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"Escrevi uma carta ao Guterres, que foi publicada, em que lhe disse coisas que digo do Sócrates. Era
deputado
ado quando escrevi a carta, era da comissão política ca do Partido Socialista.
Social Foi na fase de Pina
Moura e daqueles descalabros todos. Na comissão
comissão política, estão publicadas algumas dessas coisas,
[sobre] os negócios
ócios do Jorge Coelho e do Pina Moura. Depois de ter falado disso tudo em duas ou três
reuniões e não ter acontecido nada, escrevi uma carta e mandei ao Guterres. Ele distribuiu a carta. No
outro dia veio nos jornais. Era uma carta duríssima. Os problemas eram os mesmos, me estávamos a
caminhar mal, estávamos a enganar os portugueses, a dizer que a economia
economia estava na maior, quando
não era verdade. Naa altura já falava com o Medina Carreira
reira e ele já falava comigo".
"A última comissão política do PS foi feita no dia em que o Sócrates anunciou estas medidas todas.
Convocou a comissão política depois de sair da conferência de imprensa, para o mesmo dia, à última da
hora, para ninguém ir preparado – primeira questão. Segunda questão, organizou o grupo dos seus fiéis
para fazer intervenções umas a seguir às outras, a apoiar, para que não houvesse vozes discordantes. A
ideia dele era que o Partido Socialista apoiasse as medidas. Fez medidas tramadas, toda a gente sabe. O
mínimo era que o partido as apoiasse. Mas não falou antes. Depois o Almeida Santos fez aquilo que faz
sempre: uma pessoa pode inscrever-se primeiro, mas o Almeida Santos só dá a palavra a quem acha. Os
que acha que vão dizer o que não quer que digam, só vêm no fim. E no fim: “Isto está tarde, está na
hora de jantar”. Isto é uma máfia que ganhou experiência na maçonaria. O Arq. Fava é maçónico, o
Sócrates entrou por essa via, e os outros todos. Até o Procurador-Geral da República. Utiliza-se depois
as técnicas da maçonaria – não é a maçonaria – para controlar a sua verdade. Os sucessivos governos,
este em particular, pintam uma imagem cor-de-rosa da economia portuguesa. Isto é enganar as pessoas
sistematicamente.
Depois aparecem críticos como o Medina Carreira ou eu a chamar a atenção para a realidade do País –
chamam-nos miserabilistas! E quando podem exercem pressão nos lugares onde estão esses críticos e
se puderem impedir a sua promoção ou acesso aos meios de informação, não hesitam. Isto era o que se
passava antes do 25 de Abril, agora passa-se em liberdade, condicionando as pessoas, e usando o medo
que têm de perder o emprego. José Sócrates, na última Comissão Política do PS, defendeu a
necessidade das severas medidas assumidas pelo Governo, mas também disse que era muito difícil
cortar na despesa do Estado porque a base de apoio do PS está na Administração Pública. Disse-o lá, e
pediu para isso a compreensão dos presentes. Não tenho nada contra José Sócrates. Se ele se limitasse
a ser um vendedor de automóveis, ser-me ia indiferente. Mas ele é o primeiro-ministro e está a dar cabo
do meu País. Não é o único, mas é o mais importante de todos".