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Métodos Matemáticos
Liliana A. L. Mescua
Rigoberto G. S. Castro
Abril de 2012
Sumário
Introdução 1
2.3.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.5.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.6.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
ii
2.9.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
iii
5 Transformada de Laplace 73
5.5 A Convolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
A 137
iv
Introdução
dx
1. = kx é a equação da desintegração radioactiva, onde k < 0 é a constante
dt
de desintegração; x = x(t) é a quantidade da substância não desintegrada no
dx
tempo t. Em outras palavras, a velocidade de desintegração é proporcional à
dt
quantidade de substância que se desintegra.
d2 r dr
2. m = F t, r, é a equação do movimento de um ponto de massa m, sobre
dt2 dt
a influência de uma força F dependente do tempo, do vetor posição r e de sua
dr
velocidade . A força é igual ao produto da massa pela aceleração.
dt
∂2u 2
2 ∂ u ∂2u ∂2u
3. − a + + = 0 é a equação de ondas que modela a propagação
∂t2 ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
de som, da luz ou de outros fenômenos ondulatórios.
1
(por exemplo as equações 1. e 2.). Por outro lado, se a função desconhecida é função
de duas ou mais variáveis independentes, a equação diferencial se chama Equação
Diferencial Parcial (por exemplo a equação 3.).
2
Capı́tulo 1
i) As equações a), c), d) são de ordem 1. Diz-se que são equações de 1ra ordem.
3
Definição 1.3. (EDO Linear) Sejam as funções ai (x), i = 1, 2, . . . , n, e b(x)
contı́nuas em (a, b) e a0 (x) 6= 0, ∀ x ∈ (a, b). Uma equação da forma
a0 (x) y (n) + a1 (x) y (n−1) + a2 (x) y (n−2) + · · · + an−1 (x) y ′ + an (x) y = b(x), (1.1)
y (n) + p1 (x) y (n−1) + p2 (x) y (n−2) + · · · + pn−1 (x) y ′ + pn (x) y = q(x), (1.2)
ou
h i
D (n) + p1 (x) D (n−1) + p2 (x) D (n−2) + · · · + pn−1 (x) D + pn (x) y = q(x). (1.3)
Definição 1.4. A EDO dada na definição (1.1) está na forma normal quando se
encontra explicitada em relação à derivada de maior ordem que nela figura, isto é
Observação 1.2. Nem sempre é possı́vel escrever uma equação em sua forma normal.
4
Exemplo 1.5. As equações
1
a) y = xy ′ − (y ′)2
4
b) (y ′ )4 − (x + 2y + 1)(y ′ )3 − 2xyy ′ = 0
são equações de 1ra ordem, em que y ′ não pode ser explicitada em função de y e de x.
Definição 1.5. Solução de uma EDO F (x, y, y ′, . . . , y (n) ) = 0 num intervalo I, é uma
função y = φ(x) tal que
5
Capı́tulo 2
Em termos geométricos, procuramos uma solução para uma EDO, definida em algum
intervalo I tal que o gráfico da solução passe por um ponto (x0 , y0) ∈ I determinado
apriori.
6
Sol.: É simples de ver que y = Cex satisfaz a equação y ′ = y em I, onde C é uma
constante arbitrária (Ver Fig. 2.1). Embora, y = 3ex é a única função da famı́lia que
satisfaz a condição y(0) = 3e0 = 3.
Em outras palavras, por cada ponto fixo (x0 , y0) passa uma única solução y = y(x)?.
7
Figura 2.2: Soluções de y ′ = xy 1/2 .
O ponto de vista geométrico é útil no caso de equações de primeira ordem, isto é,
equações da forma:
y ′ = f (x, y) (2.4)
Uma vez que a solução da equação diferencial (2.4) é uma função y = y(x), a repre-
sentação geométrica de uma solução é o gráfico de uma função. Geometricamente
a equação (2.4) afirma que em qualquer ponto (x, y), o coeficiente angular y ′ da
8
Figura 2.3:
solução neste ponto é dado por f (x, y). Podemos representar graficamente esta situação
traçando um pequeno segmento de reta no ponto (x, y) com coeficiente angular f (x, y).
O conjunto de segmentos de reta é conhecida como o campo de direções da equação
diferencial (2.4).
dy p
Exemplo 2.4. Seja a equação diferencial = x2 + y 2. Para a construção do
dx
campo de direções desta equação, acha-se o lugar geométrico dos pontos nos quais as
tangentes as curvas integrais (ou gráfico das soluções) procuradas conservam
9
dy p 2
Figura 2.5: Campo de Direções e Isóclinas da eq.= x + y2.
dx
uma direção constante. Tais linhas chamam-se isóclinas (Fig. 2.5). A equação
dy
das isóclinas obtem-se considerando = k, onde k é uma constante. Logo, para
p dx
este exemplo temos x2 + y 2 = k, ou x2 + y 2 = k 2 . Conseqüentemente as isóclinas
são circunferências com centro na origem de coordenadas, e o coeficiente angular da
tangente às curvas integrais procuradas é igual ao raio de ditas circunferências. Para
construir o campo de direções, damos a constante k certos valores determinados.
Uma equação diferencial ordinária de 1ra ordem é separável se for possı́vel, por mani-
pulações algébricas elementares, reescrever a equação na forma diferencial
ou equivalentemente
Sol.: Como dy/dx = 2x e−y , então podemos escrever ey dy = 2x dx. Assim, integrando
temos ey = x2 + C. Observemos que devido a que ey > 0 teremos que x2 + C deve ser
10
positivo. Logo, tomando o logaritmo neperiano resulta que
y ′ = 2 √y
(2.8)
y(−1) = 0
√ dy √
Sol.: Como dy/dx = 2 y, então √ = dx. Logo, y = x + C. Fazendo x = −1 e
2 y
√
y = 0 temos que C = 1. Logo, y = x + 1, ( note que x + 1 ≥ 0 e o domı́nio de y é
[−1, ∞]). Portanto, a solução é
11
Figura 2.6:
2.3.1 Exercı́cios
12
4. Sabendo que a velocidade de resfriamento de um corpo, num ambiente de temper-
atura constante, é proporcional à diferença entre a sua temperatura T (t) em cada
instante e a temperatura do meio ambiente Tm (Lei do resfriamento de Newton),
isto é:
dT
= k(T − Tm )
dt
Resolva o seguinte problema: Um objecto metálico à temperatura de 100o é mer-
gulhado num rio. Ao fim de cinco minutos a temperatura do objecto desceu para
60o. Determine o instante em que a temperatura do objecto é de 31o , sabendo
que a temperatura da água do rio é de 30o.
7. Use o campo de direções gerado pelo computador para esboçar, a mão, uma curva
integral aproximada que passe pelos pontos indicados.
dy dy
a) dx
= xy ; y(4) = 2. c) dx
= sen x cos y; y(1) = 0.
dy 2 dy
b) dx
= e−0,001xy ; y(0) = −4. d) dx
= 1 − xy; y(−1) = 0.
Dividindo pelo coeficiente a0 (x) obtemos a forma mais útil de uma equação linear
13
Para resolver esta equação multiplicamos a equação diferencial por um fator inte-
grante µ(x) apropriado e assim colocá-la em uma forma integrável. Temos então
µ′ (x)
= p(x), ou (2.17)
µ(x)
(ln µ(x))′ = p(x). (2.18)
Exemplo 2.8. Ache uma solução geral de (x2 + 1)y ′ + 3xy = 6x.
14
Sol.: Dividindo por (x2 + 1) a anterior equação fica
3x 6x
y′ + y = .
x2 + 1 x2 + 1
3x 6x
Então, p(x) = e q(x) = 2 .
x2 +1 x +1
O fator integrante é dado por:
3x
Z
3 ln(x2 + 1)
2
dx
µ(x) = e x + 1 =e 2 = (x2 + 1)3/2 .
2 −3/2
hZ 6x i
y(x) = (x + 1) (x2 + 1)3/2 2 dx + C
x +1
hZ i
2 −3/2 2 1/2
= (x + 1) 6x(x + 1) dx + C
R
Sol.: Temos que p(x) = −3 e q(x) = e2x . O fator integrante é µ(x) = e −3 dx
= e−3x .
Logo, a solução é dada por
Z Z
−3x 2x 3x
y(x) = e e dx + C e = e−x dx + C e3x (2.25)
= − e + C e3x = −e2x + C e3x .
−x
(2.26)
y(0) = −1 + C = 3 =⇒ C = 4.
15
Sol.: Dividindo por x2 temos que y ′ + y/x = sen x/x2 , de modo que o fator integrante
1
R
é µ(x) = e dx = eln x = x. Assim, a solução é
x
Z sen x
−1
Z sen x
y(x) = x 2 dx + C x = dx + C x−1 . (2.28)
x x
Observamos que a antiderivada de sen x/x não é possivel calcular. Podemos usar
o Teorema Fundamental do Cálculo para escrever uma antiderivada de uma função
Rx
contı́nua arbitrária f (x) na forma F (x) = a f (t) dt. Logo, temos que:
Z x sen t
y(x) = dt + C x−1 . (2.29)
0 t
2 1 x sen t
Z
Portanto, y(x) = + dt é a solução do PVI.
x x 1 t
2.4.1 Exercı́cios
16
(a) xy ′ + y = 3xy ; y(1) = 0 (g) (1 + x)y ′ + y = cos x ; y(0) = 1
di
L + Ri = E(t)
dt
onde L e R são conhecidas como a indutância e a resitência, respectivamente. A
corrente i(t) é a chamada resposta do sistema.
dA
= (taxa de entrada de sal) − (taxa de saı́da de sal) = R1 − R2
dt
sendo que:
17
bem misturada é bombeada para fora à mesma taxa. Ache o número A(t) de
gramas de sal no tanque no instante t.
M(x, y) dx + N(x, y) dy
Observação 2.2. Dizemos que (2.30) é uma equação exata se existe f (x, y) tal que
∂f ∂f
= M, = N,
∂x ∂y
18
Exemplo 2.11. A equação diferencial x2 y 3 dx + x3 y 2 dy = 0 é exata. De fato,
1
d x3 y 3 = x2 y 3 dx + x3 y 2 dy. Logo, a solução é implı́citamente pela equação
3
1 3 3
x y = C.
3
Teorema 2.2. (Critério para uma Diferencial Exata) Sejam M(x, y) e N(x, y) funções
contı́nuas com derivadas parciais contı́nuas numa região R = [a, b] × [c, d]. Então,
∂M ∂N
M(x, y) dx + N(x, y) dy = 0 (A equação é exata) ⇐⇒ = (2.31)
∂y ∂x
∂f ∂f
df = dx + dy = M(x, y) dx + N(x, y) dy = 0, ∀ (x, y) ∈ R = [a, b] × [c, d].
