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Impresso por Gilberto Silva, CPF 075.950.736-85 para uso pessoal e privado.

Este material pode ser protegido por direitos autorais e


não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 17/05/2021 17:23:09

Propriedades a serem consideradas no projeto


estrutural:
•Densidade; (já comentado)
•Umidade; (já comentado)
•Rigidez;
•Resistência.
Rigidez:
Depende em particular do módulo de elasticidade (E) da espécie
de madeira. Este módulo de elasticidade, varia conforme a
direção da solicitação em relação às fibras (ou traqueídes) da
madeira, ou seja, E0 – para direção paralela às fibras e E90 – para
direção perpendicular às fibras). Para efeito de cálculos, na
ausência de ensaios de caracterização da madeira na direção
perpendicular às suas fibras considera-se:

1
E90 E0
20
Caracterização das resistências da madeira serrada:
•Valores obtidos em ensaios de caracterização de espécies;
•Valores de resistências fornecidos pela NBR 7190/1997;
•Valores fornecidos para a classe de resistência a que a espécie
pertence.
Regra Geral: Os valores das propriedades de resistência e
elasticidade da madeira apresentados pela NBR 7190/97, dizem
respeito à umidade padrão de referência de 12%. Caso alguma
propriedade seja obtida por ensaios de laboratório com teores de
umidade (10%<U<20%), deve-se fazer a correção pelas
expressões seguintes:
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ª 3U %  12 º
f 12 f U % «1  »¼
¬ 100
ª 2U %  12 º
E12 EU % «1  »
¬ 100 ¼

Variação da resistência e do módulo de elasticidade (E) da


madeira com o seu peso específico (Walter Pfeil):

Variação de resistência à compressão (fc) e módulo de


elasticidade (E), com o peso específico para madeiras
nacionais – U = 15%

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Caracterização Completa:
É recomendada para espécies de madeira não conhecidas,
e consiste na determinação de todas as suas propriedades:
•Resistência à compressão paralela às fibras (fc0);
•Resistência à tração paralela às fibras (ft0);
•Resistência à compressão perpendicular às fibras (fc90);
•Resistência à tração perpendicular às fibras (ft90);
•Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fv0);
•Densidade básica e densidade aparente.

Caracterização Mínima:
É recomendada para espécies de madeira pouco
conhecidas, e consiste na determinação de todas as suas
propriedades:
•Resistência à compressão paralela às fibras (fc0);
•Resistência à tração paralela às fibras (ft0);
•Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fv0);
•Densidade básica e densidade aparente.
OBS: No caso da impossibilidade da execução dos
ensaios de tração, admite-se este valor igual ao da
resistência à tração na flexão (ftM).

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Caracterização Simplificada:
Pode ser feita com base nos ensaios de compressão paralela às
fibras, adotando-se as seguintes relações:
•fc0/ft0=0,77
•ftM/ft0=1,0
•fc90/fc0=0,25
•fv0/fc0=0,15 (para coníferas)
•fv0/fc0=0,12 (para dicotiledôneas)

Valores característicos das propriedades da madeira:


A realização de ensaios de laboratório para a determinação das
propriedades da madeira fornece, com base na análise
estatística dos resultados, valores médios (Xm). Estes valores
médios devem ser transformados em valores característicos
(Xk).
O índice 12 refere-se à
X k ,12 0 . 7 X m ,12 umidade de 12%

§ X 1  X 2  ...  X n ·
¨ 1 ¸
Xk ¨2 2
 X n ¸1 .1
¨¨ n 2 ¸
1 ¸
© 2 ¹
•n deve ser, no mínimo 6 para caracterização simplificada e 12
para caracterização mínima.
•Os resultados devem ser colocados em ordem crescente
(X1< X2<... <Xn), desprezando o valor mais alto se o número de
CP for ímpar.
•Xk não deve ser inferior a X1 e nem a 0.7 Xm.

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Classes de resistência:
Visando-se a padronização, a NBR 7190/1997 adota o conceito
de classes de resistência, permitindo a utilização de várias
espécies com propriedades similares em um mesmo projeto. O
lote deve ter sido classificado e o revendedor deve apresentar
certificados de laboratórios idôneos para um determinado lote.

Tabela 3 – Coníferas – madeiras macias (U=12%)


Classe fc0k fvk Ec0,m Densbas Densap
(MPa) (MPa) (MPa) (kg/m3) (kg/m3)
C20 20 4 3500 400 500
C25 25 5 8500 450 550
C30 30 6 14500 500 600

Tabela 4 – Dicotiledôneas – madeiras duras (U=12%)


Classe fc0k fvk Ec0,m Densbas Densap
(MPa) (MPa) (MPa) (kg/m3) (kg/m3)
C20 20 4 9500 500 650
C30 30 5 14500 650 800
C40 40 6 19500 750 950
C60 60 8 24500 800 1000

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Valores de cálculo das propriedades da madeira:


Os valores característicos das propriedades da madeira permitem
que se obtenham os valores de cálculo Xd, empregando-se o
coeficiente de modificação (Kmod) e o coeficiente de minoração
das propriedades da madeira (Jw ).
Xk
Xd K mod
Jw
K mod K mod,1 u K mod, 2 u K mod,3

Kmod,1 – classe de carregamento e tipo de material empregado;


Kmod,2 – classe de umidade e tipo de material empregado
(0.65 para madeira submersa);
Kmod,3 – categoria da madeira utilizada.

