmos em uma sala,
minhas roupas foram substituídas sem prévio aviso. Alguém me roubou Edward e
quando eu ia berrar por ele de novo, ele apareceu com aquela roupa azul de médico,
touca e máscara.
– Está lindo. - Elogiei. - Ele me estendeu a mão e eu a segurei forte.
– Carlisle está chegando. - Ele avisou, mas não tive tempo de responder. Sim,
a dor do parto é terrível. Talvez terrível ainda não seja a palavra certa.
Carlisle apareceu acho que uma eternidade depois. Ele sorriu para mim e
afagou meus cabelos.
– Como se sente? - Ele só podia estar de sacanagem comigo.
– Mal, vamos logo Carlisle, está doendo. - Eu tinha vontade de me contorcer
até fazer as dores diminuírem. Enquanto ele sorria.
– Como estamos? - Perguntou para uma das enfermeiras que ia o auxiliar.
– Bem adiantados, nove dedos de dilatação. - Carlisle sorriu.
– Que pessoinha apressada. - Ele passou a mão em minha testa, limpando o
suor.
– Bella é você quem vai fazer isso, eu só vou ajudar. Eu quero que faça força
e que não fique nervosa. Nós já ensaiamos isso, agora precisa por em prática. - Claro,
claro, era fácil falar. Queria que ele sentisse a metade das dores que eu estava
sentindo. Eu mal lembrava quem eu era, imagina os ensaios.
– Vamos lá. - Ele beijou minha testa e foi para seu devido lugar.
– Vamos Bella. Respire, conte e empurre. - Ele ordenou. Olhei para Edward
que assentiu.
Fechei os olhos e puxei forte o ar, contei e em seguida fiz toda a força que
pude. Aquilo pareceu só piorar as dores.
– De novo. - Carlisle ordenou.
Eu tinha certeza que não sobraria muito da mão de Edward.
Puxei o ar de novo e de novo eu contei. Empurrei segurando o grito na
garganta. Eu tinha certeza que a morte era menos dolorida do que aquilo.
– Mais uma vez Bella. - Carlisle incentivou.
– Não, não consigo mais. - Eu chorava de dor e desespero. Eu queria o meu
pai.
– Vamos amor. - Edward murmurou passando a mão livre em meu rosto,
secando o suor e as lágrimas que se misturavam.
– Imaginamos tantas vezes, por tantos meses, nunca estivemos tão perto de
vê-lo. Quer ou não quer saber se é o seu garoto? Ele tá querendo conhecer você. -
Edward murmurou para mim. Meus olhos ficaram nele por alguns segundos e eu
imaginei meu garotinho. O imaginei com aqueles cabelos e aqueles olhos. Sim, eu
queira muito, muito vê-lo.
Assenti para Edward e puxei o ar o mais forte que eu pude e, em um gemido
de dor e determinação, eu empurrei.
– Eu já posso ver. - Carlisle parecia estar sorrindo. - Só mais uma vez Bella. -
Sorri ao ouvir aquilo e não precisei mais de incentivo nenhum. De novo puxei a
maior quantidade de ar que pude e, dessa vez, sem emitir nenhum barulho eu
empurrei.
Ouvi um choro ecoar pela sala ao mesmo tempo que minha cabeça caiu
exausta e entre as lágrimas e suor eu sorri.
– É um menino. - Carlisle parecia emocionado. - O nosso menino.
– Me deixe ver. - Pedi sem abandonar o sorriso. Carlisle o trouxe para mim.
Larguei minha mão de Edward.
– Parabéns. - Carlisle me felicitou ao me entregar o garoto. Quando bati meus
olhos nele, não tive mais olhos para nada. Ele chorava por ser perturbado e eu
chorava de felicidade.
– Hey seu apressado, tinha que ser no primeiro dia do ano, não tinha? Bem
vindo ao mundo filho.
– Ele é lindo. - Edward murmurou com a voz embargada e apoiou a cabeça ao
lado da minha.
– Lindo como o pai. - Também murmurei.
– Hey Rob. - Ele levou a mão até a cabeça do garoto. - Bem vindo filho. Sua
mãe suou muito sabia? - Eu sorri. - Estou orgulhoso dela. Sei que você também está.
Como diz Jully, ela é a melhor mãe do mundo. - A voz era calma e quase inexistente.
– Nós vamos incomodá-la muito. Ela vai reclamar com você, se você deixar a
toalha molhada em cima da cama. - Edward me fazia sorrir entre as lágrimas. - Mas
segundos depois vai se derreter, se você dizer que a ama. Você vai me ajudar a cuidar
dela, não vai? É, eu sei que vai. - Ele levantou a cabeça dali e inclinou-se para beijar
a cabeça do garoto.
– Eu amo você filho.
– Nós amamos. - Murmurei.
– Bella, precisa nos emprestar ele um pouquinho. - Carlisle voltou a se
aproximar. - Ele precisa de um banho, precisamos medir, pesar e todos esses
procedimentos.
– Promete que não vai demorar? - Eu não tinha vontade de largar meu filho, o
que fez Carlisle sorrir.
– Prometo, afinal ele precisa comer também. - Eu sorri.
– Tudo bem então.
– Tudo bem nada. Primeiro a foto. - Edward impôs.
Edward com a correria acabou esquecendo a câmera em casa, mas como
estávamos na maternidade, eles tinham uma para os pais esquecidos. Então, nós três
batemos nossa primeira fotos juntos. Edward, Rob e eu, todos os três meio sujos de
sangue.
Carlisle o entregou para a enfermeira e eu pude descansar um pouquinho.
A enfermeira me acordou um tempo depois. Ela me trouxe Rob, para que eu
o alimentasse e eu conversei muito com ele, enquanto ele comia. O garoto tinha uma
fome que parecia ser insaciável. Edward logo achou uma coisa em comum entre nós
dois.
Ele era lindo, os cabelos ralos dele eram do mesmo tom dos de Edward. Ele
não ficou muito tempo com os olhos abertos, mas o tempo que ficou, nos fez constar
que seus olhos eram verdes. Segundo Edward, o nariz meio em pé dele, era parecido
com o meu, mas eu tinha plena certeza que o garoto seria a cópia do pai.
Quando ele se deu por satisfeito a enfermeira o levou de novo. Eu até
protestei para que ela o deixasse ali, mas como pretexto, ela disse que precisávamos
descansar. Como eu não tinha outra saída, eu aceitei e resolvi dormir mais um
pouquinho.
– Vai ser sua cópia Edward. Olha esse biquinho, isso me lembra e muito você.
- Aquela voz era de Esme e ela me tirou da inconsciência.
– O nariz é de Bella. - Edward comentou.
– Eu não sei. Eu não acho ele parecido com ninguém. - Aquela voz era de
Jully. - O nariz e a boca são muito pequenininhos para parecerem com os de alguém.
Ele tem mesmo cara de joelho que nem o tio Emm disse. - Eu sorri e abri os
olhos.
Os três estavam babando no garoto que estava no colo de Edward. Ele estava
sentado na poltrona, ao lado esquerdo da cama.
– Hey, ele não tem cara de joelho. - Minha voz saiu fraca. Ele tiraram os olhos
do Rob e me encararam, sorrindo.
Jully se aproximou vagarosamente, meio sem jeito.
– Sua a barriga sumiu. - ela murmurou me fazendo rir.
– Já posso ver meus pés de novo. - Comentei os balançado, a fazendo sorrir.
– Não tá mais doendo agora? - Questionou ao tocar a minha mão.
– Não, agora não dói mais nada. - Respondi com um sorriso fraco.
– Por que tem uma pulseirinha no braço dele escrito seu nome?
– Não sei direito, mas acho que assim é mais fácil de saber quem é de quem.
Eles são todos parecidos, então se escrever meu nome, eles sabem que sou eu a mãe
ou algo assim. - Ela sorriu.
– Entendi. Doeu muito?
– Você não faz ideia do quanto. - Esme sorriu e veio até nós.
– Parabéns querida, ele é lindo. - Sorri orgulhosa.
– Obrigada Esme.
– Soube que não foi um parto difícil. - Eu ri.
– Claro, claro, para Carlisle e Edward com certeza não foi.
– Hey, para mim não. Você esmagou minha mão, ela ficou dormente por
quase meia hora. - Ele levantou-se do sofá e veio até nós.
– Me desculpa. - Murmurei olhando para o pequeno embrulho no colo dele.
– Acho que sua mãe quer roubar você de mim. - Edward murmurou para ele.
Sorri e estiquei os braços sorrindo.
– Só um pouquinho papai. - Eu pedi o fazendo sorrir. Ele beijou a testa do
garoto e o entregou cuidadosamente para mim.
Eu era com certeza uma mãe babona e por mais que olhasse para ele, não
cansava de olhar. Ele não tinha cara de joelho coisa nenhuma. Ele parecia cada vez
mais lindo. E os lábios juntinhos que formavam um biquinho me faziam sentir
vontade de enchê-lo de beijos.
– Não dê ouvidos para sua irmã e seu tio. Você é o neném mais lindo do
mundo. - Sussurrei ao beijá-lo.
– Por que ele só dorme? - Jully questionou.
– Porque é um recém nascido. - Esme respondeu.
– Me deixa ver ele? - Ela pediu para Esme que a pegou no colo. Jully o
analisou por algum tempo e por fim sorriu.
– Talvez os cabelos dele sejam parecidos com os meus. - Murmurou nos
fazendo sorrir.
– Pode apostar que os olhos também são. - Ela sorriu ainda mais e me
encarou.
– Acha ele parecido com meu pai?
– Acho. - Respondi sorrindo. Ouve batidas na porta. Carlisle a abriu e por ela
entraram Rose, Emmett, Alice e Jasper. Resumindo, o quarto ficou pequeno. Todos
sorriam olhando para mim e o pacotinho em meus braços.
– Primeiro eu. - Rose se apressou em dizer e veio para perto de mim.
– Pensei que me deixaria sem mão. - Eu sorri meio envergonhada.
– Me desculpe, não conseguia me controlar.
– Parabéns mamãe. - Ela sorriu ainda maior e beijou minha testa. - Agora me
deixe ver esse gostosinho aqui, que eu só tinha visto pelo vidro. - Rose praticamente
babava olhando para ele.
– Segure bonitinho, vamos ver se passa no teste de dinda. - A incentivei a
pegá-lo. Trocamos ele de braços vagarosamente.
Rosalie o aninhou e sorriu, indo mostrá-lo para Emmett que estava
estranhamente em silêncio.
Alice veio me abraçar.
– Parabéns Bella. - Ela falou jogando os braços para cima de mim. - Soube
que se comportou feito uma Leide, nem escândalo fez. - Eu ri.
– Obrigada Alice, mas eu lembro de ter soltado alguns resmungos de dor.
– No últimos três meses, eu acompanhei alguns partos para me preparar para
o seu e acredite Bella, perto das outras mulheres, o seu resmungo de dor foi como a
nona sinfonia de Beethoven. - Carlisle me fez dar risada.
– Gente, vocês não imaginam como é horrível a dor. Acho que não tem nada
para se comparar a ela.
– Ah, eu imagino sim. - Alice comentou. Jasper a puxou para o lado e me
abraçou.
– Parabéns mamãe guerreira. Espero que Alice seja forte como você foi,
quando for a vez do nosso. - Eu ri.
– Ahan, você fala assim, porque não faz ideia de como é. Você gritaria Jasper.
- Comentei rindo.
– O meu filho vai nascer de cesária. - Alice estava convicta.
– Alice, eu não criei uma filha medrosa. - Carlisle falou. - Cesária é infinitas
vezes mais complicado. Vai ter que ficar mais dias no hospital e não vai poder se
movimentar muito. - Carlisle falava.
– Mas dói. - Ela reclamou.
– Dói, mas passa. Tá doendo alguma coisa Bella? - Ele questionou.
– Nada. Estou tão feliz, por tudo. É ótimo poder ver os pés de novo. - Eu fiz
eles rirem.
Alice e Jasper foram tentar roubar meu filho de Rose e Emmett veio ao meu
encontro.
– Hey Bella, parabéns. O cara de joelho vai ser um garoto lindo. - Ele me
abraçou cuidadosamente.
– Pare de dizer que ele tem cara de joelho Emmett, que coisa feia de um dindo
dizer. - Ele riu.
– Mas ele tem. Daqui umas semanas ele vai ter cara de neném. - Sorri e
balancei a cabeça negativamente.
– Olha só, eu trouxe uma coisa para ele.
– Meu Deus, eu tenho medo disso. Não me diz que é revista de mulher pelada.
- Peguei no pé dele.
– Haha, sua boba. Revistas só quando ele completar um ano. - Eu o olhei de
canto e ele tirou um pacote azul do bolso do casaco.
– Toma, mandei fazer, exclusivamente para ele. - Eu ri e peguei o pacote das
mãos dele.
– Vamos ver. - Murmurei abrindo. Tirei de lá uma minuscula camiseta preta e
“Bella Swan is rock” estava estampado lá, me fazendo sorrir.
– Você não existe Emmett. - Comentei sorrindo.
– Vai me deixar segurar ele?
– Claro Emm, vai lá pede para sua mãe, só tome cuidado.
– Certo. - Ele beijou minha testa e foi até os outros, entrar na fila.
Meus olhos estavam em Edward que conversava com Jasper. Levantei a
minúscula camiseta o fazendo rir. Ele e Carlisle vieram até mim.
– Não é Swan, é Cullen. - Carlisle implicou.
– É Cullen também, mas nunca vai deixar de ser Swan.
– Seu pai e Bernardo estão malucos. - Edward contou. - O garoto me fez
relatar, muitas vezes, como era o irmão e perguntou, incontáveis vezes, se você estava
bem e porque não podia conversar com ele.
– Sério? - Questionei animada.
– Sério. Ele ligou três vezes já. Todas perguntando se já podia falar com você.
- Meu sorriso se alargou.
– Eu quero ligar para ele.
– Não acho uma boa ideia. Aqui são 20:00, então no Brasil é meia noite, ele
deve estar dormindo. Amanhã você liga. - Meu sorriso morreu e eu suspirei.
– Certo. Carlisle, falando em amanhã, vai me dar alta amanhã, não vai? Odeio
estadias em hospitais. - Carlisle riu.
– Amanhã no final da tarde, prometo. - Eu sorri agradecida.
– Agora vamos todos embora. Vamos deixar Bella e Robert descaçarem, tem
muita gente aqui. Irresponsabilidade de minha parte. Vamos todo mundo se
despedindo. - Carlisle tentava por ordem na casa.
Quinze minutos depois, só restava Edward, Carlisle, Jully e eu dentro do
quarto. Robert estava nos braços do avô que conversava com ele.
– Vai deixar ele dormir aqui não vai? - Eu pedi.
– Melhor ele dormir no berçário. - Eu até tentei abrir minha boca para
protestar. - Aproveite sua última noite de sono bem dormida, porque não vai fazer
isso direito por meses. Vocês vão acordar muito no meio da madrugada e não é para
fazer o que estavam acostumados, se é que me entendem. - Eu desviei os olhos dele.
– E Edward, você vai ter que ser paciente filho. Primeiro, até que Bella se
recupere, não tente apressar as coisas. E segundo, sinto informar para vocês dois,
mais quando forem tentar, Rob vai chorar.
– Poxa pai, obrigado por ser assim tão positivo. - Carlisle riu.
– Experiência própria, vocês adoravam fazer isso comigo e Esme. Você
especialmente, está na hora de saber como é.
– Não entendi nada. - Jully que estava deitada ao meu lado, quase dormindo
falou, nos fazendo rir.
– Carlisle quer dizer que seu irmão vai dar trabalho. - Expliquei.
– E acabar com nossa diversão a noite. - Edward deixou escapar em um
lamento.
– Ahh eu sabia que vocês brincavam a noite, eu disse para o Bê. - Eu arqueei
as sobrancelhas, com medo do que viria. – Antes de sua barriga ficar grande do jeito
que era... - Ela resolveu explicar, olhava para mim. - Eu ouvia barulho vindo do
quarto de vocês.
Eu ouvia muito o nome Edward, muito o nome Bella e muito as palavras
gostosa e gostoso.
O que vocês comiam que era tão bom? - Carlisle gargalhou, já Edward e eu
ficamos sem respostas.
– Ah e por que Edward não podia parar? O que ele não podia parar? E pai, por
que vocês falavam tudo de um jeito estranho? - Eu sentia o meu rosto quente e se
tivesse um buraco com certeza enfiara minha cabeça dentro. Carlisle ainda ria.
Encarei Edward que por sinal também esta vermelho.
– Jully, todas as vezes que adormeceu no sofá, você fez isso mesmo ou estava
fingindo? - Edward questionou e a garota desviou os olhos.
– Algumas vezes, eu estava fingindo. - Ela confessou.
– Sua perigosa, eu não acredito que nos enganava. - Edward esbravejou.
– Mas o que tem demais? Eu ficava quietinha no meu quarto. Nunca mais
pedi para dormir com vocês, só achava estranho os barulhos.
– Você não pode fingir que está dormindo se não está. - Ele ainda estava
bravo.
– Por que não? - Porque você pode escutar seus pais transando. Bom era
aquela a resposta.
– Porque é feio. - Eu achei minha voz de volta. - Não é legal enganar as
pessoas, mesmo que seja uma bobagem a toa.
Você gostaria se Edward e eu fizéssemos dormir e quando você fosse para o
seu quarto, nós levantássemos e saíssemos de casa? - Ela balançou a cabeça
engando.– Isso seria a mesma coisa que mentir. Não seria? - Ela balançou a cabeça
afirmando.
– Então, quando a gente mente, as pessoas começam a não acreditar mais na
gente. Quer que nós não acreditemos mais em você? - Ela balançou a cabeça
negando. – Então, não pode mas fazer isso. - Eu suspirei ainda incrédula.
– Isso é feio Jully, seu pai te carregaria para cama, mesmo que estivesse
acordada. - O bico dela cresceu e ela cruzou os braços. - Não fique brava comigo. -
Eu pedi a fazendo esticar um bico maior e eu tinha certeza que aquilo acabaria em
choro.
– Você brigou comigo. - Murmurou deixando as primeiras lágrimas
escaparem. Eu a puxei para cima de mim.
– Eu não briguei Jully, só quero que entenda que não deve enganar as pessoas
assim.
Eu cocei a cabeça procurando uma explicação para as coisas que ela ouviu.
– Olha, seu pai e eu somos casados, certo? - Ela balançou a cabeça afirmando.
- Ok. Você sabe o que é namorar?
– É quando se beijam e ficam se olhando com cara de bobos. - Murmurou
fungando e acabou me fazendo rir.
– É, por aí. Então, casamento nada mais é do que uma extensão do namoro.
As pessoas continuam namorando, só que moram juntos, dividem as coisas, as
responsabilidades e têm filhos. Você, Bernardo e agora o Rob.
Nós não temos muito tempo para namorar durante o dia. Estudamos, Edward
trabalha e, muitas vezes, à noite eu também trabalhava, mas quando sobra uma
noite vaga, nós aproveitamos para namorar. Porque não é legal ficar se beijando na
frente das crianças.
Então nós temos um momento só nosso. Não para, não para que você ouviu, é
porque estávamos jogando vídeo game. - Carlisle prendeu o riso e eu o olhei de
canto. - É impossível jogar com você e Bernardo porque vocês monopolizam, então
Edward e eu jogamos sozinhos. Aquele jogo horrível de carros que eu sempre acabo
capotando.
Bella e Edward são nossos nomes, então não vejo problema nenhum com isso.
Já o gostoso e gostosa é porque levamos comida para o quarto. Edward me
superou e consegue fazer um brigadeiro mais gostoso que o meu e entre a comida e o
vídeo game, nós aproveitamos para namorar um pouquinho, entendeu?
– Entendi. - Ela ainda fungava. - E porque ele diz: Céus mulher você de deixa
louco?– Carlisle voltou a rir.
– Porque Bella adora passar na frente da TV, enquanto eu estou jogando. -
Edward respondeu.
Eu rezava para que ela não tivesse escutado tudo, porque sinceramente eu não
teria respostas para dar quando ela me perguntasse o significado de: goza comigo
Bella.
– Me desculpem, eu não vou mais fazer isso. - Suspirei aliviada ao perceber
que ela tinha se dado por satisfeita.
– E vocês dois, deveriam baixar o volume da TV. - Ganhamos bronca de
Carlisle.
– Vamos nos lembrar disso da próxima vez. - Eu meio que me desculpei.
– Vamos? - Edward questionou me fazendo o olhar de canto.
– Pelo amor de Deus Edward, acho que ainda tivemos sorte. - Ele sorriu, com
certeza lembrando das palavra sujas que usávamos de vez em quando.
Robert começou a chorar no colo de Carlisle, pondo fim aquela conversa.
– Hey, o dorminhoco já acordou bravo? - Carlisle até tentou uma conversa,
mas aquilo o fez chorar ainda mais. - Ok, Ok, não fique bravo, ela está aqui. Se
acalme. - Ele me entregou o garoto que continuou chorando.
– Ai que feio, chorar assim. - Murmurei o embalando. - O que você quer? Por
que esta nervosinho Edward Cullen? É fome, é? Você quer comer, é isso seu guloso?
- Era impossível não sorrir para ele. Ele parou de chorar mas ainda resmungava.
– Vem Jully, deixa sua mãe alimentá-lo. - Edward a tirou da cama. Eu
desataquei os primeiros dois botões da minha magnifica camisola azul de hospital e
deixei a parte direita cair pelo ombro.
Assim que eu o ajeitei, ele já grudou no meu peito me fazendo rir. Ele puxava
o leite com força, emitindo barulho. Sua mãozinha se mexia de um lado para o outro.
– Calma filho, não se apresse assim, é tudo seu. - Murmurei acariciando sua
cabeça.
– Esse é meu filho. - Com certeza Edward se referia da rapidez que o garoto
acho meu seio.
– Edward!!! - O repreendi rindo.
– O que eu disse demais? - Perguntou rindo também.
– Nada, você é praticamente um anjinho, só falta mesmo a auréola. - Carlisle
riu.
– Bom Jully, está na nossa hora. Vamos deixa Bella descansar. - A garota
deitou a cabeça no ombro de Edward.
– Me deixa ficar aqui com eles. - Ela pediu em um bocejo.
– Você nos trocou completamente por eles né? Faz mais de duas semanas que
não dorme lá em casa. Só dormiu no natal, porque eles também dormiram. Assim
você nos deixa triste. - Carlisle a chantageou me fazendo rir.
– Mas eu queria ficar aqui com a Bella. Edward e Rob vão ficar. - Ela tentou,
já não muito convencida.
– Rob vai comer e vai para o berçário. Vou avisar para enfermeira vir buscá–
lo daqui a meia hora. Edward vai ficar para cuidar de Bella. Ela está fraca ainda,
precisa de ajuda, caso queira ir ao banheiro.
Vamos, eu te deixo dormir comigo e com Esme. - Ela suspirou convencida.
– Ok. Tchau pai. - Ela abraçou Edward. - Eu amo você. - Acho que eu sempre
sorrira ao ver ela e Edward daquele jeito.
– Tchau princesa, tenha uma boa noite. Eu também amo você. - Ele lhe deu
um selinho, como eles costumavam fazer.
– Eca. - Impliquei a fazendo rir.
– Quer um beijo também? - Ela perguntou.
– Claro. Um beijo e um abraço. Não pense que vai embora sem isso. - Ela
sorriu e Edward a levou até aonde eu estava.
– Tchau mãe, boa noite. Amo você. - Ela me deu um abraço rápido, já que
estava pendida nos braços de Edward.
– Boa noite princesa, eu também amo você. - Ela me deu um beijinho me
fazendo sorrir. - Não esqueça de fazer xixi antes de dormir, assim não precisa acordar
de madrugada.
– Tá. Até amanhã.
– Até. - Carlisle beijou minha testa e a de Robert.
– Tchau mãe e filho. - Ele murmurou baixinho. Edward passou Jully para os
braços de Carlisle e com a mão livre, Carlisle apertou a de Edward.
– Tchau papai. - Carlisle parecia orgulhoso. - Cuide bem dos dois. - Edward
sorriu grande.
– Vou cuidar pai. Espero ser um bom pai, assim como você é. - Foi a vez de
Carlisle sorrir.
– Vai ser, aliás, pode ter demorado um pouco, mas já é. Boa noite. - Carlisle e
Jully se foram, restando só nós três.
– Enfim sós.– Ele murmurou para mim, me fazendo sorrir.
– Vem, tem um lugarzinho aqui para você. - Cheguei mais para o lado, para
que ele pudesse sentar lá também. Edward fez aquilo com todo cuidado, sorri e deitei
minha cabeça em seu ombro.
– Primeiro dia do ano agitado. - Comentou.
– Verdade. Seu filho é tão apressado quanto você. - Ele riu.
– Percebi que é esperto também, já sabe o que é bom. - Ele me fez rir.
– As crianças estão ficando espertas. Essa história de vídeo game não vai
durar por muito tempo. - Comentei. - E eu não sei se vou conseguir lembrar de não
me expressar em voz alta.
– É, precisamos pensar em alguma coisa. - Ele comentou.
– Nós poderíamos juntar um dinheiro e quem sabe, daqui muitos anos,
comprar uma casa.– Eu sempre preferi casas a apartamentos.
– Muitos anos? - Edward arqueou as sobrancelhas.
– É, precisamos do dinheiro primeiro. - Ele riu.
– Podemos falar com Carlisle... - Nem o deixei terminar a frase.
– Nada de Carlisle, ele já nos deu aquele apartamento. Vamos fazer isso, mas
com o nosso dinheiro. - Não poderíamos depender de nossos pais para sempre.
– Mas... - Balancei a cabeça negando.
– Mas nada. Temos um apartamento ótimo, vamos baixar o volume e
continuar lá, quando tivermos o nosso dinheiro, nós nos mudamos para uma casa. -
Ele suspirou e sorriu.
– Okay, sua teimosa. - Eu sorri e ficamos em silêncio por um tempo, só
observando Robert.
– Acho que seu filho se deu por satisfeito. - Murmurei um tempo depois.
Desencostei a cabeça de Edward e o observei. Ele estava dormindo, sua boca
tinha largado meu peito.
– Dormiu. - Edward murmurou.
– Segure-o. - Sussurrei. - Quero admirar os homens da minha vida, juntos. -
Edward sorriu e o tirou dos meus braços com todo cuidado. Não teve como eu não
sorrir vendo as duas perfeições juntas.
– Tenho vontade de morder essas bochechinhas. - Arrumei minha camisola e a
ataquei.
– Acho que as sobrancelhas parecem com as suas. A boca também. - Nós
conversávamos por sussurros.
– Eu não acho. - Ele sorriu e me encarou.
– Como sempre soube que seria um garoto?- Dei de ombros.
– Intuição. - Era a única explicação.
– Acho melhor sua próxima intuição ser com uma menina, porque não vou
desistir até me dar uma.– Eu sorri.
– Não vamos falar sobre isso por, pelo menos, uns cinco anos Edward. Para
nossa idade, três filhos é uma quantidade bem satisfatória. - Eu não estava afim de
concorrer com Angelina Jolie.
– Eu não vou esquecer do que me deve. - Eu sorri.
– Posso apostar que não vai. - Ouve batidas na porta.
– Com licença. - A enfermeira cochichou. - Vim buscar o garoto. - Me ajeitei
melhor na cama e o beijei.
– Boa noite amor, até amanhã. - Murmurei.
Edward levantou-se e foi até ela.
– Cuide bem dele. - Ele pediu, enquanto entregava Rob para ela.
– Fiquem tranquilos, ele vai ser bem cuidado. Tenham uma boa noite.
– Boa noite. -respondemos juntos.
Edward voltou a deitar-se ao meu lado, mas antes disso ele arrumou a cama,
para que ele deitasse. Ficamos virados um para o outro, ele me puxou pela cintura
para mais perto.
– Sem barriga para atrapalhar. - Foi o comentário dele, antes de colocar
nossos corpos.
– Isso é bom. - Cometei passando o braço em volta de sua cintura.
– Me diz, como eu vou aguentar esse tal resguardo?– Eu ri.
– Do mesmo jeito que aguentou os últimos três meses.
– Eu sinto sua falta. - Murmurou com a boca já encostada na minha.
– Eu também sinto a sua. - Murmurei antes de beijá-lo.
– Eu já estava em casa quando lembrei que esque... - O que quer que Carlisle
tenha esquecido, ele voltou a esquecer ao nos pegar no flagra. - Não posso acreditar
nisso. - Escondi a cabeça no vão do pescoço de Edward.
– Nós só estávamos conversando. - Edward se defendeu.
– Claro, por isso que a sua mão ainda esta segurando firme a coxa dela.
Edward logo tirou a mão de lá.
– Não estávamos fazendo nada demais. - Ele se defendeu de novo.
– É, e até quando não iam fazer nada d mais?
– Pelo amor de Deus Carlisle, nós realmente não íamos fazer o que está
pensando. Estou completamente sem condições para isso. - Eu não o encarava.
– É bom, muito bom que saiba disso. Edward filho, você quer uma aula para
entender o que está acontecendo com o corpo de Bella agora? Você sabe por que ela
não pode ter relações sexuais? Entende o significado da palavra resguardo?
– Pelo amor de Deus pai, eu não preciso de aula nenhuma. Eu não fugi da
escola.
Eu só estava tentando matar a saudade de Bella. Sabe por quanto tempo a
barriga dela nos impediu de ficarmos assim, como estamos agora?
– Sei... Eu estou de olho, nos dois. O lugar de você dormir é naquela poltrona
ali. A cama é de Bella.
– É, já estou indo. Só estávamos nos desejando boa noite. - Carlisle pôs a mão
na cintura e balançou a cabeça negativante olhando para nós.
– Bom, eu esqueci meu pager. - Ele apontou para o aparelho que estava em
cima da poltrona.
– Boa noite, até amanhã e comportem-se. Não são mais crianças. - Foi o que
ele disse antes de ir embora e nos deixar rindo.
Quando Carlisle voltou no outro dia, pegou Edward dormindo na minha cama
e eu com a cabeça no peito dele. Ele nem insistiu em dizer mais nada, só balançou a
cabeça negativamente.
Naquele fim de tarde eu e Rob ganhamos alta e podemos ir para casa.
Adormeci com Robert em cima de mim, mas assim que senti alguém tocar
meus cabelos, eu abri os olhos e encontrei com os olhos marejados de Charlie. Ele
sorria abertamente, o que me fez sorrir também.
– Hey pai... - Murmurei baixinho para não acordar Robert.
– Hey filha... - Ele também cochichou.
Cuidadosamente eu deitei Robert na cama e me sentei, me encostando na
cabeceira. Percebi que Bernardo também estava ali, um pouco mais atrás, meio
acuado.
– Ele é lindo. - Como eu não falava nada, Charlie resolveu falar.
– É, é sim. Acho que puxou ao pai. - Eu me derreti.
– Não sei não, é apressado como a mãe.
– Só ele para me fazer pular cedo da cama logo no primeiro dia do ano. Como
é que já estão aqui?
– Pegamos o primeiro voo disponível. Bernardo estava agoniado. - Eu sorri e
o encarei, ele estava meio constrangido e olhava para o chão.
– Não vai me dar um beijo não, garoto? - Ele hesitou por alguns segundo mas
acabou vindo até aonde eu estava. Abri os braços e ele jogou-se para cima de mim,
escondendo o rosto no vão do meu pescoço.
– Se comportou bem? - Questionei depois de beijar o topo de sua cabeça. Ele
balançou a cabeça respondendo que sim.– Senti sua falta. - Continuei meu monólogo.
Ele não disse nada, só apertou os braços em meu pescoço.
– Bernardo queria pilotar o avião para chegar o mais rápido possível. - Charlie
sorria assistindo a cena.
– Oh!!! É mesmo? - Ele não me largava, me impossibilitando de vê-lo.
– Mesmo. Desde que ele soube, ele ficou impaciente, me lembrando certo
alguém. Tenho certeza que se pudesse, ele se teletransportava.” Porque meu irmão
está nascendo e eu estou aqui ainda”. - Eu sorri boba, ouvindo aquilo. - “ Porque eu
não consigo falar com a Isa, Edward está me enganando”. - Eu ri alto.
– Estava preocupado, filho? - Ele balançou a cabeça afirmando. - E gostou
dos dias que passou lá? - Ele voltou a afirmar com a cabeça. - E sua língua ficou
presa no aeroporto?
– Não. - Por fim ele murmurou.
– Ufa, fico mais aliviada assim.
– Renée mandou felicitações. - Meu sorriso murchou ouvindo aquele nome.
– Não vamos falar sobre isso. - Murmurei.
– Então, foi difícil? - Charlie mudou de assunto.
– Pai, vocês homens, são pessoas de sorte. É uma dor horrível, eu tinha
vontade de gritar para sempre. Eu esmaguei a mão de Rose e depois a de Edward, eu
tinha vontade de chorar, gritar, berrar, de tirar eu mesma Rob de lá. - Charlie riu.
– Mas tudo compensou quando o viu não é mesmo? - Sorri olhando para o
embrulho ao meu lado, dormindo tranquilamente.
– É. Quando bati meus olhos nele, não tive dúvidas que faria tudo de novo.
Quando Carlisle me entregou ele... Tenho certeza que nunca vou esquecer desse
momento.
– Sei que não vai, me lembro exatamente do seu parto. Foi eu quem pegou
você primeiro, Renée chorava copiosamente, não tinha forças para te pegar. Quando
me entregaram você, aquele nisquinho de gente chorona, não entendendo nada do que
acontecia... Eu percebi que meu amor, ele era incondicional, que eu faria qualquer
coisa por você. - Charlie deixou escapar uma lágrima.
– Eu amo você pai, sou grata por tudo, tudo o que já fez por mim. Você é meu
herói pai. - Resolvi parar de falar, já que aquilo o fez chorar mais.
– Isa? - Bernardo resolveu falar.
– Oi?
– Quando você me teve, não doeu? - Eu sorri.
– Não, porque eu estava desacordada. E quando eu acordei, você já não estava
mais lá.
– Emmett disse que ele tem cara de joelho, vai ficar brava se eu concordar? -
Ele me fez rir.
– Ele é lindo, Emmett é um bobo. E daqui uns dias, qualquer aparência que
vocês não gostem vai sumir.
– E quando vai me deixar pegar ele? - A pergunta foi de Charlie.
– Sinta-se à vontade, vovô babão. - Charlie sorriu e levantou-se, indo em
direção ao banheiro. Com certeza para lavar as mãos.
– Você ama ele? - Bernardo questionou.
– Amo, claro que amo, tenho vontade de morder as bochechas dele e enchê-lo
de beijos.
– E você ainda me ama? - Sorri com a preocupação dele.
– Claro que eu amo Bê. Eu posso ter mais dez filhos, que eu nunca vou deixar
de amar você. Eu amo igual vocês três. Você, Jully e Robert. - Uma preocupação
surgiu em minha cabeça, talvez aquilo não fosse ciúme e sim outra coisa. - Não está
pensando em me pedir para voltar a morar no Rio com Renée, está?
– Não. Eu gosto de morar aqui. Você, Edward e Jully são legais. - Ouvir
aquilo dele me fez abrir um enorme sorriso. Não tive tempo de dizer mais nada,
Charlie apareceu. Com todo cuidado, ele tirou Robert da cama e o aninhou em seus
braços.
– Olá Robert. - Charlie sorria para o nisquinho. – Ah, você acordou? - Ele
murmurava sorrindo. - Não se assuste, ela está bem aqui ao nosso lado. E a propósito,
eu sou o seu avô. O seu avô mais gato. - Charlie me fez rir alto. - Sabe que para ficar
mais perto de você e da sua mãe gata, eu estou pensando em passar uma férias
prolongadas por aqui? Tipo um ou dois anos. - Ele falava com Robert, mas dizia
aquilo olhando para mim.
– Sério? Não me engane, isso é feio. - Eu já estava para lá de animada.
– Seríssimo, seu sogro me arrumou um apartamento perto da casa dele. Estou
me mudando para lá.
– Ahhhh!!!! Isso é incrível pai. - Levantei os braços comemorando, o que fez
ele e Bernardo darem risada.
– Pai, por que você não senta nessa poltrona para eu ver ele. - Bernardo pediu.
Charlie sorriu e sentou.
O garoto rolou para o lado e levantou, chegando perto do irmão. Ele o
analisou por alguns segundos e, por fim, sorriu.
– Os olhos dele são verdes igual aos nossos. - Ele murmurou para mim.
– É, são sim. E ele tem aquele mesmo sinal que nós temos debaixo da axila.
– Sério? - Ele questionou sorrindo.
– Sim. Amanhã quando Edward for dar banho nele você vê. - Foi só falar em
Edward para ele aparecer por ali junto com Jully.
– Ele gostou de você. - Edward disse a Charlie.
– Como sabe? - Eu ri, sabendo o motivo.
– Ele não está chorando, nem resmungando. - Edward, Emmett, eu e agora
Charlie, nós eramos os únicos com quem Robert não fazia escandá-lo.
– Ah você sabe, eu sou uma pessoa amável. - Charlie me fez rir alto.
– Além de ser muito modesto é claro. - Peguei no pé dele.
– Fome? - Edward me questionou para em seguida sentar-se ao meu lado.
– Mais ou menos.
– Eu fiz sopa. - Eu franzi o cenho preocupada com aquilo. Na última tentativa
de sopa dele, nem Oprah conseguiu comer.
– Ah meu Deus, isso me assusta. - Jully deu risada.
– Dessa vez ficou boa, eu até repeti. - Ela me contou. - Acho que ele está
aprendendo. - Eu ri.
– Ok, vamos experimentar isso então, só me deixem ir ao banheiro primeiro.
– Vou trazer aqui para você. - Olhei Edward de cano.
– Não, vai não. Estou aqui desde que cheguei, me deixei ir até na cozinha, eu
preciso andar. Pai traz Rob e nos acompanhe. - Charlie riu.
– E não teime com ela. - Charlie acrescentou. E ele não teimou, só me ajudou
a levantar da cama e me esperou sair do banheiro, além de caminhar lentamente ao
meu lado até a cozinha.
À medida que janeiro foi chegando ao fim, o humor de Edward foi piorando e
eu sabia muito bem o motivo. Não é fácil para um homem com a vida sexual ativa,
ter que passar quase quatro meses se virando sozinho. E pelo que eu percebia, ele
estava prestes a explodir.
Tudo pirou quando Rob completou um mês e à noite Edward chegou todo
animado e tive que lhe dizer que ainda sangrava.
Carlisle já tinha explicado para Edward que um mês não eram quarenta
dias. Assim como explicou, eu acho que mais de uma vez, o que significava
resguardo ou quarentena, como ficava um útero de uma mulher após a gravidez, falou
de todos os risco e tudo mais, mas Edward era cabeça dura e vivia pesquisando na
internet sobre o assunto. Quando ele achava depoimentos de mulheres que quebraram
o resguardo ele corria para me mostrar e voltava frustrado quando eu dizia que não
arriscaria. Resumindo, dia 1 de fevereiro ele foi dormir no sofá, segundo ele para
minha segurança.
Quando finalmente se passaram os quarenta dias, eu fui ao médico e acabei
contando a Carlisle que Edward estava acampando na sala, o que o fez rir muito.
Depois de uma rápida consulta e de paparicar o neto por um bom tempo,
Carlisle enfim me liberou e confesso que tive vontade de festejar ali mesmo, mas
contive minha felicidade e pedi que ele não falasse nada para Edward, eu faria uma
surpresa.
Como Edward não pôde me acompanhar no médico, ele me ligou assim que
pode. Fiz a maior voz de triste que consegui e disse que só dali a cinco dias, ele
tentou me animar mas era nítido que estava decepcionado.
Depois de ligar para ele, eu liguei para Rose e pedi para que ela talvez desse
uma volta com as crianças no período da noite, eu não precisei dizer mais nada para
ela entender o motivo e aquilo gerou muitas piadinhas da parte dela.
Rose passou lá em casa depois da aula das crianças. Ela e Emmett
convenceram Jully e Bernardo a irem ao cinema, sem esforço algum.
Aproveitei que Rose estava ali para tomar banho, enquanto isso eles ficavam
de olho em Robert.
Ao sair do banho coloquei meu roupão de seda preto, meio indecente que
tinha ganho de Edward a um tempo atrás, por baixo eu não coloquei nada.
– Já vai dormir? - Jully perguntou ao me ver. Rose e Emmett riram.
– Não, não estou com sono hoje.
– Você está linda. - Ela elogiou. Espero que o seu pai pense o mesmo, pensei
com meus botões.
– Obrigada. Você também está linda assim e você?! - olhei para Bernardo que
assitia a tudo quieto. - Está lindo com essa jaqueta dos Lakers. - Ele sorriu.
– Foi Emmett que me deu.
– É preciso educá-los cedo. - Emmett me fez rir.
– Ok, comportem-se ouviram? Nada de muito refrigerante se não depois
fazem xixi na cama. Não impliquem um com o outro. Não roube a pipoca dela e você
não belisque ele. - Os dois riram com cara de quem apronta, mas assentiram.
– Vamos nos comportar. - Jully era a porta voz dos dois.
– Ok, então está faltando meu beijo. - A garota veio na frente, estendeu os
braços e eu a levantei. Ela me abraçou apertado. - Humm... que abraço gostoso esse.
– Tchau mãe, eu te amo. - Ela me beijou eu retribui e a coloquei no chão.
– Tchau filha, eu também amo você.
Bernardo era bem mais tímido com história de beijos, abraços e declarações.
Abri os braços para ele também. Ele já era bons centímetros maior que Jully. O
levantei do mesmo jeito que fiz com ela.
– Tchau Isa, até mais tarde.
– Até mais tarde Bê. Cuide da sua irmã. - Murmurei.
– Ela não é minha irmã. - Foi o que ele me respondeu, antes de me beijar.
– Falamos sobre isso depois. - O coloquei no chão e encarei Rose e Emmett.
– Cuidem deles, e por favor Rosalie, não dê a eles tudo que pedirem ouviu
bem? - Ela riu alto.
– Ok, vou tentar me controlar.
– Tchau Bella. - Ela me beijou e foi até Robert que estava no colo de Emmett.
- Tchau fofura da dinda, não conta para sua mãe, mas eu vou trazer um monte de
coisas legais para você. - Como resposta, ele balançou os braços. - Eu amo você, seu
safado. - Ela o encheu de beijos, me fazendo rir. - Cheiroso, gostoso da dinda.
– Hey cara, minha mulher ta te dando mole. - Emmett entrou na conversa.
Robert adorava Emmett, acho que pela quantidade de palhaçadas que ele fazia para o
garoto. - É, ela é minha, é sim. A sua se chama Bella e, pelo jeito, hoje você vai
sobrar meu irmão, ela esta vestida para matar. - Eu ri alto, junto com Rose. - Ainda
bem que é você pequeno demais para entender toda a safadeza que vai rolar hoje.
– Emmett!!! - O adverti e fui até eles. - Seu dindo é maluco, maluquinho. -
Rob prendeu os olhos em mim e voltou a balançar os braços. - Doidão. - Era
impossível não sorrir para ele. Eu o roubei dos braços de Emmett.
– Tchau Bella, não voltamos antes das onze. - Emmett era sério quando era
preciso. Ele beijou minha testa e fez o mesmo com Rob, minutos depois eu estava
sozinha, quer dizer com Rob, mas ele colaboraria comigo, ele precisava colaborar. O
problema era que Emmett tinha o despertado e ele parecia aceso demais.
– Vai ajudar sua mãe, não vai? - Sentei no sofá e o deitei em minhas pernas.
Ele continuava balançando os braços e me olhando com cara de não tô nem ai.
– Rob, seja bonzinho filho, mamãe está a tanto tempo na seca, até o Nordeste
lá do Brasil, está melhor que eu. - Bom, ele voltou a mexer os braços. - Tenho
vontade de morder as suas bochechas garoto. - Eu o levantei e lhe enchi de beijos.
– Estou em casa!!! - Ouvi a voz do meu querido marido e meu coração bateu
forte, pensando que faltava pouco.
– Seu pai chegou. - Ele me analisou sério. - Papai está em casa. - Ouvi os
passos de Edward se aproximando. Não sei se era minha quarentena ou talvez fosse
da minha cabeça, mas Edward parecia cada dia mais gostoso dentro daquele uniforme
branco.
– Boa noite dois folgados. - Ele sorriu para nós. - Oi amor. - Eu ganhei uma
bitoca e Robert um beijo na testa.
– Cuidou da sua mãe? - Robert se comunicava balançando os braços. - Vou
entender isso como um sim. - Eu ri. – Vou tomar um banho rápido, já volto. - Eu
assenti e aproveitei para falar com Robert.
– Filho, agora é sério, por favor. Só uma dormidinha, pequenininha. Duas
horinhas só. Por favor, por favor? - Algo me dizia que ele não estava nem um pouco
afim de dormir.
Edward voltou dez minutos depois, só com a calça do pijama, me fazendo
suspirar.
– Vem com seu pai um pouquinho. - Ele tirou Robert dos meus braços e
começou um monólogo com o filho. Vendo ele daquele jeito, com aquele corpo tão
bem definido, me fez levantar e ir atrás de um copo d'água.
– Bella? - Edward me fez olhar para trás.
– Quer me matar? - Franzi o cenho não entendendo. - Céus mulher, colocou
isso para me judiar não foi? - Eu ri ao entender o que ele quis dizer.
– Pois é, eu tinha planos, mas Robert parece que vai fazer hora extra. - Vi a
confusão no rosto de Edward que parecia pensar sobre o que eu disse. Ri e fui para a
cozinha, beber minha água.
Não sei o que Edward fez, mas quando eu voltei para sala, Robert já quase
dormia em seus braços. Ele pediu silêncio e eu assenti, indo para o quarto.
Meia hora depois, ele entrou no quarto com Rob adormecido em seus braços,
colocou cuidadosamente o garoto no berço e voltou-se para mim. Sorri animada
vendo que ele tinha conseguido.
Fui até a baba eletrônica que comprei e testei durante a tarde, deixei uma base
ao lado do berço e levei a outra comigo, puxando Edward pela mão. Nós voltamos
para a sala.
– Desde quando temos uma baba eletrônica? - Ele parecia confuso.
– Desde hoje, quando eu comprei uma. - Respondi sentando no sofá.
– Ok. E aonde estão Jully e Bernardo?
– Rose e Emmett passaram por aqui e resolveram levá-los ao cinema. -
Edward sentou-se ao meu lado.
– Sei... Desculpe eu não ter ido com vocês hoje, mas é que foi uma
emergência, o cachorro foi atropelado, então... - Ele se lamentava.
– Tudo bem Edward, não se preocupe com isso.- As mãos dele acabaram em
minhas coxas, assim como seus olhos.
– O que está usando por baixo dessa coisa indecente? - O jeito com que ele
disse aquilo, junto com o jeito que ele me apertava, fez meu coração começar a bater
forte.
– Por que não tenta descobrir?– Sugeri o fazendo me encarar. Ele me
empurrou para que eu deitasse no sofá e se posicionou em cima de mim.
– O que exatamente meu pai disse? - Questionou beijando meu pescoço.
– Que você ficaria feliz... - Murmurei puxando o ar. - E que não precisaria
mais dormir no sofá. - Ele parou de me beijar e me encarou.
– Sua mentirosa, passei a tarde toda frustrado, descontando nos outros. - Eu ri
alto.
– Queria fazer uma surpresa amor. Se eu tivesse te contado na hora, você
cancelaria o expediente. - Ele sorriu de canto.
– Que horas as crianças voltam?
– Emmett disse que até as onze estamos livres. - Ele assentiu e me beijou. -
Ah, e seu pai disse que não custa nada sermos cuidadosos.
– Eu vou ser. Vamos ser. Até mesmo porque, eu preciso redescobrir cada
pedacinho de novo, vagarosamente. Preciso me apossar de cada parte de novo. - Eu
não disse nada, só o beijei, com todo desejo que eu sentia, enquanto as mãos dele
desatavam o nó do meu roupão.
Edward foi cuidadoso, muito cuidadoso, até mais que cuidadoso, ele me
tratou como uma virgem, mas foi ótimo, mais que ótimo. Ele me levou ao céu como
sempre fazia. Ele me tirou o raciocínio, a razão e todo o estresse acumulado durante
aqueles meses.
Quando estávamos ensaiando um segundo round, Robert, o mais novo Cullen,
começou a chorar. Eu ainda não tinha forças para muita coisa, então foi função de
Edward por a calça e ir até o garoto. Ele não demorou a voltar e não volto com
Robert. Pelo sorriso que ele me lançou, nós poderíamos continuar de onde tínhamos
parado.
Passava das onze quando a campainha tocou e eu tinha acabado de por meu
roupão. Edward ainda arrumava a sala, tentando limpar qualquer vestígio do que
tínhamos feito nas últimas horas. Eu ri e fui até a porta.
Sorri ao ver que as crianças já dormiam. Bê no colo de Emmett e Jully no de
Rose. Fiz sinal com as mãos para que me acompanhassem, abri a porta do quarto de
Jully para que Rose entrasse e fiz o mesmo com a de Bernardo. Depois nós seguimos
para sala.
– Eu não vou apertar sua mão, cara. - Foi a primeira coisa que Emmett disse a
Edward, nos fazendo rir.
– Muito menos eu. - Rose entrou na brincadeira. Caí no sofá ao lado de
Edward que envolveu minha cintura com seus braços.
– Os dois tão que nem falam. - Emmett continuava a implicância.
– Vocês podem dizer alguma coisa? - Rose pediu rindo.
– Gente, eu me sinto tão... leve. - Ela riu alto.
– Eu também me sinto assim. - Edward murmurou.
– Rob se comportou? - Emmett questionou.
– Pensou em reclamar, mas eu falei com ele, expliquei a situação, então... -
Edward me fez rir.
– Seus braços são uma espécie de calmante sabia?
– São? - Balancei a cabeça afirmando.
– São. Jully e Rob dormem quando estão em seus braços. E quando eu estou
nervosa e você me abraça, é como se conseguisse dissipar meu nervosismo. Você me
transmite paz.
– Ohh, isso foi fofo. - Ouvi Rose murmurando.
– Acho que é nessa hora que a gente vai. - Emmett murmurou para Rose.
– Boa ideia. - Ela levantou-se o puxando pela mão. Fiz menção de levantar
para me despedir, mas eles não deixaram.
– Fiquei ai, nós não queremos abraços, deixem para outro dia. - Eu ri.
– Ok Rosalie, muito obrigada pela ajuda, você também Emmett. Estamos
devendo uma, nos cobrem quando o primeiro aparecer.
– Não tenha dúvidas que vamos cobrar. - Foi Emmett quem respondeu. – Ah e
Bella, sei que é chato falar sobre isso agora, mas suas férias acabam em julho.
Estamos com a agenda lotada para todos os finais de semana do mês de julho. Sextas,
sábados e domingos. Alguns aqui, outros em Los Angeles e estou fechando com um
bar famoso em Miami. - Eu arqueei as sobrancelhas surpresas.
– Tá ficando famosa em amiga. - Rose parecia orgulhosa. - Escutei sua música
na rádio ontem.
– Ahh sim, Edward toda vez que ouve me chama ou me liga. - Comentei os
fazendo rir.
– Marido babão.
– As rádios locais estão querendo saber quem é você. Os negócios estão muito
bem na verdade. Não querendo deixar Edward triste, mas temos coisas marcadas até
para Setembro. Sua música está se propagando.
– Você não vai me roubar ela dia treze de setembro. - Edward falou sério.
– Não Edward, querido irmão, já sei que esse dia é exclusivo seu. - Sorri
balançando a cabeça negativamente. – Boa noite e não esqueçam das crianças. - Foi o
que ele disse antes de puxar Rose para irem embora.
– É, ter uma mulher famosa não é fácil. - Eu ri.
– Eu não sou famosa.
– No Brasil você já é. E pelo que eu vejo, não vai demorar pra ficar conhecida
na Califórnia. Daqui a pouco, os homens começam a te dar mole e pegar no seu pé.
– Não viaja Edward.
– Não estou viajando é serio. Eu não vou poder sair por aí com você como
fazia antes, agora alguém precisa cuidar das crianças.– Sim ele falava sério e eu tinha
certeza que uma cena de ciúme apareceria.
– Essa aliança no meu dedo não significa nada para você? Edward, se no
tempo que não eramos compromissados, eu fui fiel a você, não é agora que somos
casados que isso vai mudar. Não acredito que vamos falar sobre isso de novo.
- Eu bufei.
– Ok, me desculpe. É que eu tenho ciúme excessivo do que é meu, mas eu
confio em você.
– Ok, seu ciumento, mas você tem que parar com isso. E não se preocupe, eu
tenho três filhos, o que espanta qualquer homem. - Ele riu.
– Aposto que isso não seria impedimento para nenhum, mas essa já tem dono.
Isabella Swan, a mulher que conquistou os Estados Unidos da América é,
muito bem, casada com Edward Cullen, seu eterno e fiel escravo e pai dos seus
filhos.– Foi o que ele murmurou, antes de me beijar.
Meus seis meses de férias, como Emmett dizia, voaram e quando eu menos
esperei já estava trabalhando. Robert estava cada vez mais lindo e esperto . Ele
resmungava connosco coisas impossíveis de entender e ficava bravo por não
entendermos.
Como eu precisava tocar e ficaria noites ausente, nós apresentamos a Robert a
mamadeira e o garoto pareceu gostar, me deixando feliz e aliviada por saber que
fome ele não passaria.
De algum jeito estranho, eu realmente comecei a me tornar conhecida na
Califórnia, as pessoas gostavam das músicas que eu gravei. A que eu fiz com Edward,
junto com mais outras duas do meu disco, estavam nas paradas de sucesso da
Califórnia fazia semanas. Ocupando o primeiro, o segundo e o quinto lugar. Não
demorou muito para que eu começasse a dar entrevistas em rádios locais.
Bella Swan era assim que eles me chamavam. E tudo tomou proporção maior,
quando meu passado veio a tona e eu acabei virando um exemplo de superação.
Minha história se propagou por todo o país e quando eu menos esperei, já tinham
fotógrafos me perseguindo e pessoas malucas gritando meu nome quando me viam
em algum lugar público.
Voltei a conseguir uma semana de férias, na semana de ação de graças, que foi
comemorado na nossa casa. Todos vieram, inclusive meu pai e Elizabeth que estavam
de rolo há algum tempo. Elizabeth podia até ter uma queda por Charlie, mas eu o
conhecia bem e sabia que ele só estava com ela para tentar tirar Renée da cabeça.
Jacob que estava nos Estados Unidos a passeio também foi convidado para a
festa, mas não tinha aparecido.
– Mamamam mamamama... - Era o que Rob mais dizia, aquilo significava
algo como mamãe e sempre que eu ouvia, não conseguia não sorrir.
– O que foi amor? O que você quer? - Questionei com ele.
– Papa, Bee, lly - Ele batia as mãos, ria e olhava para Edward, Bernardo e
Jully que montavam um quebra-cabeça no chão da sala.
– Quer ir lá com papai?
– Papapapa... - Ele balançou a cabeça dizendo que sim.
– Vamos lá então. - Me aproximei dos três com Rob no colo. Tentei não pisar
em cima de nenhum brinquedo.
– O que estão montando? - Questionei.
– É aquele casal de vampiros daquele filme legal.– Jully respondeu
concentrada.
– Iro.. - Rob me fez rir.
– Vampiro. - Ensinei.
– Iro. - Eu ri e lhe enchi de beijos.
– Iro, iro. Se você diz que é, é porque é. - Ele ria pelos beijos que eu lhe dava.
– Dá um beijo na mamãe. - Pedi. Ele sorriu e juntou os lábios aos meus.
– Ahh, meu Deus, que beijo gostoso. - Ele sorriu e me beijou de novo.
– Hey Rapaz, essa mulher é minha. - Edward levantou-se do chão e veio até
nós.
– Papa papa papapa...
– Acho que ele está imitando uma metralhadora. - Peguei no pé de Edward
que me mostrou a língua.
– Não tente cortar meu barato, você sabe que ele está chamando por mim.
– Vem com o pai - Edward estendeu o braços, mas Robert negou e deitou a
cabeça em meu ombro me fazendo rir.
– Ah é assim seu bandido? Quando ela não está é a mim que você pede ajuda
né? E quando ela volta, não existe mais ninguém no mundo. - Ele reclamava com o
filho.
– Ma ma mama... - Foi a resposta de Robert. A campainha tocou,
interrompendo bronca de Edward.
Robert levantou a cabeça e o dedo olhando para mim.
– Oh... - Foi o que saiu da boca dele, nos fazendo rir.
– Quem é? - Perguntei a ele.
– Eh? - Eu tinha vontade de morder aquelas bochechas.
– Não sei, vamos lá ver.
Ao abrir a porta eu fiquei surpresa. Ele estava ali, parado na minha frente,
com as mãos no bolso e um sorriso envergonhado.
– Jake. - Murmurei sorrindo.
– ake... - Rob o fez rir.
– Olá Isa, me desculpe não ter confirmado, decidi de última hora. - Sim, ele
estava muito envergonhado.
– Sem problemas, venha entre. Jogue seu casaco aí nessa banqueta. - Ele
entrou meio hesitante. Tirou o sobretudo negro e o pôs aonde eu disse.
– Então, esse é o famoso Robert. - Eu ri.
– É sim. Essa peste aqui.
– Mamamamama... - Eu disse que ele repetia aquilo incansáveis vezes. Jacob
riu.
– Ah Isa, precisa ver sua cara de boba quando ele te chama. - Sorri ainda mais
largo.
– Rob diz oi para o tio Jake.
– Eke. - Jacob voltou a rir.
– Hey cara, você é um garoto muito bonito, sabia? - Rob gostou de Jake e
abriu os braços para ir com ele, rezei para que Edward não estivesse assistindo. Jacob
hesitou em pegá-lo me fazendo rir.
– Vamos lá, sei que você consegue. - Incentivei. Ele meio que sem jeito pegou
o garoto.
– Olá Jacob. - Estava demorando para Edward aparecer. Ele não gostou nada
de saber que eu chamei Jacob para a ação de graças e foi preciso muitos beijos,
abraços e coisas a mais para eu convencê-lo que não havia perigo nenhum naquilo.
– Como vai Edward? - Edward passou o braço em volta dos meus ombros
como se estivesse demarcando território.
– Ótimo e você?
– Levando. - Jake respondeu despreocupado.
– Vamos lá, Bê está na sala. - Jacob assentiu e veio atrás de nós, tentando
conversar com Rob.
– Era o papai noel? - Emmett estava tão bêbado que estava trocando o dia de
ação de graças pelo natal.
– Era Jacob. – Procurei por Bernardo que ao ouvir aquilo parou o que estava
fazendo e lentamente inclinou a cabeça para cima. Ele continuava não gostando de
Jacob, na verdade vivia inventado pretextos para não ver Jacob, durante o tempo que
o mesmo estava nos Estados Unidos. E se Maomé não vai a montanha... Eu trouxe a
montanha até Maomé.
Os Cullens cumprimentavam Jacob, enquanto Bernardo continuava
paralisado. Me abaixe para conversar com ele que me olhava como se eu pudesse
salvá-lo.
– Vamos até a sacada. - Foi tudo que disse antes de levantar e me dirigir para
ela. Segundos depois ele apareceu atrás de mim.
– Eu não quero falar com ele. - Foi a primeira coisa que ele me disse.
– Ele é seu pai.
– Não é não. - Esbravejou.
– É sim Bernardo, você sabe que ele é.
– Meu pai é Charlie. - Ele disse bufando antes de enfiar mãos no bolso.
Aquilo era coisa de Jacob.
– Filho, eu queria mesmo que tudo fosse diferente. Eu não queria que você
sofresse como eu sei que acontece. Eu sei, imagino o que se passa por sua cabeça e
gostaria que conversássemos sobre isso, mas você se fecha. Às vezes Bê, às vezes, eu
realmente penso em deixar você voltar para o Brasil, voltar para Renée, mas eu olho
para você quando está dormindo.... Eu não consigo Bernardo, eu não consigo abrir
mão de você. - Acabei deixando cair algumas lágrimas. - Eu passei cinco anos
pensando que meu filho na verdade era uma filha e que estava morta. Eu fiquei
muito, mas muito triste e magoada com Renée quando descobrimos a verdade, mas
eu também me senti imensamente feliz ao saber que você estava vivo Bernardo.– Fiz
uma pausa para limpar as lágrimas. – Você não tem culpa do que aconteceu, acho que
nem eu, mas aconteceu e não podemos mudar isso.
Eu gostaria muito de mudar isso, gostaria de ter te pego no colo quando ainda
era um bebê, gostaria de ter aninhado você em meus braços, gostaria de ter ouvido
você murmurar coisas impossíveis de entender enquanto sorria para mim, gostaria de
ter ouvido você me chamar de mamamama, mas não deu.
E eu entendo, entendo perfeitamente se me chamar de Isa pelo resto da vida e
não vou te cobrar nada. Entendo, também, que assim como Renée é sua mãe, Charlie
é seu pai. Mas por favor filho, Jacob é tão inocente quanto nós nessa história e assim
como eu amo você, ele também ama. Então, mesmo que não goste dele, que nunca o
chame de pai, que não vá com a cara dele, mesmo assim, será que pode ir lá dento e
dar um abraço nele? Ele não vai te fazer mal, na verdade ele foi muito legal deixando
você vir comigo sem impor alguma condição. Se Jacob quisesse, ele poderia exigir
ver você todo o mês ou todos os finais de semana, mas ele abriu mão disso por você.
Eu não sei o que sabe sobre ele, mas ele não é esse monstro que você imagina.
Mesmo que você não queira isso, ele é seu pai e mesmo não demonstrando, ele sofre
por você o tratar assim com tanta indiferença.
– Ok. - Ele murmurou baixinho. - Eu vou lá, mas pare de chorar. - Continuou
murmurando. Respirei fundo e tentei limpar as lágrimas.
– Vou parar, só preciso de uns minutos. - Ele foi, mas por algum motivo
voltou.
– Isa? - Ele me chamou meio sem jeito, olhando para o chão. – Eu também
queria que fosse diferente e eu não quero que me mande para Renée.– Ele fez com
que mais lágrimas caíssem. - Acho que um dia... - Ele murmurou. - Acho que vou
conseguir te chamar...
– Por favor Bê, você não precisa fazer isso. Se um dia, realmente tiver
vontade, se sentir bem para fazer isso, você faz. Eu entendo você, não se preocupe
com isso. - Ele assentiu ainda de cabeça baixa.
– Não se preocupe comigo Isa. E eu amo você. – Murmurou para em seguida
me dar as costas, me fazendo sorrir e chorar ao mesmo tempo.
– Você não era assim chorona. - Edward, sempre ele. Sorri e ele me puxou
para seus braços.
– Desde que eu descobri que te amo e que descobri que era mãe, isso vem
acontecendo constantemente. - Fiz piada o fazendo rir.
– Vem, vamos entrar. - Depois de beijar minha testa, ele me puxou pela mão.
Bernardo andava vagarosamente em direção a Jacob, que tinha acabado de
entregar Robert para Rose.
O garoto olhou para trás, provavelmente procurando por mim, sorri e assenti
para que ele continuasse e foi o que ele fez.
– E aí cara... - O garoto murmurou, fazendo Jacob se voltar para ele. Jake
abriu um sorriso largo, mas ao mesmo tempo parecia meio hesitante. - Tudo bem? -
Bernardo questionou e estendeu a mão. - Como ele falava em português, a maioria
das pessoas presentes, não entendiam nada.
Rapidamente Jake transformou o simples aperto de mão em um abraço e tirou
Bernardo do chão, que a princípio ficou imóvel, certamente não esperando aquilo,
mas por fim relaxou e retribuiu o abraço.
– Você cresceu. - Jake murmurou sem largá-lo.
– É o que eles dizem, mas eu não sei. - Sorri com a resposta do garoto.
– Estava com saudades de você. - Jake murmurou, mas o garoto nada
respondeu. - Eu amo você filho, amo muito. Sei que você não gosta muito de mim e
sei também que você tem todos os motivos do mundo para isso, mas queria que você
soubesse que não tem um único dia que eu não me arrependo de tudo que aconteceu.
Juro para você que se tivesse um jeito de mudar tudo, eu mudaria, mas
infelizmente não existe.
Um dia se você me deixar, eu posso tentar te explicar toda essa história
maluca.
Eu quero tanto que você seja diferente de mim, é para isso que eu rezo todos
os dias. - Jake não conseguiu dizer mais nada, Bernardo suspirou e apertou os braços
no pescoço do pai.
– Se você ficar aqui mais uns dias, talvez nós possamos ir ao cinema. - Sorri
com os olhos marejados ao ouvir Bernardo sugerir aquilo.
– Sério? - Além de feliz, Jake parecia meio surpreso com o convite. Bernardo
afrouxou os braços do pescoço dele e o encarou.
– Sério. - Respondeu junto com um sorrisinho.
– Isso vai ser demais, nós podemos ver carros e depois comer pizza. - Jacob
parecia a criança, o que me fez rir. Bernardo sorriu concordando e ali eu tive certeza
que futuramente surgiria uma amizade.
– Ele é um ótimo garoto. - Edward concluiu.
– É, ele é sim. É um dos meus orgulhos...
Capítulo 43 - Dança comigo?

