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CURSO PREPARATÓRIO - ANCORD

SOBRE O AUTOR:

Frederico Nobre tem 27 anos, é carioca e economista formado na UFRJ. Tornou-se especialista
em investimentos certificado pela ANBIMA aos 19 anos e atua desde então no mercado financeiro,
com experiência nas áreas de análise de investimentos e distribuição de produtos financeiros.
Dedicou-se por 4 anos ao trabalho de análise e extração de dados financeiros na Refinitiv, antiga
unidade de finanças da Reuters e uma das empresas líderes mundiais em soluções de dados.
Colaborou na criação de mecanismos objetivos de consulta e análise de dados para instituições
brasileiras de extrema relevância como Banco Central do Brasil, Petrobras, Vale, Banco do Brasil,
entre outras. Atualmente trabalha na S&P Global Platts, empresa líder no segmento de preços
de referência e análises para os mercados de energia e commodities, coordenando a operação
de pós venda da América Latina. Paralelamente, Frederico é um dos fundadores e apoiadores
do canal de educação financeira “Economia do Dia", voltado para pessoas que querem saber
mais sobre investimentos e finanças e/ou estudar para provas de certificação de mercado.

http://www.economiadodia.com.br/

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CURSO PREPARATÓRIO - ANCORD
SOBRE A PROVA

O Exame de Certificação ANCORD busca verificar a qualificação técnica dos interessados no exercício
profissional da atividade de Agente Autônomo de Investimento - AAI.

Depois da aprovação no exame, o candidato pode solicitar a obtenção de credenciamento junto à


entidade credenciadora autorizada e registro para o exercício da atividade perante a Comissão de Valores
Mobiliários – CVM.

O credenciamento é um processo que envolve os profissionais Agentes Autônomos de Investimento - AAI,


de modo que os empregados de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil estão sujeitos apenas à certificação e não ao credenciamento.

A quem se destina:
Todas as pessoas que queiram trabalhar como AAI’s – Agentes Autônomos de Investimentos

Questões: 80
Duração: 2h30
Aprovação: 70% de acertos
Obs: para ser aprovado, o candidato deve acertar mais de 50% das questões dos módulos 1, 3, 5, 8 e 15.
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CURSO PREPARATÓRIO - ANCORD

CONTEÚDO:

MÓDULO I – A ATIVIDADE DO AGENTE AUTÔNOMO – páginas 5 a 15

MÓDULO II – CÓDIGO DE CONDUTA DO AGENTE AUTÔNOMO (MÓDULO REMOVIDO DA EMENTA)

MÓDULO III – LEI 9613/68; CIRCULAR BACEN 3461/09 ; INSTRUÇÃO CVM 301/99 – páginas 16 a 20

MÓDULO IV – ECONOMIA – páginas 21 a 28

MÓDULO V – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – páginas 29 a 36

MÓDULO VI – INSTITUIÇÕES E INTERMEDIADORES FINANCEIROS – páginas 37 a 39

MÓDULO VII – ADMINISTRAÇÃO DE RISCO – páginas 40 a 46

MÓDULO VIII – MERCADO DE CAPITAIS – PRODUTOS, MODALIDADES E LIQUIDAÇÃO – páginas 47 a 61

MÓDULO IX – FUNDOS DE INVESTIMENTO – páginas 62 a 72


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CURSO PREPARATÓRIO - ANCORD

MÓDULO X – OUTROS FUNDOS DE INVESTIMENTO REGULADOS PELA CVM – páginas 73 a 75

MÓDULO XI – SECURITIZAÇÃO DE RECEBÍVEIS – páginas 76 a 78

MÓDULO XII – CLUBES DE INVESTIMENTO – páginas 79 e 80

MÓDULO XIII – MATEMÁTICA FINANCEIRA – páginas 81 a 90

MÓDULO XIV – MERCADO FINANCEIRO – OUTROS PRODUTOS NÃO CLASSIFICADOS COMO VALORES MOBILIÁRIOS
– MODALIDADES, OPERACIONAL E LIQUIDAÇÃO – páginas 91 a 99

MÓDULO XV – MERCADOS DERIVATIVOS – MODALIDADES, OPERACIONAL E LIQUIDAÇÃO - páginas 100 a 110

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Módulo I – Atividade do Agente Autônomo de Investimentos (AAI)

Atividades desempenhadas pelo AAI


- prospecção e captação de clientes;
- recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os sistemas de negociação
- prestação de informações sobre os produtos oferecidos e sobre os serviços prestados pela instituição
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido contratado.
Obs: a prestação de informações inclui as atividades de suporte e orientação inerentes à relação comercial
com os clientes.

Os agentes autônomos de investimento podem exercer suas atividades por meio de sociedade ou firma
individual constituída exclusivamente para este fim.

A atividade de agente autônomo de investimento somente pode ser exercida pela pessoa natural registrada
que:
- mantenha contrato escrito com instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários
para a prestação de serviços
- seja sócio de pessoa jurídica, que mantenha contrato escrito com instituição integrante do sistema de
distribuição de valores mobiliários para a prestação de serviços

Em resumo, o AAI precisa estar vinculado a uma instituição financeira e pode se constituir como pessoa
física ou jurídica. Caso trabalhe em um escritório de agentes autônomos ou “assessoria”, o AAI precisa estar
registrado como sócio pessoa jurídica.
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No caso de registro como pessoa física, este será concedido automaticamente pela CVM, de acordo com os
pré requisitos exigidos. No caso de registro como pessoa jurídica (maior parte do mercado), a comprovação
é realizada mediante inscrição do nome do AAI na relação de Agentes Autônomos de Investimento
disponível na página da CVM.

O credenciamento de agentes autônomos de investimento e das pessoas jurídicas por eles constituídas é
feito por entidades credenciadoras autorizadas pela CVM. O candidato deve cumprir os requisitos mínimos
indicados a seguir:

I - ter concluído o ensino médio no País ou equivalente no exterior;

II – ter sido aprovado em exames de qualificação técnica e ética definidos pela CVM (prova da ANCORD)

III - não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em instituições financeiras e demais
entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros
Privados – SUSEP ou pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC

IV - não haver sido condenado por crime de“lavagem” de dinheiro ou ocultação de bens

V - não estar impedido de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão judicial

Cabe à CVM aprovar previamente o programa dos exames a serem utilizados para certificação, assim como
sua periodicidade, e quaisquer outros critérios ou procedimentos para o credenciamento de agentes
autônomos de investimento. 6
O credenciamento de pessoas jurídicas constituídas nos termos indicados pela instrução CVM 497 sugere
que as empresas cumpram os seguintes pré-requisitos:

I – tenham sede no país;

II – sejam constituídas como sociedades simples;

III – tenham, como objeto social exclusivo, o exercício da atividade de agente autônomo de investimento,
sendo vedada a participação em outras sociedades.

Regras gerais:

- Na denominação da pessoa jurídica, assim como no nome de fantasia utilizado, deve constar a expressão
“Agente Autônomo de Investimento”, sendo vedada a utilização de siglas e de palavras ou expressões que
induzam o investidor a erros quanto ao objeto da sociedade.

- A pessoa jurídica deve ter como sócios unicamente pessoas naturais que sejam agentes autônomos, aos
quais será atribuído, com exclusividade, o exercício das atividades mencionadas anteriormente.

- Sem prejuízo das responsabilidades decorrentes de sua conduta individual, todos os sócios são
responsáveis, perante a CVM, perante a entidade credenciadora e perante as entidades autorreguladoras
competentes pelas atividades da sociedade.

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- Um mesmo agente autônomo de investimento não pode ser sócio de mais de uma pessoa jurídica
constituída na mesma forma

- A decisão de indeferimento de pedido de credenciamento deve ser comunicada ao solicitante,


esclarecendo os motivos pelos quais a entidade credenciadora entende que os requisitos não foram
cumpridos. O solicitante pode encaminhar recurso à CVM, no prazo de até 10 (dez) dias úteis, contado da
sua ciência. O recurso deve ser analisado pela Superintendência de Relações com o Mercado e
Intermediários – SMI no prazo de até 10 (dez) dias úteis, contado do seu recebimento

A entidade credenciadora deve suspender o credenciamento, mediante pedido do agente autônomo de


investimento, desde que o requerente comprove não estar em atividade:

- A suspensão do credenciamento deve ser comunicada à CVM pela entidade credenciadora e implica a
suspensão automática do registro do agente autônomo de investimento.

- A suspensão será válida por 1 (um) ano a partir de seu deferimento, podendo ser revertida a qualquer
momento a pedido do agente autônomo de investimento.

- A suspensão somente será concedida se houver decorrido o prazo de pelo menos 3 (três) anos da data de
concessão do credenciamento do agente autônomo de investimento ou do término de seu último pedido de
suspensão

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A entidade credenciadora deve cancelar o credenciamento do agente autônomo de investimento caso:

I - pedido formulado pelo próprio agente autônomo de investimento;


II - identificação de vícios ou falhas no processo de credenciamento;
III – perda de qualquer das condições necessárias para o credenciamento;
IV – descumprimento das condições estabelecidas no programa de educação continuada
V- aplicação, pela CVM, das penalidades previstas no art. 11 da instrução 497, que refere-se ao material
usado no exercício da atividade de AAI.

O cancelamento do credenciamento depende de comprovação de que o agente autônomo de investimento


não está em atividade, devendo ser comunicado à CVM para fins de cancelamento automático do registro
do agente autônomo de investimento. A entidade credenciadora deve solicitar manifestação prévia do
agente autônomo de investimento, no prazo de 10 (dez) dias úteis, antes de decidir pelo cancelamento. A
decisão de cancelamento do credenciamento deve ser comunicada de imediato ao agente autônomo de
investimento, devendo a entidade credenciadora esclarecer os motivos que fundamentaram a sua decisão.
O agente autônomo de investimento com credenciamento cancelado pode apresentar solicitação de
reconsideração à entidade credenciadora no prazo de 10 (dez) dias úteis. Não havendo reconsideração da
decisão, a entidade credenciadora deve enviar a petição à SMI como recurso dotado de efeito suspensivo,
para que, no prazo de 10 (dez) dias úteis, se confirme ou não o cancelamento.

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Artigo 11 – Instrução CVM 497 – Materiais de divulgação

Os materiais utilizados pelo agente autônomo de investimento no exercício das atividades previstas nessa
Instrução devem ser prévia e expressamente aprovados pela instituição integrante do sistema de
distribuição pela qual o agente autônomo de investimento tenha sido contratado; fazer referência expressa
a tal instituição, como contratante, identificando o agente autônomo como contratado, e apresentar os
dados de contato da ouvidoria da instituição; e no caso das pessoas jurídicas constituídas nos termos
indicados anteriormente, identificar cada um dos agentes autônomos dela integrantes.

É vedada:

I - a adoção de logotipos do próprio agente autônomo de investimento ou da pessoa jurídica associada,


desacompanhados da identificação da instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários pela qual tenha ele sido contratado, com no mínimo igual destaque;
II - a referência à relação com a instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários por
meio de expressões que dificultem a compreensão da natureza do vínculo existente, como “parceira”,
“associada” ou “afiliada”.

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Atividades não permitidas para o Agente Autônomo de Investimentos (AAI):

I - manter contrato para a prestação dos serviços relacionados com mais de uma instituição integrante do
sistema de distribuição de valores mobiliários;
II - receber remuneração diretamente de clientes pela prestação de quaisquer serviços
III - ser procurador ou representante de clientes perante instituições integrantes do sistema de distribuição
de valores mobiliários
IV - contratar com clientes ou realizar, ainda que a título gratuito, serviços de administração de carteira de
valores mobiliários, consultoria ou análise de valores mobiliários;
V - atuar como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários com a
qual não tenha contrato para a prestação dos serviços relacionados
VI - delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços que constituam objeto do contrato
celebrado com a instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual tenha sido
contratado;
VII - usar senhas ou assinaturas eletrônicas de uso exclusivo do cliente para transmissão de ordens por meio
de sistema eletrônico; e
VIII - confeccionar e enviar para os clientes extratos contendo informações sobre as operações realizadas ou
posições em aberto.

Para exercer as atividades de administração de carteira, de consultoria ou de análise de valores mobiliários, o


agente autônomo de investimento que seja registrado pela CVM para o exercício daquelas atividades na
forma da regulamentação em vigor deve requerer o cancelamento de seu credenciamento como agente
autônomo de investimento junto à entidade credenciadora.
Obs* isso não é válido para distribuição de cotas de fundos de investimento por parte do AAI 11
A instituição integrante do sistema de distribuição deve verificar a regularidade do registro dos agentes autônomos
de investimento por ela contratados e formalizar, por meio de contrato escrito, a sua relação com tais agentes
autônomos de investimento. A instituição integrante do sistema de distribuição deve manter, enquanto vigorar o
contrato com o AAI, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos contados a partir de sua rescisão, ou por prazo superior por
determinação expressa da CVM ou de entidade credenciadora, em caso de processo administrativo, todos os
registros, documentos e comunicações, internas e externas, inclusive eletrônicos, relacionados à contratação e à
prestação de serviços de cada agente autônomo por ela contratado. Admitem-se, em substituição aos documentos,
as respectivas imagens digitalizadas. A instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários
responde, perante os clientes e perante quaisquer terceiros, pelos atos praticados por agente autônomo de
investimento por ela contratado. Dessa forma, a instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários que contratar agente autônomo de investimento deve manter atualizada, em sua própria página e na
página da CVM a relação de agentes autônomos de investimento por ela contratados. A relação deve ser atualizada
no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da correspondente contratação, alteração de contrato ou rescisão.

A instituição integrante do sistema de distribuição deve:


I - estender aos agentes autônomos de investimento por ela contratados, diretamente ou por meio de
pessoa jurídica, a aplicação das regras, procedimentos e controles internos por ela adotados;
II - fiscalizar as atividades dos agentes autônomos de investimento que atuarem em seu nome
III – comunicar à CVM e às entidades autorreguladoras competentes tão logo tenha conhecimento, condutas dos
agentes autônomos de investimento por ela contratados que possam configurar indício de infração às normas
emitidas pela CVM;
IV - comunicar às entidades autorreguladoras competentes tão logo tenha conhecimento, condutas dos
agentes autônomos de investimento por ela contratados que possam configurar indício de infração a
normas ou regulamentos por elas emitidos; 12
Entidade Credenciadora

A CVM pode autorizar o credenciamento de agentes autônomos de investimento por entidades credenciadoras que
comprovem ter estrutura adequada e capacidade técnica para o cumprimento das obrigações previstas na presente
Instrução. As entidades credenciadoras devem:

I - elaborar regulamento contendo os procedimentos a serem observados no pedido de concessão, suspensão ou de


cancelamento de credenciamento de agentes autônomos de investimento;

II - instituir programa de educação continuada, com o objetivo de que os agentes autônomos de investimento por
elas credenciados atualizem e aperfeiçoem periodicamente sua capacidade técnica;

III - manter em arquivo todos os documentos e registros, inclusive eletrônicos, que comprovem o atendimento das
exigências contidas nesta Instrução por 5 (cinco) anos, ou por prazo superior, em caso de determinação expressa da
CVM;

IV - manter atualizado o cadastro de todos os agentes autônomos de investimento por elas credenciados; e

V - divulgar em sua página e na página da CVM:


a)lista dos agentes autônomos de investimento por elas credenciados, identificando as pessoas jurídicas de
que eles sejam sócios, se for o caso;
b) identificar a instituição integrante do sistema de distribuição com que os agentes autônomos e as pessoas
jurídicas mantenham contrato para a prestação de serviços relacionados no art. 1º.
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A CVM deve aprovar o regulamento e o programa de educação continuada das entidades credenciadoras.

Comunicação entre entidades credenciadoras e CVM

As entidades credenciadoras, por meio de seu diretor responsável, devem enviar à CVM:

I - no prazo de 5 (cinco) dias úteis, os dados cadastrais dos agentes autônomos de investimento e das pessoas
jurídicas que:

- obtiverem o seu credenciamento;


- tiverem seu credenciamento suspenso ou cancelado;

II - Imediatamente após o conhecimento, caso haja indícios de ocorrência de infração grave

III – Até o dia 31 de janeiro de cada ano:

- relatório de prestação de contas das atividades realizadas pela entidade credenciadora para o cumprimento das
obrigações estabelecidas, indicando os principais responsáveis por cada uma delas;

IV – Sempre que solicitado, qualquer documento ou informação relacionada à sua atividade

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Penalidades

Constitui infração grave:

I - o exercício da atividade de agente autônomo de investimento em desacordo com os princípios contratuais


dispostos anteriormente;

II - atitudes em dissonância dos princípios de probidade, boa fé e ética profissional;

II - a utilização de materiais em desacordo com as regras dispostas no artigo 11 da instrução CVM 497 ;

IV - a obtenção de credenciamento de agente autônomo de investimento com base em declarações ou documentos


falsos;

III - a inobservância das vedações estabelecidas ao exercício da profissão

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Módulo III - Lei 9613/68; Circular BACEN 3461/09 ; Instrução
CVM 301/99
Prevenção e combate à lavagem de dinheiro
Lavagem de dinheiro é o processo de transformação de recursos obtidos de forma ilegal em
ativos cuja origem é aparentementelegal.