∂x ∂y
Logo,
∂f ∂f
= M(x, y) e = N(x, y) (2.32)
∂x ∂y
Portanto,
∂M ∂ ∂f ∂2f
= = (2.33)
∂y ∂y ∂x ∂y ∂x
∂N ∂ ∂f
∂2f
= = . (2.34)
∂x ∂x ∂y ∂x ∂y
Como M e N são funções contı́nuas com derivadas contı́nuas (vêr (2.32-2.34), temos
que:
∂M ∂2f ∂2f ∂N
= = = . (2.35)
∂y ∂y ∂x ∂x ∂y ∂x
∂f ∂f
= M(x, y) e = N(x, y). (2.36)
∂x ∂y
∂f
Z
Integrando = M obtemos f (x, y) = M(x, y) dx + ϕ(y). Note que ϕ é tal que
∂x
∂f ∂
Z
= M(x, y) dx + ϕ′ (y) = N(x, y). (2.37)
∂y ∂y
R
∂
Logo, ϕ′ (y) = N(x, y) − ∂y M(x, y) dx .
19
Devemos provar que ϕ′ é uma função que depende de y. Derivando em relação a x,
temos
∂ϕ′
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂
Z Z
= N(x, y) − M(x, y) dx = N(x, y) − M(x, y) dx
∂x ∂x ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x
∂ ∂
= N(x, y) − M(x, y)
∂x ∂y
=0 (2.38)
∂f
Consequentemente, = N(x, y).
∂y
∂f (x, y)
Analogamente se prova que = M(x, y).
∂x
Exemplo 2.12. Determine se a equação 2xy dx + (x2 − 1) dy = 0 é exata.
∂M ∂N
= 2x = .
∂y ∂x
Logo, pelo Teorema anterior existe uma função f (x, y) tal que
∂f ∂f
= 2xy e = x2 − 1 (2.39)
∂x ∂y
20
Integrando em x a primeira das equações anteriores temos
f (x, y) = x2 y + ϕ(y)
∂f
= x2 + ϕ′ (y) = x2 − 1
∂y
C
y(x) = é a solução. Veja Figura 2.7.
x2 −1
∂M ∂N
= 2(x + y) = .
∂y ∂x
Logo, (2.40) é uma EDO exata. De fato, seja f = f (x, y) tal que
∂f ∂f
= (x + y)2 e = 2xy + x2 − 1.
∂x ∂y
Então,
x3
Z
f (x, y) = (x2 + 2xy + y 2) dx = + x2 y + y 2 x + ϕ(y). (2.41)
3
Daı́
∂f
= x2 + 2xy + ϕ′ (y) = 2xy + x2 − 1.
∂y
3. Determine uma função M(x, y) para que a seguinte equação diferencial seja exata:
xy 1
M(x, y)dx + xe + 2xy + dy = 0
x
Se a equação diferencial
não é exata, o procedimento será tentar achar uma função µ(x, y) (fator integrante)
que ao ser multiplicada pela equação (2.42) a transforme numa equação exata, isto é:
∂ ∂
[µ M] = [µ N].
∂y ∂x
22
Logo, temos
∂µ ∂M ∂µ ∂N
M +µ = N +µ
∂y ∂y ∂x ∂x
∂µ ∂µ ∂M ∂N
M− N = −µ −
∂y ∂x ∂y ∂x
1 ∂µ M 1 ∂µ ∂M/∂y − ∂N/∂x
− =− (2.43)
µ ∂y N µ ∂x N
Note que o lado esquerdo da equação anterior é uma função de x. Portanto, o mesmo
acontece com o lado direito. Assim, denotando por
∂M/∂y − ∂N/∂x
g(x) =
N
1 dµ
= g(x)
µ dx
cuja solução é
R
g(x) dx ∂M/∂y − ∂N/∂x
µ(x) = e onde g(x) = . (2.45)
N
• Se o fator integrante for dependente só da variável y, isto é, µ = µ(y). Então, de
forma análoga temos que:
1 dµ
= h(y)
µ dy
cuja solução é
R
h(y) dy ∂N/∂x − ∂M/∂y
µ(y) = e onde h(y) = . (2.46)
M
Observação 2.3. Embora na teoria sempre exista um fator integrante, na prática só
há dois casos em que a determinação de um fator integrante é fácil, se:
23
2. µ é uma função que só depende da variável y.
Sol. Sejam M(x) = 3xy + y 2 e N(x) = x2 + xy. A equação (2.47) não é exata, pois
∂M ∂N
= 3x + 2y 6= = 2x + y.
∂y ∂x
A seguir,
∂M/∂y − ∂N/∂x x+y 1
= =
N x(x + y) x
depende apenas de x. Assim, bastará supor que a expressão anterior será nosso g(x),
logo
1
R R
g(x) dx dx
µ(x) = e =e x = x, x > 0. (2.48)
Portanto, multiplicando (2.47) pelo fator integrante µ(x) = x, temos a equação exata,
(3x2 y + xy 2 ) dx + (x3 + x2 y) dy = 0.
Concluı́mos que, no caso de existir um fator integrante µ(y) que dependa apenas de y,
1
R
dy
µ(y) = e y = y, y > 0.
24
2.6.1 Exercı́cios
Definição 2.3. Uma função f (x, y) é uma função homogênea de grau α, onde α é
um número real, se
Sol.:
(a) Como f (tx, ty) = −3t2 xy + t2 y 2 = t2 f (x, y), então f é homogênea de grau 2.
p p
(b) Como f (tx, ty) = 3 t2 x2 + t2 y 2 = t2/3 3 x2 + y 2 = t2/3 f (x, y), diremos que f é
homogênea de grau 2/3.
Observação 2.4. Muitas vezes uma função homogênea pode ser reconhecida exami-
nando o grau de cada termo
25
Definição 2.4. Uma equação diferencial da forma
dy M(x, y)
M(x, y) dx + N(x, y) dy = 0 ou =−
dx N(x, y)
é chamada homogênea se ambos os coeficientes M e N são funções homogêneas do
mesmo grau.
y = µ x ou x = ν y
Sol.: Observe que a equação diferencial não é exata, porém é homogênea. Fazendo
y = µ x temos,
(1 + µ2 ) dx + (1 − µ) [µ dx + x dµ] = 0
26
Logo,
dx 1 − µ
+ dµ = 0
x 1+µ
dx 1 − µ
+ dµ = 0
x 1+µ
dx h 2 i
+ −1+ dµ = 0
x 1+µ
ln |x| + 2 ln |1 + µ| − µ = ln |C|
y y
ln |x| + 2 ln 1 + − = ln |C|. (2.51)
x x
2.7.1 Exercı́cios
27
4. Suponha que M(x, y)dx + N(x, y)dy = 0 seja uma equação homogênea. Mostre
que a substituição x = r cos θ, y = r sen θ leva a uma equação separável.
∂f ∂f
x +y = nf
∂x ∂y
Uma equação pode parecer diferente de todas as que vimos e estudamos, mas mudando
a variável, tal vez um problema aparentemente difı́cil possa ser resolvido de forma fácil.
dy ln x
Exemplo 2.18. Resolva a EDO x e2y + e2y = .
dx x
dµ dy dy ln x
= 2x e2y + 2x2 e2y = 2x e2y + x e2y = 2x = 2 ln x.
dx dx dx x
Logo,
dµ = 2 ln x dx ⇒ µ = 2 (x ln x − x) + C. (2.52)
Portanto,
x2 e2y = 2x ln x − 2x + C.
dw 1 dy y′
= = ,
dx y dx y
dw
+ w = ex .
dx
28
Logo,
e2x
Z Z Z
x x ′ x
w(x) e = (w(x) e ) dx = µ(x) e dx = e2x dx = + C. (2.53)
2
Portanto,
1 x
w(x) = e + Ce−x .
2
Consequentemente
1 x
ln y = e + Ce−x .
2
w = ax + by + c. (2.55)
2
Exemplo 2.20. Resolva a EDO y ′ =
2x + y + 3
29
Consequentemente
2x + y + 3 − ln(2x + y + 4) = 2x + 2C
• Se c = c1 = 0 a equação é homogênea.
Logo, fazendo
X =x−1
(2.57)
Y =y
−7X + 3Y
Y′ = .
3X − 7Y
30
Figura 2.8:
Logo, para resolver esta última equação usamos a substituição Y = µ X. Assim, temos
que:
−7X + 3µX −7 + 3µ
µ′ X + µ = = ,
3X − 7µX 3 − 7µ
′ −7 + 3µ −7 + 7µ2
µ X= −µ= (2.58)
3 − 7µ 3 − 7µ
Se −7 + 7µ2 6= 0, tem-se
3 − 7µ dX
dµ =
−7 + 7µ2 X
3 − 7µ 7
dµ = dX
(µ − 1)(µ + 1) X
−2 −5 7
dµ + dµ = dX. (2.59)
µ−1 µ+1 X
− 2 ln |µ − 1| − 5 ln |µ + 1| dµ = 7 ln X − ln C,
|µ − 1|−2 X7
ln = ln . (2.60)
|µ + 1|5 C
Logo,
31
Portanto,
5 2
Y 7 Y
C= +1 X −1 ,
X X
C = (Y + X)5 (Y − X)2 ,
2x + y − 1
Exemplo 2.22. Resolva a EDO y ′ = .
4x + 2y + 5
Sol.: Resolvendo, as seguintes equações temos que são retas paralelas (Ver Figura2.9):
2x + y − 1 = 0 y = −2x + 1
⇒ (2.66)
4x + 2y + 5 = 0 y = −2x − 5
2
32
Figura 2.9:
dz z−1
Fazendo z = 2x + y temos = 2 + y ′ . Logo, z ′ − 2 = ,
dx 2z + 5
dz z−1 z − 1 + 4z + 10 5z + 9
= +2= = .
dx 2z + 5 2z + 5 2z + 5
Consequentemente, para z 6= −9/5,
2z + 5
dz = dx. (2.67)
5z + 9
Integrando
2z + 5 2 7 1
Z Z Z
dz = dz + dz
5z + 9 5 5 5z + 9
2 7
z+ ln |5z + 9|. (2.68)
5 25
Portanto, de (2.68)
2 7
z+ ln |5z + 9| = x + C
5 25
Substituindo o valor de z = 2x + y na equação anterior obtemos a solução na sua forma
implı́cita.
2 7
(2x + y) + ln |5(2x + y) + 9| = x + C
5 25
2.9.1 Exercı́cios
33
2x − 3
(a) y ′ = (e) (2x + 4y − 5)dx − (4x + 6y − 1)dy =
x+y−3
x−1 0; y(−1) = 2
(b) y ′ =
3y + 2
1−x−y (f) (x + 2y − 1)dx − (2x − 3)dy = 0; y(1) = 0
(c) y ′ = 1 − 2y − 4x
x+y (g) y ′ = ; y(1) = 0
1 1 + y + 2x
(d) y ′ = x+y−1
x+y (h) y ′ = ; y(1) = 1
x−y+1
2. Resolva a equação y ′ = cos2 (y − x) usando a substituição y − x = u
5. A equação dy/dt = q1 (t)+q2 (t)y +q3 (t)y 2 é conhecida como a ”Eq. de Ricatti”.
Suponhamos que uma certa solução y1 seja conhecida. Uma solução mais geral,
com uma constante arbitrária, pode ser conseguida pela substituição y = y1 +
1/ν(t). Mostrar que ν(t) obedece à eq. linear de primeira ordem dν/dt = −(q2 +
2q3 y1 )ν − q3 .