Anos depois...
– Aaahhhh parece mentira!!! - Levantei meus braços comemorando e estiquei
os pés em cima do painel do carro de Emm.
– É sempre bom voltar para casa, não é? - Emmett também estava feliz.
Fazia mais de dois meses que estávamos longe dos Estados Unidos e fazia
quase um mês que eu não via minha família. Resumindo, eram bom demais voltar
para casa.
– É ótimo. Eu vou abraçar e beijar muito os meus filhos. - Aquele era meu
plano para quando chegasse em casa.
– Vou fazer o mesmo com os meus. - Emm e Rose tinham gêmeos. Dois
meninos de três anos, Seth e Kurt, duas pestes fofas e bagunceiras e talvez piores que
furacões. Eles são gêmeos idênticos, loiros como Rose, olhos azuis e as covinhas
simpáticas de Emmett.
Rose acabou ficando grávida por descuido, o senhor Hale não gostou nada
daquilo a princípio e praticamente obrigou os dois a casarem um mês depois, além de
ter ficado um bom tempo de cara feia com a filha, mas ele não conseguiu resistir
aqueles dois fofos e acho que ele consegue ser um vô mais babão que Carlisle.
Edward e eu eramos padrinhos de Seth, o mais velho por um minuto e quinze
segundos, Alice e Jasper eram padrinhos de Kurt.
Por falar em Alice e Jasper, eles também casaram fazia quase dois anos. Acho
que Carlisle bebeu o maior porre da vida dele naquele dia, ele deu vexame, tentou
fazer um dueto comigo e vomitou todo o palco.
Jully nunca esqueceu o ocorrido e nunca perde a oportunidade de pegar no pé
dele. Já Carlisle com certeza, se pudesse, apagaria todo o vexame daquele dia.
Alice e Jasper também arrumaram um filho, Johnny, meu afilhado de dez
meses. Os cabelos dele são da cor dos de Jasper, mas revoltados como o do dindo
Edward e seus olhos são tão verdes quanto os de Alice. Alice coloca cada roupa no
garoto que, às vezes, eu tenho medo de pegá-lo e amassá-las.
– O que acha de um almoço amanhã? Para matarmos a saudade de todos? -
Sugeri, pensando no quanto eu sentia falta de todos eles.
– Ótima ideia. Na sua casa? - Eu assenti. - Ok, eu convoco todos.
– Certo. - Ao ouvir uma música minha começando na rádio, eu troquei de
estação o que fez Emmett rir.
– E os planos para seu aniversário? - Rolei os olhos pensando no meu
aniversário, que seria dali a dois dias e eu não estava nada animada.
Trocar a casa dos vinte para a dos trinta já é triste, imagina então, quando a
casa dos trinta começa a andar. Fora que eu continuo não gostando da data.
– Pretendo passar a manhã trancada em um quarto com meu marido, depois
pretendo almoçar com ele e meus filhos em um lugar simples, calmo e reservado. À
tarde tem a festinha do Bê e à noite... - Suspirei pensando em Edward... - A noite, eu
pretendo sequestrar Edward. - Emmett riu alto.
– Você continua com a mesma cara de apaixona de sete anos atrás. -
Comentou rindo.
– Vai ver é porque eu continuo apaixonada... Bem que você poderia me deixar
na clínica né? Quero dar um beijo nele antes de ir para casa. - Ele sorriu.
– Porque eu tinha certeza que me pediria isso? - Eu sorri e apertei a bochecha
dele.
– Porque você lê meus pensamentos, empresário. Emmett, tem noção que
você se tornou meu melhor amigo? Eu falo sobre menstruação e marcas de
anticoncepcionais com você. - Ri pensando naquilo.
– Ai biii, você sabe que a minha está atrasada... - Ele imitou uma bicha louca,
me fazendo gargalhar. - Não sei mais o que faço, meu bofe vai me matar.
– Seu bofe vai é te matar se você não parar com essa história de viagens. Sério
Emm, eu não quero ouvir você falando sobre trabalho pelos próximos seis meses e
sobre marcar shows por um ano. Você e eu precisamos sossegar um pouco, nós temos
família e nós precisamos de um tempo para eles. Nunca ouviu o ditado que diz: que
quem não da assistência, abre espaço para concorrência? - Ele sorriu, estacionou na
frente da clínica e voltou-se para mim.
– Sabe que eu sei que tem razão, não sabe? - Sorri e assenti. - Estamos de
férias por, pelo menos, um ano, prometo. - Sorri e tirei meu cinto.
– Ok. Vá para casa, dê um beijo em Rose, nos meninos e diga que estou
morrendo de saudades. Deixa a minha mala no seu carro, amanhã eu pego. - Ele riu.
– Que pressa em? Deixe para começar a tirar as roupas, quando estiver na sala
dele. - Eu mostrei a língua e abri a porta do carro.
– Tchau seu chato, até amanhã. - Não esperei respostas, saí do carro e
praticamente corri para dentro do lugar.
– Boa tarde... - Leah desejou antes mesmo de ver quem era e ao me ver ela
sorriu. - Hey Bella, não estava na Itália? - Sorri e a beijei, cumprimentando.
– Sim, acabei de chegar. Edward está? - Era impossível não sorrir pensando
nele.
– Está na sala dele, hoje a tarde dele está livre. - Meu sorriso cresceu ainda
mais.
– Posso? - Ela riu e estendeu a mão.
– Sinta-se em casa. - Meu coração começou com aquela loucura à medida que
fui me aproximando da porta do doutor Cullen. Nem bati, fui logo entrando e para
minha surpresa, Carlisle também estava ali e qualquer coisa que ele estivesse falando
com Edward, eles pararam ao me ver.
Antes que alguém pudesse falar alguma coisa, Oprah que também estava por
ali, começou a ganir e pular nas minhas pernas. Sorri, desviei os olhos do meu marido
gostoso e me abaixei pegando ela.
– Hey garota, você também está aqui? Estava com saudades de ser acordada
por você comendo meus cabelos, sabia? - Ela começou a lamber meu rosto me
fazendo rir.
– Você também estava com saudades? - Ela continuou a me lamber. - Mamãe
trouxe uma coleira da hora pra você, cheia de strass. Sua fofa!!!
– E de mim, você não sentiu falta? - Carlisle questionou se aproximando.
Sorri e coloquei Oprah no chão.
– Muita. - Respondi antes de abraçá-lo.
– Não chegaria só amanhã? - Me questionou.
– Sim, mas estava morrendo de saudades de todos e dei um jeito de virmos
hoje.
– Sabe que se voltar a demorar tanto tempo assim, vai deixar sua família
maluca. - Eu o apertei mais um pouco e nos larguei.
– Estou de férias, 365 dias de férias. - Carlisle riu e beijou meu rosto, foi
quando eu senti um par de mãos me puxando. Nós nos encaramos por um tempo sem
dizer nada, nossos olhos conversavam entre si, e como se combinado sorrimos ao
mesmo tempo.
– Nunca mais demore assim. - Foi o que ele murmurou antes de me beijar.
Suspirei e mergulhei minhas mãos em seus cabelos, o trazendo mais para
perto. Os braços dele me esmagavam e os meus faziam o mesmo com ele. Como
sempre acabava acontecendo o beijo começou a ficar quente.
As mãos de Edward rapidamente fizeram minha jaqueta cair e, quando as
minhas procuraram pelos botões do jaleco dele, Carlisle tossiu, nos lembrando que
ele ainda estava ali. Depois de mais um beijinho nós nos separamos.
Deitei a cabeça no peito dele, o abracei e soltei um longo suspiro.
– É, acho que eu vou indo. - Carlisle nos fez rir.
– As crianças estão na sua casa? - Mesmo tendo vontade de ficar ali, eu
pegaria uma corona com ele, queria ver meus filhos.
– Não, eles não apareceram por lá hoje. - Ergui a cabeça encarando Edward.
– Jully está com Alice, provavelmente em algum shopping. Bernardo está em
casa, Robert quis ficar com ele.
– Os dois melhoraram da gripe? - Rob e Bê tinham ganho uma gripe das
bravas e ficaram quase uma semana de molho.
– Sim, mas ainda estão tomando os remédios, o que os deixam com sono. -
Me explicou.
– Bernardo é teimoso, todo ano é a mesma coisa. Ele prefere ficar dias de
cama a tirar as amídalas. - Era só dar um ventinho mais forte para as amídalas dele
inflamarem.
– Sabe que eu não sei a quem ele puxou? Tanto na teimosia, quanto no medo
de hospitais? - Edward pegou no meu pé, o que me fez lhe mostrar a língua.
– Bom, eu vou. - Carlisle ria. - Se precisarem de babas hoje à noite, Esme e eu
estamos disponíveis.
– Eu vou ficar muito agradecido. - Edward empolgou-se.
– Não, hoje não amor. Estou morrendo de saudades deles e amanhã todos vão
almoçar lá em casa, inclusive você e Esme, Carlisle. - O intimei. – Mas nós vamos
ficar muito agradecidos se vocês ficarem com os três depois de amanhã à noite. - Ele
voltou a rir.
– Ok, dia treze está reservado para você. Ah, eu gostei da sua camiseta, mas
não tinha uma do seu tamanho? - Minha camiseta era azul marinho e a bandeira dos
Estados Unidos ocupava boa parte dela.
– Eu ganhei de algum fã... tinha guardado para trazer para Edward, mas como
era a última limpa, tive que usar. - Carlisle sorriu e aproximou-se, me beijou e bateu
nas costas de Edward.
– Vou indo e para o bem de Oprah, vou deixá-la com Leah. - Ele pegou a
cachorra e se foi.
Edward rapidamente foi até a porta a trancando.
– Eu gostei da minha camiseta. - Ele murmurou ao aproximar-se. - E como ela
é minha, é melhor você tirá-la. - Sorri sacana e fui até ele, começando a desabotoar
seu jaleco.
– Se quer ela, venha pegar, Cullen. - Ele abriu um sorriso sacana e desceu as
mãos até a barra da camiseta, para em seguida, tirá-la.
– Vou deixar ela ali um pouquinho... - Murmurou ao beijar meu pescoço. -
Depois eu pego.
– Uhum... - Foi o que consegui responder.
– Comprei um sofá novo, eu estava esperando você, para inaugurá-lo. - Foi o
que ele disse, antes de me pegar no colo e me conduzir para o sofá...
~~*~~

