1) O autor diferencia os sentidos de "abstração" como propriedade da obra e como processo do artista.
2) Ele discute como Picasso e Mondrian abstraíam temas de forma diferente, com Picasso mantendo uma temática mais facilmente identificável.
3) O conceito de "espaço pictórico" é introduzido para explicar como formas em diferentes profundidades criam uma estrutura tridimensional em obras bidimensionais sem temática.
Descrição original:
Título original
(Resenha) CAPÍTULO 3 – ABSTRAÇÃO – CHARLES HARRISON
1) O autor diferencia os sentidos de "abstração" como propriedade da obra e como processo do artista.
2) Ele discute como Picasso e Mondrian abstraíam temas de forma diferente, com Picasso mantendo uma temática mais facilmente identificável.
3) O conceito de "espaço pictórico" é introduzido para explicar como formas em diferentes profundidades criam uma estrutura tridimensional em obras bidimensionais sem temática.
1) O autor diferencia os sentidos de "abstração" como propriedade da obra e como processo do artista.
2) Ele discute como Picasso e Mondrian abstraíam temas de forma diferente, com Picasso mantendo uma temática mais facilmente identificável.
3) O conceito de "espaço pictórico" é introduzido para explicar como formas em diferentes profundidades criam uma estrutura tridimensional em obras bidimensionais sem temática.
Resenha: CAPÍTULO 3 – ABSTRAÇÃO – CHARLES HARRISON
Abstração, figuração e representação
Harrisson inicia sua argumentação diferenciando e atribuindo intensidades diferentes
para um termo muito usado no cotidiano artístico, a abstração. Para isso ele ilustra a tendência de o termo ser atribuído a dois momentos distintos da arte: o primeiro momento, remete à propriedade da obra de arte, e diz respeito ao fato dela ser abstrata ou “não- figurativa”; enquanto, o segundo, considera o processo do artista em relação a uma temática, a atenção do autor para alguns aspectos em detrimento de outros. A partir dessa separação, Charles, atribui o sentido fraco do termo abstração para o processo de desconstrução, reconfiguração e reestruturação de um tema específico, em contrapartida, o sentido forte do termo é lançado à propriedade da obra de ser abstrata.
Ainda na linha de dissociação dos empregos do termo abstração, o autor, através de
obras de Picasso e Mondrian (entre outros pintores do abstracionismo), distingue a temática e o estilo daquele das composições abstratas deste. Picasso tinha um processo de abstração, às vezes, tão grande que, embora sempre tenha tido uma temática ou um carro chefe para sua criação, por vezes, ela era difícil de ser encontrada. Já os abstracionistas, depois de amadurecidas as produções artísticas, não partiam de um motivo ou tema, tampouco criavam figuras representativas, o foco era lançado para composições abstratas.
Harrisson aborda também, a partir das composições, o conceito de espaço pictórico.
Essa ideia desmonta as composições abstratas e as dá profundidade. Basicamente, formas diferentes em cores, tamanho e textura estariam em profundidades, patamares, níveis diferentes da obra, criando, dessa forma, uma estrutura tridimensional em um suporte bidimensional e sem temática. A gama de possibilidades de reconfigurações subjetivas é praticamente infinita.
As ideias trazidas pelo autor no texto “abstração, figuração e representação” me
trouxeram inúmeras novas interpretações para a arte abstrata e retiraram alguns dos preconceitos que eu ainda tinha em relação a essa linha da arte. Pensar o quanto uma obra pode restringir as próprias potências pelo simples fato de possuir um tema, assim como a possibilidade de movimentar e interagir, através da imaginação, com as composições abstratas é realmente incrível.