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GRANDE ORIENTE

BRASILEIRO OU GRANDE
ORIENTE DO PASSEIO

A MAÇONARIA NO
BRASIL
De acordo com autores variados, a maçonaria surgiu no
fim do século XVIII, infelizmente, sem prova documental,
possuindo apenas vestígios acerca da existência de maçons
independentes esparsos em Olinda, Salvador, Rio de
Janeiro, Campos e Niterói. Naquela época não havia
organizações maçônicas legalmente instaladas Brasil.
Algumas lojas eram subordinadas ao Grande Oriente
Lusitano e outras ao Grande Oriente de França, além de
uma parte independentes e autônomas.

Logo no fim do século XVIII e início século XIX,


conforme citações em obras de alguns autores, existiam na
Capitania Pernambucana numerosas sociedades secretas,
tais como: o Areópago de Arruda Câmara; a Academia
dos Suassunas; a Academia do Paraíso; a Universidade
Secreta de Antônio Carlos; a Escola Secreta de Guimarães
Peixoto; a Oficina de Igaraçu; dentre outras. Também
citam a existência de uma loja na Bahia denominada
“Cavaleiro da Luz”, fundada por volta de 1797, em uma
fragata Francesa, cuja a função era promover a Conjuração
Baiana (1798), sendo transferida pouco tempo depois para
a Barra, como afirma Willian Almeida de Carvalho (sem
comprovação a sua existência por falta de documentos) e
José Castellani. Outros autores afirmam que a maçonaria
surgiu ainda no período colonial, sob a influência e
inspiração francesa. E dessa inspiração, com caráter
exclusivamente político, surge a primeira corporação
maçônica organizada, autônoma, independente,
denominado de "Grande Oriente Brasileiro" (1813-1817),
instalado nas "Terras de Vera Cruz", cidade de Salvador,
tendo como Grão-Mestre Antônio Carlos Ribeiro de
Andrada. Naquela época em meio a revoluções e
conjurações, a maçonaria surge no Brasil como o impulso
que faltava para a concretização dos sonhos e anseios
republicanos nos moldes da Revolução Francesa.

AS PRIMEIRAS CORPORAÇÕES
MAÇÔNICAS ORGANIZADAS NO
BRASIL
De acordo com o manifesto de José Bonifácio, publicado
em 1832 aos maçons de todo o mundo, consta em seus
traçados que em 1801 foi instalada a primeira loja
simbólica regular brasileira debaixo do título de
Respeitável Loja "Reunião", filiada ao Grande Oriente da
Ilha de França, tendo adotado o Rito Moderno ou Francês,
surgindo aí, a primeira loja maçônica legalmente instalada
no Brasil. No entanto, há relatos que em 1800 foi fundada
uma loja maçônica com título distintivo de Respeitável
Loja "União", na mesma cidade. Em particular, eu acredito
que a Loja Reunião foi a continuidade da Loja União,
infelizmente, não há como comprovar tal afirmativa.
Alguns pesquisadores seguem a mesma linha de
raciocínio.
Extraído do Astréa Almanak Maçônico (Edição 2, 1847),
publicado em 1847, consta que no dia 05 de julho de 1802,
foi fundada na Bahia, a Respeitável Loja "Virtude e
Razão", no Rito Moderno, de cujo seio saiu outras duas
oficinas: a Respeitável Loja Virtude e "Razão
Restaurada", fundada em 30 de março de 1807 (mudando
seu nome em 10 de Agosto de 1808, para Respeitável Loja
Humanidade); a Respeitável Loja "União", fundada em 12
de agosto de 1813, completando assim, em 12 de setembro
de 1813, três lojas simbólicas. A partir da formação das
três lojas, os maçons baianos resolveram fundar a primeira
corporação maçônica brasileira organizada, denominada
de "Grande Oriente Brasileiro".

Alguns autores afirmam que foi instalada em 1816 em


Pernambuco, uma Grande Loja Provincial, (acredito que
vinculada a Bahia), formada por quatro lojas que
preparavam a Revolução Pernambucana para formar a
Confederação do Equador. Essas lojas tinham pessoas das
mais variadas posições sociais todos unidos em prol da
defesa da liberdade e da formação da Pátria Livre. A
referida grande loja era composta pelas as seguintes lojas
simbólicas: Respeitável Loja "Regeneração" (1809);
Respeitável Loja "Guatimosim" (1812), Respeitável Loja
"Patriotismo" (1814); Respeitável Loja "Restauração"
(1815). Em Pernambuco existiam também as lojas:
Respeitável Loja "Pernambuco do Ocidente"
(1812); Respeitável Loja "Pernambuco do Oriente"
(1812).
A eclosão do movimento se deu em 1817, sendo reprimida
violentamente pela corte portuguesa. A atividade precípua
das lojas maçônicas neste período era em torno de um
movimento nativista de libertação tanto em Pernambuco
como na Bahia. Todavia, os trabalhos da Respeitável Loja
"Humanidade" que foram suspensos em 04 de Junho de
1817, volta a funcionar em 19 de março de 1820,
devendo-se ao zelo de todos os seus obreiros que
mantinham os arquivos e memorias, além do desejo de
voltar a comungar debaixo da corte do Brasil novamente a
Arte Real.

A MAÇONARIA NO RIO DE
JANEIRO
Inspirada na Respeitável Loja Reunião (1801), começa a
surgir outras lojas no Rio de Janeiro, alguns autores
afirmam que em 1804 foram fundadas as lojas
"Constância" e "Philantropia", sendo fechadas em 1806,
por ato do Vice-Rei, Marcos de Noronha e Brito. Também
foram fundadas no Rio de Janeiro, as Lojas
"Distintiva"(1812), "Beneficência" (1815) e "São João de
Bragança" (1816).

Conforme documentos históricos maçônicos arquivados


na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em 24 de junho
de 1815, era fundada a Respeitável Loja "Comércio e
Artes", sendo instalada em 15 de novembro do mesmo
ano, no Rito Adonhiramita, jurisdicionada ao Grande
Oriente Lusitano, tendo como objetivo principal a
emancipação política e social do Brasil.
Em 30 de março de 1818, D. João VI, através do Alvará
“Lesa Majestade” proibiu o funcionamento de qualquer
sociedade secreta em Portugal e em suas colônias. No
mesmo ano, na cidade do Rio de Janeiro, a loja cessou
suas atividades. Mesmo assim, os maçons continuaram a
trabalhar no Clube da Resistência instalado no Rio de
Janeiro.
Em 1821, D. João VI retorna a Portugal e deixa o Príncipe,
D. Pedro I, como Regente do Brasil, diminuindo a
repressão à maçonaria e das sociedades secretas. A Loja
Comércio e Artes retorna suas atividades em 24 de junho
de 1821, adotando o nome de "Comercio e Artes na Idade
do Ouro", adotando o Rito Adonhiramita. Com a
participação efetiva de Gonçalves Ledo e Cônego Januário
da Cunha Barbosa, a Loja dinamizou seus trabalhos pela
Independência do Brasil.

Fundado por Ledo e pelo Cônego Januário, o periódico


quinzenal "Revérbero Constitucional Fluminense", que
influiu na formação de uma consciência nacional, teve,
portanto, grande participação na independência do País.
Na edição de 30 de abril de 1822, um artigo de Gonçalves
Ledo dizia da urgente necessidade da independência.

Em 09 de janeiro de 1822, em consequência de trabalhos


dos maçons da Loja Comercio e Artes, D. Pedro I,
recusou-se a voltar para Portugal, surgindo “O Dia do
Fico”, conferido ao Principe Regente, o título de Defensor
Perpétuo do Brasil.

Precisamente em 17 de junho de 1822, a Loja, seguindo o


modelo da Bahia dividiu-se em três lojas simbólicas,
sendo elas: “Comércio e Artes na Idade do Ouro”; “União
e Tranquilidade; “Esperança de Nictheroy”. Dessa divisão
formou-se o segundo grande oriente denominado de
"Grande Oriente Brasileiro (Brasílico ou Brasiliano)",
tendo sua sede instalado na Rua do Conde, nº 02. O
primeiro grão-mestre foi escolhido por aclamação, sendo
recaído sobre o monarquista conservador José Bonifácio
de Andrada e Silva (membro do quadro da Loja Esperança
de Niterói).