– Edward, agora é sério, eu preciso ir. De madrugada nós continuamos isso. -


Eu pretendia só fazer uma visitinha e já estava ali a mais de duas horas. Rapidamente,
levantei do sofá e catei minhas roupas, espalhadas pelo chão.
– Gostosa! - Ele elogiou, me fazendo sorrir.
– De noite, eu prometo compensar toda essa sua atenção especial. - Murmurei
para ele.
– Você não vai dormir hoje à noite. - Eu amei ouvir aquela ameaça.
– Não pretendo, comprei dadinhos com brincadeiras novas e calcinhas
comestíveis. - Não sei como, mas quando eu vi ele já tinha me agarrado de novo.
– Se quer mesmo ir embora, porque fica me provocando desse jeito? - Ri e me
desvencilhei dele, indo até suas roupas jogadas no chão. Peguei sua camiseta preta e
coloquei.
– Eu quero muito ficar, mas eu estou morrendo de saudades das crianças. -
Peguei meus tênis e fui até o sofá.
– Me diz... que brincadeirinhas tem nesse dadinho? - Ele sentou-se ao meu
lado.
– Se eu disser, vou acabar sem roupas de novo, à noite você vê e nós
brincamos. - Levantei e peguei minha camiseta que agora era dele e lhe estendi.
– Sua camiseta. - Ele sorriu e a pegou para em seguida por.
– Tem seu cheiro nela. - Ele soltou com o ar, me fazendo sorrir.
– A sua também tem seu cheiro. Vamos embora? - Tive certeza que ele abriu a
boca para concordar, mas pareceu mudar de ideia.
– Não dá, daqui uma hora tenho um cachorro. - Ele não disse aquilo olhando
nos meus olhos. - Mas eu deixo você em casa.
– Leah disse que sua tarde estava livre. - Murmurei pensando sobre o assunto.
– Leah deve estar caducando. - Murmurou antes de ir atrás do resto das
roupas.
– E que horas vai para casa? - Ele demorou muito para responder.
– Assim que der, eu vou. Prometo. - Mesmo achando aquilo tudo muito
estranho, resolvi não dizer nada.
– Vamos? - Ele me estendeu a mão.
– Vamos. - Resmunguei e tentei esquecer minha paranóia.
Nos despedimos de Leah, pegamos Oprah e seguimos caminho.
Edward começou a me relatar sobre as notas baixas de Robert em matemática
e os motivos daquilo, resumindo. ele estava sem TV e vídeo game, só voltaria a usar
se as notas aumentassem.
– Ele vai se fazer de vítima para você, não o deixe usar. - Ri pensando nas
desculpas que o garoto daria.
– Não vou deixar. - Nossa conversa foi interrompida pelo celular dele
tocando, tocando e tocando. - Não vai atender? - Questionei.
– Agora estou dirigindo, depois eu retorno. - Porque eu não gostava daquilo?
Quando ele estava dirigindo e não queria atender, ele entregava o celular para eu
atender, dessa vez ele nem tirou do bolso.
– Jully provavelmente vai parar na casa de Carlisle, que tal eu te deixar lá,
você pega ela e pede para Esme trazer vocês. - A casa de Carlisle ficava
consideravelmente mais perto que a nossa e algo me dizia que era aquele o motivo
para ele querer me deixar lá.
– Ok. - Foi tudo que respondi.
O resto do caminho, eu fiquei pensando sobre o motivo daquilo tudo.
Será que Edward tinha outra? Estaria ele me traindo? Mas se ele estivesse, eu
já saberia, não saberia? Quer dizer os paparazzis não deixavam nossa família em paz,
então com certeza eles já teriam pego alguma coisa. A não ser que a diversão de
Edward estivesse lá, dentro do trabalho dele. Ele já tinha comentado comigo que
tinha começado uma estagiária lá, uma tal de Tina e a mesma ganhou muitos elogios
de Edward, por ser competente, profissional e blá, blá, blá. E aquele sofá, será que
estava mesmo lá por causa de mim?
– Bella? - Balancei a cabeça voltando ao carro. Edward passava a mão na
frente do meu rosto.
– O quê? - Questionei tirando a mão dele de lá.
– Chegamos. - Ao olhar para fora, notei que estávamos estacionados em frente
a casa. Abri a porta para sair, mas a mão dele me segurou e eu acabei o encarando.
– Tudo bem? - Questionou me analisando.
– Claro, porque não estaria? - Os olhos dele permaneceram nos meus por mais
alguns segundos, por fim ele sorriu e me soltou.
Enquanto, eu caminhava para dentro, ainda pensando sobre o assunto, Edward
vinha ao meu lado, com o braço em volta do meu pescoço.
– Tudo bem mesmo? - Murmurou antes de beijar minha bochecha.
– Sim. - Ao alcançarmos a sala, eu me deparei com Esme, Angelina, Carlisle,
Tyler, Alec e o meu afilhado Johnny.
– Ninguém para avisar sobre a festa. - Edward os fez nos perceberem.
– Meu Deus!!! Isabella? Isso só pode ser uma miragem. - Alec me fez rir, me
desvencilhar de Edward e ir até ele.
– É assim seu debochado? Não te dou mais férias. - Foi o que eu disse antes
de abraçá-lo.
Alec era músico contratado da minha banda. Ele estava de férias a quase dois
meses, curtindo a lua de mel com o marido.
Angelina tinha demorado um tempo para aceitar aquilo, mas pelo que Jasper
me contou, Tyler falou com ela e disse que eles já tinham perdido uma filha e não
queria perder o filho também, aquilo pareceu afetá-la e por fim ela acabou aceitando.
– Que saudades. - Ele murmurou, me apertando cada vez mais.
– Também estava com saudades, não tem graça jogar sueca sem você. - Ele
riu alto.
– Só porque eu sempre pago o mico maior, né sua bandida? - Eu ri e me
larguei dele.
– Claro, foi bem você quem teve que fazer uma ligação pornográfica no meio
da madrugada. - Ele riu alto.
– Espera aí... - Edward parecia atento na nossa conversa. - Aquele dia que
você me ligou toda empolgada... - Eu arqueei as sobrancelhas tentado me desculpar.
– Não tem jeito, eu não sei falar a palavra mundo, como vocês falam, o meu
castigo foi esse. - Todos acabaram rindo, inclusive Edward.
Fui até Esme e a abracei.
– Se demorasse mais alguns dias, seus filhos enlouqueceriam. Jully está com
humor péssimo e Robert está pegando a doença. - Sorri pensando neles. Dei um beijo
na bochecha de Esme e me larguei dela.
– Quero muito vê-los, abraçá-los, beijá-los, esmagá-los. Edward disse que
Jully viria parar aqui, por isso vim. Quero juntar os três, deitar na minha cama e ouvi-
los por tempo indeterminado. - Esme sorriu.
– Alice deixou Johnny aqui e disse que iria sair com Jully, então com certeza
daqui a pouco estão batendo por aí. - Assenti e fui até Thompson, ele levantou-se e
me abraçou.
– Estava com saudade de você, faziam meses que eu não te via mais. - Sorri e
me larguei dele.
– Agora vocês vão me ver muito. Tirei 365 dias de férias. - Ele assoviou e riu.
– Isso sim que eu chamo de férias. - Ri e me voltei para Angelina. Bom, entre
nós existia respeito, mas não abraços.
– Como vai Angelina? - Ela sorriu, sorriu de verdade.
– Bem, e você?
– Bem também, obrigada. - Depois de Angelina, eu fui até Carlisle que tinha
meu afilhado no colo.
– Para você eu já disse oi, então me deixe falar com esse gostoso.
Hey Johnny!!! - Abri um largo sorriso para ele e fui retribuída. - Lembra da
dinda? Você cresceu sabia? - Ele riu e jogou os braços para vir comigo. – Vem
gostosura, vem aqui. - O roubei dos braços de Carlisle e comecei com um ataque de
beijos.
– Hey garoto, essa mulher é minha. - Edward aproximou-se de nós. Johnny
abriu um sorriso safado para ele e começou a resmungar coisas impossíveis de
entender, nos fazendo rir.
– Isso me lembra Robert - Ele comentou comigo, me arrancando um sorriso.
– Verdade... - Concordei.
– Acho que vocês deveriam encomendar a garota, assim matam a saudade. -
Carlisle que ouvia nossa conversa, sugeriu.
Ultimamente, eu vinha pensando muito sobre aquele assunto e foi por aquele
motivo que parei de tomar anticoncepcional, mas eu teria que pensar melhor sobre o
assunto, Edward andava misterioso demais para o meu gosto.
– Só depende de Bella, por mim teríamos mais uns três. - Eu lembraria ele
daquilo o dia que a criança acordasse chorando no meio da madrugada, acabando
com nossa diversão.
– Só mais um está de bom tamanho, depois nós fechamos a conta. - Meu
comentário o fez sorrir.
– Ok, eu ainda te convenço do contrário, agora eu preciso mesmo ir. - Ele
beijou o afilhado para em seguida me beijar.
– Tchau amor, até mais tarde. Por favor, não deixa nenhum deles pegar no
sono no nosso quarto. - Acabei tendo que rir com aquilo. - Te amo.
– Também te amo. - Soltei junto com o ar, ele sorriu para em seguida me dar
as costas.
– Diiiii di di di... - Johnny me fez parar de pensar em qualquer paranóia e
sorrir.
– Você está me chamando, ou está chamando Edward? - Ele me encarou e
sorriu, o cheirinho de bebê dele me inebriava e me deixava com muita vontade de
arrumar outro.
– Dá um beijo na Di, um beijinho. - Ele sorriu e juntou os lábios aos meus.
– Bonita sua camiseta. - Carlisle não perdia a oportunidade de pegar no meu
pé.
– Não é dela, é do meu pai. - Ao ouvir a voz de Jully atrás de mim, eu sorri.
Nem tive tempo de me virar, ela foi mais rápida e apareceu na minha frente.
– Com licença um pouquinho. - Foi o que ela disse ao tirar Johnny dos meus
braços e entregá-lo a Carlisle.
– Olá, Isabella! Descobriu que tem família? - Ela me questionou em um tom
sarcástico, me fazendo sorrir ainda mais.
– Acha mesmo que eu me esqueço disso por um segundo sequer? - Ela sorriu
e eu a puxei para meus braços.
– Que saudades de você pequena. - Murmurei ao lhe apertar. Os braços dela
tentavam me esmagar.
– Eu estava morrendo de saudades desse abraço, dos seus cafunés, da sua
risada. - Ela me fez sorrir.
– E eu estava morrendo de saudades desse seu cheirinho gostoso, dos nossos
ataques a geladeira de madrugada, das nossas conversas e das nossas conspirações. -
A ouvi rindo.
– Aqueles três chatos pegaram muito no meu pé enquanto você esteve fora. -
Bufou. – Edward é o mais criança dos três, o humor dele estava cada vez pior.
“Abaixem a TV”, “Que piada sem graça”, “Todo mundo na cama agora”, “Acordem,
vocês já estão atrasados”, “Não, nós não vamos no cinema”, “Parem de rir”, “Querem
fazer silêncio? Estou querendo assistir o noticiário.” - Eu ri alto pelas reclamações
dela e pelo jeito que ela o imitava.
– Bernardo é outro! À medida que o aniversário se aproxima, ele começa a
ficar quieto e tudo piorou com a gripe, ele só fala se eu falar e reclama por eu falar
tanto. Ele só quer saber de dormir e ver jogos de beisebol, o único assunto que ele
abre a boca para falar, é você. - Cada vez mais eu tinha vontade de ir para casa, queria
ver se ele estava melhor.
– E o Rob? - A garota suspirou, se soltou do abraço e me beijou.
– O seu preferido também estava com gripe, juntando com a saudade que ele
sente de você, o deixou a criança mais manhosa dos Estados Unidos. Qualquer coisa
que você fala que ele não gosta, já começa a chorar e diz que vai contar para você. A
única pessoa que ainda suporta ele, além do meu pai, é a tia Rose que vai todos os
dias lá, mimar ele, mais do que ele já é mimado. - Eu ri, ao pensar nas manhas do
garoto.
– Ele não é meu preferido, sua ciumenta. - Ela sorriu, voltou a me beijar para
depois me puxar pela mão, me rebocando para o sofá.
– Hey tio Alec, vovô, vovó, papai, mamãe. - Ela os cumprimentou de longe
sem me largar. - Ahh, antes que eu esqueça... - Ela voltou-se para Esme.
– Mamãe, dinda Ali mandou dizer algo como: Diga para a mamãe que eu
preciso resolver alguns problemas com Jasper, daqui umas duas horas eu passo para
pegar o Johnny. - A garota rolou os olhos me fazendo rir. - Acho que eu preferia o
tempo que não entendia nada. - Ela fez todos rirem alto.
– E desde quando você entende alguma coisa? - Alec a questionou.
– Desde quando eu tenho aulas de ciências. - Era triste admitir, mas eles
estavam crescendo.
– Quando menos esperarmos, você vai aparecer com um namoradinho. - Tyler
se lamentou.
– Não dê ideia Thompson. - Angelina brigou.
– Isso é, se ela já não tem. - Alec deixou a garota constrangida. - Iiiiii ficou
vermelha, pode ver que ela tem. - Ela escondeu a cabeça no vão do meu pescoço me
fazendo rir.
– Jully Cullen, você tem namorado? - Carlisle questionou sério.
– Não, claro que não. - Ela respondeu de imediato. - Garotos são chatos.
– Diz aí Bella, ela tem ou não tem? - Alec estava empenhado em deixá-la com
vergonha.
– Por favor mãe, faz eles pararem com isso. - Ela pediu, o que me fez rir.
– Não, ela não tem namorado. Gente, pelo amor de Deus, nem idade para isso
ela tem. - Ela levantou o polegar, concordando.
– Mas ela vai entrar na idade perigosa, que elas começam a se assanhar. -
Esme comentou.
– Jully está bem ciente sobre esse assunto. Essa história de namoradinhos só
quando ela tiver no mínimo quinze.
Caso contrário, eu deixo a senhorita por conta de Edward, certo? - Ela
levantou a cabeça e me encarou.
– Eu não tenho namorado, tudo bem eles duvidarem, mas você não. -
Reclamou o que me fez sorrir e beijar sua testa.
– Eu sei que não tem. Até mesmo porque você ainda não conheceu Robert
Pattinson. - Ela riu alto. Jully babava por aquele homem, que lembrava e muito o pai
dela.
– De presente de quinze anos, eu quero conhecer ele, assim você já conhece
seu genro. - Foi minha vez de rir.
– E seu filho? Ele deu uma boa esticada, ainda não se engraçou por nenhuma
menina? - Angelina questionou comigo. Bom, aquilo eu já não sabia, para saber do
meu filho eu sempre recorria a melhor amiga dele, Jully.
– Eu acho e espero que não. Ele tem Jú? - Por algum motivo, ela fechou a
cara.
– Desde que ele virou o capitão do time de beisebol, as garotas começaram a
se jogar para cima dele. É Bê para lá, Bê para cá, para elas ele virou o Rei. - Eu franzi
o cenho.
– Por que eu não gosto disso? - Carlisle e Alec riram alto.
– Porque a mamãe está com ciúmes. - Alec respondeu.
– E ele? Dá mole para alguma? - Ela suspirou e balançou a cabeça.
– Não. Seu filho é a pessoa mais envergonhada do colégio, acho que ele só vai
ficar com alguma garota se ela tomar a iniciativa e agarrá-lo. - Alec voltou a rir e eu
acabei rindo também.
– Fique de olho, qualquer coisa você me diz. - Ela assentiu e deitou a cabeça
em meu ombro.
– Deixa comigo. - A garota pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
– Por falar em colégio, posso saber o motivo de vocês três terem matado a
aula hoje?
– Lá vem bronca. - Alec pegou no pé dela.
– Bernardo e eu não tínhamos, pois está tendo conselho de classe. Robert
enquanto espirrar ainda vai estar muito doente para ir para aula. - Acabei rindo
daquela pessoinha preguiçosa.
– Ok, vamos embora, eu quero muito ver os dois.
– Robert vai monopolizar você. - Ela reclamou, não gostando da ideia de ir
embora.
– Não vai não, garota ciumenta, tem mãe para todo mundo. - Levantei e a
puxei junto.
– Carlisle, vai fazer a bondade de nos levar em casa? - Eu pedi.
– Se quiserem, podemos deixar vocês, já estamos indo embora. - O convite de
Angelina me deixou meio surpresa.
– Por mim, tudo bem. - Dei de ombros concordando.
– Nós vamos esperar lá na rua, não demorem. - Jully exigiu. - Tchau para todo
mundo, sintam-se beijados e abraçados por mim e por minha mãe. - Acabei rindo
daquela garota abusada.
– Amanhã tem almoço lá em casa, estão todos intimados. - Ela me puxou pela
mão, fazendo os outros rirem.
– Calma filha, qual a pressa agora? - Questionei enquanto era rebocada.
– Se é para ir, vamos logo. Se começarem a se despedir, vai demorar mais
meia hora e você está com saudades dos seus filhos, esqueceu? - Acabei rindo da
impaciência dela.
Ao chegarmos na rua, nos sentamos na escadaria, esperando pelos
Thompsons.
Jully deitou a cabeça em minhas pernas e levou minha mão até seus cabelos
para que eu mexesse. Com a mão livre eu coloquei o óculos.
– Garota preguiçosa. - Seus olhos estavam quase fechados pela claridade. Ela
pegou minha mão que alisava seus cabelos e analisou meu pulso por alguns
segundos, para depois soltá-lo.
– Durante esses anos você já me fez incontáveis perguntas, mas nunca me
questionou sobre isso. - Murmurei.
A princípio ela ficou quieta, me fazendo presumir que ela não queria tocar no
assunto.
– Questionei com Edward uma vez... - Ela começou, sem me encarar. -
Naquele tempo a explicação que ele me deu foi que você um dia estava muito, muito
triste e que achava que nunca mais fosse ficar feliz, então sua tristeza fez você cortá-
los.
Lembro que eu não entendi direito em que parte cortar os pulsos ajudaria... -
Ela suspirou e me encarou. - Agora eu entendo perfeitamente que você queria se
matar. - Ficamos algum tempo só nos olhando sem dizer nada.
– Eu já cometi muitas estupidez na minha vida, acho que a do suicídio foi a
pior delas. - Soltei com o ar.
– Nunca mais vai fazer isso, você me promete? - Tinha preocupação na voz
dela.
– Eu jamais tentaria isso de novo Jully, eu jamais magoaria vocês desse jeito.
Se depender da minha vontade, vou viver pelo menos até os cem e vou morrer de
velhice. - Ela esboçou um sorriso.
– Promete? - Sorri e beijei sua testa.
– Prometo. - Ela pegou meus pulsos e os beijou.
– Eu amo você mãe. - Murmurou antes de sentar-se para me abraçar.
– Eu também amo você Jully, amo muito. - Acabei deixando umas lágrimas
escaparem.
– Você é a melhor mãe do mundo, eu tenho muito orgulho de você e de ser
sua filha. - Ela continuou, sem me largar.
– E você é a melhor filha do mundo e a mais carinhosa. Eu é que tenho
orgulho de ser sua mãe. - Nós nos afastamos minimamente, ela sorriu e limpou as
lágrimas que me escaparam, eu a imitei limpando uma lágrima solitária. Acabamos
sorrindo uma para outra.
– Vamos? - A voz de Tyler nos fez olhar para trás. Ele, Angelina e Alec
estavam por ali, e eu não fazia ideia do quanto da nossa conversa tinham ouvido.
Jully, Alec e eu fomos no banco de trás da Range Rover. Tyler percebendo o
silêncio puxou conversa com a mulher.
– O cinto, Jully. - Minha chamada de atenção a fez rolar os olhos, mas ela
nem discutiu e o colocou.
– Vovô não vai bater. - Foi o que ela me disse.
– Arrumou uma bola de cristal? E se alguém bater nele? E se estourar um
pneu? E se algo se atravessar na frente? - Ela voltou a rolar os olhos.
– Você e Robert são muito chatos com essa história de cinto. - Reclamou.
– Kate estava sem cinto quando sofreu o acidente. - Alec comentou.
– Jane também estava. - A garota suspirou e não disse mais nada.
– Cinto não serve para enfeite querida, acredite, ele salva muitas vidas. -
Angelina comentou.
– Se quando completar dezesseis, ainda não tiver perdido essa mania feia de
"esquecer" do cinto, não vou por você na autoescola e tenho certeza que Edward vai
concordar. - Ela bufou e cruzou os braços.
– Chatos. - Esbravejou.
– Oh, a menina do tito ficou brava. - Alec implicou com ela.
– Não enche. - Ela esbravejou o que fez Tyler rir.
– Admita que está errada, Kate Thompson. - Ao ouvir o nome da mãe, ela
bufou ainda mais.
– Deixe Kate em paz. - Alec riu.
– Ela que esticava esse bico e dizia esse seu, não enche. Você me faz ver ela
às vezes, principalmente quando se irrita por nada. - O comentário de Alec a deixou
ainda mais estressada.
– Você quer por favor, mandar eles pararem? - Sobrou bronca até para mim.
– Se admitisse estar errada, eles não tinham começado. - Ela bufou e olhou
para fora da janela, quando eu ia pegar mais no pé dela, meu celular começou a tocar,
sorri ao ver que era de casa.
– Hospital bom socorro, boa tarde! - Mudei a voz e tranquei o riso.
– Quem é? - A voz do meu caçula soou confusa e de novo me esforcei para
não rir.
– Maria del Bairro, con quién estoy hablando? - Jully tapou a boca para não
rir, já Rob demorou a responder.
– Er... Não entendi nada, mas é Robert... Desculpa, Maria... liguei errado. - Eu
gargalhei antes que ele desligasse. - Ah mãe, como você é sem graça, não é mais
nenhuma criança para fazer essas brincadeiras. - Eu ri ainda mais alto.
– Hey Rob, não me dê bronca, filho. Ahhh que vontade de te apertar, garoto. -
O ouvi rindo.
– Tô com saudades de você. - Soltou com um suspiro.
– Eu também estou com saudades de você, morrendo de saudades de você.
Passou a gripe?
– Só vai passar quando você vier cuidar de mim. - Eu sorri ouvindo aquilo. -
Quando você vem? - Resolvi enganá-lo, para pegá-lo de surpresa.
– Amanhã à noite eu chego, vou cuidar muito de você, você vai até enjoar de
mim.
– Não vou não, vou querer que cuide de mim todos os dias e horas. - Eu me
derretia por ele.
– Tenho vontade de atravessar esse telefone e morder essas suas bochechas,
seu fofo. - Ele riu.
– Tenho vontade de atravessar esse telefone e abraçar e beijar muito você.
– Amanhã fazemos isso, prometo. - De novo, ele suspirou.
– Tá, então eu vou desligar, acho que a campainha está tocando.
– Peça para Júlia abrir. - Júlia era a mulher que ficava com eles, quando não
estávamos em casa.
– Vou pedir. Beijos mãe, eu amo você e volta logo.
– Beijos Rob, eu também amo você. - Desliguei o telefone sorrindo, pensando
na reação dele quando me visse em casa.
– Você e o preferido são patéticos. - Jully resmungou de mal gosto.
– E você com esse seu bico e esse seu ciúme, fica muito chatinha. - Passei o
braço em volta do pescoço dela e a puxei para mim. – Também quer muitos beijos e
abraços? Pede para a mamãe, pede... Pede bicuda, ciumenta... - Peguei no pé dela,
antes de começar a lhe distribuir beijos a fazendo rir e me abraçar.
– Ok, chega, chega, guarda um pouco para Rob e Bê. - Sorri e parei com o
ataque de beijos.
– Rob disse que a campainha estava tocando, sabe quem pode ser? - Ela
pensou por alguns segundos.
– Tio Charlie ligou ontem, disse que chegaria nos Estados Unidos hoje e que
se chegasse cedo iria dar um pulo lá, para nos ver. - Sorri ao ouvir aquilo.
Faziam mais de quatro anos que Charlie tinha voltado para o Brasil, ele e
Renée tinham se acertado e voltaram a ser casados. Desde então, eu quase não via
mais meu pai, já que eu não ia para lá e, as vezes que ele vinha, eu estava em outro
país tocando. A última vez que eu o vi foi no natal passado, ao seja, quase um ano
atrás.
Já Renée a última vez que vi foi no hospital, quando eu a expulsei, depois
daquilo eu nunca mais tinha a visto ou falado com ela. Aqueles anos serviram para
amenizar as coisas, eu já não sentia mais ódio dela, só sentia um pouco de mágoa,
isso eu ainda sentia. Mas para falar a verdade, tinham dias que a única coisa que eu
sentia, era saudades, e eu ficava pensando nela, mas meu orgulho não me deixava
fazer contato.
Suspirei pensando sobre aquilo.
– Tudo bem? - Jully questionou me analisando.
– Tudo. - Pelo jeito, ela não tinha acreditado.
– Então que suspiro foi esse? - Questionou e eu olhei pela janela.
– Saudades de casa. - Murmurei.
– Sente falta dela, não sente? - A garota me conhecia bem, muito bem para
falar a verdade. Balancei a cabeça afirmando. - Eu sempre quis passar um natal no
Brasil. - Ela me fez sorrir.
– Quem sabe... Vamos ver com o seu pai. - Ela sorriu e roubou meu óculos. -
Trouxe um desses para você, quem sabe você se anime e pare de roubar os meus. -
Ela riu alto.
– Você sempre compra uns mais estilosos, que fazem os meus perderam a
graça.
– Vocês duas já são parecidas, quando a Jully põe o óculos então, ela fica sua
cópia mirim. - Alec comentou.
– Tenho que concordar, a única diferença é a cor dos cabelos, mas eles tem até
o mesmo corte e o mesmo estilo bagunçado. - Tyler também entrou na conversa.
– Tô bem na fita tá vendo? Você é considerada uma das mulheres mais bonitas
do mundo, então eu também sou. - Ela me fez rir.
– Eu é quem estou bem na fita, vou fazer trinta e um, então ser comparada a
uma de doze é o melhor elogio que eu poderia receber.
– Quase treze. - Ela me fez rolar os olhos.
– Quase treze ainda é doze. - Foi a vez dela rolar os olhos.
– E quase trinta e um ainda é trinta. - Ela fez todos rirem.
– Sorria Bella, olha quem está te esperando no portão. - Suspirei ao ver dois
paparazzis.
– Droga, o controle ficou na minha jaqueta e minha jaqueta ficou no carro de
Edward. - Me lamentei. Eu teria que sair e digitar a senha.
– Ainda bem que você tem uma filha inteligente, que nunca deixa o controle
por aí. - Foi o que Jully disse, antes de tirar o dela do bolso o que me fez sorrir.
– Você é a melhor. - Murmurei antes de lhe dar um beijo.
– É, eu sei.
– Ok modesta, agora me digam, em qual desses edifícios vocês moram? -
Tyler questionou.
– Você pode ir sempre reto, é o último do lado esquerdo. - Expliquei.
– Ok. - Respondeu.
Meu coração começou a bater acelerado à medida que nos aproximávamos,
pensando em encontrar meus filhos e quem sabe meu pai, aquilo fez com que eu não
prestasse atenção na conversa deles. Assim que Tyler parou na frente do prédio, eu
abri a porta.
– Muito obrigada pela carona e amanhã tem um almoço aqui em casa, vocês
serão bem vindos. - Eles agradeceram e eu desci rebocando Jully que riu.
– Calma, eles não vão fugir. - Murmurou rindo.
– Já percebeu que as vontades aumentam à medida que sua casa vai se
aproximando? - Ela riu da minha filosofia.
– Nunca parei para pensar sobre isso, mas faz sentido. - Comentou abraçada a
mim, enquanto o elevador subia.
– Vamos tocar a campainha ou entrar de surpresa? - Me questionou
balançando as chaves.
– De surpresa, quero ver o que eles estão fazendo. - Ela sorriu e me puxou,
para sairmos do elevador.
Sorri quando a porta de casa foi aberta e eu senti aquele cheiro tão familiar,
meu sorriso cresceu ainda mais quando ouvi alguém tentando tocar violão,
rapidamente constatei que era Robert.
Sim, Charlie estava ali, ao lado de Rob, nenhum dos dois me perceberam, já
que eu estava atrás deles.
Pé por pé, eu me aproximei e por trás tapei os olhos do garoto que
instantaneamente parou de tocar. Charlie abriu um largo sorriso ao me ver e eu
pisquei para ele.
– ¿Adivina quién?– Questionei sorrindo.
– Mããeee!!!! - Robert rapidamente largou o violão, subiu no sofá e voltou-se
para mim. Eu o agarrei e o puxei, o tirando do sofá e o esmagando em meus braços.
– Eu estava morrendo de saudades de você. - A voz manhosa dele me fez
constatar que ele estava chorando.
– Não mais do que eu estava de você. - Murmurei ao lhe apertar ainda mais.
Enquanto ele soluçava, eu afagava seus cabelos, tentando o acalmar.
– Não chora filho, agora eu estou aqui e prometo não viajar mais tão cedo.
Não chora, eu estou aqui... - Aos poucos ele foi se acalmando e deitou a cabeça em
meus ombros, mas seus braços se recusavam a afrouxar de mim.
– Vai me emprestar ela um pouquinho, só para um abraço? - Charlie
questionou ao se aproximar.
– Só um pouquinho. - Murmurou para em seguida levantar a cabeça e me
encarar.
Era incrível como ele se parecia cada dia mais com Edward, até o jeito de me
olhar nos olhos.
– Eu amo você. - Era impossível não sorrir ouvindo aquilo.
– Eu é que amo você, meu nisco de gente. - Ele sorriu e voltou a me abraçar.
– Começaram. - Jully murmurou para Charlie que riu.
– Ciumenta. - Robert pegou no pé da irmã antes de juntar os lábios aos meus
para um selinho. Depois de lhe dar mais alguns beijos e apertões, eu o coloquei no
chão e Charlie me puxou para um abraço.
– Que saudades pai. - Murmurei o apertando.
– Sei... A saudade é tanta que se eu não vir até aqui, nós não nos vemos. - Ele
me deu bronca.
– Desculpe, me desculpe, você sabe que eu sinto sua falta, não sabe? - Ele
soltou-se do abraço e beijou meu rosto.
– Suspeito. - Sorri e deitei minha cabeça em seu peito.
– Sinto falta de casa. - Admiti para ele.
– E todos de lá sentem sua falta, inclusive sua mãe. - Ele murmurou antes de
beijar o topo da minha cabeça.
– Ô vô, agora você pode me devolver ela, né? - Robert me puxou pela mão,
me fazendo rir.
– Deixa eu ir lá no quarto, dar um beijo no Bê primeiro. - O garoto olhou para
Charlie e depois para mim.
– Não sei se é uma boa ideia. - Ele murmurou.
– E porque não seria? - Questionei sem entender.
– Talvez esse cara que está atrás de você, possa te responder. - Jully me fez
sorrir e olhar para trás. Bernardo sorria abertamente e tinha os braços abertos.
– Descobriu o caminho de casa, Isabella? - Questionou antes de me abraçar.
– Que saudades de você, garoto!!! - Bernardo e eu sempre acabávamos
conversando em português.
– Também estava com saudades de você, garota. - Ele me apertou e me tirou
do chão, me fazendo sorrir.
– E essas amídalas, quando vai deixar de ser teimoso e tirar? - Antes de soltá-
lo, eu o beijei.
– Pare de teimar com elas e deixe elas aqui. - Sorri e levei minha mão até a
garganta dele, apertando.
– Dói? - Ele sorriu e negou.
– Já passou Isa, estou pronto para outra. - O olhei meio desconfiada e ele
voltou a me puxar para outro abraço.
– Eu quero te mostrar uma coisa. - Ele murmurou.
– Que coisa? - Questionei e não tive resposta, aquilo me fez o soltar para
encará-lo. - O que andou aprontando, Bernardo? - Ele sorriu meio nervoso. – Tirou
nota baixa? - Ele balançou a cabeça negando. - Brigou com alguém na escola?
– Não.
– Arrumou uma namorada? - Ele franziu a testa.
– Muito menos.
– O que ele fez Jully? - Recorri a ela.
– Não faço ideia, antes de sair de casa, ele não tinha aprontado nada. O que
você fez Blak? - Ele a olhou de cara feia, por se chamado pelo sobrenome.
– Fica na sua. - Ele esbravejou com ela.
– Eu sei, eu sei!!! - Robert puxou minha mão.
– Cala boca pentelho. Ele não precisa dizer, eu vou mostrar para você, só
quero que fique calma. - Toda aquela enrolação servia para me deixar nervosa.
– Sou um poço de tranquilidade, agora desembucha. - Ele suspirou e me
puxou pela mão.
– Vem comigo, preciso te mostrar. - Resolvi nem questionar só assenti. - Você
fica Robert, você também Jully e você também pai. - Ok, cada vez mais, eu tinha
certeza que coisa boa não era.
– Porque eu tenho medo disso? - Questionei com ele que me puxou pela mão
para que andássemos.
– Não precisa ter medo, não vai doer, nem é uma coisa ruim. - Ele parou na
frente do quarto e tocou na maçaneta.
– O que está me escondendo Bernardo? O que quer me mostrar?
– Não é o que, é quem... - Foi o que ele murmurou antes de abrir a porta e me
puxar para dentro e ao ver de quem se tratava, eu paralisei.
Renée estava ali, sentada na cama de Bernardo, com os olhos cheios de
lágrimas, me encarando. Eu sentia vontade de muitas coisas, mas talvez não soubesse
mais nem como me mexer, muito menos como abrir a boca, jamais esperaria vê-la ali.
– Respira Isa, respira. - O garoto murmurou para mim, me trazendo de volta e
sim, eu tinha trancado a respiração.
– O que ela está fazendo aqui? - Questionei com ele, sem nenhuma paciência.
– Pensei que você só voltaria amanhã, falei com você ontem e você disse que
só voltaria amanhã. Robert falou com você hoje e você disse a mesma coisa. - Ele
explicou rapidamente.
– Tudo bem Isa, eu posso ir embora. - Meu coração que já batia acelerado
bateu ainda mais forte ao ouvir a voz dela.
– Ou você pode ficar e vocês podem conversar. - Bernardo interviu. Quando
abri a boca para responder, ele segurou meu queixo e me fez encará-lo.
– Por favor Isa. Uma conversa, só isso. Não custa nada, você vive me
chamando de teimoso mas olha só para você, sei que também sente falta dela, então
por favor, tente ao menos uma conversa. Se só tentar, eu prometo para você que deixo
você marcar um médico para eu tirar as amídalas, por favor, se não quer fazer por
você, então faça por mim. - Eu suspirei, desviei os olhos dos dele e resolvi atender
seu pedido.
– Saia do quarto, feche a porta e espere na sala, junto com os outros. - Minha
voz séria, o fez me analisar por alguns segundos.
– E vai ficar tudo bem? - Ele parecia ter dúvidas e eu acabei sorrindo
sarcasticamente.
– Não se preocupe, se eu não matei ela quando descobrimos tudo, não vai ser
agora que eu vou fazer isso. - Ele suspirou e me abraçou, já eu, continuei imóvel.
– Acredite, é por você que eu quero que faça isso e eu sei que lá no fundo,
você também quer. - Foi o que ele murmurou para em seguida me largar e sair do
quarto, fechando a porta e me deixando sozinha com Renée.
Soltei um longo suspiro e fui até a poltrona de couro preta, que ficava de
frente para cama e me sentei lá.
– Ele já está quase um moço. - Foi o primeiro comentário dela.
– É, está sim. - Murmurei sem encará-la.
– Os anos parecem que não passaram para você. - Ela continuou.
– Acredite, eles passaram. - Minhas respostas eram curtas e precisas e meus
olhos não saiam dos meus pés, que balançavam freneticamente.
– Eu sei, na verdade, para mim eles se arrastaram... - Ela soltou com o ar e eu
permaneci em silêncio, a fazendo suspirar.
– Robert parece cada dia maior e mais esperto. Ele é um amor. - Tentou de
novo.
– Ele costuma me chamar de mãe, sabe? - Aquilo foi mais forte que eu e
quando vi já tinha dito, o que foi suficiente para fazê-la começar a chorar.
– Acredite em mim Isa, juro por tudo que é mais sagrado, que eu me
arrependo, não tem um só dia que eu não pense sobre isso e não me arrependa. - Ela
murmurou entre as lágrimas.
Suspirei e levantei a cabeça a encarando.
– Eu acredito, não duvido disso, mas por mais que eu tente, eu não consigo
entender.
Juro para você que eu tento encontrar uma explicação, mas eu não acho, por
mais que eu queira, por mais que eu tente, eu não acho. - Minha voz saiu embargada.
– Bernardo não me tem como mãe hà anos, Isa. Talvez você não consiga ver,
mas é você quem ele tem como mãe.
Eu não sei como, mas ele conseguiu ouvir quando você chegou, ele estava aí,
sentado nessa mesma poltrona, deu um pulo e abriu um sorriso largo, dizendo que
você estava em casa.
Ele não te chama diretamente de mãe, porque acho que tem vergonha, mas
quando ele fala de você para alguém, ele não fala sobre a Isa, ele fala sobre a mãe.
Sempre que ele vai passar uns dias connosco no Brasil, o que quer que ele esteja
fazendo, quando dá nove horas da noite, ele para e vai para o telefone falar com você.
Ele ama você Isa, ama você como mãe dele e não como irmã, pode ter certeza
disso, é você a mãe dele e ele sabe disso.
Ele pode até chamar Charlie de pai, mas desde os seis anos, ele passou a me
chamar de Renée e até hoje me chama assim. - Eu não disse nada, deixei meus olhos
nos meus pés e de lá não os tirei, eu não tinha plena certeza daquilo que ela falou.
Bernardo era fechado demais, era difícil ele se abrir e, às vezes, eu jurava que se eu
deixasse, ele voltaria correndo para o Brasil, para os braços de Renée.
– Eu sinto tanto a sua falta Isa. - Engoli o choro e levantei a cabeça.
– Acha que eu não sinto a sua? Eu sinto falta de casa, do Brasil, das pessoas
de lá, do calor de lá, sinto falta de Búzios, dos nossos almoços em família, das nossas
risadas, da nossa casa, do meu quarto... - E lá estava eu, deixando as lágrimas
escaparem. - Droga!!! - Esbravejei tentando secar as lágrimas.
– Eu sei que não mereço, mas me dê uma chance Isa, pelo menos tente, se não
der certo tudo bem, eu vou entender, mas por favor tente.
Acho que não existe castigo maior do que eu recebi nesses últimos anos, não
existe dor maior do que ser excluída e odiada por você, minha única filha.
Você não imagina como eu me sinto, toda vez que ouço você conversar e rir
com Charlie por telefone e não me mandar nem um oi, ou quando liga, eu atendo e
você desliga.
Eu sei da sua vida pelas revistas e sites, quando eu quero matar a saudade de
você, saber como está, eu tenho que recorrer a essas coisas. Eu sinto tanta falta de
ouvir sua risada, de sentir os seus abraços, de alisar os seus cabelos até você dormir.
Só uma chance Isa, por favor? - Minhas lágrimas nublavam minha visão.
Eu queria muito levantar e ir até ela, mas por algum motivo eu continuei
sentada sem me mover. Acho que ela entendeu aquilo como uma resposta negativa e
se pôs de pé, com certeza para ir embora e eu conclui que não queria que ela fosse.
– Espera mãe!!! - Pedi ao mesmo instante que me levantei e fui até ela.
Acho que por instinto ela me puxou e me abraçou, quando eu me dei conta, eu
chorava copiosamente abraçada a ela.
– Eu não odeio você, eu só estou magoada. - Murmurei.
– Me deixe tentar concertar isso, eu prometo nunca mais magoar você de
novo. - Ela também murmurava.
– Ok, ok... - Concordei, sem largar dela, e nós duas fungávamos juntas.
A porta foi aberta e Charlie entrou por ela, ele não disse nada, só sorriu e
transformou aquele abraço em um abraço triplo. Não sei por quanto tempo ficamos
braçados daquele jeito, só abraçados, sem dizermos nada, mas as mãos de Robert
puxando minha camiseta, me fizeram voltar a terra, me desfazer do abraço e encará-
lo.
– Você está chorando? - Ele me analisava preocupado.
– Só um pouquinho. - Respondi com a voz embargada. Ele olhou para Renée
e depois para mim, para em seguida levantar os braços para que eu o pegasse.
– Quer que eu brigue com Bernardo? - Questionou sério, me fazendo sorrir.
– Não, encrenqueirinho, eu não quero que você brigue com ninguém. -
Respondi beijando sua bochecha.
– Sabia que a sua mãe quando tinha a sua idade, também adorava brigar com
os coleguinhas? - Charlie me entregou.
– Ah, por favor pai, não me entregue desse jeito, depois sou eu quem passa
trabalho. - Ele riu, já Robert me olhava surpreso.
– Isso é verdade? Você diz que brigar é feio. - Eu ri.
– Vamos para a sala. - Convidei meus pais e comecei a caminhar com Rob nos
braços.
– E é feio, muito feio, não andou brigando de novo, andou? - Ele balançou a
cabeça negando.
– Não, eu respirei fundo e contei até três, que nem você me ensinou. - Ele nos
fez rir.
Me sentei no sofá maior com ele, que se recusava a me largar.
– E o que aconteceu com as notas em matemática? - Ele ajoelhou-se em
minhas pernas e voltou-se para mim.
– Já falou com meu pai? - Balancei a cabeça afirmando. - E aquele fofoqueiro
já te contou? - Com aquela eu ri alto. - Eu vou melhorar, prometo.
– Acho bom, caso contrário Seth e Kurt vão ficar felizes com todos os seus
games.
Quantas vezes já disse que precisa estudar? - Ele rolou os olhos e limpou as
lágrimas dos meus olhos, para em seguida me beijar.
– Eu estudo. - Se defendeu.
– Com os olhos e a atenção na TV é o mesmo que não estudar. Robert, seu pai
vai ficar uma fera caso fique em recuperação e eu não preciso nem dizer, que vou
ficar algumas vezes pior que ele, preciso? - O garoto suspirou e negou com a cabeça.
– Já prometi que vou melhor. - Concordei com a cabeça.
– Vou ficar de olho. - O avisei.
– Agora você está de férias? - Quando ele se sentia incomodado, mudava de
assunto.
– Sim, um ano inteiro só nosso. - Jully jogou-se ao meu lado e beijou meu
rosto.
– Nosso, está ouvindo bem Robert? Traduzindo, você não vai monopolizar
ela. - Robert mostrou a língua para Jully.
– Acho que esse negócio de atenção deveria ser por idade. - Bernardo caiu do
meu outro lado. - O mais velho merece mais atenção, depois vem a do meio e o
pentelho você pode excluir. - A sugestão de Bernardo fez todos rirem.
– Não! Você tem que excluir os dois, eles são muito chatos. Monopolizam o
controle da TV, ficam assistindo aquela coisa chata do CSI, me mandam calar a boca,
me imitam e me chamam de adotado. - Ele os dedou e arrancou risada de todos.
– Você é a cara do seu pai, então não deve se preocupar com a parte do
adotando. - Charlie ria.
– Não acredito que os dois crianções fazem isso... - Tentei parecer séria.
– Cara, seu filho quando quer, consegue ser muito chato. Ele me expulsa do
sofá para ele deitar, me ordena que eu vá fazer o achocolatado dele e se eu peço para
esperar, ele me taca as almofadas. - Jully começou.
– Sem falar que ele fica assistindo filmes de terror e a noite vai de mala e cuia
pro meu quarto dormir lá e ele é tão, tão folgado, que acaba ficando com a MINHA
cama, só para ele, e eu preciso me virar com o sofá. - Bernardo continuou.
Encarei Robert, que desviou o olhar e murmurou um: fofoqueiros.
– Ok, nós vamos embora. - Renée se pôs de pé, rindo de tanta fofoca. -
Vejo que vocês tem muitos assuntos para colocarem em dia. Voltamos na semana que
vem, vamos passar o mês por aqui. - Antes de eu abrir a boca e dizer para eles
ficarem mais, Charlie se manifestou.
– Vai ter um tempinho para nós, certo celebridade? - Ele debochou me
fazendo rolar os olhos.
– Muito engraçado, você. - Coloquei Robert nas pernas de Jully e levantei. -
Voltem amanhã, vai ter um almoço aqui para toda a família, nada mais justo do que a
minha parte estar representada também. - Charlie sorriu, já Renée pareceu hesitar.
– Tem certeza? - Me questionou.
– Claro que tenho. Isso não é um convite, é uma intimação, vou esperar pelos
dois. - Fui tirada do chão, pelos braços de Charlie que me esmagavam.
– Pode esperar, mãe. Estaremos aqui. - Ele me fez rir, me beijou e me
devolveu ao chão.
– Vou esperar, vô. - Minha resposta o fez sorrir.
– Sabe que eu estava pensando... Acho que está na hora de me dar outro neto.
- Mais um.
– Pois é... a pressão anda grande, quando o assunto é esse. Acho que estamos
tentando... - Murmurei a uútima frase. Quer dizer, não que Edward soubesse daquilo,
mas a primeira tentativa tinha acontecido a uma hora atrás.
– Sério? - Charlie abriu um largo sorriso e eu cocei a cabeça.
– Er... Acho que sim... - Não que eu tivesse cem porcento de certeza, mas
enfim. Charlie sorriu e não disse mais nada.
– Continuem tentando... - Renée sorriu e se aproximou, me abraçando
timidamente.
– Vamos continuar... - A parte das tentativas era a que mais me agradava em
toda a história.
– Tchau querida e obrigada. - Murmurou ao me apertar.
– Tchau mãe, vou esperar por você amanhã. - Ela me largou, assentiu e me
beijou. - Levo vocês até a porta. - Como Charlie era apressado, ele já estava quase lá.
– MÃE?? - Robert me fez olhar para trás.
– Faz uma panela de brigadeiro? - Ele me fez rir.
– Uma não, duas. Branco e preto. - Jully pediu.
– Faço. Jú, separa as coisas lá na cozinha, eu já volto. - Em um pulo ela se pôs
de pé, prestou continência e foi.
– Vou encher os colchões de ar. - Bernardo levantou-se indo atrás daquilo.
– E eu vou buscar os travesseiros e cobertas. - É, nós iriamos com certeza
acampar na sala.
– Aproveita e liga pro seu pai, pede para ele trazer...
– Burguer king... - Ele não me deixou terminar a frase.
– Garoto esperto. - Apontei para ele que sorriu e levantou do sofá.
– Puxei a minha mãe. - Disse enquanto corria, me deixando rindo.
– Olha o sorriso idiota dela. - Charlie que já estava do lado de fora da porta,
me provocou, me fazendo rir.
– Tirou o dia para pegar no meu pé? - Questionei indo até eles.
– Tenho que aproveitar as poucas chances. - Ele apertou minhas bochechas,
me fazendo rir.
– Você não acha que está rica demais para continuar morando aqui? Não que o
lugar seja feio, pelo contrário, é o condomínio mais surreal que eu conheço, mas se
tiverem mesmo outro filho, vai ficar pequeno. - Ele comentou.
– Estamos para mudar faz algum tempo, mas eu não sei... - Passei os dedos
pelos cabelos. - Eu gosto desse lugar, o que me faz adiar as visitas a imobiliárias.
Edward viu alguns apartamentos maiores, mas eu não quero apartamento, sinto
saudades de uma casa e só saio daqui se for para ir para uma. - Eles sorriram.
– Você viu a bomba de ar? - Bernardo parou ao meu lado, com cara de
interrogação.
– Hã... Não? - Respondi pensando sobre o assunto.
– Droga!!! Sumiu. - Se lamentou.
– Ah, você sopra. Afinal você tem que ter fôlego, para o beisebol, é um bom
treino. - Impliquei o fazendo rolar os olhos.
– Ahan... Depois você chama Carlisle e diz para ele que eu estou precisando
de dois pulmões novos. - Respondeu me fazendo rir.
– Vocês dois abandonaram definitivamente o português. - Charlie murmurou
de olho em nós.
– Não mesmo. - Respondemos juntos e em português, os fazendo rir.
– Mas você não sabe mais escrever em português, admite, nesses dias você
estava procurando uma palavra no google. - O garoto me dedou na cara dura.
– Ah tá, valeu... Como se você soubesse escrever uma palavra em português,
né? E esse seu sotaque, você está quase falando igual a Jully. Tá quase dobrando a
língua para falar Brasil. - Ele passou os dedos pelos cabelos, envergonhado.
– Perdeu playboy. - Renée pegou no pé dele.
– Sua sem graça. - Murmurou me fazendo rir.
– Eu sem graça? Sou a pessoa com mais graça da Califórnia e eu aprendi
umas piadas ótimas. - Ele rolou os olhos e voltou a passar os dedos pelos cabelos.
– Desiste dessa vida, sério, você não sabe contar, nem Robert ri. Se fossemos
depender disso, estaríamos morando em San Francisco, debaixo da Golden Gate. -
Me provocou, tentando não rir.
– Edward ri. - Me defendi.
– Edward é café com leite. - Rebateu. – Quer ver como é? JULLY, AS
PAIDAS DA ISA TEM GRAÇA? - Ele gritou com a garota.
– NEM UM POUCO. - Ela respondeu da cozinha e arrancou risadas.
– Eu avisei. - Suspirei vencida.
– Ok, senhor sabichão. Vai lá e pergunta para sua irmã, se ela sabe parte da
bomba, se ela não souber, procure nas tralhas de Rob, Edward as vezes usa para
encher os pneus da bicicleta, quem sabe deixou por lá.
– Ela não é minha irmã. - Respondeu o que sempre respondia. - E você é um
gênio, acho que já sei onde tá. - Ele nos deu as costas, mas voltou.
– Até amanhã? - Questionou com Charlie e Renée.
– Até amanhã. - Os dois responderam juntos e ele foi, nos deixando rindo.
– Eles ainda estão com essa história de: “não somos irmãos”? - Charlie
questionou.
– Ainda. - Soltei com o ar.
– E porque isso? - Renée questionou sem entender.
–No começo, eu achava que era para implicarem um com o outro, mas
agora... eu não sei... às vezes, os dois... - Balancei a cabeça, pensando sobre. -
Provavelmente eles vão me deixar de cabelos brancos, cedo, cedo. - Charlie arqueou
as sobrancelhas, parecendo entender.
– Sério? Mas você ouviu ou viu alguma coisa? - Neguei com a cabeça.
– Não, isso não. Graças a Deus, eles são tímidos para sequer pensar sobre isso
perto um do outro. Eu não tenho nem certeza, mas os suspiros dela, os olhares
bobinhos dele e o jeito que eles fecham a cara, quando Emmett pergunta se eles já
arrumaram alguém no colégio, me fazem ter essa desconfiança. - Renée entendeu a
conversa e abriu a boca em um ó.
– Edward sabe disso? - Neguei rapidamente.
– Edward surta, se só desconfiar que um gosta do outro. Antes de preocupá-lo,
eu preciso tirar a história a limpo.
– Eles são só crianças, Isa. Não se preocupe. - Rolei os olhos, pela calma de
Charlie.
– Infelizmente, eles não são mais só crianças, estão entrando naquela fase
perigosa que começam a sonhar acordados e o seguro morreu de velho, melhor
prevenir do que remediar.
Eu, com certeza, vou saber o que se passa na cabeça desses dois. - Renée
também riu.
– E vai descobrir como? - Simples.
– Perguntando e vendo a reação deles.
– Reação de quem? - A garota apareceu ali.
– De Bernardo... - Respondi a encarando. - Renée estava me contando que
uma menina que foi amiguinha dele, enquanto ele morava lá no Brasil, ligou
perguntando o telefone de Bê, ela vem para cá e queria revê-lo. - A garota fechou a
cara e cruzou os braços.
– Amiguinha? - Questionou com uma voz nada agradável.
– Na verdade, ela já está bem grandinha, podemos dizer que se transformou
em uma... amigona. - Charlie me ajudou e Renée o cutucou disfarçadamente.
– E qual o nome dela? - Tive que aguentar para não rir.
– Fernanda, mas ela disse: pode me chamar de Nanda. - É, Charlie também
tinha vocação para artes cênicas. Jully bufou e nos deu as costas, sem dizer mais
nada.
– É... Você tem razão. - Renée murmurou.
– Bom, nós vamos indo. Boa sorte, Isa! - Charlie ria descaradamente de mim.
- Estou tão feliz, por estar sendo vingado. - Continuou, me fazendo rolar os olhos. -
Pense pelo lado positivo, vocês vão ser avós únicos. - Continuou.
– Obrigada pai, vou lembrar disso na minha insônia. - Ele ainda ria.
– Eles são só crianças. - Repetiu. - Uma chamada de atenção, aposto que já
vai resolver. - Charlie me beijou e rebocou Renée até o elevador.
– Até amanhã. - Foi a última coisa que disse, antes deles entrarem.
Respirei fundo, fechei a porta e fui até a cozinha, que estava vazia. Depois de
fazer os brigadeiros e dividi-los em quatro potinhos, eu fui para sala, onde os três já
estavam, deitados no colchão de ar. Robert prestava atenção na TV, enquanto os
outros dois estavam de cara fechada, olhando o teto.
– Um espaço para mim? - Pedi.
Robert afastou-se da irmã e bateu com a mão lá. Depois de entregar o potinho
de cada um, eu me joguei no meio deles.
– Mãe? - Rob me chamou. - Quem é Nanda? - Eu quase ri.
– Se for a mesma que estou pensando, é alguém que estudou com Bernardo
quando ele morava no Brasil, porquê?
– Porque essa irritante, insiste em saber quem é essa garota que eu nem me
lembro. - Bernardo respondeu irritado.
– Mas ela lembra de você. - Rebateu.
– Oh, me desculpe se ela lembra de mim. - Debochou. - Pena que eu só tinha
cinco anos e eu já não lembro de muitas coisas daquele tempo. - Continuou.
– Ah tá, vai me dizer que não lembra de ninguém que conheceu com cinco
anos. - Robert e eu nos limitávamos a assistir.
– Lembro de você. Você estava aqui e Isa foi falar com seu pai na webcan e
me levou junto e eu conheci você, sua irritante. - Respondeu esbravejando e houve
silêncio.
– Esses dois são muito estranhos. - Rob murmurou sem tirar os olhos dele.
Já meu queixo talvez estivesse caído, por toda a cena que eu tinha acabado de
assistir.
– Bernardo, eu já vi esse filme filho. - Ele me olhou sem entender e eu apontei
para a TV.
– Vai lá no meu quarto, abre a minha caixa de DVDs e procure pelo resgate do
soldado Ryan, faz tempo que eu não vejo esse. - Como eu não tinha aquele filme, ele
ficaria um tempo procurando.
– Você vai com ele Rob, assim vocês acham mais rápido. - Os dois levantarem
sem reclamar e foram, me deixando sozinha com a garota, que continuava muda.
– O que você tem contra o seu irmão ter amigos no Brasil? - Fingi
desinteresse.
– Ele não é meu irmão! - Aquilo ela respondeu entre dentes. - E eu não tenho
nada contra, por mim esse idiota pode voltar para lá. - Esbravejou e eu ri, antes de me
voltar para ela.
– E há quanto tempo gosta dele? - Questionei e ela me encarou, com as
bochechas vermelhas.
– O quê??? - Questionou e, de novo, eu sorri.
– Eu não sou cega Jully, nem boba, você pode tentar me enrolar ou podemos
ir direto ao ponto. - Ela desviou os olhos dos meus e eu fiz prestar atenção na TV.
Até sessenta, contei até sessenta, depois ela pôs a cabeça em minhas pernas e
me encarou.
– Não é porque eu quero, juro que não é. - Murmurou, parecendo se
desculpar. Sorri e levei minhas mãos até seus cabelos. – Eu não sei desde quando,
mas eu acho que é desde sempre... - Suspirei ouvindo a confirmação.
– Vocês ainda são crianças, me diz o que eu vou fazer com vocês? Edward vai
surtar. - Ela arregalou os olhos ao ouvir o nome do pai e balançou a cabeça
negativamente.
– Por favor mãe, por favor mesmo, não conta para ele. Ele não vai mais me
deixar ter paz, você não precisa fazer nada, porque não existe nada, Bernardo nem
sonha com isso.
Escuta, esse é um amor platônico, idiota e como você mesmo disse, de
criança. Ele jamais vai saber sobre isso, era para ninguém saber sobre isso, mas
você... você parece que ler os meus pensamentos.
Então, por favor, não conte para o meu pai, nem para ninguém, porque se isso
acontecer, Bernardo vai acabar descobrindo, vai me achar louca e vai se afastar de
mim. Mãe, nós somos amigos desde sempre e eu jamais colocaria isso em jogo por
causa de uma paixonite bobinha. - Ela falou aquilo tudo sem ao menos respirar.
Depois de suspirar, eu sorri.
– Vou ficar de olho. - Murmurei a fazendo sorrir também.
– Pode ficar. - Me respondeu. - E, pelo amor de Deus, não toque nesse assunto
com ele. - Respirei mais aliviada ao perceber que a garota, não fazia ideia que aquele
era um sentimento mútuo e que o que ele tinha dito para ela, sobre lembrar do dia em
que conheceu ela, foi praticamente uma declaração.
Decidi não falar aquilo para ela, não naquele momento, quem sabe se aquela
paixonite durasse por mais alguns anos... mas naquele momento, o melhor que eu
podia fazer era ficar quieta e amenizar as coisas, só assim eu conseguiria dormir à
noite.
– Promete que não vai falar? - Sorri e afirmei com a cabeça.
– Prometo. Esse vai ser o nosso segredo, mas como eu já disse, vou ficar de
olho. - Ela concordou com a cabeça.
– Obrigada. - Murmurou ao baixar os olhos. - Isso passa, né? - Questionou
soltando o ar.
– Passa... - Respondi alisando seus cabelos. - Às vezes demora, mas passa...
– O que se passa? - Robert e Bernardo estavam de volta.
– Coisas de garotas. - Respondi sorrindo.
– Jully foi apresentada a TPM? - Bernardo provocou e ela levantou o dedo do
meio em resposta. - Não achei o DVD que você queria.
– Mas nós achamos esse. - Robert mostrou o filme dos Simpsons
completamente empolgado.
– Ok, coloque lá então, estou com saudades do Homer.
– Sai daí Jully, esse é o meu lugar. - Robert impôs enquanto colocava o DVD.
– Não está escrito seu nome nas pernas dela. - A garota respondeu sem se
mover.
– Tira ela daí, Bernardo. - Recorreu ao irmão, que jogou-se ao lado dela e
puxou seus braços, a rebocando dali. Robert aproveitou e praticamente mergulho em
cima de mim.
– Obrigada, idiota. - Ela esbravejou com Bernardo.
– Disponha. - Respondeu com um sorriso. - Chega de chatice. - Ele cutucou as
costelas dela, que pulou.
– Não faça. - Pediu rindo.
– Então, volte ao normal. - De novo, ele cutucou e ela riu.
– Então para. - Pediu de novo.
– Já voltou ao normal? - Questionou ameaçando cutucá-la de novo.
– Já, idiota. - A resposta dela, o fez cutucá-la de novo.
– Para Bê, você sabe que eu não gosto disso. Presta atenção no filme. - Ao ver
que ela tinha voltado ao normal, ele sorriu.
– No final, eles explodem a bolha. - Contou antes de meter os dedos dentro do
brigadeiro dela. - Hum, isso tá muito bom...
– Seu folgado!!! - Ela protestou.
– Deixa eu ver... - Robert também pôs os dedos lá.
– Mãe, olha eles, mande eles pararem!!! - Pediu tentando não rir.
– Mãe, olha eles... - Robert a imitou.
– Mande eles pararem. - Bernardo continuou e os dedos dos dois, voltaram a
atacar o pote dela.
Sorri largo, vendo o quanto era maravilhoso, estar em casa...
~~*~~