Tabela 5 –Valores de Kmod,1


Classes de Madeira serrada, Madeira
carregamento laminada, colada recomposta
ou compensada
Permanente 0,60 0,30
Longa duração 0,70 0,45
Média duração 0,80 0,65
Curta duração 0,90 0,90
Instantânea 1,10 1,10

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Tabela 6 – Classes de umidade

Classes de Umidade relativa Umidade da


umidade do ambiente madeira
1 (padrão) <65% 12%
2 65<Uamb<75% 15%
3 75%<Uamb<85% 18%
4 Uamb>85% >25%

Tabela 7 – Valores de Kmod,2


Madeira
Classes de serrada, Madeira
umidade laminada, recomposta
colada ou
compensada
(1) e (2) 1,0 1,0
(3) e (4) 0,8 0,9

Categorias de Madeiras:
1a categoria – Peças isentas de defeitos;
2a categoria – Peças com poucos defeitos;
3a categoria – Peças com muitos defeitos (nós em ambas
as faces, não pode ser utilizada como estrutura
permanente).

Kmod,3 – Considera-se o valor 1.0 para madeiras de 1a categoria


e 0.8 para madeiras de 2a categoria.

Ec0,ef = KmodEc0,m
(Para o módulo de elasticidade)

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Coeficientes de ponderação:

J wc 1, 4 Compressão paralela às fibras

J wt 1, 8 Tração paralela às fibras

J wv 1, 8 Cisalhamento paralela às fibras

OBS: Para verificação de estados limite de utilização (verificação


de flechas), adota-se o valor básico de 1,0

Exemplo 3.1: Determinar o valor característico da resistência


à compressão paralela às fibras (fc0,k) de um lote de madeira na
espécie Canafístula. Para este lote, foram efetuados ensaios de
compressão paralela às fibras em doze CPs com teor de
umidade de 12%, tendo sido obtidos os seguinte valores:
fc0
CP
(MPa)
1 56.7
2 43.0
3 61.9
4 64.7
5 59.6
6 54.9
7 38.6
8 34.9
9 43.0
10 58.0
11 58.1
12 50.1

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Solução:

fc0
CP
(MPa)
8 34.9
7 38.6
2 43.0
n/2 = 6 menores valores
9 43.0
12 50.1
6 54.9
1 56.7
§ X 1  X 2  ...  X n ·
10 58.0 ¨ 1 ¸
Xk ¨2 2
 X n ¸1,1
11 58.1 ¨ n 2¸
¨ 1 ¸
5 59.6 © 2 ¹
3 61.9
4 64.7

Valor Médio = 52,0 MPa

§ ·
¨ 34,9  38,6  43,0  43,0  50,1 ¸
f c 0 ,k ¨2  54,9 ¸1,1 31,8MPa
¨ 12 ¸
¨ 1 ¸
© 2 ¹

Menor valor dos ensaios

§ 34,9 ·
f c 0,k t ¨¨ ¸¸  f c 0,k 36,4 MPa
© 0,7 u 52,0 36,4 ¹
Valor médio

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Exemplo 3.2: Determinar os valores de cálculo para a resistência


à compressão paralela às fibras (fc0,d) e ao cisalhamento (fv0,d) para
a espécie Eucalipto Citriodora, com base nos resultados
fornecidos na Tabela 1, do Anexo E, da NBR 7190/97. Considerar
madeira serrada, de segunda categoria, classe de umidade 2 e
carregamento de longa duração.
Solução:
Da Tabela E.1 da NBR 7190/97, obtém-se os valores médios
para as resistências
fc0,m = 62,0 MPa, então fc0,k = 0,7 fc0,m = 0,7(62,0) = 43,2MPa
fv0,m = 10,7 MPa, então fv0,k = 0,7 fv0,m = 0,7 (10,7) = 7,5MPa

Kmod,1 = 0,7 (madeira serrada, carregamento de longa duração)


Kmod,2 = 1,0 (madeira serrada, classe de umidade 1 ou 2)
Kmod,3 = 0,8 (segunda categoria)

Kmod = Kmod,1 Kmod,2 Kmod,3 = 0,56

f c 0 ,k 43,2
f c 0, d K mod 0,56 17,3MPa
J wc 1,4
f v 0 ,k 7,5
f v 0, d K mod 0,56 2,3MPa
J wv 1,8

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