Processo:
Inserção do dinheiro no Mecanismos para impedir o Incorporação formal do
sistema econômico rastreamento dos recursos dinheiro de volta ao sistema

Punição:
Reclusão de três a dez anos e multa aplicada pelo COAF, não superior ao:
- Dobro do valor da operação;
- Dobro do lucro real obtido na operação;
- R$20.000.000,00.

Todos que de alguma forma contribuem para qualquer uma das etapas do processo de lavagem de
dinheiro estão sujeitos a estas punições.

OBS: pena pode ser reduzida de um a dois terços caso haja colaboração com autoridades e aumentada de
um a dois terços caso os crimes tenham sido cometidos de forma reincidente ou por intermédio de
organização criminosa.

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Operaçõesque são indícios de crimes de lavagem de dinheiro:
• Aumento considerável no número de depósitos de pessoas físicas ou jurídicas;
• Troca de muitas notas de pequeno valor por notas de maior valor;
• Grandes transações de troca de moeda estrangeira;
• Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio;
• Movimentações em diversas contas para o mesmo indivíduo ou empresa.

Estratégias:
• fracionamento de valores, estabelecimentos que aceitam apenas cash;
• holdings que prestam serviços.

Fases da lavagem de dinheiro:


Colocação: inserção do dinheiro no sistema econômico.
Mecanismos: depósitos, compra de bens ou ativos negociáveis.
Estratégias: fracionamento de valores, estabelecimentoscomerciaisque aceitam apenas dinheiro e espécie.
Ocultação: o criminoso quer dificultar o rastreamento do dinheiro para quebrar a cadeia de evidências.
Mecanismos: movimentação eletrônica (principalmente em países com regras de sigilo bancário).
Estratégias: utilização de contas anônimas ou contasfantasmas.
Integração: o criminoso quer inserir os ativos formalmente no sistema econômico.
Mecanismos: investimentos em empreendimentos.
Estratégias: holdings que prestam serviços entre si, cadeia interconectada de serviços.

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Exemplos:
Colocação – remessa de recursos ilícitos para outro país, compra de imóvel em cash com
dinheiro ilegal;
Ocultação – envio de recursos para paraísos fiscais, troca de moeda;
Integração – compra de hotéis, restaurantes, negócios, doações de contas fantasmas, empresas de fachada.

Identificação de clientes: a lei sobre crimes de lavagem de dinheiro exige que as instituições financeiras
mantenham o cadastro de clientes atualizado, bem como registro das transações financeiras, títulos e
demais ativos. As instituições devem atender todas as requisições do COAF de acordo com prazo fixado
pelo órgão judicial.

Cadastros e registros de transações devem ser armazenados por cinco anos e testes de verificação
devem ser feitos com prazo máximo de um ano para adequação de cadastrode clientes.

Pessoa politicamente exposta (PEP): agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado
cargos relevantes nos últimos cinco anos, bem como seus familiarespróximos.

Convenção de Viena (1988) – convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias


psicotrópicas. A convenção foi aprovada pelo Congresso Nacional em 1991. Foi um marco
internacional na prevenção e combate à lavagem de dinheiro.

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Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF): órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro
que tem por finalidade identificar, examinar, disciplinar e aplicar penas administrativaspara operações
financeiras ilícitas. O COAF está vinculado ao BACEN.

Competências:
• Receber e avaliar suspeitas de atividades financeirasilícitas;
• Comunicar as autoridades competentes;
• Coordenar e propor acordos de cooperação e troca de informações;
• Disciplinar e aplicar penas administrativas.

Comunicação aoCOAF:
As instituições financeiras devem comunicar aoCOAF:
• Depósitos ou saques superiores ao valor de 50 mil reais ou o equivalente em moeda estrangeira
no mês calendário;
• Cheque, TED ou qualquer transferência superior a 50 mil reais;
• Depósitos ou saques em espécie que apresentem indícios de ocultação da sua natureza.
OBS: a comunicação deve ser feita até 1 dia útil após verificação.

Informação privilegiada – informação relevante fora de domínio público.

Insider trader – tem acesso a informações privilegiadas e as utiliza em benefício próprio ou de terceiros.

Frontrunner – apropria-se de operações de clientes, executando ordens de compra e venda de ativos primeiro
na sua conta pessoal ou contas associadas. 19
Confidencialidade – o profissional de investimentos deve manter sigilo sobre informações de
clientes, a menos que haja alguma solicitação de órgãode justiça.

Conflito de interesse – qualquer situação na qual o profissional tem interesses próprios que
aparentemente podem influenciar seus objetivos. A recomendação é se conscientizar de
qualquer conflito, divulgá-lo abertamente e se oferecer para eliminá-lo.

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Módulo IV – Economia

PIB (Produto InternoBruto)


• É a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período de tempo. Considera
apenas os bens e serviços finais, para não calcular a mesma coisa duas vezes (a matéria-prima usada na
fabricação não é levada em conta);
• O PIB, considerando a ótica do consumo, é obtido pela seguinte equação: PIB = Consumo (C) +
Investimentos (I) + Gastos do Governo (G) + Saldo da Balança Comercial, ou seja, exportações –
importações (X –M).
PIB = C + I + G + (X – M)

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)


• Índice oficial de inflação no Brasil, calculado pelo IBGE, divulgado mensalmente e utilizado como
referência para meta de inflação definida pelo CMN para o COPOM.

IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado)


• Calculado pela FGV e divulgado mensalmente;
• Composto pelos índices:
IPA (60%) – Índice de Preços por Atacado ;
IPC (30%) – Índice de Preços ao Consumidor;
INCC (10%) – Índice Nacional de Custo de Construção.

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Selic Meta X Selic Over
• Selic Over é a taxa diária que reflete a média ponderada de juros cobrada por operações de
financiamento por um dia lastreadas em títulos públicos federais;
• Selic Meta é definida pelo Copom, com base na Meta de Inflação. É a principal taxa de juros da
economia que norteia todas as demais;

CDI – Certificado de DepósitoInterfinanceiro


Títulos emitidos por instituições financeiras que tem como lastro operaçõesinterbancárias:
• A função do CDI é transferir recursos de uma instituição financeira paraoutra;
• A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar rentabilidade de fundos e
aplicações financeiras.

TR (Taxa Referencial)
• Representa a Taxa Básica Financeira (TBF), deduzida de um redutor (R) e divulgada pelo BACEN;
• A TR é utilizada para remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas de
poupança e do FGTS.

Metas de inflação - Anualmente, o CMN estabelece uma meta de inflação ao Banco Central. O Bacen
executa a política monetária para cumprir essa meta.
2018 = 4,5% com intervalo de 1,5%;
2019 = 4% com intervalo de 1,5%;
2020 = 4% com intervalo de 1,5%;
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COPOM
• Adota desde 1999 as “Metas de Inflação” (definidas pelo CMN) – índice IPCA;
• Composto pela diretoria colegiada do BACEN – (7 diretores + 1 diretor presidente);
• 8 reuniões ao ano, intervaladas em 45 dias, podendo haver exceções, desde que
convocadas pelo presidente do BACEN.

Define a meta da taxa de juros – COPOM


Define a meta de inflação – CMN

Juros e atividade econômica


Com juros altos, o crédito fica mais caro, as pessoas compram menos, indústrias
produzem menos e a atividade econômica diminui. O oposto também é válido, mas o
aumento na demanda pode gerar elevação de preços (inflação).

Política Monetária
• Conjunto de medidas adotadas pelo Governo voltadas para alinhar os meiosde
pagamento às necessidades da economia.

Os instrumentos de política monetária permitem definição das taxas de juros:


• Depósito compulsório;
• Operações de Redesconto;
• Open Market (operações de mercado aberto).
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Depósito compulsório
Parcela dos recursos de contas bancárias que deve ser depositada no Banco Central:
• Limita a criação de moeda pelas instituições financeiras;
• Elevação do compulsório provoca redução da liquidez e elevação da taxa de juros.

Operação de redesconto
Taxa de redesconto é a taxa que o Banco Central usa para emprestar dinheiro a bancos
comerciais. Quando quer estimular a economia aumentando o crédito, o BACEN
diminui ataxa de redesconto.

Open Market (mercadoaberto)


Compra ou venda de títulos públicos executada pelo BACEN:
• Instrumento mais eficaz e ágil de política monetária.

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Política Fiscal
Decisões do governo sobre arrecadação (impostos, taxas e contribuições) e destino dos
recursos disponíveis. A política fiscal busca cumprir 3 funções: estabilização macroeconômica, redistribuição da
renda e alocação de recursos. O Tesouro Nacional é responsável por gerir essas receitas e despesas. A arrecadação é
de responsabilidade da receita federal. Assim como a política monetária, a política fiscal também pode ser
expansionista ou contracionista.

Política fiscal contracionista – menos gastos do governo e/ou elevação de impostos


Política fiscal expansionista – mais gastos do governo e/ou redução de impostos

Receita de Despesas não Superávit ou


Impostos financeiras déficit primário

Juros da dívida
pública

Superávit ou
déficit nominal

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Necessidade de financiamento do setor público
Normalmente quando o orçamento da União é impactado por um déficit, a cobertura se dá mediante
emissão de títulos públicos, aumentando a dívida pública. Esse aumento pode comprometer o caixa
do governo e acarretar aumento da taxa de juros, prejudicando o crescimento econômico. É
fundamental que as decisões de políticas fiscais sejam tomadas de acordo com as medidas de política
monetária, minimizando potenciais desequilíbrios.

Política Cambial
Política do governo federal que direciona o comportamento do mercado de câmbio e da taxa de
câmbio.
• O Brasil adota um regime de Política Cambial Flutuante suja sem banda cambial.

Taxa de câmbio
Preço de uma unidade de moeda em relação a outra.
PTAX – média das taxas de câmbio do mercado interbancário divulgada diariamentepelo
BACEN.
Dólar Spot – taxa à vista.
Dólar forward – mercado futuro.

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Regimes mais usuais de taxa de câmbio

Câmbio fixo – a taxa é fixada e atrelada a um referencial fixo como dólar ou ouro. Os movimentos de
mercado não alteram a cotação da moeda. Embora haja menos incerteza no comércio internacional,
a manutenção deste regime no longo prazo pode ser insustentável por conta do alto risco carregado
pelo governo, que deve utilizar de suas reservas para se proteger contra eventuais ataques
especulativos.

Câmbio flutuante – as taxas acompanham as flutuações de mercado, sem intervenção da autoridade


monetária. Não há compromisso em manter a taxa de câmbio em um determinado patamar, portanto
o governo tem mais liberdade na condução da política monetária. Uma maior oferta de moeda
estrangeira faz a moeda local se valorizar e vice versa.
Exemplo: quando o dólar sobe, o real se desvaloriza em relação ao dólar.

Flutuação suja – regime utilizado no Brazil e na maioria dos países atualmente. Neste regime, não há
um limite de tolerância para a taxa de câmbio, mas o Banco Central pode intervir comprando ou
vendendo dólares para corrigir desequilíbrios.

Bandas cambiais – regime que foi utilizado no início da implementação do Plano Real, onde o Banco
Central estabelecia uma banda dentro da qual o câmbio poderia flutuar livremente. O Banco Central
interveria apenas se o dólar ultrapassasse o limite superior da banda (teto) ou ficasse abaixo do limite
inferior da banda (piso).

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Contas Externas e Balanço de Pagamentos: registro das transações de um país com o resto do
mundo. No Brasil, os valores sempre são expressos emdólares.

Duas grandes contas formam o balanço de pagamentos de um país:

Conta Corrente: formada por três outras contas: a balança comercial, a conta serviços e rendas
e as transferências unilaterais;
Balança comercial: exportações menos importações.

Conta de Serviços e Rendas: comércio de bens, receitas/despesas com viagens internacionais,


aluguéis, serviços do governo e o pagamento/recebimento de juros e de lucros e dividendos.

Transferências Unilaterais: saldo líquido das remessas de recursos ou doações feitas entre
moradores do Brasil e do exterior.

Conta de Capitais: saldo líquido da compra de ativos estrangeiros por residentes noBrasil
menos venda de ativos brasileiros aestrangeiros.

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Módulo V – Sistema Financeiro Nacional

Sistema Financeiro Nacional - conjunto de órgãos que atuam pararegulamentar,


fiscalizar e executar operações voltadas para políticas de moeda e crédito.

SFN possui o papel de intermediar recursos entre agentes superavitários e deficitários.

Agentes Sistema Financeiro Agentes


superávitários Nacional deficitários

Possui recursos disponíveis Conjunto de instituições que Tomador de recursos. Passa


e aplica em uma viabilizam a transferência de por dificuldadesfinanceiras
instituiçãofinanceira. recursos. Regulação e ou não consegue capital
fiscalização para trazer para investimento.
confiabilidade aos negócios.

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Conselho Monetário Nacional (CMN)
Órgão máximo do SFN que tem como finalidade a formulação das políticas de moeda e crédito.
Composição: Ministro da Economia; Presidente do BACEN e o Secretário especial de fazenda do
Ministério da Economia.

Objetivos:
• Equilibrar os meios de pagamento às necessidades da economia;
• Regular o valor interno e externo da moeda (correção de desequilíbrios, prevenção decrises,
saúde financeira do balanço de pagamentos);
• Orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições financeiras para maior eficiência de mercado;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituiçõesfinanceiras;
• Coordenar a política monetária, credítícia, orçamentária e fiscal.

Competências:
• Autorizar emissões de papel moeda;
• Direcionar a política cambial;
• Disciplinar todas as modalidades de crédito;
• Regular o funcionamento das InstituiçõesFinanceiras;
• Limitar, sempre que necessário, taxas de operações ou serviçosbancários;
• Determinar o percentual máximo de empréstimos ao mesmo cliente ou grupo de clientes;
• Expedir normas obrigatórias de contabilidade e estatística para as Instituições Financeiras.

30
Banco Central do Brasil (BACEN)
Principal executor das orientações e normas do CMN.
*O presidente do BACEN e seus 8 diretores colegiados são nomeados pelo Presidente da
República sob aprovaçãodo Senado Federal. Desde 2004, o presidente do BACEN ganhou
status de Ministro de Estado.

Finalidades:
• Formular, executar e monitorar políticas monetárias, cambiais, creditícias e financeiras com o
exterior;
• Gerir o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP);
• Organizar, disciplinar e fiscalizar o SFN e o Sistema de Consórcio.

Objetivos:
• Estabilidade de preços;
• Manter as reservas internacionais em nível adequado;
• Estimular a poupança;
• Zelar pela liquidez da economia e pela estabilidade e aperfeiçoamento do sistema financeiro.

Políticaeconômica:
CMN – coordenação
BACEN – execução, acompanhamento e controle

31
Atribuições do BACEN:
• Emitir papel moeda e moeda metálica;
• Executar os serviços do meiocirculante;
• Realizar operações de política monetária (redesconto, open market, depósitocompulsório);
• Exercer o controle do crédito;
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras (exceto empresasestrangeiras);
• Fiscalizar as instituiçõesfinanceiras.

Comissão de Valores Mobiliários(CVM):


Entidade autárquica, com autoridade administrativa, autonomia financeira e orçamentária, que zela
pelo bom funcionamento do mercado de capitais.

Objetivos:
• Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e balcão;
• Proteger os investidores contra emissões irregulares, atos ilegais de profissionais do mercado e uso
de informação privilegiada;
• Evitar fraudes e manipulações de mercado;
• Estimular a formação de poupança e aplicação em valores mobiliários;
• Garantir o acesso de investidores à informações sobre valores mobiliários e sobre as empresas
emissoras.

32
Competências
• Disciplinar, fiscalizar e inspecionar companhias abertas e fundos de investimento;
• Credenciar, fiscalizar e disciplinar atividades desempenhadas por auditores independentes,
administradores de carteiras, agentes autônomos, consultores e analistas de valores mobiliários;
• Apurar através de inquérito administrativo atos e práticas ilegais demercado.

