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Minicurso 5º CBMP

11-13 de agosto de 2009


Guarapari, ES
Introdução
Evolução no melhoramento genético

Seleção de Espécies Seleção de População Seleção de Famílias e


Indivíduos
Histórico da clonagem do eucalipto

1962: Libby e Jund iniciam os trabalhos com clonagem em árvores

1975: Congo: plantio de 3.000 ha de floresta clonal

1979: Silvicultura clonal massal no Espírito Santo (Aracruz)

1982: Eucalyptus urophylla “in vitro” – ESALQ

1985: Estudos em micropropagação de genótipos elite (Aracruz)

1992: Microestaquia (Acesita)

1996: Micropropagações em larga escala (Chamflora)


Início dos estudo com micropropagação vegetativa na Votorantim
Miniestaquia: maximização da micropropagação
Princípios básicos da clonagem

9 Objetivos: multiplicação de genótipos desejáveis, sendo uma árvore


uma unidade de propagação clonal. Com isto tem-se a maximização de
ganhos em uma única geração, mantendo as características favoráveis,
evitando a variabilidade encontrada em árvores obtidas a partir de
sementes.

ortete (planta matriz)


Nomenclatura:
rametes (brotações originárias da planta matriz)

9 Variação fenotípica entre os rametes dentro de um clone: “Efeito M”


e “Efeito C”. As causas das variações são, provavelmente, ambientais e
causadas por fatores relacionados ao propágulo, isto é, tamanho da
estaca, período que as estacas são coletadas e as condições do viveiro
(vigor do propágulo ou a qualidade do sistema radicular).
Melhoramento Genético
Programa de melhoramento

“(...) melhoramento genético de árvores


florestais através da utilização da variabilidade
genética de espécies florestais de forma a
aumentar a produção e/ou utilização dos
produtos florestais.”

Recombinação,
avaliação e seleção

3 Propagação
abordagens vegetativa

Conservação
germoplasma
Espinha dorsal do melhoramento

Fase de trablho da propagação

POPULAÇÃO POPULAÇÃO CLONES


BASE MELHORADAS COMERCIAIS
Espinha dorsal do melhoramento

Introduções de espécies e procedências via


POPULAÇÃO
aquisição de sementes de mercado, coleta em
BASE
áreas naturais, testes de populações
melhoradas de regiões com semelhança
edafo-climática,
Rede experimental para
teste de progênies

Estabelecimento de programa de
POPULAÇÃO
melhoramento:
MELHORADAS
Programa de recombinação, teste e seleção.

Técnicas de propagação
e multiplicação de
material genético
Desenvolvimento clonal:
CLONES Teste clonais, avaliações em viveiro, testes
COMERCIAIS de espaçamento, adubação e pacote
tecnológico para captar o máximo do ganho
potencial.
Silvicultura Clonal
Silvicultura Clonal

Avaliação e seleção de
árvores superiores em testes clonais

Propagação vegetativa e
produção de mudas clonais

Estabelecimento e
manejo da floresta
Características Gerais

• Uniformidade e maior qualidade dos plantios e produtos.


• Aproveitamento de combinações genéticas raras,
propagando novos híbridos.
• Maximização do ganho em produtividade e qualidade da
madeira em um única geração de seleção.
• Possibilidade de contornar problemas de doenças e
adaptação fisiológica a estresses ambientais.
• Possibilidade de várias rotações operacionais
economicamente viáveis.
• Custo acessível e competitivo para as empresas.
Principais Espécies no Brasil

• Eucalipto Eucalyptus grandis x E.urophylla


• Seringueira Hevea brasiliensis
• Liquidambar Liquidambar styraciflua
• Grevílea Grevillea robusta
• Erva-mate Ilex paraguariensis
• Cupresso Cupressus lusitanica
• Teca Tectona grandis
• Criptomérica Cryptomeria japonica
• Acácia-negra Acacia mearnsii
• Pupunha Bactris gasipaes
• Paricá Schizolobium amazonicum
Princípios Biológicos

Via Sexuada: Via Assexuada:


