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Fundamentos de
Histologia
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1. OBJETIVOS
• Compreender os níveis de organização do organismo.
• Reconhecer a organização celular em tecidos.
• Definir e classificar os principais tipos de tecidos do corpo
humano e suas funções.
2. CONTEÚDOS
• Tecido epitelial.
• Tecido conjuntivo: tecido ósseo e tecido cartilaginoso.
• Tecido muscular.
• Tecido nervoso.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nas unidades anteriores, tivemos a oportunidade de con-
hecer os dois tipos celulares básicos e caracterizar cada um, anal-
isando sua composição estrutural e química, assim como os com-
partimentos celulares, suas funções e interdependência.
Agora, nesta unidade, poderemos nos dedicar ao estudo da
composição dos principais tipos de tecidos do corpo humano e à
análise de suas funções.
Inicialmente, faremos uma breve análise sobre a formação,
os principais tipos e a classificação dos tecidos do corpo humano.
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5. HISTOLOGIA
A Histologia pode ser definida como a ciência que estuda a
organização e as funções dos tecidos corporais. Esse estudo ajuda
a compreender a anatomia e as doenças.
Mas o que são os tecidos?
Os tecidos são um conjunto de células que exercem a mes-
ma função e que consequentemente formarão os órgãos. São ba-
sicamente constituídos de células e matriz extracelular produzida
pelas próprias células. Dependendo do tipo de tecido, pode haver
escassez ou abundância de material extracelular.
Embora o corpo humano seja bastante complexo, há basi-
camente quatro tipos de tecidos, que não estão isolados, mas li-
gados entre si para formar os órgãos que compõem os sistemas
orgânicos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).
Os quatro tipos básicos de tecidos humanos são:
1) Tecido epitelial.
2) Tecido conjuntivo.
3) Tecido muscular.
4) Tecido nervoso.
Você pode estar se perguntando: como esses tecidos são for-
mados? Bem, vamos tentar entender.
Como vimos na unidade anterior, o organismo humano é
composto de 46 cromossomos, sendo 23 de sua mãe e 23 de seu
6. TECIDO EPITELIAL
O tecido epitelial é constituído por células justapostas, isto
é, intimamente aderidas umas às outras, formando uma camada
celular contínua com pouquíssimo material extracelular.
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Epitélio de revestimento
Como já foi dito, os epitélios fazem o revestimento das su-
perfícies externas e das cavidades do corpo. Devido à sua local-
ização, apresentam funções de proteção do organismo, formando
uma barreira contra a entrada de micro-organismos, além de atuar
na absorção de nutrientes e na divisão do organismo em compar-
timentos funcionais.
Como característica geral, as células epiteliais apresentam
em sua superfície uma delgada camada de proteína chamada gli-
cocálice ou glicocálix, que são fundamentais para os processos vi-
tais destas células. Além do glicocálice, possuem uma lâmina basal,
na qual as células epiteliais se prendem e também se separam do
tecido conjuntivo adjacente. A lâmina basal, por ser muito delga-
da, não pode ser observada no microscópio óptico e é constituída
por colágeno tipo IV. No entanto, em algumas regiões, apresen-
tam inúmeras fibras reticulares presas a ela, formando uma estru-
tura visível ao microscópio óptico, denominada membrana basal.
Portanto, a membrana basal é formada pela lâmina basal mais as
fibras reticulares. As estruturas do tecido epitelial podem ser ob-
servadas na Figura 1.
Epitélios estratificados
Para classificação morfológica celular dos tecidos epiteliais es-
tratificados, utiliza-se como critério a forma das células da camada
mais superficial do tecido e, assim, podem ser classificados em:
• Tecido epitelial pavimentoso estratificado: formado por
várias camadas de células, em que a forma das células
mais externa é achatada. Pode ser queratinizado (pre-
sença de queratina) ou não queratinizado (ausência de
queratina). A pele é um exemplo de tecido epitelial pavi-
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Fonte: Junqueira e Carneiro (1995) (Fig. 4.3A, 4.3B e 4.4 do Atlas colorido).
Figura 4 Cortes histológicos mostrando os tecidos epiteliais estratificados e de transição:
(A) tecido epitelial pavimentoso estratificado não queratinizado, (B) tecido epitelial
pavimentoso estratificado queratinizado e (C) tecido epitelial de transição.