Títulos e valores mobiliários de responsabilidadedaCVM:


Ações, Debêntures, Notas Promissórias, Cotas de Fundos de Investimento, Opções, Mercado a
Termo, Mercado Futuro, Swaps.

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) – órgão normativo para os mercados de


seguros,previdência privada aberta, capitalização e resseguros.

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)


Autarquia federal responsável por fiscalizar e controlar os mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro.
SUSEP – supervisionar e regular.

Competências:
• Fiscalizar a constituição e operação de seguradoras, resseguradoras, sociedades de
capitalização e entidades de previdência privada aberta;

33
• Proteger a poupança de indivíduos efetuadas através de operaçõesde seguros, resseguros,
capitalização ou previdência privada aberta;
• Promover o aperfeiçoamento, estabilidade e expansão do sistema e das instituições vinculadas ao
Sistema Nacional de Seguros Privados e Sistema Nacional deCapitalização;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições;
• Monitorar investimentos das entidades que integram o mercado;
• Cumprir as deliberações do CNSP e executar os serviços de secretaria executiva doCNSP.

Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) – órgão normativo para o mercado de


previdência complementar fechada

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)


É uma entidade governamental autônoma que tem como finalidade fiscalizar e supervisionar
entidades fechadas de previdência complementar e executar políticas para o regime de
previdência complementar.
Competências:
• Fiscalizar, apurar e julgar infrações de entidades fechadas de previdênciacomplementar;
• Expedir instruções e determinar procedimentos para aplicação de normas;
• Autorizar a constituição e funcionamento das entidades fechadas de previdência
Complementar;
• Mediar conflitos e promover a conciliação de entidades fechadas de previdência complementar e
seus participantes, assistidos ou patrocinadores;
• Decretar intervenção ou liquidação extrajudicial de entidades fechadas de previdência
Complementar. 34
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) – conjunto de entidades, sistemas e mecanismos que atuam para coordenar o
processamento e liquidação de operações de moedas, transferência de recursos, ativos financeiros e valores mobiliários. As
regras e procedimentos do SBP permitem a movimentação eletrônica de recursos e execução de operações financeiras em
moeda nacional e estrangeira. As mais variadas operações financeiras, como DOC, TED, saques, depósitos, pagamentos de
títulos, compras com cartão de crédito e operações realizadas em bolsa de valores se incluem dentro do escopo do SPB. A
maioria dos títulos negociados no Brasil são escriturais, ou seja, negociados de forma eletrônica. Isso permite um alto grau de
automação na estrutura do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Os principais objetivos do SPB são reduzir o prazo entre
as transferências de recursos e garantir a transparência e segurança nas transações. Para que isso seja viável, o
gerenciamento de riscos é executado através de câmaras de liquidação (clearing houses) que atuam como contraparte
central, minimizando os riscos de execução de operações.

Sistemas de transferências de fundos


STR: Sistema de Transferência de Reservas;
COMPE: Central de compensação de cheques;
Liquidação Multibandeiras de cartão de crédito da CIELO; Multibandeiras de cartão de crédito da REDECARD;
SILOC: Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito;

Sistemas de liquidação de valores mobiliários


SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia;
Câmara de Câmbio: Compensação de Operações de Câmbio;
Câmara de Ações: Antiga CBLC, liquidação de operações com ações mercado Bovespa; B3 – Brasil, Bolsa, Balcão
Câmara de Registro: Registra as operações em ambiente BVMF;
CETIP: Câmara de Compensação de Títulos Privados; B3 – Brasil, Bolsa, Balcão
CIP: Central Interbancária de Pagamentos 35
Tesouro Nacional: O Tesouro Nacional e responsável por cuidar dos recursos da União. Todos os impostos
recolhidos pelo governo vão parar no caixa do Tesouro, que atua de acordo com a demanda do Estado. No entanto,
nem sempre o que o governo arrecada é suficiente para cumprir com todas as suas obrigações. Dessa forma, o
governo pode se endividar através do mercado de títulos públicos, isto é, o governo emite dívidas que são geridas
pelo Tesouro Nacional.

Dealers: são instituições financeiras credenciadas pelo Tesouro Nacional que atuam dando liquidez para o mercado.
Os Dealers atuam tanto nas emissões primárias de títulos públicos federais como na negociação no mercado
secundário desses títulos. Atualmente, o Tesouro Nacional possui 12 Dealers, dos quais dez são bancos e dois são
corretoras ou distribuidoras independentes. Resumindo: são instituições financeiras que compram e vendem títulos
públicos diretamente do governo e também para investidores em geral. O desempenho de cada instituição é
avaliado a cada seis meses e aquelas com pior performance são substituídas.

B3 – Brasil, Bolsa, Balcão


A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo, com atuação em ambiente de bolsa
e de balcão. Através da bolsa de valores, os investidores podem comprar e vender ativos no mercado financeiro em um
ambiente eletrônico organizado. As negociações são realizadas através do intermédio de instituições financeiras autorizadas:
as corretoras e distribuidoras. A B3 é uma empresa brasileira de capital aberto, cujas ações (B3SA3) são negociadas no
segmento Novo Mercado e fazem parte dos índices Ibovespa, IbrX e IbrX-50. Suas atividades incluem criação e
administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais
classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativaaté derivativos de moedas, operações
estruturadas e taxas de juro e de commodities. A B3 também opera como contraparte central garantidora
para a maior parte das operações realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária
e de central de registro. 36
Módulo VI – Instituições e intermediadores financeiros

Bancos comerciais: são todos os bancos que oferecem serviços de conta


corrente, o chamado depósito à vista. O cliente deposita seus recursos
nesse tipo de banco e o dinheiro deve estar disponível a todo momento.
Os principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander,
Caixa) são bancos comerciais.
Agentes Agentes
Bancossuperávitários deficitários
de investimento: o foco destes bancos é conceder crédito majoritariamente de médio e longo
prazo para investimentos. É permitido que os bancos de investimento também tenham conta corrente,
mas não podem fornecer talão de cheques.

Bancos Múltiplos: Instituição financeira que funciona como “Holding”, tendo obrigatoriamente uma
carteira de banco comercial e/ou de banco de investimentos e mais uma outra carteira como:

• Sociedade de crédito imobiliário – concede empréstimos para o setor imobiliário


• Banco de desenvolvimento – banco público que atua no desenvolvimento da economia. Ex: BNDES
• Sociedade de arrendamento mercantil – banco que faz leasing (arrenda máquinas e equipamentos).
• Sociedade de financiamento e investimento – faz empréstimos direto ao consumidor. Ex: Crefisa

37
Corretoras de valores mobiliários
Principal atividade destas instituições é executar ordens de compra e venda de títulos e valores
mobiliários para seus clientes. Outras atividades:
• Compra e venda de títulos e valores mobiliários por conta própria ou paraterceiros;
• Intermediação de ofertas públicas de títulos e valores mobiliários;
• Administração de carteira e custódia de títulos e valores mobiliários;
• Subscrição de títulos e valores mobiliários;
• Atuar como agentefiduciário;
• Criar, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
• Intermediar operações no mercado de câmbio e metais preciosos;
• Realizar operações compromissadas;
• Realizar operações de conta margem.

Distribuidoras de valores mobiliários


Comercializam / distribuem produtos de investimento para seus clientes através de canais eletrônicos ou
presenciais. Atualmente, não há distinção de atuação entre corretoras e distribuidoras e via de regra, toda
corretora acaba sendo também uma distribuidora. No entanto, podem existir distribuidoras de títulos e
valores mobiliários que atuam apenas na ponta comercial, sem função de corretora.

Agentes autônomos de investimento (AAI)


Profissional que distribui produtos disponíveis em uma plataforma de investimentos. O AAI ajuda pessoas a
investir melhor e para isso precisa passar na prova da ANCORD e estar credenciado junto à CVM. Dentre as
funções de um AAI, podemos destacar: prospecção de clientes, fornecer informações sobre ativos e
produtos financeiros, captar e registrar ordens de clientes, encaminhando para a corretora. 38
Investidor Qualificado: agentes econômicos que têm mais condições do que o investidor normal para
entender o mercado.

Exemplos:
• Investidores Profissionais;
• Pessoas físicas ou jurídicas com investimentos superiores a 1 milhão de reais e que
adicionalmente atestem por escrito que são investidores qualificados;
• Pessoas aprovadas em exames de qualificação técnica reconhecidos pela CVM para agentes
autônomos, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários (o status de
investidor qualificado vale apenas para recursospróprios).

Investidor Profissional: único tipo de investidor que pode aplicar em fundos exclusivos,com cotista
único.

Exemplos:
• Instituições financeiras, seguradoras e sociedades de capitalização;
• Fundos de Investimento;
• Entidades abertas e fechadas de previdênciacomplementar;
• Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pelaCVM (apenas
recursos próprios);
• Pessoas físicas ou jurídicascom investimentos superiores a 10 milhões de reais e que
adicionalmente atestem por escrito que são investidoresprofissionais.

39
Módulo VII – Administração de risco

Risco de um investimento: medida de incerteza, probabilidade de o retorno não corresponder às


expectativas. Taxa livre de risco: investimento que não possui risco de crédito (no caso brasileiro o
mais aproximado seria a taxa selic).
Risco de crédito: associado a probabilidade de default do juros ou principal por partedo emissor. Agências
de rating tem o papel de dar transparência ao mercado e quanto pior for a avaliação, maior será a taxa de
retorno exigida pelos investidores.
Risco de liquidez: traduzido pela dificuldade de vender um ativo no prazo e preço esperados.
Risco de liquidação: traduzido pela possibilidade de não entrega dos títulos (liquidação física) ou do valor
financeiro (liquidação financeira). Esse risco é mitigado pelas clearing houses.
Risco de imagem: impacto negativo da opinião pública.
Risco de contraparte: possibilidade de uma das partes envolvidas em uma transaçãonão honrar com seus
compromissos.
Risco soberano: capacidade do país de honrar a dívida pública.
Risco de mercado: risco da variação diária de ativos, volatilidade, medido pelo desvio padrão. Risco de
mercado pode ser dividido em risco sistemático (afeta todos os ativos) e risco não sistemático (específico de
determinada empresaou setor).*Obs: apenas o risco não sistemático é diversificável.

Risco x Retorno: o investidor sempre quer maximizar o retorno e minimizar o risco. Considerando que o
retorno sempre será medido pelo retorno esperado (média de retornos) e o risco é avaliado pelo desvio
padrão, o princípio da dominância sempre será válido, ou seja, para dois ativos de mesmo retorno
esperado, escolhe-se aquele com menor risco. Diversas teorias e modelos tratam do princípio da
diversificação de ativos para reduzir o risco não sistemático (referente a um setor, título, empresa, etc.)
40
Retorno esperado do portfólio: pode ser obtido considerando a média ponderada de retornos dos
ativos da carteira. Considerando uma carteira de dois ativos:
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑓ó𝑙𝑖𝑜 = 𝑊𝐴 × 𝑅1 + 𝑊𝐵 × 𝑅2
R1 = retorno esperado do ativo 1 ; R2 = retorno esperado do ativo 2
WA = peso do ativo 1; WB = peso do ativo 2

Distribuição normal: busca explicar a probabilidade de eventos ocorrerem diante de um


determinado intervalo de confiança: 67% de confiança = 1 desvio padrão; 95% de confiança= 2
desvios padrão; 99% de confiança = 3 desvios padrão.

Value at Risk (VAR): metodologia para obtenção do pior cenário de perda dentrode um de
um determinado tempo e considerando um intervalo deconfiança.
Exemplo: VAR de 2% para 1 dia e 99% de confiança.
Há 99% de chance do valor de perda da carteira em 1 dia não ultrapassar 2%.

Back testing: simulações feitas com dados históricos para testar os limites do VAR

Stop loss: ferramenta utilizada para diminuir posições de risco e minimizar perdas, executando
operações que ultrapassem um certo limite de preço pré estabelecido.

Stress test: avaliação de cenário de stress de mercado para mensurar a maior perda potencial para os
casos que o VAR não fornece informações. Normalmente é utilizado em conjunto com o VAR.

41
Em momentos atípicos, a B3 aciona alguns mecanismos de proteção ao investidor. Eles existem para
defender os participantes do mercado de variações bruscas e também dão tempo para pensar com calma
e ajudar o investidor a se planejar em situações de stress. O material completo você encontra neste link

No mercado à vista
Como não há limites para negociação de títulos públicos e câmbio spot, o mecanismo de proteção
utilizado é o circuit breaker. Aplicado apenas às negociações de ações à vista, seu principal objetivo é
acalmar o mercado em momentos de muita oscilação. Seu acionamento é feito em 3 estágios,
obedecendo a percentuais de desvalorização do Ibovespa.
-10%: suspensão dos negócios por 30 minutos e reabertura na sequência.
-15% após o 1º circuit breaker: nova suspensão dos negócios, desta vez durante 1 hora.
-20% após o 2º circuit breaker: nova suspensão, com reabertura à discrição do Presidente da B3.

No mercado de derivativos
O mecanismo utilizado é o limite de oscilação, em vez da interrupção dos negócios. Ou seja, caso o
investidor queira negociar novamente o contrato abaixo (ou acima, conforme a situação) do limite de
variação, a operação será admitida normalmente. Considerando que os mercados à vista podem estar
negociando em momentos em que o limite de oscilação dos mercados futuros for atingido, a B3 sempre
avaliará, caso a caso, a necessidade de ajustes nos limites de oscilação. Essa intenção está alinhada com a
possibilidade de execução de cobertura de posição, desmontagem ou montagem de estratégias
combinadas entre derivativos e mercado à vista, dentre outras. A B3 entende que esse ponto é
fundamental para os gestores de recursos e se mantém atenta a esses movimentos quando há
volatilidade crescente.
42
Túneis de negociação - o módulo de túneis de negociação é composto de
túneis de rejeição, de leilão e de proteção. O túnel de rejeição atua na
entrada da oferta no livro de ofertas, o de leilão, no fechamento do
negócio e, por fim, o de proteção, durante o leilão. Túneis de rejeição,
assim como os atuais limites de oscilação de preços, determinam a região
de preços considerada aceitável para fins de negociação. Diferentemente
dos limites de oscilação de preços, que são estáticos ao longo do dia, os
túneis de rejeição são atualizados de forma dinâmica, acompanhando a
evolução do mercado. Túneis de leilão são um aprimoramento dos atuais
limites de oscilação intra-diária. Enquanto a adequação de um negócio aos
limites de oscilação intra-diária é verificada após o fechamento do
negócio, os túneis de leilão acionam, na iminência de fechamento do
negócio, um leilão automático no sistema de negociação, caso o preço da
operação não pertença ao intervalo de preços definido pelo túnel. O leilão
usará o algoritmo de maximização da quantidade, ou seja, os negócios são Estrutura dos túneis de negociação
fechados em um único preço. O túnel de proteção durante o leilão é o Fonte da imagem: B3
intervalo de variação de preços estabelecido pela B3, com o objetivo de
prorrogar automaticamente o encerramento dos leilões ou dos calls de
abertura e de fechamento, caso o preço teórico desrespeite os limites
inferior ou superior. O call de abertura começa 15 minutos antes da
abertura da sessão de negociação, em forma de leilão, para garantir uma
abertura de preço justa. Já o call de fechamento, inicia cinco minutos antes
do encerramento da sessão de negociação, com o objetivo de apurar um
preço justo para fechamento dos ativos do pregão regular.
43
Renda Fixa – ativo cujos rendimentos são determinados no momento da compra. Podem ser prefixados
(rendimentos conhecidos no início da operação) ou pós-fixados (rendimentos indexados e conhecidos no
final da operação). Os juros podem ser pagos periodicamente (título com cupom) ou apenas no resgate (zero
cupom). O emissor faz toda diferença na hora de considerar o risco de crédito (possibilidade de não
pagamento do juros ou principal) de um título de renda fixa. Todo ativo de renda fixa é uma dívida, que foi
emitida por alguma instituição (governo, bancos ou demais empresas). PU é o preço unitário do título, isto é,
preço de negociação em determinado momento. É o valor presente dos fluxos de pagamento de um título de
renda fixa. O PU é inversamente proporcional a taxa de juros (quanto maior a taxa de juros, menor o PU).

Yield to maturity (YTM): é a taxa interna de retorno do investimento em um título de renda fixa, ou seja, a
taxa que iguala o preço do título a soma de valores presentes do seu fluxo de caixa. O cálculo do YTM é igual
ao cálculo da TIR (taxa interna de retorno). O preço de um título depende da relação entre o YTM e o
pagamento de cupons:
Título ao par: YTM é igual ao cupom
Título com deságio (PU abaixo do valor de face): YTM é maior que o cupom
Título com ágio (PU acima do valor de face): YTM é menor que o cupom

44
Duration de Macauley: é o prazo médio ponderado do título ou da carteira de investimentos que é
avaliado de acordo com o valor presente dos fluxos de caixa descontados pela taxa de juros.
Exemplo: Calcule a duration de um título que paga cupom anual de 4%, com valor de face de R$1000,00 e
vencimento em 7 anos. A taxa de juros de mercado é 3%.

