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Ensino da Arte
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Tatiana dos Santos da Silveira
707
S5871m Silveira, Tatiana dos Santos da.
Metodologia do Ensino da Arte / Tatiana dos Santos da
Silveira. Centro Universitário Leonardo da Vinci –
Indaial,Grupo UNIASSELVI, 2012.x ; 185 p.: il
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830- 330-3
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE ........................................................................ 1
VII
TÓPICO 2 – ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL ..................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 77
2 O CONHECIMENTO SENSÍVEL NO ENSINO DA ARTE ........................................................ 77
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 85
VIII
TÓPICO 3 – REGISTRO E AVALIAÇÃO EM ARTE ..................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 151
2 REGISTRANDO E AVALIANDO ................................................................................................. 151
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 154
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em quatro tópicos e em cada um deles
você encontrará atividades que contribuirão para a reflexão e análise dos
estudos realizados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Estamos iniciando uma disciplina de grande importância para a educação
social e cultural do nosso país. Porém, antes de discutirmos a história do Ensino
da Arte no Brasil propriamente dita, precisamos refletir sobre o sentido de Arte e
Arte/Educação.
3
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
Ouvir uma música, uma poesia, apreciar um quadro, uma fotografia, uma
apresentação de teatro ou dança são modos de fruir e sentir Arte. Fruir Arte é
um processo pelo qual o ser humano conhece a respeito da obra, do artista que a
criou, de si próprio e do mundo onde está inserido. Assim, o trabalho com a Arte
está relacionado à percepção, à emoção, à intuição e à sensibilidade. “A arte é,
por conseguinte, uma maneira de despertar o indivíduo para que este dê maior
atenção ao seu próprio processo de sentir”. (DUARTE JÚNIOR, 1988, p. 65).
UNI
Muito bem!!! Agora que estamos envolvidos nesta proposta de estudos, quero ajudá-
lo/a a vencer mais este desafio... Pesquisei no Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2009, p. 932)
o significado da palavra fruir.
FRUIR significa: 1 desfrutar, gozar, utilizar (vantagens, benefícios etc.)
1.1 Rubrica: direito civil, desfrutar (as vantagens ou das vantagens de determinado bem); usufruir.
2 Derivação: por extensão de sentido (da acp. 1) desfrutar prazerosamente (algo ou de algo).
Então podemos concluir que fruir quer dizer apreciar, aproveitar, desfrutar, sentir, ler obra de arte.
ARTE
4
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
5
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
6
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
Convidamos você a ler Cruz e Souza com o objetivo de conhecer sua obra
e também com a finalidade de contextualizá-la na busca de reflexões acerca da
palavra “Arte”.
7
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
Já o valor da arte para Ferraz e Fusari (2009, p. 18), “[...] está em ser um
meio pelo qual as pessoas expressam, representam e comunicam conhecimentos
e experiências”.
8
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
9
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
UNI
É muito importante que você, acadêmico/a, reflita sobre essas questões para
compreender a sua prática pedagógica. Juntos, no próximo tópico, vamos refletir sobre esta
trajetória.
Com relação aos nativos, eram educados nas missões e nos sistemas
de “reduções” destinadas à catequese. As reduções, assim como as
residências e os colégios, tornaram-se verdadeiras “escolas-oficinas”
que formavam artesãos e pessoas para trabalhar em todas as áreas
fabris. Nesses locais, os “irmãos oficinas” exerciam e ensinavam
vários ofícios, tais como pintura, carpintaria, instrumentos musicais,
tecelagem etc. (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 41).
Foi por volta de 1808, através das reformas do Marquês de Pombal, que a
educação jesuítica perdeu sua força. Os jesuítas perderam o poder de atuar junto às
escolas, porém os professores aptos a atuar eram os formados pelos próprios jesuítas.
11
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
ele retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza
e as cenas do cotidiano brasileiro e suas obras nos dão uma excelente ideia da
sociedade brasileira do século XIX.
DICAS
13
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
Foi com a vinda da Missão Artística Francesa ao Brasil que, em 1816, foi
criada a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, que após
dez anos foi transformada em Imperial Academia e Escola de Belas Artes. Foi a
instituição oficial do ensino da Arte no Brasil, porém ainda com orientações de
institutos similares na Europa.
E
IMPORTANT
Academia Imperial de Belas Artes ou Academia Imperial das Belas Artes (1822-
1889) é o antigo nome da atual Escola de Belas Artes, hoje unidade da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
Foi inicialmente denominada como Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, quando da sua
fundação por D. João VI (1816-1826), em 12 de agosto de 1816, ao fim do período colonial
brasileiro. O soberano teria sido influenciado, nesse gesto, por António de Araújo e Azevedo,
o 1.º conde da Barca.
Após a Independência do Brasil, em 1822, a escola passou a ser conhecida como Academia
Imperial das Belas Artes e, mais tarde, como Academia Imperial de Belas Artes. A instituição
foi definitivamente instalada em 5 de novembro de 1826, em edifício próprio à altura da
Travessa do Sacramento (atual Avenida Passos), inaugurada por D. Pedro I (1822-1831).
Em 1938 o seu edifício histórico foi demolido, tendo sido preservado o portal em granito e
mármore, onde se destacam os ornamentos em terracota, de autoria de Zéphyrin Ferrez.
Este, por sua vez, foi transportado em 1940 para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde
se encontra na atualidade.
14
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
15
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
16
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
O grupo dos positivistas era formado por: Este grupo brigava pela manutenção do
• Décio Villares modelo vigente de educação da Escola
• Aurélio de Figueiredo Imperial de Belas Artes, como escola de
• Montenegro Cordeiro aprendizado de ofícios e de Belas Artes.
17
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
O grupo dos liberais era composto por: Este grupo defendia a importância da
• Eliseu Visconti renovação de um modelo acadêmico
• França Júnior de ensino e as Belas Artes como foco de
• Henrique Bernadelli atenção da escola.
