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8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 35
9 LEITURA COMPLEMENTAR.................................................................... 37
1 MÉTODO FLOORTIME
Fonte: www.logopedico.com
O método “floortime” tem como meta ajudar a criança autista se tornar mais
alerta, ter mais iniciativa, se tornar mais flexível, tolerar frustração, planejar e executar
sequências, se comunicar usando o seu corpo, gestos, língua de sinais e
verbalização. Se a criança já souber o PECS e a língua de sinais, trabalhe com isso
no “floortime”. Se a criança ainda não conhecer nem a linguagem de sinais e nem o
PECS, não use o “floortime” para começar esses métodos, uma vez que “floortime”
não é hora de ensinar, mas explorar a espontaneidade, iniciativa da criança e a
verbalização.
O mais importante é despertar na criança o prazer de aprender. Faça da hora
do floortime uma hora de diversão, risos, brincadeira e reconheça as oportunidades
do dia a dia para solucionar problemas e conseguir suportar mudanças. Use isso na
sua rotina trabalhe as expectativas da criança, o que a criança faz por ela.
Sugestões para Brinquedos: comida de mentirinha, caixas de produtos de
mercado como: cereal, sabão em pó, coisas de casa. Roupas e móveis para bonecos,
roupas suas, carinhos, ferramentas de plásticos, animais de vários tipos, quadro
negro, giz, tinta, massinha, telefone, bonecos de plásticos que representem a família,
pessoas da comunidade (como policial, bombeiro), blocos, crayons, bola e muitos
outros brinquedos que estimule a imaginação e criatividade.
Fonte: www.twenga.com
Fonte: www.smart.com.br
Fonte: www.cliapsicologia.com.br
No carro ou ônibus puxe assunto (olha o cachorro, ele faz “au-au”), cante
músicas que a criança goste, insista na participação da criança.
Quando deixar a criança na escola dê o seu tempo e atenção. Pergunte sobre
os projetos de arte na sala, os alunos e outras coisas que chamem a atenção. Mostre
seu carinho e diga sempre “até-logo”. Ao retornar, pergunte como foi o seu dia (mesmo
que normalmente não obtenha resposta) e deixe-a contar, de alguma forma, o que
fez.
Fonte: www.og.infg.com.
Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br
Fonte: www.autismo-e-sindrome-de-asperger.com
Fonte: www.googleusercontent.com
Coloque brinquedos em uma caixa que a criança possa ver e tenha dificuldade
de abrir.
Misture o quebra-cabeça com outras peças para dificultar a sua solução.
Fonte: www.imguol.com
Fonte: www.catraquinha.catracalivre.com.br
Fonte: www.guiainfantil.com
Fonte: www.ciranda-roda-criancas-brincando.com.br
Fonte: www.guiainfantil.com
Quando ela estiver com fome brinque de cozinhar invente ou crie um banquete
real com comida.
Fonte: www.guiainfantil.com
Fonte: www.mariageek.com.br
Fonte: www.guiainfantil.com
Fonte: www.mesquitacomovai.com.br
Fonte: www.autismoprojetointegrar.files.wordpress.com
Fonte: www.autismorotinanoturna.com.br
6 MÉTODO MONTESSORIANO
1. Autoeducação
É a capacidade inata da criança para aprender. Por desejar absorver todo o
mundo à sua volta e compreendê-lo, a criança o explora, investiga e pesquisa. O
método Montessori proporciona o ambiente adequado e os materiais mais
interessantes para que a criança possa se desenvolver por seus próprios esforços, no
seu ritmo e seguindo seus interesses.
Fonte: www.glbimg.com
Atividades pedagógicas
Fonte: www.montessori.com
Fonte: www.cdn.hubspot.net
3. Educação Cósmica
“Uma vez que foi necessário dar tanto à criança, deixe-nos dar-lhe uma visão
de todo o Universo. O Universo é uma realidade imponente e uma resposta
a todas as perguntas… Todas as coisas fazem parte do Universo e estão
conectadas umas com as outras para formar uma unidade inteira. A ideia
ajuda a mente da criança a se tornar focada, a parar de andar em uma busca
sem rumo ao conhecimento. Ela está satisfeita por ter encontrado o centro
universal de si mesma com todas as coisas.”
Maria Montessori
Fonte: www.cnsd.com.br
4. Ambiente Preparado
Também faz parte dessa mobília uma pia bem baixa, acessível às crianças de
três ou quatro anos, guarnecida de tabuinhas laterais, laváveis, para o sabonete, as
escovas e a toalha. Todos esses móveis devem ser baixos, leves e muito simples.