6. Dada uma solução particular, resolver cada uma das seguintes equaçõesde Ricatti.
34
Capı́tulo 3
L[y] = y (n) + a1 (x) y (n−1) + a2 (x) y (n−2) + · · · + an−1 (x) y ′ + an (x) y = b(x), (3.1)
L[y] = y (n) + a1 (x) y (n−1) + a2 (x) y (n−2) + · · · + an−1 (x) y ′ + an (x) y = 0, (3.2)
Aqui o termo homogêneo tem significado diferente daquele usado na seção de Equações
Homogêneas.
35
3.1 EDO Incompleta com Coeficientes Constantes
y ′ + ay = 0.
y = C e−a x
Isto, sugere que no caso geral (n > 1) de uma equação linear incompleta com coefi-
cientes constantes (ai (x) = ai , ∀i = 1, 2, . . . , n), se procurem soluções do tipo y = erx ,
com r constante.
36
3.1.1 Caso I: Raı́zes Reais
Se as raı́zes r1 6= r2 6= r3 6= · · · =
6 rn , então as n-soluções correspondentes são:
37
Sol.: A eq. dada pode-se escrever na forma
(D 3 − 3D 2 + 2D) y = 0, (3.9)
r 3 − 3r 2 + 2r = 0. (3.10)
Daı́, fatorando (3.10) temos que r(r 2 − 3r + 2) = r(r − 2)(r − 1) = 0. Logo as raı́zes
desta equação são:
r1 = 0, r2 = 2, r3 = 1.
Uma base do espaço de soluções da eq. (3.9) dada é: B = {e0x , e2x , ex } = {1, , e2x , ex }.
Logo, a sol. geral é
y = c1 + c2 e2x + c3 ex .
Essa construção é feita com todas as raı́zes da equação caracterı́stica, para obtermos
n soluções LI da EDO, que formam uma base para o espaço das soluções.
38
Portanto, B = {1, ex , x ex } é uma base do espaço de soluções da eq. dada., conse-
quentemente a solução geral é
y(x) = C1 + C2 ex + C2 x ex .
1
ϕ1 (x) = Re(ϕ(x)) = [ϕ(x) + ϕ̄(x)] = eax cos bx (3.12)
2
1
ϕ2 (x) = Im(ϕ(x)) = [ϕ(x) − ϕ̄(x)] = eax sen bx (3.13)
2
Exemplo 3.4. Ache a solução geral da EDO linear de ordem quatro y (4) + 9y = 0.
39
Correspondendo as raı́zes λ1 e λ2 temos as soluções reais:
√ √
√
6
x 6 √
6
x 6
ϕ1 (x) = e 2 cos x e ϕ2 (x) = e 2 sen x
2 2
λ1 = i, λ2 = −i
ambas de multiplicidade 2.
Pelo fato de essas raı́zes serem de multiplicidade 2, temos mais duas soluções reais:
40
Teorema 3.3. A solução y da eq. completa L[y] = b(x) (3.14) obtem-se adicionando
uma solução particular de (3.14) com a solução geral da EDO incompleta associada
L[y] = 0.
Em simbolos, escrevemos:
A seguir apresentamos dois métodos que nos permitem achar a solução particular
yP (x) de (3.14).
Este método como o mesmo nome sugere, inicia-se supondo conhecida a forma da
solução particular yP , salvo as constantes multiplicativas, as quais uma vez determi-
nadas levaram a suposta solução yP da EDO (3.14).
Este método é aplicado com sucesso para alguns casos especiais da função b(x).
b(x) = a0 + a1 x + · · · + ak xk .
yP (x) = A0 + A1 x + · · · + Ak xk
41
Como a função b(x) é o polinômio de primeiro grau 3x + 4, então suporemos que a
solução particular yP é da forma:
yP (x) = A0 x + A1 .
0 − 5A0 − 6(A0 X + A1 ) = 3x + 4
− 6A0 = 3
b(x) = (a0 + a1 x + · · · + ak xk ) eα x
yP (x) = (A0 + A1 x + · · · + Ak xk ) eα x
Por outro lado, ja que b(x) = (x + 2) e2x uma suposta solução particular será da forma
yP (x) = (Ax + B) e2x = A e2x x + B e2x . Logo, substituindo yP no problema temos
que:
[2A + 2A + 4Ax + 4B] e2x + 4[A + 2Ax + 2B] e2x + 4(Ax + B) e2x = (x + 2) e2x
42
Comparando as constantes das variáveis da mesma ordem, resulta que
8A + 16B = 2
16A = 1. (3.16)
1 3 2x
y(x) = C1 e−2x + C2 x e−2x + x e2x + e .
16 32
ou
Como b(x) = sen 2x, então suporemos que a solução particular yP é da forma:
(−4A sen 2x−4B cos 2x)−(2A cos 2x−2B sen 2x)−2(A sen 2x+B cos 2x) = sen 2x
− 6A + 2B = 1
− 2A − 6B = 0 (3.17)
43
de onde segue A = −3/20 e B = 1/20.
logo
−2A0 sen x + 2A1 cos x = sen x.
A0 = −1/2
A1 = 0
44
de onde segue que a solução geral desta EDO é
1
y(x) = C1 cos x + C2 sen x − x sen x
2
Exemplo 3.10. Ache a solução geral da EDO y ′′ − 3y ′ + 2y = ex − 2e2x + sen x.
yH (x) = C1 ex + C2 e2x ,
−A = 1
B = −2
3D + C = 1 (3.18)
D − 3C = 0
45
3.3 EDO Completa com Coeficientes Variáveis
serão tratadas pelo Método de Variação de Parâmetros (MVP) que, a grosso modo,
pode ser visto como generalização do Método de Coeficientes a Determinar.
Seja B = {y1 , y2 } uma base do espaço de soluções da eq. incompleta L[y] = 0 associada
à EDO (3.19), então y = C1 y1 + C2 y2 é solução geral da eq. incompleta L[y] = 0.
C1′ y1 + C2′ y2 = 0,
temos que:
y ′ = C1 y1′ + C2 y2′
(C1′ y1′ + C1 y1′′ + C2′ y2′ + C2 y2′′ ) + a1 (x)(C1 y1′ + C2 y2′ ) + a2 (x)(C1 y1 + C2 y2 ) = b(x)
C1 (y1′′ + a1 (x) y1′ + a2 (x) y1 ) + C2 (y2′′ + a1 (x) y2′ + a2 (x) y2 ) + C1′ y1′ + C2′ y2′ = b(x).
46
Como y1 , y2 são soluções da equação L[y] = 0, então a última equação se reduz a
expressão:
C1′ y1 + C2′ y2 = 0
Portanto,
1 1
C1′ (x) = − b(x) y2 (x) e C2′ (x) = b(x) y1 (x)
W W
ou
1 1
Z Z
C1 (x) = − b(x) y2 (x) dx e C2 (x) = b(x) y1 (x) dx
W W
47
onde {cos x, sen x} é um conjunto LI no espaço das soluções do problema homogêneo
associado, isto pois o wronskiano
cos x sen x
W = det = 1 6= 0
− sen x cos x
Consequentemente,
Z Z
yP (x) = − tan x sen x dx cos x + tan x cos x dx sen x
Z Z
2
= tan x cos x − cos x sec x dx cos x + sen x dx sen x
Z
= sen x − sec x dx cos x − cos x sen x
= sen x − ln | sec x + tan x| cos x − cos x sen x
(1 − x) y ′′ + x y ′ − y = ex (1 − x)2 , ∀x>1
sabendo que B = {x, ex } forma uma base do espaço de soluções da eq. homogênea
associada.
yH (x) = C1 x + C2 ex .
48
então, a solução particular é dada por
Z Z
1 x x 1
yP (x) = − e (1 − x) e dx x + e (1 − x) x dx ex
x
(x − 1) ex (x − 1) ex
Z Z
x
= e dx x − x dx ex
x2 x
= x ex − e . (3.27)
2
Sol.: Uma base do espaço de soluções da equação homogênea associada é B = {e−x , ex , e2x }
cujo wronskiano é:
−x x 2x
e e e
−x x 2x 2x
W = det −e e 2e = 6e 6= 0.
e−x ex 4e2x
Usando o método de Variação de Parâmetros temos que
′ 3x 3x 3x 4x 1 2x
C (x) 2e −5e e 0 e e
1 1 1 6
′ x
C2 (x) = 2x 6e x x 2x 1
3e −3e 0 = 2x −3e = − 2 (3.32)
6e 6e
1 −x
C3′ (x) −2 0 2 ex 2ex 3
e
49
Integrando obtemos
1 2x x 1
C1 (x) = e , C2 (x) = − , C3 (x) = − e−x . (3.33)
12 2 3
1 2x −x x x 1 −x 2x
yP (x) = e e − e − e e
12 2 3
1 x x x 1 x
= e − e − e
12 2 3
1 x x x
=− e − e . (3.34)
4 2
1 x x x
y(x) = C1 e−x + C2 ex + C3 e2x − e − e . (3.35)
4 2
3.4 Exercı́cios
50
4. Determine a solução geral de cada uma das equações usando o método dos coe-
ficientes a determinar (MCD).
6. Seja a equação mx′′ +kx = F0 cos wt que descreve oscilações não amortecidas
de um sistema mecânico massa-mola. Ache a solução geral para esta equação.
8. Determine a solução geral de cada uma das equações usando o método de variação
dos parâmetros (MVP).
51
Capı́tulo 4
No decorrer deste capı́tulo, trabalharemos apenas com sistemas lineares com Coe-
ficientes Constantes.
X′ = A X, (4.2)
52
onde
a11 a12 . . . a1n
x
1
a21 a22 . . . a2n
..
X= . e A= .. .. ..
.
. . ... .
xn
an1 an2 . . . ann
n×n
53
Teorema 4.2. (Existência de uma solução única) Seja t0 um ponto pertencente
ao intervalo I, tal que
X′ = A X
(4.5)
X(t ) = X
0 0
Então, existe uma única solução X(t) definida em I que satisfaz o problema de valor
inicial (4.5).
A Partir de (4.4) temos que X(t) = Φ(t)C. Logo, substituindo a condição inicial
X(t0 ) = X0 , encontramos que
X(0) = Φ(0)C
X0 = Φ(0)C
C = Φ(0)−1 X0
Para determinarmos uma solução geral X que satisfaza (4.2) usaremos um método
análogo ao que foi empregado para resolver equações lineares de 1ra ordem incompletas
com coeficientes constantes. Isto é, procuramos soluções de (4.2) da forma:
X(t) = ~v eλ t (4.6)
(A − λI) ~v = 0. (4.7)
54
λ2 6= · · · =
6 λn ) é da forma
X(t) = c1 −
→ eλ1 t + c −
v1
→ λ2 t + · · · + c −
2 v2 e
→ λn t
n vn e (4.8)
onde −
→, −
v → −
→
1 v2 , . . . , vn são os correspondentes autovetores de λ1 , λ2 , . . . , λn .