•• Reprodução
Reprodução por
por semente
semente •• Reprodução
Reprodução porpor
ou
ou semente
semente sintética
sintética propágulo
propágulo vegetativo.
vegetativo.
• Resultado da • Qualquer estrutura capaz
• Resultado da • Qualquer estrutura capaz
recombinação genética. de propagação vegetativa
recombinação genética. de propagação vegetativa
• Resulta da fecundação e • Não envolve
Resulta da fecundação
• desenvolvimento do e Não envolve genética.
• recombinação
desenvolvimento
óvulo maduro. do recombinação genética.
• Resulta na reprodução
óvulo maduro. • fiel
Resulta na reprodução
do genótipo.
fiel do genótipo.
Expressões fenotípicas decorrentes da forma de propagação
das plantas: propagação sexuada (sementes) e propagação
assexuada (propágulos vegetativos)

(f' = g' + e' + g'e')

Sementes

(Família)

Formas de propagação

(f' = G + e' + Ge')

Propágulos
vegetativos
(F = G + E + GE)
(Clone)
Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009
Objetivos da clonagem

• Multiplicação de genótipos selecionados para uso em


programas de melhoramento (pomares, bancos).

• Pesquisa em geral, devido a uniformidade e


repetibilidade das plantas de um mesmo clone.

• Conservação de germoplasma in vitro e ex vitro.

• Método alternativo de propagação, principalmente,


quando a propagação seminal é difícil e de alto custo.

• Multiplicação de genótipos selecionados (clones elite),


para atender a demanda da silvicultura clonal industrial.
Biologia da Propagação
Ciclo de propagação de plantas

Fonte: Hartmann, Kester, Davies, Geneve, 2001


Mudanças de fases

• Árvores apresentam ciclos repetitivos sazonais


vegetativo-reprodutivos (anual, bianual, plurianual).

• Ciclos ocorrem em função das mudanças climáticas e,


também, pela resposta das plantas às mudanças.

• Mudanças morfofisiológicas, ocorridas durante estes


ciclos, são importantes para o processo de propagação.

• Regulação da mudança de fase pode ser determinado


pelo tamanho da planta e varia de espécie para espécie.

• Determinadas características dos ciclos são estáveis,


mas algumas podem ser reversíveis.
Fases do ciclo de vida das plantas
perenes

Semente Senescência

Fase juvenil Fase de transição Fase adulta

Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009


Fases do ciclo de vida

• Juvenil:
- estádio inicial de crescimento vegetativo das plantas.
- incapacidade dos meristemas apicais de florescimento.
- crescimento vegetativo vigoroso.

• Transição:
- transição entre fase vegetativa e reprodutiva.
- passagem da planta da fase juvenil para adulto.

• Adulta:
- dominância de características maduras em relação às juvenis.
- fase reprodutiva, ocorre o florescimento e frutificação.
Potencial de enraizamento de estacas
lenhosas em diferentes brotações da árvore

( 40
–5
0%
RO
OT
IN G
)

(6 0 –
70%
)

(80 – 100%)

Fonte: Hartmann, Kester, Davies, Geneve, 2001


Gradiente de juvenilidade em plantas
lenhosas

B (B): região com maior grau de


maturidade ontogenética

(A): região com maior grau de


juvenilidade ontogenética;

A
Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009
Gradiente de juvenilidade

• Juvenilidade ontogenética ocorre em algumas


espécies florestais.

• Gradiente de juvenilidade é maior em direção à base


da árvore.

• Maior Juvenilidade:
- estádio inicial de crescimento vegetativo das plantas.
- incapacidade dos meristemas apicais de florescimento.
- crescimento vegetativo vigoroso.

• Maior Maturidade:
- transição entre fase vegetativa e reprodutiva.
- passagem da planta da fase juvenil para adulto.
Gradiente de juvenilidade-maturidade em
plantas lenhosas e suas brotações

Gradiente do estado juvenil: Gradiente do estado juvenil:


A > F > E > D > C >B A>G

Fonte: Hartmann, Kester, Davies, Geneve, 2001


Importância da Juvenilidade

• Origem dos propágulos vegetativos possui forte efeito


na produção de mudas e na resposta da futura planta.

• Propágulos de diferentes posições da planta retêm os


níveis específicos de juvenilidade (ou maturidade).

• Características fisiológicas de estacas de diferentes


origens apresentam diferenças na resposta à clonagem.

• Escolha da origem do propágulo determina os objetivos


a serem alcançados:
– Propágulo da fase juvenil = comportamento juvenil da planta.

– Propágulo da fase adulta = comportamento maduro da planta.


