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SOUSA, Diogo Tourino de. Uma imaginação em compasso com o moderno: linhagens do
pensamento político brasileiro. Boletim CEDES [online], Rio de Janeiro, maio e junho de 2008, pp.
31-39. Acessado em: (...) Disponível em: http://www.cedes.iuperj.br. ISSN: 1982-1522.
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O importante papel da elite política imperial na construção do Brasil independente, bem como a
relação entre o êxito da revolução burguesa e a representatividade dessa elite, constitui um dos
alicerces do argumento sobre a presença de um padrão de continuidade nos temas que habitaram
reflexão política nacional. A descrição da composição social e econômica dessa elite e de suas
transformações ao longo do Império demonstra, sem dúvida, particularidades que não podem ser
ignoradas, principalmente com relação ao progressivo declínio de sua homogeneidade ideológica e
de treinamento, fator central na sustentação do sistema político brasileiro no século XIX (Carvalho,
2006). Todavia, o elemento “esotérico” dessa intelectualidade, ponto de contestações sobre seu real
alcance, pode ser diluído na aberta importância que suas formulações tiveram na construção do
Estado nacional e subseqüente imaginação da nação.
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A metodologia utilizada para o mapeamento de “linhagens” no pensamento político brasileiro, aqui
apenas indicada, é, seguramente, influenciada por trabalhos viscerais ao campo de estudo da história
das idéias, representado por autores como Quentin Skinner, presentes no referencial ora adotado
(Brandão, 2007). Segundo a investigação, podemos encontrar autores importantes para o
pensamento social que não podem ser incluídos em uma “família intelectual” específica sem
lançarmos mão de equiparações arbitrárias e indesejáveis. Contudo, é possível identificarmos linhas
de continuidade e descontinuidade entre argumentos polares, mesmo que não totalizantes, relativos
ao papel do Estado no funcionamento da democracia.
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Conforme Brandão são significativos os trabalhos de Carvalho (1999), Mercadante (1972), Santos
(1978) e Werneck Vianna (2004), para mencionar apenas alguns exemplos, no sentido de reconhecer
a existência de tais linhagens intelectuais associadas a um programa liberal ou conservador de
pesquisa.
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A adesão de um determinado conjunto de autores, freqüentemente agrupados sob o rótulo de
liberais, ao modelo anglo-saxônico de sociabilidade pode, com efeito, esconder nuances na sua
classificação ao longo do período histórico trabalhado, sem dúvida objeto de polêmica entre alguns
intérpretes. Trata-se da possibilidade de matizarmos a dicotomia liberais/conservadores por meio de
rótulos como conservadores liberais, liberais moderados ou ortodoxos, ou ainda autoritários
instrumentais, encontrada em importantes estudos sobre o pensamento social e político no país
(Carvalho, 2006; Santos, 1978; Werneck Vianna, 2004). Tal menção se justifica pela suposição nada
pacífica de que liberais e conservadores discordariam apenas em relação aos meios com vistas à
implantação do modelo anglo-saxão entre nós, finalidade essa que seria amplamente aceita por
ambos, restando apenas a controvérsia sobre atingirmos a matriz por ela própria ou pela via
autoritária. Contudo, a existência de visões de mundo inconciliáveis, contrapondo autores como
Tavares Bastos e Oliveira Vianna, por exemplo, pode, segundo Brandão, ser tomada como ponto de
partida para identificarmos a não aceitação geral da individualidade espontânea associada ao
mercado (Brandão, 2007).
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Maria Alice Rezende de Carvalho trata dos temas sobre a organização dos intelectuais no Brasil
identificando três eras organizacionais distintas: além das Academias e Universidades, a autora inclui
as Organizações não-governamentais como mostra da tentativa contemporânea da inteligência
nacional de se adaptar às exigências da nova ordem globalizada. Com isso, a autora defende a tese
da permanência da vocação pública na atividade intelectual no país até os anos recentes, manifesta
nas mutações organizacionais apontadas (Carvalho, 2007).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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