55
Por outro lado, calculando o autovetor ~v associado ao autovalor λ2 do sistema (4.9)
temos:
−2 1 v1 0
(A − λ2 I) ~v = . = ⇒ v2 = 2v1
4 −2 v2 0
v1 1
Logo, o autovetor ~v é do tipo = v1 .
2v1 2
Note que o auto-espaço
associado a λ2 é Sλ2 = [(1, 2)]. Portanto, uma solução do
1
sistema é X2 (t) = e3t .
2
Mesmo se alguns dos autovalores são complexos, desde que sejam distintos, o método
descrito anteriormente, ainda fornece n-soluções linearmente independentes. A única
complicação é que os autovetores associados aos autovalores complexos, são normal-
mente complexos, assim, teremos soluções complexas.
56
Sol.: Os autovalores são as raı́zes do polinômio caracterı́stico
6 − λ −1
p(λ) = det(A − λI) =
5 4−λ
57
1 1 0
Para λ1 = 5 + 2i seu autovetor associado é: = +i e
1 − 2i 1 −2
1 1 0
para λ2 = λ̄1 = 5 − 2i seu autovetor associado é: = +i .
1 + 2i 1 2
Em conseqüência do Teorema 4.4, as duas soluções reais do sistema são:
!
1 0 cos 2t
X1 = cos 2t − sen 2t e5t = e5t (4.13)
1 −2 cos 2t + 2 sen 2t
!
0 1 sen 2t
X2 = cos 2t + sen 2t e5t = e5t . (4.14)
−2 1 −2 cos 2t + sen 2t
c1 −
→ eλt + c −
v1
→ λt −→ λt
2 v2 e + · · · + cm vm e .
dx
= 9x + 4y 9 4 0
dt
dy
= −6x − y ou X′ = −6 −1 0 X
dt
dz = 6x + 4y + 3z
6 4 3
dt
58
Sol.: Os autovalores são as raı́zes do polinômio caracterı́stico
9−λ 4 0
p(λ) = det(A − λI) = −6 −1 − λ 0
6 4 3−λ
4.1.4 Exercı́cios
59
5 5 2
5 −1
(a) X′ = X (b) X′ = −6 −6 −5 X
0 3
6 6 5
1 0 0
′
1 −10
(c) X = 2 1 −2 X (d) X′ = X
−7 10
3 2 1
X′ = AX + B(t), (4.16)
60
onde Xh é a solução geral do sistema homogêneo X′ = AX e Xp é uma solução
particular de (4.16).
Teorema 4.5. (Existência de uma solução única) Suponhamos B(t) uma função
contı́nua em um intervalo I que contenha o ponto t0 . Então, existe uma única solução
X(t) definida em I que satisfaz o problema de valor inicial
X′ = A X + B(t)
(4.18)
X(t ) = X
0 0
1. Coeficientes Indeterminados
2. Variação de Parâmetros
X′ = AX + B(t) (4.19)
61
Assim, temos para λ = 5 que:
−1 2 v 0 2
(A − λI)~v = 1 = ⇒ v1 = 2v2 ⇒ ~v = v2 .
3 −6 v2 0 1
Portanto,
2 1
Xh (t) = c1 e5t + c2 e−2t .
1 −3
xp (t)
2da Etapa: Suponhamos que a solução particular é da forma Xp = = ~a t + ~b,
yp (t)
a1 b1
onde ~a = e ~b = . Então:
a2 b2
a1 4 2 a t + b1 −8t
X′p = = 1 +
a2 3 −1 a2 t + b2 2t + 3
4a1 + 2a2 4b + 2b2 −8t
= t + 1 +
3a1 − a2 3b1 − b2 2t + 3
4a1 + 2a2 − 8 4b1 + 2b2
= t + . (4.21)
3a1 − a2 + 2 3b1 − b2 + 3
Portanto,
4a + 2a = 8 4b + 2b = a1
1 2 1 2
e (4.22)
3a − a = −2 3b − b + 3 = a
1 2 1 2 2
62
2/5 t + 2/25
Consequentemente, Xp (t) =
16/5 t + 1/25
Concluı́mos de ambas etapas que:
2 1 2/5 t + 2/25
X(t) = c1 e5t + c2 e−2t + .
1 −3 16/5 t + 1/25
Denotemos
por Φ(t) a matriz fundamental cujos vetores coluna são: X1 , X2 , . . . , Xn
c
1
..
e C = . , então:
cn
X′ = AX + B(t) (4.26)
O propósito agora é determinar ~u(t) de forma que Xp (t) satisfaça (4.26). Assim,
X′p (t) = Φ′ (t) ~u(t) + Φ(t) ~u′ (t) = AΦ(t) ~u(t) + B(t). (4.27)
63
Consequentemente,
Z Z
′ −1 −1
~u (t) = Φ (t)B(t) ⇒ u(t) = Φ (t)B(t) dt ⇒ Xp (t) = Φ(t) Φ−1 (t)B(t) dt.
(4.29)
64
2 → = 1 .
Para λ1 = 5 temos o autovetor −
→ = e para λ = −2 o autovetor −
v1 2 v2
1 −3
Portanto,
5t −2t
2 1 2e e c
Xh (t) = c1 e5t + c2 e−2t = 1
1 −3 e5t −3e−2t c2
= Φ(t) C (4.33)
65
Consequentemente a solução geral é:
X′′ = A X, (4.37)
onde
a a ... a1n
x1 11 12
a21 a22 ... a2n
X= . e A= .
. . . .
xn
an1 an2 ... ann
n×n
X(t) = ~v eα t (4.38)
Então, X′′ (t) = α2 ~v eαt . Assim, substituindo em (4.37) tem-se α2 ~v eαt = A ~v eαt ,
o que implica que
A ~v = α2 ~v.
66
4.3.1 Aplicações à Mecânica
Consideremos três massas ligadas uma a outra e a duas paredes por quatro molas,
Suponhamos que as massas deslizam sem atrito e que cada mola obedece a “lei de
Hooke”(sua extensão ou comprenssão x e força F de reação é relacionada pela formula
F = −kx).
Portanto, aplicando a 2da lei de Newton (ma = F ), temos para as três massas suas
equações de movimento
67
−(k1 + k2 ) k2 0
massa, e a matriz de rigidez de K = k2 −(k2 + k3 ) k3 temos que
0 k3 −(k3 + k4 )
(4.39) toma a forma matricial
MX′′ = KX.
A ~v = α2 ~v. (4.41)
Portanto,
√ h p p i
X(t) = ~v eαt = ~v e−i |λ| t = ~v cos |λ| t + i sen |λ| t (4.42)
Então,
h √ √ i
X(t) = c1 cos λ t + c2 sen λ t ~v (4.43)
Teorema 4.6. Se a matriz A ∈ Mnxn tem autovalores negativos distintos −w12 , −w22 ,
. . . , −wn2 com autovetores associados ~v1 , ~v2 , . . . , ~vn , então a solução geral de X′′ = AX
é dada por:
n
X
X(t) = [aj cos wj t + bj sen wj t] ~vj (4.44)
j=1
68
onde aj e bj são números reais. No caso especial que de um autovalor nulo não-repetido
λ0 = 0 com autovetor associado ~v0 , a parte correspondente da solução geral é:
Importante
√
• A frequência natural interna é definida por ωi = −λi ∈ R, onde λi é um
autovalor de A.
2π 2π
• O perı́odo é definido por P = =√ .
ωi −λi
Exemplo 4.7. Ache a solução do sistema massa mola MX′′ = KX, quando m1 =
2, m2 = 1, k1 = 100, k2 = 50.
Como não há uma terceira mola ligada a uma parede direita, no sistema (4.39)
fazemos k3 = 0. Assim,
69
Então,
70
Assim, temos que:
(A + ω 2 I) C = −F0 . (4.51)
71
Logo,
−1
2 2
ω − 75 25 0 ω − 75 25 0
C = ⇒ C= .
2 2
50 ω − 50 −50 50 ω − 50 −50
Portanto,
2
1 ω − 50 −25 0
C= 2
(ω − 100)(ω 2 − 25) −50 ω 2 − 75 −50
1 1250
= 2 2
. (4.53)
(ω − 100)(ω − 25) −50(ω 2 − 75)
1250 √
x1 (t) = cos 50t (4.54)
(ω 2 2
− 100)(ω − 25)
−50(ω 2 − 75) √
x2 (t) = 2 cos 50t. (4.55)
(ω − 100)(ω 2 − 25)
−1
• No caso em que ω 2 = 50, obtem-se de (4.53) que C = . Neste caso, a oscilação
−1
é descrita por:
√
x1 (t) −1 √ − cos 50t
Xp (t) = = cos 50t = √ (4.56)
x2 (t) −1 − cos 50t
o que quer dizer que as duas massas oscilam com amplitudes e direções iguais. Portanto,
de (4.48-4.56) temos que a solução geral é
Observação 4.2. No exemplo anterior verifica-se que a frequência externa ω tem que
ser diferente as frequências internas ω1 = 10 e ω2 = 5. É evidente, pois quando
ω → ω1 ou ω → ω2 , as componentes da amplitude C, c1 e c2 aproximam-se de ∞.
Este fenômeno se conhece como ressonância.
72
Capı́tulo 5
Transformada de Laplace
Definição 5.1. Uma integral imprópria sobre um intervalo infinito é definida como
um limite de integrais sobre intervalos limitados; isto é,
Z ∞ Z x
g(t) dt = lim g(t) dt. (5.1)
a x→∞ a
73
Sol.: Usando a definição temos que
Z ∞ Z b
−st
L[1] = e dt = lim e−st dt
0 b→∞ 0
1
= lim − (e−sb − 1)
b→∞ s
1
= , para s > 0. (5.3)
s
Teorema 5.1. Se f (t) é seccionalmente contı́nua para t ≥ 0 e de ordem exponencial
(existem constantes k e a tais que |f (t)| ≤ k eat , para todo t ≥ M > 0). Então,
L[f (t)] existe para s > a.
2, se 0 ≤ t < c
Exemplo 5.2. Calcular L[f (t)] sendo f (t) =
1, se t ≥ c.
