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SYLOS-LABINI (1956)

Sylos-Labini rejeita as soluções neoclássicas a respeito da determinação do preço de


equilíbrio, também desconsiderando a maximização do lucro neoclássica, onde o custo
marginal é igualado a receita marginal. (CMg=RMg)
Para ele, o preço de equilíbrio se dá no ponto em que seja considerado um preço
estável no longo prazo. Tem como objetivo investigar como é determinado o lucro da firma
de longo prazo e como o mesmo se relaciona com as variações de preço; entender a natureza
das barreiras à entrada e as diferenças e semelhanças entre barreiras tecnológicas e barreiras
de diferenciação; permitir comparações que resultam na classificação das estruturas
oligopolísticas; e dar enfoque ao poder de mercado de grandes firmas.
Logo, conclui que a busca é pela maximização do lucro no longo prazo, levando em
consideração fatores os quais podem influenciar a taxa de lucro de diversas maneiras no curto
prazo, tratando-se de um processo dinâmico sem um fim pré-determinado.
Para isso, ele propõe algumas hipóteses simplificadoras:
A primeira hipótese diferencia os dois tipos de oligopólio, o concentrado do
diferenciado. No diferenciado, a concentração de mercado é baixa, logo as barreiras à entrada
advém da diferenciação de produtos. Já no oligopólio concentrado, há uma concentração de
mercado elevada, e uma baixa diferenciação de produtos, sendo as barreiras à entrada
possíveis devido às economias de escala mais eficientes em algumas firmas.
Já na segunda hipótese, ele conclui que devido ao produto ser homogêneo, logo, o
preço é uniforme.
Na terceira, Sylos propõe a existência de descontinuidades tecnológicas, onde critica a
isoconta com uma infinidade de métodos de produção da firma, devido a haver uma
diferenciação entre as firmas e por isso as mesmas serem limitadas. Tais descontinuidades
estão associadas a diferenças de custos, pois cada ponto na função refere-se a um método
produtivo distinto, e cada método possui um custo diferente. Afirma também que a
descontinuidade advém do acesso a economias de escalas mais eficientes por firmas maiores,
onde essas operam a um custo unitário mais baixo que firmas menores, alcançando assim um
lucro maior.
Já na quarta hipótese diz que somente as firmas maiores são tomadoras de preços,
sendo as firmas menores aceitadoras do mesmo. Pois as firmas menores não possuem a
capacidade de alterar o nível de preço devido a sua baixa influência no mercado.
Na quinta hipótese afirma que as empresas se expandem dobrando a sua capacidade
instalada, ou seja, para que uma firma decida se expandir a mesma deve ser pelo menos
duplicada (por não poder aumentar a sua capacidade de forma infinitesimal) dobrando a sua
capacidade produtiva por conta das descontinuidades tecnológicas. As firmas maiores devem
tomar a decisão também de expulsar as firmas menores do mercado ou optar por coexistir
com elas, sendo essa apenas caso seja inviável ampliar a sua capacidade.
A sexta hipótese também é conhecida como “Postulado de Sylos”, nela faz-se
referência a estratégia das grandes firmas quanto a possível entrada de outras firmas no
mercado, sendo essas duas estratégias, a de expulsar a potencial entrante ou a de coexistir
com ela. Entre elas, a estratégia de coexistir é mais aceitável para as firmas que buscam
alcançar um equilíbrio de preço de longo prazo, diminuindo a capacidade produtiva de forma
que o preço não se altere e distribuindo as parcelas de mercado. Para isso, Sylos propôs um
conceito de dois preços, o de exclusão e o de expulsão. O de expulsão consiste em adotar um
preço menor que o custo direto das empresas que deseja expulsar, e o de exclusão, adota-se
um preço menor que a taxa de lucro mínima aceitável a fim de impedir a entrada de novas
concorrentes. Sendo esses preços alterados apenas no curto prazo para a eficácia da estratégia
sem influenciar no equilíbrio de longo prazo.

