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ECONOMIA HELENA SOARES

Economia está relacionada com os nossos rendimentos, as nossas despesas enquanto


consumidores. Está relacionada com a tarefa de se investir e de se poupar.
É o estudo das actividades de troca e de produção entre as pessoas. Analisa os
movimentos globais da economia como os preços, a produção e o desemprego. É a
ciência da escolha estudando as decisões das pessoas sobre a utilização dos recursos
produtivos escassos ou limitados.
Economia – é o estudo de como os seres humanos se comportam na organização das
suas actividades de consumo e de produção.
É o estudo da moeda, da taxa de juro, do capital e da riqueza.

Bem económico – Os meios julgados aptos e disponíveis que sejam acessíveis,


disponíveis e raros.

Economia – segundo Samuelson, a economia é a ciência que estuda os modelos de


repartição e distribuição dos meios e recursos escassos por toda a sociedade.

Factores de Produção – são Terra (recursos naturais), o Trabalho e o Capital.


A Terra é o solo utilizado nas actividades rurais ou na implantação de estradas ou
edifícios.

Recursos Naturais – Carvão, Petróleo, vento, árvores, água, solo, etc.


O Trabalho – É o tempo humano consciente despendidos na produção de um bem.
O Capital – São disponibilidades monetárias reprodutíveis. Consiste em bens duráveis
produzidos pela economia para seres empregues na produção de outros bens.
A economia está relacionada com a sociologia porque a sociologia tem por objeto de
estudo uma categoria muito genérica de fenómenos que são os fenómenos sociais.
A sociologia é uma ciência auxiliar da economia na medida que permite obter um
enquadramento social dos fenómenos económicos.

A Economia e o Direito – A economia é objeto de Direito enquanto conjunto de


normas reguladoras das relações sociais com conteúdo económico, desde logo as
normas de Direito Patrimonial Privado que regulam institutos económicos
fundamentais como a liberdade contratual, a responsabilidade civil patrimonial e o
cumprimento dos contratos – Direito das Obrigações.
O Direito de Propriedade, a que correspondem os direitos reais e a transmissão dos
bens por morte – Direito das Sucessões.

Acrescem a estas normas aquelas que regulam a empresa enquanto instituição


económica fundamental, objeto do Direito Comercial, do Direito da Concorrência e do
Direito da Propriedade Industrial. O ensino da Economia tem grande importância na formação
jurídica, em particular, na formação de juristas, solicitadores, com a especialização em ciências
económicas.
A economia também tem relações com a história, a filosofia e com a ciência política.

Três problemas económicos fundamentais:


1. Que produtos produzir e em que quantidades – a resposta é dada pelos consumidores
quando diariamente fazem as escolhas económicas. Que bens e serviços alternativos torna-se
necessário produzir? Produtos alimentares ou de vestuário? Isto tendo em conta os factores de
produção – terra, trabalho e capital.
2. Como produzir – como se devem produzir os bens. Que técnicas serão necessárias para
produzir os bens? Como será a concorrência entre empresas em função da oferta e da procura.
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3. Para quem devem ser produzidos e distribuídos os bens? – Para quem são os bens que se
produzem? Como é repartida a totalidade do Produto Nacional entre os indivíduos e as
famílias? A distribuição da riqueza nas economias de mercado ou mistas é feita pelos salários
pagos aos trabalhadores, rendas pagas aos proprietários e os juros aos capitalistas. Os lucros
são para os empresários.
Teoria Económica do Estado
O Estado reduz cada vez mais a sua actividade como produtor de bens coletivos como estradas,
edifícios. Na saúde, na educação, na Segurança Social, na defesa nacional, o estado necessita
de financiamento. Que meios vai utilizar para fazer face ao défice desses bens? Participar nas
áreas da saúde, nas áreas da educação… Como se faz a produção em termos de custos? O
estado cada vez mais é um estado regulador. Pelo contrário, o estado produtor é um estado
que proporciona determinados meios. Pelo contrário, o estado regulador é aquele que tem por
objetivos a defesa dos direitos dos cidadãos, a defesa da concorrência, a justiça social, a
estabilidade de preços, o equilíbrio orçamental. Cada vez mais a tendência é termos um estado
regulador.

Papel Económico do Estado (regulador e produtor)


Três funções:
1. Eficiência - o estado deve corrigir as falhas do mercado, tais como situações de monopólio,
oligopólio e externalidades
2. Equidade – recorre a técnicas como redistribuição dos rendimentos. É uma preocupação da
sociedade em relação aos mais pobres.
3. Estabilidade ou estabilização – reduzir as flutuações do ciclo económico, reduzindo o
desemprego, a inflação e promovendo o crescimento económico.

Conceitos:
Oligopólio – várias empresas em competição. A correcção seria aumentar/incrementar
o oligopólio (que é sempre uma situação desejável).
Externalidades – verificam-se externalidades sempre que empresas ou pessoas
impõem custos ou benefícios a outras sem que estes recebam qualquer indemnização
ou efetuem o devido pagamento.
Externalidade Negativa – poluição de um rio
Externalidade Positiva – implantação de uma faculdade em Bragança
Redistribuição pode ser interna ou externa (dentro ou fora do país)

Necessidades Económicas
As necessidades humanas constituem a causa de toda a actividade económica. Mesmo
as necessidades públicas têm base humana. Mesmo pelo facto de serem satisfeitas
pelos corpos sociais, num estado social as sensações de carência são mais agravadas.
Por necessidades entenda-se um estado psicológico de insatisfação e no seu corpo
integram-se 4 itens:
1º Insatisfação psicológica;
2º Conhecimento da existência do meio suscetível de a fazer cessar;
3º Determinação de possuí-lo;
4º Acessibilidade a esse meio.
A necessidade pode-se definir como o desejo de alcançar um meio de fazer cessar uma
situação desagradável ou de provocar uma sensação agradável. As necessidades podem ser
essenciais ou primárias porque são fundamentais ou de
existência. Resultam da natureza do organismo humano. A sua satisfação é
indispensável. Pode estar na causa da vida ou morte.
Necessidades secundárias ou de civilização não são essenciais à sobrevivência humana.
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BENS ECONÓMICOS
Bens Livres – são aqueles que são obtidos sem esforço
Bens Económicos – são todos os objetos que se reputem adequados à satisfação de
uma necessidade que seja acessível, disponível e raro.
Bens Imateriais ou Serviços – Frequentemente as necessidades são satisfeitas por
serviços também designados por bens imateriais. Ex.: a aula de economia ou a
consulta de um advogado.