• Rodolfo Amoedo
• Zeferino da Costa
18
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
E
IMPORTANT
Recém-chegada da Europa e dos Estados Unidos, onde foi estudar pintura, Anita Malfatti, resolveu,
com o apoio dos amigos, organizar a sua exposição de pintura moderna nos meses de dezembro
de 1917 e janeiro de 1918. Ela e um grupo de vanguardistas de São Paulo acreditavam que havia
chegado a hora de a arte no Brasil abandonar os modelos tradicionais e buscar novos rumos.
No acanhado meio artístico paulistano, a exposição provocou comentários contra e a favor. No
entanto um artigo da “Folha de São Paulo”, de autoria de Monteiro Lobato, que também era crítico
de arte, ultrapassou os limites da sua conhecida lucidez.
Leia, a seguir, fragmentos do artigo denominado “Paranoia ou Mistificação?”, de autoria de
Monteiro Lobato, sobre a Exposição de Anita Malfatti:
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas [...] A outra
espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias
efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da
cultura excessiva. [...] Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é
mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação.
[...] Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti onde se notam
acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de
Picasso e companhia”.
A reação da elite paulistana, que confiava cegamente nas opiniões e gostos pessoais do autor de
Urupês, é imediata: escândalo, quadros devolvidos, uma tentativa de agressão à pintora, a mostra
é fechada antes do tempo.
O artigo demolidor e as suas consequências serviram para que os jovens "vanguardistas"
brasileiros, até então dispersos, isolados em pequenos agrupamentos, se unissem em torno
de um ideal comum: destruir as manifestações artísticas que remontavam ao século XIX,
especificamente, no caso da literatura, o parnasianismo poético, medíocre e superado.
Neste sentido, a exposição de Anita Malfatti funciona como estopim de um movimento que
explodiria na Semana de Arte Moderna de 1922.
DJAHY LIMA
Publicado no Recanto das Letras em 30/06/2008
Código do texto: T1058764
FONTE: Disponível em: <http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/1058764>. Acesso em: 24
ago. 2010.
19
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
• Anita Malfatti
• Di Cavalcanti
• Zina Aita
• Vicente do Rego Monteiro
• Ferrignac (Inácio da Costa Ferreira)
• Yan de Almeida Prado
• John Graz
• Alberto Martins Ribeiro
• Oswaldo Goeldi
20
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
• Villa-Lobos
• Guiomar Novais
• Ernâni Braga
• Frutuoso Viana
21
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
DICAS
22
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
NOTA
23
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
24
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
25
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
A imprensa
O perfil do leitor era definido por sua classe social, já que as classes mais
pobres tinham alto grau de analfabetismo e ainda amargavam uma pobreza da
mesma escala.
26
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
Antes de 1922
Nesta época, chegou a se falar que Anita, apesar de ter estudado tanto nos
Estados Unidos como na Europa, não tinha noções de cor, forma e perspectiva,
pois apresentava uma representação artística diferente da que a arte clássica
brasileira produzia.
27
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
As críticas, as vaias e a chuva de batatas (em alusão aos legumes e frutas que
realmente foram atirados no palco durante algumas apresentações modernistas
no Teatro Municipal) recebidas por todos os participantes da Semana já estavam
sendo esquecidas, mas na memória de quem esteve lá os acontecimentos estavam
ainda frescos, como afirmaria Menotti anos mais tarde: “tratam-nos como
criminosos, como réus, como se tivéssemos feito algo de errado com aquele
barulho todo”.
28
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
O crítico nasceu em São Paulo, em 1898, e com apenas 14 anos foi morar
na Suíça, onde permaneceu até o início do ano de 1922. De volta ao Brasil, alguns
anos mais tarde, já encontrara todo o cenário pronto para o acontecimento da arte
brasileira. Na bagagem trouxe uma formação política ligada ao socialismo e um
gosto estético apurado.
29
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
O outro motivo de ser este homem ponte foi que o crítico disseminou
os propósitos modernistas para as décadas seguintes, de 1930 e 1940, em seus
artigos e críticas. Aliás, críticas essas que eram firmes, no entanto tendiam ao
reconhecimento do propósito e do espírito do artista, antes do fazer da arte.
A sua obra mais importante são os dez volumes de ‘Diário Crítico’, pelos
quais se tornou especialmente conhecido. E são esses volumes que contam a sua
trajetória, já que Milliet quase não deixou arquivo pessoal.
30
TÓPICO 1 | ENSINO DA ARTE NO BRASIL
Também não podemos deixar de destacar aqui que o crítico também citou
outros grandes nomes como Di Cavalcanti, Zina Aita, Villa-Lobos, Ferrigna, entre
outros tantos.
Referências bibliográficas
31
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
32
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• Foi com a vinda da Missão Artística Francesa ao Brasil que, em 1816, foi criada
a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, que após dez anos
foi transformada em Imperial Academia e Escola de Belas Artes.
• Em 1917, junto com uma exposição de seus trabalhos em São Paulo, Anita
Malfatti expôs desenhos infantis.
33
AUTOATIVIDADE
34
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Já discutimos um pouco sobre a trajetória da Arte no Brasil, desde o tempo
em que a educação era dominada pelos padres jesuítas até a Semana de Arte
Moderna de 1922.
Vamos, juntos, estudar esta legislação e analisar as influências que até hoje
marcam as metodologias do Ensino da Arte nas escolas brasileiras.
(Pablo Picasso)
Pablo Picasso foi um artista que viveu entre os anos de 1881 e 1973. Como
você pôde perceber através da leitura dos dizeres acima, o artista valorizava o
desenho infantil.
35
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
Seu nome era Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María
de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, conhecido
simplesmente como Pablo Picasso. Nascido em Málaga a 25 de outubro de 1881,
foi pintor, escultor e desenhista.
36
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E O ENSINO DA ARTE
37
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
ATENCAO
38
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E O ENSINO DA ARTE
DICAS
39
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
• Com a nova LDB 9.394/96, o ensino da arte ganha espaço no currículo escolar
como disciplina obrigatória e, com a alteração dada pela Lei nº 12.287/2010,
aborda a especificidade das expressões regionais.
40
AUTOATIVIDADE
41
42
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior do nosso caderno, você pôde conhecer a legislação que
fundamenta o ensino da Arte no Brasil, desde a primeira LDB até a obrigatoriedade
dos conteúdos de música no currículo.