Pequenos armários, fechados por cortina ou por pequenas portas, cada um com sua
chave própria; a fechadura, ao alcance das mãos das crianças, que poderão abrir ou
fechar esses móveis e acomodar dentro deles seus pertences. Em cima da cômoda,
sobre uma toalha, um aquário com peixinhos vermelhos. Ao longo das paredes, bem
baixas, a fim de serem acessíveis às crianças, lousas e pequenos quadros sobre a
vida em família, os animais, as flores, ou ainda quadros históricos ou sacros, variando-
os em conformidade com as diferentes datas ou comemorações.
Fonte: www.guiainfantil.com
5. Adulto Preparado
Brinquedos muito sofisticados não são uma necessidade da criança. Eles são
uma necessidade dos adultos e uma necessidade das empresas. Coordenação
motora, equilíbrio, desenvolvimento da fala e do raciocínio lógico… Tudo isso se
desenvolve muito bem na vida, sem que sejam necessários brinquedos, softwares e
vídeos especializados.
Em casa, use a casa. Limpe, lustre, lave, corte, cozinhe, pendure, enxugue,
arrume, separe, organize.
Cozinhar com crianças é uma grande diversão, ajuda na alimentação de todo
mundo e garante que o tempo da criança será usado de forma maravilhosamente
produtiva para sua personalidade: há um trabalho intenso com os sentidos e com a
coordenação motora, há a sensação da independência que se desenvolve, há o
prazer puro de desfrutar de um bom sabor e a sensação de conquista por comer aquilo
que se fez, para dizer o mínimo.
Permita que sua criança seja independente. Permita que ela se esforce e falhe,
permita que ela faça coisas sozinha mesmo nesse curto período que vocês têm juntos.
Seu filho valorizará a possibilidade de ser independente na sua presença. A chance
de conquistar a vida ao seu lado. Você vai perceber pelo olhar de sua criança quanto
acertou em sua escolha.
Fonte: www.naescola.eduqa.com.br
Criança Equilibrada (com as maiúsculas que ela merece) é toda criança quando
nasce. O bebê humano vem com potencialidades inatas que se desenvolverão de
forma belíssima se o ambiente for preparado e o adulto também. Crescerá uma
criança cujas qualidades mais evidentes são a tranquilidade, a gentileza e a alegria.
Mas ela é também, apaixonada pelo mundo, usa suas mãos à exaustão, descobre
com os cinco sentidos, a mente e as emoções, imagina, cria e transforma seu
ambiente. Essa criança desperta em nós tudo o que é bom – de repente, somos
amorosos, humildes, carinhosos. De repente nos vemos admirados diante do que ela
é capaz de fazer com tão pouca idade. Ela, a criança que desde o nascimento é
respeitada – ou que passa alguns anos em ambientes apropriados com os adultos
certos – nos surpreende dia a dia e nos faz repensar o gênero humano. Ela busca a
vida e o desenvolvimento, tem vontade de trabalhar e de ser gentil. E, o que é mais
importante, ela é natural.
Fonte: www.larmontessori.files.wordpress.com
O aluno deve encaixar todos os cilindros no bloco. Cada um dos cilindros só
cabe adequadamente em um orifício da madeira. Se um dos cilindros for colocado no
local errado, será impossível terminar o exercício. Assim, não é necessário que o
professor corrija a atividade, já que esta corrige a si mesma, e o aluno percebe seu
erro sem nenhuma interferência externa.
O controle do erro nos materiais permite também ao professor uma liberdade
muito maior, para que ele possa auxiliar outras crianças, ensinar a se utilizar um ou
outro material, corrigir alguma atividade nociva ao ambiente ou às crianças e – sua
tarefa mais importante – observar a sala e o desenvolvimento de cada aluno. No
entanto, longe de diminuir as responsabilidades do professor, que perde muito da
função de ensinar e corrigir, o material didático montessoriano confere muitas outras
responsabilidades a ele, pois só sem estar ativamente ensinando o tempo todo o
professor pode realmente perceber se os alunos estão aprendendo.
A terceira importante característica dos materiais Montessori é o “isolamento
da dificuldade”. Normalmente, para ensinar a cor vermelha, por exemplo, o professor
falaria sobre morangos, cerejas e flores, fazendo com que o aluno tivesse de associar
muitas palavras e muitas coisas antes de compreender o vermelho. O material para
cores de Montessori é uma caixa com pequenos tabletes coloridos.
