Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- O autor começa afirmando que existem muitas fontes pessoais nos arquivos
atualmente, mas que por falta de conhecimento da história do papel, ou uma história
comum, as análises dessas fontes muitas vezes não passam de uma transcrição. Assim,
afirma a necessidade de buscar, nem que seja de forma fragmentada, uma história por
“trás” daquele documento.
- O autor comenta que no século XIX, a população comprava primeiro as folhas
separadas, e somente em alguns casos, encadernavam tudo depois. Somente documentos
com maior importância.
- Maior conexão do escritor com as folhas do que com o caderno.
- Para os escribas, que estavam em constante contato com o ato de escrever, as folhas
facilitaram muito o trabalho, por ser mais fácil de estar organizando, não só a escrita,
mas também a própria mesa.
- Escrever sobre a folha já dobrada, para depois estar costurando todas, como um
caderno sem capa.
- A articulação entre a prática, o gênero de escritura do diário pessoal e o suporte que o
recebe se constitui em torno de uma exigência, a da continuidade textual, que parece
afastar a priori o uso de folhas separadas. (p.33)
- A invenção de Gutemberg foi capaz de mudar a forma de escrita: iniciando pelos
comerciantes, que no século XV passam a usar uma língua mais rápida do que o latim
para escrever, facilitando a linguagem. Além disso, um século mais tarde a igreja e o
estado, com o aumento do judiciário, passam a ter todo um crescimento de uma
hierarquia de ofícios e escriturários, desenvolvendo assim, o aumento de jovens
formados escreventes.
- O autor mostra então como o estudo das papelarias do século XVII pode mostrar quais
os usos que as pessoas davam a determinados materiais: cadernos, cadernetas, folhas,
etc. E qual a importância social que marcava cada um desses materiais.
- “Entre esses múltiplos tipos de escritura contábil, dois merecem nossa atenção: o
“livro diário” e o “livro de dinheiro pago”.” (p.38)
-O “Livro Diário” seria o livro que contém as coisas de todos os dias, utilizado
principalmente por comerciantes, para anotar todos os acontecimentos importantes do
dia.
- O “Livo de Dinheiro Pago” : “misturando as contas da loja com as da casa, abre
caminho para um deslocamento das escrituras profissionais, para os domésticas ou
pessoais, contribuindo assim para criar uma nova escritura contábil num setor em que
ela não esta juridicamente enquadrada.” (p. 38)
- “Dois séculos mais tarde, haverá uma mudanças nos sentidos: Duas constatações se
impõem a leitura dos verbetes correspondentes a livro, caderno, registro, caderneta,
diário. Por um lado os termos especializados dos negócios, que ocupavam no século
XVII o lugar central, regrediram muito; por outro lado, seu uso na língua tornou-se
menos técnico, permitindo passar mais facilmente dos usos profissionais aos
ordinários.” (p.39)
- “As escrituras mercantis são relativamente bem conhecidas, por um lado porque
deixaram numerosos testemunhos, por outro lado porque foram precocemente
estruturadas e padronizadas através dos múltiplos “livros de negociantes” que
descrevem sua arte e sua técnica”. (p.43)
- “Desde essa época, (século XVI) a escrituração dos livros de contabilidade se organiza
em torno de três registros: o memorial, o diário e o livro grande.” (p.44) O memorial
ficava a disposição de todos da família que precisassem.
- “Em resumo, o espaço mercantil caracteriza-se essencialmente pela correspondência
estabelecida entre os suportes de escrita. Todos ligado entre si, eles constituem um
continuum homogêneo que obedece tanto as logicas do tempo, quanto às da razão, ou
ainda as da divisão do trabalho.” (p.45)
- O status da hierarquia social dos negócios pode ser marcado pelo tipo de suporte
utilizado. Havia muita diferença no material que utilizava cada comerciante, entre o
grande e pequeno.
- O autor apresenta a importância do caderno na vida escolar, onde um caderno cheio de
anotações significava grande aprendizado e estudo. Mas era utilizado somente para
anotações de matérias importantes. As atividades de aritmética ou retórica eram na
maioria feitas em um papel separado.
- Os textos impressos deixados aos alunos eram de tal importância, que apenas era
deixado alguns espaços ao lado para anotações. Ou caso mais quisesse, seria no
caderno.
- Surge também o Almanaque: “O almanaque está ligado às práticas universitárias mais
tradicionais, pois permite reunir, a cada ano, todas as informações astronômicas
necessárias à elaboração do calendário litúrgico. [...]” No século XVI volta-se ao um
publico mais amplo de letrados. Se difunde rapidamente. (p.55)
- Com o almanaque, surge a agenda, com uma função mais simples e prática.
- Mais tarde o uso do caderno mudou, sendo muito mais utilizado em escolas mais
populares que antes: “Assim a escola pode ser (e ainda é) um lugar de uma
aprendizagem sutil dos gestos gráficos elementares, que prepara para as mais variadas
escrituras pessoais” (p.57)
- No século XIX tornou –se muito mais comum para a vida cotidiana, sendo utilizado
para contabilidade geral e pessoal. Mas para isso, o preço de venda e produção teve que
baixar muito, permitindo que toda a população tenha acesso a esse material.