2 PCN – ARTE
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte foram divulgados pela
primeira vez no Brasil no ano de 1996, através de uma versão preliminar para
discussão entre os professores de Arte de todo o país. Foram publicados pela
primeira vez os Parâmetros para o primeiro e o segundo ciclos do Ensino
Fundamental em 1997, seguidos pela publicação para o terceiro e quarto ciclos
em 1998. A elaboração deste documento contou com a contribuição de grandes
nomes da história do ensino da Arte no Brasil, entre eles, Ana Mae Barbosa, Rosa
Iavelberg, Maria R. F. Fusari e Maria Heloísa C. T. Ferraz.
43
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
UNI
44
TÓPICO 3 | PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: ARTE
45
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
ARTES VISUAIS
DANÇA
MÚSICA
46
TÓPICO 3 | PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: ARTE
TEATRO
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
48
AUTOATIVIDADE
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior conversamos sobre os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Arte para o Ensino Fundamental. Você pôde compreender como
este documento foi articulado entre os objetivos da disciplina de Arte para o
Ensino Fundamental, os conteúdos gerais e os conteúdos específicos distribuídos
por linguagens da Arte.
Loris Malaguzzi
51
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
DICAS
Você pode perceber que, diferente dos PCN de Arte que trazem a disciplina
de Artes, o RCNEI aponta as linguagens da infância e os eixos norteadores da
Educação Infantil.
53
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
54
TÓPICO 4 | RCN – REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
• ouvir,
perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e
produções musicais;
• explorar
e identificar elementos da música para se expressar, interagir
com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo;
• Exploração,
expressão e produção do silêncio e de sons com a voz, o corpo, o
entorno e materiais sonoros diversos.
55
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
• Informações sobre as obras ouvidas e sobre seus compositores para iniciar seus
conhecimentos sobre a produção musical.
56
TÓPICO 4 | RCN – REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
57
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
Assim como a Música, a linguagem das Artes Visuais ainda é vista como
recurso pedagógico, nos momentos em que os professores se apropriam das
técnicas de pintura, recorte, colagem e modelagem apenas para trabalhar com
ilustrações, cartazes decorativos, lembrancinhas para os pais, ou decoração
para datas comemorativas. Há uma desvalorização da Arte que acaba sendo
confundida como a área que decora, enfeita e realiza apresentações.
Como você pode perceber, esses três eixos norteiam o trabalho pedagógico
da área de Artes, pois compreendem o desenvolvimento cultural e histórico das
crianças através do contato com a obra de arte e sua apreciação, da reflexão acerca
do contexto-histórico onde a obra e o artista estavam inseridos e do próprio fazer
artístico da criança.
58
TÓPICO 4 | RCN – REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
Dentro dos três eixos norteadores para o trabalho com as Artes Visuais
este referencial aponta também os objetivos e os conteúdos específicos para
esta linguagem, novamente divididos por faixa etária de zero a três anos e
quatro a seis anos.
Como objetivos das Artes Visuais, segundo o RCNEI (1998, p. 87, v. 3),
temos:
59
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
60
TÓPICO 4 | RCN – REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
FONTE: A autora
• Apreciação das suas produções e das dos outros, por meio da observação e
leitura de alguns dos elementos da linguagem plástica.
61
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE
62
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu que:
63
AUTOATIVIDADE
64
UNIDADE 2
CURRÍCULO DE ARTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos se divide em quatro tópicos e, ao final de cada tópi-
co, você encontrará atividades que contribuirão para a reflexão e análise dos
estudos que já realizamos.
65
66
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Na primeira unidade mencionamos constantemente a Proposta Triangular
do Ensino da Arte sugerida por Ana Mae Barbosa.
67
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
A Proposta Triangular foi empregada por Ana Mae Barbosa nos anos de
1980, quando a autora esteve na direção do Museu de Arte Contemporânea da
Universidade de São Paulo. Essa proposta está fundamentada em abordagens
epistemológicas como: Escuelas al Aire Libre, do México; Critical Studies, da
Inglaterra; e Discipline Based Art Education (DBAE), dos Estados Unidos.
Destacamos, entre as abordagens mencionadas, o DBAE, por ser usada por
Barbosa para sistematizar a Proposta Triangular.
UNI
Você sabia que o projeto Discipline Based Arte Education (DBAE), desenvolvido
nos Estados Unidos desde a década de 1980, postula a educação/ensino da Arte por meio da
articulação diálogo entre três momentos educativos: leitura de imagem, produção e reflexão?
68
TÓPICO 1 | PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE
FRUIÇÃO/APRECIAÇÃO/ REFLEXÃO/CONTEXTUALIZAÇÃO/
LEITURA DE IMAGEM HISTÓRIA DA ARTE
NOTA
69
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
70
TÓPICO 1 | PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE
DICAS
Para que você aprofunde seus estudos sobre as contribuições de Ana Mae
Barbosa para o Ensino da Arte, sugerimos a leitura dos seguintes livros:
Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, professora titular do Departamento de Artes Plásticas da
Universidade de São Paulo, atuando no Mestrado e Doutorado em Arte-Educação, criou a
Escola de Comunicação e Artes na USP e no Núcleo de Cultura e Extensão em Promoção da
Arte na Educação. Foi presidente da International Society of Education through Art (1990-93)
e Diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP (1987-93). Publicou doze livros sobre
Arte e Arte-Educação, sendo os últimos Tópicos Utópicos (Com-Arte, 1998) e Arte-Educação:
leitura no subsolo (Cortez, 1999). Recebeu o prêmio Edwin Ziegfeld nos Estados Unidos (1992)
e o Prêmio Internacional Herbert Read (1999). Em 2001 foi escolhida para dar a Studies in
Art Eucation's Lecture, na National Art Education Association, dos Estados Unidos, distinção
conferida pela primeira vez a um estrangeiro nos 50 anos de existência da Associação.
O livro “Arte-Educação: leitura no subsolo” é uma coletânea de ensaios, resultado de uma
pesquisa acerca das influências estrangeiras na mudança de ensino modernista de arte para
o seu ensino contemporâneo. Essa pesquisa efetuou-se pela análise de dissertações de
mestrado e teses de doutorado defendidas entre 1981 e 1993, nas universidades brasileiras.