Por questões politica e partidária foi iniciado na Loja


Comércio e Artes na Idade do Ouro, em 02 de agosto de
1822, D. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente e Defensor
Perpétuo do Brasil. Em 05 de agosto do mesmo ano, foi
elevado e exaltado nos augustos mistérios. Em 04 de
outubro de 1822, após a Proclamação da Independência,
foi eleito por aclamação ao cargo de grão-mestre da
maçonaria brasileira. Mas, em virtude da rivalidade entre
Bonifácio (monarquista conservador) e Ledo (liberal
republicano), o Príncipe Regente suspendeu os trabalhos
em 21 de outubro de 1822, do então Grande Oriente
Brasileiro. Uma semana depois de averiguar que tratava-se
de ato de vingança, ódio e rivalidade de Bonifácio contra
Ledo (e seus compatriotas), o Príncipe Regente no dia 25
de outubro de 1822, manda um bilhete a Ledo,
autorizando a reabertura do Grande Oriente Brasileiro.
Entretanto, Bonifácio estando já reintegrado no posto de
ministro da corte, e sabendo da autorização de D. Pedro de
reabertura do GOB, manda no dia 11 de novembro de
1822, prender Ledo e seus partidários. Avisado pelo
Cônego Januário da Cunha Barbosa das intenções de
Bonifácio, Ledo forje para Buenos Aires, levando consigo
tão somente a roupa do corpo. Por estes e outros motivos,
sendo Ledo o verdadeiro líder da maçonaria brasileira, não
houve a continuidade do Grande Oriente Brasileiro, sendo
extinto definitivamente no dia 29 de outubro de 1822.
Ledo ficou exilado em Buenos Aires só retornando ao
Brasil, em 21 de novembro de 1823.

A FUNDAÇÃO DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
OU GRANDE ORIENTE DO
PASSEIO
Os maçons brasileiros sob a liderança do Senador
Vergueiro começam a se agrupar novamente a partir de
1829, com intuito de forjar uma nova corporação
maçônica republicana. As “Lojas “Vigilância da Pátria”,
“União” e “Sete de Abril” continuaram em plena
atividade. Foi incorporada ao projeto de fundação da nova
potência a Loja "Razão". Em 1830, arquitetaram a
fundação do novo grande oriente antes mesmo da
abdicação de D. Pedro I ao trono. Os maçons sobre o
comando do Senador Vergueiro começaram a se
movimentar rapidamente para a oficialmente instalar a
nova instituição.

Em 24 de junho de 1831, foi instalado e consagrado na


cidade do Rio de Janeiro, o GRANDE ORIENTE
NACIONAL BRASILEIRO, conhecido também como
GRANDE ORIENTE DO PASSEIO, alusão a sua sede
instalada na Rua do Passeio, mudando sua denominação
social em 07 de setembro de 1870, para Grande Oriente
Brasileiro, quando da sua reinstalação, conforme consta
na publicação no Boletim Oficial do Grande Oriente
Brasileiro, “O Vigilante” (Ano 1870, Eds. 0001 e 0002).
A partir do mês de junho do mesmo ano, graça aos
esforços de valorosos franco-maçons brasileiros e o
empenho e liderança do Senador Vergueiro (Nicolau
Pereira de Campos Vergueiro, maçom republicano e
liberal, nascido em Val da Porca, Portugal, 20 de
dezembro de 1778, Rio de Janeiro - falecido em 18 de
setembro de 1859, republicano), a maçonaria brasileira
retoma seus trabalhos em plena força e vigor.

Em novembro de 1831, José Bonifácio (José Bonifácio de


Andrade e Silva: nasceu em Santos, São Paulo, em 13 de
junho de 1763 - faleceu em Niterói, Rio de Janeiro, 6 de
abril de 1838, "monarquista constitucional
representativo"), ao retornar do exilio, sabendo que o
Senador Vergueiro tinha fundado Grande Oriente
Brasileiro, querendo deter os direitos da maçonaria
brasileira para si, em 23 de novembro de 1831, funda e
instala um outro corpo maçônico, denominado de "Grande
Oriente do Brasil (GOB), conhecido como Grande Oriente
do Vale do Lavradio" (alusão a rua de sua sede),
reinstalando cópias das três lojas extintas fundadoras do
segundo Grande Oriente Brasileiro, (Brasílico ou
Brasiliano), extinto em 27 de outubro de 1822. A ideia de
Bonifácio era fazer uma cópia do antigo grande oriente, e
assim, atrair os maçons brasileiros. A partir desta data
passou a existir duas corporações maçônicas em solo
brasileiro, ou seja, o Grande Oriente do Lavradio
(monarquista) e o Grande Oriente do Passeio
(republicano).

Os primeiros dirigentes eleitos para administrar o Grande


Oriente Nacional Brasileiro foram os seguintes francos-
maçons: Grão-Mestre - Nicolau Pereira de Campos
Vergueiro (Senador Vergueiro); Grande Primeiro
Vigilante – Epifânio José Pedroso; Grande Segundo
Vigilante - Antônio Pedro da Costa Ferreira; Grande
Orador – Joaquim José Rodrigues Torres (Visconde de
Itaboraí); Grande Secretário - Padre Belchior Pinheiro de
Oliveira; Grande Secretário Adjunto – João Machado
Nunes; Grande Chanceler – José Joaquim de Lima e Silva
(Visconde de Majé). Os maçons que instalaram o "Grande
Oriente Nacional Brazileiro" foram todos remanescentes
dos das lojas do Grande Oriente Brasileiro (Brasiliano ou
Brasílico), dentre eles, Dr. Joaquim Gonçalves Ledo e Frei
Belchior.

Em 19 de agosto de 1831, o Grande Oriente Brasileiro


instala a loja mãe da maçonaria paulista na cidade de Porto
Feliz, simplesmente denominada de Respeitável Loja
“Inteligência”.

Em 24 de outubro de 1832, foi promulgada e publicada de


sua primeira Constituição. Essa constituição veio sofrer
uma única alteração em 13 de setembro de 1834.

Poderia afirmar que o Grande Oriente do Passeio seria o


sucessor legitimo por origem do primeiro Grande Oriente
Brasileiro (fundado na Bahia em 1813, encerrado suas
atividades em 1817) e do segundo Grande Oriente
Brasileiro (fundado no Rio de Janeiro em 1822, conhecido
como Brasílico ou Brasiliano, extinto em 27 de outubro de
1822).

Foram incorporadas em 1833 ao Circulo do Passeio as


lojas independentes: Comercio e Artes (original);
Educação e Moral; Reunião Brasileira; Amor da Pátria;
conforme noticiado no jornal Boletim Oficial do Grande
Oriente Brasileiro, “O Vigilante”, (Ano 1871\Edição
00017) e no jornal "O Brasileiro" (Ano 1833, Edição
00062). A Loja Comercio e Arte denunciou o GOB e
Bonifácio no jornal O Brasileiro, como sendo perseguidor
dos maçons no reino de D. Pedro.

O Grande Oriente Brasileiro lança em 1834 os primeiros


rituais oficialmente dos graus simbólicos e filosóficos do
Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil, impresso na
tipografia Seignot-Plancher, Rua do Ouvidor.

O Grande Oriente do Passeio em 1835 instala e consagra


seu Supremo Conselho para o Rito Escocês Antigo e
Aceito com carta patente expedida pelo Grande Oriente de
França.

Em novembro de 1836, foi realizada a primeira eleição


para o cargo de grão-mestre e oficiais do Grande Oriente
do Passeio, sendo o Senador Vergueiro sucedido pelo
Visconde e Marquês de Sapucaí (Candido José de Araújo
Vianna - 15 de setembro de 1793, Nova Lima, Minas
Gerais - 23 de janeiro de 1875, Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro).

Em 1844, o Supremo Conselho do Grande Oriente


Brasileiro ratificou tratado de aliança e amizade com o
Supremo Conselho de França, reconhecendo como o único
e legal para o Império do Brasil.

O Grande Oriente do Passeio tinha tratado e


reconhecimento com diversas potências regulares daquela
época em diversos países, dentre elas: Grande Oriente
Lusitano; Grande Oriente da Itália; Grande Oriente da
França; Grande Oriente Unido do Brasil (antes da fusão de
1883 com o GOB-Lavradio); Gran Oriente de
Montevideo; dentre outras potencias. Era a única
corporação maçônica litúrgica brasileira daquela época,
regular, legitima e reconhecida, como única autoridade
legal para o Rito Escocês Antigo e Aceito na Corte do
Brasil.