Sylos propõe também algumas considerações sobre as condições de haver uma


concorrência oligopolística:
1) Pode interessar ou não as empresas maiores ocuparem os espaços das menores,
dependendo do trade-off entre o custo da luta e a lucratividade;
2) Interessa as firmas maiores conviver com as empresas menores quando o espaço
econômico deixado não seja suficiente para o sucesso da sua ampliação;
3) Interessa expulsar as firmas estabelecidas quando há um crescimento de extensão
absoluta do mercado;
4) O preço final após os ajustes não é alcançado a priori frente a uma gama de multiplos
valores;
5) O resultado final depende da estrutura inicial da indústria e da sequência de iniciativas
tomadas (“path dependence”);
6) É possível indicar a tendência geral do preço, sendo ele o preço de exclusão, a fim de
impedir a entrada de firmas menores relativamente menos eficientes;
7) A margem de lucro do longo prazo varia para cada indústria, sendo função das suas
características estruturais;
8) Os elementos determinantes do preço final e da margem de lucro de equilíbrio são: a
extensão de mercado, capacidade de absorção, grau de concentração, dado técnico e
os preços de seus fatores.

Ao citar as economias de escala da firma, Sylos faz referência, além das economias de
escala de vendas (financeiras e de distribuição), também a economias de escala de
comercialização, que são os gastos em vendas de implantação, ou seja, gastos em marketing e
investimentos a fim de aumentar sua extensão de mercado, reduzindo seu preço com o intuito
de atrair novos consumidores e, com isso, aplicar barreiras a entrada, pois as empresas que
entram precisam operar em larga escala para se estabelecer. Um exemplo atual é o cupom
distribuído pela plataforma IFOOD, onde a empresa visa aumentar suas vendas e seu
mercado por oferecer um preço menor. Portanto, nem sempre essas economias de escala são
eficazes e conseguem ser revertidas em lucros.
STEINDL (1952)

Segundo Steindl, o oligopólio gera a estagnação.

Ele faz referência a capacidade produtiva ociosa planejada/desejada. Sendo essa em


função de evitar a alteração de preços no curto prazo a fim de manter seu lugar no mercado
ou, até mesmo, ampliá-la quando há um aumento na demanda. Sem essa capacidade ociosa, o
preço aumentaria devido ao poder de barganha. A mesma também é planejada devido as
vendas não crescerem na mesma velocidade da capacidade produtiva (a capacidade produtiva
cresce mais rápido), portanto com o objetivo de não gerar um desequilíbrio, cria-se a
capacidade ociosa planejada. Como resultado, espera-se que o grau de utilização da
capacidade produtiva passe a ser a variável de ajuste da produção à demanda. Logo,
investe-se mais em capacidade produtiva, fazendo com a oferta possa se ajustar novamente a
demanda após seu aumento.
É constatado que a demanda é que dita o ritmo de crescimento da economia,
diferentemente do que diz a lei de Say (“toda oferta cria sua própria demanda”)

Steindl, acredita que a presença de economias de escala gera poderosas barreiras à


entrada e efeitos dinâmicos. Sua teoria dinâmica leva em consideração a existência de
diferentes custos e margens de lucro entre as empresas, sendo esses referentes ao tamanho da
firma, ou seja, o tamanho da firma influencia diretamente no seu custo e no lucro, sendo esses
determinados pela assimetria ao acesso às economias de escala. A estrutura de tamanho da
empresa advém de uma hierarquia de rentabilidade, com uma contínua elevação da taxa de
lucro a medida em que a empresa aumenta, fazendo com que empresas maiores obtenham
taxas de lucros mais elevadas no longo prazo.
Os lucros, portanto, são condições estruturais do mercado e fonte de pressão
competitiva exercida pelas maiores empresas.
Ele apresenta três hipóteses básicas que regulam a competição: o investimento é
realizado na própria indústria; as condições de mercado são um dado exógeno; a acumulação
de lucro tem influência positiva sobre as decisões de investir.
Classifica, também, dois padrões de concorrência, sendo eles, o padrão de
concorrência competitivo (muitos produtores marginais, poucos progressivos) e o padrão de
concorrência oligopolística (muitos produtores progressivos e produtores marginais são
insignificantes). Os produtores marginais são empresas menores e os progressivos são
empresas maiores.
Dentro desses padrões de concorrência, afirma ter dois cenários típicos: crescimento
de mercado maior ou igual à taxa de acumulação das empresas progressivas, e quando o
crescimento de mercado é menor do que a taxa de acumulação das empresas progressivas.
O segundo cenário apresenta duas estratégias as quais as empresas podem escolher
devido ao seu potencial de crescimento não ser plenamente efetivado.
A primeira estratégia é a de adotar uma política agressiva para efetivar o potencial de
crescimento através do esforço adicional de vendas. Sendo possível através da redução de
preços, despesas com publicidade etc.
A segunda estratégia consiste em destinar a acumulação ampliada de lucros para
outros escoadores, a fim de evitar uma política agressiva.
Possíveis escoadores são:
1- Aumento da intensificação de capital, mudando o método de produção para intensificar o
uso do capital, sendo possível apenas no longo prazo;
2- Redução do grau de endividamento, buscando a diminuição das dívidas da empresa,
somente factível com uma dívida elevada;
3- Redução do grau de utilização da capacidade produtiva, ou seja, capacidade produtiva
ociosa planejada, sendo o mais factível, por causar efeitos macrodinâmicos devido a redução
causada na demanda agregada.
4- Diversificação produtiva, consistindo no aumento da capacidade produtiva ao entrar em
diferentes mercados. Incapaz de adotar políticas agressivas.

