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SUPREMA CORTE, “FAKE NEWS”, INQUÉRITO 4.

781, E A CONSTITUÇÃO FEDERAL DE 1988: a


difícil missão de preservar garantias constitucionais e os possíveis reflexos no sistema

1. INTRODUÇÃO

O ano de 2020 tem sido um ano de grandes mudanças, sejam elas políticas, sociais, culturais,
econômicas, jurídicas, e até mesmo, morais. É “o ano da pandemia”, em referência ao vírus
que assola a sociedade mundial, que sofre com perdas diárias de familiares, amigos e
conhecidos, além das perdas econômicas, que, certamente, também serão incalculáveis. Um
ano, talvez por unanimidade, para se esquecer.

Tensão entre Estados Unidos e China, assina acordo, não assina acordo; impeachment do
Presidente Trump; No Brasil, sai ministro, entra ministro. Mas, no meio de tudo isso – e de
vários outros assuntos de relevância nacional e internacional, um assunto, em especial, vem
chamando mais atenção: o Supremo Tribunal Federal. Sim, a mais alta Corte do país
reapresentou à comunidade jurídica o instigante Inquérito 4.781, vulgarmente denominado,
pela mídia, de “o inquérito das fake news”.

Referido instrumento investigativo foi deflagrado, pelo próprio Tribunal, para apurar a
existência de notícias falsas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações que
possam configurar calúnia, difamação e injúria contra os membros da Suprema Corte. E não
para por aí, eis que a investigação, aparelhada e conduzida pelo STF, também se presta a
apurar se os familiares dos ministros foram vítimas de todos esses atos.

Tudo começou quando, em 14 de março de 2019, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli
determinou a abertura de inquérito para apurar supostas ofensas que o procurador da
República Diogo Castor de Mattos, então integrante da Operação Lava Jato, teria feito ao
Judiciário. A primeira curiosidade foi que Alexandre de Moraes foi o relator designado, sem
sorteio entre os ministros.

À época, o fato causou grande polêmica e tensão entre o STF e a então Procuradora Geral da
República, Raquel Dodge, mormente em razão da investigação ter sido iniciada sem qualquer
solicitação do Ministério Público, da Procuradoria-Geral da República ou de uma autoridade
policial, que, a princípio, são os protagonistas desse tipo de procedimento. A justificativa do
STF foi de que os fatos teriam ocorrido nas dependências da Corte.

O ministro Alexandre de Moraes, ao assumir o encargo, decretou o bloqueio de contas de


internet que propagassem o famigerado “discurso de ódio” contra a Suprema Corte, e também
ordenou diversas medidas. Foram apreendidos celulares e computadores; bloqueadas contas
dos investigados nas plataformas do Twitter, Facebook, Instagram e WhatsApp. A Revista
Crusoé e o site "O Antagonista" receberam a ordem de retirar a reportagem intitulada “O
amigo do amigo do meu pai”, que mencionava uma citação do nome do ministro Dias Toffoli
feita por Marcelo Odebrecht numa delação premiada da Operação Lava Jato.

A reação partiu de Raquel Dodge, que determinou o arquivamento do inquérito por considerá-
lo ilegal, pois, segundo sustentou, somente o Ministério Público poderia iniciar e conduzir
aquela investigação criminal, e que ao Judiciário caberia apenas garantir a correção das
investigações.

Rejeitado o pedido de arquivamento da PGR, em meados de maio de 2020 foi deflagrada uma
nova operação, com mandados de busca e apreensão em diversos Estados, a qual teve como
alvos empresários, parlamentares e influenciadores digitais, aparentemente ligados ao
movimento bolsonarista. Desta vez as medidas foram ainda mais agressivas: quebras de sigilo
bancário e fiscal, além do bloqueio de contas em redes sociais.

Mas, afinal, tudo isso é permitido pelo ordenamento jurídico brasileiro? O sistema acolhe as
medidas que vem sendo adotadas pela Suprema Corte? Pode o judiciário agir dessa maneira?

Com base em uma análise do referido procedimento frente às leis que regem a matéria e,
principalmente, à Constituição Federal, será que chegaríamos ao mesmo “convencimento” da
Suprema Corte?

2. GARANTIAS FUNDAMENTAIS: elas existem?

3. FUNCIONALIDADE DA PERSECUÇÃO PENAL


4. POSSÍVEIS EFEITOS DO INQUÉRITO DAS “FAKE NEWS” NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS
1. a suposta vítima dos supostos crimes são os Ministros e os seus familiares? Se for, estamos
criando um foro privilegiado para investigação de crimes contra familiares. Não tem previsão
na CF
2. Quais os tipos de inquérito que existem no ordenamento jurídico brasileiro? Olhar tbm a
LOMAN
3. o art. 43 do RISTF é constitucional?
4. de quem é a competência para investigar? Citar letra da CF e decisão do STF sobre a
titularidade da ação penal.
5. o STF tem competência para investigar de ofício?

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