Você está na página 1de 2

A História da Escola Sabatina no Brasil

A história da Escola Sabatina no Brasil teve um começo simultâneo com o nosso primeiro empenho
missionário. Em Agosto de 1894, o irmão e a irmã W. H. Thurston desembarcaram na cidade do Rio de
Janeiro.
Antes desse tempo o irmão A. E. Stauffer vendera livros em várias partes do Brasil No ano seguinte,
em fevereiro de 1895, o pastor F. H. Westphal que fora designado como pioneiro do trabalho na Missão
Costa Ocidental da América do Sul, fez sua primeira visita ao Brasil e em Piracicaba, Estado de São Paulo,
batizou o primeiro converso à mensagem. Isto foi sem dúvida durante o mês de março.
Viajando mais para o sul, mais 6 almas foram batizadas em Indaiatuba, no mesmo Estado. Depois disto
o pastor Westphal foi a Joinvile, no Estado de Santa Catarina, e ali, em maio de 1895 organizou a primeira
Escola Sabatina no Brasil, com 30 membros. Assim, dentro de três meses após o batismo do primeiro crente
no Brasil encontramos uma Escola Sabatina organizada. Nesse tempo havia 7 crentes batizados e 30
membros da Escola Sabatina.
O primeiro relatório da escola sabatina que conseguimos é o do ano 1905, ou dez anos depois do
surgimento da primeira escola sabatina. Ele mostra 30 Escolas Sabatinas organizadas com 547 membros.
Nos primeiros anos a irmã Westphal serviu como diretora do Departamento de Escola Sabatina para
toda a Missão da Costa Oriental, que incluía Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Além disto, serviu como
tesoureira e secretária da chamada Sociedade de Tratados.
Mais tarde achamos referência na Revista Trimensal ao fato de que Maria Ehlers servira neste lugar,
Brasil, mas havia voltado para a Alemanha para visitar a mãe, e Augusto Preuss ficara tomando conta do
trabalho na sua ausência.
Em 1905 a comissão designou Miona Graf para se encarregar deste trabalho.
O trabalho no Brasil começou paciente entre os irmãos que falavam a língua alemã e a primeira lição
foi sem olvida nesta língua.
As lições da Escola Sabatina em língua portuguesa começaram a ser impressas no ano 1906, na Revista
Trimensal. Esta revista, no seu primeiro ano, continha 12 páginas, 7 das quais eram inteiramente delicadas,
às lições da escola sabatina. As outras 5 páginas continham relatórios do progresso da obra no Brasil..
No segundo ano, 1907, esta revista foi devotada quase inteiramente às lições da Escola Sabatina,
utilizando 10 e 11 das 12 páginas. No terceiro trimestre uma edição foi publicada com 16 páginas, na qual 14
páginas foram inteiramente destinadas às lições da Escola Sabatina. Isto nos leva a compreender que o
trabalho da Escola Sabatina estava ocupando uma importante parte na mente de nosso povo naqueles dias.
É muito natural, então, que se seguisse uma reorganização em 1908 o primeiro Trimensário da Escola
Sabatina, como o conhecemos agora, foi publicado, e a Revista Mensal, substituiu a Revista Trimensal,
ocupando todo o espaço com artigos concernentes ao progresso do trabalho e a conselhos de devoção geral
para nossos irmãos.
Em 1931 o nome foi mudado ara Revista Adventista e em 1941 foi mais uma vez unida ao
departamento da Escola Sabatina, destinando 10 páginas cada mês a comentários da lição, ara professores,
em uma seção chamada O Auxiliar.
É interessante observar os ideais da escola sabatina como são delineados em alguns dos primeiros
exemplares da Revista Trimensal. No primeiro número achamos uma introdução à primeira lição na língua
portuguesa, dando o seguinte conselho
"É nosso desígnio usar na escola sabatina as lições que se acham alui principiando com o primeiro
sábado de janeiro de 1906. Temos treze lições que dão para três meses. Ao cabo deste tempo o segundo
número da Revista terá outras lições, a fim de nossas igrejas estudarem as mesmas verdades. Quando um
pregador ou irmão vai visita-r uma congregação, ele pode saber qual será a lição naquele sábado.
"O fim de nossas escolas 'sabatinas é fazer-nos entendidos na palavra de Deus. Jesus disse. 'A vida
eterna é esta: que Te conheçam a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.' S.
