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A Imigração para o Brasil

Em 1848 Claus Rehder e Magdalena Armbrust Rehder tinham que cuidar de onze
filhos e do seu sítio em Winseldorf , uma aldeia no ducado de Holstein – logo abaixo
de Schleswig – no extremo norte de que é hoje a Alemanha.

O problema é que os ducados de Schleswig e de Holstein, embora muito unidos e


com povos majoritariamente alemães, faziam parte da Dinamarca. Seus planos de
independência  se chocaram com os daquele reino; receberam o apoio da Prússia e
teve início a uma guerra local, que se prolongou por três anos, envolvendo os
interesses das grandes potências européias.

Depois de muita luta e de acordos diplomáticos que frustaram aqueles planos, os


habitantes de Holstein estavam empobrecidos e também marginalizados. Muitos deles
resolveram partir à procura de uma vida melhor. Mas, para onde?.

A maior riqueza do Brasil era o café, que dependia de trabalho escravo. Prevendo a
abolição da escravatura e empenhado em substituir os escravos por imigrantes
europeus, o Senador Nicolau Vergueiro mantinha em Hamburgo uma sucursal da
“Vergueiro e Cia “, que firmou contratos de parceria com 36 famílias de Holstein –
entre as quais a Família Rehder – destinadas a trabalhar na Fazenda São Jerônimo,
localizada entre Limeira e  Mogi-Mirim e que pertencia a seu genro Senador Queiroz.

Em março de 1852 as famílias embarcaram no” Emily “, um veleiro com três mastros
ancorado no porto de Hamburgo.

A comida era um pouco melhor do que a cama: pão, chá, carne salgada, toucinho,
legumes, biscoitos, peixe fresco, cereais, massas de quando em quando e um pouco
de aguardente ou de vinho usados para fins terapêuticos. Devido à alimentação
imprópria e à água que se estragava, morreram trinta pessoas, a maioria crianças,
nenhuma da Família Rehder. Exceto por essas perdas, tudo correu normalmente. A
viagem naquele navio durou 59 dias, ótimo tempo na época, graças a ventos
favoráveis.

No dia 10 de maio de 1852, uma segunda-feira, há exatamente um século e meio, a


nave chegava a Santos. De repente o tempo mudou, ondas altas se ergueram do mar
e manobras de atracação quase fizeram o “Emily” bater em outro navio. Depois que o
perigo passou, o desembarque no cais do Valongo ocorreu sem incidentes.

A viagem para o planalto começou no dia 13 de maio e foi bastante penosa. Ainda
não havia trens em território paulista, de maneira que a bagagem, bem como as
crianças pequenas, e as pessoas mais idosas e as que estavam muito fracas, foram
acomodadas no lombo de  burro. Os demais seguiam a pé.

Em 17 de maio de 1852, a caravana chegou a São Paulo.

São Paulo, naquela época, tinha quando muito, 23 mil habitantes, e os limites da
cidade, não iam muito além do que hoje é o Centro.
No dia 19 de maio, a Ponte do Lorena sobre o córrego Anhangabaú foi cruzada pela
grupo: começava a última etapa da viagem para Limeira.

Continuando a caminhada, os viajantes puderam admirar o Jaraguá. Andando léguas


seguidas, comendo onde era possível e dormindo nos pousos da estrada, passaram
por Jundiaí e depois pelo povoado que teria um lugar importante na vida da família
Rehder: Rocinha.

Ao chegarem em Campinas, nove daquelas famílias se despediram do grupo e


rumaram para Sete Quedas, uma fazenda exemplar próxima da mesma cidade.
Quanto às demais, inclusive os Rehder, tiveram que enfrentar nove léguas (59 km) de
uma estrada estafante até a vila de Limeira onde finalmente chegaram em 29 de maio
de 1852, ansiosas por começar a vida nova na Colônia Senador Queiroz, que estava
sendo instalada na Fazenda São Jerônimo.

Só haviam casas prontas para dez  daquelas famílias , de modo que as outras sete
ficaram temporariamente alojadas em ranchos existentes ali.

O sistema de “parceria a meia” que passaram a cumprir, apresentou bons resultados:


deduzidas as despesas, o lucro de cada safra era repartido igualmente entre o dono
da fazenda e os que nela trabalhavam. Como aquelas era bem equipada e gerida com
competência, os colonos se aclimataram depressa e pelas cartas que remeteram  aos
parentes no exterior, dava para perceber que eles estavam contentes. Isso
desagradou certas pessoas na Europa e as críticas de alguns jornais, publicados em
território alemão, aborreceram o Senador Queiroz, um homem justo e correto.

Defenderam-no Claus Rehder e os chefes das outras famílias, através de um abaixo-


assinado aos fazendeiros de Schleswig-Holstein e a Junta que governava Berlim.

Claus Rehder e sua família ficaram por pouco tempo na Fazenda São Jerônimo. Com
o dinheiro da venda de seu sítio em Winseldorf, foi comprado outro em Rocinha, antes
uma plantação por onde os viajantes passavam entre Jundiaí e Campinas, hoje uma
boa cidade denominada de Vinhedo.

Namoros e matrimônios vieram quebrar a rotina antes da Guerra do Paraguai. Como


a família Rehder seguia a religião luterana, difícil era encontrar sacerdote que
pudesse celebrar casamentos.

Assim Johann Friederich casou-se com Charlotte Loose na casa da  Rocinha em
24/4/1864 em cerimônia realizada pelo pastor prebiteriano Francis Joseph Christopher
Scheider de Rio Claro .

E Wilhelm Rehder casou-se com Elisa Kühl também na Rocinha em 07/02/1868 em


cerimônia realizado pelo Pastor Evangélico E.N.Pires de Campinas.

Todos os filhos de Claus Rehder que vieram para o Brasil, contraíram matrimônio
aqui.
Com a casa vazia devido ao casamento dos filhos, Claus e Magdalena Rehder
resolveram passar na Alemanha os últimos anos de vida, após terem morado aqui durante
23 anos. Seu filho Jacob a família quiseram partir com eles, que voltaram dez anos depois
só para visitar os parentes. Seguiram para a Alemanha e hoje os restos de todos estão no
cemitério de Quickborn.

Quinto-avô Nicolau(Klaus) Rehder Patriarca da Família Rehder no Brasil


Quinta-avó Magdalena Armbrust Rehder - Matriarca da Família Rehder no Brasil
  

Tataravô Nicolaus Rehder Filho e Augusta


Meus trisavós Germano Rehder e Ordália
Meus bisavós Jayme Rehder e Durvalina

Meus avós Walter Rehder e Virma


Meus tio Wagner,Marcelo,meu pai Ricardo, Magda ,Germano ,Walter e Guilherme.

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