Apresentamos, assim, uma listagem da produção de pós-graduação na área de arte-educação
e os ensaios mais frequentemente citados para justificar o ensino da arte como expressão
e cultura, isto é, a ideia de se aliar no ensino o fazer "espontâneo"e a apreciação, análise e
decodificação da obra de arte. Os ensaios de Elliot Eisner, Ralph Smith, Robert William Ott,
David Thistlewood e Mary Stokrocki foram traduzidos especialmente para esta publicação.
DICAS
O texto a seguir trata de uma entrevista com a autora Ana Mae Barbosa. A autora
aborda o ensino da Arte “hoje” nas escolas. É importante conhecer a opinião de alguém que
compreende tão bem o ensino da Arte no Brasil.
71
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
LEITURA COMPLEMENTAR
Ana Mae Barbosa - A ditadura deixou marcas no ensino das artes nas escolas.
Principalmente no ensino primário, essa disciplina foi dominada pela sugestão
de temas e por desenhos alusivos a comemorações cívicas, religiosas e outras
festas. Nas escolas sem orientação de um especialista, os professores continuam
repetindo aqueles modelos horrorosos em xerox. São coelhinhos da Páscoa, índios
que fazem alusão ao Dia do Índio, imagens de péssima qualidade estética. Além
disso, no final da década de 90, houve um esforço contínuo do Ministério da
Educação para retirar a disciplina da grade curricular, sem sucesso. E as escolas
não cumprem o que diz a lei. A lei diz que arte é obrigatória em todo Ensino
Básico. Mas, em muitas escolas, a arte aparece somente em alguns anos, pois os
diretores alegam que não está especificado na lei que o ensino é obrigatório para
todas as séries.
Ana Mae Barbosa - Ainda é preciso mais pesquisa, mas podemos dizer que a
arte leva os indivíduos a estabelecer um comportamento mental que os leva a
comparar coisas, a passar do estado das ideias para o estado da comunicação, a
formular conceitos e a descobrir como se comunicam esses conceitos. Todo esse
processo faz com que o aluno seja capaz de ler e analisar o mundo em que vive, e
dar respostas mais inventivas. O artista faz isso o tempo todo, seja para melhor se
adequar ao mundo, para apontar problemas, propor soluções ou simplesmente
para encantar, que é uma das formas de tirar você das mazelas do dia a dia.
A arte não tem certo ou errado, o que é muito importante para as crianças que
são rejeitadas na escola por terem dificuldade de aprender, ou problemas de
comportamento. Na arte, eles podem ousar sem medo, explorar, experimentar
e revelar novas capacidades. A arte desenvolve a cognição, a capacidade de
aprender. Isso já foi demonstrado em uma pesquisa feita nos Estados Unidos em
1977, quando foram estudados os dez melhores alunos em um período de dez
anos. Os melhores tinham apenas uma característica em comum: todos tinham
feito ao menos dois cursos de arte em suas trajetórias pelas escolas. Além disso,
72
TÓPICO 1 | PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE
Como um educador pode inovar para prender a atenção dos alunos quando
ensina Arte?
Ana Mae Barbosa - Levando-os ao contato direto com a Arte e fazendo-os pensar
no que estão vendo. A Pedagogia Questionadora de Paulo Freire é ainda o melhor
caminho para levar a pensar e formular significados.
Ana Mae Barbosa - Não só é pouco divulgada, mas em geral, quando é divulgada,
se usa a linguagem hermética. A internet tem democratizado o acesso a museus,
exposições e tem dado visibilidade a trabalhos de muitos artistas, mas ainda não
confere reconhecimento como artista. Para alguém ser reconhecido como artista
é necessário participar de exposições em Museus, Bienais, sair na “Bravo” etc.
Enfim, ser abençoado por algum curador. É com os curadores que está o poder de
designar alguém como artista. A maioria deles é homem, vem das classes altas e é
submetido ao código hegemônico europeu e norte-americano branco.
O que já tem sido feito para melhorar o acesso à Arte para a grande massa? O
que ainda pode ser feito?
Ana Mae Barbosa - Nos últimos anos os museus, centros culturais e megaexposições
têm se preocupado em criar departamentos educacionais, contratando educadores
para facilitar a mediação entre Arte e Público. A qualidade é variável e o empenho
também. Muitas vezes o educativo existe na instituição para trazer público para
inflar a estatística a fim de mostrar ao patrocinador que numerosas pessoas
73
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
74
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• A Proposta Triangular foi empregada por Ana Mae Barbosa nos anos 80.
75
AUTOATIVIDADE
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior apresentamos a Proposta Triangular do Ensino da Arte,
idealizada por Ana Mae Barbosa. Compreendemos a trajetória do ensino da Arte como
uma construção em busca de propostas que valorizem esta área de conhecimento e
trabalhem de forma articulada com o conhecimento sensível das pessoas.
77
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
78
TÓPICO 2 | ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL
Ler e fruir este poema é um dos modos de sentir arte! É a possibilidade de,
a partir da criação do poeta, compreender a sua leitura de mundo e refletir sobre
a nossa. O poema nos provoca um “sensibilizar” com as delícias da simplicidade
da infância e a valorização do tempo.
[...] o homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim
porque precisa; ele só pode crescer, como ser humano, coerentemente,
ordenando, dando forma, criando. Os processos de criação ocorrem
no âmbito da intuição. [...] toda experiência possível ao indivíduo,
também a racional, trata-se de processos essencialmente intuitivos.
Intuitivos, esses processos se tornam conscientes na medida em que
lhes damos uma forma. Entretanto, mesmo que a sua elaboração
permaneça em níveis subconscientes, os processos criativos teriam
que referir-se à consciência dos homens, pois só assim poderiam ser
indagados a respeito dos possíveis significados que existem no ato
criador. (OSTROWER, 1986, p.10).