Anos Fluxo de pagamentos PV PV x Prazo


1 40 38.83 38.83
2 40 37.70 75.41
3 40 36.61 109.82
6659.04
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 =
4 40 35.54 142.16
1062.30
5 40 34.50 172.52 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = 6.27
6 40 33.50 201.00
7 1040 845.62 5919.31
1062.30 6659.04

Duration Modificada: representa a taxa de variação percentual no preço de um título considerando


uma determinada alteração na taxa de juros. Se a duration modificada apresentar o valor de 4.5,
significa que a cotação do título irá cair 4,5% caso a taxa de juros suba 1%.

𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑢𝑙𝑒𝑦
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑚𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 =
1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
45
Risco e retorno em títulos de renda fixa: além da probabilidade de default (risco de crédito), o investidor no
mercado de renda fixa possui o risco de taxa de juros e de reinvestimento dos cupons. A maturidade
também é extremamente importante para avaliar o risco de títulos de renda fixa, uma vez que as
condições de incerteza aumentam no longo prazo e também o impacto no PU por conta de uma alteração
nas taxas de juros.

O retorno de qualquer título de renda fixa sempre levará em consideração os seguintes fatores:
• Taxa de juros do ativo livre de risco
• Expectativas de inflação
• Prazo de vencimento
• Desconto de liquidez
• Spread por risco de crédito

Duration e horizonte de tempo do investidor


Caso o horizonte de tempo do investidor seja maior do que a duration de Macauley, o risco de
reinvestimento dos cupons é maior do que o risco de taxa de juros. Por outro lado, caso o horizonte de
tempo do investidor seja menor do que a duration de Macauley do título, o risco de taxa de juros é maior
do que o risco de reinvestimento dos cupons.

Duration gap: diferença entre a duration de Macauley de um título e o horizonte de tempo do investidor.

duration gap negativo: risco da taxa de juros cair;


duration gap positivo: risco da taxa de juros subir
46
Módulo VIII – Mercado de capitais – produtos, modalidades e liquidação
Títulos corporativos:
. Debêntures
. Debêntures incentivadas
. Notas Promissórias

Debêntures: funcionam como instrumento de captação de médio/longo prazo para empresas S.A. não
financeiras. Não existe padronização de características, ou seja, pode existir qualquer prazo de
vencimento, amortização, resgate e tipo de remuneração. Em alguns casos, existe a possibilidade de
conversão da debênture em ações da empresa (debênture conversível). Em geral, o valor de emissão não
pode ultrapassar o capital social da companhia. Debêntures não estão cobertas pelo FGC, mas pode
existir garantia contra o inadimplento. Qualquer emissão pública de debêntures exige a nomeação de um
agente fiduciário, que tem a função de proteger o interesse dos debenturistas, através de fiscalização
ativa e do estabelecimento de relação de confiança e lealdade com os credores. Em caso de
inadimplência, o agente fiduciário pode e xecutar garantias reais ou requerer a falência do emissor na
ausência de garantias; representar os interesses de debenturistas em processos de falência ou
recuperação judicial.

Covenant: sistema de garantia indireta, representado por um conjunto de obrigações contratuais positivas
ou negativas. Ex: limites de endividamento, exigências de hedge, etc..

Cross Default: se uma dívida de determinada empresa vence e o emissor fica inadimplente, suas
debêntures também estarão vencidas de forma automática. O mesmo vale para o inverso.
47
Garantias Debêntures:
• Garantia real: garantia forte, tem preferência sobre os demais credores e proíbea alienação
do bem registrado comogarantia.
• Garantia flutuante: privilégio sobre o ativo da companhia, embora hajapossibilidade de
negociação dos bens que compõem tal ativo.
• Garantia quirografária: não oferece privilégio sobre o ativo da emissora, não há nenhum tipo de
preferência em relação aos outroscredores.
• Garantia subordinada: em um cenário de falência, oferece preferência apenas em relação aos
acionistas.
Escritura: documento legal que mostra as “regras do jogo” sob as quais as debêntures foram
emitidas. Descreve os direitos dos debenturistas, deveres do emissor, condições de remuneração e
garantias.

Debêntures incentivadas: emitida apenas para financiamento de projetos dos setoresde


logística, transporte, mobilidade urbana, energia, telecomunicações, radiofusão, saneamento
básico e irrigação. Diferenças em relação à debêntures comuns:
• Prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;
• Isenção de IR para pessoa física e menor alíquota de IR para pessoa jurídica (15%).

Notas Promissórias: emitidas por S.A. não financeiras, funcionam como fonte de financiamento de
curto prazo sem garantia real. O prazo mínimo é de 30 dias e máximo de 180 para empresas de capital
fechado e 360 para empresas de capital aberto. Notas promissórias não podem ser remuneradas por
índice de preços e não são garantidas pelo FGC.
48
Ativos de renda variável : são aqueles cujos rendimentos não são conhecidos (ações, derivativos,
cotas de diversos tipos de fundos de investimento, fundos imobiliários, moedas, índices,
commodities, etc..)

Ações: são frações do capital social de uma empresa e seus principais tipos são:
Ordinárias (ON): possuem direito a voto em assembleias de acionistas.
Preferenciais (PN): não possuem direito a voto, mas têm preferência no pagamento de dividendos e
podem receber 10% a mais em dividendos do que as ordinárias. Caso a empresa fique 3 anos sem
distribuir dividendos, a ação PN passa a ter direito a voto.
Obs: empresas que abrem capital devem ter minimamente 50% de suas ações do tipo ON.

Bonus de subscrição: títulos negociáveis que garantem aos titulares o direito de subscrever
ações de uma empresa. A emissão é caracterizada como alienada caso o investidor pague por
esse direito.

Depositary Receipts (DR): recibos de depósito com lastro em ações de empresas instaladas
em outro país.
BDR: Brazilian Depositary Receipt (Ex: ação da Apple negociada no Brasil).

Os BDRs são certificados de valores mobiliários representativos de ações de empresas de capital


aberto com sede no exterior. Os certificados são emitidos por instituições brasileiras, chamadas de
instituições depositárias, autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e que devem estar
habilitadas pela CVM para emitir BDRs.
49
Existem duas categorias de BDRs:
O BDR patrocinado é emitido por uma instituição depositária contratada pela companhia estrangeira
emissora e pode ser classificado como Nível I, Nível II ou Nível III.
O BDR não patrocinado é emitido por uma instituição depositária, sem envolvimento da companhia
estrangeira emissora, e só pode ser classificado como Nível I.
Níveis de ADR
ADR - American Depositary Receipt (Ex:
ação da Vale negociada nos EUA). Negociado no mercado de balcão apenas. São emitidos com base em
ADR Nível 1 ações já existentes e que foram depositadas no banco custodiante, isto
é, a companhia não capta recursos adicionais.
ADRs são recibos de ações de empresas
que não estão sediadas nos EUA e que são Negociados em alguma bolsa dos EUA. São emitidos com base em
ações já existentes e que foram depositadas no banco custodiante, isto
emitidos por bancos americanos, com ADR Nível 2
é, a companhia não capta recursos adicionais. As demonstrações
lastro em ações depositadas em um banco financeiras devem estar disponíveis no padrão US GAAP.
custodiante no país de origem. Um Negociados em alguma bolsa dos EUA e vinculados a uma oferta
investidor norte americano, ao comprar ADR Nível 3
pública nos EUA. Trata-se de uma nova emissão, através da qual a
companhia capta recursos. As demonstrações financeiras devem estar
ADRs, pode investir em ações de empresas disponíveis no padrão US GAAP.
não americanas sem deslocar o capital
para outro país. Colocação privada de títulos, negociados em mercado balcão. A
ADR 144A companhia capta recursos e os títulos destinam-se exclusivamente a
Investidores Institucionais Qualificados.

Obs: os proventos (como dividendos, bonificações e subscrições) são pagos aos detentores
de BDRs ou ADRs

50
Risco de mercado: ativos de renda variável apresentam maior volatilidade, portanto as oscilações
de preço são mais representativas e podem impactar a rentabilidade do investidor, principalmente
no curto e médio prazo.

Risco de liquidez: existem algumas ações e outros ativos de renda variável com baixo volume de
negociação e isso pode gerar um risco de liquidez para o investidor, traduzido pela impossibilidade
de vender o ativo no momento desejado. Normalmente, os analistas de investimento consideram
um desconto ao ajustar seus modelos de “valuation” para empresas de baixo valor de capitalização
(small caps) por conta da menor quantidade de ofertas de compra e venda, que aumenta o spread
de preço entre compradores e vendedores.

Tag Along:
Quando há mudança de controle de companhia aberta, os acionistas com direito a voto devem
receber uma oferta de no mínimo 80% do valor pago por ação.

Assembleia Geral Ordinária(AGO):


Organizada anualmente entre os quatro primeiros meses seguintes ao término doano fiscal
para:
• Analisar as contas dos administradores e validar demonstrações financeiras;
• Discutir sobre o destino do lucro e pagamento de dividendos;
• Eleger administradores e membros do conselho (caso necessário);
• Aprovar correção monetária do capital social.

51
A empresa deve enviar para a CVM um edital de convocação da AGO até quinze dias antes da data
marcada. Posteriormente, deve publicar a ata e sumário das decisões em até 7 dias após a assembleia.

Assembleia Geral Extraordinária(AGE):


A assembleia geral extraordinária é assim considerada para todos os casoscujo objetivo não esteja listado
acima.
Caso a AGE seja motivada por uma possível mudança no estatuto, a primeira convocação será
concluída apenas com a presença de acionistas que representem conjuntamente 2/3 do capital
com direito a voto, mas poderá ocorrer segunda convocação sem restrições.

Direitos do acionistaminoritário:
• Participação de lucros;
• Participação em assembléias (e voto se for açãoON);
• Ter acesso aos demonstrativos financeiros da empresa;
• Fiscalizar, de acordo com a lei das S.A.;
• Participação em caso de liquidação.

Acionista controlador: agente econômico, empresa ou grupo de empresas que possui maioria dos votos
nas deliberações de AGO e exerce influência no processo de decisão e funcionamento de uma
companhia.

52
Empresas de capital aberto x capital fechado
Abertas: negociação em bolsa ou mercado balcão, muitos sócios (acionistas),maior nível de
transparência.
Fechadas: negociação de balcão não organizado (sem garantias), poucos sócios em geral, menor grau
de transparência.
Eventos corporativos:
Dividendos: distribuição de parte do lucro das empresas aos acionistas (minimamente 25% garantido por lei
no Brasil). O valor pago em dividendos é descontado do preço da ação.
Juros sob capital próprio: proventospagosem dinheiro que são dedutíveis do lucro
tributável da empresa.
Direito de subscrição: direito de aquisição de ações por conta de um aumento de capital. O direito
de subscriçãopermite que o acionista mantenha sua participação percentual no capital social. Para
incentivar o investimento adicional, as novas ações são oferecidas aos atuais acionistas por um
valor inferior ao valor de mercado.
Bônus de subscrição – título que confere ao titular o direito de subscrever ações em um prazo
determinado por um valor fixado. Até o vencimento, os bônus podem ser comprados e vendidos
em bolsa.
Grupamento (Inplit) – reduz a quantidade de ações e aumenta o valor de cada ação
(objetivo é reduzir o risco).
Desdobramento (Split) - aumenta a quantidade de ações e reduz o valor de cada ação (objetivo é
aumentar a liquidez). *Obs: tanto no inplit como no split, o montante investido não sealtera.

53
Operação de underwriting: captação de recursos via emissões no mercado financeiro. As operações de
underwriting possuem:

Ofertante – empresa emissora;


Banco coordenador/banco líder – avalia, regulariza e coordena a distribuição;
Banco liquidante – liquida a venda dos ativos;
Escriturador – responsável pelo registro de informações transacionais;
Central depositária – pertencente a B3, é onde ocorre a conciliação de ativos e também onde o
investidor pode consultar informações sobre a sua conta (Canal Eletrônico do Investidor – CEI);
Custodiante – movimenta os ativos do investidor na central depositária;
Market Maker – instituição que compra e vende ativos para prover liquidez de mercado. Caso muitos
investidores queiram comprar uma ação or exemplo, o Market Maker entra no mercado vendendo sua
posição. Caso contrário, se tiver muita gente vendendo, o Market Maker entra comprando;
Agente fiduciário – apenas para ofertas públicas de ativos de renda fixa (debêntures, CRI e CRA).
Falaremos sobre este tópico mais adiante na parte de debêntures;
Agências de rating - empresas especializadas em classificar o risco do emissor de
um título no mercado financeiro.
Best efforts: não há garantia do intermediário na colocação da totalidade de títulos no
mercado e a empresa emissora assume os riscos.
Bookbuilding: mecanismo de consulta prévia a investidores para formação de preços.
Lote suplementar: caso haja demanda extra, pode haver distribuição de lote suplementar desde que conste
previamente na Lâmina de Informações Complementares e não ultrapasse 15% a mais do que a quantidade
original.
54
Prospecto: documento oficial que contém informações sobre a empresa, perspectivas, riscos e quadro
administrativo. É obrigatória a entrega deste documento de forma física ou digital.

Mercado primário: novas emissões (captação derecursos).


Mercado secundário: negociação de ativos em mercados organizados, onde investidores transferem
títulos e valores mobiliários entre si. Principal objetivo do mercado secundário é fornecer liquidez para
ativos financeiros.

IPO (Initial Public Offering) – a oferta pública inicial de ações ocorre quando uma empresa decide abrir
capital na bolsa. As corretoras recebem ordens de potenciais investidores e essas ordens podem ser de
mercado (sem preço pré estabelecido, dependendo das condições de oferta e demanda) ou limitadas (até
um preço específico).

OPA (Oferta Pública de Aquisição) – ocorre quando uma empresa oferta comprar ações que estão sendo
negociadas no mercado.

OPA para cancelamento de registro: realizada como condição do cancelamento do registro para
negociação de ações.
OPA por aumento de participação: realizada por conta do aumento da participação do acionista
controlador no capital social de uma empresa aberta.
OPA por alienação de controle: realizada como condição de eficácia de negócio jurídico de alienação de
controle de companhia aberta.
OPA voluntária: visa à aquisição de ações de emissão de empresa aberta, fora dos parâmetros citados
anteriormente.
55
Quando a empresa vende novos títulos e os recursos dessa venda vão para o caixa, as ofertas são
chamadas de primárias. Quando não há emissão de novos títulos e a venda parte dos sócios que
querem desinvestir ou reduzir a sua participação no negócio, a oferta é conhecida como secundária
(block trade). Importante: não confunda oferta secundária com mercado secundário. Além disso,
quando a empresa já é de capital aberto e já realizou seu IPO, as emissões seguintes são conhecidas
como ofertas subsequentes ou “follow on”.

Ambientes de negociação - bolsa e balcão organizado: bolsa de valores é um sistema centralizado e


multilateral de negociação de ativos, que possibilita o encontro de ordens de compra e venda de
valores mobiliários. Todas as informações de negócios devem ser disponibilizadas aos participantes,
com atraso de no máximo 15 minutos. As entidades administradoras precisam manter mecanismos
de controle e ressarcimento de prejuízos por conta de possíveis erros ou omissões. No Brasil, a bolsa
é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), sociedade anônima fiscalizada pela CVM. Nos mercados de balcão
organizado, por outro lado, as transações são simplesmente registradas, mas a atuação é direta, sem
intermediários e não é obrigatória a divulgação de informações.

Liquidação de ações: ocorre em D+2. Compras e vendas de ações são realizadas por intermédio de
corretoras (CTVM) ou distribuidoras (DTVM). Quando as transações são efetuadas em ambiente
online, utiliza-se o “Home Broker”.
Corretagem: custo cobrado pelas corretoras para executar ordens de compra e venda de ativos.
Lote padrão: conjunto determinado de títulos de características e quantidades idênticas
determinadas pela bolsa. Ex: 1 lote de ações na B3 = 100 ações.
Emolumentos: taxa cobrada pela bolsa (0.035% do valor financeiro da operação)
Taxa de custódia: tarifa de manutenção de conta cobrada por algumas corretoras. 56
Estratégias de investimentos em ações:

Compra e venda à vista – o investidor compra/vende lotes de ações padronizados através do preço
praticado no mercado e por intermédio de corretora. A operação é realizada em D+0 e liquida em
D+2. O investidor precisa ter saldo disponível na conta da corretora para comprar as ações e precisa
ter as ações em carteira para vendê-las.