A FUSÃO DO SUPREMO
CONSELHO DO GRANDE ORIENTE
BRASILEIRO COM SUPREMO
CONSELHO DE MONTEZUMA
Em 04 de novembro de 1842, houve a fusão do Supremo
Conselho para o Rito Escocês Antigo e Aceito de
Montezuma com o Supremo Conselho para o Rito Escocês
Antigo e Aceito do Grande Oriente Brasileiro, tornando-se
o único corpo do Rito Escocês legal e legitimo para o
Império do Brasil, conforme reprodução do tratado
publicado no Boletim Oficial do Grande Oriente
Brasileiro, “O Vigilante”, (Ano 1871\Eds. 00007, 00008 e
00009). O Tratado de junção foi assinado pelos dois
corpos em 05 de dezembro de 1842. O grão-mestre do
Grande Oriente Brasileiro era na época o Marquês de
Sapucaí, sendo sucedido pelo Senador Manoel Alves
Branco (2.º Visconde de Caravelas - Maragogipe, 7 de
junho de 1797 — Niterói, 13 de julho de 1855), eleito em
maio de 1846.

A partir da fusão dos supremos conselhos, o Supremo


Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande
Oriente Brasileiro passou a cumprir fielmente o que
determinava o Art. 5°, da Constituições Escocesa de 1786.
Já naquela época, o Supremo Conselho do Grande Oriente
Brasileiro trabalha de forma autônoma em separado dos
graus simbólicos.

A CISÃO DO SUPREMO
CONSELHO DE MONTEZUMA E O
GRANDE ORIENTE BRASILEIRO
Em 1847, houve a renúncia do tratado de 1842, celebrado
entre O Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e
Aceito do Grande Oriente Brasileiro e o Supremo
Conselho de Montezuma. Após a renúncia do tratado, em
20 de março de 1847, o Conde de Lages, transfere o
Grande Oriente de Lages (não confundir com o Grande
Oriente Brasileiro) e Supremo Conselho de Montezuma
para a tutela do Duque de Caxias. Em 1852, o Grande
Oriente Supremo Conselho de Caxias se funde com o
Grande Oriente do Lavradio e seu Supremo Conselho.

A FUNDAÇÃO DO GRAN ORIENTE


DE MONTEVIDEO
Em 21 de novembro de 1854, o Grande Oriente
Brasileiro e seu Supremo Conselho instalou em
Montevideo, o Grande Oriente de Montevideo (Gran
Oriente de Montevideo), sendo este, o marco da
instituição republicana no Uruguai. A instalação da
referida potência causou ciúmes e incomodo ao GOB-
Lavradio, que de imediato tratou de fundar uma outra
potência naquele país, ou seja, GOU-SC - Gran
Oriente do Uruguai e seu Supremo Conselho.

Gabriel Perez, Grande Inspetor Geral do Supremo


Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande
Oriente do Brasil do Vale do Lavradio, obteve em 07
de outubro de 1854, uma autorização especial para
instalar em solo uruguaio um novo Supremo Conselho
autônomo do mesmo rito, sendo ele nomeado em 24 de
junho de 1855, como Grande Comendador. Também
instalou outro grande oriente em 17 de julho de 1856,
denominado de GOU-SC. A finalidade da instalação
desse novo corpo, de acordo com os ataques
registrados documentos histórico da maçonaria do
Brasil daquela época, era combater o Grande Oriente
de Montevideo e seu Supremo Conselho, atingindo
assim, a maçonaria republicana do Grande Oriente
Brasileiro. O Apostolado Glória do Lavradio de José
Bonifácio, tinha como objetivo manter a monarquia no
Brasil e deter para si o poder, a gloria e a fama da
maçonaria brasileira.

O ADORMECIMENTO DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
O Grão-Mestre Alves Branco pediu demissão do cargo do
grão-mestrado, sendo substituído em 1854 pelo Visconde
do Uruguai, embora ele só veio assumir o cargo em 1856,
sendo substituído interinamente pelo Conselheiro Antônio
Manoel de Campos Mello.

Ainda em 1857, Visconde do Rio Branco (José Maria da


Silva Paranhos: Salvador, 16 de março de 1819 – Rio de
Janeiro, 1 de novembro de 1880), não tendo espaço
politico no Grande Oriente do Passeio se filiou no Grande
Oriente do Lavradio, levando consigo algumas lojas.

Circulou que em 1857 o Grande Oriente Brasileiro tinha


se fundido com Grande Oriente do Brasil do Vale do
Lavradio, na realidade, conforme os jornais da época
arquivado na Biblioteca Nacional, tratava-se de boatos
lançado pelo grupo do lavradio para desestabilizar o GOP,
nunca houve acordo de fusão do Grande Oriente do
Passeio com GOB-L. O Grande Oriente do Passeio
publicou uma nota oficial no jornal "Correio Mercantil, e
Instructivo, Politico, Universal" (Ano 1857\Edição 00001
e Ano 1857\Edição 00002), desmentindo os boatos dos
gobianos.

Com a cisão ocasionada por Duque de Caxias, e com a


saída do visconde do Rio Branco, as colunas do Grande
Oriente do Passeio ficaram fragilizadas. Em 1861,
o Visconde de Uruguai (Paulino José Soares de Sousa:
nasceu 4 de outubro de 1807, Paris, França - 15 de julho
de 1866, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), seguindo o
mesma linha de Caxias e Rio Branco, deu-lhe um terceiro
golpe, se filiando no Grande Oriente do Lavradio, levando
consigo mais de 20 lojas. Neste período de crise, assumiu
o grão-mestrado, Dr. Carlos Honório de Figueiredo
(Carlos Honório de Figueiredo: Sacramento, Recife, PE,
em 1823 - Rio de Janeiro, RJ, em 27 de junho de 1881),
infelizmente, sem comando e liderança, perde muitas
Oficinas Capitulares, levando o GOP a interrupção de seus
trabalhos( 1864-1867).
Restando poucas lojas ativas e com a perseguição acirrada
do Grande Oriente do Brasil (GOB), o GOP cessa
temporariamente suas atividades em 1864, ficando seu
patrimônio sobre a guarda e vigília provisória do Dr.
Pedro Ernesto Albuquerque de Oliveira, Sapientíssimo
Delegado e Grande Inspetor Geral do Mui Poderoso
Supremo Conselho do Grande Oriente Brazileiro.

Ainda em 1864, o antigo Supremo Conselho do Grande


Oriente Brasileiro (que trabalha em separado dos graus
simbólicos conforme os preceitos da Constituição
Escocesa) que estava quase sem atividades, propôs a fusão
com o Supremo Conselho do Grande Oriente do Brasil.
Por resolução datada de 1º de maio do mesmo ano, o
Soberano Grande Comendador Grão-Mestre, Barão de
Cayru, aceitou a proposta de fusão (graus filosóficos),
desta maneira, o Supremo Conselho do Rito Escocês
Antigo e Aceito do Grande Oriente Brasileiro funde-se
com o Supremo conselho do Grau 33 do GOB-L. Há uma
confusão dos historiadores brasileiros que afirmam que o
Grande Oriente do Passeio foi extinto pela fusão em 1864.
A referida fusão foi dos supremos conselhos e não do
Grande Oriente Brasileiro.

De acordo com o periódico Almanak Administrativo,


Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro (Ano 1873,
Edição 00030, em 1864), o Grande Oriente Brasileiro ou
do Passeio interrompeu seus trabalhos temporariamente,
sendo restaurados em 1867, pelo Dr. Albuquerque. Ao
contrario do que afirmam os autores gobianos,
principalmente, José Castellani, o Grande Oriente
Brasileiro voltou suas atividades como potência simbólica
em 1867. Neste mesmo ano, o Grande Oriente funda e
instala a Loja Maçônica "Independência" na cidade de
Campinas (conforme ata de fundação da própria loja).
Todas as citações em obras dos escritores brasileiros são
falácias sem prova documental.

O Dr. Pedro Ernesto Albuquerque de Oliveira manteve


com muita zelo as portas do Grande Oriente Brasileiro
abertas aos maçons e a sociedade brasileira. Restaurou
entre 1864-1867 oito lojas maçônicas ao seio deste grande
oriente e instalou três novas oficinas, contradizendo assim,
as falácias do Grande Oriente do Brasil (GOB) e seus
adeptos. Além de manter o GOP em perfeito
funcionamento, manteve também, em plena atividade,
suas escolas de instrução pública (1833-1867), como
registram os próprios veículos de comunicações da época,
arquivados na Biblioteca Nacional. No ano dia 7 de
setembro de 1865, O Grande Oriente do Passeio inaugurou
na rua General Câmara, 170, Rio de Janeiro, uma outra
escola de instrução pública primária. A escola era gratuita
destinada as crianças e adolescentes indigentes da Corte
do Brasil, conforme noticiado no periódico "Novo e
Completo Índice Cronológico da Historia do Brasil", (Ano
1865\Edição 00001). Essa publicação prova que o Grande
Oriente Brasileiro esteve em plena atividade em todo o
período em que os autores gobianos afirmavam que ele
estava inativo, e que, em 1864, se fundiu com GOB-
Lavradio. Dr. Pedro Ernesto de Albuquerque não deixou o
Grande Oriente do Passeio abater suas colunas, mesmo
com poucas lojas simbólicas continuou em plena
atividade. Dr. Pedro e todos os membros do GOP foram
perseguidos, expulsos (mesmo não fazendo parte do GOB-
Lavradio), atacados e difamados na sociedade maçônica
brasileira e nos países que o GOB-L tinha estreita
amizade.