80
TÓPICO 2 | ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL
FONTE: A autora
81
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
82
TÓPICO 2 | ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL
DICAS
83
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
84
AUTOATIVIDADE
85
86
UNIDADE 2 TÓPICO 3
O DESENHO INFANTIL
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior você estudou as categorias do conhecimento sensível
e a importância do trabalho em Arte relacionando essas categorias e a Proposta
Triangular do Ensino da Arte, em busca de uma aprendizagem significativa.
2 PRIMEIROS TRAÇOS...
Somos culpados de muitos erros e muitas falhas, mas nosso pior crime
é abandonar as crianças, desprezando a fonte da vida.
Muitas das coisas que precisamos podem esperar.
A criança não pode.
É exatamente agora que seus ossos estão se formando, seu sangue é
produzido, e seus sentidos estão se desenvolvendo.
Para ela não podemos responder "Amanhã".
Seu nome é "Hoje".
(Gabriela Mistral)
Iniciamos nossa conversa sobre o desenho infantil com uma reflexão sobre
os tempos da infância.
87
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
88
TÓPICO 3 | O DESENHO INFANTIL
89
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
O PRIMEIRO MOVIMENTO
FONTE: A autora
SEGUNDO MOVIMENTO
90
TÓPICO 3 | O DESENHO INFANTIL
FONTE: A autora
O TERCEIRO MOVIMENTO
FONTE: A autora
91
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
FONTE: A autora
O QUARTO MOVIMENTO
FONTE: A autora
92
TÓPICO 3 | O DESENHO INFANTIL
Para Pillar (1996), o desenho de uma criança nos permite aprender sobre
o seu modo de pensar e sobre as habilidades que possui. Se em um desenho os
braços de uma figura humana saem da cabeça e não do tronco, por exemplo,
significa que a criança ainda não tem construído interiormente, em seu pensamento,
o esquema corporal de uma figura humana. O que nada tem a ver com o fato de
ela não estar enxergando direito, de estar com problemas de motricidade fina,
ou ainda de não estar apta a desenhar com destreza. Desenhar figuras humanas
possibilita à criança estruturar suas ideias sobre a figura humana. Assim como
quando as crianças escrevem letras e algarismos espalhados, representa o que
têm construído sobre as relações espaciais, se direita/esquerda ou em cima/
embaixo. Não existe “o todo” integrado em seu pensamento; o desenho ou a
escrita refletirá a forma que ela tem de ver o mundo e não aquela que a maioria
dos adultos considera correta.
E
IMPORTANT
UNI
93
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
94
AUTOATIVIDADE
Seu trabalho agora será escrever sobre a relação entre as fases do desenho
infantil, abordadas pelos diferentes autores apresentados. Fundamente sua
discussão com base em sua experiência pedagógica. Traga desenhos de seus
alunos ou imagens de desenhos para a sala de aula e discuta com os demais
acadêmicos sobre as diferentes fases e a importância do desenho enquanto
representação gráfica da criança.
95
96
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Como você já pôde ler no tópico anterior, os movimentos da criança para
a construção da sua representação dependem do tempo de desenvolvimento da
criança e da influência do meio sócio-histórico no qual ela está inserida.
2 CONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS
Quando falamos em estereótipos, você imediatamente pensa na história
da flor vermelha com o caule verde?
Conto popular
Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola
bastante grande.
Uma manhã, a professora disse:
– Hoje nós iremos fazer um desenho.
"Que bom!” – pensou o menininho.
Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... Pegou
a sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar. A professora então disse:
– Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
– Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja
e azul.
A professora disse:
– Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com caule verde.
– Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor.
Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso... Virou o papel e desenhou
uma flor igual à da professora. Era vermelha com caule verde. Num outro dia,
quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse:
– Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
97
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
98
TÓPICO 4 | ONDE FICA O ESTEREÓTIPO?
Pense rapidamente:
FONTE: A autora
Estes são exemplos de trabalhos prontos que até hoje são oferecidos para
as crianças colorirem em sala de aula.
99
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
100
TÓPICO 4 | ONDE FICA O ESTEREÓTIPO?
FIGURA 29 – PORTA-CRACHÁS
101
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
E
IMPORTANT
Pensar nos estereótipos deve ser um exercício constante! Não basta ler o Caderno
de Estudos, refletir e esquecer os dizeres dos autores. É necessário mudar as atitudes em sala
de aula. Esta é uma construção, pois ninguém consegue mudar atitudes enraizadas de uma
hora para outra. Há uma desconstrução daquilo em que se acredita e uma construção de um
novo olhar que implicará novas atitudes e quebra de barreiras frente às metodologias, frente à
educação.
LEITURA COMPLEMENTAR
102
TÓPICO 4 | ONDE FICA O ESTEREÓTIPO?
103
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
Creio que não fica difícil perceber qual a relação que a história acima
tem com a nossa questão: a dos desenhos estereotipados. Voltemos à pergunta
inicial: por que a maioria dos desenhos que se oferecem às crianças são clichês,
estereótipos? Para responder, vamos imaginar que a caixa dos tipos móveis, ao
invés de conter letras e sinais, contivesse formas para compor desenhos.
Por exemplo, ela poderia conter, entre outros, tipos específicos para se
formar desenhos de olhos. Poderíamos então tomar 2 tipos em forma de meia-
lua, acrescentar 2 tipos em forma de pupila e colocá-los no canto das meia-
luas (canto esquerdo ou direito, nunca no meio, senão não se consegue o efeito
estereotipadamente desejado de “gaiatice” ou de “ar maroto”) e por último,
104
TÓPICO 4 | ONDE FICA O ESTEREÓTIPO?
acrescentar alguns traços meio curvos sobre cada meia-lua para obter os cílios.
Temos aí a composição, a matriz dos olhos. Para facilitar o trabalho, como fazia
PI Ching, conservamos este clichê para usá-lo em todos os desenhos em que
“necessitamos” colocar olhos: não só nos de pessoas ou bonecos, mas também
no miolo das flores, na bola do sol, no tronco das árvores. Para que seja um
verdadeiro estereótipo, é preciso que o clichê seja sempre o mesmo, que “a matriz
seja sempre reimpressa”.
