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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS CAPIM GROSSO- FCG

JOÃO CARLOS DOS SANTOS

IMPOSTO EM ESPÉCIE

CAPIM GROSSO- BA

2018

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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS CAPIM GROSSO- FCG

IMPOSTO EM ESPÉCIE

Trabalho apresentado no curso de Bacharelado em


Administração da faculdade FCG como um dos pré-
requisitos para a obtenção da nota parcial da
disciplina Direito Tributário, orientado pelo
professor Henre Hermelino.

CAPIM GROSSO- BA

2018
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Sumário

CONCEITO........................................................................................................................................04

TIPIFICAÇÃO...................................................................................................................................04

FATO GERADOR..............................................................................................................................06

BASE DE CÁLCULO........................................................................................................................08

CONTRIBUINTE..............................................................................................................................09

REFERÊNCIAIS................................................................................................................................10

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1.0 CONCEITO

Antes de falar sobre o estudo dos impostos em espécie, e preciso saber que a definição
dos elementos essenciais dos impostos constitui uma reserva de lei complementar.

Art. 146. Cabe à lei complementar: ...


III- estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre:
a) Definição de tributos e de suas espécies, bem como,
em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, base
de cálculo e contribuintes.
Imposto é a modalidade de tributo que tem por fato gerador uma situação não
relacionada a uma atividade estatal. Não se exige qualquer contraprestação estatal. Por
determinação constitucional, os impostos não podem ter suas receitas vinculadas a fundo,
despesa ou órgão específico. A receita de imposto não pode ter destino prévio. O objetivo é
formar o orçamento geral do ente, que pode ser utilizado de forma flexível.

Antes de discorrer especificamente sobre os tipos de impostos que temos no Brasil,


vale esclarecer uma confusão muito recorrente entre a população: todos os impostos são
tributos, mas nem todos os tributos são impostos. Além dos impostos, os tributos também são
formados pelas taxas e pelas contribuições especiais e de melhoria.

TIPIFICAÇÃO

Impostos Federais (Impostos recolhidos pela União)


Imposto de Importação (II) – Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros e
sobre a bagagem de viajante que vier do exterior. O fato gerador deste tributo é a entrada
destes produtos e bagagens no território nacional. O contribuinte do imposto é o viajante ou o
importador.
Imposto de Exportação (IE) – Imposto sobre a exportação, para o estrangeiro, de
produtos nacionais ou nacionalizados, cujo fato gerador é a saída desses do território nacional.
O contribuinte do imposto é o exportador.
Imposto de Renda (IR) – Imposto sobre o acúmulo de renda (ou rendimento) que
supere R$1.903,98 (atualizado em 28.03.2015). Seu contribuinte é qualquer pessoa física ou
jurídica que acumule renda que supere o valor acima descrito.
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – Imposto que recai sobre o produto
importado quando do seu desembaraço aduaneiro, assim como na saída (do estabelecimento)
de produto nacional industrializado (o IPI afeta o valor de tudo o que adquirimos enquanto
produto). Esse imposto também é cobrado na arrematação do produto apreendido ou

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abandonado quando esse é levado a leilão. Seu contribuinte pode ser o importador, o
industrial, o comerciante ou o arrematador.
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – Imposto que recai sobre operações de
crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários. Seus
contribuintes são as partes envolvidas em cada uma das operações descritas.
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) – Imposto cujo fato gerador é a
propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel (como definido na lei civil) localizado fora
da zona urbana do município. Os contribuintes deste imposto podem ser o proprietário do
imóvel (tanto pessoa física quanto jurídica), o titular do seu domínio útil ou ainda o seu
possuidor a qualquer título.
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) – Ainda que seja um imposto de
competência da União (federal), como disposto na Constituição Federal, esta não o instituiu
até os dias de hoje.

IMPOSTOS ESTADUAIS (Impostos recolhidos pelos Estados)

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de


Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) – Imposto
que incide: sobre operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive sobre o
fornecimento de alimentação e bebidas em bares e restaurantes; sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e sobre prestações onerosas de serviços de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; sobre
fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência
tributária dos municípios; sobre fornecimento de mercadorias com prestação de serviços
sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos municípios, quando a lei
complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. O
contribuinte desse imposto pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com
habitualidade ou em volume, qualquer atividade descrita acima.

Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) – Como diz o


nome, é imposto que incide sobre a propriedade de veículos automotores terrestres somente.
O contribuinte do imposto é o proprietário do veículo em questão.

Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) – Imposto que recai:


sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido por sucessão legítima ou sucessão
testamentária, inclusive a sucessão provisória; sobre a transmissão por doação, a qualquer
título, de quaisquer bens ou direitos; sobre a aquisição de bem ou direito em excesso pelo
herdeiro ou cônjuge meeiro, na partilha, em sucessão causa mortis ou em dissolução de
sociedade conjugal. Seus contribuintes podem ser o herdeiro ou o legatário na transmissão
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causa mortis; o donatário, na doação e o fiduciário quando este for encarregado de transmitir a
herança ou o legado ao seu sucessor.

Impostos Municipais (Impostos recolhidos pelos Municípios)

Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) – Imposto que tem como fato
gerador a prestação de serviço (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos
na lista de serviços da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003. Os contribuintes do
imposto são as empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável. Porém,
em alguns casos, os municípios podem atribuir às empresas ou aos indivíduos que tomam os
serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto.

Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) – Imposto cuja


incidência tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de propriedade
imóvel localizada em zona urbana ou extensão urbana. Os contribuintes do imposto são as
pessoas físicas ou jurídicas que mantém a posse do imóvel por justo título.

Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis Inter vivos (ITBI) – Imposto cujo
fato gerador: é a transmissão, Inter vivos (entre pessoas vivas), a qualquer título, por ato
oneroso (ex.: compra e venda) de propriedade ou domínio útil de bens imóveis; a transmissão
a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos de garantia; a cessão de
direitos relativos às transmissões acima mencionadas. O contribuinte do imposto pode ser
qualquer uma das partes envolvidas na operação tributada, como dispuser a lei.

FATO GERADOR

Pode-se considerar que o fato gerador  é aquela situação definida pelo legislador, ao
qual praticada por determinada pessoa, impõem a ela a “obrigação” de “doar” ao Estado
parcela do seu patrimônio. Patrimônio este que, teoricamente, será destinado a manter a
estrutura do poder publico, devendo também retornar aos contribuintes em forma de bens ou
serviços.
Para alguns estudiosos como Kiyoshi Harada, o fato gerador “costuma-se definir
como uma situação abstrata, descrita na lei, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o
nascimento da obrigação tributária”.
Outros estudiosos do Direito Tributário entendem que o termo, apesar de previsto no
CTN, talvez não fosse o adequado, ou não representa fielmente aquilo que se propõem.

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Dessa forma tratam em seus textos a expressão prevista no CTN como situação-base,
pressuposto de fato do tributo, suporte fático, fato imponível, hipótese de incidência …
(Pag. 255 Curso Direito Tributário/Paulo de Barros Carvalho)
Podemos dizer que o fato gerador é o ponto central e relevante para identificar o
momento de surgimento da obrigação tributária, identificar o sujeito passivo, os demais
elementos da obrigação. É o momento que faz nascer o relacionamento jurídico entre o
contribuinte e o Estado.
Porém, neste breve artigo, não adentraremos no conceito da terminologia, visto ser
um tema de ampla discussão e de vastas definições doutrinárias. Limitáramo-nos aqui às
prévias disposições que estão contidas em Leis complementares e no Código Tributário
Nacional, que é a base do nosso ordenamento jurídico tributário.
Abaixo a lista de dez impostos e seus respectivos fatos geradores:
1 – Fato Gerador IRPJ: Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza
-Fato Gerador: Aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos
de qualquer natureza.
2 –Fato Gerador IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados- Fato Gerador:
– O seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
– a sua saída dos estabelecimentos estabelecimento de importador, industrial,
comerciante ou arrematante;
– a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
3 –Fato Gerador II: Impostos sobre a Importação- Fato Gerador: A entrada de
produtos estrangeiros no território nacional.
4 –Fato Gerador IPTU: Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana-
Fato Gerador: A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por
acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
5 –Fato Gerador ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural- Fato
Gerador: A propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido
na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
 6 –Fato Gerador ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos
Fato Gerador:

– A transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens


imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
– a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos
reais de garantia;
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– a cessão de direitos relativos às transmissões referidas itens anteriores.
7 –Fato Gerador IOF: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e
sobre Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários- Fato Gerador:
– Quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do
montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do
interessado;
– quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional
ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do
interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à
disposição por este;
– quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do
documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
– quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão,
transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
8 –Fato Gerador ICMS: Imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação
Fato Gerador: Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento das
ocorrências descritas no artigo 12º da Lei complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996.
9 –Fato Gerador ISS: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza- Fato Gerador: A
prestação de serviços constantes da lista anexa da Lei Complementar 116 de 2003, ainda que esses
não se constituam como atividade preponderante do prestador.

10 –Fato Gerador IE: Imposto sobre a Exportação -Fato Gerador: A saída de produtos nacionais
ou nacionalizados do território nacional.

BASE DE CÁLCULO

Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na
determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em
caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração,
aformoseamento ou comodidade. Como não é razoável esperar que o município venha a
determinar o valor de cada imóvel no município de forma individual, acontece que os
municípios acabam por editar o que se convencionou chamar Planta Básica de Valores
(contendo os valores de m2 de todos os terrenos e de todas as construções) através da qual se

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chega ao valor venal de cada imóvel. Essa Planta deve ser veiculada através de lei. Uma vez
editada a Planta Básica, por lei, questiona-se a necessidade de lei para alterar esses valores.
Em suma, se a alteração dos valores for decorrente somente da atualização monetária, não há
necessidade de lei em sentido estrito, podendo a atualização ser feita por decreto. No entanto,
se houver majoração real (em índice superior à correção monetária oficial), é indispensável a
edição de lei sob pena de afronta ao art. 97 do CTN.

CONTRIBUINTE

O Contribuinte está definido no art. 27 do CTN: Art. 27. Contribuinte do imposto é o


exportador ou quem a lei a ele equiparar. Os equiparados estão no art. 5o. do DL 1.578/77:
Art. 5º O contribuinte do imposto é o exportador, assim considerado qualquer pessoa que
promova a saída do produto do território nacional. Art. 28. A receita líquida do imposto
destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei. Por força do disposto no inciso
IV do art. 167 da Constituição que proíbe a afetação da receita dos impostos, o art. 28 do CTN
não foi recepcionado pelo novo texto constitucional.

O contribuinte do IPI fica assim definido: Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o


importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III - o
comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no
inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou. abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer
estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. O IPI tem fato gerador
instantâneo já que o fato gerador considera-se ocorrido nas hipóteses do artigo 46 do CTN
embora a legislação aplicável traga algumas ficções sobre o momento da ocorrência. O sujeito
ativo é a União e o sujeito passivo os constantes do artigo 51 do CTN embora a lista de
equiparados e responsáveis seja longa.

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REFERÊNCIAIS

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 24ª Ed., São Paulo,
Saraiva, São Paulo, 2012.

Código Tributário Nacional (Lei n.º 5.172/66).

PAULSEN, Leandro. MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais, Estaduais e
Municipais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 6ª edição, 2011.

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