74
Calculando temos que,
Z x Z c Z x
−st −st
e f (t) dt = e f (t) dt + e−st f (t) dt
0 0 c
Z c Z x
−st
= 2e dt + e−st dt
0 c
c x
2 −st 1 −st
=− e − e
s 0 s c
2 −sc 1 −sx
= − (e − 1) − (e − e−sc ). (5.4)
s s
Portanto,
1
L[f (t)] = [2 − e−sc ], para s > 0.
s
75
Calculando separadamente cada uma das integrais temos:
Z ∞ Z x
−st
e t dt = lim e−st t dt
0 x→∞
0 Z x
−t −st x 1 −st
= lim e + e dt
x→∞ s 0 0 s
−x −sx 1 −sx 1
= lim e − 2e + 2
x→∞ s s s
1
= 2 (5.8)
s
e
Z ∞ Z x
−st
e sen 2t dt = lim e−st sen 2t dt
0 x→∞
0 x Z x
−st cos 2t −st cos 2t
= lim − e − se dt
x→∞ 2 0 0 2
s2 x −st
−sx
−e cos 2x 1 s −sx
Z
= lim + − e sen 2x − e sen 2t dt
x→∞ 2 2 4 4 0
Z x
1 s2
= − lim e−st sen 2t dt
2 4 x→∞ 0
1 s2 ∞ −st
Z
= − e sen 2t dt. (5.9)
2 4 0
Portanto,
1 2
L[t] = e L[sen 2t] = .
s2 4 + s2
Segue-se então que
3 10 12 − 7s2
L[3t − 5 sen 2t] = − = (5.10)
s2 4 + s2 s2 (4 + s2 )
Teorema 5.3. (Transformada de Algumas Funções Básicas)
1
1. L[1] =
s
n!
2. L[tn ] = , n = 1, 2, . . . .
sn+1
1
3. L[eat ] =
s−a
k
4. L[sen kt] =
+ k2 s2
s
5. L[cos kt] = 2
s + k2
76
k
6. L[sinh kt] =
s2
− k2
s
7. L[cosh kt] = 2
s − k2
O problema agora é dada uma função F (s), tentaremos encontrar uma função f (t) cuja
transformada de Laplace seja F (s). Dizemos que f (t) é a Transformada Inversa de
F (s) e escrevemos
77
Observação 5.1. Para a função
1, se; t ≥ 0, t 6= 1, t 6= 3
f (t) = 2, se; t = 1 (5.11)
0, se t = 3,
De fato,
Z 1 Z 3 Z x
−st −st −st
L[f (t)] = lim e dt + e dt + e dt
x→∞ 0 1 3
e−st 1 e e−st x −st 3
= lim − − −
s 0 s 1 s 3
x→∞
Consequentemente,
f (t), dado em (5.11)
1
L−1 =
s 1, para todo t > 0.
O que implica que a transformada inversa pode não ser necessariamente única, mais
isso não é tão ruim, pois se,
pode-se mostrar que f1 e f2 são essencialmente iguais, isto é, elas podem ser diferentes
somente nos pontos de discontinuidade, como no caso de f (t) e 1.
78
1
Exemplo 5.4. Calcular L−1 [ s2 +64 ]
Sol.:
−1 1 1 −1 8 1
L = L = sen 8t. (5.13)
s2 + 64 8 s2 + 8 2 8
−1 1
Exemplo 5.5. Calcular L
(s − 1)(s + 2)(s + 4)
1 A B C
= + +
(s − 1)(s + 2)(s + 4) s−1 s+2 s+4
A(s + 2)(s + 4) + B(s − 1)(s + 4) + C(s − 1)(s + 2)
(s − 1)(s + 2)(s + 4)
A(s + 6s + 8) + B(s2 + 3s − 4) + C(s2 + s − 2)
2
(s − 1)(s + 2)(s + 4)
2
s (A + B + C) + s(6A + 3B + C) + (8A − 4B − 2C)
,
(s − 1)(s + 2)(s + 4)
Usar a definição para calcular uma transformada de Laplace pode resultar extremada-
mente trabalhosa, por exemplo a integração por partes no cálculo de L[et t2 sen 3t]. A
seguir um teorema que vai a facilitar estes cálculos.
79
Demonstração:
Z ∞ Z ∞
at −st at
L[e f (t)] = e e f (t) dt = e−(s−a)t f (t) dt = F (s − a). (5.16)
0 0
então,
−1 s −1 s+3 −1 3
L =L √ −L √
s2 + 6s + 11 (s + 3)2 + ( 2)2 (s + 3)2 + ( 2)2
√
−1 s+3 3 −1 2
=L √ −√ L √ .
(s + 3)2 + ( 2)2 2 (s + 3)2 + ( 2)2
(5.20)
Lembremos que
√ s s+3
F1 (s) = L[cos 2t] = √ ⇒ F1 (s + 3) = √
+ ( 2)2 s2 (s + 3)2 + ( 2)2
√ √
√ 2 2
F2 (s) = L[sen 2t] = √ ⇒ F2 (s + 3) = √ .
s2 + ( 2)2 (s + 3)2 + ( 2)2
80
Logo, do Teorema de translação,
Portanto,
√
L−1 [F1 (s + 3)] = e−3t cos 2t
√
L−1 [F2 (s + 3)] = e−3t sen 2t.
Consequentemente,
√ √
−1 s −3t 3 −3t
L = e cos 2t − √ e sen 2t. (5.21)
s2 + 6s + 11 2
−1 s
Exemplo 5.8. Calcular L .
(s + 1)2
Logo,
−1 s −1 1 −1 1
L =L −L . (5.23)
(s + 1)2 s+1 (s + 1)2
Lembrando que
1 1
L[eat ] = e L[t] = ,
s−a s2
temos que
−1 s
L = e−t − L−1 [F (s + 1)]
(s + 1)2
= e−t − te−t , (pelo teor. de translação). (5.24)
n dn n
L[t f (t)] = (−1) F (s), onde F (s) = L[f (t)]. (5.25)
dsn
81
R∞
Demonstração: Como F (s) = L[f (t)] = 0
e−st f (t) dt,
Z ∞
d d −st
F (s) = e f (t) dt
ds ds 0
Z ∞
d −st
= e f (t) dt
0 ds
Z ∞
= −te−st f (t) dt
0
Z ∞
=− e−st (tf (t)) dt
0
Portanto,
d
L[tf (t)] = − F (s)
ds
Analogamente,
d2 F (s)
2 d d dF (s)
L[t f (t)] = L[t(tf (t))] = − L[tf (t)] = − − = . (5.27)
ds ds ds ds2
Exemplo 5.9. Calcular L[t sen t], L[te−t cos t] e L[te−t cosh t].
Sol.: De fato,
d d 1 2s
L[t sen t] = − L[sen t] = − 2
= 2 . (5.28)
ds ds s + 1 (s + 1)2
d
L[t e−t cos t] = − L[e−t cos t]
ds
d s
= − F (s + 1), onde F (s) = L[cos t] = 2
ds s +1
d s+1
=−
ds (s + 1)2 + 1
s2 + 2s
= 2 . (5.29)
(s + 1)2 + 1
82
d
L[t e−t cosh t] = − L[e−t cosh t]
ds
d s
= − F (s + 1), onde F (s) = L[cosh t] = 2
ds s −1
d s+1
=−
ds (s + 1)2 − 1
s2 + 2s + 2
=− 2 . (5.30)
(s + 2s)2
Teorema 5.7. (Transformada de Laplace de uma Derivada) Se f (t), f ′ (t), . . . , f (n−1) (t)
forem contı́nuas em [0, ∞), de ordem exponencial, e se f (n) (t) for contı́nua por partes
em [0, ∞), então:
L[f (n) (t)] = sn F (s) − sn−1 f (0) − sn−2 f ′ (0) − . . . . . . − f (n−1) (0), (5.31)
Sol.: De fato,
d
L[2 sen t cos t] = L sen t = s L[sen2 t] − sen2 0
2
dt
1 − cos 2t s s
=sL = L[1] − L[cos 2t]
2 2 2
s 1 s s
= −
2 s 2 s2 + 2 2
2
= 2 . (5.32)
s +4
f (t) R∞
Teorema 5.8. Se existirem L[f (t)] = F (s), L e s F (p) dp, então:
t
Z ∞
f (t)
L = F (p) dp. (5.33)
t s
Z ∞
sen t π
Exemplo 5.11. Prove que dt = .
0 t 2
1
Sol.: Desde que L[sen t] = = F (s), então pelo Teorema anterior,
s2 + 1
Z ∞
sen t 1
L = 2
dp. (5.34)
t s p +1
83
Desenvolvendo cada um dos termos anteriores e considerando s = 0 temos
Z ∞ Z ∞ Z ∞
sen t −st sen t 0t sen t sen t
L = e dt = e dt = dt
t 0 t 0 t 0 t
e
∞ M
1 1
Z Z
2
dp = lim dp
0 p +1 M →∞ 0 +1 p2
M
= lim arctan p0 = lim arctan M
M →∞ M →∞
π
= .
2
Sol.: De fato,
Z t
−1 2
sen 2τ dτ = L
0 s(s2 + 4)
−1 1 s
=L −
2s 2(s2 + 4)
1 −1 1 1 −1 s
= L − L
2 s 2 s2 + 4
1 1
= − cos 2t. (5.36)
2 2
A função degrau unitário U(t − a), onde a é um número real, é definido por
0, 0 ≤ t < a
U(t − a) = (5.37)
1, t ≥ a
84
Observação 5.2. Se a função f definida para t ≥ 0 é multiplicada por U(t − a), a
função degrau unitário “desliga” uma parte do gráfico dessa função. Veja-se o seguinte
gráfico:
A função degrau unitário é usada também para escrever funções por partes em
forma compacta. Por exemplo,
g(t), 0 ≤ t < a
f (t) = = g(t) − g(t)U(t − a) + h(t)U(t − a)
h(t), a ≤ t.
ou
5.5 A Convolução
85
de Laplace não conmuta com a multiplicação usual, não é possı́vel afirmar que que
H(s) seja a transformada do produto de f e g. Por outro lado, se definirmos, conve-
nientemente, um ”produto generalizado”, então a situação muda, conforme enunciado
no teorema a seguir.
Teorema 5.11. Se ambas F (s) = L[f (t)] e G(s) = L[g(t)] existem para s > a ≥ 0,
então
H(s) = F (s)G(s) = L[h(t)], s > a,
onde Z t Z t
h(t) = f (t − τ )g(τ )dτ = f (τ )g(t − τ )dτ.
0 0
h(t) = (f ∗ g)(t).
1. f ∗ g = g ∗ f (conmutatividade)
2. f ∗ (g1 + g2 ) = f ∗ g1 + f ∗ g2 (distributividade)
3. (f ∗ g) ∗ h = f ∗ (g ∗ h) (associatividade)
4. f ∗ 0 = 0 ∗ f = 0
1. f ∗ 1 = f (falso!), pois
Z t Z t
(f ∗ 1)(t) = f (t − τ ).1 dτ = f (t − τ ) dτ 6= f (t).
0 0
86
2. f ∗ f ≥ 0 (falso!), pois
Z t
(f ∗ f )(t) = f (t − τ ).f (τ ) dτ.