BENS NATURAIS E BENS PRODUZIDOS


Bens Naturais – são aqueles cuja produção e cujo emprego não pressupõe qualquer
actividade humana. Ex.: água, fruto silvestre.
Bens Produzidos – são aqueles que resultam de uma acção exercida pelo homem.
Numa sociedade desenvolvida há uma tendência para aumentarem os bens
produzidos resultantes de transformações operadas pelo homem sobre os bens
naturais.

BENS DIRECTOS E BENS INDIRECTOS


Bens diretos ou de Gozo – podem ser utilizados imediatamente na satisfação de uma
necessidade. Ou porque são Bens Naturais ou porque atingiram a sua última fase de
transformação (ex.: pão).

Bens indiretos ou de produção – não podem ser utilizados diretamente na satisfação


de necessidades, ou porque carecem de ser transformados, ou porque desempenham
funções instrumentais (Ex.: ferramentas, matérias-primas). Alguns bens poderão ser
diretos ou indiretos dependendo da sua utilização (Ex.: leite).

BENS DE USO E DE CONSUMO


Os bens diretos são BENS DE CONSUMO quando satisfazem necessidades através da
sua própria destruição (comidas e bebidas). Na utilização dos Bens de uso não se opera
a sua destruição. Esses bens perduram no tempo. A sua utilização não os destrói. São
de execução continuada (Ex.: livros, cd, roupa).
Bens instrumentais – são aqueles que são aptos à produção de outros bens. Os bens
indiretos são matérias-primas que têm que ser transformadas para se tornarem aptos
à satisfação de necessidades, como por exemplo, os cereais ou os metais.

BENS DURADOUROS E NÃO DURADOUROS.


Os Bens Duradouros são aqueles cuja sua utilização não implica a sua destruição, como
por exemplo, os bens de uso, como também as máquinas, edifícios, etc.
Os Bens Não-Duradouros são aqueles cujos seus empregos significa a sua destruição,
como por exemplo, os bens de consumo ou combustíveis.
Bens Futuros são aqueles bens que ainda não têm existência ou aptidão bastante num
determinado momento, mas são esperados (Ex.: vender prédio em construção –
apartamentos)

BENS COMPLEMENTARES
São adequados à satisfação de necessidades apenas quando aplicados conjuntamente
com outros bens (Ex.: automóvel mais pneus; automóvel mais gasolina).
Os dois bens influenciam-se mutuamente, tanto quanto à sua respetiva produção,
como ao respetivo preço.

Complementaridade Relativa Absoluta


Café mais açúcar Automóvel mais pneus
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Bens Sucedâneos – são aqueles que possibilitam a substituição de necessidades mas


num menor grau de satisfação (açúcar / adoçante; azeite / óleo).
Bens Fungíveis – são aqueles cuja, ao contrário dos sucedâneos, substituição é perfeita
– Troca perfeita (dinheiro).
Bens Perecíveis – Bens que se estragam (Ex.: validade dos iogurtes)

UTILIDADE ECONÓMICA (DOS BENS)


Os bens económicos, abrangendo bens materiais e serviços, constituem meios
adequados à satisfação de necessidades económicas. Permitem, pelo sem emprego, a
obtenção de sensações de prazer ou afastamento de sensações dolorosas.
A suscetibilidade dos bens económicos satisfazerem necessidades designa-se por
utilidade. Esta suscetibilidade consiste na especial vocação dos bens económicos para
satisfazerem necessidades. Assim, a utilidade económica não constitui uma qualidade
subjetiva inerente às coisas, mas resulta da posição de um ou mais sujeitos
económicos que sentem necessidades, que querem satisfazer através do emprego de
certos bens.

A Utilidade Total de um bem é o somatório das doses empregadas até atingir o ponto
de saciedade / satisfação (Ex.: 4 copos de água ao todo).
A Utilidade Marginal de um bem é a utilidade da última dose de um bem empregado
na satisfação de uma necessidade ou a utilidade da última dose de um bem disponível
para a satisfação de uma necessidade.
A intensidade da necessidade tende a diminuir à medida que são aplicadas à
respetiva satisfação doses sucessivas do bem.

Custo Económico
A utilidade dos Bens Económicos tem o seu reverso no respetivo custo de aquisição.
Quando os bens nada custam a adquirir, trata-se de bens livres (ar). O custo de um
bem económico é constituído pelas renúncias, pelo cansaço, pelos sofrimentos que o
homem tem de suportar para adquirir esse bem. No custo integram-se dois elementos:
um positivo e um negativo. O positivo corresponde à energia despendida para a
obtenção do bem. O negativo, que corresponde à renúncia a prazeres, que o esforço
desenvolvido impõe. É, portanto, o somatório destas situações cativas e passivas que
que constitui o custo económico. Tal como a utilidade, o custo também é subjetivo
variando de indivíduo para indivíduo segundo a sua aptidão física e a sua conformação
psicológica. A desutilidade é a sensação de pena que geralmente acompanha o
desenvolvimento de uma actividade orientada para a produção de bens económicos. A
sua variação em relação à utilidade é contrária, ou seja, a desutilidade aumenta à
medida do esforço continuado/empregue com vista à satisfação de uma necessidade.

