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Página 177 do manual (proposta de resolução)

1.

Analisando as descrições das personagens Domingos Botelho e D. Rita Preciosa é


possível estabelecer uma relação de contraste entre elas.

Esta discrepância entre estas figuras incide principalmente nos seus estatutos na
sociedade, se por um lado Domingos era “fidalgo de linhagem”, por outro lado D. Rita, apesar
de ser extremamente formosa não tinha outro qualquer dote, sendo apenas uma senhora filha
de um capitão de cavalos.

2.

A ironia, estabelecida pelo narrador, está presente em praticamente todo o excerto,


principalmente na apresentação e na caracterização dos pais de Simão Botelho.

A designação de “bacharel flautista” e “doutor bexiga” a Domingos comprovam tal


facto, assim como a referência de D. Rita não apresentar quaisquer qualidades, para além da
virtude de ser extremamente formosa (“Rita era uma formosura… E não tinha outro dote”)

3.1/3.2

No excerto apresentado é evidente o contraste entre Lisboa e a província.

Esta discrepância é realçada, principalmente, nas falas de D. Rita, que ironicamente


rebaixa a província em detrimento da cidade Lisboa; alguns exemplos disso são a partição “-Em
que século estamos nós nesta montanha?/-Em que século? O século tanto é dezoito aqui
como em Lisboa./-Ah! Sim? Cuidei que o tempo parara aqui no século doze.” E também a
referência à limpeza dos fidalgos de Vila Real (“Dizia ela depois que os fidalgos de Vila Real
eram muito menos limpos que os carvoeiros de Lisboa.”)

4.1

O segmento mencionado contribui para a verosimilhança da caracterização de D. Rita


Preciosa. Tal facto, é comprovado com a referência de que um elemento da comitiva tivera
dito ao narrador algo; assim sendo este assume um papel de personagem com o intuito de
comprovar, que as figuras da sua obra são reais.

5.

O narrador relativamente presença é não participante já que narra na terceira pessoa


(“O provinciano saiu das masmorras”), quanto à posição é subjetivo visto que na apresentação
dos factos há uma posição emocional e sentimental do narrador (“E razão era que se
ofendesse”) e no que toca à ciência o narrador domina por completo os acontecimentos,
conhecendo totalmente as personagens (“Domingos Botelho desconfiava da eficácia dos
merecimentos próprios para cabalmente encher o coração da sua mulher”).

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