Eles vêm não se sabe e vão para onde não se sabe. Nós os usamos
simplesmente porque gostamos, achamos “bonitinhos”, “fofinhos”, “uma
gracinha”. Com exceção das representações de personagens da comunicação
de massa (antes Mickey, Garfield, Snoopy, hoje Pokemon, Superpoderosas,
Bob Esponja...), as outras não sabemos quem criou, de onde aprendemos, e
nem para que servem. Mesmo assim, as adotamos indiscriminadamente. Pior,
impunemente! Elas nos parecem tão familiares, tão inofensivas...
105
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
equivocadamente, ser bom o colégio que enfeita suas paredes. Dificilmente, pais
gostam de matricular filhos em escolas de “paredes nuas”.
Algumas crianças dizem então “não saber desenhar” e com isso estão
querendo dizer que “não sabem fazer estereótipos”, que “não sabem desenhar
igual à professora”. Estão, em última análise, mostrando que já se tornaram
inseguras em relação ao desenho, não acreditam que são capazes.
106
TÓPICO 4 | ONDE FICA O ESTEREÓTIPO?
107
UNIDADE 2 | CURRÍCULO DE ARTE
Bibliografia:
108
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu que:
109
AUTOATIVIDADE
110
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos se divide em quatro tópicos. No final de cada tópico,
você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e análise dos
estudos que já realizamos.
111
112
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Como você pôde estudar nas demais unidades do nosso Caderno de
Estudos, o conhecimento artístico e cultural das crianças é objeto de estudos
constantes. Esta é uma área que abrange desde o desenho como primeira
representação gráfica da criança até as construções poéticas propriamente ditas.
Além das linguagens da Arte citadas por Pillotto, artes visuais, música,
teatro e dança, é fundamental que você compreenda a importância da literatura
também como uma das linguagens da Arte. Embora os Parâmetros Curriculares e
Referenciais Curriculares de Arte não abordem esta área como linguagem específica
da Arte ou como área de formação do professor de Arte. Esta é uma das linguagens
que também trabalha com o conhecimento histórico, cultural e estético.
Como você pode perceber, utilizamos desta linguagem para sensibilizá-
lo através da poesia ao longo do nosso Caderno de Estudos, além de citarmos a
participação de importantes escritores brasileiros nos movimentos que defendem
a valorização da arte, como, por exemplo, a Semana de Arte Moderna.
113
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
2.1.1 Pintura
A pintura tem relação direta com a tinta, com o pigmento sobre uma
superfície e com a utilização da cor. Uma das pinturas mais famosas do mundo é
a Monalisa, de Leonardo da Vinci, pintada entre os anos de 1503 e 1507, medindo
77 X 53 cm.
FIGURA 31 – MONALISA
114
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
115
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Por serem algumas das pinturas mais conhecidas e famosas, podemos usá-
las para trabalhar com as crianças. Também são alvo de diferentes ressignificações
feitas por vários artistas.
116
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
E
IMPORTANT
2.1.3 Escultura
A escultura consiste em retirar matéria. É a representação plástica em
forma de relevo, parcial ou total e pode ser construída a partir da moldagem, da
fundição ou da cinzelação (aplicação de peças metálicas sobre a obra esculpida).
O artista tira matéria para dar forma.
117
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Sabonete artesanal
Ingredientes:
1 kg de base de glicerina para sabonetes (branca ou transparente);
30 ml de essência para sabonetes;
corante alimentício (anilina);
álcool de cereais.
118
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
Passo a passo
1 – Pique a base para sabonete em pedaços pequenos;
2 – derreta a base na panela em banho-maria (não deixe a temperatura da
água muito quente, para evitar que a base ferva);
3 – retire do fogo quando estiver totalmente derretida, coloque o corante aos
poucos até atingir a cor desejada;
4 – espere esfriar um pouco, até formar uma nata fina em cima da base. Caso
não faça isso, a essência irá evaporar e seu sabonete não ficará perfumado;
5 – adicione a essência e mexa com o bastão de vidro. Evite mexer muito,
pois poderá fazer espuma; se fizer espuma, borrife com álcool de cereais para
retirá-la. Segure com o bastão de vidro a película que se forma e despeje o
líquido na forma escolhida;
6 – borrife álcool de cereais pra evitar a formação de espuma;
7 – espere secar por mais ou menos 30 minutos e desenforme.
Massinha caseira
Se você preferir, pode deixar que cada criança acrescente guache da cor
desejada para tingir a massinha.
119
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Massinha de biscuit
2.1.5 Desenho
O desenho pode ser classificado como parte do processo da produção
artística, a exemplo do esboço da pintura, da gravura ou da escultura, como
também da obra propriamente dita, como é o caso do desenho do “Homem
Vitruviano”, de Leonardo da Vinci.
120
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
121
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Observe o exemplo:
Este exercício deve ser realizado de forma lúdica, através de imagens que
fazem parte do contexto das crianças para que não pareça uma atividade muito
técnica. A criança precisa ter a noção do tamanho e das proporções, no entanto
não podemos perder o caráter lúdico e criativo indispensável ao trabalho com a
Arte na Escola.
122
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
- LH: Linha do Horizonte (linha imaginária que separa o lado superior e inferior
da visão e o local onde se localiza o Ponto de Fuga).
123
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
DICAS
2.1.7 Gravura
A gravura consiste na linguagem da arte que, a partir da criação de uma
matriz, trabalhará com diferentes impressões e cópias.
b c
124
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
FIGURA 46 – LITOGRAVURA
125
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
DICAS
Outra opção para a sala de aula é a gravura com legumes. Com a utilização
de legumes como batatas, por exemplo, é possível conseguir um efeito próximo
ao carimbo, o que também pode ser utilizado para o trabalho com gravuras.
2.1.9 Arquitetura
Na arquitetura temos um grande movimento histórico marcado pela
influência de diferentes artistas e culturas. É a linguagem da arte que trabalha
diretamente com a apropriação dos espaços. É importante trabalhar as
arquiteturas históricas, suas funções e o modo como eram pensadas e criadas,
como também as arquiteturas contemporâneas, traçando com as crianças uma
reflexão acerca da influência do tempo no modo como as pessoas constroem suas
moradias e se organizam os espaços.