Valor Económico
Por valor entende-se uma apreciação ou juízo de um sujeito económico sobre um determinado
bem. Tal juízo há-se depender do custo e da utilidade conjuntamente. Os economistas
clássicos, como Adam Smith, rejeitaram a explicação do valor através da ideia de utilidade. De
entre os economistas clássicos, David Ricardo acrescentou outras ideias inovadoras. Desde logo
dividindo os bens em bens reprodutíveis e bens não reprodutíveis.
Quanto aos bens não-reprodutíveis, como por exemplo as obras de arte como por exemplo
pinturas em que o seu valor dependeria da sua raridade como também do valor e dos gastos
para aqueles que as desejassem possuir. O valor aqui dependerá da raridade e do desejo de
possuir o bem, da utilidade esperada. Tratando-se de bens reprodutíveis, na produção de
novas unidades, apesar do custo é possível distinguir o valor corrente do valor normal. O valor
corrente seria aquele fixado no mercado pelo encontro da oferta com a procura. O valor
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normal seria aquele que coincide com o custo de produção, somatória das rendas pagas aos
proprietários, dos juros pagos aos capitalistas e dos salários pagos aos trabalhadores.
Atendendo ao facto do custo de produção não ser igual para todos, David Ricardo afirma que o
valor se há coincidir com o mais elevado custo de produção porque quem produz mais caro
não pode vender abaixo desse custo. Segundo os clássicos, o valor normal dos bens produzidos
seria o somatório dos valores dos factores de produção.

Visão Marxista do Valor


Afasta desde logo do custo de produção todos os elementos alheios ao facto trabalho.
A formação do capital e a apropriação da terra não contribuem aqui para o custo de produção.
Para Marx, o valor dos bens, o seu respetivo custo de produção, consistirá apenas na
quantidade de trabalho incorporado na produção de um bem. Para Marx, no mercado trocam-
se dois bens. Só a incorporação de trabalho explica essa troca.
Esta quantidade de trabalho corresponderia ao tempo necessário para a produção dos bens.
Um objeto que demore 10 horas a fazer valerá o dobro de outro que demore 5 horas a fazer.
Para Marx, o fundamental é o facto produção/trabalho. O preço de venda devia caber
integralmente aos trabalhadores pois considera que parte do preço que os capitalistas tiram
para si é uma mais-valia capitalista correspondente a um sobre trabalho. É a diferença entre o
criado e o consumido.

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO E DOS FACTOS ECONÓMICOS


Economias primitivas – as economias primitivas estavam formuladas em três estádios:
num primeiro estádio, começaram por assegurar a sua sobrevivência / subsistência
dedicando-se a actividades venatórias (caça e pesca). Num 2º estádio, já começaram a
conservar e domesticar os animais capturados. Dedicam-se à pastorícia. No 3º estádio
procuram na agricultura o seu meio de subsistência. Estas economias primitivas caracterizam-
se pela coexistência da propriedade privada e propriedade pública.

Economia Medieval
Cristianismo e as suas conceções – O Cristianismo alargou e transformou as
conceções económicas dos povos convertidos. Pelo seu ideal, de desprendimento das
riquezas materiais, trouxe conselhos quanto à perfeição pela pobreza, a cristandade
pela obediência a São Tomás de Aquino, tendo em atenção as doutrinas do justo preço
e do justo salário.

FISIOCRATISMO / FISIOCRACIA
Pensamento fisiocrata (Quesnay)
Os fisiocratas viram na liberdade económica a condição essencial para a prosperidade
dos povos e na intervenção estadual a causa do seu empobrecimento. Os fisiocratas
viram na ordem natural divina a felicidade de todos os homens. Segundo eles a
sociedade é composta por três classes sociais: a classe produtiva, a classe dos
proprietários e a classe estéril.
A classe produtiva é constituída por aqueles que cultivavam a terra porque desta
provinha toda a riqueza.
A classe proprietária seria constituída pelos donos das terras e dos outros meios de
produção.
A classe estéril incluía todos aqueles que se dedicavam a todas as outras actividades
alheias da agricultura (como por exemplo o comércio, a indústria, transportes).
Não significa que estas não sejam necessárias, mas o que são é alheia à terra. Não
criam riqueza nova. Apenas de agricultura provinha o rendimento, uma riqueza nova,
um produto conjunto do trabalho do produtor e da força da natureza. O excedente da
produção agrícola sobre as despesas necessárias a essa produção foi designado por
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produto líquido da terra.

Conclusões sobre os fisiocratas


Segundo os fisiocratas, os estados não podiam intervir na economia. O legislador devia
abster-se de qualquer regulamentação que fosse nociva para a agricultura. Sento a
terra a única criadora de riqueza nova, de um rendimento líquido, deveria apenas ser
sobre a terra que deveria incidir o imposto, não no sentido de prejudicar os
agricultores, pois segundo os fisiocratas os agricultores deveriam transferir o peso
económico do imposto para todos os outros sectores que dependessem dos produtos
agrícolas (tal como o nosso IVA).

ESCOLA CLÁSSICA INGLESA OPTIMISTA (ADAM SMITH)