0
Sol. Ja que
a 1
F (s) = = L[sen at] e G(s) = = L[t]
s2 + a2 s2
então H(s) = F (s)G(s). Logo, pelo Teorema anterior temos que H(s) = L[h(t)], onde
h(t) é a convolução de sen t e t. Portanto, a transformada inversa de H(s) é
Z t
at − sen at
h(t) = sen a(t − τ )τ dτ =
0 a2
Exemplo 5.15. Encontre a inversa de:
a
H(s) =
s2 (s2 + a2 )
Sol. Ja que
a 1
F (s) = = L[sen at] e G(s) = = L[t]
s2 + a2 s2
então H(s) = F (s)G(s). Logo, pelo Teorema anterior temos que H(s) = L[h(t)], onde
h(t) é a convolução de sen t e t. Portanto, a transformada inversa de H(s) é
Z t
at − sen at
h(t) = sen a(t − τ )τ dτ = .
0 a2
87
5.6 Aplicação as Equações Lineares com Coeficientes
Constantes
(5.41)
Portanto,
−1 s+6 −1 s+6
y(t) = L =L
s2 + 5s + 4 (s + 4)(s + 1)
−1 2 1 5 1
=L − +
3 s+4 3 s+1
2 −1 1 5 −1 1
=− L + L
3 s+4 3 s+1
2 5 1
= − e−4t + e−t , (Lembre que: L[eat ] = ). (5.43)
3 3 s−a
88
Sol.: Aplicando a transformada de Laplace na eq. anterior temos
L[y ′′ + y] = L[sen t]
1
[s2 F (s) − s y(0) − y ′(0)] + F (s) =
s2 +1
1
(s2 + 1) F (s) = + s y(0) + y ′ (0)
+1 s2
1 s 1
F (s) = 2 − + . (5.46)
(s + 1)2 s2 + 1 s2 + 1
Portanto,
1
−1 s 1
y=L − +
(s2 + 1)2 s2 + 1 s2 + 1
−1 1 −1 s −1 1
=L −L +L
(s2 + 1)2 s2 + 1 s2 + 1
1
= sen t − cos t + L−1 . (5.47)
(s + 1)2
2
−1 1
Cálculo de L :
(s2 + 1)2
1 −1 1
Supondo F (s) = 2 temos que f (t) = L = sen t. Assim, pelo
s +1 s2 + 1
Teorema 5.6,
d
− F (s) = L[t f (t)]. (5.48)
ds
Logo,
−1 2s
L = t sen t.
(s2 + 1)2
2s
Por outro lado, aplicando o Teorema 5.9 quando F (s) = , temos
(s2 + 1)2
Z t
−1 F (s) −1 2
L =L = τ sen τ dτ
s (s2 + 1)2 0
Z t
t
= −τ cos τ 0 + cos τ dτ
0
89
Logo,
−1 1 sen t − t cos t
L 2 2
= .
(s + 1) 2
Portanto,
sen t − t cos t
y(t) = sen t − cos t + . (5.50)
2
s
s2 F (s) − 1 + 4F (s) = + L[U(t − 2π) cos(t − 2π)]
(s2 + 1)
s
(s2 + 4)F (s) − 1 = 2
+ e−2πs L[cos(t)]
(s + 1)
Logo,
1 s s
F (s) = + 2 + e−2πs 2
s2 2
+ 4 (s + 1)(s + 4) (s + 1)(s2 + 4)
1 s s −2πs s s
= 2 + − +e −
s +4 3(s2 + 1) 3(s2 + 4) 3(s2 + 1) 3(s2 + 4)
sen 2t cos t cos 2t U(t − 2π) cos(t − 2π) U(t − 2π) cos 2(t − 2π)
y(t) = + − + −
2 3 3 3 3
90
então:
3s − 1 G(s) s 1 2 1 2
F (s) = 2
+ 2 =3 2 − 2
+ 2
G(s)
s +4 s +4 s +4 2 s +4 2 s +4
Portanto,
t
1 1
Z
y = 3 cos 2t − sen 2t + sen 2(t − τ )g(τ )dτ.
2 2 0
então:
Portanto,
EXERCÍCIOS:
91
(a) y ′′ + ω 2 y = g(t); y(0) = 0, y ′(0) = 1
di
L + Ri = E(t)
dt
d4 y
EI = w(x)
dx4
92
Capı́tulo 6
Um processo que intrigou matemáticos por séculos foi a soma de infinitos termos, a
qual pode resultar em um número, como em
1 1 1 1
+ + + + . . . = 1.
2 4 8 16
1 1 1 1
1+ + + + + . . . = +∞,
2 3 4 5
1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + . . . =?
Nesta seção, estudaremos como as séries infinitas formam a base para uma técnica
notável que nos permite expressar funções diferenciáveis como polinômios infinitos
(chamados de séries de potências) e, ao mesmo tempo, calcular o erro quando trun-
camos esses polinômios para torná-los finitos. Verêmos também como usar somas in-
finitas de termos trigonômetricos, chamados séries de Fourier, para representar funções
importantes usadas nas aplicações da ciência e engenharia.
93
6.1.1 Séries de Potências
A seguir uma técnica mais geral para a construção de séries de potências que repre-
sentam funções diferenciáveis.
Teorema 6.1. (Teorema de Taylor) Se f (x) é uma função que tem todas as derivadas
até a (n + 1)−ésima ordem, numa vizinhança I do ponto a (i.e: I é um intervalo que
contém o ponto a), então para cada x ∈ I existe um número c entre x e a tal que
f ′ (a) f ′′ (a) f (n) (a)
f (x) = f (a) + (x − a) + (x − a)2 + . . . + (x − a)n + Rn (x) (6.1)
1! 2! n!
onde o termo complementario Rn (x) se calcula segundo a fórmula
f (n+1) (c)
Rn (x) = (x − a)n+1 . (6.2)
(n + 1)!
Observação 6.1. Se Rn (x) → 0 quando n → ∞ para todo x ∈ I, dizemos que a série
de Taylor gerada por f em torno de a converge para f em I e escrevemos
∞
X f (k) (a)
f (x) = (x − a)k . (6.3)
k=0
k!
1. ex 5. cosh x
2. sen x 6. ln(1 + x)
1
3. cos x 7.
1−x
4. sinh x 8. (1 + x)n
Sol.:
94
onde
Consequentemente,
∞
x
X xk
e = .
k!
k=0
2. Se f (x) = sen x, então f (0) = 0, f ′ (0) = 1, f ′′ (0) = 0, f ′′′ (0) = −1, f (iv) (0) =
0 . . ., logo
1 0 −1 3 0 4 1 5 f (n) (0) n
sen x = 0 + x + x2 + x + x + x + ...+ x + Rn (x)
1! 2! 3! 4! 5! n!
x3 x5 x7 f (n) (0) n
=x− + − + ...+ x + Rn (x), (6.6)
3! 5! 7! n!
(−1)n+1 2n−1
R2n−1 (x) = x −→ 0 e R2n (x) = 0 −→ 0. (6.7)
(2n − 1)! n→∞ n→∞
Consequentemente,
∞
X (−1)k 2k+1
sen x = x .
k=0
(2k + 1)!
3. Se f (x) = cos x, então f (0) = 1, f ′ (0) = 0, f ′′ (0) = −1, f ′′′ (0) = 0, f (iv) (0) =
1 . . ., logo
0 −1 2 0 3 1 4 0 5 f (n) (0) n
cos x = 1 + x+ x + x + x + x + ...+ x + Rn (x)
1! 2! 3! 4! 5! n!
x2 x4 x6 f (n) (0) n
=1− + − + ...+ x + Rn (x), (6.8)
2! 4! 6! n!
(−1)n 2n
R2n−1 (x) = 0 −→ 0 e R2n (x) = x −→ 0. (6.9)
n→∞ 2n! n→∞
Consequentemente,
∞
X (−1)k
cos x = x2k .
k=0
2k!
95
4. Se f (x) = sinh x, então f (0) = 0, f ′ (0) = 1, f ′′ (0) = 0, f ′′′ (0) = 1, f (iv) (0) =
0 . . ., logo
1 0 1 0 1 f (n) (0) n
sinh x = 0 + x + x2 + x3 + x4 + x5 + . . . + x + Rn (x)
1! 2! 3! 4! 5! n!
x3 x5 x7 f (n) (0) n
=x+ + + + ...+ x + Rn (x), (6.10)
3! 5! 7! n!
onde para cada n ∈ N e ∀ x ∈ (−1, 1),
1
R2n−1 (x) = x2n−1 −→ 0 e R2n (x) = 0 −→ 0. (6.11)
(2n − 1)! n→∞ n→∞
Consequentemente,
∞
X x2k+1
sinh x = .
(2k + 1)!
k=0
5. Se f (x) = cosh x, então f (0) = 1, f ′ (0) = 0, f ′′ (0) = 1, f ′′′ (0) = 0, f (iv) (0) =
1 . . ., logo
0 1 0 1 0 f (n) (0) n
cosh x = 1 + x + x2 + x3 + x4 + x5 + . . . + x + Rn (x)
1! 2! 3! 4! 5! n!
x2 x4 x6 f (n) (0) n
= 1+ + + + ...+ x + Rn (x), (6.12)
2! 4! 6! n!
onde para cada n ∈ N e ∀ x ∈ (−1, 1),
x2n
R2n−1 (x) = 0 −→ 0 e R2n (x) = −→ 0. (6.13)
n→∞ 2n! n→∞
Consequentemente,
∞
X x2k
cosh x = .
k=0
2k!
6. Se f (x) = ln(1 + x), então f (0) = 0, f ′ (0) = 1, f ′′ (0) = −1!, f ′′′ (0) =
2!, f (iv) (0) = −3! . . ., logo
1 −1 2 2! 3 −3! 4 (−1)n+1 (n − 1)! n
ln(1 + x) = 0 + x + x + x + x + ...+ x + Rn (x)
1! 2! 3! 4! n!
x2 x3 x4 (−1)n+1 n
=x− + − + ...+ x + Rn (x), (6.14)
2 3 4 n
onde para cada n ∈ N e ∀ x ∈ (−1, 1),
(−1)n+2 n+1
Rn (x) = x −→ 0. (6.15)
(n + 1)! n→∞
96
Consequentemente,
∞
X (−1)k+1
ln(1 + x) = xk .
k=1
k
1
7. Se f (x) = , então f (0) = 0, f ′ (0) = 1, f ′′ (0) = 2!, f ′′′ (0) = 3!, f (iv) (0) =
1−x
4! . . ., logo
1 1 2! 3! 4! n! n
= 1 + x + x2 + x3 + x4 + . . . + x + Rn (x)
1−x 1! 2! 3! 4! n!
= 1 + x + x2 + x3 + x4 + . . . + xn + Rn (x), (6.16)
Consequentemente,
∞
1 X
= xk .
1 − x k=0
8. Se f (x) = (1 + x)α , então f (0) = 1, f ′ (0) = α, f ′′ (0) = α(α − 1), f ′′′ (0) =
α(α − 1)(α − 2), . . ., logo
α α(α − 1) 2 α(α − 1)(α − 2) 3
(1 + x)α =1 + x+ x + x + .........
1! 2! 3!
