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AO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE

FLORIANO-PI

MARTA DE SOUSA, brasileira, solteira, engenheira, portadora da cédula de


identidade RG nº (...), e inscrita no CPF sob o nº (...), com usuário do endereço
eletrônico..., com endereço em (...), residente e domiciliado na cidade de Floriano/PI,
neste ato representando por seu advogado, constituído nos termos do mandato em
anexo, com endereço em local onde receberá intimações, vem respeitosamente, perante
Vossa Excelência, com fundamento no art. 560 do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PERDAS E DANOS

em face de JOÃO PAULO, nacionalidade (...), estado civil (...), profissão (...), portador
da cédula de identidade RG nº(...) e inscrito no CPF sob o nº (...), com usuário do
endereço eletrônico (...), e NICE, nacionalidade (...), estado civil (...), profissão (...),
portadora da cédula de identidade RG nº (...) e inscrito no CPF sob o nº(...), com usuário
do endereço eletrônico (...), ambos, residentes e domiciliados no endereço (...), na
cidade de Floriano/PI, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I – DOS FATOS

A Impetrante é proprietária de uma pequena casa situada na cidade de


Floriano/PI, no qual reside no respectivo imóvel há cerca de 07 (sete) anos, em terreno
constituído pela acessão e que possui um pequeno pomar. Um pouco antes de iniciar
obras em seu imóvel, a Impetrante teve que fazer uma viagem com urgência para o
interior de Minas Gerais, uma vez que sua mãe estava gravemente doente. A mesma
pretendia retornar após 2 (dois) meses e, em razão dessa pretenção, decidiu comunicar
seus vizinhos João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, com o objetivo de que realizassem
a tutela do imóvel no período citado anteriormente enquanto estivesse ausente.
Entretanto, ao retornar de viagem, a Impetrante encontrou o imóvel ocupado por
João Paulo e Nice, que ingressaram nela acreditando que a Impetrante não retornaria. E
no período em que estiveram na casa, fora constatado que danificaram o imóvel, uma
vez que instalaram uma antena pirata de televisão a cabo no telhado do imóvel, o que
acarretou em graves infiltrações no imóvel devido às fortes chuvas que caíram sobre a
cidade. E sendo assim, o dano gerado é estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Além disso, desde que ocuparam irregularmente o imóvel, os Réus vêm
colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, percebendo os
rendimentos da venda desses frutos, gerando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00
(dezenove mil reais) até em que a Impetrante com ajuda dos outros vizinhos retomou o
imóvel.
Inconformada com a situação e os prejuízos causados pelos Reclamados, à
Impetrante, não restou alternativa a Autora senão propor a presente demanda visando à
restituição do imóvel e indenização pelos danos ocorridos.

II – DO DIREITO
Em virtude dos fatos narrados, é evidente a comprovação do evento esbulho
possessório, no qual se evidencia a perda da Autora na posse de seu bem para os
Requeridos, de forma clandestina e ilegal, preenchendo os requisitos do
art. 561 do Código de Processo Civil. Destarte, a Autora tem o direito da reintegração
da posse do imóvel, em razão da obtenção da posse de ma-fé e injusta dos Reclamados,
conforme preceitua os artigos. 1200 e 1201 do Código Civil vejamos:
Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou
precária.

Art. 1201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou


o obstáculo que impede a aquisição da coisa.

Além disso, verifica-se que os Reclamados danificaram o imóvel ao instalar


antena pirata no telhado, ocasionando graves infiltrações em razão das fortes chuvas
ocorridas no período, havendo um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais),
conforme documentos anexados nos autos.

Deste modo, em razão da posse ilícita que exerciam, geraram um dano imediato
ao patrimônio da Impetrante, devendo ocorrer reparação a título de danos materiais
emergentes, com base no art. 1218 do Código Civil.
Art. 1218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa,
ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela
na posse do reivindicante.
A partir dos fundamentos preceituados no artigo 1.216 do Código Civil, observa-
se que a Impetrante, terá direito a reparação a título de lucros cessantes, devido ao fato
dos ocupantes estarem auferindo vantagem econômica com a venda de frutos, da
colheita de laranjeiras do pomar do imóvel, causando um prejuízo estimado em R$
19.000,00 (dezenove mil reais) vejamos: Art. 1216. O possuidor de má-fé responde por
todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de
perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da
produção e custeio.
Assim, com fundamento dos artigos supracitados, a cumulação objetiva dos
pedidos é possível, conforme incisos I e II do art. 555, do CPC, a seguir apresentados:
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;

II - indenização dos frutos.

III - DA LIMINAR POSSESSÓRIA


Conforme redação estabelecida no artigo 558 do Código de Processo Civil, o
procedimento de manutenção e reintegração de posse acontecerá pelo rito especial, e
analisando que o presente esbulho possessório ocorreu a menos de ano e dia, necessário
se faz a concessão da liminar sem que se ouça a outra parte.

Alem disso, a Impetrante detém a posse justa anterior ao acontecimento dos


Reclamados, no qual estes obtiveram de forma irregular, através de um ato clandestino,
transformando a posse destes de ma-fé e injusta. Sendo assim, conforme previsto no
artigo acima destacado a posse é considerada nova, pois o esbulho ocorreu dentro do
período descrito. A expedição de mandado liminar de reintegração de posse, conforme
art. 562 do Código de Processo Civil, se faz necessário, tendo em vista do risco do
acumulo de atividades desempenhadas neste Juízo, devido ainda ao fato de que o imóvel
poderia ser ainda mais desgastado e os frutos do pomar continuarem a serem vendidos
de maneira injusta.
IV – DOS PEDIDOS

Diante dos fatos e dos direitos apresentados, requer-se à Vossa Excelência:

a) Com apoio no art. 562 do Código de Processo Civil, a concessão de liminar em ação
possessória, sem a oitiva da parte contrária, para reintegração de posse provisória da
Impetrante;

b) A sanção dos Reclamados ao pagamento de indenização, a título de danos materiais


emergentes ocasionados ao telhado do imóvel, no quantum de R$ 6.000,00 (seis mil
reais);

c) A condenação dos Réus ao pagamento de indenização, a título de lucros cessantes


pelos frutos colhidos e percebidos, no quantum de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais);

d) A realização de diligências necessárias para a obtenção de dados que possibilitem a


citação dos Reclamados;

e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial prova


testemunhal, para demonstrar a clandestinidade da posse, e prova pericial para
comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel;

f) A condenação dos Réus ao pagamento dos honorários de sucumbência, em


conformidade com o artigo 85 do Código de processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ 45.000,00 (vinte e cinco mil reais), nos termos do
art. 292, inciso VI, do CPC.

Termos que,
Pede deferimento.
Cidade (...), dia(..), mês(...) e ano(...).

(Nome do advogado)
OAB/UF XXX-XXX

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