Defende a divisão do trabalho como também a especialização e a livre troca de
produtos entre Estados. Defende o liberalismo económico. São muitas as
características comuns com os fisiocratas. Também a construção de adam Smith
assenta no pressuposto de uma ordem naturas, da existência de leis económicas
impostas pela natureza e, segundo ele, os governantes também deviam abster-se de
intervir na vida económica. Enquanto que para os fisiocratas a ordem natural é de
origem metafísica (divina), para Adam Smith o fundamento da ordem natural é de
ordem psicológica. Para Adam Smith, o facto de produção mais importante não é a
terra, como defenderam os fisiocratas, mas sim o trabalho.
Embora defenda todo o processo produtivo da conjugação dos factores de produção
terra, trabalho e capital. Por isso vai merecer destaque especial a organização e a
divisão do trabalho. Os Estados deviam especializar-se na produção de determinados
bens. Criticou o protecionismo estadual, defendendo o livre cambismo. É pela ampla
circulação de mercadorias e valores entre as nações que se alcançariam os mais
elevados níveis de progresso e bem-estar económico. Só admitia a intervenção do
estado em todas as actividades pelas quais os particulares de desinteressassem e que
fossem socialmente úteis como por exemplo parques, jardins e até a própria defesa
nacional. Para Adam Smith, as despesas públicas não deviam ser suportadas pelos
rendimentos do património. Os estados evoluídos só deviam possuir parques e jardins.
As receitas públicas deviam incidir sobre os impostos.
Quanto aos impostos, enunciou quatro regras clássicas:
1. Regra da Justiça: cada um deve contribuir para o estado na medida das suas
possibilidades;
2. Regra da Certeza: o montante do imposto deve ser claramente definido de
modo a não deixar margem para dúvidas e arbitrariedades;
3. Regra da comodidade: o imposto deve ser cobrado nas épocas e pelos meios
mais convenientes para os contribuintes;

4. Regra da Economia: o imposto absorverá a menor parcela possível do


património do contribuinte, evitando despesas desnecessárias e também tendo
em atenção que o consumo das despesas públicas por parte da administração
pública seja desviada dos impostos para os cofres públicos sem outras
finalidades.

ESCOLA CLÁSSICA INGLESA PESSIMISTA (David Ricardo e Malthus)


Segundo Malthus, a miséria era uma consequência natural da imprevidência dos que
tinham filhos sem possibilidades para os sustentar. Segundo Malthus, a população
teria uma tendência natural para aumentar sempre. Em contrapartida, a área da terra
cultivada seria sempre a mesma. Chegaríamos a um determinado momento de ponto
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de rutura em que a população não teria meios de subsistência. Entretanto vieram as


grandes guerras mundiais e epidemias que desacreditaram estas teorias de Malthus.
David Ricardo, também pessimista, defendeu a teoria da renda e teoria do salário.

David Ricardo (Pessimista)


Teoria da Renda – os agricultores têm uma tendência natural para explorar sempre em
primeiro lugar as terras mais férteis, com custo de produção mais baixo. Por
necessidade de mais produtos agrícolas, dado o aumento da população, exige-se maior
cultivo estendendo-se também às terras de média, aumentando assim os custos de
produção.
Terra ----------------------- Custo de produção
Boa terra -------------------------- 100
Média terra ----------------------- 150
A renda seria o benefício dos agricultores das terras mais férteis em relação aos outros
agricultores. O preço no exemplo de 100/150 teria que ser no mínimo 151 (para que
haja lucro).

Teoria do Salário (David Ricardo – Pessimista) – Os trabalhadores só devem ter o


salário mínimo e indispensável para eles e para a sua família, porque se tiverem um
salários superiores ao mínimo indispensável irão ter uma melhor situação económica
podendo ter uma família mais numerosa, o que originaria uma oferta maior de
trabalho que, consequentemente, baixaria os salários podendo mesmo cair-se numa
situação de desemprego.

Teoria da população de Malthus (Pessimista) – Segundo Malthus a população tem


uma tendência natura para aumentar sempre. Em contrapartida, o espaço ou área
cultivada seria sempre o mesmo. Chegaríamos a um ponto de rutura em que a
população não teria meios de subsistência. Ele não teve em atenção as grandes
guerras mundiais e as epidemias.

Escola Clássica Francesa – Jean Baptiste Say


Continuadora de Adam Smith, atribui posição central ao fator de produção trabalho.
Segundo Jean Baptiste Say, tal como para Adam Smith e ao contrário dos fisiocratas
que davam maior importância ao fator de produção terra, distingue o capitalista do
empresário. O 1º limita-se a fornecer capitais à empresa mediante o juro, não tendo
que suportar o risco económico que ficaria a cargo do empresário. Integrou na sua
construção os bens imateriais alargando a economia a todos os fenómenos sociais e
humanos. Mas a sua contribuição de maior relevo para a evolução do pensamento
económico encontra-se na Lei dos Mercados dos Produtos.
Os produtos trocam-se por produtos. A moeda seria ou constituiria um simples
intermediário das trocas que as facilita sem as alterar. Assim, no entendimento de Jean
Baptiste Say nunca haveriam problemas de crise de sobreprodução ou superprodução.
Até podiam ser benéficos para a economia. Passar-se-ia a produzir o dobro do ferro e
do trigo. Em vez de se trocar uma tonelada de ferro por dez quintais de trigo, trocar-se-iam
então duas toneladas de ferro por vinte quintais de trigo. A maior produção de
um bem haveria de condicionar uma maior produção de todos os outros bens.
A análise económica moderna não aceita bem esta teoria porque a moeda não é
apenas um intermediário de trocas. A moeda tem três funções:
1. Intermediária de trocas;
2. Reservatório de valores – pois tem uma procura própria e autónoma para a
formação de uma reserva líquida;
3. Medida comum de valores.
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Adam Muller: as reações contra o liberalismo iniciaram-se com os economistas alemães


quando o liberalismo defendido por Adam Smith serviam essencialmente os interesses da
Inglaterra, em consequência do desenvolvimento das indústrias alemães. A propriedade da
terra só poderia entender-se no interesse de toda a comunidade. Os interesses, os direitos
individuais subordinam-se ao interesse comum. A riqueza não residia nos bens materiais, mas
nas forças susceptíveis de assegurarem esta produção. Os valores imateriais também se
incluiriam na riqueza. Adam Muller anunciou 4 factores de produção: terra, trabalho, capital
material e capital espiritual (valores imateriais). A liberdade do comércio foi rejeitada por ser
incompatível com a defesa dos interesses da economia nacional.