As críticas as suas teorias se dão acerca de seus pressupostos restritivos.


SCHUMPETER

Schumpeter dialoga todos seus trabalhos entre si, e obtêm a teoria baseada no
desenvolvimento econômico através de uma consequência endógena do próprio sistema,
diferentemente de outros autores os quais adaptam análises do desenvolvimento econômico a
partir de variáveis exógenas (perspectiva estática), com as firmas se adaptando aos choques
no mercado.
Para ele, o desenvolvimento econômico é obtido devido a mudança causada
internamente ao sistema capitalista, sendo descontínuo e espontâneo do sistema, por não
mudar de forma contínua e incremental ao longo do tempo, se modificando e renovando a
todo momento.
É adotada a forma de um ciclo para explicar o fluxo circular da vida econômica, onde
sintetiza-se a vida econômica em equilíbrio (utilizando sempre os mesmos métodos de
produção), obtendo como exemplo o fluxo sanguíneo, o qual passa sempre pelos mesmos
“canais”. Porém, há um rompimento do ciclo produtivo causado pelas inovações
tecnológicas, segundo ele, que são caracterizadas por mudanças descontínuas que criam um
novo ponto de equilíbrio.
Schumpeter trabalha o desenvolvimento adotando e incorporando o conceito de
INOVAÇÕES, sendo essas promovidas pelos empresários empreendedores , responsáveis por
criarem novas necessidades e demandas, sendo essa a alavanca para o desenvolvimento
econômico. Tais mudanças deslocam o equilíbrio da economia de forma que jamais retorna
para o ponto que se encontrava no passado.
Primeiro passo é a criação, logo, no segundo, os consumidores demonstram interesse
e há a criação de uma nova necessidade e demanda. Exemplo: redes sociais.
Há quatro meios de adquirir as inovações: i) novos produtos ou qualidades; ii) novos
métodos de produção; iii) novas fontes de matéria prima; iv) novas organizações industriais.
Exemplo de novas organizações industriais: surgimento de montadoras de veículos japonesas.
Na época as empresas obtinham produção verticalizada, a toyota inovou através da produção
enxuta, com um sistema produtivo flexível, através da terceirização de peças e especialização
na montagem.
Essas inovações só são possíveis devido ao empresário inovador, o qual possui
atributos especiais: i) intuição, ii) psiquê, iii) reação ao meio social. Esse empresário busca
inovação para buscar obter o poder de monopólio, o qual é gerado através de inovações de
sucesso que concentrem todo o mercado novo para si, sendo única e exclusiva, porém apenas
por tempo limitado, devido ao longo do tempo as firmas irem se incentivando a disputar e
tomar parcelas de mercado diferenciando e inovando seus produtos ou métodos produtivos.
Pois caso não busquem esse poder, seus produtos se tornarão obsoletos, devido a seus
concorrentes se adaptarem às inovações. Sendo que todo o processo de inovação consiste,
segundo Schumpeter, em uma ‘Destruição Criadora’, que é o efeito causado a partir da
criação de um novo produto ou método produtivo o qual cria uma nova demanda e nova
necessidade destruindo assim velhos métodos e eliminando empresas que não se adaptarem.
Logo, as firmas necessitam de investimento para conseguirem se adaptar ao novo mercado,
juntamente com o emprego de mão-de-obra, o que faz com que a produção cresça, crescendo
também a produtividade junto com o salário e a renda, impactando o produto da economia.
Chega-se ao nível de estabilidade onde os agentes estão todos adaptados Às novas tendências,
onde o crescimento da economia deprime até um novo processo inovador.
Todo esse processo cria e é possível através do crédito, que é a criação do poder de
compra por parte dos bancos. Nem todo empreendimento tomador de crédito obtêm sucesso,
mas os que conseguem, equilibram os efeitos de perda dos que não alcançaram, fazendo-se
necessária uma estrutura financeira.

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