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DIREITO ADMINISTRATIVO

Contratos Administrativos II
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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS II

Os contratos administrativos têm cláusulas exorbitantes, uma das suas carac-


terísticas, mas há outras.

• Finalidade Pública

Todo contrato administrativo, assim como todo ato administrativo, tem que
visar apenas a um fim: finalidade pública, satisfazer interesse da coletividade e
não interesse particular. Qualquer contrato ou ato que seja para o interesse par-
ticular de alguém é contrato ou ato ilegal.

• Natureza de Contrato de Adesão

Um contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas contratuais são


fixadas por apenas uma das partes. Isso não é ilegal, não tem nada de errado.
É apenas uma característica de um contrato que vem pronto para ser assinado
e rubricar. Por exemplo, um contrato para entrar na academia ou num curso de
inglês, um contrato que já vem pronto para ser assinado, no qual todas as cláu-
sulas são fixadas apenas por uma das partes. É um contrato no qual a outra parte
nem consegue negociar, que só se efetiva se as duas partes quiserem contratar,
mas que é elaborado apenas por uma das partes, restando à outra parte aceitar.
Todo contrato administrativo é de adesão porque ele é sempre fixado e pré-
-estabelecido pela Administração Pública; inclusive no edital já deve constar a
minuta do contrato que será assinado. A parte participa da licitação já sabendo
qual será o contrato a assinar se for vencedora.

• Prazo Determinado

Não existe contrato administrativo com prazo indeterminado. Segundo o


artigo  57, todo contrato administrativo tem prazo determinado. A  regra é que
esse contrato tenha duração de até um ano, enquanto durarem os créditos orça-
mentários repassados para o órgão.
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A Lei Orçamentária Anual (LOA) destina crédito orçamentário para aquele


órgão realizar suas políticas públicas. Como o contrato fica vinculado a esse cré-
dito, o prazo máximo de duração, como regra geral, é de um ano.
Há quatro exceções a essa regra:
1. Contratos de natureza contínua que podem ter sua duração prorrogada
por até sessenta meses e mais doze meses. Contratos de natureza contínua
são aqueles que exigem uma permanência da atividade, aquele tipo de contrato
que, se for trocado todos os anos, traz mais prejuízo do que vantagem para a
Administração Pública. Por exemplo, contratos com empresas de limpeza, com
empresas de segurança, de jardinagem. Finalizados os prazos de prorrogação,
é feita uma nova licitação e novos contratos.
2. Contratos previstos e vinculados ao Plano Plurianual da Administração
Pública (PPA). O PPA é uma lei orçamentária juntamente à LOA, e a Lei de Dire-
trizes Orçamentárias (LDO) auxilia na elaboração da LOA.
Segundo a Constituição Federal CF), todo contrato do governo de duração
de longo prazo (superior a um ano) tem de ter sua previsão no PPA para que se
saiba o que será executado em longo prazo – por exemplo, a construção de uma
rodovia, a construção de uma ponte, de uma usina.
O PPA, juntamente à LDO e à LOA, destina o que será executado anual-
mente. Enquanto esses contratos tiverem previsão no PPA, ele terá a sua dura-
ção superior, dependendo do que estiver no PPA.
3. Os contratos de aluguel de equipamentos e programas de informática
podem ter sua duração prorrogada em até 48 meses.
4. Contratos previstos no artigo 24, incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI.

Art. 24. É dispensável a licitação:


IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
Defesa Nacional;
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos
e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei
nº 8.883, de 1994)
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XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,


que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima
do órgão.
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20
da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Incluído pela
Lei nº 11.484, de 2007).

Esses contratos podem ser prorrogados em até 120 meses.


Há outra exceção, não prevista na Lei n. 8.666/1993, está numa lei à parte,
a Lei n. 8.987/1995 (Lei das Concessões e Permissões).
O contrato de concessão de serviço público tem prazo determinado apenas
não seguindo esses prazos. São prazos de duração de dez, vinte, trinta, até cin-
quenta anos.
Os contratos de permissão de serviços públicos, segundo a Lei das Conces-
sões e Permissões, é um contrato precário: ele, em tese, não tem prazo determi-
nado e poderia ser revogado a qualquer momento.

• Intuito Pereonae

É o contrato marcado pela pessoalidade, fundamentado no artigo 72, que obriga


sua execução pelo próprio contratado. Significa que é um contrato celebrado em
razão das características pessoais daquele contratado e, por consequência, deve
ser ele a executar. Como regra, não se pode transferir a execução para terceiros.
Há um caso, no artigo 72, que admite a subcontratação de parte do contrato,
desde que tenha autorização da Administração.
Os artigos 78 e 70 dispõem que subcontratação sem autorização é motivo
para a rescisão do contrato administrativo.

• Cláusulas Exorbitantes

Todos esses contratos têm cláusulas exorbitantes.


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• Formal

O contrato é formal, de acordo com os artigos 60 e 61, porque é pleno de


formalidades. Ele não é celebrado de qualquer maneira. Um contrato de tra-
balho, por exemplo, pode ser informal: a pessoa pode estar se vinculando sem
muita formalidade porque no Direito do Trabalho é assim. No contrato admi-
nistrativo, no Direito Administrativo, é diferente, pois é formal. Primeiramente,
porque deve ter como regra uma licitação; em segundo lugar, porque, na hora de
assinar o contrato, ele é cheio de formalidades e cláusulas, segundo o disposto
no artigo 55 da Lei.

Pode haver contrato verbal com a Administração Pública?

Sim, para compras de pronto pagamento de até 5% o valor de R$ 176.000,00


– esse valor é o da modalidade convite. Esse percentual de 5% de R$ 176.000,00
resultaria em um valor de R$ 8.800,00.

O Decreto n.  9.412/2018 atualizou os valores do artigo 23 da Lei n. 8.666/1993.


Todos os demais artigos da Lei n. 8.666/1993 têm como referência os valores do
artigo 23: 10%, 1%, 5%, porque, quando acontecesse a atualização do artigo 23,
todos os demais artigos da Lei já estariam atualizados.
O contrato verbal é admitido para COMPRAS (de pronto pagamento, paga-
mento em até trinta dias), NÃO para prestação e serviços, quando é exigido um
contrato por escrito.
Há, nos órgãos públicos, certa quantia que fica confiada a um servidor para o
dia a dia, o suprimento de fundos.
Contratos de compras pagas em até trinta dias utilizando o suprimento de
fundos podem ser verbais, sem que seja necessária a formalização com as cláu-
sulas do artigo 55.
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O artigo 62 prevê alguns casos de substituição do contrato escrito (instru-


mento contratual) com todas as cláusulas, substituindo-o por outro documento
escrito que seja menos formal: carta contrato, nota de empenho, autorização de
compras. Não é contrato verbal.
A publicação resumida do instrumento contratual na imprensa oficial e dos
seus aditamentos é condição DE EFICÁCIA do contrato. Para o contrato ser
eficaz, começar a produzir efeitos, é obrigatória a publicação.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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