Infelizmente, os autores brasileiros sem documentação ou


base legal escreviam e escrevem barbarias sobre o
adormecimento do Grande Oriente Brasileiro, enaltecendo
sempre, o Grande Oriente do Brasil do Vale do lavradio
(atual GOB). Todos afirmam que o GOP voltou suas
atividades em 1883, sendo que em 1870, seu periódico
maçônico intitulado "O Vigilante", Jornal Oficial do
Grande Oriente Brasileiro, arquivado na Biblioteca
Nacional, já circula na praça contendo todos os atos do seu
Soberano Grão-Mestre e Grande Comendador da Ordem.

A RESTAURAÇÃO DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
As lojas mantenedoras do Grande Oriente Brasileiro foram
as seguintes: Fidelidade; Brazil; Perfeita Amizade;
Cruzeiro do Sul. Aderiram ao Grande Oriente Brasileiro
nesse mesmo período as Lojas: Protectora das Artes;
Triumpho do Brasil; União Escosseza; Virtude, Liberdade
e Firmeza; Estrella da América; Segredo e Amizade.
Sendo fundada instalada a Loja Maçônica Independência"
na cidade de Campinas, em 23 de novembro de 1867,
conforme noticiado no Boletim Oficial do Grande Oriente
Brasileiro "O Vigilante" (Ano 1871\Edição 00013).

De acordo com o noticiado no Boletim Oficial do Grande


Oriente Brazileiro, "O Vigilante" (Ano 1871, Ed 00024),
consta que em 1864, o Grande Oriente do Brasil do Vale
do Lavradio sem autorização de seus dirigentes, invadiu a
sua sede e apossaram-se dos mobiliários, títulos, patentes,
livros e demais materiais, além de paramentos e
documentos sem nenhuma autorização de seus dirigentes.
Ao retomarem os trabalhos em 1867, o prédio da Rua do
Passeio estava completamente vazio, restando lá poucas
coisas.

No feriado de 07 de setembro de 1870, na Rua Visconde


de Itaúna, nº 11, foi reinstalado e consagrado o "GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO" por seu Grão Mestre Dr. Pedro
Ernesto Albuquerque de Oliveira, conforme noticiado no
Boletim Oficial do Grande Oriente Brasileiro "O
Vigilante" (Ano 1871\Edição 00018). Dr. Albuquerque foi
sucedido no grão-mestrado em 11 de fevereiro de 1871,
pelo desembargado, Dr. Manoel José de Freitas Travassos.
Neste mesmo ano, o Grande Oriente do Passeio transferiu
sua sede para a Rua do Visconde de Itaúna, Rio de
Janeiro.

Em 14 de julho de 1872, o Grande Oriente do Passeio


instalou solenemente um curso público de instrução
primaria e secundaria, e também, línguas e ciências
aplicada as artes, gratuitamente, sendo matriculados 294
alunos, conforme noticiado no Jornal Pedro II (Ano
1872\Edição 00149) e Almanak Administrativo, Mercantil
e Industrial do Rio de Janeiro (Ano 1873, Edição) e o
Jornal do Commercio (Ano 1872, Edição 00197), tendo
como diretor e vice diretor, respectivamente, Dr. Fellipe
Hippolyto Aché e Dr. Bartholomeu José Pereira, tendo 14
professores.
A FUNDAÇÃO DO GRANDE
ORIENTE DA REPUBLICA
ORIENTAL DO URUGUAY
O Grande Oriente Brasileiro contrariando os maçons
conservadores uruguaios liderados por Carlos de Castro,
em abril de 1882, instalou e consagrou, mais uma vez, na
cidade de Montevideo, a Maçonaria Liberal Republicana,
ou seja, o Grande Oriente da Republica Oriental do
Uruguai (Gran Oriente de la Republica Oriental del
Uruguay), ficando sobre a direção e comando do Dr.
Justino Jiménez de Aréchaga Moratorio e o Tenente-
Coronel Rufino P. Ravìa Gonzalez.

Sua primeira Constituição (código maçônico) foi


promulgada em sessão da Grande Assembleia
Constituinte, instalada em Montevideo, em 04 de maio de
1882, aprovada e impressa pela Tipografia de H. F.
Fabreguettes, "La Minerva" em 27 de maio de 1882. Essa
corporação seria o sucessor legitimo do Grande Oriente de
Montevideo.

Mais uma vez os aminos dos maçons gobianos e dos


maçons uruguaios se alteram, ficam incomodados com os
republicanos liberais deste novo corpo. O grande Oriente
do Brasil e o Grande Oriente do Uruguai lançam contra o
GOROU e seus fundadores um manifesto de repúdio,
enviando para todas as potencias de seus relacionamentos.
Não surtindo efeito, as duas potências em ação conjunta
expulsam e condenam sem direito de defesa todos seus
membros, conforme publicado Boletín Oficial del Gran
Oriente del Uruguay e seu Supremo Consejo, (1882) e o
Boletim do Grande Oriente do Brazil Jornal Ofíicial da
Maçonaria Brazileira, (1883). No mesmo ano Dr. Jiménez
de Aréchaga compila o Rito Eclético Uruguaio (Rito
Ecléctico Uruguayo) e instala o Supremo Grande Capitulo
da Maçonaria Eclética (Supremo Gran Capítulo de la
Masoneria Ecléctica) com seus 14 graus, tendo destaque
os graus de Cavaleiro Rosa-Cruz e Cavaleiro Kadosch.

OS GRÃO-MESTRES DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
Diferentemente do Grande Oriente do Brasil Vale do
Lavradio (atual GOB), todos os grão-mestres do Grande
Oriente do Passeio eram ante-escravocratas e
republicanos. O Grande Oriente Brasileiro não permitia
em suas Lojas maçons monarquistas e escravocratas.
Foram grão-mestres do Grande Oriente os seguintes
irmãos:

DR. NICOLAU PEREIRA DE CAMPOS


VERGUEIRO
Grão-Mestre: 1831-1842
Senador Vergueiro, advogado, maçom republicano.
Nasceu dia 20 de dezembro de 1778, Val da Porca,
Portugal, filho de Luiz Bernardo Pereira Vergueiro e Clara
Maria Borges Campos. Bacharelou-se em direito pela
Universidade de Coimbra em 1801. O jovem mudou-se
para o Brasil, com 25 anos, e rapidamente ingressou nos
âmbitos políticos e econômicos mais importantes da
província de São Paulo. Em 2 de agosto de 1804, casou-se
na Catedral da Sé com Maria Angélica de Vasconcellos,
filha do Capitão José de Andrade e Vasconcellos. Exerceu
a função de advogado no fórum de São Paulo, cargo que
ocupou até 1815. Paralelamente, em 1807, Vergueiro
adquiriu, em parceria com o sogro, uma sesmaria de duas
léguas em quadra, em Piracicaba, onde fundou o Engenho
do Limoeiro, cujo primeiro administrador foi seu irmão
João Manuel Vergueiro. Sete anos depois, adquiriu nova
sesmaria em sociedade com o sogro. Com dimensões de
três léguas de testada e uma de fundo, Monjolinho se
localizava nos Campos de Araraquara e foi destinada à
criação de gado. Algum tempo depois, tornou-se o único
proprietário das duas terras. Em 1813, foi nomeado
vereador da Câmara Municipal de São Paulo. Foi juiz das
sesmarias até 1816 quando se mudou para Piracicaba,
adquiriu em sociedade com o brigadeiro Luís Antônio de
Sousa, terras na região de Rio Claro. Em 1821, às vésperas
da independência do Brasil, tornou-se membro do governo
provisório da província de São Paulo. Exerceu outros
cargos nas províncias de São Paulo e Minas Gerais.
Participante da constituinte de 1823 como representante da
província de São Paulo, como os irmãos Antônio Carlos
Ribeiro de Andrada e José Bonifácio de Andrada e Silva e
Martim Francisco Ribeiro de Andrada, que foi preso após
a dissolução da constituinte. Era senador e, com a
abdicação de dom Pedro I, integrou a Regência Trina
provisória em 1831, representando o setor agro exportador
durante a menoridade de dom Pedro II. Integrou o
gabinete de 13 de setembro de 1832, assumindo a pasta do
Império até 23 de maio de 1833, e a da Fazenda até 14 de
dezembro de 1832. Ocupou a pasta da Justiça no gabinete
de 22 de maio, organizado por Manuel Alves Branco,
Segundo Visconde de Caravelas, e, interinamente, a do
Império. Foi senador durante dez legislaturas
consecutivas. Como parlamentar, sempre defendeu
posições liberais e antiescravistas. Nas décadas de 40 e 50,
foi pioneiro na introdução de imigrantes europeus em suas
fazendas de café na cidade de Limeira (Fazenda Angélica
- que recebeu este nome em homenagem a esposa de
Vergueiro). A partir de 1847, o Senador Vergueiro,
estimulou a vinda de famílias europeias para trabalharem
em sua fazenda de café em Limeira, São Paulo. Na
maçonaria foi o fundador do Grande Oriente Nacional
Brasileiro conhecido como Grande Oriente do Passeio,
sendo seu primeiro Grão Mestre e Grande Comendador da
Ordem. O Senador Vergueiro faleceu em 18 de setembro
de 1859, no Rio de Janeiro, seu corpo foi sepultado no
Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.