Rejuvenescimento e revigoramento

• Na silvicultura clonal, a eficiência do processo seletivo


dos clones é inversamente relacionada com a
facilidade de propagação vegetativa.
• Para o sucesso da clonagem é necessário explorar a
capacidade de propagação de material juvenil.
• Rejuvenescimento é o processo de reverter a planta do
estádio adulto para juvenil, recuperando a competência
da totipotência.
• Revigoramento são práticas culturais que propiciam
maior vigor fisiológico à planta, resultando em
propágulos com melhor resposta aos estímulos.
Rejuvenescimento por estaquia seriada

• Consiste em enraizar em série propágulos adultos do


clone desejado.
• Macroestacas são coletados da planta matriz e, em
seguida, enraizados.
• A partir de sua brotação, são coletados miniestacas, as
quais são novamente enraizados.
• E, assim, repete-se o ciclo, seriadamente, até obter
resultados desejados.
• Resultados satisfatórios no enraizamento de eucalipto,
podem ser obtidos após duas ou três ciclos de estaquia.
Rejuvenescimento por micropropagação

• Consiste em estabelecer a cultura in vitro de brotos do


clone desejado e, subcultivar, sucessivamente, em meio
com fitoreguladores de crescimento.
• Nestas condições, obtêm-se melhorias no alongamento
e enraizamento de brotos, oriundos de material vegetal
de origem adulta.
• Esta técnica é genótipo-dependente e, também,
depende da otimização das condições de cultura in vitro.
• O principal fator de sucesso no rejuvenescimento é o
balanço entre citocininas e auxinas.
Efeito "C" (Efeito da Clonagem)

• Refere-se aos efeitos não-genéticos, decorrentes das variações


fenotípicas e das interações entre ambiente x vigor do propágulo x
condições em viveiro, no processo de clonagem.
• Efeitos ambientais:
– densidade plantio.
– competição nutricional.
– interação genótipo-ambiente.
• Efeitos do padrão de qualidade de mudas:
– desuniformidade dos propágulos.
– heterogeneidade do processo produção.
• Efeitos fisiológicos são reduzidos ma micropropagação:
– ciclófise (processo de maturação meristemas apicais).
– topófise (efeito da posição das gemas axilares, ao longo dos
ramos, no crescimento e diferenciação).
Propagação Clonal
por Miniestaquia
Estaquia

• Processo de propagação vegetativa.

• Segmento (caulinar, foliar ou radicular) em substrato.

• Indução do enraizamento e desenvolvimento do broto.

• Formação de uma muda completa.


Macroestaquia

10 c m
TOUÇA NO
CAMPO BROTO MACROESTACA
Miniestaquia
Miniestaquia apical

Miniestaquia
Vantagens: Apical
• Maior sobrevivência na expedição
• Precocidade (ganho anual de 1 ciclo)
• Melhor qualidade da muda
• Redução de operações com tesoura
• Possível eliminação da pré-seleção
• Eliminação catação folhas CV e CS
• Redução no nº adubações de cobertura

Eficiência na Sobrevivência de Mudas no Processo (%)


Tipo Enraiz. Aclim. Cresc. Rustif. Total
Estaca CV (15 dias) CS (15 dias) PC (20 dias) PR (30 dias) (80 dias)

Apical 1,00 0,98 0,95 0,99 0,92

Mediana 1,00 0,90 0,89 0,92 0,74


Ganho (%) 0,0 8,9 6,7 7,6 24,8
Fases do enraizamento adventício

• Processo de desdiferenciação:
– Células diferenciadas não-meristemáticas reassume a divisão
celular e forma novos meristemas.

• Formação das raízes iniciais:


– Formação de estruturas morfogênicas nas células diferenciadas.

• Desenvolvimento dos primórdios radiculares:


– Estruturas morfogênicas se desenvolvem em primórdios
radiculares, visualmente, perceptíveis.

