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1) Após a leitura, modificou a sua representação sobre Piaget? Sim, não, por quê?

Sim, porque o contato que tive com os pressupostos por Piaget ocorreram apenas na
faculdade, em uma disciplina semestral de psicologia da educação. Possui uma compreensão
limitada e por vezes pautada apenas em entender alguns experimentos procedidos por ele,
cujo a finalidade tendia para elencar as fases ou estágios do desenvolvimento da criança, as
quais refletiam como o conhecimento era construído através das interações. No entanto,
agora com a disciplina voltada para a formação docente, consegui associar a base inicial que
tive durante a graduação com o olhar construtivista proposto e assim atrelar aos processos de
formação do professor como um ser reflexivo ante a concepção do sujeito propagador do
conhecimento.

2) Do que já discutimos até agora na disciplina, a autobiografia deixou claro para você o
diferencial da proposta de pesquisa de Piaget com relação ao Behaviorismo e a Psicologia de
Campo-Gestalt? Sim, não, por quê?

Olhando apenas para a autobiografia não foi possível observar claramente distinção entre as
propostas. Ao buscar mais informações fora da autobiografia, há de se concordar que tanto as
teoria Gestalt quanto a piagetiana vêm em contraposição as ideias reducionista do
Behaviorismo, não considerando a consciência na formação da psicologia, além de
considerarem o todo como a soma das partes (seja qual fosse a complexidade da resposta). Ao
distanciar a teoria Gestalt da piagetina, visto que em sua própria autobiografia Piaget o
desvincula dessa teoria, nota-se que ao afirmar ter quase tendido a teoria gestaltiana no início
de suas investigações, podemos perceber que a principal distinção vista em sua autobiografia é
a consideração da diferentes estruturas, considerar as relações entre o todo e a parte deve se
considerar também as diferentes estruturas (exemplo da lógica-matemática da construção dos
corpos numéricos) o que a teoria gestaltiana não considerava ou não explicava. E o surgimento
do sujeito epistêmico, ativo, construtor de suas estruturas, o que na Gestalt dá a ideia de que
as percepções simplesmente desabrocham autonomamente na frente do sujeito.

3) Pela leitura, já dá para compreender o porquê da epistemologia piagetiana ser


considerada como construtivista e não como empirista ou apriorista? Sim, não, por quê?

A autobiografia apresenta indícios de sua concepção construtivista do conhecimento,


principalmente ao afirmar que a relação entre o organismo e o meio-ambiente se estendia
também ao âmbito do conhecimento, assim traduzindo para sujeito e objeto. Em outro ponto,
já em sua entrevista, Piaget deixa claro que o fato fundamental do desenvolvimento da
estrutura dos sujeitos é a construção, que ocorre justamente da interação entre sujeito e
objeto. Assim, afirma que essas estruturas não são natas do sujeito, tampouco acrescentadas a
ele, vinda do mundo externo, empírico. Nesse sentido fica claro a distinção, desde a
construção até a consolidação da teoria piagetiana, que trata-se de uma epistemologia
construtivista em contraposição a visão apriorista, de que o conhecimento é nato ao sujeito,
ou a empirista de que o conhecimento é transferido do objeto para o sujeito sem que o sujeito
interaja com o objeto, pois ao referir sobre ao sistema epigenético, Piaget confirma que desde
embrião já ocorre a troca interações com o meio, de modo que ele já está havendo
construção.

4) Em quais pontos a leitura lhe chamou mais a atenção? Por quê?

O primeiro ponto a destacar foi ao relatar a ideia do primeiro insight (a partir da filosofia de
Durkhein e Tarde, e seu gosto pela classificação dos moluscos, percebeu que em todos os
âmbitos o mesmo problema de relacionamento entre as partes e o todo ocorria) do que viria a
ser seu batismo no campo de pesquisa que dedicaria sua vida a teoriza-la. Segundo, ao
escrever sua autobiografia antes de formalizar teoricamente as ideias que buscava validar,
Piaget faz uma meta-reflexão de tudo aquilo que já havia lhe passado ao longo dos anos na
busca por sustentação de suas concepções. Ao final de sua escrita revela a vontade de
demonstrar os relacionamentos entre estruturas mentais e estágios do desenvolvimento; o
que lhe restaria 29 anos para cumprir isso.

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