Disciplina: INSTRUMENTOS E RECURSOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA N1 – Resenha Crítica Aluno: Flávio Fernandes Dantas
O presente trabalho trata-se de uma resenha crítica do artigo intitulado Escala
Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC): análise da produção de artigos científicos brasileiros com autoria de João Lucas Dias Viana e Gabriel Vitor Acioly Gomes que tem como objetivo apresentar como o teste em questão é aplicado no País e o quão eficaz se prova ser. Para tanto, pautaram- se em análises realizadas em artigos científicos brasileiros sobre aplicação do WISC , sua origem e atualizações, entre outros temas que confrontariam a cientificidade do teste. A pesquisa bibliográfica dos artigos acerca do WISC nas bases bibliográficas SciELO e PePSIC possibilitou a análise das pesquisas realizadas com o instrumento. A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC) leva este nome, em homenagem a seu criador, o norte-americano David Wechsler, com objetivo de escalar o nível do quociente de inteligência das crianças, sendo necessários métodos e técnicas avaliativas diferentes do público adulto, aplicada então em crianças na faixa etária de 6 anos à 16 anos e 11 meses. Apesar da criação em 1949, apenas após os anos 60 pensou-se em traduzir o teste para o português e tornar possível a utilização no Brasil. A medida em que se tornou possível o acesso à versão traduzida, passou-se a aplicar em situações distintas para se avaliar primordialmente o grau de inteligência da criança a fim de justificar comportamentos, contribuir para hipóteses diagnósticas. O acesso ao WISC não possui restrição quanto ao conteúdo, mas sua aplicação e análise cabem aos profissionais da área como psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, etc. No campo da psicologia, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem como conduta explicita, que a utilização de ferramentas diagnósticas, de avaliação sejam de uso exclusivo de profissionais devidamente habilitados e em dia com o conselho. A primeira edição das Escalas Wechsler de Inteligência foi publicada em 1939 e denominada Escala Wechsler Bellevue (Escala W-B). A partir de então, as escalas foram sofrendo revisões e deram origem às atuais Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC) aplicada em crianças, já para adultos, Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS). A utilização deste no Brasil vem crescendo e se firmando cada vez mais, assim como as pesquisas relacionadas ao assunto vem crescendo consideravelmente desde os anos 2000, seu estudo e aplicação fazem parte do conteúdo curricular universitário e após algumas atualizações que constataram ineficácia em alguns itens das avaliações originais, estamos hoje vivendo a época do WISC V. Provar-se ser científico só é possível através de estudos que comprovem de fato as resultantes da aplicação da escala de forma eficaz, isto é, comprovando-se o objetivo central do uso do teste que seria escalonar nível de inteligência da criança. Portanto, por se tratar de uma tradução literal, foi observado que algumas questões não se adequariam de forma clara ao português, o que poderia levar ao erro, consequentemente uma diminuição na pontuação, consequentemente, um nível menor de inteligência, de forma errônea. Esta foi apenas uma das características diagnosticadas nos artigos que se empenharam em estudar o uso do WISC. Outras características apresentadas foram: localização das pesquisas, diferentes estados, com diferentes culturas, influenciam em um teste composto de respostas analisadas objetivamente; A frequência com as quais se realiza estudos acerca do assunto, evolução temporal contribui para mudança de percepção da criança; Contexto social ao qual a criança está inserida assim como classe econômica e a vivência em escola pública ou particular ; Autores também apontaram a necessidade de realização de estudos com populações com altas habilidades e sujeitos com deficiências cognitivas. Pode-se concluir portanto que tais aspectos mencionados anteriormente necessitariam de adaptações quanto itens específicos como por exemplo o quesito vocabulário em público onde o contexto social não contribui para enriquecimento da linguagem, porém, não significa que o indivíduo teria quociente de inteligência inferior, apenas que este é construído a partir da relação com o meio com hábitos linguísticos diferentes do apresentado no teste, portanto cabe uma preocupação do profissional avaliador em perceber toda dinâmica. Os resultados apontaram um predomínio de estudos que utilizaram o WISC para avaliação e diagnóstico em detrimento dos estudos que investigaram as qualidades psicométricas. Os autores concluíram, portanto, que o teste é eficiente na detecção de problemas de atenção, como TDAH que pode ser diagnosticável em escalas mais quantitativas, mas que se faz necessárias mais pesquisas e contrapontos para que se considere analítico à inteligência em sua totalidade.