• Crescimento e emergência radicular:


– Formação radicial suficiente para proporcionar a sustentação da
nova planta.
Fases do processo organogênico do
enraizamento adventício de estacas

Aquisição de
competência Determinação Expressão

Estaca Indução Diferenciação Raiz adventícia

Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009


Bioquímica da rizogênese

• Peroxidases
– Alta atividade está relacionada com o aumento do enraizamento
– Baixa atividade em propágulos adultos é recomendada
• Polifenóis
– Atuam como inibidores ou promotores do enraizamento
– Alguns atual como antioxidantes e protetores das auxinas
• Carboidratos
– Fonte de carbono essencial para formação de raízes
– Atuam como promotores do enraizamento
• Fitoreguladores
– Auxinas endógenas e exógenas induzem o enraizamento
– Resposta é genótipo-dependente e tecido-específico
Esquema hipotético sobre o papel de fenólicos
e fitoreguladores nas fases do enraizamento

Fonte: Jarvis, 1986


Fatores importantes no enraizamento de
estacas

• Genótipo
• Condições fisiológicas da planta matriz
• Nutrição mineral da planta matriz
• Armazenamento das estacas
• Sanidade das estacas
• Aplicação de fitoreguladores de crescimento
• Substratos e rizobacterização
• Manipulação das condições ambientais
Controle do enraizamento
Controle do Enraizamento

Carboidrato foi identificado como


importante fator de enraizamento
O que controla a
quantidade e os tipos de
carboidratos na zona de
enraizamento?

Fotossíntese Respiração Boro Hormônios Co-Fatores


Hormonais

Todos os fatores endógenos e ambientais possíveis?


Fator importante do enraizamento:
GENÓTIPO
• Capacidade de enraizar difere drasticamente entre as
espécies e clones florestais.
• Variações entre as espécies e variação entre clones de
uma mesma espécie.
• Classificação:
– Espécies de fácil enraizamento
• Ex.: Eucalyptus camaldulensis
– Espécies com respostas crescentes ao enraizamento
• Ex.: Eucalyptus urophylla
– Espécies com resposta pequena ou nula aos estímulos
• Ex.: Eucalyptus globulus
Fator importante do enraizamento:
FISIOLOGIA DA PLANTA MATRIZ
• Mudanças fisiológicas em plantas lenhosas influenciam
seus hábitos de crescimento, vigor vegetativo,
capacidade de enraizamento, mudanças de fase.
• Espécies de fácil enraizamento, a idade ontogenética
exerce pouca influência, enquanto que nas espécies de
difícil enraizamento, é fator decisivo para o sucesso.
• Plantas na fase adulta requer a utilização de propágulos
oriundos de partes juvenis ou, então, a promoção do
rejuvenescimento.
• Estacas devem ser coletadas no máximo de vigor
vegetativo e de turgidez da planta.
Fator importante do enraizamento:
NUTRIÇÃO DA PLANTA MATRIZ
• Nutrição mineral:
– vigor vegetativo da planta matriz.
– próprio status nutricional da estaca coletada.
• Alta relação C/N:
– menor teores de N fascilita o enraizamento.
– maiores teores de Carboidratos facilita o enraizamento.
• Efeito do Potássio:
– ativação enzimática e controle estomático.
– aumentam a produtividade e biomassa de estacas.
• Efeito do Cálcio:
– elongação e divisão celular
– aumentam a taxa de enraizamento e biomassa radicial
• Efeitos do Fósforo e do Magnésio:
– correlação negativa com o enraizamento
Fator importante do enraizamento:
ARMAZENAMENTO DAS ESTACAS
• Tempo transcorrido entre coleta e plantio:
– menor tempo de preparo e plantio aumentam o enraizamento.
– manter o vigor e a turgescência da estaca.
– minimizar atividades metabólicas das brotações.
– minimizar a penetração de ar (embolia) no xilema da estaca.

• Sucesso e tempo de armazenamento depende de:


– minimização do estresse hídrico e umidade relativa.
– menor umidade realtiva e temperatura.
– redução da intensidade luminosa.
– aplicação de antitranspirantes.

• Algumas técnicas:
– manter a base das estacas mergulhadas em água.
– utilizar câmaras frias com controle ambiental.
Fator importante do enraizamento:
SANIDADE DAS ESTACAS
• Promover proteção às estacas após colheita:
– imersão em solução de Benomyl (0,2-0,5 % por 15-20 min).
– tratar base da estaca com Captan (2 %).
– aplicações preventivas de fungicidas nas estufas ou salas.
– desinfestação por imersão em NaOHCl (1 % por 5 min).
– lavagem em água corrente esterilizada (5-15 min).

• Uso de materiais e equipamentos descontaminados:


– imersão em solução de fungicida + cloro + espalhante adesivo.
– desinfestação de recipientes em água quente (80°C por 30 seg).