126
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
127
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
DICAS
2.2 MÚSICA
A música é uma das linguagens da Arte mais antigas, pois faz parte da
cultura humana como expressão, interpretação e linguagem.
128
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
Observe a letra:
Certos Amigos
Expresso Rural
Composição: Daniel Lucena
Esta é uma das opções que temos do grande e rico repertório da música
popular brasileira que poderá ser utilizado para trabalhar com os alunos.
129
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
UNI
DICAS
130
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
Além destas sugestões, você pode trocar materiais com seus colegas,
sempre com o cuidado de buscar bons repertórios para oferecer aos seus alunos.
2.3 DANÇA
A dança na escola trabalha diretamente com o movimento. No entanto a
dança enquanto Arte vai além do conhecimento do próprio corpo, a dança como
arte é manifestação artística, é forma de integração e de expressão. É atividade
lúdica que permite que a criança trabalhe exercícios de experimentação,
criatividade, espontaneidade.
131
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
132
TÓPICO 1 | AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO
DICAS
2.4 TEATRO
O teatro, última das linguagens da Arte que estamos lhe apresentando,
teve início como manifestação artística com os gregos. “[...] passando dos rituais
primitivos das concepções religiosas que eram simbolizadas, para o espaço cênico
organizado, como demonstração de cultura e conhecimento”. (PCN – ARTE,
1997, p. 83).
133
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
134
RESUMO DO TÓPICO 1
• A Arte divide-se nas linguagens das Artes Visuais, Música, Dança e Teatro.
• A música é uma das linguagens da Arte mais antigas, pois faz parte da cultura
humana como expressão, interpretação e linguagem.
135
AUTOATIVIDADE
136
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Durante nossos estudos neste caderno, você pôde conhecer a trajetória
do ensino da Arte no Brasil, as leis e documentos que fundamentam o trabalho
nesta área de conhecimento, bem como as propostas metodológicas existentes
que servem de base para os professores.
137
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Objetivos da aula:
Procedimentos metodológicos:
138
TÓPICO 2 | PLANO DE AULA E PROJETOS DE TRABALHO EM ARTE
A seguir deverá passar o vídeo sobre a obra Mulher de Cabelos Verdes. Este
vídeo está disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=oo1vRvctdT8>.
Acesso em: 24 ago. 2010.
Desenho:
139
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
140
TÓPICO 2 | PLANO DE AULA E PROJETOS DE TRABALHO EM ARTE
Avaliação:
Objetivos:
Procedimentos metodológicos:
141
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Proponha que perguntem aos pais quais são suas cinco músicas preferidas
da MPB. Escreva um bilhete para levarem para casa explicando seus objetivos.
Compartilhe a escrita com as crianças: é fundamental que elas estejam motivadas
para envolver os familiares na atividade.
Avaliação
142
TÓPICO 2 | PLANO DE AULA E PROJETOS DE TRABALHO EM ARTE
Objetivos:
Procedimentos metodológicos:
143
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Contextualização da obra:
144
TÓPICO 2 | PLANO DE AULA E PROJETOS DE TRABALHO EM ARTE
145
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Avaliação
146
TÓPICO 2 | PLANO DE AULA E PROJETOS DE TRABALHO EM ARTE
DICAS
Além das obras de Matisse, você pode utilizar as obras que apresentamos a
você no tópico anterior do nosso Caderno de Estudos que envolvem diferentes danças
culturais do nosso país. Não se esqueça de trabalhar com a arte e as manifestações culturais
regionais, valorizando e apresentando a realidade do aluno. Além de importante, faz parte
da legislação brasileira.
UNI
É muito importante para o ensino da Arte que você não perca os objetivos da
disciplina e a compreensão da Arte como área de conhecimento artístico, histórico e cultural,
imprescindível ao desenvolvimento das crianças.
147
RESUMO DO TÓPICO 2
148
AUTOATIVIDADE
149
150
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O registro e a avaliação são itens da metodologia de trabalho dos
professores de todas as áreas de conhecimento. Assim como nas demais áreas,
no ensino de Arte se faz necessário um trabalho integrado entre estes dois itens
metodológicos.
2 REGISTRANDO E AVALIANDO
A avaliação em Arte é processo que deve acompanhar intensamente o
desenvolvimento da criança através do ato de produzir e da própria produção
individual e coletiva.
151
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
E
IMPORTANT
152
RESUMO DO TÓPICO 3
153
AUTOATIVIDADE
154
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Este é o último tópico do nosso Caderno de Estudos. Aqui, apresentaremos
a você possibilidades de trabalho com o lúdico e com a arte em sala de aula. A
integração entre as linguagens da arte poderá contribuir muito no desenvolvimento
destas propostas.
155
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
156
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
Esses são exemplos de duas obras que poderão ser utilizadas e trabalhadas
com a Proposta Triangular do Ensino da Arte.
157
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Que tal partir da obra “Meninos com Pipas”, iniciando uma conversa
sobre este brinquedo? Será que todos os alunos o conhecem? Como será que
é construído?
158
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
Outro exemplo comum e que também pode ser utilizado em sala de aula
é a relação entre diferentes obras que retratam a mesma temática, neste caso a
mesma brincadeira. Apresentar diferentes linguagens para as crianças é ampliar
seu repertório visual e cultural, é trabalhar com a emoção, a percepção e a intuição,
categorias do conhecimento sensível.
159
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
160
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
FONTE: A autora
Este desenho é de uma criança de quatro anos, porém esta criança teve
orientação através das obras apresentadas acima, sobre a posição das crianças no
desenho de roda.
Esta é uma noção que precisamos trabalhar com as crianças desde pequenas,
e esta visão de si e do outro na brincadeira de roda desenvolve-se brincando.
161
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Convide seus alunos para brincar de roda, faça a relação entre as obras
apresentadas e as cantigas. No momento da leitura de imagem pergunte para as
crianças sobre as possíveis músicas e brincadeiras que as crianças da roda possam
cantar.