– Hey... Acorda, dorminhoca. - A voz baixa de Edward sussurrou e lentamente


abri os olhos. Ele estava ajoelhado ao meu lado e alisava meus cabelos para trás,
enquanto sorria. Eu estava meio perdida sem saber que horas eram, mas com certeza
era tarde, muito tarde.
Robert soltou um longo suspiro, o que me fez resolver levá-lo para cama, para
depois questionar com Edward, por onde ele andou.
– Deixa que eu levo. - Voltou a murmurar, parecendo ler meus pensamentos.
Alisei os cabelos do garoto, o fazendo suspirar de novo, o que me fez sorrir e
beijá-lo. Edward por algum motivo riu.
– Babona. - Falou baixinho ao tirar o garoto de cima de mim, levantar e
caminhar com ele para o quarto. Bocejei e me espreguicei, depois tentei alcançar meu
celular, em cima do sofá.
Ao ver que passavam das 3:30 da madrugada, eu tive certeza absoluta que
Edward com toda a certeza do mundo, não trabalhou até aquelas horas, o que fez meu
coração bater forte, imaginando onde ele esteve.
– Os outros dois não ficaram com ciúmes, desse seu chamego todo com
Robert? - Quando me dei conta ele já estava ao meu lado.
– Não sei, eles estavam aqui também, devem ter ido para os quartos, afinal já
passa das três da madrugada. - Enfatizei as horas e a madrugada.
– Que bom que estão todos nos seus devidos quartos. - Ele deitou-se lá e
tentou me puxar para um abraço, mas eu me livrei e levantei dali.
– Onde você estava, Edward? Não me diga que trabalhando, porque ninguém
trabalha até as 3:30 da madrugada. - Ele me encarou algum tempo, parecendo decidir,
ou pensar no que dizer.
– Desde quando cachorros tem hora para ficar doentes? - Questionou por fim,
me fazendo sorrir sarcástica.
– Deve ter uma virose das fortes então, porque todos os cães resolveram ficar
doentes hoje. - Comentei também sarcástica. - Não me faça de idiota!!! - Respirei
fundo para não aumentar o tom de voz.
– Eu estava trabalhando. - Disse olhando nos meus olhos.
– Não, você não estava. - Respondi, sustentando seu olhar. - Eu liguei para a
clínica incontáveis vezes e caiu sempre na secretária, o mesmo aconteceu com seu
celular.
– Fiquei sem bateria e estava na minha sala, lá não consigo ouvir o telefone
tocando na central. - Até Robert conseguia desculpas mais convincentes.
Vendo que ele continuaria mentindo, resolvi ignorá-lo, antes que eu
explodisse, começasse um escândalo e acordasse as crianças. Balancei a cabeça
negativamente, o olhando com olhos reprovadores e lhe dei as costas, indo para o
quarto.
– Aonde vai? - Ele alterou o tom de voz.
– Dormir. - Respondi no mesmo tom e o ouvi vindo atrás de mim, o que me
fez entrar no quarto rapidamente e fechar a porta, o prendendo do lado de fora.
– Bella... - Ele batia na porta. - Abre essa porta, vamos conversar, não seja
infantil. - Esbravejava sem parar de bater.
Abri um pedaço da porta e esbarrei o travesseiro em seu peito.
– Boa noite amor, tenha uma boa estadia no sofá. - Lhe desejei
sarcasticamente, antes de tenta fechar a porta, o problema foi que o pé dele tentou
impedir e eu acabei o machucando. Bom, pelo menos, ele grunhiu como se isso
tivesse acontecido e aquilo me deixou momentaneamente feliz.
– Por Deus, qual o seu problema? Está de TPM, é isso? - Questionou com
semblantes de dor. Em outras circunstâncias eu me desculparia, mas naquela eu achei
que foi muito bem feito.
– Tem gente querendo dormir nessa casa. - Ao olhar a porta ao lado, encontrei
Jully com os olhos quase fechados e os cabelos na frente do rosto.
– Entra. - Edward e eu ordenamos juntos.
– Então briguem em voz baixa, ou vão acordar os outros dois. Dormir no sofá
não é o fim do mundo e chegar em casa de madrugada também não. - Comentou em
um bocejo. – Boa noite e silêncio! - Edward aproveitou que eu me distrai com a
garota e entrou no quarto, me tirando da frente da porta e a trancado.
– Tudo bem, eu durmo no sofá. - Peguei meu travesseiro e fui em direção à
porta, mas suas mãos me impediram de sair.
– Para de ser absurda. Acha que eu estava aonde? Me divertindo com outra
por aí? - Questionou em tom sarcástico, me fazendo o encarar furiosa.
– Exatamente isso que eu acho. - De novo, eu subi o tom de voz. - Não me
venha com desculpas de acabou a bateria e eu estava na clínica.
Você nunca, nunca ficou lá até depois das 22:00 e hoje, todos os cães da
Califórnia resolveram ficar doentes e te ocuparam até agora. E outra coisa, desde
quando você opera na sua sala e não na sala de operação? Porque não fazem nem
cinco minutos que você disse que estava na sua sala, por isso não ouviu o telefone na
recepção.
Não seja ridículo e admita de uma vez onde estava, porque eu vou saber, mais
cedo ou mais... - Ele não me deixou acabar a frase, sua boca calou a minha. eu tentei
socá-lo, me largar de lá, mas ele era mais forte e não me deixava fazer aquilo, então
tudo que eu fiz foi não colaborar e permanecer imóvel.
– Se eu estava com outra, como a sua cabeça paranoica está imaginando,
então com certeza nós fomos fotografados juntos, logo, com certeza amanhã você vai
estar sabendo... - Murmurou contra a minha boca. - Porque é impossível tomar um
sorvete sem ser fotografado, imagina então ter um caso extra conjugal...
Então, se amanhã você ler alguma coisa que seja, que faça você desconfiar de
mim, você me xinga, me bate, me põe para dormir na casinha da Oprah, eu não me
importo, vou te dar toda razão... Mas, enquanto você não tiver prova nenhuma, sugiro
que relaxe, baixe a guarda e me deixe matar a saudade de você. - Murmurou aquilo
tudo sem parar de me beijar e, talvez, eu já não estivesse mais tão irritada, afinal ele
não tinha nenhum perfume vagabundo grudado no corpo.
– Onde você estava? - Minha voz saiu mole e eu levantei os braços para que
ele tirasse minha camisola.
– Trabalhei até as 22:00, depois Jasper me ligou... Ele e Alice brigaram, ele
quis afogar as magoas. Acabamos indo para um restaurante que fica naquele
residencial novo... - Ele fez uma pausa, para que eu tirasse sua camiseta.
– Continue... - Ronronei, beijando seu peito nu.
– O lugar lá é incrível, vou levar você para jantar lá, na noite do seu
aniversário... Jasper chamou Emmett também e nós acabamos perdendo a hora lá. -
Ele me tirou do chão e me levou até a cama, me deitando lá, antes de juntar-se a mim,
ele livrou-se do resto de suas roupas, depois ele veio para cima de mim.
– Não quis contar porque você acabou de chegar de viagem e em vez de eu
estar aqui, estava por aí, jogando conversa fora com os dois. Achei que isso fosse
deixar você magoada. - Suspirei e passei meus braços em volta do seu pescoço.
– Não está mentindo? - Questionei sem tirar os olhos dos dele.
– Por que acha que eu mentiria para você? - Murmurou a pergunta.
– É que sempre que chego de viagem, você cancela o expediente e gruda mais
em mim do que Robert e hoje... sei lá, deixa para lá... - Ele sorriu e beijou meu nariz.
– Estou dando essa colher de chá para as crianças, porque eu vou sequestrar
você no dia treze, nós vamos ficar fora umas duas semanas, só eu e você. Considere
isso um presente de aniversário. - Arqueei as sobrancelhas, surpresa.
– E nós vamos para onde? - Quis saber.
– Isso é surpresa, curiosa. - Edward não estava a fim de papo, os beijos e as
mãos dele, diziam aquilo.
– Já falou isso para o seu filho ciumento? - Ele parou de me beijar e me
encarou.
– Acredita que ele me disse que você só vai, se ele deixar? - Acabei rindo, já
Edward estava incrédulo.
– Possessivo como alguém que eu conheço. - O provoquei.
– Acho que ele ainda não entendeu que o seu dono, sou eu. Preciso explicar
mais detalhadamente, mas isso deixamos para mais tarde, agora chega de jogo duro,
me dá um beijo vai, daqueles que só você sabe como. Eu senti tanto a sua falta, falta
do seu cheiro, da sua pele, de você... - Ah é, eu tinha me derretido, já nem lembrava o
motivo de ter estado brava com ele. Eu era praticamente uma massa de modelar nas
habilidosas mãos de Edward.
– Eu amo você, sabia? Mesmo, às vezes, você sendo mentiroso. - Ele sorriu
largo e me beijou, pondo fim à conversa. - Não esqueça que eu tenho um almoço para
fazer amanhã... - O avisei sem deixá-lo se afastar.
– Uhum... - Foi a última coisa coerente que saiu da boca dele...
~~*~~

– Mãe, mãe preguiça, acorda, abre os olhos... - Sorri ao ouvir a voz baixa de
Robert e sentir suas mãos nos meus cabelos.
– Como entrou aqui? - Minha voz quase não saiu.
Pelo que eu lembrava, Edward trancou a porta no meio da madrugada.
– Meu pai me mandou, ele disse: vai lá acordar sua mãe e diz que as visitas
estão chegando. – Rapidamente, eu abri os olhos e dei um pulo da cama.
– Nossa Rob, porque não veio me acordar antes? - Fui até o guarda-roupas e
peguei uma toalha.
– Bem que eu quis, mas ele não deixou. Disse que era para te deixar
dormindo, para você recuperar nosso fuso horário. - Uhum, um fuso horário chamado
Edward, que só me deixou fechar os olhos quando o dia estava nascendo.
– Okay, eu vou para o banho. Peça para ele, tirar o mignon do congelador e
por no micro-ondas para descongelar e por...
– Mãe... - O garoto ria. - Calma, respira, relaxa... A comida está quase pronta,
meu pai quase acordou primeiro que eu e está cozinhando. - Eu me calei e meu
queixo quase caiu.
– Edward cozinhando? - Tá que ele tinha aprendido, mas eu não sabia se ele
sabia fazer comida em grande quantidade.
– Ahan, e o Bernardo tá dando uma força. - Bernardo também tinha dotes
culinários, ele e Edward se viram bem por lá.
– Ok, vou rezar para isso dar certo, caso contrário vamos passar vergonha na
frente das visitas. Agora me deixa correr para o banho. Quem já está ai? - Ele ria
aparentemente de algo que eu não tinha pego.
– Tá rindo de que, garoto? - Acabei rindo também, por vê-lo sorrir.
– Da camiseta do meu pai, que você pôs do avesso. - Ao olhar minha figura
no espelho, percebi que estava mesmo do avesso, além de perceber que eu estava
com a maior cara de acabada.
– Rum... estava escuro quando eu pus. - Eu nem lembrava de tê-la posto,
aquela era a verdade.
– Os avós de Jully chegaram e meus avós também. - Menos mal, era bom ter
alguém para fazer sala para os Thompsons.
– Certo, então você vai lá, senta bonitinho e faz uma sala para eles, daqui dez
minutos eu apareço. - O beijei, tirei do chão, abracei, beijei de novo e o coloquei em
cima da cama, o fazendo rir.
– Tá, já vou lá, te amo gata. - Sorri e voltei a beijá-lo.
– Também te amo, meu gato...
Quando cheguei na sala, encontrei com Robert, sentado nas pernas de Esme,
enquanto Jully fazia o mesmo nas pernas de Tyler, aparentemente eles conversavam
sobre as aulas ou algo que Robert achava muito chato.
– Olha, ela ressurgiu das cinzas. - Carlisle foi o primeiro a me ver. Sorri e fui
até ele o abraçando.
– Meu despertador resolveu não me acordar, hoje. - Expliquei de olho em
Robert que sorriu.
– Seu despertador bem que tentou, mas seu marido não deixou ele nem chegar
perto. - Jully dedou.
– Viu, eu disse. - Rob se defendeu.
Depois de beijar Carlisle, Esme e Jully, fui até os Thompsons e os
cumprimentei rapidamente. Angelina e eu ainda não eramos tão próximas para
abraços, então um aperto de mão estava de bom tamanho.
– Me dão uma licença rápida, eu vou lá ver se a minha cozinha continua
inteira e já volto. - Pedi a eles, que riram.
– Nem tente, você vai ser expulsa, aqueles chatos não me deixaram nem lavar
a louça. - Jully avisou. Sorri e fui até lá.
Era incrível como dois homens podiam ser bem organizados quando queriam,
a cozinha estava intacta e limpa, nem parecia que um almoço estava sendo preparado
lá e por dois homens. Os dois estavam tão distraídos falando sobre futebol que nem
me perceberam.
– Tem certeza que está saindo almoço? - Minha pergunta os fez me
perceberem.
– Bom dia, Isa. - Bernardo sorriu e se aproximou, me abraçando.
– Bom dia, filho. - Beijei seu rosto e tentei bagunçar seus cabelos.
– Não tá sentindo o cheiro, não? - Edward questionou e eu fui até ele.
– Estou, um cheiro muito, muito bom, que me faz ter vontade de lambiscar. -
Murmurei ao lhe beijar. - Por Deus, você quase me matou. - Continuei murmurando,
para que só ele ouvisse.
– Ainda acha que eu estive com outra? - Provocou com voz de deboche.
– Vocês querem que eu me retire? -Bernardo questionou, me fazendo rir.
– A responta é não, para a sua pergunta Edward e para a sua Bê. - Respondi ao
me afastar de Edward e ir até a cafeteira.
– Então, o que eu faço? - Questionei ao encher minha caneca de café.
– Nada, vá para sala e fique lá, fazendo sala, nós cuidamos da cozinha. -
Edward respondeu.
– E isso é uma ordem. - Bernardo continuou e eu levantei as mãos rendida,
nem tentaria discutir.
– Ok, mas não se irritem. Sintam-se a vontade nessa cozinha que um dia já foi
minha. - Eles riram e eu peguei o jarro da cafeteira.
– Vou levar isso comigo. - Edward me olhou de cara feia ao ver aquilo, mas
eu o ignorei, o beijei, beijei Bernardo e voltei para a sala.
Sentei na minha confortável e fofa poltrona, que eu tanto estava com saudades
e pus o jarro da cafeteira em cima da mesa de centro.
– Fui expulsa. - Expliquei e eles riram.
– Eu avisei. - Jully lembrou, me fazendo sorrir.
– Só vai tomar isso de café? - Carlisle questionou, apontando a jarra.
– Vício totalmente incontrolável. - Expliquei.
– Principalmente quando não se dorme a noite... - Jully sorriu sarcástica, sem
tirar os olhos de mim.
– Você não dormiu à noite? - Robert parecia confuso, desceu das pernas de
Esme e veio ao meu encontro, sentando-se nas minhas.
– Claro que dormi. Não ligue para Jully, você sabe que eu gosto de café. - Ele
sorriu, aparentemente convencido.
– Você gosta muuuuuuuito de café. Meu pai disse que economizamos mais de
cem dólares de café, nesses meses que você esteve fora. - Com aquela, eu ri.
– É só o que me faltava, vocês começarem a pegar no meu pé por isso. -
Reclamei.
– Pelo menos ela largou o cigarro. - Tyler entrou na conversa e eu levantei o
polegar por ele ter me defendido.
– É verdade que você fumava? - Robert me questionou.
– É verdade. - Afirmei.
– Mas daí ela ficou grávida de você e parou. - Esme continuou e eu assenti
afirmando.
– E por que você fumava? - Questionou curioso.
– Digamos que para conter a ansiedade e o nervosismo... - Ele franziu o cenho
sem entender.
– E por que você ficava nervosa e ansiosa. - Dei um gole no meu café,
pensando em como responder.
– Rob, você já superou a fase dos porquês, filho. Eu não tenho uma resposta
para isso agora, te respondo daqui alguns anos, pode ser? - Ele suspirou e rolou os
olhos.
– Eu vou lembrar de perguntar. - Ele me fez sorrir.
– Com certeza, eu vou lembrar de responder. - Ele sorriu e beijou meu rosto.
– Não fica mais nervosa nem ansiosa agora? - Veio mais uma pergunta.
– Fico... Não tanto quanto antes, mas ainda fico... Acho que vou ficar pelo
resto da vida, mas o café me ajuda a controlar. - Ele riu.
– Então quando você estiver de TPM, é só te dar bastante café. - Deduziu,
arrancando risada de todos.
– Café com alguns potes de sorvete, acho que podem resolver... - Continuei. -
E claro, se vocês três colaborarem com muita paz e harmonia, tentarem não brigar,
também ajudaria e muito. - Ele riu e me abraçou.
– Você é a mãe mais legal, linda e gulosa do mundo, sabia? - Robert era outro
que me fazia derreter constantemente.
– Eu amo você, sabia? - Me declarei com um sorriso enorme.
– Muito? - Questionou.
– Muito, muito, sem tamanho. - Respondi ao juntar meus lábios aos dele.
– Eu não sei quem é o mais patético. O pai ou o filho. - Jully resmungou me
fazendo rir.
– Eu também te amo sem fim, ciumenta. Quer um colo também? Tenho uma
perna livre. - Ela sorriu sem graça, mas levantou-se e veio ao meu encontro,
sentando-se lá.
– Viu? Ela também me ama sem fim. - Provocou o irmão que mostrou a
língua.
– Mas eu é muito, muito sem fim. - Rebateu me fazendo revirar os olhos.
– Não comecem. - Pedi pausadamente e eles se calaram.
– Quando surgir o quarto, talvez eles se descabelem. - Carlisle comentou
rindo.
– Provavelmente, eu vou parar no manicômio ou algo assim. - Também sorri
pensando.
– Você tá grávida? - Robert questionou preocupado, me fazendo rir.
– Não ainda, mas as minhas férias de um ano, junto com a dívida que eu tenho
com seu pai, provavelmente vão fazer a família crescer. - Ouve um murmurio de Jully
e Robert que eu não consegui entender.
– Isso é sério? - Esme questionou com um sorriso largo.
– Seríssimo, não consigo mais enrolar Edward. Jully e Bernardo daqui uns
anos vão para a faculdade, Robert já está quase na pré aborrecencia e o cheiro de
bebê de Johnny, me fez sentir saudades de um.
– Essa não? Eu preciso urgente mudar de quarto. - Jully murmurou. - Tem
noção que eu dormi muito mal essa noite? - Questionou comigo me deixando sem
graça.
– Precisamos de uma casa maior, com mais quartos, um espaço para Robert
brincar e Oprah correr. O problema é que não tem apartamento maior aqui e eu gosto
desse lugar. - Os dois rolaram os olhos.
– Larga a mão de ser mão fechada, Isabella. Fala sério, você tem dinheiro para
ter uma casa em cada canto desse lugar. Vamos embora para Los Angeles. - Jully
sugeriu e eu rolei os olhos.
– Nem pensar, Los Angeles é um caos, vamos ficar por aqui mesmo. - Ela
suspirou.
– Vamos embora para Nova York, lá tem neve. - Foi a vez de Robert.
– Credo Rob!!! Lá chove muito, sem falar que eu vou congelar. Não, Nova
York também não.
– Carolina do Norte? - Jully tentou de novo.
– Texas? - Robert voltou a sugerir.
– Carolina do Sul?
– Alabama?
– Alasca?
– Havaii!!! - Os dois disseram juntos e bateram as mãos.
– Nossa, eu não sabia que queriam ir para tão longe de nós. - Esme se fez de
magoada.
– Nem eu. - Angelina ajudou.
– Eu não vou sair da Califórnia e isso não é discutível. Vamos mudar no
máximo, estourando, de bairro.
– E se for no Brasil? - Robert questionou.
– Daí você começou a falar minha língua. - Respondi em português o fazendo
rolar os olhos.
– Não começa mãe. - É, era vergonhoso ele ser filho de uma brasileira e não
entender o mínimo de português. Eu até tentei ensinar, mas ele não quis aprender.
– No Brasil, você derreteria no primeiro dia do verão e morreria de fome,
porque não sabe falar absolutamente, nada. - Jully cortou o barato dele.
– Isso é injusto, porque só eu nunca fui no Brasil? - Reclamou comigo.
– Você não quer nem aprender o português, pensei que o Brasil fosse um dos
lugares do mundo que não interessa você. - Ele rolou os olhos.
– Eu acho legal lá, as fotos que eu vejo, me deixam com vontade de ir, mas
português é muito difícil de aprender, porque cada coisa tem a sua coisa e não é assim
porque tem que ser assado e coisarada que faz meu cérebro dar nó. - A confusão que
eles fez para explicar aquilo, fez todos gargalharem.
– Então deixa eu te dar uma notícia boa, é bem provável que você fique
conhecendo o Brasil nesse final do ano.
– Sério? - Questionou animado.
– Sério, preciso falar com seu pai antes, mas acho que não tem problema. -
Ele pulou das minhas pernas.
– Ah que legal!!!! Eu vou lá falar com ele. Uhuuu!!!! Nós vamos para o
Brasil, isso é demais.
PAIII, BERNARDO!!! - Ele praticamente voou até a cozinha, nos deixando
rindo.
– Ele não sabe nem falar, Brasil, sem sotaque. - Jully implicou.
– Você também não. - Devolvi a provocação.
– Sei melhor que ele. Brasil... - Ela tentou me fazendo rir.
– Brasil, Rio, Janeiro. - Ela riu. - Rio... - Tentou e eu gargalhei.
– Ri, ri, ri, ri... Não dobre a língua, não é inglês. - Ela tentou algumas vezes,
todas as vezes em vão, me fazendo rir mais.
– Ok, eu desisto, sou uma carioca americanizada. - Falou em português, me
fazendo sorrir e beijá-la.
– Você é o meu orgulho, Jully Cullen. - Falei também em português a fazendo
sorrir e me abraçar, foi quando a campainha tocou e Jully se pôs de pé.
– Eu abro. - Assenti e dei outo gole no meu café.
– Gostando das férias? - Tyler questionou.
– Muito. É bom acordar em casa, encontrar os três reunidos, mesmo que
estejam brigando. É muito bom estar em casa. Indescritível, diria eu. - Eu os fiz sorrir
e voltei a encher minha caneca.
– Tá viciada mesmo, em? - Carlisle pegou no meu pé.
– É, o vício é uma coisa terrível. - Comentei ao levantar, vendo minha família
se aproximar.
– Ainda anda bebendo muito café, Isabella? - Charlie questionou ao me
abraçar.
– Muito não, o necessário. - Ele balançou a cabeça negativamente, me beijou
e largou.
– Olá!!! - Renée sorriu sem jeito e eu a puxei para um abraço.
– Oi mãe. - Murmurei ao beijá-la. - Então... - Me voltei para os Thompsons
que pareciam curiosos, por verem uma pessoa nova.
– Essa é Renée, minha mãe. - Expliquei em inglês e vi os olhos surpresos
deles. - Esses são Tyler e Angelina, os avós maternos de Jully. - Os olhos de Renée
também ficaram surpresos e eu quase acabei rindo.
– Isabella Cullen, da próxima vez que você desaparecer por dois meses
inteiros e levar meu marido junto, juro que mando o FBI atrás de vocês. - Rose me
fez rir e me voltar para trás. Nós nos abraçamos apertado e nos balançamos de um
lado para o outro, por um bom tempo.
– Ele já contou para você, sobre nossos 365 dias de férias?
– Já e eu já disse pra ele que se ele inventar serviço antes disso, eu vou ser a
mais nova divorciada da Califórnia. - Eu ri.
– Isso aí, mostra quem manda.
– Ah tá, vocês vão ficar grudadas por muito tempo ainda? Se eu fosse Emmett
e Edward, teria ciúmes de vocês duas. - Alice nos fez rir e separar.
– Como você é a Alice, tem ciúme pelos dois. - A fiz me mostrar a língua. -
Vem cá pequeno pônei, tem abraço para você também. - Ela sorriu e me abraçou,
imitando o abraço de Rose, nós ficamos nos balançando e rindo.
– Tá, eu sei que todo mundo já te encheu o saco, por ter ficado tanto tempo
longe, então faço as palavras deles as minhas. - Ela me beijou e me largou.
– Cara, vocês vão enjoar de mim. - Rose me entregou um litro de tequila, com
uma fitinha laranja de presente.
– Lembra do Cuervo? - Questionou me fazendo rir.
– E como... - Respondi sem tirar os olhos dele.
– E as crianças? - Questionei antes de mais nada.
– Jasper e Emmett deixaram eles na casa dos meus pais. Hoje vamos ter um
dia para relembrar os velhos tempos. - Rosalie respondeu, me fazendo sorrir largo.
– E podem me dizer o que eu faço com Robert, Bernardo e Jully? - Questionei
com elas.
– Papai, Charlie e Angelina. - Alice os chamou e de repente ouve silêncio.
– Quero saber qual de vocês, vai se oferecer para ficar com os filhos de Bella
hoje a tarde. - Alice, sempre tão direta, me envergonhou.
– José Cuervo, o retorno? - Carlisle questionou de olho em mim.
– Pensando em casar de novo, Isa? - Charlie pegou no meu pé.
– Olha, tem muitas pessoas de prova que a culpa dessa vez não é minha, elas
que trouxeram o Cuervo e deixaram os filhos em casa. - Eu os fiz rir.
– Nós ficamos com eles, sem problemas. - Charlie se ofereceu.
– Depois eu passo uma lista de recomendações. - Sorri agradecida e eles
riram.
– Podemos ir junto, para dar um reforço. Que tal cinema? - Carlisle se
ofereceu e sugeriu.
– Boa ideia. - Renée concordou.
– Gente, peguem pelo menos umas três seções e não devolvam as crianças
antes de falar com Bella ou Edward, quando eles bebem eles meio que perdem a
noção das coisas e viram perversos. - Rosalie disse aquilo com toda naturalidade
possível.
– Não brinca? - Alec e Jack apareceram e, para não perder o costume, Alec já
chegou pegando no meu pé.
– Vamos combinar que eles nunca precisaram de muita bebida para se
pegarem por aí. - Ele dedou antes de me dar um abraço rápido.
– Fofoqueiro. - Reclamei com ele, fazendo os outros rirem.
– Hey Jack, quanto tempo homem. - Ele sorriu e me abraçou.
– Pois é, nos dias de hoje é mais fácil falar com o papa, do que com a
celebridade, Isabella Swan. - Acho que não faltava mais ninguém para pegar no meu
pé.
– Deus!!! Isso é uma miragem, não é possível, é você mesmo, Isabella? -
Jasper, faltava ele.
– Em carne e osso. - Eu ri e ele me abraçou me tirando do chão.
– Ahhhh, eu sou seu fã, muito seu fã!!! Ahhhh, eu não acredito, me dá um
autógrafo? Tira uma foto comigo? - Enquanto eu ria daquele idiota debochado, ele
me esmagava.
– Também senti sua falta, Jasper. - Depois de me beijar, ele me pôs no chão.
– Alice e Rose já te entregaram o presente? - Eu ri.
– Já, mas eu acho que vai faltar tequila, para tanta gente empolgada. Lembra
que daquela vez foram seis litros?
– Onde eu deixo isso, magrela? - Emmett apareceu com uma caixa lacrada de
tequila nos braços, me fazendo olhar abismada.
– Gente, o que é isso tudo? Mudaram a fábrica do José Cuervo para cá? Eu
não quero passar meu aniversário de ressaca, nem fugindo da pessoa com quem com
certeza eu vou casar, se beber só metade disso. - Meu comentário os fez dar risada.
– Deixa na cozinha, em cima da geladeira. - Ele assentiu e foi para a cozinha.
Meio que espremidos, todas as pessoas que na sala estavam, conseguiriam um
cantinho para sentarem. Peguei minha caneca de café, enchi e levantei dali com a
jarra.
– Vai ser cerveja para todo mundo ou alguém quer algo diferente? -
Questionei geral.
– Eu aceito um pouco desse seu café. - Alec pediu.
– Você também toma uma jarra de café? - Carlisle questionou com ele.
– Se deixar, Alec toma duas. - Jack respondeu.
– Isso é... interessante. - Carlisle murmurou me fazendo rir.
– Pega. - Estendia a jarra a Alec. - Cuide bem desse líquido precioso, vou
buscar outra caneca e as cervejas. - Ele riu, assentiu, e eu rumei para a cozinha.
Emmett estava lá, implicando com Jully, enquanto Edward e Bernardo riam e
Robert pendurava-se nos braços do tio gigante.
– Nossa casa está super lotada. - Comentei com eles. - Tem certeza que não
precisam de ajuda? - Os dois negaram com a cabeça.
– Já para sala, faça companhia as visitas. - Bernardo me ordenou.
– Vim buscar cerveja e outra caneca. Preciso de uma ajuda. - Olhei para
Robert, Emmett e Jully.
– Eu levo as cervejas. - Emmett abriu a geladeira como se fosse dono da casa.
– Eu ajudo você, tio chato, me entrega umas. - Jully pegou algumas bud's.
– Eu levo a caneca. - Peguei a caneca no armário e entreguei a Robert.
– Não corra, entregue para Alec. - Ele assentiu e foi andando, atrás dos outros
dois.
– Alec, está na lista dos caras que eu mais amo. - Edward murmurou, fazendo
Bernado rir.
– Se Jack ouve, vai ficar com ciúmes. - O provoquei.
– Bella, Alec só é gay, porque você não quis ele. - Rolei os olhos e decidi nem
discutir.
– Ciumento.- Murmurei o abraçando por trás.
– Uhum, bem eu que tive um ataque ontem a noite. - Rebateu.
– Ah ta bom, vou sair qualquer dia desses e chegar em casa as 3:30, sem
atender o celular ou ligar para avisar onde estou. - Ele voltou-se para mim e me
beijou.
– Eu coloco toda a polícia da Califórnia atrás de você. - Murmurou me
fazendo rir.
– Rum... - Bernardo fez coçar a garganta, nos fazendo rir e eu me afastar de
Edward.
– Quer um beijo também primogênito?- Questionei o abraçando e enchendo
de beijos, o deixando com vergonha.
– Melhor você ir para a sala, quando estiver pronto eu chamo. - Murmurou me
fazendo rir mais.
– Ok, continuem cuidando bem da cozinha. - Eu até tentei ir, mas Edward me
puxou.
– E o meu beijo? - Sorri e fiz o que ele queria. - Eles trouxeram tequila... -
Contei para ele que sorriu.
– Vai querer me arrastar para Vegas para renovarmos os votos? - Questionou
me fazendo rir.
– Quem sabe? Acho que hoje é um bom dia para praticarmos... - Meus olhos
diziam para ele o quê e ele sorria sacana.
– Vou pedir para Esme ficar com eles. - Nossa conversa era murmurada.
– Alice já pediu, não se preocupe com isso. - Ele riu.
– Mal posso esperar. - Murmurou me roubando um beijo.
– Somos dois. Agora eu vou, tem gente resmungando. - Lhe dei outro beijou,
baguncei os cabelos de Bernardo e voltei para a sala, onde Emmett tinha ligado o som
e Lady Gaga cantava.
Como minha poltrona estava vazia, eu voltei a sentar lá.
– E aí, qual os planos para seus próximos 365 dias? - Alec questionou.
– Não sei... Mas o Brasil e mais um filho fazem parte do plano. - Ela sorriu.
– Angelina Jolie que se cuide. - Alice fez o comentário.
– Segundo Jully teremos que comprar um ônibus. - Contei os fazendo rir.
– Eles não tem ciúmes um do outro? - Jack questionou.
– Depende do dia, tem dias que eles se implicam muito e eu fico quase louca,
tem dias que se amam e se defendem, e tem dias que cada um fica na sua, esses
geralmente são os dias que estou de TPM. - Eles deram risada.
– Oh, lá vem o mais tímido. - Alec comentou, acompanhei com os olhos
Bernardo se aproximar e vir ao meu encontro.
– Estavam falando de mim? - Questionou comigo.
– Porque estaríamos falando de você? - Devolvi a pergunta.
– Porque pa... - Ele freou o que ia dizer. - Deixa para lá. - Ri da vergonha dele
e o puxei para mim, o fazendo sentar nas minhas pernas.
– Porque pais gostam de falar dos filhos? - Questionei se era aquela pergunta.
– Algo assim. - Murmurou com as bochechas vermelhas.– Edward pediu para
avisar que está praticamente pronto. - Mudou de assunto.
– Emm, Jasper? - Os chamei. - O almoço está pronto, como sei que são os
mais envergonhados, por favor, puxem a fila. - Não precisei pedir duas vezes, eles
logo agilizaram uma fila e quase todos foram se servir.
– Verdade que vamos para o Brasil? - Bernardo sim sabia falar Brasil, pelo
menos ainda sabia, restava saber até quando.
– É, se Edward aceitar... - Ele riu.
– O dia que Edward não aceitar algo que você queria, me avisa, porque Deus
vai estar na terra, fazendo o julgamento final. - Ele me fez sorrir.
– E você, o que acha da ideia? - Ele sorriu.
– Acho que vai ser legal ir para o Brasil com você. Já faz algum tempo... -
Murmurou a última parte.
– Quase oito anos para sermos exatos. - Ele concordou com a cabeça,
enquanto me olhava parecendo decidir se dizia algo ou não.
– Vocês dois são muito parecidos. - Angelina que estava por ali, comentou e
Bernardo pareceu desistir do que diria.
– É o que dizem... Esses cabelos estão dando uma clareada agora, talvez
também fiquem parecidos com os meus. - Comentei sorrindo, enquanto passava as
mãos por seus cabelos.
Ele sorriu sem humor e eu o olhei sem entender.
– É tão estúpido pensar... - Ele murmurou. - que você um dia foi minha...
irmã. - O final da frase ele quase murmurou.
– É, depois que descobrimos pareceu sempre tão óbvio. - Ele concordou com
a cabeça. - Ainda sente falta de casa? - De Renée, era aquilo que eu queria perguntar.
– A minha casa é aqui, ou qualquer outro lugar que você vá morar. - A
resposta dele me fez sorrir, e abraçá-lo apertado. Por incrível que pareça, ele
retribuiu.
– Amo você, Isa... - Murmurou sem me largar.
– Eu também amo você filho, amo muito. - Quando abri meus olhos e o
larguei do abraço, encontrei com Charlie e Edward parados nos encarando. Charlie
sorriu abertamente.
– Meus dois pequenos guerreiros. - Murmurou, nos fazendo sorrir.
– Não vão almoçar? - Edward questionou e Bernardo levantou-se me
estendendo a mão.
– Caso tenha ficado realmente bom, eu passo o cargo para vocês dois. -
Bernardo olhou com cara de: estamos ferrados, para Edward que riu e passou o braço
ao redor do pescoço do garoto.
– Seu filho leva jeito para a coisa, acho que não foi só fisicamente que ele
puxou a você. - Edward elogiou, o fazendo sorrir.
– Nem tenta me passar o cargo, cara. A ideia de cozinhar foi sua, eu só ajudei.
- Acabei rindo ao vê-lo se esquivando.
– Ok, eu vou almoçar. Dividimos os dias do almoço depois. - Peguei no pé
deles. - Minha cozinha está liberada? - Os questionei.
– Claro amor, ela é toda sua e de Jully. - Claro que a louça sobraria para mim.
– Tá bom, entendi a indireta. - Meu cometário os fez rir. - Vou lá então. Caso
eu não volte até as 15:00 é porque a pia me engoliu. - Eles riram.
– Primeiro vamos almoçar. - Bernardo me puxou pela mão, me rebocando
para a pequena fila que ainda existia e nós dois acabamos almoçando na cozinha,
junto com Jully, Carlisle e Esme.
Eram 15:00 em ponto quando eu acabei com toda a louça e finalmente pude
voltar para sala, junto com minhas ajudantes, Alice e Jully. Pelo que eu pude notar,
eles já tinham começado a diversão com o Cuervo.
Shakira música

- Cade Robert? - Questionei com Edward que já tinha olhos brilhantes.

– Dormindo o sono da tarde no quarto dele. - Não precisei dar bronca já que
deduzi que eles começaram a brincar depois de Robert dormir.

– Vamos lá Bella, sua vez. Olha, arrumamos até tequileiros. - Acabei rindo
ao ver Emmett e Jasper com chapéis mexicano que eu não tinha noção de onde
surgiram.

– Passo minha vez, deixa para mais tarde. - Rosalie rolou os olhos.

– Ah, então eu vou!!! - Alice empolgou-se e sentou-se na cadeira, que eles


tinham posto em volta da roda que fizeram.

– Abre a boca Mutchacha. - Jasper puxou os cabelos da nuca dela, nos


fazendo rir. Ela obedeceu e Emmett despejou mais tequila lá do que o necessário, me
arrancando risadas de novo. Alice mal teve tempo de engolir a bebida e Emmett já
girava a cabeça dela freneticamente de um lado para o outro.

– Meu Deus, eles vão matá-la!!! - Jully parecia preocupada, o que me faz
rir mais.
– Não vão não... - A tranquilizei rindo. Alice levantou-se de lá rindo e
começou a dançar a música que Shakira cantava, Rose que já estava empolgada,
começou a dançar junto, ensinando a coreografia a Alice, me fazendo rir mais ainda.

– Bella, sua vez!!! - Rose tentou de novo.

– Depois, depois. - De novo, neguei.

– Porque eles querem tanto que você vá? - Jully me questionou.

– Digamos que porque eles querem me ver bêbada. - Respondi a fazendo


rolar os olhos.

– Anda logo Bella!!! - Emmett insistiu.

– Quer que nós vamos buscar você? - Jasper entrou na onda.

– Edward, vá buscar sua mulher. - Alice mandou.

– Bella, Bella, Bella!!! - Rose puxou, no ritmo da música, sem parar de


dançar e de repente todos cantavam meu nome em couro.

– Vai logo. - Jully ria da situação.

– Jamais pense em fazer isso antes de completar pelo menos dezoito. -


Minha voz saiu séria e ela assentiu. Fui para o meio da roda e antes de sentar lá, eu
entrei na dancinha de Alice e Rose, imitando os passinhos delas e fazendo Emmett,
Jasper e Edward gritarem: gostosas.

Edward empolgou-se com a música latina e entrou na dança, ficando na


minha frente e mexendo os quadris e ombros de um lado para o outro, junto com os
meus. Ele levou as mãos até a barra da camiseta, a ameaçando tirar, fazendo Alice e
Rose gritarem e me fazendo o encarar sacana.

– Não me provoque. - Sibilei e ele riu, me puxando pela cintura.

– O Cuervo, amor. - Apontou para a cadeira, onde Emmett e Jasper


esperavam com os litros nas mãos.

– Okay, lá vou eu!!! - Avisei e eles gritaram comemorando.

Quando sentei lá, todos ficaram em silêncio me fazendo rir e lembrar de algo.

– Olá, meu nome é Isabella Swan, eu tenho trinta anos... - Alec gargalhou,
sabendo do que eu estava falando.

– Oiii Isabella!!! - Ele e Jack me saudaram ao mesmo tempo.

– Ah, resolveu enfim dar seu depoimento? - Edward me questionou me


fazendo parar de rir.

– Só estava brincando, cara pálida. Vamos lá, cadê a tequila? - Por algum
motivo todos continuavam quietos e com os olhos em mim.

– Não, nem pensar, eu não vou mesmo fazer isso... - Me defendi antes que
tentassem.

– Está todo mundo reunido e você nunca nos contou direito essa história,
essa é uma boa oportunidade e você só vai precisar falar um vez. - Alice me fez a
olhar incrédula.

– Não... - Murmurei olhando o chão.

– Eu também queria muito ouvir isso. - Bernardo pediu.

– Somos dois. - Jully continuou e eu suspirei, assentindo.

– Okay... - Suspirei e levantei a cabeça. - Vou fazer isso por vocês dois,
espero que prestem atenção e jamais cometam essa mesma estupidez, porque
acreditem em mim, a maior parte das vezes, não tem volta... - Os dois assentiram e eu
respirei fundo, tentando organizar os pensamentos. – Não acredito que vão me fazer
chorar, no meu último dia dos trinta... - Murmurei antes de começar.

– Então, como eu estava dizendo... me chamo Isabella Marie Swan Cullen,


tenho trinta anos e estou limpa a quase doze anos...

Amanhã, eu completo trinta e um anos, e nossa... trinta e um anos é muito,


muito tempo mesmo. Quando eu tinha dezesseis para dezessete, eu não imaginava
que chegaria tão longe, na verdade eu tinha certeza que se continuasse naquele ritmo
frenético de consumo de drogas, eu não chegaria nem aos vinte...
Capítulo 44 - Dança comigo? - Part 2

