BRASILEIRO OU GRANDE
ORIENTE DO PASSEIO
A MAÇONARIA NO
BRASIL
De acordo com autores variados, a maçonaria surgiu no
fim do século XVIII, infelizmente, sem prova documental,
possuindo apenas vestígios acerca da existência de maçons
independentes esparsos em Olinda, Salvador, Rio de
Janeiro, Campos e Niterói. Naquela época não havia
organizações maçônicas legalmente instaladas Brasil.
Algumas lojas eram subordinadas ao Grande Oriente
Lusitano e outras ao Grande Oriente de França, além de
uma parte independentes e autônomas.
AS PRIMEIRAS CORPORAÇÕES
MAÇÔNICAS ORGANIZADAS NO
BRASIL
De acordo com o manifesto de José Bonifácio, publicado
em 1832 aos maçons de todo o mundo, consta em seus
traçados que em 1801 foi instalada a primeira loja
simbólica regular brasileira debaixo do título de
Respeitável Loja "Reunião", filiada ao Grande Oriente da
Ilha de França, tendo adotado o Rito Moderno ou Francês,
surgindo aí, a primeira loja maçônica legalmente instalada
no Brasil. No entanto, há relatos que em 1800 foi fundada
uma loja maçônica com título distintivo de Respeitável
Loja "União", na mesma cidade. Em particular, eu acredito
que a Loja Reunião foi a continuidade da Loja União,
infelizmente, não há como comprovar tal afirmativa.
Alguns pesquisadores seguem a mesma linha de
raciocínio.
Extraído do Astréa Almanak Maçônico (Edição 2, 1847),
publicado em 1847, consta que no dia 05 de julho de 1802,
foi fundada na Bahia, a Respeitável Loja "Virtude e
Razão", no Rito Moderno, de cujo seio saiu outras duas
oficinas: a Respeitável Loja Virtude e "Razão
Restaurada", fundada em 30 de março de 1807 (mudando
seu nome em 10 de Agosto de 1808, para Respeitável Loja
Humanidade); a Respeitável Loja "União", fundada em 12
de agosto de 1813, completando assim, em 12 de setembro
de 1813, três lojas simbólicas. A partir da formação das
três lojas, os maçons baianos resolveram fundar a primeira
corporação maçônica brasileira organizada, denominada
de "Grande Oriente Brasileiro".
A MAÇONARIA NO RIO DE
JANEIRO
Inspirada na Respeitável Loja Reunião (1801), começa a
surgir outras lojas no Rio de Janeiro, alguns autores
afirmam que em 1804 foram fundadas as lojas
"Constância" e "Philantropia", sendo fechadas em 1806,
por ato do Vice-Rei, Marcos de Noronha e Brito. Também
foram fundadas no Rio de Janeiro, as Lojas
"Distintiva"(1812), "Beneficência" (1815) e "São João de
Bragança" (1816).
A FUNDAÇÃO DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
OU GRANDE ORIENTE DO
PASSEIO
Os maçons brasileiros sob a liderança do Senador
Vergueiro começam a se agrupar novamente a partir de
1829, com intuito de forjar uma nova corporação
maçônica republicana. As “Lojas “Vigilância da Pátria”,
“União” e “Sete de Abril” continuaram em plena
atividade. Foi incorporada ao projeto de fundação da nova
potência a Loja "Razão". Em 1830, arquitetaram a
fundação do novo grande oriente antes mesmo da
abdicação de D. Pedro I ao trono. Os maçons sobre o
comando do Senador Vergueiro começaram a se
movimentar rapidamente para a oficialmente instalar a
nova instituição.
A FUSÃO DO SUPREMO
CONSELHO DO GRANDE ORIENTE
BRASILEIRO COM SUPREMO
CONSELHO DE MONTEZUMA
Em 04 de novembro de 1842, houve a fusão do Supremo
Conselho para o Rito Escocês Antigo e Aceito de
Montezuma com o Supremo Conselho para o Rito Escocês
Antigo e Aceito do Grande Oriente Brasileiro, tornando-se
o único corpo do Rito Escocês legal e legitimo para o
Império do Brasil, conforme reprodução do tratado
publicado no Boletim Oficial do Grande Oriente
Brasileiro, “O Vigilante”, (Ano 1871\Eds. 00007, 00008 e
00009). O Tratado de junção foi assinado pelos dois
corpos em 05 de dezembro de 1842. O grão-mestre do
Grande Oriente Brasileiro era na época o Marquês de
Sapucaí, sendo sucedido pelo Senador Manoel Alves
Branco (2.º Visconde de Caravelas - Maragogipe, 7 de
junho de 1797 — Niterói, 13 de julho de 1855), eleito em
maio de 1846.