• Limpeza da parte aérea das brotações:


– manter matrizes protegidas da poeira e contaminações aéreas.
– manter matrizes livres de patógenos e resíduos vegetais mortos.
Fator importante do enraizamento:
USO DE FITOREGULADORES
• Auxinas:
– maior percentagem, velocidade, qualidade e uniformidade.
– AIA, AIB, ANA, 2,4-D.
– dose adequada induz enquanto que dose supraótima inibe.

• Dosagem depende de:


– espécie e clone.
– estado maturação.
– tipo estaca.
– condições ambientais.
– forma e tempo de aplicação.

• Concentrações recomendadas:
– macroestacas: 6.000 a 8.000 mg/L
– miniestacas: 500 a 2.000 mg/L
Hipóteses do controle do crescimento
vegetativo na estaquia do eucalipto
SACAROSE AUXINA

FLOEMA
CAMBIO
XILEMA
E AU
A
I N OS SA XINA

AUXINA / CITOCININA
X R CA
AU C A RO

DESEQUILÍBRIO
SA SE

RAIZ BROTO

↑ Área Foliar ↑ Nutrientes


↑ Auxina / Citocinina ↑ Citocinina / Auxina
↑ Estaca Juvenil ↓ Sombreamento
CALO
↑ Sombreamento ↑ Sacarose
↓ Injúria Corte ↓ Carbono / Nitrogênio
↓ Sacarose
Fator importante do enraizamento:
SUBSTRATOS
• Capacidade de aeração:
– macroporosidade (30-50 %) e microporosidade (10-30 %).
– porosidade total > 85% >>>> permitir trocas gasosas.
• Condutividade elétrica:
– em substratos, é expressada em mS/cm.
– faixas satisfatória (1,5 – 2,0) e inadequada (< 1,0 e > 3,0).
• pH:
– Muito alto / baixo >>> danos diretos às raízes.
– levemente alto / baixo >>> decréscimo no crescimento.

• CTC
– capacidade de tampão, habilidade de absorver e liberar cátions.
– em substratos, é expressada em me/100 cm³.

• Produtos:
– fibra coco, casca pinus, casca arroz, turfa, vermiculita, areia.
Comparação entre plantas sob deficiência de
oxigênio e plantas crescendo em solos bem arejados

Solo com Solo bem


déficit de O² arejado

Epnastia Ângulo normal das


folhas
Aumento de AIA
AIA normal
Alta produção de
etileno Pouco etileno

Aumento do ABA Pouco ABA

Estômatos fechados Estômatos abertos

Acúmulo de ACC Ausência de ACC


nas raízes nas raizes

Metabolismo Metabolismo
fermentativo aeróbico

Absorção deficiente Absorção normal dos


dos íons íons
Fator importante do enraizamento:
SELEÇÃO COMPONENTES SUBSTRATO

Econômicos Químicos/Biológicos Físicos

• Custo • Capacidade Troca • Aeração


Cátions
• Disponibilidade • Nível nutrientes • Capacidade
Retenção Água
• Reprodutibilidade • pH • Tamanho partícula

• Facilidade mistura • Condutividade Elétrica • Densidade

• Aparência • Esterilidade • Uniformidade


• Rizobacterização
Fator importante do enraizamento:
FATORES AMBIENTAIS

• Luminosidade:
– energia para fotossíntese, síntese carboidratos e auxinas
– baixa irradiância estimula auxinas e enraizamento
– alta irradiância favoresce citocininas e crescimento broto
– fotoperíodo
– qualidade
• Temperatura:
– função regulatória no metabolismo e afeta o enraizamento.
– condiciona e regula a produção raízes adventícias.

• Umidade:
– umidade ar ao redor da estaca afeta turgescência dos tecidos.
– excesso umidade no substrato é prejudicial ao enraizamento.
– variações de umidade são prejudiciais ao enraizamento.
Manipulação dos ambientes microclimáticos,
edáficos e bióticos na propagação

Climáticos Bióticos
• Luminosidade • Pragas e doenças
• Temperatura
• Trocas gasosas: O2, CO2, C2H4
• Água e Umidade