A primeira droga que eu conheci e usei foi a maconha, isso foi quando eu
tinha quinze anos... Eu estava em uma festa, uns conhecidos me ofereceram, a minha
curiosidade, junto com a minha estupidez e a minha vontade adolescente de “viver a
vida como se não houvesse amanhã”, me fizeram aceitar e experimentar. Afinal,
aquilo era só maconha, maconha não faz mal, quando você quiser, você para. Era isso
que os meus amigos maconheiros diziam.
Eu gostei, gostei da sensação de paz, da calmaria, da tranquilidade que eu
senti usando aquilo... era como se alguém pausasse o mundo e o colocasse para rodar
em câmera lenta... Quando eu estava drogada, eu conseguia diminuir o ritmo,
esquecer quem eu era, relaxar.
Este foi motivo me levou a usar de novo, de novo e de novo, e quando eu
percebi, eu já usava de manhã, essa era a primeira coisa que fazia depois de acordar,
fumar um “fino”; depois, eu fumava outro na hora do intervalo na escola e outro
depois do almoço. À tarde, eu tinha gravações e nós sempre fazíamos uma pausa de
meia hora, nessa pausa eu aproveitava para escapulir e fumar mais um. Antes de ir
para casa tinha outro e antes de dormir mais outro. Em média, eu fumava seis
cigarros de maconha por dia, quando eu tinha festas à noite, esse número passava
tranquilamente para nove.
Tudo piorou quando eu saí da casa dos meus pais e fui morar com meu
namorado, que assim como eu, também consumia, na verdade nós entramos naquela
loucura juntos... Como estávamos sozinhos, sem ninguém para nos vigiar, as coisas
só progrediram.
Nós já estávamos tão acostumados com a maconha que mesmo a usando em
grande quantidade, ela já não surtia mais o efeito de antes e aquilo nos fez mudar de
estágio, fazendo a cocaína entrar na jogada... Contudo, a cocaína ao contrário da
maconha, ela acelera você, ela faz você perder o medo, a timidez, faz você se sentir o
dono do mundo... Você fica eufórico, ela te dá a sensação de prazer, faz você ficar
excitado, faz você delirar. Durante a primeira meia hora que você está sobre o efeito
dela, você sem duvida nenhuma, se sente a melhor pessoa do mundo.
No início, eu cheirava um carreiro por dia, no final do dia, quando eu chegava
em casa estressada, eu cheirava para relaxar, para me sentir poderosa ou sei lá... Só
que o problema da cocaína, assim como o da maconha, é que a medida que seu
organismo vai se acostumando, os efeitos vão diminuindo e levam você a usar mais e
mais. Isto é um ciclo continuo que aos poucos vai tornando você, cada vez mais
dependente daquilo e foi o que aconteceu comigo.
Dois meses depois que eu comecei a usar a droga, eu já não conseguia cheirar
só um carreiro, eu já cheirava três - de manhã, meio dia e à noite e, como o consumo
foi aumentando, eu fui me perdendo do mundo. Comecei a faltar aulas, faltar ao
trabalho, comecei a ignorar meus pais, meus amigos e todo mundo que se importava
comigo. A verdade é que eu cheguei num ponto que eu não me importava com mais
ninguém, eu só me importava com a droga, eu passei a viver para ela em função dela.
Jane, mesmo nunca tendo ouvido da minha boca: “eu cheiro cocaína”, ela
com certeza sabia que eu cheirava e ela praticamente me implorar para que eu
parasse, antes que aquilo acabasse me matando... mas não, eu não queria parar, eu
queria continuar, eu queria sentir cada vez mais aquela sensação de poder e eu passei
a não querer mais sentir aquilo só as vezes. Não, eu queria sentir sempre, era tão
bom, tão mágico que eu não entendia porque me diziam que fazia mal, porque na
minha cabeça, não fazia mal, fazia bem, muito bem, melhor do que qualquer outra
coisa no mundo, então para que parar? Pelo contrário, eu queria mais e mais, eu
queria me sentir daquele jeito vinte e quatro horas por dia.
O dia que eu quis parar de verdade, foi quando cheguei em casa e encontrei
Jane, sentada no meu sofá, dando risada do azul da TV. Não foi difícil eu perceber
que ela tinha fumado um dos cigarros de maconha que tinha lá em casa... Eu fiquei
muito possessa com aquilo, lembro de ter juntando todos os cigarros de maconha que
tínhamos em casa e ido até o banheiro, os jogando na privada... Eu não queria que ela
fumasse aquilo, não queria que ela sequer se aproximasse daquilo tudo, porque eu
tinha em mente que era bom única e exclusivamente para mim, não para ela. A ideia
de vê-la drogada me atordoava. Jane não combinava com aquilo, com aquele mundo,
com aquela vida louca, e nós acabamos discutindo por causa desse assunto... Por fim,
ela me fez prometer que eu pararia.
Eu “tentei” até a droga começar a fazer falta, eu surtar e ter uma crise de
raiva, o que me fez arranhar os braços e o rosto de Jacob, eu saí no tapa com ele, sem
ao menos explicar para ele o que eu queria, o porque de estar fazendo aquilo...
Naquele dia, nós nos estapeamos, nos socamos por causa de uma coisa insignificante
que cabe na palma da mão... Depois de brigarmos e eu ter cheirado meu carreiro de
pó, eu resolvi tomar banho e acabei parando na frente do espelho, a imagem que eu vi
refletida lá, ela me deixou em choque... A pessoa que refletia lá tinha hematomas pelo
corpo, era magra ao extremo, tinha uma cor estranha, de pessoa doente, e olheiras
profunda... Aquela pessoa ninguém mais era do que eu, ou o que tinha sobrado de
mim... O meu nariz estava machucado, na verdade ele estava todo arrebentado por
dentro, às vezes quando eu acordava, encontrava o travesseiro cheio de sangue... A
minha boca estava cortada, o meu pescoço tinha a marca das mãos de Jacob...
resumindo, eu estava um lixo... um lixo humano. Eu tinha acabado de completar
dezessete, mas eu tive certeza que uma pessoa de trinta e sete, com certeza tinha uma
aparência melhor do que a minha.
“O que você fez com a sua vida, Isabella?” Foi o que eu murmurei para
aquela imagem quase irreconhecível. Aquela imagem me incomodou tanto que eu
não consegui me olhar por muito tempo e quando eu baixei os olhos, eles acabaram
parando em um pacote de absorvente em cima da pia e, de repente, eu estava
pensando a quanto tempo eu estava sem menstruar... Como eu não tinha mais noção
de tempo, eu não conseguia ter certeza se fazia mais de um mês e como a cocaína
estava acabando com a minha memória, eu não conseguia mas nem lembrar da última
vez que eu fiz aquilo.
Resolvi esquecer aquela paranoia e fui para o meu banho, quando eu saí e fui
até a cozinha, senti o cheiro de macarronada que Jacob estava fazendo, aquilo me fez
correr para o banheiro e vomitar... De novo, quando eu fui lavar a boca, eu vi o
pacote de absorventes. Aquilo começou a martelar na minha cabeça e eu não
consegui mais pensar em nada o resto da noite.
Então, sete horas da manhã do dia seguinte, eu estava coçando o nariz,
batendo as mãos impacientes e olhando para todos os lados, esperando a clínica abrir
para eu fazer o exame de gravidez.
Naquela semana de espera pelo exame, eu tentei usar o mínimo de cocaína
possível, mas não deu muito certo, eu não conseguia nem diminuir. Lembro que antes
de ir buscar o exame, eu cheirei mais um para caso fosse o último, eu tivesse tido
uma despedida.
Sim, o exame deu positivo e me deixou completamente perdida, sem saber o
que fazer. Eu oscilava entre a felicidade e o desespero. Não me imaginava com um
filho, eu era muito irresponsável até para ter um gato, imagina então um filho e eu
ficava me perguntando, como eu vou cuidar dele? Como vou alimentá-lo, dar banho,
pôr para dormir, como eu vou me comunicar com ele, se ele não vai entender
nenhuma palavra do que eu digo?
Eu fiquei alucinada com aqueles pensamentos, quase arranquei meus cabelos,
eu comecei a andar sem rumo, igual a uma pessoa louca, fora da realidade e minhas
pernas acabaram me levando para um parquinho... Eu sentei lá e eu fiquei observando
as crianças brincarem, meus olhos acabaram parando em um menino que não deveria
ter mais de três anos... ele estava fazendo um buraco na areia e acho que uma formiga
grudou na mão dele, o que o fez levantar-se assustado e correr até a mãe que sorriu e
tirou a formiga de lá. Depois disso, ele abraçou e beijou muito ela, como se ela fosse
a mulher maravilha, sabe? E eu não sei... ali eu vi que não me importava como, nem
o quanto eu iria penar, mas com certeza, eu largaria aquela vida maluca e eu
aprenderia, aprenderia a ser mãe. Porque eu me via ali, sabe? Eu via eu e meu filho,
no lugar da mulher e da criança, e de repente eu estava correndo... Sério, eu corri,
corri muito e sem parar, até a casa de Jane.
Eu estava com medo de mim mesma, porque sabia que não ia conseguir
sozinha e sabia que quanto mais tempo eu ficasse sozinha, maiores seriam as chances
de procurar por outro carreiro de pó. Eu invadi a casa dos meus tios completamente
alucinada, passei por eles sem ao menos dizer um oi, expulsei o namorado de Jane do
quarto e me tranquei lá com ela.
No começo, ela não me deixou falar, me deu bronca por eu estar drogada já de
manhã e repetiu o mesmo de sempre: “Isso vai acabar matando você, Isabella” e
então, para ela calar a boca e me escutar, eu tive que ser a mais direta possível
“Eu estou grávida”, foi a primeira frase que consegui dizer...
Jane sempre pareceu saber o que as pessoas pensavam, sem que as mesmas
precisassem dizer, ela me olhava por um minuto e conseguia saber... Eu sempre quis
perguntar para ela, como ela adivinhava, mas sempre acabava deixando para o outro
dia, o que eu não sabia é que o outro dia, ele não existe... Ela ligou para o meu pai,
me mandou tomar banho e me deu roupas limpas e não pretas. Quando eu saí do
banho, ela estava me esperado, sentada na cama com uma bandeja com dois
sanduíches e um copo de suco de laranja e nós não saímos de lá sem antes eu comer
tudo... Depois ela me rebocou para fora do quarto, disse para tia Júlia e tio Billy que
eles precisavam vir connosco e rebocou nós três para casa de Charlie.
Eu nunca vi os olhos do meu pai tão tristes, vazios e decepcionados como eu
vi naquele dia, acho que ele não escutou metade das coisas que eu contei, acho que
ele criou uma barreira, sabe? Para não escutar o quão longe eu tinha ido por causa das
drogas.
Acho que não existe decepção maior para um pai, saber que a filha mentiu,
manipulou, roubou e vendeu a maioria dos móveis que tinha em casa para comprar
drogas. Quando ele ouviu que eu estava grávida, os olhos dele ficaram ainda mais
desesperados, era como se ele me perguntasse: “E agora? O que você vai fazer om
um filho? Você não passa de uma irresponsável droga, como vai conseguir criá-lo?”.
Fiquei com vergonha, vergonha de olhá-lo nos olhos, vergonha de encará-lo,
de falar com ele, acho que demorou uns bons meses para eu conseguir levantar a
cabeça e encará-lo...
Não existe nada, nada mesmo, pior do que a reabilitação... Acho que se existe
mesmo inferno, com certeza ele é parecido com aquele lugar! Eu fui para lá naquele
mesmo dia, eles me deram roupas brancas, me explicaram os procedimentos e me
trancaram em um quarto branco, lá tinha uma cama, um travesseiro e tinha um
banheiro.
Quando a droga começou a fazer falta, eu comecei a ficar irritada e comecei a
gritar para me tirarem de lá, e como ninguém aparecia a minha irritação aumentou, eu
comecei a socar a parede, a porta e a gritar desesperada para que me tirasse de lá ou
que me trouxessem um carreiro de pó. Ao perceber que não adiantava exigir, eu
comecei a implorar, caí de joelhos no chão e comecei a chorar, a pedir por favor, pelo
amor de Deus, que me dessem umas gramas de cocaína... Tudo piorou quando eu
comecei a ver coisas que não existiam... Eu via pessoas deformadas, monstros rindo
de mim e tentando me pegar, e na tentativa de afastá-los de mim, eu me batia, me
arranhava, me estapeava. Eu não conseguia mais saber que aquilo não era real, que
era só o efeito da abstinência, não conseguia mais raciocinar, tudo que eu sentia era
medo, raiva e angustia... Quanto mais eu gritava, mais aqueles pessoas riam de mim e
me assombravam, e como não me trouxeram o que eu queria, comecei a procurar por
lá mesmo, só que não tinha nada lá, então eu fui para o banheiro e lá eu encontrei um
sabonete. Eu raspei ele freneticamente na parede, quando eu fiz um montinho para
cheirá-lo, dois enfermeiros chegaram me impedindo... Eu não sei como, mas eu me
debati tanto que eu consegui me livrar dos dois, foi preciso de mais dois, para
conseguirem me segurar.
Depois que eles pegaram o sabonete e qualquer outra coisa que eu pudesse
destruir para cheirar, eles foram embora e me deixaram lá, sozinha de novo. Eu
continuei brigando com os monstros, gritando, batendo nas paredes, até que resolvi
vomitar, acho que eu vomitei o quarto todo, o que me fez querer tomar um banho...
Sentei lá, debaixo da água fria, com a cabeça apoiada na parede e os olhos fechados...
a última coisa que eu lembro, foi de ter uma convulsão, depois disso acho que
apaguei ou me doparam, eu não sei, nem nunca questionei...
Quando eu acordei, eu continuava em um quarto branco, mas tinha uma
enfermeira ao meu lado, e tinha um soro no meu braço, ela explicou que eu estava
fraca, falou da convulsão e que as vinte e quatro horas que eram as piores, já tinham
passado e prometeu que quando eu estivesse um pouco mais forte, eu poderia sair de
lá e me juntar aos outros.
No final daquele dia mesmo, isso aconteceu e eu pude conviver com as outras
pessoas, ganhei um quarto normal e algumas tarefas. Naquele dia, quando voltei a ver
um sabonete e não tive vontade de raspar para cheirá-lo, eu me senti feliz, na verdade
me senti feliz ao sabe que estava a vinte e quatro horas limpa.
Parece idiotice, mas nos primeiros meses, cada dia que você vence, é como se
você tivesse ganho um título... A abstinência serve para livrar seu organismo da
droga, mas não é porque seu organismo se livrou daquilo, que você não sinta mais
vontade de usar, porque sente. Você só não necessita mais daquilo, mas continua
tendo vontade, com o tempo ela diminui, mas sumir por completo, ela nunca vai...
Eu fiquei lá por quase oito meses e, por fim, os médicos, pacientes e Jane, me
convenceram que estava na hora de sair, me convenceram que eu conseguiria e que
seria legal eu terminar a gravidez em casa e ir me acostumando com tudo.
Fui morar com meus pais, para sequer correr o risco de voltar a usar drogas,
porque se eu voltasse para casa, eu tinha certeza que não conseguiria e voltaria para
aquela loucura. Eu me sentia segura na casa de Charlie, com ele me vigiando vinte e
quatro horas por dia, parece estranho, mas eu gostava de ser vigiada, eu gostava de
tê-lo lá comigo, porque eu sabia que ele não me deixaria fraquejar.
O primeiro dia que eu passei algumas horas longe de Charlie foi dia 13 de
setembro de 2005, dia do meu aniversário de dezoito anos. Renée me deu um carro,
Jane me convenceu e convenceu Charlie a me deixar ir em uma festa que ela estava
dando para mim. - Aquela era a parte mais difícil de toda a história, fiz uma pausa e
puxei o ar, tentando não chorar, mas eu sabia que seria inevitável.
– E nós fomos, no meu carro. - Minha voz já tinha embargado e a primeira
lágrima caiu. - Eu não fiquei mais de uma hora lá, acabei discutindo com Jacob e
resolvi vir embora... Jane vendo como ele estava descontrolado, resolveu vir comigo.
Tudo correu bem até metade do caminho, quando ela resolveu tirar o cinto
para pegar a bolsa que estava no banco de trás e foi aí que bateram atrás do carro.
Quando olhei pelo retrovisor, vi que era Jacob, como não tinha acostamento, eu
resolvi acelerar para tentar fugir, só que o carro dele era mais rápido e ele encostou do
meu lado e me fechou... Eu consegui retomar o controle na primeira batida, mas não
consegui fazer o mesmo na segunda, nós capotamos e eu desmaiei.
Quando voltei a acordar, eu estava de cabeça para baixo, presa pelo cinto de
segurança, quando olhei para o lado e não vi Jane, eu me apavorei mais do que já tava
apavorada e quando olhei para frente e vi o corpo dela jogado a metros dali... -
Balancei a cabeça, tentando me livrar das imagens que invadiam minha mente. - Não
faço ideia de como me desprendi daquele cinto, nem de como me arrastei até ela, mas
eu fiz e eu cheguei a tempo de encontrá-la com vida. Eu apoiei a cabeça dela nas
minhas pernas e ordenei que ela ficasse acordada, que não fechasse os olhos e que
falasse comigo.
“Viva bem a sua vida Isa e cuide bem do seu filho. Eu amo você.” Essas
foram as últimas palavras dela, acho que eu posso viver mil anos que eu nunca vou
esquecer disso, quando eu fecho os olhos e penso sobre isso, é como se eu estivesse
vivendo isso de novo...
Acho que o desespero, todo aquele sangue, meu e dela que se misturavam, e a
dor que eu sentia pelo corpo, fizeram com que eu desmaiasse.
Quando eu acordei, além de confirmar que Jane tinha morrido, Charlie me
disse que a criança não tinha sobrevivido... Aquilo para mim foi... o fim... Era
demais... muito mais do que eu podia suportar... Era um fardo, centenas de vezes,
mais pesado do que eu podia carregar... Nunca me senti tão desesperada,
desamparada quanto naquele momento, eles precisaram me dopar e amarrar meus
pulsos na cama para não correr o risco de eu arrancar os aparelhos, o soro e fugir. Eu
não tentei nada disso, quando eu acordei, tudo que eu sentia era um vazio sem fim e
uma vontade enorme de fechar os olhos para sempre, de morrer, de não pensar mais.
Tudo que eu queria era que meu cérebro parasse de funcionar para que eu pudesse
esquecer de toda a minha miserável vida, esquecer de como eu tinha acabado com
tudo...
Eu não via mais motivos para continuar viva, eu pensava em tudo o que eu
causei e aquilo fazia eu sentir vontade de me matar, eu não merecia a vida, não
merecia estar viva, porque as pessoas que eu amava, elas tinham morrido por minha
causa, minha irresponsabilidade e eu me perguntava: Porquê? Porque elas e não eu?
Fui eu a errada, eu quem me meti em toda aquela merda, porque então elas que
tinham que pagar? Que Deus mais injusto era aquele? Naquele dia, eu briguei com
ele, cortei relações e passei a duvidar da sua existência.
Quando eu saí do hospital, fiz Renée parar no apartamento que eu tinha com
Jacob e a convenci a me deixar subir sozinha. Lá, eu cheirei três carreiros de pó, um
seguido do outro, eu sabia que aquela quantidade me faria ter uma overdose, assim
como sabia que a maioria das vezes, overdose é fatal... Teria dado certo, se Renée não
tivesse aparecido a tempo, ela acionou a emergência, eles chegaram rápido e eu voltei
para reabilitação. O tempo que eu fiquei lá, eu fiquei bolando um plano mais eficaz
de morte, porque com certeza, eu não conseguiria mais tão fácil, acesso a drogas. -
Sequei as lágrimas que nublavam minha visão e levantei os olhos, encarando
Bernardo que tinha os olhos cheios de lágrimas.
– Lembro que uma vez você me perguntou, como eu machuquei meus pulsos.
- Mostrei os pulsos para ele, que piscou, deixando as lágrimas escaparem.
– Eu cortei... Nós estávamos com visita em casa, o que fez Charlie desgrudar
de mim, consegui passar despercebida pela sala e fui até a cozinha, peguei uma faca e
praticamente corri até o banheiro. Lá eu cortei, primeiro o direito, depois o esquerdo,
mas de novo não deu certo porque a visita me viu com a faca na mão e Charlie
arrombou a porta do banheiro, antes mesmo de eu desmaiar.
Depois de um acidente, uma overdose, de cortar os pulsos e continuar viva, eu
desisti de morrer. Conclui que era melhor mesmo, eu continuar viva e sofrer pelas
coisas que eu causei, eu merecia sofrer, eu merecia aquilo, merecia aquele tormento,
aquelas lembranças... Aquela era a minha merecida sentença e, finalmente, eu a
aceitei e decidi esperar a morte...
Sonhei por todas as noites, por mais de quatro anos seguidos, com aquele
acidente, nunca consegui dormir mais de quatro horas, eu sempre acordava gritando e
as imagens não me deixavam mais dormir.
Eu exclui de todas as maneiras possíveis, o até então, meu irmão da minha
vida. Ele tinha quatro anos, quando eu lhe dei o primeiro abraço e cinco quando eu
fui pela primeira vez no quarto dele. Ele tinha medo de mim, porque eu não falava, eu
não sorria, eu não saía, nem esboçava reações, eu era uma morta viva... Eu falava
com ele somente o necessário, ou seja, tinham vezes que passava o mês e eu não
falava com ele. Eu o ignorava mais do que ignorava os outros, porque sempre que eu
olhava para ele, eu lembrava que eu deveria ter uma filha, com aquela mesma idade,
e eu lembrava da criança beijando e abraçando a mãe no parquinho e lembrava das
vezes que eu sonhei com aquilo. Por fim, lembrava que aquilo jamais iria acontecer...
Ignorá-lo era a forma que eu encontrava de talvez sofrer menos.
Para tentar fugir de tudo, das pessoas, das lembranças, do tormento e ter quem
sabe só um pouquinho de paz, eu vim para cá e aqui, eu encontrei Edward, Jully e os
Cullens, e o resto vocês sabem...
Vocês me devolveram a vontade de viver, devolveram o meu sorriso,
devolveram a minha paz de espirito e eu ganhei uma filha, a que eu não tive... Acho
que foi amor a primeira vista, lembro perfeitamente do dia que nos conhecemos, da
quantidade de perguntas e de promessas que ela me fez fazer. Jully foi responsável
por me devolver a palavra amor, pois foi para ela que eu consegui desengasgar
um “eu te amo”. - Levantei meus olhos e a encarei, a encontrando com os olhos
nublados pelas lágrimas.
– E você não tem noção do quanto eu amo, por você eu espantaria todos os
monstros do mundo. - Ela tentou sorrir, deixando mais lágrimas caírem.
– E achei o amor da minha vida, o homem que me faz feliz, realizada, que me
aceitou, mesmo tendo sofrido um monte por causa de uma história bem semelhante à
minha, mesmo como todos os motivos para desconfiar de mim, ele confiou, me
estendeu a mão e cuidou de mim...
Além de ter me dado Jully, ele me deu Robert que é um dos motivos da minha
existência... e quando eu pensei que eu tinha mais do que eu merecia, eu descobri
você. - Meus olhos voltaram para Bernardo que não controlava mais as lágrimas.
– Meu irmão que morou quatro anos no quarto do lado ao meu e que eu tanto
exclui, era na verdade meu filho, aquele mesmo, que Jane me disse para cuidar bem.
Eu sei que foi difícil, talvez ainda seja, mas você não sabe o quanto eu agradeci e
agradeço a Deus, por ele ter deixado você comigo, eu adoro assistir você dormir, ver
seu peito subir e descer, ver o quão perfeito e saudável você é. Quando eu olho para
você, eu tenho plena certeza que milagres, eles existem. Você é uma prova viva disso.
- O garoto tentava em vão, secar as lágrimas com os braços, Charlie que o
acompanhava nas lágrimas o puxou pelo braço e Bernardo não hesitou, jogando-se lá.
– Eu perdi a minha adolescência para as drogas, perdi a minha dignidade, meu
respeito e eu perdi Jane... Uma pessoa inocente que fez de tudo para que eu parasse,
que me ajudou, me apoiou nos momentos mais difíceis. A cocaína tirou ela de mim,
mesmo ela nunca tendo cheirado uma grama.
É isso que acaba acontecendo na maioria das vezes, quando a droga não rouba
de você a sua vida, ela rouba a de alguém que você ama. Por onde ela passa, ela deixa
dor, tristeza, destruição e, às vezes, você fica tão destruído que não consegue mais...
não sabe mais... - Soltei o ar lentamente.
Às vezes, eu ainda sinto falta e eu acho que isso vai seguir comigo até o fim,
assim como as lembranças do que toda essa história me causou... É engraçado,
porque sempre que eu tenho essa vontade, eu lembro de tudo e de repente, a vontade
some.
Eu não quero e eu não vou mais chegar perto disso, juro para vocês que não,
eu não tive nenhum motivo para começar, mas vocês, meu pai, meus filhos, Edward e
Jane, são meus motivos para continuar longe.
Jane não morreu em vão, assim como Edward não me deu sua confiança em
vão, eu vou merecer isso, juro que vou... E quer saber? Eu quero mais é que a cocaína
vá se foder. - Respirei fundo e sequei as últimas lágrimas, antes de levantar a cabeça e
encontrar Edward parado na minha frente. Ele era o único que já tinha ouvido aquilo,
foi o único para quem eu contei os mínimos detalhes e era o único para quem eu
corria quando a vontade batia e o medo me apavorava.
Ele sorriu e me estendeu a mão, a qual foi pega no mesmo segundo e,
rapidamente, eu me pus de pé.
– Eu tenho muito, muito orgulho de você e da sua força de vontade. Eu sei
que não vai fraquejar, nós estamos juntos nessa e eu não vou deixar você cair. -
Murmurou abraçado a mim.
– Você pode contar comigo sempre, mãe. - Jully transformou o abraço em
triplo.
– Nós amamos você, e nos orgulhamos muito de você, Magrela. - Emmett
também juntou-se a nós.
– E temos ainda mais orgulho de ter você na família. - Foi a vez de Carlisle,
depois veio Rose, Alice, Jasper, Esme, Charlie e Renée. Aquele abraço em grupo me
fez ter ainda mais certeza que eu conseguiria, porque eles seguiriam comigo e não me
deixariam fraquejar. Depois de ser abraçada e confortada por todos, eu fui até meu
quarto, lavar o rosto e respirar um pouco, para depois voltar para a festa. Quando saí
do banheiro, me surpreendi com Bernardo ali, sentado em minha cama e de cabeça
baixa.
– Tudo bem? - Ele balançou a cabeça afirmando. Suspirei e fui até ele, me
sentando ao seu lado. Como eu não sabia o que dizer, só passei meu braço em volta
dos seus ombros e o acompanhei no silêncio.
– Sinto muito... - Ele murmurou aquilo tão baixo, que eu não tive certeza se
foi mesmo aquilo que ele disse.
– Bernardo. - Murmurei tocando em seu queixo para que ele me encarasse. -
Eu quero que prometa para mim que você nunca...
– Eu nunca vou usar isso, mãe. - Mãe? Ele tinha mesmo me chamado de mãe?
Acho que paralisei por alguns segundos, meu coração batia rápido e meu cérebro
repetia aquela frase freneticamente, meus olhos se enxeram de lágrimas e acho que
não tinha mais espaço no meu rosto para meu sorriso.
– O quê? - Acho que eu precisa ouvir de novo, para ter certeza se era aquilo
mesmo. Ele me abraçou e começou a chorar junto comigo.
– Eu nunca vou usar isso, mãe. - Repetiu com a voz mais alta. - Você é a mãe
que qualquer um gostaria de ter, você largou as drogas por mim, fez isso sem nem ao
menos saber quem eu era e eu sei que foi difícil. - Ele murmurava fungando. - E você
sofreu quando pensou que eu estava morto, eu vi isso, vi seus pesadelos todos os dias.
Me desculpe por tê-la feito sofrer, quando disse que não era minha mãe, não é mais
assim que penso hoje, quando a palavra mãe vem na minha cabeça é em você que eu
penso, só em você e em mais ninguém. - Ele murmurava com a voz embargada,
enquanto eu chorava e sorria ao mesmo tempo, ouvindo tudo aquilo.
– Não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso. - Consegui murmurar.
– Não sabe o quanto eu fico feliz em poder dizer isso. - Nos soltei, limpei as
minhas lágrimas e as dele, e segurei seu rosto entre minhas mãos.
– Me prometa que nunca vai cometer a mesma estupidez que eu cometi.
Aquilo quase acabou com minha vida Bê, se eu não estivesse ficado grávida de você,
não sei te dizer se estaria viva. - Ele voltou a me abraçar e me aperou forte.
– Eu prometo mãe, prometo. Você tem minha palavra, pode confiar em mim. -
A voz dele saiu embargada.
– Eu confio filho. Eu confio, muito... Eu te amo meu pequeno, te amo tanto,
tanto. - Eu praticamente o esmagava naquele abraço.
– Eu também te amo e confio em você, nunca duvide disso. - Sorri e o beijei,
as três batidas na porta, nos fizeram olhar para a mesma.
– Atrapalho? - Edward perguntou antes de entrar.
– Não. - Murmurei com a voz embargada, Bernardo secou as lágrimas na
jaqueta, olhou para Edward e levantou-se.
– Obrigado por cuidar da minha mãe, cara. - Murmurou antes de abraçar
Edward e as lágrimas voltarem ao meu rosto. - E continue cuidando, eu amo você. -
Murmurou antes de sair dali.
– Ele me chamou de mãe. - Lhe contei, sorrindo entre as lágrimas. Ele sorriu,
parou na minha frente e me estendeu a mão...
– Sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria, o garoto te adora Bella.
Ele é um garoto maravilhoso, eu tenho certeza que vai ser um adulto maravilhoso
também. - Murmurou roçando os lábios aos meus.
– É, sei que vai. - Beijei Edward que sorriu e me puxou pela mão.
– Melhor irmos lá para a sala, antes que eu desista. Estão todos esperando por
você, especialmente o Cuervo. Eles não vão desistir antes de você tomar. - Sorri,
pensando no Cuervo.
– Depois que as crianças saírem, eu vou bater um papo muito íntimo com o
Cuervo.
– Eu deveria ter ciúme desse cara, mas foi ele que ajudou você a casar
comigo... Então, eu abro uma exceção. - Edward me fez rir alto. Ao abrir a porta do
quarto demos de cara com Jully, Robert e Bernardo.
– Mãe, pai, estamos indo. - Jully nos avisou.
– Comportem-se bem, os três, nada de brigas, nem de implicâncias,
mostrem que você foram bem educados e não nos envergonhem por aí. - Era sempre
bom lembrá-los daquilo, antes deles irem para qualquer lugar.

– Mãe, nós só vamos no cinema. - A voz sonolenta de Robert, junto com seus
olhos quase fechados, me fizeram ter certeza que alguém acordou ele.

– Rob, desde quando existe lugar para vocês se implicarem? - Ele até abriu a
boca para responder, mas viu que não tinha respostas então calou-se.

-Tá, a gente vai se comportar, eu cuido dos dois. - Jully os fez rolar os olhos.

– Quem vai dar o dinheiro, você ou o papai? - Robert sempre era o responsável
por pedir o dinheiro.

– E o dinheiro da mesada? - Edward questionou.

– Comprei um acessório para o x-box. - Robert foi o primeiro.

– Eu um taco novo de beisebol. - Bernardo disse em seguida.

– E eu um baixolão. - Jully terminou.

– Rum... Coisinhas mais caras, essas em? - Murmurei desconfiada. - Vou


buscar a carteira. - Edward me segurou, não deixando eu ir.

– Tenho dinheiro aqui. - Ele tirou a carteira do bolso.

– Quarenta, trinta, vinte... Aqui, cem dólares, fica com você que é o mais
econômico. - Edward entregou a Bernardo que sorriu e guardou o dinheiro.

– Só cem? - Jully e Robert questionaram incrédulos.

– Só cem? - Foi minha vez de ficar incrédula com a incredulidade deles. - Com
cem, eu iria no cinema o mês inteiro, vocês acham que dinheiro dá em árvore, por um
acaso?
– Ô mãe, larga de ser casquinha, você é rica... - Robert começou.

– Seus milhões só perdem para os da Oprah. - Jully continuou.

– Nem por isso nós precisamos jogá-los fora desse jeito. É aquele velho ditado,
quem guarda, tem. Cem dólares dá muito bem para as entradas, as pipocas e
refrigerantes ou é isso ou nada, escolham. - Era sempre bom impor limites.

– Tá, tá. - O garoto bufou, antes de vir até onde eu estava e levantar os braços,
para que eu o erguesse.

– Tchau mãe casquinha, até depois, e mesmo você sendo assim pão duro, eu
amo você. - Aquele garoto abusado me fez rir.

– Eu também amo você e eu vou me lembrar o quanto sou casquinha, quando


estiver perto do natal e você pedir aqueles presentes absurdamente caros. - Ele
rapidamente levantou a cabeça e me encarou.

– Eu só estava brincando, você é a mãe mais mão aberta do mundo. - De novo,


eu ri alto.

– Tchau, Robert Anthony Cullen, comporte-se, não dê trabalho para os seus


avós, os obedeça e obedeça seus irmãos. - Ele concordou com a cabeça e me beijou.

– Tchau, pai casquinha Cullen. - Ele abriu os braços para que Edward o
pegasse.

– Você vai tipo, sustentar seus netos, certo? - Jully tirou minha atenção de
Edward e Robert.

– Nem nos meus sonhos mais insanos. - Respondi rindo. - Vem cá garota, por
um acaso me acha com cara de avó? Credo, Deus me livre, bate na madeira. - Ela riu
e me abraçou.

– Ainda não, mas quando eu tiver assim uns vinte e sete, trinta, você vai ser. -
Ri incrédula.
– Até lá nós conversamos e eu penso melhor na ideia de avó. Comporte-se e
não tenha um ataque de pelanca com seus irmão em público. - Ela riu.

– Deixa comigo. Tá comigo, tá com Deus. Olha a minha auréola.- Ela fez um
circulo com o dedo, em volta da cabeça.

– Você entendeu, né abusada? - Me inclinei e a beijei.

– Tchau Isa, pode deixar que eu trago o troco. - Bernardo me fez rir.

– Não precisa trazer o troco, gastem esses cem, mas só eles, nada de
presentinhos de Charlie e Renée e nem de Esme e Carlisle. - Ele concordou com a
cabeça.

– Tá, nada de presentinhos de Esme e Carlisle. - Ele me fez rir e ter certeza que
eles chegariam em casa cheios de sacolas.

– Tchau. - Me inclinei, ele me abraçou e beijou.

–Tchau filho, comporte-se. - Ele concordou com a cabeça.

– Tá, mãe. - Murmurou me fazendo abrir um sorriso largo e atacá-lo de beijos.

– Porque tá beijando ele assim? - Robert que ainda estava nos braços de
Edward, questionou.

– Acha que só você pode ganhar ataque de beijos? - Bernardo questionou, o


fazendo mostrar a língua.

– Vamos lá, que eles devem estar esperando por vocês. - Avisei, os rebocando
do quarto. Jully me abraçou de um lado e Bernardo de outro.

– E o tal do Cuervo por vocês. - A garota murmurou, rolando os olhos.


Ao chegarmos na sala, encontramos as coisas piores do que antes. Tyler, Angelina,
Alec e o marido, aparentemente já tinham ido.
O quarteto fantástico, entenda-se, Rose, Emmett, Jasper e Alice, tinham
transformado a minha sala em uma pista de dança, que se estendia até a sacada, onde
Emmett dançava rodando a camiseta entre as mãos e rebolando ao som de Lady
Gaga.
– É mesmo o tio Emmett? - Jully parecia incrédula.
– Aparentemente ele virou uma borboleta. - Edward pareceu pensar alto e me
fez rir alto.

– Ok, é melhor irmos logo. - Carlisle parecia incrédulo com tudo aquilo, assim
como Renée e Esme.
– Nós voltamos lá pelas 23:00. - Avisou.

– Ou melhor, nós ligamos. - Esme tirou Robert dos braços de Edward.

– Ô mãe, o que está acontecendo? - Questionou comigo, me fazendo rir.

– Aconteceram algumas coisas depois que você dormiu... Mais tarde, eu te


explico. - Ele concordou com a cabeça.

– Então a gente já vai, tchau, tchau. - Charlie puxou Jully e Bernardo que riam
e eles foram.

- EDWARD E BELLA ESTÃO LIVRES!!! - Rose literalmente gritou e


levantou os braços em comemoração, fazendo os outros fazerem o mesmo.

– Tequila, tequila, tequila!!! - Os malucos começaram a gritar e eu a rir.

– Agora abre essa boca e não se faça de difícil. - Jasper já estava na minha
frente com um litro de tequila e, depois de rir, eu o obedeci e fiz o que eles queriam.
Quando eu engoli ele sacudiu minha cabeça de todos os lados possíveis,
fazendo os outros gritarem. Imitando Alice da primeira vez que tomou, assim que
Jasper me largou eu sai pulando e me abracei a ela e Rose, e nós ficamos pulando,
enquanto Katy Perry cantava.
– Eu não sou uma Califórnia girl... - Comentei com elas.

– Ah você é sim... A Califórnia adotou você. - Rose respondeu.


– Verdade, quando você aparece nas premiações com aqueles micro vestidos e
aqueles salto altíssimos, toda cheia de glamour, eu tenho certeza que você nasceu
aqui. - Alice me fez rolar os olhos.
http://www.youtube.com/watch?v=944tgGq_Cg0

– Eu gosto mais dessa!!! Adooooro essa... - Levantei as mãos e comecei a


me balançar ao som de outra música da Gaga.

– De quem é esse playlist desatualizado? - Alice questionou.

– Emmett. - Rose respondeu também de braços levantando.

– As mais velhas são as melhores, Alice. - Minha resposta com duplo sentido as
fez rir alto.

– Concordo em gênero, número e grau. - Edward chegou por trás, abraçou


minha cintura e começou a dançar junto.
– Right on the limit's where we know we both belong tonight... - Ele
murmurou aquilo ao pé do meu ouvido, com uma voz para lá de sacana, me fazendo
suspirar e me voltar para ele, abri a boca para rebater a provocação, mas Alice e Rose
foram mais rápidas e me separaram dele.
– Edward, querido irmão, vaza. Ainda não está na hora de vocês dois
excluírem o resto do mundo e começarem com a pegação. - Alice nos fez rir.

– Verdade Edward, o negócio e o seguinte, meninos de um lado e meninas do


outro. Depois vocês apagam esse fogo que ficam compartilhando pelo olhar. Agora
tchau. - Rose também o expulsou, me fazendo rir e encará-lo.

– Mais tarde você volta, gato! - Ele sorriu largo e me beijou, me fazendo
pendurar os braços em seu pescoço, mas Alice as tirou de lá e Rose de novo, o
separou de mim.

– Vaza Edward, depois é depois. Ela vai estar esperando, não se preocupe. -
Alice continuou.

– É, ela vai ser a mulher de branco. - Rose fez eu olhar para as minhas roupas.
– Eu não tenho nada branco... - Dei uma espiada na calcinha, para confirmar. -
É, nada mesmo.

– Rosalie é meio daltônica. - De repente, a voz de Alice ficou séria e eu não


entendi mais nada.

– Vai lá amor, eu sou a mulher de regata bordo e shorts jeans claro. - Ele sorriu.

– Adoro os shorts, eles são mais práticos de tirar. - Comentou sacana.

– Tchau, Edward! - Alice o virou e empurrou junto com os outros, me fazendo


rir.

– Okay e a bebida? Foi uma dose de tequila e só? Isso não me fez nem cócegas.
- Reclamei, querendo mais.

– Jasper se apossou do litro, vou buscar outro. - Alice estava indo mas eu a
segurei.

– Os litros estão em cima da geladeira, você mal alcança a pia, deixa que a
Rose vai. - Rosalie riu alto, enquanto Alice me mostrou o dedo do meio.

– Eu vou lá, já volto. - A loira praticamente correu dali.

– Nossa, tô vendo que vou começar meus trinta e um com uma ressaca de cão.
- Comentei com Alice.

– Nem pense em fazer isso. Amanhã você tem que estar zerada. - Ela tirou algo do
bolso e me entregou. - Toma isso, é para evitar a ressaca no dia seguinte. - Abri a
embalagem e engoli aquilo sem ao menos água para ajudar. – Edward me disse que
vai te levar em um restaurante chique que abriu a poucos dias, amanhã à noite. Então,
nada de olheiras, nada de aparência cansada, nada de cara de ressaca... Ah e eu te fiz
um vestido lindo, lindo. - Rolei os olhos, não gostando da ideia.

– Vou convencer ele a irmos nesse restaurante outro dia, não estou a fim de sair
amanhã à noite. - Foi a vez dela rolar os olhos.
– Pena que ele já fez reserva e convidou a família toda, ou seja, você vai. - Eu
adorava tanto quando ele fazia as coisas sem me avisar.

– Que cara de desanimo é essa? - Rose me questionou, entregando o litro de


Cuervo. Antes de responder, eu dei três goles naquilo.

– Edward resolveu me levar em um restaurante chique amanhã a noite,


convidou a família, reservou o lugar e o mais importante, esqueceu de perguntar
minha opinião. - Rose riu alto.

– Você vai amar o lugar e não adianta fazer bico, porque eu estou muito
empolgada com esse acontecimento. - De novo, eu emborquei a tequila.

– Estamos, eu até te fiz um vestido. - Os vestidos de Alice eram lindos, tão


lindos que eu até tinha medo de amaçá-los.

– Ânimo mulher, vamos fazer uma continuação dessa festa lá, amanhã. -
Suspirei e voltei a emborcar o Cuervo.

– Tá né, mas não quero ouvir ninguém cantando parabéns. - Avisei e elas riram.

– Você vai dividir isso conosco ou vai tomar tudo sozinha? - Alice questionou
apontando para meu melhor amigo, Cuervo.

– Vou dividir... mas só um pouquinho, não toma tudo. - Murmurei ao lhe


entregar o litro e Rose riu.

– É, até porque só tem mais quatro litros lá no estoque. - Debochou e nós


voltamos a dançar.
Acho que fizemos aquilo por um bom tempo ou foram os dois litros de tequila
que foram embora rápido demais, eu não sei, só sei que meu sorriso estava quase
maior que o meu rosto, meus olhos pequenos, minhas pernas não sabiam mais o que
era linha reta, eu estava me sentindo a melhor dançarina do mundo.
- EMMETT!!! - Gritei empolgada quando o som trocou e a música que nós
dois tentávamos cantar nos últimos meses começou a tocar.
– A nossa música!!! - Emmett estava um pouquinho mais bêbado que eu e me
puxou para dançarmos. Fiquei na frente dele e comecei a imitá-lo, tentando copiar
seu requebrado e ir até o chão junto com ele. Jasper chegou por trás e os dois meio
que faziam um sanduíche de mim, até Edward me puxar pelo braço, me deixando
sem entender.

– O quê? - Questionei.

– Eles estavam se esfregando em você. - O olhei incrédula.

– Está com ciúmes do seu irmão e do seu cunhado? Eles nem tocaram em mim.
- Me defendi abismada. – E me esfregar, eu só me esfrego em você e em mais
ninguém. - Acho que minha voz sacana no final da frase, o fez esquecer qualquer
absurdo.
– Agora dança. Vamos fazer de conta, que você é meu gogo boy,
particular... - Sugeri e ele sorriu sacana.

– Quer que eu tire a camiseta? - Sorri pensando sobre o assunto.

– É, é um bom começo. Tire. - Ordenei.

Ele rapidamente livrou-se da camiseta azul e a jogou em qualquer canto do


sofá, me abraçou por trás e ditou os movimentos, e sim, nele eu me esfreguei e muito,
fiz questão de fazer aquilo.
- Vai provocando vai, depois você me paga, safada. - Ronronou em meu ouvido
me fazendo sorrir sacana.

– Vou buscar tequila. - Bem que tentei me desvincilhar, mas ele me segurou,
esticou o braço e pegou um litro já pelo final em cima da mesinha de canto.

– Abre a boca que eu sirvo você. - Ele puxou os cabelos da minha nuca, me
fazendo sorrir e obedecê-lo.

– Agora engole bonitinho. - Eu tive vontade de rir ao ouvir aquilo, mas como
poderia me afogar, eu fiz o que ele sugeriu.

– Fiz certinho? - Questionei lambendo os lábios, para depois mordê-los.


– Fez... como você sempre faz. - Murmurou antes de dar um gole na tequila e
me beijar.
Eu o empurrei contra o sofá e cai para cima dele, as mãos dele seguraram com
firmeza as minhas coxas, e deslizaram até minha bunda, dando uma boa apalpada lá.
Ele abriu um sorriso safado e eu literalmente caí de boca na boca dele dando início ao
nosso amasso lá. Era uma mão ali, outra aqui, outra acolá, suspiros e até alguns
gemidos acabaram escapando.
Eu tinha certeza que não poderíamos ir até o final ali, só não lembrava o
porque, ou seja, não deveria ser por algo muito importante, então quando ele tirou a
minha regata, eu não hesitei.
– HEYY, VOCÊS DOIS!!! - Ah é, a voz de Alice me fez lembrar o motivo,
sorrir, diminuir a intensidade dos beijos e tirar minhas mãos de onde elas estavam.

– Depois a gente continua, gato. - Murmurei contra a boca dele.

– Acho que vou ligar para Carlisle e pedir para ele trazer as crianças só amanhã
de manhã. - Respondeu sem deixar eu me afastar.

– Acho que é uma boa ideia. - Concordei plenamente.

– Nós não queremos ver uma cena de sexo. - Alice me puxou e eu caí com a
bunda no chão.

– Não? - Jasper e Emmett questionaram, sem tirar os olhos de nós.

– Não. - Ela respondeu séria e eu acabei rindo.

– Hey!!! Tive uma ideia. - Acabamos todos encarando Rosalie.

– Tira a sua bata Alice. - Ela ordenou, deixando todos sem entenderem.

– Talvez você queira explicar o que quer dizer com isso... - Alice murmurou
incrédula e talvez assustada.

– Vamos fazer uma competição.- Explicou. - Que nem eu vi em um filme.


É assim, Edward, Emmett e Jasper, são os competidores. Eles vão começar
bebendo uma dose de tequila, depois vão partir para a segunda, que por um acaso vai
estar espalhada nos nossos abdômens, e depois eles vão pegar a cereja que vai estar
em nossas bocas, quem acabar primeiro ganha. - Explicou empolgada.
- Gostei da ideia ursona. - Emmett tropeçou nas palavras, me fazendo rir.

– Eu topo. - Jasper levantou os braços, também empolgado.

– Eu também. - Edward me olhou, querendo saber o que eu achava.

– Vamos fazer isso. - Respondi o fazendo sorrir.

– Tá né, mas jamais digam para alguém que um dia, Alice Cullen fez isso. - Ela
nos fez rolar os olhos.

Emmett e Jasper afastaram a mesa do centro da minha sala, para que nós
pudêssemos deitar lá, Edward e Alice foram para cozinha, atrás de copos, mais
tequilas e cerejas.
Eles voltaram com os copos, cerejas e canudinhos, segundo eles seria mais
competitivo se bebessem a primeira dose de canudinho e, como já não estávamos
mais raciocinando direito mesmo, todos acabamos concordado e achando uma grande
ideia.
Alice também trouxe um litro de Champanhe, que seria dado a dupla campeã.
O combinado foi dez partidas e além do champanhe nós fizemos uma
vaquinha, então a dupla campeã ganharia seiscentos dólares.
Depois de quase meia hora, finalmente a brincadeira começou. Eu ria deitada no chão
da sala, com a tequila escorrendo pelo meu abdômen.
Emmett se afogou tomando no canudinho, o que fez Edward rir e se
desconcentrar, então Jasper acabou primeiro, foi rápido com Alice e com a cereja, e
aquilo fez eles saírem na frente.
Como já tínhamos perdido aquela mesmo, Edward e eu acabamos dividindo a
cereja e um beijo, fazendo os outros reclamarem.
- Agora concentra amor, nós não podemos perder para eles. - Pedi, ele riu e
levantou-se.

– Deixa comigo. - Assenti e eles voltaram para seus lugares.


Nunca uma disputa foi tão apertada como aquela, Edward e eu acabamos ganhando
por um mísero ponto de diferença. Jasper era rápido naquilo e nos deu trabalho, já
Emmett desconcentrava na hora da cereja e ficava se pegando com Rose, o que fez
eles perderem e de feio.

– Droga!!! - Alice se lamentava, enquanto eu ria e comemorava com Edward.

– Coloquem as camisetas para a cerimônia de premiação lá na sacada. - Rose


avisou e foi para lá.
Como eu não fazia ideia de onde estava a minha, eu pus a de Edward. Nós
dois nos apoiamos um no outro e rindo não sei do quê, nos arrastamos até a minha
sacada, que tinha virado um pódio.
Rose pelo jeito, seria a mestre de cerimônia.
- Pois bem... va.. vamos logo com isso que vai chover. - Ela meio que atropelou
as palavras me fazendo rir alto.

– Em terceiro lugar com a amedalha de bronze, por pura incompetência dos


participantes, Rosalie e Emmett. - Nós quatro aplaudimos os dois que fizeram uma
falsa comemoração, nos fazendo rir.

– Surpreendentemente em segundo lugar, aquela dupla que não ganha nada,


nem gripe, mas hoje pareceram tirar o pé da lama e por um ponto não ficam com o
primeiro lugar. Alice e Jasper. - De novo, nós aplaudimos e assoviamos. Alice e
Jasper pulava comemorando, como se fosse o prêmio da loteria.
– Agora, em primeiro lugar, os dois chatos que fazem questão de sempre
ganhar e não nos dão nem uma colher de chá... Coitados, eles são tão pobres e vão
levar mais seiscentos dólares, além de uma deliciosa garrafa de champanhe que me
namorou ainda a pouco.
Com vocês, a dupla dinâmica, os concorrentes diretos de Jolie e Pitt no
quesito filhos, eles que passam até os coelhos para trás...
São eles, senhoras e senhores, Edward Cullen e Isabella Cullen. - Nós
mesmos batemos palmas e gritamos para nós. Levantei os braços comemorando e
Edward me abraçou, me balançando de um lado para o outro.

Jasper nos entregou o champanhe e o dinheiro, nos fazendo comemorar ainda


mais.

– Obrigado a minha mãe, meu pai, meus filhos, o pessoal do trabalho, a minha
mulher gostosa, sem ela eu não teria conseguido. Oprah, um beijo para você também,
papai te ama... - Enquanto ele agradecia, eu ria.
– Manda um abraço pro pessoal da Xurupita, amor. - Pedi pra ele que me
olhou sem entender.

– Vocês ouviram, um abraço pra o pessoal desse lugar aí, se é que ele existe, e
para todo mundo que nos apoiou em mais essa batalha difícil, meu muito obrigado!!!
- Com certeza o subconsciente de Edward, conhecia a Xuxa.

– Agora a nossa música amor, o tema da vitória. - Ele me abraçou e eu ri antes


de começar com nosso tema da vitória.

– We are the champions, my friends... - Começamos junto, praticamente


gritando nos balançando de um lado para outro.
– And we'll keep on fighting 'Till the end.... We are the champions, we are the
champions... - Como Edward estava bêbado demais para cantar e abrir a champanhe
ao mesmo tempo, ele parou de cantar, mas Emmett o substituiu e começou a berrar a
música, me ajudando.
Quando a champanhe estourou, Edward literalmente, nos deu um banho, ele
lavou todo mundo. Depois que deu um gole na bebida, ele me estendeu a garrafa, eu
bebi quase tudo que restava lá e em seguida lhe devolvi a garrafa, ele derramou o
resto sobre nossas cabeças, enquanto nos beijamos e Emmett continuava berrando,
we are the champions.
- Tenho seiscentos dólares lavados de champanhe. - Murmurei contra sua boca.

– Nós vamos gastar isso no motel, só vadiando. - Aquela parecia de longe uma
ótima ideia.
Ele mordeu meus lábios e sorriu sacana, aquilo me fez prender os braços em
seu pescoço e pular para cima dele, prendendo minhas pernas em sua cintura, sem
parar de beijá-lo.
- Chega!!! Se larguem para batermos uma foto descente de vocês dois, que
todos possam ver. - Alice pedia, enquanto continuávamos nos beijando e Emmett e
Rose cantando a música.

