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Teste Intermédio • Filosofia, 10.

° ano
Proposta de Teste Intermédio 1
Filosofia
Duração do Teste: 90 minutos GRUPO II
10.° Ano de Escolaridade
1. Recorrendo à distinção entre juízo de facto e juízo de valor, classifique as seguintes afirmações: 50

A. A pena de morte é injusta.


GRUPO I

TI_F10 © Porto Editora


Cotação
B. A pena de morte foi abolida em Portugal.
Aqueles que defendem que temos livre-arbítrio julgam-se obrigados a
C. A pena de morte não foi abolida em Portugal.
sustentar que por vezes os atos voluntários não têm causa; e aqueles que
defendem que tudo é causado pensam que isso prova completamente que D. Se a pena de morte foi abolida nos países civilizados, é injusta.
não temos livre-arbítrio. Mas, na verdade, é extremamente duvidoso que o
livre-arbítrio seja inconsistente com o princípio de que tudo é causado. Isto E. Há quem acredite que a pena de morte é justa.
depende de uma questão muito difícil sobre o sentido do verbo «poder».
Nesta questão só é certo (1) que se temos livre-arbítrio tem de ser verdade, F. As opiniões sobre a pena de morte variam muito.
em algum sentido, que por vezes poderíamos ter feito o que não fizemos; e
G. Há quem tenha opiniões injustas sobre a pena de morte.
(2) que se tudo é causado tem de ser verdade, em algum sentido, que
nunca poderíamos ter feito o que não fizemos. O que é muito incerto, e que H. A pena de morte não dissuade os criminosos.
certamente precisamos de investigar, é que estes dois sentidos da palavra
«poderíamos» sejam o mesmo. I. A pena de morte viola o direito à vida.

Comecemos por perguntar: em que sentido da palavra «poderíamos» é J. A pena de morte não viola o direito à vida.
tão certo que muitas vezes poderíamos ter feito o que não fizemos? Em que
sentido, por exemplo, eu poderia ter caminhado uma milha em vinte minutos 2. Considere o texto.
esta manhã, ainda que não o tivesse feito? Há uma sugestão muito óbvia:
O relativismo cultural considera o mundo como algo que está dividido de
quero dizer apenas, afinal, que eu poderia tê-lo feito se assim tivesse esco-
uma forma nítida em sociedades distintas. Em cada uma delas não existe desa-
lhido; ou (para evitar uma possível complicação) talvez seja melhor dizer que
cordo em questões morais, ou o desacordo é reduzido, dado que a perspetiva
eu tê-lo-ia feito se assim tivesse escolhido. Por outras palavras, a sugestão é
maioritária determina o que é considerado um bem ou mal nessa sociedade.
que muitas vezes usamos a expressão «eu poderia…» simples e unicamente
Mas o mundo não é assim. Pelo contrário, o mundo é uma mistura confusa de
como uma forma abreviada de dizer «eu teria…, se assim tivesse esco-
sociedades e grupos sobrepostos; e os indivíduos não seguem necessaria-
lhido». (…)
mente o ponto de vista da maioria.
[É] inteiramente certo que, neste sentido, muitas vezes poderíamos ter
Harry Gensler – Ethics: A Contemporary Introduction, Routledge, 1996
feito o que não fizemos, e que este facto não é de forma alguma inconsis- http://criticanarede.com/fil_relatcultural.html
tente com o princípio de que tudo tem uma causa. E, pelo que me toca,
tenho de confessar que não consigo sentir-me certo de que isto não seja 2.1. Defina o relativismo cultural. 5

tudo o que normalmente entendemos pela asserção de que temos livre-arbí-


2.2. Explicite a objeção principal ao relativismo cultural delineada no texto. 15
trio, pelo que aqueles que a negam estão realmente a negar (…) que alguma
vez teríamos agido de forma diferente, mesmo que tivéssemos querido outra
coisa. (…) E se é isto que a asserção significa, então segue-se absoluta-
mente que de facto temos livre-arbítrio, e também que este facto é inteira- GRUPO III
mente consistente com o princípio de que tudo tem uma causa.
1. Para cada um dos itens, selecione a opção correta. 5
G. E. Moore – Ética, 1912, cap. 6

1.1. De acordo com o princípio da utilidade, cada um deve:


1. Indique, pela mesma ordem que o autor, as posições sobre o livre-arbítrio referidas na primeira 10
frase do texto. A. Promover a sua própria felicidade;

2. Que posição sobre o livre-arbítrio sugere o autor? 15 B. Promover a felicidade geral;


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3. Explique o argumento do autor a favor da posição sugerida. 25 C. Tratar-se a si mesmo como fim e nunca simplesmente como meio;

4. Apresente uma objeção ao argumento que o autor propõe. 15 D. Tratar os outros como fins e nunca simplesmente como meios.

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