Termo – contrato de compromisso de compra ou venda de ações em um momento futuro.


Normalmente o prazo de liquidação se dá entre 30 e 180 dias, podendo ser reversível por meio de
operação inversa no mercado à vista. Contratos a termo consideram uma taxa de juros que remunera
o valor do dinheiro no tempo. Para esse tipo de operação, é necessário consultar a mesa de
operações da corretora para verificar as taxas e solicitar a operacionalização da ordem.

Compra com uso de margem – aquisição de ações em mercado à vista, com recursos obtidos pelo
investidor por meio de um financiamento com uma corretora.

Venda descoberta – o investidor vende ações sem possuir os ativos em carteira. Essa estratégia pode
ser utilizada caso haja expectativa de queda no valor da ação (o investidor vende a ação hoje e
recompra posteriormente para zerar a operação).

Aluguel (BTC) – investidores proprietários de ações podem disponibilizá-las como empréstimos


mediante o recebimento de uma taxa de aluguel. O locatário acredita em uma queda no preço das
ações e pode realizar operações de venda à vista.
57
Long & Short – operação simultânea na qual um investidor mantém uma posição vendida em um ativo
e comprada em outro (com financeiro próximo a zero), no intuito de obter um valor residual na
liquidação da operação

Análise Técnica (Gráfica) – avalia projeções com base no comportamento passado de preço e volume de
ativos, de acordo com a oferta e demanda de agentes econômicos representada em gráficos.
Análise Fundamentalista – considera informações sobre a empresa, setor no qual está inserida e conjuntura
econômica. O analista fundamentalista busca descobrir o valor intrínseco de uma empresa e compara com
seu valor de mercado para concluir se o preço praticado está barato oucaro.

Índices de renda variável:

Ibovespa - é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 e reúne as empresas mais
importantes do mercado de capitais brasileiro. Foi criado em 1968 e, ao longo desses mais de 50 anos,
consolidou-se como referência para investidores ao redor do mundo. Reavaliado a cada quatro meses, o
índice é resultado de uma carteira teórica de ativos. É composto pelas ações e units de companhias listadas
na B3, correspondendo a cerca de 80% do número de negócios e do volume financeiro do nosso mercado de
capitais. É um índice de retorno total, pois considera o pagamento de proventos (dividendos, jcp, etc.).

IBrX 100 - O IBrX 100 é o resultado de uma carteira teórica de ativos, cujo objetivo é ser o indicador do
desempenho médio das cotações dos 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado
de ações brasileiro.
IBrX 50 – versão do IBrX que considera os 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do
mercado de ações brasileiro. 58
Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) - o objetivo do IGC é ser o indicador do
desempenho médio das cotações dos ativos de empresas listadas no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da
B3.

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) – avalia empresas listadas na B3 sob o aspecto da


sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e
governança corporativa. O Conselho Deliberativo do ISE, o órgão máximo de governança do ISE, tem como
missão garantir um processo transparente de construção do índice e de seleção das empresas. Atualmente,
o CISE é composto por onze instituições: APIMEC, ABRAPP, ANBIMA, B3, ETHOS, IBGC, IBRACON, IFC, GIFE,
Ministério da Economia e ONU.

Índice Small Cap (SMLL) - é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira
composta pelas empresas de menor capitalização da bolsa.
Índice MidLarge Cap (MLCX) - é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira
composta pelas empresas de maior capitalização da bolsa.

Índice de Energia Elétrica (IEE) - é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior
negociabilidade e representatividade do setor de energia elétrica.

Índice de Dividendos (IDIV) - o objetivo do IDIV é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos
ativos que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros
sobre o capital próprio.

59
Governança corporativa – alinhamento de interesses entre a administração de uma empresa e
seus acionistas. Sistema de mecanismos de controle e de incentivo que envolve relacionamento
entre investidores, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.
As boas práticas de governança setraduzem em transparência, equidade de tratamento dos
acionistas e responsabilidade administrativa.
Principais mecanismos de governança corporativa: conselho de administração que atue com
independência; maioria obrigatória de conselheiros independentes com sólida reputação de
mercado; comitê de auditoria composto apenas por membros independentes

60
Tributação de ações:
Operação normal – 15%, sendo 0.005% na fonte.
Day Trade (compra e venda no mesmo dia) – 20%, sendo 1% na fonte.
IOF – não há.
Cobrança sempre é efetuada no resgate e o responsável pelo recolhimento é o investidor através do
Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF) até o último dia útil do mês seguinte a venda.
*Obs: vendas de ações por pessoa física (exceto day trade) com valor igual ou inferiora
R$20.000,00 são isentas de IR.

Compensação de perdas: é permitida para ganhos líquidos auferidos no próprio mês ou em meses subsequentes
até o limite anterior de perda e para operações na mesma classe de ativos. Exemplo: investidor perde 30 mil reais
em janeiro no mercado de ações e lucra 25 mil reais no mesmo mercado em fevereiro. Os ganhos de fevereiro não
serão tributados. Caso fosse ao contrário (ganho em janeiro e perda em fevereiro), o investidor pagaria o IR sobre
os ganhos de janeironormalmente. São isentos de IR: templos religiosos, partidos políticos e suas fundações, bem
como associações sindicais sem finslucrativos.

61
Módulo IX – Fundos de Investimento

Fundos de investimento: compram ativos (ações, títulos de renda fixa, derivativos, etc..).
Fundos de investimento em cotas: compram cotas de outros fundos de investimento.

Patrimônio líquido do fundo ( PL) é calculado a partir da soma dos ativos da carteira do fundo, marcado a
mercado, mais valores a receber, menos despesas (taxa de administração, taxa de performance e outras
despesas autorizadas).
Cota: menor fração do patrimônio líquido de um fundo.
Valor da cota: Patrimônio líquido / Número de cotas.

O valor do patrimônio líquido e da cota devem ser divulgados diariamente.

Assembleia Geral dos Cotistas e suas principais atribuições:


• Debater demonstrações contábeis;
• Debater substituição do administrador, gestor ou custodiante;
• Fusão, incorporação, transformação ou liquidação do fundo;
• Aumento da taxa de administração;
• Alteração da política de investimentos;
• Emissão de novas cotas (fundosfechados);
• Alteração do regulamento (exceto por exigência geral da CVM, atualização cadastral ou redução da
taxa de administração).
62
Convocação da Assembleia Geral deve ser feita com no mínimo 10 dias de antecedência da data
de realização e será instalada com presença de qualquer número de cotistas.

Assembleia Geral Ordinária (AGO) é convocada anualmente em até 120 dias após o
exercício social para debater sobre as demonstrações contábeis do fundo. Deve ser
convocada no mínimo 30 dias após estarem disponíveis as demonstrações sauditadas.
Qualquer outra convocação é chamada de Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

O cotista deve ser informado sobre:


• Objetivo, política de investimento e riscos associados ao fundo;
• Taxas de administração e demais taxas cobradas;
• Condições de emissão, resgate e prazo de carência (caso haja);
• Critérios de divulgação de informações;
• Advertência de que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura;
• Inexistência de garantias ouseguros.

Para avaliação de performance é recomendável minimamente período de 12 meses.

Chinese Wall: segregação/separação de recursos próprios e de terceiros com objetivo de evitar


conflitos de interesse.

63
Direitos dos cotistas:
O cotista deve ter acesso ao regulamento, valor do patrimônio líquido, da cota ea rentabilidade mensal do
fundo, bem como composição da carteira. O cotista deve receber mensalmente um extrato de seus
investimentos e anualmente um demonstrativopara Imposto de Renda.

Obrigações doscotistas:
• Aportar recursos em caso de PL negativo;
• Pagar taxa de administração;
• Observar riscos e prazos mínimos;
• Comparecer nas AssembleiasGerais;
• Manter seus dados cadastraisatualizados.

Segregação de funções:
Administrador: responsável legal pelo funcionamento do fundo e também pela comunicação com os
cotistas e prestação de informações à CVM.
Custodiante: responsável pela “guarda” dosativos.
Gestor: responsável pela compra e venda de ativos. Pode ser a mesma instituição responsável pela administração
do fundo ou empresa especializada (asset management).
Distribuidor: responsável pela venda de cotas do fundo (pode ser o próprio administrador). Tem como
responsabilidade prevenir a lavagem de dinheiro e realizar procedimento de suitabilit.
Auditor Independente: responsável por validar as contas do fundo uma vez por ano. O auditor deve ser
independente e registrado na CVM.
64
Tipos de fundos:

Fundos abertos : são aqueles cujos cotistaspodem aportar ou solicitar o resgate de seu
investimento a qualquer momento. Quando há aportes, são geradas mais cotas. Quando há
resgates, as cotas referentes deixam de existir. Fundos abertos em geral investem em ativos
de maior liquidez.

Fundos fechados : O número de cotas nesse fundo é limitada, (não é possível criar cotas
para aplicação de novos cotistas). Esse tipo de fundo tem data certa para entrada de cotistas
(quando o fundo está aberto ao mercado) e pode ou não ter um vencimento. Se o investidor
quiser resgatar suas cotas antes do vencimento do fundo, ele terá de negociar suas cotas
com outro investidor no mercado secundário.

Fundo restrito: organizado para receber recursos de um grupo específico de cotistas,


como family offices ou empresas de um determinado grupo econômico. Fundos restritos
normalmente são destinados a investidoresqualificados.
Fundo exclusivo: fundo restrito formado por um cotista único queobrigatoriamente
deve ser investidor profissional. A marcação a mercado é opcional.

Carência: o regulamento de um fundo pode ou não estabelecer prazo de carência para


resgates. No caso da existência de prazo de carência, o resgate antecipado das cotas terá
cobrança de IOF (0.5% ao dia). Caso não haja prazo de carência, o resgate pode ser
solicitado a qualquer momento.
65
Cota de abertura: conhecida no início do dia e calculada com base no valor do PL do fundo do dia anterior
acrescido da variação do DI de 1 dia. O investidor sabe com antecedência quanto pagará pela cota (em caso
de aplicação) ou quanto receberá (em caso de resgate). A cota de abertura só é permitida para fundos de
baixa volatilidade: renda fixa curto prazo, referenciado e simples, além dos fundos exclusivos.

Cota de fechamento: O valor da cota é divulgado no fechamento do mercado e reflete a variação dos ativos no
dia. Esse tipo de cota é obrigatória para fundos que apresentam maior volatilidade.

Taxa de administração: é o valor pago pelos cotistas para remunerar os prestadores de serviço de um fundo.
A taxa é anual, porém calculada e deduzida diariamente, afetandodessa forma o valor da cota do fundo. A
rentabilidade divulgada é sempre líquida da taxa de administração.

Taxa de performance: fundos podem ou não cobrar taxa de performance quando a rentabilidade
supera um indicador de referência. A cobrança é feita apenas sobre os rendimentos que excederem
o tal indicador e é calculada após dedução de todas as despesas. A periodicidade de cobrança é
semestral.

Linha d’agua: metodologia de cálculo da taxa de performance que estabelece uma linha de corte no
ponto mais alto do patrimônio líquido do fundo já utilizado anteriormente para cobrança. Funciona de
modo que o cotista não seja cobrado mais de uma vez.

Taxa de entrada ou saída: não são tão comuns no mercado mas podem ser cobradas. A taxa de saída
geralmente é cobrada em fundos com carência, para resgates dentro do prazo de carência.
66
Despesas e encargos dos fundos: taxa paga ao administrador, impostos, despesas com
publicidade, formulátios e relatórios, honorários e despesas com o auditor, emolumentos e
taxas por operação, taxa de custódia e taxas pagas para constituição ou encerramento do
fundo.

O administrador de um fundo de investimento é obrigado a avisar todos os cotistas


imediatamente sobre qualquer ato ou fato relevante relacionado ao funcionamento do
fundo, ou referente aos ativos financeiros integrantes de sua carteira. Essa divulgação é feita
de acordo com o regulamento do fundo. A CVM considera relevante qualquer ato ou fato
que possa influir de modo significativo no valor das cotas ou na decisão dos investidores de
adquirir, vender ou manter suas cotas.

Regulamento: estabelece as regras de funcionamento do fundo e deve discriminar


todas as taxascobradas.

Formulário de Informações Complementares (FIC) : documento que contém a política de


divulgação de material do fundo e informações complementares. É um documento virtual
que deve ser disponibilizado no site do administrador e do distribuidor Lâmina: documento
de uma única página que resume objetivo, políticas de investimento e características
operacionais da aplicação, tais como valores mínimos, taxas, horários de aplicação e resgate.
Deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 de cada mês com os dados do mês anterior.
Termo de adesão: documento pelo qual o cotista atesta, antes de entrar no fundo, que
deve acesso ao regulamento, lâmina e FIC e tem conhecimento sobre os fatores de risco e
ausência de garantias em caso de perda.
67
Aplicação/Resgate – quando há novas aplicações (compra de cotas), o gestor compra ativos. Quando há resgates
(venda de cotas), o gestor vende ativos para honrar seu compromisso.Em casos de resgates incompatíveis com a
liquidez existente ou que possam prejudicar os demais cotistas, o administrador pode declarar o fechamento do
fundo para resgates. Caso o fundo permaneça fechado por mais de 5 dias consecutivos, deve ser convocada
obrigatoriamente Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para discutir a substituiçãodo administrador e/ou gestor,
reabertura ou não para resgates, possibilidade do pagamento de resgate em ativos, cisão ou liquidação do fundo.

Fundos passivos: buscam acompanhar um índice de referência (benchmark), justamente por isso os
gestores possuem menor liberdade na escolha de ativos.
Fundos ativos: buscam superar umbenchmark.
Fundos alavancados: apresentam alguma possibilidade (ainda que remota) de perda superior ao patrimônio
líquido.
Obs: Não é tão fácil replicar um benchmark, por inúmeras causas, dentre elas: custos de transação e
operacionais, impostos e regras de marcação a mercado.

Marcação a mercado: o fundo deve reconhecer e informar todos os dias o valor de mercado de seus ativos (preço de
fechamento para ativos de renda fixa e preço médio de negociação do dia para ativos de renda variável). O objetivo da
marcação a mercado é evitar a transferência de riqueza entre cotistas e o administrador deve divulgar uma versão
simplificada da metodologia.

Divulgação de rentabilidade: proibida divulgação de performance anterior a 6 meses


ou comparação de fundos de classes distintas sem qualificá-los, obrigatória discriminação de fatores de risco.

68
Fundos de renda fixa: investem pelo menos 80% do patrimônio líquido em ativos de renda fixa, que
acompanham juros ou índices de preço. Os fundos de renda fixa são caracterizados como longo prazo se
o prazo médio da carteira superar 365 dias. Algumas subclassificações para fundos de renda fixa são :

a) Fundo de renda fixa curto prazo: aplica exclusivamente em títulos públicos ou títulos privados de
baixo risco de crédito. O prazo máximo dos títulos em carteira não pode ultrapassar 375 dias e o
prazo médio deve ser inferior a 60 dias. Nesse caso, há obrigação de inclusão do sufixo “curto prazo”
na denominação do fundo.

b) Fundo de renda fixa referenciado: 95% dos ativos em carteira devem acompanhar direta ou
indiretamente um índice de referência. Além disso, 80% desses ativos deve ser de baixo risco de crédito,
sendo permitido o uso de derivativos apenas para proteção (hedge). Há obrigação de inclusão do sufixo
“referenciado” seguido do nome do índice na denominação do fundo.

c) Fundos de renda fixa simples: 95% dos ativos em carteira são títulos da dívida pública federal ou
títulos de instituições financeiras com características de risco equivalente. O nome do fundo deve
conter o sufixo “simples” e a cobrança detaxa de performance é proibida, bem como a realização de
investimentos no exterior, concentração em créditos privados ou transformação do fundo em fundo
fechado. A lâmina de informações desse tipo de fundo deve comparar sua performance com a variação
da taxa SELIC.

d) Fundos de renda fixa de dívida externa: aplica minimamente 80% de seu patrimônio em
títulos da dívida externa de responsabilidade da União. Podem cobrartaxa de performance.
69
Fundo Cambial: possui como principal fator de risco a variação de preços demoeda(s) estrangeira(s) ou de
derivativos relacionados. No mínimo 80% dos ativos em carteira devem pertencer a alguma destas
classes. Importante ressaltar que fundos cambiais NÃO acompanham diretamente a variação do dólar,
euro ou qualquer outra moeda. Pode existir cobrança de taxa de performance.