– Vou bater as fotos assim mesmo. - Ela ameaçou me fazendo rir e parar de
beijar Edward.
Levantei os braços e comecei a mexê-los de um lado para o outro, enquanto
recomeçava a cantar com os outros dois.
– Não vai pôr ela no chão para a foto? - Jasper questionou.

– Não, ela é só minha. - Edward respondeu, dando uma pausa na música.

Ao sentir a primeira gota de chuva caindo, eu sorri.

- Amor, está chovendo - Avisei, parando de cantar e o encarando.

– Está um ótimo dia para um banho de chuva. - Respondeu junto com um


sorriso torto e me devolveu ao chão.

– Com certeza está. - Ronronei ao atacá-lo.

Edward era o único Californiano que eu conhecia, que não tinha medo de
chuva, então os outros logo entraram, nos deixando lá sozinhos.
Como estávamos sozinhos, aproveitamos para dar uns bons amassos, sem ter
que ouvir alguém reclamando, mas por fim, para não cometermos atentado ao pudor,
aos poucos fomos diminuindo o ritmo e tentando acalmar as coisas.
Edward segurava meu rosto entre as mãos, seus lábios sugavam lentamente os
meus, enquanto ele parecia tentar acalmar a respiração.
– Quando eles forem embora, nós vamos fazer mau uso da sala. - Avisou entre
os beijos e eu ri.
– Tô com saudade do balcão da cozinha... - Comentei e ele riu.
– Vamos fazer mau uso dele também, sua safada. - Se dependesse de mim, nós
só não faríamos mau uso dos quartos das crianças...
Edward e eu ficamos na sacada de beijinho e gracinha até a chuva ir embora,
depois disso nós resolvemos entrar e nos deparamos com a sala vazia, pelo jeito os
quatro tinha ido embora sem ao menos nos darem tchau.
– Enfim sós, vou buscar uma cerveja.- Os olhos de Edward estavam cheios
da mais pura malícia e aquilo me animava e muito.

Resolvi dançar, enquanto ele não voltava com a cerveja. Meus olhos estavam
fechados e eu requebrava conforme a música, indo quase até o chão, me sentindo a
verdadeira Gaga, cantando e dançando, até que de repente a música foi interrompida.
Abri os olhos e olhei para o som procurando o problema, quando vi que o problema
foi Edward ter desligado. Bufei em protesto.
– Ah Edward, eu estava ouvindo. - Reclamei e ele sorriu.
– Faz tempo que eu não ouço uma música. - Ele abriu um sorriso sacana e
apertou o play. - E eu gostaria muito de relembrá-la com você. - O meu sorriso saiu
mais sacana do que o dele, ao perceber de que música se tratava.
Rapidamente fui até a mesa de centro onde Alec tinha esquecido a caixa de
cigarros. Eu não fumava mais, parei na gravidez de Robert, mas já que
relembraríamos os velhos tempos, o cigarro tinha que fazer presença. Não precisei ir
muito longe para acendê-lo, já que o esqueiro estava dentro da caixa. Traguei
lentamente para depois encarar Edward que parecia acompanhar cada movimento
meu, dei mais uma tragada e fui até ele, o empurrei contra a parede e me posicionei
entre suas pernas.
http://www.youtube.com/watch?v=XNmccXdKLZs

She gave me the Queen


She gave me the King
She was wheelin' and dealin'
Just doin' her thing

Era o que ele cantarolava sem nunca tirar os olhos dos meus, mordi meus
lábios com força antes de começar a dançar na frente dele.
- Assim eu não vou conseguir aguentar, Bella. - Ri ao lembrar que ele disse o
mesmo, anos antes. Dei mais uma tragada no cigarro, antes de jogá-lo no chão. Com
as mãos livres, eu as subi pelo seu corpo e as prendi em seu pescoço, antes de soltar a
fumaça em sua boca.

Edward segurou minha cintura com força e tentou me beijar, mas eu me


desvencilhei e fique de costas para ele, sendo agarrada por trás. Nós dois começamos
a dançar quase que pornograficamente.
– Como vai ser a brincadeira hoje? - Ele ronronou em meu ouvido,
enquanto suas mãos massageavam meus seios por cima da camiseta. – Vai querer ser
a donzela ou hoje quer ser a putinha? - Depois de questionar, ele mordeu o lóbulo da
minha orelha.
– A putinha perversa... - Respondi, enquanto minhas mãos que até então,
escorregavam por suas pernas, subiram indo de encontro ao seu membro, que já
estava para lá de pronto.

– E você... - Murmurei o acariciando. - Vai ser o cafetão cafajeste que vai me


foder, sem um pingo de decência. - Ele soltou um longo suspiro, suas mãos desceram
até a barra da minha camiseta e lentamente se livraram dela.
– E por onde quer começar? - Nós ainda dançávamos, aquela era praticamente
a dança do acasalamento. - O que quer que eu faça, putinha?
– Quero que me chupe da cabeça aos pés, começando pelo pescoço e não
quero que seja gentil. - Ele me obedeceu prontamente, já que meu pescoço foi
atacado por mordidas e chupões nada carinhosos, me fazendo arfar. Enquanto sua
boca devorava meu pescoço, suas mãos destacavam meu sutiã, quando ele se livrou
do mesmo, ele fez com que eu ficasse de frente para ele e, de novo, obedecendo
minhas ordens, ele não foi nem um pouco gentil, ao meu empurrar contra a parede.
Era exatamente aquilo que o ditado: "Me joga contra a parede e me chama de
lagartixa", significava para mim. Eu mordia os lábios, gostando cada vez mais da
brincadeira, me sentindo cada vez mais excitada. A mão dele foi até minha nuca e
puxou meus cabelos, me fazendo o encarar. Os olhos verdes dele, estavam escuros,
cheios do mais puro desejo e eu podia apostar que os meus estavam iguais.
– Você é a putinha mais gostosa e mais safada que eu já conheci, sabia?
Nunca vou me cansar de comer você. Só você. - Meu sorriso sacana cresceu ainda
mais. Minhas mãos desceram até o cós da sua calça, a desatacando. Aquilo o fez
puxar meus cabelos de novo. – Calma, ainda não, você só vai fazer isso quando eu
mandar. - Murmurou para em seguida voltar a beijar meu pescoço.
Eu inclinava cada vez mais a cabeça, querendo que aqueles carinhos
descessem, querendo que ele abocanhasse meus seios. Para tornar aquilo mais fácil,
eu me joguei para cima dele, abraçando sua cintura com minhas pernas. As mãos
firmes dele, apertavam com força minhas nádegas e sua boca, enfim abocanhou meu
seio, me fazendo soltar um longo suspiro.
– Oh my God!!! - Uma voz que não era minha, nem de Edward,
pronunciou as palavras que estavam prestes a sair da minha boca. Levei alguns
segundos para raciocinar, de quem era aquela voz e, quando consegui, eu paralisei.
Ao levantar minimamente a cabeça, percebi que estávamos sendo assistido por Jully e
Bernardo, que pareciam petrificados.

Eu não sabia o que fazer, o que dizer e aonde enfiar a cara. Os dois talvez nem
soubessem mais como se mover, já Edward estava tão entretido que pelo jeito não
tinha ouvido a voz da garota.

– Edward, chega. - Eu achei minha voz e a fiz soar séria, ele não me obedeceu.
Colei meu corpo no dele, para Bernardo e Jully não me vissem, mais do que já
tinham visto.
– Edward, para. - Ordenei de novo e puxei seus cabelos. - Jully e
Bernardo, estão assistindo. - Aquelas palavras mágicas o fizeram parar e levantar a
cabeça.

Eu não sei quantos minutos de silêncio houveram, mas acho que pelo menos
um, houve.

– O que diabos vocês estão fazendo aqui??? - Ele esbravejou, para lá de


irritado.

– Er.. É...a... - A garota até tentava falar.

– Virem-se. - Edward ordenou. - E só se voltem para nós, quando eu ordenar


que façam isso. - Os dois rapidamente fizeram aquilo.

Edward me pôs no chão e nós nos encaramos por um tempo, tentando


conversar através dos olhos, para saber o que fazer.

Balancei a cabeça negativamente, irritada por nossa irresponsabilidade, soltei um


longo suspiro e fui até as peças de roupa que ele já tinha me tirado. Sentei no sofá e
levei as mãos ao rosto, pensando no quanto da nossa conversa sacana, eles tinham
ouvido.

– Muito bem, venham até aqui. - A voz de Edward soava nervosa, me deixando
ainda mais tensa.

– Ela está bem? - Ouvi Jully murmurar a pergunta. Depois de respirar fundo
algumas vezes, eu tirei as mãos na frente do rosto e levantei a cabeça, os encarando.
Os dois tinham as bochechas vermelhas e Bernardo não tinha coragem de me
encarar.

– O quando vocês viram e ouviram? - Questionei.

– Err... - A garota voltou a gaguejar e prendeu o olhar no chão. - Nada? -


Respondeu questionando, ficando ainda mais vermelha.
– A verdade Jully... - Soltei com o ar. - Por favor, a verdade.

– Bom, nós chegamos na parte... - Ela escondeu o rosto com as mãos. - Na


parte... - tentou de novo. - Na parte da putinha mais gostosa e safada. - Ela murmurou
a última frase.

– Mas que diabo... - Edward esbravejou. - Vocês não deviam estar no cinema?
O que diabos estão fazendo aqui? - Continuou a esbravejar.

– Estávamos no shopping, mas esqueci a jaqueta e dentro do cinema é frio... -


A garota voltou a murmurar.

– Esqueceu a jaqueta? Você vive esquecendo alguma coisa, só não esquece a


cabeça, porque ela está grudada em cima do seu pescoço. Esquecer de pedir a
mesada, você não esquece. - Ele descontava toda a frustração e o nervosismo em
cima dela.

– Calma Edward, calma. - Resolvi interferir, afinal a culpa não era deles. Passei
os dedos pelos cabelos, em sinal de nervosismo.

– Okay, vocês ainda não são adultos para compreender certas coisas, mas
também não são mais tão crianças para ainda acreditarem em cegonhas, certo? -
Bernardo afirmou com a cabeça, já Jully levantou o polegar.

– Certo... O que eu quero dizer é que nós somos casados e essas coisas... - Oh
Deus, eu só queria um buraco para pôr minha cabeça.

– O que a mãe de vocês quer dizer, é que é para vocês esquecerem o que viram
e ouviram, façam de conta que não aconteceu e se um dos dois pensar em pôr em
prática, o que presenciaram antes de completarem pelo menos dezessete, eu deixo de
castigo até os vinte e um, estão entendendo? - Eles voltaram a afirmar com a cabeça.

– Olha só... - Tentei de novo. - Nós fomos irresponsáveis de ter começado isso
aqui na sala e não no quarto, mas eu só quero que entendam, que o que estávamos
fazendo aqui, são coisas que acontecem entrem um casal, mas é claro que tudo tem
seu tempo, entendem?

– Ô mãe, se vocês estão preocupados quanto a eu resolver imitar essa cena com
algum garoto da escola, pode ficar tranquila. Eu... eu... olha, sinceramente, não sei se
um dia eu quero fazer isso... Quer dizer... É tudo tão... constrangedor. - A garota
murmurou. – Olha só, eu entendo o que estava acontecendo e sei que nenhum de nós
veio da cegonha, assim como meus ouvidos continuam bons e o quarto de vocês é ao
lado do meu, então... - Ela me arriscou uma olhada. - Mesmo que eu tente, às vezes...
vocês... se expressão alto. - Ela voltou a ficar vermelha.

– Faço das palavras da Jully, as minhas. - Bernardo não levantava os olhos do chão. -
Não é porque vimos que vamos sair por aí imitando, nós não temos idade muito
menos coragem para isso. - Ele ficava cada vez mais vermelho, a medida que as
palavras iam saindo. - Olha, não se preocupem com isso. Nós sabíamos que
acontecia, eu também tenho ouvido e meu quarto fica na frente do de vocês. Eu só
acho que vocês deveriam lembrar que tem filhos, e mesmo que estejam sozinhos em
casa, deveriam pensar que um de nós pode sempre acabar aparecendo e eu acho que
não seria legal se Robert visse isso. - Ouve um minuto de silêncio. Bernardo tinha nos
dado bronca e tanto eu quanto Edward, sabíamos que ele tinha razão.

– Ok... vocês tem razão e nós sabemos disso. - Resolvi encerrar a conversa, já
que estava tudo entendido. - Nos desculpem pelo o que viram e ouviram, jamais
imaginávamos que vocês apareceriam. - Eu ainda estava sem jeito.

– Sem problemas. - Jully parecia aliviada pela conversa ter chego ao fim.

– Já podemos ir? - O garoto questionou. - Charlie está esperando lá em baixo. -


Ele continuava sem me encarar.

– Podem, não esqueçam as jaquetas e qualquer coisa nos liguem. - Os dois


levantaram rapidamente e cada um seguiu para o quarto em silêncio. Minutos depois
eles voltaram para a sala.

– Er... estamos indo então. - A garota era a porta voz. - O quarto de vocês é o
último do corredor, fica no lado esquerdo e qualquer coisa, nos liguem. - Depois de
dizer isso, ela puxou Bernardo pela mão e eles se foram. Ao ouvir a porta sendo
fechada, eu soltei um longo suspiro e encarei Edward e, mesmo não querendo, eu
comecei a rir, segundos depois ele me imitava.
– Acho que estou rindo de nervosa. - Eu podia apostar que ainda estava
vermelha.
– Graças a Deus, Robert resolveu não subir junto. - Balancei a cabeça,
concordando com Edward.
– Nós precisamos de uma casa Edward, me deixa fazer isso. - O machismo de
Edward se recusava a me deixar comprar uma casa. Ele dizia que quem compraria a
casa seria ele, por aquele motivo ainda morávamos no apartamento que Carlisle nos
deu.
– Não vamos entrar nesse assunto agora. - Ele rapidamente levantou-se do
sofá e me pegou no colo. - Vamos continuar o que estávamos fazendo. - Sugeriu me
beijando, me impossibilitando de dizer qualquer coisa e me carregou para o quarto,
dando continuidade ao que as crianças tinham interrompido...
~~*~~
– Acorda mãe, acorda, acorda, acorda acorda acorda!!! - Os gritos empolgados
e os pulos de Robert na cama, me tiraram da inconsciência. - Anda dorminhoca,
acorda, se mexe, abre esses olhos. - Ele continuou, mas eu tinha muita preguiça para
fazer o que ele queria, então só sorri. – Acordou? - Ele jogou-se em cima das minhas
costas e me abraçou.
– Rob, me deixa dormir mais um pouquinho. - Continuava imóvel, minha voz
não passou de um murmurio.
– Você já dormiu um monte, já são quase onze, nós já chegamos da casa do vô
e você tá aí desse jeito ainda. Como ainda está com sono? - Ele insistiu.
– Vai ver é porque ela foi dormir de dia. - Pelo jeito, Jully também estava por
ali.
– Porque ela iria dormir de dia? - O garota não entendia.
– Serão extra. - Constatei que meus três filhos estavam ali e antes que a
inocência de Robert fosse embora, eu abri os olhos, para em seguida, tirar o garoto de
cima das minhas costa, foi só eu me virar de barriga para cima, para ele voltar para
cima de mim.
– Acordou? - Ele questionou me analisando, acabei sorrindo por ver Edward
no meu filho. Os cabelos, os olhos, o jeito de me olhar e de sorrir, era tudo idêntico
ao do pai.
– Você fica cada dia mais parecido com o seu pai. - Ele sorriu torto e colou a
testa na minha.
– Meus dentes de coelho são iguais aos seus. - O comentário dele me arrancou
uma gargalhada. - E eles dizem que eu sou tão guloso quanto você.
– Alguma coisinha tinha que parecer comigo, certo? - Eu o abracei apertado.
– Você sabe que dia é hoje? - Eu me fiz de desentendida.
– Domingo? Dia de dormir até mais tarde, o que acha de dormirmos, bem
abraçadinhos? - Sugeri. Ele levantou a cabeça para me encarar.
– Mãe, presta atenção, hoje é o seu aniversário. - Ri do jeito incrédulo dele.
– Eu não gosto de lembrar disso. Eu estou ficando velha, sabia que eu já
encontrei cabelos brancos? É depressivo ter que passar dos trinta. - Ele rolou os olhos
pela minha reclamação.
– Você parece minha dinda, quando reclama assim. - Jully caiu na cama,
vindo para o meu lado, eu ainda estava envergonhada pelo flagra do dia anterior, já
ela parecia ter superado.
– Vai reclamar também, quando chegar nessa idade. - Ela sorriu e balançou a
cabeça negando.
– Vai Robert, deseja logo o feliz aniversário e desocupa, antes que eu te
expulse daí. - Ela resmungou com o irmão, me fazendo sorrir.
– Chata. - Ele murmurou, antes de me encarar. - Feliz aniversário mãe, você é
a melhor mãe do mundo, eu amo muito você, eu vou morar com você para sempre e
vou cuidar de você para sempre. - Eu me derreti ouvindo aquilo.
– Obrigada Rob, eu também amo muito você e eu sou a mãe mais feliz do
mundo, por ter os melhores filhos do mundo. - Ele sorriu e juntou os lábios aos meus,
para depois me abraçar apertado.
– Ok, ok, agora chega. Sai que a mãe também é minha. - Jully tirou o irmão
de cima de mim, o que o fez reclamar. Ela o ignorou e tomou seu lugar, vindo para
cima de mim.
– Feliz aniversário mãe!!! Muita saúde, paz, muitos e muitos anos de vida.
Que você trabalhe menos e descanse mais, que os paparazzis deixem você em paz e
que meu pai continue te fazendo feliz e te deixando sem juízo. - Sorri e a apertei em
meus braços.
– Obrigada princesa. Obrigada por tudo, obrigada por existir e por me deixar
ser sua mãe. - Nossa conversa era murmurada.
– Sabe, eu já não lembro de muitas coisas dos meus quatro, cinco anos, mas
acho que nunca vou esquecer daquela noite que eu fui atrás de você na piscina.
Lembro que eu fiquei pensando em um jeito, de fazer você ficar para sempre. - Sorri
e beijei o topo da cabeça dela.
– Você foi uma das grandes responsáveis em ter me feito ficar e, se depender
de mim, o para sempre ainda vai ser pouco. Eu amo você Jú e eu não gosto quando
você começa com a história de preferido. - A senti rindo, quando ela levantou, vi que
seus olhos estavam cheios de lágrimas.
– Eu também amo você mãe, acho que foi amor a primeira vista. - Sorri e
passei meu dedo no rosto dela, limpando a lágrima que caiu.
– Tenho certeza que foi. - Ela sorriu e beijou minha testa.
– Só digo que ele é o preferido para irritar você. - Depois de dizer isso, ela
rolou para o lado, saindo de cima de mim.
– Sua vez Blak. - Ao levantar a cabeça, encontrei Bernado de pé, encostado na
parede, nos observando. Ele me lançou um sorriso envergonhado, para em seguida
jogar-se na cama, vindo para cima de mim.
– Parabéns mãe! - Ele murmurou e enterrou a cabeça no vão do meu pescoço.
– Feliz aniversário, Bê. Muitas felicidades filho, que você continue assim,
esse garoto maravilhoso que você é. Conte comigo para qualquer coisa, qualquer
coisa mesmo. Sempre que precisar de mim, é só me chamar, não importa o lugar que
eu esteja, eu volto correndo. - Ele apertou os braços em mim.
– Obrigado, por tudo. Tudo que já fez por mim. - Ele murmurou. - Você sabe
que eu não sou muito de expressar meus sentimentos, mas eu amo você Isa, nunca
duvide disso e eu concordo com eles, quando eles dizem que você é a melhor mãe do
mundo. - Eu sorri e para não dar uma de mãe chorona, resolvi não dizer mais nada, só
beijei os cabelos negros dele.
– Hey, agora você já pode sair de cima dela. - Robert protestou, já Bernardo
nem se mexeu.
– Ai Robert, tenho certeza que você entrou pelo menos, vinte vezes na fila da
chatice. - Jully implicou com irmão.
– Vinte? Acho que umas cinquenta. - Foi a vez de Bernardo.
– Vocês que são chatos. O que custa sair de cima dela? - Ele questionou
irritado.
Bernardo levantou a cabeça e virou-se para o irmão.
– Hoje é o meu aniversário, então eu tenho mais direito sobre ela do que você.
- Foi o que ele respondeu a Robert, antes de voltar a deitar a cabeça em meu ombro.
– Chato!!! Mãe, manda ele sair. - O garoto fez bico.
– Você pode deitar nas minhas pernas, e Jully, você pode ficar com o outro
ombro. Tem mãe para todo mundo, não quero ninguém brigando por isso. Hoje é meu
aniversário também e tudo que eu mais quero é que vocês não briguem. - O garoto
bufou, mas não voltou a reclamar e fez o que eu disse.
– Nós não vamos cantar parabéns? - O garoto questionou.
– Temos que esperar Edward. - Jully respondeu.
– Estava justamente pensando nisso... Onde está Edward? - Será que aquele
cachorro tinha me abandonado sem ao menos deixar um bilhetinho?
– Serve esse? - Meu olhos se voltaram para porta. Sorri ao vê-lo com a calça
do pijama, minha camiseta de dormir, os cabelos amaçados e uma bandeja enorme
nas mãos.
– É, dá para o gasto. - Minha resposta, o fez fazer cara de incrédulo.
– Não sei se você merece, o que tenho aqui, depois dessa sua resposta. -
Comentou, vindo ao nosso encontro. Ao sentir o cheiro de panquecas invadir minhas
narinas eu suspirei.
– Você é o único que serve. - Minha resposta fez todos rirem.
– E isso não tem nada haver com as panquecas. - O comentário de Jully
arrancou ainda mais risadas.
– Vocês três roubaram minha mulher. - Ele protestou, ao pôr a bandeja com
cuidado em cima da cama.
– Não tá escrito Edward, na testa dela. - Robert me fez rir alto.
– Mas está escrito no dedo. - Ele pegou minha mão, mostrando a Robert, a
tatuagem com o nome dele, na lateral do meu dedo anelar.
– O nosso também está. - O garoto o lembrou e sentou-se. Seu indicador,
apontou para os outros nomes, nas laterais dos outros dedos. Jully estava no
mindinho, Robert no do meio e Bernardo no indicador.
Edward tinha feito os mesmas tatuagens, mas no lugar do nome dele, ele pôs
o meu, obviamente.
– Eu sou dos quatro. Agora, quero todo mundo sentado, porque quero devorar
essas panquecas. - Enquanto Jully sentou, Bernardo rolou para o lado, me
possibilitando de poder sentar. Acabei lambendo os lábios, ao ver aquelas gostosuras,
cobertas de calda de chocolate e ri ao ver uma velinha cor de rosa e outra azul, em
cima das panquecas.
– Só você mesmo. - Comentei sorrindo, para em seguida inclinar a cabeça e
lhe dar um selinho.
– Bom dia amor! - Ele murmurou e me roubou outro beijinho.
– Ele não podia ter começado melhor. - Edward sabia exatamente ao que eu
me referia.
– Rum... - Jully fingiu coçar a garganta, nos fazendo rir e nos afastar.
– Ok, vamos cantar os parabéns para depois atacar. - Meu marido sugeriu, ao
acender as velas.
– Você não vai dizer feliz aniversário para ela? - Robert questionou o pai.
– Já desejei. - “E como.” Foi o que eu pensei.
– É melhor você nem perguntar Robert. - Jully interferiu antes que viessem
mais perguntas, para em seguida puxar a cantoria.
Depois de Bernardo e eu soprarmos as velinhas, nós literalmente, atacamos.
Enquanto os três conversavam, Robert e eu, aproveitávamos para comer. Acabou
sobrando apenas uma panqueca, ele e eu a espetamos ao mesmo tempo, o que nos fez
rir.
– Pode ficar, já estou satisfeito. - Ele rapidamente tirou o garfo de lá.
– Vamos dividir, meio a meio. - Sugeri ao cortar a panqueca, pondo uma
metade no prato dele.
– Vocês dois são magros de ruim. - Foi o comentário de Jully.
– Fala com minha mão, Jully. - Foi a resposta de Robert. Eu olhei atravessado
para os dois, para que eles nem começassem.
– Onde vamos almoçar hoje em? - Questionei, o que fez Bernardo gargalhar.
– Está acabando o café e já pensando no almoço? - Questionou ainda rindo.
– Essas panquecas estão divinas, mas não vão me sustentar por muito tempo. -
Robert levantou o polegar, concordando.
– Verdade, elas mal tapam o buraquinho do meu dente. - Ele me fez rir.
– Fisicamente até pode se parecer comigo, mas de resto, é sua cópia. - Edward
também ria.
– Que tal a gente almoçar no restaurante mexicano? - A sugestão de Robert
me agradou e muito.
– Tô dentro. - Jully amava comida mexicana.
– Hoje vamos deixar os aniversariantes decidirem. - Edward cortou o barato
dos dois.
– Decida Bê, eu aceito qualquer lugar que tenha comida. - Eles voltaram a rir.
– Comida mexicana é uma ótima opção, mas depois do que eu vou te contar,
você não vai querer mexicano. - Mordi o último pedaço de panqueca e o encarei.
– Estou ouvindo.
– Abriu uma churrascaria brasileira, fica bem perto do colégio. Nossa, você
precisa experimentar Isa, é melhor do que a que a gente costumava ir lá no Rio. Com
direito a maionese e tudo. - De repente, a comida mexicana me pareceu
desinteressante ao pensar na churrascaria. Eu sentia tanta falta de um espeto corrido
decente, Bernardo era tão brasileiro quanto eu e se ele dizia que era bom, é porque
era.
– É nesse lugar que nós vamos então. Tem queijo? - Ele riu e afirmou com a
cabeça.
– Tem até abacaxi. - Levantei meus braços em sinal de comemoração.
– Ok, está decidido, vamos almoçar nesse pedaço do céu. Todos para o banho,
quero encontrar todo mundo pronto, lá na sala, até o meio dia. - Eu fui a primeira a
pular da cama.
– Ô mãe, aqueles caras chatos são piores quando você tá. - Robert odiava os
paparazzis.
– Rob, acredite em mim, quando você experimentar a comida, vai ver que
vale muito a pena. - Tratando-se de comida, ele nunca discordava comigo, então foi o
segundo a se por de pé.
– Tá, vou tomar banho então, te amo gata. - Ele beijou minha mão e correu
para fora do quarto, me deixando rindo.
– O que a comida não faz com dois mortos de fome. - A garota levantou-se e
imitando o irmão, me beijou antes de sair do quarto.
– Só a comida liberta. - Bernardo já estava de pé, com a bandeja agora vazia
nas mãos. - Já estou pronto, então vou esperar na sala. - Foi o que ele disse, ao parar
na minha frente.
– Ok, não vamos demorar prometo. - Ele assentiu. - Gostei da sua camiseta. -
Era uma camiseta dos dodgers, azul marinho, que combinava perfeitamente com ele.
– Ganhei de presente de aniversário, foi seu marido quem deu. - Ele sorriu ao
olhar para Edward. Os dois se davam muito bem e quando começavam a conversar
sobre jogos, eles não paravam mais. Eles constantemente saiam para assistir algum
jogo de beisebol ou basquete e sempre estendiam a saída para algum restaurante.
– Meu marido tem bom gosto. - Meu comentário, os fez sorrir.
– Olha, o número da camiseta é a minha idade. - Ele virou-se para me mostrar.
Além do número 13 estampado em branco, o nome Bernardo Swan também estava lá.
Com certeza só podia ser presente de Edward, já que ele aboliu completamente o
Blak de lá, me fazendo balançar a cabeça negativamente e prender o sorriso.
– De trás pra frente, dá a minha idade. - Comentei. Ele voltou-se para mim e
sorriu.
– Mensagem sublimar. - Depois de se inclinar para beijar meu rosto, ele
seguiu caminho, me deixando sozinha com Edward.
– Você adora abolir o Blak do nome do garoto. - Edward se fez de inocente.
– Ele prefere o Swan. - Sorri e voltei a balançar a cabeça negativamente.
– Toc, toc... - Como a porta estava aberta, Jully falou os toc, toc. Por algum
motivo, ela ria.
– Qual a piada? - Edward questionou com ela.
– Vocês ontem estavam com a corda toda, em? Presta atenção no que eu vou
ler, notícia fresquinha. - Ela tinha um papel nas mãos, o abriu voltou a rir e coçou a
garganta, atende de começar.
– Aí que calor.. - Ela começou assim.
“Bella Swan e sei marido Edward Cullen que costumam serem discretíssimos
quando o assunto é relacionamento, provaram na tarde chuvosa de ontem, que na
intimidade ps dois no mínimo pegam fogo. O casal foi flagrado na sacada do
apartamento em que moram, no maior amasso, parecendo não se importarem com os
amigos que com eles estavam.
Isabella vestia uma camiseta que cabia no mínimo duas dela dentro, o que nos
faz concluir que a mesma era do marido, que vestia apenas uma bermuda.
Fontes dizem que a festa na casa do casal começou cedo e que foi possível
ouvir o som alto até o início da noite. O casal que estourou uma garrafa de
champanhe e desperdiçou mais da metade nos amigos e em cima das próprias
cabeças, mostrava claros sinais de embriaguez.
Os filhos do casal foram vistos saindo de casa com os avós, logo apos as
15:00.
Pelo jeito Beward, aproveitaram a folga para matar a saudade e tirar o
atraso, já que Bella Swan estava a quase dois meses fora de casa.
Bella que hoje completa trinta e um, parece ter começado o seu trigésimo primeiro
aniversário da melhor forma possível...
Haja fôlego em, Edward?”
Jully gargalhou e me entregou a folha impressa, onde tinha uma foto enorme
das minhas pernas abraçando a cintura de Edward, enquanto eu o beijava.
– Como eles conseguiram essa foto? - Murmurei incrédula.

– Com certeza os vizinhos do prédio da frente. - Edward soltou com o ar.

– Preparem os ouvidos, porque hoje vocês vão ouvir muitas gracinhas. - Jully
debochou ainda rindo.
– Agora sim, vou para o banho, beijos adolescentes com os hormônios a flor
da pele. - Depois de tirar sarro da nossa cara, ela foi, mas por algum motivo, voltou. –
E cuidado, o prédio a frente tem olhos e ouvidos. - Ela riu alto e se foi.
– Vou para o banho. - Murmurei balançando a cabeça negativamente,
incrédula com meus vizinhos fofoqueiros.
– Nós vamos... - Edward me corrigiu, antes de vir atrás de mim...
~~*~~

Graças ao nosso banho em dupla, acabamos chegando na sala depois do meio


dia e os três já estavam lá, nos esperando. Robert estava com uma camiseta dos
Lakers e, mesmo com aquelas cores espalhafatosas, ele conseguia ficar lindo. Ele
estava tão concentrado em acertar uma manobra no skate que nem nos viu, mas eu
fiquei surpresa mesmo foi com Bernardo que estava aparentemente tocando violão,
Jully estava ao seu lado, lhe dando algumas dicas.
– Desde quando toca violão? - Questionei ao parar na frente dele.
– Eu não toco. - Respondeu completamente sem jeito, entregando o
instrumento a Jully.
– Se não toca, porque comprou um então? - Voltei a questionar.
– Eu não comprei. - Era tão nítido quando ele mentia, que se ele soubesse
daquilo, nem tentaria. - É da Jully. - Tirei meus olhos dos dele e olhei para ela que
confirmou aquela mentira com a cabeça.
– Ok, qual dos dois Pinóquios vai me responder, desde quando Jully virou
canhota. Porque esse violão é de canhoto e pelo que eu me lembre, o único canhoto
dessa família é Bernardo.
– Bernardo comprou. - Eu me voltei para Robert que tinha entregue o irmão.
Ele não prestava atenção em nós, sua atenção continuava no skate. - Mas ele só
queria contar para você, depois que aprendesse a tocar. - O garoto levantou a cabeça e
sorriu. Eu voltei a me virar para Bernardo que suspirou e assentiu.
– Eu não queria que você se empolgasse, porque eu não sei se vou conseguir
tocar esse treco. - Sorri e balancei a cabeça negativamente.
– Você não precisa fazer isso só para me agradar. - Bernardo nunca teve o
mínimo de interesse por algum instrumento musical.
– Acredite, não é por você que ele faz, agora que ele é o capitão do time de
beisebol, ele faz de tudo para agradar aquelas periguetes. - Foi o que Jully disse, antes
de levantar do sofá. – Vamos? Vocês dois estão atrasados. - Depois de dizer tal coisa,
ela nos deu as costas e foi.
– Garotas. - Robert soltou em um resmungo, antes de deixar o skate de lado e
seguir a irmã.
– Ahhh como eu amo ela. - Bernardo murmurou rolando os olhos, deixou o
violão de lado e seguiu o caminho dos irmãos. Encarei Edward boquiaberta.
– Você ensinou direitinho a eles, como deixar as pessoas no vácuo. - Ele
comentou rindo, antes de me puxar pela mão. – Vamos no seu carro ou no meu carro?
- Edward me questionou. Mesmo eu não dirigindo, eu tinha um carro, um mini
cooper preto que só era usado quando eu estava junto, já que Edward insistia em
dizer que aquele carro era de mulher.
– No meu. - Ele abriu a mão, me estendendo a chave.
– Então, você dirige. - Ele sempre dizia aquilo, acho que por saber que eu
negaria, mas ao olhar para aquela chave na mão dele, me deu uma enorme vontade de
dirigir e quando eu vi, eu já tinha pego a chave.
– O que isso significa, realmente? - Ele questionou surpreso. Sorri e saí do
elevador.
– Eu dirijo. - Respondi dando de ombros. - Você não vem? - Ele ficou parado
por alguns segundos, me encarando.
Capítulo 45 - Dança comigo? - Part 3