Frederico List: também se insurgiu contra o liberalismo defendida contra a Inglaterra, pois só
ela teria apenas vantagens com o liberalismo económico. Pelo contrário, as estruturas alemãs
ficariam condenadas à estagnação. Defendeu um proteccionismo aduaneiro e educativo. Isto é,
permitir que a indústria nacional se possa desenvolver e crescer, e quando todos os países
tiverem na quarta fase de desenvolvimento, defende então a livre cambismo. Defendeu
também os factores de assegurar a continuidade do ritmo de produção, o que diz respeito não
só aos bens imateriais, mas também instituições políticas, jurídicas, porque achou inaceitável a
construção de Adam Smith que se cingia aos bens materiais e considerou improdutivos os
professores, os médicos, os cientistas, os investigadores que embora não produzam bens
materiais concorrem para o desenvolvimento das forças produtivas de uma nação. As
indústrias alemãs teriam que ser protegidas por partes barreiras aduaneiras até alcançarem um
nível suficiente para fazer face à concorrência de outros Terceiros Estados, como por exemplo,
a Inglaterra. Para List, as leis de um estado, a ciência, as artes, a religião e as condições de
segurança constituem forças produtivas de uma nação das quais dependerá todo o
desenvolvimento económico. Não rejeitou de todo o cambismo, mas viu nele uma meta a
atingir pelas nações depois de altamente industrializadas.

O intervencionismo de Sismondy: esta corrente sentimental reagiu contra o liberalismo por


força da contradição entre a ordem natural da economia, fonte de progresso e de bem-estar de
acordo com os liberais e a miséria das classes trabalhadoras do princípio do século XX.
Consequências dos salários muito baixos na época, os trabalhadores em condições desumanas,
trabalhavam 6 dias por semana, 16 a 16h por dia, como também pela utilização indiscriminada
de crianças nas fábricas. Sismondy critica este adiamento do Estado, face a estes problemas,
torna-se necessária a intervenção do Estado na economia. Para tal, defende 4 aspectos onde o
Estado deve intervir: defesa da intervenção do Estado no campo laboral; defesa da intervenção
do Estado na distribuição da riqueza; defesa da propriedade privada como também da
economia de mercado; limitação do uso das máquinas. Defesa da intervenção do Estado no
campo laboral: considera que a livre concorrência e o individualismo económico não trazem à
sociedade os benefícios que os liberais defendem. Pelo contrário são responsáveis pelos
problemas de ordem de que o Estado não pode adiar-se. O esforço contínuo da concorrência
exige às empresas a permanente diminuição dos custos e o custo de produção que mais
facilmente pode ser reduzido dentro de uma empresa é o fator trabalho. Os salários baixos, o
trabalho infantil origina que os salários ainda chegam mais baixas. A oferta de mão-de-obra
disponível é grande porque existe muito desemprego e sendo assim os salários irão manter-se
baixos. Por essas razões Sismondy exige a intervenção do Estado no mundo do trabalho. Por
estas razoes, Sismondy é considerado o pai das leis do trabalho dos nossos dias. Defesa da
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intervenção do Estado na distribuição da riqueza: O Estado deve intervir na distribuição da


riqueza com vista à correcção das desigualdades porque é uma das funções do Estado, ao
contrário do que os liberais defendiam. Só a produção e a riqueza e esqueceram-se da
distribuição, o Estado teria de ter em atenção, essa mesma distribuição tendo em atenção a
correcção das desigualdades, garantindo rendimentos aos idosos, aos desempregados como
também aos doentes. Sismondy foi um defensor das políticas de produção social, nas vertentes
do desemprego, da velhice e da doença. O 1º modelo de segurança social só iria aparecer na
Alemanha em 1881, com Bismark. Surge então a 1ª preocupação com a segurança social e os
direitos dos trabalhadores. Defesa da propriedade privada como também da economia de
mercado: Sismondy este intervencionismo do Estado na economia sem, contudo, pôr em causa
a propriedade privada ou a economia de mercado, o que desde logo o distingue dos socialistas.
Defende o modelo da pequena propriedade com a união entre o trabalhador e a propriedade.
Limitação do uso das máquinas: Sismondy criticou o uso das máquinas pois considerou que as
crises sobreprodução têm origem com a utilização indiscriminável das máquinas, o progresso
contínuo da industrialização levava a um aumento de produção das empresas e os
trabalhadores contam com baixos salários, não tinham poder de compra para consumirem os
bens produzidos com também a utilização das máquinas iria contribuir para um aumento do
desemprego porque os empresários iriam substituir os trabalhadores pelas máquinas e
lançavam os trabalhadores para o desemprego.

Reacções socialistas: leva a atribuir ao passado, em termos gerais e indistintos à extrema


miséria das classes operariam. Esse acréscimo de miséria constitui ao tempo, o custo da
industrialização em países que dificilmente teriam atingindo o grave de desenvolvimento
económico, senão tivessem sido tao baixos os salários na época, a situação foi agravada no
plano social, pelos hábitos do luxo sustentados pelos novos-ricos beneficiários dessa mesma
industrialização.

Socialismo utópico: O ideal socialista não data do século XIX assentando na substituição da
propriedade privada pela propriedade colectiva. É de todos os tempos. Alguns defenderam
aquele ideal em consequência de um certo entendimento quanto a melhorar forma de atingir
e o equilíbrio na sociedade. Para outros, por sentimento de inveja e da consciência da própria
mediocridade que lhe tornaria gratas as situações igualitárias, mesmo que estas tivessem que
implicar baixos níveis de bem-estar material, o que era importante era a situação igualitária
entre todos. Este ideal socialista é muito antigo, admite-se até que tenha dominado algumas
sociedades primitivas embora aí se confunda com a colectivização.