α(α − 1) . . . (α − (n − 1)) n
...+ x + Rn (x), (6.18)
n!
onde para cada n ∈ N e ∀ x ∈ (−1, 1),
α(α − 1) . . . (α − n) n+1
Rn (x) = x −→ 0. (6.19)
(n + 1)! n→∞
Consequentemente,
∞
α
X α(α − 1) . . . (α − (k − 1))
(1 + x) = 1 + xk .
k!
k=1
97
ou simplificadamente
∞
a0 X kπx kπx
+ ak cos + bk sen (6.21)
2 k=1
L L
Definição 6.3. No conjunto de pontos x em que a série (6.21) for um número finito,
ela define uma função f cujo valor em cada ponto x, é a soma da série para este valor.
Neste caso, a série (6.21) é chamada de série de Fourier de f e
∞
a0 X kπx kπx
f (x) = + ak cos + bk sen . (6.22)
2 k=1
L L
O nosso objetivo é determinar que funções podem ser representadas como a soma
de uma série de Fourier e achar um processo para calcular os coeficientes da série de
Fourier.
98
Como estamos interessados no menor valor positivo de T que satisfaça (6.24) e
(6.25), simultaneamente, obtemos que:
nπT 2L
= 2π ⇒ T = .
L n
Observação 6.2. Como as funções seno e cosseno são periódicas então a função (6.22)
é periódica, de perı́odo P = 2L.
Queremos calcular os coeficientes de Fourier de uma função f (x) definida num intervalo
com ponto médio na origem, isto é [−L, L]. Supondo que f seja integrável em [−L, L],
os seguintes casos serão considerados:
Seja F (x) uma função periódica em R, de modo que F (x) = f (x) em [−L, L], da
definição 6.3 resulta que
∞
a0 X kπx kπx
F (x) = f (x) = + ak cos + bk sen ∀x ∈ (−L, L). (6.26)
2 k=1
L L
Integrando ambos lados de (6.26) no intervalo [−L, L], temos
Z L Z L ∞ Z L
a0 X kπx kπx
f (x) dx = dx + ak cos + bk sen dx. (6.27)
−L −L 2 −L
k=1
L L
Calculando por separado cada integral do segundo membro temos
Z L
a0
dx = a0 L
−L 2
Z L L
kπx L kπx L
ak cos dx = ak sen = ak sen kπ − sen(−kπ) = 0, ∀ k ∈ N
−L L kπ L −L kπ
Z L L
kπx L kπx L
bk sen dx = −bk cos = −bk cos kπ − cos(−kπ) = 0, ∀ k ∈ N.
−L L kπ L −L kπ
99
Logo, substituindo as equações anteriores em (6.27) temos que
Z L
f (x)dx = a0 L.
−L
Portanto,
L
1
Z
a0 = f (x) dx. (6.28)
L −L
nπx
Por outro lado, multiplicando ambos os termos da equação (6.26) por cos e
L
integrando em [−L, L] temos:
L L ∞ Z L
nπx a0 nπx nπx kπx kπx
Z Z X
f (x) cos dx = cos dx + cos ak cos + bk sen dx
−L L 2 −L L k=1 −L L L L
= Lan , (6.29)
já que
L 0, n 6= k, L
nπx kπx nπx kπx
Z Z
cos cos dx = e cos sen dx = 0, ∀ k, n.
−L L L L, n = k −L L L
(6.30)
Logo,
L
1 kπx
Z
ak = f (x) cos dx (6.31)
L −L L
nπx
Análogamente, multiplicando (6.26) por sen e integrando esta expressão em
L
[−L, L] temos
L L ∞ L
nπx a0 nπx nπx kπx kπx
Z Z X Z
f (x) sen dx = sen dx + sen {ak cos + bk sen } dx.
−L L 2 −L L k=1 −L L L L
(6.32)
100
obtem-se que
L
1 kπx
Z
bk = f (x) sen dx (6.34)
L −L L
Exemplo 6.3. Calcular a série de Fourier da função periódica definida em [−3, 3] por:
1, se 0 ≤ x ≤ 3;
f (x) = (6.35)
0, se − 3 ≤ x < 0.
Sol.:
1 3
Z 3
1
Z
a0 = f (x) dx = 1 dx = 1
3 −3 3 0
3
1 3 kπx 1 3 kπx 1 kπx
Z Z
ak = f (x) cos dx = cos dx = sen =0 (6.36)
3 −3 3 3 0 3 kπ 3 0
3
1 3 kπx 1 3 kπx 1 kπx 1
Z Z
bk = f (x) sen dx = sen dx = − cos = (1 − cos(kπ))
3 −3 3 3 0 3 kπ 3 0 kπ
Portanto,
∞ ∞
1 X kπx 1 X 1 kπx
f (x) = + bk sen = + (1 − cos(kπ)) sen
2 k=1 3 2 k=1 kπ 3
∞
1 X 2 (2k − 1)πx
= + sen . (6.37)
2 k=1 (2k − 1)π 3
101
Figura 6.1: Aprox. da função f (x) em [−3, 3] para k ≤ 3, k ≤ 15, k ≤ 30
1 π
Z
a0 = f (x) dx. (6.39)
π −π
1 π
Z
ak = f (x) cos kx dx (6.40)
π −π
1 π
Z
bk = f (x) sen kx dx (6.41)
π −π
Sol.:
Como esta função é periódica em [−π, π] (Fig. 4.1), então usando (6.39), (6.40) e
(6.41) temos
π π
1 1 π
Z Z
a0 = f (x) dx = x dx = (6.43)
π −π π 0 2
102
Figura 6.2:
1 π
Z π
1
Z
ak = f (x) cos kx dx = x cos kx dx
π −π π 0
π Z π Z π π
1 sen kx sen kx 1 cos kx
= x − dx = − sen kx dx = 2
π k 0 0 k kπ 0 k π 0
1
= 2 cos(kπ) − 1 (6.44)
k π
1 π
Z π
1
Z
bk = f (x) sen kx dx = x sen kx dx
π −π π 0
π Z π π
1 cos kx cos kx 1 π sen kx
= −x + dx = − cos kπ +
π k 0 0 k π k k 2 0
1
= − cos kπ (6.45)
k
Consequentemente,
∞
a0 X
f (x) = + ak cos kx + bk sen kx
2 k=1
∞
π X 1 1
= + cos(kπ) − 1 cos kx − cos kπ sen kx (6.46)
4 k=1 k 2 π k
Se uma função g(x) é uma função par em [−L, L] (g(x) = g(−x)), então
Z L Z L
g(x) dx = 2 g(x) dx.
−L 0
103
Figura 6.3: Aprox. da função f (x) para k ≤ 3, k ≤ 10, k ≤ 20
De fato,
Z L Z 0 Z L Z L Z L Z L
g(x) dx = g(x) dx+ g(x) dx = g(−x) dx+ g(x) dx = 2 g(x) dx
−L −L 0 0 0 0
De fato,
Z L Z 0 Z L Z L Z L
g(x) dx = g(x) dx + g(x) dx = g(−x) dx + g(x) dx
−L −L 0 0 0
Z L Z L
=− g(x) dx + g(x) dx = 0. (6.48)
0 0
• Se uma função
par f (x) se desenvolve em série de Fourier
em [−L, L], o produto
kπx kπx
f (x) cos é também par e o produto f (x) sen é uma fução ı́mpar, já que
L L
104
kπx kπx
a função cos é par e sen é ı́mpar, então
L L
Z L
2
a0 = f (x) dx
L 0
Z L
2 kπx
ak = f (x) cos dx (6.49)
L 0 L
1 L kπx
Z
bk = f (x) sen dx = 0.
L −L L
Exemplo 6.5. Ache a Série de Fourier da função periódica f (x) = x2 em [−1, 1].
Sol.: Como f (x) é par e periódica em [−1, 1], então usando (6.49) temos
Z 1
2 2
a0 = x2 dx =
1 0 3
Z 1 1 Z 1
2 2 2 sen kx
sen kx
ak = x cos kx dx = 2 x − 2x dx
1 0 k 0 0 k
1 Z 1
2 4 cos kx cos kx
= sen k − −x + dx
k k k 0 0 k
105
1
2 4 4 sen kx
= sen k + cos k −
k k2 k 2 k 0
2 4 4
= sen k + cos k − sen k
k k2 k3
bk = 0. (6.51)
Consequentemente,
∞ ∞
1 X 1 X 2 4 4
f (x) = + ak cos kx = + sen k + 2 cos k − 3 sen k cos kx. (6.52)
3 k=1 3 k=1 k k k
106
Sol.: Como esta função é ı́mpar e periódica em [−π, π], então usando (6.50) temos
a0 = 0
ak = 0 (6.53)
π π Z π
2 2 cos kx cos kx
Z
bk = x sen kx dx = −x + dx
π 0 π k 0 0 k
2 cos kπ
=− π
π k
2 , se k é ı́mpar
= k (6.54)
− 2 , se k é par
k
Consequentemente,
∞ ∞ ∞
k+1 2 sen kx
X X X
f (x) = bk sen kx = (−1) sen kx = 2 (−1)k+1 (6.55)
k k
k=1 k=1 k=1
Suponhamos que a função contı́nua por partes esteja definida num intervalo [a, b].
Podemos representar esta função f (x) nos pontos de continuidade por uma série de
Fourier. Para isso, devemos considerar uma função arbitrária periódica g(x) de perı́odo
2µ > |b − a| que coincida com a função f (x) no intervalo [a, b]. Logo, como g(x) se
desenvolve em série de Fourier, f (x) também se desenvolverá em série de Fourier.
∞
a0 X
g(x) = + (ak cos kx + bk sen kx)
2 k=1
f (x) = g(x) . (6.56)
[a,b]
107
Por outro lado, se f (x) é definida no intervalo [0, L] completamos a função de modo
arbitrário no intervalo [−L, 0]. Logo, podemos desenvolver em série de Fourier a função
f periódica de perı́odo 2L em [−L, L]. Podemos completar a função de forma par ou
ı́mpar dependendo se desejarmos que a série esteja em função de cossenos ou de senos.
108
No caso particular que a função
∂u ∂u ∂u ∂u
f x, y, u, , = d(x, y) + e(x, y) + g(x, y)
∂x ∂y ∂x ∂y
diremos que a EDP é linear. Neste caso, se g(x, y) = 0 a equação se diz homogênea,
em caso contrário, é não-homogênea.
∂2u ∂2u
Exemplo 6.7. A Equação da onda − 2 = f (x, t) é linear, não homogênea,
∂t2 ∂x
e desde que a(x, t) = −1, b(x, t) = 0 e c(x, t) = 1 será tipo hiperbolica no domı́nio de
f.
∂u ∂ 2 u
Exemplo 6.8. A Equação do Calor − 2 = f (x, t) é linear, não homogênea,
∂t ∂x
e como a(x, t) = −1, b(x, t) = 0 e c(x, t) = 0 será tipo parábolica no domı́nio de f .
