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GEOGRAFIA

PROFESSOR JOÃO FELIPE

AULA 09 – GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO (parte 2)

1. DESTAQUES RELEVANTES

 É importante entender que, à medida que se observa a história das distribuições


populacionais no espaço geográfico, percebe-se que quanto mais se retrocede no
tempo, mais se observa a preponderância do meio natural. Assim, se olharmos para a
Ásia, por exemplo, que detém a maior parte da população mundial, podemos notar
um certo contraste, pois ao mesmo tempo em que na Ásia há áreas
predominantemente rurais, há também megacidades. E isso se deve ao fato de que a
sedentarização milenar desses povos fez com que eles se territorializassem em torno
de áreas propícias à agricultura, como no delta dos rios, por exemplo. Entretanto, à
medida que se desenvolve o processo de urbanização, bem como a inserção no meio
técnico-científico-informacional, passa a haver também a criação das megacidades.

 Já quando alteramos a escala e atentamos para o caso do Brasil, podemos notar que
de 1500 até o século XIX há claramente a predominância do meio natural. Já havia
técnicas na produção, mas não havia técnica aplicada no território. Mas a partir da
cafeicultura Paulista, podemos observar as técnicas aplicadas ao território, com a
criação das ferrovias (a conexão física para o deslocamento material). Quando se tem
as rodovias, elas vão integrar o território, assim, essa tecnificação do território (meio
técnico) no Brasil se dá até 1970, pois, do período militar em diante, ocorre uma
integração informacional do território, com a criação das redes informacionais (a
conexão tecnológica para a circulação imaterial), como por exemplo, a criação do
sistema Telebrás e Embratel.

 No que tange à questão da concentração populacional, podemos identificar uma


concentração mais antiga ao litoral brasileiro, onde, no nordeste, a presença do solo
de massapé foi facilitadora para a própria ocupação dessa região; já na região sudeste,
o uso do solo fértil de terra roxa (mais ao interior do sudeste) foi viabilizado em razão
da criação das ferrovias, pois a tecnologia permite que se chegue até essas áreas do
interior; ao passo que ao sul se tem um outro tipo de ocupação(por motivos
geopolíticos), a qual acontece de modo mais expressivo no século XIX, baseando-se em
pequenas propriedades, o que permitiu um maior equilíbrio na distribuição
populacional dessa área, no que diz respeito ao seu interior e à sua região litorânea
(logo, a rede urbana do sul não é macrocéfala). Assim, essa ocupação do Brasil
desigual pode ser observada levando em consideração a dimensão do litoral, por
exemplo, já que foi ali que a ocupação do território se iniciou.

 Nesse sentido, no século XIX, tem-se um Brasil muito litorâneo, com algumas faixas de
interiorização, sobretudo em razão das redes hidrográficas (exemplo, região norte). Já
a partir de Vargas, tem-se uma ação geopolítica que permite uma marcha para o
oeste; com JK, tem-se uma interiorização da capital; e no período militar, tem-se a
viabilização do avanço da agricultura para o restante do centro-oeste.

 Além disso, vale considerar que São Paulo e a região Sul tem uma distribuição
populacional mais equilibrada no que tange à dinamicidade do interior e do litoral,
comparados com o restante do país, onde se pode observar cidades com o interior não
tão ocupado em comparação à área central das mesmas.

 No que tange à transição demográfica no Brasil, podemos observar que até os anos
1930 temos uma primeira fase com alta mortalidade e alta natalidade (expectativa de
vida baixa). Dos anos 1930 até a década de 1970, temos a segunda fase com alta
natalidade, porém a urbanização e as mudanças técnicas (vacinação, por exemplo)
fazem com que a mortalidade caia. Já a partir dos anos 1970, há uma mudança cultural
que promove uma queda na taxa de natalidade, configurando a fase 3, a qual está
prestes a ser concluída, caminhando para uma fase 4, com taxa de natalidade baixa e
expectativa de vida alta.
 *obs: no início do século XX, houve um crescimento populacional, mas não
devido a um crescimento natural ou vegetativo, e sim devido à entrada de
imigrantes.
 *obs: razão de dependência é a razão entre a população de idade inativa pela
população com idade ativa. Assim, o bônus demográfico que o Brasil está
vivendo atualmente (analisado no gráfico abordado em sala), observado desde
o ano de 2011/2012 indo até a década de 2030 acontece através da relação
entre população de idade inativa e população de idade ativa, em que a cada 1
pessoa em idade inativa há duas em idade ativa.

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