A construção de Marx assenta em duas teorias essenciais: a da concentração capitalista e da


mais-valia – Da sua teoria do valor concluiu Marx no sentido de diferença entre o valor criado
entre o trabalho e o valor consumido no trabalho. Essa diferença seria a mais-valia capitalista.
Origem do lucro do empresário obtido através de uma exploração do trabalhador. Na mais valia
encontraria a fonte de concentração e de constituição de cada vez mais avultados capitais que
determinariam a concentração capitalista. Uma parte cada vez mais avultada do capital seria
empregue nas máquinas, nos edifícios, nas matérias-primas (capital constante) e uma parte
cada vez menor do capital seria empregue no pagamento de salários (capital variável) que
determinaria o número de capitalistas e de empresários seria cada vez mais reduzido mas mais
poderosas e em contrapartida, os trabalhadores proletários, teriam menor condição de vida e
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numa determinada altura através de uma vida revolucionaria iriam tomar conta dos meios de
produção tornando a sociedade igualitária.

Renovação do pensamento clássico: A renovação do pensamento clássico surge com Marshall


e Keynes. Marshall incluiu no seu pensamento económico um outro factor de produção, o fator
organização e a remuneração da organização é o lucro. A principal obra de Keynes foi a teoria
geral sobre o emprego, juro e moeda, desenvolvida em 1976. Keynes parte de um pressuposto
comum ao do marxismo, as crises anteriores ao capitalismo em crises de sobreprodução, no
capitalismo, a crise é de sobreprodução/superprodução. Nos anos 30 havia muito desemprego.
Fixam-se acordos laborais de longo prazo, de 3 anos, em que os trabalhadores e empresas
estabelecem um acordo para que não se modifiquem as taxas de salário. São postas pela
primeira vez em prática em Keynes, as receitas creditarias. Keynes atribuiu à moeda, o factor
central do processo económico. Os clássicos estudaram o Homem ou a empresa como centro
das atividades económicas. Em Keynes, torna-se necessário analisar os movimentos
económicos de todo o conjunto essencial. É uma visão macroeconómica.

Teorias. Eficácia marginal do capital: Keynes admitiu que em certos momentos, o Estado devia
concentrar em si, poderes e funções mais extensas. A eficácia marginal do capital exprime a
relação entre a taxa de juro ou desconto foram baixas, os comerciantes e os industriais
obteriam dos investimentos realizados, créditos superiores aos juros que têm de pagar,
alcançando assim uma margem de lucro. Se a taxa for de juro for elevada, os empresários e
comerciantes estariam conscientes do risco que tem de suportar de não conseguirem
rendimentos que cubram os juros e percam a expectativa de lucro e acabaram por não realizar
investimentos. Preferência pela liquidez: São 3 os motivos à preferência pela liquidez:
precaução, especulação e transacção. Transacção: a moeda serve para adquirir bens no futuro;
Precaução: a moeda é conservada para fazer face a necessidades imprevistas; Especulação: a
moeda é conservada para fins especulativos.

A apropriação para o consumo orienta os homens no sentido de adquirirem bens


imediatamente aptos à satisfação de necessidades, mas satisfeitas estas necessidades, os
homens procuram constituir uma reserva liquida, monetária destinada à obtenção de bens que
careçam no futuro. Desta preferência pela liquidez, extraiu a sua teoria da moeda. A moeda
não é apenas um instrumento geral de trocas, mas também uma reserva liquida e assim
determina toda a actividade económica.

Efeito do multiplicador hanseniano: um aumento do investimento privado provocará uma


expansão do produto e do emprego, em contrapartida, uma diminuição do investimento
provocará uma contracção. Um aumento do investimento provocará um acréscimo ampliado
ou multiplicado do PIB. Este aumento verificado do investimento sobre o produto tem o nome
de multiplicador. Multiplicador é o coeficiente numérico que indica a dimensão do aumento
verificado num produto em resposta a cada aumento unitário do investimento. Se, por
exemplo, um investimento, de 100.000€, se este aumento provocar um acréscimo do
rendimento de 300.000€, o multiplicador será de 3.

Stuart Mill: aceitou as teses de Malthos e David Ricardo, mas com um espirito diferente.
Algumas modificações seriam possíveis introduzir na organização económica da sociedade,
projectou amplas reformas económicas-sociais, preconizou a abolição do salariado que viria a
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ser substituído pelo regime de associação cooperativa do operário à empresa. Também


defendeu como David Ricardo, o confisco da renda da terra, pois a renda da terra era uma
mais-valia, alheia a qualquer esforço e devia ser absorvida no benefício de toda a colectividade
com a mesma preocupação de redistribuir os rendimentos.

Procura: produzir implica a produção de bens aptos à satisfação de necessidades económicas.


Consiste em transformar um bem, tornando-o apto à satisfação de necessidades, produção do
ponto de vista técnico é um acto ou contributo que impõe transformação de um bem
tornando-o útil. A produção deve ser em espécie ou valor. Os ramos básicos da produção são o
comércio, a indústria, a agricultura e os transportes. Os factores de produção anteriormente
falados: trabalho, capital, terra e recursos naturais. E dentro do trabalho, o esforço humano
consciente que se desenvolve e se destina à criação de utilidades, como também é sempre
acompanhado em maior ou menor grau por uma sensação dolorosa ou penosa. O trabalho
pode ser dependente ou independente. O trabalho independente é aquele que um sujeito
económico realiza sem subordinação de outrem a uma direcção alheia. O trabalho dependente
ou subordinado é aquele que é dependente de uma orientação estranha ao próprio
trabalhador.

Capital: São disponibilidades monetárias reprodutíveis: dinheiro posto a render. A


remuneração do capital é o juro. Capital em sentido jurídico abrange os bens que por força das
instituições sociais permitem obter rendimentos não provenientes do trabalho, inclui não
apenas os bens intermédios, mas também os bens naturais que tenham sido objecto de
apropriação. Enquanto o conceito económico de capital, visa apenas a função económica dos
bens, seja qual for a entidade que deles possa dispor e deles colha benefícios.

Capital em sentido contabilístico: será constituído por um conjunto de bens, cujo valor
mantem-se constante através da respectiva amortização. Este conceito formou-se no plano de
vida das empresas.