João.17:3. Então, conhecer a Deus o Pai, e o Seu único Filho, Jesus, garante-nos a vida eterna. Este
conhecimento, porém, somente se alcança pelo estudo da palavra de Deus.
Diz o profeta Jeremias- Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e Tua palavra. foi para mim o gozo
e alegria do meu coração. Observamos que quando o profeta achou a palavra de Deus, ele a comeu. Este
alimento espiritual encheu-lhe a alma de gozo e alegria.
"Isto nos mostra o que este alimento espiritual pode fazer por nós. Mas se temos tanto alimento e não o
comemos, não podemos tirar proveito nenhum dele. O homem ter muita Fome, e também pode também
muita comida, mas se ele não a come, morre de fome.
"Assim é com o alimento espiritual. Se queremos viver espiritualmente, devemos comer a comida
espiritual. Achamos, porém, necessário comer todos os dias'. Não podemos, por exemplo, comer na quarta-
feira o suficiente para uma semana, Assim também não é possível de modo nenhum, comer só no sábado o
alimento espiritual. Do mesmo modo que é necessário comer dignamente para sustentar o corpo material, é
também necessário tomar o alimento espiritual, se quisermos ter a vida espiritual.
"Por isso as lições que oferecemos aos nossos queridos irmãos, nesta revista não são para serem
estudadas só no sábado, na escola sabatina, mas devemos estudá-las diariamente.
"Como, porém, impossível comer em um dia o suficiente para sete, assim é também impossível engolir
um pão de uma só vez. Partimo-lo em bocadinhos, e depois de o mastigar bem, o engolimos. Porque a boa
mastigação é essencial à boa digestão. Isto também se deve fazer com a palavra, porque é impossível
conseguir por um estudo ligeiro e superficial, uma boa compreensão das verdades que cada uma das lições
contém.
"Começando com o primeiro dia da semana, devemos tomar em consideração cada dia algumas
perguntas, lento na Bíblia os versos correspondentes, estudando-os bem. Estudando assim, cada dia um
pouco, no fim da semana, quando nos reunirmos no sábado, todos poderão ao professor, sem abrir a Bíblia, e
assim deve ser. E esta porção de pão espiritual, que digerimos bem, fornecer-nos-á bastante vigor espiritual,
para a luta contra o pecado.
"Assim, ao começar a segunda década da obra no, Brasil, vemos a grande importância dada' ao estudo
da Palavra de Deus, e o, ideal do estudo diário bem definido.
Na segunda edição dessa publicação, achamos conselhos dados ao programa da escola sabatina,
arranjos para que o programa fosse bem pontual, instruções com respeito a cânticos, orações, recapitulação
e ensino da lição. Também 'aparece uma nota ressaltando a importância de cada membro da escola sabatina
tornar-se um ganhador de almas e trabalhar na vinha de Deus.
No ano 1906 o trabalho no Brasil foi dividido. Duas associações foram organizadas uma no Estado do
Rio Grande do Sul e a outra que abrangia os Estados de Santa Catarina e Paraná. O resto do Brasil era
território de missão. Na reunião em que assim se organizou o trabalho, foi decidido que a associação
organizada devia manter a si mesma e além disso, daria, juntamente com outras contribuições, as ofertas da
Escola Sabatina a União Sul-Americana, a serem usadas no desenvolvimento da obra nos territórios da sob
sua direção. Nesse ano, depois da organização, achamos para o primeiro trimestre de 1907, o total as ofertas
somava Cr$ 5.140,00 cruzeiros.
Em um desses primitivos relatórios financeiros o articulista observa que por todo aquele trimestre a
oferta per capita, era de Cr 3.20, ou seja, uma oferta semanal per capita de cerca de 25 centavos. Parece que
estas pequeninas ofertas o preocupavam sobremaneira, porque em continuação ele diz: Irmãos, o vosso,
amor para com os brasileiros é grande assim? Lembrai-vos de que estas ofertas serão empregadas para
espalhar as novas de salvação entre nossos compatriotas. Quando recebermos nosso galardão, será de valor
conforme as nossas obras de fé.
Apocalipse 20: 12, 22:12.
WEBSTER, F.C.A História da Escola Sabatina no Brasil. Revista Adventista, 1952.

Você também pode gostar