Fundo de Ações: deve alocar pelo menos 67% do seu patrimônio líquido em ações.

a) Market timing: aumento ou diminuição do percentual alocado em ações de acordo com as


perspectivas econômicas para tentar superar umbenchmark.
b) Stock picking: maior exposição em empresas específicas.
c) Arbitragem: compra e venda do mesmo ativo utilizando títulos oumercados distintos
d) Valor/Crescimento: compra empresas negociadas abaixo do preço considerado “justo” ou
empresas com forte crescimento de lucros.
e) Setoriais: fundos que investem em empresas pertencentes a um mesmo setor ou conjunto de
setores afins da economia.
f) Dividendos: fundos que investem em ações de empresas com histórico de dividend yield consistente.
g) Small Caps: fundos cuja carteira é composta por, no mínimo, 85% em ações de empresas que não
estejam incluídas entre as 25 maiores participações do IBrX, ou seja, ações de empresas com
relativamente baixa capitalização de mercado. Os 15% remanescentes podem ser investidos em ações de
maior liquidez ou capitalização de mercado, desde que não estejam incluídas entre as dez maiores
participações do IBrX.

70
Fundos multimercado: não há compromisso de concentração em nenhum fator específico de risco,
pode cobrar taxa de performance e utilizar derivativos para alavancagem.

Balanceados: buscam retorno no longo prazo por meio da compra de diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. Estes fundos possuem estratégia de alocação pré-determinada devendo
especificar o mix de investimentos nas diversas classes de ativos, incluindo deslocamentos e políticas de
rebalanceamento. Os fundos desta subcategoria não admitem alavancagem e não podem ter um
benchmark específico (ex: CDI).
Dinâmicos: buscam retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. No entanto, estes fundos não estão comprometidos com um mix pré-
determinado de ativos. A política de alocação é flexível, reagindo às condições de mercado e ao
horizonte de investimento. Os fundos desta subcategoria admitem alavancagem.

Principais estratégias de gestão:


Macro: operam com diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc) e as estratégias
de investimento são baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazo.
Trading: operam com diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc) e as estratégias
de investimento são baseadas em movimentos de curto prazo nos preços dos ativos.
Long and Short - Direcional: fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deriva majoritariamente da diferença
entre essas posições. Os recursos remanescentes em caixa devem estar alocados em cotas de fundos de
Renda Fixa – Duração Baixa – Grau de Investimento ou em ativos que compõem este tipo de carteira.
71
Long and Short - Neutro: fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável,
montando posições compradas e vendidas, com objetivo de manter a exposição financeira líquida limitada a
5%. Os recursos remanescentes em caixa devem estar alocados em cotas de fundos Renda Fixa – Duração
Baixa – Grau de Investimento ou em ativos que compoem este tipo de carteira.
Juros e Moedas: fundos que buscam retorno no longo prazo via alocações em ativos de renda fixa,
considerando risco de juros, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira.
Livre: fundos sem compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica.
Capital Protegido: aplicam em mercados de risco procurando proteger, parcial ou totalmente, o principal
investido.
Estratégia Específica: fundos que adotam estratégia específica de investimento, tais como commodities ou
contratos futuros de índice.

Regras para concentração em crédito privado: os fundos que excederem o limite de 50% do patrimônio
líquido alocado em modalidades de crédito privado devem conter em sua denominação a expressão
“crédito privado”. No regulamento, FIC ematerial de publicidade deve estar claro para o investidor que o
fundo pode estar sujeito a perdas substanciais em caso de default.

Fundo de investimento em cotas (FIC) : mantém 95% dos ativos investidos em cotasde outros fundos de
uma mesma classe. No caso dos FIC multimercado, é permitido investimento em cotas de fundos de classes
distintas. Os 5% restantes podem ser aplicados em títulos públicos federais, títulos de instituições financeiras
e operações compromissadas. Na denominação do fundo deve conter “fundo de investimento em cotas” e a
classe das cotas.
72
Módulo X – Outros fundos de investimento regulados pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM)

Fundo de índice ou exchange traded fund (ETF) : são comercializados no ambiente da


B3 como se fossem ações e visam acompanhar um índice de referência. Devem alocar pelo menos
95% do patrimônio para acompanhar a rentabilidade de um índice de referência.

Fundos de investimento imobiliário (FII) : são fundos fechados com duração determinada ou não e
que investem em empreendimentos imobiliários. Fundos imobiliários devem distribuir pelo menos
95% dos lucros e é proibida operação em mercados de derivativos.

Fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC e FIC-FIDC) : fundo que aplica pelo menos 50% de seu
patrimônio em operações de crédito feitas entre empresas e bancos. O banco vende seus empréstimos ao
FIDC e libera sua carteira, enquanto as empresas se beneficiam da maior liquidez. FIDCs podem ser fundos
abertos ou fechados e as cotas podem ser senior ou subordinada (mais baixa prioridade em caso de default).
Para o investidor, o risco está relacionado a probabilidade de inadimplência. FIDCs são destinados apenas para
investidores qualificados e podem utilizar derivativos para proteção. Os cotistas dos FIDC somente podem ser
investidores qualificados, a tributação é regressiva conforme tabela de renda fixa e não há come cotas.

Fundo de investimento em participações (FIP) : versão brasileira dos fundos de “private equity”,
deve investir 90% do patrimônio líquido em participações de empresas em fase de
desenvolvimento através de títulos como ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis,etc..

Fundos Off-Shore: investemseus recursos noexterior 73


Fundo de índice ou exchange traded fund (ETF): deve alocar pelo menos 95% do patrimônio
de modo a acompanhar a rentabilidade de um índice de referência.

Limites de concentração por emissor:


Até 20% do patrimônio líquido quando o emissor for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco
Central do Brasil;
Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta;
Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for outro fundo de investimento;
Até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor não for companhia aberta, fundo de investimento
ou instituição financeira.

Limites de concentração por modalidade:


Até 20% do patrimônio líquido para os seguintes ativos:
. Cotas de fundos de investimento;
. Cotas de fundos de investimento em cotas (FIC);
. Cotas de fundos de investimento imobiliário;
. Cotas de fundos do tipo FDIC ou FIC-FIDC;
. Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI.

IOF em fundos de investimento: cobrado sobre os rendimentos para resgates em até 29 dias, calculado
antes do imposto de renda, de acordo com tabela regressiva. Há isenção para fundos de ações.

74
Imposto de renda em fundos de investimento:

*Obs: pessoas físicas estão isentas do pagamento de IR para rendimentos distribuidos por
fundos imobiliários negociados exclusivamente em bolsa desde que hajam minimamente 50
cotistas e o titular pessoa física não tenha mais de 10% da totalidade de cotas.

*Obs2: Quando o investidor aplica em vários fundos do mesmo administrador, a perda


realizada em um fundo pode ser utilizada para abater o rendimento que será ́ tributado em
outro, desde que os fundos tenham a mesma classificação.
75
Módulo XI – Securitização de recebíveis

A securitização de empréstimos e recebíveis de múltiplos títulos proporciona às economias e aos mercados


financeiros uma série de benefícios. Tradicionalmente, a compra de ativos como casas e automóveis é financiada
por empréstimos realizados por instituições financeiras, como os bancos comerciais. Para que os investidores
ganhem exposição a esses empréstimos, eles devem possuir alguma combinação de depósitos ou garantias. A
securitização permite que os investidores obtenham créditos ou diretos sobre empréstimos e carteiras de
recebíveis e permite que esses investidores adaptem a exposição a taxas de juros e riscos de crédito de acordo
com suas necessidades.

Devido à desintermediação (ou seja, diminuindo o papel dos intermediários), os custos podem ser efetivamente
reduzidos enquanto os retornos ajustados ao risco para os investidores podem ser aumentados. Ao mesmo
tempo, os bancos podem melhorar sua lucratividade, aumentando a originação de empréstimos e as taxas
relacionadas. Eles podem emprestar mais do que seriam capazes de emprestar se fossem capazes de se engajar
somente nas atividades que eles mesmos poderiam financiar com seus próprios depósitos, dívida e capital
próprio. Ao permitir que os bancos aumentem a quantidade de fundos disponíveis para emprestar, a securitização
acaba beneficiando indivíduos, governos e empresas que necessitam de empréstimos.

A securitização também tem benefícios para os investidores. A securitização permite a inovação financeira, e ajuda
o acesso a títulos com perfis que correspondem a diferentes necessidades de risco, retorno e vencimento que não
estariam diretamente disponíveis. Quando os ativos são securitizados, várias condições legais e regulamentares
devem ser satisfeitas. Diversas partes participam do processo para facilitar a transação e garantir que essas
condições sejam atendidas. Neste módulo iremos explorar alguns destes ativos securitizados.
76
Títulos do segmento agrícola e imobiliário securitizados:
• Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI);
• Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
• Cédula de Produtor Rural (CPR);
• Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA);.
• Cédula de Crédito Imobiliário (CCI)

CRI: emitidos por companhias securitizadoras com lastro em empreendimentos imobiliários. A oferta
pública de CRI só é autorizada após concessão de registro e verificação de normalidade da instituição
securitizadora junto à CVM e não há prazo mínimo de investimento. Existe isenção de IR para pessoa física
e não há cobertura do FGC.
CRA: emitidos por companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio, pode ser
distribuido publicamente ou negociado em bolsa/balcão. Existe isenção de IR para pessoa física mas não
há cobertura doFGC.
CDCA: Emitido por cooperativas de produtores rurais e por empresas que exercem atividades relacionadas
à produção de insumos agroprecuários. É uma forma das cooperativas tomarem recursos do mercado para
financiar produtores, que podem colocar CPRs como garantia. Existe isenção de IR para pessoa física mas
não há cobertura doFGC.
CCI: Emitido por bancos, sociedades de crédito imobiliário e incorporadoras com lastro no ativo da operação de
crédito. É uma forma do emissor receber a vista um crédito imobiliário e vender os recebíveis (as parcelas do
financiamento) no mercado financeiro. É negociado em balcão e registrado na clearing da B3. Existe isenção de
IR para pessoa física mas não há cobertura do FGC.

77
Títulos do segmento agrícola e imobiliário não securitizados:
• Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
• Cédula de Produtor Rural (CPR);

LCI: emitida por bancos comerciais, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotécárias e
associações de poupança e empréstimos. LCI’s são obrigatoriamente registradas na B3 e lastreadas em créditos
imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação. O prazo mínimo de vencimento das LCI’s é de 90 dias, mas caso seja
atualizada anualmente ou mensalmente por índice de preços (CDI, IPCA ou IGPM por exemplo), esse prazo é alterado
para 12 meses e 36 meses respectivamente. Existe isenção de IR para pessoa física e cobertura do FGC até 250 mil reais.

LCA: créditos de recebíveis do agronegócio emitidos por bancos e cooperativas de crédito. Existe isenção de IR para
pessoa física e cobertura do FGC até 250 mil reais. Funciona de forma similar à LCI, mas os créditos são voltados para
o agronegócio.

CPR: título sob o qual produtores rurais ou cooperativas vendem antecipadamente a produção. O emitente procura
um banco ou seguradora para agregar um seguro ou aval a emissão. O penhor rural é a garantia mais utilizada. O
CPR pode ser negociado em mercado balcão sem registro na clearing (B3), mas para ser negociado no mercado
secundário, precisa estar registrado na clearing da B3. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura
do FGC.

78
Módulo XII – Clubes de Investimento

Clubes de investimento em ações – são veículos de investimento registrados na B3 e fiscalizados pela CVM. Funcionam
como instrumento de aprendizado para o pequeno e médio investidor e como canal de acesso ao mercado de capitais. O
clube deve ter no mínimo 3 e no máximo 50 membros e deve ser administrado por corretora/distribuidora, banco de
investimento ou múltiplo com carteira de investimentos. Nenhum membro pode ter mais de 40% do total de cotas de um
clube de investimentos. A gestão da carteira de ativos pode ser feita pelo administrador do clube ou por pessoa
física/jurídica contratada. A remuneração do gestor é permitida apenas caso este seja um profissional credenciado (CGA)
e caso esteja disposta no estatuto do clube, que deve abordar também os seguintes pontos:
. Qualificação do administrador, do gestor da carteira e do custodiante
. Prazo de duração (pode ser determinado ou indeterminado)
. Política de investimento (ativos que podem compor o patrimônio do clube, requisitos de diversificação, possibilidade de
operar derivativos)
. Taxa de administração, performance e demais taxas
. Condições de aplicação e resgate
. Política de divulgação de informações e assembleias

A alteração do estatuto depende da prévia aprovação da assembleia geral de cotistas, sendo validada a partir da data da
assembleia.

79
O clube de investimentos deve investir minimamente 67% do seu patrimônio líquido em ações, bônus
de subscrição, debêntures conversíveis em ações, ETF’s ou recibos de depósito de ações. O valor
percentual restante pode ser aplicado em fundos de investimento do tipo “curto prazo”, “referenciado”
e “renda fixa”, títulos públicos federais, outros valores mobiliários emitidos por empresas de capital
aberto e opções.

Tributação em clubes – 15% sobre o rendimento no resgate, sem incidência de IOF ou come cotas.
Comparativamente aos fundos de investimento, os clubes possuem algumas vantagens:
- Influência na gestão da carteira e maior flexibilidade de adequação ao perfil dos membros
- Taxa de administração e outras taxas costumam ser menores

80
Módulo XIII – Matemática Financeira – conceitos básicos

Para se tornar um AAI, é fundamental compreender e aplicar conceitos de matemática financeira.

Na hora da prova, é permitido levar calculadora e a indicada pelo Economia do Dia é a HP12c. Você
provavelmente já ouviu falar dessa calculadora, certo?

A HP12c foi criada pela empresa Hewlett Packard e uma belezinha


dessas pode te custar mais de R$300. Pode parecer caro, mas é um
investimento que deve ser feito em algum momento, pois se você não
dominar a utilização da HP12c, suas chances de se tornar AAI
diminuem consideravelmente.

Caso não tenha condições de comprar uma agora, não desanime. É


possível treinar online gratuitamente neste link. Outra opção seria
baixar o app de celular “Touch RPN” e usar seu smartphone como
calculadora.

A partir de agora, todos os conceitos deste módulo da apostila contarão com uma tabela de
resolução utilizando a HP12c.

Temos também alguns vídeos no canal do Youtube do Economia do Dia e um curso completo sobre o
tema, utilizando a HP12c e o Excel.
81
Taxa de juros nominal e taxa de juros real

Taxa nominal é o valor dado da taxa de juros. Taxa real desconta a inflação. / = dividido

1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟 = −1
1 + 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜

Vamos supor que a taxa de juros Selic no Brasil esteja no patamar de 5% ao ano
e a inflação em 3%. Qual a taxa nominal de juros e qual a taxa real de juros?

A taxa nominal é dada: 5% ao ano. A taxa real pode ser calculada assim: Valor Comando HP12c
1.05 Enter
1 + 0,05
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟 = − 1 = 1,94% 1.03 /
1 + 0,03 1 (-)
0.0194
Fórmula de Fisher

A taxa de juros nominal de equilíbro é igual a taxa de juros real acrescida da expectativa de inflação:

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑖 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟 + 𝐼𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎

82
Regimes de capitalização

Capitalização simples: juros incide apenas sobre o capital (não há “juros sobrejuros”). No regime de capitalização simples,
a taxa é proporcional (taxa x prazo).
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁)

Composta: juros incide sobre o capital e jurosdos períodos anteriores (juros sobre juros). No regime de capitalização
composta, a taxa de juros é equivalente. Isso quer dizer que 1% capitalizado ao mês não é igual a 12% ao ano.

VF = valor futuro do investimento 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁

VP = valor presente do investimento


I = taxa de juros ou taxa de desconto
N = número de períodos de capitalização Ex: José aplicou R$1000 em um regime de capitalização simples a uma
taxa de 1% a.m. por um período de 12
Considerando mais de 1 período: meses. Quanto ele terá no final desses 12 meses?

Quando estamos capitalizando a taxa de juros, juros 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁) 𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 ∗ 12


compostos são superiores ao juros simples. 𝑉𝐹 = 1120
1% ao mês é equivalente a 12,68% ao ano.
1% ao mês é proporcional a 12% ao ano. Agora considere o regime composto de capitalização. Quanto José terá
no final desses 12 meses?
Quando estamos descapitalizando a taxa de juros, juros
compostos são inferiores aos juros simples. 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁
12% ao ano é equivalente a 0,94% ao mês. 𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 12

12% ao ano é proporcional a 1% ao mês. 𝑉𝐹 = 1126,82


83
Ex: José aplicou R$1000 em um regime de capitalização simples a Valor Comando HP12c
uma taxa de 1% a.m. por um período de 12 1000 Enter
meses. Quanto ele terá no final desses 12 meses? 1 Enter
0.01 Enter
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁) 12 X
𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 ∗ 12 +
𝑉𝐹 = 1120 X
1120

Agora considere o regime composto de capitalização. Quanto José


terá no final desses 12 meses?

𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁 Valor Comando HP12c


𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 12
1000 CHS
𝑉𝐹 = 1126,82 PV
1 i
12 n
FV
1126,82

84
Taxa efetiva
Valor Comando HP12c
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑝𝑒𝑟ó𝑑𝑖𝑐𝑎 𝑛−1
1 Enter
0.04 +
Calcule a taxa efetiva anual de um título que paga juros trimestrais de 4%. 12 Enter
12/3
3 /
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1 + 0.04 −1 Yx
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 16,99% 1 -
0.16985 -
Regime de capitalização contínua

𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 ∗ 𝑒 𝑙 𝑥 𝑛 Comando
Valor
HP12c A tecla “g”
da HP12c
e = número constante (base dos logarítmos neperianos) - 2,718... 0.02 Enter acessa as
l = taxa de juros periódica ou taxa instantânea 12 X funções
n = período de capitalização [g] [1/x] azuis da
máquina.
1200 X
1525.5
Calcule o valor futuro de um título de capitalização contínua na HP12c com
sabendo que ele custa R$1200 e será resgatado em 12 meses, com juros de
2% a.m.
85
Desconto bancário, comercial ou por fora

No desconto bancário, a taxa de desconto incide diretamente sobre o valor nominal (valor de resgate).
Essa metodologia gera maior volume de encargos financeiros aos clientes e costuma ser utilizada para
operações de crédito de curto prazo. Observe o exemplo abaixo:

Exemplo: Um título com valor nominal de R$100.000 vence em 3 meses mas seu detentor deseja
antecipá-lo na data atual. Se a taxa de desconto for de 15% ao ano, calcule o desconto e o valor
descontado da operação.

𝑡 Comando
𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝑡𝑎𝑥𝑎 ∗ Valor
𝑇 HP12c
100000 Enter
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 0.15 X
Valor descontado = R$95.000 1 Enter
3 /
Custo efetivo X
5000
𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 =
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜
*Para chegar ao custo efetivo
5000 anual, é necessário converter a
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 0.0526
95000 periodicidade da taxa.
86
Séries uniformes de pagamento
Trata-se basicamente de um cálculo de prestações, que podem ser antecipadas ou postecipadas. As prestações são
ditas antecipadas quando o primeiro pagamento é efetuado no ato do financiamento. Por outro lado, prestações
postecipadas são aquelas que ocorrem no final do primeiro período e não no ato do investimento. Na calculadora
financeira, o valor das prestações é representado pelo PMT.
Valor Comando HP12c
Exemplo: Calcule o valor da prestação de um empréstimo de R$2500 por 12
2500 CHS
meses, com juros de 1.5% a.m. PV
1.5 i
12 n
Perpetuidade PMT
Trata-se de um fluxo de duração sem limites, que tende ao infinito. 229.19

Sem crescimento: o fluxo de caixa permanece constante ao longo do tempo.


Com crescimento: há incremento dos valores gerados no caixa a cada período.
Para encontrar o valor presente, basta dividir o valor da perpetuidade pela taxa de desconto:

𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑉𝑃 𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜

𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑉𝑃 𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
(𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 − 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜)

87
Taxa interna de retorno (TIR)
É a taxa de desconto que iguala as entradas e saídas de um investimento, de acordo com um fluxo de
caixa disponível. Para calcular a TIR é necessário identificar o fluxo de caixa.

𝑭𝑪𝟏 𝑭𝑪𝟐 𝑭𝑪𝒏


𝟎 = FC0 + + 𝟐 + ⋯ + 𝟏 + 𝑻𝑰𝑹 𝒏
𝟏 + 𝑻𝑰𝑹 𝟏 + 𝑻𝑰𝑹

FC = fluxo de caixa
FC0 = valor inicial (normalmente é o custo inicial de um investimento, portanto apresenta valor
negativo)

O cálculo da TIR tem duas limitações:


. considera que os fluxos de caixa positivos são reinvestidos com a mesma taxa do custo do capital
. em determinados projetos são obtidos múltiplos resultados

Qualquer taxa de desconto menor do que a TIR gera um VPL positivo e qualquer taxa de desconto
maior do que a TIR gera um VPL negativo.

Quando o VPL de um investimento é ZERO, a taxa de desconto utilizada é igual a TIR.

Regras para aceitar ou rejeitar um projeto:


TIR > taxa de retorno exigida – Aceitar o projeto
TIR < taxa de retorno exigida – Rejeitar o projeto
88
Qualquer taxa de desconto menor do que a TIR gera um VPL positivo e qualquer taxa de desconto
maior do que a TIR gera um VPL negativo.

Quando o VPL de um investimento é ZERO, a taxa de desconto utilizada é igual a TIR.

Regras para aceitar ou rejeitar um projeto:

TIR > taxa de retorno exigida – Aceitar o projeto


TIR < taxa de retorno exigida – Rejeitar o projeto

Taxa interna de retorno modificada (TIRM)

É uma taxa de desconto que tem o propósito de corrigir as limitações da TIR. Com a TIRM,
conseguimos determinar taxas diferentes de reinvestimento dos fluxos futuros.

Valor presente líquido (VPL)

É o método padrão para planejamento financeiro e análise de projetos. Se o VPL for igual a zero, o
investimento é indiferente, pois o valor presente das entradas é igual ao valor presente das saídas.

VPL = 0 – Projeto cobre os custos


VPL > 0 – Projeto atrativo (lucro na operação)
VPL < 0 – Projeto deve ser rejeitado (prejuízo na operação)
89
TIR e VPL na HP12c

Teclas utilizadas na HP12c:


[CF0] = capital inicial ou investimento inicial (fluxo na data zero)
[CFj] = valores dos fluxos de caixa a partir da data 1
[nj] = número de vezes que se repete os fluxos de caixa ininterruptos
[IRR] = Taxa interna de retorno (TIR)
[NPV] = Valor presente líquido

Exemplo 1: Calcule a TIR de um projeto de


investimento com custo inicial de R$7 Valor Comando HP12c
milhões e fluxo de caixa positivo de R$2,1 7.000.000 CHS
[g] [CFo]
milhões por ano durante os 3 primeiros 2.100.000 [g] [CFj]
anos e mais R$2,7 milhões no ano 4. 3 [g] [nj]
2.700.000 [g] [CFj]
Resposta: TIR = 9,79% [f] [IRR]

Exemplo 2: Considere o mesmo fluxo de Valor Comando HP12c


caixa acima, mas agora o projeto necessita 7.000.000 CHS
de financiamento. A taxa de desconto [g] [CFo]
utilizada é de 7,5% ao ano. Calcule o valor 2.100.000 [g] [CFj]
3 [g] [nj]
presente líquido do projeto.
2.700.000 [g] [CFj]
7.5 i
Resposta: VPL = R$482.865,48 [f] [NPV]
90
Módulo XIV – Mercado financeiro – Outros produtos não classificados como valores mobiliários –
Modalidades, operacional, liquidação

Títulos Públicos Federais: títulos emitidos pelo governo, com liquidez diária (possibilidade de recompra pela
Secretaria do Tesouro Nacional) e que fazem parte da dívida pública federal.

91
Tesouro direto:
É um programa online de venda e recompra de títulos públicos federais para pessoas físicas, desenvolvido
pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3. Qualquer investidor pessoa física, com CPF ativo e que
esteja cadastrado em uma instituição financeira (agente de custódia) pode operar no tesouro direto, seja
diretamente através do site ou por intermédio da instituição financeira (página do banco/corretora ou
ordem direta para o assessor de investimentos). A B3 cobra uma taxa anual de custódia no valor de 0,25%
do total dos títulos, sendo que a cobrança é diluida diariamente enquanto o investidor tiver os títulos em
carteira e começa a valer a partir da liquidação da operação de compra (D+2). As instituições financeiras
também podem cobrar outras taxas do investidor, embora isso não seja tão comum atualmente por conta
da alta concorrência. Obs: A B3 (bolsa de valores brasileira) e o Tesouro Nacional zeraram a taxa de
custódia de investimentos de até R$ 10 mil no Tesouro Selic em 01 de agosto de 2020.

LTN ou tesouro prefixado:


A remuneração da LTN é calculada conforme desconto sobre o valor nominal no vencimento (R$1000,00).
A partir da taxa ofertada, calcula-se o preço unitário (PU) da LTN. O investidor que aplica em LTN’s recebe
o valor pago acrescido de rendimentos apenas no resgate. Este tipo de título é conhecido como “zero
cupom”.
Valor Comando HP12c
1000 FV Obs: Também é
Exemplo: Calcule o PU de uma LTN que
1.13 Enter possível calcular o
paga 13% ao ano e cujo vencimento 0.5 Yx PU utilizando a
será em 121 dias úteis: i função valor
1 n presente na HP12c
1000 PV
𝑃𝑈 = = R$940,72
1+0.13 121/252
92
NTN-F ou tesouro prefixado com juros semestrais:
A NTN-F é um título prefixado, emitido com cupom de juros de 10% a.a., cujo valor nominal é de
R$1000,00. A rentabilidade da NTN-F é prefixada de acordo com a TIR do fluxo de pagamentos dos
cupons semestrais.
Exemplo: Uma NTN-F com vencimento em 3 anos está sendo negociada a R$1072,50 no mercado. Calcule
a rentabilidade deste título.

Valor Comando HP12c

1072.5 CHS
[g] [CF0]
50 [g] [CFJ]
5 [g] [NJ]
1050 [g] [CFJ]
[f] [IRR]

A nossa TIR para o exemplo seria de aproximadamente 3,63% ao semestre. Ainda seria preciso converter
a taxa de juros para representar a rentabilidade anual.

93
LFT ou tesouro Selic
A remuneração da LFT segue a variação da taxa Selic registrada entre a data de liquidação da compra do
título e a data de vencimento. A existência de ágio ou deságio no momento da compra impacta a
rentabilidade do investidor.

Negociação no mercado Preço Rendimento


Ao par Igual ao valor nominal 100% da Selic
Deságio Abaixo do valor nominal Acima de 100% da Selic
Ágio Acima do valor nominal Abaixo de 100% da Selic

A LFT é indicada para investidores que esperam uma elevação na taxa Selic ou que preferem minimizar
riscos e garantir a taxa básica de retorno (perfil conservador). Existe liquidez diária e portanto a LFT pode
funcionar também como reserva de emergência. Este título é considerado como aproximação mais fiel
para o conceito de ativo livre de risco no Brasil.
Valor Comando HP12c
Exemplo: Suponha que um investidor tenha comprado 15000 CHS
PV
R$15.000,00 em LFT’s ao par e tenha resgatado em 9
1.045 Enter
meses. A taxa Selic permaneceu constante ao longo do 9 Enter
período e o valor de referência é de 4,5% a.a.. 12 /
Sabendo que este mesmo investidor conseguiu vender Yx
o título ao par, calcule o valor de venda no resgate. 1 (-)
100 x
i
Resposta: R$15.503,45 1 n
FV
94
NTN-B ou tesouro IPCA com juros semestrais
A NTN-B é emitida com cupom de juros de 6% ao ano e pode ser vendida com ágio ou deságio em função
da taxa vigente no mercado no dia da negociação. No vencimento, a NTN-B para a variação do índice IPCA
no período. Caso seja mantida até o vencimento, a NTN-B proporciona rentabilidade real para o
investidor, que é representada pela taxa calculada no momento da compra.

NTN-B Principal ou tesouro IPCA


A NTN-B Principal pagará os juros e o IPCA apenas no vencimento do título. É recomendada para
investidores que não precisam de fluxo regular de rendimentos.

Exemplo: Suponha que um investidor tenha comprado


R$1.000,00 em NTN-B’s com taxa de 7.74% ao ano.
Considerando que restam 2469 dias úteis até o
vencimento, que o IPCA acumulado é de 43.2578 e
o valor nominal atualizado na data de liquidação Valor Comando HP12c
era de R$1432,57, qual o PU do título? 100 Enter
1.0774 Enter
2469 Enter
100 252 /
𝐶𝑂𝑇𝐴ÇÃ𝑂 = = 48.17
1+0.0774 2469/252 Yx
/
𝑃𝑈 = 1432.57 x 0.4817 = R$690,07 100 /
1432.57 x

95
Títulos privados bancários:
• Certificado de depósito bancário (CDB);
• Recibo de depósito bancário (RDB);
• Letras financeiras(LF);
• Depósito à prazo com garantia especial(DPGE).

CDB – emitido por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos. Pode ter rentabilidade
prefixada ou pós-fixada (indexado a Selic, TR, TBF, IGPM, etc.). Os CDB‘s podem ser negociado no mercado
secundário ou resgatados antecipadamente (caso o banco emissor concorde). CDB’snão podem estar
indexados à variação cambial e contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de
250 mil reais por CPF ou instituição.
Prazos mínimos:
CDB corrigido pela variação do DI – 1 dia;
CDB corrigido pela TR ou TLP – 1 mês;
CDB corrigido pela TBF – 2 meses;
CDB corrigido pelo IGPM – 1 ano

RDB – emitido por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos, sociedades de crédito,
financiamento e investimento e cooperativas de crédito. Também é uma espécie de depósito a prazo, mas
diferentemente do CDB, não admite negociação antecipada ou transferência para outro investidor, o que
gera um risco adicional de liquidez.

96
Letra financeira (LF) – emitida por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos,
sociedades de crédito, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias
e pelo BNDES. Trata-se de uma promessa de pagamento com remuneração prefixada ou posfixada.
Possui prazo mínimo de 24 meses, sendo proibido o resgate antecipado. O pagamento dos
rendimentos pode ser feito de forma periódica, respeitando intervalos mínimos de 180 dias. A
emissão possui valor mínimo de 150 mil reais caso não contenha cláusula de subordinação e 300
mil reais caso contenha cláusula de subordinação. LF’s não estão cobertas pelo FGC.

Depósito à prazo com garantia especial (DPGE) – título de depósito à prazo que confere um direito
de crédito contra o emissor (bancos comerciais, múltiplos, de investimento, desenvolvimento,
sociedades de crédito e caixas econômicas). Pode ser prefixado ou pós-fixado e o prazo não pode
ser inferior a 6 meses nem superior a 36 meses, sendo vedado o resgate antes de 6 meses. O total
de créditos para instituições associadas ao FGC deve respeitar o valor máximo de 20 milhões de
reais por CPF.
Letra de câmbio (LC) – embora o nome deste título possa confundir, não há nenhuma relação com o
dólar, euro, ou qualquer outra moeda. Inclusive não é permitido que este tipo de título esteja
indexado a variação cambial. Trata-se basicamente de um mecanismo de captação de recursos para
sociedades de financiamento (as financeiras) que envolve uma troca: o cliente toma crédito junto a
sociedade financeira emitindo uma letra de câmbio que por sua vez é comercializada com
investidores. Letras de câmbio contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o
limite de 250 mil reais por CPF ou instituição.

97
Letra Hipotecária (LH) - são títulos de Renda Fixa lastreados em crédito imobiliários. O instrumento é emitido
por instituições financeiras que emprestam recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Os emissores,
portanto, podem ser bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, companhias hipotecárias,
associações de poupança e empréstimo e sociedades de crédito imobiliário. A LH conta com a cobertura do
Fundo Garantidor de Créditos (FGC) no valor de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição financeira emissora.
A remuneração do papel pode ser pré-fixada ou pós-fixada, por exemplo, pela TR, IGP-M, ou INPC. Uma das
principais vantagens que o título oferece para investidores pessoa física é a isenção de Imposto de Renda.

Caderneta de Poupança: fonte de captação de recursos para instituições financeiras que fazem parte do Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), incluindo Caixa Econômica Federal (CEF), Sociedades de Crédito
Imobiliário (SCI), Associações de Poupança e Empréstimos, Bancos Múltiplos com carteira de SCI. Existe
cobertura do FGC até o limite de 250 mil reais e garantia do governo no caso da CEF. Não há cobrança de tarifas
para manutenção de contapoupança, que oferece total liquidez porém baixa rentabilidade. Governo alterou
regras em maio de 2012 com a Selic em patamares mais baixos:
Até 03/05/2012: 6% ao ano + TR
Após 03/05/2012:
Selic > 8.5% ao ano – 6% ao ano Selic < 8.5% ao ano –
70% da Selic
Periodicidade de juros:
Pessoa física e jurídica isenta – mensal (0.5% a.m.) ; Pessoa jurídica – trimestral (1.5%)
Depósitos efetuados nos dias 29, 30 e 31 recebem juros apenas no dia 1 domês subsequente. Não
há incidência de IR para pessoa física.

