Matricula:201810274411
P2 – FEMC
Questão 1:
O final do século XIX é sem dúvida um contexto curioso e plural. Reflita, de forma crítica,
sobre o período, apesentando a interlocução possível entre um período de revolução
técnico-científica e um período de depressão econômica, citando, no mínimo, dois trabalhos
debatidos curso.
Após a metade do século XIX, a revolução industrial se consolida na Europa e a produção fabril
aumenta de forma que os países europeus passam a exportar os bens para outros países para
aumentar a sua lucratividade, por conta do aumento de capitais, foi um período de incrível
avanço tecnológico, como o desenvolvimento da lâmpada elétrica, da química industrial com o
petróleo, dos navios a vapor Ingleses que aumentaram sua produção em um período de 30
anos e dominaram o mercado em 1890 mesmo a Inglaterra tendo sida ultrapassada pelos EUA
e Alemanha em produtividade, como citado por Hobbsbawm em seu livro “Da Revolução
Industrial Inglesa até o Imperialismo”.
Porém, o final do século XIX não ficou marcado somente pelo crescimento econômico,
evoluções científicas e a decadência do protagonismo Inglês.
Durante os anos finais do século XIX, houve uma forte crise econômica que abalou as
estruturas do Capitalismo industrial, ocorrida no ano de 1873 a Grande Depressão mostrou ao
mundo que a partir de agora as crises afetarão praticamente todos os países interligados ao
sistema capitalista.
Para Coggiola, a Crise de 1873, foi um divisor de águas entre duas formas distintas de
capitalismo, sendo em suas palavras o primeiro “vigoroso, próspero e cheio de otimismo
aventureiro”, enquanto a segunda fase apresenta-se um capitalismo “embaraçado, hesitante e
com marcas decadentes”
A crise teve seu início em Viena, com a quebra da bolsa de valores que levou a falência de
Bancos nas maiores economias da época, como os EUA, Alemanha e Inglaterra, países esses
que também experimentaram uma deflação devido à perda de poder de compra dos
consumidores, motivada pelos altos índices de desemprego e superprodução de bens.
Porém, segundo Hobbsbawm em sua obra “Uma economia mudando de marcha” mesmo
sendo um período com uma forte Depressão, contraditoriamente, os números mostram que
foi um período de intenso crescimento econômico, inclusive nos países latino-americanos,
esses que receberam inúmeros investimentos em ferrovias e infraestrutura, assim como,
imigrantes oriundos da Europa que trouxeram suas culturas, costumes e lutas que
modificaram de vez a população dos países da América do Sul.
Questão 2:
“Em suma, a história do Breve Século XX não pode ser entendida sem a Revolução Russa e
seus efeitos diretos e indiretos. Não menos porque se revelou a salvadora do capitalismo
liberal, tanto possibilitando ao Ocidente ganhar a Segunda Guerra Mundial contra a
Alemanha de Hitler quanto fornecendo o incentivo para o capitalismo se reformar, e
também – paradoxalmente – graças à aparente imunidade da União Soviética à Grande
Depressão, o incentivo a abandonar a crença na ortodoxia do livre mercado.”
A partir das leituras e debates em sala, discorra sobre a conjuntura compreendida pela 1ª
Guerra Mundial e o Período entre-guerras, correlacionando os países europeus e
americanos.
Hobbsbawm, em seu livro “Era dos Extremos: O Breve Século XX (1914-1991)”, divide o século
XX em diferentes Eras. A primeira Era foi denominada com “Era das catástrofes”, que durou de
1914 até 1945, a segunda Era foi denominada como “Era de Ouro” que durou de 1945 até
1970, a terceira e última era foi denominada como “Era do desmoronamento”, que durou de
1971 até 1991.
O autor afirma que o sucesso da Revolução Russa foi fundamental para criticar a bases do
capitalismo e seus métodos de desenvolvimento das ciências e tecnologias, principalmente
militares, assim como, para o autor, o socialismo Russo mostrou-se durante meados do século
XX, um sistema alternativo e superior ao capitalismo, pois pode propiciar que nações agrárias
se desenvolvessem, e principalmente por não ter sido afetado pela crise de 1929 como foi nos
EUA, sendo nesse momento onde os países começam a abandonar o Capitalismo baseado no
liberalismo, e então surge o Keynesianismo, que foi atrelado ao estado de bem estar social,
que modificaria para sempre a visão do sistema liberal capitalista.
O autor aborda um tema interessante ao afirmar que ao invés de existirem duas guerras
diferentes (Primeira e Segunda Guerras Mundiais), na verdade, houve uma continuidade entre
as duas guerras, como se fossem uma única guerra com um período de paz o qual durou 21
anos. Mesmo com discordâncias políticas e econômicas, no período da guerra, a URSS aliou-se
aos países capitalistas para combater a expansão do Nazi-Fascismo na Europa, principalmente
no Leste Europeu. Batalhas como a de Stalingrado foram fundamentais para reprimir as forças
Nazistas que assombravam a Europa.