Epitélio glandular
O tecido epitelial glandular é formado por células que se es-
pecializaram na produção e na secreção de substâncias. São origi-
nados do tecido epitelial de revestimento, cujas células se prolif-
7. TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo caracteriza-se pela presença de diversos
tipos celulares separados por abundante material extracelular ou
matriz extracelular. A matriz extracelular é composta pelas chama-
das fibras do conjuntivo e pela substância fundamental amorfa,
que é uma substância transparente que parece um gel semifluido,
composto por polissacarídeos, glicoproteínas, fibras colágenas e
elásticas.
Do ponto de vista funcional, o tecido conjuntivo proporciona
a sustentação estrutural e metabólica para os tecidos e órgãos do
corpo humano, estabelece a integração entre os diferentes teci-
dos corporais, bem como regula a troca de nutrientes, gases e
metabólitos entre os tecidos e sistema circulatório. Também está
envolvido no armazenamento de gorduras em seus adipócitos e
participa das defesas do organismo, fazendo uma barreira contra
a entrada de micro-organismo e participando do sistema imune,
por meio de suas células. Não podemos deixar de lembrar que as
células e as fibras do tecido conjuntivo participam ativamente do
processo de cicatrização e reparo após lesões teciduais.
O tecido conjuntivo pode ser classificado em:
1) Tecido conjuntivo propriamente dito: pode ser frouxo,
denso (modelado ou não modelado).
2) Tecido conjuntivo com propriedades especiais: tecido
adiposo, tecido elástico, hemocitopoético, tecido muco-
so.
3) Tecido ósseo.
4) Tecido cartilaginoso.
Neste momento, vamos nos concentrar no estudo do tecido
conjuntivo propriamente dito.
O tecido conjuntivo propriamente dito, como todos os out-
ros, é constituído de células e matriz extracelular composta de fi-
bras colágenas, elásticas e reticulares e substância fundamental
Fonte: Junqueira e Carneiro (1995) ( 5.2 e 5.3 do Atlas colorido). Figura 6 Cortes histológicos
mostrando as fibras colágenas, elásticas e reticulares do tecido conjuntivo.
Tecido cartilaginoso
O tecido cartilaginoso é um tipo especial de tecido conjun-
tivo, constituído de células e de abundante material extracelular,
como qualquer tipo de tecido conjuntivo. As células do tecido car-
tilaginoso são os condrobastos e condrócitos. A maior caracterís-
Fonte: Junqueira e Carneiro (1995) (Fig. 7.1, 7.3 e 7.4 do Atlas colorido).
Figura 8 Cortes histológicos demonstrando (A) cartilagem hialina, (B) cartilagem elástica e
(C) cartilagem fibrosa.
Tecido ósseo
O tecido ósseo também é um tecido conjuntivo, mas com
propriedades especiais, apresentando vários tipos celulares e
matriz extracelular. As células do tecido ósseo são as células os-
teogênicas, os osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos. A
principal característica do tecido ósseo é a calcificação da matriz
extracelular, conferindo-lhe muita resistência.
O tecido ósseo forma o esqueleto, que possui importantes
funções, tais como:
1) Proteção de órgãos vitais como encéfalo, medula espi-
nhal e órgãos torácicos (coração e pulmão).
2) Proteção da medula óssea (produtora de células sanguí-
neas).
3) Fonte de cálcio e fosfato.
4) Suporte aos tecidos moles (músculos e ligamentos),
constituindo alavancas que ampliam as forças de contra-
ções musculares.
Vamos, agora, estudar um pouco as características das célu-
las ósseas:
1) Células osteogênicas: estão presentes na superfície da
matriz óssea e são capazes de se proliferar e se diferen-
ciar em osteoblastos; portanto, são importantes para o
crescimento e para a reparação óssea.
2) Osteoblastos: estão dispostos nas superfícies ósseas e são
semelhantes funcionalmente ao condroblasto e ao fibro-
blasto, apresentando alta capacidade de divisão e síntese.
Produzem a parte orgânica da matriz óssea, as fibras colá-
genas, e outros elementos da matriz óssea não mineraliza-
da, chamada osteoide, que posteriormente será minerali-
zada. Alguns osteoblastos sintetizam a matriz ao seu redor,
ficando aprisionados por ela, tornando-se um osteócito.
3) Osteócitos: localizam-se no interior da matriz óssea, em
espaços denominados lacunas, que se comunicam entre
si pelos canalículos, os quais permitem o fluxo interce-
lular de íons e pequenas moléculas. Embora possuam
pouca atividade sintética, são essenciais para a manu-
tenção da matriz óssea.