∂2u ∂2u
Exemplo 6.9. A Equação de Laplace + = f (x, y) é linear, não homogênea,
∂x2 ∂y 2
e já que a(x, y) = 1, b(x, y) = 0 e c(x, y) = 1 será tipo elı́tica no domı́nio de f .
∂2u ∂2u
Exemplo 6.10. A Equação de Tricomi y + 2 = 0 é linear, homogênea, e
∂x2 ∂y
visto que a(x, y) = y, b(x, y) = 0 e c(x, y) = 1, será de tipo misto.
109
Exercı́cios: Classifique as equações abaixo
5. (1 + x2 )2 uxx − (1 + y 2 )2 uyy = 0
6. uxx − (1 + x2 )2 uyy = 0.
Para achar soluções particulares de uma EDP usaremos um método chamado método
de separação de variáveis, o qual consiste em procurar soluções u(x, y) da forma
Logo,
X ′′ (x) Y ′ (y)
= = α ( constante). (6.60)
4X(x) Y (y)
110
Caso I Se α = λ2 > 0, então
X ′′ (x) Y ′ (y)
= = λ2 . (6.61)
4X(x) Y (y)
conduzem a
2y
Estas equações admitem as soluções X(x) = c̃1 e2λx + c̃2 e−2λx e Y (y) = c3 eλ ou
2
X(x) = c1 cosh 2λx + c2 sinh 2λx e Y (y) = c3 eλ y .
Consequentemente
2y
u(x, y) = (C1 cosh 2λx + C2 sinh 2λx)eλ (6.63)
X ′′ (x) Y ′ (y)
= = −λ2 . (6.64)
4X(x) Y (y)
conduzem a
2
X(x) = c4 cos 2λx + c5 sen 2λx e Y (y) = c6 e−λ y .
Consequentemente
2y
u(x, t) = (C3 cos 2λx + C4 sen 2λx) e−λ (6.66)
X ′′ (x) Y ′ (y)
= = 0. (6.67)
4X(x) Y (y)
conduzem a
111
Estas equações admitem as soluções
X(x) = c7 x + c8 e Y (y) = c9
Consequentemente
u(x, t) = C5 x + C6 . (6.69)
Note-se que a solução adotada vai depender das condições iniciais e de fronteira
para obter soluções não nulas..
Observação 6.4. A separação de variáveis não é um método geral para achar soluções
particulares, algumas EDP’s lineares simplesmente não são separáveis. Por exemplo,
uxx − uy = x
u = c1 u 1 + c2 u 2 + . . . + cn u n ,
112
3. Equação de Laplace. Aplica-se ao estudo de campos electricos e magnéticos
sobre o estado térmico estacionário, e em problemas de hidrodinámica, difusão,
etc. Esta equação é a mais simple do tipo elı́tico.
Consideremos uma vara que se estende ao longo do eixo x. Assumimos que a vara
tem seção transversal perpendicular ao eixo x, com área A que é feita de um material
homogêneo, de forma que possamos supor que:
• A superfı́cie lateral da vara é isolada de modo que não passe calor através dela;
Se cada extremo da vara fosse fixada num bloco grande de gelo terı́amos as condições
de fronteira
u(0, t) = u(L, t) = 0.
113
Solução por Separação de Variáveis da Equação do Calor
X ′′ (x) T ′ (t)
= = α, α constante. (6.71)
X(x) cT (t)
2 ct
u(x, t) = (A cos λx + B sen λx)C e−λ
2 ct
u(0, t) = A C e−λ =0 ⇒ A=0 (6.72)
2 ct nπ
u(L, t) = B C e−λ sen λL = 0 ⇒ λL = nπ ⇒ λ= (6.73)
L
114
Por outro lado, se f (x) admite um desenvolvimento em séries de Fourier em [0, L],
das condições de fronteira obtemos que
∞ ∞
X nπx a0 X nπx nπx
u(x, 0) = Bn sen = f (x) = + an cos + bn sen .
n=0
L 2 n=1 L L
2 L
nπx
Z
Bn = bn = f (x) sen dx
L 0 L
1. ferro (c = 0, 25).
2. concreto (c = 0, 005)
Sol.: Seja L = 50 e f (x) = 100, então o problema consiste em achar u(x, t) tal que
ut − c ∂x2 u = 0
u(0, t) = u(50, t) = 0 (6.75)
u(x, 0) = 100, ∀ x ∈ (0, 50).
onde
Z 50 50
2 nπx 50 nπx 200
Bn = 100 sen dx = −4 cos = [1 − cos nπ]
50 0 50 nπ 50 0 nπ
0, se n for par
= 400 (6.76)
, se n for ı́mpar.
nπ
115
Consequentemente
X 400 −( nπ )2 c t nπx
u(x, t) = e 50 sen . (6.77)
n= ı́mpar
nπ 50
116
ao longo do eixo x.
Consideremos uma corda uniforme, fina e flexı́vel, com comprimento L a qual está
fortemente esticada entre dois suportes fixos, em um mesmo nı́vel horizontal, de modo
que o eixo coordenado x seja coincidente com a corda.
Suponhamos que a vibração da corda seja no plano vertical (x, u), de tal maneira
que cada ponto da corda se mova na direção perpendicular ao eixo x e paralelamente ao
eixo das ordenadas u (vibrações transversais). Isto é, não existe movimento na direção
horizontal pois as componentes horizontais das tensões se anulam. A corda elástica
pode ser a corda de um violino, ou um cabo de retenção, ou uma linha de transmissão.
O objetivo é determinar a forma da corda em qualquer momento e a lei de movimento
de cada ponto da corda em função do tempo.
117
• A corda é homogênea, isto é, com densidade linear constante ρ (ρ é a massa por
unidade de comprimento).
• Como a corda é perfeitamente flexı́vel a tensão T (x, t) no ponto (x, t) atua tan-
gencialmente ao longo da onda e seu módulo é o mesmo em todos os pontos dela.
Esta força é infinitamente maior do que o peso da corda, por isso a atuação da
gravidade é nula.
Com estas suposições podemos esperar soluções u(x, t) que descrevam bem a realidade
fı́sica. Assim, num determinado instante t visualizamos a corda fixa nos pontos 0 e L
como na figura seguinte:
Consideremos I = [x, x + ∆x], onde 0 < x < L. Como não existe movimento na
direção horizontal, as tensões se anulam e daı́ temos que:
Pela Segunda Lei de Newton a resultante das forças verticais é igual ao produto da
massa m (m = ρ ∆x) pela aceleração. Sendo assim, temos:
118
onde x é a coordenada do centro de massa do elemento da corda que está sendo anali-
sado. Como é claro, x está no intervalo (x, x + ∆x). Note-se que o peso da corda que
atua na vertical para baixo, não aparece em (6.81), pois, esta é considerada desprezı́vel.
TH (x + ∆x, t) = TH (x, t)
TV (x + ∆x, t) − TV (x, t)
= ρ utt (x, t)
∆x
d
TV (x, t) = ρ utt (x, t).
dx
TV (x, t) TV (x, t)
Por outro lado, tan θ = = , então
TH (x, t) TH (t)
d
[TH (t) tan θ] = ρ utt (x, t)
dx
d
TH (t) [ux (x, t)] = ρ utt (x, t).
dx
Portanto,
TH (t)
utt (x, t) − c2 uxx (x, t) = 0, onde c2 = (6.83)
ρ
É possı́vel identificar c com a velocidade com que uma pequena perturbação (a onda)
se desloca ao longo da corda.
119
Observação 6.5. De acordo com o tipo de forças temos os seguintes casos:
utt − c2 uxx = 0
2. Vibrações Forçadas, quando a corda esta sujeita a uma força exterior, logo
3. Vibrações Amortecidas, quando a corda esta imersa em um fluı́do (ou ar) que
opõe uma resistência ao movimento. Nesse caso, há uma força externa F (x, t)
dependendo de forma linear ou não linear da velocidade. Por exemplo, no caso
linear temos:
utt − c2 uxx = −but (x, t) (b > 0)
4. Vibrações sob ação de uma Força Restauradora, quando existe uma força tendente
a trazer a corda a posição inicial u ≡ 0. Por exemplo,
Embora, a descripção do processo vibratório de uma corda finita só ficará completo
se considerarmos o tipo de articulação das extremidades, chamadas Condições de
Fronteira, vejamos alguns casos:
120
2. Corda Finita com Extremidades Livres. Implica que ux (0, t) = ux (L, t) = 0.
3. Outras condições de Fronteira. Por exemplo, o caso de uma corda cujas extre-
midades se movem, transversalmente
Observe-se que a corda é perturbada de sua posição de equilı́brio f (x) e depois libertada
com velocidade g(x) no instante t = 0, a fim de vibrar livremente.
121
Logo,
X ′′ (x) − λ2 X(x) = 0
e T ′′ (t) − λ2 c2 T (t) = 0 (6.89)
X(0) = X(L) = 0
Uma vez que L > 0 temos que C1 = C2 = 0, logo X(x) = 0, ∀ x ∈ [0, L]. Portanto,
u(x, t) = 0 (6.91)
2o Caso Se α = 0, então
X ′′ (x) 1 T ′′ (t)
= 2 = 0. (6.92)
X(x) c T (t)
u(x, t) = 0. (6.93)
X ′′ (x) 1 T ′′ (x)
= 2 = −λ2 . (6.94)
X(x) c T (t)
Logo,
X ′′ (x) + λ2 X(x) = 0
e T ′′ (t) + λ2 c2 T (t) = 0 (6.95)
X(0) = X(L) = 0
122
onde A e B são constantes reais.
A equação caracterı́stica associada a (6.97) é dada por r 2 + λ2n c2 = 0 a qual tem por
nπc
solução r = ± λn c i = ± i. Portanto,
L
nπc t nπc t
Tn (t) = C cos + D sen . (6.98)
L L
123
e também solução se a série for convergente.
Resta apenas escolher {An } e {Bn } para que seja satisfeita a condição inicial. Para
isto, devemos supor que as funções f, f ′ , f ′′ e g, g ′ sejam contı́nuas em [0, L] e f ′′′ e
g ′′ seccionalmente contı́nuas em [0, L].
2 L
nπx
Z
An = f (x) sen dx (6.101)
L 0 L
124
1
Sol.: Substituindo L = 3, c = 5 e a função f (x) = sen πx em (6.101), temos:
4
2 31 1 3
nπx nπx
Z Z
An = sen πx sen dx = sen πx sen dx
3 0 4 3 6 0 3
Z 3
1 1 nπx nπx
cos πx − − cos πx + dx, se n 6= 3
6 Z0 2 3 3
=
1 31
1 − cos(2πx) dx, se n = 3
6 0 2
3
1 nπx 1 nπx
nπ sen πx − − sen πx +
, se n 6= 3
nπ
12(π − 3 ) 3 12(π + 3 ) 3 0
= 3
x sen(2πx)
− , se n = 3
12 24π 0
0, se n 6= 3
= (6.105)
1 , se n = 3
4