Edáficos Bióticos
• Temperatura
• Microorganismos da
• Trocas gasosas: O2, CO2, C2H4 rizosfera (micorrizas e
• Água e Umidade rizobactérias)
• Substrato de plantio
• Pragas, doenças e
• Recipiente de cultivo plantas infestantes
• Nutrientes minerais
Fonte: Hartmann, Kester, Davies, Geneve, 2001
Movimento da água no
sistema solo-planta-atmosfera

Fonte: Paiva & Oliveira, 2006


Destinos da luz incidente sobre as plantas

ENERGIA ENERGIA
ENERGIA
SOLAR INCIDENTE
RFA
TOTAL SOBRE AS
FIXADA
FOLHAS
(100%) (5%)
(60-80%)

• Radiação incidente pode ser: refletida, absorvida e transmitida


• Absorção depende dos pigmentos nos cloroplastídeos
• Apenas uma pequena fração é fixada na forma de energia química

Fonte: Paiva & Oliveira, 2006


Efeito da luz artificial elétrica sobre as
plantas matrizes no jardim clonal

Produtividade de estacas por cepa vs tipo de lâmpada

2,5 2,57

2,37 2,32

32864
% 1,5
37423

1,14
1
1,04
1,07

0,5

0
250 400 test
Tipo Lâmpada (watts)

Ganho de 17 % na produtividade de estacas relativo à testemunha.


Evolução e tendências na
propagação clonal de eucalyptus

Plantio Clonal
Banco Clonal Estacas
Jardim Clonal

Enraizamento
Minijardim Clonal MINIESTACAS
Microjardim Clonal MICROESTACAS

(?) (?)
Laboratório - Micropropagação Via Gemas Axilares

(?)

Laboratório - Embriogênese Somática (?) Sementes sintéticas

Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009


Extensão dos danos causados
por estresse de temperatura baixa

• Distribuição espacial e percentual dos órgão afetados.


• Danos varia em função do ógão da planta
Fonte: Paiva & Oliveira, 2006
Extensão dos danos causados
por estresse hídrico
ESTRESSE HÍDRICO

Percepção

Ácido abscísico Etileno


(aumento) (aumento)

• Fechamento dos • Abscisão foliar;


estômagos;
• Aumento do diâmetro do
• Aumento no conteúdo de caule;
açúcares e prolina;
• Senescência.
• Senescência.

• Decréscimo da transpiração;
• Maior estoque de água;
• Aumento na tolerância à
dessecação;
• Maior estoque de assimilados.
Fonte: Paiva & Oliveira, 2006
Extensão dos danos causados
por estresse salino

RESISTÊNCIA A SALINIDADE

Exclusão do sal Eliminação do sal Diluição Compartimentalização

Barreiras de • Exudação do • Controle da Acúmulo de sal


transporte nas sal por glândulas suculência. nos vacúolos.
raízes e parte ou pêlos.
• Redistribuição
aérea.
• Abscisão das do sal.
partes contendo
o sal.
• Liberação
através de
produtos.

Fonte: Paiva & Oliveira, 2006


Extensão dos danos causados
por deficiência de oxigênio
Gradiente de facilidade de enraizamento
em diferentes grupos de plantas
AUMENTO DA FACILIDADE DE ENRAIZAMENTO

ESTACAS CAULINARES PLANTAS INTEIRAS

PRESENÇA DE AUSÊNCIA DE
TRATAMENTO TRATAMENTO
FASE FASE
ADICIONAL ADICIONAL
ADULTA JUVENIL

PRIMORDIO PRÉ-FORMADO

LENHOSA LENHOSA RAMOS


HERBÁCEA BROTOS DE AÉREOS
ADULTA JUVENIL RAIZES
+ ADVENTÍCIAS
fitoreguladores BROTOS ESTOLÕES
rejuvenescimento
EPICÓRMICOS RIZOMAS
Fonte: Lovell & White, 1986
Efeito do tipo de corte basal na estaca
no enraizamento e biomassa radicial

O tipo de corte na estaca não O tipo de corte na estaca


influenciou no enraizamento afetou a produção de
em híbridos de E. globulus biomassa de raíz em híbridos
para o mesmo clone. de E. globulus. Corte em
incisão resultou em maior
biomassa.