Os tabletes de cores são todos iguais em textura, forma, tamanho e peso. A
única diferença entre eles é a cor, de maneira que o aluno possa associar diretamente
o conceito à realidade que ele representa.
Fonte: www.static.wixstatic.com
Material dourado
Fonte: www.lojadoprofessor.com.br
Ao lidarmos com crianças na primeira e no início da segunda fase do Ensino
Fundamental, encontramos diversos alunos que apresentam dificuldades em
compreender os algoritmos básicos, bem como a ideia de classificar os números
quanto a sua ordem ou classe. Uma alternativa para esses casos é o uso do material
dourado, cuja ideia lembra a do ábaco. Esse material pode ser comprado
confeccionado em madeira, plástico ou em material emborrachado, mas também pode
ser construído com os alunos através de isopor ou diversos tipos de papel, em
especial o papel milimetrado.
Fonte: www.static.brasilescola.uol.com.br
Fonte: www.static.brasilescola.uol.com.br
Klin A, Jones W, Schultz RT, Volkmar F. The enactive mind, from actions to
cognition: lessons from autism. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci.
2003;358(1430):345-60.
http://www.revistaautismo.com.br/edic-o-0/aba-uma-intervencocomportamental-
eficaz-em-casos-de-autismo. Data de acesso: 29/06/2016.
Schultz RT. Developmental deficits in social perception in autism: the role of the
amygdale and fusiform face area. Int J Devl Neuroscience. 2005;23(2-3):12541.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4679.pdf
https://larmontessori.com/o-metodo/
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/utilizando-material-
dourado-na-adicao.htm
http://autismobrasil.org/autismo/o-que-fazer/o-que-fazer/
9 LEITURA COMPLEMENTAR
Até o século XVIII, as noções acerca da deficiência foram muito marcadas pela
visão teológica. A superação dessa perspectiva arrastou‐se por um longo tempo e
teve seu primeiro marco no início do século XVI, com a obra do médico e alquimista
Philipus Aureolus Paracelso (1493‐1541), Sobre as doenças que privam o homem da
razão, escrita em 1526 e publicada em 1567, postumamente. Pela primeira vez, uma
reconhecida autoridade da medicina considerou a deficiência mental como um
problema médico e não teológico; para o referido autor, o louco e o idiota seriam “[...]
doentes ou vítimas de forças sobre‐humanas cósmicas ou não, e dignos de tratamento
e complacência” (PESSOTTI, 1986, p.15). Essa visão foi referendada por Jerônimo
Cardano (1501‐1576), filósofo, matemático e médico que, além de reconhecer
implicações orgânicas nos quadros de deficiência mental, se preocupava com a
questão da instrução dessas pessoas.
Em Londres, no ano de 1664, foi publicado o trabalho de Thomas Willis (1621‐
1675), Cerebri Anatome, no qual o autor assumiu uma postura organicista diante da
deficiência mental, para ele resultante de lesões ou disfunção do sistema nervoso
central. Sua análise foi enriquecida e complementada pelo trabalho de Francesco Torti
(1658‐1741) que, ao relacionar os quadros de deficiência com mala aira (malária, ou
mau ar dos pântanos) apontou, pela primeira vez, a concorrência de fatores
ambientais como determinantes da deficiência mental (PESSOTI, 1986,
p.20).
Contudo, foi apenas com a superação da doutrina vigente sobre a mente
humana e suas funções que essas ideias começaram a penetrar o senso comum.
Essa superação está demarcada pelos trabalhos de John Locke (1632‐1704), filósofo,
médico e político inglês, que sistematizou em uma de suas principais obras “Essay
concerning Human Understanding”, editada em 1690, sua filosofia empirista. Para ele,
uma das fortes evidências de que as ideias não são inatas está no fato de que tanto
as crianças como os idiotas não as apreendem.
Locke considerou que a mente equivaleria a uma tábula rasa na qual as ideias
seriam impressas a partir das sensações.
Na transição do século XVIII para o XIX, Jean Marc Gaspard Itard (1774‐1838)
propôs um programa educativo individual para o menino Victor de l’Aveyron. Galvão
e Dantas (2000) assinalam que ele seguia o modelo educacional dominante à época
que era, justamente, o preceptorado, e afirmam que “a consolidação de instituições
de educação coletiva só foi ocorrer ao longo daquele século, com a progressiva
organização dos Estados nacionais e dos sistemas públicos de educação.” (GALVÃO;
DANTAS, 2000, p.86).