DICAS
162
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
Amarelinha
163
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Risco de tijolo no asfalto quente Preste atenção que agora vou ensinar
Lembro tua mão um retângulo desenhar A pular amarelinha e você vai gostar
Sentada na calçada por vez impaciente Já começa a brincadeira desenhando no
À espera de um carro depressa a passar; chão
Oito casas bem maneiras siga a
Arquiteta de um desejo de infância numeração
Engenheira na vontade de brincar 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
Outrora a lembrança quando criança Chame a prima, chame o irmão, bata na
Tão jovem no peito teima a visitar; porta da vizinha
Chame todo mundo pra brincar de
A casca de banana sobre as mãos amarelinha
Espera dentre o número acertar E agora uma pedrinha você tem que
A certeza quando erra de que não arranjar
Outra chance se a parceira vir errar; Pra jogar em cada casa, boa sorte vamos
lá
O pó do tijolo logo enfraquece Vai e volta até o começo, siga tudo que
Na amarelinha do pula Saci eu disser
Contorna o retângulo que jamais esquece Não pode pisar na casa que a pedrinha
E acaba teu sonho com a chuva a cair; estiver
Até chegar ao céu
Despede do asfalto o sonho de menina Vai pulando num pé só
Das mãos pequeninas o tijolo a quebrar Nesse jogo de equilíbrio
Dos pés à vontade de pular amarelinha Quero ver quem é melhor
Que a chuva invejosa se apressa em Amarelinha
apagar. É uma brincadeira fácil pra dedéu
Amarelinha
Pulando, pulando até chegar ao céu
AUTOR: Marcelo Henrique Zacarelli 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
FONTE: Disponível em: <www.lusopoemas.
net>. Acesso em: 24 ago. 2010. AUTORES: Fred Pereira e Zé Henrique
FONTE: Disponível em: <www.sombom.
com.br>. Acesso em: 24 ago. 2010.
164
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
Podemos citar:
165
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
FONTE: A autora
166
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
FONTE: A autora
167
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
Esses são alguns exemplos de fazer artístico que podemos trabalhar com
as crianças. Além da linguagem visual, ainda cabe lembrar que a arte permite
conexão entre as diferentes linguagens.
A representação de bonecas:
168
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
169
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
BONECAS
170
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
171
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
DICAS
A Bonequinha
Composição: Rennan Cantuária da Silva, João Paulo Gonçalves e Rennan
Cantuária da Silva
Eu tenho uma bonequinha sim
Ela veio de Paris pra mim
Ela tem um lindo chapéu
E também um amor de véu
Eu ponho ela em pé não cai
Ela diz mamãe papai (mamãe, papai)
Mas um dia sem razão
Escorregou e caiu no chão
Quebrou o narizinho dela
E também o dedinho do pé
Eu levei ela no doutor
172
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
LEITURA COMPLEMENTAR
REGISTROS E REGISTROS...
Terezinha Guerra
173
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
174
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
tendo, assim, melhor clareza de como orientar seu planejamento a partir das
noções e conceitos que a classe já possui, desvelando e ampliando conhecimentos,
corrigindo possíveis distorções e atendendo às necessidades e interesses
individuais e coletivos.
Registros também podem e devem ser feitos ao final de uma aula, etapa ou
momento significativo de um projeto ou sequência didática, quando se pretende
verificar o que de fato foi apropriado pela classe até então, observando suas
dificuldades e progressos, verificando como se dá a articulação entre o repertório
dos alunos e os novos conteúdos trabalhados, pensar intervenções, replanejar
ações.
Os registros dos alunos podem ser feitos de forma individual, grupal ou com
todo o coletivo da classe, sempre mediados pelo professor, cujo encaminhamento
deverá visar sempre à busca daquilo que o aluno aprendeu em arte, não se atendo
a questões como "você gostou do que fez?' "como você se sentiu?”...
Vale relembrar que toda produção dos alunos é uma forma de registro:
desenhos, pinturas, gráficos, charges, quadrinhos, tabelas, música, poemas,
teatro, esculturas... E, é claro, também fotos e gravações! O importante é que estes
registros, todos, tenham legendas, datas, que sejam contextualizados. Nada mais
intrigante (e frustrante!) do que uma foto antiga que ninguém mais se lembra de
onde foi tirada, em que época, que pessoas são aquelas ali retratadas... Assim, se
o professor faz uma gravação de uma apresentação musical de seus alunos ou os
fotografa em uma atividade de pintura, é fundamental garantir todos os créditos:
a data, quem são as pessoas ali presentes, qual a etapa do projeto, qual o projeto...
Alunos e professores precisam adquirir o hábito de datar suas anotações, suas
produções, de contextualizá-las.
175
UNIDADE 3 | MÉTODOS E TÉCNICAS DO ENSINO DE ARTE
O portfólio
Cada aluno pode e deve criar seu próprio portfólio – que é individual
–, nele guardando suas produções e documentando toda sua trajetória durante
um determinado projeto ou ano escolar, sempre orientado pelo professor que,
com sua turma, pode combinar os critérios de seleção dos trabalhos que dele
farão parte: textos, desenhos, rascunhos, projetos, anotações, reflexões, trabalhos
individuais ou em grupo, relatórios, marcos significativos de aprendizagem
organizados de forma que evidenciem o envolvimento do aprendiz no processo
de ensinar/aprender arte. Cada portfólio é único, tem a marca de quem o fez, com
a história única, irrepetível de seu autor.
Um portfólio não deve ser visto como uma caixa onde se guardam coisas
que não se usam mais, nem organizado de forma mecânica ou burocrática. É algo
vivo, dinâmico, que se consulta sempre, que é objeto de reflexão, de análise e de
avaliação contínuas.
176
TÓPICO 4 | CONVERSAS SOBRE O LÚDICO E A ARTE
Bibliografia
177
RESUMO DO TÓPICO 4
• O fazer artístico realizado através das obras de arte pode ser pensado como
ressignificação, intervenção, quadro vivo e intertexto.
178
AUTOATIVIDADE
179
180
REFERÊNCIAS
ATZINGEN, Maria Cristina Von. História do brinquedo. São Paulo: Alegro,
2001.
181
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC, 1997. (v.
Arte).
182
______. Merleau-Ponty na Sorbone. Resumo de cursos filosofia e linguagem.
Campinas: Papirus, 1990.
183
ANOTAÇÕES
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