P eso S eco raiz vs Tipo de corte


Enraizamento vs Tipo de corte
120.00 0.07

0.06
100.00
0.05
80.00
0.04
37219
% 60.00 37219 g/muda
0.03 37423
37423
40.00
0.02
20.00
0.01

0.00 0
Bizel Incisão Transversal B izel Incisão Transversal
Efeito da composição do substrato
no enraizamento e produção de mudas

Composição Enraizamento Sobrevivência Mudas Mudas Mudas


Básica do Estacas Mudas Pequenas Médias Grandes
Substrato (%) (%) (%) (%) (%)

50% Casca Arroz


+ 82 87 33 18 49
50% Vermiculita
50% Fibra Coco
+ 98 92 15 23 62
50% Casca Pinus
Ganhos
19 % 6% 54 % 28 % 26 %
Operacionais

Características Físicas CA + V FC + CP
Porosidade total (%) 79 79
Macroporosidade (%) 25 34
Microporosidade (%) 54 45
Tipos de recipientes plásticos
para a produção de mudas

Características MP T53 MP Aerado Aerotubo Propitek


Fabricante MecPrec MecPrec JKS JKS
Formato Redondo Quadrado Redondo Redondo
Volume (cm³) 53 65 54 54
Estrias (nº) 4 4 4 4
Fendas laterais 0 8 4 12
Fendas basais 0 4 4 6
Pastilha expansível biodegradável
para a produção de mudas
Tubetes ou plugs de papel biodegradável
para a produção de mudas
Tubetes de amido biodegradável
para a produção de mudas

Composição do Grão de Milho

AMIDO - 60,0 %
CASCA - 6,5 %

GLÚTEN - 10,0 %

GERME TORTA - 5,0 %


ÓLEO - 3,5 %
ÁGUA - 15,0 %
Blocos prensados de substrato
para a produção de mudas
Parâmetros de avaliação do padrão de
qualidade de mudas para plantio

Canela Parâmetros:
Preta ALTURA DO BROTO
RELAÇÃO COPA/BROTO
ÂNGULO DO TORRÃO
B
Copa

CANELA PRETA
Broto
Dobra COMPRIMENTO DO TORRÃO
Estrangulamento
10 1 20 DEFORMAÇÃO RADICULAR
Espiralamento
Avaliação para mancha bacteriana
DIÂMETRO DO COLETO
C

Entre
Entre70
70ee110
110dias
dias IDADE DA MUDA

MANCHAS FOLIARES
1 2 3
0 0 04
Dobra PARES DE FOLHAS
Avaliação para manc ha de C ylindrocladium

1 0
e outras doenças em folhas velhas
ASPECTO DE RUSTICIDADE
Pré-tratamentos de estiolamento e
bandagem para propagação de estacas

Fonte: Maynard & Bassuk, 1988


Enraizamento adventício de estaca caulinar
apical herbácea de eucalipto
Propagação Clonal
por Microestaquia
Etapas envolvidas na regeneração de uma planta em
um processo de propagação por organogênese in vitro

Propágulo Desdiferenciação Aquisição de Indução


competência

Planta Regeneração Diferenciação Determinação

Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009


Propagação clonal de eucalipto pela
miniestaquia e microestaquia

Fonte: Xavier, Wendling, Silva, 2009


Etapas do processo de
micropropagação do eucalipto

Introdução Multiplicação Alongamento Enraizamento Aclimatação Plântulas

Laboratório Viveiro

Novo Processo

Introdução Multiplicação Alongamento Enraizamento Aclimatização Aclimatação Plântulas

Laboratório Estufim Viveiro


Aplicações, vantagens e avanços da
micropropagação na área florestal
Aplicações na área florestal:
9 aceleração dos programas de melhoramento de novos clones
9 rejuvenescimento de clones recalcitrantes à clonagem
9 limpeza clonal para obtenção de cultura livres de patógenos
9 plataforma base para outras técnicas biotecnológicas
Principais vantagens de mudas micropropagadas no JC:
9 mudas livres de fitopatógenos endógenos (Ralstonia sp)
9 cepas com maior produtividade de estacas por explante
9 cepas com maior precocidade de produção de estacas
Avanços em biotecnologia e silvicultura clonal têm permitido:
9 desenvolvimento de novos equipamentos e substâncias
9 aumento exponencial de novas metodologias alternativas
9 tecnologia mais acessível e economicamente viável
Tecnologia de biorreatores de imersão
temporária na propagação vegetativa
Recipiente contendo uma reação biológica; utilizado para a cultura aeróbica
de células, fermentadores, colunas de células imobilizadas ou enzimas.