Capital fixo: é aquele que é utilizável mais do que uma vez no alto de produção, como por
exemplo, os mecanismos de uma fábrica.

Capital circulante: é aquele que se destrói através da própria utilização, como por exemplo, os
lubrificantes ou combustíveis.

Formação do capital: O capital é um factor de produção derivado ao contrário dos factores


naturais e do trabalho. Para se formar capital tem de se desenvolver uma certa atividade
humana. O capital resulta de uma poupança ou aforro seguido de um investimento. Poupar
consiste na renúncia ao consumo de bens que se acham disponíveis.

Rendimento nacional: é um fluxo de bens e serviços produzidos por um serviço numa


economia ao longo de um período de tempo. Exclui-se os bens livres, como também os bens e
serviços prestados gratuitamente. O produto nacional é o somatório dos produtos de todas as
unidades do país.

PIB: é a diferença entre os produtos fabricados e as compras das empresas com energias e
matérias-primas.
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Produto Nacional Liquido: subtrai-se ao produto nacional liquido, o valor das depreciações dos
capitais a esta que representa o valor acrescentado pela actividade económica do país.

Produto interno: é o produto que não circula para outro país e vice-versa. Será produto interno
bruto ou liquido consoante tenham sido deduzidos ou não as depreciações do capital.

Rendimento pessoal: abatendo-se ao rendimento nacional, os lucros não distribuídos ou


impostos sobre as sociedades e as contribuições para a segurança social apura-se o rendimento
pessoal. Se a este rendimento forem deduzidos, os impostos que recaem sobre as pessoas
físicas determinam-se o rendimento disponível.

Preço: é o valor dos bens expresso em unidades monetárias. É a expressão monetária do valor
dos bens. Para existir u mercado de concorrência perfeita, tinha que existir abstenção do
Estado em interferir nos mercados. Atomicidade: quando as condições do mercado se
mostram independentes da conduta isolada de qualquer vendedor ou comprador para um
mercado ser atomístico é necessário o número de vendedores e de compradores mais ou
menos extenso, que qualquer um deles saía do mercado não tem influência no nível geral dos
preços. Fluidez: via existir liberdade de negociação de transacções, não há fluidez, se o Estado
estabelecer limites máximos ou mínimos de preços, nem quando os vendedores e
compradores tiverem estabelecido entendimento quanto ao nível dos preços. Homogeneidade
dos produtos: hoje é uma ilusão, porque cada vez mais existe uma diferenciação dos produtos.
Livre acesso ao mercado: porque é dificultado pela acção da lei que muitas vezes proíbe a
criação de empresas privadas, em determinados sectores básicos da economia. Mobilidade
dos factores de produção, não se efectua com a facilidade que os clássicos defendiam porque
muitas vezes a especialização do trabalho dificulta essa mobilidade provocando uma rigidez na
oferta ao trabalho.

Procura: para um sujeito económico, é a quantidade de bens e serviços que ele quer adquirir
para cuja aquisição tem poder de compra bastante. A procuta varia na razão inversa do preço,
diminui com a subida do preço. Para um comprador racional, as quantidades de bens
procurados variam em função dos preços. Quanto mais baixo forem os preços, mais elevada
será a sua procura. Quanto mais alto forem os preços, mais reduzido será a procura. A procura
varia inversamente às variações do preço. A inalesticidade da procura dá-se em relação a 3
bens: bens de luxo, de valor ou preço alto e essenciais.

Lei de oferta: o efeito de substituição e efeito de rendimento na procura: A elasticidade da


procura depende das variações dos preços, depende da intensidade das necessidades como
também do volume que os bens a comprar ocupam os orçamentos dos compradores ou
consumidores. A elasticidade da procura explica-se através do efeito de rendimento e do efeito
de substituição. No efeito de substituição, se um consumidor adquire vários bens (A, B, C e D),
se aumenta o preço do bem A, ele vai substitui-lo por outros bens cujos preços não
aumentaram. Se, por exemplo, aumentar o preço do peixe, o consumidor irá consumir mais
carne. Efeito de rendimento: o aumento do preço de um bem traduz-se numa redução do
rendimento real do comprador. O comprador B baixar o seu poder de compra e restringe as
suas aquisições.
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Oferta: A oferta diz respeito aos vendedores. É a quantidade de bens e serviços que alguém
quer vender e de que dispõe, enquanto a procura aumenta quando preços baixam e diminuir
quando os preços sobem. Ao contrário, a oferta aumenta quando os preços sobem e descem
quando os preços diminuem. A oferta varia na razão directa das variações dos preços e na
razão inversa das variações da procura. Muitas vezes, os vendedores preferem armazenar os
bens na previsão de melhores preços. O efeito de substituição e de rendimento na oferta são
diferentes. Na oferta, o efeito de substituição e de rendimento são diferentes. O efeito de
substituição levará o vendedor a dar outro destino aos bens quando o preço não é julgado
remunerador. No efeito de rendimento é uma excepção à lei de oferta porque obrigar o
vendedor a vender mais quando os preços descem pela necessidade de obter um certo nível
de rendimentos.

MOEDA: tem 3 funções: não é apenas um instrumento geral de trocas, é procurada como
mercadoria para entesouramento para fins de constituição de reservas líquidas. A moeda tem
3 funções: instrumento geral de troca, funciona como contraprestação de um bem ou serviço;
medida comum de valores, é a expressão monetária do valor dos bens; reservatório de valores,
sempre e imediatamente disponível para qualquer transacção. A primeira moeda que surgiu foi
a moeda metálica. A moeda metálica surge direito à dificuldade da troca directa. Os metais
preciosos não são só modos para fins monetários e pelas suas qualidades intrínsecas, pela sua
raridade, elevada procura, facilidade de transporte e grande valor específico, como também
facilidade de conservação. As operações da moeda acabarem por constituir artes do poder
político. Os príncipes viram os inconvenientes que a cunhagem privada não estabelecia um
ambiente de confiança e pelo contrário viram as vantagens que o exclusivo da cunhagem traria
para o erário público, o poder de cunhar a moeda com a obrigatoriedade de aceitação da
moeda imitida pelo soberano segundo o princípio do curso legal. Ninguém poderia recusar-se a
aceitar essa moeda.