– Cl... claro. - Respondeu tentando sorrir. Tive vontade de gargalhar ao ver o


medo estampado no rosto dele. As crianças já nos esperavam, encostados no carro,
sorri satisfeita ao ver que eles conversavam civilizadamente. Destravei o carro e
automaticamente eles se jogaram para dentro. Meu coração bateu mais forte, quando
sentei do lado do motorista, os três estavam tão entretidos na conversa que nem
tinham percebido nada. Edward foi o último a entrar e me lançou um sorriso amarelo,
para me seguida puxar o cinto.
– Ok, você precisa por o pé esquerdo na embreagem e o direito no freio
depois você vira... - Eu rolei os olhos e liguei o carro.
– Eu sei como dirigir Cullen, aprendi quando tinha treze e tenho certeza que
continua sendo tecnicamente igual. - O silêncio se fez presente dentro do carro e tudo
que pude ouvir foi o barulho de cintos sendo atacados.
– Você vai tipo... dirigir? - Tinha medo na voz de Jully.
– Vou... - Peguei os óculos escuros que estava pendurado no quebra sol e o
coloquei.
– Ô mãe, você pode botar por favor o boné da sorte. - Robert pediu e estendeu
o boné dos dodgers. Cada integrante da família tinha o seu, com as iniciais dos nomes
bordados. Sorri incrédula por tanto medo, mas acabei pegando o boné e o ajustei em
minha cabeça.
– Você também pai. - Ele entregou o boné de Edward. Quando olhei pelo
retrovisor, vi todos usando o tal boné da sorte e balancei a cabeça negativamente.
– Quanta confiança... - Murmurei antes de fechar uma mão no voltante,
enquanto a outra colocou na primeira marcha. Puxei forte o ar e junto com ele, eu fui
soltando a embreagem, pondo lentamente o carro em movimento.
Abri um longo sorriso, ao sair da garagem. As primeira vezes que eu troquei
de marchas o carro deu alguns socos, mas quando saímos do condomínio, eu já estava
tinha pego a manha. Os quatro estavam tão tensos que não falaram nem um a, durante
todo o percurso. O único a falar foi Bernardo, mas só porque ele precisava me ensinar
o caminho. Para nossa sorte, achei uma vaga bem em frente ao lugar.
– Amor, não vai caber aí. - Edward murmurou descrente.
– Vai sim, não tem noção de espaço? - Questionei, sem tirar os olhos do
retrovisor, já fazendo a manobra para estacionar.
– Porque não procura uma vaga menos apertada? - Foi a vez de Bernardo.
– Porque aqui é bem na frente. Já estamos sendo fotografados, então quanto
menos tivermos que caminhar, melhor. - Respondi.
– Bella... - Edward tentaria de novo.
– Pelo amor de Deus, calem a boca e me deixem estacionar. - Depois da
bronca ouve silêncio.
Alguns segundos depois, eu desligava o carro, perfeitamente estacionado.
– Aprendeu como faz, Edward? - Depois de constatar que estava sã e salva,
Jully resolveu provocar o pai, o que me fez rir.
– Com quem aprendeu a estacionar assim? - Ele me questionou incrédulo.
– Charlie. - Deu de ombros.
Resolvi por um fim na conversa e fechar a cara, já que tinham dois
insuportáveis quase colados nos vidros do carro nos fotografando.
– Vou jogar minha bola de futebol americano neles. - Robert esbravejou.
– Dê a mão para sua irmã e não largue dela, nem responda as provocações
deles. - Murmurei antes de abrir a porta do carro e saltar de lá.
Enquanto, eles nos fotografavam e falavam gracinhas, nós caminhávamos o
mais rápido que podíamos e graças a vaga perfeita que eu achei para o carro, não
demoramos a entrar no restaurante.
– Bom dia!!! - Fomos saudados pelo recepcionista, assim que entramos.
– Bom dia, mesa para cinco por favor. - Edward pediu. - E se você nos achar
um lugar mais reservado, eu agradeço. - O homem sorriu, olhando para nós.
– No momento, todos os lugares estão ocupados, mas se esperarem por no
máximo meia hora, consigo um lugar bem discreto para vocês. - Eu esperaria nem
que fosse uma hora inteira, só o cheiro daquele lugar, fazia meu estômago reclamar
de fome. Jully e Edward não pareciam muito a fim de esperar.
– Tudo bem, a gente espera. - Eu respondi rapidamente, o que fez Bernardo
rir.
– Vocês podem ficar na sala de espera. - Ele apontou para uma porta, na nossa
esquerda. - Ou se preferirem, podem seguir até a porta dos fundo. - Ele apontou nos
indicando. - Tem uma varanda lá e, como as pessoas preferem ficar na sala de espera
assistindo TV, lá vocês podem ter mais privacidade.
– Pode brincar com a bola, lá? - Robert questionou o homem, mostrando a
bola de futebol americano. O olhei incrédula por ele ter trazido a bola, fazendo o
homem rir.
– Pode sim, lá tem um espaço grande para correr e brincar.
– Ok, então vamos esperar lá. - Edward comunicou.
– Fiquem à vontade, assim que liberarem o lugar, eu aviso vocês. - Eu assenti
e nós nos encaminhamos para o lugar, tentamos ao máximo, passarmos
despercebidos, mas pelos cochichos, constatei que não conseguimos.
– UAUUU!!! Olha aqui é grande e tem grama, vamos jogar? - Robert nos
convidou.
– Não dá, estamos em cinco, vai faltar um. - Jully respondeu.
– Jully tem medo de perder. - Bernardo provocou e roubou a bola do irmão.
– Não tenho, não. - A garota que já tinha se jogado no sofá, levantou-se e
juntou-se aos dois, que jogavam a bola um para o outro, naquele gramado verde.
– Então, vamos jogar. - Robert voltou a insistir. - Mãe, pai, vamos jogar? - Eu
que também já estava sentada no sofá levantei e estendi a mão para Edward, o
levantando também.
– Vamos, mas eu não entendo quase nada desse jogo maluco. - Comentei ao
agarrar a bola.
– Fica no meu time, que você ganha. - Jully sugeriu, me fazendo rir de sua
modéstia.
– Ok, garotas contra os garotos então. - Sugeri e joguei a bola para Jully.
– Ah não, meu pai não consegue correr. - O protesto de Robert fez todos
rirem.
– Então, por isso mesmo fica justo. Dois contra dois. - Jully disse como se
fosse óbvio.
– Edward é café com leite. – Impliquei, o fazendo me mostrar a língua.
– Fechado. As traves são aquela árvore e aquela outra lá. - Bernardo explicou,
apontando para as árvores que ficavam uma oposta a outra, em uma distância bem
grandinha. Nós cinco concordamos.
– Como somos mulheres e estamos em número menor, nós começamos. -
Jully impôs e eles concordaram. – Mãe. - Ela voltou-se para mim e chegou bem
perto. - O negócio é o seguinte, primeiramente eu vou ser a center. - Franzi o cenho,
tentando entende o que significava aquilo. Ela sorriu ao perceber e resolveu ser mais
específica. - Eu vou me abaixar e vou jogar a bola por baixo das minhas pernas para
você, então o jogo começa. - Agora sim eu tinha entendido. - Você vai ser a
quarterback. - Aquilo era um elogio? - Eles vão para cima de você e vão tentar roubar
a bola, então você corre fugindo deles e tenta lançar a bola para mim, certo? -
Balancei a cabeça e pedi aos céus para não me machucar muito.
– Ok, combinado. - Ela sorriu e me estendeu a mão, fazendo nosso toque. -
Estamos prontas!!! - Jully avisou, indo para o centro do nosso “campo”. Os quatro
abaixaram e eu acabei rindo daquela posição ridícula.
– Se concentra mãe. - Jully pediu e eu tentei fazer aquilo. - Um, dois, três. -
Assim que o três chegou ao fim, a bola já estava em minhas mãos e eu fiz o que ela
me mandou, corri.
Edward e Robert vieram atrás de mim, mas nenhum deles conseguia me
alcançar, quando tomei uma certa distancia, eu procurei por Jully e lancei a bola e
mesmo marcada por Bernardo, ela conseguiu pegar e começou a correr para a nossa
trave. Quando pensei em correr para ajudá-la, caso fosse preciso, Edward me puxou
pelo braço, me fazendo rir.
– Isso é falta. - Eu reclamei e soquei o braço dele.
– Pena que não temos juiz. - Ele me abraçou, me impossibilitando de correr e
eu acabei esquecendo do jogo.
– Você tá lindo com essa camiseta preta coladinha, esse óculos escuro e esse
boné virado para trás. Parece um garoto. - Ele sorriu.
– E você tá linda assim com essa regata branca indecente, esse jeans apertado
no corpo, esse boné com a aba quebrada e esse óculos que te deixa com cara de mau.
- Sorri e pendurei os braços no pescoço dele.
– Acho que eu tenho cara de mau? - Ele balançou a cabeça afirmando.
– Acho, e você não faz ideia do quanto fica sexy, com esse semblante. - Foi o
que ele murmurou, antes de juntar os lábios ao meus.
– HEY!!! Nós estamos jogando, vocês querem vir para os seus lugares? - A
bronca de Robert nos fez rir. – Pai, você tem que distrair ela só quando ela estiver
com a bola, olha só, você não voltou para ajudar, Jully acabou marcando. - Eu ri alto
pela reclamação do garoto, me soltei de Edward e corri até Jully.
– É isso aí dupla!!! - Comemorei a abraçando.
– Tá comigo, tá com Deus. - Foi o que ela me disse. - Agora nós precisamos
marcar.
Com certeza Robert vai jogar a bola para Bernardo, como você é maior e
corre mais, você marca ele e eu marco meu pai. Quando pegarmos a bola é só fazer o
mesmo procedimento de antes. - Ela explicou ao me largar.
– Ok, vamos lá time!!! - Eu dava pulinho, fazendo os garotos resmungarem. -
Prontos para perder? - Provoquei e virei a aba do meu boné para trás, o que fez Jully
rir e me imitar.
– Vamos ver quem vai perder. - Robert esbravejou e, em seguida, jogou a bola
para Bernardo.
Fiz o que Jully me disse para fazer, corri atrás de Bernardo e, depois de muito
tentar, eu roubei a bola dele.
– Perdeu playboy!!! - Comentei rindo, antes de lhe dar um olé e procurar por
Jully. Acabei gargalhando ao ver o quão fácil ela se livrou de Edward. Rapidamente,
eu lancei a bola e mais uma vez acabamos pontuando. Ela correu ao meu encontro e
jogou-se em meu colo, o que acabou nos derrubando.
– Sua maluca!!! - Eu ria, por toda a brincadeira.
– Era para você me segurar. - Ela também estava rindo, na verdade, estávamos
tendo um ataque de riso.
– Eles não são de nada. - Meu comentário a fez rir mais.
– Ah não tem graça jogar com vocês. - Robert reclamou, nos fazendo rir mais.
- Parem de rir, não tem graça nenhuma. - Quanto mais ele reclamava, mais nós
riamos.
– Estamos dando uma chance para vocês. - Bernardo provocou.
– Retire o que disse Blak. - Jully secava as lágrimas, tentando parar de rir. -
Retire ou vai ficar no zero. - A garota levantou e estendeu a mão, me ajudando a fazer
o mesmo, pendurei meu braço nos ombros dela e me voltei para os três, que não
pareciam muito felizes.
– Melhor você escutar o que ela diz. - Provoquei. Mesmo ele estando de
óculos, tive certeza que ele rolou os olhos.
– Não retiro, vocês vão perder. - Resmungou antes de voltar a posição que
napoleão perdeu a guerra, se preparando para mais uma jogada... Nós realmente
deixamos eles no zero, o que nos fez rir muito e o que deixou Robert e Bernardo para
lá de irritados. Eles davam milhões de desculpas por terem perdido, o que acabava
nos fazendo rir mais e o que acabava os deixando mais bravos.
Quando fomos chamados para almoçar, estávamos os cinco suando até pelos
cotovelos.
O lugar que ganhamos era bem reservado, afastado dos outros, o que nos
permitiu continuar com as gracinhas e provocações. O almoço correu muito bem, até
o celular de Edward começar a tocar e ele levantar-se para atender afastado de nós.
Cinco minutos depois ele voltou, seus olhos ficaram nos meus por alguns segundos e
então ele os desviou.
– Tudo bem? - Questionei. Desde quando ele precisava ficar sozinho para
atender o celular? Foi o que eu me perguntei e de novo a suspeita de que ele me
escondia alguma coisa, se apossou dos meus pensamentos.
– Tudo, mas depois de almoçarmos eu vou ter que dar um pulo lá na clínica, é
uma emergência. - Ele explicou e aquilo não me convenceu.
– Chega antes da festa do Bê? - Questionei.
– Vou fazer o possível para chegar. - Foi a resposta dele.
– Não se preocupe, eu entendo. - Bernardo sorriu para Edward e eu tive a
impressão que os dois se comunicavam pelo olhar. Tive quase certeza disso, quando
Edward sorriu torto para o garoto e depois voltou-se para mim.
– Já podemos pedir a sobremesa? - Olhei para ele e para Bernardo, pensei em
perguntar qual era o problema, mas achei que talvez eu estivesse ficando louca, então
só balancei a cabeça afirmando.
Meia hora depois, eu estava estacionando na garagem de casa, Edward nem
subiu, me deu um beijo rápido e seguiu para a clínica, pelo menos eu preferia pensar
assim. Ao entrar em casa, eu acabei me assustando, ao ver que a casa tinha virado
praticamente um estadio de beisebol, o que me fez constatar que Alice já estava por
ali, decorando a casa para a festa de Bernardo, que começaria dali duas horas.
A festa começou, a casa ficou cheia de pré adolescentes, os Cullens e meus
pais chegaram, eu bati fotos, dei autógrafos para muitas crianças, Bernardo soprou as
velas, partiu o bolo, nós comemos, os Cullens foram embora, Renée e Charlie
também, e até os pré adolescentes já tinham ido, quando Edward finalmente, adentrou
em casa, com um sorriso de desculpa e a camiseta suja de sangue. Ao ver aquilo eu
acabei esquecendo que estava irritada e que queria o couro dele.
– O que aconteceu? - Foi a primeira coisa que eu questionei.
– Porque algo me diz que você não acreditava que eu estava trabalhando?
Um labrador atropelado... Nossa amor, ele chegou lá muito, muito mal, juro
para você que não sei como ele conseguiu resistir a operação. Teve duas paradas
cardíacas e voltou. - Acho que suspirei aliviada, não pelo pobre bicho, mas sim por
Edward ter estado mesmo onde ele disse que estaria.
– Coitado... - Murmurei. - Ele vai ficar bem? - Edward sorriu e beijou minha
testa.
– Está no soro e sendo monitorado, torço para que fique... Agora deixa eu
tomar um banho rápido, está quase na hora de irmos. - Eu ainda tinha planos de
convencê-lo a não irmos.
– E aí cara, ganhou muitos presentes? - Ao olhar para trás, vi que Bernardo
estava praticamente ao meu lado.
– Muitos. Sabe aqueles fones de ouvidos gigantes que você queria um? -
Edward afirmou com a cabeça. - Pois é, ganhei. Acho que vou guardar para o seu
aniversário. - Edward riu alto.
– Vou esperar. Parabéns de novo cara, saúde, paz, juízo e que comece a vir a
mulherada. - Edward e ele batiam um nas costas do outro.
– Edward!!! Vai tomar banho e para de dar essas ideias ao menino. - Os dois
riram do meu ciúme.
– Qual é amor? Só uns beijinhos para ele ir ficando por dentro dos assuntos. -
Ah se Edward sonhasse em quem Bernardo sonhava em dar uns beijinhos.
– Não dê ouvidos para ele Bê. Edward, banho. - Apontei em direção ao quarto
e de novo eles riram.
– Deixei os fones em cima da sua cama, depois me diz o que achou. -
Bernardo mudou de assunto e Edward assentiu.
– Obrigado, você é o melhor enteado do mundo. - As bochechas do garoto
foram apertadas.
– Acontece quando só se tem um enteado. - Fez piada nos fazendo rir.
– De quem estamos falando mal? - Jully apareceu por ali, com os cabelos
molhados.
– De ninguém, metida. - Ela mostrou a língua para Edward.
– Que horas a gente vai nesse tal restaurante? - Ela quis saber, na verdade eu
também queria.
– Às 20:30. Quero todos prontos dez minutos antes. Cadê Robert? - Edward
questionou comigo.
– Com Rose e Emmett. Ele vai com eles de lá. Ah, pelo amor de Deus,
Edward, vamos ficar em casa, vai. - Ele sorriu e me deu um beijinho.
– Não dá, amor. Eu já reservei o lugar e convidei todo mundo. Vou para o
banho, fiquem de olho no relógio. - Falou enquanto já se dirigia para o quarto, o que
me fez suspirar frustrada.
– Sorria Isabella, quando você ver a comida, vai se animar. - Jully me fez rir.
– Assim espero, porque eu vou por saltos altíssimos, então se a comida não
valer a pena, Edward me paga. - Meu comentário fez os dois rirem.
– Vou para o banho também, encontro vocês aqui mais tarde. - Bernardo pôs
as mãos nos bolsos e foi.
– Vou dar um jeito na juba, espero conseguir até as 20:30. - Jully me fez sorrir
e caminhar abraçada com ela até a porta do seu quarto, que ficava ao lado do meu.
– Bom, eu vou mais uma vez tentar convencer Edward a não irmos, nos
encontramos daqui a pouco. - Beijei a bochecha dela e entrei no quarto.
Pelo o barulho de água caindo, constatei que Edward já estava no banho,
suspirei, me encostei na cabeceira da cama e liguei a TV, tentando pensar em algo
que o fizesse desistir da ideia.
Quinze minutos depois, ele saiu do banho, já dentro de uma calça social preta,
ao me ver ele sorriu, foi ao meu encontro, me deu um beijinho e afastou-se indo até o
guarda-roupas.
– Ok, será que pode me dizer, porque não podemos ficar em casa? Chame o
pessoal para cá. - Era o meu aniversário, a data já não ajudava em nada, imagina
então estar trocando dos trinta para os trinta e um. Aquilo não era motivo de
comemoração, eu estava ficando velha.
– Ahhh, por favor, amor. Qual o problema? Se o problema for realmente os
trinta e um, deve no mínimo me achar idoso então, eu tenho trinta e três. - Edward
continuava gostoso com trinta e três, na verdade ele ainda parecia ter vinte e cinco.
– Se você é idoso, é o idoso mais gostoso, cheiroso e lindo que eu conheço. -
Ele sorriu, deixou a gravata de lado e jogou-se na cama, vindo para cima de mim.
– Adoro a cara de safada que faz, quando diz coisas desse tipo. - Sorri sacana
e prendi meus braços no pescoço dele.
– Podemos ficar em casa e podemos comemorar do nosso jeito. Sem roupas. -
Ele sorriu e eu percebi que ele gostou da ideia. Antes que falasse algo, resolvi agir e
minhas mãos foram para os botões de sua camiseta social preta, mas ele as segurou e
levantou-se dali.
– Vamos comemorar muito depois, você não vai dormir hoje a noite, mas
primeiro, vamos jantar. - Eu bufei. - Estão todos lá, nos esperando e é frutos do mar,
como eu sei que você gosta. - Tentou me convencer.
– Tem paparazzis lá fora. - Reclamei.
– Você vai estar dentro do carro e onde vamos eles não tem nenhum acesso. -
Voltei a Bufar vendo que não o convenceria.
– Ok, só não entendo porque escolheu um lugar tão chique, onde precisa ir de
terno e eu preciso por saltos, mas tá.
Rob está com Rose e as roupas que ele levou são roupas casuais. - Edward
rolou os olhos.
– Até parece que você não conhece Rosalie, ela é quase uma Alice, não se
preocupe com isso. - Vendo que não teria mesmo jeito eu me livrei das minha roupas,
afim de ir para o banho, só que aquilo fez Edward largar a gravata pela segunda vez.
– Bella, amor, todos ficariam muito magoados se não aparecêssemos para o
seu aniversário, então por favor colabore comigo. Porque se eu por as mãos em você,
nós não vamos mais. - Eu ri alto, pela cara com que ele olhava para mim.
– Calma amor, eu só estava indo para o banho, não quer que eu tome banho de
roupas, quer? - Ele tirou os olhos de mim, procurando concentração.
– Não. Quando eu acabar aqui, vou esperar na sala. Lá é mais seguro... -
Voltei a rir e fui para o banho. Não sei porque cargas d'água Alice me mandou um
vestido branco, mas mandou.
Não era réveillon nem nada, mas se eu não o vestisse ouviria por muito
tempo, então eu o coloquei.
Era um vestido simples e curto, que me lembrava muito o vestido do meu
casamento, a única diferença é que era tomara que caia, de resto era praticamente
igual. Tá, eu não lembrava do meu casamento, mas o vídeo de Emmett me ajudava
com aquele pequeno problema.
Coloquei sandálias vermelhas altíssimas que Alice mandou junto com o
vestido, prendi meus cabelos em um coque falso e joguei a franja para o lado. Passei
quinze minutos me maquiando e, por fim, parei na frente do espelho, para dar uma
conferida no visual.
Sorri e balancei a cabeça negativamente para a imagem refletida lá.
– Você tá parecendo uma noiva, Isabella. - Depois de murmurar aquilo, eu
fui..
Edward, Jully e Bernardo já me esperavam na sala e assoviaram ao me ver. Eu
fiz o mesmo ao passar os olhos nos três, eles estavam tão bem vestidos quanto eu,
para a ocasião chique, que Edward resolveu nos levar.
Jully estava dentro de um verde escuro, curtinho e tomara que caia, seus
cabelos cobre e ondulados estavam soltos e chegavam até o meio das costas. Acabei
sorrindo ao ver o par de all star preto em seus pés.
Bernardo estava vestido para matar, dentro de um Armani completamento
negro e com um sorriso brilhante, digno de Jacob, que com certeza fazia as garotas
suspirarem. Por último, eu analisei meu marido, acho que podiam se passar anos,
décadas, séculos e eu continuaria suspirando feito uma adolescente recém
apaixonada. Principalmente, quando ele se enfia dentro de um social.
O terno de Edward também era preto, assim como a camisa social por baixo,
mas sua gravata era vermelha. Seus cabelos estavam perfeitamente desalinhados e
sua barba perfeitamente feita.
Ele estava com as mãos nos bolos e me lançava aquele sorriso safado, digno
de Edward.
– Tá linda mãe. - Jully elogiou.
– Vocês também estão lindos. - Murmurei sem tirar meus olhos dele, que veio
ao meu encontro.
– Você está maravilhosa. - Eu sorri. - Quer casar comigo? - A seriedade com a
qual ele questionou aquilo, me fez suspirar.
– Com você eu faria essa loucura mais uma vez. - Ou talvez mais cem vezes.
– Eu acho que eu gostava mais, quando não entendia as coisas. - Jully nos fez
rir.
– E quem disse que você já entende? - Edward questionou.
– Ninguém pai, ninguém. - Eu ri por ver que Edward a deixou sem jeito.
– Então, vamos logo. - Edward estendeu o braço.
– Os aniversariantes na frente. - Eu ri.
– Então vem Bê, me acompanhe. - O garoto sorriu e veio ao meu encontro.
– Você está linda mãe. - Meu sorriso se alargou, o ouvindo me chamar de
mãe.
– Você também está lindo, filho. - Ele me estendeu o braço e nós
seguimos, rumo ao restaurante misterioso de Edward...
~~*~~
– Edward tem certeza que não estamos perdidos? Até onde eu sei, não tem
restaurantes para esses cantos, isso aqui é um loteamento. - Ele sorriu.
– Não estamos perdidos, abriu mês passado, por isso você não sabe. - Meu
sexto sentido me dizia que tinha algo de muito errado naquela história, eu só não
conseguia descobrir o quê.
– Ok. - Jully e Bernardo estavam cheios de segredinhos no banco de trás e
Edward estava estranhamente quieto. Bufei por eles parecerem estar de complô
contra a minha pessoa e aumentei o som do carro. Pelo que eu pude perceber o
restaurante ficava em um condomínio fechado e também percebi que o condomínio
fechado, não era muito habitado, ele era repleto de terrenos baldios.
Edward dirigiu em direção ao mar e, aos poucos, uma casinha foi aparecendo
em minha vista e quanto mais ele se aproximava, mais a casinha ia se tornando
casona. Tinham muitos carros estacionados lá, muitos mesmo, pelo jeito a casa
também servia de restaurante, já que Edward estacionou na frente do lugar.
Ele saiu rapidamente do carro e entregou as chaves ao manobrista, enquanto o
outro abria a porta para mim.
– Boa noite senhores, me desculpem mais estamos lotados hoje. - Ótimo,
assim poderíamos ir embora dali e quem sabe jantar no McDonald's ou em um lugar
do tipo.
– Sou Edward Cullen, essa é minha esposa, temos reserva aqui. Minha família
está la dentro esperando. - O homem sorriu.
– Com todo respeito senhor, eu sei quem vocês são. - Ele enfatizou aquilo
olhando para mim, o que me fez rolar os olhos.
– Mas preciso ver com meu superior se essa informação procede, enquanto
isso peço para aguardarem aqui. - Eu voltei a rolar os olhos e Edward bufou,
enquanto o homem foi para dentro do lugar.
– Pelo amor de Deus Edward, vamos embora. Como eles não tem uma lista de
reservas em mãos? Isso é um absurdo. - Reclamei.
– Depois eu reclamo com o gerente.. - Edward me puxou pela cintura e eu
deitei a cabeça em seu peito. Já era setembro e eu já começava a sentir frio então
nada melhor do que Edward pra me esquentar. Minutos depois o homem estava de
volta.
– Senhor Cullen, ouve um problema com sua reserva. O senhor pode me
acompanhar por favor, o gerente gostaria de vê-lo. - Olhei par cima bufando, o que
nada mais significava do que um: “vamos embora.”, mas ele sorriu e beijou minha
testa.
– Já volto amor. - Eu estava para descobrir desde quando Edward tinha virado
fã de lugares como aquele, porque até onde eu sabia, ele também não gostava de
lugares daquele tipo e agora insistia em ficar por lá.
– Posso ir com você pai? - Jully pediu.
– Claro. Bernardo, por favor, fique e faça companhia a Bella. - Bê assentiu e
me abraçou.
– Porque está tão irritada hoje? - Me questionou.
– Porque é muito traumatizante fazer trinta e um anos. Tem noção que eu já
tenho cabelos brancos? - Ele riu alto.
– Você continua linda Isa, na verdade, acho que cada ano você melhora. - Ok,
o elogio do meu filho me fez sorrir.
– Mas cada ano que passa, vocês crescem mais. - Reclamei com ele.
– Não podemos ser para sempre crianças, algo como a lei da vida. - Bernardo
era um garoto maduro demais para a idade que tinha e dos três, ele era sempre o mais
racional e o mais quieto. Poucas vezes, ele puxava assunto como estava fazendo, a
única pessoa que conseguia o fazer falar era Jully, às vezes eu parava e ficava
admirando meu filho conversar e fazer piadas com ela, aquilo era incrível para mim.
– Isa!!! - Meu pai saiu do restaurante me saudando.
– Hey pai, já está por aí também? - Me larguei de Bernado para abraçar
Charlie.
– Pois é, vim buscar você. - O olhei sem entender.
– Cadê Edward? - Ele sorriu largo me deixando sem entender. O pior é que
Bernardo fazia o mesmo.
– Espero você lá dentro. - O garoto me respondeu, depois de bater nas costas
de Charlie e sem mais nem menos, entrar no lugar.
– Edward está lá dentro, te esperando. - Quando bati os olhos na roupa de
Charlie e percebi o cravo grudado em seu terno, eu entendi o que estava acontecendo.
Sorri e balancei a cabeça negativamente.
– Eu não acredito nisso. - Eu estava incrédula, não acreditando que eles, todos
eles, tinham armado aquilo e a anta aqui nem sequer desconfiou.
– Quem mandou não fazerem certo da primeira vez... - Charlie sorria.
– Eu já sou casada. - Foi tudo que consegui murmurar.
– Não no religioso. - Me respondeu.
– Deus, eu não acredito! Seus bandidos! Por que não me disseram nada? Por
isso Edward andava tão estranho e, por isso, as crianças estavam de segredinhos o dia
todo. Ahhh, eu não acredito que nem desconfiar, eu desconfiei.
– Porque estragaria a surpresa. Agora vamos logo, antes que Edward pense
que fugiu. – Quer casar com ele de novo, não quer? - Me questionou, me fazendo
sorrir.
– Quero. Nessa e em outras vidas. - Murmurei e Charlie me estendeu o braço,
que foi instantaneamente agarrado. O falso garçom abriu a porta do lugar e uma
mulher colocou um buque de cravos vermelhos em minhas mãos.
– Ok, então vamos lá. - Charlie incentivou, dando o primeiro passo.
Assim que botamos os pés dentro do lugar, o começo da marcha nupcial foi
tocada no piano, para em seguida a música mudar e “Thank You For Loving Me”,
começar a ser tocada, também no piano.
Sorri ao ver todos ali, bem arrumados, sorrindo para mim. Meus tios estavam
ali, meus avós, Jake, Nando, o pessoal da banda, os colegas da faculdade, todos os
Cullens, os avós de Edward, Alec, até Angelina estava ali, Tom Cruise e Kate Holmes
também e mais alguns famosos que tinham criado uma certa amizade comigo.
Contudo, todos sumiram, quando eu o vi lá na frente, me esperando, com um sorriso
lindo no rosto. O meu marido, meu melhor amigo, meu ouvinte, meu amante.
Anos depois estávamos casando de novo e dessa vez comigo sóbria e o vendo
lá, com os olhos ansiosos, esperando por mim, me perguntei porque não tínhamos
feito aquilo antes. Eu já tinha decorado nosso casamento, mas foi pela quantidade de
vezes que vi o vídeo, eu não lembrava das emoções que senti, como estava sentindo
ali. Meu coração batia forte, minhas mãos suavam frio, minhas pernas estavam
bambas e eu tentava não chorar.
Mostrei a língua para ele, como tinha feito anos antes, o que o fez sorrir mais.
– Caminhe Isa, não corra. - Meu pai cochichou em meu ouvido e eu me
concentrei naquilo. Meu sorriso crescia a medida que nos aproximávamos, assim
como meus batimentos cardíacos. Edward desceu os dois degraus do altar e veio até
nós.
– Continue cuidando dela rapaz. - Meu pai murmurou ao apertar a mão de
Edward.
– Para sempre. - Edward respondeu a Charlie.
– Feliz aniversário filha, eu amo você. - Ele murmurou beijando minha mão e
a entregando a Edward. Os olhos dele se concentraram nos meus e nós sorrimos
juntos. Ele beijou minha testa, me estendeu o braço e nós fomos até o altar, enquanto
a música ainda tocava.
– Eu talvez te mate depois. - Murmurei para ele que riu.
– Essa é só uma das surpresas. - Respondeu levando a minha curiosidade ao
extremo. Não tive tempo de perguntar mais nada, já que a música chegou ao fim e o
padre começou a missa. A cerimônia foi rápida, nossos votos foram tradicionais, não
precisávamos fazer juras e declarações de amor em público. Edward sabia o que
significava para mim e eu sabia o que significava para ele, então as declarações não
eram necessárias naquele momento, até porque nossos olhos falavam por si só.
Edward abriu um largo sorriso, assim que o padre nos declarou marido e mulher,
perante a igreja e me puxou pela cintura.
– Eu amo você. - Falou em alto e bom som, sem tirar os olhos dos meus.
– Eu é que amo você. - E quebrando as normas do casamento, foi a noiva
quem beijou o noivo, o que arrancou algumas risadas, que logo sumiram da minha
atenção quando ele suspirou e levou uma mão até minha nuca, me trazendo para mais
junto dele e me fazendo esquecer que estávamos sendo assistidos por muitas pessoas.
Pendurei meus braços no pescoço de Edward e juntei ainda mais meu corpo
ao dele, de repente uma salva de palmas e assovios me trouxe de volta a terra me
fazendo sorrir e lentamente me separar dele, ele sorriu e me roubou mais um beijo e,
por fim, nos virou para as pessoas.
Sorri ainda mais largo, ao ver meus pais e meus filhos, todos sorrindo largo
para nós, ao olhar para o outro lado, meus olhos acabaram nos Cullens, Emmett e
Jasper assoviavam sem parar, Carlisle oscilava entre os olhar de canto e bater palmas,
assim como Esme, Alice e Rose murmuravam com os filhos que também batiam
palmas e tentavam imitar Jasper e Emm nos assovios.
– Parabéns mãe!!! Que meu pai continue fazendo você feliz. - Jully me
abraçou e tirou minha atenção dos outros.
– Não acredito que não me contou e o nosso pacto, onde ficou nisso? - Ela riu
alto.
– Diz pra mim que não gostou. - Provocou e eu a tirei do chão.
– Quase matei seu pai ontem, pensando que ele tinha arrumado outra, mas eu
amei!!! - Ela gargalhou e eu a devolvi pro chão.
– Eu ouvi e precisei ir ajudar, não sabia que você era assim tão ciumenta. -
Pegou no meu pé, me fazendo sorrir sem graça.
– Agora é minha vez, vai abraçar seu pai. - Bernardo tirou Jully dali e sorriu. -
Não me olhe assim, eu não podia contar. - Ele me fez rir. - Parabéns mãe! -
Murmurou ao me abraçar. - E que Edward continue fazendo você feliz. - Ele repetiu
as mesmas palavras de Jully.
– Obrigada, bandido mirim. - Meu comentário o fez rir. - Eu me pergunto
quantos segredos vocês dois escondem de mim. - Ele riu ainda mais e me largou para
me encarar.
– Duvidando de mim, Isabella? - Se fez de incrédulo.
– Totalmente. - Respondi, antes de lhe dar um beijo na bochecha.
– Robert ciumento exige atenção. - Edward tinha o garoto no colo que olhava
de cara feia para Bernardo.
– Segura meu buquê, Jú. - Entreguei a Jully e abri os braços. - Vem ciumento,
tem mãe para você também. - Ele sorriu envergonhado e jogou-se para os meus
braços.
– Tia Rose murmurou com tio Emmett que agora meu pai convencer você a
terem outro filho, essa história é mesmo verdade? - Eu ri alto.
– É mesmo verdade, como eu falei ontem. Eu meio que estou conversando
com a cegonha, estamos negociando. - Foi minha resposta.
– Eu não quero mais um irmão. Já tenho Bernardo e Jully, está bom. - Robert
era mais ciumento que Edward.
– Larga mão de ser ciumento, garoto. Só mais um, depois chega. - Ele
suspirou.
– Então uma menina, porque menino já tem dois. - Eu voltei a rir.
– Seu pai também quer uma menina, vamos ver se a cegonha colabora. Depois
conversamos sobre isso. - Ele assentiu e beijou meus lábios.
– Deixem as coisas melosas para depois, precisamos bater umas fotos e andar
logo com isso que eu estou com fome. - Jully nos fez rir e atendendo o pedido dela,
eu coloquei Rob no chão e nós começamos a sessão fotos, que durou por uma boa
meia hora.
Acabou restando só Edward, eu e os fotógrafos ali, que nos fizeram bater
trocentas fotos de vários ângulos e formas diferentes, quando percebeu que eu estava
ficando impaciente, Edward pôs um fim naquilo, despachando os fotógrafos para
fora, onde aparentemente era festa, já que eu ouvia uma música alta vindo de lá. Só
então eu me dei conta que aquele lugar não era um restaurante e sim uma casa,
aparentemente estávamos em uma sala enorme.
– O restaurante é lá fora? - Questionei com ele que sorriu.
– Não, lá fora é a piscina e o imenso jardim, onde foi montada uma tenda
enorme e um palco também enorme, para o casamento. - Eu franzi o cenho sem
entender direito.
– Ok, então que lugar é esse, exatamente? - Ele voltou a sorrir.
– O que parece para você? - Abri e fechei a boca algumas vezes e voltei a
analisar o lugar.
Tinha uma escada em formato de caracol no canto direito, a porta de entrada,
por onde obviamente eu entrei com Charlie, uma outra porta enorme de correr de
vidro fume, oposta aquela, uma lareira enorme ao lado esquerdo e um balcão de bar
no lado esquerdo.
– Aparentemente parece uma casa, talvez aqui fosse uma sala, mas acho que
não existe uma sala desse tamanho, ela é imensa... se tivesse dois sofás por aqui, essa
seria uma sala. - Edward sorriu.
– Esse é o salão de festa, mas eu estava pensando que poderíamos por meu
piano aqui, bem ali no cetro e dois sofás largos e confortáveis, quando não tiver festa,
nós podemos transformar o salão de festas na nossa sala de namoro. - Eu voltei a
abrir e fechar a boca, processando o que ele tinha dito.
– O que quer dizer com isso? - Murmurei incrédula.
– Quero dizer que demorou, mas finalmente consegui comprar nossa casa. Na
verdade, ela é seu presente de aniversário. - O encarei estática por alguns segundos,
para ter certeza do que eu tinha ouvido.
– Não gostou? - De repente, ele parecia preocupado.
– Isso é sério? - Minha voz não passou de um murmurio.
– Claro que é. - Balancei a cabeça negativamente.
– Por que não me disse? Queria ter ajudado na compra. - Ele rolou os olhos.
– Não vou nem entrar nesse assunto. Quer conhecer a sua casa, mal
agradecida? - Acabei sorrindo.
– Você é impossível, Edward. Se você não existisse, com certeza eu teria que
te inventar. Vai, me apresenta a nossa casa. - Ele me beijou e me puxou pela mão.
– Primeiro os quartos que ficam todos no andar de cima, o bom é que todos os
cômodos aqui debaixo, tem uma escada para o andar de cima, então quando nós
quisermos namorar aqui, é só trancar a sala e pronto, nem vamos ser incomodados. -
Contou empolgado, enquanto me rebocava para o andar de cima.
Tinham seis suítes lá, eu tive que rir ao ver uma porta com uma plaquinha
escrito: “Jane”e claro, Edward aproveitou para me cobrar. Ri ainda mais ao ver o
quarto da garota todo mobiliado, com direito a berço, brinquedos e até um guarda-
roupas habitado. Os quartos das crianças eram enormes, bem espaçosos, cheios dos
eletrônicos e os banheiros deles tinham até banheira.
Eu gritei de empolgação ao ver que o nosso quarto ficava no terceiro andar e
todo isolado acusticamente, ou seja, eu não iria mais precisar me controlar para não
me expressar em voz alta. Além de tudo o quarto ficava de frente para o mar, tinha
uma varanda enorme e um ofurô nela, eu achei uma pena ter uma festa rolando lá
embaixo, porque a vontade que eu tinha era de inaugurar aquele quarto e os cômodos
dele.
Quando eu pensei que não faltava mais nada, Edward me apresentou a minha
gigantesca sala de música, que ficava de frente para o nosso quarto. Boa parte das
minhas guitarras estavam por lá, assim como alguns prêmios pendurados nas paredes
e muitas fotos de premiações também.
Resumindo, eu estava nas nuvens com a minha casa nova, nem de longe um
dia, eu imaginei uma casa assim, daquele jeito.
– Gostou? - Questionou me abraçando por trás.
– Tá brincando? Amei, parece casa de celebridade. - Edward riu alto.
– Nada mais justo para uma celebridade. Como ainda consegue esquecer isso?
- Acabei rindo também.
– Você sabe que não nasci para ser madame e sabe que eu detesto festas e
eventos do tipo. - Ele beijou meu pescoço.
– É eu sei, só estou pegando no seu pé. Vamos ter mais privacidade aqui e
muito mais espaço. - Sorri e me voltei para ele.
– Esse lugar é lindo, essa casa é tudo, nem sei se ainda sei como é morar em
uma casa. Nossa, Oprah vai amar. - Edward riu alto.
– Vem vamos descer, quero te mostrar a sala e a cozinha. - Depois de outro
beijo, alguns esmagões e contar alguns planos do que queria fazer comigo depois da
festa, nós descemos.
A sala da TV era enorme, assim como a TV de incontáveis polegadas. Tinham
muitos eletrônicos, vídeo games e todos os tipos de bugigangas por lá, além de dois
sofás enormes, brancos com as almofadas pretas, que combinavam com a moldura de
madeira clara, onde a TV estava fixada e a mesa de centro de madeira da mesma cor.
A cozinha, como o resto da casa, também era enorme e bem parecida com a
da nossa casa antiga, só que com eletrodomésticos bem modernos, daqueles que eu
apanharia e muito para aprender a usar.
– Adorei não termos sala de jantar. - Ele riu. Edward sabia que eu achava sala
de jantar, uma parte inútil da casa, então eu acho que aquilo levou ele a excluir esse
cômodo e pôr a enorme mesa de doze lugares, na nossa espaçosa cozinha.
– Se tem uma coisa que aprendi, é que salas de jantar são totalmente inúteis. -
Ri e balancei a cabeça concordando.
– Ah vocês dois estão aí! Eu tô com fome. - Robert apareceu por ali,
reclamando. – Tá todo mundo perguntando por vocês. - Deu bronca.
– Achou, Rob? - Jully apareceu por ali também. - Vocês dois em? Deixem isso
para depois, estou azul de fome. - Murmurou entrando na cozinha, com um par de
tênis nas mãos.
– Brancos, com cadarço vermelho, para combinar com o buquê. - Murmurou
ao me entregar, me fazendo sorrir.
– Leu meus pensamentos. - Comentei já descendo do salto.
– Não diz para dinda Ali que eu fiz isso. - Pediu com medo, me fazendo rir.
– Não vou dizer. - Suspirei aliviada, ao sentir o conforto do tênis. - Vem cá,
vocês sabiam dessa casa? - Os dois rolaram os olhos ao mesmo tempo.
– Mas é claro! - Robert respondeu como se fosse óbvio.
– Cada um pôde escolher seu quarto, como queria e o que queria nele. -
Jully continuou.
– Tá linda, agora vamos logo, depois a gente fala da casa. - A impaciência
de Robert me fez rir.
– Estamos bem atrás de você , Edward rabugento. - Provoquei o fazendo rolar
os olhos.
– Vamos logo, Rob. - Jully também ria e rebocava o irmão pela mão.
Fomos recebidos por uma calorosa salva de palmas, além de eu ter sido
repreendida pelo olhar de Alice por causa dos meus pés. Muitas pessoas vieram até
nós nos cumprimentar e até conseguirmos finalmente jantar, levou uma boa meia
hora ou mais.
Enquanto Renée, Esme e Jully tagarelavam sem parar e Edward fazia o
mesmo com Bernardo, Charlie e Carlisle, Robert e eu aproveitávamos para comer,
em silêncio, nos concentrando única e exclusivamente na comida.
– Há quanto tempo vocês não comem? - Charlie nos questionou.
– A última refeição descente foi às duas, no almoço. - Respondi de boca cheia.
– Depois teve a festinha do Bernardo, mas só tinha umas coisinhas para
beliscar, nada que matasse a nossa fome de verdade. - Robert arrancou muitas risadas
ao contar aquilo.
– Fisicamente ele até pode parecer você, mas de resto... - Renée comentou
com Edward, que sorriu.
– Ele é guloso, teimoso, marrento, dono da razão, friorento e dono de uma
lábia, idêntico a mãe... - Edward me fez rir.
– Alguma coisa, ele tinha que ter herdado de mim. - Me defendi ainda rindo.
– E ela se derrete. - Jully soltou com um suspiro.
– A ciumenta começou. - Esme pegou no pé dela.
– Eu não sou ciumenta. - Se defendeu.
– Nãããão, quase nada. Você só reclama e fica de bico quando descobre que
eles deixaram Robert dormir com eles. - Bernardo entregou e Carlisle pegou no pé
dela.
– Ah tá, porque você não fica de bico e mudo quando vê sua mãe e Robert
dormindo no sofá da sala, no meio da madrugada abraçados. - Ela entregou, me
fazendo arquear as sobrancelhas e encará-lo, o deixando com vergonha.
– As madrugadas insones são minhas. - Murmurou comigo me fazendo rir.
– Tá brincando que ainda fazem isso? - Charlie parecia incrédulo.
– Tem noites que eu não consigo pregar os olhos, sempre paro no sofá. -
Admiti.
– E eu faço parte desse clube estranho. - Ele também admitiu.
– Vocês dois são estranhos. - Jully murmurou.
– Eu só dormi uma vez com ela no sofá e foi porque eu estava com medo do
Drácula que estava escondido no meu quarto. Meu pai não me deixou dormir no
quarto deles, disse que vampiros não existem, ele não me deixou nem entrar no
quarto. Ele tava tão bravo, que nem quis saber de conversa. - Carlisle riu alto.
– Nem imagino o motivo. - Comentou ainda rindo.
– E o que você fez? - Esme questionou com ele, tentando não rir.
– Chorei e sentei lá encostado na porta, fiquei batendo com a cabeça lá. Daí a
minha mãe saiu do quarto e parou na minha frente com cara de brava. Quando ela
botou as mãos na cintura e respirou fundo, eu fiquei com mais medo ainda. - O garoto
arrancou muitas risadas.
– Ela me olhou de cara feia e disse: Robert Anthony Cullen, da próxima vez
que você assistir um filme de terror e vier chorar na porta do meu quarto de
madrugada, você vai ver que eu posso ser muito, muito mais má do que o Drácula ou
qualquer outro vampiro idiota, tá entendendo? - Foi impossível ficar séria, ao ouvir
ele me imitar, então eu gargalhei, junto com os outros.
– Eles escolhem os dias a dedo. - Edward murmurou, arrancando mais risadas.
– Tira “os” dessa frase, faz tempo que eu não perturbo. - Jully se defendeu.
– Só em um mês você teve febre, gripe, garganta inflada e um braço
quebrado, sinceramente pensei que Bella nunca mais voltaria para o nosso quarto. -
Jully abriu a boca para responder, mas pareceu ficar sem argumentos. Então, não
disse nada.
– Fora que ano passado, os três resolveram ficar gripados juntos, ou seja, meu
nome só era chamado para medir a febre, ir na farmácia, abaixar a TV, trazer isso e
levar aquilo. - Edward nos fez rir, ao se fazer de vítima.
– Até porque depois você não pegou essa mesma gripe, né? - Jully o
provocou.
– Nunca vi uma gripe durar tanto, foi o quê, um mês? - Bernardo entrou na
onda.
– E a gente tinha que ficar esperando no colégio depois da hora, porque a mãe
tinha que ficar cuidando de você e vocês esqueciam de nós. - O comentário inocente
de Robert, foi o que mais arrancou risadas.
– Ter família grande dá nisso. - Minha mãe comentou rindo.
– A maioria das vezes, dá certo. Tem dias que até me sobram as tardes livres.
– Eu já dei a solução para esse problema, arrumem outro e ocupe as tardes
também. - Carlisle bateu na mesma tecla.
– Aproveitem e comprem uma kombi. - Robert implicou rolando os olhos.
– Um conselho, não deixe para muito tarde. - Renée murmurou e eu assenti
sabendo o que ela queria dizer com aquilo.
– Estou por Bella, esse ano nós encomendamos, não é amor? - Edward
questionou empolgado e eu assenti com a cabeça.
– E por favor, que seja uma menina, chega de cuecas. - Esme nos fez rir.
– Obrigada pela parte que me toca. - Jully reclamou com ela e recebeu um
abraço em troca.
– Você já não é mais uma menininha, daqui a pouco está de namorado,
precisamos de alguém para mimar e estamos falando de netos, você é mais filha que
neta, certo? - A garota suspirou.
– Não sei não... - Murmurou desconfiada.
– Que ciúmes é esse agora? Você me trocou por Bella, nem por isso fico com
todo esse ciúme. - Jully sorriu completamente sem jeito.
– Qual é mamãe? Você sabe que eu amo vocês duas igual, para com isso. - Se
defendeu.
– Até porque, ninguém faz um cafuné tão gostoso quanto o da mamãe. Isso
até hoje me enche de ciúmes. - Edward riu do meu comentário, sabendo que aquilo
era verdade.
– Parem com isso, vocês duas. - É, ela estava com vergonha.
– Sabe, eu acho que Esme é a sua preferida. - Jully estava provando do
próprio veneno.
– Com certeza Carlisle e Esme são os preferidos dela. - Edward me ajudou.
– Porque vocês não vão encher a paciência de outro em? Você merecia uma
resposta Edward, mas vou deixar passar porque é seu casamento e não, eu não tenho
preferidos. Eu gosto de vocês quatro igual, idêntico. - Esbravejou.
Edward riu e abraçou ela, algo que ele murmurou com ela, a fez suspirar e
deitar a cabeça em seu ombro, me fazendo sorrir.
– Limpa aqui. - Bernardo pegou no meu pé e passou o dedo no canto da
minha boca, insinuando que eu babava.
– Ha Ha, engraçadinho. - Ele me mostrou a língua, me fazendo sorrir.
– E essa juba, quando vai cortar? Tá quase parecendo o Bieber. - Ele rolou os
olhos.
– Diga que estou parecido com Jacob, mas não com Bieber. - Com aquela eu
ri.
– Seus cabelos estão mais claros. - Murmurei passando os dedos por lá,
tentando fazer um penteado diferente.
– Quem sabe eu tenha sorte e eles fiquem da tonalidade dos seus. - O
comentário dele me fez rolar os olhos.
– Olá! - A voz de Jake, nos fez levantar a cabeça e sorrir.
– Jake, quanto tempo!!! - Levantei e fui até ele, o abraçando.
– Parabéns por ter casado de novo e com o mesmo cara. - O jeito sem jeito
que ele disse aquilo me fez rir alto.
– Obrigada, passo na mesa de vocês depois para pôr o papo em dia e dar um
beijo naquela garota fofa. - Beijei o rosto dele para depois largá-lo. Ele sorria meio
sem jeito para as pessoas da minha mesa.
– Parabéns, cara! - É, Edward já estava de pé, ao meu lado.
– Obrigado. - Respondeu tentando sorrir.
– Bom, eu vim falar com Bernardo. - Ele se explicou com Edward.
– E aí, cara? - O garoto murmurou sem muita vontade, o que fez Jully lhe dar
uma cotovelada e me fazer o olhar de cara feia. Tenho certeza que ele se concentrou
para não rolar os olhos, por fim suspirou, levantou-se e veio até nós.
– Como vai? - Questionou estendendo a mão para Jacob, que sorriu e o puxou
para um abraço.
Bernardo era cheio de implicações para cima de Jacob, mas quando eu os via
abraçados daquele jeito, eu tinha certeza que o garoto só não o tratava bem, para não
dar o braço a torcer e admitir que Jacob era uma boa pessoa.
– E a gripe? - Questionou ao largar o garoto.
– Pronto para outra. - A resposta dele fez Jacob rir.
– Quando vai deixar de ser teimoso e tirar essas amídalas? - Ele rolou os olhos
e me encarou.
– Vocês dois combinaram de dizer a mesma coisa? - Questionou comigo, me
fazendo rir, já Jacob nos olhou sem entender.
– Minha mãe fez a mesma pergunta, antes de ontem. - Jacob sorriu largo para
mim, ao perceber que o garoto me chamou de mãe.
– Vai ver é porque você é teimoso e, mesmo ficando muito mau todos os anos,
se recusa a tirar as amídalas. - Jacob implicou com ele.
– Se eu tirar, como vou conseguir uma semana de férias, todos os anos? - A
pergunta dele fez Jacob rir.
– Você até parece alguém que eu conheço. - Murmurou olhando para mim.
– Ah, qual é Jake? Não era eu quem fazia ficar doente pra perder as provas. -
O dedei.
– Mas fazia que estava para não ir gravar. - Ele também me dedou, me
fazendo rir.
– Fala sério, gravar era um saco. - Edward bufou impaciente.
– Ok, vim aqui convidar você para umas fotos, comigo, Elizabeth e Letícia. -
Mesmo eu nunca tendo dito nada, Jacob parecia saber sobre o ciúme exagerado que
Edward tinha dele.
– Claro, vamos lá. - Bernardo respondeu rindo, com certeza do ciúme de
Edward.
– Essas suas ceninhas são patéticas. - Murmurei com ele, quando os dois se
foram.
– Do que está falando? - Se fez de desentendido.
– Quando vai baixar a guarda pra Jacob, em? - Ele ficou mudo por algum
tempo, até por fim suspirar.
– Nunca. Esse cara foi seu primeiro amor, seu primeiro namorado, seu
primeiro homem, pai do seu primeiro filho. Filho esse que está cada dia mais aberto
com ele. - Eu acabei rindo e o abracei.
– Você já teve incontáveis mulheres, teve um primeiro amor, uma primeira
namorada e uma filha com ela e...
– Kate está morta. - Ele não me deixou terminar a frase.
– Se não estivesse, então vocês estariam juntos? - Ele bufou.
– Não seja absurda Bella, você sabe que não. O que eu sentia por Kate, não
chega aos pés do que eu sinto por você. - Concordei com a cabeça.
– Ótimo, porque o que eu sentia por Jake, também não chega aos pés do que
eu sinto por você. Então, larga a mão de ser quadrado e desencana. Eu nem vou
comentar nada sobre Bernardo, para ele você é tão pai dele, quanto eu sou mãe para
Jully, a única diferença é que a vergonha dele não o deixa demonstrar. Sempre foi
você o dono dos presentes de todos os dias dos pais que ele fez na escola, não foi
Charlie, nem Jacob, foi você, Edward Ciumento Cullen. - Ele suspirou parecendo
desistir e me encarou.
– Desculpa, mas é que... eu não gosto de pensar que Jacob... - Ele voltou a
suspirar. - Que Bernardo não veio da cegonha... - Murmurou por fim, me arrancando
uma gargalhada.
– Eu vivi para ver Isabella Swan, repetindo as palavras do padre e agarrando o
marido na frente de todos os convidados, como ela disse que nunca ia fazer. É mesmo
o fim do mundo!
Nando me fez sorrir largo e me voltar para trás. Ao vê-lo ali eu não disse
nada, só me joguei para cima dele o abraçando.
– Luiz Fernando, você sumiu por quatro anos, mal ligou durante esse tempo
todo e demorou eternidade até responder e-mails. Resumindo, eu estou querendo
matar você. - Ele me devolveu ao chão e beijou meu rosto, depois me largou.
– Desculpe, sério eu meio que me perdi nesse trabalho voluntário na África,
perdi noção do tempo e tudo mais... Fora que por onde eu andei, não era fácil achar
um lugar com internet ou fazer o celular funcionar, mas Edward mandou o convite do
casamento com dois meses de antecedência, então chegou a tempo e eu não podia
perder isso por nada. - Sorri voltei a abraçá-lo e o beijei.
– Até você sabia, ser a corna da história é difícil, viu? - Ele riu alto.
– Vejo nos seus olhos que você está amando isso tudo. - Ao tirar os olhos dele,
o meu sorriso cresceu ao ver sua mãe por ali.
– Lembra dela? Assenti e a abracei.
– Como vai tia Tereza? Quanto tempo, que saudades de você!!! - A beijei e
nos larguei.
– Faz algum tempo... - Ela sorria sem tirar os olhos de mim.
– Você continua aquela mesma menina, só que com uma aparência bem
mais saudável e com os cabelos mudados. Tirando isso, é aquela mesma garotinha. -
Falou em português.
– Eu sinto muito por tudo, tia. - Ela sabia sobre o que eu estava fando, sorriu e
balançou a cabeça negativamente.
– Não se pode sentir muito por uma coisa que você não teve culpa. - Suspirei
e resolvi mudar de assunto. Me voltei para Edward que tinha acabado de largar
Nando, os dois riam de alguma coisa que eu não tinha ouvido.
– Então, deixa eu apresentar vocês... - Como eu estava falando em português
tinha que ser bem devagar para Edward entender.
– Amor, essa é a tia Tereza, mãe do Nando, esse é Edward, meu marido. -
Edward sorriu e estendeu a mão.
– Prazer em conhecê-la, tia Tereza. - O português dele fez Nando rir e eu
suspirar como uma idiota, como sempre acontecia.
– Prazer Edward, graças a Deus você fala minha língua. - O comentário dela
nos fez rir alto.
– Eu tento, nem sempre dá certo. - Voltei a sorrir e apertei as bochechas dele.
– Eu acho lindo e fofo esse seu português carregado. - Nando fez vomitar.
– Além de estar muito mais saudável e com os cabelos diferentes, ela também
aprendeu o significado da palavra melosa e passou a ter essas crises com Edward. -
Nando pegou no meu pé me fazendo rir.
– Olá! - Jully sorriu incerta para Nando que arqueou as sobrancelhas e nos
encarou.
- Essa é mesmo Jully? Tá, da ultima vez você já tinha crescido
consideravelmente, mas agora, meu Deus! Está quase do tamanho da sua mãe. - Ela
sorriu meio sem jeito.
– Eu acho que me lembro de você. - Ela olhava para mim pedindo ajuda.
– Luiz Fernando, prazer. - Ele estendeu a mão, me fazendo rir. - Vem cá, já
tem namorado? - A pergunta dele a deixou completamente sem graça.
– Não, ela não tem e caso um dia tenha, vai ser alguém que tem a mesma
faixa etária dela. - A resposta de Edward me fez rir alto.
– Essa é minha mãe, Tereza. - Jully sorriu e estendeu a mão.
– Prazer, eu sou Jully. - A mulher arqueou as sobrancelhas, vendo que Jully
também falava português.
– Me sinto quase no Brasil. - Comentou arrancando risos. - Prazer Jully, você
é muito linda. - Jully sorriu sem graça pelo o elogio recebido.
– Obrigada. - A garota voltou-se para mim e Edward.
– Bom, vim saber se já posso pedir pro DJ tocar músicas animadas, porque se
continuar a tocar essas, o pessoal vai embora cedo. - Ela arrancou risadas.
– Acho que sim, parece que todos já jantaram. - Murmurei passando os olhos
pelo lugar.
– Posso ir lá então? - Por algum motivo, ela questionou aquilo diretamente
com Edward, que sorriu e assentiu.
– Pode. - Eles pareciam conversar através do olhar.
– Peça para ele tocar Raul. - Nando me fez rir alto.
– Vou pedir, eu gosto de SOS, pode ser? - Ela questionou com ele que arqueou
as sobrancelhas surpreso e me encarou me fazendo rir.
– Eduquei bem os ouvidos dela. - Respondi e ele riu.
– Pode ser SOS então, eu também gosto dessa. - Ela assentiu, beijou Edward
que segurava sua cintura e foi.
Ao sentir minhas pernas serem agarradas, eu baixei os olhos e sorri ao ver
quem era.
– Oi Lê!!! Que saudades a dinda estava de você! - Sorri me abaixei, a
pegando em meus braços.
Letícia era filha de Jacob e Elizabeth, sim a mesma Elizabeth de Charlie,
minha amiga. Elizabeth se apaixonou por Jacob no mesmo segundo que pôs os olhos
nele, no dia de ações de graça, que aconteceu lá em casa. Acho que foi um interesse
mútuo, mas como Jake não queria mais brigas com Charlie, ele resistiu, mesmo
Elizabeth tendo pondo fim em tudo que tinha com meu pai.
Eu tentei falar com Jake, mas ele continuava dizendo que não, até Charlie ir
até ele e mandar ele desencanar, dizendo que não tinha mais nada com ela, que não a
amava e que o caminho estava livre, desejando que ele fosse feliz.
Eles namoraram uns seis meses, até resolverem morar juntos, ele também
estava nos Estados Unidos e eles tinha uma filha linda de três anos. Letícia tinha os
olhos tão azuis quanto os de Jane e era loira, mas um loiro escuro, parecido com o de
Elizabeth.
– Saudade também. - Respondeu ao me abraçar, me fazendo sorrir.
– Eu trouxe muitos presentes para você, tem que levar a sua mãe lá em casa,
para pegarem. - Eu dei muitos beijos naquelas bochechas fofas.
– Pesente pra mim? - Sorri ao ver aqueles olhos azuis grandes, grudados nos
meus.
– É, presente para você. Muitos presentes para você. - Ela sorriu largo e
encarou Edward.
– Oi tio! - Edward até não ia com a cara de Jacob, mas ele não conseguia
resistir a garota.
– Oi Lê, não vai me dar um beijo? - Ela assentiu e abriu os braços para ele,
que lhe pegou e depois de lhe encher de beijos a jogou para cima a fazendo gargalhar.
– Quem é ela? - Nando questionou sorrindo, olhando para a cena.
– Letícia, filha de Jacob e Elizabeth. - Ao ouvir o nome Jacob, o sorriso dele
desapareceu.
– Nesse caso, coitada. - Murmurou e eu balancei a cabeça negativamente.
– Que olhos mais azuis. - Tia Tereza continuava sorrindo para a garota.
– Pois é, acho que puxaram aos da tia. - Meu comentário fez Nando suspirar,
voltar a olhar para a garota e sorrir.
– Toma que a afilhada é sua. - Edward me devolveu. Ela era minha afilhada e
de Alec, Elizabeth nos convidou e Jake não se importou.
– Vou lá falar com Emmett já volto. - Assenti, ele me beijou, bateu nos
ombros de Nando e foi.
– Como é o seu nome? - Nando questionou com ela, que levantou a cabeça e
sorriu para ele.
– Lê. - Respondeu o fazendo sorrir.
– E quantos anos você tem? - Tia Tereza também sorria.
– Tês. - Respondeu mostrando os dedos.
– Três? Já é quase uma mocinha então. - Nando a fez sorrir envergonhada.
– Você? - Questionou com ele que sorriu ainda mais largo.
– Acho que não vale nem a pena eu contar para você, até porque eu parei de
contar. - A resposta dele me fez rir alto.
– Olá, sumidos! - Tia Júlia chegou por ali, abraçada com Jake e Bernardo, ela
os largou e abraçou Nando, eles murmuraram algumas coisas e depois ela fez a
mesma coisa com a tia Tereza, para depois voltar-se para mim.
Eu não falava com ela, o mesmo tanto de tempo que não falava com Renée,
então ela sorria sem jeito sem saber o que fazer.
– Que bom que veio, tia. Estava com saudades de você. - Jacob tirou Letícia
dos meus braços e eu abracei tia Júlia.
– Me desculpe, eu não tinha esse direito. - Murmurou ao me abraçar.
– Tudo bem, acho que enfim conseguimos contornar a situação. Está tudo
bem. - Depois de beijá-la eu a soltei e pude ver lágrimas nos seus olhos.
– Papai, dinda pesente pa mim. - Letícia contou a Jacob nos fazendo rir.
– Você tem que parar de trazer presentes para ela assim, sem motivos, tá
deixando ela muito mal acostumada. - Jacob me deu bronca me fazendo rir.
– É, você podia tipo, trazer presentes para mim, eu não me importo,
provavelmente minha mãe também não, já que ela gosta de distribuir presentes. -
Bernardo me fez rir alto.
– Porque eu nunca trago, né? - Ele sorriu e veio para o meu lado.
– Ainda não ganhei nada, dessa ultima viagem. - Eu ri.
– Ainda não tive tempo de abrir minhas malas, quer dizer, eu não lembro se
ontem Emmett deixou elas lá em casa ou não. - Eu estava tão bêbada que não
lembrava de muitas coisas do final da festa.
– Você esticou em? - Nando comentou com ele que sorriu.
– Minha meta é ser do tamanho do Edward ou de Charlie pelo menos. -
Contou nos fazendo rir.
– Tirando o seu pai, até que o resto da família é bem grandinha, acho que você
chega lá. - Tia Júlia o fez sorrir.
– Ah você tá aí. - Robert chegou bufando com Bernardo, ignorando todos os
outros.
– Jully tá chamando você, cabeção. - Voltou a esbravejar.
– Esse é Robert, a propósito. - O apresentei e ele levantou a cabeça, olhando
as pessoas desconhecidas para ele, me fazendo rir.
– Oi tio Jake! - Foi o único que ele cumprimentou, já que era o único que
conhecia. - E aí cara? O que aconteceu com os Lankers na quarta? - O garoto rolou os
olhos e suspirou.
– O jogo acabou antes de empatarmos. - Respondeu arranco risadas de Jake. -
Mas no final do campeonato, nós sempre ganhamos, relaxa. - Depois de dizer aquilo
ele voltou a encarar Bernardo.
– Você vai lá ou não? - Bernardo suspirou e assentiu.
– Estou indo. - Ele voltou a suspirar, parecendo com medo e me encarou.
– Qual o problema? - Murmurei e ele balançou a cabeça negativamente.
– Jully me põe em cada uma... - Aquilo pareceu um pensamento alto. - Sorte
dela é que vale muito a pena... - Franzi o cenho entendendo cada vez menos. - Depois
você vê, já volto. - Murmurou ao me beijar e foi.
– Qual o problema dele? - Questionei com Rob que deu de ombros.
– O mesmo de sempre... Jully é o problema dele. - A resposta dele arrancou
mais risadas.
– Não vai dizer “oi” para os outros , não? - Questionei e ele me encarou
querendo dizer: ah, para com isso, mãe. – Vamos lá, eu apresento eles para você. - O
virei para tia Júlia que sorria.
– Essa é tia Júlia, mãe do Jake, irmã da sua avó. - Ele arqueou as sobrancelhas
surpreso e foi até ela, que abaixou-se, o beijou, abraçou e murmurou algumas coisas
com ele, o fazendo sorrir envergonhado.
– Esse dali é o Nando, meu amigo desde quase sempre, nós estudávamos
juntos, brincávamos juntos, aprontávamos juntos e tudo mais. - O garoto tirou os
olhos de Nando e me encarou.
– Ele já foi seu namorado? - A pergunta que não passou de um murmurio,
arrancou muitas gargalhadas.
– Não filho, ele não foi meu namorado. Ele era o namorado da Jane, lembra
que eu já te falei dela. - Ele balançou a cabeça assentindo.
– Aquela loira com os olhos parecidos com os da Lê, que está em uma foto
gigante com você no quadro da sua sala de música, né?
– É. - Suspirei pensando em Jane e, mais uma vez naquele dia, as recordações
de muitos anos atrás vieram a minha cabeça e eu resolvi mudar de assunto.
– Então, é meu amigo lá do Brasil, você pode pegar umas dicas sobre os
lugares com ele. - Robert sorriu e lhe estendeu a mão, ri alto quando Nando tentou
falar em português com ele e ele respondeu um tímido “no portuguese”. Depois em
inglês, eles trocaram algumas palavras e Nando lhe apresentou a mãe e serviu de
tradutor para os dois.
– Eu sou Jacob a propósito. - Jake o fez rolar os olhos.
– Eu sei, meu pai morre de ciúmes de você. - Contou dando de ombros.
– ROBERT!!! - Ele me envergonhou e fez os outros rirem.
– O quê? Você sabe que é verdade. - Mais risadas vieram.
– Robert Anthony Cullen!! - Tentei mais uma vez e meus olhos lhe deram
bronca, o fazendo rolar os olhos e abraçar minha cintura.
– Desculpa, mas você sabe que é... - Murmurou com a cabeça levantada para
me encarar.
Balancei a cabeça negativamente e passei as mãos pelos seus cabelos
desalinhados. Ele estava lindo dentro daquele terno, com a camiseta branca sem
gravata e o colarinho levantado.
– Você um dia me mata de vergonha. - Reclamei tentando parecer séria e, de
novo, os outros riram.
– Depois eu falo com você sobre isso... - Murmurou e até eu acabei tendo que
rir.
– Você quer dançar? - Me convidou, me fazendo sorri e beijá-lo.
– E você sabe dançar essa música? - Ele sorriu, agarrou minhas mãos e
começou a mexer os pés de um lado para o outro, ao som de Élvis, me fazendo rir e
acompanhá-lo.
– Pé de valsa, igualzinho ao seu pai, eu vou passar muito trabalho com você. -
Ele riu do meu comentário e o DJ mudou a música, fazendo Robert reclamar e eu rir.
http://www.youtube.com/watch?v=MU5gIPXYeE0
– Essa é mais fácil filho, é só mexer o corpo no ritmo dela e pronto. - O
incentivei.
Quando as luzes foram apagadas e eu percebi de que música se tratava,
levantei os braços empolgada, ao mesmo tempo ouvi Alice e Rose gritando, também
empolgadas, logo em seguida elas literalmente correram para o meio da pista.
– Vamos lá com elas? - Convidei Robert que olhava meio assustado para as
duas dançando lá sozinhas.
– Vai você... Eu vou no banheiro, daqui a pouco estou indo. - Murmurou
tentando se livrar.
– Ok... - Respondi rindo e me voltei para Nando e os outros.
– Vou lá dançar com as duas malucas...quem quiser me acompanhar... -
Convidei.
– Vai lá Isa, ainda não bebi o suficiente para dançar isso. - Nando me fez rolar
os olhos, mostrar a língua para ele e rir.
Alice e Rose nem esperaram eu chegar até elas, elas correram ao meu
encontro e me abraçaram, fazendo um sanduíche de mim e me fazendo rir.
– Eu vou matar vocês, suas traíras. - Elas me balançavam de um lado para o
outro.
– Vai nada, você gostou que eu sei. - Rose foi a primeira a me largar.
– Quero saber onde arrumou esse tênis. - Alice não deixaria passar em branco.
– Tenho minhas fontes. - Eu beijei as duas e comecei a me mover ao som da
música.
– Nós precisamos brindar, cadê seu copo? - Rosalie me questionou e eu dei de
ombros.
– Deixei lá na mesa, junto com a garrafa de champanhe. - Minhas resposta as
fez rir.
– HEY, Garçom! - Rose berrou com um que passava por ali, com muitas taças
de champanhe. Ele parou e Rose trocou sua taça vazia por uma cheia, fez o mesmo
com a de Alice e me entregou uma.
– Vai vamos fazer um brinde. - Alice estendeu a taça. - A você Isabella e ao
meu irmão, que vocês continuem assim, cada vez mais unidos, como se tivessem se
conhecido ontem. - Sorri e juntei minha taça a dela.
– A você Alice e a você Rose, que são as melhores amigas que alguém pode
ter. Eu amo vocês duas. - Rose sorriu e juntou a taça as nossas.
– A vida e a todo seu mistério que trouxe você até aqui.
– A ela. - Alice sorria junto com Rose.
– A ela. - Sorri e emborquei aquela taça de champanhe.
Rose rapidamente as substituiu por mais três cheias.
– Ah gente, essa música me empolga!!! - Alice abraçou Rosalie e eu,
começando literalmente, a pular, o pior é que sem problema algum nós a imitamos.
– Take your passion and make it happen, pictures come alive, you can dance
right through your life... - Nós praticamente berrávamos a música enquanto
continuávamos pulando, até que por algum motivo o som foi desligado, ao me
desabraçar das duas e levantar a cabeça para reclamar com o DJ, dei de cara com
meus três filhos, parados, me assistindo e rindo. Eu até abri a boca para dizer alguma
coisa, mas Edward foi mais rápido.
– Alô, teste, som... Um, dois - Ao ouvir a voz dele ecoar pelo lugar, eu
rapidamente olhei para o palco, o encontrando lá.
Capítulo 46 - Dança comigo? - Part 4