Segundo Bueno,
[...] o sistema educativo oferecido nas Case dei Bambini nasceu de fato e
deve sua existência a causas muito mais distantes; e se o processo da
presente experiência com crianças normais foi tão breve, se deve ao fato de
ter sido precedida de muitas outras feitas com crianças anormais e que
representam um longo trabalho intelectual. (MONTESSORI, 1937, p.33,
tradução nossa).
A mestra deve conhecer muito bem o material, tê‐lo sempre muito presente
na memória e aprender com exatidão a técnica experimentalmente
determinada de apresentar o material e tratar a criança convenientemente
para guiá‐la com eficácia. Isto é o essencial na preparação da mestra. Poderá
estudar teoricamente alguns princípios gerais utilíssimos para orientar‐se na
prática, mas só com a experiência adquirirá as delicadas modalidades que
variam tratando com indivíduos distintos, para não entreter mentes já
desenvolvidas com materiais inferiores às capacidades individuais,
provocando o fastio, e não oferecer objetos que a criança não pode apreciar
ainda, esfriando assim o primeiro entusiasmo infantil. (ibid., p. 177, tradução
nossa).
Para a autora, quando uma criança se auto‐educa e o próprio material lhe indica
os erros, resta muito pouco à professora, nessas condições sua ação se restringe à
observação e direção da atividade psíquica e do desenvolvimento fisiológico da
criança. O método montessoriano também confere grande destaque à ordenação do
ambiente educacional, os objetos presentes nas classes devem ser cuidadosamente
dispostos, ao alcance das crianças e devem ser definidos a partir das necessidades e
possibilidades de cada etapa do desenvolvimento infantil. De cada objeto particular
deverá existir apenas um exemplar; o material deve ser atrativo, colorido, simples,
leve e, ao mesmo tempo, resistente.
Cada criança poderá utilizar os brinquedos e objetos disponíveis segundo seu
próprio interesse e ritmo. Após o uso, deverá limpá‐lo e devolve‐lo ao lugar de origem,
para que possa ser utilizado por um colega. Montessori pretende eliminar as disputas
infantis por meio da instauração de uma regra simples: caso uma criança queira utilizar
qualquer objeto que esteja de posse de um colega, deverá aguardar que seja
disponibilizado, esse expediente também permitiria exercitar a disciplina e a paciência.
Considera a autora que seu método oferece resposta para o problema da
educação individual podendo servir tanto ao atendimento educacional de alunos
normais como dos deficientes, com um mínimo de gasto e energia, superando os
limites das propostas de seus contemporâneos que se assentaram na redução do
número de alunos por classe.
Ponderou que, sob seu método, fundado na autoeducação, não seria
necessário reduzir o número de alunos por classe nem dispor de grande volume de
recursos didáticos, tampouco seria necessário recorrer a profissionais altamente
especializados. Muito ao contrário, seria possível atender ao menos quarenta alunos
por classe, sem que o mestre necessitasse qualquer preparação científica, bastaria
que soubesse aplicar bem a arte de eliminar‐se, e não obstaculizar o desenvolvimento
natural da criança.
Esse processo seria guiado pela identificação e uso dos períodos sensitivos,
referências psicológicas da nova educação. Oferecer à criança as atividades atinentes
às necessidades de cada etapa, este seria o problema da nova pedagogia. Montessori
reconheceu que essa tarefa não seria fácil, pois grande parte dos conteúdos escolares
são definidos a partir de critérios culturais e não psicológicos.
Ao comparar seu método com as demais experiências modernas de educação,
a autora destaca:
A autora considerou que, com seu método, seria possível atender na mesma
classe, alunos com perfis diferentes, quando o contexto não permitisse a instituição
de escolas graduadas.
Nossos métodos têm a vantagem, para sua aplicação nas escolas, de poder
reunir em uma única classe crianças que tenham alcançado distintos graus de
adiantamento. Em nossas primeiras “Case dei Bambini” estão reunidas crianças de
dois anos e meio, que apenas chegam à realização dos primeiros exercícios
sensoriais, com crianças de mais de cinco anos, que em pouco tempo poderiam
passar à terceira classe da escola pública. Cada um se aperfeiçoa por si mesmo e
avança segundo sua potencialidade individual. Este método seria muito vantajoso e
facilitaria o ensino nas escolas rurais e naquelas localidades onde a escola não pode
graduar‐se. [...] Outra de suas vantagens consiste em que a professora pode passar
o dia todo sem fatigar‐se, nem consumir suas forças com crianças que tenham
alcançado distintos graus de desenvolvimento; assim como uma mãe que vive sem
cansar‐se entre seus filhos de distintas idades (ibid., p. 336, tradução nossa).