DR. CÂNDIDO JOSÉ DE ARAÚJO VIANA


Grão-Mestre: 1842-1846
Marquês de Sapucaí, advogado e maçom republicano.
Nasceu em 15 de setembro de 1793, Nova Lima,
Congonhas de Sabará. Foi ministro da fazenda e ministro
da justiça, conselheiro de estado, deputado geral,
presidente de província e senador de 1840 a 1875, eleito
pela província de Minas Gerais. Ocupou a presidência do
senado de 1851 a 1853. Foi deputado constituinte em 1823
e deputado geral representando Minas Gerais por três
mandatos. Ocupou as presidências das províncias de
Alagoas e do Maranhão. Foi ainda procurador da coroa,
fiscal do tesouro e ministro do Supremo Tribunal de
Justiça, ministro da fazenda e nomeado membro
extraordinário do Conselho de Estado a partir da data de
sua criação. Em 1839, foi nomeado mestre de literatura e
ciências positivas de D. Pedro II (então herdeiro do trono);
posteriormente, também cuidou da educação da Princesa
Isabel. Como Ministro do Império no segundo Gabinete
conservador (1841-1843), referendou a lei que dava aos
senadores o solene tratamento de "Sua Excelência".
Condecorado como dignitário da Imperial Ordem de
Cristo e da Rosa, além de Grã-Cruz da Ordem Militar da
Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e da Legião
de Honra. Recebeu do imperador o título de visconde em
1854 e de marquês em 1872. Era do Conselho de Sua
Majestade, Gentil-Homem da Imperial Câmara e Fidalgo
Cavaleiro da Casa Imperial. Na maçonaria assumiu todos
os cargos, sendo Grão-Mestre do Grande Oriente
Brasileiro em 1842. Foi o responsável pela fusão do
Supremo Conselho de Montezuma com o Supremo
Conselho do Grande Oriente Brasileiro. Faleceu em 23 de
janeiro de 1875, no Rio de Janeiro.

DR. MANUEL ALVES BRANCO


Grão-Mestre: 1846-1854
Visconde de Caravelas, advogado, economista, escritor,
jornalista, maçom progressista de visão nacionalista e
incentivador da industrialização do país. Nasceu em
Maragogipe, em 7 de junho de 1797. Membro da Ordem
de Cristo e da Rosa. Filho do negociante João Alves
Branco e de D. Anna Joaquina Silvestre Branco. Logrou-
se em direito pela Universidade de Coimbra (1822), onde
também estudou matemática e ciências naturais, voltou à
Bahia como juiz e em seguida foi transferido para o Rio de
Janeiro. Representante de seu estado na assembleia geral,
foi contador-geral do Tesouro (1830-1833) e nomeado
Ministro dos Negócios Estrangeiros (1835). Eleito senador
pela Bahia (1837) chegou a acumular ao mesmo tempo as
pastas do Império e da Fazenda (1937-1839). Na vida
publica foi deputado geral, ministro da Justiça, ministro da
Fazenda, senador e primeiro Presidente do Conselho de
Ministros (Primeiro-Ministro) do Império do Brasil, de 20
de maio de 1847 à 8 de março de 1848. Sócio do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro.; Membro do conselho
de sua majestade o Imperador. Como escritor deixou
várias obras tais como: A fala do trono de 1885; Discurso,
sermão ou oração, 1850; A Liberdade - Poemas; A
primavera - Poemas; A Proclamação da Constituição
Portuguesa, 1820; Coleção de Poesias Minhas,
1827;Discurso pronunciado na Câmara dos Deputados na
sessão de 18 de maio de 1832; Discurso, sermão ou
oração. 1832; Florilégio da Poesia Brasileira, 1850;
Memória sobre o Rio da Prata; Parnaso Brasileiro, 1843.
Elaborou o Código de Processo Criminal, aprovado em 29
de novembro de 1832. Foi condecorado com o oficialato
da Ordem do Cruzeiro. Foi Grão Mestre do Grande
Oriente Brasileiro em 1846. Faleceu na cidade de Niterói
em 13 de julho de 1855.

CONSELHEIRO ANTONIO MANOEL DE


CAMPOS MELLO
Grão-Mestre: 1854-1856

Advogado, escritor, redator e ministro e secretario de


estado dos negócios da justiça, maçom liberal republicano.
Nasceu na cidade de Porto Feliz, SP, em 1809. Logrou-se
em ciências sócias e jurídicas, concluindo o bacharelando
em direito em 1833, na Academia Jurídica de São Paulo.
Logo depois de formado, abriu um escritório de advocacia
na cidade de São Paulo e passou a escrever para diversos
jornais. Amante dos liberais e a eles pagando tributos,
ingressou na vida publica em 1837. Em 6 de outubro de
1840, foi nomeado para cargo de Inspetor do Tesouro da
Fazenda Publica. Em 1842, participou da revolta dos
liberais. Deputado provincial por São Paulo na 6ª
legislatura (1846-1847. Tomou posse como Presidente da
Província de Alagoas, em 10 de novembro de 1846, sendo
exonerado do cargo em 19 se junho de 1847. Foi
empossado no cargo de ministro da justiça em 31 de maio
de 1848. Eleito novamente deputado em 1848 pela
província de São Paulo. Em 1851 ele foi o principal
redator da Reforma. Tomou posse em 23 de janeiro de
1862 na presidência da Província do Maranhão, sendo
exonerado do cargo em 10 de junho de 1863. Foi redator
de vários jornais e periódicos. Contraiu núpcias com D.
Maria da Conceição Cavalcante de Campos Mello tendo
com ela filhos: Dr. Antônio Manoel de Campos Mello
Filho; Luiz Cavalcante de Campos Mello; Julho de
Cavalcante de Campos Mello; Eduardo Cavalcante de
Campos Mello; Frederico Cavalcante de Campos Mello;
Virginia Cavalcante de Campos Mello; Amélia Cavalcante
de Campos Mello. Em 1876, enfermo com cachexia
reumática, afastou-se da politica e deligou-se do Grande
Oriente Brasileiro. Faleceu em 31 de agosto de 1878, na
cidade do Rio de Janeiro.

