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RESUMO
A urbanização no Brasil se mostrou acelerada e desordenada nas últimas décadas, acarretando consequências
graves a mobilidade urbana como aumento da frota, tempo de viagem e número de acidentes de trânsito
influenciando diretamente na qualidade de vida dos usuários. Dessa forma o presente trabalho foca na situação
da mobilidade urbana na cidade de São Luís - MA, baseando-se na lei municipal de mobilidade urbana com o
objetivo de analisar a atual situação e verificar as intervenções realizadas e propostas pelo poder público para
vencer os entraves dessa problemática.
1. INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios dos gestores da atualidade é promover o crescimento
das cidades numa mesma escala em que aumenta a qualidade de vida dos cidadãos. O
Brasil tem enfrentado grandes problemas referentes à mobilidade urbana, uma vez que
se depara com um grande crescimento da frota de veículos, um planejamento viário
focado no transporte individual e os baixos investimentos em transportes públicos e
alternativos.
Segundo pesquisas realizadas pelo Departamento Nacional de Trânsito -
Denatran entre os anos de 2009 e 2019 a frota de veículos da cidade de São Luís teve
um aumento expressivo de aproximadamente 84%. Tal dado é alarmante porque
quando não acompanhado de um planejamento urbano efetivo, ocasionará
interferências e transtornos em vários setores da sociedade. Os índices de acidentes de
trânsito aumentam e consequentemente os custos com o tratamento. Há interferência
no setor econômico porque as pessoas estão gastando mais tempo em suas viagens e
se tornam improdutivas presas nos congestionamentos.
Quanto as emissões de gases poluentes, o ministério das cidades aponta o setor
de transporte e mobilidade urbana como um dos principais emissor de gases de efeito
estufa, perdendo apenas para as queimadas. Quando se analisa a contribuição da
emissão de gases estufas entre o transporte individual e o coletivo, observamos a
disparidade de 68% contra 32%, respectivamente.(Ministério do Transporte, 2013).
Diante desses dados, fica claro que a problemática da mobilidade urbana no
Brasil é bastante complexa, e por isso, deve ser pensada multidisciplinarmente
levando em conta fatores sociais, econômicos e ambientais.
Dessa forma este trabalho tem por objetivo verificar a tratativa dada a
mobilidade urbana por parte dos gestores da cidade de São Luís, tomando como base
a lei municipal de mobilidade urbana, buscando identificar os problemas, as
intervenções por parte do poder público, bem como os entraves ainda presentes.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1
Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - 2015
como o controle semafórico inteligente e construir uma central de controle para
gerenciar operações como as já existentes em São Paulo.
Para Maranhão (2016) deve-se utilizar dos tipos de infraestrutura de
priorização do transporte coletivo propostas: Tráfego misto, Faixa Exclusiva, Pista
Exclusiva, Via Segregada. Além da implantação da integração tarifária temporal que
também contribui para reduzir a quantidade de usuários nos terminais de integração
como também aumenta a possibilidade de escolha de itinerários por parte do usuário.
E por fim, o uso do sistema tronco-alimentado que evita criação de linhas pelas rotas
que já são atendidas por outras linhas como a região central da cidade.
2.4.3.2. A pé
● Revitalização de calçadas
- Padronizar a construção, recuperação e conservação de calçadas existentes;
- Promover a segurança no uso e compartilhamento dos espaços de circulação e mitigação de
conflitos entre modais (Grupo Sistema Viário e Circulação).
Figura 12: Transporte ativo – Diretriz IV
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi observado no decorrer das pesquisas que a cidade de São Luís possui um
plano de mobilidade urbana bem completo e estruturado, esse plano abrange não
somente o modal de veículos automotores como ao que diz respeito a ciclistas e
pedestres. Foi pensado ainda nesse plano, meios de conscientização aos usuários do
sistema de transporte, urbanização e formas de gerenciar o sistema como um todo
inclusive captação de recursos financeiros para a implantação das intervenções.