– Você não vai mesmo fazer isso. - Murmurei e vendo o sorriso safado dele,
resolvi fugir dali.
– Onde pensa que vai? - É, Jully me segurou.
– Logo ali. - Apontei e ela riu.
– Logo ali, você quer dizer? - Bernardo me fez virar para o palco.
– Anda logo, não seja covarde. - Robert me puxou pela mão e, sem escolha,
eu fui arrastada até a frente do palco por meus filhos.
– Tá bom o som, amor? - Ele questionou comigo e eu me aproximei mais. -
Adorei sua dancinha. - Ouvi as pessoas rindo.
– Edward, o que você está fazendo aí? - Questionei entre dentes e ele riu.
– Vou cantar, horas ou acha que é a única na família que pode fazer isso? -
Questionou no microfone, arrancando risadas.
– Tá bom o som? - Ele questionou com alguém que cuidava da mesa do som
e, pelo sorriso, acho que aquilo significava que sim.
– Pessoal, por favor, eu peço um pouquinho da atenção de vocês. - Ele pediu e
o lugar ficou totalmente em silêncio. - Obedientes. - Comentou sorrindo e arrancando
risadas.
– Acho que todos aqui sabem, que além de hoje ser o nosso casamento, é o
aniversário da Bella...
– DISCURSO!!! - Emmett gritou. Enquanto eu procurava um buraquinho no
chão, Edward ria abertamente do meu nervosismo por ser o centro das atenções.
– Se disser a minha idade, você vai dormir no sofá. - Eu não disse aquilo alto,
mas disse devagar e pela risada dele, ele entendeu muito bem.
– Ela está completando vinte e cinco anos hoje. - Sorri e levantei os polegares.
– Então, Isabella Swan... - Começou olhando para mim. - Você é uma mulher
mundialmente conhecida, os caras te chamam de gostosa na minha frente, na maior
cara dura. - Eu tive que rir por ele se fazer de incrédulo. - Eles te pedem em
casamento, te propõem fuga, te dão presentes e de novo, chamavam você de gostosa.
Então, aí vai um aviso para esses caras: É gostosa, mas é minha e sinto muito em lhes
informar, mas ela casou comigo de novo. Rá, posso ter trinta e três mais ainda dou
conta da patroa, não brinco em serviço. - Ele me fez rir alto e arrancou risadas de
muitas pessoas.
– Mas enfim, vamos deixar isso de lado, para os vizinhos com tempo, que
gostam de nos fotografar na atividade. - De novo, ele arrancou risadas. - Bom, não
são só os caras que são seus fãs, você tem fãs mulheres, crianças, idosos, negros,
brancos, albinos, de todas as raças e cores, você tem centenas de fãs clube espalhados
pelo mundo e, muitas dessas pessoas, mesmo sem conviverem com você, mesmo sem
verem você ao vivo e a cores, mesmo sem nunca terem falado com você, elas te
amam. Inclusive, talvez você não saiba, mas existe um pequeno fã clube seu aqui em
Malibu que também ama muito você. É um fã clube meio diferente, porque as
pessoas que participam dele, elas ficam imensamente mais felizes quando você acaba
um show, ou uma turnê e volta para casa. Quando você diz que vai tirar férias então,
nossa essas pessoas vão ao delírio, já quando você demora a voltar, essas pessoas
começam a surtar e entrar em desespero... Uns ficam de mal humor, outros doente,
outros brigam com o mundo e outros dizem que só vão voltar para a aula, quando a
mãe voltar de viagem. - Eu ri alto e Robert escondeu a cabeça atrás dos meus braços.
– Não se preocupe Robert, corto meu pescoço mas não digo que é você quem
faz isso. - De novo eu ri alto, acompanhada de Jully e Bernardo. - Tem uma menina
desse fã clube que a medida que o tempo passa e Bella não aparece, ela começa a
usar a palavra chato, no lugar da virgula... “Ai garoto chato vê se não enchê.” “Pai,
esses chatos roubaram o controle da TV”. “Como você é chato.” “Que chato isso.”
“Escola é muito chato.” “Dever de casa é chato.” “O mundo é chato.” - Enquanto eu
ria, Jully levantava os polegares para Edward. - Ah e claro, tem um cara, o mais
falante da família. Juro que quando Bella saí para tocar, a voz dele vai junto.
– Eu também te amo, cara. - Bernardo murmurou envergonhado me fazendo
rir ainda mais.
– É, eu suspeito disso. Eu também amo você, a propósito. - Ele deixou
Bernardo ainda mais constrangido.
– Aliás, hoje esse cara também está de aniversário. Por favor assistente de
palco, liga esse telão e põe uma foto dos dois ali, claro que depois nós vamos cantar
parabéns aos dois. - Segundos depois o telão estava ligado e aparecia uma foto minha
e de Bernardo jogados na neve, no último natal. - É eu sei, eles são parecidos. -
Edward provavelmente tinha pegou umas dicas com o palhaço Bozo.
– Depois a gente canta parabéns para ele, não podemos esquecer, ele ama isso.
Para falar a verdade, eu não sei qual dos dois ama mais esse negócio de atenção
pública, acho que da empate técnico. Quando Bella fica nervosa e toma três jarros de
café no dia, pode ver que ela tem uma entrevista na TV no dia seguinte. - De novo,
ele arrancou muitas risadas. - E quando Bernardo tem insônia à noite e vai para sala
no meio da madrugada olhar uma TV apagada, pode ver que no outro dia, ele precisa
apresentar um trabalho na aula. - Jully ria alto e Robert a acompanhava.
– Mas então, voltando ao assunto do fã clube... Dizem as más línguas que o
último membro desse fã clube é o que fica mais irritado e chato quando você não
volta. Parece que a resposta dele é sempre não, antes mesmo dele ouvir a pergunta e
parece também que os funcionários, os filhos, pais, irmãos e amigos, sofrem muito
nas mãos desse cara, nesse tempo que você tá por aí. Pessoalmente, eu não acho isso
não, acho ele um cara muito bonito, legal, inteligente, simpático, bonito, bem
humorado, bonito, um pai legal, prestativo, bonito. - Edward estava conseguindo
arrancar risadas de todos ali presentes.
– Pois bem, hoje você vai conhecer os membros desse seu fã clube. Vou
chamá-los ao palco, para me fazerem companhia. - Ele coçou a garganta e, de novo,
eu tive que rir. - São eles, Bernardo Swan, Jully Cullen, Robert Anthony Cullen e eu,
Edward Cullen. - Meus filhos me abandonaram e foram para cima do palco,
juntando-se a Edward, enquanto a mãe e esposa babona aqui, os aplaudia e assoviava.
– LINDOS!!! - Gritei antes de voltar a assoviar.
– Nós sabemos amor, temos internet e espelhos em casa. - De novo, aquele
abusado fez todos rirem.
– Então, somos nós quatro... Eu sei que não é muita coisa, mas dizem que
cada um tem aquilo que merece, então por favor, não reclame. Nós temos até um
mascote, assistente de palco, passa a foto por favor. - Ei ri alto, ao ver uma foto dos
quatro sentados com a maior cara de tédio no sofá da nossa casa e Oprah com as
patas em cima dos olhos, também parecendo entendiada. - Tá rindo é? É assim que
ficamos... depressivos e uma hora com Rosalie hoje em dia, custa caro,
principalmente quando ela precisa falar com Oprah. - De novo, eu tive que rir alto.
– Mas então, como um bom fã clube, nós quatro nos reunimos todas as noites
na nossa cama, que quando você não está, vira praticamente uma repartição pública, e
conversamos sobre você... Nesses dias, entre um lamento e um pote de sorvete,
Robert levantou uma questão interessante, ele me questionou: “Pai, como essa gente
toda pode amar a minha mãe, se a maioria deles nunca nem falou com ela?” Eu
pensei sobre aquilo por um tempo e cheguei a conclusão que não existe uma resposta
exata para essa pergunta. Sabe porquê? Porque não existe uma resposta exata para o
amor, acho que essa é uma resposta particular demais, cada pessoa com certeza tem
uma resposta diferente para essa pergunta.
Eu, por exemplo, um dos motivos por eu amar você, é por você me fazer
sorrir... Não teve um dia em todos esses anos, que você não me fez sorrir... Parece
bobinho e coisa de adolescente, mas sempre que você olha nos meus olhos e diz que
me ama, eu ganho meu dia, eu sorrio feito um idiota apaixonado, eu até suspiro. -
Não estava faltando muito para eu começar a derreter.
– E eu amo você, porque os seus braços são o melhor lugar do mundo e
quando eu estou neles, eu sei que ninguém vai conseguir me machucar. - Edward
passou o microfone para Robert, que arrancou um corou geral de Ownnww!!!
– E eu amo você porque, cara... - Jully pôs a mão nos cabelos e me fez rir alto.
- São tantos os motivos que eu não consigo decidir o principal, acho que tem alguns
que empatam, mas... um deles é por você ter sido minha mãe, desde aquele dia que
nos conhecemos lá na piscina... Você mudou a minha vida, eu tenho certeza que ela
não seria assim perfeita do jeito que é hoje, se não fosse por você e você sabe disso.
Nós podemos até não ter o mesmo sangue, mas o amor que existe entre você e eu, ele
com certeza é de mãe e filha, e com certeza muito mais forte do que muitos que
existem por aí, onde os sangues são os mesmos. - É, acho que até que eu tinha
aguentado demais sem chorar, Jully fez as primeiras lágrimas caírem e de novo o
microfone trocou de mãos, indo para as de Bernardo.
– E eu amo você por você não ter desistido de mim, desde o começo, quando
eu ainda só existia na sua barriga e depois, quando descobrimos tudo, você ter
insistido em nós, mesmo quando eu pedia o contrário... Você me trouxe para cá, me
deixou fazer parte dessa família e hoje eu não consigo imaginar a minha vida de outra
forma, eu não consigo imaginar as coisas sem você, mãe... - Era injusto eles me
fazerem chorar daquele jeito no dia do meu casamento e aniversário.
Tentei secar as lágrimas e sorrir para Bernardo, que tinha devolvido o
microfone a Edward.
– Pois é, a idade deixa as pessoas emotivas. - Ele comentou com um sorriso
torto, sem tirar os olhos de mim. Respirei fundo e sequei as últimas lágrimas, o
fazendo sorrir mais.
– Então, agora que nós mais ou menos explicamos alguns dos motivos por
sermos seus fãs e amarmos você, vamos dar continuidade... Sempre que o ídolo faz
aniversário, os fãs ficam alvoraçados, preparam homenagens, descobrem o endereço
da nossa casa, mandam coisas para lá, escrevem cartas, se declaram na internet e tudo
mais de inimaginável, eles fazem. Então, Jully decidiu que era vergonhoso para nós,
ficarmos atrás, afinal, se essas pessoas que moram em todos os cantos do mundo,
fazem essas coisas... nós que dividimos a mesma casa com você, não podíamos ficar
atrás.
Ela pôs todo mundo para pensar e ordenou que alguma coisa tinha que sair,
como demoramos mais de cinco minutos para pensar, ela decidiu tudo sozinha, só
avisou que precisaria de nós. - Eu ri alto. Edward, Bernardo e Robert, não
acompanhavam as ideias rápidas de Jully, eles se perdiam sem a garota ao menos
chegar na metade.
– Você, Isabella Swan, saí de casa para cantar, sua voz e esse jeito rock and
roll que só você tem, arrastam multidões. As pessoas enfrentam horas de fila, às vezes
passam frio, calor, sede, fome, se molham, ficam apertados para ir no banheiro, têm
os pés esmagados e tudo mais, única e exclusivamente para ver e ouvir você. Elas
fazem tudo isso sem perder o bom humor, na verdade eu acho que elas nem se
importam com essas adversidades. A sua música, ela deixa as pessoas felizes, nos
deixa felizes e essas coisas fazem com que você seja feliz.
Então hoje, nós vamos cantar para você e eu espero que consigamos transmitir
metade da felicidade que você nos transmite, quando é você quem está aqui em cima
cantando... E nós queremos que você saiba que, mesmo morrendo de saudade, nós
ficamos felizes ao ver você cantando, porque quando você está aqui em cima, você é
feliz e a sua felicidade, ela é a nossa felicidade... - Ele me fez suspirar.
– Ah, deixa eu deixar um aviso... Como você sabe, nós não somos
profissionais, então se desafinarmos, você finge que não ouviu e aplaude do mesmo
jeito. - Sorri largo e levantei os polegares concordando.

– Deixa eu te apresentar a nossa banda... Rum... - Ele coçou a garganta me


fazendo rir de novo.
– Assumindo o posto da guitarra, já que hoje a mãe está só assistindo, nós
temos a Jully Cullen. - Aplaudi e assoviei junto com os outros Cullens.

– GOSTOSA!!! - Emmett gritou me fazendo rir alto.

– Tire os olhos da minha filha. - Edward implicou me fazendo rir mais.

– Bom, o cara do contrabaixo... foi suado conseguir ele, viu? Até agora eu tô
para descobrir o que Jully falou para convencê-lo.

– Prometi que você aumentaria a mesada dele. – Contou, enquanto ajeitava o


microfone na sua altura.

– Você esqueceu de me contar essa parte. - Edward voltou-se para ela.

– Eu sei onde você mora, então mando a conta depois. Ah, e eu dei aulas para
ele e foram muitas e por muitas horas, então mereço um aumento também. Robert
também, afinal os ouvidos dele suportaram tudo isso, calados. - Ela fez com que
todos rissem, nem Edward conseguiu permanecer sério.

– Vocês não têm noção do quanto eu sofro, quando Bella e Jully resolvem tirar
o dia para implicarem com as pessoas do sexo masculino, lá em casa. - Assim como
eu, Jully riu alto.

– Ok, então no contrabaixo, ele, o cara mais extrovertido da Califórnia, que


cobrou para estar nesse palco hoje, Bernardo Swan!!! - De novo, nós aplaudimos e eu
só não assoviei e berrei alguma gracinha, porque não queria o deixar ainda mais
constrangido.
– LINDO, GOSTOSO!!! - Pois é, Rosalie, Alice e Elizabeth, não deram folga.

– Tá vendo, tão arrastando asa para cima do seu filho. - Edward tirou sarro da
minha cara.

– Diga para elas que eu sou ciumenta. - Pedi e ele riu.

– Bella está dizendo que é ciumenta e isso é verdade, quase acabei dormindo
no sofá, antes de ontem a noite. - Contou fazendo todos rirem.

– Só para deixar claro, não houve nenhum reajuste na mesada, eu acabei


aceitando porque eu não aguentava mais ouvir esse papagaio...- Bernardo apontou
para Jully. - No meu ouvido o dia todo e uma parte da noite, repetindo: Bernardo,
agora você já pensou sobre o assunto? E agora? E agora? Ela escreveu isso em cada
folha do meu caderno. - Ele contou e me fez rir alto.

– Fofoqueiro. - Ela reclamou.


Eu estava me divertindo com aquilo.

– Meus bolsos ficam felizes em ouvir isso, vou até pensar sobre o reajuste...
Continuando... Nós não tínhamos ninguém para bateria, então Jully teve a
ideia de convidar um baterista famoso, para juntar-se a nós nessa noite e ele aceitou
nossa proposta... Espero eu que, sem cobrar nada.
Tio Alec, onde quer que você esteja, apareça... - Ao olhar para trás vi Alec em
uma das mesas do fundo, ele rapidamente levantou-se e veio a passos largos.
– Tá linda, noiva. - Tocou meus ombros e subiu, indo para o seu posto na
bateria.
Como todo baterista, a primeira coisa que ele fez, foi batucar e ajeitar melhor
as coisas. Jully e Bernardo foram até ele, murmuraram alguma coisa e Jully começou
o conhecido solo dos guns. Meu queixo quase caiu, ao ver meu filho a acompanhando
perfeitamente no baixo.
A garota voltou-se para Bernardo e comentava algo com ele, enquanto ele
tinha os olhos nas notas que ela fazia, algo que ela disse o fez rir. Eles murmuraram
mais algumas coisas, ela veio até o microfone e parou de tocar, fazendo os outros
dois a imitarem.
– Preciso de mais retorno, não consigo me ouvir. - Ao falar aquilo, ela me fez
rir, era eu a dona daquela frase. De novo ela começou algumas notas, que
aparentemente não levavam a música nenhuma, depois disso ela levantou o polegar e
Bernardo começou a tocar “Pretty Woman”, virando-se para Alec.

– Limpa a baba, mãe. - Jully implicou, me fazendo lhe mostrar a língua, ela me
mandou um beijo e de novo se juntou, aos três.
Edward e Robert fizeram o mesmo e eu ri, pensando no que eles iriam
aprontar.

– Pretty woman... - Ele deu início com um vozeirão e, totalmente afinado, me


fazendo assoviar e levantar os braços aplaudindo.
walkin' down the street
Pretty woman, the kind I like to meet
Pretty woman, I don't believe you, you're not the truth
No one could look as good as you, mercy
Edward sorriu largo para mim, e pareceu lembrar de algo. Por algum motivo,
ele parou de cantar e a banda de tocar, o que me fez soltar um: AHHHH, de
reclamação. Robert e ele vieram para frente do palco e Bernardo e Jully foram para
seus devidos lugares.

– Só estávamos passando o som. - Me explicou, me fazendo rir.


– Essa música me fez lembrar de anos atrás... - Sorri sacana ao lembrar do que
ele falava. - E olha só que coincidência, tenho uma reserva no Sunset hotel, para essa
noite, só que tem um problema... eu não sei o caminho, será que você pode me
ajudar? - Ri alto, antes de responder.
– Cinco pratas. Por dez, eu mesma dirijo até lá. - Respondi sacana.
– E quanto quer, para ficar lá comigo a semana toda? - Edward e aquela voz
sedutora dele, me faziam esquecer que estávamos sendo assistidos.
– Você não poderia pagar. - Eu ainda lembrava perfeitamente daquele diálogo.
– Tente... - Ele também parecia lembrar muito bem. Suspirei e fechei os olhos,
deixando as imagens daquela noite povoarem minha mente...
“Quero muita, muita comida. Quero que me faça sorrir quando estiver triste,
que me faça esquecer do mundo enquanto estivermos juntos, que me faça dormir e
suma com meus pesadelos, que me abrace apertado quando eu sentir medo, e que
nunca discorde de mim.
– Eu topo. Prometo servidão eterna”.
Sempre que eu lembrava de momentos como aquele, eu acabava me xingando
de estupida, idiota, e cega, esteve sempre tão na cara que eu o amava, que chegava a
ser patético.
Abri meus olhos e o encarei sorrindo.
– Eu amo você e já amava naquele dia. - Minhas palavras fizeram o sorriso
dele crescer. Ele tapou o microfone com a mão e inclinou-se para falar comigo.
– Vamos relembrar isso mais tarde e conversar sobre o assunto. - Concordei
com a cabeça e ele voltou para junto dos outros.
– Continuando a apresentação da banda, Robert e eu seremos os cantores,
um dueto de peso, os tenores que se cuidem, porque essa dupla, promete. - Olhei para
o meu filho que puxava os cabelos, igualzinho Edward fazia quando estava nervoso.

– Além de cantar, nós dois também vamos dançar... É aí que entra um outro
elemento... Como estávamos precisando de mais um dançarino, contratamos Charlie.
- Com aquela, eu gargalhei.
– Você dormiu tanto na sexta-feira, que eu cheguei em casa as 22:00,
roubei Jully e Bernardo, e você e Robert que já dormiam no sofá, nem sequer abriram
os olhos, podíamos ter roubado a casa que vocês continuariam hibernados. Ah, e
culpe seu pai por eu ter chegado em casa as 3:30 da manhã, estávamos ensinando a
dancinha a ele. Seus filhos são meus cúmplices, então sim, os dois ouviram toda a sua
cena de sexta de madrugada. - Eu os encarei incrédula, abismada e sem palavras, os
fazendo rir.

– A culpa é sua porque chegou um dia antes. - Charlie puxou o microfone da


mão de Edward e me explicou.
– Verdade, você quase descobre tudo. - Edward concordou.
– Todos prontos? - Questionou com o pessoal da “banda” que assentiu. Charlie,
Robert e Edward, se alinharam um ao lado do outro e eu ri, sem saber o que esperar.
– Quando você quiser, Bê. - Ele avisou Bernardo, que assentiu, respirou
fundo, contou até três e começou os acordes no baixo.

My Girl

Assim que Jully tocou o primeiro acorde na guitarra, os outros começaram os


passinhos da dança, exatamente iguais, em uma imitação perfeita dos Templations e
aquilo me arrancou uma alta gargalhada, além de muitos assovios e palmas.

Edward começou a cantar, perfeitamente afinado, sem tirar os olhos de mim e


sem se perder por um segundo sequer da coreografia. Ele se movia de um lado para o
outro, batia palmas, estalava os dedos e tudo mais, sincronizado exatamente com Rob
e Charlie, e eu não conseguia parar de sorrir e aplaudir. A parte do refrão, em que o
“My Girl” era repetido, me arrancou muitas, muitas risadas.

Começou com Charlie apontando os polegares para si próprio, cantando my


girl. Edward olhou para ele e balançou a cabeça negativamente, como se debochasse
de Charlie e apontou para si, repetindo o my girl. Robert o cutucou, apontou para ele
e os irmãos, e o outro my girl entoou.

Eu sabia que no telão passavam fotos nossas, acho que de todas as fases da
minha vida, mas não conseguia desviar os olhos deles por um segundo sequer, para
poder prestar atenção nas fotos, então torci para que Emmett estivesse filmando tudo,
para eu assistir e reassistir depois.

Rob, arrancou aplausos e assovios geral, quando assumiu o vocal na última


parte da música, a mais alta, que o fez subir o tom de uma forma completamente
afinada e eu juro que precisei controlar minhas pernas para não irem até lá, esmagá-lo
e enchê-lo de beijos. Ele conseguiu arrancar palmas e assovios geral, e aquilo o fez
sorrir sem jeito para mim que berrei um gostoso, o deixando ainda mais sem graça.
Por fim, Jully e Bernardo juntaram-se aos três, e começaram a imitar os passinhos,
até a música chegar ao fim.

O meu sorriso orgulhoso ocupava meu rosto todo, não sabia se aplaudia,
assoviava ou gritava, então meio que fazia tudo junto. Com certeza, eu era a pessoa
mais empolgada e bêbada do lugar e eles estavam rindo descaradamente daquilo.

– Que tal você vir aqui, nos dar um abraço? - Edward não precisou sugerir
duas vezes, eu praticamente corri e, como as escadas estavam longe, eu meio que
pulei para cima do palco, arrancando muitas risadas. O primeiro que eu esmaguei foi
Robert que ria da minha loucura.

– Gostou? - Questionou enquanto era esmagado pelos meus braços.

– Se eu gostei? Eu amei, vou levar você para cantar comigo. - Depois de


beijá-lo e abraçá-lo mais uma vez, eu o coloquei no chão. – Vocês dois me fizeram
chorar e aposto que isso borrou minha maquiagem. - Eles riram e me abraçaram. – Eu
amos vocês dois, minhas duas pestes. Vocês me fizeram crescer, me ensinaram a ser
mãe e me fizeram entender o significado de amor incondicional, esse é o amor que eu
sinto por vocês. - Eles me esmagaram ainda mais.

– Nós amamos você, mãe. - Bernardo murmurou.

– E você é a melhor mãe e amiga do mundo. - Jully também murmurou.


– E que Esme, não ouça isso. - Edward tinha Robert nos braços e nosso
abraço que era triplo, se transformou em abraço de grupo.

– Fez tudo pelas minhas costas, né? Você me paga Cullen... - O ameacei o
fazendo rir e me roubar um beijo e aquilo fez os Cullens gritarem gracinhas.

– Você quer dizer alguma coisa, amor? - Edward voltou a ligar o


microfone e as crianças me largaram.

– Primeiro, eu tenho um recado a Emmett: Eu vou matar você, trapaceiro.


Aposto que soube de tudo, o tempo todo e não me disse um A. - A risada alta dele,
ecoou pelo lugar. - Segundo, eu amo vocês quatro, acima de tudo ou de todos, vocês
são a minha vida, vocês são a minha felicidade, então é por vocês que eu canto.
Terceiro, vocês estão todos contratados, tem uma banda talentosa escondida dentro da
minha casa. E você em pai? Vai com certeza ser meu dançarino. - Eu arranquei
algumas risadas.

– Obrigada fã clube, eu amei o presente, amei tudo, adorei a dança, os


requebrados, os pezinhos em sincronia... Ahh foi lindo, vocês vão dançar isso para
mim em casa... Acho que é isso, eu amo vocês, todos vocês, e se eu for para vocês, só
a metade do que o meu pai foi para mim, eu acho que já vou me sentir muito feliz. -
Beijei Charlie que estava ao meu lado e nós murmuramos algumas coisas longe do
microfone e, antes que mais lágrimas viessem, resolvi por fim aquilo.

–Ok, agora chega de lero, vamos curtir a festa, aproveitem que é tudo por
conta de Edward. - Juntei os lábios aos dele e lhe devolvi o microfone.

– Okay, vamos começar a festa então, mas para isso acontecer, os noivos
tem que dançar a tal valsa. - O olhei com cara de, nem pensar, o que o fez rir.

– Como você não gosta de valsa e nem eu, eu tive uma ideia melhor. Vai,
desce ali e me espera. - O olhei com cara de interrogação e ele assentiu para que eu
fizesse aquilo, então eu dei de ombros e desci, o esperando.

– Nós temos um convidado para lá de especial essa noite e ele vai fazer
companhia para Jully na guitarra. - Explicou sem tirar os olhos de mim. - Essa
música, é a música que não pode mesmo, faltar na noite do seu aniversário e hoje não
é o CD que vai tocar, hoje o cara veio aqui pessoalmente, cantar ela para nós. - Eu
estava tentando entender se era aquilo mesmo ou se eu estava viajando.

– Eric Clapton, é com você cara. - Foi quando Edward acabou com
qualquer duvida existente e eu vi Eric Clapton ao vivo e a cores, subir naquele palco.
Depois de cumprimentar Edward, Jully, Bernardo, Robert e Alec, ele foi até o
microfone e me encarou.

– Hey clandestina, como você está? - Me questionou enquanto ajeitava o


microfone. Eu estava incrédula e meio paralisada, por vê-lo lá, diante de mim.

– Estou bem e você? - Ele riu, provavelmente da minha cara de quem não
estava acreditando.

– Estou bem também obrigado, nunca mais apareceu por Londres. - Fazia
mais de um ano que eu não o via pessoalmente. Nós já tínhamos nos esbarrado em
alguns festivais, mas a primeira vez que paramos para conversar foi quando eu estava
em um restaurante de Londres almoçando e ele chegou, me cumprimentou e sentou-
se lá. Começamos a conversar e ele acabou almoçando com Emmett e comigo.

– Pois é, culpe Emmett. - Eu apontei e ele voltou a rir.

– Talvez depois possamos tocar uma juntos, o que acha? - Nós marcamos
naquele almoço de tocarmos juntos, mas aquilo acabou não acontecendo e, tipo, eu
queria muito tocar com Eric Clapton, aquilo era o sonho de qualquer pessoa.

– Acho que com certeza vamos tocar. - Respondi empolgada e ele riu.

– Certo, mais tarde então. - Concordei com a cabeça. - Então, vamos ao


que interessa... Se não ficar do seu agrado peço desculpas, é que nós ensaiamos uma
única vez, e foi por teleconferência... Nossa, sua filha leva jeito na guitarra. - Sorri
orgulhosa e Jully envergonhada.

– Leva sim, ela toca desde os seis. - Aproveitei para babar a cria.

– Vejo que a ensinou direitinho. - Jully murmurou um tímido obrigada, ele


sorriu coçou a garganta e olhou para Edward.

– Vamos lá então, agora é com você, noivo.

Wonderful Tonight

Depois de dizer aquilo, Eric começou os primeiros acordes e eu preguei meus


olhos em Edward, que tirou as mãos do bolso, sorriu tímido e andou ao meu
encontro. Meu sorriso cresceu à medida que ele foi se aproximando.

– Você não existe. Caras como você, não existem, eles vivem presos
dentro de contos de fadas. - Ele voltou a sorrir torto.

– Era assim que imaginava o seu conto de fadas? - Balancei a cabeça


negando.

– Nem na minha melhor imaginação existia um príncipe assim, tão


perfeito quanto você. Isso é melhor, muito melhor do que um dia eu pude imaginar
que seria. - Me derreti.

– Eu nunca gostei muito de contos de fadas, achava essas histórias meio


bobinhas, inexistentes... até que um dia eu conheci você, foi quando eu me dei conta
que eu estava procurando pela princesa errada.

Eu não queria nenhuma Cinderela, nenhuma Branca de Neve, nenhuma Bela


Adormecida... nenhuma princesa frágil, simpática, sensível ao extremo e quebrável,
que vivia suspirando a espera do príncipe encantado, para derrotar a rainha má, a
madrasta ou bruxas do tipo e viver feliz para sempre em um castelo... A princesa que
eu queria era assim... Metida a roqueira que fica tão linda dentro de vestidos de grife
e saltos altos, quanto dentro das minhas camisetas e calçando um par de all star. Uma
princesa que por ter apanhado tanto da vida, se transformou em uma mulher forte,
teimosa e independente, que me fez suar muito até eu conseguir ter ela de verdade
para mim. Uma princesa guerreira que conseguiu provar que qualquer coisa é
possível, quando você quer de verdade. Que se reergueu, deu a volta por cima e
tornou-se exemplo em todos os quatro cantos do mundo.

Quando eu bati os olhos em você, algo me disse que era você... era você a
princesa perfeita para mim... E com você eu aprendi, que contos de fadas, eles não
são feitos só de amor, cem por cento do tempo... Aprendi que as vezes existem erros,
brigas, impaciências e desacordos, e são essas imperfeições que tornam esse conto de
fadas perfeito, sabe? São essas coisas que nos tornam diferentes dos casais daqueles
contos de fadas dos livros...

De nada adianta ser perfeito e só existir na imaginação... Nós somos


diferentes porque nós dois existimos, nós somos humanos, nós dois acertamos,
erramos, nos arrependemos, ficamos felizes, às vezes tristes, somos teimosos, mas
sabemos também dar o braço a torcer e admitir quando estamos errados. Porque o
amor que nós sentimos um pelo outro, ele supera essas adversidades, ele nos faz fazer
as pazes em questão de minutos, no máximo, estourando, horas... E nossa, eu amo
fazer as pazes com você, como eu amo fazer isso... Amo ver você suspirar, descruzar
os braços e se abraçar a mim.

Eu amo você princesa, amo por completo, as suas qualidades e os seus


defeitos. Você é única e eu não trocaria você por nenhuma princesa de qualquer conto
de fadas, do mundo... - O sorriso no meu rosto era digno de uma boba apaixonada e
eu tinha certeza que se fosse abrir a boca para dizer alguma coisa, as lágrimas que
estavam represadas em meus olhos, iriam cair.

– São os nossos erros, nossos acertos, nossas vitórias e até as nossas


derrotas, que tornam o nosso conto de fadas, como diria a minha esposa:
fodidamente, perfeito. - Ele passou o polegar em meu rosto, limpando uma lágrima
que eu deixei fugir.

– Eu amo você e eu agradeço a Deus todos os dias, por você existir e fazer
parte da minha vida. - Ao murmurar aquilo, mais lágrimas me escapuliram e, de
novo, ele tentou limpá-las, mas eu não deixei, só fechei os olhos e me joguei para
cima dele o beijando enlouquecidamente, tentando demonstrar naquele beijo, um
pouco do amor que eu sentia por ele, porque era algo tão sem tamanho, tão grande,
tão sem proporção, que eu não conseguia encontrar uma palavra para definir aquele
sentimento. As palavras elas não conseguiam demonstrar o tamanho daquilo.

A salva de palmas que ecoou pelo lugar, me fez lembrar que não estávamos
sozinhos e que estávamos sendo assistidos por mais de cem pessoas, aquilo fez
Edward rir e eu rir junto.

– Depois nós continuamos isso.. sozinhos. - Murmurou entre os beijos e eu


concordei com a cabeça. Por fim, ele nos separou e quando abri meus olhos, os dele
já estavam abertos, ele abriu um sorriso largo e me estendeu a mão.

– Dança comigo? - Sorri por ouvir aquela frase que tinha se tornado parte
dos meus aniversários.

– Porquê? - Questionei o que todo ano eu questionava e estendi a mão a


ele, que a pegou e juntou seu corpo ao meu.

– Porque é o seu aniversário e eu gosto de dançar com você...

FIM

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