DR. PAULINO JOSÉ SOARES DE SOUZA


Grão-Mestre: 1856-1861
Visconde do Uruguai, advogado, maçom republicano.
Nasceu em Paris, França, em 4 de outubro de 1807. Filho
do médico brasileiro José Antônio Soares de Sousa e da
francesa, D. Antoinette Gabrielle Gibert Soares de Sousa.
Sua família mudou-se para Portugal em 1814, retornando
quatro anos depois para o Brasil, fixando-se em São Luís
do Maranhão. Em 1823 iniciou o curso de Direito em
Coimbra, mas foi detido ao lado de outros brasileiros sob a
acusação de participação na revolta do Porto e com o
fechamento da Universidade, em 1828. Neste ano voltou
ao Brasil, mas retomou o curso somente em 1830,
concluindo sua formação no Curso Jurídico de São Paulo,
em 1831. Ingressou na magistratura em 1832, tendo sido
nomeado juiz e, pouco depois, ouvidor de comarca em São
Paulo. Em 1833 se casou com Ana Maria de Macedo
Alvarez de Azevedo, de uma família influente de
proprietários de terras da província fluminense, o que o
inseriu numa rede de parentesco de grande prestígio e
poder político. Em 1835 foi lançado candidato, pelo
Partido Moderado, a deputado para a Assembleia
Provincial do Rio de Janeiro por Evaristo da Veiga, o que
deu início a sua rápida ascensão política. Em 1836 foi
eleito deputado provincial e, no mesmo ano, nomeado pelo
regente Diogo Feijó presidente da Província do Rio de
Janeiro. Em 1837, acusado de filiar-se à oposição, foi
demitido da presidência da província por Feijó, tendo sido
reconduzido após sua renúncia, permanecendo no cargo
até 1840. Assumiu diversos cargos na administração
imperial, foi secretário de Estado dos Negócios da Justiça
(1840 e 1841-1843), dos Negócios Estrangeiros (1843-
1844, 1849-1852 e 1852-1853). Foi senador (1849) e
membro do Conselho de Estado (1853). Como um dos
mais importantes nomes do cenário político do Segundo
Reinado, contribuiu para o chamado Regresso
Conservador, a partir de 1837. Ao lado de Joaquim José
Rodrigues Torres, o futuro visconde de Itaboraí, e Eusébio
de Queiroz, liderava o Partido Conservador e com estes
formava o que ficou conhecida como a ‘trindade
saquarema’, forma como eram denominados os
conservadores, em alusão à região fluminense onde tinham
propriedade de terras. Foi um dos principais articuladores
da Lei interpretativa do Ato Adicional (1840) e da reforma
do Código de Processo Criminal (1841), que resultaram
em maior centralização política e administrativa do
Segundo Reinado. Atuou de forma determinante para a
aprovação, em 1850, da abolição do tráfico de escravos no
Brasil. À frente da pasta de Negócios Estrangeiros, sua
atuação nas negociações diplomáticas da região do Prata,
na questão dos limites entre Brasil, Argentina e Paraguai
lhe renderam o título de visconde do Uruguai. Em 1855
foi nomeado enviado extraordinário e ministro
plenipotenciário junto à corte de Napoleão III para tratado
de limites com a Guiana Francesa, a chamada Questão do
Oiapoque. Foi o autor de Estudos sobre o direito
administrativo (1862), e Estudos práticos sobre a
administração das províncias do Brasil (1865), dois
trabalhos fundamentais sobre a administração pública
brasileira no século XIX. Seu filho, Paulino José Soares de
Sousa, também seguiu a carreira política, tendo sido
ministro dos Negócios do Império (1868-1870), além de
senador pela Província do Rio de Janeiro (1882-1884 e
1886-1889). Foi agraciado com comenda de oficial da
Ordem Imperial do Cruzeiro, com a Grã Cruz da Ordem
de São Genaro pelo rei de Nápoles (1850) e condecorado
com a Ordem Real de Danebrog pelo rei da Dinamarca
(1852), com a Ordem Imperial da Coroa de Ferro pelo
imperador da Áustria (1852) e com a Ordem de Cristo
pelo rei de Portugal (1852). Foi membro, entre outras, da
Academia Britânica de Ciências, Artes e Indústria, da
Sociedade de Zoologia e Aclimatação de Paris, do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade
Auxiliadora da Indústria Nacional do Rio de Janeiro.
Pertencia à maçonaria desde os tempos da Escola em São
Paulo, ou, talvez, antes, desde Coimbra:, sendo, em 1835,
nomeado como delegado junto ao Grande Oriente do
Brasileiro ou do Passeio para as Lojas Paulistanas. O
Grão-Mestre Alves Branco renunciou do cargo, sendo
substituído, em 1856 pelo Visconde do Uruguai. No ano
de 1861, entre tantos conflitos interno causado ao Grande
Oriente do Passeio, não conseguindo manter o poder para
si, seguindo os passos do Visconde do Rio Branco, deixou
o Grande Oriente do passeio e se filiou no Grande Oriente
do Lavradio, levando consigo cerca de 20 lojas. O Grande
Oriente Brasileiro ficou sobre a tutela de seu adjunto,
enfermo e sem liderança, suspendeu as atividades
temporariamente em 1864. Visconde do Uruguai faleceu
no Rio de Janeiro, em 15 de julho de 1866.

DR. CARLOS HONÓRIO DE FIGUEIREDO


Grão-Mestre: 1861-1863
Advogado, escritor e diplomata brasileiro. Nasceu na
cidade em Sacramento, Recife, PE em 1823. Filho do
Brigadeiro Joaquim Bernardo de Figueiredo e D. Isabel
Joaquina de Souza. Bacharel em Direito pela Academia de
Olinda em 1843. Na vida pública assumiu diversos cargos
publico na corte do Brasil. Foi membro do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, em que desempenhava,
em 1876, a função de Secretário. Eleito para esta função
na Sessão da Assembleia Geral dos Sócios em 21 de
dezembro de 1859, enquanto seu sogro, na mesma sessão,
era nomeado Presidente daquela Instituição. Gozou de
diversos títulos de nobreza e reconhecimento, tais como:
Cavaleiro da Ordem Romana de São João de Jerusalém;
Cavaleiro da Ordem Militar de Malta; Cavaleiro da Ordem
de Pio IX; Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial
(Brasileira); Fidalgo Cavaleiro da Casa Real Portuguesa;
Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição
de Nova Viçosa de Portugal; Comendador da Ordem da
Legião de Honra da França; Cavaleiro-Comendador da
Ordem de São Gregório Magno de
Roma. Escreveu diversas artigos, dentre elas: Fundação do
Bispado do Rio de Janeiro, publicado no vol. XIX, pág.
579, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;
Memória sobra a fundação das Faculdade de Direito no
Brasil, publicado no vol. XXII, pág. 507, do Instituto
Histórico Geográfico Brasileiro, dentre outras. Contraiu
primeiras núpcias com D. Emília Dulce Moncorvo de
Figueiredo e com ela teve os seguintes filhos: Emília
Dulce Moncorvo de Figueiredo; Dr. Carlos Arthur
Moncorvo de Figueiredo. Viúvo, contraiu segundas
núpcias em 02 de fevereiro de 1856, no Rio de Janeiro,
com D. Marido de Maria Cândida de Araújo Viana(filha
do Marques de Sapucaí), tendo com ela os seguintes
filhos: Teresa Cristina Araújo Vianna e Figueiredo;
Cândido José de Araújo Vianna e Figueiredo; Joaquim
Bernardo de Araújo Vianna e Figueiredo. Faleceu Rio de
Janeiro, RJ, em 27 de junho de 1881, com 57 anos, por
lesão no coração, sendo sepultado no Cemitério do Caju.
Foi Grão-Mestre do Grande Oriente Brasileiro
no período de 1861-1863, em substituição ao Visconde do
Uruguai. Como grão-mestrado do Grande Oriente do
Passeio o levou a ruina e ao fracasso, sendo obrigado a
interromper seus trabalhos (1864-1867). Após o Grande
oriente do Passeio cessar temporariamente suas atividades
se filiou no Grande oriente do Lavradio. Em 1867, ao lado
de Saldanha Marinho, colaborou com a cisão do GOB e a
fundação do Grande Oriente dos Beneditinos.