Porém foi percebido que o processo de implantação das intervenções tem
priorizado o sistema de transporte individual, há ainda a morosidade de execução de
intervenções, que segundo o próprio plano de mobilidade já deveriam ter sido
executados, uma vez que, seus horizontes de implantação são de curto e médio prazo
como: o plano cicloviário; implantação de estacionamento de bicicletas nos terminais
de integração e outros pontos de interesse da rede; qualificar pontos de embarque e
desembarque, priorizando aqueles com maior número de passageiros.
Outro ponto a ser considerado diz respeito a intervenções de transporte
coletivo como: facilitar e ampliar a integração entre as linhas do transporte coletivo,
dentre outras diretrizes nessa intervenção está incluído o sistema de passe único que
de acordo com sua descrição no plano de mobilidade, deveria abrangem aos coletivos
que são interurbanos o que permitiria de fato uma ampliação de integração, mas na
prática isso não ocorre tanto por não incluir todas as empresas e rotas do transporte
público quanto ao que diz respeito ao tempo que está condicionado para que haja a
troca entre veículos quando necessário.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema viário da cidade de São Luís é pouco conectado, possuindo vários
trechos com baixo desempenho operacional, isto é, não conseguem atingir uma
velocidade de fluxo livre devido a uma série de fatores que impactam na velocidade
real de circulação. Ressalta-se a importância da implantação de novas vias e
ampliação das existentes. No caso de São Luís, há que se investir em melhor
conectividade do sistema viário, porém direcionando a prioridade ao transporte
coletivo. Uma possibilidade inicial, até para melhorar as condições de fluxo de
automóveis e ônibus é restringir estacionamento em via pública em pontos críticos,
transferindo estas vagas para edificações fora da via.
Com relação ao transporte de carga, é importante evitar o tráfego de veículos
de grande porte nas vias urbanas, para isso recomenda-se a implantação de polos
logísticos nas regiões periféricas do centro urbano. Nestes locais, as mercadorias
podem ser transferidas para veículos de menor porte, que possuem menor impacto no
fluxo urbano. O diagnóstico do transporte coletivo de São Luís identificou, entre
outras características, que o sistema possui boa capilaridade, com linhas cobrindo a
maior parte do território com alguma densidade populacional. Observou-se também
uma elevada sobreposição entre linhas, o que indica um sistema de baixa eficiência.
Criar elementos de priorização para o transporte coletivo, ou seja, a priorização do
transporte coletivo deve começar com a implantação de faixas exclusivas, que
possuem rápido resultado e baixo custo, migrando aos poucos para estruturas mais
consolidadas como corredores de ônibus à esquerda e sistemas BRT, nos eixos em que
a demanda seja justificável.
As condições de mobilidade dos modos não motorizados indicam que é
necessário melhoria nas condições de calçada nas regiões de grande fluxo de pessoas
e ao redor de infraestruturas de transporte coletivo. Calçadas largas, livres de
obstáculos, com bom nivelamento de piso, iluminação nos períodos noturnos e
cobertura vegetal para garantir conforto climático durante o dia são exemplos de
condições mínimas que devem existir para uma calçada de qualidade. A atual
infraestrutura cicloviária é desconexa e não atende aos principais polos geradores da
cidade. Boa parte das ciclovias são voltadas ao lazer e não aos deslocamentos
pendulares. Falta segurança ao ciclista, o que promove risco a este tipo de usuário. A
criação de uma rede cicloviária e deve-se incluir o estacionamento para bicicleta, e
também junto aos pontos terminais de embarque e desembarque, permitindo uma
melhor integração com o transporte coletivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PORTAL MOBILIZE. O que é mobilidade urbana sustentável. Disponível
em:<https://www.mobilize.org.br/sobre-o-portal/mobilidade-urbana-sustentavel/>. Acesso
em: 14 de novembro 2019.