Moeda papel: é a mais comoda, menos expendi osa do que a cunhagem da moeda, a raridade
dos metais preciosos levou à utilização da moeda papel.

Moeda papel representativa: era títulos de créditos que desempenhavam funções monetárias.
Tinha atras de si igual quantidade de depósitos. Surge a seguir a moeda papel fiduciária. Já não
representava os valores inexistentes nos bancos, circulava com base na confiança, tinha uma
cobertura metálica parcial. Os banqueiros começam a emprestar parte do seu depósito aos
industriais e comerciantes, pois os depositantes só levantavam parte dos seus depósitos. O
ouro e a prata estavam inactivos, começaram a emprestar mediante um juro. A moeda
fiduciária alargou o seu volume monetário em circulação, passou haver um excesso de emissão
de moeda, com uma cobertura metálica parcial. Era a regra de um terço, que foi muitas vezes
excedida com uma cobertura metálica inferior a esse um terço, que originou que os portadores
de notas procurassem converter essas notas em metal, não sendo possíveis por parte dos
bancos. Entra-se no regime de inconvertibilidade. A moeda passa a designar-se por papel-
moeda.

Teorias do valor da moeda: quantitativa: a moeda valerá mais, quando mais rara ou menos
abundante for; metalista: a moeda vale o valor intrínseco incorporado nessa mesma moeda.
Atribuíam à moeda, o valor intrínseco do metal precioso incorporado nessa mesa moeda;
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nominalista: a moeda tem o valor que dela própria consta. O valor da moeda correspondia ao
seu valor nominal.

Quase-moeda: são depósitos a prazo ou com pré-aviso. Só algum tempo depois é que se pode
dispor do saldo.

Moeda bancária: são os saldos dos depósitos à ordem, não os depósitos à ordem que estão
sujeitos a sacres sucessivos.

Inflação: é todo ou qualquer aumento exagerado, desequilibrado da massa monetária, o que


corresponde um elevado nível dos preços.

Crédito: ideia de troca de um bem perante por um bem futuro, em que as duas prestações não
são simultâneas. A maior parte das vezes, o crédito assenta na confiança que o devedor
merece ao credor, em razão da qual este realiza uma prestação cuja contrapartida é deferida
no tempo. A noção de crédito pressupõe uma troca. Troca essa que pode ser a pronto, a termo
ou a crédito. Crédito destina-se ao consumo e à produção ou investimento. Os créditos ao
consumo fornecem-se bens presentes, imediatamente utilizáveis ou moeda com a qual eles
podem obter e só mais tarde, em momento posterior pagará em dinheiro ou espécie, o valor
correspondente daqueles bens imediatamente recebidos. Se o devedor não for empresário
industrial, nem agricultor, presume-se que o crédito se destina ao consumo. Credito à
produção, orienta-se para os investimentos daqueles empresários que não dispõe de capitais
suficientes para os planos de produção estabelecidos, que recorrem ao crédito, dispondo-se a
reembolsar os credores depois de venderem os bens produzidos.

Crédito a curto prazo: é quando é orientado para a produção, visa constituir ou reforçar o
fundo desmaneio das empresas. As suas disponibilidades de tesourarias, logo que tenha
realizado cobranças respeitantes a fornecimentos realizados, os empresários poderão
reembolsar os credores.

Credito a longo prazo: destina-se a fazer face a despesas de primeiro estabelecimento, de


instalação de empresa e só passado um período mais ou menos longo, o empresário poderá
reembolsar pela acumulação de rendimentos de exercícios anuais sucessivos.

Crédito privado e público: Diz que o crédito é privado quando o devedor é particular. O crédito
é público quando o devedor é uma entidade pública.

Crédito pessoal e real: O crédito pessoal é concebido apenas em atenção à confiança que o
devedor merece, em atenção às suas qualidades pessoais, como por exemplo, o desconto de
uma letra ou a sua conta a descoberto. Nenhum elemento patrimonial fica afectado a garantia
de pagamento. O crédito real já fica diversos elementos do património do devedor, são
afectados como garantia real do pagamento. Se a garantia for dada por bens móveis fica a
recair o penhor, se for dava por bens imoveis fica a recair por uma hipoteca.

Tipos de títulos de crédito: portador, transmitem-se sem qualquer formalidade, por mera
tradição, como por exemplo, as notas; não denominativos, são aqueles dos quais constam o
nome do respectivo credor, cuja transmissão exige que se proceda a um registo, como por
exemplo, as obrigações; crédito à ordem, são transmissíveis por endosso, por ordem de
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pagamento dada pelo beneficiário e constante do verbo do título, como por exemplo, a letra e
a liberança. A liberança é um título que contem uma promessa de pagamento ao credor ou à
sua ordem. A letra, enquanto a liberança é uma promessa de pagamento. O sacador que emite
dirige uma ordem de pagamento ao sacado a seu favor ou favor de terceiro, beneficiário ou
tomador. Warrant é um título de crédito à ordem endossável, garantido por mercadorias,
depositadas em regime de armazém geral nos armazéns das alfândegas. Os depositários dessas
mesmas mercadorias entregam aos depositantes, um título de crédito. Esse título designa-se
por warrant.

O desconto consiste na mais importante operação bancaria activada, contrapondo-se ao


depósito, que é uma operação bancaria passiva. O desconto é a operação que consiste na
entrega do beneficiário de um título de crédito a curto prazo ainda não vencido na respectiva
importância, descontando o juro correspondente até à data do seu vencimento.

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