DR. PEDRO ERNESTO ALBUQUERQUE DE


OLIVEIRA
Grão-Mestre: 1867-1871
Médico homeopata e cientista, professor, jornalista e
escritor, maçom liberal republicano. Nasceu em Lisboa
por volta de 1834, naturalizando-se brasileiro em 1858
conforme Carta de Naturalização assentada no livro 46.4.1
pgs. 187/188, expedida em 25/05/1858. Logrou-se em
medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa. Em 1856
já atuava como professor de medicina homeopata na
Escola de Homeopatia do Império do Brasil. Foi professor
de medicina e farmácia na Escola Homeopática do Brasil e
medico de Enfermaria do Hospital de São Vicente de
Paulo, na Corte, professor de Medicina Legal da província
de São Paulo; membro de diversas corporações médicas,
científicas e literárias. Autor de diversas obras e outros
escritos, sobre medicina, literatura, historia, viagens,
costumes, política, tais como: Tratado de Medicina
Homeopática, 1852 (2ª Ed. 1857); Pathogenesia
Homeopathica Brasileira, 1856; Apêndice: A Pratica
Elementar de Homeopathia, 1857; Guia Medica
(Homeopathia das Famílias); 1858; Memoria sobre o
Cólera Morbus, 1855; Memoria Sobre o Magnetismo e
Sonambulismo, 1853; Estudos sobre os Diferentes
Sistemas Médicos, 1864; Deveres do Homem (Para Uzo
da Infância), 1865; Memoria sobre o Infanticídio, 1857; O
Medico Popular: Jornal Medico, 1851; O Athleta: Jornal
Medico, 1851. Escreveu, além de artigos em jornais sobre
indústria, artes, literatura, história e política, publicados de
1851 a 1870, os seguintes trabalhos": O O Escravo
Fugido: Romance Brazileiro. 1864; Episodio do Carnaval:
Romance Brazileiro, 1864; Castigo Singular: Romance
Brazileiro. 1864; Hippolyto e Isabel, 1860; A Vingança:
Romance Brazileiro, 1851. Foi redator nos jornais: O
Medico Popular: Jornal Médico, 1851; O Athleta: Jornal
Médico, 1852; O Cosmopolita: Jornal Litterario e
Scientifico, 1854; O Echo do Povo: Jornal de Interesses
Populares, 1857; O Monitor Brazileiro: Jornal Político,
1858; O Vigilante:, Jornal Maç:. 1870-1871; Resumo
Analytico e Demonstrativo dos Estatutos e Organização da
Sociedade Protectora dos Empregados Públicos e Monte-
Pio Popular. Rio De Janeiro, 1876. Como jornalista,
fundou e redigiu jornais de propaganda médica e outros
como segue: "O Cosmopolita", 1854; "O Eco do Povo",
1871; "O Monitor Brasileiro", 1858; "O Vigilante" Jornal
Maçônico, 1870-1871. Foi secretário do Instituto
Episcopal Brasileiro, quando dedicou parte de sua vida a
escrever diversos romances e literaturas. Foi graças aos
esforços do Dr. Pedro Albuquerque que fundamentou a
oficialização das farmácias homeopáticas no Brasil,
através do Decreto Imperial nº 9.554 de 03 de fevereiro de
1886. Sua primeira clínica homeopática oficialmente no
Brasil foi instalada em 1857 na cidade de Campinas, sito
rua de Santa Teresa. Em 1864, suas obras sobre
homeopatia foi considerado Lei para as escolas
homeopáticas do Brasil, sendo editados quatro volumes,
conforme publicado no Jornal do Comercio. Na maçonaria
assumiu todos os cargos e pertenceu a diversas lojas
maçônicas filiadas ao Grande Oriente Brasileiro, único e
legal para o Rito Escocês Antigo e Aceito naquela época
no Império do Brasil. Quando do adormecimento da dita
potência em 1863 (crise politica na maçonaria brasileira),
ele ficou fiel e manteve seu cargo de delegado ate a
restauração da mesma corporação em 1867, ocasião em
que foi aclamado pelos maçons republicanos Grão Mestre
Interino do Grande Oriente Brasileiro ou do Passeio
(1867-1871). Em 23 de novembro de 1867, fundou na
cidade de Campinas, a Loja Maçônica Independência
existente ate os dias atuais. Era um defensor da maçonaria
republicana para a glória e o crescimento do Brasil,
combatendo intensamente a maçonaria monarquista e
arcaica criada no Brasil por José Bonifácio de Andrade e
Silva.

DR. MANUEL JOSÉ DE FREITAS


TRAVASSOS FILHO
Grão-Mestre: 1871-1883
Advogado, professor e militar. Nasceu em Porto Alegre
em 8 de julho de 1812. Filho do Comendador Manuel José
de Freitas Travassos e de Dona Luísa Justiniana de Freitas
Mascarenhas. Estudou humanidades no Seminário de São
José e bacharelou-se em ciências sociais e jurídicas pela
Faculdade de Direito de São Paulo, em 11 de novembro de
1834. Contraiu núpcias com D. Francisca Machado Freitas
Travassos e teve com ela filhos. Foi nomeado Procurador-
Fiscal da Tesouraria de Fazenda na província do Rio
Grande do Sul em 1835, Juiz de Direito da comarca do
Rio Grande do Sul, em decreto de 4 de setembro de 1838,
sendo removido para a 2ª Vara do Crime de Porto Alegre,
em decreto de 20 de outubro de 1843. Foi suplente
convocado na 1ª Legislatura da Assembleia Legislativa
Provincial do Rio Grande do Sul. Foi 3º vice-presidente da
província do Rio Grande do Sul, nomeado por carta
imperial de 1 de outubro de 1841. Exerceu este cargo
durante dezesseis anos, até ser nomeado Desembargador
da Relação da Corte, em decreto de 15 de março de 1859,
Relação da qual foi Presidente, por nomeação imperial, em
decreto de 9 de outubro de 1875. Em decreto de 28 de
junho de 1878, foi nomeado Ministro do Supremo
Tribunal de Justiça, preenchendo a vaga ocorrida com o
falecimento de Manoel Messias de Leão; tomou posse em
6 de julho seguinte. Eleito Deputado à Assembleia-Geral
Legislativa, por sua província natal, na 9ª legislatura
(1853-1856), não tomou assento. Foi Chefe de Polícia da
referida província em 1837 e 1844. Em carta imperial de
1º de outubro de 1841, foi nomeado 3º Vice-Presidente da
província do Rio Grande do Sul; por outra, de 3 de maio
de 1870, foi também nomeado 1º Vice-Presidente da
província do Rio de Janeiro e nessa qualidade assumiu a
administração da província por duas vezes, em 5 de maio
de 1870 e 7 de março de 1871. Em carta imperial de 20 de
março de 1873, foi nomeado Presidente da mesma
província, tomando posse a 26 do referido mês, sendo
exonerado a pedido, em decreto de 18 de setembro de
1874. Relevantes serviços prestou Manoel José de Freitas
Travassos à Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro,
em que foi Provedor nos biênios 1877-1878 e 1878-1879,
e ao Asilo de Santa Leopoldina, em Niterói, de que foi
Provedor. Foi agraciado com o hábito da Ordem da Rosa;
hábito do Cruzeiro, em decreto de 25 de março de 1841;
comenda de Cristo, em decreto de 2 de dezembro de 1845;
título do Conselho, em decreto de 20 de novembro de
1875; foro de Moço da Imperial Câmara, em 1845;
Guarda-Roupa em 1861 e Veador, em decreto de 13 de
julho de 1878. Dedicou sua vida no amparo e socorrer os
órfãos e necessitados Espaços pelo Corte do Brasil. Na
maçonaria defendia a reforma na estrutura maçônica
brasileira, assumiu todos os cargos inerentes a ordem e
eleito Grão-Mestre em 1871 no Grande Oriente Brasileiro
ou do Passeio. Instalou duas escolas publicas maçônicas
no Rio de Janeiro, quando Grão Mestre da Ordem.
Incentivava as lojas do Grande Oriente do Passeio
defender a democracia e combater a escravidão. Faleceu
em 24 de agosto de 1885, na cidade de Niterói, sendo
sepultado no Cemitério de Maruí.