A partir dessas considerações nos parece legítimo inferir que, a despeito de
reconhecer diferenças entre as crianças normais e anormais, a autora admitiria a
possibilidade de atender alunos com deficiência em classes normais, naquelas
condições em que a proposição das classes graduadas não fosse possível e desde
que o professor atentasse às necessidades e ritmos particulares de seus alunos.
Montessori ponderou que seu método não elimina o professor, mas lhe propõe
um novo papel: de guia dirigente e animador. Segundo a autora, o professor deve
manifestar genuíno interesse pelos progressos dos seus alunos, deve ser inteligente,
sensível e vivaz, com grande saber e experiência, de modo a infundir respeito e
admiração nas crianças.
A partir da citação, fica claro que Descoeudres faz referência ao alunado que,
comparado à criança‐tipo, apresenta atraso sistemático nas aquisições acadêmicas,
dando lugar a uma nova categoria no âmbito da deficiência mental, o anormal ou débil,
que se somaria aos imbecis e idiotas, dos quais se diferenciam por apresentarem
habilidades sociais de base; no entanto, indica a autora que esses quadros são de
difícil diagnóstico por diferirem muito pouco de seu grupo etário (ibid., p. 25).
Com respeito ao atendimento escolar de alunos com deficiência mental, em
geral, Descoeudres assinala que os sistemas escolares preveem atendimento
diferenciado, a depender do grau de comprometimento. Para os profundamente
anormais, estariam disponíveis os internatos e para os retardados, os externatos.
A autora considerou que a condição ideal para o regime de internato seria o
funcionamento em uma casa de campo, com regime familiar, onde cada professor
assumiria a posição de pai de família de um grupo de até dez crianças.
Já no caso dos externatos, assinalou a existência de dois sistemas: a) classes
especiais anexas a escolas de normais; b) escolas autônomas para retardados e
anormais.
As classes especiais reuniriam crianças retardadas e anormais entre 06 e 15
anos, seriam classes mistas (meninos e meninas), das quais estariam excluídos os
idiotas e os viciosos ou todos aqueles que, por seu comportamento ou por sua saúde,
acarretariam graves inconvenientes ao atendimento conjunto. Por outro lado,
poderiam ser incorporados alunos com deficiência física (que não seria seguro
integrar nas classes normais), surdos‐mudos com deficiência mental associada e,
também, os indisciplinados.
A despeito das idiossincrasias que podem marcar o desenvolvimento dessas
crianças a autora enfatizou que a formação de grupos homogêneos é um dos
elementos preponderantes a se considerar na formação das classes especiais.
Destacou, também, a importância de favorecer o
A despeito das idiossincrasias que podem marcar o desenvolvimento dessas
crianças a autora enfatizou que a formação de grupos homogêneos é um dos
elementos preponderantes a se considerar na formação das classes especiais.
Destacou, também, a importância de favorecer o convívio com alunos normais,
principalmente alunos mais desenvolvidos, que poderiam assumir responsabilidade
pela vigilância ou cuidado dos anormais nos momentos de recreação.
Com respeito às escolas autônomas para o atendimento de retardados e
anormais, indicou que essas poderiam variar muito nos graus de ensino oferecidos e
no modo de organização, o que estaria na dependência do número e da qualidade
das crianças (DESCOEUDRES, 1968, p.37), podendo funcionar, algumas vezes,
como semi‐internatos.
Seja nas classes especiais ou nas escolas autônomas, um aspecto destacado
pela autora é a prática da coeducação dos sexos, mais no sentido de obter
grupamentos homogêneos, do que por princípio. Outro elemento característico dessa
educação seria a ênfase na educação em detrimento da instrução:
Queremos preparar nossos alunos para a vida: cumpre, pois, que a escola
deixe – prouvesse aos deuses que ela deixasse de o ser para todas as
crianças! Mas que ao menos deixe para os nossos retardados – de ser uma
escola escolástica, para se tornar um centro de vida. (DESCOEUDRES,
1968, p.53).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o governo civil. São Paulo: Nova Cultural, 1978.
______. Ideas generales sobre mi método. 3. ed. Buenos Aires: Losada, 1965.