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Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – entidade privada, sem fins lucrativos cuja principal função é
proteger o sistema financeiro e investidores até os limites estabelecidos contra eventuais insolvências
de instituições associadas, contribuindo para a estabilidade do sistema e prevenindo crises de contágio.
Para isso, em caso de liquidação, os associados devem contribuir com 0,0125% do saldo de contas
referentes aos ativos cobertos. Ativos cobertos: depósitos á vista, poupança, depósitos à prazo, CDB,
RDB, Letra de Câmbio (LC), Letra Hipotecária (LH), LCI e LCA.

Tributação em rendafixa:
IOF: para resgates em até 29 dias, existe cobrança de IOF sobre os rendimentos. O IOF é
regressivo e incide sempre antes doIR.
IR: a regra é a mesma para CDB, DPGE, LF, debêntures, poupança, títulos do segmento
agrícola e imobiliário, notas promissórias e títulos públicos federais. Vamos falar em
detalhes sobre cada um destes títulos nos módulos seguintes.
Alíquotas:
22,5% - resgates em até 180 dias
20% - resgates entre 181 e 360 dias;
17,5% - resgates entre 361 e 720 dias;
15% - resgates acima de 721dias.
Isenção de IR para pessoa física: todos os títulos do segmento imobiliário/agronegócio, debêntures
incentivadas e poupança.

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Módulo XV – Mercados derivativos – Produtos – Modalidades, operacional, liquidação

Derivativos: ativos financeiros que têm valores e características derivados de outros ativos.

Tipos de derivativos: mercado a termo, mercado futuro, swap, opções

Participantes:
• Hedger – busca proteção.
• Especulador – aposta na variação de preços.
• Arbitrador – monitora o mercado em busca de distorções e lucro sem risco.

Mercado a termo de ações: compromisso de compra e venda futura de ativos (diferentemente das opções,
exercer o contrato a termo é uma obrigação e não um direito). O prazo mínimo deste tipo de contrato é de 16
dias e o prazo máximo é de 999 dias. Pode haver liquidação antecipada ou não, de acordo com a decisão do
vendedor. Direitos e proventos são distribuídos ao comprador do termo e não alteram o preço dos contratos.
A liquidação pode ser física ou por diferença financeira.
Garantias dos contratos a termo:
Vendedor: cobertura (depósito da totalidade dos títulos).
Comprador: contamargem.
Contratos a termo são não padronizados, negociados em balcão e registrados na clearing da B3. Para
comprar ou vender um contrato a termo, é necessário contactar a mesa de operações da corretora.

100
Termo de moedas (NDF) – as operações a termo de moeda recebem a denominação de NDF (Non Deliverable
Forward). Trata-se de um contrato balcão, firmado entre o cliente e a instituição financeira e registrado na B3. O
NDF garante uma taxa de câmbio em uma determinada data futura. A liquidação ocorre pela diferença financeira
entre a taxa de câmbio à vista e a taxa acordada no termo. Este contrato não exige dispêndio inicial de caixa e o
ativo objeto mais comum é o dólar, embora também existam NDF’s de Libra Esterlina, Euro, Iene e etc..

(𝟏 + 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒋𝒖𝒓𝒐𝒔 𝒍𝒐𝒄𝒂𝒍)


𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑵𝑫𝑭 = 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒄â𝒎𝒃𝒊𝒐 𝒔𝒑𝒐𝒕 +
(𝟏 + 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒋𝒖𝒓𝒐𝒔 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍)

Exemplo: Suponha que um cliente de uma instituição financeira tenha um passivo de USD 1MM para pagar em
90 dias. Este mesmo cliente comprou uma NDF de notional igual a 1MM USD ao preço de R$/USD = 5,07. Veja o
resultado financeiro no vencimento.

PTAX no Paridade futura Ajuste em reais Resultado consolidado


Valor original da dívida
vencimento acordada no NDF (R$) (dívida + NDF)
R$5,00 R$5,07 -R$ 70,000.00 -R$ 5,000,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,05 R$5,07 -R$ 20,000.00 -R$ 5,050,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,10 R$5,07 R$ 30,000.00 -R$ 5,100,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,15 R$5,07 R$ 80,000.00 -R$ 5,150,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,20 R$5,07 R$ 130,000.00 -R$ 5,200,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,25 R$5,07 R$ 180,000.00 -R$ 5,250,000.00 -R$ 5,070,000.00

101
Mercado futuro: funciona de forma semelhante ao mercado a termo, porém a liquidação é diferente pois
existe ajuste diário e a negociação funciona somente em bolsa, com contratos padronizados e a garantia da
bolsa de valores. O investidor que entra nesse mercado precisa aportar um valor junto à B3 que servirá como
garantia da operação. Quando o contrato é liquidado, a B3 devolve a margem de garantia. Todos os dias ocorre
uma verificação de preços (ajuste diário) nos contratos e apuração de perdas/ganhos. O mercado futuro traz
liquidez e padronização ao mercado financeiro. Os participantes podem encerrar suas posições a qualquer
momento e o ajuste diário limita perdas, embora possa gerar instabilidade de fluxo de caixa por conta da
possível necessidade de depósitos adicionais. Não existe a possibilidade de liquidação antecipada em
contratos futuros, mas o investidor pode inverter sua posição a qualquer momento desde que haja liquidez.

Exemplos de contratos de commodities: açúcar cristal, boi gordo, café, ethanolanidro e hidratado, milho,
ouro, petróleo, soja.

Exemplos de contratos de juros e moeda: cupom cambial, cupom de IPCA, taxaDI.

Exemplos de contratos de índice: futuro do índice bovespa, futuro do S&P 500.

Exemplo ajuste diário:


Preço café ontem – 10 reais
Preço café hoje – 11 reais
Comprador – recebe 1 real por unidade de contrato
Vendedor – paga 1 real por unidade de contrato
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Estratégias de hedge com contratos futuros:
Imagine que você seja um produtor de café e a colheira será realizada em 90 dias. Seu custo total é de R$
500,00 por saca de café, e portanto, para que você tenha lucro, é necessário vender o café por um valor
maior do que esse. Acontece que se tivermos uma supersafra de café ou qualquer outra variação negativa de
mercado, o preço poderá cair e você pode ter que vender sua produção com prejuízo. O que você pode fazer
para se proteger? A melhor opção seria vender um contrato futuro de café na B3. Assim, você trava o preço
hoje e, aconteça o que acontecer no mercado, você vai ter resultado financeiro pré determinado. Imagine
que o contrato futuro de café para entrega em 90 dias está sendo vendido por R$550,00. O que temos aqui?
Um contrato futuro agrícola onde você fez um hedge (proteção) de sua posição de café. Se ao final do
contrato, o café estiver cotado a R$ 650,00, você terá pago, via ajuste diário, R$ 100,00. Assim você garante
que vende por R$ 550,00. Nesse caso você vai vender por R$ 650,00, mas como pagou R$ 100,00 no ajuste, o
valor líquido é de R$550,00. Se ao final do contrato o café estiver cotado a R$ 350,00, você terá recebido, via
ajuste diário, R$ 200,00. Assim, garante o preço de R$ 550,00 da mesma forma.

Estratégias de arbitragem com contratos futuros:


O arbitrador busca ganhar dinheiro com a distorção de preços entre contratos (da mesma localidade ou de
outra localidade). Por exemplo, um investidor percebe que o contrato de açúcar está sendo negociado na
CBoT (bolsa de Chicago) a U$ 5,00. Esse mesmo contrato aqui na B3 está cotado a R$ 30,00. Esse investidor,
então, compra contratos na CBoT e vende na B3, buscando auferir lucro com a diferença dos ajustes diários.
Os arbitradores têm uma importância fundamental nos mercados de derivativos: quando esse tipo de
oportunidade existe, ocorre uma pressão compradora em um dos mercados e uma pressão vendedora no
outro. Assim, chegamos, em um determinado momento, ao equilíbrio de preços.

103
Mercado de Swap: troca de posições que podem ter como objeto moedas, índices, commodities, etc.. O
swap é um contrato que precisa ser registrado na clearing da B3 e sempre terá como contraparte uma
instituição financeira (não dá pra negociar um swap com outro investidor). Tratam-se de contratos balcão não
padronizados que funcionam basicamente como trocas de fluxo de caixa. Os ajustes podem ser periódicos
ou executados apenas no final do contrato.
Principais características:
• Possibilidade de hedge contra o dólar ou CDI;
• Valor base: é o valor do contrato de swap que pode ser um índice ou um valor fixo acordado no contrato;
• Ponta ativa: é o indexador recebido após a contratação do swap;
• Ponta passiva: é o indexador que se deixa de receber após a contratação do swap.
• Ajuste positivo: é o valor recebido da contraparte quando a ponta ativa rende mais do que a ponta passiva.
• Ajuste negativo: é o valor pago para a contraparte quando a ponta passiva rende mais do que a ponta ativa.
• Tributação: o IR é retido na fonte pela contraparte e será pago de acordo com a tabela regressiva de IR,
tendo como base de cálculo o valor do ajuste positivo (caso haja).
• Não existe possibilidade de compensação de perdas.

Mercado de opções: direito de compra ou venda de lote de ações padronizado.


Lançador: vende uma opção e possui obrigação de honrar seu compromisso.
Titular: tem o direito de exercer ou negociar uma opção.
Prêmio: preço de negociação da opção (fração do preço do ativo-objeto).
Strike: valor de exercício da opção.
Vencimento: sempre na terceira segunda-feira do mês.
Call: opção de compra de ações (titular aposta na alta e lançador na baixa).
Put: opção de venda de ações (titular aposta na baixa e lançador na alta).
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Opção americana: pode ser exercida a qualquer momento durante a vigência do contrato.
Opção europeia: pode ser exercida apenas na data de vencimento.

O preço do ativo objeto determina se a opção está:


In The Money (ITM) ou dentro do dinheiro:
ITM – opção será exercida (call: strike < preço do ativo objeto ; put: strike > preço do ativo objeto).
At the Money (ATM) ou no dinheiro:
ATM – opção será exercida (strike = preço do ativo objeto).
Out of the Money (OTM) ou fora do dinheiro:
OTM – opção não será exercida (call: strike > preço do ativo objeto ; put: strike < preço do ativo objeto).

*Obs: Quando há distribuição de dividendos ou proventos, o preço de exercício é ajustado!

Garantias:
Titular: não há garantias (pode perder no máximo o prêmio pago).
Lançador: coberto (possui títulos referentes à opção) ; descoberto (deposita margem de prêmio e de risco).
Vantagens: alavancagem, proteção, baixo montante necessário para investimento, possibilidade de
encerramento de posição.
Desvantagens: alto risco, alta capacidade de perda, baixa liquidez em alguns casos.

O mercado de opções pode parecer um pouco confuso em um primeiro momento. No entanto, a dica de
prova é: pense sempre em exemplos numéricos para analisar as questões de forma mais clara.
A nomenclatura pode confundir quem está começando a estudar sobre opções e as analogias podem
facilitar o seu raciocínio. 105
Exemplo 1:

Vamos supor que as ações da Petrobras custem R$10 no mercado e você seja titular de uma opção de
compra (call) de 100 ações da Petrobras a R$12. Você vai exercer esta opção? Em outras palavras, vale a
pena usar o direito que você adquiriu e gastar R$12 com algo que vale R$10 no mercado?

Claro que não.

Isso quer dizer que a opção está fora do dinheiro ou “out of the money” (OTM). Nesse caso, o titular da
opção não exerce o seu direito. Ele apenas perde o prêmio, isto é, o valor que foi pago para adquirir a
opção de compra (call) de Petrobras. O valor do prêmio é o prejuízo máximo do titular de uma opção.

Agora vamos considerar que as ações da Petrobras custe, os mesmos R$10 no mercado, mas que você
seja de titular de uma opção de venda (put) de 100 ações da Petrobras a R$12.

Agora é claro que vale a pena usufruir do direito de vender Petrobras a R$12, porque no mercado outros
investidores estão vendendo a R$10.

Isso quer dizer que a opção está dentro do dinheiro ou “In the money” (ITM). Nesse caso, o titular
exerce o direito de vender as ações da Petrobras a R$12, pois ele pode comprar as mesmas ações no
mercado por R$10.

106
Exemplo 2:

Vamos supor que as ações da Vale custem R$50 no mercado hoje. Você resolve lançar uma opção de
compra (call) de 100 ações da Vale com strike (valor de exercício) de R$54 e vencimento em dois meses,
embolsando o prêmio de R$1,50 pago pelo titular. No dia do vencimento, as ações da Vale estão
custando R$57 e o titular resolve exercer seu direito. O que acontece?

O lançador tem que arcar com prejuízo financeiro e o montante é igual ao valor das ações da Vale no dia
do vencimento (R$57) menos o strike da opção (R$54) descontado do valor recebido pelo prêmio
(R$1,50). Nesse caso, o valor de prejuízo seria de -R$1,50 por ação.

Para o lançador de uma opção, o prejuízo é ilimitado. Se as ações da Vale subissem 50% no período e
chegassem a R$75 no dia do vencimento, o prejuízo seria bem maior (R$19,50).

Agora considere os mesmos dados do exemplo acima, exceto o preço das ações da Vale, que nesse
segundo cenário custam R$52 no dia do vencimento. O que acontece?

Como o strike (R$54) é maior que o preço das ações da Vale (R$52), não haverá exercício por parte do
titular. Lembrando que estamos falando de opções de compra nesse exemplo (call). Não vale a pena
comprar por R$54 as mesmas ações que estão sendo vendidas no mercado a R$52.

Dessa forma, o lançador embolsa o valor pago pelo prêmio e esse é o lucro da operação. O prêmio é
sempre o valor máximo que o lançador pode receber.
107
Fatores que influenciam o preço de negociação (valor do prêmio) de uma opção:

• Preço do ativo subjacente (preço spot)


• Preço futuro negociado na opção (strike)
• Taxa de juros da economia
• Prazo de vencimento da opção (expiração)
• Volatilidade ou taxa média de oscilação do ativo subjacente

Modelo Binomial (John Cox e Mark Rubinstein) – parte do pressuposto que no último instante para que uma
opção seja exercida, seu valor tempo é igual a zero. Isso significa que ou a opção está dentro do dinheiro e tem
valor, ou está fora do dinheiro e não vale nada. Este modelo avalia duas probabilidades de preço do ativo objeto
no momento do exercício, uma de valorização e outra de desvalorização.

Modelo de Black & Scholes – é um dos modelos mais utilizados no mundo para determinar o preço de opções
de ações no mercado financeiro. O modelo possui algumas premissas:

• As opções serão exercidas apenas no vencimento


• O comportamento do preço da ação corresponde a modelo lognormal com desvio padrão e média constante
• Não há custos de transação
• Os contratos são divisíveis
• Não há arbitragem possível

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Para a prova da ANCORD, não é necessário utilizar fórmulas para precificar opções. Inclusive, existem diversas
calculadoras que disponibilizam a matemática por trás do modelo, que precisa dos seguintes inputs:

• A data de início e vencimento da opção


• Se é uma Call ou Put
• A volatilidade do ativo
• A Taxa livre de risco ao ano (SELIC)
• A taxa de dividendos da ação
• O preço do ativo
• O preço de exercício

Estratégias com opções

Operação de financiamento (lançamento coberto) – é a operação mais simples que existe com opções, o
investidor compra a ação à vista e lança (vende) uma opção de compra (call). O prêmio recebido reduz o preço
médio da ação em carteira. Nessa estratégia, existe o risco da ação subir muito e o investidor ser exercido (ter
que se desfazer da posição). O lançamento da opção de compra reduz o preço médio da ação mas também
limita os ganhos potenciais ao valor do strike.

Box de duas pontas – também chamado de “spread de renda fixa”, é um tipo de operação que transforma
opções em estratégias de renda fixa, combinando uma call e uma put da mesma ação com o mesmo
vencimento, assegurando uma rentabilidade predeterminada no início da operação.
Box de quatro pontas – funciona da mesma forma, mas combina duas calls e duas puts.
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Tributação em derivativos: em geral são tributados da mesma forma que ações, mas há
exceções. São tributados como renda fixa: operações com rendimentos pré determinados, operações “box”
com opções e termo, operações no mercado de swap.

Clearing houses: funcionam para mitigar o risco deliquidação dos ativos


Principais Clearing Houses:
SELIC: títulos público federais.
B3: títulos privados,cotas de fundos de investimento, ações e derivativos.

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A nossa apostila chegou ao fim, mas você ainda tem muitos exercíciospra fazer antes de estar efetivamente
preparado para a prova da ANCORD.

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