CONSELHEIRO GASPAR DA SILVEIRA


MARTINS
Grão-Mestre: 1883-1887
Advogado e político da cidade de Cerro Largo - República
Oriental do Uruguai, divisa com o estado do Rio Grande
do Sul. Foi deputado, conselheiro do Império, senador,
ministro da Fazenda, governador do Rio Grande do Sul e
um dos grandes oradores de nossa história, escritor,
professor e maçom liberal progressista. Nasceu no
Departamento de Cerro Largo, Melo, Uruguai, em 5 de
agosto de 1835, na fazenda Asseguá. Filho de Carlos
Silveira Morais Ramos e de Maria Joaquina das Dores
Martins. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife,
onde realizou parte do curso (1852-1854), transferindo-se
para a Faculdade de Direito de São Paulo, em que
bacharelou em 1856. Foi juiz municipal da 2ª Vara da
Corte (1859-1864). Iniciou a vida política no Rio Grande
do Sul. Liberal e monarquista, participou da criação do
Partido Liberal Histórico (PLH), ao lado de Manoel Luís
Osório, Felix da Cunha e Davi Canabarro. Foi indicado
pelo PLH a concorrer a uma vaga como deputado
provincial, tendo sido eleito em 1862 e reeleito em
sucessivas legislaturas, tornando-se uma das principais
lideranças políticas em sua província (1863, 1864, 1866-
1867, 1873-1874, 1875, 1876, 1877-1878, 1879-1880,
1881-1882, 1883-1884, 1885-1886, 1887-1888 e 1889).
Em Porto Alegre, fundou o jornal A Reforma (1862), que
seria um dos principais veículos propagandistas dos
federalistas gaúchos. Foi eleito deputado geral para as
legislaturas 1873-1875, 1877 e 1878-1880 e, como podia
haver concomitância de exercício de cargos eletivos, foi
ainda senador em 1880-1881, 1882-1884, 1885 e 1886-
1889. Na Assembleia-Geral envolveu-se em uma contenda
com Irineu Evangelista de Sousa, o futuro barão de Mauá,
membro do Partido Liberal e deputado geral pelo Rio
Grande do Sul, acusando-o de apoio ao gabinete
conservador de José Maria da Silva Paranhos (1871-1875),
o visconde de Rio Branco, o que acabaria por levá-lo a
renunciar ao cargo em 1873. Como deputado teve atuação
destacada na defesa da eleição direta, da elegibilidade aos
acatólicos, da construção de estradas de ferro e de
promulgação de legislação fiscal específica para a
província do Rio Grande do Sul, de forma a estimular o
comércio e coibir o contrabando na fronteira. Foi indicado
para ocupar a Secretaria de Estado dos Negócios da
Fazenda (1878-1879), no gabinete liberal de João Lins
Vieira Cansanção de Sinimbu (1878-1880), onde se
destacou pela criação de tarifa especial sobre produtos
importados pelo Rio Grande do Sul, pela ampliação das
estradas de ferro que serviam à província. Em 24 de julho
de 1889, assumiu a presidência da província, e foi
convidado para ocupar lugar no novo ministério liberal
que estava sendo organizado. Foi preso a caminho da
Corte, em Desterro, Santa Catarina, e no Rio de Janeiro,
tomou conhecimento de que fora desterrado do território
brasileiro pelo governo provisório de Deodoro da Fonseca,
antigo rival político, pelo decreto n. 78-A, de 21 de
dezembro de 1889, ao lado de Afonso Celso de Assis
Figueiredo, o visconde de Ouro Presto, e o irmão deste,
Carlos Afonso de Assis Figueiredo. Retornou do exílio na
Europa em janeiro de 1892, quando participou da
organização do Partido Federalista (PF), no Congresso de
Bagé, que reuniu dissidentes do Partido Republicano Rio-
Grandense (PRR), de inspiração positivista, que defendia
o sistema de governo parlamentarista e opunha-se ao
presidente do estado do Rio Grande do Sul Júlio Prates de
Castilhos. Na Maçonaria assumiu todos os cargos da
instituição. Deixou o GOB do Lavradio em 1882 e se
filiou na Loja Maçônica Aurora Escosseza, Grande
Oriente Brasileiro. Em 1882. foi eleito grão-mestre do
Grande Oriente do Passeio tomando posse 1883. Foi
membro honorário do Gran Oriente de la Republica
Oriental del Uruguay. Relata ainda a historia que o
Conselheiro Gaspar da Silveira Martins dotado de um
Espirito Eclético elevadíssimo, com a participação e a
colaboração do General Gumercindo Saraiva da Rosa
(Arroio Grande, 13 de janeiro de 1852 - Carovi , Capão do
Cipó, 10 de agosto de 1894), General Aparício Saraiva da
Rosa (Santa Clara de Olimar, à época pertencente ao
departamento de Cerro Largo, atualmente de Treinta y
Três, Uruguai - 16 de agosto de 1856 - Santana do
Livramento, Brasil, 10 de setembro de 1904) e o General
João Nunes da Silva Tavares (Barão de Itaqui: Herval, 24
de maio de 1818 - Bagé, 09 de janeiro de 1906), instalou
nas trincheiras dos Maragatos, Cerro Largo, Bagé e
Piratini, quando da Revolução Federalista, (1893-1895), as
Lojas: Restauracion (Loja Mãe da Maçonaria de Cerro
Largo, fundada em 19 de maio de 1856, loja esta, que
pertenciam os irmãos Saraiva); Liberdade e Honra;
Proctetora da Pátria; Estrella da Liberdade; além de
câmaras e capítulos ecléticos. Essas lojas foram a base da
revolução no sul do país no século XIX. Derrotada a
Revolução Federalista, em 1896, organizou um novo
congresso do Partido Federalista, em que mantinha as
bandeiras de luta pelo parlamentarismo e por um Estado
unitário federal, em oposição à Constituição de 1891. Aos
poucos se afastou da vida política, fixando residência na
estância do Rincão do Pereira, no Departamento de
Tacuarembó, Uruguai. Faleceu repentinamente em 23 de
julho de 1901, num quarto de hotel na cidade de
Montevidéu. Foi instalada a Loja Maçônica Gaspar
Silveira Martins nº 272, Oriente de Bagé em sua
homenagem, além de diversos logradouros públicos e um
município.

O ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES DO


GRANDE ORIENTE BRASILEIRO
Com a fusão e consolidação dos dois grandes orientes
na corte do Brasil, em 1883 (fusão do Grande Oriente
Unido do Brasil com o Grande Oriente do Vale do
Lavradio), diversas lojas deixaram o Grande Oriente
do Passeio e aderiram a nova corporação maçônica
resultado da fusão, denominada simplesmente de
Grande Oriente do Brasil, o enfraquecendo
novamente. Além desse fato, seu Grão-Mestre, Dr.
Silveira Martins, estava envolvido com os conflitos
políticos do país que viria culminar na proclamação da
república em 1889.

Em setembro de 1887, as Lojas Maçônicas Aurora


Escosseza e a Virtude, Liberdade e Pureza resolveram se
filiarem no novo GOB, obrigando o Grande Oriente
Brasileiro encerrar definitivamente suas atividades. As
lojas que não aderiram a nova potência encerraram suas
atividades junto com o Grande Oriente do Passeio,
fundando mais tarde, o "Grande Oriente do Estado São
Paulo" (autônomo, 1893-1921).

Vale destacar que o Grande Oriente Brasileiro conhecido


popularmente como Grande Oriente do Passeio, nunca se
fundiu com o GOB-L (1864) e nem tão pouco com a nova
potência resultado da fusão de 1883 (atual GOB). O
Grande Oriente do Passeio encerrou suas atividades em
dezembro de 1887. As citações que encontramos em
algumas obras publicadas dos variados autores são falácias
e suposições sem nenhuma prova documental daquela
época ou ata de fusão do Grande Oriente do Brasil com o
Grande Oriente Brasileiro. Na verdade, todos que
escreveram ou escrevem sobre essas supostas fusões
tinham ou tem o intuito de manter a fama do Grande
Oriente do Brasil como única herdeira da história e das
tradições da maçonaria nacional.
Por fim, o Grande Oriente Brasileiro ou do Passeio,
fundado em 1830 pelo Senador Vergueiro, instalado em
24 de junho de 1831, na cidade do Rio de Janeiro, foi a
primeira Corporação Maçônica Brasileira.
A historia do Grande Oriente Brasileiro não pode ser
apagada das memorias ou excluída dos traçados e registros
da maçonaria brasileira. Este Grande Oriente foi a Célula
Mater da Maçonaria Republicana Nacional. Sua
participação em defesa dos princípios liberais estava
presente nos movimentos republicanos, implicava a defesa
da liberdade dos cativos, combatia o analfabetismo e a
ignorância, oferendo naquela época, escolas gratuitas e
bibliotecas publicas para a educação dos negros e
indigentes do país. O Grande Oriente do Passeio exigia em
regra geral de suas lojas, a destinação de rendas e fundos
monetários na compra de cartas de alforrias, na construção
e manutenção de escolas publicas. E assim, combatia a
ignorância e defendia a "Liberdade do Individuo".

Fonte: Dados extraídos da Biblioteca Nacional; Biblioteca Pública do Estado de São Paulo; Manifesto de
José Bonifácio, Ano 1832; Boletim do Grande Oriente do Brasil, Ano 1883, Ed. 00010; Revista da
Correspondencia do Supremo Conselho e do Grande Oriente do Brasil, ao Vale do lavradio, Ano 1871,
Ed. 0003; Boletins Oficiais do Grande Oriente do Brasil dos Beneditinos, Anos 1869-1874; Boletins
Oficiais do Grande Oriente Brasileiro: "O Vigilante", Anos 1872-1873 e "Aurora Escocezza", Anos 1883-
1885; Boletins Oficiais do Grande Oriente Unido do Brasil, Anos 1872-1877; Almanaque "Astréa Almanak
Maçônico", 1844, Edição 2"; Jornal O Comercio, 1857 ; do Boletín Oficial del Supremo Consejo de Colon,
Ano 1884, Eds. 0001 e 0002; Boletin Masónico, Periodico Quincena - Organo Oficial del Gran Oriente del
Uruguay, Ano 1882, Ed. 0001; Jornal La Acácia, Ed. 006, 1878; Manifestos do Grande Oriente Brasileiro,
Anos 1833 e 1855; Jornal "O Brasileiro", Ano 1833, Ed. 00062; Correio Mercantil, Ano 1857, Ed. 00002;
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1874-1883; Jornal O Ypiranga, Ano
1831, Ed. 00002;

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