Desvantagens
Vantagens
• Pouco conhecimento
• Alta produtividade
da tecnologia
• Vitrificação do
• Plantas precoces e explante
assépticas
• Variação do
• Melhor controle das tamanho da plântula
condições da cultura
• Recalcitrância de
• Suprimento ótimo de algumas espécies
nutriente/biorregulador
• Automação do processo
• Mudança e adequação do
meio
Tipos de biorreatores de imersão temporária
Uso de biorreatores na produção
de mudas clonais de eucalipto

• Multiplicação e alongamento de gemas em alto-volume.


• Produção de microestacas com alta capacidade de enraizamento.
• Produção em alta-escala de mudas precoces e sadias.
Impacto do uso de biorreatores

Redução Mão Obra Redução Energia


• Redução número frascos • Uso frascos descartáveis
• Aumento volume frascos estéreis
• Redução da freqüência • Dispensa esterilização
de repicagens em autoclave
• Menor tempo na troca de • Esterilização do meio em
meio cultura filtros, UHT, química
• Menor tempo • Menor demanda
etiquetagem autoclave

Maior segurança quanto Menor custo Maior flexibilidade de


pureza e limpeza de produção produção
Novas versões otimizadas e modulares
de biorreatores para eucalipto

• Permite o enriquecimento da atmosfera com CO2 O2 e H2O.


• Cilindros podem ser construídos com capacidade de 0,5 a 15,0 litros.
• Concepção modular de biorreator que reúne versatilidade e praticidade de operação.
Operacionalização de
clones novos no viveiro
Contextualização

• Os ganhos obtidos com melhoramento genético só serão efetivamente 
capitalizados pela empresa após o plantio comercial dos novos clones.
• Assim, os clones novos devem ser introduzidos e propagados 
vegetativamente no viveiro o mais rápido possível.
• Porém, algumas particularidades impedem a substituição imediata dos 
clones novos no viveiro:
↘ Impacto na produção de mudas, afetando o cronograma de plantio do 
ano;
↘ Falta de know‐how da operação e pesquisa com os clones novos no 
viveiro;
↘ Desconhecimento de algumas informações importantes dos clones 
novos (Ex.: eficiência fisiológica e nutricional, confirmação de qualidade 
da madeira, resistência à doenças)
Ciclo do desenvolvimento clonal

Cruzamentos controlados (Recombinação) ‐ Composto Avaliação em testes de 


Introdução de germoplasma progênies

Obtenção de sementes Seleção de genitores para  Seleção precoce (2 – 3 anos) de 


recombinação clones potenciais
2 ‐ 3 anos
4 anos

Avaliação em testes clonais

4 anos
Seleção 20 clones superiores para 
• Avaliação de doenças
IMAcel
• Comportamento de viveiro
• Confirmação da qualidade da 
madeira
Operacionalização de novos clones
Operacionalização de novos clones
• Eficiência nutricional
• Identidade genética Recomendação de ≅ 5 clones 
• Introdução laboratório de  superiores
micropropagação
1 ‐ 2 anos
Tempo para desenvolvimento de clones: 10 ‐11 
Tempo para desenvolvimento de clones: 10‐11 
anos ((sem
sem considerar a operacionalização)
a operacionalização)
Operacionalização de clones novos

Teste clonal  Reavaliação de crescimento (obtenção de estimativa 
de IMA mais próxima da idade de rotação)
no campo

Madeira vai para laboratório (qualidade da madeira)
Avaliação de biomassa (eficiência nutricional)
Corte das árvore 
dos clones selecionados
Mudas plantadas no JC – comportamento de viveiro
Fenotipagem doenças
Produção de mudas clonais  Introdução laboratório de micropropagação ‐
por macroestaquia Identidade genética – confirmação 

Plantio de áreas de acompanhamento
Produção de mudas  Plantio de áreas operacionais
clonais por miniestaquia
Referências bibliográficas
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Paiva R; Oliveira LM. 2006. Fisiologia e Produção Vegetal. Editora Ufla, Lavras, MG, 104 p.
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Xavier A; Wendling I; Silva RL. 2009. Silvicultura Clonal: princípios e técnicas. Editora UFV,
Viçosa, MG, 272 p.
Contato
Ricardo M. Penchel
Engº Agrº, M.Sci., Ph.D.
Pesquisador Sênior em
Fisiologia & Biotecnologia Florestal

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