A CISÃO DO SUPREMO
CONSELHO DE MONTEZUMA E O
GRANDE ORIENTE BRASILEIRO
Em 1847, houve a renúncia do tratado de 1842, celebrado
entre O Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e
Aceito do Grande Oriente Brasileiro e o Supremo
Conselho de Montezuma. Após a renúncia do tratado, em
20 de março de 1847, o Conde de Lages, transfere o
Grande Oriente de Lages (não confundir com o Grande
Oriente Brasileiro) e Supremo Conselho de Montezuma
para a tutela do Duque de Caxias. Em 1852, o Grande
Oriente Supremo Conselho de Caxias se funde com o
Grande Oriente do Lavradio e seu Supremo Conselho.
O ADORMECIMENTO DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
O Grão-Mestre Alves Branco pediu demissão do cargo do
grão-mestrado, sendo substituído em 1854 pelo Visconde
do Uruguai, embora ele só veio assumir o cargo em 1856,
sendo substituído interinamente pelo Conselheiro Antônio
Manoel de Campos Mello.
A RESTAURAÇÃO DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
As lojas mantenedoras do Grande Oriente Brasileiro foram
as seguintes: Fidelidade; Brazil; Perfeita Amizade;
Cruzeiro do Sul. Aderiram ao Grande Oriente Brasileiro
nesse mesmo período as Lojas: Protectora das Artes;
Triumpho do Brasil; União Escosseza; Virtude, Liberdade
e Firmeza; Estrella da América; Segredo e Amizade.
Sendo fundada instalada a Loja Maçônica Independência"
na cidade de Campinas, em 23 de novembro de 1867,
conforme noticiado no Boletim Oficial do Grande Oriente
Brasileiro "O Vigilante" (Ano 1871\Edição 00013).
OS GRÃO-MESTRES DO GRANDE
ORIENTE BRASILEIRO
Diferentemente do Grande Oriente do Brasil Vale do
Lavradio (atual GOB), todos os grão-mestres do Grande
Oriente do Passeio eram ante-escravocratas e
republicanos. O Grande Oriente Brasileiro não permitia
em suas Lojas maçons monarquistas e escravocratas.
Foram grão-mestres do Grande Oriente os seguintes
irmãos:
Fonte: Dados extraídos da Biblioteca Nacional; Biblioteca Pública do Estado de São Paulo; Manifesto de
José Bonifácio, Ano 1832; Boletim do Grande Oriente do Brasil, Ano 1883, Ed. 00010; Revista da
Correspondencia do Supremo Conselho e do Grande Oriente do Brasil, ao Vale do lavradio, Ano 1871,
Ed. 0003; Boletins Oficiais do Grande Oriente do Brasil dos Beneditinos, Anos 1869-1874; Boletins
Oficiais do Grande Oriente Brasileiro: "O Vigilante", Anos 1872-1873 e "Aurora Escocezza", Anos 1883-
1885; Boletins Oficiais do Grande Oriente Unido do Brasil, Anos 1872-1877; Almanaque "Astréa Almanak
Maçônico", 1844, Edição 2"; Jornal O Comercio, 1857 ; do Boletín Oficial del Supremo Consejo de Colon,
Ano 1884, Eds. 0001 e 0002; Boletin Masónico, Periodico Quincena - Organo Oficial del Gran Oriente del
Uruguay, Ano 1882, Ed. 0001; Jornal La Acácia, Ed. 006, 1878; Manifestos do Grande Oriente Brasileiro,
Anos 1833 e 1855; Jornal "O Brasileiro", Ano 1833, Ed. 00062; Correio Mercantil, Ano 1857, Ed. 00002;
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1874-1883; Jornal O Ypiranga, Ano
1831, Ed. 00002;