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8. TECIDO MUSCULAR
O tecido muscular é um tecido constituído de células espe-
cializadas em contração, proporcionando os movimentos corporais
ou mudança na forma dos órgãos. Essas células apresentam uma
enorme capacidade de transformar energia química em mecâni-
ca, através da quebra do ATP. Elas sofreram um grande processo
de diferenciação, passando a apresentar muitas particularidades,
dentre as quais destacamos a mudança no nome de seus compo-
nentes, como: sarcolema (membrana plasmática), sarcoplasma
(citoplasma), retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático) e
sarcossomas (mitocôndrias). Outra importante diferenciação des-
sas células é a síntese de proteínas específicas com uma organiza-
ção determinada, tais como os diferentes tipos de actinas, miosi-
nas e proteínas motoras filamentosas.
As células musculares apresentam formato fusiforme, alon-
gadas e são chamadas fibras musculares, as quais se dispõem de
forma paralela para permitir o encurtamento do tecido muscular,
produzindo o movimento.
O tecido muscular, dependendo de suas características mor-
fológicas e funcionais, pode ser classificado em tecido muscular
estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco e tecido
muscular liso, cujas características serão estudadas a seguir.
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9. TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso consiste num complexo sistema de comuni-
cação entre o meio ambiente e o organismo, denominado sistema
nervoso.
O sistema nervoso possui as funções de receber as informa-
ções sensoriais (temperatura, dor, tato, pressão, visão, audição,
paladar) do meio ambiente e do próprio organismo, além de pro-
cessar ou integrar essas informações e produzir uma resposta que
pode ser uma contração muscular, uma secreção hormonal ou uma
contração visceral. É dividido anatomicamente em sistema nervoso
central (SNC), composto pela medula espinhal, tronco encefálico,
cérebro e cerebelo; e sistema nervoso periférico (SNP), composto
pelos nervos (espinhais e cranianos), pelos gânglios sensitivos e
pelas terminações nervosas (receptor e placa motora).
O tecido nervoso é constituído por células e pouca quanti-
dade de matriz extracelular. As suas células são os neurônios e os
vários tipos de células da glia ou neuroglia (Figura 18).
Neurônio
O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso re-
sponsável pela recepção e transmissão das informações sensoriais
e motoras. Reconhecemos dois tipos de neurônios, os aferentes
(sensoriais) e os eferentes (motores). Vejamos, a seguir, a funcio-
nalidade de cada um:
1) Neurônios aferentes: são responsáveis por transmitir as
informações sensoriais para a medula ou encéfalo (cére-
bro, tronco encefálico e cerebelo).
2) Neurônios eferentes: transmitem os impulsos (respos-
ta) gerados no SNC para o órgão efetuador (músculos e
glândulas).
Todos os neurônios possuem um corpo, chamado pericário,
em que estão localizados o núcleo e o citoplasma. Do corpo, par-
tem prolongamentos semelhantes a galhos de árvores, os dendri-
tos, e outro prolongamento longo, delgado e único, denominado
axônio. O axônio é o responsável pela transmissão das informa-
ções para outros neurônios, músculos ou glândulas. A transmissão
da informação ocorre através de um ponto de contato denomi-
nado sinapse. Para melhor entendimento, observe a Figura 19:
11. CONSIDERAÇÕES
Ao longo do estudo desta unidade, foi possível perceber
que as células não permanecem isoladas no organismo, mas, sim,
diferenciam-se e agrupam-se com outras que apresentam as mes-
mas características para constituírem os tecidos corporais. Embora
o organismo humano seja bastante complexo, distinguem-se qua-
tro tipos básicos de tecidos, o epitelial, o conjuntivo, o muscular e
o nervoso, que se associam para formar os órgãos.
O tecido epitelial possui a função de revestimento da superfície
externa e das cavidades do corpo e, também, de secreção. Geral-
mente, não está sozinho, mas, sim, associado ao tecido conjuntivo.
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12. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 18 – Corte histológico do tecido nervoso, mostrando os neurônios e as células
gliais: disponível em: <http://www.notapositiva.com/superior/enfermagem/anatomia/
tecidonervoso.htm>. Acesso em: 23 nov. 2010.
Figura 19 – Desenho esquemático dos neurônios e seus componentes: disponível em:
<http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/biologia/biologia_animal/
sistema_nervoso/sist_nervoso>. Acesso em: 23 nov. 2010.
Figura 22 – Desenho esquemático da geração e propagação do impulso nervoso:
disponível em: <http://quatilokura.blogspot.com/2007/05/despolarizao-e-repolarizao.
html>. Acesso em: 23 nov. 2010.